ANDREA UEMURA SOTOPIETRA BRUNNO PANDORI GIANCOLI
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ANDREA UEMURA SOTOPIETRA BRUNNO PANDORI GIANCOLI
ANDREA UEMURA SOTOPIETRA BRUNNO PANDORI GIANCOLI LEANDRO LEÃO MARCELO ROMÃO MARINELI MARCO ANTONIO ARAUJO JUNIOR ROBERTO ROSIO Apresentação dos coordenadores O projeto Revisão e Treino – 2ª Fase OAB surgiu de uma percepção fundamental para o sucesso de todos os candidatos que enfrentam a 2ª Fase do Exame Unificado da OAB: a necessidade de consolidação do conhecimento das estruturas das peças e do caminho para as respostas das questões discursivas, associada à necessidade de resolução do maior número possível de exercícios. Em novo formato, com linguagem inovadora, a Editora Revista dos Tribunais presenteia a todos os estudantes de Direito com um material que possibilitará a revisão dos tópicos fundamentais de cada uma das matérias de concentração de 2ª fase, ao mesmo tempo em que disponibilizará uma técnica eficiente para o candidato treinar e evoluir em pontos cruciais, como a interpretação de texto, a pesquisa legislativa e a estruturação das respostas. O Revisão e Treino – 2ª Fase OAB traz os principais temas exigidos na prova, permitindo ao candidato testar seu desempenho em peças e questões retiradas de provas e tantas outras inéditas, elaboradas por professores com vasta experiência na preparação para o Exame de Ordem. Esperamos que esse novo material agrade aos candidatos da 2ª Fase do Exame Unificado da OAB. Estamos certos de que esta publicação da Editora Revista dos Tribunais representará um grande contributo para o sucesso de todos os candidatos. Marco Antonio Araujo Junior Darlan Barroso Marcelo Marineli Como utilizar o caderno O caderno Revisão e Treino – 2ª Fase OAB foi dividido em “treinos”: em um primeiro bloco estão os treinos de peças, com as principais medidas judiciais exigidas em prova. Cada treino de peças possui em média 3 enunciados; em um segundo bloco estão os treinos das questões discursivas. Cada treino possui 4 enunciados. Após os enunciados, em cada treino, o caderno apresenta quadros denominados “treinando”, no qual será possível estudar e treinar cada aspecto importante das peças e questões discursivas. Nos quadros, você deve escrever, de maneira suscinta e objetiva, as suas respostas. Vamos a eles: a) PEÇAS O primeiro passo para a elaboração de uma peça prático-profissional é responder a perguntas primordiais. Com base nos dados fornecidos pelo enunciado, você identificará: para quem você está advogado (“quem é o cliente”); o que o seu cliente deseja (“objeto”); o que deu causa à medida judicial (“tema central”); a fase processual (se a peça é uma inicial ou um recurso); e se o caso exige uma tutela de urgência (“é urgente?”). Qual a peça? Quem é o cliente? Fulano O que ele deseja (ob- Ser indenizado. jeto)? Por quê? Tema cen- Adquiriu um produto com vício. tral? Inicial Inicial ou recurso? É urgente? Não. Em seguida, você iniciará a estrutura propriamente dita da peça, começando pelo endereçamento e preâmbulo. Aqui você trabalhará aspectos que são sempre pontuados nos espelhos de correção das provas oficiais, como a competência, os polos ativo e passivo e o nome da peça. Também abrimos um campo para o fundamento legal da peça. 8 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Estruturando a peça Endereçamento Vara Cível da Comarca de São Paulo Preâmbulo Autor Réu Nome da peça Fundamento Fulano Beltrano Ação Indenizatória pelo Rito Ordinário Art. 282 do CPC Na sequência, utilize os dados do enunciado para descrever os “Fatos” da demanda; indique os artigos e súmulas que formarão o capítulo do “Direito”; e, se houver tutela de urgência, aponte os requisitos e o fundamento legal (se não houver, escreva, simplesmente, “não há”). Fatos Direito (teses) Tutela de urgência – Relação: O Autor adquiriu um produto... – Causa: O aparelho não funcionou... – Consequência: A Ré deve indenizar os prejuízos sofridos pelo Autor. Art. 18 do CDC Não há Por fim, enumere os pedidos e requerimentos da sua medida judicial, bem como destaque as formalidades da peça (valor da causa, endereço do advogado etc.). – Procedência do pedido para condenar a Ré a... Pedidos e Requeri- – Condenação em custas... mentos – Citação... – Protesto por provas... – Valor da causa... Formalidades da – endereço do advogado... peça Fique atento. A depender da peça (inicial ou recurso), os campos mudam para se adequar à estrutura. Note, por exemplo, a mudança de nomenclatura das partes (de “Autor” para “Apelante” ou “Agravante”) e da estrutura (divisão entre “peça de interposição” e “razões de Apelação” para o recurso de Apelação). Faça todas as anotações nesses quadros e depois confira as respostas. Note, uma vez mais, que os quadros foram montados de modo a refletir a estrutura de cada peça. Ao final, você encontrará as respostas, todas elas dispostas no mesmo formato dos quadros que foram trabalhados. Dessa forma, você terá a possibilidade de conferir cada tópico e identificar em qual parte da peça teve um melhor