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Religião, Filosofia e Ciência Integradas no Livro de Urantia (Terra) Grupo de Aprendizes da Informação Aberta GAIA Sumário 0 Introdução 1 1 O Deus da pessoalidade 2 1.1 Pessoalidade, revelação, religião, filosofia e ciência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1.2 Eu, pessoalidade e personalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.3 O valor da pessoalidade na realidade do universo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.4 A pessoalidade infinita de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.5 Jesus, João Paulo II e o valor da pessoa humana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.6 A busca da verdade na unidade da fé e da razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.6.1 A verdade e a beleza divinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 A verdade do amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.6.3 A 28¯a Jornada Mundial da Juventude . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.7 As dimensões da pessoalidade humana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.6.2 2 Religião, filosofia e ciência 13 15 17 2.1 Espı́rito, mente e matéria unificados pela pessoalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 2.2 Coordenação filosófica entre ciência e religião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 2.3 A mente intermedia as relações entre o espı́rito e a matéria . . . . . . . . . . . . . . 20 2.4 A filosofia integral de Ken Wilber . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 2.4.1 Nı́veis: corpo vivo, mente, alma e espı́rito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2.4.2 Quadrantes: interior (eu e nós), exterior (isso e “issos”) . . . . . . . . . . . . 23 2.4.3 Epistemologia, conhecimento, sabedoria e verdade . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2.5 A ciência espiritual de Rudolf Steiner . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2.5.1 Experiência espiritual interior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.5.2 Antroposofia, sabedoria, moral, liberdade e amor . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.5.3 Lógica filosófica interfaceando a fé religiosa e a razão cientı́fica . . . . . . . . . 31 3 Alma imortal e vida eterna 31 3.1 A vida eterna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.2 Jesus, vida eterna e o evangelho de Tomé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3.3 Viktor Frankl e o sentido da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.4 O movimento da vida entre o ventre e a semente do todo . . . . . . . . . . . . . . . . 36 3.5 A vida brota apenas da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 4 Ciência material 38 4.1 A gravita e os sistemas universais de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 4.2 Gravidade, ultı́matons, elétrons e átomos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 i 0 4.3 Uma interpretação espiritualizada da fı́sica quântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 4.4 Neurônios, luz, espaço e tempo 47 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução Circuitos de Gravidade Universal Criador Divino circuito criatura humana Pai Universal pessoalidade pessoalidade e espı́rito pré-pessoal Filho Eterno espı́rito alma filha do espı́rito Espı́rito Infinito mente mente humana Ilha do Paraı́so matéria-energia corpo material religião filosofia ciência pessoalidade humana unificada valores espirituais espı́rito e alma significados intelectuais mente fatos materiais corpo Os Sete Absolutos da Infinitude Pai Universal pessoa absoluto dos Absolutos Factual Circuito Potencial Realidade Filho Eterno espı́rito Abs. da Deidade Deificada Espı́rito Infinito mente Absoluto Universal Interassociada Ilha do Paraı́so cosmo Abs. Inqualificável Não-deificada Figura 1: Sı́mbolos da Trindade e dos Sete Absolutos da Infinitude 1 1 O Deus da pessoalidade O livro de urantia revela que a pessoalidade infinita1 de Deus, O Pai Universal, envia com amor um fragmento pré-pessoal2 individualizado de Si mesmo para viver na mente do ser humano e para assisti-lo na evolução da sua alma imortal3 e na sobrevivência eterna. O Pai Universal doa a pessoalidade a inúmeras ordens de seres. A pessoalidade unifica4 todos os outros fatores associados da individualidade: corpo, mente, alma e espı́rito. Assim, um espı́rito divino, outorgado pela pessoalidade infinita5 de Deus, está presente nas criaturas pessoais6 humanas. Em outras palavras, um fragmento da infinitude7 do Criador Divino reside no centro da criatura humana finita. É importante compreender o natural paradoxo no nosso entendimento finito8 , quando buscamos amar e conhecer nosso Criador Infinito. O Pai Universal é o Pai do espı́rito9 , é Ele quem outorga o Seu espı́rito para viver e trabalhar nas mentes das criaturas humanas. Além disso, Deus é o Pai Absoluto de todas as pessoalidades10 no universo dos universos. Não há pessoalidade fora de Deus, o Pai. Ele é quem nos outorga os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana. De acordo com a revelação no: “Livro de Urantia”, parágrafo 5.6 411 : A outorga da pessoalidade é função exclusiva do Pai Universal, é a pessoalização dos sistemas vivos de energia, aos quais Ele dota com os atributos de relativa consciência criadora e com o correspondente controle de livre-arbı́trio. Não há pessoalidade fora de Deus, o Pai, e nenhuma pessoalidade existe senão para Deus, o Pai. Os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana, são outorgas feitas pelo Pai Universal, atuando em Seu domı́nio exclusivamente pessoal de ministração cósmica. 1.1 Pessoalidade, revelação, religião, filosofia e ciência Individualmente, a pessoalidade unifica o corpo, a mente, a alma e o espı́rito12 . O eu pessoal coordena os fatos conhecidos pelos sentidos fı́sicos, os valores espirituais da vida interior13 , e os significados intelectuais verdadeiros aprendidos pela mente. Culturalmente, a revelação nos Docu1 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.5: “A Pessoalidade do Pai Universal”. “Livro de Urantia”, Documento 16: “Os Sete Espı́ritos Mestres”, Item 16.8: “A Pessoalidade em Urantia”, Parágrafo 19. 3 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.2: “A Realidade de Deus”, Parágrafo 3. 4 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 11. 5 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.4: “A Unificação da Pessoalidade”. 6 “Livro de Urantia”, Documento 110: “A Relação dos Ajustadores com os Indivı́duos Mortais”, Item 110.2: “Os Ajustadores e a Vontade Humana”, Parágrafo 5. 7 “Livro de Urantia”, Documento 3: “Os Atributos de Deus”, Item 3.4: “Ilimitabilidade de Deus”, Parágrafo 7. 8 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.5: “A Consciência que Se Tem de Deus”, Parágrafo 6. 9 “Livro de Urantia”, Documento 51: “Os Adãos Planetários”, Item 51.6: “O Regime Edênico”, Parágrafo 13. 10 “Livro de Urantia”, Documento 10: “A Trindade do Paraı́so”, Item 10.3: “As Três Pessoas da Deidade”, Parágrafo 8. 11 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.6: “O Deus da Pessoalidade”, Parágrafo 4. 12 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 7. 13 “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Item 111.4: “A Vida Interior”. 2 2 mentos de Urantia14 integra religião, filosofia e ciência em um todo coerente, e assim, compensa a falta de desenvolvimento da mota - a sabedoria moroncial15. Esta sabedoria da mente espiritualizada16 se desenvolve com o crescimento da alma, filha do espı́rito17 . Nas palavras reveladas do: Livro de Urantia, parágrafo 102.3 518 : A ciência, o conhecimento, conduz à consciência do fato; a religião, a experiência, conduz à consciência de valor; a filosofia, a sabedoria, leva à consciência coordenada; a revelação (a substituta da mota moroncial19 ) leva à consciência da verdadeira realidade; enquanto a coordenação da consciência do fato, do valor, e da verdadeira realidade constitui a consciência da realidade da pessoalidade, do máximo do ser, junto com a crença na possibilidade da sobrevivência20 daquela mesma pessoalidade. “Livro de Urantia”, parágrafo 101.2 221 : A razão é o método da ciência; a fé o método da religião; a lógica é a técnica com que a filosofia tenta lidar. A revelação compensa a ausência do ponto de vista moroncial22 , fornecendo uma técnica para alcançar a unidade na compreensão da realidade e relações entre a matéria e o espı́rito, pela mediação da mente. E a verdadeira revelação jamais afasta a ciência da natureza, nem a religião da razão ou a filosofia da lógica. 1.2 Eu, pessoalidade e personalidade Neste contexto, a pessoalidade é a personalidade23 revelada no livro de urantia. A pessoalidade infinita do Pai Universal é o único eu auto-existente em si. A Primeira Fonte e Centro é a única Causa não-causada24 em todo o universo. Nosso eu mortal é também um eu pessoal25 pela graça Dele. Deus é a pessoalidade-pai26, a fonte da pessoalidade, o outorgador da pessoalidade e a causa da pessoalidade. Todas as criaturas, antes de ser um eu livre, são pessoas em relação à Primeira Pessoa da Deidade27 . A outorga da pessoalidade à criatura que confere relativa liberação da reação escravizada à causação anterior28 . É pela graça de Deus que nós existimos e somos livres. 14 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Item 92.4: “A Dádiva da Revelação”, Parágrafo 9. 15 “Livro de Urantia”, Documento 45: “A Administração do Sistema Local”, Item 45.7: “As Escolas Melquisedeques”, Parágrafo 6. 16 Índice do GAIA: “Mente Espiritualizada”. 17 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 9. 18 “Livro de Urantia”, Documento 102: “Os Fundamentos da Fé Religiosa”, Item 102.3: “Conhecimento, Sabedoria e Discernimento Interior”, Parágrafo 5. 19 “Livro de Urantia”, Documento 48: “A Vida Moroncial”, Item 48.7: “A Mota Moroncial”. 20 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”. 21 “Livro de Urantia”, Documento 101: “A Verdadeira Natureza da Religião”, Item 101.2: “A Religião como Um Fato”, Parágrafo 2. 22 Os termos moroncial e morôncia foram concebidas pelos reveladores para designar nı́veis de realidade entre o espiritual e o material. Por exemplo, a substância da alma emergente não é nem material nem espiritual, mas moroncial. Na introdução do livro de urantia, item 5, parágrafo 12 se define morôncia como sendo um termo que designa um vasto nı́vel que se interpola entre o material e o espiritual. Este termo pode designar realidades pessoais ou impessoais, energias vivas ou não viventes. Os elos do tecido moroncial são espirituais, a sua trama é fı́sica. 23 Livro: “Dialogos baseados no Livro de Urantia - Livro Um”, Capı́tulo 7: “Diálogo, Psicologia e Espiritualidade”, Item 7.4: “Pessoalidade ou personalidade”. 24 “Livro de Urantia”, Documento 118: “O Supremo e o Último - o Tempo e o Espaço”, Item 118.6: “Onipotência e Onificência”, Parágrafo 2. 25 “Livro de Urantia”, Documento 110: “A Relação dos Ajustadores com os Indivı́duos Mortais”, Item 110.2: “Os Ajustadores e a Vontade Humana”, Parágrafo 4. 26 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”, Item 6.7: “A Pessoalidade do Filho Eterno”. 27 “Livro de Urantia”, Documento 104: “O Crescimento do Conceito da Trindade”, Item 104.4: “As Sete Triunidades”. 28 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.6: “O Deus da Pessoalidade”, Parágrafo 9. 3 Após muita reflexão, o filósofo afirmou: penso, logo existo. Ao pensar e refletir podemos ter certeza da existência de duas coisas: do eu que pensa e do pensamento. Um compadre sábio disse: “eu existo e eu sou mais do que o corpo onde estou. Se eu existo então alguém me criou. Eu sei que não fui eu que criou a mim mesmo. Então, Deus existe e criou o meu eu.” A autoconsciência humana implica o reconhecimento da realidade de outros eus. Implica que o eu seja conhecido, tanto quanto conhece. Assim, de forma inalienável, podemos estar certos da realidade da presença de Deus, que vive dentro de nós. Conforme a revelação original expressa no: “Livro de Urantia”, parágrafo 16.9 429 : A autoconsciência humana implica o reconhecimento da realidade de outros eus, que não o eu consciente, e implica, ulteriormente, que tal consciência seja mútua: que o eu seja conhecido, tanto quanto conhece. Isto é mostrado de uma maneira puramente humana na vida social do homem. Contudo, vós não podeis estar tão absolutamente certos da realidade do ser de um semelhante, tanto quanto da realidade da presença de Deus, que vive dentro de vós. A consciência social não é inalienável, como o é a consciência de Deus; é um desenvolvimento cultural e depende do conhecimento, sı́mbolos e contribuições dos dons que constituem o homem - ciência, moralidade e religião. E essas dádivas cósmicas, quando socializadas, formam a civilização. Nos antigos teatros, persona era o meio por onde passava o som, o sona, a fala dos atores que se comunicavam. A personalidade, a pessoalidade de acordo com a revelação no livro de urantia, implica em comunicação e comunhão de amizade com outras pessoalidades. O Pai Infinito é uma pessoalidade perfeita de Criador, uma pessoa que pode “conhecer e ser conhecida”, que pode “amar e ser amada”30 , e que pode demonstrar amizade por nós. Como revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafo 1.7 631 : Os conceitos mais elevados de pessoalidade, no universo, implicam: identidade, autoconsciência, vontade própria e possibilidade de auto-revelação. E essas caracterı́sticas implicam, ainda, uma comunhão de amizade com pessoalidades outras, iguais e diferentes, tal como existe nas associações das pessoalidades das Deidades do Paraı́so32 . . . . Interpretamos esta revelação inferindo que a dádiva da pessoalidade implica na possibilidade de associação, comunicação e comunhão respeitosa com outras pessoalidades inteiras, sejam humanas ou divinas33 . O livro de urantia revela que até mesmo a Deidade Total é funcional34 , no nı́vel associativo, como sendo a Deidade pessoalizada em si própria e divinamente fraternal. Revela também que o infinito EU SOU35 alcançou a realização da pessoalidade, ao converter-se no Pai Eterno36 do Filho Original. No nı́vel humano, concebemos uma pessoa se associando, se comunicando com outras pessoas. Assim, persona contém sona, o som das palavras, um meio de comunicação das pessoas que podem 29 “Livro de Urantia”, Documento 16: “Os Sete Espı́ritos Mestres”, Item 16.9: “A Realidade da Consciência Humana”, Parágrafo 4. 30 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.5: “A Pessoalidade do Pai Universal”, Parágrafo 8. 31 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.7: “O Valor Espiritual do Conceito de Pessoalidade”, Parágrafo 6. 32 “Livro de Urantia”, Documento 10: “A Trindade do Paraı́so”. 33 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.2: “O Eu”, Parágrafo 7. 34 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.1: “Deidade e Divindade”, Parágrafo 3. 35 “Livro de Urantia”, Documento 105: “A Deidade e a Realidade”, Item 105.1: “O Conceito Filosófico do EU SOU”, Parágrafo 3. 36 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.3: “A Primeira Fonte e Centro”, Parágrafo 22. 4 se comunicar, se conhecer mutuamente, serem amigas e se amarem. O diálogo, o conhecimento mútuo e o amor florescem da comunicação, realidade e afinidade entre as pessoas37 . Podemos atribuir um significado a palavra comunicação como sendo o de uma ação comum da mente de duas pessoas. O circuito da mente universal38 é dominado e controlado irrestritamente pelo Agente Conjunto. Este Deus da Ação foi concebido conjuntamente pelo Deus-Pensamento e o Deus-Palavra. Ele é um agente universal e infinito39 de expressão mútua e de ação combinada de Seus Pais divinos. Essas são as Três Pessoas da Deidade40: o Pai Universal, o Filho Eterno e o Espı́rito Infinito. É revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafos 118 1-4: A respeito das várias naturezas da Deidade, pode ser dito que: 1. O Pai é o eu auto-existente em si. 2. O Filho é o eu coexistente. 3. O Espı́rito é o eu existente-conjuntamente. Reafirmamos que dentre todas as pessoas, Deus-Pai41 é o único eu auto-existente em si. Todos os outros “eus”, antes de serem um “eu” isolado, são pessoas em relação à Deus. Concluı́mos dizendo que o que caracteriza uma pessoa é a sua relação com outras pessoalidades, principalmente com a Primeira Pessoa da Deidade, o Pai de todos42 . 1.3 O valor da pessoalidade na realidade do universo A Bı́blia da Terra43 nos revela o alto valor que o Pai Universal dá a cada um dos seus filhos44 . A pessoalidade é uma dádiva do Pai45 . Assim, pela graça de Deus, uma pessoa pode viver eternamente, uma vida sem fim, não finita, infinita. O conceito de pessoalidade tem muito valor na revelação. Ela nos ensina que a realidade deificada abrange o domı́nio de tudo o que é pessoalizável. Assim, a realidade do universo factualiza-se em três nı́veis: “Livro de Urantia”, Item 0.446 : Realidade do Universo ... 1. Realidade não-deificada, que vai desde os domı́nios da energia do não pessoal até os reinos da realidade dos valores não pessoalizáveis da existência universal, chegando mesmo à presença do Absoluto Inqualificável47 . 37 Livro: “Dialogos baseados no Livro de Urantia - Livro Um”, Capı́tulo 3: “Famı́lias Unidas em um Sistema Polı́tico e Econômico Local (SPEL)”, Item 3.1.1: “Afinidade, realidade e comunicação entre as pessoas”. 38 “Livro de Urantia”, Documento 9: “A Relação do Espı́rito Infinito com o Universo”, Item 9.6: “O Circuito de Gravidade da Mente”, Parágrafo 2. 39 “Livro de Urantia”, Documento 8: “O Espı́rito Infinito”, Parágrafo 1. 40 “Livro de Urantia”, Documento 10: “A Trindade do Paraı́so”, Item 10.3: “As Três Pessoas da Deidade”. 41 “Livro de Urantia”, Documento 149: “A Segunda Campanha de Pregação”, Item 149.6: “O ‘Temor do Senhor”’, Parágrafo 2. 42 “Livro de Urantia”, Documento 3: “Os Atributos de Deus”, Item 3.5: “A Lei Suprema do Pai”, Parágrafo 4. 43 Bı́blia significa livro, e, Urantia é o nome da Terra, por isso, Livro de Urantia significa literalmente Bı́blia da Terra. 44 “Livro de Urantia”, Documento 12: “O Universo dos Universos”, Item 12.7: “A Parte e o Todo”, Parágrafo 9. 45 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 4. 46 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.4: “Realidade do Universo”. 47 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.11: “Os Três Absolutos”, Parágrafo 7. 5 2. Realidade deificada abrange todos os potenciais infinitos da Deidade, indo de baixo para cima, por todos os domı́nios da pessoalidade, do finito menos elevado ao mais alto infinito, abrangendo, assim, o domı́nio de tudo o que é pessoalizável, e mais, indo até mesmo à presença do Absoluto da Deidade. 3. Realidade interassociada. A realidade do Universo é supostamente deificada ou nãodeificada; mas, para os seres subdeificados, existe um vasto domı́nio de realidade interassociada, em potencial ou em factualização, que é de identificação difı́cil. Grande parte dessa realidade coordenada está englobada nos domı́nios do Absoluto Universal48 . Do ponto de vista do tempo e do espaço, a realidade é também divisı́vel em factual e potencial. As realidades factuais são as que existem na plenitude de expressão. As realidades potenciais são aquelas que têm uma capacidade desconhecida de crescimento. Somos criaturas finitas. Contudo, a revelação nos ensina sobre os sete absolutos da infinitude49 . Dentre os sete, o Pai Universal é o absoluto dos Absolutos50 , o outorgador da pessoalidade, o Pai das pessoas. Os outros seis absolutos compõe as triodidades51 da factualidade e da potencialidade. A triodidade da factualidade é composta pelo Filho Eterno, pelo Espı́rito Infinito e pela Ilha do Paraı́so os quais são respectivamente os absolutos factuais da realidade do espı́rito, da mente, e do cosmo. A triodidade da potencialidade é composta pelo Absoluto da Deidade, o Absoluto Universal e o Absoluto Inqualificável nos quais estão interassociados os reservatórios da infinitude de toda realidade de energia latente - do espı́rito, da mente e do cosmo. Podemos organizar estes ensinamentos, enfatizando os sete absolutos, na seguinte forma: Os Sete Absolutos da Infinitude Pai Universal pessoa absoluto dos Absolutos Factual Circuito Potencial Realidade Filho Eterno espı́rito Abs. da Deidade Deificada Espı́rito Infinito mente Absoluto Universal Interassociada Ilha do Paraı́so cosmo Abs. Inqualificável Não-deificada Podemos também visualizar estes sı́mbolos verbais dos sete Absolutos, escritos sobre um desenho com três cı́rculos concêntricos52 simbolizando a Trindade do Paraı́so. 1.4 A pessoalidade infinita de Deus Uma questão, sobre a pessoalidade de Deus53 , surgiu entre dois apóstolos de Jesus e um filósofo grego, Rodam de Alexandria54 . Rodam, argumentava, que o Pai no céu não é, nem pode ser, uma pessoa como o humano concebe a pessoalidade. Este filósofo grego sustentava que o fato da pessoalidade consiste na coexistência de uma comunicação plena e mútua entre seres iguais, seres que são capazes de uma simpática compreensão. Disse Rodam: 48 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.9: “A Unidade do Absoluto Universal”. “Livro de Urantia”, Documento 105: “A Deidade e a Realidade”, Item 105.3: “Os Sete Absolutos da Infinitude”. 50 “Livro de Urantia”, Documento 104: “O Crescimento do Conceito da Trindade”, Item 104.4: “As Sete Triunidades”. 51 “Livro de Urantia”, Documento 104: “O Crescimento do Conceito da Trindade”, Item 104.5: “As Triodidades”. 52 “Livro de Urantia”, Documento 93: “Maquiventa Melquisedeque”, Item 93.3: “Os Ensinamentos de Melquisedeque”, Parágrafo 3. 53 “Livro de Urantia”, Documento 161: “Novas Discussões com Rodam”, Item 161.1: “A Pessoalidade de Deus”. 54 “Livro de Urantia”, Documento 160: “Rodam de Alexandria”. 