CIGA-Informando 33 - Ciga-Brasil
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tro Ap Cen oio C sil A-Bra IG de In te g r a ç ã o e ANO 7 - NÚMERO 33 - MARÇO 2005 - TIRAGEM: 1500 EXEMPLARES Binningerstrasse 19 4103 Bottmingen Tel. +41 061 423 03 47 Fax +41 061 423 03 46 (Irene Zwetsch) Foto: Rubens Zischler Nas ruas da memória, de cada janela surge um sonho, uma lembrança boa. [email protected] www.cigabrasil.ch Caras amigas e amigos Passadas as folias do carnaval, entramos de cabeça nos afazeres do dia-a-dia e vamos desenvolvendo os planos que traçamos para este ano. É interessante pensar que cada ano é um recomeço. Como um rio, que sempre se renova ao passar pelas mesmas margens, assim nós também vamos crescendo, aprendendo, amadurecendo. Com os mesmos olhos passamos a ver o mundo de forma diferente a cada dia e descobrimos, nas pessoas que nos cercam, sempre novas facetas. Mesmo assim, no fundo de nós mesmos, nas ruas da nossa memória, continuamos armazenando nossos sonhos e lembranças, que vêm nos socorrer quando a realidade nos oprime. Junto com nossa maneira bem própria de ser, com nossa brasilidade e nossas capaci- dades pessoais, esses sonhos e lembranças também fazem parte da bagagem que trazemos quando decidimos sair do nosso país e enfrentar a vida em terras estranhas. Cada um acaba vivendo de forma diferente a adaptação num outro país, mas todos nós, migrantes, temos em comum essa dualidade de estar aqui e lá ao mesmo tempo, mesmo sem querer. Adriana Nunes, jornalista brasileira que mora na Alemanha, resolveu registrar essa realidade e saiu a campo para entrevistar mais de 60 imigrantes. O resultado do trabalho é o livro «Somente as pedras preciosas vêm do Brasil», que apresenta um retrato da imigração brasileira na Alemanha. Nesta edição Adriana nos fala um pouco de como surgiu o livro e da sua experiência como imigrante. Continua página 3 ➙ CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando Bazar de Livros e Café Literário A Infonet e o CEBRAC (Centro Brasileiro de Ação Cultural) estão promovendo uma noite literária com a escritora Regina von Arx. No evento a artista estará apresentando seus livros e fazendo o lançamento da obra «Espelhos» na Suíça. Além de um bate-papo com o público, Regina também lerá algumas poesias e estará autografando os livros. Mais detalhes sobre o trabalho da autora e artista plástica podem ser conferidos diretamente em sua homepage: www.vonarx-arts.ch Data: 19.03.2005 (Sábado), 16 horas Local: Sede do CEBRAC Quellenstrasse 25, 8005 Zurique Entrada Gratuita Informações: (01) 271 43 05 E-mail: [email protected] Homepage: http://www.cebrac.org ➙ Continuação da página 1 O primeiro ponto que vem à tona quando se pensa em brasileiros morando em países germânicos é a diferença cultural. Não dá para negar que temos outro padrão de tempo, que trabalhamos de outra forma, que nos divertimos diferente. Essa diversidade, se por um lado enriquece a convivência, também pode gerar problemas, frustrações, conflitos. E quando a situação fica difícil e vem a insegurança, a depressão, a vontade de desabafar, a necessidade de procurar informações e saídas, entram em ação os agentes de aconselhamento e profissionais especializados em diversas áreas. Há muitos brasileiros na Suíça trabalhando no apoio aos imigrantes. Além das associações brasileiras espalhadas pelo país, existem também serviços específicos de apoio psicológico, pedagógico, familiar e social. Nas próximas edições apresentamos dois serviços existentes na região de Basel, que contam com o trabalho de profissionais brasileiras. O mesmo tipo de atendimento existe também em outros cantões e as associações brasileiras locais podem fornecer mais informações a respeito. Falando em grupos brasileiros, neste CIGA-Informando apresentamos o trabalho da ABRACE, associação da região do Ticino, que procura apresentar um pouco da cultura brasileira à comunidade suíça local. O grupo existe de 1996 e enfatiza também a importância do aprendizado da língua portuguesa por parte dos filhos de brasileiros. O contato da ABRACE e dos demais grupos brasileiros na Suíça você encontra na homepage do CIGA-Brasil, que desde fevereiro está de «cara nova». Confira o novo layout da página e dê-nos sua opinião. A proposta é permitir que o leitor acesse de forma facilitada as informações de que necessita. Se tiver alguma sugestão, fique à vontade para nos escrever. O crescimento e amadurecimento do nosso trabalho é fruto desta troca de experiência com todos vocês, a quem agradecemos pelo apoio. Uma ótima primavera a todos e próxima. até a Equipes do CIGA-Brasil. DINHEIRO URGENTE !!!!! International Affairs VISITE NOSSOS WEBSITES: www.mmcinternational.ch & www.miamipochon.com (a maior imobiliária de Miami / Caribe / Am. Sul) E M P R É S T I M O S : CHF 1'000 até CHF 140'000 Rápido, confidencial, você decide o prazo e valor da mensalidade. CARTÕES DE CRÉDITO: Encomende seu VISA ou MASTERCARD International pagando apenas 50% da anuidade no primeiro ano. Crédito já aprovado! Atendemos todos os dias da semana inclusive sábado e domingo. CONSULTE-NOS: Tel.: 032 721 18 15 • Fax: 032 724 70 18 Natel: 079 639 00 00 • E-mail: [email protected] 2 3 CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando Livro apresenta perfil dos brasileiros na Alemanha A jornalista e imigrante Adriana Nunes resolveu registrar no papel as histórias que escutou de vários brasileiros que moram na Alemanha. Do jogador de futebol, à babá que se tornou prostituta, do sociólogo ao capoeirista, do arquiteto ao garoto de programa, vários são os personagens do livro, que contam, de forma bem pessoal, suas experiências, aventuras e desventuras no novo país. Adriana nos convida a viajar com seus entrevistados pelo mundo da imigração brasileira na Alemanha e talvez, como ela mesma, descobrir partes da nossa própria história em cada um desses depoimentos. Por E-mail, Adriana falou ao CIGA-Informando sobre sua obra e seus objetivos. Em 2001 você editou o livro «Somente as pedras preciosas vêm do Brasil - Brasileiros na Alemanha». Qual é o tema da obra? Histórias de brasileiros que vivem na Alemanha. Entrevistei mais de 60 pessoas, de todas as