CADERNOS DE RESUMOS
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CADERNOS DE RESUMOS
CADERNOS DE RESUMOS STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS STANISLAVSKI E BOAL: O REALISMO FOTOGRÁFICO NA ORÍGEM Antonia Pereira Bezerra (Produtividade em pesquisa , Nível 1D;); Universidade Federal da Bahia No contexto específico de um projeto de teatro do oprimido em parceria com a FIEB/SESI e a EMBASA (Empresa Baiana de Saneamento Básico), na perspectiva de montagem de três espetáculos fórum, com os trabalhadores da Indústria, examinamos métodos e teorias acerca da construção de personagens e desempenho de papeis: identificação X distanciamento crítico. Tal exame norteou a problematização dos princípios éticos e políticos da Poética do Oprimido, consolidados a partir dos métodos de interpretação naturalista, em particular, aqueles referentes à construção do papel de protagonista/oprimido. Esta revisão do instrumento pressupôs a comparação inexorável do sistema de Augusto Boal e os métodos de construção da personagem e concepções do jogo teatral de Constantin Stanislavski. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS STANISLÁVSKI E O COSPLAY: UM ÍNTIMA LIGAÇÃO COM A TEATRALIDADE Diego Brito Bezerra (PIBIC/CNPQ;Iniciação Científica); Orientador: Fernando Lira Ximenes; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE Quando vemos Stanislávski, observamos que ele foi um dos primeiros a estudar a arte teatral de forma a não aprisioná-la nas regras do teatro formal de até então, estando disposto a fazer com que o ser humano pudesse se expressar mesmo estando ligado a um ambiente artístico onde estas regras reinavam, buscando um ator vivo, rompendo com muitos conceitos da dramaturgia e interpretação da época. Sua memória das emoções, apesar de ser muito questionada pelos estudiosos e até mesmo pelo próprio autor ao fim da sua vida, foi um caminho criado a fim de, a partir de um texto, o ator pudesse se expressar de forma a manifestar sua teatralidade, se utilizando de seus sentimentos para transpô-los a personagem. Tal tentativa culminaria na busca de tentar criar algo que libertasse o ator do seu cotidiano a fim de expressasse de forma mais espontânea. Dessa forma, este trabalho visa uma análise destes mecanismos trabalhados pelo diretor e como eles afetam no processo de construção das personagens dos praticantes de cosplay (processo cênico no qual determinadas pessoas buscam se transvestir em personagens de animações, filmes, videogames e outras mídias populares), tendo como base de análise dos cosplayers (praticantes de cosplay) da Super Amostra Nacional de Animes, na cidade de Fortaleza-CE. Dessa forma, busca-se mostrar como os ensinamentos do diretor russo influenciam essa linguagem teatral de maneira a seus praticantes encontrarem nela um caminho para manifestarem sua teatralidade. Apoio: CNPQ/IFCE STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS STANISLAVSKI E O TEATRO PÓS-DRAMÁTICO Edelcio Mostaço; UDESC Costuma-se pensar com frequencia que o sistema de interpretação proposto por Stanislavski seja restritivo a um determinado estilo ou formato de espetáculo, especialmente identificado como realista. Nessa acepção, ele seria uma metodologia datada, estagnada no tempo e incapaz de responder às necessidades da cena contemporânea, articulada a partir pressupostos distantes daquele horizonte histórico. Isso não é verdade. O chamado teatro pós-dramático pode - e em muitos casos deve - utilizar o sistema como uma poderosa ferramenta em sua composição. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS HAMLET DE STANISLAVSKI E GORDON CRAIG, O OLHAR DE VIGOTSKI Edlucia Robelia Oliveira de Barros (CAPES;); Orientador: Eduardo Jose Reinato; Universidade Federal de Goias Este trabalho é parte da minha pesquisa de mestrado em performances culturais e tem por objetivo discutir a encenação simbolista de Hamlet resultante do encontro de dois importantes artistas do século XX, o diretor inglês Gordon Craig (1872-1966) e o diretor russo Constantin Stanislavski (1863-1938), no Teatro de Arte de Moscou (TAM), em 1911. Bem como pretende discutir as imagens construídas pelo pensador russo Lev S. Vigotski (1896-1934), que teria assistido a referida encenação em 1916. Esta experiência foi muito impactante para um dos maiores psicólogos do século XX, já que este produziu seu trabalho de conclusão de curso em Direito e Literatura na Universidade de Moscou, intitulado A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca (1916/1999), onde expressa suas experiências como espectador que irá influenciar algumas de suas proposições como psicólogo. Apoio: UFG / FAPEG STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS CENA EM TRANSITO: A PASSAGEM DO EXPERIMENTO CÊNICO ESCRITOS DO PALCO PARA PERFORMANCE. Eduardo Bruno Fernandes Freitas e Francisco Dyhego Mesquita Martins; Orientador: Fernando Leão; IFCE O presente trabalho se propõe a compreender a transição do modelo dramático ao performativo no experimento cênico Escritos – realizado pelo EmFoco Grupo de Teatro, na cidade de Fortaleza/CE –, elegendo como questão principal: qual o lugar do texto no teatro dramático e no teatro de performance? Stanislavski já afirmava que no texto está a gênese da personagem, e que o ator deve buscar no subtexto a compreensão das motivações do papel que irá interpretar. Por outro lado, Cohen afirma que performance é linguagem artística que guarda uma estreita aproximação com a vida do performer, sendo uma arte de fronteira, portanto que busca uma relação com o real. É, pois, essa interface entre a dramaturgia textual e a escrita performática que norteia esse estudo. A partir de uma pesquisa bibliográfica que inclui Constantin Stanislavski, no que consta à criação de um papel partindo da análise de um texto – do estudo das circunstâncias externas à criação de circunstâncias interiores -, Renato Cohen, Jacó Guinsburg, Jorge Glusberg e Sílvia Fernandes, com uma literatura especializada sobre o gênero performance e a relação real/cena. Seguida pela própria observação e análise da montagem, apresentação e reformulação de Escritos, propomos uma reflexão sobre o lugar do texto nesses dois gêneros. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS STANISLÁVSKI EM TRÂMITE: USOS DO SISTEMA NUMA MONTAGEM TEATRAL CONTEMPORÂNEA Fátima Costa de Lima / André Francisco dos Santos; UDESC Reflexões autocríticas sobre o modo como é aplicado o Sistema do encenador e teórico teatral russo Konstantin Stanislavski (1863-1938) nas práticas da Oficina de Montagem do grupo Teatro em Trâmite (Florianópolis, 2013). O artigo coloca em diálogo uma atriz e o diretor da montagem (também autores do artigo), com a intenção é operar dialeticamente a relação entre interior e exterior teorizada em A Preparação do Ator, livro adotado pelo diretor teatral do Grupo Trâmite como fundamental para a pesquisa da interpretação de ator do elenco da montagem em questão. O objetivo é contrastar as percepções de ambos, atriz e diretor, durante o desenvolvimento dos trabalhos da encenação que tem como referência uma das "tragédias cariocas" de Nelson Rodrigues (1912-1980): Boca de Ouro (1959). STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS ILUMINAÇÃO CÊNICA: RELENDO STANISLAVSKI Felipe Braccialli; Orientador: Pro. Dr. Narciso Telles; Universidade Federal de Uberlândia Nesse artigo será relacionado o trabalho de criação e operação de iluminação cênica com o pensamento empregado por Constantin Stanislavski na preparação do ator para a cena. Entendendo que a memória que serve para reproduzir sentimentos, também ajuda a construir uma visão poética para a cena, podem-se transpor sentimentos para a iluminação, criando assim ambientações e sentidos que fortalecem a cena. Outro ponto a se pensar é na própria observação cotidiana, observar o que acontece na vida para de lá retirar ferramentas e ideias para a cena. Também nesse acaso o iluminador tem do cotidiano um lugar para conseguir recolher imagens necessárias para a criação da iluminação cênica e da operação da mesma. Dá observação é possível de pensar em cores, angulações, cortes, intensidade entre outras tantas possibilidades de luz, transpondo tudo para a cena. O entendimento e pesquisa da iluminação é algo essencial para a criação artística de um espetáculo, fortalecendo as cenas e aumentando o efeito esperado da peça em seu público. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS POÉTICAS DE STANISLAVSKI E BRECHT, SOB O EIXO TEMÁTICO DE SUAS IDEOLOGIAS. Francisco D'Avila; Orientador: Rodrigo Ruiz; Universidade Federal de Pelotas O teatro, durante o século XX, obteve importantes contribuições, tanto teóricas quanto práticas, a partir de dois grandes encenadores: o russo Constantin Stanislavski, e o alemão Bertolt Brecht, que desenvolveram, através de suas poéticas, distintos modos estéticos e ideológicos. Este artigo tem como objetivo, por meio de uma pesquisa embasada em ambos os estudos, delinear um quadro comparativo entre esses dois encenadores, buscando de forma dialética, o ponto de intersecção que destaca a questão da ideologia social em ambas as teorias. Para tanto, analisei comparativamente uma encenação de cada um deles visando reconhecer a dimensão social em suas práticas cênicas. Tal iniciativa parte de um entendimento particular em relação à concepção do fazer teatral, por acreditar e defender que essa arte deve compreender os anseios e transformações de nossa sociedade. Brecht se direciona profundamente para um engajamento social, observando o ato teatral como manifesto, e almejando o despertar de uma sociedade passiva frente às mazelas humanas. Já Stanislavski, dedica sua trajetória ao trabalho do ator e ao processo de criação, priorizando a ética teatral, valorizando a arte como arte. Portanto, observo em cada um desses homens de teatro, características primordiais, que devem embasar o fazer teatral, pois são capazes de atender as próprias inquietudes do ser humano, transformando-o socialmente; onde, concomitantemente, a técnica relacionada ao pensamento social é exercitada. Apoio: Universidade Federal de Pelotas STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS REPRESENTAÇÃO X PRESENTAÇÃO: TEATRALIDADE E PERFORMATIVIDADE NO TEATRO STANISLAVSKIANO Gabriela Fregoneis e Paulo Biscaia Filho; UDESC Objetivos, Super-objetivos, memória emotiva, ações físicas... É indubitável a importancia e influencia das ideias desenvolvidas por Constantin Stanislavki no teatro contemporâneo. O diretor russo, insatisfeito com o tipo de representação que vinha sendo apresentada ate então (declamação, representação exagerada, distancia entre ator e personagem, etc.), buscou desenvolver um sistema para capacitar a imaginação e criação do ator afim de tornar sua representação mais orgânica e verdadeira. O verdadeiro ator, segundo Stanislaski, é aquele que sabe dar vida ao texto dramático e sua personagem trazendo veracidade e realidade em suas ações. O presente artigo visa focar nos aspectos teatrais e performativos no legado do encenador russo, tendo como ponto de partida a reflexão acerca da representação e presentação nos processos de montagens teatrais. Os questionamentos surgem em torno da “atualização” do Metodo desenvolvido por Stanislavski quanto ao trabalho do ator e suas consequências nos aspectos representativos na montagem do espetáculo. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E GESTÃO: DESDOBRAMENTOS NO FAZER ARTÍSTICO DO TEATRO DE ARTE DE MOSCOU Heloisa Marina da Silva (PROMOP - UDESC;Doutorado); Orientador: André Carreira; UDESC O presente artigo abordará a relação entre produção, gestão e criação artística no contexto do Teatro de Arte de Moscou tendo como principal fonte de pesquisa o livro “O Cotidiano de uma Lenda: Cartas do Teatro de Arte de Moscou”. A partir das discussões, dilemas e debates revelados pelas cartas que o livro apresenta e levando em conta que os processos de gestão e produção, em qualquer instância em que se insiram, estão relacionados a algum nível de poder e controle, o artigo refletirá acerca das interferências que tais processos geraram nas opções estéticas, poéticas bem como nas práticas artísticas e no cotidiano de ensaios adotados dentro da companhia russa. Buscará destacar os atritos, confluências e divergências dessas duas esferas (artística e administrativa) que são intrínsecas ao dia-a-dia teatral de uma companhia ou grupo. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS A MÚSICA DRAMATÚRGICA NA CENA DO ESPETÁCULO ENTREVISTA COM STELA DO PATROCÍNIO Ive Novaes luna (Capes;Doutorado); Orientador: Prof. Dr. André Luiz Antunes Netto Carreira; Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC Esta pesquisa trata de uma reflexão sobre o acontecimento musical na cena teatral de modo a delimitá-lo como dramaturgia. Busco, através dela, estabelecer aquilo que nomeio como Música Dramatúrgica. Deste modo, este estudo abre observações sobre a música no teatro, mais especificamente àquelas compostas para a cena e que partilhem da função de significante. Meu objetivo principal é propor tanto ao campo do teatro como ao campo da música uma possibilidade de se pensar de uma forma mais integrada duas linguagens que se penetram e modificam mutuamente quando são consideradas fala sígnias de valores equivalentes na construção de sentidos. Para concretizar os exemplos que permitem trabalhar sobre o tema faço uma análise da música do espetáculo Entrevista com Stela do Patrocínio, com o fim de explicitar a função dramatúrgica da música, e como forma de delimitar a repercussão por ela produzida no conjunto de signos que torna compreensível o que se faz presente na cena. A obra apresenta falas de Stela de Patrocínio – carioca que esteve interna em um hospital psiquiátrico durante trinta anos – sobre sua percepção do mundo e de sua trajetória. Lincoln Antonio executa as canções que compões para as falas de Stela, e é também o diretor musical. Georgette Fadel as interpreta e assina a direção do espetáculo, que é realizado pela companhia Núcleo do Cientista, desde 2004. A dramaturgia foi construída a partir da fala poética de Stela do Patrocínio, e não teve preocupação em especificar um lugar, um enredo e nem mesmo o desenrolar de uma ação. A música deste espetáculo propõe personificar o eulírico de Stela. Todas as canções partem deste material, sendo na maioria das vezes fiel à sua construção, todavia deixam espaços para improvisações tanto da atriz quanto do pianista – o compositor – que está presente na cena. