Motivação em equipes de Projetos – Daidson Nunes
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Motivação em equipes de Projetos – Daidson Nunes
MOTIVAÇÃO EM EQUIPES DE PROJETOS: Conduzindo equipes entre seus diferentes níveis de maturidade através da liderança situacional NUNES, Daidson de Resende1; SOUZA, Renato Ávila Soares de2; 1 Autor do artigo (pós graduado) 2 Colaborador (orientador) MBA em Gerenciamento Estratégico de Projetos Universidade FUMEC [email protected] http://daidsonnunes.wordpress.com/ Resumo - Quando novas equipes de projetos são formadas, uma série de dificuldades ficam visíveis devido a heterogeneidade das pessoas envolvidas. Com isso, constantemente são criados novos métodos com o intuito de facilitar o desenvolvimento destas equipes, mas nem sempre são muito eficazes. Alguns métodos focam muito a equipe e outros focam muito nos seus líderes, porém o ideal é encontrar uma forma de unificar dois métodos distintos, ou seja, relacionar um método que foca no desenvolvimento sequencial das equipes com um que foca no estilo diversificado dos líderes, fazendo com que o comportamento do gerente de projetos seja adequado ao nível de maturidade na qual as equipes se encontram. Desta forma, será possível superar as dificuldades atuando nos dois lados das equipes: O líder e os liderados. (Palavras-chave: maturidade de equipe, modelo de Tuckman, Liderança Situacional, motivação de equipes) Abstract - When new project teams are formed, a number of difficulties are visible due to the heterogeneity of the people involved. With this, constantly new methods in order to facilitate the development of these teams are created, but are not always very effective. Some methods focus too much staff and others focus too much on their leaders, but the ideal is to find a way to unify two different methods, ie, relate a method that focuses on the sequential development teams with a diverse style that focuses on the leaders, causing the behavior of the project manager is appropriate to the level of maturity in which the teams are. This will make it possible to overcome the difficulties acting on both sides of the teams: The leader and the led. (Keywords: maturity team, Tuckman model, Situational Leadership, team motivation) Introdução O grande sucesso das equipes nos projetos está diretamente ligado as pessoas que a compõem e, por isso, o foco das empresas passou da gestão das tarefas para a gestão das pessoas. Assim, é preciso entender as necessidades das equipes de projetos e como elas se motivam em seus diferentes níveis de maturidade e, a partir daí, entender a evolução do seu amadurecimento ao longo da sua existência. Acredita-se que equipes de diferentes níveis de maturidade têm necessidades diferentes, o que leva a acreditar que possuem fatores motivacionais diferentes. Tais fatores não devem ser únicos e nem imutáveis durante todo o seu clico de desenvolvimento, ou seja, na medida em que uma equipe vai evoluindo esses fatores vão se transformando também. Podendo, inclusive, variar entre equipes de mesmo nível de maturidade, mas mesmo com essa variação há uma semelhança entre esses fatores. Esse artigo deverá auxiliar os líderes e gerentes de projetos na identificação do estágio de desenvolvimento na qual a sua equipe se encontra e, a partir daí, a encontrar o melhor estilo de liderança que deverá ser utilizado para a condução da mesma, de forma a aumentar o desenvolvimento e motivação dos seus liderados. Para conseguir identificar o nível de maturidade na qual a equipe se encontra e quais estilos os líderes deverão utilizar na condução da mesma, serão utilizados duas técnicas com focos diferentes. A primeira técnica é voltada para o desenvolvimento da equipe, onde o modelo de Tuckman é que irá demonstrar a sequência de desenvolvimento na qual uma equipe de projeto passa até chegar ao alto desempenho. Na segunda, a teoria situacional irá sugerir estilos de liderança para cada nível de maturidade dos liderados. Com o entendimento sobre os estágios de desenvolvimento, necessidades e motivações da equipe e os estilos de liderança proposto pela teoria da liderança situacional, foi traçado um paralelo sobre esses dois assuntos buscando a identificação de como esses estilos auxiliam no desenvolvimento e na motivação das equipes ao longo do seu desenvolvimento. Demonstrando quais as características mais marcantes e como a motivação vai evoluindo ao longo do processo de formação da equipe. Maturidade em equipes É possível observar uma evolução na maturidade das equipes de projetos com o