49 6 Figura 2: Sı́mbolos da Trindade e dos Sete Absolutos da Infinitude “Livro de Urantia”, parágrafo 161.1 2: . . . “Para que seja uma pessoa, Deus deveria ter sı́mbolos de comunicação espiritual que O capacitassem a tornar-Se plenamente compreendido por aqueles que fazem contato com Ele. Mas, posto que Deus, o Criador de todos os outros seres, é infinito e eterno, a consequência, no que diz respeito à igualdade de seres, é que Deus está só no universo. Não há iguais a Ele; não há nenhum ser com quem ele possa comunicar-se como um igual. Deus, de fato, pode ser a Fonte de toda a pessoalidade, mas, como tal, Ele transcende à pessoalidade, do mesmo modo que o Criador está acima e além da criatura”. O Mestre negou-se a entrar em tais discussões. Jesus havia dito a Tomé: “Livro de Urantia”, parágrafo 161.1 3: . . . A idéia que tu tens do Pai não importa muito, desde que tu sejas sabedor do ideal da natureza infinita e eterna Dele. Após dias dialogando, Natanael levou Rodam a acreditar na pessoalidade do Pai. Ele ponderou que O Pai no Paraı́so desfruta da igualdade de comunicação, pelo menos com dois outros seres, que são plenamente iguais e semelhantes a Ele próprio - o Filho Eterno e o Espı́rito Infinito. Em vista da doutrina da Trindade, o grego foi obrigado a conceder na possibilidade da pessoalidade do Pai Universal. Como revelado no esclarecedor: “Livro de Urantia”, parágrafo 161.1 11: Ao ouvir esses argumentos, Rodam replicou: “Estou convencido. Reconhecerei Deus como uma pessoa se me permitirdes atribuir qualificações, à minha confissão dessa crença, acrescentando ao significado da pessoalidade um conjunto de valores mais amplos, tais como supra-humano, transcendente, supremo, infinito, eterno, final e universal. Eu estou convencido agora de que, ao mesmo tempo em que Deus deve ser infinitamente mais do que uma pessoalidade, Ele não pode ser nada menos. Dou-me por satisfeito ao terminar aqui o debate; e aceito Jesus como a revelação pessoal do Pai, dando também por compensados todos os fatores não satisfeitos da lógica, da razão e da filosofia”. Estas ponderações humanas sobre O Pai Universal, Primeira Pessoa da Deidade55, são também explicadas, de um ponto de vista supra-humano, pela seguinte revelação no: 55 “Livro de Urantia”, Documento 105: “A Deidade e a Realidade”, Item 105.3: “Os Sete Absolutos da Infinitude”, Parágrafo 2. 7 “Livro de Urantia”, parágrafo 1.5 256 : Deus é muito mais do que uma pessoalidade, do modo como a pessoalidade é entendida pela mente humana. Ele é mais ainda do que qualquer conceito possı́vel de uma superpessoalidade. Contudo, é totalmente inútil discutir um conceito tão incompreensı́vel como o da pessoalidade divina com as mentes das criaturas materiais, para quem o máximo, em matéria de entendimento da realidade do ser, consiste na idéia e no ideal de pessoalidade. O mais elevado conceito que a criatura material possui do Criador Universal está englobado nos ideais espirituais de uma idéia elevada, que ela pode ter da pessoalidade divina. Portanto, se bem que possais saber que a pessoalidade de Deus deve ser mais do que pode alcançar uma concepção humana de pessoalidade, igualmente, bem sabeis que o Pai Universal não pode, certamente, ser nada menos do que uma pessoalidade eterna, infinita, verdadeira, boa e bela. 1.5 Jesus, João Paulo II e o valor da pessoa humana Jesus amou tanto57 os humanos porque atribuı́a a eles um valor muito elevado, e, ele deixou claro o grande valor da pessoalidade humana58 . O Papa João Paulo II também enfatizou o valor da pessoa humana: Pessoalismo [Personalism - Wikipedia (2013)59 ] Pessoalismo é uma escola filosófica de pensamento que procura descrever a unicidade de uma pessoa humana . . . Um dos principais pontos de interesse do pessoalismo é o subjetivismo humano ou auto-consciência, experimentada nos próprios atos e na felicidade interior de uma pessoa em . . . . . . tudo aquilo no ser humano que é interno, através do qual cada ser humano é a testemunha auto-consciente do seu próprio ser. Papa João Paulo II60 “Ética Cristã e a Pessoa Humana” [12] Outros princı́pios: 1. Pessoas tem valor único, e, 2. Somente as pessoas tem livre arbı́trio. De acordo com o idealismo [idealism61 ] existe mais um princı́pio: • Somente as pessoas são reais (no sentido ontológico [ontology62 ]). Pessoalismo de João Paulo II [Roman Catholic personalism63 ] Um pessoalismo Cristão distinto se desenvolveu no século 20. Seu principal teórico foi o filósofo Polonês Karol Wojtyla64 (Mais tarde Papa João Paulo II65 ). Em seu trabalho, “Amor 56 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.5: “A Pessoalidade do Pai Universal”, Parágrafo 2. 57 “Livro de Urantia”, Documento 100: “A Religião na Experiência Humana”, Item 100.4: “Os Problemas do Crescimento”, Parágrafo 4. 58 “Livro de Urantia”, Documento 195: “Depois de Pentecostes”, Item 195.5: “Os Problemas Modernos”, Parágrafo 11. 59 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Personalism”. 60 Internet: “http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa João Paulo II”. 61 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Idealism”. 62 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Ontology”. 63 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Personalism#Roman Catholic personalism”. 64 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Karol Wojtyla”. 65 Internet: “http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa João Paulo II”. 8 e Responsabilidade” [Love and Responsibility66 ], primeiramente publicado em 1960, Wojtyla propôs o que ele chamou ‘a norma da pessoalidade’: “Esta norma, em seus aspecto negativo, afirma que uma pessoa é um tipo de bom67 o qual não admite ser usada e não pode ser tratada como um objeto de uso e tal como um meio para um fim. Em sua forma positiva a norma pessoalista confirma que: a pessoa é um bom ao qual a única atitude própria e adequada é o amor” [11] . Este é o primeiro princı́pio do pessoalismo Cristão: pessoas não são para serem usadas, mas para serem respeitadas e amadas. Em Gaudium et spes68 , o Segundo Concı́lio do Vaticano [Second Vatican Council69 ] formulou o que veio à ser considerado a expressão chave deste pessoalismo: “o humano . . . não pode encontrar plenamente a si mesmo exceto através da dádiva sincera de si mesmo” [2] . 1.6 A busca da verdade na unidade da fé e da razão A busca da verdade, na unidade da fé e da razão70 , une os religiosos e os cientistas. A Deidade absoluta é unificada e indivisı́vel, o que resulta na transcendência, tanto do tempo quanto do espaço71 . A verdade é uma mesma ao longo do tempo, ela é inteira por todo espaço. O religioso valoriza a comunhão com a Pessoa Eterna e imutável72 . O cientista pesquisa os fatos buscando conhecer as leis do mundo material73 . A Pessoa Divina, a lei universal, é uma verdade eterna. A ciência é a fonte dos fatos, a religião busca o amor de Deus. LU: 111.6 6 . . . O humano pode alcançar o amor de Deus sem fatos, e pode descobrir as leis de Deus sem amor74 ; mas o humano não pode começar a apreciar a simetria infinita, a harmonia superna, a excelsa plenitude da natureza todo-inclusiva da Primeira Fonte e Centro75 , sem antes haver encontrado a lei divina e o amor divino e sem antes havê-los experiencialmente unificado na sua própria filosofia evolutiva cósmica. 1.6.1 A verdade e a beleza divinas Nós somos um grupo de aprendizes e buscadores da verdade. Este trabalho é dedicado à busca da verdade, a verdade eterna76 que fundamenta a experiência interior e exterior de todas as pessoas da nossa famı́lia universal77 , pela graça de Deus78 . É relativo, o nosso conhecimento finito de 66 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Love and Responsibility”. Eu em grego significa bom. Deus é o Pai de todos os eus, a união de tudo que é bom! 68 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Gaudium et spes”. 69 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Second Vatican Council”. 70 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.7: “Ciência e Religião”, Parágrafo 13. 71 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.7: “O Valor Espiritual do Conceito de Pessoalidade”, Parágrafo 7. 72 “Livro de Urantia”, Documento 2: “A Natureza de Deus”, Item 2.2: “A Perfeição Eterna do Pai”. 73 “Livro de Urantia”, Documento 118: “O Supremo e o Último - o Tempo e o Espaço”, Item 118.10: “As Funções da Providência”, Parágrafo 14. 74 “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Item 111.6: “O Paradoxo Humano”, Parágrafo 6. 75 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.3: “A Primeira Fonte e Centro”. 76 “Livro de Urantia”, Documento 2: “A Natureza de Deus”, Item 2.6: “A Bondade de Deus”, Parágrafo 1. 77 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”, Item 6.8: “A Compreensão do Filho Eterno”. 78 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. 67 9 criatura. É sábio entender que nós, criaturas finitas incompletas79, podemos estar tecnicamente certos quanto ao fato e eternamente errados quanto à verdade80 . Com comentários intercalados, a seguir transcrevemos, nos parágrafos 1, 4, 7, 11 e 12 do Item 2.7 do “livro da terra”, a apresentação de um Conselheiro Divino81 , atuando com a autoridade dos Anciães dos Dias82 em Uversa. “Livro de Urantia”, parágrafos 1 e 4 do Item 2.7 83 : A Verdade e a Beleza Divinas Todo conhecimento finito e todo entendimento da criatura são relativos. A informação e os ensinamentos, ainda que colhidos de fontes elevadas, são apenas relativamente completos: precisos apenas em relação ao local e verdadeiros para a pessoa. ... A falsa ciência do materialismo sentenciaria o humano mortal a reduzir-se a um marginal no universo. Tal conhecimento parcial é potencialmente um mal; é conhecimento que se compõe, tanto do bem, quanto do mal. A verdade é bela, porque é tanto completa quanto simétrica. Quando o humano busca a verdade, ele está buscando o divinamente real. Lembremos que a verdade é eterna84 . Logo, aquilo que é verdade não muda de uma geração para outra85 . A verdade está fora do tempo. Podemos perguntar: Qual a ligação da verdade absoluta e eterna do Criador86 com a experiência factual da criatura humana finita e temporal? E o livro de urantia [1] nos responde: é o Ajustador do Pensamento residente. O Ajustador do humano é um fragmento de Deus. “Livro de Urantia”, parágrafo 2.7 7: A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O vasto universo fı́sico faz-se coerente na Ilha do Paraı́so87 ; o universo intelectual faz-se coerente no Deus da mente, o Agente Conjunto88 ; o universo espiritual faz-se coerente na pessoalidade do Filho Eterno89 . Mas o mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento90 residente e o Pai Universal. O Ajustador do humano é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a Deidade do Paraı́so da Primeira Fonte e Centro91 , e Nesta. A verdade - material, filosófica ou espiritual - é coerente. Fazemos uma prece para que a nossa religião92 aumente a nossa apreciação da verdade, da beleza e da bondade93. Pois afinal, 79 “Livro de Urantia”, Documento 106: “Os Nı́veis de Realidade no Universo”, Parágrafo 3. “Livro de Urantia”, Documento 48: “A Vida Moroncial”, Item 48.6: “Os Serafins dos Mundos Moronciais - Os Ministros de Transição”, Parágrafo 33. 81 “Livro de Urantia”, Documento 19: “Os Seres Coordenados Originários da Trindade”, Item 19.3: “Os Conselheiros Divinos”. 82 “Livro de Urantia”, Documento 18: “As Pessoalidades Supremas da Trindade”, Item 18.3: “Os Anciães dos Dias”. 83 “Livro de Urantia”, Documento 2: “A Natureza de Deus”, Item 2.7: “A Verdade e a Beleza Divinas”. 84 “Livro de Urantia”, Documento 131: “As Religiões do Mundo”, Item 131.4: “O Hinduı́smo”, Parágrafo 6. 85 “Livro de Urantia”, Documento 102: “Os Fundamentos da Fé Religiosa”, Item 102.1: “As Garantias Dadas pela Fé”, Parágrafo 3. 86 “Livro de Urantia”, Documento 118: “O Supremo e o Último - o Tempo e o Espaço”, Item 118.3: “As Relações de Tempo e Espaço”, Parágrafo 4. 87 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”. 88 “Livro de Urantia”, Documento 8: “O Espı́rito Infinito”, Item 8.2: “A Natureza do Espı́rito Infinito”. 89 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”. 90 “Livro de Urantia”, Documento 107: “A Origem e a Natureza dos Ajustadores do Pensamento”. 91 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.1: “O Nome do Pai”, Parágrafo 1. 92 “Livro de Urantia”, Documento 131: “As Religiões do Mundo”, Item 131.10: “‘A Nossa Religião”’. 93 “Livro de Urantia”, Documento 91: “A Evolução da Prece”, Item 91.7: “O Misticismo, o Êxtase e a Inspiração”, Parágrafo 10. 80 10 todos nós almejamos a saúde, a sanidade e a felicidade, e esses nı́veis de uma vida eficaz são integrações da beleza, da verdade, e da bondade, e advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais. Como revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafos 2.7 11 e 12: Toda a verdade - material, filosófica ou espiritual - é tanto bela, quanto boa. Toda a beleza real - a arte material ou a simetria espiritual - é tanto verdadeira, quanto boa. Toda a bondade genuı́na - seja a moralidade pessoal, a equidade social ou o ministério divino - é igualmente verdadeira e bela. A saúde, a sanidade e a felicidade são integrações da verdade, da beleza e da bondade, ao misturarem-se na experiência humana. Esses nı́veis de uma vida eficaz advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais. A verdade é coerente, a beleza é atraente e a bondade estabilizadora. E quando esses valores, naquilo que é real, são coordenados na experiência da pessoalidade, o resultado é uma ordem elevada de amor, condicionado pela sabedoria e qualificado pela lealdade. O propósito real de toda a educação, no universo, é tornar efetiva a melhor coordenação do filho isolado dos mundos com as realidades mais amplas da sua experiência em expansão. A realidade é finita no nı́vel humano: e é infinita e eterna nos nı́veis mais elevados e divinos. A fragrância da beleza exala da unificação harmoniosa de fatores variados. Na música as notas harmônicas são vibrações sonoras com frequências múltiplas de um tom fundamental. Assim matematicamente o conjunto de notas de diversificadas frequências ressoam unidas em uma forma de onda harmônica. Divindade94 é a qualidade caracterı́stica, unificadora e coordenadora da Deidade. O que é divino é unificado e ı́ntegro. A unidade na diversidade compõe a bela obra da criação. Almejamos a verdade, a beleza e a bondade95. Buscamos a verdade filosófica capaz de unificar a beleza do universo descoberto pela ciência e a bondade do Pai Espiritual amado na verdadeira religião96 . Em harmonia com este contexto, citamos com gratidão a mais recente apresentação da verdade, a quinta revelação epocal97 para o planeta terra: “Livro de Urantia”, parágrafos 56.10 3 e 4: De alguma forma vós entendeis a filosofia; a divindade, vós a compreendeis na adoração, no serviço social e na experiência espiritual pessoal, mas a busca da beleza - a cosmologia - muito freqüentemente vós a limitais ao estudo das tentativas rudes da arte dos humanos. A beleza e a arte são, em grande parte, uma questão de unificação de contrastes. A variedade é essencial ao conceito de beleza. A suprema beleza, o ponto culminante da arte finita, é o drama de unificação na vastidão dos extremos cósmicos: Criador e criatura. O homem encontrando Deus e Deus encontrando o homem - a criatura tornando-se perfeita como o Criador o é - , essa é a conquista superna do supremamente belo, o atingir do ápice da arte cósmica. Daı́, materialismo e ateı́smo serem a maximização da fealdade, o clı́max da antı́tese finita do belo. A mais elevada beleza consiste no panorama da unificação das variações que surgiram da realidade harmoniosa preexistente. 1.6.2 A verdade do amor Em uma reportagem de 2013 [8] é relatado que o Papa Francisco respondeu, em uma carta pública, ao seguinte questionamento de Eugenio Scalfari, um “não crente interessado e fascinado pela pregação de Jesus de Nazaré”: 94 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.1: “Deidade e Divindade”, Parágrafo 16. 95 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.10: “A Verdade, a Beleza e a Bondade”. 96 “Livro de Urantia”, Documento 101: “A Verdadeira Natureza da Religião”, Item 101.1: “A Verdadeira Religião”. 97 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Item 92.4: “A Dádiva da Revelação”, Parágrafo 4. 11 A Igreja, que acredita na verdade revelada, considera erro ou pecado o fato de alguém não crer em nenhuma verdade absoluta, mas só em verdades relativas e subjetivas? Após ressaltar a importância do diálogo na vida do crente, o Papa respondeu: . . . eu não falaria, nem mesmo para aqueles que acreditam, de verdade ‘absoluta’. (. . . ) Para fé cristã, a verdade é o amor de Deus por nós em Jesus Cristo. Portanto, a verdade é uma relação! (. . . ) Isso não quer dizer que a verdade é variável e subjetiva, muito pelo contrário. Significa que ela se nos dá sempre como um caminho de vida. . . . . . . no caminho de vida do religioso, a verdade é uma relação de amor com a pessoa verdadeira98 que Deus É. Em adição à esta verdade do amor, o cristão confia na pessoa divina de JeSui s Cristo e em suas palavras quando ele disse ao apóstolo Tomé: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida”99 . “Nenhum humano vai ao Pai a não ser por meu intermédio”. A Bı́blia da Terra, ou seja, o Livro de Urantia, revela que de fato nosso caminho de ascenção ao Paraı́so100 , eterna morada do Pai Universal101 , passa por seu Filho Criador, Cristo Michael102 , que criou este universo local103 de Nébadon, e que esteve pessoalmente neste planeta na forma humana de Jesus104 . Podemos falar sobre a verdade do amor eterno105 do nosso Pai, lembrando que esta verdade é sempre a mesma106 . Melquisedeque ensinou a Abraão sobre a verdade do Criador eterno107 . O Pai Universal é a primeira verdade e, portanto, toda a verdade tem origem Nele. Deus é a verdade absoluta108 . A fé religiosa viva109 é mais do que uma associação de crenças nobres. Na medida que temos fé e escolhemos “cumprir a vontade do Pai dos céus”110 , nossa alma imortal cresce. Cada vez mais estamos de acordo com o espı́rito eterno que o Pai Universal envia para viver em nossa mente e nos guiar no caminho ascendente111 até o Paraı́so. Cada vez mais nosso eu humano112 experimenta uma relação de amor com com nosso eu divino que se cristaliza no desenvolvimento do nosso eu moroncial, 98 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.5: “A Pessoalidade do Pai Universal”, Parágrafo 9. 99 “Livro de Urantia”, Documento 180: “O Discurso de Despedida”, Item 180.3: “A Inimizade do Mundo”, Parágrafo 7. 100 Apresentação: “. . . gaia/espiritual/livro/imagens/ascensao ao paraiso.pps”. 101 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Parágrafo 1. 102 “Livro de Urantia”, Documento 33: “A Administração do Universo Local”, Item 33.1: “Michael de Nébadon”. 103 “Livro de Urantia”, Parte II: “O Universo Local”. 104 “Livro de Urantia”, Documento 119: “As Auto-outorgas de Cristo Michael”, Item 119.7: “A Sétima Auto-outorga, a Final”, Parágrafo 5. 105 “Livro de Urantia”, Documento 127: “Os Anos da Adolescência”, Item 127.6: “O Seu Vigésimo Ano (14 d.C.)”, Parágrafo 6. 106 “Livro de Urantia”, Documento 97: “A Evolução do Conceito de Deus Entre os Hebreus”, Item 97.1: “Samuel - O Primeiro dos Profetas Hebreus”, Parágrafo 4. 107 “Livro de Urantia”, Documento 93: “Maquiventa Melquisedeque”, Item 93.5: “A Escolha de Abraão”, Parágrafo 5. 108 “Livro de Urantia”, Documento 102: “Os Fundamentos da Fé Religiosa”, Item 102.6: “A Certeza Dada pela Fé Religiosa”, Parágrafo 6. 109 “Livro de Urantia”, Documento 101: “A Verdadeira Natureza da Religião”, Item 101.8: “Fé e Crença”, Parágrafo 2. 110 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 10. 111 “Livro de Urantia”, Documento 47: “Os Sete Mundos das Mansões”, Item 47.5: “O Terceiro Mundo das Mansões”. 112 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.5: “A Sobrevivência do Eu Humano”, Parágrafo 12. 12 a alma imortal. Descobrimos o Pai no centro que originou nossa própria pessoa e passamos a valorizar as pessoas por termos encontrado dentro de nós o ser verdadeiro, eterno e de valor sem fim. Vivendo com fé e amor a Deus113 , nos sentimos filhos do Pai divino na vida eterna. Assim, nos sentimos parte de uma famı́lia universal e passamos a amar ao próximo114 como à um irmão, uma irmã na eternidade. E o Espı́rito da Verdade115 , que Cristo nos outorga, vai nos guiando em cada passo da nossa vida. Deus infinito e eterno se comunicando conosco, criaturas pequenas e mortais. Assim, amando à Deus e ao próximo cumprimos a lei divina, vivemos a verdade do amor no caminho da vida humana com destino a vida eterna e verdadeira. E o plano de ação do mestre Jesus é, nas palavras da urantiana Rosey Lieske, adoração e serviço116 . Adoramos ao pai de nossa própria alma no sacrário de nossos corações e somos guiados por ele no serviço pleno de amor117 aos irmãos e irmãs da famı́lia de Deus118 da qual somos todos parte. 