desempenho e em qual necessita concentrar seus estudos. b) QUESTÕES DISCURSIVAS Nas questões discursivas, criamos um roteiro para auxiliar na busca da resposta. Após a leitura do enunciado, inicie destacando os principais termos encontrados. Em geral, esses termos servirão de ponto de partida para a pesquisa legislativa e evidenciarão os temas envolvidos. Como utilizar o caderno Destacando os principais termos do enunciado – desapareceu após enchente – não ser possível encontrar o corpo – forte tempestade que assolou a cidade – morte presumida – provada a sua presença no local – realização do assento de óbito Temas envolvidos no enunciado – Personalidade; extinção da pessoa natural; morte presumida – Processo Cautelar; justificação. | 9 Em seguida, identifique a base legislativa, ou seja, a legislação a ser pesquisada, respondendo a perguntas simples. Questionamentos Direito material ou proAmbos. A questão é mista. cessual? Relação civil ou de Civil consumo? Incide legislação esSim. Lei de Registros Públicos pecial? Por fim, com os dados anteriormente encontrados, faça a pesquisa e aponte os artigos de lei que serão utilizados para fundamentar a resposta à indagação formulada no enunciado. Lembre-se: a resposta a cada ponto de indagação deve ser fundamentada. O Caminho da Resposta Artigos relacionados Arts. 6.º, 7.º e 9.º do CC/2002 – “Da personalidade e da capacidade” Art. 88 da Lei de Registros Públicos – “Do óbito” Art. 861 do CPC – “Da Justificação” Nas respostas das questões discursivas, além dos quadros preenchidos, apresentamos uma espécie de roteiro para a condução da pesquisa legislativa (“O caminho da pesquisa”), no qual explicamos como encontrar os artigos que servirão para as respostas. Em seguida, explicamos como responder a cada ponto de indagação formulado no enunciado (“Elaborando a resposta”). Por fim, apresentamos um “Gabarito”, que reflete, nas questões retiradas de provas, o gabarito apresentado pela banca examinadora; nas questões inéditas, reflete o gabarito formulado pelos professores organizadores. Há, ainda, espaços para que o aluno redija suas peças e as respostas às questões discursivas, em folhas semelhantes às utilizadas na prova oficial, desenvolvendo-se, assim, a noção do espaço disponível para a redação. Portanto, mãos à obra! Boa revisão! Bom treino! Treino 1 ENUNCIADOS 99 Enunciado 1 (127º Exame da OAB/SP) João Macedo é desenhista (“designer”) de produtos, na Cidade de São Paulo, onde é domiciliado. Ao ser contratado para participar de um grande projeto, João adquiriu um microcomputador portátil (“notebook”) de última geração, da loja ABC Eletronics Ltda., sediada na Cidade de Curitiba (PR), pelo valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). O produto, fabricado pela empresa Pearl Inc., norte-americana, é importado com exclusividade por algumas lojas no Brasil, como a ABC Eletronics. O produto não possui qualquer prazo de garantia além daqueles informados no Código de Defesa do Consumidor. João efetuou a compra do produto pelo telefone e solicitou a entrega do mesmo em sua residência. O pagamento foi debitado em uma única prestação em seu cartão de crédito. Três dias depois da compra, o microcomputador foi entregue na residência de João. Seguindo todas as instruções contidas no manual, João tentou ligar o aparelho, sem sucesso, já que o produto simplesmente não funcionava. Quatro dias depois da compra, João dirigiu-se à ABC Eletronics, em Curitiba (PR), para exigir a substituição do produto, e foi informado de que a empresa, por ser representante da marca do computador, possuía um serviço de assistência técnica para onde o produto deveria ser encaminhado para verificar as razões pelas quais não ligava. João assinou e recebeu cópia de uma ordem de serviço para comprovar o envio do produto ao conserto. Trinta dias depois, o produto retornou da assistência técnica. João testou o aparelho na própria loja e constatou que, apesar do equipamento ligar, o monitor apresentou defeitos na imagem. Irritado, João recusou-se a retirar o produto e exigiu, dessa vez, a restituição da quantia paga. Ao ter seu pedido negado, João deixou a loja, levando o aparelho defeituoso, após protocolar um documento informando sua insatisfação e exigindo a devolução do dinheiro. Como nada foi feito, João procurou um advogado para providências judiciais, pretendendo receber tudo o que gastou, corrigido monetariamente, além de perdas e danos. QUESTÃO: Como advogado(a) de João, promova a demanda cabível, sabendo que, além do produto não funcionar direito, João, para concluir o projeto para o qual foi contratado, precisou alugar um equipamento similar, por trinta dias, pelo valor total de R$ 3.000,00 (três mil reais). 