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IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL DO MARANHÃO Viagens e viajantes: Cultura, imaginário e espacialidade Caderno de Resumos IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL DO MARANHÃO Viagens e viajantes: Cultura, imaginário e espacialidade 11 a 14 de outubro de 2011 São Luís, MA 2011 IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL DO MARANHÃO Viagens e viajantes: Cultura, imaginário e espacialidade Organização do Volume Adriana Zierer Johnni Langer Capa Henry J. G. Lisbôa Diagramação Kerly Ferreira Impressão Estação Gráfica Ltda (98) 3236 9177 COORDENADORAS Profa. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA) Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA) COMISSÃO ORGANIZADORA Desni Lopes de Almeida (UEMA); Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA); Fábio Henrique Monteiro Silva (UEMA); Johnni Langer (UFMA); Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA); Laiane Nunes Rodrigues (UEMA); Luciana de Campos (UFMA); Marineis Merçon (UNDB); Neila Matias de Souza (UFF). COMISSÃO CIENTÍFICA Adriene Baron Tacla (UFF); Alexandre Lima (UFF); Álvaro Alfredo Bragança Jr. (UFRJ); Terezinha Oliveira (UEM) ORGANIZAÇÃO Curso de História/Depto História e Geografia (UEMA) Mnemosyne – Laboratório de História Antiga e Medieval da UEMA BRATHAIR – Grupo de Estudos Celtas e Germânicos NEREIDA (UFF) Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos (NEVE) Departamento de História (UFMA) Scriptorium – Laboratório de Estudos Medievais e Ibéricos (UFF) APOIO Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Universidade Federal do Maranhão – UFMA Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (UNDB) Associação Estadual de História (ANPUH-MA) FAPEMA COMISSÃO DE APOIO Funcionários da UEMA Monitores da UEMA e UFMA AGRADECIMENTOS Reitoria – UEMA Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - UEMA Pró-Reitoria de Administração – UEMA Pró-Reitoria de Extensão – UEMA Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais – CECEN/ UEMA APRESENTAÇÃO Realizar o IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão é provar que todos os sonhos são possíveis. Desde a sua primeira edição, o evento tem sido um sucesso, com uma média de 500 a 700 participantes e um grande afluxo de docentes da área, do Brasil e do exterior. O Encontro não deixa de ter contatos com o “maravilhoso”, tão bem conceituado pelo renomado Jacques Le Goff, que se liga ao “mágico” do paganismo e ao “miraculoso” cristão. Dizemos isso porque inicialmente parecia impossível a realização de um evento assim num estado sem tradição nos estudos de Antiga e Medieval. Mas, por este motivo mesmo, conseguimos sempre, desde 2005, congregar uma série de colegas interessados em vir ao Maranhão, mesmo sem verbas, e auxiliar o fortalecimento da História Antiga e Medieval e de áreas afins no nordeste e em outras regiões. A cada Encontro, os obstáculos, no princípio, intransponíveis, são sempre superados e tudo dá certo. Os frutos são palpáveis. Em primeiro lugar o crescimento das investigações relativas à Antiguidade e Idade Média, realizadas por discentes vinculados ao Mnemosyne e ao Brathair, que realizam trabalhos de iniciação científica, monografias e estão até concluindo o Mestrado em outros estados. Em segundo lugar a produção de vários livros, como Pesquisas em Antiguidade e Idade Média, vol. 1 (2007) e 2 (2008), organizados por Terezinha Oliveira (UEM) e publicados através de convênio entre a Ed. UEMA e a UEM; História Antiga e Medieval, volumes 1 e 2 (2009) e o lançamento agora do vol. 3 (2011), com os trabalhos dos docentes apresentados nos primeiros eventos do Maranhão. Também organizamos a coletânea Uma Viagem pela Idade Média (2010) e estamos lançando este ano O Mar, os Pescadores e seus Deuses. Religiosidade e Ástúcia na Grécia Antiga (Café e Lápis/Ed. UEMA) e Literatura e História Antiga e Medieval: olhares interdisciplinares, pela EDUFMA. A realização do evento conta com o precioso auxílio de ex-alunos que estão conosco desde 2005 e agora, já formados, pertencem à Comissão Organizadora. A eles agradecemos sinceramente pelo carinho e dedicação. Contamos também com o apoio fundamental dos funcionários da UEMA e dos monitores, que são sempre interessados, dispostos e nos ajudam na concretização do evento. Também é fundamental a participação dos docentes da UEMA, da UFMA, da UNDB e de professores universitários de outros estados. Simbolizando todos, fazemos um agradecimento especial aos docentesmúsicos Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes, do Conjunto de Música Antiga da UFF e que nos encantam desde o I Encontro com as canções medievais, dentre as quais a Cantiga de Santa Maria 139, Maravilhosos e Piedosos, pois não estamos nós, pelo menos um pouco, no campo do maravilhoso? Este ano temos o prazer de apresentar como conferencistas, dois renomados expoentes internacionais – Jean Claude-Schmitt, um dos maiores nomes da História Medieval francesa, coordenador, com Le Goff do Dicionário Temático do Ocidente Medieval e Pauline SchmittPantel, grande especialista nos estudos de gênero referentes à Grécia Antiga e coordenadora do vol. 1 de História das Mulheres no Ocidente. Os conferencistas nacionais, em ordem das suas apresentações, também possuem destaque na área como Maria Beatriz Florenzano (MAE-USP), André Chevitarese (UFRJ), Terezinha Oliveira (UEM) e Vânia Leite Fróes (UFF). Haverá sessões de comunicações, mesas redondas, com docentes de diferentes universidades brasileiras, 9 minicursos e 7 oficinas. As atividades culturais são concerto de música medieval, videodocumentário do LABECA, lançamento de livros e peça teatral. O nosso evento tem como tema “viagens e viajantes”. Desejamos a todos que se tornem viajantes e usufruam de uma excelente viagem, nesses quatro dias do IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão. 8 SUMÁRIO Programação Geral.................................................................. 11 Resumos Mesas Redondas...................................................... 15 Resumos de Conferências....................................................... 27 Resumos dos Mini-cursos........................................................ 33 Resumos de Oficinas................................................................ 39 Resumos de Comunicações...................................................... 45 Painel........................................................................................ 89 Sessões de Comunicações........................................................ 93 Monitores................................................................................. 104 Unidades e Instituições Participantes....................................... 105 PROGRAMAÇÃO GERAL Programação geral 14:00 16:30 18:00 20:00 08:00-10:30 Dia 11/10 - Terça Credenciamento Abertura Conferência de Abertura: L’Empereur en Voyage: Rome et Paris au XIVème siècle Prof. Dr. Jean-Claude Schmitt (École des Hautes Études en Sciences Sociales) Atividade Cultural: Música Medieval com Márcio Selles e Lenora Mendes (UFF) 12/10 - Quarta Mini-cursos de Antiga e Medieval 10:30-12:00 Conferência: Repartindo a terra na Grécia Antiga Prof. Dra. Maria Beatriz Borba Florenzano (MAE-USP) 14:00-16:00 16:00-18:00 18:00-20:00 Oficinas Mesas Redondas Conferência: Les Voyages au Féminin: l’imaginaire grec et les figures de femmes voyageuses Prof. Dra. Pauline Schmitt-Pantel (Université Paris1 PanthéonSorbonne) 20:00 Atividade Cultural 08:00-10:30 10:30-12:00 Mini-cursos de Antiga e Medieval Conferência: Em torno das Acusações de Prostituição de Maria, a Mãe de Jesus, nos Primeiros Séculos do Cristianismo Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (UFRJ) Oficinas 13/10 - Quinta 14:00-16:00 16:00-18:00 18:00-20:00 Mesas Redondas Conferência: Espacialidade Citadina e Imagem Mental no Século XIII: discursos políticos e educacionais. Prof. Dra. Terezinha Oliveira (UEM) 20:00 Atividade Cultural 08:00-10:00 10:00-12:00 Sessões de comunicação oral Sessões de comunicação oral 14:00-15:30 15:30-16:30 Mesas Redondas Conferência de Encerramento: O Ciclo das Narrativas Atlânticas: As Viagens às Canárias de Gadiffer e Bettencourt Prof. Dra. Vânia Leite Fróes (UFF) Atividade Cultural: Lançamento de Livros 14/10 - Sexta 16:30 13 LISTA DE MINI-CURSOS 1. Mulher e Magia no Portugal Medieval Prof. Ms. Luciana de Campos (UFMA) 2. Reconstrução Histórica de Dois Judeus Palestinos na Primeira Metade do Século I: João, o Batista; e Jesus de Nazaré Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese (UFRJ) 3. Introdução ao Heimskringla: a relação entre História e Literatura nas sagas dos reis noruegueses Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA) e Pablo Gomes de Miranda (NEVE/ UFRN) 4. Isidoro de Sevilha: entre a teologia, a política e o ordenamento do saber na Hispânia visigótica (sec. VII) Prof. Dr. Sérgio Feldman (UFES) 5. A África e a Geopolítica do Mundo Antigo Clássico Prof. Dr. Josenildo de Jesus Pereira (UFMA) 6. A Realeza Medieval Portuguesa – Perspectivas de Análise Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF) 7. Arqueologia do Continente Americano: da chegada dos primeiros homens às sociedades pré-colombianas Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA) 8. Vida Monástica e Santidade Feminina na Gália do século VI: o mosteiro de Santa Cruz em Poitiers. Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF) 9. A (Divina) Commedia, de Dante Alighieri: perspectivas religiosas e políticas Prof. Dr. Moisés Romanazzi Tôrres (UFSJ) OFICINAS 1. Teatro Grego na escola: ensino, extensão e pesquisa Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE) e Sérgio C. de Mendes Júnior (UPE) 2. Música Medieval em Portugal à Época da Dinastia de Avis Profs. Drs. Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes (UFF) 3. Olhares sobre o Cotidiano da Grécia Antiga: abordagens iconográficas Prof. Dr. Fábio Vergara (UFpel) 4. Fontes e estudos sobre o medievo: Imagens e documentos Prof. Dras. Terezinha Oliveira (UEM) e Angelita Marques Visalli (UEL) 5. Guerreiras Gregas e Vikings no Cinema e TV: entre a História e a Fantasia Profª. MS. Luciana de Campos (NEVE), Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/ NEVE); Josileia Almeida (UFMA/NEVE) 6. Escravidão na Roma Antiga Profª. Dra. Sônia Regina Rebel de Araújo (UFF) 14 RESUMOS MESAS REDONDAS MESAS REDONDAS Data: 12 de Outubro Horário:16:00h às 18:00h MESA 1: ESTUDOS SOBRE O ESPAÇO NO MEDITERRÂNEO ANTIGO Coordenação: Prof. Dra. Adriene Baron Tacla (UFF/NEREIDA;MAE-USP/LABECA) TERRITÓRIO E IDENTIDADE EM SÍTIOS DE OCUPAÇÃO GREGA NA SICÍLIA Profa. Elaine F.V. Hirata (LABECA /MAE-USP) O objetivo desta comunicação é discutir as relações entre a posse de um território e a definição de redes de identidade em pólis fundadas por grupos migrantes de áreas da Grécia Balcânica, a partir do século VIII a.C. A identidade grega foi historicamente vista como estática e homogênea, definida especificamente por volta do século V, a partir de uma tendência de divisão do mundo entre gregos e bárbaros.O aprofundamento dos estudos sobre as margens do mundo grego trouxe questionamentos sobre esta concepção monolítica de helenidade comum e a possibilidade de emergência de identidades regionais tornou-se um foco de debates. Assim,hoje,compreender a identidade grega é partir do pressuposto da coexistência de redes de identidades que interagem continuamente no tempo curto e na longa duração,bem como no espaço geográfico;que é um conceito circunstancial e portanto mutável e que,em suma,está a exigir dos especialistas estudos localizados.Nesta direção apresentaremos a discussão contemporânea sobre a possibilidade de emergência no Ocidente grego arcaico e clássico de uma identidade “sikeliota”. - NOVAS ABORDAGENS DO MUNDO COLONIAL ANTIGO: um estudo de caso em Arqueologia da Paisagem na Sardenha púnica. Maria Cristina N. Kormikiari (MAE/USP) A Arqueologia Clássica, em razão de sua ligação inicial com o Renascimento e Antiquariato europeus, levou um pouco mais de tempo para incorporar em sua grade de pesquisa amplos estudos regionais com base em estudos de Arqueologia da Paisagem, se comparada com outras áreas de pesquisa arqueológica como a mesoamericana, por exemplo. No entanto, nas últimas décadas muito conhecimento novo adveio como resultado de projetos multi-disciplinares ligados ao estudo da paisagem 17 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão das pólis gregas. Nesse sentido, as pesquisas com relação à sociedade púnica ainda mantiveram um caráter tradicional até há poucas décadas e apenas mais recentemente ampliaram seu escopo incorporando estudos do território dos assentamentos púnicos. Pretendemos apresentar, por meio do estudo de caso da colônia de Nora, na Sardenha, descobertas realizadas pela pesquisa em Arqueologia da Paisagem acerca dos modos de operação e de interação púnicas em ambiente indígena, lembrando que o processo de colonização fenícia e cartaginesa teve início, no Mediterrâneo ocidental, em c. século IX, chegando até o século II a.C. O PORTO COMO “TERCEIRO-LUGAR” Profa. Dra. Adriene Baron Tacla (NEREIDA-UFF, LABECA-MAE/USP) Os portos antigos, tal como os modernos, eram locais de transferência de cargas e passageiros, centros de negócios, catalisadores de atividades econômicas, pontos nodais de contato e interação. Comportavam eles diversos graus de complexidade, desde pequenos ancoradouros naturais usados como pontos de refúgio e apoio, pontos de escalas, grandes portos (com instalações e infraestrutura de serviços), até a própria cidade portuária em si. A cidade portuária constitui, a nosso ver, um tipo urbano específico, onde o porto é o elemento predominante e determinante de seu caráter, éthos e da própria forma urbana. No presente trabalho, tomando por base o caso das fundações focéias e os estudos de teoria pós-colonial – sobretudo de Edward Soja (2003), objetivamos discutir a relação portocidade no período arcaico. Argumentamos que, nas cidades portuárias, o porto constitui um “terceiro lugar”, isto é, não é uma mera “porta de entrada”, mas o lugar da alteridade inserido na morfologia urbana. Mesa 2: VIAGENS E DISCURSOS RELIGIOSOS NAANTIGUIDADE E NO MEDIEVO Coordenação: Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES) REINTERPRETANDO A JORNADA PELO DESERTO: A CONTRIBUIÇÃO DO RELATO DO ÊXODO PARAA EMERGÊNCIA DE YHWH Prof. Ms. Josué Berlesi (UFPA) O presente artigo pretende analisar como o deus YHWH tornouse a principal divindade do culto vétero-israelita. O antigo Israel, assim como seus vizinhos no Oriente Próximo, era dotado de um culto politeísta 18 Resumos de Mesas Redondas agregando heranças culturais de diversos grupos sociais, dentre os quais podemos destacar cananeus e midianitas. Por meio de um processo lento e gradual a pluralidade dos deuses cultuados na sociedade vétero-israelita acabou sendo sufocada por uma divindade única: YHWH. Sem dúvida, os textos da Bíblia hebraica configuram-se fonte indispensável para a análise desse processo e, por conta disso, percebe-se que aquele que viria a ser o principal deus de Israel somente aparece após o relato do êxodo. No entanto, do ponto de vista da pesquisa histórica contemporânea a pertinência histórica da suposta “saída do Egito” é fortemente contestada sendo que, desse modo, apresenta-se um questionamento pertinente que ainda não foi sanado pela pesquisa acadêmica e que um possível consenso acerca de tal questão encontra-se efetivamente muito distante: Se o êxodo não teve lugar na história, como explicar a aparição do deus YHWH na tradição cultural do Israel antigo? DOMINGO DE GUSMÃO E A PREGAÇÃO ITINERANTE: A IMPORTÂNCIA DAS VIAGENS PARA A FORMAÇÃO DA ORDEM DOS PREGADORES Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto (UFPA) No final do século XII, na Europa, foram dados os primeiros passos para o reconhecimento pontifício e a criação formal da Ordem dos Pregadores, uma instituição religiosa mendicante que foi de grande importância para os projetos da Igreja no século seguinte. À frente desse processo estava Domingo de Gusmão, um cônego regular da diocese de Osma que escolheu a pregação itinerante como principal tarefa da sua atuação clerical, levando-o à confrontação teórica com as ditas heresias que supostamente se espalhavam pela Europa neste contexto. Como líder de um grupo de pregadores religiosos, Domingo de Gusmão teve a oportunidade de cruzar as principais cidades da Europa em seu trabalho de pregação itinerante, experiência fundamental para a consolidação deste grupo e para a formação da Ordem dos Pregadores. O presente trabalho se propõe a refletir principalmente sobre a importância das viagens na trajetória clerical de Domingo de Gusmão e na formação posterior da Ordem dos Pregadores. 19 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão A CONTROVÉRSIA MAIMONIDIANA NO INÍCIO DO SÉCULO XIII Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES) O médico, exegeta, rabino e filósofo Maimônides (1135-1204) é considerado um dos maiores expoentes do Judaísmo medieval. Autor de vasta obra no âmbito da Lei judaica (Halachá) na qual interpreta e reordena o conjunto da Lei bíblica e do Talmud. Nascido em Córdoba (atual Espanha), viveu no norte da África e Israel e se estabeleceu na cidade Fustat no Egito. Sua correspondência e sua erudição incomum o tornaram o “segundo Moisés” e um marco no pensamento judaico. Fez aproximações entre o Judaísmo talmúdico e a filosofia neo aristotélica, que culminaram na obra O Guia dos perplexos. Foi o motivo de algumas polêmicas e controvérsias entre seus seguidores e seus opositores por causa de sua reordenação da Lei e pela tentativa de conciliação entre a religião judaica e a filosofia que pretendemos analisar em nossa apresentação. MESAS REDONDAS Data: 13 de Outubro Horário: 16:30h às 18:00h Mesa 3: VIAGENS E VIAJANTES NO PORTUGAL MEDIEVAL Coordenação: Rita de Cássia Mendes Pereira (UESB) DAS VIAGENS DOS MONARCAS E OUTRAS “GENTES DEL REY”: DESLOCAMENTO ESPACIAL E CONSOLIDAÇÃO DA MONARQUIA PORTUGUESA NOS SÉCULOS XIV E XV Prof. Dra. Rita de Cássia Mendes Pereira (UESB) No contexto da grande crise social e dinástica que ficou conhecida como “Revolução de Avis” (1383-1385) foram estabelecidas as novas bases políticas e sociais do reino português. Ainda sob o efeito do movimento de 1383 e da guerra que lhe seguiu, Fernão Lopes escreveu as suas crônicas, instrumentos de afirmação dos princípios monárquicos e da casa dinástica de Avis. Sob a pena de Fernão Lopes, a escrita historiográfica tornou-se parte da política oficial do reino. Tendo por fonte a Crônica de D. Pedro I, a Crônica de D. Fernando e a Crônica de D. João I, atribuídas a Lopes, este trabalho tem por objetivo discutir a importância do deslocamento espacial de reis e outros personagens das cortes para o processo de consolidação da monarquia portuguesa nos séculos XIV e XV. 20 Resumos de Mesas Redondas NUN’ ÁLVARES E GALAAZ: CAVALEIROS ANDANTES ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA) O objetivo deste trabalho é mostrar como o modelo do cavaleiro puro, virgem e sem pecados, Galaaz, que empreende uma viagem mística em busca do Santo Graal, é relido no final da Idade Média em Portugal através de Nun’Álvares, comandante militar de D. João I. Através da comparação entre ambos é possível notar as inter-relações entre as viagens reais e imaginárias na figura do cavaleiro cristão. A VIAGEM DA PRINCESA: uma visão das crônicas e das Artes Prof. Dra. Lenora Pinto Mendes (UFF) A principal festividade do reinado de D. Manuel foi o casamento de sua segunda filha, a princesa Beatriz com o Duque Carlos de Sabóia em 1521. Para encontrar-se com seu futuro marido a princesa, junto com a corte portuguesa empreendeu uma viagem por mar a bordo de uma armada de 18 embarcações que saiu de Lisboa no dia quatro de agosto e depois de muitas peripécias chegou ao porto de Vila Franca de Nice no dia vinte e nove de setembro. O casamento da princesa e a sua viagem foi documentado em três crônicas do período além de ser tema de um auto vicentino. Tanto as crônicas quanto as manifestações artísticas relativas ao casamento e viagem da princesa deixam transparecer a preocupação do rei com sua imagem e a do seu reino. AS VIAGENS DE DAMIÃO DE GÓIS: UTOPIA E CIÊNCIA Marcio Paes Selles (UFF) As viagens ofereceram uma oportunidade ideal para Damião de Góis ampliar seu conhecimento de economia, política e cultura através da investigação dos diferentes reinos que conheceu principalmente em missões diplomáticas. Aprendeu a apreciar novas perspectivas em diferentes campos da atividade humana. Travou contatos com diversos humanistas como Erasmo, Melanchton, Thomas More e Lutero. Viveu inicialmente na Antuérpia como secretário da Casa das Índias. Viajou pela Alemanha,Polônia, Inglaterra e Dinamarca. Posteriormente, para alargar seus conhecimentos, estudou em Pádua de 1534-38. Além disso, o contato que desde a mais tenra idade, na corte de D. Manuel manteve com viajantes de terras distantes, principalmente da Etiópia e Índia, o fez produzir dois 21 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão opúsculos sobre o cristianismo oriental, com idéias nitidamente ecumênicas e erasmistas. Essas ideias se colocavam como uma via alternativa aos debates em que se afundava a Igreja dilacerada pelo crescimento do protestantismo. MESA 4: VIAGENS E VIAJANTES NA AMÉRICA, GRÉCIA E ROMA ANTIGOS Coordenação: Prof. Dra. Ana Teresa Marques Gonçalves (UFG) RESULTADOS DO PROJETO ARQUEOLÓGICO ILHA CERRITOS Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA) Nesta mesa redonda proponho discutir os resultados de uma série de escavações realizadas no sítio arqueológico de Ilha Cerritos, Península do Iucatã, México, entre os anos de 2005 e 2010, sendo uma delas sob minha coordenação. A Ilha Cerritos foi um importante porto da cidade de Chichen Itzá durante o Clássico Terminal (ca. 800-950 d.C.). As nossas pesquisas corroboram para o entendimento de como se estabeleceram as rotas comerciais costeiras maias e a estratégia utilizada pelos habitantes de Chcihén Itzá para a cobrança de tributos de cidades conquistadas através destas rotas marítimas. Um das conclusões é que todos os bens de luxo e prestígio tributados por Chichén Itzá chegavam nesta cidade via mar através da Ilha Cerritos. O SÁBIO E O VIAJANTE: OS TEXTOS HISTORIOGRÁFICOS DA GRÉCIA ANTIGA E A PRESENÇA COMO CRITÉRIO DE VERDADE Prof. Dr. Luiz Otávio de Magalhães (UESB) Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre os critérios de afirmação da verdade sobre as ações humanas construídos, a partir do século V a.C., pelas narrativas historiográficas da Grécia antiga. Em Heródoto, Tucídides e Políbio, viajar, estar presente, ver com os próprios olhos, recolher pessoalmente indícios e testemunhos, passam a ser procedimentos inerentes à investigação histórica. Neste sentido, o histôr se torna tanto um investigador como uma testemunha visual e a prática do viajante, cujo protótipo mítico é a figura de Odisseu, se afirma como condição necessária ao conhecimento da verdade. 