ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ZONAS CRÍTICAS
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ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ZONAS CRÍTICAS
ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ZONAS CRÍTICAS Elónio Muiuane UEM-Departamento de Geologia CONTEÚDO 1. Noções Gerais do Ciclo Hidrológico 1. 2. 3. Águas Superficiais e Águas Subterrâneas; Interacção de Águas Superficais e Subterrâneas; Balanço Hídrico Global, Regional e Local; 2. Factores Controladores do Balanço Hídrico 1. 2. 3. 4. Factores Climáticos – Zonas Áridas e Semi-Áridas; Factores Geológicos e Geomorfológicos- Exemplos; Factores Hidrológicos; Recarga Natural e Artificial. 3. Critérios Básicos do Abastecimento de Água em Moçambique 1. 2. 3. Política Nacional de Água; Abastecimento de Água nas Zonas Rurais e Urbanas; Zonas Vulneráveis em Termos de Abastecimento de Água e Saneamento Conteùdo 4. Situação Actual e Perspectivas no Abastecimento de Água 1. Nivel de Cobertura de Abastecimento de Água nas Zonas Rurais; 2. Projecções Para os Próximos (10-15) Anos; 5. POTENCIAIS ESTRATEGIAS PARA O MELHORAMENTO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM MOÇAMBIQUE 1. Melhoramento das Tecnologias de Captação da Água; 2. Barragens Subterrâneas; 3. Colheita da Água das Chuvas; 4. Desalinização da Água Salobre 5. Aprofundamento do Grau de Aplicabilidade dos Métodos de Pesquisa Hidrogeológica COMPONENTES DO CICLO HIDROLÓGICO INTERACÇÃO AGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA BALANÇO HIDRICO GLOBAL ÁGUA POTÁVEL: Água Subterrânea ~ 60 % (0.61 % ) Água Superficial ~ 2 % Aumento do número dos trabalhos de investigacão; Aumento do número de publicacões na arena internacional; SLIDES – 13 a 35 Precipitação Africa SubSahariana Moçambique DISTRIBUIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO EM MOÇAMBIQUE Complexo Cristalino Zonas Sedimentares 1 2 aquífero areia seca /dunas costeiras Areias Argilas Sequência de Calcários Dolomite BASAMENTO CRISTALINO ~ 60 % OS AQUIFEROS MAIS PRODUCTIVOS OCORREM E ZONAS PERTURBADAS; ROCHA ALTERADA, FALHAS E DIQUES, ZONAS DE CONTACTO; POROSIDADE SECUNDÁRIA; OS CAUDAIS SÃO LIMITADOS, RARAMENTE ACIMA DOS 10 M3/H PEQUENA EXTENSÃO LATERAL E DISCONTÍNUOS; ZONAS SEDIMENTARES ~ 40 % AQUIFERS RELACIONADOS COM FORMAÇÕES ARENOSAS; AQUIFEROS ALUVIONARES ASSOCIADOS A ACÇÃO DOS RIOS E VENTO RIOS LIMPOPO, INHARRIME, SHANGANE, INCOMATI, ZAMBEZI, PÚNGUE, SAVE OS CAUDAIS SÃO BONS GERALMENTE NA ORDEM DOS 1 – 50 103 M3/D AQUIFERS DE POROSIDADE PRIMÁRIA; GRANDE EXTENSÃO LATERAL; QUALIDADE DA ÁGUA HYDROGEOLOGIA LOCAL AQUIFERO SUSPENSO AQUIFERO PRINCIPAL AREIA ARGILOSA CAMADA CONFINANTE AREIA POLUIÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA POLUIÇÃO FÁBRICA FURO NIVEL DE ÁGUA REBAIXAMENTO AQUÍFERO CAMADA CONFINANTE INTRUSÃO SALINA NAS ZONAS COSTEIRAS BASAMENTO 1. Política Nacional de Água; 2. Abastecimento de Água nas Zonas Rurais e Urbanas; 3. Zonas Vulneráveis em Termos de Abastecimento de Água e Saneamento Indicadores de Relativa Escassez de Águas Níveis Médios de Consumo Humano < 2.000 m3 per capita/ano - sinal de alerta; < 1.700 m3 per capita/ano - começa a ocorrer escassez local, tornando-se rara; < 1.000 m3 per capita/ano - ameaça a saúde, interrupção do desenvolvimento e risco à prosperidade humana; < 500 m3 per capita/ano - ameaça a sobrevivência. Fonte: World Bank, 1995. Population Reference Bureau 1991 CARACTERÍSTICAS DA SITUAÇÃO ACTUAL As coberturas em AR e SR são estimadas respectivamente em 45.4% (2005) 37% (2004). Existe falta de informação sobre a capacidade técnica de construção e de contratação e supervisão das DPOPHs. Há consistência na produção de 1000 fontes por ano e e um potencial total de cerca de 1600 entre novas e reabilitadas. Entre 40-50% dos esforços são postos nas reabilitações em cada ano. Em 2003 e 2004 foram feitos 3 vezes mais furos que poços. Estima-se que se investem US$ 10 Milhões/ano, sendo 90% através de fundos externos. POPULAÇÃO A SERVIR EM 2015 (ODM) Água Rural – 70% (11.8 Milhões). Saneamento Rural – 50% (8.4 Milhões). Desafios 1. Aumentar a sustentabilidade e acelerar o crescimento da cobertura. 2. Relacionar a descentralização com o melhoramento da planificação e das estratégias de implementação. 3. Desenvolver estratégias e mecanismos eficientes de financiamento. 