3. Informações Sobre Custos Logísticos no Brasil
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3. Informações Sobre Custos Logísticos no Brasil
!"" # $ %& ' (" PESQUISA DE CUSTOS LOGÍSTICOS NO BRASIL Autores DIRETOR: PAULO RESENDE, PH.D. PESQUISADOR: PAULO RENATO DE SOUSA ESTATÍSTICO: PLÍNIO RAFAEL REIS MONTEIRO BOLSISTAS FAPEMIG: BÁRBARA CARDOSO DIAS BERNARDO REZENDE DE OLIVEIRA SILVA FRANCISCO ALBERT SCOTT MARCELO PAIXÃO GONÇALVES DE SOUZA RESUMO Este relatório apresenta análises técnicas sobre a pesquisa de custos logísticos no Brasil. As técnicas empregadas foram: Análise Descritiva, Análise Fatorial Exploratória, Análise de Clusters, Regressão Múltipla e Modelagem de Regressão Logística. Os insights e ideias sugeridos pelos estudos podem ser observados ao longo das apresentações estatísticas. Custos Logísticos no Brasil 3 Sumário 1 Introdução ..................................................................... 5 2 Caracterização da amostra ............................................ 5 3 Informações sobre custos logísticos no Brasil ............... 7 4 Análise Fatorial .............................................................. 10 4.1 Localizações dos custos logísticos............................ 10 4.2 Aumento nos custos logísticos................................. 12 4.3 Ações para redução dos custos logísticos ............... 14 4.4 Custos extras ........................................................... 16 4.5 Estradas pedagiadas e serviços ferroviários ........... 18 4.6 Estratégias de redução de custos ............................ 19 4.7 Correlações entre fatores ........................................ 21 5 Modelos de regressão .................................................... 23 5.1 Transporte de matéria- prima .................................. 24 5.2 Armazenamento de Matéria-Prima ......................... 24 5.3 Transporte de Produto Acabado ............................. 25 5.4 Armazenagem de Produto Acabado ........................ 26 5.5 Distribuição Urbana de Produtos ............................. 26 5.6 Embalagem .............................................................. 27 5.7 Logística Reversa ...................................................... 27 5.8 Custos Portuários/Aeroportuários ........................... 28 6 Modelos de regressão logística ...................................... 29 7 Análise de Cluster ........................................................... 30 8 Conclusão ....................................................................... 37 Referencias ......................................................................... 37 4 1.Introdução A pressão competitiva no mercado é cada vez maior, especialmente em função da globalização e intensificação do fluxo de comércio internacional que aparecem atrelados a um fluxo de informação e tecnologia também crescentes. A incessante otimização da manufatura e a aplicação de novas técnicas gerencias tornaram-se fundamentais para o bom desempenho empresarial. Consequentemente, surge um crescimento tanto do volume quanto da complexidade das atividades logísticas, fazendo com que a área, antes tratada como atividade de apoio, passa a fazer parte de um grupo de decisões estratégicas para a atuação da empresa. As decisões de logística, na empresa ou na sua cadeia de suprimento, causam impacto relevante nos negócios no âmbito da competitividade, da agregação de valor ao cliente e na agregação de valor ao acionista. Essas decisões causam impacto na competitividade na medida em que influenciam o preço final dos produtos (pela redução de custos) e no nível de serviço. Elas agregam valor ao cliente pelo atendimento ao nível de serviço comprometido. E por último, podem agregar valor ao acionista com a minimização dos custos e a liberação de ativos por meio de terceirizações, que geram retornos positivos aos investimentos (FARIA; COSTA, 2005). Entretanto, além de decisões adequadas pelas firmas, Dias e Lima (2008) vinculam os custos logísticos e a competitividade da empresa à infraestrutura nacional. O grau de modernização e o custo logístico em um território dependem da qualidade e disponibilidade de elementos relacionados à infraestrutura e comunicação, além da estrutura fiscal e até mesmo do nível de criminalidade e de flexibilidade do trabalho. Esses elementos diferenciam-se significativamente tanto entre países quanto entre regiões de um mesmo país, intensificando desigualdades competitivas. Dentro desse contexto, uma logística eficiente é aquela que, dadas as características e diversidades do ambiente em que atua, consegue, cumprindo dado nível de serviço, minimizar custos e desperdícios. Para alcançar tal resultado a informação tem papel central; é imprescindível o conhecimento, não apenas o da própria empresa, mas o conhecimento global, dos processos logísticos (de abastecimento, planta e distribuição) e seus custos. Além de sua utilidade no nível empresarial, o conhecimento do perfil dos custos dos processos logísticos em um país é importante no âmbito da elaboração de políticas públicas. Para que se garanta uma atuação eficaz dos investimentos públicos é preciso, antes de tudo, conhecer os gargalos de infraestrutura que implicam em maiores custos logísticos e limitam a competitividade de atividades produtivas diversas dentro do país. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é avaliar os custos logísticos para as empresas que operam no Brasil. Espera-se mapear a formação, os gargalos e as soluções para redução dos custos logísticos no sentido de garantir maior competitividade para as empresas que lidam com a logística no País. 2. Caracterização da Amostra As pesquisas do tipo survey se caracterizam pela interrogação direta aos agentes cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados (GIL, 1999, p. 70). Essa pesquisa foi realizada com 126 empresas que atuam no mercado brasileiro e respondem por cerca de 20% do PIB nacional. O objetivo da pesquisa é traçar as características gerais dos custos logísticos no País e contribuir para a análise dos principais gargalos do setor. Custos Logísticos no Brasil 5 A composição regional das empresas pesquisadas é mostrada no GRÁFICO 1, abaixo. Percebe-se que 48,2% das empresas que compreendem a amostra atuam na Região Sudeste, enquanto a Região Sul responde por 21,5% do total das empresas. Gráfico 1: Regiões nas quais as empresas atuam Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa O faturamento das empresas da pesquisa é apresentado no GRÁFICO 2. Utilizando a classificação de Faturamento Operacional Bruto (FOB) disponibilizada pelo BNDES, tem-se que mais de 60% da amostra é considerada “grandes empresas”, com o Faturamento Anual Bruto igual ou maior do que R$ 300 milhões, sendo que aproximadamente 10% faturam mais de R$ 10 bilhões por ano. Gráfico 2: Faturamento das empresas Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa 6 Em relação aos setores da economia, a amostra representa diversos segmentos, conforme GRÁFICO 3. O maior setor é o da “Auto Indústria”, que representa 16,1% das empresas respondentes. Gráfico 3: Classificação das empresas por setor Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa 3. Informações Sobre Custos Logísticos no Brasil Primeiramente, fez-se uma análise referente à razão entre custo logístico sobre a receita, conforme demonstrado no GRÁFICO 4. Das empresas respondentes, 44,0% afirmaram que o percentual do Custo Logístico em relação à receita se situa entre 0 e 10%. Destaca-se ainda que aproximadamente 90% da