22 Resumos de Mesas Redondas AS VIAGENS DE SEPTÍMIO SEVERO E CARACALA: UMA ANÁLISE DAS CERIMÔNIAS DE ADVENTUS Prof. Dra. Ana Teresa Marques Gonçalves (UFG) Os Imperadores Romanos costumavam viajar durante os seus governos para fiscalizar os exércitos, promover trocas políticas com as elites provinciais, conhecer cidades importantes para a manutenção do limes, fomentar contatos culturais com os povos conquistados, entre outros motivos para que eles se movimentassem junto com membros de sua corte, sua família e da Guarda Pretoriana pela extensão imperial. Estas viagens eram planejadas com bastante antecedência e as províncias se engalanavam para receber os Príncipes e seus acompanhantes. Assim, temos relatos das festividades que eram preparadas para entreter e homenagear os soberanos viajantes e para demonstrarem sua lealdade a Roma. Nesta comunicação, propomo-nos a analisar as cerimônias de adventus, ou seja, as festas que foram realizadas nas cidades provinciais que receberam a visita dos Imperadores Septímio Severo e Caracala. MESAS REDONDAS Data: 14 de Outubro Horário: 16:00h às 18:00h MESA 5: VIAGENS E VIAJANTES NA GRÉCIA ANTIGA Coordenadora: Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA) OFICINA E ARTESANATO EM CORINTO ARCAICA Prof. Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima (NEREIDA /PPGH/UFF) Na presente comunicação iremos analisar a atuação dos artesãos na pólis de Corinto no período arcaico. Consideramos o ergasthérion (oficina) um espaço conectado à cultura e à própria espacialidade da pólis. Os pintores da ásty (espaço urbano) estavam sensíveis aos contatos com comerciantes e artesãos de outras comunidades e de outras culturas. 23 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão HISTÓRIA DE VIAGENS E VIAJANTES: RELATOS SOBRE O MITO DE ATLÂNTIDA Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (Mnemosyne/NEREIDA/UEMA) Civilização lendária, mito ou alegoria platônica da desagregação de valores sociais e seus desdobramentos, Atlântida é ainda um dos relatos mais fortes no imaginário ocidental. E muito do que conhecemos deste mito foi sendo construído a partir dos relatos de viajantes, já que esta tradição foi compartilhada por diferentes culturas. Analisaremos, neste trabalho, alguns desses relatos de viagem sobre o mito de Atlântida e como, possivelmente, ele pode ser associado ou pensado como uma alegoria para os conflitos sociais. VIAGENS DE OBJETO E IDEIAS ENTRE A GRÉCIA E O MUNDO COLONIAL: cerâmica e interculturalidade na Magna Grécia Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira (UFPEL) Os contatos comerciais entre o Egeu e o Sul da Itália remontam ao período micênico. No entanto, é a partir da metade do século VIII que inicia um sistemático movimento de criação de colônias gregas (apoikiai) no Sul da Itália e Sicília, que veio a constituir a chamada Magna Grécia. A cerâmica, objeto portador ao mesmo tempo de funcionalidade e apelo decorativo, mediou diversas formas de relações interculturais travadas entre gregos metropolitanos, gregos coloniais e populações nativas. Aculturação ou transculturação são duas perspectivas opostas para se pensar o modus operandi destas trocas interculturais. Se a viagem é o que coloca duas culturas diferentes em contato, o estabelecimento do mundo colonial grego na Peninsula Itálica foi marcado por viagens, passageiras ou definitivas, exploratórias ou fundacionais, comerciais ou migratórias, pacíficas ou bélicas, que colocaram em contato não somente pessoas, mas sobretudo seus objetos e suas ideias: foram contatos que se enraizaram de modo a transformar a cultura e gerar expressões culturais novas. Apresentaremos algumas reflexões sobre como estas trocas interculturais podem ser verificadas na cerâmica ápula, em sua morfologia e iconografia. 24 Resumos de Mesas Redondas MESA REDONDA 6: VIAGEM, CULTURA E RELIGIOSIDADE NA IDADE MÉDIA Coordenadora: Prof. Dra. Angelita Marques Visalli (UEL) UNINDO O PORÃO AO SOTÃO: A CULTURA CAMPONESA NA ALTA IDADE MÉDIA OCIDENTAL Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF – NIEP-PréK – Translatio Studii) Não consiste em novidade alguma vincular a “paixão original” e o arrebatador desenvolvimento do campo dos estudos medievais no Brasil, desde a década de oitenta do século passado, à forte influência e sedução exercida em plagas brasileiras pela Nova História francesa de eminentes medievalistas como Jacques Le Goff, Georges Duby e Emmanuel Le Roy Ladurie, entre outros. Promotora dedicada dos estudos das Mentalidades, tal suposta “terceira geração” da Escola dos Annales seria responsável pela realização de uma “revolução dentro da revolução”, deslocando a concentração do foco dos historiadores do porão ao sótão, da infra para a superestrutura! De minha parte, parece-me que a tão celebrada “revolução” consistiu, essencialmente, num “golpe” que decretou a morte dos princípios celebrados pelos fundadores da escola francesa, cujos nexos com o marxismo eram evidentes. O objeto central desta exposição consiste em criticar o reacionarismo e o idealismo intrínseco aos conceitos de mentalidade e, em especial, de cultura, seu sucedâneo, propondo uma abordagem alternativa e materialista do conceito que o radique na experiência e nas relações sociais cotidianas – de exploração e de resistência do campesinato ibérico da Alta Idade Média. A DOENÇA E A CURA: RELIGIÃO E PODER NA GÁLIA DO SÉCULO VI Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF/Scriptorium) Os milagres de cura sempre se apresentaram como um dos mais eficazes meios de afirmação do cristianismo no Ocidente medieval. Revestem-se de particular importância, nesse caso, os milagres atribuídos à ação dos santos e de suas relíquias. Para além de sua importância como instrumentos de evangelização, tais milagres e a promoção dos cultos a eles associados consistiam em importantes mecanismos de suporte ao poder episcopal. Mas a documentação que nos chega desse período sugere que, longe de existir um monopólio episcopal da cura, havia um intenso conflito entre diversos agentes em torno da capacidade de curar. Médicos, 25 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão curandeiros pagãos e eremitas aparecem em cena, o que nos permite tratar dessa questão não apenas no âmbito do universo religioso, mas também no contexto das relações de poder. VIAGEM SEM FRONTEIRAS: O ROMANCE DE TRISTÃO E ISOLDA NA CONTEMPORANEIDADE DA LITERATURA PORTUGUESA Profa. Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) Considerado uma das grandes histórias de amor da Idade Média, O romance de Tristão e Isolda, inicialmente assentado nas tradições que parecem remontar ao período de dominação viking na Irlanda, século X, ganhou roupagem artística no século XII, no contexto anglo-normando. Escrito em francês e traduzido para diversas línguas, dentre elas o alemão, reúne elementos que constituem o que há de mais refinado no romance medieval: um esposo nobre traído, poções de amor ensejando esperanças impossíveis, dragões e desastres, morte trágica inevitável e um amor que sobrevive após a morte. Interessa a esse trabalho destacar essa história de paixão que atravessa o tempo e passa a ser recontada, sob o viés da contemporaneidade, por poetas renomados da literatura portuguesa, como é o caso de Sophia de Mello Breyner Andresen. Uma história que viaja gerações e que não pode ser esquecida. A ESPADA SARRACENA ELEVA OS MENORES: A REPRESENTAÇÃO DO MARTÍRIO DOS DISCÍPULOS DE FRANCISCO DE ASSIS NA FRANCESCHINA (1474) Prof. Dra. Angelita Marques Visalli (UEL) Na Franceschina (1474), obra composta em dialeto umbro pelo franciscano Giacomo Oddi, são apresentadas as vitae de Francisco de Assis e de outras personagens da Ordem dos Frades Menores, ainda que não necessariamente santificados ou beatificados. As iluminuras que acompanham a obra foram realizadas por autor anônimo. Registram e divulgam experiências, buscando despertar a sensibilidade, por um lado, por uma representação mística, vivenciada por Francisco e sua comunidade primitiva e, por outro, pela exacerbação da violência sofrida pelos frades, numa fase posterior à morte do poverello, principalmente no contexto do embate com sarracenos. Os frades iluminados buscam o martírio como fase final de seu processo de elevação e o iluminador somente reconhece esse caminho para o reconhecimento da santificação dos menores. 26 RESUMOS DE CONFERÊNCIAS CONFERÊNCIA DE ABERTURA Data: 11 de outubro Horário: 18:00h L´EMPEREUR EM VOYAGE: ROME ET PARIS AU XIVÉME SIÈCLE Prof. Dr. Jean-Claude Schmitt (École des Hautes Études en Sciences Sociales) Il est bien connu que, jusqu’au XVIIe siècle au moins, les souverains européens furent de vrais nomades : souvent invoquées par les historiens, les nécessités du ravitaillent de la cour ne sont certainement pas la raison principale de ces voyages; le roi, l’empereur, le pape doivent imposer leur présence physique et leur autorité à leurs sujets, notamment à l’aristocratie locale ou aux villes tentées de revendiquer leur autonomie. Ils ne restent jamais en place plus de quelques jours ! Des raisons plus exceptionnelles ont aussi joué un rôle: en 13010, le Roi des Romains Henri de Luxembourg (futur empereur Henri VII) traverse les Alpes avec toute une armée pour recueillir à Rome la couronne impériale et en chemin tenter de soumettre les communes d’Italie du Nord. En 1378, son petit fils ’empereur Charles IV de Bohème rend visite à Paris à son neveu le roi de France Charles V, réalisant ainsi le premier “voyage d’Etat” de l’histoire diplomatique occidentale. Ces deux voyages bénéficient d’une documentation textuelle et iconographique d’une richesse stupéfiante, qui nous renseigne sur les itinéraires, les étapes, la perception de l’espace, les enjeux multiples et avant tout les rythmes du voyage impérial à cheval, en litière, en bateau ou à pied”. REPARTINDO A TERRA NA GRÉCIA ANTIGA Prof. Dra. Maria Beatriz Borba Florenzano (MAE-USP) Platão, Aristóteles e tantos outros autores antigos muito falaram do tamanho ideal e da disposição das propriedades agrárias para o reconhecimento da cidadania na Grécia Antiga. Nesta conferência queremos apresentar uma outra maneira de abordar este tema: destacar a luz que a contribuição que o dado concreto da Arqueologia pode jogar sobre o tema. Repassando e sistematizando as informações trazidas à luz por tantas escavações arqueológicas no mundo grego - a Leste e a Oeste do Mediterrâneo - tentaremos delinear os princípios básicos que guiaram a distribuição da terra entre os habitantes das pólis gregas. Com isso, mostraremos também as muitas formas adotadas pelos gregos de organizar a sua “khóra”. 29 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão EM TORNO DAS ACUSAÇÕES DE PROSTITUIÇÃO DE MARIA, A MÃE DE JESUS, NOS PRIMEIROS SÉCULOS DO CRISTIANISMO Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ) Busca-se analisar, nesta conferência, as acusações de prostituição de Maria e, por conseguinte, de ilegitimidade do título de Messias dado a Jesus. Tais acusações, apesar de terem sido forjadas do lado de fora das comunidades cristãs, eram por elas conhecidas e permaneceram em curso ainda no final do terceiro ou início do quarto séculos. ESPACIALIDADE CITADINA E IMAGEM MENTAL NO SÉCULO XIII: DISCURSOS POLÍTICOS E EDUCACIONAIS Profa. Dra. Terezinha Oliveira (DFE/PPE/UEM) O objetivo desta exposição é analisar a importância da cidade, no século XIII, como um espaço original de construção social e intelectual. Pretende-se evidenciar esta idéia pautando-se em documentos concernentes à libertação das comunas e cartas sobre a universidade de Paris. Estas duas naturezas de documentos explicitam, de um lado, o surgimento de um ideário de liberdade e de identidade social novo no interior das relações medievais. Por outro lado, espelham a organização de uma vida intelectual, universitária, até então desconhecida para estes homens. Estas duas percepções das relações humanas só poderiam ter surgido no espaço da cidade, no qual os homens passam a viver coletivamente, adquirindo necessidades comuns. É, pois, e somente neste cenário, que as pessoas puderam principiar a criar uma concepção mental de si, distinta da que dominara o mundo medievo até então. O CICLO DAS NARRATIVAS ATLÂNTICAS: AS VIAGENS ÀS CANÁRIAS DE GADIFFER E BETTENCOURT Profa. Dra. Vânia Leite Fróes (UFF/Scriptorium) Em suas mais diversas formas, os relatos de viagem desempenharam na Idade Média função de grande importância. A presença de ilhas no médio Atlântico, próximas à costa africana é referenciada por várias cartas no medievo e não raramente associadas a muitas narrativas com elementos edênicos e maravilhosos. Desde os séculos XII e XIII com o avanço das frentes cristãs na Península Ibérica e o desenvolvimento material das embarcações e dos recursos técnicos para a navegação, tem-se noticias da chegada de marinheiros e religiosos na região. Dentre estas noticias temos as narrativas de Boccaccio e de Petrarca. Foi efetivamente em 1402 que se 30 Resumos de Conferências iniciou a conquista destas ilhas, com a expedição a Lanzarote do normando Jean de Bethencourt e do pictarino Gadifer de la Salle. A dificil empreitada só terminou em todo o arquipélago no final do século quando os guanches efetivamente se rendem. O relato destes viajantes é rico na descrição do universo dos nativos: sua caracterização, seu meio ambiente, suas crenças e línguas, apontando o duplo estranhamento causado pelo encontro dos europeus com os nativos. LES VOYAGES AU FÉMININ: L´IMAGINAIRE GREC ET LES FIGURES DE VOYAGEUSES Prof. Dra. Pauline Schmitt Pantel (Université Paris1 Panthéon-Sorbonne) Depuis Hélène chez Homère jusqu’aux héroïnes des romans grecs : Callirhoé, Anthia, Leucippé et Chariclée, il existe un certain nombre de figures de femmes qui voyagent à travers le monde grec. La plupart d’entre elles sont les créations des mythes comme Iris et ses soeurs les Harpies, ou encore Ariane, les mêmes et d’autres ont été élaborées par les textes historiques comme les Amazones depuis Hérodote, tragiques comme Médée, poétiques, romanesques, d’autres enfin ont une existence inscrite dans l’histoire comme Artémise d’Halicarnasse, fille de Lygdamis roi de Carie, qui accompagne Xerxès en Grèce lors des guerres médiques. Il s’agit d’étudier à travers la diversité des genres littéraires et des contextes historiques la représentation que les Grecs se font de femmes qui changent d’espace et perturbent ainsi le partage traditionnel entre un espace masculin mobile et un espace féminin immobile. Cette étude permet de mieux comprendre quelle est la construction grecque du « gender », cette relation sociale entre les femmes et les hommes qui marque l’histoire des sociétés antiques. 31 RESUMOS DOS MINI-CURSOS A REALEZA MEDIEVAL PORTUGUESA: PERSPECTIVAS DE ANÁLISE Prof. Dr. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF – NIEP-PréK – Translatio Studii) O mini-curso propõe-se a abordar os principais elementos envolvidos no processo de afirmação e consolidação do poder régio no medievo português com base na análise de três eixos cruciais, intrinsecamente articulados, a saber: 1. a caracterização da realeza, considerando-se a produção e circulação de idéias, doutrinas, crenças e símbolos relativos ao poder régio; 2. a caracterização das estruturas estatais, abordando-se a sua constituição e evolução; 3. a análise da natureza das relações e dos vínculos estabelecidos entre o rei e a sociedade. Para o desenvolvimento da abordagem proposta, será o seguinte o conteúdo programático do minicurso: 1. Questões teórico-metodológicas: política, poder, realeza, estado; 2. Montagem e evolução do aparelho estatal: 2.1. recursos materiais e financeiros; 2.2. administração local e central; 2.3. a burocracia estatal; 2.4. progressos e limites da centralização; 3. O Discurso e a Ideologia Monárquicas: 3.1. os “veículos”: 3.1.1. as “doutrinas políticas” e o direito romano; 3.1.2. a literatura moralística; 3.1.3. simbolismo e propaganda; 3.1.4. as cerimônias do poder: a unção, o funeral e as “entradas” régias; 3.2 - as “imagens”: 3.2.1. o Rex Dei Gratia e seus desdobramentos; 3.2.2. o Rei Perfeito e sua antítese; 3.2.3. o “Rei Taumaturgo” e o “Físico”. A ÁFRICA E A GEOPOLÍTICA DO MUNDO ANTIGO CLÁSSICO Prof. Dr. Josenildo de Jesus Pereira (UFMA) O Mundo Antigo Clássico: conceito, demarcação e a Africa no contexto do Império Romano. O HOMO VIATOR NA DIVINA COMÉDIA Prof. Ms. Gibson Monteiro da Rocha (UPE) Visamos proporcionar uma percepção mais ampla da noção de viagem e viajantes na Divina Commedia, tomando por base a relação entre a viagem de Dante-personagem na Commedia e as viagens de Ulisses, Eneias, Paulo e Maomé. Pretendemos, com isto, problematizar o diálogo que Dante-autor estabelece com outras referências de viajantes na escrita da Commedia, sejam elas gregas ou latinas, cristãs ou islâmicas. Assim, sugerimos uma ampliação da percepção de homo viator na Idade Média, evitando restringi-la à noção de viajante cristão que não se identifica com 35 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão este mundo e leva uma vida itinerante aguardando a chegada ao paraíso. A esta visão, acrescentamos o fato de que na Idade Média existiam outras referências de viajantes, como as que Dante-autor toma por base ao compor sua obra-prima: a clássica e a islâmica. Nossa oficina tem por base os trabalhos desenvolvidos por Dantistas como Carlo Saccone, Giorgio Padoan e Miguel Asín Palacios. Palavras-chave: Divina Commedia, viajantes clássicos, viagem de Maomé; ISIDORO DE SEVILHA: ENTRE A TEOLOGIA E A POLÍTICA E A ORDENAÇÃO DO SABER NO REINO DA HISPANIA VISIGÓTICA Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (UFES-ES) Isidoro de Sevilha é o autor de uma vasta obra permeada de erudição e que almeja realizar uma síntese dos saberes greco-romanos herdados da Antigüidade, com os saberes clericais, construídos pela Cristandade em seus primeiros séculos. A síntese isidoriana utiliza da forma clássica para inserir conteúdos de fundo religioso, sem se preocupar com os valores do mundo greco-romano os quais considera inadequados e sem “espírito”. Em seu projeto educacional, Isidoro constrói um vasto “edifício”, com vários “andares”. Num nível inicial, estão as artes liberais entre as quais a gramática, que permite analisar o significado das palavras em uma dimensão simbólica. Num segundo nível está a exegese do texto bíblico que propicia o contato com a palavra de Deus, e a busca de seus valores e seus significados. E num ultimo nível do projeto educativo isidoriano estão sua obra ética e teológica, o grandioso “Livro das Sentenças”, que serve para descrever sua visão de mundo e como base para a educação dos clérigos cultos. Este mini curso objetiva analisar a vida e a obra de Isidoro de Sevilha, sob a ótica educacional. VIDA MONÁSTICA E SANTIDADE FEMININA NA GÁLIA DO SÉCULO VI : O MOSTEIRO DA SANTA CRUZ EM POITIERS Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF/Scriptorium) Em meados do século VI foi organizado em Poitiers uma comunidade monástica feminina sob a liderança da monja Radegunda (†587), até poucos anos antes esposa do rei franco Clotártio I (511-561). O mosteiro adotou a regra para mulheres redigida pelo bispo Cesário de Arles (†542) e manteve-se sob a influência de Radegunda, embora a mesma nunca tenha exercido ali funções abaciais. Em 568 Radegunda obteve do imperador de Constantinopla Justino II (565-578) relíquias da Santa Cruz, 36 Resumos dos Mini-Cursos intensificando o papel de seu mosteiro como centro religioso na Gália. As conexões da fundadora com a realeza merovíngia e com importantes lideranças eclesiásticas de seu tempo, bem como as tensas relações entre seu mosteiro e os bispos de Poitiers, tornam a trajetória de tal instituição especialmente relevante para que se possa mergulhar na complexa história do cristianismo na Gália, especialmente no que se refere ao universo monástico feminino. ARQUEOLOGIA DO CONTINENTE AMERICANO: da chegada dos primeiros homens às sociedades pré-colombianas Prof. Dr. Alexandre Navarro (UFMA) Este mini-curso tem como objetivo apresentar um panorama geral da Arqueologia do continente americano. Em primeiro lugar, propõe-se apresentar a ocupação do continente americano e discutir as principais teorias acerca da ocupação do território. Num segundo momento, buscase compreender o desenvolvimento das sociedades pré-colombianas, como maias, astecas e mixtecas, além daqueles que se desenvolveram na América do Sul, como mochicas e incas. O mini-curso se enfocará mais nas culturas pré-colombianas do México, sobretudo a maia. Aspectos políticos, como a formação do Estado; tecnológicos, como construção de pirâmides e religiosos, como as cosmologias envolvendo sacrifícios humanos e o panteão divino serão examinados com maior profundidade. O mini-curso termina com um panorama da Arqueologia brasileira, sobretudo a da Amazônia (como os Tapajós) e a formação dos cacicados amazônicos. RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE DOIS JUDEUS PALESTINOS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO I: JOÃO, O BATISTA; E JESUS DE NAZARÉ. Prof. Dr. André Chevitarese (UFRJ) Objetiva-se, com este mini-curso, analisar duas figuras históricas marginais do Judaísmo intra-palestino do século I. Muitas vezes, por motivos religiosos, João Batista e Jesus são pensados conjuntamente, com o primeiro sendo predecessor, como aquele que abre o caminho para o segundo passar. Convém ter cautela em tal análise, pois ela nada tem haver com História, mas sim com discursos teológicos marcadamente militantes. 