Do Médio Sertão - AL - SIT - Sistema de Informações Territoriais
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Do Médio Sertão - AL - SIT - Sistema de Informações Territoriais
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 2011 Governo Federal Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Ministério do Desenvolvimento Agrário Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário Afonso Bandeira Florence Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário Márcia da Silva Quadrado Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Celso Lisboa de Lacerda Secretário Nacional de Desenvolvimento Territorial Jerônimo Rodrigues Souza Secretário Nacional de Agricultura Familiar Laudemir André Muller Secretário Nacional de Reordenamento Agrário Adhemar Lopes de Almeida Delegada Federal do MDA do Estado de Alagoas Sandra Lúcia dos Santos Lira Departamento de Ações Territoriais Fernanda Corezola Carlos Osório Articulador Regional da SDT Henrique Farias Articuladores Estaduais da SDT Valdivam Santos Thacya Silva Colegiado Territorial da Bacia Leiteira de Alagoas NÚCLEO DIRIGENTE Organizações da Sociedade Civil Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Carneiros, Sindicato dos trabalhadores Rurais (Dois Riachos e São José da Tapera), Associação de Agricultores Familiares de Ouro Branco, Associação de Agricultores Familiares do Povoado Quandú - Poço das Trincheiras, Associação de Agricultores Familiares do Sítio Caracol - Santana do Ipanema, Associação do Assentamento Santa Vitória do Alto Tamanduá Quilombolas - Poço das Trincheiras, Movimento Minha Terra - ONG - Santana do Ipanema, Cáritas Brasileiras – ONG - Ouro Branco, CACTUS - ONG Senador Rui Palmeira, Cooperativa CAFISA - São José da Tapera, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Olivença (CMDRS), CDECMA - Centro de Desenvolvimento Comunitário de Maravilha, Associação do Assentamento Poço Salgado - Santana do Ipanema e Associação do Assentamento Santa Maria – Dois Riachos Organizações do Poder Público Secretaria Municipal de Agricultura de Olivença, Secretaria Municipal de Agricultura de Santana do Ipanema e Secretaria Municipal de Agricultura de Senador Rui Palmeira NÚCLEO TÉCNICO Organizações da Sociedade Civil ZOOTECPLAN - Empresa de Elaboração de Projetos Agropecuários, CARSIL – Cooperativa e Cáritas - ONG Organizações do Poder Público SEAGRI - SDR/GMAI/NÚCLEO PRONAF/PRONAT, SEBRAE - Gerencia Regional de Arapiraca, SEPLAN – Maceió, BNB – Agencia de Santana do Ipanema , INCRA – Maceió, ITERAL Santana do Ipanema, Governo do Estado/SEBRAE – Gerencia do Programa de Arranjo Produtivo Local de Apicultura Ovinocaprinocultura Assessor Técnico Territorial Jorge Izidro Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano - IADH Conselho Gestor do IADH Silvana Parente, Tania Zapata e Zenaide Bezerra Coordenadora Técnica do Projeto IADH / SDT Jeanne Duarte Moderação das oficinas e elaboração da versão inicial do PTDRS Edson ??? Qualificação final do PTDRS e elaboração do Resumo Executivo Jeanne Duarte e Nazaré Cavalcanti Edição e Revisão Textual Patrícia Paixão de Oliveira Leite e Mauro Rossiter Júnior Gerente Administrativo/Financeira do IADH Bevânia Nascimento Equipe Administrativa ????? Projeto Gráfico Via Design Fotos Edmar Melo Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano Sumário LISTA DE GRÁFICOS ....................................................................................... 5 LISTA DE TABELAS ......................................................................................... 6 LISTA DE QUADROS ........................................................................................ 7 LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 8 SIGLAS .............................................................................................................. 9 Introdução ....................................................................................................... 12 1. Caracterização Territorial .......................................................................... 17 1.1. AMBIENTE TERRITORIAL ................................................................. 17 1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................. 19 2. Diagnóstico Territorial ............................................................................... 21 2.1. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL ........................................................... 22 2.1.1 Características Demográficas ....................................................... 22 2.1.2 Características do tecido social organizativo do território ............. 23 2.1.3 Situação da Saúde no Território ................................................... 26 2.1.4 Situação da Educação no Território.............................................. 32 2.1.5 Situação da Cultura e Lazer no Território ..................................... 38 2.2. DIMENSÃO AMBIENTAL ....................................................................... 41 2.2.1. Características Geo-ambientais do Território .................................. 41 2.3 DIMENSÃO ECONÔMICA ...................................................................... 50 2.3.1 População Economicamente Ativa (PEA) ......................................... 51 2.3.2 Produção .......................................................................................... 52 2.3.3 Estrutura fundiária............................................................................. 60 2.4. DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL .............................................. 63 2.5. CONTEXTO INTERNO E EXTERNO .................................................... 66 3. Visão de Futuro (2010 a 2020) ................................................................... 69 4. Objetivos Estratégicos............................................................................... 71 5. Valores e Princípios ................................................................................... 73 6. Diretrizes Principais ................................................................................... 76 7. Eixos de Desenvolvimento ........................................................................ 78 8. Programas e Projetos Estratégicos .......................................................... 80 9. Proposta de Gestão do Plano Territorial .................................................. 85 Considerações Finais .................................................................................... 88 Bibliografia Referencial ................................................................................. 90 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano LISTA DE GRÁFICOS Gráfico Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 Gráfico 5 Gráfico 6 Gráfico 7 Gráfico 8 Pág. IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território 27 do Médio Sertão , 2000 Taxa de Analfabetismo dos Municípios, 2000 33 IDHM Brasil, Alagoas, Território e Municípios - Território 33 do Médio Sertão , 2000 IDH-M Renda dos Municípios do Território do Médio 51 Sertão - 2000 População Economicamente Ativa Brasileira Por Faixa 51 Etária - 2008 Evolução da área cultivada com Mandioca no Território 54 1990, 2003 e 2009 Evolução da produção de Castanha em toneladas no 56 Território - 1990, 2002 e 2009 Gráfico 8 - Ordem de Prioridade das Cadeias 78 Produtivas Agropecuárias Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano ISTA DE TABELAS Tabela Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Pág. Ano de instalação dos municípios no Território 19 População Territorial em 2000, 2007, 2009 e 2010 – 22 Médio Sertão Alagoano Programas Sociais – Famílias beneficiadas até março de 25 2011 Estabelecimentos de Saúde por Município do Território 28 do Médio Sertão - 2009 Profissionais de Saúde no Território do Médio Sertão – 29 2009 Mortalidade Infantil no Período de 2004 a 2009 – Médio 31 Sertão Índice de Domicílios atendidos pelo serviço de Coleta de 32 Lixo no Território – 2005 Número de Estabelecimentos por Dependência 35 Administrativa - 2009 Número de matrículas por Nível de Ensino e 35 Dependência Administrativa – 2009 Número de Docentes por Nível de Ensino e Dependência 36 Administrativa – 2009 Distorção Idade-Série - Municípios e Território Médio 37 Sertão - 2008 Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003 38 Principais Culturas no Território - 2009 53 Efetivo do rebanho no Território - 2009 57 Categoria do Produtor - 2006 62 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano LISTA DE QUADROS Quadro Quadro 1 Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 Quadro 7 Quadro 8 Quadro 9 Pág. Informações Gerais sobre os Municípios que compõe o 19 Território População de Comunidades Tradicionais 23 Comunidades Quilombolas – Território Médio Sertão 23 Principais Bacias Hidrográficas do Território do Médio 43 Sertão Alagoano Áreas de Assentamento por Município e Instituição e/ou 62 Programa Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – 65 Território Médio Sertão Eixo A: Dinamização Econômica 81 Eixo B: Educação e Socioculturalidade para o 82 Desenvolvimento Humano Sustentável Eixo C: Valorização do Meio Ambiente 83 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano LISTA DE FIGURAS Figura Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Pág. Localização dos municípios que compõem o Território do Médio Sertão Alagoano em relação aos demais Territórios do Estado de Alagoas Mapa do Território do Médio Sertão Processo Metodológico da Qualificação do PTDRS – Médio Sertão Alagoano Percurso do Canal do Sertão Sistema Coletivo de Abastecimento de Água da Bacia Leiteira 17 18 21 44 45 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano SIGLAS ADENE Agência de Desenvolvimento do Nordeste APA APLs Área de Proteção Ambiental Arranjos Produtivos Locais APNE Associação de Plantas do Nordeste ASA Articulação do Semi-Árido ASD Áreas Susceptíveis à Desertificação ATER BB BCS BNB Assistência Técnica e Extensão Rural Banco do Brasil Bancos Comunitários de Sementes Banco do Nordeste do Brasil BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BPC Benefício da Prestação Continuada CACTUS CAFISA CARSIL CDECMA Centro de Apoio Comunitário de Tapera em União a Senador Cooperativa dos Agricultores Familiares do Sertão de Alagoas Cooperativa Agropecuária de Santana do Ipanema Ltda Centro de Desenvolvimento Comunitário de Maravilha CEF CIAT CODETER Caixa Econômica Federal Comissão de Instalação das Ações Territoriais Colegiado de Desenvolvimento Territorial CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba CONAB CRAS CREAS DATASUS DLIS Companhia Nacional de Abastecimento Centros de Referência de Assistência Social Centro de Referência Especializado de Assistência Social Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil Desenvolvimento Local Integrado Sustentável DNOCS DSA Departamento Nacional de Obras Contra as Secas Declaração do Semi-Árido EMBRAPA FETAG Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Federação dos Trabalhadores da Agricultura FINEP FNMA Financiadora de Estudos e Projetos Fundo Nacional do Meio Ambiente FUNDAF Fundo de Desenvolvimento da Agricultura Familiar GTCD GTIM Grupo de Trabalho de Combate à Desertificação da ASA Grupo de Trabalho Interministerial IBAMA / ICM Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/ Instituto Chico Mendes Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano IDF IDH-M INCRA INSS IPEA Índice de Desenvolvimento da Família Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Instituto Nacional de Seguridade Social Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ITERAL Instituto de Terras de Alagoas MDA Ministério de Desenvolvimento Agrário MDS MI Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Ministério da Integração Nacional MinC MMC MPPE NUDEC ODM ONGs P1+2 P1MC PAA PAC PAIF PCD PDA PEA PIA PME PNAD Ministério da Cultura Movimento de Mulheres Camponesas Ministério Público Federal Núcleo de Desenvolvimento Comunitário Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Organizações Não Governamentais Programa uma Terra e Duas Águas Por um Milhão de Cisternas Programa de Aquisição de Alimentos Programa de Aceleração do Crescimento Serviço de Proteção Social Básica a Família Pessoas com Deficiência Programa de Desenvolvimento de Área População Economicamente Ativa População em Idade Ativa Plano Municipal de Educação Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos PROINF PRONAT PTDRS SDT SEAGRI/AL SEBRAE SIAB SIT STTR Pronaf-Infraestrutura Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Secretaria de Desenvolvimento Territorial Secretaria Estadual de Agricultura de Alagoas Serviço Brasileiro de Apoio a pequenas Empresa Sistema de Informações de Atenção Básica Sistema de Informações Territoriais Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais ZEE Zoneamento Ecológico/Econômico Introdução Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano Introdução Em 2003, surge a nova estratégia de ação implementada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA/Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT, a partir do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais – PRONAT. Programa que vem sendo implementado desde 2003 na perspectiva de: “promover cada vez mais o protagonismo dos atores sociais para a construção e governança do desenvolvimento de seus territórios. E, para isso, embasada em experiências nacionais e internacionais de aprofundamento da democracia participativa, tem reforçado a necessidade de fortalecer a cultura da gestão social, a ampliação das redes sociais de cooperação, estimulando as iniciativas que reorientam as dinâmicas socioeconômicas a partir da articulação e coesão das diversas políticas públicas federais, estaduais e municipais” (SDT/MDA, 2010). No Estado de Alagoas o processo se inicia em 2004, incentivando a criação da CIAT – Comissão de Implementação das Ações Territoriais, para a qual todos os atores sociais e institucionais dos municípios com inserção na agricultura familiar foram convidados. Os mesmos foram estimulados a fazerem uma reflexão sobre a atual situação e como a desejavam no futuro, no sentido de construírem estratégias participativas e democráticas que permitisse o alcance da situação desejada, para Agricultura Familiar, bem como outros Atores Territoriais, tendo produto do planejamento o Plano de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável – PTDRS, para servir como instrumento de Gestão. Neste contexto o PTDRS, visa congregar esforços para promover a utilização de instrumentos de gestão participativa, notadamente o de planejamento, para orientar as práticas e organizar os elementos de operacionalização dos marcos construtivos do desenvolvimento. Uma vez que é o principal instrumento de apoio a Gestão Social do Território, subsidiando a instância colegiada territorial para a construção de um novo modelo de desenvolvimento. 