passar do tempo. A medida que ela vai se desenvolvendo, criando afinidades entre os membros, adquirindo experiência e ajustando a sua forma de trabalhar, o seu desempenho vai aumentando proporcionalmente. Segundo Tuckman (1965), toda equipe ou grupo passa por quatro estágios de desenvolvimento que são: Formação (Forming), conflito (Storming), normalização (Norming) e desempenho (performing). Ainda segundo esse autor, esses quatros estágios são considerados inevitáveis e irão garantir que uma equipe, recémformada, chegue a um nível no qual sejam capazes de retornar um resultado de alta qualidade. Esses estágios deram início ao desenvolvimento de um modelo denominado “Estágios de Tuckman”. Entretanto, em 1977 Tuckman realizou uma revisão do seu modelo por considera-lo limitado. Para tal revisão, ele realizou diversos testes com pequenos grupos de pessoas que tinha como objetivo coletar e interpretar dados de um projeto, tomar decisões sobre o mesmo e escrever um relatório final. Durante esses testes, vários observadores analisavam os comportamentos dos grupos baseados no modelo de Tuckman e coletaram as informações que levaram a identificar a necessidade de mais uma etapa no modelo. Com isso, Tuckman inseriu ao seu modelo a fase final chamada de Terminação (Adjourning). Figura 1 - Fases do modelo de Tuckman. Fonte - Do autor. A partir da figura 1, é possível perceber o caminho natural que uma equipe faz até chegar à um alto nível de maturidade, bom o suficiente e de forma que, a própria equipe passa a ser capaz de definir as suas melhores estratégias de trabalho e de resolverem os seus conflitos. As equipes ao serem formadas iniciam na fase de “Formação”, depois passam para a fase de “Conflito”, seguindo para a fase de “Normalização” até chegar na de “Desempenho”. Durante esta última fase citada, vários eventos poderão fazer com que a equipe volte para a fase de “Conflito” como, por exemplo, a entrada de um novo membro na equipe. Sempre que a equipe retorna para uma fase anterior, ela irá trilhar todo o caminho novamente. Com o passar do tempo, a equipe vai avançando as fases do modelo de Tuckman e o seu desempenho vai variando. Analisando a figura 2, é possível verificar essa variação. Figura 2 - Desempenho da equipe ao longo dos estágios de Tuckman. Fonte - ROSMARINHO, 2013. Na fase de formação da equipe, ela já inicia com um desempenho baixo e ao caminhar para a fase de conflito o desempenho vai caindo ainda mais para, somente no final dessa fase, ir subindo novamente em direção ao alto desempenho. Para compreender melhor o modelo de Tuckman, é necessário entender quais são as características mais presentes nas equipes em cada uma de suas fases. Com isso, será descrito a seguir cada um dos estágios de desenvolvimento das equipes. Estagio 1 - Como é uma equipe em formação – Nível Forming Quando uma equipe é formada, inicialmente os seus membros não se conhecem e/ou não trabalham juntos, assim eles mantêm um relacionamento distante e educado entre eles. Nesse momento, as equipes entram na primeira etapa do modelo de Tuckman chamada de “Formação” ou Forming. O otimismo, a positividade e a disposição de toda a equipe é muito alta na busca de alcançar os objetivos do projeto e trazer os resultados esperados pela empresa. Esta é uma fase na qual os membros da equipe estão buscando a aceitação do restante da equipe e, por isso, polêmicas e conflitos são constantemente evitados. “Os membros da equipe também estão reunindo informações e impressões sobre o outro, sobre o alcance da tarefa e como abordá-lo.” (ALMEIDA, 2013, tradução nossa). “Os papeis nesta fase não são claros, exceto para o papel de líder da equipe. Desta forma, os membros da equipe tendem a se comportar de forma totalmente independente. Eles podem ser motivados, mas geralmente são relativamente desinformados das questões e objetivos e tendem a se concentrar em si ao invés de metas da equipe.” (ALMEIDA, 2013, tradução nossa). A equipe começa este estágio com um baixo desempenho e na medida em que vai avançando para a próxima fase esse desempenho tende a cair, como é possível perceber através do gráfico exibido na figura 2. Em geral, essa fase é bastante curta, pois bastam poucos encontros para a equipe adquirir a intimidade e a interação necessária para avançar para a fase de “Conflito”. Estágio 2 - O início dos conflitos dentro da equipe - Nível Storming Com a equipe mais à vontade entre si, se inicia uma fase na qual a busca por mais status e a aceitação das ideias individuais de cada membro, se sobrepõem aos objetivos dos