André Segatti

Transcrição

André Segatti
ALE
em revista
Publicação trimestral da
AleSat Combustíveis S.A.
Ano I • Número 1 • Agosto de 2013
bem-estar
A vida fora dos grandes
centros urbanos
na estrada
Você vai se apaixonar
por Natal
Tudo em
família
Família Reis está à frente do maior
grupo de postos ALE no país
PERTO PARA VOCÊ
CURTIR A VIDA.
É 2próximo? É ALE.
Estamos prontos para atendê-lo dia e noite em nossos
postos. A Entreposto, loja de conveniência da ALE,
oferece de produtos de higiene aos lanches mais
gostosos, para ajudar o cliente nas pequenas urgências
do dia a dia. Para nós, mais importante que estar em
1.900 postos é estar ao seu lado. Somos a ALE. E estamos
sempre por perto para você ir cada vez mais longe.
ALE em revista
NESTA EDIÇÃO
bem-estar
28
12
PÉ NA ESTRADA
Renda-se às belezas de Natal
16
CAPA
Douglas dos Reis fala sobre
a empresa que gerencia
com a família
André Segatti optou por viver distante
dos grandes centros urbanos
Na Mídia
5
Mundo ALE
6
na rede
8
para você
9
Entrevista
Jaime Troiano
10
Perfil do Cliente
Francinei Costa
15
Mão de Obra
Sobram vagas, falta mão de obra
21
Mercado
Fidelização de clientes
26
Conheça
ALE em números
34
ALE em revista
Antigomobilismo cresce no país
e ganha cada vez mais adeptos
PASSATEMPO
24
3
ESPAÇO DO
LEITOR
Eugênio Sávio
CARO LEITOR
Sem a sua opinião
somos incompletos
Queremos
ir além dos
produtos
e serviços
oferecidos em
nossos postos
As pessoas são nosso
melhor combustível
A revista que você tem em mãos sintetiza nossa busca por fazer parte do dia a
dia das pessoas em cada região em que
estamos presentes. Queremos ir além
dos produtos e serviços oferecidos em
nossos postos, com o objetivo de trazer
para você, leitor, abordagens diferentes
sobre o mercado, bem-estar, sustentabilidade, negócios, consumo, entre outros assuntos de interesse geral.
Nesta primeira edição, conhecemos o
estilo de vida de pessoas que optaram
por viver fora dos grandes centros urbanos, fomos atrás de colecionadores
de carros antigos e passeamos pelas
belezas e delícias de Natal. Entrevistamos o consultor Jaime Troiano sobre a importância de construir marcas
4
fortes; também analisamos o mercado
sob a ótica da demanda e da oferta de
mão de obra especializada e conversamos com representantes de empresas
familiares brasileiras para entender o
perfil dessas organizações.
Desenvolvemos esse projeto pensando
em você. Portanto, esperamos que a
ALE em Revista cumpra seu papel de
trazer conteúdos interessantes não só
para os negócios, mas também para a
vida! E não se esqueça: sua participação é fundamental para torná-la, cada
vez mais, a sua cara.
Boa leitura!
Marcelo Alecrim
Por isso é que este espaço é tão importante pra gente: aqui, você é o dono
da bola e pode comentar sobre nossas
reportagens, sugerir novos assuntos,
além de fazer elogios e críticas. Escreva para [email protected] e fique
à vontade para dar voz às suas ideias
a partir do que encontrou por aqui. A
cada edição, publicaremos algumas das
mensagens recebidas para abrir um
diálogo permanente com nossos leitores.
ALE
em revista
Publicação trimestral da
AleSat Combustíveis S.A.
Ano I • Número 1 • Agosto de 2013
bem-estar
A vida fora dos grandes
centros urbanos
na estrada
Você vai se apaixonar
por Natal
TUDO EM
FAMÍLIA
Família Reis está à frente do maior
grupo de postos ALE no país
expediente
Coordenação:
Anne Franck e Luciana Moreira
Conselho editorial:
Ana Patrícia Borba, Cláudio Sayão,
Christina Barker, Fabrício Coelho,
Giseli Lauer e Paulo Lisboa
Produção Editorial:
Interface Comunicação Empresarial
Redação:
Clara Guimarães, Marcela Machado, Marcos dos
Anjos, Maria Juliana Soares e Valéria Prochnow
Edição:
Délio Campos e Valéria Prochnow
Projeto Gráfico: Fabrício Coelho
Diagramação:
Bruno Malaco e
Fernanda Braga
Imagem de capa:
Célio Chavier - Estúdio Clic
Tiragem:
10 mil exemplares
Impressão:
Gráfica Tamóios
Envie sugestões ou críticas
para: [email protected]
Presidente
ALE em revista
NA MÍDIA
Estado de Minas / Belo Horizonte
Confira o que circulou na mídia sobre a ALE.
A empresa continua se destacando em suas iniciativas
digitais e pretende alcançar metas agressivas em 2013.
Brasil Econômico / São Paulo
O Tempo / Belo Horizonte
Diário do Comércio / Belo Horizonte
As medidas do governo em relação às vendas de automóveis e
combustíveis no país têm deixado
a ALE otimista. Depois de faturar
cerca de R$ 9 bilhões em 2012,
a companhia pretende chegar à
casa dos R$ 11 bilhões neste ano,
tendo como fatores favoráveis à
sua atuação a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a comercialização
de carros e o aumento nos preços
da gasolina e do diesel, que foram
de 6,6% e 5,4%, respectivamente, no final de janeiro.
Depois de um diagnóstico de
branding em 2007, a distribuidora de combustível ALE começou
a buscar, em 2008, alternativas
para comunicar melhor o posicionamento de sua marca, e ao avaliar
tendências e hábitos dos seus consumidores, percebeu que a internet
era uma boa opção. “Se um consumidor se relaciona diariamente
com uma marca nas redes sociais,
a propensão dele aceitar produtos
e serviços dessa marca será maior
num momento de escolha” explica
a gerente de Marketing e Comunicação da ALE, Rejayne Nardy.
O PAZ divulga 12 regras básicas
que servem de alerta aos colaboradores, como respeitar limites
de velocidade, manter atenção redobrada no trânsito, nunca dirigir
sob efeito de álcool ou drogas, estar com a manutenção do veículo
sempre em dia, usar corretamente
os EPIs (equipamento de proteção
individual) etc.
Jornal de Hoje / Natal
ALE em revista
5
MUNDO ALE
Criando
conexões
Programa para diminuir acidentes, contratação
de nova agência digital e encontro de
revendedores: iniciativas que conectam a
ALE a seus colaboradores e clientes
PAZ para todos
DIVULGAÇÃO
Segurança, saúde e meio ambiente são os pilares do PAZ, Programa Acidente Zero lançado pela ALE. A proposta é informar e conscientizar todos os colaboradores —sobretudo
aqueles envolvidos no manuseio e transporte de combustíveis— dos riscos iminentes de
algumas operações. Para garantir o sucesso do PAZ, 12 regras sobre a importância da
segurança em todas as atividades da empresa estão sendo amplamente divulgadas entre
os colaboradores.
Diferente como a gente
A agência digital Media Contacts é a nova
responsável pelas principais ações de comunicação on-line da ALE. Entre os objetivos estabelecidos, está o estreitamento
da comunicação com o consumidor final
e a divulgação da rede de postos. O grande desafio é conseguir refletir o posicionamento consistente e diferenciado da
marca no ambiente digital.
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ALE em revista
ARQUIVO ALE
Maceió / AL
Maceió / AL
Troca de figurinhas
Estreitar relacionamentos, permitir a troca de experiência e promover conversas com a revenda para entender as demandas de cada região estão entre os
objetivos do Encontro da Família ALE.
Neste ano, cerca de 200 revendedores se reuniram nos eventos realizados no
Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Crato (CE), São José do Rio Preto (SP) e
Uberlândia (MG). Estão previstos mais 15 encontros para o ano.
ALE em revista
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ARQUIVO ALE
ARQUIVO ALE
Uberlândia / MG
Na rede
ALE também leva
internautas mais longe
A ALE foi a primeira companhia do
setor de combustíveis a desenvolver
estratégias de comunicação nas redes
sociais, ainda em 2009, quando muitas
empresas ainda não haviam se atentado para o quanto a web aproxima uma
marca de seus clientes. Atualmente, a
ALE está presente em vários canais na
web, com destaque para o Facebook
e Twitter. Diariamente, a empresa
conversa com milhares de seguidores e uma das apostas de sucesso é o
compartilhamento de mensagens que
dialogam com o segmento de forma
leve e divertida, sem se esquecer das
dicas sobre segurança na estrada. Na
internet, o objetivo da ALE é oferecer
um combustível alternativo para os
internautas e esse combustível é um
conteúdo que gera entretenimento
e informação.
