são paulo boat show

Transcrição

são paulo boat show
são
ão P
PAulo
PA
Aulo boA
Aulo
boAt
oAt
oA
At show
Os (grandes) lançamentos do salão
edição nº 57 | novembro — dezembro 2015 | r$ 8,90
a nova
marina
de itajaí
Inauguração
em dezembro
bArco nA lAje
O catarinense que
construiu um veleiro
em cima da garagem
de sua casa
AjudA Aos
fAbricAntes
Como o Sebrae pode
ajudar os pequenos
estaleiros a crescerem
O futuro da Pesca Esportiva está aqui
todas as novidades em equipamentos, acessórios,
serviços, turismo, varejo, atacado, barcos,
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Organização e Promoção:
Índice
NESTA EDIÇÃO...
BARCO INTELIGENTE,
pág. 26
˜ TRANQUILA
NAVEGAÇAO
pág. 22
pág. 21
pág. 34
pág. 28
pág. 51
pág. 55
BAIXE TAMBÉM AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA
paraná
VERSÃO
ELETRÔNICA
gRÁTIS!
santa catarina
rio gr. do sul
PARANÁ
RepResa
as surpreendentes águas do
interior do paraná
Mar doce Lar
A família gaúcha
que transformou
um veleiro em sua
nova casa
Itajaí
VOLVO OCEAN RACE EM
LitoraL gaúcho
25 ANOS
DEPOIS...
Dois relatos sobre
as dificuldades da
navegação no litoral
do Rio Grande do Sul
Edição 53
rEprESa
xavantES
E + Correio ao mar,
Ferrugem a bordo
O casal que levou
meia vida construindo
este barco
COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Alexandre Sakihama (arte),
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
Edição 54
itajaí
E + Colecionador
de barcos,
25 anos depois
PublICIDADE
DIRETORA DE PublICIDADE
mariangela bontempo
[email protected]
mARKETInG
Renata Camargos
[email protected]
GEREnTE DE CIRCulAÇÃO
Débora madureira
[email protected]
NÁuTICA SuL TAMBÉM ESTÁ NO...
8
Náutica Sul
RIO GRANDE DO SUL
A NOVA CIMITARRA
O que pensa o dono do estaleiro
que não para de crescer
a mega
festa
da vela
QUE FIM
LEVOU?
O sumiço do
Tunante II, quase
um ano depois
PARAná – SAnTA CATARInA | GEREnTE REGIOnAl
Gustavo Ortiz
[email protected],
tel. 047/9210-2931
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza [email protected]
SANTA CATARINA
EDIÇÃO Nº 55 | JULHO — AGOSTO 2015 | R$ 8,90
IbIraquera
raquera
O que você pode fazer
para (tentar) evitar
este eterno problema
em todos os barcos
VICE-PRESIDEnTE
Denise Godoy
PARANÁ
COLECIONADOR
DE BARCOS
O catarinense que tem uma frota particular
Tem praia, tem lagoa e é o paraíso dos esportes na água de Santa Catarina
FerrugeM a bordo
PRESIDEnTE E EDITOR
Ernani Paciornik
RIO GRANDE. DO SUL
EDIÇÃO Nº 54 | MAIO — JUNHO 2015 | R$ 8,90
Xavantes
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NÁUTICA SUL
SANTA CATARINA
correio do Mar
As incríveis mensagens em
garrafas que o mar ainda traz
edição nº 53 | março — abril 2015 | r$ 8,90
No Facebook
facebook.com/revista.nautica
BOMBAS
DE PORÃO
O que você precisa
saber para não
ficar na mão
O ADEUS DO VELHO
VELEJADOR
A vida simples do argentino
que comoveu os brasileiros
com o seu barquinho
VELA AO
PÔR DO SOL
Os deliciosos
Velejaços Noturnos
em Porto Alegre
Edição 55
iBiraquEra
E + Nova fábrica da
Cimitarra, História do
navegador Victor Otaño
Edição 56
o mElhor dE
Santa Catarina
E + 10 anos da
revista Náutica Sul
PARA AnunCIAR
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NÁUTICA SUL é uma publicação da G.R. um Editora ltda. –
ISSn 1413-1412. novembro de 2015. Jornalista responsável:
Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não
representam necessariamente a opinião da revista.
Todos os direitos reservados.
FOTO DE CAPA: Divulgação marina de Itajaí
CTP, Impressão e Acabamento – Prol Editora Gráfica
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匀 䄀 䤀 䈀䄀 䴀 䄀 䤀 匀 䔀 䴀
SIMRAD-YACHTING.COM
Aconteceu...
FESTA 10 ANOS
dE NÁUTICA SUL
1
3
2
Mais de 300 pessoas
participaram da festa,
que reuniu gente do
mercado náutico e
imobiliário
5
FOTOS ADRIEL DOUGLAS, RENATO CUGNIER E GR1 IMAGENS
A comemoração do
10º aniversário da
nossa revista reuniu
amigos e convidados
no primeiro edifício
com marina do país,
em Balneário Camboriú
Há uma
década,
NÁUTICA SUL
traz informações
específicas para
os donos de
barcos do Paraná,
Santa Catarina e
Rio Grande do Sul
também
anfitriões
Nathália Mendes e
o pai, Luiz Mendes,
do Marina Beach
Towers, se uniram
à NÁUTICA SUL
na comemoração
dos 10 anos da
revista que trata,
exclusivamente,
da navegação na
região Sul do país.
A bonita festa
agradou todo
mundo
4
6
1 Granatti Jr. e
Juliana Petrati
2 Cinthia e
Alex Miranda
3 Leonel Pavan
e Júnior Pavan
4 Thalita Vicentini,
Márcio Dottori,
Gustavo Ortiz, Luiz
Costa e Mariângela
Bomtempo
7
8
5 Kelyne e Paulo
Campilongo
6 Júlio César
Fernandes, Marco
Garcia e Jefferson
Alvercino Ferreira
7 Susana Barwinsk
8 José Jimenez
e esposa
9 Silvana Bento
9
Aconteceu...
2
1
2
1
A festa foi no
Marina Beach
Towers, que
aproveitou para
mostrar a sua
exclusiva marina
aos convidados
4
1 Cláudia e
Luiz Nickel
2 Leni Figueiredo
e Cíntia Senço
3 Raul Delavy
3
4 Eliane e Isaías
Mazzotti
5 Renê Hess e
Eluize Mendes
5
6 Rui e Cristina
Bitencourt
7 Márcio Cirilo
e Paulo Sakai
6
7
Balneário Camboriú
foi escolhida para a
festa porque é uma
espécie de capital
náutica do Sul do país
Poucas revistas
regionais conseguem
completar dez anos de
vida, como Náutica Sul
1 Márcio Schaefer,
da Schaefer
Yachts, e seu pai,
João Schaefer
2 Jean Vairol e
Lu Picolli
3 Jussara e
Sérgio Scheidt
4 Elisângela
Lorencetti
e Raquel Almeida
3
5 Michelle
Montegutte
4
6 Alessandra
Schmidt e
Jean Vairo
7 Hermes Henrique
8 Deise Beatriz
e Filomena
Mendes
6
12
NÁUTICA SUL
5
7
8
NÁUTICA SUL
13
FESTIVAL NÁUTICO
TEdESCO MARINA
FOTOS DIvULGAçãO
Aconteceu...
Pela oitava vez, a marina mais famosa do sul do país abriu suas portas para os estaleiros
da região apresentarem os seus novos barcos e o mercado de luxo outras novidades
família
tedesco
Acima, Mário,
Gizele e
Bianca Bobato
com Marco
Rodrigues. Ao
lado, Júlio e
Vani Tedesco.
Abaixo, Karoline
Gabardo,
Jucemar
Nunes e Luiz
Schirmann
muitos
casais
No alto,
Newton Pilau
e Patrícia
Tedesco,
e Juliana
Tedesco e
Aristides dos
Santos. Ao lado,
Renato Hess
e Nayanne
Guimarães
14
NÁUTICA SUL
Além de barcos, o Festival também
mostrou carros, motos e grandes
empreendimentos imobiliários em
Balneário Camboriú e região
equipes
completas
À direita, a
equipe da Boat
SP/Triton. À
esquerda, a Vip
Boat/Azimut.
E, abaixo, a
SP Marine/
Mondblu/
Intermarine,
e SC Yachts/
Sessa: todos
expositores
Alguns estaleiros foram
representados por concessionários
locais, como a SP Marine, da marca
Intermarine, e a Boat SP, da Triton
barcos e
prédios
Para
apresentar
o moderno
edifício Yacht
House, que
está sendo
construído
anexo à
marina, a
Pasqualotto
trouxe, da
Itália, o
designer Paolo
Pininfarina (ao
lado), o mesmo
que estilizou
algumas Ferrari
— que também
estavam
expostas
A Pasqualotto&GT apresentou o
edifício Yacht House, que está sendo
construído dentro da marina, com
projeto do mesmo designer da Ferrari
várias
marcas
Por meio de
representantes
oficiais, caso
da loja Top
Sul (à direita)
ou também
com equipe
própria de
venda, como
fez a Schaefer
(à esquerda),
vários
estaleiros
estiveram
presentes
NÁUTICA SUL
15
Agora a
família está
completa
O Tons de Duorum é o irmão mais novo
da família Duorum, projeto vinícola de
elevada qualidade desenvolvido em um
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O que há
de nOvO
nas águas
de sanTa
CaTaRIna
á tempos que a primeira preocupação
de quem compra um barco, especialmente os maiores, que, pelo porte, precisam ser mantidos na água, é onde
guardá-lo. A carência de vagas, seja em
marinas estruturadas ou pequenas garagens náuticas, é um problema crônico em todo o país, fruto da falta de infraestrutura náutica em geral para atender aos donos de barcos de passeio.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não são
exceções neste quadro desanimador. Mas, pelo menos,
nestes estados (com ênfase especial para Santa Catari-
IMAGENS DIVULGAÇÃO
MaRInas
Com a inauguração da Marina
de Itajaí, este mês, a ampliação
da Tedesco Marina, em breve, e
o surgimento de novos projetos,
Santa Catarina finalmente começa
a se mexer para tentar combater o
crônico problema da falta de vagas
para guardar tantos barcos
na, onde começam a proliferar projetos de construções de
novas marinas) alguns empresários do setor estão se mexendo, ainda que tardiamente, porque as barreiras legais
e ambientais são gigantescas, para tentar evitar que o problema se agrave ainda mais.
