Consultar a versão PDF
Transcrição
Consultar a versão PDF
www.revistaoutdoor.pt nº1 Setembro/Outubro 2011 outdoor Revista Torna-te fã ESCALADA… Um desafio, um prazer, um modo de vida! Isabel Boavida Chef Chakall Fotografia com Sabor a Aventura Os 7 Cumes de Ângelo Felgueiras Travessia da Ilha de Skye em bicicleta Actividades em família em Canoa pelo Tejo Apps grat u oor para itas ot Ipho eu ne RESERVAS NATURAIS EM PORTUGAL Disponível para iPad e iPhone Outd Editorial Ficha técnica Chegou o novo número! C om o lançamento desta edição pretendemos agradecer a todos o excelente feedback recebido com novas ideias, criticas, sugestões e muito mais… A todos os que já se tornaram fãs, aos leitores, seguidores e colaboradores, o nosso muito obrigado! Nesta nova edição, agarrámos nas várias ideias que nos chegaram e trazemos boas supresas: temos novas personalidades que se destacam no Outdoor, mostrando um Mundo por descobrir, fornecendo sugestões e ideias para uma quebra na rotina dentro e fora de portas. Num país como o nosso, recheado de características naturais propícias à prática de desporto aventura, levamos-te a descobrir alguns dos pontos mais belos do nosso Portugal, inacessíveis de carro ou outro meio de transporte movido a motor. Boas Aventuras e até Novembro. Não se esqueçam de ir acompanhando todas as novidades no Portal Aventuras. www.revistaoutdoor.pt Desafiámos também o Chef Chakall e ele... aceitou! Vais ter a oportunidade de descobrir uma das suas paixões e claro, saborear uma receita divinal! nº1 Setembro/outubro 2011 Já imaginas-te escalar em Sagres? E no Cabo da Roca? Estes são alguns dos pontos de eleição da Isabel Boavida em Portugal, uma grande aventureira, que nos conta alguns dos seus truques para vingar na Modalidade. Esta é uma das nossas sugestões de leitura… mas, levamos-te a muitos outros locais como a Serra da Freita, a Região de Constância, o Douro, Ilha de Skye, entre outros. outdoor reviSta torna-te fã ESCALADA… Um DESAfio, Um prAzEr, Um moDo DE viDA! Isabel Boavida ChEf ChAkALL FotograFIa com SaBor a aventura oS 7 CUmES 4 Edição nº1 WPG – Web Portals Lda NPC: 509630472 Capital Social: 10.000,00 Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide Telefone: 214702971 Fax: 214702973 Site internet: www.revistaoutdoor.pt E-mail: [email protected] Registo ERC n.º 126085 Editor e Director Nuno Neves | [email protected] Marketing, Comunicação e Eventos Isa Helena | [email protected] Sofia Carvalho | [email protected] Revisão Cláudia Caetano Colaboraram neste número: Ana Lima, Ana Barbosa, Ana Isabel Mineiro, Artur Pegas, Aurélio Faria, ChakalL, Isabel Boavida, Joel Santos, Jorge José Portela, Magali Tarouca, Paulo Nascimento, Paulo Quintans, Ricardo Alves. Design Editorial Inês Rosado de Ângelo Felgueiras trAvESSiA DA iLhA DE SkyE Em biCiCLEtA ACtiviDADES Em fAmíLiA em Canoa pelo tejo Equipa Portal Aventuras www.portalaventuras.pt AppS oUtD oor U pArA itAS o tEU ipho NE GrAt rESErvAS NAtUrAiS Em portUGAL Disponível para iPad e iPhone Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotografia de capa Ricardo Alves Desenvolvimento Ângelo Santos Segue-nos no Facebook! Directrizes EDITORIAL 04 GRANDE REPORTAGEM ESCALADA… Um desafio, um prazer, um modo de vida! 06 EM FAMÍLIA Em Canoa pelo Tejo 16 B.T.T.: Passeio de Domingo — TORRES VEDRAS 18 VIAJAR — Croácia: Navegação e Caminhadas em Kvarner 21 nº1 Setembro_Outubro 2011 42 AVENTURA EVENTO — Portugal Dakar Challenge 24 Travessia da Ilha de Skye (Escócia) em bicicleta 30 PERFIL Os 7 Cumes de Ângelo Felgueiras 42 POR TERRA Serra da Freita Arouca 50 Douro, Vindimas e Vinho 56 EVENTO — Ainda a Titan Desert 58 Canyoning na Pérola do Atlântico 64 POR ÁGUA INDOOR — Preparação para Canyoning Indoor 68 EVENTO — Santa Cruz Ocean Spirit 2011 70 Por ar EVENTO —Red Bull X-Alps 2011 — Só dois sobreviveram... Ângelo Felgueiras é o português que nos deixa razões para terminar o ano com um sorriso. Os 7 cumes do mundo serão alcançados pelo piloto-alpinista que mais uma vez orgulha o nosso país pela sua grande conquista. 76 72 FOTOGRAFIA ENTREVISTA — Chakall por Magali Tarouca 76 FOTOGRAFIA DO MÊS — Por Magali Tarouca 81 PORTFOLIO DO MÊS — Ricardo Silva Alves — Escalada 85 Truques e Dicas de Joel Santos — Fotografar cascatas 86 Aplicação para iPhone e iPad — FilterStorm 88 SOS SOBREVIVÊNCIA — Bear Grylls 90 SOS — Detecção e alerta de emergência médica em Outdoor 92 KIDS Festas de aniversário ACTIVIDADES OUTDOOR 96 100 Para quem não conhecia o mais mediático chef de cozinha do nosso país, aqui apresentamos o Chef Chakall na primeira pessoa. Foi em conversa com o mesmo que descobrimos um dos prazeres que mais condimenta a sua vida: a fotografia. DESCOBRIR Livro Aventura 108 Receitas Outdoor Espetadas de frango com cardamomo e coentros 110 Geocaching | Passo a Passo... 112 Um dia nos Picos da Europa — Os nevoeiros de Bulnes 116 Reservas Naturais em Portugal 118 Evento — Observanatura - 2011 122 Pousada de Juventude da Lousã 124 COMBOIOS REGIONAIS | LINHA DO DOURO — Festa das vindimas 126 A minha experiênciA 128 DESPORTO ADAPTADO Boccia Um Jogo de Campeões 129 ESPAÇO APECATE 132 A fechar 135 Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista. 110 Isabel encantam-nos com as suas palavras ao descrever a sua recente aventura. Classifica-o como “um livro que retrata a realidade tal como a vi “e convida-nos a enveredar pelos encantos de locais paradisíacos que foram embelezados após a sua passagem. Grande Reportagem Ilha de Kalymnos Grecia ESCALADA… Um desafio, um prazer, um modo de vida! Parque Nacional Torres del Paine, Chile 6 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotos: Coleção Isabel Boavida Por Isabel Boavida Grande Reportagem Isabel Boavida N ão faço a mínima ideia que horas são. Nem sei bem porquê, hoje não trago o relógio no pulso… A única referência que tenho são os metros de escalada que tenho atrás de mim. O sol fugiu há 50 metros atrás. Desde que escureceu que tentamos encontrar uma saída neste caos de granito. Andamos para à esquerda e para a direita em busca de uma fissura na rocha, em busca de presas por onde possamos escalar. Está frio e infelizmente a lua está longe de estar cheia. A escuridão envolve-me. A luz do frontal não é mais do que uma pequena clareira de luz na imensidão de rocha que tenho literalmente à minha volta. Algumas aranhas admiradas com a minha presença e muitos líquenes disformes distraem-me dos meus pensamentos. Agora que o sol desapareceu, o vento sopra mais forte e faz aumentar a sensação de pânico causada pelos 300 metros de vazio que me separam das águas do Douro. Não podia estar mais suspensa na reunião construída nesta simpática fissura vertical que em boa Não hora encontrámos. Há mais de uma hora que não propodia estar gredimos em altura. Semais suspensa na guimos uma oca fissura reunião construída horizontal no granito nesta simpática fissura rugoso que por sorte não se partiu com a vertical que em boa hora nossa passagem. Sorte encontrámos. Há mais a nossa! Uma queda de uma hora que não nesta situação e a visão de ficar suspensa no ar progredimos em preso à corda a tantos mealtura. tros do chão só aumenta o meu batimento cardíaco. Tento manter-me calma mas sinto um nervosismo irritante que não me deixa tranquila. Pronto estou nervosa, tenho medo. Provavelmente vamos dormir aqui, um pouco desconfortáveis mas aparentemente seguros. Queria estar agora no quentinho da minha casa a ouvir uma boa música enroscada no meu sofá e a ler um livro de aventuras. Mas não, estou aqui. Com o batimento cardíaco de um bebé não consigo parar de me questionar o que é que eu estou aqui a fazer? Não vejo nada para além de 1 metro, está frio, estou nervosa e desanimada, tenho fome e estou aqui sem garantias de que dentro de uma hora vou estar, pelo menos, no quentinho da minha tenda. Tanto desconforto para quê? Porque é que mais uma vez me meti nisto? Penso e tenho dificuldade em arranjar uma boa justificação para explicar a minha presença ali. Podia ser a primeira vez que me questionava e me debatia num momento de introspecção, mas não, estes momentos Acampamento junto ao Petit Clocher du Portalet, Alpes suiços Envers des Aiguilles, Chamonix, França OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 7 Grande Reportagem sucedem-se a um ritmo vertiginoso na minha vida e sinto que o futuro será um espelho do presente. Há 16 anos atrás, quando comecei a escalar estava longe de imaginar que um dia ia estar pendurada nas falésias do Douro em busca de um caminho vertical. O que me fascinava nessa época eram as montanhas. Desde pequena, ainda de fraldas, que o mês de Agosto era passado entre as montanhas dos Pirenéus e dos Picos da Europa. Com a pura ingenuidade de uma criança seguia os meus pais. De quando em vez via alpinistas ou escaladores a passarem com cordas penduradas ao pescoço e com imenso material a tilintar na cintura. Intrigava-me onde eles iriam tão apetrechados, nada mais que isso. A memória da beleza destes lugares, a sensação de tranquilidade e a curiosidade do desconhecido, ficou para sempre registado como parte de mim. Quando pela primeira vez coloquei o arnês, os pés de gato e esfreguei o magnésio nas mãos voltou-me à memória essa ideia de aventura, de subir mais alto por caminhos não explorados e zonas inacessíveis. O encanto pelo desconhecido e a curiosidade sobre a escalada não me dava espaço para ver o perigo e as dificuldades que ia encontrar. Estava como que apaixonada, só conseguia ver o lado romântico e bonito de escalar montanhas. E como em qualquer outra paixão, comecei a sentir-me enganada quando vi o quanto eu teria de me esforçar para levar esta relação avante. O lado encantador e romântico foi-se camuflando aos poucos e as dificuldades foram aparecendo. Lentamente fui-me afastando da zona de conforto e os medos foram aparecendo como musgo em floresta húmida. Mas não será assim em qualquer desafio da nossa vida? Inspiramo-nos por algo, seguimos o desafio, aceitamos os medos e perseguimos o sonho. E a escalada é isso, um desafio que docemente se transforma num caminho que sabe bem percorrer. São esses pedaços de rocha, os sorrisos, os lugares, as viagens, as pessoas, alegrias e tristezas, sortes e azares, o desconhecido, o medo de simplesmente estar ali. É uma miscelânea de ondas num oceano gigante que nos inspira e dá força. É estar rodeado de neve no cimo de uma agulha de granito a 3000 metros de altura e olhar à volta e ver a imensidão da paisagem, a natureza no seu todo e a pequenez da nossa presença. É viajar ao outro lado do mundo, conhecer pessoas que se inspiram pelos mesmos desafios, ver culturas tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. É sobretudo vencer o medo nascido da coragem de arriscar. Desde pequena, ainda de fraldas, que o mês de Agosto era passado entre as montanhas dos Pirenéus e dos Picos da Europa. Vignemale, Gavarnie, Pirinéus Abertura da via Into the Wild Grass no Douro Internacional 8 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Grande Reportagem Isabel Boavida Parque Nacional de Yosemite, Califórnia Acho que ao longo destes anos sempre procurei encontrar uma harmonia entre a imensidão de sentimentos contraditórios que emergem em todos estes desafios, um misto de felicidade, medo, angústia, coragem e alegria. Um misto de palavras metaforicamente explicadas pelas experiências que nós próprios um dia quisemos viver. Sim, porque parte de nós essa vontade de explorar o desconhecido, de nos vermos na imensidão da montanha, de ver a pequenez na dimensão do universo imenso onde nós podemos ser quem quisermos. E escolher o porquê de estar ali, de perseguir esse desafio e não outro, resume-se a esse misto de sentimentos que se transformam em energia, em adrenalina que nos dá força para perseguir os sonhos, para vivê-los e transformá-los em realidade. Seja numa montanha ou na escalada da vida. Mas trocando as introspecções pelo esforço, já só me faltam mais 20 metros de terreno fácil para chegar ao cume da falésia do Douro. Estou cansada e tenho sono, tenho os músculos fatigados mas estou feliz. A vontade de estar no quentinho da minha casa desapareceu e agora estou bem aqui. Agora quero abraçar este universo imenso à minha frente e sentir este momento. Posso dar por terminado mais um desafio. Desta vez, o de escrever este texto. Pôr no papel todos estes sentimentos que me fazem ser quem sou, que fazem da escalada o meu modo de vida. Isabel Boavida http://www.isabelboavida.com/ Vista do Cerro Torre, Patagónia OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 9 Grande Reportagem 5 Destinos de eleição para escalar em Portugal Cabo da Roca O granito alaranjado sob a fúria do oceano faz deste local um dos mais bonitos e singulares de Portugal. As vias são de escalada clássica em granito de excelente qualidade. A escalada aqui tende a ser uma experiência memorável. É sem dúvida um local de eleição para os dias solarengos de Inverno. Entre as diversas baías dispersam-se inúmeros sectores com vias para quase todos os gostos. A adrenalina é garantida! Um “must do” para quem quer iniciar-se na escalada clássica é a escalada do rochedo A Noiva na praia da Ursa, ainda que fácil, é uma ascensão muito gira. Sagres É das últimas pérolas descobertas em Portugal para a escalada. A possibilidade de surfar, andar de canoa ou de bicicleta, escalar vias de clássica e de desportiva fazem deste local um dos mais procurados para quem gosta de multi-actividades. Os diversos sectores de escalada oferecem uma grande variedade de emoções sendo a escalada muito psicológica com as protecções longe e muitas vezes com o mar furioso como pano de fundo. É um lugar excelente para largar tensões e rejuvenescer. Aconselho vivamente a experiência única de escalar na Parede Grande em dias de mar bravo. Não perder as vias de qualidade excepcional do sector Corgas e o ambiente único da Parede das Riscas. 10 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Foto: Ricardo Alves Serra da Estrela Local mítico para a escalada clássica, alpinismo e montanhismo. Também é uma das “mecas” para a prática de boulder. A Serra da Estrela dispensa apresentações. É esplendorosa com as cores quentes do Verão e sob o manto branco de Inverno. A não perder a infinidade de blocos espalhados pela serra, muitas vezes só acessíveis a pé e após largas horas de caminhada, as vias de escalada desportiva no corredor dos mercadores, as vias de escalada clássica em volta do Cântaro Magro e em Loriga e os corredores e cascatas de gelo que se formam com as temperaturas gélidas do Inverno rigoroso e que vão mudando de ano para ano. Foto: Ricardo Alves Grande Reportagem Isabel Boavida Serra de Sintra Denominada também de Serra da Lua, Sintra alberga uma das maiores zonas do país para a prática de bloco. Os sectores dispersam-se pela serra e todos os anos aparecem mais e mais sectores. Não é de estranhar, quando cai a noite, encontrar pela serra um conjunto de lunáticos de frontal na cabeça em volta de um só bloco de granito. A qualidade dos blocos, o misticismo do local e o microclima que faz Sintra ser sempre mais fria do que os seus arredores, são os ingredientes que justificam a sua fama como zona de bloco. No Penedo da Amizade encontram-se as vias de escalada desportiva famosas pela sua peculiar escalada “nos pés”, onde a aderência é o factor chave para a progressão do escalador. As vistas do Penedo são soberbas, a floresta exuberante, a serra enigmática e o granito cinco estrelas. Meio Mango, Cabo Espichel Uma pérola para os praticantes de escalada desportiva. As vias são de qualidade internacional. O acesso à zona de escalada não é fácil mas existem vias para todos os níveis, desde vias fáceis à via mais dura de Portugal. As condições da falésia são peculiares, encontrando-se a rocha muitas vezes húmida e com sal. É preciso ter sorte para se desfrutar em pleno das vias de escalada. O local em si é um dos mais bonitos para a prática da modalidade, com as escarpas junto ao mar, onde só se avista rocha e o mar imenso. Em dias de mar calmo é comum ver golfinhos ao largo e é possível desfrutar de grandes e longos mergulhos entre escaladas. A melhor época para escalar é o Inverno e os dias ventosos de verão. Mesmo em dias muito frios, se está sol no Meio Mango temos a sensação de estarem 30º, salvo em dias de muito vento. As dicas de Isabel Boavida para escalar Dentro da escalada existem várias vertentes todas com o mesmo objectivo: “subir”. A escalada desportiva, a escalada clássica, a escalada em gelo, o boulder e o psicobloco. Podemos escalar em livre se nunca usarmos o material para ajudar na progressão, ou escalada artificial quando usamos o material para progredir em altura. Para começar falemos do material. Como em qualquer outro desporto para escalar é necessário material. Conforme a vertente de escalada, o material necessário varia. A vertente mais económica é o psicobloco onde só é preciso um par de pés de gato, alguns sacos de magnésio, um bikini ou calções de banho e uma grande dose de coragem! No caso da escalada clássica e do alpinismo, o investimento será inevitavelmente maior, além do material básico para a prática da escalada desportiva é necessário material de autoprotecção e no caso da escalada em gelo de piolets e crampons mais a roupa técnica. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 11 Grande Reportagem Material de escalada O ideal será começar pela escalada desportiva para ter uma ideia de como as coisas funcionam, embora se possa começar logo pelas montanhas e pelo alpinismo. Aqui ficam algumas dicas sobre o material de escalada mais comum: Arnês - É o equipamento que sustenta em caso de queda e em rappel por isso deve ser o mais confortável possível. Existem vários modelos, uns com a cintura mais larga, outros ajustáveis nas pernas, uns com poucos porta materiais outros com muitos. Para iniciação o melhor é escolher um arnês confortável com dois a quatro porta-materiais. Pés de gato - É o calçado do escalador. Normalmente usa-se cerca de 2 números abaixo do calçado normal. Para quem se inicia neste desporto deve procurar comprar um pé de gato justo mas não exageradamente apertado, caso contrário o sofrimento sobrepõe-se ao prazer de escalar. Saco de magnésio - Permite-nos manter as mãos secas, livres de suor e dessa forma facilita a aderência à rocha. Expresses – Usa-se as expresses para prender a corda à rocha. Para escalar uma via de desportiva nor- Boulder em Bishop, Califórnia 12 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR malmente é necessário entre 5 a 15 expresses, tudo depende do tamanho da via. Em alguns casos poderão ser ainda mais. Grigri, reverso ou oito – Essencial para a segurança do escalador. O mais usado é o grigri que funciona com bloqueio automático. O reverso e o oito além de serem usados para dar segurança também são usados para fazer rappel. Corda - É aquilo que nos ajuda a progredir em segurança na escalada de vias de desportiva, clássica, no alpinismo e no montanhismo. Há uma enorme variedade de cordas, desde cordas simples, duplas e gémeas, de vários tamanhos e diâmetros. Na escalada desportiva aconselha-se o uso de uma corda de 60 m com 10 mm de diâmetro. Crash-pad - Colchão usado para amortizar as quedas na escalada de blocos. Em alguns blocos o ideal é ter bastantes crash-pads. Friends e entaladores - Material de autoprotecção usado na escalada clássica. Crampons - Material que se prende às botas e que permite a progressão em terreno gelado como glaciares ou pendentes de neve e permite a escalada de cascatas de gelo. Piolets - Usado para os mesmos fins que os crampons. APP IPHONE Climbing Grade Converter Climbing Grade Converter é uma ferramenta simples utilizada para ajudar a compreensão dos escaladores nos diferentes sistemas de classificação utilizados em todo o mundo da escalada. Actualmente, a aplicação converte entre 14 diferentes sistemas de classificação de escalada, incluindo sistemas de boulder. http://itunes.apple.com/us/app/climbinggrade-converter-lite/id317713055?mt=8 Para quem se quer iniciar na escalada o melhor conselho é começar por tirar um curso, onde se aprende desde logo as regras de segurança, o material, as manobras de cordas, os locais para a prática e ainda dicas sobre como escalar e como treinar para evoluir. Existem muitos clubes que disponibilizam cursos de escalada, de alpinismo, de montanhismo, entre outros. Na região de Lisboa destaque para a Associação de Desportos de Aventura Desnível (www.desnivel.pt) e para o Clube de Actividades de Ar Livre (http://clubearlivre.org/). Já na região do Porto a referência é a Espaços Naturais (www.espacosnaturais.com). Após o curso de escalada abre-se um mundo de aventuras neste desporto. Mas atenção – não esquecer nunca que a escalada é um desporto de partilha de experiências e, salvo raras excepções, não se escala sozinho! OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 13 Grande Reportagem Isabel Boavida Com duas amigas no cume do Petit clocher du Portalet, Alpes Suiços Grande Reportagem Glossário Glossário com os termos vulgarmente usados na escalada. 6b+, 7a, ... - As vias são cotadas por grau de dificuldade. Em Portugal usa-se a escala francesa. Assim, do mais fácil para o mais difícil vem: V, V+, 6a, 6a+, 6b, 6b+, 6c, 6c+, 7a, 7a+, 7b, 7b+, 7c, 7c+, 8a, 8a+, 8b, 8b+, 8c, 8c+, 9a... À vista - Encadear uma via sem nunca a ter provado e sem nunca ter visto ninguém a escalá-la. Abrir a porta - Não aguentar o peso do corpo num movimento dinâmico e soltar-se da parede, normalmente é acompanhado pelo comentário “Já foste!”. Ambiente - Via equipada por escaladores duros onde a imagem de marca é o grande distanciamento entre as protecções. Normalmente estas vias metem muito medo. Apertar - Quando um escalador, a meio de uma via ou bloco, morde o lábio ou mete a língua de fora e franze a testa, ou deixa fluir uns sons estranhos. Significa que a via está difícil e que o escalador tem de se esforçar. Aplat - Denominação dada a uma presa que não tem propriamente um sítio para se agarrar. Normalmente é plana e são necessárias condições de “grip” muito próprias (temperaturas baixas). Bajolo - Grande presa, também designada presa “inumana”. Bidedo - Buraco na rocha, onde supostamente só cabem 2 dedos. Bife - Bocado de pele que sai de um dedo e que, em certos casos, pode impedir o escalador mais fanático de escalar durante vários dias. Bloca - Usa-se esta expressão, das duas uma, quando se chega ao cimo de uma via, ou quando o escalador afrouxou e ao ver que não tem hipóteses de progredir na via, prefere dizer bloca em vez de voar. Boulder - Escalar pequenos blocos de pedra sem corda. Quando não se encadeia cai-se no chão por cima de um crash-pad. Também se conta com a ajuda de outros escaladores para controlarem a queda. Chorreira - Formação interessante no calcário, caracterizada por parecer uma escorrência. Normalmente, é preciso uma técnica apurada para se escalar nestas vias. Clássica - Escalar uma parede com recurso a friends e entaladores que servem de autoprotecção e são colocados em fissuras da rocha. Neste estilo de escalada as protecções não abundam e normalmente escala-se com ambiente. Corda - Bem precioso de um escalador que serve de segurança a este. 14 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Crash-pad - Colchão que serve para proteger quedas quando se faz boulder. Decotador - Escalador que se sente muito forte e acha que todas as vias estão cotadas fácil, e normalmente volta a graduar as vias meio ou um grau abaixo. Descanso - Acto que um escalador procura com frequência a meio de uma via e que serve para este recuperar do inchaço dos braços. Escaladores experientes, conseguem descansar entalando-se na rocha e largando as mãos. Desportiva - Estilo de escalada, onde a rocha já foi preparada anteriormente e encontra-se repleta de plaquetes e tiges. Encadear - Escalar uma via sem nunca cair, nem agarrar-se as expresses. Entalamento - Entalar os dedos nos buracos de tal forma que não é necessário fazer força. Escalar em top - Escalar com a corda por cima. Afrouxar. Usando esta técnica o escalador não “voa” e, supostamente, não passa medo. Escola de Escalada - Nome dado a uma falésia repleta de tiges ou plaquetes e tops, colocados normalmente de forma sensata. Expresse - Dois mosquetões ligados por uma fita que são essenciais para se progredir numa via com segurança. Estes objectos são colocados nas plaquetes ou tiges e é onde se coloca a corda que nos segura. Fanático - Um escalador que passa a vida a escalar ou a pensar em escalar e que vai sempre escalar, quer faça chuva quer faça sol. Fissura - Zona onde normalmente se coloca o equipamento de auto-protecção como os friends e entaladores usados na escalada clássica. Flash - Encadear uma via após ter visto alguém a escalá-la ou alguém lhe diz os passos da via. Frouxo - Alguém que tem por hábito afrouxar numa via (não ir para cima). Fenómeno que acontece com frequência quando a protecção fica abaixo dos pés. Ganda Baldo - Ocorre quando o escalador cai no momento em que tinha a última protecção a uns 3 metros dos pés. Ou no caso do psicobloco quando o escalador cai dentro de água de uma altura de mais de 10 metros. Inchado - Produção de ácido lácteo resultante do esforço continuo. Verifica-se um claro aumento dos antebraços e bíceps e muitas vezes leva à impossibilidade de progressão do escalador por falta de força. Inumano - Expressão muito interessante que é usada para designar tudo, desde “presa inumana”, a “via inumana”, passando por “estás inumano”, etc... Invertida - Presa que se estivesse colocada ao contrário “n” número de ensaios. Tridedo - Buraco na rocha, onde supostamente só cabem 3 dedos. Venga - Expressão retirada do castelhano e que traduzindo para português quer dizer “vai lá”. Usa-se para incentivar o escalador quando este está a meio de uma via ou bloco e está em apuros. Via - Pedaço de rocha preparado ou não para se escalar. Voar - Quando se cai numa via equipada com ambiente. ø Agulhas do Taghia, Atlas, Marrocos OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 15 Grande Reportagem Isabel Boavida seria uma boa presa. Já foste! - Expressão usada quando o escalador está a 0,5 segundos de cair. Lançamento - Movimento que se faz de uma presa para outra em grande velocidade, em que normalmente se fica com os pés no ar. Lavada - Designação dada a uma via que já foi escalada milhares de vezes, de tal forma, que em algumas presas é possível vermos reflectida a nossa imagem. Lesão - Uma cena muito má que, infelizmente, acontece com bastante frequência na vida de um escalador. Consoante a gravidade, o escalador deixa de apertar ou deixa mesmo de escalar. Levantar a asa - Fenómeno muito característico de um escalador em apuros e que está prestes a cair de uma via. Acontece quando o cotovelo levanta-se acima da cabeça, e o antebraço fica com o dobro do tamanho (inchaço). Esta técnica é também usada, regularmente, por alguns escaladores com resultados bastante efectivos. Mõ - Palavra usada pelo escalador para pedir ao seu segurador um pouco de corda. Nº de ensaios - Número de vezes que o escalador tenta uma via. Pés de gato - Calçado que o escalador usa para progredir na via. Tem uma borracha na sola e, normalmente, usa-se dois números abaixo do calçado habitual. Pi - Palavra usada para designar bloca. O escalador pede ao seu segurador para lhe tensar a corda. Pilha - Expressão usada para designar bloca. Se for pilha-forte é porque a coisa está mesmo dificil. Presa - Qualquer coisa na rocha que nós agarramos e com isso progredimos na via. Projecto - Uma via dura que teima em não deixar ninguém encadeá-la. Protecção - São as plaquetes ou tiges que estão colocadas na via e que serve para nossa segurança quando a escalamos. Psicobloco - O mais radical da escalada. Escala-se em falésias que dão para a água. Quando não se encadeia dá-se um grande mergulho. Regleta - Pequena presa onde só cabe uma falange dos dedos. Sacar - Significa que o escalador encadeou uma via dura. Tigre - Designação dada a alguém muito, mas mesmo muito forte, ou que se sente muito forte. Top - A melhor imagem de um escalador. É o final de uma via. Trabalhado - Quando o escalador encadeia a via após Em família Em Canoa pelo Tejo Propomos