Baixar - Circulo Verde
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Comunicado Técnico 05 Luís Eduardo Magalhães-BA, Outubro de 2013 O campo de validação da Círculo Verde Pesquisa, localizado na Fazenda Mimoso em Luís Eduardo Magalhães/BA, tem como objetivo validar novas tecnologias aplicadas em nossa região, dando suporte ao desenvolvimento de uma agricultura sustentável. Os resultados obtidos nos ensaios experimentais com soja, algodão, milho e feijão, entre outros, são reproduzidos nas condições reais de solo e clima da região Oeste da Bahia. Assim, estamos disponibilizando esses resultados no nosso 5º Comunicado Técnico, esperando que estas informações sejam úteis a todos os envolvidos no agronegócio. Desejamos a todos uma boa leitura e uma ótima safra! REALIZAÇÃO Organizadores: Mônica C. Martins Eng. Agr. Dr ª Gerente de pesquisa [email protected] PATROCINADORES MASTER Elisângela Kischel Eng. Agr. Coordenadora de campo [email protected] Fernando P. Fumagalli Eng. Agr. Coordenador de campo [email protected] Pedro Brugnera Eng. Agr. Diretor [email protected] PATROCINADORES 2 5º Comunicado Técnico Estudo da fase pupal de Helicoverpa armigera (Lepidoptera; Noctuidae) em cultivares de algodão no Oeste da Bahia Mônica C. Martins1; Marco A. Tamai2; Genivaldo B. dos Santos1; Pedro Brugnera1; Severo Amoreli3; Luciano Biancini4 1Círculo Verde Assessoria Agronômica & Pesquisa; 2Universidade do Estado da Bahia, Campus IX; 3Fazenda São Francisco, Riachão das Neves-BA; 4Fazenda Marechal Rondon, Luís E. Magalhães-BA. INTRODUÇÃO Helicoverpa armigera (Lepidoptera; Noctuidae) é uma praga polifaga recém introduzida no Brasil e que ocasionou prejuízos expressivos às culturas da soja e algodão no cerrado do Oeste da Bahia nas safras 2011/12 e 2012/13. As medidas de controle estão sendo discutidas no âmbito do “Grupo Técnico para o Manejo da Helicoverpa spp. no Oeste da Bahia”, através da ação voluntária de diversos profissionais do setor agrícola regional, e sob apoio das principais entidades do agronegócio do Estado. Conhecer aspectos da biologia de H. armigera em âmbito regional, assim como o de estabelecer parâmetros que permitam mensurar a contribuição das tecnologias para combate ao inseto é imprescindível para a fundamentação das medidas a serem recomendadas para uso nas lavouras do Oeste da Bahia. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi de compreender aspectos relativos à fase pupal de H. armigera em áreas de algodão em sistema convencional de preparo do solo, como também de estimar a quantidade de H. armigera completando ciclo em cultivares (Bt e não Bt) submetidos a manejo químico intensivo para controle da praga durante a safra 2012/13. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida em três localidades: Faz. São Francisco (Riachão das Neves-BA), Faz. Marechal Rondon e Campo de Validação da Círculo Verde Assessoria Agronômica & Pesquisa (Luís Eduardo Magalhães-BA) no período de 05 a 19/julho/2013. As áreas de algodão foram implantadas em sistema de preparo convencional do solo, com manejo químico de plantas daninhas, pragas e doenças baseadas em critérios próprios adotados em cada localidade. As avaliações foram conduzidas em 10 pontos/cultivar nas Fazendas Marechal Rondon (2 talhões = 200ha/cultivar) e São Francisco (1 talhão = 50ha/cultivar) e 16/pontos/cultivar (100m²/cultivar) no Campo de Validação) (Tabela 1). Em cada ponto, a camada superficial do solo (1,0cm de profundidade) foi removida com enxada para visualização das galerias de pupação de H. armigera, e estas escavadas determinando-se: a) número de galerias/m²; b) número de pupas vivas, mortas e exuvias/m²; c) número de lagartas vivas e mortas/m²; d) profundidade das pupas e lagartas (cm). Cada ponto amostral correspondeu à área compreendida entre duas linhas de cultivo (0,76 cm) por 1,32 m de extensão, totalizando 1,0 m²/ponto. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas três localidades, houve diferença expressiva entre cultivares para a quantidade de galerias de pupação produzi- das por H. armigera no solo, principalmente na comparação entre cultivares com presença ou ausência de genes de Bacillus thuringiensis, também conhecidas com cultivares Bt. Na Faz. Marechal Rondon o número médio foi de 3,07 galerias/m² para FM 910 (não Bt), e de 0,47 galerias/m² para FM 975 WS (WideStrike® = Cry1Ac + Cry1F), correspondendo a seis vezes mais pupas no talhão FM 910 (não Bt) mesmo este com o dobro de aplicações inseticidas para controle de H. armigera no ciclo. Situação semelhante foi observada na Faz. São Francisco, cujos dois cultivares Bt, o DP 555 (Bollgard® I = Cry 1Ac) e o FM 975 WS, ambos com 0,40 galerias/m², apresentaram quantidade quatro vezes menor comparados ao Delta Opal (não Bt = 1,70 galerias/m2). No Campo de Validação os três cultivares Bt (DP 555 e NuOpal = Bollgard® I; FM 975 WS = WideStrike®), como nas demais localidades, apresentaram menores quantidades de galerias (0,00 a 0,38 galerias/m²) comparados aos materiais desprovidos da tecnologia Bt (Delta Opal, FM 993, 944 GL, FM 951 LL e FM 982 GL) (Tabela 2). A profundidade média de pupação de H. armigera foi de 3,1cm considerando as 78 pupas das Fazendas Marechal Rondon e São Francisco, cujo sistema de cultivo foi de sequeiro; a profundidade mínima de pupação foi de 1,0cm e máxima de 6,0cm, cuja distribuição no perfil do solo foi de 25,6% das pupações (0,0 a 2,0cm de profundidade), 53,8% (2,1 a 4,0cm) e 20,5% (4,1 a 6,0cm). Já para a área do Campo de Validação, com “irrigação de salvamento”, a profundidade média foi 5,2cm considerando as 59 pupas encontradas, mínimo de 2,5cm e máximo de 9,0cm, com distribuição de 47,5% das pupações (2,1 a 4,0cm profundidade), 22,0% (4,1 a 6,0cm), 23,7% (6,1 a 8,0cm) e 6,8% (8,1 a 9,0cm). Comparativamente, o Campo de Validação apresentou pupação localizadas 2,0cm mais profunda em média que nas demais localidades, além da ausência de sinais de pupação no extrato até 2,0cm e presença em profundidades superiores a 6,0cm. Quando se considera a média por cultivar separadamente, a pupação variou em profundidade de 2,67cm (Faz. Marechal Rondon = FM 910) a 7,5cm (Campo de Validação = NuOpal) (Tabela 2). O interior das galerias continha a presença de pupas vivas, mortas ou exuvias deixadas pelo surgimento dos adultos no interior das câmaras pupais, contudo nenhum adulto vivo ou morto foi encontrado. Considerando as cinco áreas das Fazendas Marechal Rondon e São Francisco, cujas avaliações ocorreram nos dias 16 e 19/julho, e onde houve infestação elevada pela praga, em média 84,0% das galerias continha exuvias em seu interior, 15,0% pupas vivas e apenas 1,0% pupas mortas; e em nenhumas dos cultivares atingiu-se o valor de 1,0 pupa viva/m² (Tabela 2). A presença de pupas mortas foi muito reduzida em todos os cultivares ( 0,13 pupas mortas/m²) nestas áreas, tendo como possível fator de mortalidade a dificuldade das lagarta em escavar e pupar em o solo com baixa umidade nos meses de junho e julho/2013. A presença de lagartas 3 5º Comunicado Técnico vivas sob o solo ou escavando as galerias ( 0,07 lagartas/ m²) revela que a infestação pela praga estende-se até próximo a colheita da cultura, exigindo, conseqüentemente, o monitoramento contínuo de suas populações para prevenção de danos às estruturas frutíferas da planta. No Campo de Validação em 05/julho, aproximadamente 76% das galerias continham exuvias, 21% pupas vivas e 3% pupas mortas, proporções muito semelhantes a das Fazendas São Francisco e Marechal Rondon (Tabela 2). Também no Campo de Validação a quantidade de la- gartas vivas no solo era muito reduzida ( 0,13 lagartas/ m²) (Tabela 2). Informações: Os resultados descritos neste trabalho fazem parte do programa de estudos de H. armigera no Oeste da Bahia, uma parceria entre Universidade do Estado da Bahia (Uneb, Campus IX); Círculo Verde Assessoria Agronômica & Pesquisa; Inovação Agrícola Pesquisa, Desenvolvimento Agrícola e Consultoria; Kasuya Consultoria Agronômica & Pesquisa e JCO Assessoria Agronômica e Pesquisa. Tabela 1. Informações dos locais de estudo de pupas de Helicoverpa armigera em áreas de algodão no Cerrado do Oeste da Bahia, julho/2013. 1WideStrike (Cry1Ac + Cry1F); 2Bollgard I (Cry 1Ac). Tabela 2. Informações dos locais de estudo de pupas de Helicoverpa armigera em áreas de algodão no Cerrado do Oeste da Bahia, julho/2013. 1WideStrike (Cry1Ac + Cry1F); 2Bollgard I (Cry 1Ac). Figuras 1 e 2. Remoção da camada superficial do solo com uso de enxada (esquerda), e visualização da parte superior das galerias de pupação de H. amigera (direita). Fonte: Singer et al. (2013) Figuras 3 e 4. Pupa viva (esquerda) e exuvia pupal de H. amigera (direita). Fonte: Singer et al. (2013) 5º Comunicado Técnico 4 Avaliação de cultivares de soja de ciclo de maturação precoce e médio na região Oeste da Bahia Mônica C. Martins, Elisangela Kischel, Fernando P. Fumagalli, Pedro Brugnera Círculo Verde Assessoria Agronômica & Pesquisa INTRODUÇÃO A produtividade de uma cultura é definida pela interação entre a planta, o ambiente de produção e o manejo. Altos rendimentos só são obtidos quando as condições ambientais são favoráveis em todos os estádios de crescimento da soja. Porém, para se obter altos rendimentos é necessário conhecer práticas culturais compatíveis com produção econômica, aplicadas para maximizar a taxa de acúmulo de matéria seca no grão. As principais práticas de manejo que devem ser consideradas são: semeadura na época recomendada para a região de produção; escolha dos cultivares mais adaptados a essa região; uso de espaçamentos e densidades adequados a esses cultivares; monitoramento e controle das plantas daninhas, pragas e doenças e redução ao mínimo das possíveis perdas de colheita (RITCHIE et al., 1994). Ensaios de competição de cultivares podem fornecer informações que visam identificar cultivares disponíveis no mercado mais adaptados à uma determinada região, quanto ao seu desempenho, fornecendo subsídios para a escolha adequada de cultivares, que são de fundamental importância na otimização do sistema produtivo desta cultura. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar o comportamento de 13 cultivares de soja resistentes ao glifosato, com diferentes ciclos de maturação semeados no final do mês de outubro na região Oeste da Bahia. MATERIAL E MÉTODOS Foram conduzidos dois ensaios independentes na safra 2012/2013 em condições de campo na Fazenda Santa Cruz, localizada no município de Barreiras/BA. Em cada um dos ensaios adotou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, sendo os tratamentos compostos pelos genótipos de soja transgênica (RR), sete de ciclo de maturação precoce (ensaio 1) e seis de ciclo médio (ensaio 2), com três repetições (Tabela 1). As parcelas experimentais foram constituídas por doze linhas de 278 metros de comprimento, espaçadas em 0,50 m, considerando-se como área útil para a coleta dos dados as 10 linhas centrais, e como bordaduras, as duas linhas externas e 1,0 m das extremidades de cada linha. A semeadura foi realizada com semeadora-adubadora em duas datas distintas, sendo no dia 21/10/2012 semeado os genótipos de ciclo precoce (ensaio 1) e no dia 23/10/2012, os genótipos de ciclo médio (ensaio 2). O tratamento de sementes com fungicida, inseticida e inoculante foi o mesmo adotado pela fazenda em áreas comerciais, assim como, a adubação e os demais tratos culturais para o controle das plantas daninhas, pragas e doenças. Os parâmetros avaliados foram: a) acamamento: avaliação realizada antes da colheita utilizando-se a escala de notas de 1 à 5 elaborada por Sediyama et al. (1996) onde, a nota 1 = quase todas as plantas estão eretas (sem acamamento), nota 2 = plantas ligeiramente inclinadas ou algumas plantas acamadas, nota 3 = plantas moderadamente inclinadas ou 25 à 50% de plantas acamadas, nota 4 = plantas consideravelmente inclinadas ou 50 à 80% de plantas acamadas e nota 5 = 100% de plantas acamadas; b) massa de 1000 sementes: determinada pela pesagem de oito amostras de 100 sementes por parcela, segundo as prescrições estabelecidas pelas Regras de Análise de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009) e correção da umidade para 13%; c) produtividade de grãos: pesagem das sementes provenientes das amostras retiradas em cada parcela e transformação dos dados de kg parcela-1 para kg ha-1 e correção da umidade para 13%. Para essa determinação, em cada parcela foram retiradas aleatoriamente duas amostras de quatro linhas de 6,0 m de comprimento. As plantas foram colhidas manualmente e trilhadas em trilhadeiras estacionárias. Os dados obtidos para as variáveis estudadas foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de ScottKnott a 5%, para comparação de médias, utilizando o programa SASM-Agri (CANTERI et al., 2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os cultivares, tanto os de ciclo precoce como os de ciclo médio receberam nota variando de 1 a 2 na escala de Sediyama et al. (1996), ou seja, as plantas destes genótipos no momento da colheita estavam eretas ou algumas destas, estavam ligeiramente inclinadas, mostrando a adaptação dos genótipos nas condições do ensaio, ou seja, local, população de plantas utilizada (indicada para cada genótipo pela empresa detentora deste), época em que foi realizada a semeadura (outubro) entre outros como, adubação. A massa de 1000 sementes variou em função do genótipo avaliado e do seu ciclo de maturação, como apresentado na Figura 1. Os cultivares precoces apresentaram diferenças significativas na massa de sementes, sendo as mais pesadas obtidas nos cultivares P98Y11 e SYN 1279 e as mais leves no TMG 1179, enquanto que, os demais cultivares apresentaram valores intermediários a estes. Os cultivares de ciclo médio apresentaram massa de 1000 sementes semelhantes entre si, com exceção dos cultivares SYN 1283 e FTS Graciosa, que apresentaram as menores massas (Figura 1). A massa de 1000 grãos é uma característica geneticamente determinada, porém, é influenciada pelo ambiente (NAVARRO JÚNIOR; COSTA, 2002). Entre os fatores do ambiente, está incluída a disponibilidade de água, que afeta a massa dos grãos de soja, aumentando ou diminuindo em função da sua disponibilidade, principalmente durante o enchimento de grãos, onde o estresse hídrico provoca sua redução (THOMAS; COSTA, 1994). Outro fator importante no peso de grãos é o tempo necessário para o seu enchimento. Devido a encurtamentos desse período há uma redução no peso dos grãos e aceleração da senescência das folhas. Tal encurtamento de tempo pode ocorrer em regiões de baixa 5º Comunicado Técnico latitude devido às respostas da soja ao fotoperíodo. Assim, haverá um menor desenvolvimento vegetativo e distribuição de assimilados, resultando em grãos menores e mais leves (THOMAS; COSTA, 1994; MAEHLER et al., 2003). Assim como em toda a região Oeste da Bahia, na fazenda onde foi instalado o ensaio, foram registrados veranicos no início do estabelecimento da cultura (estádio vegetativo) e no momento do enchimento de grãos (estádio reprodutivo), o que resultou em produtividades abaixo da estimada. Segundo a Aiba (2013) a produtividade média esperada na região era de 52,0 sacos ha-1, no entanto, foram obtidos apenas 37,6 sacos ha-1, em função de diversos fatores, entre estes, os veranicos e a ocorrência de pragas, entre estas a Helicoverpa spp e a mosca branca (Bemisia tabaci). Houve diferenças estatísticas para a produtividade de 5 grãos nos diferentes cultivares estudados nos dois ciclos de maturação, como apresentado na Figura 2. Os genótipos mais produtivos foram TMG 1179, TMG 1188, SYN 1279 (todos de ciclo de maturação precoce), SYN 1283 e FTS Graciosa (ambos de ciclo de maturação médio). Apesar das condições climáticas não favoráveis em alguns momentos fenológicos da cultura, todos os cultivares testados apresentaram produtividade de grãos acima da média da região. CONCLUSÃO Nas condições em que foram conduzidos os ensaios, todos os genótipos produziram acima da média da região, com destaque para TMG 1179, TMG 1188, SYN 1279, com ciclo de maturação precoce e SYN 1285 e FTS Graciosa, ambos com ciclo médio. Tabela 1. Cultivares de soja (Tratamentos) e respectivos ciclos de maturação em dias. Fazenda Santa Cruz, safra 2012/13 Figura 1. Valores médios da massa de 1000 sementes nos cultivares de ciclo precoce (ensaio 1) e médio (ensaio 2). Fazenda Santa Cruz, safra 2012/2013. (Cores iguais em cada gráfico não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância. CV% precoce= 3,21. CV% médio= 3,63) Figura 2. Valores médios da produtividade de grãos nos diferentes cultivares de soja (ciclo precoce – ensaio 1 e médio – ensaio 2). Fazenda Santa Cruz, safra 2012/13. (Cores iguais em cada gráfico não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância. CV% precoce= 7,55. CV% médio= 8,26). 6 5º Comunicado Técnico Eficiência do Fungicida Xemium® no controle da Ferrugem Asiática cauxada por Phakopsora pachyrhizi em soja Castro, Roberto1; Ikeda, Mario2 1Pesquisador, 2Gerente, Desenvolvimento de Produtos, BASF Desenvolvimento de Produtos, BASF INTRODUÇÃO A soja é uma cultura de grande importância para a economia brasileira, visto que o Brasil é o segundo maior produtor mundial do grão. Na safra 2011/12, este cultivo ocupou uma área de aproximadamente 25 milhões de hectares, totalizando uma produção de 66,4 milhões de toneladas de grãos. As doenças causadas por fungos, bactérias, nematóides e vírus, limitam a produtividade máxima da cultura e causam perdas anuais de 15 a 20% até quase 100% da produção. A principal doença que atinge a cultura da soja é a Ferrugem Asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Foi identificada pela primeira vez no Brasil na safra de 2000/2001. Os sintomas da doença podem surgir em qualquer momento do ciclo de desenvolvimento da cultura, porém tem se apresentado de modo mais frequente nas plantas próximas ou em plena floração. O custo de controle da Ferrugem Asiática no Brasil, desde as primeiras epidemias até a safra de 2007/08, foi calculado em aproximadamente US$ 10,1 bilhões, incluindo as perdas em produção, arrecadação e o custo com o controle dessa doença. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de fungicidas de diferentes grupos químicos no controle de Phakopsora pachyrhizi na cultura da soja. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na mini farm da BASF em Primavera do Leste (MT) com as seguintes coordenadas: 15° 51’ 50” S e 54° 39’ 60” W e altitude de 580 metros em relação ao nível médio do mar. A cultivar utilizada neste ensaio foi TMG 132 RR, conforme aspectos agronômicos indicados pelo obtentor da cultura esta material não é resistente a doença em questão. O ensaio foi semeado na safra 2012/13 no mês de outubro, após serem tratadas quimicamente utilizando o volume de calda de 600 ml de água para 100 kg de sementes. O tratamento foi realizado com o auxilio de uma maquina própria para realizar tratamentos de sementes. Com uma plantadeira Semeato SHP Plantio Direto com quatro linhas e espaçamento 0,45 metros a área foi plantada com adubo de base (04-14-14) 150 kg/ha e forma semeadas 15 sementes por metro linear. Os tratos culturais realizados na cultura foram àqueles recomendados para cultivo comercial (inseticidas e micronutrientes). Os tratamentos estão descritos na Tabela 1. As aplicações foram realizadas através de um equipamento costal pressurizado com CO², ligados a uma barra com 6 pontas com 3 metros espaçados 50 cm, compostos por um conjuntos de bicos do tipo leque TEEJET®, equipamento regulado com pressão de 15 bar, volume de calda de 150 L/ha. Foram realizadas 5 aplicações conforme a descrição a seguir: O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 7 tratamentos e 4 repetições. As parcelas elementares foram definidas para 8 linhas de 5 metros, sendo as duas centrais utilizadas para as avaliações, e duas laterais utilizadas como Testemunha auxiliar. O alvo do experimento, o fungo Phakopsora pachyrhizi, estabeleceu-se de maneira natural na cultura. Os parâmetros avaliados foram realizadas com o auxilio da escala diagramática de GODOY et al. 2003, avaliando sempre as parcelas antes de cada aplicação e após a terceira aplicação foram avaliados aos 10, 20 e 30 dias após a ultima aplicação, desfolha e produtividade em kg por hectare. As avaliações consideraram todas as folhas das plantas da área útil da parcela sendo visualmente mensuradas as notas de severidade da doença baseadas na porcentagem foliar atacada pelo patógeno. Após o término do ciclo da cultura, a colheita deu-se na área útil da parcela experimental, onde as plantas foram cortadas manualmente e trilhadas mecanicamente em um batedor de cereais estacionário. O volume de grãos foi pesado e ajustado à umidade de 