Modelo de Formação dos Artigos para o TIC`2005

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Modelo de Formação dos Artigos para o TIC`2005
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ESTUDOS PARA MELHORIA DOS PROCESSOS E MATERIAIS PARA
FABRICAÇÃO DA VARA DE PESCA, PARA UTILIZACAO NA PESCA
ESPORTIVA
Carla Salvador¹
Christina do Vale Pena ¹
Marcus Vinicius de Oliveira Camara²
Thayse Ferrari¹
¹Universidade Federal do Espírito Santo/Centro Universitário Norte do Espírito Santo
²Universidade Federal do Rio de Janeiro
Linha Temática: Design, Engenharia de Materiais e Tecnologias
RESUMO
Atualmente a pesca esportiva está sendo usada como turismo gerando grande renda. Mesmo o Brasil possuindo
uma grande rede hidrográfica e uma variedade de peixes, o turismo ligado à pesca esportiva é pouco explorado,
sendo assim necessário investimentos no setor. Normalmente a pesca esportiva é praticada em lagos, rios e mar. Os
equipamentos mais utilizados são a vara de pesca, a linha e o anzol, as iscas podem ser naturais ou artificiais. A fim
de proporcionar maior competitividade este artigo buscou analisar quais os materiais e processos que são
utilizados na fabricação das varas de pesca para isso estudou-se os materiais, processos e formas existentes de
modo que possam substituir ou combinar com novos materiais ou processos. Os resultados encontrados foram que
é possível trocar o material utilizado, que normalmente é fibra de vidro, pela madeira o tipo Enterolobium
maximum (Tamboril). Espera-se que este artigo possa servir para melhorar os investimentos e aumentar o turismo
relacionado a este esporte.
Palavras-chave: Novos Materiais; Vara de pescar; Pesca Esportiva.
ABSTRACT
Currently sport fishing is being used as tourism generating great income. Even Brazil having a great
hydrographical network and a variety of fish, tourism connected to sport fishing is unexplored, so it is necessary
investments in the sector. Normally sport fishing is practiced on lakes, rivers and waterfront. The most commonly
used equipment is the fishing rod, line and hook, the bait can be natural or artificial. In order to provide more
competitive this article seeks to analyze what materials and processes that are used in the manufacture of fishing
rods for this we studied the materials, processes and shapes so that they can replace or combine with new materials
or processes. The results were that it is possible to change the material used, which is usually fiberglass, wood type
by Enterolobium maximum (monkfish). It is hoped that this paper can serve to improve the investment and increase
tourism related to this sport.
Key-words: New Materials; Fishing rod; Sport Fishing
1. INTRODUÇÃO
Apesar do pouco investimento no setor, o turismo estimulado pela pesca esportiva vem
crescendo, cerca de 30% por ano. Este ano, por exemplo, aconteceu o 1º torneio de Pesca
Esportiva da Amazônia, mesmo que seu objetivo principal não tenha sido a pesca propriamente
dita, atraiu muitas pessoas para o local do evento além de amantes pelo esporte (MANSUR,
2014; SEBRAI, 2014).
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A rede hidrográfica brasileira é a maior do mundo. A pesca esportiva possui mais de 280 mil
pescadores amadores esportivos licenciados no Brasil, movimentando por volta de R$ 1 bilhão,
a pesca esportiva possui uma ampla cadeia produtiva, em função dos bens e serviços
consumidos em suas atividades. Como este setor possui grande potencial de crescimento faz-se
necessário que haja investimentos em produtos e serviços para que este esporte se torne cada
vez mais rentável e amado pelos brasileiros (SEBRAI, 2014).
A cadeia produtiva da pesca esportiva é ampla, pois o pescador necessita de diversos bens e
serviços para que possa realizá-la. Entre eles estão: diversos equipamentos utilizados por ele
diretamente: varas; carretilhas e molinetes; linhas; anzóis; iscas artificiais; e equipamentos de
segurança; dentre outros; alugueis ou aquisição de embarcações; combustível, alimentação,
bebida, iscas vivas e outros materiais de consumo, os serviços de empresas de turismo e a
contratação de guias e piloteiros.
