Caderno de Resumos - 2° Congresso de Extensão AUGM
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Caderno de Resumos - 2° Congresso de Extensão AUGM
Centro de Convenções Ciclo Básico II CPV FUNCAMP CEMEQ GGO ab ra m o rua cora cora lina hodia CIP CECOI z lut E.E. Sérgio Porto AD DEC O PR DGA Almoxarifado Central Paulínia FEnf FCM CEPRE rua tessália CIPED UNICAMP v. de c amarg o rua albert sabin Estr. da R PUCC Rodovia I D. Pedro Campinas Valinhos unicamp Praça Dr. Carlos Foot Guimarães cam pos acesso rodoviário getting here by car sil l bra vita rua MP ICA CEM línica Polic OM lfo do .a av eira t eix hães magal erto rob sé f. jo pre av. CAS DEDIC ing flem FCM Barão Geraldo a Rodontvies ra Bandei via Rodoer gu a an nh A er and lex sir a rua tro cen tro n tro Gaesfrologiamoce N He CAISM FCM 7 Buildings CEB av. guil herm e campus barão geraldo Dispositivos Móveis Unicamp Restaurants and other Businesses DMA NMCE HC FCM Prefeitura Hospital Dia as hag os c carl rua O IN AM C Legal Limit nho de ju IB CEM 0 50 100 200m CV área de Future building area expansão rua carlos gomes ru ac láu dio DGA ruz oc ald osw av. 5 rua EDIT rua sér gio av. rom eu tór tim a R H GR IG Genética n ru eb ld he mic rua EB LaCTAD CBMEG bs gib illard ah w josi rua tro cas de ué jos rua ão say rdo nts rna ya be bo AM s rua s flam EP N alógera do c rua diá an ari op rtin o joã op rua did cân s rua da EA N ça iras VR PLA Pra de AE COM Ban ria G o ra AS CEN eit SG/P itu CO PU da r AF rua a efe ori i Pr VA P eit Vrer CCS av. m al. câ ndid o rond on FEAGRI SST RA Streets Paulínia SIARQ RNP io bb bo nna lo a pau rua DGRH Parking hadler FEQ sto ago de rua walter august s. ca rn ot ell xw ma es jam av. 6 rua CEPAGRI FEM FEEC NIED NUDECRI NICS rua daniel hogan m ar tin i rito de b s nto a sa ost av. pref. a ntônio da c av .p ro f. a tílio ino urn sat rua n stei ein ert alb av. CED EM in ste ein ert alb av. CECI EMBRAPA av. prof. dr. andré tosello FE M ru an ico F las l. NEPA D a TE eir EX or om ox .r av Entrance CCUEC CGI CENAPAD ier ur fo bato iro lo nte mo rua rua charles darwin o im íss er ov ric .é av SIC Vigilância FEA Praça da Paz Visitor Information Center FEC IFGW rua men delev de ca st ro Museu Exploratório de Ciências CV r car niemeye os rua FE j. b. an a je ru rua carl linné ru a jo su é INOVA RS RTV IFGW IQ IB O NEEPPP N E CB I STU CMU turing IC IA FEC rua lev landau IQ Praça Carlos Drumond de Andrade legenda map key CEL FCF IC s gora pitá rua IFGW DAC IB av. alan IE IMECC CLE SAE SAPPE Praça Henfil LABPETRO ídes eucl a ruaa cunh d DCE IFCH PAGU CESOP AEL IC Teatro de Arena Praça do CB II Ciclo Básico RU NIPE IEL ADUNICAMP av. érico eríssim o v av. ber tran d ru sse ll BORA obras raras que de holanda ar bu BC CIDDIC COMVEST IA IG ina reg CDC II elis rua CDC I FEF CEPETRO o ssim verí rico av. é rua caio graco prado Casa do Lago Caderno de Resumos 2º Congresso de Extensão da Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu - AUGM Extensão e Sociedade: A Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão De 09 a 12 de Outubro de 2015 Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários Campinas - São Paulo Universidades Membro da AUGM Argentina Universidad de Buenos Aires (UBA) Universidad Nacional de Córdoba (UNC) Universidad Nacional de Cuyo (UNCuyo) Universidad Nacional de Entre Ríos (UNER) Universidad Nacional de La Plata (UNLP) Universidad Nacional de Mar del Plata (UNMdP) Universidad Nacional de Rosario (UNR) Universidad Nacional de Tucumán (UNT) Universidad Nacional del Litoral (UNL) Universidad Nacional del Nordeste (UNNE) Universidad Nacional del Sur (UNS) Bolivia Universidad Mayor de San Andrés (UMSA) Universidad Mayor, Real y Pontificia de San Francisco Xavier de Chuquisaca (UMRPSFXCH) Brasil Universidade de São Paulo (USP) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Universidade Estadual Paulista (UNESP) Universidade Federal de Goiás (UFG) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Universidade Federal do Paraná (UFPR) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Chile Universidad de Chile (UChile) Universidad de Playa Ancha (UPLA) Universidad de Santiago de Chile (USACH) Paraguay Universidad Nacional de Asunción (UNA) Universidad Nacional de Itapúa (UNI) Universidad Nacional del Este (UNE) Uruguay Universidad de la República (UDELAR) Organização do Evento Comitê Organizador Internacional: Prof. Juan Manuel Medina, Universidad Nacional de Rosario, Argentina Prof. João Frederico A. C. Meyer, UNICAMP, Brasil Fernando Sosa, Secretaria Executiva, AUGM Prof. Lucinda Soton, USFXCH, Bolívia Comitê Organizador Local: Prof. João Frederico A. C. Meyer, Pró-Reitor de Extensão (Coordenador) Profa. Maria Aparecida Diniz Ehrhardt, Assessora da PREAC Prof. Sandro Tonso, Assessor da PREAC Marcus Lüders, Assessor Técnico da PREAC Ana Lúcia Sousa dos Santos, Assistente Técnico de Direção da PREAC Margareth do Carmo Vieira Junqueira, Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC) Angela Maria Morais, Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) Odair Marques da Silva, Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS Guanabara) Marina Ruiz Cruz, CIS Guanabara Fabiana Gama Viana, Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético, NIPE Marilisa de Melo Freire Rossilho, PREAC Adriana Aparecida Pontin, PREAC Comitê Científico: Prof. João Frederico A. C. Meyer, Pró-Reitor de Extensão, UNICAMP (Coordenador) Profa. Maria Aparecida Diniz Ehrhardt, Assessora da PREAC, UNICAMP Prof. Sandro Tonso, Assessor da PREAC, UNICAMP Pró-Reitores de Extensão das Universidades da AUGM Comitê Cultural: Margareth do Carmo Vieira Junqueira, CDC Carmen Lúcia Rodrigues Arruda, CDC Danilo Negreti, CDC e Fábio Cerqueira, CDC Comitê de Comunicação, Divulgação e Secretaria Executiva: Marcus Lüders, PREAC Marilisa de Melo Freire Rossilho, PREAC Ana Lúcia Sousa dos Santos, PREAC Alex Calixto de Matos, PREAC Silvana C. P. Gonçalves, PREAC Estefane Garcia, CDC Danilo Santos Elias, CDC Comitê de Logística: Profa. Maria Aparecida Diniz Ehrhardt, PREAC Prof. Sandro Tonso, PREAC Adriana Aparecida Pontin, PREAC Angela Maria Morais, CAC Fabiana Gama Viana, Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético, NIPE Odair Marques da Silva, CIS Guanabara Marina Ruiz Cruz, CIS Guanabara Sandra Flório, CDC Apresentação 2º Congresso de Extensão da Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu - AUGM A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), por intermédio de sua Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PREAC) tem o imenso prazer de dar-lhe uma calorosa bem-vinda a todas e todos os participantes das diversas instituições de Ensino Superior da AUGM (Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu), bem como os participantes de muitas outras universidades brasileiras e latino-americanas. O tema principal deste encontro é a “Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão”. De 9 a 12 de outubro, mais de 900 participantes de diversos países sobretudo da América Latina se reunirão em nosso campus de Barão Geraldo com o objetivo principal de buscar novas reflexões e pesquisas, ideias atuais e diálogos, estudos analíticos e práticas como fruto não apenas de relatos e apresentações, mas também de proposituras e resultados de investigações sobre a Extensão e seus significados e ações. Em paralelo, teremos a oportunidade de conviver com diversas manifestações artísticas e culturais. Ao mesmo tempo em que nos orgulhamos de sediar um evento desse porte e com esse ambicioso tema, também estamos um tanto apreensivos ao fazê-lo, já que nossa intenção é a de que os trabalhos transcorram com uma vitalidade tranquila – uma responsabilidade imensa! Ao decidirmos organizar este evento, porém, acreditamos que não haveria como fugir desse desafio, principalmente em função do sério compromisso da UNICAMP com a Extensão Universitária em sua definição ampla: a de desenvolver novas e necessárias teorias e projetos, a de praticar ciência comprometida com a sociedade e a de aprender nessa interação produtiva e sinérgica com a sociedade. A equipe da PREAC mais algumas valiosas participações de outros órgãos vêm trabalhando para que os dias do congresso sejam úteis, produtivos, estimulantes de muitos modos plurais e diversos e, quando possível, sérios e divertidos, também. Nossa vontade é a de que todos saiam daqui cientes de nossos deveres em termos de um responsável trabalho universitário e uma percepção mais acentuada da constitucional indissociabilidade de um ensino teórico e prático, de uma pesquisa pura e aplicada e de uma extensão com a Sociedade e a Natureza. Afinal, para nós, participantes deste evento, o desafio maior e utópico é o de que as universidades sejam protagonistas relevantes e proativas na transformação de nossa Sociedade. Sintam-se, todas e todos muito bem-vindos a Campinas e à UNICAMP! João Frederico C. A. Meyer – Joni Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UNICAMP Programação Cultural 09 de outubro Horário: 19h30 – 19h45 – Abertura – Camerata de violões – MÚSICA Sinopse: A Camerata é formada por oito violonistas. O grupo teve início em 2012, na Unicamp, e apresenta em seu programa repertório que abrange diversos gêneros musicais, dando enfoque a obras de compositores latino–americanos modernos, de caráter popular e erudito, além de incluir obras inéditas compostas especialmente para o grupo. 10 de Outubro Horário: 15h30 – 16h – Caixeiras das Nascentes – MÚSICA Sinopse: Grupo popular de percussão formado por mulheres, que tem a música como forma de partilha e celebração. O grupo busca fazer uma releitura das manifestações populares através da memória das integrantes, da prática, aperfeiçoamento e difusão da arte das Caixas do Divino, assim como pesquisas de cantos e toques do Sagrado Feminino, além de propiciar espaços para vivência coletiva e trocas de saberes. Horário: 18h – 19h – Grupo “Cambamberos” – músicas tradicionais do Peru e Colômbia. Sinopse: O Grupo Cambamberos interpreta músicas da cultura popular colombiana, mesclando ritmos afros com ritmos indígenas, formando um repertório de músicas e danças do litoral Pacífico e litoral Caribe colombiano. O grupo é formado por jovens artistas que vieram de diferentes regiões da Colômbia, sendo o Brasil o ponto de encontro para criar “Os Cambamberos”, nome que vem da gíria do litoral pacífico e que significa “pessoa festeira”. Este projeto artístico busca expressar a rica diversidade cultural colombiana, junto às semelhanças com a cultura popular brasileira. 11 de outubro Horário: 15h30 – 16h – Grupo IAdança - UNESP. Sinopse: O IAdança – Grupo de Dança do Instituto de Artes da UNESP - foi criado em 2005 e tem por objetivo desenvolver um processo de pesquisa em dança contemporânea. O IAdança investiga a interdisciplinaridade de linguagens artísticas desenvolvendo um processo de criação que dialoga com dança, teatro, música e artes visuais. Horário: 18h – 19h – Orquestra da UNESP – MÚSICA Sinopse: A Orquestra Acadêmica da UNESP está vinculada à Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UNESP que oferece bolsas aos seus integrantes. Estes são alunos regularmente matriculados nos diversos cursos do Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, sendo automaticamente desligados quando encerram seus respectivos cursos. Seu Diretor Artístico é o Prof. Dr. Lutero Rodrigues, do Instituto de Artes, onde a Orquestra tem sua base, participando também de algumas atividades pedagógicas ligadas ao ensino de Regência. A Orquestra Acadêmica da UNESP realiza apresentações nos mais diversos campi da Universidade, em outras instituições congêneres, assim como fora do âmbito universitário. A cada quatro anos, a Orquestra desenvolve um Projeto que norteia suas atividades. Desde 2013, o Projeto denomina-se “A Orquestra Acadêmica da UNESP e a Música Orquestral Brasileira”, significando que atualmente prioriza o repertório brasileiro, porém não deixa de executar também importantes obras do repertório internacional. 12 de Outubro Horário: 15h30 – 16h – Grupo “Quarteto amaralina” – MÚSICA/Forró Sinopse: Formada por estudantes de música do Instituto de Artes da Unicamp, o quarteto amaralina pesquisa o tradicional forró pé de serra nordestino. Apresenta em suas músicas a sonoridade de instrumentos da cultura popular brasileira, entre eles a sanfona, o pífano, a zabumba, o triângulo, e o pandeiro. No repertório, canções autorais e de grandes mestres como Luiz Conzaga, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Hermeto pascoal, Sivuca, Geraldo Azebedo, entre outros, que convidam o público para dançar ao som dos ritmos do forró pé de serra: xote, baião, Côco, rastapé e frevo. Horário: 18h – 19h – Maracatucá – MÚSICA Sinopse: O Grupo Maracatucá foi fundado em 2008 no distrito de Barão Geraldo, Campinas/SP, com o objetivo de promover atividades de pesquisa, ensino e divulgação do maracatu de baque virado, uma tradição cultural brasileira nascida em Pernambuco. Dentre as várias nações de maracatu, o Maracatucá escolheu se aprofundar na arte de duas nações sediadas na comunidade do Bode, bairro do Pina, Recife, a Nação do Maracatu Porto Rico e Nação do Maracatu Encanto do Pina. Sumário EIXO 1: Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania (Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Educação, Serviço Alternativo e Voluntariado).....................................................................36 A ATIVIDADE DE EXTENSÃO E SUAS CORRELAÇÕES INSTITUCIONAIS: OS DESAFIOS DE UM OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS................................................................37 A AULA PASSEIO COM COORDENADORAS DE ESCOLAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL DA CIDADE DE MARÍLIA-SP: APROPRIAÇÕES DE ASPECTOS DA HISTÓRIA LOCAL.... 39 A COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA DA UFMG COMO UM EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E UM INSTRUMENTO POTENCIAL INTEGRADOR DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO NO CAMPUS PAMPULHA.................... 41 A CONSTRUÇÃO DE UM OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS/SP (RMC)........................................................................................43 A DANÇA NA TELA: 9ª MOSTRA INTERNACIONAL DE VIDEODANÇA DE SÃO CARLOS.................. 45 A DEFESA DO DIREITO À ESCOLA E OS ADOLESCENTES EM TRATAMENTO DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA.......................................................................................................46 A DIMENSÃO ARTÍSTICA E SOCIAL DA DANÇA CONTEMPORÂNEA: O QUE PODE O CORPO....................................................................................................................................................48 A EFETIVIDADE DO DIREITO NA INCLUSÃO ESCOLAR DOS PORTADORES DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM FRUTAL.........................................................................................50 A ESCOLA NA TELA DA TV: EDUCOMUNICADORES EM AÇÃO, UM OLHAR MULTIDISCIPLINAR PARA O ENSINO...............................................................................................52 A EXPERIÊNCIA COMO PRÁTICA FORMATIVA DE ESTUDANTES NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.........................................................................................................................................54 A EXPERIÊNCIA DA ATIVIDADE DE EXTENSÃO “O DESENVOLVIMENTO EM DEBATE” NA UFSCAR, CAMPUS SOROCABA...........................................................................................................56 A EXPERIÊNCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO “OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DA UNICAMP”..............................58 A EXPRESSÃO DO SENTIMENTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FOTOGRAFIAS................. 60 A EXTENSÃO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZADO: O CASO DO PROJETO COMUNITÁRIO DE PRODUÇÃO DE PEIXES EM TANQUE- REDE..........................................62 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA CONTRIBUINDO PARA A DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL.................................................................................................................................................64 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA FORMAÇÃO DO BACHAREL EM DIREITO E NA GARANTIA DO ACESSO À JUSTICA: A EXPERIÊNCIA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO PAIJUS.......................................66 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA TERCEIRA IDADE: APRENDENDO SOBRE MEMÓRIA.............. 68 A GENTE SE VÊ NA INTERNET: UMA EXPERIÊNCIA COM COMUNICAÇÃO DIGITAL E EDUCOMUNICAÇÃO COM ADOLESCENTES..............................................70 A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DE COMUNIDADES CARENTES...........................................................................................................................................72 A INDISSOCIABILIDADE ENSINO PESQUISA EXTENSÃO COMO EIXO ESTRUTURANTE DE PROPOSTAS INVESTIGATIVAS JUNTO A PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS............................................................74 A INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA ESCOLA INTEGRADA - UFMG.................................................................76 A INDISSOCIABILIDADE ENTRE OS SABERES ACADÊMICOS E OS DA COMUNIDADE ESCOLAR EXTERNA..........................................................................................................................78 A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS NA FORMAÇÃO E NA ATUAÇÃO DE PROFESSORES..................................................80 A PRÁTICA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO POR MEIO DO DESENVOLVIMENTO DA ACIEPE “BUSCA, ANÁLISE E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR AGROPECUÁRIO”....... 82 A PRÁTICA DE ENSINO A PARTIR DE MÉTODOS NÃO FORMAIS NA EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ESCOLA CASTELO BRANCO NO MUNICÍPIO DE LAGOA DE ITAENGA - PE...............................................................................................................................................84 A PRÁTICA PUBLICITÁRIA ATRAVÉS DA EXTENSÃO: CAIXOLA CLUBE DE CRIAÇÃO DA FABICO UFRGS.........................................................................................................................................86 A PRÁTICA RESTAURATIVA COMO AMENIZADORA DE CONFLITOS FAMILIARES ENVOLVENDO PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS............................................88 A QUÍMICA COMO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO DE CONHECIMENTO............................................90 A REFUNDAÇÃO DA JURISDIÇÃO ENQUANTO PERCEPÇÃO LÚDICA DE ACESSO À JUSTIÇA...... 92 A TV UNESP ASSIS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DIÁLOGO DAS ATIVIDADES E PESQUISAS DESENVOLVIDAS NA UNESP COM A COMUNIDADE EXTERNA........ 94 A UNIVERSIDADE ENGAJADA: APONTAMENTOS SOBRE A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO BRASIL................................................................................96 A UNIVERSIDADE NA COMUNIDADE.......................................................................................................................98 A UNIVERSIDADE, A CIDADE E NÓS: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NOS CAMINHOS DA EXTENSÃO.............................................................................................................................................100 A UNIVERSIDADE, A COMUNIDADE E A PRÁTICA PROFISSIONAL COM REFLEXOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS......................................................................................................................102 A UNIVERSIDADE, SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE E A EXTENSÃO NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO: UMA BREVE REVISÃO.................................................................................103 AÇÃO GLOBAL DE EXTENSÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL NA COMUNIDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA....................................................................................................................................105 ACIEPE “DESMISTIFICANDO A ECONOMIA”: A PRÁTICA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO...............................................................107 AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE COM ADOLESCENTES NA ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE DOS LICENCIANDOS EM ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA..........................................................................................................109 AÇÕES EXTENSIONISTAS E SOCIEDADE CIVIL: RESPONSABILIDADE SOCIAL E COMPROMISSO ÉTICO REAFIRMANDO O DIREITOS A TER DIREITOS E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA...........................................................................................................................................111 ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE EXTENSÃO: O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA UFMG.................................................................................................................................................113 ADAPTABILIVETES: VESTÍGIOS DA ADAPTABILIDADE HUMANA ÀS ESPECIFICIDADES DO MEIO AMBIENTE, EXPRESSOS NAS VESTIMENTAS...........................................115 ANÁLISE DA ATUAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS DE PSICOLOGIA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NA PERSPECTIVA WINNICOTTIANA...............................................................................117 ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A TEMÁTICA SOCIOAMBIENTAL DE ALUNOS DA ESCOLA PADRE JOSÉ NARCISO VIEIRA EHRENBERG, CAMPINAS (SP).......................... 119 APADRINHAMENTO DE CALOUROS DO CURSO DE FARMÁCIA..................................................................121 APORTES DEL DISEÑO EN COMUNICACION VISUAL PARA EL USO RESPONSABLE DE LOS ESPACIOS PÚBLICOS POLIDEPORTIVOS................................................................123 APORTES PARA PENSAR LA UNIVERSIDAD PÚBLICA EN TERRITORIO EXPERIENCIA DEL PROGRAMA PUNTOS DE EXTENSIÓN............................................................................125 APOYO ESCOLAR Y ESPACIO COMODIN.................................................................................................................127 APRENDENDO A BRINCAR: PROMOÇÃO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL PELA BRINCADEIRA....................................................................................................................................129 APRENDIZES DE TERCEIRA IDADE E TECNOLOGIAS DIGITAIS NA UNATI/SOROCABA - UNESP...........................................................................................................................................131 ARQUITECTA.........................................................................................................................................................................133 ARTE E CIÊNCIA NO PARQUE.......................................................................................................................................135 AS APLICAÇÕES DOS ISÓTOPOS ESTÁVEIS NA SOCIEDADE.........................................................................136 AS CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO GIRE³ PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM RESÍDUOS.................. 138 ATÉ ONDE VAI A IMAGINAÇÃO?”: LITERATURA INFANTIL E A PRÁXIS EDUCOMUNICACIONAL..................................................................................................................................................140 ATELIER PARAFERNÁLIAS..............................................................................................................................................142 ATIVIDADE DE LAZER: UM SÁBADO DIVERTIDO COM BOLSISTAS E A COMUNIDADE – CASE UNIFEBE.................................................................................................................................144 ATIVIDADES DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: EXPERIÊNCIAS ASSOCIADAS À GESTÃO AMBIENTAL NA UFSCAR, SÃO CARLOS..............................146 ATIVIDADES DE EXTENSÃO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA.......................................................................................................148 ATUAÇÃO DAS FACULDADES INTA NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES NO TERRITÓRIO DOM EXPEDITO EM SOBRAL/CE: ASSOCIANDO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO.................................................................................................150 BACHARELADO EM GERONTOLOGIA A UFSCAR: DIVULGANDO A PROFISSÃOD.............................152 CADERNOS DE REPERTÓRIO CORAL COMUNICANTUS: PRODUÇÃO DE PARTITURAS CORAIS PARA PERFORMANCE..........................................................................................................153 CAPACITACIONES TÉCNICAS A PEQUEÑOS AGROHORTIGRANJEROS SEGÚN CONVENIO ENTRE LA CENTRAL DE FERIANTES DE ALTO PARANÁ, ASOCIACIÓN EL TRIUNFO Y LA FIA UNE”.............................................................................................................155 CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO IMPLEMENTADAS POR DOCENTES DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UFSCAR..............................................................157 CARTORGRAFÍA SOCIAL: UNA HERRAMIENTA PARA LA TRANSFORMACIÓN.....................................159 CENTRO CULTURAL DA UFSJ: UM ESTUDO AVALIATIVO DO SEU PAPEL EM SÃO JOÃO DEL-REI.............................................................................................................................................................161 CENTRO CULTURAL DE LA UNR: EL ARTE COMO ESPACIO DE ENCUENTRO Y TRANSFORMACIÓN SOCIAL.........................................................................................................163 CENTRO DE ENSINO DE LÍNGUAS DE BOTUCATU: SUB-PROJETO LET’S GO ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I..........................................................................................165 CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DA MÍDIA É FÓRUM DE PESQUISA, INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DAS PRODUÇÕES MIDIÁTICAS.................................................................................................................167 CHÁ DE PANELA: UMA CURADORIA DENTRO DE UM PROJETO DE EXTENSÃO...............................169 CIÊNCIA NA CELA: A SOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO Estudo de caso sobre a temática Alimentação Saudável na Escola Estadual do Presídio José Abranches Gonçalves em Ribeirão das Neves - MG.........................................171 CIRCO CORAGEM”: UMA PROPOSTA EXTENSIONISTA PARA O ENSINO DAS ATIVIDADES CIRCENSES PARA CRIANÇAS.............................................................................................................173 CIUDAD DE DERECHOS..................................................................................................................................................175 CLIPPINGS DA EDITORA ABRIL: CATÁLOGO PERSONALIDADES (LETRA A)........................................177 COLORES PRIMARIOS.......................................................................................................................................................179 COMPREENSÕES SOBRE A PROPOSTA INSTITUCIONAL DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UEG................................................................................................................................................180 COMUNICAÇÃO INTEGRADA PARA A CÁRITAS ARQUIDIOCESANA DE CAMPINAS: A CAPACITAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS COMO DIVULGADORES DA INSTITUIÇÃO................................182 CONFLITOS ARMADOS E MUDANÇA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE CITÉ SOLEIL DO HAITI A PARTIR DOS ANOS 1990 ATÉ HOJE: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA GESTÃO DO PODER POLÍTICO E DO PAPEL DAS RELIGIÕES..................................................................................................184 CONSELHOS MUNICIPAIS DE IDOSOS NOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI: EXPERIÊNCIAS DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA............................................................................186 CONSUMO CONSCIENTE EM COMPRAS NO VAREJO: DISCURSO VERSUS PRÁTICA.......................... 188 CONTEXTO DE SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UM ESPAÇO QUE ALIA PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SANTA MARIA..........................................................................................................................................189 CONTRIBUIÇÕES DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO PROCESSO DE EMPODERAMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA......................................................................................191 CONVERSAS SOBRE MATEMÁTICA COM PESSOAS IDOSAS VIABILIZADAS POR UMA AÇÃO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA....................................................................................................................193 COOPERATIVAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO: O CASO DA INCUBADORA PÚBLICA DE ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA DE DIADEMA- SP.................................................................................................................................................................195 CREANDO CULTURA TEATRAL....................................................................................................................................197 CULTURA DIGITAL NA MELHOR IDADE.................................................................................................................199 CULTURA TRADICIONAL CAIÇARA E EDUCAÇÃO POPULAR: TECENDO REDES COMO POSSIBILIDADE DE POTENCIALIZAR SABERES LOCAIS ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO..................................................................................................................................................201 DA APLYSIA A AUSUBEL: DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS SOBRE NEUROBIOLOGIA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR............................................................................................................................................203 DA MARGEM AO RIO: SEIS ANOS DE TRABALHO EXTENSIONISTA DIRIGIDO ÀS CAPACIDADES HUMANAS...............................................................................................................................................205 DEMOCRACIA DELIBERATIVA ONLINE: ESTIMULANDO A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO LEGISLATIVO DE FRUTAL, MINAS GERAIS.................................................................................207 DEMOCRATIZAÇÃO DOS PROCESSOS EDITORIAIS...........................................................................................209 “Derechos, responsabilidades y expresiones para el ejercicio de la ciudadanía” (Comunicación, Cultura, Derechos Humanos, Educación y Servicio Alternativo y Voluntariado).....................................................................211 DESENVOLVIMENTO CULTURAL NA UNICAMP: O DIÁLOGO ENTRE A CULTURA E A EXTENSÃO...............................................................................................................................................213 DESMISTIFICANDO A CIÊNCIA: UM PROJETO QUE APROXIMA A UNIVERSIDADE E O ENSINO MÉDIO.......................................................................................................................215 DESMITIFICANDO A CIÊNCIA: MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO.................................................216 Diálogos e complementariedades: Saberes tradicionais e saberes acadêmicos....................................................................................................................................................218 DIÁLOGOS ENTRE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA E DISCENTES DA UNIFESP: FORMANDO CIDADÃOS CONSCIENTES..................................................................................................................219 DIÁLOGOS SOBRE CIÊNCIAS E AMBIENTE POR MEIO DA EXTENSÃO...................................................220 DIREITO À EDUCAÇÃO COLMEIA: JOVENS CONSTRUINDO SEUS PROJETOS DE FUTURO........... 222 DIREITOS, RESPONSABILIDADES E EXPRESSÕES PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA................. 224 DIVULGANDO O CONHECIMENTO GEOCIENTÍFICO: A EXPERIÊNCIA COLABORATIVA DA EXPOSIÇÃO INTERATIVA GEOEDU “O UNIVERSO DAS GEOCIÊNCIAS”..... 226 DOCENTE...............................................................................................................................................................................228 ECOLÂNDIA: A PRÁTICA DA COMUNICAÇÃO POPULAR E COMUNITÁRIA EM UM PROJETO QUE COMPLETA 10 ANOS..................................................................................................................230 Educação ambiental nas ondas da Rádio USP de Ribeirão Preto.......................................232 EDUCAÇÃO AMBIENTAL, UM PASSO PARA A SUSTENTABILIDADE...........................................................233 EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM ESTUDO COM LICENCIANDOS EM ENFERMAGEM.....................................................................................................................................................................235 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS COMO INSTRUMENTO FUNDAMENTAL DA CONCEPÇÃO PRÉ-VIOLATÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS..........................................................................237 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: DIÁLOGOS ENTRE A PROPOSTA PEDAGÓGICA DE HELENA ANTIPOFF E TRÊS ESCOLAS ESTADUAIS NO ENTORNO DA UEMG-IBIRITÉ.......................................................................................................................................239 EDUCAÇÃO POPULAR E AUTO-ORGANIZAÇÃO EM ATIVIDADES DE EXTENSÃO............................241 EDUCAÇÃO, CIDADANIA E JUSTIÇA: A “CO-LABORAÇÃO” PARA A TRANSFORMAÇÃO DAS DIMENSÕES HUMANAS E SOCIAIS..........................................................................243 EFETIVAÇÃO DO ESTATUTO DO IDOSO NA CIDADE DE FRUTAL-MG....................................................245 EL ACOMPAÑAMIENTO INSTITUCIONAL COMO HERRAMIENTA DE GESTIÓN DE PROYECTOS SOCIALES.....................................................................................................................................................247 El concepto Voluntariado como sinónimo de Prácticas Académicas Solidarias.............................................................................................................................................249 EL FORTALECIMIENTO DEL VINCULO UNIVERSIDAD-SOCIEDAD: LA EXPERIENCIA DEL PROGRAMA SOLIDARIDAD ESTUDIANTIL DE LA UNC EN PROYECTOS VINCULADOS A LA AMPLIACION DE DERECHOS................................................251 EL PROCESO DE CONSTRUCCIÓN DE UN DISPOSITIVO TEATRAL EN EL TERRITORIO DE “VÍA HONDA”: UNA EXPERIENCIA DE SALUD MENTAL DESDE UN ABORDAJE INTERDISCIPLINARIO......................................................................................................................253 EL PROGRAMA DE FORMACIÓN Y CAPACITACIÓN LABORAL DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL DEL LITORAL Y SU PROCESO DE ACTUALIZACIÓN..................................255 EL SISTEMA INTEGRADO DE PROGRAMAS Y PROYECTOS DE EXTENSIÓN (SIPPE) Y LOS CENTROS DE EXTENSIÓN COMUNITARIOS (CEC) DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL DEL LITORAL: 20 AÑOS DE TRABAJO SISTEMÁTICO CON LA COMUNIDAD..................................................................................................................................................................257 ELABORAÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA, UTILIZANDO O QGIZ........ 259 ELABORAÇÃO DO ATLAS GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E AMBIENTAL DE MAIRINQUE.................... 261 ELABORAÇÃO TRIDIMENSIONAL DE ESTRUTURAS GEOLÓGICAS DA TERRA...................................263 ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: TRABALHANDO COM A MEMÓRIA E A ORALIDADE........................................................................................265 Entramando Saberes. Reflexiones de procesos colectivos en el territorio...................................................................................................................................................................267 ESPERANÇA POPULAR RESTINGA: SIGNIFICAÇÕES DAS EXPERIENCIAS DOS EDUCANDOS ATRAVÉS DE SUAS MEMÓRIAS........................................................................................................269 ESPORTES COLETIVOS UNIFICADOS COMO FERRAMENTA DE DESENVOLVIMENTO AFETIVO-SOCIAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS INTELECTUAIS......... 271 Estação Guanabara – um projeto institucional de Extensão Universitária.......... 