Guia do Dragão Barbudo

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Guia do Dragão Barbudo
Guia do Dragão Barbudo
Ver ficha da espécie:
Pogona vitticeps
Esperança média de vida: 7 a 12 anos
Tamanho em adulto: pode atingir os 60cm
Dragão barbudo e o seu habitat: Os Dragões Barbudos são originários da Austrália. Os
Pogona vitticeps (Dragão Barbudo) que hoje podemos adquirir nas lojas são todos criados em
cativeiro, isto porque as leis de protecção ambientais australianas proíbem a exportação das
espécies nativas do seu território.
A primeira imagem contem uma mancha azul que mostra aproximadamente o território
habitado por o Dragão Barbudo, (norte / sul) alguns 1500 km (leste / oeste) cerca de 1000 km.
Com a segunda imagem é possível ver temperaturas que se fazem sentir durante o dia no
mesmo local.
Características Gerais: O Dragão Barbudo é extremamente dócil e sociável pelo que tolera
bastante o manuseio. Em adultos podem mesmo acomodar-se no seu ombro e fazer breves
passeios. A melhor forma de pegar no animal é apoiando sempre a mão por baixo de modo
que ele se sinta seguro. Nunca mostre medo do seu Dragão, avance para ele sempre com
confiança, sinta que você é que domina e não deixe nunca essa situação se inverter.
Manuseie-o regularmente para que ele não deixe de se habituar a si, mostre-lhe que é
inofensivo, uma boa técnica para conseguir fazer relaxar o Dragão é aquecer uma toalha e
aproxima-la do Dragão, ele provavelmente acomodar-se-á nela, se for á noite é provável que o
dragão adormeça. A sequência da imagem abaixo representada, mostra um procedimento que
não deve ter, muitos donos optam por dar comida á boca ao Dragão, isto não é benéfico pelo
que o Dragão poderá associar o dono á comida, e naturalmente vai sempre procurar a comida
da mão do dono, pode mesmo morder pensado que o dono leva comida, o Dragão pode ainda
ganhar o hábito de só se alimentar na presença do dono, ou ainda num caso extremo pode
habituar-se a só comer quando o dono lhe dá a comida á boca.
Comunicação: Como já disse, os Dragões são dos répteis que mais toleram o contacto
humano, por vezes estes tem algumas atitudes de dominância, submissão e defesa, que é
transmitida para nós através de uma linguagem
muito própria e gestual.
Arm Waving (acenar)
Os Dragões por vezes fixam-se em três patas e
utilizam a restante (dianteira) para fazer uma
espécie de aceno, rodam a pata dianteira fazendo
pequenos círculos no ar. Pensa-se que este
comportamento signifique submissão, pois
normalmente, os Dragões fazem isto após o
manuseio ou em resposta a outros dragões de
hierarquia superior.
Head bobbing (abanar a cabeça na vertical)
Este comportamento é mais típico nos macho e normalmente e acompanhado por um exibir da
barba. Estes movimentos são feitos de modo rápido e brusco, ou seja movimentam a cabeça
para cima e para baixo rapidamente. Este movimento é mais acentuado na época de
reprodução. Significa dominância, as fêmeas geralmente abanam a cabeça em sinal de
submissão, os gestos são mais lentos, e não tem a mesma espontaneidade dos machos.
Subir para o dorso de outro Dragão
É mais um afirmar de hierarquia e dominância, deve-se ter atenção a este comportamento, pois
se alojar um grupo de Dragões, no caso do empilhamento de vários, e Dragão que fica por
baixo pode sufocar
Bufar
Este comportamento é próprio em vários répteis, tal como o exibir a barba, também pretende
intimidar, podemos encarar este comportamento como um aviso.
Cauda levantada
O Dragão levanta bastante a cauda quando não se sente seguro, quando está desconfiado,
caracteriza o estado de alerta nesta espécie. Esta atitude pode também ser testemunhada nas
fêmeas na época de acasalamento, serve para mostrar ao macho que está pronta para
acasalar.
Exibir a barba
Os Dragões exibem a barba, quando se sentem ameaçados, através da impulsão de um osso,
esticam a pele da garganta que imediatamente fica preta, adoptam assim um ar mais feroz
para tentar intimidar.
Morder
Os Dragões são animais, portanto podem por vezes morder-se uns aos outros ou mesmo
morder o seu dono, não devemos esquecer que são repteis e que existem sempre dias em
que o Dragão pode estar mais temperamental, respeite-o mas nunca mostre medo dele, é
importante o Dragão perceber que quem domina é você.
Boca aberta
Todos os répteis são animais de sangue frio, logo necessitam de se regularem termicamente
por vezes para o fazem necessitam de adoptar este comportamento, é um comportamento
semelhante aos de répteis de maior porte como os crocodilos. Serve para expelir o calor
corporal que existe em excesso, se isto acontecer com frequência e ainda que o Dragão esteja
debaixo do Basking spot, confirme as temperaturas, e se necessário baixe-as.
