Projeto en PDF: Minas de tantos Gerais
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Projeto en PDF: Minas de tantos Gerais
is ão era G s o d astid eav s a n i rais uitas M Mina s As m dos o ã a s t i dany Minasearnadis v a e The m tness of G s Ge uitas s the va ição As m 1ª Ed Projeto Minas de tantos Geraes — 2ª edição do livro “As muitas Minas e a vastidão dos Gerais”. tifi Deser cation ting the by that figh nced the fact experie Despite ically process ication ons bas id regi the desertif ficação Deserti semi-ar servation of so area con arid and proces overall s on the of its ate ao n iões depend than 5% comb servatio r reg , less ral con o po que o caatinga n by fede sofrid Ainda Brazilia ected nda ação is prot g to the da s depe sertific t and accordin rvação units, ironmen de de semi-árida conse a of Env ources da e áre e s ral Res Institute s pron árida lmente 5% de sua ble Natu 62% of area s de ted menta Renewa idade s de are loca Brazil, un o no r In funda . ess com pied (IBAMA) ga, me tegidos po tion proc ly occu acordo degrada Caatin e pro original to this is, de were biente estão es that federa total 2000, io Am ama). in zon since e. rvação do Me nature is (Ib the biom is the the ve conse Brasileiro by ii) in tted is a nová sitta spix of the to Not spo cetíve ais Re (Cyanop cies Institu Natur -azul as sus al spe em inha áre sos anim gars s arar atic da estão Recur e), cou r), emblem lo nca (dov sil, 62% gradação most o (dee as pe . Asa-bra tingueir No Bra oupad de de caatinga veado-ca te oc sagui-d tipo cats, adillo), esse almen and and wild a (arm sde o key) origin -peb de as mon tatu zon dwarf bees, tureza a e of the (sagui . da na opsitt ) are som cida nordeste bioma s cavy (Cyan are e ul tles (res -az biome. of Desap espéci preás rinha e g in the posed mática is com als livin 0, a ara onças ium ble flora anim 200 ca, med inga ran ll to is em ano unt The caat bs and sma . Asa-b eiro, é a ma e amo shru ), larg atinga atingu spixii) is ee grasses, 7m high eliads, and l da Ca s, veado-c o-nordest s (3 to ns. brom en anima size tres ts and conditio selvag eba, sagui-d is que ny plan the arid gatos of thor u-p pted to the dry s anima y ada as, tat during perfectl uns do abelh strategy os leaves alg of the ust is são . The loss surface. ance, s, arb preás oration bioma gramínea , for inst porte season store the evap r am o to ce dio bit po ity ha to redu osta the abil o a mé grande used others have Comp quen , while plants uses, de pe altura) Some ground se as cact ly on ores such tros de espinhosa ion. e árv practical water, e me s absorpt roots a set their water planta atinga é keep (três rove rain ira, mororó, e de A to imp da Ca tidad gue dez. level flora quan jatobá, ro, catin de ari r icum, lias, a Pau-fer ições a, po ú, arat a sec bromé a às cond quatro, umb a rante braúna, juazeiro tad and uz du ira, s ap eiro red aroe ha ad e marmel murici, as das fol ratégia qu pinhão, eristic . Algum perda est nar patacas, some charact é ção , aze . ora plo cies are arm n spe evap exem angico de de tras vegetatio ície de to ou acida caatinga quan superf a cap na s têm tos, en mente planta mo os cac pratica a , co água s raízes ra permitir m sua pa solo mantê ície do va. roró, superf da chu ira, mo , murici, ue ção ing bá absor rro, cat ticum, jato , pinhão, Pau-fe atacas bú, ara s as da ro, um a, quatro-p algum juazei ún o são a, bra as da aroeir e angic acterístic car eleiro marm getais es ve espéci . ga Caatin FOTO/PICTURE: EDUARDO GONTIJO Lapinha da Serra, em Santana do Riacho na Serra do Cipó. Lapinha of Serra, in Santana do Riacho in Serra do Cipó. Biodiversidade no espaço e no tempo FOTO No poente está o sertão; ao nascente, o mato dentro. O carrasco floresce mais adiante, pouco depois da mata seca. Desvendar a natureza de Minas Gerais é um convite a subir a serra, percorrer os vales, adentrar as grutas e mergulhar nos rios. Para cada termo científico, há uma expressão popular muito antes conhecida e, quase sempre, mais ilustrativa. No oeste o Cerrado, ao leste a Mata Atlântica, enquanto a Caatinga estende-se na direção norte. Ainda que Minas Gerais abrigue em seu vasto território ecossistemas distintos e bem caracterizados, é nas montanhas e em suas reentrâncias que se pode contemplar o encontro dessa biodiversidade no espaço e, com EL AUN RE: MIGU /PICTU ra encont . ainda ais Brasil) Minas Ger de oro do oeste carnív like the mífero edas no nor reserves Gerais. ter in Minas ior ma s shel : Ver st of thwe a (o ma still find 7 Sertão Brazil) in the Nor | 20 a pintadnal Grande mal in