partes do Brasil, de todas as classes sociais e de diferentes profissões. Artistas, escritores, jornalistas, cinegrafistas, jogadores de futebol, garimpeiros, sociólogos, políticos, homens de negócios, psicólogos, capoeiristas, prostitutas, garotos de «programa»... Nos depoimentos em primeira pessoa, esses brasileiros falam dos motivos de terem vindo para a Alemanha, de suas experiências no novo país, do desafio de aprender uma nova língua e de se adaptar a uma outra mentalidade, das diferenças entre as duas culturas. Alguns depoimentos são bastante analíticos, outros bastante poéticos. E há ainda anedotas engraçadíssimas, quase surreais... Adriana Nunes jornalista, tivemos a idéia de registrar essas experiências tão ricas e originais num livro. A princípio, pensamos em escrever o livro juntas, mas logo desistimos da idéia, porque escrever qualquer coisa a quatro mãos é muito difícil. Decidi então tocar sozinha o projeto, o qual eu própria financiei. Viajei por toda a Alemanha para fazer as entrevistas. Eu tinha um catálogo de perguntas muito precisas, mas, no decorrer da entrevista, muitas vezes, deixei as perguntas de lado e deixei as pessoas falarem livremente. Na hora de escrever as histórias, tentei me ater ao máximo ao estilo lingüístico dos entrevistados. O que eu queria era que a subjetividade de cada um deles aflorasse... Qual sua motivação para escrever o livro e como foi o processo de criação? Na época em que eu era editora da Rádio Deutsche Welle, tive a oportunidade de entrevistar vários brasileiros que realizavam trabalhos bastante interessantes na Alemanha. Certo dia, conversando com outra Como você escolheu as pessoas a serem entrevistadas? Algumas eram pessoas que eu já havia entrevistado na Rádio Deutsche Welle, como o bailarino Ismael Ivo. De outras pessoas eu havia ouvido falar através da imprensa alemã, como o jogador de futebol Júlio 4 César, o artista plástico Antonio Dias, a vereadora Fá Stollenwerck, e o arquiteto Geraldo Wickert, responsável pela construção do maior shopping center da Europa, o Centro, de Oberhausen. Outras pessoas foram-me indicadas por amigos, como o sociólogo Luiz Ramalho e o bailarino de dança afro-brasileira Murah Soares. O que me interessava era reunir uma grande quantidade de experiências diversas e ricas. Por isso, no livro tem de tudo um pouco: pessoas que gostam da Alemanha, outras que não se sentem bem aqui; pessoas que se integraram ao mercado de trabalho alemão, outras que ficaram à margem da sociedade; e ainda aquelas que estão aqui de passagem, e cujo sonho é voltar, um dia, ao Brasil. Estou totalmente integrada ao mercado de trabalho e à sociedade alemã, o que não significa, porém, que não tenha tido profundos conflitos... Logo que cheguei, senti-me muito só e anônima, numa universidade tão grande como a de Colônia. Eu achava as pessoas sérias demais, um tanto indiferentes, muito formais... Eu me perguntava: «Onde ficou a espontaneidade desse povo? E a manifestação dos sentimentos, da alegria de viver?» Eu achava os alemães muito bloqueados emocionalmente, ao mesmo tempo que tinham uma imensa carência de demonstrações de carinho, de afeto... Hoje, posso dizer que tenho excelentes amigos aqui, pessoas muito confiáveis... Mas foi um longo e difícil processo... Você reuniu relatos de pessoas muito diferentes. O que elas têm em comum? Quase todas elas passaram por um difícil processo de adaptação. A maioria se confrontou com as dificuldades de aprender o alemão, um idioma nada fácil para brasileiros, com empecilhos burocráticos, com o choque cultural, com a dificuldade de se adaptar ao novo clima. E quase todas elas depararam-se, de uma forma ou de outra, com preconceitos, discriminações sutis ou escancaradas, e, em alguns casos, com uma xenofobia muito violenta. Com essa coletânea de histórias, você diria que seu livro mostra um perfil dos brasileiros na Alemanha? Sim, o livro mostra a riqueza e a complexidade do processo migratório brasileiro na Alemanha. Os depoimentos são bem diversos. Tem o exilado político, que se refugiou na Alemanha da ditadura militar e acabou fazendo carreira aqui; do cafetão e capoeirista do Rio de Janeiro, que hoje ganha a vida com shows de dança e striptease, com aulas de capoeira e apresentações na televisão: da mulher que fugiu do racismo no Brasil, casou-se com um alemão e que é feliz; da que veio pensando que ia tomar conta de um bebê e foi obrigada a se prostituir; do escritor que aborda o conflito da «identidade dividida» em seus romances; e por aí vai... Você, como imigrante, também se identifica com esses relatos? Como foi a sua história no exterior? Durante todas as entrevistas, sempre houve um momento, onde pensei: «Isto também aconteceu comigo. Eu também penso assim.» De uma certa forma, eu vejo diferentes partes de mim em cada um dos depoimentos... Eu vim para a Alemanha numa situação muito privilegiada... Ainda como estudante de Germanística, Romanística, Teatro, Cinema e Televisão, consegui um estágio na Deutsche Welle, pela qual fui contratada, como editora, paralelamente à conclusão do meu curso. Trabalhei depois como editoraexecutiva no leitorado português da Editora Könemann. Atualmente, trabalho numa instituição alemã de cooperação econômica. Na sua opinião, que imagem o Brasil e os brasileiros têm na Alemanha? De um modo geral, os alemães associam o Brasil a tudo que dá prazer: praias, mulheres bonitas e sensuais, samba, caipirinha, futebol-arte, boa música, alegria de viver. Ao mesmo tempo, a imprensa alemã está cheia de matérias sobre a criminalidade, a pobreza, a violência, as guerras entre os traficantes de drogas nas favelas, o assassinato de meninos de rua, os problemas ambientais do Brasil. Continua página 6 5 ➙ CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando ➙ Continuação da página 5 Politicamente, o Brasil é um país inofensivo para a Alemanha, não representa nenhuma ameaça, como, por exemplo, os países de onde vêm os terroristas muçulmanos. Economicamente, o Brasil, bem como toda a América Latina, perderam em importância, após a queda do muro de Berlim, pois os alemães passaram a se interessar mais pelos países do Leste Europeu, bem como também