anexo 2 - CORDIS
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PLANO DE ACÇÃO PARA A INOVAÇÃO NA EUROPA ANEXO 2 1. Reacções à consulta sobre o Livro Verde 2. Desenvolvimentos recentes nas políticas de inovação nos Estados-membros da União Europeia 3. Quadros estatísticos ANEXO 2.1. Reacções à consulta A. Síntese dos comentários dos agentes no terreno B. Reacção dos governos C. Reacção das instituições A. Síntese dos comentários dos agentes no terreno Introdução A consulta sobre o Livro Verde permitiu um debate sem precedentes acerca da inovação, nos quinze países da União, bem como na Noruega e na Islândia. Foram distribuídos mais de quarenta mil exemplares do Livro Verde, que foi analisado, discutido e comentado por investigadores, directores de grandes empresas e de PME, entidades públicas, sindicalistas, associações profissionais e ainda pelas diferentes instituições comunitárias. As conferências-debate tiveram a participação de cerca de 5.000 responsáveis, em 17 países. Foi apresentado à Comissão um grande número de propostas concretas. Além das conferências nacionais, cujas actas testemunham a amplidão das reacções e das expectativas suscitadas por esta iniciativa, os serviços da Comissão receberam directamente mais de 300 contribuições1, demonstrando muitas delas, pela sua amplitude e pela qualidade da sua análise, o interesse suscitado pelo Livro Verde. Faz-se aqui uma primeira análise das actas das conferências e das contribuições mais representativas (nomeadamente, das principais associações profissionais e sindicais, das associações nacionais e europeias, das grandes empresas e dos organismos financeiros) e mais concretas. Estas comunicações dizem respeito, principalmente, aos temas e às diversas vias de acção propostas pelo Livro Verde, em particular a uma melhor adaptação da investigação à inovação, à melhoria do financiamento da inovação, aos direitos de propriedade intelectual e ao apoio às pequenas e médias empresas. Além disso, algumas dessas contribuições propõem temas pouco abordados no Livro Verde, como a inovação organizacional, a inovação nos serviços, o papel das grandes empresas, etc. Este documento apresenta uma primeira síntese não-exaustiva desses comentários, agrupados segundo os grandes temas do Livro Verde. Esta síntese não considera as contribuições das Instituições Europeias, nem as contribuições oficiais dos Estados-membros, que são descritas nos capítulos 2 e 3 do presente anexo, respectivamente. 1 A lista das reacções individuais ao Livro Verde encontra-se apensa. 1 Resumo 1. Entre os temas propostos pelo Livro Verde, existem muitos aspectos que são abordados com mais frequência nas contribuições. É o caso, nomeadamente, da melhor orientação das actividades de I&D para a inovação, do financiamento da inovação, da protecção da propriedade industrial e do apoio às pequenas e médias empresas. No que respeita a uma melhor orientação da investigação para a inovação, a opinião geral é de que se devem melhorar as relações entre o meio da investigação e o da indústria, reforçando as capacidades de diálogo entre ambos e melhorando a compreensão dos investigadores em relação aos problemas do mundo dos negócios. A observação tecnológica é considerada importante, devendo coordenar-se as iniciativas nacionais e melhorar as trocas de informação, e não criar uma nova instituição comunitária. No que se refere ao esforço público de investigação, começa a esboçar-se um debate entre os detentores do financiamento da investigação pré-competitiva e o financiamento do processo de inovação global (até à fase de industrialização). De um modo geral, os grandes países consideram as task forces interessantes. No entanto, desejam que o seu funcionamento seja mais transparente e que os industriais possam participar mais activamente na sua definição. Por fim, é desejo de todos que os programas de investigação dêem mostras de mais rapidez na selecção dos projectos e simplifiquem os trâmites. Face à actual situação, parecem estar mal adaptados à quase totalidade das PME. No que diz respeito aos recursos humanos, recomenda-se maior mobilidade, designadamente entre a universidade e a indústria, bem como o reconhecimento de qualificações a nível europeu e maior consideração das questões ligadas à inovação, nos programas de ensino das escolas e universidades. A melhoria do financiamento da inovação suscitou muitos comentários, em particular sobre a necessidade de um mercado financeiro para as empresas inovadoras, à escala europeia, sobre o estabelecimento de relações entre tecnologia e financiamento, a criação de sistemas de garantia e a utilização dos sistemas fiscais para favorecer a inovação. Quanto ao enquadramento jurídico e regulamentar, os comentários incidiram sobretudo nos direitos de propriedade intelectual, considerados um instrumento dispendioso, de acesso complexo e desconhecido das empresas, bem como na necessidade de dispor de um estatuto de sociedade adaptado ao mercado único e abordável para as PME. Finalmente, um grande número de sugestões prende-se com o apoio directo às PME e com a infra-estrutura nacional ou regional de apoio a essas empresas. Estes aspectos são, muitas vezes, específicos dos diferentes Estados-membros, sendo difícil identificar um denominador comum. Podem, porém, detectar-se certas constantes, como a necessidade de facilitar a sua participação nos programas de investigação (nacionais e comunitários), de racionalizar e tornar mais clara a oferta de serviços, nomeadamente a oferta pública, e de não considerar apenas as PME de forma isolada, mas antes na sua relação com as grandes empresas, os clientes ou os fornecedores. 2 2. Por outro lado, alguns comentários dizem respeito aos temas que o Livro Verde não evocou ou que apenas abordou vagamente: Trata-se, por exemplo, da inovação no sector dos serviços (quando, afinal, este é o primeiro empregador, na Europa) e no sector público (pelo mesmo motivo). Por outro lado, “A inovação nos serviços é um domínio que tem sido largamente ignorado. A inovação no sector dos serviços tem um papel importante para provocar mudanças nas indústrias transformadoras” (Oslo). Algumas críticas aludem a que o Livro Verde acentua excessivamente os aspectos tecnológicos da inovação, negligenciando os factores sociais e ambientais. Alguns pensam, em particular, que a promoção das capacidades organizacionais das empresas são, em grande parte, ignoradas. “A DGB lamenta que o Livro Verde esteja demasiado orientado para a promoção da tecnologia e que pouco tenha em consideração as acções directas para promover as capacidades organizacionais das empresas, que são decisivas para a absorção de IDT”. Também os sindicatos (sobretudo os alemães) lamentam a falta de referência, nas propostas, às acções que se destinam à motivação e à participação dos empregados. A UEAPME menciona ainda que “É importante não esquecer que a inovação não diz respeito apenas ao desenvolvimento de novos produtos, mas é também organizacional e estrutural”. Considera-se, além disso, que a noção de inovação incremental (progressiva) é pouco abordada, sendo favorecida a inovação radical e a alta tecnologia (IRDAC). As grandes empresas são largamente citadas nas contribuições como geradoras de muitas inovações. É manifestada alguma admiração pelo facto de elas não serem mais mencionadas no Livro Verde. “As grandes organizações foram omitidas no debate, apesar de o seu esforço de I&D ser muito importante e de serem adaptadoras precoces da inovação oriunda de PME” (CEST). Por último, o cenário delineado pelo Livro Verde é, por vezes, entendido como sendo demasiado sombrio. Assim, a indústria farmacêutica é citada como o exemplo de um sector em que a Europa soube explorar muito bem, no domínio comercial, os seus conhecimentos tecnológicos. 3. Os principais argumentos adiantados nas diversas contribuições são apresentados a seguir, de acordo com os cinco grandes objectivos indicados no resumo do Livro Verde: · · · · · orientar melhor a investigação no sentido da inovação reforçar os recursos humanos consagrados à inovação melhorar as condições de financiamento da inovação criar um enquadramento jurídico e regulamentar propício à inovação desenvolver o papel e as modalidades de acção dos poderes públicos 1/ Dirigir melhor os esforços de investigação para a inovação É importante melhorar as relações entre a investigação, a universidade, em particular, e a indústria, na Europa. De um modo geral, é desejável uma melhor adaptação dos programas de investigação às necessidades da indústria. Algumas contribuições sublinham, porém, a necessidade de manter a investigação fundamental que não esteja directamente ligada às necessidades 3 imediatas do mercado. Essa adaptação pode ser o fruto de mais diálogo e mais coordenação entre os dois meios, nomeadamente para evitar uma concorrência nefasta na utilização dos recursos consagrados à investigação. Ela necessita igualmente da participação activa de intermediários como os centros colectivos de investigação, bem como de organização e apoio à transferência de tecnologia da universidade para a indústria. Uma das propostas da conferência de Paris consiste em reforçar, na investigação, a presença de engenheiros financeiros e gestores de projectos, com formação para estabelecerem relações com as empresas e acompanharem os projectos de investigação até à sua transferência industrial. A contribuição do CNPF menciona ainda que, ao nível francês, é necessário reavaliar os programas tecnológicos e os dos organismos de investigação, os quais, muitas vezes, se tornaram obsoletos sem, consequentemente, terem sido revistos. A inadaptação dos critérios de avaliação universitários é frequentemente evocada. Os critérios clássicos assentam nas publicações e não permitem considerar a aptidão dos investigadores para a mobilidade e para o intercâmbio com a indústria. “O actual sistema de avaliação dos investigadores públicos entrava a sua participação na indústria” (Madrid). Propõe-se uma reformulação destes critérios e, nomeadamente, a introdução, como critério positivo, da utilização dos resultados da investigação pelas empresas. Os princípios que regem actualmente a carreira dos investigadores são considerados fortes travões a esta colaboração. Com efeito, os investigadores têm, muitas vezes, uma carreira para toda a vida. “Seria necessário incentivar os contratos de duração determinada para os investigadores que trabalham nos institutos públicos de investigação, com possibilidade de incentivos fiscais para as empresas que os contratassem quando estivessem disponíveis no mercado de trabalho” (Milão). Poder-se-ia ainda sensibilizá-los e formá-los para o conhecimento do meio empresarial. Contudo, as organizações sindicais pensam que, pelo contrário, é conveniente assegurar perspectivas de carreira estáveis aos jovens investigadores, para lhes garantir a serenidade necessária à sua criatividade. Observação tecnológica e informação económica Os exercícios de prospectiva e de observação tecnológica realizados a nível nacional são por vezes considerados pelas empresas como meios de orientar as políticas tecnológicas e industriais dos Estados-membros, mais do que instrumentos úteis às empresas. “As iniciativas de observação tecnológica ou de “prospectiva tecnológica” apenas criam empregos na ciência prospectiva e não nas empresas” (UEAPME). Considera-se que a informação económica e técnica das empresas, particularmente das pequenas e médias empresas, é um problema que deve ser tratado separadamente. Todavia, entende-se que é necessária uma síntese. Efectivamente, os industriais participam nos exercícios de prospectiva tecnológica e os resultados desses exercícios fornecem, em parte, informação útil às empresas. Quanto à prospectiva tecnológica, é sublinhada a necessidade de explorar o que já foi realizado pelos Estados-membros com base nas suas competências específicas. A constituição de uma rede destas iniciativas é mais apoiada do que a realização de um novo exercício à escala europeia. “O modelo centralizado para a prospectiva tecnológica é arriscado” (Oslo). A utilização da observação tecnológica pelas PME parece insuficiente. Há quem exprima dúvidas sobre a necessidade de fornecer informações suplementares às empresas. A 4 conferência de Berlim salienta que “De um modo geral, as PME não têm necessidade de informação suplementar sobre a situação tecnológica. Nem as informações de que dispõem elas sabem já utilizar”. A esse nível, a distinção entre informação tecnológica e económica parece artificial. Seria necessário dar informações directamente utilizáveis pelas empresas, como sejam informações sobre os mercados, a concorrência e os domínios financeiro e jurídico. Um grande número de correspondentes indica que seria preferível sensibilizar as PME para a “inteligência económica”. O contexto pertinente para este tipo de acção parece ser o nível regional, em que se poderia organizar o intercâmbio de informações e de estudos entre empresas e em que poderiam intervir organismos de proximidade como as câmaras de comércio, os centros de ligação em inovação, etc. Esforço público Surgem diversos temas relacionados com a oportunidade de aumentar o esforço público em IDT, pondo-se particularmente em causa a distinção entre investigação pré-competitiva ou não, a consideração dos objectivos de coesão e a necessidade de focalizar