37 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão MULHER E MAGIA NO PORTUGAL MEDIEVAL Luciana de Campos (NEVE) O mini curso tem como objetivo analisar alguns aspectos da vida feminina no Portugal medieval, mais especificamente o período compreendido entre os séculos XII, XIII e XIV. E, ao analisarmos determinados pontos da vida feminina nos deparamos com outro aspecto fundamental do cotidiano das mulheres em Portugal: as práticas mágicas. As cantigas trovadorescas, majoritariamente as satíricas – de escárnio e mal-dizer – tratam especificamente dos comportamentos femininos e dos artifícios mágicos utilizados pelas mulheres – das rainhas às camponesas – para alcançarem seus objetivos. Traçar, portanto, um perfil das mulheres portuguesas medievais e analisar as práticas mágicas por elas inseridas no cotidiano é o intuito deste curso. INTRODUÇÃO AO HEIMSKRINGLA: RELAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA E LITERATURA NAS SAGAS DOS REIS NORUEGUESES Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) & Prof. Mstr. Pablo Gomes de Miranda (UFRN/NEVE) Esse curso tem como principal meta, introduzir diversos conceitos pertinentes aos estudos do Heimskringla e da literatura medieval islandesa, aos estudantes de graduação e profissionais de História que tenham interesse nos estudos escandinavísticos. Ofereceremos abordagens metodológicas e aproximações críticas às produções islandesas, principalmente as que se referentes aos reis noruegueses e escandinavos que perpassam a Era Viking. Possibilitaremos aos interessados desenvolver, posteriormente, suas próprias aproximações dentro da relação entre História e Literatura. 38 RESUMOS DE OFICINAS GUERREIRAS GREGAS E VIKINGS NO CINEMA E TV: ENTRE A HISTÓRIA E A FANTASIA. Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE); Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/ NEVE); Josileia Almeida (UFMA/NEVE); A oficina pretende analisar algumas produções fílmicas e seriados de televisão, dos anos 1950 até a década de 2000, cujas produções enfocaram guerreiras amazonas e vikings. Partindo de pressupostos metodológicos da histórica cultural e do imaginário, pretendemos refletir como o contexto social, cultural e psicológico moldou representações fantasiosas sobre o passado histórico antigo e medieval. As principais produções a serem analisadas são: The saga of the viking women and their voyage to the waters of the great sea serpent (EUA, 1957), que retrata a sociedade escandinava da Era Viking, mas com inspiração estética nas amazonas gregas; The viking Queen (Inglaterra, 1967), reconstituindo a trajetória de Boudica, a rainha celta que lutou conta os romanos, novamente com influência nas amazonas; Thor and the amazon women (Itália, Le gadiatrici, 1963), sobre uma comunidade de amazonas que escraviza homens, com referências nórdicas; a série de TV Mulher maravilha (anos 1970), que reelabora e populariza mundialmente o mito das amazonas; Outlander VS predador (2008), ficção que destaca a guerreira escandinava. OLHARES SOBRE O COTIDIANO DA GRÁCIA ANTIGA: abordagens iconográficas Prof. Dr. Fábio Vergara Cerqueira – Universidade Federal de Pelotas Neste curso, a documentação iconográfica será apresentada segunda a metodologia de catalogação temática e abordagem sistemática, colocada em diálogo com o testemunho dos textos antigos, relidos a partir dos novos olhares proporcionados pelo registro imagético. O material iconográfico a ser trabalhado pertence às indústrias cerâmicas áticas das técnicas de figuras negras e figuras vermelhas, datadas dos séculos VI e V AEC. A proposta inicial é desenvolver quatro temáticas, permitindo abordar reflexões de caráter social e cultural com base na análise das fontes iconográficas. Os temas previstos são: 1. A educação escolar (1h) 2. Aspectos sobre o homoerotismo (1h) 3. Casamento - intimidade, psicologia e expectativas femininas(1h) 4. Culto funerário: tensões entre o direito familial do costume e as leis da pólis (1h) De acordo com a minha metodologia de trabalho, a programação poderá ser adaptada conforme a dinâmica de desenvolvimento da atividade, podendo acarretar a exclusão 41 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão de algum tema e, eventualmente, a visita a outros temas, não previstos inicialmente. TEATRO GREGO NA ESCOLA: ENSINO, EXTENSÃO E PESQUISA Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE) e Sérgio C. de Mendes Júnior (UPE) Propomos levar aos participantes desta oficina uma capacitação para a montagem do Festival de Teatro Grego em salas de aula do ensino médio. A oficina apresentará e discutirá os fundamentos teórico-metodológicos desta proposta e uma seleção de textos teatrais da Grécia clássica, produzidas pelos quatro mais destacados dramaturgos: Aristófanes, Ésquilo, Eurípedes e Sófocles. Trechos das obras destes autores serão lidos, discutidos e adaptados (em sua linguagem e, dentro do possível, em seu conteúdo) pelos participantes da oficina, os quais formarão elencos. Serão feitas leituras preparatórias, pesquisas sobre contexto, autores e personagens e uma apresentação final. Os professores orientadores coordenam os trabalhos, organizam os elencos e instruem-nos nas possibilidades de apresentação. Discutem as peças com eles, distribuem bibliografia mais específica até o trabalho final. Após cada apresentação será feito um debate tanto com os atores quanto com o público assistente, e os elementos mais destacados da peça que acabou de ser vista são discutidos em sala. Assim, o conteúdo estudado pode ser observado de forma mais sensível por todos os agentes envolvidos no processo de estudo da antiguidade. A proposta do Festival de Teatro Grego se insere no contexto do Ensino de História e da Formação da Cultura Histórica. MÚSICA MEDIEVAL EM PORTUGAL À ÉPOCA DA DINASTIA DE AVIS Profs. Drs. Márcio Paes Selles e Lenora Pinto Mendes (UFF) O período da Dinastia de Avis coincide com uma série de mudanças na escrita musical visando atender melhor as exigências da polifonia que estava se desenvolvendo. Essas mudanças são estabelecidas principalmente pelo movimento da “Ars Nova”, surgido na França e encabeçado por Philipe de Vitri e Guillaume de Machaut. A nova notação musical vai possibilitar a execução de polifonias mais complexas e isso vai refletir na produção musical de toda a Europa, incluindo Portugal. O crescimento da polifonia, favorecida pela nova escrita vai proporcionar o desenvolvimento das Capelas Reais das quais a que vai se destacar mais pela produção 42 Resumos de Oficinas musical será a capela do Ducado de Borgonha que vai mesmo ditar as novas tendências da música européia. Portugal, por sua vez, vai aos poucos se afastando da escola franco-flamenga e se voltando mais para as tendências ditadas pela Itália e inspiradas pelo humanismo nascente. FONTES E ESTUDOS SOBRE O MEDIEVO: IMAGENS E DOCUMENTOS Profas. Dras. Terezinha Oliveira (UEM) e Angelita Marques Visalli (UEL) Apresentamos uma discussão acerca da produção das imagens para o período medieval, relacionando-a a produção literária, particularmente de origem religiosa. A consideração dos recursos imagéticos como fonte de pesquisa histórica não se coloca mais em discussão, mas os estudiosos ainda se ressentem com o desconhecimento de metodologias para uma exploração mais rica de suas possibilidades. A interação entre textos e imagens pode favorecer a interpretação de ambos quando se considera a especificidade de suas naturezas. Procuramos, assim, através do exercício de análise de textos de franciscanos e dominicanos do século XIII e imagens produzidas no período (Berlinghieri e Giotto) e mais tardiamente (Hieronymus Bosch), promover o conhecimento do período através da pesquisa e do ensino. ESCRAVIDÃO EM ROMA ANTIGA Prof. Dra. Sônia Regina Rebel de Araújo (UFF) Neste curso, pretendemos abordar a escravidão antiga, especialmente a do mundo romano, numa perspectiva marxista, de luta de classes, apresentando os principais debates sobre o que é a escravidão, quais as especificidades da escravidão mercadoria, e as características centrais da escravidão no mundo clássico (Grécia e Roma). Também serão abordadas questões teóricas e conceituais. Na segunda aula, será analisada e discutida o que era ser escravo em Roma Antiga, as especificidades da escravidão no mundo romano. Finalmente, na terceira aula, debateremos questões relativas tanto ao entrelaçamento da escravidão antiga e moderna, quanto àquelas referentes à rebeliões de escravos na Antiguidade. 43 RESUMOS DE COMUNICAÇÕES PARA QUE SE VIAJAVA NA IDADE MÉDIA? Peregrinação, Outro Mundo e Salvação na Hagiografia Medieval Portuguesa Conto de Amaro. Naíres Matias de Souza (Graduanda em História – UEMA) Orientadora: Profª. Drª. Adriana Zierer Os motivos de um deslocamento na Idade Média iam desde trocas comerciais a mudanças climáticas, mas, sem dúvida a aproximação com o Divino por meio de peregrinações e seu propósito final (a graça da salvação) foi um dos principais impulsionadores de viagens nesse período. O Conto de Amaro (Século XV) faz parte da Coleção Mística de F. Hilário de Lourinha , pertencente à biblioteca do mosteiro cisterciense português de Alcobaça. A exemplo da narrativa imaginária Navegação de São Brandão (X-XII) versa sobre a viagem ao Paraíso Terrestre empreendida por Amaro, um escolhido na contemplação do paraíso terreal pertencente às visões do Outro Mundo. Buscar compreender a idéia de peregrinação, a concepção de Outro Mundo (representado no conto pelo espaço do Paraíso) e a busca da salvação , nos coloca diante de uma das principais certezas para homens e mulheres da Idade Média acerca do mundo em que viviam: a crença na existência dos espaços do Além. Palavras-chave: Viagem, Outro Mundo, Salvação, Conto de Amaro. DA FESTA DOS LOUCOS À LOUCURA DA FESTA: o carnaval na medievalidade Prof. Fabio Henrique Monteiro Silva (UEMA) Este estudo sobre o carnaval objetiva analisar as transformações que ocorreram na festa carnavalesca na medievalidade. Além de refletir sobre as negociações coletivas, o trabalho dirige a atenção para os discursos produzidos acerca da festa momesca medieval, tendo como conceito norteador a noção de carnavalização em Mikhail Bakhtin. Dessa forma, o trabalho está teoricamente interessado em expressar o minoritário, a vida comum que pode ser auferida através da leitura dos costumes que, ao serem comungados, proporcionam a contínua definição e redefinição de múltiplos coletivos. A DIVINA COMÉDIA e A CONSTRUÇÃO DO PÓS MORTE Medieval: o mundo subterrâneo como representação do mal Mariza Pinheiro Bezerra (Mestranda em Cultura e Sociedade – UFMA. Bolsista da FAPEMA.) Esse estudo busca analisar as representações do mal na Idade Média a partir d’A Divina Comédia (1321) de Dante Alighieri, enfocando as noções de Inferno e Diabo presentes no imaginário dos medievos. 47 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão Apresentam-se considerações acerca do imaginário medieval sobre o além, a idéia de viagem a outros mundos e o constante embate entre as forças do bem e do mal as quais os medievos estavam submetidos. Buscamos compreender a estruturação utilizada por Dante Alighieri na formulação de um mundo subterrâneo (Inferno), à luz do conceito de representação. Limitamos esse estudo à uma análise do pós morte medieval no primeiro estágio da viagem idealizada por Dante, evidenciando a lógica punitiva dos sentenciados por vida pecaminosa. Desse ponto de vista, pretendemos fornecer subsídios para compreensão do constante medo do mal que regulava os códigos morais de época e que determinava as representações acerca do mal e de uma figura de oposição à Deus. Palavras-chave: Imaginário Medieval, Inferno, Pós morte, Representação. O TEMPO DAS EDDAS: ANÁLISE DO PERÍODO HISTÓRICO PRESENTE NOS POEMAS EDDAICOS. Breno Girotto Campos (Graduando em História UNESP/Assis) Orientador: Prof.º Dr.º Johnni Langer (UFMA/NEVE) O presente trabalho tem como objetivo a tentativa de compreender o período de tempo presente nos poemas da Edda poética. Estes escritos, compilados após a conversão dos islandeses (século X) são responsáveis por nos legar um conhecimento do período anterior à cristianização: estórias protagonizadas por deuses, gigantes e anões que compunham o imaginário dos nórdicos pagãos. Assim, estas fontes expressam elementos do período pagão escandinavo ou revelam elementos da sociedade escandinava posterior a sua cristianização? Para responder esta pergunta serão analisados aspectos do cotidiano, como relatos de hábitos e comportamentos, e da cultura material, como relato de construções e utensílios, presentes nesses escritos. A Edda poética, também conhecida como Edda Maior (ou até mesmo como Elder Edda), ao contrário da Edda em prosa, cujo autor é Snorri Sturluson, não tem seu autor revelado, permanecendo-se anônimo. A maior parte de seus poemas se conserva em apenas um manuscrito, chamado Codex Regius. Palavras chaves: Edda Poética, Mitos Escandinavos, Sociedade Escandinava. 48 Resumos de Comunicações A DOCUMENTAÇÃO SOBRE INDUMENTÁRIA DO MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO DO MARANHÃO Cláuberson Correa Carvalho (Graduando em Letras, Bolsista BIC/UEMA) Orientadora: Prof. Ms. Tereza Cristina Mena Barreto de Azevedo (UEMA) Esta pesquisa centra-se na área de investigação da Análise do Discurso (AD). Pretende-se identificar, no discurso da documentação sobre o acervo de indumentária do Museu Histórico e Artístico do Maranhão (MHAM), as marcas que refletem os valores simbólicos dos paramentos usados em manifestações religiosas. O referencial teórico adotado corresponde às orientações dos principais autores da AD (Maingueneau, 2008; Fairclough, 2001; e Foucault, 2010), no objetivo de compreender o fenômeno da interdiscursividade: diálogo implícito e/ou explícito de diferentes discursos presentes em uma mesma superfície discursiva. Utilizaram-se também os tratadistas litúrgicos Lebon (1995) e Pastro (2007), a fim de entender as representações significativas dos paramentos. Quanto ao corpus, foram realizadas visitas ao MHAM para proceder à coleta da documentação museológica sobre indumentária. As etapas de coleta e análise do material foram direcionadas pelas indicações de Bazerman (2005). A partir da análise do corpus desta pesquisa, verificou-se que a ficha documental relaciona-se implicitamente com o discurso sobre o uso e função que cada indumentária religiosa detém durante as atividades e cerimônias litúrgicas celebradas no estado do Maranhão. Palavras-chave: Documentação museológica, Interdiscursividade, Museu Histórico e Artístico do Maranhão, Indumentária. O IMAGINÁRIO EM RELAÇÃO AO CORPO NA ATENAS DO SÉCULO IV A.C. Andressa Nascimento Teixeira (Graduanda UEMA) Orientador: Prof. Fabricio N. Moura e Profa. Margarida dos Santos (UEMA) Este trabalho tem como objetivo discutir sobre a beleza entre os atenienses do século IV a.C.. Sendo necessário, compreender o imaginário dos helenos em relação ao belo, e como isso repercutiu na sua cultura e vida social. Neste sentido utilizaremos como objeto de análise a cortesã Frinéia cuja beleza fora amplamente reconhecida pelos gregos. Palavras-chave: Corpo; Atenas; Imaginário; Frinéia 49 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão RITOS FUNERÁRIOS NA ROMA REPUBLICANA Maria Félix Pereira Calixto (Graduanda UEMA) Orientador: Prof. Fabricio N. Moura e Profa. Margarida dos Santo (UEMA) A pesquisa tem a finalidade de avaliar a importância relativa a respeito dos ritos fúnebres na Roma Republicana. Para isto, buscamos fundamento teórico na obra de Arnold Van Gennep, na qual verificamos um estudo ordenado sobre os cerimoniais de transição social dos indivíduos. Utilizaremos também como prova documental o livro VI de Políbios, que trata detalhadamente dos rituais de celebração da morte do cidadão Romano. É interessante ainda analisar as características dos cerimoniais de sepultamento dos homens ilustres, cujos mortos eram homenageados por meio de manifestações espetaculares. Palavras-Chave: Ritos Funerários; Roma; Morte. A SEGUNDA GUERRA PÚNICA E O IMAGINÁRIO SOCIAL EM ROMA – SEC. III A.C. Phillip Sousa dos Santos (Graduando UEMA) Orientador: Prof. Fabricio N. Moura e Profa. Margarida dos Santo (UEMA) O presente trabalho trata do Imaginário Social em Roma durante a segunda guerra púnica, entre Roma e Cartago, da qual analisaremos a documentação presente na obra “História de Roma” de Tito Lívio. Utilizaremos ainda, como suporte teórico, os conceitos de Bronislaw Baczko, destacando a idéia de imaginação e política, o imaginário e o social. Assim poderemos compreender a relação entre a crise social e a multiplicação de imagens aterrorizantes no seio do populus romano durante o período acima citado. Palavras-Chave: Imaginário; Roma; Guerras Púnicas. AS PRÁTICAS SACRIFICIAIS EM CARTAGO – SÉCULO III A. C. Prof. Fabricio Nascimento de Moura (UEMA) As práticas Sacrificiais na sociedade cartaginesa podem ser identificadas a partir da análise do Tarif Sacrificial de Marseille, cuja origem remonta à Cartago do século III a. C., de acordo com a investigação arqueológica. O recurso ao sacrifício pode ser identificado nas sociedades antigas, a partir da teoria do antropólogo René Girard, como um elemento 50 Resumos de Comunicações apaziguador das tensões sociais. Entendemos, portanto que a análise documental nos permitirá compreender um pouco mais a respeito da sociedade cartaginesa a partir de seus próprios testemunhos, fugindo do lugar comum das perspectivas de gregos e romanos, rivais históricos da civilização púnica. Palavras-Chave: Sociedade Cartaginesa; Práticas Sacrificiais; VIRGILIO E A CONSTRUÇÃO DA IDEIA DO IMPÉRIO ROMANO Phillipe Augusto Gomes Silva Bastos (Graduando UPE). Vanessa da Silva Pereira (Graduanda UPE). Orientador: Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE). Os registros de acontecimentos passados alimentaram a história durante muito tempo. Através da assimilação de personagens de contos e mitos de uma cultura