99 Enunciado 2 (VII Exame de Ordem Unificado) Sergio, domiciliado em Volta Redonda/RJ, foi comunicado pela empresa de telefonia ALFA, com sede em São Paulo/SP, que sua fatura, vencida no mês de julho de 20XX, constava em 22 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil aberto e, caso não pagasse o valor correspondente, no total de R$749,00, no prazo de 15 dias após o recebimento da comunicação, seu nome seria lançado nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito. Consultando a documentação pertinente ao serviço utilizado, encontrou o comprovante de pagamento da fatura supostamente em aberto, enviando-o via fax para a empresa ALFA a fim de dirimir o problema. Sucede, entretanto, que, ao tentar concretizar a compra de um veículo mediante financiamento alguns dias depois, viu frustrado o negócio, ante a informação de que o crédito lhe fora negado, uma vez que seu nome estava inscrito nos cadastros de maus pagadores pela empresa ALFA, em virtude de débito vencido em julho de 20XX, no valor de R$749,00. Constrangido, Sérgio deixou a concessionária e dirigiu-se a um escritório de advocacia a fim de que fosse proposta a ação cabível. Elabore a peça processual adequada ao caso comentado. 99 Enunciado 3 Maria contratou o plano de saúde da operadora Core Saúde Ltda., com cobertura para a realização de todos os procedimentos médicos e internação em todos os hospitais da cidade em que reside. Após dois anos da contratação do plano de saúde, Maria foi acometida por um tumor e necessitou realizar tratamento quimioterápico prescrito por seu médico. No entanto, ao solicitar autorização à operadora de saúde para realização da quimioterapia em hospital credenciado, o pedido de Maria foi negado sob a alegação de exclusão contratual. Ocorre que Maria não possui condições de arcar com todo o tratamento, que, foi orçado no valor de R$ 155.000,00 (cento e cinquenta e cinco mil reais). Além disso, ao consultar o contrato firmado com a operadora de saúde, Maria verificou que há sim cobertura contratual para quimioterapia e que a negativa de cobertura pelo plano de saúde foi indevida. Como advogado(a) de Maria, sabendo que ela precisa realizar o tratamento com urgência em razão da seriedade do tumor, proponha a demanda cabível. Treino 1 ## TREINANDO – ENUNCIADO 1 Qual a peça? Quem é o cliente? O que ele deseja (objeto)? Por quê? Tema central? Inicial ou recurso? É urgente? Estruturando a peça Endereçamento Autor Réu Preâmbulo Nome da peça Fundamento | 23 24 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Fatos Direito (teses) Tutela de urgência Pedidos e requerimentos Formalidades da peça Treino 1 ## TREINANDO – ENUNCIADO 2 Qual a peça? Quem é o cliente? O que ele deseja (objeto)? Por quê? Tema central? Inicial ou recurso? É urgente? Estruturando a peça Endereçamento Autor Réu Preâmbulo Nome da peça Fundamento | 25 26 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Fatos Direito (teses) Tutela de urgência Pedidos e requerimentos Formalidades da peça Treino 1 ## TREINANDO – ENUNCIADO 3 Qual a peça? Quem é o cliente? O que ele deseja (objeto)? Por quê? Tema central? Inicial ou recurso? É urgente? Estruturando a peça Endereçamento Autor Réu Preâmbulo Nome da peça Fundamento | 27 28 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Fatos Direito (teses) Tutela de urgência Pedidos e requerimentos Formalidades da peça Treino 1 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 | 29 30 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Treino 1 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 | 31 32 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 Treino 1 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 | 33 34 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil ## RESPOSTA – TREINO 1 – ENUNCIADO 1 – PETIÇÃO INICIAL Qual a peça? Quem é o cliente? João. O que ele deseja (objeto)? Receber tudo o que gastou, corrigido monetariamente, além de perdas e danos. Por quê? Tema central? João comprou um notebook para participar de um grande projeto, porém o aparelho não funcionou e mesmo após o retorno da assistência técnica, o aparelho ainda apresentava problemas, razão pela qual João precisou alugar um aparelho similar para concluir o projeto e agora pretende receber tudo o que gastou, além de perdas e danos. Inicial ou recurso? Inicial – Ação indenizatória É urgente? Não. Estruturando a peça Vara Cível da Comarca de São Paulo (endereço do consumidor – art. 101, I, do CDC): Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível do Foro da Comarca de São Paulo – SP; ou Endereçamento Vara Cível da Comarca de Curitiba (endereço do réu ABC Eletronics Ltda – se incluído no polo passivo da ação – pois o Autor tem a faculdade, e não o dever, de promover a demanda em seu domicílio): Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível do Foro da Comarca de Curitiba – PR. Autor João. Réu ABC Eletronics Ltda e/ou Pearl Inc. Preâmbulo Nome da peça Ação Indenizatória pelo Rito Ordinário. Fundamento Art. 282 do CPC. Treino 1 | 35 – Relação: O Autor adquiriu um aparelho notebook da Ré para participar de um grande projeto. Fatos – Causa: O aparelho não funcionou; Mesmo após o retorno da assistência técnica o aparelho ainda apresentava problemas; O Autor solicitou a restituição da quantia paga e teve seu pedido negado; Precisou alugar um equipamento similar por 30 dias para concluir o projeto. – Consequência: A Ré deve indenizar os prejuízos sofridos pelo Autor. – Incidência do Código de Defesa do Consumidor (arts. 2.