Curta, compartilhe, troque informações e acompanhe os
canais da ALE. Revendedores
também podem usar o espaço
para divulgar suas iniciativas.
twitter.com/novomundoale
facebook.com/PostosALE
Dicas bem humoradas fazem parte das
estratégias da empresa nas redes sociais
Aplicativos que facilitam sua vida
Keep, o bloco
de notas Google
Se cansou dos papeizinhos de recado
para se lembrar de datas importantes
e outros compromissos? Com o Keep,
aplicativo de notas para smartphones,
você tem sempre à mão todos os
lembretes de que precisa, com a facilidade de fazer anotações rápidas
de qualquer lugar. Com o aplicativo,
é possível fazer fotos com o celular
e usar a imagem como lembrete, por
exemplo. Todas as notas são armazenadas no Google Drive e podem ser
visualizadas, acessadas e editadas do
computador de mesa ou em dispositivos com Android.
8
Monitore seus gastos
Para baixar:
Acesse a loja do Google Play
www.play.google.com e insira o
nome do aplicativo na busca.
Que tal transformar seu celular em
uma reprodução fiel de sua carteira?
Essa é a proposta do Lemon, aplicativo que possibilita que o usuário guarde recibos e cupons e ainda, aprenda
a monitorar seus gastos. Já foi baixado por 1,6 milhão de pessoas. Para
funcionar, basta fazer o download no
site www.lemon.com e fotografar com
a câmera do celular seus cartões de
crédito e de fidelidade, entre outros.
Tudo fica registrado no mesmo lugar,
simplificando a realização de compras
e consultas, além ser útil em casos de
furto, pois facilita o cancelamento de
cartões perdidos.
ALE em revista
Para você
Na telona
Para ver em casa
Jobs
A História da Coca-Cola
Direção: Joshua Michael Stern
Gênero: Biografia
Gênero: Documentário
Como um líquido composto por
80% de água pode transformar
culturas e influenciar a vida
de bilhões de pessoas? Descubra como um elixir medicinal,
inventado por um farmacêutico dependente de morfina,
transformou-se na bebida mais
adorada em todo o planeta. Conheça as ligeiras estratégias de
marketing que fazem as colas
serem consumidas mais de 900
milhões de vezes por dia.
Com Ashton Kutcher no papel de Steve
Jobs, a cinebiografia retrata a história
da ascensão do criador da Apple, desde
sua época de colégio até se tornar um
dos mais reverenciados empresários do
universo da tecnologia no século XX. A
trama passa pela jornada de autodescobrimento da juventude, pelos demônios
pessoais que obscureceram sua visão e,
finalmente, pelos triunfos que transformaram sua vida adulta.
Assista online:
http://migre.me/eS878
Para ler
Para trabalhar
Galaxy Note 8
Valor aproximado: R$ 1.599
Inteligência cultural:
Trabalhando em um mundo
sem fronteiras
Autor: David Livermore
Valor aproximado: R$39,90
252 páginas; Editora Record
O livro traz um guia prático para negociar com pessoas de outros países,
habilidade indispensável no mundo
empresarial. Dicas para aumentar o
repertório de técnicas profissionais
em diversos contextos ajudam na
criação de estratégias para interagir
com empresários estrangeiros. Com
abordagem filosófica sobre a liderança moderna, a obra derruba preconceitos e cria laços mais frutíferos
entre as nações e seus povos.
ALE em revista
O Galaxy Note 8, novo modelo da família
tablets da Samsung, acaba de chegar ao
Brasil. Com tela de 8 polegadas e pesando apenas 338 gramas, ele roda Android
4.1. As ferramentas de produtividade
permitem fazer anotações em imagens
por meio da caneta digital SPen. Ele possui duas câmeras, uma frontal e uma
traseira e tem capacidade de armazenamento de 16GB, expansível para até
64GB com a inserção de cartão microSD.
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ENTREVISTA
Marcas
refletem os valores
das empresas
P
ara o presidente do Grupo
Troiano de Branding, Jaime
Troiano, marcas não são
“tapumes” que escondem a
empresa, mas sim um espelho do que
ela é e dos princípios que pratica. Ainda de acordo com ele, no atual cenário de mercado de grande similaridade
entre produtos e serviços, as marcas
assumiram um papel fundamental na
decisão de compra do consumidor
final e na geração de fluxo de caixa.
Nesta entrevista, Troiano, que é autor
do livro “As Marcas no Divã” e comentarista da rádio BandNews, fala sobre
a importância do branding.
Qual papel a marca exerce para a diferenciação de um produto ou serviço num mercado cada vez mais competitivo e em constante mutação?
O mercado de produtos e serviços vive
uma era de crescente paridade técnica, particularmente pela facilidade de
acesso à tecnologia. Nesse cenário, as
diferenciações físicas e objetivas entre
produtos é cada vez mais marginal. E
por isso, essa diferenciação se desloca
para o plano mais intangível e simbólico das marcas que representam os produtos e serviços. São elas que acabam
pesando mais nas decisões de escolha
de clientes e consumidores finais.
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O branding tornou-se, nos últimos
anos, uma das principais preocupações dos CEOs. A que se pode atribuir essa mudança de prioridades?
Essa prioridade está essencialmente
ligada a duas características. Em primeiro, o fato de que as marcas têm um
papel substancial na geração de fluxo
de caixa das empresas. Em segundo,
porque as marcas, elas próprias, são
ativos muito valiosos que alimentam o
valor total das empresas.
“As marcas são uma
propriedade coletiva de
todos os colaboradores.
Ela só adquire vida e
expressão da porta
da rua para fora
se for relevante
internamente.”
Percebemos uma tendência de mercado em que as ações de gestão de
marcas ficam restritas aos departamentos de comunicação e marketing.
De que forma outros setores de uma
organização podem contribuir para a
saúde da marca?
Esse é um dos grandes pecados que
processos de branding mal conduzidos
cometem. Os profissionais de marketing e comunicação deveriam ser sempre os grandes operadores das ações
que envolvem as marcas. Mas nunca
exclusivamente eles. A empresa, a começar pelos seus principais executivos,
os responsáveis por RH também têm
um papel essencial na gestão da marca.
Afinal, as marcas são uma propriedade
coletiva de todos os diretamente por
ela envolvidos. Ela só adquire vida e
expressão da porta da rua para fora
se for relevante internamente. Marcas
não são “tapumes” que escondem a
empresa. São um espelho do que a empresa é e dos princípios que ela pratica.
No segmento de distribuição de combustíveis, em que muitas das vezes a
decisão do consumidor é baseada em
preço, qual a importância da gestão
de marcas?
Em um mercado como esse, em que o
preço é importante, marcas são ainda
mais importantes. O valor simbólico
que elas expressam, o grau de envolvimento com seus clientes e consumidores são a única ferramenta que pode
contrabalançar as decisões que se baseariam apenas em preço.
ALE em revista
Qual a importância de estabelecimentos franqueados ou licenciados
seguirem a identidade da marca?
Fundamental! Marcas somente têm poder de mercado quando sua identidade
é una e indivisível. Assim, quanto maior
for o poder da bandeira que representam, mais benefícios terão os franqueados ou os licenciados. E esse poder é
alimentado pela integração e pela unidade de linguagem usada por todos. O
risco maior da desintegração é se criar
um clima de fragmentação da marca e
de seu valor.
As redes sociais converteram-se
em um importante canal de comunicação entre empresas e seus públicos de interesse. Como a gestão
de marcas pode contribuir para que
essa exposição seja positiva para
os negócios?
A palavra-chave para isso é integração.
As formas digitais de comunicação e as
redes, em particular, precisam ser utilizadas com extremo cuidado, não como
ferramentas independentes, mas como
parte de um processo maior de comunicação integrada.
Muitas vezes, há a ingênua ilusão de
que uma ação digital possa ser tratada com independência das demais
ações de marketing. Puro engano.
Todas elas, de um jeito ou de outro,
se misturam (se forem mal organizadas) ou se integram (se forem bem
equacionadas) na mente dos consumidores. O branding, com o advento de
ferramentas digitais, requer cada vez
“melhores maestros” e não apenas
“solistas”, para evitar soluções de comunicação extremamente confusas.
ARQUIVO PESSOAL
Qual a importância de uma empresa
conhecer os valores tangíveis e intangíveis de suas marcas?
Um dos princípios essenciais de branding pelo qual lutamos muito chama-se
humildade. O que significa isso? Significa entender como o mercado de
clientes, consumidores e outros públicos percebem a marca. O pior sempre
é a vaidade corporativa que imagina
conhecer como a marca é vista pelo
seu mercado. Conhecer todos os aspectos tangíveis e intangíveis de uma
marca, com base na visão de seus públicos, é a forma única de planejar seu
futuro e administrar seu presente.
“O grande desafio
para a marca
é manter a sua
autenticidade,
independentemente
do meio em que
está inserida.”