melhor os esforços. Os participantes nas conferências alemã e britânica mostraram uma certa desconfiança quanto ao eventual aumento dos orçamentos destinados às actividades de I&D. Por um lado, estas actividades são vistas como um possível encargo suplementar para as empresas; por outro lado, um grande número de comentários questiona a existência de uma relação directa entre as despesas de I&D e os resultados em termos de inovação. A conferência de Birmingham considera que “A Europa não tem necessidade de mais investigação. Tem necessidade de investigação correctamente aplicada, eficaz e de elevada qualidade”. A consideração de objectivos de coesão nos programas de I&D é entendida como contraditória em relação ao objectivo de reforço da capacidade inovadora das empresas europeias, nomeadamente pelos participantes na conferência de Berlim. O BDI afirma, em especial, que “É tão nocivo utilizar fundos comunitários atribuídos à política de investigação para objectivos de coesão como bem fundamentado financiar I&D no quadro dos fundos estruturais”. Contudo, são consideradas necessárias as acções destinadas a reforçar a coesão. “É necessário favorecer a cooperação entre as regiões menos favorecidas e as mais desenvolvidas, garantindo, de todo o modo, que os benefícios dessa cooperação permanecem nas regiões menos favorecidas” (Madrid). Muitos intervenientes pensam que está aberto o debate sobre a oportunidade de financiamento para além da fase pré-competitiva e, nomeadamente, da fase de industrialização. Considera-se, por exemplo, que “o processo de inovação não termina com a realização de um protótipo. O apoio deve ser contínuo e incluir a entrada no mercado” (Berlim). A conferência de Madrid menciona a possibilidade de lançar um programa que possa financiar as primeiras aplicações de tecnologias específicas que já tenham provado a sua utilidade industrial. Existe porém, uma oposição clara por parte de algumas grandes empresas. “Aproximar do mercado as actividades de I&D financiadas por fundos públicos significa que tem de se escolher entre favorecer uma determinada empresa ou publicar informações sobre as últimas fases da investigação. Para ser realista, nem uma nem outra política pode ser apoiada” (SmithKline Beecham). 5 Por último, parece necessário, para alguns sectores (designadamente, para as indústrias eléctricas), que se compense a redução dos orçamentos públicos de I&D relacionados com a defesa. Task Forces As task forces costumam ser consideradas, nomeadamente nos grandes países, como um instrumento útil para concentrar recursos em domínios importantes. Todavia, recomenda-se que, para melhorar a transparência destes dispositivos, os industriais participem de forma mais eficaz, desde a fase de concepção, na selecção dos temas e na preparação do programa de trabalho. “O papel e o funcionamento das task forces deve ser aberto e ter em conta a consulta aos industriais e os resultados dos diversos exercícios nacionais de prospectiva” (CBI). Embora a participação das PME nas task forces se considere desejável, muitos comentários acentuam a incompatibilidade entre PME e task forces. Estas são vistas, sobretudo, como apresentando interesse para as grandes empresas, o que explica a reserva de alguns Estados-membros. “As task forces, conforme surgem no Livro Verde, não interessam a Portugal” (Lisboa). Finalmente, alguns grandes industriais inquietam-se com uma eventual tentativa, da parte da União Europeia, de coordenar os esforços de investigação industrial. Parece-lhes ser melhor solução reforçar a coerência dos programas comunitários. Programas de investigação É desejo de todos que estes programas dêem mostras de maior rapidez na selecção dos projectos e simplificação dos trâmites. Em especial, eles não parecem ser, frequentemente, bem adaptados às limitações das PME. Considera-se desproporcionado o custo de elaboração de um dossier. “Uma pequena empresa de ponta não pode ficar à espera do apoio comunitário - seis meses é uma eternidade” (Birmingham). Finalmente, a empresa tem necessidade de mais liberdade e flexibilidade na utilização dos fundos. A própria questão da participação das PME no programa-quadro é colocada, na medida em que apenas um pequeno número de entre elas é considerado capaz de dar um contributo real e, por isso, de ser admitido a participar nos programas específicos. Algumas propostas visam descentralizar o processo de decisão e criar organismos que estejam presentes no terreno. Um comentário menciona que “os projectos do tipo EUREKA, que estão próximos das preocupações dos industriais e próximos dos produtos, merecem ser reforçados” (Paris). Também se sugere que a participação nos programas específicos possa ser substituída por dispositivos de apoio indirecto mais flexíveis. Alguns comentários incidiram ainda nos trâmites de selecção dos projectos: - deveriam envolver maior número de peritos do meio industrial as qualificações técnicas deveriam ser critérios decisivos, com mais valor do que a participação de numerosos parceiros de diferentes Estados-membros os objectivos de desempenho deveriam ter em conta o retorno do investimento, em termos de investigação-desenvolvimento e de inovação 6 - a avaliação dos projectos deveria ter em conta, não só os planos da empresa, mas também os planos dos institutos de investigação que participam nos projectos. Por último, pretende-se que os programas tenham mais em consideração a noção de colaboração entre pequenas e grandes empresas e que seja possível subsidiar projectos definidos a partir de temas pré-estabelecidos. 2/ Reforçar os recursos humanos para a inovação Deve ser reforçada a mobilidade de pessoas entre a investigação, o sistema educativo e a indústria. Encontram-se aqui as preocupações já mencionadas quanto aos critérios de avaliação dos investigadores, que não os incentivam a participar em projectos industriais. Todas as conferências consideram muito importante que se facilite a integração de jovens diplomados nas empresas, nomeadamente nas PME. “A mobilidade dos investigadores e dos estudantes ao nível local, entre círculos académicos e industriais, pode ser uma forma interessante de melhorar o ensino e a formação, e também de incentivar o investimento e o espírito empresarial” (UNICE). Já existem programas a nível nacional (por exemplo, Teaching Company Scheme, no Reino Unido, CIFRE e CORTECHS, em França) que podem servir de exemplo para outros países membros. Poder-se-ia, por exemplo, contribuir para a integração de jovens doutorados através de um estágio pós-doutoramento em empresas, designadamente em PME. Alguns comentários, por vezes contraditórios, visam a adaptação dos programas (sobretudo dos programas comunitários) que favoreçam a mobilidade: - deveriam tornar-se mais flexíveis, para satisfazerem verdadeiramente as necessidades das empresas não deveriam implicar um limite de idade deveriam ser mais focalizados deveriam ser alargados e o seu financiamento reforçado Lamenta-se a falta de mobilidade interna para domínios de competências diferentes. Seria necessário valorizar as mudanças de currículo, favorecer a assistência à orientação profissional, ajudar os trabalhadores a gerirem a angústia criada pelas mudanças, desenvolver as actividades a tempo parcial, etc. Muitas são as sugestões para que os cursos das escolas ou universidades incluam disciplinas relacionados com a inovação. Em especial, deveria incluir-se a economia e a gestão na formação dos cientistas. Poderia dar-se maior importância à experimentação nos cursos científicos e técnicos. Os direitos de propriedade industrial deveriam ter uma presença mais forte nos cursos superiores e mesmo no ensino secundário, etc. A formação deveria ser adaptada a todos os níveis, quer para os futuros dirigentes, quer para os operacionais sem qualificações, que deverão estar aptos a enfrentar novas conceptualizações bem como adaptações técnicas frequentes. 7 Segundo alguns, a intervenção da Comissão deveria fazer-se no sentido do desenvolvimento de redes de agências nacionais competentes e não pela criação de um organismo suplementar. 3/ Melhorar as condições do financiamento da inovação O financiamento é claramente um tema de grande preocupação. Alguns comentários, no entanto, chamam a atenção para o facto de o financiamento continuar a ser um recurso como os outros e de não ser suficiente, por si só, para garantir a inovação. “Os problemas ligados à organização e às atitudes empresariais são mais importantes que os défices financeiros ou tecnológicos” (Berlim). A União Europeia é muito solicitada para facilitar a troca de experiências e de boas práticas, para adoptar medidas de harmonização ou para incentivar iniciativas de financiamento transnacional. Mercados A maior parte das conferências nacionais acolhe favoravelmente a criação de um mercado europeu (tipo NASDAQ), no qual possam estar cotadas acções de jovens sociedades em crescimento. Os planos para a criação desse mercado devem ser acelerados. “Não é uma solução satisfatória ser obrigado a encaminhar para o mercado americano as empresas cujo financiamento pelo capital de risco é um êxito; isso, evidentemente, terá repercussões muito importantes para a própria empresa, e pode ir até uma exigência de deslocalização” (BDI). Os mercados nacionais deste tipo devem internacionalizar-se. (Paris) Este tipo de mercados só acolhe as empresas mais dinâmicas, sendo necessárias outras soluções para facilitar a saída dos investidores (fundos de auxílio à transmissão de empresas, dispositivos que dêem aos investidores a recuperação da sua participação, mutualização dos riscos do tipo Fundos de Investimentos Abertos de risco, etc.). Tecnologia e financiamento Em geral, considera-se necessário que os estabelecimentos financeiros dêem mais atenção à inovação e à tecnologia. Para isso, sugere-se o lançamento de operações de investimento em tecnologia, por exemplo pelo estabelecimento de um banco especializado em tecnologia (Birmingham), pela criação de um sistema de certificação técnica ou de garantia/seguro (a nível comunitário, nacional ou regional) que poderia servir como primeira referência e atrair um financiamento externo, bem como pelo incentivo ao desenvolvimento de sistemas de technology rating, que permitam quantificar as possibilidades de sucesso industrial de um projecto técnico. “A União Europeia tem o dever de incentivar o intercâmbio de experiências neste domínio” (ANVAR). Garantias Estimular o apoio bancário às empresas inovadoras implica reduzir ao máximo o risco do banco. Em França, “o aumento das taxas de cobertura da SOFARIS deverá incentivar os bancos a um maior financiamento das PME inovadoras” (Paris). Neste contexto, é muito 8 desejado e acolhido com agrado o facto de o Fundo Europeu de Investimento fornecer garantias aos bancos (Dublim, Helsínquia, Milão, etc.). As sociedades de garantia mútua deveriam ser autorizadas, mediante uma directiva, a ter um rácio de capital mais favorável. “Os níveis de cobertura do risco exigidos pelo fornecimento de garantias por estas sociedades devem ser autorizados a aproximar-se dos níveis dos bancos” (Madrid). Fiscalidade Existe quase um consenso sobre a necessidade de um tratamento fiscal mais favorável do investidor, em sociedades ou projectos inovadores. Sugere-se a redução, ou mesmo a isenção, dos lucros de capital realizados sobre valores de inovação (nomeadamente, para os investidores individuais), a limitação do risco de perda para os accionistas de capital de risco (por exemplo, por um crédito de imposto correspondente a uma certa percentagem do seu investimento), a isenção de impostos para os benefícios cumulados, etc. Estas medidas fiscais poderiam ter como finalidade específica incentivar as fontes de capital dito “estacionado” (fundos de pensão, seguros de vida, poupança-ordenado) a orientarem-se para investimentos de risco. Por fim, várias sugestões vão no sentido de um melhor tratamento fiscal do investimento consentido pelas empresas a título da inovação, sobretudo no domínio da formação. Outras acções O capital de lançamento deve ser incentivado, por exemplo a partir do modelo das SBIC americanas, para lhe garantir um melhor rendimento. As diferentes iniciativas adoptadas neste domínio pelos Estados-membros devem ser estudadas e, se adequado, divulgadas. A EVCA (Associação Europeia de Capital de Risco) recomenda que o FEI invista directamente no capital das PME, por intermédio de fundos de capital de risco. Esta ideia é, em geral, bem recebida pelas conferências nacionais, embora seja difícil avaliar os custos e o impacto de uma acção deste tipo. “Não existem objecções quanto à possibilidade de existirem fundos de inovação. Todavia, verifica-se uma certa angústia por ver o dinheiro pura e simplesmente injectado de forma dispersa” (Zeist, NL). As condições regulamentares na União devem ser harmonizadas, a fim de que o capital não fuja para onde as condições forem mais favoráveis. 