273 ESTÁGIO CURRICULAR: ENSINO E EXTENSÃO COMO MODIFICADORES CULTURAIS DO EXERCÍCIO DA CIDADANIA NA ENFERMAGEM BRASILEIRA.....................................275 ESTRATEGIAS PARA UNA SALIDA LABORAL Y MEJORAMIENTO DEL HABITAT.................................277 ESTUDANTES DE ENGENHARIA AMBIENTAL A SERVIÇO DA SOCIEDADE E DO CONHECIMENTO: A EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA DA SÊNIOR CONSULTORIA AMBIENTAL..........................................................................................................................................279 ESTUDIANTE.........................................................................................................................................................................281 ESTUDO DE UM PROJETO DIDÁTICO DE GÊNERO COMO DISPOSITIVO DE ENSINO DE LÍNGUA MATERNA...................................................................................................................................283 EUCLIDES DA CUNHA AUTOR DE OS SERTÕES (1902) COMO TESTEMUNHA OCULAR DA GUERRA DE MASSACRE EM CANUDOS.........................................................................................285 EVALUACIÓN EN EXTENSIÓN UNIVERSITARIA: POSIBILIDADES Y LÍMITES EN LA EVALUACIÓN POR OBJETIVOS. APORTES PARA SU DISCUSIÓN............................................................287 EXPERIÊNCIA DO CURSINHO PRÉ-VESTIBULINHO CESCON RESULTANTE DA PARCERIA ENTRE A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) E O CENTRO ESTUDANTIL SOCIAL DE CONVIVÊNCIA (CESCON)......................................................................289 EXPERIÊNCIAS INDÍGENAS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA.....................................290 EXPOSIÇÃO DE HOLOGRAFIA E IMAGENS: 33 ANOS DIFUNDINDO CIÊNCIA....................................292 EXPOSIÇÃO VEJA A LUZ COMO NUNCA VIU........................................................................................................294 EXPRESSÃO CULTURAL DOS VITRAIS DA BASÍLICA DA NOSSA SENHORA DO CARMO: A REPRESENTAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO.......................................................296 EXTENSÃO NA INDISSOCIABILIDADE COM A PESQUISA E O ENSINO NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA.......................................................................................................................................298 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA APLICADA A CONSCIENTIZAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA EM COOPERATIVAS POPULARES DE TRABALHO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS...............................................................................................................................................300 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA E A IDEIA DE TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO................................................................................................................................................................302 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E AÇÕES AFIRMATIVAS: CONHECIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL.. 304 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E GESTÃO DE PESSOAS: DESAFIOS E DEMANDAS EM CONTEXTO DE EXPANSÃO INSTITUCIONAL.......................................................................................................306 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO ÂMBITO DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS...................... 308 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA VIABILIZA O JORNALISMO AMBIENTAL....................................................310 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: CURSO PRÉ-ENEM “TECENDO SONHOS”.................................................312 Extensión o difusionismo: encrucijada para la Universidad Latinoamericana..........................................................................................................................................................314 EXTENSIÓN UNIVERSITARIA: APORTES AL PROCESO DE FORTALECIMIENTO Y DESARROLLO DE GOBIERNOS LOCALES...............................................................................................................316 EXTENSIÓN Y SOCIEDAD: LA INDISOCIABILIDAD ENTRE LA ENSEÑANZA, LA INVESTIGACIÓN Y LA EXTENSIÓN” REFLEXIONES SOBRE LA IMPLEMENTACIÓN DEL CURSO DE INTRODUCCIÓN AL TRABAJO EN LA UNC.................................318 FALA, JOVEM! - INFÂNCIA E JUVENTUDE EM ACESSO.....................................................................................320 FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DA UNICAMP - PROMOVENDO DE GERAÇÃO DE RENDA E A INCLUSÃO SOCIAL NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO................................322 FERIA DE INTERCAMBIO DE SEMILLAS Y SABERES, UNA EXPERIENCIA DE APRENDIZAJE COMUNITARIO.....................................................................................................................................324 FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR EM ANTONINA.............................................................................................326 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: LEI 10.639/03 E A SALA DE AULA...............................328 FORMAÇÃO DE FORMADORES EM EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: UM PROPOSTA EXTENSIONISTA ENTRE UNIVERSIDADE E MOVIMENTO SOCIAL NEGRO.......................................................................................................................................330 FORMAÇÃO EM BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS DE PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO........................................................................................................................................332 FORMAÇÃO LÚDICA DE PROFESSORES: APRENDIZAGENS DA PARTICIPAÇÃO EM UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA............................................................................................334 FORMACIÓN DE JÓVENES EN PROMOCIÓN Y PRÁCTICAS DE DERECHOS..........................................336 FORTALECENDO NÓS”: A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O APRIMORAMENTO DAS REDES LOCAIS DE ATENÇÃO AOS USUÁRIOS DE DROGAS E SEUS FAMILIARES DE SOROCABA..............................................................................................................................................................................338 FÓRUM DAS MULHERES DO JEQUITINHONHA...................................................................................................340 FOTOGRAFIA, MÚSICA E PROEMI: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO NA ESCOLA ESTADUAL SILVIO MIOTTO.......................................................................................342 HABLAMOS DE CHAGAS EN LA ESCUELA PRIMARIA N° 20 “Juan Bautista Cabral” de Poblet (Buenos Aires, Argentina)...................................................................................................................344 HACIA LA INTERNACIONALIZACIÓN DE LA EXTENSIÓN UNIVERSITARIA EN LA SECRETARÍA DE EXTENSIÓN DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL DEL LITORAL.................................346 IMPACTOS E SOCIAIS E FORMAÇÃO DISCENTE POR MEIO DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: RELATO DE CASO CURSO DE CRIAÇÃO DE GALINHA CAIPIRA PARA AGRICULTURA FAMILIAR................................................................................................................................................348 IMPLEMENTAÇÃO FÓRUM INTEGRAÇÃO CULTURAL AFRO-BRASILEIRO DA UNICAMP................ 350 INCLUSÃO DE IDOSOS NO MUNDO DA INFORMÁTICA POR MEIO DA UNATI....................................351 INCLUSÃO DIGITAL PARA JOVENS: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.......................................................................353 Inclusión Educativa. Aporte de la extensión en políticas institucionales de UNL...........................................................................................................................................355 INDISSOCIABILIDADE ENSINO-PESQUISA-EXTENSÃO: A PRÁXIS VIVENCIADA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR...........................................................................................357 INSERÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA METODOLOGIA LÚDICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA........... 359 Institucionalización e incorporación curricular de la Extensión en la UNL... 361 ITCP-UNICAMP E A EXPERIÊNCIA AUTOGESTIONÁRIA: REFLEXÕES A PARTIR DO CONCEITO DE MODERNIDADE..........................................................................363 IV ENCONTRO DE COMUNICADORES DO VALE DO JEQUITINHONHA: UMA EXPERIÊNCIA PRAXIOLÓGICA DE COMUNICAÇÃO E EXTENSÃO................................................365 JOGOS LÓGICOS DE TABULEIRO: CURRÍCULO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES..............................367 JOVENS E EDUCADORES EM DIÁLOGO NO ENSINO MÉDIO.......................................................................369 JUVENTUDE E PARTICIPAÇÃO POPULAR - HISTÓRIAS DE UM FESTIVAL DE ARTES INTEGRADAS............................................................................................................................371 JUVENTUDE UNIVERSITÁRIA: PROMOVENDO O EMPODERAMENTO E A AUTONOMIA DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS.........................................................................................................373 LA DESCONCENTRACIÓN REGIONAL UNIVERSITARIA Y SU PERSPECTIVA, CASO DEPARTAMENTO DE LA PAZ, BOLIVIA.......................................................................................................375 LA EVALUACIÓN EN PRÁCTICAS EXTENSIONISTAS: UN DESAFÍO DEL DISCURSO Y EL TERRITORIO........................................................................................................................................377 LA EXPERIENCIA DE LA ESCUELA DE EXTENSIÓN DE AUGM EN EL TERRITORIO DE “VÍA HONDA”: TEORÍAS Y PRÁCTICAS EN DIÁLOGO CON ACTORES LOCALES............................................................................................................................................................379 LA EXTENSIÓN COMO POSIBILIDAD DE ENCUENTRO Y TRANSFORMACIÓN SOCIAL.................. 381 LA RADIO COMO CONSTRUCCIÓN COLECTIVA, UN ESPACIO DE INCLUSIÓN SOCIAL ROMPIENDO CON REPRODUCCIONES SOCIALES...................................................383 LA REVISTA DE EXTENSIÓN UNIVERSITARIA +E, UN ESPACIO ABIERTO Y PLURAL PARA PENSAR Y DEBATIR LA EXTENSIÓN EN LATINOAMÉRICA.............................................385 LA UNIVERSIDAD NACIONAL DE LITORAL CAMINO A SU CENTENARIO Y A LOS 100 AÑOS DE LA REFORMA UNIVERSITARIA. LOS DESAFÍOS PRESENTES Y FUTUROS DE LA EXTENSIÓN UNIVERSITARIA...................................................................................................387 LAS RESONANCIAS DE LA EXTENSION COMO INTERPELACIONES ÉTICO-POLÍTICAS A LA UNIVERSIDAD....................................................................................................................390 LER E ESCREVER: PRÁTICAS IMPRESCINDÍVEIS PARA FORMAR O ALUNO/CIDADÃO.................... 392 LICENCIADO EN DISEÑO DE LA COMUNICACIÓN VISUAL..........................................................................394 LIÇÕES DIALÓGICAS: PAULO FREIRE”, BASEADO NA TESE “ANÁLISE DE ARTIGOS BRASILEIROS SOBRE INDISCIPLINA, VIOLÊNCIA E ATO INFRACIONAL NA ESCOLA: BASE SCIELO 1998-2014”........................................................................................396 LIGAÇÃO QUÍMICA: UMA PROPOSTA DE INTERAÇÃO ENTRE A UNIVERSIDADE E A ESCOLA PÚBLICA.....................................................................................................................398 LUTA POR CIDADANIA FRENTE ÀS INTERVENÇÕES DO PODER PÚBLICO NO AGLOMERADO SANTA LÚCIA DE BELO HORIZONTE.....................................................................................400 MAIS FAZER E MENOS PLANEJAR: OBSERVAÇÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO EM COMUNICAÇÃO...........................................................................................402 MAPA DAS CONDIÇÕES DE MERCADO INERENTES AO CONTROLE OPERÁRIO, QUESTÕES HUMANAS E SOCIAIS RELACIONADAS A FLASKÔ............................................404 MAPEANDO A PROFISSIONALIZAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL DA JUVENTUDE BRASILEIRA: ESTRATÉGIA PARA UM DESENVOLVIMENTO SENSÍVEL........................ 406 MARACATÚ CRIOLLO - MENDOZA.............................................................................................................................408 MARTES LITERAROS Y CULTURALESS......................................................................................................................409 MELHOR IDADE: INCLUSÃO SOCIAL DOS IDOSOS DO LAR SÃO JOSÉ.....................................................411 MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: SALVAGUARDA E MUSEALIZAÇÃO SOCIAL..................................................413 MEMÓRIAS DE UMA EXPERIÊNCIA: BRINCANDO NA ENFERMARIA DE HEMODIÁLISE PEDIÁTRICA..........................................................................................................................................415 METADE EVA, METADE JOANA: O TRABALHO FEMININO E AS REPRESENTAÇÕES BÍBLICAS........................................................................................................................................417 MÍDIAS SONORAS E ACESSIBILIDADE: A PROPOSTA DO PROJETO BIBLIOTECA FALADA PARA A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL...................................................419 MINICURSO “FERRAMENTAS DE INFORMAÇÃO NO USO CIENTÍFICO E COTIDIANO”: O BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR INFORMACIONAL...............................................421 MOVIMENTOS SOCIAIS: LOCUS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PROFUNDAMENTE RELACIONADA AO ENSINO E À PESQUISA............................................................................................................423 MÚSICA EM FAMÍLIA: UM OLHAR PARA OS PROCESSOS EDUCATIVOS COMPARTILHADOS.......... 425 NÃO SOU MULHER, SOU MULHERES: CONSTRUINDO A AUTO-ORGANIZAÇÃO................................427 NEGRESCÊNCIA - EXPERIÊNCIAS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E DIVERSIDADE..................... 429 NORMAS CONSTITUCIONAIS PROGRAMÁTICAS: QUESTIONAMENTO SOBRE A VEDACAO DO RETROCESSO COMO GARANTIA DA DIGNIDADE HUMANA.........................................431 NOTICIAS DE Y PARA NIÑOS: EL EJERCICIO DEL DERECHO A LA COMUNICACIÓN DE NIÑOS, NIÑAS Y ADOLESCENTES DE SECTORES POPULARES....................... 432 NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO POPULAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CENTRO DE SOCIOEDUCAÇÃO (CENSE) FAZENDA RIO GRANDE.................... 434 NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO POPULAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO COLÉGIO ESTADUAL MANOEL RIBAS..............................................................................436 NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO POPULAR: RELATO DE EXPERIÊNCIAS NO JORNAL A LAJE E FOLHA DO SABARÁ............................................................................438 NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO E EDUCOMUNICAÇÃO POPULAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO COLÉGIO ESTADUAL HERBERT DE SOUZA...................................................................440 NÚCLEO OPINIÃO UNESP: ESPAÇO DE SOCIALIZAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA.................................442 O ACESSO À ARTE E CULTURA COMO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL: ANÁLISE E DEBATE PERTINENTES A UM PROGRAMA INSTITUCIONAL DE EXTENSÃO DA UEMG.......................................................................................................................................................444 O CINEMA NA DOCÊNCIA E NA ESCOLA: APRENDER E ENSINAR, VER E CRIAR, SENTIR E PENSAR...............................................................................................................................................445 O CONHECIMENTO DOS PRINCÍPIOS FÍSICOS DA RADIOTERAPIA PARA OS USUÁRIOS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU................................................................................447 O CURSINHO POPULAR COLMEIA COMO EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: CARACTERÍSTICAS, POTENCIALIDADES E DESAFIOS......................................................................................449 O DESAFIO DE UNIR PESQUISA E ENSINO NA ELABORAÇÃO DE UMA CARTILHA DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA E O SEU ESTUDO JUNTO AOS CATADORES DA COOPERATIVA ACÁCIA.................................................................................................................451 O DIREITO À ARTE E À CULTURA: RELATO DE UM PROGRAMA INSTITUCIONAL DE EXTENSÃO UEMG..............................................................................................................................................................453 O DIREITO ACHADO NA RUA: INTERAÇÕES JURÍDICO-COMUNITÁRIAS...............................................455 O ENSINO DE ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS PARA A COMPREENSÃO LEITORA....................... 457 O ENSINO DE HISTÓRIA: PRÁTICA DOCENTE DE RESGATE DA MEMÓRIA E A OFICINA DA HISTÓRIA COMO O ATELIÊ DE ARTE............................................................459 O ESPORTE COMO PRÁTICA EDUCATIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA....................................................460 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO COMO PROPOSTA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA........................ 462 O FILME COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA ALTERNATIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA PARA A PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS.......... 463 O INTELECTUAL E O TRABALHO VOLUNTÁRIO.................................................................................................465 O JORNAL COMUNITÁRIO COMO INSTRUMENTO DE RECONHECIMENTO SOCIAL....................... 467 O NÚCLEO DE EXTENSÃO EM DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL – NEDET DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB: A EXPERIÊNCIA DE FORTALECIMENTO DOS TERRITÓRIOS RURAIS DO RECÔNCAVO DA BAHIA, DO VALE DO JIQUIRIÇÁ E DO PORTAL DO SERTÃO....................................469 O OLHAR DA SOCIOLOGIA NO COTIDIANO EM EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA...................................471 O PAPEL DA EXTENSÃO NO CURSO DE DIREITO DA UFMG: ROMPENDO PARADIGMAS.............. 473 O PAPEL DA UNIVERSIDADE EM FACE DA SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA...........................................475 O PROJETO SALA DE ESTAR COMO ESTÍMULO AO ACESSO À ARTE E À CULTURA........................... 477 OBSERVATÓRIO DO TURISMO DO ESTADO DE SÃO PAULO - OTURESP: UM INSTRUMENTO PARA POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO.....................................................................479 OFICINA CORPO EM MOVIMENTO: TRABALHANDO PELA APRENDIZAGEM POR LIVRE ESCOLHA..................................................................................................................................................................481 OFICINA DE TURISMO SOCIAL – VIVER SÃO PAULO (UNATI/EACH/USP)..............................................483 OFICINA ITINERANTE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONSTRUINDO O CONHECIMENTO EM ESPAÇOS DIFERENCIADOS, VOLUNTARIADO PARA A VIDA.......................... 484 OFICINAS PERFORMÁTICAS: IMAGENS, CORPOS E EXPRESSÕES JUNTO A ADOLESCENTES EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM ASSISTÊNCIA SOCILA (CRAS).................... 486 OFICINAS PERMANENTES DE CULTURA: DESENHO E FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO DE EXTENSÃO NO AUXÍLIO AO ENSINO INTEGRADO........................... 488 OFICINAS PERMANENTES DE CULTURA: O TEATRO E A MÚSICA POSSIBILITANDO VIVÊNCIAS ARTÍSTICO- CULTURAIS....................................................................................490 OLIMPÍADA DE FILOSOFIA: A EXTENSÃO INDISSOCIADA DO ENSINO E PESQUISA...................... 492 OS MEIOS DE PRODUÇÃO IN LOCO: UMA EXPERIÊNCIA DE QUEM CONSOME E QUEM FAZ TELEVISÃO E INTERNET........................................................................................................................494 OS OBSERVATÓRIOS DE MÍDIA COMO INSTRUMENTO DE DEONTOLOGIA DA COMUNICAÇÃO........................................................................................................................496 PANORAMA DA VIOLÊNCIA ESCOLAR NAS INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE ENSINO BÁSICO NO MUNÍCIPIO DE FRUTAL-MG..............................................................................................498 PANORAMA UNESP E A EXTENSÃO EM JORNALISMO CIDADÃO...............................................................500 PARCEIRO: O MEDIADOR NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS.......................................................................................................................................502 PARTICIPAÇÃO – O CAMINHO PARA AUTONOMIA E TRANSFORMAÇÃO................................................504 PATRIMÔNIO EM REDE E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: POLÍTICAS PÚBLICAS COMPLEMENTARES.............................................................................................................505 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, GESTÃO DOCUMENTAL, MEMÓRIA E PRESERVAÇÃO: SÃO JOÃO DO POLÊSINE...............................................................................................................506 PAUTANDO A POLÍTICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL: AS AÇÕES DO FÓRUM GAÚCHO..................................................................................................................................507 PEDOFILIA: EDUCAR PARA A PROTEÇÃO..............................................................................................................509 PENSAR A EDUCAÇÃO EM PAUTA: DISCURSOS EDUCACIONAIS E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA............................................................................................................................................511 PERCEPÇÃO ORGANIZATIVA DAS MULHERES DO “ARTESANATO ESTAÇÃO” EM ANTONINA, PARANÁ, BRASIL.......................................................................................................................................512 PESQUISA E ENSINO NAS AULAS DE CIÊNCIAS: REFLEXÕES SOBRE METODOLOGIAS E RECURSOS DE ENSINO................................................................514 PESQUISA EM ETNOFARMACOLOGIA NA VALORIZAÇÃO DO CONHECIMENTO TRADICIONAL DO QUILOMBO DA FAZENDA PICINGUABA...................................516 PIBID – PEDAGOGIA/UFSCAR: RELATO DAS VIVÊNCIAS DE PIBIDIANAS DURANTE O SEGUNDO SEMESTRE DE 2014 NA ESCOLA ESTADUAL MARIVALDO DEGAN NA CIDADE DE SÃO CARLOS/SP...................................................................................517 POLÍTICAS ARQUIVÍSTICAS EM ÂMBITO MUNICIPAL: DIAGNÓSTICO DA PRODUÇÃO DOCUMENTAL DA PREFEITURA MUNICIPAL DE MARÍLIA/SP..........................................519 POLITICAS INCLUSIVAS EN LA UNIVERSIDAD NACIONAL DE ROSARIO................................................521 PRÁTICAS DE ESTÍMULO À CIDADANIA COM CRIANÇAS HOSPITALIZADAS........................................523 PRÁTICAS ETNOMATEMÁTICAS: INTERVENÇÕES NO BANCO COMUNITÁRIO NASCENTE......... 525 PRÁXIS PRÉ UNIVERSITÁRIO DE EDUCAÇÃO POPULAR................................................................................527 PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO EM DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS EM TRABALHADORES DE COOPERATIVAS DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS E CATADORES DE CAMPINAS (SP)...................................................................................................................................529 PROCESSOS AFETIVOS E RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO COTIDIANO ESCOLAR.............................531 PROCESSOS EDUCATIVOS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DE UM JORNAL NO CONTEXTO DE UM PROJETO DE EXTENSÃO.................................................................................................................................................533 PRODUÇÃO AUDIOVISUAL EM FRUTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM VÍDEO DOCUMENTÁRIO................................................................................................................................................535 PRODUÇÃO E ANÁLISE DA EFICÁCIA DE CORANTES NATURAIS PARA OBSERVAÇÃO MICROSCÓPICA DE FUNGOS FILAMENTOSO E LEVEDURIFORME............................537 PRODUÇÃO, DIFUSÃO E USO DA INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA URBANIZAÇÃO DE CAMPINAS/SP: A REGIÃO DO JARDIM CAMPO BELO – UM PROJETO DE EXTENSÃO EM FASE DE IMPLANTAÇÃO..................................................................................................................................................539 PROFESORA...........................................................................................................................................................................541 PROFESORA...........................................................................................................................................................................543 PROFESSORAS EM CENA: PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL..................... 544 PROGRAMA COM-UNIDADE: SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL, EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS........................................................................................................................................................546 PROGRAMA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO PENSAR A EDUCAÇÃO PENSAR O BRASIL 1822-2022...........................................................................................................................................548 PROGRAMA DE EXTENSÃO DE CAMINHADA NÓRDICA PARA PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON: PARA ALÉM DOS MUROS DA UNIVERSIDADE..............................................550 PROGRAMA DE FORMACIÓN DE PROMOTORES EN SALUD SEXUAL Y REPRODUCTIVA............... 552 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E INCLUSÃO DIGITAL DE FORMA LÚDICA, COM ARTE E CULTURA: TRUPE SÓ RISOS................................................................................................................554 PROGRAMA DE RÁDIO NOSSO ROCK.......................................................................................................................556 PROGRAMA LOMBA DO PINHEIRO, MEMÓRIA, INFORMAÇÃO E CIDADANIA, PORTO ALEGRE, RS............................................................................................................................................................558 PROGRAMA RECAJ UFMG - ACESSO À JUSTIÇA E SOLUÇÃO DE CONFLITOS........................................560 PROJETO “POLÍTICA PARA JOVENS”.........................................................................................................................562 PROJETO A COR DA RUA: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA INTERFACE DA SAÚDE E DIREITOS HUMANOS....................................................................................................................................564 PROJETO ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NA UFMG: UM RELATO DE ESPERIÊNCIA........................ 566 PROJETO ASTRO: OBSERVAÇÃO E DIVULGAÇÃO EM ASTRONOMIA........................................................568 PROJETO CENTRO DE MEMÓRIA DO ICB: UMA CONSTRUÇÃO POR IMAGEM.....................................570 PROJETO CLARETIANO SOLIDÁRIO - ANÁLISE DE UMA TRAJETÓRIA...................................................571 PROJETO CONSTRUINDO SABERES...........................................................................................................................573 PROJETO CORAL UNIVERSITÁRIO.............................................................................................................................574 PROJETO CURSO PRÉ-UNIVERSITÁRIO POPULAR ALTERNATIVA: EXTENSÃO E EDUCAÇÃO POPULAR.........................................................................................................................576 PROJETO DE APOIO SOCIOAMBIENTAL E JURÍDICO (PASJ)..........................................................................578 PROJETO DE EXTENSÃO “NÚCLEO DE CIDADANIA ATIVA - UNESP FRANCA”...................................580 PROJETO DE EXTENSÃO DE PRÁTICA ECONÔMICA SOLIDÁRIA: CLUBE DE TROCAS DA ITCP UNIFAL-MG................................................................................................................582 PROJETO DE EXTENSÃO EM CULTURA E ARTE DO CIS GUANABARA/PREAC/UNICAMP E CRIATIVIDADE............................................................................................584 PROJETO DE EXTENSÃO VIVÊNCIAS CULTURAIS DA COORDENADORIA DE ASSUNTOS COMUNITÁRIOS (CAC) NA ENFERMARIA DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS (UNICAMP)..........................................................................................................................586 PROJETO EDUCA: EXTENSÃO, SAÚDE E CULTURA NA COMUNIDADE...................................................588 PROJETO EXATO: UM DIREITO À AUTONOMIA NOS ESTUDOS..................................................................590 PROJETO HIGIENE E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2014..................................................................................................................592 PROJETO MINHA CASA MINHA VIDA: A CONSOLIDAÇÃO DO ASSOCIATIVISMO URBANO COMO FERRAMENTA DE AUTONOMIA POLÍTICA, ECONÔMICA E SOCIAL....................................................................................................................................................594 PROJETO OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS PARA A REDAÇÃO DO ENEM...................................596 PROJETO OFICINAS PERMANENTES DE CULTURA: AMPLIANDO AS CONCEPÇÕES ARTÍSTICO-CULTURAIS DOS DISCENTES DO CURSO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE.....................................................................................................................................................598 PROJETO VISITAS TÉCNICAS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA....................................................................600 PROMOVIENDO LA RESPONSABILIDAD SOCIAL UNIVERSITARIA DE LA ESCUELA PROFESIONAL DE INGENIERÍA AGROINDUSTRIAL EN LOS DISTRITOS DE PACUCHA Y JOSÉ MARÍA ARGUEDAS DE LA PROVINCIA DE ANDAHUAYLAS, REGIÓN APURÍMAC...........................................................................................................................................................602 Puertas abiertas para la Inclusión de Jóvenes, Niños y Niñas, con capacidades diferentes” del Centro de Educación Especial de la Fundación María de los Ángeles de Ciudad del Este...................................................................604 QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE PREPARAÇÕES ALIMENTÍCIAS E INTERVENÇÕES EDUCATIVAS.....................................................................................................................................606 QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR VINCULADAS À FEAC EM ESPECIAL EM SUAS PRÁTICAS NA ÁREA ECONÔMICO-FINANCEIRA..................................608 QUINTAS CRIATIVAS – ARTES MANUAIS..................................................................................................................610 REDE DE INTERCÂMBIO DO TERCEIRO SETOR: AÇÕES E ARTICULAÇÕES, EM VISTAS DO FORTALECIMENTO DO ASSOCIATIVISMO E DO COOPERATIVISMO EM MINAS GERAIS. O CASO DO SEAGRO/CEASAMINAS.........................................................................................612 Reflexiones de la relación Universidad – Territorio desde la experiencia del programa Proyectos Mauricio López................................................................614 REFLEXÕES DA INTERVENÇÃO DO CRR-UFSCAR/SOROCABA: ANÁLISES SOBRE EDUCAÇÃO CONTINUADA NO CAMPO DO USO PREJUDICIAL DE DROGAS........................................616 REFLEXÕES SOBRE O PROJETO DE EXTENSÃO COMO UM POSSÍVEL CAMINHO PARA A INTRODUÇÃO DOS DEBATES SOBRE CONSUMO MIDIÁTICO NAS ESCOLAS.......................................618 REGISTRO DE UM TOMBAMENTO ESTADUAL MINEIRO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE MEMÓRIA E PATRIMÔNIO NO CURSO DE ARQUIVOLOGIA................................................620 RELATO DE EXPERIÊNCIA: A VIVÊNCIA DO ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) NO SUPORTE DE COMUNICAÇÃO DA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO (PROEX)..........................................622 RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOBRE MANGUEZAIS: A ESCOLA VAI À UNIVERSIDADE................................................................................................................................624 RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DE VIDA NAS AULAS DE ARTES CÊNICAS DA UNATI: CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO BEM–ESTAR.........................................................................626 REVALORIZACIÓN DE LA EXTENSIÓN....................................................................................................................628 RIBEIRÃO ANHUMAS; UMA EXPERIÊNCIA DE CIDADANIA..........................................................................630 ROMPENDO A INVISIBILIDADE DOS PROBLEMAS SOCIAIS NO CAMPO: O CASO DO PROSA COM POMPÉU..............................................................................................................................632 ROTEIRO TRIANGULAR - PATRIMÔNIOS ARQUITETÔNICOS E CULTURAIS DE SOROCABA CONHECER – APRECIAR - INTERPRETAR......................................................................................634 SABER CUIDAR: EXPERIÊNCIAS EXTENSIONISTAS...........................................................................................636 SAÚDE, EDUCAÇÃO E CULTURA: UM PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ENFERMARIA DE HEMODIÁLISE PEDIÁTRICA...................................................................................................638 SEMANA DE MANIFESTAÇÕES CULTURAIS: DIÁLOGOS ENTRE EXTENSÃO E CULTURA.............. 640 SÉTIMA ARTE NA 3ª. IDADE: CINCO ANOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM SOROCABA....... 642 SOCIABILIZAÇÃO, INTERAÇÃO E EVOLUÇÃO INTELECTUAL DO IDOSO ATRAVÉS DA UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE – UNATI/SOROCABA.........................................................643 SURGIMENTO DOS FÓRUNS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: REFLEXÕES NOS TERMOS DE FREIRE...........................................................................................................................................................645 TENDA PAULO FREIRE NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA................................................................................647 TALLER TODOS SOMOS PINTORES............................................................................................................................649 TOM – CADERNO DE ENSAIOS: UMA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO PARA A CULTURA.......... 650 TRABALHOS DESENVOLVIDOS JUNTO À COMUNIDADE ACADÊMICA PELO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DISCENTE PARA O ESTUDO (PROESTUDO).........................................652 UEMG VAI À ESCOLA: UMA QUESTÃO DE INTEGRAÇÃO DO DIREITO E EDUCAÇÃO A CAMINHO DO CONHECIMENTO DA CIDADANIA E DOS DIREITOS CIVIS DE CADA INDIVÍDUO....................................................................................................................654 UFPR IN LIBRAS....................................................................................................................................................................656 UM CANTO APAIXONANTE: A EXPERIÊNCIA DO MADRIGAL UFSCAR...................................................657 UM PROCESSO DE EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NA INTERAÇÃO UNIVERSIDADE ESCOLA................. 659 UMA EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA DA “UNILA” NA TRÍPLICE FRONTEIRA....................................661 UMA REFLEXÃO SOBRE FORMAÇÃO EM UMA VERTENTE CRÍTICA FREIRIANA...............................663 UNATI: ESPAÇO DE ENCONTROS INTERGERACIONAIS E INTERDISCIPLINARES..............................665 UNIDADE SAÚDE ESCOLA: CONCEPÇÕES ACERCA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DOS DIFERENTES ATORES........................................................................................667 UNIVERSIDAD Y COMUNIDAD: LA EXPERIENCIA DEL ÁREA DE ARTICULACIÓN SOCIAL E INCLUSIÓN EDUCATIVA- UNCUYO....................................................................668 UNIVERSIDAD Y POLÍTICAS PÚBLICAS: LA EXTENSIÓN EN EL CENTRO DEL DEBATE................. 670 UTILIZAÇÃO DE ARTRÓPODES EM RESINA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR......................................672 VIA URBANA: RELATO DE UMA CURADORIA DO PROJETO EXTENSIONISTA SALA DE ESTAR...............................................................................................................................674 VINCULACIÓN ENTRE LA EXTENSIÓN Y LAS POLÍTICAS PÚBLICAS: UN ENTRAMADO A DEVELAR......................................................................................................................................676 VIRANDO A CÉLULA DO AVESSO: ENSINANDO BIOLOGIA CELULAR DE FORMA CRIATIVA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS..................................678 VIVÊNCIAS EM ATIVIDADES DIVERSIFICADAS DE LAZER: UM OLHAR PARA OS PROCESSOS EDUCATIVOS..................................................................................................679 VOLUNTARIADO EDUCACIONAL: RELATO DA EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA EM UM PROJETO DA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS DA UNICAMP.............................................................................................................681 YO SOY EFI.............................................................................................................................................................................683 Eixo 2: Os Valores para Teorias e Práticas Vitais (Meio ambiente, Saúde e Esportes)..........................................................................................................685 A APLICABILIDADE DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E SEUS EFEITOS JUNTO À COOPERATIVA DE CATADORES NA CIDADE DE FRUTAL......................................686 A ATUAÇÃO DA COOPERATIVA SÃO VICENTE NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SÃO PAULO......................................................................................................................687 A educação a distância como meio de promoção da alimentação adequada saudável e solidária....................................................................................689 A ESCUTA COMO INSTRUMENTO DA HUMANIZAÇÃO NO HOSPITAL: COLHEDORES DE CAUSOS.............................................................................................................................................690 A EXPERIÊNCIA DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM UM PROJETO DE EXTENSÃO ODONTOLÓGICA......................................................................................................................................691 A EXTENSÃO COMO FOCO DE PESQUISA PARA IDENTIFICAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DA METODOLOGIA DOS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM.......................................................................................................................693 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DE INCLUSÃO SOCIAL DO SAGRADO: UMA EXPERIÊNCIA TÁTIL COM A IMPRESSORA 3D AOS “NÃO VIDENTES” PRATICANTES DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA.....................................................................................695 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A SAÚDE DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS DE CAMPINAS E REGIÃO........................................................................................................................................................697 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA CONSCIENTIZAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL CONSIDERANDO O CONFORTO TÉRMICO E A ILUMINAÇÃO........................................................................................................................................................................699 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL............... 701 AÇÃO POR AMOR: UM PROJETO DE GESTÃO ORGANIZACIONAL EM ASSOCIAÇÃO CONTRA O CÂNCER DE MAMA.......................................................................................................703 ACCIONES PARTICIPATIVAS FAVORECEDORAS DE LA SOBERANÍA ALIMENTARIA EN LA COMUNIDAD DE RINCÓN POTRERO.........................................................................705 ACIEPE SOBRE AÇÕES EXTENSIONISTAS EM MEIO AMBIENTE.................................................................707 AÇÕES DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO JUNTO A GRUPOS DE IDOSOS: CONTRIBUIÇÕES PARA OS ATORES ENVOLVIDOS............................................................................................709 ACOMPANHAMENTO GERONTOLÓGICO NA PREVENÇÃO DE QUEDAS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA....................................................................................................711 ACOMPANHAMENTO GERONTOLÓGICO NA PREVENÇÃO DE QUEDAS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA....................................................................................................712 ACOMPANHAMENTO, ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL E AVALIAÇÃO DOS CARDÁPIOS NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR NO MUNÍCIPIO DE BOTUCATU/SP.....................................................................................................................................713 ACTIVIDADES DE ALIMENTACIÓN Y SALUD A TRAVES DE COMUNICACIÓN RADIAL EN COMUNIDADES PERIURBANAS Y RURALES DEL DEPARTAMENTO DE LAS HERAS MENDOZA.....................................................................................................................................................715 ADOLESCENCIA, SALUD SEXUAL INTEGRAL Y EXTENSIÓN UNIVERSITARIA; ¿QUÉ PODEMOS HACER?.................................................................................................................................................717 AGROECOLOGIA URBANA: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA ESCOLA...........................................719 AGROS: AGROINDUSTRIAIS SOCIAIS.........................................................................................................................721 AMAMENTAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE ATIVIDADE DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA....................... 723 ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO RELACIONADOS A RISCO E ÁLCOOL NA JUVENTUDE.......................... 