pela Ásia. em alguns shows, bares ou clubes noturnos brasileiros, onde um certo tipo de mulheres circula... Eles não conhecem as brasileiras que eu conheço... Ou então, às vezes, a pessoa está à «margem» do mercado de trabalho, vivendo de bicos aqui e ali, mas se sente bem na Alemanha, pois criou uma vida rica para si e nem sonha em voltar ao Brasil... Aqui na Suíça temos uma série de associações brasileiras e grupos voltados à divulgação da nossa língua e cultura. Qual é a realidade na Alemanha? Aqui também há vários grupos e círculos culturais brasileiros. Há inclusive uma revista editada em Berlim, a Brazine (www.brazine.de), com temas exclusivamente brasileiros. Ela tem encontrado uma boa repercussão entre a comunidade brasileira... Você acredita que as dificuldades e barreiras enfrentadas pelos brasileiros na Alemanha são as mesmas em outros países? Daria para «transplantar» as histórias do livro para um outro contexto? Algumas certamente que sim. Acho que dificuldades com a língua, a saudade, a redefinição de identidade, dificuldades econômicas e de integração ao mercado de trabalho, com o clima e mentalidade diferentes existem em toda parte, em graus obviamente diferentes. Mas seria o caso de se analisar, primeiro, a situação específica de cada país e de cada contexto cultural. Você já percorreu diversas cidades fazendo leituras de seu livro tanto em português como em alemão. Como tem sido a receptividade do público, tanto alemão quanto brasileiro? A receptividade tem sido muito boa. O livro foi indicado na bibliografia do seminário «Brasileiros em Berlim», do sociólogo Sérgio Costa, professor da Universidade Livre de Berlim. No Brasil, o Instituto Goethe de Salvador organizou uma leitura, e o ex-cônsul-geral da Alemanha no Brasil, o Sr. Thomas Meister, me convidou para outra. Fiz leituras na Embaixada Brasileira de Berlim, na Universidade de Munique, no Museu das Mulheres, em Bonn, na Volkshochschule de Ulm, em colaboração com a Universidade de Ulm, em Hamburgo, etc... Dei entrevistas para rádios e televisões de Hamburgo, Düsseldorf, Ulm, Colônia... No final das leituras, sou abordada não somente por alemães e brasileiros, mas também por outros estrangeiros que se identificam com as histórias, como portugueses, espanhóis, iranianos, finlandeses, outros latino-americanos... Como você vê a questão da integração dos brasileiros na Alemanha? A comunidade brasileira está integrada e participante ou sofre discriminação/preconceito, ficando à margem da sociedade? Em meu livro, não me preocupei em levantar estatísticas ou fazer um estudo científico, com conclusões objetivas. A idéia foi fazer um apanhado geral de experiências múltiplas e diversas. Eu queria que meu livro fosse um ponto de partida para discussões e até para outros trabalhos, de teor científico. Por isso, não gostaria aqui de fazer generalizações, sem base em dados concretos. Temos também que diferenciar as coisas. Às vezes, um brasileiro está totalmente integrado profissionalmente, mas continua se deparando com preconceitos em sua vida particular. Quantas vezes, tive que escutar dos alemães que as «brasileiras são mulheres superficiais, preocupadas apenas com beleza e sexo» ou então que «a maioria das brasileiras na Alemanha são prostitutas». Esses alemães, certamente, estiveram apenas Até agora o livro está publicado somente em alemão. Você tem idéia de lançá-lo também no Brasil? Sim. Minha agente literária está negociando agora com editoras brasileiras... 6 Escrever outro livro, sem dúvida. Nunca pensei em plantar uma árvore, mas quero fazer um curso de ikebana, aprender a fazer arranjos florais lindos e bem originais... Muitos brasileiros pensam em deixar o Brasil em busca de uma vida melhor no exterior. Seu livro pode contribuir para dar uma visão mais precisa do que significa viver num outro país? Sem dúvida. O livro revela claramente que esta busca de uma vida melhor pode resultar no fim de muitas ilusões e utopias, mas também no surgimento de novos sonhos e experiências enriquecedoras, simplesmente maravilhosas... Para você pessoalmente, o resultado final do livro trouxe alguma lição, alguma resposta? Sim, ele teve um efeito catártico. Hoje, me sinto mais feliz, mais alegre, mais solta, me aceito mais como sou, após todas as mudanças pelas quais passei no exterior. E aprendi a aceitar mais os alemães como eles são, sem renunciar jamais ao meu espírito indagador e crítico. Endereço de contato da escritora: E-mail: [email protected] Ficha Bibliográfica do livro: Nunes, Adriana Nur die Edelsteine kommen aus Brasilien. Brasilianer in Deutschland. Editado em 2001, 21 x 14,8 cm, 232 páginas. ISBN 3-8306-7063-X, Preço: EUR 20.00 Pode ser encomendado Online, diretamente com a Editora. Dizem que todo mundo na vida precisa ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Você já tem um filho, escreveu seu Foto: Arquivo livro e quem sabe já plantou uma árvore. Quais são seus próximos planos? Quem é Adriana Nunes Adriana Nunes nasceu em Salvador da Bahia. Estudou Jornalismo na Universidade Federal da Bahia e na Universidade de Brasília. Foi correspondente freelance do Jornal do Brasil e da Globo News e Globo Sat. Trabalhou como dramaturga e relações públicas para grupos de teatro e dança da Alemanha. Em 1984, foi bolsista do AFS, na Califórnia, Estados Unidos, onde morou 1 ano. Em 1988, mudou-se para a Alemanha, onde fez Mestrado em Germanística, Romanística, Teatro, Cinema e Televisão, na Universidade de Colônia. dois mundos») foi publicado pela Tranvía Verlag, de Berlim. Em 2001, a EOS-Verlag publicou sua segunda obra, «Nur die Edelsteine kommen aus Brasilien Brasilianer in Deutschland». Desde então, Adriana vem fazendo uma série de leituras e dando várias entrevistas sobre o tema, em diversas cidades da Alemanha e no Brasil. Em 1999, assumiu o cargo de editora-executiva do leitorado português da Editora Könemann, editora internacional, sediada em Colônia. Trabalhou como tradutora e revisora independente para várias outras editoras interna- Desde 2004, trabalha como «proFoi editora da rádio Deutsche cionais, como a Taschen Verlag, ject manager» na InWEnt GmbH. Welle durante muitos anos e tra- entre