helênica, Roma construiu a concepção de uma sociedade e de um império legitimo a partir do governo de Otavio Augusto. E é sobre este caso que se pretende analisar pela mesma ótica, obras como a de Publius Vergilius Maro, e ver como estes influenciaram na construção da ideia de um povo romano e da legitimação de seu império. Palavras-chave: Mito, Virgílio, Eneida, Otávio, Roma. AS RAÍZES MEDIEVAIS DA FEITIÇARIA AMOROSA NO BRASIL COLONIAL. Fernanda Cristina Vale (Graduanda em História UFMA) Dayana Jéssica Sousa de Sá (Graduanda em História UFMA) Orientadora: Profª Dra. Marize Helena de Campos (UFMA) O presente trabalho tem como objetivo apresentar, comparar e analisar as práticas de magia afetiva e sexual do baixo medievo em relação às ocorridas no Brasil Colônia, apontando as continuidades do imaginário, a adaptação dos rituais e a relação das feiticeiras com as sociedades que as circundavam. Utilizamos como aporte teórico a História das Mentalidades em interface com a Micro – História, tendo como leituras bibliográficas de referência autores como Francisco Bethencourt, Carlo Ginzburg, Carlos Roberto Nogueira, e Laura de Mello e Souza, dentre outros. Centraremos nossa análise na Idade Média nos séculos XIII e XIV, sobretudo em indivíduos que agiram nas regiões que hoje correspondem à Itália, França, Espanha e Portugal. No Brasil Colônia enfocaremos nossa análise mais diretamente no Grão – Pará e Maranhão do século XVIII, utilizando – nos das denúncias e confissões ao Santo Ofício da Inquisição nesses Estados. Desse modo, pretendemos discutir as relações entre a magia amorosa no 51 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão medievo e no Brasil colonial, percebendo o estigma da feiticeira nos dois momentos e em suas respectivas teias sociais, além de analisar a feitura e os materiais dos feitiços em si, considerando que a maioria dos ritos de conquista do Brasil Colônia tinham influência da magia medieval européia. Palavras-chave: feitiçaria amorosa, Baixo Medievo, Brasil Colônia. DIABO E PODER NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães (Mestre em História – UFPA) O propósito deste trabalho é analisar as representações do diabo na história, durante o Medievo e o processo de apropriação de tais representações como narrativas nas relações de poder. O diabo inspirou, desde o Medievo até os dias atuais, certos discursos de controle social baseado na personificação do mal e na dicotomia paraíso-inferno. Reconhecendo que o imaginário medieval não se esgotou completamente ao atravessar a Idade Moderna, defende-se que o diabo sobreviveu tornando-se uma entidade presentificada no fenômeno da modernidade e no processo de modernização no Ocidente do século XVI ao XX. Palavras chave: diabo, história e poder. O REI NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL: MECANISMOS LEGITIMADORES NA CRÔNICA DE D. JOÃO I, DE FERNÃO LOPES Josena Nascimento Lima Ribeiro (Graduando em História CNPq/PIBIC/ UEMA) Orientadora: Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA) As obras de Fernão Lopes encomendadas pelo monarca D. Duarte atravessaram o tempo e tornaram-se fontes na historiografia atual. Assim, sua famosa trilogia de crônicas tornou-se a principal leitura voltada para a análise do momento crucial que o reino de Portugal passava durante a Baixa Idade Média. Diante de tais aspectos, destaca-se em especial a Crônica de D. João I, onde o maravilhoso e o político imbricam-se para a legitimação de uma dinastia em ascensão, a dinastia de Avis. Dessa forma, o monarca D. João I torna-se, segundo Lopes, o “Mexias de Lisboa” e o inaugurador da Sétima Idade no reino português, uma espécie de Imperador dos Últimos Dias. Eleito pela vontade divina, o novo rei teve como primeira tarefa a defesa de Portugal contra D. João de Castela, caracterizado na crônica como o Anticristo. O estudo realizado pretende construir o percurso do rei a partir da análise das obras de Fernão Lopes e distinguir de que maneira o discurso messiânico foi colocado em prática para a consolidação de uma 52 Resumos de Comunicações “nova era” e para a produção do passado português. Palavras-chave: Crônica de D. João I – Messianismo – Portugal “FEITICEIRA” VIKING? UMA ANÁLISE DA ESCANDINAVA NO IMAGINÁRIO FÍLMICO Josileia Almeida (Graduanda em História, UFMA/ NEVE) Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) MULHER Diversos roteiros cinematográficos, em que está inserida a sociedade germânica alto-medieval, são reproduzidos superficialmente das sagas Islandesas. Como por exemplo, o filme A Lenda de Grendel (2005 direção, Sturla Gunnarsson) cujo roteiro foi adaptado do poema anglosaxão Beowulf. A produção reconstitui a cultura e os aspectos sociais dos germânicos, sobretudo a representação das mulheres em diferentes dimensões e contexto da sociedade germânica. O presente trabalho tem por objetivo analisar a partir da imagem da personagem Selma (Sarah Polley) no filme Lenda de Grendel (2005), os elementos que a define como “feiticeira” no qual são construídos a partir de um imaginário social moderno, representando desconforto e medo perante a sociedade no qual esta inserida. O fato de ser considerada “bruxa” remete para a nossa sociedade contemporânea, vários significados, configurados no imaginário popular. Abrange a imagem de mulheres perversas que utilizam da magia para pactuarem com seres “malignos”, concepções essas que, emergem do cristianismo e sobrevive até os dias de hoje. A forma em que se configura a imagem dessa mulher, põe em evidencia as definições das relações sociais, redefinidas no contexto cultural aparentemente escandinava. É importante frisar que o modo de representação segue efetivamente “modelos” superficiais e estereotipados da sociedade viking. Como metodologias serão utilizadas as considerações teóricas da relação entre História e cinema, de Marc Ferro e outros teóricos, assim como as representações do medievo no cinema, especialmente os estudos de José Rivair Macedo. Palavras- chave: mulher viking, imaginário, cinema, História. Uma louca viagem: representações da Loucura na Stultifera navis de bosch Kamilla Dantas Matias (Graduanda em História UESB) Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rita de Cássia Mendes Pereira (UESB) Um procedimento em relação aos loucos aparece com frequência nas criações artísticas e literárias do fim da Idade Média: a deportação. Ao lado dos loucos clássicos da literatura, como Merlin e Yvain, autoexilados 53 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão em uma vida selvática, à margem do mundo habitado, aparece a célebre imagem da nave dos loucos, embarcação que trazia a bordo homens e mulheres expurgados do convívio cotidiano com as pessoas “normais”. Subordinado a convenções estéticas e conceituais próprias ao seu tempo, mas, por outro modo, orientado por um impulso criador resultante da sua experiência individual, o artista dedicado a registrar, por meio de seu trabalho, a imagem da nave, fez alocar pessoas em seu interior. A individualização dos passageiros resulta de um processo complexo de identificação de determinados procedimentos, entendidos como lesivos ao bom funcionamento da ordem universal. O presente trabalho tem por objetivo analisar e contextualizar as representações da Stultifera Navis de Hieronymos Bosch, com enfoque sobre os caracteres físicos, sociais e comportamentais dos passageiros que nela se encontram. Palavras-chave: Loucura; Nave dos Loucos; Bosch. RISO E ENCENAÇÃO NAS METAMORFOSES, DE LÚCIO APULEIO Profa. Luciane Munhoz de Omena (UFG). As Metamorfoses, de Lúcio Apuleio é uma narrativa literária situada no século II d. C. que apresenta valores de degradação, mas igualmente de regeneração, sendo os personagens dramatizados pela angústia, levandoos às situações risíveis. O motivo pelo qual a derrisão é provocada possui dimensões e motivos diferenciados, são, por assim dizer, construções historicamente datáveis. Em nosso documento, podem-se caracterizar duas variáveis do riso degradante: uma é representada por ações cotidianas, nas quais os personagens são acometidos por comportamentos excessivos como a avareza, enquanto, o outro é o sagrado. A partir desta sacralidade vivenciada no festejo do Riso, analisaremos as representações sociais de poder na cidade de Hípata, levando-se em consideração o riso sagrado, o qual atua como ato performático e como ato simbólico, que por vincular-se a uma divindade, permite a busca através dela de ordenação e de equilíbrio social. Palavras-Chave: Riso, Encenação, Poder e Províncias Gregas. 54 Resumos de Comunicações A HOMOAFETIVIDADE NO IMAGINÁRIO ÁTICO: AS OBRAS DE ARISTÓFANES COMO ANÁLISE DO PENSAMENTO POPULAR ATENIENSE Luiz H. Bonifacio (Graduando UPE) Orientador: Prof. Dr. José Maria Gomes de Souza Neto (UPE) Aristófanes, comediógrafo e conservador da filosofia e educação antiga atenienses, escreveu obras satíricas nas quais citou a homoafetividade e o homoerotismo presentes na pederastia como problemáticas de sua sociedade, e que, portanto, deveriam ser extintas, assim como outras práticas aristocráticas “banalizantes” e que oprimiam a massa popular. Aristófanes era um crítico social que se mostrava ao lado do povo em suas sátiras; portanto, compreende-se que suas avaliações negativas sobre as práticas pederastas e homoafetivas eram críticas da população mais pobre em relação aos costumes luxuosos e “luxuriosos” das classes mais ricas. Aristófanes se tornava, assim, um veículo de divulgação do pensamento da massa popular e de protesto contra opressões sociais contra esta classe. Palavras-chave: Pederastia; Homoafetividade; Comédia Grega. A MEDIEVALIDADE AFRICANA: POSSIBILIDADES DE ENSINO. Igor José de Matos Cruz (Especialização UEPA) Maurel Ferreira Barbosa (Mestrando UFPA) A história da África desde cedo nos é apresentada pelo véu da historiografia tradicional eurocêntrica, que coloca os africanos apenas como possuidores de uma historia a partir da chegada dos europeus em seu continente e conseqüentemente com o estabelecimento das trocas comerciais e a venda de africanos escravizados para as Américas a partir do século XVI. Quando trabalhado nos bancos escolares, a antiguidade e a medievalidade, os alunos são levados a pensar em sua maioria que esses períodos históricos existiram apenas na Europa, quando muito no Oriente. No caso da historia antiga Oriental, o Egito acaba sendo deslocado enquanto império africano, para ser ensinado como se fizesse parte da Ásia. O presente artigo propõe-se a discutir, à luz da lei 10.639/03, a questão da medievalidade africana, que omitida nos bancos escolares, desconsidera os diversos reinos e impérios que existiram na África. Como exemplo, o império de Gana que começou a existir desde o século IV d. C. São muitos os exemplos de como a África se manteve dinâmica, à despeito das ditas “civilizações” européias durante o período medieval. Palavras-chave: eurocentrismo – medievalidade – ensino. 55 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão CIDADES, FORTALEZAS E PODER: UM OLHAR SOBRE AS FRONTEIRAS DE CASTELA NO SÉCULO XIII Marcio Felipe Almeida da Silva (Mestrando em História UFF) Orientadora: Profa. Renata Vereza (UFF) Tendo em vista que hoje compreendemos as fronteiras como uma linha ou extremidade que define os limites entre regiões distintas, nos propomos neste trabalho analisar o conceito que tem esta palavra quando aplicada ao reino de Castela no século XIII. Sabemos que as fronteiras durante este período exerceram seu papel na mentalidade social, pois permitiram a oportunidade de enriquecimento e a execução dos feitos de armas em um campo pronto para batalhas, cavalgadas e escaramuças, onde castelos e praças fortes assinalam a paisagem. Além de criar identidades, é no século XIII que estes limites sofrem suas principais alterações, e pouco será mudado depois das transformações territoriais promovidas por Fernando III e Afonso X. Palavras-chave: Fronteiras; Castela; Reconquista. SOHEILA E CECÍLIA: DUAS PERSPECTIVAS FEMININAS DO MEDIEVO NA CINEMATOGRAFIA Marliane da Costa Dutra (Graduanda em História UFMA/NEVE) Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) O cinema é um dos meios de comunicação de massa, mais importantes em nossa contemporaneidade, se conformando em um dos grandes difusores de pensamentos e comportamentos sociais. O caráter de realidade que este trás em seu corpus, proporciona o tom de veracidade a película, criando assim uma verdade fílmica, portanto este trabalho buscara uma reflexão das formas de representação da figura feminina dentro de duas produções cinematográficas que tem como foco principal a ordem dos Cavaleiros Templários; Soldado de Deus (2005) de David Hogan e ARN, o cavaleiro templário (2007) de Peter Flinth. No filme Soldado de Deus, podemos destacar a figura de Soheila uma muçulmana que vive de forma independente no deserto. Já em ARN, o cavaleiro templário, pode-se destacar a figura de Cecília mulher frágil e sofredora que vive por muito tempo em um monastério católico como forma de punição por atos considerados pecaminosos. Portanto buscaremos identificar dentro dessas duas produções que retratam o medievo, as permanências do que a historiografia entende sobre as formas comportamentais das mulheres do medievo e as intervenções contemporâneas na construção dessa representação. 56 Resumos de Comunicações NEM FOGO OU AÇO: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS EMBATES ENTRE BERSERKIR E CLÉRIGOS NA CONVERSÃO DA ISLÂNDIA Ana Clara Thomazini Racy (Graduanda em História – UFF) Pablo Gomes de Miranda (Mestrando em História pela UFRN/NEVE) O presente trabalho tem como objetivo tecer algumas considerações acerca dos conflitos descritos nas narrativas das Sagas Islandesas, entre os Berserkir e o clero que adentra ao território islandês para converter a população de colonos que lá se encontrava. Os berserkir são guerreiros que estão presentes em várias sagas, são homens identificados com a figura de Odin, uma das divindades do panteão das antigas religiosidades escandinavas, enquanto os clérigos tentam por diversas vezes inserir-se na sociedade islandesa e começar a conversão, tendo como patrono o rei Óláf Tryggvason. Os conflitos que aparecem em nossas fontes tomam a forma de duelos, aonde a fé cristã entra em prova direta contra os poderes sobrenaturais dos berserkir, esses que não podem ser feridos nem por fogo e nem por aço. Apesar de nos concentrarmos no Íslendingabók e na Kristni saga como fonte, o nosso interesse é traçar um panorama abrangente e recolocar esses personagens dentro da sociedade islandesa: quem são essas pessoas e como estão organizadas dentro das narrativas escandinavas, qual contexto confere este caráter para o embate destes entre si, enquanto presentes nas fronteiras desta sociedade. Palavras-chave: Berserkir; Conversão; Sagas Islandesas. MEMORIAS MEDIEVAIS NA PRODUÇÃO DA AZULEJARIA PORTUGUESA Prof. Paulo César Alves de Carvalho (UFMA) O Estudo busca-se a compreensão da produção de azulejos hispano-mouricos pelas técnicas do alicatado, enxaquetado, corda-seca e de arestas ligando a mesma a influência medieval de representações imagéticas abstratas, heráldicas, devocionais, cotidiano, decorativas, fúnebre e informativa, quando da entrada do azulejo em Portugal via invasões mouriscas no século VIII, e o final do XVI, datação das primeiras produções portuguesas. Visto que adoção desse elemento cerâmicoesmaltado por D. Manoel no Pálacio de Sintra, marco fundante a tomar gosto de consumo como objeto signatário da arte nacional, e que alude as experiências mudejares (árabes), de pavimento e revestimento de mesquitas, à sua reapropriação pelo cristianismo crescente. Nas duas formas estéticas da azulejaria na Peninsular revelam-se dois pontos: 57 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão primeiro, numa arte abstrata e geométrica, e no segundo, em arte figurativa. Na primeira forma azulejar via viagens ultramarinas do oriente próximo ou distante (Índia), rota comercial, sob efeito visual de tapetes, tecidos e mobiliários. No segundo caso, ligado à própria produção Européia, que difundiu-se tematicamente das gravuras flamencas e técnicas da majólica Itala- renascentista em monocrômica azul. Palavras-chave:Azulejo, Medieval, Técnica, Estética. CONTOS MELUSINIANOS: A DAMA DO PÉ DE CABRA E O ROMANCE DE MELUSINA COMO REPRESENTAÇÃO DO FOLCLORE. Polyana Muniz (Graduanda BIC/UEMA) Orientadora: Profa. Dra. Adriana Zierer (UEMA) Os contos medievais trabalhados, a Dama do Pé de Cabra e o Romance de Melusina, levantam em sua formação vários temas, dentre os quais a questão da afirmação de um poder nobiliárquico e de sua herança sobrenatural. Percebe-se nesses relatos uma mitologia previamente existente e de origens indiscutivelmente não católicas por vezes aceitável e provedora de bons frutos, e por outra excluída e monstruosa. De certa forma, representam o embate medieval com as culturas existentes antes da formação da Cristandade européia que enriqueceram o folclore popular e erudito. Ainda que escritos diante de um contexto que glorifica certa família (Haros de Biscaia no caso português da Dama do Pé de Cabra, e dos Lusignan no Romance de Melusina), expõem elementos mitológicos, culturais, e que correspondem ao imaginário de fantasia do modo como se percebia e explicava a sociedade. Palavras-chave: mitologia; folclore; nobreza; Melusina PENSAMENTO, SÍMBOLO E COMUNICAÇÃO: O TRIVIUM NO ENSINO MEDIEVAL E SUAS POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO MODERNA Ricardo Santos de Carvalho (Graduando em História UFMA) Orientador: Prof. Ms. Luciana de Campos (NEVE) Este trabalho é uma apresentação de alguns aspectos do Trivium, o conjunto formado por Gramática, Lógica e Retórica, matérias presentes no ensino universitário medieval. Essas três áreas correspondem às primeiras das sete artes liberais, base para o aluno na vida de aprendizado. Antecedendo o Quadrivium, grupo das artes concernentes ao estudo da matéria (Aritmética, Música, Geometria e Astronomia), o Trivium propõe- 58 Resumos de Comunicações se à educação da mente e do espírito, e possui certos aspectos de fundo moral ausentes no ensino contemporâneo. Desenvolveu-se, portanto, dentro de um ambiente em que as ciências físicas eram estudadas aliadas às investigações no campo da Metafísica e da Teologia, tal e qual na filosofia grega, origem do conceito de artes liberais. O presente trabalho, além de oferecer dados sobre elementos referentes ao Trivium -- como aspectos dos conceitos de ciências e artes que a Idade Média recebeu da Antiguidade, abandonados no Humanismo – rastreia sua permanência e atualidade em experiências como a Educação Liberal de John Henry Newman e o homeschooling, baseando-se principalmente no manual escrito pela Irmã Miriam Joseph. Palavras-chave: Artes Liberais, Trivium, Universidade, Educação A TRAJETÓRIA DO BIENAVENTURADO DOMINGOS ATÉ SEU ENVIO AO MOSTEIRO DE SILOS COMO ABADE REFORMADOR. Rafael Santos Ribeiro (Graduando em História UFPA) Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto (UFPA) Este artigo é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido junto ao projeto de pesquisa “Identidade e Alteridade na Antiguidade e no Medievo: uma análise comparativa de hagiografias”, coordenado pelo professor Msc. Thiago de Azevedo Porto, tendo como objetivo realizar um estudo comparativo de hagiografias redigidas na antiguidade e no medievo. Neste artigo, vamos trabalhar mais especificamente com A Vita Dominici Siliensis, hagiografia que foi escrita por um monge de nome Grimaldo, a parti do século XI. Foi a primeira Vita redigida sobre São Domingos de Silos que viveu entre os anos 1000 e 1073, e segundo o seu hagiógrafo foi, sacerdote, eremita e monge. Segundo relato hagiográfico, ao entrar em conflito com o monarca Garcia, rei de Navarra, Domingo exilou-se em Castela, onde atuou como abade-reformador do Mosteiro de São Sebastião Silos. Portanto, O presente artigo vem trabalhar a trajetória de Domingos desde “de su genealogia, lugar de nacimiento e infância” até torna-se abade reformador do Mosteiro de Silos. Palavras – Chaves: Domingos, Hagiógrafo, Milagres, Mosteiro de Silos. UMA VIAGEM À TULAYTULA: CIDADE DE INTERSEÇÕES Profa. Dra. Renata Vereza (UFF) Em uma aproximação a Toledo muçulmana no século XI, isto é, Tulaytula, é impossível não perceber a extrema vitalidade da cidade, a intensa movimentação das suas ruas, a grande circulação de homens 59 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão e mercadorias provenientes dos mais variados lugares, enfim, certa efervescência que a tornava um incontestável pólo peninsular. Atraindo pessoas dos mais diversos lugares e povoando de imagens grandiosas os visitantes que a descreveram. Analisar a distribuição espacial urbana, isto é, sua morfologia, nos ajuda a compreender melhor a dinâmica da cidade muçulmana e a perceber como