l Park ais e mam Nationa fica onç cio Ger dos carnivorVeredas magní Parque Na o a est ã larg id Sertão: inção, como o vast ada (theGrande e a da ext as a pint nas ent onç À beira em reserv s Mi uita magnific abrigo n, the As m On the ctio e of extin verg FOTO/PICTURE EDUARDO TRÓPIA 164 | Altar da Igreja Padre Faria, em Ouro Preto. Altar of Padre Faria Church, in Ouro Preto. forros. Os exemplares mais antigos do barroco encontram-se em Ouro Preto e as em Diamantina, enquanto manifestações Min tas mui | A s em toda a do rococó estão distribuídas 206 antiga capitania das Minas Gerais. Há dois grandes momentos da produção de forros do ciclo rococó. Um deles renova a trama das composições barrocas, com menos elementos em amplos espaços vazios. Guirlandas de flores formam a composição, criando uma sensação de leveza. Entre os pintores que mais se destacaram nesse tipo de composição está Manoel da Costa Ataíde. Nascido em 1762 e morto em 1830, o pintor executou obras em diversas cidades e localidades mineiras, entre as quais merece destaque a igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, considerada uma obra-prima da arquitetura brasileira. rais s Ge d oin the middle of the 18th dão iBeginning vast e a century, all the evolution of baroque time. About one billion years ago, the Biodiversity in space and time sea receded and left room for the geological formations that created the ‘Great Western Ridge’, as Brazil’s To the west lies the hinterland; to the ‘backbone’ was named by Augustin de east, backwoods. The ‘carrasco’ Saint-Hilaire a renowned French vegetation (thicket) thrives further on, botanist. right after the dry bush. Unveiling Mina Composed of a series of mountains Gerais nature is an invitation to climb the mountains, travel across valleys, extending from the Quadrilátero enter caves and dive in the river pools. Ferrífero to the Diamantina Plateau, in For each scientific name there is a the State of Bahia, the Espinhaço range common name known since long ago combines attributes that enable it to and, many times, more illustrative. To fully develop the three biomes present in Minas Gerais: Atlantic Rainforest, the west lies the Scrubland, to the east, the Atlantic Rainforest, whereas the Savanna Vegetation and ‘Caatinga’ ‘caatinga’ vegetation extends towards Vegetation. The first two biomes are among the north. planet’s 34 hotspots – biomes of Even though Minas Gerais hosts within its vast territory distinct and greater biodiversity and, at the same well-characterized ecosystems, it is on time, the most threatened ones. These the mountains and associated gorges environments host breathtaking that one is able to contemplate the landscapes and delicate formations interface of this biodiversity in space where life flourishes in a detailed and and, with some imagination, also in vigorous manner. “ O que A s m u i t a s Mvem i n a sos e só a vastidão dos Gerais alguma imaginação, também no tempo. Há cerca de um bilhão de anos, o mar recuou para dar lugar às formações geológicas que originaram a ‘Grande Cadeia Ocidental’, como primeiro foi chamada a ‘espinha dorsal’ do Brasil, pelo botânico francês Augustin de SaintHilaire. Conjunto de montanhas que se estende do Quadrilátero Ferrífero à Chapada Diamantina, na Bahia, o Espinhaço combina atributos que lhe permitiram desenvolver plenamente os três biomas existentes em Minas Gerais: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Os dois primeiros figuram entre os 34 hotspots do planeta — biomas com maior biodiversidade e, ao mesmo tempo, mais ameaçados. Ambientes que abrigam paisagens arrebatadoras e delicadas formações, onde a vida floresce caprichosa e vigorosamente. As muitas Minas e a vastidão dos Gerais olhos vale — pelo só vive cisão que que nos olha — em nos . Inelutáv separa el porém sos o que dentro vemos de nós éa daquilo que nos olha”. | 165 Assim o filós ofo fran propõe cês uma nov — par a experiê Didi-Huberman a além ncia em nos de cata recortes relação logaçõ ideoló à arte es, icon ografia A despei gicos. s ou to do interpre gosto tações, pessoa imposs l, leituras conjunt ível fica os com ou r indifere o o de Tiraden Ouro Pre nte a tes, to, Dia Belo Hor ou a obras com mantina izonte, o as da ou os Doz Congon Pampulh e apó has do a, em stolos, Campo, Brumad em ou Inho inho. Inco tim, em filmes ntáveis e poe são os mas que livros, artista, tentam estudos valendo traduzir , -se par históric a obra ou a tanto, o, das do o lutas pol vigor esp íticas, con contexto iritual do dição cria A arte física ou é também dor. esta pos