A inauguração da promissora Marina de Itajaí, que,
quando ficar totalmente pronta poderá se tornar a maior
do Brasil (vire a página e veja por que), é um bom exemplo
disso e um alento para quem, há tempos, sofre para achar
uma boa vaga para guardar o seu barco, com segurança e
praticidade. Mas, felizmente, há outros bons sinais no horizonte, como mostramos nas páginas seguintes.
Náutica Sul
21
Marinas
MarIna dE Itajaí
a nova cara da cIdadE
Com a inauguração da primeira fase da Marina de Itajaí,
a cidade que está virando referência náutica ganha
muito mais do que apenas um lugar para guardar barcos
ompletinha mesmo, ela só estará em 2019,
quando todas as lojas e serviços da sua grande
área de entretenimento, quase um shopping
center, estiverem prontas. Mas, agora, no primeiro dia de dezembro, a mais nova marina
do país, a Marina de Itajaí, já estará funcionando perfeitamente, ainda com apenas parte das suas vagas para barcos disponíveis. Mesmo assim, vagas
pra chuchu. Os dois píers iniciais, dos sete que fazem parte do projeto, cada um deles com 30 metros de comprimento por três de largura, têm capacidade para 150 barcos, in-
22
Náutica Sul
cluindo grandes iates, sem falar em outras 180 vagas em um
moderno galpão duplo, com prateleiras, para embarcações
menores, que também já está pronto. No total, a Marina de
Itajaí já começará oferecendo 330 vagas, o que está longe de
ser pouco. E quando o projeto inteiro de ampliação estiver
concluído, o que dependerá da demanda do mercado, este
número poderá saltar para espetaculares 1 000 barcos.
São números extraordinários para a atual realidade das
marinas brasileiras. Mesmo hoje, apenas no seu lançamento, a Marina de Itajaí, construída pelo engenheiro e empresário Manuel Maia de Oliveira (veja entrevista com ele na
presente
e futuro
A marina inaugura
com dois flutuantes
e um galpão duplo
para guardar barcos
menores no seco
(acima). Mas o
projeto prevê bem
mais vagas e até
uma espécie de
shopping center
com boulevard,
para as pessoas
passearem (ao lado)
próxima página) a partir de uma parceria público-privada
com a administração da cidade, já é a maior da região em
oferta de vagas na água, e, no futuro, tem tudo para se torça para diminuir o consumo de energia na iluminação e
nar, também, a maior do país neste quesito. Seu projeto
por aí afora), o que, desde já, a credencia como séria candiprevê 10 000 m2 de área construída, incluindo um agradádata a receber a Blue Flag, título que identifica as marinas
vel boulevard para as pessoas passearem e uma ciclovia que
com os maiores padrões de comprometimento ambiental
avançará molhe adentro, e seu espelho
do mundo. Além disso, já começa a fund’água, ou seja, a área de mar da marina
cionar com uma frota de carrinhos eléA nova marina
(embora, tecnicamente, ela fique no rio
tricos não poluentes, para o transporte
já começa a operar
Itajaí-Açu), tem dez vezes isso: 120 000
de clientes e bagagens entre os barcos e
com
330
vagas,
2
m — a maior parte deles com uma proa sede da marina.
sendo 150 delas
fundidade de quatro metros, mais que
Se, para os donos de barcos, tão casuficientes para receber grandes barcos,
rentes
tanto de vagas quanto de pontos
na água. Com as
outro objetivo da marina que já começa
de apoio ao longo do litoral catarinenampliações, pode
a ser oferecido agora.
se, a inauguração da Marina de Itajaí é
chegar
a
1
000
barcos
Trata-se, sem dúvida, de uma mauma ótima notícia, para a própria cidarina de padrão internacional, construíde é melhor ainda. Com uma marina
da num local excepcional: o Saco da Fadesde nível, Itajaí não só reforça a vozenda, bem diante da cidade e com águas tão protegidas
cação náutica da cidade (que, por sinal, acaba de receber
quanto as de uma piscina. Além disso, foi erguida com semais uma regata internacional, a Jacques Vabre), como
vera preocupação ambiental (tem estação própria de trataganha novos empregos. Estima-se que cada barco de pasmento de esgoto, captação de água de chuva, reciclagem
seio gere dois empregos diretos e outros cinco indiretos.
de resíduos dos barcos, energia solar, sensores de presenPortanto, uma legião de itajaienses será beneficiada. Até
quem não tem barco está lucrando com a nova marina.
Sem falar na paisagem da cidade.
Náutica Sul
23
Marinas
por dEntro da nova MarIna
Algumas características da marina que está sendo inaugurada em Itajaí
“A mArinA é de itAjAí”
O engenheiro e empresário Manuel Maia de Oliveira,
sócio e criador da Marina Itajaí, fala das dificuldades
para se construir uma boa marina no Brasil, mas se
orgulha da que está entregando, agora, à cidade
centreventos
O centro de
exposições de
Itajaí fica ao
lado. A marina
também servirá
para guardar
os barcos das
grandes regatas
que chegam à
cidade
estacionamento
Para mais de 500
carros
localização
O Saco da
Fazenda tem
águas muito
abrigadas e
fica dentro da
cidade
qualidade
da água
É salobra,
porque
fica no rio
Itajaí-Açu,
mais doce
que salgada,
e não cheira
mal
24
no futuro,
aqui haverá
um shopping
As obras já
começam no
ano que vem
posto de
combustível
Para
abastecimento
dos barcos
profundidade
Em certas partes,
o calado chega a
quatro metros
Náutica Sul
vagas
maiores
Algumas,
para barcos
de até 120
pés
O
aeroporto
O de Navegantes
fica a menos de
seis quilômetros
de distância
guindastes
Dois forklifts
e um travelift,
para barcos
de até 75
toneladas
novos
galpões com
prateleiras
Os projeto
prevê mais dois,
triplicando a
capacidade de
barcos no seco
dois píers
A marina
começa
oferecendo
um par de
flutuantes,
para 150
barcos
médios e
grandes
sede
Já pronta,
com loja de
conveniência
galpão
duplo
para
barcos
A marina
já começa
com 180
vagas secas
área
molhada
A marina tem
um total de
120 000 m2
de água, para
construir
novas vagas
para barcos
tamanho
dos píers
São
flutuantes,
cada um
com três
metros de
largura
ajuda
náutica
Serviço de
resgate e
salvatagem
para os
barcos
outros
píers
O projeto
prevê um
total de sete
flutuantes,
que serão
construídos
conforme a
demanda
A Marina Itajaí será
mesmo a maior do Brasil?
conceito “maior” é muito relativo.
Maior em quê? Em tamanho? Em
área construída? Na qualidade? É arriscado definir tudo numa só palavra. Mas,
sob todos os aspectos — e com todo respeito às marinas já existentes —, certamente estaremos entre as maiores do
país, senão à frente delas, especialmente na capacidade de barcos, que passarão de 900, inclusive iates de 120 pés.
Mas “ser a maior” não significa muito
para mim. O que me importa é fazer direito e, a partir daí, tentar ser a melhor.
Para mim, isso é o que conta.
boulevard
Área de
lazer para a
cidade, a ser
criada junto
com a área
recreativa da
marina
molhe
com
ciclovia
Ele será
integrado à
ciclovia já
existente na
avenida que
margeia a
marina
canal de
acesso
Permanentemente
dragado, mesmo
procedimento
usado no porto da
cidade, que fica
ao lado
É muito difícil construir
uma boa marina?
ob o ponto de vista de engenharia, até que não é tão difícil assim. É
mais fácil do que construir um prédio,
por exemplo, embora exija atenção a
detalhes específicos, como a perfeita
impermeabilização do piso para evitar contaminação do solo por resíduos
de óleo. No nosso caso, toda a água usada na lavagem dos barcos vai para uma
caixa separadora de óleo, antes mesmo de ser tratada e reutilizada para lavar outros barcos — aquele tipo de obra
que ninguém vê, porque fica debaixo
da terra. O que realmente torna a obra
complicada é a quantidade de licenças ambientais que se deve ter para co-
S
meçar a construir uma marina. Chega
a ser desanimador, mesmo quando se
está fazendo tudo direitinho. Por isso
é que o Brasil possui bem menos marinas do que já deveria ter.
Na sua opinião, quais são os
pontos altos da Marina Itajaí?
lém da preocupação com as questões práticas e ambientais que tivemos, acho que é a sua localização.
O Saco da Fazenda é uma baía extremamente abrigada, à prova de marolas e grandes oscilações de marés, embora fique logo na entrada do rio Itajaí.
A água aqui não tem cheiro e não é tão
salgada quanto no mar, o que irá demandar menos manutenção nos barcos nas vagas molhadas. Além disso, a
marina está literalmente dentro da cidade e a meia dúzia de quilômetros do
aeroporto. A própria Itajaí tem localização privilegiada, porque fica bem no
meio entre Floripa e Joinville, as duas
maiores cidades do estado, e está em
plena pujança. Logo, logo, irá gozar da
mesma sofisticação imobiliária de Balneário Camboriú, que fica aqui ao lado,
não tenho dúvidas disso. Por isso é que
decidimos batizar a marina como “Marina de Itajaí”, em vez de colocar qualquer outro nome fantasia. A marina é
da cidade e a cidade já fala dela com
muito orgulho, o que me orgulha muito também.