12 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano Inicialmente o Conselho Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – CEDAFRA/AL selecionou cinco Territórios: Litoral Norte, Agreste, Bacia Leiteira, Médio Sertão e Alto Sertão. Os Territórios foram selecionados a partir de critérios propostos pela SDT/MDA. Atualmente mais um Território foi inserido nesta dinâmica, o Território da Mata Alagoana. Ainda no ano de 2004 se iniciou a construção dos PTDRS dos Territórios Alagoano, um dos pontos fundamentais que norteou a construção foi apontar para uma nova maneira de conceber e de implementar políticas públicas que enfatizassem o “Desenvolvimento Rural Sustentável” como elemento propulsor de mudanças sociais importantes. Desta forma os PTDRS do Estado de Alagoas buscam, desde então, possibilitar o redesenho do ciclo da gestão social do Território na configuração dos planos de desenvolvimento e na avaliação dos projetos de intervenção. Os elementos de planejamento estarão fomentando a gestão, monitoramento e avaliação de forma cíclica para acompanhamento de desenvolvimento das ações. O processo de elaboração do PTDRS levou em consideração os conhecimentos acumulados pelos agricultores (as) familiares, sociedade civil organizada e governo local, o que vem demonstrando um avanço, na forma de encontrar soluções para o desenvolvimento. O primeiro momento de aprimoramento dos PTDRS se deu no ano de 2006 onde os atores sociais estabeleceram com maior clareza suas prioridades traduzidas na Visão de Futuro e nos Eixos. Nessa dinâmica, em 2006, o Território estava com o Plano e o primeiro Projeto Territorial, que com as ações desenvolvidas pela CIAT ficou definida, a construção de um matadouro/frigorífico para ovino/caprino que, alavancaria, inicialmente, o processo de desenvolvimento territorial a partir de uma gestão compartilhada. As atividades produtivas foram pensadas focando a capacidade de elevar o padrão de vida e fazer circular bens e serviços, com sustentabilidade. O documento mostrou que o processo de desenvolvimento onde, governo e sociedade civil, compartilham vivências, conhecimentos, obrigações e responsabilidades, não é teórico. Busca nortear com suas diretrizes e estratégias as demandas, decorrentes dos agricultores (as), de forma sinérgica, 13 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano principalmente para ações duradouras e estruturantes, que integrem as diversas áreas de atuação do Poder Público e dos diferentes grupos sociais. E para que os projetos e programas fossem implementados, fazia-se necessário uma estrutura gestora envolvendo instâncias em vários níveis (estratégico, tático e operacional), alicerçada por um consistente processo de controle social. Portanto, o PTDRS do Médio Sertão de Alagoas - foi fruto de um processo de envolvimento e participação social, que teve sua criação e desenvolvimento nutrido de forma singela pelo ato do compartilhar governo e sociedade civil. Em todo o processo de negociação e construção foram realizados encontros, oficinas, viagens de intercâmbios e reuniões envolvendo diversos atores sociais, que trabalham e são envolvidos com a Agricultura familiar atores principais desse processo, interagindo saberes na construção das bases do Plano. Durante o período de 2006 – 2009 as instâncias territoriais, denominadas no Estado de Alagoas como CIAT pautaram suas discussões e projetos buscando subsídios nas ferramentas de gestão territorial, dentre elas, como já citado, os PTDRS. Foi então que se fez necessário fortalecer o processo de avaliação e monitoramento dessa ferramenta e com isto partir para sua qualificação. Em 2009, inicia-se o processo de revisão desse instrumento, onde os representantes do Território do Médio Sertão Alagoano validam e reafirmam esse documento como o resumo de todo um processo de discussões e de decisões tomadas pelos atores sociais. Com diretrizes e estratégias que sintetizam um conjunto de necessidades associadas às potencialidades existentes no espaço territorial, visível nesse momento por esses atores, e um olhar para a ampliação das dimensões culturais e sociais, este PTDRS norteia o rumo do desenvolvimento sustentável almejado pelo Território. Mesmo diante das dificuldades do processo que ainda persistem, é um instrumento de construção participativa que favorece a gestão compartilhada desse espaço territorial, onde as decisões passam a ser descentralizadas e focadas nas reais demandas das necessidades apresentadas. O Colegiado vem apresentar com o presente documento seu PTDRS, revisto e aperfeiçoado, cujo objetivo maior é servir de instrumento de 14 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano apoio ao desenvolvimento rural sustentável do Território, propiciar o desenvolvimento, fortalecimento e consolidação da agricultura familiar e de suas organizações através da explicitação de suas prioridades e proposição dos caminhos para atingir suas metas estratégicas. Mais que um conjunto de intenções e ações organizadas em um documento este Plano é um objeto que expressa o pacto de concertação social estabelecido neste Território. O PTDRS visa especificamente planificar ações, definir prioridades, e fomentar a mobilização e o diálogo entre os diversos setores sociais e públicos, de modo que seja um instrumento capaz de potencializar articulações e parcerias bem como a captação de recursos para apoiar as experiências em curso e as novas que surgirem em apoio à construção do desenvolvimento que se pretende para o Médio Sertão Alagoano. Este documento por si só não tem a pretensão de ser único nem definitivo, ele é um elemento participativo de acompanhamento das mudanças e da caracterização dos avanços ou entraves vividos pelos diversos atores no Território. Contudo ele permite, através de um condicionamento cíclico, sofrer ajustes e avaliações no decorrer do seu processo, sempre que novos elementos possam ser levantados, cabendo a sociedade civil, em conjunto com os poderes públicos local, estadual e federal, dele se apropriar e utilizá-lo como ferramenta de transformação, que venham a gerar melhoria na qualidade de vida da população do Território. Ele traz, então, a sistematização de dados secundários associados aos resultados das oficinas participativas. Ressalta-se que parte do conteúdo foi trazida do documento, anteriormente construído, pelos atores sociais do Território em 2006. 15 | P á g i n a Capítulo 1 Caracterização do Território Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 1. Caracterização Territorial 1.1. AMBIENTE TERRITORIAL O Território da Cidadania Médio Sertão abrange uma área de 2.542,4 Km², representando aproximadamente 10% da área total do Estado (27.933,1 Km²). É composto, atualmente, por 09 municípios que estão localizados na região semi-árida do Estado de Alagoas. São eles: Carneiros, Dois Riachos, Olivença, Ouro Branco, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera, e Senador Rui Palmeira. Limita-se com o Estado de Pernambuco (Território do Agreste Meridional) na porção mais ao Norte, com o Território do Alto Sertão Alagoano mais a Oeste, ao Sul e Leste com o Território da Bacia Leiteira Alagoana. Figura 1 - Localização dos municípios que compõem o Território do Médio Sertão Alagoano em relação aos demais Territórios do Estado de Alagoas Fonte: PTDRS Médio Sertão Alagoano, 2006 17 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Estes municípios estão distribuídos em 03 (três) Microrregiões (Batalha, Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema), distam entre 160 km (Olivença) e 197 km (Senador Rui Mendonça) da Capital. A Figura 2 mostra a distribuição espacial dos municípios no Território e o Quadro 2 suas principais características. Figura 2 – Mapa do Território do Médio Sertão Fonte: PTDRS, 2006. Quadro 1 – Informações Gerais sobre os Municípios que compõe o Território Microrregião Município Distância à capital (km) Área (km²) 160 173,6 Batalha Olivença Santana do Ipanema Carneiros Dois Riachos Maravilha Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Mendonça 181 142,3 153 113,5 183 280,9 186 205,4 174 304,1 169 439,6 181 521,8 197 361,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000. 18 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 1.2. ASPECTOS HISTÓRICOS A formação dos municípios do Território se inicia no final do século XVIII com a cidade de Santana do Ipanema, que não passava de um arraial, habitado por índios e mestiços. Com a chegada do padre Francisco José Correia de Albuquerque à região (vindo de Pernambuco), os índios foram catequizados e a primeira igreja construída. A história dos outros municípios que compõem o Território está muito interligada, uma vez que, apenas São José da Tapera não pertenceu politicamente ao município de Santana do Ipanema. O município mais novo é Senador Rui Palmeira com 28 anos de emancipado. Tabela 1 – Ano de instalação dos municípios no Território Município Ano de instalação Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira 1962 1960 1958 1958 1962 1958 1875 1957 1982 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000. 19 | P á g i n a Capítulo 2 Diagnóstico Territorial 20 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 2. Diagnóstico Territorial A construção do Diagnóstico Territorial se deu por meio de oficinas de avaliação participativa e análise técnica da assessoria, inicialmente a qualificação do PTDRS buscou sensibilizar e comprometer os membros do colegiado territorial para a participação no processo de qualificação do PTDRS. O processo metodológico indicou a necessidade de se realizar Reunião com o Núcleo Dirigente e Núcleo Técnico e Oficinas Participativas, dentre as quais algumas deveriam ocorrer junto aos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS. As oficinas participativas teriam no primeiro momento o papel de avaliar e identificar os aspectos a serem melhorados e aprofundados no Diagnóstico Territorial e segundo e terceiro momento destinados as proposições. No Território do Médio Sertão não ocorreu a Reunião inicial com o Núcleo Dirigente e Técnico, nem tão pouco as com os CMDRS, o processo iniciou já com a 1ª Oficina Participativa seguindo até 3ª Oficina, conforme Figura 3. Figura 3 – Processo Metodológico da Qualificação do PTDRS – Médio Sertão Alagoano 21 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 2.1. DIMENSÃO SÓCIO-CULTURAL 2.1.1 Características Demográficas Segundo dados do Anuário Estatístico de Alagoas (2008), o Território do Médio Sertão, em 2007, apresentava uma população de 160.071 habitantes. Em 2009 (IBGE – Estimativa Populacional), estimava-se que a população seria de 152.794 habitantes e em 2010, de acordo com resultados do Censo 2010 (IBGE), a população era de 153.422 habitantes. Os dados mostram que ocorreu um declínio na população do Território no período (2007 a 2010) de 4,2%. No entanto, considerando o decanato 2000 – 2010 registram-se um crescimento populacional de 5,1%. O município de Carneiros foi que apresentou o maior índice de crescimento populacional (25,9%), já nos municípios de Dois Riachos e Maravilha, houve uma redução na população de 1,7% e 24,9%, respectivamente. Tabela 2 – População Territorial em 2000, 2007, 2009 e 2010 – Médio Sertão Alagoano Município 2000 2007 2009 2010 Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira TOTAL 6.585 11.066 13.687 10.369 10.077 13.222 41.485 27.562 11.979 146.032 7.335 12.083 15.480 10.922 10.881 14.690 46.068 28.771 13.841 160.071 8.463 11.200 10.109 10.876 11.506 12.466 43.702 31.361 13.111 152.794 8.290 10.879 10.276 11.057 10.911 13.873 44.949 30.140 13.047 153.422 Fonte: IBGE/ Censo 2000 e 2010, Estimativa Populacional 2007 e 2009 No decanato 2000–2010 ocorreu um declínio 4,6% na população rural do Território, em 2000 o percentual de pessoas residindo na zona rural em 2000 era de 59,6%, já em 2010 esta população representava 55%. Maravilha (de 38,4% para 49,9%) e Ouro Branco (de 52,6% para 63%) foram os municípios que apresentaram os maiores acréscimos na população urbana. 22 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano De acordo com dados do Portal ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), a urbanização no Território, em 2010, variava de 14,73% (Poço das Trincheiras) a 62,99% (Ouro Branco). Com relação à densidade demográfica, o Território apresenta uma média de 60,3 hab./km2, variando de 36,1 hab./km2 (Senador Rui Palmeira) a 102,2 hab./km2 (Santana do Ipanema). Considerando dados xxxxxxxxxxxxxx (20xx), xxx (20xx), xxx (20xx) e Fundação Cultural dos Palmares (2010), demonstrados nos Quadros 2 e 3, a população territorial apresentava xxx pescadores (as), xxx agricultores familiares, xxx famílias assentadas e 04 comunidades quilombolas autocertificadas. Quadro 2 – População de Comunidades Tradicionais Demanda Social Pescadores MUNICÍPIO Agricultores Famílias Familiares Assentadas Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Total Território Comunidades Quilombolas 1 3 1 4 Fonte:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Quadro 3 – Comunidades Quilombolas – Território Médio Sertão Município Comunidades Carneiros Lagoa do Algodão Poço das Trincheiras Alto do Tamanduá Jacu/Mocó Povoado do Jorge Senador Rui Palmeira Serrinha dos Cocos Ano de certificação 2010 2005 2009 Fonte: Fundação Palmares/2011 2.1.2 Características do tecido social organizativo do território O capital social das Organizações Não Governamentais que atuam no Território é fator considerando importante pelos atores sociais, destacando-se a ASA (Articulação do Semi-Árido) que vem contribuindo para o fortalecimento do capital 23 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano social nativo (agricultores (as), os quilombolas, assentados (as), mulheres e jovens camponeses (as)). Como também o trabalho pioneiro dos Sindicatos dos Trabalhadores (as) Rurais, na luta para que se encontrem alternativas ao desenvolvimento Sustentável. Organizações não governamentais que atuam no território (ONG’s) ACEMA – (Arte Cidadania e Meio Ambiente) com sede em Santana do Ipanema ASA – (Articulação do semi-árido) o Programa um milhão de cisternas P1MC. Coordenação da ASA – AL o Visão Mundial, NUDEC, AAGRA, COPPABACS, Caritas diocesana, Caritas Brasileiras, CDECMA, MPA, MMT, CACTUS GEAVES E MMC; Cáritas Brasileiras – Regional NE 2 sede Ouro Branco o Projeto convivendo com o semi-árido o Programa economia popular solidária. CACTUS – (sede povoada Candunda Senador Rui Palmeiras) o Bancos de sementes, agricultura e educação. CDECMA (Centro de desenvolvimento comunitário de Maravilha) MMT (Movimento Minha Terra) sede em Santana do Ipanema. o Projetos Ecorural / projeto vida rural sustentável Manejo Agroecológico da Caatinga NUDEC – (sede: povoado Impoeiras - Pão de Açúcar) o Agricultura, desenvolvimento de lideranças, recursos hídricos, habitação educação e saúde. Visão Mundial – Micro crédito (parcerias com Cactus/NUDEC) IPDN (Instituto de Pesquisa dos Municípios do Nordeste) ECO Engenho. Programas Sociais existentes no Território O Território do Médio Sertão teve até março/2011 o aporte a partir de transferência constitucional de R$ 40.339.238,03 (quarenta milhões, trezentos e trinta e nove mil, duzentos e trinta e oito reais e três centavos) e de R$ 21.055.829,18 (vinte e 24 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano um milhões e cinqüenta e cinco mil e oitocentos e vinte e nove reais e dezoito centavos) considerando a transferência de renda (Bolsa Família e Cartão Alimentação), Assistência Social e Segurança Alimentar e Nutricional. Um dos indicadores relacionados aos programas sociais é o Índice de Desenvolvimento da Família (IDF), trata-se de um indicador sintético que mede o grau de desenvolvimento das famílias, possibilitando apurar o grau de vulnerabilidade de cada família do CADÚNICO, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o total de famílias do município. Varia entre 0 e 1 e, quanto melhores as condições da família, mais próximo de 1 será o seu indicador. O IDF foi elaborado a partir da vulnerabilidade, do acesso ao conhecimento, do acesso ao trabalho, da disponibilidade de recursos, do desenvolvimento infantil e das condições habitacionais. O Território do Médio Sertão apresenta um IDF médio de 0,52, variando entre 0,48 e 0,54. Dentre as famílias consideradas pobres, de acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o acesso do Território aos programas de transferência de renda até março de 2011 totalizou 26.057 (vinte e seis mil e cinqüenta e sete) famílias e R$ 8.041.035,00 (oito milhões e quarenta e um mil e trinta e cinco reais) considerando a transferência de renda (Bolsa Família e Cartão Alimentação), conforme se observa na Tabela 3. Tabela 3 – Programas Sociais – Famílias beneficiadas até março de 2011 Município Bolsa Família Cartão Alimentação Número de Valor (R$ Número de Valor (R$ Famílias 1,00) Famílias 1,00) Carneiros 1.368 436.886 100 Dois Riachos 1.975 603.294 2 300 Maravilha 2.069 605.576 1 150 Olivença 2.062 620.063 Ouro Branco 2.154 637.665 Poço das Trincheiras 2.340 710.463 1 150 Santana do Ipanema 6.760 2.092.478 5 750 São José da Tapera 5.212 1.671.563 Senador Rui Palmeira 2.106 661.297 2 300 Território 26.046 8.039.285 11 1.750 Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Matriz de Informação Social, 2011 Em relação aos Programas de Assistência Social existem 10 (dez) Centro de Referência de Assistência Social - CRAS cadastrado e com financiamento do Governo Federal para desenvolver atividades de assistência social e com 04 (quatro) Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS. 25 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano O número total de pessoas atendidas no Território pelo Benefício da Prestação Continuada (BPC) já em 2011 foi de 3.275 (três mil duzentos e setenta e cinco) sendo 2.569 (duas mil quinhentas e sessenta e nove) pessoas com deficiência (PCD) e 706 (setecentos e seis) idosos, incluindo a ação de Renda Mensal Vitalícia. O valor repassado do BPC para pessoas com deficiência foi de R$ 225.180,00 (duzentos e vinte e cinco mil e cento e oitenta reais), sendo R$ 59.400,00 (cinqüenta e nove mil e quatrocentos reais) destinados aos idosos e R$ 165.780,00 (cento e sessenta e cinco mil e setecentos e oitenta reais) para pessoas com deficiência. O ProJovem Adolescente que atua na qualificação profissional está instalado em 07 (sete) municípios do Território com uma alocação de recursos de R$ 57.875,50 (cinqüenta e sete mil e oitocentos e setenta e cinco reais e cinqüenta centavos). O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil beneficia todos os municípios do Território totalizando 2.981 (duas mil e novecentas e oitenta e uma) crianças e adolescente e já aportou em 2011 o valor de R$ 172.500,00 (cento e setenta e dois mil e quinhentos reais). O Território é beneficiado com outros Programas relacionados à Assistência Social, tais como Serviço de Convivência do Idoso e/ou Criança até 6 anos, PAIF Serviços de Proteção Social Básica à Família e Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI e Serviço de Abordagem Social. No total estes Programas aportaram no Território o valor de R$ 136.800,00 (cento e trinta e seis mil e oitocentos reais). No que se refere à Segurança Alimentar e Nutricional o Território já teve 5.873 (cinco mil e oitocentas e setenta e três) cisternas construídas. O volume de recursos relacionado foi R$ 8.621.937,24 (oito milhões seiscentos e vinte e um mil novecentos e trinta e sete reais e vinte e quatro centavos), conveniados de 2004 até o momento atual. 2.1.3 Situação da Saúde no Território O quadro encontrado na região é preocupante, ao se observar o precário cumprimento das necessidades básicas para o desenvolvimento social, econômico, 26 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano político, cultural e sustentável, conforme se verificará nos principais indicadores de saúde. A esperança de vida ao nascer é um dos indicadores responsáveis pela composição do IDHM – Longevidade. Segundo dados do Atlas de Desenvolvimento Humano, em 2000, a esperança média de vida ao nascer no Brasil era de 68,61 anos. Em Alagoas, era de 66,77 anos, e no Território era de 60,05 anos. Comparando as médias, o Território não está tão distante do País e do Estado. Maravilha era o município com o melhor valor (64,82) e 02 municípios estavam empatados com o pior valor (55,91), eram eles Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira. Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Longevidade do Brasil era de 0,727, e no Território do Médio Sertão era de 0,584. Dentre os municípios do Território, o de melhor valor era Maravilha (0,664), e os piores, com 0,515 era Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, abaixo da média da região. O Território apresentava índice mais baixo do que o do Estado e País, conforme pode ser verificado no Gráfico 1. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000. Segundo dados do Portal Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) o Território no período de 2001-2010 foi acometido de casos de AIDS, Dengue e Leishmaniose, com forte destaque para a Dengue. Dengue, Leishmaniose e a Malária até 2009 já tinha acometido 1.022 (mil e vinte e duas), 185 (cento e oitenta e cinco) e 27 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 03 (três) pessoas no Território, respectivamente. A AIDS até 2010 acometeu 25 (vinte e cinco) pessoas. A malária foi diagnosticada nos municípios de Maravilha, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. Os municípios de Carneiros e Ouro Branco não apresentaram casos de AIDS, e os que tiveram maior número de casos identificados foram São José da Tapera (13) e Santana do Ipanema (16). A Dengue foi mais representativa em Santana do Ipanema (398), Ouro Branco (228) e São José da Tapera (177). Em dezembro de 2009, existia no Território um total de 110 (cento e dez) estabelecimentos de saúde (Tabela 4), de acordo com DATASUS (Caderno de Informações de Saúde). Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Total Unidade Móvel Pré Hospitalar Urgência/Emergência Total Maravilha Central de Regulação de Serviços de Saúde Centro de Atenção Psicossocial Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde Clinica Especializada/Ambulatório Especializado Consultório Isolado Hospital Geral Policlínica Posto de Saúde Secretaria de Saúde Unid Mista - atend 24h: atenção básica, intern/urg Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia Unidade de Vigilância em Saúde Dois Riachos Tipo de estabelecimento Carneiros Tabela 4 – Estabelecimentos de Saúde por Município do Território do Médio Sertão - 2009 1 1 1 1 1 1 - - 1 7 - - - - - - 1 1 - 2 2 4 4 4 2 3 11 9 3 42 - - - - - - 1 - - 1 - - - - - - 11 3 - - 11 3 1 1 5 1 1 2 - 4 - 5 8 1 - 1 1 5 20 6 - - - - - - - 1 - 1 - - - - - - 1 - - 1 1 1 1 - 1 1 2 - 1 8 - - - - - - 1 - - 1 5 7 12 7 6 9 46 11 7 110 Fonte: DATASUS, 2010 28 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano No Território foi registrada, em 2009, a existência de 725 (setecentos e vinte e cinco) profissionais da área de saúde com uma concentração nos municípios de Santana do Ipanema (331) e São José da Tapera (151). Quanto a categoria (Tabela 5) o maior número é de Médicos (210) em diversas especialidades e Auxiliares de Enfermagem (144). É importante registrar, porém, que em alguns municípios não existia a disponibilização de Clínico Geral (Ouro Branco), Pediatras (Dois Riachos, Maravilha e Ouro Branco) e Ginecologistas (Maravilha e Ouro Branco). No entanto, todos os municípios contam com o Médico da Família. Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira 6 2 1 2 1 2 2 1 3 11 4 1 4 2 5 1 2 1 1 18 7 2 4 2 6 13 13 4 1 4 1 1 1 3 7 1 2 9 4 4 4 4 - 10 3 1 3 1 1 1 3 4 1 1 77 98 3 10 20 18 10 11 1 1 5 20 20 7 5 1 6 6 79 52 1 3 21 2 8 4 3 3 3 5 13 3 1 1 3 5 9 2 1 5 1 3 4 1 10 210 4 13 58 25 44 19 6 6 8 44 - - 2 1 - - 5 19 - 27 20 51 37 47 16 35 331 151 37 725 Total Dois Riachos 1. Médicos Anestesista Cirurgião Geral Clínico Geral Gineco Obstetra Médico de Família Pediatra Psiquiatra Radiologista 2. Cirurgião dentista 3. Enfermeiro 4. Fisioterapeuta 5. Fonoaudiólogo 6. Nutricionista 7. Farmacêutico 8. Assistente social 9. Psicólogo 10. Auxiliar de Enfermagem 11. Técnico de Enfermagem Total Carneiros Tabela 5 – Profissionais de Saúde no Território do Médio Sertão – 2009 Categoria 65 14 5 5 8 13 144 Fonte: DATASUS, 2010. 29 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Mortalidade O indicador mais utilizado para medir a mortalidade é a esperança de vida ao nascer. No Brasil, o IBGE divulgou que a expectativa de vida da população brasileira ao nascer passou de 69,66 anos para 72,86. Desse modo, segundo mostra a pesquisa Tábuas de Mortalidade os brasileiros nascidos em 2008 têm expectativa de viver, em média, 3 anos, 2 meses e 12 dias a mais do que os nascidos em 1998. Dados mais recentes apontam que a esperança de vida ao nascer da população masculina era de 69,11 anos e da feminina era 76,71 anos. A mortalidade define-se como a ação da morte sobre uma população e é um dos componentes centrais da dinâmica demográfica. O ritmo no qual ocorrem os óbitos numa população varia muito entre as diversas regiões do mundo, grupos socioeconômicos, sexo, etc. A maneira como as pessoas morrem é uma boa representação das condições nas quais vivem. De acordo com os dados no Ministério da Saúde, em 2008, as principais causas de mortalidade por percentual de registros no Território do Médio Sertão foram: causas externas de morbidade e mortalidade (14,8%), demais causas definidas (18,1%), neoplasias (8,1%), doenças do aparelho circulatório (35,8%), doenças do aparelho respiratório (10,2%), doenças infecciosas e parasitárias (6,2%). No Médio Sertão, em 2010 (Portal ODM), através do controle da aferição do peso infantil acompanhado no Programa Saúde da Família foram pesadas 57.404 (cinqüenta e sete quatrocentas e quatro) crianças menores de 2 anos, destas 5,6% apresentaram quadro de desnutrição. Na Tabela 6 se tem os dados disponibilizados pelo Portal dos Objetivos do Milênio – ODM sobre a Mortalidade Infantil no período de 2004-2009 percebe-se uma queda na média territorial em 27,9%, muito embora dentro do período exista muita oscilação. Os municípios que mais chamam a atenção pela diminuição de suas Taxas de Mortalidade Infantil, no referido período, são Maravilha (de 63,5% para 10,6%) e Senador Rui Palmeira (de 93,5% para 37,7%). Os municípios que se destacam pelo aumento da Taxa de Mortalidade infantil, no referido período são Dois Riachos (de 23,6% para 40,9%) e Poço das Trincheiras (de 15,8% para 39,2%), principalmente por se observa que nos anos anteriores (2005 a 2008) apresentou índices menores que 2004. 30 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Tabela 6 – Mortalidade Infantil no Período de 2004 a 2009 – Médio Sertão Localidade/Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Território 43,2 22,2 70,3 16,4 18 20,8 23 14,2 33,1 29,0 31,9 40,9 10,6 23,4 16,9 39,2 32,7 20,8 37,7 28,2 33 23,6 63,5 33,3 26,7 15,8 25,1 38 93,5 39,2 60,1 20,2 11 96,3 4,4 37 27 49,1 55 40,0 29,2 29,1 22,8 26,3 23,7 22,8 28,3 47,6 15,2 27,2 24,6 36,4 11,6 33 33,2 18,9 19,9 37 14 25,4 Fonte: Portal ODM, 2010. Saneamento Básico No Estado de Alagoas, em 2008, o percentual de moradores urbanos com acesso à rede geral de abastecimento, com canalização em pelo menos um cômodo, era de 68,1%. E, com acesso à rede de esgoto adequada (rede geral ou fossa séptica) eram 35,6%. No Território, segundo dados do Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea dos municípios do Território (Ministério das Minas e Energia, 2005) a situação era: Apenas 54,99% das habitações dispunham de banheiro e 0,47% com o acesso a esgotamento sanitário adequado (rede geral); Existiam 69,82% dos domicílios fora da rede geral de abastecimento de água, tendo 6,35% domicílios dependendo de poços ou nascentes e 63,32% domicílios dependendo de outros tipos de abastecimento (barragens, carros pipa, baldes, etc.); A coleta de lixo urbano cobria 39% dos domicílios do Território. Dentre os municípios com o maior percentual de cobertura quanto a coleta do lixo se tinha Santana do Ipanema e Carneiros, mesmo assim com um percentual próximo ou abaixo de 50%, conforme pode se verificar na Tabela 7. 31 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Tabela 7 – Índice de Domicílios atendidos pelo serviço de Coleta de Lixo no Território – 2005 Localidade/Ano Coleta de lixo (%) Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Território 47,45 42,80 38,24 31,20 39,74 24,80 53,90 38,54 34,30 39,00 Fonte: Ministério das Minas e Energia, 2005. 2.1.4 Situação da Educação no Território Por sua relevância social, a educação é tema central dos debates nacionais, sendo destacada como área prioritária nas políticas de governo. Alagoas apresenta dados preocupantes quanto a isso, pois o índice de analfabetismo no Estado em 2007 atingia 25,14% da população acima de 15 anos de idade, segundo dados do PNAD/IBGE, num total de 567 mil analfabetos. Neste contexto, a transformação da realidade educacional de Alagoas passa, necessariamente, pela superação do analfabetismo. A Educação no território apesar de alguns avanços ainda se encontra muito aquém de solucionar e gerar nos atores sociais o sentimento de pertencimento por está praticando técnicas pedagógicas equivocadas não voltadas para realidade. Os estudos propositivos relatam que questão educacional é sempre fator de dificuldades. Programas do governo têm tentado reverter à situação, conseguindo uma melhora se compararmos ao passado da região. Mas ainda temos um longo caminho pela frente, para alcançar resultados que promova a inserção destas pessoas como mão de obra habilitada para o trabalho. Os programas de alfabetização aparentemente têm avançado, mas as pesquisas de campo revelam um grande número de cidadãos que apenas assinam o próprio nome, mas não conseguem ler e escrever. De acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano (2000) exposto no Gráfico 2, a média da taxa de analfabetismo no Território da Bacia Leiteira em 2000 era de 45,25%, variando de 37,24% (Ouro Branco) a 51,03% (Poço das Trincheiras). 