de futuro
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15 anos a criar parcerias de futuro k >1996>1997>1998>1999>2000>2001>2002>2003>2004>2005>2006>2007>2008>2009>2010> índice > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > 03 Editorial 04 Histórico da Empresa 05 Missão, Visão e Política de Qualidade 06 Referências e Acreditações 07 Mercal Consulting Group 09 Serviços 11 Clientes e Projectos Desenvolvidos 13 Case Studies 13 • Cidade de Zurique 13 • Cobermetal 14 • Cooperativa de Beja e Brinches , crl 15 • Fulterer Auszugssysteme Gmbh 16 • Grupo Nigel 17 • Maxicofre, Lda. 18 • Maxperfil, Lda. 18 • Mécanobloc Portuguesa – Divisórias amovívéis, Lda. 19 • Metavil 19 • Paviprel, SA 20 • Piman – Indústria de Manutenção, SA 21 • Reymon – Importação e Exportação Unipessoal, Lda . 22 • Sarvinhos – Vinhos de Portugal, SA 22 • Umbelino Monteiro , Sa (Etex Group) 23 • União das Cooperativas do Sul, UCRL 24 • Outros Casos – A Participação da Mercal em Programas Oficiais e Institucionais 24 • A Mercal no Apoio à Modernização do Comércio 24 • A Mercal no Programa FIVE – Bolsa de Ideias e Meios 25 • A Mercal no Programa PME – CONSOLIDA 25 • A Mercal no Programa PME – FINCRESCE 26 Artigos Economia e Tecnologia 26 • A crise financeira e o seu impacte nas pme’s 27 • Os Mercados de Economiade Rede e a Escolha das TIC 29 31 32 35 37 39 Gestão Global • A Estratégia Empresarial, Conceitos, níveis e aplicações • Inovação e Estratégia • Estratégias de Oceano Azul • A Mediação Empresarial na Redução de Custos • A Responsabilidade Social nas Organizações • Aprendizagem Organizacional e Inovação Empresarial 40 • FM – Uma Ferramenta de Gestão Activos 42 • Medo de voar – Impacto nas empresas e nos trabalhadores Marketing 44 • A Informação de Marketing como Recurso Estratégico das Empresas 45 • “Onde está o meu mercado?” Finanças Empresariais 46 • Auditoria/Revisão de Contas como factor de Recuperação de Confiança 47 • Due Dilligence – Análise complementar ou chave do sucesso em F&A? 48 • Aquisições – Forma de expandir o negócio internacionalmente 50 • IPO – Mercal Advisor da PEX 52 • O Factoring apoia as Exportações das PME’s 53 • O Procedimento Extrajudicial de Conciliação e a Insolvência de Empresas 56 • A Sucessão em Empresas Familiares Internacionalização 59 • A Internacionalização da Actividade Empresarial como um Meio para melhorar a Performance das PME’s 60 • Soluções para as empresas saírem da crise Formação 61 • Aposta na Formação Profissional como Estratégia Diferenciadora 62 • Globalização – O grande Desafio Educacional 63 • Educação Empresarial a nova perspectiva da Formação Profissional 63 • A Gestão Integrada nas novas Organizações Empresariais 64 • Instituto da Empresa – Projecto Inovador na Formação e Educação Empresarial 65 • Novos Desafios à Gestão de Recursos Humanos 66 • Novos desafios para o sistema formativo português 67 • O Reposicionamento da Mercal face à Educação Técnico-Profissional Cooperação Empresarial 68 • COMAKERSHIP – Forma de Cooperação Empresarial 70 depoimentos 70 • Maxicofre – Cofres e Sistemas de Segurança, SA • Mecanobloc Portuguesa 71 • Um estado de direito não pode deixar de ser u m estado proporcional Ficha técnica Edição: Mercal, Lda. – www.mercal.pt Direcção: João Ribeiro Colaboradores: André Loureiro, Elisabete Faria, Michelle Silva, Neuza Ribeiro, Joana Fernandes, António Palma, Teresa Pedrosa e Pedro Rebelo Tiragem: 10 000 exemplares Concepção e design: Jorge Ribeiro – [email protected] No inicio de 1996, nascia em Lisboa a Mercal fruto de um projecto de um ano de maturação, que veio rapidamente a ganhar corpo e conteúdo, tornando-se em cinco anos numa referência à escala ibérica na actividade da consultoria de estratégia e gestão, internacionalização e de fusões & aquisições É com muito orgulho que celebramos agora nesta ocasião o 15º aniversário através desta edição, com este espaço de reflexão e informação, que partilhamos com quem connosco tem vindo a construir o futuro e que é caracterizador de todo o nosso percurso e actuação espalhada pelos quatro continentes: África, América, Ásia e Europa. Vai fazer 15 anos que a Mercal iniciou a sua actividade! Ao longo do nosso percurso, nem tudo foram momentos, como todos sabem, fáceis. Certamente não dedicámos o tempo merecido a todos os que nos têm acompanhado nestes anos, nomeadamente aos nossos clientes, parceiros, amigos e familiares, tudo em prol, dedicação e concretização dos nossos ideais e respectivas realizações, sendo certo que o seu contributo foi determinante e fundamental para garantir o êxito da nossa iniciativa. Pretendemos assinalar assim a data e consolidar o esforço de todos os que actualmente colaboram connosco e que agora se encontram espalhados pelo mundo, no sentido de nos darmos a conhecer e levar a nossa mensagem que tem vindo a ser transmitida através de outros instrumentos de comunicação, nomeadamente a nossa newsletter, de periodicidade quadrimestral e outras publicações. Como é sabido, a newsletter tem tido por objectivo principal estreitar a relação com os mercados e as empresas com quem diariamente temos vindo a estabelecer e a consolidar parcerias estratégicas e com quem temos vindo a construir o futuro. Igualmente tem permitido reforçar a ligação com os nossos parceiros, filiais, associados espalhados pelos quatro continentes em que actuamos. Desta feita, a Mercal está de parabéns! É com grande alegria que vamos celebrar os nossos 15 anos de existência e a trabalhar sempre mais e melhor no sentido de proporcionar o que todos têm vindo e que esperam de nós, motivando-nos e fazendo com que procuremos a melhoria contínua da nossa organização e uma resposta à medida das suas necessidades e especificidades. A todos muito obrigado! João Ribeiro, Director Geral da Mercal editorial 15 anos a criar parcerias de futuro 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Em termos sintéticos, a MERCAL desenvolve a sua actividade em quatro áreas nevrálgicas, onde se inserem uma diversidade de serviços destinados a colmatar as principais necessidades das PME’s portuguesas e estrangeiras: Consultoria de Gestão www.mercal.pt Nesta área da consultoria, nobre por excelência, a nossa empresa desenvolve a sua actividade através de serviços de gestão global, marketing, finanças empresariais, gestão por processos e sistemas integrados de gestão, novas tecnologias de informação e financiamento de projectos de investimento. Em suma, apoiamos as PME’s em áreas nevrálgicas e essenciais ao seu crescimento sustentado, elaborando planos de negócios, projectos de investimento, implementando sistemas de gestão da qualidade e ferramentas modernas de apoio à gestão, obtendo os financiamentos necessários à consecução desses objectivos. Instituto da Empresa ® O Institito da Empresa desenvolve actividade e oferta formativa como complemento à actividade de consultoria, disponibilizando dois tipos de formação distintos: Educação Empresarial Formação Profissional. MERCAL CONSULTING GROUP Internacionalização www.mercal.info De cariz eminentemente internacional e representada em quatro continentes, a MERCAL está em condições de apoiar os seus clientes, elegendo os modos preferenciais de entrada em mercados estrangeiros e identificando parceiros estratégicos para a comercialização internacional ou investimento directo. Fusões & Aquisições www.mercal.biz A nossa actividade de F&A, inovadora em Portugal, assenta na prestação de serviços de avaliação de empresas, com recurso a métodos universalmente reconhecidos e consequente apoio à aquisição ou venda do activo em causa. Dispomos de uma base de dados extensiva, alvo de regulares actualizações, à qual recorremos sempre que necessitamos de angariar investidores ou potenciais aquisições. www.mercal.pt 3 histórico da empresa > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > 1996 Fundação da MERCAL, em Lisboa, pelos sócios António Pedrosa Ribeiro e João Ribeiro; a Internacionalização (www.mercal.info) e a área de Fusões & Aquisições (www.mercal.biz); 1997 A MERCAL cria a sua estrutura de escritórios associados em praticamente todos os PALOP’s – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (nomeadamente em Angola, Cabo Verde e Moçambique), começando a desenvolver importantes projectos de parceria e cooperação empresarial, em diferentes sectores de actividade ao nível local, actualmente considerados referências nacionais para a cooperação empresarial portuguesa e de investimento externo. Estes projectos de investimento focalizaram-se nas áreas do transporte aéreo, marítimo, agricultura, turismo e infra-estruturas, sendo apoiados pelo FCE – Fundo da Cooperação Económica, pelo Ministério das Finanças, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e pelo ICEP – Investimento, Comércio e Turismo de Portugal, e pela Comissão Europeia ao abrigo da Convenção de Lomé (Cooperação UE – Países ACP); 2003 Fundação da filial da MERCAL em Espanha, a MERCAL Iberia, SL com vista a promover com elevada eficácia e oportunidade, por um lado, a captação de investimento para projectos em Portugal, África e Brasil e por outro lado, apoiar as empresas portuguesas na sua entrada adequada para esse mercado; 1998 A MERCAL regista-se como consultora junto de entidades financeiras internacionais, nomeadamente junto do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento; 1998 A MERCAL regista-se como consultora junto da Comissão Europeia, fazendo parte de um lote reduzido de entidades convidadas a colaborar na “Aplicação das ferramentas da análise económica a programas de apoio às iniciativas de empresas”, nomeadamente junto da Direcção Geral XXIII: Política Empresarial, Comércio e Distribuição, Turismo e Economia Social. 1999 A MERCAL é nomeada representante do Governo da República da Guiné Bissau em Portugal para a promoção e captação de Investimento Estrangeiro, nos diferentes sectores de actividade, para esse mercado; 1999 Acreditação da MERCAL junto do Instituto para a Inovação na Formação (actual DGERT) como entidade formadora e junto da APECA - Associação Portuguesa de Empresas de Contabilidade, Administração e Auditoria, na qual faz actualmente parte dos seus órgãos sociais; 2000 Aumento do Capital Social da MERCAL e a saída do Sócio António Pedrosa Ribeiro. Efectua-se a fundação da filial da MERCAL no Brasil, a MC Consult, Lda; 2001 A MERCAL constitui um escritório de consultores na Hungria, como resultado da sua associação à INVESCOM CORPORATE FINANCE, e estende-se rapidamente a outros países da Europa de Leste; 2002 Acreditação da MERCAL como entidade consultora junto do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento e ICEP – Investimentos, Comércio e Turismo de Portugal para o desenvolvimento de projectos de cooperação empresarial e de criação de novas empresas (programa FIVE - Fomento de Iniciativas de Valorização Empresarial); 2002 Acreditação da MERCAL pela União de Misericórdias Portuguesas como entidade prestadora de serviços de consultoria; 2002 A MERCAL organiza a sua estrutura em torno de três áreas de actuação, a Consultoria de Gestão (www.mercal.pt), 4 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. 2004 A MERCAL torna-se membro colectivo da Associação Portuguesa para a Qualidade (APQ); 2004 A MERCAL é formalmente aceite como membro associado da network internacional de consultoras independentes IMCN – The Independent Management Consultancies Network (www.imcn.ch); 2004 O Sistema de Qualidade implementado pela MERCAL é certificado segundo a NP EN ISO 9001:2000 pela EIC – Empresa Internacional de Certificação; 2005 Assinatura de protocolo de cooperação com o IAPMEI, acreditando a MERCAL como Consultora Nacional de Benchmarking; 2006 A MERCAL é anfitriã do encontro anual da sua network internacional a IMCN em Lisboa recebendo todos os seus representantes europeus, incentivando Portugal como destino de IDE – Investimento Directo no Exterior assim como o espaço lusófono. A MERCAL lança dois produtos o Managment Cockpit®, e o BIM – Plano de Marketing Internacional®. A MERCAL apoia ainda o IAPMEI na sua Bolsa de Ideias e Meios para efectuar respectivo plano de negócios e viabilizar cerca de uma dezena de empresas inovadoras que foram premiadas e que actualmente são casos de sucesso da MERCAL; 2007 A MERCAL participa no FINCRESCE efectuando o desenvolvimento dos Planos de Melhoria para mais de oitenta PME Líderes no âmbito do Estatuto PME Excelência. MERCAL acredita os seus consultores de E- Business para apoio às PME junto do IAPMEI, INETI e INOV. A MERCAL CONSULTING GROUP, através do seu Departamento de Fusões, Aquisições e Reestruturação Financeira de Empresas tornou-se membro efectivo conjuntamente com o seu parceiro, a Pinto & Palma SROC, da POLARIS INTERNACIONAL; 2008 A MERCAL INTERNACIONAL celebra contrato de parceria para a Área de Finanças Empresariais e de Fusões & Aquisições com o GRUPO FUNDAMENTUM, em São Paulo – Brasil e abre filial em Angola. A MERCAL foi ainda anfitriã da Reunião Anual da POLARIS INTERNACIONAL realizada no mês de Outubro no Algarve reunindo cerca de 50 empresas europeias; 2009 A MERCAL adere à RSO – Rede de Empresas Acreditadas ao nível da Responsabilidade Social nas Organizações coordenada pelo programa de iniciativa comunitária EQUAL, da sua acreditação para implementar a ferramenta de Innovation Scoring nas empresas e da formalização da sua adesão como Advisor à PEX que viabilizará a possibilidade de apoiar as empresas na procura de fontes de financiamento alternativas às tradicionais, montagem de operações de IPO e a admissão ao mercado de capitais. Por último, destaca-se a parceria estratégica firmada com o EBRD – European Bank for Reconstruction and Development. Não queremos um cliente para hoje. Construímos consigo o futuro. 15 anos a criar parcerias de futuro missão, visão e política de qualidade 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Especialização negócio Confiança empresa Desenvolver relações continuadas com os nossos parceiros, assentes na confiança e num trabalho qualificado capaz de promover o crescimento dos seus negócios, a nível nacional parceria e internacional. cliente qualidade e flexibilidade serviço A nossa Visão é virmos a ser reconhecidos como uma referência à escala ibérica nas áreas de consultoria e formação a PME’s, designadamente em estratégia e gestão, fusões e aquisições e internacionalização. Política de Qualidade Visa incrementar a rentabilidade, a consolidação da imagem e notoriedade da organização e dos seus serviços de forma a: Colaboradores Proporcionar um ambiente de trabalho de equipa que permita o desenvolvimento de um sistema de aprendizagem organizacional, incentivador da mudança e da evolução profissional e humana dos nossos colaboradores Accionista Proporcionar uma remuneração justa aos accionistas pela dedicação e pelo capital investido Cliente Garantir uma acção em parceria com os nossos clientes satisfazendo as suas necessidades e anseios Fornecedores e Entidades Externas Criar um relacionamento saudável com fornecedores, bancos e demais entidades públicas e privadas numa óptica de maximização dos benefícios mútuos e na perspectiva da satisfação do cliente Melhoria Contínua Melhorar continuamente a eficácia dos nossos processos satisfazendo os requisitos dos nossos clientes Legislação Aplicável Desenvolver e aplicar as exigências normativas e legais que o nosso sistema de gestão da qualidade define como essenciais ao seu funcionamento www.mercal.pt 5 referências e acreditações > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > A MERCAL tem-se guiado sempre por padrões de qualidade que elevam a empresa a níveis de excelência no serviço que entrega aos seus clientes. Essa é a principal razão para as diversas parcerias estabelecidas e para as acreditações mantidas enquanto entidade consultora, com as seguintes instituições oficiais e profissionais: APECA A ssociação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração APAD/FCE Agência Portuguesa de Apoio ao Desenvolvimento APQ Associação Portuguesa para a Qualidade BAD Banco Africano de Desenvolvimento BM Banco Mundial AICEP Portugal Global IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento DGERT Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho UE União Europeia – Comissão Europeia. UMP União das Misericórdias Portuguesas EBRD European Bank for Reconstruction and Development RSO Rede Nacional de Responsabilidade Social nas Organizações OPEX Sociedade Gestora de Sistema de Negociação Multilateral, S.A. Em 2004 e como corolário da qualidade que impomos na prestação dos nossos serviços, a Mercal foi certificada segundo a NP EN ISO 9001:2000 6 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. A MERCAL CONSULTING GROUP é constituída pela MERCAL em Portugal e pela filial em Espanha, para além da estrutura de escritórios associados nos PALOP´s e Europa de Leste. Para além disso, a MERCAL pertence ainda a uma network de consultoras independentes com experiência internacional em mais de 50 países. MERCAL, Lda Tendo sido a primeira empresa do grupo a ser constituída e que comemora 15 anos de existência, assume, naturalmente, o lugar de proa. É a partir dos escritórios localizados no centro de Lisboa que é feita toda a coordenação dos projectos em curso do universo Mercal. Praça de Alvalade, 6, 4.º Esq. 1700-036 Lisboa Telef: (+351) 217 811 140 Fax: (+351) 217 811 149 e-mail: [email protected] MERCAL Iberia, SL Localizada no coração financeiro de Madrid, esta filial permitiu à nossa empresa penetrar no mercado espanhol, almejando tornar-nos uma referência ibérica na área de consultoria. Com esta filial pretendemos dinamizar os fluxos de capitais e bens, quer apoiando empresas portuguesas que já actuem numa lógica ibérica e/ou europeia, quer captando investimento de origem espanhola que possa encontrar em Portugal, África ou Brasil projectos atractivos e de elevada rentabilidade. Pseo. de la Castellana, 164 Entreplanta 28046 Madrid – Espanha Telef: (+34) 91 766 14 28 Fax: (+34) 91 767 28 73 e-mail: [email protected] IMCN Independent Management Consultancies Network Fundada em 1994 e com sede na Suíça, esta rede de empresas de consultoria de gestão dinâmicas consiste em 220 consultores de gestão profissionais e em 110 consultores de gestão associados, espalhados por 10 países europeus e um asiático e com vasta experiência em projectos internacionais. Através da sua participação numa rede internacional de consultoras independentes, a MERCAL CONSULTING GROUP está capacitada para apoiar o desenvolvimento dos negócios das PME’s na Europa, África, América do Sul e Ásia. mercal consulting group 15 anos a criar parcerias de futuro 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Members of IMCN País Cidade Membro País Cidade Austria Viena imPlus Unternehmensentwicklung GmbH Wiener Strasse 2 / 2.05 2340 Wien-Mödling, Austria Phone +43 1 3694799 [email protected] • www.imPlus.at Espanha Barcelona Metanomia Consultoria Estratégica Balmes 188, 7° 1a – 08006 Barcelona, Spain Phone +34 93 396 06 08 [email protected] • www.metanomia.com Membro Suécia Alemanha Neuss IFM Institut für Managementberatung GmbH Gut Vellbrüggen 13 – 41469 Neuss, Germany Phone +49 2137 78 70 0 [email protected] • www.IFMonline.com Barsebäck- XLNS Consulting Group Järavallen Golfvägen 9 – 246 55 Barsebäck-Järavallen, Sweden Phone +46 46 72 84 68 Mobile +46 46 77 64 01 • www.xlns.se Grécia Atenas Suíça Zurique Apopsis – S.M.R. 4 Amynta – 116 35 Athens, Greece Phone +30 210 7256267 • Fax +30 210 7256268 www.apopsis.cgr Holanda Italia Milão Diodovich s.a.s. Piazza Repubblica 22 – 20124 Milano, Italy Phone +39 02 2900 1065 Fax +39 02 9288 5426 • www.diodovich.com Roterdão Van Oortmerssen Organisatie-Advies Koningin Emmaplein 7 3016 AA Rotterdam, The Netherlands Phone +31 10 4360746 • Fax +31 10 4369782 Oslo Collusor Management Consulting AS Guvernørens vei 5a, II – 0248 Oslo, Norway Phone +47 22 52 52 76 [email protected] • www.collusor.no Reino Unido Londres Noruega Touchstone Renard Limited 11–15 Betterton Street – Covent Garden, London WC2H 9BP UnitedKingdom Phone +44 020 7866 8123 www.touchstonerenard.co.uk País Cidade Membro País Cidade Membro EUA Cincinnati The Normandy Group China Brasil São Paulo Grupo Fundamentum Rua Arandum, 1544 – 13º andar 04562-031, São Paulo – SP, Brasil Phone +55 11 2645.8880 Fax +55 5102.2380 • Mobile +55 8400.9798 www.grupofundamentum.com.br HongKong K K Yeung Management Consultants Limited Room 1403B, 14th Floor, 9 Queen’s Road Central Hong Kong, China Phone +852 2856 0038 Fax +852 2565 6628 www.kkyeung.com ARCOM Management Consulting Witikonerstrasse 80 – 8032 Zurich, Switzerland Phone +41 44 3839966 [email protected] • www.arcom.ch Global Members www.mercal.pt 7 mercal consulting group > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > proFissional pEssoal indEpEndEnTE > todos os consultores da mErcal consultinggroup têm largos anos de experiência profissional e são orientados por resultados > todos os consultores da mErcal consultinggroup são qualificados e experientes; > todas as consultoras da mErcal consultinggroup são privadas e financeiramente independentes; > a visão mErcalconsulting group deriva do entendimento de que a consultoria eficaz e satisfatória se baseia na confiança pessoal entre o consultor e o cliente; > a mErcalconsultinggroup é gerida com o mínimo de despesas administrativas; > todos os consultores da mErcal consultinggroup partilham um comum entendimento de qualidade em consultoria, visando assegurar retornos positivos para os seus clientes; > todos os consultores da mErcal consultinggroup trabalham em equipa encontrando-se regularmente para discutir as últimas novidades e desenvolver a sua prática; > todos os consultores da mErcal consultinggroup são cuidadosamente seleccionados e submetidos ao “código de conduta profissional” da FEACO. > a mErcalconsultinggroup extrai o melhor que existe ao nível das melhores práticas de gestão para fornecer serviços de consultoria eficazes; > a relação de um cliente com um consultor mErcalconsultinggroup abre a porta para outras relações frutuosas e pessoais e para a possibilidade de vir a oferecer uma ampla gama de serviços, cobrindo diferentes necessidades; > o consultor para com quem o cliente trabalha assegura que este último irá receber o maior valor que a mErcal consultinggroup pode oferecer. 8 mErcal Gestão e Marketing Internacional, Lda. > o espírito aberto e empreendedor dos consultores da mErcalconsultinggroup é a melhor fonte para assegurar ao cliente as melhores práticas e as mais inovadoras; Organizando-se em quatro áreas de negócio principais, a MERCAL CONSULTING GROUP oferece aos seus clientes uma vasta gama de serviços flexíveis e adaptados às suas necessidades. Os quadros seguintes sintetizam o tipo de actividades que a Mercal já desenvolveu em cada um dos serviços mencionados: Consultoria de Gestão Gestão Global Consultoria de Gestão Projectos de Investimento • Diagnósticos e estudos estratégicos; •C andidaturas a Quadros Comunitários de Apoio; • Diagnósticos parcelares e globais; •A nálise e enquadramento das iniciativas e dos investimentos; • Inovação organizacional e gestão da mudança; • Organização, métodos e melhoria da produtividade; • Planeamento estratégico e operacional; • Estudos e programas de reorganização de empresas; • Estudos económicos, assessoria financeira e fiscal; • Estudos Técnicos; • Estudos para a implementação de sistemas de informação e controlo de gestão. Marketing • Estudos de mercado qualitativos e quantitativos; • Desenvolvimento de processos de planeamento de marketing; • Programas de fidelização de clientes; • Merchandising e promoções; • Planos de marketing; serviços 15 anos a criar parcerias de futuro 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > • Assistência técnica à implementação de projectos. Gestão por Processos e Sistemas Integrados de Gestão • Desenvolvimento e implementação de gestão por processos; • Reengenharia e gestão do valor; • Benchmarking; • Implementação e manutenção de Sistemas de Gestão Integrados (ISO 9001, ISO 14001 e OSHAS 18001); • Implementação e manutenção de sistemas de gestão da qualidade e de gestão ambiental; • Elaboração de manuais de procedimentos e funções; • Elaboração e implementação de processos de avaliação de desempenho profissional; • Gestão da comunicação; • Gestão integrada de recursos humanos em regime de outsourcing. • Marketing interno; • Gestão da segurança, da higiene e da saúde no trabalho; • Segmentação e posicionamento; • Acreditação de laboratórios; • Avaliação do posicionamento da estratégia competitiva; • Gestão da qualidade total (TQM). • Monitorização do desempenho da empresa no mercado; • Análise de preços e recomendações para fixação de preços; • Avaliação de estratégias de entrada em novos mercados; • Análise de estratégias em linha com a concorrência; • Sistemas de CRM e de ebusiness. Finanças Empresariais • Estabelecimento das necessidades de financiamento; • Desenvolvimento de planos de negócio; • Análise da estrutura de capital; • Identificação da melhor fonte de financiamento; •P restação de assistência no processo de negociação e de contratação das transacções. FORMAÇÃO & EDUCAÇÃO EMPRESARIAL Instituto da Empresa •D iagnóstico e Avaliação das Necessidades • Concepção e Desenvolvimento dos cursos de Formação Profissional • Programas de Formação à Distância (b-learnig) • Programas de Formação por medida • Realização de Seminários e Conferências • Sistemas de Incentivos à Formação • Interim Management • Coaching www.mercal.pt 9 serviços > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Fusões & Aquisições Venda de Empresas • Quando solicitado, este serviço obedece a procedimentos rigorosos que passam pela definição de objectivos, pelo cálculo do valor da empresa e pelo apoio no processo de venda. Temos capacidade para avaliar alternativas e oferecer serviços competentes e adequados devido à nossa associação com a IMCN, à nossa experiência e à nossa base de dados de potenciais investidores. Aquisições • Num projecto de aquisição é necessário desenvolver uma estratégia de aquisição visando realizar com sucesso a compra da empresa. No âmbito da retribuição dos nossos serviços oferecemos, entre outros, serviços de selecção criteriosa de candidatos, sua abordagem, atribuição do preço de compra adequado, apoio nas negociações e preparação dos contratos necessários. Desenvolvemos internamente uma base de dados, actualizada regularmente, com informação extensiva sobre investidores nacionais e internacionais. Avaliação de Empresas • Estudos de avaliação para empresas e investimentos; • Determinação dos valores de negócio usando diferentes metodologias e adoptando diferentes procedimentos, dependendo das tarefas que forem contratadas (método de cash flow descontados; método de valor comparativo; avaliação de net assets; determinação do valor de liquidação). Reestruturação de Empresas • Para consolidar o seu negócio económica e financeiramente, estudamos as melhores opções: 1) A Reestruturação Financeira de Empresas 2) Financiamento de Empresas (IPO, Capital de Risco, Garantia Mútua, Offshore Banking, Leasing e Factoring) 3) Gestão de Falências. Internacionalização Comércio Internacional •D esenvolvimento de programas de apoio a empresas; •P rocura e identificação de oportunidades de negócio para as empresas, definindo prioritariamente mercados onde a nossa actuação é forte, nomeadamente África, América do Sul e Europa. Localização de Empresas • Cobrimos todas as fases do processo de relocalização, desde o planeamento estratégico, viabilidade do projecto até à decisão de localização com a selecção do local. Nomeadamente, realizamos: • Estudos sociais e demográficos; • Análises comparativas de viabilidade económica e de recursos humanos; • Identificação das infra-estruturas locais; • Identificação e avaliação de propriedades adequadas e disponíveis à localização; • Identificação de incentivos locais, regionais, nacionais; • Identificação de fornecedores; • Comparação de políticas de preço e de fiscalidade; • Análise do nível de segurança pública. Investimento Directo no Estrangeiro • I dentificação de empresas que estão em estágios embrionários e que podem ser consideradas atractivas em termos de investimento para os nossos clientes; • Implementação e desenvolvimento de contactos com prospectores e de oportunidades de negociação para os nossos clientes; • Persuasão de empresas com projectos de investimento internacionais a localizarem-se em determinados locais e/ ou desenvolverem parcerias estratégicas com os promotoreslocais. Outros serviços de IDE incluem: • Representação internacional; • Benchmarking, avaliação e gestão de programas de desenvolvimento económico e de cooperação empresarial; • Projectos para o desenvolvimento de parcerias de investimento; • Auditoria a autoridades/agências nacionais ou internacionais responsáveis pela captação de investimento estrangeiro; • Desenvolvimento de plano de marketing estratégico; • Apoio ao marketing operacional; • Relações públicas; •D esenvolvimento de projectos de cooperação empresarial ao nível comercial/industrial e organização de clusters. 10 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. 15 anos a criar parcerias de futuro sãojámúltiplasediversificadasasáreasdeintervençãodaMerCal,designadamente, noâmbitodaassessoriaespecializadadegestão,fusõeseaquisiçõeseinternacionalização,assimcomooutrosserviçosdesenvolvidosanívelnacionaleinternacional. apresentam-se,atítuloilustrativo,organizadosporregiõesesectoresdeactividade,alguns dosclientescomquemestabelecemosparceriasestratégicaseinterviemosenquanto consultores: Clientes internaCionais união EuropEia agriculTura E agro-indúsTria E indúsTria alimEnTar (Fitagro, Amylum Hellas (Tate & Lyle Group) Associated British Foods, Avon, Clarks Shoes, Danone, Head, Heineken,Heinz, Hellenic Fabrics, Kellogg’s, Lindt & Sprüngli, Mango, Mars,Ramazzotti) banca E sEguros (ABN-AMRO, Allianz, ARAG Versicherungen, Austrian Ministry of Finance, Citibank, Credit Suisse, Paribas Bank, World Bank) comércio por grosso E a rETalho (Intertronco, Coop DKSH, Safeway) consTrução (Intertronco) insTiTuiçõEs oFiciais E dE uTilidadE pública (Comissão Europeia, Direcção Geral XXIII, CDI, Austrian Ministry of Internal Affairs, Austrian Ministry of Public Administration, British Ministry of Defence, City of Vienna, City and Canton of Zurich, European Commission, GfA Government of Guinea Bissau, Greek Ministry of Development, Portuguese Minister of Finance and Minister of International Public Affairs, University of Zürich, University of Vienna) indúsTria (Industrias Buitrago, Edmar Espanhola, Balfour Beatty, Eternit, Farame, Frequentis, General Electric, Gilwood Company, Hilti, Hitachi Data Systems, Marathon Petroleum, Océ, Philips, Pioneer, Rieter, Schneider Electric, SKF Steel, Sulzer, Tyco, Unisys, Westfield Shopping Towns) indúsTria química E FarmacêuTica (Bayer, NMD/ Celesio, Novartis (Ciba, Sandoz), Pfizer, Smith Kline Beecham) sErviços (BDO, KPMG, McKinsey, Minnesota Mining and Manufacturing (3M), PWC) TEcnologias dE inFormação E TElEcomunicaçõEs (British Telecom, Swisscom, Vodafone) TransporTEs (BMW, British Airport Authority, British Airways, British Rail, Frantschach, London Underground, Mitsubishi, Minoan S. A., Otis Lifts, P&O Ferrymasters, Swiss Post, Thomas Cook, Virgin Atlantic) minErais não mETálicos (Endiama, Privados, Marbrerie Quangdal Maroc) TêxTEis, vEsTuário E calçado (Gedemar Moçambique) TransporTEs (Astravia Bissau, Navigatur, Setrans, Transportes Cassumay) américa do norTE insTiTuiçõEs oFiciais E dE uTilidadE pública (Liuna) máquinas E EquipamEnTos (Bandit Industries, Barko Industries) sErviços (Unlimited Resources) américa do sul agriculTura E agro-indúsTria (Agrícola Vale do Mangereba, Queijo Minas) consTrução (Fibrasil Têxtil, Maloriente) ElEcTro-ElEcTrónico (Procenge) insTiTuiçõEs oFiciais E dE uTilidadE pública (Faculpe) sErviços (Banco do Brasil, Delphos) clientes e projectos desenvolvidos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > áFrica agriculTura E agro-indusTria (Sapema, Cifer, Tropicália, Agrinota) consTrução (Angopressão, Privados) hoTElaria E Turismo (ACE) insTiTuiçõEs oFiciais E dE uTilidadE pública (Governo da República da Guiné Bissau – Ministério da Economia, Governo da República da Guiné Bissau – Secretaria de Estado doTurismo) madEira, corTiça E mobiliário (Confecções Porto Grande, Organizações Industriais Nota) www.mercal.pt 11 clientes e projectos desenvolvidos > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Clientes Nacionais Agricultura e Agro-indústria (Adrião C. Santos e Filhos, Armazéns de Mercearia e Avícola Marvanejo, Caves Vidigal, Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Cooperativa Agrícola de Beja, Cooperativa Agrícola de Brinches, Fenanzeites, Hortorres, Heinz, Luís Coelho, Maria Libânia,Grupo Nigel, Ostracultura, Parceria de Azeites, Plantijardim, Quinta da Ribeirinha, Sarvinhos, Simões & Oliveira, Teixeira e Bonito, Tomarcarnes,Ucasul, Oliveira & Oliveira, Nazaré Peixe, Carnes Quintas & Quelhas) Ambiente (Enkrott, Tratolixo) Automóvel (Anadicar, Autocarisma, Autogarsilva, Autoindustrial, Autozitânia, Eufil, Farame, Ferrão & Guerra, Derasa, Jaime & Rodrigues, Ramalda, Tecauto, Auto Montes Claros, Carsiste, Elfecar, Mata & Matias) Comércio Retalhista e Grossista (Agrorenovação, Asfalcentro, Bolas - Máquinas e Equipamentos de Qualidade, Canalcentro, Estado Líquido, Fapimepe, Ferreira, Lealmat, Jaime & Rodrigues, José Silvestre, José Tomé Paulinho, Macolis, Materlis, Matima, Miguelmar, Manuel Rodrigues, Nexxpro, Nutriplus, O Polícia, Ouro Nobre, Palegessos, Pereira Alves & Prazeres, Petroibérica, Rações Avenal, Rogério Rodrigues, Roliser, Sidequi, SSM, Vilarplaca, Reymon, Paviprel, António Filipe Neto, Vilabo, Vidaltec, Ramos & Silva, Rafthi, José Manuel S. Oliva, Elmano Mendes, Infrasecur, A Lojinha da Cremilde, António Carvalho Ferreira Carlos, Globopeixe, Maquicópia, Digidelta, Ecomeios, Amaro Tavares & Filho, Maxicofre, Rall, MKTI, J. F. Ramos Representações; Animacity) Construção (Alves, Boaventura & Neves, Amador, Construtora do Lena, Construtora do Tâmega, Construções A. Leal, Construções Vieira Alves, Isidoro C. Silva, Grupo Mendes, Liscasa, Malonga, Miraterra, Nelson Construções, Poliobra, Rosado & Frazão, Sanostra, Serralharia A. Domingos, Soper, Umbelino Monteiro, Mécanobloc, Revesperfil) Edição, Informação e Artes Gráficas (Digidelta, Editorial Caminho, Euroscanner, Lusodidacta, Magma, Mota e Ferreira, Olegário Fernandes) Electro-Electrónico (CAJI, Eurocabos, Ibercabos, Schneider Eléctrica, Newvision, Barata & Marcelino) Energético (Electrosolar, SPEE, Palser) Hotelaria e Turismo (Arraial S. Tomé, Citur, Condor, Maria Filipa Pereira Bento, Hotel Roma, Hotel Marquês do Pombal, Lusanova, Royal Executive, São Tomé - Arraial da Gandra, V Centenário, Vista Real Hotel, Vivatlantico, Hotel Praia D’el Rei) Instituições Oficiais e de Utilidade Pública (Associação Comercial e Industrial da Covilhã, Abimota, ACCCRO, CEC, DNS, FCE, FCCN–DNS, GIEM-ISCTE, IAPMEI, AICEP, NERCAB, Parque Biológico de Gaia) 12 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Logística (Magnafrete, Vipfarma) Madeira, Cortiça e Mobiliário (Antocort, António Moreira da Silva, Balbino e Faustino, Ciocomol, Decormóveis, Fenabel, Euromolding, Icomatro,Mexótica, Móveis Ideal de Custódio Manuel Oliveira Eugênio, Móveis Pontinha, Mundifolhas, Natursleep, Palser, Pescada Santos e Irmão, Perfil, Victor Francisco, Vilarcortes, Vilarmóvel, Virgílio Pereira & Lopes) Máquinas e Equipamentos (António Filipe Neto, Agrimarão, Basrio, Equimarmore, Grupo Afroluso, Hidromac, Honeywell, Joper, Mecano Técnica - METEC, Navipa, Newvision, Omniarte, Piman, Resopre, Regas Prado, Tomix, Trinetos, Tecmic) Meta l u r g i a e Meta l o m e c â n i c a (A . S i l v a Matos,Bairrimoldes, Bascontriz, Basmorais, Basmorais Vendas Novas, Cobermetal, Estruturas Metálicas Florpóvoa, Confrasilvas, Fonseca e Silva, Gramperfil, Isidovias, Lopes & Gomes, Maxperfil, Metavil, Plasin, Salemo & Merca, Setronix, Sereno & Anacleto, Ventura, Metometal, Globalmolde, Mascruz, Cruzinox) Minerais não Metálicos (Fa e Tran, Goldcer, Leais & Oliveira, Marmenor, Mármores Central de Porto de Mós, Rosapor, Tradicer, VIdreira Central do Entroncamento, Vilabo, Marmoguia, Mármores Galrão, Granitos Galrão Norte) Saúde e Repouso (Abdicatrix, André Ópticas, Baptista Marques, Centro de Repouso e Lazer da Fonte Serrã, Mamifix, Nobrevita, Quantunsanus, Socioptica, Optocentro, Plinio Leal & Ana Leal, Ramos & Silva) Serviços (3R Consultores, Axa Seguros, BDO, Bolsa de Contas, Canal Marketing, Castros Iluminações Festivas, Codifinança, Cogeco, Contibatalha, Diâmetro, EGG, EIC, First Design, Gespalácios, Gestimafra, Graficonta, Grupo Joaquim António da Silva & Filhos, IMB, Linkare, LPM Comunicação, Mafgest, Nuno & Candeias, Oristeba, RDG - Informática, Rosa & Chagas, Rotuconta, SEP, SP Filmes, Tavolanostra, Viprese, Mgtm, Grupo Cenor, Effect, Eurologistix, Neo8g, Sys4it) Sistemas de Informação (Alidata, Liscic, Listopsis, Pessoas & Processos, Logicentro) Têxteis, Vestuário e Calçado (Artefita, Fiação e Tecidos Oliveira Ferreira, Horst Germann, Henriques e Rodrigues, J. M. Rodrigues & Luís Castro, Maria do Céu Nabais & Filhos - RULYS, Paulo Pereira, Votre Nom, Tecfil, Ana & Guerreiro, Graça, Serie Texteis) Transportes (Aeromercado, ANA, Expresso Frigo, Grupo Mendes, Transportadora Central de Vilas Boas) Químico (Diagopor, Gedemar, Maxiplás, Plasin Plásticos, Plásticos Edmar) 15 anos a criar parcerias de futuro case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > aolongode15anossãojáinúmerosossucessosobtidospelaMerCal ConsultinG GrouPemparceriacomosseusclientes,aoníveldassuasáreasdeintervenção.Em seguida,apresentamosalgunsdessescasos,recentesedesucesso,incluindoosquetiveramrepercussãonaimprensa. Cidade de zuriQue “sistemadetratamentoderesíduos”–umprojectodesucesso tos em cerca de 100 milhões de francos suíços como resultado da redução de tarifas. [arcomunternehmensberatung] situação O processo de tratamento de resíduos da cidade de Zurique consiste num sistema de esgotos, com cerca de 1000 kms e avaliado em cerca de 5 biliões de francos suíços, associado a uma moderna companhia de tratamento de resíduos (com cerca de 250 empregados). Devido à corrupção, em 1995, uma comissão de inquérito parlamentar foi convocada para averiguar acerca de questões legais inerentes a essa actividade. Incertezas, rumores e diversas acusações criaram um clima de desconfiança e uma atmosfera explosiva à volta desta actividade. oBjEctiVos A câmara de Zurique solicitou à ARCOM Management Consulting que desenvolvesse um processo que vise a implementação das alterações necessárias com o propósito de: • aliviar as tensões; • desenvolver um novo conjunto de estatutos, bem como uma estrutura de organização adequada; • apoiar a mudança cultural no sentido de potenciar a consolidação da companhia. rEsultados Passados dois anos, o projecto foi completado com sucesso, tendo-se excedido as expectativas iniciais. O trabalho desenvolvido pela ARCOM detectou um potencial de redução de cus- “Em condições bastante difíceis – em que a opinião pública suspeitava de actividade criminal dentro de um departamento da companhia – não é apenas importante chegar a acordo relativamente ao passado, mas também manter os olhos no futuro e na maximização do potencial de crescimento. O projecto continua a ser bem sucedido porque os consultores da ARCOM têm em consideração tanto os aspectos de gestão empresarial, como os psicológicos e políticos.” Kathrinmartelli,citycouncillorofZürich(2005) CoBerMetal situação A COBERMETAL – Coberturas Metálicas, Lda., constituída em 1995, dedica-se à actividade de produção, comercialização e montagens de coberturas metálicas autoportantes. Trata-se de uma tecnologia de vanguarda para coberturas, visto que desempenha simultaneamente as funções de estrutura e revestimento, dispensando os suportes tradicionais para as coberturas (asnas), conseguindo-se assim uma instalação rápida e eficaz com uma relação preço/qualidade imbatível. Este tipo de coberturas pode ser aplicado em qualquer tipo de edifícios e pavilhões. www.mercal.pt 13 case studies > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Para além dos referidos produtos, a empresa produz e comercializa todo o tipo de estruturas e coberturas tradicionais, platibandas (simples ou curvas) e revestimentos. A sua localização privilegiada, no centro do pais, mais propriamente na Batalha, permite-lhe chegar com a devida acessibilidade e celeridade a todos os pontos de Portugal. Desde há alguns anos que os principais clientes da COBERMETAL, LDA têm vindo a exigir um aumento na qualidade dos produtos à empresa. Estas exigências têm permitido e contribuído para desenvolver uma dinâmica de envolvimento e participação dos diversos níveis e áreas da empresa, no desencadeamento de processos correctivos e no aperfeiçoamento das metodologias aplicadas, numa lógica de melhoria contínua e em acentuar da diferenciação do seu posicionamento competitivo. Este facto torna a COBERMETAL, LDA