1987 - Radar dos Sons
Transcrição
1987 - Radar dos Sons
INTRODUÇÃO Em vez de vos apresentar uma biografia ou um comunicado de imprensa, decidi escrever em nome próprio uma breve história sobre esta aventura. A ideia surgiu no final de 2011, quando comecei a escrever a primeira canção “Venho de um tempo”. Tinha que ver com a crise mundial em todos os aspectos. Dei comigo a falar um pouco de mim, de onde venho – do início da liberdade –, de alguns dos caminhos que fui percorrendo até chegar à pessoa que hoje sou. Acabei por sentir uma necessidade enorme de continuar a escrever sobre a minha vida – e os três poemas que se seguiram foram construídos com essa finalidade. Normalmente, decido que vou gravar um novo disco, surgem então as primeiras ideias e só depois crio uma base de trabalho e um conceito a partir do qual aparecem ainda mais ideias, até fechar o processo. Queria fazer um álbum com temas originais, convidando outros poetas e alguns novos compositores. Queria contar histórias, ter um disco com um fio condutor. Fez-‐se luz e a ideia apareceu: quatro poetas que contam, em quatro poemas, quatro histórias. A minha tem como tema “Os dias da liberdade”; o João Monge propôs e escreveu a “História de um desencontro”; o José Fialho Gouveia “O luto de uma relação”; e o Pedro Campos, que além das letras também assina as músicas, conta a história imaginária de “Maria da Mouraria”. O Fred (Frederico Pereira), que é o produtor musical, tinha-‐me proposto captar os instrumentos e a minha voz fora do estúdio – num espaço que fizesse sentido neste disco, que tivesse várias salas com acústicas diferentes: uma para os instrumentos, outras para captar efeitos acústicos e outra para a minha voz. Achei que uma zona antiga da cidade de Lisboa seria o local ideal. Um amigo falou-‐me de um espaço fantástico – o piso superior do Palácio Marquês de Tancos, que é o edifício da EGEAC na zona do Castelo em Lisboa. Além da acústica fantástica das salas que escolhemos para a captação dos instrumentos e da voz, tínhamos um ambiente fabuloso, com vista sobre a cidade – o Tejo, a Sé, o Bairro Alto, as ruínas do Carmo, o elevador de Santa Justa, a Baixa de Lisboa e uma parte dos becos da carismática Mouraria. Não podia ser melhor. Decidimos pedir a cedência e usámos o espaço para fazer quase tudo: ensaios, captações de som, sessão fotográfica, recolha de imagens para os vídeos e para um filme documentário sobre todo o processo. Foram surgindo ideias para o casamento entre os fados tradicionais e algumas das letras escritas por mim e pelos poetas convidados. Acabámos por compor mais alguns temas – eu, o Fred, o Ricardo Parreira, o Marco Oliveira e o João Gil, que convidei para fazer uma música para uma letra minha. Mesmo depois de termos o ciclo fechado, o Fernando Tordo ofereceu-‐me um fado que fala da Beatriz da Conceição, a minha fadista preferida. Ainda por cima o tema é fantástico – não podia deixar passar a oportunidade. Bom, preparem-‐se pois vão demorar-‐se algumas horas com este disco. Na verdade, penso que não é para ouvir de uma só vez. É preciso escutá-‐lo com calma e refletir sobre cada uma das histórias. Podem até ouvir uma de cada vez e descansar um pouco antes de passar à seguinte. Conheci o Ricardo Parreira quando ele ainda era muito jovem, na altura em que andava a aprender a tocar guitarra. É o meu melhor amigo. Sei que encara este disco e tudo o que faço na música como se fosse um projecto dele também. É um grande guitarrista, um grande músico e um grande ser humano. Sinto-‐me muito orgulhoso deste meu “sobrinho” – e quase posso dizer que, sem ele, não seria impossível, mas seria