criação sibilida do obs de de nos ofe ervado experiê recem r. E é ncia hum as arte Gerais s e a arq ana que . uitetura em Min as style to rococo also affected the ceiling painting. The oldest examples of baroque art can be found in Ouro Preto and in Diamantina, while manifestations of rococo art are evenly distributed throughout the old capitania of Minas Gerais. There are two major periods of ceiling production in the rococo cycle. One of them renews the pattern of baroque compositions, with fewer elements in large open spaces. Flower wreaths make up the composition, creating a feeling of lightness. Among the painters that stood out in this type of composition is Manoel da Costa Ataíde. Born in 1762 and deceased in 1830, this painter produced works in many cities and locations in Minas, among which we can highlight the São Francisco de Assis Church, in Ouro Preto, considered a masterpiece of Brazilian architecture. FOTO/PICTURE EDUARDO TRÓPIA Orgão Arp Schnitger da Igreja da Sé, em Mariana. FOTO/P Arp Schnitger Organ at Sé Church, in Mariana. Praça Tira den “What we see only has value what looks — it only at us. Howe lives — in our eyes ver, insid separates e us, invin through what we cible is see from the chas what looks m that at us.” ICTURE tes em Tiradentes EDUARD O TRÓPIA Our o Preto Square in Ouro Preto This is how the French experienc philosoph e in relati er Didion to ideologica Huberman l cuts. Disre art – going beyo proposes nd catal interpreta garding a new ogues, personal tions, it iconograph is impo taste, readi those in ssible to s or Ouro Preto ngs or remain , Diamantin Pampulha, indifferent a or Tirad to comp Belo Horiz lexes like entes, or Campo, onte, the to work or Inhot Twelve s like those im, in Brum Apostles, movies in Cong in adinho. and poem onhas do There are s that attem this purp countless pt to trans ose use books, historical late a work condition studies, conte or spirit or an artist xt, politi ual stren cal fights , and for observer. gth of the , the phys And it is creator. ical this poss and archi Art is also ibility of tecture a creat human in Mina ion of the experienc s Gerais e that the offer us. arts 32 | Historica l, Patrim ônio arquite histórico, artís tônico tico e de Minas artistic and arc Gerais hitectural heritag e of Min as Gerais As muitas Minas e a vastidão dos Gerais • Aprovado na Lei Federal de Incentivo à Cultura: incentivo de até R$ 295.530,00, valor que pode ser totalmente abatido do Imposto de Renda. • Aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura Minas Gerais: incentivo de até R$ 236 250, 00. 80% deste valor pode ser abatido do ICMS. — A sua empresa pode investir no livro “As muitas Minas e a vastidão dos Gerais” o valor total (ou qualquer quantia a partir de R$ 50 mil) e terá direito a tiragens especiais personalizadas com a sua marca — a partir de 300 exemplares — e até 16 páginas no capítulo de abertura para mensagens institucionais. — Um livro inédito, ousado, original, rico em informações, de alto padrão gráfico e editorial, além de reunir em mais de 300 páginas as mais belas imagens de Minas Gerais. — Uma obra cuidadosamente lapidada para informar e emocionar o leitor: as mais belas imagens do patrimônio histórico, da natureza, da arquitetura, das artes e artesanato, das manifestações culturais, do folclore, da religiosidade e da gastronomia de todas as Minas Gerais. • 336 páginas. • 280 fotos. • formato 22, 5 X 30 cm com sobrecapa. • absoluta excelência gráfica e editorial; com impressão e acabamento de alto luxo e requinte. • textos em português e em inglês. A Veredas Editora e Jornalismo Especializado — que edita a Revista Sagarana —Turismo e Cultura em Minas Gerais —, produz a 2ª edição do livro fotográfico e literário,“As muitas Minas e a vastidão dos Gerais” — uma proposta inédita, original e de grande ousadia, que alcançou pleno reconhecimento da mídia e encantou o seu público-leitor. Esta obra de grande sucesso agora resurge revista e ampliada. O livro ''As muitas Minas e a vastidão dos Gerais” apresenta toda a diversidade cultural do Estado, expressa em suas manifestações artísticas e culturais e, ainda, em suas riquezas edificadas — caracterizadas pelo maior e mais importante patrimônio histórico do Brasil. O livro mostra também o mais abrangente relato da grandiosa biodiversidade natural de Minas Gerais, revelada pelas mais fantásticas fotos da natureza de todos os recantos do Estado. Patrimônio histórico e arquitetônico de Minas Gerais: Os mais importantes estilos arquitetônicos existentes em Minas; dos estilos Barroco, Moderno