I Seminário de Acervos Raros e Especiais
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I Seminário de Acervos Raros e Especiais
I Seminário de Acervos Raros e Especiais Tema: Obras raras: identificação e gestão Palestra: Critérios de Raridade em Coleções Públicas Rizio Bruno Sant’Ana Biblioteca Mário de Andrade Biblioteca Mário de Andrade Fundada em 1926 como Biblioteca Pública Municipal, a partir do acervo existente desde 1907 na Câmara Municipal de São Paulo. Estava localizada na Rua 7 de Abril, no centro da cidade Incorpora em 1937 o acervo da Biblioteca Pública do Estado Inauguração em 1942 do prédio concebido por Rubem Borba de Moraes e projetado por Jacques Pilon, considerado um marco da arquitetura Art Déco e tombado por CONPRESP e CONDEPHAAT Recebe em 1960 o nome do escritor Mário de Andrade, criador e diretor da primeira Secretaria Municipal de Cultura instalada no Brasil 1992 – primeira grande reforma no prédio 2005 – transformação da Biblioteca em Departamento 2006 – cessão pelo Governo do Estado do antigo edifício do IPESP (prédio Anexo, início de reforma em dezembro de 2009) 2007 - início da última reforma no prédio (obra financiada com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID) 2010 – inauguração da Seção Circulante para empréstimos Acervo Total (Estimativa) Livros Periódicos (fascículos) Mapoteca (mapas, atlas e livros) Multimeios e outros materiais 324.000 2.800.000 12.500 39.000 Considerada a segunda maior coleção do País, depois da Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro Coleções Artes (livros, revistas, catálogos de exposição, hemeroteca) Circulante Coleção geral (Humanidades) Mapoteca Multimeios (Microfilmes, CDs, DVDs) Obras Raras e Especiais (livros, periódicos, manuscritos, fotos) ONU (parte no espaço da Circulante) Periódicos (atualmente ocupando três prédios distintos) Referência São Paulo (no espaço da Circulante) Ação Cultural Núcleo de Memória (Arquivo Histórico e Memória oral) Revista da Biblioteca Mário de Andrade (anual) Eventos culturais, cursos, lançamentos de livros, encontros com autores, leituras dramáticas Site: http://www.bma.sp.gov.br/ Catálogo: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/ Situação durante a reforma Vista geral do edifício principal da BMA + Anexo Biblioteca Mário de Andrade (Edifício principal) Anexo (IPESP) Rua Bráulio Gomes Praça Dom José Gaspar Rua da Consolação CORTE TRANSVERSAL Edifício Mário de Andrade e Anexo Biblioteca Mário de Andrade Anexo Acesso restrito / Acervos artes / raros / mapoteca coleção geral multimeios periódicos / arquivo histórico / ONU funcionários Acesso livre circulante Mário de Andrade Térreo: Circulante, Atualidades e internet 1º andar: Sala de Obras Raras, Sala de Artes, Mapoteca e Auditório 2º andar: atendimento da Coleção Geral e mezanino do Auditório atualidades, internet e salas de atendimento Anexo Térreo: recepção e lojas 1º andar: Auditório e Sala de Leitura 2º/3º andar: atendimento da Coleção de Revistas e Jornais 4º andar: Multimeios e Oficinas de Microfilmagem e Digitalização Seção de Obras Raras e Especiais Aberta ao público em julho de 1945, com acervo de obras raras, manuscritos, mapas e obras de arte formado pela reunião de diversas coleções de bibliófilos e pesquisadores, compradas ou doadas à Biblioteca ao longo dos anos As primeiras obras vieram da incorporação da antiga Biblioteca do Estado e das coleções Félix Pacheco (escritor, senador e Ministro das Relações Exteriores, comprada em 1936); Batista Pereira (advogado, genro de Rui Barbosa, comprada em 1937); Paulo Prado (escritor, organizador da Semana de Arte Moderna, doada em 1945) e Pirajá da Silva (médico, pesquisador da Esquistossomose, doada em 1977) Outras coleções: Carvalho Franco (genealogia), Pereira Matos (edições de luxo), Paula Souza (arquivo pessoal), Maynard de Araújo (folclore), Otto Maria Carpeaux (história da literatura) e José Perez (Cervantina) Publicou o Catálogo de Obras Raras em 1969, com 4.600 títulos, e um suplemento em 1980, com outros 1.400 títulos Acervo Total (Estimativa) Periódicos, Publicações Oficiais e Almanaques Livros Catalogados Livros por Catalogar Outros (postais, mss, gravuras, fotos, mapas) 9.000 35.000 18.000 4.000 Sub-Total 66.000 Artes e Mapoteca 44.000 TOTAL 110.000 Alguns