muito mais difícil ultrapassar todo este processo. Costumo dizer que o meu projecto é um quarteto, formado por mim, pelo Ricardo, pelo Marco Oliveira – que também conheci muito jovem, pela mão do pai, nas várias tertúlias de fado que sempre gostei de fazer em algumas tascas, bares e cafés de Lisboa. Tem estado sempre comigo na música e tenho a dizer que se tornou um dos grandes músicos de fado da actualidade. E, embora jovem, está também a transformar-‐se num grande fadista. Também é um dos meus melhores amigos e, tal como o Ricardo, chama-‐me “tio”. Eu chamo-‐lhe o “mê má novo”. A fechar o quarteto, o “mano” Yami (Fernando Araújo), que toca baixo acústico connosco há alguns anos – gravou no meu disco anterior e trabalhamos juntos desde então. É para mim um dos nossos melhores baixistas e um músico multifacetado, que navega em vários géneros musicais, da música africana ao jazz, passando pela pop e, neste caso, pelo fado. Por fim achei que deveria convidar um baixista da nova geração. Conheci o Francisco Gaspar há pouco tempo, mas depressa percebi que tinha um grande talento, bom carácter e a humildade necessária para crescer como músico. Afinal, foi também assim que conheci os outros três. O Fred é uma das pessoas mais incríveis com que me cruzei até hoje. Além do seu talento como músico, compositor e produtor musical, é senhor de uma das virtudes mais importantes para se estar na música: não conheço ninguém mais teimoso na sua honestidade. Todos aqueles que caírem na graça da sua amizade podem considerar-‐se sortudos. Eu considero-‐me. Era interessante que o nome do disco fosse um número, mas acima de tudo uma data. Todos nós temos um período que define a nossa vida, a nossa condição. Não está apenas relacionado com alegrias ou tristezas, mas sim com tudo o que aprendemos com este tipo de sentimentos. O ano de 1987 foi aquele em que consolidei uma série de valores que me permitiram crescer e tornar-‐me o homem que sou hoje. HELDER MOUTINHO LANÇA NOVO DISCO EM JANEIRO DE 2013 Fiel ao seu espaço temporal de criação de um álbum por quadriénio, o fadista, compositor e letrista Helder Moutinho regressa este ano às edições fonográficas com um álbum conceptual. Chama-‐se “1987” e na sua base estão poemas originais, criados de raiz por João Monge, Pedro Campos, José Fialho e o próprio Helder Moutinho. O álbum foi gravado durante o mês de Julho, no Palácio do Marquês de Tancos, na Mouraria. Com Hélder Moutinho estiveram os seus cúmplices habituais: Ricardo Parreira (guitarra portuguesa), Marco Oliveira (viola), Fernando Araújo (baixo) e o produtor musical Frederico Pereira. Fruto do seu amadurecimento como intérprete, compositor e criador de conceitos para os seus discos e espectáculos, «1987» conta quatro histórias independentes, cada uma delas composta por quatro poemas diferentes de cada um dos quatro letristas convocados para a escrita deste álbum. Todos eles inspirados em quatro contos originais, os poemas de Helder Moutinho respondem ao mote – autobiográfico -‐-‐ «Os Dias da Liberdade» e os de Pedro Campos imaginam a vida da «Maria da Mouraria» enquanto os de João Monge contam «A História de Um Desencontro» e os de José Fialho relatam «O Luto de Uma Relação». Esta ideia refletiu-‐se na gravação de um disco num espaço que reúne excelentes condições ambientais e acústicas, fora de um estúdio convencional. No mesmo local onde se realizaram todos os arranjos, as captações áudio, os vídeos e a sessão fotográfica. Data de Edição: Janeiro de 2013 OS DIAS DA LIBERDADE Helder Moutinho 1. Venho de um tempo... Helder Moutinho / Helder Moutinho Nasci e cresci com a liberdade. É este