9 4/ Encorajar um enquadramento jurídico e regulamentar favorável à inovação Os direitos de propriedade intelectual e industrial suscitaram muitos comentários. Em geral, considera-se que a sua importância é subestimada. A carestia dos mecanismos para a obtenção de patentes e a necessidade de ter um sistema harmonizado na Europa são dois aspectos relativamente aos quais a maior parte das conferências nacionais considera que a situação actual não é satisfatória. Direitos de propriedade intelectual Uma grande parte dos comentários incide sobre as patentes. Considera-se a situação na Europa muito complexa. “Os decisores devem desenvolver uma abordagem integrada, para uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual em todos os domínios” (UNICE). Segundo a conferência de Birmingham, "uma patente que cubra todos os Estados-membros é uma prioridade evidente”. É necessário favorecer a entrada em vigor da patente comunitária. Os custos ligados às patentes, nomeadamente os custos de tradução, são considerados por todos demasiado elevados. Para tornar mais atraente uma futura patente comunitária, devem reduzir-se estes custos e o tempo de espera para a obtenção. A conferência de Atenas, em sintonia com muitos outros comentários, pede “uma redução do custo de registo e de protecção das patentes. O financiamento para I&D deve ser alargado aos custos de depósito de patentes para os produtos inovadores”. É sublinhada a importância do acesso à informação sobre patentes (rede de informação, bases de dados). Também parece desejável melhorar a imagem dos direitos de propriedade industrial, por exemplo, introduzindo cursos específicos nas universidades (ou mesmo no ensino secundário). “Nos Estados Unidos e no Japão, consideram-se as patentes e as marcas factores de melhoria da produtividade” (Madrid). Entende-se ser necessária e urgente a realização de esforços de harmonização nas novas tecnologias (nomeadamente, na biotecnologia e nas telecomunicações). Quanto à utilização de modelos de utilidade, parecem predominar as opiniões negativas. “A Comissão não deve encorajar a sua utilização ao nível nacional, nem procurar a sua utilização na União” (Birmingham). Defender direitos de propriedade intelectual, principalmente num país terceiro, é caro. Sugere-se a criação de um sistema de seguro para cobrir estas despesas, eventualmente apoiado por fundos públicos. “A introdução de um sistema de seguro contra o atentado aos direitos de propriedade intelectual, que poderia ser financiado/apoiado por fundos públicos” (Suécia). Simplificação administrativa Considera-se essencial a simplificação administrativa. Uma opinião muito generalizada é a de que a eliminação dos obstáculos administrativos é preferível à criação de novas estruturas para os ultrapassar. “É mais útil eliminar os diversos obstáculos administrativos do que criar mais estruturas novas para os ultrapassar” (UEAPME). A este respeito, a ANVAR menciona que “o balcão único mostrou ser uma má ideia”. 10 Direito das sociedades Todos os comentários vão no sentido da adopção de um estatuto da sociedade anónima europeia para ir além do conceito do AEIE. Porém, considera-se com frequência que este conceito é dificilmente aplicável às PME e que deveria existir um estatuto especial para estas. “É importante a rápida adopção do estatuto da sociedade anónima europeia, para facilitar a cooperação transfronteiras. A proposta de «pequena SA europeia» representa uma tentativa de introdução de uma solução comum” (DIHT). Concorrência A concorrência costuma ser vista como um dos motores da inovação. Alguns comentários solicitam, todavia, um certo aligeiramento dos regulamentos neste domínio, a exemplo da Associação Alemã de Câmaras de Comércio, a qual menciona que “certos progressos só são possíveis por uma associação de forças”. Alguns desses comentários apelam a uma redução dos encargos administrativos que pesam sobre as empresas, pela extensão do domínio de aplicação de regras uniformes quanto às fusões na Europa e pela harmonização do tratamento das filiais comuns estruturais. O BDI sublinha, por exemplo, que “A Comissão deve acelerar e simplificar os trâmites de autorização para os projectos de cooperação. A actual situação jurídica tende a desencorajar a cooperação devido aos procedimentos demasiado morosos e a uma falta de segurança jurídica. Além disso, o âmbito do controlo europeu das fusões deve ser aumentado por forma que as empresas deixem de ser obrigadas a notificar simultaneamente as filiais comuns a um grande número de administrações nacionais”. A Siemens exprime o mesmo parecer: “Um número cada vez maior de acordos de cooperação está sujeito ao controlo nacional sobre as fusões. Esta situação implica importantes despesas e esforços, para as empresas envolvidas, além de riscos. As fusões deveriam ser controladas, com base em critérios uniformes, pela Comissão". A Siemens menciona ainda que “O artigo 85º abrange igualmente todos os entraves à concorrência vertical, enquanto, ao abrigo da lei alemã da concorrência, apenas se aplica o princípio do abuso neste domínio... no que diz respeito às isenções por categoria das relações entre empresas (contratos de fornecedores e OEM)”. Outros comentários sugerem uma revisão do artigo 85º, “para que seja possível a cooperação entre concorrentes («Regra de razão» americana), salvo abuso ou contra-indicação” (Thomson Multimédia). Ou ainda: “O artigo 85º deve ser reformulado numa óptica de liberalização e de uma abordagem ampla e dinâmica dos mercados (IBM França)”. Avaliação do impacto da regulamentação sobre a inovação “Toda a regulamentação deve ser avaliada pela sua capacidade de promover ou inibir a inovação. Para isso, é importante que as empresas sejam associadas, o mais possível a montante, à elaboração dessa regulamentação, tanto ao nível local como a nível europeu” (CNPF). 11 5/ Adaptar o papel e as modalidades da acção pública para a inovação Embora este tema atraia grande número de comentários, por vezes é difícil vislumbrar um ponto de vista coerente, nomeadamente pela grande diversidade das situações nacionais. Contudo, é possível identificar alguns grandes temas de interesse. Apoio às PME Há muitas críticas ao sistema de classificação das PME por número de efectivos, considerado inadaptado para traduzir a diversidade dos problemas que as afectam. Muitas contribuições insistem também no facto de não se dever colocar a tónica apenas nas PME, por oposição às grandes empresas, mas de ter também em conta a totalidade da cadeia cliente-fornecedor, bem como os recursos tecnológicos das grandes empresas que não são utilizados. De um modo geral, os comentários convergem quando mencionam o facto de se dever incentivar projectos-piloto de internacionalização de PME. Por outro lado, “devem adoptar-se medidas de acompanhamento para permitir o acesso de PME seleccionadas aos mercados e à cooperação transnacional, com outras empresas ou com universidades ou centros de investigação de outros países” (Madrid). Infra-estrutura nacional ou regional de apoio Uma observação genérica é que os programas públicos de apoio podem parecer complicados para as PME, que têm dificuldades em percebê-los. As câmaras de comércio alemãs precisam que seria bem recebida a racionalização dos centros comunitários de informação, ao passo que o patronato britânico frisa que devem utilizar-se as iniciativas já em curso, em vez de lançar novas iniciativas. “Deve tentar encontrar-se o equilíbrio certo entre a proximidade e a proliferação de centros de ligação de informação, que causaria confusão e, em última análise, rejeição” (UNICE). A conferência francesa, por sua vez, menciona que se deve favorecer a criação de redes de apoio às PME e desbloquear os apoios públicos. De um modo mais geral, procura-se, na maioria dos países, promover uma abordagem global do problema das PME. As contribuições espanholas demonstram especial interesse pelo nível regional (frisando o facto de o Livro Verde não insistir o suficiente nos aspectos regionais) e pelo reforço do papel da administração local na inovação. Esta visão do problema é apoiada por vários outros contributos que mencionam o papel das entidades locais no apoio às PME. O domínio dos parques científicos é igualmente mencionado, várias vezes, como um domínio em que se verificaram sucessos e que conviria ter em consideração. Alguns outros contributos temperam este ponto de vista e sublinham, juntamente com o Land de Hesse, que “é importante reforçar a dimensão regional da inovação; todavia, a inovação regional não deve ser considerada como um remédio para todos os males ou como uma reacção à crescente globalização das economias.” Programas de investigação Surgem, neste contexto, vários comentários que já tinham sido emitidos a propósito do tema “Dirigir melhor os esforços de investigação para a inovação”, em particular a dificuldade que 12 as PME têm para participar nos programas de investigação. Perante estas dificuldades, a Daimler-Benz menciona que uma forma eficaz de estimular a participação das PME nos programas de investigação pode ser através da sua associação a grandes empresas. Outras medidas podem ser mais eficazes para as PME do que os programas de investigação: “para satisfazer as necessidades das PME no quadro do processo de inovação, são mais convenientes instrumentos de ordem geral, incentivos fiscais, projectos conjuntos de investigação industrial e utilização de resultados do que as quotas fixadas nos programas específicos” (BDI). Finalmente, a conferência de Madrid salienta que seria necessário “aumentar a transparência ao nível da apresentação das modalidades de auxílio público às empresas, para que se conheçam, desde o início, as etapas que a proposta deve seguir, os critérios de avaliação, os prazos de pagamento, etc.”. Sugere-se ainda que se tornem mais coerentes os formulários de candidatura e que se ajudem as empresas a dar resposta às exigências de administração. 13 Apêndice Lista das reacções individuais ao Livro Verde 14 Designação Acrónimo * aBaCus Partnership ABB Oy Académie des Sciences - Institut de France - Comité Applications de L'Académie des Action in Europe for Education, Invention, and Innovation Afonso Paulo Manuel (consultor) Agence Nationale pour l'Amélioration des Conditions de Travail Agence Nationale pour la Valorisation de la Recherche Agencia d'Avaluacio de Tecnologia Medica * Air France Air Liquide Akademie für Innovation, Unternehmensdesign und Politikgestaltung GmbH Akademie für Technikfolgenabschätzung * Allianz Lebensversicherung, AG Amerada Hess ltd Amsterdam Economisch en Sociaal Instituut * Amsterdam University * Amt der Kärtner Landesregierung Ann Christoph (professeur) Ansaldo * Arcadi - Réseau Association des Consultants ARGO - Plastic Packaging Materials - Plastics in Engeering ** Arovit Petfood Associação Portuguesa de Profissionais em Sociologia Industrial, das Org. e do Association "Industrialisation des Recherches sur les Procédés et les Appl.tions au Association des Grandes Entreprises Françaises Association Nationale de la Recherche Technique Association of European Radios Associazione Italia per la Ricerca * Associazione Tigullio Attiva + Promotigullio srl Atlantis Research Organisation Banca Nazionale del Lavoro Banca Sella BASF Bayerische Vereinsbank, AG Bayerisches Forchungszentrum für Wissensbasierte Systeme Becdelièvre Roland (Conseiller Général Le Mans) Bertelsmann, AG Bio Soft Bodilsen Holding ** Boehringer Ingelheim Bonn International Centre for Conversion * Bonnaure P. (expert) Bosch, GmbH Bouju André (consultant) British Ceramic Confederation British Technology Group British Telecom Bundesarbeitkammer in der Ständigen Vertretung Österreichs bei der EU Bundesverband der Deutschen Industrie Bureau of European Designers Associations Burmah Castrol Büro für Energie und Ökologie Management CARIPLO Casa de la Sabiduria SA Centre d'Etudes et Recherches Appliquées à la Gestion Centre de coopération internationale en recherche agronomique * Centre de Ressources et d'initiatives pour l'International (Ministère de l'éducation Centre européen d'entreprise et d'innovation Centre Européen des Entreprises à Participation Publique Centre for Exploitation of Science and Technology * ABB CADAS AEI ANACT ANVAR Die Denkfabrik ESI-VU ARGO APSIOT IREPA AGREF ANRT AER AIRI BNL BASF FORWISS BCC BTG BT BAK BDI BEDA CARIPLO CERAG CIRAD CR2i Promotech CEEP CEST País Reino Unido Finlândia França França Espanha França França Espanha França França Alemanha Alemanha Alemanha Reino Unido Países Baixos Países Baixos Áustria Alemanha Itália França Grécia Dinamarca Portugal França França França Bélgica Itália Itália Grécia Itália Itália Alemanha Alemanha Alemanha França Alemanha Dinamarca Dinamarca Alemanha Alemanha França Alemanha Suíça Reino Unido Reino Unido Reino Unido Áustria Alemanha Países Baixos Reino Unido Alemanha Itália Espanha França França França França Bélgica Reino Unido ETAN 500 maiores da Europa ** 15 Centre for Working Life Research & Dev.ment - Halmstad University Centre Technique des Industries Mécaniques Centro de Enlace del Mediterraneo - Innovation Relay Centre - CENEMES Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica * Centro de Robótica Inteligente Centro di Ricerca Fitotecnica Centro Promotor de Inovação e Negócios CERAME-UNIE Bureau de liaison des industries céramiques européennes Chambre de Commerce Américaine - The EU Committee Chambre de Commerce et d'Industrie de Paris Chambre économique autrichienne Chambre Régionale de Commerce et d'Industrie de Lorraine Chartered Society of Designers Chemical Industries Association Christeijk Nationaal Vakverbond Colas Colonia Assurance Commerzbank, AG Compagnie des Signaux Compagnie Nationale des Conseils en Propriété Industrielle Compania Espanola de Petroleos Computermac ** Confédération