projetos. A equipe ainda está se conhecendo, porém neste momento os seus membros vão descobrindo diferenças entre as suas ideias. Há então o princípio de uma competição, uma disputa por prestigio, respeito e aceitação das ideias. Os membros começam a formar pequenos grupos dentro da própria equipe, dividindo-se por afinidades e estilo de ideias. “A convivência se torna problemática e serão travados muitos embates de cunho técnico e pessoais. A concessão dá lugar as competições movidas por questionamentos, tais como, o nível de conhecimento dos demais membros do grupo e a necessidade da substituição de alguns deles.” (ROSMANINHO, 2013). Eles devem buscar passar por esta fase o mais rápido possível, de forma a não correr o risco de ficar presa nela, buscando formas de ajustar as ideias que visem o bem do projeto. A complexidade dessa fase é tão grande que os membros desprendem muito esforço para resolução dos conflitos, distanciando o projeto do seu objetivo de conclusão, além de diminuir a motivação da equipe, principalmente daqueles que não gostam de conflitos. A equipe chega nessa fase com desempenho na descendente, como pode ser observado na figura 2, porém na medida em que os conflitos vão sendo solucionados e a equipe vai caminhando para a próxima fase, o desempenho retorna ao rumo ascendente. Em geral, essa é a maior fase e mais difícil de transpor, pois depende muito do profissionalismo e maturidade de cada membro para conseguir avançar para a fase de “Normalização”. Estágio 3 - Normalizando as ideias e objetivos da equipe - Nível Norming Após a turbulência da fase do conflito, as equipes que passam para essa fase, poderão desfrutar do início de um trabalho em equipe como a própria palavra sugere. A competitividade já não é tão acentuada e tende a cada vez mais diminuir com o passar do tempo. Os seus membros já reconhecem o valor no trabalho em conjunto e, cada vez menos, colocam os objetivo pessoais na frente dos do projeto, criando processos e procedimentos para melhorarem os seus trabalhos. Nessa fase, o trabalho em equipe vai se tornando normal e os papeis dentro da mesma vão ficando mais claros, facilitando a troca de ajuda entre seus membros e fazendo com que as críticas passem a ser construtivas. O desempenho nessa fase é ascendente e a sua passagem para a próxima fase acontece de maneira muito rápida, natural e sutil, sendo muito difícil identificar o limite exato entre a fase de normalização e de desempenho. Essa fase de “Terminação” foi introduzida no modelo de Tuckman em 1977, após a identificação de um comportamento das equipes ao término dos projetos. É uma fase complicada, pois significa a separação da equipe, ruptura das relações de confiança e do entrosamento adquirido com o passar do tempo, dando uma sensação de perda. Esse é o momento no qual a equipe contabiliza os resultados obtidos e as metas pessoais de cada membro. Levantam-se também os pontos positivos e negativos e as lições aprendidas durante toda a jornada em que passaram juntos. De acordo com Wilson (2010, tradução nossa) a fase de terminação de uma equipe “é um momento de agradecimento, é o reconhecimento de realizações individuais e reflexão sobre o quão longe a equipe chegou”. Estágio 4 - Atingindo o alto desempenho da equipe - Nível Performing Comportamentos de um líder baseado na liderança situacional As equipes que chegam nessa fase podem se orgulharem por serem consideradas de alto desempenho. O seu nível de maturidade está muito alto e a confiança mútua e sincera entre seus membros é o aspecto mais marcante dessa fase. “A equipe é agora um poderoso motor em funcionamento com todas as suas engrenagens girando. Muitos conflitos saudáveis, do tipo que não danificam o tecido das relações, sendo intercalada com diversão e humor” (WILSON, 2010, tradução nossa). Está todo mundo motivado, ansiosos por executarem as tarefas e quando deparam com um problema, encontram uma solução de forma rápida e eficaz, tomando decisões em conjunto. Contudo, nem todas as equipes conseguem chegar até esta fase, algumas param na fase de normalização, outras nem sequer passam da fase de conflito. As que aqui chegam, podem retornar para as fases anteriores, bastando apenas que algum evento ocorra dentro da equipe, como por exemplo, a entrada de um novo membro ou alguém da equipe volte a trabalhar de forma independente. Nesses casos, uma vez que a equipe já atingiu o nível de alto desempenho, ela é capaz de passar pelas fases anteriores muito mais rapidamente. Equipes heterogêneas são, atualmente, cada vez mais visíveis dentro