A pesca amadora deu lugar a pesca esportiva, ou seja, a pesca esportiva é a pesca mais
ecologicamente correta, pois ela é preparada para que o meio ambiente seja preservado, isso faz
com que o turista sinta maior prazer em participar dela já que todas as medidas para não agredir
ou danificar o meio ambiente são tomadas.
A forma de pesca esportiva mais conhecida e popularizada é o pesque e pague, por ser uma
atividade de menor custo ao pescador e normalmente não requer que o praticante saia de sua
cidade para realizá-la. Porém há uma busca crescente por pesca em rio, lagos e mares, em que a
pesca pode ser realizada de forma menos controlada.
A regulamentação da pesca como modalidade esportiva é feita por regulamentação do
Ministério da Pesca e Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional da
Aquicultura e Pesca, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis.
Para que haja maior competitividade neste esporte este artigo tem como objetivo analisar os
materiais e processos que são utilizados na fabricação das varas de pesca para isso estudou-se
os materiais, processos e formas existentes de modo que possam substituir ou combinar com
novos materiais ou processos.
2. PESCA ESPORTIVA
2.1 Breve Histórico
Não há registros exatos de quando a pesca esportiva surgiu. Mas sabemos que ela derivou-se da
pesca comercial, com a finalidade de ser proporcionar prazer, aliviar stress, unir as pessoas ao
meio ambiente sendo utilizada como hobbie. A pesca esportiva no Brasil também é conhecida
como pesca amadora ou desportiva (TURISMO DA PESCA, 2014; VAPRAPESCA, 2014;
VIVA TERRA, 2014).
Nas ultimas décadas esse esporte tem crescido muito, gerando renda e empregos, já que a pesca
esportiva também esta relacionada com o ecoturismo, só podendo ser praticada em locais onde
a atividade é permitida. Nos EUA a pesca esportiva faz com que as indústrias do ramo tenham
um faturamento em torno de US$ 60 bilhões. Mesmo o Brasil tendo grande potencial para a
prática desse esporte, uma enorme rede hidrográfica com mais de 8 mil km de costa além da
grande diversidade de peixes, ele ainda é pouco explorado (TURISMO DA PESCA, 2014;
VAPRAPESCA, 2014; VIVA TERRA, 2014).
Com o intuito de atrair turistas e gerar renda, os ministérios do esporte e turismo (Embratur) e o
do meio ambiente (Ibama) criaram o Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca
Amadora (PNDPA), que tem por objetivo transformar a atividade da pesca amadora em
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instrumento de desenvolvimento econômico, social e de conservação ambiental. A pesca
brasileira também é regulamentada pelo Decreto-lei Nº 221, de 28 de fevereiro de 1967 e
posteriores alterações e ainda a Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). A pesca desportiva
ou esportiva é a que se pratica com linha de mão ou aparelho permitido pela autoridade
competente, desde que não importe em atividade comercial e que se preservem os recursos
naturais (§2º do art.2º) (TURISMO DA PESCA, 2014; VAPRAPESCA, 2014; VIVA TERRA,
2014).
2.2 Categorias e Modalidades
A pesca se divide em 6 modalidade: pesca de arremesso (baitcasting); pesca de corrico
(trolling); pesca com mosca (fly fishing); pesca de praia (surf cast); pesca de barranco (fishing
on banks); e pesca de rodada (dread drift).
2.2.1
Pesca de arremesso (baitcasting)
Na pesca de arremesso, o pescador arremessa a vara fazendo com que a isca atinja o local
desejado com a maior precisão possível, procurando-se conhecer o comportamento dos peixes e
os pontos onde será mais provável encontrá-los, utilizando-se iscas naturais ou artificiais.
2.2.2
Pesca de corrico (trolling)
Normalmente essa modalidade é praticada no mar, utilizando-se barco a motor. Para uma boa
pescaria de corrico é necessário possuir uma vara reforçada e curta, assim como carretilhas e
linhas adequadas, já as iscas podem ser naturais ou artificiais.
2.2.3
Pesca com mosca (fly fishing)
Este tipo de pesca recebe o nome devido às iscas que são utilizadas. Como alguns peixes se
alimentam, naturalmente, de insetos, as iscas utilizadas tendem a imitá-los. Esta modalidade de
pesca é uma das mais antigas. O equipamento utilizado é especial e delicado.