o coração que te entrego para sempre... Venho de um tempo onde o tempo não havia Quando o azul do céu não nos queimava E a noite, antes de ser noite, era dia E a tarde, antes de ser, nunca tardava Venho de um tempo onde toda a solidão Não se sabia, meu amor, não se sabia Era mais clara a cor agreste da paixão E a desventura não havia, não havia Tenho um poema que te quero revelar Seara brava, lua cheia, quem me dera! Breve Novembro onde encontrei o teu olhar Para me perder de uma só vez na Primavera Rasguei o medo de viver, rasguei a sorte Provei o fel das minhas mágoas e fracassos Pedi à vida para viver até à morte Pedi à morte para matar os meus cansaços Não inventei de uma só vez esta distância Não entendi de uma só vez o entendimento A nossa vida é muito mais que a nossa infância A nossa morte é muito mais que o sofrimento Tenho um poema que te quero revelar Seara brava, lua cheia, quem me dera! Breve Novembro onde encontrei o teu olhar Para me perder de uma só vez na Primavera Venho de um tempo onde o tempo não havia… OS DIAS DA LIBERDADE Helder Moutinho 2. Quando o amor... Helder Moutinho / Júlio Proença (Fado Esmeraldinha) O primeiro amor... A primeira felicidade e a primeira desilusão. O amor aconteceu e a Primavera Chegou em mim mais cedo que a razão O Outono não ficou à tua espera E a minha Primavera também não Pedi à solidão o esquecimento Pedi ao teu olhar outra verdade A solidão rogou-‐me o pensamento E o teu olhar eterno esta saudade Em todas as palavras que trazias Nascia na minh’alma uma ilusão Do amor e da paixão, todos os dias Do olhar que nos revela a solidão A noite aconteceu e o pensamento Chegou para revelar toda a verdade A solidão rogou-‐me o esquecimento E o teu olhar eterno esta saudade OS DIAS DA LIBERDADE Helder Moutinho 3. Rua deserta Helder Moutinho / Frederico Pereira A noite. A perdição e a efémera loucura da juventude. Naquela rua deserta onde a esperança se revela numa constante ilusão Há uma porta entreaberta ao lado de uma janela onde mora a solidão As pedras negras da rua revelam que a madrugada serve a sorte e o desejo Sob a candeia da lua vê-‐se uma boca fechada no labirinto de um beijo Os sonhos desvanecidos Perdidos na desventura das horas ébrias, tardias São presentes proibidos à espera de uma ternura que morre todos os dias Ao fim da tarde uma estrela Surge tão pausadamente que nem pede para ficar Quase ninguém dá por ela Saudade que não se sente já não se pode matar Na esquina bate o passado e os versos de uma quimera contam a história de alguém Melancolia de um fado nascido na Primavera mas não sabe de ninguém Naquela morada incerta ao bairro da solidão Luz vermelha da cidade Há uma porta entreaberta onde se perde a razão para se morrer de saudade OS DIAS DA LIBERDADE Helder Moutinho 4. Sudoeste Helder Moutinho / João Gil O sonho de viver para sempre ao lado de quem se ama para sempre. Um final feliz. Sonhei que tu estavas a meu lado numa casa à beira-‐rio perto do mar À janela de um poema debruçado na tristeza e na alegria de sonhar Virada a sudoeste da cidade num prédio, de uma rua sem saída, Ali ao largo da ternura e da saudade Perto do cais onde nasceu a nossa vida Não sei que sonhei, não sei o que ainda sonho agora Meu amor que te sonhei num sonho da boa-‐hora Não sei que sonhei, não sei que sonhar é coisa boa Meu amor, se te encontrei num sonho de ver Lisboa Um quarto com vista sobre o rio Uma sala com vista sobre o mar E o teu sorriso melancólico e sadio era o desejo onde eu queria naufragar Acordei, tinha sido madrugada Manhã de Abril, lua cheia, sol nascente E na certeza de uma vida anunciada Cantámos o amor a toda a