o esporte aproximando povos - Diretoria de Ensino
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Brasil-Israel: o esporte aproximando povos O país do futebol Brasil é conhecido como o país do futebol. E não é à toa. É o único país que participou de todas as Copas do Mundo e o que possui maior número de títulos, cinco até o momento. Também teve o melhor jogador de todos os tempos, Pelé, que marcou o maior número de gols, mais de 1.300. O futebol brasileiro coleciona títulos importantes, tanto com o desempenho de suas seleções nacionais como de seus clubes. Por isso, a expectativa é grande para a próxima Copa do Mundo, em 2014, principalmente após a vitória da seleção brasileira na última Copa das Confederações (da qual também é o maior vencedor, com quatro títulos). No entanto, nos últimos anos, o país vem se tornando potência em diversos outros esportes, como vôlei (masculino e feminino), natação, ginástica. Também tem ídolos no automobilismo, atletismo, judô, o que deixa os brasileiros otimistas para a realização das próximas Olimpíadas, em 2016, que se realizarão no Rio de Janeiro. Confira um pouco dessa história do esporte no Brasil. 2 Edson Arantes do Nascimento, Pelé Futebol Arte O futebol no Brasil foi introduzido por Charles Miller, um jovem que, ao retornar de uma viagem à Inglaterra, trouxe consigo duas bolas de futebol e passou a tentar converter a comunidade de expatriados britânicos da cidade de São Paulo de jogadores de críquete para futebolistas, criando o primeiro clube de futebol no Brasil. O início aconteceu no bairro do Bom Retiro, que era, na época, reduto da comunidade judaica em São Paulo. O futebol rapidamente se tornou uma paixão para os brasileiros, que se referem frequentemente ao País como “a pátria de chuteiras” ou o “país do futebol”. Segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas, o futebol movimenta R$ 16 bilhões por ano, tendo trinta milhões de praticantes (aproximadamente 16% da população total), 800 clubes profissionais, 13 mil times amadores e 11 mil atletas federados. Inicialmente, apenas brancos podiam jogar futebol no Brasil, dado o fato da maioria dos primeiros clubes terem sido fundados por estrangeiros. No Campeonato Carioca de 1914, em jogo contra o América, o mulato Carlos Alberto, por conta própria, chegou a se cobrir com pó-de-arroz para parecer branco. No decorrer da partida, o suor cobriu a maquiagem e a farsa foi desfeita. A torcida do América, que o conhecia pois ele tinha sido um dos jogadores que saíram do clube na cisão interna de 1914, começou a persegui-lo e a gritar “pó-de-arroz”, apelido absorvido pela torcida do Fluminense Football Club, que passou a jogar pó-de-arroz e talco sempre que seu time entrava em campo. Na década de 1920, os negros começaram a ser aceitos em outros clubes e o Vasco foi o primeiro das grandes agremiações a vencer títulos com uma equipe repleta de jogadores negros e pobres. No período de governo do presidente Getúlio Vargas foi feito um grande esforço para alavancar o futebol no País. A construção do Maracanã e a Copa do Mundo do Brasil (1950), por exemplo, aconteceram durante a Era Vargas. A vitória da Seleção Nacional no Mundial de 1958, com um time comandado pelos negros Didi 3 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Desempenho da seleção brasileira em Copas do Mundo e Pelé, pelo mulato Garrincha e pelo capitão paulista Bellini (este branco), ratificou o futebol como principal elemento da identificação nacional, ao reunir pessoas de todas as cores, condições sociais, credos e diferentes regiões. A partir desse ano, a seleção canarinho começou a ganhar o mundo, vencendo a Copa de 1962, comandada por Garrincha, e 1970, na que talvez seja considerada a maior seleção de todos os tempos. Em 1982, também encantou o mundo com Falcão, Sócrates, Éder e Toninho Cerezo, mas por um dos acasos do esporte, acabou não levando o título, que só viria em 1994, na seleção que tinha como grande craque o atacante Romário. Em 2002 se deu o último título do Brasil, na seleção do técnico Luiz Felipe Scolari e do craque Ronaldo. Agora é esperar o hexacampeonato em casa, no próximo ano. 4 Ano Desempenho Colocação 1930 1934 1938 1950 1954 1958 1962 1966 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 Total primeira fase primeira fase terceira colocação vice-campeã quartas-de-final campeã campeã primeira fase campeã quarta colocação terceira colocação quartas-de-final quartas-de-final oitavas-de-final campeã vice-campeã campeã quartas-de-final quartas-de-final 5/18 6ª 14ª 3ª 2ª 5ª 1ª 1ª 11ª 1ª 4ª. 3ª 5ª. 5ª. 9ª 1ª. 2ª 1ª. 5 5 A Copa do Mundo FIFA de 2014 é a segunda vez que este torneio é realizado no país, depois da Copa do Mundo FIFA de 1950. Arenas para a Copa do Mundo de 2014 5 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Cerimônia de abertura: delegação brasileira desfila no estádio olímpico de Londres 2012 Desempenho do Brasil nos Jogos Olímpicos A primeira participação brasileira em Olimpíadas foi nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920, em Antuérpia, Bélgica. A delegação era constituída por 22 atletas, todos homens, que conquistaram três medalhas no tiro esportivo, uma de ouro (Guilherme Paraense), uma de prata e uma de bronze. Os atletas foram enviados pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Em 1924, a CBD passava por crise financeira e só com fundos conseguidos pela Federação Paulista de Atletismo conseguiu enviar sua delegação. Em 1928, a crise internacional das Bolsas de Valores impediu a ida de atletas à competição mundial. Em 1932, o Brasil teve sua primeira mulher atleta, a nadadora Maria Lenk. Em 1936, foi fundado o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Nos jogos realizados naquele ano, a CBD mandou uma 6 delegação e o COB enviou outra. Antes que o Comitê Olímpico Internacional (COI) proibisse a participação do Brasil, as delegações se uniram. Desde então, o COB é a entidade responsável pela organização e envio dos atletas nacionais às Olimpíadas. Desde a primeira participação em 1920, o Brasil só voltou a ganhar medalhas 28 anos depois, com um bronze no basquete masculino. Na edição seguinte, 1952, voltou a ganhar um ouro com Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo de atletismo. Desde então, o País tem conseguido medalhas em todas as edições. Orfão de mãe, João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, aos