13% para obter o rendimento final de grãos. Os dados foram analisados e transformados com o programa ARM (BASF). Para o teste de comparação de médias foi utilizado o Teste de Student-Newman-Keuls (NEWMAN, 1939) a 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Apesar do volume de precipitações no inicio do ciclo da cultura ter se apresentado abaixo da média histórica regional, o patógeno Phakopsora pachyrhizi obteve sucesso no seu estabelecimento. Assim, promoveu a ocorrência da doença de maneira homogênea na área experimental e em nível suficiente para discriminar os tratamentos quanto à sua eficácia de controle. Desta forma, foi possível justificar o nível de dano observado no tratamento Testemunha e nos demais tratamentos com sintomas da doença. A partir da terceira avaliação observava-se diferença visual entre as parcelas da Testemunha e os demais tratamentos. Os resultados obtidos estão expressos na Tabela 2. Os resultados mostraram que os fungicidas testados, já registrados para a cultura da soja, pertencentes aos grupos estrobilurinas e triazóis, em misturas, são eficientes no controle de P. pachyrhizi. A presença de mais de um grupo com eficiência comprovada é importante no que diz respeito ao manejo de resistência de fungos a fungicidas. Fungicidas com modo 5º Comunicado Técnico de ação específico possuem um maior risco de seleção de populações resistentes do patógeno, devendo-se, dessa forma, alternar produtos com diferentes modos de ação ou utilizar misturas prontas dos dois grupos. Considerando a evolução da doença todos os fungicidas obtiveram resultados satisfatórios em relação a controle de Ferrugem Asiática. Os valores observados para a variável desfolha no tratamento 4: tratamento de sementes (A) com Standak Top (F-500® + fipronil + tiofanato metilico) 50 g i.a./ha, aplicação B: BAS 703 02F (Xemium® + F-500®)) 150 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha, aplicação C: BAS 702 00F (Xemium® + F-500®) + epoxiconazole) 145 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha, aplicação D e E: Opera Ultra (F-500® + metconazole) 105 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha e o tratamento 6: tratamento de sementes (A) com Standak Top (F-500® + fipronil + tiofanato metilico) 50 g i.a./ha, aplicação B: Opera (F-500®) + epoxiconazole) 91,5 g i.a./ ha + Assist 383 g i.a./ha, aplicação C e D: BAS 703 03F (Xemium® + F-500®) 150 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha e aplicação E: Opera Ultra (F-500® + metconazole) 105 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha diferiram estatisticamente dos valores observados nas demais parcelas e do tratamento Testemunha. Isto demonstra a influência da proteção dos novos ingredientes ativos (Xemium®) sobre a manutenção dos tecidos sadios da cultura. O rendimento de grãos variou de acordo com os tratamentos fungicidas, sendo que alguns dos tratamentos diferiram estatisticamente da Testemunha. Observou-se maior produtividade, em valores absolutos, no tratamento 4: tratamento de sementes (A) com Standak Top (F-500® + fipronil + tiofanato metilico) 50 g i.a./ha, aplicação B: BAS 703 02F (Xemium® + F-500®) 150 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha, aplicação C: BAS 702 00F (Xemium® + F-500® + epoxiconazole) 145 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha e aplicação DE: Opera Ultra (F-500® + metconazole) 105 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha (E) e no tratamento 6: tratamento de sementes (A) com Standak Top (F-500® + fipronil + tiofanato metilico) 50 g i.a./ha, aplicação B: Opera (F-500® + epoxiconazole) 91,5 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha, aplicação CD: BAS 703 02F (Xemium® + F-500®) 150 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha e aplicação E: Opera Ultra (F-500® + metconazole) 105 g i.a./ha + Assist 383 g i.a./ha. Durante o período de condução do ensaio não foram observadas reações de fitotoxicidade da cultura aos tratamentos, evidenciando a seletividade destes defensivos às plantas de soja. CONCLUSÃO Todos os sistemas de controle testados neste experimento foram eficientes no controle da Ferrugem Asiática da soja; Os tratamentos 4 e 6, com 2 aplicações sequenciais do novo fungicida Xemium®, apresentaram os maiores percentuais de controle, protegendo o potencial produtivo da cultura e proporcionando um efeito direto no rendimento de grãos; Os diferentes sistemas de controle testados não causaram sintomas de fitotoxicidade na cultura. 7 TABELA 1. Descrição dos tratamentos utilizados nos diferentes sistemas de controle da Ferrugem Asiática da soja. Mini farm BASF. Primavera do Leste/MT. Safra 2012/13. TABELA 2. Análise de variância dos tratamentos do ensaio de eficiência de fungicidas para o controle de Ferrugem Asiática Phakopsora pachyrhizi na cultura da soja. Mini farm BASF. Primavera do Leste (MT). Safra 2012/13. *Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si (P=.05, StudentNewman-Keuls) ** Sigla para representar dias após o tratamento. 8 5º Comunicado Técnico Eficiência do inseticida Pirate (Clorfenapyr) no controle de Helicoverpa armigera na cultura da soja (Glycine max, L. Merrill) Ecco, Marlon1; Ikeda, Mario2 1Pesquisador, 2Gerente, Desenvolvimento de Produtos, BASF Desenvolvimento de Produtos, BASF INTRODUÇÃO A soja, (Glycine max, L. Merrill), espécie originaria da Ásia, foi introduzida no Brasil no ano de 1882, onde iniciaram-se as pesquisas para desenvolvimento e adaptação dos cultivares. Atualmente a área ocupada pela cultura (safra 2012/13) foi estimada em 27,65 milhões de hectares, com aumento de 10,4% em relação a área plantada da safra 2011/12. A produção poderia ser ainda maior se não houvesse a presença de alguns fatores que limitam a produtividade no cultivo da soja. Na última safra, a ocorrência de uma espécie de lepidóptero identificada como Helicoverpa armigera, ocasionou danos severos nas lavouras, principalmente em regiões de Cerrado. Suas características biológicas como polifagia, alta fecundidade, mobilidade e migração das mariposas, favorecem a sobrevivência e disseminação das lagartas que lhes permitem resistir às adversidades dos ambientes e as alterações climáticas. Na última safra estimou-se perdas de R$ 2 bilhões, entre danos diretos e aumento no uso de produtos no controle da H. armigera, atingindo principalmente cotonicultores e sojicultores. Na busca de alternativas eficientes para manejos de pragas na cultura da soja, foi realizado um experimento ao nível de campo na safra 2012/13, com o objetivo de avaliar a eficiência do inseticida Pirate no controle de H. armigera na cultura da soja (Glycine max, L. Merrill). MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido nos meses de janeiro e março de 2013 no local denominado Mini Farm BASF em Rio Verde (GO), localizada na área experimental da Xecape Rural. Para condução de experimento utilizou-se a cultivar M-Soy 7908 RR, semeada com semeadora de linhas, com espaçamento de 0,5 m entre linhas, e com densidade de 15 sementes por metro linear. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com 6 tratamentos e 4 repetições e cada unidade experimental foi composta por 3 m de largura por 10 m de comprimento, totalizando 30 m² . Os tratamentos e doses utilizadas no experimento estão descritos na Tabela 1. Estabeleceu-se como critério para o inicio das aplicações a presença da praga de maneira uniforme no ensaio, para isso foram realizadas avaliações de monitoramento. A partir da uniformização da incidência da praga iniciaram-se as aplicações, foram realizadas três aplicações com intervalo de 05 dias entre as mesmas. Os tratamentos foram aplicados nos dias 18/01/2013, 23/01/2013 e 28/01/2013 respectivamente. As aplicações foram realizadas com a utilização de um pulverizador costal pressurizado CO², com barra linear composta com 06 bicos, com ponta de pulverização do tipo jato leque modelo XR 110 02, espaçados 50 cm entre si, e com pressão constante de 3 bar. O volume de calda aplicado foi de 200L/ha. No momento das aplicações, foram observadas as condições favoráveis para aplicação de defensivos. Para amostragens de lagartas nas unidades experimentais, utilizou-se o método do pano-vertical, conforme Guedes et al. (2006), constituído de um pano branco de 1,0 metro de comprimento por 1,30 metros de largura, colocando o pano enrolado no espaço entre as fileiras da soja, tomando cuidado de não perturbar os insetos. Posteriormente, abriu-se o pano sobre uma fileira e agitaram-se vigorosamente as plantas da fileira adjacente sobre o pano, ainda realizou-se uma vistoria nas plantas para coleta das lagartas, que eventualmente não caíram no pano de batida. Então, foi realizada a contagem total das lagartas. As avaliações foram efetuadas previamente, no momento de cada aplicação, 03 dias após cada aplicação e aos 07 e 14 dias após a última aplicação dos defensivos e no final do ciclo realizou-se a avaliação de rendimento da cultura. No experimento foram avaliados parâmetros de eficiência do inseticida no controle de Helicoverpa armigera, fitotoxicidade dos produtos nas plantas, porcentagem de vagens atacadas, bem como a determinação do rendimento de grãos, através da colheita de 8 m2 de área útil das parcelas. A ocorrência da praga ocorreu de forma natural e uniforme no experimento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F e comparação de média pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). A eficiência relativa dos inseticidas foi calculada através da fórmula proposta por Abbott (1925). RESULTADOS E DISCUSSÃO A incidência da praga ocorreu, de maneira uniforme e com pressão que permitiu diferenciar estatisticamente os tratamentos, quando comparados entre si e em relação a Testemunha. Na Tabela 2 pode-se observar o número médio de lagartas das quatro repetições por tratamento, a porcentagem de eficiência dos tratamentos e os resultados da análise estatística. Na avaliação, realizada no momento da primeira aplicação (A00) não houve diferença significativa no número médio de lagartas por metro linear, indicando a infestação ocorreu de maneira uniforme nas unidades experimentais. No momento da segunda aplicação (B00), cinco dias após a primeira, observou-se um aumento no número médio de Helicoverpa armigera na parcela Testemunha e uma redução nas parcelas tratadas com inseticidas, mostrando diferença significativa na