32 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Fonte: www.saude.al.gov.br Em 2000, o IDH-M da Educação do Brasil era 0,849. Dentre os municípios do Território do Médio Sertão, o que apresentava melhor valor era Ouro Branco (0,699) e o de pior valor era Dois Riachos (0,571). A média no Território era de 0,612, abaixo 27% do IDH médio no País e 12% do Estado de Alagoas (0,703), conforme Gráfico 3. Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000. 33 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 2.1.4.1. Estabelecimentos de Ensino e docentes no Território No Território está situada uma unidade educacional de Terceiro Grau, FUNESA - Fundação Universidade de Ensino Superior com cursos de Pedagogia, Zootecnia e Biologia os quais recebem alunos de diversos municípios do entorno e também de todo estado. Esse capital social formado nesta faculdade praticamente não é absorvido pelo Território e todo Sertão pela deficiência de projetos estruturantes e sustentáveis. Foto: Jorge Izidro A educação na zona rural passa pelas mesmas dificuldades dos demais Territórios. Jovens têm que se deslocar à noite para as escolas que ficam na zona urbana. O programa pedagógico sempre voltado para o quotidiano urbano o que acaba por distanciar cada vez mais do campo o jovem filho de agricultores. A educação, portanto é um fator que merece o debruçar das várias instituições que atuam no território, no intuito buscarem integrar os programas e projetos educacionais ao processo de desenvolvimento territorial, fazendo permear a educação por todas as iniciativas desenvolvimentistas. Apesar das grandes dificuldades encontradas o Território já conta com uma experiência exitosa de Educação Contextualizada no município de Ouro Branco desenvolvida pela parceria Cáritas Brasileira/Prefeitura Municipal que já está causando efeitos positivos naquele município. De acordo com dados do Censo Escolar em 2009 (Tabela 8) existiam 240 (duzentos e quarenta) estabelecimentos de ensino, sendo 193 (cento e noventa e três) escolas no ensino pré-escolar, 32 (trinta e duas) escolas de ensino fundamental e 15 (quinze) escolas de ensino médio. Predomina o número de estabelecimentos Municipais, a Tabela 8 mostra que os municípios que possuem um número maior de 34 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano estabelecimentos de ensino são Santana de Ipanema e São José da Tapera. Em Senador Rui Palmeira não existe estabelecimentos de ensino para o Ensino Médio. Tabela 8 – Número de Estabelecimentos por Dependência Administrativa - 2009 Ensino Ensino Médio Pré-escolar Fundamental Município Total E M P E M P E M P Carneiros 25 1 12 1 11 Dois Riachos 31 1 1 29 Maravilha 25 1 1 1 22 Olivença 7 1 1 5 Ouro Branco 27 1 1 25 Poço das Trincheiras 23 2 1 20 Santana do Ipanema 48 9 3 2 1 26 7 São José da Tapera 48 3 2 1 41 1 Senador Rui Palmeira 6 1 5 240 20 12 0 11 1 3 1 184 8 Território Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009 O número de pessoas matriculadas em 2009 no Território do Médio Sertão era 51.162 (cinqüenta e um mil cento e sessenta e duas) pessoas matriculadas nas escolas, sendo 12.357 (doze mil trezentas e cinqüenta e sete) na rede estadual, 36.834 (trinta e seis mil oitocentas e trinta e quatro) na rede municipal e 1.971 (mil novecentas e setenta e uma) na rede particular de ensino, conforme está apresentado na Tabela 9. Tabela 9 – Número de matrículas por Nível de Ensino e Dependência Administrativa – 2009 Município Total Pré-escolar E Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Território M P Ensino Fundamental Ensino Médio E E M 276 M P 2.874 3.354 3.638 3.633 3.408 342 419 411 272 428 159 102 269 170 97 2.170 2.524 2.421 2.955 2.472 203 309 261 236 411 4.287 603 301 3.180 203 14.544 42 2.347 302 1.286 200 5.256 778 11.432 3.992 283 51.162 2.800 811 368 2.652 6.920 846 48 412 8.187 453 139 3.570 1.102 4.301 34.399 1.555 1.657 416 Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular P Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009 35 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano O número de docentes no Território (Tabela 10) é de 2.181 (dois mil cento e oitenta e um), sendo a maioria do quadro municipal (1.659) atuando no Ensino Fundamental (1.433). Tabela 10 – Número de Docentes por Nível de Ensino e Dependência Administrativa – 2009 Município Total Ensino Fundamental Ensino Médio Pré-escolar E Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Território 104 135 191 143 142 191 613 495 167 2.181 7 8 11 12 10 14 106 31 8 207 M 78 99 126 105 104 143 274 360 144 1.433 Legenda: E = Estadual M = Municipal P = Particular P E 72 24 7 12 9 12 18 6 62 24 96 150 M P E M 12 16 26 14 10 28 45 41 15 207 19 19 31 13 2 44 2 P 21 2 23 Fonte: IBGE – Informações Estatísticas 2009 2.1.4.2. Distorção idade-série ensino fundamental e médio Em um sistema educacional seriado, existe uma adequação teórica entre a série e a idade do aluno. No caso brasileiro, considera-se a idade de 7 anos como a idade adequada para ingresso no ensino fundamental, cuja duração, normalmente, é de 8 anos. Seguindo este raciocínio é possível identificar a idade adequada para cada série. Este indicador permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade superior à idade recomendada. No território a distorção idade-série, tanto para o ensino fundamental, quanto para o ensino médio apresenta taxas bastante altas que refletem à qualidade do ensino e da formação das crianças e jovens dos municípios. A distorção idade-série eleva-se à medida que se avança nos níveis de ensino. A Tabela 11 mostra que a média do Território em 2008 era de 33,5% para o Ensino Fundamental e 49,6% para o Ensino Médio. O município que apresentava o menor percentual no Ensino Fundamental e Médio era Ouro Branco com 19,3% e 27,9% respectivamente. No Ensino Médio 05 municípios apresentavam índice de distorção idade-série acima de 50,0% (Carneiros, Dois Riachos, Maravilha, Olivença e Poço das Trincheiras). 36 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Tabela 11 – Distorção Idade-Série - Municípios e Território Médio Sertão - 2008 Território e Municípios Distorção Idade-Série Ensino Fundamental Ensino Médio Médio Sertão (média) 33,5 49,6 Carneiros 36,1 62,2 Dois Riachos 43,0 61,3 Maravilha 37,0 55,0 Olivença 39,6 64,0 Ouro Branco 19,3 27,9 Poço das Trincheiras 32,9 57,9 Santana do Ipanema 33,6 46,1 São José da Tapera 28,7 40,6 Senador Rui Palmeira 30,9 31,5 Fonte: Portal ODM, 2010. 2.1.4.3. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M O território apresenta uma realidade que aponta para a baixa qualidade de vida da população residente expressa nos indicadores de desenvolvimento humano. De acordo com os dados apresentados, o Território, apresentou índice de IDH-M de 0,552. Comparados com outros municípios do Brasil, todos apresentaram uma situação desfavorável. Com base nos dados da Secretaria Estadual de Saúde, a receita per capita do conjunto de municípios do Estado em 2009 era de R$ 1.156,65 (mil cento e cinqüenta e seis reais e sessenta e cinco centavos) 1; no Território era de R$ 1.189,13 (mil cento e oitenta e nove reais e treze centavos). A renda per capita nos municípios, em 2000, variava de R$ 37,61 (trinta e sete reais e sessenta e um centavos) em Poço das Trincheiras a R$ 94,67 (noventa e quatro reais e sessenta e sete centavos) em Santana do Ipanema. No Brasil, ainda no ano 2000, a intensidade de pobreza era 49,68 e no Território a média era 68,80, estando o maior índice em Poço das Trincheiras (76,53) e o menor em Dois Riachos (58,80). No Índice de Gini, que expressa a desigualdade de renda, o país apresentava 0,65. No Território, a média era de 0,66 passando para 0,38 em 2003. No mesmo ano, pelos dados do IBGE, o índice de Gini foi maior no município de Santana do Ipanema (0,43) e menor em Senador Rui Palmeira (0,36). Já o percentual de crescimento variou de 32,8% (Dois Riachos) a 48,3% (Senador Rui Palmeira), conforme Tabela 12. 1 Sala de Situação em Saúde do Ministério da Saúde - http://189.28.128.178/sage/ 37 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Tabela 12 – Índice de Gini no Território e Municípios – 2000 e 2003 Território e Municípios Anos 2000 Médio Sertão (média) 0,66 Carneiros 0,58 Dois Riachos 0,58 Maravilha 0,62 Olivença 0,67 Ouro Branco 0,61 Poço das Trincheiras 0,7 Santana do Ipanema 0,71 São José da Tapera 0,74 Senador Rui Palmeira 0,71 2003 0,38 0,37 0,39 0,38 0,39 0,38 0,37 0,43 0,39 0,36 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000 e IBGE – Informações Estatísticas, 2008. 2.1.5 Situação da Cultura e Lazer no Território Alagoas é o Estado brasileiro que possui a maior diversificação em folguedos. Segundo os estudiosos de folclore, possuímos quatorze folguedos natalinos, dois folguedos de festas religiosas, quatro folguedos carnavalescos, quatro folguedos carnavalescos com estrutura simples, dois torés e três danças, totalizando vinte e nove folguedos e danças alagoanas. Na maioria, originários da Península Ibéricos ou vindos até nós do continente europeu através de formas portuguesas, misturando-se aqui nas Alagoas as manifestações de origem africana, resultando daí novas formas de autos e diversões. A decantada riqueza do folclore alagoano deveu-se ao trabalho dos pioneiros folcloristas desta terra, como seja: Alfredo Brandão, Luiz Lavenére, Arthur Ramos e posteriormente Théo Brandão, Aloísio Vilela, José Pimentel de Amorim, Abelardo Duarte, José Maria de Melo, Félix Lima Júnior, Paulino Santiago e Manoel Diegues Júnior e, mais recentemente, José Maria Tenório Rocha e Pedro Teixeira de Vasconcelos. No que se refere à herança cultural da região, é forte a influência da cultura negra e a de colonizadores europeus (portugueses e espanhóis) que povoaram a região durante o final do século XVIII, XIX e início do século XX. Isso originou uma diversidade de danças, crenças religiosas e populares, oriundas dessa herança cultural. Vale destacar a grande influência da igreja católica nesse processo de constituição regional. 38 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano O Território tem uma forte tradição incluindo seu folclore. toréis, danças, folguedos, festejos natalinos, brincadeiras de carnaval e festas religiosas que manifestam o poder de aglutinar seu povo, alegria para os nativos e para os visitantes. Cada dança marca uma determinada época do ano. A seguir se tem os principais atrativos (folguedos, festividades, gastronomia, dentre outros). Folguedos Natalinos: Guerreiro, Reisado, Chegança, Fandango, Marujada, Presépio e Pastoril; Festas religiosas e Feriados As festas religiosas são de grande importância para a cultura e lazer, pois tem o poder de agregar comunidades, povoado e os municípios. Exemplo marcante é a festa da juventude que reúne jovens do Território e do Estado de Alagoas, que está agregada a festa da Senhora Sant’ Ana de Santana do Ipanema. Muito tradicional também é a festa de Reis de Poço das Trincheiras tanto na parte religiosa quanto na profana. No município de Santana do Ipanema alguns feriados se destacam: 24 de Abril - Emancipação política de Santana do Ipanema, 25 de Julho - Nossa Senhora de Sant’Ana (Padroeira do Município), 16 de Setembro - Emancipação Política de Alagoas e 20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra. Têm-se ainda os Festejos Juninos, o Encontro de Carro de Bois e Exposição Agropecuária (setembro) e a festa de São Cristovão (outubro). Abaixo observamos fotos de folguedo natalino o Pastoril de Senhora nos festejos natalinos de 2005 Foto: Adriano Jorge 39 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Os encontros de Carro de Bois atualmente têm participação de carreiros de todo Território. Em Santana do Ipanema e Olivença o encontro de Carro de Bois está se tornando de grande importância, para que sejam mantidas as tradições e o costume do povo sertanejo e em particular dos agricultores (as) familiares que se utiliza de bois de serviço na lida de seu trabalho. Gastronomia diversificada A especialidade é carne de bode, buchada e galinha de capoeira existem vários restaurantes que fornecem pratos na linha caseira regional. Meios de Comunicação O Território conta com a Rádio Milênio FM, Rádio Cidade FM, Rádio A Voz do Sertão FM - Areias Branca, Rádio Ipanema FM e Rádio Correio do Sertão AM. Clubes Associação Atlética Bando do Brasil Tênis Club Santanense Lions Clube Rotary Clube Leo Clube Bibliotecas Biblioteca Pública Breno Acioly Biblioteca Pública José Pereira Monteiro Ginásios e quadras Ginásio de Esportes Cônego Luiz Cirilo Silva Quadra de Esportes do Colégio Cenecista Santana Ginásio de Esportes da Associação Atlética Banco do Brasil – AABB Turismo O turismo não é uma atividade tradicional no Médio Sertão, mas foi diagnosticadas várias potencialidades e que necessitam ser desenvolvidas: sua 40 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano tradição e seus costumes são fortes e precisam ser mostrados aos agentes de turismo, para que seus eventos e suas festas tradicionais apareçam no calendário oficial do Estado. O Território tem vocação para o turismo rural, ecológico e de negócio, isto se dá devido a existência: Rota do Cangaço - O Sertão Alagoano foi palco de um dos episódios históricos mais polêmicos da história brasileira o Cangaço. Seu principal protagonista, o capitão Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião, percorreu o Sertão de Alagoas, influenciando os costumes, crenças, vestuário do sertanejo. Os municípios envolvidos com a Rota do Cangaço são: Piranhas, Pão do Açúcar, Olho D’ água do Casado, Delmiro Gouveia, Água Branca, e Santana do Ipanema; Bioma Caatinga - Um conjunto de vários ecossistemas encontrado em todo Semi-Árido Brasileiro segundo especialistas um dos mais ricos do país. Um patrimônio biológico ameaçado de desaparecer por causa da ação humana, e que apesar das dificuldades, ainda preserva espécimes da fauna e da flora, como mandacarus, facheiros, catingueiras entre outra, nossa caatinga tem despertado o interesse de pesquisadores e de atletas que praticam esportes radicais, alem de biólogos, ambientalistas e pessoas que gostam de fazer trilhas onde o território tem várias para oferecer; Sítio arqueológico – No município de Maravilha tem uma descoberta importante para arqueologia brasileira. São fósseis de animais que viveram a milhares de anos no Semi-Árido nordestino como eremotherium, ou preguiça gigante, e o toxodonte,que de acordo com os pesquisadores,eram parecidos com um hipopótamo. Abaixo mostramos fotos do sítio onde vemos ossos fosforizados. 