warburg
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Sumário • Iconografia e Iconologia no século XX. • O papel de Aby Warburg. • G. J. Hoogewerff SÉCULO XX 1925 1929 ABY WARBURG 1895/96 (1866-1929) 1895/96 1895/96 1895/96 The Warburg Institute, Universidade de Londres Em 1933, a biblioteca, que contava então com cerca de 60,000 volumes e um enorme arquivo de imagens, foi transferida para Londres, escapando às ameaças nazis. Em 1944, integra a Universidade de Londres. WARBURG Ernst Gombrich foi diretor do Instituto Warburg entre 1959 e 1976. Publicou a obra Aby Warburg. An Intellectual Biography em 1970. A primeira obra de Aby Warburg é dedicadq a duas pinturas de Botticelli, o Nascimento de Vénus e a Primavera(1893). O desafio de Warburg reconhece-se no modo como constrói uma inédita proposta interpretativa, perseguindo o fio e a meada das relações existentes entre as obras e as fontes literárias e artísticas da Antiguidade (Ovídio, Claudiano, um krater, um fragmento da arte tumular romana, entre outras). Trad. Artur Mourão. Lisboa, 2011 WARBURG • Em 1912, numa conferência pronunciada em Roma, utiliza o termo Iconologia num novo sentido, como adjetivo, ao falar de «análise iconológica» a respeito de um conjunto de frescos enigmáticos do Palazzo Schifanoia (Ferrara): «Italian Art and International Astrology in the Palazzo Schifanoia, Ferrara». • As pinturas foram realizadas nas paredes do Salão dos Meses em 1469-70 por mestres locais (Francesco Cossa, Cosimo Tura, etc.). Foram encomendadas por Borso d’Este nas vésperas de ser investido como Duque de Ferrara pelo Papa (1471), título somado ao de Duque de Módena e Regio Emilia, atribuído pelo imperador em 1452. WARBURG • W. demonstrou que os frescos do Palazzo Schifanoia se relacionavam, de muitas formas e em graus diferentes, com a religião, filosofia, literatura, ciência, política e a vida social da mesma época. • Esta comunicação é considerada a apresentação pública da Iconologia como um novo enfoque no seio da História da Arte, até aí centrada, sobretudo, nas atribuições, biografias de artistas e análises formalistas. WARBURG As pinturas consistem num ciclo de «painéis» com os 12 meses do ano, divididos em 3 registos paralelos: • 1.- Reg. superior: deuses em carros triunfais. - Reg. intermédio: astros, com os signos do zodíaco acompanhados pelos decanatos (estrelas fixas que governavam 1/3 do mês zodiacal, também [con]fundidas com constelações – O ZODÍACO possui 360º em sua totalidade e é dividido em doze partes iguais, cada uma com 30º. É assim que cada signo contém três decanatos de 10°). - Reg. inferior: corte de Borso d’Este, com actividades típicas de cada mês. Mês de Abril – Vénus, Touro Palazzo Schifanoia, 1469-70 Triunfo de Vénus Vénus faz Marte ajoelhar-se. Os «filhos» de Vénus (i.e., pessoas «influenciadas» pelo planeta). E as 3 Graças. Touro E três decanatos (Vénus [com Cúpido], Mercúrio e Saturno) Borso d’Este Borso d’Este no mercado de Ferrara em dia de festa com corridas (a pé e a cavalo) WARBURG • Salienta a necessidade de efetuar uma análise integrada das imagens (política, cultura, ciência, magia, literatura) • Dá igual relevo às obras-primas e às obras menores. • Apresenta a imagem como expressão civilizacional e como uma forma simbólica das atitudes fundamentais do espírito humano. • Aborda a arte como o reflexo da dicotomia irracional/racional, tal como Nietzsche fez entre os polos dionisíaco e apolíneo. WARBURG • Salienta a importância da herança / sobrevivência (ou “vida póstuma”) das imagens da Antiguidade (Nachleben der Antike). • Esta herança não se cinge ao ponto de vista estrito da iconografia (ex. sobrevivência da iconografia dos deuses antigos na Idade Média e Renascimento, com os seus atributos e episódios), mas incide sobretudo nos valores emocionais presentes nas imagens da Antiguidade. • É uma noção mais dialética do que a implicada meramente no sentido de “sobrevivência”, que aponta para uma permanência passiva, na medida em que: – a repetição do motivo antigo exige a sua atualização criativa “nos vários presentes”; – os modelos figurativos vão acumulando um poder expressivo/emocional ao longo da sua contínua representação (o que constitui uma “tradição visual”). WARBURG • Desenvolve a ideia das Pathosformel (fórmulas de páthos = paixão, excesso, sentimento). Ou seja, o poder expressivo que certas fórmulas ou modelos figurativos tradicionais, reconhecíveis (in)conscientemente, têm para exprimir sentimentos humanos básicos (fúria, medo, prazer, repulsa, etc.). • Nas imagens, estas fórmulas encontram-se sobretudo ao nível dos gestos, das expressões faciais e das posturas dos corpos. Esta teoria foi desenvolvida por W. à luz da teoria psicanalítica da sua época. G. J. HOOGEWERFF • Investigador holandês. Hoogewerff (1884-1963), numa conferência em Oslo, em 1928, tentou diferenciar iconografia de iconologia, no sentido actual destes dois conceitos (comunicação publicada em 1931, com o título «L’iconologie et son importance pour l’étude systématique de l’art chrétien», in Rivista di archeologia cristiana, VIII, pp. 53-82.). • Considerou que a relação destas ciências era equiparável à que existia entre geografia e geologia: a primeira é descritiva, factual e analítica; a segunda baseia-se nas observações da primeira é explicativa, sinóptica (dá uma visão global), exegética (análise demonstrativa) e requer grande erudição. HOOGEWERFF • A iconologia realiza um exame sistemático do desenvolvimento dos temas e interpreta-os. Procura o sentido simbólico, dogmático e místico exposto (ou escondido) nas formas figurativas. – Neste contexto, destaca a importância de E. Mâle no sentido de um avanço substancial para a iconologia, e cita a seguinte expressão do estudioso francês: “Na Idade Média, toda a forma é um vestido de um pensamento”. • A iconologia procura identificar quais as ideias sociais e culturais que se encontram por detrás de determinados temas em determinada época. • Não obstante ter explicado esta teoria, pouco a aplicou.
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