1.6.3 A 28¯a Jornada Mundial da Juventude O Papa Francisco viajou para XXVIII Jornada Mundial da Juventude no dia 22 de julho de 2013. Durante a viagem ele se encontrou com os jornalistas e dentre outras coisas disse: . . . Esta primeira viajem tem em vista encontrar os jovens, mas não isolados da sua vida; eu quereria encontrá-los precisamente no tecido social, em sociedade. Porque, quando isolamos os jovens, praticamos uma injustiça: despojamo-los da sua pertença. Os jovens têm uma pertença: pertença a uma famı́lia, a uma pátria, a uma cultura, a uma fé . . . Eles têm uma pertença, e não devemos isolá-los! Sobretudo não devemos isolá-los inteiramente da sociedade! Eles são verdadeiramente o futuro de um povo! Isso é verdade; mas não o são somente eles: eles são o futuro, porque têm a força, são jovens, continuarão para adiante. Mas também, no outro extremo da vida, os idosos são o futuro de um povo. Um povo tem futuro se vai em frente com ambos os pontos: com os jovens, com a força, porque o levam para diante; e com os idosos, porque são eles que oferecem a sabedoria da vida. E muitas vezes penso que fazemos uma injustiça aos idosos, pondo-os de lado como se eles não tivessem nada para nos dar; eles têm a sabedoria, a sabedoria da vida, a sabedoria da história, a sabedoria da pátria, a sabedoria da famı́lia. E nós precisamos disso! Por isso, digo que vou encontrar os jovens, mas no tecido social, principalmente com os idosos . . . [9] Para que frutifique a sabedoria dos idosos e a força dos jovens de uma forma que estimule à salvaguarda da instituição do lar, propomos que os idosos junto com os jovens trabalhem na educação das crianças da famı́lia, até a idade que Jesus começou sua instrução formal na escola em Nazaré119 . Concordamos que na tarefa de passar o archote cultural para a próxima geração, o lar será sempre a instituição básica. Esta é a proposta de uma educação no seio da famı́lia na qual os avós, pais e mães ministrem valores, ensinamentos e práticas aos filhos e netos até a idade da criança 113 “Livro de Urantia”, Documento 100: “A Religião na Experiência Humana”, Item 100.4: “Os Problemas do Crescimento”, Parágrafo 4. 114 “Livro de Urantia”, Documento 142: “A Páscoa em Jerusalém”, Item 142.1: “Ensinando no Templo”, Parágrafo 3. 115 “Livro de Urantia”, Documento 194: “O Outorgamento do Espı́rito da Verdade”, Item 194.2: “O Significado de Pentecostes”. 116 Livro: “História dos Documentos de Urantia”, Capı́tulo 10: “Aprendendo com a Experiência Americana de 50 Anos”, Item 10.12: “É necessário um novo paradigma?”. 117 “Livro de Urantia”, Documento 193: “Últimas Aparições e Ascensão”, Item 193.2: “A Aparição na Fenı́cia”, Parágrafo 2. 118 “Livro de Urantia”, Documento 134: “Os Anos de Transição”, Item 134.4: “Soberania Divina e Soberania Humana”. 119 “Livro de Urantia”, Documento 123: “A Primeira Infância de Jesus”, Item 123.5: “Os Dias de Escola em Nazaré”. 13 na qual comumente os espı́ritos Ajustadores chegam aos seus sujeitos humanos120 neste planeta. Se planejarmos e ministrarmos esta educação em casa, nossas famı́lias e comunidades serão abençoadas pela sabedoria dos idosos e a força dos jovens na profissão de professores das crianças da famı́lia em idade pré-escolar. O lar é a instituição mais útil e sublime da civilização. Por isso, a edificação do lar deve, então, ser o centro e a essência de todo esforço educacional121 . Estes são ideais que podem vivificar aquela sabedoria social superior que nasce do desejo sincero de amar a Deus acima de tudo e amar a cada ser humano como a um irmão no Reino celeste. Uma ordem social ideal é aquela na qual todo humano ama seu semelhante como a si próprio122 . Por outro lado, estamos muito distantes desta fraternidade fascinante123 , e da excelência, na realização espiritual. A sociedade titubeia sob a culpa de tolerar uma ciência sem idealismo, uma polı́tica sem princı́pios, uma riqueza sem trabalho, um prazer sem restrições124 , um conhecimento sem caráter, um poder sem consciência e uma indústria sem moralidade. Diante desta adversidade humana, o Papa Francisco declarou: “Uma árvore que cai faz mais barulho que uma floresta que cresce.” Sabemos que, por não terem tido uma experiência de amor pessoal com Deus, alguns irmãos e irmãs ignorantes e imaturos cometem erros, como uma árvore que cai e faz barulho, que as vezes prejudicam outras pessoas de nossa grande famı́lia125 . Enquanto isso, o espı́rito Ajustador de Pensamentos, residindo na mente mortal126 , comunica-se constantemente com o seu sujeito humano, especialmente durante as experiências sublimes de contato adorador, da mente para com o espı́rito, na supraconsciência127. É como uma floresta que cresce. O que dizer aos jovens de boa fé ungidos pelo Espı́rito Santo128 , mas que vivem em meio à circunstâncias barulhentas da adversidade humana? Recorremos à Jesus revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafo 100.2 7129 : Jesus retratou a profunda segurança do mortal sabedor de Deus ao dizer: “Para um crente do Reino, que conhece Deus, que importa se todas as coisas terrenas entrarem em colapso?” As seguranças temporais são vulneráveis, enquanto as seguranças espirituais são inexpugnáveis. Quando as torrentes da adversidade humana, do egoı́smo, da crueldade, do ódio, da malı́cia e da inveja afluı́rem à porta da alma humana, podeis manter-vos na certeza de que há um bastião interior, a cidadela do espı́rito, que permanece absolutamente inatingı́vel; e isso é verdadeiro, ao menos, para todo aquele ser humano que tenha entregado a guarda da sua alma ao espı́rito residente do Deus eterno. 120 “Livro de Urantia”, Documento 108: “A Missão e o Ministério dos Ajustadores do Pensamento”, Item 108.2: “Os Pré-requisitos para o Ajustador Residir”. 121 “Livro de Urantia”, Documento 84: “O Matrimônio e a Vida Familiar”, Parágrafo 1. 122 “Livro de Urantia”, Documento 99: “Os Problemas Sociais da Religião”, Item 99.2: “A Fraqueza da Religião Institucionalizada”, Parágrafo 4. 123 “Livro de Urantia”, Documento 71: “O Desenvolvimento do Estado”, Item 71.6: “A Motivação do Lucro”, Parágrafo 3. 124 “Livro de Urantia”, Documento 195: “Depois de Pentecostes”, Item 195.10: “O Futuro”, Parágrafo 20. 125 “Livro de Urantia”, Documento 54: “Os Problemas da Rebelião de Lúcifer”, Item 54.6: “O Triunfo do Amor”, Parágrafo 3. 126 “Livro de Urantia”, Documento 110: “A Relação dos Ajustadores com os Indivı́duos Mortais”, Item 110.1: “Residindo na Mente Mortal”. 127 Livro: “Dialogos baseados no Livro de Urantia - Livro Um”, Capı́tulo 7: “Diálogo, Psicologia e Espiritualidade”, Item 7.8: “Urantia → supraconsciente; Sadler → consciência central; Freud → superego; Jung → inconsciente coletivo; Hubbard → Thetan; Assagioli → inconsciente superior; Frankl → inconsciente espiritual”. 128 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Parágrafo 4. 129 “Livro de Urantia”, Documento 100: “A Religião na Experiência Humana”, Item 100.2: “O Crescimento Espiritual”, Parágrafo 7. 14 A visita de Francisco ao Brasil foi de uma alegria animadora para o paı́s, especialmente para os jovens cristãos. No domingo do dia 28/07/2013, na 28a¯ Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco iniciou a missa dizendo: Amados irmãos e irmãs, Queridos jovens! “ Ide130 e fazei discı́pulos entre todas as nações.” Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: “Foi bom participar desta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos do mundo, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais.” Jesus o chama a ser um discı́pulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, destemido, servir. [10] 1.7 As dimensões da pessoalidade humana O Pai Universal é quem outorga pessoalidade131 aos seres humanos da terra. O tipo de pessoalidade à nós conferida, tem uma potencialidade de sete dimensões de auto-expressão e de relacionamento com outras pessoas. Dessas sete dimensões da pessoalidade humana, três são compreensı́veis-realizáveis no nı́vel finito, três no nı́vel absonito e um no nı́vel absoluto. Como revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafo 112.1 9132 : O tipo de pessoalidade conferido aos mortais de Urantia tem uma potencialidade de sete dimensões de auto-expressão ou de realização pessoal. Desses fenômenos dimensionais, três são compreensı́veis-realizáveis no nı́vel finito, três no nı́vel absonito e um no nı́vel absoluto. Em nı́veis subabsolutos, essa sétima dimensão, ou a da totalidade, é experienciável como fato da pessoalidade. Essa suprema dimensão é um absoluto associável e, ainda que não infinito, é dimensionalmente um potencial que permite uma penetração subinfinita do absoluto. Os reveladores da verdade133 para Urantia (Terra) introduziram termos novos quando necessário. Por exemplo, o termo absonito e o termo moroncial surgiram pela primeira vez no livro de urantia. O nı́vel absoluto134 de realidade está fora do tempo e do espaço. O nı́vel absonito transcende o tempo e o espaço. O nı́vel finito de realidade existe nas limitações do tempo e do espaço. As realidades absolutas são existências na eternidade135 . As realidades absonitas são relativas com respeito ao tempo e à eternidade. As realidades finitas são projetadas no espaço e factualizadas no tempo. O absonito corresponde aqueles nı́veis de existência que são mais do que finitos, mas menos do que absolutos136 . 130 “Livro de Urantia”, Documento 191: “As Aparições aos Apóstolos e aos Outros Lı́deres”, Item 191.4: “A Décima Aparição (Na Filadélfia)”, Parágrafo 4. 131 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.6: “A Pessoalidade no Universo”. 132 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.1: “A Pessoalidade e a Realidade”, Parágrafo 9. 133 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Parágrafo 1. 134 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.1: “Deidade e Divindade”, Parágrafo 13. 135 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.4: “Realidade do Universo”, Parágrafo 8. 136 “Livro de Urantia”, Documento 10: “A Trindade do Paraı́so”, Item 10.5: “As Funções da Trindade”, Parágrafo 5. 15 Analogamente, os reinos moronciais137 ligam os nı́veis materiais e espirituais da existência da criatura. Morôncia138 é um termo que designa um vasto nı́vel que se interpola entre o material e o espiritual. Por exemplo, a alma moroncial é filha do espı́rito divino e da mente mortal e material. A substância da alma não é nem material, nem espiritual - é moroncial. Fazemos estas considerações para ajudar na compreensão do que nos foi revelado no: “Livro de Urantia”, Item 112.1: A Pessoalidade e a Realidade A pessoalidade é outorgada pelo Pai Universal às Suas criaturas como um dom potencialmente eterno. Essa dádiva divina destina-se a funcionar em inúmeros nı́veis e em situações sucessivas no universo, que variam do finito mais baixo ao mais alto absonito, indo mesmo aos limites do absoluto. A pessoalidade, assim, atua em três planos cósmicos, ou em três fases do universo: 1. Estado de posição. A pessoalidade funciona com igual eficiência, seja no universo local139 , seja no superuniverso140 , seja no universo central141 . 2. Estado de significação. A pessoalidade atua efetivamente nos nı́veis do finito e do absonito, e mesmo naquilo que se impinge ao absoluto. 3. Estado de valor. A pessoalidade pode realizar-se experiencialmente nos reinos progressivos do material, do moroncial e do espiritual. A pessoalidade tem um campo perfeccionado de atuação cósmica dimensional. As dimensões da pessoalidade finita são três e, grosso modo, funcionam como é colocado a seguir: 1. O comprimento representa a direção e a natureza da progressão - o movimento no espaço e de acordo com o tempo - , a evolução. 2. A profundidade vertical abrange os impulsos e atitudes do organismo, os vários nı́veis de auto-realização e o fenômeno geral de reação ao meio ambiente. 3. A largura abrange o domı́nio da coordenação, da associação e da organização do eu. ... As dimensões finitas da pessoalidade têm a ver com as dimensões cósmicas do comprimento, da profundidade e da largura. O comprimento corresponde ao significado; a profundidade significa valor; a largura abrange o discernimento interior - a capacidade de experimentar uma consciência indubitável da realidade cósmica. Ainda que seja presunçoso ensaiar uma definição de pessoalidade142, acredito que estes ensinamentos, sobre as três dimensões da pessoalidade finita e as sete dimensões de auto-expressão potenciais na pessoa humana, podem ser organizados no seguinte quadro: espı́rito alma mente 137 valor espiritual moroncial material profundidade pessoalidade unificada coordenada e organizada largura significado absoluto absonito finito comprimento perfeito relativo imperfeito “Livro de Urantia”, Documento 48: “A Vida Moroncial”, Item 48.1: “Os Materiais Moronciais”, Parágrafo 1. 138 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 12. 139 “Livro de Urantia”, Parte II: “O Universo Local”. 140 “Livro de Urantia”, Documento 15: “Os Sete Superuniversos”. 141 “Livro de Urantia”, Documento 14: “O Universo Central e Divino”. 142 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Parágrafo 2. 16 Esta é apenas uma possı́vel interpretação143 dos ensinamentos da “Bı́blia da Terra” (Livro de Urantia). Peço ajuda aos irmãos e irmãs de boa fé que buscam a ascenção ao Paraı́so144 , para entender os ensinamentos sobre a sobrevivência da pessoalidade no: “Livro de Urantia”, parágrafo 112.1 12145 : Muitos dos problemas experienciados pelos mortais no seu estudo da pessoalidade humana poderiam ser evitados, se a criatura finita se lembrasse de que os nı́veis dimensionais e os nı́veis espirituais não estão coordenados na compreensãorealização experiencial da pessoalidade. 2 Religião, filosofia e ciência Os documentos de urantia146 revelam quatro circuitos de gravidade universal147 absoluta no universomestre. Os circuitos são: 1 - pessoalidade148 , 2 - espı́rito, 3 - mente e 4 - matéria-energia149 . Também é revelado que em nı́veis absolutos estes quatro circuitos estão centrados respectivamente na atrativa gravidade 1 - dO Pai Universal150 , 2 - dO Filho Eterno151 , 3 - dO Espı́rito Infinito152 e 4 - dA Ilha do Paraı́so153 . Estas realidades universais estão manifestadas na experiência humana respectivamente: 1 - na pessoalidade e no espı́rito pré-pessoal154, 2 - na alma filha do espı́rito, 3 - na mente155 humana e 4 - no corpo material156 . Esquematicamente: Circuitos de Gravidade Universal Criador Divino circuito criatura humana Pai Universal pessoalidade pessoalidade e espı́rito pré-pessoal Filho Eterno espı́rito alma filha do espı́rito Espı́rito Infinito mente mente humana Ilha do Paraı́so matéria-energia corpo material De acordo com a revelação no: “Livro de Urantia”, Item 0.6157 : Energia e Modelo Original 143 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.8: “Filosofia e Religião”, Parágrafo 2. 144 Apresentação: “. . . gaia/espiritual/livro/imagens/ascensao ao paraiso.pps”. 145 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.1: “A Pessoalidade e a Realidade”, Parágrafo 12. 146 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Item 92.4: “A Dádiva da Revelação”, Parágrafo 9. 147 “Livro de Urantia”, Documento 12: “O Universo dos Universos”, Item 12.3: “A Gravidade Universal”. 148 Pessoalidade é sinônimo de personalidade com ênfase no ser espiritual da pessoa. 149 A matéria é uma forma de energia. 150 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. 151 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”. 152 “Livro de Urantia”, Documento 8: “O Espı́rito Infinito”. 153 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”. 154 “Livro de Urantia”, Documento 32: “A Evolução dos Universos Locais”, Item 32.4: “A Relação de Deus com Um Universo Local”, Parágrafo 5. 155 “Livro de Urantia”, Documento 62: “As Raças na Aurora do Homem Primitivo”, Item 62.6: “A Evolução da Mente Humana”. 156 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 7. 157 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.6: “Energia e Modelo Original”. 17 A toda e qualquer coisa que é sensı́vel ao circuito da pessoalidade do Pai, chamamos pessoal. A toda e qualquer coisa que é sensı́vel ao circuito espiritual do Filho, chamamos espı́rito. A toda e qualquer coisa que é sensı́vel ao circuito da mente do Agente Conjunto, chamamos mente; mente, como um atributo do Espı́rito Infinito - e mente, em todas as suas fases. A toda e qualquer coisa que é sensı́vel ao circuito material da gravidade, centrado no Paraı́so inferior, chamamos matéria - matéria-energia, em todos os seus estados metamórficos. Este trabalho é uma interpretação dos fatos cientı́ficos, dos significados filosóficos e dos valores espirituais revelados de forma integrada no livro de urantia, publicado em 1955158 pela primeira vez. Considerando a ciência, filosofia e religião reveladas neste livro, buscaremos ao longo deste trabalho, ressaltar paralelos com o conhecimento humano evolucionário deste inı́cio de milênio. Enfatizamos desde já que, de acordo com o livro de urantia, é a pessoalidade que unifica os fatores de individualidade da criatura humana: corpo, mente, alma e espı́rito. Ressaltamos a associação: 4 - entre a ciência e os corpos materiais; 3 - entre a filosofia e os significados intelectuais; 2 - entre a religião e os valores espirituais. Almejamos desenvolver uma 1 - pessoalidade ı́ntegra que unifique todos estes fatores, circuitos e nı́veis da realidade. Vivemos buscando a união, a fusão do espı́rito Ajustador e a alma159 que cresce no ventre de nossa mente moral160 . Temos fé em Deus, e que por Sua graça161 poderemos experimentar a sobrevivência da pessoalidade162, e, um dia nos tornarmos Seus filhos ascendentes163 ao Paraı́so onde Ele habita. Convivemos na Fraternidade dos Estudantes do Livro de Urantia: FELU. Concordamos com Rudolf Steiner, o elaborador da antroposofia, e suas idéias164 expressas no livro: “Truth and Knowledge [Verdade e Ciência]” [15] . Através de nosso pensar, nós também estamos buscando o conhecimento cognitivo verdadeiro. Buscamos integrar, pela mediação da mente165 e cognição, as coisas objetivas da ciência dos objetos exteriores, e a relação com os sujeitos espirituais no nosso centro interior subjetivo. Regozijamos com revelações tais como: “Livro de Urantia”, parágrafo 196.3 2166 : Há apenas três elementos na realidade universal: o fato, a idéia e a relação. A consciência religiosa identifica essas realidades como ciência, filosofia e verdade. A consciência filosófica estaria inclinada a ver essas atividades como razão, sabedoria e fé - a realidade fı́sica, a realidade intelectual e a realidade espiritual. O nosso hábito é designar essas realidades como coisa, significado e valor. 158 Livro: “História dos Documentos de Urantia”, Capı́tulo Preliminar: “Introdução”, Parágrafo 4. “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”. 160 “Livro de Urantia”, Documento 16: “Os Sete Espı́ritos Mestres”, Item 16.9: “A Realidade da Consciência Humana”, Parágrafo 2. 161 “Livro de Urantia”, Documento 144: “Em Gilboa e na Decápolis”, Item 144.4: “Mais sobre a Prece”, Parágrafo 3. 162 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”. 163 “Livro de Urantia”, Documento 40: “Os Filhos Ascendentes de Deus”. 164 Rudolf Steiner escreveu uma tese de doutoramento em filosofia intitulada: “Verdade e Ciência”. No prefácio da edição alemã desta obra, traduzida para o português, podemos ler: a verdade . . . é um produto do espı́rito humano livre, não podendo existir de forma alguma e em nenhum lugar se nós mesmos não o produzı́ssemos. A tarefa da cognição não é repetir, sob forma conceitual, algo que já existia alhures, mas, sim, criar um campo inteiramente novo que apenas constitua a plena realização em combinação com o mundo sensorial dado. Com isso a atividade suprema do ser humano, seu ato criador espiritual, acha-se organicamente integrado ao decurso geral dos fatos no mundo. Sem essa atividade nem poderı́amos pensar nesse decurso dos acontecimentos como uma totalidade definida em si. Frente a sequencia dos fatos, o ser humano não é um espectador ocioso que reproduz em sua mente, sob forma de imagens, aquilo que ocorre no cosmo sem a sua intervenção, mas sim o co-criador ativo do processo cósmico; e a cognição é o membro mais perfeito no organismo do universo. 165 “Livro de Urantia”, Documento 12: “O Universo dos Universos”, Item 12.8: “A Matéria, a Mente e o Espı́rito”, Parágrafo 14. 166 “Livro de Urantia”, Documento 196: “A Fé de Jesus”, Item 196.3: “A Supremacia da Religião”, Parágrafo 2. 159 18 2.1 Espı́rito, mente e matéria unificados pela pessoalidade O livro de Urantia revela que no Paraı́so, as três energias, a fı́sica, a mental e a espiritual, são coordenadas. As realidades do espı́rito puro e da energia pura estão centradas na pessoa do Pai do Paraı́so. E são unas Nele - devem estar unificadas - porque Deus é uno. A pessoalidade do Pai é absolutamente unificada167 . Os absolutos, tanto do espı́rito quanto do objeto (coisa), convergem na pessoa do Pai Universal. E, pela Graça deste Pai, também a pessoalidade mortal unifica168 a sua experiência humana com a matéria, a mente e o espı́rito. Assim, o intelecto humano deve ser capaz de compreender muito do significado dos três nı́veis de funcionamento da realidade finita: matéria, mente e espı́rito. Com gratidão pela revelação, citamos o iluminador: “Livro de Urantia”, parágrafos 12.8 9-14169 : Embora dificilmente seja possı́vel para a mente mortal compreender os sete nı́veis da realidade cósmica relativa, o intelecto humano deveria ser capaz de compreender muito do significado dos três nı́veis de funcionamento da realidade finita: 1. A Matéria. A energia organizada, que está sujeita à gravidade linear, a não ser quando ela é modificada pelo movimento e condicionada pela mente. 2. A Mente. A consciência organizada, que não está inteiramente sujeita à gravidade material e que se torna verdadeiramente liberada quando modificada pelo espı́rito. 3. O Espı́rito. A realidade pessoal mais elevada. O verdadeiro espı́rito não está sujeito à gravidade fı́sica, mas acaba tornando-se a influência motivadora de todos os sistemas de energia em evolução, com dignidade de pessoalidade. A meta da existência de todas as pessoalidades é o espı́rito; as manifestações materiais são relativas, e a mente cósmica atua entre esses opostos universais. A outorga da mente e a ministração do espı́rito são o trabalho das pessoas associadas da Deidade, o Espı́rito Infinito e o Filho Eterno. A realidade da Deidade total não é a mente, mas a mente-espı́rito - a menteespı́rito unificada pela pessoalidade. Contudo, os absolutos, tanto do espı́rito quanto do objeto (coisa), convergem na pessoa do Pai Universal. No Paraı́so, as três energias, a fı́sica, a mental e a espiritual, são coordenadas. No cosmo evolucionário a matéria-energia é predominante em tudo, menos na pessoalidade; e nesta, e para a mestria desta, o espı́rito luta, com a mediação da mente. O espı́rito é a realidade fundamental da experiência da pessoalidade de todas as criaturas, pelo fato de que Deus é espı́rito. O espı́rito é imutável e, portanto, em todas as relações de pessoalidade, ele transcende tanto à matéria quanto à mente, que são variáveis experienciais de realização progressiva. 