gente O LUTO DE UMA RELAÇÃO José Fialho Gouveia 5. Luto inteiro José Fialho Gouveia / Helder Moutinho O desespero pela dor que não vai embora. Não sei onde arrumar esta tristeza Que já não cabe mais no coração Mas sei que já não posso com certeza Mantê-‐la aqui espalhada pelo chão Não sei onde guardar a tua roupa Vestidos e sapatos que deixaste Não sei como secar na minha boca O beijo que era teu e não levaste Eu perguntei ao rio se podia Levar para muito longe esta dor feia Mas o luto inteiro não cabia Nas águas que levava a maré cheia Eu perguntei ao rio se deixava Que eu pusesse nele a minha dor Mas este rio inteiro não chegava Para levar ao mar o meu amor O LUTO DE UMA RELAÇÃO José Fialho Gouveia 6. Se ao menos fosses de vez José Fialho Gouveia / Marco Oliveira Contradições entre a razão e o coração. Se ao menos fosses de vez Sem voltar de novo atrás Trazes sempre mais porquês Mais desculpas que me dás Se ao menos fosses de vez Sem voltar de novo a mim Já não sei o que me fez Dizer-‐te sempre que sim Se viesses para ficar E dizer que me mentiste Podia até perdoar As vezes em que partiste Se puderes voltar atrás Volta para junto de mim Eu não sei o que me faz Dizer-‐te sempre que sim Volta só mais uma vez Pega no meu coração Eu não sei o que me fez Sem querer dizer-‐te que não Se voltares mais uma vez Se voltares de novo a mim Vai ser igual outra vez Eu vou dizer-‐te que sim O LUTO DE UMA RELAÇÃO José Fialho Gouveia 7. Se uma janela se abrisse José Fialho Gouveia / Ricardo Parreira Se fosse possível deitar fora a saudade e a solidão. Se uma janela se abrisse Talvez por ela saísse Aquilo que me deixaste Falo desta solidão Eu não sei qual a razão Por que tu não a levaste Quem me dera uma janela Para lançar através dela O silêncio que ficou Mas as paredes fechadas São testemunhas caladas Da porta que se fechou Se eu tivesse uma janela Para deixar entrar por ela A manhã que vai chegar Talvez o dia lá fora Me dissesse que era hora De sair deste lugar O LUTO DE UMA RELAÇÃO José Fialho Gouveia 8. Volta a dar José Fialho Gouveia / Corrido e Menor É impossível esquecer. Nós ainda fazemos sentido. Perguntei-‐te se sabias Se haveria volta a dar Para voltar aos nossos dias Para voltares a ficar Tu disseste que não querias Dar respostas sem saber Mas que para já partias E o melhor era esquecer Mas teimoso o coração Não quis dar-‐te por esquecida E ele vai batendo em vão Sem saber que andas perdida Já lhe disse a verdade Para ele desistir Mas quem vive na saudade Quase nunca quer ouvir E agora eu já lhe minto Talvez para me enganar Talvez porque ainda sinto Que nós temos volta a dar HISTÓRIA DE UM DESENCONTRO João Monge 9. Escrito no destino João Monge / Fado Menor A solidão mora num coração deserto. Tenho um coração deserto Onde não mora ninguém O fado mora lá perto E é ele quem me quer bem Do vão da minha janela Eu vejo a lua a passar O peito chama por ela Mas ela não quer entrar Na rua não há vivalma Só o fado me quer bem Dá-‐me um cantinho da alma E fica triste também Pus um escrito no destino Ninguém o quer habitar Só o fado é inquilino E paga a renda a chorar HISTÓRIA DE UM DESENCONTRO João Monge 10. Pequeno amor João Monge / Helder Moutinho Todo o pequeno amor nos salva porque nos prende à vida. O nosso amor vai ter o seu dia marcado Não vai envelhecer num banco de jardim Ninguém sabe que existe mas está em todo o lado Às vezes fica triste porque nasceu assim Vive em casa alugada, mais perto que há do céu Nunca vai ter morada, nem certidão de idade É um pequeno amor que nada tem de seu Há-‐de ficar maior quando tiver saudade Eu sei que o nosso amor não está na nossa mão É