comparação dos tratamentos. Nesta avaliação os tratamentos 5 e 6 (Pirate nas doses de 240 e 288 g i.a./ha) foram os melhores tratamentos, não diferindo entre si no número médio de lagartas com valores 1,25 e 0,5 lagartas por pano de batida e na porcentagem de eficiência, com 91,18 e 96,71 % de controle respectivamente; O tratamento 7 (Lannate 215 g i.a./ha) foi significativamente superior a Testemunha e ao Tratamento 2 (Pirate 144 g i.a./ha). No momento da terceira aplicação (C00), a população de lagartas nas parcelas da Testemunha diminuiu de 15,5 na aplicação A00 para 12 lagartas por pano de batida no momento da terceira aplicação (C00). Os tratamentos 2 (Pirate 144 g i.a./ha) e o tratamento 6 (Lannate 215 g i.a./ha) com 7 e 5,5 lagartas por pano de batida e eficiência de 64.4 e 72.7% respectivamente, diferenciaram-se em relação a Testemunha, mas não apresentaram diferenças entre si. Os tratamentos 3, 4 e 5 (Pirate 192, 240 e 288 g i.a./ha) com valores de 1.5, 1.0 e 1.0 lagartas por pano de batida e eficiência de 90.5, 100 e 100 % respectivamente, diferiram significativamente da Testemunha e dos tratamentos 2 e 6 (Pirate 144 g i.a./ha e Lannate 215 g i.a./ ha), mas não apresentaram diferença significativa entre si. Na 5º Comunicado Técnico avaliação realizada 03 dias após a aplicação C (C0³), houve novamente um aumento no número médio de H. armigera de 12 para 15.5 lagartas por pano de batida na Testemunha. Os tratamentos 2 (Pirate 144 g i.a./ha) e o tratamento 6 (Lannate 215 g i.a./ha) com 5 e 3,75 lagartas por pano de batida e eficiência de 66.8 e 72.4% respectivamente, diferenciaram-se em relação a Testemunha, mas não apresentaram diferença entre si. Embora os tratamentos 4 e 5 tenham zerado a população de lagartas, não diferiram estatisticamente do tratamento 3. Aos 07 dias após a aplicação C (C07) a presença de lagartas na Testemunha permaneceu estável, mas houve uma diminuição na porcentagem de controle no tratamento 2 (Pirate, 144 g i.a./ha) e no tratamento 6 (Lannate, 215 g i.a./ha), para valores de 50,34 e 61,06 % respectivamente. Os tratamentos (Pirate, 192 , 240 e 288 g i.a./ ha) mantiveram os níveis de controle de 88,6; 96,79 e 96,75 % respectivamente. Aos 14 dias após a aplicação C (C14), houve diferença significativa dos tratamentos, em comparação com a Testemunha. Com relação a comparação direta dos tratamentos, pode-se observar uma diminuição significativa na porcentagem de controle e um aumento no número médio de lagartas no tratamento 2 (Pirate, 144 g i.a./ha) e no tratamento 6 (Lannate, 215 g i.a./ha) evidenciando uma perda de efeito residual dos produtos testados no controle de lagarta. Os tratamentos 4 e 5 (Pirate 240 e 288 g i.a./ha), mantiveram os níveis de controle nos valores de 80,21 e 78,52 % com diferença estatística em relação aos demais tratamentos do experimento. No momento da aplicação C (C00) e 14 dias após (C14) foram realizadas novas avaliações, demonstradas na Tabela 3, onde é possível observar a porcentagem média de vagens atacadas pela H. armigera nos tratamentos utilizados e a porcentagem de eficiência em relação a Testemunha. Os tratamentos apresentaram diferença significativa em relação a Testemunha na avaliação C00 e C14. O tratamento 2, (Pirate, 144 g i.a./ha) e o tratamento 6 (Lannate BR, 215 g i.a./ha), não apresentaram diferenças estatísticas entre si, mas foram estatisticamente superiores a Testemunha. Porém quando comparados aos tratamentos 3, 4 e 5 (Pirate 192, 240 e 288 g i.a./ha) foram estatisticamente inferiores nas duas épocas de avaliação C00 e C14. Os tratamentos 3, 4 e 5 apresentaram valores médios de porcentagem de vagens atacadas de 1,5; 1,0 e 1,0% em C00 e 5,25; 1,5 e 1,5% em C14, e valores de eficiência de 86,41; 91,41 e 91.41% aos C00 e 76,3; 93,4 e 93,08% aos C14 respectivamente, não diferindo estatisticamente entre si nas duas épocas avaliadas. Na avaliação do rendimento de grãos os tratamentos 4 e 5 (Pirate 240 e 288 g i.a./ha), com produção média de 2.398,61 e 2364,72 kg/ha foram estatisticamente semelhantes, e superiores aos demais tratamentos. O tratamento 3 (Pirate, 192 g i.a./ha), produziu 2.229,38 kg/ha, sendo estatísticamente superior a Testemunha e aos tratamentos 2 e 6 (Pirate 144 g i.a./ha e Lannate BR 215 g i.a./ha) com produções de 1.964,74 e 2.089,99 kg/ha respectivamente. CONCLUSÕES O inseticida Pirate foi eficiente para o controle de Helicoverpa armigera na cultura da soja nas doses de 192, 240 e 288 g i.a./ha, apresentando menor número médio de lagartas por pano de batida e maior porcentagem de eficiência não diferenciando estatisticamente entre si. Todos os inseticidas e doses testadas foram seletivos para cultura. 9 Tabela 1. Tratamentos aplicados na cultura da Soja (Cultivar, M-Soy 7908 RR) para o controle do Helicoverpa armigera, Rio Verde (GO), 2013. Tabela 2. Número médio de lagartas de Helicoverpa armigera por pano de batida vertical e eficiência relativa dos inseticidas aplicados em cultura de soja. Rio Verde (GO). 2013. Tabela 3. Porcentagem média de vagens atacadas pela lagarta Helicoverpa armigera, porcentagem de eficiência em relação a Testemunha e produtividade de soja (kg/ha). Rio Verde, GO. 2013. 5º Comunicado Técnico 10 Benefícios da tecnologia WS na cultura do algodão André Singer1, Ivan Cardoso2, Tiago Toriyama3, Valmor dos Santos4 1Pesquisador Inovação Agrícola, 2Consultor Inovação Agrícola, 3Pesquisador Inovação Agrícola, 4Consultor Inovação Agrícola INTRODUÇÃO O manejo de pragas é um fator limitante para o cultivo do algodão, seja em pequena ou larga escala, pois muitas vezes chega a representar 30% do custo total de produção, em consequência das inúmeras pulverizações exigidas para o controle de insetos e ácaros (Richetti et al., 2004). Desta forma, o controle de pragas do algodoeiro acaba sendo um fator condicionante da rentabilidade desta cultura. Entre os principais avanços para o controle de pragas do algodoeiro no Brasil, podemos citar a disponibilidade das variedades de algodão geneticamente modificadas com genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). A expressão desta proteína do Bt em plantas de algodão confere à planta resistência a lagartas que atacam as maçãs como a Heliothis virescens (Fabr.), bem como à lagarta desfolhadora Alabama argillacea (Hübner), sendo todas consideradas pragas chave da cultura (Almeida et al., 2008). O objetivo do presente trabalho foi avaliar os benefícios da tecnologia WS (WideStrike®) no controle do complexo de lagartas na cultura do algodoeiro. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na Fazenda São Miguel de propriedade do Sr. Alan Juliani localizada na sub região de Roda Velha no município de São Desidério, tendo como coordenadas geográficas 12° 50’ 14.5”S e 45° 57’ 50.6”W e altitude média de 833 metros. As variedades de algodão utilizada foram FM 993 e FM 975 WS semeada manualmente no dia 15/12/2012, distribuindo 10 sementes por metro linear com espaçamento lateral de 0,76m. As parcelas foram constituídas de 3 metros de largura por 5 metros de comprimento cada, sendo que foi considerado como área útil para avaliação as duas linhas centrais com 3 metros de comprimento. A adubação foi realizada a lanço antes do plantio do algodão, utilizando 250Kg/ha de KCl, 400Kg/ha de super simples e duas adubações de cobertura de 200Kg/ha de ureia. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados (DBC) com quatro repetições e cinco tratamentos de acordo com a tabela abaixo: As aplicações foram realizadas com pulverizador costal de pressão constante (CO²), barra equipada com 6 bicos tipo cônicos 110º, espaçados de 50 cm, operando numa pressão constante de 30 lb. pol.-2 e vazão de 200 L/ha-1 de calda. Todas as adubações e pulverizações de fungicidas foram as mesmas para todos os tratamentos. As avaliações foram realizadas: aos 3, 7 e 10 dias após a aplicação dos tratamentos. Em cada avaliação foram vistoriadas dez plantas/parcela, contando as lagartas pequenas (menores que 1,5 cm) e médias e grandes (maiores que 1,5 cm) identificando-as de acordo com as espécies. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pseudoplusia includens Na Tabela 02 podemos observar os níveis de Pseudoplusia includens nos tratamentos com a variedade FM 975 WS permaneceram baixos quando comparados a Testemunha FM 993 e ao tratamento T2 que recebeu três aplicações de Belt a 125 ml/ha. Tanto o tratamento T3 com a variedade FM 975 WS que foi pulverizado sempre que o tratamento T2 com a variedade FM 993 recebeu inseticida como os tratamentos T5 que recebeu apenas uma pulverização de Belt e o tratamento T4 (Testemunha absoluta) apresentaram ótimo controle das lagartas Pseudoplusia includens, demostrando que a tecnologia WideStrike possui boa ação de controle sobre esta praga. Alabama argillacea A Tabela 03 mostra os níveis de infestação de Abalama argillacea durante o período de avaliação do ensaio. Podemos observar que os níveis dos tratamento com a variedade FM 993 T1 (Testemunha FM 993) e o tratamento T2 (FM 993 com 3 aplicações de Belt) permaneceram superiores aos tratamentos com a variedade FM 975 WS, onde mesmo no tratamento T4 (FM 975WS – Testemunha absoluta) que não recebeu nenhuma pulverização com inseticida o nível de infestação foi zero. Lagarta-das maçãs Nas avaliações observamos que cerca de 30% das lagarta-das-maçãs eram compostas por Heliothis virescens e 70% Helicoverpa spp. Podemos observar a diferença na densidadade populacional de lagarta-das-maçãs nos tratamentos T2 (FM 993 com três pulverizações de Belt) e o tratamento T3 (FM 975 WS com três pulverizações de Belt), onde o T3 obteve em média 71,42% e 96,87% a menos de lagartas menores do que 1,5 cm e maiores 1,5 cm respectivamente quando comparado com o T2. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante das condições, doses e variedades testadas observamos que a variedade FM 975 WS apresentou ótimo controle para Pseudoplusia includens e Alabama argillacea mesmo no tratamento T4 (Testemunha absoluta) que não recebeu nenhuma pulverização de Belt. Para as lagartas-das-maçãs observamos que os tratamentos com a variedade FM 975 WS apresentaram apenas uma supressão em relação aos tratamentos com a variedade FM 993. Quando comparamos a eficiência de controle do Belt versus as variedades podemos observar a diferença no nível populacional de lagarta-das-maças no tratamento T2 (FM 993) e no tratamento T3 (FM 975 WS), onde o T3 apresentou niveis mais baixos desta praga. No entanto a tecnologia WideStrike pode ser mais uma ferramenta auxiliar no controle de lagarta-das-maçãs. 