única, e em alguns casos sem concorrentes no tecido industrial onde opera, o que lhe traz naturalmente benefícios acrescidos e uma acentuada fidelização dos seus clientes. A busca incessante por manter os melhores padrões de qualidade impõe-se desde a selecção da matéria-prima, passando pelo design, concepção e produção das soluções mais adequadas às necessidades dos clientes até à distribuição final junto dos seus segmentos de mercado, onde as coberturas metálicas correspondem a cerca de 75% da produção da empresa. A COBERMETAL, LDA possui uma elevada experiência e notoriedade no sector, por isso o seu reconhecimento quer a nível nacional como a nível internacional, pela elevada qualidade dos produtos oferecidos e das soluções que proporciona ao seu cliente, são por si demonstradoras dos seus recursos, capacidades e competências que têm sustentabilizado as suas vantagens competitivas, por um lado, e a elevada fidelização dos seus clientes por outro. Actualmente verifica-se uma crescente procura por parte do mercado espanhol devido, essencialmente, aos seus actuais clientes que aí dispõem de instalações ou que desenvolvem e reforçam o seu posicionamento e com os quais a COBERMETAL, LDA tem vindo a desenvolver uma relação de parceria estratégica. A internacionalização tornou-se imperativa e as suas causas residem na necessidade da COBERMETAL, LDA seguir e acompanhar as tendências do mercado e que evidenciam uma estagnação do mercado nacional. Objectivos O projecto desenvolvido pela Mercal teve por objectivo dar apoio à COBERMETAL, LDA à candidatura de um projecto de investimento ao SIME- Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial, projecto que visou adequar a produção às necessidades do mercado global, permitindo a consolidação do processo de internacionalização da Mercal. Resultados O apoio prestado por parte da Mercal à COBERMETAL, LDA permitiu que esta empresa viesse a beneficiar de todo um conjunto de incentivos (SIME) que permitiram à empresa realizar o projecto de investimento previsto e adaptar a sua produção às necessidades e exigências dos actuais clientes e ao mercado global viabilizando a sua estratégia de desenvolvimento empresarial. Os investimentos realizados permitiram ainda a conso- 14 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. lidação do processo de internacionalização da COBERMETAL, LDA de uma forma mais activa, nomeadamente no mercado espanhol, com maior nível de competitividade e criando barreiras à entrada de seus concorrentes pelo elevado nível tecnológico dos equipamentos adquiridos. COOPERATIVA DE BEJA E BRINCHES, CRL Situação Perante os actuais desafios que o sector agrícola nacional enfrenta, e que imprimem uma crescente necessidade de aumentar a sua competitividade, facto que se tem reflectivo na tendência de fusões entra as empresas, cooperativas e associações do sector, a Cooperativa Agrícola de Beja e Cooperativa Agrícola de Brinches optaram pela fusão das cooperativas. De forma a desenvolver o processo de fusão das duas cooperativas alentejanas estas solicitaram os serviços da Mercal, mais especificamente do Departamento de Fusões & Aquisições, beneficiando da larga experiência da Mercal nesta área. Objectivos Este projecto teve como objectivo a implementação de um projecto empresarial de consolidação e fusão das Cooperativas Agrícolas de Beja e Brinches, tendo também sido prestado apoio à definição dos seguintes aspectos: • Modelo organizacional; • Actividades de planeamento; • Sistemas de informação; • Modelo de engenharia financeira, com optimização das fontes de financiamento internas e externas. Resultados A fusão das duas cooperativas alentejanas traduziu-se em ganhos muito significativos não só para a empresa como para o sector agrícola do Baixo-Alentejo. Para a empresa, trouxe a oportunidade de reestruturar organizacionalmente os activos, recursos e capacidades anteriormente existentes e desenvolver um plano de actividade futura, com subsequente plano de acções conducentes à implementação de uma gestão por processos, da implementação da actividade de planeamento e orçamentação financeira, dos sistemas de informação e de gestão com evidentes consequências ao nível económico e financeiro. Para o sector agrícola porque “ambas se encaixavam perfeitamente uma na outra”. Se a Cooperativa Agrícola de Beja possuía uma enorme força no sector dos cereais, a congénere de Brinches apresenta grande dinâmica no domínio da olivicultura e produção de azeite – um sector com larga margem de crescimento que vai tornar-se o principal pilar da lavoura regional. Por outro lado, o centro de gravidade da olivicultura está a ser criado num arco entre Brinches, Serpa e Beja, onde agora se estendem centenas e centenas de hectares de novo olival. Esta será a zona de excelência para a produção de azeitona nos próximos anos. Encarada como “uma medida essencial para o sector cooperativo” da região, esta fusão inspirou-se no exemplo espanhol da Hojiblanca – uma empresa de Antequera (Málaga), que reúne várias Cooperativas e produz sozinha mais do dobro do azeite produzido em Portugal. Com a fusão, a Cooperativa de Beja e Brinches CRL detém uma quota na ordem dos 35% da produção nacional de azeite, ganhando em termos de mercado um peso completamente diferente daquele que as Cooperativas detinham inicialmente de forma isolada. É de referir que a entidade criada pela fusão das duas cooperativas, a Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches (CRL) é, desde já considerada a de maior dimensão ao nível nacional do sector cooperativo e na sua actividade, provendo-se um substancial reforço do seu posicionamento competitivo à escala ibérica. Fulterer Auszugssysteme GmbH Fulterer Auszugssysteme GmbH é uma companhia metalúrgica, fundada há cerca de 50 anos e com sede em Vorarlberg na Áustria. A empresa é especializada no fabrico de acessórios e artefactos para mobiliário e conta actualmente com cerca de 330 empregados. O Grupo Fulterer é composto por três companhias localizadas na Áustria, Suíça e nos Estados Unidos da América. Os acessórios desenvolvidos pela Fulterer são vendidas por todo o mundo, em cerca de 60 países, e representando uma receita na ordem dos 50 milhões de euros. A Mercal Consulting Group através da sua associada local prestou apoio à Fulterer Auszugssysteme (Fitting Systems) durante um importante processo de reestruturação que visava optimizar a estrutura do grupo na Áustria, Suiça e nos EUA. O Dr. Thomas Boeckle, mentor e coordenador do projecto, identificou três áreas de actuação: • Estrutura de Capital: • Reavaliação da estrutura de capital através da negociação de um plano de saída de alguns executivos do grupo, bem como a melhoria de toda a estrutura de negócio. • Reestruturação Estratégica (Distribuição e Vendas) • Análise e revisão da estratégia empresarial à luz das condições de mercado e reestruturação do Departamento de Distribuição e Vendas, assim como, revisão das actividades de forma a um melhor ajustamento aos mercados. • Fusões & Aquisições: • De forma de potenciar o crescimento do seu negócio a Fulterer tem por objectivo desenvolver uma estratégia de crescimento por aquisição, através da selecção de uma empresa estrategicamente viável e do desenvolvimento de um processo de F&A. • Actividades de apoio ao processo de F&A: Produção do dossier de aquisição (Plano de Projecto, Modelo de Financiamento, Due Diligence e Processo de Negociação). Situação Desde 1961, a Fulterer era uma das empresas mais dinâmicas no mercado de ferragens, tendo-se tornado numa das empresas de referência no sector, sendo líder no nicho de mercado das corrediças. Nos últimos anos, a pressão sobre os preços neste mercado tornou a actividade da empresa mais difícil, tendo os lucros registado uma forte queda. Dois membros da famí- 15 anos a criar parcerias de futuro lia saíram da Fulterer e um dos seus sócios-gerentes manifestou igualmente o seu interesse em sair da empresa. Após estes acontecimentos, a Fulterer solicitou à Mercal Consulting Group, através da sua associada, a Implus, que esta realizasse um estudo sobre a sua actividade, com especial destaque na vertente comercial e na sua estrutura de vendas. Foi neste contexto que a ferramenta designada por “Implus Developed Organization Diagnostics Tool” foi implementada. No decorrer do projecto foram realizadas entrevistas de grupo e individuais com as várias direcções e executivos da empresa, tendo os resultados da sua análise provado que a gestão desenvolvida pela empresa não conseguiu desenvolver uma estratégia e estruturar um padrão de desenvolvimento sustentável e obter em conformidade os resultados satisfatórios para a organização. Por este motivo, e após a conclusão da análise, o projecto “Fulterer 2010” foi colocado em prática, tendo sido concluído em Março de 2007. Nos parágrafos seguintes serão descritos quais os principais pontos em que o projecto incidiu. case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Objectivos No início do projecto, os principais pontos de actuação foram ao nível da estratégia e estrutura da empresa, tendo sido definidos os seguintes objectivos: • Definição de uma estratégia empresarial consistente; • Análise e reestruturação da empresa; Durante o projecto novas questões foram colocadas, tendo surgido novos subprojectos com os seguintes objectivos: • Definição de uma estratégia de redução de quadros; • Execução de participações estratégicas (stakeholders). Desafios As tarefas acima descritas constituíram o maior dos processos de mudança na empresa nos últimos anos e são cruciais para o futuro da empresa. Por esta razão foi exigido aos colaboradores da Fulterer a máxima dedicação. Esta não possuía o know-how necessário para lidar com este processo de reestruturação e, ao mesmo tempo o máximo profissionalismo e, devido à pouca experiência em lidar com a presença de consultores externos na empresa, seria indiciador do surgimento de dificuldades na aceitação de determinadas sugestões. Para além disso, existia uma grande pressão relativamente aos prazos, bem como a necessidade de coordenar vários recursos externos (contas da empresa, consultoria jurídica, consultora fiscal, estudo de mercado, empresa de capital de risco, etc.). Os desafios específicos do projecto foram os seguintes: Estrutura de Capital • Definição do Problema • Conflitos no seio da equipa de gestão e respectiva discordância com as decisões estratégicas; • As acções eram pertencentes a três membros da família (sucessão pouco clara); • Desejo de uma estratégia de saída para um dos executivos. • Resultados • Clarificação das relações dos accionistas; • Extinção dos conflitos no seio da equipa de gestão; • Regulamentação do financiamento para o buy-out. www.mercal.pt 15 case studies > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Ajustamento e Reestruturação Estratégica (Distribuição) • Definição do Problema • O sistema de produção da companhia não tinha uma orientação clara e visão de futuro; •A competição e o nível de preços tornaram-se mais agressivos, sendo o crescimento por aquisição a melhor forma de expandir o volume de negócios; •S istema de vendas ineficiente e dispendioso. • Resultados • Alterações na estratégia empresarial: expansão estratégia e a reestruturação tecnológica do sistema de produção; •C riação de um escritório de vendas na suíça; • Implementação de uma nova estrutura empresarial; • Reestruturação das áreas de operação e criação de uma melhor conexão com a filial norte americana; • I nstalação e nomeação do director de vendas, bem como a nomeação de dois agentes de vendas (novo cargo na empresa); •E conomia de custos obtida pelo termino dos contratos com agentes de vendas externos; • Desenvolvimento de vendas directas e reforço em torno de três representantes de vendas. um conjunto de situações e fornecer os métodos e soluções mais inovadoras. O Dr. Thomas Boeckle, CMC, que também participou no processo fusão e aquisição, concebeu todo o processo de desenvolvimento organizacional. Christian Ruthner e Benedicte Haemmerle são os outros membros equipa de consultores, tendo estado associados às áreas de controlo e recursos humanos. Para a parte do projecto desenvolvida na Suíça, a imPlus contou com a colaboração do seu parceiro suíço, o professor universitário Dr. C André Wohlgemuth, ex-presidente da Associação Suíça Consultores e Chairman da IMCN (www.imcn.biz). Fusões & Aquisições • Definição do Problema • O mercado caracterizava-se por uma oferta relativamente grande face à procura, o que se traduzia num baixo nível de preços e num poder acrescido dos consumidores sobre os produtores/vendedores; • Necessidade de um forte aumento do volume de negócios para que a Fulterer pudesse vir a ser reconhecida como uma empresa à escala global (estratégia de crescimento por aquisição); • Resultados • Criação de uma estrutura tendo em vista a potenciação de participações estratégicas (stakeholders); •R edução do preço de compra em cerca de 40% relativamente à oferta inicial; • Aumento substancial do valor da empresa através de uma análise adicional e reestruturação do Departamento de Vendas; •R eestruturação financeira com a adesão a um fundo de capital mezzanine. GRUPO NIGEL Com a aquisição, o volume de negócios aumentou em cerca de 30%, tendo a quota de mercado crescido consideravelmente. Para além disso, surgiram novos mercados com a aquisição devido às gamas de produtos adicionais que esta trouxe. A aquisição desta subárea permitiu à Fulterer tornar-se numa dos maiores líderes mundiais no seu sector. No continente europeu, registou-se uma expansão das quotas de mercado até então existentes, devido essencialmente à optimização da estrutura comercial e de vendas. Para este projecto a Mercal Consulting Group , através da sua associada a Implus, disponibilizou uma equipa de quatro consultores de gestão fortemente preparados para lidar com todo 16 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Duração do projecto: 162 dias. Os efeitos e as potencialidades futuras descobertas neste projecto excederam largamente os seus custos. Para a Fulterer, os maiores resultados deste projecto foram as sinergias e as novas oportunidades de mercado geradas pelas aquisições. Estas foram possíveis devido à qualidade do trabalho de estratégia desenvolvido pela imPlus que detectou e estruturou o desenvolvimento desse potencial de crescimento. Com este projecto a imPlus foi galardoada com o prémio de melhor consultora de gestão austríaca – Constantinus Award 2007. Situação O Grupo NIGEL, sediado em Peniche, tem origens na Congeladora José Nicolau, empresa em nome individual criada em 1958. Esta ultima foi crescendo, e, em 1974 formou-se a Nigel, uma sociedade por quotas. Em 1958 as instalações situavam-se no Alto de Santa Cruz, em Peniche, as quais registaram alterações apenas ao nível logístico até 1980. Em 1980 toda a fábrica foi remodelada, dando-se um aumento substancial das instalações passando a capacidade de frio para 4000m3. Esta remodelação foi necessária, já que nos anos anteriores se tinha registado uma diminuição das taxas de crescimento das vendas devido a um esgotamento da capacidade de produção. Em 1989 iniciou-se uma nova ampliação das instalações fabris, como consequência da alta taxa de ocupação da capacidade produtiva existente e também de modo a adequar as instalações às normas e exigências comunitárias. Com esta ampliação, para além de se criar um círculo correcto de produtos, introduziram-se novas máquinas, permitindo duplicar a capacidade de produção. Com a ampliação, terminada em 1992, a capacidade de conservação em frio aumentou para 12.000m3 e a congelação para 8ton/hora, distribuídas por 3 processos diferentes. Após essa grande ampliação registaram-se diversos melhoramentos, nomeadamente ao nível da produtividade da empresa. De forma a responder eficazmente a todos os seus clientes, a NIGEL estendeu a sua intervenção à Zona Sul do País, de forma a dar uma resposta imediata às solicitações dos seus clientes desta região, com a criação em 1995 da NIGEL ALENTEJO, LDA. Bem como a sua actividade, com a criação da NIGEL FROTA, em 1998 aumentando deste modo, a sua capacidade de distribuição. Face à constante preocupação do Grupo em estar próximo dos seus clientes, de prestar um serviço eficiente e eficaz, e alcançar os mais elevados padrões de qualidade, a NIGEL solicitou o apoio da Mercal de forma a dar continuidade à sua filosofia. Objectivos O projecto desenvolvido pela Mercal para o Grupo NIGEL teve como objectivos: • Apoiar a candidatura de um projecto de investimento ao SIME - Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial, que visou a obtenção de meios financeiros para a estratégia de desenvolvimento do negócio; • Apoiar a estratégia de internacionalização com o potencial reforço do posicionamento da empresa no mercado comunitário e sua maior diversificação com subsequente diminuição da dependência externa; • Apoiar a implementação de uma gestão por processos, com respectiva optimização dos recursos, capacidades e competências; • A obtenção da Certificação dos Sistemas de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Gestão Ambiental (ISO 14001) e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (OSHAS 18100). Resultados O projecto desenvolvido pela Mercal permitiu ao Grupo NIGEL implementar a sua estratégia de desenvolvimento e crescer nos mercados internacionais, assim como vir a beneficiar dos incentivos ao investimento que viabilizaram os investimentos previstos e permitiram obter as certificações dos Sistemas de Garantia da Qualidade (ISO 9001), Gestão Ambiental (ISO 14001) e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (OSHAS 18100). Em termos práticos, os investimentos realizados permitiram a melhoria dos processos, optimização dos recursos, capacidades, competências e as condições de trabalho, do respeito pelos aspectos ambientais e da qualidade dos seus produtos, com consequentes ganhos de competitividade para o Grupo NIGEL. MAXICOFRE, Lda. Situação Fundada em 1995, a MAXICOFRE resultou do objectivo inicial do preenchimento das lacunas existentes ao nível nacional na área da Segurança Física (cofres, Porta-Fortes, etc.), através do comércio de equipamentos na área da Segurança, bem como a manutenção dos respectivos equipamentos comercializados. Ao longo dos 14 anos de experiência, a MAXICOFRE tem evoluído de acordo com as necessidades dos seus clientes e do mercado, apostando continuamente na inovação e qualidade dos seus produtos, e na satisfação dos seus clientes com vista a desenvolver um sólido relacionamento de longo prazo. Na prática, as evoluções ao nível da segurança e de vídeo vigilância, bem como a crescente complexidade do sector têm sido o driver para o desenvolvimento evolutivo da MAXICOFRE. A empresa tem desde sempre acompanhado as evoluções tecnológicas ao nível dos produtos, bem como ao nível da segurança da informação e da segurança no trabalho. 15 anos a criar parcerias de futuro Esta constante evolução tem permitido à MAXICOFRE dispor de recursos humanos, técnicos, logísticos e financeiros que permitem garantir uma solução global, competente e adequada, de elevada qualidade a um preço competitivo, e dentro dos prazos acordados. Adicionalmente, e conforme indicado anteriormente, a MAXICOFRE dispõe de um serviço de pós-venda no qual disponibiliza assistência técnica e manutenção preventiva, bem como de um piquete disponível 24 horas. De forma a melhorar e completar o seu serviço a MAXICOFRE efectua pequenas alterações aos equipamentos de acordo com as necessidades e especificidades dos seus clientes, nomeadamente na banca. Actualmente, a MAXICOFRE tem actividade regular em Portugal e a MERCAL tem apoiado o seu processo de internacionalização no mercado Angolano, representando as exportações, para este mercado, já cerca de 23% do seu volume de negócios. case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Objectivos A MERCAL participou no Projecto de Desenvolvimento Empresarial e Organizacional da MAXICOFRE, tendo por objectivo: • Acentuar a capacidade de internacionalização da empresa, nomeadamente para os mercados angolano e espanhol; • Implementação do Sistema de Gestão Integrado - Qualidade e Ambiente (ISO 9001 e ISO 14001); • Implementação dos sistemas de informação de apoio à gestão e ainda de obtenção de financiamento para esse fim, ao abrigo do QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional. Resultados Com o apoio da MERCAL e com a implementação do projecto e do plano de acções, a MAXICOFRE acentuou a sua presença no mercado nacional e promoveu de forma acentuada a sua internacionalização principalmente nos mercados Angolano e Espanhol, aproveitando o seu potencial e o crescimento global do negócio, nomeadamente através da concretização de algumas medidas, das quais destacamos: • Desenvolvimento da capacidade de internacionalização da MAXICOFRE através da participação em feiras; • Participação em certames internacionais com o objectivo de proporcionar contactos com clientes potenciais em Angola e em Espanha; • Plano de Marketing e de Actividade Comercial; • Implementação da actividade de planeamento estratégico e operacional ao nível de marketing, incluindo o planeamento, orçamentação e controlo de gestão comercial e das vendas; • Acções de Marketing Directo e desenvolvimento de meios de suporte. Foi implementado um Plano de Marketing Directo dirigido a potenciais clientes no espaço internacional lusófono, com a capacidade de poder ampliar e garantir maior cobertura dos mercados-alvo actuais, nacionais e internacionais. Foram definidos ainda, ao nível do cronograma as acções inerentes às opções estratégicas de desenvolvimento do negócio e de respectiva lógica evolutiva de investimentos, a manutenção da liderança e expansão da actividade da empresa. www.mercal.pt 17 case studies > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > 18 MAXPERFIL, LDA. Situação A Maxperfil, Lda., constituída em 2001, é uma empresa relativamente recente, mas desde logo iniciou a sua actividade orientada para a produção, comercialização de perfis metálicos detectando uma lacuna de mercado e na oferta nacional. Um bom conhecimento do mercado, aliado a um espírito empreendedor e uma visão do negócio a médio e longo prazo do seu sócio-gerente, a Maxperfil, Lda., tem vindo a posicionar-se como uma das principais referências do mercado nacional na produção de perfis, como é comprovado pelo elevado crescimento que regista ao nível da actividade e sua quota de mercado. Com efeito, a elevada inovação e especialização dentro do seu sector de actividade tem possibilitado um crescimento sustentado das vendas, que assenta sobretudo no seu posicionamento tecnológico associado a uma boa gestão e organização interna, e que viabilizou a actual forte implementação que possui no mercado nacional. Um dos principais factores em que tem sustentado o desenvolvimento da Maxperfil, Lda., tem a ver com a tecnologia inovadora e diferenciada que possui, consubstanciada com o seu actual parque produtivo que poderá ser considerado extremamente evoluído face à sua concorrência internacional. Este posicionamento tecnológico permite-lhe deter elevada flexibilidade e oferecer soluções que asseguram os mais elevados padrões de qualidade. A gama de oferta da Maxperfil, Lda. e as soluções que apresenta ao nível de produtos, têm por base a transformação de chapas metálicas, oriundas de siderurgias nacionais e internacionais, em produtos finais de aplicação directa e específica em edificações e construção em geral, e que vão ao encontro das maiores e actuais exigências do mercado. A empresa mantém elevada flexibilidade ao nível produtivo o que lhe permite um óptimo time to market e a permanente introdução de novos produtos e oferta de soluções diferenciadas e diversificadas ajustando-se à evolução das tecnologias de construção. A montante do seu processo produtivo verifica-se uma elevada selectividade na definição de parceiros fornecedores, que têm de cumprir para com os padrões mais elevados de qualidade ao nível das matérias primas e outros materiais que disponibilizam e que se encontram em consonância com as características técnicas que detêm os seus equipamentos produtivos. A Maxperfil, Lda. acrescenta assim aos seus produtos e às soluções que oferece aos seus clientes uma forte componente de inovação e de design, aliado a uma forte componente de qualidade. O seu processo produtivo é adaptado às exigências dos seus clientes, tendo em conta a gama diversificada de produtos e soluções, e que utilizam como principais materiais de base o aço. O dinamismo latente na empresa tem alicerçado o seu crescimento, o que implica uma constante evolução do processo produtivo, uma maior presença no mercado nacional e internacional e um eficiente processo de internacionalização, tendo em conta os níveis de crescimento registados nos últimos anos. Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Objectivos De forma a dar continuidade ao seu processo de crescimento, a Maxperfil, Lda solicitou os serviços da Mercal, tendo esta vindo a acabar por desenvolver um projecto com os seguintes objectivos: • Apoiar a candidatura de um projecto de investimento ao SIME – Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial, tendo em vista: • Adequar a produção e os seus produtos aos mercados internacionais, permitindo: • A consolidação do seu processo de internacionalização e o reforço do posicionamento em Países considerados mais atractivos. Resultados A intervenção da Mercal permitiu a realização do projecto de investimento proposto com uma estratégia de financiamento e obtenção de incentivos ao investimento (SIME), permitiu a adaptação do sistema produtivo da Maxperfil, Lda às necessidades e solicitações dos clientes mais exigentes e ao mercado global. Permitiu ainda, e conforme era objectivo, a consolidação do processo de internacionalização de uma forma mais activa, nomeadamente com o alargamento do negócio e subsequente reforço do posicionamento para os mercados espanhol, belga e inglês. MÉCANOBLOC PORTUGUESA – DIVISÓRIAS AMOVÍVEIS, LDA. Situação A Mécanobloc Portuguesa – Divisórias Amovíveis, Lda. foi constituída em 1988 no seguimento de uma proposta da casa mãe, Mecanobloc, S.A., em França, para começar a trabalhar em Portugal, através de um empregado português que então trabalhava na empresa em França. Foi assim criada a Mécanobloc Portuguesa, uma sociedade comercial por quotas cujo objecto social é o fabrico, montagem e comercialização de divisórias amovíveis, tectos e pavimentos falsos e mobiliário. Os seus sócios-gerentes são gestores com liderança carismática, extremamente dinâmicos e criativos, que têm vindo a comandar os destinos da Mécanobloc Portuguesa, Lda. e que constitui em si a razão do êxito alcançado pela empresa até à actualidade. Desde há alguns anos que os principais clientes da Mécanobloc Portuguesa, Lda. têm vindo a exigir um aumento na qualidade dos produtos à empresa. Estas exigências têm permitido e contribuído para o desenvolvimento de uma dinâmica de envolvimento e participação dos diversos níveis e áreas da empresa, no desencadeamento de processos correctivos e no aperfeiçoamento das metodologias aplicadas ao nível do seu Sistema de Gestão, numa lógica de melhoria contínua e de acentuar a diferenciação do seu posicionamento competitivo. Desta forma, em muitos casos a Mécanobloc Portuguesa, Lda. é o único player no tecido industrial onde opera, o que lhe traz naturalmente benefícios acrescidos, permitindo providenciar uma acentuada fidelização dos seus clientes, e criar barreiras à entrada de potenciais concorrentes. Na sequência dos desafios do sector, e perante a necessidade de contornar a actual maturidade com que se defronta o mercado nacional, designadamente ao nível dos seus segmentos, e adequar a produção ao mercado global de forma a consolidar o seu processo de internacionalização, em 2005, a Mécanobloc Portuguesa, Lda solicitou o apoio da Mercal por forma a apoiar na resolução desses desafios. Objectivos Para o projecto desenvolvido para a Mécanobloc Portuguesa, Lda foram definidas as seguintes tarefas: • Apoio à candidatura de um projecto de investimento ao SIME - Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial; • Desenvolvimento e implementação de um BIM – Plano de Marketing Internacional, com o objectivo de reforçar o seu posicionamento no mercado externo; • Assistencia técnica à implementação do Sistemas de Gestão da Qualidade (ISO 9001). Resultados O projecto apoiado pela Mercal permitiu à Mécanobloc Portuguesa, Lda. realizar os investimentos constantes no projecto de investimento no âmbito do SIME, que associado ao BIM – Plano de Marketing Internacional, permitiram adequar a produção ao mercado global, contribuindo para a consolidação do seu processo de internacionalização de uma forma mais activa, nomeadamente nos mercados belga e espanhol, devido ao elevado nível tecnológico dos equipamentos adquiridos. Desta forma, a empresa começou a possuir capacidade e flexibilidade produtiva para satisfazer adequadamente a evolução dos seus potenciais clientes nos actuais mercados-alvo, assim como conquistar novos mercados, tornando-se exportador activo, nomeadamente para os mercados belga e espanhol, tendo vindo a impôr a sua estratégia diferenciadora e o seu posicionamento competitivo. A sua vantagem competitiva foi conseguida através da capacidade de diferenciação com base na inovação tecnológica, qualidade e design inovador das soluções propostas, do produto e do serviço prestado, associadas a uma distribuição rápida, valorizando a apresentação e a comunicação relativa à empresa como forma de reforço do seu posicionamento nos mercados-alvo. Recentemente, em 2009, a Mercal foi chamada a efectuar operação de avaliação da empresa e sua posterior venda, assegurando, nesta etapa, a consolidação financeira e a capacidade da Mécanobloc Portuguesa, Lda. assumir definitivamente a liderança no mercado e a consolidação do seu processo de internacionalização. Trata-se de uma parceria de muitos anos e virada para o futuro! 15 anos a criar parcerias de futuro nicos, tem somado êxitos no fabrico de moldes de precisão e alta engenharia para a indústria do vidro de embalagem, sendo reconhecida como um dos melhores fabricantes portugueses de moldes para a indústria vidreira. Para além do mercado nacional, a METAVIL, Lda. tem já alguma presença nos mercados internacionais, exportando para vários países, tais como França, Espanha, Bélgica e Arábia Saudita. Os moldes que produz são destinados essencialmente ao fabrico de embalagens para bebidas, produtos alimentares e produtos de perfumaria. A empresa tem vindo a reforçar consideravelmente a produção destinada ao ramo dos moldes para produtos de perfumaria, o qual requer uma tecnologia mais avançada e, subsequentemente, com um valor acrescentado mais elevado. case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Objectivo De forma a acompanhar o desenvolvimento das indústrias para as quais são fornecedores, evoluindo de modo a responder com eficácia aos seus requisitos, a METAVIL, Lda. solicitou o apoio da Mercal num projecto com os seguintes objectivos: • Apoiar a candidatura de um projecto de investimento ao SIME - Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial; • Desenvolvimento e implementação do BIM – Plano de Marketing Internacional visando a penetração e reforço do posicionamento no mercado externo, nomeadamente Espanha e França; • A ssistência técnica à implementação dos Sistemas de Gestão Integrada da Qualidade (ISO 9001), Ambiente (ISO 14001) e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (OSHAS 18100). Resultados O projecto desenvolvido pela METAVIL em colaboração com a Mercal permitiu a realização dos investimentos constantes no projecto com o apoio do SIME, nomeadamente a aquisição de modernos e sofisticados sistemas de controlo de gestão da produção. A implementação do Sistema de Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, aliada aos investimentos realizados possibilitaram o melhoramento das condições de produção, de trabalho e da qualidade dos produtos, permitindo à METAVIL corresponder aos mais rigorosos padrões de qualidade, com consequentes ganhos de competitividade à escala ibérica. Ao nível internacional, a implementação do BIM permitiu o aumento do potencial de crescimento das exportações para os mercados alvo da empresa, nomeadamente os mercados espanhol, francês, belga e da Arábia Saudita. METAVIL PAVIPREL, SA Situação Fundada em 1977 com o propósito de fabricar moldes e acessórios para a indústria vidreira, a METAVIL, Lda. tem vindo a desenvolver essa área de trabalho equipando-se com a mais moderna tecnologia que, aliada ao Know-How dos seus téc- Situação A PAVIPREL, constituída em 1976, dedica-se à indústria e comércio de fabrico de vigas de betão pré-esforçado, peças pré-fabricadas e artefactos de cimento e similares, sendo líder no seu sector. Ao longo de mais de 30 anos de experiência no sector, a qualiwww.mercal.pt 19 case studies > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > dade dos produtos tem sido um factor de enorme importância para a PAVIPREL. Nesse sentido, a empresa tem continuamente apostado nas mais modernas tecnologias de produção, que aliadas aos melhores designes, têm assegurado os melhores padrões de qualidade nos produtos que desenvolve e produz. Adicionalmente, a PAVIPREL tem um laboratório próprio onde são realizados os mais diversos ensaios de controlo. A PAVIPREL opera em Portugal, na região centro e na região sul. No mercado dos artefactos de cimento, os custos de transporte representavam aproximadamente 25% do custo total do produto, o que tornou a proximidade geográfica ao cliente um factor de competitividade bastante importante e decisivo na comercialização. A PAVIPREL perante os desafios e ameaças impostos ao sector em que opera, bastante associado ao sector da construção civil, sector actualmente com enormes dificuldades em Portugal, e ao aumento da concorrência especializada no sector, solicitou a colaboração da Mercal na definição estratégica da empresa, nomeadamente no que concerne ao processo de internacionalização. Objectivos De forma a melhor compreender as necessidades futuras e os recursos necessários para a implementação da estratégia de internacionalização, foi desenvolvido pela Mercal um projecto de investimento no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, no seguimento do planeamento estratégico implementado no passado na PAVIPREL. O trabalho desenvolvido pela Mercal permitiu à PAVIPREL a atingir os objectivos definidos, nomeadamente: • Optimizar os seus processos produtivos, de forma a implementar estratégias lean que permitam à empresa aumentar a sua eficiência produtiva e diminuir os desperdícios; • Melhorar a articulação entre a área de planeamento e a área de produção; • Desenvolver o seu portfólio de produtos, acrescentando produtos com elevada componente tecnológica e já preparados para fazer face às novas exigências térmicas e acústicas exigidas por lei; • Implementar uma política de redução de consumos energéticos, de forma a diminuir o impacto ambiental da organização e procurando atingir uma política de CO2 neutro; • Dotar a empresa de melhores condições de trabalho para os seus colaboradores; • Melhorar a capacidade de marketing da empresa e aumentar a capacidade de internacionalização na Europa e nos PALOP. Resultados O projecto desenvolvido pela Mercal permitiu à PAVIPREL aumentar os seus níveis de produtividade e desempenho no binómio preço-qualidade, factor fundamental no contexto de mercado. Os referidos aumentos de produtividade registados, aliados ao desenvolvimento do portfólio de produtos, seguindo os mais avançados padrões de qualidade, e à estratégia de internacionalização definida permitiram um reforço da competitividade da empresa, tanto no mercado nacional, como nos mercados externos, nomeadamente no mercado espanhol e nos PALOP. 20 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Os frutos deste projecto, ao possibilitarem a diminuição da dependência da PAVIPREL face ao mercado português, conduziram à diversificação e redução do risco de mercado associado à empresa. PIMAN – INDUSTRIA DE MANUTENÇÃO, SA Situação A PIMAN, fundada em 1996, tem como objecto social a prestação de serviços no sector industrial nas áreas de mecânica, electricidade, instrumentação e controlo. Desde o seu início que a PIMAN tem apostado na constante evolução tecnológica procurando assumir uma postura de vanguarda nos seus sectores de actuação. Esta é já uma das principais empresas na promoção e gestão integral de projectos industriais e na prestação de serviços derivados da sua actividade principal, desde a operação, à manutenção industrial e limpeza. A estrutura organizacional da PIMAN é caracterizada pelo facto de ter um modelo de gestão minimamente hierárquico e quase horizontal, mas suficientemente formalizado. Tem vindo a conseguir com sucesso manter a motivação e o envolvimento pessoal que caracterizam um capital humano de primeira linha, a todos os níveis. De forma a garantir a evolução contínua e a sustentabilidade das suas vantagens competitivas, a PIMAN foi certificada pela NP EN ISO 9001:2000. Actualmente, a PIMAN actua nos seguintes segmentos: • Manutenção Preventiva através dos serviços de limpeza industrial, permitindo a limpeza das instalações industriais ao nível de espaços e equipamentos e através da manutenção de equipamentos, utilizando para o efeito equipas especializadas nos respectivos equipamentos; • Manutenção Correctiva, através da reparação de equipamentos e reparação de infra-estruturas, incluindo redes eléctricas, tubagens e estruturas metálicas; • Infra-estruturas. Em 2007, a MERCAL desenvolveu para a PIMAN, eleita PME Líder nesse ano, de um exercício de Benchmarking e um Plano de Oportunidades de Melhoria e de Rumo à Excelência, com o apoio do Programa FINCRESCE – Financiamento de Estratégias de Crescimento das Empresas. Desde então e no âmbito de uma parceria estratégica, a Mercal veio a apoiar a PIMAN noutros projectos. Objectivos Mais recentemente, e de forma a potenciar o seu crescimento, tanto a nível nacional como internacional, a PIMAN solicitou o apoio da Mercal num projecto com os seguintes objectivos: • Implementação do Plano de Marketing visando a prospecção comercial no mercado nacional; • Desenvolvimento e implementação do BIM – Plano de Marketing Internacional visando a internacionalização do negócio para a Polónia; • Desenvolvimento de um Project Finance, com identificação e optimização das fontes de financiamento externas, incluindo a obtenção de incentivos ao investimento através do QREN. O Projecto De forma a melhor compreender as necessidades futuras e recursos necessários para a implementação da estratégia de internacionalização, sintetizamos, em seguida, as principais linhas de actuação estratégica definidas para a PIMAN, com a colaboração da Mercal, nos seus mercados de actuação (Portugal, Espanha e Marrocos): 1. Responder de forma técnica excelente e avaliar continuamente o grau de sucesso no mercado nacional e potenciar a penetração no mercado polaco; 2. Elevar permanentemente o grau de satisfação do Cliente, compreendendo e antecipando as suas necessidades, com o intuito de estabelecer relações sólidas e de longo prazo marcadas pela confiança; 3. Criar as condições para que o Capital Humano da Organização tenha todas as competências necessárias ao desempenho das funções que lhe são atribuídas e participar activamente na detecção e correcção dos desvios que possam ocorrer; 4. A ssegurar que todos os colaboradores assimilam os objectivos da qualidade, a importância destes para a organização, e que são encorajados a contribuir com acções para o seu cumprimento e sugestões para a sua melhoria; 5. Potenciar a aptidão para criar valor: a qualidade dos produtos e a flexibilidade dos serviços são fruto das relações de parceria estabelecidas com os fornecedores, pelo que a organização aposta na continuidade destas relações de benefício mútuo; 6. Melhorar continuamente o desempenho global do Sistema de Gestão da Qualidade com permanente orientação para a estrita observação e cumprimento dos requisitos estatutários, regulamentares e legais aplicáveis; 7. Reforçar a actuação no mercado nacional através da abordagem estruturada a novas regiões do País; 8. Reforçar a dimensão internacional da empresa através da abordagem estruturada a novos mercados, incluindo a Polónia, no segmento de manutenção industrial, e em Marrocos, no segmento de desenvolvimento de infraestruturas industriais. Todas as acções apoiadas pela MERCAL tiveram desde já como base os objectivos estratégicos que foram identificados, e a análise efectuada em 2007 no Plano de Oportunidades de Melhoria, elaborado ao abrigo do programa FINCRESCE do IAPMEI. Resultados A cooperação da Mercal permitiu à PIMAN obter o financiamento necessário ao desenvolvimento dos projectos propostos, tendo a implementação destes permitido à empresa a obtenção de ganhos de competitividade, tanto no mercado nacional como nos mercados externos em que a empresa já se encontrava presente, como Espanha e Marrocos. O BIM desenvolvido de forma apoiar o processo de internacionalização do negócio para o mercado polaco, permitiu à PIMAN identificar as melhores formas e soluções para a empresa entrar neste mercado com máxima segurança e competitividade, tendo contribuído para o sucesso da estratégia da PIMAN na Polónia. 