amostra reportaram essa relação como inferior a 30%. Gráfico 4: Percentual do custo logístico em relação à receita Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa Custos Logísticos no Brasil 7 Na medida em que os dados são desagregados por setor, percebe-se que os setores que estão acima da média ponderada são mineração, indústria de construção e indústria de bens de capital. O setor Químico e Petroquímico foi o mais eficiente em termos de minimização de custo em relação à receita, conforme GRÁFICO 5. Gráfico 5: Custo Logístico em relação à Receita Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa De acordo com os dados da pesquisa, a Indústria de Bens de Capital apresenta o maior percentual do Custo Logístico em relação à receita. Por sua vez, a indústria Química e Petroquímica possui o maior gasto com Transporte de longa distância em relação aos custos logísticos ponderados pela renda. O transporte de longa distância é sempre a maior parcela desses custos, de modo que ações focadas nesse fator parecem ser cruciais para ganhos de eficiência no custeio, conforme TABELA 1. TABELA 1: Custos Logísticos – decomposição setorial das principais fontes de custo logístico Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa 8 Dessa forma, as empresas parecem estar carentes de transporte integrado para a diversificação de operações. Essa análise se confirma quando se observa quais são consideradas as ações importantes e muito importantes para reduzir os custos logísticos. 70,7% da amostra declararam que uma “Melhor gestão das ferrovias com integração multimodal” seria uma ação relevante para a redução desses custos, conforme GRÁFICO 6. Gráfico 6: Ações importantes ou muito importantes para reduzir o custo logístico Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa No que se refere aos custos logísticos extras a capacitação de mão de obra segue como fonte principal de gastos adicionais, o que pode ser confirmado pelo GRÁFICO 7. Gráfico 7: Alto impacto nos custos logísticos extras Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa Custos Logísticos no Brasil 9 Por fim, a amostra revelou que terceirizar a frota e serviços logísticos para outros operadores foi eleito por 65% das empresas como a ação mais importante para redução de custos logísticos. Outra estratégia utilizada é o deslocamento de estoques para próximo do cliente, conforme GRÁFICO 8. Gráfico 8: O que a empresa mais tem feito para reduzir custos logísticos? Fonte: Elaboração a partir de dados da pesquisa 4. Análise Fatorial A aplicação da Análise Fatorial Exploratória (AFE) teve como objetivo definir os grupos de variáveis de cada bloco do instrumento, permitindo uma aplicação mais apropriada destas variáveis nos modelos de regressão posteriores, bem como a compreensão da relação entre as variáveis dentro de cada bloco. 4.1 Localizações dos Custos Logísticos Os resultados demonstram que os custos logísticos estão agrupados em dois grandes grupos de variáveis. O primeiro aos custos de “Armazenamento” e “Logística Reversa”, sendo denominados Custos de Armazenagem. O segundo fator representa os custos de “Transporte de Matéria-Prima”, “Distribuição Urbana” e “Custos Portuários”, sendo característicos de Custos Logísticos Secundários. Os “Custos de Embalagem” e “Transporte De Produto Acabado” não se agrupam nos demais o que indica sua relativa independência e distinção em termos dos demais custos (TABELA 2). O não agrupamento da “Embalagem” é consequência da sua pequena relevância dentre os custos totais (2,09) comparada à grande participação dos custos “Transporte De Produto Acabado” (3,69) (TABELA 3). 10 Transp. Matéria-Prima Armazenamento de Matéria-Prima Transporte De Produto Acabado Armazenagem de Produto Acabado Distribuição Urbana de Produtos Embalagem Logística Reversa Custos Portuários/ Aeroportuários Média 3,06 Desvio Padrão 1,286 N analisado N perdidos 126 0 2,21 1,009 126 0 3,62 1,277 126 0 2,63 1,114 126 0 2,90 1,379 126 0 2,09 2,01 1,012 1,156 126 126 0 0 2,71 1,408 126 0 TABELA 2: Medias dos indicadores na AFE Componente 1 2 Armazenagem de Produto Acabado Armazenamento de Matéria-Prima Logística Reversa Transp. Matéria-Prima Distribuição Urbana de Produtos Custos Portuários/ Aeroportuários 0,795 0,776 0,757 0,676 -0,650 0,616 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Promax with Kaiser Normalization. a Rotation converged in 3 iterations. TABELA 3: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) Assim, podem ser determinados os seguintes grupos de custos logísticos. 1. Armazenagem & Logística reversa 1.1 Armazenagem de Produto Acabado 1.2 Armazenamento de Matéria-Prima 1.3 Logística Reversa 2. Custos de distribuição de produtos primários 2.1 Transp. Matéria-Prima 2.2 Distribuição Urbana de Produtos 2.3 Custos Portuários/Aeroportuários 3. Transporte De Produto Acabado 4. Embalagem Custos Logísticos no Brasil 11 O transporte de produtos acabados representa para os empresários o principal fator de custo de logística, sendo os custos de distribuição urbana, portos e matéria-prima também expressivos (TABELA 4). Armazenagem Custos Acessórios Transporte de produtos acabados Embalagem Valid N (listwise) N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão 126 126 1,00 1,00 4,67 4,33 2,2857 2,8889 0,86689 ,77172 126 1,00 5,00 3,6190 1,27660 126 126 1,00 5,00 2,0873 1,01209 TABELA 4: Estatísticas Descritivas por média de fator 4.2 Aumento nos Custos Logísticos Os resultados demonstram que os aumentos dos custos logísticos estão agrupados em dois grandes grupos de variáveis. O primeiro refere-se aos fatores estruturais gerais do aumento de custos, sendo denominado de fatores estruturais. Já o segundo grupamento refere-se aos custos especificamente relacionados à burocracia (TABELA 5). Componente 1 2 Falta de concorrência entre modais de transportes 0,732 Informalidade no setor de transportes 0,717 Ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora) 0,684 Custos com armazéns nas regiões metropolitanas 0,649 Estradas em más condições 0,605 Restrição de carga e descarga nos grandes centros urbanos 0,524 Documentos e burocracia governamental 0,786 Filas em portos 0,690 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Promax with Kaiser Normalization. TABELA 5: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) A junção dos grupos de fatores “Documentos e burocracia governamental” e “Filas em portos” mostra uma avaliação de que tais fatores estão intrinsecamente relacionados, isto é, que empresas que avaliam ocorrer um aumento na burocracia também percebem um aumento das filas em portos. 