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS UM MÉTODO STANISLAVSKIANO PARA ANTI-NELSON RODRIGUES Joadso do Prado Brito Silva; Orientador: Prof.ª Ms. Maria de Souza; Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) O presente artigo objetiva relatar o processo artístico-pedagógico da montagem do espetáculo “Anti-Nelson Rodrigues”, encenado pelos discentes do III semestre do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, sob a direção da Prof.ª Ms. Maria de Souza. O espetáculo foi construído na disciplina de Improvisação e Jogos Teatrais, tendo em sua ementa o estudo sobre o realismo. Com base em pesquisas feitas na sala de ensaio, antes de mergulhar na referida obra, os discentes/atores se aprofundaram nos estudos de construção da personagem a partir do sistema-método criado por Constantin Stanislavski, principiando pelas ações físicas e gesto psicológico dos personagens rodrigueanos em uma construção melodramática, buscando uma aproximação da encenação realista. Além de analisar o processo, serão consideradas neste artigo as transformações percebidas no discente/ator, a partir da prática de um conteúdo vivido por ele no seu processo de formação. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS CRUZAMENTOS STANISLAVSKIANOS NO “PROJETÃO” EM MONTAGEM DE BRECHT José Manoel de Souza; UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS - MS O presente artigo visa observar o processo de construção da peça A Alma Boa de Setsuan de Bertold Brecht, com enfoque na personagem Wang, realizada no "Projetão", na disciplina de Encenação II da 3ª Turma do Curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul. Usando a teoria de Constantin Stanislavski sobre atuação e voz, será analisado o processo de interiorização do ator com ênfase na relação voz, dicção e canto levando em consideração as experiências teatrais e musicais já vividas pelo ator, relacionadas ao processo de aprendizado na disciplina, e comparadas a exercícios de canto, presente em cenas pontuais, apresentados na peça. Ao estudar a respeito dos procedimentos de atuação, faremos cruzamentos com Stanislavski na construção da personagem brechtiana. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS RITORNA STANILAVSKI: AS CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO STANILAVSKIANO MA MONTAGEM DO ESPETÁCULO RITORNO A CORALINA. José Maxsuel Lourenço Alves; Orientador: Eliane Tejera Lisboa; Universidade Federal de Campina Grande Stanilavski tem algo a nos dizer? é no jogo com a (in)utilidade desta pergunta que este trabalho se faz. Nele, discutimos a atualidade das contribuições deste autor para o ofício do ator, a partir da questão o que é o contemporâneo proposta por Agamber; da construção das personagens e encenação da peça Ritorno a Coralina, escrita por Juan Carlos Gené, na montagem realizada pelo Grupo Teatral Arupemba. Problematizamos como o estudo das personagens em questão dialoga com dilemas da encenação contemporânea como o trabalho com poucos elementos cênicos e o uso de objetos imaginários, além da formação de novos atores; ao mesmo tempo em que, apropria-se de questões essenciais à arte do ator como o trabalho com diversos focos, o estímulo à imaginação e o trablho a partir das ações físicas proposto pelo estudioso russo. PALAVRAS CHAVE: STANILAVSKI. RITORNO A CORALINA. ATUAÇÃO CONTEMPORÂNEA. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS “STANISLÁVSKI É MEU PAI”: PRESENÇA CÊNICA, UMA PORTA ABERTA ENTRE GROTOWSKI E STANISLÁVSKI Lau Santos (CAPES;Doutorado); Orientador: Prof. Dr. André Carreira; UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina Neste artigo o objetivo é problematizar o conceito de presença cênica a partir dos escritos de Constantin Stanislávski e de Jerzy Grotowski. O diretor polonês parte das intuições do diretor russo para traçar caminhos que levam o ator a um ato de confissão evidenciado pela relação espaçotempo presente. Seria possível pensar a noção de presença cênica como uma qualidade implícita no “sistema” de Stanislávski? Esta é uma questão a ser abordada no presente artigo. Palavras-chave: Presença-cênica; Ator; Constantin Stanislávski; Jerzy Grotomski. Apoio: CAPES STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS PROCESSO DE ENCENAÇÃO A PARTIR DE ESTADOS ANÍMICOS: APROXIMAÇÕES E CONTRADIÇÕES EM RELAÇÃO AO MÉTODO STANISLÁVSKI Marco Antonio de Oliveira; Orientador: André Luiz Antunes Netto Carreira; Universidade do Estado de Santa Catarina O presente artigo pretende comparar os processos de encenação propostos por Stanislávski e minha experiência enquanto ator-pesquisador em um processo experimental de atuação vivenciado. Atuar a partir de um estado anímico produzido por estímulos físicos é o foco de pesquisa do grupo ÁQIS – núcleo de pesquisas sobre processos de criação artística, coordenado pelo professor André Carreira. A partir da pesquisa em estados desenvolvemos a encenação de um texto dramático, objeto de estudo do artigo. O estado emocional tornou-se nesse processo elemento central da encenação, gerando fricções em relação a outros elementos, como texto e relações entre atores. A pesquisa de Stanislávski também descreve práticas de encenações. O que ainda há de atual na pesquisa de Stanislávski? Em que pontos convergem uma prática contemporânea com a prática de um encenador do século XIX? O que a prática específica de atuação a partir de estados recusa das proposições de Stanislávski? Estes são os pontos a serem pesquisados nesse artigo. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS A PRÁTICA DO ESTADO COMO UM TREINAMENTO PSICO-FÍSICO DO ATOR Marcos Laporta (CNPQ;Iniciação Científica); Orientador: André Carreira; UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA O ÁQIS – Núcleo de Pesquisa sobre Processos de Criação Artística aborda os processos de organização e criação artística, que envolvem desde procedimentos técnicos até o estudo do funcionamento de grupos artísticos. Desde o ano de 2011 venho investigando no ÁQIS um procedimento de atuação por estados psicofísicos, que envolve uma vertente laboratorial, de experimentação prática individual e coletiva e outra através de investigações de textos teóricos de pesquisadores variados, como Michael Kirby e Richard Schechner. O estado compreende um procedimento psicofísico adotado pelo ator que resulta numa sensação, que não necessariamente é uma emoção fixa, em que se codificam matrizes orgânicas, através de uma prática de repetição em laboratório. Com a prática do procedimento são produzidos espetáculos para verificar o procedimento em cena, como Circus Negro em 2009, Os Pequenos Burgueses em 2010 e 2011 e mais recentemente Baal .Através deste artigo venho dar continuidade aos meus estudos, acrescentando a ele a ideia do estado como uma possibilidade de procedimento técnico psicofísico do ator à luz de uma perspectiva biológico-científica, em que se coloca um estado a partir de uma perspectiva fisiológica da ligação corpo-cérebro e da teoria stanislavskiana, em que o estado conjuga uma dimensão interior-exterior a partir de uma vivência real e não da recuperação de memórias anteriores, modificando e redimensionando a emoção ou sensação revivida. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS A PALAVRA NO TEXTO TEATRAL: UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA NA ENCENAÇAO DE "GOTA D'ÁGUA" Nivalcir José do Amaral; Orientador: Gil de Medeiros Esper; UFGD- Universidade Federal da Grande Dourados O presente trabalho tem como foco a reflexão sobre a utilização da palavra emitida pelo ator no teatro, durante o espetáculo teatral. Parte do pressuposto que, os recursos vocais e suas variações contribuem de forma ampla para que o texto seja dito com alguma ‘verdade’ ou com alguma ‘naturalidade’ e que o mesmo, seja compreendido pelo espectador. Esse texto nasce das minhas reflexões e práticas, em ressonância com alguns encenadores teóricos, tais como, Jersy Grotowiski e Constantin Stanislawski. Durante o processo escrito serão apresentados alguns procedimentos teóricos e práticos, tendo como base a encenação da adaptação da peça teatral “Gota d’ Água” escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes, com adaptação de Eder Rodrigues, e que servirá como uma montagem referência para este estudo. Palavras chave: ator - palavra - texto STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS OS JOGOS TEATRAIS E A TELEDRAMATURIA UMA POSSIBILIDADE SÓCIO- EDUCATIVA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Pedro Rafael Peretti e Wlademir Vieira; Orientador: Fernanda Zamoner; Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC Esta pesquisa visa revelar mitos que circundam a telenovela e o jogo teatral dentro da escola, e, se é possível criar condições de experimentações pedagógicas de forma que coloque no futuro do educando. Atividades ainda mais diversificadas, de organização e funcionamento na educação infantil, com crianças de 0 a 5 anos até os alunos do 6o ano do ensino fundamental e 1 ano do ensino médio, ambos do ensino particular de uma escola de Joaçaba no centro-oeste Catarinense. A pesquisa tenta ainda revelar sob que prisma os trabalhos cênicos da teledramaturgia e o jogo teatral podem influenciar no processo sócio-educativo dos alunos da educação básica, com o objetivo de Investigar de que maneira nossos educandos enfrentam os trabalhos cênicos dentro do processo sócio-educativo. As dinâmicas teatrais e os vídeos retirados de novelas atentavam para que houvesse um confrontamento em busca de desmistificar os mitos que circundam a novela em cima do fato da mesma ser de boa ou má influência; levando desta forma possibilidades pedagógicas de se trabalhar com a novela e com os jogos teatrais com o objetivo de passar conhecimento seja ele; social, histórico ou cultural. Ao avaliar os educandos perante suas reações a cada nova atividade que lhes fosse proposta procuramos deixar que a resposta sempre viesse de forma espontânea, sem sofrer qualquer tipo de influência. Os jogos teatrais tiveram a missão de realizar descobertas sobre a percepção corporal e desenvolvimento psíquico formando assim um ser humano livre, capaz de redescobrir suas capacidades. Esta monografia é uma coletânea de idéias e exercícios sobre alguns dos aspectos que envolvem a educação. Ela não pretende ser completa, mas espera-se que cada um dos aspectos analisados ofereça uma janela de possibilidades para o futuro, trazendo perspectivas de tornar o ser humano critico e consciente. Palavra Chave: Jogos teatrais. Teledramaturgia. Educação. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS BUSCAS PELA POÉTICA DA VOZ DO ATOR NO ESPETÁCULO BOTEQUIM Renata Mendonça Sanchez (FAPEMIG;PIBIC); Orientador: Fernando Manoel Aleixo; Universidade Federal de Uberlândia Essa pesquisa desenvolvida junto ao grupo de pesquisa sobre Práticas e Poéticas Vocais do curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia, procurou compreender através de reflexões teórico-práticas, o percurso de criação do espetáculo Botequim do ponto de vista da fisiologia da voz e do estudo da fala. Partindo de questionamentos iniciais sobre a relação entre o conhecimento técnico vocal e a ampliação de repertório de criação, buscamos ainda a dimensão e a consciência da fala poética. Sendo assim, o corpo humano, neste trabalho, será compreendido como um todo, em suas esferas afetivas, sociais, psíquicas e histórias. Entende-se também ossatura, músculos, articulações e órgãos como parte do sistema fisiológico complexo que produz vida humana. Acreditamos, portanto, que parte do trabalho do ator está no estudo e entendimento das possibilidades expressivas das partes que compõe o todo no exercício vocal. Para isso, ao longo dessa pesquisa estivemos em busca do entendimento fisiológico, teórico-prático, reconhecendo suas potencialidades para a expressividade corporal/vocal na cena. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS STANISLAVSKI EM GOTA Roberta Ninin; Universidade Federal da Grande Dourados Durante o processo de montagem da obra Gota D’Água de Chico Buarque e Paulo Pontes - com a adaptação dramatúrgica de Éder Rodrigues e direção de Nill Amaral, na cidade de Dourados/MS, no mês de Abril de 2013 -, a preparação de atores foi peça fundamental para a composição das personagens oriundas da dramaturgia trágica e épica carioca, aclimatada ao contexto “agropecuÁRIDO” da região centro-oeste do país. A princípio, a compreensão estrutural da tragédia grega e do teatro épico foi aprofundada, tendo como referência a Poética de Aristóteles e Estudos sobre Teatro de Bertolt Brecht. Mimese e catarse foram evidenciadas como princípios da poética realista e racional, presentes na tragédia, tão cara à observação e montagem da obra escolhida. Nesse sentido, a imitação das ações (práxis) humanas éticas e políticas, na perspectiva da luta de classes no sistema capitalista brasileiro - em plena ditatura militar (1975) -, serviu de ponto de partida para a composição das personagens do enredo dramático. Constantin Stanislavski e seus estudos sobre a arte de viver um papel, em A construção da personagem, foram ponto de partida para apropriação dessas personagens pelos atores. O domínio técnico do ator, para controle da emoção utilizada para fins interpretativos, ocorreu por meio de um processo consciente, seguindo tal trajetória: busca das intenções e subtextos em cada fala/frase/palavra; visualização, exteriorização e descrição corporal da personagem; escolhas de trechos dramatúrgicos que “sintetizassem” psicológica e socialmente a personagem e improvisação de cenas correspondentes direta ou indiretamente à obra. STANISLÁVSKI E A TEATRALIDADE: ENCENAÇÃO E PROCESSO DE MONTAGEM DE ESPETÁCULOS AUTENTICAMENTE ALIENADO – REFLEXÕES SOBRE A APRESENTAÇÃO DE AFETOS NO TEATRO DE RENÉ POLLESCH Stephan Baumgartel; UDESC A presente comunicação reflete sobre um paradoxo contemporâneo do ator que eu chamo a necessidade de apresentar um ser cênico autenticamente alienado. Analiso esta necessidade a partir de um trabalho do diretor alemão René Pollesch intitulado Cidade Roubada (“Stadt als Beute”). Uso tanto o texto teatral quanto uma gravação da montagem com os atores alemães para discutir a relação entre afeção e subjetividade tal como é articulado em ambos os contextos. Para completar, pondero essa relação no filme do mesmo nome, no qual três cineastas apresentam três atores e suas estratégias de criar uma relação entre sua vida pessoal e o universo do texto, entre sua afetividade concreta no aqui e agora da atuação e a afetividade pré-fabricada e desindividualizada inscrita no texto teatral. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR ELEMENTOS DE UMA CENA DO REAL NO CINEMA DE JOHN CASSAVETES Ana Luiza Fortes Carvalho (CNPq;Mestrado); Orientador: Prof. Dr. André Carreira; UDESC Este artigo reflete sobre o modelo de interpretação presente no cinema de John Cassavetes, relacionando-o com uma cena do real. O trabalho do diretor é analisado em um contexto de produção independente, que possui vínculos com o universo teatral. Assim, pretende-se apresentar ferramentas que possam ajudar a pensar a prática contemporânea do real, com reflexões que perpassam o pensamento stanislavskiano das ações físicas. O objetivo final é aproximar-se de um discurso sobre os limites entre vida e arte no trabalho do ator contemporâneo. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR O CORPO NA (DES)CONSTRUÇÃO DE PERSONAGEM EM MONTAGEM “FABULOSA” Ariane Guerra Barros; Universidade Federal do Rio Grande do Sul A autora abordará a questão da partitura corporal no processo de construção de personagem para o espetáculo Monstro de Olhos Verdes, de Walmir Ayala, com fundamentação nas ações físicas e memória emotiva de Stanislávski. Esta fábula – cuja primeira temporada se faz em agosto de 2013, através da Cia. Teatral Face & Carretos, de Porto Alegre/RS – traz em sua encenação personagens que transitam entre o realismo e o surrealismo, utilizando estímulos cujos arquétipos se encontram no conto da “Branca de Neve e os Sete Anões”. O processo de criação do personagem monstruoso nesta peça é analisado e debatido no artigo, de forma a refletir sobre a questão corporal, traçando paralelos com as técnicas do encenador russo e a dramaturgia do ator. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR UM ESTUDO DE GROTOWSKI EM COMPARAÇÃO AS PRÁTICAS DE STANISLAVSKI Arthur Malaspina Junior; Orientador: Moira Stein; Universidade Federal de Pelotas Este artigo expõem alguns pontos que horas se interceptam ou não, entre os trabalhos desenvolvidos por Grotowski e Stanislavski, ambos relacionados ao conceito de ações físicas, como a centralidade e a prioridade do trabalho do ator sobre si mesmo, a ideia de personagem, a ressignificação do texto, e a pobreza no teatro. O ponto chave que ajuda a compreender, ao mesmo tempo, a continuidade e as diferenças entre o trabalho dos dois teóricos em questão, trata-se do impulso. De Constantin até Jerzy, a palavra interpretação, no sentido de intérprete do texto literário e/ou dramático, veio perdendo espaço à medida que o ator, cada vez mais, passa a ter domínio de sua arte, articulando entre corpo e alma, sem a necessidade de uma personagem, partindo de um processo de negação a ensinar ao ator um kit de habilidades ou uma caixa de truques. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE CRIAÇÃO EM UMA ZONA PERMEÁVEL Cristóvão de Oliveira; Universidade Estadual do Paraná - Faculdade de Artes do Paraná O chamado “trabalho de corpo” é onipresente nas práticas de qualquer ator quando de sua iniciação no teatro. No desenvolvimento e na investigação de suas possibilidades corporais, encontram-se as potencialidades para a composição cênica. Esta comunicação pretende discutir as interfaces do corpo criativo a partir das práticas de aquecimento, colocando em questão as noções de treinamento do ator que insistem em separar a preparação da criação. O artigo partirá da obra El trabajo del actor sobre sí mismo – en el processo creador de la encarnación, obra traduzida no Brasil como “A Construção da Personagem”, para discutir práticas e procedimentos que coloquem em questão as noções de “treinamento psicofísico” e “sistema” derivadas do pensamento stanislavskiano. Nesta interface, o artigo irá versar sobre os processos de criação e subjetivação do ator, considerando seu caráter de desterritorialização e singularidade a partir de Deleuze, a porosidade e o pensamento encarnado a partir de Merleau-Ponty, a docilidade e as técnicas disciplinares a partir de Foucault. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR O CICLO BÁSICO DA ÉPOCHÉ NAS AÇÕES FÍSICAS DE STANISLAVSKI Francisco Gaspar neto; Orientador: Sandra Meyer Nunes; Universidade do Estado do Paraná - UNESPAR (FAP) Ao falar das ações físicas, Stanislavski (1984) apresenta dois modelos de atenção para o ator que ele próprio denomina de (a) Clichês e (b) Estado Criador Interior. O primeiro relaciona-se ao modo como a atenção do ator está voltada para os opiniões gerais e correntes a respeito do papel. O outro é um modelo de atenção que se inicia e amadurece no interior do ator, na relação com a personagem. A contrapartida aos clichês não é recíproca: se estes vão da vida mundana para as reproduções do ator, o Estado Criador Interno vai das ações do ator para a vida espiritual da personagem, espaço que se estabelece entre ator e personagem. Dentro deste contexto, é possível explicar o funcionamento destes dois modelos a partir de certa descrição empírica de um processo de suspensão do juizo habitual. O processo em questão é uma nova leitura do conceito de Èpochè, revisitado por Depraz, Varela e Vermesch (2006; 2002). Trata-se da mudança de paradigma no que diz respeito ao estatuto da fenomenologia, visando retomar as diferentes etapas do processo pelo qual alguma coisa emerge à consciência, mesmo aquilo que nos habita de modo confuso e opaco, afetivo, imanente. O ciclo primário dessa nova concepção de Époché caracteriza-se por (A) uma atitude ativa de suspensão da objetividade da atenção natural na direção de uma atenção difusa. (B) A conversão na atenção de fora para dentro. O caráter de abandono, de deixar-vir (C), uma negação do hábito. Tomaremos as três fases da Èpochè para estabelecer algumas relações com o o método das Ações Físicas. Finalmente, será apresentado como estas relações dizem respeito à noção de Validação (Depraz, Varela e Vermesch, 2002) como fundamento do processo de cognição no trabalho do ator. Apoio: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM A PARTIR DOS ESTADOS Giovanna Colombi (Núcleo de Pesquisas sobre Processos de Criação Artística (ÁQIS);Atuação); Orientador: André Carreira ; Universidade do Estado de Santa Catarina Este artigo terá como foco principal relatar o treinamento de construção de estados, usado pelo Núcleo de Pesquisas sobre Processos de Criação Artística (ÁQIS), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), do qual sou bolsista, coordenado pelo professor André Carreira. O treinamento de construção de estados anímicos auxilia diretamente na construção de uma personagem. Com esse artigo, tenho a intenção de relacionar a construção de personagens proposta por Stanislavski, com a forma de atuação por estados do grupo Aqis. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR TECENDO O FIO DAS AÇÕES DO ATOR-NARRADOR. NARRAR PRA QUÊ? Gisele Vasconcelos; Orientador: Felisberto Sabino da Costa; Escola de Comunicação e Artes / USP e UFMA Este artigo propõe uma reflexão acerca dos estudos das ações físicas e o trabalho de criação dramatúrgica da cena a partir de procedimentos, que visam explorar o corpo-voz do ator – narrador, experimentados por atrizes do grupo Xama Teatro - MA, durante o processo de criação do espetáculo As Três Fiandeiras. O procedimento que se fundamenta no trabalho com as ações físicas, que tem merecido espaço de destaque nos estudos teatrais, engloba a preparação do ator sobre o narrador-personagem, assim como sobre a ação vocal, cuja execução de objetivos possibilita a nomeação de ações em cena, com a finalidade de impulsionar a execução de gestos e sonoridades enquanto porta de acesso às emoções. Notícias jornalísticas, contos e depoimentos abrem espaços para a criação do ator sob a ótica das ações físicas, considerando os elementos como o tempo-ritmo, impulso e memória. O estudo discorre acerca da musicalidade do texto e do impulso a partir de ações como denunciar, comentar, comover, amedrontar, glorificar, de forma a contribuir para a dramaturgia do ator-narrador. Alia-se a essa prática, o exercício com as circunstâncias propostas como motivador para a execução das ações, assim como a passagem do texto da narração de 1ª pessoa para 3ª, sob o ponto de vista das variadas personagens que compõe o evento, a trama ou uma determinada narrativa. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR O SUBCONSCIENTE DE STANISLAVSKI ALIADO A UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ATORAL Guilherme Conrado Pereira Ríspolli (PIBIC;FAPEMIG); Orientador: Narciso Laranjeira Telles da Silva; Universidade Federal de Uberlândia Stanislavski parte do princípio de que a natureza criativa do ator está no subconsciente. Apresenta uma metodologia, a qual chamou psicotécnica, para alcançar de modo consciente o subconsciente – ou inspiração – e assim despertar de modo natural a nossa faculdade criadora. O diretor moscovita acredita que o trabalho do ator e a relação deste com uma personagem se dá no mais íntimo do nosso ser. Diz que é necessário adentrar no subconsciente dela (a personagem), ter clareza dos sentimentos e pensamentos desse ser humano que irá interpretar, e ainda que, ao se deparar verdadeiramente com a profundidade dessa outra alma, acabamos por descobrir sentimentos ocultos da nossa própria alma. Trabalhar essa região do inconsciente para o desenvolvimento do trabalho atoral é a base da minha pesquisa de PIBIC. Assim, minha comunicação parte da experiência de investigação artística se dá pelo levantamento de possibilidades que os meus sonhos me trazem para criar e improvisar, com base nos conceitos dos viewpoints e na composição. “A essência da arte e a fonte principal da criatividade se ocultam nas profundezas da alma do homem.” (Constantin Stanislavski) Apoio: IARTE-UFU; e GEAC-UFU STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR A MEMÓRIA EMOTIVA DE STANISLÁVSKI E O ATOR PÓS-DRAMÁTICO Juarez Nunes (Capes;Mesrado); Orientador: Stephan Arnulf Baumgärtel; UDESC O que o conceito de memória emotivo de Stanislávski pode trazer à luz ao trabalho do ator, especificamente ao ator pós-dramático? O presente trabalho busca fazer uma revisão do conceito memória emotiva, presente no sistema de Stanislávski a partir de Théodule Ribot, relacionndo-o ao trabalho do ator pós-dramático. Ao sistematizar um processo de criação de trabalho do ator de forma a romper com a tradição então vigente Stanislávisk, influenciado por leituras de Ribot, ao cunhar o conceito de memória emotiva, posiciona o ator dramático no campo da experiência, à qual este deveria recorrer sabendo relacioná-la na execução de suas representações de personagens. Através da revisão do conceito de emoções de maneira a compreendê-lo fora da lógica dualista do senso comum, é possível perceber que os conceitos de ação física e de memória emotiva de Stanislávski são conseqüências de uma mesma busca e não a expressão de momentos opostos na trajetória do diretor russo. Instalando-se desta forma a questão do controle tão cara ao atores: dramático e pósdramático. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR DESTANISLÁVSKI A BARBA: A DRAMATURGIA DA DANÇA DOS ORIXÁS DE AUGUSTO OMOLÚ Julianna Rosa de Souza (CAPES;Mestrado); Orientador: Profa. Dra. Maria Brígida Miranda; UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina O presente artigo fundamenta-se na problematização da técnica pessoal do ator/dançarino Augusto Omolú, integrante do grupo Odin Teatret. Objetiva-se ao longo do escrito trazer a ideia de Constantin Stanislásvki sobre a ação física em comparação ao trabalho físico desenvolvido por Eugenio Barba. Consequentemente, pensar-se-á sobre as imbricações destes conceitos no trabalho de Augusto Omolú, o qual é negro, brasileiro, nascido em Salvador e utiliza em sua técnica elementos do candomblé, em específico, a dança dos orixás. Apoio: CAPES STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR VARIAÇÕES DE RITMO NA CENA, STANISLÁVSKI COMO BASE DE UMA ANÁLISE DO TRABALHO COM ESTADOS Lara Tatiane de Matos; No trabalho com estados anímicos muitos elementos são confrontados com a cena. Principalmente por se tratar de uma técnica onde a intensidade é uma variável presente, o ritmo da cena se molda de acordo com as escolhas a serem trabalhadas pelos atores. A partir do trabalho teórico de Stanislávski, e suas consideraçoões sobre o ritmo em cena do ponto de vista do trabalho do ator, pretendo, neste artigo analisar a experência de criação da performance Baal, a partir do texto de Berthold Brecht, realizada pelo Áqis- Nucleo de pesquisa sobre processos de criação artística. A partir de impressões e entrevistas com os atores, pretendo estabelecer um gráfico de intensidade e sua variação na cena, de acordo com cada estado escolhido pelos atores para o trabalho. O intuito do artigo reside em esclarecer questões que afetam a utilização de determinados estados anímicos na construção rítmica da performance. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR UMA ATUAÇÃO CONCRETA: APROXIMAÇÕES POSSÍVEIS ENTRE STANISLAVSKI E A ATUAÇÃO POR ESTADOS Lucas Heymanns (CNPQ;PIBIC); Orientador: André Luiz Antunes Netto Carreira; UDESC A partir da prática do ÁQIS - Núcleo de Pesquisa sobre Processos de Criação Artística, o artigo relaciona a pesquisa do grupo em atuação através de estados com os últimos textos de K. Stanislavski referentes às ações físicas. Os textos da última fase de sua pesquisa mantem-se muito atuais e ganham nova perspectiva à luz dos estudos recentes em neurociência e cognição. Que lugar podem ocupar tais estudos em uma pesquisa contemporânea em atuação? O artigo propõem aproximações entre a educação somática e os debates acerca da unificação de um corpo-mente com o método das ações físicas, e propõe através dos estados uma outra visão sobre o treinamento e a arte do ator. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR DRAMATURGIA DO PALHAÇO: AS AÇÕES FÍSICAS E A OPERAÇÃO DO GROTESCO Luciane Olendzki (CAPES;); Orientador: Mário Alberto Santana; Universidade Estadual de Campinas Este artigo parte da reflexão de uma experiência prática da atriz e autora como participante de uma oficina do Workcenter of Grotowski and Thomas Richards (ECUM/2011), sobre o processo de realização de uma proposição de ação, com orientação de Mario Biagini, a partir do trabalho sobre as ações físicas, desenvolvido por Grotowski. Pretendemos explanar como tal experiência se tornou um acontecimento centrífugo e disparador da atual pesquisa da autora, também palhaça, sobre a dramaturgia do palhaço, o grotesco e o tragicômico na cena clownesca contemporânea. Para tal, apontaremos alguns conceitos e procedimentos sobre a composição da partitura de ações físicas de um papel (Stanislavski), o trabalho das ações físicas do performer (Grotowski) e o grotesco (Meyerhold) em relação com a dramaturgia do palhaço e a composição da cena clownesca no âmbito teatral. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR APROFUNDAMENTO DAS EMOÇÕES EM STANISLÁVSKI – UMA EXPERIÊNCIA NA OFICINA DE RUBENS LIMA JUNIOR Marcia do Rocio Novakoski; Orientador: Beatriz Ângela Vieira Cabral; Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC Constantin Stanislávski e a sua busca constante pelo aprimoramento e detalhamento da técnica de atuação parece ao olhar contemporâneo um sistematizador de um método complexo cujo objetivo seria apenas o de produzir uma atuação realística. Mas ele vai além. A reflexão do sentido que Stanislávski proporcionou ao teatro como arte, se vivenciada, próximo ao que ele almejava, precisa ser revista e reconsiderada. O presente artigo pretende, a partir de minha imersão num curso em 2002 sobre a técnica de Stanislávski, na ocasião do Festival de Teatro de Curitiba, considerar que significantes sobre emoções/ações físicas advogam a favor do mestre russo ou se tornam deslocamentos para outras possibilidades na área da atuação e dramaturgia. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR O GESTO NO RITUAL AÇOBANHÃ; RIVIVICENZAS MÁRCIA SOUZA OLIVEIRA; Orientador: RENATA BITTENCOURT MEIRA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÃNDIA Açobanhã, composição que assume o risco da palavra poética! Cujo dinamismo e contraste revelam e acionam meu corpo-mente pela linguagem, pela respiração, pela sensibilização. E que o corpo guarde, e que a imaginação guarde para que a mente respire como se fosse real a paixão pelo gesto que recria a bruxa cainana, o caipira boboca, a loucura balagadundundundum que ecoam deste ritual da Cultura Popular. Performance da paradoxal situação de poder existente entre visibilidade e invisibilidade. Autobiografia sugestionada pelas características absorvidas nas relações do convívio com deficientes mentais apaeanos; pelos meus fragmentos de infância (sensações, memórias, fantasias); pela imaginação (meus ecos interiores) e pelas poéticas textuais que compuseram a pesquisa corporal nas variáveis das melodias internalizadas. Trabalho de sutilezas. Resgatando musculaturas. Extremamente forte. Movimentos inteiros. Criativo aflorado dialogando com o tônus do movimento. Cujo verbo alcança as extremidades corporais. As ações físicas sobrepujam a apatia: meus segmentos corporais ganham audição, minha memória se encharca de ririviscenza. Meu corpo se reedita para eu ser toda eu me abrindo em proposições orgânicas. E canto meus movimentos girando minha flor, e fico compositora de minhas melodias internalizadas, e viro sereia sereiando num mar de encantamentos. E permito-me o encontro com uma cicatriz de alma! Riviviscenza (s) culturais. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR A GOTA DE MERCÚRIO OU O USO DA ENERGIA COMO PROCEDIMENTO PSICO-FÍSICO DO ATOR Maria Regina Tocchetto de Oliveira; UFGD Esta proposta de comunicação tem como objetivo investigar a relação entre a perspectiva de Constantin Stanislávski sobre o trabalho do ator e a abordagem de treinamento corporal e vocal proposto por Arthur Lessac (1909-2011). Ao entrar em contato com a obra de Lessac e com a prática de seu treinamento, identifiquei uma proximidade nas suas proposições acerca da utilização da energia corporal com as indicações encontradas na obra de Stanislávski, traduzida no Brasil, sobre o fluxo e as correntes de energia usadas na comunicação humana e, de forma consciente, como proposta de preparação do ator. A formulação de Lessac que propõe a consciência e o controle de 4 energias corporais básicas para o aprimoramento da performance parece ter pontos em comum com as ideias descritas pelo mestre russo quando aborda o tema “energia” utilizando palavras como: raios, corrente de raios, fluxo de energia, motor ou com o uso simbólico da imagem de uma gota de mercúrio a escorrer dentro da musculatura. Ambas proposições tratam da energia contida no movimento que mobiliza a vontade, o intelecto e a emoção. E, que, portanto, nos termos de Stanislávski, pode estar contida na partitura de ações físicas. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR CORPO QUE CONSTRÓI UMA DRAMATURGIA Marly Magalhães; Orientador: Fernando Manoel Aleixo; Universidade Federal de Uberlândia Esta proposta organiza um trabalho que vem sendo realizado com um grupo de pessoas surdas, uma pesquisa que pretende atuar em um campo interdisciplinar, tendo foco a questão da voz no trabalho do ator. Mais precisamente, a pesquisa abordará o estudo do mecanismo de produção vocal no contexto de pessoas surdas (não atores). Necessariamente uma abordagem interdisciplinar do corpo e da voz. Corpo e voz sendo explorados e modificados, um trabalho explorando ações físicas do ator numa unidade com o propósito de criação do personagem. Segundo Stanislavski o ator em intercâmbio verbal em cena deve falar menos para o ouvido do que para a vista. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR IMINÊNCIAS DO AQUI-AGORA NO CONTEXTO DA REDESCOBERTA DO CORPO NAS ARTES PRESENCIAIS DO INÍCIO DO SÉCULO XX Milene Lopes Duenha (Capes;); Orientador: Sandra Meyer Nunes; Udesc Encenadores, coreógrafos e estudiosos das artes presenciais do início do século XX pareciam caminhar em uma mesma direção, a que se opunha à reprodução de formas. A intenção de descobrir novos meios de produção nas artes presenciais impulsionou práticas pedagógicas inovadoras, que tornaram a ação corporal foco destes fazeres. As reflexões que aqui apresento tratam do ímpeto de renovação, e da ideia de redescoberta do corpo, que direcionou a produção artística do início do século XX. Utilizo como referências textos de Marco De Marinis, Josette Ferral, Jean-Jacques Roubine e Beatrice Picon-Vallin. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR A DRAMATURGIA E AS COMPLEXIDADES DO PERSONAGEM Nayara Lopes Botelho; Orientador: Brenno Jadvas; IFTO O ator cumpre um papel muito complexo, utilizar seu corpo como fonte de uma nova existência; através dele (o corpo), deve-se trabalhar o psicológico, o físico e o emocional, tudo isso em vista de um bem maior, a construção de uma personagem. Através de ações físicas, o ator como um artista criativo, deve estabelecer total intimidade entre ele e a personagem, através de seu corpo o ator deve constituir signos corporais, tais signos tem o papel de demonstrar no personagem, todas as suas emoções e intenções, o que no caso, o ator deve estudar cautelosamente, assim externando as relações claras, em atos reveladores de seu interior. Tais relações devem ser evidenciadas através das partituras de ação, o que resulta na dramaturgia própria do ator para o seu personagem. Stanislavsky descobriu que a emoção independe da vontade. E as partituras servem de recursos que colaboram para a liberação tanto da mente quanto do corpo, o que envolve uma pesquisa contínua, repetitiva e disciplinada da parte do ator. Meu primeiro contato com o método stanislaviskyano foi quando eu estava a montar meu primeiro espetáculo “profissional” Ópera do Malandro, no qual representei Teresinha Fernandes de Duran, o que me proporcionou a construção de uma dramaturgia propicia a minha personagem, deste modo vivenciei o que Stanislavsky acreditava que o método das ações físicas em conjunto com a análise do texto resultaria na criação da vida do personagem. E isso que vou abordar neste estudo sobre Stanislavisky. Apoio: IFTO STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR STANISLÁVSKI E ESTADOS ANÍMICOS: REFLEXÕES SOBRE MODOS DE ATUAÇÃO NO TRABALHO DO NÚCLEO DE PESQUISA ÁQIS Patricia Leandra Barrufi Pinheiro; Orientador: André Luiz Antunes Netto Carreira; UDESC O grupo de pesquisa ÁQIS – Núcleo sobre Processos de Criação Artística (UDESC), estuda há alguns anos as formas de atuação através dos chamados Estados Anímicos. Entende-se por Estados Anímicos o ato de expressar “emoções”, “sensações”, mudanças fisiológicas e/ou comportamentais, buscando assim, uma linguagem corporal. Além de procedimentos de pesquisa prática, o grupo parte de estudos teóricos para embasar seu trabalho. Com base nisso, o estudo dos procedimentos utilizados por Constantin Stanislávski se faz necessário, tendo em vista que o autor procurou uma compreensão de um Estado Interior de Criação em Cena, no qual buscou estados físicos-espirituais que auxiliassem os atores em seus processos criativos. Para Stanislávski, esse Estado Interior é alcançado pelo união de elementos como mente, vontade, sentimentos e disponibilidade de atuação. Neste artigo são discutidos os processos criativos nos espetáculos “Circus Negro”, “Pequenos Burgueses” e “Baal”, do grupo ÁQIS, fazendo um parâmetro com a ideia de Estados utilizada por Constantin Stanislávski. Apoio: PPGT - UDESC STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR DEPOIMENTO PESSOAL COMO PERSONAGEM DRAMÁTICA: RELAÇÕES ENTRE CORPO E MEMÓRIA NO SISTEMA DE CONSTANTIN STANISLAVSKI PATRICIA LEONARDELLI (FAPESP;PÓS-DOUTORADO); UNICAMP A comunicação analisa a função da memória ao longo das transformações histórico-pedagógicas pelas quais passou o sistema de Stanisalvski e como o trabalho mnemônico evolui em tal sistema no que tange à estruturação da personagem como um todo, partindo de um diálogo epistemológico entre a memória das emoções de Ribot e a memória como atualização das experiências, proposto por Henri Bergson, Pierre Lévy e Gilles Deleuze. Nesse percurso, as relações entre memória, corpo e ação física se reconfiguram radicalmente, e é a abordagem dessas transformações que desejamos privilegiar. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR PODEMOS PENSAR PRESENÇA EM STANISLÁVSKI? Paulo Eduardo Pinheiro Rosa (CAPES;Mestrado); Orientador: Sandra Meyer Nunes; UDESC Uma ideia presente nos textos de Stanislávski é a “atuação experienciada”. No lugar da repetição de um roteiro, o ator atualizaria sua interpretação de acordo com cada performance, possibilitando assim, a instauração da “experiência”. Bondía nos mostra que a experiência é pessoal e nos ajuda a construir nosso mundo. Stanislávski relaciona o “estar em experiência” com estados mentais como “inspiração” e “estado criativo”, comparando ao estar “por inteiro” no momento. Poderia esse estado ser compartilhado pelo público? Poderíamos associar a “experiência” com a “presença cênica”? Pavis define presença cênica como algo a ser possuído pelo ator e sentido pelo espectador. Mas como se dá essa relação? Em sua obra, Gumbrecht nos apresenta os “efeitos de presença” e a ideia de “serenidade”, circunstância específica que possibilita a “insularidade”; condição estrutural para os efeitos de presença. A serenidade seria assumida voluntariamente pelo espectador, possibilitando que a “insularidade” se instaure; permitindo assim, o surgimento dos “efeitos de presença”; ou, a instauração da “experiência”. Ainda que não sejam possíveis de serem garantidos; seriam essas duas condições - a “serenidade” do espectador, e o “estar por inteiro” do ator - imprescindíveis para o surgimento desses efeitos? Seja ele denominado presença, experiência ou ainda um outro nome? Poderíamos então pensar que o sistema desenvolvido por Stanislávski teria tal preocupação? Podemos falar de presença em Stanislávski? STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR AS LEIS DA AÇÃO FÍSICA E A SENSAÇÃO: CONTAMINAÇÕES Priscila Genara Padilha; Orientador: Sandra Meyer Nunes; universidade do estado de santa catarina A prática de um teatro que se centra no trabalho do ator, em detrimento de um teatro do encenador ou do texto, pressupõe princípios psicofísicos que possam, pelo corpo, desdobrarem-se em obra artística. Para tanto, acredita-se necessário desenvolver procedimentos que priorizem as intensidades do ator na vivência da ação. Encenadores como Konstantin Stanislávski desenvolveram pedagogias próprias, que conduziam os atores na busca de sua vida cênica. Dentro desta tradição a formação do ator, seja no domínio da representação de conflitos em que os estímulos se calcam em objetivos concretos e circunstâncias dadas, seja em um registro mais performativo em que a ação opera por sensações intensivas e há apenas fragmentos circunstanciais, requer a disponibilização de seu corpo\\mente que, dentro do registro atorial, se mostra como condição sine qua non para a criação teatral. Este trabalho pretende entender como as leis da ação física de Stanislavski podem servir ao ator contemporâneo que trabalhe em um território performativo. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR A FUNÇÃO DO ARRANJO EM STANISLAVSKI: DO "ISTO OU AQUILO" AO "ISTO E AQUILO" Rejane Kasting Arruda (FAPESP;Doutorado II); Orientador: Prof. Dr. Armando Sergio da Silva; Universidade de São Paulo O texto expõe a hipótese de um arranjo determinando a construção da ação psicofísica em Stanislávski. Ou seja, não um impulso de dentro para fora ou de fora para dentro (conforme debate com Grotowski); não "um" material - seja a partitura física, a imagem interna em situação paralela com a vida do ator (que se estabelece como um campo de extração de imagens) ou o pensamento que se constrói para o personagem mas sim todos estes elementos, a um só tempo, junto aqueles que dizem respeito a uma construção estética (como o "sentimento de solidão em público", a relação com os objetos do cenário, o tempo-ritmo, etc). O texto se dedica a extrair da literatura stanislavskiana vários destes elementos demonstrando a sua utilização a um só tempo e comprovando a hipótese do arranjo. Apoio: FAPESP STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR STANISLÁVSKI E O TEATRO DOCUMENTÁRIO: ANÁLISE DO PROCESSO DA MONTAGEM "ESSES CARAS" Renan Bonito Pereira; Universidade Federal de Uberlândia Este artigo tem como objetivo a análise de uma parte do processo do espetáculo "Esses Caras", monologo construído a partir de depoimentos de homens homossexuais. A peça em questão tem como base para sua construção o teatro documentário, o qual historicamente uma das suas maiores referências é Erwin Piscator, mas que no processo em questão as ideias e reflexões de Marcelo Soler nos soam mais próximas. Neste texto enquanto o processo da montagem for sendo revelado tentaremos elucidar de que forma os procedimentos utilizados a partir de tal gênero teatral se aproxima ou se distancia das técnicas e do sistema stanislavskiano, não somente no que tange a sua primeira fase – memória afetiva/emotiva - mas também a sua segunda fase, o método das ações físicas. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR CRIAÇÃO DA PERSONAGEM CORINA DA PEÇA GOTA D´ÁGUA Rosi Leal; Orientador: Mestra Roberta Cristina Ninin; Universidade Federal da Dourados - UFGD Criação da personagem Corina da peça Gota d´Água de Chico Buarque e Paulo Pontes, da qual fiz o papel, e nesta comunicação pretendo mostrar todo o processo e a forma de como foi construído do ponto vista de stanislávsk. A criação de Corina partiu primeira da leitura do texto Gota d´Água e observação de mulheres trabalhadoras dos bairros populares e vendo imagem de lavadeiras e assisti ao filme Violinista do telhado, em determinado momento do filme varias mulheres estendem roupas no varal, e também o processo colaborativo do personagem com a mestra em Artes Cênicas Roberta Cristina Ninin, com A perspectiva na construção da personagem de Constantin Stanislavski. Meu encontro com a personagem Corina, depois de todos estes estudos em especial no processo colaborativo, foi de uma forma especial, ela chegou mostrando a sua cor preferida do seu vestido azul, sua forma física de mulher forte e defensora de suas atitudes, amiga de Joana, tipo unha e carne, saindo sempre em defesa das escolhas feita pela amiga, sua forma de lidar com a sexualidade e com o tempo que a natureza lhe proporcionou com corpo. Em cena Corina se apresenta, mulher forte, em seu vestido longo e surrado, com seios meio a mostra, mesmo com o corpo fora do padrão de mulher gostosa, Corina sentia uma sexualidade a flor da pele. Ela uma vizinha sempre preocupada com a comunidade qual vive e pertence. Corina luta contra a opressão instalada por Creonte Vasconcelos por conta das taxas e juros da prestação das casas da qual ele construiu e vendeu pro pessoal da vila do meio dia. Corina não aceita o fato de Jasão trocar comadre Joana por Alma Vasconcelos filha do poderoso Creonte Vasconcelos, pois são amigas e comadre. Apoio: Diretor de teatro NIll Amaral STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR O CORPO DO ATOR EM AÇÃO NO MUNDO - AS AÇÕES FÍSICAS E OS PROCESSOS COGNITIVOS Sandra Meyer; Universidade do Estado de Santa Catarina A busca de integração das dimensões “interior e exterior” ou “física e espiritual” do ator foi constante na trajetória artística de Stanislavski e configurou procedimentos de ignição dos aspectos mentais e corporais, numa unidade psicofísica que justificaram a sua ação. A noção de ação física teve um papel central na nova configuração pedagógica, ressaltada como chave para que a criação e a emoção surgissem, já que não poderiam ser despertadas inteiramente pela vontade ou consciência do ator. Ao invés de evocar um estado mental ou emocional inicial, Stanislavski entendeu que o ator deveria acionar a materialidade do seu corpo. É quando concebe o método das ações físicas. Neste sentido, a estratégia de conhecimento foi alterada, pois é a partir das ações do corpo que o ator articularia os demais elementos da representação e se aproximaria da “natureza criadora”. A presente comunicação traz uma colaboração no sentido de relacionar o sistema das ações físicas do ator, concebido por Stanislavski, com os estudos do corpo na contemporaneidade e, conseqüentemente, de seus novos entendimentos na construção do conhecimento. Parto da hipótese de que, através do método das ações físicas, Stanislavski propôs uma determinada relação entre cognição e ação, e que conformaria uma teoria do corpo. A atuação do ator já pressupunha, para Stanislavski, um ponto de vista da experiência humana, do corpo do ator em ação no mundo. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR DIÁLOGOS PERFORMÁTICOS INTERATIVOS PARA ATORES VIRTUAIS Saulo Popov Zambiasi e Patricia Leandra Barrufi Pinheiro; Universidade Federal de Santa Catarina Diferentes formas de interação humano-computador têm sido estudadas nos últimos anos para deixar tal interação mais amigável aos usuários de computadores. Algumas dessas interfaces têm seguido o caminho de interlocutores virtuais cognitivos providos de inteligência artificial na forma de agentes interativos, chamados de chatterbots, que interagem com as pessoas dando a impressão de que um sistema de computador possui uma personalidade. A ideia principal está em fazer com que as pessoas acreditem estar conversando com outra pessoa para que possam se sentir mais à vontade ao interagir com os sistemas, ou seja, ver o sistema mais como um \"amigo\" e menos como um mero software de computador. Dialogamos aqui com a possibilidade de vermos o chatterbot como ator virtual e, a partir dessa premissa, definirmos roteiros de diálogos interativos que torne possível às pessoas vê-lo com uma personalidade única. Este trabalho propõe ainda a criação de um chatterbot desenvolvido para uma performance interativa entre este e um público. Apoio: Subverse: Grupo de Pesquisa em Ciberarte STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR LÍNGUA PRA QUE TE QUERO: MONTAGEM, CORPO E REALISMO: UMA DRAMATURGIA PRÓPRIA E APROPRIADA OLIVEIRA, Urânia Auxiliadora Santos Maia de. FIGUEIREDO, Valéria Maria Chaves; Universidade Federal de Goiás Este resumo pretende apresentar o processo de montagem do espetáculo “Língua pra que te quero” resultado da disciplina Oficina do Espetáculo do curso de Artes Cênicas da UFG, elaborado a partir dos objetivos do programa de Constantin Stanislavski, com destaque para as ações físicas. No trabalho consideramos aspectos como: oferta de um campo favorável à criação do ator; orientação para se descobrir obstáculos e como lidar com eles; condução para o aprendizado a partir de exemplos vivos; estímulo a consciência de suas necessidades pessoais e das potencialidades dos instrumentos técnicos; Indução às forças criativas da natureza e conscientização e eliminação de tendências mecânicas na atuação considerando o corpo e uma dramaturgia autônoma. Nossa pesquisa baseou-se no princípio sob o qual Stanislavski apoia sua prática teatral; uma natureza orgânica que guia a atuação do ator. Assim, trabalhamos a criação de personagens dentro dos limites físicos e psicológicos humanos. Nesse sentido, priorizamos algumas conceituações sobre o corpo e os processos de criação. Nos estudos do movimento elegemos a busca de um corpo que funda a própria cena e para tal, recorremos ao sistema Laban. Para Stanislavski uma mudança de atitude em relação ao corpo é imprescindível, é preciso aprender a usá-lo de forma eficiente, aproveitando ao máximo suas potencialidades. Ações do cotidiano podem ser realizadas sob nova perspectiva e o ator deve conectar o corpo à mente, pois assim ele poderá chegar a um estágio de interação físico-psicológica. Buscamos assim, construir uma encenação a partir da técnica consciente onde o ator aprende a se comunicar através do corpo superando os limites do texto e exprimindo a “essência” da personagem num dramaturgia própria e apropriada. Palavras-chave: Atuação, construção do personagem, memória, ações físicas, corpo. STANISLÁVSKI E AS AÇÕES FÍSICAS: DAS PARTITURAS CORPORAIS ATÉ À DRAMATURGIA DO ATOR STANISLÁVSKI NA COMÉDIA POPULAR: UM RELATO POÉTICO DAS VIVÊNCIAS EXPERIMENTADAS NESSA ESTÉTICA. Vanessa Lopes Ribeiro; Orientador: Roberta Ninin; Universidade Federal Da Grande Dourados O presente artigo abordará paralelos entre a linguagem da comédia popular e o sistema stanislavskiano, a partir de relatos de aulas da disciplina Tópicos Especiais em Artes Cênicas I - vinculada ao curso de Artes Cênicas/Teatro da Universidade Federal da Grande Dourados/MS -, vivenciada durante o segundo semestre de 2012. Propõe-se investigar a possível contribuição metodológica do encenador russo aos atores que possuem dificuldades com a interpretação cômica. Práticas fundamentadas em teóricos como DAGOSTINE, NININ, PAVIS e STANISLÁVSKI servirão de base para compreender um processo de construção de personagens-tipo da comédia popular, utilizando-se da concentração do ator, de sua observação da sociedade, de circunstâncias e situações dadas, do “se” mágico e do superobjetivo da personagem. Portanto, o artigo pretende relacionar a construção da personagem na comédia popular e a proposta de organicidade e repetição no trabalho do ator, advindo do sistema stanislavskiano. Pretende-se, assim, abordar e questionar contrapontos estéticos e suas intersecções de processos como ferramenta para a apropriação do tipo cômico pelo ator. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES STANISLAVSKI POR BENEDETTI Alvaro Levis de Bittencourt; Pontifícia Universidade Católica do Paraná A presente comunicação pretende apresentar e analisar as traduções das principais obras de Constantin Stanislavski realizadas pelo estudioso britânico Jean Benedetti, as quais resultaram em dois volumes. O primeiro reúne as obras conhecidas no Brasil como "A Preparação do Ator" e "A Construção da Personagem", já o segundo volume contempla o texto "A Criação de um Papel". Para a elaboração desta análise serão levantados alguns termos essenciais da "teoria stanislavskiana" que, segundo o ponto de vista de Benedetti, conflitam com as traduções realizadas por Elizabeth Reynolds Hapgood para as primeiras publicações do diretor russo, lançadas nos Estados Unidos. A relevância dos equívocos de tradução de Hapgood apontados por Benedetti será analisada sob três perspectivas: da alteração dos conceitos originais de Stanislavski; da significância destas alterações, tendo como parâmetro o conjunto da teoria do autor; e dos possíveis efeitos que as mesmas podem ter provocado na prática teatral, considerando que as traduções de Elizabeth Hapgood se constituíram em grandes meios de divulgação do pensamento de Stanislavski, inclusive no Brasil. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES DA CONDIÇÃO CRIADORA A CONDIÇÃO HEROICA: O SALTO NO TRABALHO DO ATOR Inajá Neckel; Unochapecó Franco Ruffini, estudioso italiano do trabalho de Stanislávski, afirma que os estúdios criados em torno do Teatro de Arte de Moscou foram efetivas práticas laboratoriais. Diante disso, o autor nos propõe um pensamento sobre o mestre russo que toma como ponto de partida uma das características fundadoras de uma prática laboratorial: a pesquisa a partir de um tema constante. Podemos afirmar que o tema de pesquisa constante no trabalho do encenador russo K. Stanislávski foi a busca pela condição criadora no trabalho do ator. Ao longo de sua vida trabalhou para compreendê-la através da prática sobre si mesmo e no trabalho com seus atores. Se a condição criadora na prática e investigação teatral de Stanislávski for considerada como seu tema constante de pesquisa – característica de um teatro laboratório – a consequência dessa atitude seria o salto. Através dele ocorre um deslocamento, a verticalização de um conhecimento apresentado aos atores-cantores do Estúdio de Ópera Bolshói entre 1918 e 1922, período em que o mestre russo esteve a frente na condução das pesquisas e práticas do estúdio. Da condição criadora à condição heroica é o impulso mobilizador do presente artigo para, a partir de definições apresentadas por Stanislávski junto aos atorescantores daquele estúdio, serem levantadas e elucidadas questões sobre essa dimensão no trabalho do ator. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES DE LO IDEOLÓGICO A LO ESTÉTICO: EL “SISTEMA” STANISLAVSKI EN EL CAMPO TEATRAL PORTEÑO Y EN EL CINE ARGENTINO Karina Mauro; CONICET / Universidad de Buenos Aires El objetivo del trabajo propuesto es indagar en la influencia de Stanislavsky en Buenos Aires (Argentina). El denominado “sistema” ingresó en el campo teatral porteño a fines de la década de 1950, cuando un grupo de jóvenes actores del movimiento de Teatro Independiente comenzó a poner en práctica sus ejercicios. A partir de esta experiencia, el “sistema” tuvo una intensa difusión y llegó a convertirse en la metodología específica hegemónica en la Actuación argentina, promoviendo la renovación del campo teatral, contribuyendo a la generación de una nueva dramaturgia (el “realismo reflexivo”) y sentando las bases para una transformación irreversible del desempeño actoral en el cine nacional. No obstante, la influencia de Stanislavsky no operó en el vacío, sino en un campo teatral con un gran desarrollo previo, lo cual nos obliga a analizar en qué medida su introducción implicó la concreción metodológico-estética de aspiraciones largamente perseguidas por algunos sectores del teatro porteño, y simultáneamente generó el relegamiento de otras formas de entender la escena y la Actuación. En efecto, el ingreso del “sistema” en Buenos Aires logró asentar definitivamente al realismo como poética garante de la transitividad de la representación teatral hacia un referente valioso en términos culturales y/o políticos (ideal esgrimido por el teatro culto y las formaciones independientes), al tiempo que desvalorizó formas específicas del teatro y la Actuación populares, por cuanto gran parte de su riqueza técnico-estética se perdió irremediablemente. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES A ATENÇÃO DO ESPECTADOR EM A PREPARAÇÃO DO ATOR DE STANISLÁVSKI Leonel Martins Carneiro (FAPESP;Regular); Orientador: Profa. Dra. Sílvia Fernandes de Silva Telesi; Universidade de São Paulo Este trabalho faz uma revisão do livro A Preparação do Ator, no qual Stanislávski aborda o conceito de atenção, problematizando a tradução brasileira nos tópicos que correspondem a este assunto. Coloca-se em pauta a importância da atenção para a estrutura desta obra, bem como as influências presentes na construção dos sentidos da palavra e nos múltiplos pontos de vista que alude: do treinamento do ator à uma preocupação com a condução do olhar do espectador. Busca-se, num primeiro momento, evidenciar as distorções do conceito de atenção presentes na tradução brasileira deste livro (feita por Pontes de Paula Lima), confrontando-a com as edições italiana (traduzida por Elena Povoleto) e espanhola (traduzida por Jorge Saura); sendo estas últimas realizadas diretamente do original, em russo. Em seguida, aponta-se a multiplicidade de acepções do conceito de atenção, que foram simplificadas na enviesada tradução para o português. Finalmente, discute-se as relações estabelecidas entre a atenção do ator e do espectador. Apoio: FAPESP STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES STANISLAVSKI, DUNCAN E DALCROZE: DANÇA E MÚSICA NO "SISTEMA" STANISLAVSKIANO. Michel Mauch / Robson Crorrêa de Camargo; Universidade de São Paulo (USP) As omissões de nomes e terminologias nas obras ao português, de Constantin Stanislavski (1863 – 1938), dificultam o entendimento de algumas de suas raízes práticas e filosóficas. Neste trabalho discutimos pontos de contato entre seus postulados e a dança de Isadora Duncan (1877 – 1927) e a música de Èmile JacquesDalcroze (1865 – 1950). Partimos do cotejo entre os livros A Construção da Personagem e El Trabajo del Actor sobre si Mismo en el Proceso Creador de la Encarnación. O primeiro foi vertido por Pontes de Paula Lima ao português e publicado pela Civilização Brasileira em 1970, a partir da versão estadunidense editada de Elizabeth R. Hapgood. Já o segundo foi traduzido diretamente e sem cortes do russo por Salomón Merener e publicado em 1977 pela editora portenha Quetzal. Constatamos a omissão dos nomes de Duncan e Dalcroze na versão brasileira, principalmente quando a confrontamos com o “Capítulo IV — Para Tornar Expressivo o Corpo” e “Capítulo V — Plasticidade do Movimento” com os subtítulos existentes na obra portenha “1. Gimnasia, acrobacia, danza, etc.” e “2. Plasticidad de los Movimientos”. Este artigo expõe dados históricos, bem como analisa e disserta sobre o como Stanislavski se apropriou e ressignificou estes conceitos e práticas. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES REFLEXÕES ACERCA DO “TRABALHO DO ATOR SOBRE SI MESMO” PROPOSTO POR K. STANISLÁVSKI A PARTIR DO ESTUDO DAS NOÇÕES “PEREJIVÁNIE”, “VOPLOCHTCHÊNIE” E “VTORÁIA NATURA” Michele Almeida Zaltron (CAPES;Doutorado); Orientador: Profª. Drª. Tatiana Motta Lima; Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO As noções “perejivánie” e “voplochtchênie”, geralmente traduzidas para o espanhol e para o português como “vivência” e “encarnação”, constituem pilares fundamentais do ”sistema” stanislavskiano. Não por acaso, é na busca por compreender e encontrar meios para o ator desenvolver em si mesmo os processos de criação da “perejivánie” e da “voplochtchênie” que se baseiam os dois tomos da obra “O trabalho do ator sobre si mesmo”, de K. Stanislávski. A noção de “vtoráia natura”, que pode ser traduzida como “segunda natureza”, possui intrínseca ligação com o “trabalho sobre si mesmo” proposto por K. Stanislávski e, por consequência, com as próprias noções “perejivánie” e “voplochtchênie”. Com este estudo, proponho, então, refletir conjuntamente sobre essas noções essenciais da prática de K. Stanislávski, a partir de sua obra e também pelo estudo da língua e da cultura russa. Desse modo, acredito na possibilidade de enriquecer a compreensão sobre a obra do mestre russo – riqueza esta que, muitas vezes, pela simples tradução por palavras equivalentes não nos é permitido alcançar. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES THE ABRAMOVIC METHOD Michele Louise schiocchet (CAPES;Doutorado); Orientador: Andre Carreira; UDESC Com base no trabalho desenvolvido por Stanislavski a cerca de 100 anos atrás, busco refletir sobre a pertinencia ou não da criação de métodos para linguagens contemporâneas como a performace. Marina Abramovi?, afirma ser responsável pelo que chamou de "The Abramovic Method", sendo este seu ´legado´ para a arte da performance. Baseada em teorias e práticas de construção física e mental diante de um público, que necessecitaria de uma formação para que compreenda a performance, Marina realizou uma exposição interativa entitulada "The Abramovic Method" em Milão, que gerou um documentário e dois catálogo onde a partir de suas três últimas obras, articula os princípios de seu método. A artista, que promove ´treinamentos´ no insituto que fundou em Nova York, sugere que o método de Stanislawski objetivava convergir a emoção na cena e propõem em contrapartida não simular, mas criar um centro espiritual e emocional (HuffPost Arts & Culture). Proponho pensar, considerando os princípios geradores da arte da performance, que possíveis desdobramentos esta arte haveria tido até o presente momento, e de que forma poderíamos articular princípios de composição e preparação voltados à performance preservando sua flexibilidade e abertura. Noto que a arte da performance surge como uma forma de agrupar diferente manifestações artísticas não espetaculares, que propunham priorizar o processo artístico ao produto, questionando lógicas mercadológicas e institucionais. Sugiro com isso refletir a respeito desta oscilação entre arte marginal e meinstream buscando entender um pouco melhor o que seria a performance hoje e de que forma podemos estudá-la teoricamente e praticamente. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES REPERCUSSÕES STANISLAVSKIANAS NA CRÍTICA TEATRAL CATARINENSE Monique de Azevedo Rosa (Mestrado;CAPES); Orientador: Vera Regina Martins Collaço; Universidade do Estado de Santa Catarina Nesta comunicação tenho por objetivo discutir como Mário Alves Neto – crítico teatral atuante em Florianópolis nas décadas de 1960 a 1980 – abordava, em suas críticas publicadas no jornal local O Estado, na década de 1980, a questão da encenação moderna advinda de mestres pedagogos como Constantin Stanislávski (1863-1938). A proposta é investigar se essa discussão se fazia presente ou não, nas críticas teatrais de Mário Alves Neto, ao analisar e escrever sobre as encenações dos grupos teatrais da cidade. O que é possível apreender de suas críticas em relação ao significado de encenação moderna, tal como propunha Stanislávski? Partindo para o âmbito nacional, incluo na discussão outros críticos brasileiros, do mesmo período de Mário Alves Neto, para verificar o diálogo proposto por suas críticas com os pedagogos do teatro moderno europeu, mais diretamente com Stanislávski. Nesse sentido, o principal foco dessa comunicação é analisar se a crítica teatral, principalmente a de Florianópolis, na década de 1980, estabelecia paralelos e apontava para proposições estéticas advindas do "Sistema" stanislavskiano para a mise-en-scène. E, desse modo, expor algumas das repercussões da obra do mestre russo para a cena teatral catarinense. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES A NOÇÃO DE IMPROVISAÇÃO EM STANISLAVSKI E SUA IMPLICAÇÃO NO TEATRO DO OPRIMIDO DE AUGUSTO BOAL Sandro de Cássio Dutra; Doutor pela UNIRIO Stanislavski afirmou que a criação do artista não consistiria apenas no trabalho interno da imaginação, mas também na encarnação externa de seus sonhos. Em seguida sugeriu que convertêssemos o sonho em realidade. O caminho para tal transformação se daria no campo realista e por meio de improvisações. Estas se caracterizariam por ser um mecanismo para experimentações, ou seja, ferramenta prática apropriada para fazer com que o ator representasse seu papel como se na vida real estivesse. Esta noção de improvisação stanislavskiana é avocada por Augusto Boal. Em suas pesquisas e práticas teatrais, o diretor brasileiro criou o Teatro do Oprimido, no qual a improvisação é ponto essencial, uma vez que possibilitaria a participação do espectador na cena. Segundo Boal, se a improvisação é amparada pelo realismo em Stanislavski, ela é a própria realidade no Teatro do Oprimido. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES A CIÊNCIA O OCIDENTE NO SISTEMA STANISLÁVSKI - A MEMÓRIA EMOTIVA Simone Pricoli de Mello (Fapesp;); Orientador: Elena Vássina; USP A primeira vez que um estudo científico foi utilizado num processo de criação, se deu na montagem de Um Mês no Campo de IvanTurguêneiv dirigida por Stanislávski no Teatro de Arte de Moscou. A memória emotiva, chamada pelo diretor, em 1909, de memória afetiva, termo que o mestre russo empresta de Théodule Ribot, (1839-1916) considerado o fundador da psicologia científica francesa, responsável pela introdução da psicologia experimental na França. A memória emotiva foi uns dos elementos preponderantes para a criação do seu “sistema” e também bastante polêmico. Esta controvérsia se dá pelo fato de no Brasil termos herdado a ótica americana do “sistema”, que na América ficou conhecida como “método” stanislavskiano. Tudo começou quando Richard Boleslávski, ator do Teatro de Arte entre 1909 e 1918, chega aos Estados Unidos em 1922 com o objetivo de disseminar o “sistema” Stanislávski, que, na opinião dele, dever ser adaptado para as condições culturais dos americanos daquele tempo. Assim como para Stanislávski, a fonte de Boleslávski para a “memória emotiva” é o psicólogo francês Théodule Ribot, O que difere em Boleslávski é que ele faz uma abordagem psicanalítica ao trabalho do ator, o que não acontece com Stanislávski, dando assim uma interpretação bem diferenciada do mestre russo. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES ANALISE COMPARATIVA DE ESCRITO STANISLAVSKIANO Vera Collaço; UDESC Nessa comunicação tenho por objetivo elaborar um estudo comparativo do texto “O Inspetor Geral” e “El Inspector” de Constantin Stanislavski (1863-1938), publicados, respectivamente, no Brasil (1972) e em Buenos Aires (1988). Através do quadro comparativo procuro compreender as semelhanças e diferenças entre a tradução brasileira e a espanhola para o referido texto. Stanislavski buscava com os ensaios sobre O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol (1809-1852), novos procedimentos para o trabalho do ator na cena. Resultando num processo de inversão de suas pesquisas iniciais para a “construção” da personagem. Nessa etapa final de seus estudos sobre o ator, Stanislavski desenvolveu o que ficou conhecido como o Método das Ações Físicas. Com esse trabalho o encenador-pedagogo apontava um caminho do exterior – ações físicas – para alavancar a criação do arcabouço da personagem, e a partir dai partia-se para as pesquisas sensíveis/interiores da mesma. O estudo busca perceber como as duas traduções elaboraram a proposição de Stanislavski para seus respectivos leitores. STANISLÁVSKI E NÓS: PROBLEMAS DE RECEPÇÃO E ACULTURAÇÃO: TRADUÇÃO, CONCEITO E NOÇÕES LIBERDADE E FIDELIDADE: A TAREFA DA TRADUTORA DE KONSTANTIN STANISLAVSKY Vicente Mahfuz; Orientador: Maria Brigida de Miranda; CEART/UDESC Este artigo pretende discutir algumas das mais influentes traduções das obras de Konstantin Stanislavsky para a língua inglesa, realizadas por Elizabeth Reynolds Hapgood entre as décadas de 1930 e 1940. Tal discussão inclui impressões de importantes teóricos da obra de Stanislavsky e alguns trechos de seus escritos traduzidos, colocados em comparação com os textos originais em língua russa. O artigo busca estabelecer relações entre as traduções de Hapgood e os conceitos liberdade e fidelidade presentes em discursos sobre poéticas de tradução, especialmente nos estudos de Walter Benjamin e Umberto Eco. A pesquisa passa pela análise pontual, porém detalhada, da contraposição entre as traduções apontadas e o discurso de conceitos teóricos sobre tradução, a fim de permitir a compreensão da influência que as diferentes traduções exerceram e exercem sobre a compreensão da obra de Stanislavsky em âmbito mundial. Assim, pretende-se refletir sobre possíveis caminhos para uma atualização da compreensão de seu discurso e de suas técnicas. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO ABORDAGENS STANISLAVSKIANAS NO GEPPAC-UFPEL Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira e Elias Pintanel de Oliveira (CNPq;); Universidade Federal de Pelotas - UFPel O Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Processos Criativos em Artes Cênicas – GEPPAC, da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, tem desenvolvido estudos e pesquisas sobre práticas criativo-formativas de grupos de teatro da região sul do RS. Nesse estudo apresentamos como estamos abordando o método de ações físicas como princípio de pesquisa e, concomitantemente, de formação de atores. A referência stanislavskiana nos impulsionou a criarmos espaços de estudos e de experimentação dos caminhos percorridos durante o trajeto de criação, bem como a experimentação de elementos presentes na poética de Stanislavski. No entanto, toda a abordagem realizada pelo GEPPAC parte do pressuposto de que Stanislavski foi antes de qualquer coisa um artista-pesquisador. Disso resulta uma atualização do cânone stanislavskiano para os contextos de teatro de grupo no extremo sul do RS. Com isso consideramos a poética de Stanislavski como um pecúlio, metaforicamente falando, que reivindicamos para experimentos poéticos – método principal de nossa investigação em andamento desde 2008 – que objetivam investigar e formar atores e espectadores nas cidades de abrangência da pesquisa. Palavras-chave: Pesquisa teatral; Processos Criativos; Formação de atores; Teatro de grupo. Apoio: CNPq STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO METÁFORAS DE TRABALHO NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE STANISLÁVSKI Ana Caldas Lewinsohn (FAPESP;bolsa de doutorado); Orientador: Renato Ferracini; UNICAMP As expressões faladas em cada sala de preparação da cena teatral compõem uma língua particular do território da prática, podendo revelar princípios de trabalho e determinados entendimentos experienciais sobre a performance do ator. Nomeamos de metáforas de trabalho os termos utilizados em sala para potencializar o trabalho do ator. Esses termos são utilizados por professores, diretores ou mesmo integrantes de grupos teatrais que possuem uma prática continuada de pesquisa. São termos que buscam uma provocação, um estímulo que auxilie a propulsão de estados de experimentação, vida e presença. Tendo em vista o ambiente de criação e preparação do ator, este artigo busca discutir formas de transmissão a partir de um pensamento com as metáforas de trabalho utilizadas por Stanislávski em suas experiências pedagógicas. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO A ACADEMIA DE MUSCULAÇÃO AFETIVA DO GRUPO TÁ NA RUA – REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DE AMIR HADDAD Ana Carneiro; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA/UFU Contribuir para reflexões que visam lançar novos olhares sobre as relações estabelecidas por Stanislavski entre prática pedagógica e formação do ator e as diversas maneiras como tais procedimentos se encontram imiscuídos em nossa prática atual de professores/mestres-encenadores é o propósito principal desta comunicação. Para tanto, serão feitos apontamentos e reflexões a partir dos escritos de Stanislavski (1968; 1970;1980), bem como de textos apresentadas por Arão Santana (2000), Jorge Larrosa Bondia (2002a; 2002b) e Marcos Bulhões Martins (2002), entre outros, que propiciem estabelecer observações sobre o processo de trabalho do diretor Amir Haddad, que, por determinados aspectos de seu trabalho e pelas qualidades que nele imprime, é considerado um mestre por todos que com ele atuam. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO A IMPORTANCIA DA PEDAGOGIA NO TRABALHO DO ATOR Andréa Weber; Orientador: Tercia de Tasso Moreira Pitta; Universidade Paulista UNIP Esta monografia pesquisa a pedagogia no trabalho do ator, com enfoque nos atores ainda em processo de formação técnica em arte dramática. Partindo do estudo da Pedagogia na linha do tempo Histórico, seus principais nomes e tendências desde o Período Renascentista até a contemporaneidade, foi escolhido como objeto de estudo o diretor e pedagogo teatral Constantin Stanislavski, sendo apresentada nesse trabalho: sua biografia, os principais tópicos do seu Sistema abordados nos livros: “A Preparação do Ator”, “A Construção da Personagem” e “A Criação do Papel”, e o enfoque pedagógico do seu Sistema. Para corroborar a pesquisa teórica foi realizado Estudo de Caso da montagem do espetáculo “O Improviso de Versalhes” sob viés pedagógico, analisando recursos utilizados pela direção para o desenvolvimento dos atores no processo de montagem, desde a aproximação com o texto, seu contexto social e político, criação do personagem, preparação vocal, preparação corporal e a encenação. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO A ABORDAGEM DA IMAGINAÇÃO DE STANISLAVSKI E O TEATRO CONTEMPORÂNEO Cláudia Muller Sachs; Para Stanislavski o processo criativo inicia-se com a imaginação inventiva de um poeta, de um escritor, do diretor da obra, do ator, do cenógrafo e dos outros participantes na produção. A imaginação era, portanto, um dos aspectos cruciais enfatizados em seu Sistema tanto no âmbito de formação de atores como no da encenação em si. Fora da Rússia ficou mais conhecido, inicialmente, por sua abordagem psicotécnica que enfatiza os processos interiores e mais tarde tomou-se conhecimento do método das ações físicas, no qual a ênfase recai sobre os processos exteriores, o ritmo e o impulso, a ação passa a estar à frente no processo criativo. Ainda que haja controvérsias sobre a compreensão de seu Sistema devido a problemas de tradução e de escolhas de diferentes enfoques ao ser trazido para o ocidente, a abordagem sobre a imaginação de Stanislavski está normalmente atrelada ao papel, ao personagem, envolvendo tanto a instância interna como a externa. Já no teatro contemporâneo, em que o texto ocupa um lugar menos privilegiado e os processos criativos partem de temas, textos literários, imagens, etc., as técnicas de Stanislavski parecem ser ultrapassadas, insuficientes ou incompatíveis com essas outras poéticas, será? Há uma infinidade de técnicas para o trabalho do artista de teatro, diferentes enfoques e prioridades conforme pessoais, mas a imaginação ainda é condição sine que non da criação e, portanto, cabe rever aquelas técnicas à luz de nosso momento atual. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO SOBRE A PALAVRA QUE GERA, A MEMÓRIA DAS EMOÇÕES É DESPERTADA: PROCEDIMENTO A SER APLICADO AO PIBID DE TEATRO. CLEILSON QUEIROZ LOPES (PROGRAMA INSTITUCIONAL BRASILEIRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID;INICIAÇÃO À DOCÊNCIA); Orientador: MARCIO ALESSANDRO NUNES RODRIGUES; UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI Parto da experiência e pesquisa aplicada ao Programa Institucional Brasileiro de Iniciação à Docência – PIBID do Curso de Teatro da Universidade Regional do Cariri/URCA Ceará, e das minhas questões como ator da Cia Ortaet de Teatro. Tendo como premissa as observações do primeiro semestre como bolsista e pesquisador na escola, sinto a necessidade de propor um procedimento pedagógico, na busca de uma representação mais profunda e sem estereótipos. Opto pela pesquisa bibliográfica para a elaboração do procedimento, interessado na investigação teórico-reflexiva sobre a Preparação do Ator de Constantin Stanislavski, na busca de se Representar Verdadeiramente em diálogo com a Pedagogia Libertadora de Paulo Freire que parte da Palavra Geradora. O procedimento será realizado na Escola Estadual Wilson Gonçalves, Crato-CE, no segundo semestre de 2013, cujo contexto é formado por estudantes de baixa renda. Será desenvolvido o procedimento Sobre a palavra que gera, a Memória das emoções é despertada, partindo da premissa de que a palavra geradora possibilita ao indivíduo, o reencontro com seu passado e com suas percepções subjetivas, sensibilizando-o na construção de imagens. Entre a memória emotiva ativada e o retorno ao passado, conduzirei o procedimento tendo como subsídio o Se, conceito bem explanado por Stanislavski no processo de improvisação. Como primeiras conclusões, espero alcançar melhoria nas atitudes corpovocais e nas ações físicas dos estudantes. Apoio: COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR - CAPES STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO DANDO CORPO À VOZ: PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NA PREPARAÇÃO VOCAL DE ATORES Daiane Dordete Steckert Jacobs; Laura Silvana Cascaes; Priscila Marinho (CAPES/UDESC;CAPESDS/UDESC-Monitoria de graduação); Orientador: Ms. Daiane Dordete Steckert Jacobs (orientadora de monitoria e estágio docência); Dra. Maria Brígida de Miranda (orientadora da doutoranda Daiane Dordete Steckert Jacobs); Dra. Sandra Meyer Nunes (ori; UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina Este artigo pretende discutir as relações entre ensino, pesquisa e criação nos processos pedagógicos realizados nas disciplinas Voz I e Voz II do Curso de Licenciatura em Teatro da UDESC, no segundo semestre letivo de 2012 e no primeiro semestre do ano seguinte. Foram desenvolvidas proposições metodológicas que articularam corpo e voz a partir de princípios de educação somática, dança, canto e princípios técnicos e compositivos do trabalho vocal para atores. Ambas as experiências visaram integrar corpo e voz no treinamento vocal do ator, desenvolvendo processos criativos que abordaram conteúdos específicos do ementário de cada disciplina na criação cênica. O texto procurará tecer relações com os princípios de trabalho vocal propostos por Constantin Stanislavski, indicando convergências e divergências com o método russo nos processos pedagógicos para a voz cênica desenvolvidos nas disciplinas. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO CORPO, MÚSICA E FALA: O TEMPO-RITMO NA FORMAÇÃO DO ATOR Domingos Sávio Farias de A. Júnior (CNPq;Iniciação Científica); Orientador: Adriana Fernandes; Universidade Federal Paraíba - UFPB Esta pesquisa está vinculada ao Máskara – Núcleo Transdisciplinar de Pesquisas em Teatro, Danca e Performances (Grupo de Pesquisa do CNPq). Seu objetivo foi a realização de um estudo teórico-científico sobre os princípios musicais tempo e ritmo na construção de uma musicalidade do ator em formação. Diz respeito à utilização da música como auxílio ao ator na criação cênica. O material bibliográfico que serve de base para a sua concretização são os escritos e as metodologias propostas por grandes nomes do teatro universal, especificamente Stanislavski, Meyerhold, Brecht, Artaud e Grotowsky. A influência de Dalcroze nos métodos propostos por tais encenadores foi um dos focos de investigação da pesquisa e detectou-se essa influência no trabalho de Meyerhold e de Stanilsvaski, embora neste último, o nome de Dalcroze tenha sido omitido na tradução de A Construção da Personagem, em português, conforme apontam estudos de Michel Mauch e Robson Correa de Camargo. Nos demais encenadores, a presença de principios dalcrozeanos não foi encontrada de maneira direta. Através da abordagem da música nas propostas cênicas dos encenadores citados, ficou mais claro de que forma o tempo-ritmo se insere nas propostas de cada um deles. Desde Stanislaviski até Grotowski pode-se perceber a presença dos parâmetros musicais, principalmente com relação à duração (onde tempo-ritmo se insere) voltados para o desenvolvimento das práticas atorais, perfazendo uma trajetória que encara o tempo ritmo em um contexto teatral mais ampo e chegando em Grotowski onde esta percepção está concentrada no corpo e na fala do ator. O tempo-ritmo, cujo termo tem Stanislavski como precursor de sua utilização em práticas teatrais, é considerado, ao longo desta pesquisa entre os encenadores pesquisados, como um importante princípio de musicalidade, funcionando como auxilio para o ator para a criação de personagens e potencialização do seu trabalho cênico. Apoio: CNPq STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO PRIMEIROS PASSOS DE UM ATOR: LIÇÕES E DESCOBERTAS DO ATOR STANISLAVSKI, NARRADAS EM MINHA VIDA NA ARTE. Eliane Lisboa; UFCG - Universidade Federal de Campina Grande No processo de elaboração de um espetáculo com atores iniciantes, ou relativamente inexperientes, é interessante a constatação do quanto as dúvidas e reflexões expressas por Stanislavski no início de sua trajetória de ator se aproximam de nossas próprias interrogações. Neste sentido, sua obra Minha Vida na Arte, que registra aquele período de sua vida, abre-se a nossos olhos como um caminho especular de conhecimento, pela minuciosa e profunda franqueza com que o pensador russo expõe o dia a dia de sua formação de ator, num processo lento de descobertas, de avanços e recuos, do que veio a constituir mais tarde alguns dos princípios fundamentais de seu trabalho como diretor e pedagogo. São estas descobertas que nos interessam trazer à discussão, identificando ainda a postura ética fundamental que orientou seu trabalho desde o início, o quanto suas descobertas são fruto de uma experimentação paciente e como o mestre se revela em muitos momentos um pensador à frente do seu tempo, prenunciando a nova cena que em breve se instauraria. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO A IMAGINAÇÃO, O SUBCONSCIENTE E A EMPATIA: STANISLÁVSKI E AS FERRAMENTAS DO ATOR Igor Stein Mariano; Orientador: Prof. Dr. Jean Carlos Gonçalves; Universidade Federal do Paraná Através da perspectiva de A Preparação do Ator (Stanislávski,1999), busco a partir deste estudo analisar os conceitos trabalhados por Stanislávski nos capítulos Imaginação, e Memória das Emoções, e como esses conceitos se relacionam com a prática pedagógica proporcionada pelo diretor utilizado-se da investigação do ator sobre o a sua ação particular. Também investigo a aplicabilidade de jogos e práticas voltadas para os treinamentos propostos em função das prerrogativas sobre o trabalho do ator e as suas ferramentas: o subconsciente como fonte de material criador para as emoções, a empatia como caminho possível para evocar estados emocionais e a imaginação como substrato da função criadora. Para a aproximação da prática dos conceitos estabelecidos, me basearei no sistema de jogos de Viola Spolin e a possibilidade de conversação entre práticas, intermediado pela exploração do jogo teatral. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO INTERFACES ARTÍSTICAS NA CRIAÇÃO TEATRAL: A PEDAGOGIA STANISLÁVSKIANA José Cleber Barbosa de Lima; Universidade Regional do Cariri A partir de um experimento teatral “O Sonho de Uma noite de Luar”, inspirado no texto homônimo do dramaturgo carioca Roberto Gomes (1882-1922), que culminou em um debate com artistas e o público em geral sobre as possibilidades de criação e possíveis interfaces da montagem cênica, sob a ótica da pedagogia do teatro Stanislávskiano, que teve a duração 40 minutos, realizou-se uma mescla de leitura dramática, instalação plástica, sonora e espetáculo teatral, tendo como resultado apontamentos acerca dos procedimentos metodológicos de Stanislávski correlacionados às práticas pedagógicas da formação dos atores envolvidos na ação. Ainda no processo de finalização desse experimento, foram realizadas apresentações na sala Lampião, no Campus I da UFPB e no Teatro Lima Penante, localizados na cidade de João Pessoa-PB, com êxito de aceitação pelos artistas/professores locais. O texto de Roberto Gomes, cuja obra recebe muita influência da literatura francesa, trata da relação conflituosa entre a fantasia, memória e realidade do jovem Cristiano, ao reencontrar, depois de quinze anos de separação, a “sempre amada” Edel. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO CORPO DO AFETO: TEMPO E EXPERIÊNCIA COMO AGENCIADORES DE MEMÓRIAS José Eduardo De Paula; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA A partir das noções de devir e eficácia, a memória será considerada como objeto de relevância nas pesquisas de Stanislavski e Grotowski, possibilitando discutir corpo do afeto e os processos de preparação e criação como agenciadores de memórias. Período é outra noção relevante em Stanislavski, evidenciando uma possível proposta artístico-pedagógica que elege o processo – espaço-tempo – como campo experiencial e meio promotor de memórias. Como salto evolutivo nos processos criativos do ator/performer, Grotowski debruça-se sobre as noções de corpo-memória e corpo-vida, privilegiando esta última por parecer mais justa com a noção de hoje–aqui–agora, ao passo que a outra parece conduzir o ator/performer a um estado nostálgico e, por isso, ser menos eficaz. Se experiência e prática podem ser consideradas como matérias interdependentes, podemos tanto considerar que viver é praticar a vida, quanto praticar a vida é experimentar e experienciar a vida. Em ambos os sentidos estão contidas as noções de processo, tempo-espaço, duração, memória e corpo-vida como matérias geradas de modo relacional, via experiência. Não poderia ser diferente com o ator/performer, para quem preparação e criação podem ainda ser consideradas como ambientes promotores de uma lógica de trânsito, nos quais os processos e o percurso no tempo são vistos como geradores e instaladores de memórias [sejam elas pessoais, coletivas, históricas e contemporâneas, transientes e do devir], pois permitem experimentar a vida como uma rede que entrelaça as distintas camadas do viver, seus diferentes ambientes, relacionando-os via ação gerada e geradora de experiências criativas agenciadoras de memórias. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO O TEATRO DO OPRIMIDO E A POPULARIZAÇÃO DO SISTEMA STANISLAVSKI José Marcos Batista de Moraes e Samantha Pollyana Messiades Pimentel; Orientador: Eliane Tejera Lisbôa; Universidade Estadual da Paraíba Constantin Stanislávski e Augusto Boal, são dois nomes importantes na história do Teatro mundial. O primeiro foi o criador de um sistema de trabalho de interpretação conhecido como Sistema Stanislávski. O segundo foi o criador do Teatro do Oprimido, um método que entre outras coisas, visa democratizar os meios de produção teatral. No Brasil, Augusto Boal teve um importante papel na divulgação do Sistema Stanislávski, seja na realização do Laboratório de Interpretação do Teatro de Arena, seja na sistematização e nas práticas do Teatro do Oprimido. Alguns dos jogos e exercícios presentes no livro “200 Jogos para Atores e não Atores”, Augusto Boal, podem ser um caminho mais popular, de mais fácil entendimento, para se alcançar alguns dos objetivos apresentados no livro “A Preparação do Ator”, de Stanislávski, como facilitadores do processo de trabalho do ator. O nosso trabalho objetiva através da comparação entre os dois livros acima citados, entender de que forma o Teatro do Oprimido se apropria do sistema criado por Stanislávski, e como podemos perceber conexões entre aspectos do Sistema Stanislávski e exercícios sistematizados por Boal. Palavras Chaves: Stanislávski. Boal. Preparação do Ator. Teatro do Oprimido. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO CÍRCULOS DE ATENÇÃO E OUTROS ELEMENTOS DA CENA TEATRAL PONTES, LEIR; Orientador: EUGÊNIA MARTINS; INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ- IFCE. Círculos de Atenção e Outros Elementos de Uma Cena Teatral é um trabalho da pesquisadora Leir Pontes. Recortado de sua monografia intitulada, "The Light": Cartografia de Uma Prática Pedagógica em Teatro. Esta pesquisa acontece de março à maio de 2013, em Fortaleza, no Ceará. Surgiu da questão: Que elementos podem auxiliar na condução ( direção de ator) na cena? Para tanto, esta produção pretende apontar algumas ferramentas possíveis à construção de cenas. Para isso, se ancora nas seguintes obras e seus respectivos autores: A Preparação do Ator, de Constantin Stanislaviski; O Erro de Descartes, de Antônio Damásio; A Arte Secreta do Ator- um dicionário de Antropologia Teatral,de Eugênio Barba e Nicola Savarese; A Arte de Não Interpretar Como Poesia Corpórea do Ator,de Renato Ferracini; Atenção, porosidade e vetorização: por onde anda o ator contemporâneo?, de Tatiana Motta Lima; Inteligência Emocional,de Daniel Coleman; Como Parar de Atuar, de Harold Guskin; A Linguagem do Corpo, de David Cohen; e O Universo das Artes, de Fayga Ostrower. Apoio: IFCE STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO O ENCENADOR-PEDAGOGO NA RODA DA TRUPE Luiz Eduardo Rodrigues Gasperin; UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS Este artigo realiza um estudo sobre a figura do encenador, a terminologia e a função dada ao condutor de processo cênicos na contemporaneidade. Com este objetivo, é avaliado o emprego do termo na historiografia teatral disponível desde o fim do século XIX, em debate com o desenvolvimento de sua função artística, na orientação da construção da estética do espetáculo, e pedagógica, na formação e experimentação dos participantes envolvidos. Com base neste estudo preliminar, voltamos nosso olhar sobre a prática da Trupe Arte e Vida, grupo localizado no interior do estado de Mato Grosso do Sul formado por jovens atores. Analisaremos o processo de criação dos espetáculos e a figura do Encenador e suas práticas pedagógicas. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO O OBJETIVO COMO OPERADOR TEÓRICO E PRÁTICO NO TRABALHO E NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE TEATRO. Luiz Otavio Carvalho; Universidade Federal de Minas Gerais O texto pretende destacar a operacionalidade do princípio stanislavskiano denominado objetivo sobre a elaboração, execução e afinação de partituras físicas atorais que se estruturam a partir da ação física. Em função disso, essa reflexão propõe-se em sublinhar que o objetivo, nessa perspectiva de regente de partituras de ação física, torna-se não somente um elemento fundamental, mas, principalmente, estruturante da ação física. No desenvolvimento propriamente dito do texto, serão utilizados exemplos extraídos dos livros de Stanislavski (2003) e Richards (2012). Esses excertos serão analisados detalhadamente para ampliar a compreensão do objetivo tanto no que diz respeito ao seu aspecto teórico-conceitual quanto a sua composição. Ao final dessas análises, será proposta uma fórmula original na literatura sobre o assunto, originalidade esta que se encontra em sua formulação e nomeação de seus termos constituintes. A importância dessa ferramenta é servir como um instrumento operacional de identificação de objetivos de cenas em estudo, bem como para o ator utilizar no seu exercício de formulação de tal conceito, nos momentos em que ele necessitar compor as várias células de suas partituras de ação física. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO MEMÓRIA E PERFORMATIVIDADE Mara Leal; Universidade Federal de Uberlândia A presente comunicação pretende discorrer sobre o trabalho desenvolvido por K. Stanislavski para acionar a memória sensorial e emotiva em seus atores, como meio para se construir uma personagem mais crível e viva em cena, e em como na contemporaneidade tem-se utilizado de procedimentos inspirados nesses mesmos princípios para a criação de trabalhos mais autorais. O interesse é refletir como artistas e pedagogos contemporâneos partem de re-leituras de Stanislavski e Grotowski sobre o uso da memória pessoal do artista cênico, para desenvolver trabalhos mais performativos e centrados na experiência dos participantes. Serão apresentados experimentos realizados por artistas como George Tabori e pela própria autora em sala de aula. Penso no trabalho sobre a memória como um processo necessário para acesso a experiências, muitas vezes silenciadas, mas necessárias para o desencadeamento do processo criativo e de autotransformação do artista cênico. Apoio: UFU STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO DIÁLOGOS COM STANISLAVSKI E BOGART SOBRE IMPROVISAÇÃO TEATRAL Narciso Telles (Pq 2/CNPq;); Federal de Uberlândia (UFU) As questões trazidas pelo conjunto e pela diversidade de práticas acionadas na cena contemporânea proporcionam o surgimento de novas perspectivas de trabalho nos espaços de ensino-aprendizagem. A presente comunicação busca apresentar e discutir como os princípios pedagógicos de K. Stanislavski tem contribuído para um [re]pensar da improvisação teatral na atualidade. Como campo de investigação, escolhemos os conceitos dos viewpoints e a composição, propostos por Anne Bogart, que são utilizados nos ateliês de criação do Coletivo Teatro da Margem e do Núcleo 2, visando promover a aquisição do conhecimento teatral pela experiência como atitude metodológica e a cena como um ato erótico. Apoio: CNPq / UFU STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO STANISLÁVSKI NA FORMAÇÃO DE ATORES: ENTRE A TEORIA E A PRÁXIS Natássia Duarte Garcia Leite de Oliveira (FAPEG;Bolsa de Pesquisa (Doutorado)); Universidade Federal de Goiás Este trabalho pretende apresentar uma discussão sobre práticas pedagógicas, a partir da experiência com a disciplina “Oficina do Espetáculo” – ofertada pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás – que resultou nas montagens de espetáculo “Tal qual como c’aqui” (2011) e “Crianças... Ou nossas infâncias inventadas!” (2012/ 2013), orientadas pela pesquisadora e professora Natássia Garcia. O intuito é expor a práxis do curso, o qual envolveu princípios do trabalho de Constantin Stanislavski (18631938), para refletir criticamente a formação de atores e as relações e as tensões entre memória, imaginação, ação, imagem e plasticidade. Palavras-chaves: Constantin Stanislávski. Formação de atores. Teoria e Práxis Apoio: Escola de Música e Artes Cênicas STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO A ARTE DA OBSERVAC?A?O Scarlett Siqueira do Valle; Universidade de Brasília Este artigo tem como objetivo a reflexão sobre uma ferramenta fundamental para a criação do papel, a observação. Stanislavski dizia que o ator deveria se preocupar em estudar o comportamento humano, pois era um dos seus instrumentos mais importante na arte do ator. Eugênio Kusnet, discípulo de Stanislavski, era um estudioso e observador da vida utilizava está técnica em conjunto com a imaginação ativa. Partindo do princípio que o ator deve exercitá-la constantemente no seu treinamento diário incorporá-la com ajuda da imaginação ativa e da improvisação em exercícios para a construção da personagem. O ator é conhecedor do ser humano como nenhum outro seria capaz, porque ele dará a vida a uma enorme variedade de personagens ao longo do seu trabalho, portanto a arte da observação será um coringa para sua preparação. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO A VISUALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE ATIVA NO DESENVOLVIMENTO DA FALA CÊNICA. Vinícius Assunção Albricker (CAPES;REUNI); Orientador: Prof. Dr. Ernani de Castro Maletta; Universidade Federal de Minas Gerais A reflexão proposta nesse artigo parte da seguinte questão: que procedimentos podem contribuir para o aprendizado da fala como uma ação cênica, como um tecido de imagens e sonoridades costurado por jogos de tensões dramáticas? Stanislavski propõe, com a sua Análise Ativa, que o ator comece a estudar o texto sem a preocupação de dizer literalmente as palavras do autor, mas com o desafio de, utilizando suas próprias palavras, apropriar-se dos acontecimentos do conflito dramático. Assim, improvisar a partir de visualizações provocativas, sugestionadas, por exemplo, pelo espaço cênico e seus objetos, previamente organizados em função das circunstâncias dadas pelo texto, instigará o ator a reagir. Essas reações, inicialmente em forma de corpo em movimento, ativarão a voz do ator em qualidades sonoras adequadas às metas comunicativas da cena. Dizer as verdadeiras palavras do texto será uma etapa posterior da criação, pois para que estas soem vivas e orgânicas é preciso antes acender a imaginação e criar visualizações desencadeadas por práticas sensoriais de reações no espaço cênico. Essa reflexão pretende contribuir para a formação de um ator com consciência expandida no que se refere a uma fala cênica viva, repleta de sutilezas e matizes expressivos. Analisaremos como exercícios de imaginação, traduzidos em visualizações concatenadas numa “película cinematográfica do papel”, atuam como catalisadores desse aprendizado. STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO BOCA DE OURO UM DRAMA SUBURBANO: INTERTEXTUALIDADE E TECNOLOGIAS Wellington Menegaz de Paula (CAPES;Pesquisa doutorado); Orientador: Profª Drª Beatriz Ângela Vieira Cabral; Universidade do Estado de Santa Catarina Esse artigo apresenta a analise de um processo de drama realizado com alunos do Curso de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina, a partir do texto dramático Boca de Ouro do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues. Nessa análise serão levantados as potencialidades do trabalho de um texto como pré-texto, problematizando aspectos relativos a intertextualidade e as novas tecnologias. Em relação a intertextualidade ela esteve presente nesse processo através do entrecruzamento de fragmentos do texto, notícias reais publicadas em jornais e histórias ficcionais inventadas pelos participantes. Sobre as novas tecnologias, foi utilizado projeções de filmes, áudio de cenas da peça, um perfil criado no facebook e iluminação, que serviram como suporte para introdução de elementos textuais. Apoio: CAPES STANISLÁVSKI E SEUS PROCEDIMENTOS: ENTRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E FORMAÇÃO ENCENAR MEMÓRIAS: O ROMANCE DOM JORGE DO PÂNTANO DO SUL W. ANTHONY ALANO; Orientador: PROFa. DRa. TEREZA MARA FRANZONI; UDESC UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA O artigo se dispõe a analisar, através da perspectiva de Stanislávski, o treinamento dos atores e a encenação do espetáculo tradicional popular Dom Jorge, que ainda hoje é representado na ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, pelo Grupo de Danças Folclóricas Alegria de Viver, coletivo de idosos da comunidade de Armação do Pântano do Sul. Trata-se de expressão dramática musicada, de procedência ibérica, aparentada das xácaras e romances emergidos no período barroco (séculos XVI-XVII), e cultivada em vários lugares do Brasil até meados do século XX, sendo também conhecida em outras regiões como Dom Jorge-e-Juliana. Interessa questionar como essa encenação foi concebida e elaborada, pelo estudo de duas montagens: a primeira realizada espontaneamente pelas senhoras participantes do grupo - através da evocação de suas memórias - as quais recriaram um “teatro” que praticavam ou viram representar quando jovens adolescentes (anos 1950); e a segunda, realizada com as mesmas, porém com minha intervenção: treinamento de atores e encenação. Como fontes de análise usam-se os registros audiovisuais e as entrevistas colhidas entre 2007 e 2013. O estudo comparativo das duas encenações permite refletir sobre a memória como motor da criação cênica em um grupo comunitário, ou seja de como os ensinamentos de Stanislávski podem ser importantes para o desenvolvimento de não-atores, ou atores não profissionais.