sete anos já trabalhava como lavador de carros. Sua trajetória nos esportes começou em 1973, quando quebrou o recorde mundial Junior de salto triplo no Campeonato Sul-Americano de Atletismo e, dois anos depois, atleta adulto, conquistou a medalha de ouro no salto em distância nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México e, em seguida, o primeiro lugar no salto triplo, quebrando o recorde mundial, até então com um soviético. Ele era cabo do Exército Brasileiro. Na Olimpíada de Montreal, ele era o favorito, porém foi logo após uma cirurgia, o que lhe valeu a medalha de bronze. Em Porto Rico, foi bicampeão pan-olimpíco nos saltos triplo e em distância. Acumulando vitórias, João do Pulo foi tricampeão mundial de salto triplo na Alemanha (1977), Canadá (1979) e Itália (1981). Ídolo do esporte amador brasileiro, ele foi porta-bandeira no desfile de abertura dos Jogos Olímpicos em Montreal e em Moscou. Sua brilhante carreira foi interrompida em 1981, quando sofreu um grave acidente de carro na Via Anhanguera, trecho Campinas-São Paulo. Sua perna direita foi amputada. Porém, ele teve forças para estudar Educação Física e, por duas vezes, foi eleito deputado estadual em São Paulo. Faleceu em 1999. No total, o Brasil conquistou 108 medalhas na história dos jogos olímpicos, todas nas edições de verão. São 23 de ouro, 30 de prata e 55 de bronze, o que o torna o país sul-americano com o melhor retrospecto na história das Olimpíadas da era moderna e o quarto maior ganhador das Américas atrás apenas dos Estados Unidos, Canadá e Cuba, respectivamente. Essa posição foi conquistada nos jogos de Ate- nas, em 2004, quando ultrapassou a sua arquirrival Argentina, a primeira colocada na América do Sul até então. É também um dos raros países a ter um atleta que recebeu a Medalha Pierre de Coubertin: o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, empurrado quando estava em primeiro lugar na prova por um irlandês saído da plateia. O corredor se levantou e terminou a corrida em terceiro lugar, comemorando a medalha de bronze como se fosse de ouro. Desde que iniciou seu histórico olímpico, a delegação brasileira enviou atletas para as suas mais de duas mil vagas olímpicas até o momento. Os Jogos Olímpicos de Verão de 2016 acontecerão no Rio de Janeiro, a primeira cidade da América do Sul a sediar o maior evento do esporte mundial. 7 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Medalhas nos Jogos de Verão Edição 1920 Antuérpia 1924 Paris 1928 Amsterdã 1932 Los Angeles 1936 Berlim 1948 Londres 1952 Helsinque 1956 Melbourne 1960 Roma 1964 Tóquio 1968 Cidade do México 1972 Munique 1976 Montreal 1980 Moscou 1984 Los Angeles 1988 Seul 1992 Barcelona 1996 Atlanta 2000 Sydney 2004 Atenas * 2008 Pequim 2012 Londres Total 8 Atletas 21 12 67 94 77 108 48 81 68 84 89 93 109 151 171 197 225 205 247 277 259 2683 Posição 1 0 1 0 não competiu 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 1 5 1 2 2 1 3 3 0 6 5 2 3 4 3 5 23 30 1 0 3 0 0 0 1 2 0 2 1 2 2 2 2 2 3 0 9 6 3 8 9 55 0 0 1 3 1 2 1 3 2 2 4 8 6 3 15 12 10 15 17 108 15ª — — — — 34ª 25ª 25ª 40ª 39ª 35ª 41ª 41ª 18ª 19ª 19ª 25ª 25ª 52ª 16ª 23ª 22ª 36ª. Variedade esportiva A pesar do apelido “País do futebol”, faz tempo que o esporte brasileiro se destaca em mais de uma modalidade esportiva. Desde o início do século 21, por exemplo, as seleções de vôlei masculinas e femininas conquistaram títulos em diferentes competições, como Jogos Olímpicos, Liga Mundial, Grand Prix, Campeonato Mundial, Copa do Mundo, Pan-Americano e passaram a ser consideradas favoritas em cada torneio que disputam. Também a Superliga, competição nacional de vôlei, cresceu em audiência, público e prestígio. Os principais atletas brasileiros jogam pelos times nacionais, elevando o nível das disputas. Outro esporte que conta com um calendário regular é o basquete. Apesar dos resultados abaixo do esperado por parte da seleção masculina nos últimos anos, a recente conquista de vaga para a Olimpíada de Londres, em 2012, a exportação de talentos como Thiago Splitter, Anderson Varejão, Leandrinho, Nenê Hilário e Marcelinho Huertas para as principais ligas de basquete mundial e a consolidação de um campeonato nacional disputado e emocionante ajudaram o basquete a recuperar o seu prestígio. Prestígio que foi grande, tanto no masculino, com o título de campeão mundial em 1959 e 1963, e Pan-Americana, vencendo os EUA em sua própria casa, em time comandado pelo cestinha Oscar e por Marcel. No feminino, o destaque é mais recente, com a geração comandada por Paula e Hortência, que também venceu um Pan-Americano, em Cuba, contra as poderosas donas da casa, trazendo uma inédita medalha de prata olímpica. 9 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Nos esportes individuais, a natação e a ginástica artística, apoiadas pelas leis de incentivo ao esporte, conseguiram investir em treinamento de seus atletas de ponta e os resultados começam a aparecer nas principais competições. Cesar Cielo, Thiago Pereira, Daiane dos Santos e os irmãos Daniele e Diego Hypólito são alguns dos destaques das duas modalidades no cenário mundial. Além dos esportes mais conhecidos, os brasileiros se destacam em outras modalidades, como skate, surfe, rapel urbano e ecológico, windsurf, entre outros. A grande extensão territorial nacional e as paisagens diversificadas fazem dos brasileiros indivíduos abertos a receber influências culturais e a descobrir novos desafios. 10 nMastro da Bandeira O Automobilismo automobilismo é um esporte bem popular no Brasil, que ganhou dimensão no País após os primeiros títulos de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1, posteriormente Nelson Piquet e Ayrton Senna ajudaram a firmar ainda mais o automobilismo brasileiro na categoria. O Brasil também possui grandes conquistas na Fórmula Indy, com Emerson Fittipaldi ganhando o primeiro título brasileiro na categoria, seguido pelos pilotos Gil de Ferran, Cristiano da Matta, Tony Kanaan. Internamente, as duas principais categorias são a Stock Car Brasil e a Fórmula Truck, alguns ex-pilotos de categorias internacionais atualmente correm nessas categorias. No território nacional existem aproximadamente 20 autódromos, incluindo pistas de asfalto e de terra, porém não há nenhum circuito oval. 11 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos A Capoeira capoeira, hoje também muito praticada em Israel, é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo e aéreas. Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar (o berimbau é o instrumento que acompanha o desenrolar do “jogar a capoeira”). Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto. A palavra capoeira significa “o que foi mata”, vinda da junção dos termos ka’a (mata) e pûer (que foi). Refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil onde era praticada a agricultura indígena. Acredita-se que a capoeira tenha obtido esse nome a partir dessas áreas que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Capoeiristas fugitivos da escravidão e desconhecedores do ambiente ao seu redor frequentemente usavam a vegetação rasteira 12 para se esconderem da perseguição dos capitães-do-mato. Hoje, a capoeira se tornou não apenas uma arte mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países nos cinco continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros que, frequentemente, se esforçam em aprender a língua portuguesa para melhor se envolver com a arte. Mestres e contramestres respeitados são constantemente convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculos acrobáticos e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro. O aspecto marcial se faz muito presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é uma de suas características, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes, pois uma queda pode chegar disfarçada até mesmo a partir de um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, da miscigenação de etnias e da resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro, principalmente após a conquista do título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Esportes paraolímpicos N o Brasil, o esporte paraolímpico começou a ser praticado pelo cadeirante Robson Sampaio de Almeida, em parceria com seu amigo Aldo Miccolis. Ambos fundaram o Clube do Otimismo no Rio de Janeiro e, meses depois, Sergio Seraphin Del Grande fundou o Clube dos Paraplégicos de São Paulo. Almeida e Del Grande, após tratamento em hospitais norte-americanos e presenciarem pessoas em cadeira de rodas praticando esporte, trouxeram a ideia para o Brasil. Hoje, são 20 modalidades esportivas destinadas a deficientes físicos do sexo masculino e feminino. Para competições, a idade mínima do atleta é de 14 anos e não há idade máxima; nas Paraolimpíadas Escolares, a idade mínima é de 12 anos e a máxima, 21 anos. Existe uma classificação funcional para todas as modalidades e os atletas participam de acordo com seu comprometimento físico-motor. Para cada tipo de deficiência existem modalidades possíveis, como é o caso de pessoas com deficiência visual, que podem praticar futebol, goalball ou judô. As deficiências aceitas nos esportes paraolímpicos vão desde paralisia cerebral, amputação de algum membro do corpo até a cegueira completa. A única exceção é para deficientes auditivos, que participam de atividades esportivas convencionais. A única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal é no halterofilismo convencional. O Brasil tem conseguido destaque nas últimas edições dos Jogos Paraolímpicos. Estreante em 1976, conquistou sua primeira medalha na edição seguinte. Em 2008, pela primeira vez encerrou a competição entre os dez primeiros no quadro de medalhas, ficando em nono lugar com 47 medalhas. Os nadadores Clodoaldo Silva e Daniel Dias e os corredores Lucas Prado, Ádria Santos e Terezinha Guilhermina são alguns dos destaques paraesportivos do País. 13 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Esportes em Israel O Estado de Israel é um país com área total do tamanho do menor Estado brasileiro, o de Sergipe. E não tem riquezas naturais. D esde muito antes de sua independência, foram criadas instituições de ensino na região, como a Universidade Hebraica de Jerusalém e o Instituto Technion, hoje nomes de ponta entre as congêneres mundiais. Com uma população de pouco mais de sete milhões de habitantes e apenas 65 anos como Estado independente, Israel ostenta o número de dez cidadãos laureados com o Prêmio Nobel. As línguas oficiais são o hebraico e o árabe, porém a maioria de sua população fala também o inglês. Ao mesmo tempo, nesses 65 anos, o esporte vem desempenhando um papel cada vez mais importante no desenvolvimento do país, tanto nacional quanto internacionalmente. Inicialmente, por sua localização geográfica, o país estava ligado à Confederação Asiática junto com os países árabes da região. Porém, estes se recusavam a jogar contra equipes de Israel, fazendo boicotes e anulando jogos. Esse foi o motivo porque Israel – mesmo sem 14 Seleção israelense com o Primeiro Ministro Binyamim Netanyahu ser membro da União Europeia – faz parte da União de Associações da Europa (Uefa) desde 1991, participando nas competições interclube, na Liga dos Campeões e na Liga Europa. Em Israel, o esporte faz parte da cultura do país. Em preferência, os primeiros são o futebol e o basquete, depois vem o handebol, atletismo e outros. Nos Jogos Olímpicos, os atletas que ganham medalhas são os do judô, esgrima, canoagem e windsurf. Equipes esportivas israelenses também têm tido sucesso no exterior, notadamente o clube de basquete Macabi Tel Aviv, que se estabeleceu como uma das melhores equipes da Europa na última década. As seleções nacionais de Israel também têm melhorado, com o futebol e o basquete alcançando resultados impressionantes. Fora da arena profissional, os esportes sempre foram um passatempo importante para centenas de milhares de israelenses. Com quilômetros de um belo litoral na fronteira ocidental do país, não é nenhuma surpresa que aproximadamente metade da população nade regularmente. Os muitos meses de calor incentivam os israelenses a praticar esportes ao ar livre e uma postura competitiva faz com que os jovens se envolvam em dezenas de atividades esportivas diferentes desde cedo. Nos fins de semana, é costume encontrar grupos de pessoas jogando basquete em quadras nos parques em todo o país, correndo nas ruas e jogando futebol nos parques. O israelense torce pelo Brasil. Na época da Copa do Mundo, é comum ver pessoas andando com as camisetas verde e amarelas e, nos dias de jogo da Seleção Canarinho, todas as camadas da população acompanham e vibram com os gols dos jogadores mais famosos, que são referência quando um turista diz que é brasileiro. Conhecem Pelé, Zico, Romário, Ronaldinho, Ronaldo e outros mais. Sem contar o número de jogadores brasileiros que fazem carreira no futebol israelense. Nos Jogos Olímpicos, os atletas que ganham medalhas são os do judô, esgrima, canoagem e windsurf. 