15 anos a criar parcerias de futuro REYMON – IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO UNIPESSOAL, LDA. A REYMON foi fundada em 1998, em Odivelas, com o objectivo de importar, exportar e distribuir material informático e de papelaria. Desde o início da sua actividade que a estratégia empresarial da REYMON se fundamenta numa estrutura de meios orientada para a permanente melhoria do serviço ao cliente. Uma visão estratégica correcta, o recurso a meios humanos qualificados e a busca permanente da máxima qualidade dos produtos e serviços associados são os principais vectores do sucesso da REYMON. Com a experiência adquirida ao longo dos anos, a REYMON acumulou um “know-how” precioso e essencial para a sua actividade, contribuindo para isso a inovação, desde sempre um valor central de uma organização que elegeu como missão atingir a excelência na valorização das marcas representadas. Actualmente a empresa é distribuidora de um vasto conjunto de marcas conceituadas, como a Agipa, Body Glove, Calidad, Eldon, Eurocel, Fellowes, Hélix, Inké, Leonardi, Kangaro, Print Inform, REYMON, Speed Link, Tarifold e Uni-Ball. A REYMON oferece um serviço de distribuição extremamente flexível de economato em diversas áreas. Actualmente, está presente nos seguintes segmentos de mercado: • Economato para a área de informática; • Equipamento de arrumação e transporte de computadores; • Consumíveis; • Papelaria. O enquadramento da REYMON na cadeia-valor coloca-a como elemento distribuidor, fundamental para o êxito da comercialização e satisfação de todos os segmentos de mercado de economato. Esta situação é o resultado das relações de parceria que a empresa estabelece com fornecedores e clientes, promovendo a qualidade dos produtos comercializados. Com uma presença consolidada no mercado nacional, esta tem como vantagens competitivas face aos seus concorrentes, uma entrega mais rápida (maior stock e frota própria) e uma relação de parceria mais próxima. case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Objectivos No intuito de impulsionar o seu crescimento, a nível nacional e internacional, a REYMON solicitou os serviços da Mercal de forma a: • Desenvolver um plano de Marketing visando o crescimento interno e a internacionalização da REYMON, nomeadamente para os mercados angolano, moçambicano e restantes PALOP; • Prestar assistência técnica à implementação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001). • Obter financiamento para viabilizar a estratégia de desenvolvimento do negócio e ainda incentivos ao investimento. O Projecto Na sequencia dos objectivos estabelecidos para o projecto, e de forma a aproveitar o seu potencial e promover o crescimento global do negócio, foram implementadas: • Acções de Marketing Directo: promoveu-se a implementação de um Plano de Marketing Directo de Exportação e de Apoio à Prospecção Comercial, direccionado a potenwww.mercal.pt 21 case studies > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > ciais clientes no espaço internacional lusófono, com a capacidade de poder ampliar e garantir maior cobertura dos mercados-alvo actuais, nacionais e internacionais. Permitiu ainda definir ao nível do cronograma as acções inerentes às opções estratégicas de desenvolvimento do negócio e de respectiva lógica evolutiva de investimentos, nomeadamente para a manutenção da liderança e expansão da actividade da empresa; • Plano de Marketing e de Actividade Comercial: procedeuse à implementação da actividade de planeamento estratégico e operacional ao nível de marketing, incluindo o planeamento, orçamentação e controlo da gestão comercial e das vendas. • Sistema de Gestão da Qualidade e sua certificação pela NP EN ISO 9001 Resultados O projecto desenvolvido pela REYMON em colaboração com a Mercal permitiu potenciar o crescimento interno da empresa no mercado nacional, apesar das actuais dificuldades económicas, e a expansão da marca a nível internacional, nomeadamente para os PALOP. Ainda na sequência dos objectivos do projecto, a REYMON obteve com sucesso a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) e o financiamento necessário para o desenvolvimento estratégico do seu negócio. Pese a má conjuntura a Reymon tem vindo a revelar um crescimento considerável. SARVINHOS – VINHOS DE PORTUGAL, SA A SARVINHOS – Vinhos de Portugal, S.A., doravante designada por SARVINHOS, foi constituída em 1965 por cinco empresários da região de Leiria que desde muito cedo projectaram a sua imagem e notoriedade no mercado nacional e internacional, criando parcerias estratégicas com os clientes, nos diferentes mercados de actuação, e constitui actualmente uma referencia no sector de comercialização de vinhos e aguardentes. No ano de 2005, a família Martins, actuais e únicos accionistas da SARVINHOS, assumiu a responsabilidade da gestão e efectuou a mudança para a sociedade anónima, tendo profissionalizado a gestão e incutido um empenho e dinamismo ao negócio que se encontra já patente na actividade actualmente desenvolvida pela empresa no aumento da sua capacidade exportadora e na diversificação de mercados. Enquadrada nas actuais tendências do mercado do vinho, a SARVINHOS inclui no seu portfólio de produtos diversos tipos de vinhos brancos e tintos, desde vinho de mesa a vinho Premium. De forma a complementar o seu portfólio de produtos, a empresa também comercializa licores vinícolas e aguardentes. À frente dos destinos da SARVINHOS encontra-se o Sr. Pedro Ferreira Martins, dinâmico e empreendedor, que tem incutido um dinamismo acentuado nos negócios, procurando reforçar o seu posicionamento no mercado nacional. No que respeita à internacionalização da empresa, o Dr. Pedro Nuno Martins tem vindo a consolidar a presença da SARVINHOS em África e Europa, para além do mercado Chinês. 22 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Objectivos No âmbito da estratégia de expansão da sua actividade a SARVINHOS solicitou a colaboração da Mercal na elaboração de um projecto com os seguintes objectivos: • Implementação de um BIM – Plano de Marketing Internacional que visou o apoio à exportação direccionada para os mercados do Reino Unido, Alemanha, Rússia, Angola e China; • A ssistência técnica à implementação dos Sistemas de Garantia da Qualidade (ISO 9001), Gestão Ambiental (ISO 14001) e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (OSHAS 18100). Resultados O projecto desenvolvido pela Mercal permitiu à SARVINHOS ampliar o seu potencial endógeno de crescimento e potenciar a capacidade exportadora para os seus mercados alvo: Reino Unido, Alemanha, Rússia, Angola e China. Ainda na sequência dos objectivos do projecto, a SARVINHOS obteve com sucesso a certificação do Sistema de Garantia da Qualidade (ISO 9001), Gestão Ambiental (ISO 14001) e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (OSHAS 18100). UMBELINO MONTEIRO, SA (ETEX GROUP) Situação A UMBELINO MONTEIRO, empresa pertencente ao Grupo Belga Etex, é uma das principais empresas fabricantes de telha em Portugal. Esta opera principalmente em Portugal, embora esteja já presente com regularidade noutros mercados Mundiais. Ao longo de quase meio século de existência, a Umbelino Monteiro, tem prosseguido uma estratégia coerente de preocupação com a melhoria da qualidade dos seus produtos, empenhada em satisfazer os seus clientes, inovando e antecipando as tendências da moda, procurando satisfazer nichos de mercado, tentando valorizar esteticamente as coberturas, investigando soluções para aumentar a funcionalidade e desempenho das mesmas. A prossecução desta estratégia implicou, e continua a implicar, constantes e avultados investimentos na modernização tecnológica, na optimização do processo produtivo, na formação e qualificação das pessoas que todos os dias partilham esta visão empresarial. Como é sabido, o sector da telha cerâmica é um sector com uma baixa fragmentação, onde se verifica uma elevada concorrência, sobretudo ao nível dos principais players do mercado. Na prática, tem-se verificado uma tendência para a integração das empresas fabricantes em grandes grupos mundiais de materiais de construção, o que permite um maior poder negocial do lado da oferta, equilibrando a relação comercial que já existia com os grandes grupos de construção. Acresce a este cenário de negócio, o fraco desempenho do sector da construção em Portugal, o que implica que os fabricantes portugueses incrementem os seus esforços de internacionalização de forma a conseguirem manter os níveis de performance, e procurem atingir economias de escala, objectivo vital para a viabilização da actividade e para garantir níveis de competitividade a nível Mundial. Objectivos Perante o referido contexto de mercado e da lógica evolutiva da UMBELINO MONTEIRO, esta solicitou a colaboração da Mercal de forma a assegurar a implementação de um projecto de modernização e de desenvolvimento empresarial tendo como objectivos primordiais: • A modernização da unidade industrial; • Melhoria do potencial endógeno e da internacionalização do negócio; • Assumir um posicionamento mais competitivo ao nível da sua capacidade produtiva, incluindo a resistência e durabilidade das suas telhas. O Projecto De forma a alicerçar o seu projecto de investimento, a Mercal colaborou com a UMBELINO MONTEIRO no sentido de alinhar a sua orientação estratégica com os objectivos que foram definidos, fortificando os princípios orientadores da actividade da organização registados nos últimos anos. Para cada um dos objectivos foram estimados os investimentos (recursos materiais e humanos) necessários e os retornos esperados (com a respectiva valorização do potencial da empresa e risco associado a cada um deles), tendo cada objectivo sido analisado pela gerência da UMBELINO MONTEIRO no sentido de definir um conjunto de estratégias e eixos viáveis e úteis para o desenvolvimento sustentado da empresa. Na base da orientação estratégica, estabeleceu-se conjuntamente com a Mercal, um plano de acções que visava promover: • O posicionamento da empresa através da modernização empresarial, permitindo: • Melhorar a produtividade através da melhoria de todo o processo produtivo, elevando os padrões de qualidade dos produtos fabricados, através da melhoria do processo de secagem de argila e da introdução de novo equipamento com maior capacidade produtiva; • Diminuir a dependência energética através da introdução de um processo de co-geração de energia; • Aumentar a flexibilidade operacional, introduzida pela estandardização dos acessórios; • A continuidade do processo de internacionalização, agora de forma ainda mais activa devido ao novo portfólio de produtos, consolidando actualmente a posição no mercado internacional, especialmente o espanhol e norteamericano; • A optimização do modelo de governação e a implementação do Sistema de Garantia da Qualidade (ISO 9001) e Gestão Ambiental (ISO 14001). Resultados A cooperação da Mercal, associada ao grande empenho dos Gestores da UMBELINO MONTEIRO, garantiu a implementação efectiva do projecto de modernização e de desenvolvimento empresarial, permitindo optimizar sobretudo todo o processo produtivo, com uma diminuição do consumo de energia, e melhorar os seus produtos, elevando os padrões de qualidade, com consequente ganho de competitividade, quer no mercado nacional quer internacional. 15 anos a criar parcerias de futuro UNIÃO DAS COOPERATIVAS DO SUL, UCRL Situação A UCASUL, União de Cooperativas Agrícolas, UCRL, é uma entidade cooperativa, fruto da união das Cooperativas Agrícolas de Aljustrel, Beja, Beringel, Brinches, Ferreira do Alentejo, Moura e Barrancos, Serpa e Vidigueira. Para a UCASUL, o ano de 1998 foi um ano de viragem face a alterações legislativas no sector industrial de produção de azeite, em que os sistemas de extracção em 3 fases deveriam ser adaptados para laborar em 2 fases com o objectivo de eliminar a carga poluente sobre o meio hídrico e, em simultâneo, favorecer o balanço hídrico final pela eliminação da fase de adição de água necessária no processo clássico de extracção por 3 fases. Essa alteração legislativa implicou a modernização das unidades tradicionais da região de modo a assegurar a sua continuidade em face das exigências previstas, e ainda, as modificações tecnológicas já existentes pela adaptação a duas fases da maioria dos lagares associados do promotor. Por outro lado, com o sistema de 2 fases, passou a existir uma solução aquosa, que neste processo passou a ser classificada como matéria-prima, resultante da recolha do produto residual de todas as indústrias associadas. Esta solução, designada por bagaço, tem uma percentagem de humidade na ordem dos 70%, sendo tratada e aproveitada por processos de secagem. Após uma análise detalhada das soluções possíveis, a UCASUL decidiu, a exemplo do que se passa em Espanha, e com o apoio da Mercal, estudar a implementação de uma unidade, com as características técnicas e dimensão adequadas, que permitisse a recepção de todos os bagaços de duas fases, das suas Cooperativas associadas e também de todos os lagares privados ou cooperativos do Alto e Baixo Alentejo. case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Objectivos O projecto desenvolvido pela Mercal teve por objectivo dar apoio à UCASUL na apresentação, no âmbito do POADR – Programa Operacional Agricultura e Desenvolvimento Rural, de uma candidatura de um projecto de investimento que visava, nomeadamente: • A implementação de uma unidade de recolha de secagem/ transformação do bagaço húmido de azeitona, resultante da extracção de azeite em lagares de duas fases na região sul (Alentejo e Algarve), visando a resolução efectiva do problema ambiental criado pelos lagares que correspondem a cerca de 20% a 30% da capacidade de extracção nacional instalada e que todos os associados teriam de respeitar por imperativos legais; • Renovação tecnológica das cooperativas, com a instalação do equipamento para a laboração em contínuo segundo o processo de duas fases, de forma a diminuir o impacte ambiental negativo produzido pelos lagares tradicionais e de três fases, centralizando no projecto a capacidade de secagem do bagaço, como forma de racionalizar os investimentos; • Racionalização energética, mediante a utilização do bagaço seco, fonte de energia no processo de secagem www.mercal.pt 23 case studies > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > e extracção do óleo de bagaço de azeitona, bem como para a extracção dos outros óleos, que também é realizada pela UCASUL; • Cooperação entre as cooperativas de forma a centralizar o processo de recolha do bagaço húmido e, posterior transformação, comercialização e distribuição dos produtos transformados (nomeadamente óleo de bagaço de azeitona, polpa e caroço), criando sinergias pelas economias de escala resultantes e ao nível da diversas fases da cadeia de valor do processo, viabilizando as Cooperativas aderentes ao projecto. Resultados O projecto desenvolvido culminou com a aprovação dos investimentos propostos na candidatura, e ainda na concretização do apoio aos objectivos afixados através do cumprimento de um exigente plano de acções, nomeadamente no que se refere à: • Modernização legalmente requerida para a continuidade da actividade de produção de azeite pelos lagares na Região do Alentejo; • Optimização da gestão dos processos e da cadeia de valor e custos das actividades, primárias e de suporte; • Redução do impacto ambiental da actividade; • Melhoria da eficiência energética. Outros Casos – A Participação da Mercal em Programas Oficiais e Institucionais A Mercal no Apoio à Modernização do Comércio A MERCAL tem vindo a apoiar a implementação de planos de desenvolvimento empresarial ao nível do comércio, quer grossista quer retalhista. Este apoio tem consistido na assistência ao planeamento do negócio, e revela-se na estrutura de estratégias e na implementação de programas de acção compatíveis com os objectivos fixados, conseguindo meios financeiros e incentivos para esses investimentos. No que concerne a estes últimos a MERCAL tem obtido a aprovação das candidaturas que tem vindo a realizar ao MODCOM – Sistema de Incentivos a Projectos de Modernização do Comércio – Acção A, tendo no 1º Termo de Abertura de 2009 conseguido tornar possíveis e financiados os projectos promovidos pelas empresas adiante já apresentadas, a adicionar às mais de três dezenas de empresas anteriormente apoiadas: • PLÍNIO LEAL E ANA LEAL, LDA • AMARO TAVARES & FILHO, LDA • AUTO MONTES CLAROS, LDA • MATA & MATIAS, LDA • ELFECAR, LDA • GLOBO PEIXE, LDA • ANGOSICA, LDA • ECOMEIOS, LDA • MAQUICOPIA, LDA • ANNAG – Ana & Guerreiro, SA 24 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. • EFFECT LDA. • CARSISTE, LDA • NEO 8G, LDA • JONOBRAS, LDA • GRAÇA, LDA. • RODAPEÇAS, LDA • A LOJINHA DA CREMILDE, LDA. Todos os programas de desenvolvimento empresarial, ao nível estratégico e operacional do plano de acções, foram desenhados quanto ao posicionamento pretendido e em função dos objectivos. A Mercal no Programa FIVE – Bolsa de Ideias e Meios A Mercal foi chamada a intervir no âmbito do Programa FIVE – Fomento da Inovação e Valorização Empresarial, a desenvolver mais de uma dezena de planos de negócio e de obtenção de financiamento para start-ups, através da realização de um plano de negócios, com incidência nos aspectos associados ao mercado, ao planeamento estratégico do projecto e organização das futuras empresas. Para a realização dos planos de negócio de todas estas empresas, das quais daremos algumas como exemplo adiante, a MERCAL procedeu à análise da sua viabilidade com a evidenciação e quantificação, adequadamente fundamentada e suportada pelo projecto empresarial, de forma a posicioná-las adequadamente e permitir a penetração no seu mercado alvo e o desenvolvimento harmonioso das suas actividades futuras. A EGG surgiu como resultado directo da evolução profissional das promotoras, que viram na área da consultoria especializada em Branding, com metodologia baseada em três vectores (Marketing-Design-Gestão), a possibilidade de poder oferecer às grandes empresas nacionais um serviço inovador, colmatando todo um conjunto de lacunas actualmente existentes nos serviços prestados pelos concorrentes no mercado da consultoria. A ORISTEBA resultou do forte espírito empreendedor dos seus sócios, dois jovens engenheiros informáticos: Ricardo Marvão e Nuno Sebastião, que apresentavam em comum o objectivo de desenvolver um projecto na área de Avaliação e Verificação Independente de Software ao nível do sector aeroespacia. Actualmente, a empresa está encarregue da validação do «software» para o Centro de Operações da ESA — actuando tanto ao nível das infra-estruturas (desde estações de terra a missões no Espaço), mas também no segmento dos Simuladores e Sistemas de Controlo das Missões de Observação da Terra (como o Cryosat, Goce, Aeolus, Swarm, Sentinel-1) ou nas missões científicas (Herschel e Planck). O projecto da Linkare TI consistiu em explorar comercialmente, nos mercados nacional e internacional, o ReC – Remote Experienced Control, no contexto da criação de e-Labs, um conceito inovador de laboratório para o ensino experimental e promoção das ciências. O ReC é uma plataforma de software de aquisi- ção de dados e controlo, desenvolvida pela Linkare TI, que permite, entre outras aplicações, a criação de e-Labs. Um e-Lab disponibiliza um conjunto de experiências laboratoriais robotizadas, controladas remotamente via Internet ou Intranet, para o ensino da física, química e biologia. A LUSOLABS surgiu como resultado directo da evolução profissional dos promotores, que viram na área das novas tecnologias de informação e comunicação a possibilidade do desenvolvimento de uma ferramenta de comunicação on-line na área de marketing, o nXpress, cujo objectivo é facultar às empresas um meio de e-marketing para que possam realizar campanhas via internet com total autonomia, medindo a eficácia da campanha ao minuto zero, on-line, bem como obter relatórios sobre a mesma e deter um total controlo da informação recolhida. A CARCRASH surgiu da oportunidade de mercado revelada pela inexistência de oferta de serviços na área de simulação computacional de acidentes rodoviários e de trabalho, devidamente justificados por modelos científicos. A ideia nasce da visão de seis pessoas, especializadas em engenharia mecânica e fascinados pelos conceitos de simulação computacional e reconstituição de acidentes, quer ao nível rodoviário quer de trabalho, criando soluções informáticas tridimensionais e inovadoras que tragam valor acrescentado aos seus mercados alvo. Este serviço/produto permite a análise e resolução de processos de uma forma mais célere e eficiente, suportada por métodos rigorosos e científicos permitindo simultaneamente o correcto apuramento de responsabilidade de natureza civil e criminal associado aos acidentes reconstituídos e/ou minimizando fraudes. A Mercal no Programa PME – CONSOLIDA A Mercal foi chamada a intervir no âmbito do FIEAE – Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas (FIEAE) criado pelo Decreto-Lei nº 104/2009, de 12 de Maio de 2009, de forma a proporcionar à entidade gestora de todas as informações necessárias quanto à análise da capacidade de cumprimento das empresas proponentes, e da decisão da aprovação da operação. Esta tarefa implicou a elaboração para cada entidade proponente de respectivo plano de negócios, avaliação da empresa e estudo da sua viabilidade económica e financeira. Esta intervenção envolveu para a Mercal a realização de relatórios e intervenções em mais de quarenta empresas potenciais candidatas, cobrindo todos os sectores de actividade, e envolvendo operações de financiamento de cerca de 100 milhões de euros. Com efeito, e no que se refere ao enquadramento e objectivos deste fundo (FIEAE), na senda do plano de recuperação económica aprovado pelo Conselho Europeu, as políticas públicas nacionais de estímulo à actividade económica e ao emprego expressamente enquadradas na Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro, que aprovou o Orçamento do Estado para 2009, estavam a ser concretizadas pela adopção de instrumentos de intervenção pública na economia, especificamente vocacionados para o apoio à actividade económica e para o apoio ao emprego e ao reforço da protecção social. 15 anos a criar parcerias de futuro Para esse efeito, revestiu-se de particular importância a implementação de mecanismos específicos de melhoria das condições de financiamento das empresas, em especial das PME´s, permitindo a estas empresas a mobilização dos seus principais activos, nomeadamente imobiliários, para que pudessem aceder a disponibilidades financeiras imediatas, assegurando simultaneamente que tal mobilização não constituísse um entrave ao normal desenvolvimento das respectivas actividades com continuado recurso aos activos que assim viessem a ser mobilizados. Consideraram-se, neste contexto, particularmente adequados os mecanismos que informam a filosofia dos fundos de investimento imobiliário, os quais permitem a concentração do esforço das empresas no desenvolvimento das suas actividades específicas, deixando a outras entidades a condução da vertente imobiliária. Para além do impacte favorável destes instrumentos ao nível da situação financeira imediata das empresas, deve assinalar-se o seu contributo para a viabilização e o fortalecimento das apostas em inovação e diferenciação ao nível de produtos, segmentos e mercados, assumindo-se como determinante para melhor assegurar o acréscimo dos respectivos níveis de competitividade e de produtividade da economia nacional e consequentes efeitos positivos nos níveis e qualificação do emprego. case studies 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > A Mercal no Programa PME – FINCRESCE A Mercal como CNB – Consultora Nacional de Benchmarking em colaboração com o IAPMEI vem realçar a forte adesão das Empresas ao Programa FINCRESCE - Financiamento de Estratégias de Crescimento das Empresas, na medida em que apoiou cerca de 80 empresas PME`s Líderes, dos mais diversos sectores de actividade e ao nível nacional. Na sua intervenção, a prestação de serviços baseou-se no desenvolvimento de um exercício de Benchmarking, com subsequente Plano de Oportunidades de Melhoria e conducente à atribuição do Estatuto PME Excelência. Trata-se de uma iniciativa que prevê a valorização do crescimento da empresa: • Distinção pública pela qualidade de desempenho, como reforço de imagem e notoriedade no mercado; • Pacotes financeiros diferenciados em condições preferenciais; • Condições especiais para desenvolvimento de planos de acção ‘rumo à excelência’. O acesso ao Programa FINCRESCE passa pela obtenção do estatuto PME Líder, que ocorre através da rede de Bancos que estabeleceram acordos de parceria com o IAPMEI ou directamente junto deste Instituto. A adesão decorre de forma contínua. As PME Líder que estiverem interessadas poderão protocolar com o IAPMEI um pacote de serviços que tem subjacente a implementação de um plano de acção formatado à medida das suas necessidades específicas, visando a melhoria contínua da sua capacidade competitiva ‘rumo à excelência’. Às melhores PME´s será atribuída anualmente a distinção PME Excelência, com repercussões importantes ao nível da sua notoriedade e afirmação junto dos vários agentes do mercado. “Às melhores PME´s será atribuída anualmente a distinção PME Excelência, com repercussões importantes ao nível da sua notoriedade e afirmação junto dos vários agentes do mercado.” www.mercal.pt 25 a crise financeira e o seu impacte nas pme’s artigos Economia E TEcnologia > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > antónio osório Economista “…a causa dos problemas das PME’s não está na crise financeira, mas nelas próprias.” 26 a rEcEnTE crisE TEm sido a causa de todos os problemas das PME’s em Portugal, ou, para utilizar a formulação dos Gato Fedorento, as nano-micro-mini-pequenas e médias empresas. Arrisco-me a ser polémico, mas parece-me, que o pensamento inicial tem bastante de ficção. É algo que numa linguagem simples, compararia à célebre história do “copo estar meio cheio, ou meio v a z i o”. Quero dizer com isto, que a causa dos problemas das PME’s não está na crise financeira, mas nelas próprias. A crise só veio tornar mais difícil a forma de resolver esses problemas endógenos. Comecemos pelas PME’s. Em primeiro lugar, é sabido que a generalidade não tem nichos de mercado constituídos e vive um pouco ao sabor das flutuações da procura, que, por sua vez, acompanham as flutuações do PIB e/ou das exportações (para aquelas que já conseguiram chegar ao mercado externo). Em segundo lugar têm estruturas de custos relativamente rígidas, designadamente no que concerne aos custos financeiros. Em terceiro lugar, as suas estruturas de capitais próprios são extremamente débeis, não lhes permitindo qualquer auto-financiamento. É neste quadro que surge a crise financeira. Primeiro, com a chamada fase do sub prime, e, depois, com a falência de grandes bancos de investimento nos EUA, com necessárias repercussões no sistema financeiro e na economia mundial. Sobre as causas deste fenómeno muito se poderia dizer, mas não me parece que tenha interesse num artigo para uma revista destinada a PME’s. Importará mais ver as consequências, para se tentar concluir se a imputação de responsabilidades é, ou não, correcta. Ultrapassemos a fase do sub prime, porque também não tem relevo para as PME’s. De um modo ligeiro, poderíamos até dizer que este fenómeno se circunscreveu aos EUA. mErcal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Passemos então, à falência dos grandes bancos de investimentos nos EUA e aos seus reflexos no restante mercado financeiro. Primeiro, tal facto teve influência directa nas PME’s? Evidentemente que não! Enquanto as grandes empresas portuguesas tinham activos dessas instituições e ou os perderam, ou tiveram enormes menos valias, nas PME’s, dada a sua incipiente estrutura de capitais próprios, não teve esse efeito directo. Segundo, sempre existirá quem diga que sentiram o efeito indirecto, na medida em que o recurso ao crédito se tornou mais caro. Todavia, o recurso ao crédito não é uma consequência da crise, é fruto de uma débil estrutura de capitais próprios. O dinheiro pode ficar sempre mais caro, por razões de mercado, porque o Banco Central Europeu aumenta as taxas directoras, ou outro qualquer motivo. Por último, e aqui sim, parece-me que as PME’s não se podiam furtar ao impacte da crise financeira, trata-se dos reflexos na economia real. A crise conduziu a uma diminuição generalizada dos PIB’s e dos níveis de emprego, com as subsequentes consequências na procura, quer interna, quer externa. Neste quadro é de admitir que algumas empresas sem nichos de mercado bem consolidados, possam passar por algumas dificuldades de colocação da sua produção. Concluindo, todos teremos que tirar as lições que são devidas da crise porque estamos a passar, seja qual for o nível de actividade e o patamar de responsabilidade em que nos situamos. O que já não me parece tão sensato, é que façamos da crise a mãe de todos os problemas que temos. Se formos rigorosos na nossa análise, decerto concluiremos que os problemas das PME’s de hoje, são, com pequenas nuances, os mesmos que tinham antes da crise. 15 anos a criar parcerias de futuro 1. Introdução A partir dos anos 80 do século XX, com o desenvolvimento dos mercados de tecnologias de informação e comunicação, começaram a ser visíveis efeitos que não podendo ser explicados à luz das teorias económicas tradicionais, influenciavam a evolução dos mesmos. Nestes mercados o valor para o consumidor dos produtos ou serviços aumentava com o número de consumidores do mercado. Os consumidores iriam desta forma constituir uma rede, aumentando o valor dessa rede com o número de consumidores presentes na mesma. Ou seja, cada consumidor ao pertencer à rede aumentava o valor da mesma criando uma externalidade positiva. Desta forma surgiu o conceito de externalidade de rede, também chamado de efeito de rede. A partir deste conceito outros surgiram no contexto desta área como o de switching costs, path dependence e lock-in. 2. A Economia de Rede Em certos mercados o consumidor obtém maior utilidade dos seus produtos e serviços quanto mais consumidores estiverem presentes nesses mercados. Quantos mais consumidores têm telemóveis 3G, por exemplo, maior valor tem a rede que utiliza essa tecnologia dado que maior benefício obtém o consumidor da oferta de um conjunto de serviços de conteúdo multimédia cada vez mais alargado. Em termos de operador de telecomunicações móveis, quanto maior o número de clientes maior a atractividade para os outros consumidores, dado que as chamadas dentro da própria rede são mais baratas, havendo vantagem em ser cliente da maior rede. Quantos mais utilizadores tiverem um computador com dado sistema operativo, mais valiosa é a rede do mesmo, porque mais aplicações existirão para o mesmo e mais fácil será a troca de ficheiros e aplicações entre utilizadores. Mesmo mais recentemente e considerando as redes sociais e aplicações de Instant Messaging, quanto maior o número de aderentes de dada rede mais popular se torna aderir. É esta externalidade de rede ou efeito de rede, denominação introduzida em 1985 num working paper de Michael Kaz e Carl Shapiro, que iria servir de ponto de partida para um conjunto de conceitos nesta área de investigação relativamente recente. a. Efeito de rede Existem duas formas principais do efeito de rede se manifestar: • O efeito de rede directo, em que o aumento de utilidade do consumidor advém de existirem mais consumidores a consumir o mesmo produto ou serviço. É o caso do mercado das telecomunicações móveis ou por fax, por exemplo. • O efeito de rede indirecto, em que o aumento de artigos Os Mercados de Economia de Rede e a Escolha das TIC João Rosário Professor Universitário consumidores num dado mercado leva ao aumento da oferta de produtos ou serviços complementares como é o caso dos sistemas operativos versus software, da tecnologia de video (DVD ou BlueRay) versus número de leitores e filmes disponíveis, ou dos portais 3G dos operadores de telecomunicações móveis versus quantidade e qualidade de conteúdos disponíveis (Katz e Shapiro 1985), (Economides 1996). “Em certos mercados o consumidor obtém maior utilidade dos seus produtos e serviços quanto mais consumidores estiverem presentes nesses mercados.” b. Compatibilidade e Standardização Ao existirem mercados com efeito de rede, em que o consumidor irá escolher o produto ou serviço tendo também www.mercal.pt 27 Economia e Tecnologia 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > artigos Economia e Tecnologia > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “Em mercados com externalidades de rede e com um standard já presente no mercado a competição com base na inovação é diminuída ou no limite é anulada.” 28 em consideração o número de consumidores já presentes no mesmo mercado ou expectativa sobre esse número no futuro (Katz e Shapiro 1985), surgem questões relacionadas com a compatibilidade nesses mercados. Com efeito, de que forma deve uma empresa entrar num mercado com as características apontadas? Se o consumidor valoriza os produtos (e standards) que têm uma maior taxa de penetração do mercado, deve uma empresa que queira entrar nesse mercado optar pelo standard predominante oferecendo compatibilidade e perdendo a vantagem da inovação e diferenciação, numa estratégia mais segura na perspectiva do efeito de rede? Ou deve optar por uma estratégia de diferenciação, lançando um produto com um grau de inovação tal que leve os consumidores a valorizarem mais esse factor do que os benefícios da rede onde estão, numa estratégia mais arriscada neste aspecto? Em termos gerais as empresas de maior dimensão, melhor imagem de marca e maior rede de clientes optam por defender o seu standard, são contra a criação de compatibilidades ou standards universais (Katz e Shapiro 1985) dado que têm vantagem competitiva em relação aos concorrentes, vantagem essa que podem perder numa standardização do mercado. Se considerarmos o caso de dois standards em luta pelo domínio do mercado teremos várias situações alternativas: • o standard superior num dado momento no tempo terá naturalmente vantagem competitiva e poderá dominar o mercado, podendo “fechá-lo” (lock-in) com base nesse standard; • se um dos standard for “patrocinado” (empresa investe fortemente em comunicação e preço de penetração), será este a ter vantagem competitiva em relação ao que não o é, podendo tornar-se dominante mesmo sendo inferior; • s e ambos os standards forem patrocinados, dominará o mercado o standard que as expectativas dos consumidores considerem vir a ter mais sucesso no futuro (Katz e Shapiro 1986). Outro trabalho do mesmo ano concluiu que “... as empresas podem optar pela compatibilidade como forma de reduzir o nível de competição entre elas, ..., poupandoas à fase inicial de grande concorrência para a construção da rede própria e ficar à frente dos rivais” (Katz e Shapiro 1986a p. 164). Ou seja, em mercados com externalidades de rede e com um standard já presente no mercado a competição com base na inovação é diminuída ou no limite é anulada. Num mercado com várias empresas concorrentes já a utilizarem um determinado standard, em que sabem que estarão em desvantagem se mudarem para outro standard e em que existe pouca informação e comunicação entre elas, tenderá a existir inércia excessiva para a mudança de standard, para haver inovação no mercado. Essa inércia surge mesmo quando todas consideram a mudança de standard benéfica para todas, mas não o suficiente para tomarem a iniciativa, levando-as a esperar umas pelas outras. Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. No caso das empresas presentes no mercado terem opiniões diferentes sobre as vantagens de um novo standard, embora os benefícios globais da mudança sejam maiores que os custos globais, pode surgir outro tipo de inércia, a inércia assimétrica. Deve-se ao facto das empresas que têm opinião positiva da mudança não terem a força suficiente que as leve a quebrar a inércia e liderar o processo levando atrás de si todas as outras num bandwagon_effect (Farrell e Saloner 1985). Ou seja, estes trabalhos de investigação parecem demonstrar que um standard inferior pode vencer um superior quando os consumidores ou fornecedores não têm expectativas de que o standard superior venha a superiorizar-se no mercado, o que leva a que adoptem comportamentos que impedirão mesmo que tal aconteça. 3. A Economia de Rede e o Mercado São as características dos mercados considerados como parte da “Economia de Rede” que aqui foram desenvolvidas, para além de outras apenas referidas, que lançam um grande desafio às empresas que, não sendo líderes de mercado, querem ter sucesso no mesmo. A Optimus e mesmo a Vodafone no mercado de operadores de telecomunicações móveis, sistemas operativos como o MacOS ou o gratuito Linux (Open Source), aplicações Office como o WordPerfect Office ou mesmo o gratuito OpenOffice (Open Source), o Yahoo ou Sapo Messenger, etc., têm dificuldades em conquistar mercado porque os novos consumidores preferem escolher o líder de mercado, com mais clientes (respectivamente TMN, Microsoft Windows, Microsoft Office, MSN Messenger, etc.) para beneficiarem do efeito de rede. Por outro lado os actuais clientes dos líderes de mercado só mudarão se virem um forte benefício adicional em termos de características, inovação, preço, etc. que compense o custo (switching cost) de perderem o benefício do efeito de rede que têm actualmente. Estarão os mercados definitivamente “presos” ao líder (lock-in)? Embora tal não seja completamente assim, porque de qualquer das formas outras empresas conseguem sempre tirar alguma quota de mercado ao líder incumbente no mercado, verifica-se a maior dificuldade daquelas para o conseguirem dado que terão que ter produtos e serviços notoriamente melhores, mais inovadores, mais baratos (ou mesmo gratuitos) do que o líder para tentarem conquistar quota de mercado, o que será sempre uma vantagem para este. Referências Bibliográficas • Economides, Nicholas, “The Economics of Networks”, International Journal of Industrial Organization, 14 (1996), 669-71. • Farrell, Joseph e Saloner, Garth, “Standardization, Compatibility and Innovation”, Rand Journal of Economics, 16, 1 (Spring 1985), 71-83. • Katz, L. Michael e Carl, Shapiro, “Network Externalities, Competition and Compatibility”, The American Economic Review, 75, 3 (Junho 1985), 424440; “Technology Adoption in the Presence of Network Externalities”, Journal of Political Economy, 94, 4 (1986), 822-841 e “Product Compatibility Choice in a Market With Technological Progress”, Oxford Economic Papers, Special Issue on the New Industrial Economics, (1986a), 146-165. A Estratégia Empresarial, Conceitos, níveis e aplicações A formulação e a implementação da estratégia empresarial teve um grande impulso sobretudo a partir da década de 1980, quando o fenómeno da reestruturação empresarial, acentuado com o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação e dos transportes, veio a registar-se ao nível mundial. Conceito de Gestão Estratégica No presente artigo iniciamos a abordagem com a origem e conceito de estratégia, seguido da análise da evolução da Gestão Estratégica (AE) e sua articulação com a estratégia. Finalmente abordamos de forma sucinta os níveis da estratégia, com particular enfoque na Estratégia Corporativa. Uma das primeiras utilizações do termo estratégia foi efectuado há aproximadamente 3.000 anos pelo estratega chinês Sun Tzu, que afirmava que “todos os homens vêem as tácticas pelas quais se conquista território, mas o que ninguém realmente consegue ver é a estratégia a partir da qual, as grandes vitórias são obtidas”. O vocábulo teve a sua origem na Grécia Antiga, significando, inicialmente, “arte do geral”, adquirindo, posteriormente, uma conotação voltada para a guerra, denotando general, arte e a ciência de conduzir um exército por um determinado caminho. Estratégia significava inicialmente a acção de comandar ou conduzir exércitos em tempo de guerra, representando um meio de vencer o inimigo, um instrumento de vitória na guerra, sendo mais tarde estendido a outros campos do relacionamento humano: político, económico e ao contexto empresarial, mantendo em todos os seus usos a raiz semântica, ou seja, a de estabelecer caminhos. Origina-se assim como um meio de “um vencer o outro”, como uma virtude de um general de conduzir seu exército à vitória, recorrendo para isso à utilização de estratagemas e instrumentos que assegurem a superioridade sobre o inimigo. A estratégia teve várias fases e significados, tendo assim evoluído de um conjunto de acções e manobras militares para uma disciplina do Conhecimento da Administração, a Gestão Estratégica, dotada de conteúdo, conceitos e razões práticas, e que tem vindo a conquistar espaço quer no meio académico quer no empresarial. Não existe um conceito único, definitivo de estratégia. O vocábulo teve vários significados, diferentes em sua amplitude e complexidade, no decorrer do desenvolvimento da Administração Estratégica. A estratégia é inimiga das abordagens deterministas e mecanicistas, que minimizam o espaço de liberdade e de escolha; não é apenas uma ideia de como lidar com um inimigo num determinado meio competitivo ou de mercado, conforme é tratada Mintzberg e Quinn, definiram estratégia como um modelo ou plano que integra os objectivos, políticas e as acções ao nível da organização, de forma coesa e no seu todo”. Sendo que implica a decisão ao nível dos recursos, sobre quais os que devem ser adquiridos e utilizados para que se possa aproveitar as oportunidades e minimizar os factores que ameaçam ou são obstáculos ao alcance dos resultados desejados. Para LODI (1969:6), “estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa” no Qualquer que seja a definição, destacamos em seguida algumas palavras-chave que se encontram sempre associados a ela, nomeadamente e entre outras, mudanças, competitividade, desempenho, posicionamento, missão, objectivos, resultados, integração, adequação organizacional, palavras estas que por vezes podem reduzir a sua amplitude, ao serem empregadas como sinónimos dela. “A Gestão Estratégica tem subjacente um conjunto de acções, ao nível administrativo que possibilitam aos gestores, de uma organização, mantê-la integrada no seu meio envolvente ambiente e na orientação do desenvolvimento da sua actividade, assegurando-lhe a capacidade de poder vir a atingir os seus objectivos e a sua missão.” www.mercal.pt 29 Gestão Global 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > A Formulação Estratégica A Gestão Estratégica tem subjacente um conjunto de acções, ao nível administrativo que possibilitam aos gestores, de uma organização, mantê-la integrada no seu meio envolvente ambiente e na orientação do desenvolvimento da sua actividade, assegurando-lhe a capacidade de poder vir a atingir os seus objectivos e a sua missão. A estratégia, nesse contexto, tal como a organização e o seu ambiente, não é algo estático ou acabado, antes pelo contrário, encontra-se em contínua mudança, desempenhando a função crucial de integrar a estratégia, organização e ambiente em um todo coeso, rentável e sinérgico para os agentes que estão directamente envolvidos ou porventura indirectamente influenciados pela actividade. A partir do modelo de tomada de decisões estratégicas elaborado por Ansoff, um dos precursores do pensamento estratégico, a Gestão Estratégica evoluiu para um modelo mais amplo, como o proposto por Wright, Kroll e Parnell, o qual se baseia numa série de passos inter-relacionados, de forma a que uma mudança nalgum estágio do processo pode afectar os demais. artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “O conjunto de decisões emanadas ao nível da estratégia corporativa influencia os objectivos, missão e rumos da organização, além de influenciar significativamente a sua rentabilidade, grau de competitividade e na satisfação que se pretende dos seus diversos stakeholders.” 