Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD
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Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 5. Tensões normais na salsiquim e no tuboquim. Suponhamos que a salsiquim e o tuboquim estejam submetidos à mesma carga P. Em conseqüência, estarão submetidos ao mesmo esforço normal N = P. O estresse será o mesmo?. Por menor que seja a área da seção transversal, como a da lata de guaraná, ela nunca será nula. Por razões óbvias. A madame autoriza o quociente da força normal N numa seção transversal pela área A dessa seção. O resultado é um número (sigma) que os L engenheiros denominam de tensão normal. Sua unidade é a de uma força por área: N / cm 2 ; kN / cm 2 ; MPa ; etc. A área da seção transversal da salsiquim será A s D 2 / 4 . A seção transversal do tuboquim é uma coroa de círculo de espessura t (thickness). Se seu diâmetro externo for igual a D e , a área da coroa de círculo poderá ser calculada pela expressão A c (D e t )t . As tensões normais na salsiquim e no tuboquim serão iguais se as áreas de suas seções transversais forem iguais, o que acontecerá quando o diâmetro D da salsiquim for igual a D 2 (D e t ) t . Para um tuboquim com D e = 5 mm e t = 1 mm, o diâmetro da salsiquim terá de ser igual a 4 mm. Se a força N for expressa em kN e a área A em cm2, a tensão normal será expressa em kN/cm2. Ela indica que o esforço solicitante N será distribuído igualmente em cada cm 2 da seção transversal – uma distribuição uniforme. 1 MPa = 1 N/mm2 1 MPa = 1 MN/m2 1 MPa = 10 kgf/cm2 Departamento de Engenharia Civil – pág. 1/17/ N A Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 Os dois corpos rígidos reagirão com esforços normais resistentes de igual magnitude, mas de sentidos opostos. Esses esforços deverão ser gerados pelas tensões resistentes de cada um dos dois corpos. Resistência é o que não falta a um corpo rígido! 6. Recreação no reino da madame – tensões no lápis. O lápis é fabricado com dois materiais diferentes: a madeira e a grafite. Por hipótese, cada um deles é perfeitamente homogêneo. Mas, suas propriedades mecânicas são diferentes – a madeira é mais rígida que a grafite. Portanto, o lápis é um material heterogêneo constituído de dois materiais homogêneos. O lápis rígido, sem a ponta e sem peso será denominado de lapisquim. Uma, e somente uma propriedade do lapisquim será relaxada – um pseudo-lapisquim. Embora rígidos, os dois materiais terão a nossa permissão de reagirem com tensões diferentes. Mas, não terão liberdade plena - deverão obedecer às nossas regras. Afinal, quem é que dá a última palavra? Vamos exigir que os dois materiais resistam ao esforço normal N de acordo com a média ponderada de suas áreas. Vejamos, inicialmente, um assunto que todo estudante aprecia! Duas provas de pesos diferentes Seu colega fez duas provas. As provas tinham pesos p1 e p2. Seu colega lhe disse que obteve média ponderada ‘m’ nas duas provas. Pergunta: você é capaz de determinar as notas N1 e N2 das provas que seu colega fez? Como você conhece a regra do jogo, escreverá: N1 p1 N 2 p 2 N {nota ponderada} p p1 p 2 {soma dos pesos} Departamento de Engenharia Civil – pág. 2/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 m N/p N1 {média ponderada} p1 p N2 2 m p p Você obteve uma equação a duas incógnitas. Na falta de uma dica, a madame poderá lhe sugerir a seguinte solução: N1 pp1 m p p 22 N2 2 1 pp2 m p p 22 2 1 Se seu colega disser que deu água, você poderá fazer algumas hipóteses. Poderá supor que seu colega tenha obtido notas iguais: N 2 N1 Da equação resultará que as notas deverão ser iguais à média ponderada: N1 N 2 m . Deu água? Não sendo iguais, serão diferentes! Uma nota poderá ser igual a zero! Seu colega terá de lhe dizer a relação ‘r’ entre as notas. Supondo-se N1 0 , a outra deverá