º e 3.º, da Lei 8.078/1990). – Responsabilidade solidária, entre a empresa que vendeu o produto e o fabricante, pelo vício do produto (art. 18 da Lei 8.078/1990). Direito (teses) – Como foi observado o prazo para reclamação, contido no art. 26, da Lei 8.078/1990, e o produto continua apresentando vício, o consumidor pode exigir, alternativamente e à sua escolha, sem prejuízo das perdas e danos experimentados: a substituição do produto por outro igual, em condições de uso; a restituição do valor pago, monetariamente atualizado, com a consequente devolução do produto; ou o abatimento proporcional do preço, nos termos do § 1.º do art. 18 do CDC. Tutela de urgência Não há. – Procedência do pedido para condenar a Ré no pagamento da quantia de R$ 15.000,00 desembolsada pelo notebook, bem como de R$ 3.000,00 a título de danos materiais com o aluguel do equipamento similar, devidamente corrigidos e com a incidência dos juros legais. Pedidos e requerimentos – Condenação em custas, despesas processuais e honorários advocatícios. – Citação das Rés: Se a demanda for ajuizada na Comarca de São Paulo (domicílio do consumidor), pode ser requerida citação do réu por correio ou por carta precatória (art. 221, I e II e arts. 200, 201 e 202 do CPC). Se demandar o fabricante, terá que pedir a expedição de carta rogatória para a citação do mesmo. – Protesto pela produção de provas. Formalidades da peça – Valor da causa: R$ 18.000,00. – Endereço profissional do advogado (art. 39, I, do CPC). 36 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil ## RESPOSTA – TREINO 1 – ENUNCIADO 2 – PETIÇÃO INICIAL Qual a peça? Quem é o cliente? Sérgio O que ele deseja (objeto)? Declaração de inexistência do débito, exclusão de seu nome do cadastro de inadimplentes e indenização por danos morais em razão do constrangimento. Por quê? Tema central? Cobrança de dívida já paga e inscrição indevida nos cadastros dos maus pagadores, ocasionando danos de ordem moral. Inicial ou recurso? Inicial - Ação indenizatória É urgente? Sim. Estruturando a peça Vara Cível da Comarca de Volta Redonda – RJ (endereço do consumidor – art. 101, I, do CDC): Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível do Foro da Comarca de Volta Redonda – RJ; ou Endereçamento Vara Cível da Comarca de São Paulo – SP (endereço do réu – pois o Autor tem a faculdade, e não o dever, de promover a demanda em seu domicílio): Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível do Foro da Comarca de São Paulo – SP. Autor Sérgio. Réu Alfa. Nome da peça Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Obrigação de Fazer e Indenização por danos morais com pedido de tutela antecipada. Fundamento Art. 282 do CPC Preâmbulo Treino 1 | 37 – Relação: O Autor é cliente da empresa de telefonia Ré. Fatos – Causa: Recebeu cobrança indevida de dívida por serviço prestado, cujo débito foi devidamente quitado; Negativação do nome do Autor no cadastro de inadimplentes; Impossibilidade de realizar negócio jurídico em decorrência da anotação indevida; Ofensa aos direitos da personalidade. – Consequência: Declaração de inexistência do débito e dever de indenizar o Autor. – Incidência do Código de Defesa do Consumidor (arts. 2.º e 3.º, da Lei 8.078/1990). – Responsabilidade pelo fato do serviço (art. 14, da Lei 8.078/1990). Direito (teses) – Dano moral, direito da personalidade e defesa do consumidor (art. 5.º, V, X e XXXII, da CF/1988; ou arts. 11, 12 e 927, do CC/2002; ou art. 6.º, VI, do CDC). – Exclusão do nome do Autor do cadastro de inadimplentes (art. 461 do CDC). Tutela de urgência – Exclusão do nome do Autor do cadastro de inadimplentes. – Indicação dos dispositivos legais: art. 273 ou 461 do CPC; ou art. 84, § 3.º, do CDC. – Concessão da tutela antecipada sem oitiva da parte contrária para exclusão do nome do Autor do cadastro de inadimplentes, sob pena de multa. – Procedência do pedido para declarar a inexistência do débito. – Procedência do pedido para confirmar a tutela antecipada e excluir o nome do Autor do cadastro de inadimplentes. Pedidos e requerimentos – Procedência do pedido para condenar a Ré no pagamento de indenização por danos morais em valor a ser arbitrado pelo juízo. – Condenação em custas, despesas processuais e honorários advocatícios. – Citação da Ré: Se a demanda for ajuizada na Comarca de Volta Redonda – RJ (domicílio do consumidor), pode ser requerida citação da ré por correio ou por carta precatória (art. 221, I e II e arts. 200, 201 e 202 do CPC). – Protesto pela produção de provas. Formalidades da peça – Valor da causa: R$ ... – Endereço profissional do advogado (art. 39, I, do CPC). 