5º Comunicado Técnico 11 Tabela 01. Tratamentos Ensaio Benefícios da Tecnologia WS. São Desidério 12-13. Tabela 03. Número médio de Alabama argillacea por planta. São Desidério BA 2012-2013. Data das pulverizações: 1ª Aplicação – 07/02/2013 – T2 e T3. 2ª Aplicação – 18/02/2013 – T2 e T3 3ª Aplicação – 05/03/2013 – T2, T3 e T5 Gráfico 04. Número médio de Alabama argillacea maior que 1,5 cm. Tabela 02. Número médio de Pseudoplusia includens por planta. São Desidério - BA 2012-2013. Tabela 04. Número médio de Heliothis virescens + Heliothis spp. por planta.São Desidério - BA 2012/13. Gráfico 01. Número médio de Pseudoplusia includens menores que 1,5cm. Gráfico 02. Número médio de Pseudoplusia includens maiores que 1,5 cm. Gráfico 05. Número médio de lagarta-das-maçãs menor que 1,5 cm. Gráfico 03. Número médio de Alabama argillacea menor que 1,5 cm. Gráfico 06. Número médio de lagarta-das-maçãs maior que 1,5 cm. 5º Comunicado Técnico 12 Ação de DPX-E2Y45 625 FS (Clorantraniliprole) em tratamento de sementes no controle de Elasmopalpus lignosellus na cultura da soja Gilvane Luis Jakoby1, Jurema Fonseca Rattes2, Alvemar Ferreira3, Ronaldo Damião Aparecido de Freitas4, Weider Ribeiro Mello Filho4 1Rattes Consultoria e pesquisa agronômica, 2Professora da UNIRV, 3Dupont, 4Graduando da UNIRV A germinação uniforme e o estabelecimento vigoroso de plântulas são uns dos processos mais importantes de manejo na cultura da soja para obter altos rendimentos de grãos. No entanto, as pragas iniciais constituemse em fator limitante nos processos produtivos. Entre as principais pragas iniciais da cultura da soja (de superfície) destaca-se a lagarta elasmo Elasmopalpus lignosellus Zeller (Lepidoptera: Pyralidae) (HOFFMANNCAMPO et al., 2000). A lagarta elasmo broqueia a região do colo da planta, interrompendo o transporte de seiva entre a parte aérea e a raiz, podendo provocar a morte da planta que ocorre após dois ou três dias, reduzindo o número de plantas por unidade de área. Durante os períodos mais quentes do dia os sintomas são facilmente visíveis em função da murcha das plantas. Quando o ataque ocorre em plantas mais desenvolvidas (V5-V6) pode desenvolver no local um tecido que provoca o engrossamento do caule no ponto atacado, influenciando no transporte de seiva, o que provoca atraso no desenvolvimento e murcha nos períodos mais quentes do dia. Durante a fase larval a lagarta elasmo pode atacar em torno de três plantas de soja (DEGRANDE & VIVAN, 2009; TOMQUELSKI & LEAL, 2010). Com este trabalho objetivou-se avaliar o efeito do inseticida Clorantraniliprole (DPX-E2Y45 625 FS) em tratamento de sementes no controle da lagarta elasmo (E. lignosellus) na cultura da soja. O ensaio foi conduzido na safra 2012/2013, na área experimental da Universidade de Rio Verde (Fazenda Fontes do Saber), situada no município de Rio Verde – GO, com as seguintes coordenadas geográficas: S 17º 46’497” e W 050º 58’060”, com 806 metros de altitude. As sementes utilizadas no ensaio, descritos na tabela 1, foram tratadas pela empresa Incotec, em Holambra/ SP. Todos os tratamentos contem 200 mL/100 Kg de sementes de Derosal Plus, exceto tratamento Standak Top, e polímero disco L232, na dose de 2,5 mL/kg de sementes. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. O ensaio foi instalado sobre uma área com cultivo de soja que apresentava uma alta infestação da lagarta Elasmo (E. lignosellus), tanto na fase larval quanto na fase adulta, com média de seis plantas por metro com sintomas de ataque da lagarta. Após retirar as plantas de soja foi realizada a semeadura do experimento, no dia 11 de novembro de 2012. Utilizou-se a variedade de soja 98Y11, com população de 300.000 sementes por hectare. Os parâmetros avaliados foram número de plantas com sintomas de ataque da lagarta e estande. Os resultados obtidos foram transformados para √x+0,5, quando necessário, e posteriormente submetidos à análise de variância (ANOVA). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A eficiência de controle foi calculada pela fórmula de ABBOT (1925). Na soma das avaliações (total acumulado) em relação ao número de plantas com dano da lagarta Elasmo, houve diferenças significativas entre os tratamentos. Os tratamentos realizados com DPX – E2Y45 625 FS (Clorantraniliprole) foram os que apresentaram maior proteção ás plântulas, com os menores números acumulados de plantas com dano. No entanto, o tratamento DPX – E2Y45 625 FS BLUE (100 mL. 100 Kg sementes) obteve uma maior eficácia de controle (87%), em relação ao tratamento DPX – E2Y45 625 FS (71%). Os inseticidas Standak Top (200 mL. 100 Kg sementes), Cruiser (200 mL. 100 Kg sementes) e CropStar (700 mL. 100 Kg sementes) proporcionaram uma baixa eficácia de controle, inferior a 50% (Tabela 2). Os maiores números médios de plantas por metro foram obtidos nos tratamentos realizados com DPX – E2Y45 625 FS e DPX – E2Y45 625 FS BLUE (Clorantraniliprole). A partir dos dados apresentados, pode concluir que os tratamentos DPX – E2Y45 625 FS (100 mL. 100 Kg sementes) e DPX – E2Y45 625 FS BLUE (100 mL. 100 Kg sementes) proporcionaram maior proteção as plantas contra o ataque da lagarta Elasmo (E. lignosellus), proporcionando maior manutenção de estande. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DEGRANDE, P., E.; VIVAN, L., M. Pragas da soja. Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2008/2009. HOFFMANN-CAMPO, C. B.; CATELLAN, A. J.; NEPOMUCENO, A. L. et al. Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado. Londrina: Embrapa Soja, 70 p., 2000. (Circular Técnica/Embrapa Soja, n.30). TOMQUESLDKI, G. V., LEAL, A. F. Golpe baixo. Revista Cultivar Grandes Culturas. Nº. 131, abril/2010. 5º Comunicado Técnico TABELA 1. Produtos e doses utilizadas em tratamento de sementes visando o controle da lagarta Elasmo (E. lignosellus) na cultura da soja. Rio Verde – GO, safra 2012/13. TABELA 2. Número médio de plantas com danos da lagarta Elasmo por metro e eficácia de controle dos inseticidas em tratamento de sementes sobre Elasmopalpus Lignosellus na cultura da soja. Rio Verde – GO, safra 2012/13. 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de significância. 2Analise realizada nos dados transformados para √x+0,5 TABELA 3. Número médio de plantas de soja por metro aos sete, 14 e 28 dias após a emergência. Rio Verde – GO, safra 2012/13. Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de significância. 1 13 5º Comunicado Técnico 14 Comportamento de Clorantraniliprole em tratamento de sementes no controle de Phyllophaga cuyabana na cultura da soja Gilvane Luis Jakoby1, Jurema Fonseca Rattes2, Alvemar Ferreira, Reinaldo Cosme Aparecido de Freitas4, Victor Gabriel Assis Machado4 1Rattes Consultoria e pesquisa agronômica, 2Professora da UNIRV, 3Dupont, 4Graduando da UNIRV Os danos de corós (P. cuyabana) na cultura da soja são causados pelas larvas, principalmente a partir do 2º instar, pelo consumo de raízes. Esse dano provoca o enfraquecimento do sistema radicular, podendo levar a morte das plântulas, quando o ataque ocorre no inicio do desenvolvimento da cultura. As plantas atacadas que conseguem sobreviver apresentam um menor porte e amarelecimento precoce das folhas (Tonet et al., 2000). De acordo com Papa et al. (2010), no inicio do desenvolvimento das plantas uma larva de 1,5 a 2 cm para cada quatro plantas de soja é capaz de destruir cerca de 35% do sistema radicular e à medida que o tamanho das larvas aumenta, maiores são os danos, podendo uma larva com 3 cm destruir aproximadamente 60% do sistema radicular. Os prejuízos decorrem da redução da população de plantas e em virtude da diminuição da capacidade reprodutiva das plantas sobreviventes (Salvadori et al., 2006). O ensaio foi conduzido na safra 2012/13, na Fazenda Santa Maria, situada no município de Jataí – GO, com as seguintes coordenadas geográficas: S 17º 2’119” e W 051º 53’532”, com 984 metros de altitude. As sementes utilizadas no ensaio, descritos na tabela 1, foram tratadas pela empresa Incotec, em Holambra/SP. Todos os tratamentos contem 200 mL/100 Kg de sementes de Derosal Plus, exceto tratamento Standak Top, e polímero disco L232, na dose de 2,5 mL/kg de sementes. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, com oito tratamentos e quatro repetições. O ensaio foi instalado sobre uma área com cultivo de soja que apresentava infestação de larvas de corós (P. cuyabana), com média de 16 larvas por trincheira (0,5 x 0,5 x 0,2 m). Após a retirada das plantas de soja foi realizada a semeadura do experimento, no dia 01 de dezembro de 2012. Utilizou-se a variedade de soja 98Y11, com população de 300.000 sementes por hectare. Os parâmetros avaliados foram número de plantas mortas pelo ataque de corós e rendimento. Os resultados obtidos foram transformados para √x+0,5, quando necessário, e posteriormente submetidos à análise de variância (ANOVA). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A eficiência de controle foi calculada pela fórmula de ABBOT (1925). Na soma das avaliações (total acumulado) em relação ao número de plantas mortas pelo ataque de larvas de corós (P. cuyabana), houve diferenças significativas entre os tratamentos. Os tratamentos realizados com DPX – E2Y45 625 FS e DPX – E2Y45 625 FS BLUE (Clorantraniliprole) foram os que apresentaram maior proteção ás plântulas de soja, com os menores números acumulados de plantas mortas. Os tratamentos realizados com DPX – E2Y45 625 FS nas doses 50 e 100 mL. 100 Kg sementes, bem como DPX – E2Y45 625 FS BLUE nas doses 10, 50 e 100 mL. 100 Kg sementes, proporcionaram uma eficácia de controle satisfatória sobre P. cuyabana, acima de 80%. O inseticida padrão Standak Top (200 mL. 100 Kg sementes) não foi eficaz, com percentual de eficácia de 42% (Tabela 2). O controle das larvas de corós P. cuyabana bem como a manutenção do estande proporcionou maiores rendimentos a cultura da soja comparada ao tratamento testemunha, já que todos os inseticidas e doses testados diferiram de forma significativa da testemunha. O tratamento testemunha obteve um baixo índice de produtividade (866 kg ha-1), principalmente em função da redução do número de plantas. Os rendimentos de grãos nos tratamentos com inseticidas variaram de 2.423 a 3.147 kg ha-1. Os tratamentos realizados com DPX – E2Y45 625 FS nas doses 10, 50 e 100 mL. 100 Kg sementes obtiveram um aumento no percentual de rendimento de 180, 228 e 248%, respectivamente, em relação a testemunha. Os tratamentos realizados com DPX – E2Y45 625 FS BLUE nas doses 10, 50 e 100 mL. 100 Kg sementes asseguraram um acréscimo no rendimento em relação a testemunha de 190, 245 e 263%. O tratamento padrão Standak Top (200 mL. 100 Kg sementes) obteve um rendimento de 138% a mais ao da testemunha (Tabela 3). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PAPA, G.; CELOTO, F. J.; TAKAO, W. Vilão oculto. Revista Cultivar Grandes Culturas. Nº. 131, abril/2010. SALVADORI, J. R.; PEREIRA, P. R. V.S. Manejo integrado de corós em trigo e em culturas associadas. Passo Fundo, 13 p., 2006. (Comunicado Técnico 203). TONET, G. L.; GASSEN, D. N.; SALVADORI, J. R. Estresses ocasionados por pragas. In: BONATO, E. R., Ed. Estresses em soja. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2000. 254 p., p. 201-253. 5º Comunicado Técnico TABELA 1. Produtos e doses utilizadas em tratamento de sementes visando o controle corós (P. cuyabana) na cultura da soja. Jataí – GO, safra 2012/13. TABELA 2. Número médio de plantas mortas por metro e eficácia de controle dos inseticidas em tratamento de sementes sobre P. cuyabana na cultura da soja. Jataí – GO, safra 2012/13. 1 não significativo pelo teste de Tukey a 5% de significância. realizada nos dados transformados para √x + 0,5. 2 Análise TABELA 3. Rendimento de grãos em kg ha-1 e percentual de incremento, proveniente de sementes de soja submetidas a diferentes produtos para o tratamento de sementes para o controle de larvas de corós (P. cuyabana). Jataí – GO, safra 2012/13. 1 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de significância 15 5º Comunicado Técnico 16 Aplicação de Nitamin na cultura do algodão – Safra 2010/11 André Singer¹, Tiago Torivama², Valmor dos Santos³ 1Pesquisador Inovação Agrícola, 2Pesquisador Inovação Agrícola, Inovação Agrícola 3Consultor OBJETIVO Avaliar o produto Nitamin, composto por 33% de N de liberação lenta, em três doses diferentes, comparado a uma testemunha, aplicado na cultura do algodão com objetivo de fornecimento de nitrogênio via foliar. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na fazenda São Sebastião de propriedade do Sr. Anildo Kurek, localizada no município de São Desidério – BA. A variedade de algodão utilizada foi a Delta Opal, semeada no dia 09/12/2010 no espaçamento de 0,76m com 11 sementes/m. Foram ao todo quatro tratamentos sendo, T1: Testemunha; T2: Nitamin 5L/ha; T3: Nitamin 10L/ha; T4: Nitamin 20L/ha. O ensaio contou com três repetições dispostas em blocos casualizados DBC, sendo que cada parcela foi composta de quatro linhas de algodão por cinco metros de comprimento. As aplicações de Nitamin foram realizadas em duas épocas, a primeira aos 50 dias após a emergência no dia 01/02/201, e a segunda 70 dias após a emergência, no dia 21/02/2011. Como foram realizadas duas aplicações as doses de 05; 10 e 20L/ha foram divididas respectivamente em 2,5; 05 e 10L/ha. As aplicações foram realizadas com equipamento costal de pesquisa pressurizado com CO² na vazão de 150L/ha com bicos leque simples. Utilizando uma barra de 3m com seis bicos. As aplicações de herbicidas, fungicidas, inseticidas e adubação de cobertura com uréia foram exatamente as mesmas para todos os tratamentos. A adubação foi realizada a lanço antes da semeadura da cultura, utilizando-se 400 Kg/ha de super simples e 200 Kg/ha de KCl. Em cobertura foi realizada uma adubação de 200Kg/ha de ureia aos 15DAE e outra de 180 Kg/ha aos 35DAE. As avaliações foram constituídas de stand, fenologia aos 130 e 165DAE, análise foliar, produtividade, rendimento de pluma e análise de HVI. RESULTADOS Podemos observar que com relação ao stand da cultura não foi observada diferença entre os tratamentos, mostrando a uniformidade do ensaio. Já com relação ao número de maçãs por planta (Gráfico1) podemos observar que os tratamentos apresentaram diferenças significativas, mostrando que o T4 apresentou maior valor. Embora a avaliação de altura de plantas aos 130DAE não tenha apresentado diferença significativa entre os tratamentos, podemos notar uma maior altura nos tratamentos que receberam aplicação de Nitamin. O número de capulhos por planta não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos, porém com numero superior na maior dose. Quando as plantas estavam em pleno florescimento foi realizada uma coleta de folhas para análise de macronutrientes (Tabela 01) e micronutrientes (Tabela 02). A colheita foi realizada no dia 04/07/11 de forma manual, colhendo-se 02 linhas centrais por 3m de comprimento, os resultados de produtividade (Gráfico2) mostram que o produto Nitamin apresentou eficiência no ganho de produtividade. CONCLUSÕES De acordo com os resultados podemos observar que o produto Nitamin na dose maior (20L/ha) apresentou eficiência com relação ao número de capulhos, número de maçãs e altura de plantas. Com relação à produtividade podemos observar que todas as doses apresentaram incremento de produtividade comparado a testemunha, porém os resultados não foram significativos pelo teste de Tukey a 5%. Com relação ao rendimento de pluma, análises foliares e análise de fibra não houve grandes diferenças entre os tratamentos. Portanto nessa safra, nesse local e com essa variedade a aplicação de Nitamin ocasionou aumento em produtividade da cultura. 5º Comunicado Técnico Gráfico1. Número de maçãs/planta aos 130DAE. Números seguidos pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. CV: 9,77% Gráfico2. Produtividade média (@/ha) de algodão em caroço. Números seguidos pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância. CV: 9,51% Tabela1. Teor de macro nutriente nas folhas de algodão em %. Tabela2. Teor de micro nutriente nas folhas de algodão em ppm. 17 18 5º Comunicado Técnico Eficiência do fungicida Authority no controle de doenças da soja (antracnose, ferrugem e mancha alvo) no oeste da Bahia Altieres Dias¹, Mônica C. Martins², Elisângela Kischel², Fernando Fumagalli² 1Cheminova do Brasil, 2Círculo Verde Pesquisa INTRODUÇÃO A área cultivada com soja na região oeste da Bahia na safra 2011/12 foi de 1.150.000 ha, com produção de 3.320.970 t, equivalendo a produtividade de grãos de 48,1 sacos ha-1, de acordo com dados da Aiba (2013). Esses mesmos autores, para a safra 2012/13, divulgaram no segundo levantamento, um aumento nessa área cultivada, que passou a ser de 1.255.334 ha com produtividade estimada de 52,0 sacos ha-1. No entanto, essa produtividade não foi obtida em função das condições climáticas desfavoráveis ocorridas, como os veranicos registrados logo após a semeadura e/ou no momento do enchimento de grãos, além da ocorrência de pragas, principalmente as lagartas, entre estas a Helicoverpa spp e a mosca branca (Bemisia tabaci) que propiciaram a redução na produtividade, que foi estimada em 37,6 sacos ha-1. Entre as doenças, a ferrugem da soja causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e o mofo branco causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum tem sido as principais causas da redução na produtividade de grãos na região. No entanto, nessa safra 2012/13, as condições climáticas foram desfavoráveis para o desenvolvimento das doenças de um modo geral. No caso da ferrugem, a primeira constatação foi registrada no dia 14 de fevereiro no município de Barreiras, em lavouras de soja que se encontrava no estádio fenológico R8 (Consórcio Antiferrugem, 2013). Mesmo com a constatação do patógeno causador da ferrugem na região, a doença não progrediu na maioria das lavouras e em muitos casos, a mesma não foi notada pelo produtor, assim, como não causou reduções na produtividade de grãos. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido durante a safra 2012/13 no Campo de Validação da Círculo Verde Assessoria Agronômica & Pesquisa - Fazenda Mimoso, localizada no município de Luís Eduardo Magalhães/BA, cuja coordenadas geográficas são S12°06’39”, W45°50’08” e altitude de 760m. Adotou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos constaram de uma aplicação de fungicidas no estádio vegetativo (V8) e duas aplicações no estádio reprodutivo, em R1 e R1+15, como apresentado na Tabela 1. Os produtos e doses utilizadas foram: Authority 0,4 L ha-1; Battle 0,6 L ha-1; Chabff 0,56 L ha-1; Chabfa 0,46 L ha-1; Fox 0,4 L ha-1; Malathion 1,0 L ha-1; Sphere Max 0,15 L ha-1. O tratamento T1 correspondeu a testemunha que não recebeu fungicidas. A primeira aplicação em V8 foi realizada no dia 16/01/2013; a segunda aplicação em R1, foi realizada no dia 31/01/13 e a terceira aplicação R1+15, foi realizada no dia 14/02/2013. Para a realização dessas pulverizações (tratamentos) foi utilizado um pulverizador costal pressurizado a CO², com bico leque 11002, pressão de 4,0 bar e volume de calda equivalente a 200 L ha-1. Cada parcela experimental foi constituída por seis linhas de sete metros de comprimento, espaçadas em 0,50 m, considerando-se como área útil para coleta dos dados as quatro linhas centrais e como bordaduras, as duas linhas externas e 0,50 m das extremidades de cada linha. Essas parcelas foram demarcadas após a emergência DAS plântulas de soja em uma área comercial desta cultura. A semeadura foi realizada com semeadora-adubadora no dia 08/12/2012, utilizando-se 10 sementes por metro linear do cultivar MSOY 9144RR tratadas com Standak® Top (200mL 100kg de sementes-1) e posteriormente, com o inoculante líquido Nitragin® (150ML 50KG de sementes-1). A semeadoraadubadora foi regulada para distribuir ao solo 200kg de MAP ha-1, sendo a adubação complementada com 130kg de KCl ha-1 aos 15 dias após a emergência das plântulas de soja. Os demais tratos culturais aplicados às parcelas experimentais foram os mesmos aplicados à cultura da soja em áreas de plantios comerciais, com manejo químico das plantas daninhas e das pragas, conforme levantamento de campo realizado para esses elementos bióticos. Os parâmetros avaliados foram: a) fitotoxicidade: avaliações visuais de possível ação fitotóxica dos fungicidas às plantas de soja. Realizada sete dias após a aplicação dos fungicidas; b) severidade da ferrugem, mancha alvo e antracnose: estimativa da porcentagem da área foliar coberta por sintomas da doença