20140524 Meia de Rock AO #28
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20140524 Meia de Rock AO #28
26 Sábado AÇORIANO ORIENTAL SÁBADO, 24 DE MAIO DE 2014 COORDENAÇÃO HUGO GONÇALVES, JOÃO CORDEIRO E LÁZARO RAPOSO DIREITOS RESERVADOS Conheça as bandas que vão apagar as 30 velas da “Maré” Dos vídeos caseiros à fama internacional O Meia de Rock faz uma breve apresentação dos artistas já anunciados para edição 30 do Festival Maré de Agosto JOÃO CORDEIRO [email protected] Hilight Tribe Trazem consigo sons de raízes tribais que assentam que nem uma luva no ambiente que se vive na Maré de Agosto. Devem subir ao palco quando a noite for já longa e os níveis de adrenalina do público estiverem no auge. A percussão, o baixo e a bateria formam a base que suporta os sons psicadélicos de uma guitarra muito pro- Selah Sue A jovem artista pode dar graças ao novo paradigma mediático trazido pela internet. Selah Sue saltou do anonimato dos vídeos caseiros que publicava no MySpace para uma carreira profissional pela promoção feita pelos fãs que foi conquistando. Hoje é um dos grandes valores da música belga, e foi mesmo considerada artista revelação de 1 pela revista Rolling Stone. O concerto de Selah Sue, com soul, funk raggae e hip-hop, deverá ser menos festivo e mais sentimental. Matisyahu é, por enquanto, o nome mais sonante do cartaz da Maré de Agosto 1 cessada, do didgeridoo, e de outros instrumentos de todo o mundo, criando um som a que se pode chamar trance natural. Quem gosta dos concertos de Blasted Mechanism não pode perder. Vão fazer levantar poeira do chão! La Chiva Gantiva Embora tenha surgido no ambiente frio de Bruxelas, La Chiva Gantiva tem início com três colombianos – a que se juntam dois europeus e um vietnamita. Vão pôr toda a gente a dançar ao som dos ritmos quentes da América do Sul. Música latina com incursões no funk e no rock. “Maré”, não quer dizer que venha a ser o melhor concerto, nem o mais aguardado. Nasceu Matthew Paul Miller, nos Estados Unidos da América, mas canta os ensinamentos do judaísmo sob o nome hebraico Matisyahu. Vem aos Açores já com novo disco: “Akeda” é lançado a 3 de Junho. Para já, o primeiro single parece mostrar uma nova sonoridade, mais polida e mais próximo do pop. Um pouco longe do raggae e do hiphop mais clássico com que começou a carreira, e a que, mais tarde, juntou elementos de música eletrónica. Será preciso esperar pelo álbum para tirar as dúvidas. Matisyahu É, por enquanto, o nome mais sonante do cartaz – o que, numa Mariza Dispensa qualquer tipo de apresentação. Mariza é a artista por- tuguesa que tem levado o fado, e o nome de Portugal, mais longe e com mais sucesso. Será mais um momento de afirmação da “Maré de Agosto” como festival de músicas do mundo. Será, provavelmente, o concerto de abertura de algum dos dias de festival, e promete pôr muita a gente a cantar os seus temas mais conhecidos. Djaikovski feat. MC Wasp Impulsionador do movimento “Balkan Beat”, que mistura a música eletrónica com a música tradicional da Macedónia, Djaikovski é um dj que se faz acompanhar em palco por uma secção de metais, um violino e vários MCs convidados. Mais um concerto energético que vai deixar o público em delírio. O “corte final” para Roger Waters DIREITOS RESERVADOS LÁZARO RAPOSO [email protected] Tenho a perfeita noção de que há uma legião de fãs hardcore dos Pink Floyd que vão querer amaldiçoar-me por dizer isso, mas: o álbum “The Final Cut” tem muito pouco de Pink Floyd. Contextualizando: “The Final Cut” sucede a “The Wall”, que foi obra quase exclusiva de Roger Waters. Ambos os álbuns têm um teor muito autobiográfico por parte de Waters, o assumido autor das letras desde 1973. Mas, enquanto “The Wall” ainda possui um cunho forte de Gilmour e mesmo Wright, “The Final Cut” é simplesmente a ascenção ditatorial de Waters nas lides da banda. Quem ouve “The Final Cut” percebe que a sonoridade é diferente do resto do catálogo dos Pink Floyd. Aliás, se querem ouvir algo semelhante mais vale ouvir o álbum a solo de Roger Waters - “The Pros and Cons of Hitchhiking”. Aqui e ali, ainda se sente qualquer coisa de Pink Floyd, como o solo de guitarra no tema “The Fletcher Memorial”, ou a transição da voz de Waters para o solo de saxofone em “The Gunner’s Dream”. Mas é muito pouco para caracterizar o álbum como um produto Pink Floyd, até porque Gilmour já não compunha, “The Final Cut”: nome do álbum parece antever o que viria a acontecer Wright tinha sido afastado da banda, e até Mason foi substituído num tema. Até a raiva e angústia presentes na voz de Waters já não têm o mesmo encanto que tinham em “The Wall”. Desprovido de essência ‘floydiana’ “The Final Cut” parece um debitar enfadonho das ideias de Waters. Por mais que ouçamos o álbum de cima a baixo, ou de trás para a frente, custa a associar a um dos nomes com mais peso na história do Rock. Ironicamente, o nome do álbum parece antever o fim do quarteto clássico dos Pink Floyd. Para o bem e para o mal, foi o corte final para Rogers Waters!