38 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil ## RESPOSTA – TREINO 1 – ENUNCIADO 3 – PETIÇÃO INICIAL Qual a peça? Quem é o cliente? Maria. O que ele deseja (objeto)? Cobertura para o tratamento quimioterápico que necessita. Por quê? Tema central? Foi acometida por um tumor e precisa realizar tratamento quimioterápico prescrito por seu médico, ao qual foi negada cobertura pelo plano de saúde sob a alegação de exclusão contratual. Inicial ou recurso? Inicial - Ação de obrigação de fazer É urgente? Sim. Estruturando a peça Endereçamento Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível do Foro da Comarca de ... Autor Maria. Réu Core Saúde Ltda. Preâmbulo Nome da peça Ação de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada. Fundamento Art. 282 do CPC. Treino 1 | 39 – Relação: A Autora é cliente da operadora de saúde Ré. Fatos – Causa: Necessita realizar tratamento quimioterápico; A Ré alegou exclusão contratual; Há sim previsão de cobertura no contrato. – Consequência: A Ré deve oferecer cobertura ao tratamento. – Incidência do Código de Defesa do Consumidor (arts. 2.º e 3.º, da Lei 8.078/1990). – Responsabilidade pelo fato do serviço (art. 14, da Lei 8.078/1990). Direito (teses) – Prática abusiva (art. 39, V, da Lei 8.078/1990). – Previsão de cobertura no contrato. – Previsão de cobertura na lei (art. 12, II, d, da Lei 9.656/1998). Tutela de urgência – Autorização para a realização de quimioterapia com urgência. – Indicação dos dispositivos legais: art. 273 ou 461, do CPC; ou art. 84, § 3.º, do CDC. – Concessão da tutela antecipada, sem oitiva da parte contrária, para autorizar com urgência a realização da quimioterapia pela Autora no hospital credenciado, sob pena de multa. Pedidos e requerimentos – Procedência do pedido para confirmar a tutela antecipada e condenar a Ré a oferecer cobertura ao tratamento quimioterápico. – Condenação em custas, despesas processuais e honorários advocatícios. – Citação da Ré. – Protesto pela produção de provas. Formalidades da peça – Valor da causa: R$ 155.000,00. – Endereço profissional do advogado (art. 39, I, do CPC). QUESTÕES DISCURSIVAS Treino 13 ENUNCIADOS 99 Questão 1 (Exame Unificado IV) A arquiteta Veronise comprou um espremedor de frutas da marca Bom Suco no dia 05.01.2011. Quarenta dias após Veronise iniciar sua utilização, o produto quebrou. Veronise procurou uma autorizada e foi informada de que o aparelho era fabricado na China e não havia peças de reposição no mercado. No mesmo dia, ela ligou para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa. A orientação foi completamente diferente: o produto deveria ser levado para o conserto. Passados 30 dias da ocasião em que o espremedor foi encaminhado à autorizada, o fabricante informou que ainda não havia recebido a peça para realizar o conserto, mas que ela chegaria em três dias. Como o problema persistiu, o fabricante determinou que a consumidora recebesse um espremedor novo do mesmo modelo. Diante da situação apresentada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) O caso narrado caracteriza a ocorrência de qual instituto jurídico, no que se refere ao defeito apresentado pelo espremedor de frutas? b) Como advogado (a) de Veronise, analise a conduta do fornecedor, indicando se procedeu de maneira correta ao deixar de realizar o reparo por falta de peça e determinar a substituição do produto por um novo espremedor de frutas. 99 Questão 2 Eloísa Pereira é assistente administrativo em uma empresa de telecomunicações, recebendo salário mensal de R$ 989,00. Em janeiro de 2007 adquiriu uma geladeira na loja de varejo EletroEletrônico, realizando o pagamento por intermédio de 10 cheques mensais pré-datados. O segundo cheque não compensou e foi devolvido por insuficiência de fundos. Eloísa já tinha seu nome negativado nos órgãos de proteção ao crédito em razão de outras duas dívidas com a empresa de telefonia com a qual mantinha contrato de prestação de serviços. Após inúmeras tentativas de cobrança, inclusive com notificação extrajudicial, todas sem êxito, a loja EletroEletrônico encaminhou a dívida de Eloísa para o cadastro de proteção de crédito, com a finalidade de registrar a ausência de pagamento e proceder à devida negativação do nome da consumidora. A negativação foi realizada dois meses após a devolução do cheque. 250 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Diante do caso hipotético levantado, responda e fundamente: a) Mesmo após a notificação extrajudicial encaminhada pela empresa EletroEletrônico à Eloísa, há necessidade de nova notificação para a efetivação da negativação? Em caso positivo, quem seria responsável pela notificação? É necessário que seja realizada com aviso de recebimento (AR)? b) Caso Eloísa comprove que a negativação de seu nome por parte da EletroEletrônico foi irregular, em razão de ter realizado o pagamento referente ao cheque devolvido diretamente à empresa, comprovando tal fato por intermédio de recebido, faz jus a indenização por danos morais por conta da negativação indevida? c) A anotação do nome de Eloísa no cadastro de proteção ao crédito referente à dívida que tem com a empresa EletroEletrônico pode perdurar até o presente momento? 