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ficha técnica Leandro Vieira - CEO Flávio Augusto - Board member EBOOK Edição: Fábio Bandeira de Mello, Mayara Chaves e Simão Mairins Revisão: Mayara Chaves Capa e diagramação: Ricardo Melo Brasil - 2016 3 5 Introdução 6 14 coisas que você precisará saber quando chegar ao sucesso por FLÁVIO AUGUSTO 9 Empreendedorismo é Administração. Deal with it por LEANDRO VIEIRA su má rio 13 Por que eu quero que meus filhos sejam empreendedores? por JOÃO KEPLER 22 Diagrama de Ishikawa: espinha de peixe ajudando sua startup por MARCELO TOLEDO 27 Autossabotagem pode prejudicar os negócios por EUZAIRA MIRANDA 32 Profissional empreendedor: uma nova classe de empreendedores? por AUREA VELL 38 Como e por que deixei meu “emprego seguro” para abrir um negócio e fazer o que gosto por RAFAEL RECIDIVE 43 5 passos para transformar uma grande ideia em um grande negócio por VANESSA MEDEIROS 48 Afinal, existe um perfil empreendedor? 55 7 canvas que todo empreendedor deve conhecer 63 Onde estão os mentores? por MARCOS HASHIMOTO por FELIPE SCHERER por ANA FONTES introdução Caro leitor, Sempre entendemos que o caminho para Aqui, você encontrará a experiência o progresso de uma nação e a formação de pessoas que entendem muito de de uma economia forte dentro de um país empreendedorismo. passa pela Administração e pelo fomento que foram escolhidos a dedo por sua ao empreendedorismo, com a geração de trajetória e pela sua capacidade de tornar novos negócios. E quem impulsiona essa ideias realidade. Eles trazem lições e dicas evolução são os empreendedores, aqueles assertivas para quem deseja seguir esse capazes de criar ideias criativas, de fazer caminho com mais eficácia. Além disso, a roda da economia girar, de pensar em esse livro inicia um projeto inédito em possibilidades que outros jamais pensariam. nossos e-books: selecionamos, entre mais São profissionais de 500 artigos publicados pelos assinantes Ainda assim, sem dúvida, os desafios para dos Administradores Premium sobre isso são muitos. No Brasil, temos uma o tema, quatro textos que compõem das piores cargas tributárias do mundo o nosso conteúdo fora de série em e vivemos em uma constante incerteza empreendedorismo. de mercado. Mas como já diz o ditado popular: “enquanto uns choram, outros Aproveite mais esse ebook com o selo do vendem lenços”. E se você está lendo Administradores.com para desenvolver esse ebook “Empreendedorismo Fora de a sua carreira. Série”, temos a certeza que é um daqueles que está na segunda parte desse dito. — Equipe Administradores.com Uma ótima leitura! 14 coisas que você precisará saber quando chegar ao sucesso Por FLÁVIO AUGUSTO 14 coisas que você precisará saber quando chegar ao sucesso Por FLÁVIO AUGUSTO Q uando você apresenta sua ideia, dão risadas. No dia em que você resolve implementar, criticam. Depois de seu sucesso, se perguntam: “Mas como?”. Em seguida, tentam imitar. Quando fracassam, dizem que você teve sorte. Alguns vão te admirar. Outros vão se corroer de inveja. Uma parte vai querer aprender com você. Outra parte vai dizer que você é burguês. Depois de chegar ao topo, você vai chegar a algumas conclusões: 1 - Vale a pena não seguir a boiada; 2 - A sociedade é hipócrita; 3 - Os que te chamam de burguês são invejosos e gostariam de estar no seu lugar; 4 - Só vale a pena ajudar quem quer ser ajudado; 5 - Uma única pessoa que corresponde compensa todas as outras que foram ingratas; 6 - Compartilhar vale a pena; 7 14 coisas que você 7 - Nenhum sucesso justificará o fracasso de sua família. precisará saber Não é necessário escolher. Dê conta dos dois; quando chegar 8 - Dinheiro é muito bom, mas é menos do que as ao sucesso pessoas imaginam; 9 - A simplicidade compensa; 10 - Não vale a pena viver em função do que as pessoas pensam sobre você; 11 - Se possível, evitar a fama; 12 - Simplificar a vida compensa; 13 - Se tem um dinheiro que vale a pena gastar é aquele com viagens com a família; 14 - Falando em gastar, sempre gastar menos do que se ganha. Colocar o dinheiro no seu devido lugar. Ele deve trabalhar para você e jamais o contrário. Flávio Augusto É um dos principais ícones do empreendedorismo no Brasil. Fundou a Wise Up e, mais tarde, o Ometz Group, que englobou uma série de empresas fundadas por ele e em 2013 foi vendido para a Abril Educação, da qual passou a ser sócio. No mesmo ano, adquiriu o Orlando City, clube da principal liga norte-americana de futebol. É também o idealizador do Geração de Valor, projeto focado em inspirar jovens que estão iniciando a carreira e desejam chegar mais longe, aprendendo com a 8 experiência de um empreendedor de sucesso. empreendedorismo é ADMINIS TRAÇÃO Deal with it Por LEANDRO VIEIRA 9 Empreendedorismo é Administração. Deal with it Por LEANDRO VIEIRA E mpreender está na moda. E já não era sem tempo. Depois de muito levarem na cabeça perseguindo ilusões como estabilidade e segurança, muitas pessoas estão acordando para o fato de que, para terem uma vida plena e realizada, devem assumir riscos e apostar em suas ideias. Essas pessoas estão não apenas construindo novas rotas para suas vidas, mas ajudando a mudar toda uma cultura secular que ainda reina em nosso país que é, justamente, contrária à inovação e ao empreendedorismo. A moda de empreender criou, inclusive, oportunidades para diversos empreendedores. Tem muita gente ganhando dinheiro “ensinando” pessoas a empreender. A fórmula é bastante simples: você aprende uma série de jargões bonitos sobre como vencer na vida e, se não der certo aplicar isso num negócio de verdade, pode abrir um curso de como empreender ensinando esses mesmos jargões para outras pessoas, num loop infinito. 10 Eric Ries abre o primeiro capítulo de seu célebre livro A startup enxuta com a seguinte frase: “desenvolver uma startup Empreendedorismo é um exercício de desenvolver uma instituição, portanto, é Administração. envolve necessariamente administração”. Ries é enfático: Deal with it empreender é administrar. Sempre nutri essa mesma visão, que desafia totalmente o meio acadêmico e seu eterno vício em criar conceitos, muitas vezes sem entender a própria essência daquilo que se pretende conceituar. Os candidatos a empreendedores costumam torcer o nariz para a Administração. Administrar, segundo eles, é a parte chata, a parte que deve ser delegada a alguém menos talentoso, alguém que não conte com a sua visão privilegiada e sua postura mental vencedora. Parece que o mais importante é ter uma ideia revolucionária, acreditar no seu potencial e compartilhar frases bonitinhas no Facebook. Para essa turma, o sucesso não é uma questão de esforço inteligente (e bem administrado), mas de destino. Se empreender é algo que se aprende com os erros, esse certamente é o primeiro deles. Lembra do filme Karate Kid (o dos anos 80, por favor)? Daniel Larusso, mais conhecido como Daniel San, o franzino protagonista que queria aprender caratê para não apanhar mais na escola, foi ter aulas com o lendário Senhor Miyagi. As primeiras lições pareciam não ter nada a ver com a arte marcial e, inclusive, deixaram Daniel San muito frustrado: ele passava os dias a pintar a cerca, polir o carro e lixar o assoalho de Miyagi. Entretanto, lá pelas tantas, Daniel San se viu repetindo naturalmente os movimentos dessas atividades aparentemente nonsense no meio das diversas lutas que veio a travar ao longo 11 do filme, o que foi essencial para que ele desenvolvesse a maestria no caratê. Empreender tem muito de executar movimentos básicos também. Peter Drucker (sempre ele) Empreendedorismo evidenciou exatamente isso em Inovação e Espírito Empreendedor, é Administração. quando disse que empreender “requer, sobretudo, a aplicação Deal with it de conceitos básicos, a techné básica, da Administração para problemas novos e oportunidades novas”. Drucker, inclusive, credita à Administração o sucesso dos Estados Unidos como uma nação empreendedora. Empreender