2.2 Coordenação filosófica entre ciência e religião O livro de urantia revela a unidade da realidade e as relações entre a matéria e o espı́rito, pela mediação da mente170 . A mente faz a interface entre o espı́rito e a energia material. Por isso, é 167 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.1: “A Coordenação Fı́sica”, Parágrafo 4. 168 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.10: “A Verdade, a Beleza e a Bondade”, Parágrafo 15. 169 “Livro de Urantia”, Documento 12: “O Universo dos Universos”, Item 12.8: “A Matéria, a Mente e o Espı́rito”, Parágrafo 9. 170 “Livro de Urantia”, Documento 101: “A Verdadeira Natureza da Religião”, Item 101.2: “A Religião como Um Fato”, Parágrafo 2. 19 necessário uma coordenação filosófica171 da mente que busca integrar a religião do espı́rito172 interior com a ciência dos fatos materiais exteriores. O objetivo deste trabalho é uma integração filosófica capaz de interpolar ciência e religião173 . Esta busca de unidade se inspira nas magistrais palavras reveladas no: “Livro de Urantia”, parágrafos 103.6 3-6174 : A religião tem a ver com o ponto de vista espiritual, a consciência do lado interno da experiência humana. A natureza espiritual do humano proporciona-lhe a oportunidade de virar o universo de fora para dentro. E, consequentemente, é verdade que, vista exclusivamente do lado interno da experiência da pessoalidade, toda a criação parece ser espiritual na sua natureza. Quando o humano inspeciona analiticamente o universo, por meio dos dons materiais dos seus sentidos fı́sicos e da percepção mental a eles associada, o cosmo parece ser mecânico e composto de energias materiais. Tal técnica de estudar a realidade consiste em virar o universo de dentro para fora. Um conceito filosoficamente lógico e consistente do universo não pode ser elaborado sobre os postulados, quer sejam do materialismo quer sejam do espiritualismo; pois esses dois sistemas de pensamento, quando aplicados universalmente, são ambos compelidos a ver o cosmo com distorção; o primeiro, contatando um universo virado de dentro para fora, e o último, compreendendo a natureza de um universo virado de fora para dentro. Nunca, então, nem a ciência nem a religião, em si e por si próprias, permanecendo sozinhas, podem esperar conquistar uma compreensão adequada das verdades universais e das relações, sem a orientação da filosofia humana e sem a iluminação da revelação divina. O espı́rito interior do humano dependerá sempre, para a sua expressão e auto-realização, do mecanismo e da técnica da mente. Do mesmo modo, a experiência externa do humano com a realidade material, deve basear-se na consciência mental da pessoalidade que está experienciando. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente, e condicionadas, quanto à sua realização consciente, pela atividade da mente. O humano experimenta a matéria na sua mente; ele experiencia a realidade espiritual na alma, mas torna-se consciente dessa experiência na sua mente. O intelecto é o harmonizador, é o condicionador e o qualificador, sempre presentes, da soma total da experiência mortal. Ambos, as coisas da energia e os valores do espı́rito, quando passam ao âmbito da consciência mental, por meio da interpretação, são coloridos por esta. 2.3 A mente intermedia as relações entre o espı́rito e a matéria Mostraremos ao longo deste trabalho que existe uma diferença qualitativa entre os fatos do corpo material e os significados da mente175 humana. Em certo sentido a mente é uma realidade de sı́mbolos e informações176 , de signos e significados. Como a mente intermedia as relações entre o espı́rito e a matéria? A mente humana é sensı́vel às realidades materiais e espirituais, desta forma ela realiza uma representação significativa com signos e sı́mbolos informativos da matéria em seu exterior marginal e do espı́rito no seu centro causal. Provaremos cientificamente que os neurônios do cérebro, na base da mente, são sensı́veis aos impulsos eletro-quı́micos abaixo e às ondas eletromagnéticas na velocidade 171 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.6: “A Coordenação Filosófica”. 172 “Livro de Urantia”, Documento 155: “A Escapada pelo Norte da Galiléia”, Item 155.5: “O Discurso sobre a Verdadeira Religião”, Parágrafo 5. 173 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.7: “Ciência e Religião”. 174 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.6: “A Coordenação Filosófica”, Parágrafo 3. 175 Informativo: “A Ciência Revelada e Evolucionária sobre a Mente Humana”, Seção 3: “A pessoalidade humana integral: corpo, mente, alma e espı́rito”, Subseção 3.1: “Diferença entre: fatos do corpo, e, significados da mente”. 176 Informativo: “Teoria da Informação e Organismos Vivos”, Seção 8: “Cérebro, sı́mbolos e informações”. 20 da luz acima. Talvez a luz e a matéria, ou talvez a morôncia177 e a matéria, sejam duas “faces” da energia dual, chamada gravita178 na ciência revelada do livro de urantia. O cérebro, sensı́vel à luz e à matéria179 , a mente sensı́vel à alma moroncial e ao corpo fı́sico, permitem o estı́mulo de signos mentais que simbolizam as energias espirituais e materiais. Este parágrafo aponta para uma possı́vel explicação da afirmação revelada de que a consciência humana180 repousa gentilmente sobre o mecanismo eletroquı́mico abaixo; e delicadamente toca o sistema de energia espiritualmoroncial acima. Como dissemos antes, ousamos associar a ciência com o conhecimento dos fatos materiais percebidos pelos sentidos. Ousamos associar a filosofia com a sabedoria dos significados intelectuais adquiridos pela mente. Ousamos associar a religião com a experiência de amor filial e dos valores espirituais do ser eterno e verdadeiro no centro paterno de nossa própria alma. Agora, estamos explicando como a mente faz a interface entre o espı́rito e a matéria, e como o cérebro é sensı́vel à luz e às partı́culas materiais. Lembramos que é a pessoalidade que unifica os fatores de individualidade da criatura humana: corpo, mente, alma e espı́rito. O quadro a seguir resume estas associações e o assunto deste texto: religião filosofia ciência 2.4 pessoalidade humana unificada valores espirituais espı́rito e alma significados intelectuais mente fatos materiais corpo A filosofia integral de Ken Wilber Antes de adentrar a filosofia integral e a idéia filosófica da Unidade Universal, quero ressaltar um aspecto fundamental da revelação urantiana, qual seja, a importância e a validade do conceito da pessoalidade de Deus. Apesar da erudição e complexidade de muitos livros, negar a pessoalidade da Primeira Fonte e Centro nos limita a dois dilemas filosóficos: o materialismo e o panteı́smo. Estes dois extremos da filosofia humana mostram o engano da corporeidade. O livro de urantia revela que um corpo material não é indispensável à pessoalidade. Escrito nas palavras reveladas do: “Livro de Urantia”, parágrafos 1.5 11-12: A religião primitiva possuı́a muitos deuses pessoais, e eles eram moldados à imagem do homem. A revelação afirma e confirma a validade do conceito da pessoalidade de Deus; a qual não passa de uma mera possibilidade, segundo o postulado cientı́fico, de uma Causa Primeira, e, apenas provisoriamente, é sugerida na idéia filosófica da Unidade Universal. Apenas por meio da idéia da pessoalidade qualquer pessoa pode começar a compreender a unidade de Deus. Negar a pessoalidade da Primeira Fonte e Centro deixa-nos diante de uma escolha limitada a dois dilemas filosóficos: o materialismo e o panteı́smo. 177 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 12. 178 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.2: “Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas)”, Parágrafo 14. 179 Informativo: “A Ciência Revelada e Evolucionária sobre a Mente Humana”, Seção 5: “A mente mediadora entre a Luz Espiritual e o corpo material”, Subseção 5.4: “Será que os neurônios do cérebro podem transmitir ondas de luz infravermelha, além de partı́culas materiais ionizadas?”. 180 “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Item 111.1: “A Mente, Arena da Escolha”, Parágrafo 5. 21 Para a contemplação da Deidade, o conceito da pessoalidade deve ser desprovido da idéia de corporalidade. Um corpo material não é indispensável à pessoalidade, seja no homem, seja em Deus. Esse engano, o da corporeidade, é mostrado nos dois extremos da filosofia humana. No materialismo, quando perde o seu corpo com a morte, o homem cessa de existir como pessoalidade; no panteı́smo, desde que não tenha nenhum corpo, Deus não pode ser, portanto, uma pessoa. O tipo de pessoalidade progressiva supra-humana funciona em uma união de mente e espı́rito. Feitas estas considerações, lembramos aqui o unificador trabalho de Ken Wilber181 , o filósofo integral182 . Sua obra visa integrar o conhecimento humano, apresentando uma visão coerente que interliga harmoniosamente ciência, filosofia, arte, ética e espiritualidade. Alguns de seus livros, já traduzidos para o Português, são: O Espectro da Consciência; A Consciência sem Fronteiras; O Paradigma Holográfico; O Olho do Espı́rito; A União da Alma e dos Sentidos; Psicologia Integral; Uma Teoria de Tudo; A Visão Integral. 2.4.1 Nı́veis: corpo vivo, mente, alma e espı́rito Wilber inclui, a filosofia perene e a ciência moderna, em uma teoria integral que discerne e integra nı́veis da realidade experiencial humana: matéria, corpo, mente, alma e espı́rito. O livro de urantia também enaltece o ideal de desenvolver uma pessoalidade unificada183 que integre estes fatores associados da individualidade. Assim, é possı́vel que o espı́rito do Criador Divino esteja unido a alma, mente e corpo vivo da criatura humana. Até mesmo Deus e o homem podem coexistir em uma pessoalidade unificada184 , como tão admiravelmente é demonstrado no status presente do Cristo Michael185 - Filho do Homem e Filho de Deus. O corpo vivo, a mente, a alma e o espı́rito são fatores associados da individualidade. A pessoalidade186, outorgada pelo Pai Universal187 , unifica estes nı́veis da experiência humana e funciona como um fator na situação total188 da realidade viva. Lembremos que nós somos criaturas finitas do tempo-espaço189 . Porém, o espı́rito residente é o núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana190 . Por isso, este espı́rito Ajustador integrado com a dimensão absoluta da pessolidade191 , transcende e inclui o finito, o tempo, o espaço, a alma, a mente e o corpo vivo das criaturas mortais. Como expresso na: 181 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Ken Wilber”. Informativo: “A Prática da Vida Integral, segundo Ken Wilber”. 183 “Livro de Urantia”, Documento 100: “A Religião na Experiência Humana”, Item 100.7: “O Apogeu da Vida Religiosa”. 184 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 3. 185 O livro de urantia revela que JeSui s Cristo é um Filho Criador da ordem dos Michaéis, que se auto-outorgou ao nosso planeta há mais de 2000 mil anos. Foi Ele que criou este Universo Local com potencialmente cerca de 10000000 de planetas habitáveis como a terra. Em certo sentido podemos afirmar que Cristo Michael revelado no livro de urantia é uma pessoa divina com uma grandeza maior que a união de Jesus e Arcanjo Miguel cultuados na igreja institucionalizada. 186 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 11. 187 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. 188 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.1: “A Pessoalidade e a Realidade”, Parágrafo 13. 189 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.10: “A Verdade, a Beleza e a Bondade”, Parágrafo 18. 190 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.6: “O Deus da Pessoalidade”, Parágrafo 4. 191 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.1: “A Pessoalidade e a Realidade”, Parágrafo 9. 182 22 “Prática da Vida Integral, segundo Ken Wilber”, parágrafo 3.1 6192 : Os estágios ou nı́veis precisam ser desenvolvidos; são potencialidades. Uma vez desenvolvidos, tornam-se permanentes; coexistem entre si (transcendem e incluem). No modelo de Ken Wilber, a consciência se organiza em esferas evolutivas que sucessivamente incluem e transcendem a camada anterior. A vida inclui e transcende a organização fı́sica e molecular onde ocorre; a mente, por sua vez, inclui e transcende a vida; a alma inclui e transcende a mente; e o espı́rito, a alma. 2.4.2 Quadrantes: interior (eu e nós), exterior (isso e “issos”) Ao elaborar sua filosofia integral, Ken Wilber amplia a abrangência da experiência cientı́fica, para incluir a experiência interior193 , no que ele chamou de ciência profunda e normalmente chamamos de religião. A essência do método cientı́fico é a experiência. Há uma prova factual, da realidade espiritual, na experiência da presença do Ajustador do Pensamento que reside na mente humana. Esta prova é uma experiência espiritual viva194 de unidade com nosso eu real195 , no centro criador da nossa alma, no ventre receptivo da nossa mente. Contudo, esta experiência interior não é demonstrável para o mundo externo, pois ela ocorre em nossa consciência profunda das fundações da pessoalidade inteira196 , ela é uma experiência da presença da residência de Deus. Parte deste parágrafo foi escrito depois da leitura da revelação original no: “Livro de Urantia”, parágrafo 103.7 14197 : Há uma prova factual da realidade espiritual, na presença do Ajustador do Pensamento, mas a validade dessa presença não é demonstrável para o mundo externo, apenas o é para aquele que tem essa experiência da presença da residência de Deus. A consciência da presença do Ajustador é baseada na recepção intelectual da verdade, na percepção supramental da bondade e na motivação da pessoalidade para amar. 192 Informativo: “A Prática da Vida Integral, segundo Ken Wilber”, Seção 3: “Um mapa integral”, Subseção 3.1: “Os elementos”, Parágrafo 6. 193 “Livro de Urantia”, Documento 101: “A Verdadeira Natureza da Religião”, Item 101.7: “Uma Filosofia Pessoal da Religião”. 194 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.6: “A Pessoalidade no Universo”, Parágrafo 2. 195 “Livro de Urantia”, Documento 108: “A Missão e o Ministério dos Ajustadores do Pensamento”, Item 108.6: “Deus no Homem”, Parágrafo 6. 196 “Livro de Urantia”, Documento 102: “Os Fundamentos da Fé Religiosa”, Item 102.1: “As Garantias Dadas pela Fé”, Parágrafo 4. 197 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.7: “Ciência e Religião”, Parágrafo 14. 23 Tenho a intuição que este amante da sabedoria198 ficará engrandecido com a leitura integral do livro de urantia. A filosofia da teoria integral199 , em certo sentido é como a revelação200 , unifica a lógica intelectual que reconhece a Primeira Causa Universal como sendo um Isso, de um lado, e aquelas afirmações efetivas da alma que declaram que essa Primeira Causa é a Primeira Pessoa201 , o Deus pessoal da salvação humana. Creio que o trabalho deste pensador poderá ser ampliado com revelações tais como: “Livro de Urantia”, parágrafo 196.3 1202 : . . . A fé religiosa - o guiamento efetivo da presença divina residente - capacita, infalivelmente, o humano sabedor de Deus a lançar uma ponte sobre o abismo existente entre a lógica intelectual que reconhece a Primeira Causa Universal como sendo um Isso, de um lado, e aquelas afirmações efetivas da alma que declaram que essa Primeira Causa é Ele, o Pai Universal do evangelho de Jesus, o Deus pessoal da salvação humana. O Pai Universal é também o Criador do Paraı́so203 . Assim, temos de um lado os significados e os valores mente-espı́rito-pessoais204 e, de outro lado, aquelas coisas de matéria-energia. No nı́vel finito da criatura, o lado interno da experiência humana tem a ver com o ponto de vista espiritual. Por outro lado, o universo exterior, visto com os sentidos fı́sicos do ser humano, parece ser mecânico e composto de energias materiais. Repetimos aqui a citação do: “Livro de Urantia”, parágrafos 103.6 5 e 6205 : Um conceito filosoficamente lógico e consistente do universo não pode ser elaborado sobre os postulados, quer sejam do materialismo quer sejam do espiritualismo; . . . Nunca, então, nem a ciência nem a religião, em si e por si próprias, permanecendo sozinhas, podem esperar conquistar uma compreensão adequada das verdades universais e das relações, sem a orientação da filosofia humana e sem a iluminação da revelação divina. O espı́rito interior do homem dependerá sempre, para a sua expressão e auto-realização, do mecanismo e da técnica da mente. Do mesmo modo, a experiência externa do homem com a realidade material, deve basear-se na consciência mental da pessoalidade que está experienciando. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente . . . A filosofia integral busca incluir o lado interno e externo da experiência humana. Podemos mapear os quadrantes desta teoria traçando um eixo horizontal do interior para o exterior e cruzando com um eixo vertical do individual para o coletivo. Assim discernimos neste mapa integral os seguintes quadrantes: interior individual (eu), interior coletivo (nós), exterior individual (isto), exterior coletivo (“istos”). Esta abordagem integral e holı́stica principia na idéia de que qualquer “todo” conhecido é apenas um “holon” (parte de um “todo maior”). Este princı́pio aplica-se também a átomos, moléculas e organismos; letras, palavras, frases, páginas, livros e idéias; e à própria consciência humana, um holon que se manifesta em quatro quadrantes: eu, isto, nós, “istos” (isto coletivo)206 . 198 Em grego, filosofia significa literalmente amor à sabedoria. Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Integral Theory”. 200 “Livro de Urantia”, Documento 102: “Os Fundamentos da Fé Religiosa”, Item 102.4: “O Fato da Experiência”, Parágrafo 6. 201 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.2: “Deus”, Parágrafo 12. 202 “Livro de Urantia”, Documento 196: “A Fé de Jesus”, Item 196.3: “A Supremacia da Religião”, Parágrafo 1. 203 “Livro de Urantia”, Documento 2: “A Natureza de Deus”, Parágrafo 1. 204 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.4: “Realidade do Universo”, Parágrafo 10. 205 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.6: “A Coordenação Filosófica”, Parágrafo 5. 206 Informativo: “A Prática da Vida Integral, segundo Ken Wilber”, Seção 3: “Um mapa integral”, Subseção 3.1: “Os elementos”, Parágrafo 8. 199 24 Traduzimos a seguir a explicação do próprio Ken Wilber sobre os quadrantes na teoria interal. “Outline of an Integral Psychology”, paragraphs 13 1-2 Quadrantes No inı́cio, a maioria das pessoas acham os quatro quadrantes difı́cil de compreender, mas a seguir acham simples de utilizar. Os quadrantes se referem ao fato de que qualquer coisa pode ser vista de quatro perspectivas, em outras palavras: nós podemos olhar para alguma coisa do lado interno ou externo, e no singular ou no plural. Por exemplo, minha própria consciência neste momento. Eu posso olhá-la do lado interno, neste caso eu vejo todos os meus vários sentimentos, esperanças, medos, sensações, e percepções que eu posso ter em dado instante. Isto é a primeira-pessoa ou visão fenomenológica, descrita na linguagem do “eu”. Mas a consciência também pode ser vista de um modo objetivo, “cientı́fico”, neste caso eu posso concluir que minha consciência é o produto de mecanismos cerebrais objetivos e sistemas neurofisiológicos. Isto é a terceira pessoa ou visão objetiva, descrita na linguagem do “isso”. Estas são visões da consciência do lado interno e externo. Mas minha consciência ou ser não existe no vácuo; ela existe em uma comunidade de outros seres. Assim em adição a uma visão singular da consciência, nós podemos olhar como a consciência existe no plural (como parte de um grupo, uma comunidade, uma coletividade). E assim como nós podemos olhar para o lado interno e externo do indivı́duo, nós podemos olhar para o lado interno e o externo da coletividade. Nós podemos tentar entender qualquer grupo de pessoas a partir do lado interno, em uma simpática ressonância de compreensão mútua; ou nós podemos tentar olhar para eles do exterior, de uma maneira destacada e objetiva (ambas 25 as visões podem ser úteis, na medida que nós honramos cada uma delas). 