A
Náutica Sul
25
Marinas
tEdEsco MarIna
junto, mas
separado
As novas
vagas ficarão
separadas
da sede da
marina, mas
seus usuários
poderão
usar toda a
infraestrutura
da Tedesco
Marina
As novas vagas
se estenderão ao
longo do molhe da
Barra Sul. E já estão
sendo construídas
Barcos MolhE adEntro
A tão esperada ampliação da Tedesco Marina já está sendo executada e
irá embelezar ainda mais o molhe da Barra Sul, em Balneário Camboriú
á tempos que os donos de grandes barcos às voltas com a carência de vagas
nas marinas da região de Balneário
Camboriú olhavam para o molhe da
Barra Sul e ali vislumbravam um extenso píer ao longo da parte de dentro daquele quebra-mar na cidade. Era o local ideal para parar grandes barcos, que,
pelo seu porte, não podem ser retirados da água. Era, também, uma excelente opção para permitir a ampliação da vizinha Tedesco Marina, já às voltas com a procura cada vez
maior de vagas molhadas. Mas nada acontecia.
26
Náutica Sul
Até que, dois anos atrás, foi aberta uma licitação federal para a instalação de equipamentos náuticos naquela cobiçada área do molhe. Era tudo o que a Tedesco Marina — e os donos de barcos — queriam. Imediatamente,
por meio de uma das empresas do grupo Tedesco, a Bontur, a marina preparou um projeto e entrou na disputa. E
venceu. Mas a vitória só veio depois de uma extensa série
de licenças municipais, estaduais e federais, como sempre
acontece no caso de marinas. Neste momento, as obras já
estão a todo vapor e a previsão é que as novas vagas estejam prontas para serem oferecidas aos interessados até o final do primeiro semestre do ano que vem.
Pelo projeto, serão 32 grandes vagas para iates de
até 140 pés de comprimento, que podem virar o dobro
disso para cascos menores — um alívio e tanto para o
carente mercado de vagas para grandes barcos. Todas
seguirão o mesmo padrão das vagas originais da Tedesco, com píer flutuante de concreto de quatro metros de
largura e facilidades como água, energia elétrica, internet e carrinhos elétricos para operações de serviços nos
barcos. Mas, por uma questão geográfica, não se interligarão com as do píer já existente na marina. As novas
vagas terão acesso exclusivo, embora os donos dos barcos possam embarcar e desembarcar pela sede da marina, que manterá um serviço de lancha de transporte
até os píers do molhe. “Toda a nossa infraestrutura de
estacionamento, loja de conveniência, posto de combustível e sede social será estendida aos usuários das
novas vagas”, explica Juliana Tedesco, diretora da mari-
na, que, graças a isso, aumentará significativamente de
tamanho. “Será a nossa terceira fase de ampliação na
oferta de vagas molhadas”, completa.
Além de maiores, as novas vagas, que se estenderão até quase a foz do rio Camboriú, tornando, inclusive, a paisagem mais agradável nos passeios a pé que
as pessoas costumam fazer pelo molhe da Barra Sul,
também permitirão a parada de barcos com grande calado, já que a profundidade no local é de quatro metros, contra apenas 2,5 metros nos píers atuais da marina. Isso será especialmente útil para os veleiros, sempre
às voltas com marinas rasas demais. “Se Deus quiser,
em poucos meses, o problema da falta de vagas maiores
em Balneário se resolve”, respira, aliviado, um dos aflitos donos de barcos que costumam veranear na cidade.
“Resta saber se elas serão suficientes para tamanha procura, porque o tamanho do molhe é o limite.”
Náutica Sul
27
Marinas
FOtOS AdrieL dOUGLAS
coM o Barco
na janEla
Um dos felizes moradores do único edifício com marina privativa do país, o
Marina Beach Towers, em Balneário Camboriú, que está ganhando uma segunda
torre de apartamentos, fala das vantagens de ter o barco na porta do elevador
ada de pegar o carro, enfrentar trânsito
e ficar procurando vaga para estacionar.
Quando quer sair com o seu barco, tudo
o que o empresário paranaense (hoje praticamente radicado em Balneário Camboriú, onde passa a maior parte do tempo) Adilton Cardoso precisa fazer é pegar
o elevador. Pronto. Em pouco mais de 30
segundos, ele desembarca dentro da própria marina onde
sua lancha o aguarda já na água. Dali, ele já sai navegando.
Bem debaixo das janelas do seu apartamento.
O que seria um sonho para qualquer dono de barco,
especialmente aqueles que, por falta de opção, acabam tendo que guardar a embarcação a quilômetros de casa, para
Adilton é, hoje, pura rotina. Ele é um dos privilegiados moradores do Marina Beach Towers, o único edifício com marina privativa do país, que, depois de ter praticamente todas as unidades da sua primeira torre vendidas, está fazendo
uma segunda, com o mesmo benefício: ter o barco na porta do elevador.
28
Náutica Sul
“É uma maravilha”, vibra Adilton, que, antes de comprar uma unidade no edifício mais peculiar de Santa Catarina, tinha que se dividir entre um apartamento de fim
de semana na praia de Itapema e a vaga para o seu barco
numa distante marina em Pontal do Paraná, a muitos quilômetros tanto de sua casa, em Curitiba, quanto do seu refúgio catarinense. “Tínhamos de escolher entre a praia ou
os passeios de barco, porque não dava para fazer as duas coisas no mesmo fim de semana. Agora, saímos com a lancha
praticamente todos os dias e ainda voltamos para almoçar
em casa”, comemora Adilton, feliz da vida. “Pensei várias
vezes em comprar um apartamento e uma vaga de marina
em Balneário Camboriú, mas, além de não haver tantas vagas disponíveis para uma lancha como a minha, os preços,
tanto de uma coisa quanto da outra, eram abusivos. Daí, fiz
as contas e concluí que era mais viável ter um apartamento no Marina Beach Towers do que comprar as duas coisas
separadas. Além de tornar tudo infinitamente mais prático.”
Embora os apartamentos no Marina Beach Towers
não sejam exatamente baratos (uma unidade com três suítes e 250 m2, incluindo uma estupenda sala de 80 m2, custa
FOtOS AdrieL dOUGLAS
MarIna
BEach
towErs
mais prático,
impossível
O casal Adilton
e Marli Cardoso,
primeiros
moradores do
Marina Beach
Towers e
satisfeitíssimos
com a escolha:
“Fico vendo
o meu barco
lá de cima e,
quando quero
sair com ele, só
preciso pegar
o elevador”,
comemora
Adilton
cerca de R$ 1,9 milhão), o custo para manter um barco na
marina do edifício é praticamente simbólico. Para guardar
sua Azimut de 42 pés numa vaga seca da garagem náutiPor essas e outras, Adilton e Marli estão felizes da vida
ca do prédio, que também possui meia dúzia de vagas na
com a escolha que fizeram, e não só por conta da marina
água, para barcos maiores, de até 60 pés de comprimento,
privativa — que, por sinal, não pode hospedar barcos de
Adilton não gasta mais que R$ 800 mensais — cerca de
fora. Além de ser o único edifício com tal benefício no Braseis vezes menos do que pagaria em qualquer outra marisil, algo já relativamente comum em Miami e outras granna para um barco deste porte. “A longo
des cidades litorâneas dos Estados Uniprazo, parte do dinheiro volta”, analisa.
dos, o Marina Beach Towers é, também,
“Fico lá de cima
“De certa forma, comprei uma vaga para
uma espécie de resort vertical. A marina,
monitorando
o barco e ganhei um apartamento e não
com heliponto e vagas secas em três andao trabalho dos
o contrário”, brinca.
res de prateleiras, ocupa a parte de baixo
marinheiros no
Adilton é tão entusiasta da ideia de
do prédio e fica debaixo de um gigantesmeu
barco.
Não
ter apartamento e barco debaixo do mesco deque, com vista para o rio Camboriú,
existe nada mais
mo teto (ele o enxerga até da janela do baonde há duas piscinas (uma convencional
nheiro!) que foi o primeiro morador do
prático”, diz Adilton e outra aquecida, com fluxo d’água reguprédio. “Mudamos para cá em dezembro
lável para natação), sala de jantar e de fesdo ano passado, antes mesmo de o edifício
tas (há outras duas do gênero no prédio),
ser entregue”, recorda Marli, mulher de
cozinha gourmet totalmente equipada e
Adilton e fiel companheira nos passeios náuticos. “Paramos
sala de leitura e jogos, com até uisqueria para os condôo barco na marina e ficamos uma semana morando nele,
minos guardarem as suas garrafas preferidas. No oitavo anenquanto os pedreiros terminavam o apartamento”. Outra
dar, de um total de 28 na parte dedicada aos apartamentos,
grande vantagem desta incomum proximidade com o barmais surpresas: outra sala de jantar para convidados, acadeco é que a manutenção dele fica bem mais fácil. “Monitomia com vista aérea, salão de beleza e por aí afora. A parte
ro o trabalho dos marinheiros daqui de cima e fico vendo
social e recreativa do prédio é tão completa que, a rigor, os
se eles estão fazendo direito”, diz Adilton. “Tem gente que
condôminos só precisariam usar os apartamentos para dorsó vê o barco que tem uma vez por mês. Eu olho o meu a
mir. É, mais ou menos, o que faz Adilton. “Já entro no eletodo instante e nem preciso sair de casa para isso”.
vador pronto para navegar e, na volta dos passeios de barco,
fico batendo papo com os vizinhos na marina. Quer dizer,
no nosso prédio. Não existe nada mais prático”.