até o Contemporâneo. Um vasto registro das cidades históricas mineiras e das mais belas fazendas coloniais. FOTO/PICTURE: EDUARDO GONTIJO hospitality. Before reaching the State of Cachoeira do Tabuleiro, uma in the Jequitinhonha River Valley, which Bahia, the Espinhaço Range stands out das mais altas de Minas Gerais (273 metros), nos arredores de Conceição do Mato Dentro. Tabuleiro Waterfall, the highest in Minas Gerais (273 meters), in the outskirts of Conceição do Mato Dentro. is widely known for its folkloric, artistic and cultural density. In Minas Gerais, the ERBR counts on 12 fully-protected conservation units: Serra do Cipó and Sempre-Vivas National Parks; Itacolomi, Serra do Rola Moça, Rio Preto, Biribiri, Pico do Itambé e Serra do Intendente State Parks; Tripuí and Fechos Ecological State Stations; and Ribeirão do Campo e Salão de Pedras Natural Municipal Rio das Pedras e Milho Verde, distritos que conquistaram espaço entre os atrativos turísticos de Minas com seu charme e hospitalidade. Antes de chegar à Bahia, a Serra do Espinhaço projeta-se sobre o Vale do Jequitinhonha, notório por sua densidade folclórica, artística e cultural. Em Minas Gerais, a RBSE conta com 12 unidades de conservação de proteção integral: Parques Nacionais da Serra do Cipó e das Sempre-Vivas; Parques Estaduais do Itacolomi, da Serra do Rola Moça, do Rio Preto, do Biribiri, do Pico do Itambé e da Serra do Intendente; Estações Ecológicas Estaduais do Tripuí e de Fechos; e Parques Naturais Municipais do Ribeirão do Campo e do Salão de Pedras. Outras 27 unidades de conservação são também contabilizadas na área da reserva. Parks. Another 27 conservation units are also part of the reserve area. Corredor ecológico Ecological corridor “Amidst the various Minas Gerais mountains the tablelands resemble a ceiling and their vastitude seems to be never ending. One of them, called mountain, but which is also a plateau, Patrimônio artístico de Minas Gerais: solid ground, is the Cipó. Therein, carrasco vegetation, trees, rivers, trails and high walls twist, bend and make the soil thicker and less monotonous. “Saints” appear throughout the territory as local designations: Santana, São Sebastião, Santo Antônio, Conceição, Senhora do Porto... The plains are so As mais importantes manifestações artísticas existentes em Minas; do estilo Barroco ao Modernismo até chegar à Arte Contemporânea. beautiful that they should be sacred”. Cástor Cartelle, preface of book Serra do Cipó Mammals (2003) “No meio das montanhas tantas de Minas há semeadas planícies que, de tão altas, parecem teto e, de tão amplas, fim não ter. Delas, uma que chamam serra, mas é também planiço, chão parado, é o Cipó. Lá, carrasqueiras, árvores, rios, caminhos e paredões, retorcem-se, dobram-se e entornam-se encorpando o solo e afugentando a monotonia. E para os quatro cantos é chão semeado de santo: Santana, São Sebastião, Santo Antônio, Conceição, Senhora do Porto... Só podia, por ser planície, de tão bela, sagrada.” Cástor Cartelle, prefácio do livro Mamíferos da Serra do Cipó (2003) The Espinhaço Range alternates altitudes from 700 to 2,072 m – Pico do Sol, at the Caraça Mountain is considered the highest point – with minimum differences in width, varying from 50 to 100km. The site counts on exuberant landscapes formed by overhanging rocks, peaks, valleys, high walls, caves, waterfalls and canyons. The southern portion of the rock mass is the watershed of three major hydrographic basins: the Doce River O Espinhaço alterna altitudes de 700 a 2.072 metros — o Pico do Sol, na Serra do Caraça, é considerado o ponto mais alto —, com diferenças mínimas de largura, que variam de 50 a cem quilômetros. A serra conta com exuberantes paisagens, formadas por despenhadeiros, picos, vales, paredões, grutas, cachoeiras e cânions. As muitas Minas e a vastidão dos Gerais | 175 Artesanato em Minas Gerais: Para além da figuração, o barroco preocupava-se com um certo enredamento do espectador por meio de estímulos sensoriais. Há todo um engenho para ativar a participação emocional do observador, criando um ambiente de paixão e devoção. A proposta do barroco é atingir a dimensão do espetáculo. E como uma peça de teatro, a narrativa não se completa sem a presença de seus espectadores. A pintura e a escultura, para tanto, necessitavam criar a ilusão da realidade dos temas representados. Nessa busca pela aparência da verdade eram usados recursos como o apego à substância, com valorização das cores e texturas, além do uso calculado da luz e da sombra, de curvas e diagonais, do