outras. Atualmente, a jornalista está balhou como jornalista freelance planejando seu terceiro livro. para outras emissoras de rádio e Seu primeiro livro «Ilse Losa TV alemãs, como a WDR, a Schriftstellerin zwischen zwei WelDeutschlandradio e a RTL. ten» («Ilse Losa - escritora entre 7 CIGA-Informando Ano 7 - Março 2004 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando Aconselhamento trabalha com as chances e desafios da convivência binacional Foto: Konrad Meyer Casal binacional Quando dois mundos se encontram, começa uma nova vida. Ao lado da riqueza e da atração que o novo traz, vêm à tona também diferenças culturais, de pensamento, de sistema de vida, que às vezes dificultam a harmonia no relacionamento. Como lidar com as diferenças, como construir juntos uma vida comum e ser feliz? Essas e outras perguntas são a ferramenta de trabalho do Serviço de Aconselhamento para Casais e Famílias Binacionais (Beratungstelle für Binationale Paare und Familien), que desde a década de 70 presta informação e aconselhamento a pessoas que vivem num ambiente binacional, ou são atingidas por ele de alguma forma. «Freundinnen junger Mädchen», ligado à igreja católica, a idéia era oferecer um espaço onde as pessoas pudessem depositar seus problemas e conversar com alguém a respeito. Tinha-se já a consciência de que a Suíça se tornava cada vez mais multicultural e de que a convivência entre pessoas de culturas diferentes nem sempre acontece sem conflitos. No início, era um trabalho desenvolvido com muita boa vontade, mas sem respaldo profissional. Com o tempo e o aumento da procura pelo Serviço, a situação mudou e o trabalho se expandiu. Hoje existem escritórios em Basel, Bern, Genebra, St. Gallen e Zurique e o atendimento é feito por profissionais das áreas de Assistência Social, Pedagogia, Psicologia e Direito, que prestam informação e acompanham as pessoas que necessitam de apoio. Quando o Serviço de Aconselhamento foi criado, a partir da iniciativa da Associação 8 Patrícia de Paiva, assistente social brasileira que trabalha no Serviço de Aconselhamento em Basel, contou ao CIGAInformando como funciona o trabalho e que áreas são cobertas. Em primeiro lugar, ela ressalta que o Serviço é um local onde as pessoas encontram alguém para conversar sobre seus problemas e sentem que não estão sozinhas. Os profissionais que prestam atendimento fornecem informações sobre diferentes áreas da vida cotidiana: questões jurídicas, segurança social na Suíça, sistema educacional e integração no mercado de trabalho, respostas a perguntas de cunho social, cultural ou religioso da Suíça e de outros países, antes ou depois do casamento. dos sentimentos, do relacionamento em si e de questões da vida prática. Quais são as funções de cada um no relacionamento, como vamos nos comunicar (qual é a língua do casal), como podemos solucionar conflitos, como lidar com a questão financeira e com as estruturas da Suíça? Esses são alguns temas que surgem nesta segunda fase. Especialmente para o parceiro que é estrangeiro uma pergunta fundamental diz respeito à sua própria integração na sociedade envolvente. Como migrantes, precisamos saber em que chão estamos pisando e nossa integração no país vai ser um ponto fundamental que ajuda a relação a prosperar, enfatiza Patrícia. Perguntas sobre a educação das crianças e a divisão dos papéis na família também são freqüentes. É nessa hora também que são vistos os direitos e deveres de cada um e, quando há conflitos, as conseqüências para cada um de uma possível separação. Nesse ponto os atendentes enfatizam especialmente a questão da comunicação, tanto entre o casal como no ambiente que os cerca. Sem a possibilidade de se comunicar, fica muito mais difícil acontecer a integração. De acordo com Patrícia, o aconselhamento acontece em três momentos bem definidos. O primeiro é antes do casamento ou da tomada de decisão de ficar juntos. Os interessados procuram o Serviço para buscar maior conhecimento sobre o país do outro, sua cultura e quais as maiores diferenças em relação à sua própria forma de viver. «Temos vários prospectos sobre a convivência em ambiente binacional e em nossa biblioteca temos livros sobre vários países, abordando diferenças culturais, religiosas e outras, bem como biografias que contam experiências de relacionamento binacional, livros sobre migração e psicologia entre outros», informa a assistente social. Os livros podem ser emprestados gratuitamente por quatro semanas, para que a pessoa tenha tempo para analisar tudo com calma. O terceiro momento surge na hora da crise. Quando os problemas e conflitos aumentam e um dos dois tem a sensação de que não é mais possível levar o relacionamento adiante, procura o Serviço de Aconselhamento para falar de seus sentimentos e das dificuldades da vida prática. «Se os casais nos procuram no início da crise, há mais chance de se tentar trabalhar a questão em conjunto e dar certo», explica Patrícia. O problema, segundo ela, é que na maioria dos casos o apoio dos profissionais é requisitado quando a crise já está no ápice e fica difícil um retorno. «Nossa proposta é esclarecer sobre as diferenças, desmistificar o que é essa cultura estranha e tornar o desconhecido um pouco mais conhecido», explica Patrícia. Essas informações preliminares, que vão desde o sistema emocional, até as características do país, estrutura da família e questões ligadas ao direito e vistos, servem para se criar um cenário e analisar as perspectivas da vida a dois. «É preciso ainda acabar com o tabu que cerca a terapia de casal e de família», destaca a assistente social. Ela acredita que com orientação e informação é possível evitar ou sair de conflitos de forma positiva. Patrícia explica que normalmente um dos parceiros procura o Serviço, num momento em que precisa se situar e definir o que deseja para o futuro. Depois, normalmente a pessoa Continua página 10 ➙ Num segundo momento, já com a decisão tomada de assumir uma vida em conjunto, ou até depois do casamento, as necessidades passam a ser outras. Daí a conversa gira em torno 9 CIGA-Informando Ano 7 - Março 2004 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando ➙ Continuação da