2.2.4
Pesca de praia (surf cast)
Modalidade muito popular é praticada em praias de tombo ou praias rasas. O material utilizado
para essa modalidade são varas longas e linhas finas, a isca pode ser natural ou artificial.
2.2.5
Pesca de barranco (fishing on banks)
Esta modalidade pode ser praticada em rios, lagos ou represas. Os materiais para sua prática são
variados, podendo ser utilizadas: varas com molinete ou carretilha, caniço simples de bambu,
linha de mão. Os adeptos da pesca de barranco têm sido ameaçados devido a poluição e ao
desmatamento.
2.2.6
Pesca de rodada (dread drift)
É conhecida como a pescaria de silêncio e da tranqüilidade, é praticada em rios com barcos a
motor, que desce o rio, no sentido da correnteza, enquanto a isca é arrastada junto ao fundo o
rio.
A categoria/modalidade escolhida foi a pesca com mosca, também conhecida como fly fishing.
Em 1939, foi criada a IGFA (International Game Fish Association). A IGFA é uma
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organização responsável por impor limites, estabelecer regras e divulgar recordes mundiais. A
organização também se preocupa com o meio ambiente (BRASIL ESCOLA, 2014):
2.3 Regulamentos
Os regulamentos da pesca esportiva (amadora) são controlados e fiscalizados pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
O IBAMA, através da criação de Leis, Decretos, Portarias, Instruções Normativas e do
Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA) visa os seguintes
objetivos (SOUZA, 2006; TURISMO DA PESCA, 2014; VAPRAPESCA, 2014; VIVA
TERRA, 2014):
 Estabelecer normas gerais para o exercício da pesca amadora em todo território
nacional, inclusive competições e cadastros de entidades da pesca amadora;
 Estabelecer normas gerais para o exercício da pesca nos locais autorizados como
materiais de pesca proibidos para o pescador profissional e amador;
 Estabelecer normas para o exercício da Pesca Amadora, inclusive Competições de
Pesca e Inscrição de Clubes ou Associações de Amadores de Pesca junto ao IBAMA;
 Autorizar competições de pesca, pesca embarcada, pesca desembarcada, pesca
subaquática, isenção de pagamento de taxa, limites de captura e transporte e
autorizações;
 Estabelecer normas para operação de embarcações pesqueiras nas águas sob jurisdição
brasileira;
 Proibir a pesca comercial e amadora em determinados locais;
 Proibir a pesca de espécies em períodos de reprodução estabelecer e normas gerais e
especificas para o período de proteção à reprodução natural dos peixes (piracema),
temporada, na área da bacia hidrográfica do rio Paraná;
 Proibir, na pesca comercial e amadora, o emprego de determinados apetrechos e
métodos de pesca;
 Permitir pesca sob determinadas condições, tamanho de malhas das redes e tarrafas,
tamanho das armadilhas, locais interditados para a pesca, tamanho mínimos de peixes
que podem ser capturados, transportados e comercializados;
 Estabelecer a destinação dos instrumentos, equipamentos e produtos apreendidos;
 Estabelecer tabela de valores para os Autos de Infração Ambiental referentes à atividade
pesqueira; construção, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades
passíveis de licenciamento ambiental;
 Estabelecer normas e procedimentos para a fiscalização das atividades pesqueiras;
construção, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades passíveis de
licenciamento ambiental nos estados brasileiros;
 Regulamentar a construção de barragens;
 Estabelecer locais de proibição de pesca, como cachoeiras, corredeiras e represas;
 Normalizar o funcionamento de criadouros de animais da fauna silvestre brasileira com
fins econômicos e industriais (pesque-pagues);
 Aprovar o modelo da Carteira de Registro de Pescador Profissional, a ser utilizada como
comprovante e registro no IBAMA.
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3. EQUIPAMENTOS PARA A PESCA ESPORTIVA
3.1 Descrição dos equipamentos principais
Para a pesca esportiva são utilizados cinco equipamentos essenciais que são: anzóis, carretilhas,
linhas, molinetes e varas.