para uma aventura em família uma descida única em Portugal e provavelmente no mundo. Pontos Fortes 1- Segurança – Possibilidade de participação de crianças a partir dos 3/4 anos 2- Aventura 3- Beleza paisagística 4- Integração Cultural O que é que tem de especial? O Cas- agem. O local da concentração também poderá telo de Amourol, empoleirado no ser em Constância com o transporte dos particimaciço rochoso a meio do pantes no final. Tejo. Nesta descida o ponto fundamental é Após um briefing técnico e de segumesmo o desembarque na ilha e rança, depois de se equiparem, e visita ao Castelo e sua Torre de na companhia do monitor (es) A descida é tecnimenagem. entram para a água. A descida é tecnicamente muito fácil. camente muito fácil. A concentração dos particiUma ligeira corrente transUma ligeira corrente pantes acontece em Tancos, porta-nos pachorrentamente transporta-nos palocal onde termina a activirio abaixo. dade. É nesta povoação de chorrentamente rio margens ajardinadas, que Logo após a largada, ainda abaixo. deixam os veículos e é a parfeita nas águas do Zêzere, pastir daqui que são transportados samos pela foz deste para o Rio pelos veículos da AVENTUR até Tejo. É uma passagem calma e Constância, local de início da Canosem qualquer dificuldade. Avistamos 16 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Em família Em Canoa pelo Tejo de imediato a ponte rodo e ferroviária, que alcançamos em poucos minutos, e que passamos pelo vão central. Aqui o rio ganha uma largura apreciável, e circulando pelo meio podemos contemplar a força deste curso de água. Passamos ao largo da Praia do Ribatejo, local de férias da elite lisboeta do século XIX. A espaços erguem-se os palacetes na margem do rio. Uma antiga indústria há muito abandonada, é guardada no alto da sua chaminé por um casal de cegonhas. Dependendo da época, podemos observar e ouvir o bater sincronizado dos bicos e a dança de cabeças, que caracteriza o ritual de reforço dos laços de acasalamento. Ou mesmo os pintos sempre à espera de mais uma rã, peixe ou ratinho, trazido pelos progenitores. Muito frequente também são os saltos das fataças. Depois de um primeiro salto devemos manter-nos alerta, pois quase sempre este peixe não termina a sua aparição sem concluir 3 a 5 saltos. No meio do rio, por vezes, fica à vista um afloramento rochoso. Uma grande pedra onde se vêm empoleirar os corvos marinhos. Estamos a meio de uma grande curva à direita e avistamos ao longe o Castelo de Almourol. Pouco a pouco vamos chegando junto a este pedaço da nossa História. Quase à sombra deste edifício milenar, apercebemo-nos da importância que deve ter tido nas conquistas e reconquistas do território que um dia se tornou Portugal. Desembarcamos na ilha, e vamos visitar o Castelo. Subimos à torre de menagem e … É uma vista de tirar o fôlego. O Tejo contorcendo-se pela lezíria a caminho do oceano, e as populações ribeirinhas caiadas de branco. Demoramo-nos um pouco mais a ouvir a explicação histórica do monitor, sobre a construção e ocupação da fortaleza. Estamos em terras de Templários. Mais uma vez embarcamos nas canoas, agora para um percurso que rapidamente nos aproxima do fim da descida. Na margem direita e junto a um grande e antigo cais, está a rampa de desembarque. Na outra margem está a aldeia de Arrepiado. Para o visitante parece a povoação gémea de Tancos, apenas separada pelo rio. Não devemos abandonar o local sem verificar a régua de medida das cheias. Quase todos ficam surpreendidos com a altura das mais altas. Estamos prontos para almoçar, e podemos faze-lo no excelente restaurante que fica a 100 metros, o Restaurante Almourol. ø Aventur http://www.aventuralazer.com OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 17 Em família Por Paulo Quintans Passeio de Domingo A prática de desporto ao ar livre tem cada vez mais adeptos e a utilização de bicicleta todo o terreno tem tido um contributo enorme para este número aumentar cada vez mais. 18 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR TORRES VEDRAS A os Domingos de manhã a romaria aos trilhos aumenta e podemos encontrar todo o tipo de pessoas a praticar este desporto, por isso mesmo resolvemos deixar-vos algumas dicas de locais propícios a prática de BTT seja em tom de passeio, ou mesmo treino. Neste primeiro artigo vamos levar-vos à bela região Oeste, mais precisamente a Torres Vedras. Com partida do parque da Várzea (mesmo no centro de Torres Vedras) e onde podemos encontrar o monumento de homenagem àquele que foi até agora o melhor ciclista Português de todos os tempos Joaquim Agostinho. Partimos pela ecovia rumo a praia de Santa Cruz. Por aqui e maioritariamente em estrada de terra batida com alguns obstáculos pelo caminho podemos apreciar uma vasta zona de cultivo ladeando ora margem direita ora a margem esquerda do rio Sizandro. Com apenas quatro ou cinco subidas ligeiras, pois todo o restante percurso é bastante Em família B.T.T. rolante atingimos as arribas de Santa Cruz pela sua parte Sul. Aqui, vale pena efectuar uma paragem e apreciar a maravilhosa paisagem sobre a foz do rio Sizandro e a praia azul. Subindo mais um pouco encontramos o miradouro da praia das Amoeiras. Deste ponto não só podemos observar praia e mar como também grande parte de Santa Cruz e do Concelho de Torres Vedras. A partir daqui descemos por alcatrão até ao centro de Santa Cruz para um cafezinho e um pastel de feijão (doce típico da região) no café Central. Depois de retemperadas as forças continuamos pela ecovia, desta vez por asfalto, até a praia de Porto Novo (cerca de 8 kms em terreno plano e com uma descida final que servirá para ganhar força para a ultima parte do passeio, esta mais técnica e com um grau de dificuldade maior). Assim chegados a praia de Porto Novo e à foz do Rio Alcabrichel invertemos a marcha e partimos à conquista das Arribas a Norte de Santa Cruz. Aqui vamos encontrar single tracks fantásticos OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 19 Em família Terminados cerca de 7 kms de arribas chegamos à praia do Navio, onde poderemos tomar primeiro um banho de mar e depois um duche nos chuveiros públicos, apreciar o lindíssimo pôr-do-Sol de Santa Cruz e acompanhar com um fantástico lanche. Percorremos cerca de 40 kms em três horas e meia (com paragens incluídas) e passamos um final de tarde fantástico… Brevemente disponibilizaremos o track GPS no nosso site. Resta-nos agradecer a Hilzy Cadaval, Scott, Spiuk e Garmin que colaboraram fornecendo os equipamentos e vestuário para a realização do passeio. Até ao próximo passeio, boas pedaladas…. ø com uma vista sobre a praia e o mar. Se tivermos sorte com o tempo, a vista estende-se à Ilha das Berlengas e Peniche. Este tipo de passeios proporcionam-nos o acesso a locais com paisagens únicas e das quais só podemos desfrutar e apreciar de bicicleta ou a pé. Aliás para os mais inexperientes a sugestão é que em alguns pontos desmontem da bike, apreciem a paisagem, e não corram riscos pois o que se pretende é que o passeio seja agradável sem acidentes. 20 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Viajar Em família Viajar — Croácia Croácia: Navegação e Caminhadas em Kvarner OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 21 Em família A liciante estilo de vida em contacto permanente com o mar, navegando todos os dias e fazendo caminhadas em zonas selvagens e encantadoras de diversas ilhas do mar Adriático. Navegaremos todos os dias na baía Kvarner, visitando várias ilhas onde faremos caminhadas e onde pernoitaremos nos pequenos portos das vilas piscatórias. Visitamos Punat, em Krk, cuja centro antigo visitaremos. Depois faremos uma travessia através dos povoados de Kaljina e Spuhotina para o topo do monte Veli Hlam. Visitaremos a ilha Rab que possui uma das últimas florestas de carvalho do Mediterrâneo num trilho onde vamos abrindo e fechando a porta dos velhos muros de pedra. Na ilha Lošinj seremos saudados por rebanhos de ovelhas na caminhada até à isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice situada na beira de um precipício. Terminamos com um passeio em Opatija e mais adiante, Rijeka. Será uma semana activa e cheia de experiências interessantes, que inclui períodos de descontracção, passados no convés do barco admirando uma paisagem encantadora. 22 Atracções ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Contacto permanente com o mar, As caminhadas em zonas selvagens e encantadoras das ilhas, O ilhéu Kosljun com o seu mosteiro do séc XV, Mergulhos nas belíssimas águas do mar Adriático, Travessia da floresta de carvalho em Rab, Visita das vielas empedradas nos bairros antigos das vilas insulares, A bonita ilha Ilovik, a “ilha das flores”, O pôr do sol sobre o mar azul turquesa, Os golfinhos brincando nas ondas, A isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice, Opatija, a “Pérola do Adriático” antes frequentada pela aristocracia autrohúngara, ■■ O cosmopolitismo de Zagreb. Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Em família Viajar — Croácia Programa: D1: Voo Lisboa – Zagreb. Noite em Hotel. D2: Dia livre em Zagreb. Noite em hotel. D3: Autocarro para Rijeka e embarque até às 13h. Navegação para ilha de Krk. Pernoita em Punat. Caminhada de Stara Baska até à vila Baska (4h30). Navegação até à ilha de Rab. Caminhada na ilha de Rab (4h30). Navegação até à ilha de Ilovik. Caminhada pela ilha de Ilovik (3h30) e depois navegamos até à baía de Èikat, situada na ilha de Lošinj. Caminhada até ao pico de São Ivan. 3h30. Caminhada até ao cimo da Serra Osoršica (274m) e regresso a Osor (5h). Navegação até Martinšćica na Ilha de Cres. Caminhada até à isolada e adormecida aldeia de pedra Lubenice, descida para a baía de Valun. 6h30. Navegação até à vila de Lovran, caminhada até Opatija (3h). Navegação até Rijeka, caminhada até Trsat. 4h. Após o pequeno-almoço, faremos o desembarque até às 9h. Regresso a Zagreb, hotel. Voo Zagreb – Lisboa. D4: D5: D6: D7: D8: D9: D10: D11: Preço: desde Eur 1180 por pessoa (voos incluídos). Partidas: Set 1-11, Set 8-18, Set 15-25, Set 22-Out 2, Set 29-Out 9, Out 6-16. Um Programa: Rotas do Vento ø http://www.rotasdovento.com/ OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 23 Aventura Evento Portugal Dakar Challenge 24 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR O Aventura Portugal Dakar Challenge Portugal Dakar Challenge tem como assinatura a frase “ A Aventura Mítica Continua Viva”, pois trata-se de uma expedição que para muitos é um sonho que agora se torna realidade, uma expedição que liga Portugal ao mítico Lac Rose onde se realizou durante muitos anos a ultima etapa do Rally Paris Dakar. Com partida prevista para o dia 30 de Dezembro, a prova contará com duas etapas em território nacional e logo após a noite de fim de ano, planeada para a região do Algarve, as “máquinas e pilotos” rumam em direcção ao continente Africano. Para quem quiser participar basta inscrever-se no site oficial www.portugaldakar. com , aqui poderá encontrar todas as condições alusivas ao evento, designadamente o Regulamento Oficial de Prova e demais questões práticas que envolvem as equipas. Com partida prevista para o dia 30 de Dezembro, a prova contará com duas etapas em território nacional e logo após a noite de fim de ano, planeada para a região do Algarve, as “máquinas e pilotos” rumam em direcção ao continente Africano. Fotos: Paulo Castanheira 50 equipas, 15 etapas e 5 países constituem o desafio, um percurso dedicado aos veículos 4x4 e motos que será acompanhado por uma tripulação onde se incluirão assistência médica profissional, assistência mecânica e viaturas de apoio que tudo farão para tornar esta expedição inesquecível. Com mais de 30 equipas já inscritas, e a 3 meses ( 31 de Outubro de 2011 ) para o encerramento das inscrições, a Organização prevê uma participação maior do que o registado na edição passada. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 25 Aventura 26 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por água Aventura Portugal Dakar Challenge Em 2010 foi assim! É difícil descrever através das palavras os sentimentos e as experiências vividas na expedição Portugal Dakar Challenge 2010, os momentos irrepetíveis, as emoções, partilhadas durante 15 dias com todos os que fizeram parte da história deste projecto, não se explicam! Durante os mais de 5000 km percorridos, fomos captando os fantásticos cenários que a cada instante nos surgiam, os encantos da natureza, os povos característicos e as tonalidades únicas que nos iam invadindo deram origem a fotografias de rara beleza. Cenários Únicos ! Algumas das imagens, que partilhamos convosco traduzem os melhores momentos que os nossos olhares tiveram oportunidade de imortalizar, através da objectiva da máquina fotográfica. O privilégio que a vida nos concedeu de podermos, através da imaginação, viajar no tempo e no espaço, tem nestas imagens, “janelas” de liberdade.” OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 27 Aventura Bem Vindos à Aventura O projecto Portugal Dakar Challenge, nasceu de uma vontade colectiva de criar um conceito diferenciado, capaz de agregar valor a todos os agentes e parceiros envolvidos. Uma expedição humana, única e memorável. Um projecto solidário que associa a vertente recreativa à promoção de diferentes destinos turísticos. A assinatura do conceito, A Aventura Mítica Continua Viva, traduz o posicionamento de uma “prova” que pretende cumprir com o Sonho chamado Dakar, para muitos um destino mítico e só possível através desta expedição. A criação de uma imagem forte, e o desenvolvimento de um plano de comunicação de âmbito nacional, permitiram alcançar resultados acima das expectativas, facto potenciado pelo importante contributo e envolvimento de alguns dos maiores grupos de media nacionais. O sucesso até aqui alcançado, permite projectar o futuro da “prova” com a certeza de que existe um público específico que se revê no conceito. O Portugal Dakar Challenge não é uma competição muito menos o passeio turístico, para quem já participou fica o testemunho de uma das equipas e que traduz bem o que se pode esperar: “sem exageros, acho que vale…por uma vida!” ( citação de Augusto Carrega, Equipa nº 6 – edição 2010 ) 28 ø Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 29 Por água Aventura Portugal Dakar Challenge Aventura Travessia da Ilha de Skye (Escócia) em bicicleta 30 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotos: Paulo Nascimento Enquanto esperava pela minha vez, conversei com um viajante Siciliano e aprendi mais um “truque”, muito útil a quem viaja com a bicicleta numa caixa. As previsões meteorológicas para a ilha de Skye nos dois primeiros dias não são nada animadoras. Aguaceiros fortes e vento de sul com intensidade de 40 km/h, é o cenário que me espera neste inicio de aventura. Ainda assim motivação não falta para cumprir o objectivo. Ao contrário do que inicialmente previa, desta vez viajo sozinho, pois um contra tempo de última hora deixou em terra um companheiro de viagem. O voo foi de duração curta (1h20) e não teve atrasos, o que permitiu chegar a Glasgow às 08h25. Desembarquei, passei o controlo policial e troquei euros para libras. Não passaram mais de 10 minutos para que a caixa da bike e os alforges já andassem a rodar na passadeira de recolha de bagagens. A montagem da bike tomou-me algum tempo pois tive inevitavelmente que validar todos os apertos, montar guarda-lamas, encher os pneus, efectuar ajustes na fixação dos alforges, lubrificar a transmissão, etc. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 31 Aventura Travessia da Ilha de Skye S ão 05h00 e já estou em Schiphol, Amesterdão. A esta hora o aeroporto não tem grande movimento e fiz com facilidade o meu check in e o da bicicleta. Como viajo com a KLM isto implica um pagamento adicional de 40 Euros. Enquanto esperava pela minha vez, conversei com um viajante Siciliano e aprendi mais um “truque”, muito útil a quem viaja com a bicicleta numa caixa. Para se poupar uns euros e não correr o risco de ultrapassar os 20 kg definidos, deve fazer-se primeiro o check in da bike sem caixa, pedindo no balcão os autocolantes de identificação de bagagem respectivos. Antes de a entregar na porta das bagagens fora do formato, coloca-la na caixa devidamente acondicionada. Para termos uma noção, cada caixa pesa aproximadamente 4,5 kg. Aventura Glasgow – Mallaig Com tudo pronto, chegava na hora de partir. Pedalei cerca de 2km para apanhar o comboio em Paisley Gilmour Street, para Glasgow Central. Na porta de saída do aeroporto encontram-se com facilidade as indicações da ciclovia para o centro da cidade, apenas há que redobrar a atenção, pois aqui circula-se pela esquerda. Para chegar a Mallaig nas Highlands a opção mais “rápida” e económica é mesmo o comboio, no entanto é obrigatório efectuar 2 transbordos, um em Glagow Central e outro em Dalmuir com todos os inconvenientes que isso acarreta para quem vai carregado. Ao comprar o bilhete online em www.firstgroup.com/scotrail, reservei um espaço na carruagem para a bike, sem ter que efectuar qualquer pagamento adicional. Até Dalmuir, viajei em comboios sub-urbanos em que não existem lugares marcados. Ao longo de 5 horas de viagem, o comboio vai serpenteando entre as montanhas, vales profundos, quedas de água, grandes lagos, …, cenários de grande beleza natural! Por sorte consegui lugar à janela o que me proporcionou excelentes imagens. Até Fort William tudo rolava às mil maravilhas até que, a velhinha automotora a diesel resolveu parar no meio da linha e não queria trabalhar. Depois de mais de uma hora sem qualquer tipo de informação, lá arrancou muito devagarinho chegando a Mallaig com bastante atraso. Muitos passageiros iam hoje para a ilha no ferry, mas como perderam a ligação por motivo do atraso tiveram que ficar em terra e procurar alojamento. O vento sopra fortíssimo em Mallaig e já começou a chover. Encontrado o local de pernoita, o resto do dia resume-se a um duche quente, jantar e cama que amanhã o dia promete. Mallaig – Armadale – Glenbrittle O acolhimento que tive por parte da família Giles foi fantástico e logo pela manhã Sue e Tony preparam-me um pequeno-almoço tipicamente Scottish, carregado de calorias. Na Escócia a melhor opção de alojamento é definitivamente os B&B, onde o ambiente familiar é partilhado com os hóspedes. Esta manhã percebi perfeitamente o porquê de outros companheiros de viagem muitas vezes me comentarem que demoram cerca de 1 hora para arrumar tudo nos alforges para sair. Foi mais ou menos o que demorei, pode até parecer muito, mas é necessário acondicionar bem as coisas e colocar mais à mão o material que se vai precisar durante o percurso. Após as despedidas, dirigi-me para o porto de pesca, comprei o bilhete (3,5 + 1,15 libras para a bici32 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por água Aventura Travessia da Ilha de Skye cleta) e embarquei no primeiro ferry do dia para a ilha (09h00). Conforme a previsão meteorológica, o vento sopra com grande intensidade do quadrante sul. Trinta minutos são quanto basta para atracarmos em Armadale. Apesar do vento, o tempo está ameno e não perdi muito tempo até começar a pedalar. Curta paragem no castelo de Armadale para uma foto e continuei a bom ritmo bordeando a costa, passando por Kilbed, Teangue, e Islearnsay. Para primeira paragem escolhi Boardford, por ser uma vila com condições para me abastecer de víveres. Em Skye não existem muitos locais para abastecimento, as distâncias entre as povoações são significativas e pode correr-se o risco de não se encontrar comida. As grandes vilas têm sempre supermercados onde podemos comprar de tudo. Estranhamente a água nos locais mais recônditos da ilha tem de ser fervida, pois é captada directamente das nascentes das montanhas. Sigo até Sligacham onde almocei, mas a meio caminho começaram os primeiros problemas: chuva e vento forte que vinha na minha direcção e me impedia de avançar a bom ritmo. Especialmente a descer tive que redobrar a atenção, pois a bicicleta com alforges torna-se demasiado instável. Parava ocasionalmente para fazer umas fotos e aproveitava para hidratar. A paisagem é soberba, de cortar a respiração, com o verde a ser a cor dominante. Montanhas abruptas, vales profundos, quedas de água, enseadas abertas ao mar, locais onde o silêncio é absoluto e a natureza nos revela todo o seu esplendor. Tudo magnífico, pesa embora o esforço quase desumano necessário para desfrutar de tanta beleza… A meio da tarde e exausto por ter pedalado os últimos 40 km contra o vento, cheguei à pousada rural de Glen Brittle, no sopé das Cuillin Mountains. A maioria dos usuários do albergue, são adeptos do montanhismo, especialmente do trekking de montanha, que fazem aqui base para as suas ascensões na montanha. Sgurr Alasdair (996 metros) é o pico mais alto da cordilheira das Cuillin Mountains. Glen Brittle tem pouco mais que 4 casas e 1 parque de campismo de apoio aos montanheiros. Para terem uma ideia deste recôndito local, não existem lojas, nem cafés e tão pouco rede de telemóvel. Um “isolamento” do mundo quase total. Há muito que não vivia uma experiência destas! São maioritariamente ingleses e alemães que residem actualmente no albergue, mas hoje chegaram 5 espanhóis e um “tuga” para compor o panorama… Nunca um banho quente me tinha sabido tão bem, como o desta tarde… Para o jantar confeccionei uma sopa com feijão, legumes e carne. Para sobremesa, fruta da época OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 33 Aventura em calda. É muito interessante presenciar o espírito de partilha e de entreajuda que reina entre o pessoal na refeição. Tal como na montanha, o pessoal associa-se em grupos para a confecção da refeição, bem como para as tarefas de limpeza inerentes. Estou realmente cansado e são 20h15. Ainda preciso ferver água suficiente para a etapa de amanhã. Após esta tarefa, recolhi à camarata e adormeci… Ficha da Etapa Etapa: Mallaig – Armadale – Glen Brittle – 82,1 km Tempo de deslocação: 5h12 Avarias: NIL Velocidade Max.: 53,2 Km/h Locais de abastecimento: Broadford, parque de campismo de Glen Brittle e no bar do hotel em Sligachan Glen Brittle – Talisker – Fiskavaig – Carbost – Glen Brittle Tal como o previsto, fiz base na pousada de Glen Brittle, para poder percorrer esta parte da ilha, que maioritariamente são trilhos fora de estrada. O dia acordou chuvoso mas as previsões faziam crer que a meio da manhã tudo se alteraria para melhor. Após o pequeno-almoço, preparei a bike, efectuei a afinação no desviador traseiro e lubrificação da transmissão e parti. Para hoje tinha preparado uma jornada de BTT, pelos épicos trilhos das Cuillin Hills e foi com agrado que reparei que para poder aceder às montanhas teria que atravessar a Glen Brittle Forest. Demorei algum tempo a subir, pois a paisagem que se observa é de tal modo magnífica que não hesitava em parar para fazer umas fotos. É impressionante…sinto-me pequeno diante de tamanha imensidão de verde. Duro a subir e perigoso a descer. Todos os cuidados são poucos, pois brota água de todos os lados e o trilho está completamente inundado. A vista para o Loch Eynort, deteve-me alguns minutos, apenas para o contemplar. Durante os primeiros 30 km do percurso não vi ninguém. Subi ao colo da Beimn Bhuidhe e desci rápido para a baía de Talisker. O vento que soprava “rijo” de Sudoeste e durante a descida quase congelei. Já em Talisker tive que me abrigar pois caiu uma chuvada de granizo. Durou pouco tempo, mas caiu muita pedra mesmo! Este pequeno lugar é idêntico a Glen Brittle com 4 casas apenas. São casas de pescadores e só são usadas nas épocas da pesca. Foi completamente impossível pedalar no single track de ligação a Fiskavaig. O trilho era a subir e estava completamente inundado ao estilo diluviano. 34 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por água Aventura Travessia da Ilha de Skye Durante cerca de 4 km, não tive outro remédio senão carregar a bicicleta às costa até ficar a salvo em Ard an T-Sabhail. Já em asfalto, desci para a baia de Fiskavaig onde almocei junto à praia. No alto de Fernilea parei para fazer umas fotos e um casal de portugueses saudou-me. Estavam a percorrer a ilha de carro. Como tenho sempre a bandeira nacional na bicicleta é fácil identificarem-me. Carbost é local de paragem obrigatória para se visitar a destilaria Taliskay. Aqui é produzido um dos melhores whiskies da Escócia. Por 5 libras, faz-se a visita guiada que dura 45 minutos e que termina com a tradicional prova do produto. Em Skye, o tempo muda a todo o instante. Esteve uma tarde de sol típica de verão escocês e no percurso de regresso à pousada detive-me em praticamente todos os locais que proporcionavam boas fotografias. Cheguei muito antes do horário de abertura da pousada e resolvi aproveitar o tempo indo até à praia desfrutar da paisagem. Esta tarde chegou mais gente, 4 eslovenas e um polaco o que torna o local ainda mais internacional. Confeccionei o jantar juntamente com os espanhóis. Após a refeição, seguiu-se o chá e a conversa sobre aventuras na montanha e claro em bicicleta. Ficha da Etapa Etapa: Glen Brittle - Talisker – Fiskavaig – Carbost – Glen Brittle 47,6 Km Tempo deslocação: 3h58 Velocidade Max.: 54,9 Km/h Avarias: NIL Locais de abastecimento: Carbost e no restaurante do hotel à entrada de Portnalong Glen Brittle – Portree – Staffin – Uig Levantei-me bastante cedo, pois tinha a noção que a etapa de hoje seria a mais longa e a mais dura. Aquela hora da manhã já estava muita gente a tomar o pequeno-almoço. O pessoal da montanha ainda é mais madrugador que eu. Partem para as ascensões bem cedo, pois têm a indicação que esta tarde o vento vai aumentar de intensidade e a chuva também fará a sua aparição. Após acondicionar as minhas coisas na bike, inicio a etapa, cheio de ânimo e a bom ritmo. Os primeiros 14 km são a subir, mas sinto-me bem e avanço a bom ritmo. Glen Brittle fica situado na parte sudoeste da ilha e eu vou para norte da ilha, para Uig, com paragem em Portree, cidade “capital” da ilha. À medida que avanço para Norte a paisagem muda ligeiramente. As altas montanhas de rocha dão lugar a grandes manchas de floresta de cedros e pinheiros. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 35 Aventura Planeei as etapas para pedalar maioritariamente por estradas secundárias, e para chegar a Portree segui pela B885 que cruza o vale do rio Snizort. Embora seja uma zona mais no interior da ilha, exibe uma beleza natural apreciável. Já em Portree, efectuei um pequeno abastecimento e visitei o porto de pesca, com um colorido visível à distância, pelas suas pitorescas casas. São 11h15, mas a chuva que estava prevista mais para o final da tarde, já começou a cair. Penso cá para comigo: …”Ui isto vai ser duro…”! Faltam-me cerca de 40 km, 15 dos quais de montanha. Esperei que abrandasse no posto de turismo, mas rapidamente de decidi em fazer-me à estrada. Optei por percorrer a estrada mais a Este da ilha, que passa por Staffin. Esta parte da ilha também é bastante montanhosa, com a costa a ter recortes de rochas abruptas para o mar. Parei em Staffin num supermercado, daqueles pequenos mas que vendem de tudo e pedi um chocolate quente. Estava gelado e não parava de chover… Um casal de suíços que também iam para Uig, perguntaram-me a melhor opção para lá chegar. Existem duas possibilidades, ou pela montanha que são 15 km e mais de metade a subir, mas com vistas soberbas, ou dando a volta pela ponta norte da ilha que são 36 km. Ficaram apreensivos… pareceu-me que não tinham grande experiência, a avaliar também pelo material que possuíam. Disse-lhes que ia pela montanha e que podíamos ir juntos. Eles concordaram! A subida era longa e começamos lentamente para não termos “surpresas” a meio. Fomos conversando e conhecendo-nos. Tony é suíço, Olinda equatoriana, mas vive na Suíça à uns anos. Esta era a sua primeira viagem em bicicleta. Com um ritmo lento, fomos assumindo as passagens mais difíceis, ajudando-nos mutuamente. Eu, possivelmente mais preparado fisicamente vim para a frente, trazendo-os na minha roda. Pelo meio fizemos paragens para umas fotos e para hidratar. Uma vez atingido o planalto, paramos para contemplar… ao longe o mar, de um lado a cordilheira de montanhas (The Table, The Needle, The Prision), do outro, os lagos Cleat e Leum… simplesmente fantástico! Fizemos umas fotos para assinalar o momento e resolvi descer para Uig, pois estava muito vento e não queria arrefecer. Despedimo-nos e desci rapidamente para Uig. Parei para visitar esta pequena vila, pois tinha que fazer tempo, até à abertura da pousada às 17h00. Estava prestes a sair um ferry para Lewis, outra ilha mais a norte da Escócia. As travessias em fer36 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por água Aventura Travessia da Ilha de Skye ry para as ilhas são asseguradas pela Caledonian MacBrayne. Como já tinha a reserva feita pela internet em www. syha.org.uk, não perdi muito tempo no check in. Se não tivesse reserva, esta noite não poderia pernoitar aqui, pois a pousada esta lotada. Fiz o jantar e dediquei o serão a escrever as crónicas em atraso para assim que possível as postar no blog. Ficha da Etapa Etapa: Glen Brittle – Portree – Staffin – Uig – 88 km Tempo deslocamento: 5h36 Velocidade Max.: 56,8 Km/h Avarias: NIL Abastecimentos: Portree, Staffin, Uig Uig – Broadford Como hoje tinha uma etapa sem grandes dificuldades, resolvi dormir até mais tarde. As regras das pousadas escocesas são claras. Às 10h30 toda a gente tem que deixar as instalações. Sai pelas 09h30 e já estava a chover. Nada que não se suportasse… A primeira parte da etapa até Portree foi monótona e sem grande interesse. Basicamente pedalar km’s e com bastante atenção, pois circulava por uma das principais estradas da ilha e bastante movimentada. A norte de Skye não existem alternativas para fugir às estradas principais. Já em Portree, abasteci-me mais uma vez na padaria Mackenzie’s Bakery, pois fiquei deliciado com as panquecas e com os scones. O tempo começou a melhorar e o sol impôs-se por detrás das montanhas. Retomei a pedalada e após Sligachan, derivei para uma estrada cénica paralela ao mar, que passava por Moll e que permite uma vista fenomenal sobre a ilha de Raasay e sobre o lago Ainort. São apenas 3 milhas, é um facto, mas os pontos de interesse são tantos que me detive a fotografar e demorei mais de uma hora para a percorrer. Uma das imagens do lago que me despertou curiosidade, foi a da azáfama nos viveiros de peixe. Nestas águas pouco profundas mas bastante frias o salmão domina o negócio. Retomo a estrada principal e rapidamente atinjo Broadford, destino final desta etapa. Farei base aqui duas noites, para poder conhecer melhor toda a parte sul da ilha. Com facilidade descobri a localização da pousada e instalei-me. Num breve passeio pela cidade, fiz umas compras e fiquei surpreendido por constatar que muitos dos produtos em venda que são produzidos na ilha, nomeadamente lacticínios, ovos, carne e peixe fumado. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 37 Aventura Ah, consegui finalmente descobrir um local de acesso à internet, com banda larga, mas extremamente caro, 1.25 libras por 15 minutos. Tinha encontrado outro, mas era apenas um ponto de acesso com um terminal ligado com modem de 54Kb/s. Parece irreal, mas dada a sua orografia, parte da ilha não tem sequer cobertura de telemóvel. Ficha da Etapa Etapa: Uig – Portree – Broadford – 69,3 km Tempo Deslocação: 03h55 Velocidade Max.: 50,1 km/h Avarias: NIL Locais de Abastecimento: Uig, Portree, Broadford Broadford - Elgol Broadford Elgol é um pequeno lugar costeiro, mas com grandes referências em qualquer prospecto turístico de Skye. É o ponto de partida para um dos mais famosos trekkings da ilha, em redor do lago de Coruisk, que se situa no interior das Black Cuillin Mountains. A partir de Elgol pode-se ir a pé ou então apanhar um barco que nos leva ao interior do lago e daí, dar início ao trekking em seu redor. É um local fantástico, de uma calma singular, onde se pode observar em determinadas alturas do ano, espécies como leões-marinhos, baleias, várias aves marinhas e de rapina. Esta manhã, sai da pousada de Broadford com destino a Elgol. A estrada estreita, percorre o vale da cordilheira montanhosa num serpentear constante, mas com uma envolvente natural de grande beleza. Ao descer para Torrin deparei-me com a bonita imagem do lago de Slapin, enquadrado pelas cores do arco-íris. Já em Elgol, fiquei um pouco decepcionado pois não pude embarcar para o lago. O barco não podia transportar a bicicleta e em terra, ninguém se responsabilizava em guardá-la em segurança. Fiquei na esplanada do Cuillinview, e segui a esteira do barco em afastamento até se perder no horizonte… um dia terei que cá voltar! Não posso deixar de destacar a simpatia dos donos do Cuillinview, que me prepararam uns scones caseiros de frutos silvestres e um chocolate quente, enquanto digeria a minha frustração. No caminho de regresso a Broadford, fiz um desvio ao percurso original e percorri uns single tracks junto à costa. O percurso tinha muita pedra e estava extremamente escorregadio, ainda assim deu para divertir um pouco. Como cheguei cedo, foi desta que consegui ir aceder à internet e colocar as primeiras fotos desta aventura. Esta é a minha última noite em Broadford, manhã será a etapa de regresso a Mallaig, onde irei apa38 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Broadford – Armadale – Mallaig Tinha noção que hoje seria um dia bastante preenchido. É infelizmente o meu último dia na ilha de Skye, mas no percurso de regresso a Armadale, não podia deixar de fazer o desvio para poder conhecer Ord, Tokavaig e Tarskavaig, três comunidades costeiras situadas na parte Sudoeste da ilha. Acordei cedo, para poder arrumar tudo nos alforges e sair antes das 08h00. Assim aconteceu, mas ao começar a pedalar deparei-me com o vento a soprar na minha direcção e que não me deixou avançar ao ritmo que desejava. Depois de passar Isleornsay, as condições pioraram com a aparição da chuva. A estrada para Ord é bastante sinuosa e de apenas uma faixa. Após passar o primeiro colo de montanha, quase tive um encontro imediato com uma manada. Com receio do pior, pois teimavam em não arredar “patas” da estrada, mantive-me quieto à espera que passasse um carro, para poder ter protecção o que veio a suceder minutos depois. Já a “salvo”, continuei num sobe e desce constante até atingir a costa em Ord. Chovia bastante e por esse motivo, não me detive muito tempo naquele castiço lugar costeiro. Continuei a pedalar para Sul, paralelo à praia até atingir Tokavaig e o seu lendário castelo (Dunscaith Castel). Esta pequena fortaleza, agora em ruínas, deu guarida à deusa celta Scathach e segundo a lenda, foi construído no decurso de uma única noite. Pela beleza envolvente de que este local se reveste, foi de paragem obrigatória, na etapa. Mais uma grande subida para atingir Tarskavaig, mas a partir aqui até ao cais de embarque até Armadale, foi sempre a descer a bom ritmo. Estava feita mais uma viagem! Foram 6 dias muito intensos de facto, mas parto muito satisfeito, com os alforges carregados de histórias para contar e de muita energia para as próximas aventuras. Embarquei no ferry para Mallaig e sentado num dos bancos da coberta do navio, fixei-me na silhueta da ilha que se esbatia no horizonte… Goodbye green Skye! A azáfama das gentes na lota do porto de pesca de Mallaig, permitiu bons enquadramentos e boas fotos. O tempo entre os transportes não dava para estadias prolongadas em Mallaig, limitei-me apenas a umas compras e de seguida dirigi-me para a estação do comboio. Cinco horas e meia depois, a velha automotora a diesel chegava à estação de Glasgow Queen Street. Já no aeroporto, despendi de algum tempo para proteger a bicicleta para a viagem, dado que a KLM não dispunha de caixas de transporte de bicicletas no balcão de Glasgow, ao contrário do que eu tinha solicitado em confirmado 1 mês antes de embarcar. Felizmente que a bike foi bem tratada, não sendo necessária reclamação à chegada a Amesterdão. Ficha da Etapa Etapa: Broadford – Armadale – Mallaig 44,1 km Tempo Deslocação: 03h01 Velocidade Max.: 47,8 km/h Avarias: NIL Locais de Abastecimento: Broadford, Tarskavaig, Armadale, Mallaig Paulo Nascimento OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 39 Por água Aventura Travessia da Ilha de Skye nhar o comboio para Glasgow. Ficha da Etapa Etapa: Broadford – Elgol - Broadford 69,3 km Tempo Deslocação: 03h55 Velocidade Max.: 50,1 km/h Avarias: NIL Locais de Abastecimento: Broadford, Torrin, Elgol Aventura O que faltou nesta viagem? Para esta viagem ter tido a “cereja no topo do bolo”, apenas lhe faltou mais tempo. Com mais 2 dias no programa, teria tido a oportunidade de visitar o ponto mais ocidental da ilha e ter feito um dos melhores trekkings nas Cuillin Mountains. Os perigos? A praga de mosquitos que invade a ilha, especialmente no verão e o excesso de tráfego das estradas principais. Etapas 1ª Mallaig – Glen Brittle (82,1Km) 2ª Glen Brittle – Glen Brittle (47,6 Km) 3ª Glen Brittle – Uig (88 Km) 4ª Uig – Broadford (69,3 Km) 5ª Broadford – Elgol – Broadford (69,3 Km) 6ª Broadford – Armadale – Mallaig (44,1 Km) Como chegar De avião, através dos aeroportos de Glasgow e Edimburgo. Seguidamente de comboio até Mallaig, com ligação ao ferry para Armadale. Caso pretenda alugar bicicleta na ilha pode fazê-lo, e neste caso, pode chegar à ilha de autocarro, com ligações às cidades mais importantes da Escócia. Caso opte por viajar pelas ilhas escocesas, pode chegar a Skye em ferry por Uig no norte da ilha. 40 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por água Aventura Travessia da Ilha de Skye NÃO ESQUECER Um bom impermeável (casaco e calças) são peças fundamentais, para viajar por Skye. O tempo muda com muita rapidez, mesmo no verão. Capas de protecção impermeáveis para os sapatos de ciclismo, vulgo plainitos. Caso optes pela estadia em pousadas de juventude é importante levar o cartão nacional de alberguista, pois permite ter descontos nas estadias. Activar o roaming do telemóvel. Estadias Das quatro opções possíveis (youth Hostel, parques de campismo, bed and breakfast e hotéis) eu destaco a primeira. Existem 3 pousadas em toda a ilha (Broadford, Glen Brittle e Uig) e todas elas oferecem excelentes condições de habitabilidade e diversas facilidades como: cozinha, salas de convívio, em Broadford internet. Os preços dependem da época do ano, mas são bastante aceitáveis +/- 15 £ no verão. A melhor época Esta viagem é passível de ser realizada em qualquer altura do ano, no entanto as estações mais aconselháveis são a Primavera e o Outono. No Inverno para além do clima agreste, devido à neve, algumas estradas podem estar encerradas. No verão há imenso turismo, os preços sobem, existe muito tráfego nas principais estradas e necessitas de reservar a estadia com alguma antecedência. Sítios relacionados: http://www.syha.org.uk - rede pousadas da juventude inglesas http://www.firstgroup.com/scotrail - companhia de comboios http://www.calmac.co.uk – barcos Mallaig/Armadale http://www.klm.com – companhia aérea http://www.skye.co.uk – sítio oficial da ilha http://www.isleofskyeweather.org.uk – meteorologia http://www.cycling.visitscotland.com – percursos de bike na Escócia http://www.ukmountainbiker.com - promoção BTT Inglaterra http://www.mwis.org.uk - mountain weather information service Scotland http://www.pocketmountains.com – livros de bolso com percursos em BTT e montanha ø OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 41 Perfil Os 7 Cumes de Ângelo Felgueiras E m ano de crise internacional e pessimismo nacional, Ângelo Felgueiras é um português especial com todas as razões para terminar 2011 com o maior sorriso do mundo. Se tudo correr conforme o planeado, o Comandante de aviões de longo curso Airbus 330 e 340 conquistará em Dezembro deste ano o cume de 4.897 metros do Mount Vinson. E com a conquista do 42 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR pico mais alto da Antárctida, o piloto da TAP dará por cumprido o projecto dos 7 Cumes, ou 7 Summits, como é conhecido na gíria dos alpinistas o desafio de subir a montanha mais alta de cada um dos 7 continentes. «Dos Seven Summits, falta-me apenas este (o Vinson); por questões climatéricas e logísticas, a expedição deve realizar-se quando há maiores hipóteses de sucesso, ou seja no início do Verão Antárctico que corresponde ao O PILOTO-ALPINISTA Aos 47 anos, Ângelo reivindica-se aventureiro por vocação, e piloto por opção: «Acho graça a ser agora chamado de piloto alpinista. Um dos meus irmãos, quando era criança queria ser bispo aviador. Um dos meus filhos quer ser surfista, tenista e capitão da Força Aérea. Eu agora sou piloto alpinista, o que já não é mau!…» É com ironia que o ex-piloto da Força Aérea assume o actual rótulo mediático, depois de ter ganho notoriedade nacional durante os seis anos em que foi porta-voz e presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC). Desses tempos de luta, o piloto da TAP guarda as mesmas convicções e determinação. «Em 1998, fizemos uma greve que tinha como única reivindicação o direito a negociar. Não estava em causa nada que não fosse um princípio, e por um princípio, ia e vou até ao fim do mundo. Qualquer classe profissional tem direito a decidir as condições de trabalho. A mediatização desse conflito deu-me naturalmente visibilidade, com vantagens e desvantagens… Mas actualmente, já me reconhecem mais pelas montanhas,e sobretudo pela minha actividade com instituições carenciadas». Desafiei os três amigos que estavam comigo a tentar escalá-lo. Riram-se, mas dois anos depois, em 2004, lá fomos, e posso dizer que foi aí que comecei a gostar da Aventura que a montanha proporciona…» OS 7 CUMES As montanhas e projecto dos 7 Cumes surgiram por acaso, e já tardiamente na vida de Ângelo. «Nunca tinha ido às montanhas até 1997, quando subi o Kilimanjaro (a montanha mais alta de África), a convite de uns amigos. Mas foi só em 2004, já com 40 anos, é que fui a uma montanha com consciência – o Aconcágua (6.962m), na América do sul.» Sem sonhar ainda com um futuro nas alturas, fora do circuito da aviação, em 2002, e inspirado na Volta ao Mundo em bicicleta de Filipe Palma, - que Ângelo considera o maior aventureiro português-, o piloto resolveu dar uma volta de bicicleta na Patagónia. Quando descia de avião para Santiago do Chile, a visão do Aconcágua mudou a sua vida:«Desafiei os três amigos que estavam comigo a tentar escalá-lo. Riram-se, mas dois anos depois, em 2004, lá fomos, e posso dizer que foi aí que comecei a gostar da Aventura que a montanha proporciona…» O conhecimento do projecto 7 Summits deu-se finalmente quando pisou em 2005 o cume do Elbrus (5.633m), o ponto mais alto da Europa; em OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 43 Perfil Ângelo Felgueiras nosso Inverno.» É com grande expectativa que Ângelo encara a última etapa deste desafio iniciado por acaso há 17 anos: «Muitas pessoas não associam as montanhas à Antárctida, mas o continente onde está o Pólo sul tem a altitude média mais elevada, e é também o continente mais seco, mais ventoso e mais frio do planeta!» Perfil conversa com outros alpinistas, perguntaram-lhe se, com 3 cumes em 3 continentes, - Kilimanjaro em África, Aconcágua na América do Sul e Elbrus na Europa-, tencionava completar o circuito iniciado na década de 80 do século XX pelo americano Dick Bass. Reconhecendo que não dominava ainda a alta montanha, Ângelo inscreveu-se num curso de técnicas de sobrevivência em glaciares, na Alasca Mountaneering School. Gostou tanto do curso que resolveu voltar no ano seguinte, e com os mesmos guias, acabou por escalar o Denali ou McKinley (6.195m), o cume mais alto da América do Norte.«Ganhei confiança, e fiquei com a sensação que era capaz de ir mais alto e mais longe!» 2 CUMES ESPECIAIS Ainda hoje, e dos seis cumes já alcançados, Ângelo guarda recordações especiais do Denali (O Grande, na língua local). Com temperaturas entre os 10º C e -40ºC, ventos superiores a 100km/h e uma marcha de aproximação de 65 km, é considerada pelos especialistas uma das montanhas mais duras do mundo. Conquistar este cume situado a uma latitude elevada, acima dos 63 graus Norte, tem semelhanças com uma expedição aos pólos. As tendas são protegidas com blocos de gelo, e na progressão, os alpinistas montam depósitos de mantimentos para assegurar a sobrevivência no regresso. 44 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Perfil Ângelo Felgueiras sáveis pelo desporto em Portugal. Nas memórias recentes está também O João subiu tudo (os 14 cumes o dia 17 de Maio de 2010, quando de 8000m, incluindo o Eveatingiu o Evereste (8.848m), o Se o alpinismo rest) sem recurso a oxigénio cume mais alto do mundo e dos fosse futebol, o João artificial, o que é uma dife7 Summits. «Foi o mais difícil Garcia jogava no Real rença abissal. Se o alpinisde todos, e foi duro por caumo fosse futebol, o João sa do tempo passado acima Madrid, e eu na Distrital. Garcia jogava no Real dos oito mil metros porque Digamos que a semelhança Madrid, e eu na Distrital. obriga a uma grande discientre mim e ele é a mesma que plina e capacidade de sofriDigamos que a sememento só para sobreviver». lhança entre mim e ele é tenho com o Carlos Lopes: a mesma que tenho com também corro maratonas, ÂNGELO E JOÃO GARCIA o Carlos Lopes: também A conquista do ponto mais corro maratonas, mas um mas um bocado mais alto da Terra foi feita pela face bocado mais devagar. » devagar. » sul,e com o recurso a oxigénio artificial. Onze anos depois de João OS 7 CUMES Garcia, Ângelo subiu a pé até à altitude Outro pormenor diferencia ainda a que costuma voar, e tornou-se o segundo porÂngelo de João Garcia que completou em tuguês a conquistar o Everest. «A comparação 2010 os 7 Cumes com a conquista do Kosciuzko, com o João Garcia só é inevitável porque somos na Austrália, e finalizou o roteiro idealizado pelo um país pequeno e com poucos alpinistas. Além milionário Bass. do gosto e do respeito pelas montanhas, a única «O Kosciuzko só era a montanha mais alta da coisa que temos em comum é sermos dois portu- Oceânia porque ninguém tinha acesso ao Carstenz», contrapõe Felgueiras que esteve já em gueses que subiram ao Everest.» Modesto, Ângelo assume estar noutro “campeo- 2008 nas Pirâmides de Carstenz (4.884m), na ilha nato”: «Eu sou um curioso com algum currícu- da Nova Guiné, considerada por alguns geógralo, o João é um alpinista de elite mundial e que fos como o ponto mais alto da Oceânia, apesar de devia ter o reconhecimento devido dos respon- situado num país asiático (a Indonésia). OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 45 Perfil ESCALADAS SOLIDÁRIAS Polémica à parte, nas últimas três escaladas, Ângelo fez questão de associar a aventura a uma causa social. Na ida às Pirâmides de Carstenz, angariou verbas para a biblioteca infantil do Bairro da Cova da Moura, um bairro carenciado dos arredores de Lisboa. 46 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Na conquista do Everest, associou a escalada à compra de uma carrinha para a escolinha de rugby do bairro da Galiza, no Estoril. No regresso, esteve doze dias num centro comercial para divulgar o projecto e recolher os fundos necessários à concretização da ajuda ao ATL desta zona carenciada. Perfil Ângelo Felgueiras Para o Vinson, o piloto-alpinista mantém a associação aventura-solidariedade. « O que posso revelar, é que terei o apoio, na área social, da Fundação EDP, que me lançou um desafio que, além de ambicioso será extremamente motivante, pela marca que deixará em influenciar os jovens.» OBJECTOS DE CUME No Vinson, Ângelo Felgueiras manterá a tradição de transportar objectos simbólicos que provocam a admiração entre alpinistas que cortam as escovas de dentes para reduzir gramas de peso. «Levo sempre comigo uma fotografia da família, uma bandeira de Portugal e dos principais OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 47 Perfil «A minha montanha favorita é aqui bem perto de casa: o Pico, nos Açores. É uma montanha única! Subir o Pico, ficar lá a dormir, ver o nascer e o pôr-do-sol, descer e tomar um banho no Canal (braço de mar entre as ilhas do Pico e do Faial), é uma das minhas versões de Paraíso!» patrocinadores(Groupama seguros e TAP). E para admiração dos que partilham o cume comigo, levo ainda um cachecol do Sporting e a Barretina do Colégio Militar, um chapéu com algum volume e peso, mas que honra a instituição onde estudei e que me marcou muito pela positiva.» FAMÍLIA E TEMPOS LIVRES Pelos perigos e preparação necessária, os alpinistas não envolvem normalmente a família na aventura, mas Ângelo envolveu já a mulher e os 3 filhos na etapa final dos 7 Cumes. «Basicamente apoiam-me. Sem eles nunca teria sido capaz de ir onde já fui!» A experiência máxima aconteceu no início da expedição ao Everest onde a família Felgueiras fez 130 Km a pé entre os 2000 e os 5200m, e acompanhou o pai aventureiro até ao acampamento-base e ao glaciar de Khumbu. «Foram 15 48 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR dias sem eletricidade, casa de banho e água corrente. Se tivesse ido ao Nepal com a idade deles, não sei como teria sido a minha vida!» Manuel de 15 anos, Francisco de 11, e Teresa de 9, irão no final deste ano receber o pai a Punta Arenas, no Chile, no regresso da Antárctida. A MONTANHA ESPECIAL Longe dos Himalaias, dos Andes e da Antárctida, Ângelo tem uma montanha favorita onde voltou este Verão para “carregar baterias”: «A minha montanha favorita é aqui bem perto de casa: o Pico, nos Açores. É uma montanha única! Subir o Pico, ficar lá a dormir, ver o nascer e o pôr-do-sol, descer e tomar um banho no Canal (braço de mar entre as ilhas do Pico e do Faial), é uma das minhas versões de Paraíso!» - resume Ângelo Felgueiras que, mais do que subir montanhas, garante ter outra modalidade preferida: ser aventureiro. ø Aurélio Faria, Jornalista NOTA: As aventuras de Ângelo Felgueiras podem ser seguidas em http://www.angelofelgueiras.com Por terra SERRA DA FREITA AROUCA Caminhos Ancestrais, Vias Romanas, Albergarias Medievais, Rotas do Volfrâmio …. Fotos: Jorge José Portela Poderíamos ir por caminhos mais longínquos, ou apenas empreender uma viagem pelo Quaternário para acompanhar as trilobites gigantes, os primeiros seres vivos unicelulares, mas ficámos por roteiros menos ambiciosos. 50 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR A base logística é a aldeia do Merujal e o parque de campismo “Refúgio da Freita”, onde para desvendar as imensas rotas serranas temos todos os pontos de partida a pé e para deslocações curtas de automóvel. MACIÇO CENTRAL DA SERRA DA FREITA: FRECHA DA MIZARELA / RIBEIRA / CABAÇOS / CASTANHEIRA (Pedras Parideiras) / PORTELA DA ANTA / PEDRAS BOROAS DO JUNQUEIRO / ALBERGARIA DA SERRA Panorama verdadeiramente diversificado, quedas de água vertiginosas; relatos de vestígios de vias romanas (referências físicas e visíveis na aldeia de Canelas), fenómenos geomorfológicos e a presença humana desde os tempos pré-históricos. Rota circular (PR7), saindo e regressando do Refugio da Freita (890m). De salientar este espaço de apoio às atividades de montanha aqui realizadas. O 1.º trecho deste percurso é executado pela manhã, planalto, arbóreo, solo pastorício, aldeias relativamente próximas umas de outras, atividade intensa de pastorícia e agricultura de subsistência. Aldeia da Mizarela, formada sobre os penhascos das margens do rio Caima, linha de água famosa pela sua queda de água brutal (60m). O percurso é sinuoso e abrupto, sendas escorregadias e sonoras devido ao barulho das águas em queda livre, em cada mudança de curva de nível, as paragens são obrigatórias, pois as cores para as fotografias estão sempre a mudar, são as cores do arco íris. Arvoredo denso e humidade constante é notório até ao lugarejo da Ribeira, povoado cunhado na fenda do Caima. A descida foi vertiginosa a subida pelo acesso pedonal não foge à regra. Penhascos, passagens “Ferratas”, termo espanhol para passos delicados com apoio de cabos de aço e degraus. Troço com algum grau de dificuldade de desnível e passagens delicadas. Uma delicia para os apaixonados destas andanças. Estamos novamente em cotas altas, planalto ainda muito rural, seguindo em direção a aldeia de Cabaços (950m), PR15. Percurso muito agradável e desavançar para ver mais fotos OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 51 Por terra Serra da Freita - Arouca S ituada entre o Porto e Aveiro, a Serra da Freita é um maciço inserido na cordilheira da Gralheira. Estendendo-se para nascente, inclui além da Freita, as serras de S. Macário, Leomil e Montemuro. Por terra avançar para ver mais fotos contraído, após a situação anterior. Registo desta aldeia com uma actividade agrícola precária, com uma população idosa muito fragilizada com carências sociais. Há que fazer um registo fotográfico, a aldeia é muito típica carregada de uma arquitetura “tosca”, serrana. Os quase mil metros já se fazem sentir, ar fresco, presença de blocos graníticos e segue-se por cima dos mesmos em direção a Castanheira. _ Olha aqui um nódulo, olha outro, fabuloso, brilham expostos à luz, dez minutos viciantes na procura como se se tratasse da apanha de berbigão nas praias algarvias. Esta fica num plano secundário em detrimento do fenómeno geológico ali existente. Funcionou o espírito e o companheirismo. O trajecto prometia um desnível de 150m num plano horizontal muito curto. Pois a paragem técnica de reposição de calorias estava por momentos. As Pedras Parideiras, pequenos nódulos de 3 a 7 cm com formato de amêijoas que se formam sobre a rocha e que, a determinada momento, se descolam da base deixando a superfície rochosa cheia de pequenas deformações côncavas. O espaço está bem definido fisicamente e com boa informação técnica. Mas que é feito destes nódulos? Numa primeira abordagem não se avistam pois a procura destas pequenas “Ameijoas” foi infrutífera nesta 1.ª incursão. OK! Seguimos então para o pico da Gralheira (1045m), circundando muros de pedra e piso muito fragmentado talhado pelos carros de tração animal e do gado em pastorícia. O Fenómeno surgiu! Pequenos brilhantes saltitavam do chão como se de diamantes se tratassem. 52 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR _ Já não tenho bolsos para tantos Biotites (Termo correto para estes nódulos de composição mineralógica), ora já não basta a mochila carregada, ainda temos mais estas “pedras”, uma risota! Abrigados do vento, encostados às paredes da torre de vigia, reconfortamo-nos com a paisagem serrana que nos cerca. Pois estamos no maciço central da Gralheira. Preparados para a 2.