724 ARTICULAÇÃO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO UMA AÇÃO TRANSFORMADORA DA SOCIEDADE – CASO PARQUES NATURAIS URBANOS, AMERICANA SP.....................................................726 ATIVIDADES LÚDICAS DURANTE O TRATAMENTO HEMODIALÍTICO: BUSCANDO MELHORIAS NA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE RENAL CRÔNICO.................... 728 AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS: ESTUDO DE CASO NO ENSINO FUNDAMENTAL II............................................................................................................................................730 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DO CÓRREGO BARREIRINHO NO MUNICÍPIO DE IBIRITÉ – MG – UMA PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DO TRATAMENTO DE ESGOTO POR BIODIGESTORES.....................................................731 BIODIGESTOR: TECNOLOGIA PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS...............................................733 CAMPANHA DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE SANGUE: O FOCO NO DOADOR.....................................735 CARACTERIZAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA, E PROPOSTA PARA PREVENÇÃO DOS FUNGOS AGENTES DE MICOSES SUPERFICIAIS EM PACIENTES DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS (LAC).....................................................................................................737 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO GRUPO DE CONTROLE DE PESO DO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP..................................................................................................................................................738 CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE AFÁSICOS (CCA): O TRABALHO COM A LINGUAGEM POR UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR E SEUS EFEITOS TERAPÊUTICOS................. 740 CENTRO DE DISSEMINAÇÃO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA – CEDECOSOL: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM EDUCOMUNICAÇÃO NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL............................................................................................................................................................742 CIUDADANÍA Y PERSONAS EN SITUACIÓN DE TRASPLANTE. INTERVENCIONES PSICOSOCIALES PARA LA INCLUSION. Cidadania e pessoas em situação de trasplante. Interveções psicosociais pela inclusão.......... 744 COMPETIÇÃO PEDAGÓGICA EM PROJETO DE EXTENSÃO: OPORTUNIDADES PARA O APRENDIZADO...........................................................................................................746 CONDIÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA UTILIZADA POR MORADORES DA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS MG........................................................................................748 CONSCIENTIZAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DE MERENDEIRAS DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS COMO AGENTES MULTIPLICADORES NA PREVENÇÃO DE OBESIDADE E RISCO CARDIOVASCULAR NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA.... 750 CONTRIBUIÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO PARA A INDUÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO DE UM SERVIÇO DE ATENÇÃO À GESTANTE DE ALTO RISCO: INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO....................................................................................................752 CRISE HÍDRICA E O OBSERVATÓRIO DO CBHSMT.............................................................................................754 CURSO DE EXTENSÃO: CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS EDUCADORES EM UMA ESCOLA PÚBLICA.....................................................................................................................................................756 DESVENDANDO O CORPO HUMANO: MUSEU DE ANATOMIA/IB/UNESP/BOTUCATU.................. 758 DETERMINAÇÃO DE ESCHERICHIA COLI EM ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO E ANIMAL....... 760 DIA DE CAMPO DO BANCO DE GERMOPLASMA FORRAGEIRO DA UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL.............................................................................................................................................762 DILEMAS DA DOCÊNCIA: VIVÊNCIAS OPORTUNIZADAS PELA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA..... 764 DOCENCIA, INVESTIGACIÓN Y EXTENSIÓN: PILARES DE LA EDUCACIÓN AMBIENTAL UNIVERSITARIA........................................................................................................................................766 DST/AIDS E HEPATITES VIRAIS – ATIVIDADES EDUCATIVAS PARA O PÚBLICO EM GERAL......... 768 ECONDOMÍNIOS: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS............... 770 EDUCAÇÃO AMBIENTAL A PARTIR DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUA DO RIO SOROCABA E SENSIBILIZAÇÕES EDUCACIONAIS COM ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO......................................................................................................................772 EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREAS PROTEGIDAS DO CAMPUS UFV: DEFININDO PRINCÍPIOS E GESTÃO INTEGRADA.............................................................................................774 EDUCACIÓN ALIMENTARIA NUTRICIONAL EN ADULTOS MAYORES: Una experiencia en centros de jubilados. Santa Fe. Argentina.........................................776 EDUCACIÓN AMBIENTAL SOBRE MANEJO ADECUADO DE PILAS EN DESUSO CON ALUMNOS DEL 3ER CICLO DE DIFERENTES INSTITUCIONES EDUCATIVAS DE ALTO PARANÁ..................................................................................................................................778 EL COMPROMISO SOCIAL DE LA EXTENSIÓN EN EL ÁREA DE LA SALUD............................................780 ENFERMAGEM EM ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA – a importância da detecção de problemas visuais na escola.............................................................................................781 ENSINO DE QUÍMICA: UMA APRENDIZAGEM TEORICA E EXPERIMENTAL POR PROJETOS................................................................................................................................................................................782 ENVELHECIMENTO E ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE....................................................................................784 EVENTOS CULTURAIS E SUSTENTABILIDADE - EXPERIÊNCIAS A PARTIR DE UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.............................................................................................................785 EXPERIÊNCIAS DE EXTENSÃO E PESQUISA DA UNESP NO QUILOMBO DE MANDIRA – CANANÉIA SP..............................................................................................................................................787 EXPERIENCIAS DESDE EL TERRITORIO: EL CASO DE LA AGROECOLOGÍA COMO ESTRATEGIA TRASFORMADORA DE CONTEXTOS ESCOLARES URBANOS Y LAS TENSIONES CON LA CALIDAD DE VIDA INTEGRAL EN LA ADOLESCENCIA......................................789 EXTENSÃO POPULAR EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA EXPERIÊNCIA JUNTO A ALUNAS DE ENGENHARIA AMBIENTAL.................................................................................................................791 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO FORMA DE ACESSO Á ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA...........................................................................................................793 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E ECONOMIA SOLIDÁRIA: A EXPERIÊNCIA DA INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS – INCUBA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA – UFRB.....................................................................................................795 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E ECOPEDAGOGIA: SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM NO CAIC DA CIDADE DE CATALÃO – GO.......................................................................................................................797 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ROMPENDO AS BARREIRAS FÍSICAS DA UNIVERSIDADE.................................................................................................................799 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL......................... 801 FALE COM O DR. RISADINHA: SERVIÇO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES, FAMÍLIAS E PROFISSIONAIS DA SAÚDE......................................................803 FATORES ASSOCIADOS À GENGIVITE EM PACIENTES COM DEFICIÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO........................................................................................................................................................805 FIBROSE CÍSTICA: ATIVIDADE DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA CIDADE DE SÃO CARLOS................................................................................................................................................807 FONOAUDIOLOGIA E EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL: O TRABALHO COM AS FAMÍLIAS................................................................................809 GESTAÇÃO E USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS.........................................................................................811 HACIA LA INSTITUCIONALIZACIÓN DE LAS PRÁCTICAS DE EXTENSIÓN DE EDUCACIÓN EXPERIENCIAL EN LA UNIVERSIDAD NACIONAL DEL LITORAL. INTEGRACIÓN DOCENCIA Y EXTENSIÓN.............................................................................................................813 I....................................................................................................................................................................................................815 IDENTIFICAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM IDOSOS...............................................................................................................................................817 IMPACTO DO PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DIA SEM CARNE DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP......................................................................................819 INGENIERA AGRONOMO...............................................................................................................................................820 INGENIERO AGRONOMO...............................................................................................................................................822 JUNTOS POR UMA VIDA VIVA.......................................................................................................................................824 KENDÔ: A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UNICAMP EM SUA DIVULGAÇÃO..............................................................................................................................................................826 LA UNIVERSIDAD EN EL MEDIO................................................................................................................................828 MAPEAMENTO DA VULNERABILIDADE AMBIENTAL NA REGIÃO COSTA DAS BALEIAS – BAHIA - BRASIL..............................................................................................................................................830 MAPEAMENTO E ANALISE DOS TORNADOS NO RIO GRANDE DO SUL EM 2014...............................832 METODOLOGIA PEDAGÓGICA AO ENSINO DA CAMINHADA NÓRDICA EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON: AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE LOCOMOÇÃO..................................................................................................................................834 MÉTODOS DE CONTENÇÃO PARA MOVIMENTOS DE MASSAS VERIFICADOS EM JULHO DE 2014 NA LOCALIDADE DE VAL FELTRINA, ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE SILVEIRA MARTINS/RS.....................................................................................................................................................836 MICROORGANISMOS RECUPERAN EL PERFUME DE LOS CEIBOS.............................................................838 MÓDULO DE APRENDIZAJE PRODUCTIVO (MAPRO). “Un espacio de contacto con la tierra”.............................................................................................................................................................................839 MULTIPLICANDO SABERES: PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E AS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES..............................................................................841 NÚCLEO DE ESTUDOS EM AGROECOLOGIA, AGROBIODIVERSIDADE E SUSTENTABILIDADE PROF. JOSÉ ANTÔNIO COSTABEBER: CONSTRUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS NA REGIÃO CENTRAL DO RS..........................843 O MANEJO CLÍNICO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS EM UM CAPS III...............................................................845 O PROGRAMA DE SENSIBILIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA E ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE................. 846 O PSICODIAGNÓSTICO E A REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL EM UM CAPS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.......................................................................................................................................848 O USO DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL PARTICIPATIVO (DAP) COMO METODOLOGIA DE PROJETOS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA...............................................................850 OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÃO NO “LOTEAMENTO AÇOITA CAVALO” NA LOCALIDADE DE PASSO DAS TUNAS EM RESTINGA SECA/RS.....................................................................852 ODONTOLOGA....................................................................................................................................................................854 ODONTOLOGOS.................................................................................................................................................................856 OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ALFREDO WESTPHALEN...........................................................................................858 OFICINAS NO PROGRAMA UNIVERSIDADE - QUEDAS E ACIDENTES DOMÉSTICOS GERAIS EM PESSOAS IDOSAS: PREVENÇÃO E AÇÃO...........................................................860 PACTO – PROJETO DE APOIO AOS CUIDADORES DA TERAPIA OCUPACIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA............................................................................................................................................861 PADRONIZAÇÃO, DOCUMENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA O DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS..........................................................................................................863 PANAMA SIN DEGUE.........................................................................................................................................................865 PARCERIA NO PROGRAMA COMUNIDADE SAUDÁVEL: UM DESAFIO URGENTE...............................867 PERFIL DOS USUÁRIOS ADULTOS DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA DA CIDADE DE BOTUCATU-SP.......................................................................................................................................................................868 PET REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: CONSTRUÇÃO MULTIDISCIPLINAR DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO................................................................................................................................870 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A SUSTENTABILIDADE E A EXTENSÃO QUE FALTA...............................872 PRÁTICAS CULINÁRIAS COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: O CASO DO PROJETO “GASTRONOMIA NA MORADIA”....................... 874 PRÁTICAS DE FISIOTERAPIA PARA UMA TERCEIRA IDADE MAIS SAUDÁVEL: RELATO DE EXTENSÃO..................................................................................................................................................876 PREVALÊNCIA DE CRIANÇAS COM EXCESSO DE PESO, TEMPO DE INTERNAÇÃO E VARIAÇÕES DO PESO INTRA-HOSPITALAR NAS INTERNAÇÕES DA ENFERMARIA DE PEDIATRIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/ UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO...................................878 PREVENÇÃO DA OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA A PARTIR DO COMBATE AO SEDENTARISMO EM ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS................ 880 PREVENÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR NA INFÂNCIA E ADOLESCENCIA A PARTIR DA ADOÇÃO DE HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS EM ESCOLAS ESTADUAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS..........................................................882 PREVISÃO DOS EFEITOS DO DESMATAMENTO NA QUALIDADE DA ÁGUA DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS (MS).............................................................884 PRODUZINDO PRÁTICAS E SABERES NA ATENÇÃO PSICOLÓGICA GRUPAL A IDOSOS RESIDENTES EM ASILDOS NA CIDADE DE ASSIS-SP.......................................................................886 PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO FISIOTERAPÊUTICO AOS PACIENTES PEDIÁTRICOS COM FIBROSE CÍSTICA DO HCPA.................................................................................................888 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA AMPLA E DIVERSIFICADA........................................................................................890 PROGRAMA VOZ PARA TODOS: PROJETOS DE EXTENSÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE VOCAL E APERFEIÇOAMENTO DA VOZ PROFISSIONAL.................................................................892 PROJETO “OLHA O PASSARINHO!”: UMA EXPERIÊNCIA PARTICIPATIVA CONTRIBUINDO PARA O CONHECIMENTO DA AVIFAUNA DA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL.......................................................................................................................................................894 PROJETO COMUNITÁRIO DE EDUCAÇÃO DESPORTIVA, DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA À EMANCIPAÇÃO HUMANA...................................................................................896 Projeto de Extensão para Ensino de Esportes: Possibilidades e Benefícios............ 898 PROJETO DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E HEPATITES VIRAIS: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DST POR AÇÕES EXTENSIONISTAS................................900 PROJETO PARQUE LINEAR RIBEIRÃO DAS PEDRAS [UMA METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS URBANOS].....................................902 PROPOSTA DE ESPORTE COLETIVO E SUA INFLUÊNCIA NA DIMINUIÇÃO DA VIOLÊNCIA ENTRE CRIANÇAS.....................................................................................................................................904 PROYECTO DE SALUD COMUNITARIA. “PROMOVERNOS. FORTALECIENDO VÍNCULOS SALUDABLES EN EL RESGUARDO”....................................................................................................906 PROYECTO SOLIDARIO UNIVERSITARIO: MANOS A LA OBRA.....................................................................908 PUMA: UM PROJETO DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O DESCARTE ADEQUADO DO LIXO ELETRÔNICO........................................................................................................................909 QUEDAS E OUTROS ACIDENTES CAUSADOS POR DIFICULDADES DA PERCEPÇÃO VISUAL EM IDOSOS.................................................................................................................................911 REDE DE AGROECOLOGIA DA UNICAMP: AÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE SABERES AGROECOLÓGICOS...........................................................................................................................................................913 REDUÇÃO DE OBESIDADE E DO RISCO CARDIOVASCULAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES POR MEIO DA CAPACITAÇÃO DE EDUCADORES E GESTORES EM ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS..........................................................915 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE UM SERVIÇO AMBULATORIAL PARA ATENDIMENTO DE CASOS DE DENGUE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO INTERIOR PAULISTA......................................................................................917 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O PROJETO DE EXTENSÃO “PROGRAMA RADIOFÔNICO FISIOTERAPIA NO AR”.......................................................................................919 RESGATANDO A CIDADANIA”: AÇÃO CONJUNTA DE UNIVERSITÁRIOS DA UNESP E COMUNIDADE NA BUSCA DA QUALIDADE EM SAÚDE INTEGRAL E DO RESGATE DA CIDADANIA...............................................................................................................................................921 ROTEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE DO BICÃO EM SÃO CARLOS – SP.................... 923 SAÚDE DA MULHER: PREVENÇÃO DO CÂNCER CERVICAL: DETECÇÃO DE HPV E AGENTES MICROBIOLÓGICOS DO TRATO GENITAL FEMININO II.......... 925 SAÚDE E AUTONOMIA: O TRABALHO EDUCATIVO COM MULHERES EM SITUAÇÃO DE PROSTITUIÇÃO DE BELO HORIZONTE – MG........................................................................927 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE: UMA PROPOSTA DE CAPACITAÇÃO DOS TRABALHADORES.........................................................................929 SEXTA NA ESTAÇÃO”: ARTICULANDO ENSINO-PESQUISA-EXTENSÃO, RECONECTANDO CAMPO E CIDADE........................................................................................................................931 SUSTEC JR NAS ESCOLAS: CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A RECICLAGEM DO ÓLEO COMESTÍVEL USADO..........................................................................................................................................933 SUSTENTABILIDAD ALIMENTARIA DE COMUNIDADES PERIURBANAS Y RURALES......................... 935 TRABALHO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DIANTE DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS..........................................................937 VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA...........................................................939 VISITAS ORIENTADAS À TRILHA DA NATUREZA”: A TRAJETÓRIA DE UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO BEM SUCEDIDA.........................................................................................................941 Eixo 3: Novas Tecnologias: Perspectivas e Desafios (Tecnologia e Produção, Trabalho, Geração de Renda e Tecnologia Social)..................................................................................................................................................943 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO VETOR DE INCLUSÃO SOCIAL DAS PESSOAS CEGAS: PRODUÇÃO DE OBJETOS PEDAGÓGICOS EM IMPRESSORA 3D PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL, COMO ESTRATÉGIA DE TRANSVERSALIDADE TEMÁTICA E MEDIAÇÃO NA INCLUSÃO DE CEGOS NOS CURSOS DO I.................................................944 A EXTENSAO UNIVERSITÁRIA NA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL.............................................................946 A FORÇA DOS AGENTES EDUCADORES EM DIREITOS HUMANOS: UMA NOVA TECNOLOGIA SOCIAL PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA.........................................................................................948 A INDISSOCIABILIDADE E POTENCIALIDADES DO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA E ADOLESCENTES HOSPITALIZADOS E SUA FAMÍLIA.........................................................................................950 A OVINOCULTURA NO MUNICÍPIO DE QUARAÍ/RS: PERSPECTIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTORES RURAIS LOCAIS............................................................................952 A PROMOÇÃO DAS CULTURAS SUBSAARIANAS ATRAVÉS DOS JOGOS.....................................................954 ÁGUA E SAÚDE PÚBLICA. AÇÃO JUNTO A SECRETARIA DE SAÚDE.........................................................956 ANÁLISE DO USO DO SOLO DO DISTRITO DE ARROIO GRANDE NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA/RS...............................................................................................................................958 ASPECTOS DE CULTURA E EXTENSÃO DO PROJETO ARQUIGRAFIA.......................................................960 ATIVIDADES DE EXTENSÃO, UNIVERSIDADE EMPREENDEDORA E TRÍPLICE HÉLICE: O CASO DO GRUPO DE ESTUDOS EM PROPRIEDADE INTELECTUAL, TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (GPITTI - UFSC).......................... 962 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA REMOÇÃO DE TECIDO CARIADO COM A UTILIZAÇÃO DE PONTAS ULTRASSÔNICAS...........................................................................................................964 CAPACITAÇÃO DE PRODUTORES DE FOLHOSAS NO MUNICÍPIO DE CHÃ GRANDE - PE EM MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS............................................................................966 CLUBE DE COMPUTAÇÃO: ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA COMPUTACIONAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO.....................................................................968 CLUSTER “TURISMO VERDE”: UNA EXPERIÊNCIA ASOCIATIVA DE TURISMO RURAL EN EL VALLE DE CALAMUCHITA, CÓRDOBA, ARGENTINA. IMPACTO SOCIOECONÓMICO Y AMBIENTAL..........................................................................970 COM LEGENDA - REDE DE COMUNICAÇÃO COM INTERCAMBISTAS DA ED.......................................972 CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS: A INCORPORAÇÃO DE FILTRO DE CIGARRO NA PRODUÇÃO DE TIJOLOS....................................................................................................................974 CONTRIBUIÇÃO DO DESIGN PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS............................................................................................................976 CRIAÇÃO DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE COOPERATIVAS POPULARES DA UNICAMP, LIMEIRA-SP (ITCP/UNICAMP-LIMEIRA)..............................................................................................978 CULTIVO E SENSIBILIDADE AO NACL DE CERIODAPHNIA DUBIA EM MEIO SINTÉTICO............. 980 CURSO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA............................................................................................................981 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DECORRENTE DA SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA EM SANTA MARIA/RS.........................................................................................................983 DELINEAMENTO DE UM CURSO DE EXTENSÃO PARA A PRODUÇÃO DE ECOBLOCOS – ETAPA 2..................................................................................................................985 DENTINO UMA NOVA TECNOLOGIA SOCIAL PARA O ENSINO DA SAÚDE BUCAL EM ESCOLA RURAL NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL......................................987 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ARTESANAIS EM BAMBU, TRANSFERÊNCIA DO CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO DA COMUNIDADE E GERAÇÃO DE RENDA.......................................................................................................................................................989 DESEVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA O FORTALECIMENTO DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL....................................................................................................................991 DIGITALIZAÇÃO DO PROCESSO SELETIVO DE ALUNOS DO CURSINHO VITORIANO: ALIANDO TRABALHO VOLUNTÁRIO E TECNOLOGIA.....................................................................................993 EL TRABAJO DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL DE CUYO EN EL DESARROLLO Y FORTALECIMIENTO DE LA ECONOMÍA SOCIAL Y SOLIDARIA...................................................................995 ENERGIAS ALTERNATIVAS EN EL SECANO LAVALLINO: UN PROYECTO SOCIAL..............................997 ENRIQUECENDO A FERRAMENTA FÓRUM DO SOFTWARE COLABORATIVO MOODLE COM A TECNOLOGIA DE FEEDBACK EM TEMPO REAL............................................................999 ESCREVENDO COM O ESCRITOR – ENCONTRÃO..............................................................................................1001 ESTUDIOS DE UN CONSORCIO PÚBLICO-PRIVADO SOBRE LOS EFECTOS DE UV-B, RESTRICCIÓN HÍDRICA, APLICACIONES DE ABA Y DE SUS INTERACCIONES SOBRE VITIS VINIFERA L. CV. MALBEC, REALIZADOS EN MENDOZA, ARGENTINA........................ 1003 EXPERIÊNCIA DE UMA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO ENSINO DAS LUTAS...................................1005 EXPERIMENTO COM ENVIO DE SMS NO CONTEXTO DE PROJETO DE EXTENSÃO EM BIBLIOTECAS PÚBLICAS.................................................................................................................1007 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA APLICADA À CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL.............................................1009 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E SANEAMENTO RURAL, UMA PARCERIA NECESSÁRIA..................... 1011 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA GESTÃO DE PROJETOS CONSTRUTIVOS PARA RESIDÊNCIAS DE BAIXA RENDA.................................................................................................................................1013 EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL..........................................................................................................................................................1015 FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO AO PÚBLICO: O CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS................ 1017 FOMENTANDO A INTERAÇÃO ENTRE ATORES, ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO RURAL NOS TERRITÓRIOS DO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL......................................................................................................................1019 GEORREFERENCIAMENTO DOS MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS DE RIO CLARO........................................................................................................................................1021 GESTÃO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE EM MICRO E PEQUENAS MARCENARIAS DE RIBEIRÃO PRETO.......................................................................................................................1023 GESTÃO INTEGRADA EM FRUTICULTURA E OLERICULTURA E O FOMENTO AOS CIRCUITOS LOCAIS DE PRODUÇÃO E CONSUMO DE SANTIAGO (RS)......................................................1025 IMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL EM SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS......................................................1027 INCUBAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DA MULTIDISCIPLINARIDADE DOS ATORES ENVOLVIDOS NO CASO DA INCUBADORA SOCIAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA.......................... 1029 ÍNDICES ECONÔMICOS, AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DO PESCADO EM PEQUENAS PROPRIEDADES DA REGIÃO DE PALMEIRA DAS MISSÕES, NORTE DO RIO GRANDE DO SUL..............................................................................................................................1031 INOVAÇÃO EM CONTEXTO DE INFORMALIDADE: ESTUDO DE CASO DA COOPERATIVA CAFLA.......................................................................................................1033 INOVAÇÃO EM GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO NAS PROPRIEDADES FAMILIARES AGRÍCOLAS PRODUTORAS DE CAFÉ........................................................................................................................1035 INSERÇÃO DE PAENIBACILLUS POLYMYXA EM CULTURAS DE CAFÉ ORGÂNICO EM UMA COMUNIDADE DE AGRICULTORES FAMILIARES PARA CONTROLE DE FITOPATÓGENOS................................................................................................................................................................1037 INVIABILIDADE TÉCNICA APRESENTADA NA CARACTERIZAÇÃO HIDRÁULICA DE UM NOVO MÉTODO IRRIGAÇÃO ALTERNATIVA................................................................................................1039 JOGO DE EMPRESA EM GESTÃO DE PROJETOS..................................................................................................1041 JOGOS DIGITAIS UTILIZADOS COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM CÂNCER...............................................................1043 JOVEM PROGRAMADOR: PROGRAMAÇÃO DE JOGOS PARA MOTIVAR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO APRENDIZADO EM CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS............. 1045 “La comunicación y difusión de espacios de Extensión para su desarrollo”......... 1047 La experiencia del proyecto flor de ceibo.........................................................................................1049 LA UNIVERSIDAD Y LA AGRICULTURA FAMILIAR HACIA UNA NUEVA RURALIDAD: VALOR AGREGADO EN LA ELABORACIÓN DE NUEVOS PRODUCTOS EN UNIDADES PRODUCTIVAS FAMILIARES...........................................................................................................................................1051 LEVANTAMENTO DE PROJETOS DE TECNOLOGIA SOCIAL APOIADO POR PROGRAMAS NACIONAIS DE FOMENTO................................................................................................................1053 LINGERIE: EXPANSÃO INTERNACIONAL E CONSOLIDAÇÃO DE UMA MARCA ATRAVÉS DE NOVAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DA PROSPECÇÃO DO MERCADO DE MODA ÍNTIMA.......................................................................................................................................1055 MAPEAMENTO DE EDIFICAÇÕES EM ASSENTAMENTOS INFORMAIS COM O USO DO PERFILAMENTO LASER.................................................................................................................................1057 MAPEAMENTO DE REPERTÓRIOS BÁSICOS DE LEITURA E ESCRITA EM UMA ESCOLA COM BAIXO ÍNDICE NA PROVA BRASIL.................................................................................................1059 MAPEAMENTO DOS FLUXOS DE EXPORTAÇÃO DO COMPLEXO AGROINDUSTRIAL DO ALGODÃO, EXTREMO OESTE DO ESTADO DA BAHIA, BRASIL.................. 