Européenne des Syndicats Confederation of British Industry Confindustria Conseil Européen de l'Industrie Chimique Conseil National du Patronat Français Consejo Superior de Investigaciones Cientificas Consiglio Nazionale delle Ricerche Construction Industry Council Construction Research and Innovation Strategy Panel Cornwall Innovation Centre, Ltd Corporacion Empresarial de Extremadura Cranfield International Ecotechnology Research Centre * Crédit Local de France CUV Progress Daimler Benz Danel Technology Consultant De Montgolfier Philippe (consultant) - Essor Europe Deutsche Aktionsgemeinschaft Bildung-Erfindung Innovationen Deutsche Ausgleichbank Deutsche Bahn Deutsche Bank, A.G Deutsche Erfinder Akademie Deutsche Telekom Deutscher Gewerkschftsbund - Bundesvorstand Deutscher Industrie und Handelstag Ejner Hessel ** Electrolux Empresa Nacional de Innovacion Sociedad Anonima Enemaerke & Petersen ** Ente per le Nuove Tecnologie, l'Energia e l'Ambiente Ernst & Young ** Esbjerg Oilfield Services ** Escuela Superior de Administration y Direccion de Empresas de la Universidad Ramon Espoirs Suscités par les Etudes et la Recherche Esso, AG ETAN * Etane S.A. Europabüro der Deutschen Kommunalen Selbsverwaltung Europe's 500 European Association of Aerospace Industries European Automative Initiative Group European Business and Innovation Centre Network European Confederation of Iron and Steel Industries CAU CETIM CENCAL UNINOVA CPIN CERAMI - UNIE CCI de Paris CCI de Lorraine CSD CIA CNV CS CNCPI CEPSA CES CBI CEFIC CNPF CSIC CNR CIC CRISP CUV Progress DABEI DB DGB DIHT ENISA ENEA ESADE Club Esper ETAN Europabüro Europe's 500 AECMA EAIG EBN Eurofer Suécia França Espanha Portugal Portugal Itália Portugal Bélgica Bélgica França Áustria França Reino Unido Reino Unido Países Baixos França Alemanha Alemanha França França Espanha Dinamarca Bélgica Reino Unido Itália Bélgica França Espanha Itália Reino Unido Reino Unido Reino Unido Espanha Reino Unido França Bulgária Alemanha França França Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Alemanha Dinamarca Bélgica Espanha Dinamarca Itália Dinamarca Dinamarca Espanha França Alemanha Bélgica Grécia Alemanha Dinamarca Bélgica Alemanha Bélgica Luxemburgo 16 European Council for Construction, Research, Development and Innovation European Council of Applied Sciences and Engineering European Economic Interest Group * European Federation of Equipment Leasing Company Associations European Federation of Technology & Innovation Consultants European Fundation for Entrepreneurship Research European Independent Steel Works Association European Industrial Research Managment Association European Institute of Social Studies * European Organisation for Research and Treatment of Cancer European Organisation for Technical Approvals European Public Telecommunications Network Operators Association European Telecommunication Professional Electronic Industry European Venture Capital Association Eurostat Fauconnier Jean-Marie, (architecte) Fédération Internationale des Conseils en Propriétés Industrielles Federation of European Cancer Societies Federation of Small Businesses - National Federation of self employed and small Federazione Italiana delle Casse Rurali e Artigiane FIAT Auto FIAT S.p.A. Finmeccanica Finnish Forest Industries Federation Forbitec Ford-Werke Fraunhofer - Patentstelle für die Deutsche Forschung Fraunhofer-Institut für Systemtechnik und Innovationsforschung * Fundacion Cotec para la innovacion tecnologica Fundacion para el Desarrollo de la Funcion Social de las Communicaciones Gaz de France General Electric Compagny Générale de Placement Banque GlaxoWellcome Plc GPV Industri ** Groupe Ecole de Hautes Etudes Commerciales du Nord Groupement Européen des Caisses d'Epargne Groupement Européen des Entreprises d'Electricité Halarose of Oxford Handelsblatt - Wirtschafts und Finanzzeitung Haour Georges (professeur ) Hellenic Republic - Ministry of Development Helsinki Inventors' Association Helsinki School of Economics Business Administration * Hessisches Ministerium des Innern & für Landwirtschaft, Forsten, Naturschutz Hoesch - Krupp, AG Huber Edelstahl Ib Andersen Industri ** IBM Deutschland Ideon Centre Industrie und Handelskammer zu Aachen Industry Research and Development Group * Infobrief * Innovation Relay Centre - North of England Innovatop Institut Catala de Tecnologia Institut Français du Pétrole * Institut National de Recherche Agronomique * Institute for Managment of Innovation and Technology Institute for Material Research - Universitair Centrum Limburgs Institute for Strategic Consumer Research * Institute of Professional Representatives before the European Patent Office Institution of Civil Ingeneers Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica do Minho Instituto Superior de Economia e Gestão ECCREDI EuroCase ZEUS Leaseurope EFTIC EFER EISA EIRMA EORTC EOTA ETNO ECTEL EVCA FICPI FECS FSB FIAT FIAT COTEC Fundesco G.P Banque EDHEC GECE Eurelectric HEKE IHK zu Aachen IRC North England ICT IFP INRA IMIT SWOKA EPI IDITE Minho CEDE Bélgica Bélgica Grécia Bélgica França Bélgica Bélgica França Itália Bélgica Bélgica Bélgica Reino Unido Bélgica Luxemburgo França Reino Unido Bélgica Reino Unido Itália Itália Itália Itália Finlândia Portugal Alemanha Alemanha Alemanha Espanha Espanha França Reino Unido França Reino Unido Dinamarca França Bélgica Bélgica Reino Unido Alemanha Suíça Grécia Finlândia Finlândia Alemanha Alemanha Alemanha Dinamarca Alemanha Suécia Alemanha Irlanda Luxemburgo Reino Unido Alemanha Espanha França França Suécia Bélgica Países Baixos França Reino Unido Portugal Portugal 17 Instituto Superior Técnico Instituut voor Maatschappelijke Innovatie Instrument, Measuring,Technique Servicing and Trading Company Limited Inter Primo International Federation of Science Editors Istituto di studi sulla ricerca e documentazione scientifica - Consiglio Nazionale delle Istituto Sperimentale per la Frutticoltura * Jular Importação e comércio de madeiras, Lda Kiel Institute of World Economics * Knight Peter (consultant) Koff ** Koninklijke Hoogovens Kovacs Ilona (professor) Kraft Malerwerkstätten Gmbh Kredietbank Kreditanstalt für Wiederaufbau Krog Iversen &Co ** Labbri Mirko (project manager) Lacave Michel et Del Castillo Jaime (consultants) Lahure Bernard (consultant) Lancashire Enterprises Lancaster Centre for the Study of Environmental Change * Landesbank Berlin Larsson John (consultant) Library and Information Commission Lloyds TSB Group LPE ID Databank (Lex Poot) Lyonnaise des Eaux Magneti Marelli Managment Construction and Engineering Marks & Spencer Maroushkina Maria (consultante) Medinova AB Merck KgaA Darmstadt Micrel Minister of Education of Lithuania Mission of the Republic of Hungary to the European Communities M.O.A. Développement Monte dei Paschi di Siena Mordchelles-Regnier G. (consultant) Morgan Bruce Sollicitors (avocats) Morin Jacques (consultant) Mulcahy Noel (professor) Multi-Poles * National Committe for Technological Development National School of Public Health * Nestlé Nethold Finance Nonhoff Dieter (consultant) North East Innovation Center Company, Ltd North Tyneside Council Nuclear Research Institute - Department of Nuclear Technology Nutek nv Bank Nederlandse Gemeenten Observatory on Agricultural Research Systems * Ole Flensted Holding ** Omega Generation Organisation de Copération et de Développement Economiques Österreichische Patentanwalt Kammer Otakon KY Otto Versand P. I. Holding ** Pateloup Monique (consultante) Patent-Och Registreringsverket Pechiney IST IMI MTA/MMSZ IFSE ISRDS - CNR ARTA LPE MACE * M.O.A. Nutek IBV BNG OCDE PRV Portugal Países Baixos Hungria Dinamarca Itália Itália Itália Portugal Alemanha Reino Unido Dinamarca Países Baixos Portugal Alemanha Bélgica Alemanha Dinamarca Itália Espanha França Reino Unido Reino Unido Alemanha Dinamarca Reino Unido Reino Unido Países Baixos França Itália Reino Unido Reino Unido Rússia Suécia Alemanha Grécia Lituânia Hungria França Itália França Reino Unido França Irlanda Luxemburgo Hungria Grécia Suíça Bélgica Alemanha Reino Unido Reino Unido Rep. Checa Suécia Países Baixos Itália Dinamarca Itália França Áustria Finlândia Alemanha Dinamarca França Suécia França 18 Pentacle PFI-Prüf- und Forschungsintitut fûr die Schuhherstellung * Plastre Robert (inventeur) Preussag AG Preussenelektra, AG Qazar 7 Rank Xerox Renault Repsol, S.A Research and Consultancy Services for Food, Land, and Environment RETI NET - University of Salford Reunanen Matti (consultant) Roma Ricerche RWE AG (Khunt Dietmar) Siemens AG Smithkline Beecham SNIA Ricerche Sociedad Estatal para el Desarollo del Diseño Industrial Société de Calcul Mathémathique Steelcon Chimney, Esbjerg ** Stephens David Huw (consultant) STOAS * Stokis Oil Stratégie et Mutation (consultants) Strategische Studien der Transformationsprozesse, Forschung und Beratung Studio Tempo, s.r.l Swedish Inventor Association Swiss Federal Institute of Technology at Zürich Swissair Tampere University of Technology Tech'Innove Exapnsion Technologie Beratung Technology Innovation Information TEKES - Teknologian Kehittamiskeskus Télédiffusion de France Telefonica The CIM Institute * The College of Management - Tel Aviv Thomson Multimedia Total Toy Manufacturers of Europe Trinity College - Dublin Unibus Rutertratïk ** Unilever Union des Assurances de Paris Union des Banques Suisses Union des Confédérations de l'Industrie et des Employeurs d'Europe Union Européenne de l'Artisanat et des Petites et des Moyennes Entreprises Union Française des Designers Industriels Union Internationale des Associations et organismes techniques Unioncamere Piemonte Unité de Formation et de Recherche en Science Sociales * Universidad Nacional de Education a Distancia * Universidade Aberta Universidade Autónoma de Lisboa Università degli Studi di Pavia, Dip.to di Elettronica, Prof. Franco Maloberti Università di Bologna * Université de Innsbruck Université de Lund Université de Vilnius University College Galway University of Hamburg University of Hamlstadt - Högslan Halmstadt University of Central England in Birmingham University of Göteborg * SAC Réti-net DDI SCM S&M ETHZ TII TEKES TDF TME UAP UBS UNICE UEAPME UFDI UATI CTESI ACLU UCG HH UCE França Alemanha França Alemanha Alemanha Reino Unido Reino Unido França Espanha Reino Unido Bélgica Finlândia Itália Alemanha Alemanha Bélgica Itália Espanha França Dinamarca Reino Unido Países Baixos Bélgica França Alemanha Itália Suécia Suíça Suíça Finlândia França Alemanha Luxemburgo Finlândia França Espanha Reino Unido Israel França França Bélgica Irlanda Dinamarca Países Baixos França Suíça Bélgica Bélgica França França Itália França Espanha Portugal Portugal Itália Itália Áustria Suécia Lituânia Irlanda Alemanha Suécia Reino Unido Suécia 19 University of Iceland, Scientific and Technical Information Services University of Sheffield (National Transputer Support Centre) University of Sussex, Science Policy Research Unit University of Sydney - Graduate School of Business University of Warwick * Usinor-Sacilor Veba, AG Verbindungsbüro des Landes Sachsen-Anhalt bei der Europäische Union Vew, AG (Ziegler Fritz) Victoria Holding Versicherung, AG Vienna Economics and BA University * Villa Real, Ltd Voest Alpine Stahl Linz Volkswagen * Volvo AB Vuman Technology Services * Welsh Development Agency Wenzel Joachim (avocat) Wilson Roger (consultant) Wirtschaftskammer Österreich Yorkshire and Humberside Regional Technology Network Zentrum Mechanisierung &Technologie NTSC SPRU GSB Sydney WRI WDA WKÖ RTN Islândia Reino Unido Reino Unido Austrália Reino Unido França Alemanha Bélgica Alemanha Alemanha Áustria Finlândia Áustria Alemanha Suécia Reino Unido Reino Unido Alemanha Reino Unido Áustria Reino Unido Alemanha 20 2.1-B - Reacção dos governos (Resumo elaborado pelos serviços da Comissão) REACÇÃO DO GOVERNO AUSTRÍACO AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo austríaco congratula-se com o Livro Verde sobre a inovação e acha positiva a utilização de uma ampla definição do conceito de inovação, que reconhece a importância não só de factores tecnológicos mas também de aspectos como a organização, a gestão, a participação, as qualificações e a cultura. A inovação é importante para a competitividade económica, para o emprego e para os problemas da sociedade. Segundo a perspectiva austríaca, deve dar-se maior destaque à inovação social, colocando-se a tónica na relação entre tecnologia, inovação e emprego. No entanto, as acções futuras devem ter em conta o trabalho competente realizado em termos de política de inovação e de emprego pelas diferentes organizações dos Estados-membros, bem como os estudos da OCDE. O debate provocado pelo Livro Verde nos Estados-membros é um processo que, na Áustria, será combinado com a finalização de um conceito de política tecnológica nacional. O governo austríaco congratula-se pelo facto de a inovação ter alcançado uma posição central na preparação de directrizes para o 5º programa-quadro e propõe que, a nível comunitário, o programa INNOVATION tenha um papel de chefia e de coordenação. Subsidiariedade O princípio da subsidiariedade deve ser o ponto de partida para todas as considerações relativas à educação, à fiscalidade, ao direito e a outras características institucionais. Deve ter-se o cuidado de não criar novos trâmites burocráticos para a realização das linhas de acção do Livro Verde. O princípio de orientação deve ser o pragmatismo e o reconhecimento do papel crucial desempenhado pelos agentes económicos, individualmente. Task Forces As task forces são consideradas úteis, embora se deva ter em atenção a contribuição financeira da União. Deve assegurar-se transparência e a participação dos Estados-membros na tomada de decisões. PME O papel da oferta deve ser mais bem adaptado às necessidades reais de transferência de tecnologia e de inovação das PME. Indicadores úteis nesta direcção seriam a noção de “inovação permanente”, melhor uso dos instrumentos das TI, aceitação da perspectiva de longo prazo, a partir da ideia da realização comercial, e adaptação dos programas de apoio neste sentido (O contributo do Grupo de Trabalho do CREST sobre PME pode influenciar positivamente os novos trabalhos sobre o Livro Verde). Orientação das actividades de I&D para a inovação O governo austríaco entende ainda que: • se deve atribuir à inovação uma prioridade elevada, em geral, no programa-quadro; • a inovação organizacional e estrutural é, pelo menos, tão importante como a exploração das invenções; • a Comissão deve organizar um prémio europeu de inovação e eventuais acções de relações públicas para promover a inovação entre as PME e junto do grande público. 