das organizações e possuem membros com ideias, objetivos, necessidades e carências diferentes. Isso torna as suas coordenações ainda mais complexas, não sendo possível tratar todas da mesma maneira e tornando-se necessário uma nova forma de condução dessas equipes. Essa nova forma de condução está diretamente ligada a uma nova proposta de liderança e, como expôs Cruz (2005), a liderança é um tema muito estudado nos dias modernos por diversas organizações e pesquisadores. Ela envolve um maior e melhor relacionamento entre o líder e os liderados, baseado em cumplicidade, negociação e respeito, além de mudar a forma autoritária de coordenação impostas pelos estilos de chefia. Ainda segundo Cruz apud Robbins (2005), “a liderança pode ser considerada como um processo de influência, geralmente de uma pessoa, através do qual um indivíduo ou grupo é orientado para o estabelecimento e atingimento de metas”. Dentre as diversas teorias apresentadas por Gonçalves e Mota (2011), a que melhor se adapta à área de projetos é a teoria da Liderança Situacional proposto por Hersey e Blanchard em 2007. “Os projetos seguem os ciclos de vida rápidos, onde os papéis organizacionais mudam” (GONÇALVES; MOTA apud MAKILOUKO, 2011), isso faz com que seja necessária uma Estágio 5 - “Terminando” uma equipe – Nível Adjourning liderança flexível o bastante para se adequar a essas constantes variações. A teoria da liderança situacional sugere que o líder deve adequar o seu estilo de liderança aos níveis de maturidade de cada membro da equipe, ou seja, ao invés de usar somente um estilo durante todo o projeto, o líder deverá utilizar vários estilos, na medida em que os níveis de maturidade dos liderados vão se alterando. Para identificar qual é o estilo de liderança a ser utilizado, deve-se analisar duas dimensões: a maturidade dos liderados e o comportamento do líder. Essas duas dimensões irão fornecer informações importantes sobre a atuação do líder e o nível de maturidade em que a equipe se encontra e, ao serem cruzadas, irão permitir identificar qual o estilo mais adequado a ser adotado. Na primeira dimensão – maturidade dos liderados – temos que avaliar qual é o nível de maturidade de cada liderado. Conforme Amaro e Agostinho apud Hersey e Blanchard (2007), a "maturidade é a capacidade e a disposição das pessoas de assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento" e para entender melhor essa maturidade, dois aspectos dela foram destacados. a) A maturidade de trabalho demonstra a capacidade que uma pessoa tem para executar determinada tarefa ou ação, estando muito ligado ao conhecimento técnico e a experiência individual. Esse aspecto define o nível de dependência técnica do líder, uma vez que, o liderado com alta maturidade de trabalho demandará pouco direcionamento e auxilio técnico para realizar determinada tarefa, enquanto os liderados de baixa maturidade irão precisar de um maior auxilio. b) A maturidade psicológica demonstra a motivação que uma pessoa tem para executar determinada tarefa ou ação, estando muito ligado ao psicológico, como empolgação, autoconfiança, vontade, prazer, realização, entre outros. Esse aspecto define o nível de apoio que precisarão ter do líder, uma vez que, “as pessoas que possuem alta maturidade psicológica julgam que a responsabilidade é importante, tem confiança em si mesmas e sentem-se bem nesse aspecto do seu trabalho. Não precisam de grande encorajamento para cumprir suas tarefas.” (AMARO; AGOSTINHO, 2007). Esses dois aspectos, quando cruzados, permite identificar uma matriz de maturidade dos liderados com quatro níveis, conforme figura 3: Figura 3 – Matriz de maturidade dos liderados. Fonte - Do autor. Na segunda dimensão – comportamento do líder- também deve-se avaliar dois aspectos importantes: O primeiro é em relação a produção, ou seja, o nível de envolvimento que o líder terá para ensinar e conduzir o liderado na execução de uma tarefa e o segundo aspecto importante é em relação ao apoio, ou seja, o esforço necessário que o líder desprenderá para apoiar e motivar (emocionalmente) o seu liderado. a) O comportamento de tarefa, como se denomina esse primeiro aspecto, trata-se da produção, ou seja, o nível de envolvimento que o líder terá para trabalhar a parte técnica do seu liderado na execução de uma tarefa. “Quanto mais alto o comportamento de tarefa, mais o líder se empenha em planejar, controlar, organizar e dirigir seu subordinado. Quanto mais baixo o comportamento de tarefa, mais o líder deixa estas atividades a cargo do subordinado.” (AMARO; AGOSTINHO, 