1060 MUDANÇA NO SISTEMA DE REMUNERAÇÃO DE COOPERATIVA POPULAR DE MATERIAIS RECICLÁVEIS: PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO E RESULTADOS...........................................1062 MULTIDISCIPLINARIEDADE NA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA A PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO EM PEQUENAS PROPRIEDADES...............................................................1064 NOVAS MÍDIAS: PERSPECTIVAS ATRAVÉS DA EXTENSÃO E PESQUISA....................................................1066 NOVOS PARADIGMAS DA EXTENSÃO NA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA: O CASO DO GRUPO DE PESQUISA EM INOVAÇÃO, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO DO INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA – CAMPUS TAGUATINGA.....................................................................................................................................................1068 O BAR BIBITANTÃ: EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, ENSINO E PESQUISA..................................................1070 O DIÁLOGO ENTRE A PESQUISA PARTICIPANTE E A TECNOLOGIA SOCIAL EM UMA ONG PARA JUVENTUDE EM CONFLITO COM A LEI...............................................................................1072 O ECOSSISTEMA COMUNICATIVO DA UFSM: A PRODUÇÃO DESCENTRALIZADA DE CONTEÚDOS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA..........................................................................................................1074 O ECOTURISMO COMO UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL PARA O MUNICÍPIO DE SANTANA DO IPANEMA/AL.......................... 1076 O LEVANTAMENTO DA FROTA VEICULAR DE ÔNIBUS EM BARÃO GERALDO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA................................................................................1078 O USO DE JOGOS DIGITAIS EDUCATIVOS COMO FERRAMENTA DE APOIO AO ENSINO DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL...............................................................................1079 O USO DE NOTEBOOK IPYTHON NO ENSINO DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I............................................................................................................................................................................1081 ORUJO DE UVA COMO FUENTE SUSTENTABLE DE COMPUESTOS FENÓLICOS.................................1083 OS BENEFÍCIOS DAS VISITAS TÉCNICAS EM CANTEIROS DE OBRAS: SEGURANÇA, ECONOMIA E QUALIDADE...............................................................................................................1084 OS PROGRAMAS DE COMPETIÇÕES ESTUDANTIS COMO INSTRUMENTOS DE INTEGRAÇÃO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO................................................................................1086 PICE COOPERATIVA: DESBRAVANDO O CENÁRIO PARA A ECONOMIA SOLIDÁRIA EM RIBEIRÃO PRETO - SP........................................................................................................................................................1088 PRODUTOS MIDIÁTICOS DO NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO, INOVAÇÃO E GESTÃO (CIG): ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO INTEGRADOS ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPES)......................................................................................................................................1090 PROGRAMA AMBIENTE Y SOCIEDAD (PAS)............................................................................................................1092 PROGRAMA DE APOYO INSTITUCIONAL A EMPRESAS RECUPERADAS..................................................1094 PROGRAMA DE SERVICIO COMUNITARIO (PSC). Generando nuevas vías de sinergia sociedad - universidad.....................................................................................................................1096 PROJETO DE EXTENSÃO EM UMA EMPRESA JÚNIOR: PESQUISA DE OPINIÃO SOBRE A VIABILIDADE DE AMPLIAÇÃO DE UMA LOJA DE CONVENIÊNCIA EM UM POSTO DE GASOLINA, MACEIÓ/AL...................................................................................................................1098 PROJETO SEMENTE: APRENDENDO COM TECNOLOGIA..............................................................................1100 QUALIDADE NO SETOR PÚBLICO E A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PROPOSIÇÃO DE INSTRUMENTO PARA MENSURAÇÃO DA QUALIDADE PERCEBIDA PELOS PACIENTES..............................................................................................................................................................1102 REDE DE ENGENHARIA POPULAR OSWALDO SEVÁ........................................................................................1104 REGIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE FUMO NA MICRORREGIÃO DE SANTA CRUZ DO SUL NOS ANOS DE 2002 E 2012.................................................................................................1106 RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DO PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DENOMINADO DIFUSÃO DE TECNOLOGIA EM PROPRIEDADES LEITEIRAS FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE JABOTICABAL E GUARIBA - SP.................................................................1108 REVITALIZAÇÃO DA CAFEICULTURA, COM ENFOQUE NO SISTEMA DE PRODUÇÃO FAMILIAR, EM DOIS MUNICÍPIOS DO SUL DE MINAS GERAIS...........................................1110 SIMPLIFISICA 2015...............................................................................................................................................................1112 SINALIZADOR ELETRÔNICO PARA PROMOÇÃO DA AUTONOMIA DE DEFICIENTES VISUAIS......................................................................................................................................................1114 SISTEMA COMPUTACIONAL PARA GEORREFERENCIAMENTO DE OCORRÊNCIAS NA CIDADE DE RIO CLARO..........................................................................................................1116 TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO NO MERCADO FINANCEIRO: PESQUISA EM PRECIFICAÇÃO E CURSO DE HOME-BROKER........................................................................1118 TECNOLOGIA E GERAÇÃO DE RENDA NA PRODUÇÃO DE CASTANHA NO ESTADO DO PARÁ E NO BRASIL..................................................................................................................................1120 TECNOLOGIA SOCIAL E INCLUSÃO DIGITAL: TRANSFORMANDO VIDAS NA TERCEIRA IDADE................................................................................................................................................................1122 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS DIGITAIS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL..........................................................1124 TECNOLOGÍAS EN LA PREVENCIÓN DEL CÁNCER DE ÚTERO: UNA VISIÓN GLOBAL DE SUS DESAFÍOS................................................................................................................1126 TECNOLOGIAS PARA INSERÇÃO LABORAL DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE DESVANTAGEM SOCIAL..................................................................................................................................................1128 Trabajo familiar y producción lechera. Pensando el Desarrollo.................................1130 USPARÓDIA - PRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO DE VÍDEOS COM ABORDAGEM EDUCATIVA NUTRICIONAL PARA JOVENS EM SITE PÚBLICO DE COMPARTILHAMENTO DE VÍDEOS...........................................................................................................................1132 VALOR AGREGADO EN UNIDADES PRODUCTIVAS FAMILIARES................................................................1134 Eixo 1 EIXO 1 Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania (Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Educação, Serviço Alternativo e Voluntariado) 36 Eixo 1 A ATIVIDADE DE EXTENSÃO E SUAS CORRELAÇÕES INSTITUCIONAIS: OS DESAFIOS DE UM OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS Autor(es): CRISTIANE FELTRE - PUC-CAMPINAS Introdução Em uma universidade, as atividades desenvolvidas no ensino, na pesquisa e na extensão devem ser indissociáveis entre si, além de apresentar correlação com os projetos pedagógicos dos cursos e com o plano de desenvolvimento institucional da unidade em que elas estão sediadas. Este resumo é resultado de um projeto de extensão, desenvolvido no âmbito da Pró-reitoria de extensão e assuntos comunitários (PROEXT) da PUC-CAMPINAS, e objetiva mostrar as relações na concepção de um observatório de políticas públicas para a Região Metropolitana de Campinas (OPP-RMC) com o ensino e a pesquisa desenvolvidos nesta universidade. A regionalização a que o observatório se propõe faz-se importante, pois as diferentes regiões metropolitanas do país possuem características estruturais, sociais e econômicas bastante diversas e tratá-las individualmente pode apresentar resultados mais pontuais e objetivos para a formulação de políticas públicas. Metodologia A metodologia de desenvolvimento deste projeto de extensão está baseada na proposição de planos que, segundo Roesch (1999), está relacionada à apresentação de soluções para problemas já diagnosticados. Para sua completa execução foram estabelecidas duas etapas: a de estruturação que prevê o levantamento de dados e a definição de um layout para apresentação em sítio institucional; e a implementação, que envolve o tratamento e a apresentação de dados tabulados e analisados aos diferentes públicos deste projeto. A formulação do observatório e sua associação com ensino, pesquisa e extensão Algumas considerações devem ser feitas em relação à associação deste projeto com as diretrizes do Plano Nacional de Extensão Universitária (PNExt, O PLANO..., s/d) e as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na universidade. O PNExt (s/d) pauta-se na indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, que dá substância a este projeto no sentido de que seu desenvolvimento foi formulado considerando-se a importância para a formação acadêmica dos alunos de graduação e como fonte de pesquisa para professores desta instituição. Sua implementação e manutenção servirão como fonte de pesquisas para trabalhos acadêmicos, formulação de opiniões críticas e campo de debates sobre desenvolvimento econômico e regional, o que agregará valor aos conhecimentos dos alunos, permitindo a formação de massa crítica para universitários da instituição de ensino em questão e para os demais estudantes que se interessarem pelas informações divulgadas. Esta ação de extensão se estende à pesquisa, pois, as temáticas desenvolvimento econômico e regional, foco do observatório, já vêm sendo desenvolvidas no centro sede do observatório por professores pesquisadores, considerando que há um grupo de pesquisas desta universidade denominado: “Desigualdades Socioeconômicas e Políticas Públicas”, em especial. Essa integração entre extensão e pesquisa gera o espraiamento do conhecimento científico produzido por pesquisadores nas universidades para as comunidades locais. Os pesquisadores deste grupo procuram avaliar as transformações econômicas e as políticas públicas brasileiras no contexto da regionalização/globalização da economia. Esta avaliação é realizada a partir da análise da evolução de indicadores de desenvolvimento socioeconômico com a investigação da associação dos mesmos com: condições estruturais históricas do desenvolvimento; condições macroeconômicas; transformações na produção e trabalho; políticas públicas; e transformações das condições externas. As pesquisas mais recentes têm concentrado atenção nas trajetórias ocupacionais dos trabalhadores formais. Atualmente o grupo de pesquisadores sobre Desigualdades Socioeconômicas e Políticas Públicas busca voltar-se para as questões regionais com foco na RMC. Faz-se importante mencionar que o observatório está sediado no curso de Ciências Administrativas. Dentre os valores dos cursos de Ciências Administrativas, está relacionada a formação humanista que habilita o aluno a assumir seu papel frente à realidade socioeconômica, política e cultural, substanciando-se nos princípios da responsabilidade social, a justiça e a ética profissional. O OPP-RMC vem reafirmar este valor no sentido de que torna os alunos do curso cientes da realidade socioeconômica que o circunda, considerando as necessidades das diversas comunidades da RMC. Ao se falar sobre a relação da extensão com o ensino e a pesquisa é importante retomar as orientações fornecidas pelo fórum de pró-reitores que afirma que (AVALIAÇÃO..., 2001, p. 24): “A relação entre o ensino e a extensão supõe transformações no processo pedagógico, pois professores e alunos constituem-se como sujeitos do ato de ensinar e aprender, levando à socialização do saber acadêmico. A relação entre extensão e pesquisa ocorre no momento em que a produção do conhecimento é capaz de contribuir para a melhoria das condições de vida da população”. Em relação ensino e ao projeto pedagógico do curso de Ciências Administrativas, o observatório de políticas públicas, tem estreita relação com algumas das disciplinas oferecidas pelo curso, como: Estatística, que fornece instrumentos para a análise de dados e poderá ter sua importância melhor compreendida pelo aluno quando do acesso às estatísticas, indicadores e boletins gerados pelo OPP-RMC; Economia, que fornece conteúdo teórico para entender os propulsores do desenvolvimento econômico da RMC; entre outras disciplinas que direta ou indiretamente 37 Eixo 1 estão relacionadas ao entendimento sobre o processo de tomada de decisões do campo da administração pública. Esta relação do conteúdo do observatório com as disciplinas do curso facilita o entendimento das mesmas por parte dos alunos. Apesar de estar sediado junto ao curso de Ciências Administrativas, o observatório tem forte associação com o curso de Ciências Econômicas. Em relação ao ensino o observatório tem estreita relação com as disciplinas oferecidas pelo curso, como as instrumentais, Estatística e Econometria quando se utiliza este ferramental para a análise dos dados divulgados, e outras da área de formação como Macroeconomia, considerando as variáveis como emprego, produto interno bruto e sua evolução, nível de preços etc; Desenvolvimento Econômico quando se afirma a importância de que a evolução da produção deva ser acompanhada da melhoria da qualidade de vida da população, como base em indicadores como os de desenvolvimento humano; e Economia Regional e Urbana, considerando que os conteúdos estudados no OPP-RMC farão sentido no âmbito regional. Esta proposta também é condizente com o objetivo do curso de Ciências Econômicas universidade quanto à formação de profissionais, com comprometimento social, familiarizados com a realidade econômica brasileira, pois há estreita relação com os objetivos do observatório no sentido de aumentar a participação dos discentes nas discussões sobre a realidade econômica e social da região e as decisões das esferas públicas da região, no intuito de subsidiar soluções no âmbito de suas decisões. As atividades de extensão da universidade em questão ainda possuem diretrizes como a coleta, armazenamento e divulgação de informações de interesse para os cidadãos da RMC, o que conforma ainda mais a necessidade de um observatório que atenda essa perspectiva de ação. Em relação ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da universidade, há diretrizes para a política de extensão que a conduzem como atividade que tem o papel de promover o compartilhamento do conhecimento com distintas comunidades e agentes sociais com ações concentradas no espaço da RMC. Neste sentido, a proposta do observatório visa compartilhar informações com diferentes públicos-alvo (mídias locais, prefeituras, população, corpo docente e discente) especialmente da região metropolitana em que está localizada a universidade. O PDI da universidade ainda se afirma no princípio da responsabilidade social, o qual é marcado pela relação com o entorno social e econômico. O observatório assim se afirma, pois pretende, por meio da divulgação de conhecimento, modificar, dentro das suas limitações, as condições do entorno denominado RMC. Essa modificação deverá ocorrer por meio da transferência de conhecimento que auxilie na elaboração de políticas públicas, considerando que a extensão deve ser ampliada extramuros da Instituição Universitária e deve contribuir para a solução de grandes questões sociais. Conclusões O observatório de políticas públicas da RMC, como atividade de extensão, possui estreita relação com a pesquisa e o ensino na universidade em que está sediado. Em relação ao ensino esta relação se expressa na utilização das disciplinas dos cursos que a ele se associam como ferramentas de análise para a construção do conhecimento que deve ser divulgado à população. Em relação à pesquisa, há associação das linhas temáticas trabalhadas no observatório com os assuntos desenvolvidos nos centros de pesquisa da PUC-CAMPINAS. Uma dificuldade encontrada, em relação à pesquisa, é a amplitude da abordagem que o observatório deve tomar, considerando que ele se associa a diversas linhas de pesquisa, além da citada neste resumo, porém, tem como limitação a participação de integrantes com formações específicas que não contemplam toda diversidade de assuntos que são desenvolvidos nas diferentes linhas de pesquisa. Referências AVALIAÇÃO Nacional da Extensão Universitária/Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Brasília: MEC/SESu, v. 3, 2001. O PLANO Nacional de Extensão Universitária. Coleção Extensão Universitária. V. 1. Disponível em: http://www.renex.org.br/documentos/Colecao-Extensao-Universitaria/ 01-Plano-Nacional-Extensao/Plano-nacional-de-extensao-universitaria-editado.pdf Acesso em: maio de 2015. POLÍTICA NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA (PNExt). Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras-FORPROEX. Manaus: 2012 ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1999. Palavras-chaves: Indissociabilidade / Extensão / Plano de desenvolvimento institucional / Projeto pedagógico 38 Eixo 1 A AULA PASSEIO COM COORDENADORAS DE ESCOLAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL DA CIDADE DE MARÍLIA-SP: APROPRIAÇÕES DE ASPECTOS DA HISTÓRIA LOCAL Autor(es): Rosane Michelli de Castro - Universidade Estadual Paulista (UNESP), ELIEUZA APARECIDA DE LIMA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP - CAMPUS DE MARÍLIA, LÍDIA GUEDES DOS SANTOS SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP - CAMPUS DE MARÍLIA Introdução Devido à temática geral que envolve as nossas atividades como pesquisadoras, qual seja, a História da Educação, temos sido instigadas a refletir sobre as possibilidades de inserção no currículo das escolas de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, de aspectos da história local, a fim de que os conteúdos da disciplina História sejam apresentados na escola, desde a Educação Infantil.Tal preocupação tem nos levado a propor ações junto às escolas mencionadas a fim de que o ensino de História e seus conteúdos sejam apropriados, primeiramente pelos coordenadores e coordenadoras pedagógicos, após, tanto pelos professores e professoras, quanto pelos alunos e alunas, como decorrência da ação dos homens e mulheres no mundo, mediante a qual é possível que se compreenda as condições sociais em que vivemos. Nesse sentido, o ensino de História e seus conteúdos propiciam uma leitura do mundo e das relações que nele se estabelecem não como algo acabado, mas sim como algo que suscita e prescinde da ação das pessoas para sua inserção no mundo como sujeitos. Entretanto, é importante que todos os professores e professoras pensem historicamente para, como o(a)s docentes de história, ajudarem os seus alunos e alunas, já no início da escolarização, a adquirem tal ferramenta. Trata-se da busca recuperação de aspectos do percurso histórico dos homens e mulheres que, para além de uma narrativa linear de fatos ou datas, remete-os aos aspectos de suas vivências, proporcionando-lhes um sentido de pertencimento na sociedade, portanto, um sentido de sujeito que necessita conhecer criticamente tal sociedade para nela se situar criticamente. Objetivos O projeto teve como objetivo geral proporcionar aos professores e às professoras coordenadores das Escolas de Educação Infantil da cidade de Marília-SP, mediante a chamada “aula passeio”, o conhecimento ou o re-conhecimento de locais e monumentos representativos da história local da cidade de Marília-SP, proporcionando-lhes a apropriações de aspectos da história local da cidade e da história do Brasil para a ressignificação dos conteúdos de história a serem ensinados mediante processos escolares. Material e métodos Mediante revisão bibliográfica sobre a temática, apresentamos, inicialmente, breves reflexões sobre preocupações dos pesquisadores com a inserção do conhecimento na escola e apresentado aos alunos e às alunas, via as disciplinas escolares. Após, apresentamos algumas reflexões sobre as contribuições de Freinet para a educação, as quais subsidiaram e subsidiam nossas pesquisas e aspectos do projeto desenvolvido com uma das técnicas freinetianas, a saber, a aula passeio. Ao final, apresentamos as conclusões. Resultados e discussões 1 A inserção do conhecimento na escola, via disciplinas escolares: alguns apontamentos Segundo Castro (2012), se tem observado que há uma tendência em educação a proposição de projetos sobre como se materializam os saberes no âmbito das disciplinas escolares, sobretudo no campo de estudos conhecido como história da educação, mais precisamente, em história das disciplinas escolares. Para Marandino (2004, p. 95), essa mesma tendência tem sido observada com relação às pesquisas que buscam analisar processos educativos que envolvem o domínio e o ensino de saberes advindos da experiência social e cultural, do senso comum e da prática, fundamentais ao desenvolvimento dos indivíduos (SANTOS, 2000). Ainda, segundo Marandino (2004, p. 95), “[...] vários estudos vêm sendo feitos sobre o tema da transformação dos saberes científicos em saberes escolares.” A história local insere-se em uma história maior que, ao mesmo tempo, a determina e dela é determinante e, nesse sentido, a crença que temos é a de que, no currículo das escolas, inclusive das escolas de Educação Infantil, aspectos da história local devem ser conhecidos pelos coordenadores e coordenadoras, após, professores e pelas professoras para, então, serem inseridos nos currículos a serem trabalhados. 2 Contribuições da aula passeio para a apropriação de conhecimentos históricos Preocupado com a mecanização de práticas de leitura e de escrita e também com o tempo limitado para a criança ser criança, nos anos de 1920-1930, Célestin Freinet (1973), mediante a sua própria prática pedagógica, incomodava-se com o modo que a criança era tratada. Entendia que a criança não era um receptáculo vazio e passivo e, portanto, não deveria ir à escola para a realização de cópias e leitura de textos de livros didáticos. Para o autor, essa maneira de tratamento da criança e da escrita, como hábito motor, estava fadada ao fracasso. Surgia a ideia de proposição às crianças de produção de textos livres que representavam a expressão das ideias, compreensões e sentimentos das próprias crianças. Nessa proposta, há a concepção de criança forte, capaz de produzir objetos culturais por meio de sua livre expressão e de capacidade de expressão e comunicação. Dessa forma as técnicas Freinet abriram o espaço pertencente às crianças nas relações estabelecidas em escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental, antes obscurecido por práticas pedagógicas voltadas ao ensino tecnicista e à imposição dos adultos frente às decisões sobre 39 Eixo 1 o que e como fazer. As ideias freinetianas sobre a educação se fundamentam em eixos dentre os quais a livre expressão, a cooperação, a autonomia e o trabalho. Isso nos faz defender a premissa que não há como fazer escolhas didático-pedagógicas sem as necessárias opções teóricas, políticas, pedagógicas e ideológicas. Dentre as técnicas elaboradas e desenvolvidas por Freinet (1973), está a aula passeio. Freinet acreditava que a vida não deveria ser deixada para o lado de fora da escola (FERREIRA, 2003), mas, ao contrário, as novidades trazidas pelas crianças deveriam ser utilizadas para produzir cultura. Suas técnicas tiveram início com a aula passeio despertada pela vontade de conhecer e compreender a vida das crianças. Nessa perspectiva, o processo de aprendizagem caracteriza-se como essencialmente ativo. As ações do projeto foram desenvolvidas como sugere o trabalho com aulas passeios (VEIGA, 2008): Preparação; A aula-passeio, propriamente dita; Finalização: registro sistematizado dos dados e informações da história local. Assim, todas essas etapas foram vivenciadas, primeiramente, por todas as pessoas envolvidas, sob a orientação da coordenadora e das colaboradoras. Conclusões Segundo Bittencourt (2004, p. 168), “a história local tem sido indicada como necessária para o ensino por possibilitar a compreensão do entorno do aluno e da aluna, identificando o passado sempre presente nos vários espaços de convivência – escola, casa, comunidade, trabalho e lazer –, e igualmente por situar os problemas significativos da história presente”. Dessa maneira, procuramos oferecer contribuições para reforçar o que vem sendo pensado no campo no tocante aos aspectos do currículo das escolas de Educação Infantil e do Ensino Fundamental, sobretudo no que diz respeito às preocupações quanto à maneira como os saberes se materializam, por meio das disciplinas escolares. Simultaneamente a esta preocupação, buscamos refletir sobre a importância de Freinet para a educação, cujas teorizações têm subsidiado os nossos projetos junto às escolas da cidade de Marília, centralmente, o projeto com a aula passeio para professores, com o qual, acreditamos poder proporcionar às coordenadoras das escolas de Educação Infantil possibilidades de conhecerem aspectos da história local, ressignificando-os, para, num momento seguinte, terem condições de auxiliarem os professores e professoras a inserirem conteúdos que ajudem as crianças a pensarem historicamente. Entretanto, pelo tempo que dispusemos, foi necessário privilegiar alguns pontos históricos da cidade e, então, elaboramos um roteiro, o qual, ainda que singelo, ofereceu uma leitura da história de Marília, vivenciada até os dias atuais. Propor possibilidades para que a coordenação das escolas possam pensar historicamente, do ponto de vista que aqui buscamos fazer, ou seja, chamando atenção para e buscando o desvelamento de uma cultura do esquecimento que tem impedido que a escola da infância – Educação Infantil retome, se aprofunde, invista, naquilo que é especificamente função sua, ou seja, a promoção de ações para aprendizagens que levem à humanização das crianças. Referências BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. – (Coleção Docência em Formação). CASTRO, R. M. de. A história da Didática em instituições de formação de professores no Brasil (1827-2011) – fase I: fontes para a pesquisa. 21f. Projeto de pesquisa (Regular) – Faculdade de Filosofia e Ciências – Unesp/Marília, Marília, 2012. MARANDINO, M. Transposição ou recontextualização? Sobre a produção de saberes na educação em museus de ciências. Revista Brasileira de Educação, n. 26, pp. 95-108, mai./jun./jul./ago., 2004. FERREIRA, G. de M. (Org.). Palavra de Professor(a): tateios e reflexões na prática da Pedagogia Freinet. Campinas: Mercado das Letras, 2003. FREINET, C. As Técnicas Freinet da Escola Moderna. São Paulo: Editorial Estampa, 1973. FREINET, E. Nascimento de uma Pedagogia Popular: os métodos Freinet. Tradução: Rosália Cruz. Lisboa: Editorial Estampa Ltda, 1978. Palavras-chaves: Educação Infantil / Ensino de História / aula passeio. 40 Eixo 1 A COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA DA UFMG COMO UM EXEMPLO DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E UM INSTRUMENTO POTENCIAL INTEGRADOR DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO NO CAMPUS PAMPULHA. Autor(es): PEDRO HENRIQUE DIAS MARQUES - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), KEYTY DE ANDRADE SILVA - MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICO DA UFMG Soluções para a correta destinação de resíduos sólidos são temáticas que possuem cada vez mais relevância e espaço nas pesquisas acadêmicas e a Coleta Seletiva se mostra como uma das respostas para a tônica em questão. O presente trabalho teve como objetivo analisar o Programa Coleta Seletiva Solidária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A metodologia utilizada foi baseada na entrevista com os funcionários do Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da UFMG e das Associações e Cooperativas de Catadores contempladas pelo programa, além de uma breve revisão de referenciais bibliográficos, de documentos e normas acerca da temática. O Programa em questão possui uma grande responsabilidade socioambiental, pois descarta corretamente os resíduos gerados no Campus Pampulha e os encaminha de forma voluntária às associações e cooperativas parceiras, gerando renda para as mesmas. O Programa Coleta Seletiva Solidária tem um compromisso com a cidadania que promove, dessa forma, a integração, comunicação e contato entre a Universidade e a sociedade. Através da interlocução com a comunidade, da capacitação dos funcionários da Universidade e das pesquisas para o aperfeiçoamento dos métodos, a UFMG propicia por meio do programa, uma interdisciplinaridade e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 1. Introdução A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) possui um programa denominado “Programa Coleta Seletiva Solidária da Universidade Federal de Minas Gerais”, que atende o Decreto Presidencial nº 5.940, de 25 de Outubro de 2006, que “institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis e dá outras providências” (BRASIL, Decreto nº 5.940, de Outubro de 2006. Brasília: Presidência da República do Brasil, 2006). A organização e o controle do Programa em questão são feitos pelo Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da UFMG, que possui uma divisão de Gerência de Resíduos capacitada para gerir os resíduos do campus. Nesse sentido, o trabalho contou com o relato de um estagiário do DGA e do Projeto de Extensão “Estudo sobre a Gestão Ambiental do Campus Pampulha da UFMG” contando as ações realizadas. O presente trabalho teve como objetivo analisar o Programa Coleta Seletiva Solidária da Universidade Federal de Minas Gerais e verificar se ele é um instrumento que integra Ensino, Pesquisa e Extensão. Outro objetivo importante é analisar o Programa para constatar se ele possui responsabilidade socioambiental. Metodologia A metodologia utilizada foram: o relato de um bolsista do Projeto de Extensão “Estudo sobre a Gestão Ambiental do Campus Pampulha da UFMG” e do Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da UFMG, revisão das referenciais bibliográficos, documentos e normas acerca dessa temática. 1.1. Relato de Pedro Henrique Dias Marques, um dos autores deste artigo, e bolsista no Projeto de Extensão “Estudos sobre a Gestão Ambiental do Campus Pampulha da UFMG”. Atuar na gestão do Programa de Coleta Seletiva Solidária da UFMG foi uma tarefa muito prazerosa, pois ao entrar em contato com as Associações e Cooperativas de Materiais Recicláveis, era notória a satisfação pela qual elas recebiam os resíduos da Universidade. Apesar de ser um Projeto de Extensão, atuei também em outros eixos da UFMG: Pesquisa e Ensino. Para um melhor desempenho no entendimento sobre a Gestão Ambiental do Campus, aprofundei minhas pesquisas acerca do descarte correto dos diversos tipos de resíduos, o que engrandeceu os meus conhecimentos sobre essa temática. A necessidade da produção de material gráfico para a orientação dos estudantes e da comunidade que frequenta a Universidade também exigia uma série de estudos. Outro eixo importante a ser ressaltado é o Ensino, pois é através dele que os conhecimentos científicos obtidos durante o programa de Extensão são transmitidos tanto para a sociedade acadêmica envolvida nas ações, quanto para os cooperados. O Departamento de Gestão Ambiental produzia diversos materiais informativos e realizava palestras para sensibilizar os estudantes e funcionários das Unidades contempladas pelo programa, sobre a importância do incentivo às práticas de reutilização, reciclagem e redução dos resíduos no Campus. Nessas palestras dava-se enfoque à geração de renda que o Programa de Coleta Seletiva Solidária da UFMG tem proporcionado aos cooperados, contribuindo com o resgate da cidadania de muitos catadores de materiais reciclados das cidades de Belo Horizonte e Vespasiano. As Cooperativas contempladas eram a COOPERVESP (Associação de recicladores e grupos produtivos da Vila Esportiva e Região), COOMARP (Cooperativa dos trabalhadores com materiais recicláveis da Pampulha) e ASTEMARP (Associação de Trabalhadores em Materiais Recicláveis). 1.2. O Programa Coleta Sele- 41 Eixo 1 tiva Solidária O Programa é executado em seis etapas. A primeira delas consiste no diagnóstico da Unidade, onde é feita a avaliação do público alvo, o número de salas, a quantidade de impressoras, implantação de lixeiras, entre outras ações. A segunda é a análise gravimétrica dos resíduos, onde ocorre a pesagem dos diferentes resíduos e a elaboração da porcentagem de cada tipo de resíduo gerado (recicláveis e não recicláveis). Na terceira etapa ocorre à formação de uma Comissão da Coleta Seletiva, havendo a titulação de um Gestor de Resíduos para cada Unidade do Campus, esses gestores têm como função auxiliar todas as decisões referentes à gestão de resíduos do prédio ao qual pertence, além de ser o contato de referência do Departamento de Gestão Ambiental. A sensibilização vem como a quarta etapa de todo o processo, onde há uma apresentação do tema para os servidores, e diversas orientações de sobre corresponsabilidade são transmitidas pelo DGA. A implantação é a quinta etapa, quando ocorrem as instalações de lixeiras e caixas para o reaproveitamento de papeis. A última etapa do processo é o Monitoramento, onde ocorre uma avaliação periódica feita pelos funcionários do DGA e o contínuo treinamento da equipe de limpeza, visto que há uma grande rotatividade nesse setor. (MORAES. M. A. “Guia da Coleta Seletiva Solidária da UFMG”. Belo Horizonte 2014). 2. Resultados Obtidos e Discussão Final O Programa Coleta Seletiva Solidária pode ser compreendido com um importante integrador entre Ensino, Pesquisa e Extensão, pois produz conhecimento relativo às questões ambientais e proporciona aos estudantes de Extensão uma atuação como gestores socioambientais. O conhecimento passa a ser difundido para outras parcelas da sociedade que são importantes integrantes desse processo. Através da interlocução com a comunidade, da capacitação dos funcionários da Universidade e das pesquisas para o aperfeiçoamento dos métodos, a UFMG propicia por meio do Programa uma interdisciplinaridade e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Acredita-se também que ele possui grande responsabilidade socioambiental. Referências BRASIL. Decreto Nº 5.940 de 25 de outubro de 2006. Brasília: Presidência da República do Brasil, 2006. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5940.htm> BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução n.º 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2005. Filardi, F., Siqueira, E. S., & Binotto, E. (2011). Os catadores de resíduos e a responsabilidade socioambiental: a percepção sobre seu lugar social. Revista de Gestão Social e Ambiental-RGSA, 5(3), 17-35. Guia Prático de Descarte de Resíduos no Instituto Butantan, 1ª ed. São Paulo: Instituto Butantan, 2014. Palavras-chaves: Coleta Seletiva Solidária; Responsabilidade Socioambiental; Ensino; Pesquisa; Extensão. 42 Eixo 1 A CONSTRUÇÃO DE UM OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS/SP (RMC) Autor(es): CRISTIANE FELTRE - PUC-CAMPINAS Introdução Os observatórios de políticas públicas constituem-se como um meio da sociedade obter mais transparência na tomada de decisões nos vários níveis da administração pública: União, Estados e Municípios. Além disso, também se constituem como instrumento para apoio à gestão pública na tomada de decisões e como um dos meios para a formação de profissionais com postura crítica e inseridos nos debates sobre a realidade econômica e regional. No Brasil, esses observatórios são escassos e, em sua maioria, estão sustentados apenas na apresentação de dados e indicadores, mostrando pouco sobre os desafios da gestão das diferentes esferas do governo. Outra escassez refere-se à disponibilidade de publicações sobre o processo de estruturação e implantação de observatórios na literatura. O objetivo geral deste projeto, desenvolvido no âmbito da Pró-reitoria de Extensão (PROEXT) da PUC-CAMPINAS, é o de propor a estruturação e implantação de um observatório de políticas públicas da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Este observatório terá o papel de fornecer indicadores e análises dos mesmos que alimentem o processo de tomada de decisões no âmbito da administração pública na RMC. Esta proposta justifica-se, pois, além do observatório ser instrumento de apoio à gestão pública e à formação de profissionais com perfil crítico, é um meio para a comunidade inserir-se no debate sobre desenvolvimento local. Fundamentação teórica O modelo de administração pública sofreu significativas transformações, em especial a partir dos anos 90. Já na década de 90 se observava, com a mudança dos modelos gerenciais, a maior participação dos civis nas decisões públicas, quando Pacheco (1999) menciona a “gestão participativa”. Pacheco (1999) colocava que um dos desafios para as esferas da administração pública não estava só relacionado ao controle das despesas e à saúde financeira, mas também à participação democrática, promovendo assim, maior participação do Estado, em nível local, com os cidadãos. Desta forma, são criados canais de comunicação para a população, os quais mostram a situação das diversas esferas do poder público. As ferramentas criadas para melhorar o nível de comunicação devem informar a população sobre as atividades, projetos, programas e contas públicas da administração local, de maneira a aumentar o “controle social sobre a gestão municipal” (CNM, 2012, p. 45), conduzindo à ideia da governança. Neste sentido tornam-se relevantes as ferramentas de comunicação externas com cunho imparcial de análise e de divulgação das informações disponibilizadas pelas prefeituras. Ganham espaço assim, os observatórios. Na sua concepção, o observatório é um locus de geração, manutenção, organização, disseminação de indicadores e também uma forma de promover a participação dos cidadãos na formulação das políticas e serviços públicos. (SCHOMMER; MORAES, 2010 citando CAMPOS, 1990). Herschmann, Santos e Albornoz (2008) afirmam que há escassa reflexão teórica sobre esses organismos, diversidade sobre a origem, estruturas, temáticas tratadas, objetivos e metodologias, imprecisão quanto às informações apresentadas e ineficiência nos canais/instrumentos de divulgação. No Brasil, há observatórios das mais variadas temáticas, entre elas o clima, o meio ambiente, igualdade de gênero, tabaco, agricultura etc. Os observatórios de políticas públicas locais ou regionais com essa terminologia na apresentação são em número reduzido. Metodologia A metodologia utilizada é a de proposição de planos, que, segundo Roesch (1999), relaciona-se à apresentação de soluções para problemas já diagnosticados, o que pode ou não incluir a implementação do plano. Neste projeto identificou-se a escassez na literatura sobre o assunto e também pela ausência de observatórios que subsidiem o processo de tomada de decisões no âmbito da administração pública. Este projeto está sendo desenvolvido em duas etapas, a primeira envolve a estruturação do observatório, na qual serão selecionados e definidos os componentes do mesmo; na segunda, a de implantação, que envolve a organização e sistematização do mesmo a partir do desenvolvimento da etapa de estruturação. Resultados: desenvolvimento do observatório Passados dezoito meses da experiência de estruturação foi possível definir as linhas de pesquisa que comporão o observatório, definir o layout de apresentação do mesmo, levantar dados para construção de indicadores e análises do OPP; confeccionar o primeiro boletim do observatório a ser divulgado em breve para a imprensa. No layout ficaram estabelecidos que o observatório deverá conter itens como “quem somos”, “objetivos e fins”, “público alvo”, “linhas de pesquisa” e “indicadores e estatísticas municipais” O público-alvo deste observatório foi definido em duas categorias: público interno e externo. Quanto ao público interno – discentes e docentes – o observatório tem papel informativo e de um campo de discussão sobre políticas públicas permitindo dar embasamento aos estudos desenvolvidos nesta universidade. Em relação ao público externo, ficaram definidas as seguintes categorias: mídias locais, prefeituras e população em geral, pois o observatório é uma fonte de dados, indicadores e opiniões que podem ser divulgados reforçando a transparência e as ações da gestão pública na RMC, além de subsidiar o processo de decisões no âmbito da administração pública. Em relação às linhas de pesquisa, as mesmas foram definidas considerando-se as atividades de pesquisa da 43 Eixo 1 PUC-CAMPINAS que possui grupos de estudos de acordo com as seguintes temáticas: a) “Patrimônio, políticas de preservação e gestão territorial” que tem como tema a discussão da gestão do patrimônio das cidades; b) “Políticas territoriais e água no meio urbano”, que promove estudos sobre utilização e gestão da água, assim como procura investigar a relação entre investimentos públicos em habitação de interesse social; c) “Gestão de políticas públicas em educação”, que tem o intuito de investigar a política, o planejamento, a gestão e a avaliação da educação básica e superior; d) “Instituições, políticas públicas e desenvolvimento”, que estuda o papel das instituições públicas nas estratégias das organizações, considerando os assuntos como redes de inovação, produção e comercialização no mercado mundial; e “Desigualdades socioeconômicas e políticas públicas”, que procura avaliar os efeitos das transformações econômicas e das políticas públicas na regionalização/globalização da economia. Em relação à coleta de dados foram levantados dados dos censos populacionais de 2000 e 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Sistema Estadual de análise de Dados (SEADE), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Atlas da Vulnerabilidade Social do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA). Os dados levantados são referentes a temas como desenvolvimento humano nas suas várias dimensões; renda, educação; trabalho; e vulnerabilidade social. Após o levantamento desses dados, foram calculadas estatísticas utilizando-se do ferramental descritivo a partir de medidas de tendência central, posição e variação; e inferencial a partir da utilização de coeficientes de correlação, conteúdo abordado no curso de Ciências Econômicas que é utilizado para a elaboração do primeiro boletim do observatório. Com o cálculo das mesmas foi possível entender (e futuramente divulgar) quais desafios são colocados para os municípios da RMC para esta década e assim subsidiar o processo de decisão no âmbito da administração pública. Conclusões No decorrer deste projeto, procura-se associá-lo com as atividades de pesquisa e ensino desta universidade a fim de atender o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Na confecção do observatório este princípio é atendido, porém há desafios à sua execução. Um dos desafios encontrados foi, nesta primeira etapa que inclui a estruturação e a implementação, entendê-lo como atividade de extensão em si. Desta forma, as transformações da realidade das comunidades internas e externas envolvidas se darão por meio do acesso às informações tratadas – conhecimento –, as quais poderão ser utilizadas, no âmbito acadêmico, tanto por estudantes desta universidade, como os demais estudantes da RMC, servindo como fonte de pesquisa para as disciplinas dos cursos relacionados. Para a população em geral, a transformação social que este projeto de extensão promove ainda não é tão evidente ou mensurável, pois dependerá do interesse pelo conteúdo informativo sobre as decisões dos governos locais, o que poderá substanciar os debates das organizações comunitárias junto às prefeituras, permitindo às comunidades acompanhar as decisões dos agentes públicos na formulação de políticas públicas, além de sua respectiva pertinência aos problemas enfrentados pela mesma. Espera-se que o observatório transforme a realidade da comunidade interna e externa, porém a mensuração desta atividade de extensão ainda é de difícil alcance, pois dependerá de resultados que serão obtidos apenas no médio e longo prazos. Referências CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS (CNM). Gestão e Tecnologia: Modernização de Gestão Local. Vol. 14. Brasília: CNM, 2012. HERSCHMANN, M.; SANTOS, S.; ALBORNOZ, L. A. O crescimento dos observatórios no Brasil. Observatório da Imprensa, 2008. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o_crescimento_dos_observatorios_no_brasil Acesso em fev. de 2014. PACHECO, R. S. Administração pública gerencial: desafios e oportunidades para os municípios brasileiros. In: Fundação Prefeito Faria Lima (CEPAM). O município no século XXI: cenários e perspectivas. São Paulo: CEPAM, 1999. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 1999. SCHOMMER, P. C.; MORAES, R. L. Observatórios sociais como promotores de controle social e accountability: reflexões a partir da experiência do observatório social de Itajaí. Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v. 8, n. 3, p. 298-326, 2010. Palavras-chaves: Gestão pública / Ensino / Pesquisa / Canais de comunicação 44 Eixo 1 A DANÇA NA TELA: 9ª MOSTRA INTERNACIONAL DE VIDEODANÇA DE SÃO CARLOS Autor(es): MAURICIO CAETANO DA SILVA - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), YARA A. COUTO - DEFMH-UFSCAR, FRANCISCO MANUEL DA SILVA - URZE - CIA DE DANÇA CONTEMPORANEA A IX Mostra Internacional de Videodança de São Carlos é uma realização da Urze – cia de dança contemporânea junto do apoio da UFSCar enquanto projeto de extensão universitária. Idealizada pelo diretor e coreógrafo Francisco Silva, a Mostra Intenacional de Videodança de São Carlos (MIVSC) é um projeto de difusão de obras de videodança produzidas em vários países do mundo, promovendo, assim, um espaço de contato entre a produção da dança e do audiovisual na arte contemporânea. Desde o ano de 2007 a Mostra Internacional de Videodança de São Carlos é realizada com o apoio da UFSCar como um de seus projetos de extensão, considerando que estes projetos são uma atribuição específica e uma responsabilidade da universidade: promover o conhecimento do saber através de programas de produção, sistematização, crítica, proteção, integração e difusão do conhecimento humano. Isto se torna possível graças ao tripé base que rege as atividades da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Considerando que a Urze e a Mostra Internacional de Videodança são projetos de extensão universitária não diretamente relacionados a nenhum projeto pedagógico dos cursos oferecidos pela universidade, seu caráter extensionista se faz muito relevante e eficaz garantindo uma vivência e produção de conhecimento prático sobre a relação entre corpo, arte e ciência tanto para a comunidade acadêmica quanto para a sociedade que a cerca. A videodança é o resultado do hibridismo entre a dança e o vídeo que apresenta questões práticas e filosóficas sobre as possíveis percepções de mundo de seus autores. Esta linguagem artística é o limiar das perspectivas de um coreógrafo e de um videomaker, onde ambos estão sujeitos a abrir mão do tempo e da dinâmica exclusivos de suas linguagens artísticas. A partir da tecnestética as percepções do coreógrafo, dos bailarinos e do videomaker se fundem em um emaranhado de possibilidades de acordo com suas percepções de mundo e suas capacidades criativas, levando ao espectador um produto artístico singular e que lhe oferece universos imagéticos desafiadores. Assim as artes multimídias contribuem para o processo de se pensar a atividade do corpo e a sua passividade, assim como para o questionamento sobre o ato de dançar, a individualidade do bailarino e a relação da concepção artística conjunta do coreógrafo e do videomaker, formando um espaço próprio e autônomo. Diante da videodança o corpo corresponde ao seu ambiente híbrido; a dança do bailarino não se faz no mesmo tempo em que o seu espectador está e os limites de seus movimentos desafiam o espaço físico. Assim, submersa no contexto da arte contemporânea e dos impulsos pós-modernos, a videodança se conceitua como produto artístico apoiado nas linguagens emergentes importantes para os processos civilizatórios da modernidade, como mostra a importante mudança que o audiovisual propôs à estrutura de pensamento, ao entretenimento e à memória, desde o século XIX. Isto nos possibilita pensar as formas como hoje manipulamos nossos corpos e nos dispomos frente às tecnologias, reformulando as concepções de interação e possibilidades de ação, tanto no mundo concreto quanto no mundo virtual, quando não, impossibilitando a dicotomia entre ambos. A Mostra Internacional de Videodança de São Carlos se faz presente na universidade como um projeto pioneiro por conta de sua especificidade em ser uma mostra focada em videodança e apresentar uma programação que garanta aos seus visitantes uma experiência com a dança que transcenda os limites do palco e do bailarino por meio dos artifícios do audiovisual, possibilitando o questionamento, o debate e a contemplação das possibilidades do corpo, da tecnologia e das capacidades humanas. Durante estes anos de realização da MIVSC outras instituições se juntaram em parceria com a Urze - Cia de dança contemporânea contribuindo para a expansão de sua exibição, o que garante um aumento gradual de seu público. Tais parcerias contribuíram para que a mostra chegasse a um número maior de pessoas. Além de São Carlos, outras cidades já receberam a mostra em uma versão itinerante, como Taquaritinga, Bebedouro, Matão e Água Vermelha. Nesta nona edição procuramos manter o perfil da MIVSC e garantir que o maior número possível de pessoas tenha acesso às obras inscritas neste ano, assegurando um espaço de promoção de conhecimento e difusão das possibilidades da arte. Neste ano (2015) foram inscritos 156 materiais audiovisuais, sendo eles videodanças, documentários, videoclipes e vídeos de dança que compõe panoramas organizados de acordo com a nacionalidade das obras. A realização da MIVSC enquanto projeto de extensão universitária, mais as parcerias com instituições públicas e privadas, possibilita o contato de um público heterogêneo com a videodança. E tal espaço se faz rico e necessário diante da necessidade de difusão da arte como espaço de entretenimento, troca e reconhecimento de identidades. Palavras-chaves: Extensão/ Dança Contemporânea / Videodança / Urze 45 Eixo 1 A DEFESA DO DIREITO À ESCOLA E OS ADOLESCENTES EM TRATAMENTO DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA Autor(es): José Heleno Ferreira - Universidade do Estado de Minas Gerais, MAX MYLLER CARDOSO LIMA - UEMG, DENISE APARECIDA DA SILVA GAMBOA - UEMG, MARIA LUÍSA BATISTA MOREIRA - UEMG O município de Divinópolis, de acordo com os dados do Censo de 2010, possui 213.016 habitantes. Desse total, 40, 8% não possuem o ensino fundamental completo (inclusos, nesse percentual, os analfabetos). Apenas 49, 11% dos jovens de 18 a 20 anos possuem o ensino médio completo. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, apenas 68, 60% possuem o ensino fundamental completo. Embora o município, assim como todo o País, tenha universalizado a oferta do ensino fundamental, não há dados confiáveis acerca da evasão escolar (em torno de 1, 49% no final do ensino fundamental). A inexistência de um levantamento socioeconômico da realidade dos adolescentes, bem como a ausência de políticas públicas de acompanhamento dos alunos evadidos não permitem afirmar com segurança dados acerca da realidade desses meninos e meninas. Essa situação foi problematizada pelo Fórum Municipal de Educação de Divinópolis e expressa do Plano Decenal Municipal de Educação 2015-2024, com o apontamento de metas a serem alcançadas no enfrentamento desse problema. No Brasil, o contato com as drogas começa cedo. O II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) estima que 45% dos usuários de cocaína e crack experimentaram alguma dessas drogas antes dos 18 anos. No caso da maconha, o número chega a 62%. O estudo, realizado em 2012 pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas, indica que 3% dos adolescentes brasileiros já usaram crack ou cocaína e 4% da população nessa faixa etária já experimentaram maconha alguma vez na vida. Outro fator que contribui para aproximar os jovens em idade escolar das drogas é o fácil acesso. Uma pesquisa do QEdu: Aprendizado em Foco, divulgada em fevereiro de 2013, revela que mais de um terço das escolas públicas brasileiras apresenta tráfico de drogas nos arredores. Uma das consequências desse cenário, apontadas por especialistas que participaram do estudo, é a evasão escolar. Diante da precariedade das políticas públicas no enfrentamento desse problema, as comunidades terapêuticas, grande parte delas ligadas a grupos religiosos (católicos ou evangélicos), têm se revelado, em diversos municípios brasileiros, alternativas para o tratamento da dependência química para adolescentes. Em Divinópolis, o Projeto Talita Cumi acolhe adolescentes com idade entre 12 e 18 anos incompletos, de ambos os sexos, em duas unidades, num período de nove a doze meses, de forma voluntária, por demanda espontânea. A Comunidade Terapêutica possui uma abordagem ampla de tratamento intensivo através dos serviços de atenção em regime residencial de caráter transitório para uso e abuso de substâncias psicoativas. Os adolescentes acolhidos, na sua quase totalidade, evadiram da escola antes de completar o ensino fundamental ou o ensino médio e, quase sempre, não possuem mais uma estrutura familiar. Um dos desafios a ser enfrentado é a reinserção desses adolescentes no processo de escolarização. Para isso, as comunidades terapêuticas, através de acordo firmado com a Secretaria Municipal de Educação de Divinópolis, matriculam os adolescentes na E. M. Dona Maria Rosa (considerando o critério de proximidade geográfica). Essa instituição escolar encaminha para as comunidades terapêuticas as atividades escolares e avaliações que deverão ser realizadas pelos adolescentes para que possam acompanhar o processo de escolarização durante o ano letivo e, após o fim do período de internamento, retomarem seus estudos. Para o acompanhamento dessas atividades, as comunidades terapêuticas contam com voluntários. O projeto de extensão “Adolescentes em tratamento de dependência química e o processo de escolarização, em desenvolvimento na UEMG – Unidade Divinópolis, com o apoio do PAEX, busca acompanhar o processo de escolarização dos adolescentes acolhidos no Projeto Talita Cumi, em parceria com a Escola Municipal Dona Maria Rosa. Para isso, foram organizados grupos de estudos entre os alunos dos cursos de licenciatura acerca da situação dos adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e os processos de escolarização. Dessa forma, busca-se inserir a comunidade acadêmica no debate a respeito da situação dos jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e contribuir com o processo de discussão entre as comunidades terapêuticas e os órgãos gestores da educação pública municipal e estadual buscando garantir a presença de profissionais da educação nesses espaços de acolhimento de jovens e adolescentes. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) todos os adolescentes têm direito à escolarização e a dependência química não altera essa realidade. Nesse sentido, é preciso garantir ao adolescente envolvido nesse processo a possibilidade de dar continuidade aos seus estudos ou, o mais comum, a reinserção no espaço escolar. Para um dependente químico, estar dentro da escola é mais do que aprender português, matemática ou geografia – é voltar à rotina de estudos e ser reinserido no contexto escolar que, em grande parte dos casos, há muito foi abandonado. Especialmente para esse público, é essencial que o ensino seja palpável, e que os educadores e educadoras busquem aproximar o conteúdo à realidade do aluno. Além disso, há que se compreender o processo educacional como algo mais amplo que o processo de escolarização. O 46 Eixo 1 Ministério da Educação não possui uma determinação específica para a internação por dependência de drogas. Determina, contudo, que a articulação para que isso ocorra, nesses casos específicos, ficaria a cargo das secretarias municipais e estaduais de educação, que atenderiam à demanda dos centros de internação. A iniciativa do Projeto Talita Cumi ao estabelecer uma parceria com a Escola Municipal Dona Maria Rosa insere-se neste contexto. Salientando a necessidade de romper com o processo de criminalização da juventude, como afirma Oliveira Júnior (2008), e encontrar alternativas que sustentem a condição de sujeitos de direitos dos adolescentes em tratamento de dependência química, alunos e alunas dos cursos e licenciatura da UEMG – Unidade Divinópolis, organizaram-se em grupos de estudos sobre a educação e a dependência química. Concomitantemente, as atividades escolares encaminhadas pela E. M. Dona Maria Rosa foram estudadas, buscando alternativas pedagógicas para trabalhar as mesmas com os adolescentes em recuperação. Os alunos e alunas extensionistas foram orientados(as) no sentido de registrar e problematizar os processos de acompanhamento pedagógico, possibilitando, ao final do período, avaliar as dificuldades encontradas pelos adolescentes e pelos(as) alunos(as) extensionistas, bem como os avanços conquistados. Foram realizadas, ainda, reuniões com os órgãos gestores da educação pública (municipal e estadual) com o objetivo de apresentar os resultados do trabalho em desenvolvimento e discutir a necessidade de o poder público assumir o processo de escolarização dos adolescentes em tratamento de dependência química. A partir do início dos trabalhos extensioistas, foram realizados seminários envolvendo professores(as) dos cursos de Pedagogia e Psicologia (UEMG – Unidade Divinópolis), com o objetivo de contribuir com o processo de formação dos(as) alunos(as) extensionistas e dos(as) funcionários(as) e voluntários(as) que trabalham nas comunidades terapêuticas. As atividades desenvolvidas com os adolescentes têm apontado para a necessidade de desenvolver uma metodologia específica para trabalhar com este público os processos de escolarização, bem como a formação humana, numa acepção mais ampla. Espera-se, com o desenvolvimento deste trabalho de extensão, garantir aos adolescentes em processo de tratamento de dependência química a possibilidade de reinserção nos processos de escolarização, bem como a possibilidade de acompanharem o ano letivo numa unidade escolar da rede municipal de ensino de Divinópolis MG. Espera-se também avançar no debate com o poder público, buscando a garantia dos processos de escolarização dos adolescentes em tratamento de dependência química, o que exige a manutenção de profissionais da educação nas Comunidades Terapêuticas. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da criança de do adolescente (lei 8.069/90). Brasília/DF, Conanda, 2000. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. GONÇALVES, L. A. O.; TOSTA, S. P. (Orgs.). A síndrome do medo contemporâneo e a violência na escola. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2008. MARQUES, W. E. Ude. Juventude, violência e masculinidade. Presença Pedagógica. v. 13. n. 75. mai/jun. 2007. p. 14-21. MINAYO, de Souza Cecília (Org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 28. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.108p. OLIVEIRA JÚNIOR, A. Pensar a constituição da carreira criminosa. In: GONÇALVES, L. A. O.; TOSTA, S. P. (Orgs.). A síndrome do medo contemporâneo e a violência na escola. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2008. p. 103-120. Palavras-chaves: direito à escolarização - adolescentes - dependência química 47 Eixo 1 A DIMENSÃO ARTÍSTICA E SOCIAL DA DANÇA CONTEMPORÂNEA: O QUE PODE O CORPO Autor(es): ROMAO MATHEUS MARTINES DE JESUS - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), YARA A COUTO UFSCAR Eixo 1: Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania. • INTRODUÇÃO A URZE Companhia de Dança é um projeto de extensão da Universidade Federal de São Carlos que teve seu surgimento em 2006, quando o diretor e coreógrafo da companhia Francisco Silva criou o projeto para unir universidade e comunidade através da dança contemporânea. Hoje o projeto conta com um espaço próprio, denominado Espaço URZE que oferece a comunidade em geral aulas de Dança Contemporânea, Contato e Improvisação, Yoga, entre outros cursos. Francisco Silva utiliza-se de técnicas de percepção consciente de corpo e espaço, realizando seu maior estudo em técnicas de consciência corporal. Ele ainda busca, nesse trabalho, trazer a dimensão do pensamento e cognição, a fim de que seus bailarinos tenham um corpo multidimensional, e que os movimentos sejam sentidos e não apenas reproduzidos, como proposto no método Martha Graham. A respiração, para o diretor e coreógrafo da companhia é o eixo axial e é esta que conduz seu método, fazendo referência a Doris Humphrey que usava das técnicas de queda e recuperação na respiração para que se criasse um ritmo em sua coreografia. Seu método é uma grande referência a vários artistas como Pina Bausch, Jersy Grotowski, Constantin Stanislavski, Lester Horton, Jacques Lecoq, François Delsarte, José Limón e Jean-Georges Noverre. O coreógrafo recentemente vem desenvolvendo trabalhos com os limites do corpo na dança, dentro da temática chamada “O que pode o corpo”, que inclusive foi o fio condutor do último curso de inverno. Duas vezes ao ano, ocorrem os cursos de férias, que são uma tradição da companhia desde sua fundação e reúnem grandes nomes da dança, suas concepções e com o intuito de estuda-la e mostrá-la de diferentes interpretações e formas ao público participante. O curso de inverno em questão foi objeto de pesquisa deste projeto para as percepções da dança contemporânea em seus vivenciadores, a fim de construir uma concepção consistente do contemporâneo não só como dança, mas também enquanto fenômeno artístico e social. • OBJETIVOS Por ser uma dança híbrida que surge na década de 60 quebrando os paradigmas da dança clássica conhecida e apreciada até então, o contemporâneo possui enquanto dança, métodos e ideologias que podem ser particulares de cada coreógrafo e/ou disseminador, reprodução de métodos já criados ou ainda uma miscelânea de diferentes métodos a fim de se aproximar ao máximo das técnicas de cada coreógrafo em questão. Dentro deste contexto, a pesquisa de campo feita durante a realização do projeto visou colher informações dos participantes do curso de férias, dentre eles, pessoas interessadas, bailarinos, coreógrafos convidados e inclusive o próprio diretor e coreógrafo da companhia, a fim de construir uma breve definição do que é o contemporâneo enquanto fenômeno social e artístico, uma vez que estas pessoas são as que mais possuem vivência e as que melhor construiriam uma definição, mesmo que subjetiva, do que se trata o contemporâneo. • MATERIAL E MÉTODOS A frequente discussão sobre o contemporâneo e suas manifestações artísticas e sociais, trouxe a seguinte questão: como uma dança que inicialmente não possui movimentos e sequências específicas pode facilmente ser reconhecida? Inicialmente, através de análises e estudos, foi-se decidido que a melhor forma de conseguir informações suficientes para se construir um conceito de dança contemporânea era através de uma pesquisa de campo. Uma entrevista com algumas questões foi desenvolvida de maneira estratégica a fim de coletar os conteúdos necessários para a construção deste conceito. A ideia de se realizar a pesquisa durante o curso de férias do Espaço URZE surgiu uma vez que a grande quantidade de pessoas participantes do curso traria uma ideia mais diversificada do que é a dança contemporânea, explorando então opiniões de bailarinos formados em diferentes cursos como Biologia, Educação Física, Ciências Sociais, Artes e Letras, ou que têm pouco ou nenhum contato com o meio acadêmico, e coreógrafos com as mais diversas experiências que vão desde graduações em cursos da área a até anos em diferentes companhias de dança tanto no país quanto no exterior. Para a entrevista, foram selecionadas questões abertas o suficiente para que o entrevistado usasse menos de conceitos prontos e mais de vivências próprias. Tomou-se cuidado para que estas perguntas não induzissem o entrevistado a uma resposta específica ou de senso comum. As entrevistas foram realizadas durante o intervalo de aulas no curso de férias e gravadas em um celular, para que fosse possível manter o máximo de fidelidade às falas dos colaboradores e ainda para uma análise mais cautelosa futuramente. Os entrevistados responderam às seguintes perguntas: “Dentro do tema ‘O que pode o corpo’, o que foi trazido de material para este curso?”, sendo esta primeira exclusiva aos ministrantes das aulas, “Para você, o que pode o corpo?”, “O que você espera do/a bailarino/a?”, esta também exclusiva aos ministrantes e, finalmente, “O que é a dança contemporânea enquanto fenômeno artístico e social?”. Após a entrevista os participantes assinaram um termo de autorização de uso de imagem, assim, caso não autorizassem o uso ou ainda caso desistissem futuramente, suas respectivas gravações seriam 48 Eixo 1 retiradas no processo de estudo do projeto. Para complementar esta pesquisa foram feitas algumas anotações e registros fotográficos das aulas durante todo o curso de férias. • RESULTADOS E DISCUSSÃO Através das entrevistas e aulas foi possível coletar informações de diferentes visões da dança contemporânea. O curso de processos criativos, ministrado por Telma Gaspari trouxe, segundo ela, a criação através de interpretações literárias, imagens, sons e outros métodos que trabalham os cinco sentidos. Isto põe o bailarino em reflexão da sua criação fazendo com que este não apenas reproduza movimentos, mas que entenda seus processos de criação. Conversando com os coreógrafos de Dança Contemporânea Francisco Silva e Armando Aurich, nota-se que a construção da consciência corporal de seus bailarinos é dada através de métodos que são referenciados por grandes artistas da dança moderna e contemporânea. Temos ainda, na visão da fisiologia trazida por Fabiano Ferreira, e no condicionamento físico ensinado por Paulo Zicarelli, a resistência, agilidade, força e equilíbrio necessários na manifestação da dança e todo o processo de funcionamento para a realização desses processos. É importante ressaltar que todos os entrevistados ao serem questionados sobre a visão do tema “o que pode o corpo”, lembraram que este “tudo” pode, mas que precisa das ferramentas corretas, de métodos bem sucedidos e mais ainda, da permissão corporal do próprio bailarino para ir além, podendo assim construir processos no corpo a partir dessa dimensão social e artística da dança. • CONCLUSÃO Após as entrevistas e registros das aulas, foi interessante perceber que apesar das diferentes vivências de cada entrevistado, todos têm uma visão comum, mas não um senso comum, do que é o contemporâneo. Podemos concluir que o contemporâneo é algo libertador, algo que não possui formas específicas ou ainda como citado por um dos entrevistados “algo que não possui um conceito fechado”. O contemporâneo enquanto fenômeno artístico é algo que flerta e interage com qualquer outro tipo de linguagem, seja a música, a literatura, as artes plásticas, entre outras, mas como dito nas entrevistas, “o contemporâneo passa por várias linguagens, mas não permanece nelas”. Essas artes fazem parte do processo de criação de sequências coreográficas, expressões corporais, e é neste ponto que tudo é permitido, sendo assim, é levantada a questão de que o bailarino que deseja vivenciar a dança contemporânea esteja apto a experimentar e mais que isto, a se entregar a dança, pois é neste processo que “do tudo se é tirado o necessário para se transmitir a mensagem desejada”. Dizemos então que o contemporâneo enquanto fenômeno artístico e social é algo livre de “formas e fôrmas”, algo que “não se pode dizer o que é, mas que se pode dizer o que não é”, sendo assim dentro desta abertura, deste “tudo”, temos diferentes metodologias e diferentes criações, mas que nunca limitam o bailarino à sua criação. O contemporâneo se vale de varias interpretações mais ainda precisa ser dança e como dança entende-se a gestualidade dentro do ritmo e suas formas de expressão pessoal que não são as mesmas e que não podem ser as mesmas, mas que se transformam na dinâmica social e artística que compartilhamos. • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUNNINGAM, C. Contemporary Dance. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Contemporary_dance. Acesso em 02 de agosto de 2015 às 16h24min. SERVOS, N. Pina Bausch: Talking about people trough dance. Disponível em: http:// www.pina-bausch.de/en/pina_bausch/?text=lang, . Acesso em 08 de agosto de 2015 às 8h12min. UFCG- DEC. Biografias: Martha Graham. Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MartGrah.html. Acesso em 08 de agosto de 2015 às 9h27min. MARTÍN, M. I. La técnica de Doris Humphrey: Técnica de caída y recuperacion. Disponível em: http://www.luciernaga-clap.com.ar/articulosrevistas/24_dorishumphrey1.htm. Acesso em 08 de agosto de 2015 às 10h03min. MONTEIRO, M. A.; PINTO, R. F.; MACARA, A. A corporeidade e a técnica de dança moderna de Lester Horton. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd172/a-tecnica-de-danca-moderna-de-lester-horton. htm. Acesso em 08 de agosto de 2015 às 10h54min. Palavras-chaves: Dança / Contemporâneo / Extensão / UFSCar / SP 49 Eixo 1 A EFETIVIDADE DO DIREITO NA INCLUSÃO ESCOLAR DOS PORTADORES DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM FRUTAL Autor(es): Bruna Brito Alexandrino - Universidade do Estado de Minas Gerais, PEDRO AUGUSTO SILVA DE DEUS - FRUTAL, CRISTINA VELOSO DE CASTRO Resumo: O presente trabalho possui como objetivo embarcar uma discussão sobre o direito de educação voltado para os autistas após o reconhecimento da deficiência com a lei vigente, que tem como foco protegê-los e garantir os direitos propostos que são dignos em consonância com o ordenamento brasileiro, visando proteger a igualdade em suas leis constitucionais e infraconstitucionais. Encontra-se a abordagem ainda do princípio da isonomia e a falsa imagem que a lei gera para a solução dos problemas sem serem efetivadas na sociedade de fato através do simbolismo. Observam-se métodos da execução da lei para que alcance a eficácia social almejada e o respaldo necessário para a proteção da minoria excludente mediante ao ordenamento jurídico. 1.Introdução Sabe-se que os portadores do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) possuem como uma das principais características o isolamento, onde os portadores, apresentando um comportamento anormal diante às pessoas ou objetos, possuem gestos repetitivos, às vezes até comportamentos agressivos. Devido a isto, a colaboração para sua criação, que envolve pais e educadores, é vista como uma jornada em que se encontram presentes dificuldades devido ao que é evidenciado, pois requer uma atenção especial. Uma referência a ser observada sobre essas características do Transtorno do Espectro do Autismo está presente nesta passagem “as perturbações mais graves que podem afectar uma criança no conjunto da sua vida psíquica e desenvolvimento, tanto nos aspectos afectivos como cognitivos.” É caracterizado, principalmente, pela dificuldade na comunicação, pelo fato do portador não possuir relacionamentos sociais e alteração da própria rotina. Os autistas têm ganhado seu espaço nos debates sociais, seja através das curiosidades que despertam naqueles que por eles são cativados e até mesmo pelos legisladores que tentam através da criação de normas garantirem seus direitos e promoverem tentativas de inseri-los de forma efetiva na sociedade. A inclusão abarca diversas situações e com sua riqueza em referências encaixa-se na diversidade, não somente das coisas, mas da sociedade como um todo, ou seja, a inclusão luta em seu próprio significado pela educação conjunta. Na sociedade atual, a inclusão social possui um papel na vida das crianças e busca, principalmente, transformar o ensino regular em um local indiferente às suas diferenças, e que assim lhe ofereça um banquete de oportunidades que não são dadas por atrasos sociais e culturais indevidos. A inclusão da criança portadora do TEA no meio do ensino regular é um sonho primordial, visto que foi criada a Lei 12.764/12 – “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” buscando adequação e apoio para a permanência desta transformação. A inclusão social não é um presente ou um direito novo a ser conquistado, não é nada mais do que direito que deveria ser garantido, direito em consonância à cidadania e à vida que são desprezados mostrando o quão a sociedade ainda está atrasada para receber o que se difere dela. É neste ditame que esta pesquisa buscará explanar acerca os autistas e suas condições clínicas, psicológicas e educacionais e ainda explorará as conquistas das pessoas com Transtorno do Espectro Autista dentro da sociedade, buscando mostrar que a inclusão pode sim existir mesmo que diante de todo um rol repleto de dificuldade que pode por acabar se tornando empecilhos para sua efetivação no ensino regular. É na sede de análises e respostas que é de relevância o questionamento do por que essas pessoas não são providas das mesmas oportunidades, ainda que possuam suas dificuldades. E, ainda, que a inclusão nada mais é que uma extensão do direito à igualdade. Neste sentido iremos explorar a efetivação de todos esses direitos dentro da sociedade conciliados com a mudança e os avanços na cultura. 2.Objetivos da Pesquisa O presente projeto tem como finalidade apresentar e aplicar a Lei 12.764/12 – “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” - na sociedade, especificamente no ambiente escolar de Frutal, proporcionando a inclusão escolar das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ensino regular, através disso torná-la eficaz, atingindo a efetivação dos direitos do Portador do Transtorno do Espectro Autista e de suas garantias de forma concreta, visando minimizar as consequências impostas pelas irregularidades sociais e promover a sua verdadeira inserção. Sabendo disto, foi realizado um estudo doutrinário sobre a inserção social e a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, tendo-se em vista que é um caminho para o desenvolvimento dos portadores de TEA, onde foram obtidos resultados, através deste estudo, que a partir da educação inclusiva, é possível ao portador do autismo uma inserção cada vez mais na sociedade, levando-se em consideração a efetividade das normas existentes, beneficiando a todos aqueles que são dependentes de seus efeitos. Desta forma, tendo a primeira fase concluída, o projeto caminhará para a próxima etapa, que será realizada a apresentação ao ensino regular municipal a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, de forma que se promova a conscientização de que o núcleo educacional é parte essencial para que se auxilie na formação escolar e pessoal do portador do TEA. 50 Eixo 1 Por fim, se estabelecerá metas para os núcleos escolares para que haja cada vez mais a inclusão, tendo-se em vista que o processo exige igualdade substancial, objetivando-se ser democrático. Assim, será proposto que o princípio da igualdade deva ser primordialmente dinâmico, pretendendo estimular a igualização das condições que são inerentes às partes de acordo com tais necessidades. 2. Metodologia O método do raciocínio foi utilizado pela pesquisa de diferentes doutrinas que proporcionaram opiniões sobre a legislação do tema em questão. Através do método do raciocínio foi possível realizar pesquisas das formas como as doutrinas, aliadas a nova lei, capacitarão a inclusão escolar de fato dos portadores do autismo, será utilizado neste ponto uma pesquisa empírica, para que se conheça o tratamento dado à estes indivíduos nas escolas do municípios de Frutal. É importante observar que todo este acervo de informações possibilitará a análise da nova Lei e sua eficácia social. Referências Bibliográficas BARCELLOS, Ana Paula de – A eficácia jurídica dos princípios constitucionais: O princípio da dignidade da pessoa humana. 3ª edição revista e atualizada. Rio de Janeiro: Renovar, 2011. CRUZ, Álvaro Ricardo de Souza – O Direito à Diferença. 3ª edição revista, ampliada e atualizada. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2009. DIMOULIS, Dimitri – Teoria geral dos direitos fundamentais. 3ª edição revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. Palavras-chaves: Autismo. Inclusão Escolar. Efetividade. Igualdade. 