ª parte do percurso (restante, todo no PR15), este troço seria longo mas nivelado, pelos planaltos da Freita. Aqui o panorama é de 360ᴼ, era o que os primeiros povos queriam, avistar o inimigo. A área não tem assim tantos vestígios, porque é serrana e os agentes atmosféricos repõem a natureza onde o homem OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 53 Por terra Serra da Freita - Arouca Por terra avançar para ver mais fotos construiu. Começamos por avistar vestígios pré-históricos, a Anta do Calvo (construção castrense) e a Anta da Portela (local de sepultura). Ainda neste trilho granítico, não nos apercebemos, mas estamos sobre caminhos Romanos, Via Romana que ligava o Porto a Viseu. Mantemo-nos na cota dos 1050m, afastamo-nos ao sabor do vento e aproximamo-nos das torres eólicas, aqui já com 15km de percurso decorrido, fletimos para poente e entramos no fio inicial do rio Caima. Neste troço confrontamo-nos com mais umas formas estranhas de rochedos “Pedras boroas do Junqueiro”, fenómenos de erosão em blocos graníticos. Recanto Pitoresco, zona de “Mochila de Ataque” pois o dia vai Longo. Ponto de paragem obrigatório e toca a apreciar! Troço final, belo percurso de socalcos sempre paralelo ao Caima, que aqui já mostrava a sua rapidez e a sua bravura do que seria mais à frente (as fisgas da Mizarela). Estamos a chegar à aldeia principal, Junta de Freguesia, Albergaria da Serra. Até lá ainda saltitamos sobre o Caima, encovado, formando belas bacias e espelhos de água. Chegamos a Albergaria da Serra, importante ponto estratégico! “Hoje” ainda não, mas “amanhã” como 54 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR referência turística e “Ontem” como referência obrigatória numa das vias importantes Romanas “O troço de calçada, pertencente à via romana entre Porto e Viseu, que partia da aldeia de Albergaria da Serra (ou das Cabras) no alto da Serra, foi destruída pelas obras de “Requalificação na Serra” que decorrem por iniciativa da Câmara Municipal de Arouca. Por agora ainda subsiste o fantástico troço de calçada na aldeia de Gestoso, continuação da via que passa em Portela da Anta”. O nome deriva de uma antiga albergaria que ali houve e de que ainda há notícia em inscrição lapidar incorporada no muro do cemitério da localidade. “Altas horas da noite, tocava nessa albergaria uma buzina para guiar os viajantes transviados, principalmente os almocreves que se dirigiam às feiras da região de Viseu” e ainda conhecida como Albergaria das Cabras, relacionada com uma actividade importante! A criação e pastoreio do gado caprino. O contato com estas gentes e deveras importante, pois são poucos, espreitam pela curiosidade do nosso colorido, e basta um dedo de conversa e temos amizade para varias horas de cerveja. Necessário será encontrar o proprietário do único estabelecimento. Mais ½ hora e estamos no local de partida, Merujal. Já com luz no crepúsculo! Puro lazer, Dois dias; Desportivo, um dia (6horas); Misto, um dia (10 horas) ø Jorge José Portela Por terra Serra da Freita - Arouca avançar para ver mais fotos OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 55 Por terra Douro, Vindimas e Vinho 56 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Na mais antiga Região Demarcada do Mundo finais de Setembro e Outubro é a época das Vindimas. No Douro, é o culminar de um ano de trabalho onde o produto final é a imagem de marca. O vinho. Venha experimentar um programa único, preparado para lhe despertar os 5 sentidos: os olhos cheios de cores quentes, os ouvidos embalados com cantigas, o paladar estimulado pelas provas e o olfato com os cheiros intensos dos mostos que fermentam... Seja bem vindo! O dia começa com uma recepção calorosa e uma mesa cheia de iguarias regionais. Afinal os participantes vão participar numa vindima e é bom matar a fome primeiro. De seguida iremos para as vinhas. Depois de distribuídas as tesouras e os baldes lá vamos nós ao som da concertina, elemento importante para animar a malta durante a apanha dos cachos. Já com algumas tesouradas e muita animação vamos visitar a Adega Cooperativa de Favaios, local onde a maioria dos produtores entrega as suas uvas e onde poderemos observar todo o processo do fabrico do moscatel de Favaios. E porque a barriga “já dá de si” regressamos à Quinta da Avessada para um repasto tradicional duriense. Num espaço mesmo no meio das vinhas somos presenteados com uma sopa de pedra, um arroz de feijão com pataniscas e bom vinho da região. Com o dia a correr calmamente é hora de conhecermos um pouco mais da história da região. Uma viagem que o nosso anfitrião conta com paixão, e um brilho nos olhos e nos conduz até junto dos lagares da quinta para dar início à lagarada. Para os mais afoitos é a oportunidade de pisar as uvas e reviver uma tradição única. Ao som das concertinas os participantes podem desfrutar do calor humano que as vindimas proporcionam. O dia termina com uma prova comentada de vinhos moscatel, um brinde a todos nós e muitas recordações para partilhar. Épocas recomendadas: 15 de Setembro a 15 de Outubro O que deve trazer: Os participantes devem trazer chapéu, uma t-shirt e calções para participar na lagarada. Preço: 57 euros Inclui: Almoço, prova de vinhos e seguros. A actividade realiza-se todos os dias com um mínimo de 8 pessoas. ø Um programa: Oficina da Natureza http://www.oficinadanatureza.pt/ OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 57 Por terra Douro, Vindimas e Vinho Actividade Por terra Ainda a Titan Desert N este momento em que organização já se encontra a iniciar os preparativos para a edição de 2012, recolhemos o testemunho de um dos nomes do ciclismo nacional Vitor Gamito, e a descrição do Vitor não podia ser melhor… No entanto permitam-me que acrescente algumas observações: Esta foi a edição com mais participantes de sempre numa prova deste nível em pleno deserto do Saara (500 participantes) por isso mesmo houve sem dúvida algumas falhas, falhas essas admitidas pela organização e com toda certeza corrigidas já em 2012. Uma das falhas tem a ver com os banhos. Este ano a fila para o duche era enorme e por vezes a água faltou, não podemos no entanto esquecer-nos que estamos no meio do deserto e aqui a água é o bem mais precioso, por isso mesmo temos de preservá-lo e poupá-lo. Quanto ao alojamento as fantásticas tendas berberes são únicas, no entanto tem o inconveniente de deixar entrar todo o tipo de bicharada, pó e se chove a coisa fica mais complicada, mas o espírito berbere é este mesmo. 58 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Já a alimentação este ano falhou quanto a mim apenas na variedade, pois ao fim de 3 dias a comer a mesma coisa ao almoço e jantar o nosso estômago e principalmente o nosso paladar já reclama outros sabores:) Quanto aos WC, aqui sim a organização terá de melhorar significativamente ou então irá acontecer o que aconteceu este ano, que bem melhor que uma sanita era uma duna com uma vista deslumbrante. Em resumo não é uma prova para todos, é duríssima por todas as características que tem não só de competição, de todo o tipo de terrenos, mas também das condições de alojamento, transporte, higiene e alimentação a que estamos sujeitos, mas é isto mesmo que faz da Titan Desert uma prova única e uma aventura memorável que vale a pena viver pelo menos uma vez… Eu já a vivi 3 e em 2012 lá estarei novamente… Só quem a completa é um verdadeiro Titan, no caso do Vitor além de completar ainda ganhou a sua categoria o que de facto torna a participação ainda mais saborosa. Deixo-vos agora o relato do meu amigo e companheiro de equipa Vitor Gamito, um abraço a todos e boas pedaladas… Paulo Quintans Fotos: Organização Titan Desert Evento Não foi propositado, mas se calhar comecei logo pela prova de BTT mais dura do mundo. E esta dureza não se deve unicamente ao tipo de percurso e quilometragem das etapas, mas sobretudo às restantes horas do dia que passámos sem a bicicleta em que, o que mais sobressaia era a falta de condições de descanso, alimentação e sobretudo higiene. Foi sem dúvida um teste à capacidade e resistência física e psíquica dos cerca de 550 participantes desta edição do Titan Desert, e em que cerca de 20% não conseguiu concluir este desafio. Quando aceitei o convite dos meus amigos que estavam a formar o projecto MEO TEAM, nomeadamente o Paulo Quintans que já tinha participado nas duas edições anteriores, preparei-me psicológica e fisicamente para a dureza de uma prova desportiva no deserto e tudo o que isso implica. O Paulo já nos tinha dado a informação para que fizéssemos essa preparação da melhor forma. Mas o que nós não esperávamos, nem o Paulo e os outros portugueses da comitiva que já tinham participado em edições anteriores. As condições desta prova pioraram significativamente este ano, sobretudo porque a organização não acompanhou o aumento significativo do número de participantes. Faltaram condições básicas, não só aos atletas, como a todo o staff que acompanhou as equipas. As instalações sanitárias eram insuficientes, assim como a água para a higiene pessoal.Havia filas de espera para tudo. Os ciclistas que chegavam um pouco mais tarde das etapas, tinham que esperar horas para conseguirem tomar banho, porque só havia 15 duches para mais de 700 pessoas. Os sanitários ainda eram em menor número. A comida para além de ser pouco variada, era de fraca qualidade e sobretudo de higiene. Não é de estranhar que uma grande percentagem dos participantes tivesse sofrido de problemas intestinais e gástricos. Felizmente e muito graças à suplementação todos estes problemas de saúde passaram ao lado de toda a MEO TEAM. Após cortarmos a meta de cada etapa, tínhamos direito a 1,5litro de água, que tinha que dar para Não foi o resto do dia. propositado, Mas como é óbvio, não chegamas se calhar va! As próprias comecei logo pela bebidas das reprova de BTT feições tinham que ser pagas. mais dura do mundo. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 59 Por terra Titan Desert “T erminou a minha primeira grande aventura em BTT. Foram 6 dias de prova e mais 3 de viagens e preparativos bastantes cansativos. A minha participação nesta aventura quase dava para escrever um livro, mas vou tentar resumir aqui. Por terra Na última crónica que escrevi quando já estávamos em viagem para Marrocos, defini como objectivo principal no que respeita a resultado desportivo, lutar pela vitória na categoria master. E como disse também, mesmo sem saber quem seriam os meus principais adversários. Tinha consciência da minha forma física, fruto da dura e intensa preparação que realizei durante 3 meses. Faltava saber quem seriam os principais adversários e em que condição física se apresentariam nesta prova. Como segundo objectivo, apontei também um lugar no top-ten na classificação geral. Quando chegámos ao hotel onde iria começar a primeira etapa, comecei a cruzar com caras conhecidas do pelotão internacional do ciclismo de estrada. Alguns deles já os tinha visto na lista de inscritos, nomeadamente Oscar Pereiro, Roberto Heras, Euleutério Anguita e Melcior Mauri. Este último seria para mim um dos principais adversários à luta pela vitória em masters. Aliás, o Mauri já tinha ganho uma edição do Titan Desert. Mas também me cruzei com ilustre do ciclismo mundial, e que não sabia que iria estar presente: Manuel Beltrán (40 anos), mais conhecido por Triki. Em conversa com Triki, disse-me que estava ali só para desfrutar da prova e que não tinha treinado muito, mas como esta é sempre a lengalenga dos ciclistas, fiquei na expectativa e passei a contar com mais um nome de peso para lutar pela vitória na categoria Master. Mais tarde fiz uma pesquisa na 60 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR net, e descobri que o Triki tem participado em provas de BTT em Espanha e inclusive tinha ganho a última em que participou. Logo na primeira etapa todas as minhas dúvidas acerca dos meus adversários ficaram esclarecidas. Triki foi o terceiro da etapa, atrás de Roberto Heras e de Milton Ramos. Eu apanhei 29 minutos de Triki e Melcior Mauri foi apenas 73º a mais de 30 minutos de mim. Concluí também que afinal a minha fasquia talvez tivesse sido colocada demasiado alta, face ao andamento do grupo da frente. Mas esta primeira etapa, para além de ter sido das mais duras desta edição do Titan, demasiados problemas prejudicaram a minha prestação. Consegui nesta etapa um 14º lugar e fui o 4º Master. Neste dia pensei muitas vezes o que estava ali a fazer e qual a necessidade de tanto sofrimento. Tanto treino nestes últimos meses para conseguir apenas um 4º lugar em Master logo na primeira etapa, e já a quase meia hora do primeiro! Depois da minha prestação nesta primeira etapa, teria que decidir se deveria redefinir os meus objectivos para esta prova. O segundo dia foi o primeiro dia da etapa maratona. A etapa maratona consiste em duas tiradas. A primeira com 103km e a segunda com 137km. As horas que dividem estas duas tiradas, são de auto-suficiência, isto é, não temos mecânico, nem massagista, nem duches, nem tendas, nem camas. A organização fornece apenas, almoço, jantar, que, apesar de ter descido de 14º para 18º na classificação geral, subi de 4º para 3º na classificação Master! Afinal, tinha havido mais “cortes de corrente” naquele dia. A primeira etapa tinha deixado mossa a muito boa gente. Não foi só a mim. Decidi então não baixar os braços ainda, e que no terceiro dia (2ª parte da etapa maratona) iria mais uma vez tentar aguentar o ritmo do grupo da frente e ficar na expectativa a ver se mais algum adversário directo cederia. Ao terceiro dia, realizámos a tirada mais longa da história do Titan Desert - 137km! Mais uma vez tentei seguir com o grupo da frente durante alguns quilómetros, pelo menos para fugir à confusão inicial. Passados uns 20km, optei por levantar o pé e seguir o meu ritmo, pois estava sujeito a dar o estoiro. A etapa era muito longa. Resultado final: subi um lugar na classificação geral, e reduzi o tempo de diferença para o 2º classificado master. As sensações físicas iam melhorando a cada dia que passava. Quarto dia, a etapa mais dura em solo marroquino, caracterizada pela muita pedra que iríamos Naquele momento decidi esquecer a luta pela classificação Master e aguardar pela Celina para tentar ajudá-la. E assim esperei. Fui devagar. Entretanto chega o grupo onde Celina vinha integrada. pela classificação Master e aguardar pela Celina para tentar ajudá-la. E assim esperei. Fui devagar. Entretanto chega o grupo onde Celina vinha integrada. Eram uns 10-15. Os restantes 20km que faltavam para chegar ao acampamento foram para puxar pela Celina para que perdesse o menos tempo possível para Rebeca Rush. Terminada a 1ª tirada da etapa Maratona, tinha ficado decidido que iria levar o resto do Titan Desert mais na desportiva, até porque nesse dia terei perdido uns 30-40 minutos para Manuel Beltran e o grupo da frente. Mas a meio da tarde, e por curiosidade, fui ver as classificações da tirada. E tal não é o meu espanto apanhar. Apesar de já termos mais de 300km nas pernas, e pouco descanso, mais uma vez saiu-se a 1000 por hora! Mas desta vez consegui aguentar melhor o grupo da frente, apenas composto por cerca de 10 elementos, e Manuel Beltran não era um deles. Mais uma vez, quem impunha um ritmo muito forte neste grupo era o checo Martin Horak. Rolámos muitas vezes a quase 40km/h, e ninguém ia à vontade na roda do campeão checo. Apesar de me sentir bem, tive mesmo que ceder e seguir o meu ritmo. Passados os 15km do troço em pedra, aumentei o ritmo e ainda consegui passar por 2 ciclistas que iam na frente. Nessa etapa fiz 10º e subi OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 61 Por terra Titan Desert pequeno-almoço, e um toldo onde colocamos os nossos sacos-camas para pernoitar. Também havia lavatórios para uma higiene mínima, mas rapidamente terminou a água. Assim, no segundo dia do Titan, tivemos que transportar carga extra. Depois de ter terminado a primeira etapa bastante desgastado (físico e psíquico) e com bastantes dores musculares, devido à queda, às cãibras, ao ritmo da prova e à avaria da suspensão, a minha condição e a moral no segundo dia não estavam em alta. No entanto, quando se deu o tiro de partida, mais uma vez posicionei-me na frente. Nos primeiros 2km o ritmo até era confortável, mas logo de seguida o checo Martin Horak atacou fortíssimo! Ainda tentei seguir o grupo da frente, mas de imediato vi que era impossível. Continuei a pedalar, até que fui apanhado por um grande grupo (cerca de 20) no qual vinha a líder feminina – Rebeca Rush. Foi nesta altura que tive um corte de corrente. Pensei: “vão uns 20 na frente, estou todo dorido (sobretudo mãos, braços e costas), a principal adversária da minha colega Celina vem aqui comigo, e eu não faço ideia se a Celina vem próximo ou mais atrasada!”. Naquele momento decidi esquecer a luta Por terra ao primeiro lugar da categoria Master. A faltar duas etapas para o final do Titan, era 12º da classificação geral e líder da classificação Master, com 17 minutos de vantagem do espanhol Manuel Beltran. A quinta etapa foi a mais curta – 61km – e também a mais rápida – 33km/h. Mais uma saída a fundo, mais uma vez apanhei o comboio da frente, e mais uma vez Manuel Beltran ficava para trás. Com isto consolidei a minha liderança, tinha agora 45 minutos de vantagem. nas descidas finais. Eu não quis arriscar, pois na situação em que estava tinha garantida a vitória na categoria, e segui no meu ritmo. No final dos 6 dias de competição tinha conseguido o meu objectivo principal – vencer a categoria Master – e fiquei apenas a 1 lugar do meu objectivo secundário – o top-ten da classificação geral. Quem diria?! Depois de logo ao segundo dia pensar que já não teria hipótese de atingir o meu objectivo! Só podemos fazer o balanço de uma prova por etapas, após todas terem sido concluídas. Numa proDepois de uma noite muito mal dormida e a alimen- va de BTT com esta dureza, em que a capacidade tação ter sido quase nula, no Sábado arrancámos de recuperação é o factor mais importante para de Alba (Espanha) para a última etapa. Momentos um bom resultado, em que as condições, forneciantes, ainda tive uma situação de bastante stress. O das pela organização, para esta recuperação são amigo Jota tinha trazido de Portugal uma suspen- escassas, todos os truques são importantes. No são Lefty para substituir a que estava estragada. E meu caso em particular, e no caso de toda a equio Rui Silva (Barbo Racing) tinha a delicada missão pa Meo Team, em que todos foram finishers, um de fazer a substituição em “cima do joelho” e sem dos truques utilizados, foi uma boa suplementaas ferramentas mais apropriadas. Serviu-se apenas ção nutricional. Como já referi a alimentação era de um minúsculo alicate, que andava comigo no ca- desequilibrada. Mas toda a Meo Team estava bem melbak para alguma emergência, um conjunto de suplementada, ou não tivéssemos o alto patrocínio chaves de sextavadas e um taco de madeida GoldNutrition (uma curiosidade: Roberra. Felizmente e graças à experiência to Heras também o tem). O Fast Recodo Rui neste tipo de situações de very, o Goldrink Premium, o SAFE, stress competitivo como mecâo ZMA, o Magnésio, o Tribulus, o No final dos 6 nico oficial da equipa Yamanha Muscle Repair e ainda o Kyodias de competição (motocross) tudo correu bem, -Dophilus (da marca Kyolic) tinha conseguido o meu e na última etapa, finalmenforam peças fundamentais te tinha uma suspensão da no sucesso de toda a Meo objectivo principal – vencer frente. Team, do Roberto Heras e do a categoria Master – e fiquei meu em particular. ø apenas a 1 lugar do meu Vitor Gamito A última etapa tinha 110km com 2.500 de subida acuobjectivo secundário – o mulada. Subidas longas junto top-ten da classificaà Serra Nevada. Foi o dia que ção geral. me senti melhor. Quando Milton Ramos, principal adversário de Roberto Heras, atacava nas subidas mais inclinadas, só ficávamos 4 na frente: Milton, Heras, Pinto e eu. Depois o grupo abrandava e alguns ciclistas juntavam-se ao grupo. Entretanto, e por momentos, perdemo-nos duas vezes. Tinham retirado algumas marcações colocadas pela organização. Isto foi pretexto suficiente para alguns atletas (aqueles que iam mais juntos) convencerem os outros a fazer um pacto de não agressão durante o resto da etapa. Todos concordaram (ou quase todos). A partir daqui seguimos num ritmo moderado. Terminadas as subidas mais duras, alguns lançaram-se 62 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR TARIFÁRIO O MELHOR TARIFÁRIO, VENHA O OITO QUE VIER. Com o tarifário Pop 8 da Optimus sempre que carregas falas mais barato. Adere ao Pop 8 e fala até 8 cêntimos por minuto para todas as redes. O POP 8 é o melhor tarifário, venha o oito que vier. optimuspop.pt 800 93 88 88 Por água CANYONING NA PÉROLA DO ATLÂNTICO O “Canyoning” é um desporto de aventura que se desenvolve nos leitos abruptos de ribeiras quase inexploradas, e para ultrapassar os obstáculos temos de caminhar, saltar, fazer rappel e nadar. A ilha da Madeira é sem sombra de dúvida um dos melhores lugares de Portugal e da Europa para a prática desta modalidade. Oferecendo uma paisagem deslumbrante aliada a boa temperatura que se faz sentir ao longo do ano, a Madeira oferecer mais de sessenta itinerários de Canyoning que podem variar em termos de grau de dificuldade e beleza. F azer Canyoning dentro da floresta Laurissilva catalogada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade desde 1999 é uma experiência única e inigualável. A abundância de água nesta floresta faz com que o Canyoning seja das actividades mais procuradas pelos milhares de turistas que visitam a ilha ao longo do ano. O verde que se faz brotar das principais espécies de Lauráceas levam nós a descobrir uma 64 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR floresta única que só através do Canyoning pode ser observada no seu estado primitivo. Adventure Kingdom é uma empresa de referência na área do canyoning, oferecendo a todos os clientes a possibilidade de descobrir a modalidade sempre acompanhado e guiado em segurança por guias devidamente credenciados pela federação de campismo e montanhismo de Portugal. www.madeira-adventure-kingdom.com ■■ Devido a orografia da ilha desde cedo o Madeirense “habitou-se” ao uso de manobras de cordas chegando no inicio a praticar um desporto semelhante ao Canyoning denominado de “Aguagens”. ■■ O Canyoning como modalidade foi introduzido na Madeira pelas mãos do Francês Antoine Florin no ano 2000, tendo sido o pioneiro da actividade na Madeira e tendo equipado a grande maioria dos Canyons. ■■ Entre 2000 e 2005 foram abertos na Madeira perto de uma trintena de Canyons. ■■ Em 2007 foi publicado pelo Antoine Florin um guia com os croquis das ribeiras equipadas por ele próprio. Equipamento individual para o Canyoning: Fato de Neoprene de 5 mm Capacete Botas de Canyoning ou ténis Arnês equipado (Mosquetões, oito, e longes) Cordas principal e de Resgate Mochila equipada com Bidão, Kit de Primeiros socorros e Telemóvel OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 65 Por água CANYONING Canyoning na Madeira Por água Testemunho: “UMA EXPERIENCIA INESQUECÌVEL” Fazer Canyoning foi um dos nossos melhores momentos durante a visita a Madeira, é uma actividade acessível a todos graças as explicações dos guias que em todo momento estiveram atentos as nossas necessidades. Uma forma divertida de fazer desporto e desfrutar das paisagens da ilha nadando em lindas lagoas. (…) ø www.tripadvisor.com APP IPHONE Knot Guide As pessoas de todo o mundo, desde os tempos antigos, descobriram que os nós são ao mesmo tempo fascinantes e essenciais. Estes são usados na vela, escalada, poda de árvores, joalharia, nas tarefas diárias, entre outros. Se é novato ou tem alguma experiência com cordas, Knot Guide irá ajudá-lo! http://itunes.apple.com/us/app/knot-guide/ id293111210?mt=8 66 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por água Indoor 1 PREPARAÇÃO PARA CANYONING INDOOR 2 Trabalho para o músculos peitorais e braços em máquina. Recomendação- 3 séries x 20 repetições 68 P ara participares numa actividade de Canyoning, para além de saberes as principais técnicas de rappel, escalada e natação, deves ter uma boa preparação física! Se queres entrar nesta aventura com toda a segurança, segue as sugestões de exercícios do Professor Cláudio Silva do Aquafitness Health Club, e prepara-te indoor para uma grande AVENTURA OUTDOOR! Irás conhecer locais fantásticos, paisagens inesquecíveis e a diversão é garantida. Boas Aventuras ø 3 Trabalho de resistência para os músculos das costas, ou dorsais, em máquina. recomendações: 3x 20 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR 4 Trabalho de força para os biceps no puxador. 4x10 Na foto: Paula Teixeira Trabalho para o recto abdominal Ajuda na sustentação e equilíbrio do tronco. Recomenda-se 4 séries de 30 repetições cada. Por água Treino Indoor 5 Trabalho para os oblíquos. Ajuda sempre nos movimentos de rotação do tronco durante as descidas e subidas. Recomeda-se 2 séries de 25 repetições . 7 Trabalho de força para os músculos posteriores da coxa. recomendações- 4x10 8 6 www.aquafitness.pt Trabalho dos membros inferiores com maior incidência nos músculos da coxa. 4X12 Trabalho de resistência com cabo para os ombros na máquina Kinesis. 3x20 OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 69 Por água Evento Cerca de 50.000 pessoas visitaram o maior festival de desportos de ondas da Europa T erminou a quinta edição do Santa Cruz Ocean Spirit, na Praia do Navio, em Torres Vedras. Depois da neblina de manhã e de temperaturas muito altas durante o dia, foram conhecidos os vencedores do Ocean Spirit Santa Cruz World Waveski Surfing Titles e do Internacional de Skimboard. Já a categoria principal da prova de Bodyboard, o “Vert Pro-Am Santa Cruz powered by Custom X”, não pôde ser concluída devido às condições do mar. Nas finais do Mundial de Waveski, prova que recebeu quase 80 atletas, o grande vencedor da categoria Open foi o francês Virgile Humbert, campeão do mundo júnior em 2009 e campeão francês Open em 2010. “Foi uma grande surpresa, ter ganho. Aliás, também não esperava estar na final! Defrontei o Rees Duncan nas meias-finais, que é um campeão mundial. E ter acesso à final foi magnífico para mim. Nem consigo exprimir o que sinto agora”, disse depois de subir ao pódio. Esta é a segunda vez que está em Portugal. “Estive na Ericeira em Setembro do ano passado, a surfar boas ondas”. Virgile acrescentou ainda que vai voltar em breve. Sobre o Santa Cruz Ocean Spirit comentou ainda: “É uma ideia excelente, juntar todos os desportos. É óptimo estarmos juntos e divertirmo-nos.” Em segundo lugar ficou o também francês Pablo Arrouays, vice-campeão francês Open em 2010 e três vezes campeão francês júnior. 70 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotos: Tomanephotos.com/Zeca Photography Santa Cruz Ocean Spirit 2011 Entre os Veteranos (com mais de 60 anos), o primeiro lugar foi para o sul-africano Willy Graser. Nos Grandmasters, o vencedor foi o francês Charles DuPlessis. Nos Masters, a vitória foi para o australiano Stephen Farthing, o grande destaque da categoria. O seu conterrâneo Rees Duncan venceu a categoria de Séniores, e o francês Mael Divialle a de New Age. Entre os Juniores, o primeiro lugar foi para o francês Pablo Arrouays e nos Cadetes para Maxime Gaborit (FRA). Na categoria Women, a vencedora foi a sul-africana Sandra Piennar. Além destes, que subiram ontem ao pódio do Santa Cruz Ocean Spirit, foram ainda atribuídos alguns prémios especiais, nomeadamente para a melhor onda, que foi para o australiano Rees Duncan, alcançando 9,67 pontos (em 10 possíveis). Destaque ainda para o prémio para o atleta mais velho, o escocês David Allan, com 70 anos, e para o atleta mais jovem, o francês Baptiste Escola, com 13 anos apenas. De salientar também o prémio “The Reason for Living”, para o atleta norte-americano Jeff Munson, pela atitude e coragem de ter continuado, após uma lesão na coluna que há 11 anos o deixou paraplégico, num acidente de surf. A prova de Bodyboard “Vert Pro-Am Santa Cruz powered by Custom X”, a decorrer com quatro categorias (Pro/Am, Júnior, Dropknee e Women), só viu três delas serem concluídas. que contou com o maior Prize Money de sempre nesta categoria, no valor de 2000 euros, a grande vencedora foi Sofia Lopes. Leila Mendes ficou em segundo lugar, Filipa Pinto em terceiro e a brasileira Viviane Grieco em quarto. “Estava um bocado renhido entre mim e a Leila. Eu fiz duas boas ondas e pensei que se calhar ia safar-me. Quando ouvi o meu nome… foi o delírio,” confessou Sofia Lopes, que foi também uma das organizadoras do evento. “Foi muito engraçado! Eu e a Pipa [Filipa Pinto] fartámo-nos de trabalhar para deixar tudo feito, mas é de louvar a RESUL, pelo apoio que nos deu. Não é todos os dias que alguém aposta num desporto que é diferente, mas que está a crescer. No entanto, foi isso mesmo que fez com que nos quisessem patrocinar,” acrescentou. Até para o ano Santa Cruz, seguramente com muito espírito! ø Purofeeling Comunicação Sabe mais sobre o Ocean Spirit em www.oceanspirit.