ser N 2 r N1 . Da equação resultarão as duas notas: N1 p m p1 r p 2 N2 rp m p1 r p 2 Submeteremos o pseudo-lapisquim à mesma tortura. Ipsis litteris. Identificação com o lápis p1 A 1 área da coroa de círculo da madeira p2 A2 área do círculo da grafite Departamento de Engenharia Civil – pág. 3/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 A1 A 2 A pA área da seção transversal do lápis N1 1A1 resultante das tensões normais resistentes da coroa de círculo de madeira N 2 2 A 2 resultante das tensões normais resistentes do círculo de grafite As tensões resistentes da madeira e da grafite, ponderadas pelas respectivas áreas, deverão produzir o esforço normal solicitante N: N1 N 2 N 1A1 2 A 2 N . Dividindo-se essa expressão pela área A da seção transversal do pseudo-lapisquim, obtémse a relação da tensão na seção transversal: 1 A1 A N 2 2 A A A Com 1 0 e 2 r 1 , as tensões serão distribuídas de acordo com as expressões: 1 A A1 r A 2 2 rA A1 r A 2 Qual é a diferença entre os dois problemas? É que no lápis nós não arbitramos a relação ‘r’ entre as tensões. Exigimos que ela seja igual à relação entre os módulos de elasticidade da grafite e da madeira. Em estrita obediência às leis decretadas pelos pesquisadores doutores Hooke (135-202 ddb) e Young (273-329 ddb). A grafite e a madeira deverão ser muito íntimas para não haver um escorregão entre elas. O deslizamento de uma em relação à outra não é permitido. Curioso(a)? É assunto liberado apenas para os estudantes que cursam a disciplina Mecânica dos Sólidos. Até lá. Departamento de Engenharia Civil – pág. 4/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 7. Apoios e Articulações A união de duas barras metálicas pode ser feita por meio de solda ou de parafusos. O movimento de rotação de uma barra em relação à outra será praticamente eliminado. Até prova em contrário, você preferiria uma barra inteiriça com o comprimento desejado. Mas, e o transporte da barra? E sua montagem? Freqüentemente a união de duas barras deve permitir o movimento de rotação de uma em relação à outra. Isso é possível por meio de dispositivos denominados de articulações. Os exemplos caseiros mais simples são a dobradiça, o alicate e o canivete. A dobradiça é um dispositivo muito utilizado para a fixação de portas e janelas. Ela é constituída de duas chapas (abas ou orelhas) e um pino metálicos. As abas de uma boa dobradiça são perfeitamente encaixadas no pino. Não apresentam folga perceptível entre as abas e o pino, e podem ser abertas e fechadas livremente. No alicate o pino é fixado a uma haste (cabo). A outra haste pode girar facilmente em torno do pino. A amplitude do movimento de rotação dos cabos do alicate é menor que a da dobradiça. Mas isso não vem ao caso. O importante é que haja a possibilidade do movimento de rotação de uma peça em relação à outra. Esse movimento poderá nem se realizar. Basta manter uma janela permanentemente fechada! Considere um canivete de uma única lâmina. Um canivete suíço terá um plano de simetria longitudinal. O fio da sua lâmina estará nesse plano durante os movimentos de abertura e de fechadura (sic), digo, de fechamento. A lâmina executará um movimento plano de rotação – seu movimento de rotação em torno do pino do canivete. Para abrir a lâmina você segura o corpo (cabo) do canivete. E se o cabo fosse aparafusado (um desperdício!) no piso com a lâmina para cima? E se a mola que controla o movimento da lâmina fosse retirada? Você teria simulado um apoio simples ideal no plano. Departamento de Engenharia Civil – pág. 5/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 A dobradiça pode simular tanto apoios quanto articulações estruturais. Você pode unir duas tábuas de madeira por meio de uma dobradiça nelas encaixadas e aparafusadas. Pode fixar a extremidade da tábua inclinada no piso por meio de outra dobradiça. Pode fixar rigidamente a tábua horizontal num suporte rígido vertical. y Articulação Articulação Eixo Rótula Rígido Engaste Eixo Rígido Rótula Apoio simples x Os eixos dos pinos das dobradiças serão paralelos ao eixo ‘z’ (perpendiculares ao plano xy) do sistema Oxyz. O plano ‘xy’ coincidirá com o plano vertical médio das tábuas alinhadas. As interseções dos planos médios das tábuas com o plano ‘xy’ definirão os eixos das tábuas. Os pinos serão, então, denominados de rótulas. 