12 De fato, a correlação entre esses itens foi elevada (0,432). A análise da matriz de correlações também destaca que a avaliação do aumento de custos com oferta de transporte com qualidade, a informalidade no setor, a falta de concorrência entre modais e custos de armazém são avaliados como custos que tendem a ser percebidos de forma homogênea em cada empresa, isto é, apresentam elevada correlação (TABELAS 6 e 7). VARIÁVEIS Estradas em más condições V01 V02 V03 V04 v01 1,000 0,330 0,331 0,225 V05 0,195 V06 0,334 V07 0,216 V08 0,206 Ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora) v02 0,330 1,000 0,545 0,346 0,211 0,391 0,057 0,041 Informalidade no setor de transportes v03 0,331 0,545 1,000 0,349 0,251 0,380 0,197 0,078 Custos com armazéns nas regiões metropolitanas v04 0,225 0,346 0,349 1,000 0,411 0,375 0,183 0,002 Restrição de carga e descarga nos grandes v05 0,195 0,211 0,251 0,411 centros urbanos 1,000 0,356 -0,010 -0,033 Falta de concorrência entre modais de transportes v06 0,334 0,391 0,380 0,375 0,356 1,000 0,167 0,311 Filas em portos v07 0,216 0,057 0,197 0,183 -0,010 0,167 1,000 0,432 Documentos e burocracia governamental v08 0,206 0,041 0,078 0,002 -0,033 0,311 0,432 1,000 TABELA 6: Correlação dos indicadores Média Desvio Padrão N analisado N perdido Estradas em más condições 3,55 1,150 126 0 Ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora) 3,33 1,087 126 0 Informalidade no setor de transportes 2,46 1,056 126 0 Custos com armazéns nas regiões metropolitanas 2,95 1,277 126 0 Restrição de carga e descarga nos grandes centros urbanos 3,25 1,288 126 0 Falta de concorrência entre modais de transportes 3,33 1,219 126 0 Filas em portos 3,07 1,421 126 0 Documentos e burocracia governamental 3,41 1,267 126 0 TABELA 7: Estatísticas Descritivas por indicador Custos Logísticos no Brasil 13 Assim, podem ser determinados os itens do aumento dos custos logísticos que foram agrupados em dois fatores. 5. Fatores Estruturais 5.1 Ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora) 5.2 Custos com armazéns nas regiões metropolitanas 5.3 Informalidade no setor de transportes 5.4 Restrição de carga e descarga nos grandes centros urbanos 5.5 Falta de concorrência entre modais de transportes 5.6 Estradas em más condições 6. Burocracia 6.1 Documentos e burocracia governamental 6.2 Filas em portos Basicamente, não existem diferenças estatísticas entre as cargas dos determinantes estruturais e burocráticos (TABELA 8). N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Fatores estruturais 126 1,50 4,67 3,1429 0,78647 Burocracia 126 1,00 5,00 3,2421 1,13795 Valid N (listwise) 126 TABELA 8: Estatísticas Descritivas por média de fator 4.3 Ações para Redução dos Custos Logísticos As ações para redução dos custos logísticos podem ser caracterizadas em cinco grupos de atividades. O primeiro relaciona-se à melhoria das condições rodoviárias, por intermédio de maior integração multimodal, especialmente nas regiões Sudeste e Sul. A esse fator chamou-se de melhoria do acesso e integração sul-sudeste. O segundo fator refere-se especialmente a redução da burocracia portuária. O terceiro fator compreende o transporte e armazenamento nas regiões metropolitanas (acesso e distribuição nas regiões metropolitanas). O quarto fator está diretamente associado à distribuição rodoviária, com mudanças no ICMS e oferta de caminhões. O último fator é a “Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte” (TABELAS 9 e 10). 14 Média Desvio Padrão N analisado N perdido Melhorias nas condições rodoviárias 3,84 1,098 126 0 Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte 3,60 1,315 126 0 Redução da burocracia portuária 3,73 1,286 126 0 3,78 1,289 126 0 3,31 1,236 126 0 Mudança na cobrança de ICMS 3,85 1,180 126 0 Maior oferta de caminhões 3,29 1,103 126 0 Maior acesso às ferrovias do Sudeste e Sul 3,66 1,214 126 0 Melhor acesso portuário com redução de filas 3,53 1,337 126 0 Maior oferta de plataformas logísticas com armazenagem nas regiões metropolitanas 3,29 1,284 126 0 4 5 Melhor gestão das ferrovias com integração multimodal Menos restrições de carga e descarga nos centros urbanos TABELA 9: Estatísticas Descritivas por indicador 1 Maior acesso às ferrovias do Sudeste e Sul 0,849 Melhor gestão das ferrovias com integração multimodal 0,691 Melhorias nas condições rodoviárias 0,645 2 Melhor acesso portuário com redução de filas 0,874 Redução da burocracia portuária 0,871 Componente 3 Menos restrições de carga e descarga nos centros urbanos 0,881 Maior oferta de plataformas logísticas com armazenagem nas regiões metropolitanas 0,750 Mudança na cobrança de ICMS 0,875 Maior oferta de caminhões 0,754 Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte 0,777 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Promax with Kaiser Normalization. a Rotation converged in 8 iterations. TABELA 10: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) Custos Logísticos no Brasil 15 7. Acesso e integração multimodal na região sul-sudeste 7.1 Maior acesso às ferrovias do Sudeste e Sul 7.2 Melhor gestão das ferrovias com integração multimodal 7.3 Melhorias nas condições rodoviárias 8. Redução da burocracia portuária 8.1 Melhor acesso portuário com redução de filas 8.2 Redução da burocracia portuária 9. Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas 9.1 Menos restrições de carga e descarga nos centros urbanos 9.2 Maior oferta de plataformas logísticas com armazenagem nas regiões metropolitanas 10.Distribuição rodoviária 10.1 Mudança na cobrança de ICMS 10.2 Maior oferta de caminhões 11.Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte Por não ter uma representação lógica o fator 10 foi descartado da análise. Desse modo, foram utilizadas três variáveis isoladas: 1) Mudança na cobrança de ICMS; 2) Maior oferta de caminhões; 3) Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte. Os pontos de atenção para controle do custo logístico se concentram especialmente na melhoria do acesso e integração da malha da região Sudeste-Sul, seguida pela redução da burocracia e expansão da malha no Centro Oeste, Nordeste e Norte (TABELA 11). N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Melhoria do acesso e integração sulsudeste 126 1,00 5,00 3,7593 0,99120 Redução da burocracia portuária 126 1,00 5,00 3,6310 1,22013 Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas 126 1,00 5,00 3,3016 1,04896 Distribuição rodoviária 126 1,00 5,00 3,5714 0,96895 Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte 126 1,00 5,00 3,6032 1,31502 Valid N (listwise) 126 TABELA 11: Estatísticas Descritivas por média de fator 4.4 Custos extras Os custos extras formaram três grupos de variáveis. 12.Fiscalização e estruturas de apoio 12.1 Fiscalização e multas 12.2 Falta de estrutura de apoio nas estradas 16 13. Custos de pessoal 13.1 Capacitação de mão de obra 13.2 Horas extras 13.3 Ações trabalhistas 14. Segurança & Prevenção 14.1 Tecnologias de segurança contra roubos de cargas 14.2 Acidentes Tais resultados podem ser representados na TABELA 12 de cargas fatoriais abaixo: Componente 1 2 Fiscalização e multas 0,995 Falta de estrutura de apoio nas estradas 0,843 Capacitação de mão de obra 0,949 Horas extras 0,713 Ações trabalhistas 0,587 3 Tecnologias de segurança contra roubos de cargas 0,986 0,455 Acidentes 0,498 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Promax with Kaiser Normalization. a Rotation converged in 5 iterations. TABELA 12: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) Os custos de fiscalização e segurança & prevenção representam os principais fontes de custos extras de logística (TABELA 13). N Minimum Maximum Mean Std. Deviation Fiscalização e estruturas de apoio 126 1,00 5,00 3,0119 1,05729 Custos de pessoal 126 1,00 5,00 2,6587 1,00130 Segurança & prevenção 126 1,00 5,00 2,9656 ,91197 Valid N (listwise) 126 TABELA 13: Estatísticas Descritivas por média de fator Custos Logísticos no Brasil 17 4.5 Estradas Pedagiadas e Serviços Ferroviários A análise fatorial de ambos os grupos de perguntas gerou um grupo e fatores para estradas pedagiadas e serviços ferroviários (TABELAS 14 e 15). Componente 1 Custo de transporte 0,670 Velocidade na entrega 0,792 Consistência na entrega 0,762 Custos com armazenagem 0,800 Adote o modal rodoviário 0,742 Redução nos custos de estoque 0,837 Reduzir o custo de transporte de suprimentos 0,824 Extraction Method: Principal Component Analysis. a 1 componentes extracted. TABELA 