51 Eixo 1 A ESCOLA NA TELA DA TV: EDUCOMUNICADORES EM AÇÃO, UM OLHAR MULTIDISCIPLINAR PARA O ENSINO Autor(es): Débora Burini - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar) Este artigo analisa os resultados parciais obtidos com o projeto de extensão “A Escola na Tela da TV: Educomunicadores em Ação”, que vem sendo realizado desde 2011, na Escola Estadual Jesuíno de Arruda na cidade de São Carlos, no interior paulista, depois da repercussão de um vídeo em dezembro de 2010, que mostrava cenas íntimas entre dois adolescentes. As imagens foram feitas pelos próprios colegas de classe e se espalharam rapidamente pela internet, principalmente entre os estudantes, através de celulares equipados com o sistema bluetooth. O caso motivou a coordenação pedagógica da escola a propor uma atividade que unisse ao mesmo tempo, educação e comunicação, no sentido de conscientizar os alunos para a influência socializadora permitida pelo vídeo, e corrigir a distorção que havia sobre a compreensão e o consumo de bens simbólicos, principalmente pelos meios de comunicação de massa. O trabalho propõe ainda, um diálogo no campo da Educação, particularmente com as áreas de Comunicação, Arte, Audiovisual, Televisão e Processos Multimidiáticos numa perspectiva multidisciplinar, para assim colaborar na leitura critica do mundo e de novas formas de apropriação de conteúdos transversais nas escolas. Introdução Em sociedades com baixo índice de leitura e acesso a bens culturais em geral, como é o caso do Brasil, o consumo de conteúdos audiovisuais é espantoso, especialmente entre os jovens. Outro ambiente que não o espaço tradicional da mídia eletrônica permite que a população em geral tenha acesso a meios de produção e divulgação como, por exemplo, formas massivas existentes na internet e nas novas mídias digitais. Esse novo paradigma digital reforça mecanismos de representação social mediada por dispositivos móveis como celulares e tablets. De outro lado está a Escola, e o ensino básico (segundo e terceiro ciclos) que trabalha com uma faixa etária compreendida entre a pré-adolescência e adolescência, fases em que o educando está vivendo sua autoafirmação. Portanto, um projeto que lhe dê protagonismo é de grande importância, para promover aos jovens da rede pública a oportunidade de conferir suas competências e habilidades de aplicação do conhecimento adquirido em sala de aula. Nesse sentido e alinhado com o curso de graduação em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos, que atua entre outras coisas, como um elo entre a teoria e a prática audiovisual, promovendo a reflexão crítica sobre os conteúdos abordados nos meios de comunicação, nasce o projeto “A Escola na Tela da TV - Educomunicadores em Ação”. O conceito é que o projeto opere no desenvolvimento de habilidades gerenciais necessárias à produção imagética e sonora, que visam o desenvolvimento do pensamento científico aplicado à pesquisa no campo do audiovisual com os estudantes da rede pública de educação, auxiliando na construção de sua identidade cultural. Objetivos O projeto de extensão “A Escola na TV” tem por objetivo trabalhar o conceito audiovisual com uma função social dentro da escola, além de promover aos jovens da rede pública a chance de empregar os conhecimentos e aptidões alcançados em sala de aula na produção de conteúdos ficcionais de curta duração. Traz a preocupação de garantir o cumprimento de atividades que estão comprometidas com o fortalecimento da função da Universidade, e dialogar de forma autônoma com os setores externos (escola pública, professores, educandos, família, profissionais de mídia, sociedade) para desta forma, produzir, sistematizar e difundir conhecimento na área do audiovisual. Alinhado com a política de extensão adotada nos últimos anos na Universidade Federal de São Carlos, por meio da Pró- Reitoria de Extensão – PROEX, o projeto “A Escola na Tela da TV” é a concretização do princípio da indissociabilidade entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão, pois amplia a discussão sobre a influência socializadora permitida pelo vídeo no ambiente escolar, contribui para o ensino e a aprendizagem prática de audiovisual aos graduandos do curso de Imagem e Som, fomenta a pesquisa na área midiática, principalmente a televisão, e apresenta os resultados parciais de como atividades de extensão tem garantido aos jovens da rede pública exercitar suas competências e habilidades. Material e Métodos O projeto parte do estudo do audiovisual e da técnica inserida em seu modus operandi, através das obras de Sérgio Mattos, Raymond Willians, e da compreensão da mensagem, com apoio das obras de Karl Popper, Jesús Martín-Barbero, Jean Foucambert e Joan Ferrés. A partir de práticas de ensino e experiências de pesquisas com saberes múltiplos, tendo por base a Educomunicação são realizadas reuniões semanais para a construção coletiva do material a ser produzido pelos alunos (sinopse, roteiro, perfil dos personagens, roteiro técnico etc.). Nesse aspecto a utilização da Mídia na Escola, tem se revelado como recurso fundamental no processo de construção do conhecimento em contextos presenciais, semipresenciais e a distancia. Também são utilizados equipamentos de gravação do Curso de Imagem e Som, como 01 Filmadora HD interno HDR-XR500 Sony (com baterias e/ou fonte), 01 tripé Velbon para filmadora, monitor de vídeo c/ fonte, cabo de energia ou bateria, 01 microfone de Lapela sem fio, 01 Fone de ouvido Sony. Material de Iluminação, 02 tripés Makro, 02 soft light, 02 extensão pial, gelatinas e difusores, rebatedores. Além de claquete e suporte de gravação (cartão), quando necessário, para desta forma garantir todo o 52 Eixo 1 processo de captação e posteriormente sua edição. Resultados e Discussão Ao total já foram produzidos quatro programas-piloto que seguiram características de um programa de variedades, com diferentes quadros, sem um formato fixo, e transmitido pela TV Educativa local, operando naquele momento pelos canais 48UHF na TV Aberta e 11NET no cabo. A iniciativa foi uma oportunidade desses jovens aprenderam a fazer televisão, o que também promoveu uma reflexão a respeito dos temas tratados nos meios de comunicação. Também foram desenvolvidos dois episódios de uma narrativa ficcional seriada para televisão, com temática, personagens e elenco definidos pelos próprios alunos da escola, em reuniões semanais ao longo de cinco meses, e equipe técnica operacional formada pelos graduandos do curso de Imagem e Som, do Departamento de Artes e Comunicação da Universidade Federal de São Carlos, coordenados pelo professor responsável pela atividade de extensão. Ao reproduzir no ambiente ficcional, conteúdos e temas que aproximam o jovem de sua realidade social, os alunos criam através da verossimilhança uma identificação, que resulta em um produto audiovisual criativo e original. A atividade possibilita uma experimentação de linguagem na produção audiovisual, através dos processos multimídia da escola pública de forma colaborativa, inter, trans e multidisciplinar. Conclusão O projeto “A Escola na Tela da TV” possibilita a geração de conteúdos a partir de temáticas conexas à realidade social dos jovens e apresenta-se como metodologia eficaz para o desenvolvimento da cidadania. Permite ainda, estimular a reflexão e a leitura crítica de conteúdos audiovisuais. Ao mesmo tempo em que desmistifica o modus operandi provoca um debate sobre o acesso à informação democrática. E se confirmará nisso, quando reivindicado um novo tipo de conhecimento, um conhecimento por participação. Quanto ao contexto multimidiático brasileiro atual é necessário criar possibilidades para romper com as barreiras históricas da produção de conteúdos audiovisuais independentes através de projetos em parcerias com universidades, escolas, instituições etc. Incentivar a manutenção de políticas públicas que auxiliem na organização e gestão. Potencializar a entrada e participação de novos agentes, aqui identificados como jovens consumidores/produtores, que reúnam elementos capazes de criar conteúdos audiovisuais comprometidos com a informação, educação e o entretenimento. Além de facilitar a acessibilidade aos conteúdos produzidos nesse cenário de convergência, por meio das diversas redes e plataformas disponíveis. Por fim, o projeto contribui no aperfeiçoamento de graduandos, profissionais da área de Educação e áreas afins para a utilização eficiente, ética e responsável das ferramentas audiovisuais, propiciando uma reflexão prática e teórica voltada para o processo de criação e realização de produtos midiáticos a serem utilizados em sala de aula, assim como do enriquecimento da interação entre produtor e público. Construindo dessa forma um senso crítico sobre os meios de comunicação. Referências Bibliográficas FERRÉS, Joan. Televisão subliminar. Socializando através de comunicações despercebidas. Porto Alegre: Artmed, 1998. FOUCAMBERT. Jean. Mais que alfabetizar, agora é necessário “leiturizar”. Nova Escola, São Paulo, março 1993. MATTOS, Sérgio. A televisão no brasil: 50 anos de história (1950-2000). Salvador: Edições Inamá, 2000. MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 4ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006, p.196. POPPER, Karl. Televisão – Um perigo para a democracia. Lisboa: Gradiva Publicações, 1995. WILLIAMS, Raymond. Television: technology and cultural form. Technosphere Series, London: Collins, 1974. Palavras-chaves: Comunicação / Educação / Escola Pública / Audiovisual 53 Eixo 1 A EXPERIÊNCIA COMO PRÁTICA FORMATIVA DE ESTUDANTES NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Autor(es): ANA LUIZA SALGADO CUNHA - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), MARISA BARLETTO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, Introdução: O presente trabalho consiste numa pesquisa que tem como tema a experiência enquanto prática formativa de estudantes de graduação envolvidos em atividades de Extensão Universitária, que por sua vez são compreendidas historicamente em suas diferentes concepções e práticas. A extensão universitária reflete objetivos sociais, políticos, econômicos e culturais da universidade. Diferentes autores, apresentados nessa dissertação, apontam que foram diversas as concepções e práticas de interação universidade/comunidade ao longo da trajetória histórica da universidade brasileira (BRASIL 2001; BRASIL, 2012) Entendemos que nessa historicidade, práticas extensionistas diversas consolidaram as diferentes modalidades de extensão, produzindo um cenário contemporâneo em que coexistem várias perspectivas políticas, teóricas e metodológicas no modo de fazer extensão na universidade. Modalidades de Extensão Universitária referem-se às classificações gerais de tipo práticas de extensão universitárias, quais sejam: prestação de serviços, ensino, prática de difusão cultural e uma quarta, ainda sem denominação, que assumimos nesse trabalho como ‘outras’(FAGUNDES, 1985; SILVA, 2003; SOUZA, 2010; TUTMAN, 2004; ROMANELLI, 2002) Entendendo a experiência discente na Extensão Universitária enquanto processo de formação acadêmica, buscamos analisar como a diversidade historicamente construída das diferentes perspectivas da extensão incide nos estudantes enquanto processo formativo. Assim, voltamo-nos aos diferentes impactos das experiências extensionistas na trajetória do estudante, compreendendo as perspectivas históricas e políticas que permeiam as diferentes práticas extensionistas. Num paradigma que se anuncia, não há saberes que se sobreponham uns aos outros em formas de hierarquia, pois cada qual, em sua singularidade, é saber, conhecimento e forma de compreensão. Assim, saberes fundamentados no vivido, bem como saberes constituídos por experiências tornam-se práticas formativas de igual valor aos saberes já legitimados. Temos, então, claramente, que as experiências em Extensão Universitária consistem em possíveis pontos de reconfiguração da universidade que busca direcionar-se à emancipação. Objetivos: O principal objetivo desta pesquisa foi qualificar a dimensão da experiência construída por estudantes universitários envolvidos em atividades de Extensão Universitária, compreendendo como elas incidem na trajetória dos estudantes buscando entender o modo como os mesmos as tratam na sua formação acadêmica. Com o intuito de compreender as diferentes concepções e modalidades de Extensão Universitária constituídas historicamente, associadas às diferentes funções assumidas pela universidade, foram analisadas como as diferenças sociais e políticas nas concepções e modalidades de Extensão atravessam as diferentes experiências formativas de estudantes. Tendo em vista que a Extensão Universitária constituiu-se historicamente por meio de tensionamentos políticos e sociais, culminando em diferentes práticas de interação entre comunidade/universidade, o objetivo desta pesquisa foi compreender como as práticas formativas constituídas pelas experiências de estudantes extensionistas incidem em sua formação; isto, considerando as diferentes concepções de Extensão que permeiam o espaço universitário. Assim, trazemos a experiência formativa de estudantes extensionistas enquanto campo de conhecimento, práxis e possibilidade de promoção de trocas sistematizadas entre diferentes saberes construídos no espaço universitário. Materiais e Métodos: Nos caminhos metodológicos (MINAYO, 2008), optamos por utilizar entrevistas, na perspectiva de Grupo Focal (GATII, 2005; BARBOUR, 2005) enquanto instrumento de produção de informações sobre as experiências extensionistas, sendo realizados quatro encontros com diferentes grupos de estudantes universitários. Diante disto, esse trabalho tem como base o tratamento da noção de experiência enquanto categoria analítica e recurso epistemológico com o objetivo de subsidiar o tratamento das informações construídas nos grupos focais com estudantes universitários extensionistas da Universidade Federal de Viçosa. O objetivo do grupo focal, nesta pesquisa, foi o de conhecer e compreender, na ótica do estudante, como se processa a construção de conhecimentos em sua formação a partir das experiências com a Extensão Universitária, analisando o impacto das atividades de Extensão na trajetória dos estudantes, tendo em vista que o grupo focal pode favorecer a troca entre os universitários e suas diferentes experiências extensionistas, estimulando a emergência de discussões coletivas moldadas em vivências variadas, trazendo um conjunto de informações diversas (JOSSO, 2002; LARROSA, 2004). Para compreender e analisar as informações emergentes dos grupos focais, à luz das teorias por nós trabalhadas nesta pesquisa, utilizamos o método da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977), com o objetivo de extrair significados dos discursos construídos coletivamente pelos estudantes, identificando características da mensagem, sentidos e significados e compreendendo elementos que transversalizam as diferentes experiências, concepções e práticas. Resultados: Como nossos principais resultados, compreendemos que para os estudantes envolvidos em atividades de Extensão Universitária, a experiência 54 Eixo 1 constitui-se num processo formativo que impacta de diferentes maneiras na trajetória dos universitários. Através das experiências extensionistas os estudantes têm a possibilidade de tecer outros saberes, para além do conhecimento universitário encastelado, legitimado na universidade, entendendo as práticas de Extensão como práxis, na qual são tecidas relações experienciais. Segundo os estudantes, a Extensão Universitária é de fundamental importância na formação subjetiva pessoal e para o futuro profissional. Assim, entendemos a experiência enquanto prática formativa relevante nas trajetórias discentes, atravessada por elementos diversos de concepção e prática, que indicam a diversidade pela qual a Extensão Universitária foi historicamente constituída. A Extensão universitária, enquanto prática formativa e projeto social universitário, é permeada por tensionamentos históricos e políticos que culminaram numa pluralidade de concepções e práticas extensionistas, que hoje coabitam o espaço universitário. Desta multiplicidade, compreendemos na fala dos estudantes, parte a pluralidade de experiências formativas tecidas na universidade por estudantes envolvidos em atividades extensionistas. As experiências são coletivas e dialógicas, tecidas pelos sujeitos que se posicionam e produzem diferentes experiências pelas quais se constituem na construção de conhecimentos. Ao longo das construções tecidas em grupo pudemos compreender as experiências formativas enquanto parte constituinte dos sujeitos, práticas formativas dos estudantes universitários, construídas ao longo das atividades extensionistas. Foi na experiência que as falas dos estudantes puderam articular sentidos e significados às suas vivências, entendendo a experiência como o próprio lócus de tessitura de outros saberes. Compreendemos que os diversos impactos das experiências em Extensão Universitária, ressaltados pelos próprios estudantes, têm como base as diferentes perspectivas históricas e políticas que permeiam as diversas concepções da extensão. Cabe, ainda, destacar a experiência enquanto categoria central deste trabalho ao enfocar a construção das minhas próprias experiências enquanto pesquisadora, estudante de mestrado e, principalmente, extensionista. Enquanto pesquisadora pude participar deste espaço formativo singular que contribuiu amplamente para a realização dos objetivos do presente estudo, bem como suscitou outras possibilidades de reflexão e análise para encaminhamentos futuros. Conclusão: Para as considerações finais destacamos os desafios impostos ao ensino superior, especialmente para universidade pública, relativos às concepções de saber, com a necessidade de transformação de um conhecimento universitário distante de novas demandas para uma proposta horizontal, dialógica e coletiva, na qual a universidade tem como possibilidade abrir-se para outras formas de construção da relação universidade/sociedade. Destacamos a experiência de estudantes em Extensão Universitária enquanto possível espaço privilegiado para consolidação de outros conhecimentos, através da abertura da universidade a outros sujeitos e os saberes por eles tecidos. Os resultados desta pesquisa permitiram-nos qualificar as experiências dos estudantes universitários na perspectiva da historicidade das práticas de Extensão, bem como os significados e sentidos das experiências em Extensão Universitária na construção do conhecimento acadêmico. Assim, compreendemos a existência de outras formas de tecer conhecimentos, nos quais a Extensão Universitária aparece como uma das possibilidades de espaços para outros tantos conhecimentos que se anunciam como novos paradigmas. Palavras-chaves: experiência; extensão universitária; formação universitária 55 Eixo 1 A EXPERIÊNCIA DA ATIVIDADE DE EXTENSÃO “O DESENVOLVIMENTO EM DEBATE” NA UFSCAR, CAMPUS SOROCABA Autor(es): JOSE MARCOS NAYME NOVELLI - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar) Introdução A atividade de extensão “O Desenvolvimento em Debate” tem sido patrocinada pela UFSCar/PROEX desde 2011 através dos editais de Apoio à Realização de Eventos Acadêmicos. O objetivo da proposta é debater a questão do desenvolvimento a partir de abordagens heterodoxa da economia e crítica da política – e que estão organicamente relacionadas aos projetos de pesquisa do seu proponente –, mas também franquear a participação neste debate para quem está fora da Universidade. A dinâmica do evento é a seguinte: convidado tem 1h para apresentar a sua comunicação, o público participa com questões e o proponente é moderador do debate. As discussões sempre foram muito proveitosas para os presentes, mas o alcance da atividade limitou-se, majoritariamente, ao corpo discente, especialmente da graduação em Ciências Econômicas. Objetivos O objetivo da proposta é relatar a experiência das atividades de extensão “O Desenvolvimento em Debate” apontando para os seus êxitos e limites. Material e Métodos A organização do evento é relativamente simples. No auditório do campus Sorocaba da UFSCar, o convidado faz uma conferência de aproximadamente 1 hora. O proponente da atividade abre o debate para o público. A duração máxima da atividade de extensão é de 3 horas. Resultados e Discussão O campo dos economistas no mundo (Bourdieu, 1976; Lebaron, 2000), a partir de meados dos anos 1970, e no Brasil (Loureiro, 1997), a partir do final da década de 1980, é dominado por uma visão ortodoxa da economia segundo a qual a economia tende a um equilíbrio natural entre a oferta e a demanda e que os agentes econômicos agem racionalmente na busca da maximização dos seus interesses. Ainda segundo os ortodoxos, a intervenção estatal é nefasta para o funcionamento da economia, mas pode ocorrer em situações muito precisas quando ocorrem algumas falhas de mercado. Nesta perspectiva, os estudos empíricos da economia são fortemente centrados na utilização de métodos quantitativos e, portanto, as graduações em Ciências Econômicas orientadas por esta perspectiva dedicam boa parte da sua grade curricular para as disciplinas de Matemática, Estatística e Econometria. No entanto, há outras visões da economia no interior do campo dos economistas. Por mais que os ortodoxos tentem transformar as Ciências Econômicas em Ciências Exatas, a heterodoxia – um conjunto bastante diverso de escolas de pensamento econômico como o marxismo, o keynesianismo, o estruturalismo latino-americano entre outras que, sem deixar de lado o recurso aos métodos quantitativos na análise econômica – insere as Ciências Econômicas nas Ciências Humanas, pois inclui três variáveis que são fundamentais para compreender o funcionamento da economia: poder, história e incerteza. O curso de Ciências Econômicas da UFSCar, campus Sorocaba, é ortodoxo. E aqui é preciso deixar muito claro: não se faz qualquer juízo de valor sobre esta questão, trata-se de uma constatação. Não há relação entre a qualidade do curso e a perspectiva epistemológica que o anima. Tanto é que o curso de Ciências Econômicas da UFSCar, campus Sorocaba, obteve nota máxima no Enade! A questão fundamental aqui é a do pluralismo teórico na formação do corpo discente. Trata-se, inclusive, de uma demanda do próprio corpo discente. No entanto, para a sua realização, seria necessário aumentar o número de créditos e de professores, hipótese totalmente impossível de ocorrer na atual conjuntura. Bacharel em Ciências Sociais, mestre e doutor em Ciência Política, a formação acadêmica do proponente da atividade de extensão realizada na UNICAMP tem as suas peculiaridades. Sua iniciação científica foi sobre o Banco do Brasil S.A., mais precisamente como o banco foi perdendo a sua centralidade no sistema financeiro nacional a partir do Golpe de 1964. O mestrado teve como objeto de pesquisa a relação entre o Banco Central do Brasil e o poder político das ideias econômicas, enquanto o doutorado investigou os aspectos políticos e sociais da estabilização monetária obtida por meio do Plano Real. Atualmente, as pesquisas se situam na análise política da política econômica. As atividades de extensão estão em grande sintonia com as atividades de pesquisa do proponente, mas também com suas atividades de ensino: professor de Ciência Política do curso de Ciências Econômicas da UFSCar, campus Sorocaba, especialmente da disciplina “Política e Economia no Brasil”, o que demonstra “a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” do docente. Atender a demanda do corpo discente por uma abordagem heterodoxa da economia é importante, mas por que não envolver a comunidade nesta discussão? Foucault (1979) mostrou como o discurso científico pode ser utilizado como um instrumento de poder e a “matematização” das Ciências Econômicas contribui enormemente para este objetivo. Se a política é uma dimensão da vida social e, portanto, objeto de discussões acaloradas, por que a economia, que também é uma dimensão da vida social, deve se limitar a uma discussão técnica? A difusão do conhecimento liberta! Por isso, envolver a comunidade na discussão “O Desenvolvimento em Debate” é fundamental para o exercício da cidadania por parte dos docentes, técnicos-administrativos, discentes, mas também da comunidade. Para o exercício do direito de voto, por exemplo, é preciso que os “modelos de desenvolvimento” em disputa sejam claramente identificados pelos cidadãos e não apenas aquele identificado com a abordagem dominante 56 Eixo 1 no campo os economistas. A atividade de extensão é prestigiada por cerca de 1/3 ou metade do corpo discente, poucos docentes comparecem e nenhum técnico-administrativo. As atividades ocorrem no período matutino ou vespertino. Apesar de ampla divulgação, os discentes do curso de Ciências Econômicas da UFSCar, campus Sorocaba, compõem a grande maioria da assistência e a comunidade externa não comparece. Conclusão A atividade é prestigiada pelos discentes do curso de Ciências Econômicas da UFSCar, campus Sorocaba, mas não conseguiu envolver a comunidade externa na discussão “O Desenvolvimento em Debate”. Pode-se atribuir a ausência da comunidade externa a vários motivos. A localização do campus (afastado do centro da cidade) e o transporte coletivo dificultam o acesso ao campus. A transferência da atividade para o centro de Sorocaba poderia atrair um número maior de pessoas da comunidade externa, mas prejudicaria a presença do corpo discente. Creio que a mudança de horário teria o mesmo efeito. A participação no Congresso de Extensão da AUGM poderá contribuir para superar este grave problema. No entanto, deve se insistir na realização da atividade de extensão, pois o objetivo é criar um espaço cidadão para a discussão de temas que são fundamentais para o efetivo exercício da cidadania. Podendo ser, inclusive, um canal para expressar as demandas da comunidade externa para a Universidade. Referências Bibliográficas BOURDIEU, Pierre (1976). Le champ scientifique. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, v. 2, n. 2-3, jui., p. 88-104. FOUCAULT, Michel (1979). Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal. LEBARON, Frédéric (2000). La croyance économique. Les économistes entre science et politique. Paris: Seuil. LOUREIRO, Maria Rita (1997). Os economistas no governo. Rio de Janeiro: Editora FGV. Palavras-chaves: Extensão / Desenvolvimento / Política / Economia 57 Eixo 1 A EXPERIÊNCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO “OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DA UNICAMP” Autor(es): EVANDRO COGGO CRISTOFOLETTI - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), THAIS APARECIDA DIBBERN - UNICAMP A EXPERIÊNCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO “OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DA UNICAMP” Autor: Evandro Coggo Cristofoletti, instituição – Unicamp Co-autor: Thais Aparecida Dibbern, instituição – Unicamp 1- Problematização: O relato de experiência descrito neste texto objetiva apresentar o processo de constituição e consolidação do projeto de extensão “Observatório de Políticas Públicas da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp (OPP/FCA)”, bem como as motivações, as ações e as dificuldades encontradas no decorrer da implementação do Observatório. O caminho percorrido neste breve resumo será trilhado da seguinte forma: introdução acerca das potencialidades do campo de políticas públicas e de alguns pressupostos teóricos e, posteriormente, o relato da experiência do OPP. A formação e a pesquisa na área de Políticas Públicas, no Brasil, são campos relativamente novos e possuem diversos espaços vazios – e muitas potencialidades – a serem preenchidos. São diversos os cursos, muitos deles recentes, com o objetivo de formar profissionais capazes de enfrentar a complexidade inerente à ação governamental (Gestão de Políticas Públicas, Gestão Pública, Adm. Pública, etc.). Uma das dificuldades do campo, motivadora da criação do OPP, é derivada do problema histórico da utilização da concepção empresarial de administração no trato das políticas públicas (DAGNINO, 2012). Considera-se, assim, que o grande desafio no campo das políticas públicas seja contribuir para: Aquele Estado capaz não apenas de atender às demandas da maioria da população hoje marginalizada, mas de fazer emergir e satisfazer aquelas da cidadania política, social, econômica e ambiental. A democratização política, que se inicia com o final do regime militar, trouxe o aumento da capacidade dos segmentos marginalizados de veicular seus interesses. Do ponto de vista cognitivo, a situação atual demanda do gestor público um marco de referência analítico-conceitual, metodologias de trabalho e procedimentos qualitativamente muito diferentes daqueles que se encontram disponíveis no meio em que ele atua (DAGNINO, 2012 p.60) No âmbito da pesquisa acadêmica, tomamos emprestado as contribuições do campo da análise de política para argumentar a favor da integração da pesquisa acadêmica ao processo político real. De forma grosseira, o campo denominado “análise de política” surgiu nos Estados Unidos, na década de 1960/1970, decorrente da intenção de acadêmicos e dos fazedores de políticas pela compreensão da ação governamental e dos problemas de governo (SERAFIM; DIAS, 2012). Destaca-se, assim, a preocupação por racionalizar as ações governamentais. Com efeito, esta abordagem parte do reconhecimento de que os aspectos técnicos, políticos e ideológicos estão conectados entre si, e que tanto o analista (academia) quanto o fazedor de política (governo) devem assumir posicionamentos diante das políticas públicas (SERAFIM; DIAS, 2012). Nessa perspectiva, o conhecimento gerado dá suporte à ação política ao mesmo tempo que se origina e faz parte dela. Porém, no contexto latino-americano, percebe-se que conhecimento acadêmico e prática política ainda estão distantes entre si. A própria experiência relatada a seguir mostra que a interação entre universidade e governo, apesar de possível, não acontece da forma desejada. Nesse aspecto, a extensão aparece como uma alternativa possível, pois é através dela que há a possibilidade concreta de integrar universidade e contexto, além de integrar, no âmbito universitário, ensino e pesquisa. Assim, concebendo-se que, diante da problematização feita, há espaço para interação entre universidade e governo, além do compromisso social da universidade perante a sociedade, o projeto de extensão Observatório de Políticas Públicas é criado. 2 - Observatório de PP da FCA: implementação, dificuldades e conquistas O Observatório de Políticas Públicas (OPP) da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp), vinculado ao Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP), se constitui em um projeto de extensão cujo foco é desenvolver e disseminar pesquisas relacionadas às grandes temáticas da realidade social e políticas públicas (ações governamentais). Sua criação é fundamentada a partir de demandas surgidas por estudantes de graduação do curso de Gestão de Políticas Públicas da FCA/Unicamp que, diante de algumas defasagens relacionadas ao curso, elaboraram e implementaram o OPP a fim de expandir seus conhecimentos e, ao mesmo tempo, promover projetos que contribuam, de alguma forma, à resolução de problemas sociais e políticos. Diante dessa perspectiva, a preocupação do Observatório direciona-se às pesquisas que contemplem um olhar descritivo, analítico e prescritivo. Além disso, possui um foco prioritário de análise no mesorregião de Piracicaba, a qual abrange 26 municípios em 3 microrregiões (Piracicaba, Limeira e Rio Claro) e, temas como Saúde, Ciência e Tecnologia, Vulnerabilidade, Inclusão e Proteção Social, Esportes e Meio Ambiente. As definições formais apresentadas nos parágrafos anteriores se constituem no ponto de partida para desenvolver a narrativa que contará o processo de institucionalização do OPP. Assim, alguns estudantes e docentes do curso de Gestão de Políticas Públicas, no início do ano de 2014, sentiam-se incomo58 Eixo 1 dados com a falta de interlocução entre a pesquisa acadêmica e a comunidade local (e, dentro desse aspecto, entre universidade e governo). Mais que isso, pensavam em como tornar útil à sociedade o conhecimento acadêmico produzido na FCA. Nesse sentido, a criação de um projeto de extensão se tornou um caminho possível e desejável. Os primeiros passos foram dados em direção a materialização das intenções em um projeto viável. Dessa forma, ao longo de um ano, foram forjados os nossos princípios, objetivos, possibilidades, intenções e etc. A definição apresentada anteriormente, assim, é fruto de amplas discussões entre estudantes e docentes. A concepção de projeto, então, tornou-se mais ampla: ações concretas que poderiam diminuir, ao menos um pouco, o que chamávamos de “muro que separa a universidade da comunidade”. Nossas motivações e ideais, em suma, eram simples: utilizar o conhecimento científico produzido na Unicamp para auxiliar o governo e a comunidade na resolução dos problemas sociais e, dentro dessa noção, repensar o próprio papel do conhecimento científico. A partir dessa concepção, derivamos diversas ações que ainda aguardam implementação: sistematização de pesquisa relevantes e construção de canais de comunicação adequados (levantamento e divulgação de TCCs, pesquisas, IC; boletins informativos) entre universidade sociedade; canais de interação com a comunidade, como eventos, fóruns e etc.; realização de estudos orientados a problemas políticos e sociais locais; parcerias com governo, movimentos sociais e etc.; e, dentro de todos essas ações, a integração dos estudantes das disciplinas de graduação nos projetos do OPP. Do ponto de vista interno, no que se refere à organização do trabalho, procurávamos trabalhar com o princípio de horizontalidade e de não-hierarquia. Nossas atividades eram discutidas democraticamente em reuniões gerais, onde encaminhávamos deliberações e tarefas executadas por grupos semiautônomos compostos, justamente, pelos integrantes do OPP. Do ponto de vista interno, assim, refutávamos o modelo “empresa”, baseado em hierarquia, em diferenciação e exclusão. Nesse ponto, podemos dar um exemplo concreto de um projeto desenvolvido por membros do Observatório: a fim de atender a uma demanda de órgãos públicos do município de Limeira (CMDCA, CEPROSOM e CEDECA), o OPP estabeleceu uma parceria cujo objetivo fora mapear as situações de vulnerabilidade de crianças e adolescentes do município. O projeto, intitulado de “Observatório da Criança e Adolescente” teve como base a análise de uma amostra de 155 prontuários do banco de dados do Conselho Tutelar, correspondentes aos anos de 2013 e 2014. As categorias do Sistema de Informações para Infância e Adolescência (SIPIA), foram utilizadas na análise, além de outras categorias consideradas (idade, gênero, bairro, região do Orçamento Participativo, violador, entre outras). Considerando a análise dos resultados, obtivemos como principal direito violado a convivência familiar e comunitária (cerca de 82% dos casos) e, os indivíduos com 0 a 5 anos, do sexo feminino sendo o grupo mais violentado no período estudado. Algumas limitações foram constatadas na realização desse projeto: pesquisa enviesada por não contemplar a totalidade dos casos; categorias do SIPIA subjetivas e; necessidade de capacitação das conselheiras para a utilização do SIPIA. Convém destacar, agora, algumas dificuldades do processo: o funcionamento depende fortemente do engajamento de estudantes e docentes compromissados ideologicamente com o projeto; a rotatividade de estudantes e docentes, que impede que algumas ações concretas relativamente simples sejam executadas; promover maior integração com a comunidade externa; e diversas dificuldades inerentes às parcerias entre universidade e governo, dada a natureza das duas organizações. Em suma, ainda em gestação, o Observatório de Políticas Públicas da FCA-Unicamp pretende ser mais do que mero “observador”, mas contribuir, em conjunto à comunidade, na resolução dos problemas políticos e sociais que nos cercam. Destacamos, também, que há um enorme desafio pela frente, pois o projeto ainda está em fase de amadurecimento e consolidação. Dessa forma, as ideais ainda estão distantes da realidade, mas muitos passos importantes estão sendo dados a fim de aproximá-los. Referências Bibliográficas: DAGNINO, Renato Peixoto. Planejamento estratégico governamental. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2009. SERAFIM, Milena Pavan; DIAS, Rafael de Brito. Análise de política: uma revisão da literatura. Cadernos Gestão Social, v. 3, n. 1, p. 121-134, 2012. Palavras-chaves: POLÍTICAS PÚBLICAS / OBSERVATÓRIO / EXTENSÃO 59 Eixo 1 A EXPRESSÃO DO SENTIMENTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FOTOGRAFIAS Autor(es): TAMIRES GUARNIERI DE LIMA - Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF), PLÍNIO MARCOS VOLPONI LEAL - FEF FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS Resumo Sabe-se que a fotografia está a cada dia mais presente na vida das pessoas. O registro dos momentos parece ter se tornado um hobby. O uso de aparelhos celulares com câmeras fotográficas auxiliou este processo. Contudo, apesar do aumento de imagens produzidas por câmeras fotográficas, observa-se que há uma dificuldade em registrar conceitos abstratos como os sentimentos. Sendo assim, decidimos colocar em prática o projeto “Sentimentos do Mundo Hodierno”. Neste trabalho, relatamos a experiência de produzir as fotos sobre esse tema com universitários e expor ao público, por meio de uma exposição fotográfica, no Shopping Center de Fernandópolis, na cidade de Fernandópolis, São Paulo. Vinte fotos foram expostas, envolvendo sentimentos como raiva, alegria, solidão, compaixão, amor, tristeza, preguiça, felicidade, prazer, entre outros. Por meio de imagens, o público pode experimentar os sentimentos retratados no suporte fotográfico e fazer uma reflexão sobre o cada sentimento. Introdução: O projeto intitulado “Sentimentos no Mundo Hodierno” foi desenvolvido pelo professor Plínio Marcos Volponi Leal e por alunos do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF) em parceria com o Shopping Center da Fernandópolis, na cidade de Fernandópolis, estado de São Paulo. O objetivo foi traduzir os sentimentos do cotidiano em suporte fotográfico a fim de ocasionar a reflexão tanto em quem produziu as imagens, como no público, ou seja, as fotos expostas permitiram uma ponderação do visitante com cada sentimento retratado. “Imagem são mediações entre homem e mundo. O homem “existe”, isto é, o mundo não lhe é acessível imediatamente. Imagens têm o propósito de lhe representar o mundo. Mas, ao fazê-lo, entrepõem-se entre o mundo e o homem. Seu propósito é serem mapas do mundo, passa a viver em função de imagens.” Atualmente, com a popularidade da fotografia, muitos não refletem sobre o momento de apertar o botão. Alguns chegam a disparar vários cliques sem ao menos pensar sobre o que se está fotografando. Aliás, em algumas câmeras, basta acenar ou dar um sorriso que o disparador é acionado automaticamente. Há um lado positivo que é o registro de cenas do cotidiano que são especiais para quem fotografou ou tem um vínculo com esse momento. (Na novela “O Clone” da Rede Globo, a personagem Odete tinha o bordão: “Cada mergulho é um flash”). Contudo, o lado negativo é que o ato fotográfico se banalizou, tornou-se banal. Não é comum registrar um sorriso camuflado ou um olhar de tristeza de uma pessoa qualquer, andando pela rua. Defendemos que aprender a ver esses sentimentos atrás das lentes é essencial para um bom fotografo.. “A maioria de minhas fotos é compassiva, bondosa e pessoal. Elas tendem a deixar o espectador ver por si mesmo. Tendem a não fazer pregações. E tendem a não fazer pose de arte.”. Este projeto foi importante para os universitários a fim de treinar o olhar fotográfico e descobrir o estilo que cada aluno tem para fotografia. Isso porque, a fotografia é uma arte e cada artista deve buscar a sua forma de expressão. A fotografia é uma linguagem mundial independente de língua falada ou escrita. A foto é uma superfície que carrega uma informação ou representa algo que está presente no espaço e tempo. Da mesma forma, o público que teve contato com as fotografias produzidas, passa a refletir sobre outras maneiras de registrar as situações da vida cotidiana e ponderar também sobre o que ele compreende sobre cada sentimentos fotografados. “A fotografia é a única “linguagem” entendida em toda parte do mundo e que, ao interligar todas as nações e culturas, une a família humana. Independente da influência política — onde as pessoas forem livres —, ela reflete fielmente a vida e os fatos, permite-nos compartilhar as esperanças e o desespero dos outros e esclarece as condições políticas e sociais. TorUnamo-nos testemunhas oculares da humanidade e da desumanidade da espécie humana [...]” Metodologia O projeto começou em julho de 2014 com a escolha do assunto a ser fotografado. O tema foi definido pelos alunos, após um debate mediado pelo professor responsável. O processo de escolha foi aberto a sugestões dos participantes e, após a explicação de cada sugestão, foi feita uma votação onde cada aluno escolhida três opções. Por fim, houve mais esclarecimentos sobre as três opções ganhadores e mais uma votação. Desta vez, cada um deveria escolher apenas uma opção. O tema “Sentimentos” foi o ganhador, principalmente por ser abrangente e cada um poder se expressar por meio da fotografia. Em uma segunda etapa, foi definido todos os sentimentos que estariam em exposição e cada aluno ficou responsável por retratar dois desses sentimentos, a sua escolha. Optei pelos sentimentos de prazer e amor. Em sentimento de prazer, meu foco era mostrar que por traz desse sentimento existem várias situação como alimentar-se ou o prazer de uma companhia que nos agrada. Em amor, não queria demostrar amor de um homem e uma mulher. Eu queria algo simples e puro. Optei por fotografar um cachorro e um humano, pois considero este amor um dos mais puros. O amor de um cão é voluntário, ninguém impõe, é idílio e isso somente um animal sabe ser. Não há conflitos, não há cenas de falsidades, não há traição. É assim que um cão ama o homem. 