frágil como a flor que nasceu em segredo Mas enquanto durar perfuma o coração Nasceu com o luar e morre manhã cedo HISTÓRIA DE UM DESENCONTRO João Monge 11. Noite em claro João Monge / Frederico Pereira Rasto de um amor que partiu. Já passei noites em claro à falta do teu amparo quase à beira da loucura Sonhar contigo acordado é pedir por tudo ao fado que ilumine a noite escura Ainda guardo o teu vestido que tu deixaste esquecido pendurado à cabeceira Deixa espalhar o perfume que ilumina o meu ciúme e me acorda a noite inteira Quem te leva o coração a ter outra pulsação quando o meu bate perdido Mas se um dia ele se atrasa e quiseres voltar a casa ainda guardo o teu vestido HISTÓRIA DE UM DESENCONTRO João Monge 12. Já não te espero João Monge / Fado Mayer Quando o amor fecha a porta. Já não te espero Eu sei que foi Um caso antigo Para ser sincero Ainda me dói Não estar contigo Já tive um dia Tudo o que o céu Te deu de encanto Só não sabia Que um beijo teu Durava tanto Já não te espero Já não espero mais nada de nós dois Não há nada depois Da dor que ainda me dás Já não te espero E não quero que apareças Hoje eu peço que me esqueças Que eu não sei se sou capaz Não tenhas dó Se alguém disser Que ainda te quero Lá por estar só Haja o que houver Já não te espero Mas se algum dia Eu pressentir Que estás assim Sei que cedia Para te pedir: Espera por mim MARIA DA MOURARIA Pedro Campos Um desgosto de amor levou Maria a abandonar a sua aldeia. Veio viver para Lisboa, “perdidamente” no Bairro da Mouraria. Outro amor a fez renascer e a Mouraria foi o cenário da sua felicidade. 13. Maria da Mouraria Pedro Campos / Pedro Campos O deslumbramento de Maria. Depois, o desgosto de um amor que se perdeu... Da pequena aldeia para a cidade grande. Trazia o verde nos olhos Era uma rua da aldeia Maria corria ao vento Dançava na lua cheia Um coração que sofria Batia sem desengano Por sua alma vadia Batia por um cigano Ai Maria da Mouraria E do amor que floriu E contra tudo cresceu Nasceram rosas perfeitas No dia em que amanheceu Mas veio um dia sombrio E a chuva forte bateu Talvez por triste destino O seu amante morreu Ai Maria da Mouraria Maria chorou tão só Pareceu que a vida acabou Àquela aldeia esquecida Maria nunca mais voltou E pela sombra seguiu Qualquer caminho que via Chegou sem nada a Lisboa Aos braços da Mouraria Ai Maria da Mouraria MARIA DA MOURARIA Pedro Campos 14. Vida Pedro Campos/Pedro Campos Depois de uma vida perdida, um novo amor fez renascer o dia numa nova manhã. Se ela pudesse dizer tudo o que sentia Atravessar cada viela da cidade Nos beirais, nos pregões da Mouraria Dizer o que sentia na verdade E neste beco onde foi Rosa Maria Vida cansada e a alma por um fio Pensando num rapaz novo no bairro Cantava assim como a ponte canta ao rio Quando eu te vejo Se souberes o que eu desejo Voar no tempo de um beijo Por uma rua qualquer Abrir as asas E acordar na tua mão Ver bater o coração Sem me perder E se tu não me quiseres E for triste o que disseres Talvez me queiras mostrar Que a vida é mesmo assim Eu prometo, qualquer dia Tu serás o que eu queria Tu és a vida para mim MARIA DA MOURARIA Pedro Campos 15. Como dois barcos no Tejo Pedro Campos/Pedro Campos A conquista de um novo amor. A paixão e a alegria prometida... Ao largo da Sé Há festa, assam sardinhas Cantigas e ladainhas Descem as ruas Da Mouraria No arco da praça antiga Há livros Chegam estrangeiros Amantes, namoradeiros Como gaivotas Ao fim do dia Ai quem me dera Que tu ficasses comigo Como dois barcos no Tejo Ai se pudesses ficar Cantava um fado contigo Nas escadas do miradouro Há copos, cantam fadistas Lembrança dos