14: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) Componente 1 Reduzir o custo de transporte 0,785 Maior velocidade na entrega 0,760 Maior consistência na entrega 0,878 Redução nos custos com armazenagem 0,866 Adote o modal ferroviário 0,725 Redução nos custos de estoque 0,863 Reduzir o custo de transporte de suprimentos 0,783 Extraction Method: Principal Component Analysis. a 1 components extracted. TABELA 15: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) 18 15.Estradas pedagiadas 15.1 Reduzir o Custo de Transporte 15.2 Maior Velocidade na Entrega 15.3 Maior Consistência na Entrega 15.4 Reduzir nos Custos com Armazenagem 15.5 Adotar o Modal Rodoviário 15.6 Reduzir os Custos de Estoque 15.7 Reduzir os Custos de Transporte de Suprimentos 16. Serviços ferroviários 16.1 Reduzir o Custo de Transporte 16.2 Maior Velocidade na Entrega 16.3 Maior Consistência na Entrega 16.4 Reduzir nos Custos com Armazenagem 16.5 Adotar o Modal Ferroviário 16.6 Reduzir os Custos de Estoque 16.7 Reduzir os Custos de Transporte de Suprimentos A expansão dos serviços ferroviários parece gerar expectativas mais positivas no empresariado brasileiro. Também aparece como fator relevante o aumento do volume de estradas pedagiadas dada a sua relação com as melhorias das condições logísticas do País (TABELA 16). N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Estradas pedagiadas 126 1,00 5,00 2,5737 0,93721 Serviços rodoviários 126 1,00 5,00 3,2721 1,09193 N Válido (listwise) 126 TABELA 16: Estatísticas Descritivas por média de fator 4.6 Estratégias de Redução de Custos As estratégias de redução de custos foram agrupadas em três fatores. O primeiro fator seria estratégias de eficiência logística. O segundo fator refere-se à capilaridade da rede logística. O terceiro fator refere-se à transferência de custos e responsabilidades (TABELAS 17 e 18). Custos Logísticos no Brasil 19 1 Reduzido o número de entregas rápidas 0,778 Terceirizado frota e serviços logísticos para outros operadores 0,685 Trabalhado com operações FOB em substituição ao CIF 0,636 Componente 2 Aumentado o número de centros de distribuição -0,916 Deslocado estoques para próximo do cliente -0,849 3 Transferido os custos logísticos para os clientes -0,928 Pedido mais tempo para realizar a consolidação de cargas -0,766 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Oblimin with Kaiser Normalization. a Rotation converged in 6 iterations. TABELA 17: Cargas Fatoriais (Pattern Matrix(a)) Os grupos de variáveis encontrados referem-se a três fatores: 17.Eficiência logística interna 17.1 Reduzir o número de Entregas Rápidas 17.2 Terceirizar Frota e Serviços Logísticos para Outros Operadores 17.3 Trabalhar com operações FOB em substituição ao CIF 18.Capilaridade 18.1 Aumentar o Número de Centros de Distribuição 18.2 Deslocar Estoques para Próximo do Cliente 19.Eficiência logística externa (transferência) 19.1 Transferir os Custos Logísticos para os Clientes 19.2 Pedir mais Tempo para Realizar a Consolidação de Cargas N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Eficiência logística 126 1,00 5,00 2,8201 1,00013 Capilaridade 126 1,00 5,00 2,6984 1,24271 Transferência 126 1,00 5,00 2,4484 1,15036 Valid N (listwise) 126 TABELA 18: Estatísticas Descritivas por média de fator Assim, as empresas tem buscado combater os custos logísticos usando principalmente estratégias de eficiência e capilaridade logística. Importante notar que as empresas pesquisadas parecem ainda atuar de forma modesta em suas estratégias de combate aos custos logísticos. 20 4.7 Correlações Entre Fatores A correlação entre “Fatores estruturais” e “Armazenagem” (0,50) indica que a menor estrutura logística tem se revertido em aumentos nos custos de armazenamento. A correlação entre “Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas” e “Fatores estruturais” (0,62) indica que empresas que vivenciam aumentos nos custos gerais de logística acreditam que a prioridade seria a melhoria do acesso e distribuição nas regiões metropolitanas. A correlação encontrada entre “Serviços rodoviários” e “Melhoria do acesso e integração Sul-Sudeste” (0,50) sugere que a maior disponibilidade de serviços rodoviários parece ser especialmente atraente para empresas atuantes na região Sul-Sudeste (TABELA 19). Custos Logísticos no Brasil 21 22 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12 F13 F14 F15 F16 F17 F18 F19 Custos Acessórios Transporte de produtos acabados Embalagem Fatores estruturais Burocracia Melhoria do acesso e integração sul-sudeste Redução da burocracia portuária Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas Distribuição rodoviária Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte Fiscalização e estruturas de apoio Custos de pessoal Segurança Estradas pedagiadas Serviços rodoviários Eficiência logística Capilaridade Transferência F5 0,07 0,07 0,05 0,07 0,20 0,02 0,17 0,11 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12 F13 F14 0,32 0,26 0,37 0,33 0,33 0,20 0,37 0,24 0,12 0,50 0,52 0,05 0,29 0,35 0,33 0,21 0,37 0,34 0,14 0,45 0,52 0,45 0,50 0,32 0,14 0,12 0,02 0,25 0,34 0,24 0,19 0,37 0,41 0,44 0,38 0,34 0,25 0,32 0,10 0,30 0,12 0,52 0,28 0,30 0,02 0,14 0,38 0,16 0,16 0,20 0,23 0,23 0,30 0,34 0,37 0,37 0,25 0,20 0,28 0,38 0,21 0,20 0,50 0,33 0,16 0,52 0,44 0,33 0,33 0,34 0,62 0,14 0,33 0,25 0,09 0,22 0,68 0,50 0,19 0,44 0,33 0,33 0,68 0,14 0,16 0,12 0,41 0,35 0,33 0,21 0,44 0,22 0,62 0,38 0,30 0,37 0,29 0,37 0,32 -0,02 0,19 0,09 0,34 0,14 0,10 0,19 0,05 0,26 0,10 0,12 0,08 0,11 0,17 0,02 0,20 0,07 0,05 0,07 0,07 0,24 0,22 0,28 0,18 0,34 0,20 0,00 0,25 0,13 0,06 0,16 0,35 0,50 0,18 0,37 0,22 0,44 0,35 0,30 0,29 0,28 0,29 F4 0,08 -0,02 0,21 0,12 0,10 0,36 0,15 F3 0,26 0,13 0,20 0,08 -0,17 -0,08 0,13 0,36 0,04 0,03 0,05 0,19 0,17 0,03 0,15 0,18 0,20 0,16 0,20 0,27 0,11 0,23 -0,02 0,18 0,11 0,42 0,25 0,21 0,07 0,41 0,33 0,50 0,28 0,26 0,07 0,33 0,31 0,40 0,30 0,12 0,17 0,06 0,09 0,29 0,37 0,15 0,05 0,35 0,25 0,05 0,07 -0,06 0,28 0,13 -0,09 -0,23 0,14 F15 0,06 0,22 0,23 0,19 0,22 0,21 0,02 0,25 0,28 0,22 0,20 0,11 0,02 0,21 0,14 0,18 0,04 0,14 -0,23 -0,09 0,13 0,28 -0,06 0,07 0,05 0,25 0,35 0,05 0,15 0,37 0,29 0,29 0,16 0,28 0,06 0,29 0,13 0,30 0,25 0,35 0,00 0,44 0,20 0,22 0,34 0,37 0,18 0,18 0,28 0,50 0,22 0,35 0,24 0,15 0,36 0,28 0,28 F2 TABELA 19: Correlações entre as medias dos fatores encontrados F1 Armazenagem F1 F17 F18 F19 Fonte: Dados da pesquisa. 0,22 0,23 0,40 0,33 0,40 0,22 0,30 0,23 0,30 0,30 0,30 0,33 0,20 0,13 0,12 0,26 0,30 0,21 0,20 0,20 0,40 0,25 0,22 0,18 0,31 0,42 0,28 0,15 0,33 0,11 0,25 0,03 0,07 0,18 0,02 0,17 0,26 -0,02 0,21 0,19 0,28 0,23 0,22 0,05 0,50 0,11 0,19 0,03 0,33 0,27 0,23 0,04 0,41 0,20 0,22 0,36 0,07 0,16 0,06 0,13 0,09 0,06 0,17 -0,08 0,04 0,14 0,02 -0,17 0,18 0,21 0,11 0,08 F16 5. Modelos de Regressão Para testar os modelos de regressão múltipla foram escolhidas como variáveis independentes o conjunto de fatores encontrados nos blocos 2.4 (avaliação dos determinantes de aumento nos custos logísticos), 2.5 (avaliação das prioridades de melhorias para combate aos custos logísticos), 2.6 (custos extras) e 2.8 (estratégias de redução de custos logísticos). A utilização das médias dos fatores como variáveis independentes se sustenta em três estratégias de análise. A primeira refere-se à redução e influência que a multicolineridade entre indicadores poderá trazer na estimativa dos parâmetros (HAIR et al., 2010), elemento típico em escalas do tipo Likert (NETEMEYER et al., 2003). Outro ponto buscado foi gerenciar o tamanho da amostra ao número