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 71 Por água Ocean Spirit 2011 Na categoria Júnior, o grande vencedor foi Daniel Fonseca, actual campeão nacional sub-18. Entre as senhoras, o primeiro lugar foi para Catarina Sousa. A Top 4 mundial destacou-se ainda na prova Pro/Am, depois de ter passado várias rondas e eliminado alguns dos melhores atletas em prova. Na categoria “Dropknee”, o vencedor foi André da Silva, que destronou Nuno “Batata” Leitão, o grande favorito. No Internacional de Skimboard, prova que é disputada nas categorias Open, Sénior, Master, Feminino, Júnior e Juvenil, decorreram hoje as meias-finais e finais de todas as categorias. A final Open premiou Hugo Santos como o grande vencedor da prova, deixando o segundo lugar para Emanuel “Mega” Embaixador (actual campeão nacional), o terceiro para André Abrantes e o quarto para Lino Curado, atleta de 31 anos que pratica a modalidade desde os 9. Depois de serem anunciados os vencedores, o ex-campeão nacional confessou que não estava à espera. “Nunca se está à espera, mas o heat correu bem... estava à espera de uma boa posição, talvez segundo ou terceiro”, disse. Hugo Santos venceu o heat graças a uma última onda, em que alcançou dez pontos, a pontuação máxima. “Percebi que seria muito bem pontuada, mas nunca esperava um 10! Talvez um 9... não tinha ideia que tinha sido assim tão boa”, conta. Hugo Santos acumula já nove títulos de campeão Europeu. Sobre os nacionais, diz que já lhes perdeu a conta. “Sinceramente, não sei ao certo, mas acho que são oito ou nove.” O atleta já vem ao Santa Cruz Ocean Spirit desde o primeiro ano e promete voltar. “É o campeonato pelo qual todos nós esperamos. Não é só um conjunto de modalidades mas um encontro de amigos de várias modalidades.” Já no “Spirit Skim Girls”, uma prova feminina Por ar Evento Red Bull X-Alps 2011 Só dois sobreviveram... Fotos: Red Bull Contentpool Ventos fortes, chuva e até nevões. As condições climatéricas instáveis fizeram da edição deste ano do Red Bull X-Alps a mais dura de sempre. Percorrendo 1807 quilómetros de parapente e a pé, o suíço Christian Maurer voltou a vencer no ano de estreia de Portugal. 72 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Por ar Red Bull X-Alps 2011 avançar para ver mais fotos D epois de cumprida a sua quinta edição, o Red Bull X-Alps reforçou claramente o seu estatuto. Não é à toa que esta é já considerada uma das mais duras expedições de desportos não-motorizados do Mundo. Uma elite de 30 atletas de 22 países foi escolhida para enfrentar no prazo máximo de 14 dias um percurso de 864 quilómetros entre a cidade austríaca de Salzburgo e o Mónaco. Exclusivamente a pé e de parapente, poucos foram no entanto os que “sobreviveram” à extrema dureza alpina. O traçado passou por quatro países e incluiu os principais picos dos Alpes - incluindo o famoso Monte Branco com os seus 4792 metros. Condições climatéricas muito instáveis, com ventos fortes, chuva e até nevões acabaram por transformar o dia-a-dia da caravana num autêntico calvário. Foi neste quadro negro que se destacou uma vez mais o suíço Christian Maurer - que repetiu a vitória de OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 73 Por ar 2009 e aterrou no Mónaco ao fim de 11 dias, 4 horas e 22 minutos. A proeza de Maurer é ainda mais expressiva se tivermos em conta a vantagem que alcançou no terreno - quase 200 quilómetros face ao seu mais directo perseguidor - e também o facto de ter recebido uma penalização que o obrigou a estar parado 24 horas! Questionado no fim sobre o seu estado de espírito, Maurer disse “precisar de algum tempo para gerir o que sente”. A aproximação ao Mónaco incluiu até algumas acrobacias, sem dúvida um sinal da satisfação do atleta que afirmou mais tarde ter temido o pior; “Pensei que teria de andar até à meta, mas felizmente consegui voar”. Além de Maurer, apenas o romeno Toma Coconea conseguiu cumprir o objectivo final do Red Bull X-Alps - chegando ao Mónaco ao fim de 14 dias (próximo do limite imposto pela organização). Dos 30 atletas que partiram de Salzburgo, 12 desistiram ou foram eliminados e os restantes 16 ficaram no terreno a distâncias que variaram entre 9 e 400 quilómetros do Mónaco. Os 1.807 quilómetros (1.321 em parapente e 486 Kms a pé) que Maurer teve de percorrer face ao traçado ideal da prova (864 Kms) mostram bem o esforço físico e psicológico que está em causa no Red Bull X-Alps. 74 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR NUNO VIRGÍLIO FAZ BALANÇO POSITIVO DA ESTREIA Embora não tenha conseguido chegar ao fim, Nuno Virgílio escreveu mais um capítulo na história do desporto português. Eliminado ao fim de seis dias de competição, o recordista português de distância de voo em parapente faz um balanço positivo desta estreia no Red Bull X-Alps; “Mesmo não tendo cumprido o objectivo de chegar ao Mónaco, estou consciente de que dei o meu melhor e vivi aqui uma experiência única. Infelizmente as condições climatéricas adversas não me permitiram voar muito e por isso acabei por me atrasar... Mas mais do que isso, as pesadas penalizações que sofri acabaram por ser fatais. Agora é tempo de reflectir e começar já a pensar na próxima edição!”. Com 32 anos, Nuno Virgílio é recordista nacional de distância de voo em parapente e também um dos mais internacionais atletas neste campo. Para esta aventura, o parapentista de Juncal (Leiria) contou com o apoio logístico do experiente montanhista Samuel Lopes, de 46 anos. Para se prepararem para este, ambos seguiram um rigoroso treino desenvolvido pela Faculdade de Motricidade Humana – pela mesma equipa que orientou, entre outros, o alpinista João Garcia. ø Thomaz Mayo Por ar Red Bull X-Alps 2011 OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 75 Fotografia Entrevista – Chakall por Magali Tarouca FOTO: Artur Nem só de aromas e sabores é feito o dia-a-dia do mais mediático chef de cozinha do nosso país. Por detrás do turbante a que nos habituámos a ver na televisão e nas revistas, encontra-se um homem do mundo, apaixonado pelas emoções fortes e com um baú repleto de recordações e experiências de vida únicas que resolveu partilhar com a revista Outdoor. Foi em conversa com o chef Chakall que descobrimos um dos prazeres que mais condimenta a sua vida: a fotografia! 76 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR N A curiosidade natural de um jornalista aventureiro fez com que Chakall saísse do seu país e partisse numa busca incessante por si próprio. Percorreu todo o mundo e pode-se orgulhar de ter no currículo mais de 90 países visitados, mas foi no Continente Africano que encontrou uma paixão inesperada: a culinária. Depois de uma passagem de um ano, em 1998, por Portugal, Chakall partiu numa aventura de dois anos por África onde se abriram as portas para um mundo novo de cheiros e sabores desconhecidos. Munido de especiarias e com um turbante debaixo do braço, que viria a ser a sua imagem de marca, regressou a Portugal pronto para iniciar um brilhante percurso enquanto chef de cozinha. Depressa se deixou cativar pelo nosso país e resol- Fotografia Entrevista – Chakall asceu a 5 de Junho de 1972, em Buenos Aires. Fruto de uma mistura das culturas galega, basco-francesa, helvético-alemã, italiana e indígena do norte da Argentina, Chakall revela ter herdado da sua família o espírito de aventura, nunca podendo prever o que estará a fazer no dia seguinte. Jornalista de formação, tirou o curso na Universidad del Salvadore e chegou a exercer a profissão no diário El Cronista de Buenos Aires. No entanto, o destino do jovem chef reservava-lhe outras direcções, bem mais longínquas, imprevisíveis… e saborosas. A curiosidade natural de um jornalista aventureiro fez com que Chakall saísse do seu país e partisse numa busca incessante por si próprio. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 77 Fotografia Mas, mesmo com uma agenda tão preenchida, o chef tem ainda tempo para alimentar uma das suas paixões: a fotografia. veu ficar, tendo comprado uma casa na Lourinhã, onde é o feliz proprietário de uma colorida horta na qual planta muitos dos alimentos que enchem de vida e cor os seus peculiares e inconfundíveis cozinhados. Mais de uma década depois de ter abraçado o nosso país, o cozinheiro construiu um verdadeiro império de sabores e é, actualmente, é um dos mais prestigiados e originais chefs de cozinha nacional. Mas, como o seu espírito inquieto não lhe permite resignar-se à rotina de um comum mortal, ao longo dos anos Chakall tem alternando os seus negócios em Portugal, onde gere vários restaurantes, com o lançamento de vários livros de cozinha, os seus projectos na Alemanha, na França, em Espanha, e nos Emiratos Árabes Unidos e o programa de televisão na China. Mas, mesmo com uma agenda tão preenchida, o chef tem ainda tempo para alimentar uma das suas paixões: a fotografia. Pode-se dizer que o gosto pela imagem nasceu com ele, e tem vivido consigo quase como uma testemunha do seu percurso inesperado e apaixonante. “Antes de qualquer carreira, em pequeno pegava numa Polaroid e fazia fotografias aos meus familiares. Adorava ver algo congelado no tempo e ficava fascinado com a magia que estava por detrás disso”, conta-nos. Quando questionamos Chakall sobre o que consi78 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotografia Entrevista – Chakall dera serem os ingredientes essenciais para fazer uma boa fotografia, o chef afirma que são “a luz e o enquadramento que mostram o olhar do fotógrafo. Um metro mais à frente ou mais atrás muda radicalmente o significado do que queremos transmitir. Na verdade, nunca fiz uma fotografia a pensar em quem a vai ver, mas somente em mim próprio”, sublinha. Como companheira de viagem Chakall não dispensa a sua Sony Alpha 850. “Não trocava esta câmara por nenhuma das marcas mais conhecidas. Uso várias objectivas fantásticas: uma 24-70 mm, uma 50mm, uma 85 mm, uma 135 mm e uma objectiva olho de peixe. Para além disso, todas as imagens que faço gravo-as simultaneamente em RAW e JPEG. Na fotografia o que mais o atrai são os retratos e os objectos, tendo desde sempre optado por fotografar paisagens apenas com a mente. “Os retratos mostram o percurso de uma vida. Os olhos, a boca dizem-nos muito mais do que pensamos. Se forem de pessoas de idade, temos um mundo de rugas que me fascinam.” No entanto, Chakall tem um sentimento duplo em relação a retratar alguém. “ Por um lado, quando vejo alguém que me chama a atenção quero fazer a fotografia para ficar com essa memória registada, mas, por outro lado, não quero ’interromper’ o momento com uma câmara fotográfica. Quanto aos objectos, são motivos que mostram algo. Por exemplo, adoro fotografar cartazes porque, muitas vezes, sem estarem inseridos numa cultura, podem até ser ridículos ou cómicos: imaginem em Portugal um cartaz a proibir elefantes de atravessar uma estrada.” Apesar de ser no deserto que se sente “como um peixe na água” Chakall considera Portugal uma verdadeira caixinha de surpresas. “O parque nacional da Peneda-Gerês é fantástico assim como o Alentejo, o Douro e o Minho. É difícil dizer de que zona gosto mais porque cada lugar tem o seu encanto, mas julgo que as ilhas dos Açores me cativaram bastante”. Além fronteiras, desde o Pólo Norte onde fotografou uma rena a cair de um avião em pleno voo à Mauritânia onde se viu encurralado dentro de um jipe, rodeado pela água do mar e sem conseguir fugir, foi durante a sua viagem pelo Ghana, em África, que Chakall viveu uma das situações mais surreais da sua vida. “Eu e os meus amigos estávamos à espera de um barco para subir o lago Volta e convidaram-nos para a festa de uma tribo. Estava tudo a correr lindamente até que começámos a tirar fotografias com uma Polaroid. De um momento para o outro, as pessoas começam a lutar pelas fotos e rapida- OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 79 Fotografia mente a festa se transformou numa guerra campal entre duas famílias. Voaram pedras e facas e nós a correr no meio de toda aquela confusão que, no fundo, tinha sido provocada por nós. Para eles, era uma máquina que fazia magia negra, pois fazia aparecer os rostos das pessoas em segundos. Julgo que ainda guardo fotos deste momento.” É caso para dizer que a vida do cozinheiro dava um livro de aventuras, com as centenas de histórias que terá para contar. Toda a sua vida tem sido pautada pela aventura e pelo gosto pelo desconhecido, é assim que Chakall quer continuar a encarar o futuro. Com uma série de projectos guardados na manga, este verdadeiro homem dos sete ofícios está sempre a postos para abraçar um novo projecto com o qual se identifique, sempre com a mesma energia e profissionalismo que são o seu melhor cartão-de-visita. Quanto à fotografia, entre tachos e panelas, Chakall não irá abandonar a magia da fotografia que o apaixonou em criança. Aguardaremos curiosos para saber o paladar das suas próximas fotografias, certamente com um intenso sabor a aventura. ø Quanto à fotografia, entre tachos e panelas, Chakall não irá abandonar a magia da fotografia que o apaixonou em criança. 80 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR A natureza é algo absolutamente surpreendente e consegue proporcionar momentos em que só se acreditamos quando vemos com os nossos próprios olhos. Esta imagem foi registada no início deste ano, em Ponte da Barca, num dia em que, momentaneamente, a chuva deu lugar a um lindo céu violeta, carregado de nuvens baste peculiares. Depois de carregar no obturador, ao olhar para o ecrã da câmara, não queria acreditar no efeito que uma nuvem em particular tinha criado ao ficar espelhada na água: uma meia-lua gigante! São momentos como estes que nos fazem amar o nosso planeta e sentirmo-nos privilegiados por estarmos no momento certo, à hora certa com uma câmara na mão. De facto, a fotografia é algo único, permitindo registar para a eternidade um momento que dura apenas um segundo. ø Foto: Magali Tarouca Magali Tarouca http://www.facebook.com/Magali.Tarouca.Fotografia OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 81 Fotografia Foto do Mês Fotografia do mês Fotografia Portfólio do mês — Ricardo Silva Alves Escalada Filipe Silva batalha na via ‘’bLAbLAbLA’’, localizada na parede do Meio Mango – Cabo Espichel. A descoberta do Meio Mango foi uma lufada de ar fresco na escalada Nacional e depressa se tornou o laboratório de dificuldade da zona de Lisboa. 82 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR numa beleza natural estonteante. Talvez o gosto pela fotografia tenha começado aí, na tentativa de retratar as magníficas paisagens ou de captar os pequenos detalhes da natureza. A vontade de conhecer novos lugares tem sido a força motriz para viajar por esse mundo fora, aliando o gosto pela aventura, à paixão pela fotografia. Este portfólio, é constituído por fotografias das minhas grandes paixões… Escalada e Natureza! Fotos: Ricardo Silva Alves A escalada e a fotografia sempre andaram de braços dados ao longo da minha vida. Não sei ao certo qual surgiu primeiro. A escalada diria que é uma paixão mais instintiva e encaro-a como uma experiência espiritual. A fotografia ocupa a veia artística e potencia mais o meu lado criativo. Como amante da natureza, dou por mim muitas vezes em lugares selvagens, isolados e imersos Fotografia Portfólio Leopoldo Faria sobe uma parede numa das milhares de ilhas de rocha que é possível encontrar em Halong Bay – Vietname. Um destino Asiático também muito procurado pelos adeptos do dwg ou psicobloc (escalada sem corda sobre a água). Leopoldo Faria experimenta um novo projecto na Serra de Sintra. Devido à densa floresta, muitos blocos de Sintra só são encontrados por mero acaso e passado algum tempo voltam a ser engolidos pela vegetação. Edgar Silva a fazer boulder no caos granítico do Covão Cimeiro – Serra da Estrela. A serra alberga ainda uma das maiores zonas de bloco do País, a Pedra do Urso, situada perto das Penhas da Saúde. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 83 Miguel Loureiro suspenso no tecto da Praia do Beliche - Sagres, num típico dia de Verão. Sagres, ao longo da sua faixa costeira oferece excelentes condições para prática de escalada desportiva, dws ou psicobloc (escalada sobre a água) e boulder sobre a areia. Biografia: Ricardo Silva Alves, natural de Lisboa, viveu em Macau durante 8 anos e regressou para se formar em Engenharia Civil pela FCT da UNL em 2000. Hoje em dia reparte o seu tempo trabalhando como engenheiro e fotografando. O seu fascínio pela fotografia despertou por volta dos 16 anos no decorrer de viagens pela Ásia e desde aí nunca mais se extinguiu. A sua paixão pela natureza e aventura faz com que passe muito tempo no exterior, explorando lugares exóticos e captando a natureza em estado puro com a sua câmara. Procura essencialmente composições dinâmicas, cores fortes e ângulos com impacto. As suas fotografias já foram premiadas e publicadas em diversas revistas Nacionais e Internacionais e Participou em várias exposições colectivas e individuais. 84 Nuno Pinheiro na via ‘’Esta via não é para velhos’’, a aguentar o lançamento com a força dos braços. A via situa-se no Espinhaço – Cabo da Roca, uma das mais emblemáticas paredes do País. Nicolas Favresse a escalar o clássico esporão ‘’Varano’’ em Albarracin, enquanto um amigo lhe aponta a próxima presa que deve agarrar. Por vezes a escalada pratica-se à noite para tirar o máximo partido das baixas temperaturas. Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotografia Portfólio Palácio da Pena envolto em nevoeiro, erguendo-se acima da floresta de mágica de Sintra. Praia da Adraga, ao pôr-do-sol, com as suas peculiares formações de rocha esculpidas pelo vento e pelo mar. www.pbase.com/ricardoalves ø OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 85 Fotografia Truques e Dicas de Joel Santos Fotografar cascatas Fotografar cascatas pode ter tanto de compensador como de frustrante. Para que nada falhe é importante que, mesmo antes de sair de casa, tenha em conta alguns aspectos, que vamos partilhar consigo. A ntes de mais, o primeiro aspecto fulcral é verificar as condições meteorológicas. Se estiver no Verão e não chover há bastante tempo, existe a probabilidade de chegar ao local e ter apenas um fio de água a correr. Contudo, se tiver chovido recentemente, certamente verá a cascata no seu máximo potencial e, consequente, as imagens poderão ficar mais impressionantes. Outro aspecto que não deverá descurar é a presença (ou ausência) de luz solar a incidir directamente sobre a cascata. Assim, idealmente, deverá esperar até a mesma se encontrar à sombra, senão acabará com uma fotografia sobreexposta nas altas luzes e sem qualquer tipo de detalhe na água, o qual nem em pós-produção conseguirá recuperar. Deste modo, procure fotografar ao nascer ou ao pôr-do-sol. No entanto, se estiver bastante nublado, poderá fotografar em qualquer altura do dia, já que os contrastes tendem a estar muito mais atenuados, resultado de as nuvens atuarem como um difusor natural da luz solar. cata, principalmente se for uma com um grande fluxo água, é possível que existam gotas a saltar constantemente. Por isso, não se esqueça de ter sempre à mão um bom pano de limpeza para poder ter a objectiva sempre imaculada, evitando o dissabor de ter imagens que julgava boas completamente arruinadas pelas pequenas gotículas de água. Já agora, Outro aspecto evite trocar de objectivas perto da que não deverá Ultrapassada a questão da mecascata. Faça-o num local seco e lhor altura para fotografar, onde não haja pó, nem gotas de descurar é a presenimporta agora equipar-se água, no ar. Outra ferramenta esça (ou ausência) de para ir para o terreno. Um sencial, sem a qual nem vale a pena luz solar a incidir dipar de galochas é um bom aventurar-se a fotografar cascatas, é aliado caso seja um fotógrafo o tripé. Ele permitirá fotografar com rectamente sobre a aventureiro e goste de enquabaixas velocidades de obturação (ou cascata. dramentos mais arrojados que seja, com tempos de exposição mais o levem a entrar pelo rio dentro. longos) para conseguir aqueles efeitos Tenha atenção à subida do nível das de arrastamento da água com que a maioria águas se começar a chover, pois, a certa aldos fotógrafos sonham. Também facilitará o uso tura, poderá ver-se “encurralado” no meio do rio, do filtro polarizador, perfeito para reduzir os rejá para não falar das pedras escorregadias quando flexos na superfície da água e da vegetação cirse encontram molhadas. Se estiver a fotografar ao cundante, mas igualmente útil para aumentar a final do dia e estiver num local de acesso compli- exposição em cerca de 1 a 2 stops (aumentando cado, é sempre bom levar uma lanterna consigo assim a probabilidade de obter um arrasto por mopara iluminar o caminho de regresso. Numa cas- vimento na água). Caso o seu tripé seja muito leve 86 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Fotografia Truques e Dicas e esteja muito vento, pode sempre tentar pendurar um saco com pedras ou mesmo a sua mochila da fotografia no gancho da coluna central (ou à volta da cabeça do tripé) para o tornar mais estável. Um bom aliado do tripé é o cabo disparador, já que depois de ter a câmara montada no tripé não vai querer estragar tudo quando carregar no botão do obturador e tremer a câmara com a pressão dos dedos. Se não tiver cabo disparador, pode sempre activar o temporizador da sua câmara. De um ponto de vista técnico, poderá usar o modo de exposição Prioridade à Abertura, definindo um valor de f/ elevado (isto, é uma abertura pequena). Desta forma, não só maximizará a profundidade de campo (obtendo assim nitidez do primeiro plano ao plano de fundo, não se esqueçendo de focar para o primeiro), mas também aumentará os tempos de exposição (quanto mais pequena a abertura, maior o tempo de exposição, o que, como já foi mencionado, contribui para o efeito de arrastamento da água). Também será importante definir uma sensibilidade ISO baixa (ISO 100, por exemplo), para obter a máxima qualidade de imagem e, novamente, aumentar os tempos de exposição. De resto, sobretudo se fotografar no formato JPEG e não em RAW, importa definir um equilíbrio de brancos apropriado ao tipo de luz ambiente, sendo que, tipicamente, as definiçoes Nublado e Sombra oferecem os melhores resultados, conferindo cores quentes e vivas, sem as inestéticas dominantes de azul. Por fim, no que diz respeito à composição, importa experimentar todos os pontos de vista possíveis, variando a orientação da câmara (vertical ou horizontal), procurando elementos no primeiro plano que funcionem como ponto de interesse adicional ou utilizando linhas condutoras do olhar (o próprio curso da água ou algum tronco de árvore que esteja no local). Tenha também atencão a elementos que possam funcionar como uma distração desnecessária, como galhos a cruzar a composição ou a fazer tangentes com as extremidades do enquadramento. Boas fotos! ø Joel Santos www.joelsantos.net www.facebook.com/joel.santos.photography OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 87 Fotografia Aplicação para iPhone e iPad FilterStorm APP IPHONE Para quem gosta de fotografia e está em permanente movimento, a aplicação FliterStorm é uma excelente opção para importar, classificar e, acima de tudo, tratar as suas imagens sem necessidade de ir carregado com o portátil. Q uanto pensamos em tratamento de imagem, a primeira referência que nos vem à cabeça é o Photoshop, mas no reino das aplicações para iPhone e iPad a aplicação FilterStorm dá cartas. Se tiver um iPad e um adaptador USB para câmaras fotográficas (Camera Connection Kit), a versão Pro permite-lhe importar imagens diretamente da câmara fotográfica ou de um cartão de memória SD, criando coleções de imagens. O mesmo poderá ser feito com imagens já presentes no iPad ou iPhone, quer estas tenham sido transferidas via iTunes ou realizadas com a câmara interna (iPhone ou iPad 2). Depois de criadas as coleções de imagens, estas poderão ser classificadas com estrelas (de uma a cinco), identificado aquelas que realmente merecem passar à fase da pós-produção. Adicionalmente, na versão Pro para o iPad, também poderá enriquecer os ficheiros de imagem com metadados, atribuindo palavras-chave, título, descrição, entre outras informações potencialmente relevantes. 88 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Um aspecto distintivo de todas estas ferramentas é a facilidade com que estas podem ser usadas, bastando deslizar os dedos pelo ecrã para mover os ponteiros de ajuste. Os ajustes podem ser aplicados localmente, usando pinceis de tamanho, suavidade e opacidade variáveis, mas também através de filtros digitais em gradiente. Como se tal já não fosse suficiente, poderá ainda fazer seleções baseadas na cor, o que permite tratar as imagens de uma forma bastante profissional e flexível. Para dar o toque final, a aplicação FilterStorm permite redimensionar, cortar, alinhar e rodar as imagens, isto sem esquecer a possibilidade de criar uma moldura em torno das fotografias ou até mesmo de adicionar uma marca de água. A cereja no topo do bolo, re- side no facto de todos os passos ficarem registados num historial, o que permite, em qualquer altura, regressar a um determinado ponto passado do tratamento de imagem. Obviamente, esta aplicação não estaria completa sem uma função de exportação dos resultados, algo que também não ficou de fora. Assim, quando tudo estiver pronto, poderá gravar o resultado final na biblioteca de imagens do iPhone ou iPad, podendo atingir uma resolução máxima de 7.5 megapíxeis no iPad ou de 21 megapíxeis no iPad 2. Em suma, como se pode constatar, nunca tanto poder de processamento de imagem esteve na palma da sua mão, algo que, seguramente, irá mudar a forma como trabalhamos e partilhamos as nossas imagens num contexto em que a mobilidade impera. ø Info sobre a aplicação: Preços iPhone: €2,99 iPad: €2,99 ou €11,99 (versão Pro, que permite a importação/gestão de imagens a partir da própria aplicação) OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 89 Fotografia APP iPhone Apesar de estas funcionalidades serem bastante impressionantes, designadamente quando temos em consideração que se trata de uma aplicação para um dispositivo móvel, são as ferramentas de edição de imagem que realmente surpreendem. De facto, o leque de opções é incrivelmente vasto: brilho/ contraste, curva de tons, saturação/matiz, equilíbrio de brancos, nitidez, conversação para preto-e-branco, clonagem, mapeamento de tons (para simular o aspecto hiperrealista da técnica HDR), inserção de texto, redução/criação de ruído, correção de olhos vermelhos, coloração, vinhetagem, posterização e, por fim, fusão de duas exposição distintas. S.O.S. Sobrevivência A Gerber apresenta a colecção Gerber Bear Grylls Produtos SCOUTTM Desenhada com os escuteiros em mente, este modelo de faca foi criado com base na experiência do Bear como chefe dos escuteiros Ingleses e figura de proa para 28 milhões de escuteiros em todo o mundo. CARACTERÍSTICAS ■■ Faca dobrável, fina e leve; ■■ ½ Lâmina de serrilha em aço inox de carbono; ■■ Sistema de abertura nos dois lados - Para abertura fácil apenas com uma mão; ■■ Pega ergonómica com textura aderente em borracha – Maximiza o conforto e não escorre nas mãos; ■■ Sistema de bloqueio – tranca de segurança para máxima segurança; ■■ Clip para pendurar de forma conveniente no cinto e/ou bolso; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. COMPACT SCOUT TTM O complemento perfeito do modelo Scout. A Compact Scout é ultraleve e muito compacta. Ideal para ter sempre à mão no seu bolso. Nunca se sabe quando pode necessitar dela. CARACTERÍSTICAS ■■ Faca dobrável, fina e leve; ■■ ½ Lâmina de serrilha em aço inox de carbono; ■■ Sistema de abertura fácil ■■ Sistema de bloqueio – tranca de segurança para máxima segurança; ■■ Pega mais larga na zona dos dedos para uma maior aderência à mão; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. 