3.1.1
Anzóis
Os anzóis podem ser fabricados de diversos materiais, tais como: madeira, osso e bronze, além
de, possuírem espessura, fisga, cor e conservação dependentes de fabricante, modelo e
finalidade. O tamanho do anzol depende de qual espécie se deseja capturar. Ao contrário do que
se imaginam, o anzol pode ser um fator decisivo nas pescarias e se não for bem avaliado, pode
prejudicar a pescaria. (PESCA AMADORA, 2014; MUSTAD, 2014)
3.1.2
Carretilhas
Normalmente é utilizada por pessoas mais experientes, e na modalidade de pesca de arremesso,
pois com as carretilhas é possível conseguir arremessos mais longos e precisos, maior controle
das iscas e maior capacidade de tração. As carretilhas são classificadas em quatro tipos,
conforme Tabela 1 (PESCA AMADORA, 2014; MUSTAD, 2014):
Tabela 1: Classificação das carretilhas
TIPO
LEVE
MÉDIA
PESADA
EXTRA-PESADA
LINHAS
linhas de 0.14 a 0.20 mm (3/6 lb)
linhas de 0.23 a 0.37 mm (8/20 lb)
linhas de 0.40 a 0.62 mm (25/48 lb
acima de 0.62 mm (48 lb) (usada em pesca oceânica)
Fonte: http://www.pescamadora.com.br/
3.1.3
Linhas
A linha utilizada para pesca, atualmente, é confeccionada através de fibras de monofiladas
(náilon, poliamida e poliéster) e de fibras sintéticas microfilamentadas (Kevlar, Spectra). As
linhas possuem características importantes e é necessário o conhecimento delas para atingir o
objetivo durante a pesca. As características mais importantes são: espessura, resistência e
memória (PESCA AMADORA, 2014; MUSTAD, 2014).
3.1.4
Molinetes
Quando comparados às carretilhas pode-se afirmar que os molinetes são mais fáceis de manejar
e arremessar, sendo indicado para pescadores iniciantes, e para pescarias leves. Normalmente a
escolha do molinete leva em consideração diversos fatores como: espessura da linha, local da
pesca, tamanho da vara de pesca, espécie de peixe pretendida (PESCA AMADORA, 2014;
MUSTAD, 2014).
3.1.5
Varas de pesca
São comumente encontradas em fibra de carbono ou fibra de vidro. Devem apresentar as
seguintes características: resistência, ação, poder ou força, capacidade de peso e resistência da
linha. A escolha da vara depende o pescador, e não necessariamente do tipo de material
utilizado (PESCA AMADORA, 2014; MUSTAD, 2014).
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As varas são classificadas quanto aos comprimentos, pesos de arremesso, poder ou força,
capacidade de peso e resistência das linhas e ações (PESCA AMADORA, 2014; MUSTAD, 2014).
As varas utilizadas em pesca com mosca normalmente medem entre 2,13 metros e 2,74 metros.
Possuem variados tipos de ações, que podem ser simplificados em ação lenta, média e rápida. A
ação é responsável pelo tipo de arremesso que o pescador deverá empregar na sua pescaria e ela
está diretamente ligada apresentação da mosca. Varas de ação lenta proporcionam uma
apresentação mais delicada da mosca, já a varas de ação rápida permitem arremessos mais
longos e menos afetados pelo vento (O VOO DA MOSCA, 2014).
3.2 Análise de similares (Prática, Estética e Simbólica)
Os similares analisados são as de fibra de carbono, as de fibra de vidro e as de bambu.
 Fibra de carbono
A vara é fabricada em fibra de carbono com cabo de cortiça, possui comprimento de 2,74m,
podendo este comprimento variar de acordo com o fabricante.
Analisando a vara Internacional para Fly Fishing cujo fabricante é a indústria Penn e o código
da vara é SWF-990, tem preço médio em torno de R$ 840,00, podemos afirmar que a vara é
constituída de duas partes para que sua locomoção seja mais fácil.
A estética da vara é proporcionada pelas características naturais da cortiça. A vara normalmente
possui cor de madeira no cabo e onde é o blank possui cores variadas, como preto, verde, rosa.
O simbolismo representado pela vara significa tranquilidade, integração com o meio ambiente.