destaques 9 incunábulos e as edições originais dos principais missionários, cientistas e viajantes estrangeiros, como Nóbrega, Thévet, Léry, Barleus, Debret, Rugendas, Spix e Martius Manuscritos: códices em pergaminho do século 15, um Vocabulário na língua brasilica, de 1628, o Códice Costa Matoso, coleção de textos sobre a descoberta do ouro em Minas Gerais reunida em 1749, obras literárias do século 18, coleção de 50 volumes de originais manuscritos de Rui Barbosa, poemas de Machado de Assis e um conto de Mário de Andrade, todos autógrafos, a correspondência de Paula Souza, fundador da Escola Politécnica, e o arquivo de Otto Maria Carpeaux Livros de arte originais como Jazz, de Henri Matisse; Cirque, de Fernand Léger; e La Prose du Transsibérian, de Sonia Delaunay e Blaise Cendrars 33 desenhos originais de Rugendas, 200 álbuns de gravuras e fotos originais de Marc Ferrez, Militão Azevedo e Washington Luís Identificando obras raras Um livro raro é um objeto ou artefato invulgar, diferente, valioso ou precioso Portanto, uma obra rara é uma publicação incomum, difícil de achar e em geral com um valor maior do que os livros disponíveis no mercado Embora o conteúdo do livro seja essencial, o continente é de suma importância, pois a informação é transmitida pelo todo; assim, a integridade é um requisito básico para determinar seu valor enquanto documento histórico Outros “tipos” de obras raras Bibliotecas, Museus e Arquivos dividem entre si a guarda dos acervos em papel Os primeiros periódicos impressos só começaram a ser publicados 150 anos depois dos livros e folhetos. Como são conservados tanto em bibliotecas como em arquivos, podem ser considerados Obras Raras, desde que se avalie bem o período coberto pelo periódico. Atlas e mapas impressos também se enquadram nesta categoria, bem como gravuras e ilustrações, principalmente quando retirados de livros Outros materiais típicos de arquivos, como os manuscritos (tanto originais como cópias, escritos à mão ou datilografados, encadernados ou em folhas soltas. com características de obra única e original) não são considerados Obras Raras, embora possam ser guardados também em Bibliotecas Diversos objetos gráficos impressos (cartões-postais, pastas de recorte de jornais, cartazes, rótulos de produtos) e originais (álbuns de fotografias, desenhos, aquarelas, guaches) são guardados por museus, arquivos e bibliotecas, mas não são obras raras Em geral, estes materiais bibliográficos são frágeis e dividem com as obras raras o conceito de Coleções Especiais, e devem ser acondicionados adequadamente Critérios para definição de obras raras na Biblioteca Mário de Andrade Livros editados até antes de 1801, qualquer que seja o local de publicação Livros editados até antes de 1901 no Brasil, sobre o Brasil ou por autores brasileiros (da chamada “Coleção Brasiliana”) Livros editados até 1901 fora do Brasil, quando forem sobre viagens ao Brasil e primeiras edições de obras importantes ou em edições luxuosas Livros editados após 1901, no Brasil ou fora, em primeira edição, quando forem de editores renomados e de escritores modernistas ou de vanguarda Livros dos quais só existam poucas cópias conhecidas, por qualquer motivo (destruição dos exemplares por desastre, acidente, perseguição moral ou política, etc.), sem distinção de data Livros artísticos ou de luxo, com encadernações especiais, tiragens limitadas e ilustrações originais, sem distinção de data Livros publicados em formatos pouco usuais, especialmente aqueles com menos de dez centímetros de altura, sem distinção de data Data de publicação como critério de seleção As normas internacionais de catalogação de obras raras referem-se à data como um dos principais critérios de raridade, reconhecendo o valor intrínseco da história do documento, a possibilidade de seu uso e de transmissão de conhecimento a partir de cada obra “Quanto mais tempo um item tiver sobrevivido, mais valioso em termos de preservação ele se torna, pois um item antigo passa a ser um dentre um número decrescente de testemunhas de seu próprio tempo. (...) Há uma crescente concordância quanto à proteção, nas mesmas condições, de todos os materiais impressos antes de 1801, não importando sua forma ou condição.” Guidelines on the selection of general collection materials