página 9 traz seu parceiro também e o acompanhamento é feito para o casal. Às vezes acontece também que o casal conversa entre si e os dois decidem vir juntos procurar ajuda. No primeiro contato com o Serviço de Aconselhamento acontece a triagem da clientela. A pessoa pode falar ao telefone ou marcar uma hora para explicar seu problema, suas dúvidas. Dependendo do caso o atendimento é feito ali mesmo, ou a pessoa é encaminhada para a instituição certa. «Temos prospectos de várias instituições e prestamos informação também em questões de integração e violência», informa Patrícia. O Serviço de Aconselhamento acompanha os casais e as famílias por um curto ou médio prazo. Normalmente são feitas de 1 a 5 consultas e daí se avalia como continuar. Nos casos em que há necessidade de uma terapia, são indicados profissionais competentes, dependendo do caso. «Temos uma lista de terapeutas, advogados e outros profissionais, a quem podemos encaminhar nossos clientes, quando for preciso», explica Patrícia. Os clientes pagam uma taxa de CHF 30,00 por consulta. Nos casos em que existe dificuldade financeira para arcar com esse custo é possível analisar uma forma de financiar. «O importante é que a pessoa não deixe de nos procurar por questões financeiras», diz Patrícia. A clientela atendida pelo Serviço é bem variada. Tanto podem ser pessoas que estão num relacionamento binacional, como também os pais, parentes ou amigos, que de alguma forma convivem com a família binacional e também procuram informações. Mesmo que as mulheres representem a maioria da clientela, o número de homens que procurou o Serviço em 2004 também cresceu. «No problema da integração, as mulheres tomam o peso muito sobre as suas costas e quando não agüentam mais procuram ajuda», observa a assistente social. Um dado interessante do Serviço em Basel é que a equipe responsável, além de ser interdisciplinar, também vive num ambiente binacional em casa. Ursula Metzger é advogada, Konrad Meyer é pedagogo, com especialização em Terapia Sistêmica de Casais e Famílias, e Patrícia é assistente social, com especialização na área psicossocial. Todos os três têm relacionamentos binacionais e experimentam, no dia-a-dia, os mesmos conflitos e dificuldades que seus clientes. O atendimento em Basel pode ser feito em português, espanhol, francês, inglês e alemão, tanto por telefone como pessoalmente. É importante destacar que todas as informações são confidenciais, isto é, os responsáveis pelo atendimento trabalham sob sigilo profissional. Trabalhando no Aconselhamento desde 2002, Patrícia está convencida de que é possível auxiliar casais e famílias a terem um relacionamento mais harmonioso, sem encarar as diferenças como um problema. A idéia é que quanto mais informadas as pessoas estiverem sobre as mil possibilidades de lidar com situações do dia-a-dia, melhor. A partir daí, se a pessoa está disposta a trabalhar sobre essas diferenças, é possível alcançar mais facilmente uma solução que seja satisfatória para todas as partes. (Irene Zwetsch) Contato: Beratungsstelle für Binationale Paare und Familien Steinengraben 69, 4051 Basel (junto ao Hotel Steinenschanze) Tel: 061 271 33 49, Fax: 061 272 45 73 E-Mail: [email protected], www.binational.ch (Neste Site você encontra os contatos do Aconselhamento em outras cidades da Suíça) 10 11 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Gilberto Gil lança em Paris o Ano do Brasil na França O «Ano do Brasil na França» foi lançado oficialmente no dia 18 de janeiro em Paris pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, na presença dos ministros franceses das Relações Exteriores, Michel Barnier, e da Cultura, Renaud Donnedieu de Vabres. «O Brasil que será mostrado aos franceses mistura modernidade e tradição em todos os setores. Este é o eixo temático desta temporada cultural», disse o ministro Gilberto Gil. «Nossas manifestações artísticas, nosso mundo técnico e científico, nosso turismo, gastronomia e nosso profundo compromisso com a paz serão mostrados aos franceses e ao número extraordinário de turistas que visitam a França», acrescentou ministro, dizendo que a temporada cultural aproximará os dois governos. Cerca de 250 projetos culturais serão apresentados durante esta temporada brasileira na França. Outros países, como Argélia, China e Polônia já foram homenageados pelo governo francês, que defende a idéia da diversidade cultural. ABRACE divulga a cultura brasileira no Ticino Os brasileiros na região do Ticino também procuram formas de se encontrar e realizar programações em conjunto. Mais do que tudo, tentam mostrar à comunidade envolvente uma imagem de Brasil diferente daquela que muitas vezes faz as notícias ou aparece na televisão. Mostrar um pouco da cultura brasileira é um dos objetivos da associação ABRACE, que é apresentada nesta edição numa entrevista com sua presidente, Solange Winiger. Além da homenagem cultural feita pela França, fatores políticos, que visam o estreitamento das relações entre os dois países, também podem ser levados em conta na decisão de se organizar um evento deste tipo. O Ano do Brasil na França começará efetivamente em março com uma exposição sobre o «Brasil Indígena» no museu do Grand Palais, em Paris. «A proximidade entre os dois países se traduz em fatos concretos. A França é o segundo maior parceiro do Brasil no campo científico. Na área econômica, mais de 500 empresas francesas estão instaladas no Brasil. Os dois países defendem a idéia de uma globalização mais justa, que também beneficie os países em desenvolvimento», disse o ministro francês das Relações Exteriores, Michel Barnier. A França também apóia a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU como membro permanente. A programação é bastante variada: de março a dezembro serão realizadas em várias cidades francesas manifestações artísticas nas áreas de artes plásticas, teatro, cinema, música, fotografia, dança, entre outras. O Museu d'Orsay, por exemplo, apresentará a exposição «A Fotografia Brasileira do Século 19». No Louvre haverá uma mostra do pintor holandês Frans Post, que viajou pelo nordeste brasileiro no século 17. A exposição «Três Séculos de Arte Brasileira: A