de variáveis independentes. Ao utilizar as variáveis extraídas da AFE foi possível reduzir o número de variáveis independentes de 32 para cerca de 20, reduzindo a amostra requerida para a análise de cerca de 160 para 100 casos (TABACHNICK; FIDELL, 2007). Finalmente, assumindo a teoria clássica de mensuração, pode-se assumir que a utilização de indicadores múltiplos aumenta a confiabilidade das medições, resultando em maior chance de encontrar relações significativas (NUNNALLY; BERNSTEIN, 1994). As variáveis dependentes foram os indicadores e fatores que compõem as escalas de custos de localização de custos logísticos. Para o teste do modelo aplicou-se o método de stepwise para seleção das variáveis preditoras com maior relação com cada tipo/fator de custo encontrado. Para avaliar a qualidade geral do modelo analisou-se o valor do r quadrado ajustado, como indicador do percentual de variância da variável dependente que pode ser explicada pelo conjunto de variáveis independentes em cada bloco. Para avaliar a qualidade dos modelos de regressão foram aplicados diversos diagnósticos. Para avaliar a quesito da autocorrelação e independência das observações foi analisado se o valor a estatística de Durbin Watson se encontrava dentro dos patamares de 1,5 e 2,5, indicativo de autocorrelação não significativa (NORUSIS, 1999). Não ocorreram problemas desta natureza nos modelos testados. A multicolinearidade foi avaliada pela análise da medida do fator de inflação da variância, que deveria estar abaixo de 10 para indicar relativa estabilidade dos parâmetros preditos devido a uma associação entre variáveis em níveis aceitáveis. Em todos os modelos finais o nível de multicolinearidade foi pequeno e insignificante, o que reforça a utilidade de aplicar as médias dos fatores como variáveis independentes como forma de combater este tipo de ocorrência. A análise de resíduos studentizados foi empregada para identificar possíveis outliers (valores fora dos limites de ±3) bem como a normalidade dos resíduos, por análise gráfica, foi empregada como forma de avaliar o atendimento geral dos pressupostos da regressão (HAIR et al., 2010). Outro critério de avaliação da presença de casos extremos foi a distância de Mahalanobis (D2), que foi contrastada com uma distribuição quiquadrado com k (número de variáveis) graus de liberdade (MINGOTI, 2005). Na presença de casos extremos procedeu-se a estimação do modelo sem a presença destes casos, visando um modelo mais estável. Para avaliar violações dos quesitos de linearidade e homocedasticidade recorreu-se a análise gráfica de diagramas de dispersão, contrastando os resíduos studentizados (Y) contra os valores previstos pela regressão (X), bem como nos GRÁFICOS de regressão parcial (TABACHNICK; FIDELL, 2007). Não detectados desvios nestas condições nos modelos testados. Nas seções abaixo se delimitam os resultados estatísticos finais encontrados, bem como as implicações em termos dos determinantes dos custos de logística das empresas estudadas. Para interpretação da força e da direção dos fatores de causalidade utilizou-se os pesos padronizados (standarized coefficients - BETA). Esses índices variam entre -1 e 1 e, quanto mais próximos de 1, maior a importância relativa das Vis quando se desconsidera a unidade de medida de X e Y. Sendo assim, os pesos BETA permitem uma avaliação mais objetiva do efeito de cada variável independente (X) sobre a variável dependente. Custos Logísticos no Brasil 23 Para avaliar a significância das relações empregou-se o teste t de significância dos parâmetros. Para avaliar a significância basta analisar se os valores da coluna sig. São menores que 0,05 (5%) indicando que o parâmetro é diferente de 0 com 95% de confiança. Como foi empregada a regressão stepwise com valor de significância de 5%, todas as variáveis apresentadas são significativas. 5.1 Transporte de Matéria- Prima Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 17,2% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 20). Estimativas Coeficientes não Coef. padronizados Padron. B Erro padrão 1 (Constant) 1,938 0,332 Burocracia 0,345 0,097 2 (Constant) 1,463 0,401 Burocracia 0,289 0,099 Eficiência logística interna 0,232 0,113 3 (Constant) 1,824 0,413 Burocracia 0,269 0,097 Eficiência logística interna 0,362 Eficiência logística externa (transferência) -0,269 Valor T Sig. 5,840 0,000 3,568 0,001 3,654 0,000 0,256 2,916 0,181 Beta Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 1,000 1,000 0,004 0,926 1,080 2,059 0,042 0,926 1,080 4,411 0,000 0,238 2,767 0,007 0,920 1,087 0,120 0,281 3,007 0,003 0,776 1,289 0,101 -0,241 -2,673 0,009 0,837 1,195 0,305 TABELA 20: Regressão de transporte de matéria-prima Dados os pesos de regressão, pode se determinar que as empresas que tem se defrontado com elevados custos logísticos de transporte de matéria-prima buscam combatê-los por meio de estratégias internas, como reduzir o número de entregas rápidas, além de terceirizar da frota e serviços logísticos para outros operadores. Ademais, essas empresas têm trabalhado com operações FOB em substituição ao CIF. Em termos de eficiência logística, essas empresas não transferem as responsabilidades e custos logísticos para clientes (eficiência logística externa). Para essas empresas, os principais determinantes de aumento de custos logísticos são a burocracia do governo e suas implicações, como aumento nas filas de portos. 5.2 Armazenamento de Matéria-Prima O modelo de regressão final foi capaz de explicar 9,6% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 21). 24 Modelo Estimativas Coeficientes não padronizados B Erro padrão 1,553 0,253 0,262 0,089 1,018 0,334 Custos de pessoal 0,237 0,087 Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte 0,164 0,069 1 (Constant) Custos de pessoal 2 (Constant) Coef. Padron. Valor T Sig. Beta Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 1,000 1,000 6,136 0,000 2,956 0,004 3,051 0,003 0,235 2,704 0,008 0,986 1,015 0,209 2,395 0,018 0,986 1,015 0,260 TABELA 21: Regressão de armazenamento de matéria-prima Empresas que têm grande parte dos custos logísticos associados ao “Armazenamento de Matéria-Prima” observam grandes custos extras de pessoal, tais como “Capacitação de Mão de Obra”, “Horas extras” e “Ações Trabalhistas”. Além disso, acreditam que a expansão da malha ferroviária para o Centro-oeste, Nordeste e Norte é uma forma de combater os crescentes custos logísticos do setor. 