Jaime Troiano
ALE em revista
11
Shutterstock
BEM-ESTAR
Mais perto
do que realmente importa
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ALE em revista
Caminho entre a casa
e o trabalho pode ser
mais agradável
Sinônimo de qualidade de vida, busca por casas
afastadas dos centros urbanos cresce no Brasil
H
á quase três anos, o geógrafo Cláudio Sayão dobrou a quilometragem diária percorrida entre casa e
trabalho. A troca foi vantajosa: apesar
da distância maior, o tempo no trânsito diminuiu consideravelmente; a rua
movimentada foi substituída por um
ambiente silencioso, mais seguro e
com natureza bem preservada. Cláudio e a esposa buscaram fora do caos
do trânsito e da agitação da área urbana de Belo Horizonte, onde trabalham,
uma alternativa para uma vida mais
tranquila e com mais qualidade. Hoje,
moram em um condomínio horizontal
no município de Brumadinho, a cerca
de 30 quilômetros do centro da capital
mineira. “Além de ser uma forma de
sair da correria da cidade grande, é um
estilo de vida. Acordo de manhã e posso ver um tucano na árvore da minha
casa; isso me deixa muito feliz”, comemora Cláudio.
Assim como ele, muitas pessoas vêm
descobrindo, nas últimas décadas, que
o caminho para fora da cidade é a solução para muitos problemas da vida
contemporânea. Segundo o arquiteto
Paulo Kawahara, do escritório Jaime
Lerner Arquitetos Associados, a busca
por condomínios horizontais cresceu
quando os centros urbanos passaram a não prover qualidade de vida.
E isso não acontece apenas no Brasil.
“Atualmente, ocorrem duas tendências no mundo: a requalificação dos
centros urbanos degradados, com o
objetivo de trazer de volta a vida, a
cultura e o movimento; e a criação
de novas centralidades que consigam
suprir necessidades como emprego,
ALE em revista
lazer, educação, comércio, serviços e
moradia”, explica o arquiteto.
Enquanto as novas tendências ainda
estão se estruturando, outras possibilidades vão sendo desenhadas mesmo
dentro de uma grande cidade. Adepto
do contato próximo com a natureza, o
ator André Segatti, que recentemente
interpretou o personagem Magno na
novela Balacobaco, da Rede Record,
encontrou seu refúgio na cidade do
Rio de Janeiro. De sua casa, localizada no bairro Recreio dos Bandeirantes,
na Zona Oeste, ele contempla a vista
da Praia da Reserva, uma das menos
urbanizadas das redondezas, e se desloca com facilidade para o trabalho,
já que os estúdios da Rede Record
também estão localizados no mesmo
bairro. “Pretendo me mudar para um
bairro ainda mais afastado do centro.
Apesar da tranquilidade e da paz que
tenho aqui, a região cresceu muito nos
últimos anos. Busco, no dia a dia, um
maior contato com a natureza, mesmo
que esteja próximo dos grandes centros urbanos, pois meu trabalho exige
isso”, explica André, que mora no bairro há dez anos.
Escolhas
A opção por uma casa mais afastada,
em condomínios que não possuem infraestrutura completa, pode dificultar
o acesso a certos serviços. “Novas
centralidades excessivamente horizontais e monofuncionais, só com
moradias, geram grande desperdício
de energia, já que todos necessitam
percorrer de carro grandes distâncias
para seus afazeres diários, dentro e
fora dos seus condomínios; e se, longe
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Michel Angelo
BEM-ESTAR
das cidades, sobrecarregam os poderes públicos, que precisam levar equipamentos sociais e transporte para
áreas desconectadas dos centros urbanos”, contextualiza Paulo Kawahara.
Por outro lado, a rotina estabelecida traz
outros ganhos para os adeptos da vida
em condomínios. “Tenho um convívio
melhor com a comunidade em que vivo,
vejo algumas características de cidades
do interior. Participo de uma associação
de apoio a animais e pessoas carentes e
passo os momentos de lazer em casa,
onde recebo amigos e familiares”, relata Cláudio Sayão. Segundo ele, quando
há a necessidade de acesso a compras
ou estabelecimentos mais sofisticados,
ele vai a Belo Horizonte, mas isso não
representa um problema. “Mesmo o
aumento do gasto com combustível
compensa, uma vez que o desgaste do
veículo diminui, ocasionando menos
necessidade de manutenção. Dirigir em
uma estrada sem trânsito é muito melhor do que passar o tempo preso em
um engarrafamento”, complementa.
Ator prefere viver
próximo à natureza
Uma nova forma de morar
No ritmo da procura crescente por locais distantes da correria dos grandes centros urbanos, cresce também o número de empreendimentos que oferecem a
qualidade de vida que muitos procuram. E é daí que nasce um termo que vem
sendo bastante utilizado: novas centralidades urbanas. “Um empreendimento
representa de fato uma nova centralidade quando ele provê todos os componentes de uma cidade normal: moradia diversificada para muitas faixas de
renda e com tipologias diferentes, comércio, serviços, lazer, educação, cultura,
entretenimento, e, principalmente, empregos, para que essa comunidade seja
altamente autônoma e com identidade própria”, explica Paulo Kawahara. Segundo ele, as novas centralidades buscam criar estruturas urbanas mais compactas, diversificadas, autossustentáveis e sem muros, com destaque para espaços públicos e a convivência, conectadas às redes de mobilidade coletivas e
principalmente possibilitando as conexões a pé.
14
O ator André Segatti reforça a afirmação. “Prefiro ir até a bagunça quando
quero e não viver nela. De carro, tudo
é perto, apesar de optar por andar a pé
ou de bicicleta sempre que possível”,
conta. Ele considera que o tempo gasto
no trânsito é perdido e gera estresse.
“Há alguns anos, gastava cerca de 15
minutos até a Zona Sul da cidade, hoje
levo uma hora e meia no mesmo percurso. Por isso, o fato de estar perto do trabalho e longe do trânsito mais pesado é
essencial; faço questão disso”, afirma.
A escolha de André Segatti está de
acordo com a rotina que considera ideal. “Busco viver em um local que seja
agradável e me traga paz; não é para
fugir de nada. Prezo por uma rotina
tranquila e saudável e desde pequeno
tenho uma relação muito próxima com
a natureza. Tenho uma fazenda no interior de São Paulo, mas como fica distante para ir com frequência, busco um
bom lugar para morar”, atesta.
ALE em revista
arquivo pessoal
PERFIL
DO CLIENTE
Francinei conta
com o esporte para
minimizar o estresse
Agilidade que faz a diferença
“A relação com a ALE é dinâmica”,
afirma Francinei. Ele ressalta que a
empresa, mesmo grande, não se deixa levar por burocracias desnecessárias. “Temos acesso fácil às pessoas
que decidem, o que torna a ALE muito ágil e ajuda a resolver as questões
que surgem no dia a dia”, avalia.
Entre quadriciclos,
caminhões e postos
A
os 37 anos, Francinei Souza
Costa pode ser considerado
um vencedor. Casado e pai
de três filhos, é proprietário
de quatro postos de serviços em Fortaleza (CE), três deles bandeira ALE.
O paraense de Santarém foi o primeiro
a ter uma revenda ALE no Nordeste, no
ano de 2007, e hoje também é empresário do setor de transportes, com uma
frota de 13 caminhões.
O sucesso de Francinei não para por
aí. Há cerca de cinco anos, ele compete em importantes competições na
categoria quadriciclo e conquistou os
primeiros lugares nos dois maiores torneios realizados no Brasil. No Rally dos
ALE em revista
Sertões, segundo mais importante do
mundo, o empresário ficou em segundo lugar em 2010. No Rally RN 1500,
competição realizada no Rio Grande do
Norte, faturou o pódio em 2011, e ficou
em segundo lugar na edição de 2012.
Francinei conta que o esporte começou como uma válvula de escape para
as tensões do dia a dia. Quando conquistou o segundo lugar na primeira
competição da qual participou, em
2008, o lazer acabou tomando outras
proporções. “Eu não tinha pretensão
de competir. Andar de quadriciclo me
dá muito prazer. Como me dedico muito a tudo que faço, os resultados começaram a aparecer.”
Outra curiosidade sobre Francinei é
que a numerologia tem um papel importante nas tomadas diárias de decisões. Ele ressalta que o conhecimento,
que estuda a influência dos números
na vida das pessoas, não chega a impedir que negócios sejam realizados.
“Mas costumo consultar quando vou
dar nome a um posto”, exemplifica.
Francinei dá uma dica para quem quer
começar um negócio, independentemente da área. “É um conselho que
costumo dar sempre aos meus filhos:
escolham o que realmente querem
fazer. O sucesso e o dinheiro são consequência direta de um trabalho bem
feito”, finaliza.
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NEGÓCIOS
Negócios
em família
Empresas familiares brasileiras
crescem e ganham destaque no
mercado. Mas é preciso separar a
mesa de jantar da sala de reunião
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ALE em revista
O
tempo em que empresas
familiares eram associadas
à falta de profissionalismo
já passou. A realidade agora é outra. De acordo com pesquisa da
PwC Brasil realizada em 2012 com 2 mil
firmas, as empresas familiares estão
prosperando globalmente, principalmente no Brasil.
Enquanto 65% das empresas lideradas
por famílias ao redor do mundo aumentaram suas vendas em 2011, em solo
brasileiro o índice chegou a 77%. E a
previsão é de que o crescimento continue, uma vez que 96% das companhias
brasileiras ouvidas pela mesma pesquisa
acreditam que alcançarão suas metas de
crescimento nos próximos cinco anos.