Náutica Sul
29
Marinas
mais mariNas
O que também pOde vir pOr aí
A iniciativa pioneira da parceria público-privada para a
construção da Marina de Itajaí já está inspirando outras
cidades de Santa Catarina a também terem suas marinas
como seriam
Os primeiros
projetos para
Floripa (no alto)
e Porto Belo
(acima):
Se tudo der
certo, levariam
entre quatro e
cinco anos
inauguração da Marina de Itajaí não é a única boa notícia do gênero para os donos de
barcos de Santa Catarina. Já há, pelo meentre 35 e 100 pés. Mas levaria, no mínimo,
nos, dois outros projetos de grandes maritrês ou quatro anos para ficar pronta — metanas sendo trabalhados para o estado, ambos
de disso, estima-se, apenas para conseguir tonavegando na mesma onda da parceria púdas as licenças ambientais necessárias. Mesblico-privada que propiciou a obra em Itamo assim, já tem o primeiro passo dado.
jaí — ou seja, concessões municipais para exploração duJá a marina de Florianópolis seria erguida na beirarante certo período de tempo, mediante a construção da
mar norte, teria cerca de 400 vagas molhadas, estacionaprópria marina com recursos particulares. Um destes promento subterrâneo para carros, para não comprometer a
jetos prevê a construção de uma marina em
paisagem, e seria uma espécie de marinaPorto Belo, o outro em Florianópolis. Ambos
parque, também voltada para o lazer da poTambém
ainda estão na fase embrionária de projetos,
pulação da cidade. Parte das suas vagas sehá projetos de
especialmente o de Floripa. Mas as chances
riam públicas e também serviriam como
de vingarem são boas, embora isso não deva
ponto de embarque/desembarque para o
marinas para
acontecer antes de quatro ou cinco anos.
transporte aquaviário, que, há anos, tenPorto Belo e
A marina de Porto Belo está um pouco
ta-se implantar entre a ilha e o continenFlorianópolis.
mais avançada nos estudos, apesar de também
te. “Hoje, quem chega de barco a Floripa
ainda não ter um desenho final aprovado. “EsO primeiro está simplesmente não tem como desembarcar,
tamos pensando em unir o melhor dos dois
mais adiantado porque todos os trapiches são particulares”,
projetos que foram apresentados”, diz o vicedesabafa Mané Ferrari, presidente da asprefeito da cidade, Giovanni Voltolini, que
sociação de marinas de Santa Catarina, a
também é dono de uma marina na cidade, a
Acatmar, que sempre batalhou pelo setor.
Atlântida. “Um deles tem píers em forma de espinha de peiAlém destes dois projetos, também a cidade de Tijucas
xe e o outro prevê uma espécie de quebra-mar móvel. O ideplaneja criar uma espécie de polo náutico, às margens do
al seria juntar as duas coisas”, explica Giovanni, que teve a
rio que cruza a cidade, para abastecer com serviços as macriação de uma grande marina na cidade como uma de suas
rinas e estaleiros da região. Também sonha com uma maripromessas de campanha. “Uma marina desse nível gera emna própria, mas isso exigiria, primeiro, a construção de um
pregos e qualifica os visitantes da cidade, além de ajudar a remolhe na foz do rio, para facilitar a entrada e a saída dos
solver os problemas dos donos de barcos”, explica.
barcos, o que é bem mais complicado.
Pelos projetos, a maior marina de Porto Belo, a ser consTambém Blumenau se interessou em, no futuro, ter
truída num trecho particularmente tranquilo da orla da ciuma grande marina fluvial. Mas, como isso deve demodade, quase ao lado do iate clube local (e a pouquíssima
rar, até lá pretende quebrar o galho com alguns trapiches
distância da principal atração náutica do estado, o Caixa
públicos —uma ótima opção para os próprios barcos da
d’Aço), teria cerca de 600 vagas, todas na água, para barcos
pioneira Marina de Itajaí. Quando o mar não estiver bom
para os passeios náuticos é só alterar o rumo e subir o rio,
até Blumenau.
30
Náutica Sul
Redução do arrasto
Por quê não
> 1 knot extra velejando?
Sistema Overdrive
Economia de combustível em
longos cruzeiros
Eficiência à ré
Inversão das pás faz com que o
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Marinas
OUTRAS NOVIDADES
Exemplos de melhorias também no PR e RS
CaiObá COm mais vagas
O estado do Paraná ainda carece de uma legislação que regulamente o licenciamento ambiental para as marinas, o que
tem limitado tremendamente o surgimento de novos empreendimentos e inibido o crescimento das marinas já existentes (15 anos
depois de ter sido criada, por exemplo, a marina Porto Estaleiro,
a maior de Guaratuba, ainda não conseguiu sair da primeira fase
do projeto, por falta de liberação das autoridades). Mesmo assim,
um ou outro caso tem dado certo. Um deles foi a criação do cais
sul do Iate Clube de Caiobá, que ampliou em 34 vagas a capacidade do clube. “Agora, pelo menos, não faltam mais vagas para os
sócios”, comemora o comodoro do clube, Ewaldo Buschle Neto.
pró-NáutiCa COm seguNda sede
Se tudo der certo, já no ano que vem, a marina Pró-Náutica, às margens da lagoa da Conceição, em Florianópolis, ganhará
uma segunda sede, bem em frente ao Iate Clube Veleiros da ilha,
só que no continente — uma área, até hoje, sem nenhuma opção
para quem quiser guardar um barco ou jet. A nova marina, que
está em fase adiantada de projeto, terá vagas (no seco) para 50
lanchas de até 45 pés e oferecerá, pelo menos, uma novidade:
quem quiser poderá comprar a vaga em definitivo (podendo, depois, sublocá-la), em vez de apenas alugá-la. “É um ótimo negócio”, garante Tchello Brandão, dono da Pró-Nautica. “Com o que
a pessoa gastará de aluguel ao longo de anos, ele compra a vaga,
que, depois, poderá ser vendida, com bom lucro.”
uma mariNa só para jets em pOrtO alegre
O Rio Grande do Sul acaba de ganhar a sua primeira marina
só para jet-skis. A Ilhas Jet fica numa das ilhas do estuário que desagua no Guaíba, bem em frente a Porto Alegre, tem capacidade
para 100 jets (e logo será ampliada, para caberem mais 50) e começou cobrando preços pra lá de atraentes. “Se o cliente fizer as
contas, verá que não vale a pena guardar o jet na garagem de casa
e, toda vez que quiser usá-lo, rebocar até o rio, perdendo um tempão com isso”, garante Leonardo Pisoni, da nova marina — a primeira do estado exclusiva para jets, seguindo o que já existe em
Santa Catarina, Rio e São Paulo.
mais um galpãO Na blue FOx
A marina Blue Fox tem uma localização pra lá de privilegiada, na linda enseada de Jurerê, na ilha onde fica Floripa. Por isso,
sempre esteve lotada de barcos e há muito que não tinha mais vagas. Mas, agora, isso está temporariamente resolvido com a construção de um novo galpão com vagas em prateleiras, para novos
70 barcos. “Com isso, o problema de não ter onde guardar o barco
no verão aqui está resolvido”, garante o gerente da marina Nerilton da Silva. “E espero que seja suficiente para atender os novos
clientes até, pelo menos, o final do ano que vem. Se não for, depois ampliamos mais”.
32
Náutica Sul
Uma mão para
as marinas
O projeto Marina Legal, da
Acatmar, ajuda as marinas
a se regularizarem com
custo muito baixo
E
ntre todas as dificuldades que os donos de marinas e garagens náuticas
enfrentam para ampliar o seu negócio, a
pior é a obtenção das licenças necessárias. E são muitas: licenças municipais,
estaduais, especialmente ambientais,
numa profusão burocrática de órgãos
superpostos capaz de desanimar até
o mais paciente dos mortais. Fica pior
ainda quando a própria situação legal
da marina não está 100% em dia, o que
acontece com muita frequência entre os
pequenos empresários do setor.
ara ajudar a regularizar o que já existe e, a partir daí, tentar fazer crescerem as marinas, a Acatmar — Associação
Náutica Catarinense para o Brasil criou o
projeto Marina Legal, que dá suporte jurídico e fornece consultores para, coletivamente, regularizar as marinas que
têm pendências fiscais, legais e ambientais. “Sem a regularização, que depende de ter todas as licenças em dia, essas
marinas jamais conseguirão, por exemplo, financiamento para expandir as
suas estruturas”, explica o presidente
da Acatmar, Mané Ferrari. “Legalizar é o
primeiro passo”, diz Ferrari, que aponta
outra grande vantagem do projeto coletivo gerido pela entidade que ele dirige:
“Através do Marina Legal fica mais barato para todo mundo, porque os custos
são rateados. Um dono de marina gastaria quatro vezes mais com advogados, taxas e trâmites se encaminhasse
um processo de regularização por conta própria”, ele garante.
o primeiro ano do Marina Legal,
oito pequenas marinas de Florianópolis foram regularizadas. Agora, outras
sete estão sendo certificadas. A iniciativa está sendo tão útil que a Acatmar está
pensando em expandir a ajuda às marinas do Paraná e do Rio Grande do Sul.
“Estamos aqui para ajudar as marinas,
sejam elas de onde forem”, diz Ferrari.
P
N
Algumas novidades que brilharam no salão náutico de São Paulo
Schaefer 560
O
Parece (bem) mais
novo barco de 56 pés da Schaefer Yachts, apresentado pela primeira vez
no São Paulo Boat Show, não é o maior modelo da marca, mas talvez seja
o que melhor soube aproveitar espaços e recursos de outros barcos para conseguir o efeito de parecer maior do que é. Isso fica claro no delicioso sofá externo na proa, mimo que só costuma ser oferecido em lanchas bem maiores.
Ou na suíte principal, cujo banheiro também ocupa toda a largura (4,90 m) do
casco. Além dela, há outros dois camarotes e uma cozinha estrategicamente
fincada entre a sala e praça de popa. O preço, a partir de R$ 4,9 milhões (com
dois motores Volvo IPS 800), não é exatamente uma pechincha, mas é menos
do que custaria uma lancha de 60 pés, que, no fundo, oferece praticamente
os mesmos recursos.