cheio e do vazio. Amostras das mais significativas peças de artesanatos produzidas em todas as regiões de Minas Gerais. Going beyond figures, baroque art was concerned with pulling in spectators through sensory stimulation. There is a skill involved in activating the emotional participation of the observer, creating an environment of passion and devotion. The proposal of baroque art is to achieve the dimension of spectacle. And like a play, the narrative is not complete without the presence of spectators. To achieve this, the painting and sculpture need to create the Folclore em Minas Gerais: illusion of reality in the themes presented. In this search for the appearance of truth, resource were used, like the attention to substance, valuation of colors and textures, and calculated use of light and shadow, of curves and diagonals, of fullness and emptiness. Minas de ouro Quando finalmente o bandeirante paulista Antônio Dias descobriu uma pedra negra aos pés do pico Itacolomi, chegava ao fim o século XVII e, com ele, a predominância do barroco na Europa. Mas em Minas, o barroco estava prestes a começar. Em torno do ouro recém-descoberto, foi criado o arraial de Antônio Dias. E logo muitos outros se seguiram — entre eles, o de Ouro Preto, fundado pelos portugueses. O crescimento da atividade mineradora e o rápido povoamento fez surgir, em 1711, a Vila Rica, que mais tarde, em 1823, seria denominada Ouro Preto. Foi nesse ambiente de grande proposperidade, possibilitada pela atividade mineradora, que o barroco se desenvolveu, tendo as ordens terceiras e as irmandades leigas como as grandes patrocinadoras da arquitetura, talha, escultura e pintura do período colonial. Por influência de Portugal, a temática barroca em Minas também é predominantemente eclesiástica. Suas imagens confirmam os sacramentos, como o batismo, o matrimônio ou a extrema-unção; dão ênfase a passagens 8 | Um completo painel de todas as manifestações folclóricas tradicionais existentes em Minas Gerais; do congado, da cavalhada à folia de reis. Gold mines in Minas When Antônio Dias, the bandeirante explorer from São Paulo, finally discovered a black stone at the base of FOTO/PICTURE MIGUEL AUN Itacolomi peak, it was near the end of the 17th century, and with it, the predominance of baroque art was A magnífica imagem de Nossa Senhora da Piedade, de Aleijadinho, que está em Felixlândia. ending in Europe. But in Minas, baroque art was just beginning. Around the recently The exquisite image of Nossa Senhora da Piedade, by Aleijadinho, which is in Felixlândia. discovered gold, the village of Antônio Dias was founded. And soon, many others were to follow, among them, Ouro Preto, founded by the Portuguese. The growth of mining and rapid population growth led, in 1711, to the settlement of Vila Rica, which would later, in 1823, be called Ouro Preto. It was within this very prosperous environment, made possible by mining, that baroque art developed, with the third orders and lay fraternities as the great sponsors of architecture, engraving, sculpture and painting of the colonial period. By influence of Portugal, the baroque them in Minas is also predominantly ecclesiastic. Its images confirm the sacraments, like baptism, marriage and extreme unction; they give emphasis to the passages from Christ’s life, like his birth, childhood, passion, death and resurrection; and they exalt the Virgin Mary, and the Holy Artesanato Brasileiro Family. As muitas Minas e a vastidão dos Gerais As muitas Minas e a vastidão dos Gerais | 9 FOTO/PICTURE: EDUARDO TRÓPIA As encenações da Semana Santa de Ouro Preto são tradições herdadas da cultura barroca. The reenactments of the Passion Week of Ouro Preto are traditions inherited from the barroc culture. “No Nordeste de Minas, além do domínio das guardas de Caboclo, há manifestações como o Congo do Penacho (Montes Claros), Caixa de Assovio e Tamborzeiros”. Paralelamente, muitas danças homenageiam Nossa Senhora do Rosário, como o batuque e a dança do nove. Como existem quilombos na região, há várias manifestações de dança em círculo, de origem negra — diferentemente das danças em alas, como a quadrilha, de origem europeia. No Sul de Minas, dentre as guardas já conhecidas destaque para os Caiapós, exclusivos da região de Silvianópolis, onde ocorre uma das festas do Rosário mais antigas da região. Algumas definições de folclore 90 | Some definitions of folklore What is it? A culture of popular origin formed by the customs and traditions conveyed from father to son. Including, for example, popular art, crafts, cuisine, dance, music, games, legends, beliefs, typical religious and profane festivities. Folklore day in Brazil: August 22nd. Origin of the word: Anglo-Saxon: Folk + lore, knowledge acquired through tradition. Characteristics of folklore event: constructed on the basis of the past and transmitted from generation to the next, but not necessarily static, since it is in constant evolution; it is inserted in a context and has a function; it is accepted by the collectivity. Folklore expression: occurs within an established context, most often as part of a special feast or date. Congado, for example, is a folklore expression related to the devotion to Our Lady of the Rosary. 