ALE em revista
Estudos sobre empreendedorismo
levantam questões sobre as características que tornam uma pessoa mais
ou menos empreendedora. Mesmo
não sendo um traço genuinamente genético, parece que os integrantes de
empresas familiares trazem no sangue um certo “DNA empreendedor”.
Pelo menos é o que dizem 63% dos
entrevistados brasileiros da pesquisa
da PwC Brasil, que afirmam que as
empresas familiares são mais empreendedoras do que as demais.
Para Douglas dos Reis, sócio-proprietário do grupo de postos Kurujão, da rede
ALE, em Goiás, o tino para os negócios
começou cedo, quando, ainda criança,
ajudava o pai no trabalho. “Era o início
de tudo, no primeiro posto. Na sequência vieram outros dois e sempre trabalhei com ele”, relembra. O pai de Douglas faleceu em 2009 e, na companhia
da mãe, Elza, e da irmã, Vivian, ele deu
continuidade aos negócios.
Hoje, quatro anos depois, a família
está à frente do maior grupo em número de postos da rede ALE no Brasil.
Atualmente, são 11 postos e o objetivo é atingir 20 unidades, com expansão prevista para outras regiões. Por
mês, o Grupo Kurujão vende cerca de
3 milhões de litros de combustível.
O grupo também investe em seis lojas de conveniência, sendo quatro da
bandeira Entreposto. “Além de ser
uma forma de superar a perda do meu
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Célio Chavier - Estúdio Clic
Elza, Vivian e Douglas dos Reis
comandam os negócios da família
washington alves
NEGÓCIOS
Hélida, Dalva e Helder:
família garante estrutura
sólida para os negócios
pai, o foco nos negócios é uma característica da família; acredito que isso
impacte diretamente no sucesso que
alcançamos”, afirma o administrador
de empresas.
Além da rede de postos de combustível, a família também tem duas fazendas de cria e recria de gado Nelore,
que são administradas pelo cunhado.
Como não poderia deixar de ser, também nesses empreendimentos, tudo
continua em família e com benefícios
típicos da natureza do negócio. “Trabalhamos sempre em comum acordo,
em prol da melhoria e temos o objetivo de crescer juntos. E esse espírito
familiar é sempre passado para todos
os funcionários. É importante manter
a amizade entre todos os envolvidos”, declara Douglas.
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Receita de sucesso
“As empresas familiares são o grande motor da economia em nosso
país. Basta analisar que a maioria
das grandes corporações nasceu
sob esse modelo e depois se desenvolveu até atingir maior porte e
atrair outros investidores”, explica
o sócio-líder de Private Company
Services da PwC Brasil, Carlos Mendonça. Apesar do cenário atual positivo, muitas histórias de negócios
em família já vêm sendo traçadas há
mais tempo.
É o caso da empresa Forno de Minas,
fundada em 1990 por Dalva Mendonça, Helder Mendonça e Hélida Mendonça. Além do sobrenome, mãe,
filho e filha, respectivamente, recriaram a relação familiar em oportuni-
dade de negócio: transformaram uma
receita da matriarca em objeto para
criar uma empresa e passaram a produzir pão de queijo congelado.
Lá se vão 23 anos de trabalho e, hoje,
os Mendonça administram uma empresa de negócios diversificados, a
MK Empreendimentos e Participações Ltda., que inclui, além do setor
alimentício, empresas de tecnologia e
participações em shopping centers. A
nova empresa foi fundada quando a
família optou por vender a Forno de
Minas para uma empresa dos Estados
Unidos, em 1999. Dez anos depois, decidiram comprá-la de volta e a marca
passou a ser sociedade anônima, com
um acionista que não faz parte da
família. “A nossa sociedade familiar
tem sido um sucesso. Sempre busALE em revista
camos os melhores profissionais do
mercado, as melhores tecnologias e
alternativas e o melhor para a gente
e para os nossos filhos”, analisa a diretora de RH e Comunicação da Forno
de Minas, Hélida Mendonça. A relação
familiar em sua essência é uma das
características que mais se destacam
nesse modelo de negócio. “Parece
que é insolúvel e extrapola o negócio,
trabalhamos de forma que um dá suporte para o outro. Todo negócio tem
riscos, fases boas e dificuldades, mas
a família favorece uma estrutura sólida”, conta Hélida Mendonça. É isso
que pensam também 86% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa da
PwC Brasil, que concordam que valores e cultura são mais fortes na empresa familiar do que em outro tipo
de negócio e que isso se torna uma
vantagem competitiva.
interferir negativamente”,
Luiz Marcos.
analisa
Estruturar é preciso
Mas é preciso lembrar que estamos
falando de empresas que seguem lógicas de mercado. Por isso, as características próprias do modelo do negócio
familiar que possibilitam avanços baseados no relacionamento não são suficientes para mantê-las. “O momento
é próspero e muita gente está se profissionalizando nesse contexto”, alerta
Luiz Marcos.
Dos vários itens indispensáveis para
que um negócio sobreviva, a estruturação é um dos mais importantes. De
acordo com Carlos Mendonça, as empresas que não investem na estrutura
tendem a ficar estagnadas e não conseguem lidar com o crescimento. “Mui-
Luiz Marcos (centro) é
conselheiro dos filhos, que atuam na
administração dos negócios da família
Felipe Brasil
Luiz Marcos Júnior, que administra
três postos de combustível do Grupo Estrela em Alagoas, integrante da
rede ALE, sabe bem como funciona o
trabalho em família. Desde que decidiu trocar o ofício de fisioterapeuta
pela gestão do grupo fundado por seu
pai, entendeu que a proximidade e o
parentesco podem ser pontos muito
positivos para o bom desempenho dos
negócios. Atualmente, ele divide as
responsabilidades com o irmão, que
também decidiu apostar na empresa
da família.
Os dois contam com a presença do pai
como conselheiro e o grupo é composto por três postos, localizados nos
municípios alagoanos de Barra de São
Miguel, Cajueiro e Jaramataia. “Muitas vezes, a intimidade pode ser um
fator complicador e esse é um grande
desafio. Acredito que sabemos dosar
isso no Grupo Estrela, mas foi preciso
definir bem as tarefas e os papeis de
cada um. É importante saber que um
fator que deve ser tão positivo e ajudar a empresa a prosperar não pode
ALE em revista
19
NEGÓCIOS
Inovação necessária
Edi Pereira
Não basta a casa estar arrumada para que os resultados sejam
positivos. “A receita que leva ao
sucesso, provavelmente, não é
a que garantirá a sobrevivência
de um negócio. Da lista das 500
maiores empresas do mundo em
1973, apenas 20% permanecem
vivas e isso mostra a importância da inovação e da adaptação”,
afirma Carlos Mendonça. Ou seja,
a adaptação ao mercado é essencial para as famílias que pretendem seguir o caminho do crescimento. As empresas familiares
brasileiras já estão no caminho
certo: 71% daquelas que foram
entrevistadas pela PwC citaram
a importância da necessidade de
continuar a inovar e 50% a de investir em novas tecnologias.
tos empreendedores não veem valor
em investir em governança, por exemplo, pois conhecem o negócio como
ninguém. Porém, chega uma hora em
que o modelo muito centralizado para
de funcionar e não consegue suportar
o novo porte da empresa”, destaca.
Assim, ele alerta para a importância de
trazer os recursos necessários ao momento pelo qual a empresa está passando, como capacitação de pessoas,
estratégias de crescimento e capacidade de supervisão.
Para Hélida Mendonça, da Forno de
Minas, a característica empreendedora é fruto da influência da família. Pelo
menos entre os seus parentes próximos, parece que empreender é palavra de ordem: confecção de roupas,
concessionária de veículos e fábrica de
laticínios são alguns dos exemplos de
empresas familiares que são fruto do
empreendedorismo da família de maneira geral. “Vejo como uma dose de
coragem e ousadia que, somada à segurança de estar em família, possibilita
que haja união em prol de um objetivo
comum”, destaca.
Sucessão: ponto primordial
Existe um momento em que a reunião
da empresa pode chegar à mesa de
jantar: quando o assunto é a sucessão. “O assunto costuma ser associado
à morte, o que acaba sendo um tabu
dentro da empresa e não é discutido
de forma aberta e planejada, trazendo
problemas ainda maiores”, alerta Carlos Mendonça.
Carlos Mendonça da PwC acredita
que empresas familiares são o
grande motor da economia do país
20
Principalmente em empresas que ainda
estão na primeira geração, o tema precisa ser discutido o quanto antes e não
deve ser deixado para depois. “Os herdei-
ros podem não estar preparados, ou não
ter aptidão para o negócio. São muitas
variáveis que interferem”, acrescenta.
Para a Forno de Minas, esse momento acabou de chegar. No ano passado,
eles contrataram uma assessoria jurídica para iniciar um trabalho de consultoria para sucessão e isso inclui a
cobertura de todas as questões legais
e o estabelecimento de normas. Para
Hélida Mendonça, o assunto é sério e
necessário para preservar o negócio e
os herdeiros. No entanto, ela sabe que
sua responsabilidade como mãe é mostrar o que o mundo tem de melhor para
os filhos. “Prezo a liberdade de escolha
e a minha obrigação é mostrar isso. Se
eles se interessarem e quiserem trabalhar na empresa, vai ser ótimo; se não,
temos outras possibilidades”, afirma.