for transfer to special collections, ACRL, 1990 A utilização de um limite de data de publicação como critério de seleção está baseada em um fato historicamente dado, qual seja, a mudança na tecnologia dos meios de produção. Até o final do século 18, os livros eram feitos artesanalmente. Como foram vários os aperfeiçoamentos técnicos durante o tempo, por motivos de simplificação esta data foi estabelecida como sendo o ano de 1801 Nem todo livro antigo é raro no sentido de ter um conteúdo valioso ou importante (“antiguidade não é sinônimo de raridade, nem garante o mérito de um livro”, com diz Ana Virgínia), mas sua própria existência serve de parâmetro para definir o que é bom ou não, em termos de qualidade Um livro antigo carrega em si mesmo as marcas da sua forma de produção artesanal, servindo como um documento representativo dos processos utilizados na época para a transmissão de informações A própria estrutura do livro (sua forma de encadernação, tipo de papel usado, ilustrações, etc.) é uma rica fonte de informações sobre o modo de se pensar a cultura de um determinado período da história, levando à conclusão de que todas as obras publicadas de forma artesanal devem ser preservadas como raras Devido à forma manual da impressão de livros, pode existir diferenças entre exemplares de uma edição, pois erros de tipografia detectados durante o trabalho de impressão eram corrigidos apenas nas próximas cópias. Uma dada tiragem pode apresentar dois ou mais exemplares distintos, os chamados “estados” da tiragem. O papel usado nesta época era produzido manualmente, em folhas individuais, usando trapos de linho e algodão Com as novas invenções que revolucionaram a tipografia, no início do século 19, como a máquina de fabricar papéis de Nicolas Robert, aperfeiçoada por Fourdrinier em 1803, rotativas de impressão off-set e a linotipo, com o uso da força motriz a vapor, a utilização da polpa da madeira na fabricação do papel e as novas reproduções fotomecânicas de ilustrações, as editoras passaram a automatizar a produção do livro A uniformização na publicação de livros aumentou incrivelmente a quantidade de exemplares disponíveis por edição e fez com que todas as cópias de uma mesma edição passassem a ser idênticas entre si Deste momento em diante, as únicas diferenças possíveis serão devidas às características individualizantes de algum exemplar em particular (encadernação especial, autógrafo, associação) Como reação à industrialização, desde o final do século 19 pequenas editoras passam a publicar obras utilizando papéis artesanais, ilustrações artísticas ou novos tipos de letras Destacam-se as produções de William Morris (designer, arquiteto e poeta inglês que criou a Arts and Crafts Society visando revalorizar o trabalho artesanal em várias áreas, como um desdobramento de seu ideal socialista), feitas em sua editora Kelmscott, fundada em 1891 e que deu início às modernas private press existentes em diversos países Já no século 20, ficaram famosos os livros de arte produzidos por Picasso, Matisse e Miró, entre outros, trazendo gravuras originais assinadas pelos autores. Existem, aliás, vários exemplos de livros recentes, produzidos para serem considerados raros (e que são também chamados de livros de luxo ou artísticos), com uma tiragem bem reduzida, usando gravuras exclusivas e informando que as matrizes serão inutilizadas após a impressão. Outros fatores de interesse O valor monetário de um livro é aumentado quando a procura é maior que a oferta. Porém, se não houver procura ele não vai se tornar raro no sentido de valioso Os modismos, com o tempo, também mudam, o que faz mudar o tipo de livro procurado e o valor que eles alcançam no mercado Os principais fatores de interesse para a demanda e valorização do livro raro, além do quesito data, são: Importância Escassez Idade Condição Associação "Todo livro que cita pela primeira vez um fato importante, marca uma data na História, tem um valor bibliográfico universal, é procurado e se torna geralmente raro". (Moraes, R. B. O bibliófilo aprendiz. 3. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 1998, p.21) Uma boa regra geral quanto às obras raras é usar de cautela: se um livro é suspeito de ser raro, trate-o como tal, até prova em contrário Tendências “Um livro e uma obra, a embalagem e o seu conteúdo, são coisas diferentes” “Nem tudo vai ser mantido; uma instituição poderá reter em seus formatos físicos originais os materiais que fazem parte da sua própria história. Livros notáveis por sua beleza física ou o seu apelo sentimental terão uma boa chance de retenção. Livros que são particularmente bons exemplos de seus gêneros ou formatos físicos, serão mantidos rotineiramente: livros em encadernações originais e em boas condições, por exemplo. Uma ligação ou relevância local vai se tornar um fator cada vez mais importante como medida pela qual se determina a manutenção ou o descarte de livros impressos em papel; o foco das coleções especiais cada vez mais seguirá as linhas regionais” “Os bibliotecários de livros raros [...] devem adotar um novo papel como curadores de objetos de museu e expandir esse papel. Não há espaço para muitos museus do livro, como tal, quer neste país ou no mundo inteiro; existe, no entanto, muito mais espaço para os museus de história da comunicação” “Precisamos trabalhar para a criação de instituições envolvidas com a história da comunicação das idéias, seja através de livros, impressos e manuscritos, ou por meio de imagens gráficas, ou através do cinema e vídeo, ou mesmo imagens e sons digitalizados – em suma, é preciso tomar como nosso campo e responsabilidade a história das palavras e – especialmente – a história das entidades físicas que agora servem ou que serviram para transmitir essas palavras”. (Terry Belanger, Library Trends, v. 52, n. 1, Summer 2003)” Exemplos de Obras Raras da Biblioteca Mário de Andrade Copia de unas cartas embiadas del Brasil por el Padre Nobrega dela Companhia de Jesus... Tresladadas de portugues en castellano. Recebidas el año de M.D.LI. [Coimbra: João da Barreira e João Alvares, 1551?] Obra de extrema raridade, de acordo com Rubens Borba, da qual só se conhecem dois exemplares no mundo (até hoje...); o outro está na Biblioteca Nacional de Lisboa Segundo Serafim Leite, este livro é um “monumento bibliográfico”, a primeira obra impressa sobre os jesuítas nas três Américas. Publicado três anos antes da fundação da cidade de São Paulo, traz informações sobre a vila de São Vicente e o planalto paulista [Suetônio, De vita Caesarum] Suetonius Tranquillus cum Philippi Beroaldi et Marci Antonii Sabellici commentariis. Veneza: Johannes Rubeus Vercellensis, 1506 Ulrich Schmidl era soldado da esquadra de Pedro Mendonza, que esteve no Brasil em 1534. Primeiro autor a descrever o Sul do Brasil e a região do Rio da Prata, onde esteve antes de Hans Staden. Quando voltou em 1552, fez uma viagem por terra do Paraguai seguindo pelo Rio Tietê através de São Paulo até chegar em São Vicente. As gravuras de aldeias com índios Guaranis são as primeiras ilustrações de tribos do sul do Brasil. Traz também a primeira planta impressa de Buenos Aires. Ortelius, Abraham. Theatrum orbis terrarum. Antuerpiae: ex Officina Plantiniana, 1595 Aldenburgk, Johann. West-Indianische Reitze und Beschreibung der Belag- und Eroberung der Statt S. Salvador in der Bahie von Todos os Sanctos... Coburgk: F. Gruners, 1627. Relato de um soldado alemão sobre a invasão holandesa na Bahia. KORTE en Wonderlijcke Beschryvinge. T' Amsterdam: Gedruckt by Gillis J. Saeghman [1635?] 16 p. ; 12 gravuras. Obra de extrema raridade, não citada por Asher; só se conhecem outros três exemplares. Data retirada da British Library; o catálogo Maggs indica 1648, e o catálogo da John Carter Brown, 1663. Publicação anônima, com relato sobre a região da Guiana e norte de Roraima, com ilustrações das mulheres amazonas e cenas de canibalismo e festa dos índios. Rubens Borba diz que Saeghman publicou vários folhetos como este e informa: "este é o mais raro de todos". Obra de extrema raridade, da qual são conhecidos apenas três exemplares no mundo. Publicação anônima, com a relação dos fortes e navios capturados dos holandeses pelos espanhóis na costa do Brasil. A data foi tirada do primeiro parágrafo, onde se lê: "No es poco embaraço del ingenio, y no poco escrivir por menor los felizes sucessos que han tenido las invecibles armas catolicas este verano de 1640". Havia uma controvérsia sobre a data correta, pois Rubens Borba de Moraes diz que é obra muito rara, dá a data de 1640 e comenta que