vai muito além de pensamento positivo. Se você quer realmente empreender com maestria, comece agora mesmo a pintar a sua cerca. Dedique seu tempo a aprender a administrar. Será a sua habilidade como administrador que determinará o seu sucesso como empreendedor. Empreendedorismo é Administração. Deal with it. Leandro Vieira Fundador e CEO do Administradores. Mestre em Administração pela UFRGS e Certificado em Empreendedorismo pela Harvard Business School. Tem MBA em Marketing pelo IPAM. Administrador de Empresas pela UFPB e bacharel em Direito pelo UNIPÊ. Foi professor da Escola de Administração da UFRGS. É autor do livro Seu Futuro em Administração e um dos organizadores do livro Gestão da Mudança: Explorando o Comportamento Organizacional. Recebeu em 2015 o Troféu Jubileu de Ouro do Conselho Federal de Administração, como homenagem e agradecimento 12 pelos serviços prestados à profissão. por que eu quero que meus filhos sejam empreen dedores? Por JOÃO KEPLER 13 Por que eu quero que meus filhos sejam empreendedores? Por JOÃO KEPLER E u li uma estatística chocante: o número de desempregados sobe a cada dia no Brasil. É realmente alarmante a perspectiva de empregos para os próximos dois anos. Além disso, outro dado que me assusta é que apenas 13% dos funcionários que estão efetivamente empregados estão felizes e “empenhados” em seus trabalhos, ou seja, muitas pessoas passam a vida de trabalho se sentindo desmotivadas em fazer o que são obrigadas ou o que não gostam. São infelizes! Digo isso apenas para começar a justificar porque eu quero que meus filhos sejam empreendedores e não empregados, ou seja, que procurem trabalho e não emprego. Mas não é só a questão ligada ao emprego formal pois, na verdade, há muitas razões para encorajar meus filhos para uma jornada empreendedora. Pois bem, inspirado em um artigo que li outro dia onde uma empreendedora americana relata seus motivos de ter seguido por esse caminho, eu resolvi mostrar as minhas razões, constatações e experiências próprias na educação empreendedora que pratico em casa com meus 3 filhos. Seguem 10 delas: 14 Por que eu quero que meus filhos sejam empreendedores? 1) Estilo de vida Levar uma vida mais saudável e ter liberdade de horário podem fazer com que o empreendedor divida melhor as horas entre o trabalho e o lazer. Não estou falando que vão trabalhar menos e sim distribuir melhor, conforme seus interesses. Até porque, quando se é apaixonado pelo que faz, não se trata de trabalho e sim de missão. Eles sentem adrenalina no lugar do estresse, se sentem desafiados em vez de sufocados e, principalmente, a autoestima que vem da sensação de agregar valor à sociedade. Mas, o melhor em relação ao estilo de vida do empreendedor é a flexibilidade. Ele pode manipular a agenda para passar mais tempo com a sua prioridade, sem peso ou culpa, pois pode compensar as horas perdidas no negócio. Sem falar que pode melhorar os hábitos alimentares e viver de forma não sedentária. É claro que muitos empreendedores preferem o estilo de vida workaholic, mas até isso é uma livre escolha. 2) Criatividade e Inovação Fazendo uma simples comparação, o empreendedor tem de ser criativo ou encontrar formas inovadoras de resolver problemas. Já os funcionários, por outro lado, muitas vezes têm a sua criatividade sufocada. Eles não têm a liberdade para ir além da sua obrigação, dos seus limites. Esta abordagem frustra o talento e desencoraja a liberdade de pensamento que leva à inovação. A 15 criatividade, portanto, abre o caminho para aventuras pessoais e profissionais que trazem muito mais satisfação na vida. Por que eu quero que meus filhos sejam empreendedores? 3) Responsabilidades O empreendedor é responsável perante si mesmo e todos ao seu redor, a partir das decisões que toma e a forma como gasta os seus recursos que, muitas vezes, são limitados e imprevisíveis. Isto significa desenvolver a capacidade de fazer com menos, de andar com as próprias pernas, tomar decisões rápidas e de assumir completa responsabilidade pelos seus atos. Em um nível pessoal, isso significa desenvolver comportamento independente e traços de confiança e caráter. Esse tipo de atitude muitas vezes é desencorajada ou simplesmente não é possível quando se é empregado. Isso acontece porque muitas ideias, para serem implementadas, precisam de aprovações repletas de regras e restrições, que levam o funcionário a se sentir apenas mais uma parte da engrenagem, impotente para assumir a responsabilidade, porque muitas vezes não é dada a oportunidade de ousar e experimentar o novo. Enfim, mesmo quando as ideias empreendedoras não são boas ou dão errado, se cultiva um senso de aprendizado, oportunidade e responsabilidade muito mais aguçado, pois o dinheiro é proveniente de seu próprio bolso! 4) Paixão 16 Quero meus filhos apaixonados por alguma coisa interessante, uma causa, uma ideologia, um estilo ou um hobby, até porque os Por que eu quero empreendedores também podem construir ideias de negócios que meus em torno de suas paixões pessoais e isso é muito mais gratificante filhos sejam do que trabalhar em um emprego que não traga prazer. Ou empreendedores? seja, os que pensam assim se preocupam em criar, implementar ou vender produtos e serviços em que realmente acreditam. Quero eles felizes, apaixonados e satisfeitos! A falta da paixão tira o brilho dos olhos! 5) Desafios Uma queixa clássica de funcionários de empresas é que eles estão entediados ou nada de novo acontece, muitos ficam presos nesta rotina durante anos até que encontrem um emprego melhor. Quando se é empreendedor, a vida nunca é monótona. A pessoa é obrigada a tomar direções, desafiada a adquirir novas qualificações, a enfrentar barreiras e o inesperado, e a superar medos e fracassos. O mais interessante na vida empreendedora é a aprendizagem contínua e o exercício diário mental. Cada dia é um novo desafio que exige um novo pensamento que te leva a explorar e maximizar o potencial individual. 6) Dinheiro Apesar de o dinheiro não ser o fator chave para a maioria dos empreendedores, se eles forem bem sucedidos nos seus negócios vão conseguir acumular sem limites e terem segurança financeira bem mais rápido do que em empregos formais. É claro que os riscos são maiores e é mais difícil, mas quem disse que o melhor 17 é ser fácil? Por que eu quero que meus 7) Garantias filhos sejam empreendedores? Você pode pensar: “O emprego tem a garantia do salário fixo e da segurança. Sim, isso pode até passar a sensação da garantia do fixo, mas por quanto tempo? Qual é a garantia de segurança que existe? O empregado de empresa privada está sujeito ao humor do patrão, ao jogo de convivência empresarial, ao QI (quem indica), às oscilações do mercado e, claro, à instabilidade de qualquer negócio. Ah, você pode fazer concurso público e ter estabilidade. Ok, pode, mas sobre isso vou tratar em outro artigo ;) . A única garantia que o empreendedor tem é ele mesmo e isso, se bem trabalhado, é instigante e motivador! 8) Legado A famosa pirâmide de Maslow, aquela da teoria da hierarquia das necessidades, revela que o topo a que se pode chegar na vida é a autorrealização. A pirâmide mostra que para percorrer o todo é necessário passar pelas partes, mas também há quem chegue lá sem passar por todas as etapas da pirâmide. Bem, o que quero dizer com isso é que para o empreendedor a vida não é uma escada ou engessada, de modo que precise passar por etapas: o que importa é que a visão de autorrealização seja substituída pelo legado. 18 O que posso deixar marcado como minha realização? O que posso ensinar? Como as pessoas se lembrarão de mim? O que Por que eu quero fiz de bom nesta vida? Qual o impacto social e aprendizado que meus que deixarei? Essas são as preocupações e as metas sociais do filhos sejam empreendedor. Aliás, a responsabilidade social é a base na empreendedores? jornada empreendedora, pois a colaboração e o envolvimento em projetos sociais é encarado como condição para mudança da realidade em que vivemos. 