2007). b) O comportamento de relacionamento, como se denomina esse segundo aspecto, trata-se ao apoio, ou seja, o esforço necessário que o líder desprenderá para trabalhar a parte emocional do seu liderado. “Quanto mais alto o comportamento de relacionamento, mais o líder se empenha em oferecer apoio socioemocional e canais de comunicação ao subordinado”. (AMARO; AGOSTINHO, 2007). Após identificar no líder qual a intensidade desses dois aspectos, deverá ser identificada a posição no gráfico a seguir, que faz o relacionamento do comportamento da tarefa, juntamente com o comportamento de relacionamento. quanto de relacionamento) varia na medida em que o liderado vai aumentando a sua maturidade. A figura 5 demonstra o estilo de liderança que deverá ser aplicado para cada liderado, porém, pela teoria da liderança situacional, cada liderado pode estar em níveis de maturidades diferentes dependendo da meta ou até mesmo da tarefa, ou seja, o gráfico poderá apresentar diversos formatos para uma mesma pessoa e o líder deverá se basear em algum dos seguintes estilos: Estilo 1 - Liderança direcionamento da equipe Figura 4 – Gráfico comportamental do líder. Após a identificação das duas dimensões necessárias para se definir os estilos propostos no modelo de liderança situacional, estas são relacionadas gerando a situação exposta na Figura 5: baseada Esse estilo, conforme mostra a figura 5, foca no direcionamento dos liderados para executar as tarefas ou alcançar as metas. Ele entende que o liderado, por estar iniciando na tarefa, possui uma capacidade técnica baixa, porém está motivado devido ao novo desafio proposto. Neste caso, segundo Blanchard (2007), o líder deverá assumir uma postura mais diretiva, passando instruções e orientações claras sobre como e qual o melhor caminho para executar as atividades. Ele deve acompanhar o liderado durante todo o processo, ensinando e fornecendo todo apoio técnico necessário para que ele consiga se desenvolver e realizar as atividades propostas. Não sendo o foco principal do líder, neste caso, trabalhar o lado socioemocional do liderado, uma vez que, o mesmo já se encontra motivado e empolgado para o novo desafio que lhe foi proposto. Estilo 2 - Liderança baseada treinamento e orientação da equipe Figura 5 – Gráfico de estilos de liderança. Fonte - Do autor. Este gráfico é a união da matriz de maturidade dos liderados (figura 3) com o gráfico comportamental do líder (figura 4) e mostra qual estilo de liderança deverá ser aplicado para cada nível de maturidade do liderado, além de identificar o comportamento que o líder deverá adotar para o respectivo estilo de liderança. Para utilizá-lo, primeiramente deve ser identificado qual o quadrante que representa o nível de maturidade do liderado, em seguida qual o nível de comportamento do líder e, por fim, qual o estilo de liderança. O comportamento do líder (tanto de trabalho, no no Esse estilo foca no direcionamento dos liderados para executar as tarefas ou alcançar as metas e no apoio socioemocional do mesmo, como mostrado na figura 5. Ele entende que o liderado ainda possui uma capacidade técnica baixa e, neste momento, está com a sua motivação baixa. Ainda segundo Blanchard (2007), o líder deverá assumir, nesse caso, uma postura diretiva e de apoio, passando instruções e orientações claras sobre como e qual o melhor caminho para continuar a executar as atividades, além de motivar e encorajá-lo. Ele deve continuar acompanhando o liderado durante todo o processo, ensinando e fornecendo todo apoio técnico necessário para que ele consiga se desenvolver e realizar as atividades propostas. O líder precisa também olhar o lado socioemocional do liderado, conversando e entendendo seus problemas e dificuldades, além de fornecer conselhos e pedir opiniões, de forma que, ele sinta-se à vontade para falar com o seu líder, valorizado e capaz de vencer o desafio proposto. Estilo 3 - Liderança baseada no apoio e suporte da equipe O gráfico representado na figura 5 também permite visualizar que esse estilo foca mais no apoio socioemocional dos liderados para executar as tarefas ou alcançar as metas. Ele entende que o liderado já possui uma capacidade técnica alta, porém, neste momento, está com a sua motivação baixa. Blanchard (2007) reforçou que nesse estilo o líder deverá assumir uma postura mais de apoio e suporte, motivando e encorajando o liderado. Mostrando que ele é capaz de executar as atividades propostas. É importante conversar bastante, entender os seus problemas e dificuldades, fornecendo conselho e pedindo opiniões, de