30 Níveis da Estratégia No inicio dos anos 60 promoveu-se a divisão da gestão da organização em operações de gestão de actividades a curto prazo, específicas de uma área funcional e rotineiras, e as estratégias de gestão para o longo prazo, de actividades que abrangem a organização como um todo. Distinguiu-se assim o nível operacional do estratégico em função do tempo, sendo que o operacional é identificado com o quotidiano e o curto prazo, enquanto o nível estratégico é associado ao médio e longo prazo. Na visão de Mintzberg a estratégia existe em vários níveis e em qualquer organização. Não deve restringir-se aos níveis da gestão e executivos, mas distribuir-se por toda a organização, levando-se em conta os diferentes graus de importância de cada nível hierárquico no que se refere ao alcance dos objectivos organizacionais afixados. Assim, a estratégia na estrutura organizacional pode ser: corporativa, que determina em qual sector a empresa deve vir a desenvolver a sua actividade; ao nível do negócio, ou por unidade de negócios (SBU), que determina como se deve competir no sector ou negócio a que se pertence; e ao nível funcional, que determina como uma área funcional deve trabalhar a partir da estratégia de negócio que foi escolhida. A estratégia corporativa indica-nos de como é que a empresa utiliza os seus recursos e capacidades para construir e sustentar as suas vantagens competitivas e que influenciarão de forma favorável as decisões de compra dos clientes. M. Porter define a estratégia corporativa como o “plano geral para uma empresa diversificada que trata de duas questões diferentes: quais os negócios em que a empresa deverá competir e como a gestão de topo deve promover a gestão executiva do conjunto de unidades de negócios, sendo o elemento que faz com que o todo corporativo (ou de empresa) seja superior à soma de cada uma das suas unidades de negócios”. Assim, a estratégia corporativa é aquela que a alta administração formula para toda a empresa de forma a propiciar a obten- Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. ção de vantagens competitivas nas operações das empresas. A estratégia ao nível do negócio, diz respeito a vermos como competir com êxito em determinado sector, podendo ser considerada um conjunto de estratégias genéricas para orientar as organizações. São chamadas genéricas porque podem ser adoptadas por qualquer tipo de unidade de negócio A estratégia ao nível funcional consiste no desenvolvimento de estratégias conjuntamente por todas as áreas funcionais: finanças, produção e operações, compras e materiais, pesquisa e desenvolvimento, sistemas de informação, marketing e recursos humanos. A Gestão Estratégica Desde a sua origem milenar verificamos que a evolução do pensamento estratégico, passou por diferentes fases tendo assumido diversos significados, sem contudo perder sua raiz semântica. Representa hoje um importante instrumento de adequação empresarial a um mercado cada vez mais competitivo e complexo, podendo preparar a organização para poder vir a enfrentá-lo recorrendo-se, para esse efeito, dos seus recursos, capacidades e competências. A estratégia empresarial, apesar de ter a sua conceptualização e desenvolvimento na gestão de topo deve ser conhecida por todos os colaboradores da organização, os quais devem actuar de forma participativa na sua implantação. Essa actuação dos colaboradores é necessária face ao carácter transitório e adaptativo da estratégia, que é um processo contínuo e propenso a mudanças e adequações, num contexto que ainda é influenciado pelas incertezas macroeconómicas. Existem diferenças entre as decisões que são tomadas na empresa aos diferentes níveis hierárquicos das organizações e os níveis da estratégia – quer se trate ao nível corporativo ou empresarial, das unidades de negócios e ao nível funcional. A estratégia corporativa é mais abrangente, englobando e influenciando as demais. As decisões estratégicas a este nível envolvem o desenvolvimento das opções e orientação estratégica para a empresa, nomeadamente a selecção do melhor método de diversificação e a forma de competição entre as unidades de negócios. É por esta razão que a estratégia corporativa deve receber uma atenção maior da alta direcção, uma vez que o seu fracasso pode implicar a falência da organização. Ela é por isso suficientemente abrangente e crucial para a sobrevivência e crescimento de uma organização. O conjunto de decisões emanadas ao nível da estratégia corporativa influencia os objectivos, missão e rumos da organização, além de influenciar significativamente a sua rentabilidade, grau de competitividade e na satisfação que se pretende dos seus diversos stakeholders. Compete ainda à alta direcção, seleccionar o melhor método de diversificação e delineamento do perfil corporativo e implementar as acções e directrizes necessárias para a transferência, articulação e partilha de actividades entre as unidades de negócios, potenciando sinergias e a participação dos colaboradores. Em virtude da turbulência da envolvente empresarial e do mercado actual, a Gestão Estratégica deve ser vista como um processo contínuo, no qual as estratégias devem ser constantemente revistas, para que se possam vir sempre a alcançar-se os objectivos pretendidos. Inovação e Estratégia Com frequência associamos a inovação à tecnologia. Porém, a primeira tecnologia de qualquer organização está nos seus colaboradores, os quais podem variar, mas que são imprescindíveis para a mudança numa organização. Ouvimos alguns gestores e directores que afirmam que estão ou vão inovar quando procedem à aquisição de um novo software de gestão (ERP) ou de uma nova máquina, mantendo tudo o demais inalterado. A relevância de estudar a inovação como abordagem estratégica decorre dos potenciais benefícios que poderão ser, no caso do empreendedor de base tecnológica, os seguintes: • Considerar explicitamente as decisões sobre a configuração do processo de inovação no desenvolvimento da estratégia, bem como, no projecto e no plano de negócios; • Identificar factores de vantagem competitiva decorrentes das possibilidades geradas pelo processo de inovação. No primeiro caso, “a gestão estratégica influi na gestão da inovação”, existindo esta abordagem quando, por exemplo, o empreendedor percebe e decide que vir a construir uma determinada vantagem competitiva depende da capacidade em ele vir a projectar e nutrir uma determinada capacidade continuada de inovação. Assim, quando se observa esta abordagem está-se a configurar o processo de inovação alinhando-o com a estratégia. No que se refere ao segundo caso, a gestão da inovação influi na gestão estratégica, pois na formulação estratégica o empreendedor toma decisões estratégicas relacionadas à importância de uma determinada actividade inovadora, de uma certa fonte de informação ou de um dado relacionamento de cooperação, e que lhe permite construir ou vir a obter um posicionamento privilegiado no mercado e uma diferenciação valorizada pelo cliente, de uma protecção face à concorrência. Isto implica configurar um processo de estratégia focado na inovação. A facilidade das sistematizações, a vacuidade dos modelos sem conteúdo começam por sua vez a ganhar terreno em relação à observação, à flexibilidade e a adaptação das Chefias de Topo a um mercado dito de Inovação e diferença. Infelizmente, em Portugal, a Inovação não é organizacional, é antes tecnológica, quando ambas deveriam caminhar lado a lado. O Planeamento Estratégico segue actualmente 3 tendências, nomeadamente a Digitalização, Globalização e a Liberalização do mercado, sendo que a primeira e a terceira estão associadas directamente às cinco forças de Michael Porter. Actualmente, as empresas ou já evoluíram tecnologicamente ou estão em processo de evolução e a sua flexibilidade estratégica está cada vez mais interligada com a inovação. Modelos de negócio suficientemente flexíveis para acompanhar a inovação são, em si, vantagens competitivas e factores de diferenciação face à concorrência. Ou seja, actualmente mais importante do que elaborar estratégias, é construir uma organização capaz de gerar e renovar de forma contínua novos conceitos de negócio, sendo que os diversos departamentos devem igualmente estar preparados para acompanhar estas mudanças. Apontamos algumas ideias para criar essas organizações mais flexíveis e inovadoras: 1. Estimular expectativas positivas e elevadas; 2. Definir negócios de forma flexível centrada no KnowHow e nos activos estratégicos; 3. Investir na identidade e cultura empresarial; 4. Acreditar que um negócio é uma missão; 5. Formar os departamentos e os recursos humanos para se adequarem às mudanças com polivalência e flexibilidade, encarando-as como desafios e novos projectos a dinamizar; 6. Recolher opiniões fora do âmbito da empresa, sondar clientes, fornecedores, amigos…; 7. Alimentar o Brainstorming e a tomada de iniciativa para a troca de novas ideias por parte de todos os colaboradores da empresa; 8. Criar um mercado de capital dinâmico e aberto à inovação e à sustentabilidade dos novos projectos; 9. Incitar ao aparecimento de novos talentos dinâmicos e abertos; 10. Fomentar a experimentação de baixo risco. A inovação não é só tecnologia. A primeira utiliza a segunda como ferramenta de implementação e de desenvolvimento. Quando por vezes se diz que determinada empresa desenvolveu uma tecnologia inovadora, devemos interpretar da seguinte forma: o fim para o qual a tecnologia foi concebida é que é a inovação. Inovar não é fazer de novo, é fazer diferente. “... actualmente mais importante do que elaborar estratégias, é construir uma organização capaz de gerar e renovar de forma contínua novos conceitos de negócio...” www.mercal.pt 31 Gestão Global 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Estratégias de Oceano Azul artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > João Ribeiro Managing Partner Mercal “...a única forma de vencer a concorrência é parar de tentar vencer a mesma.” 32 Já deverá ter ouvido falar das denominadas Estratégias de Oceano Azul. Estas resultam da observação registada quanto a movimentos estratégicos de várias empresas posicionadas em mais de 30 indústrias ou sectores de actividade. O trabalho, que assentou nesta observação e por sua vez a tentativa da sua explicação, foi conduzido por dois investigadores do INSEAD, W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que argumentam existirem dois tipos de estratégia empresarial: a estratégia estruturalista que assume como um dado o meio envolvente e a estratégia reconstrucionista, que visa moldar a envolvente de negócios. Independentemente da opção estratégica que for eleita o sucesso da implementação da mesma dependerá do alinhamento de três públicos considerados cruciais para virem a protagonizar a sua operacionalização e mudança. São eles, segundo os autores, os clientes ou consumidores, os accionistas e as pessoas que trabalham para ou com a organização. Como veremos adiante o ponto em que estas duas opções estratégicas divergem tem a ver sobretudo com o tipo de alinhamento observado nas variáveis em questão, ou seja, vamos constatar que a estratégia estruturalista centra-se sobretudo no valor gerado pela empresa, no lucro e nas pessoas, ao contrário da abordagem tradicional de baixo custo ou diferenciação (protagonizadas por M. Porter como sendo geradoras de vantagens competitivas) e a estratégia reconstrucionista que viabiliza a satisfação simultânea destas duas opções. O estudo efectuado permitiu constatar que para que as empresas possam vir a vencer no futuro é importante parar de competir umas com as outras dado que a única forma de vencer a concorrência é parar de tentar vencer a mesma. Embora pareça estranha e confusa, esta acepção, e para que se possa entender o conceito, tente o leitor imaginar um universo composto por dois tipos de oceanos: o vermelho e o azul. Os Oceanos Vermelhos representam todas as actuais indústrias e no fundo o espaço de mercado que é conhecido por todos nós. Os Oceanos Azuis são constituídas por indústrias que actualmente não existem, são um espaço de mercado desconhecido e porventura a criar. Com efeito, através da Estratégia do Oceano Azul a empresa pretende de forma objectiva, deixar de competir de forma sangrenta do Oceano Vermelho, onde o mercado está saturado ou revela elevada maturidade, pelo que as possibilidades oferecidas à empresa no âmbito do crescimento de actividade e aumento da rentabilidade são diminutas ou inexistentes. Neste contexto, os autores apontam para que a empresa venha a desenvolver o seu Oceano Azul, construindo um novo espaço de mercado que esteja ainda inexplorado, com a possibilidade de criar procura e assim viabilizar à orga- Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. nização a oportunidade de crescimento do negócio nessa área e assim tornar a concorrência irrelevante. A Estratégia do Oceano Azul é simultaneamente, e ao mesmo tempo, a busca de baixo custo e a criação ou geração de valor incomparavelmente superior. Como referimos anteriormente, os três principais conceitos de base ou pilares em que assentam o Oceano Azul são a inovação e nível do valor gerado, liderança na mudança, e a condução do processo de forma justa. O Oceano Vermelho Para criar um Oceano Azul antes de tudo, é necessário conhecer a dinâmica do Oceano Vermelho, ou seja, qual a forma como a indústria actualmente compete. Informações como a dimensão do mercado, por volume e valor, concorrência actual, forças e fraquezas, quota de mercado e potenciais entradas no sector (concorrência potencial) podem nos ajudar a analisar e a descrever o cenário actual, para que a partir dele possamos vir a desenvolver o nosso trabalho. Contudo, segundo os autores a informação que for colhida pode vir a descaracterizar o resultado da avaliação que é feita dos aspectos que caracterizam o mercado. Para esse efeito, a Estratégia do Oceano Azul recorre a uma ferramenta (Canvas) para que se possa vir a entender a essência da estratégia daqueles que competem no Oceano Vermelho, assim como para descrever as propostas eventualmente existentes ou que se afiguram à empresa actualmente como sendo de “Oceano Azul”. O potencial inexplorado dos que actualmente não consomem Normalmente, para aumentar a sua quota de mercado, as organizações lutam contra a concorrência para reter e conquistar o maior número de clientes e consumidores. Para que se possa vir a maximizar a dimensão de um Oceano Azul, que se pretende vir a criar, as organizações devem considerar os actuais não-consumidores, ou que ainda não são clientes, da indústria em questão ou análise. Ou seja, em vez de virem a focar o seu posicionamento e orientação estratégica em pequenas diferenciações devem expandir a sua actuação dirigida aos actuais não-consumidores, tentando encontrar pontos comuns ainda não trabalhados pela indústria. Essa visão permite às organizações ver para além da procura actualmente revelada e poder vir a alcançar uma nova massa de consumidores ainda não existentes ou que nunca foi anteriormente considerada. Exploração Visual A análise global faz com que se possa conhecer de forma prospectiva a tendência de cada um dos cenários evolutivos e o conhecimento da envolvente da indústria. Conseguimos ainda conhecer as preferências dos clientes ou consumidores e dos actuais não-consumidores, que devem vir a ser analisadas e Reconstrução Depois da Exploração Visual, uma etapa crucial da Estratégia de Oceano Azul passa por produzir novas ofertas estratégicas que venham a possibilitar a reconstrução das fronteiras na indústria e a gerar, no âmbito do posicionamento da empresa, um valor incomparável aos clientes ou consumidores, e por conseguinte elevada rentabilidade para a empresa. De referir que ao nível da oferta e no que concerne às Estratégias de Oceano Azul, as mesmas não são criadas simplesmente por um brainstorming ou através só da criatividade, como é habitual ver ou praticar por diversas organizações. Com efeito, é necessário efectuar-se um exercício estruturado para se proceder à reconstrução das fronteiras da indústria ou do sector, sendo sugeridas pelos autores, seis etapas no processo, senão vejamos: 1. Indústrias Alternativas (considerar as vantagens principais de produtos e serviços alternativos que não-consumidores actualmente usam); 2. Grupos Estratégicos (combinar os aspectos mais atractivos que se registam nos diferentes grupos estratégicos que competem na indústria actual); 3. Necessidades de Grupos de Compradores/ Utilizadores (considerar as necessidades de todos os indivíduos e grupos que estão envolvidos directa e indirectamente quando adquirem ou consomem um determinado produto ou serviço); 4. Produtos e Serviços Complementares (considerar produtos e serviços não convencionais associados à indústria que solucionem alguns problemas que não-consumidores possam encontrar ao comprar e usar produtos e serviços da indústria): 5. Orientação Funcional/ Emocional (considerar uma mudança na orientação da indústria que seja susceptível de criar ou gerar um elevado valor); 6. Tendências (considerar não apenas as actuais tendências que são reveladas “aqui e agora”, mas igualmente não subestimar e por isso igualmente avaliar o valor das tendências que possam vir a surgir no futuro) A fim de solucionar o impasse entre as orientações estratégicas, tradicionalmente geradoras de vantagem competitiva, nomeadamente da diferenciação e do baixo custo, aquando da criação de novas ofertas, devem ser colocadas e analisadas quatro questões desafiadoras da lógica estratégica em que assenta a indústria actualmente e do modelo de negócio adequado para a organização como se representa no diagrama acima: Cada ideia que for gerada deverá identificar claramente quais serão os factores que devem ser eliminados, reduzidos, ampliados e criados para que a inovação, tendo por base a geração de valor, e com crescimento lucrativo possa vir a ser alcançada ou seja uma realidade. Reduzir Quais atributos devem ser reduzidos bem baixo dos padrões sectoriais? Eliminar Quais atributos considerados indispensáveis pelo sector devem ser eliminados? Nova Curva de Valor Criar Quais atributos nunca oferecidos pelo sector devem ser criados? Elevar Quais atributos devem ser elevados bem acima dos padrões sectoriais? Strategy Canvas Depois da fase anterior de “reconstrução” dever-se-á proceder à escolha das ofertas estratégicas com maior potencial, sendo que a Strategy Canvas vai ser desenvolvida ou promovida para cada gama. Esta é uma ferramentas mais importantes e que é utilizada para dar a conhecer ou comunicar a nova estratégia na “Feira Estratégica Visual” – que não é mais do que uma reunião entre um grupo alargado de executivos, que poderão vir a contribuir com ideias para se poder viabilizar uma nova oferta, torná-la bem sucedida e votar naquelas que eles possam crer como detentoras de maior potencial. Estes executivos também podem fazer com que de duas ideias, inicialmente consideradas melhores, possam vir a gerar uma nova oferta estratégica que incorpore o que veio a ser entendido como melhor de cada uma. Esta fase apelidada de “Strategy Canvas” é reveladora para a empresa do valor da oferta, ou seja, da análise subjacente à eventual eliminação, redução, ampliação e criação do seu valor. Validação da Oferta Estratégica Depois de analisadas e equacionadas as opções estratégicas, com base na selecção que foi efectuada quanto à gama de oferta, relevando aquela que for considerada de maior potencial, sendo que as mesmas devem ser sempre validadas junto de actuais não-consumidores e consumidores. De referir que cada uma das ofertas potenciais é apresentada aos consumidores actuais e potenciais para que se possa proceder à sua validação qualitativa, havendo ainda a possibilidade de relevar em cada um destes públicos-alvo os atributos, no produto ou serviço, que porventura considerem mais importantes. Nesta fase poder-se-á até proceder à experimentação dos protótipos de produto que foram concebidos para se conseguirem resultados fiáveis. Outro aspecto importante nesta fase de validação é poderse apresentar o preço estratégico susceptível de gerar a procura mais rentável. Ou seja, o preço estratégico poderá vir a ser definido em função do valor proporcionado ou gerado o que é relevante para que igualmente se poder vir a desenvolver o modelo de negócio, considerado mais adequado. No caso de no processo a validação não recaia sobre quaisquer dos aspectos inerentes e apresentados no que se refere às estratégias que foram inicialmente propostas, as “A Mercal Consulting Group com o apoio da sua network IMCN está a desenvolver já alguns projectos de “Blue Ocean Strategies” nalgumas empresas multinacionais sobretudo europeias.” www.mercal.pt 33 Gestão Global exploradas antes, durante e depois da utilização ou consumo do produto/ serviço. Esta análise é efectuada com recurso e através de um guia de 6 Passos, preconizado pelos autores, que destaca onde existe maior potencial de valor, os designados “hotspots”, e no que concerne à subsequente reconstrução das novas fronteiras inerentes à indústria em causa. artigos 15 anos a criar parcerias de futuro 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > ferramentas na base da Estratégia do Oceano Azul, deverão novamente ser utilizadas para gerar novos valores e assim sucessivamente até se obter a revalidação. artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Utilidade do Cliente Preço Existe alguma utilidade do cliente excepcional na ideia do seu sócio? O seu preço é acessível aos consumidores alvo? SIM NÃO SIM NÃO O Plano de Negócios Decorrente do que foi inicialmente exposto e validadas que forem as ofertas poderemos desenvolver e implementar a estratégia, ou seja o plano de negócio. No desenvolvimento deste plano dever-se-á considerar as barreiras ou obstáculos que porventura possam surgir ao nível da implementação da estratégia. Estas barreiras, segundo nos revela a experiência podem ser de diversa ordem nomeadamente; cognitivas, motivacionais, recursos e políticas. O resultado final é conseguir-se uma abordagem integrada e completa para a implementação na empresa da Estratégia do Oceano Azul que foi desenvolvida. Barreira cognitiva “Outro aspecto importante nesta fase de validação é poder-se apresentar o preço estratégico susceptível de gerar a procura mais rentável.” 34 Barreira dos recursos Recursos limitados Organização amarrada ao status quo Barreira motivacional Barreira política Oposição por parte dos grandes interesses não-declarados Pessoal desmotivado O Processo Justo assente em três princípios: Envolvimento, Explicação e Clareza de Expectativas: Envolvimento – Pretende-se envolver as pessoas nas decisões estratégicas, solicitando as suas contribuições, e reconhecendo os seus méritos, através das mesmas. Reflecte o respeito da gestão da empresa pelas pessoas e as suas ideias. O envolvimento conduz à oportunidade de promover decisões estratégicas mais consistentes e com maior nível de comprometimento das pessoas na sua execução. Explicação – Todos os envolvidos por uma decisão estratégica devem entender porque é que, e como é que as decisões foram tomadas. Possibilita-se assim que todos vejam que as suas opiniões tivessem sido consideradas em linha de conta e os motivos porque foram ou não aproveitadas. Pretende-se assim aumentar a confiança dos colaboradores nos gestores e demais direcções da empresa, criando um espírito de entreajuda crítica na organização. Clareza de Expectativas – Requer que depois de definida uma nova estratégia, as novas regras devam ser claramente apresentadas e explicadas pelos seus gestores. Para se praticar o processo justo, as novas metas, expectativas e responsabilidades são talvez menos importantes face à garantia que as mesmas possam vir a ser mal ou completamente compreendidas. Quando as pessoas entendem claramente o que se espera delas surgem menos decisões políticas ou autocráticas pelo que nestas situações, as pessoas executam a estratégia de forma mais confiante. Importa, com efeito, ressaltar a importância da execução em conjunto dos três princípios anteriormente mencionados uma vez que qualquer outra combinação dos mesmos não garante que o processo seja justo. ENVOLVIMENTO EXPLICAÇÃO Clareza de ExpectaTIVAS ................................................................................. processo justo O Processo Justo Com o plano de negócios e uma liderança vocacionada para a mudança, poderemos desafiar os colaboradores e as pessoas, construindo uma cultura de confiança, comprometimento e colaboração voluntária na implementação da estratégia. Com efeito, uma empresa não é composta apenas pela alta direcção ou os seus gestores. Apenas quando todos os colaboradores, e a todos os níveis, estão envolvidos e alinhados relativamente à missão, objectivos e estratégia é possível fazer com que a empresa tenha êxito ou seja bem sucedida quanto ao que foi previamente planeado. Como sabemos, garantir uma boa execução é talvez o mais relevante e gerador de sucesso para qualquer nova estratégia que venha a ser implementada, para qualquer empresa ou organização. Assim, o comprometimento das pessoas é fundamental pois torna possível a consecução dos objectivos definidos sendo a essência do alegado “Processo Justo”, que vamos apresentar em seguida. Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. A Mercal Consulting Group com o apoio da sua network IMCN está a desenvolver já alguns projectos de “Blue Ocean Strategies” nalgumas empresas multinacionais sobretudo europeias. Por outro lado, temos vindo a dinamizar ao nível dos Países da União Europeia diversos seminários, workshops e conferências para o mundo académico e empresarial criando condições para a implementação de estratégias de valor e susceptíveis de sustentabilizar as vantagens competitivas das empresas, com a aplicação de ferramentas e meios para a implementação de Estratégias de Oceano Azul. Estamos orientados e motivados para sensibilizar os gestores quanto à importância que deve ser dada na identificação de adequadas orientações e opções estratégicas e em vir a apoiar a implementação de planos de desenvolvimento organizacional compatíveis com o seu posicionamento competitivo e os objectivos pretendidos, num espírito amplo de reflexão e entreajuda crítica. Saúdo a MERCAL e o Dr. João Ribeiro por mais um aniversário, muito significativo este, do décimo quinto aniversário em prol da eficácia e eficiência dos seus clientes. Agradeço a oportunidade de dar a conhecer um processo de resolução dos conflitos internos e externos à empresa que, adoptado e incluído nos contratos, permite uma redução substancial de custos processuais. A mediação é uma modalidade extrajudicial de resolução de conflitos e litígios e segundo a Directiva 2008/52/CE é: “Um processo estruturado … através do qual duas ou mais partes em conflito procuram voluntariamente alcançar um acordo sobre a resolução do seu conflito com a assistência de um mediador. …”. Ou ainda: “A mediação é um meio de procura de acordo em que as pessoas envolvidas são ajudadas por um especialista que orienta o processo.” … “A mediação é um processo em que a negociação directa entre as partes é assistida por mediador ou equipa de mediação, que ajuda(m) e facilita(m) a procura dos elementos para a solução do diferendo ou para a concertação dos interesses.” (Vasconcelos-Sousa, José “Mediação” Quimera Editores, Colecção O Que É, 2006) A empresa como entidade jurídica e económica procura em todos os aspectos das suas relações a contratualização de obrigações, contrapartidas e trocas. Em todas essas interacções se desenrolam negociações envolvendo a actividade e o futuro da empresa. O seu resultado é foco de potenciais conflitos. As interacções negociais podem encontrar impasse ou evoluir para estados de conflito latente, embrionário ou declarado. As áreas de negociação e conflito a nível externo em torno da empresa podem ser agrupadas em oito grandes áreas (ver figura). As oito dimensões conflituais externas Dependentes Concorrentes Fornecedores sas decisões poderão também dar origem a conflitos. Assim podemos considerar a nível interno outras tantas áreas conflituais (ver figura): Tradicionais: • Regulação do Trabalho • Resolução de Disputas Inter Departamentais Canais EMPRESA Detentores de Saber e Comuninidade Investidores, Bolsa de Valores Administração Pública, Entidades Reguladoras A nível interno a problemática da relação entre os actores das actividades necessárias ao funcionamento da empresa criam um meio muito rico em decisões negociadas. Muitas des- José Vasconcelos-Sousa Presidente MEDIARCOM Associação Europeia de Mediação As oito dimensões conflituais internas www.mediarcom.com [email protected] Com Colegas Com Superiores Hietásquicos Com Dependentes Hierárquicos EMPRESA Em Grupos de Trabalho Inter Funcionais Em Reuniões, Assembleias, Comissões Revendo as áreas internas e externas de conflito poderemos definir o meio mais adequado de resolução de conflitos, usando um critério simples, a saber: o desejo, ou a obrigatoriedade, da continuidade de relações entre as partes. Introduzindo ainda um critério de eventual desejo de manter a disputa num âmbito privado, sem dar divulgação pública do conflito, poderemos considerar segundo a tabela que segue as situações mais propícias a utilização da mediação (e da arbitragem). De notar que deixei de fora neste quadro o tribunal estadual (pois nesse caso estaria a trazer para o foro público o diferendo). Assim: Desejo ou obrigatoriedade de Quebra da continuidade de relação entre as partes relação Clientes Mediação Arbitragem Fornecedores Mediação Arbitragem Canais Mediação Arbitragem Investidores Mediação Arbitragem Mediação, Arbitragem, — Administração Pública Comunidade e detentores de saber Media Órgãos de Comunicação artigos A Mediação Empresarial na Redução de Custos Concorrentes Mediação — Mediação, Arbitragem, — — Arbitragem Colegas Mediação — Superiores Hierárquicos Mediação — Dependentes Hierárquicos Mediação — Grupos de trabalho Mediação — Reuniões Mediação — Inter-funcionais Mediação — Inter-departamentais Mediação — Regulação do trabalho (colectiva) Arbitragem — Regulação do trabalho (individual) Mediação Arbitragem “Um dos critérios para a escolha de um meio de resolução de conflitos poderá ser a sua celeridade. A mediação tem uma clara vantagem sobre a arbitragem ou sobre o tribunal estadual. Não só pela simplicidade do próprio processo mas também pelo facto de não serem necessárias outras instâncias..” www.mercal.pt 35 Gestão Global 15 anos a criar parcerias de futuro 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “A mediação é um processo voluntário, não coercivo, em que ao longo de várias etapas as pessoas em conflito procuram, acompanhadas pelo mediador, encontrar os pontos de possível acordo que permitam resolver total ou parcialmente o conflito que as separa.“ 36 Veja-se que a mediação, dada a sua proximidade à negociação tem uma abrangência muito maior quanto à tipologia de conflitos que pode assistir a resolver. O importante, a reter, é que os custos de resolução dependem da forma como um conflito é resolvido. Isto é, as escolhas feitas ao longo da vida do conflito quanto às formas de o prevenir e resolver têm um impacto económico forte sobre pessoas individuais ou colectivas (são os chamados, em linguagem da economia, os “custos de transacção”.) O conflito pode representar custos muito diferentes para a empresa – e também ganhos – se em cada situação as decisões sobre o meio de resolução do conflito a utilizar sejam reflectidas e ponderadas segundo critérios de custo/benefício. Uma das dificuldades dos conflitos empresariais é que muitas vezes se torna difícil “a anteriori” prever os custos da sua resolução. Assim muitas organizações aprendem duramente com a realidade dos custos dos conflitos com que se confrontam. Mesmo em conflitos que foram “ganhos” a erosão no valor da empresa pode ser desproporcionado à própria ocorrência que se pretendeu resolver. Muitas situações em que inicialmente se pensava “ganhar de certeza” tornamse em sorvedouro de recursos. A dificuldade em definir os custos de conflitos, mesmo “a posteriori”, dentro das empresas surge porque os conflitos afectam subtilmente muitos níveis das organizações: o “ambiente” é afectado implicando muitas vezes menor produtividade, menor eficácia e menor eficiência. Exemplos de custos indirectos do conflito são as perdas de produtividade (devidas a enganos e erros, a reclamações, a desmotivação). Os custos em recursos humanos podem também ser elevados (reuniões, fuga de bons elementos, compensações por despedimentos ou saídas, perdas de investimentos em formação ou conhecimento). A reputação e imagem pública ou junto de parceiros (nomeadamente financeiros) pode ser afectada. A cotação em bolsa desvirtuada. (Recentemente em Portugal existem diversos exemplos desta situação.) Muitos outros custos estão também presentes: custos de oportunidade por actividade perdida e outras perturbações (perdas de segurança nas actividades, tempo gasto a clarificar boatos, por exemplo). O conflito tem ainda custos directos importantes tais como: honorários e custas; perda de vendas; acções vingativas (vandalismo, sabotagem, etc.); tempo de espera e tempo em tribunal. Estes custos agravam-se com o passar do tempo (mesmo para o lado que num processo judicial “ganha” a acção) assim Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. um dos critérios para a escolha de um meio de resolução de conflitos poderá ser a sua celeridade. Segundo este critério – o da rapidez até à decisão – a mediação tem uma clara vantagem sobre a arbitragem ou sobre o tribunal estadual. Não só pela simplicidade do próprio processo mas também pelo facto de não serem necessárias outras instâncias. O que influencia a decisão de adopção de um determinado meio de resolução de conflitos? Esta decisão é muitas vezes influenciada por aspectos estranhos à própria mediação: 1.º A informação que as partes tenham sobre os custos e o processo de mediação; 2.º A informação que os representantes das partes (advogados, gestores, mandatários) tenham sobre a mediação e a percepção e interesses pessoais; 3.º A disponibilidade, credibilidade e divulgação da existência de mediadores com formação e profissionais enquadrados por entidades com prestígio, como a MEDIARCOM Associação Europeia de Mediação. Porém, a transformação operada e em curso da cultura empresarial vem favorecer a introdução de processos de resolução de conflitos, nomeadamente a mediação, por uma evolução da consciência profissional dos próprios gestores. Estas mudanças estão a alterar as preferências nos processos de resolução de conflitos: se o gestor procura a cooperação e o funcionamento em redes de dependências então os processos adversariais (arbitragem e tribunal estatal) são menos atractivos do que os processos de base cooperativa (negociação e mediação) pois criam resistência, crise, desejo de cortar laços. Nesta perspectiva a mediação aparece como o processo mais interessante: fundada num processo cooperativo, pouco oneroso e rápido. Quando as partes procuram manter uma relação (seja comercial, de trabalho, ou outra) ou estão obrigados à continuidade da relação (por exemplo com entidades reguladoras) então a mediação pode ser utilizada com vantagem. A mediação é um processo voluntário, não coercivo, em que ao longo de várias etapas as pessoas em conflito procuram, acompanhadas pelo mediador, encontrar os pontos de possível acordo que permitam resolver total ou parcialmente o conflito que as separa. A MEDIARCOM - Associação Europeia de Mediação é uma equipa de profissionais de vários sectores que oferecem serviços de prevenção e resolução de conflitos de forma privada, não adversária e expedita. Os especialistas da MEDIARCOM que intervêm e apoiam a resolução de conflitos são mediadores-facilitadores com formação específica e prática de apoio à negociação assistida. A Responsabilidade Social nas Organizações O conceito de Responsabilidade Social das Empresas (RSE) integra voluntariamente preocupações sociais e ambientais nas operações quotidianas das organizações e na interacção com todas as partes interessadas. Neste sentido, é um conceito globalizante pois parte do indivíduo para o todo e vice-versa, entendendo-se o indivíduo como podendo ser quer individual quer colectivo. No fundo, trata-se de um modo de contribuir, de forma positiva, para a sociedade e de gerir os impactos sociais e ambientais da organização como forma de assegurar e aumentar competitividade no mercado. Uma organização quando socialmente responsável tem em consideração, nas decisões que toma, a comunidade onde se encontra inserida e o ambiente onde se movimenta ou opera. Há quem defenda que as organizações como motor de desenvolvimento económico, tecnológico e humano só se realizam plenamente quando consideram na sua actividade o respeito pelos direitos humanos, quer como indivíduo quer como consumidores, o investimento na valorização pessoal, a protecção do ambiente, o combate à corrupção, o cumpri- mento das normas sociais e o respeito pelos valores e pelos princípios éticos da sociedade em que se inserem. A responsabilidade social empresarial passou a ser uma prioridade inevitável para dirigentes empresariais em qualquer país. Governos, activistas e meios de comunicação hoje cobram às empresas a responsabilidade pelas consequências sociais das suas actividades.Programas de RSE altamente visíveis costumam gerar publicidade favorável para a empresa. No entanto, apesar de toda a atenção que atraem, iniciativas de RSE costumam ser contraproducentes. Michael Porter e Mark Kramer sugerem outra maneira de encarar a relação entre empresa e sociedade – na qual o sucesso empresarial e bem-estar social não são um jogo de soma nula. Estes dois autores apresentam um modelo a ser usado por parte da empresa para identificar as consequências sociais de seus actos, determinando quais os problemas a abordar, a descobrir o meio mais eficaz de enfrentá-los e, ao mesmo tempo, fortalecer o contexto competitivo no qual, a empresa, actua. “... as organizações como motor de desenvolvimento económico, tecnológico e humano só se realizam plenamente quando consideram na sua actividade o respeito pelos direitos humanos...” www.mercal.pt 37 Gestão Global 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Ao analisar as oportunidades de RSE com a utilização de orientações iguais às que norteiam as suas decisões ao nível dos negócios, a empresa irá descobrir que a RSE pode ser muito mais do que um custo ou uma limitação - pode ser uma fonte geradora de inovação e vantagem competitiva. artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “A capacidade de gerar riqueza de uma empresa, como agente económico, passa a ser cada vez mais dependente da aprovação social.” 