FOTOS FERNANDO MONTEIRO
SÓ BARCÕES
Mais da
metade dos
lançamentos do
São Paulo Boat
Show foram
lanchas por
volta ou acima
dos 50 pés de
comprimento.
Como a nova
Schaefer 560
(ao lado)
Náutica Sul
35
Cimitarra 760
Uma das grandes estrelas do salão
E
EU FUI
m um salão marcado pelo lançamento de vários grandes barcos
(nos dois sentidos), este foi um dos principais destaques: a novíssima Cimitarra 760, maior lancha (já quase iate) produzida pelo estaleiro gaúcho Cimitarra, até então dedicado a produzir apenas barcos
de médio porte. A novidade agradou em cheio. Até no preço: algo entre R$ 6,5 e R$ 7 milhões, com dois motores Volvo IPS 1200, o que é
significativamente menos que o dos concorrentes. A configuração interna da cabine fica a critério do cliente, mas o modelo exibido tinha
dois quartos e duas suítes, além de uma espaçosa sala, cozinha, átrio,
lavabo, etc. etc. Do lado de fora, além do flybridge, há, também, teto
solar, para ventilar e deixar parte da sala igualmente ao ar livre. Com
este barco, a Cimitarra, literalmente, mudou de patamar.
1 Robert Scheidt e Ernani Paciornik
2 Alessio Freire (Levefort) e Eliana Purcino
3 Carlos Borges (Hotel Portobello)
4 Andrea Steiner, Flávio Steiner (Grupo RBS)
2
5 Enilson Sales, José Lula, Daniel Sales (Jacaré Náutica),
Paulo Sakai, Marcos Venâncio (Sanáutica)
6 Carlos Santiago, Ivan Martins, Jorge Neto, Eros
Gradowski, Ernani Paciornik, Aguilar Bonsato, Roberto
Damiane, Ewaldo Buschle, Marcus Domingos e Cyro Filho
1
3
4
6
5
Fly Fish 280
F400 Gran Coupé
Cada vez melhor
D
esde que comprou as formas
da extinta lancha Armada 40,
há cerca de dois anos, o estaleiro
catarinense Fibrafort já fez mais de
190 melhorias e mudanças no projeto deste barco, que é o maior da
fábrica que mais produz lanchas
(em unidades) no país. O resultado é um novo barco, que só tem a
ver com o modelo original no desenho do casco — e, mesmo assim, ele
agora está mais sólido, porque passou a ser laminado com outro material. Entre as mudanças mais visíveis
está o hardtop, que ganhou uma espécie de aerofólio, a fim de diminuir
a entrada de vento no cockpit. Usa
dois motores de 300 a 380 hp cada
e custa a partir de R$ 1,1 milhão.
36
Náutica Sul
Para pescar e passear
P
escar é uma atividade tipicamente masculina. Por
isso, as mulheres sempre olharam meio de lado
para as lanchas de pesca. Por causa disso, o estaleiro
catarinense Brasboats, que produz as lanchas da marca Fly Fish, resolveu criar um modelo com cabine, visando agradar também as famílias. Nasceu assim a Fly
Fish 280, de 28 pés, que é um misto de lancha de pesca e de passeio, com cama e solário, para filhos e mulheres, e uma espetacular praça de popa, com 6 m2 de
área livre, para os pescadores. Preço? R$ 320 mil, com
um motor de popa de 300 hp.
Singular 270
E
Diferente até no nome
m pelo menos um aspecto, a nova Singular 270, construída pelo estaleiro catarinense Singular Boats, faz
jus ao nome que tem: seu banheiro fica na proa da cabine,
em vez da habitual localização à meia-nau, uma configuração interessante e bem pouco usual. E é justamente o tamanho do banheiro, embora ele não seja muito alto, uma
das melhores coisas desta lancha, já que em barcos com
este porte e proposta (passeios diurnos, só muito eventualmente com pernoites a bordo), o banheiro é mais usado que a cama — embora ela também exista, à meia-nau e
com impressionantes 2,18 m de comprimento. Como se vê,
uma lancha bem original. Custa cerca de R$ 205 mil, com
um motor centro-rabeta de 220 hp.
Náutica Sul
37
Triton 500 Fly
Agora, boa dentro e fora
D
EU FUI
e tempos para cá, o estaleiro paranaense Triton tem lançado um barco atrás do outro. E cada vez maiores, o que
mostra o vigor da marca. Faltava, no entanto, uma lancha com
flybridge, para atender os clientes em busca de mais espaço
a bordo. Faltava... Agora, não mais. A versão com fly do modelo Triton 500, de 50 pés, apresentado no último salão do Rio,
estreou em São Paulo agradando bastante, até no preço: por
volta de R$ 2,1 milhões, com dois motores Volvo IPS 500. Por
dentro, destaque para cabine de solteiros, bem maior do que
o habitual. E, do lado de fora, para a popa, que tem garagem
para o bote inflável e uma larga escada de acesso, conseguida
graças ao sutil deslocamento do sofá um pouco para o lado.
1 Denise Godoy e Raquel Schaefer
2 Alessandro Marchini, Luiz Schadrack,
Maneco Fontes e João Rodrigues Jr. (SP Marine)
5
3 Equipe Jet Club Blumenau e Marcos Antonio
Pereira (Atlantic Boats)
4 Carmen Santiago, Carmen Lúcia, Cyro Filho,
Maria Ângela Martins e Sônia Camargo (Iate Clube
de Caiobá)
5 Fernanda Procek e Luiz Henrique Nunes
(Volvo Penta)
1
Princess V57
Quase uma grife
A
nova V57, do conceituado estaleiro inglês Princess Yachts (que faz parte do
mesmo conglomerado de marcas de luxo da
Louis Vuitton) é uma lancha de mais de 20
toneladas, mas com certo apelo esportivo, já
que chega aos 38 nós de velocidade, quando equipada com dois motores de 900 hp.
Mas, melhor até do que sua performance é
a distribuição dos espaços na cabine. A cozinha fica no convés inferior, diante de uma
pequena saleta, que pode virar um terceiro
banheiro. E a suíte de proa tem um interessante par de camas de solteiro, em forma de
tesoura, que pode virar uma de casal. Como
é importada, seu preço é um pouco mais salgado: cerca de R$ 8,3 milhões, dependendo
da taxa de câmbio. Mas tem qualidade de sobra e representação oficial no Brasil.
38
Náutica Sul
2
4
3
6
6 Eros e Elizabeth Gradowski (Iate Clube de Caiobá)
AZIMUT 60
Bonita por fora,
linda por dentro
O
que já é bom pode ficar melhor? Sim,
sempre pode. Se for um grande barco, por exemplo, basta decorá-lo com bom
gosto, como foi feito nesta série especial
da Azimut 60, apresentada no salão, com
decoração assinada por famosos escritórios italianos de design, como Missoni
Home, Armani e Loro Piana. No barco exposto, predominava o contraste entre madeira escura e os tecidos bem coloridos. Ficou lindo. De resto, era a mesma lancha de
três camarotes (sendo duas suítes), sala,
cozinha, flybridge, plataforma de popa
submergível, estabilizador e tudo o mais
de bom que quase dois milhões de dólares podem comprar. Inclusive decoração
de grife.
Náutica Sul
39
Intermarine 80
Ah, como eu queria...
A
EU FUI
maior lancha já produzida pelo consagrado
estaleiro Intermarine foi, também, o maior
barco exposto no salão de São Paulo. Com um
design muito atual e recursos tecnológicos de
última geração, como um sistema norueguês
de estabilização por aletas que reduz barbaramente o balanço do casco, estando ele parado
ou em movimento, a Intermarine 80, lançada
recentemente, arrancou suspiros de todo mundo. Até dos amantes da performance, já que
embora seja um quase iate, com quatro suítes
e tudo o mais de um grande barco, é capaz de
navegar a vibrantes 33,5 nós, quando equipado
com dois motores de 1 650 hp cada.
2
1
3
4
5
6
Kart 35
A
Um kart para a água
Gamper é um bem conceituado fabricante catarinense de infláveis e este é o seu mais recente modelo: o divertido Kart 35 — nome que tem a ver tanto com
o seu tamanho, de 3,5 metros de comprimento, quanto
à forma divertida de pilotá-lo, bem na frente, com o volante ao centro, feito um kart de verdade. As reações do
barquinho, que pode usar motor de até 60 hp (embora
o ideal seja não passar de 40 hp), também lembram os
ágeis carrinhos de corrida, embora ele possa ser usado
apenas como um prático e bem comportado bote. No
salão, foi vendido por R$ 44 mil, com motor de 40 hp.
Bayliner 280
A
Uma cabinada mais barata
Bayliner é uma marca americana e, como tal, só costuma lançar barcos projetados nos EUA. Mas não é o caso desta nova lancha, de 28 pés. Ela nasceu basicamente da cabeça dos projetistas da fábrica brasileira, em Santa Catarina, inspirada no modelo de 31 pés, que já existia, como uma opção mais econômica para
quem busca a primeira cabinada. Mesmo assim, ela usa vários recursos das Bayliners maiores, como posto de comando (duplo) giratório, que transforma o cockpit
numa espécie de sala de estar ao ar livre, e tecidos que não deixam a pele grudar
nos bancos. Sua cabine tem 1,65 m de altura e duas camas de casal, exatamente
com o modelo 310BR. Só que custa bem menos: a partir de R$ 294 mil, com um
motor centro-rabeta de 300 hp.