 Fibra de vidro
A vara é fabricada em fibra de vidro e divida em duas partes, o cabo é feito em EVA e os
passadores de Porcelana.
Suas características segundo o fabricante são: comprimento de 1,90m possui 6 passadores e é
dividida em duas partes, resistência (linha) de 10lb a 20lb monofilamentos.
A vara normalmente possui uma única cor do cabo e do blank, porém o blank pode ser
fabricado em diversas cores, inclusive em cores brilhantes. O simbolismo representado pela
vara significa tranquilidade, integração com o meio ambiente.
 Bambu
A vara de bambu normalmente é confeccionada pelo próprio pescador, e o comprimento é bem
variado.
As características estéticas da vara são proporcionadas pelos aspectos do bambu. Nas varas de
bambu o blank é envernizado, para melhor acabamento.
O simbolismo representado pela vara significa tranqüilidade, integração com o meio ambiente,
além de ser ecologicamente correta, pois ela não agride o meio ambiente.
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4. MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
4.1 Materiais do corpo da vara
As varas atualmente são feitas de fibra de carbono, fibra de vidro, ou de uma combinação
desses dois materiais (compósito).
Fibra de carbono: são matérias primas que provém da pirólise (é uma reação de análise ou
decomposição que ocorre pela ação de altas temperaturas, Ocorre uma ruptura da estrutura
molecular original de um determinado composto pela ação do calor em um ambiente com
pouco ou nenhum oxigênio) de materiais carbonáceos que produzem filamentos de alta
resistência mecânica usados para os mais diversos fins.
As varas de fibra de carbono são as melhores quanto à flexibilidade e resistência, e mais
sensíveis para se perceber o peixe na outra ponta. Isso ocorre, pois a fibra de carbono possui
maior módulo especifico, maior resistência especifica dentre as fibras, elevados módulos de
tração e resistência sob altas temperaturas, em temperatura ambiente não é afetada pela
umidade e por grande parte dos solventes, ácidos e bases, além de que os processos de
fabricação são relativamente baratos e de boa relação custo-benefício.
Fibra de vidro: É um material composto da aglomeração de finíssimos filamentos de vidro, que
não são rígidos, altamente flexíveis. Quando adicionado à resina poliéster (ou outro tipo de
resina), transforma-se em um composto popularmente conhecido como fibra de vidro, mas na
verdade o nome correto é PRFV, ou seja, "Polímero Reforçado com Fibra de Vidro".
As varas de fibra de vidro são mais duráveis, porém bem menos sensíveis e mais pesadas que as
de fibra de carbono. Entretanto, se prestam muito bem à pesca pesada, onde não se arremessa as
iscas o tempo todo.
As varas de “compósito” são uma mistura dos dois materiais, são mais leves, e mais sensíveis
que as varas de fibra de vidro, mas não tão refinadas como as varas de carbono.
4.2 Passadores
Os passadores possuem papel fundamental para a vara de pesca, pois são eles que
proporcionam balanceamento, sensibilidade, precisão e até o aumento na distância dos
arremessos podem ser influenciados. Quando a montagem do blank e dos passadores é bem
feita, vara pode proporcionar uma pescaria mais produtiva e prazeirosa. Os passadores podem
ser feitos de óxido de alumínio, aneis Hardloy e Alconite.
Óxido de alumínio: anel de cerâmica polido com diamante, que proporciona acabamento ultra
suave, é montado em uma armação de aço inoxidável.
Anéis Hardloy: é produzido a partir de um alto grau de óxido de aluminio, resultando em menos
peso, maior dissipação de calor e diminuição do desgaste da linha.
Alconite: possue melhoria da condutividade térmica e brilho negro polido na superficie.
4.3 Cabo EVA
O cabo de Etileno Acetato de Vinila (EVA) é um material termoplástico, composto por uma
espuma sintética utilizada para vedação, isolamento térmico, amortecimento e flutuação, por
ser um material impermeável.