2.4.3 Epistemologia, conhecimento, sabedoria e verdade Transcrevemos à seguir um significativo trecho do livro “O Paradigma Holográfico” [18] . O livro citado é um trabalho colaborativo que agrega um diálogo com Ken Wilber publicado em 1981 no “ReVision Journal” com o tı́tulo: Reflexões sobre o Paradigma da Nova Era Uma conversa com Ken Wilber . . . após 60 perguntas e respostas . . . ReVision: Gostaria de saber se podı́amos agora abordar a noção de epistemologia, pois você disse antes que a hierarquia evolucionária é também uma hierarquia de conhecimento. Você poderia elaborar essa idéia? Ken Wilber: Cada nı́vel do Grande Ninho do Ser207 é um nı́vel de apreensão, como diria Whitehead208 . Cada nı́vel apreende, ou de algum modo toca ou reconhece, seu ambiente. Como dissemos antes, cada nı́vel é uma versão escalonada e descendente da consciência absoluta. De qualquer maneira, se usamos nossa hierarquia simples de três nı́veis, corpo, mente e espı́rito209 , então os três correspondentes modos de conhecimento são o sensorial, o simbólico210 e o intuitivo. Os mı́sticos cristãos referem-se a eles como o olho da carne, o olho da razão e o olho da contemplação. Até mesmo Aristóteles estava perfeitamente ciente desses domı́nios - ele os chamava de tekné, praxis (ou phronesis) e theoria. ReVision: E eles são hierárquicos? Ken Wilber: Sim. Da mesma maneira que o olho da razão transcende mas inclui o olho da carne, o olho da contemplação transcende mas inclui o olho da razão. ReVision: A ciência como nós a conhecemos não poderia ser estendida de maneira a abranger todos esses três domı́nios? Não poderı́amos possuir uma ciência superior do ser? O novo paradigma parece dizer que sim. Ken Wilber: Isso, a meu ver, depende do que você entende por ciência. Olhe desta maneira: possuı́mos pelo menos três modos de conhecimento - sensorial, simbólico e contemplativo. Esses modos correspondem ao corpo fı́sico, à mente e ao espı́rito. Isso é bastante simples, mas fica um pouco mais complicado quando você compreende que a mente, por exemplo, pode olhar não apenas para o seu próprio nı́vel mas também para os outros dois, e em cada caso você obtêm um tipo de conhecimento fundamentalmente diferente. Posso representar isso desta maneira: 207 Esta explicação, sobre os nı́veis do Grande Ninho do Ser, foi traduzida do trabalho de Ken Wilber intitulado “Outline of an Integral Psychology”: . . . Na psique humana, qual é exatamente a natureza destes nı́veis? Basicamente, eles são nı́veis de consciência, os quais aparentam se estender por todo espectro do subconsciente para o auto-consciente e deste para o superconsciente (Murphy, 1992 [7] ; Wade 1996 [16] ; Wilber 1986 [19] e 2000 [22] ). Este espectro geral da consciência é bem conhecido no mundo das principais tradições de sabedoria, aonde uma versão dele aparece como a Grande Corrente do Ser, a qual se diz ir desde o nı́vel da matéria para o corpo, para mente, para alma, até o espı́rito (Smith, 1976 [14] ). A Grande Corrente é talvez um nome enganoso. Não se trata de uma corrente linear mas uma série de esferas envolvidas: se diz que espı́rito transcende e inclui alma, que transcende mas inclui mente, que transcende mas inclui corpo, que transcende mas inclui matéria. De acordo com isso, é mais acurado chamá-lo de o “Grande Ninho do Ser”. . . . Para uma discussão sobre o Grande Ninho do Ser, veja “The Marriage of Sense and Soul” [20] , “Integral Psychology” [22] , “One Taste” [21] , e “A Theory of Everything” [23] . Veja também o superbo livro de Huston Smith: “Forgotten Truth” [14] ; de Roger Walsh: “Essential Spirituality” [17] ; e de Michael Murphy: “The Future of the Body” [7] . O livro, escrito por Arthur Lovejoy, intitulado “The Great Chain of Being” [5] , continua sendo a visão geral histórica de autoridade sobre o assunto, embora, novamente, a “grande corrente” seja um nome enganoso. 208 Livro: “Dialogos baseados no Livro de Urantia - Livro Dois”, Capı́tulo 5: “Educação Integral (Religião e Ciência)”, Item 5.1.6: “Educação que integra ciência, filosofia e religião”, Parágrafo 5. 209 “Livro de Urantia”, Documento 141: “Começando o Trabalho Público”, Item 141.4: “Ensinando sobre o Pai”, Parágrafo 4. 210 Informativo: “Teoria da Informação e Organismos Vivos”, Seção 8: “Cérebro, sı́mbolos e informações”. 26 ReVision: Temos portanto três modos básicos e três domı́nios de conhecimento: o fı́sicosensorial, o mental e o espiritual. (Eles são numerados de 1 a 3.) E então, no âmbito do próprio modo mental temos o quê? Três subconjuntos? Ken Wilber: Subconjuntos está ótimo . . . (Eles são indicados pelas letras a, b, c.) ReVision: Que indica quais dos três domı́nios o modo mental toma como objeto? Ken Wilber: Sim. Seguindo meu filósofo ortodoxo favorito, Jürgen Habermas211 , podemos caracterizar os três subconjuntos mentais da seguinte maneira: quando a mente se restringe ao conhecimento sensorial, o modo é denominado empı́rico-analı́tico, e seu interesse é técnico; quando a mente trabalha com outras mentes, o modo é hermenêutico, fenomenológico, racional ou histórico, e seu interesse é prático ou moral. Acrescentamos agora a visão mı́stica, que Habermas não incluiu diretamente, e dizemos que quando a mente tenta reconhecer o domı́nio espiritual, seu modo é paradoxal ou radicalmente dialético, e seu interesse é soteriológico. Vou colocar isso num diagrama: ReVision: O que é exatamente hermenêutica? Ken Wilber: O estudo da interpretação e do significado simbólico. Nas mãos de filósofos sofisticados como Gadamer ou Ricoeur, ela realmente passa a significar mentalidade em geral, ou intencionalidade simbólica e significado e valor212 . Veja, a razão pela qual os estudos empı́ricoanalı́ticos são tão limitados - limitados, de fato, ao domı́nio sensorial - é que eles não podem sequer exibir a natureza ou o significado das produções mentais. Por exemplo, não há teste empı́rico que possa revelar o significado de Macbeth, ou o significado do valor, o significado de sua vida, e assim por diante. O significado é uma produção mental e só pode ser determinado por interpretação, ou por aquilo que Heidegger denominava cı́rculo hermenêutico. ReVision: A maior parte das pessoas entende o que você quer dizer pela expressão empı́ricoanalı́tico. Você poderia falar sobre o terceiro subconjunto, o paradoxal? Ken Wilber: A idéia é simplesmente a de que, quando a mente tenta raciocinar sobre o absoluto, ela, de maneira inevitável, gerará paradoxos213 , exatamente pelas razões que já estivemos discutindo. Quando a mente opera neste modo, nós a chamamos de paradoxal. Também já ouvi a palavra “razão mandálica”214 ser usada, e eu gosto dela. Ambas são boas. ReVision: Agora, você está dizendo que a razão paradoxal não é contemplação, mas tem os seus usos, corretos? Ken Wilber: Sim, exatamente. Ambos os pontos deveriam ser enfatizados. O primeiro deles é que a razão paradoxal ou mandálica - que surge quando você tenta pensar sobre o Tao, ou o Espı́rito, ou a Natureza de Buda - não é espı́rito, nem revela, por si mesma, o espı́rito. Vamos voltar ao primeiro diagrama e numerar todos os cinco modos: 211 212 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Jürgen Habermas”. “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Item 111.4: “A Vida Interior”, Parágrafo 2. 213 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.5: “A Consciência que Se Tem de Deus”, Parágrafo 6. 214 De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra mandala vêm do sânscrito e em algumas práticas religiosas se refere à um diagrama composto de cı́rculos e figuras concêntricas, uma imagem do mundo, um instrumento que serve à meditação. Na forma de uma mandala, os três cı́rculos concêntricos da bandeira de Cristo Michael são um emblema material do governo da Trindade para toda criação. Esta mandala de três cı́rculos concêntricos nos faz lembrar que o Pai Universal, Primeira Fonte e Centro, está relacionado com os seis Absolutos coordenados, e assim todos os sete abrangem o cı́rculo da infinitude, por intermédio dos ciclos infindáveis da eternidade. 27 O número 5 é simples percepção sensorial-material. O número 4 é conhecimento mental empı́rico-analı́tico, ou as idéias da mente sobre o mundo sensorial-material. O número 3 é o conhecimento hermenêutico e introspectivo e fenomenológico, ou o conhecimento da mente a respeito da mente. O número 2 é a razão paradoxal ou mandálica, ou a tentativa da mente para pensar sobre o espı́rito. O número 1 é o conhecimento direto do espı́rito pelo espı́rito, que é um conhecimento não simbólico e sem mediação, intuitivo e contemplativo. ReVision: E sua primeira observação é que o número 2 não deveria ser confundido com o número 1. Ken Wilber: Sim, e esse é um ponto extremamente fundamental. Não há nenhuma maneira de compreender diretamente o espı́rito exceto por meio de uma transformação espiritual radical, ou pela abertura direta do olho da contemplação no seu próprio caso. Você pode ler, pensar e escrever sobre o Tao o dia todo, e nada disso é o Tao. Nenhuma teoria mental chega nem mesmo perto de Brahma. Este discernimento filosófico sobre três nı́veis da realidade, esta sabedoria que explica como a mente intervém entre o espı́rito e a matéria, está também expressa no: “Livro de Urantia”, parágrafo 0.6 8215 : A Mente é um fenômeno que denota a presençaatividade do ministério vivo e também de sistemas variados de energia; e isso é verdadeiro para todos os nı́veis de inteligência. Na pessoalidade, a mente intervém continuamente, entre o espı́rito e a matéria; e desse modo, o universo é iluminado por três espécies de luz: a luz material, a luz do discernimento intuitivo-intelectual e a luminosidade do espı́rito. No livro “Psicologia Integral” [22] , Ken Wilber menciona a “planura” da ciência materialista superficial, que vê a realidade apenas com o olho da carne216 e frequentemente desconsidera a experiência interior de contemplação217 do ser humano. Por outro lado, com evolução da alma moroncial218 pela graça do espı́rito Ajustador, cresce no indivı́duo a mota moroncial219 que coordena a experiência no ambiente material com a vivência espiritual interior da pessoa. A mota, a sabedoria moroncial220, é mais que uma filosofia superior; ela está para a filosofia assim como dois olhos estão para um olho só221 ; ela gera um efeito estereoscópico sobre os significados e valores. Precisamos de mais que um olho apenas para que possamos vizualizar a profundidade em perspectiva. Foi isso que Jesus, como tutor do filho de um rico viajante vindo da Índia222 , explicou para seu jovem aprendiz. Em acordo com a revelação no: 215 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.6: “Energia e Modelo Original”, Parágrafo 8. 216 “Livro de Urantia”, Documento 176: “Terça-Feira à Noite no Monte das Oliveiras”, Item 176.2: “A Segunda Vinda do Mestre”, Parágrafo 4. 217 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Parágrafo 1. 218 “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Parágrafo 1. 219 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.6: “A Coordenação Filosófica”, Parágrafo 7. 220 “Livro de Urantia”, Documento 45: “A Administração do Sistema Local”, Item 45.7: “As Escolas Melquisedeques”, Parágrafo 6. 221 “Livro de Urantia”, Documento 48: “A Vida Moroncial”, Item 48.6: “Os Serafins dos Mundos Moronciais - Os Ministros de Transição”, Parágrafo 28. 222 “Livro de Urantia”, Documento 129: “A Vida Adulta de Jesus”, Item 129.2: “O Vigésimo Oitavo Ano (22 d.C.)”, Parágrafo 9. 28 “Livro de Urantia”, parágrafos 130.4 4 e 10: Uma pessoa, com um olho apenas, nunca pode esperar visualizar a profundidade em perspectiva. Nem pode o cientista materialista, de um único olho, nem o mı́stico e o alegorista espirituais, também cegos de um lado, visualizar corretamente e adequadamente compreender a profundidade verdadeira da realidade do universo. Todos os valores verdadeiros da experiência da criatura estão ocultos na profundidade do reconhecimento. O conhecimento é a esfera da mente material, ou discernidora dos fatos. A verdade é o domı́nio do intelecto espiritualmente dotado, que é cônscio de poder conhecer a Deus. O conhecimento é demonstrável; a verdade é experimentável. O conhecimento é uma posse da mente; a verdade uma experiência da alma, o eu em progresso. O conhecimento é uma função de nı́vel não-espiritual; a verdade é uma fase do nı́vel da mente-espı́rito dos universos. O olho da mente material percebe um mundo de conhecimento factual; o olho do intelecto espiritualizado discerne um mundo de valores verdadeiros. Esses dois pontos de vista, sincronizados e harmonizados, revelam o mundo da realidade, no qual a sabedoria interpreta os fenômenos do universo, nos termos da experiência pessoal progressiva. O parágrafo anterior faz parte do discurso sobre a realidade223 que o Mestre Jesus fez para seu discı́pulo Ganid em Alexandria, após uma longa conversa com um dos professores reitores da universidade, que fazia conferências sobre a filosofia de Platão. Diante destes ensinamentos eu rejubilo de gratidão aos reveladores da verdade224 para Urantia, gratidão à Jesus Cristo, ao Pai Universal e ao espı́rito225 combinado Deles revelado como sendo: o Espı́rito da Verdade. 2.5 A ciência espiritual de Rudolf Steiner Rudolf Steiner, um filósofo de Cristo [Steiner and Christianity226 ], vivenciou e ensinou a coordenação filosófica entre os dois polos da experiência humana: o espiritual e o material, o interior e o exterior227 . Partindo desta experiência, ele concebeu a antroposofia, uma sabedoria humana228 que promove a união da atitude cientı́fica e do discernimento religioso229 , pela intermediação da filosofia experiencial. Segue, intercalado com comentários, a tradução de trechos da Wikipedia (2013) sobre a ciência espiritual de Rudolf Steiner: Ciência Espiritual [Spiritual Science230 ] Em seus trabalhos iniciais, Steiner já falava da unidade dos “mundos materiais e espirituais” [4] . De 1900 em diante, ele começou a palestrar sobre detalhes cristalinos do mundo espiritual, culminando com a publicação em 1904 da primeira de muitas apresentações sistemáticas, sua Theosophy: An Introduction to the Spiritual Processes in Human Life and in the Cosmos [Teosofia: Uma Introdução ao Processo Espiritual na Vida Humana e no Cosmos], foi sucedida pela publicação de How to Know Higher Worlds [Como Conhecer os Mundos Superiores] (19041905), e de Cosmic Memory [Memória Cósmica] (uma coleção de artigos escritos entre 1904 e 223 “Livro de Urantia”, Documento 130: “A Caminho de Roma”, Item 130.4: “O Discurso sobre a Realidade”. “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Parágrafo 1. 225 “Livro de Urantia”, Documento 194: “O Outorgamento do Espı́rito da Verdade”, Item 194.2: “O Significado de Pentecostes”, Parágrafo 16. 226 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Rudolf Steiner#Steiner and Christianity”. 227 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.6: “A Coordenação Filosófica”, Parágrafo 6. 228 Sabedoria humana é um sinônimo de antroposofia pois no grego sofia significa sabedoria e antropo significa humano. 229 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.7: “Ciência e Religião”, Parágrafo 4. 230 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Rudolf Steiner#Spiritual science”. 224 29 1908), e então Steiner publicou: An Outline of Esoteric Science [Um Delinhamento da Ciência Esotérica] (1910). Temas importantes incluı́dos: • o ser humano: corpo, (mente) alma e espı́rito; • o caminho do desenvolvimento espiritual; • influências espirituais na evolução e história do mundo; Steiner enfatizava que existe um mundo objetivo, material e espiritual, que pode ser conhecido, e que estas percepções do mundo espiritual e seres incorpóreos são, sob condições de treinamento, comparáveis aquelas requeridas para as ciências materiais incluindo: auto-disciplina e replicabilidade por múltiplos experimentadores. É nessa base que a ciência espiritual é possı́vel, com fundações epistemológicas na experiência interior, diferentes dos fatos exteriores abordados pela ciência material. 2.5.1 Experiência espiritual interior Steiner ressaltou a importância da criatividade interior231 para o ser humano se tornar consciente dos processos e seres espirituais, e assim, transformar o cosmos pelo ministério da criatividade presente do eu interno. Ao atuar e re-atuar, no interior, discernimos as realidades espirituais. É ressonante lembrar que também Jesus, na religião, defendeu e seguiu o método da experiência232, do mesmo modo que a ciência moderna busca a técnica pela experimentação. Novamente citamos a ciência espiritual: Para Steiner, o cosmos é permeado e continuamente transformado pela atividade criativa de processos não fı́sicos e seres espirituais. Para o ser humano se tornar consciente da realidade objetiva desses processos e seres, é necessário criativamente atuar e re-atuar, no interior, de sua atividade criativa. Assim, o conhecimento espiritual objetivo sempre advém desta atividade interior criativa [4] . 2.5.2 Antroposofia, sabedoria, moral, liberdade e amor A antroposofia é a sabedoria do ser humano que é livre para seguir o guiamento do espı́rito residente233 em sua própria mente. O elaborador da antroposofia enfatizou que este caminho espiritual se fundamenta na liberdade e julgamento do indivı́duo. Quando o humano escolhe um julgamento moral234 certo, por um ato de livre-arbı́trio, essa decisão constitui uma experiência religiosa e espiritual. A decisão moral e escolha espiritual235 indica, para os Portadores da Vida, que a evolução atingiu o nı́vel humano de vontade moral. Steiner articulou três estágios de qualquer feito criativo [13]:P t.II,Cap.1: Intuição moral - a abilidade de descobrir ou, preferencialmente, desenvolver princı́pios éticos válidos; 231 “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Item 111.4: “A Vida Interior”, Parágrafo 12. 232 “Livro de Urantia”, Documento 195: “Depois de Pentecostes”, Item 195.5: “Os Problemas Modernos”, Parágrafo 14. 233 “Livro de Urantia”, Documento 2: “A Natureza de Deus”, Item 2.5: “O Amor de Deus”, Parágrafo 5. 234 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.2: “A Religião e o Indivı́duo”, Parágrafo 8. 235 “Livro de Urantia”, Documento 36: “Os Portadores da Vida”, Item 36.3: “O Transplante da Vida”, Parágrafo 8. 30 Imaginação moral - a transformação imaginativa de tais princı́pios em intenção concreta aplicável à uma situação particular (ética circunstancial [situational ethics236 ]); e Técnica moral - a realização da transformação intencionada, dependente de uma mestria de habilidades práticas. O livre-arbı́trio relativo237 , que caracteriza a autoconsciência da pessoalidade humana, está envolvido: 1. na decisão moral; 2. na escolha espiritual; 3. no amor altruı́sta. E as qualidades mutuamente interdependentes de amor e liberdade são o objetivo do treinamento espiritual proposto por Steiner. Continuando a citação traduzida de sua ciência espiritual: Deste perı́odo em diante, Steiner chamou seu trabalho de Antroposofia [Anthroposophy238 ]. Ele enfatizou que este caminho espiritual se fundamenta e sustenta a liberdade individual e o julgamento independente. Enfatizou também que para os resultados da busca espiritual serem apropriadamente apresentados, no contexto moderno, eles precisam estar em uma forma acessı́vel ao entendimento lógico, para que aqueles que não tem acesso à experiência espiritual, implı́cita na busca antroposófica, possam fazer avaliações independentes dos resultados posteriores [13] . O treinamento espiritual é para sustentar o que Steiner considerava o propósito geral da evolução humana, qual seja, o desenvolvimento das qualidades mutuamente interdependentes de amor e liberdade [6] . 2.5.3 Lógica filosófica interfaceando a fé religiosa e a razão cientı́fica Como podemos ler, no parágrafo anterior, Steiner enfatizou também a apresentação dos resultados da busca espiritual em uma forma acessı́vel ao entendimento lógico. Este procedimento sensato está de acordo com o que é revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafo 103.7 6239 : A lógica é a técnica da filosofia, o seu método de expressão. Dentro do domı́nio da verdadeira ciência, a razão é sempre acessı́vel à lógica genuı́na; dentro do domı́nio da verdadeira religião, a fé é sempre lógica, se se tomar como base um ponto de vista interior, mesmo que tal fé possa parecer totalmente infundada, do ponto de vista de fora para dentro da abordagem cientı́fica. Do exterior, olhando para o interior, o universo pode parecer material; do interior, olhando para o exterior, o mesmo universo parece ser totalmente espiritual. A razão surge da consciência material, a fé, da consciência espiritual, no entanto, pela intermediação de uma filosofia fortalecida pela revelação240 , a lógica pode confirmar tanto a visão interior quanto a visão exterior, efetivando, por meio delas, a estabilização não apenas da ciência como da religião. Assim, por intermédio do contato comum com a lógica da filosofia, a ciência e a religião podem ambas vir a ser tolerantes uma com a outra, de um modo cada vez menos cético. 3 Alma imortal e vida eterna Há quem considere a explicação da natureza da alma, uma das revelações práticas mais importantes do livro de urantia. A alma é apresentada como sendo uma co-criação da mente humana e do espı́rito 236 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Situational ethics”. “Livro de Urantia”, Documento 16: “Os Sete Espı́ritos Mestres”, Item 16.8: “A Pessoalidade em Urantia”, Parágrafo 7. 238 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Anthroposophy”. 239 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.7: “Ciência e Religião”, Parágrafo 6. 240 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Item 92.4: “A Dádiva da Revelação”. 237 31 divino. Cada vez que nossa pessoa e mente escolhe pensar, falar e agir de acordo com a vontade do espı́rito divino, nossa alma cresce mais um pouco. Assim, cada momento da vida de uma pessoa humana é uma oportunidade de edificação da alma241 . Em todas as situações podemos agir sob guiamento do espı́rito divino em nós. Se fazemos assim, o espı́rito cria através de nós e com nossa concordância. O que Deus cria conosco é imortalizado em nossa alma que cresce mais um pouco. Quando o corpo fı́sico falece, é a alma que ressucita pela graça do espı́rito. Uma alma engrandecida242 é o tesouro de uma pessoa humana que busca viver de acordo com a vontade de Deus. Afinal, como Jesus ponderou: “De que vale a um humano ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma?”243 A alma é filha do espı́rito divino e da mente humana. A mente é como o ventre de uma mãe na qual o espı́rito do Pai divino cria a alma. O livro de urantia revela que a substância da alma é moroncial. A alma moroncial é de uma natureza que faz a interface entre a mente material e o espı́rito divino. A nossa pessoa criada sobrevive para eternidade pela ressurreição244 de nossa alma nos mundos celestiais. É neste contexto que transcrevemos a importantı́ssima introdução sobre as realidades da pessoalidade245 de Deus, e dos seres humanos, reveladas no: “Livro de Urantia”, parágrafos 0.5 5-12: O Pai Universal246 é o segredo, tanto da realidade da pessoalidade quanto da outorga e destino da pessoalidade. O Filho Eterno247 é a pessoalidade absoluta, é o segredo da energia espiritual, dos espı́ritos moronciais e dos espı́ritos perfeccionados. O Agente Conjunto248 é a pessoalidade mente-espı́rito, a fonte da inteligência, da razão e da mente universal. A Ilha do Paraı́so249 , porém, é não-pessoal e extra-espiritual, sendo a essência do corpo universal, fonte e centro da matéria fı́sica e arquétipo mestre absoluto da realidade material universal. Essas qualidades da realidade universal estão manifestadas na experiência humana, em Urantia250 (Terra), nos nı́veis que se seguem: 1. Corpo. O organismo material ou fı́sico do humano. O mecanismo eletroquı́mico vivo de natureza e origem animal. 