40
Náutica Sul
7
1 Luiz Castro, Luiz Nunes (Volvo Penta), Andrey Cechelero e
Allan Cechelero (Triton Yachts)
2 Ivan Martins, Roberto Damiani, José Jorge Neto, José Nolar e
Carlos Santiago (Iate Clube Caiobá)
3 Juliana Stuart e Juliana Ferreira (Sebrae SC)
4 Gustavo Sá e Roberto Fazzi (Azimut)
5 Daniela Campos, Gino Campos, Vanessa Nunes, Carlos Araújo,
Andrea Martinez, Eduardo Pocetti, Chico Lima e Zeca Santiago
6 Fernando e Gustavo Iglesias, com Gustavo Ortiz (Náutica Sul)
7 Arthur Quaresma, Wellington Maria, Juliana Schmidt,
Elizabeth Santos e Agnaldo Santos (Secretaria de Turismo Itajaí)
M1 240
Lancha com
personalidade
L
ancha do Batman” ou do “James
Bond” foram alguns dos comentários dos visitantes sobre o peculiar
barco do estaleiro catarinense M1 Yachts. Inspirado num estilo que vem
fazendo sucesso na Europa, mas ainda uma total novidade por aqui, a M1
é moderna e retrô, ao mesmo tempo.
É moderna nas linhas totalmente retas, no grande espaço livre a bordo e no estilo despojado de acessórios (não tem guarda-mancebos, por
exemplo). E é retrô no sofá de popa
e no jeitão de automóvel de pilotar,
com para-brisa bipartido e volante
do lado direito. Um barco, sem dúvida, com personalidade. Com um motor centro-rabeta de 220 hp, foi oferecido a partir de R$ 147 mil.
Náutica Sul
41
Nomad 8XF
Catamarã com cabine
O
Sessa F42
E
estaleiro catarinense Mastro D’Ascia foi
criado em 2012 com o objetivo de produzir
um tipo de barco não muito comum por aqui: pequenos catamarãs a motor para pesca oceânica,
a partir de projetos comprados da Nova Zelândia. O primeiro modelo foi o de 7,30 m de comprimento, o segundo de 7,70 m, e, agora, veio o
maior de todos: o Nomad 8XF, de 8,70 m, também o primeiro da marca equipado com cabine.
O objetivo é oferecer um local de descanso para
os pescadores ou um cômodo abrigado para os
passeios familiares. Custa R$ 295 mil, com dois
motores de popa de 150 hp cada.
Ainda fazendo sucesso
EU FUI
sta lancha de médio porte com flybridge do estaleiro catarinense Intech
Boating — que produz barcos sob licença da marca italiana Sessa Marine
—, não é exatamente uma novidade, mas segue colhendo admiradores a cada
novo salão náutico. Em São Paulo não foi diferente. Quem não a conhecia,
gostou do que viu, especialmente do tamanho do flybridge, que tem 6,5 m 2
de área e mais parece o de uma lancha bem maior do que ela. O preço também é interessante: a partir de R$ 2 milhões, com dois motores Volvo IPS 500.
1
2
4
3
6
5
7
8
1 Merli Vedan e Edivaldo Vedan
2 Dorival Boaventura e André Soto (Sec Boats)
3 Aguilar Silva (Iate Clube de Caiobá), Carlos Araújo (Prime Náutica) e Ewaldo
Buschle (comodoro do Iate Clube de Caiobá)
4 Leo Polli, Jackson Herzmann e Fernando Romano (Bayliner)
5 Nice e Antonio Schauffert (Marina Offshore) e Roberto Muller (Muller Broker)
6 Paulo Ito, Thiago Lacerda, Elpidio Narde, Anne Flemming, Thiago Teixeira e
Luiz Henrique Nunes (Volvo Penta)
7 Eduardo Oliveira (Marina Beach Tower) e Barbara Saldanha Paz (Marina Itajaí)
8 Luiz Castro, Luís Mello, Marcos Demétrio, Emerson Baptista,
Luiz Henrique Nunes, Paulo Ito, André Chaves e Thiago Lacerda
Real 525 Fly
Jeanneau Sun Odyssey 449
Um veleiro em evolução
A maior de uma grande marca
ntre os veleiros, o que despertou maiores comentários foi
este barco da marca francesa Jeanneau, uma evolução do
modelo anterior, o Sun Odyssey 439. A nova versão 2016 tem
plataforma de popa três vezes maior que a
anterior, escada para a cabine menos inclinada e mais larga, mesa de jantar que pode
ser convertida em cama da casal e opção de
dois, três ou até quatro camarotes — o cliente escolhe. Como é importado, seu preço depende das taxas de câmbio e de importação.
Na Europa, custa € 380 mil.
ambém lançada no salão de São Paulo, a novíssima 525 Fly é a
maior lancha já produzida pelo estaleiro carioca Real Power Boats, famoso por construir lanchas abertas de boa performance. Mas,
apesar do estilo de barco bem familiar e comportado (flybridge, três
camarotes, etc. — como um típico barco do gênero), nem de longe decepcionou os fãs da marca. Ao contrário, arrancou muitos elogios, especialmente pela altura da cabine, que chega a 2,10 m, e na cozinha,
entre a sala e a popa, e diante de um bar que ajuda a integrar ainda
mais a parte de dentro com a de fora do barco. Com dois motores de
600 hp cada, foi vendido no salão a partir de R$ 4 milhões.
T
E
Fishing 33 Saint-Tropez
E
A cabine cresceu
volução da Fishing 33, carro-chefe do estaleiro paulista Fishing
Raptor, com mais de 300 unidades vendidas em 10 anos de produção, a nova 33 pés da marca traz algumas melhorias, especialmente na cabine, que ficou 15 centímetros mais alta, mais iluminada e
mais arejada, já que também ganhou janela panorâmica, além das
duas vigias que já tinha. De resto, continua sendo a mesma (boa e
confiável) lancha de pesca de uma marca consagrada. Pode usar até
dois motores de popa de 400 hp cada e custa a partir de R$ 482 mil,
na versão menos potente, com um par de motores de 225 hp.
42
Náutica Sul
Náutica Sul
43
Coral 46
Outro estaleiro
que cresceu
O
EU FUI
maior barco já produzido pelo estaleiro carioca Coral (uma grande lancha de 46 pés,
com duas ou três cabines e até máquina de lavar roupas a bordo, o que
não é tão comum assim), foi outra
boa novidade do salão de São Paulo.
Lá, a primeira unidade do modelo (feita para ser do próprio dono do estaleiro, que, na última hora, resolveu vendê-la) foi oferecida por pouco mais de
R$ 2 milhões, com dois motores de
centro, de 370 hp cada.
4
1
2
3
5
6
7
VTR 350 FB
C
1 Cláudio Simão (Mendes Sibara), Suely
Simão, Andrea Zuniga, Hamilton Costa e
Adalmir Fernandes (Marina Itajaí)
2 Mário Roberto Gern (Boat Grill)
3 Lars Ostergaard (Gori), Sérgio Monzillo
(Webasto), Márcio Lima (Equinautic) e
Gustavo Ortiz
4 Giovani Machado (SC Yachts)
5 Rudi Aguiar e Nicole Santoro
6 Gabriel Barsalini (Volvo Penta)
7 Thiago Teixeira e Adrian Fuhrhausser
Novidade catarinense
atamarãs não são barcos muito populares no Brasil. Movidos
a motor, menos ainda. Mas, aos poucos, isso está mudando
— e quem comparar o espaço que estes barcos oferecem em relação às lanchas convencionais do mesmo porte optará na hora
pelos dois cascos. Por isso, o recém-criado estaleiro catarinense
Sec Boats escolheu um (bom) catamarã para estrear no mercado:
este projeto australiano, que eles, agora, começam a produzir no
Brasil. O barco tem 35 pés de comprimento (mas com espaço de
mais de 40), três cabines, sala, cozinha (externa), capacidade para
oito pessoas dormirem a bordo e flybridge. Usa dois motores de
popa, de 150 ou 200 hp e custa R$ 770 mil, na versão básica.
44
Náutica Sul
Sea-Doo RXP-X 300
O novo número 1
A
EU FUI
Sea Doo sempre fez jets esportivos e potentes. Mas nenhum tanto quanto este. A explicação está no próprio número que o batiza: o
novo RXP-X 300 tem nada menos que 300 hp
de potência, com o benefício extra de que pesa
menos de 400 quilos. Trata-se do mais novo
jet mais potente do mundo, recém-lançado
mundo afora e apresentado em primeira mão
no Brasil no São Paulo Boat Show, onde as primeiras unidades foram vendidas ao preço de
R$ 81 990. Além do novo motor e de um aperfeiçoamento no sistema de ré e freio, o X 300
vem, também, com guidão totalmente regulável
e banco mais estreito, tipo de competição. Com
300 hp de potência, este detalhe faz diferença.
1 José Lima (ZiMarine), Maurício dos Santos,
Helton Kons, Daise Sebastião e Marcos
Sebastião (Brasboats)
1
1
2
4
2 Rafael Ferreira e Fábio Borba (Fibrafort)
3 Roald Andretta e Gisele Furtado
4 Rosane Buschle, Maria Elvira Jorge,
Elizabeth Gradowski e Márcia Silva (Iate Clube
de Caiobá)
2
3
5
Volvo FWD
A
Yamaha VX Cruiser HO
Agora, com motor mais potente
E
ste jet da linha Cruiser, a mais luxuosa da Yamaha, acaba de ganhar o mesmo motor de 1 800 dos modelos mais sofisticados, o
que é uma boa novidade para quem não quer gastar muito para ter
um jet equipado e com boa potência. Ele não chega a ser tão requintado quanto os modelos tops de linha, mas, agora, usa o mesmo motor e, por ser mais leve, deve até ter melhor rendimento. É a principal novidade da linha 2016 dos jets Yamaha, que chegará ao mercado
brasileiro em janeiro do ano que vem. O preço do novo VX Cruiser HO
será em torno de R$ 95 mil.