4.4 Processos e suas características
4.4.1
Blank (Corpo da vara)
A construção do Blank (corpo da vara), independentemente se ele é constituído por fibra de
carbono ou por fibra de vidro, é feito através do processo denominado „pultrusão‟(a palavra
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pultrusão deriva do inglês: „to pull’, que significa „puxar‟). O processo de pultrusão constitui
em impregnar as fibras (carbono/vidro) de resinas (as resinas utilizadas podem ser fenólicas,
poliuretano, poliéster, epóxi, ou vinil éster) e tracionar as fibras através de um molde de aço,
este molde, que tem forma da secção transversal do perfil desejado, é aquecido provocando a
união entre a resina e a fibra. Em seguida o blank passa pelo processo de secagem. Após a
secagem, o blank vai para a retifica, este processo constitui na utilização de maquinas
operatrizes derivadas dos tornos mecânicos cujo objetivo é tornar reto ou exato, dispor em linha
reta, corrigir e polir peças e componentes cilíndricos, onde toma sua forma final. Após a
retifica, o blank é pintado, com tinta utilizada na confecção de veículos, podendo ser estampada
em diversas cores, recebendo também a identificação do modelo, marca e dimensões.
4.4.2

Correlação entre materiais/processos e as necessidades do produto
Resistência
A resistência da vara é medida internacionalmente em libras. Esta resistência é uma forma
utilizada para medir e expressar a dureza de uma determinada ação. A vara de pesca tem que
resistir ao esforço por tempo prolongado, pois normalmente ela deve resistir vários arremessos
durante um dia.
 Ductilidade ou flexibilidade
Indica o ponto em que a vara começa a vergar sob uma dada força, sem que aja ruptura ou
mesmo deformação plástica, isto é, só pode ocorrer na vara uma deformação elástica. Desta
forma podemos definir se o equipamento é de ação rápida, moderada ou lenta. Assim sendo
varas com a mesma resistência podem ter diferentes ações.
 Sensibilidade
Essa característica varia ente os pescadores, pois há os que preferem uma vara que proporcione
maior sensibilidade e os que preferem uma vara menos sensível.

Capacidade de peso e resistência de linhas
Essa referência determina a capacidade mínima e máxima da linha com que pode trabalhar. A
mínima especifica qual a linha mais fraca que pode ser utilizada sem o risco de quebrar a vara.
5. NOVOS MATERIAIS
A ideia para achar um novo material é unir características importantes para a vara de pesca e
também um material que seja biodegradável.
Utilizando o banco de dados do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) foi possível identificar seis tipos de madeiras que podem, após analise,
substituir a fibra de vidro. As árvores são: Amburana acreana (cerejeira); Calophyllum
brasiliense (jacareúba); Cedrela sp. (cedro); Dicorynia guianensis (angélica); Enterolobium
maximum (tamboril); Macrolobium acacifolium (arapari). Para uma melhor analise a Tabela 2
relaciona os valores do módulo de elasticidade, da densidade e IM das árvores e da fibra de
vidro.
Tabela 2: Dados para o módulo de elasticidade, densidade e IM.
Material
Mod de Elasticidade σ(Gpa)
Densidade ρ (g/cm³)
IM (σ1/2 /ρ)
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Fibra de vidro
Amburana acreana (cerejeira)
Calophyllum brasiliense (Jacareúba)
Cedrela sp. (Cedro)
Dicorynia guianensis (Angélica)
Enterolobium maximum (Tamboril)
Macrolobium acacifolium (Arapari)
72,5
8,63
8,53
7,94
8,92
9,22
8,92
2,58
0,52
0,62
0,47
0,51
0,42
0,6
3,3
5,65
4,71
5,99
5,85
7,22
4,97
A Figura 1 mostra o gráfico módulo de elasticidade versus a densidade. Com base nele,
podemos perceber que apenas um tipo de árvore, entre as seis pesquisadas no inicio, é melhor
que a fibra de vidro. Essa árvore é a Enterolobium maximum (Tamboril), que possui módulo de
elasticidade de 9,22 GPa, densidade de 0,42 g/cm³ e IM 7,22.
Mod de elasticidade (GPa)
80
70
60
50
Série1
40
Linear (Série1)
30
20
10
0
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Densidade (g/cm³)
Figura 1: Gráfico módulo de elasticidade vs densidade.