15 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos C Futebol ontrolada pela Associação de Futebol Israelense, este esporte tem três divisões principais masculinas: Ligat Há’Al, a liga superior, a Leumit e a Artzit. As três contam com 12 equipes profissionais e atrai por volta de 20.000 espectadores nas partidas, principalmente nas duas principais Copas, a de Israel e a Toto. Macabi Tel Aviv, Beitar Jerusalém e Hapoel Haifa são os principais times do país. As jogadoras femininas estão inscritas na Liga Leumit de Mulheres. Participando das competições europeias, os clubes israelenses vem alcançando melhores resultados, como as quartas de final na Liga dos Campeões em vários anos. Uma só vez Israel conseguiu uma vaga na Copa do Mundo, em 1970, no México, empatando com a Suécia e a Itália para ser derrotada pelo Uruguai e ficar em 12º. lugar entre as 16 equipes participantes. Durante uma década, o Macabi Haifa foi campeão, deixando o posto para o Beitar Jerusalém, um time em ascensão, campeão pela primeira vez em 2007. Yossi Benayoun, capitão da seleção, é um dos jogadores que mais se destacam. 16 Vinte jogadores israelenses participam das equipes de clubes europeus, como o próprio Benayoun, no Liverpool Futebol Clube, o zagueiro Tal Ben Haim, no Chelsea e Tamir Cohen, no Bolton Wanderers. O zagueiro John Paintsil nasceu em Gana e vive em Israel desde 2002. Ele joga no Hapoel Tel Aviv, porém foi convocado a defender as cores da seleção ganense na Copa do Mundo. Ao jogar contra a República Tcheca e fazer um gol, Paintsil levantou a bandeira de Israel para comemorar. “Estou feliz e fico contente de ter homenageado os israelenses também. Eu gosto muito dos torcedores de Israel e decidi mostrar a bandeira do país. Já joguei em dois clubes em Tel Aviv e fui muito bem recebido. Agora é hora de retribuir todo esse apoio”, destacou o zagueiro, que também jogou no Macabi Tel Aviv. Um time árabe-israelense representa Israel A paz existe no futebol, com certeza. O atacante Cléber Vieira Rodrigues, que jogava no Liége, time belga, foi contratado pelo time árabe-israelense Bnei Sakhnin. Este é o time árabe que representa, pela primeira vez, o Estado de Israel na Copa da Uefa, a copa europeia. Um fato possível após o Bnei Sakhnin vencer o time israelense Hapoel Haifa, na Copa do Estado de Israel. No time há uma “mistura” que só o futebol consegue fazer. O treinador é judeu. Os jogadores são árabes (cidadãos israelenses), judeus e os estrangei- ros da Nigéria, do Congo, de Camarões e do Zimbábue.Cléber Vieira Rodrigues é um dos vários jogadores brasileiros que defendem as cores de times israelenses. No início, ele relutou em aceitar o convite do Sakhnin, mas foi convencido por outros que lá estão e, já acostumado, afirma que “Israel é até mais tranquilo do que o Brasil, você pode sair na rua três, quatro horas da manhã, não há problema nenhum”. O time teve outro jogador brasileiro antes: Gabriel Lima. O zagueiro Índio e Bruno Carvalho são brasileiros que jogaram em times israelenses. 17 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Basquete E ntre os clubes de melhor desempenho no basquete está o Macabi Tel Aviv, que foi campeão por cinco vezes na Euroliga. O cestinha do Macabi Tel Aviv, Omri Casspi, foi o primeiro israelense a jogar na principal liga de basquete profissional norte-americana, a conhecida Associação Nacional de Basquete (NBA, sigla em inglês). Ele jogou no Cleveland Cavaliers. Na mesma competição, o Macabi Tel Aviv se saiu muito bem, com várias vitórias na Final Four. Foi o vencedor em dois anos seguidos. Em 2005, a Copa da União das Ligas Europeias de Bola ao cesto (Uleb, em inglês) teve como vencedor o Hapoel Jerusalém e, quatro anos depois, a Seleção Nacional de Basquete foi classificada no campeonato bienal EuroBasket. As mulheres não ficam para trás. Elitzur Ramle e Anda Ramat Hasharon são duas equipes rivais, que competem também na Europa. O time nacional jogou 23 vezes na Liga dos Campeões da Europa e conquistou uma medalha de prata na Eurobasket. A israelense Shay Doron foi a primeira de seu país a jogar basquete profissional nos Estados Unidos, na Wnba. Seu time, o New York Liberty. Track and Field 18 A leksandr Averbukh, de origem russa, é o atleta que se sobressai nessa modalidade, com três medalhas de ouro na Copa dos Campeões. Tênis Natação Israel conseguiu chegar à semifinal na Copa Davis, o que foi um grande feito. N essa modalidade, o nome de Shahar Pe’er é destaque, ela atingiu o top 20 mundial, chegou à final de duplas no Aberto da Austrália, além da presença nos torneios da Associação Feminina de Tênis (WTA), em várias quadras mundiais. Os tenistas Andy Ram e Yoni Erlich estão entre os melhores, com seus nomes por vários anos no top 10 mundial. N adar é popular em Israel, país que tem uma variedade de praias ao longo da Costa Mediterrânea e dos mares da Galileia, Vermelho, Eilat e Mar Morto. Lugares com águas limpas, que convidam a nadar, além das inúmeras piscinas. A Associação Israelense de Natação é a maior federação da modalidade. O bom desempenho da equipe israelense classificou-a, em Atlanta, para a final masculina 4 x 100 metros medley. Israel tem o maior número de mergulhadores qualificados per capita do mundo. São 50.000, atraídos pela vida marinha inigualável do Mar Vermelho. O esqui aquático, o windsurf e o paddleball, jogo de praia no qual a bola é mantida no ar com dois tacos, também têm muitos adeptos. Gal Fridman é um nome destacado no windsurf, com duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos. Em 2012, Lee Korzits recebeu o titulo de Mulher RS-X no Campeonato Mundial de Iatismo pela terceira vez. 19 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Boxe D iferente do usual, o boxe em Israel não é visto como esporte e, sim, como um veículo para ajudar os jovens a não ter preconceitos. A Associação Israelense de Boxe (IBA) tem 1.800 membros ativos espalhados por várias cidades. São jovens a partir de 11 anos, que vem de cidades árabes ou de centros de imigrantes russos e etíopes para participarem de jogos organizados pela Associação. Entre os mais conhecidos, Ilya Grad é considerado um dos oito melhores boxeadores amadores no mundo e, em 2012, ganhou o titulo internacional WCK na China. Com esse titulo, ele pôde entrar para uma disputa na Malásia, país que não tem relações diplomáticas com Israel. Futebol americano, ginástica, remo, alpinismo, mergulho, ciclismo, golfe, esqui, tênis de mesa, luta livre, halterofilismo, caratê e esportes radicais, como surf com paraquedas, catamarã, esqui aquático, kitesurf, parapente, também têm adeptos entre os atletas israelenses. Maratona A Meia Maratona de Tel Aviv, a Maratona de Jerusalém e a Corrida Monte Tabor, mais a Meia Maratona de Ein Gedi, na área desértica do Mar Morto, são percursos de longa distância conhecidos pelos atletas da modalidade em todo o mundo. Na Maratona de Jerusalém, em 2011, contou com mais de 15.000 participantes. Além da participação como atletas, os corredores têm a beleza e a variedade de pontos turísticos durante o percurso. 