38 Inovação na gestão: o que é, porquê e como? Para a maioria das pessoas, inovação significa novos produtos, novas formas de marketing ou novas tecnologias. Gary Hamel sustenta, no entanto, que a gestão é, em si, um terreno fértil para a inovação. Aliás, assegura o autor, que inovações na administração, como a gestão de marcas ou a empresa estruturada em áreas funcionais, são geradoras de maior valor e de vantagens competitivas mais duradouras do quando comparadas com quaisquer ideias geradas em grupos de discussão ou laboratórios. O segredo da inovação na gestão é procurar ser criativo e gerar ideias com impacto em áreas estabelecidas ou consideradas imutáveis, desafiando assim o pensamento ortodoxo. Com o recurso a exemplos de empresas como a General Electric, Visa e Google, Hamel mostra como uma “entidade permanente inovadora” cria vantagens face às suas rivais. Apresenta, ainda, uma metodologia a ser usada por executivos para detectar oportunidades de reinvenção dos processos de gestão. “Por aquilo que se observa”, escreve Hamel, “a gestão no século XXI não diferiu nem está a diferir muito da gestão registada no século 20. E aí reside a oportunidade.” Com efeito, verificamos que os consumidores estão cada vez mais cientes do seu poder de transformação social e começam a exigir uma responsabilidade crescente por parte das empresas, quer no que se refere às questões sociais quer ambientais. Para se poder sustentabilizar as vantagens competitivas haverá que pensar para além do lucro. Torna-se necessário avaliar o que é que o País, e o mundo vai também beneficiar. Em outras palavras, a capacidade de gerar riqueza de uma empresa, como agente económico, passa a ser cada vez mais dependente da aprovação social, obtida com seus processos de satisfação social (instrumentos que a empresa adopta para mostrar à sociedade interessada que é socialmente responsável, tais como o balanço social, relações públicas, programas especiais de apoio, patrocínio, fomento, entre outras). Ou seja, sem a aprovação social, a capacidade comercial e a sobrevivência da empresa no longo prazo tende ou pode vir a ser comprometida. E isto afecta todos os seus protagonistas, nomeadamente accionistas, executivos, colaboradores e a toda cadeia de stakeholders envolvida. Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Mercal adere à Rede de Responsabilidade Social Como foi noticiado na nossa Newsletter nº 17 de Janeiro de 2008 de Mercal aderiu à rede de Responsabilidade Social nas Organizações, para participar na concepção e desenvolvimento da norma bem como promover a sua acreditação como entidade consultora, providenciando o apoio às empresas no seu desenvolvimento sustentável em paralelo com o reforço do posicionamento estratégico e de suas vantagens competitivas. Com efeito, formalizou-se um protocolo de adesão à Rede de Responsabilidade Social nas Organizações – RSO, coordenada pelo programa de iniciativa comunitária EQUAL, que tem como objectivo a dinamização de actividades de promoção e implementação de Responsabilidade Social em Portugal, abrangendo 82 promotores, desde Associações, Empresas, Institutos Públicos, Universidades, IPSS, ONG e outras instituições para o desenvolvimento, operacionalização e incorporação de conceitos e ferramentas de Responsabilidade Social nas Organizações. A Responsabilidade Social Empresarial não é um novo conceito, mas sim uma forma de estar no mercado e uma forma de agir. De dia para dia, as empresas preocupam-se cada vez mais com a sociedade, com as suas fragilidades, e os seus interesses, já não estão apenas centradas em promover um serviço ou produto, mas cada vez mais criar laços de confiança com o seu público, enquadrados nos seguintes conceitos chave: • Promoção da Economia Social e do Empreendedorismo, através do desenvolvimento de actividades económicas incorporando problemas sociais e permitindo o desenvolvimento de iniciativas e competências individuais nas sociedades; • Envolvimento dos stakeholders na implementação de práticas de Responsabilidade Social na estratégia da empresa; • Promoção da Gestão do Conhecimento e da Inovação empresarial através da implementação integrada e sistémica de ciclos de inovação e de aprendizagem organizacional; • Gestão da Diversidade e Igualdade Social de forma a combater a descriminação social, étnico – racial, deficiência, idade, orientação sexual e fé ou religião; • Promoção da Ética e da transparência nas Organizações de forma a evitar práticas de Corrupção; • D inamização de acções de Marketing Responsável enquadradas em factores sociais e ambientais de forma a aumentar a sustentabilidade do meio envolvente das organizações. 15 anos a criar parcerias de futuro o concEiTo dE organização quE aprEndE TEvE origEm Em organizaçõEs como a shEll, que consideram a aprendizagem como a única e verdadeira vantagem competitiva. Na Shell a gestão por intuição foi substituída pela gestão por cenários, originando a criação de uma estrutura de aprendizagem que permitiu uma contínua e melhor adaptação da empresa ao meio ambiente. Na actualidade, muitas empresas ainda não têm ainda um sistema estruturado de aprendizagem, desenvolvendo os seus planos e decisões estratégicas fundamentados em informação e opiniões (DeGeus, 1997). Num ambiente de negócio mais global, competitivo e imprevisível, a capacidade para obter informação é importante mas não é suficiente. É, sim, fundamental, saber interpretar a informação (ou por outras palavras, obter conhecimento) e aplicar o novo conhecimento no negócio, desenvolvendo novos produtos, processos ou procedimentos. Este é, na prática, o conceito de aprendizagem organizacional. Das diversas definições de organização que aprende e aprendizagem organizacional, podem identificar-se quatro referências comuns e importantes: • Organizações que se adaptam, continuamente, ao ambiente competitivo; • Organizações que estão sempre aptas e disponíveis para a mudança; • Organizações que promovem a aprendizagem colectiva e individual; • Organizações que aplicam o que aprendem e, desta forma, obtêm melhores resultados no seu negócio. Para as organizações não é suficiente procurar sobreviver, mas sim, ter a capacidade para obter um êxito contínuo nos mercados e ambientes competitivos em que actuam. Senge (1990) considera que a aprendizagem que permite à organização adaptar-se é importante e necessária, mas não suficiente. Numa organização com capacidade de aprendizagem, a aprendizagem adaptativa, deve ser complementada com uma aprendizagem generativa, que desenvolve a capacidade de criar e inovar. O principal objectivo de uma organização com capacidade de aprendizagem é criar um ambiente interno que permita aos seus colaboradores adaptar-se e desenvolver melhores competências nas suas funções, permitindo-lhes ter mais êxito num meio ambiente cada vez mais incerto. Em estudo que realizei junto de 153 empresas em Portugal, das quais 104 PME’s, foi possível verificar que as organizações com mais características de organização que aprende têm melhor performance que as organizações com menos características de organização que aprende. Concretamente: • O tempo necessário para a introdução de um produto é menor; • O tempo de resposta a reclamações é menor; • O grau de satisfação dos clientes com os produtos e serviços é maior; • O grau de satisfação dos fornecedores na sua relação com a empresa é maior; • O número de sugestões propostas pelos colaboradores é maior; • O número de horas de formação por colaborador é maior. Neste estudo verifica-se que a maioria das empresas têm processos de aprendizagem a decorrer no seu dia-a-dia mas, na maioria, de forma não estruturada, e por tal, sem garantia de continuidade formal. Verifica-se, também, que as PME’s têm uma capacidade de aprendizagem alta, mas ligeiramente inferior à das grandes empresas. Tal, deve-se à maior dificuldade em conhecer os conceitos e saber como devem ser aplicados formalmente. A implementação de processos de aprendizagem numa organização não é um processo complicado. Deve, no entanto, ser realizado com a participação de profissionais que conheçam profundamente os conceitos e a sua aplicação na prática. Uma correcta implementação inicia-se com a realização de um diagnóstico à organização e comparação dos resultados obtidos com o que as empresas mais aprendentes melhor fazem. Para tal, deve ser utilizado um questionário simples e já aplicado em outras empresas, ao qual devem responder todos os colaboradores. Desta forma identificam-se os pontos fortes e fracos da organização e de cada função em concreto. O passo seguinte é a correcção, cirúrgica, dos pontos fracos. Para tal são desenvolvidas as acções necessárias nos diferentes níveis da organização. Tendo sido corrigidos os pontos fracos e potenciados os fortes, a organização está em condições de promover de forma estruturada a aprendizagem organizacional e desenvolver inovação de forma sustentada e continuada. No final, a organização deverá ter desenvolvido ou melhorado cinco características: uma visão comum e partilhada por todos os colaboradores, a capacidade de trabalho em equipa, a capacidade de questionar e alterar a forma de pensar e entender o negócio, a capacidade de todos os colaboradores serem empreendedores e não simplesmente gestores ou administrativos, e a capacidade para melhor entender a razão dos problemas (muitas vezes o que está mais à vista não é a principal razão). Estas cinco características são o que, no final, distinguem as empresas que mais aprendem, mais inovam, e, por isso, obtêm mais sucesso no curto e longo prazo. artigos aprendizagem organizacional e inovação Empresarial Georg dutschke Professor Universitário “O principal objectivo de uma organização com capacidade de aprendizagem é criar um ambiente interno que permita aos seus colaboradores adaptar-se e desenvolver melhores competências nas suas funções, permitindo-lhes ter mais êxito num meio ambiente cada vez mais incerto.” www.mercal.pt 39 gEsTão global 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > FM artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Uma Ferramenta de Gestão Activos Paulo Vasconcelos Consultor de Empresas “... o FM procura diminuir os custos e optimizar ao máximo os benefícios do activo.” O que é o “Facilities Management”? O “Facilities Management”, também conhecido por FM, nasceu à 30 anos nos Estados Unidos, tendo-se recentemente popularizado na Europa por entre consultores, investidores, promotores e gestores de activos das empresas. O FM engloba todo o ciclo de vida dos imóveis e a possibilidade de influenciar o seu custo futuro. Desenvolve-se desde a fase de planeamento até à construção e utilização, encerrando com o fim do ciclo de vida do bem que consiste na destruição do imóvel. Desta forma, o FM procura diminuir os custos e optimizar ao máximo os benefícios do activo. As acções típicas de FM englobam, a subcontratação de serviços, controlo dos custos de construção, obras de melhoria, diminuição dos custos operacionais, maximização das áreas utilizadas e a administração de todos os contratos relacionados com o imóvel. O FM integra um conjunto de acções de nível estratégico e operacional na gestão do activo. Abordagem na redução de custos O “Facility Management” deve ser eficiente na identificação de todos os custos de manutenção, operacionais e ciclo de vida do imóvel. Além disso, devem-se analisar as informações específicas da utilização do imóvel e proceder à avaliação de sua eficácia. Na fase do planeamento é possível influenciar os custos de exploração. Na fase de utilização, somente pode ser feito em pequenas proporções e sempre com grandes gastos, visto implicar uma perda de parte dos valores iniciais do investimento e da necessidade de novos. Normalmente os custos operacionais e de manutenção ultrapassam os custos de construção após 7 anos e em média totalizam 80% dos custos totais de um imóvel que ocorrem após a sua construção. Exemplo para um edifício de escritórios 80% Construção 70% Operação/Exploração 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 40 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Ano 1 Ano 7 Ano 40 Hoje em dia os custos decorrentes do processo de certificação energética também devem ser incorporados, apesar de grande parte ser amortizável ao longo do ciclo de vida do imóvel e estarem associados a benefícios fiscais. Normalmente uma empresa gere um inúmero de contratos com diferentes prestadores de serviços. Isso implica maiores custos de coordenação, dificuldade no controlo e baixo desempenho. Actualmente, são vulgares contratos de prestação de FM total, que consistem na centralização de todos os serviços em apenas um só prestador desse serviços. O objectivo da contratação de FM está interligado à redução dos custos fixos, aumentando a flexibilidade e correspondente diminuição da estrutura física da empresa. A tipificação da redução dos custos fixos que ajudam nos resultados correntes é, nomeadamente: • Divisão entre imóveis economicamente necessários e bens alienáveis; • Utilização efectiva da área bruta alocada (ABL); • Redução de custos operacionais; • Redução do quadro de funcionários e estrutura da empresa; • Centralização do poder de decisão, gestão e controlo; • Mobilidade contratual e possibilidade de renovação do contrato. Tendências no mercado Em tempos de crise, os proprietários e empresas verificam com mais cuidado as questões relacionadas com rendimentos, aproveitamento das áreas dos imóveis, controlo dos custos operacionais, taxas de ocupação e a satisfação do serviço do locador do imóvel em valores actuais de mercado e valores venais. Algumas tendências no mercado de FM como um todo, envolvem preocupações dos fornecedores em anteciparem as exigências futuras dos seus clientes, das quais salientamos as seguintes: 1. Imóvel como um bem valioso a preservar - Geralmente um imóvel está sempre ligado a muito capital e, ao mesmo tempo, a altos custos, tornando-se uma fonte de preocupações. No entanto, a primeira ideia a reter sobre um imóvel é que representa um recurso valioso da empresa e em que se deve ter cuidado para manter as despesas baixas e os rendimentos intactos. 2. Optimização de processos e maior produtividade dos utilizadores do imóvel - Nas análises de produtividade, não se pode ignorar a influência e a forma como pode actuar negativamente na sustentável vida dos funcionários e utilizadores do imóvel. O serviço FM pode ser influenciado positivamente pela optimização de processos ao pensar nos utilizadores do edifício e dar uma contribuição para o sucesso operacional dos seus parceiros. 3. Concentração no negócio principal e subcontratação A economia fraca, os enormes défices financeiros dos de funções secundárias - Nas empresas onde existe governos, a escassez dos recursos das empresas, sob presum processo de concentração no seu negócio, um “outsão permanente dos accionistas e do mercado, faz com que sourcing” é bem visto e permite que serviços secundáos imóveis se tornem no centro das atenções. Passam a serem rios passem a ter menos impacto na sua actividade vistos como factores de custos da grande procura de capital. Desse modo, os imóveis devem ser bem explorados ecoprincipal. Em muitas empresas de bens imobiliários essas actividades totalizam uma parcela considerável nomicamente, através da optimização dos processos e da no balanço da empresa, utilizando grande quantidade produtividade dos seus colaboradores. Assim, existe uma de recursos humanos e financeiros. Assim, o racionatendência que os serviços internos, cada vez mais, se tornem serviços externos, diminuindo os custos e a estrutura operamento dos recursos de cada actividade não envolvida cional da empresa, o que reflecte numa maior flexibilidade e com o negócio principal, reduz os custos e disponibiliza num rápido retorno do investimento. capital. Muitas vezes, a necessidade de um determinado bem na empresa resultou na aprovação de uma Por outro lado, os proprietários dos imóveis não desejam compra sem a prévia análise profunda dos seus cusuma dispersão de contratos por vários prestadores de servitos. Estes casos são corrigidos com a implementação ços. Preferem contratos únicos, que consistem na contratação do FM. Além disso, é possível liquidar bens, libertando de um único prestador de serviços de FM que se responsacapital e possibilitando uma redução das despesas, biliza por todos os processos subcontratados da empresa aumentando o rendimento futuro da empresa e rese por todo o ciclo de vida do imóvel, desde o planeamento, pectivo lucro. o ponTo dE visTa dos cliEnEvolução da gestão de activos TEs O mercado imobiliário é grande e dividido entre imóveis residenciais serviço integrador e comerciais. Durante o tempo de •fornecedoresdesistemas exploração os imóveis residenciais •solucionadoresdeproblemas produzem poucos custos de explo•fornecedoresdofmcompleto ração e de manutenção. Por outro lado os imóveis comerciais produFm zem elevados custos operacionais e de manutenção. As empresas que Fornecedores por módulos: mais procuram um serviço FM são •gestãoadministrativa normalmente aquelas que pos•gestãotécnica suem muitos activos e de grande •gestãodeinfra-estrutura dimensão como banca, seguradoprestadores ras, centros comerciais, empresas de serviços de telecomunicações e serviços. A atribuição de serviços comFornecedores parciais: pletos está ligada à redução das •Especializadosnaprestação necessidades de coordenação deserviçosdispersosdacadeia pelos clientes. Por esse motivo, valor as empresas oferecem serviços de FM completos, deixando construtor/promotor todos os serviços próprios de manutenção e gestão dos edifícios num único prestador de serviços especializado. No mercado português, há grandes necessidades, mas a passando pela construção e exploração, terminando com a quantidade de potenciais fornecedores de serviços, capadestruição ou renovação do imóvel. zes de assumir todas as fases do ciclo de vida dos imóveis é ainda escassa. No entanto, alguns grupos empresariais apreO FM tem-se mostrado como uma ferramenta de gessentam-se no mercado como fornecedores FM e já começam tão importante que estende a sua aplicação desde o nível a ter alguns edifícios de escritórios a seu cargo. estratégico até o nível operacional com o foco voltado para a maximização e optimização dos resultados através da racioconclusõEs nalização de custos e do capital. Esta actividade em cresciOs “Facilities Management” caracterizam-se como a submento irá desempenhar um papel crucial na sustentabilidade contratação total de serviços secundários aplicados ao merdas nossas cidades e será o garante da longevidade dos imócado imobiliário. veis e activos residenciais, comerciais e industriais. www.mercal.pt 41 gEsTão global 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Medo de voar artigos Gestão Global > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Impacto nas empresas e nos trabalhadores Milhares de gestores, executivos e homens de negócios partilham um segredo que nem sempre conseguem esconder: têm medo de andar de avião. A American Management Association realizou recentemente um estudo em 13% das empresas inquiridas assumiam que o medo de viajar de avião afectava negativamente o seu negócio. Referiram ainda que profissionais competentes e de reconhecido mérito profissional se viam impedidos de evoluir na carreira devido ao medo de voar. Cristina Albuquerque Psicóloga Clínica Responsável pela Consulta de Fobia de Voo “Voar sem Medo” www.voarsemmedo.com [email protected] “Estima-se que o medo de voar ou aerofobia é a 2ª fobia mais comum, logo a seguir ao medo de falar em público.” O que é a aerofobia? Estima-se que o medo de voar ou aerofobia é a 2ª fobia mais comum, logo a seguir ao medo de falar em público. Um estudo realizado pela Boeing mostrou que entre 20 a 40 % a população adulta tem medo de viajar de avião. As definições médicas mais correntes definem a aerofobia como um medo acentuado, persistente e excessivo que surge quando a pessoa vai viajar de avião ou quando é confrontada com a perspectiva de viajar de avião. A exposição a este estímulo fóbico provoca quase sempre uma reacção de ansiedade – nalguns casos pode atingir o ataque de pânico – que o indivíduo reconhece como desproporcionada e que produz um enorme transtorno e interferência na sua vida pessoal, profissional, social ou familiar. O medo de voar pode ter graus de severidade diferentes: desde a ansiedade de voo ligeira até ao medo paralisante, com total incapacidade de entrar num avião. Tanto pode surgir em pessoas que nunca voaram na vida como nos passageiros aéreos mais frequentes. Trata-se duma perturbação de ansiedade que, tal como todas as fobias, assenta em pensamentos e preocupações relativamente ao que pode vir a acontecer (ansiedade antecipatória) e não ao que realmente se está a passar. Quando entra no avião, a imaginação fértil do aerofóbico transporta-o para cenários de hipotéticas catástrofes onde tudo é visualizado até ao mais ínfimo detalhe, dando origem a níveis de ansiedade antecipatória muito elevados. E se há um incêndio a bordo e não consigo sair? E se o avião não tem força para descolar? Se o motor tem uma avaria ou explode? E se eu tiver um ataque de pânico a bordo e quiser sair do avião? Como se manifesta Normalmente a aerofobia é acompanhada por sintomas físicos e psicológicos que podem surgir no dia do voo ou, em casos mais graves, semanas ou meses antes da viagem . Perda de peso, nervosismo, insónias, irritabilidade, preocupação excessiva, sensação de falta de ar, tensão muscular, evitar pensar na viagem, são alguns dos sintomas que podem surgir algumas semanas antes do voo. 42 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. O medo de voar começa a condicionar a vida das pessoas quando a irracionalidade domina a situação e a viagem passa a ser uma fonte de ansiedade e sofrimento, que a pessoa não controla. No limite, o aerofóbico prefere ficar restringido aos meios de transporte terrestres, limitando a sua vida e a dos seus familiares. Deixa de fazer turismo, de participar em congressos, de ir a reuniões de trabalho importantes, de visitar familiares residentes no estrangeiro, desiste da lua-de-mel, recusa empregos ou promoções, tudo porque se sente INCAPAZ de entrar num avião. Quando tem mesmo de o fazer, a ansiedade e o desespero são de tal forma elevados que, antes de desistir por completo, a pessoa recorre a tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar o sofrimento. O recurso ao álcool e aos tranquilizantes como forma de diminuir o medo Carlos, Director Comercial, 36 anos Trabalho numa empresa do ramo automóvel e todos os meses tenho de ir a Paris a uma reunião de directores. No início, ia e vinha de avião no mesmo dia. Dava perfeitamente: é uma viagem rápida, tão rápida como ir de Lisboa ao Porto de carro. Aos poucos, sem saber porquê, o medo foi-se tornando mais e mais insuportável e tive de começar a tomar calmantes sempre que ia de viagem. Doutra maneira não era capaz de embarcar… A questão é que cada vez me custa mais andar de avião e no último ano chego a tomar entre 4 a 10 comprimidos para conseguir fazer a viagem. Fora os whiskys que bebo a bordo… Quando lá chego estou uma lástima, exausto e com uma enorme ressaca. Passei a ter que ir na véspera porque o dia em que chego é passado no hotel a “recuperar” da viagem. Infelizmente não estamos perante um caso único. De acordo com um estudo realizado em 1997 pela Stanford University School of Medicine, 69% das pessoas com medo de viajar de avião ingerem álcool ou auto-medicam-se para tentar reduzir o medo e tornar a viagem mais suportável. Preferem ir entorpecidos pelo efeito de álcool ou comprimidos do que sentir os efeitos do medo. O “no-show” Sofia, publicitária, 32 anos. “Tenho um medo horrível de voar...Ainda hoje, tinha viagem marcada para Barcelona. Fui até ao aeroporto e não consegui embarcar... com todo o embaraço que isso me causou, pois era uma viagem profissional. Íamos para uma reunião em Outro comportamento normalmente associado ao medo de voar é o que em aviação se designa por no-show (falta de comparência ao check-in / embarque). São por exemplo situações em que a pessoa comprou bilhete, tem tudo programado para a viagem, vai até ao aeroporto e na hora de fazer o check-in (ou à porta do avião ) o medo toma conta da situação e a pessoa desiste da viagem. Uma derrota e uma vergonha para quem, passados poucos minutos, cai na realidade e reconhece que a decisão de fugir foi comandada pelo medo e se culpabiliza por não ter sido capaz de o controlar O impacto nas Empresas e nos Trabalhadores Hoje em dia, o avião é o meio de transporte mais económico para percorrer longas distâncias. Além disso, é o mais rápido e o mais seguro que existe. Compreende-se assim que a incapacidade para viajar de avião é uma condição que pode afectar de forma muito significativa a vida do indivíduo, quer a nível pessoal como a nível familiar e profissional. Luis, gestor empresarial, 37 anos. “Nunca me senti confortável nos aviões.... Todas as viagens que fiz foram curtas, entre Lisboa e o Porto, mas foram sempre geradoras de desconforto. A última então foi um tormento e desde então nunca mais entrei num avião. Já lá vão 6 anos... Esta limitação está a provocar-me diversos problemas. Profissionalmente, tenho necessidade de me deslocar ao estrangeiro mas nunca o faço. Tenho sempre de enviar alguém em meu nome. A nível pessoal, tenho muitos amigos e familiares espalhados pelo mundo que estão sempre a convidar-me mas cujos convites ainda não fui capaz de aceitar. A minha mulher está a perder a paciência e já começou a ir sem mim” Na vida das empresas, o impacto deste problema pode ser expressivo. Quantas viagens se adiam ou deixam de se fazer devido ao medo de voar? Quantas oportunidades de negócios internacionais se perdem? Reuniões a que não se comparece porque no último minuto faltou a coragem para embarcar no avião? Falta de comparência em Congressos internacionais onde a sua empresa deveria estar representada? Viagens organizadas e pagas, canceladas à última da hora? Embora seja difícil contabilizar os custos que este problema pode representar para as empresas, é fácil presumir que serão elevados. Mas o custo mais dramático, impossível de transcrever em números, é o desespero de quem tem o problema. São comuns sentimentos como a vergonha e o embaraço, diminuição da auto-estima e da auto-confiança, sensação de fracasso, culpa e frustração por não serem capazes de ultrapassar um problema que, aparentemente, os outros não têm. Pedro, 44 anos, engenheiro numa multinacional. “Não depende de mim. Tenho quase a certeza que jamais conseguirei ultrapassar tamanho (e ridículo) obstáculo. Só de pensar em entrar para dentro de um avião, falta-me de imediato o ar. Reconheço que isso me impede de conhecer outros lugares como também me impediu de poder tirar partido da proposta mais vantajosa que alguma vez virei a ter em questão de trabalho. Enfim os humanos pensam...logo tem as suas fraquezas…” Como acabámos de ver, o medo de voar é um quadro clínico que pode comprometer seriamente a evolução na carreira profissional. Há indivíduos que declinam promoções no emprego só porque o novo trabalho implica estar presente em reuniões mensais num país estrangeiro, ao qual só é possível aceder de avião. Outros acabam sendo despedidos porque recusam sistematicamente fazer deslocações aéreas sempre que lhes é solicitado, inventando desculpas e argumentando uma falsa indisponibilidade. Outros, ainda, pedem a demissão porque não aguentam continuar a trabalhar sob a pressão de a qualquer momento terem que fazer viagens de avião. O que fazer para combater o medo de voar? O primeiro passo para lidar com qualquer problema é reconhecer que ele existe. Ser capaz de assumir: “sim, tenho medo de voar e não quero continuar com a minha vida limitada, quero ser capaz de encarar a viagem de avião com naturalidade e sem preocupação”. Quem não assume que tem medo de voar não está disponível para resolver o problema. Pelo contrário, continua a forçar-se a fazer viagens de avião na esperança de que o medo desapareça de forma mágica. Esta insistência em viajar sob o efeito do medo é geralmente contraproducente e o mais certo é agravar a situação. Voo após voo, o indivíduo vai consolidando e aumentando o medo até que um dia, dominado pelo pânico, desiste completamente de voar. Uma vez assumido o problema, o segundo passo é procurar ajuda médica especializada. Os estudos demonstram que, se não for tratada, a fobia de voo tende a agravar-se com o decorrer do tempo. Pessoas que começam com uma ansiedade ligeira/ moderada podem chegar a um ponto de total incapacidade para viajar de avião, se não fizerem nada para travar o desenvolvimento da fobia. Dependendo do grau de severidade da Fobia de Voo, existem técnicas de tratamento muitíssimo eficazes, nomeadamente as técnicas cognitivo-comportamentais cujas taxas de sucesso se situam acima dos 90%. O principal objectivo do tratamento é preparar as pessoas para viajarem de avião de forma despreocupada e com confiança, fornecendo-lhes informação sobre aspectos técnicos da aviação e munindo-as com ferramentas que, após um treino adequado, lhes permitirão controlar e dominar a ansiedade que sentem. “O aerofóbico prefere ficar restringido aos meios de transporte terrestres, limitando a sua vida e a dos seus familiares” “Estima-se que o medo de voar ou aerofobia é a 2ª fobia mais comum, logo a seguir ao medo de falar em público.” “Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer com que as coisas não pareçam o que são” Miguel de Cervantes em Dom Quixote, sec.XVII www.mercal.pt 43 Gestão Global Barcelona. Não tenho palavras para a vergonha que sinto… não sei como vou explicar isto na empresa!”. 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > A Informação de Marketing artigos Marketing > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > como Recurso Estratégico das Empresas António Pimenta da Gama Professor Universitário “Uma das tarefas mais importantes dos responsáveis e profissionais de marketing consiste na vigilância constante das realidades externas e interna onde estão inseridos.” 44 Nos anos 80, os teóricos da gestão estratégica preocuparam-se essencialmente com a ligação da estratégia ao meio envolvente. De então para cá, embora não isenta de críticas, a visão baseada nos recursos da empresa tem tido um impacto significativo no pensamento estratégico, tanto em termos académicos como de prática empresarial. Este impacto deve-se sobretudo a uma circunstância fundamental: encontrando-se os mercados num estado de fluxo permanente, então os recursos internos e as capacidades da empresa aparecem como uma base mais estável para a formulação estratégica do que a focalização nos clientes e nos restantes elementos constituintes do entorno. Somos adeptos de uma visão mais equilibrada desta problemática e consideramos que as duas realidades (interna e externa, ou alternativamente, oferta e procura) devem ser compatibilizadas no sentido da busca de optimização do resultado final. Neste processo de adequação mútua reside a essência da análise SWOT. Sendo as empresas constituídas por um conjunto de recursos produtivos, parece pacífico hoje em dia incluir a “Informação” nesse rol de recursos, à semelhança do verificado antes da revolução industrial com o factor “Terra”, e durante a sociedade industrial com os factores “Capital” e “Trabalho”. Moderna Concepção de Marketing A moderna concepção do marketing implica uma nova filosofia na gestão do processo de relacionamento das organizações com os seus mercados, segundo a qual, a melhor forma de aquelas alcançarem os objectivos a que se propõem consiste em dirigirem os seus esforços para a satisfação das necessidades e desejos dos seus clientes. Esta orientação para o consumidor encontra fundamento, no contexto das economias de mercado, no princípio da “soberania do consumidor”, pressupondo que aquilo que se produz, como se produz e como se distribui, está determinado pelas preferências dos consumidores, expressas nas suas decisões individuais num mercado livre e cada vez mais globalizado. De acordo com esta concepção, a direcção de marketing tem a responsabilidade de gerir o processo de troca que a organização realiza com o seu mercado. A gestão deste processo implica, por um lado, a concepção de uma oferta orientada para a satisfação das necessidades dos clientes que se pretende servir, e por outro lado, o desenvolvimento de um conjunto de actividades tendentes a despertar a procura e a colocar a oferta concreta (produtos ou serviços) no mercado em questão. Para que estas duas vertentes do processo tenham êxito, torna-se necessário serem apoiadas num trabalho de investigação do mercado considerado, tanto à priori, para conhecer as necessidades que se pretendem satisfazer, como à posteriori, para avaliar o grau de satisfação e sucesso Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. alcançado. Em definitivo, é a função de marketing que estabelece a ligação da empresa com o seu mercado, investigando, atendendo, e onde possível antecipando e criando as necessidades expressas ou latentes, tudo isto em concorrência com outras ofertas no mercado. Não nos podemos esquecer que toda e qualquer organização se encontra envolvida por um ambiente que a condiciona e com o qual interage. O relacionamento e interacção realizado com os mercados encontra-se portanto condicionado por esse ambiente, o qual, na respectiva evolução, é portador de ameaças e oportunidades. Na medida em que a empresa consiga identificar correctamente as realidades e tendências do meio em que se insere, os seus elementos chave de funcionamento, e os aspectos positivos e negativos da actuação interna, estará em condições de adoptar as acções oportunas para aproveitar oportunidades e reduzir ao mínimo o impacto das ameaças, promovendo no trilho percorrido a consolidação da sua posição concorrencial, através da criação e reforço de vantagens competitivas. Neste sentido, uma das tarefas mais importantes dos responsáveis e profissionais de marketing consiste na vigilância constante das realidades externas e interna onde estão inseridos. Por outro lado, deve-se igualmente ter presente que a tarefa primordial da função de gestão numa organização é a tomada de decisões, que na maioria dos casos se realiza num contexto de grande incerteza, passados que estão, para a generalidade das situações, os tempos dos mercados estáveis e relativamente previsíveis. Os desafios que se colocam na actualidade aos profissionais de marketing e responsáveis das empresas, agravados pela turbulência dos fenómenos do mercado e do ambiente, tornam fulcral a utilização da informação como condição necessária ao eficaz relacionamento das organizações com o seu meio. É neste contexto que a disponibilidade de informação relevante, fiável, atempada, e economicamente viável, adquire todo o seu significado e importância, ajudando a reduzir os riscos e orientando as decisões. Sem o seu contributo, a tomada de decisão torna-se difícil, e sobretudo arriscada, dado apoiar-se prevalentemente na experiência e intuição. Ora é sabido que a gestão baseada na investigação por sua vez assente na informação - tem progressivamente vindo a substituir as práticas iniciais quase exclusivamente baseadas nos referidos empirismos. Em suma, nos tempos que correm, somente através da utilização da informação será normalmente possível não apenas desenvolver uma relação benéfica com o mercado, como também orientar a direcção e magnitude dos esforços de melhoria necessários, o que nos permite concluir que, para além de “recurso da empresa”, a informação constitui igualmente “a matéria-prima de uma boa gestão”. lizá-la para “depósitos de informação”. O processo de gestão de marketing reclama o apoio de um sistema que garanta a informação necessária para o poder levar a cabo. Este trabalho de apoio na gestão da informação deve ser assumido pelo Sistema de Informação de Marketing (S.I.M.), entendido este como “ uma estrutura complexa de pessoas, equipamentos e procedimentos, cujo objectivo consiste em gerar um fluxo ordenado e contínuo de informação pertinente e válida, proveniente de fontes internas e externas à empresa, e destinada a servir de base às decisões nas áreas específicas de responsabilidade do marketing”. Neste último aspecto levanta-se a questão do entendimento do marketing na empresa, o que é e para que serve. Servirá apenas para ajudar a vender, numa perspectiva mais ou menos imediatista, ou deverá antes servir para ajudar a alcançar os objectivos estratégicos e criação de vantagens competitivas? Consoante a perspectiva, é claro que terá de ser diferente a planificação estratégica do S.I.M., o que significa a obrigatoriedade de sintonia entre a “missão” do marketing e as actividades de concepção, exploração, e desenvolvimento do referido sistema. Apesar do valor estratégico que a informação representa, está longe de se constituir como maioria o número de empresas que à escala mundial a utiliza de modo eficaz e eficiente. Para além de dificuldades potenciais de ordem técnica e da especificidade da informação de marketing, outros aspectos se têm revelado como condicionadores de uma mais intensiva utilização dos sistemas de informação, como por exemplo o síndrome do “eu sei tudo/não há nada que me escape”, as ideias erradas de os sistemas de informação serem apenas para as grandes empresas e exigirem sofisticação elevada, e considerações de ordem ética. “Existe uma diferença que pode ser abismal entre o conteúdo daquilo que vulgarmente se designa “informação”, expresso em factos – qualitativos e/ou quantitativos – e “conhecimento”, expresso na capacidade de sustentação de decisões acertadas.” “Onde está o meu mercado?” Onde está o meu mercado? Definitivamente o mercado mudou e está a mudar radicalmente e a grande velocidade, principalmente devido aos avanços tecnológicos, globalização e desregulamentação. Estes passaram a ser os novos desafios e oportunidades com que as empresas têm de enfrentar diariamente e nos quais têm de arranjar argumentos e mecanismos para se adaptarem e desenvolverem os seus negócios. Num contexto onde a maioria das empresas ainda está muito focada na sua actividade e organização, facilmente se esquece da agilidade da concorrência ou da cada vez maior infidelidade dos seus clientes, certos que os custos comerciais e de marketing aumentam e as margens estão cada vez menores. Há áreas onde a empresa, sem grandes custos, poderá criar valor acrescentado aos seus produtos e serviços, uma delas é a comunicação de marketing, numa fase onde clientes são bombardeados e aliciados diariamente pela concorrência, tornando a captação de clientes cada vez mais difícil e onerosa, cabe à empresa encontrar os meios que melhor se adequam a uma eficaz gestão de clientes, desenvolvendo uma gestão de proximidade, de forma a conhecer as suas expectativas, necessidades, ambições, desafios, e contribuir assim para criação de valor para o seu cliente e visando a obtenção de benefícios mútuos e duradouros. As empresas estão constantemente a desenvolver acções massivas de marketing e comerciais na captação de novos clientes, quando muitas vezes perdem clientes sem saber muito bem como, nem porquê, e frequentemente uma ineficiente gestão da comunicação, está na origem da quebra dos valores fundamentais, associados a uma boa gestão do cliente como a credibilidade, a confiança, a disponibilidade e a assertividade. Como forma de manter uma activa e duradoura relação com os seus clientes é necessário nunca tomar um cliente como garantido, assumindo que tem sempre algo mais a conhecer e aprender com eles, sem nunca esquecer uma comunicação regular, porque só assim a empresa irá cliente a cliente conhecer o seu mercado. André Loureiro Consultor Mercal www.mercal.pt 45 Marketing Informação – Factor Crucial Para desenvolver as actividades de análise, planeamento, implementação, e controlo, os profissionais de marketing necessitam informação sobre o mercado e a empresa. É a informação que permite o conhecimento (intellligence), que por sua vez se traduz em “saber estar” no mercado, sendo certo que a sua utilidade se faz obviamente sentir a variados níveis de decisão, diferentes horizontes temporais (curto, médio e longo prazo) e diversas perspectivas de gestão e planeamento (estratégica, táctica). Com o advento massivo e banalização das tecnologias de informação e comunicação, e a proliferação das bases de dados públicas e privadas, a informação tornou-se quase uma commoditty, no sentido em que é acessível a praticamente todas as instituições e indivíduos. Contudo, existe uma diferença que pode ser abismal entre o conteúdo daquilo que vulgarmente se designa “informação”, expresso em factos – qualitativos e/ou quantitativos – e “conhecimento”, expresso na capacidade de sustentação de decisões acertadas, baseada em trabalho de análise desses mesmos factos. A actividade de competitive intelligence acaba por não ser mais do que um processo, adaptado à realidade empresarial, das técnicas utilizadas pelas organizações políticas e militares durante a Guerra Fria. Nos E.U.A é relativamente recente (década de 90), e na Europa existe talvez desde a década de 80. No Japão podem-se identificar sistemas de competitive intelligence a partir de finais dos anos quarenta. Esta infra-estrutura japonesa, de resto em boa parte responsável pelo sucesso económico do país no pós-guerra, inclui delegações comerciais (trading companies) e agências governamentais (p.e. o famoso MITI) que têm operacionais espalhados pelo mundo a recolher informação e a cana- 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Auditoria/Revisão de Contas artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > como factor de Recuperação de Confiança Dina Rato ROC estagiária Pinto & Palma SROC “A CLC é o relatório emitido pelo Revisor/Auditor (ROC) que é dotado de fé pública e garante confiança quanto ao conteúdo das contas que audita/certifica.” 