46
Náutica Sul
GTI SE 130
5 Eduardo Oliveira (Marina Beach Towers),
Chico Lima e Zeca Santiago
O mini IPS
nos atrás, a Volvo revolucionou a forma de navegar ao lançar o sistema IPS, que, entre outras características, colocou
os hélices na frente — em vez de atrás — das rabetas, com inúmeras vantagens. Até hoje, no mundo náutico, IPS é sinônimo
de modernidade. Mas, como ele só existe para barcos maiores,
faltava algo semelhante para as pequenas lanchas. Por isso, no
salão de São Paulo, a Volvo apresentou o novo sistema Forward,
que usa o mesmo princípio de hélices à frente das rabetas, embora sem todas as demais funções do IPS. A vocação natural da
nova propulsão são os esportes náuticos (esqui e wakeboard,
especialmente), porque, com os hélices não mais à mostra, aumenta a segurança para os praticantes. Mas o sistema vai bem,
também, em simples lanchas de passeio.
RXP-X 300
SPARK 2UP
O SÃO PAULO BOAT SHOW FOI UM SUCESSO !
+ 43 mil pessoas conheceram as novidades do mundo náutico e de
mergulho, com a novidade da realização simultânea do PADI Dive Festival.
+ 300 embarcações vendidas em seis dias de evento e superação em
negócios fechados..
Nosso muito obrigado a você, principal
razão pelo sucesso deste show.
Nos vemos no Rio Boat Show 2016!
EVENTOS INTEGRADOS
ORGANIZAÇÃO
E REALIZAÇÃO
APOIO
PATROCÍNIO
POR JORGE DE SOUZA
ESTALEIRO
AÉREO
O Pop 25
de Marcelo,
finalmente
pronto, após
três anos de
mão na massa
em cima da laje
da garagem: o
barco ficava na
altura do telhado,
a três metros do
solo e do lado da
cozinha da casa
Pergunte ao
catarinense
Marcelo Schurhaus,
que construiu um
veleiro em cima
da laje da garagem
de sua casa, numa
cidadezinha
do interior de
Santa Catarina
JORGE DE SOUZA
o que este
barco está
fazendo
aqui?
Náutica Sul
51
CONSTRUÇÃO CASEIRA
Arquivo pessoAl
Como nasceu o barco no telhado
barco
sobre carros
Falta de espaço?
Que nada!
Marcelo resolveu
construir o
veleiro em cima
da garagem
por um questão
estratégica. Dali
era fácil retirá-lo
quando ficasse
pronto. Do
contrário...
última coisa que
Até que aquela intrigante fileira de madeios pacatos moraras foi tomando a forma, primeiro de uma esdores de Guabipécie de espinha de peixe, depois de algo que
ruba, no interior
lembrava a estrutura de uma arca, até que,
de Santa Catariuma vez revestida, não é que surgiu mesmo
na, esperavam enum barco? Um veleiro, para ser mais exato.
contrar nas ruas da sua minúscula cidaUm Pop 25, uma criação do projetista naval
de de pouco mais de 1 000 habitantes era
Roberto Barros, o Cabinho, para ser feito em
alguém construindo um barco — até porcasa. Só que Marcelo foi bem mais ousado e,
que não há mar algum ali por perto. Menos
para assombro da cidade, decidiu construir
ainda daquele jeito, em cima da garagem de
o seu barco sobre a garagem.
uma das casas. Por isso, quando o engenheiro
Espaço no quintal ele tinha de sobra. No
(civil, não naval e que há muito ganha a vida
fundo de sua casa tem até um lago, cheio de
como gerente de hotel) Marcelo Schurhaus
patinhos. Mas a escolha daquela laje para
começou a erguer uma sequência de madeiras
virar um improvável estaleiro foi estratégiquase no telhado da casa, os vizinhos ficaram
ca. Só dali ele conseguiria remover o barco
intrigados. Que obra seria aquela? Que formato
pronto, sem muito esforço. “Eu tinha que
estranho era aquele, que nem de longe parecia
pensar adiante e imaginar o que aconteceser mais um cômodo? Até que os mais curiosos
ria depois”, ele explica. “Como eu consecomeçaram a bater na porta da casa, perguntanguiria virar o casco depois de laminado se
do o que Marcelo estava construindo.
no local não coubesse, por exemplo, um
— Um barco — ele respondia, como se isso
guindaste?”. Sim, faz sentido. E o terrefosse a coisa mais natural do mundo e a laje de
no vazio ao lado da garagem era perfeito
uma garagem o melhor lugar para se fazer isso.
para isso. Mas como explicar detalhes
— Ah, fala sério... — invariavelmente diziam
desse tipo a pessoas que jamais tinham
os incrédulos vizinhos.
visto a construção de um barco?
52
Náutica Sul
O blog
do barco
da laje
Para ajudar quem sonha, um dia, também
construir um barco,
Marcelo decidiu documentar, desde o começo, a construção do
seu Pop 25. O resultado
pode ser conferido no
bem ilustrado blog pop25konquest.blogspot.
com.br, que ele segue
atualizando com novas informações sobre
a saga de construir um
barco em casa. Ou, no
caso, em cima dela...
µm determinado momento, Marcelo parou
de dar maiores explicações à vizinhança.
Eles descobririam por si próprios, quando
o barco ficasse pronto. E ele ficou. Este
mês, o Konquest, como Marcelo batizou
o seu bem construído veleiro-caseiro, finalmente descerá do teto da garagem e ganhará os mares
— agora, para total orgulho dos moradores de Guabiruba. Levou três anos para ser construído, porque Mar-
celo fez tudo sozinho e só podia se dedicar ao barco
quando o trabalho de gerente do mais tradicional hotel da vizinha Brusque permitia. “Se tivesse me dedicado só ao barco, teria terminado em quatro ou cinco
meses”, ele calcula, sem nenhum estrelismo, embora jamais tivesse construído uma canoa na vida.
nha da casa — a popa do Konquest ficava a pou“Achei que era mais difícil”, resume, contrariando
co mais de um metro do fogão de Elisiane. “Em
a maioria dos que já embarcaram em uma empreicompensação, quando eu fazia uma parada para
tada desse tipo. “Paguei 400 dólares pelo projeto,
descansar, bastava esticar a mão até a geladeira e
mas ele veio bem explicadinho e o Cabinho ainpegar uma cerveja gelada”, brinca Marcelo.
da foi tirando todas as minhas dúvidas pelo camiSó o que não estava nos planos da família é
nho”, diz Marcelo, enquanto mostra, numa deque o início da obra do barco coincidiria justamentalhada planilha, o custo total da construção do
te com o nascimento da primeira filha do jovem caseu Pop 25: R$ 25 mil — muito menos do que
sal, Sofia, hoje também com 3 anos de idade. “Ela
ele teria gasto se, em vez de construir um barcresceu junto com o barco”, compara Elisiane, tão
co, tivesse optado por comprar um veleiro do
ansiosa quanto o resto da família para ver o Konquest
mesmo porte usado. “Na época em que comefinalmente ir para a água, em Itajaí, o que deve aconcei a obra, um Delta 26 em razoável estado já
tecer nos próximos dias. “Só falta descê-lo da laje com
custava R$ 100 mil. E eu não tinha nem um
um guindaste, fixar o mastro, prender a quilha, fazer
décimo disso. Foi quando concluí que a únium berço de madeira para apoiá-lo no caminhão e viaca saída era construir eu mesmo. Comprei o
jar 100 quilômetros até o mar”, vibra Marcelo. Só isso?
projeto e pus a mão na massa.”
Bem, para quem passou três anos construindo um
Marcelo sempre teve o apoio da mubarco no teto de uma garagem, os passos finais parecem
lher, Elisiane, claro. Do contrário, o projerealmente fáceis. Já a laje servirá para construir mais um
to não teria a menor chance de dar certo.
quarto e ampliar a casa. Agora, sim, os vizinhos não terão o
A única maneira de acessar o seu “estaque estranhar nas obras de Marcelo.
leiro suspenso doméstico” era pela cozi-
do ar
para o mar
Marcelo,
Elisiane e a
pequena Sofia,
que nasceu
exatamente
quando ele
começou a
construir o
barco, que,
agora, irá para o
mar: os vizinhos
não acreditavam
Náutica Sul
53
Farol
Notícias náuticas do Sul do Brasil
O SuPER SuP
Chega ao Brasil a prancha que leva
a família inteira para remar
A
marca alemã de pranchas infláveis Mistral, que tem sede no município
catarinense de Penha, já está vendendo no Brasil as primeiras unidades da
nova Big Sup, uma prancha gigante de stand up paddle, com dimensões de um
pequeno barco a remo. Ela tem 21 pés de comprimento (ou 5,50 m), por 1,50 m
de largura, e capacidade para até 10 pessoas remarem ao mesmo tempo — ideal,
portanto, para a família inteira se divertir junto na água. Também vai muito bem nas
longas travessias, porque permite que só alguns ocupantes remem, enquanto os
outros descansam. Apesar do seu tamanho impressionantemente maior do que as
pranchas convencionais do gênero, a Big Sup, que é inflável, pesa apenas 33 quilos e,
quando vazia, pode ser transportada no porta-malas de qualquer carro. A novidade
custa R$ 15 900,00 e já tem meia dúzia de unidades vendidas no Brasil.
gigante
A Big Sup
tem o triplo
de área das
maiores
pranchas
convencionais
liXO PREMiaDO
P
or iniciativa da Associação
Náutica Catarinense para o Brasil,
a Acatmar, de tempos em tempos,
mergulhadores e amantes do mar
em geral participam de mutirões de
coleta de lixo submarino nas águas de
Santa Catarina, como parte do Projeto
Limpeza dos Mares. Este ano, os grupos
já atuaram na Ilha do Arvoredo (quando
foi recolhido mais de uma tonelada
de resíduos no fundo de apenas parte
da reserva ecológica ali instalada) e
na praia de Palmas, em Governador
Celso Ramos, e uma terceira ação está
prevista para o canal da Barra da Lagoa,
em Floripa, para o dia 21 de novembro.