coleção Camargo» será apresentada no museu de Belas Artes de Rouen. Além de eventos culturais, vários colóquios e debates sobre temas variados como literatura, televisão e agricultura familiar também integram a programação do Ano do Brasil na França. Na música, a programação também será diversificada, com a apresentação de cantores como Caetano Veloso e Daniela Mercury e inclui até mesmo trios elétricos na Côte d'Azur e na capital francesa. A Ópera de Rouen tocará músicas de Heitor VillaLobos. Ao que tudo indica, a temporada do Brasil na França deverá despertar o interesse do público francês, que já sente um certo fascínio pela cultura brasileira, sobretudo em razão da música. Somente o anúncio oficial do «Brésil, Brésils »já lotou o Grande Salão do Ministério francês das Relações Exteriores. «Isso nunca ocorre», disse o ministro Barnier. (Daniela Fernandes, da BBC Brasil, em 18/01/2005 na FSP) Música tema O cantor Lenine compôs uma música especial para o Ano do Brasil na França, chamada «Brésil, Brésils» (Brasil, «Brasils»), uma analogia à diversidade cultural brasileira. 12 Quando descobri que era necessário apenas três pessoas para se poder fundar uma associação, convidei ainda uma brasileira, também professora, mas de língua portuguesa, e ela aceitou. Foi assim que nasceu a ABRACE - Associação Brasileira de Cultura e Educação, em dezembro de 1996. Algumas semanas depois, nós três organizamos a apresentação de um livro de um escritor brasileiro que estava passando pela Suíça, Júlio Brás. Foi o maior sucesso e apenas naquela noite passamos a ser mais de vinte membros. Para nós esse foi o início da nossa estória. Como surgiu a ABRACE? A idéia de criar uma associação, centro ou grupo onde se pudesse mostrar um pouco da cultura brasileira, surgiu com o nascimento do meu filho, quando comecei a me preocupar como seria o seu crescimento num ambiente onde se conhecia apenas o futebol e prostitutas do país de origem da sua mãe. Sou diplomada em Letras, professora de inglês e antes de me casar e vir morar aqui, a minha vida profissional era muito ativa. Chegando aqui tive dificuldades enormes para ser aceita profissionalmente, apenas pelo fato de ser «brasileira» e isto me perturbava bastante. Em um dos meus cursos na escola Migros, onde ensinei até no ano passado, uma das minhas alunas era mãe adotiva de duas crianças brasileiras. Aproximando-me sempre mais desta senhora suíça, descobri o seu desejo de também possibilitar às suas crianças crescer aprendendo e convivendo um pouco com a cultura de origem delas. Quais são os objetivos (foram sempre os mesmos ou mudou com o tempo)? O nosso objetivo de início era divulgar a cultura brasileira, mostrando o lado cultural que até então não era ainda conhecido nesta parte da Suíça. Com o tempo alguns objetivos foram acrescentados pela própria necessidade dos membros. Continua página 14 ➙ 13 CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando ➙ Continuação da página 13 No início éramos muito concentrados em oferecer atividades para crianças: abrimos uma creche onde as crianças até três anos podiam escutar estorinhas em língua portuguesa, cantavam e era oferecida a possibilidade de conhecer algumas brincadeiras infantis típicas brasileiras. Foi uma experiência sensacional. Oferecíamos também cursos de língua portuguesa, onde o meu próprio filho aprendeu a escrever e ler em português. de brasileiros que participam das atividades oferecidas pela Associação. Em vários encontros tentamos avaliar o «porquê» desta não participação e chegamos sempre à conclusão de que talvez seja porque nos concentramos muito sobre a questão cultural e não em lazer e parte social. Mas quando fundamos a ABRACE o objetivo era centrado apenas na parte cultural. E quais foram os momentos mais críticos? Ultimamente estamos passando por um momento muito crítico. Eu estou trabalhando um pouco mais e não posso me dedicar como antes à ABRACE. Como conseqüência, não estamos vivendo uma harmonia de grupo neste momento. Sempre desejei que aparecesse alguém que pudesse me substituir com a mesma energia de quando comecei. A nova diretoria é completamente nova, somente eu e a secretária – Matilde Minke, somos da ex-diretoria. Talvez neste ano seja possível que alguma coisa mude para melhor. Como o grupo é estruturado, que atividades realiza? O grupo é estruturado com uma diretoria formada por presidente, vice-presidente, secretária, tesoureira e dois membros adjuntos. Esta diretoria foi formada há pouco tempo e a primeira atividade que fizemos foi um aperitivo brasileiro, com música e petiscos brasileiros, com o objetivo de divulgar um pouco mais a ABRACE nesta região. Proximamente estamos pensando em organizar uma mostra de filmes brasileiros e continuar com a oferta de cursos de língua e cultura para adultos e crianças. O CIGA-Brasil informa o contato de médicos que fazem consultas em português Faça uma avaliação de 2004 e fale dos planos para 2005. 2004 foi um ano de crise e de quase «morte» da ABRACE, porque por alguns momentos a diretoria pensou em fechar a Associação. Espero que 2005 seja um ano realmente de renascimento, no sentido positivo. E no momento é ainda muito cedo para termos uma idéia concreta . Vocês têm encontros regulares, quando, onde? Não. E este está sendo o nosso grande problema. Quais foram os melhores momentos da Associação? Foi no início, onde a nossa diretoria era formada por pessoas que realmente queriam mudar a mentalidade das pessoas daqui em relação ao Brasil. Nessa época a diretoria era formada por um número maior de brasileiros, existiam objetivos em comum e a vontade de ser brasileiro mesmo morando fora do Brasil. Este é o grande problema do nosso grupo. Temos um número não elevado O CIGA-Brasil deseja à equipe da ABRACE muita energia e coragem para levar à frente seu trabalho e desafia aos brasileiros que moram na região a se engajarem também nesse trabalho tão importante de cultivo e divulgação da cultura brasileira em terras suíças. Pessoas de contato: Solange Winiger - Presidente, Mariana Minke - Vice-presidente Casella postale 1350, 6616 Losone Tel: 091 796 34 36, E-mail: [email protected] 14 Tradução, redação e correção de