2. Mente. O mecanismo de pensar, perceber e sentir do organismo humano. A experiência total, consciente e inconsciente. A inteligência associada à vida emocional, buscando, por meio da adoração e da sabedoria, alcançar o nı́vel acima, do espı́rito. 3. Espı́rito. O espı́rito divino que reside na mente do humano - o Ajustador do Pensamento. Este espı́rito imortal é pré-pessoal - não é uma pessoalidade, se bem que esteja destinado a transformar-se em uma parte da pessoalidade da criatura mortal, quando da sua sobrevivência. 4. Alma. A alma do humano é uma aquisição experiencial. À medida que uma criatura mortal escolhe “cumprir a vontade do Pai dos céus”, assim o espı́rito que reside no humano torna-se o pai de uma nova realidade na experiência humana. A mente mortal e material é a mãe dessa mesma realidade emergente. A substância dessa nova realidade não é nem material, nem espiritual - é moroncial. Essa é a alma emergente e imortal que está destinada a sobreviver à morte fı́sica e iniciar a ascensão ao Paraı́so. 241 “Livro de Urantia”, Documento 149: “A Segunda Campanha de Pregação”, Item 149.5: “A Lição sobre o Contentamento”, Parágrafo 5. 242 Índice do GAIA: “Alma Engrandecida”. 243 “Livro de Urantia”, Documento 158: “O Monte da Transfiguração”, Item 158.7: “O Protesto de Pedro”, Parágrafo 5. 244 “Livro de Urantia”, Documento 47: “Os Sete Mundos das Mansões”, Item 47.3: “O Primeiro Mundo das Mansões”, Parágrafo 2. 245 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”. 246 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. 247 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”. 248 “Livro de Urantia”, Documento 8: “O Espı́rito Infinito”, Item 8.2: “A Natureza do Espı́rito Infinito”. 249 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”. 250 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”. 32 Pessoalidade. A pessoalidade do humano mortal não é corpo, nem mente, nem espı́rito; e também não é a alma. A pessoalidade é a única realidade invariável em meio a uma experiência constantemente mutável da criatura; e ela unifica todos os outros fatores associados da individualidade. A pessoalidade é o único dom que o Pai Universal confere às energias vivas e associadas de matéria, mente e espı́rito, e que sobrevive junto com a sobrevivência da alma moroncial. Morôncia é um termo que designa um vasto nı́vel que se interpola entre o material e o espiritual. Pode designar realidades pessoais ou impessoais, energias vivas ou não viventes. Os elos do tecido moroncial são espirituais, a sua trama é fı́sica. 3.1 A vida eterna A vida constitui a animação251 de um sistema de energias - material, mental ou espiritual. Quando termina a vida do corpo humano material, é a alma imortal que sobrevive, pela graça do espı́rito eterno. A alma é filha do espı́rito divino que Deus envia para viver na mente humana. Este espı́rito é chamado no livro de urantia de Ajustador de Pensamentos252 . Este espı́rito Ajustador é um fragmento de Deus em nós. Ele é um “eu253 divino” individualizado para cada ser humano. Ele é um espı́rito pré-pessoal254 no centro da nossa pessoa em perfeccionamento. Ele é uma dádiva de amor de Deus, O Pai Universal. O Ajustador de Pensamentos é a essência absoluta de um Ser infinito255 , atada à mente de uma criatura finita. Ele é o pai da nossa alma, ele é uma pré-pessoalidade espiritual256 , ele tem identidade eterna, e, um dia nós iremos nos fundir com este Ajustador257 divino eternamente. 3.2 Jesus, vida eterna e o evangelho de Tomé Os seres vivos buscam sobreviver. Muitas pessoas buscam a vida eterna. O primeiro dito258 de Jesus, lembrado no “Evangelho de Tomé”, basicamente afirma que não provarão a morte os que encontrarem a interpretação (ou o sentido “oculto”) deste evangelho com alguns ensinamentos de Jesus, o vivo. Interpretamos que o apóstolo “Tomé Dı́dimo”259 , em seu significativo evangelho, fala da possibilidade de não morrermos caso compreendamos Jesus vivo260 , “oculto” no centro de nossa alma imortal no ventre de nossa mente iluminada pelo espı́rito da verdade261 no interior causal de cada um de nós. Os documentos de urantia262 revelam que reside em nossa mente o Ajustador263 de Pensamentos 251 “Livro de Urantia”, Documento 36: “Os Portadores da Vida”, Item 36.6: “As Forças Vivas”, Parágrafo 6. 252 “Livro de Urantia”, Documento 107: “A Origem e a Natureza dos Ajustadores do Pensamento”. Eu em grego significa bom. Em certo sentido, Deus é a união de todos os eus, a união de tudo que é bom. 254 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.2: “Deus”, Parágrafo 2. 255 “Livro de Urantia”, Documento 107: “A Origem e a Natureza dos Ajustadores do Pensamento”, Parágrafo 6. 256 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.6: “O Deus da Pessoalidade”, Parágrafo 7. 257 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.7: “A Fusão com o Ajustador”. 258 Informativo: “O Evangelho de Tomé”, Seção 2: “Evangelho de Tomé (Tradução)”, Parágrafo 3. 259 “Livro de Urantia”, Documento 139: “Os Doze Apóstolos”, Item 139.8: “Tomé Dı́dimo”. 260 “Livro de Urantia”, Documento 196: “A Fé de Jesus”, Item 196.1: “Jesus - O Homem”, Parágrafo 2. 261 “Livro de Urantia”, Documento 194: “O Outorgamento do Espı́rito da Verdade”. 262 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Item 92.4: “A Dádiva da Revelação”, Parágrafo 9. 263 “Livro de Urantia”, Documento 110: “A Relação dos Ajustadores com os Indivı́duos Mortais”, Item 110.1: “Residindo na Mente Mortal”. 253 33 espiritual vindo do seio do Pai264 , a Primeira Fonte e Centro265 : Deus, O Qual é a fonte da vida eterna. Este espı́rito eterno cria nossa alma imortal no ventre de nossa mente aprendiz, com a concordância de nossa pessoa humana de boa fé266 . Assim, realmente Jesus é Filho do Deus Vivo267 , O Qual é a fonte criadora de nossa alma. E nossa alma pode ressucitar nos mundos celestiais imortalizando nossa pessoa criada. Em certo sentido, o ensinamento contido no “Evangelho de Tomé”, concorda com o livro de urantia268 . Temos fé que após nossa alma ressucitar nos celestiais mundos das mansões269 , um dia ela se fusionará com o espı́rito divino individualizado vindo do seio do Pai Universal270 . E então ascenderemos até o Paraı́so com o status de filhos ascendentes de Deus271 . Além disso, acreditamos que esta fusão, de nossa alma com o espı́rito Ajustador272 em nós, pode ocorrer aqui na terra. É revelado que quando nosso “eu humano” funde com nosso “eu divino” na terra, somos transladados diretamente para os mundos celestiais, ascendemos aos céus unidos ao nosso “eu divino” sem provar a morte de nosso corpo fı́sico. É isso que afirma o primeiro dito do “Evangelho de Tomé”, de acordo com nossa interpretação. Lembramos que a iminência de evitar a morte e sermos transladados, diretamente da vida na carne, para a existência moroncial nos mundos celestiais, é chamada no livro de urantia de status de fusionamento com o Ajustador273 . É revelado que Enoch e Elias274 fusionaram com o Ajustador do Pensamento durante a vida mortal na carne e foram transladados diretamente para os mundos celestiais sem experimentar a morte do corpo fı́sico. Alguns consideram o status de fusionamento, com o Ajustador divino, como sendo a quarta dentre as cinco maiores realizações275 possı́veis de um ser humano na terra. 3.3 Viktor Frankl e o sentido da vida Vimos até aqui, que as pessoas de boa fé caminham na vida humana em direção a sobrevivência e a vida eterna. O destino da alma é ressuscitar nos mundos celestiais, fusionar com o espı́rito Ajustador e iniciar a vida eterna ascendendo até o Paraı́so aonde habita a “Única Fonte da Vida”, O Pai Universal. O livro de urantia revela que a vida flui do Pai, através do Filho e pelo Espı́rito276 . A concepção da vida é inerente ao Pai; a expressão, ao Filho; e a realização, ao Espı́rito. Como revelado no: 264 “Livro de Urantia”, Documento 13: “As Esferas Sagradas do Paraı́so”, Item 13.1: “Os Sete Mundos Sagrados do Pai”, Parágrafo 4. 265 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.3: “A Primeira Fonte e Centro”. 266 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Parágrafo 4. 267 “Livro de Urantia”, Documento 157: “Em Cesaréia-Filipe”, Item 157.3: “A Confissão de Pedro”, Parágrafo 5. 268 “Livro de Urantia”. 269 “Livro de Urantia”, Documento 47: “Os Sete Mundos das Mansões”, Item 47.3: “O Primeiro Mundo das Mansões”. 270 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. 271 “Livro de Urantia”, Documento 40: “Os Filhos Ascendentes de Deus”. 272 “Livro de Urantia”, Documento 55: “As Esferas de Luz e Vida”, Item 55.2: “A Morte e o Translado”, Parágrafo 2. 273 “Livro de Urantia”, Documento 55: “As Esferas de Luz e Vida”, Item 55.3: “As Idades de Ouro”, Parágrafo 18. 274 “Livro de Urantia”, Documento 45: “A Administração do Sistema Local”, Item 45.4: “Os Quatro-e-vinte Conselheiros”, Parágrafo 13. 275 Livro: “Dialogos baseados no Livro de Urantia - Livro Dois”, Capı́tulo 4: “Senhor, Ajuda nossa Famı́lia Humana”, Item 4.2.4: “Fé equilibrada, pessoalidade unificada, conquista dos sete cı́rculos psı́quicos, status de fusionamento com o Ajustador, petição para permanecer na terra”, Parágrafo 3. 276 “Livro de Urantia”, Documento 36: “Os Portadores da Vida”, Item 36.6: “As Forças Vivas”, Parágrafo 7. 34 “Livro de Urantia”, parágrafo 42.1277 : A base do universo é material, mas a essência da vida é espı́rito. O Pai dos espı́ritos é também o ancestral dos universos. O Pai eterno do Filho Original é também a fonte-eternidade do modelo original, a Ilha do Paraı́so. Concluı́mos então que a fonte da vida eterna é o Pai do espı́rito Ajustador, e este espı́rito eterno278 , que reside em nossa mente humana, é uma dádiva graciosa279 que cria nossa alma imortal. A vida nos dirige perguntas diariamente. Em todas as situações a resposta correta é a vontade do Pai280 deste espı́rito divino individualizado que vive no interior de cada um de nós. Ao agir assim, de acordo com a vontade de Deus, através da ação e da conduta correta, nós estamos arcando com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida. Alguns imaturamente avaliam as experiências da vida de acordo com o seu conteúdo de prazer281 . Contudo, a satisfação profunda - a consciência da realização282 - frequentemente acontece se desapegados das coisas materiais, nós flutuarmos no “rio da vida” de acordo com a “vontade do todo divino”. A rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Como escreveu Viktor Frankl: “Em Busca de Sentido”, Item 3.28283 : Perguntar pelo sentido da vida O que se faz necessário aqui é uma viravolta em toda a colocação da pergunta pelo sentido da vida. Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Falando em termos filosóficos, se poderia dizer que se trata de fazer uma revolução copernicana. Não perguntamos mais pelo sentido da vida, mas nos experimentamos a nós mesmos como os indagados, como aqueles aos quais a vida dirige perguntas diariamente e a cada hora - perguntas que precisamos responder, dando a resposta adequada não através de elucubrações ou discursos, mas apenas através da ação, através da conduta correta. Em última análise, viver não significa outra coisa que arcar com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas colocadas pela vida a cada indivı́duo, pelo cumprimento da exigência do momento. Ao responder as perguntas da vida fazendo a vontade do Pai Universal284 , estaremos dando um triplo sentido à nossa existência: 1. estaremos praticando um ato, trabalhando de acordo com a vontade do nosso Pai divino; 2. Estaremos experimentando um encontro com o Pai dos céus285 , amando-O com devoção, votando Nele para ser o Rei da nossa vida; 3. E, mesmo diante diante de um sofrimento inevitável, estaremos tomando a melhor atitude possı́vel. Estaremos de acordo com a logoterapia de Viktor Frankl: 277 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.1: “Energias e Forças do Paraı́so”. 278 “Livro de Urantia”, Documento 40: “Os Filhos Ascendentes de Deus”, Item 40.6: “Os Filhos de Deus pela Fé”. 279 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.2: “A Realidade de Deus”, Parágrafo 8. 280 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”, Item 1.1: “O Nome do Pai”, Parágrafo 2. 281 “Livro de Urantia”, Documento 100: “A Religião na Experiência Humana”, Item 100.1: “O Crescimento Religioso”. 282 “Livro de Urantia”, Documento 39: “As Hostes Seráficas”, Item 39.4: “Os Serafins Administradores”, Parágrafo 13. 283 Livro: “Em Busca de Sentido - Um Psicólogo no Campo de Concentração”, Capı́tulo 3: “A Segunda Fase: A Vida no Campo de Concentração”, Item 3.28: “Perguntar pelo sentido da vida”. 284 Livro: “Dialogos baseados no Livro de Urantia - Livro Dois”, Capı́tulo 5: “Educação Integral (Religião e Ciência)”, Item 5.1.8.2: “A vontade do Pai Universal”. 285 “Livro de Urantia”, Documento 137: “O Tempo de Espera na Galiléia”, Item 137.8: “O Sermão sobre o Reino”, Parágrafo 7. 35 “Em Busca de Sentido”, parágrafos 5.7 6286 : Até aqui mostramos que o sentido da vida sempre se modifica, mas jamais deixa de existir. De acordo com a logoterapia, podemos descobrir este sentido na vida de três diferentes formas: 1. criando um trabalho ou praticando um ato; 2. experimentando algo ou encontrando alguém; 3. pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável. . . . 3.4 O movimento da vida entre o ventre e a semente do todo De um ponto de vista humano, uma possı́vel “teoria de tudo” é que a “semente paterna” do todo, cresce no “ventre materno” do todo. De fato, o Pai Universal é a fonte de uma “semente de pessoa”, o doador da pessoalidade de criatura287 , o outorgador de um fragmento do Seu espı́rito pré-pessoal288, para cada pessoa humana. Nesta visão de criatura, o pai é a semente central das pessoas. A mãe é a pessoa responsável pelo ventre espiritual, mental e material que envolve cada indivı́duo potencialmente eterno. A pessoalidade é supra-imposta à energia289 , ela é associada apenas a sistemas vivos de energia. Podemos ver o movimento da vida como as pulsações de um coração entre a semente paterna central e o ventre materno envolvente. Podemos acreditar que este pulsar da energia vital é uma sombra fugaz das pulsações sem fim do coração material do Paraı́so290 do cosmo infinito. O livro de urantia nos revela que o grande universo é um organismo vivo291 e que há vida real pulsando em todo o mecanismo da vasta criação do cosmo vibrante. Assim, a vida movimenta a “membrana do coração vivo” que delimita o interior e o exterior do ser vivente. Este movimento vital pulsante, harmoniza a semente paterna, que cresce em nosso interior, e o ambiente exterior, que como um ventre materno nos envolve. A vida realmente é um processo292 , um movimento que ocorre entre o eu individual no interior do organismo e o seu meio ambiente. É por meio da intermediação da mente que o eu e o ambiente estabelecem um contato significativo. Concluı́mos que a vida, como tal, constitui a movimentação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual293 . A mente faz a intermediação entre o espı́rito residente em seu interior e o corpo material, ambiente que a envolve. E a pessoalidade, outorgada por Deus, unifica todos os fatores associados da individualidade no eu total - material, intelectual e espiritual294 . 286 Livro: “Em Busca de Sentido - Um Psicólogo no Campo de Concentração”, Capı́tulo 5: “Fundamentos da Logoterapia”, Item 5.7: “A essência da existência”, Parágrafo 6. 287 “Livro de Urantia”, Documento 40: “Os Filhos Ascendentes de Deus”, Item 40.6: “Os Filhos de Deus pela Fé”, Parágrafo 7. 288 “Livro de Urantia”, Documento 32: “A Evolução dos Universos Locais”, Item 32.4: “A Relação de Deus com Um Universo Local”, Parágrafo 5. 289 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 4. 290 “Livro de Urantia”, Documento 104: “O Crescimento do Conceito da Trindade”, Item 104.4: “As Sete Triunidades”, Parágrafo 28. 291 “Livro de Urantia”, Documento 116: “O Supremo Todo-Poderoso”, Item 116.7: “O Grande Universo, um Organismo Vivo”. 292 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.1: “A Pessoalidade e a Realidade”, Parágrafo 13. 293 “Livro de Urantia”, Documento 36: “Os Portadores da Vida”, Item 36.6: “As Forças Vivas”, Parágrafo 6. 294 “Livro de Urantia”, Documento 110: “A Relação dos Ajustadores com os Indivı́duos Mortais”, Item 110.6: “Os Sete Cı́rculos Psı́quicos”, Parágrafo 3. 36 3.5 A vida brota apenas da vida Verifico a revelação de que a essência da vida é espı́rito295 ao perceber que a vida pulsa e movimenta as energias materiais exteriores, as energias mentais intermediárias e as energias espirituais essenciais no centro dos seres vivos. Desta forma, a vida pulsante estimula as vivências dos organismos inerentemente ativos em meio aos mecanismos inatamente passivos. O Pai separou de um lado, os significados e os valores mente-espı́rito-pessoais e, de outro lado, aquelas coisas que estão centradas na eterna Ilha do Paraı́so. A pessoalidade é associada apenas a sistemas vivos296 de energia e o pulsar vital estimula a relação entre os seres e a ação destes seres sobre as coisas. A dimensão suprema da pessoalidade, a da totalidade, é um absoluto associável297. Por isso cada pessoa funciona como um fator na situação total da sua própria vida. É sábio buscar um altar de comunhão pessoal com o Pai Universal no núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana298 , o centro ı́ntegro de nosso ser. Assim, sustentados pelo amor do Pai Universal no centro de nossa pessoa, interagimos com um amor crescente com respeito a todos os irmãos e irmãs da nossa famı́lia vasta e universal. De acordo com as pérolas de sabedoria que jorram do: “Livro de Urantia”, parágrafo 112.1 13: A vida realmente é um processo que ocorre entre o organismo (a individualidade) e o seu meio ambiente. A pessoalidade atribui valor de identidade e significados de continuidade a essa associação organismo-ambiente. Assim, será reconhecido que o fenômeno de estı́mulo-resposta não é um mero processo mecânico, pois a pessoalidade funciona como um fator na situação total. É sempre verdade que os mecanismos são inatamente passivos; e os organismos, inerentemente ativos. Esse conhecimento corrige o ser imaturo e pretensioso que eu era, tentando realizar sistemas de inteligência artificial comparáveis à mente humana residida por um espı́rito divino. Assim, podemos prever que os fı́sicos e os quı́micos deste planeta jamais serão capazes de produzir organismos vivos. Sinto uma alegria serena ao confirmar a revelação de que a vida brota apenas da vida. Com uma consciência normal de pequenez e de humildade299 , sigamos sabendo que a criatura pode produzir as formas da vida, mas só uma pessoalidade criadora ou uma força criativa podem proporcionar a centelha ativadora da vida. “Livro de Urantia”, parágrafos 36.6 1 e 2300 : As Forças Vivas A vida é tanto mecânica quanto vital - material e espiritualmente. Os fı́sicos e os quı́micos de Urantia progredirão constantemente no seu entendimento das formas protoplasmáticas da vida vegetal e animal, sem no entanto jamais se tornarem capazes de produzir organismos vivos. A vida é algo diferente de todas as manifestações de energia; mesmo a vida material das criaturas fı́sicas não é inerente à matéria. As coisas materiais podem desfrutar de uma existência independente, mas a vida brota apenas da vida. A mente só pode ser derivada da mente preexistente. O espı́rito tem origem apenas em ancestrais espirituais. A criatura pode produzir as formas da vida, mas só uma pessoalidade criadora ou uma força criativa podem proporcionar a centelha ativadora da vida. 295 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.1: “Energias e Forças do Paraı́so”, Parágrafo 1. 296 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 4. 297 “Livro de Urantia”, Documento 112: “A Sobrevivência da Pessoalidade”, Item 112.1: “A Pessoalidade e a Realidade”, Parágrafo 9. 298 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.6: “O Deus da Pessoalidade”, Parágrafo 4. 299 “Livro de Urantia”, Documento 100: “A Religião na Experiência Humana”, Item 100.1: “O Crescimento Religioso”, Parágrafo 5. 300 “Livro de Urantia”, Documento 36: “Os Portadores da Vida”, Item 36.6: “As Forças Vivas”. 37 4 Ciência material Pretendemos nas próximas versões deste trabalho, nos dedicarmos mais a parte sobre a ciência material e a filosofia intelectual. Abordaremos a religião pessoal com mais ênfase nos Diálogos Baseados no Livro de Urantia301 . Contudo antes de seguirmos, é importante compreender a revelação de que a pessoalidade, o espı́rito e a mente302 são dádivas outorgadas pelas Pessoas Divinas da Trindade no Paraı́so. Compreender que a Ilha do Paraı́so, não-pessoal, é a fonte e centro da matéria fı́sica e da Gravidade Cósmica303 . Compreender as relações entre a matéria e o espı́rito, pela mediação da mente304 . Compreender que a energia é uma realidade do universo305 não-deificada, e que são os domı́nios da pessoalidade que compõe a realidade deificada. É importante compreender que as pessoas, potencialmente eternas pela graça de Deus, valem muito mais que as coisas materiais mecânicas. Compreendamos que do ponto de vista do tempo e do espaço, a realidade é também divisı́vel como: “Livro de Urantia”, parágrafo 0.4 10: Pessoal e Impessoal. A expansão da Deidade, a expressão da pessoalidade e a evolução do universo estão, para sempre, condicionadas pelo ato de livre-arbı́trio do Pai306 , que separou, para sempre, de um lado, os significados e os valores mente-espı́rito-pessoais da realidade factual e da potencialidade, centrados no Filho Eterno307 e, de outro lado, aquelas coisas que estão centradas na eterna Ilha do Paraı́so308 e que a ela são inerentes. 