esses fluxos humanos interagiam em seu interior. As trajetórias urbanas dos diferentes grupos, as interseções possíveis entre elas, os espaços de contato e, enfim, os espaços de poder construídos são fundamentais para que possamos perceber o panorama urbano como um todo e entender a singularidade que tanto encantou àqueles que a descreveram. Palavras-chave: cidade, espaço, al-Andaluz EUSÉBIO DE CESARÉIA E A HISTÓRIA ECLESIÁSTICA: UM DISCURSO IDENTITÁRIO ACERCA DA ORTODOXIA VIA ALTERIDADE DAS HERESIAS Elisana Ribeiro Oliveira (Graduanda UFPA) Rosana Brito da Cruz (Graduanda UFPA) Orientador: Prof. Msc. Thiago de Azevedo Porto (UFPA) Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa que se propõe a estudar e analisar comparativamente um conjunto de hagiografias, salientando principalmente os discursos e as práticas presentes nestes textos, com o objetivo de verificar os processos formadores de identidade através do contexto de escrita de cada obra. Sendo assim foi analisada a obra História Eclesiástica do bispo Eusébio de Cesaréia, já que a mesma possui elementos que serviram como modelo para os textos hagiográficos posteriores. Essa obra foi o ponto de partida para elaboração deste artigo, no qual será analisado mais precisamente um aspecto da obra, que pode ser observado como um discurso formador de identidade e que se dá através da afirmação da ortodoxia pela alteridade das heresias, buscando consolidar sua legitimidade. Palavras- chave: Heresia, Ortodoxia, Identidade e Alteridade. IDENTIDADE E IMAGINÁRIO EM TRANSFORMAÇÃO – O INÍCIO DA MIGRAÇÃO DOS GODOS (376-410) Sandro Teixeira Moita (Mestrando em História – UNIRIO) O presente trabalho visa apresentar, de maneira breve, as mudanças que se processaram na identidade e no imaginário dos Godos, no período 60 Resumos de Comunicações de 376 a 410, no qual se deram importantes episódios na história desse povo germânico e que marcaram tanto este povo quanto a sua relação com o Império Romano. Destacamos a Segunda Guerra Gótica (376-382), a Batalha do Rio Frigidus (394) e a Tomada de Roma (410) como eventos que impulsionaram e direcionaram tais mudanças na identidade e no imaginário, tocando a própria noção do “ser Godo”, ou seja, a percepção de si próprio quanto a relação com o outro, no caso, os romanos e seu império, e a influência decisiva que estes desempenharam na cultura gótica no seu processo de transformação. Palavras-chave: Godos, Império Romano, Identidade, Migrações. MEDIEVO NA ESCOLA: ENSINO SOBRE IDADE MÉDIA NO CONTEXTO ATUAL DO MARANHÃO. Sarah Fernanda Moraes Gomes (Graduanda – UEMA) Marla Campos (Graduanda História UEMA) Orientador: Profª. Dra. Adriana Zierer (UEMA) Este projeto tem por objetivo, trabalhar com alunos de escolas públicas do Estado do Maranhão, o ensino de Idade Média em sala de aula. Visa abordar suas características de forma clara e dinâmica; na expectativa de desmistificar algumas teorias arraigadas de estereótipos acerca de tal período histórico. E dessa forma, diminuir preconceitos e principalmente, mostrar as permanências do pensamento medieval na sociedade, fazendo desta maneira uma ligação entre passado e presente. Projetos como esse visam diminuir “os muros” existentes entre a academia e a sociedade; além de proporcionar aos estudantes graduandos de História Licenciatura uma vivência com aquele que será seu ambiente de trabalho futuramente. Os resquícios do pensamento medieval podem ser trabalhados com imagens; livros didáticos; jornais; músicas e até mesmo em passeios, que possam levar os alunos à transcendência do olhar e a novas perspectivas através do ensino de história. Palavras-chave: ensino, Idade Média, escola, Maranhão INFERNO E PARAÍSO SEGUNDO A CONCEPÇÃO DE RAMON LLULL (1232-1316) Tayane Cristina Sousa Araujo (Graduanda em História BIC-UEMA) Orientadora: Prof. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA) Este trabalho visa apresentar os elementos fundamentais da concepção de Inferno e Paraíso, além da representação de Vida e Morte corporais e do Além segundo o pensamento de Ramon Lull (1232-1316), 61 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão importante filósofo,teólogo e poeta da língua catalã. O presente trabalho também tem por objetivo mostrar a representação da geografia do Paraíso e do Inferno e sua hierarquização geográfica, além da forte preocupação do homem medieval com a morte, salvação e a expectativa de como seria a vida pós-morte, tendo como base a fonte primária Doutrina para crianças’(1275), obra considerada do ramo da História da Pedagogia, que o filósofo escreveu dedicada ao seu filho e considerada um ‘’manual de salvação luliano’’ para as crianças. Isso mostra a preocupação dos medievais com a educação infantil e uma noção de como as crianças eram educadas antes de serem encaminhadas, ou para a cavalaria, ou para a vida monástica. Utilizamos com fonte secundária o artigo ‘’A Morte e as Representações do Além na Idade Média: Inferno e Paraíso na obra Doutrina para crianças (c. 1275) de Ramon Llull.’’,de Ricardo da Costa, historiador brasileiro que escreveu vários temas e traduziu inúmeros documentos do poeta-filósofo catalão Ramon Lull para o português. Palavras-chave: Inferno, Paraíso, vida pós-morte, Ramon Llull. CONSTANÇA DA SICÍLIA: IMPERATRIX – REGINA – VIATRIX Prof. Dr. Vinicius Cesar Dreger de Araujo (Centro Universitário Anhanguera) Constança de Hauteville, última representante da estirpe dos reis normandos da Sicília, talvez tenha sido a mulher mais importante da Europa Ocidental em fins do século XII. E sobre ela, assim como sobre a maioria de suas antecessoras e contemporâneas, pouco conhecemos. As circunstâncias históricas, temperadas pelas características itinerantes da monarquia imperial germânica, transformaram Constança em uma consumada viajante (viatrix), palmilhando continuamente as estradas italianas, borgonhesas, germânicas e sicilianas, que ligavam as posses do fisco régio, as principais sés episcopais germânicas e borgonhesas, as cidades lombardas e toscanas, além de duas expedições militares contra o reino normando, para garantir a conquista do mesmo em 1191 e 1194. Objetivamos em nossa apresentação conhecer um pouco mais acerca desta personagem histórica, analisar as condições itinerantes de exercício do poder e, a compreender o papel das viagens neste contexto. Palavras-chave: Sacro Império - Reino Normando da Sicília – Constança da Sicília 62 Resumos de Comunicações VIAGENS E EXPERIÊNCIAS DE VIDAS NA ODISSÉIA Alexandre Santos de Moraes (Doutorando em História UFF) Em Homero, o envelhecimento está profundamente associado ao acúmulo de experiências. Elemento consubstancial para a excelência nos discursos e para a realização de façanhas guerreiras, a vivência exige que os agentes afastem-se do que é ordinário e se dediquem ao conhecimento daquilo que está fora do âmbito do ocasional. As viagens são momentos privilegiados para atingir esse fim. Nossa comunicação pretende observar como a épica discute a aquisição de experiências através das viagens, utilizando como principais referências os périplos de Telêmaco e Odisseu. GLADIADORES NAS ARENAS: SERES EXCLUÍDOS SOCIEDADE? Alexandro Almeida Lima Araujo(Graduando em História UEMA) Orientadora: Prof. Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA) DA Pretendemos, com este trabalho, discutir o lugar social dos gladiadores que lutaram nas arenas durante o Império Romano e, dessa forma, desconstruir a perspectiva de que eles seriam, apenas, objetos de manipulação das massas e distração da plebs. Dessa maneira, vamos de encontro à idéia estabelecida e muito difundida durante o século XIX, à saber, a noção de panis et circenses, a política do pão e circo. Questionaremos, também, a concepção ainda corrente de que o gladiador era alguém sem direito a uma vida privada, já que muitos possuíam mulheres, filhos, amantes e amigos. Desta forma, existe uma questão crucial que merece nossa atenção: O lugar social dos gladiadores seria o da exclusão? Mediante tal exposição, examinaremos criticamente a visão generalizante do século XIX observada inicialmente, uma visão ligada às elites, construindo uma representação dos gladiadores como objetos do poder imperial romano. Palavras-chave: Gladiadores; arenas; Império Romano; inserção social. Interações Culturais nos Cristianismos Antigos e os Cristianismos Africanos André L. Barroso (Doutorando em História UNICAMP/FAPESP) O presente artigo é uma primeira reflexão de um projeto de pesquisa que desenvolvo no curso de História Cultural em nível de doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade de 63 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão Campinas com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Nesta pesquisa, pretendo compreender que tipo movimento sócio-religioso se configurou no Norte da África quando comunidades do antigo Egito, Etiópia e região onde hoje chamamos Sudão aderiram à mensagem dos cristãos. Partimos de uma teoria desenvolvida por Geertz onde o processo de interação cultural se dá na diversidade marcada pelo meio, pela geografia e por questões sociais especificas dos grupos que se encontram. Assim, chegamos a uma premissa prévia de que o cristianismo que chega às diversas regiões da África não compõe um movimento homogêneo cuja origem está no judaísmo igualmente heterogêneo como podemos observar em suas diversas comunidades; e que o encontro com as comunidades africanas acima citadas criam algo diferente daquilo que estava sendo experimentado da palestina e demais regiões do Império Romano Ocidental. Palavras-chave: Interações Culturais, Transdisciplinaridade, Cristianismo Antigo A MAGIA EM MERLIN DE ROBERT DE BORON Átila Augusto Vilar de Almeida (Mestrando em História UFAM) Esta comunicação procura apresentar as questões iniciais da pesquisa sobre as representações da magia em Merlim, narrativa de fins do século XII e início do XIII, escrito por Robert de Boron. Basicamente, o trabalho tem por objetivo apreender sob quais formas a magia se apresenta na narrativa de Robert de Boron, pois nesta história Merlim é um profeta e adivinho que utiliza seus poderes sobrenaturais para bem aconselhar os reis, mostrar os pecados dos homens e preparar o caminho para a vinda do rei Artur. Ao mesmo tempo, Merlim procura evangelizar e pregar o caminho da salvação. Palavras-chave: Magia; Igreja; Merlim O MEIO MARÍTIMO ATENIENSE: AS ATRIBUIÇÕES FEITAS POR POETAS DOS SÉCULOS VIII E VII A.C. Graduanda Camila Alves Jourdan (NEREIDA/UFF) Orientador: Prof. Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima (UFF) Os atenienses, desde o Período Arcaico, criaram representações acerca do mar e da navegação. Estas, por sua vez, possuem grande diversidade de abordagens na documentação textual e imagética. Assim, para esta comunicação, buscaremos mapear tais representações a partir das obras de poetas dos séculos VIII e VII a.C., questionando-nos sobre as 64 Resumos de Comunicações características empregadas ao mar e à navegação. Para tanto, aplicaremos à documentação textual a metodologia proposta por Frontisi-Ducroux e o conceito de representações sociais proposto por Denise Jodelet. Palavras-chave: Mar - Navegação -poetas - Período Arcaico ENTRE A CRUZ E A ESPADA: MODELOS DE CAVALEIROS NA VISÃO DE TÚNDALO E A DEMANDA DO SANTO GRAAL. Bianca Trindade Messias (Graduanda em História BIC/UEMA) Orientadora: Dra. Adriana Zierer (UEMA) Orar e combater são as funções dos bellatores na sociedade feudal. Os cavaleiros têm como obrigação seguir as regras estabelecidas pelos clérigos que são: proteger os indefesos, o Estado e a Santa Igreja, porém muitos são movidos pelo desejo de se aventurarem nas terras longínquas e praticarem ações que são desviantes da ordem eclesiástica. Diante dessa dualidade entre seguir a fé cristã e os pecados mundanos, pretendemos analisar as formas de conduta dos cavaleiros a partir das fontes: Visão de Túndalo e A Demanda do Santo Graal. A Visão de Túndalo foi escrita no século XII e traduzida para o português no século XV, o manuscrito gira em torno do cavaleiro chamado Túndalo, esse era de boa linhagem, porém pecador e teve o privilégio de fazer uma viagem ao Além para se arrepender de seus pecados. A Demanda do Santo Graal é uma novela de cavalaria anônima do século XIII proveniente da França, tem como tema principal a busca pelo Graal pelos cavaleiros da Távola Redonda, mas um em especial causou várias turbulências nesta demanda, o cavaleiro Galvão. Galvão e Túndalo dois modelos de cavaleiros, que se assemelham e ao mesmo tempo se distanciam, encontravam se no combate entre a cruz e a espada para alcançarem a salvação. Palavras-chave: Visão de Túndalo. A Demanda do Santo Graal. Cavaleiro. Salvação. FAROL QUE ILUMINA OU FUMAÇA QUE TURVA? O MESTRE ANSELMO DE LAON SOB AS ÓTICAS DE GUIBERTO DE NOGENT E PEDRO ABELARDO Carlile Lanzieri Júnior (Doutorando em História UFF) Tempo de transformações, o século XII medieval possibilitou uma série de estudos, sobretudo econômicos e políticos. Em contribuição com essa historiografia, analisamos essa época com base nas conexões entre ensino e aprendizagem nos escritos de dois autores do norte da França medieval: o abade Guiberto de Nogent e Pedro Abelardo. Nossa 65 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão preocupação basilar foi compreender as razões que os levaram a construir pensamentos distintos sobre um mesmo homem: Anselmo de Laon. Em nossas prospecções, percebemos que há uma tendência historiográfica em enxergar o monaquismo como reservatório do arcaísmo frente à irresistível renovação que se consubstanciou no surgimento das primeiras universidades no século XIII. Antes do confronto ou mera ruptura, observamos que as diferenças entre Guiberto de Nogent e Pedro Abelardo se justificam pela trajetória de cada um: o primeiro era um monge vivido, formado na placidez contemplativa dos claustros; o segundo oriundo das escolas das catedrais urbanas. Sem nos render a teleologismos, tencionamos entendê-los à luz da época em que viveram. Palavras-chave: Anselmo de Laon – educação medieval – Guiberto de Nogent – Pedro Abelardo VÍCIOS, VIRTUDES E A REPRESENTAÇÃO DO BOM CRISTÃO PARA A ORDEM DOS CISTERCIENSES: O EXEMPLO DE ALCOBAÇA. Darlan Pinheiro de Lima (Mestrando UFRGS) A Ordem Cisterciense foi fundada em um momento no qual acontecia uma reforma no meio monástico, a qual se relacionava com a busca de se respeitar os ensinamentos de Bento de Núrsia. A importância de se estudar tal ordem também se depara com a constatação de que os cistercienses, no contexto histórico monástico, já representavam um movimento de reforma dentro de outra reforma. Esta primeira representada pela fundação de Cluny, que aos poucos deixou de corresponder plenamente aos anseios dos monges mais devotos. Assim surge a reforma cisterciense, de grande sucesso, visto as dezenas de mosteiros fundados pela ordem a partir do século XII.Tenho como um dos objetivos, através desta pesquisa, contribuir para produzir um estudo desta ordem, seus anseios, suas indagações, e principalmente razões que provocaram sua fundação, e de que forma a doutrina dos sete pecados capitais e principalmente, o pecado da soberba aparecem como justificativa de seus conceitos na busca da construção do bom cristão. Palavras-chave: Tratados Doutrinários – Portugal – Baixa Idade Média 66 Resumos de Comunicações DIABO VERSUS DEUS: A PERSONIFICAÇÃO DO INFERNO NA VISÃO DE TÚNDALO Rakell Rays dos Anjos Alves (CNPq/PIBIC/UEMA - [email protected]) Orientadora: Dra. Adriana Zierer O presente trabalho busca analisar e compreender a contraposição Diabo versus Deus na narrativa da Visão de Túndalo. A obra foi produzida no século XII por um monge cisterciense desconhecido, e posteriormente traduzida para o português no século XV. Na narrativa o Diabo é associado aos tormentos eternos do Inferno. Durante a Idade Média a narrativa foi utilizada como um manual pedagógico que tinha por objetivo o arrependimento dos pecados por parte dos fiéis, que buscariam seguir as condutas sociais estabelecida pela Igreja Católica, para desfrutarem das benevolências de Deus no Paraíso. No entanto, a pesquisa tem a intenção de demonstrar que os arrependimentos dos pecados davam-se mais pelo medo maior de sofrer as torturas de dois dos três mundos, o Purgatório e o Inferno. Palavras-chaves : Deus - Diabo –Inferno, Visão de Túndalo PÍTEAS DE MASSÍLIA – O ESTABELECIMENTO DE UMA VISÃO NÃO MÍTICA EM RELAÇÃO ÀS TERRAS PRODUTORAS DE ESTANHO Gustavo Koszeniewski Rolim (Graduando em História UFRGS) Orientador: José Rivair Macedo (UFRGS) Com o desenvolvimento do pensamento grego e a fundação de novas colônias no oeste, área desconhecida até então, a existência de testemunhas oculares para validar as informações sobre as condições de vida destas populações tornou-se crucial para as ciências naturais e a literatura grega. As viagens de Píteas, ocorridas no século IV a.C., serviram para a criação desse cenário sobre o norte, habitado pelos Celtas, que comerciavam há tempos com a cidade grega de Massília. Elas modificaram a concepção mitificada que se fazia a respeito do norte, dando-lhe caráter mais científico, possibilitando posteriores discussões sobre a região. Palavras-chave: Píteas, Gregos, Celtas, Antigüidade. 67 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão DE HOMERO A EURÍPEDES: OS FUNERAIS E ANTIFUNERAIS COMO DIREITO E ULTRAJE. Jacquelyne Taís Farias Queiroz (Mestranda em Cultura, Educação e Linguagens UESB) Segundo Redfield, com a morte o corpo se torna lixo e deve ser eliminado através do funeral. E por mais estranho que possa parecer, é na realização dos ritos fúnebres que se dá a transformação, pois durante o seu processo o espírito poderá atravessar os portões do Hades e desta maneira adquirir o status social de morto, deixando definitivamente de fazer parte da sociedade dos vivos para integrar o mundo dos mortos. Os ritos funéreos faziam parte do géras, entre os gregos antigos, o termo denota distinção honorífica e dignidade. O que nos faz perceber na Ilíada porque Pátroclo recebe honras fúnebres excessivas por parte de Aquiles, que até incluem sacrifícios de doze troianos sobre a pira do amigo e a preocupação de Elpenor, na Odisséia, que pede ao amigo Odisseu que realize o quanto antes o seu funeral. Na poesia trágica encontramos a preocupação de Hécuba, Jasão, Ádmeto e Antígona em realizarem os devidos ritos funéreos aos seus entes. Já os antifunerais eram práticas que tinham como objetivo desonrar e humilhar o inimigo. Atitude que atraia a reprovação dos deuses e a escandalização dos mortais. Mas isso não impediu que Aquiles arrastasse o cadáver de Heitor para desfigurá-lo e Penteu de ser esquartejado pelas bacantes. Ao observar as descrições dos funerais e antifunerais podemos compreender os procedimentos empregados para honrar/desonrar os mortos com a afirmação das hierarquias sociais e dos códigos de comportamento que embasam a autoridade das aristocracias guerreiras, no período homérico, ou para reforçar os vínculos dos cidadãos com a polis, no período clássico. Palavras-chave: Cadáver. Literatura grega. Religião grega. Rito fúnebre. Ultraje. O IDEAL DE CIDADANIA NA SOCIEDADE DA ATENAS CLÁSSICA. Laercio Dias Guimarães (Graduando em História UEMA) Orientador: Profª.Drª. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA) Este trabalho visa estabelecer uma reflexão sobre as relações entre a política e a cidadania na Atenas Clássica Durante o Período Clássico, Atenas viveu sob o sistema de governo criado e desenvolvido por ela, a Democracia. Neste sistema, o ideal era o da participação direta dos cidadãos na política, ou seja, era exigida a sua participação ativa na 68 Resumos de Comunicações Assembléia deliberativa votando as leis e as decisões que entrariam em vigor. Considerava-se como modelo ideal de cidadão ateniense aquele que estava preocupado com o bem da sua comunidade e, assim, com toda a população. Portanto, a comunidade ateniense prezava a harmonia, o equilíbrio e a justa-medida. Alguns destes valores eram esperados e exigidos de seus cidadãos formando, assim, o modelo de cidadão ideal. Tais características são apontadas por Aristóteles na Ética à Nicômaco, como sendo: a temperança (sophrosýne), a bondade (praótes), a liberdade (eleutheriótes), a verdade (alétheia), a reserva (aidós), a justa indignação (gémesis), a amizade e o amor (philía), a piedade (eusébeia) e a disciplina (eutaxía), a honra (time) e a honestidade (agathón). Palavras-chave: Cidadania. Democracia. Política. O SIMBOLISMO DO CINTURÃO DE HIPÓLITA Marília Santos Colins (Graduanda em História UFMA) Orientadora: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE) O cinturão de Hipólita é um objeto cheio de simbolismos. Hipólita, rainha das amazonas guerreiras, recebe esse cinturão de seu pai, o deus Ares (deus da guerra). Hércules, no seu nono trabalho, recebe a tarefa de capturá-lo e entregá-lo a Admeta (sarcedotisa de Hera), filha de Eristeu, rei de Micenas. Por trás do cinturão existe um forte simbolismo. Este está relacionado a transmissão de força, poder e proteção. Possui a função de “ligar” e “religar”. Tem valor iniciático, e para a rainha das amazonas era o símbolo de seu poder temporal. Simboliza ainda a vocação e o poder daquele que o recebe. Encontramos o simbolismo do cinto também na Bíblia, no sentido de união na benção e de tenacidade na maldição. Ele era usado pelos judeus, em volta dos rins, na Celebração de Páscoa. Para a análise do simbolismo do cinturão de Hipólita serão utilizados como fonte Régis Boyer e Junito de Souza Brandão. Palavras-chave: Cinturão – Simbolismo – Mitologia QUARENTA E DOIS DENTES DE FÚRIA: ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO DE CÃES DE GUERRA DA ANTIGUIDADE NAS HQS. Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA – graduando em História). Orientadora: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE) Os cães que hoje são utilizados por forças militares para o controle de distúrbios da ordem pública já foram utilizados nas linhas de frente de batalha por muitos povos na Antiguidade como forças auxiliares em combates letais, eles eram chamados de cães de guerra. O início dos contatos 69 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão entre cães e homens transporta a mentalidade atual para acontecimentos há 15 mil anos atas. Essa relação foi estabelecida a partir da perspectiva de um interesse mútuo entre homem que desbravava o mundo e a fera de sentidos aguçados e exímia habilidade natural de caçar e lutar. Partindo desses pressupostos, esse trabalho pretende analisar as representações dos cães de guerra em duas histórias em quadrinhos: “A História de Astarte”, do italiano Andrea Pazienza e “A Fronteira do Fim do Mundo”, cujo protagonista é Conan, O Bárbaro, escrita originalmente por Robert Howard, adaptada por Roy Thomas e desenhada por John Buscema e Tony De Zuñiga. Como metodologia será utilizada considerações de Peter Burke sobre o uso de iconografias como representações de fatos históricos, bem como de Johnni Langer e Carlos Manoel Cavalcanti sobre análise de quadrinhos. Palavras-chave: Cães de guerra; Histórias em Quadrinhos; Antiguidade; História e Imagem. LENTACULUM, PRADIUM E CENA: OS CARACTERES ALIMENTARES NA ROMA ANTIGA Andréia Belém Ferreira (Graduanda em História UFMA) Orientadora: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE) A idéia de grandes banquetes retratadas nos filmes é apenas um estereótipo, os romanos o faziam raramente e para poucas pessoas, pois muitas especiarias vinham de longe e eram caras, tanto que só a alta sociedade realizava esses banquetes. Porém, a alimentação do dia-a-dia era divida em três, como hoje. A primeira refeição do dia chamava-se lentelacum, composta principalmente de pão, leite, queijo e ovos. A pradium era por volta de meio-dia, e a cena, a última começava às quatro horas da tarde, e era dividida em três partes: o gustatio, prima mensa e secunda mensa.A dieta era composta de pão, peixes, carne, garum (um molho obtido a partir da maceração do intestinos de algum peixe), condimentos, vinhos e outras bebidas. O meu objetivo é retratar as formas de alimentação e os tipos de alimentos que compunham a mesa dos romanos, principalmente a respeito dos horários das refeições e das composições destas em afrescos, pinturas e cerâmicas. 70 Resumos de Comunicações SENHORAS DA MORTE: A REPROPRIAÇÃO E INFLUÊNCIA DA IMAGEM DAS VALQUÍRIAS NA ATUALIDADE Weber Albuquerque Neiva Filho (Graduando em História UFMA) Orientador: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) Este trabalho tem por objetivo analisar o imaginário germânico relacionado às servas de Odin, de sua origem ao modo em que podemos percebê-las na atualidade. Descreveremos as reapropriações modernas e contemporâneas e suas fortes influências na sociedade, atraindo e despertando o interesse na cultura escandinava. Utilizando-nos de autores como Langer e Boyer, assim como as sagas e as Eddas, buscaremos demonstrar que as valquírias são figuras indispensáveis não apenas dentro da mitologia escandinava mas como fonte de despertar do saber mitológico. Daremos enfoque no jogo eletrônico “Valkyrie Profile”, centrado na figura destas damas de batalha, para exemplificar e enfatizar tal analise. Palavras- chave: Valquírias, Mitologia Germânica, Gênero. O PAÍS DA COCANHA COMO REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS UTÓPICOS DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL Manoel Afonso Ferreira Cunha (Graduando PIBIC/ FAPEMA/ UEMA) Orientadora: Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA) Esse peculiar país de grande fama na Europa ocidental chamado de Cocanha, nascido por volta do século XIII, enriqueceu de maneira bastante folclórica o imaginário popular da época. Um dos mais sedutores países imaginários se espalhou por grande parte do mundo, levado por franceses, portugueses e holandeses, inclusive até aqui. Além de apresentar um forte teor popular, o País da Cocanha traz luz a uma discussão da relação existente entre as sociedades reais históricas e os países imaginários oriundos das escrituras de contistas e outros escritores em geral. Acreditase que este termo Cocanha tenha surgido em meados do século XIII, em um texto francês chamado de fabliau de Cocaigne, o que nos explicita um grande problema: a dificuldade de se explicar as variações de definição do que seja fabliau em relação aos relatos sobre a própria Cocanha. Portanto, este estudo reflete a avidez da historiografia atual em reconhecer e/ou reconstituir a história das sociedades imaginárias a partir de elementos utópicos medievais. Palavras – chave: imaginário medieval; Cocanha; sociedade. 71 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão IAKHE!: A PRESENÇA DE DIONISOS NOS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS. Prof. Figueiredo Virgolino (Mestranda UFF/Nereida) Os cultos de mistério fazem parte das experiências religiosas dos antigos gregos. Dentre esses cultos, destacamos as cerimônias celebradas em Elêusis, nas quais Deméter e Koré desempenhavam um papel crucial e gozavam de grande popularidade. Todavia, essas não eram as duas únicas divindades cultuadas nos rituais: Dionisos, divindade do êxtase e da manía, também era celebrado. Destarte, nosso objetivo nesta comunicação consiste em analisar a relação entre Dionisos, Deméter e Koré nos rituais celebrado em Elêusis. O IMAGINÁRIO SOBRE O MAR E O ESTATUTO SOCIAL DOS “HOMENS DO MAR” NA ATENAS CLÁSSICA Marla Rafaela Lima de Assunção (Graduanda de História da UEMA) Orientadora: Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA) Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender o estatuto social ambivalente dos pescadores na pólis ateniense do período clássico. Para tanto, pretende pensar os diferentes elementos que sustentavam essa ambivalência: a métis do pescador e as relações estabelecidas com o espaço marítimo e as divindades cultuadas. Sendo uma discussão significativa no estudo das sociedades antigas e modernas, sua proposta é resgatar a identidade desses homens do mar. Que fatores contribuíram para o desprezo dessa camada social? O pescador era um cidadão? Quais deuses cultuavam? Qual sua influência na sociedade ateniense? Os documentos arqueológicos e clássicos literários analisados fornecem as respostas e explicam a marginalização dos homens do mar. Palavras-chave: Pescador; Pesca; Divindades. LITERATURA E IMAGINÁRIO: REPRESENTAÇÃO DA ORDEM DO TEMPLO E DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS EM IVANHOÉ DE WALTER SCOTT. Philipe Luiz Trindade de Azevedo (Graduado em História UFMA/NEVE) Esta comunicação é resultado de uma pesquisa mais ampla denominada A Representação dos Cavaleiros Templários em Romances Produzidos na Contemporaneidade, que resultou em monografia intitulada A IDADE MÉDIA AINDE VIVE: a representação dos Cavaleiros Templários em romances produzidos na contemporaneidade defendida junto ao Curso de História da Universidade Federal do Maranhão. Este 72 Resumos de Comunicações trabalho, especificamente, objetiva-se em apresentar as representações sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários encontradas no clássico romance Ivanhoé de Walter Scott. Utilizaremos para isso uma edição de 1967 do romance, que foi publicado pela primeira vez em 1820. Empregaremos como metodologia a análise do romance histórico apoiada na análise de teóricos como Maria Geralda de Miranda, Alcmeno Bastos, Jacques Leenhardt e Ludmilla Giovanna Ribeiro de Mello. Ainda sobre o medievo contaremos com o aporte teórico de medievalistas como Hilário Franco Jr., José Rivair Macêdo, Jacques Le Goff e Alain Demurger. Palavras-chave: Templários. Romance histórico. Literatura contemporânea. A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NA LITERATURA FRANCESA DO SÉCULO XII Rennata Pinto dos Santos (Graduanda UFMA) Orientador: Profª Ms. Luciana de Campos (NEVE) O conjunto de mudanças nos diversos setores da sociedade feudal juntamente com outro fenômeno ocorrido no século XII, a revalorização da cultura clássica e consequentemente o culto ao corpo, permitiram novas expressões da sexualidade e a maior participação da mulher no âmbito social. A Igreja Católica tenta dominar as relações privadas. Contudo, o século XII é marcado por um dinamismo feudal, culto ao corpo que valorizam a mulher, sobretudo quando esta passou a ter uma vida mais ativa na estrutura social daquela época. O objetivo dessa comunicação é destacar o fenômeno da promoção feminina que ocorreu nesse momento histórico partindo da idéia de uma espécie de resistência ao modelo católico de representação da mulher. Isto fica bem claro em uma obra que repercutiu nas cortes francesas do século XII e que pouco foi atingida pela clericalização − não por falta de tentativas − essa obra é o romance de Tristão e Isolda. A metodologia empregada será a crítica literária. Palavras–chave: Damas – Literatura – Igreja Católica – Representação. O IMAGINÁRIO CRISTÃO DO ALÉM NA VISÃO DE TÚNDALO. Solange Pereira Oliveira (Graduanda CNPq/PIBIC/UEMA) Orientadora: Prof. Dra. Adriana Maria de Souza Zierer (UEMA) Durante a Idade Média, o Além foi um dos temas muito utilizado pela Igreja Católica para conduzir os cristãos na busca pela sua salvação. Foi por meio dos exempla (exemplum), que constituem relatos breves descrevendo as felicidades e tribulações do Além, que essa instituição 73 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão tentava converte as almas dos fiéis e não fiéis, pelos relatos de viagem das almas no além-túmulo. O manuscrito Visão de Túndalo é um exemplum produzido no século XII de autoria anônima, traduzido para o português no século XV, nos oferece as descrições dos lugares do Além divididos em: Inferno, Purgatório e Paraíso. Nessa narrativa, o personagem principal é o cavaleiro Túndalo, que era pecador, acompanhado de um anjo vão percorrer esses três espaços, identificando os lugares das almas dos eleitos no pré-paraíso e nos três Muros Celestiais, e dos condenados no espaço infernal. Por meio dessa narrativa, observamos como a sociedade medieval imaginava o mundo dos mortos, bem como o papel dominante desempenhado pela Igreja na construção desse imaginário cristão. Pois essa instituição tentava manter o seu poder perante os medievos,pelo discurso indispensável da sua intercessão para conduzir as almas dos pecadores e dos justos ao caminho da salvação. Palavras - Chave: Além. Inferno. Paraíso. Visão de Túndalo. PAULO DE TARSO EM NIETZSCHE E FREUD E A QUESTÃO DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS Thais Carvalho Fonseca (Mestranda PGCULT/UFMA) Segundo a igreja católica (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 2000, p. 221 e 248-249) os bispos são considerados o próprio Cristo e a igreja é ao mesmo tempo sociedade provida de órgãos hierárquicos e Corpo Místico de Cristo. Tal constituição doutrinária tem origem histórica, segundo Nietzsche (2010), em Paulo de Tarso, um judeu legalista que manipula a herança de Cristo, criando uma instituição cristã, a Igreja. Para o filósofo, o cristianismo nega a Igreja (Ibid, p. 62) e a Igreja opõe-se ao Evangelho (Ibid, p. 71), pois o Deus de Paulo, institucionalizado, legalista e moralista e transcendental, do além-morte, é muito diferente do Deus de Cristo, um anarquista ligado à vida terrena. Através de Freud e seus estudos de psicanálise social poderemos perceber que a atitude de Paulo em dividir o cristianismo em assembléia visível e comunidade espiritual para subjugar os homens por uma lei é uma postura que se repete na construção social, pois esta lei, fundadora do social, vive o dilema de uma existência simbólica e material ao mesmo tempo. As garantias significativas do instituído sempre se fizeram necessárias na história do corpo social. Atualmente, o Estado laico do pacto social toma forma através de um imenso imbróglio normativo, as instituições jurídicas, o superego cultural da contemporaneidade. Palavras-chave: Paulo de Tarso, Igreja Cristã, Freud, Instituições sociais. 74 Resumos de Comunicações IMAGENS DO ORIENTE: A REPRESENTAÇÃO DOS NIZARIS NOS RELATOS DE VIAJANTES Thomas Farines (Graduando em História, UFSC) Os relatos de viajantes (comerciantes, peregrinos e religiosos) serviram, desde a Antiguidade, na construção da imagem e da identidade de grupos sociais. A partir da perspectiva de trabalhar estas obras como fontes históricas, a presente pesquisa pretende analisar os relatos de dois viajantes do período que se convencionou chamar de Idade Media: Marco Polo (1254-1324) e Ibn Batuta (1304-1377). Através do método comparativo e trabalhando com o conceito de trocas culturais, será analisada a construção da imagem do outro e de identidades ocidentais e orientais nos relatos sobre os Nizaris, mais conhecidos no ocidente como assassinos. Palavras chaves: Idade Média,Relatos de Viajantes,Islamismo,assassinos Privilegium paupertatis: apontamentos sobre a Sicut manifestum est de 1228 de Gregório IX Profa. Veronica Aparecida Silveira Aguiar (UNIR) Nesta comunicação temos por objetivo fazer um exercício de análise da Carta Sicut Manifestum est de 1228 de Gregório IX (1227-1241). Tradicionalmente chamada de “Privilégio da Pobreza”, a bula do papa foi uma resposta à Clara de Assis e as suas “Irmãs pobres” do convento de São Damião que haviam pedido ao pontífice uma intervenção com o propósito de garantir o Privilegium Paupertatis. O conteúdo da Carta resume-se num testemunho da “Altíssima pobreza” franciscana defendida pela comunidade feminina na qual Clara era abadessa. A partir da análise dos aspectos acima relacionados, o principal intuito desta apresentação será aquele de levantar as discussões historiográficas acerca da leitura da pobreza posta as “Pobres Damas” logo após a morte de Francisco de Assis. Além disso, no ano de 1228 houve a canonização de São Francisco. Enfim, a concessão de Gregório IX diferenciava o convento de São Damião dos demais conventos hugolinianos franciscanos. Apesar da brevidade do escrito do papa, podemos tecer reflexões em torno da pobreza evangélica que posteriormente aparecerá na Regra de Clara de Assis de 1253, nossa fonte principal desta pesquisa de doutorado. Palavras-chave: pobreza, Clara de Assis, Igreja, movimento Franciscano. 75 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão O SÉTIMO SELO: AS REPRESENTAÇÕES DO MEDIEVO NA PELÍCULA DE INGMAR BERGMAN Wendell Emmanuel Brito de Sousa (Graduando em História UEMA) Orientador: José Henrique de Paula Borralho (UEMA) Com uma rica e cultuada obra cinematográfica Ingmar Bergman é considerado um dos maiores cineastas do mundo, desenvolveu uma obra com alicerces no teatro e cinema. Bergman traz muito de suas experiências vividas em seu oficio artístico, em O Sétimo Selo, filme marco na careira do diretor e cultuado pelos amantes da sétima arte, representa a visão de Bergman sobre a Idade Média. O presente artigo tem como objetivo apontar as representações do medievo na película do cineasta, tendo a Morte – tema tabu na cultura ocidental – juntamente com a Fé, uma das principais características presentes na sociedade medieval. Assim, Morte e Fé são os dos principais elementos vivenciados pelos medievos, conforme o olhar do Bergman, e serão discorridos e refletidos neste trabalho. Palavras-Chave: Morte. Fé. Cavaleiro. Bergman ALEGORIAS MEDIEVAIS E (IN)TOLERÂNCIA RELIGIOSA NA PROCISSÃO DE CORPUS CHRISTIS Prof. Ms. Eloy Barbosa de Abreu (UEMA) A procissão de Corpus Christis, instituída na Europa no século XIII, surgiu com objetivo principal de combate as heresias que se intensificaram no final da Idade Média. Composta por alegorias e representações oriundas do teatro litúrgico medieval, a procissão atuava como um recurso catequético e de doutrinamento. O presente trabalho analisa as alegorias religiosas presentes nas procissões da cidade do Porto, discutindo as relações de poder e de intolerância religiosa que perpassavam tais representações. Palavras-chaves: Festa. Alegoria. Intolerância. Religiosidade. FORMAÇÃO DAS COMUNIDADES CRISTÃS E SUAS INTERAÇÕES CULTURAIS NA BACIA MEDITERRANEA: UM OLHAR SOBRE OS GÁLATAS William Braga Nascimento (Graduando em História UEMA) Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA) O presente trabalho procurará analisar do ponto de vista histórico o contexto social e religioso em que se deu o contato das pregações paulinas 76 Resumos de Comunicações na região denominada Galácia e a sua formação como uma sociedade cristã. Situada na península da Anatólia na Ásia Menor, esta sociedade teve como uma característica a presença de vários povos que de certa forma interagiram com o espaço social em que se estabeleceram, constituindo uma heterogeneidade estrutural, criando assim um cenário no qual o cristianismo irá se inserir através da chegada do apostolo Paulo por meio das suas viagens missionárias. Identificar a forma como esse cristianismo foi recebido nesta sociedade e os principais “obstáculos” para a sua afirmação, torna-se chave para entender como estava moldada a sociedade dos Gálatas na época em que Paulo lhes escreveu a carta a estes, por volta do ano 50 e.c. Tomou-se como fonte primária a Bíblia, que em alguns aspectos no livro mencionado não descrimina eventos históricos, o que lhe permite fazer diversas suposições a respeito das estruturas dessa sociedade. Palavras-chave: Sociedades – Cristianismo – Paulo – Gálatas KALÓS THÁNATOS: A APROPRIAÇÃO DO CORPO PELA COMUNIDADE POLÍADE NA ORAÇÃO FÚNEBRE DE PÉRICLES Cartejane Bogéa Vieira (Graduando em História UEMA) Orientadora: Profa. Dra. Ana Lívia Bonfim Vieira (UEMA) A pesquisa tem por finalidade analisar as relações estabelecidas entre o poder político e os rituais funerários na construção do ideal de politéia na Atenas Clássica. Para tanto, buscou-se compreender os mecanismos simbólicos de construção e afirmação da cidadania ateniense, isto é, o conjunto de competências cognitivas e práticas culturais que o cidadão deveria dispor para responder e participar, de pleno direito e com critério, no sistema políade, tornando-o reprodutor dos valores da ordem sociopolítica da pólis. Essa operação discursiva foi executada por meio da interpretação do ritual funerário feito em homenagem aos primeiros combatentes mortos na Guerra do Peloponeso e os valores elencados por Tucídides na Oração Fúnebre de Péricles e como os mesmos corroboram para a perpetuação do ideal de cidadania na Atenas do século V e IV a. C. Palavras-chaves: Atenas Clássica, Rituais funerários, Cidadania. 