textos em Português, Francês, Alemão, Espanhol e Italiano. Traduções de documentos para casamento, divórcio, adoções, contratos e outros. Tradução de diplomas. GINECOLOGIA: Dr. méd. Jorge E. Tapia Steinenvorstadt 33 – Basel Tel.: (061) 281 00 08 Mobile: (076) 586 01 44 Homologação de divórcio junto ao Supremo Tribunal Federal em Brasília. Ganhe dinheiro num piscar de olhos! Preços módicos. Facilitamos pagamento para homologação de sentença estrangeira. CONTATO: Sandra Lendi de Toledo Tradutora e intérprete reconhecida. Spalentorweg 4 - 4051 - Basiléia Tel / Fax: (061) 261 26 46 Natel: (079) 307 40 59 E-mail: [email protected] Seja revendora de moda íntima. Venda para particulares. Fantasias e tangas sexys. Contato: 061 401 64 29 079 455 38 83 www.erosdress.ch Qual foi a importância do II Encontro Brasileiro para o grupo? Infelizmente não participamos, mas espero poder participar no próximo. Que coordena ou dirige o grupo? Desde 1996 sou eu que coordeno este grupo com a ajuda do membros da diretoria. ESCRITÓRIO DE TRADUÇÕES BABEL VOCÊ SABIA? Há mais de mil anos um gênio marroquino concebeu as figuras de 0 a 9 que hoje nós conhecemos como numerais arábicos. Ele moldou as figuras de tal forma que cada uma continha um apropriado número de ângulos. O número 1 contém um ângulo; o 2, dois ângulos, 3, três ângulos etc. O zero, significando nada, não tem nenhum ângulo. Programas sociais são ampliados em 2005 Durante entrevista coletiva a emissoras de rádio no dia 25/01, o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, reafirmou a meta de expansão dos programas e das parcerias para geração de emprego e renda e fiscalização do Bolsa Família. Ele destacou que o ministério completa um ano com avanços no combate à fome e à pobreza. O ministro anunciou que as metas dos programas sociais serão ampliadas em 2005. No caso do Bolsa Família, a perspectiva é de que o benefício chegue a 8,7 milhões lares com renda per capita mensal de até R$ 100. Patrus garantiu que não faltarão recursos. Ele também lembrou que o Fome Zero hoje é exemplo para outros países e recebe elogios de entidades nacionais e internacionais. «Temos sido elogiados por organismos da ONU, como a FAO, ligada à agricultura, a OIT, a Unesco, a Unicef. O Banco Mundial indicou o Bolsa Família para o governo do Egito», disse Patrus. 15 Patrus informou ainda que a assistência à população de rua será meta para 2005. Está em curso um levantamento do número de pessoas nestas condições e quais as principais necessidades. O MDS já repassou R$ 4 milhões, em 2004, para a Organização do Auxílio Fraterno, de São Paulo, que atende os moradores de rua. A proposta do Ministério é incluir este público no Bolsa Família. Para a região do Semi-Árido é prevista a construção de 50 mil cisternas, além dos projetos de geração de emprego e renda em todos os municípios brasileiros, com oferta de microcrédito em parceria com os programas de agricultura familiar. (MDS - Informe Especial) CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando O CIGA-Brasil é uma associação sem fins lucrativos, sem vinculação política ou religiosa, que visa dar apoio aos brasileiros. Der Brasil-Shop in der Schweiz! Formas de Atuação: Serviço de Informação e Aconselhamento Contato: Dra. Lúcia da Cunha Messina Atendimento por telefone e com hora marcada: (061) 273 83 05. Sempre às quintas e sextas-feiras, das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas. Ponto de Encontro: Atividades mensais. Cantinho das Crianças: Atividades para crianças de 2 a 5 anos, todas as terças e quintas-feiras, das 14 às 17h. Moda praia, redes, cachaça, bandeiras, roupas adulto e infantil, decoração e muito mais ... importado direto do Brasil. O mais novo Brasil-Shop, inaugurado em Frick no dia 15 de maio Grubenstrasse 2 / Greenhouse 5070 Frick, Tel. 062 871 71 81 www.brasil.fashion.art.ch Para contribuir com o CIGA-Brasil envie-nos seu endereço e deposite a anuidade de CHF. 30,- na Conta Corrente: 16 1.108.616.07 – 769 (BL Kantonalbank – Ag. Liestal) PORTUGUÊS PARA CRIANÇAS Curso de Língua e Cultura do Brasil em Baselland, para crianças a partir do 2° ano primário. Vagas abertas em Binningen. Inf.: Denise Santiago: (061) 423 72 73. ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ Brasilianische und deutsche Küche Riehen Grenze - Tram 6 - in Lörrach - Baselstr.1 Telefon: 0049 7621 577 028, www.lucileide.de TOP BRASIL «Trabalhos inspirados em temas brasileiros» MAXIM COIFFURE Peças em cerâmica, quadros, bonecas em trajes típicos, biquinis, calças de capoeira, sandálias para show, bolsas. Teka. Tel: (0049) 77 62 37 66. Corte masculino e feminino, tratamentos especializados e alongamento. Unhas com gel, manicure, pedicure e depilação com cera quente. Em março, promoção! EXPEDIENTE Frobenstrasse 46, Gundeli, Basel Tel: 061 271 34 42 / Natel: 076 461 42 49 CIGA-Informando é uma publicação bimensal do CIGA-Brasil. Contato com a redação: CIGA-Brasil Binningerstrasse 19 4103 Bottmingen Tel/Fax: (061) 423 03 47/46 E-mail: [email protected] www.cigabrasil.ch Tiragem: 1500 exemplares Redação e edição: Irene Zwetsch Aulas de Português Curso particular de Português/bras. em Lucerna, para crianças a partir do 4. ano primário ou jovens que desejam falar e escrever em português. Inf: Clarice (041 420 40 12) 16 Fotos: Rubens Zischler Layout & Realização: Wilber’s Grafik & Druck Services,[email protected] O fechamento redacional da próxima edição será no dia 15 de abril. Colaboradores desta edição: Eber Ferrer, Irit Chiprut, Maria Janotta e Mércia Até esta data todos os textos e anúncios Alder. devem chegar às nossas mãos. 17 CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005 Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando Terceiro Concurso Brasileiro em Genebra de «Contos e Poesias» Você que é brasileiro(a) e mora na Europa, comece já a escrever sobre uma experiência pessoal ou algo fictício que brinca na sua mente, em forma de conto, crônica ou de poesia. Seja qual for a sua idade, o seu sexo e o seu nível de estudo entre na aventura da escrita! Libere a sua alma escrevendo o que dança na sua cabeça e participe assim ao nosso concurso literário «Contos, Crônica e