152 | As muitas Minas e a vastidão dos Gerais O que é? Cultura de origem popular formada pelos costumes e tradições transmitidas de pai para filho. Inclui, por exemplo, a arte popular, o artesanato, a culinária, a dança, a música, as brincadeiras, lendas, crendices e festas religiosas e profanas típicas. Quando é comemorado no Brasil: 22 de agosto. Origem da palavra: anglo-saxônica. Folk quer dizer povo e lore, sabedoria adquirida por meio da tradição. Características do fato folclórico: é construído a partir do passado e transmitido de geração a geração, o que não quer dizer que seja estático, já que está em contínua evolução; está inserido num contexto e tem uma função; e é aceito pela coletividade. Manifestação folclórica: ocorre num contexto estabelecido, na maioria das vezes como parte de uma festividade ou data especial. O Congado, por exemplo, é uma manifestação folclórica relacionada ao culto de Nossa Senhora do Rosário. As muitas Minas e a vastidão dos Gerais | 153 A grandiosa natureza das Minas Gerais: Brazilian Handicraft Engana-se quem pensa que o nosso artesanato surgiu com a chegada dos portugueses ao Brasil. Muito antes das 13 caravelas de Cabral aportarem em nosso litoral, os índios que aqui habitavam (cerca de 5 milhões), já dominavam várias técnicas de trançados, pinturas, fabricação de utensílios, armas e bijuterias. Os povos indígenas da fase Marajoara, habitantes da Ilha de Marajó, por volta do ano 400 da nossa era, apresentavam uma produção bem estruturada de cerâmica com modelagem tipicamente antropomorfa. Mas foi a cultura de Santarém, também na região amazônica, que revelou uma das mais antigas e expressivas amostras artesanais indígenas. A produção mais característica desses povos também foi a cerâmica, cuja decoração, bastante complexa, apresentava além da pintura e do desenho, ornamentos em relevo com figuras de seres humanos (cariátides) ou animais. Além do barro, a abundância de folhas, palhas, cipós e fibras possibilitou aos índios desenvolverem a arte do trançado e da tecelagem, produzindo uma grande variedade de peneiras, cestos, esteiras, abanos e redes. Da madeira construíam canoas, ocas, arcos e flechas. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. Com a colonização do Brasil por Portugal a partir do século 16 e, a migração forçada de outros grupos, de origem africana, que aqui chegaram como escravos, o país começou a importar quase tudo que necessitava. Nos três séculos de colonização vividos pelo Brasil, a vida cultural esteve intimamente ligada à coroa portuguesa e seus padrões europeus. No século 17, Salvador não era apenas a capital do país, mas também, o centro econômico da região mais rica do Brasil. De lá saíam todas as riquezas da colônia para Portugal e, pra lá, se dirigiam os comerciantes portugueses, que traziam consigo, os hábitos da metrópole e os produtos portugueses. Artistas portugueses e artesãos africanos trabalhavam na decoração das igrejas, talhando a madeira, esculpindo a pedra, pintando o teto e dando o ar ricamente ornamentado do barroco. A partir do século 18, com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a cidade do Rio de Janeiro se transformou, no centro de intercâmbio comercial entre a região da mineração e Portugal, tornando-se capital do país em 1763. Those who believe that our handicrafts originated with the arrival of the Portuguese in Brazil are mistaken. Way before the 13 sailing ships led by Cabral landed on our coast, the Indians that lived here (about 5 million) already used various techniques for weaving, painting, and the fabrication of utensils, weapons and costume jewelry. The indigenous people of the Marajoara phase, which inhabited Marajó Island circa 400 AD, displayed a well-structured pottery technique with a typically anthropomorphic model. But it was the Santarén culture, also in the Amazon region, that revealed one of the most ancient and