8. Tipos de apoio Apoios são, em geral, estruturas de fundação. Sapatas, blocos, estacas e tubulões são os representantes mais comuns. As deformações dessas estruturas devem ser imperceptíveis. Devem, de preferência, ser muito pouco deformáveis. São idealizadas, em primeira aproximação, como corpos rígidos. Apoios rígidos são dispositivos que impedem movimentos. Só existem no reino da madame. O mais simples de descrever com palavras e de representar graficamente é o engaste perfeito. Ele impediria todos os seis movimentos relativos a um sistema fixo Oxyz. As três translações e as três rotações seriam z nulas. Um corpo rígido imobilizado! Departamento de Engenharia Civil – pág. 6/17/ y x Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 Quais são as combinações possíveis? Você concluirá que não é possível descrever todas elas com uma ou duas palavras. Algumas teriam de ser representadas em perspectiva, o que não é nada prático. Como transmitir essas informações para um computador? Basta fazer uma lista codificada. Freqüentemente os dígitos 1 e 0 são utilizados para representarem impedimento e liberdade, respectivamente, de um determinado movimento. Uma tabela conteria uma lista para cada apoio. Tx Ty Tz Rx Ry Rz Translações (T) e rotações (R) 1 1 1 1 1 1 Todos os movimentos impedidos - engaste 0 0 0 0 0 0 Todos os movimentos livres 1 0 0 0 0 0 Somente a translação na direção x é impedida 0 0 0 1 0 0 Somente a rotação em torno de x é impedida ? ? 1 1 1 ? Apoio genérico definido no plano xy Apoios que impedem a translação na direção do eixo ‘z’ e as rotações em torno dos eixos ‘x’ e ‘y’, são apoios definidos no plano ‘xy’ do sistema de referência fixo Oxyz. Além do engaste perfeito, há os seguintes tipos de apoios no plano ‘xy’. y Tx Ty Rz 0 1 1 Tx Ty Rz 1 0 1 Apoios móveis Tx Ty Rz 1 1 0 Tx Ty Rz 1 1 0 Apoios fixos ou simples. Tx Ty Rz 0 1 0 Tx Ty Rz 1 0 0 Apoios móveis Charriot (carrinho) x Há apoios que são inclinados em relação aos eixos do sistema Oxyz. Para defini-los é necessário introduzir um sistema de referência local Ouvw. Departamento de Engenharia Civil – pág. 7/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 Para os apoios inclinados no plano ‘xy’, o eixo w será paralelo ao eixo z, e terão as seguintes representações e codificações. v u v Tu Tv Rw 1 0 1 u Tu Tv Rw 1 0 0 9. Uma dobradiça sobre a mesa – forças de contacto Ponha uma dobradiça nova na mesa, como ilustrado ao lado. Dependendo da abertura(ângulo) a dobradiça permanecerá em pé ou não. Dependerá do atrito de contacto das abas com a mesa. As forças horizontais geradas pelo atrito deverão ser maiores(folga) ou iguais(situação limite) às forças horizontais geradas pelo peso da dobradiça. As forças que impedem ou limitam movimentos são denominadas de forças reativas ou, simplesmente, reações. O que acontecerá se a superfície da mesa for tão lisa a ponto de não haver nenhum atrito no contacto das abas da dobradiça com ela? E se houver atrito no contacto de uma das abas com a mesa? Essas situações físicas são representadas pelo apoio móvel. Em ambas as situações a dobradiça não ficará em pé. Se as abas da dobradiça forem soldadas ao pino, elas não poderão mais girar em torno dele. Não poderão ser abertas ou fechadas. A dobradiça ficará em pé porque haverá resistência ao movimento relativo das abas. Departamento