20 Esportes Paraolímpicos A atenção dada aos atletas com necessidades especiais é constante e a participação permite a essas pessoas a oportunidade de se dedicar, batalhar e conseguir superar seus problemas físicos. A Associação Desportiva para Deficientes de Israel (Isad) abrange várias áreas e realiza atividades constantemente. A organização Ilan e os clubes Sports Beit Halohem são dedicados a militares veteranos, atingidos nas sucessivas guerras que o país enfrenta. Conhecida pelas medalhas de ouro recebidas, a nadadora Keren Liebowitz é a mais conhecida atleta paraolímpica em Israel. Competindo em Sidney, Austrália, e em campeonatos europeus. Uri Bergman contabiliza 12 medalhas de ouro conseguidas em diferentes edições dos Jogos. Em Pequim, nos Jogos Paraolímpicos de 2008, Israel levou 42 atletas, que competiram em atletismo, basquete, ciclismo, hipismo, natação, remo, tênis, tênis de mesa, tiro, tiro com arco e vela. Ganharam cinco medalhas de prata e uma de bronze. 21 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos N Brasileiros mostram suas qualidades em Israel ascido no Rio de Janeiro, Gabriel Griner chegou a Israel com três anos de idade e antes de começar a treinar futebol com seis anos e meio, na escola do Hapoel Haifa, o garoto praticou caratê desde os quatro anos. Volante, às vezes zagueiro, o jovem joga no Macabi Haifa. Uma pergunta que sempre fazem a ele: “Como você reagiria se defendesse o time israelense contra o brasileiro numa Copa do Mundo?” Como bom esportista, ele afirma: “Esportivamente, entraria em campo para ganhar. No final do jogo, abraçaria cada jogador do Brasil com a maior admiração e respeito, como faço em Israel após cada partida. O futebol é só um jogo, o mais maravilhoso do mundo, porém é só um jogo”. Assim, o jovem ensina que a rivalidade deve durar somente durante os 90 minutos, enquanto a bola rola em campo. Por outro lado, ele diz que é gostoso ser brasileiro no exterior. “O pessoal de Israel e da Europa tem uma admiração pelos brasileiros. Quando faço uma jogada bonita, eles dizem que é porque sou brasileiro.” Gustavo Boccoli, meio-campista, jogou pelo Paraná, foi para a Europa jogar no Prescia e transferiu-se para Israel. Em oito temporadas, fez 64 gols, atuando no Hapoel Ramat Gan, Macabi Ahi Nazare e Macabi Haifa, time no qual 22 mais se destacou. O atacante brasileiro Léo, que passou pelo Corinthians e CRB de Alagoas além do Criciúma, fez gol no Petach Tikva na 29ª. rodada do Campeonato Israelense. O lateral João Rodrigo, que jogou no Rio Branco, passou uma temporada como jogador do Macabi Hachoch Ramat Gan e, atualmente, joga no Pelotas do Rio Grande do Sul. Ex-jogador do Cruzeiro de Belo Horizonte e do Palmeiras, Fábio Júnior chutou muito em temporadas israelenses como jogador do Hapoel Tel Aviv. Também o ex-palmeirense Fernandão esteve nos gramados israelenses, defendendo o Macabi Haifa. Zagueiro no Avaí e Atlético Paranaense, Douglas da Silva engrossou as fileiras do Hapoel Kfar Saba e, depois, do Hapoel Tel-Aviv seu clube atual. Também zagueiro, Nivaldo Batista Santana fez carreira no Fluminense da Bahia, Náutico, Rio Branco, Coritiba, Fortaleza e Paulista antes de jogar no Chile, Portugal, França, Qatar e Espanha. Joga no Macabi Tel-Aviv. O mineiro William Ribeiro Soares passou por alguns times portugueses e foi para Israel fazer carreira no Hakoah Ramat Gan, Hapoel Ramat Gan e Hapoem Beer Sheva. Carioca de nascimento, Fabrício Silva Cabral jogou em vários times brasileiros. Foi para a Coreia do Sul, passou pela Rússia e chegou ao Macabi Natania. Outros brasileiros que jogaram em Israel: Cléber Schwencke, ex-Botafogo, do Rio de Janeiro (Beitar Jerusalém); Capone, ex-São Paulo (Beitar Jerusalém); Bruno Reis, ex-Fluminense (Macabi Tel Aviv); José Ramalho, ex-São Paulo (Beitar Jerusalém e Macabi Tel Aviv); Eduardo Marques, ex-Santos (Hapoel Tel Aviv e Macabi Tel Aviv); Wescley Gonçalves, ex-Corinthians (Macabi Haifa); Gabriel Lima, ex-Fluminense (Bnei Sakhnin, Bnei Yehuda e Hapoel Raanana); Fabrício Cabral, ex-São Paulo (Macabi Natania); Anderson Xavier, ex-Corinthians (Macabi Haifa); José Duarte, ex-Goiás (Hapoel Beer Sheva, Hapoel Nazareth Ilit, Macabi Tel Aviv, Hapoel Kfar Saba e Bnei Yehuda); Maicon Santos (Hapoel Kiryat Shmona e Bnei Sakhnin); Oséias dos Santos (Hapoel Ashkelon); Carlos Eduardo (Beitar Jerusalém); Nivaldo Santana (Macabi Tel Aviv); David Gomes (Hapoel Rishon Letzion); William Soares (Hapoel Beer Sheva); André Caldeira (Hapoel Petah Tikva); Léo Passos (Beitar Jerusalém); Douglas Silva (Hapoel Tel Aviv); Rômulo Antonelli (Ironi Ramat Hasharon); Jendson dos Santos (Hakoah Ramat Gan); Guilherme Weisheimer (Macabi Hertzlyia); Héverton Zago (Hapoel Bnei Lod); e Cristiano Pinto (Macabi Ahi Nazareth). Krav Magá T raduzindo, Krav Magá significa combate próximo, de contato. Sistema de combate corpo a corpo. Sua origem foi em Bratislava, na Europa, nos anos 1940, quando Imi Lichtenfeld usou seu conhecimento de artes marciais, principalmente do Japão, para que os judeus se defendessem dos constantes ataques dos seus conterrâneos. Quando imigrou para Israel, Lichtenfeld passou a dar treinamento aos combates corpo-a-corpo enfrentados pelos civis judeus durante o Mandato Britânico na região. O desenvolvimento da técnica chegou às Forças Especiais de Defesa de Israel, que aperfeiçoaram o método para aplicações militares. Por trás do Krav Magá há uma filosofia voltada à neutralização de ameaças, manobras de defesa e ataque simultâneos e