77 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão ENTRE UM SÁBIO REI E UM PODEROSO EXORCISTA DA ANTIGUIDADE: SALOMÃO, UMA FIGURA DE PRESTÍGIO DA TRADIÇÃO JUDAICA IMERSA NA MAGIA APOCALIPTICA Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (Graduanda em História UEMA) Orientadora: Profª Dra. Ana Livia Bomfim Vieira (UEMA) Salomão é uma personagem da Bíblia, nascido em Jerusalém, décimo filho do rei Davi com Bate-Seba. Seu reinado iniciou ainda enquanto estava em sua mocidade, segundo algumas cronologias bíblicas, teve início em 971 a.C a 932 a.C, ou seja, durando quarenta anos. Este rei tornou-se conhecido através de três pontos destacáveis em sua figura: sua conhecida sabedoria, a construção do Templo de Jerusalém e a infidelidade a Javé, sendo esta ultima a causa principal da divisão do reino de Israel após a sua morte. A partir destas informações que podemos ter acesso através de fontes bíblicas, a História também nos apresenta outra imagem deste sábio rei de Israel na Antiguidade: a de um poderoso exorcista, e a fonte utilizada foi a obra o Testamento de Salomão, tendo informações não suficientes sobre sua autoria, o que ocasionou algumas especulações científicas. A partir desta narrativa grega, é possível a visualização da construção do Templo de Jerusalém no séc. X a.e.c., e este testemunho de substituição do sábio rei por um poderoso exorcista é materializado na relíquia de um misterioso anel mágico, utilizado para subjugar demônios na construção do Templo. Com o olhar sobre estas duas imagens paradoxais, para a visão moderna, desta figura de prestígio da tradição judaica, é que será abordado um diálogo entre a magia helenística com a literatura apocalíptica-judaica. Palavras-chave: sábio – exorcista – magia – judaica A FLEXIBILIDADE DO DISCURSO: AS DIVERSAS CONSTRUÇÕES SOBRE O MÚSICO NA ATENAS CLÁSSICA Arianne Pereira Alves (Graduanda BIC/UEMA) Orientadora: Profa. Dra. Ana Lívia Bomfim Vieira (UEMA) O discurso bem formulado tem um poder social e como historiadores sabemos o quão devastador pode ser o poder dado à palavra, por isso, seu uso está ligado a uma intensa rede ético-social estabelecida em cada sociedade. Sabemos também o quão fluídas podem ser as relações construídas dentro de um determinado grupo, onde na maioria das vezes as práticas sociais não correspondem aos ideias culturais a serem seguidos. Pensando nisso busco neste ensaio, junto a uma intensa pesquisa bibliográfica, ampliar nossas faculdades de análise sobre o que vem ser o músico dentro da Atenas Clássica e inserido nesse contexto, como sua figura e funções o 78 Resumos de Comunicações tornam uma personagem ímpar na composição do período. Baseados na importância do mesmo, questionamos aqui as diversas interpretações que recaem sobre o músico e como os demais componentes da sociedade o enxergam nessas relações. O CRISTO MEDIEVAL: A PERSONIFICAÇÃO DE FRANCISCO DE ASSIS NA FIGURA DE JESUS CRISTO Alex Silva Costa (Graduando em História BIC-FAPEMA-UEMA) Orientadora: Prof. Dra. Adriana Zierer (UEMA) A pesquisa analisa a personificação de São Francisco de Assis na pessoa de Jesus Cristo, tendo como fonte primária a Vita Prima de Tomás de Celano escrita em 1228, no séc.XIII. Faz isso estudando a escolha do peregrino de Assis pela imitação da vida e espiritualidade do Cordeiro de Deus. O Poverelo italiano levou ao extremo sua identificação por Cristo e seu evangelho, ele era a representação do próprio Messias, ou seja, o Alter Cristus. A confirmação de sua busca veio em setembro de 1224, na solidão montanhosa do Monte Alverne, na Itália Central, quando ganhou no corpo o carimbo de Deus, que era as chagas de Cristo seu filho amado. O santo era na Idade Média Central o exemplo vivo de Cristo, pois sacudira a religião, a civilização e a sociedade em que vivia. Francisco é “modelo de um novo tipo de santidade centrado sobre o Cristo a ponto de se identificar com ele como o primeiro homem a receber os estigmas, Francisco foi uma das personagens mais impressionantes de seu tempo e, até hoje, da história medieval” (LE GOFF, 2007, p.09). Palavras-chaves: São Francisco -Identificação- Cristo A PALESTINA: PERIFERIA DO IMPÉRIO ROMANO. AS FORMAS DE RESISTÊNCIA AO PODER Alberto José Patrício (Bacharel em Ciências Sociais UFRJ) Este trabalho visa demonstrar a realidade do domínio imperial romano, a Palestina, que apresenta características próprias nesta estrutura desse império. A Palestina, por sua tradição estritamente ligada à religião judaica (com base na Torá) e por seu histórico de submissão a diversos impérios, cultiva uma constante resistência ao espírito de domínio estrangeiro e opressor, entranhado na tradição deste povo que tinha por objetivo restabelecer o modo de vida israelita tradicional, que fora tão implacavelmente transtornado pelo imperialismo romano. Nessa perspectiva, as informações sobre protestos e resistências populares nas quais temos informações escritas, representam a ponta do iceberg de contestação popular ao domínio romano, em caso particular e, a fim de 79 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão avaliar a profundidade deste movimento na Palestina, é preciso admitir que todas as formas de protesto e resistência, clandestina ou públicas, estão radicadas no que tem sido considerado como “transcrito oculto”. Assim, pretende-se examinar que fatores determinaram o insucesso da instauração de um estável sistema de domínio romano na Palestina e a importância deste transcrito oculto desenvolvido pelas classes populares (camponeses, trabalhadores urbanos e escravos). NO CORDEL PODE SER MODERNO E PODE SER MEDIEVAL. QUEM “MANDA” É O PÚBLICO. Profa. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA) Nesta comunicação procuraremos mostrar que, apesar da amplitude temática de suas abordagens, os poetas estão sempre direcionando seus cordéis para atender seu público. Apresentaremos a produção do poeta Gonçalo em que ele publica seus livretos em francês e inglês. São biografias de personagens como Gandhi, além de pesquisadores que desenvolveram pesquisas sobre cultura popular. Gonçalo também escreve romance que conta história de princesas que habitavam em castelos medievais, o que nos mostra que a temática da Idade Média atrai tanto os cordelistas como o público a quem ele é dirigido. LANCELOT: UM CAVALEIRO OSCILANTE NA DEMANDA DO SANTO GRAAL Neila Souza (Mestre em História pela UFF) Lancelot era considerado o melhor cavaleiro da corte arturiana, então cognominado “o melhor dos melhores”, até a chegada de seu filho Galaaz. O mais amado cavaleiro do reino de Logres apresenta características mais humanas, porque mais complexas e contraditórias, o que podia tornar possível sua identificação com os jovens nobres daquela sociedade, profundamente sedentos pelos sentimentos, anseios e perspectivas que a leitura dos romances de cavalaria causava entre eles. Nesse sentido, identificamos que esse personagem representa um modelo de cavaleiro na Demanda do Santo Graal. Oscilando entre um cavaleiro mergulhado no pecado e um cristão arrependido. Trata-se, exatamente, de um padrão mais factível e corrente, com o qual os guerreiros poderiam se identificar. Objetivamos aqui apresentar e discutir as características que predominam nesse tipo de cavaleiro e entender a sua inserção numa fonte medieval do século XIII como a Demanda. Palavras-chave: Cavalaria – Pecado - Salvação 80 Resumos de Comunicações O TEMA DE INÊS DE CASTRO EM HERBERTO HELDER E FERNÃO LOPES: A PERMANÊNCIA DO MITO Vanessa Soeiro Carneiro (Graduanda em Letras UFMA) Orientadora: Profa. Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) A história de Inês de Castro se passou em Portugal durante o século XIV e é uma história de amor e adultério que, por motivos políticos, terminou de forma trágica. Após a sua morte, Inês se transformou em um mito que permeia o imaginário popular até os dias atuais. Além disso, ela já foi retratada inúmeras vezes na literatura e serve de inspiração para muitos poetas e prosadores. Analisando a forma como Inês de Castro é apresentada na Crônica de D. Pedro I, de Fernão Lopes e em “Teorema”,de Herberto Helder, observaremos como ocorreu o seu processo de mitificação. Processo esse que é sustentado por um tripé que se forma através do amor, da morte e da saudade. Palavras-chave: Inês, Lopes, Helder, Mito. A COMICIDADE PRESENTE EM “AUTO DA BARCA DO INFERNO” Karine Costa Miranda (Graduanda em Letras UFMA) Orientador: Prof. Dr. José Dino Costa Cavalcante (UFMA) A obra humanista do século XVI “Auto da Barca do Inferno”, por conter uma miscelânea de constatações temáticas no seu conteúdo e pelo seu olhar mais indolente, apresenta a comicidade como vetor nesta alegoria dramática de Gil Vicente, focalizando os diferentes aspectos cômicos. O objetivo deste trabalho é, portanto, investigar os processos dessa comicidade presente a partir da sátira, evidentemente originária da ironia, fundando-se em análises teóricas de Vladimir Propp e seus postulados acerca da comicidade, em que se faz a abordagem do riso enquanto gênero cômico e os aspectos do ponto de vista da caracterização psicológica, e nos estudos de Henri Bergson acerca do riso. Palavras-chave: Auto da Barca do Inferno. Farsa. Comicidade. Riso. ELECTRA: UM EXEMPLO DE PERSONAGEM TRANSGRESSORA AO IDEAL DE FEMININO VIGENTE NA PÓLIS ATENIENSE Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA) A personagem esquiliana Electra desenvolve nas Coéforas um comportamento contrário ao que a sociedade clássica atenie nse espera de uma mulher bem-nascida. Ela desobedece às ordens de sua mãe, a rainha 81 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão argiva Clitemnestra, e participa - ainda que indiretamente - do assassinato da mesma. Juntamente com Orestes ela será responsável pela morte da mãe, tornando o episódio uma vendeta intrafamiliar. Deste modo, mesmo sendo filha de Clitemnestra e estando numa posição semelhante à de uma escrava, ela contraria as ordens de sua mãe e senhora ao verter libações não para consolar o espectro de Agamêmnon, mas para pedir a ele vingança contra seus assassinos. Ao assim proceder ela comete uma transgressão, pois embora lhe fosse de direito o desejar a punição dos culpados pelo assassínio de seu pai, Electra não deixa de cair em hybris ao cobiçar a morte de sua mãe. Seu lamento é, assim como o do coro, usado para expressar a resistência aqueles que detêm autoridade. Isto posto, analisaremos os termos e as passagens ligadas à personagem que nos permitem designá-la como uma mulher bem-nascida transgressora ao ideal de comportamento feminino vigente na sociedade ateniense do V séc.a.C.. Palavras-chaves: Electra, transgressão, bem-nascida. O DISCURSO NO MEDIEVO E SUAS MARCAS NA DEMANDA DO SANTO GRAAL Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA) Camila Nascimento Lima Silva (Graduanda UFMA) Orientadora: Prof.ª Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) A Demanda do Santo Graal (ADSG) é uma coletânea de escritos do século XII e XIII justapostos sob um único pano de fundo: a busca dos cavaleiros da távola redonda pelo cálice sagrado: o Graal, no qual estava contido o sangue de Cristo colhido por José de Arimatéia. Segundo a história, o Graal era um objeto capaz de restabelecer a paz e trazer a abundância a Camelot, capital do reino de Logres. É importante ressaltar que, a ADSG é uma obra proveniente das lendas celtas, protagonizado pelo rei Artur, e que, ao longo dos tempos, adquiriu novas configurações a partir da contribuição de uma gama variada de autores, e, por fim, em decorrência da Idade Média, época na qual o discurso religioso era altamente propagado, um autor desconhecido utilizou-se desses ideais para tornar uma história originada por um povo pagão em uma consagrada obra com contornos essencialmente cristãos. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever como uma obra nascida sob a égide pagã adquiriu nuances cristãs a partir do contato com o poderio discursivo-ideológico da Idade Média. E, dentro desse panorama, estabelecer paralelos entre as personagens de A Demanda do Santo Graal e personagens consagradas da Bíblia Sagrada. Palavras-chave: Idade Média; Demanda do Santo Graal; Bíblia. 82 Resumos de Comunicações A IDEOLOGIA RELIGIOSA MEDIEVAL PRESENTE NA OBRA EL CANTAR DE MIO CID Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA) Sâmia Cristina Martins Silva (Graduanda UEMA) Orientadora: Prof.ª Esp. Renata Alves da Silva (UEMA) El cantar de mio Cid é o mais antigo poema épico da literatura espanhola. Este poema é uma narração inspirada nos feitos do cavaleiro castelhano Rodrigo Dias de Vivar, tendo como temas centrais a morte, a família, o heroísmo e a busca pela honra. É dividido em três cantares: Cantar del destierro; Cantar de las bodas; e Cantar de La afrenta de corpes. Cada um desses cantares relata passagens fundamentais da vida deste cavaleiro. Este poema é datado do século XIII, onde o discurso religioso era fortemente difundido, razão pela qual a obra é marcada por diversos aspectos característicos da ideologia da Igreja Católica, inclusive com a presença de figuras próprias da Bíblia, através da similaridade entre os personagens do poema e o livro sagrado para os cristãos. A partir destas constatações, objetiva-se a descrição desses aspectos levando em consideração o poder que a Igreja exercia sobre a Espanha da época. Palavras-chave: Discurso; Idade Média; Bíblia; “El cantar de mio Cid”. A IRONIA COMO SUBVERSÃO DA HISTÓRIA: A IDADE MÉDIA NO CONTO “TEORIA” DE HERBERTO HELDER. Gladson Fabiano de Andrade Sousa (Graduando do Curso de Letras UFMA) Orientador: Prof.ª Dr.ª Márcia Manir M. Feitosa (UFMA) Na história da literatura tornou-se recorrente o retorno ao tema do amor entre Inês de Castro e o Rei D. Pedro I, configurando-se a chamada tradição inesiana. Este mesmo tema é retomado pelo escritor contemporâneo Herberto Helder, no conto “Teorema” lançado no livro Os passos em Volta de 1963. Hélder, porém, não apenas retorna ao tema, mas também lança uma nova luz sobre o entendimento do mesmo, através da fina ironia que perpassa todo o conto. Este trabalho tem como foco principal elucidar a ironia como meio de subversão da história. Para este fim, analisam-se os elementos da narrativa que convergem para ampliar a tensão entre tempos, espaços e figuras históricas, tais como Pedro I de Portugal, Pero Coelho, Inês de Castro, e, por conseguinte o próprio povo português. O valor moral da história e de suas personagens é profundamente revisitado, fazendo com que se mantenha viva a tradição inesiana. Como 83 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão pressupostos teóricos utilizam-se conceitos das teorias do conto de Edgar Allan Poe, como a “unidade de efeito” e a teoria de Ricardo Piglia que diz que “um conto sempre conta duas histórias.” Palavras-chave: ironia - resgate e subversão. CURAR, MATAR E VOAR: O USO DE PLANTAS ALUCINÓGENAS NA FEITIÇARIA NÓRDICA MEDIEVAL Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE) O uso de plantas para a alimentação, fins curativos e mágicos sempre esteve presente no cotidiano do homem deste os mais remotos tempos. No caso específico da Escandinávia na Idade Média Central e Baixa, encontramos imagens peculiares em igrejas onde mulheres utilizam o caule de flores para voarem. Essas plantas eram utilizadas para a elaboração de medicamentos, venenos e poções e ungüentos de alto poder alucinógeno. A belladona, o licopodium, o capim de Maria eram largamente utilizadas pelas mulheres em poções curativas e em feitiços e, todas elas ainda hoje são usadas para o mesmo fim. Entender como essas plantas eram utilizadas e, mais ainda, como as suas representações de uso mágico adentraram os templos cristãos é a primeira parte de uma extensa pesquisa que apresentamos aqui, nas suas primeiras questões. Palavras-chave: Alucinógenos e plantas; Escandinávia Medieval; cotidiano e magia. AS INFLUÊNCIAS DA MITOLOGIA BRUXARIA MEDIEVAL Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) ESCANDINAVA NA As narrativas da mitologia germano-escandinava são repletas de referências de personagens mágicos e praticantes de feitiçaria. Originalmente inseridas dentro das tradições mágico-religiosas da sociedade nórdica pagã, essas referências a agentes e objetos de feitiço podem ter adentrado a área européia continental e influenciado na construção do imaginário sobre a bruxaria – realizado essencialmente por teólogos e intelectuais ligados à Inquisição após o século XIII. Nossa pesquisa centra-se essencialmente nas figuras de Freyja e Frigg, deusas escandinavas relacionadas à magia e ao sexo, e suas representações em um mural na Catedral dinamarquesa de Schleswig, do ano de 1200, que possivelmente deram origem às representações de bruxas voando em vassouras para participarem do Sabá, um tema que tradicionalmente surgiu na iconografia européia continental somente a partir do século XV. Nossos principais referenciais teóricos são 84 Resumos de Comunicações a Nova Escandinavística e a História Cultural, empregando autores como Carlo Ginzburg, Keith Thomas, Stephen Mitchell, Horn Fuglesang e JeanClaude Schmitt. Palavras-chave: Feitiçaria; Mitologia Nórdica; Baixa Idade Média; Escandinávia. REVOLUÇÃO LIGEIRA: A BIGA E AS TRANSFORMAÇÕES DO COMBATE NA ANTIGUIDADE Adhemar Corrêa Neto (Graduando UFMA) Orientadora: Profa. MS. Luciana de Campos (NEVE) A carruagem é o tipo mais antigo e simples de transporte tracionado por animais, utilizadas tanto na paz quanto na guerra como o principal veículo de vários povos da antiguidade, as primeiras foram construídas por volta de 3000 a.C eram usadas para transporte e tinham como força motriz o boi, adaptações foram feitas e a carruagem foi sendo transformada e uma variação dos seus resultados foi a biga, carro tracionado por dois cavalos muito veloz o que foi fundamental para provar sua eficiência no campo de batalha, foi extensivamente usada nos exércitos das civilizações da antiguidade como Egito e Assíria. Para tanto utilizaremos como fontes, Tito Lívio e como suporte teórico John Keegan e Robert Gaebel. Palavras-chave: Antiguidade; guerra; biga. NÓMOS, DIKÉ E A RETÓRICA EM HÉCUBA DE EURÍPEDES Brian Kibuuka (Pós-Graduando UFF) A fala de Hécuba a Agamêmnon no terceiro episódio (vv. 786845) é um discurso ricamente elaborado, no qual o conceito de nómos, díkē e o valor das aptidões retóricas são explicitamente mencionados pela protagonista. Esta comunicação visa apresentar tais temas desse discurso da tragédia Hécuba, relacionando-os ao restante do enredo e, onde for possível, ao contexto de sua encenação. Palavras-Chave: Eurípides, Hécuba, Retórica, Violência O DOTE DA NOIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE O COSTUME DO DOTE EM SOCIEDADES DO MUNDO ANTIGO E DO MEDIEVO Prof. Dra. Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA) O costume de dar um dote à mulher ou a seu noivo por ocasião do casamento é um dos mais antigos da humanidade. Seu uso esteve presente 85 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão em diversas sociedades, com características e significados específicos, relacionado ao papel matrimonial, a organização familiar e as relações de gênero. Sendo assim, o dote poderia ser um bem para usufruto do esposo, da mulher ou da sua família, assim como entendido como uma dádiva, um presente, uma oferta para compensar as despesas do marido, um meio de proteção à mulher ou para compra de esposas. Este trabalho pretende fazer um estudo comparativo da prática dotal em sociedades do mundo antigo e do período medieval, com destaque para seus usos, significados e as representações em torno desse rito social. Palavras-chave: Dote. Casamento. Práticas. Representações. COMÉDIA ARISTOFÂNICA: O CARÁTER DO PODER POLÍTICO ATENIENSE Patrício Câmara Araújo (Graduando em História UEMA) Este trabalho tem como objetivo apresentar o olhar do comediógrafo Aristófanes (447-385 a.C) sobre a política. Como documento considero a peça As Nuvens (423 a.C) na qual encontro a crítica aristofânica ao fazer político ateniense considerando a relação entre política e moral. Foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, tomando como procedimento a análise exegético-filológica dos termos em grego que aparecem nesta obra a partir de um olhar da história política. Aristófanes denunciou a prática de corrupção na Grécia tomando como alvo personalidades atenienses que se destacavam no cenário sócio-político da vida políade. Para isto utilizou uma linguagem sarcástica e “agressiva” denunciando políticos gregos e suas práticas. Palavras-Chave: Aristófanes, Comédia, Política. A FARSA DE INÊS PEREIRA: A SIMBOLOGIA DO ADULTÉRIO Rafaella Gomes Monteiro (UFMA) ORIENTADORA: Profa. Dra. Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) Este trabalho tem por objetivo analisar a simbologia que envolve o conceito de adultério a partir da obra de Gil Vicente, A Farsa de Inês Pereira, em que é possível perceber suas diferentes conotações e verificar que as linhas do tempo não são o limite para tais interpretações. Palavras-chave: A Farsa de Inês Pereira. Simbologia. Adultério. 