Exibir a barba
Este comportamento é pouco típico ainda assim os Dragões adoptam-no para esticarem a pele
dessa região, e muitas vezes para facilitar a muda de pele na mesma zona. Se o seu Dragão
tiver este tipo de comportamento, não se assuste.
Fase e Morph
A fase é no fundo o padrão que distingue cada exemplar, os Dragões são dotados de diferente
características físicas entre elas a sua coloração ou fase. Existem variadíssimas fases, daí ser
impossível expor todas as fases neste documento. Em suma podemos dizer que é através da
genética que se pode definir a fase. A ciência tem feito também manipulação genética com
Dragões barbudos, de forma a criar novas fases, a título de curiosidade deixo uma foto de um
exemplo de manipulação genética num Dragão Barbudo, um Dragão sem escamas. Deixo a
opinião para ser tirada por si mesmo.
O esquema abaixo representado, contem algumas fotos que mostra as fases mais conhecidas.
Sandfire
Leucístico
Hypopastel
Sandfire Red
Normal
Hypo Amarelo
Sexagem
Os Dragões adultos são mais fáceis de sexar, pois os machos apresentam características bem
diferentes das fêmeas, são mais largos, e tem a cabeça mais comprida. Contudo para ter a
certeza do sexo do teu Dragão podemos observar as saliências que se encontram ligeiramente
acima da colaça.
Macho
Fêmea
Para isso devemos segurar o Dragão na palma da mão com a sua cauda virada para nós,
cuidadosamente levanta-mos a cauda do animal e examina-mos a área logo acima da abertura
ventral, estas saliências são perceptíveis a partir dos 3 meses de idade.
Criação: Neste ponto vou tocar muito ligeiramente, pois é necessário um conhecimento
bastante elevado para se ter sucesso na reprodução, no entanto vou tentar tocar nos aspectos
principais. Os machos atingem a maturidade sexual com cerca de um ano ao passo que as
fêmeas só devem criar perto dos 2 anos de idade. Se os dragões estiverem bem de saúde
basta junta-los (macho e fêmea) num espaço amplo, deve-se ter um local onde a fêmea possa
deixar os ovos. A fêmea escava um buraco para por os ovos, depois deve recolhe-los e
encuba-los.
Terrários e Acessórios: Os Dragões
Barbudos podem ser alojados individualmente,
em casais ou em grupos de fêmeas.
A composição do terrário deve fornecer um
ambiente o mais confortável e parecido com o
natural possível. Lembre-se que esta espécie
tem a sua origem nos desertos australianos
caracterizados por temperaturas elevadas e
ambiente muito seco.
Recomenda-se como dimensões mínimas, as
seguintes medidas (L x A x P):
Bebés - 50cm x 31cm x 25cm
Juvenis - 60cm x 60cm x 30cm
Adultos - 100cm x 60cm x 60cm
Os Dragões, em contrario das cobras não stressam com muito espaço, por isso quanto mais
espaço o Dragão tiver melhor é para ele, independentemente de ser bebé ou adulto. O terrário
normalmente é construído em vidro ou em madeira, se for em madeira deve ter atenção para
não escolher uma madeira tóxica.
Substractos: O papel de cozinha apresenta-se como
a melhor solução para cobrir o fundo do terrário, pois
alem de não fazer mal ao animal, acaba por permitir
um melhor controlo visual da alimentação e defecação
do Dragão. Dispondo também da grande vantagem de
ser descartável e portanto de fácil limpeza. Embora o
papel seja a solução mais viável, acaba por ser pouco
estético, por isso apresento mais duas soluções
funcionais e mais estéticas do que a esta.
Uma delas passa pela argila, cobrir o chão do terrário
com argila e deixar secar, quando seca a argila abre
fendas, que dará muita graça ao terrário, depois é só
passar uma camada de verniz não tóxico, ou então de
cola branca, para dar mais resistência á argila, este
substrato pode ainda ser pintado desde que se utilize
tintas não tóxicas também.
Por fim a minha última sugestão passa pelas placas
de xisto, estas placas podem ser distribuídas pelo
fundo do terrário, se forem pequenas pedras em
placas, podem ser coladas entre si, até formarem um
“chão” sólido que em nada põem em risco a saúde do
animal.
A areia é por vezes apresentada como uma solução,
no entanto não aconselho totalmente esta opção, os
Dragões são répteis muito curiosos e gostam de
comer ou “bicar” tudo o que aparece, como a areia é
um substrato solto, por vezes o Dragão ingere areia
em demasia e acaba por morrer por impactação.