agressão. Praticado por homens e mulheres, o treinamento passa por níveis e faixas, utilizando exercícios aeróbicos e anaeróbicos. Envolve também o reconhecimento da situação reinante e a compreensão das áreas ao redor para o domínio da situação. Desde 1978 existe a Associação Israelense de Krav Magá (Ikma), fundada por Lichtenfeld e seus melhores alunos, com o objetivo de criar um órgão sem fins lucrativos para servir de apoio aos praticantes e, ao mesmo tempo, garantir a pureza do Krav Magá. Uma organização não partidária, não política e independente de outras organizações esportivas. Em 1981, seis instrutores israelenses foram para os Estados Unidos mostrar sua técnica nos centros comunitários locais. O interesse despertado junto ao campo de Nova York do FBI e ao Centro de Treinamento em Quantico, Virgínia, levou 22 pessoas a Israel para fazerem o curso básico de instrutor de krav magá. Ao retornarem, criaram locais de treinamento em suas áreas para a prática e, nos anos seguintes, outros grupos de norte-americanos viajaram a Israel para se especializarem. E instrutores israelenses foram aos Estados Unidos. Várias organizações ensinam o krav magá pelo mundo, treinando a defesa de pessoas diante de qualquer situação de violência da maneira mais rápida e eficaz possivel. 23 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos História das Macabíadas A origem da denominação remonta ao século II antes da Era Comum, quando Yehudá, conhecido como o Macabeu, e seus comandados saíram vitoriosos contra os gregos selêucidas, que lutavam para impor sua cultura sobre o povo de Israel, pois pretendiam varrer todo o Oriente. Os comandados de Yehudá eram poucos e nem preparados estavam, eles eram do povo, razão porque se considerou um milagre essa vitória, que foi celebrada com a festa de Chanucá, a festa dos Candelabros ou das Luzes. Ela tem um sentido espiritual. 24 Os gregos entraram no Templo de Salomão, profanaram e deixaram escoar o azeite armazenado, restando o necessário para iluminar apenas por um dia. No entanto, quando os israelitas entraram e acenderam a lamparina, o azeite durou por oito dias, o tempo necessário para que mais óleo fosse preparado e a Menorá (candelabro) permanecesse acesa. Anualmente, é relembrada com alegria a vitória dos macabeus, os comandados de Yehuda, o Macabeu. Somente no século 20, em 1921, durante um Congresso Sionista na Europa, formou-se a Associação Macabi, para celebrar a união do pensamento judaico moderno na Diáspora e em Israel, incorporando as inovações à tradição e à história e preservando a mente e o corpo em equilíbrio. São perto de 400 mil membros, distribuídos por mais de 50 países, reunindo esportistas e voluntários com o nome de União Mundial Macabi. A I Macabíada Mundial (Jogos Macabeus) foi realizada em 1932. Na época da segunda Guerra Mundial houve uma pausa, os jogos não puderam ser realizados, pois os judeus foram perseguidos na Europa, confinados em campos de concentração e mortos durante o episódio conhecido na História como Holocausto, quando morreram seis milhões de crianças, jovens e idosos, incluindo judeus, negros, homossexuais e ciganos. Os Jogos Macabeus se constituem num evento multidesportivo, realizado a cada quatro anos, com estrutura similar aos Jogos Olímpicos, reunindo milhares de atletas judeus de todo o mundo. É considerado um dos cinco maiores eventos esportivos em todo mundo com o reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional. Os jogos, realizados em Israel, reúnem representantes de muitos países, que competem em três categorias: Open, Junior e Máster. Vôlei feminino e de praia, futsal, judô, natação, basquete, são algumas das modalidades presentes nas Macabíadas. A competição está aberta a todo cidadão nascido em Israel, seja ele judeu ou árabe israelense. Este ano realizou-se a 19ª. Macabíada em Israel, englobando 39 modalidades esportivas, com a presença da delegação brasileira, formada por quase 800 pessoas, entre atletas, pessoal de apoio e torcedores. As cerimônias de abertura e encerramento são um espetáculo a parte, no Estádio Nacional Teddy Kolek. Muitos atletas judeus famosos fizeram história nas Macabíadas, incluindo os nadadores americanos Mark Spitz, que ganhou sete medalhas de ouro, um feito sem precedentes, nos Jogos Olímpicos de 1972, e Lenny Krayzelburg, que nadou nos Jogos de Atenas, em 2004. 25 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos Participação brasileira nas Macabíadas Em 1962 foi fundada a Confederação Brasileira Macabi (CBM), conhecida como Macabi Brasil, filiada à Federação Latino-Americana Macabi (Clam) e União Mundial Macabi. Sediada no clube Hebraica de São Paulo, tem participado de todas as Macabíadas Pan-Americanas e Mundiais. A 19ª edição da Macabíada Mundial ocorreu neste último mês de julho, em Israel. Eram 78 delegações de todos os continentes e a brasileira foi a maior enviada até hoje, com quase 500 integrantes, entre atletas, técnicos, médicos e fisioterapeutas, dirigentes, pessoal de apoio e acompanhantes. Vôlei feminino categoria Open. As atletas brasileiras fizeram bonito, conquistando 26 a honrosa medalha de prata. Numa semifinal emocionante contra os Estados Unidos, conseguiram ganhar a vaga para a final. Na final, o time de Israel, recheado de jogadoras imigrantes da antiga União Soviética, estava um nível acima das demais equipes da competição. De qualquer forma, o Brasil deu trabalho às israelenses, forçando inclusive um pedido de "tempo" por parte das israelenses no segundo set. Vôlei de praia. Pela primeira vez, o Brasil enviou uma dupla de vôlei de praia masculino, categoria Open para uma competição mundial. Eles fizeram um primeiro jogo emocionante contra a melhor da competição (israelense), perdendo de duplo 21x19. A dupla chegou até a semifinal. Mas o forte calor e o lado emocional acabaram tirando as cariocas da grande final, levando para casa um bonito quarto lugar. Dupla formada por Nando Gonik e Stu. Futsal. Esta modalidade fez bonito. Tanto a categoria infantil quanto a juvenil conquistaram o ouro sobre a Argentina. O Open fez a final contra Israel, mas perderam em um jogo emo- Capoeira em Israel cionante por 7x6. Israel se manteve sempre na frente, fazendo muitos gols de jogada ensaiada. No final, o Brasil pressionou muito, forçando o goleiro de Israel a grandes defesas, mas conseguiram segurar o placar de 7x6. E o time brasileiro