de Engenharia Civil – pág. 8/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 10. A dobradiça rígida No reino da madame existe a dobraquim - a dobradiça rígida. Somente seu pino tem peso. Ela tem a aparência e funcionalidade de uma dobradiça comum. A diferença é que ela é indestrutível. Nada será capaz de amassar, flexionar e empenar suas abas, de dobrar seu pino ou alterar suas dimensões. E o peso do pino? Índice de massa corporal Recentemente, os médicos estabeleceram um índice para avaliar a nossa obesidade. É denominado de índice de massa corporal: IMC P / h 2 (P / h) / h Nesse índice, P é o nosso peso em Kg e ‘h’ é nossa altura em metros. Sua unidade será, portanto, Kg / m 2 . Não importa se estamos deitados ou não. Para as pessoas de mesma altura h, o índice dependerá apenas dos seus pesos. De há muito que os engenheiros utilizam um índice semelhante para as lajes e paredes. Não para estimar a obesidade delas! Mas, para estimar sua carga por unidade de área. No caso de lajes ou paredes com comprimento e largura iguais (quadradas), os dois índices coincidirão perfeitamente. Em vez de IMC, os engenheiros utilizam os símbolos ´g´ e ´q´. Não temos necessariamente de pesar as paredes e lajes!. As normas técnicas fornecem valores aproximados das suas massas específicas em Kg / m 3 . A NBR 6118-2003 recomenda para o concreto simples 2400 Kg / m 3 , para o concreto armado 2500 Kg / m 3 e para o aço 7850 Kg / m 3 . Se você multiplicar esses valores pela espessura, em metros, de uma laje ou chapa de aço obterá seu peso por metro quadrado. Melhor que isso... Para as barras (elementos 1D) de seção transversal constante, o índice é calculado dividindo-se seu peso pelo seu comprimento. Não importa também sua posição. Alternativamente, basta multiplicar a massa específica do material da barra pela área de sua Departamento de Engenharia Civil – pág. 9/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 seção transversal, expressa em metros quadrados. Em qualquer caso você terá seu peso por metro linear (medido ao longo do seu comprimento). Como a dobraquim é muito pequena, a unidade adequada será o centímetro. Basta dividir o peso P do pino pelo seu comprimento, expresso em centímetros. Estará supondo uma carga uniformemente distribuída ao longo do seu comprimento. E se o comprimento do pino for exatamente igual a 1 cm? O valor da carga uniforme coincidirá com o valor do seu peso P. Você terá uma carga concentrada no centro do pino. Nas ilustrações a seguir a dobraquim tem 1 cm de comprimento (imagine uma!) e o pino age sobre suas abas com a carga concentrada P. A dobraquim na mesa Sua geometria pode variar de acordo com os parâmetros ‘a’ e ‘c’. Sua largura é constante e igual à hipotenusa do triângulo de catetos variáveis ‘a’ e ‘c’. y As reações verticais (direção do eixo y) serão P c a b b=a Pa 2c iguais à metade da carga P. As reações horizontais Pa 2c (direção do eixo x) indicam as forças de atrito necessárias entre as abas e a mesa, para manter a P/2 P/2 dobraquim na posição planejada. x Quando o vão ‘2a' for nulo, as abas serão verticais e as reações horizontais serão nulas. Nessa situação a dobraquim poderá tombar facilmente. A posição vertical será muito instável – um sopro e a dobraquim vai pro brejo! Peso V Seção transversal constante: V A L Peso A L Peso / L q A Departamento de Engenharia Civil – pág. 10/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 Quando a abertura ‘a’ for igual a ‘c’ as abas estarão inclinadas de 45 graus e as reações horizontais serão iguais à metade da carga P. Para a = 2c as reações horizontais serão iguais à carga P. Quando ‘a’ tender para a largura da aba, a altura ‘c’ da dobraquim tenderá para zero e as reações horizontais tenderão para o infinito. Não haverá apoio que suporte a dobraquim em pé! Quando a altura ‘c’ for pequena em relação ao vão ‘2a’ a dobraquim terá, na linguagem dos engenheiros, uma geometria abatida (todo o cuidado é pouco!). Os arcos seriam abaulados porque teriam a forma da tampa de um baú (cuidado ao subir na tampa!). É outra situação de instabilidade. P As abas da dobraquim são soldadas ao pino. Não haverá reação horizontal, mas o apoio simples tem condição de impedir o 0 movimento horizontal. Um sopro não será capaz de mover a P/2 P/2 dobraquim na horizontal. Para o vão ‘2a' igual a zero permanecerá o problema da instabilidade por tombamento. Quando a altura ‘c’ for nula, o vão será igual a ‘2a'. Sobre os dois apoios, a dobraquim poderá simular uma viga larga ou uma laje apoiada em duas bordas paralelas. A carga P poderá simular uma parede erguida sobre a laje na direção do pino. A resistência da conexão soldada será crucial. P A situação é análoga à do caso anterior. Agora, porém, a dobraquim poderá mover-se livremente pela mesa. Um sopro e a dobraquim vai pro brejo! P/2 P/2 Departamento de Engenharia Civil – pág. 11/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 Agora, tanto a soldada quanto o atrito das abas na mesa P contribuirão para manter a dobraquim em pé. Mas, qual será a contribuição de cada? Pela simetria, as reações horizontais ?? ?? deverão ter sentidos opostos e a mesma intensidade. P/2 P/2 Os valores das reações horizontais serão indeterminados. Será necessário relaxar a hipótese de corpo rígido. É necessário conhecer como ela se deforma. Os valores das reações dependerão das propriedades mecânicas da dobradiça e da solda. As soluções do tipo ‘8 ou 80’ foram apresentadas nos casos anteriores: a)pino e apoios fixos; b)solda e um apoio móvel. 11. Comentários Protótipos são viáveis apenas na industria mecânica, naval e aeronáutica. Quando destinados ao público, devem ser exaustivamente testados para receberem o certificado de aprovação para a sua produção em série. É que os materiais reais teimam em não obedecer às leis impostas pelos pesquisadores. Testar é preciso. Esses testes são extremamente valiosos para a calibração dos modelos teóricos. A mecânica computacional agradece. A extrapolação pura e simples desses modelos para as estruturas das construções civis é uma temeridade. Para não dizer uma irresponsabilidade. Protótipos são inviáveis na construção civil. A não ser de pequenas construções, quando então são dispensáveis. Há os que acham que as normas técnicas são exageradas. Acham que suas leis, admiravelmente executadas pelos softwares, seriam suficientes! Se esquecem de que são elaboradas por renomados pesquisadores doutores no mundo inteiro. Que sabem da necessidade de construir portos, túneis, pontes, viadutos e hangares seguros para a utilização e abrigo dos produtos da indústria! De construir edifícios seguros e econômicos para seus ocupantes. E Departamento de Engenharia Civil – pág. 12/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 que os responsáveis pelos projetos devem responder por insucessos eventuais. Se esquecem de que o PROCON está cada vez mais ativo! Voltando à passarela da vitória, os projetistas sabiam que as vibrações poderiam ocorrer. Eles sabiam que as rudimentares passarelas indígenas tremiam. Menosprezaram o adversário? Extrapolaram? A mecânica computacional usurpou o lugar da Mecânica Estrutural?. Da Mecânica dos grandes mestres. Da Mecânica dos ensaios. Da Mecânica da intuição de R. Courant. É possível resgatar a Mecânica Estrutural? Os resultados dos ensaios variam muito de acordo com a composição físico-química do aço e do processo de fabricação. Normas técnicas específicas padronizam, então, os tipos de aço a serem produzidos pelas siderúrgicas. Outras normas elaboram as especificações para a utilização desses aços nas construções. Alguns aços são mais adequados para os elementos