90 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR FOLDING SHEATH KNIFEM Baseada no modelo Ultimate Knife, esta faca é para quem não prescinde de uma boa lâmina, mas compacta, dobrável e facilmente transportada numa bolsa ou no cinto. CARACTERÍSTICAS ■■ ½ Lâmina de serrilha em aço inox de carbono; ■■ Sistema de abertura nos dois lados - Para abertura fácil apenas com uma mão; ■■ Pega ergonómica com textura aderente em borracha – Maximiza o conforto e não escorre nas mãos; ■■ Sistema de bloqueio – tranca de segurança para máxima segurança; ■■ Bolsa em Nylon - Leve, de nível militar, anti-mofo; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. FIRE STARTER Pequena e compacta esta ferramenta para fazer fogo oferece anos de uso. Com uma construção estanque à água mantem-se seguro e seco para usar quando necessita. CARACTERÍSTICAS ■■ Compacto com haste em ferrocério e incendiador (mecha) em metal; ■■ Cordão de segurança para colocar no pulso; ■■ Compartimento estanque para o incendiador; ■■ Apito de emergência – Integrado no cordão de segurança; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. Construção robusta, alicate de mola, ferramentas com acesso pelo exterior e um cabo extra aderente, o seu nome: Ultimate multi-tool. CARACTERÍSTICAS ■■ 12 ferramentas de aço inox resistente às intempéries: ■■ Alicate de pontas; ■■ Canivete; ■■ Serrilha; ■■ Serra; ■■ Chave Phillips ■■ Chave de fendas média ■■ Chave de fendas pequena ■■ Cordão com apito de emergência ■■ Abre garrafas; ■■ Abre latas; ■■ Tesoura ■■ Corta arame integrado no alicate ■■ Pega ergonómica com textura de borracha para maior aderência e conforto; ■■ Alicate de molas para maior comodidade e uso com uma só mão; ■■ Acesso às ferramentas pelo exterior; ■■ Sistema de segurança “Safe T.Plus” patenteado – Segurança melhorada com bloqueio das ferramentas em posição de utilização; ■■ Bolsa em nylon - Leve, de nível militar, anti-mofo; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. COMPACT MULTI-TOOLTTM O único alicate multi-funções compacto do mercado com duas lâminas de tamanho normal. Este multifunções é suficientemente pequeno para ser usado num porta-chaves ou no bolso, no entanto irá carregar consigo úteis ferramentas para quando mais necessitar. CARACTERÍSTICAS ■■ 10 Ferramentas: ■■ Alicate de pontas; ■■ Corta arame integrado no alicate ■■ Canivete; ■■ Serrilha; ■■ Chave Phillips ■■ Chave de fendas média ■■ Chave de fendas pequena ■■ Cordão com apito de emergência ■■ Abre garrafas; ■■ Pinças ■■ Compacto e ultraleve – Para usar no porta-chaves ou no bolso ■■ Acesso às ferramentas pelo exterior; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. BASIC KITTM Este conjunto de sobrevivência pode salvar a sua vida. O lema aqui é: fique preparado…fique vivo! (stay prepared – stay alive) CARACTERÍSTICAS ■■ Conjunto de 8 peças: ■■ Saco em nylon à prova de água; ■■ Faca Gerber Mini-Paraframe ■■ Apito de emergência; ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Fire Starter – Incendiador (Mecha) Fósforos à prova de água Fio de laçar Corda de emergência Bolas de algodão (para servir de mecha e atear fogo) ■■ Saco em nylon, ultraleve, com fecho de correr, à prova de água ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. ULTIMATE KIT Um conjunto de sobrevivência criado para os ambientes mais hostis. Leve o Ultimate Kit consigo e espere nunca ter que o usar. Se o fizer, ele contem tudo o que necessita para sobreviver nas mais adversas e duras condições. CARACTERÍSTICAS ■■ Conjunto de 15 peças: ■■ Mini alicate multifunções Gerber: ■■ Alicate de pontas ■■ Corta arame ■■ Canivete ■■ Serrilha ■■ Chave Phillips ■■ Chave de fendas pequena ■■ Chave de fendas média ■■ Pinças ■■ Abre garrafas ■■ Saco à prova de água ■■ Mini lanterna ■■ Serra de mão ■■ Espelho para sinalizar emergência ■■ Manta de sobrevivência ■■ Fire Starter – Incendiador (mecha) ■■ Fósforos à prova de água ■■ Bolas de algodão (para servir de mecha e atear fogo) ■■ Fio de laçar ■■ Corda de emergência ■■ Fio encerado ■■ Kit de pesca; ■■ Kit de costura médica ■■ Saco em nylon, ultraleve, com fecho de correr, à prova de água ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. PARANGTM Esta paranga é a versão moderna dos tradicionais machetes usados pelas tribos da selva. A sua pesada lâmina torna mais fácil o trabalho de abertura de trilhos. Uma ferramenta inestimável na selva. CARACTERÍSTICAS ■■ Lâmina angulada – Ideal para abrir trilhos; ■■ Robusta lâmina em aço de carbono – Aumenta a força, resistente à corrosão e fácil de afiar ■■ Construção compacta – Aumenta a durabilidade; ■■ Pega ergonómica com textura de borracha para maior aderência e conforto; ■■ Cordão de segurança para colocar no pulso; ■■ Bolsa em nylon - Leve, de nível militar, anti-mofo; ■■ Prioridades de sobrevivência – Guia de bolso de sobrevivência criado pelo Bear. mais informações em: http://www.dualbrand.net/site/inicio.aspx OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 91 S.O.S. Sobrevivência ULTIMATE MULTI-TOOLTM S.O.S. ... Detecção e alerta de emergência médica em Outdoor APP IPHONE First Aid White Cross Mais informações: http://itunes.apple. com/pt/app/first-aid-white-cross/ id295175159?mt=8 92 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Foto: Tatonka Sabe como agir num cenário de primeiros socorros? Se não souber, “First Aid White Cross” é a aplicação certa para as suas necessidades. É fácil de usar e permite lidar correctamente com uma situação de emergência. O tema que hoje nos trás ao vosso contacto, prende-se com a ocorrência de acidente, e doença súbita em eventos outdoor. Gostaríamos de dar o nosso contributo para que cada elemento do staff de cada organização de eventos passasse a actuar como verdadeiro elemento integrado no sistema, e por isso capaz de reconhecer o grau da gravidade da situação com que se depara, accionando somente se necessário os serviços de emergência médica (SEM). Existem muitas situações de Urgência médica que não justificam o envio de meios de Emergência Médica, embora não deixem de ser urgentes, se compreendermos estes princípios, estaremos a contribuir para a disponibilização dos meios de emergência médica para os casos que necessitam de fato deles, contribuindo ainda para evitar o congestionamento do Centro de Orientação de Doentes Urgentes Nacional (CODU – Nacional) e em suma contribuindo para o aumento da eficácia de todo o Sistema Integrado de Emergência Médica. Um dos princípios fundamentais de qualquer evento outdoor, é sem dúvida a garantia de que o evento possui pelo menos um ou dois socorristas experientes, ou mesmo uma equipa de emergência médica. Tal como os SUSF, existem em Portugal outras empresas e associações vocacionadas para o socorro de urgência e emergência em eventos. Ao longo das próximas edições, contamos contribuir para dotar o leitor de competências de identificação de situações urgentes e emergentes, bem como de conhecimentos de primeiros socorros. Mas o nosso contributo não se ficará por aqui, em parceria com o Portal Aventuras e outros parceiros, iremos realizar workshop´s destinados aos organizadores de eventos, para que o primeiro socorro seja acessível ao maior número possível de pessoas. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 93 S.O.S. Em BTT Emergência Médica Boa Tarde... Estamos aqui numa actividade de BTT na serra da Lousã onde praticante, um homem de 24 anos deu uma queda de aproximadamente quatro metros... S.O.S. Urgência Médica SEGURANÇA ACTIVA Nesta edição trazemos ao vosso conhecimento algumas definições e conceitos que vos ajudam a tomar decisões, bem como a forma adequada de contactar os serviços de emergência médica: Situação que ocorre súbita e inesperadamente ou se instala progressivamente no espaço de horas ou dias, podendo vir a desenvolver um estado de saúde que leve ao compromisso de um ou mais sistemas do corpo humano e se venha a representar uma situação de Emergência Médica. Nestas situações a vítima deve ser encaminhada (transporte particular) a um centro de saúde, ou ser obtido aconselhamento pela linha Saúde 24 , 808242424 Exemplos práticos: - Que informações devo reunir e porque ordem as devo transmitir ao TOTE?1º - Tentar falar calma e sucintamente para que a mensagem seja mais facilmente perceptível e evitar questionar novamente e não se perder mais tempo. 1º - Local preciso da ocorrência. 2º - Sexo e idade da(s) vítima(s) 3º - Ocorrência. Neste ponto, deveremos ter em conta 2 tipos de ocorrências: Acidente e/ou doença súbita. Acidente: ■■ Tipo de acidente (despiste, colisão, queda (de que altura), afogamento, etc) ■■ Se estão presas em algo (encarceradas) ou se estão em algum local perigoso ■■ Estado da(s) vítima(s) – Consciente? Respira? (Bem Emergência Médica Situação que ocorre súbita e inesperadamente e devido ao compromisso imediato de um ou mais sistemas do corpo humano, coloca a vida em risco imediato. Estas situações carecem de actuação urgente por equipa especializada de socorristas e técnicos de emergência médica, bem como o rápido acesso da vítima a uma unidade hospitalar. Deverá contactar de Imediato via o CODU, do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, marcando 112 e solicitando a passagem da chamada à emergência médica. Esta chamada é inicialmente atendida por agentes policiais num centro operacional 112, sendo de seguida encaminhada em função do tipo de situação. Exemplos práticos: - Fractura com hemorragia interna ou externa, Alterações Cardio-Respiratórias, Acidentes Vasculares Cerebrais, Traumatismo Crânio-Encefálico (do crânio), Traumatismo Vertebro-Medular (da coluna), intoxicação com produtos perigosos, queimaduras graves….. Nestes casos não perca tempo, ligue 112, e forneça toda a informação que lhe for solicitada pelo TOTE (Técnico Operador de Telecomunicações de Emergência), porque cada segundo conta. Desligue apenas o telefone quando tal lhe for indicado. 94 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR ou com dificuldade?), Vê-se sangue a sair de alguma parte do corpo? Há alguma deformação visível? ■■ Há quanto tempo foi o acidente? ■■ Se souber, se a pessoa tem algum antecedente pessoal (Hemofilico, Insuficiente Renal, se toma medicação (ex: anticoagulantes). No caso de acidentes (onde existe possibilidades de trauma) NÃO MEXER No entanto, deve SEMPRE responder às questões do operador CODU, para que se possa enviar o(s) meio(s) mais adequado(s) ao tipo de ocorrência. Ex: Bom dia, estou aqui num evento de uma empresa, onde a actividade era canoagem e houve um homem de cerca de 35 anos que caiu à água e a canoa embateu-lhe na cabeça. Conseguimos retira-lo da água, mas ele tem uma ferida aberta na cabeça, a deitar muito sangue e um pouco desorientado. Esta informação demora cerca de 15s a ser dada. Depois o operador poderá fazer mais 1 ou 2 perguntas, mas está quase tudo dito para que se possa enviar os meios adequados à situação. Neste exemplo a vítima poderá ter sofrido um traumatismo craneo-encefálico e que terá que ser transportado ao hospital. Se houver alguém no local que possa fazer o resgate Doença súbita: ■■ Sinais/Sintomas: Dores, queixas ou sinais que vê em alguém fora do habitual. ■■ Início dos sintomas: ■■ Antecedentes Pessoais (nota: problemas da idade não é um antecedente pessoal) Ex: Bom dia, está aqui um senhor sentado num banco no Largo 1º Maio na Brandoa (Amadora) fte ao nº 8, com cerca de 65 anos de idade, que se queixa com uma dor no peito que parece um peso sobre o peito que vai para as costas há cerca de 30 min e está muito suado. Ele diz que tem problemas de hipertensão arterial, colesterol. Provavelmente o TOTE poderá acrescentar mais uma pergunta ou outra pergunta, mas a grande informação está na mensagem. Notas finais: Passar a informação calma e sucintamente, e responder as perguntas dos operadores, evitando atraso na prestação do socorro. O serviço 112 no que diz respeito à emergência médica é um serviço de emergência que é necessário saber resumidamente qual o tipo de ocorrência e avaliar a sua gravidade para que possa ser dado um aconselhamento o mais precocemente possível e enviar o(s) meio(s) mais adequados à situação. Não se trata de um serviço público de envio de ambulâncias quando as pessoas querem ou quando apenas precisam de um transporte gratuito às urgências hospitalares, mas sim de um serviço de emergência, onde existe a possibilidade de risco de vida eminente. ø SUSF - SOCORRISTAS UNIDOS SEM FRONTEIRAS “ Associação de Proteção Civil” O movimento Técnico-operacional que viria a originar os SUSF- SOCORRISTAS UNIDOS SEM FRONTEIRAS tem início em meados da década de 90, quando um grupo de socorristas oriundos de Bombeiros, INEM, Cruz Vermelha, Serviço Nacional de Proteção Civil,se junta para assegurar a assistência pré-hospitalar em eventos, e a formação complementar em emergência pré-hospitalar. Pioneiros da implementação do primeiro programa de Desfibrilhação Automática Externa em Portugal em 1996, muito foi o trabalho desenvolvido desde então sobre esta e outras matérias. Embora o nome SOCORRISTAS UNIDOS SEM FRONTEIRAS leve o leitor a remeter de imediato uma organização internacional, na verdade na origem da denominação, estão fronteiras ideológicas e institucionais, pelo simples fato da SUSF ter sido a primeira associação nacional de protecção civil com o propósito de quebrar o tabu dessas mesmas fronteiras, motivo de que nos orgulhamos e que faz com que os membros dos SUSF sejam hoje oriundos de: ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Hospitais INEM Cruz Vermelha Forças Armadas Bombeiros Estes socorristas ultrapassaram ainda outras fronteiras, pois, médicos, enfermeiros, técnicos de ambulância, e outros, trabalham lado a lado na SUSF sem preconceitos ou barreiras ideológicas, unindo forças na prestação de um socorro de qualidade em ambiente pré-hospitalar. A SUSF desenvolve actualmente as seguintes actividades: ■■ Prevenção e Socorro em Eventos ■■ Formação de Socorrismo em Escolas Técnico- -Profissionais, e para a população em geral ■■ Formação em Técnicas de Emergência Médica Pré-Hospitalar ■■ Assistência Pré-Hospitalar Social (à comunidade sem abrigo de Lisboa) mais informação em: www.susf.pt Co-autores: ■■ Jorge Pereira – Técnico de Emergência Médica (TEM) ■■ João Saraiva – Técnico de Operações de Socorro (TOS) Organizações Envolvidas: ■■ SUSF - Associação de Protecção Civil www.susf.pt ■■ Conselho Português de Protecção Civil www.protecaocivil.org OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 95 S.O.S. Em BTT da vítima e fazer o primeiro socorro é óptimo. Poderá retirar a vítima dentro da água com as técnicas devidas, poderá logo fazer um controlo de hemorragia, poderá efectuar uma melhor avaliação acerca do estado de consciência e parâmetros vitais da mesma e solicitar via 112 logo o meio mais adequado ao tipo de vítima e se for num local de difícil acesso poderá ser logo accionado um helicóptero. Kid’s FESTAS DE ANIVERSÁRIO Transforma o teu aniversário num dia inesquecível, realizando a festa no Jardim Zoológico. Animais de todos os continentes estão à tua espera! Vamos levar-te à descoberta do Reino Animal. Criámos 5 programas, mas podemos desenvolver uma festa à tua medida. O Jardim Zoológico, rodeado de vida selvagem e de equipamentos de diversão, é o cenário perfeito para uma festa de aniversário com muita animação! 96 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR PROGRAMAs Canguru Até aos 5 anos Temos jogos adequados à tua idade e vais ficar rendido com os nossos ateliers. Festas de Janeiro a Dezembro 10h00-13h00 / 15h00-18h00 Pinguim A partir dos 6 anos “Diverte-te enquanto aprendes”. O comboio do Zoo leva-te numa viagem única pelo mundo animal que termina na Baía dos Golfinhos. As surpresas estão reservadas e o beijinho aos golfinhos não será esquecido. Festas de Outubro a Março 10h00-13h00 (lanche às 13h00) 14h00-17h00 (lanche às 17h00) Festas de Abril a Setembro 10h00-13h00 (lanche às 13h00) 14h00-17h00 (lanche às 17h00) 15h30-18h30 (lanche às 18h30) A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Girafa Caça ao Tesouro 6-7 anos Peddy-papper a partir dos 8 anos Foto-papper a partir dos 6 anos Terás de contornar diversos obstáculos para encontrar um tesouro. O teu prémio favorito estará à tua espera. Festas de Janeiro a Dezembro 10h00-13h00 (lanche às 11:30h) / 11h00-14h00 (lanche às 12:30h) / 14h00 – 17h00 (lanche às 15h30h) / 15h00-18h00 (lanche às 16h30h) Urso A Partir dos 8 anos Vais recolher informação sobre os animais e mostrar o que vales num concurso muito divertido. Será uma festa diferente e inesquecível Festas de Janeiro a Dezembro 10h00-13h00 (lanche às 11H30) / 15h00-18h00 (lanche às 16h30) Mais Informações em Jardim Zoológico (Link: http://www.zoo.pt/festas_de_aniversario.aspx) OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 97 Kid’s Festas de Aniversário Elefante A partir dos 6 anos “Um por todos e todos por um”. Tens de ter um forte espírito de equipa para te conduzir à vitória. Festas de Janeiro a Dezembro 10h00-13h00 / 15h00-18h00 Kid’s Outros programas Com saída de S. Pedro de Sintra -- do Espaço Muitaventura - com GPS Outdoor, as equipas irão saber como as tropas de D. Afonso Henriques, Conquistaram o Castelos dos Mouros, sem guerra e sem sangue. Este jogo pode ser ainda mais radical se introduzir Rappel ou cultural com a visita a um monumentos ou museu: Quinta da Regaleira, Palácio Nacional ou o Palácio da Pena, Castelo dos Mouros, Museu Anjos Teixeira, Museu de História Natural ou outro. Onde: Serra de Sintra, Castelo dos Mouros. Idades: dos 6 aos 8 anos. Valor: Desde 12,50€ por criança. Programa: MuitAventura Workshop de Bodyboard – Aventura na Água Uma manhã cheia de energia, um desafio recheado de diversão onde vais aprender as técnicas básicas da modalidade de Bodyboard … e dar aos teus amigos essa oportunidade. Com o Programa na “Aventura na Água - Sessão de Bodyboard”, a tua festa de anos vai ser um sucesso! Onde: Praia de Carcavelos Idades: dos 8 aos 17 anos. Duração: uma manhã Valor: Desde 28,91€ por criança. Programa: Equinócio www.sxc.hu Jogo de Confronto Laser O Confronto Laser é o Paintball do futuro. É um jogo muito parecido com o Paintball mas com disparos ilimitados e um nível de segurança acrescida que permite participantes desde os 6 anos de idade. Onde: Parque Aventura Sniper Idades: a partir dos 6 anos Duração: 4 horas Valor: 25,00€/criança Grupo mínimo: 10 participantes Um Programa: Sniper ø 98 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Conquista ao Castelo dos Mouros Actividades Outdoor OUTDOOR Até 25€ Passeio Pedestre Nocturno em Sintra A aposta da Muitaventura desta feita é levá-lo a embrenhar-se pela Serra de Sintra, sobejamente conhecida desde os tempos árabes como “Monte da Lua”. Não podia vir mais a propósito com a chegada dos dias quentes! Este percurso pedestre inicia-se e termina em S. Pedro de Sintra de forma bem peculiar: com chá e bolinhos. A envolvência da serra ao seu máximo esplendor, por caminhos de bosque, num cenário edílico de paisagem natural, contemple os Astros e saiba algo mais sobre a História de Sintra Onde: Serra de Sintra Preço: 12,50€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: MuitAventura Rappel Nocturno em Sintra O rappel, actividade de manobra de cordas, que consiste em descer, através de uma corda, um obstáculo vertical. Esta actividade é óptima no desenvolvimento da auto-confiança e auto-estima, superando desta forma algum medo latente. O rappel é muito seguro e quando realizado à noite supera todas as expectativas! Onde: Serra de Sintra Preço: 20€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: MuitAventura Caminhada Monte da Lua Uma caminhada de baixa dificuldade que nos levará a apreciar a variedade paisagística e de ambientes de Sintra. Onde: Serra de Sintra Preço: 16,61€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Equinócio 100 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Caminhada Sintra Fantasmagórica Esta caminhada pretende desafiá-lo a superar possíveis superstições. O encontro será fantasmagórico! Na realidade, ou por mera sugestão, encontramos uma Serra de Sintra nova e desconhecida. Partindo dos Capuchos, partimos até à densa mata, onde nos embrenhamos no escuro. Onde: Serra de Sintra Preço: 16,61€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Equinócio Iniciação à escalada Onde: Praia na zona do Porto/ Gaia Duração: 2h Preço: 25€/pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Trilhos Caminhada Aquática Onde: Local praia na zona do Porto/Gaia Duração: 2h Preço: 25€ /pessoa. Realizado por marcação. Um Programa: Trilhos Caminhada aquática pelo leito do rio Ceira. Este rio possui uma galeria ripícola bem preservada. Tem início na Foz da Fonte, um local espectacular do rio, onde no passados os habitantes locais desviaram o leito do rio Ceira, escavando um túnel na montanha. O percurso inicia-se aqui, junto ao túnel, um local que se presta para fotografias inesquecíveis, num local onde mais ninguém vai. O percurso inclui a passagem e transposição de alguns açudes através de saltos. Onde: Rio Ceira. Duração: 4 a 5 horas. Preço: 17,5€ /pessoa. Realizado por marcação. Um Programa: Transserrano Rota do Fresco ao Luar Noites quentes de luar, a Rota do Fresco leva-o a descobrir tesouros desconhecidos ao luar...e com uma ceia ao som do cante alentejano como recompensa. Conheça os frescos escondidos do Alentejo numa experiência única…. Com uma visita à ermida isolada de S.Neutel em vila nova da baronia, à igreja matriz de alvito e ao fresco renascentista, ermida de S.Sebastião e frescos seiscentistas de José de Escobar. Onde: Évora Duração: 2 horas. Dificuldade: Fácil Preço: 15€ /pessoa. Realizado por marcação Um Programa: Rota do Fresco Andando na Chã Passeio na Chã dos Navegantes (Espichel) com visita ao Forte da Baralha onde vamos abordar conteúdos, como história e cultura do Santuário do Cabo Espichel, a fauna e flora locais e a história do Forte da Baralha. Onde: Sesimbra Duração: 3h Preço: 8€ /pessoa. Realizado por marcação. Um Programa: Vertente Natural Descida do Rio Mondego Descida com 12 km de extensão, indicado para a iniciação à canoagem. O percurso começa a jusante do açude da Carvoeira em Penacova. Tem uma envolvente natural deslumbrante com vegetação variada e inúmeras aves. Durante o verão, existe 3 pequenos rápidos que proporcionam alguma emoção. Onde: Rio Mondego Duração: 3h Preço: 20€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: TransSerrano Na Brama dos Veados Na época de acasalamento destes cervídeos é possível observar, com alguma facilidade, o maior mamífero da Serra da Lousã. Nesta época, são mais fáceis de detectar pois encontram-se na altura do acasalamento, também chamada de época da brama. Onde: Serra da Lousã Duração: 4 a 5 horas Preço: 17,5€ /pessoa. Realizado por marcação. Um Programa: Transserrano Paintball O Paintball é um jogo de acção e estratégia, que desenvolve nas pessoas um espírito de equipa, responsabilidade, liderança e tomada de decisões sob condições de pressão psicológica. É jogado com equipamento de protecção e uma arma que dispara bolas de tinta, que rebentam aquando do seu impacto, marcando a zona atingida. Onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas Duração: 4h Dificuldade: Fácil / Médio Preço: 17,5€ /pessoa. Realizado por marcação Um Programa: Sniper OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 101 Actividades Outdoor Iniciação ao equilíbrio em Slackline Actividades Outdoor OUTDOOR Até 25€ (cont.) Aventura 3 Este programa promete umas horas bem passadas e cheias de emoções fortes com actividades que, não obstante as excepcionais sensações que provocam, são simples de executar. Com a duração de uma manhã ou uma tarde, escolha as 3 actividades (ex: pontes de cordas, escalada, rappel, slide, matraquilhos humanos, entre outras) que mais gostar e o seu programa está feito. Onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas Duração: 3h Dificuldade: Fácil / Médio Valor: 18,50€ /pessoa Realizado por marcação Um Programa: Sniper Trilho dos Currais Com início e fim junto à Pedra Bela, o Trilho dos Currais percorre três currais do Baldio de Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro. De âmbito Cultural e Paisagístico, este trilho proporciona um contacto directo com o espírito e tradições comunitárias locais, nomeadamente as actividades silvo-p astoris predominantes ou que predominaram na serra do Gerês. Onde: Gerês. Duração: 5h Preço: 20€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Oficinas da Natureza Passeio de iniciação Costa de Piratas 9Km Em épocas imemoriais este troço da Costa Sintrense serviu de guarida a temerosos piratas. Escondiam-se entre as baías e enseadas deste litoral bravio, forjavam sinais que atraiam as embarcações para armadilhas implacáveis, consumidas pelo naufrágio, eram posteriormente pilhadas e os sobreviventes mortos sem piedade. Onde: Parque Natural Sintra - Cascais Duração: 3 horas. Preço: 15€ /pessoa. Realizado por marcação Um Programa: Pápa-Léguas 102 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Canoagem Lagoa de Albufeira Canoagem em águas abrigadas (Lagoa de Albufeira), onde se pode descobrir praias pouco frequentadas e observar inúmeras espécies de aves limícolas. Onde: Lagoa de Albufeira Duração: 3 a 4 horas. Preço: 20€ /pessoa. Realizado por marcação Um Programa: Vertente Natural Trilho dos Dinossáurios 12km Começamos a andar... a aragem marítima trará lendas e estórias da região que nos guiarão por carreiros panorâmicos, serpenteando a vegetação, até um árido e rochoso planalto onde homens homens do mar e da terra fazem há séculos, uma peregrinação. Onde: Arrábida Duração: 3 horas. Preço: 20€ /pessoa. Realizado por marcação Um Programa: Pápa-Léguas Trekking no Parque Natural Sintra-Cascais Trekking acessível para toda a família. Sons incríveis, vistas e odores revigorantes nesta floresta. Fique a conhecer estes locais escondidos. Experimente uma actividade natural no magnífico Parque Natural de Sintra-Cascais afastado da cidade e do turismo de massas. Onde: Sintra, Cascais Duração: Meio dia. Dificuldade: Fácil Preço: 20€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Guincho Adventours Tour em Btt em Sintra Este tour permite uma experiência intensa de sensações no c oração do Parque Natural de Sintra Cascais. Fantásticos trilhos, floresta verde com lagoas, cascatas e miradouros sobre o Oceano Atlântico. Oferecemos-te toda a formação necessária para começares! Onde: Sintra, Cascais Duração: Meio-dia. Dificuldade: Fácil Preço: 24€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Guincho Adventours Parapente Voe pelas arribas da Praia Grande, Praia da Aguda e Arrábida. Uma experiência inigualável que o deixará literalmente nas nuvens. Onde: Sintra e Cascais Duração: 3h Valor: 45€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: MuitAventura Workshop de Bodyboard Canyoning Ribeira da Pena Uma manhã cheia de energia, um desafio recheado de diversão onde serão transmitidas as técnicas básicas da modalidade de Bodyboard. Um desafio aos próprios limites e a descoberta de um desporto que dá asas a uma sensação inevitável de liberdade e prazer. Onde: Praia do Guincho ou Carcavelos Data: Realizado por marcação. Duração: 3h Valor: 28,91€ /pessoa Realizado por marcação Um Programa: Equinócio Actividade que implica a descida a pé da Ribeira da Pena, com recurso a saltos para a água, descidas em rapel e travessias por dentro de água. Esta ribeira percorre um vale encaixado e abrupto, cujo leito, margens e encostas são formados por impressionantes fragas que tornam este local quase inacessível. Onde: Ribeira da Pena Duração: 3h Valor: 35€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Transserrano Coasteering Blue Line O Costeering Blue Line é uma actividade nova, principalmente em Portugal. Trata-se de uma actividade em que se percorre a linha de costa, recorrendo a natação, escalada, saltos para a água e caminhada. Grau de dificuldade do programa: Médio Onde: Sesimbra Valor: 30€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Vertente Natural Lagoa de Óbidos 13km + canoagem Iniciamos a marcha ao longo de um caminho que acompanha um dos braços mais bonitos da Lagoa de Óbidos, o espelho de água reflecte a beleza do local que serve de abrigo a uma grande variedade de aves marinhas, como patos, corvos-marinhos e garças. Onde: Lagoa de Óbidos Duração: 3h Valor: 35€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Papa-Léguas OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 103 Actividades Outdoor OUTDOOR Até 75€ Actividades Outdoor Paintball + Aventura 3 Valada do Tejo e Aldeias Avieiras 8km + Cruzeiro Tradicional Apresentamos uma actividade numa região um pouco esquecida e que preserva vários pontos de interesse sob o ponto de vista natural e etnológico. A Lezíria do Tejo é fertilíssima e já diziam os romanos que os campos de Valada eram os mais férteis da Península... Terra das Lei das Sesmarias e de tratados de paz com Castela. Onde: Rio Tejo Duração: 3h Valor: 35€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Papa-Léguas Experiência de Buggy ou Moto 4 Desafiamos te á diversão num dos nossos automáticos Moto 4 ou Buggy todo o terreno.Cenários de Montanha e Praia, obstáculos à medida & fotos inesquecíveis. Onde: Sintra Duração: 1h30. Valor: 75€/ para duas pessoas. Realizado por marcação. Um Programa: Guincho Adventours. 