ficou com a honrosa prata. Judô. A atleta Camila Zyman Minakawa venceu a israelense Yarden Gerby, atual campeã da Copa do Mundo no judô, e levou o ouro. Xadrez. O enxadrista brasileiro André Diamant brilhou durante o torneio de Xadrez, conquistando a medalha de ouro para o Brasil. Para a edição de 2013, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, recebeu das mãos do diretor Executivo da Confederação Brasileira Macabi, Dório Feldman, o convite para a abertura das Macabíadas, em Israel. Marin aceitou o convite, agradeceu e lembrou a relação de amizade que tem com a comunidade judaica. Aproveitou a ocasião para presentear Feldman com um brasão da CBF. Arthur Antunes Coimbra, o popular “galinho” Zico, tão aclamado por suas atuações durante muitos anos em campos de futebol nacionais e internacionais, foi convidado pela Confederação Brasileira Macabi para ser o porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura da 19ª. Macabíada, no Estádio Tedy Kolek, em Jerusalém. Zico assim definiu sua participação: “Participei hoje aqui da abertura das Macabíadas, um dos maiores eventos esportivos do mundo. Carreguei a bandeira na frente da delegação brasileira, que conta com quase 500 integrantes. São 10 mil atletas competindo. Uma festa muito bacana com estádio lotado com mais de 50 mil pessoas”. A fama da capoeira chega a várias cidades israelenses e muitas de suas escolas se espalham pelo país. Ela ganhou adeptos ainda nos idos da década de 1990 em Israel. Na época, havia um grupo formado por 300 capoeiristas – 298 israelenses e dois apenas eram brasileiros, além do mestre – na zona do porto em Tel Aviv. Uma turma animada, que logo se espalhou pelo país. Hoje, vários são os locais onde acontecem rodas de capoeira, como o Semente do Jogo de Angola, fundado em 1990 em Salvador, Bahia, por Mestre Jogo de Dentro. Primeiro, o grupo ganhou outros Estados brasileiros, depois, expandiu para a Itália e Israel, entre outros países. Em Israel, ele é um ramo oficial da capoeira Semente do Jogo de Angola, criado em 2010, mesmo que tenha começado cinco anos antes com a denominação de Capoeira Angola Israel. O primeiro centro foi aberto em Haifa e, desde 2011 está também em Tel Aviv. Cordão de Ouro Israel, Capoeira Angola Israel, Academia de Mestre Cueca são alguns grupos que se destacam e reúnem grande número de fãs das rodas de capoeira. Em julho de 2013, aconteceu um evento em Cesarea, local onde estão preservadas ruínas do tempo dos romanos, com Mestre Edan. Formaram-se rodas e ao som dos berimbaus jovens jogaram a capoeira animadamente. Quem lá chegasse desprevenido nem perceberia que estava tão longe da Bahia.... 27 Brasil-Israel: o esporte aproximando povos A Israel nas Olímpiadas té 2004, Israel não havia conseguido uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Nesse ano, o windsurfista Gal Fridman foi vencedor em Atenas. Na competição olímpica em Pequim, quatro anos mais tarde, Shahar Zubari ficou em terceiro lugar na modalidade, levando para casa a medalha de bronze. Ainda em Atenas, o judoca Arik Zeevi ficou com a medalha de bronze. Tragédia Olímpica I srael enviou sua delegação aos Jogos Olímpicos de Verão de 1972, realizados em Munique, Alemanha. Eram jovens atletas preparados para competir em diferentes modalidades, com a garra de vencer e levar medalhas de volta para casa. Porém, essa trilha, que seria normal numa competição esportiva, foi cortada por um ato sangrento. A história registrou o Massacre de Munique quando 11 membros da equipe olímpica de Israel foram feitos reféns a partir de um ataque aos alojamentos feito pelo grupo terrorista palestino Setembro Negro. David Berger, Ze'ev Friedman, Joseph Gottfreund, Eliezer Halfin, Joseph Romano, Andrei Schpitzer, Amitsur Shapira, Kahat Shor, Mark Slavin, Yaakov Springer e Moshe Weinberg foram os jovens brutalmente assas- 28 sinados durante o tempo em que o sequestro aconteceu. Honrando sua memória, há uma placa no local onde os atletas israelenses estavam alojados: “A equipe do Estado de Israel permaneceu neste edifício durante os Jogos Olímpicos de Verão de 1972. Em 5 de setembro, teve uma morte violenta. Em honra de sua memória”. O despreparo das forças policiais fez com que a situação fugisse ao controle e a tentativa de libertar os reféns foi pior ainda. Os onze morreram, mais cinco terroristas e um agente da polícia alemã. O líder do sequestro, Mohammed Oudeh, sobreviveu a um atentado em 1981, na cidade de Varsóvia, Polônia, e morreu em julho de 2010, de falência renal, em Damasco, Síria. Euro Sub 21 em Israel O Campeonato da Europa Sub-21 de 2013 ocorreu no final do primeiro semestre em Israel. O Comitê Executivo da UEFA atribuiu a edição de 2013 a Israel -- estavam no páreo Bulgária, República Checa, Inglaterra e País de Gales. "Realizamos um trabalho muito grande para garantir a realização da fase final em Israel, e foi difícil de acreditar quando entramos na sala para o sorteio e vimos o nosso nome como anfitrião”, disse Ori Shilo, diretor-geral da Federação Israelense de Futebol (IFA) ao saber do resultado do sorteio entre as cidades. Os jogos ocuparam os estádio Teddy Kolek (Jerusalém), Natânia (Natania), HaMoshava (Petach Tikva) e Bloomfield (Tel Aviv). A seleção anfitriã não passou da primeira fase e a Espanha foi a campeã, com a Itália como vice-campeã deste que é um dos certames importantes no futebol mundial. Wingate: excelência no esporte Inaugurado em 1957, o Instituto Wingate – Centro Nacional de Israel para a Educação Física e o Desporto – é o local que concentra os recursos educacionais, científicos e profissionais para o desenvolvimento da educação física e os esportes. C om instalações na cidade de Natânia, no centro do país, esse instituto é um fator importante para o sucesso e o desenvolvimento da educação física e do esporte como forma de reabilitação física e social. Por volta de 5.000 pessoas, entre acadêmicos, treinadores, atletas, estudantes e público – incluindo imigrantes – circulam pelo Wingate diariamente. A Autoridade de Esportes do Ministério da Ciência, Cultura e Esportes patrocina a formação de instrutores e treinadores em Wingate, além de coordenar as federações e organizações esportivas cooperando no desenvolvimento de programas. Esse instituto é, também, o centro de treinamento para equipes nacionais, olímpicas e visitantes convidados a fazerem conferências científicas. Ali funcionam uma escola de elite para jovens estudantes com talento esportivo e um Departamento de Medicina Esportiva, líder mundial na área. O Conselho de Excelência Esportiva tem sua sede no local e é a entidade que seleciona quais atletas que por seu talento recebem bolsas para treinamento em tempo integral. Esportistas israelenses de sucesso iniciaram suas carreiras em Wingate. Em reconhecimento às realizações extraordinárias nos campos da pesquisa, educação e medicina do esporte, o Instituto Wingate recebeu o Prêmio Israel em 1989, o mais importante do país, das mãos do então presidente do Estado de Israel, Haim Herzog. 