realizada em 10 folhas de soja por parcela, coletadas aleatoriamente. Para estimar a severidade da ferrugem utilizou-se a escala proposta por Canteri e Godoy (2003) (Figura 1), para estimar a severidade da mancha alvo utilizou-se a escala proposta por Soares, Godoy e Oliveira (2009) (Figura 2) e para antracnose, a escala de notas proposta por Machado e Cassetari Neto (s/d), onde: 0 = ausência de doença; 1 = infecção leve (até 5% de tecido infectado); 2 = infecção moderada (5 a 25% de tecido infectado); 3 = infecção severa (25 a 50% de tecido infectado) e 4 = infecção muito severa (mais de 50% de tecido infectado); c) desfolha: estimada em todos os tratamentos a partir do momento em que a testemunha apresentou ao redor de 80% de queda de folha decorrente da ferrugem; d) estande final: contagem do número de plantas por metro linear na área útil da parcela no momento da colheita; e) massa de 1000 sementes: determinada pela pesagem de oito sub-amostras de 100 sementes por parcela, segundo as prescrições estabelecidas pelas Regras de Análise de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009) e correção da umidade para 13%; f) produtividade de grãos: pesagem das sementes provenientes de cada parcela e transformação dos dados de kg parcela-1 para KG HA-1 e correção da umidade para 13%. As plantas da área útil de cada parcela foram colhidas manualmente e trilhadas em trilhadeiras estacionárias, sendo encaminhadas para a determinação das avaliações finais, como, massa de 1000 sementes e produtividade de grãos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Massa de 1000 sementes A massa de 1000 sementes variou de 148g no tratamento 5º Comunicado Técnico T1 à 161g nos tratamentos T4 e T7, não sendo verificadas diferenças estatísticas entre os tratamentos (Figura 1). A massa de 1000 grãos é uma característica geneticamente determinada, porém, é influenciada pelo ambiente (NAVARRO JÚNIOR; Costa, 2002). Entre os fatores do ambiente, está incluída a disponibilidade de água, que afeta a massa dos grãos de soja, aumentando ou diminuindo em função da sua disponibilidade, principalmente durante o enchimento de grãos, onde o estresse hídrico provoca sua redução (THOMAS; Costa, 1994). No ensaio, foram obtidos valores médios da massa de 1000 sementes acima de 145g, que é a massa de sementes apresentada pela Produtiva Sementes (s.d) para esse cultivar, demonstrando não ter ocorrido indisponibilidade hí- 19 drica durante a fase de enchimento dos grãos. Produtividade de grãos Os resultados da produtividade de grãos nos diferentes tratamentos são apresentados na Figura 2. Nesta Figura observase que a produtividade variou de 62,0 sacos ha-1 nos tratamentos T1 (testemunha) e T7 à 70,0 sacos ha-1 no tratamento T4, não havendo diferenças estatística entre os tratamentos. As produtividades obtidas neste ensaio ficaram acima da média estimada para a cultura da soja na região, que foi de 37,6 sacos ha-1 (Aiba, 2013) sendo esses resultados reflexos da baixa pressão da doença, da semelhança na massa de 1000 sementes nos diferentes tratamentos, entre outros fatores. Tabela 1. Descrição dos tratamentos (Trat.), com os respectivos fungicidas, doses e época de aplicação, Campo de Validação/Círculo Verde Pesquisa, safra 2012/13. Obs.: adicionar adjuvante Nimbus (0,5% v/v) ao Battle e Authority; adicionar adjuvante Aureo (500 mL ha-1) ao Fox e Sphere Max. T1 Testemunha T2 Battle/Authority+Nimbus T3 Battle/Authority+Nimbus T4 Authority+Nimbus T5 Authority+Malathion 1000 T6 Chabff+Chabfa T7 Fox/Fox/Sphere Colunas com cores iguais não diferem entre si pelo teste de Scott Knott a 5% de significância. CV%=2,32 Figura 1. Valores médios da massa de 1000 sementes obtidas nos diferentes tratamentos. Campo de Validação/Círculo Verde Pesquisa, safra 2012/13. Figura 2. Valores médios da produtividade de grãos obtidas nos diferentes tratamentos. Campo de Validação/Círculo Verde Pesquisa, safra 2012/13. (Colunas com cores iguais não diferem entre si pelo teste de Scott Knott a 5% de significância. CV% = 6,27) 5º Comunicado Técnico 20 Efeito do programa de adubação foliar da empresa Fortgreen na cultura do Algodão Milton Akio Ide* Marcelo de P. Ferreira* *Milton Ide Consultoria Agrícola S/C Ltda. INTRODUÇÃO A adubação foliar, em linhas gerais, não pode substituir totalmente o fornecimento de adubos ao solo, para a absorção através das raízes. Porém a expansão do uso da adubação foliar a um número cada vez maior de culturas, vem demonstrando que há culturas que podem ser mantidas, em relação a determinados nutrientes, quase que exclusivamente por via foliar (CAMARGO, 1975). O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma cultura extremamente exigente em questões nutricionais. Considerando os avanços tecnológicos na agricultura moderna que visam elevar as produtividades, faz-se necessário que os cotonicultores busquem alternativas que supram essas necessidades fisiológicas da cultura. Dentre os micronutrientes, os que causam maiores problemas à cultura algodoeira são o boro, o zinco e o manganês e, em escala menor, o cobre, o ferro e o molibdênio. Embora sejam requeridos em quantidades relativamente diminutas, em condições de alta deficiência, deprime de maneira expressiva a produtividade da planta (QUAGGIO et al., 1991). Com a busca de maior eficiência e melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas, nos últimos anos vem sendo introduzido no Brasil, quelatos sintéticos que são formados pela combinação de um agente quelatizante com um metal (nutriente) através de ligações coordenadas. Um quelato eficiente é aquele no qual a taxa de substituição do micronutriente quelatizado por cátions é baixa, mantendo, consequentemente, o nutriente aplicado nessa forma de quelato por tempo suficiente para ser absorvido pelas plantas (LOPES, 1991). Os principais agentes quelatizantes utilizados na fabricação de fontes de micronutrientes são: ácido etilenodiarninotetraacético (EDTA), ácido N (hidroxietil) etilenodiaminotetraacético (HEDTA), ácido dietilenotriaminopentaacético (DTPA), ácidoetilenodiamino (o-hidrofenil acético) (EDDHA), ácido nitrilo acético (NTA), ácido glucoheptônico e ácido cítrico. O mais comum é o EDTA. OBJETIVO Dessa forma, o presente trabalho teve como principal objetivo avaliar a eficiência do Programa de adubação foliar da empresa Fortgreen em comparação com os produtos mais utilizados do mercado na cultura do algodão. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido no campo de pesquisa da Ide Consultoria e Associados, localizado na Fazenda Mizote Sede, município de São Desidério – BA, no período de Dezembro a Junho de 2011/12. A região encontra-se a 860 m acima do nível do mar, na latitude 12º 57’ 39,6’’S e longitude 46º 00’ 06,2’’W. O clima é classificado como Aw da classificação de Köppen, com temperaturas médias anuais de 24º C, e precipi- tação média anual de 1.200 mm, distribuídos entre os meses de novembro e abril, com período seco bem definido entre maio e setembro. A Figura 1 ilustra as condições pluviométricas no período em que a cultura permaneceu a campo. O solo é do tipo Latossolo Vermelho Amarelo, A moderado, textura média (CUNHA et al., 2001). Suas características químicas são apresentadas na Tabela 1. O ensaio foi delineado no modelo de Farm test, constituído por três tratamentos com três repetições sem randomização dos tratamentos. Cada macro parcela (farm test) foi constituído por dez linhas com espaçamento entre linhas de 0,76 m por 40 m de comprimento. Para as avaliações, consideraram-se as oito linhas centrais de cada parcela, totalizando uma área útil de 243,2 m². O plantio foi realizado dia 12 de dezembro de 2011, utilizando a cultivar FMT 709. Os tratamentos, doses, épocas de aplicação e teores de nutrientes podem ser observados nas tabelas 2 e 3. As aplicações foram realizadas por meio de um pulverizador Autopropelido Uniport 2000 (Figura 2), equipado com bico leque TT 110 02, com vazão de 100 l/ ha. Priorizou-se durante as aplicações, condições de umidade relativa do ar superiores a 60%, ventos de no máximo 8 km/h e temperaturas máximas de 26 ºC. Como métodos de avaliação, foram realizadas contagem de plantas aos 10 e 20 dias após a emergência, coleta de folhas para análise de macro e micronutrientes aos 60 e 75 DAE (Figuras 3 e 4), avaliações visuais aos 30 DAE, número de estruturas reprodutivas aos 120 DAE, peso de capulho e produtividade de algodão em capulho. A colheita foi realizada de forma manual em dois pontos de duas linhas de 10 metros de comprimento por parcela, totalizando 15,2 m² de área útil por ponto de colheita, desconsiderando os rastros de aplicação. Após a pesagem, foi realizada a transformação dos valores para produtividade em @ por hectare. RESULTADOS Nas avaliações de estande aos 10 e 20 dias após a emergência da cultura do algodão, observou-se que não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos em relação à testemunha em ambos os momentos avaliados (Tabela 4). Portanto, não houve influência na germinação das sementes em função da aplicação de micronutrientes nas sementes de algodão. Os resultados obtidos a partir das avaliações de número de estruturas reprodutivas aos 120 dias após a emergência, peso de capulho (g) e produtividade da cultura do algodão no experimento de macro e micronutrientes podem ser vistos na tabela 5. Observa-se que não houve diferenças significativas entre os tratamentos para o variável número de estruturas reprodutivas, entretanto, o peso de capulho do tratamento Fortgreen foi superior à testemunha e semelhante ao Padrão. Com relação à produtividade do algodão em capulho, os dados obtidos mostram que os tratamentos Fortgreen e Padrão foram superiores a testemunha, porém, iguais entre si, Incrementando entre 13,7 e 16,1% na produção de algodão em capulho. 