60 Eixo 1 (LIMA, 2014) Os cursistas discutiram suas ideias de fotografias com o professor que os ajudaram a refinar o processo de criação. Após as fotos produzidas, o professor responsável ajudou na seleção de quais das imagens iriam para a exposição e o porquê dessa escolha. Resultados A atividade encerrou no mês de novembro de 2014, após a retirada das fotos expostas. As fotos ficaram em exibição do dia 11 a 16 de novembro de 2014 no Shopping Center Fernandópolis, na cidade de Fernandópolis, estado de São Paulo. A escolha deste local para a exposição foi devido ser um dos lugares de acesso de um grande público para Fernandópolis e região. As fotos foram expostas em seis biombos com duas fotos em cada lado do biombo. Os biombos foram colocados de modo a facilitar a visão e a circulação do público, tomando o cuidado para que nenhum biombo tirasse a visão do outro. Sendo assim, mesmo a distância, era possível visualizar a obra por completo. Constatamos que tal disposição ocasionou a curiosidade em muitas pessoas para ver as fotos e as reações deles nos surpreendeu. Conclusões Em termos de aprendizado este trabalho mostra-se bastante rico no seu desenvolvimento com os cursistas e na sua execução, principalmente em relação à interação com as pessoas que estão fora das escolas e não têm contato com a fotografia conceitual. Referências “Imagem são mediações entre homem e mundo. O homem “existe”, isto é, o mundo não lhe é acessível imediatamente. Imagens têm o propósito de lhe representar o mundo. Mas, ao fazê-lo, entrepõem-se entre o mundo e o homem. Seu propósito é serem mapas do mundo, passa a viver em função de imagens. ” Livro Filosofia da caixa preta – Vilém Flusser “A fotografia é a única “linguagem” entendida em toda parte do mundo e que, ao interligar todas as nações e culturas, une a família humana. Independente da influência política — onde as pessoas forem livres —, ela reflete fielmente a vida e os fatos, permite-nos compartilhar as esperanças e o desespero dos outros e esclarece as condições políticas e sociais. Tornamo-nos testemunhas oculares da humanidade e da desumanidade da espécie humana [...]” Helmut Gernsheim, em Fotografia criativa, 1962. – 102 Livro sobre fotografia - Susan Sontag. A maioria de minhas fotos é compassiva, bondosa e pessoal. Elas tendem a deixar o espectador ver por si mesmo. Tendem a não fazer pregações. E tendem a não fazer pose de arte. Bruce Davidson. - Bruce Davidson pg.103 - Livro sobre fotografia - Susan Sontag Palavras-chaves: Palavras Chaves: Sentimento; Fotografia; Extensão; Fernandópolis/SP. 61 Eixo 1 A EXTENSÃO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZADO: O CASO DO PROJETO COMUNITÁRIO DE PRODUÇÃO DE PEIXES EM TANQUE- REDE Autor(es): Lorenna Alves Gomes - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), MATHEUS ANCHIETA RAMIREZ - DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA/UFMG, SAMILLA VIEIRA DOS SANTOS - GRADUANDO EM AQUACULTURA/UFMG, PRISCILA NELSINA LUNARDI - GRADUANDO PELA ESCOLA DE MEDICINA VETERINARIA/ Introdução O ensino de extensão rural surge hoje com uma nova vertente na qual não se impõem conhecimento para pessoas e sim em uma perspectiva educativa na qual as informações são socializadas com as comunidades rurais dando a oportunidade para que estas possam formar o seu próprio conhecimento e conclusões a respeito dos fatos. Outra dimensão é a importância da politização e consequentemente mobilização destas comunidades para que elas mesmas possam solucionar seus problemas. Esta visão rompe com as tradicionais técnicas produtivistas, difusionistas, associadas à extensão rural, em que os produtores são tratados como objetos, sobre os quais devem ser depositados saberes técnicos. A forma tradicional em que se difundia conhecimento e tecnologia em trabalhos de extensão, tornavam as pessoas totalmente dependente de mediadores, os quais impossibilitavam a capacidade de autonomia para que os produtores resolvessem seus próprios problemas. Caso o que tivesse sido proposto fugisse do recomendado, haveria frustração alheia entre os produtores e em seguida desistência do trabalho, pois o individuo se julgava incapaz, visto que não foi desenvolvido um conhecimento e sim uma difusão de informações. O ensino da Extensão Rural vinculado a práticas de Extensão Universitária Essa nova concepção de extensão rural faz com que o produtor e sua família se enxergasse como parte importante da sociedade, capaz de oferecer produtos de qualidade ao mercado, melhorando sua própria qualidade de vida e da comunidade, levando sempre a consideram a importância de se produzir em apoio ao desenvolvimento da comunidade, não se restringindo, contudo à questões produtivas, mas sim utilizando-a como uma ferramenta para o bem comum. Projetos de extensão unidos com o ensino e a pesquisa universitária dão a oportunidade de uma formação mais completa aos estudantes pois é capaz de trazer a tona as necessidades de um determinado grupo social ao âmbito acadêmico. Fato que permite as estudantes entrarem em contato e conhecerem de fato a real demanda destes grupos sociais e compreender conjuntamente a este grupo quais são as suas verdadeiras dificuldades. A partir do momento em que o estudante é capaz de ser critico e refletir de maneira sistemática frente a essa realidade, a experiência acadêmica poderá servir como estimulo a aqueles que a principio não visualizaram oportunidade de trabalhar no meio rural. Em contra partida essas comunidades tem a oportunidade de usufruir da universidade e de sua produção acadêmica através do contato com os estudantes, fazendo cumprir o papel social que de fato é esperado da universidade como um todo. A Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais desenvolve o projeto de Extensão Universitária denominado “Ação para Desenvolvimento de Comunidades de Agricultura Familiar no Município de Pompéu-MG” que tem como objetivo o apoio aos produtores familiares deste município através de atividades de mobilização comunitária, formação de entidades associativas e orientação técnica aos sistemas produtivos. O projeto em sua concepção envolve estudantes de graduação de cursos da UFMG como Medicina Veterinária, Aquacultura e Ciências Socio-Ambientais. O projeto também se apresenta como campo para aulas práticas de diversas disciplinas ministradas na Escola de Veterinária da UFMG, sendo fundamental para as aulas praticas das disciplinas Extensão rural e Extensão em Aquacultura. O projeto tem a metodologia que pretende atender demandas das comunidades rurais, assim, os estudantes são desafiados a proporem soluções para resolução de problemas reais postos pelos produtores. Desta forma, as teorias vistas pelos estudantes nas disciplinas citadas podem ser colocadas em praticas e testadas por estes nas ações desenvolvidas no projeto. A apreensão dos conceitos teóricos apenas é completas quando os educandos tem a oportunidade de vivenciá-los em praticas socialmente estruturadas, o que ainda é mais importante no caso de uma pratica de intervenção social como é o caso da Extensão Rural. Neste aspecto a qualidade das disciplinas teóricas é ampliada quando os estudantes as podem vivenciar na pratica, tornando indissociável o ensino à atividade de Extensão. A produção de peixes em tanque rede Ao longo das atividades do projeto em parceria com a comunidade do Assentamento de Reforma Agrária 26 de outubro foi demandado um trabalho de orientação para a implantação de um projeto comunitário para a produção de peixes em tanque rede nos açudes do assentamento. Para tanto foram envolvidos estudantes da Escola de Veterinária pertencentes aos cursos de Medicina Veterinária e Aquacultura. O curso de Aquacultura da Universidade Federal de Minas Gerais iniciou-se em 2009, sendo vinculado à Escola de Veterinária. A disciplina Extensão e Aquacultura, ofertada neste curso tem como objetivo capacitar os estudantes para a atuação na Extensão Rural com enfoque nos sistemas de produção aquícola. Seguindo a metodologia proposta para a extensão rural e adotadas no projeto inicialmente foi realizada com a comunidade uma atividade de pesquisa-ação na qual foram 62 Eixo 1 levantados questões como os objetivos de produção de peixe por parte da comunidade, os sistemas a serem adotados, a possibilidade de formação de entidades associativas, os conhecimentos que a comunidade possui sobre as atividade aquicolas. Estes resultados foram discutidos com a comunidade que passou a demandar um curso básico sobre a produção de peixes, esta demanda partiu da percepção da comunidade quanto ao baixo conhecimento sobre a atividade que os próprios produtores possuíam. A elaboração do Curso Básico de Piscicultura foi feita por estudantes do curso de aquacultura, estes também foram responsáveis por ministrá-lo. Coube ao professor coordenador o papel de auxiliar os estudantes nesta produção e apresentação. Assim, a formação destes discentes foi qualificada pela pesquisa de informações a serem apresentadas e na adaptação do discurso acadêmico para um de fácil apreensão pelos produtores. Após a realização do curso foram realizadas oito reuniões comunitárias onde passou-se a planeja o projeto de produção de peixes em tanque rede. A comunidade decidiu que o projeto seria realizada por meio de associações de produtores que receberiam o apoio inicial à atividade e que após a primeira despesca financiariam a inclusão de novos produtores. A partir disso foram realizados trabalhos para avaliar a qualidade da água, profundidade dos açudes, análise dos custos necessários para implantação de tanques em rede, e todo aparato necessário para se iniciar uma criação de tilápias em tanque rede. Os assentados tiveram um apoio inicial de pesquisa de mercado, sobre os tipos de tanque rede a serem utilizados, idade dos alevinos, custos com alimentação inicial e todo aparato necessário para que a criação começasse. Os estudantes estiveram envolvidos em todas estas etapas inclusive com a realização de pesquisas sobre as condições do ecossistema aquático antes da implementação do sistema. Nas fases de implantação dos tanques nos açudes e colocação e manejo dos peixes a equipe do projeto passou a realizar visitas quinzenalmente para a assistência técnica a estes sistemas. A orientação técnica esteve presente desde a implantação dos sistemas até o abate e venda dos peixes. Concomitantemente as atividades de orientação técnica os estudantes passaram a acompanhar as reuniões comunitárias para a formação de entidades associativas. Desta forma, o trabalho desenvolvido com a psicultura junto ao assentamento 26 de Outubro, teve tamanha expressividade que foi criada uma associação comunitária envolvendo oito famílias do assentamento. O que indica que a comunidade percebeu em algum grau a importância de se mobilizar e associar, gerando o sentimento de reconhecimento da comunidade. Resultado alcançado por meio da dialogando entre os membros da comunidade, que passou a encontrar as melhores maneiras de solucionar questões inerentes a sua comunidade. A extensão universitária da Escola de Veterinária auxiliando na produção de tilápias em tanque rede deste grupo de assentados rurais possibilitou a inserção no mercado de um produto pouco comercializado na região do município, encontrando uma demanda favorável à venda deste produto uma vez que a aceitação deste produto está sendo de grande aceitação, pois são oferecidos alimentos de boa qualidade e uma nova e importante alternativa de renda a estes produtores rurais, prova disto é o peixe sendo vendido por até R$10, 00 o quilo. Conclusão A vinculação do ensino de Extensão Rural à ações de Extensão Universitárias tem resultados positivos para a qualidade do ensino, qualifica as pesquisas, e gera resultados positivos para as comunidade parceiras. Resultados alcançados no âmbito do projeto de produção de peixes em tanque rede. Palavras-chaves: Extenção rural/ agricultura familiar/ peixes/ tanque rede/ educação 63 Eixo 1 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA CONTRIBUINDO PARA A DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL. Autor(es): MAICON JOSÉ JACINTO - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), PETER ALEXANDER SCHULZ FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS- UNICAMP, RAFAEL DE BRITO DIAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS- UNICAMP INTRODUÇÃO O BRASIL é o quinto maior país do mundo em dimensão territorial e conta com uma população de 196 milhões de pessoas, ficando na quinta colocação no ranking mundial e na sétima quando o assunto é a economia, atingindo um PIB de UU$ 2, 3 trilhões em 2012 (PEREIRA, 2013). Mas outros indicadores nos mostram que a realidade social não é tão boa assim, o Brasil aparece na 84ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde constam 187 países e mede a renda, a educação e a saúde (PEREIRA, 2013). Em 2010 o Brasil ficou na antepenúltima colocação no Coeficiente de Gini, que foi elaborado pelo estatístico Corrado Gini, para medir a desigualdade onde 0 corresponde à plena igualdade e 1 a plena desigualdade, nele o Brasil obteve 0, 56 pontos. (PEREIRA, 2013). Quando pensamos em educação os dados também não nos consolam, pois 9, 6% dos brasileiros não sabem ler e nem escrever e mesmo entre os alfabetizados apenas 25% dominam plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática (PEREIRA, 2013). Levando em consideração o conhecimento esperado para esta etapa, apenas 10% dos alunos que concluem o ensino médio dominam o conhecimento da matemática e 29% o de língua portuguesa (GORGULHO, 2013). Em números absolutos uma população maior do que a de Portugal vive em favelas no nosso país, ou seja, 6% estão sendo expostos a situações que comprometem a saúde, por que em muitos destes lugares o serviço de saneamento é precário (PEREIRA, 2013). Após brevemente observarmos a situação em que estamos envolvidos, vale a pena ressaltar que a universidade pode contribuir no replanejamento das áreas que estão diretamente ligadas ao bem-estar social, como por exemplo, educação, habitação, saúde, transporte, segurança, entre outros. (PEREIRA, 2013). DESENVOLVIMENTO Desde a sua origem em 1867 na Grã- Bretanha, a extensão universitária tem como vertente principal a extensão comunitária com o objetivo de educar adultos operários fora da jornada de trabalho (FRAGA, 2012 apud IRELAND, 2002). Já nos Estados Unidos eles estavam mais preocupados em demonstrar a utilidade da universidade e para isso supriu a demanda dos governos e empresas, a partir desta ideia surge à extensão como prestação de serviços (GURGEL, 1986). Devido a guerra fria, a história da universidade americana se torna indiferente às questões da vida pública, logo aquela que tinha surgido como atenuadora dos problemas sociais se tornava parte dele (ROPER e HIRTH, 2005). Nas décadas seguintes estes problemas são alvo de discussão por parte dos acadêmicos e então com a lei Bayh-Dole de 1980, a visão da universidade muda e eles passam a investir na comercialização da pesquisa usando esses recursos para a sua saúde financeira. Esse modelo foi chamado paradigma americano. (ROPER e HIRTH, 2005). A extensão só foi oficializada pelo Decreto 19.851 de 11 de abril de 1931 (BARTNIK, 2009), mesmo que algumas atividades extensionistas tenham sido desenvolvidas antes deste período, em suma, as principais influências são: Europa, Estados Unidos e especialmente do movimento reformista de Córdoba (Argentina) em 1918. A discussão política brasileira em torno deste tema contou com contribuições significativas de vários pensadores como, por exemplo, Paulo Freire, próximo à extensão comunitária (FRAGA, 2012). Este teórico preconiza o aprendizado como uma via de mão dupla onde quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 1996), por isso esta integração sociedade local e universidade traz benefícios para ambos os lados. Duas concepções norteiam a extensão no Brasil: A primeira é a acadêmica e a segunda é a mercantilista. A concepção acadêmica tem raiz no Movimento Estudantil de 1960, que culminou na criação do FORPROEX (1987), visando justamente integrar a ação extensionista, ao ensino e a pesquisa, possibilitando convivências interativas dialógicas, entre diferentes sujeitos e confrontar saberes (teoria e prática). Já a concepção mercantilista (paradigma americano) ganha força na década de 1990 e permanece forte até os dias de hoje, nela não se vislumbram necessariamente espaços de articulação com ensino e pesquisa. (NOGUEIRA, 2000). Em se tratando de conceito, o Fórum de Pró-Reitores das Universidades Brasileiras em 1987 define assim: A Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. A Extensão é uma via de mãodupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico (NOGUEIRA, 2010). Esta definição marca que os programas de extensão devem buscar desconstruir o restrito aspecto assistencialista e devem estar associados a iniciativas que promovam debates acerca das questões mais melindrosas, mais difíceis da organização de nossa sociedade (ARROYO, 2010). Talvez isso tenha ocorrido pelas várias maneiras de se ver a extensão no Brasil, que vai de cursos de extensão, serviços à extensão comunitária, vista por muitos como a extensão “redentora da função social da Universidade”, uma extensão 64 Eixo 1 como mão dupla entre universidade e sociedade, chamada também de extensão cidadã (SERRANO, 2006). A Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) Unicamp- Limeira, inaugurada em 2009, desenvolve um projeto de extensão intitulado “ Colmeia. Trata-se de um curso pré-vestibular em parceria com a prefeitura local. As aulas são ministradas basicamente por graduandos da FCA e da Faculdade de Tecnologia (FT) da Unicamp, sendo eles bolsistas e voluntários (JUNIOR, 2015). Ao todo foram ofertadas 200 vagas no primeiro semestre de 2015, sendo 70 no período da tarde e 130 no período noturno. O projeto tem como objetivo: colaborar na sociabilidade, estimular a rede social “Centro Comunitário e FCA”, preparar para o ingresso em cursos profissionalizantes e universitários, além de orientar para entrevistas de processos seletivos (JUNIOR, 2015). As salas de aula do Centro comunitário do Jardim Morro Azul, recebem uma gama diversificada de alunos relativa a idade e tempo fora da escola, mesmo assim ele tem sido efetivo, pois dezoito alunos conseguiram a aprovação em alguns processos seletivos e ingressaram no ensino superior e também houve aprovação em concurso público (JUNIOR, 2015). O que tem sido observado é a pressão por parte da família para que alguns alunos deixem o projeto. A participação discente na extensão se mostra positiva no âmbito da sua formação profissional, entretanto a sua abrangência poderá ser maior com mais políticas públicas. (JUNIOR, 2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS Entre tantas formas que podemos encontrar para enfrentar a desigualdade social, podemos destacar o papel da universidade pública, por meio da extensão universitária de gerar oportunidade de ascensão para os mais carentes. Contudo, sabemos que esses problemas são complexos demais para serem solucionados por um ator somente. Sendo assim, o projeto de extensão Colmeia, vem contribuindo de forma pontual para diminuir este desnível, o ideal seria que mais políticas públicas fossem direcionadas, para a manutenção dos alunos até o fim do projeto. BIBLIOGRAFIA PEREIRA, M. Terceiro Setor- Contextualização: o paradoxo chamado Brasil. In: Gestão para Organizações não governamentais. Florianópolis: Tribo da Ilha, 2013. p-23-38 GORGULHO, G. 90% dos estudantes brasileiros concluem ensino médio sem saber matemática. Revista Ensino Superior Unicamp. abr - jun 2013 ano 4 n°9 FRAGA, L. S 2012 apud IRELAND, Thimoty Denis. Educação de jovens e adultos e extensão universitária: primos pobres? Aproximações para um estudo sobre a educação de jovens e adultos na universidade. In: Melo Neto, José Francisco de. Extensão universitária: diálogos populares. João Pessoa: Editora da UFPB, 2002. GURGEL, Roberto Mauro. Extensão universitária: comunicação ou domesticação. São Paulo: Cortez, Autores Associados, UFC, 1986. ROPER; HIRTH. A History of change in the Third Mission of Higher Education: The Evolution of One-way Service to Interactive Engagement. Journal of Higher Education Outreach and Engagement, vol. 10, n°3 p- 3-19 2005 BARTINK, Fabiana Marques Pereira; SILVA, Itamar Mendes da. Avaliação da ação extensionista em universidades católicas e comunitárias. Avaliação (Campinas) [on line]. 2009, vol. 14, n.2, PP. 453-469. ISSN 1414-4077 CULUM, B. Facing New Expectations- Integrating Third Mission Activities into the University. The Academic Profession in Europe: New Tasks and New Challenges. Croatia n°5 p-163- 195, 2013 FREIRE, P. Não há docência sem discência. In: FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa/ Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura) cap. 1 p-21-45. NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel (org). Extensão Universitária: diretrizes conceituais e políticas – Documentos básicos do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras 1987 – 2000. Belo Horizonte: PROEX/UFMG; o Fórum, 2000. ARROYO; D. M. P; DA ROCHA M.S.P. Meta-Avaliação de uma Extensão Universitária: Estudo de Caso. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 15, n. 2, p. 135-161, jul. 2010. SERRANO, Rossana Maria Souto Maior. “Conceitos de extensão universitária: um diálogo com Paulo Freire.” Pró-reitoria de extensão e assuntos comunitários–PRAC, João Pessoa (2006). JUNIOR, H. C. (02 de Março de 2015 ). Alunos do curso pré-vestibular Colmeia. Acesso em 10 de Setembro de 2015, disponível em Unicamp: http://www.unicamp. br/unicamp/noticias/2015/03/02/alunos-do-curso-pre-vestibular-colmeia-sao-aprovados-em-diversas-universidades Palavras-chaves: Extensão Universitária, Desigualdade, Projeto Colmeia 65 Eixo 1 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA FORMAÇÃO DO BACHAREL EM DIREITO E NA GARANTIA DO ACESSO À JUSTICA: A EXPERIÊNCIA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO PAIJUS Autor(es): LILIANE CRISTINA DE OLIVEIRA HESPANHOL - Universidade do Estado de Minas Gerais, JULIA MARÇONI GONÇALVES SILVA - UEMG UNIDADE PASSOS 1 Introdução Com o intuito de proporcionar aos estudantes de Direito a experiência da conciliação, como meio de pacificar conflitos, desde o ano de 2010 foi formulado e aprovado, junto ao PAEX/UEMG, o projeto de extensão universitária – PAIJUS - Programa de Atendimento Itinerante Jurídico-social. Referido projeto já se encontra em sua sexta edição. Para a elaboração do projeto foram considerados dois pontos principais: a) o fato de que os mais necessitados, por motivos vários, têm dificuldades de acesso à Justiça e o atendimento itinerante, paralelo ao feito no posto fixo, consegue atingir a população, com maiores índices de vulnerabilidade social; b) analisou-se também, que a extensão universitária, poderia contribuir para a modificação da situação de crise enfrentada pelo ensino jurídico, um ensino divorciado da realidade social. Com a formatação dos dados foi possível compreender que através da conciliação as partes se tornam responsáveis pela gestão de suas demandas, e, auxiliados pelo conciliador, buscam solução pacífica para seus conflitos. Com relação ao ensino jurídico, através da extensão universitária, os alunos se sentiram mais próximos da realidade social que os cercam, ou seja, a unidade entre teoria e prática foi garantida, o que é de fundamental importância para uma formação crítica e reflexiva, capaz de atuação transformadora. 2 Análise dos Resultados Durante a execução do projeto, no ano de 2014, várias ações foram desenvolvidas com o intuito de informar e formar sobre a cultura da conciliação como instrumento de acesso à justiça. Os atendimentos realizados encontram-se formatados na tabela abaixo: SESSÕES REALIZADAS ANO: 2014 REGISTRADAS COM ACORDO SEM ACORDO FEVEREIRO 13 6 4 MARÇO 22 10 6 ABRIL 24 6 3 MAIO 23 7 5 JUNHO 7 3 1 JULHO 1 0 1 AGOSTO 19 11 2 SETEMBRO 25 14 2 OUTUBRO 2 0 1 NOVEMBRO 13 6 2 DEZEMBRO 5 2 1 154 65 28 93 Fonte: Mapas de conciliação do Juizado de Conciliação Com a análise dos dados percebe-se que a procura pela conciliação ocorreu durante todo o ano, o que demonstrado uma melhor aceitação da conciliação pela sociedade, que tem optado por pacificar seus conflitos através dos métodos autocompositivos, sem recorrer ao judiciário. Nos meses de Junho e Julho, tivemos uma procura menor, devido à suspensão dos serviços em razão das férias escolares e da copa do mundo. Das 154 sessões registradas, 93 foram realizadas, e destas 65 culminaram em acordo, ou seja 69, 89% de acordos realizados. SESSÕES NÃO REALIZADAS ANO: 2014 REGISTRADAS AUSENCIA DO RECLAMANTE AUSENCIA DO RECLAMADO AUSENCIA DE AMBOS FEVEREIRO 13 2 0 1 MARÇO 22 0 4 2 ABRIL 24 0 9 6 MAIO 23 0 7 4 JUNHO 7 0 3 0 JULHO 1 0 0 0 AGOSTO 19 0 3 3 SETEMBRO 25 0 5 4 OUTUBRO 2 0 0 1 NOVEMBRO 13 0 5 0 DEZEMBRO 5 0 1 1 154 2 37 22 61 Com relação às sessões não realizadas tivemos o total de 61, conforme tabela acima. Fato que merece destaque é que as sessões não se realizaram, na sua grande maioria, por ausência do reclamado, pois ele é convidado e não é obrigado a comparecer, pois a conciliação pressupõe voluntariedade para ter sucesso. Quando ambos não comparecem, muitas vezes é porque já resolveram o conflito. No que se refere ao ensino, através da extensão universitária, estabeleceu-se um diálogo entre a Universidade e a comunidade, que proporcionou impacto na formação do estudante, com a unidade entre teoria e prática. Segundo Vázquez, teoria e prática são “duas formas de comportamento do homem em face da realidade, que se desenvolvem em estreita unidade, ao longo da história humana” (1977, p. 117). Sete alunos do oitavo período do curso de Direito foram entrevistados e todos participaram das atividades de conciliação, como atividade do estágio curricular, ou seja, a extensão também tornou-se atividade de ensino. Quando questionados sobre qual a contribuição de tais atividades para a sua formação, cinco alunos destacaram o contato com o caso concreto; dois a melhora na desenvoltura com os clientes no momento do atendimento. Todos os entrevistados afirmaram que acreditam que a conciliação é um meio de pacificação social. E a maioria justificou que a grande vantagem da conciliação, quando comparada aos métodos tradicionais do Poder Judiciário, é ser um meio mais rápido e resgatar a autonomia das partes, pois elas mesmas formulam suas propostas. Destacaram também as vantagens de ser um meio informal, menos desgastante para as partes, desafogar o judiciário e ser um meio de educação. Os alunos bolsistas entrevistados apresentaram respostas mais consistentes e elaboradas, o que se deve ao maior envolvimento com o projeto e maior atuação na conciliação. Todos os bolsistas desenvolveram pesquisas relacionadas a temática e ressaltaram que a experiência no projeto influenciou significativamente suas atuações profissionais. Entendemos que toda mudança no sistema de Justiça ou reforma do Poder Judiciário, passa necessariamente pelo ensino jurídico, pelos bancos escolares. É de suma importância a reflexão sobre a qualidade da formação que os bacharéis têm recebido, pois tal formação terá consequência direta em sua atuação profissional. Nesse sentido são as reflexões de Ada 66 Eixo 1 Pellegrini Grinover, Kazuo Watanabe e Caetano Lagrasta Neto: O grande obstáculo, no Brasil, à utilização mais intensa da conciliação, da mediação e de outros meios alternativos de resolução de conflitos, está na formação acadêmica dos nossos operadores de Direito, que é voltada, fundamentalmente, para a solução contenciosa e adjudicada dos conflitos de interesses. É esse o modelo ensinado em todas as faculdades de Direito do Brasil. Quase nenhuma faculdade oferece aos alunos, em nível de graduação, disciplinas voltadas à solução não contenciosa dos conflitos. (GRINOVER et. al. 2007, p.06). Desde o início da primeira edição do projeto, em 2010, tivemos no curso de Direito 20 trabalhos de conclusão de curso, envolvendo a temática da conciliação e várias artigos científicos sobre a mesma temática. Tal fato demonstra que os alunos têm despertado interesse pela temática. 3 Conclusão Carlos Vasconcelos (2012, p. 19) ensina que “o conflito ou dissenso é fenômeno inerente às relações humanas. É fruto de percepções e posições divergentes quanto a fatos e condutas que envolvem expectativas, valores ou interesses comuns. O conflito não é algo que deva ser encarado negativamente. É impossível uma relação interpessoal plenamente consensual. Cada pessoa é dotada de uma originalidade única, com experiências e circunstâncias existenciais personalíssimas. Por mais afinidade e afeto que exista em determinada relação interpessoal, algum dissenso, algum conflito, estará presente.” Frente a isto a conciliação, método ao qual fora dedicado especial enfoque neste trabalho, viabiliza a pacificação de tais conflitos, devolvendo ao cidadão a sua emancipação social, ou seja, a capacidade de resolver seus conflitos, sem a necessidade de delegar tal decisão a um terceiro. Por fim, concluímos que o PAIJUS tem contribuído de forma positiva para a formação dos universitários do curso de Direito, pois coloca o estudante, futuro profissional, em contato com a realidade social, rompendo com o modelo tradicional de ensino, centrado, principalmente, no sistema transmissivo, que se afastou da dinâmica social. Acreditamos que assim a Universidade cumpre papel relevante na transformação social, garantindo a unidade entre ensino, pesquisa e extensão. 4 Referências CAPPELLETTI, Mauro e CARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 1993. GRINOVER, Ada Pellegrini. WATANABE, Kazuo. LAGRASTA NETO, Caetano. Mediação e Gerenciamento do Processo: Revolução na Prestação Jurisdicional. (Coord.) São Paulo: Atlas, 2007. VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da praxis. Tradução de Luiz Fernando Cardoso. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. VASCONCELOS, Carlos Eduardo de. Mediação de Conflitos e Práticas Restaurativas. São Paulo: Método, 2012. Palavras-chaves: Extensão / Conciliação / Acesso à justiça / formação 67 Eixo 1 A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA TERCEIRA IDADE: APRENDENDO SOBRE MEMÓRIA Autor(es): Fernando Canova - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), ELIANE SILVA BICOCCHI - ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES - EACH-USP, DORA MARIA GRASSI-KASSISSE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP Introdução A Extensão Universitária é uma das funções sociais da Universidade, realizada por meio de um conjunto de ações envolvendo a comunidade, devendo estar vinculadas ao ensino e à pesquisa. De uma forma geral, sua finalidade é promover o desenvolvimento do bem-estar físico, e social, a promoção e a garantia dos valores democráticos de igualdade de direitos e de participação, o respeito à pessoa e à sustentabilidade das intervenções no ambiente. A aprendizagem é o processo pelo qual nós e outros organismos adquirimos conhecimento sobre os eventos do mundo, por meio da experiência, imitação ou observação, podendo ser considerado importante processo pelo qual o ambiente altera o comportamento. De modo geral, pode-se afirmar que a aprendizagem é um processo que se caracteriza pela alteração da probabilidade de ocorrência de classes de comportamento do organismo, em função de interações com eventos ambientais. As experiências vivenciadas pelo organismo durante a aprendizagem desencadeiam alterações comportamentais, celulares e moleculares no sistema nervoso central (SNC), resultando na formação de memória. O processo de memória pode ser descrito como envolvendo diferentes fases: aquisição, consolidação, recuperação, reconsolidação, persistência e extinção das informações adquiridas. Assim, a memória possui um grande significado biológico. A memória pode ser classificada de acordo com seu período de armazenamento – memória de curto prazo e de longo prazo, e com seu conteúdo - memória explícita e implícita, e período de armazenamento. A memória de curto prazo se refere ao armazenamento de pequena quantidade de informações por período de tempo limitado a segundos e poucos minutos até 3 horas, sendo independente da transcrição de mRNA e de síntese protéica. Já a memória de longo prazo refere-se ao armazenamento de grande quantidade de informações por um período de tempo longo, que pode variar em horas, dias e até anos. A memória explícita ou declarativa inclui o conhecimento sobre fatos ou eventos, cuja evocação requer um esforço consciente. A memória implícita ou procedimental está relacionada a comportamentos que se repetem com frequência, condicionamentos reflexos ou habilidades motoras. Estudos sobre a memória permitiram a identificação de duas classes de aprendizagem implícita: não associativa e associativa. Ocorre aprendizagem não associativa quando o animal é exposto, por uma vez ou mais, a um só tipo de estímulo, e não se estabelecem relações óbvias entre estímulos ou entre estímulo e comportamento, como acontece na habituação (decréscimo progressivo da resposta a estímulos benignos repetidos ou contínuos) e na sensibilização (fortalecimento da resposta a um estímulo inócuo, devido a exposição a um estimulo aversivo prévio). Na aprendizagem associativa, há o estabelecimento de uma relação de contingência entre estímulo/estímulo ou estímulo/comportamento (condicionamento clássico e operante, respectivamente). Por volta dos 50 anos a capacidade humana de armazenar informações começa a sofrer um processo lento e gradativo de deterioração. Segundo o Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE), o Brasil possui cerca de 26 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, que representa mais de 13% da população brasileira. Estimativas do órgão indicam que esse contingente atingirá 32 milhões em 2025 e fará do País o sexto em número de idosos no mundo. É o grupo etário que mais cresce no Brasil. Manter o funcionamento cognitivo na velhice no cotidiano, sugere um favorecimento na eficácia da realização de tarefas no uso de suas capacidades e muitos estudos tem demonstrado essas potencialidades. O treinamento da memória ocasiona a agregação à promoção da saúde, autonomia e a melhoria da qualidade de vida. Entender os processos envolvidos na aquisição e recuperação da memória, além de estratégias para potencializa-las, torna-se de extrema importância para esta grande fatia da população. Objetivos Aproveitando a realização do PROJETO UniversIDADE da Universidade Estadual de Campinas, que foi criado para proporcionar à comunidade, condições para a preparação do indivíduo em estágio pré-aposentadoria, aposentadoria e pós-aposentadoria, de modo a mantê-las ativa tanto física quanto mentalmente, atendendo as necessidade de prevenção, estimulação e capacitação do desenvolvimento físico e emocional através de atividades interdisciplinares que buscam fomentar os diálogos relacionados à longevidade e qualidade de vida, foi proposto uma atividade onde seriam apresentados os conceitos de aprendizagem e memória, assim como estratégias para melhorá-las. Material e Métodos Este projeto de extensão universitária, foi elaborado para atender a terceira idade, consiste em apresentação das diferentes formas de aprendizagem e memória, como nosso cérebro armazena a memória e como podemos melhorar nossa memorização através de atitudes simples no dia a dia. Resultados Inicialmente, foi aberta uma turma com 25 vagas, rapidamente as vagas foram preenchidas por interessados que tinham entre 55 e 88 anos, durante esta aula, foi notado grande interesse dos participantes com o tema, havendo grande participação durante sua exposição. Após esta primeira experiência, 68 Eixo 1 notamos a necessidade de ampliação do projeto que atualmente conta com duas turmas com 40 participantes cada. Foram apresentados conceitos sobre os diferentes tipos de aprendizagem e memória, exemplos práticos sobre cada tópico, além disso, foram apresentados alguns dos métodos utilizados para se obter melhor aproveitamento das técnicas de aprendizagem e retenção e recuperação da memória. Através de diferentes tipos de questionários, foi possível avaliar a capacidade de retenção e recuperação dos participantes em tarefas que utilizavam a memória visual e auditiva, foram utilizados também, testes de aprendizagem motora, onde os participantes foram expostos à tarefa de reproduzir um desenho e com a repetição desta tarefa, cada participante notou melhoria em sua capacidade de reprodução. Conclusões Com os questionários apresentados, foi possível comprovar a eficácia das técnicas para melhoria tanto na aprendizagem quanto na recuperação da memória dos participantes, uma vez que todos tiveram melhorias nestas tarefas. O Curso de aprendizagem e memória teve como intuito principal representar um projeto de extensão no sentido mais amplo da palavra. Seu objetivo, portanto, foi que os participantes pudessem adquirir os conhecimentos relativos aos processos da memória e suas implicações com a terceira idade, deixando-os capacitados para utilizar estes conceitos em sua vida e também servindo como multiplicadores do conhecimento adquirido. Outro objetivo, de igual relevância deste curso foi servir como espaço de socialização, fator muito importante para o bem estar destas pessoas. O sucesso desta ação não foi apenas medido através de gráficos ou tabelas, mas pode ser também ser observado pelos abraços carinhosos entre os participantes e pelos agradecimentos afetuosos dos idosos ao final do evento. Os resultados obtidos com este trabalho indicam que eventos como este são de extrema importância não apenas para a instituição de ensino, mas para pessoas não diretamente ligadas a ela, uma vez que um dos objetivos da extensão universitária é a prestação de serviços para a comunidade Palavras-chaves: Extensão / terceira idade / Comunidade 69 Eixo 1 A GENTE SE VÊ NA INTERNET: UMA EXPERIÊNCIA COM COMUNICAÇÃO DIGITAL E EDUCOMUNICAÇÃO COM ADOLESCENTES Autor(es): FABIANO ORMANEZE - PUC-Campinas A partir de demandas do Centro de Assistência Social (CAS) Copiosa Redenção, localizado na segunda mais populosa região de Campinas (SP), Campo Grande, Noroeste da cidade, o projeto de extensão “Comunicação Comunitária e Cidadania: Práticas Educomunicativas” tem como objetivo central desenvolver oficinas e atividades em busca da capacitação de adolescentes (12 a 16 anos) para elaborar produtos jornalísticos impressos e materiais de comunicação digital, com cunho alternativo. Está sendo desenvolvido em parceria com a PUC-Campinas no biênio 2014-2015. Neste texto, especificamente, detalhamos o processo de elaboração do site Copiosas Notícias e também da fanpage dele derivado. A comunicação é um instrumento que auxilia a criar nos envolvidos a noção de pertencimento, além de ser importante diretriz para a construção da cidadania e da democracia. Nesse sentido, as ferramentas de comunicação digital servem como facilitadoras, pois têm baixo custo (muitas são, inclusive, gratuitas), além de estarem associadas ao grande espaço que a internet ganhou como meio de comunicação neste começo de século. Em se tratando de um público adolescente, a produção de veículos digitais reveste-se ainda de mais importância, pois trata-se de uma estratégia que gera bastante interesse e fascínio nessa faixa etária, sem contar a facilidade para o domínio técnico que caracteriza tal geração. Além disso, pode suscitar, como se verá, os primeiros caminhos para uma futura profissionalização na área. Kunczik (2002) lembra que, em geral, as populações de baixa renda encontram dificuldades de acesso aos meios de comunicação de maior ressonância social, sem ter espaço para divulgarem suas atividades e suas próprias percepções de mundo. A comunicação comunitária digital auxilia, portanto, a desenvolver um sentimento de interação e de envolvimento social, além de servir para ampliar o envolvimento político. Nesse sentido, inclusive, Roldão (2014) considera a internet como um novo locus da comunicação alternativa. É evidente que a produção e a veiculação de informações na internet, por si só, não garantem sua divulgação. É trabalho também de quem atua na comunicação gerar formas de se fazer chegar às pessoas. Maia e Gomes (2008, p. 278) lembram que “para fortalecer a democracia, são necessárias não apenas estruturas comunicacionais eficientes ou instituições propícias à participação, mas também devem estar presentes a motivação correta, o interesse e a disponibilidade dos próprios cidadãos para engajar-se em debates”. De nada adianta, por exemplo, fazer a criação de um site ou de um blog se ele raramente for acessado ou ficar restrito às visualizações de seus produtores ou pares. Dentro da proposta de instrumentalizar para a criação de veículos de comunicação comunitária, gerando autonomia nos participantes, o projeto de extensão contempla, desde meados de 2014, oficinas que abordam as ferramentas digitais, incluindo a plataforma Wix, que oferece a possibilidade de elaboração de sites sem nenhum custo e com fácil manuseio dos recursos, sem a necessidade de conhecimentos em programação ou webdesign. Após análises de sites e informações sobre a eficácia das informações via rede, por meio da técnica do benchmarking, os adolescentes participantes chegaram à conclusão de que era necessária a criação de uma nova página para a instituição e para a comunidade, haja vista que as poucas informações existentes na rede estavam atreladas ao site oficial da Congregação dos Redentoristas, que mantém a instituição. Ainda assim, constituíam-se apenas de dados oficiais, sem nenhuma reflexão ou notícias sobre a comunidade e as realizações da própria entidade. Surgiram, da mesma forma, ideias de como a página deveria ser concebida do ponto de vista da navegabilidade e legibilidade. O site criado pelos adolescentes foi nomeado de Copiosas Notícias e está disponível em http://projetoextensaocop.wix.com/copiosasnoticias. Nessa perspectiva, o trabalho que está sendo desenvolvido também complementa as atividades da entidade, que já mantém cursos de inclusão digital. Com a criação da página, viu-se a necessidade de criar ferramentas de divulgação e compartilhamento, motivos pelos quais também foi implantada uma fanpage, que pode ser acessada por usuários do Facebook em: https://www.facebook.com/www.copiosasnoticias.com.br. Esses dois veículos estão sendo utilizados para a postagem de notícias sobre a região Campo Grande, produzidas pelos adolescentes. Além disso, estão inseridas no mesmo site as informações de divulgação do projeto e o arquivo digital do boletim impresso homônimo elaborado bimestralmente pelo grupo. A partir da percepção do pequeno espaço dedicado pela grande imprensa à região, os adolescentes já produziram notícias sobre assuntos como a falta de estrutura no bairro, a imagem que têm das escolas e as iniciativas sociais que tentam melhorar as condições de vida, entre outros temas de caráter comunitário. As pautas surgiram após oficinas que permitiram uma leitura crítica dos meios de comunicação, uma vez que os próprios adolescentes tinham, num primeiro momento, dificuldade de enxergar a região de modo diferente do veiculado pela grande imprensa que, em geral, associa o local à violência e à pobreza. Os primeiros resultados mostram que os adolescentes interessaram-se de forma muito mais marcante pelas oficinas de comunicação digital do que as que abordavam o jornalismo impresso, objetivo inicial do projeto de extensão. Além disso, alguns já manifestaram interesse em cursos 70 Eixo 1 profissionalizantes na área, como de webdesign e sistemas de informação. Aos poucos, a página também se torna ponto de informação, contando com compartilhamentos de pessoas que não estão ligadas ao projeto, o que demonstra sua penetração social na comunidade e também a identificação entre os sujeitos locutores e interlocutores. Para expandir o trabalho e também possibilitar a geração de conhecimento em outros grupos, será produzida, no segundo semestre de 2015, como etapa final do projeto de extensão, uma cartilha