104 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Este programa, com duração de um dia inteiro, vai proporcionar-lhe um conjunto de sensações variadas. Inclui uma sessão normal de Paintball numa metade do dia, sendo que na outra metade irá fazer 3 actividades (Pontes de Cordas, Escalada, Rappel, Tiro com Arco, entre outras) escolhidas por si. A nossa Sessão de Paintball inclui 6 jogos efectuados nos 5 cenários diferentes que possuímos; o último jogo repetem o cenário que gostaram mais. Onde: Parque Aventura Sniper Duração: 1 dia Valor: 34€ /pessoa Realizado por marcação Um Programa: Sniper. Iniciação ao Canyon na zona do Porto/Castelo de Paiva Onde: Porto/Castelo de Paiva Valor: 35€ /pessoa Duração: 2 / 3 horas Realizado por marcação. Um Programa: Trilhos Actividades Outdoor OUTDOOR + 75€ Jeep Safari a 2 Conheça Sintra de uma forma diferente num fantástico percurso de Jeep, na magnífica formação rochosa dos arredores de Lisboa, Parque Natural e P atrimónio Mundial. Por trilhos verdejantes e envolventes, vislumbre a paisagem pelos fantásticos miradouros que lhe irão dar uma perspectiva magnífica dos palácios, quintas, falésias, com paragens para sessões fotográficas. Onde: Arrábida Duração: 2 horas. Inclui: almoço volante Valor: 100€. para duas pessoas. Realizado por marcação. Um Programa: MuitAventura Escalada Clássica com Pedro Pacheco Escalada Clássica com Pedro Pacheco (responsável pela abertura de várias dezenas de inovadoras vias de escalada em Portugal). Escalada de via de escalada com vários largos na zona do Porto/Arouca. Possibilidade de escalar uma das vias clássicas abertas pelo próprio Pedro Pacheco. Onde: Porto/Arouca Duração: 4/6 horas Preço: 100€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Trilhos Grande Falha Dia 1 Formação teórica e prática em verticais. Dia 2 Visita à gruta com acesso feito em rappel de cerca de 100 metros. Este rappel tem vários fraccio namentos pelo que é de grau elevado. A progressão na gruta faz-se por via de barcos/bóia na zona dos lagos e a pé nas restantes zonas que apresentam dimensões razoáveis. A Grande Falha situa-se no Cabo Espichel e é parte integrante do sistema cársico deste. Onde: Arrábida Duração: 2 dias Valor: 85,50€ /pessoa. Realizado por marcação. Um Programa: Vertente Natural Formação Intensiva de Bodyboard Uma forma activa e divertida de aproveitares as tuas férias a treinar as técnicas de Bodyboard! Formação Intensiva em Bodyboard para jovens com mais de 8 anos que pretendem iniciar a modalidade ou que pretendam melhorar a sua performance. O material está todo incluído. A Formação é dada por um professor federado, tendo uma componente teórica e prática. Esta formação é intensiva com a duração 16h (4 manhãs de 4 horas) Onde: Praia de Carcavelos, Cascais. Duração: 4 manhãs Preço: 195€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Equinócio OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 105 Fim-de-semana Paintball Léguas no Piódão Com entrada no Sábado de manhã, dormida em cabana de madeira, alimentação incluída, piscina e muitas actividades, umas atrás das outras, para preencher o Sábado e o Domingo com emoções sensacionais. Reúna um grupo de amigos e venha experimentar. Onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas Duração: Dois Dias e uma noite Preço: 85€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Sniper Serra do Açor... Fraga da Pena... Aldeia do Piodão... Mata da Margaraça... Estes são alguns dos condimentos para um fim-de-semana de aventura e lazer numa região perdida no centro do país. Propomos dois dias de descoberta da natureza emoldurada pelos horizontes das cumeadas e pelo pitoresco dos lugares! Onde: Piódão Duração: Um fim-de-semana Preço: 195€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Papa-Léguas Léguas no Douro Vinhateiro Chama-se Douro Vinhateiro... Mas esta região é muito mais que o seu título. É claro que a vinha e o vinho são omnipresentes ao acantonarem-se nas encostas e nas nossas mesas mas há o Rio Douro e as suas cores de paletas azuis. Há o casario branco das aldeias que respira o ar puro dos vales e há as pessoas que se misturam com a paisagem para a desenharem em harmonia. Onde: Douro Valor: 195€ /pessoa Realizado por marcação. Um Programa: Papa-Léguas ø 106 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. Actividades Outdoor Descobrir Ana Isabel Mineiro Nasci em Vila Nova de Gaia, estudei no Porto e segui uma carreira de professora durante sete anos em vários locais do norte do país, até decidir dedicar-me exclusivamente a viajar e ao jornalismo freelance nesta área. Tenho colaborado, desde 1993, com várias publicações portuguesas e espanholas, nomeadamente a saudosa Grande Reportagem e, sobretudo, com a revista Fugas do jornal PÚBLICO. Nas horas vagas, as viagens suscitam-me ainda outras ocupações, como dar workshops de cozinha do mundo em versão vegetariana. Publiquei, em 2008, o livro “Onde os Rios Têm Marés”, e tenho mais obras na calha. Fotos: Ana Isabel Mineiro Livro Aventura Introdução ao livro “Onde os Rios têm Marés” 108 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR viagens são feitas por terra, de preferência com os pés em cima dela – sou praticante incondicional de trekking, apesar dos meus pés tentarem incessantemente impedi-lo – o meu ritmo é lento, e não faltam histórias picarescas com pessoas, transportes e tudo o mais que enche os dias de quem quer viver como quem “lá” vive. Como é costume em todas as minhas viagens, sei onde quero ir e eventualmente até consigo lá chegar, mas sou constantemente desviada do caminho, sendo que os percalços, muitas vezes, são o melhor de tudo. Citando J.R.R. Tolkien, “Nem todos os que deambulam andam perdidos”. Eu, por exemplo. ø OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 109 Descobrir Livro Aventura “T ens de escrever o que contas!” é uma frase que continuo a ouvir. Um amigo editor fez-me uma proposta directa: “Vais ao Paquistão? Quando voltares contas a história – mas desta vez é por escrito…” O resultado é um relato de viagem – aquilo a que os anglo-saxões chamam travelogue – despretensioso, num registo muito pessoal, mas com alguma contextualização histórica, social e religiosa. Não é um livro de “filosofia de viagem”, muito menos um guia; é um livro que retrata a realidade tal como a vi, e que classificaria como “de entretenimento informativo”. Mistura o relato do que vivi pela estrada do Karakorum acima através do norte do Paquistão, até ao lago de Karakuli e à cidade de Kashgar, na China, com alguma informação sobre os espaços geográficos e culturas por onde vou passando. Como 99% das minhas Descobrir Receitas Outdoor Uma rubrica destinada à partilha de receitas e sugestões de Cozinha Outdoor. Partilha as tuas receitas Outdoor preferidas! Envia-nos um email para [email protected] e poderás ver a tua receita na próxima edição da Revista Outdoor e no Portal Aventuras. Nesta edição da Revista Outdoor, convidámos um apaixonado por cozinha e amante de viagens! O Chef Chakall dispensa apresentações e deixou-nos uma sugestão fantástica para uma receita Outdoor saudável e deliciosa… Nós já experimentámos e adorámos! Espetadas de frango com cardamomo e coentros Ingredientes para 4 pessoas: ■■ 600 g de peito de frango ■■ 2 colheres de sopa de coentros Vitacress ■■ Sumo de 2 limas ■■ 2 Sementes de cardamomo ■■ 1 cm de gengibre ralado ■■ 1 chávena de iogurte ■■ 2 colheres de sopa de azeite Sal e pimenta-preta Preparação: Picar os coentros, juntar com o sumo das limas, o iogurte, as sementes de cardamomo e o gengibre. Corte o peito de frango em tiras e mergulhe-as no molho de iogurte. Retire, coloque-os em espetos de madeira e grelhe no grelhador pré-aquecido. Tempere com sal e pimenta e sirva regado com fios de azeite. ø Sabe mais sobre a deliciosa cozinha do Chakall em www.cozinhadivina.com 110 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Descobrir Geocaching | Passo a Passo... O que é o Geocaching? O Geocaching é uma caça ao tesouro com recurso a dispositivos GPS, é um jogo praticado mundialmente. A ideia principal é localizar caixas escondidas, conhecidas como geocaches, em diversos locais e depois partilhar as experiências online. Qualquer pessoa pode utilizar as coordenadas disponibilizadas pelo Geocaching.com para encontrar Geocaches. 112 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR O que é uma Geocache? Todas as geocaches tem como conteúdo um livro de registos para os participantes fazerem o seu registo. Os recipientes de tamanho superior podem conter brindes para troca, normalmente brinquedos, ou brindes de baixo valor monetário. Esse conteúdo é o “tesouro”. Podes retirar um item de troca da geocache, desde que deixes algo em troca do mesmo valor ou superior, para que existe algo para o próximo geocacher trocar. As geocaches podem ter diferentes tamanhos e formas. Muitas por vezes estão muito bem camufladas. Existem diversos tipos de geocaches listadas em Geocaching.com, das quais destacamos as seguintes: Tradicionais: O tipo mais comum de geocache, consiste no mínimo numa caixa e um logbook. As coordenadas listadas deste tipo de cache são da localização exacta da geocache. Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/ naturais do nosso planeta. As páginas deste tipo de caches incluem as explicações dos fenómenos que iremos observar no local. Para mais informações sobre earthcaching visita: www.earthcaches.org cache_details.aspx?guid=71427fba-e663-4445-a1841881cbf931b8 Cashe In Trash Out: São eventos de cariz ambiental, o objectivo é limpar uma determinada zona ou área. No fundo é uma forma de os geocachers tem de retribuir à natureza pelo que a mesma nos oferece. Podes saber mais sobre este tipo de evento em: Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/ Multi-Cache: Uma multi-cache envolve duas ou mais lo- cache_details.aspx?guid=8d2f4745-4d59-48c0-aa372be6a30442b2 calizações. Na coordenada inicial deste tipo de cache irás encontrar uma pista(s) para poderes encontrar os pontos seguintes até à geocache final, onde terás um logbook para assinar. Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/ cache_details.aspx?guid=41a25ead-99bf-4c3e-9e605f0ac02990d8 Eventos: Os eventos são organizados por geocachers e para geocachers. O objectivo será sempre o encontro para troca de experiências e ideias. Pode ser durante um jantar, um café ou durante uma caminhada. Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/ cache_details.aspx?guid=be1e733e-11c8-4ff7-84d47abd6ab615bb Mistério ou cache puzzle: Este tipo de cache podem envolver enigmas/puzzle que precisas de os resolver para teres acesso à coordenada da geocache. Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/ cache_details.aspx?guid=28bc928e-d1fe-43bf-ad7888da8181c282 Earthcaches: As earthcaches são uma cache mais educacional, permite-nos descobrir um local especial onde poderemos aprender mais sobre a ciência e fenómenos Mega-Eventos: São eventos de maior dimensão, normalmente são eventos anuais. Para ser um mega evento é preciso haver a participação de 500 pessoas nesse evento. Exemplo: http://www.geocaching.com/seek/ cache_details.aspx?guid=82bd8bdb-f5d2-4546-9393446777fbcd4f Existem outros tipos de Geocaches, mas estas são as mais comuns em Portugal. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 113 Descobrir Geocaching Tipos de Geocaches que podes encontrar. Descobrir Outras questões Quem esconde as Geocaches? Quando posso praticar Geocaching? As geocaches são escondidas pelos membros da comunidade. Qualquer geocacher pode esconder uma geocache, desde que tenha permissão do dono do local. Sugerimos que encontres pelo menos umas 50 geocaches antes de esconderes a tua primeira, assim poderás ver como se encontra um bom esconderijo para a tua geocache. A maioria das geocaches estão disponíveis o ano inteiro, algumas geocaches poderão ter acesso limitado devido a condições climatéricas, horários de funcionamento e outros factores. Algumas Geocaches, conhecidas como geocaches nocturnas, são preparadas para que sejam procuradas durante a noite, pois as pistas estão escondidas da luz do dia e apenas à noite se revelam. Quem pode praticar Geocaching? Pessoas de todas as faixas etárias podem participar no Geocaching, dos estudantes aos reformados...Podemos praticar Geocaching sozinhos, em grupo, família, com os nossos filhos, etc... Cada geocache tem uma página própria onde tem a dificuldade e terreno. Sendo 1/1 as mais fáceis de encontrar e uma 5/5 a mais difícil de encontrar. Isto permite-nos procurar Geocaches que sejam indicadas para a nossa habilidade e forma física. Trackables e Geocoins Trackables Dentro das geocaches também poderás encontrar trackables. Estes items que tem um código único que permite que os geocachers sigam a viagem deste item pelo mundo em Geocaching.com Os donos destes trackables normalmente atribuem a estes items uma missão específica, por exemplo visitar todos os distritos de Portugal. Os Geocachers ajudam estes trackables a completarem as suas missões, movendo-os de geocache em geocache. Não é necessário trocar um trackable por qualquer item, mas se retirares um trackable, deves ter a disponibilidade de o ajudar na sua missão. O Travel Bug é um item trackable que os geocachers movem de Geocache em Geocache. Cada travel bug tem uma página própria em Geocaching.com, onde podes conhecer qual a sua missão, visualizar o seu percurso e adicionar a tua história. Geocoins Geocoins são trackables com um desenho diferente. Como os travel bugs, cada geocoin tem uma pagina própria em Geocaching.com e devem ser movidas de Geocache em Geocache quando encontradas. O Travel Bug Backpacker consiste numa tampa trackable para os rolos fotográficos de 35mm, para que os donos possam incluir uma folha de registos, a descrição do Backpacker, missão e outros pequenos items no container. Exemplos: Travel bug: http://www.geocaching.com/track/details. aspx?id=1751715 http://www.geocaching.com/track/details.aspx?id=2167826 Geocoins: http://www.geocaching.com/track/details. aspx?id=2495983 http://www.geocaching.com/track/details.aspx?id=2409968 114 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR O que necessitas para praticar Geocaching? - Um aparelho GPS ou um dispositivo móvel com GPS - Acesso à internet ou através de um dispositivo móvel - Estar registado em Geocaching.com, o registo é gratuito. Onde encontrar Geocaches? Existem geocaches em todos os continentes, desde a Antárctica ao Algarve. Pode mesmo haver uma na tua rua, ou num parque perto de ti, no final de uma grande caminhada ou mesmo debaixo de água. Neste momento existem mais de um milhão de geocaches espalhadas pelos mundo. APP IPHONE Geocaching Intro Esta aplicação é uma introdução ao Maior passatempo baseado em localização do mundo – o Geocaching - com mais de 1.400.000 geocaches escondidas em todo o mundo e esperando para ser encontrado por si! http://itunes.apple.com/ us/app/geocaching-intro/ id329541503?mt=8 Descobrir Geocaching Começar a praticar Geocaching 1 – Registo no Geocaching.com ■■ Acede a www.geocaching.com e cria a tua conta gratuita. ■■ Clica em “Play” e depois “Hide & Seek” a cache ■■ Coloca uma localidade ou morada ■■ Escolhe uma cache da lista ■■ Introduz as coordenadas da Geocache no teu GPS e parte á aventura. 2- O que fazer quando encontro a geocache? ■■ Deves assinar o logbook ■■ Se a geocache tiver items de troca, poderás efectuar trocas desde que deixes algo do mesmo “valor” ou superior. ■■ Esconder a cache no local onde a encontras-te. ■■ Partilhar a tua história e fotos online. Dicas para a tua primeira experiência no Geocaching ■■ Escolhe uma cache com a dificuldade e o terreno (D/T) de nível 1/1, assim poderás perceber o conceito do Geocaching. ■■ Verifica o tamanho da geocache no topo da página da geocache, para teres uma ideia do que estás à procura. ■■ Lê com atenção a página da geocache. ■■ Verifica que se alguém logou a cache recentemente, para que possas perceber que a cache não desapareceu. ■■ Lembra-te que os GPS tem alguma margem de erro, por isso quando estiveres a uns 10 metros da cache deixa o GPS e confia nos teus olhos. ■■ Quando estás no local da cache procura por algo que não se enquadra no ambiente, algo diferente. Por exemplo um monte de pedras ou de troncos dariam um bom esconderijo para uma cache. Porque é que mais de 6 milhões de pessoas, de todo o mundo praticam Geocaching? Porque o Geocaching... ... é a melhor formar de explorar locais perto ou distantes de nós; as pessoas escondem caches em locais de interesse histórico ou de grande beleza natural que dificilmente irias descobrir se não existisse uma Geocache nesse local. ... junta amigos e família para tirarem prazer da natureza e ar livre. ... pode ser bastante desafiante; as geocaches por vezes estão extremamente bem camufladas. ... conjugado com outras actividades de ar livre, tal como caminhadas, BTT ou escalada, tornando assim a actividade mais prazerosa. ø Mais informações sobre geocaching: www.geocacherzone.pt | www.gzportugal.pt | www.geocaching.com OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 115 Descobrir Um dia nos Picos da Europa Os nevoeiros de Bulnes -Para onde marchan? -Joder, para onde van vosotros? Soy guardia del refugio Verónica y con esta niebla hay que saberlo. Na realidade sabíamos para onde queríamos marchar, não sabíamos era quem era aquela singular personagem que se plantou diante de nós com um ar… altivo. Para norte as nuvens iam descendo. O céu e a terra queriam à força unir-se, escondendo tudo o que de belo fizeram nesta paisagem. Toda a gente sabe que não se deve ir para a montanha sozinho. Pelo menos dois, não vá um magoar-se, e há sempre outro para pedir auxílio. Bom bom era haver uma terceira pessoa, precisamente pelo mesmo motivo – um magoa-se, outro pede auxílio, e o terceiro reconforta o sinistrado até chegar a ajuda. Nós éramos seis. Estávamos mais que salvaguardados. O que chateava mesmo era o nevoeiro. Adensava-se. O remoer no estômago da pizza comida de véspera também não ajudava. Raios partam a pizza e a pizzaria. Base feita do pior pão espanhol, coberta com o mais fedorento queijo asturiano, regado com o pior azeite ibérico. Resultado: a maior má disposição de que há memória. Mas, o que chateava mesmo era o nevoeiro. De Fuente Dé sai um teleférico, que em menos de cinco minutos nos coloca perto dos 1800 metros. A partir desse ponto, é sempre a dar à sola, que os meios mecânicos deixaram de estar disponíveis. Casa às costas, botas calçadas e um ávido apetite por uns dias de aventura serviam de alimento ao apetite pelo desconhecido. Os mapas, esses insubstituíveis pedaços de papel que conhecem o caminho melhor que nós, foram consultados várias vezes. Orientados a norte, neles identificamos trilhos, elevações, lagoas. Só as cabras e alguns cavalos que por ali pastavam não estavam assinalados. Subíamos suavemente em direcção ao nevoeiro. Pensando bem, o nevoeiro até era positivo, pois não nos mostrava toda a extensão da subida. Funcionava como um véu para a beleza da paisagem, que não se deixava adivinhar de uma só vez. Mostrava-se, a esparsas, aqui e ali, jogando um perigoso e excitante jogo de descoberta e sedução. We love it! 116 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Continuávamos a ganhar altura. O estradão, passou a trilho de pé posto e as nuvens, já as tratávamos por tu. Não víamos bem o que estava atrás de nós, nem adivinhávamos o que estava muito à frente, limitávamo-nos a subir, uns atrás dos outros, com conversas regadas pela boa disposição. A pizza da noite anterior, o velho guarda do refúgio e o nevoeiro entrelaçavam as chalaças e aplanavam o caminho. No entanto, tudo o que sobe, desce. Mais rápido ou mais lento. De rabo no chão ou a pé firme. Agarrado às cordas ou aos bastões. Por momentos, o céu abriu-se. No colo que fazia a transição entre vales, era bem visível a descida que tínhamos que fazer. E esse era o problema. Ver a descida sem ver bem por onde iríamos descer injectou-nos uma pequena dose de adrenalina. Pesados, com grandes mochilas e o centro de gravidade alterado, iniciámos o jogo. A regra era simples. Passar nevoeiros inclinados sem olhar para baixo. Descer trilhos de pedra solta agarrados às amarrações fixas na rocha. Nunca cair. Sempre com cara alegre. Cá em baixo, sabe bem contemplar o que descemos. Dois quadrados de chocolate. Três golos de água. Dois figos secos. Seis amigos no trilho. Já passava do meio da tarde quando recomeçamos o jogo do gato e do rato com as nuvens. Adivinhava-se que estávamos perto. Mas, … muito perto? Algo perto? Pouco perto? Maldito seja este manto branco que nos envolve e nos rouba as referências. Ter um mapa sem referências da paisagem é como dar um livro a um cego. Por muito detalhado que seja, não serve para nada. A romper a monotonia espreitava o Naranjo. Via-se o topo e não tardou a deixar-se ver por completo. O monólito calcário foi um verdadeiro farol. Entre a penumbra, devo confessar que aquele pedregulho que se ergue até aos 2550 metros, foi como um anjo. Apesar de não ser consensual, a etimologia dos Picos da Europa, advirá de serem as primeiras terras que os navegantes veriam quando regressavam da América. Outros, diziam exactamente o mesmo, atribuindo o avistamento dos picos aos navegadores que deixavam a Bretanha rumando a Sul. Seja como for, aquele pico da Europa, naquele preciso momento, foi um marco inequívoco que a marcha estava no fim. Descobrir Picos da Europa Assentamos arraiais num local de uma beleza que não se via, mas que se adivinhava. Três tendas. Três fogões. Três sopas instantâneas. Uma nuvem inteirinha só para nós. O nevoeiro apoderou-se defini- tivamente da noite. Esta retribui com o mais gélido dos seus mantos, e assim se aninharam até o vento desfazer este enlace pela madrugada. ø Artur Pegas OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 117 Descobrir Reservas Naturais em Portugal Entende-se por reserva natural uma área que contenha características ecológicas, geológicas e fisiográficas ou outro tipo de atributos com valor científico, ecológico ou educativo. A classificação de uma reserva natural visa a protecção dos valores naturais existentes, assegurando que as gerações futuras terão oportunidade de desfrutar e compreender durante um prolongado período de tempo, e a adopção de medidas compatíveis com os objectivos da sua classificação. 118 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR 1. Dunas de São Jacinto A ria de Aveiro é um vasto corpo de águas salobras rodeado de extensa e fértil planície pujante de actividade humana. A Área Protegida, situada no extremo sul de uma estreita península situada entre o Atlântico e a ria, inclui praias, dunas fixas e móveis, pinhal e lagoas de água doce com vegetação aquática e lagoas artificiais, refúgios para avifauna. Contacto RNDSJ Estrada Nacional 327, 3800-901 São Jacinto Telef. e Fax: 234 831 063; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNDSJ: ver portal ICNB (www.icnb.pt) 3. Paul de Arzila 2. Serra da Malcata Sucessão de cabeços arredondados de natureza xistosa a perderem-se Espanha adentro. Talhados por ravinas e pequenas linhas de água. Resquícios de carvalhais e vastas áreas de exóticas. Extensas áreas de matagal mediterrânico abrigando fauna variada. Último local de Portugal que albergou o lince-ibérico, um dos felinos mais ameaçados do continente europeu. Escasso povoamento humano. Contacto RNSM Rua Dr. António Nunes Ribeiro Sanches 60 - Apartado 38, 6090-587 Penamacor Telef.: 277 394 467; Fax: 277 394 580; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNSM: ver portal ICNB (www.icnb.pt). Entre Coimbra e a Figueira da Foz a bacia do Mondego inclui um troço - o Baixo Mondego - objecto ao longo do tempo de trabalhos hidráulicos que alteraram a sua ecologia inicial. Integrado nesse vasto corredor o Paul de Arzila, anteriormente agricultado com arroz e actualmente em fase de regeneração natural, apresenta uma cobertura de vegetação hidrófila. Diversidade de aves e presença de lontra. Contacto RNPA Mata Nacional do Choupal, 3000-611 Coimbra Telef.: 239 499 020; Fax: 239 499 029; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNPA: ver portal ICNB (www.icnb.pt) OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 119 Descobrir Reservas Naturais Reservas NatUrais Descobrir 4. Berlengas Ilha de natureza granítica situada a noroeste de Peniche e do cabo Carvoeiro a que se associam vários ilhotes. A omnipresença do mar condiciona todas as formas de vida. Espécies botânicas características e interessante população de répteis. Zona de nidificação para avifauna marinha e ponto de passagem de aves migradoras. Na área de Reserva Marinha presença de um património florístico e ictiológico de grande valor. Contacto RNB Avenida Mariano Calado 57, 2520-224 Peniche Telef.: 262 787 910; Fax: 262 787 930; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNB: ver portal ICNB (www.icnb.pt). 5. Paul do Boquilobo Zona húmida interior situada nas proximidades da Golegã dependente do volume dos caudais do Tejo e do Almonda. Exuberante vegetação ribeirinha. Um dos maiores garçais do País, lugar de invernada para anatídeos e ponto importante nas migrações outonais de numerosas aves. Pastagens e culturas regadas na área circundante e um dos mais emblemáticos locais de criação do “Cavalo Lusitano”. Contacto RNPB Edifício Equuspolis, R. D. João IV, 2150-170 Golegã Telef.: 249 820 550; Fax: 249 820 378; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre o RNPB: ver portal ICNB (www.icnb.pt) 6. Estuário do Tejo Superfície plana, em que as águas estuarinas - Mar da Palha - quase se perdem de vista. A Reserva Natural também inclui mouchões, vasas, sapais, salinas, pastagens e pequenas áreas de pinhal manso e montado. Importância internacional como local de nidificação e de passagem para aves migradoras. A lezíria envolvente é palco de intensa actividade agrícola e pecuária. Contacto RNET Avenida dos Combatentes da Grande Guerra 1, 289-015 Alcochete Telef.: 212 348 021; Fax: 212 341 654; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNET: ver portal ICNB (www.icnb.pt) 7. Estuário do Sado Formação estuarina de grande dimensão incluindo um troço do rio Sado, sapais, bancos de vasa e areia, montado e áreas agrícolas, praias e dunas costeiras com destaque para o cordão arenoso Tróia-Comporta. Local de nidificação e invernada para numerosas aves. Interessante população residente de roaz-corvineiro. Curioso porto “palafítico” na Carrasqueira e moinho de maré nas Mouriscas. Contacto RNES Praça da República, 2900-587 Setúbal Telef.: 265 541 140; Fax: 265 541 155; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNES: no portal do ICNB (www.icnb.pt) 120 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR 8. Lagoas de Santo André e da Sancha Descobrir Reservas Naturais A Reserva Natural assenta em duas lagoas costeiras e uma faixa marítima adjacente. Presença de mais de duas centenas de espécies de aves com destaque para as aves aquáticas e passeriformes. Vegetação constituída por caniçais, juncais e salgueirais nas zonas lagunares a que se associam plantações de pinheiro-bravo e matos atlânticos. Curioso espectáculo anual aquando da abertura (artificial) da Lagoa de Santo André ao mar. Contacto RNLSAS Pavilhão A, Galiza - Santo André, Apartado 98, 7500 - 999 Vila Nova de Santo André Telef.: 269 708 063; Fax: 269 708 065; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RNLSAS: ver portal ICNB (www.icnb.pt) 9. Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António Zona húmida na foz do Guadiana constituída por complexo sistema de áreas de sapal, salinas, esteiros, canais, corpos de água salobra, lagoas temporárias e pastagens. Área de reprodução, alimentação e invernada de numerosas espécies avifaunísticas. Interessantes comunidades vegetais no sapal bem como em torno das salinas. Morro acastelado a testemunhar vários passados e mirante privilegiado do Sotavento algarvio. Contacto RNSCMVRSA Sapal de Venta Moinhos, Apartado 7, 8951-909 Castro Marim Telef.: 281 510 680; Fax: 281 531 257; E-mail: [email protected] Informação actualizada sobre a RMSCMVRA: ver portal ICNB (www.icnb.pt) As Áreas Protegidas “Áreas Protegidas”? De que “áreas” estamos a falar? “Protegidas” de quê ou de quem? Dos cumes da Peneda-Gerês às ilhas barreiras que separam a Ria Formosa do Atlântico o continente português alberga inúmeros espaços que graças à expressão própria que nelas assume o que temos por natural se distinguem do todo de que fazem parte sendo portanto objecto de especial protecção. O carácter destas áreas torna-as pois apetecíveis para a prática de inúmeras actividades humanas que, caso realizadas de forma desregrada, colidem com a preservação pretendida. Daí a razão de ser do estatuto de protecção que lhes foi atribuído e dos cuidados em matéria de uso que do mesmo decorrem. O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P. No âmbito do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território (MAOT), o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P. (ICNB, I.P.) tem por missão essencial propor, acompanhar e assegurar a execução das políticas de conservação da natureza e da biodiversidade. Ao ICNB, I.P. compete, entre outras atribuições: - exercer as funções de autoridade nacional para a conservação da natureza e da biodiversidade; - assegurar a preservação da conservação da natureza e da biodiversidade e a gestão sustentável de espécies e habitats naturais da flora e da fauna selvagens; - propor a criação de áreas classificadas, terrestres e marinhas, assegurando a gestão das áreas de interesse nacional. Contacto ICNB, I.P. Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P. Rua de Santa Marta, 55, 1169 - 230 LISBOA Telef.: (351) 213 507 900; Fax: (351) 213 507 984; E-mail: [email protected] Portal ICNB: www.icnb.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 121 Descobrir Evento OBSERVANATURA - 2011 122 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR N Descobrir OBSERVANATURA - 2011 os dias 8 e 9 de Outubro, a Herdade da Mourisca, Setúbal, recebe, pela terceira vez, a feira “ObservaNatura”, dedicada ao tema do Turismo de Natureza, em especial ao birdwatching, uma modalidade com particular ênfase na observação de aves, directa ou com recurso a binóculos ou telescópios de campo. Inclui também a fotografia, a pintura e a ilustração da natureza. O crescente interesse pelos recursos turísticos naturais, e em particular pelas aves, poderá traduzir-se numa importante vantagem para a conservação da natureza e da biodiversidade, na medida em que a vivência do lugar e a observação das aves in loco sensibiliza o visitante para o valor dos recursos relacionados directa ou indirectamente com as espécies observadas e com os seus habitats. Por outro lado, esta modalidade de turismo, potencialmente sustentável nas áreas protegidas, é um contributo significativo para as comunidades locais que, deste modo, se envolvem de forma responsável com os valores naturais em presença, ao mesmo tempo que promovem uma experiência de alta qualidade aos visitantes. O vasto programa da feira “ObservaNatura” propõe workshops, mini-cursos, passeios pela Reserva Natural do Estuário do Sado, por terra e no rio, para observação de aves, ateliês e sessões de anilhagem. É a oportunidade para o encontro entre as empresas de turismo de natureza, as organizações não governamentais, as editoras e empresas de material óptico e os turistas ornitológicos, em torno dos valores da biodiversidade. Garças, colhereiros e flamingos são algumas das espécies que podem ser observadas nesta altura do ano. ø www.observanatura.com OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 123 Descobrir Pousada de Juventude da Lousã A Pousada de Juventude da Lousã é uma excelente opção, para quem pretende passar umas férias tranquilas e em perfeito equilíbrio com a natureza! A qui encontras a serenidade necessária para renovar forças e deliciar o corpo e o espírito, numa envolvente que mistura o verde da serra da Lousã com o azul do céu, proporcionando-te um contacto pleno com a natureza. A Pousada de Juventude da Lousã disponibiliza modernas e confortáveis instalações oferecendo uma capacidade total de 62 camas, distribuídas por sete quartos duplos (um dos quais destinado a pessoas de mobilidade condicionada) e doze quartos múltiplos de quatro camas. A Pousada oferece ainda áreas socais e de apoio como o refeitório, cozinha e lavandaria de alberguista, sala de convívio com bar, e uma óptima esplanada com um espelho de água, ideal para terminar o teu final de tarde. Esta pousada, do segmento natureza-aventura, situa-se no centro da cidade. A Lousã caracteriza-se por ter inúmeros motivos de interesse, desde as aldeias de xisto e os diversos percursos pedestres, passando pelas actividades de Todo-o-Terreno, até à prática de desportos aventura, tais como o parapente, provas de orientação, atletismo, de montanha e outros. 124 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Depois de um dia bem preenchido nada melhor do que relaxares na Pousada de Juventude da Lousã, ideal para uma estadia em beleza! ø Características ■■ 62 camas distribuídas por: ■■ Sete Quartos Duplos c/ WC (um adapta- Descobrir Pousadas A serra da Lousã encerra autênticos tesouros paisagísticos e monumentais, em dias de bastante calor um mergulho nas piscinas naturais é indispensável, a distância da Pousada às piscinas é perfeitamente possível de fazer a pé, até porque estacionar não é fácil por aquelas bandas. Aproveita o passeio para ir apreciando o que a Serra te oferece de diferente. do a pessoas com mobilidade reduzida); ■■ 12 Quartos Múltiplos c/ 4 camas; ■■ Horário: das 8h00 às 24h00 (recepção) ■■ 24 horas (funcionamento) ■■ Serviços: Refeitório; Cozinha e Lavandaria de Alberguista; Bar; Esplanada; Sala de Convívio; Internet; Parque de Estacionamento. Preços Época Baixa (de 02/01/11 a 28/02/11 e de 01/10/11 a 29/12/11) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 11,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 32,00 € Quarto Familiar s/ WC (p/quarto) – 38,50 € Época Média (de 01/03/11 a 14/04/11; 01/05/11 a 09/06/11; 01/09/11 a 30/09/11) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 13,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 35,00 € Quarto Familiar s/ WC (p/quarto) – 45,50 € Época Alta (de 15/04/11 a 30/04/11; 10/06/11 a 31/08/11; 30/12/11 a 31/12/11 e 01/01/2011) Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 15,00 € Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 40,00 € Quarto Familiar s/ WC (p/quarto) – 52,50 € Como efectuar a reserva Podes reservar alojamento em qualquer Pousada de Juventude, ou através da Internet em www.pousadasjuventude.pt. Para tal, basta escolheres a Pousada, indicar o número de pessoas, o tipo de quarto, datas de entrada e saída… depois é só pagar. Se preferires, telefona para o 707 20 30 30 ou envia um e-mail para [email protected]. Também podes efectuar a tua reserva nas lojas Ponto Já ou directamente na Pousada que escolheres. Com Cartão Jovem tens desconto em alojamento nas Pousadas de Juventude em Portugal Continental. Mas, se quiseres dormir numa pousada, e não tiveres este cartão, tens de possuir o Cartão de Alberguista, que te dá acesso às Pousadas de Juventude em todo o mundo e é válido por um ano. Podes obter o Cartão de Alberguista numa Pousada de Juventude ou nas lojas Ponto Já (Delegações Regionais do Instituto Português da Juventude). Contactos Pousada de Juventude da Lousã Rua da Feira 3200-264 Lousã Tel. +351 239 994 354 / Fax. +351 239 995 565 E-mail [email protected] www.pousadasjuventude.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 125 Descobrir COMBOIOS REGIONAIS | LINHA DO DOURO FESTA DAS VINDIMAS Até ao parar do Comboio é vindima. Dias 11, 18, 24 de Setembro e 1 de Outubro de 2011. 126 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR FESTA DAS VINDIMAS Conheça o percurso turístico: “A Festa das Vindimas”. Este programa, combinado de viagem de comboio e participação na Festa das Vindimas, baseia-se não só na celebração e agradecimento da boa colheita, mas também em dar a conhecer e manter vivas as tradições associadas a esta altura do ano na Região Demarcada do Douro. O programa tem início de manhã, na estação de Porto Campanhã, com viagem em comboio especial exclusivo até à Régua e transfer em autocarro até à Quinta de Campanhã. Aqui será oferecido um Porto de Honra, com actuação de um grupo típico de danças e cantares, visita guiada à adega e almoço regional com actuação do rancho folclórico. De tarde, as actividades incluem a participação nas famosas “lagaradas”.* No fim do dia, regresso à estação da Régua de onde sairá o comboio especial com destino a Porto Campanhã. Serviço de minibar disponível, sob pagamento, a bordo do comboio. * Recomenda-se a utilização de vestuário adequado (calções e chinelos) a cargo do próprio. Quinta de Campanhã Horários IDA 8:45 8:51 8:56 9:17 9:22 9:31 10:39 Porto-Campanhã Rio Tinto Ermesinde Paredes Penafiel Caíde Régua Volta 20:18 20:12 20:07 19:47 19:43 19:34 18:24 Preços O preço inclui viagens de comboio, transfer, Porto de Honra à chegada, almoço e animação. ADULTO – €49 Este ano com preços mais baixos CRIANÇA – €29 (dos 4 aos 8 anos, inclusive) PONTOS DA VENDA ■■ Estações CP ■■ netTICKET em cp.pt ■■ Call Center CP - 808 208 208 A aquisição de bilhetes pode ser feita com uma antecedência até 30 dias. PARCERIAS Os Clientes da Festa das Vindimas poderão ainda usufruir de condições especiais de alojamento no Hotel Tryp Porto Centro, tendo direito a um desconto de 40% sobre o preço de balcão, nos fins-de-semana em que se realiza o programa. Os parques de estacionamento nas Estações de Porto Campanhã e Braga, garantem uma tarifa especial de €3 por 24 horas, a todos os Clientes deste programa que ali deixem o seu automóvel. ø Contactos: 221052524/526/511 E-mail: [email protected] OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 127 Descobrir Festa das Vindimas PROGRAMA Descobrir A minha experiência Uma rubrica destinada à partilha de experiências e aventuras no mundo Outdoor. Nesta edição da Revista Outdoor, convidámos um praticante de escalada desportiva! Miguel Pinto, pratica escalada à 8 anos e conta-nos uma das suas muitas experiências da escalada e descreve-nos pormenorizadamente um dos seus emocionantes episódios. Partilha igualmente a tua experiência connosco e poderás ser o próximo a estar presente nesta rubrica. Miguel Pinto Sou um praticante regular de escalada desportiva e tive várias experiências ao longo destes últimos 8 anos desde que comecei. As aventuras já foram muitas, mas vou partilhar uma que me marcou … Se a memória não me falha terá sido no ano de 2005, altura a que me juntei a uma actividade de escalada proporcionada por um clube ao qual ainda pertenço. Fomos para Maiorca, uma das ilhas baleares espanholas situadas no mediterrâneo. Por incrível que pareça nesta ilha existem, provavelmente, tantos locais para escalar como os que existem em Portugal. Tinhamos ido a um desses locais e vimos uma via com cerca de 200 metros. Para terem uma noção, em Portugal, não temos vias com esta dimensão (normalmente as nossas vias têm entre 10 a 30 metros). Nesse dia não fizemos a via porque escalar uma via deste tamanho envolve alguma logística e preparação prévia. Decidimos, no entanto, eu e mais duas pessoas voltar lá num dia que estava programado ser um dia de descanso. A noite que antecedeu o grande dia não poderia ter sido pior pois adoeci … os meus colegas por volta das 7h da manhã foram ter comigo já prontos para atacar a falésia e questionaram-me muitas vezes se não era preferível ficar a descansar. Claro que eu disse que não porque, e apesar de não me sentir nas melhores condições, estava entusiasmadíssimo por escalar algo tão imponente como aquela falésia. Para vos tentar enquadrar na logística envolvida numa escalada a uma via desta dimensão, a via tem de ser feita por partes (chamados na giria de largos). Ou seja, há um escalador que sobe, por exemplo, os primeiros 20 metros, autosegura-se numa reunião (pontos próprios para o efeito) e “sobe” os outros escaladores. 128 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Para perceberem melhor cada largo demorava cerca de 30 a 45 minutos para ser conquistado. Escusado será dizer que eu era o elo mais fraco e estava a fazer com que a ascenção fosse bastante lenta. E estava em sofrimento... passadas 4 a 5 horas estavamos sensivelmente a meio da via. Aproveitamos uma plataforma natural nessa reunião e almoçámos. Entretanto nessa mesma altura tomei a decisão de não continuar por não estar em condições nem físicas nem psicológicas para o fazer. Só que naquela altura teria de ficar quieto a 100 metros de altura e esperar que eles terminassem a ascenção, descessem novamente e só então poderia descer quando eles se cruzassem comigo na sua descida. Foram umas 4 a 5 horas muito mal passadas. O local apesar de ser uma plataforma natural não era propriamente espaçoso e não tinha sombras. Depois passado uma meia hora de eles terem recomeçado a ascensão deixei de ter qualquer tipo de contacto com eles ou com quem quer que fosse. E por fim, passado umas 4 horas de estarmos completamente sozinhos numa meio de uma falésia e sem material que nos permita ascender ou descer começamos a pensar coisas do género “será que lhes aconteceu alguma coisa?”, “será que vou ter de passar aqui a noite até que o resto do grupo dê pela nossa falta e somente no dia seguinte é que nos vêm resgatar?”. Felizmente, já perto do anoitecer, os meus 2 companheiros lá apareceram para meu grande alívio. Ao chegarmos à base da via, já totalmente de noite e ao puxarmos a corda alguém se esqueceu de tirar o nó e a corda ficou presa na reunião. Tivemos de voltar lá no dia seguinte só para recuperarmos a corda. Esta foi uma das experiências mais marcantes para mim enquanto praticante de escalada e a qual guardo bem na minha memória. ø Um Jogo de Campeões OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 129 Desporto Adaptado Boccia Boccia Desporto Adaptado O Boccia tem influências do jogo tradicional, petanca, oriunda das civilizações gregas e romanas, tornando-se uma modalidade Paralímpica em 1984, nos jogos de Nova Iorque. Esta é a modalidade principal para atletas portadores de paralisia cerebral. É um desporto indoor, de precisão, em que são arremessadas bolas, seis de couro azuis e seis vermelhas, com o objectivo de as colocar o mais perto possível de uma bola branca chamada de “jack” ou bola alvo. É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Está modalidade pode ser disputada de forma individual, pares ou por equipas. Antes de começar a partida, o árbitro sorteia através de moeda ao ar, a escolha da cor das bolas com que cada equipa vai competir, contudo dá o direito aos participantes de escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolhe as vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o “jack” e uma bola vermelha. Depois é a vez da bola azul entrar em acção. A partir de então, os adversários se revezam a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o mais perto possível do “jack”. As partidas ocorrem em quadras cobertas, planas e com demarcações no piso. A área de jogo mede 6m de largura por 12,5m de comprimento. Para ganhar um ponto, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do “jack”. Caso este mesmo jogador tenha colocado outras bolas mais próxi- 130 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Classificação Os jogadores podem ser classificados em quatro classes: ■■ BC1: Atletas podem competir com o auxílio de assistentes, que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido. ■■ BC2: Os jogadores não podem receber assistência. ■■ BC3: Para jogadores com características funcionais mais limitadas, já que não conseguem arremessar as bolas.. Para o lançamento das bolas os jogadores utilizam dispositivos auxiliares, calhas, capacetes com ponteiros e são auxiliados sempre por um acompanhante que deve manter-se sempre de costas para a área de jogo. Se esta regra for quebrada o jogador sofrerá penalizações. ■■ BC4: Para jogadores com outras deficiências locomotoras, mas que são totalmente autónomos relativamente à funcionalidade exigida pelo jogo não podem receber auxílio. mas do alvo, cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à mesma distância da esfera branca (Jack), os dois lados recebem um ponto. Vence quem acumula a maior pontuação. Neste ano de 2011, a competição “Taça do Mundo” fez 20 anos, a primeira edição deste troféu decorreu em 1991 em Coimbra, onde Portugal foi o primeiro país a conquistar este troféu. Portugal foi a Belfast com a selecção renovada, dos 11 atletas convocados, cinco são estreantes na competição, como é o caso de Bruno Ribeiro, Luís Silva, Susana Barroso, Pedro Clara e Domingos Vieira. ø FPDD Portugal não terá comprometido a presença nos Jogos de Londres 2012, mas ficou um sério aviso às cores lusas que nos próximos Jogos Paralímpicos a luta pelos lugares do pódio vai ser muitíssimo cerrada. Resultados Individuais Classe BC1 Vencedor 6º Lugar António Marques João Paulo Fernandes 8º Lugar Coreia do Sul Kwang Min JI Classe BC2 Abílio Valente Fernando Ferreira Cristina Gonçalves 1º Lugar 17º Lugar 29º Lugar Classe BC3 Luís Silva Armando Costa José Carlos Macedo Ho Won Jeong 9º Lugar 12º Lugar 14º Lugar Coreia do Sul Domingos Vieira Pedro da Clara Susana Barroso Eliseu dos Santos 3º Lugar (medalha de Bronze) 11 º Lugar 34º Lugar Brasil Vencedor Classe BC4 Curiosidade: Através do jogo disponível no site http://paralympics. channel4.com/boccia/ pode aprender mais sobre esta modalidade de uma forma muito mais divertida e dinâmica. O Pais vencedor desta edição da Taça do Mundo foi a Coreia do Sul. Vencedor OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 131 Desporto Adaptado Boccia Ao longo dos anos, Portugal foi obtendo resultados muito significativos nesta modalidade. Nos Jogos Paralímpicos os atletas portugueses foram medalhados em todas as edições de 1984 a 2008, nas várias classes. A mais recente competição foi a Taça do Mundo de Boccia que se realizou na University of Ulster, Jordanstown Campaus, em Belfast na Irlanda de 18 a 27 de Agosto. Espaço APECATE Actividades de Animação Turística em Áreas Protegidas Para quando as Cartas de Desporto de Natureza? 132 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Embora o objectivo destas alterações tenha sido a simplificação, diz-nos a experiência que muitas empresas ainda têm dificuldades em situar-se perante esta nova realidade: umas, por falta de informação (o que não é desculpa porque tudo o que precisam de saber está nos websites do Turismo de Portugal e do ICNB); outras, porque esta nova realidade não está tão simplificada quanto se desejaria. A importância destas Cartas que, por uma questão de coerência conceptual com o citado diploma, deveriam denominar-se Cartas de Turismo e Desporto de Natureza, é fácil de entender: elas são o documento de ordenamento que concretiza, na perspectiva do Turismo de Natureza, quais são as actividades de animação turística que podem realizar-se em cada AP, onde e quando. Enquanto não forem publicadas, todos os agentes de Animação Turística com actividades classificadas como Turismo de Natureza têm que cumprir aquilo a que se comprometeram com a assinatura do Código de Boas Práticas: respeitar o estipulado para as suas actividades nos Planos de Ordenamento e outros documentos de ordenamento. Quando a lei da Animação Turística saiu, nada apoiava as empresas no trabalho de descodificação destes diplomas. Nas reuniões então havidas sobre esta matéria, entre a APECATE, as Secretarias de Estado do Turismo e do Ambiente e o ICNB (2009 e 2010), tivemos oportunidade de defender a posição de que seria muito pouco justo passar para os agentes de Animação Turística o ónus de interpretação destes textos, complexos, eivados de imprecisões conceptuais de vária índole, sem uniformidade Fotos: Javsport, lda O que é que ainda a complica? Na nossa opinião, uma única falha objectiva (subjectivas há várias): a ausência de Cartas de Desporto de Natureza na quase totalidade das Áreas Protegidas (AP); e a (ainda) não adaptação das duas existentes (Parques Naturais das Serras de Aire e Candeeiros e de Sintra-Cascais) às alterações trazidas pelo decreto-lei nº108/2009. OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 133 Espaço APECATE Animação Turística O DL nº 108/2009 de 15 de Maio consagra grandes alterações à lógica anterior da relação dos agentes de Animação Turística com as Áreas Protegidas (AP): define um novo conceito de turismo de natureza; cria um balcão único de licenciamento sob a forma de registo – o RNAAT, abolindo o processo das anteriores licenças ambientais emitidas pelo ICNB; define as tipologias de actividades consideradas como actividades de turismo de natureza; e alarga a responsabilidade das empresas ao fazer depender a sua actuação nas AP da assinatura de um código de boas práticas com força de lei. Espaço APECATE entre si e, sobretudo, concebidos fora do actual enquadramento jurídico do turismo de natureza. O que foi conseguido com a colocação desta questão não resolveu o problema mas já tem que ser considerado um avanço considerável: os serviços centrais do ICNB solicitaram a todas as AP sem CDN a elaboração de quadros nos quais estão identificadas, para cada uma, as actividades de turismo de natureza consideradas livres, condicionadas a várias categorias de pareceres e interditas. http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/ Turismo+de+Natureza/Actividades/ Foi um trabalho que estas entidades optaram por fazer sozinhas, ou seja, sem debate prévio quer com a APECATE quer com os agentes de Animação Turística que operam em cada AP. Neste particular, não aceitaram a nossa proposta. Como na altura exprimimos à Direcção do ICNB, foi uma pena. Este debate teria seguramente permitido alterar algumas visões absurdamente restritivas como, por exemplo, a necessidade de solicitar pareceres para andar a pé em percursos sinalizados pela própria AP, em zonas de Protecção Parcial e Complementar. Ou, sabe-se lá em nome de que critério, a limitação de isenção de pareceres a grupos inferiores a 15 pessoas. Não tenho notícia que tal aconteça em qualquer outro sítio do mundo. Em Portugal, como poderá verificar quem quiser dar-se ao trabalho de ir consultar estes quadros, existem várias APs nestas circunstâncias. Felizmente também há honrosas excepções. As Cartas de Desporto e Turismo de Natureza devem, precisamente, evitar estas situações, reduzindo ao mínimo a necessidade de pareceres. Por isso, a par de uma sinalização e fiscalização adequadas das AP, são as condições mínimas exigíveis pelo objectivo de simplificação do exercício dos agentes de Animação Turística na Áreas Protegidas. Mas, para que cumpram este objectivo, não podem ser elaboradas unilateralmente nem limitar-se a pedidos de parecer escritos e à distância. Exigem a participação activa e de proximidade da APECATE e de todos os agentes de Animação Turística que queiram dar o seu contributo. Deveria ser evidente, para quem tem em Portugal a árdua tarefa de defender e conservar a natureza e a biodiversidade, que os agentes económicos do Turismo de Natureza são seus aliados. Ainda não é. Não temos qualquer dúvida de que, em conjunto, conseguiremos, com muito menos dificuldade, criar Cartas de Turismo e de Desporto de Natureza 134 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Este espaço é seu Envie-nos as suas dúvidas e questões sobre temáticas de Animação Turística, Congressos e Eventos e a APECATE responderá. [email protected] com as características que já tivemos oportunidade de propor à anterior tutela do Ambiente: documentos simples, de fácil interpretação e actualização e que tenham conteúdos estritamente relacionados com o seu objectivo principal, a saber, promover uma utilização turística e desportiva sustentável das AP. De acordo com o RNAAT, existem 287 empresas com actividades classificadas como Turismo de Natureza. Teríamos muito gosto em ouvir o que têm a dizer sobre este assunto, caso aceitem contactar-nos através deste espaço de comunicação empresarial. ø Ana Barbosa Presidente da Secção de Animação Turística da APECATE www.apecate.pt A fechar Davide Machado volta a brilhar RevistaObistiundicim eos aut ipsapitias as doloriDavide Machado voltoubus a fazer terminando 9,0 km de verumhistória, erit ipsapici blatur, odita os quaero berum eumquiam, soluptur sequis ideliquibus ped prova (23 pontos de controlo, 145 nit, m desnível) comcus, o tempo de 27:36 ute volorer nonsedit e e com entrada directa no pódio, o que acontece pelaitatia segunda vez nestes Mundiais. O jovem atleta da Póvoa de Lanhoso melhora assim o 11º lugar alcançado por Daniel Marques em 2010, cotando-se como a grande figura da nossa Selecção presente em Itália. Mais Informações: http://www.portalaventuras.pt/informacoes/noticias/4335-davide_ machado_volta_a_brilhar.html Billabong Azores Islands O Billabong Azores Islands Pro presented by Nissan está de volta às ondas da ilha de S. Miguel, Açores, entre os dias 26 de Setembro e 2 de Outubro. Este ano não há mesmo motivos para não assistir ao Billabong Azores Islands Pro presented by Nissan, na Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, Açores… ou num monitor perto de si! Mais Informações http://www.portalaventuras.pt/informacoes/eventos/4316-billabong_azores_islands.html Aplicação Praias Fluviais As melhores praias fluviais de Portugal (região centro) ao alcance de um dedo. Versão completa de Norte a Sul do país a disponibilizar brevemente. Mais Informações http://itunes.apple.com/pt/app/ipraias-fluviais/id455727314?mt=8 7º Aniversário da Associação Paintugal Terá lugar dia 8 de Outubro de 2011 no Campo Militar de Santa Margarida. Esperam-se cerca de 600 jogadores de norte a sul de Portugal e do Estrangeiro, estando já confirmadas inscrições de jogadores da Inglaterra, Espanha e Estados Unidos. Inscreve-te já! http://www.portalaventuras.pt/informacoes/noticias/3919-7_Aniversario_Paintugal.html Patagónia Luso Expedition Em ano de dificuldades, decidimos ousar e ir mais além com uma aventura em português. Atravessaremos no próximo dia 11 de Novembro a 18 de Dezembro, em autonomia e de forma sustentável, despretensiosa, ecológica e solidária a Patagónia e a Tierra del Fuego com o auxílio da bicicleta. oditatatem et ariaeElisim quatur, Mais Informações quiberc hillit apisciati sinulles o et sitatist, sus et platur? veliquis rest, aut explaboreium http://www.portalaventuras.pt/informacoes/noticias/3831-Patagonia%20Luso%20Expedition.html reperferspel mi, sim quiae et esipid que doErferoAplicação comnimus iFlipViewer di equaectiis quae ligendia core siluptaquas reriasp Officaepuda sam faccab in cor Bem-vindo tassi nctatius deliquo blaut FlipViewer umavolo experiência de elisinisao con rearibusXpress (i-Edition), accum quia voluptatis et plab in leitura agradável Flipbook para o IPAD. lab incium et est a sit experum et Esta é a aplicação aconsecidebis nonnihiciaQuiexerect oratquo et ipid que do- lhada para poderes ler a tua Revistaoccae maximolore cuptaquides Outdoor no teu IPAD. asi consequo dellupiluptaquas reriasp elisinis con Descarrega dolupti soloratur? Quiatatur? gratuitamente aqui: eniet etIl earumet rehenis quo earibus cidebis non- http://itunes.apple.com/us/app/iflipviewer/id439613116?mt=8 Bis aut ut moditis aut quis volecte sequam quam nihicia estions ecdigetusti dolorempe res doluptarepero tium recaepe niet ulluptaturem tione nis ipsum fuga. Ita percilis qui cusam, inctur sapel is exerum eatem simolore omnim OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 135
Documentos relacionados
Consultar a versão PDF
mais fácil será analogia com desporto mais conhecido. Por exemplo, será como correr a maratona em menos de 2:13h, ou correr os 100m em menos de 10 segundos. Resumindo: é extremamente difícil!» E po...
Leia maisConsultar a versão PDF
aos 85m começámos a avistar vulto que parecia antes uma rocha... Com a aproximação, o vulto foi-se definindo, e aí, sim, começámos a ver a cauda do avião, e nadámos em direção aos motores que tem 2...
Leia mais