A falta de aptidão dos herdeiros pode
ser um problema para o futuro de uma
empresa familiar, assim como o conflito entre gerações. Mas para tudo
existe uma solução, desde que as regras sejam claras e estejam de acordo
com a melhor maneira de sustentar o
negócio. “Algumas empresas familiares definem pré-requisitos para que
os herdeiros que assumirem um cargo
estejam preparados para tal. Há também as possibilidades de contratar um
gestor interno e mudar a forma como
o negócio é tocado. Seja qual for, o importante é falar sobre o assunto”, conclui Carlos Mendonça.
Mais do que um legado para a geração
seguinte, é preciso fazer de cada ação
uma base de sustentação para a empresa. Bem parecido com o que acontece nas relações familiares, seja qual
for a sua formação.
ALE em revista
MÃO DE OBRA
Sobram vagas,
O
Ensino generalista no Brasil
faz com que falte mão de obra
especializada, garante Milta Rocha
arquivo pessoal
falta mão
de obra
aquecimento da economia
brasileira continua estimulando a geração de empregos no país. No segundo
trimestre de 2013, o Brasil vai liderar
a criação de emprego no continente
americano. A oferta deve crescer 30%,
segundo pesquisa divulgada em março
pela empresa americana de consultoria ManpowerGroup.
Se por um lado as estimativas são animadoras, por outro podem preocupar
alguns empregadores brasileiros. Isso
porque falta mão de obra em alguns
setores privados do país. Há postos de
trabalho disponíveis, mas falta mão de
obra para preenchê-los.
O Brasil já é o segundo país do mundo
com maior dificuldade em preencher as
vagas disponíveis, ficando atrás apenas
do Japão. No ano passado, 71% dos empregadores brasileiros enfrentaram o
problema. Os dados foram divulgados
na pesquisa Escassez de Talentos 2012,
também realizada pela ManpowerGroup. No ano passado, as vagas com
perfil técnico encabeçaram a lista das
carreiras mais demandadas no Brasil.
O atual quadro não é exclusividade do
país, conforme apontou o estudo. Em
termos globais, cerca de um em cada
três empregadores (34%) continuam
ALE em revista
21
MÃO DE OBRA
com dificuldades para preencher as
vagas abertas. Os postos de trabalho
para trabalhadores das profissões de
ofício (aprendidas fora da escola) são
os mais difíceis de preencher em nível
mundial. A principal razão para isso,
segundo os 38 mil entrevistados em 14
países, é a carência de candidatos.
De acordo com Milta Rocha, coach e
líder organizacional da Milta Rocha
Consultoria, isso acontece porque os
sistemas educacionais em todo o mundo enfatizam os cursos de ensino superior. “No Brasil, por exemplo, a base de
ensino é mais generalista do que especialista. É preciso investir mais na formação de jovens em cursos técnicos e
profissionalizantes”, opina.
Para ela, a desvalorização por parte
das empresas também explica a escassez de mão de obra no país, principalmente em carreiras de nível técnico e
Redirecione sua carreira
Profissionais que investem no desenvolvimento de suas competências e habilidades são mais valorizados no mercado de trabalho. Sozinho pode ser
difícil começar, mas existem especialistas para indicar o melhor caminho.
Um exemplo é o profissional coach, que pode ser contratado tanto pelas
empresas quanto pelos profissionais interessados em passar pelo processo de coaching. Na prática, ele identifica o estado atual de seu cliente e
caminha junto com ele até seu nível desejado. As motivações para contratar o trabalho desse profissional são variadas: mudança de carreira,
reestruturação empresarial, necessidade de qualificação profissional etc.
No caso da consultora organizacional Fernanda Fraga, 29 anos, o objetivo
era a mudança de carreira. A decisão veio em 2006, quando se formou no
curso técnico de Engenharia Hospitalar, com foco em Radiologia. Mesmo
formada, não tinha interesse em trabalhar na área. “Eu tinha a formação
técnica, mas trabalhava com gestão de pessoas e queria continuar nessa
área. A grande dúvida era a necessidade ou não de cursar uma nova graduação”, relembra.
Foi então que Fernanda resolveu contratar o trabalho de coaching. Ao final
de três meses, estava certa de que não precisaria cursar uma graduação para
atuar em sua área de interesse. “Eu decidi pela pós-graduação em gestão de
pessoas”, conta.
A qualificação contribuiu para a conquista do cargo de gerente de Gestão de Pessoas numa indústria de pré-moldados em Belo Horizonte. “Num
dado momento, eu já dominava a função e queria dar um passo adiante.
Recorri novamente ao mesmo profissional para me orientar”, comenta.
A decisão, dessa vez, foi deixar a empresa em que trabalhava e atuar como
consultora autônoma. Em pouco tempo, iniciou a função numa renomada
empresa de consultoria da capital mineira. Aos 29 anos, Fernanda afirma
ter atingido o seu ideal: “Muito provavelmente não chegaria nesse ideal
sem ter recebido orientação. Eu não teria sido tão assertiva. O coaching
foi o maior investimento na minha carreira”, garante.
22
nas profissões de ofício. “É importante
valorizar o empregado independente
do nível hierárquico e da sua formação. As empresas precisam oferecer
benefícios —na medida do possível— e
treinamento constante”, afirma.
O treinamento deve incluir o feedback
permanente de reconhecimento (sinaliza que o empregado está no caminho
certo) e de aprimoramento (aponta
onde ele precisa melhorar). O profissional deve ser acompanhado pelo seu
gestor imediato principalmente nos
primeiros 90 dias de experiência.
Exemplo na prática
A construção civil é um dos setores
mais atingidos pela escassez de mão
de obra. Faltam profissionais de nível
operacional (pedreiros, serventes etc.)
para trabalhar nas obras em construção no país.
A coordenadora de RH da Masb Desenvolvimento Imobiliário, Henriqueta Chaves, aponta outras dificuldades: a baixa
qualificação e os altos índices de absenteísmo da mão de obra contratada.
Para minimizar o problema, a empresa aposta no projeto Colaborador
Nota 10, criado em 2011 pela área de
Recursos Humanos.
Por meio dele, o percentual de absenteísmo caiu de 7% para 2% em 2012.
O programa avalia os colaboradores
mensalmente, considerando os seguintes itens: segurança individual e coletiva, qualidade do serviço executado,
participação nos treinamentos obrigatórios e assiduidade (frequência durante o mês de trabalho).
Os profissionais com melhores resultados recebem uma quantia em dinheiro
como recompensa. A premiação ocorre
ALE em revista
Heide Costa
Fernanda Fraga aposta no direcionamento
profissional oferecido pelo coaching
a cada três meses. “Acreditamos nisso
como forma de atrair e reter a mão de
obra da construção civil”, ressalta.
Outras estratégias são adotadas nesse sentido. A oferta de benefícios é
uma delas. Além do plano de saúde, a
Masb oferece mensalmente uma cesta básica entregue em domicílio. O “kit
prêmio” (minicesta com itens variados) também é distribuído todo mês,
se o colaborador não faltar ao trabalho. “O nosso objetivo é mostrar que
a frequência dele é importante para
a obra. É uma forma de valorizá-lo”,
completa Henriqueta.
Recrutamento e seleção
como estratégia
Investir em recrutamento e seleção é
uma das estratégias para enfrentar a
escassez de mão de obra no país, conforme recomenda Milta Rocha. Um
processo completo e bem estruturado
garante maior assertividade na captação de talentos.
Em primeiro lugar, a empresa anunciante
precisa ter uma boa imagem no mercado
em que atua. Isso é importante para despertar o interesse de candidatos.
Depois, é preciso investir no bom recrutamento, o que depende essencialmente da descrição e do perfil da vaga.
O recrutador deve ter a total compreensão da vaga anunciada; só assim
ele conseguirá comunicar ao mercado
sobre a oportunidade e selecionar o
candidato mais adequado. Não basta
definir o cargo e os pré-requisitos exigidos; é necessário detalhar ao máximo as atividades que o profissional irá
desempenhar e as responsabilidades e
competências necessárias.
O processo de seleção em si também é
muito importante. Mais do que avaliar
ALE em revista
as qualificações técnicas, o profissional de RH precisa analisar o comportamento do candidato durante todo
o processo seletivo. Aqueles que demonstram maior equilíbrio emocional
disparam na frente, já que essa é a
principal competência valorizada atualmente pelas organizações.
É aí que entram as chamadas “provas
situacionais”. A técnica é hoje uma
das mais utilizadas nos processos de
recrutamento e seleção do país. Ela é
aplicada da seguinte forma: o selecionador simula situações-problemas típicas do cargo para o qual o profissional
está se candidatando. É pedido, então,
que o aspirante à vaga comente como
se comportaria em tal situação e o que
faria para resolvê-la da melhor forma.
Atento às respostas, o selecionador
consegue conhecer melhor o candidato e verificar se o perfil dele está realmente adequado à vaga.