4.1 A gravita e os sistemas universais de energia Com esta compreensão do valor das pessoas e do espı́rito, nós podemos com uma sabedoria equilibrada falar das coisas e da energia fı́sica não-pessoal. De acordo com a revelação nos documentos de urantia309 , existem sete sistemas universais de energia310 . À seguir organizamos estes sistemas na tabela: potência de espaço força primordial energias emergentes monota energia viva absoluta tranosta energia transcendental segregata triata energia de Havona ultimata gravita poder universal As energias emergentes passam por duas fases de transmutação e transforma-se no ancestral ativo de toda a matéria do universo311 . Assim, podemos dizer que toda materialização existe em potencial nas três manifestações sucessivas da energia: absoluta (potência do espaço); segregata (força 301 Livro: “Diálogos baseados no Livro de Urantia”. “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 5. 303 “Livro de Urantia”, Documento 12: “O Universo dos Universos”, Item 12.3: “A Gravidade Universal”. 304 “Livro de Urantia”, Documento 101: “A Verdadeira Natureza da Religião”, Item 101.2: “A Religião como Um Fato”, Parágrafo 2. 305 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.4: “Realidade do Universo”. 306 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. 307 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”. 308 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”. 309 “Livro de Urantia”, Documento 92: “A Evolução Posterior da Religião”, Item 92.4: “A Dádiva da Revelação”, Parágrafo 9. 310 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.2: “Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas)”. 311 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.2: “Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas)”, Parágrafo 12. 302 38 primordial); ultimata (energia emergente). Então a energia fı́sica amadurece, até o aparecimento da sensibilidade a gravidade, até aquele ponto em que pode ser dirigida em canais de poder e servir aos propósitos múltiplos dos Criadores do universo. As três próximas formas de energia são factualmente existentes nos superuniversos, no universo central, e no nı́vel superior do Paraı́so e são denominadas respectivamente de gravita (poder universal); triata (energia de Havona); tranosta (energia transcendental). Além, destas seis formas de energia, existe também a monota, a energia viva, não-espiritual, do Paraı́so. Embora a energia seja uma realidade não-deificada312, não pessoal, existem nı́veis da energia que são absolutos. Assim, pode-se falar da absolutez da monota do Paraı́so e da absolutez da potência do espaço. Como iluminadoramente revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafo 42.10 1313 : O movimento sem fim da realidade cósmica relativa, fluindo desde a absolutez da monota do Paraı́so, até a absolutez da potência do espaço, sugere certas evoluções de relacionamento entre as realidades não-espirituais da Primeira Fonte e Centro - aquelas realidades que estão ocultas na potência do espaço, reveladas na monota, e provisoriamente divulgadas em nı́veis cósmicos intermediários. Esse ciclo eterno de energia, estando ligado ao circuito do Pai dos Universos, é absoluto e, em sendo absoluto, não é expansı́vel de nenhuma forma, nem em valor; o Pai Primordial, entretanto - agora e sempre - , realiza em Si uma arena de significados, sempre em expansão, de espaço-tempo, que transcende o espaçotempo; uma arena de relações mutáveis, nas quais a matéria-energia está sendo progressivamente objeto do supercontrole do espı́rito vivo divino por intermédio de um esforço experiencial da mente viva e pessoal. A próxima tabela apresenta mais caracterı́sticas destes sete sistemas universais de energia: Monota, energia viva e una do Paraı́so Absoluta (potência do espaço), Tranosta (energia transcendental), opera no nı́vel superior presença no espaço livre do Absoluto do Paraı́so, existindo em relação aos povos absonitos Inqualificável Segregata (força primordial), ener- Triata (energia de Havona), sistema de energia trina, gia pura, responde à movimentos domı́nio da energia existencial do Agente Conjunto do Pai iniciados pelo Deus da Ação e certos e do Filho, e, executivo da Trindade que atuou na criação movimentos que emanam do Abso- trı́plice das esferas perfeitas do universo central. As enerluto Universal gias de Havona são trı́plices Ultimata (energia emergente) que Gravita (poder universal) sensı́vel à gravidade linear. Sisse manifesta em duas fases, ener- tema de energia dos superuniversos, organizações materigia de potência e energia de gravi- ais duais que abrangem os universos locais de criação dudade, sensı́vel à atração da gravi- pla, feitas por um Filho Criador e um Espı́rito Criativo Madade (absoluta) circular do Paraı́so terno. A energia dual da gravita é o âmbito das atividades e com reconhecı́vel ação inteligente do Sétuplo funcionando sob o controle do Supremo do Último Um dos sete sistemas de energia é chamado de gravita. É a gravita que compõe os sistemas fı́sicos dos superuniversos nos quais vivemos. Em sua constituição, estes sistemas são organizações materiais duais314 . Uma hipótese é que talvez a dualidade da gravita corresponda à possibilidade 312 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.4: “Realidade do Universo”, Parágrafo 2. 313 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.10: “Sistemas NãoEspirituais de Energias Universais (Sistemas de Mente Material)”, Parágrafo 1. 314 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Item 11.8: “A Gravidade do Paraı́so”, Parágrafo 7. 39 de organização dos materiais moronciais315 . É revelado que é possı́vel modificar a rotação das unidades primárias deste tipo de matéria para, ao mesmo tempo, transformar as associações de energia de modo a criar a substância moroncial, com exatamente o dobro do número de elementos dos planetas evoluı́dos. E assim, os Supervisores do Poder Moroncial316 são capazes de efetuar uma união das energias materiais e espirituais e, desse modo, organizar uma forma moroncial de materialização que seja receptiva à sobreposição do controle de um espı́rito. Desta maneira, a gravita pode ser reorganizada e se manifestar de uma forma dual nos materiais moronciais. É esta substância moroncial que compõe a alma317 , filha do espı́rito divino e da mente material. Outra hipótese é que talvez a dualidade da gravita corresponda em parte às partı́culas materiais e aos fótons de luz, e em certo sentido a dualidade partı́cula-onda. As partı́culas materiais são mais nitidamente limitadas no espaço e no tempo. As ondas de energia, de uma forma mais holı́stica, se distribuem pelo espaço e oscilam ao longo do tempo. Por isso acreditamos que as ondas e os campos de força possam refletir mais adequadamente as realidades espirituais que transcendem o espaço e o tempo. Desta forma a gravita pode ser um reflexo ou uma sombra318 , no tempo-espaço, do fenômeno dual, da energia pura e do puro espı́rito319 . Esta nossa crença nos ajuda a formar um quadro do universo dentro do qual pensar320 , embora esta moldura para o pensamento seja errônea num grau maior ou menor. Com referência a dualidade partı́cula-onda, observamos que a matéria atômica321 e as partı́culas materiais são uma forma condensada de energia ocupando posições do espaço em dado instante do tempo. Einstein provou que o acréscimo de massa à matéria é igual ao acréscimo de energia, dividido pelo quadrado da velocidade da luz322 . As partı́culas que tem spin múltiplos de 21 são classificadas como fermions323 . Os fermions obedecem a estatı́stica de Fermi-Dirac324 e podemos ter apenas um fermion-diron em um estado quântico. Um elétron, e a maioria das partı́culas materiais, são exemplos de fermions-dirons325 . Do outro lado desta dualidade, as manifestações de energia ondulatória326 , e as ondas de probabilidade da fı́sica quântica, existem distruibuı́das pelo espaço e oscilando no tempo. Esta manifestação mais holı́stica da energia correponde aos bosons, como por exemplo os fótons de luz. Os bosons327 obedecem a estatı́stica de Bose-Einstein328 e podemos encontrar infinitos bosons-einstons em um único estado quântico. Um fóton de luz, e a maioria dos mediadores dos campos de força, são exemplos de bosons-einstons329 . 315 “Livro de Urantia”, Documento 48: “A Vida Moroncial”, Item 48.1: “Os Materiais Moronciais”. “Livro de Urantia”, Documento 48: “A Vida Moroncial”, Item 48.2: “Os Supervisores do Poder Moroncial”. 317 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 10. 318 “Livro de Urantia”, Documento 130: “A Caminho de Roma”, Item 130.4: “O Discurso sobre a Realidade”. 319 “Livro de Urantia”, Documento 56: “A Unidade Universal”, Item 56.3: “A Unificação Espiritual”. 320 “Livro de Urantia”, Documento 115: “O Ser Supremo”, Item 115.1: “A Relatividade do Quadro Conceitual”. 321 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.7: “A Matéria Atômica”. 322 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.4: “A Energia e as Transmutações da Matéria”, Parágrafo 11. 323 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Fermions”. 324 O nome da estatı́stica de Fermi-Dirac é uma referência aos cientistas: Enrico Fermi & Paul Adrien Maurice Dirac 325 Chamamos os fermions de dirons pelo seguinte motivo: os fermions-dirons possuem spin múltiplo de um dividido por dois, e, em algumas palavras o prefixo di significa dois. 326 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.5: “Manifestações de Energia Ondulatória”. 327 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Bosons”. 328 O nome da estatı́stica de Bose-Einstein é uma referência à dois cientistas: Satyendra Nath Bose & Albert Einstein 329 Chamamos os bosons de einstons pelo seguinte motivo: os bosons-einstons possuem spin múltiplo de um, e, em alemão eins significa um. 316 40 Fazemos aqui a hipótese de que todas as leis fı́sicas da ciência humana contemporânea se referem à algumas das trinta fases da energia330 chamada gravita no livro de urantia. A ciência humana estabeleceu a velocidade da luz como limite de velocidade dos corpos fı́sicos. A velocidade da luz é pouco menos de 300000 quilômetros por segundo. Contudo a revelação fala de seres, criaturas intermediárias e anjos serafins que respectivamente alcançam velocidades de até 299790, 599580 e 899370331 quilômetros por segundo. Conciliamos esta revelação com a ciência humana, inferindo que os seres que viajam, com velocidades maiores que a da luz, possuem veı́culos de manifestação que interagem com outras formas de energia além da gravita. Na próxima citação detalhamos os sete sistemas de matéria-energia revelados no: “Livro de Urantia”, Item 42.2: Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas) De fato, é difı́cil encontrar as palavras adequadas, em qualquer lı́ngua de Urantia, por meio das quais designar e, portanto, descrever os vários nı́veis de força e de energia - fı́sica, mental ou espiritual. Essas narrativas não podem, de todo, ater-se às vossas definições de força, de energia, de poder e de potência. Há tanta pobreza, na vossa linguagem, que devemos usar tais termos com múltiplos significados. Neste documento, por exemplo, a palavra energia é usada para denotar todas as fases e formas de fenômenos de movimento, de ação e de potencial, enquanto força é usada para indicar os estágios da energia na pré-gravidade; e poder e potência, para os estágios da energia na pós-gravidade. Contudo, tentarei minimizar a confusão conceptual, sugerindo a prudência recomendável de adotar a seguinte classificação para a força cósmica, para a energia emergente e para a potência-fı́sica da energia do universo - a energia fı́sica: 1. absoluta (potência do espaço)332 . Essa é a presença inquestionável, no espaço livre, do Absoluto Inqualificável333 . A extensão desse conceito denota o potencial de espaço-força do universo, inerente à totalidade funcional do Absoluto Inqualificável, enquanto a intenção desse conceito implica a totalidade da realidade cósmica - os universos - que emanou de modo eterno da Ilha do Paraı́so, que é sem começo, sem fim, que nunca se move e que nunca muda. 2. segregata (força primordial). Esta representa a primeira mudança básica na potência do espaço . . . Sabemos que a presença do espaço que sai do baixo Paraı́so334 é modificada, de alguma maneira, em relação àquela que está entrando. Independentemente, porém, de qualquer dessas possı́veis relações, a transmutação, abertamente reconhecida, da potência do espaço em força primordial é uma função diferencial primária da presença-tensão dos organizadores da força335 viva do Paraı́so. 3. ultimata (energia emergente). A presença passiva dos organizadores da força primária é suficiente para transformar a potência do espaço em força primordial e é nesse campo espacial, assim ativado, que esses mesmos organizadores da força começam suas operações iniciais ativas. A força primordial está destinada a passar por duas fases distintas de transmutação, nos reinos da manifestação da energia, antes de surgir como uma força no universo. Esses dois nı́veis de energia emergente são: 330 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.2: “Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas)”, Parágrafo 14. 331 “Livro de Urantia”, Documento 23: “Os Mensageiros Solitários”, Item 23.3: “Os Serviços dos Mensageiros Solitários no Tempo e Espaço”, Parágrafo 2. 332 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.2: “Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas)”, Parágrafo 3. 333 “Livro de Urantia”, Documento 12: “O Universo dos Universos”, Item 12.2: “Os Domı́nios do Absoluto Inqualificável”. 334 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Item 11.5: “O Paraı́so Inferior”. 335 “Livro de Urantia”, Documento 29: “Os Diretores de Potência do Universo”, Item 29.5: “Os Mestres Organizadores da Força”. 41 • energia de potência. Essa é a energia poderosa-direcional, movimentadora de massa, poderosamente tensionada e de reações violentas - com sistemas gigantescos de energia, colocados em movimento pelas atividades dos organizadores da força primária. Essa energia primária, ou poderosa, não é sensı́vel, inicialmente, de modo definido, à atração da gravidade do Paraı́so; se bem que provavelmente produza uma massa agregada, ou uma sensibilidade espaço-direcional ao grupo coletivo de influências absolutas que operam a partir do lado baixo do Paraı́so. Quando a energia emerge até o nı́vel inicial de sensibilidade à atração circular e absoluta da gravidade do Paraı́so, os organizadores da força primária cedem o seu lugar ao funcionamento dos seus colaboradores secundários. • energia de gravidade. A energia que agora surge é sensı́vel à gravidade, carrega o potencial do poder do universo e transforma-se no ancestral ativo de toda a matéria do universo. Essa energia secundária ou gravitacional é o produto da elaboração da energia, resultante da presença-pressão e das tendências-tensões, estabelecidas pelos Mestres Organizadores Associados Transcendentais da Força. Em resposta ao trabalho desses manipuladores da força, a energia-espaço passa rapidamente do estágio potencial ao estado gravitacional, tornando-se assim sensı́vel, diretamente, à atração da gravidade (absoluta) circular do Paraı́so que, ao mesmo tempo revela um certo potencial de sensibilidade à atração da gravidade linear, inerente à massa material, que logo surge dos estágios eletrônicos e pós-eletrônicos da energia e da matéria. Com o aparecimento da sensibilidade à gravidade, os Mestres Organizadores Associados da Força podem retirar-se da energia dos ciclones de espaço, contanto que os Diretores do Poder336 do Universo fiquem designados para esse campo de ação. 4. gravita (poder universal). A força-espaço foi transformada em energia de espaço e, em seguida, na energia de controle da gravidade. Assim, a energia fı́sica amadureceu até aquele ponto em que pode ser dirigida em canais de poder e servir aos propósitos múltiplos dos Criadores do universo. Esse trabalho é feito pelos versáteis diretores, centros e controladores da energia fı́sica no grande universo337 - as criações habitadas e organizadas. Esses Diretores do Poder, no Universo, assumem o controle mais ou menos completo de vinte e uma das trinta fases da energia que constituem o presente sistema de energia dos sete superuniversos. Esse domı́nio da energia-poder da matéria é o âmbito das atividades inteligentes do Sétuplo338 , funcionando sob o controle tempo-espacial do Supremo339 . 5. triata (energia de Havona). Os conceitos, nesta narrativa, deslocaram-se no sentido do Paraı́so, à medida que a força-espaço transmutante foi seguida, nı́vel a nı́vel, até o nı́vel de trabalhabilidade do poder-energia dos universos do tempo e do espaço. Continuando, no sentido do Paraı́so, encontra-se em seguida uma fase preexistente de energia que é caracterı́stica do universo central340 . Aqui o ciclo evolucionário parece voltar-se sobre si mesmo; a potência-energia agora parece começar a reverter-se na direção da força, mas uma força de natureza muito diferente daquela da potência do espaço e da força primordial. Os sistemas de energia de Havona não são duais; eles são trinos. É esse o domı́nio da energia existencial do Espı́rito Infinito341 , funcionando em nome da Trindade do Paraı́so342 . 6. tranosta (energia transcendental). Este sistema de energia opera no nı́vel superior e vem de um nı́vel superior do Paraı́so343 , existindo apenas em relação aos povos absonitos344 . 336 “Livro “Livro 338 “Livro 339 “Livro 340 “Livro 341 “Livro 342 “Livro 343 “Livro 344 “Livro 12. 337 de de de de de de de de de Urantia”, Urantia”, Urantia”, Urantia”, Urantia”, Urantia”, Urantia”, Urantia”, Urantia”, Documento 29: “Os Diretores de Potência do Universo”. Parte I: “O Universo Central e os Superuniversos”. Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.8: “Deus, o Sétuplo”. Documento 117: “Deus, o Supremo”. Documento 14: “O Universo Central e Divino”. Documento 8: “O Espı́rito Infinito”. Documento 10: “A Trindade do Paraı́so”. Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Item 11.3: “O Paraı́so Superior”. Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.1: “Deidade e Divindade”, Parágrafo 42 7. monota. Quando a energia vem do Paraı́so, ela está próxima da divindade. Inclinamo-nos a acreditar que a monota é a energia viva, não-espiritual, do Paraı́so - uma contraparte, na eternidade, da energia viva e espiritual do Filho Original345 - , sendo, portanto, o sistema de energia não-espiritual do Pai Universal346 . Repetimos aqui a hipótese de que as leis fı́sicas da ciência humana se referem a energia dual, dos superuniversos347 , chamada gravita. Por sua vez, a energia do universo central348 é chamada de triata e tem uma natureza trina. Talvez resquı́cios desta estrutura trina estejam nos três quarks que compõe os bárions, como por exemplo, os prótons e nêutrons nos núcleos dos átomos. Isso seria uma possı́vel explicação da revelação de que, nos átomos, a unidade central é dotada de uma possibilidade trı́plice349 de manifestação. Talvez os três quarks das partı́culas atômicas tenham a natureza fı́sica de ultı́matons rotacionando em um anel com a métrica de Gödel350 e obedeçam um modelo matemático com dimensões ocultas351 compactadas, primeiramente propostas na teoria gravitacional de Kaluza & Klein352 e posteriormente ampliadas na teoria de supercordas. Talvez os ultı́matons353 sejam esferas diminutas que pulsam como um coração vivo formando ondas com 860 vezes o seu diâmetro354 . Talvez o movimento de pulsar em diversas frequências, o movimento de externalizar-se como uma semente paterna e de internalizar-se como um ventre materno, seja a natureza da monota: a energia viva355 do Paraı́so do Pai Universal. Tudo isso são meras especulações humanas. Estes conhecimentos e formulação de sistemas mentais356 , sobre a ciência material da criação, nunca se elevarão mais alto do que a nossa fé357, nossa esperança sublime na Pessoa do Criador. Com a fé nós transcendemos as realizações intelectuais da escola informativa e iniciamos uma vivência de amor na nossa famı́lia universal. Lembremos que JeSui s358 nos advertiu de que a mente do ser humano não deve ser subjugada359 apenas pelo peso da lógica. O mestre disse também que a idéia que temos do Pai Divino não importa muito, desde que sejamos sabedor do ideal da natureza infinita e eterna Dele360 . 345 “Livro de Urantia”, Documento 6: “O Filho Eterno”, Item 6.1: “A Identidade do Filho Eterno”, Parágrafo 6. 346 “Livro de Urantia”, Documento 1: “O Pai Universal”. “Livro de Urantia”, Documento 15: “Os Sete Superuniversos”. 348 “Livro de Urantia”, Documento 14: “O Universo Central e Divino”. 349 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.7: “A Matéria Atômica”. 350 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Gödel metric”. 351 “. . . gaia/educacional/dimensaoc/dimensoes escondidas.htm”. 352 Informativo: “Kaluza-Klein Gravity”, Seção 2: “Historical Overview”, Subseção 2.4: “The Compactified Approach”. 353 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.6: “Ultı́matons, Elétrons e Átomos”. 354 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.4: “A Energia e as Transmutações da Matéria”, Parágrafo 14. 355 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.2: “Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Fı́sicas)”, Parágrafo 19. 356 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.12: “Modelo e Forma - O Predomı́nio da Mente”, Parágrafo 5. 357 “Livro de Urantia”, Documento 132: “A Permanência em Roma”, Item 132.3: “A Verdade e a Fé”, Parágrafo 5. 358 JeSui s escrito desta forma faz lembrar Je Suis, que em francês significa Eu Sou. 359 “Livro de Urantia”, Documento 159: “A Campanha na Decápolis”, Item 159.3: “O Ensinamento para os Instrutores e para os Crentes”, Parágrafo 2. 