forma que, ele sinta autoconfiante e capaz de executar as tarefas e alcançar as metas sozinho. Ele deve executar as suas tarefas sozinho, não sendo mais necessário um direcionamento e acompanhamento de perto do líder, devido ao seu conhecimento já estar avançado. Estilo 4 - Liderança baseada na delegação de tarefas para a equipe O gráfico da figura 5 mostra que esse estilo foca na delegação das atividades e/ou metas. Ele entende que o liderado já possui uma capacidade técnica alta e está muito motivado e confiantes do seu trabalho. Neste estilo, Blanchard (2007) concorda que o líder deverá assumir uma postura de delegação, fornecendo autonomia para o liderado, ou seja, o líder irá somente repassar as tarefas e/ou metas para que este assuma a responsabilidade de encontrar o melhor caminho e resolvendo os problemas que por ventura possam ocorrer durante a execução das mesmas. O líder nesse momento deve “empoderá-lo dando-lhe autonomia e demonstrando confiança na sua habilidade de agir de modo independente” (BLANCHARD, 2007). Motivando equipes nos seus diferentes níveis de desenvolvimento utilizando a liderança situacional A partir do modelo de Tuckman apresentado neste artigo, foi possível perceber a evolução que ocorre em uma equipe até alcançar um alto desempenho profissional. Foi possível identificar, também, as características comuns das equipes em cada estágio do modelo, tanto da parte socioemocional, quanto da parte técnica. Assim, a partir das análises realizadas, visualizaram-se necessidades e estímulos diferentes para as equipes em cada nível do modelo. Essa variação sugere que os lideres adotem posturas diferentes de acordo com a fase na qual a equipe se encontre, aumentando a chances de obter sucesso e de conseguir um desenvolvimento mais rápido da sua equipe. Passa-se então, a ser necessário um estilo de liderança que se adapte melhor as necessidades do momento de cada equipe, que acompanhe a sua evolução e que não se prenda ao paradigma de que um único estilo é suficiente para a condução de uma equipe. A partir apresentação realizada neste artigo sobre a teoria da liderança situacional, observou-se um estilo de liderança voltado para o liderado, ou seja, o líder passa a adotar um comportamento de acordo com o nível de maturidade que o membro da sua equipe possui na parte psicológica e na técnica. Ela divide o desenvolvimento individual de cada membro da equipe em quatro níveis com características bem semelhantes as características propostas no modelo de Tuckman, conforme apresentado na figura 3, porém o modelo propõe uma sequência no desenvolvimento da equipe. Ao relacionar o modelo de Tuckman com a matriz de maturidade dos liderados e inserir o resultado em uma nova matriz, será possível visualizar a correlação entre os dois itens, conforme a figura 6. Figura 6 – Matriz de desenvolvimento da equipe Fonte - Do autor. Note que a fase de terminação – adjourning – não entra nessa matriz, pois não está relacionada diretamente ao desenvolvimento da equipe, está mais direcionada para a dissolução das equipes e como afirma Rosmaninho (2013), “o Adjourning somente ocorre por motivos inerentes à existência do grupo”. A maturidade psicológica, apresentada na figura 6, demonstra qual o nível de motivação e comprometimento socioemocional a equipe de projetos possui entre os seus membros. Enquanto a maturidade de trabalho mostra o conhecimento técnico e experiência que a equipe, em geral, possui. Essa maturidade é representada em duas escalas, alta e baixa, e se repete para cada quadrante da matriz. Ainda de acordo com a liderança situacional, o líder precisa orientar o seu comportamento, junto aos seus liderados, baseando-se nos aspectos de tarefa e relacionamento. Esse comportamento pode ser utilizado para orientar as equipes entres seus diversos níveis de desenvolvimento, pois tanto na matriz de maturidade dos liderados, quanto na matriz de desenvolvimento da equipe, verificou-se uma atuação do líder dosando níveis diferentes de comportamentos de relacionamento e comportamentos de trabalho, como mostrou o gráfico da figura 4. Relacionando os comportamentos do líder/gerente de projetos com a matriz de desenvolvimento das equipes, gera-se o gráfico mostrado na Figura 7, com os estilos de liderança baseados na liderança situacional para o modelo de Tuckman. Figura 7 – Gráfico de estilos de liderança de equipes. Fonte - Do autor. Este gráfico é a união da matriz de desenvolvimento da equipe (figura 6) com o gráfico comportamental do líder (figura 4) e demonstra qual estilo de liderança