Por essas e outras, a iniciativa acaba
de receber o prêmio Top Turismo, da
Associação dos Dirigentes de Vendas e
Marketing de Santa Catarina. E esta não
foi a única premiação que a Acatmar
recebeu recentemente. Seu presidente,
o atuante Mané Ferrari, também foi
premiado como Personalidade, no
Troféu Beto Carrero de Excelência no
Turismo, entregue em outubro. Mané foi
eleito por unanimidade pelo conselho
que atribui o prêmio.
FOTOS DIVULGAÇÃO
O Projeto Limpeza dos Mares rende prêmio à Acatmar
boas ações
Mergulhadores
recolhem lixo
do fundo da ilha
do Arvoredo:
iniciativa
da Acatmar,
presidida por
Mané Ferrari,
que também foi
premiado
Náutica Sul
55
UM MERGULHO
NA HISTÓRIA
TROFÉU CAYRU
FAZ 25 ANOS
Como sempre, a tradicional regata
colocou muitos barcos nas águas
O gaúcho Nestor Magalhães
volta a perseguir os submarinos
alemães em mais um livro
11 HORAS DE VELA
O
A
gaúcho Nestor Magalhães é um especialista em submarinos
alemães da Segunda Guerra Mundial e um pra lá de dedicado
pesquisador do tema, o que o tem levado a viajar pelo mundo em
busca de contatos de primeiríssimo grau com alguns daqueles
submarinos naufragados. A mais recente expedição submarina do
gênero de Nestor aconteceu nas águas da distante Micronésia e rendeu
este livro, cujo título (De Truk a NarvikXX) remete a duas das ilhas tidas
como as maiores depositárias de naufrágios do Pacífico Sul – um prato
cheio tanto para os amantes do mergulho quanto da história do maior
conflito de todos os tempos. Interessou? Acesse o blog do autor
(http://cavaleirodasprofundezas.blogspot.com) e faça sua encomenda.
C
erca de 50 veleiros participaram da mais tradicional
regata promovida pelo clube Jangadeiros, de Porto
Alegre: o Troféu Cayru, criado em 1991, para homenagear o
lendário barco do fundador da entidade, Leopoldo Geyer.
Foi, portanto, a 25ª edição desta regata, que, como sempre,
misturou diversos tipos de barcos na água. O fita-azul, ou
primeiro barco a cruzar a linha de chegada, foi o veleiro de
oceano San Chico 3, do comandante Francisco Freitas, não
por acaso da flotilha do próprio clube Jangadeiros.
AVALIADO “O MELHOR ANTI-INCRUSTANTE”
AVALIADO “O MELHOR ANTI-INCRUSTANTE”
R
R
MORE SPEED - LESS FUEL
MORE SPEED - LESS FUEL
12 MESES SEM CRACAS
12 MESES SEM CRACAS
FOTOS DIVULGAÇÃO
Farol
PERFORMACE E DESEMPENHO
PERFORMACE E DESEMPENHO
DESPESAS COM COMBÚSTIVEL
DESPESAS COM COMBÚSTIVEL
PROPSPEED® é um sistema de revestimentos inovador a
PROPSPEED®
é um sistema
de revestimentos
inovador
a
base de silicone,
desenvolvido
na Nova Zelândia
é um
baserevestimento
de silicone, desenvolvido
na Nova
Zelândia
é um
ecologicamente
correto,
sua fórmula
revestimento
ecologicamente
correto,
sua fórmula
impede a aderência
de organismos
marinhos
(cracas)
impede
aderênciade
demetais
organismos
(cracas)
naasuperfície
abaixomarinhos
da linha d’água.
na superfície de metais abaixo da linha d’água.
APLICADO
APLICADO
NÃO CONTÉM
NÃO
Cu, CONTÉM
Pb, BIOCIDA
Cu,
Pb,
BIOCIDA
Recomendado para quaisquer peças de metais
abaixo
da linha peças
d’ água:
Recomendado para
quaisquer
de metais
abaixo da linha d’ água:
Hélice, Eixo, Leme, Flap, Bow/Stern Thruster,
Pé de
galinha/pinto,
Trocador
de calor,
Hélice,
Eixo,
Leme, Flap,Ralos,
Bow/Stern
Thruster,
Submersa
VOLVO IPS
Pé deLúminaria
galinha/pinto,
Ralos,eTrocador
de DRIVER
calor,
Lúminaria Submersa e VOLVO IPS DRIVER
11 2713-0084 - WWW.PROPSPEED.COM.BR PROPSPEEDBR
11 2713-0084 - WWW.PROPSPEED.COM.BR PROPSPEEDBR
A última regata do Circuito Conesul foi
uma verdadeira maratona náutica
última regata do Circuito Conesul de Vela de Oceano,
disputada, como sempre, nas águas do Guaíba, em
Porto Alegre, teve um longo percurso de 70 milhas e fez
os barcos enfrentarem uma verdadeira maratona náutica,
sem falar no frio e na chuva intermitentes. O vencedor só
saiu após mais de 11 horas na água: o barco Kamikaze XI,
do comandante Hilton Piccolo, que, no entanto, mesmo
assim, perdeu o título do Circuito para o veleiro C’est La
Vie, do também gaúcho Henrique Dias, da flotilha do clube
Veleiros do Sul. Foi a quinta vitória de Dias com o C’est La
Vie no mais tradicional circuito de vela de oceano do Rio
Grande do Sul.
3 perguntas
JORGE DE SOUZA
O bOm samaritanO náuticO
O coordenador do projeto náutico do Sebrae de Santa Catarina, Roberto Tavares, conta
como a entidade pode ajudar os pequenos estaleiros a crescerem, sem cobrar por isso
T
rês anos atrás, ao detectar um crescimento expressivo
na fabricação de barcos em Santa Catarina, hoje considerado o segundo maior polo náutico do país (para
muitos, talvez, já o primeiro...), o Sebrae — Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas catarinense decidiu ajudar os pequenos estaleiros locais a se tornarem
mais eficientes. Criou, assim, um projeto de apoio administra-
1
Como funciona a
parceria dos estaleiros
com o Sebrae?
“Primeiro, nós fazemos um
diagnóstico dos processos e gestões
internas de cada estaleiro, tanto na
produção quanto na administração,
identificando falhas, desperdícios,
gargalos, superposições de funcionários,
etc. etc. Depois, com base nisso,
montamos um plano de ação conjunta
com o estaleiro, que inclui a participação
dos nossos técnicos em gestão de
negócios e de um consultor técnico no
assunto, quase sempre um engenheiro
naval ou alguém com experiência em
construção de barcos, que atuará dentro
da própria fábrica, revendo os processos
construtivos. Ao mesmo tempo, ajudamos
os estaleiros a divulgarem os seus barcos,
através de feiras e rodadas de negócios.
Até propor aprimoramento nos sites dos
estaleiros para torná-los mais eficientes
nós propomos. Mas não fazemos o
trabalho deles. Ensinamos a pescar. Não
pescamos para ninguém.”
58
náutica sul
2
tivo e produtivo, que foi oferecido a 48 pequenos construtores
de barcos do estado. Destes, 25 toparam a proposta pioneira
de aprender, com os técnicos e consultores do Sebrae, a administrar e produzir melhor. E, agora, eles já estão colocando em
prática o que aprenderam, com resultados animadores, como
conta, nesta rápida conversa, o coordenador do projeto náutico
do Sebrae-SC, Roberto Tavares.
Quanto isso custa
para os estaleiros?
“Os projetos do Sebrae para qualquer pequena ou média empresa que precise de ajuda
em um setor que demonstre potencial de crescimento, como é o caso do setor náutico catarinense, são sempre iguais: nós bancamos 70%
do custo do projeto e o beneficiado entra com
30%. O Sebrae não visa lucro e, no caso dos estaleiros, a participação financeira deles nos projetos tem sido largamente compensatória. A
primeira turma de estaleiros atendidos, cujos
projetos estão terminando agora, no final do
ano, já atingiu a meta pretendida de 50% de eficiência, 20% a mais do que quando começamos
a parceria com eles, em 2012. Um dos estaleiros,
a Zeta Boats, conseguiu reduzir o custo de produção em 30%. Só isso já representa muito mais
do que os 30% de participação deles nos custos
do projeto, sem falar na participação subsidiada
em feiras náuticas, o que nós fazemos costumeiramente com os nossos parceiros. Antes, eles
vendiam 3 ou 4 barcos por ano. Hoje, vendem 6
ou 7 e gastando menos para produzi-los. Isso já
faz muita diferença em um estaleiro pequeno.”
3
Quem quiser aderir
precisa fazer o quê?
“Neste momento, ter um pouco de
paciência, porque temos até lista de espera. Quando começamos este trabalho, oferecemos os projetos a 48 estaleiros e só 25
deles aceitaram. Mas, quando os outros começaram a ver os resultados, nos procuraram. Isso é natural. No começo, todo mundo tem certa desconfiança de tudo o que
é novo. E nunca havia sido feito nenhum
trabalho desse tipo com os estaleiros, ainda mais com um custo tão pequeno. Uma
segunda fase começará no ano que vem
e durará outros dois anos. Só que, agora,
vamos abrir o leque e trabalhar também
com as marinas, os fornecedores de serviços e equipamentos, as empresas que
atuam direta ou indiretamente no turismo
náutico etc. Porque não adianta estruturar
os fabricantes se não houver infraestrutura náutica para, depois, atender os compradores de barco. Os estaleiros são apenas o
início do processo. E ainda há muito a ser
feito. Mas estamos aqui para ajudar.”
VOCÊ QUER MAIS
PARA O SEU NEGÓCIO?
O SEBRAE QUER MAIS É
ESTAR AO SEU LADO.
É da porta para dentro que a
gestão, inovação e produtividade
fazem a diferença. É aí que entra a
mão do Sebrae para ajudar a fazer
o seu negócio ser cada vez melhor.
SUA VIDA É SE SUPERAR A
CADA DIA? ESTAMOS JUNTOS.
/sebraesc
@Sebrae_SC