22 O governo austríaco está céptico quanto ao papel de uma instituição centralizada de observação tecnológica. Recursos humanos para a inovação Em princípio, o governo apoia as propostas do Livro Verde relativas aos recursos humanos, designadamente: • importância do ensino de disciplinas tecnológicas nas escolas; • necessidade de melhores capacidades de comunicação e cooperação; • promoção de uma melhor imagem das disciplinas científicas e tecnológicas; • aprendizagem ao longo da vida; • maior atenção à gestão da inovação na educação; • melhoria da transferência de conhecimentos e inovação, através de uma maior mobilidade de estudantes, investigadores e técnicos/engenheiros. Melhores condições financeiras para a inovação Para o governo austríaco, deve fazer-se uma distinção entre business angels (principalmente, para as pequenas empresas), capital de risco (para as médias empresas) e EASDAQ (para empresas maiores). É necessário que os bancos desenvolvam uma cultura orientada para a inovação e o risco. De uma maneira mais geral, é necessária uma maior coerência e relacionamento, entre serviços diferentes, para a transferência de tecnologia, o financiamento, a gestão, a organização, a tecnologia, etc. Os instrumentos dos fundos estruturais podem ser mais eficazmente dirigidos para a inovação. Os benefícios fiscais são limitados por restrições nacionais em termos de orçamento e, em qualquer caso, estão sujeitos ao princípio da subsidiariedade. Criar um enquadramento favorável à inovação • É preferível reduzir as barreiras à inovação do que criar uma assistência ineficaz para as ultrapassar. • A criação de empresas e de projectos inovadores deve ser simplificada; é necessária uma melhoria geral da coordenação entre os níveis local, regional, nacional e comunitário. • É necessária uma cultura de (des)regulamentação que tenha em conta as necessidades e possibilidades dos empresários. • Não existe um uso estratégico de patentes, que se deve tornar um elemento da política de patentes a nível nacional e no Instituto Europeu de Patentes. • Recomendam-se a harmonização das taxas relativas às patentes e a aplicação de taxas mais baixas para as PME. • Deve promover-se melhor o uso de licenças como instrumento de marketing. 23 REACÇÃO DO GOVERNO DINAMARQUÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo dinamarquês recebe com agrado a iniciativa de atribuir um papel mais central à perspectiva da inovação nas políticas relativas à investigação e à indústria. O tema da inovação tem sido um tema permanente na Dinamarca. O contexto cultural, a inovação social e institucional, o respeito pela protecção dos recursos naturais e energéticos e o impacto da sociedade da informação fazem parte do contexto em que o governo dinamarquês recebe favoravelmente a análise de medidas concretas. Contudo, a seu ver, é necessário fazer melhor utilização de bases analíticas (estudos da OCDE e da UE, por exemplo) para mobilizar uma estratégia coerente de iniciativas de inovação. O governo dinamarquês concorda com os cinco objectivos gerais do Livro Verde, com algumas reservas: A política comunitária de I&D não deve ser confundida com objectivos restritos de política industrial. A melhoria do acesso ao financiamento deve ser vista, principalmente, como uma preocupação nacional. Em geral, as acções a nível comunitário devem respeitar o princípio da subsidiariedade e, por conseguinte, ser justificadas pela sua dimensão europeia, como, por exemplo, no caso das normas, dos DPI ou de actividades de I&D especialmente dispendiosas. No que se refere às linhas de acção do Livro Verde, chama-se a atenção para os seguintes aspectos específicos: A observação tecnológica tornar-se-á cada vez mais importante para os responsáveis pela tomada de decisões dos sectores público e privado. Os esforços comunitários devem visar o desenvolvimento da cooperação e da metodologia, nesta disciplina, entre os vários institutos nacionais. As áreas prioritárias para as actividades de I&D da UE devem ser definidas prestando mais atenção à procura. O ensino deve continuar a ser uma preocupação de cada um dos Estados-membros; no entanto, embora enraizado nas tradições culturais dos Estados, pode incorporar o reconhecimento europeu mútuo de qualificações e méritos. Embora concorde com as vantagens da mobilidade, considera-se que essas iniciativas não devem tornar-se obrigatórias. Salientando que o programa TMR (Formação e Mobilidade dos Investigadores) não alcançou uma dimensão suficientemente orientada para a indústria, essas iniciativas devem dispor de meios diferentes e realistas para satisfazer diferentes necessidades. É necessário dar especial atenção às barreiras administrativas e económicas que se colocam à participação das PME nos programas de IDT. Convém considerar a coordenação dos próprios instrumentos da Comissão, como é o caso dos centros de ligação e da iniciativa CRAFT. 24 Não devem ser introduzidos instrumentos fiscais a nível comunitário, sendo preferível uma maior transparência dos créditos à inovação e às empresas. O principal objectivo da política industrial do governo dinamarquês é incentivar a inovação nas empresas, especialmente nas PME, e a nível regional. As PME, que geralmente sofrem de falta de competências e de gestão, continuam a ser motivo de grande preocupação, sendo o reforço interno e a criação de redes e de “cachos” mencionados como aspectos-chave neste domínio. O governo dinamarquês gostaria de desenvolver uma maior experiência no sentido de desenvolver a “Inteligência Económica”. 25 REACÇÃO DO GOVERNO ALEMÃO AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo federal alemão saudou a publicação do Livro Verde da Comissão e comunicou que o “debate da inovação”, na Alemanha, se iniciou já há bastante tempo. A reacção alemã contém uma viva recomendação no sentido de que os problemas da inovação sejam geridos a nível regional e dos Estados-membros, para se conseguirem os melhores resultados. Salienta, além disso, a importância vital do intercâmbio de informação e de experiência entre os Estados-membros. Pensa-se que a Comissão poderia realizar a coordenação necessária para iniciar esse diálogo. Faz-se, ainda, especial referência às seguintes iniciativas alemãs, cuja experiência se julga poder ter valor para o debate europeu sobre a inovação: • O relatório Koopman debruça-se sobre a apresentação formal e a eficácia dos regulamentos • O programa INSTI (Innovationsstimulierung der Deutschen Wirtschaft durch wissenschaftlich-technische Information), cujo objectivo é ajudar a estimular a economia alemã através do fornecimento da informação científica/técnica necessária • A iniciativa de previsão tecnológica Delphi, que tem funcionado bem, a nível nacional. O sistema de educação de cada um dos Estados-membros é único, embora devesse ter estudos de base relativos a capacidades tecnológicas de informação e estudos jurídicos/comerciais. Deveria preparar quem tem capacidades e vontade para ter uma carreira individualizada. As actividades de observação tecnológica serão mais bem conseguidas, se forem executadas a nível nacional e se se fizerem comparações coordenadas pela Comunidade. Em última análise, as decisões sobre quais as tecnologias mais importantes são da responsabilidade de cada empresa. Não se recomenda, neste ponto, a realização de inquéritos regulares sobre a inovação nos Estados-membros. O governo alemão concorda com as questões respeitantes à propriedade intelectual e indica que as patentes são, com frequência, um factor essencial para a obtenção de financiamento. Sugere que, para demonstrar ao público o verdadeiro preço da usurpação dos direitos de uma patente, se apresente a estimativa dos custos sociais, isto é, da perda de lucros para a indústria e o desemprego daí resultante. Concorda, em princípio, com a Comunidade. No domínio da educação, propõe a ampla utilização de modelos de utilidade. Defende uma maior transparência entre Estados-membros no que diz respeito ao conteúdo dos cursos, em vez da concentração no reconhecimento mútuo do produto final, por exemplo das qualificações. Para aumentar a mobilidade dos investigadores e estudantes, sugere que os fundos estruturais da UE sejam utilizados para empregar licenciados ou pessoas com formação de nível secundário como assistentes de inovação. 26 A simplificação dos trâmites administrativos foi recebida com agrado, tendo sido sugerida a realização de um seminário com participação industrial, para um brain storming sobre a simplificação dos trâmites. Embora concorde com o conceito de que os esforços de investigação devem ser mais dirigidos para a inovação, julga que se deve ter cuidado para que isso não limite a criatividade ou baixe o nível científico básico, nomeadamente a nível comunitário. • O programa de I&D da UE deve centrar-se em determinadas áreas específicas de importância estratégica para o futuro da Europa; • As actividades de I&D da UE devem ser reservadas a projectos de maior dimensão e alto risco, que não possam ser realizados a nível nacional; • Os objectivos de cada programa de I&D devem ser claramente definidos, com uma tónica particular no seu impacto em áreas de importância estratégica; • Os fundos estruturais da UE devem ser dirigidos para meios inovadores; • Também há acordo quanto ao objectivo de cada Estado-membro aumentar as suas despesas de I&D para 3% do respectivo PIB. O governo alemão concorda que os benefícios da inovação devem ser reconhecidos, particularmente pelo grande público, e considera que as sugestões do Livro Verde não vão suficientemente longe. Sugere as seguintes acções: • mostrar ao público o impacto dos programas comunitários de I&D na vida quotidiana; • examinar a possibilidade de instituir um grupo de consultores de relações públicas para aplicar uma série de medidas práticas destinadas a promover uma imagem positiva da inovação, se possível utilizando métodos modernos de TI; • no futuro, estas medidas devem acompanhar os programas-quadro. 27 REACÇÃO DO GOVERNO ESPANHOL AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO Observações gerais O governo espanhol recebeu o Livro Verde com agrado. Aprova a abordagem horizontal e integrada deste documento e concorda com a necessidade de articular uma estratégia europeia para promover a inovação. Embora o governo espanhol esteja de acordo, de uma maneira geral, com a análise da situação na Europa, lamenta que o Livro Verde não explore completamente certas pistas do Livro Branco “Crescimento, Competitividade, Emprego”, como, por exemplo, o fosso económico entre as grandes empresas e as PME, a fractura social, etc. Particularmente, considera inadequado o tratamento deficiente dado à inovação enquanto base de uma coesão tecnológica, social e económica a longo prazo. O Livro Verde limita-se a abordar os principais obstáculos e desafios à inovação, sem propor um quadro apropriado para promover a inovação na UE. Por último, deve dar-se maior atenção às iniciativas destinadas a promover a transferência de tecnologia entre regiões e sectores (tradicionais), para reforçar a competitividade das PME. Comentários específicos 1. Sugestão de acção 1: Desenvolver a observação e a prospectiva tecnológicas O papel previsto para o Instituto de Prospectiva Tecnológica (IPT) deve ter um âmbito mais vasto. 2. Sugestão de acção 2: Orientar melhor a investigação para a inovação • • • Os comités dos programas devem ocupar-se das actividades das task forces Participação precoce das PME nas actividades de I&D, e não só na aplicação dos resultados Nos parâmetros de controlo e avaliação dos programas de investigação, devem ser incluídas a coesão social e económica e a melhoria das condições de vida. 3. Sugestão de acção 4: Favorecer a mobilidade dos estudantes e dos investigadores Devem conceber-se acções para atrair (e fixar) recursos humanos especializados nas regiões desfavorecidas. 4. Sugestão de acção 5: Facilitar a sensibilização para as vantagens da inovação Deve ser usada a comunicação social tradicional (televisão, rádio, imprensa) para promover a sensibilização do público neste sector. 