2.2. DIMENSÃO AMBIENTAL 2.2.1. Características Geo-ambientais do Território 2.2.1.1. Características Geoclimáticas O território apresenta um clima tropical e semi-árido, com verão seco e estação chuvosa no inverno. Máxima de 38ºc e mínima de 18ºc. A pluviosidade média varia entre 500 e 600 mm/ano de forma mal distribuída, concentrando-se nos meses de maio e julho. A umidade relativa do ar varia em torno de 70%; a insolação média anual é de aproximadamente 2.600 horas. 41 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano A velocidade media do vento e de 3,4 m/s com ventos predominantes de sudeste. A evapotranspiração potencial varia de 1.300 a 1.700 mm/ano. 2.2.1.2. Características Geomorfológicas O Território está localizado, em quase toda sua extensão, na Unidade Geoambiental do Planalto da Borborema, porém 02 municípios também têm parte de sua área na Depressão Sertaneja (Olivença e São José da Tapera). Parte do município de São José da Tapera está inserida Superfícies Dissecadas Diversas (relevo movimentado). Na depressão sertaneja o relevo é suave, ondulado com partes planas e vales estreitos, tendo uma faixa menor representada pelo Planalto da Borborema, variando de ondulado a montanhosa. No Planalto da Borborema o relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados, de solos com fertilidade bastante variada, com certa predominância de média para alta. As áreas inseridas na Depressão Sertaneja apresentam paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de pediplanação bastante monótona, relevo predominantemente suave-ondulado, cortada por vales, com vertentes dissecadas. Elevações residuais, cristas e/ou outeiros pontuam a linha do horizonte. Esses relevos isolados testemunham os ciclos intensos de erosão que atingiram grande parte do sertão nordestino. 2.2.1.3. Características Hidrológicas Todas as bacias hidrográficas são de rios e riachos temporários, pertencendo a microbacias do rio São Francisco, com água corrente no inverno e completamente seco no verão, bastante degradados assoreados pela supressão total de suas matas ciliares. Os rios mais importantes do Território são o Ipanema e o Ribeira do Capiá, este fazendo parte também pela sua margem direita do Território do Alto Sertão. Todas as águas correm para a bacia desses rios, destacam-se também os açudes construídos pelo DNOCS. O Quadro 4 traz as principais Bacias Hidrográficas do Território. 42 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Quadro 4 – Principais Bacias Hidrográficas do Território do Médio Sertão Alagoano Região Bacias Hidrográficas Hidrográfica (RH*) Área Áreas (km2) Áreas (%) Rio (km2) N Nome AL PE Total AL PE Capiá 2222.7 Riacho 1765.7 1 Rio Capiá 2222.7 180.0 2402.7 92.5 7.5 Grande 2 Riacho do Bobó 112.4 112.4 100 3 Riacho Grande 562.8 562.8 100 4 Rio Boqueirão 250.3 250.3 100 5 Rio Farias 327.3 327.3 100 6 Rio Tapuio 99.5 99.5 100 7 Rio Jacaré 413.4 413.4 100 Ipanema 1824.6 8 Rio Ipanema 1671.7 6174.3 7846.0 21.3 78.7 9 Riacho Jacobina 152.9 152.9 100.0 - Rio Capiá Rio Ipanema Foto: Jorge Izidro Atualmente devido as chuvas irregulares, a forma de captação de chuvas que hoje se tornou presente em muitas comunidades são as cisternas construídas pelo P1MC (Programa Um Milhão de Cisternas da ASA) grandes caixas d'água feitas de placas de concreto pré-moldado. Um reservatório com capacidade para 16 mil litros pode abastecer uma família de cinco pessoas durante oito meses sem chuva. Em construção, o Canal do Sertão ainda traz expectativas na melhoria da oferta de recursos hídricos para toda a região do semi-árido alagoano. Este Canal, considerado a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC em Alagoas consiste em um canal capaz de conduzir, 32 m 3/s desde o reservatório da Barragem de Moxotó até a cidade de Arapiraca, percorrendo 275 km (Pedrosa et al, 2007). A Figura 4 apresenta o percurso do Canal. 43 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Figura 4 – Percurso do Canal do Sertão Fonte: ??????? 44 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano O Território do Médio Sertão é abastecido pelo Sistema Coletivo de Abastecimento de Água da Bacia Leiteira (Figura 5) Figura 5 – Sistema Coletivo de Abastecimento de Água da Bacia Leiteira Fonte: http://www.ctec.ufal.br/professor/vap/OfertadeaguapeloCanal.pdf 2.2.1.4. Características Vegetativas A Caatinga é a vegetação predominante no Território do tipo hipoxerófila, geralmente densa e de porte arbustivo ou arbóreo – arbustivo. “Devido ao intenso uso das terras para exploração agropecuária, está completamente dizimada, acarretando sérios problemas ambientais, com áreas em bastante processo de desertificação”. Espaço produtivo é conceito utilizado por geógrafos e economistas, uma espécie de contraponto ao conceito de espaço natural, empregado por botânicos, biólogos e ecólogos. O conceito também tem sido utilizado para definir critérios específicos, destinados a distinguir a influência dos fatores físicos sobre o meio ambiente. “Desses estudos, derivam conceitos como os de bioma, ecossistema e eco-região”. 45 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano O conceito de bioma está representado por grande comunidade estável e desenvolvido, adaptado às condições ecológicas de dada região, geralmente caracterizada por tipo principal de vegetação, a exemplo da floresta temperada, da mata atlântica e da caatinga4Os ecossistemas da região das caatingas e florestas deciduais do Nordeste abrangem, assim, as especificidades do domínio morfoclimático das caatingas, sejam elas arbustivas ou arbóreas. De modo geral, a Caatinga tem sido descrita na literatura como pobre e de pouca importância biológica. Porém, levantamentos recentes mostram que esse ecossistema possui significativo número de espécies endêmicas, ou seja, que ocorrem apenas nessa região, e que devem ser consideradas como patrimônio biológico de valor inestimável (SAMPAIO et al., 2002). Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1.000 espécies, estimando-se que haja em torno de 2.000 a 3.000 plantas. Descrições de espécies novas vêm sendo registradas, indicando conhecimento botânico e zoológico bastante precário desse ecossistema que, segundo os pesquisadores, é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros (GIULIETTI, 2002). Abaixo estão apresentadas fotos de alguns espécimes encontradas no Território. Foto: Jorge Izidro 46 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 2.2.1.5. Características Edafológicas e Mineralógicas São predominantes os solos regossolos, planossolos e litólicos. Os regossolos, arenosos e pouco profundo, moderamente ácidos, bastante drenados, muito susceptíveis a erosão, necessitando do incremento de práticas agrícolas para sua melhor conservação, representando a maior parte do território. Os planossolos, rasos e poucos desenvolvidos facilmente drenados no horizonte A e de drenagem deficiente no Horizonte B. Os litólicos, solos em evolução, bastante rasos, apresentando afloramento de rochas e com textura e fertilidade variáveis dependendo da rocha da qual se originam. Nos topos e vertentes dos vales ondulados baixos os solos são do tipo Podzólicos, bem drenados; nos fundos de vales os solos são aluviais, mal drenados e nas cristas residuais ocorrem os solos Litólicos, mal drenados. Nos patamares compridos e baixas vertentes do relevo suave ondulado ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural média e problemas de sais; topos e altas vertentes, os solos Brunos não Cálcicos, rasos e fertilidade natural alta; topos e altas vertentes do relevo ondulado ocorrem os Podzólicos, drenados e fertilidade natural média e as elevações residuais com os solos Litólicos, rasos, pedregosos e fertilidade natural média. Apesar de esses solos apresentarem algumas limitações para uso agrícola, possui aptidão que permitem uma exploração com lavouras principalmente de ciclo curto e pastagem natural. O Território necessita que sejam realizados estudos e pesquisas mais aprofundadas sobre o potencial dos recursos minerais, para que se conheça a verdadeira realidade. Promovendo uma exploração racional e integrada no desenvolvimento da região aonde estes recursos, ainda vem sendo utilizados, de uma forma irracional, provocando sérios problemas de degradação ambiental. A exploração principal é argila para fabricação de artefato cerâmicos ou do barro cozido para construção e pedras para britamento e aparelhadas para construção civil. As fotos mostram duas formas de fabricação de tijolos. 2.2.1.7. Características da Fauna Com relação à fauna, essa se apresenta com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco 47 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. O desmatamento desenfreado que atinge o Território tem contribuído para que muitas espécies animais estejam em fase de extinção e/ou em números muitos reduzidos - em risco de extinção colocando em risco essa grande biodiversidade. 2.2.1.6. Características Antrópicas do Território O Território com o desmatamento bastante acentuado já sofre um considerável processo de desertificação. Segundo o Zoneamento das Áreas em Processo de Degradação Ambiental no Trópico do Semi-Árido do Brasil, realizado pela EMBRAPA Semi-Árido, o Estado de Alagoas em 1995 já possuía 90.400 ha em estado severo de degradação. Abaixo as fotos mostram, falta de mata ciliar, assoreamento do Riacho Grande e erosão com estado avançado de desertificação no município de Senador Rui Palmeira segundo o professor José Santino especialista na área, confirma a existências de vários pontos inclusive focos críticos em Ouro Branco. Foto: Jorge Izidro Também o lixo, falta de saneamento e poluição precisa ser tratada com mais atenção pelas políticas publicas como mostra as fotos abaixo no vale do Camoxinga na 48 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano zona urbana do município de Santana do Ipanema e também as queimadas, ainda muito praticada pelos agricultores. Foto: Jorge Izidro Ocorrências impactantes observadas com freqüência no meio ambiente A falta de consciência sobre a conservação dos recursos naturais levou a uma profunda alteração da flora e fauna no Estado. Os solos do Território apresentam necessidade de recuperação ou preservação, e para isso é fundamental que ocorra o abandono das técnicas degradantes, tais como, desmatamento, queimadas e preparo intensivo do solo. No Território do Médio Sertão, a área destinada à preservação permanente ou reserva legal ocupa 3.732 ha em 447 estabelecimentos agropecuários. De acordo com dados do IBGE – Perfil Municipal (2008), apenas o município de Major Isidoro possui Conselho Municipal de Meio Ambiente, na região. Segundo a pesquisa Perfil Municipal – 2008 do Portal ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), diversas práticas provocam vários tipos de consequências ambientais, nos municípios do Território: 49 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Fonte: Adaptado dos Relatórios dinâmicos: indicadores municipais (Portal ODM/2010) Apenas o município de São José da Tapera tinha constituído o Conselho Municipal de Meio Ambiente e Fundo Municipal de Meio Ambiente. E, Dois Riachos, foi o único município a ter sido beneficiado com recursos para o meio ambiente. 2.3 DIMENSÃO ECONÔMICA O IDH-Renda médio do Território em 2000 era de 0,440 bem abaixo do País (0,723), variando de 0,378 (Poço das Trincheiras) a 0,532 (Santana do Ipanema), conforme pode se observar no Gráfico 4. 50 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000. 2.3.1 População Economicamente Ativa (PEA) A População Economicamente Ativa, uma das subdivisões da População em Idade Ativa (PIA), compreende todas as pessoas com mais de 10 anos que constituem a força de trabalho do país. Segundo pesquisa do IPEA, a População Economicamente Ativa brasileira (Gráfico 5) concentra sua força na faixa etária dos 30 aos 39 anos (26%). Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, 2007 51 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Em Alagoas, a população economicamente ativa está na ordem de 1.324.630 habitantes, quase 50% da população do Estado. Verificando o desenvolvimento deste indicador, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2007), entre os anos de 2006 a 2008, percebemos que permaneceu sem grandes alterações, com predominância masculina. No Território do Médio Sertão, a renda per capita do Território melhorou em quase todos os municípios; apenas em Poço das Trincheiras (de R$ 38,06 para R$ 37,61) houve redução no período de 1991 a 2000. Não significa que esta renda tenha melhorado a situação da qualidade de vida na região, pois ainda é presente a concentração de riquezas. 2.3.2 Produção Segundo os indicadores sociais do IBGE (PNAD 2007), foram identificados 4.367.902 estabelecimentos da agricultura familiar, que representam 84,4% do total (5.175.489) e ocupam apenas 24% (80,25 milhões de ha) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Mesmo cultivando uma área menor, a agricultura familiar é responsável por garantir a segurança alimentar do país, gerando os produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio - PNAD, a agricultura familiar é responsável por 75% da mão-de-obra do campo; 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumidos no país. Dados do Censo Agropecuário 2006 apontam que a agricultura familiar no Brasil foi responsável por 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e ainda 21% do trigo. O censo de 2006 estimou que do total de ocupados no campo 2/3 são homens. No entanto, o número de mulheres é bastante expressivo, sendo elas responsáveis por cerca de 600.000 estabelecimentos na agricultura familiar. A economia do Território do Médio Sertão gira em torno das atividades agropecuárias: Pecuária de Corte e Leite, Ovinocaprinocultura, Apicultura, Avicultura, Suinocultura, Piscicultura, Mandiocultura e Fruticultura. 