9) Independência Aqui deixo um alerta e peço uma atenção redobrada. Uma das frustrações do empreendedorismo é quando nos damos conta de que não é fácil ser dono do seu próprio negócio. Muitos empreendedores simplesmente se sentem totalmente perdidos e desorientados por conta da liberdade, da chamada independência, quando percebe que dependem sim e muito dos outros: seus clientes, fornecedores, parceiros, sócios etc. A independência do empreendedor é relativa e não está só ligada à questão de ser livre e desimpedido de um emprego formal, por exemplo. A questão é usar bem a liberdade conquistada, amadurecer sua autonomia, praticar, aprender, se relacionar, desenvolver mecanismos para viver em sociedade para alcançar sua independência, principalmente a financeira. 10) Propósito Muitas pessoas passam a vida toda sem saber porque estão 19 nesta vida. Muitas pessoas traçam objetivos mas não sabem os Por que eu quero porquês destes objetivos. No empreendedorismo, a primeira que meus coisa com que devemos nos preocupar é o propósito de vida. filhos sejam Sabemos que sem um porquê suficientemente forte, de nada empreendedores? adianta traçar objetivos. Para isso, o exercício que eu faço em casa com os meus filhos é perguntar: “Se você tivesse certeza absoluta do sucesso, a que dedicaria a sua vida? Por quê?”. Quando visualizamos claramente os nossos propósitos de vida (no plural, porque podemos ter mais de um), o trabalho deixa de ser trabalho e passa a ser fonte de alegria, prazer, entusiasmo e realização. Ah, o empreendedor também pode mudar de propósito ao longo do caminho! ;) O sucesso é viver do seu propósito! Bem, esses são alguns dos fatores e argumentos que embasam a minha decisão de incentivar os meus filhos de 16, 14 e 10 anos a serem empreendedores. Aliás, já são! Porém, eu reconheço que nem todos têm a aptidão, coragem e motivos para construir um negócio ou seguir este caminho. Por isso, eu respeito quem decide ir pelo modelo tradicional e formal, mas enquanto eu tiver forças, estarei dando exemplos para que os meus filhos tenham comportamento empreendedor desde agora. Assim, acredito que estarão melhor preparados e fortes psicologicamente para enfrentar a competição no novo mundo, buscarão seus próprios negócios, enfim, serão os protagonistas dos seus próprios destinos. Inclusive para decidirem trilhar por outro caminho. 20 Por que eu quero Em relação a ser empregado, é lógico que existem empregos que meus maravilhosos onde você se sente parte do todo, onde a inovação filhos sejam está presente, onde a criatividade é incentivada, o patrão é empreendedores? colaborativo, participativo, delega e é humano, onde o ambiente de trabalho é incrível e os funcionários têm prazer e orgulho em trabalhar. Se você trabalha em uma empresa assim, parabéns, cuide disso! Mas acredite, não é fácil encontrar esse emprego dos sonhos, na maioria dos casos. João Kepler Reconhecido como um dos palestrantes mais sintonizados com Inovação e Convergência Digital do Brasil. É investidor anjo e líder do núcleo Nordeste da Anjos Do Brasil. Participa de mais de 40 startups e é associado nas Investidoras Bossa Nova Investimentos e Seed Participações. Foi premiado pelo Spark Awards da Microsoft como Investidor Anjo do Ano 2015. Além disso é empreendedor serial, conselheiro da Global Council of Sales Marketing, CEO na Plataforma SDI de Event Ticketing, colunista de diversos portais no Brasil, palestrante internacional, escritor e autor dos livros O vendedor na Era Digital e Atendimento & Vendas. 21 Diagrama de Ishikawa: espinha de peixe ajudando sua startup Por MARCELO TOLEDO 22 Diagrama de Ishikawa: espinha de peixe ajudando sua startup Por MARCELO TOLEDO C onhecido popularmente como espinha de peixe, o diagrama de causa e efeito surgiu na década de 40, desenvolvido por Kaoru Ishikawa, como uma ferramenta com objetivo de identificar problemas no processo de produção de um produto. Já muitas décadas depois, a espinha de peixe ainda é uma das ferramentas mais utilizadas por empresas no mundo todo! Seu uso não se limita, entretanto, apenas às linhas de produção industrial, pois pode te ajudar a entender sua startup de acordo com a análise dos processos utilizados para alcançar os objetivos desejados. O diagrama de Ishikawa identifica possíveis causas para os problemas ou efeitos em seu processo de produção. Você pode usar a espinha de peixe na sua startup para entender os fatores que determinam os resultados que você deseja obter e para analisar as causas de problemas a serem evitados. 23 Diagrama de A espinha de peixe tem sua divisão baseada em causas primárias, Ishikawa: espinha que podem ser os 6 Ms ou 4 Ps, entre outras, onde podemos de peixe ajudando identificar as causas dos problemas analisando o todo. Citamos sua startup dois tipos de causas primárias e, abaixo, as detalhamos: 6 Ms Método: da forma de execução do trabalho, de processos incorretos ou aplicados indevidamente; Material: toda causa proveniente do material usado, na matériaprima; Máquina: causa que envolva a máquina, como ajustes incorretos ou defeitos mecânicos e elétricos; Meio Ambiente: além dos fatores climáticos, agrega também situações políticas e de mercado que podem causar problemas; Medição: avaliações feitas de forma incorreta e levantamento de dados impreciso; Mão de obra: toda causa que envolva a ação de um colaborador. 4 Ps Os 4 Ps são as causas primárias mais indicadas para efeitos de gestão, sendo: políticas, procedimentos, pessoal e planta. A partir dessas causas primárias definimos as subcausas do efeito. 24 Diagrama de Ishikawa: espinha de peixe ajudando Aplicando a espinha de peixe em sua startup sua startup Para montar seu diagrama, primeiramente você deve definir o problema a ser analisado, ou o resultado esperado. Trace uma linha horizontal e escreva o resultado esperado no fim desta linha. Analise todo o processo necessário até o resultado final; analise como e por quem o processo ou cada etapa dele é desenvolvido. Para identificar as causas, precisa-se de um bom brainstorming levantando as possíveis razões a serem discutidas e analisadas. Organize as informações obtidas nas reuniões de brainstorming e, se possível, documente-as para uma futura análise de evolução. Com as informações das possíveis causas definidas, defina as causas primárias. Mantenha a hierarquia das causas, eliminando informações que não sejam relevantes à análise das causas. Agora você já pode visualizar os fatores mais importantes que influenciam no resultado desejado por sua startup. Pontos positivos para sua startup Com as reuniões de brainstorming, todos sentirão que são importantes no processo de solução do problema. Todos 25 os envolvidos podem ter uma visão diferente do processo Diagrama de e poderão propor soluções que sejam mais eficazes e Ishikawa: espinha inovadoras. Essas discussões das causas ajudam a melhorar de peixe ajudando a comunicação na startup e nos grupos de trabalho. sua startup Entendendo as causas dos efeitos, você poderá visualizar as melhores ações a serem tomadas. Marcelo Toledo Toledo trabalha em startups de tecnologia há mais de 15 anos. Foi diretor da Vex até sua venda para a Oi e, em sua trajetória como empreendedor, foi fundador e CEO de diversas startups de tecnologia. Entre elas está o Payleven, investida do grupo Rocket Internet. Foi também Diretor de Tecnologia da área de Inovação da Oi, operadora de Telecom. Atualmente é CTO do Grupo LTM. É autor do best seller DONO, publicado pela editora AltaBooks. 