Poesias». Data limite para entrega dos trabalhos: 04 de abril de 2005 SIMPATIZANTE DA DOUTRINA ESPÍRITA? VALE MASSAGEM Se você se interessa pela doutrina espírita Kardecista, que tal vir estudar conosco no NEACL (Núcleo Espírita a «Caminho da Luz")? Nosso grupo reúne-se todas as segundasfeiras de 19h15 às 20h45 para estudo dos livros de Allan Kardec e sobre temas atuais à luz do espiritismo. Traga este anúncio aproveite 20 minutos de massagem gratuita Para mais informações e pedido do Regulamento: E-mail : biblioraí[email protected] Biblioteca Ass. Raízes Telefone: (0041) 22 321 00 40 ou Ignez Agra responsável: (0041)22 349 70 74 Experimente uma massagem clássica, crânio-sacral ou de reflexão nos pés. ENDEREÇO: *Atendimento a domicílio na região de Basel Musikschule, Aeschenplatz 2, Basel Rubens Zischler, Tel: 078 806 93 98 E-mail: [email protected] http://www.zznet.ch/massagem INFORMAÇÕES: Mara Buser 061 321 10 57, [email protected] Danças e Ritmos Tanzstudio Contatos Brasileiros Basler Medienhaus, Marktgasse 8, Basel Várias opções de cursos de dança. Confira na homepage do CIGA-Brasil o endereço de outros fornecedores de produtos e serviços com um toque brasileiro. www.cigabrasil.ch. Se você tiver conhecidos que ainda não recebem o CIGA-Informando em casa grátis, envie o endereço pelo e-mail [email protected] Inf. e inscrições: Clarice dos Santos Schützenstr. 8 – 4127 – Birsfelden Tel: (061) 312 97 30 / (079) 516 39 22 E-mail: [email protected] CURSO DE PORTUGUÊS PARA CRIANÇAS EM BASEL-STADT. Sou consultora AVON, cosméticos de primeira Qualidade. Me ligue para uma consulta sem Compromisso. Temos uma bermuda que ajuda a Emagrecer, muito eficiente. Tatiana Barth, Tel: 0049 776 280 79 09 Curso de língua e cultura brasileira, para crianças a partir do 2° ano primário, apoiado pelo HSK. Informações pelo telefone: 061 482 35 71 com Rose Bowald. 18 Imposto de Renda: é importante fazer a declaração Durante o final do ano é um prazer abrir a correspondência: cartões e cartas de amigos, contra-cheques «gordos», anúncios de todo o tipo com ofertas extraordinárias e até mesmo os esperados bônus divididos entre os funcionários. Tudo isto faz parte do mês de dezembro. SEPARADOS OU DIVORCIADOS Neste caso a declaração é feita separadamente. A parte que detém a guarda dos filhos menores faz jus ao desconto de dependentes. Em caso de separação ou divórcio, independente da data, as duas partes dissolventes receberão do Escritório de Imposto de onde residem um formulário para preenchimento de Imposto Provisório, espelhando a nova situação financeira. Nada como um dia após o outro e chega o «janeiro», aquele mês longo de 31 dias, o qual é denominado pelos suíços como: «Januarloch». Acho que eles têm razão, mas na realidade o buraco acontece quando recebemos o envelope que contém os formulários da Declaração do Imposto de Renda. Alguns simplesmente, sabendo do seu conteúdo, colocam-no de lado para não terem o dissabor de aumentar o buraco de janeiro. Outros examinam o envelope e logo imaginam o tamanho das faturas??? PRAZO DE ENTREGA Em Zurique e em vários outros Cantões, até o dia 31 de março. Caso não consiga manter o prazo de entrega, solicitar por escrito prorrogação do mesmo. Mesmo sem abrir o envelope temos que enfrentar o «bicho» e saber que preencher os formulários do Imposto é uma obrigação de todo cidadão que reside na Suíça, aliás nesta hora não existe discriminação de raça, cor ou nacionalidade – todos pagam! Alguns mais e outros menos. Os estrangeiros que possuem a Permissão B, na maioria dos casos têm o Imposto de Renda retido na fonte, ou seja, o valor é descontado automaticamente todos os meses no contra-cheque. Isto também é aplicado para os estudantes estrangeiros que aqui residem e recebem Bolsa de Estudos gerada por Instituição Suíça. TIPOS DE IMPOSTO • Imposto Federal • Imposto Cantonal/Municipal • Imposto de Religião • Imposto Pessoal Preencher a Declaração de Rendas é muito importante para o contribuinte assalariado, pois só assim poderá fazer os descontos referentes à sua profissão e também as deduções sociais a que tem direito. Além disto, quando o cidadão solicita ajuda financeira num Órgão Oficial do Estado (exemplo: ajuda do Social, redução do prêmio mensal do Seguro Saúde, inscrição na AHV, isenção de pagamento de taxas oficiais ou custas de Tribunal), o documento que lhe será exigido para fins comprobatórios é a cópia da Declaração de Rendas. Estes são os mais comuns em todos os Cantões, existem particularidades bem peculiares, por exemplo no Argau é cobrado também Imposto dos Bombeiros e Imposto Hospital. PERFIL DO CONTRIBUINTE • Todos os suíços e estrangeiros com Permissão C, que exercem uma atividade lucrativa ou possuem patrimônio, nos seguintes termos: • Trabalhadores regidos pela Legislaçao Trabalhista do país, • Aposentados por qualquer entidade Estatal ou Privada • Profissionais liberais • Profissionais tercerizados (prestação de serviços) A pior coisa que pode acontecer ao contribuinte, seja ele suíço ou estrangeiro, é ter os seus rendimentos anuais estimados pelo Escritório Municipal de Impostos (Steueramt) da cidade onde reside. A estimativa nunca é a favor do contribuinte e muitas vezes os descontos são os menores possíveis. Neste caso é bem melhor preencher os formulários e entregá-los dentro do prazo. Depois de todo este «blá blá» desejamos a todos os leitores/contribuintes do CIGA-Informando muita energia e bastante sucesso no preenchimento da Declaração de Rendas de 2004! Caso o indivíduo ou família estejam vivendo dentro do mínimo existencial, será cobrada a taxa de Imposto Pessoal Anual. Atualmente no Cantão de Zurique custa CHF 24.– (vinte e quatro francos). SEM CAIR, NEM CAVAR O PRÓPRIO BURACO! CASADOS Para os que são casados oficialmente e vivem em matrimônio, a declaração é feita em conjunto e deverá constar a assinatura dos dois cônjuges. trimpos mércia alder & irit chiprut Contato: Irit Chiprut Tel. 079 214 36 57, e-mail: [email protected] 19 Langstr. 21 1°andar 8004 Zürich, Tel. 01 241 44 88, Fax 01 241 44 89 Sperrstr. 5, 4057 Basel, Tel. 061 683 73 33, Fax 061 683 73 34 [email protected]
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