5. Sugestão de acção 7: Instaurar uma fiscalidade favorável à inovação No contexto da redução do défice público, deve ser obrigatória uma análise rigorosa a posteriori do custo orçamental de novas iniciativas. 6. Sugestão de acção 8: Promover a propriedade intelectual 28 Os centros de investigação (públicos e privados) devem também beneficiar das políticas de promoção. 7. Sugestão de acção 9: Simplificar as formalidades administrativas Os pontos de vista da Comissão são inteiramente partilhados. 8. Sugestão de acção 12: Incentivar a inovação nas empresas, particularmente, nas PME, e reforçar a dimensão regional da inovação Devem ser reforçados a cooperação inter-regional necessária e o papel de coordenação das administrações nacionais. 9. Sugestão de acção 13: Renovar a acção pública a favor da inovação Devem igualmente incentivar-se os instrumentos de apoio público directo. A terminar, as políticas de inovação devem ser tratadas a nível de chefes de Estado/governos, que constituem os fóruns políticos adequados para incorporar os problemas da inovação nas agendas dos Conselhos de Ministros. 29 REACÇÃO DO GOVERNO FINLANDÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo finlandês congratulou-se com o Livro Verde sobre a inovação e pretende partilhar a experiência que adquiriu ao nível dos Estados-membros da Comunidade, bem como participar activamente nas actividades de acompanhamento ligadas a esta publicação. As iniciativas actualmente em curso na Finlândia, que em seguida se apresentam, têm tido um êxito muito particular e podem ser interessantes para os outros Estados-membros. (i) Após a sua introdução, o Programa Director Nacional de Alta Tecnologia foi testado com resultados promissores. Um grupo de industriais experientes classifica as PME interessadas e emite um “Certificado europeu de capital de risco” que facilita os contactos com os investidores. Esta acção foi preparada em colaboração com a Comissão. (ii) O Kera (Fundo de Desenvolvimento Regional) introduziu recentemente um mecanismo de financiamento público de pequenos empréstimos rápidos (inferiores a 20.000 ecus), com requisitos de segurança muito baixos para as novas empresas, o qual foi muito bem recebido pelas PME. O governo finlandês apoia o aumento rápido das despesas de I&D. A Europa não pode competir com o Japão e os EUA enquanto essas despesas não atingirem cerca de 3% do PIB. Para possibilitar um desenvolvimento favorável da política europeia de inovação e promover a competitividade industrial da Europa, as despesas de I&D devem aumentar, tanto a nível nacional como a nível europeu. As ideias de melhoria de processos europeus de inovação devem ser incorporadas no quinto programa de trabalho finlandês, para garantir o seu impacto na competitividade europeia. Há necessidade de assistência externa para avaliar a inovação, para proceder a estudos de mercado e para solucionar outros problemas para os quais as PME não possuam suficiente competência. Apoia a criação do EASDAQ e sugere que se experimente a avaliação tecnológica a nível europeu e se divulguem os conhecimentos daí resultantes. Recomenda ainda que os bancos desenvolvam capacidades e conhecimentos sobre as tecnologias e os problemas específicos do financiamento com que se defrontam as empresas de base tecnológica. O TEKES vai começar a usar um novo mecanismo de financiamento, denominado empréstimo participativo. Este empréstimo é calculado como o capital líquido próprio da empresa, melhorando, assim, o balanço da mesma. A utilização dos fundos de desenvolvimento regional deve ser orientada para os projectos de I&D a nível nacional. Não apoia o papel de observação tecnológica do IPT e preferiria a utilização dos actuais sistemas nacionais e a troca de experiências. A inovação na indústria dos serviços deve ser encorajada. Os sistemas de financiamento da inovação devem abranger o sector dos serviços e tratá-lo ao mesmo nível que a indústria, já que a sua incidência no emprego é, pelo menos, de igual importância. A nível comunitário, devem ser tratados os seguintes elementos da inovação: (i) preparação de normas comuns, directivas e acordos globais, 30 (ii) mecanismos e fóruns de cooperação que ajudem os Estados-membros e as suas empresas a aprenderem com a experiência mútua, (iii) projectos demasiado amplos ou dispendiosos, que um único país não pode realizar sozinho, (iv) novos elementos legislativos e regulamentares comuns (p.ex., o estatuto da empresa europeia), (v) coordenação de actividades da política comunitária de inovação com outras medidas da União (p.ex., fundos estruturais, política industrial). 31 REACÇÃO DO GOVERNO FRANCÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O Livro Verde sobre a inovação contribui de forma útil para um debate público e sem dogmatismo acerca do importante tema que é a inovação. Inovação e subsidiariedade A inovação é um bom exemplo a que a subsidiariedade se aplica com mais clareza (inovar é, antes de mais, uma responsabilidade das empresas e dos empresários, visto que são eles e não a administração pública quem tem as boas ideias). A intervenção da União na inovação justifica-se principalmente para as empresas presentes nos mercados europeus e mundiais. O acesso das PME aos programas europeus deve ser melhorado. Análise do Livro Verde Para melhorar o financiamento privado da inovação nas PME, a França adoptou medidas de apoio ao capital de risco, como a criação do Nouveau Marché (1996). Estão a decorrer estudos sobre reformas fiscais orientadas para as empresas inovadoras e sobre um incentivo para que os fundos de pensão, uma vez criados, dediquem uma parte dos seus investimentos à inovação. A França recorda que é favorável à instituição de uma patente comunitária (ratificou o acordo sobre a patente comunitária, em 1992). A simplificação das formalidades administrativas continua a ser da competência dos Estados-membros. A análise da Comissão sobre a insuficiência do esforço de investigação é pessimista. Em França, notam-se importantes esforços financeiros a favor da investigação, tanto a nível nacional, como comunitário. O governo francês considera que a investigação fundamental deve ser apoiada pelo Estado, garantindo, inter alia, a ligação da investigação fundamental à criação de novos produtos. Lamenta ainda que o Livro Verde não mencione a enxameação e a participação dos investigadores nos lucros das empresas. Sugestões de acção do Livro Verde A França constata que o Livro Verde não apresenta propostas concretas e acções práticas a lançar, eventualmente, pela Comissão. O Livro Verde fala pouco do programa-quadro de I&D e é deplorável que se note uma separação demasiado marcada entre a acção 3 “difusão e valorização dos resultados” e a acção 1 “realização” dos programas de investigação. No 5º programa-quadro, é desejável uma melhor coordenação entre estas duas acções. A França reclama ainda maior clareza nos objectivos do programa-quadro: deve apoiar a nossa competitividade científica e tecnológica e não pode desempenhar, simultaneamente, um papel específico de coesão (que é mais da responsabilidade do FEDER). Apoia a excelente iniciativa das task forces. 32 É mais reservada no que toca ao aparecimento de novos observatórios, como o “Observatório europeu da inovação e do desenvolvimento rural” ou o “Observatório europeu das práticas inovadoras de formação profissional”. O reforço do Instituto de Sevilha não é uma prioridade. Pelo contrário, a França sugere que se aproveitem melhor os esforços de prospectiva dos Estados-membros, como o Technology Foresight britânico ou as 100 technologies-clés francesas. É favorável à ideia de que a União tenha um papel de coordenação e possa assegurar a coerência das intervenções públicas e dos esforços privados, para apoiar, no programa-quadro, a investigação industrial, cujo financiamento é feito pela Comissão e por industriais ou laboratórios públicos. A Comissão pode, por este meio, dar uma dimensão realmente importante à investigação fundamental e favorecer o desenvolvimento das tecnologias essenciais. 33 REACÇÃO DO GOVERNO IRLANDÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo irlandês recebeu com agrado o Livro Verde sobre a inovação e concordou, em princípio, com a essência do seu conteúdo. As seguintes observações ilustram o ponto de vista do governo irlandês em relação aos temas específicos: (i) A capacidade dos Estados-membros para realizar extensos exercícios de observação tecnológica tem limites. Por isso, seria vantajoso se essa actividade pudesse ser executada a nível da UE, com um enfoque na “orientação para a tecnologia”. (ii) As task forces, conforme são actualmente apresentadas, só poderão estimular a inovação em alguns sectores ou países. Sugere-se que o método para as seleccionar reflicta as necessidades de todos os Estados-membros. (iii) A importância dada às PME no Livro Verde sobre a inovação é vista com bons olhos e o governo irlandês, quando assumiu a presidência da União, criou um grupo de trabalho do CREST, para estudar formas de incentivar uma maior participação das PME nos programas de investigação da UE. Embora algumas sugestões de acção possam igualmente facilitar a melhoria de condições para as PME, frisou-se a necessidade de uma política mais intervencionista para passar as ideias e os conhecimentos dos institutos de investigação à fase comercial. Foram mencionadas como exemplos algumas políticas actuais da Finlândia e de Israel. (iv) A percepção de ciência, tecnologia e inovação deve ser melhorada entre os responsáveis pela tomada de decisões, a indústria e o público. Todo o conceito de aprendizagem deve estar presente no processo de inovação. Considera-se a noção de formação demasiado específica para se conseguir uma evolução de mentalidades. (v) Os incentivos financeiros foram considerados da máxima importância, tendo sido bem recebidas as propostas relativas ao estabelecimento do EASDAQ, às garantias bancárias a favor das PME inovadoras pelo FEI e à criação de fundos multinacionais de capital de lançamento. (vi) Foi destacada a importância da transferência de tecnologia e sugeriu-se a adopção de um conjunto de medidas específico, para sublinhar que a absorção de tecnologia, independentemente da sua criação dentro ou fora da Europa, pode muitas vezes ser uma solução mais adequada para as empresas do que a I&D interna. (vii) A análise do STIAC (Science, Technology and Innovation Advisory Council) sublinhou a importância das ligações e das redes, em especial para superar as desvantagens da pequena escala. 34 REACÇÃO DO GOVERNO ITALIANO AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo italiano congratulou-se com o Livro Verde sobre a inovação e concordou com a sua conclusão e com as acções que ele propõe. Considera que o Livro Verde e a conferência de síntese, realizada em Roma (30.5.1996) constituíram oportunidades úteis de sensibilização para os diversos aspectos relativos à inovação na Europa. O governo italiano concorda que os investimentos em ciência e tecnologia devem ser feitos de acordo com as necessidades da sociedade e/ou da indústria. Sugere que, além dos obstáculos à inovação considerados neste documento, as acções futuras devem ter em conta os obstáculos sectoriais à inovação relacionados com a indústria específica em causa (p.ex., indústria de montagem, produção integrada, indústrias em fase de maturidade, etc.). Sugere ainda que se preste especial atenção ao incentivo da protecção dos recursos intelectuais da UE. 35 REACÇÃO DO GOVERNO NORUEGUÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo norueguês recebeu favoravelmente esta iniciativa para aumentar a capacidade de inovação da Europa. Os seguintes pontos denotam o seu ponto de vista quanto aos factores essenciais que ressaltam do debate. (i) Os esforços de observação tecnológica devem ser coordenados de forma mais eficaz e o trabalho de institutos como o IPT deve ser amplamente divulgado. (ii) É necessário intensificar os trabalhos no domínio dos inquéritos estatísticos à inovação, trabalhos esses que devem ser mais coordenados com o trabalho da OCDE. (iii) A Comunidade deve ter um papel importante no desenvolvimento de novos sistemas de reconhecimento de capacidades, que sejam mais transparentes. (iv) Foi recebida com agrado a proposta de criação de um mercado europeu de capitais, o EASDAQ. (v) O governo norueguês mostra-se preocupado com o facto de as empresas europeias deslocarem as suas actividades de I&D para fora da Europa, devido à existência de uma legislação inibidora, como acontece com o direito da propriedade intelectual. Outras iniciativas neste domínio devem ser estreitamente associadas às iniciativas da OCDE e da OMC e coordenadas entre os níveis nacional e comunitário. (vi) Deve acentuar-se a troca de experiências no que diz respeito às condições regionais para a inovação. O governo norueguês chama a atenção para o facto de as capacidades de análise e identificação da “inteligência económica” serem difíceis de obter e necessitarem de ser reforçadas. Sublinha ainda que uma política europeia de inovação para o século XXI deve incluir uma análise mais profunda da capacidade inovadora do sector dos serviços. 