52 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Produção Agrícola A identidade territorial caracterizada, em sua maioria, por uma economia baseada na agricultura de subsistência/sequeiro (milho, feijão e mandioca) e na bovinocultura leiteira, vem evoluindo para as outras potencialidades produtivas. A seguir se discorrerá sobre algumas das principais atividades agrícolas desenvolvidas no Território. A Tabela 13 traz os principais cultivos existentes no Território, considerando dados do IBGE (2009). As culturas temporárias se destacam em produção e volume de renda obtida. Quanto as culturas permanentes apenas aparece a castanha do caju. Tabela 13 – Principais Culturas no Território - 2009 Cultura Castanha de caju Algodão Herbáceo Feijão em grão Mandioca Milho em grão Total Área plantada (ha) Produção (tonelada ou caroço) Renda Obtida (Mil Reais) 433 67 11.220 163 11.820 23.703 142 (T) 97 (caroço) 5.913 (T) 1.332 (T) 7.206 (T) - 117 486 4.954 240 2.536 8.333 Fonte: IBGE/Cidades@ 53 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Mandiocultura A mandioca é um produto herdado dos povos indígenas e faz parte da “alma do pequeno produtor” tal seu nível de relacionamento cultural com essa lavoura. Os principais atributos agronômicos da mandioca dizem respeito a sua baixa exigência nutricional, capacidade de adaptação a diversos ambientes, servindo à produção em solos de baixa fertilidade e poucos problemas fitossanitários. A mandioca apresenta alta sociabilidade se permitindo ao consórcio com as principais lavouras de subsistência dos pequenos produtores. Os restos culturais são totalmente aproveitados na nutrição animal e a reprodução vegetativa torna os produtores auto-suficientes em sementes para formação de novas lavouras. Seu produto mais comum, a farinha de mandioca, é largamente consumido e o processo de beneficiamento de domínio da população rural. Essas qualidades tornaram a mandioca apreciada e de cultivo generalizado. No período de 1990 a 2003 dados oficiais do IBGE atestam que houve forte retração da ordem de 92% na área cultivada com a mandioca, tendência observada em todos os municípios, devido, principalmente, a degradação ambiental. Em 2009, os dados mostram uma retomada, bastante incipiente, mas em termos percentuais representando um acréscimo na área plantada em 96% (Gráfico 6). Fonte: IBGE@Cidades. 54 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Considerada uma cultura de “pobres” e de fácil manejo, a mandioca sempre foi pouco atrativa para as instituições de apoio, relativamente desprezada pela pesquisa, crédito rural e assistência técnica. A atividade apresenta-se abandonada à própria sorte, expondo os agricultores ao que tem de pior no mercado capitalista. As casas de farinhas tanto privadas como comunitárias existentes no território enfrentam problemas semelhantes, segundo os relatos obtidos em nossas pesquisas, merecem uma maior atenção da CIAT e poderá se constituir em laços de coesão territorial. A cultura da mandioca vem resistindo mesmo sendo plantada na sua maioria nos pés de serra do Território e tem um fator importante em agregar as famílias e a comunidade. Fruticultura O Umbu é a árvore símbolo da fruticultura nativa do sertão e, portanto, presente em todos os municípios do território. Estado de Alagoas é importador de castanhas. Nos municípios de Santana do Ipanema, São José da Tapera e Olivença, a Secretaria de Estado da Agricultura, através do Projeto Ações de Fomento no Desenvolvimento Sustentável da Cajucultura em Alagoas, vem trabalhando a recuperação da atividade pela difusão tecnológica e melhoria genética que pode modificar o perfil desta cultura no Território. Com a produção de castanha de caju ocorreu a mesma dinâmica que a mandiocultura, ocorreu uma retração na produção em 2002 e em 2009, alguns municípios retomam, porém outros a produção desaparece, como foi o caso de Dois Riachos (Gráfico 7). Foto: Jorge Izidro 55 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Fonte: IBGE@Cidades No manejo irrigado, já se comprovou a adaptação de várias outras fruteiras na região, tais como a banana, graviola, acerola, pitanga e outras. Durante a elaboração do PTDRS em 2006, sentia-se a necessidade de ter estudos que fundamentasse essas potencialidades. 56 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Produção Animal A criação de animais de médio e grande porte ganha destaque no Território, no que se refere ao efetivo do rebanho, principalmente a criação de bovinos, suínos e ovinos (Tabela 14). Tabela 14 – Efetivo do rebanho no Território - 2009 Tipo de Criação Bovinos Eqüídeos (eqüinos, asinino, muares) Caprinos Ovinos Suínos Aves Cabeças 124.585 8.880 6.699 47.843 14.435 302.814 Fonte: IBGE/Cidades@ Pecuária Leiteira Na análise dos estudos propositivos, no território, a pecuária leiteira contribui na estruturação econômica e formação histórica, sendo uma atividade de larga aceitação na produção familiar. Por gerar renda semanal, segundo os produtores. No entanto, se distribui de forma diferenciada em grau de importância no território, tendo maior desempenho nos municípios de São José da Tapera e Dois Riachos. Nos demais varia de fraco a médio grau de importância. E sua produção praticamente é toda escoada para bacia leiteira faltam, no entanto, dados para uma análise sistêmica onde possamos avaliar a importância da atividade no contexto territorial. Para tanto, seria recomendável a construção de um grupo de estudo intermunicipal para desencadear possíveis medidas que venha contemplar novos caminhos para o desenvolvimento do setor. O gado de corte, fruto principalmente do descarte na produção leiteira, também precisa ser dimensionado para verificar se existe importância econômica para os processos de beneficiamento. No território, os dados oficiais acusam uma retração de 52% na evolução quantitativa do rebanho bovino no período de 1990 a 2002, sendo Poço das Trincheiras o município que apresentou a maior diminuição (de 41.160 cabeças para 13.327). Em 2009, ocorre a retomada do crescimento em número de cabeças, porém 02 municípios continuaram em declínio (Carneiros e Poço das Trincheiras). O setor vem perdendo espaço para a produção de pequenos animais, nomeadamente para a ovinocaprinocultura. 57 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Ovinocaprinocultura A ovinocaprinocultura apresenta condições muito mais adequadas ao semiárido. Seus baixos rendimentos são superáveis por: fatores controláveis de marketing, tecnologia, gestão, capacitação e formação/ampliação de infra-estrutura específica e pública. A organização do Território através do pacto social é condição favorável ao fortalecimento da ovinocaprinocultura em suas cadeias de leite, carne e pele, visando estruturar. Segundo os estudos propositivos os dados oficiais apontam expansão da pecuária de pequenos animais. O rebanho Ovino apresentou um crescimento da ordem de 26,3% no período compreendido entre os anos de 1990 e 2002. À exceção do município de Santana do Ipanema, todos dos demais seguiram esta tendência. Já em 2009, de acordo com dados do IBGE, o Território apresentou declínio no número de cabeças em 05 municípios (Carneiros, Dois Riachos, Maravilha, Olivença e Ouro Branco). Quanto ao rebanho caprino houve um movimento de retração do rebanho de 78% no período citado devido a melhor adaptação e produtividade dos ovinos. Em compensação, no de 2009, não segue a tendência da ovinocultura, pois aparece em crescimento nos municípios de Maravilha, Ouro Branco, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema e São José da Tapera. A criação de ovino e caprino, no semi-árido alagoano é tradicional, e os agricultores a praticam ainda, para o consumo próprio e o excedente para venda, com baixa tecnologia na produção, mas com um forte sentimento de tornar esta atividade rentável como mostra o diagnóstico do PAPL (Programa de Arranjos Produtivos Locais). A ovinocaprinocultura é uma atividade recente, economicamente, mas de tradição sendo criado como produto de subsistência que, inexoravelmente, vem ganhando espaço na produção familiar e pode ser considerado hoje o principal eixo aglutinador do território. Evoluir na consolidação do desenvolvimento desta atividade se recomenda sua integração com outros territórios, notadamente os da Bacia Leiteira e, principalmente, o do Alto Sertão por desenvolverem projetos específicos para o setor. Neste particular, os dois Territórios (Alto e Médio Sertão) por apresentarem projetos semelhantes que visam implantar frigoríficos, podem amargar surpresas desagradáveis se não interagirem positivamente para viabilizarem suas iniciativas empreendedoras. A não existência de informações seguras sobre a convivência dos 58 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano dois projetos numa região semelhante, principalmente quando se trata de dimensionar o impacto sobre a disponibilidade de matéria-prima, fragiliza e pode colocar em rota de colisão os dois projetos. Outra questão ainda não devidamente solucionada é como os dois territórios optaram por negligenciar o processamento da pele dos animais, atividade que poderá impactar a oferta de empregos e renda para a região, optando ambos para uma mesma atividade. A complementaridade neste caso entre frigorífico, curtume e pequenas unidades de produtos derivados do couro seria uma sinergia positiva. Piscicultura. O município de Dois Riachos se destaca na produção de peixes, mas se posiciona isoladamente no Território que precisa ainda definir sua potencialidade nesta atividade. Apicultura. A apicultura é atividade promissora nos municípios de São José da Tapera, Senador Rui Palmeira e Santana do Ipanema, e com a otimização do APL para o Território, deverá quebrar o paradigma por não ser uma atividade tradicional. E se enquadra perfeitamente na diversificação produtiva do Território. Avicultura e Suinocultura A avicultura e a suinocultura, assim como a pecuária leiteira, têm ampla participação na cultura do pequeno agricultor do sertão. Praticada tradicionalmente em pequena escala e ainda sem importância comercial. Serviços de Apoio a Produção O principal instrumento de política pública para o desenvolvimento territorial deveria ser o planejamento anual da Secretaria de Estado da Agricultura - SEAGRI/AL. O planejamento, ou Plano Operativo como é conhecido, é hoje uma peça eficiente, mas de pouca eficácia. O Zoneamento Agroecológico está em fase de implantação ou caráter estacionário no Estado e deve ser uma exigência de todos os envolvidos na agropecuária, devido aos benefícios que podem propiciar. 59 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano A oferta de serviços de ATER esta distribuída de forma desigual no Território. O município de Santana do Ipanema, eleito como escritório regional da Secretaria de Estado da Agricultura (SEAGRI/AL) concentra quase todo o capital técnico disponível, atraídos pelos melhores serviços oferecidos nesta cidade pólo. Qualquer tentativa de descentralização deveria, antes, obedecer a um planejamento territorial. A sociedade acertadamente já reivindica um modelo de ATER onde haja maior controle social, a exemplo da forma praticada pelo INCRA. A Pesquisa deve ser mais valorizada e integrada num processo de planejamento de desenvolvimento territorial, abrindo novos horizontes tecnológicos. A pesquisa deve obedecer à lógica da integração, principalmente unindo demandas ambientais com produção agrícola. Um dos grandes entraves do Território, por não ser ainda, a Agricultura Familiar prioridade das políticas pública, principalmente, Estadual e Municipal, a CIAT núcleo técnico e dirigente vem observando e analisando a pouca quantidade de técnicos da SEAGRI e praticamente dedicados à questão da febre aftosa. As Secretarias Municipais de Agricultura completamente desestruturadas sem condições de realizar seus objetivos. Além da falta de capacitação dos técnicos em todos os níveis em convivência com o Semi-Árido. Destaca-se o grande trabalho de assistência técnica continuada e apropriada para o semi-árido, desenvolvida no Território pelas ONGs, formando a figura dos ADL’s (Agente Jovem de Desenvolvimento Local), desenvolvida pela Cáritas Brasileira, bem como a valorização dos agricultores multiplicadores com ênfase em agroecologia como é o caso do trabalho do MMT (Movimento Minha Terra). Educação e convivência com o Semi-Árido do CACTUS e Cáritas Brasileira etc. O crédito rural no Território ainda é muito burocratizado por falta de técnicos capacitados com a realidade local, principalmente projetos das linhas “C” e “D” do PRONAF, referente à infra-estrutura e custeio agroecológico. 2.3.3 Estrutura fundiária A estrutura fundiária dominante é do minifúndio e das pequenas propriedades de gestão familiar, enquadradas no módulo fiscal, seja por propriedades adquiridas por compra e herança ou pelo acesso através de ações de reforma agrária e de regularização fundiária. 60 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Os dados disponíveis para uma leitura da estrutura agrária do território datam de aproximadamente 10 anos atrás e são as únicas referências oficiais consolidados para basear estudos para o entendimento da evolução na dinâmica sócio/econômica do Estado de Alagoas. Antes, O professor Cícero Péricles de Carvalho em seu livro intitulado Formação Histórica da Alagoas, depois de analisar os dados referentes à estrutura agrária do Estado, no ano de 1950, e sua fundamentação histórica escreveu que: “a conclusão geral que decorre desses quadros estatísticos é patente, e define perfeitamente a estrutura agrária de Alagoas, tanto nas suas zonas predominantes dedicadas à pecuária, como nas agrícolas: o latifúndio absorvente, de um lado, o minifúndio do outro... A causa do minifúndio, sem dúvida um grande mal, resulta precisamente da concentração da propriedade fundiária, pois é a grande propriedade que mantendo o domínio sobre a maior parcela de terras utilizáveis, obriga a pequena a se multiplicar indefinidamente nas estreitas áreas que lhe são concedidas e aonde se vai comprimindo cada vez mais. O que em termos humanos significa o progressivo empobrecimento das categorias mais modestas de proprietários rurais,.“ Mais recentemente dois fenômenos paralelos devem vir provocando relevantes mudanças na estrutura fundiária deste Território: de menor repercussão as políticas oficiais de reforma agrária que no Território assentou minguadas 277 famílias distribuídas em 13 assentamentos e um processo mais relevante que são as partilhas de terras patrocinadas pelas famílias. O Território do Médio Sertão apresenta um dado da maior significância para a definição de qualquer projeto que envolva a produção familiar: o tamanho médio das propriedades familiares, em torno de 10 ha, é uma limitação a ser levado em conta, caracterizando um número significativo como minifúndio, situação desfavorável para uma região de fortes limitações naturais em recursos hídricos e escasso regime de chuvas. Ressalte-se ainda que as propriedades com até 10 ha representem 75,3% do total de propriedades no Território. Várias estratégias de sobrevivência dos pequenos produtores podem encontrar nesta realidade uma base de fundamentação e, também, os lamentáveis indicadores econômicos, sociais e ambientais do Território. 