46 Vivemos em períodos de falta de confiança, que abrange sectores económicos, sociais e políticos, quer por aumento de incerteza quanto ao futuro quer por falta de coerência passada. Nos sectores económicos, há indícios de recuperação de confiança que se traduzem na concretização de investimentos e no recurso ao crédito para concretização desses investimentos. Mas, e se no banco ou na entidade que gere a atribuição de subsídios (tipo IAPMEI, Agência Portuguesa para o Investimento) lhe pedem a Certificação Legal das Contas (CLC)? Porque se exige esse documento? Será que não confiam nas suas contas? A CLC é o relatório emitido pelo Revisor/Auditor (ROC) que é dotado de fé pública e garante confiança quanto ao conteúdo das contas que audita/certifica. No âmbito do seu trabalho, o ROC valida a existência e valorização do stock, a existência do imobilizado, a razoabilidade dos ajustamentos/ imparidades dos saldos de clientes e de outros activos, o adequado registo dos passivos, de custos, de proveitos, etc. Com contas certificadas, as demonstrações financeiras merecem “mais” confiança para que seja autorizado um empréstimo (segundo os critérios de risco da entidade). Alguém independente (de fora da empresa) fez uma análise segundo padrões internacionais e que é reconhecido pelos bancos, pelos investidores, pelas finanças, etc. e fica assim confirmado que as contas da empresa são realmente aquelas, reduzindo riscos de maquilhagem de contas entre outros. Quem precisa de contas certificadas O trabalho do ROC não se limita só nestes casos específicos de obtenção de subsídios ou de empréstimos. A CLC é requerida às empresas sociedades gestoras de participações sociais, às sociedades anónimas, às empresas de responsabilidade limitada que ultrapassem os limites definidos no Código das Sociedades Comerciais (CSC), às autarquias, e algumas outras instituições em situações definidas. A Auditoria/Revisão de Contas, são veículos utilizados pelos diversos Estados, para instituir um contexto de confiança e segurança onde se possam realizar os mais variados negócios. Um contexto de confiança em que investidores, financiadores, fornecedores, Estado, trabalhadores e as empresas se possam relacionar, estabelecer negócios, parcerias com vista ao desenvolvimento económico de modo a prosseguir os seus objectivos sejam eles o lucro ou outros. Por isso, se considera que a profissão de ROC/auditor é uma actividade de interesse público. Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. O facto de a CLC ser um documento dotado de fé pública e da profissão ser considerada de interesse público, obriga os seus profissionais a regerem-se por elevados valores de ética e independência, bem como de conhecimentos técnicos adequados. A Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) estabelece regras para o exercício da profissão, define um conjunto de incompatibilidades aos seus profissionais para precaver possíveis conflitos de interesses e executa regularmente controlos de qualidade dos trabalhos de auditoria. O que é afinal uma auditoria? A auditoria é o trabalho do auditor através do qual ele estuda e avalia a empresa, tal como um médico avalia um paciente. Ele estuda o negócio e a actividade da empresa auditada, estuda o seu modo de funcionamento (fluxos e circuitos documentais e de autoridade), procede a uma avaliação de riscos, ameaças e contingências bem como uma avaliação da eficácia e efectividade do sistema de controlo interno implementado e a partir daí desenha um conjunto de procedimentos de auditoria com vista a assegurar que as oportunidades de melhoria do sistema de controlo interno não geram distorções materialmente relevantes, bem como os registos contabilísticos traduzem de forma verdadeira e apropriada a realidade da posição financeira, dos resultados das operações e fluxos de caixa da empresa. No decurso da realização da auditoria é realizada uma avaliação da eficácia e efectividade dos procedimentos utilizados que permite detectar oportunidades de melhoria nas actividades de controlo bem como possíveis incorrecções que são transmitidas às empresas auditadas, e que podem ser por estas colmatadas. A auditoria é desenvolvida através da análise de informação interna e externa, procura identificar inconsistências que depois investiga, mas não tem de modo algum como missão a detecção de fraude, porque o acesso a certa informação e recursos específicos para esse fim estão junto das autoridades supervisoras e da investigação fiscal ou judicial. Além disso, a auditoria tem a sua actividade delimitada pelas normas instituídas pelas entidades supervisoras, ao nível técnico, regulamentar e legal. A auditoria é um instrumento de confiança para toda a actividade económica, mas não é o único. As entidades supervisoras, os responsáveis pela concepção legal e regulamentar do funcionamento dos mercados e da actividade de auditoria fazem parte desta tarefa de restabelecer a confiança mundial. 15 anos a criar parcerias de futuro artigos due dilligence–análisecomplementar ouchavedosucessoemf&a? a onda dE FusõEs E aquisiçõEs (F&A) que caracterizou a economia mundial na última década, em praticamente todos os sectores, é uma das principais razões para a necessidade de se avaliar uma empresa. A determinação do valor das empresas é o factor-chave nas negociações de fusões e aquisições e tem como objectivo estimar uma faixa de referência que sirva como base a essas negociações. Existem diferentes métodos para calcular o valor das empresas, como por exemplo o Método do PER – Price Earnings Ratio, Cash-Flows Descontados, Valor Contabilístico Ajustado, Multiplicadores do EBIT ou EBITDA, entre outros. O método actualmente mais aplicado e mais reconhecido na análise fundamental é o Método dos Cash-Flows Descontados, sendo normalmente visto como o mais “objectivo”, uma vez que explicita detalhadamente a relação risco/retorno e os investimentos necessários à geração de rendimentos futuros e não se encontra limitado pela análise dos resultados contabilísticos (algumas vezes manipulados nomeadamente quando as empresas não são sujeitas a revisão das suas contas). A criação de valor, o principal objectivo de uma fusão, é muitas vezes comprometida, não pela escolha do melhor método ou de pressupostos a aplicar, mais sim à fraca qualidade dos planos de integração das empresas devido ao desconhecimento da verdadeira realidade da empresa adquirida. É de forma a evitar que se realizem fusões e aquisições mal sucedidas que surge o processo de Due Dilligence. Este define-se como sendo uma pesquisa de informação relevante sobre todos os recursos da empresa, oportunidades de negócio e riscos associados ao passado, presente e ao futuro da empresa que possam de alguma forma ter impacto sobre o valor desta. Entre os aspectos a ter em consideração neste processo incluem-se o diagnóstico estratégico e auditorias a diversas áreas da empresa, os planos de marketing e distribuição, tecnologias utilizadas, recursos humanos e cultura organizacional, imobilizado, aspectos ambientais, situação financeira, fiscal e legal. No caso de PME’s há ainda que destacar um outro aspecto que deverá receber uma especial atenção aquando da elaboração de uma Due Dilligence e que se remete à estrutura das relações entre a empresa e os diversos stakeholders. A importância desta análise advém do facto da actividade de muitas PME`s estar dependente, e com muita frequência, de relações pessoais que os seus accionistas ou gestores têm com os clientes, fornecedores, parceiros ou banca, o que após uma fusão ou aquisição, poderá comprometer seriamente a criação de valor pretendida ou mesmo inviabilizar toda a operação. As informações obtidas através de uma Due Dilligence permitem a correcção do preço da empresa alvo, calculado pelos métodos quantitativos, e para a elaboração de planos de integração e reestruturação das empresas, sendo um recurso que poderá constituir a verdadeira chave para o sucesso da operação. antónio Palma Consultor MERCAL “É de forma a evitar que se realizem fusões e aquisições mal sucedidas que surge o processo de Due Dilligence.” www.mercal.pt 47 Finanças EmprEsariais 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Aquisições artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Forma de expandir o negócio internacionalmente As fusões e aquisições são uma das formas de desenvolvimento utilizadas pelas empresas que pretendem crescer internacionalmente e tratam-se de operações de concentração de actividade empresarial usadas para expandir operações, frequentemente com o objectivo de aumentar a rendibilidade a longo prazo. “Num contexto de crescente abertura das economias nacionais, a internacionalização de uma indústria ou de uma empresa deixou de ser uma questão de opção para se tornar numa questão de sobrevivência.“ 48 Uma aquisição (ou takeover) é a compra total ou parcial do capital de uma empresa (alvo) por outra. A aquisição pode ser minoritária ou de controlo. No contexto das fusões e aquisições, a aquisição normalmente visa a tomada de controlo, ou seja, a transferência do controlo da empresa alvo de um grupo de accionistas para outro. As aquisições podem ser amigáveis ou hostis (hostile takeover). No primeiro caso, os executivos da empresa alvo ajudam a adquirente no processo de Due Diligence de forma a verificar que a operação é benéfica para ambas; as partes no segundo, a adquirente procede à compra no mercado aberto da maioria do capital de uma empresa alvo, contra a vontade do Conselho de Administração dessa empresa. Variam entre países as leis e a protecção das empresas contra aquisições hostis. Uma aquisição pode ser realizada de duas formas: 1) A adquirente compra a maioria das acções, e portanto a maioria do capital de controlo, da empresa alvo. O domínio efectivo de uma empresa traduz-se no controle dos seus activos. Como a empresa é adquirida intacta, este tipo de transacção inclui todo o passivo assumido pela adquirida no passado e todos os riscos que essa enfrenta no seu ambiente comercial. 2) A adquirente compra os activos líquidos da empresa, incluindo goodwill, em vez das suas acções. O capital recebido pela adquirida é pago aos seus accionistas através de um dividendo extraordinário ou por liquidação. Este tipo de transacção deixa a empresa adquirida como uma concha vazia se o adquirente comprar todos os seus activos. Um adquirente normalmente estrutura a transacção de forma a incluir os activos que deseja e excluir os activos e passivos indesejados. Isto assume particular importância quando as responsabilidades conhecidas da adquirida podem incluir indemnizações futuras não quantificadas, como por exemplo em casos de litigação por defeitos de produção, questões laborais ou danos ambientais. As operações de concentração podem ocorrer num ambiente de consentimento mútuo, em que as empresas cooperam nas negociações. Neste caso designa-se a operação de “fusão” ou “aquisição amigável”. Podem também tomar a forma de “aquisição hostil” (hostile takeover) quando a empresa alvo não se presta a ser comprada ou o seu Conselho de Administração não teve conhecimento prévio da oferta. Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. As operações de concentração podem ter por objectivo reduzir o nível de competição num mercado, reduções de custos, redução de impostos, afastamento de uma das equipas de gestão, a “construção de impérios” pelos gestores da adquirente, ou outros objectivos alinhados em maior ou menor grau com os interesses dos accionistas e do público. As fusões e aquisições são, tipicamente, um fenómeno económico que ocorre por vagas. Nos últimos anos tem-se verificado uma vaga de crescimento das fusões e aquisições, não só a nível interno de cada país, como a nível de operações transfronteiriças. Também se verifica que à medida que as industrias se globalizam, as fusões e aquisições transfronteiras têm um peso cada vez maior no volume total das transacções. F&A – Opção ou necessidade? A actual vaga de fusões e aquisições transfronteiriças podem explicar-se por razões específicas inerentes a cada empresa e cada sector, mas há mudanças globais de mercado que forçam este comportamento empresarial, nomeadamente: a) A s sucessivas etapas de integração das economias dos países da União Europeia; b) A globalização dos mercados e produtos; c) O desenvolvimento tecnológico e os investimentos que lhe estão associados exigem uma gestão de concepção do produto, marketing, produção e distribuição, adequada à rentabilização do investimento, passando por economias de escala e alargamento do campo de acção da empresa; d) A disponibilidade de capitais para investimento e a inovação financeira tem concebido produtos financeiros que se adaptam aos risco dos investimentos e suportam operações de tomada de controlo que há alguns anos atrás seriam impensáveis; e) A tendência para a privatização das empresas, em particular nos países de leste, originou um volume de transacções impossíveis noutro contexto. Estas forças de mercado explicam, em parte, a ocorrência de muitas das fusões e aquisições internacionais, de onde se destacam as industrias farmacêuticas, químicas, alimentação e bebidas, banca, seguradoras, e outras instituições financeiras, eléctricas, electrónicas, gás e petróleo. O caso português Nos anos oitenta, muitas empresas americanas e europeias viam Portugal, e também a sua vizinha Espanha, como países de destino pelo seu baixo custo de mão de obra. Com a queda do muro de Berlim desviaram a sua atenção para os países de Leste. Parece que essa fase está a passar e que os países ibéricos voltam a suscitar o interesse dos investimentos internacionais. Mudança Permanente A complexidade e a globalização da economia criam características nas industrias que exigem destas reestruturações contínuas. Assim, os gestores têm de gerir as reestruturações em paralelo com as suas actividades diárias. Ou seja, os processos de reestruturação deixaram de ser ocasionais para ganharem um cariz de permanência, o que obriga a que os gestores adquiram formação e experiência neste tipo de actividade à semelhança de qualquer outra. Além disso, a internacionalização exige preparação adicional dos gestores quanto às diferenças culturais e linguísticas. Como houve oportunidade de referir por diversos artigos já publicados pela Mercal, é por essa razão que a Mercal Consulting Group tem uma área de Fusões & Aquisições (www.mercal.biz) em que presta apoio às empresas e onde possui mais de uma centena de empresas para compra ou venda no exterior. Redescoberta do Brasil Com efeito, se os custos de transporte são elevados, se existem barreiras significativas à importação, ou simplesmente se os custos de produção do país de destino são significativamente menores que no país de origem, então pode muito bem acontecer ser mais vantajoso empreender desde logo uma estratégia de investimento nesse país em alternativa a iniciar a sua entrada no mercado pela exportação. Por exemplo, é sabido que se tornou uma certa moda para as empresas portuguesas instalarem-se no mercado brasileiro. No Brasil são 193 milhões de pessoas, com uma predisposição social muito consumista, com um rendimento per capita cerca de metade de Portugal. Podem-se mencionar dois argumentos fortes para preferir a produção in loco à exportação: eventuais barreiras alfandegárias elevadas e outras formas de proteccionismo, tradicionais no Brasil, e um custo do factor trabalho significativamente menor (salário médio cerca de 60% do português). O proteccionismo, que sempre teve adeptos e críticos, pode ser uma fonte de ineficiências que se podem traduzir em preços internos demasiado altos face ao preço internacional e pela manutenção em funcionamento de empresas tecnologicamente desactualizadas ou com métodos de gestão ultrapassados. Tudo isto pode tornar atractivo o investimento directo nesse país e uma empresa estrangeira, em vez de seguir uma estratégia exportadora, pode ter vantagem em seguir uma estratégia de investimento directo nesse mesmo país. Processo de Globalização Por detrás destas profundas mudanças ocorridas nas duas últimas décadas estão “os crescentes níveis de inter-relação entre as economias nacionais, o crescente protagonismo adquirido por novas, formas mais dinâmicas de vantagem competitiva, o recurso a mecanismos mais complexos de concorrência, ou as alterações havidas nas formas de organização das actividades empresariais, mas a que também não é alheio o progresso nas tecnologias de informação e das telecomunicações. Num contexto de crescente abertura das economias nacionais, a internacionalização de uma indústria ou de uma empresa deixou de ser uma questão de opção para se tornar numa questão de sobrevivência. Pode dizer-se, pois, que a internacionalização das economias e das empresas em particular apresenta-se como um tema cada vez mais actual e continuamente renovado, suscitado por profundas alterações no posicionamento dos países e das condições em que as empresas, independentemente da sua dimensão, têm de exercer a sua actividade. Se a empresa se depara com algumas dessas dificuldades, pode recorrer a soluções específicas para atacar a causa dos problemas com que se vai deparar. Isso irá permitir que sua estratégia internacional alcance o sucesso desejado, bem como os benefícios prometidos pela internacionalização. Na Mercal Consulting Group são equacionadas todas as opções relativas ao processo de internacionalização mais adequadas para a empresa, desenvolvido e implementado o Plano de Marketing de Exportação aos mais diferentes níveis, para que a empresa possa fazer bem à primeira vez, ser bem sucedida e evitar custos desnecessários de aprendizagem com erros registados frequentemente. Possibilitamos às PME uma internacionalização rápida, devidamente estruturada para os mercados-alvo considerados mais atractivos orientando-a para o tipo de produtos que deverá oferecer, qual a política de preços mais ajustada, aonde e como colocar os seus produtos ou serviços e como dar-se a conhecer. Simultaneamente obtemos o co-financiamento da sua iniciativa, nomeadamente pelo Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização das PME do QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional. “No caso português, em muitos dos sectores será necessário proceder, em primeiro lugar, a uma reestruturação empresarial doméstica, antes de poder avançar para uma internacionalização. www.mercal.pt 49 Finanças Empresariais Chegamos agora à fase de reflectir sobre o contexto português. O aumento de complexidade exige um alargamento de horizontes que muitas vezes só é conseguido com mudança na gestão ou no corpo accionista. Se os gestores portugueses são criticados frequentemente pela sua visão de curto prazo, será então que estão em condições de internacionalizar as suas empresas? A integração de uma empresa adquirida é sempre um processo complexo, tanto mais se se tratar de uma aquisição internacional. Neste último caso há situações com as quais os gestores não estão familiarizados como seja a língua e a cultura. De referir que no caso português, em muitos dos sectores será necessário proceder, em primeiro lugar, a uma reestruturação empresarial doméstica, antes de poder avançar para uma internacionalização. A dimensão das empresas portuguesas tende a ser tão pequena que não permite pensar nesse salto qualitativo. É, por isso, necessário iniciar, em muitos casos, a criação de massa crítica a nível nacional avançando com processos de fusões e aquisições nacionais, antes de pensar em fusões e aquisições internacionais. 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > IPO artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Mercal Advisor da PEX “Não é possível garantir se haverá ou não valorização das acções no seu lançamento. A decisão de participar num IPO deve vir depois de se ter realizado uma análise da empresa e do sector que ela actua.” O IPO (do inglês Initial Public Offering) denomina o processo conduzido por uma determinada empresa em vir a oferecer inicialmente parte das suas acções no mercado de capitais. Esta oferta constitui para a empresa um meio de ela poder vir a captar recursos financeiros para investir. Neste processo de abertura do capital são admitidos na empresa novos accionistas, conjuntamente com os actuais que oferecem para venda as suas acções através do IPO. No que se refere à captação de recursos por parte da empresa, é realizada uma oferta primária de acções, ou seja, há um aumento do capital social da empresa através da emissão de novas acções que são adquiridas no IPO. Há também, no caso de um IPO a possibilidade da oferta incluir acções já detidas por accionistas da empresa, sendo que neste caso não há captação de recursos financeiros propriamente ditos. Esta última modalidade de oferta pública é designada de oferta secundária, e pode ser utilizada pela empresa para potenciar a sua imagem e notoriedade no mercado e ganhe visibilidade. Ou seja, quando se faz uma Oferta Pública Inicial (IPO) a mesma poderá ser através de uma oferta primária, havendo, neste caso, captação de recursos financeiros para a empresa, ou como uma oferta secundária, não havendo, neste ultimo, captação de recursos, sendo que o valor que for arrecadado na operação é pertencente aos sócios e accionistas das acções. Deverá ainda referir-se que num IPO pode haver também uma oferta mista envolvendo as duas situações que anteriormente foram referidas. De forma a premiar os executivos que trabalham para valorizar e aumentar os resultados dos negócios, e que promovem ou obteriam ganho na venda das acções, surge um processo denominado Stock Option. O princípio deste processo é simples, as empresas fazem uma distribuição, segundo um determinado critério, das acções ou de emissão da mesma para os seus colaboradores, determinando um preço de aquisição das mesmas. Alternativamente, as empresas podem ainda assegurar aos seus colaboradores opções de compra das acções da mesma por um preço prédeterminado, e em caso de IPO os colaboradores adquiririam as acções e podendo-as vender no mercado de capitais, oferecendo as empresas, neste caso, condições de preço consideradas vantajosas. IPO – será um bom ou mau negócio? Os maiores tomadores dos lançamentos de acções no mercado são os Investidores Institucionais. Em média, apenas cerca de 10% das acções que foram lançadas ficam com o Investidor, sendo que o remanescente é colocado sobretudo nos Investidores Institucionais. Entende-se por Investidores Institucionais, aqueles que possuem uma actuação activa no mercado financeiro, tais como Bancos, Fundos de Inves- 50 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. timento, Seguradoras, entre outros. O coordenador ou líder da oferta pública faz uma avaliação da empresa, definindo a estrutura de capital da mesma, a época em que será feito o lançamento da Oferta Pública, e o preço inicial de lançamento das acções. É verificada também a procura registada pelas acções, e caso seja superior à oferta, podem ser estabelecidas limitações às reservas. Ou seja, no momento em que o investidor define o valor da sua reserva, é possível que o investidor só leve um valor inferior ao valor que solicitou na reserva efectuada. Tudo dependerá da procura face à reserva registada ao nível das acções. Quando a procura pelas acções é superior ao volume que é ofertado, é realizado um rateio entre os investidores que fizeram a reserva. Nas Ofertas Públicas, o custo para o investidor é limitado apenas ao valor das acções adquiridas, pois a comissão da corretagem é paga pelas empresas que fazem o lançamento. Não é possível garantir se haverá ou não valorização das acções no seu lançamento. Para tanto, a decisão de participar num IPO deve vir depois de se ter realizado uma análise da empresa e do sector que ela actua. Nesta fase é importante que se aconselhe com um especialista como a Mercal que fará a identificação das opções estratégicas de financiamento possíveis e equacionará numa análise benefício custo, as que são consideradas mais adequadas. De referir que esta análise deverá ser o mais completa, no sentido de saber se, entre outras informações e a incluir em relatório, se o sector é promissor, qual a rentabilidade actual da empresa, os projectos que a empresa pretende vir a protagonizar, o nível de endividamento e informações sobre os sócios ou accionistas que controlam a empresa. É importante também neste processo que a consultora identifique outras empresas congéneres, de capital aberto, para acompanhar o seu desempenho na Bolsa, como se de um exercício de benchmarking se tratasse. Deve ser lembrado que há uma determinação da CMVM em que é estabelecido que as corretoras não estão permitidas a fazer recomendações ou a desaconselharem a participação de investidores em operações de IPO. Como não há um histórico de desempenho prévio da empresa, somente as informações que constam no prospecto da Oferta Pública poderão vir a servir como base para que o investidor venha a decidir de participar ou não da Oferta. Como saber em qual IPO entrar? Muitos investidores tomam a decisão de participar de um IPO com o objectivo único de obter um ganho rápido, porque é habitual considerar-se haver uma forte valorização aquando da estreia de negociação. Esta situação é muito arriscada, pois a valorização não é garantida, como temos tido oportunidade de observar nalguns exemplos nos últimos tempos. Quando o investidor decide participar num IPO, deve ser impulsionado pelas mesmas condições aquando se baseia numa aquisição normal em Bolsa, apoiando-se em relatórios e avaliação financeira da empresa, e buscando no prospecto os factores de risco em que a empresa está envolvida e valorizadores da oferta. Mercal adere como Advisor à PEX Para apoiar as empresas a equacionarem as suas estratégias de financiamento e com o objectivo de vir a acompanhar e apoiar todo o processo, a Mercal formalizou a sua adesão em Janeiro de 2009 como Adviser à PEX. Trata-se de um Sistema de Negociação Multilateral que visa a organização e a gestão de um mercado com valência negocial e contabilística igual às duas outras formas de negociar previstas na DMIF, mercado regulamentado (antes denominado de bolsa) e internalização sistemática de ofertas, com a característica de ser predominantemente orientado aos agentes que operam em Portugal e com uma incidência de actuação a pensar nos investidores, a partir dos emitentes. O PEX é a plataforma ideal para: • Empresas cuja experiência, cultura de mercado ou dimensão não lhes permita, ou não queiram aceder a plataformas de negociação supranacionais; • Operações de abertura ou reforço de capital social de empresas objecto da intervenção de capital de risco ou que simplesmente procurem uma fonte de financiamento alternativa às proporcionadas pelo crédito bancário; • Instrumentos alternativos com exigências e características próprias; • Fomentar a liquidez de títulos que já admitidos a mercados regulamentados se tornam acessíveis a novos investidores; O PEX é um mercado diferente, mais flexível e menos complexo, e que aproveita as oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias de comunicação e enquadramento regulamentar. O papel da Mercal como Adviser está relacionado com a capacidade que possui em apoiar a admissão de Valores Mobiliários e em prover o acompanhamento e aconselhamento às empresas que estejam admitidas no PEX. Possuindo um conhecimento profissional detalhado do funcionamento do PEX e do mercado de capitais, a participação da Mercal, centra-se sobretudo a dois níveis: • No aconselhamento e acompanhamento das empresas em todo o processo que culmina com a admissão, e; • Durante a fase de permanência dessas empresas no mercado de capitais de modo a poderem usufruir de todos os benefícios inerentes ao facto de terem optado por esta solução de financiamento. Contacte-nos a sua opinião interessa-nos…temos todas as condições para o poder ajudar no seu processo de valorização dos seus negócios. “O PEX é um mercado diferente, mais flexível e menos complexo, e que aproveita as oportunidades oferecidas pelas novas tecnologias de comunicação e enquadramento regulamentar.” www.mercal.pt 51 Finanças Empresariais 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > O Factoring apoia as Exportações das PME´s artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Atravessamos, desde algum tempo uma “crise”, que inicialmente todos os analistas admitiram ser apenas de ordem financeira, mas que rapidamente se transformou em crise económica e que se tem caracterizado por ter uma dimensão global e revelado mais profunda do que se poderia prever. Nuno Francisco Sales Regional Manager & Marketing Eurofactor Portugal, S.A. “Para as PME´s centrar as suas actividades no caminho da globalização, através da procura de novos mercado no exterior, é hoje mais do que um desígnio, uma necessidade.” Em relação a Portugal, as taxas de crescimento do PIB, abaixo da média dos países da Zona Euro e a consequente estagnação económica a vários níveis já não era uma novidade, mas sofreu um agravamento com a situação vivida recentemente nos mercados internacionais, principalmente nos países classificados como “parceiros económicos privilegiados”, nas transacções comerciais das empresas nacionais. Para as PME´s (que constituem a essência da estrutura empresarial em Portugal) centrar as suas actividades no caminho da globalização, através da procura de novos mercado no exterior, é hoje mais do que um desígnio, uma necessidade, pelo que fomentar a competitividade sustentada das empresas pela via da internacionalização, designadamente da exportação, constitui um desafio e uma inevitabilidade. Segundo um recente estudo da SAER (Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco), assinado pelo Prof. Hernâni Lopes, são apontadas sete áreas prioritárias onde se deverá intervir para ajudar Portugal a sair da crise e a aproveitar a retoma económica, quando ela surgir, sendo que uma delas é “o incremento das exportações e inserção da economia portuguesa (empresas e produtos) nos circuitos económicos e financeiros globais, construindo polígonos com potencial de desenvolvimento a partir da articulação dos mercados português, europeu, africano e brasileiro.” No entanto, colocam-se à maioria das empresas nacionais que pretendem iniciar este processo de internacionalização, ou que já o iniciaram, várias questões: “Exportar sim, mas como? Com que apoios? Com que garantias?” O Factoring Internacional O recurso ao Factoring Internacional, ainda em fase de desenvolvimento em Portugal, pode ter um papel importante no apoio directo às exportações, sendo de notar que no ano de 2008, segundo dados divulgados pela ALF – Associação de Leasing e Factoring, a actividade do Factoring de Exportação apresentou um dos maiores crescimentos da última década 52 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. (20,33% face a produção de crédito tomados em 2007), representando cerca de 1,209 mil milhões de euros, existindo claramente espaço para um crescimento sustentado desta actividade, em sintonia com a evolução das exportações portuguesas. O recurso ao Factoring de Exportação constitui uma forma integrada de apoio às Exportações, uma vez que incorpora três componentes importantes e complementares entre si: • Serviço de cobrança local, no país de destino das exportações, de forma profissional; • Análise e cobertura do risco de crédito até 100% das vendas no estrangeiro; • Financiamento das Exportações, através da antecipação de uma percentagem sobre a facturação emitida, acompanhando o crescimento da actividade das empresas; Este conjunto de serviços integrado constitui uma vantagem competitiva para as empresas exportadoras, permitindo uma diversificação para mercados internacionais de forma profissional, eficaz e com a segurança necessária no que diz respeito aos recebimentos dos seus clientes. A EUROFACTOR O Factoring de Exportação é um nicho de mercado com bom potencial de crescimento e cuja liderança em Portugal pertence à Eurofactor, S.A., que detém cerca de 31% de quota de mercado, cuja vantagem face aos seus concorrentes, assenta no facto de estar integrada no único grupo de factoring com uma rede internacional própria na Europa, detendo a liderança europeia no mercado de Factoring. A Eurofactor está presente de forma directa em Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Bélgica e Holanda e mantém uma forte presença no IFG – International Factors Group, o que lhe permite ampliar as operações de factoring em mais de 50 países em todo o mundo. O Grupo Eurofactor, está inserido no Grupo Credit Agrícole, seu accionista maioritário, chegando actualmente a um universo de mais de 6.000 clientes de factoring na Europa e gerindo um volume de créditos tomados de 45 mil milhões de Euros de créditos tomados, dos quais 35% se referem à actividade das filiais do grupo. O sucesso do Grupo Eurofactor, assenta na capacidade de um grupo com presença internacional, na oferta de um produto integrado, de forma profissional e competitiva, focado nas necessidades dos seus clientes, quer na componente de financiamento, quer na componente da cobertura do risco de crédito. O Procedimento Extrajudicial de Conciliação e a Insolvência de Empresas No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 39/2003, de 22 de Agosto, foi aprovado o Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas pelo DecretoLei nº 53/2004 de 18 de Março de 2004. O Código dos Processos Especiais de Recuperação da Empresa e de Falência (CPEREF), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 132/93, de 23 de Abril, constituiu um momento importante na regulamentação legal dos problemas do saneamento e falência de empresas que se encontrem insolventes ou em situação económica difícil. Eliminando a distinção, nesta sede, entre insolvência de comerciantes e não comerciantes, retirando do Código de Processo Civil a regulamentação processual e substantiva da falência, e conjugando num mesmo diploma, de forma inovadora, essa matéria com a da recuperação da empresa, a par de outras inovações de menor alcance, obtiveram-se com aquele diploma significativos avanços tanto do ponto de vista do aperfeiçoamento técnico-jurídico como da bondade das soluções respeitantes à insolvência de empresas e consumidores. Porém, várias circunstâncias tornaram premente a necessidade de uma ampla reforma, como hoje é amplamente reconhecido e como com o decurso dos anos se foi verificando. As estruturas representativas dos trabalhadores e os agentes económicos têm recorrentemente realçado a urgência na aprovação de medidas legislativas que resolvam ou, pelo menos, minorem os problemas que actualmente são sentidos na resolução célere e eficaz dos processos judiciais decorrentes da situação de insolvência das empresas. Procedimento Extrajudicial de Conciliação – PEC Trata-se de um procedimento, mediado pelo IAPMEI, com vista à facilitação de um acordo, entre a empresa em dificuldade e os seus credores. O PEC tem como objectivo a celebração de um acordo entre a empresa e todos ou alguns dos seus credores, que viabilize a sua recuperação. O PEC destina-se às empresas em condições de requerer judicialmente a sua insolvência, nos termos do Código de Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), estando previstas as seguintes situações: • Empresas em condições de requerer judicialmente a sua insolvência, nos termos do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE). Para o efeito, entendese como empresa toda a pessoa colectiva dotada de personalidade jurídica e com património autónomo; “O PEC tem como objectivo a celebração de um acordo entre a empresa e todos ou alguns dos seus credores, que viabilize a sua recuperação.” www.mercal.pt 53 Finanças Empresariais 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “O PEC reserva ao IAPMEI o papel de mediador nas diligências extrajudiciais sempre no respeito da vontade dos particulares, não tendo quaisquer poderes sancionatórios ou coercivos.” 54 • Credores que, nos termos do CIRE, tenham legitimidade para requerer a declaração de insolvência de uma empresa. Para viabilizar a implementação, os credores a serem chamados ao PEC devem corresponder a 50% das dívidas da empresa e satisfazer os seguintes requisitos: •A empresa deverá ser economicamente viável; •A empresa deverá encontrar-se em situação de insolvência, ainda que meramente eminente; • Não deverá estar ultrapassado o prazo para apresentação à Insolvência, tal como fixado no n.º 1 do artigo 18º do CIRE. Por outro lado, os credores públicos apenas negoceiam um acordo PEC, desde que: • Sejam também chamados ao processo credores privados; • Sejam apresentadas garantias reais (hipoteca voluntária ou garantia bancária); • Sejam feitos os pagamentos mensais correntes, desde a data de entrada do requerimento em PEC; • Esteja prevista a substituição da Gerência/Administração da empresa que esteve na origem das dívidas à Fazenda Nacional, se estas respeitarem ao IRS e/ou IVA. São ainda de realçar os seguintes aspectos: •O s credores públicos não perdoam capital, nem concedem carências de reembolso. • Os credores públicos, podem, no entanto, reduzir os juros vencidos e vincendos dependendo de análise feita ao processo apresentado e desde que a empresa obtenha dos credores privados renúncias de capital e/ ou juros, que possibilitem aos credores públicos também renunciarem. • A Segurança Social e a Direcção Geral do Tesouro podem aceitar o pagamento da dívida até 150 prestações mensais (12,5 anos). •A Fazenda Nacional aceita o pagamento da dívida até 60 prestações mensais (5 anos). O PEC deverá ser requerido no IAPMEI, por escrito, através de requerimento próprio, sendo que com a entrega do mesmo a empresa deve simultaneamente proceder ao pagamento de uma taxa a essa entidade, cujo montante é fixado por portaria do Ministro de Economia. O requerimento deverá ser acompanhado de um Plano de Negócios, num horizonte temporal de 5 anos, conforme índice em anexo. Se tal não acontecer, deverá o Plano de Negócios ser entregue no prazo de 15 dias, depois da data de entrada do requerimento. O requerimento deverá ser também acompanhado por todos os documentos exigidos na apresentação de uma petição em processo judicial, conforme se estipula nos nºs 1 e 2 do art.