6. NOVO PROCESSO
Partindo do pressuposto que a fibra de vidro será trocada por madeira do tipo Enterolobium
maximum (Tamboril), é necessário que haja um novo tipo para o processamento desse material,
já que ele se difere quanto a processos de fabricação da fibra de vidro. O processo proposto esta
descrito a baixo.
Após a colheita da madeira, ela deve passar por um processo chamado secagem (esse processo
visa à redução do teor de umidade e varia de acordo com o uso final do produto)
No segundo processo deve ser feito o corte da madeira, a madeira desse assumir a forma de um
retângulo, cujo comprimento varia de acordo com o tamanho da vara que se pretende fazer, e a
espessura não deve ser muito superior a espessura final da vara.
No terceiro processo, a madeira já cortada em forma de retângulos deve passar pelo processo de
retifica, onde este processo corresponde à eliminação de irregularidades, das fissuras, dos poros
e dos corpos estranhos e dos óxidos, satisfazendo as condições exigidas para posterior
lustração, as retificadoras são altamente especializadas em retificar e polir peças e componentes
cilíndricos ou planos. Neste terceiro processo a madeira tomará forma cilíndrica cuja espessura
da vara será definida.
No quarto processo, após a madeira já estar na forma desejada, o blank poderá ser envernizado,
ou ser pintado pelo processo de pintura impressão especial, assumindo a cor desejada. Após
este processo o blank estará pronto.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Desta forma, conclui-se que foi possível perceber o quanto a pesca esportiva pode evoluir caso
haja investimentos no setor, através de novos materiais, novos produtos, por ser um setor que
vem apresentando crescimento.
Em relação ao material, pode-se conclui que apesar de não ter sido feito o protótipo, pode-se
perceber que existe um material que, de acordo com suas especificações, seja melhor para a
produção da vara de pesca, por apresentar maior elasticidade. Ou seja, ele será mais flexível ao
capturar um peixe mais pesado, evitando que a vara quebre, além de ser de um material mais
leve, será de fácil manuseio.
Em relação ao formato, verificou-se que a vara de pesca já possui uma forma prática que
proporciona conforto para seus consumidores. Por isso não há razão para que sejam propostas
novas formas.
REFERÊNCIAS
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Acesso em: setembro de 2014.
Brasil escola. Fly Fishing. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/educacaofisica/fly-fishing.htm>. Acesso
em: setembro de 2014.
MANSUR, G. Na isca: 1º Torneio de Pesca Esportiva retira 325 Kg de lixo de igarapé, no AM. Disponível em: <
http://globoesporte.globo.com/am/noticia/2014/09/na-isca-1-torneio-de-pesca-esportiva-retira-325-kg-de-lixo-de
-igarape-no-am.html> Acesso em: setembro de 2014.
O Voo da Mosca. A vara para pesca com mosca. Disponível em: <http://www.ovoodamosca.com/>. Acesso em:
setembro de 2014.
Pesca amadora, dicas e informações. Disponível em:< http://www.pescamadora.com.br/>. Acesso em: setembro
de 2014.
Pesca Esportiva. Disponível em: <http://www.vivaterra.org.br/pescaesportiva.htm>. Acesso em: setembro de
2014.
SEBRAI. Como fortalecer um negócio de pesca esportiva. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/appportal/reports.do?metodo=runReportWEM&nomeRelatorio=ideiaNegocio&COD
_IDEIA=51d97a51b9105410VgnVCM1000003b74010a> Acesso em: setembro de 2014.
SOUZA, L. S. PNDPA – Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora. Disponível em:
http://www.eumed.net/libros/2006b/lss/1q.htm. Acesso em: setembro de 2014.
Carla Salvador¹ ([email protected])
Christina do Vale Pena¹ ([email protected])
Marcus Vinicius de Oliveira Camara² ([email protected])
Thayse Ferrari¹ ([email protected])
¹Departamento de Engenharias e Tecnologia
²Programa de Engenharia de Transportes
¹Universidade Federal do Espírito Santo/Centro Universitário Norte do Espírito Santo
²Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa
¹ Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, São Mateus, ES
² Av. Horácio Macedo 2030, Prédio do Centro de Tecnologia, Bloco G, sala 101, Cidade Universitária, RJ