As provas situacionais, porém, são
apenas parte de todo um processo que
deve ser cuidadosamente elaborado
conforme as especificidades da vaga.
Os testes psicológicos podem ser dispensáveis em alguns casos, mas obrigatórios em outros. Na seleção de um
motorista de ônibus, por exemplo, a
avaliação psicológica confirma a aptidão do candidato para desempenhar a
atividade de risco.
23
Passatempo
Lata
velha, não;
raridade!
Em busca do charme perdido dos veículos
do passado, cada vez mais pessoas aderem
ao hobby do Antigomobilismo no Brasil
P
elo menos uma vez por mês,
Luís Filipe Quintela vai trabalhar dirigindo um dos carros
de sua coleção composta por
20 exemplares de automóveis antigos.
O empresário se dedica, há mais de 20
anos, a reformar e colecionar essas raridades, atividade que demanda tempo,
mas que ele exerce com prazer em paralelo ao trabalho de conselheiro e revendedor da marca ALE. Quintela não
está sozinho nessa. O antigomobilismo, como é conhecido o hobby, cresce
ano a ano no Brasil e conta atualmente
com cerca de 70 mil representantes,
de acordo com a Federação Brasileira
de Veículos Antigos (FBVA).
Angolano radicado no Brasil desde os
quatro anos de idade, ele conta que a
paixão por automóveis antigos o acompanha desde a infância. De lá pra cá, o
hobby passou a ser levado a sério ainda
no início da fase adulta. “Depois que fi-
24
quei velho, a única coisa que mudou foi
o tamanho do carro”, brinca o empresário, hoje com 40 anos.
O primeiro carro de sua coleção foi
um Chevrolet Bel Air vermelho e
branco, de 1958, que até hoje roda em
perfeito funcionamento. Com o tempo, Quintela foi engrossando a coleção com vários modelos da Mercedes,
Volvo e Ford. “A maioria desses carros eu ganhei de amigos e conhecidos
que não estavam mais interessados
em mantê-los. Com o tempo e muito
boca a boca, outras pessoas passaram
a me doar os veículos porque sabiam
que eu os trataria com carinho e garantiria a manutenção”, relembra.
À medida que a paixão pelos carros crescia, o empresário começou a atrair para
perto de si outras pessoas com o mesmo
interesse. A proposta deu certo e o incentivou a criar, junto com mais 50 an-
tigomobilistas, um encontro mensal em
frente a um dos seus postos, no Rio de
Janeiro. Dessa iniciativa para os encontros anuais, foi um pulo: atualmente, o
evento toma as ruas do entorno de seu
posto e as vias são fechadas para abrigar
uma multidão de admiradores de carros
antigos. O último encontro expôs cerca
de 450 carros, chamando a atenção de
pessoas de todas as idades.
A partir dos encontros periódicos, o
empresário criou, em 2010, o Clube
Antigomobilistas da Vila da Penha
(AVP), que hoje tem cerca de 80
membros. “Muitas amizades se formaram por causa do clube, já que sempre
nos reunimos com o mesmo objetivo
de admirar os carros antigos e trocar
informações e dicas sobre manutenção”, diz. De quebra, os encontros
acabaram por aumentar o movimento
do posto, já que o local se tornou ponto de encontro de colecionadores.
ALE em revista
Divulgação
Divulgação
Entrevista
Qual seu modelo favorito e como ele
chegou a suas mãos?
A minha marca preferida é Mercedes.
Tenho um modelo conhecido como
Barra Oito, de 1975. Esse carro pertencia a um amigo, que, por ter problemas
de visão, decidiu vendê-lo para mim. O
mais importante é que o carro é a realização do meu sonho de ter um exemplar da Mercedes.
Henrique Thielmann, presidente da
Federação Brasileira de Veículos
Antigos (FBVA), fala sobre a prática
do antigomobilismo.
Para Quintela, o antigomobilismo ajuda a entender a história do automóvel
no Brasil. Saudosista, comenta que o
hobby é uma forma de resgatar o charme perdido dos carros de antigamente.
“No passado, cada fábrica imprimia seu
estilo aos modelos, mas atualmente todos os carros parecem iguais e as pessoas não têm mais aquele desejo de ter
um modelo específico”, afirma.
Ainda de acordo com ele, as montadoras hoje estão olhando mais para o
passado e trazendo de volta modelos
mais retrô como o Camaro, o Mustang
e o eterno Fusca, numa tentativa de
colocar os carros novamente na posição de sonhos de consumo. “É interessante ver como o antigomobilismo reflete a mudança do gosto do brasileiro
ao longo do tempo e como as políticas
de cada época passaram a permitir a
introdução de modelos internacionais”, diz.
ALE em revista
Quais as dicas você daria para quem
quer começar a colecionar automóveis antigos?
Para começar, sugiro um carro nacional, como um Opala, por exemplo. É
interessante que esse carro já esteja
pronto, pois assim o dono poderá já participar de eventos de antigomobilistas.
Qual o modelo “sonho de consumo” entre os antigomobilistas?
Entre os carros nacionais, modelos
como o Karmann Ghia, Puma e Maverick GT estão entre os preferidos
dos colecionadores. Entre os importados, a coisa fica mais difícil, mas
o Mustang continua sendo muito
desejado. Normalmente, os veículos
mais procurados remetem a algum
filme ou história do passado.
Olhando para os automóveis antigos,
do que você mais sente saudade nos
carros atuais?
Sinto falta das diferenças no design
que existiam na indústria. No passado, podíamos identificar de longe a
marca e o modelo. Mas atualmente,
por questões de aerodinâmica, todo
mundo copia todo mundo, com raríssimas exceções.
Para assistir
Para ler
Corrida sem fim
Almanaque dos
Carros antigos
Autor: Kataoka e Fábio de Souza;
(Two-Lane Blacktop)
Direção: Monte Hellman
Editora Leitura
Lançado em 1971, o filme conta a história de dois personagens: o piloto e o
mecânico. Dedicados exclusivamente
ao seu Chevy 55, a dupla engata uma
corrida até Washington contra um
desconhecido. Durante a viagem, a
estrada e as experiências vão alterando os rumos dos competidores.
O livro proporciona uma viagem no
tempo por meio da história dos automóveis que marcaram época no Brasil e
no mundo. É um verdadeiro resgate de
grandes marcas e modelos inesquecíveis, enriquecido por imagens exclusivas
e curiosidades.
25
MERCADO
Fidelidade
premiada
Adriana Lorete
Empresas de diversos segmentos veem nos programas
um diferencial competitivo. Saiba como acumular pontos
e veja alguns cuidados que devem ser tomados
O
mercado globalizado e a concorrência cada vez mais forte
trouxeram para as empresas
um novo conceito quando o
assunto é o tratamento do cliente. Relacionamento é a palavra da vez e companhias que ainda focam suas estratégias
somente em preço estão fadadas a perder espaço entre os concorrentes.
O consumidor, hoje, quer ser reconhecido e premiado. Produtos e serviços
têm que vir com benefícios que agreguem valor, seja no ato da compra ou
em programas que ofereçam bônus em
longo prazo.
Foi nesse contexto que surgiram no
Brasil, na década de 90, os primeiros
programas de fidelidade. As pioneiras
foram as companhias aéreas: uma porcentagem das milhas voadas poderia
ser convertida em novas passagens.
O conceito foi ganhando força. Hoje, bancos, supermercados, farmácias e postos
de combustíveis, entre outros negócios,
oferecem diversas modalidades a seus
clientes. Fazem isso com programas próprios ou por meio da parceria com grandes empresas do segmento, como a Dotz
e a Multiplus. Fundada em São Paulo há
mais de dez anos, a Dotz distribui cerca
de 570 pontos por segundo, gerando
mais de 175 mil trocas por mês, num
total de 7,6 milhões de consumidores.
O programa permite a troca de pontos
por produtos como eletrodomésticos,
créditos telefônicos, passagens áreas e
vale-combustível. A rede Multiplus, fun-
“Um posto bem
estruturado
facilita o alcance
das metas.”
Nilton Faria
26
ALE em revista
dada pela companhia aérea TAM, em
2009, funciona de forma semelhante
—também é um programa de coalizão.
Um cadastro único permite acumular pontos em diversas companhias e
resgatá-los de acordo com o interesse
do usuário.
A diferença entre os dois é que, enquanto
no programa originado na TAM, o cliente acumula pontos em contas diferentes,
precisando transferi-los de uma conta
para outra quando deseja resgatar algum
prêmio, no Dotz existe uma conta única e
diversas opções de resgate imediato, no
ponto de venda.
Conquistando e fidelizando clientes
Marcelo Cenni, diretor de Relacionamento com Clientes da Expertise, empresa especializada em inteligência e
pesquisas de mercado que tem entre
seus clientes a Dotz, explica que os
programas buscam não só fidelizar
clientes antigos, mas conquistar um
novo público, chegando mesmo a mudar comportamentos. Cenni exemplifica: “Um consumidor nos contou que a
mulher pedia que ele fizesse compras
em um determinado supermercado,
mas ele mentia e ia a outro, que tinha
dotz. Quando ele resgatou seu primeiro prêmio e contou para a esposa, ela
também passou a ser cliente do supermercado filiado ao programa”.