Leclerc, Salvá, Rodrigues e Palau não citam a obra. O vol. 20 do Manual bibliográfico de Palau (publicado após RBM) não traz esta edição mas indica uma 2.ed. de 1642 in 4. e uma ed. de 1650 in folio, como esta, sem indicar a localização. O Catálogo Maggs também indica 1650 e descreve este exemplar, adquirido em leilão por Félix Pacheco. Os outros dois exemplares conhecidos estão na John Carter Brown e New York Public Library, ambos descritos com a data de 1640. Segunda edição da obra de Barléus, de 1660 Hooghe, Romein de, 1645-1708. Les Indes Orientales et Occidentales, et autres lieux: représentés en très-belles figures, qui montrent au naturel les peuples, moeurs, religions... etc. / par le Sr. Romein de Hooghe. A Leide: chez Pierre vander Aa, marchand libraire [1685?] il.: 6 mapas e 42 gravuras, em formato oblongo. Obra muito rara, inteiramente gravada em metal, tanto as imagens como o texto; citada por Brunet e Rubens Borba de Morais Há uma controvérsia quanto à data de publicação: adotamos a data do site da Biblioteca de Harvard, que informa 1685. A Biblioteca Nacional da França indica o ano de 1700 e a John Carter Brown mostra um facsímile, dado como "reimpressão da edição de 1710". Livros de autores brasileiros do período colonial Froger, François. Relation d’un voyage fait en 1695... Paris: dans l’Isle du Palais, 1698 Castelnovo, João Bauptista Morelli de. D. O. M. Luzeiro evangelico: que mostra à todos os christãos das Indias Orientais o caminho único, seguro & certo da recta fé, para chegarem ao porto da salvação eterna... Escrita em S. Thome cidade da India Oriental, anno de 1708 & impressa em Mexico cidade da India Occidental: s.c.p., 1710. A abreviatura inicial significa Deo Optimo Maximo: Deus, o melhor e maior. Obra de extrema raridade. Primeiro livro impresso em português nas Américas, na cidade do México, quase cem anos antes da introdução oficial da imprensa no Brasil. Escrito por um missionário das Filipinas para combater as doutrinas protestantes que apareciam em publicações portuguesas impressas na Índia. Exemplar adquirido em Londres, na Maggs, por Félix Pacheco, com seu ex-libris, e descrito em sua obra “Duas charadas bibliographicas”. Rogers, Woodes. Voyage fait autour du monde. Amsterdam: chez l’Honoré... 1725. Livro publicado anonimamente, com falsa imprenta. De autoria de Claude Prosper Jolyot de Crebillon, foi provavelmente impresso em Paris ou Londres Publicação da Typographia Chalcographica, Typoplastica e Litteraria do Arco do Cego Primeiro livro publicado no Brasil com gravuras impressas por litografia por Johan Jacob Steinmann, esta obra, muito rara, é uma compilação de 35 outros trabalhos científicos. Encadernações Encadernação francesa do século 19, no estilo de Jean Groglier, com entrelaços Encadernações portuguesas e inglesas do século 19 Ex-libris de Félix Pacheco, desenhado por Maurice Jubim Periódicos Diabo Coxo. São Paulo, Linothypo de H. Schroeder, 1864-1865. Jornal semanal. 24 números, de 8 p. cada, total de 192 páginas. Coleção completa do primeiro jornal ilustrado impresso em São Paulo. Publicado, escrito e desenhado por Angelo Agostini. As ilustrações ocupam a primeira e última páginas e as duas páginas centrais; o restante é preenchido com textos, poesias, reportagens, etc. Único exemplar conhecido, adquirido em 1995 para o acervo da Seção de Obras Raras da BMA É da maior importância para a história da imprensa no estado de São Paulo, por se tratar do primeiro exemplo de jornal paulista a usar a litografia para ilustração ZÉ CARIOCA. Florença, Itália, 194445. Jornal mimeografado das Forças Expedicionárias Brasileiras. Esta coleção completa pertencia ao General João Batista Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB. “Zé Carioca, um pequeno boletim mimeografado em Florença e que trazia, muito resumidamente, as notícias do mundo apanhadas pelo rádio. O Redator-chefe do Zé Carioca era o Cabo José Cesar de Andrade Borba, do QG da Artilharia Divisionária. Tinha edição duas vezes por semana, e esses boletins corriam toda a frente da FEB”. (SILVEIRA, Joel. O Inverno da Guerra. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.) Manuscritos Serra, Diogo Baduem da. Rellação da viagem q Diogo Baduem da Serra da familia do Exmo. Snr. Embaixador fes a Macao, China e Mosse [Moçambique] e Rio de Janeiro em a nao N. S. da Conceição e Lusitania Grande... [1754?] Diário manuscrito encadernado em couro de vaca, guardado em caixa protetora, comprado por Félix Pacheco em 1929, na Livraria Maggs Bros., de Londres. O autor era membro da família do Embaixador Português, Francisco Xavier de Assis Pacheco, e fez parte da comitiva enviada pelo Rei D. José à China, nos anos de 1753-1754, para estreitar as relações entre as duas nações e proteger as missões católicos naquele país. A obra descreve a viagem de ida e volta entre Lisboa e Pequim. Comenta a vida social e política chinesa e traz uma planta do Palácio da Corte Imperial, onde a embaixada portuguesa ficou hospedada. Mostra também um retrato em corpo inteiro de um Mandarim de armas e diversas vistas coloridas das cidades chinesas visitadas pela comitiva. Na viagem de volta, a comitiva passou por Moçambique e Rio de Janeiro, onde foram embarcados 1,5 milhão de arrobas de diamantes enviados a Portugal. Carta topographica de parte da Comarca do Rio das Mortes, 1750? O escritor Machado de Assis ocupava uma diretoria no Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas desde 1889 Sketchbook: ex-libris de José Wasth Rodrigues; desenhos de Oscar Pereira da Silva Andrade, Carlos Drummond de. Meus versos. A Revista, Belo Horizonte, v.1, n.2, p.23-24, ago. 1925. Esta revista, editada por Carlos Drummond e outros poetas mineiros, foi uma das primeiras a publicar textos modernistas no Brasil. Carta de Carlos Drummond de Andrade a Sérgio Milliet. Rio de Janeiro, 24 janeiro 1947. 2 p. Mss. Carta original manuscrita, na qual Carlos Drummond de Andrade agradece ao poeta e crítico de artes Sérgio Milliet, então diretor da Biblioteca Municipal de São Paulo, o envio de dois livros: o Diário crítico, terceira parte, e Poesias. Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Pongetti, 1940. 119 p. "Edição de 150 exemplares, em papel Antique. Exemplar nº 69". Com autógrafo e dedicatória do autor a Sérgio Milliet Arinos, Affonso. O contractador dos diamantes: peça em 3 actos e um quadro; epoca: 1751-1753; a acção passa-se no Tijuco, hoje Diamantina. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1917. 124 p. Com retrato e autógrafo do autor. Esta peça de teatro serviu de inspiração para a primeira ópera composta por F. Mignone. Mignone, Francisco. O contratador de diamantes: esboço manuscrito do segundo ato da ópera de F. Mignone. 1921? 103p. Ópera composta em Milão; sua estréia se deu em 1924, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Calendário de obras raras Preservação “O suco [da babosa] é empregado pelos sapateiros, seleiros e encadernadores, de preferência a qualquer cola, por afugentar os insetos. Mas o preventivo é de pouco efeito nas bibliotecas, principalmente na do Rio de Janeiro, onde o governo mantém, em cada uma das salas, um empregado especialmente encarregado de espanar os volumes folha por folha, a fim de retirar os óvulos ou mesmo as larvas dos insetos. [...] O que dificulta a aplicação dos processos divulgados de conservação dos livros, no Brasil, é a carência de um preventivo suficientemente forte que não seja ao mesmo tempo nocivo à saúde dos leitores”. (Debret, Jean Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil; tradução e notas de Sergio Milliet. São Paulo: Martins, 1940. v.1, p. 207. A 1.ed. é de Paris, 1835) Segurança do Acervo Lista de obras roubadas: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ cultura/bma/acervos/index.php?p=1080 Matéria de jornal: http://oglobo.globo.com/sp/mat/2006/10/06/286006 149.asp Catalogação de obras raras Directory of Web Resources for the Rare Materials Cataloger: http://lib.nmsu.edu/rarecat/ DCRB (1991): http://www.itsmarc.com/crs/rare0170.htm DCRM(B) (2007): http://www.loc.gov/cds/PDFdownloads/dcrm/ (Ainda não disponível on line; à venda por US$ 80.00 no site da LC) Fontes de pesquisa: http://www.vialibri.net/library_search.php Código de barras do futuro: http://pt.wikipedia.org/wiki/QR_Code Novo uso para as fichas: http://www.lib.uiowa.edu/pr/cartalog/gallery.htm Referências Berner, Andrew J. Rare Book Collections. In: Encyclopedia of Library and Information Science. New York: Marcel Dekker, 2003. v. 4, p.2.338-2.447. 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