tempos bairristas E a lua desce ao capelão Há luzes no Bairro Alto Lisboa andou aos pares Perdida na noite dos bares Das avenidas Estranhos lugares Aos braços do Cristo Rei Lisboa manda na festa Bebendo a noite que resta Tocam guitarras Pela madrugada MARIA DA MOURARIA Pedro Campos 16. O que sobrou foi amor Pedro Campos/Pedro Campos Depois de todas as amarguras e tristezas, outro amor aconteceu. Um final feliz. Promessas Das luzes deste bairro Que eu conheço Das noites tão sofridas Em que peço A Deus por mim Momentos Perdidos neste tempo Que passou Tão tristes, alegres Como eu sou Fazem parte de mim Lisboa, Dos bairros da tristeza Que não passa Das horas que dão vida E o sol da Graça Da minha dor Lisboa Nasceu assim para mim Nos braços da Mouraria E o que sobrou foi amor Lisboa Da vida do dia-‐a-‐dia Dos becos da Mouraria O que sobrou foi amor CRÉDITOS Produção e Direcção Musical: Frederico Pereira Pré-‐produção: Ricardo Parreira Voz: Helder Moutinho Guitarra Portuguesa: Ricardo Parreira Viola de Fado: Marco Oliveira Baixo Acústico: Yami (Fernando Araújo) Músico convidado: Francisco Gaspar, no Baixo Acústico em “O fado da Bia” Gravado no Palácio Marquês de Tancos em Julho de 2012 por: Frederico Pereira Misturado e Masterizado nos Estúdios Fp Lab em Agosto 2012 por: Frederico Pereira Fotografia: Isabel Pinto Design: Rui Garrido Maquetagem: Catarina Severino Produção Executiva: HM Música AGRADECIMENTOS À EGEAC pela cedência do espaço. À Sociedade Portuguesa de Autores. Ao Chapitô pelo apoio na logística. À Audiorente pelo apoio técnico. À Bela pelo apoio e pela amizade. A toda a equipa da HM Música pelo apoio. À Paula Homem por tudo. Ao Carlos. À minha Mãe, aos meus Irmãos e à minha Tia Ana. Aos meus Artistas. “POST SCRIPTUM” 17. O fado da Bia Fernando Tordo / Fernando Tordo Bia: Diminutivo de Beatriz da Conceição. Uma das mais importantes fadistas da História do Fado. Um dia eu disse e volto a dizer: se no fado, enquanto intérprete, houve um homem chamado Alfredo Marceneiro, também houve (e há) uma mulher chamada Beatriz da Conceição. Pediram-‐me para cantar o fado da Bia. O fado da Bia é aquele que tem alma e tem corpo. O fado da Bia é um grito que a gente tem deixado escrito, o fado da Bia é um barco que anda sem porto. Pediram-‐me que dissesse só a verdade: o fado da Bia é a voz que tem a tempestade. O fado da Bia é incerto, sozinho no meio do deserto, o fado da Bia é o querer e não querer a saudade Pediram-‐me para cantar o fado da Bia. O fado da Bia é mulher, é um tudo ou nada; é filho de um poeta louco e de uma melodia, nasceu em toda a Lisboa, era de madrugada Alinhamento “OS DIAS DA LIBERDADE” Helder Moutinho 1. Venho de um tempo... (4:26) 2. Quando o amor... (3:53) 3. Rua deserta (5:02) 4. Sudoeste (2:26) “O LUTO DE UMA RELAÇÃO” José Fialho Gouveia 9. Luto inteiro (3:29) 10. Se ao menos fosses de vez (2:07) 11. Se uma janela se abrisse (3:35) 12. Volta a dar (2:55) “HISTÓRIA DE UM DESENCONTRO” João Monge 5. Escrito no destino (12:39) 6. Pequeno amor (3:42) 7. Noite em claro (2:58) 8. Já não te espero (3:15) “MARIA DA MOURARIA” Pedro Campos 13. Maria da Mouraria (5:19) 14. Vida (2:57) 15. Como dois barcos no Tejo (3:52) 16. O que sobrou foi amor (3:25) “POST SCRIPTUM” 17. O fado da Bia (3:23) Fernando Tordo Edição: HM Música Distribuição: Valentim de Carvalho Booking Radar dos Sons | Ana Moitinho www.radardossons.com [email protected] +351 918214864 Management: HM Música www.hmmusica.com [email protected] +351 934350131 Promoção & Label Management Inha & Maria Luís Inha: 966 130 746 | [email protected] | Skype: inhacastano Maria Luís: 916 635 290 | [email protected]