No caso dos postos de combustíveis,
ele acredita que esses programas também podem ser decisivos. “Quando vai
abastecer, um consumidor procura, em
primeiro lugar, uma rede em que confie,
além de preço e localização. Hoje, com
preços muito próximos, o programa de
fidelidade é um diferencial e pesa na decisão do cliente”, avalia.
O professor Marcelo Pontes, líder da
área acadêmica de Marketing, Pesquisa
e Economia da ESPM (Escola Superior
de Marketing e Propaganda), entre outros cursos, destaca os cuidados que
devem ser tomados durante a implantaALE em revista
A ALE entende a importância de oferecer ações de fidelidade e incentivo para
consumidores, revendedores e demais profissionais dos postos, como frentistas, gerentes e atendentes de lojas de conveniência. Por esse motivo, a empresa é parceira da Dotz, programa que possibilita ao consumidor acumular pontos toda vez que abastece em uma das revendas participantes. Ao acumular
dotz, ele tem a opção de trocar por produtos ou serviços do catálogo eletrônico
ou, ainda, resgatar itens nas lojas físicas dos parceiros do programa.
A novidade é que, depois de um período de testes na região metropolitana de
Belo Horizonte, o consumidor já pode pagar sua compra de combustíveis com
dotz nos postos ALE participantes do programa de resgate, com a facilidade e
a segurança de uma transação de cartão de crédito. Atualmente, o programa
para os consumidores está ativo em Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Fortaleza e região de Cariri, Santa Catarina e região Metropolitana de Curitiba.
Já o Clube ALE é o programa de incentivo e fidelidade voltado para revendedores e equipe dos postos, com o objetivo de torná-los mais eficientes em
vendas e ofertas de serviços. Nele, os participantes ganham pontos por bom
desempenho nas métricas estabelecidas pela companhia e podem trocar por
milhares de produtos e viagens. O Clube ALE promove, ainda, a eleição dos
melhores postos da rede.
O Posto Acreawi foi um dos eleitos como melhor posto do Brasil por alcançar
as metas estabelecidas pelo programa. O proprietário, Nilton Faria, atribui o
prêmio ao tratamento diferenciado que oferece aos clientes desde que começou a operar a revenda, no fim do ano passado. “Um posto bem estruturado
facilita o alcance das metas do programa porque todos trabalhamos de forma
mais profissional,” garante Faria.
ção de um programa de fidelidade. Ele
acredita que alguns programas focam
suas ações apenas na oferta de brindes para os clientes, muitas vezes embutindo o valor dos prêmios no preço
dos produtos. “Se o brinde terminar,
muitos clientes simplesmente param de
comprar —e isso significa que a fidelidade não aconteceu”.
Para ele, a forma correta de fidelizar
um consumidor é agregar valor aos serviços e produtos, atendendo os clientes
de maneira mais completa e oferecendo
produtos pensados para ele. “Com base
nos dados dos seus clientes e com o
apoio da tecnologia, é possível analisar
o perfil de cada um com mais detalhes,
desenvolvendo programas de fidelidade
e relacionamento mais focados nas reais necessidades do cliente”, avalia.
27
PÉ NA
ESTRADA
Prooonto,
cheguei!
Apertem os cintos, vamos
pousar na Cidade do Sol
28
ALE em revista
As temperaturas médias em torno de
28ºC atraem visitantes o ano inteiro.
Anualmente, cerca de 2 milhões de
pessoas —entre brasileiros e estrangeiros— desembarcam na capital potiguar.
Com tantos atrativos, Natal deixa
muitos turistas apaixonados. É o caso
do administrador paulista Elio Lenza
Vieira, de 61 anos. Nas últimas férias,
ele viajou para lá com a família, por
indicação de um dos filhos, que é fã
da cidade.
ALE em revista
Divulgação
D
izem que há quatro estações
bem definidas na Cidade do
Sol: verão, quentura, calor e
mormaço. A afirmativa poderia soar exagerada, se não estivéssemos falando de Natal, a capital do
Rio Grande do Norte. Dos 365 dias do
ano, aproximadamente 300 são dias
de sol graças à proximidade com a Linha do Equador. Daí o título de “Cidade
do Sol” ou “Noiva do Sol”, como era
chamada pelo jornalista potiguar Luís
da Câmara Cascudo (1898-1986).
Para economizar, decidiram viajar depois do Carnaval. É nesse período que
termina a alta temporada e os preços
ficam melhores. “Fiz dois orçamentos
com a agência de viagens; considerando o período antes e depois do Carnaval, a diferença foi em torno de 40%”,
conta Elio.
Hoje em dia, com as inúmeras possibilidades da internet, muita gente escolhe
viajar por conta própria, pesquisando
informações e reservando pacotes em
sites especializados. Mas Elio engrossa o time dos que preferem contratar
uma agência de viagem. “Acho mais
prático, até porque foi minha primeira
viagem à Natal”, avalia.
Agência contratada e pacote fechado,
Elio e os familiares embarcaram de São
Paulo com destino à Cidade do Sol. O
voo dura cerca de três horas. De Belo
Horizonte, o trajeto dura aproximadamente 2 horas e 15 minutos. Partindo
do Rio de Janeiro, são duas horas e
meia dentro da aeronave.
29
Tursimo / Canindé Soares
PÉ NA
ESTRADA
A chegada
A chegada é pelo Aeroporto Internacional Augusto Severo, que fica no município de Parnamirim, distante 20km
do centro de Natal. Segundo a Infraero,
o complexo tem capacidade para receber 5,8 milhões de passageiros ao ano.
A desvantagem é que não há transporte público seguro, eficiente e barato
que faça o trajeto aeroporto-centro.
Um táxi com ar condicionado para o
bairro de Ponta Negra, por exemplo,
custa cerca de R$ 60. Lembre-se disso
ao fazer o planejamento financeiro da
viagem. Há também a opção de alugar
carros no saguão do aeroporto. O investimento vale à pena caso o turista
fique em uma praia mais afastada do
Centro e queira conhecer o litoral com
mais autonomia.
Por outro lado, dá para economizar
com a alimentação no aeroporto.
Desde o final de 2012, há uma lanchonete popular funcionando por lá;
uma boa notícia para o usuário que
30
se queixa dos altos preços do pão de
queijo e do cafezinho nos grandes aeroportos do país.
Na Cidade do Sol
O clima quente não causou estranheza ao paulistano, acostumado com as
temperaturas mais amenas de São
Paulo. “Não achei o clima abafado. Lá
venta muito, isso é bom. Também choveu vários dias, chuva passageira, o
que também refresca”, lembra Elio.
A praia de mesmo nome é a mais procurada por turistas e é lá que fica um
dos cartões postais de Natal: o Morro do Careca. A duna tem 120 metros
de altura e é cercada por vegetação
própria. Desde 2004, está proibido o
acesso ao ponto turístico, no intuito
de preservá-lo.
A surpresa mesmo foi o grande movimento de turistas. “Chegamos na
quinta-feira depois do carnaval e a
cidade estava bem movimentada,
mesmo passada a alta temporada.
Tinha muita gente chegando, inclusive estrangeiros. Mas isso não incomodou”, pontua.
Ponta Negra abriga também o conhecido restaurante Camarões. “Achei excelente o custo-benefício do restaurante.
Fui lá três vezes. O prato é delicioso
e serve até três pessoas. É importante chegar cedo, umas sete da noite,
para achar mesa”, recomenda. Além
da praia de Ponta Negra, as opções de
hospedagens em Natal estão concentradas na Via Costeira (hotéis em estilo resort) e no Centro (hotéis voltados
para negócios).
A família Vieira ficou hospedada no
bairro de Ponta Negra, no litoral sul da
cidade. Lá, fica a maior parte dos bares, restaurantes, hotéis e pousadas.
As paisagens de Natal já foram pano
de fundo para vários folhetins brasileiros, como Tieta do Agreste (1989)
e Flor do Caribe, novela exibida
ALE em revista
Secretaria de Turismo / Canindé Soares
atualmente na Rede Globo. Não é
para menos. São mais de 20 praias
de águas transparentes, calmas e
de temperaturas convidativas para
um banho de mar. Por isso, vale a
pena alugar um carro ou contratar
um bugueiro para conhecer o Centro
e arredores.
Micassia Aguiar
Se o roteiro incluir o litoral sul, dê um
pulo em Pirangi, a 28km do Centro da
capital. A região abriga o maior cajueiro do mundo, registrado no livro dos
recordes (Guiness World Records). A
árvore, com 8.400 metros quadrados,
ocupa uma área equivalente a um campo de futebol. Por ano, dá cerca de 70
mil frutos. De novembro a janeiro, é
possível colhê-los.
Existe um mirante no próprio cajueiro
onde é possível ter a visão completa
da maior copa de árvore frutífera do
país. Mas vale adiar a subida para se
encantar com os trabalhos manuais
produzidos com palha e outras matérias-primas: artesãs montam barraquinhas no entorno da atração e, enquanto trançam cumbucas, potes e outros
utilitários, vão contando curiosidades
da região aos turistas.