26 Auto ssabotagem pode prejudicar os negócios Por EUZAIRA MIRANDA 27 Autossabotagem pode prejudicar os negócios Por EUZAIRA MIRANDA J im Rohn, empresário norte-americano e escritor na área de desenvolvimento pessoal e motivação, fala que: “Se realmente você quer fazer algo, encontrará uma maneira. Se não, encontrará uma desculpa”. Atitudes como inventar desculpas, procrastinar, assumir posturas defensivas, não ouvir, ter problemas em delegar tarefas ou medo de fazer e receber avaliações de desempenho são formas de autossabotagem. Quem se boicota não possui consciência do comportamento vicioso ou indesejado e, quando tem, não consegue ver a situação por completo, apenas em partes. Algumas características são comuns aos sabotadores como, por exemplo, o frequente excesso de sono, estresse e procrastinação. Distrações excessivas também fazem parte do cotidiano do gestor ou líder que se sabota, o que afeta, muitas vezes, tanto as relações com a equipe e outros colaboradores no ambiente da empresa, quanto os resultados finais do negócio. 28 Autossabotagem Evitar essas repetições destrutivas é difícil, mas não impossível. pode prejudicar Como elas estão consolidadas em nosso inconsciente desde os negócios muito cedo, geralmente são atitudes e ações que estiveram presentes durante a infância e que ficaram mal resolvidas. Por questões neurológicas, que estão ligadas ao prazer e sensação de satisfação rápidos, protelamos algumas ações que requerem mais atenção e tempo para se dedicar e preferimos o que pode ser solucionado de maneira mais rápida. Acredito que alguns pontos necessitam de atenção para dar fim a autossabotagem na vida e no ambiente de trabalho: Definir objetivos - É necessário ter um objetivo claro (por exemplo: bons resultados na empresa, crescimento dos lucros). Saber exatamente o que se quer é a melhor forma de alcançar o que se deseja e não se boicotar na conquista dessas metas; Planejamento - Traçar um plano para alcançar os seus objetivos é fundamental. Saber o caminho para alcançar suas metas e organizá-lo de maneira estratégica é um ótimo método contra o autoboicote; Sacrifício x Objetivo - Seu objetivo vale mesmo os sacrifícios que tem feito na sua empresa, equipe e carreira? Se sim, está no caminho certo, os resultados certamente chegarão. Porém, em caso negativo, há que se pensar nas estratégias que vem adotando e como as coloca em prática; Busca por certezas - Ao traçar um objetivo, realizar um ótimo 29 planejamento e se esforçar para conseguir alcançá-lo, certamente Autossabotagem você obterá sucesso, certo? Nem sempre. Todos nós sempre pode prejudicar estamos em busca de certezas, mas não temos garantia que tudo os negócios acontecerá como planejamos. É preciso fazer o que é necessário, sempre em busca de bons resultados, mesmo que eles não cheguem como foi planejado. O importante é não desistir, não abandonar os projetos pela metade, não mudar completamente os planos e não se autossabotar. Você conhece um gestor que sempre encontra problemas em sua equipe? Ou que sempre encontra uma forma de transferir as responsabilidades sem assumir a liderança? A autossabotagem leva as pessoas a arriscarem o sucesso de seus negócios e empresas, a carreira e, por consequência, a reputação pessoal e da companhia. O medo de aprender coisas e se ajustar a novos cenários faz com que, por vezes, a responsabilidade sobre os problemas seja transferida para outras pessoas e situações, trazendo à tona sentimentos como frustração, culpa e dúvida, por mais qualificado e talentoso que o profissional possa ser. Mas, fique atento, transferir responsabilidades é diferente de delegar tarefas: o líder que está atento à sua equipe não se boicota. De acordo com o relatório divulgado pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC - Boa Vista), os pedidos de falência, em razão da atual crise econômica, tiveram alta de 9,2% nos primeiros seis meses de 2015, em comparação ao mesmo período 30 do ano de 2014. Neste mesmo período, o número de pedidos de recuperação judicial teve aumento de 17,2%. Autossabotagem As micro e pequenas empresas representam cerca de 85% dos pode prejudicar pedidos de falência e 87% dos pedidos de recuperação judicial. os negócios Entre os setores, os que apresentaram mais casos de pedidos de falência foram: o de serviços, responsável por 40% dos casos, seguido pelo industrial, com 34%, e o de comércio, com 26%. Não seja mais um nas estatísticas. Repense suas atitudes, reveja e reavalie seus objetivos, e, se necessário, mude o planejamento e não se autossabote. Euzaira Miranda de Vasconcelos Graduada em Administração de Empresas e com MBA e Mestrado em Administração Profissional, ganhou o Prêmio MPE em gestão em 2008, pelo Sebrae-Bahia. É consultora e instrutora parceira da Escola de Administração da UFBA, e instrutora para pós-graduação da UNIFACS. É business coach, certificada no México pela Action Coach em dezembro de 2010, e franqueada para atuação no Nordeste do Brasil. Realiza atendimento a mais de 80 empresários nos programas plano mentor, grupo e workshops. É membro do Núcleo de Estudos para Sucessão em Empresas Familiares – CRA/EAUFBA, co-autora do livro Gestão de Conflitos em Empresas Familiares, coach personal e professional pela SBC, e é executive coach pela Action Coach desde 2014. 31 Profissional empreendedor: uma nova classe de empreen dedores? Por AUREA VELL 32 Profissional empreendedor: uma nova classe de empreendedores? Por AUREA VELL E xceto numa época da minha vida em que queria ter uma escola de dança (mas não tinha nenhuma ideia de como faria), nunca quis fundar uma empresa. Os motivos? Muitos: altos custos de impostos, a responsabilidade de manter funcionários qualificados e motivados, o capital inicial e social, os riscos que todo empresário tem (profissionais e pessoais), entre outros. Até aí, problemas normais, mas altos se compararmos com os do funcionário. Principalmente nesta atual crise, temos visto muitas empresas fechando as portas, sendo que no início investiram pesado em estrutura, RH, treinamentos etc., além de ter toda uma história, principalmente se for empresa familiar. Apesar disso, sempre fui avaliada pelos meus gestores por ter uma veia empreendedora. Muitos até perguntavam isso mesmo, se não iria criar meu próprio negócio, pois achavam que eu tinha potencial. E tenho! Sempre procurei “abraçar” meu setor, a empresa, as causas, os objetivos, desenvolver minha liderança e trabalhar duro a fim de chegar aonde o empreendedor queria. “Mas por quê?”, você deve estar se perguntando. Por que se 33 Profissional dedicar a algo que não é seu e em que o lucro real não virá até empreendedor: uma você (Não da forma que irá para os investidores, proprietários, nova classe de presidentes...)? Para que gastar sua formação, conhecimento, empreendedores? habilidades e tempo com algo que não é seu? Simples: 1- Primeiro, devemos considerar a vontade Do que você tem vontade? Está mesmo afim de empreender em seu próprio negócio? Fazer um plano de negócios, levantar capital, investidores, possíveis sócios, que tipo de funcionários precisa, escolher treinamentos... Se for de sua vontade, deve mesmo ir em frente. Porém, você pode apenas querer fazer a diferença, trabalhando em uma empresa já existente. Portanto, avalie sua real vontade (e o momento) para empreender onde você quiser! 2- Dinheiro é importante, mas não deve ser o que te move Você deve trabalhar porque acredita no seu potencial (e que isso pode contribuir para a empresa), porque acredita no produto/ serviço da organização, porque gosta do que faz. Quando menos esperar estará recebendo uma divisão de lucros, promoção, aumento de salário, bonificação etc. Dinheiro vem e sempre 34 mediante o seu esforço e foco no trabalho. Profissional empreendedor: uma nova classe de empreendedores? 3- É preciso trabalhar de forma genuína Ou seja, atuar com o que você acredita para a empresa acreditar em você! Não só estará contribuindo com a empresa, mas com consigo mesmo. É muito bom colocar a cabeça no travesseiro e saber que fez a coisa certa, além de te dar mais visibilidade na empresa ou até mesmo no mercado de trabalho. Ou seja, ambos saem ganhando. Seja qual for sua tarefa, faça com gosto, com prazer, com verdade. 