expressive samples of indigenous crafts. Pottery was also the most characteristic production of these people, with quite complex decorations, which in addition to the paintings and drawings, also included ornaments with raised depictions of human beings (caryatids) or animals. In addition to clay, the abundance of leaves, straws, vines and fibers allowed the Indians to develop the art of braiding and weaving, producing a wide variety of sieves, baskets, mats, fans and hammocks. Canoes, huts, and bows and arrows were produced from wood. Feathers and animal skins were used for garments and decorations for the tribe ceremonies. With the colonization of Brazil by Portugal starting in the 16th Century and the forced migration of other groups of African origin that arrived here as slaves, the country started importing almost all of its needs. During the three centuries of colonization Brazil underwent, cultural life was closely linked to the Portuguese Crown and its European standards. FOTO/PICTURE: MIGUEL AUN Em Minas, cerca de 500 mil pessoas têm no artesanato a principal fonte de renda. Com um movimento anual de aproximadamente R$ 30 bilhões. In Minas, around 500 thousand people has handicraft as their main source of revenue, with an annual turnout of approximately R$ 30 billion. As muitas Minas e a vastidão dos Gerais Festas Religiosas em Minas Gerais: Um amplo painel de todas as romarias e festas movidas pela fé em feriados religiosos no Estado como a Semana Santa. FOTO/PICTURE: ººFRANCILINS O magnífico teatro religioso da Semana Santa em Ouro Preto incluem cerimônias e rituais que mantém características do século 18. The magnificent religious theater of the Passion Week in Ouro Preto includes ceremonies and rituals which maintain characteristics of the 18th century. Uma abordagem completa de todas as belezas naturais e a magnífica biodiversidade de Minas Gerais: fauna, flora (espécies ameaçadas de extinção); todas as informações, ricamente ilustradascom fotos exclusivas: um vasto painel sobre as grandes bacias hidrográficas com informações precisas sobre a biodiversidades dos principais rios, os lagos e as mais chapéus de palha. As festas juninas começam, oficialmente, em 13 de junho, dia de Santo Antônio. No mesmo mês, homenageia-se São João, no dia 24, e São Pedro e São Paulo, no dia 29. As festividades, porém, são tão populares, que entram por julho a dentro, seja em casas de família ou em eventos já consolidados no calendário turístico mineiro, como o já citado Arraial de Belô. É tempo de quadrilha, dança dramatizada ou folguedo de origem inglesa que chegou a Portugal via França, até desembarcar no Brasil, com a Corte de Dom João VI, em 1808. Tempo também de delícias típicas como canjica, cocada e quentão, de espetáculos pirotécnicos, de forró, de barraquinhas e de simpatias para obter graças dos santos. Nesse sentido, um dos mais solicitados é Santo Antônio, que além de ser, por tradição, o patrono dos casamentos, ajuda a encontrar coisas perdidas e a solucionar questões tidas como impossíveis. Ao viajar pelos municípios mineiros nessa época encontramos ainda festas juninas beneficentes, que mantêm tradições históricas e originalidade na criação e organização do evento, de acordo com a pesquisadora Deolinda dos Santos. Além do Arraial de Belô, se destaca o Forró de Curvelo, no qual as barracas lindamente decoradas formam, segundo ela, “verdadeiros ambientes, com bonecos, árvores e objetos, cada um mais bonito que o outro”. Em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte, o destaque é a Cavalhada, realizada na cidade há mais de 100 anos, festividade com dois dias de duração, no fim de semana que se segue ao dia de Santo Antônio. Usada pelos missionários, no século 17, como uma forma de 146 | As muitas Minas e a vastidão dos Gerais As muitas Minas e a vastidão dos Gerais fantásticas cachoeiras. Da mesma forma são retratadas as grutas e cavernas, além de uma amostragem detalhada dos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. FOTO/PICTURE: MIGUEL AUN Para enfrentar viagens longas e cansativas, os tropeiros se alimentavam de uma mistura de feijão e farinha de mandioca: origens de um dos mais tradicionais pratos mineiros, o feijão tropeiro. In order to face the long and tiresome journeys, the expeditioners ate a mixture of beans and ground manioc: the origin of one of the most traditional dishes from Minas, the tropeiro beans. FOTO/PICTURE JOÃO CASTILHO Crianças em Milho Verde. Children in Milho Verde. 