Assim, é por isso desaconselhado o uso de qualquer
tipo de substrato solto. Na imagem do lado é possível
ver um dragão que morreu devido a esta causa, é
possível ver uma massa sólida de areia armazenada
no seu interior.
Aquecimento e Humidificação: O Dragão Barbudo é
um animal dum clima específico e diferente do clima
que temos em Portugal, logo para manter um
exemplar em cativeiro é necessário aumentar a temperatura para simular as temperaturas a
que ele estaria sujeito se estivesse no seu meio ambiente. Portanto a temperatura ambiente
diurna no lado quente do terrário deve estar entre os 32ºc e os 35ºc, no lado frio 25ºc, no
Basking spot recomenda-se 40 ºc a temperatura nocturna deverá estar entre os 18ºC e os
20ºc, já a humidade deve variar entre 10% e 30%.
Basking Spot é um foco de calor, pode ser conseguido através de uma lâmpada envolvida por
um material cerâmico que tem como objectivo focar a luminosidade e calor produzido pela
lâmpada, é aqui que o Dragão vai apanhar os seus banhos de sol.
As temperaturas podem ser conseguidas facilmente através de qualquer fonte de aquecimento,
sendo mais comum o uso de lâmpadas de cerâmica, cabos ou tapetes de aquecimento.
Qualquer um destes dispositivos deve estar ligado a um termóstato de modo a controlar
facilmente os níveis de temperatura e o bom funcionamento dos meios de aquecimento. A
potência destes dispositivos varia com a dimensão do terrário e com a temperatura ambiente.
Deve ir sempre confirmando se as temperaturas estão de acordo com o estipulado, para isso
pode usar os termómetros.
Se optar por utilizar lâmpadas de cerâmica opte por comprar também um bocal em cerâmica,
pois os vulgares de plástico normalmente não aguentam a elevada temperatura e derretem.
Nunca use pedras de aquecimento para répteis, estas podem provocar graves queimaduras no
seu animal.
Ventilação
terrário é uma barreira física que delimita o
normalmente os terrários são feitos em
ou vidro, nunca devemos esquecer que este
respiradores para que o ar que existe lá
seja renovado.
Se o terrário tiver mais que um respirador,
devem estar desalinhados, de forma a evitar
correntes de ar. Se o terrário for aberto por
O
espaço,
madeira
deve ter
dentro
estes
cima e
uma vez que estes animais são exímios
trepadores é preferível que tape o topo do
terrário com uma rede permitindo assim a
ventilação e impedindo o animal de sair.
Os respiradores devem ter orifícios pequenos
de forma a não permitir que o Dragão passe
por lá, ainda assim recomendo que sejam forrados com rede mosquitas para evitar que
insectos indesejados entrem no terrário, como moscas e pequenos aranhiços.
Decoração
O aspecto visual tem mais importante para nós
do que propriamente para o Dragão. No
entanto há elementos que não devem ser
dispensados.
Coloque sempre ramos que permite ao animal
trepar, e assegure que estes alem de
suportarem o peso, permitem que o Dragão
esteja confortável acomodado em cima deles.
Deve também ter dois esconderijos, um em cada lado do terrário, e ainda podemos colocar
algumas pedras ou plantas de plástico. Se o terrário for de vidro, ou transparente, deve-se
sempre colocar um Background no terrário, pois
alem de bonito é confortável para o Dragão, este
vai sentir-se mais seguro.
Iluminação
Alem de ser necessário manter as temperaturas
ideais, não devemos esquecer que estamos a falar
de animais de sangue frio, e que necessitam da luz
solar para o seu desenvolvimento, para simular o
espectro solar existem alguns dispositivos,
conhecidas por lâmpadas de uvb/uva, todas estas lâmpadas existem numa escala que varia,
tentado simular os diferentes espectro solares que incidem no nosso planeta, o dispositivo que
deve ser utilizado neste caso é a lâmpada Repti-glo 10.0 da Exo-terra.
O dispositivo deve ser colocado de modo a que o Dragão consiga chegar até 20 cm da
lâmpada, mas que não consiga alcança-la, seria bom se se conseguisse criar um foco de luz .
Estas lâmpadas devem ser substituídas de 6 em 6 meses, porque depois desta data já não
consegue emitir o mesmo espectro.
Uma alternativa á lâmpada Repti-glo 10.0 poderá ser uma lâmpada Repti-glo 8.0, estas,
existem compactas ou florescentes á semelhança das imagens das Repti-glo 10.0, no entanto
a lâmpada repti-glo 10.0 é mais indicada para Dragões Barbudos.
O Foto período deve ser de 14h dia/10h noite nos meses de verão e 12h/12h meses de
inverno. Se esta lâmpada estiver ligada a um Temporizador, não será necessário ter que se
preocupar em ter que acender e apagar a lâmpada, pois este fará o trabalho por si.