4. Introduzir inovação tecnológica e dinamizar as instituições. Cenários 2006-2015 Água Rural Cenário ODM - 70% de cobertura em 2015. Saneamento Rural Cenário ODM - 50% de cobertura em 2015. Acções Estratégicas a curto prazo 1. Aceleração da cobertura especializando funções a cada nível de implementação. 2. Desenho de programas específicos de sustentabilidade, formação e capacitação dos distritos. 3. Investigação de opções tecnológicas versus custos e validação dos standards mínimos de acesso. 4. Capacitação do sector para dirigir pro-activamente o processo de descentralização para os distritos. 5. Investimento no planeamento estratégico e respectivo modelo financeiro. 1. Melhoramento das Tecnologias de Captação da Água; 2. Barragens Subterrâneas; 3. Colheita da Água das Chuvas; 4. Desalinização das Águas Salobres; 5. Aprofundamento do Grau de Aplicabilidade dos Métodos de Pesquisa Hidrogeológica. 1. BOMBAS MANUAIS 1. Bombas Manuais Tipo Afridev versus Outras Tecnologias 1. AfriDeep (???) 2. Paineis Solares (+++) 3. Bombas Eólicas (++) 4. Bombas Eléctricas/Diesel (???) 2. Outras Tecnologias de Captação e exemplos. BARRAGEM SUPERFICIAL BARRAGEM SUBTERRÂNEA MONTANTE FURO PLANICIE DE INUNDAÇÃO PAREDÃO JUSANTE BASAMENTO Exemplos de Aplicação no Brasil 1 a 11 BARRAGENS SUBTERRÂNEAS •Extensão média da trincheira - 50,0 m; •Profundiade média da calha - 2,0m; •Largura da calha 1,0 m Barragem Subterrânea •Locação da barragem -estudos/pesquisas/projeto R$ 100,00; •Construção - mão de obra e materiais US$ 1.100,00; - escavação manual da vala (*1) 100 m3 - (US$ 3.5,0/m3) - US$ 350,00; - enchimento da vala 100 m3 (R$ 1.5/M3) - US$ 150,00; - septo (lona plástica 25 m) - (largura 6 m, US$ 3,0/m) - US$ 150,00; - construção do sangradouro - US$ 325,00; - poço Amazonas (6 anéis de 1,20 m diâmetro) - US$ 125,00; - pedras para enroncamento - US$ 50,00; - transporte de materiais - US$ 100,00; Nota (*1) - escavação mecanizada de 200 m3 - US$ 262,50 (15 h de trator a US$ 17,50 ) •Custo médio de uma barragem subterrânea Volume médio de água armazenada 30.000 m3 60.000 m3 130.000 m3 pequeno porte médio porte grande porte - US$ 500,00; - US$ 750,00; - US$ 1500,00; 240.000 m3 especiais - US$ 3.250,00 3. COLHEITA DA AGUA DA CHUVA Precipitação Média Anual 600 mm/ano 600 l/ano 1 m2 Área do telhado 24.000 l/ano 40 m2 1 mm 1 litro/m2 600 mm/ano 600 l/m2 40 m2 x 600 l/m2 24.000 l/ano Volume de água captada armazenada X área do telhado (captação) Volume de água armazenada Captação /Área em m3 /ano do telhado Precipitação média Precipitação média em m2 20 30 40 50 60 70 80 90 600 mm/ano 12 18 24 30 36 42 48 54 400 mm/ano 8 12 16 20 24 28 32 36 CISTERNAS RURAIS – Experiência BRASIL A Cisterna Rural de Placas é conhecida como um tanque de alvenaria para armazenar a água de chuva que escoa dos telhados das casas e é canalizada através de calhas. •Área média de telhado para captação = 40 m2 •Precipitação média = 400 mm / ano •Raio médio da cisterna = 2,40 m •Altura média = 1,30 m •Volume de água armazenada - 16 m3 •Consumo médio : pessoa = 9 litros / dia = 3,24 m3 / ano família = 45 litros / dia = 16,20 m3 / ano 4. DESALINIZAÇÃO DE ÁGUAS SALOBRES TECNOLOGIA A tecnologia utilizada no processo de dessalinização de águas salinas é a Osmose Inversa (concentrações salinas variando de 1000 à 15000 ppm); •A Organização Mundial de Saúde -OMS, considera água potável para consumo, aquela com concentração de sais inferior a 500 ppm; •O custo do m3 da água tratada por sistema de dessalinização por Osmose Inversa varia de USD$ 0,20 a US$ 1,30. DESSALINIZAÇÃO DE ÁGUAS OSMOSE NATURAL Na natureza quando duas soluções de concentrações diferentes são separadas por uma membrana semipermeável, na busca do equilíbrio de energia, ocorre um fluxo natural orientado no sentido da solução menos concentrada para a solução de maior concentração salina. A diferença de nível que se estabelecerá corresponde a pressão osmótica. OSMOSE INVERSA Quando se aplica na solução de maior concentrado uma pressão gerada mecanicamente de magnitude maior do que a pressão osmótica, inverte-se o sentido natural do fluxo. Gera-se, assim a OSMOSE INVERSA. SLIDES 10 e 11. 5. APROFUNDAMENTO DO GRAU DE APLICABILIDADE DOS MÉTODOS DE PESQUISA HIDROGEOLÓGICA 1. Melhoramento dos Métodos de Pesquisa Hidrogeológica; 2. Criação de Bases de Dados Hidrológicos e Hidrogeológicos a nível local (Distrito) para subsidiar tomadas de decisões no concernente ás tecnologias adequadas a serem implementadas; 3. Implementar estudos com vista a documentar possiveis efeitos de Mudanças Climáticas no potencial hidrico;