4- Toda empresa vai precisar de uma pessoa tão empreendedora como o dono Às vezes tem investidores que querem apenas investir e precisam de um profissional que faça praticamente toda a gerência da empresa, passando apenas informações e relatórios aos proprietários, para tomadas de decisão. Esses profissionais são necessários no mercado de trabalho e sempre serão. Um representante da empresa de verdade sempre será valorizado (na empresa ou até mesmo fora dela, não se preocupe). Só tome cuidado para não absorver responsabilidades além das que consegue lidar ou transferir responsabilidades dos 35 proprietários para você. Profissional empreendedor: uma nova classe de empreendedores? 5- Vestir a camisa faz parte, em qualquer empresa e cargo Se não gosta do que a empresa oferece, nem ali deveria estar! Pense nisso! 6- O melhor: Você vai ganhar muito conhecimento, com possibilidades de reconhecimentos, e até mesmo ajustes na remuneração (promoção, bonificação)! Afinal, poderá passar por experiências que sequer passaria se ficasse apenas delimitado ao seu cargo. Aprender é sempre bom e vai te preparar para um cargo acima! Seja saudavelmente curioso, disposto e dinâmico. Aprenda até mesmo como é feita a gestão da limpeza, quantas vezes por dia é feito o cafezinho, como foi montada a rede para o funcionamento dos computadores... informação nunca é demais! Diversas vezes já me perguntei se não estaria me doando demais para a empresa. Mas todo o conhecimento que tenho hoje se deve a ter buscado todo tipo de informação sobre a empresa, mesmo que por curiosidade (tal informação não serviria para meu trabalho) e desde que eu pudesse realmente saber (informações sigilosas devem ser respeitadas). Além disso, você também é um colaborador e estão todos focados em um bem comum. 36 Profissional Não importa se você cuida de uma baia de telemarketing ou empreendedor: uma de uma equipe de 100 pessoas. Apenas cuide como se fosse sua nova classe de empresa! Tenha em mente que em ambos os casos (empreendedor empreendedores? empresário ou profissional empreendedor) você colherá os frutos por estar se dedicando! Aurea Vell Administradora de Empresas com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, possui experiência com foco na gestão financeira e amplo conhecimento em recursos humanos e liderança de equipes em médias e grandes empresas. Tem formação em Coaching e Consultoria pela metodologia Vitadenarium Consultoria e está constantemente em processo de autoaperfeiçoamento e conhecimento. Escreve também em seu blog, Cotidiano ADM, sobre Administração. 37 como e por que deixei meu “emprego seguro” para abrir um negócio e fazer o que gosto 38 Por RAFAEL RECIDIVE Como e por que deixei meu “emprego seguro” para abrir um negócio e fazer o que gosto Por RAFAEL RECIDIVE -P odes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? - perguntou Alice ao gato. - Isso depende muito de para onde queres ir. - respondeu o gato. - Preocupa-me pouco aonde ir. - disse Alice. - Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas. - replicou o gato. Essa passagem de Alice no País das Maravilhas lhe parece familiar? Há algum tempo eu poderia dizer que era familiar para mim. Não mais. Uma simples pergunta mudou toda a minha vida. Aos 18 anos fui morar sozinho e comecei a trabalhar, enquanto entrava na universidade. Naquela época, a vida era trabalhar, estudar e curtir o tempo de descanso. Eu ainda não tinha percebido que estava apenas 39 reproduzindo o que a maioria das pessoas faz: estudam, se formam, arrumam um emprego e esperam chegar sexta-feira para “curtir a vida”. Como e por que dei- A ideia era arrumar formas de ganhar mais para poder gastar mais. xei meu “emprego Até que eu resolvi prestar um concurso. Imagina aos 23 anos ter seguro” para abrir um emprego estável e com vários benefícios? Passei. um negócio e fazer o que gosto Cinco anos depois já tinha mudado de cidade três vezes e estava exercendo um cargo gerencial, quando percebi que estava fazendo a mesma coisa que boa parte dos meus colegas de trabalho: aceitando cargos apenas pelo salário, enquanto a insatisfação crescia. Lembro-me de ouvir, muitas vezes, colegas de trabalho dizendo: “as cobranças são as mesmas, então é melhor ganhar 20 mil do que 2 mil”. E eu, por um tempo, aceitei isso como verdade. Só que poderia ser a verdade de outras pessoas, não a minha. Foi assim até que eu me perguntei: “é isso mesmo que eu quero para minha vida ou estou apenas fazendo o que as outras pessoas fazem?”. Aqui ficam algumas perguntas para você: o que você acredita é seu mesmo ou é uma crença de alguém que você ouviu? O que você faz é o que você quer fazer ou é o que você viu alguém fazendo e está reproduzindo? Essas perguntas mudaram totalmente o rumo da minha vida. Aprenda a fazer perguntas, que você encontra as respostas. É tipo aquele velho ditado: quem procura, acha. Nesse momento, estava aberta a minha empresa. Aí eu tinha um dilema: como eu ia deixar um cargo para perder 40 70% da minha renda (ainda não tinha pedido demissão), para Como e por que dei- procurar algo que eu não sabia ainda bem o que era? Nesse ponto xei meu “emprego já comecei a ser chamado de louco. seguro” para abrir um negócio e fazer Só que as pessoas que me chamavam de louco já tinham me dito o que gosto que queriam fazer algo da vida bem diferente daquilo que estavam fazendo. Ficavam reclamando do trabalho, dizendo que queriam sair dali e me chamando de louco porque eu estava fazendo exatamente o que me diziam que queriam fazer? Não entendi. Eu ainda não estava satisfeito. Essa simples pergunta me trouxe dezenas de outras perguntas, que me levaram a encontrar muitas pessoas e que me abriram mais uma série de opções. Parece complexo, né? Mas é simples. Eu mal sabia que era o início da realização de um sonho que eu não lembrava que tinha até então. Aqui fica uma dica: decida o que você quer e comece agora. Faça agora o que você pode com o que você tem e o que te deixa mais próximo do objetivo. Em pouco mais de um ano foram muitas mudanças, muito estudo e muito aprendizado. Meus objetivos hoje são bem diferentes dos iniciais, mas se eu não tivesse começado por um caminho, não saberia o que fazer. Essa busca me trouxe inúmeros aprendizados. Dentre eles posso citar: 1- A vida vale muito mais que o meu salário; 41 2- A vida não começa após o trabalho. O trabalho é vida, ou a vida é trabalho; Como e por que dei- 3- Se estou vivendo os dias sem percebê-los, é hora de parar xei meu “emprego por um minuto para questionar o que estou fazendo; seguro” para abrir 4- Se há dúvida em relação ao que estou fazendo, preciso um negócio e fazer procurar alternativas para ter certeza do caminho que o que gosto quero seguir; 5- Ser vendedor é uma das atividades mais prazerosas que existem. Se você não gosta de vender o que vende é porque está vendendo algo em que não acredita. Antes de encerrar, quero deixar bem claro que não há nada de errado para mim no trabalho com carteira assinada, desde que você esteja fazendo algo que gosta. Eu vou cuidar do meu negócio e fazê-lo prosperar. Esse foi um breve resumo de uma longa história que não termina aqui. Está apenas começando. Então, deixo mais uma pergunta: se você parar agora e se perguntar sobre o que gosta de fazer, a resposta é o que você está fazendo hoje? Rafael Recidive Administrador pela UFU, Coach e fundador da Gestão Essencial, empresa de desenvolvimento humano. Ajuda as pessoas a terem vidas melhores por meio da educação para a vida e do coaching. 42 “Eu acredito que todo ser humano tem um potencial ilimitado dentro de si, muitas vezes esperando apenas ser despertado.” 5 passos ideia para transformar uma grande em um grande negócio 43 Por VANESSA MEDEIROS 5 passos para transformar uma grande ideia em um grande negócio Por VANESSA MEDEIROS V ocê acorda num belo dia, ou melhor, você para um dia e pensa: “Como eu nunca pensei nisso? Nossa... Essa minha ideia é brilhante e pode me trazer grande lucro!”