deverá ser aplicado em cada estágio de desenvolvimento proposto pelo modelo de Tuckman, além de identificar o comportamento que o líder/ gerente deverá adotar para o respectivo estilo de liderança. A sua utilização é semelhante a proposta pelo gráfico de estilos de liderança da teoria da “Liderança Situacional”, ou seja, primeiramente deve ser identificado qual estágio do modelo de Tuckman que a equipe se encontra, em seguida qual o nível de comportamento do líder/ gerente e por fim qual o estilo de liderança. O comportamento do líder (tanto de trabalho, quanto de relacionamento) varia na medida em que equipe vai avançando pelos estágios do modelo. O gráfico da figura 7 demonstra o estilo de liderança que deverá ser aplicado para as equipes em cada estágio do seu desenvolvimento, porém, pelo modelo proposto por Tuckman, as equipes poderão retornar para estágios anteriores, ou seja, o líder/ gerente deverá identificar esse retorno da equipe e adequar novamente o seu estilo baseando-se no gráfico. A proposta é que o líder guie as equipes entre os estágios do modelo de forma a motivá-los e aumentar o desempenho dos mesmos conforme a seguir: Guiando as formação equipes durante a sua No estágio de desenvolvimento inicial, a equipe ainda está se conhecendo, como foi possível observar na apresentação do modelo de Tuckman deste artigo. Há muita expectativa pelo início das atividades e pouco conhecimento sobre as tarefas a serem executas e sobre quem irá executá-las. A equipe experimenta diversos sentimentos, como o otimismo, a expectativa e/ou excitação pelo início do novo projeto, além de se sentirem orgulhosos por terem sidos escolhidos para participar do mesmo. Contudo, nessa fase eles também sentem uma ansiedade e uma suspeita sobre as tarefas que deverão ser executadas (ALMEIDA, 2013). Ao observar o gráfico da figura 7, o líder deverá apresentar uma postura mais diretiva, concentrando mais os seus esforços no comportamento de tarefa, ou seja, nas definições e orientações do trabalho a ser feito e quem deverá fazê-lo, deixando claro quais os objetivos e metas a equipe deverá alcançar. O comportamento de relacionamento fica em segundo plano, uma vez que, a equipe já se encontra em um nível bom de motivação devido aos novos desafios. Guiando a equipe durante os conflitos No estágio de conflito os sentimentos da equipe são de defesa e competitividade por espaço, desunião, tensão e ciúmes entre si. A equipe começa a apresentar muitas divergências de atitudes e desacordos, passando a questionar muito as decisões tomadas (ALMEIDA, 2013). Observando o gráfico da figura 7, o líder deverá apresentar uma postura mais de treinamento. Dividindo os seus esforços entre o comportamento de tarefa e o comportamento de relacionamento (neste estágio não é possível priorizar um comportamento específico), ou seja, além das definições e orientações do trabalho a ser feito e quem deverá fazê-lo, o líder deverá treinar a equipe para que ela aprenda a se relacionar uns com os outros, entendendo e respeitando as ideias divergentes. Como afirma Wilson (2010, tradução nossa): “Cada membro deverá se concentrar em oferecer o máximo de feedback positivo e sincero aos outros [...], onde as sugestões serão vistas como contribuições ao invés de críticas.” Guiando a equipe para a sua normalização Na fase de normalização os liderados passam a demonstrar sentimentos de simpatia e confiança com o restante da equipe, acreditando que a equipe é capaz de cumprir as metas propostas para eles. Começam a trabalhar como uma equipe demonstrando orgulho em fazer parte da mesma (ALMEIDA, 2013, tradução nossa). Observando o gráfico da figura 7, o líder deverá apresentar uma postura de mais apoio, diminuindo os seus esforços no comportamento de tarefa e o aumentando no comportamento de relacionamento, ou seja, o líder deverá apoiar a equipe para que ela sinta-se confiante de que é capaz de executar as tarefas propostas e alcançar os objetivos traçados. Pode-se observar que um dos principais desafios do líder, nessa fase, é motivar a equipe de forma que ela sinta-se à vontade para buscar as suas próprias soluções para os seus problemas. Guiando a equipe para o alto desempenho No estágio de alto desempenho os liderados passam a sentir uma simpatia e confiança mútua com o restante da equipe, acreditando que ela é capaz de auto identificar os seus pontos fracos e propor melhorias nos seus processos comportamentais e de trabalho. Trabalham literalmente como uma equipe e demonstram um orgulho pleno em fazer parte da mesma (ALMEIDA, 2013, tradução