99 Questão 3 (Exame Unificado II) Em março de 2008, Pedro entrou em uma loja de eletrodomésticos e adquiriu, para uso pessoal, um forno de micro-ondas. Ao ligar o forno pela primeira vez, o aparelho explodiu e causou sérios danos à sua integridade física. Desconhecedor de seus direitos, Pedro demorou mais de dois anos para propor ação de reparação contra a fabricante do produto, o que somente ocorreu em junho de 2010. Em sua sentença, o juiz de primeiro grau acolheu o argumento da fabricante, julgando improcedente a demanda com base no art. 26 do CDC, segundo o qual “o direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: (...) II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis”. Afirmou, ademais, que o autor não fez prova do defeito técnico do aparelho. Com base nas normas do Código de Defesa do Consumidor, analise os fundamentos da sentença. 99 Questão 4 A inversão do ônus da prova no Código de Defesa do Consumidor é vista como alternativa para exercício da facilitação da defesa dos direitos do consumidor. Trata-se de direito relevante previsto na tutela material de consumo que tem reflexos diretos no processo civil convencional e nas ações coletivas de consumo. Quando ocorrer por imposição legal será chamada de ope legis e quando se der por determinação do magistrado será conhecida como ope judicis. Acerca do referido direito, responda: a) Cite duas hipóteses de inversão ope legis previstas no Código de Defesa do Consumidor. b) Quais os requisitos objetivos para que ocorra a inversão ope judicis? Treino 13 ## TREINANDO – QUESTÃO 1 Destacando os principais termos do enunciado Temas envolvidos no enunciado Questionamentos Direito material ou processual? Relação civil ou de consumo? Incide legislação especial? O caminho da resposta Artigos relacionados | 251 252 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Treino 13 ## TREINANDO – QUESTÃO 2 Destacando os principais termos do enunciado Temas envolvidos no enunciado Questionamentos Direito material ou processual? Relação civil ou de consumo? Incide legislação especial? O caminho da resposta Artigos relacionados | 253 254 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Treino 13 ## TREINANDO – QUESTÃO 3 Destacando os principais termos do enunciado Temas envolvidos no enunciado Questionamentos Direito material ou processual? Relação civil ou de consumo? Incide legislação especial? O caminho da resposta Artigos relacionados | 255 256 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Treino 13 ## TREINANDO – QUESTÃO 4 Destacando os principais termos do enunciado Temas envolvidos no enunciado Questionamentos Direito material ou processual? Relação civil ou de consumo? Incide legislação especial? O caminho da resposta Artigos relacionados | 257 258 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Treino 13 | 259 ## RESPOSTA – TREINO 13 – QUESTÃO 1 Destacando os principais termos do enunciado Comprou um espremedor; Passados 30 dias; Produto quebrou; Problema persistiu; Não havia peças de reposição no mercado; Consumidora recebesse um espremedor novo. Temas envolvidos no enunciado Vício do produto. Questionamentos Direito material ou Material. processual? Relação civil ou de Consumo. consumo? Incide legislação Sim. Código de Defesa do Consumidor. especial? O caminho da resposta Artigos relacionados Art. 18, caput, §§ 1.º e 3.º, do CDC – “Da responsabilidade por vício do produto e do serviço”; art. 32 do CDC – “Das práticas comerciais”. 99 O CAMINHO DA PESQUISA 1. Pesquisar no Código de Defesa do Consumidor efetuando a leitura índice sistemático. Encontraremos a Seção III “Da responsabilidade por vício do produto e do serviço”, especificamente o art. 18, caput, respondendo ao ponto de indagação a. 2. A busca pela resposta ao ponto de indagação b deve seguir o mesmo caminho anteriormente mencionado, destacando que existem 2 (dois) questionamentos a serem respondidos, quais sejam, a obrigatoriedade do fabricante em manter peças de reposição no mercado, Capítulo V “Das práticas comerciais”, art. 32 do CDC; e ainda, a forma incorreta da determinação da fabricante em determinar a troca do produto em razão do defeito apresentado, art. 18, §§1.º e 3.º, do CDC. 99 ELABORANDO A RESPOSTA A resposta ao ponto de indagação a: deve destacar a ocorrência do vício do produto, vez que o produto se tornou inadequado ao consumo a que se destina (art. 18, caput, do CDC). Resposta ao ponto de indagação b: deve ser dividida em 2 (duas) etapas: (i) ressaltar que existe a obrigatoriedade do fabricante em manter peças de reposição no mercado (art. 32 do CDC); (ii) destacar o prazo superior a 30 dias que o produto foi para o conserto, e que a escolha cabe ao consumidor entre decidir pela troca do produto, abatimento no preço ou devolução do valor pago (art. 18, §§1.º e 2.º, do CDC), e não fornecedor. 