86 Resumos de Comunicações IMAGEM E HISTÓRIA: ANÁLISE DOS ESTEREÓTIPOS NAS HQS ASTERIX E OS NORMANDOS E HAGAR, O HORRÍVEL David Silva Dias (Graduando em História UFMA) As HQs no mundo contemporâneo tem sido grande transmissor da cultura moderna, mostrando lugares, sociedades, momentos históricos do presente e do passado. Para o pesquisador este meio de informação serve como fonte para pesquisa por ter dois influentes códigos: a escrita e a imagem, a escrita contendo toda influência social e cultural e a imagem com as pinturas, cores e traços que reproduzem ambientes históricos que vislumbra o pesquisador, por isso é importante observa como esta sendo representadas essas sociedades e quais os estereótipos permanece ou estão sendo rompidos nas HQs. Esta pesquisa observa a sociedade escandinava nas HQs. Analise que faremos estão em torno de duas revistas consideradas da indústria de massa que são: Asterix e os normandos revista escrito por Albert Uderzo e desenhada por René Goscinny e Hagar, O Horrível criado por Dik Brown. Utilizamos o método comparativo e com recentes avanços nos estudos sobre os escandinavos e o medievo, podemos analisar como essas revistas representam o modo de guerra, o cotidiano e quais a interferências do mundo contemporâneo na construção desta civilização. Objetivo desta pesquisa é observar como as revistas de produção da indústria de massa têm representado a sociedade escandinava e o medievo e quais as permanências e as rupturas dos estereótipos. MARIA, MÃE DE MISERICÓRDIA: O CULTO E OS MILAGRES MARIANOS NOS SÉCULO XII- XIII Camila Rabelo Pereira (Graduanda UEMA) Orientadora: Profa. Dra. Adriana Zierer (UEMA) O presente trabalho tem como objetivo analisar através da fonte primária Milagres Medievais, numa coletânea mariana alcobacense, a crescente preocupação da Igreja Católica com as mulheres a partir do século XII. Esta análise será feita através dos milagres, que entram tardiamente na esfera do culto mariano, mas que demonstram algumas mudanças do papel feminino no ocidente europeu entre os séculos XII e XIII, considerando assim os elementos facilitadores que possibilitaram o reconhecimento dos milagres de uma representação feminina dentro da Igreja Católica. Pois, o milagre seria um sinal da intervenção de Deus e testemunho da santidade daquele que os realiza, e com essa nova atribuição Maria, Mãe de Misericórdia, ganha um papel duplo e eficaz: próxima aos homens 87 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão interpretando as ações humanas e apresentando-as diante da divindade e também de intercessora ou intermediária da divindade junto aos homens, aumentando assim a confiança dos homens na intervenção de Deus em suas vidas, pois o milagre era um sinal de contato, ou seja, a manifestação do sagrado. Palavra- chave: Maria. Milagre. Mulheres. CAPÍTULOS DA INQUISIÇÃO MEDIEVAL: O PROCESSO DE JOANA D’ARC ATRAVÉS DAS LENTES DE CARL DREYER Profa. Dra. Marize Helena de Campos (UFMA)Karina Di´Leli (Graduanda UFMA) Protagonista de um dos mais famosos processos inquisitoriais, Joana D´Arc teve sua trajetória, desde a prisão até sua morte na fogueira do Santo Ofício, revisitada em diversas linguagens e por diferentes olhares, inclusive o cinematográfico. A análise ora apresentada recai sobre a perspectiva de Carl Theodor Dreyer no filme A Paixão de Joana D’Arc, de 1928, o primeiro sobre esta personagem histórica. Com forte crítica à Igreja Católica, o diretor apresenta uma abordagem pautada em documentos referentes ao julgamento e condenação de Joana. A narrativa apresenta nítida intenção em confrontar o perfil de Joana com seus juízes, representados como velhos, autoritários, ameaçadores e dogmáticos. Gestos e expressões, e suas inerentes tensões, são matizados através da focalização das lentes num jogo de close-ups e reaction shots evidenciando a batalha de Joana contra seus inquisidores e a inflexibilidade da Igreja ante a ameaça que aquela mulher representa aos seus interesses. Destaca-se ainda o envolvimento popular (ou a ausência dele) durante o processo. Antes da execução, como que alheio ao acontecimento, o povo vive seu cotidiano representado em uma feira a céu aberto, com direito a apresentações de equilibristas e engolidores de espadas. Percepção que se altera quando as chamas consomem o corpo de Joana. A visão de Dreyer sobre este episódio da história medieval custou-lhe a proibição e queima (sintomática sentença) da película quando de seu lançamento. A “saída do cárcere” deu-se na década de 1980 quando uma cópia, em perfeito estado de conservação, foi encontrada na gaveta de um hospital psiquiátrico norueguês. **** 88 PAINEL O PENSAMENTO E O MODO DE VIDA DO HOMEM MEDIEVAL N’A DEMANDA DO SANTO GRAAL Vanessa Soeiro Carneiro (Graduanda em Letras UFMA) Orientadora: Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) Todas as pessoas já ouviram histórias sobre o grande Rei Artur e os cavaleiros da távola redonda pelo menos uma vez na vida. Por ser recheado de lendas, magia, nobreza e cavalaria, o mito arturiano mexe muito com o imaginário popular. A Demanda do Santo Graal conta a história de como os cavaleiros de Artur sairam em busca do sagrado Graal. Ela foi a primeira obra a ser traduzida para a língua portuguesa e é uma obra essencialmente cristã. É possível observar n’A Demanda do Santo Graal características da vida e do pensamento medieval. O relacionamento que os homens tinham com Deus, o que eles tinham com o diabo, diversos valores cristãos, o amor cortês e a importância da cavalaria para a época são claramente retratados nela. Além disso, é possível perceber como era o relacionamento dos homens com as mulheres e as variadas maneiras como estas eram vistas pela sociedade. Tendo em mente tais características, este trabalhos ilustrará de forma mais específica como o pensamento e o modo de vida do homem medieval são retratados na obra já citada. Palavras-chave: graal, Artur, pensamento, medieval 91 SESSÕES DE COMUNICAÇÕES SESSÕES DE COMUNICAÇÕES Data: 14 de outubro, sexta-feira Horário: 08:00h às 10:00h 1. IDADE MÉDIA E ENSINO Coordenação: Prof. Paulo César Alves de Carvalho (UFMA) MEDIEVO NA ESCOLA: ENSINO SOBRE IDADE MÉDIA NO CONTEXTO ATUAL DO MARANHÃO. Sarah Fernanda Moraes Gomes (Graduanda – UEMA) Marla Campos (Graduanda História UEMA) A MEDIEVALIDADE AFRICANA: POSSIBILIDADES DE ENSINO. Igor José de Matos Cruz (Especialização UEPA) Maurel Ferreira Barbosa (Mestrando UFPA) PENSAMENTO, SÍMBOLO E COMUNICAÇÃO: O TRIVIUM NO ENSINO MEDIEVAL E SUAS POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO MODERNA Ricardo Santos de Carvalho (Graduando em História UFMA) MEMORIAS MEDIEVAIS NA PRODUÇÃO DA AZULEJARIA PORTUGUESA Prof. Paulo César Alves de Carvalho (UFMA) A DOCUMENTAÇÃO SOBRE INDUMENTÁRIA DO MUSEU HISTÓRICO E ARTÍSTICO DO MARANHÃO Cláuberson Correa Carvalho (Graduando em Letras, Bolsista BIC/UEMA) 2. RELIGIOSIDADE NO MUNDO ANTIGO Coordenação: Prof. Fabricio Nascimento de Moura (UEMA) IAKHE!: A PRESENÇA DE DIONISOS NOS MISTÉRIOS DE ELÊUSIS. Prof. Figueiredo Virgolino (Mestrando UFF/Nereida) AS PRÁTICAS SACRIFICIAIS EM CARTAGO – SÉCULO III A. C. Prof. Fabricio Nascimento de Moura (UEMA) HOMERO A EURÍPEDES: OS FUNERAIS E ANTIFUNERAIS COMO DIREITO E ULTRAJE. Jacquelyne Taís Farias Queiroz (Mestranda em Cultura, Educação e Linguagens UESB) RITOS FUNERÁRIOS NA ROMA REPUBLICANA Maria Félix Pereira Calixto (Graduanda UEMA) 95 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão 3. RELIGIÃO E FILOSOFIA NA ANTIGUIDADE TARDIA Coordenação: Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese ENTRE UM SÁBIO REI E UM PODEROSO EXORCISTA DA ANTIGUIDADE: SALOMÃO, UMA FIGURA DE PRESTÍGIO DA TRADIÇÃO JUDAICA IMERSA NA MAGIA APOCALIPTICA Ingrid Luane Campêlo de Oliveira (Graduanda em História UEMA) EUSÉBIO DE CESARÉIA E A HISTÓRIA ECLESIÁSTICA: UM DISCURSO IDENTITÁRIO ACERCA DA ORTODOXIA VIA ALTERIDADE DAS HERESIAS Elisana Ribeiro Oliveira (Graduanda UFPA) Rosana Brito da Cruz (Graduanda UFPA) PAULO DE TARSO EM NIETZSCHE E FREUD E A QUESTÃO DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS Thais Carvalho Fonseca (Mestranda PGCULT/UFMA) COMÉDIA ARISTOFÂNICA: O CARÁTER DO PODER POLÍTICO ATENIENSE Patrício Câmara Araújo (Graduando em História UEMA/Grad. em Filosofia) 4. RELIGIOSIDADE MEDIEVAL I Coordenação: Prof. Ms. Eloy Barbosa de Abreu (UEMA) ALEGORIAS MEDIEVAIS E (IN)TOLERÂNCIA RELIGIOSA NA PROCISSÃO DE CORPUS CHRISTIS Prof. Ms. Eloy Barbosa de Abreu (UEMA) FORMAÇÃO DAS COMUNIDADES CRISTÃS E SUAS INTERAÇÕES CULTURAIS NA BACIA MEDITERRANEA: UM OLHAR SOBRE OS GÁLATAS William Braga Nascimento (Graduando em História UEMA) O CRISTO MEDIEVAL: A PERSONIFICAÇÃO DE FRANCISCO DE ASSIS NA FIGURA DE JESUS CRISTO Alex Silva Costa (Graduando em História BIC-FAPEMA-UEMA) VÍCIOS, VIRTUDES E A REPRESENTAÇÃO DO BOM CRISTÃO PARA A ORDEM DOS CISTERCIENSES: O EXEMPLO DE ALCOBAÇA. Darlan Pinheiro de Lima (Mestrando UFRGS) MARIA, MÃE DE MISERICÓRDIA: O CULTO E OS MILAGRES MARIANOS NOS SÉCULO XII- XIII Camila Rabelo Pereira (Graduanda UEMA) 96 Sessões de Comunicações 5. RELIGIOSIDADE MEDIEVAL II Coordenação: Prof. Dr. Edmar Checon de Freitas (UFF) Interações Culturais nos Cristianismos Antigos e os Cristianismos Africanos André L. Barroso (Doutorando em História UNICAMP/FAPESP) FAROL QUE ILUMINA OU FUMAÇA QUE TURVA? O MESTRE ANSELMO DE LAON SOB AS ÓTICAS DE GUIBERTO DE NOGENT E PEDRO ABELARDO Carlile Lanzieri Júnior (Doutorando em História UFF) Privilegium paupertatis: apontamentos sobre a Sicut manifestum est de 1228 de Gregório IX Profa. Veronica Aparecida Silveira Aguiar (UNIR) A TRAJETÓRIA DO BIENAVENTURADO DOMINGOS ATÉ SEU ENVIO AO MOSTEIRO DE SILOS COMO ABADE REFORMADOR. Rafael Santos Ribeiro (Graduando em História UFPA) Prof. Ms. Thiago de Azevedo Porto (UFPA) A DIVINA COMÉDIA e A CONSTRUÇÃO DO PÓS MORTE Medieval: o mundo subterrâneo como representação do mal Mariza Pinheiro Bezerra (Mestranda em Cultura e Sociedade – UFMA. Bolsista da FAPEMA.) 6. MAGIA E FEITIÇARIA NA EUROPA MEDIEVAL Coordenação: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) A MAGIA EM MERLIN DE ROBERT DE BORON Átila Augusto Vilar de Almeida (Mestrando em História UFAM) AS INFLUÊNCIAS DA MITOLOGIA ESCANDINAVA NA BRUXARIA MEDIEVAL Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA/NEVE) CURAR, MATAR E VOAR: O USO DE PLANTAS ALUCINÓGENAS NA FEITIÇARIA NÓRDICA MEDIEVAL Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE) AS RAÍZES MEDIEVAIS DA FEITIÇARIA AMOROSA NO BRASIL COLONIAL. Fernanda Cristina Vale (Graduanda em História UFMA) Dayana Jéssica Sousa de Sá (Graduanda em História UFMA) 97 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão 7. ANTIGUIDADE E IMAGINÁRIO Coordenação: Prof. Dr. Fábio Vergara (UFPel) O IMAGINÁRIO EM RELAÇÃO AO CORPO NA ATENAS DO SÉCULO IV A.C. Andressa Nascimento Teixeira (Graduanda UEMA) A HOMOAFETIVIDADE NO IMAGINÁRIO ÁTICO: AS OBRAS DE ARISTÓFANES COMO ANÁLISE DO PENSAMENTO POPULAR ATENIENSE Luiz H. Bonifacio (Graduando UPE) O IDEAL DE CIDADANIA NA SOCIEDADE DA ATENAS CLÁSSICA. Laercio Dias Guimarães (Graduando em História UEMA) A PALESTINA: PERIFERIA DO IMPÉRIO ROMANO. AS FORMAS DE RESISTÊNCIA AO PODER Alberto José Patrício (Bacharel em Ciências Sociais UFRJ) 8. IMAGINÁRIO MEDIEVAL Coordenação: Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães (Mestre em História – UFPA) DIABO E PODER NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães (Mestre em História – UFPA) INFERNO E PARAÍSO SEGUNDO A CONCEPÇÃO DE RAMON LLULL (1232-1316) Tayane Cristina Sousa Araujo (Graduanda em História BIC-UEMA) O REI NO IMAGINÁRIO MEDIEVAL: MECANISMOS LEGITIMADORES NA CRÔNICA DE D. JOÃO I, DE FERNÃO LOPES Josena Nascimento Lima Ribeiro (Graduando em História CNPq/PIBIC/ UEMA) O PAÍS DA COCANHA COMO REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS UTÓPICOS DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL Manoel Afonso Ferreira Cunha (Graduando PIBIC/ FAPEMA/ UEMA) PARA QUE SE VIAJAVA NA IDADE MÉDIA? Peregrinação, Outro Mundo e Salvação na Hagiografia Medieval Portuguesa Conto de Amaro. Naíres Matias de Souza (Graduanda em História – UEMA) 98 Sessões de Comunicações 9. LITERATURA MEDIEVAL Coordenação: Neila Souza (Mestre em História pela UFF) ENTRE A CRUZ E A ESPADA: MODELOS DE CAVALEIROS NA VISÃO DE TÚNDALO E A DEMANDA DO SANTO GRAAL. Bianca Trindade Messias (Graduanda em História BIC/UEMA) O DISCURSO NO MEDIEVO E SUAS MARCAS NA DEMANDA DO SANTO GRAAL Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA) Camila Nascimento Lima Silva (Graduanda UFMA) LANCELOT: UM CAVALEIRO OSCILANTE NA DEMANDA DO SANTO GRAAL Neila Souza (Mestre em História pela UFF) CONTOS MELUSINIANOS: A DAMA DO PÉ DE CABRA E O ROMANCE DE MELUSINA COMO REPRESENTAÇÃO DO FOLCLORE. Polyana Muniz (Graduanda BIC/UEMA) A COMICIDADE PRESENTE EM “AUTO DA BARCA DO INFERNO” Karine Costa Miranda (Graduanda em Letras UFMA) SESSÕES DE COMUNICAÇÕES Data:14 de outubro, sexta-feira Horário: 10:00h às 12:00h 10. VIKINGS E ESCANDINÁVIA MEDIEVAL Coordenação: Pablo Gomes de Miranda (Mestrando em História pela UFRN/NEVE) O TEMPO DAS EDDAS: ANÁLISE DO PERÍODO HISTÓRICO PRESENTE NOS POEMAS EDDAICOS. Breno Girotto Campos (Graduando em História UNESP/Assis) SENHORAS DA MORTE: A REPROPRIAÇÃO E INFLUÊNCIA DA IMAGEM DAS VALQUÍRIAS NA ATUALIDADE Weber Albuquerque Neiva Filho (Graduando em História UFMA) “FEITICEIRA” VIKING? UMA ANÁLISE DA MULHER ESCANDINAVA NO IMAGINÁRIO FÍLMICO Josileia Almeida (Graduanda em História, UFMA/ NEVE) NEM FOGO OU AÇO: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS EMBATES ENTRE BERSERKIR E CLÉRIGOS NA CONVERSÃO DA ISLÂNDIA Ana Clara Thomazini Racy (Graduanda em História – UFF) Pablo Gomes de Miranda (Mestrando em História pela UFRN/NEVE) 99 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão 11. CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO I Coordenação: Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA) KALÓS THÁNATOS: A APROPRIAÇÃO DO CORPO PELA COMUNIDADE POLÍADE NA ORAÇÃO FÚNEBRE DE PÉRICLES Cartejane Bogéa Vieira (Graduando em História UEMA) A FLEXIBILIDADE DO DISCURSO: AS DIVERSAS CONSTRUÇÕES SOBRE O MÚSICO NA ATENAS CLÁSSICA Arianne Pereira Alves (Graduanda BIC/UEMA) ELECTRA: UM EXEMPLO DE PERSONAGEM TRANSGRESSORA AO IDEAL DE FEMININO VIGENTE NA PÓLIS ATENIENSE Talita Nunes Silva (UFF/NEREIDA) NÓMOS, DIKÉ E A RETÓRICA EM HÉCUBA DE EURÍPEDES Brian Kibuuka (Pós-Graduando UFF) 12. CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO II Coordenação: Alexandre Lima (UFF) O SIMBOLISMO DO CINTURÃO DE HIPÓLITA Marília Santos Colins (Graduanda em História UFMA) LENTACULUM, PRADIUM E CENA: OS CARACTERES ALIMENTARES NA ROMA ANTIGA Andréia Belém Ferreira (Graduanda em História UFMA) O IMAGINÁRIO SOBRE O MAR E O ESTATUTO SOCIAL DOS “HOMENS DO MAR” NA ATENAS CLÁSSICA Marla Rafaela Lima de Assunção (Graduanda de História da UEMA) O MEIO MARÍTIMO ATENIENSE: AS ATRIBUIÇÕES FEITAS POR POETAS DOS SÉCULOS VIII E VII A.C. Camila Alves Jourdan (Graduanda NEREIDA/UFF) 13. CULTURA NO MUNDO CLÁSSICO III Coordenação: Profa. Dra. Luciane Munhoz de Omena (UFG) VIRGILIO E A CONSTRUÇÃO DA IDEIA DO IMPÉRIO ROMANO Phillipe Augusto Gomes Silva Bastos (Graduando UPE). Vanessa da Silva Pereira (Graduanda UPE). RISO E ENCENAÇÃO NAS METAMORFOSES, DE LÚCIO APULEIO Profa. Luciane Munhoz de Omena (UFG). VIAGENS E EXPERIÊNCIAS DE VIDAS NA ODISSÉIA Alexandre Santos de Moraes (Doutorando em História UFF) PÍTEAS DE MASSÍLIA – O ESTABELECIMENTO DE UMA VISÃO 100 Sessões de Comunicações NÃO MÍTICA EM RELAÇÃO ÀS TERRAS PRODUTORAS DE ESTANHO Gustavo Koszeniewski Rolim (Graduando em História UFRGS) O DOTE DA NOIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE O COSTUME DO DOTE EM SOCIEDADES DO MUNDO ANTIGO E DO MEDIEVO Prof. Dra. Elizabeth Sousa Abrantes (UEMA) 14. CONFLITO E GUERRA NA ANTIGUIDADE Coordenação: Sandro Teixeira Moita (Mestrando em História – UNIRIO/ ECEME) A SEGUNDA GUERRA PÚNICA E O IMAGINÁRIO SOCIAL EM ROMA – SEC. III A.C. Phillip Sousa dos Santos (Graduando UEMA) GLADIADORES NAS ARENAS: SERES EXCLUÍDOS DA SOCIEDADE? Alexandro Almeida Lima Araujo (Graduando em História UEMA) REVOLUÇÃO LIGEIRA: A BIGA E AS TRANSFORMAÇÕES DO COMBATE NA ANTIGUIDADE Adhemar Corrêa Neto (Graduando UFMA) IDENTIDADE E IMAGINÁRIO EM TRANSFORMAÇÃO – O INÍCIO DA MIGRAÇÃO DOS GODOS (376-410) Sandro Teixeira Moita (Mestrando em História – UNIRIO/ECEME) 15. IMAGINÁRIO E LITERATURA MEDIEVAL Coordenação: Prof. Dra. Renata Vereza (UFF) IMAGENS DO ORIENTE: A REPRESENTAÇÃO DOS NIZARIS NOS RELATOS DE VIAJANTES Thomas Farines (Graduando em História, UFSC) O IMAGINÁRIO CRISTÃO DO ALÉM NA VISÃO DE TÚNDALO. Solange Pereira Oliveira (Graduanda CNPq/PIBIC/UEMA) A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NA LITERATURA FRANCESA DO SÉCULO XII Rennata Pinto dos Santos (Graduanda UFMA) A IDEOLOGIA RELIGIOSA MEDIEVAL PRESENTE NA OBRA EL CANTAR DE MIO CID Paloma Veras Pereira (Graduanda UFMA) Sâmia Cristina Martins Silva (Graduanda UEMA) UMA VIAGEM À TULAYTULA: CIDADE DE INTERSEÇÕES Profa. Dra. Renata Vereza (UFF) 101 IV Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão 16. CULTURA MEDIEVAL Coordenação: Prof. Dr. Vinicius Cesar Dreger de Araujo (Centro Universitário Anhanguera) CONSTANÇA DA SICÍLIA: IMPERATRIX – REGINA – VIATRIX Prof. Dr. Vinicius Cesar Dreger de Araujo (Centro Universitário Anhanguera) CIDADES, FORTALEZAS E PODER: UM OLHAR SOBRE AS FRONTEIRAS DE CASTELA NO SÉCULO XIII Marcio Felipe Almeida da Silva (Mestrando em História UFF) A FARSA DE INÊS PEREIRA: A SIMBOLOGIA DO ADULTÉRIO Rafaella Gomes Monteiro (UFMA) - DA FESTA DOS LOUCOS À LOUCURA DA FESTA: o carnaval na medievalidade Prof. Ms. Fabio Henrique Monteiro Silva (UEMA) DIABO VERSUS DEUS: A PERSONIFICAÇÃO DO INFERNO NA VISÃO DE TÚNDALO Rakell Rays dos Anjos Alves (Graduanda CNPq/PIBIC/UEMA) 17. ANTIGUIDADE E MEDIEVO NO CINEMA E HQS Coordenação: Profa. Ms. Luciana de Campos (NEVE) QUARENTA E DOIS DENTES DE FÚRIA: ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO DE CÃES DE GUERRA DA ANTIGUIDADE NAS HQS. Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA – graduando em História). IMAGEM E HISTÓRIA: ANÁLISE DOS ESTEREÓTIPOS NAS HQS ASTERIX E OS NORMANDOS E HAGAR, O HORRÍVEL David Silva Dias (Graduando em História UFMA/NEVE) SOHEILA E CECÍLIA: DUAS PERSPECTIVAS FEMININAS DO MEDIEVO NA CINEMATOGRAFIA Marliane da Costa Dutra (Graduanda em História UFMA/NEVE) O SÉTIMO SELO: AS REPRESENTAÇÕES DO MEDIEVO NA PELÍCULA DE INGMAR BERGMAN Wendell Emmanuel Brito de Sousa (Graduando em História UEMA) CAPÍTULOS DA INQUISIÇÃO MEDIEVAL: O PROCESSO DE JOANA D’ARC ATRAVÉS DAS LENTES DE CARL DREYER Karina Di´Leli (Graduanda UFMA) Profa. Dra. Marize Helena de Campos (UFMA) 102 Sessões de Comunicações 18. RESSIGNIFICAÇÕES LITERATURA DO MEDIEVO NA ARTE E Coordenação: Profa. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA) Uma louca viagem: representações da Loucura na Stultifera navis de bosch Kamilla Dantas Matias (Graduanda em História UESB) NO CORDEL PODE SER MODERNO E PODE SER MEDIEVAL. QUEM “MANDA” É O PÚBLICO. Profa. Júlia Constança Pereira Camêlo (UEMA) O TEMA DE INÊS DE CASTRO EM HERBERTO HELDER E FERNÃO LOPES: A PERMANÊNCIA DO MITO Vanessa Soeiro Carneiro (Graduanda em Letras UFMA) LITERATURA E IMAGINÁRIO: REPRESENTAÇÃO DA ORDEM DO TEMPLO E DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS EM IVANHOÉ DE WALTER SCOTT. Philipe Luiz Trindade de Azevedo (Graduado em História UFMA/NEVE) A IRONIA COMO SUBVERSÃO DA HISTÓRIA: A IDADE MÉDIA NO CONTO “TEORIA” DE HERBERTO HELDER. Gladson Fabiano de Andrade Sousa (Graduando do Curso de Letras UFMA) 103 MONITORES 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 104 César Augusto Silva Filho Daniela Garcês Walker Crysthian de S. Lima Ingrid Luane de Oliveira Ingrid Luane de Oliveira Honório Tavares William Braga Nascimento Marla Rafaela de Assunção Rakell Rays Alves Alex Silva Costa Paulo Roberto Matos Joana D’Arc Carvalho Frankdene Belo Teresa Cristina Freitas Oliveira Alcenilton Reis Júnior Adriana Moraes Pereira Sarah Fernanda M. Gomes Anna Carolina V. C. Medeiros Josena Nascimento L. Ribeiro Arianne Pereira Alves Mariana da Sulidade Pablo Francisco Ferreira Lima Werberth Serejo Belo Romário Basílio Bianca Trindade Messias Marla Jéssica C. de Souza Ronny Pereira Coelho Marcos Tadeu Nascimento da Silva José Roberto Vieira Santos Ana Paula Alves C. Campos UNIVERSIDADES E INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES EHESS – École des Hautes Études en Sciences Sociales Universitè Parisl Panthéon-Sorbonne CEA – Centro Universitário Anhanguera MAE-USP – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo UEMA – Universidade Estadual do Maranhão UEL – Universidade Estadual de Londrina UEM – Universidade Estadual de Maringá UEPA – Universidade Estadual do Pará UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UFC – Universidade Federal do Ceará UFES – Universidade Federal do Espírito Santo UFF – Universidade Federal Fluminense UFG – Universidade Federal de Goiás UFMA – Universidade Federal do Maranhão UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro UFPA – Universidade Federal do Pará UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFS – Universidade Federal de Sergipe UNIR – Universidade Federal de Rondônia UNB – Universidade de Brasília UFPel – Universidade Federal de Pelotas UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro USP – Universidade de São Paulo UNDB – Unidade de Ensino Superior Dom Bosco UPE – Universidade de Pernambuco UFAM – Universidade Federal do Amazonas 105 Este livro foi composto em fonte Minion Pro, sobre o papel Pólenlivro Soft foi 80g composto e capa em Supremo 250g, no sistema digital da Estação Este em font Times New Roman, sobre Gráfica Ltda. em São Luís-MA, o papel Offset 90g e capa Supremo2010. 250g, no sistema digital da Estação Gráfica Ltda. São Luís-MA, 2011 Este livro foi impresso na ESTAÇÃO GRÁFICA LTDA. Rua Alfa Crucis, 38 - Recanto dos Vinhais Fone/Fax: (98) 3236-9177 E-mail: [email protected]