61 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Atualmente, o número de estabelecimentos agropecuários existentes no Território é de 17.737 ocupando 194.997 hectares. Destes, estão sob a posse do sexo feminino 16,8% (2.980), ocupando, porém, apenas 11,6% (22.647 ha) de área. Quanto a categoria do produtor a Tabela 15 mostra que o maior quantitativo de área pertence a proprietário individual, porém com uma área média de 11,11 ha. Tabela 15 – Categoria do Produtor - 2006 Município Proprietário individual Qte Carneiros Dois Riachos Maravilha Olivença Ouro Branco Poço das Trincheiras Santana do Ipanema São José da Tapera Senador Rui Palmeira Total Área (ha) 648 1.666 1.140 1.086 1.076 1.522 2.653 5.151 1.950 16.892 7.670 11.343 21.337 10.148 16.828 22.236 25.767 47.230 25.163 187.722 Arrendatário Qte Área (ha) 3 34 10 4 0 7 7 521 4 590 50 61 48 16 0 12 161 4.839 12 5.199 Parceiro Qte 114 65 3 32 0 39 17 299 9 578 Área (ha) 277 91 5 61 0 86 68 591 24 1.203 Ocupante Qte 106 369 89 129 86 136 350 851 81 2.197 Área (ha) 642 758 1.117 485 605 827 1.023 2.315 380 8.152 Fonte: IBGE@Cidades / Censo 2006 O Território do Médio Sertão conta com 13 áreas de assentamento localizadas em 07 dos 09 municípios. Segundo dados do Censo Agropecuário 2006, existiam 142 unidades ocupando 1.512 hectares. Quadro 5 – Áreas de Assentamento por Município e Instituição e/ou Programa Município Instituição e/ou Programa Assentamento Dois Riachos INCRA Santa Maria Maravilha Banco da Terra Esperança Banco da Terra Lagoa do Bom Nome Ouro Branco Crédito Fundiário Boa Esperança Banco da Terra Ligeiro Banco da Terra Bem Vindo Poço das Trincheiras Crédito Fundiário Malhador Banco da Terra Santa Vitória do Alto do Tamanduá Banco da Terra Santa Ana do Poço Salgado Santana do Ipanema Banco da Terra Remetedeira Banco da Terra Fazenda Nova Banco da Terra Mocambo São José da Tapera Banco da Terra Riacho Grande Crédito Fundiário Craíbas Senador Rui Palmeira Banco da Terra Alto da Felicidade Famílias 100 10 20 13 23 21 12 30 12 10 06 13 06 06 15 62 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 2.4. DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL A CIAT vem promovendo encontros, debates, viagens de intercâmbios, e oficinas no intuito de envolver todos os segmentos do governo /sociedade civil, mais este é um desafio, que estamos aplicando conjuntamente com MDA/SDT para construir um modelo sustentável de desenvolvimento de forma eqüitativa e transversal que leve em conta a diversidade dos atores sociais, agentes financeiros, mercados e políticas públicas que respeitem a cultura local solidariamente e seja feito com justiça social. No caso particular do território, buscando formas de reforçar o sentimento de pertencimento dos atores principais, para que sejam inclusos de uma forma justa e que sejam envolvidos em todos os seguimentos sociais existentes, no nível municipal, territorial, estadual e federal. Com essas perspectivas estamos construindo o primeiro arranjo institucional para operacionalizar a implantação do matadouro frigorífico para ovino e caprino que será construído em Santana do Ipanema e este beneficiará os nove municípios. Apesar do processo ainda se encontrar em seu momento inicial, entendemos que houve alguns resultados, dentro deles foi a inserção dos gestores municipais na discussão, motivando-os e mostrando a importância da necessidade de políticas públicas compartilhadas e transversal na busca pelo desenvolvimento, os gestores ainda estão formando o consórcio municipal e realizando o plano diretor territorial. Entretanto a política publica em todos os níveis ainda é muito individualista e isso gera muitos entraves na gestão dos empreendimentos. A sociedade civil organizada vem procurando no médio sertão fiscalizar e cobrar dos gestores públicos, compromisso e responsabilidade, exercitando mesmo de uma forma incipiente, o seu papel para que ocorra uma gestão social. O quadro abaixo mostra o arranjo institucional do projeto territorial do Médio Sertão de instituições Governamentais e não governamentais e seu grau de integração de apoio à viabilidade da cadeia produtiva sustentável. 63 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Programas e Projetos Em 2010 um conjunto de 51 (cinqüenta e uma) ações, das 53 (cinqüenta e três) previstas, foi executado pelo Governo Federal no Território significando em volume de recursos o montante de R$ 81.123.202,71 (oitenta e um milhões e cento e vinte e três mil e duzentos e dois reais e setenta e cinco centavos). Para estas ações em execução o recurso previsto é R$ 112.863.864,32 (cento e doze milhões oitocentos e sessenta e três mil e oitocentos e sessenta e quatro reais e trinta e dois centavos). Essas ações estão no âmbito dos Direitos e Desenvolvimento Social, da Organização Sustentável da Produção, da Saúde, Saneamento e Acesso a Água, Educação e Cultura, Infra-estrutura, Apoio a Gestão Territorial e Ações Fundiárias, conforme Quadro 6. 64 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Quadro 6 – Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – Território Médio Sertão Saúde, Saneamento e Acesso à Água Organização Sustentável da Produção Direitos e Desenvolvimento Social Ação Programas Público beneficiado Programa Bolsa Família - Benefício Bolsa Família Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa com Deficiência Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR) Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social à Pessoa Idosa Programa Bolsa Família - Índice de Gestão Descentralizada Serviço Socioeducativo do PETI 25.799 Famílias Atendidas Programa de Atenção Integral à Família Centros de Referência Especializados de Assistência Social - CREAS Cresce Nordeste Nordeste Territorial Crédito Pronaf Garantia Safra Organização Produtiva das Mulheres Trabalhadoras Rurais Programa PAA - Leite Apoio a Empreendimentos Cooperativos e Associativos ATER/Agricultores Familiares Apoio à Estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) Ampliação do Acesso da População Brasileira à Atenção Básica por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família NASF Ampliação do Acesso da População dos Territórios à Atenção Básica por meio da Estratégia Saúde da Família Ampliação da Cobertura do Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde à População dos Territórios da Cidadania Ampliação do Acesso à Saúde Bucal na Atenção Básica Ampliação da Cobertura Vacinal da População dos Territórios da Cidadania Programas de Cisternas 2.475 Pessoas com Deficiência Atendidas 4 Mutirões Realizados 1.064 Pessoas Idosas Atendidas 09 Municípios Atendidos 519 Crianças e Adolescentes Atendidos 30.500 Famílias Referenciadas 50 Pessoas Atendidas Recurso (R$ 1,00) 32.409.177 14.525.453 40.576 6.460.779 533.769,29 78.000 318.600 27.000 26 Operações Contratadas 23 Operações de Crédito 2.428 Contratos Firmados 3.458 Agricultores Segurados 1 Projetos Apoiados 680.551,04 519.967,57 6.377.872,50 322.048,66 1.027.824 litros Empreendimentos Apoiados 4.145 Agricultores Familiares Assistidos 1 APLs Apoiados 615.342 217.500 2 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Implantados 460.000 0 0 10.000 42 Equipes de Saúde da Família Implantadas 4.255.200 345 Agentes Comunitários de Saúde Mantidos 2.849.994 26 Equipes Implantadas 780.000 51.525 Doses aplicadas 0 382 Cisternas construídas 611.200 65 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Quadro 6 – Ações Federais no âmbito do Programa da Cidadania – Território Bacia Leiteira (Continuação) Programas Público beneficiado Programa Dinheiro Direto na Escola 211 Escolas Apoiadas ProInfo Rural e Urbano 92 Laboratórios Informática Entregues 5 Salas Equipadas Salas de Recursos Multifuncionais Operação do Sistema de Acesso Banda Larga Brasil Alfabetizado Escola Ativa Caminho da Escola Programa Arca das Letras Programa Luz Para Todos Recurso (R$ 1,00) 552.203,60 de 20 Pontos de Presença GESAC (antena e conexão terrestre) 11.017 Alfabetizandos 122 Escolas Atendidas 18 Ônibus Adquiridos 2 Bibliotecas Implantadas 973 Ligações de Energia 276.847,35 3.301,70 29.075,58 614.740 68.554,24 2.110.680 1.120 5.143.920,18 Apoio à Gestão Territorial Infraestrutura Educação e Cultura Ação Formação de Desenvolvimento Agentes de Apoio ao Fortalecimento da Gestão Social nos Territórios 0 Agentes de Desenvolvimento Capacitados 0 Membros dos Colegiados e de suas Instâncias Deliberativas e Consultivas Capacitados 80.000 160.000 Fonte: www.mda.gov.br/sdt 2.5. CONTEXTO INTERNO E EXTERNO O Contexto Interno (Potencialidades e Problemas) e Externo (Oportunidades e Ameaças) aqui apresentado foi trabalhado com os atores sociais locais por Município e consolidado enquanto visão territorial. Ainda é bastante forte o sentimento de carência, e isso se traduz nos problemas quando se identifica a “falta” de algo, mas sem que fique explícito o problema central. Principais Potencialidades Principais Problemas Principais Oportunidades 66 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Principais Ameaças 67 | P á g i n a Visão de Futuro Capítulo 3 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 3. Visão de Futuro (2010 a 2020) Durante a oficina de validação do PTDRS os atores sociais locais chegaram à conclusão que a visão de futuro deveria ser considerada para o ano de 2020 ao invés de 2015 como tinha sido definida anteriormente. A Visão de Futuro do Território para o ano de 2020 é: Educação: Professores graduados, pessoas capacitadas e esclarecidas a ponto de reivindicar seus direitos com acesso à escola de qualidade e voltada á realidade de nosso meio com cursos profissionalizantes e todas as crianças na escola e redução do analfabetismo dentre a população de jovens e adultos; acessibilidade aos portadores de necessidades especiais; com educação contextualizada. Saúde: Todas as famílias do território com acesso a saúde de qualidade usufruindo do Sistema Único de Saúde descentralizado e do Programa Saúde da Família. Meio Ambiente: Caatinga, Nascentes, Mata Ciliares, Solos e Rios recuperados, reflorestados com plantas e sementes nativas e conservados para um melhor aproveitamento das suas potencialidades, Saneamento Básico para a população urbana e rural com coleta seletiva e reciclagem do lixo para reutilização e redução de dejetos; e a construção do aterro sanitário. Econômico: Associações Comunitária Organizadas com acesso a serviços bancários e a políticas públicas para melhor desenvolvimento do território. Assistência técnica de qualidade e atuante no campo, Canal do Sertão com suas obras concluídas, atendendo a Agricultura Familiar com sistemas de irrigação apropriado para a convivência com o semi-árido. Todas as comunidades rurais com energia elétrica, abastecida com água para o consumo humano e produtivo, Projetos Territoriais funcionando com gestão compartilhada e sob o controle da sociedade Civil. Habitação: Casas populares construídas atendendo a demanda populacional carente, dispondo de saneamento básico, iluminação, telefone publico, arborização coleta seletiva de lixo e todas com Cisternas de Placas e extinguindo definitivamente casas de taipas no território; acesso à terra para a área rural e a moradia para a área urbana. Políticas: População territorial comprometida com o exercício da cidadania de forma organizada e mobilizada garantindo a defesa e promoção da agricultura familiar, Desenvolvimento sustentável e solidário da Saúde, Educação. Lazer, Estrutura Hídrica, Habitação, uma política de conservação das estradas, combatendo a demagogia e corrupção através do exercício da Cidadania nas diversas esferas (federal, estadual e municipal). 69 | P á g i n a Objetivos Estratégicos Capítulo 4 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 4. Objetivos Estratégicos Os objetivos estratégicos são os globais e amplos do PTDRS, definidos no longo prazo, isto é, entre dois a cinco anos, estabelecendo desta forma graus de importância e prioridade para evitar possíveis conflitos e criar condições de sinergia entre os objetivos. O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão traz como objetivos estratégicos: Promover mais saúde no campo a partir de ações preventivas (Agentes de Saúde e Médico da família) Desenvolver o Território de forma sustentável, gerando emprego e renda, preservando o meio ambiente e garantindo a segurança alimentar; Apoiar políticas voltadas e aplicadas no desenvolvimento; Universalizar o acesso a água Planejar atividades produtivas e de preservação ambiental pelo manejo de Bacias Hidrográficas; Viabilizar o acesso as políticas públicas (educação, saúde, habitação, cultura, social, agrária, entre outras) priorizando jovens, mulheres e quilombolas; Identificar, conhecer e valorizar a diversidade cultural do Território; Organizar, reorganizar e fortalecer as associações. 71 | P á g i n a Valores e Princípios Capítulo 5 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 5. Valores e Princípios Os Valores e Princípios são os pilares que servem de sustentação na orientação e balizamento para decisões e comportamentos no Território, em que Princípios referem-se ao “modo de ser” e Valores ao “modo de estar”. A CIAT do Médio Sertão trouxe para o PTDRS os Princípios e Valores de forma integrada enquanto um conjunto de posturas inegociáveis, imutável e inflexível. É importante salientar que a agricultura familiar não pode ser tomada isoladamente, nem para a análise, nem para a formulação de proposta de alternativas, cujas soluções, muitas vezes, respondem a um determinado elemento de uma cadeia produtiva, sem separar estritamente a agricultura familiar das outras formas de organização da produção presentes em um território (CERDAN, 2000) Essa compreensão aproximada do problema costuma ser denominada de global e participativa, estando baseada em cinco princípios, assim concebidos pela FAO: i. O princípio de integração, que afirma a necessidade de melhorar a solidariedade entre as gerações e entre os usuários locais de recursos naturais e outros habitantes do planeta. Esse princípio também abrange a necessidade de combinar o conhecimento tradicional com o conhecimento experimental recente dos ambientes ecológicos e socioeconômicos; ii. O princípio de concertação, que envolve a participação das pessoas na tomada de decisões, desde o nível local, sendo expresso por diversas formas de entendimento, tais como: a concertação interna na própria comunidade local, que a capacita a trabalhar suas próprias decisões, a organizar ações, a manejar suas terras e a resolver conflitos entre os seus membros; a concertação entre as comunidades, que se faz necessária quando elas pertencem à mesma bacia hidrográfica ou usam o mesmo espaço ou as mesmas fontes de recursos; a concertação entre as comunidades locais e regionais e instituições nacionais, cuja concretização deve ser organizada pelo Governo; e a concertação entre organizações de desenvolvimento e assistência (serviços técnicos governamentais, ONGs etc.), cuja deflagração contribui para evitar a ocorrência de contradições entre os programas, otimizando o uso de facilitadores e os efeitos do suporte por eles fornecidos; 73 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano iii. O princípio do planejamento espacial, considerado fundamental à garantia da consistência das ações; iv. O princípio de descentralização do poder de tomada de decisão e de alocação de recursos, cujo exercício é essencial ao sucesso das atividades de controle da desertificação; e v. O princípio da ajuda sustentável com intervenção flexível é importante para as áreas do desenvolvimento rural e para o controle da desertificação. A sustentabilidade requer que governos e agências internacionais de 74 | P á g i n a Diretrizes Principais Capítulo 6 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 6. Diretrizes Principais Diretriz é uma linha, orientação de um caminho, procedimento, negócio, política. As Diretrizes principais são os temas fundamentas para se atingir a Visão de Futuro constituem, portanto, a trilha orientadora. A CIAT vem conduzindo o processo com base no documento conceitual do MDA/SDT para os alcances dos objetivos propostos para o desenvolvimento territorial com as seguintes Áreas de Resultados: Gestão Social do Território Fortalecimento das Redes Sociais de Cooperação Dinamização das Economias Territorial Articulação interinstitucional Neste sentido as diretrizes principais do PTDRS do Médio Sertão foram construídas durante Oficina participativa, ficando assim definidas: Garantir a gestão compartilhada e com transparências; Assegurar que as ações territoriais estejam pautadas na sustentabilidade ambiental e na ética; Primar por uma assistência técnica local, permanente e de qualidade; Viabilizar o acesso as políticas públicas (educação, saúde, habitação, cultura, social, agrária, entre outras) priorizando jovens, mulheres e quilombolas; Garantir a diversificação da produção familiar. 