260 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Gabarito No primeiro tópico, o examinando deve informar a ocorrência de vício do produto, instituto caracterizado no art. 18, caput, da Lei 8.078/1990. Deve explicitar que o defeito contido no espremedor de sucos o torna inadequado ao consumo a que se destina, o que caracteriza seu vício de qualidade, não se podendo falar em fato no produto, in casu. No segundo tópico, o candidato deve explicitar que há, por parte do fabricante, obrigatoriedade de manter peças de reposição no mercado (art.18 e ss do CDC), mas no caso em tela, como se passaram mais de 30 dias que o produto foi para conserto, cabe ao consumidor decidir se quer a troca do produto, abatimento no preço ou devolução do dinheiro, nos termos do art. 18, §§ 1.º e 3.º, da Lei 8.078/1990, razão pela qual se pode afirmar que procedeu equivocadamente o fornecedor ao determinar, sem previamente consultar a consumidora, a substituição do produto. Treino 13 | 261 ## RESPOSTA – TREINO 13 – QUESTÃO 2 Destacando os principais termos do enunciado Temas envolvidos no enunciado Relação de consumo entre Eloísa e a empresa EletroEletrônico; Inadimplência de Eloísa e encaminhamento para serviço de proteção ao crédito; Compra realizada em 2007 com 10 cheques pré-datados; Notificação sobre a negativação do nome de Eloísa. Relação de consumo. Negativação do nome da consumidora. Banco de dados. Questionamentos Direito material ou Direito material. processual? Relação civil ou de Relação de consumo. consumo? Incide legislação Sim. Código de Defesa do Consumidor. especial? O caminho da resposta Artigos relacionados Arts. 43 e 44 do CDC. 99 O CAMINHO DA PESQUISA 1. A questão indica que Eloísa teve seu nome negativado por inadimplência. O candidato deve iniciar a pesquisa observando se a relação mencionada é ou não relação de consumo, nos termos do art. 2.º e 3.º do CDC. Se constatar que é relação de consumo, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor. 2. Em seguida o candidato deve atentar para os arts. 43 e 44do CDC, que tratam do banco de dados e dos cadastros de consumidores. 3. O candidato deve identificar no VadeMecum se há súmulas das Cortes Superiores referenciadas nos artigos indicados e consultar as referidas súmulas. 99 ELABORANDO A RESPOSTA A primeira parte da alternativa a pretende que o candidato exponha se a notificação extrajudicial realizada pela empresa fornecedora à consumidora é suficiente para a negativação de seu nome junto ao serviço de proteção ao crédito e se havendo necessidade de nova notificação, quem seria o órgão responsável por fazê-la. A resposta está prevista na Súmula 359 do STJ. Na resposta o candidato deve mencionar que há necessidade de nova notificação, que deverá ser realizada pelo órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito. A segunda parte da alternativa a pretende que o candidato responda se caso seja realizada nova notificação é necessário o aviso de recebimento (AR). A resposta está prevista na Súmula 404 do STJ. O candidato deverá, de forma objetiva, responder que é dispensável o aviso de recebimento na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome. A alternativa b questiona sobre eventual direito à reparação por danos morais para a consumidora, caso fosse comprovado que a negativação realizada pelo fornecedor fosse irregular. Como o enunciado diz de 262 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil forma clara que a consumidora já estava negativada por outras dívidas, incide o que determina a Súmula 385 do STJ, ou seja, não cabe indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição. a alternativa c questiona sobre a manutenção, até os dias de hoje, do registro da negativação do nome da consumidora. Como a dívida foi realizada em 2007, portanto, há mais de 7 anos, não é possível a manutenção do registro da negativação em razão do que impõe o art. 43, § 5.º, do CDC, reforçado pelo entendimento da Súmula 323 do STJ, que limita, por no máximo cinco anos, a manutenção da inscrição do inadimplente nos serviços de proteção ao crédito. Gabarito a) Sim, há necessidade de nova notificação para a efetivação da negativação do nome de Eloísa. Segundo a Súmula 359 do STJ, o responsável pela notificação da devedora antes de proceder à inscrição é o órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito. É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome, segundo preconiza a súmula 404 do STJ. b) Com base na Súmula 385 do STJ, Eloísa não faz jus a indenização por danos morais, uma vez que já estava negativada por inscrições legítimas preexistentes, em razão de outras dívidas. c) Não. Segundo entendimento da Súmula 323 do STJ, a inscrição do inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo, cinco anos. No caso do enunciado a inscrição foi realizada em 2007, ou seja, a quase 7 (sete) anos. Treino 13 | 263 ## RESPOSTA – TREINO 13 – QUESTÃO 3 Destacando os principais termos do enunciado Para uso pessoal; Sérios danos à sua integridade física; Forno de micro-ondas; Julgando improcedente com base no art. 26; Aparelho explodiu; Autor não fez prova. Temas envolvidos no enunciado Responsabilidade civil; Inversão do ônus da prova. Questionamentos Direito material ou Ambos. A questão é mista. processual? Relação civil ou de Consumo. consumo? Incide legislação Sim. Código de Defesa do Consumidor. especial? O caminho da resposta Art. 12 e ss do CDC – “Da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço”; Artigos relacionados Art. 27 do CDC – “Da decadência e da prescrição”; Art. 6.