º 24º do Dec. Lei 200/2004 de 18 de Agosto. Com efeito, o PEC reserva ao IAPMEI o papel de mediador nas diligências extrajudiciais sempre no respeito da vontade dos particulares, não tendo quaisquer poderes sancionatórios ou coercivos. Assim sendo, o IAPMEI: • Promoverá as diligências e os contactos necessários entre a empresa e os principais interessados, com vista à concretização de acordo que viabilize a recuperação da empresa, cabendo-lhe a orientação das reuniões Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. convocadas. No que respeita às diligências a efectuar, estas podem incluir a sugestão de propostas, bem como modelos negociais e, sem prejuízo de contactos directos entre os interessados, o IAPMEI acompanhará as negociações, podendo fazer intervir outras entidades para além das indicadas pelo requerente. • Poderá, a qualquer momento, solicitar ao requerente ou aos interessados, a prestação de esclarecimentos ou informações que considere indispensáveis, assim como sugerir ao requerente a alteração dos termos do acordo inicialmente pretendido. • Analisará, por si ou através de especialistas externos, a viabilidade da empresa e a adequação do acordo pretendido à sua viabilização, sem prejuízo da audição dos intervenientes no procedimento de conciliação. O Processo de Insolvência Nos termos da lei, o processo de insolvência pode ser instaurado quando se verifique algum dos seguintes factos: a) S uspensão generalizada do pagamento das obrigações vencidas; b) Falta de cumprimento de uma ou mais obrigações que, pelo seu montante ou pelas circunstâncias do incumprimento, revele a impossibilidade de o devedor satisfazer pontualmente a generalidade das suas obrigações; c) Fuga do titular da empresa ou dos administradores do devedor ou abandono do local em que a empresa tenha a sede ou exerça a sua principal actividade, relacionados com a falta de solvabilidade do devedor e sem designação de substituto idóneo; d) Dissipação, abandono, liquidação apressada ou ruinosa de bens e constituição fictícia de créditos; e) Insuficiência de bens penhoráveis para pagamento do crédito do exequente verificada em processo executivo movido contra o devedor; f) Incumprimento de obrigações previstas em plano de insolvência ou em plano de pagamentos aprovados pelos credores em processo de insolvência já instaurado; g) Incumprimento generalizado, nos últimos seis meses, de dívidas tributárias, de contribuições e quotizações para a segurança social, dívidas emergentes de contrato de trabalho ou da violação ou cessação deste contrato, de rendas de qualquer tipo de locação incluindo financeira, prestações do preço da compra ou de empréstimo garantido pela respectiva hipoteca, relativamente a local em que o devedor realize a sua actividade ou tenha a sua sede ou residência; h) Manifesta superioridade do passivo sobre o activo segundo o último balanço aprovado, ou atraso superior a nove meses na aprovação e depósito das contas, se existir obrigação legal neste sentido, quando o devedor seja uma pessoa colectiva ou um património autónomo. Podem ser declarados insolventes: a) Quaisquer pessoas singulares ou colectivas; b) A herança jacente (que é a que foi aberta mas ainda não aceite nem declarada vaga para o Estado); c) As associações sem personalidade jurídica e as comissões especiais; d) As sociedades civis; e) As sociedades comerciais e as sociedades civis sob a forma comercial até à data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituam; f) As cooperativas, antes do registo da sua constituição; g) O estabelecimento individual de responsabilidade limitada; h) Q uaisquer outros patrimónios autónomos. Excluem-se as pessoas colectivas públicas e as entidades públicas empresariais. Afastam-se, também, as empresas de seguros, as instituições de crédito, as sociedades financeiras, as empresas de investimento que prestem serviços que impliquem a detenção de fundos ou de valores mobiliários de terceiros e os organismos de investimento colectivo, na medida em que a sujeição a processo de insolvência seja incompatível com os regimes especiais previstos para tais entidades. A declaração de insolvência pode ser requerida em tribunal: a) Pelo devedor enquanto pessoa singular capaz; b) Pelo órgão social incumbido da administração, ou, se não for este o caso, por qualquer um dos seus administradores; c) Por quem seja responsável, por lei, pelas dívidas do devedor; d) Por qualquer credor, ainda que condicional e qualquer que seja a natureza do seu crédito; e) Pelo Ministério Público, em representação das entidades cujos interesses lhe estão legalmente confiados. A lei portuguesa estabelece regras específicas para as pessoas singulares declaradas insolventes. Prevê-se, relativamente a estas, a possibilidade de exoneração do passivo não integralmente pago no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores ao seu encerramento. Durante este lapso temporal de cinco anos, a pessoa singular fica a pagar uma quantia aos credores, calculada em função do seu rendimento. Findo esse prazo, o insolvente é declarado desobrigado de todas dívidas incluídas no processo de insolvência, permitindo-se assim a sua reabilitação (princípio do fresh start). O pedido de exoneração do passivo restante é feito pelo devedor no requerimento de apresentação à insolvência ou no prazo de dez dias contados da citação. Por outro lado, permite-se às pessoas singulares, não empresários ou titulares de pequenas empresas, apresentar, com a petição inicial do processo de insolvência ou em alternativa à contestação, um plano de pagamentos. Este é sujeito à aprovação pelos credores e, quando sancionado, à homologação pelo juiz, que deverá declarar, igualmente, a insolvência do devedor. Em consequência, o processo de insolvência é encerrado. O incidente do plano permite poupar a exposição dos seus potenciais beneficiários a toda a tramitação do processo de insolvência, evitar quaisquer prejuízos para o seu bom-nome ou reputação e subtraí-los às consequências associadas à qualificação da insolvência como culposa. Relativamente à insolvência de pessoas casadas sob regime de bens diferente do de separação, é permitida a sua coligação processual activa e passiva. Apresentandose ambos à insolvência, ou correndo contra os dois cônjuges o processo instaurado por terceiro, a apreciação da sua situação de insolvência constará da mesma sentença, devendo ser formulada conjuntamente, por eles, uma eventual proposta de plano de pagamentos. É dada publicidade à sentença de declaração da insolvência através da publicação de anúncio no Diário da República, da afixação de edital à porta da sede e das sucursais do insolvente ou do local da sua actividade, consoante os casos, e no lugar próprio do tribunal. O juiz pode, também, se entender conveniente ou tal for requerido por algum interessado, ordenar outras formas de publicidade que considere adequadas. Da mesma forma, o despacho de indeferimento liminar que não se baseie, total ou parcialmente, na falta de junção dos documentos, a cessação de funções do administrador da insolvência e a nomeação de outra pessoa para o desempenho do cargo, são objecto de publicidade. Identicamente, a deliberação de aprovação de um plano de insolvência é objecto de imediata publicação. São, ainda, publicadas a decisão de encerramento do processo, a atribuição ao devedor da administração da massa insolvente, a proibição da prática de certos actos sem o consentimento do administrador da insolvência e a decisão que ponha termo a essa administração. É, também, publicada a decisão de abertura de um processo a que se referem os artigos 21.º e 22.º do Regulamento (CE) n.º 1346/2000, do Conselho, de 29 de Maio. Verificando-se os pressupostos do reconhecimento da declaração de insolvência, o tribunal português ordena, a requerimento do administrador da insolvência estrangeiro, a publicidade do conteúdo essencial da declaração de insolvência, da decisão de designação do administrador e da decisão de encerramento do processo. Estas publicações são determinadas oficiosamente se o devedor tiver estabelecimento em Portugal. “O incidente do plano permite poupar a exposição dos seus potenciais beneficiários a toda a tramitação do processo de insolvência.” www.mercal.pt 55 Finanças Empresariais 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > A Sucessão em Empresas Familiares artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > No âmbito do modelo de reestruturação empresarial que é preconizado pela Mercal Consulting Group no âmbito das empresas familiares, haverá que definir um Pacto Familiar que prepare para o futuro os termos de sucessão familiar assim como os valores futuros de participação de cada ramo familiar em cada uma das sociedades, quando se trate de um grupo de empresas. “A adopção das melhores práticas de Corporate Governance permite aumentar o valor da empresa, facilita o acesso ao capital e contribui para a sua sustentabilidade no longo prazo.” 56 Modelo de Corporate Governance Será necessário definir o modelo de Corporate Governance, com base no Código das Sociedades Comerciais. Dado ser algo ainda pouco conhecido, apresenta-se, de seguida, de forma pedagógica, do que se trata, que vantagens traz e que orientações deverão ser seguidas, moldando os sistemas de informação e adequando-os a esse fim. Quais os princípios fundamentais de Corporate Governance? Admitindo que outros possam ser enunciados, entendemos que os princípios basilares de um bom modelo de Corporate Governance são quatro: 1) Adequada estruturação, 2) Transparência, 3) Fiscalização e; 4) Responsabilização. Os princípios enunciados afiguram-se claros, mas abordemos de forma sucinta cada um deles. O primeiro princípio diz respeito à estruturação da sociedade em termos que se mostrem como os mais adequados em função da respectiva estrutura accionista, actividade, mercado, volume de negócios, objectivos de médio e longo prazo, perspectivas de desenvolvimento, entre outros. Na verdade, todas as sociedades comerciais são diferentes e por isso a estruturação do respectivo modelo de gestão e fiscalização deverá ser pensada em função de uma multiplicidade de variáveis únicas a uma dada sociedade. Em Corporate Governance o princípio “one size fits all” não tem qualquer sentido e aplicabilidade, devendo os accionistas de cada sociedade pensar e estruturar o modelo de “governação” que melhor se adequa às características únicas daquela sociedade e que melhor potencie o crescimento sustentado da mesma. O segundo princípio basilar é a transparência na gestão da sociedade e na prestação de informação aos accionistas. Um bom modelo de “governação” assenta, necessariamente, numa política de transparência do processo decisório e de realização de investimento por parte da sociedade, bem como na prestação atempada, completa e clara de informação sobre a forma como a sociedade é gerida, quais os Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. objectivos que se pretendem alcançar e quais os patamares evolutivos já atingidos. Designadamente, é importante que as sociedades comerciais estruturem meios de gestão do risco em ordem a, se possível, antecipar e minimizar o impacto de possíveis contingências para a sociedade. Por outro lado, a experiência das sociedades abertas demonstra que a forma como a administração comunica com os accionistas é fundamental para o investimento na sociedade e para a criação de um clima de confiança que potencie possíveis financiamentos junto do mercado. Uma sociedade onde não existam critérios claros ao nível do processo decisório e de investimento ou onde subsista uma deficiente comunicação com o mercado dificilmente conseguirá construir e sustentar um clima de confiança em torno de si. O terceiro princípio basilar é a existência de um eficiente e adequado modelo de fiscalização da actuação do órgão de administração. Um bom modelo de governação é aquele que prevê um ordenado modo de fiscalização da actuação da administração, ou seja, que estabelece uma clara diferenciação entre as funções de administrar e de fiscalizar e quem as ocupa, que define quais os critérios de transparência e isenção a serem observados por quem fiscaliza e que promove a quem tem a função de fiscalização todos os meios necessários para que possa desempenhar séria e eficazmente o cargo em que é investido. Por último, um bom modelo de governação potencia a efectivação de uma política de responsabilização dos membros do órgão de administração pela gestão da sociedade. A existência de uma bem estruturada política de accountability é fundamental para o desempenho eficiente por parte de uma sociedade comercial. Nomeadamente, deverá ser sentido pelos membros do órgão de administração que os accionistas esperam deles a prossecução de determinadas metas e que serão julgados pelo alcançar ou não das mesmas e, bem assim, pela forma como as mesmas se alcançam. De igual forma, a integração e harmonização de uma política de prestação de informação e de responsabilização dos membros do órgão de administração tende a reforçar nos accionistas o sentimento de controlo sobre a sociedade e a participação no processo decisório e de julgamento da actuação da administração. Neste cenário, afigura-se como desejável que a remuneração dos membros do órgão de administração possa assentar numa dinâmica entre parte fixa e parte variável, em que o alinhamento da remuneração com os resultados da empresa constitua um incentivo ao melhor desempenho dos administradores e, em simultâneo, uma forma eficiente e quase automática de juízo do mesmo. competitiva porque é um factor de valorização e sustentabilidade empresarial, favorecendo a imagem corporativa das empresas, dos seus produtos e dos seus serviços. Vantagens para as Empresas Familiares A estrutura accionista concentra controlo e facilita o processo de tomada de decisão, atenuando os custos de “agência” e beneficiando a estratégia. Um bom sistema de governação reforça a confiança no seio da família e uma boa dinâmica familiar torna-se um activo precioso porque habilita cada peça de governação a funcionar mais e melhor, desde que alinhada com os outros componentes do sistema. Estas são vantagens que se podem traduzir em claros benefícios económicos. Com efeito, a governação em empresas familiares favorece a transparência e a partilha ao longo do sistema, o que, por sua vez, potencia estratégias potencialmente mais produtivas no longo prazo, apesar de custos ou riscos de curto prazo. Os negócios tradicionais frequentemente focam-se no estabelecimento de fronteiras e na definição de separação de poderes de decisão. Já a governação de empresas familiares centra-se na definição de compromissos em prol da produção. Práticas que propiciem simultaneamente consultas a proprietários, directores e gestores possibilitam um fluxo de ideias e ajustamento de interesses e objectivos ao longo do tempo. À medida que o negócio cresce aumenta também a necessidade de uma estrutura organizacional mais formal. Enquanto adapta as suas práticas de governação às necessidades emergentes das famílias e actividades, o êxito conduz à sede de mudança. Reinvestir os lucros é a única forma de expandir negócios familiares que procuram não diluir o controlo accionista através da emissão de acções ou do recurso ao endividamento. E, por isso, as melhores empresas familiares, que sobrevivem geração após geração, partilham uma forte cultura de desempenho aliada a metas quantitativas de crescimento e rentabilidade. A cultura organizacional das empresas familiares deverá identificar-se claramente com esta dialéctica entre crescimento e rentabilidade, em que valores como a partilha de responsabilidade e reforço da transparência motivam uma vasta equipa de colaboradores. Concentrado na concretização de uma estratégia de negócios assente em dimensão e criação de valor, as empresas familiares deverão integrar um elemento fundamental para a sobrevivência e sucesso – uma governação sólida na sua acepção mais ampla, ou seja, o forte compromisso com os valores transmitidos através de gerações e a percepção clara das implicações que ser dono comporta. “A maximização do valor de uma empresa exige uma boa relação de longo prazo entre a empresa, os empregados, os clientes e todos os outros stakeholders.” Desenvolvimento do Projecto de Corporate Governance O desenvolvimento do modelo de governação das empresas familiares deverá incluir •C elebração de Pacto familiar para quantificar participações em cada uma das empresas; • A manutenção e especialização futura das empresas familiares em torno das diferentes e actuais áreas de negócio. www.mercal.pt 57 Finanças Empresariais Orientação para a Implementação de Princípios fundamentais de Corporate Governance As regras de Corporate Governance a desenvolver e implementar nas empresas ou grupos empresas familiares deverão garantir uma governação responsável e orientada para a criação de valor. O seu fim último é o de fortalecer a confiança dos Accionistas, dos Investidores, dos Clientes e dos Colaboradores do Banco, em como os seus interesses são, como sempre o foram, escrupulosamente respeitados. O modelo de Corporate Governance propostos para empresas ou grupos empresas familiares deverá basear-se, deste modo, em três pilares fundamentais: • I nformação •A dministração •C ontrolo A adopção por parte das empresas ou grupos empresas familiares das melhores práticas de Corporate Governance permite que todos os interessados nelas, nomeadamente os accionistas, os credores, os fornecedores e os empregados, tenham acesso à informação com maior transparência. Tal facto induz uma redução do custo de capital, uma vez que os credores depositam maior credibilidade nos dados da empresa e dá confiança aos actuais accionistas e aos potenciais accionistas na avaliação de uma eventual oportunidade para investir. A adopção das melhores práticas de Corporate Governance permite assim aumentar o valor da empresa, facilita o acesso ao capital e contribui para a sua sustentabilidade no longo prazo. O interesse pela Corporate Governance não se restringe apenas às sociedades cotadas e às grandes empresas. Estas regras também passaram para fora do universo das sociedades cotadas para envolverem entidades públicas, organizações sem fins lucrativos, organizações internacionais e também as empresas familiares. A adopção por parte das empresas familiares das melhores práticas de Corporate Governance tem consequências importantes e positivas, porque ao definir como são estabelecidos os objectivos, quais os meios para os atingir e de que forma monitorizamos os resultados, permite que cada órgão da empresa funcione de forma mais alinhada e coerente, favorecendo estratégias mais produtivas e de longo prazo. Os princípios consagrados nos vários códigos de Corporate Governance, e enquadrados no âmbito do Código das Sociedades Comerciais, visam encontrar um equilíbrio entre todos os interesses envolvidos numa corporação, porque a maximização do valor de uma empresa exige uma boa relação de longo prazo entre a empresa, os empregados, os clientes e todos os outros stakeholders. As empresas têm que incorporar nas suas estratégias, princípios, práticas e normas de conduta que harmonizem as relações com os colaboradores, os clientes, os accionistas, os fornecedores, os concorrentes e as entidades públicas, beneficiando toda a comunidade e favorecendo um desenvolvimento sustentável. Para isso têm que aderir de forma exigente a princípios de conduta, considerando aspectos éticos, sociais e ambientais nas suas tomadas de decisão. A adopção por parte das empresas das melhores práticas de Corporate Governance é uma importante vantagem 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > artigos Finanças Empresariais > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “Historicamente a informática, e tudo o que lhe está subjacente, tem tido nas empresas familiares uma posição de subalternidade que persiste até aos dias de hoje.” Adequação dos Sistemas de Informação ao Modelo de Corporate Governance As empresas familiares operam hoje em mercados extremamente voláteis e caracterizados por forte concorrência o que coloca grande pressão na obtenção de resultados. O investimento em Sistemas de Informação (SI) assume-se como um potenciador do aumento da eficiência e eficácia organizacional e competitiva, de tal forma que os SI desempenham hoje um papel central nas organizações, sendo o seu relacionamento com o negócio de tal forma intrínseca que por vezes se confunde os SI com o negócio e vice-versa. Por outro lado, com frequência, as estratégias das organizações não têm em suficiente linha de conta as capacidades e possibilidades conferidas pelos SI, que são normalmente confundidos com uma abordagem mais tecnológica do que propriamente de negócio. Dada a forma como nasceram, para servir problemas concretos de gestão, historicamente a informática, e tudo o que lhe está subjacente, tem tido nas empresas familiares uma posição de subalternidade que persiste até aos dias de hoje. Sendo os sistemas de informação um componente chave da organização, assegurar o alinhamento entre o negócio e os sistemas de informação deverá ser uma prioridade máxima e futura da organização. A gestão de SI é entendida como o conjunto de actividades que incluem a capacidade de conceber, desenvolver e explorar SI para suportarem processos e funções de negócio. Exemplos de importantes competências na gestão de SI incluem: a capacidade de se perceber, reconhecer e coordenar de forma corporativa as necessidades de negócio de outros gestores com responsabilidades funcionais, clientes e fornecedores, a capacidade de trabalhar com outros gestores funcionais, fornecedores e clientes para desenvolver os SI apropriados e a capacidade de antecipar as necessidades de SI futuros. A gestão dos SI relaciona-se e interfere com todos os aspectos da organização, em qualquer dos níveis de gestão e operação, e em qualquer das áreas funcionais. Até porque envolvendo a informação e sendo esta uma característica omnipresente de toda a realidade organizacional, o conhecimento das necessidades de informação e a concepção de sistemas que satisfaçam as necessidades organizacionais reflecte naturalmente toda a complexidade da sua estrutura e funcionamento, nomeadamente a que resulta da componente humana e sócio-tecnica. Mais do que uma necessidade, a gestão dos SI é uma forma de aproveitar e potenciar oportunidades, devendo ser entendida como a gestão do recurso informação e de todos os recursos envolvidos no planeamento, desenvolvimento e exploração dos SI, sendo por isso fundamental a forma como se aborda o desenvolvimento de SI. Abordagem ao desenvolvimento de Sistemas de Informação Uma organização utiliza os recursos conferidos pelos SI para implementar um largo espectro de estratégias. No entanto, continuam a debater-se para conseguir alcançar um alinhamento satisfatório entre o negócio, os SI e as estratégias adoptadas. 58 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Em muitos casos, a maior dificuldade em se conseguir o alinhamento reside na dificuldade de um entendimento comum Identificar os SI apenas com a componente tecnológica que os suportam é desvirtuar o conceito, que deverá ser abrangente. A relevância de identificar os diferentes intervenientes na organização, relativamente à questão do alinhamento do negócio com os SI, reside no facto das expectativas serem diferentes entre gestores de topo e responsáveis pelas tecnologias de informação. O “vazio” que existe entre as necessidades do negócio e as capacidades entregues pelos SI configuram a existência de elevados custos de oportunidade correspondendo ao “vazio” que existe entre a governação e os responsáveis pelas tecnologias de informação. Para que o grau de flexibilidade e alinhamento desejado nas empresas familiares seja satisfeito pelos requisitos do SI é necessário elaborar um caderno de encargos para propor a solução adequada, aproveitando os investimentos já realizados e os recursos actualmente existentes. O envolvimento da governação corporativa no processo de integração de SI tem também um papel determinante na diminuição da resistência, permitindo fazer mais eficientemente a gestão da mudança. Até porque os projectos de investimento em SI mais complexos são normalmente bastante onerosos requerendo não só a aprovação da gestão de topo, mas também o seu envolvimento para que sejam bem sucedidos. O planeamento dos SI deverá ser assim encarado como a tarefa de gestão que trata da integração dos aspectos relacionados com os SI no processo global de planeamento da organização, fornecendo um espaço para serem equacionadas as questões de natureza estratégica relacionadas com os SI e a sua infra-estrutura tecnológica. Mais do que investir em SI que suportem as necessidades e objectivos de negócio, aumentando a eficiência organizacional, são necessários SI que garantam flexibilidade organizacional, permitindo que a organização se adapte a alterações competitivas no ambiente de negócio, respondendo a necessidades futuras e desconhecidas mantendo a competitividade, sendo uma condição vital que uma organização consiga alinhar os seus SI com a estratégia da organização. Exige-se cada vez maior rigor na aferição do alinhamento da estratégia com os SI, devendo a organização perceber o negócio mas, fundamentalmente, conhecer-se a si própria e saber como utilizar os SI para o desenvolvimento das estratégias adoptadas. É assim vital assegurar que o investimento em SI garante o alinhamento com a estratégia, servindo dessa forma melhor os propósitos da Organização, sendo o alinhamento entre a estratégia de negócio e o investimento em SI critico em conferir competitividade. Precisa de Ajuda? Contacte-nos, o seu contacto interessa-nos. A Mercal dispõe de uma larga experiência em intervenções em empresas familiares e para garantia da sucessão apoiando todo o processo. Contacte-nos e obtenha a resposta certa para o seu problema – Pergunte aos nossos especialistas que irão responder e enquadrar a sua iniciativa ou objectivos no prazo máximo de um dia – trata-se de um serviço gratuito que a Mercal Consulting Group disponibilizou para os responsáveis de empresas familiares. A Internacionalização da Actividade Empresarial como um Meio para melhorar a Performance das PME`s João Filipe Araújo Regional Marketing Manager, Asia-Pacific Durante o período entre 2007 e 2008 tive a oportunidade de realizar, em colaboração com a Mercal, um estudo sobre os principais impactos da internacionalização na performance das organizações. O estudo foi realizado em duas fases: primeiro foi realizado um questionário junto de trinta PME`s portuguesas de forma a permitir compreender o comportamento dos seus gestores face à internacionalização, sobretudo relativamente aos motivos para internacionalizar, aos mercados de destino e às formas de presença nesses mercados. Na segunda fase do estudo, de forma a permitir identificar os principais impactos relacionados com a internacionalização, foram realizadas seis entrevistas com gestores de topo de seis PME`s portuguesas de sectores distintos, com diferentes graus de internacionalização e de diferentes regiões do país. É de salientar que todos os gestores entrevistados tinham responsabilidades ao nível do marketing internacional nas suas firmas e o objectivo destas entrevistas foi identificar as principais alterações provocadas pela internacionalização nas firmas dos gestores entrevistados. Os resultados sugerem que a internacionalização permitiu: 1. O bter melhores resultados financeiros, devido a economias de escala e devido a um aumento do volume de vendas, pese embora exista tendência para se praticarem menores margens comerciais nos mercados internacionais de modo a fomentar a competitividade pelo preço; 2. Aumentar a produtividade, através da actualização de processos operacionais e de reorganizações internas ao nível da estrutura organizacional que permitem um melhor aproveitamento dos recursos humanos existentes, através do aumento da capacidade de trabalho em equipa, da motivação dos colaboradores pela sua ambição de vencer nos mercados internacionais e pela redução da resistência à mudança; 3. Aumentar o conhecimento interno da organização, pela interacção com um maior leque de clientes e de um maior intercâmbio de informação com entidades internacionais; 4. Dinamizar a qualidade interna, com a implementação de certificações internacionais, sobretudo os standards ISO, quer devido a exigências dos mercados, quer pela necessidade de alinhar as empresas com as melhores práticas de mercado; 5. Melhorar as actividades de marketing, de forma a satisfazer a dinâmica dos mercados internacionais, através da concepção e implementação de programas de marketing nacional e internacional, alicerçado no conhecimento tangível do mercado externo, com possibilidade de obter sinergias através da aplicação no mercado interno. De uma forma genérica, pode-se concluir que um processo de internacionalização devidamente estruturado e preparado atempadamente pode permitir a uma PME um aumento do seu nível de performance. Os mercados internacionais guardam verdadeiras oportunidades de crescimento e desenvolvimento que se encontram ao alcance das PME`s Portuguesas. Os casos de sucesso já existentes comprovam que é possível uma empresa Portuguesa vencer a um nível internacional… e a sorte protege os audazes! Universum Communications, The Employer Branding Company “Os casos de sucesso já existentes comprovam que é possível uma empresa Portuguesa vencer a um nível internacional...” www.mercal.pt 59 Internacionalização 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Soluções para as empresas saírem da crise artigos Internacionalização > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > In MercalNews n.º 18 – Abril de 2009 O BIM – Plano de Marketing Internacional é uma nova ferramenta que permite a internacionalização rápida da empresa e consiste num sistema integrado que engloba o Plano de Negócios com respectivo Suporte Tecnológico ou de Sistemas de Informação para operacionalizar o Plano de Marketing e Actividade das Vendas. 60 A Mercal tem vindo a apoiar a reestruturação financeira e a criação das condições para as PME`s virem a ultrapassar as suas actuais dificuldades e constrangimentos promovendo estratégias de mudança nas organizações ao nível interno, na procura de novos mercados e apoiando a expansão do negócio ao nível internacional e da obtenção dos recursos financeiros necessários a esse fim. Em síntese as soluções podem passar de forma conjunta ou de uma intervenção directa a diferentes níveis: 1. Internacionalização e diversificação dos mercados; 2. Optimização e reestruturação dos processos de negócio, do seu redimensionamento e do apoio à gestão e de subsequentes sistemas de informação; 3. Apoio à obtenção de meios financeiros para assegurar a gestão da mudança. Ao primeiro nível a Mercal Consulting Group possui o BIM – Plano de Marketing Internacional, uma ferramenta nova que permite a internacionalização rápida da empresa e consiste num sistema integrado que engloba o Plano de Negócios com respectivo Suporte Tecnológico ou de Sistemas de Informação para operacionalizar o Plano de Marketing e Actividade das Vendas. O BIM foi desenhado por especialistas internacionais da Mercal Consulting Group e indica ao empresário aonde, como, a quem e o que é que poderá vender no exterior, ajustando-se à realidade e especificidade de qualquer empresa e dos seus mercados. A Mercal vai ajudá-lo a definir a sua estratégia de internacionalização ou seja dizer ao empresário: •A onde? (Que países e mercados são os mais atractivos para o seu negócio, gama de oferta de produtos/serviços, e posicionamento actual?); •A quem? (Quem são os principais players em cada um desses mercados? Quem são os principais clientes, distribuidores e outros agentes?) •O quê? (Que marcas, soluções, produtos e gamas serão as mais atractivas? A que preços?) • Como? (qual o modo de entrada preferencial para entrar nesse mercado, via exportação, parceria com empresário local? De que tipo? investimento no exterior? Se sim com que parceiro? Como dar a conhecer a empresa e seus produtos?) Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. Definida e estruturada a estratégia de internacionalização da empresa e o modo de entrada nos mercados internacionais mais atractivos, haverá que definir os objectivos, o posicionamento dos seus produtos para cada um dos mercados, ou seja, o marketing-mix. Nesta fase identifica-se qual a política a seguir quanto a produtos, preços, à promoção e como os colocar no circuito de distribuição para fazê-los chegar aos clientes. A Mercal desenvolve um “tableau de bord” e disponibiliza à gestão um sistema simples de informação constituída por indicadores que facilitam a monitorização, avaliação e controlo dos objectivos que foram definidos. A Mercal implementa ainda uma ferramenta de CRM para permitir à empresa iniciar de imediato as acções de prospecção comercial e a concretização de negócios proporcionando toda a formação necessária para esse fim. A um segundo nível a Mercal tem, simultaneamente, apoiado a gestão da mudança na organização, passando pelo apoio ao aumento da qualidade e produtividade tornando a empresa mais competitiva e rentável, promovendo a optimização dos processos e da gestão aos mais diferentes níveis da PME. Esta intervenção passa pelo ajustamento e implementação de uma estrutura organizativa com a flexibilidade desejada, a promoção da qualificação dos recursos humanos da organização, e sua orientação para o cliente alinhando e motivando todos os colaboradores com esse fim e alinhando os gestores para a gestão estratégica do negócio. Por último, e em terceiro lugar o recurso a fontes de financiamento externas podem passar por um lado pelo enquadramento e facilitação do acesso das PME`s a linhas de financiamento disponíveis para o efeito, ou através do desenvolvimento de parcerias estratégicas, comerciais e/ou de capital, ao nível da cadeia de valor, de forma a apoiar a empresa a encontrar soluções para assegurar a sua reestruturação ou desenvolvimento futuro do negócio. Esta acção pode passar por vir a reforçar a verticalização da sua actividade ou promover operações de concentração, fusões e aquisições. Na Mercal efectuamos um diagnóstico da sua situação e promovemos a solução adequada ao desenvolvimento do seu negócio ajudando a identificar oportunidades, enfrentar e superar a crise……Contacte-nos! Aposta na Formação Profissional como Estratégia Diferenciadora Responder à inovação constante que emana da actividade económica actual, às novas ideias e processos que a caracterizam, às novas tecnologias que transformam, segundo a segundo, as novas modalidades de produção e responder às permanentes alterações competitivas com mais eficácia, subentende uma evolução contínua das competências cognitivas dos recursos humanos, assim como uma maior agilidade empresarial. As organizações estão sujeitas a processos contínuos de mudança de forma a adaptarem-se às alterações do meio envolvente. Umas adaptam-se de forma pró-activa, antecipando e liderando as mudanças, outras caem em posições reactivas, que são causa de dificuldades e podem dar origem a crises estratégicas. O conhecimento numa organização está em actualização permanente e depende muito das políticas adoptadas no domínio da formação e desenvolvimento dos recursos humanos. Com a dinâmica exigida é afastado o planeamento tradicional, burocratizado, e é dado lugar a formas de planeamento flexíveis. A rapidez, a inovação, a informação e a comunicação passaram a constituir já há algum tempo armas estratégicas nos nossos dias. Nas organizações tem de existir “conhecimento” que estabeleça a ponte entre estes factores e a acção eficaz. Os colaboradores das organizações têm de estar motivados e qualificados. Cada vez mais a qualidade dos recursos humanos constitui um factor crítico de sucesso. A formação profissional neste contexto de mudança e de competitividade deve ser encarada cada vez mais como um processo e não um acontecimento. É necessário formular estratégias de formação que estejam integradas, subordinadas à estratégia global da organização e ao serviço desta. A formação abarca mais do que a instrução organizada em sala, seminários e conferências. Contempla uma variedade de meios de aprendizagem, mais ou menos formais, que contribuem para desenvolver as competências e melhora a eficácia das pessoas no desempenho das suas funções, e por acumulação e sinergia aumentar a eficácia das organizações. Actualmente, é dado como certo que o êxito das organizações depende da sua capacidade para gerir as mudanças das tecnologias, dos produtos, mercados, empregos e das formas de concorrência em geral. Esta capacidade depende da disponibilidade de Recursos Humanos qualificados, equipados com os conhecimentos mais avançados nos domínios técnicos e de gestão. Como consequên- cia, vimos assistindo ao crescimento dos investimentos das organizações na formação dos seus colaboradores de que resultam algumas vantagens evidentes: • Aplicações inovadoras das Novas Tecnologias; • Implementação com maior rapidez; • Melhorias da Qualidade; • Melhorias da Produtividade; • Melhores resultados na Aquisição de Conhecimentos; • Melhor relação Custo/Benefício das acções de formação; • Desenvolvimento dos Recursos Humanos e melhores oportunidades de carreira profissional. É conveniente referir que este interesse pela formação não resulta exclusivamente do interesse esclarecido dos dirigentes das nossas empresas. Desde os anos oitenta que na nossa sociedade têm emergido importantes forças económicas, políticas e sociais que se reforçam para fazer sentir às empresas a necessidade de definir estratégias dinâmicas de formação, em sintonia com os seus objectivos estratégicos como condição de sobrevivência num mundo de mudanças. Como síntese, podemos considerar que o actual interesse pela formação se deve fundamentalmente, à convergência das seguintes tendências: • Aumento da concorrência global; • Rápidas mudanças das tecnologias que provocam alterações das operações/processos/produtos/funções/fluxos/ competências necessárias; • Fusões/Aquisições e desinvestimento com realinhamento das estruturas e funções; • Aumento do nível educativo da força de trabalho acompanhado da melhoria da imagem que cada um faz de si próprio; • Declínio de certas profissões e funções com emergência e ascensão de outras novas induzidas pelas mudanças económicas, tecnológicas e sociais Os sistemas educativos e de formação estabelecem com a sociedade e organizações uma relação bidireccional recebendo, por um lado, as suas necessidades e assegurando a sua satisfação, por outro, fazendo chegar-lhes os resultados das suas reflexões e prática pedagógica, estabelecendo assim uma relação dialéctica entre escola e a sociedade/organização. Através desta relação os sistemas educativos vão sofrer as influências do meio envolvente, económico e sociocultural, mas ao mesmo tempo são também um factor de transformação desse mesmo meio. “A formação profissional neste contexto de mudança e de competitividade deve ser encarada cada vez mais como um processo e não um acontecimento.” www.mercal.pt 61 Formação 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Globalização artigos Formação > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > O grande Desafio Educacional “O trabalhador multiqualificado e polivalente, deve exercer, na automação, funções muito mais abstractas e intelectuais, implicando cada vez menos trabalho manual e cada vez mais o recurso a tecnologias evoluídas.” 