360 “Livro de Urantia”, Documento 161: “Novas Discussões com Rodam”, Item 161.1: “A Pessoalidade de Deus”, Parágrafo 3. 347 43 4.2 Gravidade, ultı́matons, elétrons e átomos O livro de urantia revela que os elétrons e átomos são afetados pela gravidade local ou linear a qual se torna plenamente operativa com o surgimento da organização atômica da matéria361 do sistema de energias da gravita que constitui os 700 000 Universos Locais nos 7 Superuniversos362 do tempo e espaço. A gravidade linear corresponde ao fato de existir, entre dois objetos com massa, uma força de atração gravitacional na linha que passa pelo centro de massa dos dois objetos. Nas palavras de Isaac Newton: Wikipedia (fevereiro de 2014) Gravitação - Lei de Newton da gravitação363 (linear ou local) . . . Newton explica, “Todos os objetos no Universo atraem todos os outros objetos com uma força direcionada ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos, e que é proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da separação entre os dois objetos.” Newton acabou por publicar a sua, ainda hoje famosa, lei da gravitação universal, no seu Principia Mathematica, como: F = Gm1 m2 r2 onde: • F = força gravitacional entre dois objetos. • m1 = massa do primeiro objeto. • m2 = massa do segundo objeto. • r = distância entre os centros de massa dos objetos. • G = constante universal da gravitação. Os elétrons e átomos da gravita estão sujeitos à gravidade linear. Vimos no item anterior que existe um outro sistema de energia chamado de ultimata, o qual antecede o surgimento da gravita. Na segunda fase de manifestação da ultimata surgem unidades de energia chamadas ultı́matons respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraı́so e sem reação à gravidade linear. Os ultı́matons não estão sujeitos à gravidade local364 , à interação da atração material, mas eles são totalmente obedientes à gravidade do Paraı́so365 , à tendência, ao impulso, do cı́rculo universal e eterno do universo dos universos. A energia ultimatômica não obedece à atração da gravidade linear, ou direta, das massas materiais próximas ou distantes, mas ela sempre gira de acordo com o circuito da grande elipse366 da enorme criação. Como revelado no: “Livro de Urantia”, parágrafos 42.6 3-4: Os ultı́matons funcionam por atração mútua, respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraı́so. Sem a reação à gravidade linear, eles mantêm-se vagando assim em um espaço universal. Os ultı́matons são capazes de acelerar a sua velocidade de revolução, a ponto de atingir o comportamento de uma 361 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.6: “Ultı́matons, Elétrons e Átomos”, Parágrafo 2. 362 “Livro de Urantia”, Documento 15: “Os Sete Superuniversos”, Item 15.2: “A Organização dos Superuniversos”, Parágrafo 10. 363 Internet: “http://pt.wikipedia.org/wiki/Gravitação#Lei de Newton de Gravitação Universal”. 364 “Livro de Urantia”, Documento 41: “Aspectos Fı́sicos do Universo Local”, Item 41.9: “A Estabilidade dos Sóis”, Parágrafo 2. 365 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Item 11.8: “A Gravidade do Paraı́so”. 366 “Livro de Urantia”, Documento 15: “Os Sete Superuniversos”, Item 15.1: “O Nı́vel Espacial do Superuniverso”, Parágrafo 2. 44 antigravidade parcial, mas não podem, independentemente dos diretores organizadores da força ou poder, atingir a velocidade crı́tica, na qual escapam para a desindividualização, e retornam ao estado de energia potencial. Na natureza, os ultı́matons escapam do status de existência fı́sica apenas quando participam da ruptura terminal de um sol resfriado que se extingue. Os ultı́matons, ainda desconhecidos em Urantia, desaceleram-se passando por muitas atividades fı́sicas antes de atingirem os pré-requisitos da energia de revolução para a organização eletrônica. Os ultı́matons têm três variedades de movimentos: a resistência mútua à força cósmica, as rotações individuais de potencial antigravitacional e, no interior do elétron, as posições intraeletrônicas daquela centena de ultı́matons mutuamente interassociados. Talvez a afirmação anterior, de que os ultı́matons ainda são desconhecidos em Urantia, tenha hesitado a curiosidade, o espı́rito cientı́fico e do conhecimento367 de alguns leitores deste trabalho de harmonização da ciência humana contemporânea e da ciência revelada no “truth book”368 . Assim, estimulando a aventura e a descoberta, cito também a revelação dos raios ultimatômicos ciclos e maior que 264 ≈ 18 × com provavelmente uma frequência menor que 2100 ≈ 1030 por segundo ciclos 1018 . Esta faixa de frequências das manifestações de energia ondulatória369 está entre por segundo as oitavas (2n ) de número cem (2100 ) e de número sessenta e quatro (264 ). Esta é uma faixa de frequências maiores do que aquelas reconhecidas em nosso planeta, total ou parcialmente. E, muito antes que os fı́sicos descubram o ultı́matom, sem dúvida irão detectar os fenômenos causados pelos raios (ultimatômicos) lançados sobre Urantia (Terra). Buscando sintonizar com a revelação no: “Livro de Urantia”, parágrafo 42.5 4: Raios ultimatômicos. A reunião da energia na esfera diminuta dos ultı́matons, ocasiona vibrações no conteúdo do espaço, as quais são discernı́veis e mensuráveis. E, muito antes que os fı́sicos descubram o ultı́matom, sem dúvida irão detectar os fenômenos causados pelos raios lançados sobre Urantia. Esses raios curtos e poderosos representam a atividade inicial dos ultı́matons à medida que se desaceleram até aquele ponto em que se voltam para organizarem eletronicamente a matéria. À medida que os ultı́matons se aglomeram, formando elétrons, uma condensação ocorre com a conseqüente estocagem de energia. Finalmente, neste exposição sobre os ultı́matons, que emergem na segunda fase de transmutação da ultimata - energia de gravidade que reage à atração absoluta do Paraı́so - , aprendemos que um elétron é constituı́do por cem ultı́matons mantidos juntos, e nunca há mais nem menos do que cem ultı́matons em um elétron tı́pico. Além disso, a velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos de unidades eletrônicas. “Livro de Urantia”, parágrafos 42.6 5-6: A atração mútua mantém cem ultı́matons juntos na constituição do elétron; e nunca há mais nem menos do que cem ultı́matons em um elétron tı́pico. A perda de um ou mais ultı́matons destrói a identidade eletrônica tı́pica, trazendo à existência, desse modo, uma das dez formas modificadas do elétron. Os ultı́matons não descrevem órbitas ou giros em torno dos circuitos dentro dos elétrons, mas espalham-se ou agrupam-se, de acordo com as suas velocidades de rotação axial, determinando assim as dimensões diferenciais eletrônicas. Essa mesma velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos 367 “Livro de Urantia”, Documento 36: “Os Portadores da Vida”, Item 36.5: “Os Sete Espı́ritos Ajudantes da Mente”, Parágrafo 9. 368 Internet: “http://www.truthbook.com/”. 369 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.5: “Manifestações de Energia Ondulatória”. 45 de unidades eletrônicas. A segregação total e o agrupamento de matéria eletrônica, junto com a diferenciação elétrica, entre os corpos negativos e positivos de matéria-energia, resultam dessas funções várias das interassociações dos ultı́matons componentes. 4.3 Uma interpretação espiritualizada da fı́sica quântica Concluiremos, este vôo intelectual, ponderando sobre uma possı́vel interpretação da equação de onda probabilı́stica da fı́sica quântica. Albert Einstein estava certo ao dizer que a probabilidade, nas equações da fı́sica, são uma expressão do nosso desconhecimento de alguns dos fatores causativos dos movimentos das partı́culas materiais. Amit Goswami [3] também está certo ao afirmar que a consciência está em um nı́vel de causatividade acima da matéria. Contudo, acima da mente consciente está a alma e o espı́rito. L. Ron Hubbard chega a dizer que o espı́rito, chamado por ele de Thetan, é capaz de criar Matéria, Energia, eSpaço e Tempo (MEST). O livro de urantia revela que reside na mente mortal do ser humano370 um espı́rito divino371 chamado Ajustador do Pensamento372 . Este espı́rito Ajustador é uma dádiva de Deus: O Pai Universal. Realmente, Deus além de ser o Pai dos espı́ritos373 , é também o Criador da Ilha Eterna do Paraı́so. Consideremos a revelação de que o espaço e o tempo, originam-se próximo ao Paraı́so374 inferior e superior respectivamente. A ciência humana mostrou que a matéria é uma forma de energia condensada375 . A ciência revelada ensina que todos os circuitos de energia fı́sica têm a sua origem no Paraı́so376 inferior. Talvez isto seja suficiente para afirmarmos que é possı́vel que a consciência espiritualizada, de um ser humano desperto, seja capaz de testemunhar o espı́rito interior377 atuar poderosamente na matéria, energia, espaço e tempo circundante. Afinal, vem de Deus esse espı́rito residente em nosso interior, e Deus também criou a Ilha do Paraı́so na qual se originam todas estas realidades cósmicas de matéria-energia e de espaço-tempo. É razoável concluir que o universo não é nem meramente mecânico, nem mágico378 ; ele é uma criação da mente e um mecanismo com leis. E acima da mente criadora vive o espı́rito do criador. Estaremos sendo mecanicistas se insistirmos em ver como um acaso379 a criação material e a evolução humana. Não é racional esquecer a Mente Infinita380 do Criador caso não consigamos explicar deterministicamente os movimentos intra-atômicos que descrevemos parcialmente com as leis probabilı́sticas da fı́sica quântica. Tenho a intuição de que Albert Einstein ficaria feliz em saber da influência do Absoluto Inqualificável381 no movimento das partı́culas no interior dos átomos. Como revelado no supra-cientı́fico: 370 “Livro de Urantia”, Documento 110: “A Relação dos Ajustadores com os Indivı́duos Mortais”, Item 110.1: “Residindo na Mente Mortal”. 371 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.5: “Realidades da Pessoalidade”, Parágrafo 9. 372 “Livro de Urantia”, Documento 107: “A Origem e a Natureza dos Ajustadores do Pensamento”. 373 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.1: “Energias e Forças do Paraı́so”. 374 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Item 11.2: “Natureza da Ilha Eterna”, Parágrafo 11. 375 Uma das consequências da teoria da relatividade é a famosa equação: E = m · c2 . Esta sentença matemática expressa o fato de que a Energia (E), condensada em um corpo material, é igual a massa (m) deste corpo vezes a velocidade da luz (c) elevada ao quadrado. 376 “Livro de Urantia”, Documento 11: “A Ilha Eterna do Paraı́so”, Item 11.5: “O Paraı́so Inferior”. 377 “Livro de Urantia”, Documento 5: “A Relação de Deus com o Indivı́duo”, Item 5.2: “A Presença de Deus”, Parágrafo 6. 378 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.11: “Os Mecanismos do Universo”. 379 “Livro de Urantia”, Documento 58: “O Estabelecimento da Vida em Urantia”, Item 58.2: “A Atmosfera de Urantia”, Parágrafo 3. 380 “Livro de Urantia”, Documento 8: “O Espı́rito Infinito”, Item 8.2: “A Natureza do Espı́rito Infinito”. 381 “Livro de Urantia”, Documento Preliminar: “Introdução”, Item 0.11: “Os Três Absolutos”, Parágrafo 7. 46 “Livro de Urantia”, parágrafo 42.7 10382 : Os primeiros vinte e sete átomos, aqueles que contêm de um a vinte e sete elétrons em órbita, são mais fáceis de serem distinguidos do que os restantes. Do vigésimo-oitavo, em diante, encontramos cada vez mais a imprevisibilidade da presença suposta do Absoluto Inqualificável. Um pouco dessa imprevisibilidade eletrônica, todavia, é causada pelas velocidades axiais das rotações ultimatômicas diferenciais e pela propensão inexplicada dos ultı́matons de “amontoarem-se”. Outras influências - fı́sicas, elétricas, magnéticas e gravitacionais - também colaboram para produzir comportamentos eletrônicos variáveis. Os átomos são, pois, semelhantes a pessoas quanto à previsibilidade. Os estatı́sticos podem anunciar leis que governam um grande número, seja de átomos, seja de pessoas; mas não individualmente para um único átomo, nem para uma única pessoa. 4.4 Neurônios, luz, espaço e tempo Um fato importante, sobre a ciência material, é a singularidade espaço-temporal, prevista pela teoria da relatividade, quando um observador inercial mede a velocidade da luz. Em outro trabalho383 mostramos que, de acordo com a ciência humana, o cérebro é sensı́vel não apenas ao fluxo de partı́culas materiais ionizadas, como também às ondas eletromagnéticas na velocidade da luz. Mostramos que os neurônios são como fibras ópticas e guias de ondas384 de luz infra-vermelha. Estes fatos cientı́ficos sugerem uma explicação para os estados de consciência que transcendem o tempo e o espaço. O fato do cérebro ser sensı́vel à energia material e luminosa, sugere uma possı́vel explicação para possibilidade da mente fazer a mediação entre, o espı́rito transcendente, e a matéria limitada pelo tempo e pelo espaço. Sabendo que o cérebro é sensı́vel a luz, torna-se importante entender a teoria da constância da velocidade da luz. A teoria da constância da relação entre as medidas de espaço e de tempo que resultam na velocidade da luz. A teoria da relatividade, do espaço e do tempo385 , elaborada por Albert Einstein, sugere uma explicação de como o cérebro, sensı́vel a luz, possibilita estados da consciência humana que transcendem o tempo e o espaço e tocam o sistema de energia espiritual-moroncial acima386 . Este trabalho é somente um humilde esforço para estimular os irmãos e irmãs cientistas a buscarem a experiência interior, adentrarem o portal que nos permite transcender o tempo e o espaço, e discernirem a presença amorosa do pai divino de nossas almas no centro espiritual-moroncial residente em nossa mente. Talvez estas considerações intelectuais e cientı́ficas não sejam necessárias diante do esforço valente de fé da parte do mais humilde e iletrado387 entre os filhos de Deus sobre a Terra. Os que confiam em Jesus podem regozijar com seus ensinamentos sobre o tempo e o espaço revelados no: “Livro de Urantia”, parágrafos 130.7 4-8388 : Em Cartago - o Discurso Sobre o Tempo e o Espaço . . . disse Jesus: . . . Nos mundos habitados, a pessoalidade humana (residida e orientada pelo espı́rito do Pai do Paraı́so) é a única realidade, do mundo fı́sico, que pode transcender à sequência material dos eventos temporais. 382 “Livro de Urantia”, Documento 42: “A Energia - a Mente e a Matéria”, Item 42.7: “A Matéria Atômica”, Parágrafo 10. 383 Informativo: “A Ciência Revelada e Evolucionária sobre a Mente Humana”. 384 Informativo: “A Ciência Revelada e Evolucionária sobre a Mente Humana”, Seção 9: “Axônios dos neurônios, guias de onda e fibras ópticas”. 385 Informativo: “A Ciência Revelada e Evolucionária sobre a Mente Humana”, Seção 10: “Mente, luz, espaço e tempo”, Subseção 10.1: “Teoria da relatividade do espaço e do tempo na constância da velocidade da luz”. 386 “Livro de Urantia”, Documento 111: “O Ajustador e a Alma”, Item 111.1: “A Mente, Arena da Escolha”, Parágrafo 5. 387 “Livro de Urantia”, Documento 102: “Os Fundamentos da Fé Religiosa”, Parágrafo 2. 388 “Livro de Urantia”, Documento 130: “A Caminho de Roma”, Item 130.7: “Em Cartago - O Discurso sobre o Tempo e o Espaço”, Parágrafo 4. 47 . . . Aquilo que, anteriormente, surgia como uma sucessão de eventos, então será visto como um cı́rculo inteiro e perfeitamente relacionado; desse modo, a simultaneidade circular irá, de forma crescente, deslocar a consciência daquilo que se foi, na sequência linear de eventos. . . . e a única coisa que o humano conhece e que, mesmo parcialmente, pode transcender o espaço é a sua mente. A mente pode funcionar independentemente do conceito de relação espacial dos objetos materiais. ... O conceito de tempo-espaço, para uma mente de origem material, está destinado a passar por sucessivas ampliações, à medida que a pessoalidade consciente e pensante ascende nos nı́veis do universo. Quando o humano alcançar a mente que sabe intervir entre os planos material e espiritual da existência, as suas idéias sobre o tempo-espaço serão enormemente expandidas quanto à qualidade de percepção e quanto à quantidade da experiência. As concepções cósmicas, em expansão, de uma pessoalidade espiritual em avanço, são devidas ao aumento tanto da profundidade da visão interior quanto do escopo da consciência. E à medida que a pessoalidade continua, para cima e para dentro, e passa para os nı́veis transcendentais semelhantes ao da Deidade, o conceito de tempo-espaço, de modo crescente, irá aproximar-se dos conceitos, fora de tempo e de espaço, dos Absolutos. Relativamente e conforme se vai conseguindo alcançar o transcendental, esses conceitos no nı́vel do absoluto hão de ser presenciados pelos filhos do destino último. Referências [1] Livro de Urantia. Revelado por diversas pessoalidades supra-humanas. [2] Gaudium et spes, no. 24. Esta idéia aparentemente paradoxal - todo aquele que quiser salvar a sua vida egoisticamente, perdê-la-á389, mas todo aquele que perder a sua vida, por causa de Cristo390 e por causa do evangelho, salvá-la-á - tem suas raı́zes no evangelho: Mateus 16:25; Marcos 8:35; Lucas 17:33. Isto é revelado também na Bı́blia da Terra391 , o Livro de Urantia, nos parágrafos: 103.5 6392 , 140.5 19393 , 158.7 5 citado acima, 160.5 10394 e parágrafo 174.5 8395 . [3] Amit Goswami, Richard E. Reed & Maggie Goswami. “O Universo Autoconsciente”, 1993. [4] Lachman, Gary. Rudolf Steiner, Tarcher/Penguin 2007. [5] Arthur Lovejoy. (1964 [1936]), The Great Chain of Being [A Grande Corrente do Ser], (Cambridge: Harvard University Press). [6] Mcdermott, Robert A. Rudolf Steiner and Anthroposophy, in Faivre and Needleman, Modern Esoteric Spirituality, ISBN 0-8245-1444-0, p. 288ff. 389 “Livro de Urantia”, Documento 158: “O Monte da Transfiguração”, Item 158.7: “O Protesto de Pedro”, Parágrafo 5. 390 “Livro de Urantia”, Parte IV: “A Vida e os Ensinamentos de Jesus”. 391 Bı́blia significa livro, e, Urantia é o nome da Terra, por isso, Livro de Urantia significa literalmente Bı́blia da Terra. 392 “Livro de Urantia”, Documento 103: “A Realidade da Experiência Religiosa”, Item 103.5: “A Origem dos Ideais”, Parágrafo 6. 393 “Livro de Urantia”, Documento 140: “A Ordenação dos Doze”, Item 140.5: “O Amor Paterno e o Amor Fraterno”, Parágrafo 19. 394 “Livro de Urantia”, Documento 160: “Rodam de Alexandria”, Item 160.5: “A Religião do Ideal”, Parágrafo 10. 395 “Livro de Urantia”, Documento 174: “Terça-Feira de Manhã no Templo”, Item 174.5: “Os Gregos Indagadores”, Parágrafo 8. 48 [7] Michael Murphy (1992), The Future of the Body [O Futuro do Corpo], (Los Angeles: Tarcher). [8] Papa Francisco, Reportagem intitulada: “O Papa da Salvação”. Revista “Carta Capital”, número 767, do dia 25 de setembro de 2013. [9] Papa Francisco, Mensagens e Homilias - Encontro com os jornalistas durante o voo papal. Segunda-feira, 22 de julho de 2013. Edições, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. [10] Papa Francisco, Mensagens e Homilias - Santa Missa para XXVIII Jornada Mundial da Juventude, Rio de Janeiro, Domingo, 28 de julho de 2013. Edições, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. [11] Papa João Paulo II, “Love and Responsibility [Amor e Responsabilidade]” (Ignatius Press, 1993), pg. 41. [12] Karol Wojtyla396 (posteriormente Papa João Paulo II), Subjectivity and Irreducible [Subjetivo e Irredutı́vel] em: Idem Person and Community [Idem Pessoa e Comunidade]. Ensaios Selecionados, Th. Sandok OSM, P. Lang (trans.), Nova York 1993, p. 214; Cf. P. Bristow, Christian Ethics and the Human Person [Ética Cristã e a Pessoa Humana], Family Publications Maryvale Institute, Oxford 2009, pp. 102-103 ISBN 978-1-871217-98-8. [13] Schneider, Peter. Einführung in die Waldorfpädagogik, ISBN 3-608-93006-X [14] Huston Smith (1976 [1993]), Forgotten Truth: The Common Vision of the World Religions [Verdade Esquecida: A Visão Comum das Religiões do Mundo], (San Francisco: Harper). [15] Steiner, Rudolf Joseph L. “Verdade e Ciência - Prelúdio a uma ‘Filosofia da Liberdade’ ”. Tradução de Rudolf Lanz. Editora Antroposófica. [16] Wade, J. (1996), Changes of Mind: A Holonomic Theory of the Evolution of Consciousness, (New York: SUNY Press). [17] Roger Walsh (1999), Essential Spirituality: Exercises from the World’s Religions to Cultivate Kindness, Love, Joy, Peace, Vision, Wisdom, and Generosity [Espiritualidade Essencial: Exercı́cios das Religiões do Mundo para Cultivar Bondade, Amor, Alegria, Paz, Visão, Sabedoria, e Generosidade], (New York: John Wiley & Sons). [18] Kenneth Earl Wilber (Ken Wilber), Karl H. Pribram, Fritjof Capra, Marilyn Ferguson, Kenneth R. Pelletier, Renée Weber, Stanley Krippner, Itzhak BENTOV e outros. “O Paradigma Holográfico e outros Paradoxos - Explorando o Flanco Dianteiro da Ciência”, Capı́tulo 10, Reflexões sobre o paradigma da nova era: uma conversa com Ken Wilber. Editora Cultrix. [19] Ken Wilber, Engler, J. and BROWN, D. (1986), Transformations of Consciousness, (Boston and London: Shambhala). [20] Ken Wilber (1998), The Marriage of Sense and Soul: Integrating Science and Religion [O Casamento do Sentido e da Alma: Integrando Ciência e Religião], (new York: Random House). [21] Ken Wilber (1999), One Taste: The Journals of Ken Wilber [Um Gosto: O Jornal de Ken Wilber], (Boston and London: Shambhala). [22] Wilber, Ken. (2000a) “Psicologia Integral - Consciência, Espı́rito, Psicologia e Terapia”. Tı́tulo original “Integral Psychology”. Editora Pensamento-Cultrix Ltda. Primeiro ano do terceiro milênio (2000). 396 Internet: “http://en.wikipedia.org/wiki/Karol Wojtyla”. 49 [23] Ken Wilber (2000b), A Theory of Everything: An Integral Vision for Business, Politics, Science and Spirituality [Uma Teoria de Tudo: Uma Visão Integral para Trabalho, Polı́tica, Ciência e Espiritualidade], (Boston and London: Shambhala). 50
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