Alimentação: O Dragão Barbudo é omnívoro e a sua dieta é constituída por insectos, vegetais
e frutos. Um Dragão Barbudo deve ser alimentado de 2 a 3 vezes por dia, principalmente
enquanto são pequenos. Enquanto bebé a alimentação deve equilibrar-se entre 80 % insectos
e 20% vegetais e frutas, á medida que este cresce as percentagens vão-se invertendo até
atingir o estado adulto, onde a alimentação deve variar entre 80 % de vegetais e frutos e
apenas 20% insectos.
No esquema abaixo representado temos uma lista de todos os alimentos que pode inserir na
alimentação do seu Dragão. Em termos de alimentação insectívora, os grilos, baratas, ou
gafanhotos, devem ser a base da alimentação, as larvas são gordas, logo devem ser dado
como guloseima (há quem defenda que até aos 6 meses de idade os dragões devem comer
tenébrio como base de alimentação). Os vegetais e frutos, deve-se ir variando e dar ao Dragão
um pouco de tudo. Os pinkies são uma fonte de carne que poderá dar ao seu Dragão adulto,
contudo não é essencial para a sua alimentação, se optar por dar, dê com pouca frequência.
O suplemento de Cálcio é essencial para o bom desenvolvimento do Dragão, assim
recomenda-se que se borrife os insectos 2-3 vezes por semana para Dragões adultos e todos
os dias para bebés.
Em relação á agua, os Dragões não bebem água, eles retiram a agua necessária dos
alimentos, no entanto às vezes apreciam molhar-se para baixar a temperatura, por isso deve
existir um recipiente com agua dentro do terrário, que deve ser mudado regularmente e sempre
que esteja sujo. Há uma regra que devemos ter sempre em conta, o tamanho do alimento
nunca deve exceder a distância entre os dois olhos.
Nunca dê alface ao seu Dragão, alem de ser nutritivamente pobre, pode provocar diarreias.
Grilos
Baratas
Gafanhotos - Só para Dragões adultos ou semi-aduiltos
Tenébrio - Rico em gordura, deve ser dado apenas ocasionalmente.
Zophoba - Rico em gordura, deve ser dado apenas ocasionalmente.
Deve cortar a cabeça da zophoba antes de dar ao animal, pois esta tem fortes mandíbulas e
poderá ser perigoso para o Dragão, depois deste o ingerir.
Larva da Cera - Rico em gordura, deve ser dado apenas
ocasionalmente.
Buffalo - Rico em gordura, deve ser dado apenas ocasionalmente.
Vegetais - Couve, salsa, trevos dente de leão, folhas de beterraba,
feijão verde, pepino, cenoura, batata, bróculos e ervilhas.
Frutos - Banana, uva, morango, pêssego, pêra, maçã, tamaras,
papaia, melão, kiwi e figos.
Pinkies - Devem ser dados só a adultos, com pouca frequência, pode
ser até dispensável.
Suplementos de Cálcio - Deve borrifar os insectos com este
suplemento todos os dias - enquanto o Dragão é pequeno - e 3 a 5 dias em adulto.
Segurança
1 - Para segurança do animal, as crianças
devem ser sempre supervisionadas por adultos
aquando da alimentação e manuseamento.
2 - Se o aquecimento for feito por lâmpada
proteja sempre o equipamento ou coloque-o
num ponto inatingível pelo Dragão, para que
este nunca entre em contacto directamente
com ele.
3 - Tenha cuidado com o alimento vivo que
existe dentro do terrário, no caso dos grilos
evite deixa-los durante a noite com o Dragão,
pois muitas vezes e devido á fome, os grilos
mordem o Dragão enquanto este está inactivo.
4 - Evite substractos soltos.
5 - Não utilize produtos tóxicos em nada que
interaja com o Dragão.
6 - Certifique-se de que o terrário está bem
ventilado.
Saúde e Higiene: Em caso de qualquer anomalia no comportamento ou aparência do animal,
devemos consultar sempre um veterinário especialista em Répteis. Para evitar problemas,
devemos:
1 - Ter atenção à ameaça dos parasitas.
2 - Manter um bom suplemento de cálcio.
3 - Proporcionar-lhe uma refrescadela através de um borrifador, sempre fora do terrario.
4 - Se estranhar algum comportamento no seu animal, como perda de apetite, respiração
ruidosa ou outro, visite imediatamente um veterinário especialista em animais exóticos e
répteis.
5 - Dê banho ao Dragão, para estimular a sua actividade intestinal e para manter afastados os
parasitas, especialmente na altura da muda de pele, dê também um banho, isto vai amolecer a
pele morta, e ajuda-la a sair.
6 - Limpeza pontual do terrário sempre que necessário, uma vez por semana é por norma
suficiente.