º do CDC – “Dos direitos básicos do consumidor”. 99 O CAMINHO DA PESQUISA 1. A pesquisa deverá ser efetivada apenas no Código de Defesa do Consumidor, bastando a leitura do art. 26, para identificar que se trata do prazo decadencial para reclamação de vícios do produto ou do serviço, ou seja, falha na quantidade ou qualidade. 2. Identificar que a situação abordada pelo problema envolve fato do produto art. 12, caput, e § 3.º, do CDC, e não vício do produto. 3. Pesquisa do prazo prescricional para ajuizamento de ação pleiteando indenização decorrente de fato do produto, chegando ao art. 27 do CDC, qual seja, 5 (cinco) anos. 4. Identificar a incapacidade técnica do consumidor em produzir a prova do defeito que ocasionou a explosão do aparelho, necessitando a inversão do ônus da prova, indicando o art. 6.º, VIII, CDC. 99 ELABORANDO A RESPOSTA A resposta deve iniciar ressaltando que a sentença está equivoca, vez que a situação fática narrada envolve responsabilidade civil do fornecedor pelo fato do produto (art. 12, § 3.º, do CDC), e não vício do produto. Em razão disso, o prazo prescricional para o ajuizamento da ação decorrente de fato do produto é de 5 (cinco) anos (art. 27 do CDC). Em relação a falta de prova, deve-se ressaltar a incapacidade técnica do consumidor em produzir a prova do defeito do aparelho, devendo o magistrado ter invertido o ônus da prova (art. 6.º, VIII, do CDC). 264 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil Gabarito O candidato deve esclarecer, inicialmente, que se trata de fato do produto, e não de vício do produto. O prazo aplicável não é, portanto, o do art. 26 do CDC, mas o do art. 27, ou seja, cinco anos. O candidato deve, ainda, explorar a questão atinente à responsabilidade civil (art. 12, caput, e § 3.º) e falar do instituto da inversão do ônus da prova em favor do consumidor, nos termos do art. 6.º, VIII, do CDC. Dessa forma, deve ser capaz de identificar e examinar criticamente esses dois fundamentos, e apresentar as razões legais que indicam a incorreção da decisão judicial. Ressalta-se que não basta a simples menção a um ou mais dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. É necessário demonstrar a sua aplicabilidade, fundamentando analiticamente a resposta. Treino 13 | 265 ## RESPOSTA – TREINO 13 – QUESTÃO 4 Destacando os principais termos do enunciado Relação de consumo; Inversão do ônus da prova; Direito do consumidor: facilitação da defesa dos seus direitos. Temas envolvidos no enunciado Relação de consumo. Direitos do consumidor. Inversão do ônus da prova. Direito material ou Direito material. processual? Questionamentos Relação civil ou de Relação de consumo. consumo? Incide legislação especial? Sim. Código de Defesa do Consumidor. O caminho da resposta Artigos relacionados Arts. 6.º, VIII, 12, § 3.º, II, 14, § 3.º, I, e 38 do CDC. 99 O CAMINHO DA PESQUISA 1. O candidato deverá pesquisar a hipótese de inversão do ônus da prova ope judicis no inc. VIII do art. 6.º do CDC. 2. As hipóteses de inversão do ônus da prova ope legis estão no art. 12, § 3.º, II, 14, § 3.º, I, e 38, todos do CDC. 99 ELABORANDO A RESPOSTA A alternativa a pretende que o candidato exemplifique as hipóteses de inversão do ônus da prova ope legis. O candidato poderia escolher duas dentre as três hipóteses existentes no Código de Defesa do Consumidor: art. 12, § 3.º, II, que trata da excludente da responsabilidade pelo acidente de consumo do produto por parte do fabricante, construtor, produtor ou importador, quando conseguir provar que o defeito inexiste; art 14, § 3.º, I, que trata da excludente da responsabilidade pelo acidente de consumo do serviço por parte do fabricante, construtor, produtor ou importador, quando conseguir provar que o defeito inexiste e, por fim, no art. 38, que indica que o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. A alternativa b é respondida com a análise do inc. VIII do art. 6.º do CDC. Gabarito a) O Código de Defesa do Consumidor tem três hipóteses de inversão do ônus da prova ope legis: (a) art. 12, § 3.º, II, que trata da excludente da responsabilidade pelo acidente de consumo do produto por parte do fabricante, construtor, produtor ou importador, quando conseguir provar que o defeito inexiste; (b) art. 14, § 3.º, I, que trata da excludente da responsabilidade pelo acidente de consumo do 266 | REVISÃO E TREINO 2.ª FASE OAB – Caderno de Direito Civil serviço por parte do fabricante, construtor, produtor ou importador, quando conseguir provar que o defeito inexiste; e (c) art. 38, que indica que o ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. b)Segundo art. 6.º, VIII, do CDC, o juiz poderá determinar a inversão do ônus da prova no processo civil, a favor do consumidor, quando houver verossimilhança das alegações ou quando restar comprovada a hipossuficiência do consumidor.