36 REACÇÃO DO GOVERNO PORTUGUÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO 1. Política de inovação A formulação do “paradoxo europeu” está ligada a uma visão linear e ultrapassada do fenómeno da inovação. As políticas de I&D e uma eventual política comunitária de inovação não podem solucionar as lacunas das políticas industriais e das políticas empresariais, nem resolver problemas importantes, como a divulgação e a demonstração, que têm importância primordial para as PME. Para Portugal, a transferência de recursos dos programas de I&D para uma política da inovação não tem viabilidade política nem económica. 2. Crescimento e emprego - Inovação social e organizacional Portugal considera que o Livro Verde só aborda de uma forma muito limitada o problema da relação entre inovação, crescimento e emprego. Não são as tecnologias que podem resolver os problemas das organizações, ou que criam novas oportunidades para as empresas, mas a sua aplicação de forma inovadora, inclusive as novas formas de inovação social e organizacional. Nesta matéria, Portugal deseja igualmente a realização de acções relacionadas com o urbanismo e a revitalização do espaço rural, o ensino e a formação, a saúde e os problemas da terceira idade. 3. Financiamento Portugal considera que se deve prever a criação de um quadro favorável ao funcionamento de um mercado financeiro europeu, favorecendo a criação de sociedades europeias de capital de risco para financiar as empresas que oferecem produtos e serviços inovadores. Paralelamente, faz notar que concorda com a criação de um mercado do tipo EASDAQ. 4. Fiscalidade Para poder criar um sistema de incentivos fiscais coerente com os sistemas nacionais de auxílio directo, Portugal sugere que se actue ao nível da harmonização fiscal, por motivos de concorrência, tendo em conta a crescente homogeneidade dos regulamentos e das condições de investimento no mercado único. 5. Redes transnacionais entre empresas Portugal chama a atenção para a falta de incentivos e apoio comunitários (em particular às PME), que permitam a participação de empresas dos países menos avançados nos projectos transnacionais de custos repartidos que envolvem grandes empresas e PME. Consequentemente, mostra-se necessário promover, junto das PME, o conhecimento dos mercados europeus e das modalidades de acesso aos fundos comunitários de I&D, bem como desenvolver redes de cooperação. 6. Task forces As intenções louváveis de coordenação e articulação entre os diferentes programas que justificam a criação de task forces sofreram uma falta de transparência nos respectivos processos de selecção e de financiamento, gerando, desse modo, uma confusão no início do debate sobre o 5º programa-quadro. Todavia, Portugal é favorável às task forces para a intermodalidade dos transportes, os transportes marítimos e o software educativo multimédia. 37 REACÇÃO DO GOVERNO NEERLANDÊS AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo neerlandês concorda plenamente com os principais pontos esboçados no Livro Verde sobre a inovação. Estudos recentes realizados nos Países Baixos deram a este país experiência em quase todas as sugestões de acção descritas no Livro Verde. Ciente do princípio da subsidiariedade, o governo neerlandês julga que só se deve considerar a realização de actividades a nível comunitário se um projecto transcender a dimensão nacional ou se resultar directamente de políticas ou regulamentos comunitários. Os pontos que se seguem ilustram a opinião do governo neerlandês em áreas-chave de actuação: (I) Faz uma advertência contra a utilização de fundos europeus como capital de investimento (ii) Acolhe favoravelmente a formação do EASDAQ, desde que esse tipo de intercâmbio seja deixado ao critério do mercado (iii) Adverte contra prémios ou certificados europeus, enquanto o valor de tais iniciativas comunitárias não for mais claro (iv) Aprova os aspectos essenciais referentes à formação contínua e sublinha a necessidade de estabelecer métodos de reconhecimento mútuo da formação e das qualificações obtidas em todos os Estados-membros. O governo neerlandês chama a atenção para a inclusão de questões de natureza geral, por exemplo, custos administrativos, legislação do trabalho ou sobre patentes, etc., que são frequentemente tratadas em fóruns consultivos regulares diferentes, especificamente criados para cada uma dessas finalidades. É imperativo que a inovação seja incluída nos programas de trabalhos desses fóruns. 38 REACÇÃO DO GOVERNO SUECO AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O governo sueco ficou preocupado com a abordagem muito técnica apresentada relativamente à inovação e sublinha que a inovação influencia todos os aspectos da vida. Salienta, particularmente, o papel das escolas na criatividade dos indivíduos e indica que o trabalho da OCDE pode ter interesse neste domínio. Julga que todas as sugestões de acção estão orientadas no sentido de melhorar o desempenho económico pela inovação e, embora isso seja recomendável, há necessidades da sociedade a satisfazer que exigirão igualmente actuações muito inovadoras, por exemplo, os cuidados a prestar ao crescente número de idosos na população. Considera ainda que a inovação organizacional não foi abordada. O parecer do governo sueco acerca do Livro Verde sobre a inovação é ilustrado pelos seguinte pontos específicos: O papel da Comissão na melhoria da inovação europeia deve limitar-se às actividades que não possam ser realizadas a nível nacional. Uma área importante é a coordenação da transferência e do intercâmbio de experiências e de conhecimentos entre Estados-membros. O conteúdo das treze sugestões de acção não apresenta nada de novo. São acções experimentadas e testadas há bastante tempo, não tendo, muitas vezes, dado um contributo significativo para a inovação. Receia que a ratificação da convenção sobre a patente europeia não seja uma abordagem muito positiva. Recomenda que os trabalhos relativos à inovação, encetados pela OCDE, funcionem como ponto de convergência para quaisquer actividades de inovação que a Comissão venha a realizar. 39 REACÇÃO DO GOVERNO BRITÂNICO AO LIVRO VERDE SOBRE A INOVAÇÃO O Reino Unido acolhe favoravelmente a iniciativa da Comissão no sentido de preparar e publicar o Livro Verde. Congratula-se, particularmente, com o reconhecimento da necessidade de partir das experiências de sucesso de cada região e país, para difundir as melhores práticas na Europa. Além disso, o Reino Unido concorda que se coloque a tónica na necessidade de se aprender com os outros, pelo intercâmbio das melhores práticas, em vez de todos os Estados-membros fazerem necessariamente o mesmo. Especialmente a nível comunitário, o Reino Unido saúda e apoia a atitude da Comissão ao abordar a desregulamentação, a simplificação das formalidades e dos concursos, assim como o recurso a contratantes privados e à descentralização. É possível aumentar a eficácia das actuais medidas e iniciativas da Comunidade e melhorar a coordenação entre as actividades da UE. Orientar melhor a investigação para a inovação Os mecanismos que ligam a investigação de base e a inovação são essenciais. Contudo, pouca atenção tem sido dada à inovação progressiva que é particularmente importante para a inovação nas PME. O Reino Unido é inteiramente a favor da cooperação eficaz entre programas e considera que as task forces são adequadas para o reconhecimento de áreas úteis de cooperação. Contudo, o funcionamento da primeira série de task forces deu motivo a algumas preocupações. O Reino Unido acolhe favoravelmente a proposta de inclusão, nos processos de controlo e avaliação do quarto programa-quadro, de uma avaliação do impacto da inovação. Além disso, concorda com a necessidade de ter em conta os factores da inovação no quinto programa-quadro, mas considera que não é clara a forma como a Comissão pretende agir nesse sentido. Não há necessidade de um novo programa comunitário de informação. A possibilidade de valor acrescentado através da observação e da prospectiva tecnológicas, a nível comunitário, é relativamente limitada. Reforço dos recursos humanos para a inovação As recomendações são pertinentes. No entanto, os Estados-membros terão um leque de prioridades e de abordagens diferentes no que diz respeito à melhoria dos seus sistemas de formação. Os poderes públicos, a nível nacional ou comunitário, não são quem se encontra mais bem colocado para identificar as competências e qualificações de que as empresas têm necessidade. Não há justificação para criar uma nova instituição que duplicaria o trabalho já realizado. Não há motivo para aumentar o financiamento da TMR (Formação e Mobilidade dos Investigadores), nem se justifica o lançamento de novas iniciativas. 40 Melhoria das condições de financiamento da inovação Os mecanismos propostos devem ser desenvolvidos no sector privado. A experiência mostra que a falta de acesso ao financiamento raramente constitui um obstáculo importante à inovação, embora seja frequentemente usada como desculpa. Todavia, não se apresenta qualquer objecção às propostas de que o FEI possa investir no capital social de empresas. As questões fiscais constituem, acima de tudo, um assunto da competência dos Estados-membros a nível nacional, no âmbito do princípio da subsidiariedade. Criar um enquadramento jurídico e legislativo favorável à inovação Apoiam-se os esforços dos fóruns internacionais no sentido da harmonização, se as medidas daí resultantes forem susceptíveis de melhorar o enquadramento comercial e/ou de aumentar a eficácia ou reduzir os custos do sistema de DPI. O Reino Unido apoia a promoção de serviços de informação sobre patentes como método de observação tecnológica. Apoia também inteiramente a simplificação dos trâmites administrativos a nível comunitário. Não se opõe, em princípio, a um estatuto de sociedade europeia. Contudo, não se justifica uma forma de estatuto de sociedade europeia ou de AEIE diferente, no que diz respeito às pequenas empresas ou às empresas inovadoras. O controlo dos auxílios estatais deve ser uma prioridade importante para a Comissão. Em princípio, o Reino Unido apoia plenamente os esforços da Comissão para limitar os níveis dos auxílios estatais a grandes produtos de investimento. Acolhe ainda favoravelmente, e apoia inteiramente, a proposta da Comissão no sentido de continuar a ter regras de concorrência que facilitem a transferência de tecnologia. Adaptar o papel e as modalidades da acção pública a favor da inovação O Reino Unido apoia o objectivo de promover a cooperação entre empresas e reforçar os agrupamentos. Considera importante que se incentive uma abordagem internacional entre as empresas. Os programas-quadro não devem ser usados para apoiar acções regionais, as quais podem tirar melhor partido da utilização dos fundos estruturais. Deve proceder-se a uma avaliação apropriada do investimento comunitário, nacional e regional na inovação. As iniciativas regionais e nacionais devem ser avaliadas pelos Estados-membros. O Reino Unido é a favor da acção da Comissão no sentido de facilitar a troca das melhores práticas entre regiões e países. 41 2.1-C - Reacção das Instituições: (Resumo elaborado pelos serviços da Comissão) 1. Parlamento 2. Comité Económico e Social 3. Comité das Regiões 42 1. Comentários do Parlamento Europeu O Parlamento Europeu recebeu com agrado o Livro Verde e as suas sugestões de acção, mostrando-se interessado na obtenção de resultados mensuráveis. Numa resolução de 35 pontos, o Parlamento solicita, inter alia: Divulgação e exploração dos resultados de IDT • • • • • • Melhor divulgação do saber-fazer técnico, inclusive maior apoio ao programa “Innovation” e ao programa de incentivo à formação e à mobilidade dos trabalhadores. Uma nova task force para promover a divulgação e a exploração de IDT. Enfoque na investigação interdisciplinar, orientada para aplicações e por redes, ou na investigação que abranja as indústrias actualmente demasiado pequenas para se autofinanciarem em matéria de investigação. Maior utilização das tecnologias da informação, devendo, para isso, existir acesso à Internet em todas as escolas. Fixação de prioridades com base num melhor conhecimento do processo da inovação, fundado em indicadores de inovação quantitativos. Análise permanente das melhores práticas nacionais de incentivo à inovação nos Estados-membros. Acompanhamento das actividades de IDT • • Maior cooperação entre as políticas de investigação nacionais e da UE. O Instituto de Prospectiva Tecnológica do Centro Comum de Investigação deve ter um papel importante no desenvolvimento de redes entre os centros com actividades do mesmo tipo. Considerações económicas e financeiras • • • Os Estados-membros devem rever os respectivos regimes fiscais com o propósito de promover a inovação. As sugestões incluem uma regulamentação dos mercados financeiros nacionais ao estilo japonês, períodos de reembolso mais longos para o investimento e empréstimos pouco onerosos para empresas inovadoras. Mais concorrência no mercado interno, impedindo as grandes empresas de dominarem os mercados e os subsídios. Avaliações técnicas independentes que proporcionem aos bancos uma melhor compreensão sobre as empresas de base tecnológica. Limitações administrativas e jurídicas • • Simplificação dos trâmites administrativos a nível nacional e comunitário. A iniciativa SLIM (Simpler Legislation for the Internal Market - Legislação mais Simples para o Mercado Interno) da Comissão é bem-vinda e o Parlamento pede, ainda, que se considere uma maior simplificação administrativa dos programas-quadro de investigação. Adopção, numa fase precoce, do estatuto da sociedade europeia. 