estruturais das construções metálicas: perfis laminados ou soldados e perfis de chapas dobradas. Outros são recomendados para a confecção dos elementos estruturais de concreto armado: lajes, vigas e pilares. Outros são mais indicados para as lajes e vigas de concreto protendido. Ao presenciar o ensaio de tração de uma barra de aço no laboratório, você verá que será necessário fazer uma idealização do comportamento da barra. Será necessário cozinhar o galo! E um galo cozido pode não ser saboroso, mas que é útil... Há várias propriedades relacionadas às superfícies planas originadas dos cortes transversais das barras: a área da seção, o centro de gravidade da seção, os momentos estáticos, os momentos de inércia, os eixos principais, etc. Essas propriedades são coletivamente denominadas de momentos de área. Até lá. O benefício da expansão da seção transversal de um pilar comprimido é apenas marginal na sua resistência. Acaba por se tornar um malefício porque complica a formulação teórica e a interpretação de ensaios, principalmente na região dos apoios dos pilares. As normas técnicas sintetizam os resultados das experiências e elaboram as recomendações técnicas Departamento de Engenharia Civil – pág. 13/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 para o projeto de pilares que tenham características semelhantes. Os engenheiros utilizam as recomendações gerais das normas ou realizam ensaios em casos mais específicos. O corpo de prova cilíndrico pode também ser utilizado para a determinação da resistência à tração do concreto. O ensaio direto, como no caso da barra de aço, é de difícil execução. Ponha a salsicha deitada na mesa. Apertando o fundo de um prato de vidro sobre ela você verá que ela tende a se achatar. O diâmetro no plano vertical diminuirá e o do plano horizontal aumentará. Foi Lobo Carneiro, renomado pesquisador e engenheiro brasileiro, quem estabeleceu o método para a determinação da resistência à tração por meio da compressão diametral do corpo de prova. É mundialmente conhecido como Brazilian Method. Algumas árvores desenvolvem uma couraça (casca) para sobreviverem aos incêndios. Prevenir é o melhor remédio. Essa casca não se incendeia em contacto com o fogo. É capaz de resistir a altas temperaturas. É um material refratário. A argila refratária é utilizada nos altos fornos das siderúrgicas para a produção dos aços. Ela é capaz de resistir a temperaturas bem mais elevadas que a temperatura de fusão do ferro. Materiais cerâmicos refratários já foram (ou são) utilizados até nos motores dos carros de Fórmula 1. O amianto é um material refratário. É muito utilizado na confecção da vestimenta dos bombeiros encarregados de debelar incêndios. É também empregado na proteção dos elementos estruturais das construções metálicas e de concreto armado. Principalmente nas construções muito altas. A prevenção é o melhor remédio. Há madeiras mais apropriadas que outras para as construções. A função estrutural pode ser exercida apenas pelas madeiras que satisfazem aos ensaios padronizados pelas normas técnicas, como as madeiras de lei. Esses ensaios visam determinar as madeiras que apresentem um índice adequado de segurança. A confiabilidade de uma construção depende da confiabilidade dos seus elementos. A probabilidade de ruína deveria ser a mesma nas construções metálicas, de concreto armado, de concreto protendido, de madeira e nas construções mistas. Apesar dos avanços Departamento de Engenharia Civil – pág. 14/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 ocorridos nas últimas décadas, ainda não é possível estimá-la mesmo para as estruturas consideradas simples. Pesquisar é preciso - a Mecânica Estrutural agradece. Você topa o desafio? Há corpos que não sustentam seu próprio peso. Você conseguirá segurar um pedaço de papel comum na posição vertical. E