nossa). O líder deverá apresentar uma postura mais de delegação das atividades, como mostra o gráfico da figura 7, diminuindo os seus esforços no comportamento de tarefa e no comportamento de relacionamento, ou seja, o líder deverá apenas delegar as tarefas, metas e objetivos da equipe no projeto, e a própria equipe irá se auto organizar da forma que acreditar ser a ideal para executar o proposto. Neste estágio os liderados encontram as suas formas de auto motivação e de solução de possíveis conflitos de ideias entre os membros. Pode-se observar, nesse estágio, que o líder passa a se concentrar mais no planejamento estratégico do projeto e no acompanhamento dos resultados entregue pela equipe. “O líder e os membros da equipe devem reconhecer as contribuições uns dos outros e garantir que o crédito é concedido, onde é devido. Isto se aplica tanto aos membros da equipe avaliando o líder, como o contrário” (WILSON, 2010, tradução nossa). Conclusão O modelo de Tuckman permite ao gerente de projetos acompanhar, através de uma sequência de estágios, o desenvolvimento da sua equipe, desde o momento em que ela é formada até alcançar o alto desempenho profissional. Ele irá identificar as características comuns às equipes em cada estágio, conhecendo as suas necessidades, carências e pontos fortes. Após compreender que as equipes passam por estágios diferentes durante o seu ciclo de desenvolvimento e que não é eficiente utilizar o mesmo estilo de liderança durante todo esse ciclo, o gerente de projetos poderá utilizar da liderança situacional para direcionar o seu estilo de liderar, dosando a quantidade de comportamento relacional com o comportamento de tarefa e encontrando uma combinação ideal para conduzir a equipe em cada etapa da sua formação. O relacionamento do modelo de Tuckman com a teoria da liderança situacional permite ao gerente de projetos guiar a equipe utilizando uma sequência de estilos de liderança, conforme a evolução da mesma. Isso faz com que ele consiga identificar qual o melhor caminho para que a equipe se motive, conduzindo-a para uma evolução mais rápida do seu nível de maturidade em projetos. Acredita-se em grandes ganhos com a utilização do relacionamento desses dois modelos propostos, esperando-se um tempo menor para passar de um estágio para o outro, pois o líder irá direcionar os seus esforços, justamente, nos aspectos de carência da sua equipe para a sua fase de formação atual. Contudo, um estudo prático da aplicação desse relacionamento é essencial para que possa ser identificado como a equipe e o gerente irão se comportar diante a sequência proposta. Indicando se os estágios são suficientes para a formação da equipe, se os estilos de liderança estão adequados aos estágios da equipe ou até mesmo se há algum tipo de desenvolvimento do gerente de projetos, em paralelo ao da equipe, que o impeça de guiar as equipes de forma eficiente. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Referências 1. ABUDI, Gina (2010). The five stages of project team development. Available: http://www.pmhut.com/the-five-stages-ofproject-team-development. [06 nov. 2013]. 2. ALMEIDA, José. Tuckman’s Model of Team Development and Dynamics. 11. 12. Available:http://thousandinsights.wordpres s.com/articles/on-leadership/tuckmansmodel-of-team-development-anddynamics/. [10 nov. 2013]. AMARO, André Gonçalo Oliveira; AGOSTINHO, Edgar Fernando Cardador. Liderança: modelo situacional de Hersey e Blanchard. Instituto Politécnico De Coimbra, 2007. Available:http://prof.santana-esilva.pt/gestao_de_empresas/trabalhos_06 _07/word/Modelo%20Situacional%20H&B. pdf>. [ 17 nov. 2013]. 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Ele iniciou a sua carreira como analista/desenvolvedor de sistemas voltados, principalmente, para o público governamental utilizando a plataforma Java. Depois, como consultor, atuou na especificação de processos de trabalho e definições de metodologias para gestão de projetos utilizando, principalmente, ferramentas como SharePoint e EPM. Atualmente é gestor de portfólio e projetos públicos na empresa Infoshot, sendo responsável por toda carteira de projetos de grande, médio e pequeno portes em diferentes áreas, porém voltadas para a administração pública. Cientista da computação e MBA em gerenciamento estratégico de projetos pela Universidade Fumec, ele é certificado pela Microsoft como Microsoft Certified Technology Specialist (MCTS) na ferramenta MS Project e pela Scrum Alliance como Certified Scrum Master (CSM).
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