. A empolgação toma conta de todo o seu ser mas, muitas vezes, o desejo de conquistar algo é tão grande que o impede de dar o próximo passo. Ter boas ideias é maravilhoso, mas colocá-las em prática é tão ou mais importante, se você deseja ter um grande negócio. Como dizia Thomas Edison: “A genialidade é 1% de inspiração e 99% de transpiração”, e a chave para o sucesso é tentar sempre uma vez mais. Se este é o seu caso, ou seja, se você tem uma grande ideia, mas sabe bem pouco como fazer para colocá-la em prática, espero que possa aprender com as dicas deste artigo e seguir rumo a um sucesso grandioso. 1º passo – Planejamento 44 Você conhece o ramo em que deseja abrir seu negócio? Já trabalhou nele? Conhece o público-alvo que irá adquirir este 5 passos para produto ou serviço proveniente desta sua grande ideia? Sabe as transformar uma necessidades e desejos deste público? Conhece sua concorrência? grande ideia em um Reconhece os pontos fortes da concorrência e quais oportunidades grande negócio e ameaças o mercado lhe oferece? Já pesquisou sobre tributação e lei que rege seu negócio? Como irá divulgar seu negócio para seu público? Quanto pretende investir? Parece muita coisa e pode ser que, só de olhar, te desanime. Mas pense que é melhor perceber, durante o planejamento, que sua ideia precisa crescer e se desenvolver, do que não ter todas as informações e perder tempo, dinheiro e pior, seu sonho, em poucos meses. Segundo dados atualizados da Ibracom, das 405.021 empresas que abriram suas portas em 2014, 211.553 fecharam, ou seja, uma taxa de mortalidade de 52,18%. O Sebrae mostra dados parecidos em sua última pesquisa. E uma das principais causas é a falta de planejamento. 2º passo – Preparação e treinamento Caso deseje abrir algo em uma área que você não domina, que não tem experiência, é importante fazer cursos na área e, quem sabe, trabalhar como empregado no setor, de forma a conhecer a fundo seu futuro negócio. Capacite-se! 45 5 passos para transformar uma grande ideia em um grande negócio 3º passo – Coloque tudo no papel Depois que já pesquisou, que conseguiu adquirir conhecimento na área a atuar, é hora de colocar tudo no papel. De especificar todos os aspectos deste negócio. De planejar também financeiramente. Quanto você precisará para abrir, quanto deverá ter de capital de giro até que o negócio consiga andar com suas “próprias pernas”. Tudo o que você pesquisou deve estar contido em um papel que lhe dará base para abrir e também tomar decisões futuras em seu negócio. 4º passo – Separe as finanças da empresa Na hora de abrir um negócio, é preciso ter um CNPJ, certo? Também é importante abrir uma conta jurídica, e separar os ganhos da empresa dos seus. Você deverá estipular um prólabore, de forma a constar nos gastos da empresa. O valor só deve ser retirado após a virada do mês, como todas as outras contas que serão pagas. 5º passo – Resiliência É importante que você esteja preparado para ver os erros como acertos. Afinal, é errando que se aprende. Como afirma Érico 46 5 passos para Rocha, “nenhum plano sobrevive ao campo de batalha”. Então, transformar uma quando abrir seu negócio, esteja pronto para acertos e erros. E grande ideia em um também aprenda a consertar o que está errado tendo como base grande negócio a experiência conquistada. Vanessa Medeiros de Carvalho Jornalista, especialista em Marketing e mestre em Administração. Possui experiência na área de comunicação, tendo atuado como repórter, editora de revistas, gestora de conteúdo web e assessora de comunicação organizacional. Durante 9 anos, foi professora universitária, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação. Atualmente, é consultora e palestrante com foco em comunicação estratégica para empresas, empreendedorismo e marketing digital. Também é diretora de marketing da E-communicare. 47 afinal, existe um perfil empreen dedor? Por MARCOS HASHIMOTO 48 Afinal, existe um perfil empreendedor? MARCOS HASHIMOTO P ara você ser um empreendedor bem sucedido você precisa de: comprometimento, criatividade, valores, habilidades específicas, conhecimento do negócio, princípios, atitudes positivas, reconhecimento de oportunidade, autoconfiança, sabedoria, coragem para enfrentar desafios, perseverança e determinação, habilidades de relacionamento interpessoal, boa comunicabilidade, liderança, facilidade de trabalhar em equipe, automotivação, capacidade de tomar decisões rapidamente, pensamento crítico, visão estratégica, foco em resultados, planejamento, fome de aprender, familiaridade com o mundo dos negócios, ótima rede de contatos, flexibilidade à mudança e ambientes dinâmicos, capacidade de resolução de problemas e conflitos, visão sistêmica e holística, ousadia, receptividade a riscos, tolerância a erros e falhas, familiaridade com tecnologia, capacidade de realização, habilidades de negociação, integridade, honestidade, fortes princípios éticos, eloquência, facilidade para absorção de novos conceitos, alta percepção do ambiente, retórica, agilidade e dinamismo, forte personalidade, firmeza de caráter, ser enérgico, desenvolvedor de talentos, grande experiência, empatia, persuasão, organização, rapidez de raciocínio, autocontrole, ser sonhador realista, agressividade, 49 independência, pragmatismo, entusiasmo, proatividade, iniciativa, forte presença pessoal, arrojo, faro para negócios, onipotência, ajudar velhinhas a atravessar a rua... Afinal, existe Ufa! E aí? Já desistiu de ser empreendedor? Pois é, a lista não um perfil termina. Se você fizer uma busca na internet sobre competências empreendedor? empreendedoras, você verá uma interminável lista de artigos sobre características que inquestionavelmente são obrigatórias em qualquer empreendedor e cada artigo traz uma lista diferente de virtudes – desanimando qualquer pessoa que vai empreender, por não se julgar apta a desenvolver todas estas qualidades e concluindo que o empreendedor é um verdadeiro super-herói. Vamos encerrar esta discussão: todo mundo é empreendedor... e ninguém é! Confuso? Pois é. Todo mundo é empreendedor no sentido de que todos possuem algumas características (natas ou adquiridas) para empreender. Ninguém é porque o empreendedor-herói não existe, ninguém consegue deter sozinho todas estas qualidades. Está bem, esta resposta não é suficiente, parece sair pela tangente, não é? Que tal essa: quem precisa deter estas competências todas é o negócio e não o empreendedor. Assim, se você não se julga empreendedor porque não sabe vender, contrate alguém que saiba! Se você não é bom com planilhas financeiras, contrate um administrador. Se você não tem pleno domínio técnico sobre o produto, traga alguém que tenha. No fundo, empreendedorismo é sempre coletivo. Um negócio bem-sucedido está nas mãos de uma boa 50 equipe e não de um grande empreendedor Afinal, existe Os empreendedores precisam aprender a separar o negócio do um perfil indivíduo e quando falamos de perfil, falamos do empreendedor empreendedor? e não do negócio. Para ajudar a pensar, vamos pensar da seguinte forma: o que é que ninguém pode fazer por você? Perfil empreendedor está mais relacionado com o ser do que com o fazer Agora volte para a lista acima e repasse-a com esta pergunta: quais itens daquela lista não podem ser delegados, estão relacionados com quem o empreendedor é e não com o que ele faz? Eis algumas sugestões: 1) Determinação Barreiras e dificuldades vão surgir, sempre. Nem sempre adianta lutar contra elas, e também não tem como delegar, portanto, o empreendedor precisa estar fortalecido pela sua determinação para resistir à tentação de desistir quando as coisas ficam feias. 2) Autonomia Não confunda com independência. O empreendedor não é independente, pelo contrário, ele depende de muitas pessoas e empresas, mas a decisão é dele. Autonomia é o controle, a 51 capacidade de deter o poder de decidir, de definir por conta própria o caminho que vai seguir. Afinal, existe um perfil empreendedor? 