76 | P á g i n a Capítulo 7 Eixos de Desenvolvimento Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 7. Eixos de Desenvolvimento Os eixos aglutinadores foram entendidos no início do processo de desenvolvimento territorial como cadeias econômicas produtivas agropecuárias, e com ordens de prioridades definidas como pode ser observado no Gráfico 1. Com as capacitações realizadas pela SDT no ano de 2005, é que se conseguiu compreender realmente a visão holística transversal da estratégia de desenvolvimento que os eixos aglutinadores deverão representar, ficando então, durante a validação do PTDRS, definidos os eixos aglutinadores nesta concepção. 78 | P á g i n a Capítulo 8 Programas e Projetos Estratégicos Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 8. Programas e Projetos Estratégicos Os Programas Estratégicos foram definidos considerando cada Eixo de Desenvolvimento priorizado, buscando atender a concretização da Visão de Futuro. Conceitualmente foram trabalhados conforme figura abaixo. Sabendo-se que os Projetos são os instrumentos para a concretização da ação. 80 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Os atores sociais do Território do Médio Sertão definiram um conjunto de 22 Programas e 96 Projetos, e mais 02 Programas para posterior aprofundamento pelo Colegiado Territorial. Quadro 7 – Eixo A: Dinamização Econômica Programa Programa de Desenvolvimento da Atividade Pecuária Programa de Desenvolvimento de Agroindústria de Cadeias Produtivas Programa para Ampliação da Agricultura Sustentável Programa de Estímulo ao Turismo Sustentável Programa de Segurança Alimentar e Nutricional Projetos Projeto de Estruturação da Ovinocaprinocultura Projeto de Produção apropriada no semi-árido Projeto de Bovinocultura de Corte Projeto de Bovinocultura de Leite Projeto de Avicultura (caipira) Projeto de Suinocultura Projeto de Apicultura Projeto de Piscicultura Projeto de Agroindústria para o abate do ovinocaprino e processamento e beneficiamento do ovinocaprino, suíno e bovino Projeto de Beneficiamento de Frutas Projeto de Horticultura Projeto de Fruticultura (caju, umbu, pinha, siriguela maracujá, manga, goiaba, limão laranja, acerola) Projeto de Fortalecimento das redes e ampliação da estruturação de Banco de Sementes Projeto de Produção de mudas para reflorestamento Projeto de Turismo Urbano (NEGÓCIO) Projeto de Turismo Rural (cientifico, ECOTURISMO) Projeto de Hortas comunitárias Projeto de Hortas urbanas e periurbanas Projeto de Produção, processamento e beneficiamento de ervas medicinais para fitoterápicos Projeto de apoio ao desenvolvimento da arte em cerâmica, madeira, palha, cipó, materiais recicláveis, papel, ferro Projeto de Manufaturamento de couro animal Programa de Valorização e Resgate do Artesanato Programa de Apoio à Projeto de Orientação para o acesso ao crédito rural Projeto de Orientação para o acesso ao crédito fundiário Organização Produtiva Outros Programas definidos pelos atores sociais para posterior aprofundamento e priorização: Programa Territorial de ATER; Programa de Desenvolvimento de Economia Solidária. 81 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Quadro 8 – Eixo B: Educação e Socioculturalidade para o Desenvolvimento Humano Sustentável Programa Projetos Projeto de Formação continuada de educadores – formal e nãoformal Programa de Projeto de Elaboração de Projetos Político-pedagógico para as Educação Contextualizada para escolas com ênfase na convivência com o semi-árido a Convivência com o Projeto de Implantação de Escolas Família Agrícola Semi-árido Projeto de Formação continuada para técnicos da extensão rural Projeto de Formação continuada para técnicos de saúde Projeto de Fomento à organização autônoma de mulheres Programa Mulheres Projeto de Educação não sexista do Médio Sertão Projeto de Campanha de combate à violência Programa de Projeto de contextualização do semi-árido Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa para a Convivência com o Semi-Árido Pesquisas para o Semi-Árido Programa de Projeto de Informática básica Acesso às Projeto de Comunicação social Tecnologias da Informação Projeto de Educação Profissional com ênfase ao desenvolvimento territorial Programa Juventude Projeto de Ampliação do acesso ao ensino superior do Médio Sertão Projeto de Combate interdisciplinar ao uso de drogas Projeto de Tratamento específico e adequado aos dependentes químicos Projeto de Universalização do acesso à educação básica de Programa de qualidade Proteção às Crianças e Projeto de Educação inclusiva Adolescentes Projeto de Universalização do acesso à saúde básica qualidade Projeto de Fortalecimento do Controle Social e de suas Institucionalidades Projeto de Educação Política Programa de Direitos Sociais para Projeto de Educação econômica o Médio Sertão Projeto de Promoção e acesso ao Sistema Único Assistência Social Projeto de Fortalecimento do Cooperativismo e Associativismo Programa Projeto de Fortalecimentos das comunidades tradicionais, Populações quilombolas e assentadas Tradicionais, Projeto de Registro e resgate de Saberes Populares Quilombolas e Assentados Programa Projeto de Divulgação e promoção do estatuto do idoso Maturidade para o Projeto de Acessibilidade pública Médio Sertão Continua 82 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Quadro 8 – Eixo B: Educação e Socioculturalidade para o Desenvolvimento Humano Sustentável (continuação) Programa Programa de Segurança Alimentar e Nutricional Projetos Projeto de Hortas escolares Projeto de Hortas comunitárias Projeto de Hortas urbanas e periurbanas Projeto de Produção, processamento e beneficiamento de ervas medicinais para fitoterápicos Projeto de Educação alimentar Projeto de Formação de bancos comunitários de semente com melhoramento genético por processos tradicionais Quadro 9 – Eixo C: Valorização do Meio Ambiente Programa Programa De Educação Ambiental Programa De Revitalização De Bacias E MicroBacias Programa de Combate à Erosão e à Desertificação Programa de Adequação Sanitária dos Matadouros de Animais Programa de Acesso a Água para o Consumo Humano e Produção Projetos Projeto de Formação em Agroecologia da Caatinga Projeto de Formação de Agentes Ambientais Projeto de Implementação da Educação Ambiental no Currículo Escolar Projeto de Formação em agrobiodiversidade Projeto de Recomposição das matas ciliares Projeto de Reflorestamento de áreas degradadas Projeto de Despoluição dos cursos d’água Projeto de Saneamento rural Projeto de Coleta seletiva e tratamento dos resíduos sólidos em aterros sanitários Projeto de Infra-estruturas de proteção dos leitos e nascentes Projeto de Implantação de laboratórios do solo Projeto de Implantação de viveiros de plantas nativas Projeto de Infra-estruturas de combate à erosão e proteção do solo Projeto de Infra-estruturas de adequações de estradas para evitar erosão Projeto de Infra-estruturas de matadouros e transportes Projeto de Formação de técnicos e produtores sobre o manejo adequado da produção animal de corte Projeto de Construção de Cisternas Projeto de Recuperação de Fontes e Caldeirões Projeto de Ampliação de Adutoras para atendimento ao Médio Sertão Projeto de Construção de reservatório d’água para a melhoria do abastecimento 83 | P á g i n a Proposta de Gestão Territorial Capítulo 9 Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano 9. Proposta de Gestão do Plano Territorial Para a discussão sobre este capítulo o Colegiado apresentou como funciona e a partir do desenho atual ficou definido como se configuraria o processo de Gestão Social do Território. 1 SC 1 PP 1 EG A Coordenação é formada por 01 representante da Sociedade Civil (SC), 01 representante do Poder Público (PP) e 01 representante da Entidade Gestora (EG). Uma Ação ou Projeto para o Território deverá ser encaminhada a Coordenação que encaminhará, conforme seja a natureza, a Plenária (socializando e/ou validando) e/ou Câmaras Temáticas. Quando for necessária a elaboração e/ou qualificação de uma demanda, em especial, concretizando em Projeto, a Câmara Temática responsável deverá encaminhar para o Núcleo Técnico. O Núcleo 85 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Médio Sertão Alagoano Técnico retorna para a Câmara Temática e esta para a Coordenação, que retornará, sempre que necessário, a Plenária. Quando a gestão for de uma ação e/ou projeto em execução, entrará a instância dos Arranjos Institucionais. Estes arranjos nascerão de um processo de discussão sobre a gestão da ação e/ou projeto na Plenária da CIAT. Portanto, quaisquer ação e/ou projeto obedecerá ao seguinte fluxo de gestão dentro do Colegiado: AÇÃO / PROJETO Câmaras Temáticas Elabora os Projetos Coordenação PLENÁRIA DA CIAT Núcleo Técnico Arranjos Institucionais 86 | P á g i n a Considerações Finais Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano Considerações Finais A gestão será o aspecto mais importante a ser trabalhado no Território do Alto Sertão, pois o processo de qualificação do Plano foi enriquecedor, porém a representatividade durante a discussão não se pode considerar que tenha sido satisfatória. Sabe-se que a gestão pode se tornar o maior entrave para o desenvolvimento sócio-econômico ambiental e cultural de um Território. Para que se tenha uma gestão social democrática e compartilhada, o fortalecimento das instituições envolvidas no processo é condição essencial. No que se refere ao grupo que participou de todo o processo de qualificação, que foi quantitativamente pequeno, considerando a atual composição do Colegiado Territorial, porém qualitativamente, tanto relativo a competência e conteúdo para definição das propostas trazidas neste documento, quanto em nível de comprometimento, foi satisfatório. Propostas estas que passa pela: Formação e capacitação; Ampliação da capacidade e participação da sociedade civil; Dinamização das políticas públicas (Federal, Estadual e Municipal); Ações que promovem a redução da pobreza e da desigualdade social; Preservação, conservação e manejo sustentavelmente dos recursos naturais; Educação fundamentada na realidade sócio-econômico, ambiental e cultural para a Convivência com o Semi-Árido Alagoano (Educação Contextualizada); Busca da seguridade social (saúde, assistência social e previdência social); Ampliação sustentavelmente da capacidade produtiva (agropecuárias, industriais, agro-industriais e serviços); Pelo cooperativismo e associativismo da agricultura familiar; Monitoramento e avaliação contínua e sistemática. Considerando todo contexto interno e externo este documento deverá cumprir com seu papel, que é de se tornar de fato um instrumento para a Gestão Social do Território. 88 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia Leiteira Bibliografia Referencial 89 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano Bibliografia Referencial ALAGOAS. Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. Anuário Estatístico da Educação de Alagoas. Maceió.2008 ________Secretaria de Estado do Planejamento. Anuário Estatístico de Alagoas. Maceió. 2009 BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Territórios da Cidadania. Disponível: http://www.territoriosdacidadania.gov.br/dotlrn/clubs/territriosrurais/dabacialeiteiraal/ one-community?page_num=0 Acesso em jul 2010 _________________________________________Orientações gerais para elaboração e qualificação do PTDRS – Programa Desenvolvimento Sustentável de Território Rural. Brasília. Agosto de 2009 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário Brasileiro. Disponível em: <>.http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/popul/d… Acesso em: jun. 2010 ________________Ministério do Desenvolvimento Agrário, IICA – Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola. Documento contendo diagnóstico da implementação dos projetos apoiados pelo Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais entre os anos de 2003 e 2009 nos Territórios da Bacia Leiteira e Agreste no Estado de Alagoas. 2010. Consultor: SANTOS, V.R. PCT/BRA/IICA/07/009 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL. Mimeo. PNUD;IPEA;FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Brasília: PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro, 2000. Disponível em http://www.pnud.org.br/home/ SCHOBER, Juliana. Preservação e uso racional do único bioma exclusivamente nacional. Cienc. Cult., São Paulo,v.54,n.2,Oct.2002. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000967252002000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 Aug. 2010 BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Carneiros. Recife: 2005. 90 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Dois Riachos. Recife: 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Maravilha. Recife: 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Olivença. Recife: 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Ouro Branco. Recife: 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Poço das Trincheiras. Recife: 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Santana do Ipanema. Recife: 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de São José da Tapera. Recife: 2005. 91 | P á g i n a Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Médio Sertão Alagoano BRASIL. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral; CPRM – Serviço Geológico do Brasil; PRODEM – Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios. Projeto de Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea Estado de Pernambuco. Diagnóstico do Município de Senador Rui Palmeira. Recife: 2005. Sites visitados em: 25 de fevereiro de 2011. Erro! A referência de hiperlink não é válida. www.portalodom.com.br www.datasus.gov.br www.ibge.gov.br 92 | P á g i n a