278 | As muitas Minas e a vastidão dos Gerais As muitas Minas e a vastidão dos Gerais | 279 A gastronomia de Minas Gerais: Uma completa abordagem da típica culinária mineira, incluindo uma vasta contextualização histórica explicando as origens dos pratos tradicionais, ilustradas por belíssimas imagens das mais variadas delícias e das mais belas cozinhas de Minas Gerais. dessas pessoas logo se tornava um problema, o que levou ao que a história chama de “crises de fome”, que pontuaram o período que vai de 1697 a 1713. “As novas descobertas alimentares sempre foram precedidas por crises e guerras”, explica Puiati, “pois a necessidade gera a criatividade e a busca da inovação. É uma questão de sobrevivência”. Se a produção das roças era insuficiente e a chegada de víveres dos grandes centros litorâneos era demorada e dispendiosa, o jeito era explorar a matéria-prima local. Antas, veados, capivaras, macacos, aves da fauna local, mel de abelha, plantas e frutos do mato, tudo isso foi provado pelos homens de então. E alguns desses ingredientes passaram a incorporar a cozinha cotidiana como o palmito, os peixes de rio e muitas variedades de plantas e arbustos, inclusive o ora-pro-nóbis, em torno do qual é promovido até um festival na cidade de Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte, normalmente realizado no mês de maio. Com o adensamento populacional da região das Minas, o território se estabelece como destino importante de tropas que trazem de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia gêneros de primeira necessidade e insumos dos mais variados tipos: milho, feijão, farinha de mandioca, cachaça, açúcar, tecidos, remédios, ferramentas, escravos. Para enfrentar a viagem longa e cansativa, os tropeiros se alimentavam de uma mistura de feijão e farinha de mandioca. O cozinheiro do grupo levava o torresmo já pronto, conservado na sua própria gordura, usada, por sua vez, para dar sabor ao refogado, ao qual se agregava os ingredientes disponíveis no local: ovos, uma verdura de folha, couve de preferência, cebola, um pedaço de carne-seca para substituir o caríssimo sal. É essa, ainda hoje, a receita icônica da cozinha mineira 248 | The pioneers’ advance resulted in the discovery of regions that were rich in ore, around which villages appeared practically overnight. Feeding these people soon became a problem, which led to what history calls “hunger crisis”, which characterized the period between 1697 and 1713. “The new food discoveries always happened after crisis and wars”, explains Puiati, “for need generates creativity and the search for innovation. It is a matter of survival”. If the production on the farms fell short and the arrival of animals from the shore took too long and was costly, they had to explore the local raw material. Tapirs, deer, capybaras, monkeys, local birds, honey, plants and fruits, all of those were tasted by men back then. And some of these ingredients became part of the daily cuisine, like the palmetto, fresh water fish and a wide variety of plants and bushes, including the ora-pro-nóbis, around which a festival is promoted in the city of Sabará, metropolitan region of Belo Horizonte, which usually takes place in may. With the populational increase of Minas, the territory establishes itself as an important destination of troops that bring from São Paulo, Rio de Janeiro and Bahia, basic food and varied goods: corn, beans, manioc, cachaça, sugar, fabric, medicines, tools, and slaves. In order to face the long and arduous journey, troopers fed off a mixture of beans and manioc flour. The group’s cook already brought the torresmo done, kept in its own fat, used, in turn, to give flavor to the braise, which had ingredients available at the time: eggs, a green leaf, preferably kale, onion, a piece of dry meat to replace the very expensive salt. That is, still today, the iconic recipe of traditional Minas cuisine: the tropeiro beans. As muitas Minas e a vastidão dos Gerais Imagens da gente mineira: FOTOS/PICTURES: JOÃO CASTILHO Pescadores na alvorada do Rio São Francisco em diferentes pontos do norte de Minas. Fishermen at sunrise in São Francisco River in different points in the North of Minas. Uma leitura em imagens dos afazeres, dos ofícios e dos costumes de um povo que trabalha e preserva as suas mais ricas tradições. Imagens das Minas e dos Gerais: Uma viagem pelas paisagens típicas, inconfundíveis, dos sertões às montanhas, que caracterizam esta grande nação Minas Gerais. 268 | As muitas Minas e a vastidão dos Gerais As muitas Minas e a vastidão dos Gerais | 269 Outras informações: 31 3344 2245 / 31 9951 3380 / [email protected] | 147