3) Receptividade ao risco Não tem como delegar, quanto mais o empreendedor compromete recursos (financeiros ou não) no negócio, maior é o risco que assume. Quanto maior o grau de incerteza do empreendimento, maior o risco. Só que a medida aqui não é quanto maior, melhor, senão ele deixa de ser um empreendedor e se transforma em jogador. O risco é sempre calculado e se torna tolerável na medida em que ele pode agir para minimizá-lo. 4) Autoconfiança Não há dúvida da importância da autoconfiança, é o que alimenta sua determinação, perseverança e otimismo. É o que torna o futuro claro para ele, mas também não pode existir em excesso. O excesso de autoconfiança leva à soberba, aos julgamentos equivocados, à cegueira. 5) Resiliência O empreendedor, no começo, não vai ter todos os recursos de que precisa, vai ter que mudar os planos várias vezes, vai ter que se adaptar a circunstâncias que mudam o tempo todo, precisa estar sempre com a mente aberta para aprender sempre. 52 A resiliência é a capacidade de evoluir para incorporar (e não só aceitar) uma mudança. Afinal, existe um perfil empreendedor? 6) Visão Em diversos aspectos, ter visão é condição fundamental para o empreendedor enxergar a si mesmo e o seu negócio sob perspectiva, seja do ponto de vista do cliente ou de outro funcionário. Isso alimenta um olhar crítico que ajuda a redirecionar a estratégia, quando necessário, ou vislumbrar o futuro que este empreendimento vai criar por meio de suas mãos. O que estas características têm em comum é que são inerentes ao empreendedor, são competências pessoais e não de negócios. O negócio pode estar indo muito bem, mas se o empreendedor não possuir uma ou algumas destas características, pode pôr tudo a perder ou, no mínimo, estagnar o crescimento da empresa. Todas as demais características são dispensáveis para o empreendedor. Ele não tem ideias? Alguém vai trazer as ideias para ele desenvolver. Ele não tem bons contatos? Alguém pode conhecer as pessoas que ele vai precisar trazer para o negócio. Ele não tem empatia? Um sócio pode exercer influência sobre as pessoas, principalmente funcionários. Por isso, se você vai empreender, procure iniciar um processo de autoconhecimento. Você precisa saber no que você é bom e o que você não sabe (ou não gosta) de fazer. A partir daí, o seu negócio deverá ser muito bom nas suas competências básicas e, de alguma forma, você precisa trazer pessoas para ajudá-lo 53 naquilo que você não domina bem, mas que o negócio vai Afinal, existe precisar. Lembre-se, os melhores empreendedores do mundo um perfil podem ter as mesmas virtudes e defeitos que você. empreendedor? Por fim, muitos empreendedores começaram tão despreparados, ingênuos e imaturos quanto você, mas eles aprenderam com o processo, por isso não importa tanto quais são as competências que você detém e sim a sua capacidade de incorporar novas e fazer com que evoluam suas competências empreendedoras tanto quanto o seu negócio se desenvolve. O empreendedor verdadeiro está em constante evolução, constantemente aprendendo e crescendo, acabando por se tornar uma pessoa muito diferente de quando começou o negócio e isso pode e vai acontecer com você também. Marcos Hashimoto Doutor em Administração de Empresas pela EAESP/ FGV, professor pesquisador da Faculdade Campo Limpo Paulista e co-fundador da Polifonia Escola Livre de protagonismo criativo. Sócio-fundador e tesoureiro da Anegepe (Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Pequenas Empresas). Professor em programas de MBA e educação executiva. Consultor em empreendedorismo, planos de negócios e inovação corporativa. Autor dos livros Espírito Empreendedor nas Organizações, Lições de 54 Empreendedorismo, Práticas de Empreendedorismo e Planos de Negócios em 40 Lições. 7 canvas que todo empreendedor deve conhecer 55 Por FELIPE SCHERER 7 canvas que todo empreendedor deve conhecer Por FELIPE SCHERER D urante muito tempo, quem fosse empreender era estimulado a montar um plano de negócios detalhado que pudesse prever todas as variáveis e comportamentos futuros do negócio. Essa era a principal ferramenta de planejamento e execução de quem estava começando um negócio. Felizmente a abordagem de gestão evoluiu bastante sobre esse tema e hoje o modelo está mais baseado em constantes interações e validações dos produtos inovadores que são criados pelas startups. Essa nova forma de pensar estimulou a criação de uma série de novas ferramentas que simplificam e ajudam muito os empreendedores e os Canvas são uma ótima representação desse novo momento. Basicamente, um Canvas é um mapa visual que apresenta uma estrutura fixa a ser preenchida visando planejamento, reflexão ou mesmo facilitar a visualização de alguma situação específica. Entre as vantagens de utilizar os Canvas está a velocidade de 56 construção / preenchimento e facilidades de comunicação que 7 canvas que todo eles trazem, além da garantia de que haverá uma relação entre empreendedor o preenchimento dos blocos que os compõem, já que estão na deve conhecer mesma página lado a lado. Abaixo apresento alguns dos principais Canvas relacionados que podem ajudar os empreendedores na identificação de oportunidades, planejamento, validação do negócio e execução. 1. Canvas da Jornada do Cliente Uma boa leitura de como os consumidores realizam as tarefas serve de ponto de partida para identificar possíveis pontos de melhoria nos produtos e serviços atualmente disponíveis. O Canvas da Jornada do Cliente está estruturado para mapear o antes, durante e depois de um consumidor de serviços. Promove uma reflexão sobre as expectativas, experiências e o que traz satisfação para o consumidor do serviço. Quando usar: na fase inicial do processo de inovação, para identificar pontos de fricção nas propostas vigentes que resolvem a tarefa do cliente. 2. Mapa de Empatia Os insights são as matérias-primas. Entender o consumidor 57 e buscar insights que possam se transformar em boas ideias é fundamental para os empreendedores. 7 canvas que todo Um dos modelos de Canvas que melhor organiza os insights empreendedor relacionados ao comportamento do consumidor é o Mapa deve conhecer de Empatia. As técnicas de imersão, observação, desk research e entrevistas servem para gerar os dados que irão alimentar o Canvas. Como o próprio nome diz, é preciso se colocar no lugar do consumidor para entender o que ele sente, vê, ouve, pensa e faz. Tudo isso é muito valioso para identificar as dificuldades e ganhos esperados. Quando usar: na fase inicial do processo de inovação, para buscar insights que irão apoiar na identificação de problemas relevantes dos consumidores que a startup pode resolver. 3. COCD Canvas Talvez um dos maiores desafios para os empreendedores seja priorizar quais ideias serão implementadas, especialmente quando estamos falando de funcionalidades ou mesmo de novos produtos e serviços. A matriz de tomada de decisão foi criada pelo Center for Development of Creative Thinking na Bélgica e tem dois eixos principais: originalidade e facilidade de implementação. Pode parecer simplista, mas para uma separação inicial ela é bastante útil. Nos projetos que participo na Innoscience, classificamos as ideias em bola (precisam rodar mais para ficarem boas), maçã (prontas e fáceis de implementar), osso (duro de roer) e estrela 58 (aquelas realmente inovadoras). 7 canvas que todo Quando usar: após sessões de brainstorming para selecionar e empreendedor priorizar ideias para implementação. deve conhecer 4. Canvas do Modelo de Negócios e Proposta de Valor O Canvas do modelo de negócios foi a fonte de inspiração para praticamente todos os outros que estão nessa lista. Ficou famoso após a publicação do livro de Alexander Osterwalder chamado Business Model Generation, em 2010, e serve para estruturar os negócios sob 9 diferentes blocos complementares. Percebendo a necessidade de aprofundar o conceito da construção da proposta de valor, o autor lançou em 2014 um Canvas específico para isso. O Canvas da Proposta de Valor apresenta os conceitos do job to be done, dores e ganhos esperados pelos segmentos alvo. É preciso que o produto ou serviço criado consiga resolver o “job” ou tarefa desejada pelo cliente, aliviando suas dores e/ou potencializando os ganhos esperados. Quando usar: as duas ferramentas formam uma ótima dobradinha para a fase de estruturação das ideias e dos novos negócios. 