43 • Períodos de protecção de patentes que variem de acordo com o tipo de produto, para equilibrar a inovação (auxiliada pelas patentes) com a concorrência (dificultada pelas patentes). Incentivo às PME para inovarem • • • • • Apoio à inovação a nível regional e programas que incentivem as PME a cooperarem com as universidades, os centros de investigação industriais e as grandes empresas. Atenção ao papel desempenhado pelas organizações de intermediários, como os bancos, os consultores, as cooperativas de comercialização e os institutos técnicos na ajuda às pequenas empresas. Orientação dos fundos estruturais para a inovação. Reconhecimento de que as PME não são um grupo homogéneo, para que as políticas respeitem as suas diferenças e sejam orientadas com base na sua dimensão e no respectivo sector. Ajuda às PME para reduzirem os riscos financeiros da inovação, nomeadamente mediante o apoio do Banco Europeu de Investimento. Aspectos sociais, educacionais e de formação • • • • • Melhor comunicação entre os investigadores e o público, especialmente por meio da televisão pública. Aos responsáveis pelo financiamento deve caber a comunicação dos resultados da investigação ao público. Uma política de investigação mais orientada para o consumidor. Maior participação dos trabalhadores no processo da inovação, através da formação e da participação directa. Maior atenção à inovação “progressiva”, que pode ser tão importante como os produtos essencialmente novos. Destaque para a integração da inovação no ensino e na formação profissional e novo quadro para futuras qualificações profissionais com base na inovação. Task forces e inovação • Debate sobre os objectivos das task forces e estabelecimento de uma relação clara entre a sua actividade e as sugestões de acção do Livro Verde. 44 2. Parecer do Comité Económico e Social O Comité Económico e Social acolhe favoravelmente o Livro Verde, considerando que uma abordagem horizontal integrada é a condição para o sucesso de uma política de inovação. O Comité considera que o incentivo da inovação deve tornar-se o principal objectivo dos dirigentes políticos, dado ser a chave da melhoria da competitividade, do emprego e do desenvolvimento e que é necessário realizar uma acção europeia comum, respeitando o princípio da subsidiariedade. O Comité considera ainda que as inovações são um factor-chave para a coesão económica e social. Sublinha, além disso, a importância de todo o sistema de investigação apoiado pela prospectiva tecnológica. O Comité entende que é necessário privilegiar uma abordagem a partir da base, tendo em conta o ponto de vista dos potenciais utilizadores, bem como promover a interacção entre os investigadores e os utilizadores. Os recursos disponíveis devem ser concentrados nos domínios e projectos comuns europeus essenciais. A cooperação é fundamental, dado que a utilização eficaz dos recursos é mais importante do que a sua quantidade. É necessária uma focalização e deve dar-se prioridade aos objectivos. O Comité considera que as condições favoráveis ao aparecimento de inovações são criadas por uma integração suficientemente grande das empresas, das unidades de investigação e de outros factores, para que possa gerar-se uma “massa crítica”. Entende que a política a favor da inovação deve melhorar as possibilidades de as empresas menos favorecidas aderirem às redes de inovação. O Comité salienta que o processo de inovação, numa empresa ou em qualquer outra estrutura, exige a participação de todos os empregados, nomeadamente pela formação contínua e por uma atmosfera aberta e favorável à cooperação. Acerca dos factores que a Comissão analisa e que favorecem a inovação, o Comité entende que cada novo projecto de disposição regulamentar deve ser apreciado em função da sua influência; que, além disso, é necessário criar uma procura solvente nos domínios importantes do ponto de vista da sociedade e deve reduzir-se a rigidez dos mercados. Entre os sectores de acção mais importantes, destacam-se, segundo o Comité, a orientação das actividades de investigação, que é apoiada pela prospectiva tecnológica, a formação, o financiamento, a fiscalidade, a abertura dos mercados e o acesso das PME às inovações. O Comité acha necessário promover a sinergia entre as políticas de investigação, as políticas industriais e outras. Entende que o Livro Verde acentua a cooperação entre as instituições de investigação e as empresas, mas que descura a cooperação entre os diferentes departamentos de uma empresa, o facto de o potencial de uma empresa aumentar quando há uma melhoria da qualidade de vida no local de trabalho, a política de pessoal e a distinção entre mobilidade interna e externa. Quanto às sugestões de acção do Livro Verde, o Comité emitiu as seguintes observações: 45 Sugestão de acção 1 - Desenvolver a observação e a prospectiva tecnológicas. É necessário incentivar as unidades que realizam prospectiva tecnológica nos Estados-membros. Sugestão de acção 2 - Orientar melhor a investigação para a inovação. Os poderes públicos têm o direito de intervir, em particular nos domínios importantes para a sociedade, se o mercado não criar, por si próprio, a procura, utilizando actividades do tipo task forces. Sugestão de acção 3 - Desenvolver a formação inicial e contínua. É necessária uma orientação no sentido de uma cultura da melhoria permanente. É necessário pôr em prática a experiência “Knowledge Resource Centres”, cujo objectivo é servir de ligação entre a oferta e a procura de informações, na área de formação pertinente. Sugestão de acção 4 - Favorecer a mobilidade dos estudantes e dos investigadores. Deve ser promovida a mobilidade entre os diferentes domínios e no interior de cada país. Sugestão de acção 5 - Facilitar a sensibilização para as vantagens da inovação. As eventuais campanhas de sensibilização do público deverão basear-se numa compreensão mais profunda dos factores em causa. Sugestão de acção 6 - Melhoria do financiamento da inovação. Devem usar-se todos os meios para garantir às PME as mesmas condições de financiamento abertas às grandes empresas. Sugestão de acção 7 - Fiscalidade favorável à inovação. Aquando da tomada de decisões políticas e também de uma alteração do sistema fiscal, devem ser considerados os eventuais efeitos negativos das decisões sobre a inovação. Sugestão de acção 8 - Promoção da propriedade intelectual e industrial. Seria desejável criar um sistema europeu de patentes. Sugestão de acção 9 - Simplificação das formalidades administrativas. Já é tempo de passar a medidas concretas. Sugestão de acção 10 - Enquadramento jurídico e regulamentar favorável à inovação. É necessário ter em conta as necessidades da inovação na política de concorrência da UE. As normas europeias sobre saúde, ambiente e segurança devem ser estritas e obrigatórias. Sugestão de acção 11- Desenvolver as acções de “inteligência económica”. Compete às entidades públicas facilitar uma melhor instrução. Sugestão de acção 12- Encorajar a inovação das empresas, em especial das PME e reforçar a dimensão profissional da inovação. A coesão económica e social constitui um objectivo central da União e a subsidiariedade é o seu princípio de funcionamento. Sugestão de acção 13- Renovar a acção pública a favor da inovação. As actividades baseiam-se sobretudo na cooperação com os diferentes sectores da sociedade. 46 3. Parecer do Comité das Regiões O Comité das Regiões congratula-se com a elaboração do Livro Verde e considera necessário instaurar uma verdadeira coordenação dos dispositivos de divulgação dos conhecimentos e de exploração dos resultados, de acordo com o princípio da subsidiariedade. Mostra-se satisfeito com a importância atribuída às pessoas colectivas locais e regionais. O Comité aprova a ideia de uma política voluntarista da inovação e da mobilização dos agentes locais, como condição de manutenção e reforço da competitividade e da criação de emprego. As pessoas colectivas locais e regionais têm uma importante responsabilidade nesta mobilização. Quanto à ajuda à inovação, as entidades regionais e locais devem participar na criação de um enquadramento jurídico, económico, financeiro e de formação favorável à inovação. O Comité insiste na prioridade que as entidades públicas devem dar aos auxílios financeiros destinados aos centros de investigação e à inovação. Além disso, os meios financeiros privados devem ser sensibilizados para a importância da inovação. Finalmente, as regras de intervenção dos fundos estruturais para o financiamento do capital de risco devem ser esclarecidas, para que este dispositivo se torne operacional. É necessário desenvolver políticas de incentivo à inovação para a melhoria dos processos de fabrico, para a criação de novos produtos industriais e terciários e para a formação, no contexto de uma política a favor das PME/PMI. A União Europeia apoiou diversas vezes os esforços das entidades locais e regionais neste domínio. Por último, os programas regionais de ensino e formação devem contribuir para a formação da inovação, sendo reforçados neste domínio pelos programas comunitários SOCRATES, LEONARDO e INFO2000. O Comité considera que a divulgação dos resultados da inovação contribui para a coesão económica e social e que da criação de uma rede de sistemas regionais de inovação resultará uma melhor estruturação do território. As pessoas colectivas locais e regionais devem favorecer a criação de relações entre centros de investigação, universidades e empresas, com vista a desenvolver redes de troca de informações e de experiências a nível regional, transregional e transfronteiras. Os mecanismos de ajuda à inovação devem abranger, não só a investigação/desenvolvimento, mas também as fases de comercialização e de industrialização. Deve desenvolver-se uma política regional de observação tecnológica. O Comité pensa que a rede europeia de centros de ligação em inovação deve adquirir uma massa crítica no que se refere à sua dimensão geográfica e que, no âmbito de uma simplificação dos mecanismos de ajuda e de divulgação dos resultados da investigação, esses centros devem poder servir como balcões únicos para as PME. Quanto às sugestões de acção do Livro Verde, o Comité emitiu as seguintes observações: Sugestão de acção 1 - Desenvolver a observação e a prospectiva tecnológicas. As informações recolhidas e processadas pelo Instituto de Prospectiva Tecnológica de Sevilha devem ser passíveis de exploração a nível regional e local. Sugestão de acção 2 - Orientar melhor a investigação para a inovação. As pessoas colectivas locais e regionais devem implementar organismos de observação e de escuta respeitantes às PME, com vista a reforçarem as suas capacidades em termos de investigação de novas tecnologias. 47 Sugestão de acção 3 - Desenvolver a formação inicial e contínua. As pessoas colectivas locais e regionais podem sensibilizar os jovens para a inovação, com o apoio financeiro da União Europeia, e desenvolver a cooperação em investigação entre as empresas e os estabelecimentos de ensino. Sugestão de acção 4 - Favorecer a mobilidade dos estudantes e dos investigadores. O Comité insiste na importância da mobilidade e salienta o papel das colectividades locais e regionais que desenvolvem relações de cooperação estreitas entre regiões europeias. Sugestão de acção 5: Facilitar a sensibilização para as vantagens da inovação. O Comité deseja que as pessoas colectivas locais e regionais sejam associadas à informação sobre as experiências de sucesso no domínio da inovação. Sugestão de acção 6: Melhoria do financiamento da inovação. É importante sensibilizar todos os parceiros financeiros no sentido de se questionarem sobre os seus instrumentos de ajuda, e implementar mecanismos para os incentivar à intervenção em projectos de inovação. Quanto às sugestões de acção 7, 8, 9 e 10, o Comité aprova a acção de consulta dos agentes económicos e sociais locais sobre a criação de um enquadramento fiscal, administrativo e jurídico favorável à inovação. Poderão organizar-se seminários regionais no contexto de acções destinadas a simplificar o enquadramento das empresas. Sugestão de acção 11 - Desenvolver as acções de “inteligência económica”. Os orçamentos dos dispositivos regionais neste domínio devem ser reforçados, tanto para assistência ou aconselhamento, como para a formação contínua ou a ajuda no recrutamento de pessoal dirigente. É oportuno avaliar regularmente as intervenções realizadas ao nível das colectividades, para conhecer melhor o impacto destas políticas. Sugestão de acção 12 - Encorajar a inovação das empresas, em especial das PME e reforçar a dimensão profissional da inovação. O nível local ou regional é o escalão de proximidade mais adequado para chegar até às empresas, no que diz respeito ao apoio à inovação. Sugestão de acção 13 - Renovar a acção pública a favor da inovação. O Comité aprova as sugestões relativas à nova concepção do papel do Estado em termos de inovação. Em conclusão, o Comité regozija-se com a iniciativa tomada pela Comissão Europeia e destaca a constante referência à subsidiariedade e ao papel das pessoas colectivas locais e regionais. Propõe que se faça uma recolha, junto dos seus membros, de experiências e propostas que possam contribuir para o relatório de síntese e para o plano de acção. 48