5º Comunicado Técnico CONCLUSÕES A adubação foliar pode ser uma ferramenta importante na cultura do algodão, desde que empregada com critério. Os produtos aplicados no ensaio não causaram sintomas de fitotoxicidade à cultura do algodão. Além disso, ambos os tratamentos incrementaram produtividades na cultura do algodão, sendo, o tratamento Fortgreen 21 com incremento de 16,1% na produtividade de algodão em capulho. Sendo assim, a adubação foliar deve ser planejada e empregada de acordo com objetivos específicos e o programa de macro e micronutrientes foliares da Fortgreen pode ser recomendado como uma alternativa importante de manejo para nutrição foliar na cultura do algodão. Tabela 2. Produtos e doses utilizados no experimento de Programas de macro e micronutrientes foliares na cultura do algodão; Fazenda Mizote Sede; São Desidério, BA 2012. Tabela 4. Avaliação de estande aos 10 e 20 dias após a emergência. Fazenda Mizote Sede. São Desidério, BA, 2012. Tabela 5. Número de estruturas reprodutivas aos 120 DAE pesa de capulho e produtividade da cultura do algodão. Fazenda Mizote Sede. São Desiderio, BA, 2012. * Médias de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade Figura 2. Aplicação foliar de micronutrientes aos 70 dias após a emergência dacultura do algodão. Fazenda Mizote Sede. São Desiderio, BA, 2012. 5º Comunicado Técnico 22 Efeito do inseticida Klorpan 480 EC, no controle da lagarta Helicoverpa spp (Lepidoptera: Noctuidae), na cultura do algodão, Gossypium hirsutum (L.). Geraldo Papa, André Gonsales Amaral UNESP, Campus Ilha Solteira INTRODUÇÃO A produção brasileira de grãos alcançou 184,1 milhões de toneladas na safra 2012/13, obtendo um aumento de 10,8 % em relação à safra anterior, com possibilidade de crescer mais ainda na safra 2013/14 (Conab, 2012). No entanto, a ocorrência de pragas tem ameaçado esta expectativa e preocupado os produtores agrícolas, especialmente das regiões do Cerrado. Uma das pragas que mais preocupa é a ocorrência de lagartas da subfamília Heliothinae, as quais têm atacado intensamente diferentes culturas de importância econômica no Cerrado como soja, algodão, milho, feijão e tomate, independente dessas plantas cultivadas serem transgênicas, que expressam as proteínas Bt, ou convencionais (CZEPAK et al., 2013). Três espécies de lagartas da subfamília Heliothinae têm sido observadas causando danos nessas culturas: Heliothis virescens (Fabricius), Helicoverpa zea (Boddie) e a recentemente relatada no Brasil, Helicoverpa armigera. A espécie H. zea, conhecida como lagarta-da-espiga-do-milho causa danos em botões florais, flores e maçãs do algodoeiro (CZEPAK et al., 2013), enquanto que a H. armigera é uma espécie que até pouco tempo era considerada praga quarentenária no Brasil, mas que foi recentemente detectada nos estados de Goiás, Bahia e Mato Grosso, associada principalmente às culturas do algodão e da soja (CZEPAK et al., 2013), sendo esta constatação o primeiro registro de ocorrência no Continente Americano. OBJETIVO Avaliar a praticabilidade e eficiência agronômica do inseticida KLORPAN 480 EC, aplicado via foliar em diferentes doses, no controle da lagarta Helicoverpa spp, na cultura do algodão, em condições de campo. MATERIAL E MÉTODOS Local: Fazenda São Mateus, localizada em Selvíria/MS Período: 29/01/2013 a 01/07/2013 Delineamento Estatístico: Blocos casualizados com 7 tratamentos e 4 repetições. Parcela: Cada parcela constou de 7,0m de comprimento e 6,0m de largura (42m²). Dados sobre a cultura: • Cultivar: FM 993 • Data da semeadura: 29/01/2013 • Espaçamento: 0,90m entrelinhas • Adubação: 250 Kg/ha MAP (plantio) e 150 Kg/ha 20-0520 (cobertura) • Controle de plantas daninhas: Verdict a 0,5 L/ha em pósemergência (09/03/2013); • Glifosato a 2,5 L/ha em pós-emergência com jato dirigido (30/03/2013); Características do solo do local do ensaio: • Tipo de solo: Latossolo Vermelho (EMBRAPA, 99) • pH: 5,9 • Porcentagem de matéria orgânica: 1,6% • Topografia do terreno: suave ondulado • Culturas plantadas anteriormente: Pastagem Tratamentos e dosagens: Aplicação: Foram realizadas 3 aplicações foliares, com intervalo de 7 dias entre cada pulverização, utilizando-se um pulverizador costal propelido por CO² comprimido, equipado com barra contendo 6 pontas (conejet TXVK-8), espaçadas em 0.5m, com pressão de trabalho de 40 psi, com volume de calda estabelecido em 180 L/ha. De acordo com a contagem prévia, no momento da primeira aplicação, o nível médio de infestação de lagartas era de 7,5%. Avaliação: Foram realizadas, além da contagem prévia, avaliações de eficiência dos tratamentos aos 3 e 7 dias após cada aplicação, contando-se o número de lagartas vivas encontradas em 25 botões florais tomados ao acaso nas linhas centrais de cada parcela. Análises Estatísticas: Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância através do teste F, comparando-se as médias pelo teste de Tukey (5%). Para o processamento das análises os dados originais foram transformados em raiz de (X + 0,5). RESULTADOS Estão expresso nas Tabelas 1, 2, e 3. As porcentagens de eficiência foram calculadas pela fórmula de Abbott (1925). DISCUSSÕES Pela análise dos resultados, constatou-se que na avaliação prévia não ocorreram diferenças significativas entre os tratamentos, indicando a ocorrência de infestação uniforme de lagartas na área do experimento. Nas avaliações com contagens de lagartas, realizadas aos 3 e 7 dias após a primeira e segunda aplicação (Tabela 1 e 2) e aos 3 dias após a terceira aplicação (Tabela 3), constatou-se que os tratamentos 6 e 7 (Klorpan 480 EC, nas doses de 1750 e 2000 ml p.c./ha, respectivamente), diferiram significativamente da testemunha, com destaque para o tratamento 7 (Klorpan 480 EC, na dose de 2000 ml p.c./ha) que proporcionou eficiência de controle das lagartas superiores a 80%, alcançando desempenho semelhante ao tratamento padrão Premio, na dose de 150 ml p.c./ha e desempenho superior ao padrão Lorsban 480 BR, na dose de 1500 ml p.c./ha. Na contagem de lagartas, realizada 7 dias após a terceira aplicação (Tabela 3), ocorreu queda na população de lagartas devido ao empupamento das mesmas, não ocorrendo diferenças significativas entre os tratamentos. No final do ciclo de cultivo do algodão foi realizada a avaliação de produtividade, constatando-se que não ocorreram diferenças significativas entre os tratamentos. Entretanto, numericamente em todos os tratamentos com aplicação de inseticidas a produtividade foi superior à obtida no tratamento testemunha. 23 5º Comunicado Técnico CONCLUSÕES Considerando os resultados obtidos nas condições do experimento, concluiu-se que o inseticida Klorpan 480 BR, na dose de 2000 ml p.c./ha, foi eficiente no controle da lagarta Helicoverpa spp, podendo vir a ser recomendado no manejo da referida praga, na cultura do algodão. Não ocorreram quaisquer sintomas de fitotoxicidade nas plantas tratadas. Tabela 1- Efeito do inseticida Klorpan 480 EC, no controle da lagarta Helicoverpa spp., na cultura do algodão. Número total (em 100 estruturas reprodutivas) de lagartas vivas e porcentagem de eficiência (%E) por tratamento, aos 0 (prévia), 3 e 7 dias após a primeira aplicação (d.a.1.a). Selvíria/MS, Abril/2013 As médias seguidas da mesma letra não diferiram entre si pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). Tabela 2 - Efeito do inseticida Klorpan 480 EC, no controle da lagarta Helicoverpa spp., na cultura do algodão. Número total (em 100 estruturas reprodutivas) de lagartas vivas e porcentagem de eficiência (%E) por tratamento, aos 3 e 7 dias após a segunda aplicação (d.a.2.a). Selvíria/MS, Abril/2013. As médias seguidas da mesma letra não diferiram entre si pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). Tabela 3 - Efeito do inseticida Klorpan 480 EC, no controle da lagarta Helicoverpa spp., na cultura do algodão. Número total (em 100 estruturas reprodutivas) de lagartas vivas e porcentagem de eficiência (%E) por tratamento, aos 3 e 7 dias após a terceira aplicação (d.a.3.a). Selvíria/MS, Abril/2013. As médias seguidas da mesma letra não diferiram entre si pelo teste de Tukey (P ≤ 0,05). 24 5º Comunicado Técnico Avaliação da eficiência do inseticida Belt* (Flubendiamide) no controle de Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) ocorrente na cultura do algodão Sulzbach, F.; Lozano, F.; Wazne, F.; Ramos, Y. Bayer S.A. – Desenvolvimento Agronômico INTRODUÇÃO Insetos-praga, como Helicoverpa armigera (HÜBNER) (Lepidoptera: Noctuidae), uma praga recém-identificada no Brasil, onde presente causa prejuízos em diversas culturas por ser uma praga polífaga, causando perdas de 57 a 80% (Gupta, 1999). O adulto é uma mariposa de hábitos noturnos, de acasalamento, vôo e oviposição. Na planta de algodão, os ovos são depositados principalmente em folhas jovens, mas a mariposa tem preferência em ovipositar nas frutificações em plantas mais velhas (Mabbett & Nachapong, 1984). A maioria dos ovos são colocados no terço superior (Basson, 1987). Nos primeiros estágios larvais tem habito de ficarem agrupados nos ponteiros, enquanto os estádios posteriores se alimentam da frutificação (Mabbett et al., 1980). No país onde a praga é mais estudada, o nível de dano econômico para a cultura do algodão é de 19,86 lagartas/100 plantas (Alavil & Gholizadeh, 2010) indicando o momento de aplicação. Por ser uma nova praga, existem poucos trabalhos publicados no Brasil, e não existem inseticidas recomendados para o controle de Helicoverpa (Agrofit, 2012). OBJETIVOS Avaliar a eficiência e fitotoxicidade do inseticida (Flubendiamide) no controle de Helicoverpa armigera na cultura do algodão. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no campo experimental da Fundação Bahia em Luis Eduardo Magalhães, na safra 2012/13, entre Novembro e Março. O delineamento foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. A variedade utilizada foi a FM 993, semeada dia 17/12/12 e emergência dia 22/12/12 e aplicação dos tratamentos em 28/01/2013, quando deu-se o inicio de infestação. Flubendiamida foi testado nas doses de 100, 125, 150 e 200 ml por ha do produto comercial. Também foi incluído Clorantraniliprole na dose de 125 e 200 ml do produto comercial por ha. As avaliações foram realizadas contando o numero de lagartas em 10 plantas por parcela aos 1, 3, 7 e 10 DAA. RESULTADOS Aos 1DAA, nenhum tratamento atingiu 80% de controle. Aos 3DAA, Flubenduamida na dose de 125ml/ha obteve controle acima de 80% e as doses de 150 e 200 ml/ha acima de 90% . Aos 7DAA doses a partir de 125ml de Flubendimide manteve controle superior a 80%. Aos 10DAA, Flubenadiamida na dose de 125 ml/ ha manteve controle superior a 80%. E as doses de 150 e 200ml/ha com controle acima de 90%. CONCLUSÕES Após 3DAA Flubendiamida nas doses de 125, 150 E 200 ml/ha foi eficaz no controle de Helicoverpa, podendo ser inserido dentro de um programa de manejo integrado de pragas na cultura do algodão. Os tratamentos testados, não causaram fitotoxicidade.