59 7 canvas que todo empreendedor deve conhecer 5. Lean Startup Canvas O Lean Startup Canvas, como o próprio nome diz, serve para modelar novos negócios utilizando a filosofia lean startup. Utilizar essa ferramenta é um exercício valioso para colocar na mesma tela o problema, a solução, a proposta de valor, early adopters e outros elementos importantes em uma startup, como custo de aquisição de clientes e life cicle value. O autor combinou os conceitos de customer develop e lean startup. No Lean Startup Canvas foram trocados 4 blocos em relação ao Canvas do Modelo de Negócios – Parceiros, Atividades, Recursos e Relacionamento por: Problema, Solução, Indicadores e Barreira de Imitação. Quando usar: o ideal é primeiro montar o Lean Startup Canvas e posteriormente o Canvas do Modelo de Negócios. 6. Canvas de Projeto Para empreender um novo negócio de sucesso é preciso combinar criação, planejamento e execução. Depois da fase de validação, o conceito de negócio demanda uma série de ações para serem colocadas em prática. O Canvas de Projeto é uma ótima ferramenta para organizar elementos básicos no planejamento de projetos, como escopo, 60 milestones, stakeholders, riscos etc... Ele resume as principais 7 canvas que todo deliberações da fase de planejamento. Existem diferentes empreendedor modelos, mas todos eles garantem um exercício interessante deve conhecer para a equipe de projeto de uma startup. Quando usar: na fase de planejamento da execução do projeto. 7. Scrum Board A abordagem ágil de projetos ganhou muitos adeptos no universo startup. Inicialmente virou febre entre empresas de desenvolvimento de software mas hoje qualquer projeto pode ser executado seguindo essa filosofia. Para empreendedores que não conhecem a metodologia do Scrum, vale a pena buscar leitura e treinamento a respeito pois os resultados são significativos. Em resumo, o objetivo é organizar a execução em ciclos chamados de Sprints e fazer com que a equipe se comprometa com a execução das tarefas planejadas. A cada Sprint, o time aumenta a velocidade de execução removendo barreiras e sobretudo validando o que foi construído com o cliente. Não há mais um planejamento sequenciado com entregas em períodos muito longos. Uma das ferramentas fundamentais utilizadas é o Scrum Board. Seguindo a filosofia de gerenciamento à vista, nele é que são feitos o planejamento das tarefas e o acompanhamento da execução ao longo do Sprint. Basicamente o Scrum Board é 61 dividido em objetivos, tarefas a fazer, em andamento e feitas (variações podem ser aplicadas e novas colunas incluídas). 7 canvas que todo Quando usar: para acelerar a execução das atividades de empreendedor desenvolvimento do produto ou serviços da startup, sempre deve conhecer com o foco e visão do consumidor. Cada um dos Canvas apresentados cumpre seu papel na estruturação e desenvolvimento de uma startup inovadora. É importante que os empreendedores possam dominar essas ferramentas para aumentar a taxa de sucesso e velocidade de crescimento de suas startups. Felipe Ost Scherer Sócio-fundador da Innoscience Consultoria em Gestão da Inovação. Mestre em Administração de Empresas pela UFRGS. Consultor empresarial, palestrante, professor dos cursos de Administração e MBA na ESPM/SUL. É autor dos livros Gestão da Inovação na Prática (vencedor do Troféu Cultura Econômica 2011 – melhor livro de Administração), Práticas dos Inovadores e O Time dos Sonhos da Inovação. Também é mentor de inovação na Endeavor Brasil. 62 onde estão os mentores? Por ANA FONTES 63 ONDE ESTÃO OS MENTORES? Por ANA FONTES N esta serra pelada do mundo dos empreendedores ter a pá não é suficiente, você precisa ter alguém que te ensine a cavar. Muitos têm sido orientados a procurar um mentor para ajudar na jornada e boa parte das pessoas realmente quer um mentor. Mas como faço para achar um? Como esta pessoa deve ser? Primeiro você precisa de fato ser uma pessoa aberta e não ser avesso a ouvir opiniões dos outros. Acredite, tem gente que não gosta e só quer ouvir opiniões sobre seu negócio desde que sejam positivas. O segundo passo é descobrir como achar um mentor. Existem alguns caminhos, mas não há fórmula mágica. Procure em sua rede de relacionamentos, amigos, familiares, pessoas que você admira ou instituições que oferecem programas de mentoria. Sou empreendedora há quase oito anos e nesta minha trajetória já tive e ainda tenho vários mentores. Pessoas que admiro ou que estão na minha rede de relacionamento 64 e de alguma forma querem me ajudar ou têm um super alinhamento com o meu trabalho. onde estão Confira abaixo o perfil que um bom mentor deve ter: os mentores? 1. Ser ético é condição básica; 2. Tem que ser alguém inspirador e empático, porque um mentor não é um consultor que analisa seu negócio e dá as soluções. Mentor mostra o caminho, mas quem encontra soluções é o empreendedor; 3. Tem que ser verdadeiro e dizer o que acha importante para ajudar o empreendedor, mesmo que isto possa desagradar; 4. Ter boa comunicação é essencial; 5. Tem que ser paciente e ser um bom ouvinte; 6. Um bom mentor tem que ser alguém de fácil trato e que esteja com objetivo de colaborar com o sucesso de outra pessoa, com humildade acima de tudo. Que tipo de experiência deve ter um mentor? Todos concordam que ter uma experiência empreendedora é muito importante para um mentor, afinal ele pode falar 65 com mais propriedade e segurança. Mas isto não impede que onde estão você tenha um mentor (você pode ter mais de um) que não os mentores? tenha esta experiência. Ter uma boa rede de relacionamentos é importantíssimo, afinal ele poderá indicar empresas, parceiros e profissionais que podem ajudar o empreendedor. Networking é essencial para quem está começando um negócio e um mentor pode ajudar a construir estas pontes e relações. O mentor deve ter visão multidisciplinar e estratégica do negócio. Existem muitos empreendedores com uma visão bastante operacional, o que é natural para um negócio que está começando, mas se você não tiver o apoio de alguém com uma visão externa mais estratégica você poderá falhar. 3 dicas importantes para o empreendedor 1. Um mentor não é um consultor, portanto não leve questões do dia a dia do seu negócio. Leve questões estratégicas. Esteja preparado para os encontros com informações gerais atualizadas: faça a lição de casa e saiba tudo sobre seu negócio e o máximo possível sobre seu mercado; 2. Mentor não adivinha tudo, portanto ele vai lhe dar o caminho e não as respostas; 3. Anote tudo e organize as tarefas. Esteja preparado para dar 66 feedback sobre o andamento. onde estão os mentores? 3 dicas importantes para os mentores 1. Mantenha uma agenda de atendimento ao empreendedor: não existe regra, mas atender pessoalmente uma vez ao mês é um bom caminho; 2. Não dê respostas, dê caminhos. Não ensine, oriente; 3. Mostre ferramentas, apresente pessoas, dê lição de casa e faça acompanhamento. É natural que o empreendedor com muitas tarefas acabe se perdendo. Ser empreendedor é uma jornada e ter a pessoa certa do seu lado, certamente lhe dará mais segurança para enfrentar os desafios. Ana Fontes Empreendedora, especialista em empreendedorismo feminino e fundadora da Rede Mulher Empreendedora, a 1ª e maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil. Fundadora e Curadora da Virada Empreendedora. Palestrante TEDx e professora de empreendedorismo no INSPER. Consultora do Programa 10 mil mulheres da FGV e do Itaú Mulher Empreendedora. 67