5.3 Transporte de Produto Acabado Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 2,5% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão. Esse percentual mostra que poucos elementos dentre os considerados na pesquisa são capazes de explicar os custos logísticos. Talvez outras variáveis como setor de atividade ou tipo de produto principal sejam capazes de incrementar esse percentual. Além disso, uma amostra de maior tamanho seria necessária para efetuar os testes com maior representatividade dos grupos criados pelas Vifs (TABELA 22). Estimativas 1 (Constant) Maior oferta de caminhões Coeficientes não padronizados B Erro padrão 2,924 0,355 0,211 0,102 Coef. Padron. Valor T Sig. Beta 0,182 8,243 0,000 2,065 0,041 Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 1,000 1,000 TABELA 22: Regressão de transporte de produto acabado Empresas que têm grande parte dos custos logísticos associados ao transporte de produto acabado acreditam que uma maior oferta de caminhões seria efetiva no combate de custos logísticos. Custos Logísticos no Brasil 25 5.4 Armazenagem de Produto Acabado Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 34,8% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 23). Estimativas Coeficientes não padronizados B Erro padrão 0,240 0,346 0,768 0,107 -0,180 0,360 Fatores estruturais 0,675 0,108 Custos de pessoal 0,270 0,086 1 (Constant) Fatores estruturais 2 (Constant) Coef. Padron. Valor T Sig. Beta Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 1,000 1,000 0,693 0,490 7,177 0,000 -0,501 0,617 0,477 6,274 0,000 0,924 1,083 0,239 3,147 0,002 0,924 1,083 0,543 TABELA 23: Regressão de armazenamento de produto acabado Empresas que possuem elevados custos de armazenagem de produto acabado tendem a perceber um crescimento generalizado na estrutura de custos logísticos no Brasil, especialmente (pela ordem das cargas fatoriais) “ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora)”, “custos com armazéns nas regiões metropolitanas” e “informalidade no setor de transportes”. Como as empresas que trabalham com o armazenamento de matéria prima, essas empresas observam grandes custos extras de pessoal, tais como “Capacitação de Mão de Obra”, “Horas Extras” e “Ações Trabalhistas”. 5.5 Distribuição Urbana de Produtos Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 26,4% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 24). Estimativas 1 (Constant) Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas 2 (Constant) Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas Burocracia 3 (Constant) Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas Burocracia Fatores estruturais Coeficientes não padronizados Erro B padrão 1,098 0,372 0,545 0,107 1,967 0,444 0,594 0,104 -0,318 0,096 1,327 0,495 0,382 0,129 -0,357 0,467 Coef. Padron. Sig. Tolerância VIF 1,000 1,000 2,952 0,004 5,070 0,000 4,429 0,000 0,452 5,687 0,000 0,980 1,021 -0,263 -3,305 0,001 0,980 1,021 2,683 0,008 0,290 2,957 0,004 0,611 1,637 0,095 -0,295 -3,758 0,000 0,957 1,045 0,174 0,266 2,681 0,008 0,597 1,676 0,414 TABELA 24: Regressão de distribuição urbana de produtos 26 Valor T Beta Estatísticas de colinearidade Empresas que têm grande parte de seus custos concentrados em “Distribuição Urbana de Produtos” acreditam que a melhoria do “Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas” é um fator essencial para redução dos custos logísticos. Assim, ações como a “redução às restrições de carga e descarga nos centros urbanos” e “maior oferta de plataformas logísticas com armazenagem nas regiões metropolitanas” são prioridades que devem ser analisadas em termos da competitividade logística do Brasil. Por outro lado, essas empresas têm sido menos afetadas pela burocracia governamental que as que não atuam com este tipo de distribuição. Ademais, as mesmas vivenciam um crescimento em fatores estruturais que têm elevado os custos logísticos, como “ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora)”, “custos com armazéns nas regiões metropolitanas” e “informalidade no setor de transportes”. 5.6 Embalagem Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 18,5% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 25). Estimativas Coeficientes não padronizados Erro B padrão 1 (Constant) Fatores estruturais 0,555 0,478 0,342 0,105 2 (Constant) Fatores estruturais Segurança & Prevenção 0,150 0,381 0,238 0,372 0,110 0,095 Coef. Padron. Valor T Sig. 0,379 1,624 4,545 0,302 0,218 0,404 3,465 2,497 Beta Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 0,107 0,000 1,000 1,000 0,687 0,001 0,014 0,876 0,876 1,142 1,142 TABELA 25: Regressão de distribuição urbana de produtos Empresas que têm grande parte de seus custos concentrados em embalagem observaram um crescimento em fatores estruturais que elevaram os custos logísticos, tais como “ausência de oferta de transporte com qualidade (transportadora)”, “custos com armazéns nas regiões metropolitanas” e “informalidade no setor de transportes”. Essas empresas também possuem maiores custos extras com segurança, como “acidentes” e “tecnologias de segurança contra roubos de cargas”. 5.7 Logística Reversa Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 21,8% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 26). Estimativas 1 (Constant) Fatores estruturais Coeficientes não padronizados B Erro padrão -0,177 0,691 0,383 0,118 Coef. Padron. Valor T Sig. Beta 0,467 -0,464 5,864 0,644 0,000 Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 1,000 1,000 TABELA 26: Regressão de logística reversa Custos Logísticos no Brasil 27 Empresas que têm seus custos concentrados em logística reversa observaram um crescimento em fatores estruturais que elevaram os custos logísticos, como ausência de “oferta de transporte com qualidade (transportadora)”, “custos com armazéns nas regiões metropolitanas” e “informalidade no setor de transportes”. 5.8 Custos Portuários/Aeroportuários Modelo O modelo de regressão final foi capaz de explicar 31,7% da variância da variável dependente, com os seguintes parâmetros de regressão (TABELA 27). Estimativas B Erro padrão 0,819 0,355 0,521 0,093 1,543 0,409 Redução da burocracia portuária 0,531 0,090 Eficiência logística externa (transferência) -0,313 0,097 2,052 0,467 Redução da burocracia portuária 0,563 0,090 Eficiência logística externa (transferência) -0,270 Maior oferta de caminhões 1 (Constant) Coef. Padron. Valor T Sig. Beta Estatísticas de colinearidade Tolerância VIF 1,000 1,000 2,304 0,023 5,599 0,000 3,776 0,000 0,459 5,919 0,000 0,999 1,001 -0,252 -3,244 0,002 0,999 1,001 4,393 0,000 0,487 6,279 0,000 0,971 1,029 0,097 -0,217 -2,770 0,006 0,955 1,047 -0,221 0,103 -0,170 -2,150 0,034 0,929 1,076 (Constant) 1,733 0,488 3,553 0,001 Redução da burocracia portuária 0,526 0,090 0,455 5,819 0,000 0,932 1,073 Eficiência logística externa (transferência) -0,344 0,103 -0,276 -3,343 0,001 0,833 1,200 Maior oferta de caminhões -0,234 0,102 -0,180 -2,300 0,023 0,925 1,081 Eficiência logística interna 0,241 0,119 0,169 2,023 0,045 0,818 1,222 Redução da burocracia portuária 2 (Constant) 3 (Constant) 4 Coeficientes não padronizados 0,451 TABELA 27: Regressão de custos portuários/aeroportuários Empresas que têm seus custos relacionados a questões portuárias ou aeroportuárias tendem a não adotar estratégias internas de redução de custos logísticos, transferindo menos os custos e responsabilidades a seus clientes. Para elas, o principal fator para combater os custos de logística é a redução da burocracia portuária e aeroportuária. Para essas empresas, a maior oferta de caminhões não seria uma estratégia útil para combater o crescimento dos custos logísticos. 