Elio vai retornar à Natal para aproveitar
todos os passeios, como o Morro do Careca
e a Fortaleza dos Reis Magos
Pipa: um paraíso na terra
Foram oito dias de férias no litoral potiguar; tempo suficiente para a família
se encantar por Pipa, vilarejo pertencente ao município de Tibau do Sul, a
cerca de 90km de Natal. “Recomendo
passar pelo menos dois dias lá. Fica a
40 minutos de Ponta Negra, onde me
hospedei”, sugere Élio.
ALE em revista
Secretaria de Turismo / Canindé Soares
É impressionante a hospitalidade e o
calor humano do povo natalense. Alegres, disponíveis e apaixonados por
Natal, os nativos fazem os visitantes
se sentirem em casa. Não há um que
dispense um bom papo. A proximidade
com eles torna a viagem ainda mais
agradável. É uma oportunidade que
ninguém deve perder.
Além de Pipa, outras cinco
atrações são imperdíveis
em Natal:
>> Morro do Careca
>> Praia de Ponta Negra
>> Forte dos Reis Magos
>> Praia de Genipabu
>> Cajueiro de Pirangui
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Secretaria de Turismo / Canindé Soares
PÉ NA
ESTRADA
Rasga aí!
“Rasga aí” é uma das expressões típicas natalenses e quer dizer “conta
aí! (a novidade, o caso etc.). “Vou
chegar”, no meio de uma conversa,
quer dizer “Estou indo embora”.
Como em toda região do Brasil, Natal tem suas expressões e palavras
peculiares que despertam a curiosidade dos visitantes. Conheça algumas:
>> Badejo: extraordinário,famoso
>> Cochambrança: acordo, combinação
>> Galado: alguém gente boa, amigo ou ao contrário disso
>> Grangazá: indivíduo de alta estatura
>> Malenjorcado: mal-vestido
>> Pega-bode: calça curta
>> Saído: intrometido
>> Tem pareia não: Quando algo é
sem igual, muito bom
>> Fazer o migué: enganar alguém
pela conversa
>> De rocha: quando alguém concorda com a afirmação do outro,
diz “de rocha”
Fonte: Universo Online - UOL
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Realmente, o vilarejo é um atrativo à
parte. As belas praias, a agitada vida
noturna e o charme da vila de pescadores explicam a fama do lugar. Outro passeio que vale conferir é a visita
à baía dos Golfinhos, eleita a quinta
praia mais bonita do Brasil. O ranking
foi divulgado em 2013 pelo TripAdvisor, um dos maiores sites de viagens
do mundo.
Se escolher “com emoção”, prepare-se
para sentir um friozinho na barriga de
pura adrenalina; isso é o que garantem
os bugueiros que comandam a aventura. Simpáticos, com um bom humor de
fazer qualquer um sentir uma pontinha
de inveja, os motoristas se empenham
em manobras radicais enquanto contam curiosidades sobre a região e dão
dicas turísticas.
De manhã bem cedo ou no final da tarde, é comum ver golfinhos nadando e
exibindo toda a simpatia em saltos e
acrobacias marítimas —o desafio é conseguir fotografá-los. Vale avisar que a
baía dos Golfinhos não tem estrutura
para receber os turistas; por isso, vá
prevenido. E atenção: o acesso só pode
ser feito na maré baixa.
O programa dura várias horas, então é
bom reservar um dia inteiro para isso.
Se puder, vá durante a semana, quando é menos movimentado. Outra dica:
por questões de segurança, contrate
profissionais credenciados à Associação de Proprietários e Condutores de
Buggys do Rio Grande do Norte. Eles
andam uniformizados com um colete
de cor amarela.
Com ou sem emoção?
Essa é a primeira pergunta que você
vai ouvir antes de se aventurar pelas dunas do litoral norte. A aventura aqui é o tradicional passeio
de buggy, meio de transporte mais
popular em Natal (não é à toa que
a cidade é conhecida como capital
mundial do “bugre” —como diz no Nordeste). O custo médio é de R$ 240 para
quatro passageiros.
O passeio termina na lagoa de Jacumã
com as descidas de “skibunda” e “aerobunda”. No primeiro, a pessoa desce
a duna sentada numa prancha de madeira. No segundo, desliza pela areia
pendurada numa corda e cai na lagoa.
Para completar o roteiro, experimente
outro clássico: o passeio de dromedários pelas dunas de Genipabu.
ALE em revista
Inclua em seu roteiro a Fortaleza da
Barra do Rio Grande, localizada na
praia do Forte, no litoral norte potiguar. Popularmente conhecida por
Forte dos Reis Magos ou Fortaleza
dos Reis Magos, o local é patrimônio
cultural do Estado. Nela, os visitantes
têm acesso ao mais antigo documento
histórico do Brasil, o Marco de Touros
ou Marco do Descobrimento, de 1501. O
ponto turístico fica aberto diariamente
das 8h às 16h. A entrada custa R$ 3.
Conheça, também, o Parque das Dunas —o segundo maior parque urbano
do país, superado apenas pela Floresta
da Tijuca, no Rio de Janeiro. Sua flora
possui mais de 350 espécies nativas. O
acesso é feito pelo Bosque dos Namorados, entre os bairros do Tirol e Morro
Branco. O funcionamento é de terça a
domingo, das 8h às 18h.
Terra do camarão
“Potiguar”, em tupi, quer dizer “comedor de camarão”. Daí o título de “terra do camarão” para a capital do Rio
Grande do Norte, Estado que mais produz e exporta o crustáceo.
O Camarões Restaurante é parada
obrigatória para visitantes ansiosos
em saborear as delícias da gastronomia potiguar. Famoso pela variedade
de receitas, qualidade no atendimento e preço acessível, o Camarões está
sempre lotado. A casa já recebeu, por
anos consecutivos, o Prêmio Top Natal
concedido às marcas mais lembradas
pelos natalenses.
Fomos buscar, junto ao estabelecimento, um dos pratos regionais mais
pedidos pela clientela. O “camarão no
jerimum ou na abóbora” é aprovadíssimo por lá, conforme garante o chef
Carlos André Barbosa. Apoiado por
uma equipe de 23 colaboradores, ele
gasta só 10 minutos para preparar
o prato servido há mais de 20 anos.
Perguntamos, é claro, qual o segredo,
o toque final que diferencia a receita
das demais. “O diferencial é a manteiga de camarão, que adiciona muito
mais sabor à comida”, revela.
Delícias do Rio Grande do Norte
Segredo do prato
O chef natalense, Carlos André Barbosa, que antes da
profissão cantava numa banda de forró, ensina a preparar o famoso camarão no jerimum.
está no preparo da
manteiga de camarão
Demis Roussos
Atrações culturais
Modo de preparo: Saltear o camarão na manteiga do
sertão; acrescentar tomate em cubos, cubos de jerimum, salsa picada; flambar com conhaque manteiga
de camarão, purê de jerimum e molho branco.
Montagem: Rechear o jerimum com camarão no molho,
cobrir com queijo coalho e parmesão e gratinar. Acompanha à parte, na mesma travessa, arroz com brócolis
e batata ao vapor. O prato serve bem até três pessoas.
Quer experimentar a receita exclusiva do Camarões Restaurante? Anote aí o endereço: Avenida
Engenheiro Roberto Freire, 2610, Ponta Negra. Além
desse, que é o principal, há três filiais. Informe-se pelo
site www.camaroes.com.br
ALE em revista
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Conheça
ALE em
números
A ALE, empresa 100% nacional, está presente em 22 Estados brasileiros e no Distrito Federal: são 1.900 postos distribuídos em todo
o país para oferecer serviços de qualidade, que vão além da venda
de combustíveis. A empresa, que atua também nas áreas de logística e asfalto, gera cerca de 15 mil postos de empregos, diretos e
indiretos, e atende cerca de 5,5 mil clientes mensalmente.
Faturamento
2012
9
Previsão
faturamento
2013
Crescimento
em 2012 em
relação a 2011
11 13
R$
R$
Metas 2013
Investimentos para 2013
bilhões
bilhões
Conquista de
160
postos
34
Aproximadamento
155
R$
milhões
%
Principais destaques de 2012
213
400
novos postos e ampliação da
venda de produtos asfálticos
milhões de combustíveis
comercializados em um único mês
Resultados Asfalto
35
R$
milhões
em infraestrutura
58
87
R$
R$
milhões em 2012, 51 mil
toneladas comercializadas
milhões em 2013, 81 mil toneladas comercializadas
ALE em revista
ALE em revista
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NO CLUBE ALE,
TEM SEMPRE
UM PRÊMIO QUE
É A SUA CARA.
É mais vantagem
pra você? É ALE.
O Clube ALE é um programa exclusivo e gratuito
para os revendedores e equipe dos postos.
Nele, você acumula pontos ao atingir metas e
interagir com a ALE pelo site www.clubeale.com.br.
Acesse e troque seus pontos por viagens, presentes
para sua família e materiais promocionais para seu posto.