62 A nossa década tem presenciado a intensificação e o aprofundamento de mudanças substantivas na dinâmica das economias e dos mercados em termos globais. Com efeito, a mundialização dos mercados, a sua crescente integração, a deslocalização da produção para outros mercados, a multiplicidade e multiplicação de produtos e de serviços, a tendência para a conglomeração das empresas, a mudança nas formas de concorrência e a cooperação alicerçada em alianças estratégicas entre empresas e em amplas redes de cooperação ou subcontratação, a busca de estratégias de elevação da competitividade industrial através da intensificação do uso das tecnologias de informação e de novas formas de gestão do trabalho, são alguns dos elementos reveladores e indiciadores das transformações estruturais que registamos e que estão associados à globalização económica e dos mercados. O avanço deste processo – que transcende os fenómenos meramente económicos invadindo as dimensões políticas, sociais e culturais, traz, como consequências, alterações nas atribuições do Estado, a desregulamentação das economias nacionais, a reestruturação do mercado de trabalho, novas formas de organização do trabalho, a flexibilização do tra- Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. balho, o crescimento dos empregos precários, o desemprego cíclico e estrutural, e a exclusão de contingentes de trabalhadores do mercado formal. O processo de globalização e a maior agressividade da concorrência, obrigou as empresas a procurar novas orientações estratégicas geradoras de ganhos de produtividade, nomeadamente através da racionalização dos processos produtivos, que podem ser visualizados quer pelo uso das tecnologias de informação e comunicação, quer pela flexibilidade dos processos de trabalho e de produção, implicando uma potenciação generalizada da capacidade produtiva da força de trabalho. O processo de “acumulação flexível” gera o fenómeno paradoxal de ampliação do trabalho precário e informal e da necessidade de um trabalho mais valorizado, no qual o trabalhador multiqualificado e polivalente, deve exercer, na automação, funções muito mais abstractas e intelectuais, implicando cada vez menos trabalho manual e cada vez mais o recurso a tecnologias evoluídas. É, também, exigido do trabalhador, capacidade de diagnóstico, de solução de problemas, capacidade de tomar decisões, de intervir no processo de trabalho, de trabalhar em equipa, auto-organizar-se e enfrentar situações em constantes mudanças. Educação Empresarial a nova perspectiva da Formação Profissional É neste contexto que actualmente se encontra novamente em agenda o papel da educação, que tem gerado discussões apaixonadas por todas as partes envolvidas. O trabalhador polivalente deve ser muito mais “generalista” do que especialista. Para desenvolver as novas funções, há exigências de competências de longo prazo que somente podem ser construídas sobre uma educação geral de base extremamente ampla. Com efeito, algumas das modificações do processo de produção e da organização do trabalho não teriam sido possíveis nos países desenvolvidos, sem os efeitos produzidos pelos grandes sistemas de educação de massa. Estes têm vindo a ser repensados desde os anos 80, em países como a Inglaterra e a França que questionaram, com a oportunidade devida, os seus sistemas de educação formal por acharem que estariam desadequados e desvinculados dos grandes processos registados ao nível de mudanças socioeconómicas. Na Alemanha tem-se indagado a pertinência da formação profissional tendo em vista o acelerado ritmo das mudanças na sociedade como um todo. A educação técnica e profissional não se tem colocado à margem dessa discussão e começa hoje a reflectir sobre a necessidade de estar articulada à educação geral, para evitar a dualidade histórica entre educação formal e educação profissional/instrumental, dando assim resposta à dupla dimensão dos objectivos educacionais, nomeadamente de preparar o profissional competente e o cidadão socialmente responsável no seu comprometimento para com a sociedade e o bem-estar colectivo. Dentro desta perspectiva educacional, tentámos neste artigo, discutir uma proposta de formação orientada para o trabalho que leve em conta os desafios postos por um contexto de globalização económica, de novas formas de organização da produção e do trabalho e dos crescentes requisitos legais, em matéria de Código de Trabalho e de outros processos relativos à Responsabilidade Social. A Gestão Integrada nas novas Organizações Empresariais A complexidade e interdependência crescentes requerem novas metodologias e técnicas de trabalho. Com efeito, observamos que as empresas necessitam cada vez mais de ferramentas de apoio à gestão integrada que ajudem a promover a sustentabilidade que passa pela preocupação revelada face aos interesses sociais, de impacte ambiental e no que se refere ao papel do Estado, nomeadamente nos processos de reflexão estratégica, na operacionalidade das políticas, nos planos de acção e de operações. As empresas revelam necessidade de apoio ao interligar e integrar os pontos referidos no âmbito das suas actividades e gestão de negócios, necessitando de líderes talentosos que possam não somente lidar com os objectivos organizacionais e o cumprimento para com obrigações legais da empresa, bem como para com os seus accionistas (share-holders), de forma a potenciar os negócios como uma força positiva e melhorar a contribuição para a sociedade em geral. Toda a mudança na conduta das empresas que se considere significativa de responsabilidade social e sustentabilidade, deverá envolver as instituições com as quais as empresas e os gestores mais actuam ou interagem, por um lado, assim “Preparar o profissional competente e o cidadão socialmente responsável no seu comprometimento para com a sociedade e o bem-estar colectivo.” “Toda a mudança na conduta das empresas que se considere significativa de responsabilidade social e sustentabilidade, deverá envolver as instituições com as quais as empresas e os gestores mais actuam ou interagem.” como ao nível da atitude e do comportamento das pessoas no desempenho das suas funções. As instituições académicas ajudam a moldar atitudes e comportamentos de líderes de negócios através da sua qualificação e educação a todos os níveis. www.mercal.pt 63 Formação 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > artigos Formação > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Projecto Inovador na Formação e Educação Empresarial “Um modelo de educação que, para além de conhecimentos teóricos, produza competência.” Fundado recentemente, o Instituto da Empresa® é uma marca de prestígio, pois capitaliza mais de 15 anos de experiência nas vertentes de educação empresarial e de formação profissional da Mercal Consulting Group. Trata-se de um projecto inovador que pretende orientar-se para a formação de empresários e executivos em diversos segmentos de mercado. Contribui, assim, para o desenvolvimento do país através da capacitação de dirigentes públicos e privados que lidam, diariamente, com os desafios impostos pela globalização. A instituição provém da Mercal Consulting Group, que tem vindo a desenvolver a sua oferta formativa no contexto da formação intra empresarial e inter empresarial, estando acreditada pela DGERT para os domínios do Desenvolvimento e Execução de Acções de Formação nas áreas da Gestão e do Desenvolvimento Pessoal. Com o seu trabalho sério e competente, a Mercal Consulting Group é já reconhecida pela qualidade dos serviços prestados na consultoria, especializando-se agora também na formação, principalmente com a possibilidade de oferecer resultados concretos às empresas através da sua metodologia inovadora e prática de fazer educação executiva. Além de possuir métodos práticos de ensino e formação, a Mercal Consulting Group tem-se destacado por proporcionar resultados aos seus formandos através do desenvolvimento de programas conceituados que ajudam os gestores e demais colaboradores, objecto de formação, a atingir os seus objectivos pessoais e empresariais. A proposta da Mercal Consulting Group, no âmbito do Instituto da Empresa® , é de no futuro vir a produzir pessoas e empresas mais capacitadas para os desafios deste novo milénio, através de um modelo de educação que, para além de conhecimentos teóricos, produza competência, desenvolva valores para o exercício da cidadania, da ética e da responsabilidade social. Missão O Instituto da Empresa ® tem por missão promover o desenvolvimento das competências dos quadros das empresas, ao nível das direcções e demais colaboradores, de forma a permi- 64 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. tir aumentos de produtividade e competitividade, diminuindo os riscos inerentes à actividade das empresas, promovendo a inovação e sustentabilidade empresarial. Para isso, o Instituto da Empresa ® compromete-se a fazer uma avaliação das necessidades de formação de cada organização tendo em mente os desafios de cada sector e de cada organização em particular, e a elaborar os planos de formação adaptados a cada realidade, a nível individual ou com recurso às melhores parcerias. Serviços Prestados O Instituto da Empresa® pretende vir a ser uma referência no que respeita ao ensino e formação profissional a nível nacional e do espaço lusófono, desenvolvendo programas de formação “tailor made”, comprometendo-se a cumprir os melhores padrões de qualidade, que desde sempre caracterizaram a Mercal Consulting Group. Os programas visam fortalecer a qualificação, a motivação, o espírito de equipa e um melhor ambiente organizacional. O Instituto da Empresa® dispõe de uma ampla equipa de coordenadores bem preparados para desenvolver e aplicar os mais completos e modernos programas de Educação Executiva para a sua empresa. Tratamos com muita seriedade e profissionalismo os programas específicos e orientados para a sua organização e seus colaboradores. Realizamos os estudos e as pesquisas por forma a desenvolver os modelos mais inovadores de Educação Executiva que contrapõem aos modelos tradicionais. A nossa metodologia permite a obtenção dos resultados mais eficazes para a sua empresa. O nosso modelo de formação e de ensino traduz-se nas melhores práticas de gestão as quais fazemos respectivo acompanhamento, avaliação e controlo. A equipa de coordenadores académicos do Instituto da Empresa® é altamente capacitada e intervém em todas as acções do processo formativo, desde o diagnóstico organizacional até à elaboração de programas de desenvolvimento, passando por Competências de Liderança e Gestão Empresarial. Novos Desafios à Gestão de Recursos Humanos Os novos desafios à Gestão de Recursos Humanos quando em tempos de mudança se torna mais difícil definir estratégias estáveis e prolongadas no tempo, a não ser que a “mudança” se constitua, em si mesmo, como estratégia. tégia deve estar presente, que essa mesma estratégia pode ser, a qualquer momento, alterada constituindo-se assim a mudança, em si mesma, como estratégia. Mas, qualquer estratégia que implique mudança também deve prever a natural resistência de muitos dos colaboradores da organização, porque também eles preferem actuar Todos sabemos hoje em dia que a instabilidade dos mercaem ambientes estáveis. Por isso, um dos grandes desafios que hoje se coloca às dos económicos e financeiros e a tão falada globalização colocam em causa, o paradigma da gestão estratégica a médio organizações é como conseguir um ambiente interno que core longo prazo. responda à necessidade de responder, de forma sistemática, Para levar a cabo qualquer tipo de estratégia, as empreàs alterações do ambiente externo. sas precisam, em primeiro lugar, de pessoas disponíveis Esses grandes desafios colocam-se também à Gestão para serem os precursores dessa estratégia, que através de de Recursos Humanos, exactamente num tempo em que há um comportamento alinhado com a cultura organizacional insegurança e medo de perder o emprego e ao mesmo tempo contribuam para os objectivo e missão da organização onde uma grande necessidade das pessoas em conseguirem um estão inseridas. equilíbrio entre o trabalho e o lazer. Em momentos conturbados como os que vivemos hoje em Todo este contexto aponta assim para que também ocordia, as organizações encaram a adaptação à mudança como ram profundas alterações na Gestão de Recursos Humanos aos seguintes níveis: uma fatalidade, que lhes coloca em causa a aplicação das 1. Seleccionar o pessoal, tendo em vista o seu potencial estratégias que racionalmente poderiam ser as mais indicadas. de progressão na organização; Neste contexto, a alteração de estratégias por parte das organizações, em função de uma adaptação a mudanças pro2. Introduzir mecanismos de motivação baseados em vocadas pela envolvente externa, não deixa de ser um factor sistemas de recompensas individualizados e ligados de risco adicional, por parte das organizações que as realiao desempenho; zam com pioneirismo. 3. Redesenhar as funções para aumentar a qualidade de A verdade é que esse primeiro passo efectuado através vida do trabalhador; acções inovadoras, pode constituir-se como factor decisivo 4. Liderar de acordo com as circunstâncias e com recurso de obtenção de vantagens competitivas. ao apoio de opiniões de grupo; Todavia, não é menos verdade que em ambientes incer5. Avaliar o desempenho, focando mais no comportatos e de insegurança constante as organizações desenvolmento e menos a personalidade; 6. Aumentar o papel dos grupos na Organização; vem isomorfismos miméticos ou de imitação, com vista a obter respostas para problemas que as outras organizações É certo que todos os processos de mudança assumem um já enfrentaram antes (DiMaggio e Powell, 1991b). papel bastante “doloroso” para as organizações, uma vez que Mas também são exactamente esses processos se desencadeiam, em simultâneo, mecanismos de resisde imitação que pressupõem uma nova fase de tência à mudança. Essas resistências surgem, nor“...no mudança em relação ao “status” que, embora malmente, porque as mudanças são uma fonte desenvolvimento temporariamente, estava instalado. geradora de conflitos, ameaças e preocupações. de qualquer estratégia Confrontamo-nos assim com uma realiEsses mecanismos de resistência agradeve estar presente, que essa vam-se numa relação inversa com o conhedade. Em ambientes competitivos, as organimesma estratégia pode ser, a cimento dos processos de mudança, pelo zações são forçadas a lidar constantemente com a mudança, ora adaptando-se às altequalquer momento, alterada que quanto mais os trabalhadores souberações do meio envolvente, ora efectuando rem do processo de mudança, menos resisconstituindo-se assim a tência haverá à mesma. alterações à sua estrutura organizacional e mudança, em si mesma, Um processo de mudança bem conduzido ao seu funcionamento interno. Estes dois tipos como estratégia.” é o primeiro passo para a estabilidade. Os recurde factores levam a que as organizações procesos humanos são a força da mudança, mas também dam a um realinhamento de processos e de sistemas, de modo a determinar as mudanças que as tornam os garantes da estabilidade, pelo que a sua gestão adequada, mais ágeis, mais abertas, hierarquicamente mais descentraatravés de novos mecanismos de motivação pode ser o que lizadas e mais rápidas na tomada de decisões. uma organização necessita para aplicar, com sucesso, uma Significa isso, que no desenvolvimento de qualquer estraestratégia de mudança. Casimiro Ramos Professor Universitário “Em momentos conturbados como os que vivemos hoje em dia, as organizações encaram a adaptação à mudança como uma fatalidade, que lhes coloca em causa a aplicação das estratégias que racionalmente poderiam ser as mais indicadas.” www.mercal.pt 65 Formação 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Novos desafios para o sistema formativo português artigos Formação > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > “Antes da revolução de Abril de 74, a formação profissional no sistema educativo era fundamentalmente implementada através dos cursos comerciais e industriais ao nível do actual 3º ensino básico..” 66 Em Portugal, a formação profissional inserida no sistema educativo tem sofrido alterações ao longo do tempo de acordo com a realidade política, económica e social de cada período. Antes da revolução de Abril de 74, a formação profissional no sistema educativo era fundamentalmente implementada através dos cursos comerciais e industriais ao nível do actual 3º ensino básico. Estes alunos terminavam os cursos com qualificações específicas que lhes permitiam a colocação imediata no mercado de trabalho que os aceitava porque tinham uma formação de base muito próxima da realidade empresarial. Com as sucessivas reestruturações do sistema educativo, estes cursos desapareceram e só muito mais tarde surgem outras variantes com o mesmo objectivo, ou seja, proporcionar uma formação profissional qualificante inserida no sistema educativo ou que permita a sua equiparação. Com os centros de formação profissional de gestão directa e protocolares e escolas profissionais emergem e implementam muitos cursos que tentam proporcionar uma formação qualificante inicial. Como riscos, deixaríamos algumas questões em aberto: •D o ponto de vista do sistema formador, indagaríamos em que medida a construção e a certificação de competências voltadas estritamente para as necessidades empresariais deixariam em plano secundário os saberes e conhecimentos não directamente ligados aos requisitos ou dessa procura? • O processo formativo restringir-se-ia à dimensão informativa e instrumental, desprezando a dimensão educativa? • Que reformulações deveriam ser feitas no sistema educacional e no de formação técnicoprofissional em termos curriculares, de metodologias de ensino e de formação de formadores diante da abordagem das competências? Poderia haver transmissibilidade de um sector educacional a outro, no sentido de que se o trabalhador tem competência reconhecida numa área técnica poderia voltar ao sistema educacional para continuar os estudos? •Q ue mecanismos e instituições assegurariam a certificação inicial e as futuras reaprendizagens? • Qual seria o papel do sistema educativo, das instituições de formação profissional, dos trabalhadores e das empresas na definição e construção das competências? •O sistema formador ficaria submetido ao atendimento às exigências das normas internacionais de certificação de produtos, sistemas e pessoas? •D a perspectiva do mercado de trabalho, até que ponto este, num quadro de crise e de desemprego, e na ausência de políticas públicas de emprego e de geração de rendimento, tornar-se-ia ainda mais selectivo, agora segmentando a força de trabalho entre aqueles que têm certificação e os que não têm certificação? Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. •E m que medida a responsabilidade pelo desemprego recairia sobre o trabalhador, na medida em que não dispõe de uma moeda válida (a sua certificação) para oferecer no mercado? • Poderiam surgir interesses corporativos, de feudalização do mercado de trabalho, que impediriam a entrada de novos contingentes de trabalhadores que não possuíssem essas certificações? • A certificação de pessoas poderia constituir-se num mecanismo de maior controlo da força de trabalho, no sentido da apropriação e formalização dos saberes tácitos pela gestão de topo? • As certificações de competências poderiam ser reconhecidas transversalmente nos sistemas ocupacionais, para que houvesse correspondência entre um sector e outro, uma empresa e outra, ou uma área e outra? • Sob a óptica das políticas públicas, qual o papel do Estado na definição do sistema de certificação de competências e qual a sua articulação com as outras instituições do sector privado que já vêm fazendo a certificação? • Quais as políticas públicas já implementadas (política industrial, de emprego, de educação, de educação técnica e formação profissional) e como elas se articulam no que diz respeito à construção e certificação de competências? • Qual a visibilidade que o sistema de certificação de competências tem para os actores sociais envolvidos: trabalhadores, empresários, governo? Qual o seu grau de participação e interferência neste sistema? Estas são algumas das questões sobre as quais haverá que reflectir para fazer face aos desafios colocados à formação profissional diante do contexto de globalização e de novas políticas económicas ao nível das empresas, e dos processos crescentes de desenvolvimento da sociedade. O Reposicionamento da Mercal face à Educação Técnico-Profissional Estando já acreditada há cerca de uma década, a Mercal tem vindo a desenvolver o processo formativo como consequência ou decorrente dos projectos de consultoria. Em Outubro de 2009 foram dados os primeiros passos no sentido de autonomizar a área da formação pela exigência que é imposta por esta actividade a todos os níveis. Com efeito, às tradicionais necessidades reveladas e satisfeitas com o processo formativo, nomeadamente, aquisição de competências, da qualificação exigida nalgumas funções ou áreas profissionais nas organizações, haverá ainda que cumprir para com o enquadramento legal, pelas necessidades ditadas quanto a domínios e acções sujeitas a acreditação e pela necessidade revelada pelas empresas de cumprirem os requisitos quanto ao enquadramento legal e da obrigatoriedade de ter que dar formação mínima aos trabalhadores nas condições previstas no Código de Trabalho. O facto de mais organizações passarem a proporcionar formação, é, à partida, muito positivo e contribuirá sem dúvida Desenvolver actividade e oferta formativa como complementar à actividade da consultoria Desenvolver actividade de promoção da qualificação e desenvolvimento pessoal e profissional em empresas Desenvolver recursos ao nível da criação de plataformas para e-learning, bolsa de formadores, modos de promoção das acções, recursos didácticos, entre outros Acreditar novos cursos de formação da Mercal (Formação Pedagógica Inicial de Formadores, Formação Contínua de formadores, entre outros) Objectivos Alargar os domínios de acreditação da Mercal ao Diagnóstico, Concepção e Avaliação da Formação Criar um sistema de informação e divulgação interno sobre as medidas passíveis de intervenção (nomeadamente o POPH) Assegurar a realização de acções de formação intraempresarial Assegurar a realização de acções de Desenvolvimento Organizacional – Programas de Formação Acção Realizar de acções de e-Learning e b-Learning como forma de promover a formação intra-empresarial Assegurar a realização de seminários e workshops sobre temas da Gestão Empresarial Formação Intra-Empresarial Oferta Formativa Formação Inter-Empresarial • e-Learning • b-Learning Seminários e Workshops para aumentar a produtividade tornando os produtos portugueses mais competitivos num mundo cada vez mais global. Mas, se as empresas se limitarem a olhar a Formação Profissional com um imperativo legal a cumprir, no âmbito dos artigos 120º, 123º, 124º, 125º e 137º do Código do Trabalho, os resultados ficarão comprometidos por não haver uma preocupação de fundo com planos de formação, conteúdos das acções e destinatários. Na verdade, embora os artigos referidos, estipulem em termos quantitativos o número de horas de formação em que os trabalhadores devem participar e explicitem que essa formação deve possuir conteúdos adequados ao seu desenvolvimento profissional, não podem, de forma nenhuma, regular a qualidade e pertinência das mesmas. Por outro lado, no caso dos contratados sem termo, nada impede que os destinatários (10% do total) sejam sempre os mesmos. Para que a formação permita alcançar os resultados esperados, é necessário fazer mais: as empresas têm de acreditar nas mais valias que a Formação Profissional pode gerar. Nesse sentido, é desejável que os Planos de Formação sejam elaborados a partir dum diagnóstico de necessidades, ou seja, planos que permitam, efectivamente minimizar carências reais a nível de desempenho. Em seguida, é necessário conceber formação “à medida” e com os métodos pedagógicos adequados aos destinatários, estruturá-la, calendarizá-la e implementá-la em tempo útil. Um outro aspecto que não pode ser negligenciado, diz respeito à avaliação da Formação a dois níveis: • Num primeiro nível, deve verificar-se se as acções implementadas responderam aos objectivos previamente definidos, ou seja, se os conhecimentos, comportamentos e capacidades adquiridas correspondem aos esperados. Esta verificação deve ocorrer no decurso e/ou no final da acção de formação. Para dotar de maior objectividade esta avaliação, antes do início da formação, todos os participantes deverão ser submetidos a um diagnóstico do seu perfil de partida. • Num segundo nível, valida-se a relevância da formação, verificando as alterações que ocorreram no desempenho dos trabalhadores. Neste caso, o que se pretende é medir o impacto da formação no trabalho realizado. Esta prática só se encontra sistematizada num número muito reduzido de empresas. Se qualquer destas avaliações não apresentar resultados próximos dos objectivos que tinham sido propostos, há que repensar a formação profissional, por forma a que esta não se cinja ao cumprimento de uma mera formalidade decorrente de imperativos legais e implicando custos, para se traduzir num bom investimento no desempenho dos trabalhadores. “O facto de mais organizações passarem a proporcionar formação, é, à partida, muito positivo e contribuirá sem dúvida para aumentar a produtividade.” www.mercal.pt 67 Formação 15 anos a criar parcerias de futuro artigos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > COMAKERSHIP artigos Cooperação Empresarial > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Forma de Cooperação Empresarial Na passada reunião anual do nosso grupo de consultoras o nosso anfitrião local efectuou uma apresentação do Comakership como uma orientação estratégica a experimentar na gestão das PME para as tornar mais competitivas. Tendo-se já efectuado vários artigos sobre cooperação empresarial decidimos agora introduzir-vos o conceito para que se perceba o modelo que está subjacente a esta forma de parceria estratégica entre empresas. João Ribeiro Managing Partner Mercal “Comakership é uma relação evoluída entre cliente e fornecedor, e é considerado um factor prioritário na estratégia industrial”. 68 O que é o Comakership? Para quem não saiba, o Comakership é uma das formas mais desenvolvidas de acordo entre clientes e fornecedores, através de uma visão sistémica e integradora da cadeia de suprimentos, abordando estratégias, políticas e aspectos operacionais, relacionados à questão da qualidade, escolha e avaliação de fornecedores e logística que promovam a competitividade global da cadeia. Segundo Merli, “Comakership é uma relação evoluída entre cliente e fornecedor, e é considerado um factor prioritário na estratégia industrial”. Uma das maiores preocupações das organizações é a aproximação de laços de parceria entre fornecedor e cliente. Muitas empresas tentam aperfeiçoar os seus procedimentos criando, para o efeito, processos de integração e parcerias com os seus fornecedores para a obtenção de um melhor relacionamento e de forma a considerar as necessidades e expectativas de ambas as partes envolvidas no negócio em que se pretende estimular a obtenção de benefícios mútuos. Actualmente, fala-se muito na chamada cadeia de suprimentos e a relação fornecedor-cliente, resultando a mesma, numa nova relação de parceria. Quando essa relação de parceria atinge um elevado grau de evolução, traduzida em conceitos como os de confiança mútua, participação e fornecimento com qualidade assegurada, atribui-se à mesma a designação de comakership. O objectivo do presente artigo é verificar a importância do comakership no relacionamento entre fornecedor-cliente. Durante muito tempo a abordagem no relacionamento mais comum nas empresas entre fornecedor-cliente, era considerar o fornecedor como um adversário, que estaria mal intencionado em auferir o máximo lucro à custa dos eventuais descuidos do cliente. Nos últimos anos, no cenário competitivo actual, houve revoluções na qualidade e nas novas formas de abordagem em termos de relacionamento fornecedor-cliente, em que se procura desenvolver um clima de confiança mútua, para que todas as partes sejam beneficiadas com a parceria. Muitas empresas atentas a estas questões vieram a aperfeiçoar os seus procedimentos para obter um maior e melhor relacionamento com os seus fornecedores num clima de entreajuda critica e parceria. Nas situações referidas o fornecedor pode vir a ajudar no projecto do pro- Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. duto, na análise e melhorias do processo produtivo dos seus clientes, na promoção e garantia da qualidade, na informação e formação prestada quanto a custos e preços e, em contra partida, estabelece um contrato de fornecimento por um período normalmente igual ao da vida do produto. Esta relação de parceria quando atinge um elevado grau de evolução e maturidade, no que concerne a confiança mútua, participação, oferta com qualidade assegurada, são designadas de relações comakership, as quais não nascem de um dia para outro requerendo como o leitor depreende um tempo de amadurecimento, de conhecimento prévio da capacidade do fornecedor e a confiança do cliente. O termo assemelha-se à co-fabricação, pois o fornecedor participa activamente, envolvendo-se com as várias fases do projecto, como o planeamento, custos e qualidade e promove a garantia dos contratos celebrados de fornecimento, numa óptica de longo prazo. Qual a importância do Comakership? O Comakership implica como atrás referenciámos uma verdadeira parceria. A definição clara dos objectivos, a responsabilidade, a cooperação na troca de informações e o alto grau de profissionalização ou especialização são condições consideradas essenciais para se efectuar uma boa parceria. Esta parceria pode ainda ser vista como um estágio avançado do processo de cooperação entre empresas, com o intuito de criar valor nos negócios e dividir riscos, ou seja, significa que a partir do momento em que as organizações decidem formar uma parceria, o sucesso desta nova relação, dependerá do empenho dos gestores do processo para vir a consolidá-la. Num ambiente de elevada concorrência, a tarefa de encetar e vir a desenvolver relações com fornecedores, mais do que nunca, adquire sem dúvida uma dimensão estratégica. O seu objectivo é de dar a orientação e suporte à área de aprovisionamentos ou compras, mediante a avaliação e selecção de fontes potenciais de fornecimento, com o propósito de assegurar a conquista e a manutenção da competitividade da empresa. De facto, se a alta direcção da empresa encarar estrategicamente a actividade de desenvolvimento de fornecedores como relevante do ponto de vista estratégico essa actividade poderá ser útil para viabilizar o processo de implementação de relação de parceria com eles. Relacionamento fornecedor-cliente Para se atingir a parceria comakership, o relacionamento fornecedor-cliente, não basta apenas fornecer produtos ou serviços, é necessário desenvolver experiências personalizadas, procedendo de forma conjunta à criação de produtos ou serviços. Esta aproximação entre clientes e fornecedores produz, 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > 15 anos a criar parcerias de futuro “Durante muito tempo a abordagem no relacionamento mais comum nas empresas entre fornecedor-cliente, era considerar o fornecedor como um adversário, que estaria mal intencionado em auferir o máximo lucro à custa dos eventuais descuidos do cliente.” em muitos casos, uma dependência mútua em torno dos interesses da empresa. O processo de estágio do relacionamento tipo comakership começa logo com a escolha do fornecedor, através da análise nele efectuada no que se refere a preços, à qualidade com a inspecção a 100% no acto da recepção dos produtos, sendo iniciado um relacionamento mais duradouro, com o nascimento de uma certa confiança recíproca, eliminando-se assim, aqueles fornecedores que não têm qualidade. O fornecedor-cliente faz investimentos comuns em investigação e desenvolvimento, e o cliente muitas vezes financia os próprios programas de melhoria da qualidade dos seus fornecedores, para que estes implantem sistemas de garantia da qualidade, sendo este considerado um passo já para além do relacionamento comaker. O relacionamento fornecedor-cliente desenvolve-se a partir de uma actuação do cliente sobre seus fornecedores, para atingir um grau de entendimento e confiança mútua até então inexistente. Nesse processo, o cliente procura actuar nos aspectos que lhe trazem vantagem competitiva. Sendo assim, a empresa faz uma avaliação dos fornecedores, e seu desenvolvimento, para finalmente chegar à fase da parceria nos negócios. Avaliação dos fornecedores As empresas utilizam critérios para escolher o fornecedor que fará parte da parceria comakership. O cliente verifica se os custos estão compatíveis e em linha com o observado no mercado, partindo do princípio que eles devem ser reduzidos. Irá utilizar meios para analisar os processos produtivos e quantificar os custos, quanto à sua natureza, e comparar com os propostos pelo fornecedor. Para fortificar o relacionamento, o fornecedor tem que fundamentar a qualidade revelada pelo seu produto, mesmo que não seja um padrão de qualidade desejável, sendo importante que se reconheça as suas deficiências e que esteja disposto a implantar porventura algum programa de melhoria continua. A pontualidade nas entregas faz com que o fornecedor estabeleça junto à empresa, o desenvolvimento correcto do produto, cumprindo assim para com os prazos e para com os requisitos do consumidor final. Quanto às alterações e às solicitações do mercado o cliente e o fornecedor devem ter a capacidade de resposta rápida e se adaptarem a essas mudanças. No relacionamento fornecedor-cliente, o fornecedor deve ter tanta flexibilidade como as adaptações que são relevadas pelo seu cliente. O cliente deve também avaliar as instalações produtivas do fornecedor quanto às condições mínimas de fabricação de produtos de qualidade, os aspectos de layout, movimentação interna de materiais, condições de armazenagem de matérias-primas e produtos acabados, limpeza e gestão visual para conhecimento prévio da capacidade do fornecedor. Na estrutura organizacional do fornecedor verifica-se que a mesma dispõe dos sistemas de informação e de gestão que permitam a sustentabilidade da viabilidade económica e financeira da empresa e da sua capacidade em vir a atender os pedidos que serão feitos pelo seus clientes. “Para se atingir a parceria comakership, o relacionamento fornecedor-cliente, não basta apenas fornecer produtos ou serviços, é necessário desenvolver experiências personalizadas, procedendo de forma conjunta à criação de produtos ou serviços.” www.mercal.pt 69 depoimentos > 1996 > 1997 > 1998 > 1999 > 2000 > 2001 > 2002 > 2003 > 2004 > Maxicofre Cofres e Sistemas de Segurança, SA Nídia Teixeira maxicofre www.maxicofre.pt “As necessidades actuais, originaram uma reorganização interna, iniciada em Janeiro de 2008, a qual teve e tem como principal parceiro externo a Mercal – Gestão e Marketing Internacional, Lda...” Carlos Teles Mecanobloc Portuguesa www.mecanobloc.pt Fundada em 1996 na zona de Odivelas (Ramada), a MAXICOFRE, Cofres e Sistemas de Segurança SA, tinha como objectivo principal responder a algumas lacunas no mercado da segurança de equipamentos de física (cofres, portas fortes, etc). O ano de 1997 foi um ano de afirmação e solidificação da sua presença na segurança nacional e um ano de novos desafios com a conquista de novos mercados com especial relevo para o sector bancário. O seu crescimento acentuado em apenas um ano, impôs a abertura de uma delegação em Perafita-Matosinhos, Porto. A sua excepcional capacidade de resposta, possibilita que a MAXICOFRE esteja presente em todas as vertentes do sector da segurança, sendo assim uma das restritas empresas deste ramo com capacidade acima da média para qualquer solicitação. Em 2001 adquiriu novas instalações em Venda do Pinheiro, Mafra o que lhe permitiu uma adequação de meios, indispensáveis à concretização plena dos seus objectivos. Os últimos anos serviram para sedimentar a sua posição, com destaque na área da Segurança Electrónica e nos Sistemas de Gestão Integrada. Desde Abril de 2006, a MAXICOFRE SA passou a estar representada directamente em Angola, Luanda. Com a experiência adquirida em áreas tão importantes como a Banca ou a Industria, a MAXICOFRE SA não só se tornou um líder de mercado como, e acima de tudo, é actualmente uma referência para o sector. Criar emprego e gerar riqueza é um propósito tão ambicioso como o projecto de internacionalização. Actualmente a MAXICOFRE SA é uma conceituada empresa, recentemente distinguida com PME Líder, sendo a sua presença indiscutível do mercado afecto à Segurança Física projectando-se e evoluindo significativamente no segmento da Segurança Electrónica e na excelente prestação de Serviços Após Venda. Integrada num mercado elitista e dispondo de parceiros estratégicos de renome e prestigio internacional, possui um portfólio alargado de equipamentos de qualidade média/ alta resultante numa satisfação total e plena de soluções. O vasto mercado em que se insere permite encarar o presente e projectar o futuro com todo o optimismo. Mantemo-nos incessantemente na procura de soluções inovadoras e tecnologicamente evoluídas que permitam a aplicação de funcionalidades protectoras não convencionais. A MAXICOFRE fornece equipamentos e serviços de segurança nas mais prestigiadas organizações portuguesas, assim como em clientes internacionais, trabalhando em equipa com os seus elementos operacionais, com clientes tanto do sector privado como do sector público – administração central e administração local. A abordagem específica que adopta em cada cliente, permite-lhe trabalhar com organizações de diferentes dimensões actuando nos mais diversificados contextos. Para assegurar a qualidade do trabalho desenvolvido e a satisfação dos nossos clientes, a MAXICOFRE realiza periodicamente avaliações internas de desempenho. As necessidades actuais, originaram uma reorganização interna, iniciada em Janeiro de 2008, a qual teve e tem como principal parceiro externo a Mercal – Gestão e Marketing Internacional, Lda, parceiro este que está envolvido nas seguintes áreas: • Formação/valorização dos seus colaboradores; • Internacionalização. • Implementação do Sistema de Gestão de Qualidade ISO 9001 e protecção do meio ambiente ISO 14001. É um privilégio Pessoal poder manifestar, embora em poucas palavras, o apreço que tenho pelos serviços, pela Equipa Mercal e em especial pelo Dr. João Ribeiro. Foi pena, para mim e para a Mecanobloc Portuguesa, não nos termos cruzado com a Mercal à 15 Anos atrás, pois poderíamos assim, também, festejar 15 Anos de sucesso e parceria com a Mercal. Mas o Futuro está aí! Parabéns 70 Mercal Gestão e Marketing Internacional, Lda. 15 anos a criar parcerias de futuro depoimentos 2005 > 2006 > 2007 > 2008 > 2009 > 2010 > Um estado de direito não pode deixar de ser um estado proporcional Entrou em vigor no dia 12 de Setembro a Lei n.º 100/2009, de 7 de Setembro, que veio alterar os Códigos do IRC e IRS relativamente ao tratamento fiscal das indemnizações pagas a administradores, gestores, ou gerentes de pessoa colectiva no âmbito da cessação de funções ou por rescisão de um contrato antes do termo. A alteração consiste na eliminação da exclusão parcial de tributação em sede de IRS de que beneficiavam os gestores, gerentes e administradores, em relação às compensações ou indemnizações, correspondentes a 1,5 vezes do valor médio das remunerações regulares com carácter de retri-buição sujeitas a IRS, auferidas nos últimos 12 meses, multiplicado pelo número de anos ou fracção de antiguidade ou de exercício de funções. O valor assim pago passou a ficar integralmente sujeito a imposto. Em relação ao IRC, é introduzido um regime de tributação autónoma através da aplicação de uma taxa de 35% aos custos suportados com as indemnizações quando não relacionadas com objectivos de produtividade fixados previamente na relação contratual. Idêntica tributação atinge o valor pago em caso de cessação antecipada de funções, na parte que exceda o valor das remunerações que seriam devidas até ao final do res-pectivo mandato. O diploma levanta várias questões, entre outras: ii(i) conceito de “gestor” (abrange outras categorias de “dirigentes” que sejam membros de órgãos de administração ou equivalente ou pretende ainda abranger trabalhadores subordinados que ocupem lugar de topo?); i(ii) tributação autónoma na parte que exceda o valor da remuneração devida até final do mandato (e quando não existe prazo de mandado determinado?); (iii) a taxa da tri-butação autónoma aplica-se a qualquer indemnização paga durante todo o exercício de 2009 ou apenas às indemnizações pagas após a entrada em vigor deste novo regime (o diploma não prevê norma transitória)? Mas centremo-nos na dimensão da carga fiscal que este novo regime impõe às referidas indemnizações. A dupla tributação deste encargo, em sede de IRS e em sede de IRC ( tributação autónoma á taxa de 35%), origina níveis elevadíssimos de receita fiscal. Mas, o nível de encargos não se fica por aqui. O Código dos Regimes Con-tributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social (aprovado pela Lei nº110/2009, de 16 de Setembro, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2010), prevê que a indemnização atribuída fica sujeita a contribuição para a segurança social nas situações em que se verifica o direito a prestações de desemprego. Assim, a indemnização que um trabalhador por conta de outrem nomeado membro do órgão estatutário há mais de um ano, receba pela cessação do mandato está na íntegra sujeita a contribuições para a segurança social (11%; 23,75%) e a IRS e a IRC (tributação autónoma). Esta tripla tributação origina o seguinte nível de encargos: Mafalda Garcia Advogada Consultora Jurídica “A dupla tributação deste encargo, em sede de IRS e em sede de IRC ( tributação autónoma á taxa de 35%), origina níveis elevadíssimos de receita fiscal.” Exemplo: Valor de indemnização: 50,000, euros Líquido a receber pelo colaborador: 24.500,00 euros ( 11% SS + 40% de IRS) Custo para a empresa = 63,906,25 euros (50.000 x 23,75% (- 25% de IRC) + 50.000 x 35% de IRC TA). Assim, receita líquida arrecadada pelo Estado é de 39, 406,25 euros ( i e 78,8% do valor da indemnização). Verifica-se uma desproporção clara. Em consequência, constata-se uma violação do princípio do Estado de direito da proibição do excesso. Recorremos à expressão inserta no recente acórdão do Tribunal Consti-tucional a propósito da obrigação de efectuar o PEC por parte de pessoas colectivas isentas de IRC (Acórdão nº 494/2009, Proc. 596/06 in DR, 1ªSérie, nº 206, 23 de Outubro de 2009) (...) “Ora, a medida legislativa em apreço não passa no teste da proporcionalidade (...). e continua “ (...) o estado de direito não pode deixar de ser um estado proporcional”. www.mercal.pt 71 15 anos a criar parcerias de futuro k UNIÃO EUROPEIA Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional >1996>1997>1998>1999>2000>2001>2002>2003>2004>2005>2006>2007>2008>2009>2010>