28 6. Modelos de Regressão Logística Para avaliar os fatores determinantes da escolha pela terceirização da operação logística utilizou-se o modelo de regressão logística múltipla. A escolha se pauta em seus menores requisitos e facilidade de interpretação. Em especial, as variáveis analisadas não se comportam de maneira aproximadamente normal, o que limita a utilidade e aplicação da análise discriminante múltipla (MINGOTI, 2005). Para avaliar a qualidade geral do modelo testado, empregou-se inicialmente a avaliação do R2 Nagelkerke, que ficou em patamar de 18,5%, mostrando um ajustamento moderado do modelo. Para avaliar a adequação geral do teste, aplica-se o teste de Hosmer e Lemeshow, que não sendo significativo indicaria um ajustamento aceitável dos dados. A significância encontrada foi de 0,780 relevando um ajuste aceitável para os dados (SEMEDO, 2009). O modelo foi capaz de prever corretamente 54% da amostra de empresas, mas esse valor é inferior ao esperado caso fosse uma experiência randomizada (CPRO=0,7222) e, apesar dessa diferença não ser significativa do ponto de vista estatístico (PRESS Q=0,7936; p=0,3729), não se pode assumir que o modelo seja efetivo enquanto ferramenta de predição (HAIR et al., 2010). Portanto, os resultados apresentados devem ser visto com cautela. Além disso, não foram detectados casos com valores de resíduos fora dos patamares aceitáveis (±2,58) e se pode atestar que tais resultados são relativamente estáveis. Os modelos testados para os fatores agrupados não revelaram significância estatística, determinando como estratégia alternativa aplicação de um modelo logístico para um dos blocos que compõem as variáveis independentes. Na aplicação desse modelo, pelo método Foward Wald, somente o bloco 2.5 apresentou significância estatística, conforme apresentado na TABELA 28, abaixo. Variables in the Equation B E.P Wald g.l. Sig. Exp(B) -0,759 0,298 6,510 1,000 0,011 0,468 4,727 1,318 12,873 1,000 0,000 112,976 Step 2(b) Q2.5.1 -0,979 0,336 8,476 1,000 0,004 Q2.5.9 0,494 0,208 5,665 1,000 Constant 3,987 1,386 8,272 1,000 Step 1(a) Q2.5.1 Constant 95,0% C.I.for EXP(B) Lower 0,261 Upper 0,839 0,376 0,194 0,726 0,017 1,639 1,091 2,461 0,004 53,903 TABELA 28: Regressão Logística Os resultados mostram que empresas que terceirizam a logística acreditam que a melhoria dos custos logísticos seria obtida pelo melhor acesso portuário com redução de filas (Q2.5.9). Pode-se inferir que a terceirização não tem sido motivada pela melhoria nas condições rodoviárias, e sim, na melhoria nas condições portuárias (Q2.5.1 com peso negativo), pois as empresas que acreditam que as melhorias nas condições rodoviárias seriam menos importantes para a redução do custo logístico em suas organizações são as que têm maior chance de terceirizar sua frota. Em outras palavras, os resultados sugerem que as empresas que terceirizam sua frota observam maiores custos nas condições portuárias do que no transporte rodoviário. Custos Logísticos no Brasil 29 7. Análise de Cluster Nesta etapa, os fatores encontrados na AFE foram submetidos à análise de clusters. O objetivo é criar grupos homogêneos de empresas quanto ao seu perfil. A análise de cluster é um método multivariado que visa a agrupar observações de forma que os elementos dentro de um grupo sejam similares naquelas variáveis escolhidas enquanto os grupos sejam distintos em termos do seu perfil (HAIR et al., 2010). O intuito é identificar, de forma exploratória, grupos de empresas similares para subsidiar a compreensão dos tipos de empresas em relação a seus custos logísticos, estratégias e expectativas. Quanto ao tamanho da amostra, pode-se dizer que a técnica de análise de clusters não é afetada pela relação número de variáveis e números de empresas considerados (HAIR JR. et al., 2003). Como se usa nesse caso uma amostra de empresas, a generalização dos resultados originais depende da representatividade da amostra original. Os debates acerca das suposições da técnica também se mostram pouco relevantes, dada a ausência de pressupostos estatísticos clássicos (ex: normalidade como normalidade, linearidade e homocedasticidade). Quanto à redundância das variáveis (multicolinearidade), o problema foi reduzido pela utilização de médias de fatores previamente submetidos a AFE. O algoritmo de aglomeração escolhido foi o método hierárquico de Ward (de mínima variância) com a distância euclidiana ao quadrado. Para equiparar as medidas, empregou-se a padronização pela divisão das medidas por seu desvio padrão para cada individuo, visando eliminar diferenças no uso da escala e encontrar um padrão que revele consistência no grau relativo de importância das variáveis. Como as variáveis consideradas variam necessariamente entre 1 e 5, as medidas mais representativas da população (com maior ou menor média) têm maior peso na análise, permitindo criar grupos maiores (baseados na dispersão) e evitando grupos pequenos e outliers. Com isso, todas as unidades de medida têm variabilidade e médias compatíveis, mas não idênticas. Para definir o número de clusters, verificou-se o coeficiente de aglomeração em cada estágio do processo hierárquico, avaliando o crescimento percentual do coeficiente (c) ao passar do estágio i para o estágio i+1 ( c c − 1 ). Os pontos finais de maior crescimento foram selecionados e as soluções, comparadas (por meio da análise regressão logística). Para representar a estrutura final dos clusters obtidos, empregou-se a apresentação das médias das variáveis por cluster. Importa ressaltar que as médias apresentadas foram padronizadas dentro de cada indivíduo e por bloco de variáveis, isto é, são médias utilizadas na análise de clusters (TABELA 29). i +1 i 30 FATORES A B Armazenagem 2,3 Custos Acessórios CLUSTERS C D 2,0 2,7ab 2,3 3,2 3,0 3,3 3,3 Transporte de produtos acabados 3,9c 4,2c 2,6 3,5c Embalagem 2,0 1,9 2,2 2,5 Fatores estruturais 3,1 3,0 3,0 3,1 Burocracia 3,6 3,7 3,7 3,2 Melhoria do acesso e integração sul-sudeste 3,9d 3,6 4,0bd 3,3 Redução da burocracia portuária 3,5d 4,2ad 3,7d 2,6 Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas 3,2 3,0 3,0 4,1abc Distribuição rodoviária 3,3 3,7 3,1 4,1ac Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte 4,0b 3,0 3,7 3,3 Fiscalização e estruturas de apoio 3,2d 2,8 3,3bd 2,4 Custos de pessoal 2,9 3,0 2,9 3,3 Segurança & Prevenção 2,6 2,9 2,5 2,8 Estradas pedagiadas 2,6 2,4 2,5 3,2abc Serviços rodoviários 3,2d 3,4d 3,4d 2,6 Eficiência logística 2,9 2,9 2,8 2,5 Capilaridade 3,0c 2,5 2,4 2,8 Transferência 2,1 2,5 2,8a 2,9a LOCALIZAÇÃO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS AUMENTO NOS CUSTOS LOGÍSTICOS AÇÕES PARA REDUÇÃO DOS CUSTOS CUSTOS EXTRAS INOVAÇÕES ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO DE CUSTOS TABELA 29: Médias de variáveis por Cluster Fonte: Dados da pesquisa. Observações: Os resultados baseiam-se testes bicaudais assumindo variâncias iguais com 0,05 de nível de significância. Para cada par com diferenças significativas a letra da categoria com menor média aparece sob a média da categoria com maior média. A TABELA 29 apresenta as médias dos clusters encontrados nos fatores pré-determinados. Os detalhes destas médias podem ser observados entre os GRÁFICOS 9 a 13. Maiores detalhes sobre as médias dos clusters por indicador podem ser observados na TABELA 29. Custos Logísticos no Brasil 31 Gráfico 9: Médias dos clusters por indicadores: localização dos custos logísticos Fonte: Dados da pesquisa. Observa-se que os clusters A, B e D são aqueles que apresentam maiores médias no transporte de produtos acabados. O único cluster que se destaca com maiores custos de armazenagem é o cluster C. Analisando os indicadores observa-se que o cluster D apresenta também maiores custos de Logística Reversa e Custos Portuários/Aeroportuários. O cluster B ainda apresenta maiores custos de Transp. Matéria-Prima. Gráfico 10: Médias dos clusters por indicadores: aumento de custos logísticos Fonte: Dados da pesquisa. 