um pedaço da goma elástica de amarrar cédulas? Por que? Até lá. São os achismos abalizados que propiciam a evolução das ciências. Leonardo da Vinci (48 adb- 19 ddb), Galileu (64-142 ddb), Mariotte (120-184 ddb), Hooke (135-202 ddb), J. Bernoulli (154-205 ddb), Parent (166-216 ddb), D. Bernoulli (200-282 ddb), Euler (207283 ddb), Coulomb (236-306 ddb), Lagrange (236-313 ddb), Young (273-329 ddb), Navier (285-336 ddb), Poisson (281-340 ddb), Green (293-341 ddb), Cauchy (289-357 ddb), Clapeyron (299-364 ddb), Poncelet (288-367 ddb), Lamé (295-370 ddb), Clebsh (333-372 ddb), Duhamel (297-374 ddb), Maxwell (331-379 ddb), Saint-Venant (297-386 ddb), Kirchoff (324-387 ddb), Phillips (321-389 ddb) e Airy(301-392 ddb) são os principais cientistas que contribuíram para explicar a resistência das vigas e placas. Algumas teorias foram inicialmente aceitas, mas se revelaram incorretas com o decorrer do tempo. Seus autores reconheceram as falhas e as corrigiram em publicações posteriores. Aos súditos da madame foi vedado o achismo – eles têm de apresentar uma demonstração irrefutável das suas proposições. Dureza, heim? Num corpo rígido duas seções transversais paralelas, vizinhas ou não, nunca se aproximariam ou se afastariam uma da outra, qualquer que fosse a magnitude do esforço normal. Nunca deixariam de ser paralelas sob a ação de um momento fletor de qualquer magnitude. Uma nunca giraria em relação à outra sob a ação de um momento de torção de qualquer intensidade. Uma nunca deslizaria em relação à outra sob a ação de um esforço cortante de qualquer intensidade. Um avião poderá executar qualquer movimento durante o vôo. Os controladores de tráfego aéreo não estão nem aí quanto às deformações do avião. Se preocupam apenas com Departamento de Engenharia Civil – pág. 15/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 a sua posição a cada instante. Para eles tudo se passa como se o avião fosse um corpo rígido. Uma edificação é submetida a forças por todos os lados. Ela terá também os seis movimentos distintos de um corpo rígido, só que eles deverão passar desapercebidos pelos seus ocupantes. Pelo menos essa é a intenção dos engenheiros e dos ocupantes. Descartando-se, evidentemente, as forças selvagens. Na presença delas a esperança é que a edificação não desmorone – mesmo que chacoalhe e trinque (ou rache) à vontade! O tombamento da edificação - como uma árvore que tomba - nem pensar! Lajes, vigas e pilares são elementos estruturais de uma edificação. As lajes são sustentadas pelas vigas e estas são sustentadas pelos pilares. Os pilares são sustentados pelas estruturas de fundação. É mais comum dizer que as lajes se ‘apóiam’ nas vigas, que as vigas se ‘apóiam’ nos pilares e que os pilares se ‘apóiam’ na fundação. Há edificações que prescindem das vigas: as lajes são sustentadas diretamente pelos pilares. Para você apreciar a sugestão da madame nas provas de pesos diferentes. c ax b ax by c y z x 2 y2 z x2 dz 2a (c ax ) 2x dx b2 dz 0 dx x a c a b2 2 d2z a2 22 2 dx 2 b y (c ax ) 2 b2 b c a b2 2 d2z 0 dx 2 Departamento de Engenharia Civil – pág. 16/17/ Curso de Estruturas – Estruturas rígidas – Eldon L. Mello – PhD – 6.2 A sugestão da madame minimiza a função z. Minimiza a soma dos quadrados das notas das duas provas. Para uma degustação das maravilhas do reino da madame. a ax by c A a b x u y Au c Minimizar | u | (u T u)1 / 2 x 2 y 2 {norma euclidiana do vetor u } A A T (AA T ) 1 {inversa generalizada} AA T a 2 b 2 ( AA T ) 1 x a c a b2 2 AA I y x b c y 1 a b2 2 u A c A 1 a b2 2 a b b c a b2 2 (A A) 2 A - A {matriz idempotente} A solução coincide com a anterior. Mas na solução matricial não foi efetuada nenhuma derivação explícita! E agora José? Curioso(a)? Até lá. *** Departamento de Engenharia Civil – pág. 17/17/
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