29 Regulamento Brasil-Israel: COMUNICADO CGEB o esporte aproximando povos A Coordenadoria de Gestão da Educação Básica, atendendo ao que lhe foi apresentado pela Organização Feminina WIZO de São Paulo, expede o presente comunicado com o objetivo de divulgar o Concurso WIZO de Pintura e Desenho 2013 com o tema BRASIL-ISRAEL: O ESPORTE APROXIMANDO POVOS Objetivo: a) Incentivar os alunos a expressar suas ideias, pensamentos e sentimentos por meio de produções artísticas, utilizando para tanto seus códigos não verbais b) Promover o intercâmbio cultural entre Brasil e Israel através da pesquisa e conhecimento das singularidades dos dois países Participação: Alunos do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública Estadual. Tema para 2013: “Brasil-Israel: o esporte aproximando povos” Dois países, duas realidades. Da enorme diferença geográfica às diferenciações tradicionais e culturais, Brasil e Israel têm algo que os une: o esporte. O gosto de ambos pelo futebol, a aceitação israelense à capoeira e a brasileira ao krav maga, as conquistas árduas de medalhas em encontros internacionais, são aspectos relevantes com os quais nos encontramos ao elaborar este material. Resta aos participantes do Concurso WIZO, professores e alunos, pesquisarem e darem vazão à criação artística. A leitura da apostila preparada pela Equipe do Concurso poderá trazer aos professores diferentes diretrizes para a condução dos trabalhos, enfocando não só o aspecto esportivo como a cultura, a população e outras características presentes nestas duas realidades. Assim, os jovens terão a oportunidade de mostrar seus conhecimentos através da Arte, uma forma de materializar as múltiplas escolhas de um ou de vários esportes ou, até mesmo, a pluralidade de aspectos dos dois países. Apresentação dos trabalhos: a) Produção individual de pintura ou desenho em cartolina, papel ou tela sem moldura, sem dobras ou rasuras, medindo no máximo 50 cm x 70 cm. Com exceção de colagens, poderão ser utilizadas diversas técnicas como óleo, acrílico, guache, aquarela, nanquim, lápis, lápis de cera, mosaico, etc. b) Os alunos deverão entregar os trabalhos à Diretoria da Escola em que estuda. Esta, por sua vez, selecionará até no máximo 10 (dez) dos melhores trabalhos de sua unidade e os remeterá à sede da Organização Feminina WIZO, em São Paulo. 30 Identificação: É imprescindível que, no verso de cada trabalho, constem os seguintes dados: 1) nome da escola, endereço completo, CEP, número de telefone com o código de área e indicação da respectiva Diretoria de Ensino 2) nome do aluno, idade, série em curso, endereço completo e telefone 3) nome do professor responsável e matéria que leciona Atenção: A falta de uma das informações acima levará à não aceitação do trabalho enviado. Data e local de entrega dos trabalhos: Os trabalhos deverão ser enviados impreterivelmente até o dia 10 de outubro de 2013 para a Organização Feminina WIZO de São Paulo à R. Minas Gerais, 36 – CEP 01244010 São Paulo – SP. Telefone (11) 3257.0100 – FAX (11) 3256.3099 – email [email protected] Classificação dos trabalhos: O Júri Oficial, composto por um representante da Secretaria de Estado da Educação, artistas plásticos, membros e dirigentes da WIZO, selecionará e classificará os 3 (três) trabalhos vencedores, assim denominados 1º, 2º e 3º colocados. Poderão ainda ser selecionados trabalhos para recebimento de Menção Honrosa. O Júri Aberto, composto por integrantes da WIZO e convidados de outras organizações, selecionará 1 (hum) trabalho que receberá o Prêmio Júri Aberto. Solenidade de Premiação: A Cerimônia de Premiação será realizada no mês de novembro em data e local a serem comunicados através de convite postal enviado a todas as escolas participantes do Concurso WIZO. 1º Prêmio: o aluno vencedor, escolhido pelo Júri Oficial e o professor que orientou o trabalho, receberão passagens áreas de ida e volta a Brasília – DF, com hospedagem e visita por 3 (três) dias. O aluno receberá também um aparelho eletrônico. 2º e 3º lugares, Júri Aberto e Menção Honrosa: os alunos receberão 1 (hum) aparelho eletrônico. Todos os premiados receberão medalhas e um Kit de Pintura. Os professores também serão agraciados com prêmios. Haverá ainda sorteios de prêmios entre os alunos participantes do evento. Observações: Os casos omissos neste comunicado serão resolvidos pela Comissão Organizadora do Concurso. Os trabalhos recebidos não serão devolvidos e passarão a compor o acervo da Organização Feminina WIZO de São Paulo com direitos de reprodução, exposição e/ ou utilização conforme critérios por ela considerados oportunos. Organização Feminina WIZO de São Paulo Sugestões de endereços para consulta na Internet Presidente de Honra Sulamita Tabacof Presidente Iza Mansur Departamento de Concurso Equipe de Realização Daniel Waismann Genha Migdal Geni Rinski Rosa Motta Tania Plapler Tarandach BRASIL Colaboradoras Lili Diesendruck Regina Fichiman Sara Zigband http://pt.fifa.com/ http://www.olympic.org/ http://www.cbf.com.br/ http://www.cob.org.br/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Capoeira http://pt.wikipedia.org/wiki/Automobilismo Organização Operacional Mirta Landesman Liane Pallos Montagem da Exposição Luís Costeira Atendimento Gilma Costeira Assessoria de Imprensa Deborah Vaidergorn ISRAEL Material de Comunicação Redação Daniel Waismann Tania P. Tarandach http://www.centropaulistadekravmaga.net.br/ http://www.macabibrasil.com.br/historia.html http://embassies.gov.il/luanda/AboutIsrael/Culture/ Pages/CULTURA-Esportes.aspx Projeto Gráfico e Diagramação JR Graphiks / Reginaldo Coelho www.macabibrasil.com.br/macabiadas_historia.html Impressão C&D Editora e Gráfica www.youtube.com/watch?v=C_CfFpmnVo8 http://pt.wikipedia.org/wiki/Macabiadas Patrocínio apoio 31