32 Aparentemente não existem diferenças nas médias da avaliação dos aumentos de custos logísticos para os fatores analisados entre clusters (GRÁFICO 10). Para o caso dos indicadores o cluster A apresentam uma maior média nos indicadores Informalidade no setor de transportes e Custos com armazéns nas regiões metropolitanas. Para o caso dos indicadores o cluster B apresenta uma maior média nos indicadores Falta de concorrência entre modais de transportes e Filas em portos. Para o caso dos indicadores o cluster C apresenta uma maior média nos indicadores Custos Portuários/Aeroportuários e Falta de concorrência entre modais de transportes. O cluster D observa nas Estradas em más condições e Custos com armazéns nas regiões metropolitanas os maiores determinantes dos aumentos de custos logísticos no Brasil. Gráfico 11: Médias dos clusters por indicadores: ações para redução de custos Fonte: Dados da pesquisa. Para o cluster A as principais ações que deveriam ser realizadas para combater estes aumentos são a Melhoria do acesso e integração sul-sudeste, Redução da burocracia portuária e Expansão da malha ferroviária para o Centro Oeste, Nordeste e Norte (GRÁFICO 11). O cluster B considera Redução da burocracia portuária e a maior oferta de caminhões como prioritário. O cluster C observa a Melhoria do acesso/integração sul-sudeste e Redução da burocracia portuária como requeridos para redução de custos. O cluster D é o que considera mais urgente a Acesso e distribuição nas regiões metropolitanas, redução do ICMS e maior oferta de caminhões. Gráfico 12: Médias dos clusters por indicadores: custos extras Fonte: Dados da pesquisa. Custos Logísticos no Brasil 33 Em relação aos custos extras os clusters A e C os observam especialmente nos quesitos Fiscalização e estruturas de apoio (GRÁFICO 12). O cluster D os observa especialmente em relação a ações trabalhistas, segurança e capacitação de mão de obra. O cluster B observa custos extras de forma na falta de estrutura e fiscalização e multas. Gráfico 13: Médias dos clusters por indicadores: estratégias de redução de custos Fonte: Dados da pesquisa. Para combater os custos logísticos o cluster A adota especialmente estratégias de Capilaridade (aumento do número de centros e deslocamento de estoques para próximo ao cliente) e os clusters C e D adotam estratégias de Transferência (reduzindo o número de entregas rápidas, transferências de custos e pedidos de mais tempo). Ambos os clusters A e B adotam estratégias de terceirização da frota (GRÁFICO 13). Na TABELA 30 pode-se observar o perfil dos clusters. Os clusters A e C tem a maior concentração relativa nos estados da Região Sul. O cluster B concentra-se basicamente na Região Sudeste, com maior percentual de empresas em SP. O cluster B apresenta concentração na Região Sudeste, com maior dispersão entre estados. O setor A se caracteriza por atuar especialmente nos seguintes segmentos: Auto Indústria, Papel/ celulose e Têxtil. O cluster B se destaca nos setores de Produção Agropecuária, Auto Indústria e Química/ Petroquímica. O segmento C apresenta maior concentração no segmento de Auto Indústria, Mineração, Têxtil e indústria de Construção. O segmento D apresenta maior concentração no segmento de Bens de consumo e uma maior dispersão nos demais. 34 Custos Logísticos no Brasil 35 AM BA CE ES GO MG PE PR RJ RS SC SE SP Norte Sudeste Sul Nordeste Centro-Oeste Outro TABELA 30: Perfil dos Clusters $REGIAO Estado (0) (2) (1) (0) (1) (13) (1) (2) (3) (6) (4) (0) (16) (0) (30) (13) (4) (1) (1) Count A ,0% 4,1% 2,0% ,0% 2,0% 26,5% 2,0% 4,1% 6,1% 12,2% 8,2% ,0% 32,7% ,0% 61,2% 26,5% 8,2% 2,0% 2,0% Column Valid N % (1) (0) (0) (0) (0) (6) (0) (0) (3) (1) (1) (0) (18) (1) (25) (3) (0) (0) (2) Count B 3,3% ,0% ,0% ,0% ,0% 20,0% ,0% ,0% 10,0% 3,3% 3,3% ,0% 60,0% 3,3% 83,3% 10,0% ,0% ,0% 6,7% Column Valid N % (0) (0) (0) (1) (1) (7) (0) (2) (3) (7) (2) (1) (10) (0) (22) (9) (1) (1) (1) Count CLUSTERS C ,0% ,0% ,0% 2,9% 2,9% 20,6% ,0% 5,9% 8,8% 20,6% 5,9% 2,9% 29,4% ,0% 64,7% 26,5% 2,9% 2,9% 2,9% Column Valid N % (0) (0) (0) (1) (0) (1) (0) (1) (2) (1) (1) (0) (6) (0) (10) (3) (0) (0) (1) Count D ,0% ,0% ,0% 7,7% ,0% 7,7% ,0% 7,7% 15,4% 7,7% 7,7% ,0% 46,2% ,0% 76,9% 23,1% ,0% ,0% 7,7% Column Valid N % 36 16,3% 10,2% 2,0% 12,2% (0) (1) (1) (1) (3) (0) (3) (1) (6) (8) (5) (3) (4) (1) (6) (2) (5) Comunicação Energia Varejo Atacado Bens de consumo Serviços Bens de Capital Produção Agropecuária Siderurgia e metalurgia Auto Indústria Papel e celulose Química e Petroquímica Eletroeletrônico Mineração Têxtil Farmacêuticas, higiene e cosméticos Indústria de Construção 10,2% 4,1% 8,2% 6,1% 12,2% 2,0% 6,1% ,0% 6,1% 2,0% 2,0% 2,0% ,0% (1) 2,0% Coluna Valid N % Transporte TABELA 31: Perfil dos Clusters $SETOR Contagem A (2) (1) (1) (3) 6,7% 3,3% 3,3% 10,0% 3,3% 16,7% (5) (1) 3,3% 20,0% (1) (6) 3,3% 16,7% (5) (1) 6,7% 3,3% 10,0% 3,3% ,0% ,0% ,0% ,0% Coluna Valid N % ,0% 20,6% (7) 11,8% (0) (4) 14,7% (5) 5,9% 2,9% 20,6% 8,8% 8,8% 8,8% 2,9% 5,9% 2,9% ,0% ,0% ,0% ,0% Coluna Valid N % 2,9% C (1) (2) (1) (7) (3) (3) (3) (1) (2) (1) (0) (0) (0) (0) Contagem CLUSTERS (2) (1) (3) (1) (0) (0) (0) (0) Contagem B (1) (1) (1) (0) (0) (1) (0) (1) (0) (1) (1) 7,7% 7,7% 7,7% ,0% ,0% 7,7% ,0% 7,7% ,0% 7,7% 7,7% ,0% 30,8% (4) (0) 7,7% ,0% ,0% 7,7% ,0% Coluna Valid N % (1) (0) (0) (1) (0) Contagem D 8. Conclusão Conseguiu-se delinear as grandes fontes de custos logísticos na percepção das empresas pesquisadas, que foram agregadas em quatro grupos: armazenamento e logística reversa; distribuição de produtos primários; transporte de produtos acabados e embalagem. Conclui-se também que fatores estruturais como estradas em más condições, ausência de intermodalidade de transporte e externalidades negativas provindas de aglomeração urbana são vistos pelo empresariado como aceleradores do aumento de custos logísticos. Dessa forma, a integração multimodal, a expansão de ferrovias para regiões em crescimento e maior oferta de capital logístico podem ser ações para redução no custeio do transporte. De fato, empresas que atuam em diferentes segmentos se baseiam nessa gama de variáveis para mitigação do custeio no setor de transporte. A pesquisa especificou que despesas relacionadas à embalagem e à logística reversa são afetadas por esses fatores estruturais mais intensamente, em termos de significância estatística. Entretanto, empresas que necessitam de armazenagem de matéria-prima veem o custo de pessoal como fator relevante para o aumento do custo de armazenamento, ao mesmo tempo em que a terceirização de operações é elemento chave para empresas que transportam insumos básicos. Ademais, custos com pessoal e fatores estruturais possuem influência significante na armazenagem de produtos acabados. Do mesmo modo, a distribuição do produto acabado em centros urbanos pauta-se no acesso à cidade e nas externalidades negativas da aglomeração urbana como fonte do aumento dos custos logísticos. Por fim, empresas com grande parcela de custeio em portos e aeroportos relacionam a redução de burocracia portuária à minimização do custo logístico. Além disso, priorizam custos de operações internas à firma enxutos, como demonstrado pela análise de regressão. De maneira geral, pode-se inferir que problemas históricos de infraestrutura, capital humano e conurbação urbana devem ser atacados pelo setor público e privado para mitigar as diversas fontes de aumento de custo logístico. Dessa forma, os leilões de concessão realizados pelo governo são vistos com bons olhos para a atual conjuntura econômica brasileira e pelas empresas privadas que atuam no País. Referencias •• AMARAL, Gilberto Luiz. Carga tributária do transporte no Brasil é uma das maiores do mundo. http://www.transportabrasil.com.br/2008/09/carga-tributaria-do-transporte-no-brasil-e-uma-dasmaiores-do-mundo/ Acesso em: 13 Ago. 2012. •• BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 546 p. •• CNT/COPPEAD. Transporte de cargas no Brasil: ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do país, 2002. 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