com o passo a passo da elaboração de produtos de comunicação digital e informações sobre o uso das ferramentas, que contará a experiência do grupo e poderá ser usada por outras comunidades na replicação e criação de novas iniciativas. A cartilha ficará disponível no site Copiosas Notícias. Referências Bibliográficas MAIA, Rousiley C. M.; GOMES, Wilson.Comunicação e democracia: problemas e perspectivas. São Paulo: Paulus, 2008. KUNCZIK, Michael Conceitos de jornalismo: norte e sul – manual de comunicação.2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. ROLDÃO, Carlos Gilberto. Mídia e movimentos sociais: o novo locus do jornalismo alternativo. In: ORMANEZE, Fabiano; BORGES, Ana Gabriel Simões; PAVANI, Cecília (orgs.). Comunicação, educação e liberdade na sociedade do espetáculo. Campinas: Pontes, 2014, p. 156-175. Palavras-chaves: Comunicação Comunitária / Educomunicação / Comunicação Digital / Adolescentes / Terceiro Setor 71 Eixo 1 A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DE COMUNIDADES CARENTES Autor(es): Rodrigo Semeria Ruschel - PUC Campinas, APARECIDA SILVA SANTOS CARBONE - LABSAN-FEC, EDSON APARECIDO ABDUL NOUR - LABSAN-FEC, ANGELA S BARRETO - LABSAN-FEC, GUSTAVO QUEIROZ - LABSAN-FEC Entende-se que a sustentabilidade deve se realizar plenamente nas dimensões política, econômica, social, ambiental e cultural, de modo a ser integralizada em todas as esferas formuladoras e executoras das políticas públicas, tanto em seus conteúdos como em suas formas de implementação. O objetivo deste trabalho é destacar a importância da sustentabilidade e da qualidade de vida. No entanto, por muitas vezes, estes assuntos são apresentados de forma equivocada, fazendo com que o meio não assuma seu papel na construção de uma sociedade mais consciente, saudável e feliz. Conceitos que estão atrelados e, por sua vez, merecem toda atenção, pois quando fala-se em “qualidade”, faz-se referência a vida, e quando se expressa “sustentabilidade”, fala-se sobre conduta, a postura que se assume frente as questões ambientais. Entende-se sustentabilidade como um conjunto de ações e valores que, uma vez incorporados nas atividades diárias, resultam no desenvolvimento eficiente e consciente do sistema, seja em esfera municipal estadual, federal, até mesmo global. Porém, de nada adianta a introdução de novos valores enquanto a sociedade, assumindo um papel de espectadora, sofre com as consequências de uma administração pública norteada por interesses políticos. Pensar em sustentabilidade em locais de baixa renda é um desafio, afinal, observar e compreender as necessidades destes locais exige um comprometimento da parte de quem observa. Em todo o território nacional é possível encontrar diversas comunidade carentes, e mesmo com as políticas nacionais de desenvolvimento e o esforço de algumas organizações não governamentais (ONG’s), estas comunidades ainda sofrem com a falta de uma estrutura sólida que dê sustentabilidade aos projetos. Na maioria das vezes, os projetos que visam atender comunidades carentes são de caráter assistencialista, ou seja, projetos que são realizados através de doações para determinadas instituições ou organizações. São medidas imediatistas para tentar combater uma determinada deficiência do sistema. Sendo assim, para comunidades onde a carência de recursos e de desenvolvimento são problemas crônicos, faz-se necessário a implementação de projetos autossustentáveis, nos quais a população envolvida possa ter condições de dar continuidade ao projeto sem que haja necessidade de medidas assistencialistas, mas através de capacitação e dedicação. Este trabalho busca realizar um levantamento das características ambientais da ocupação do bairro Campo Belo II utilizando-se de indicadores de sustentabilidade. O Jardim Campo Belo é um bairro da Região Sul de Campinas, tendo a sudeste o Jardim Marisa, a leste a Vila Palmeiras e a sudoeste o Parque Centenário. O bairro é cortado pela Rodovia Vinhedo-Viracopos. O bairro em questão pertence à Macrozona 7 e caracteriza-se pela presença estruturadora do aeroporto que representa grande barreira física e condiciona atividades do seu entorno, não só em função das operações aeroportuárias, cujas restrições de uso do solo são determinadas por normas federais, como também pela presença de importantes barreiras físicas ao sistema viário, extremamente relevantes, como o Rio Capivari e seus afluentes. A malha viária da MZ 7 é bastante descontínua, desprovida de infraestrutura e pavimentação, apenas as vias de itinerário de ônibus são pavimentadas permitindo a acessibilidade para os moradores. Possui assentamentos urbanos precários, implantados de forma irregular, desconfigurando o traçado viário no entorno do aeroporto, como é o caso dos loteamentos Cidade Singer, Campo Belo, Jd. Itaguaçu e outros que se encontravam na área declarada de utilidade pública. Os indicadores de sustentabilidade deveriam permitir aos governantes e tomadores de decisões uma visão mais integrada dos aspectos do desenvolvimento econômico, sustentabilidade ambiental e equilíbrio social, considerando a riqueza ambiental, social e econômica dos países. Dessa forma, as decisões poderiam favorecer o crescimento e desenvolvimento das sociedades, estimando a eficiência, suficiência, equidade e qualidade de vida, promovendo políticas e estratégias, considerando a situação de escassez de recursos naturais e insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) busca estabelecer o bem-estar de uma sociedade tendo como foco o ser humano e não o crescimento econômico ou renda. Ele é resultado da combinação de três indicadores bases ou dimensões: a expectativa de vida (saúde), renda e nível de educação. No entanto, embora essa perspectiva consiga expandir a possibilidade de se quantificar a qualidade de vida das sociedades em relação ao PIB, não consegue esgotar ou envolver todos os aspectos do desenvolvimento, esquecendo-se de considerar o meio ambiente como um todo. Sabendo das falhas dos atuais indicadores de sustentabilidade, pode-se citar alguns fatores ou aspectos que ainda não são considerados: crescimento desordenado das cidades, desemprego, desagregação familiar, desigualdades sociais, aumento da violência e criminalidade, poluição, atendimentos de saúde insuficiente, não equidade dos sexos, falta de respeito pelas diferentes culturas e raças, destino inadequado de resíduos sólidos provenientes de uso doméstico e resíduos sólidos de serviço de saúde (RSSS), prolife72 Eixo 1 ração de doenças transmissíveis por mosquitos, entre outros. Os indicadores de sustentabilidade, apesar de se referirem a índices sobre o desenvolvimento econômico, políticas sociais e ambientais, ainda falham, pois não conseguem quantificar, de fato, a qualidade de vida das sociedades, esgotando todos os aspectos do desenvolvimento, abordando mais uma vez o meio de forma fragmentada. Por fim, conclui-se que o desenvolvimento sustentável, bem como a busca por uma real qualidade de vida só é possível a partir de uma sociedade sustentável, que consegue estabelecer seus padrões de consumo, bem-estar, de modo a considerar o desenvolvimento histórico do meio natural, social e cultural. Palavras-chaves: Sustentabilidade / Comunidades / Indicadores 73 Eixo 1 A INDISSOCIABILIDADE ENSINO PESQUISA EXTENSÃO COMO EIXO ESTRUTURANTE DE PROPOSTAS INVESTIGATIVAS JUNTO A PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS Autor(es): BÁRBARA CRISTINA MOREIRA SICARDI NAKAYAMA - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), SERGIO APPARECIDO LORENZATO - UNICAMP Este trabalho foi concebido na perspectiva de apresentar o processo vivenciado no percurso de uma pesquisa que está em fase de conclusão, desenvolvida como requisito para a realização das atividades de pós doutoramento e que parte do princípio da indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão para a produção de conhecimentos sobre os saberes que são mobilizados na prática por docentes que atuam nos anos iniciais no processo de gestão curricular em matemática no âmbito da educação escolar. A pesquisa foi concebida no contexto do NEPEN – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Narrativas Educativas, Formação e Trabalho Docente, na UFSCar/Campus Sorocaba e do GEPEMAI – Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Matemática nos Anos Iniciais, na UNICAMP e a trilha metodológica percorrida contemplou a reflexão individual e compartilhada com profissionais em serviço em espaços de formação continuada, a reflexão pontuada sobre os aspectos curriculares, a produção de recursos articulados ao ensino da matemática, a produção e análise de narrativas educativas como forma de leitura e produção do conhecimento da e sobre a prática docente e o constante diálogo com a literatura educacional. As ações dos integrantes do NEPEN têm assumido um caráter de parceria na perspectiva de compreender os múltiplos olhares e contextos trazidos pelos formadores, professores em serviço e licenciandos, enquanto dialogam e problematizam sobre as diferentes práticas docentes para melhorar o ensino, as práticas de inserção e sustentabilidade na docência e os diferentes conhecimentos sobre, na e da prática no processo formativo (COCHRAN SMITH e LYTLE, 1999). Estas práticas partem do pressuposto da importância da reflexão, da escrita e do diálogo a partir da prática docente, além de assumir como princípios norteadores a colaboração e a autonomia na elaboração de recursos didáticos para o processo de desenvolvimento profissional docente. Dadas as trajetórias pessoais dos integrantes, assim como as possibilidades de trabalho demandadas pelo contexto institucional e regional, o grupo tem centrado esforços em trabalhos vinculados ao campo da matemática. Nesta perspectiva, tem realizado atividades em parceria com o GEPEMAI, grupo que tem como objetivo investigar e analisar o ensino de matemática nos Anos Iniciais, estudando e propondo atividades para serem aplicadas em sala de aula. A questão norteadora deste projeto foi concebida portanto, em decorrência da pluralidade formativa dos integrantes do NEPEN e do GEPEMAI e se expressa nos seguintes termos: Quais saberes são mobilizados na prática por docentes no processo de gestão curricular em matemática no âmbito da educação escolar? Os objetivos e metas deste projeto se estruturam de acordo com a questão anunciada, impulsionando ações investigativas e formativas junto aos professores dos anos iniciais que atuam em rede pública, participam do NEPEN e/ou do GEPEMAI e que manifestaram interesse em participar do trabalho. Nesta perspectiva, vislumbramos refletir sobre os saberes mobilizados na prática por docentes no processo de gestão curricular em matemática e compreender como o currículo de matemática se implementa em termos de conteúdos, experiências e outros aspectos da ação educativa tendo em vista a instância pedagógica e da gestão educacional. Para formar docentes para atuar na Educação Básica numa perspectiva consoante com as indicações propostas pelas Diretrizes Curriculares de Formação de Professores (BRASIL, 2015), é preciso agregar conhecimentos (disciplinares, pedagógicos e didático-pedagógicos da matéria de ensino) e atitudes que possibilitem que os profissionais sejam capazes de entender a necessidade de atuar neste cenário de maneira a transformá-lo, ou seja, não só como atores que representam papéis sociais, mas como autores de suas práticas educativas que possam atribuir (novo) sentido à aprendizagem. Considerando ainda nosso posicionamento acerca do reconhecimento de que a matemática deva ser considerada como área e campo disciplinar e ainda tomando como referencia os eixos transversais (Resolução de Problemas, História da Matemática, Tecnologia da Informação e Jogos) indicados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN de matemática (BRASIL, 2006) para o trabalho com os blocos de conteúdos, a proposta formativa que integra a pesquisa se estruturou de modo a promover espaços de reflexão, vivências e problematização de estratégias de ensino e instrumentos avaliativos que pudessem contribuir para os processos de ensino e de aprendizagem da matemática no interior da escola pública. A proposta desta investigação estruturou-se, portanto sob a égide da indissociabilidade ensino pesquisa e extensão e integrou a apresentação da proposta aos professores, sondagem e planejamento; ciclos de formação; a realização de um evento “Compartilhando Experiências” e a produção compartilhada do relatório final da pesquisa. Além de apresentar a proposta de trabalho aos professores, renegociamos sentidos e práticas de maneira a se considerar as expectativas e demandas anunciadas, definimos os critérios de composição dos grupos de trabalho e as datas dos encontros de formação. A partir destes diálogos demos sequencia ao planejamento 74 Eixo 1 dos módulos de formação e concebemos as atividades que seriam realizadas pelos participantes do projeto. Os ciclos de formação se deram a partir de encontros presenciais com os professores e foram constituídos grupos de trabalho que estudaram simultaneamente os blocos de conteúdo de matemática previstos pelo currículo oficial (Números e Operações, Espaço e Forma, Grandezas e Medidas e Tratamento da Informação), planejaram atividades, desenvolveram em suas salas de aula, socializaram os resultados e problematizaram as vivências entre si. A metodologia utilizada nestes encontros de formação baseou-se na troca de experiências e na construção coletiva de conhecimentos sobre matemática e prática docente entre os professores da rede pública de ensino. Ao final dos encontros os grupos de trabalho concluíram o estudo dos blocos de conteúdo de maneira articulada aos eixos transversais e a partir de então foi possível pensar em um espaço maior para socialização, troca e avaliação das possibilidades didáticas vivenciadas. Este espaço se configurou como um evento que teve como tema “Compartilhando Experiências”. O evento objetivou além de garantir um espaço de socialização das vivencias, envolver os alunos de graduação em Pedagogia e Matemática, assim como pesquisadores da área da Educação e Educação Matemática, na perspectiva de fortalecer a rede colaborativa entre a formação inicial e continuada e a integração com outros grupos ou núcleos de formação de professores. Estruturou-se a partir da socialização das vivências em sala de aula e oferta de oficinas pelos próprios professores, a realização de palestras com convidados externos e a publicação dos textos em anais específico do evento. Além dos relatórios organizados pela pesquisadora e das atas do evento, todo o percurso trilhado promoveu a produção de registros reflexivos e nas atividades extensionistas voltadas para a formação continuada dos profissionais que estudam e ensinam matemática os participantes foram convidados a elaborar narrativas educativas. A compreensão das implicações pessoais e das marcas construídas na trajetória individual, através de relatos escritos e imagéticos sobre a aprendizagem pessoal e coletiva da profissão com base na vivência escolar, revelou-se como um fértil exercício de formação e de pesquisa, na medida em que possibilitou ao sujeito em formação compreender-se como autor e ator do seu percurso formativo. A utilização das narrativas educativas, como possibilidade formativa, relaciona-se com aprendizagens existenciais construídas no itinerário escolar e com as marcas da prática docente expressas pelos saberes da profissão e sobre a profissão. A opção por esta perspectiva de trabalho vincula-se ao conceito de formação como uma construção de sentido de si próprio (PINEAU, 1983), o que nos permite superar, na medida do possível, a noção de formação como centrada em tempos e espaços ritualizados. A construção e o conhecimento de si propiciados pela narrativa inscreve-se como um processo de formação porque remete o sujeito à uma pluralidade sincrônica e diacrônica de sua existência, frente a análise de seus percursos. A produção do relatório final da pesquisa, próxima etapa a ser cumprida, contemplará a análise dos registros produzidos no decorrer de todo o processo de formação, considerando as percepções dos professores durante o processo de formação; a reflexão sobre os conhecimentos pedagógicos, o uso de materiais didáticos, as ponderações sobre as práticas de ensino articuladas aos eixos transversais e a avaliação do percurso trilhado. Obtivemos como material passível de análise, 78 trabalhos de estudantes dos anos iniciais, alunos dos professores envolvidos no projeto, 2 vídeos, 13 planejamentos e 19 narrativas educativas e todo o material obtido está sendo analisado tomando como referência a abordagem da análise de conteúdo fundamentada em Bardin (1977). Até o momento, temos observado que este modelo proposto tem viabilizado o acompanhamento continuo dos professores, reflexões conjuntas sobre os impactos e realidades encontradas nas salas de aula, a utilização de diagnósticos para agir sobre as dificuldades para ensinar matemática, compartilhar experiências de docentes da rede pública e a consolidação de um grupo de profissionais comprometido com a aprendizagem matemática dos alunos nas escolas. Referências bibliográficas:. BARDIN, Laurence, trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. 1977. Análise de conteúdo. São Paulo, SP: Martins Fontes. BRASIL, Conselho Nacional De Educação. 2015. Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior. Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. 2006. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília. COCHRAN-SMITH, M., LYTLE, S.L. 1999. Relationships of Knowledge and Practice: Teacher Learning in Communities. Review of Research in Education, Jan 1999; vol. 24: pp. 249-305. PINEAU, G. 1983. Produire as vie: autoformation et autobiographie. Montreal: Edilig. Palavras-chaves: indissociabilidade ensino pesquisa extensão/saberes docentes/currículo e ensino de matemática 75 Eixo 1 A INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA ESCOLA INTEGRADA - UFMG Autor(es): NATALIA FRAGA CARVALHAIS OLIVEIRA - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Apresentação Este trabalho aborda alguns resultados de uma investigação realizada a respeito da relação entre a universidade e a educação básica no contexto da extensão universitária e das políticas de ampliação da jornada escolar. O locus da investigação foi a Universidade Federal de Minas Gerais e o Programa Escola Integrada (PEI/UFMG), que consiste em uma ação de extensão voltada a promover a relação entre a Universidade e a política de ampliação da jornada escolar da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte (SMED/PBH), nas escolas de ensino fundamental – Programa Escola Integrada. Dentre os objetivos do estudo, para fins deste trabalho, será analisada a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão no PEI/UFMG. A pesquisa, de caráter qualitativo, desenvolveuse por meio de um estudo de caso de natureza exploratória adotando-se como procedimentos a análise documental e entrevistas semiestruturadas realizadas com os gestores da Pró-Reitoria de Extensão, coordenação do PEI/UFMG, do PEI/SMED e professoras comunitárias de três escolas onde a Universidade atua. A extensão e o debate sobre a Indissociabilidade A extensão pode ser compreendida como componente de um novo paradigma da universidade que possibilitou, a partir da década de 1980, a construção de uma nova política para o ensino superior e para a pesquisa (TAVARES, 1996). No mesmo sentido, Mazzilli (2011) analisa o princípio da indissociabilidade como paradigma de uma universidade socialmente referenciada e expressão da expectativa de construção de um projeto democrático de sociedade. Por outro lado, para Demo (2001), a extensão seria a “má consciência” da universidade, uma vez que a interpela a criar vinculações sociais compensatórias para amenizar o adjetivo de “torre de marfim” e por não conseguir incorporar as questões sociais e a cidadania no currículo. De maneira consonante, Botomé (1996), concebe a extensão como um equívoco da universidade ao se propor a vincular o ensino e a pesquisa aos interesses da sociedade. Reis (1996) analisa a extensão a partir da proposição de duas linhas de ação da universidade: a Eventista-Inorgânica (prestação de serviços ou eventos realizados de maneira isolada ou desvinculada do ensino e da pesquisa) e a Processual-Orgânica (ações de caráter permanente, inerentes aos processos formativos e à produção do conhecimento e o estabelecimento de uma relação transformadora com a sociedade). Na mesma direção, Silva (2001) apresenta três outras concepções: a tradicional (assistencialista, esporádica, eventual), a processual (extensão como articuladora da universidade com a sociedade) e a crítica (extensão intrinsecamente ligada ao Ensino e à Pesquisa). Por fim, Jezine (2006), também apresenta outras três concepções relativas à extensão: a assistencialista (ações voltadas para quem já tinha acesso à universidade e as ações assistencialistas desenvolvidas no período militar), a acadêmica (concepção do FORPROEX) e a mercantilista (prestação de serviços com vistas à captação de recursos para a universidade). Em síntese, considerou-se que a indissociabilidade está situada na interseção das concepções processual e crítica de extensão universitária (SILVA, 2001) e acadêmica (JEZINE, 2006). Além disso, deve-se concretizar de maneira processual-orgânica (REIS, 1996) ao propor justamente a vinculação das atividades acadêmicas às necessidades sociais com vistas a contribuir mutuamente tanto para a universidade quanto para a sociedade. Portanto, a análise do objeto de estudo fundamentou-se na compreensão da indissociabilidade como um modelo de universidade voltado para os interesses sociais (MAZZILI, 2011; TAVARES, 1996) e como um princípio orientador da qualidade da produção universitária que se fundamenta na concepção da educação como direito, bem público e socialmente referenciada. O Programa Escola Integrada: na SMED e na UFMG O PEI/SMED se constitui na política de ampliação da jornada escolar nas escolas de ensino fundamental da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte (RMEBH), com o objetivo de ampliar as oportunidades de aprendizagem de crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos. Fundamenta-se na concepção da cidade educadora e na relação entre os conhecimentos escolares e saberes da comunidade. Integra diferentes projetos sociais da RMEBH com ações desenvolvidas por ONG e outros parceiros da sociedade civil. É desenvolvido no contra turno escolar com a oferta de oficinas por agentes culturais e monitores universitários. A coordenação do programa em cada escola fica a cargo do professor comunitário. A participação dos alunos ocorre por adesão das famílias. O PEI/SMED possui abrangência em todas as escolas da rede, mas não atende a todos os alunos e apresenta muitos desafios na sua implementação. A UFMG foi a primeira IES a se integrar ao programa e a constituir uma ação de extensão universitária vinculada a essa política pública. Em 2006, a UFMG foi convidada para ajudar a pensar em um novo formato para a ampliação da jornada escolar e a desenvolver o projeto piloto junto com a SMED. Na Universidade, o PEI/UFMG se constituiu inicialmente como um projeto de extensão. Até o ano de 2010 seu funcionamento ocorreu em torno da oferta de oficinas às escolas; realização de seminários de formação continuada voltados para os monitores e avaliação de todos os participantes do projeto na UFMG. Os monitores (estudantes da universidade) que atuavam na ministração das ofici76 Eixo 1 nas junto às escolas municipais desenvolviam 12 horas de atividades junto aos estudantes das escolas, 4 horas de orientação e planejamento junto ao professor comunitário e 4 horas de orientação e planejamento na Universidade, junto com os coordenadores responsáveis pela proposição de oficinas, seleção e preparação dos monitores, como também de processos avaliativos relativos à atuação dos monitores nas escolas e ao programa junto a coordenação geral e pedagógica. Em 2010, esses coordenadores passaram a contar com o apoio de bolsistas de pós-graduação na orientação dos monitores de oficina. A partir de 2011 o PEI/UFMG foi organizado como um programa de extensão, configurando-se como uma ação mais complexa e articuladora de outras ações organizadas por um eixo comum. Esse processo resultou na expansão da sua abrangência na Universidade e escolas, permitindo a ampliação das ações no sentido de qualificar as atividades junto às escolas, bem como a formação dos estudantes da própria Universidade e a busca pela sistematização de conhecimento. Resultados Para verificar como a vinculação do PEI/UFMG ao ensino e à pesquisa, além das evidências apresentadas nas entrevistas, realizou-se o levantamento das possibilidades de creditação curricular referente à participação dos estudantes no Programa e da produção acadêmica realizada pelos seus participantes. Constataram-se várias tentativas da coordenação do PEI/UFMG em vincular a experiência dos monitores aos estágios obrigatórios e à prática de ensino dos cursos de licenciatura, tentativas essas não concretizadas. Em relação à creditação curricular, observou-se que esses cursos possuem maneiras distintas de creditar a participação dos graduandos em ações de extensão e o fato de existir a previsão não é sinônimo de que toda experiência é passível de creditação. Ademais, verificou também realização de pesquisas de graduação, pós-graduação, como também pesquisas realizadas pela própria equipe do PEI/UFMG e a elaboração de outros produtos acadêmicos, tais como livros e trabalhados apresentados em eventos acadêmicos pelos participantes do programa. Nas entrevistas realizadas constatou-se ainda a oferta de disciplinas na graduação e pós-graduação vinculadas ao programa. Algumas considerações O estudo evidenciou os avanços e os recuos do PEI/UFMG no cumprimento da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Por um lado, considera-se que a relação da UFMG com a sociedade, analisada por meio do PEI/UFMG, se fundamenta na indissociabilidade e na concepção acadêmica de extensão universitária. Juntamente, é possível admitir que esse Programa apresente, em seus objetivos, relevância social, uma vez que a atuação da UFMG na ação de extensão analisada visa à promoção do direito à educação de crianças e adolescentes. Por outro, a manutenção de uma estrutura de acompanhamento do trabalho realizado nas escolas e de sistematização do conhecimento sobre a experiência constitui-se em grande desafio do PEI/UFMG para tornar possível concretizar a indissociabilidade nesse Programa de extensão. Nesse sentido, pode-se afirmar que essa diretriz se concretiza de maneira processual, podendo apresentar avanços e recuos de acordo com as questões estruturais e a conjuntura política. Referências Bibliográficas BOTOMÉ, S. P.. Pesquisa alienada e ensino alienante: o equívoco da extensão universitária. Petrópolis: Vozes, São Carlos: Editora UFSCar; Caxias do Sul: Editora da Universidade de Caxias do Sul, 1996. (248 p). DEMO, P.. Lugar da Extensão. In: FARIA, D. S. de (org). Construção conceitual da extensão universitária na América Latina. Brasília, UnB, 2001. (p.141-158) JEZINE, E.. A crise da Universidade e o compromisso social da extensão universitária. João Pessoa: UFPB Editora Universitária, 2006. MAZILLI, S.. Ensino, pesquisa e extensão: reconfiguração da universidade brasileira em tempos de redemocratização do Estado. RBPAE – v.27, n.2, p. 205 221, maio/ago. 2011. REIS, R. H.. Histórico, Tipologias e Proposições sobre a Extensão Universitária no Brasil. Linhas Críticas. Revista Semestral da Faculdade de Educação – UNB, v.2, nº 2, p.41-47, abril/jul 1996. SILVA, M. G. M.. Extensão Universitária no sentido do Ensino e da Pesquisa. In: FARIA, D. S.. (org). Construção conceitual da extensão universitária na América Latina. Brasília, UnB, 2001. (p.91-105) TAVARES, M. G. M.. Extensão Universitária: novo paradigma de Universidade? Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, UFRJ, Rio de Janeiro, 1996. Palavras-chaves: indissociabilidade/programa escola integrada/UFMG 77 Eixo 1 A INDISSOCIABILIDADE ENTRE OS SABERES ACADÊMICOS E OS DA COMUNIDADE ESCOLAR EXTERNA Autor(es): SARA MANZINI BERTOLO - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), MARIA APARECIDA MELLO Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, DOUGLAS APARECIDO DE CAMPOS - Universidade Federal de São Carlos - UFSCar O Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre a Escola de Vigotsky vem desde 2003 formando pesquisadores e professores pesquisadores para desenvolver pesquisas e projetos de extensão que estejam relacionadas às questões da qualidade da educação brasileira, focalizando nos processos de ensino e de aprendizagem; na formação inicial e continuada de professores; no desenvolvimento cultural humano e, mais recentemente, nas questões relacionadas ao acesso e permanência no ensino superior, entre outros temas. Os projetos de extensão realizados pelo NEEVY têm como foco os professores que atuam em redes públicas de ensino. A participação deles vem aumentando a cada ano e mostrando-se cada vez mais imprescindível para compreendermos a complexidade dos processos de aprendizagem e de ensino. Nestes 10 anos temos desenvolvido projetos com escolas, nos quais o princípio norteador é a indissociabilidade entre os saberes produzidos na academia e na comunidade escolar. Com o objetivo de divulgar os resultados dos projetos de extensão do NEEVY em parceria com a comunidade escolar, bem como provocar discussão teórica deles junto aos participantes, a partir dos resultados sobre a prática, realizamos o evento denominado: “Seminário de Projetos de Extensão sobre a Escola de Vigotsky” em três edições nos anos de: 2012, 2014 e 2015. Este artigo tem como objetivo analisar esses eventos quanto à consecução de seus objetivos, bem como o projeto Comunidade On Line de Educação Infantil que agrega e divulga as práticas de professores de Educação Infantil. Os procedimentos utilizados no evento para discussão teórico-prática dos resultados dos projetos foram: duas mesas-redondas, uma oficina, uma palestra e uma conferência, em dois dias consecutivos em 2015; mesas redondas e uma conferência, em um dia no ano de 2014 e visitas às escolas parceiras para a apresentação e discussão com as professoras participantes dos projetos de extensão, bem como, a entrega de um caderno sobre o NEEVY e seus projetos, no qual consta os trabalhos e nomes das professoras envolvidas nos projetos ao longo dos 10 anos do NEEVY. Esse primeiro evento foi realizado em 2012. Os temas discutidos, tanto na segunda, como na terceira edições foram escolhidos a partir da proposição das professoras participantes dos projetos em parceria com o NEEVY, quais foram: em 2014 - educação literária e crianças pequenas e educação infantil em foco: dilemas atuais na pesquisa e nas práticas pedagógicas; em 2015 - a educação infantil em foco: o mito da transição para o ensino fundamental; o brincar e o movimento: mediando a capacidade criadora no espaço escolar; a educação especial na teoria histórico-cultural e as práticas pedagógicas em educação infantil e ensino fundamental; práticas pedagógicas, aprendizagens e desenvolvimento cultural das crianças e educação dialógica e o uso das novas tecnologias em sala de aula. Os resultados apontaram que a parceria entre a universidade e a escola traz novas aprendizagens para ambas as instituições. As Fig. 1 e 2, a seguir demonstram os participantes do seminário e de onde vieram. Fig.1: Participantes do Seminário Fig. 2: Procedência dos Participantes do Seminário Assim, os resultados demonstraram que por meio do Seminário de Extensão sobre a Escola de Vigotsky estamos a cada ano atingindo os objetivos propostos pelo NEEVY de promover a indissociabilidade entre os saberes acadêmicos e os da escola de Educação Básica, contribuindo para a formação inicial e continuada de professoras, para a formação de futuros pesquisadores, disseminação dos conhecimentos produzidos em ambas as instituições, com vistas à melhoria da qualidade de educação pública. Outro projeto que agrega um número grande de pessoas externas com o mesmo objetivo de promover a indissociabilidade entre os saberes produzidos nas duas instituições é o “Comunidade de Educação Infantil”, um site alocado no portal dos professores da UFSCar, cujo objetivo específico é o de incentivar a participação dos envolvidos com Educação Infantil no país e no exterior a compartilhar suas ideias e experiências nesse nível de ensino. Os resultados obtidos até o momento têm demonstrado avanços no que diz respeito ao aumento de usuários, à publicação de atividades desenvolvidas com as crianças nas escolas públicas de Educação Infantil; à divulgação de informações e experiências entre professores e demais usuários do sistema, como pais e as próprias crianças. As tendências educacionais e as conjunturas cultural e social do país exigem nova concepção e postura de docentes e gestores frente ao papel da universidade e das escolas de Educação Básica na sociedade, focalizando não apenas os sentidos de ensinar e aprender, mas buscando aprofundar a compreensão sobre a função destas instituições na educação de bebês, crianças, jovens e adultos. Para Vigotsky (VIGOTSKY, 2007, p.102), o método é a base, o fundamento, o pressuposto teórico; enquanto que a metodologia é o discurso, reflexão, estudo sobre os procedimentos científicos e os recursos utilizados de investigação. E, assim, por meio do uso coerente da relação entre método e metodologia, o NEEVY tem buscado proporcionar aos estudantes universitários, professores da comunidade externa, docentes e 78 Eixo 1 gestores, a produção e a compreensão de uma educação com intencionalidade em níveis cada vez mais aprofundados, para que estudantes, docentes, professores da rede pública e gestores possam compreender o sentido e a finalidade do que é estudado, aprendido, ensinado. A Teoria Histórico-Cultural, o seminário, que deverá tornar-se anual a partir de 2015 e o Comunidade On Line de Educação Infantil são projetos de extensão mediadores potentes e importantes que o NEEVY criou e continua implementando de forma a propor aos seus participantes reflexões teórico-práticas sobre o ensino e a aprendizagem de crianças, sistematizando, ainda, a parceria entre a universidade e escola nas questões relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão. Referências VYGOTSKY L. S.; Pensamiento Y Habla. 1º ed. Argentina, Buenos Aires: Editora COLIHUE ARGENTINA, 2007. http://www.neevy.ufscar.br/, último acesso em 05/08/2015. http://portaldosprofessores.ufscar.br/infantil.jsp, último acesso em 05/08/2015. Palavras-chaves: EDUCAÇÃO / CULTURA / EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA / SÃO PAULO 79 Eixo 1 A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS NA FORMAÇÃO E NA ATUAÇÃO DE PROFESSORES Autor(es): Priscila Domingues de Azevedo Ramalho - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), CARMEN LUCIA BRANCAGLION PASSOS - DEPARTAMENTO DE TEORIAS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS -DTPP/UFSCAR A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS NA FORMAÇÃO E NA ATUAÇÃO DE PROFESSORES Priscila Domingues de Azevedo Ramalho Unidade de Atendimento à Criança – UAC/UFSCar Cármen Lúcia Brancaglion Passos Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas – DTPP/UFSCar Eixo 1 - “Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania” Resumo: Este trabalho apresenta o relato de experiência de uma atividade de extensão da UFSCar, campus São Carlos, intitulada “A Matemática na Educação Infantil: reflexões teóricas e metodológicas na formação e na atuação de professores” que tem como propósito estudar, refletir coletivamente e construir formas de trabalhar o conhecimento matemático na Educação Infantil. Entre os objetivos atingidos, a partir dos relatos apresentados, comprovou-se que os participantes adquiriram maior autonomia na elaboração e desenvolvimento de projetos pedagógicos, visando inovações curriculares. Assim, constatou-se também que a atividade possibilitou a criação de um espaço privilegiado de aprendizagem, conceitual e metodológica, fortalecendo a real articulação entre ensino, pesquisa e extensão a partir do envolvimento de professores da Educação Infantil da Rede Municipal de São Carlos, graduandos dos cursos de Licenciatura em Pedagogia e Matemática e docentes da UFSCar com o objetivo comum de fortalecer o reconhecimento e a ressignificação de conhecimentos matemáticos identificados em práticas pedagógicas. Introdução A atividade de extensão intitulada “A Matemática na Educação Infantil: reflexões teóricas e metodológicas na formação e na atuação de professores” iniciou no 1º semestre de 2010 como projeto de extensão, no semestre seguinte do mesmo ano a atividade foi ofertada na modalidade de “Atividade Curricular de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão” – ACIEPE, sendo oferecida regularmente ao longo dos últimos 5 anos sob a coordenação da profa. Dra. Cármen L. C. Passos. A partir do 1º semestre de 2015 a coordenação da atividade passou a ser exercida pela profa. Dra. Priscila D. de Azevedo Ramalho. De acordo com a proposta da atividade buscou-se a constituição de um Grupo com características colaborativas, para a realização de estudos, reflexões e desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, no intuito de favorecer uma maior apropriação e construção dos saberes docentes relacionados à temática de Educação Matemática na infância. O Grupo constituído foi batizado pelos próprios participantes como “Grupo de Estudo Outros Olhares para a Matemática” – GEOOM, e tem como objetivo principal propiciar a troca de conhecimentos e contribuir para a produção, o reconhecimento e a ressignificação dos conhecimentos matemáticos por professores e futuros professores. Ao longo das ofertas da atividade, nos últimos 5 anos, tornou-se evidente o fortalecimento do GEEOM, reunindo em média 15 participantes a cada semestre, incluindo professores da Educação Infantil de escolas da rede municipal de ensino de São Carlos, graduandos de cursos de Licenciatura em Pedagogia e Matemática, professores do ensino superior e da Unidade de Atendimento à Criança - UAC/UFSCar. Assim, a participação de pesquisadores, professores e alunos contribui para que fiquem evidentes as diferenças de experiências, competências e perspectivas dos participantes do grupo gerando os “excedentes de visão”, como apontado por Fiorentini (2004), com base nos estudos de Bakhtin. Objetivos Promover a participação de licenciandos de cursos de Pedagogia e de Matemática, professores da Educação Infantil da rede municipal de São Carlos, professores do ensino superior e da UAC/UFSCar em um grupo com características colaborativas, a fim de analisar o processo de produção e ressignificação de conhecimentos matemáticos. Identificar contribuições acadêmicas a partir de discussões, debates, estudos, relatos de experiências e reflexões sobre a prática pedagógica de forma sistemática. Discutir a Educação Infantil, na perspectiva da formação e da atuação de professores que trabalham com a matemática como uma linguagem. Analisar como concepções e conhecimentos matemáticos podem ser identificados no discurso de licenciandos dos cursos de Pedagogia, Matemática e de professores da Educação Infantil, além de documentos e planejamentos pedagógicos que orientam o trabalho com a matemática. Produzir artigos e textos com as experiências dos professores da infância, onde o conhecimento matemático é trabalhado em projetos com as crianças de 2 a 6 anos. Metodologia Desde a proposta original da atividade apresentada em 2010 são promovidos encontros de estudos e discussões sistemáticas com os professores e graduandos buscando a reflexão sobre a prática pedagógica individual e coletiva a partir da abordagem de aspectos relacionados ao conhecimento matemático. São analisados e produzidos materiais pedagógicos, como jogos, brinquedos e histórias infantis. As temáticas de estudo sempre são escolhidas pelos professores. De um modo geral, procuram propostas de jogos, brincadeiras, histórias infantis, resolução de problemas não convencionas e atividades investigativas para trabalhar de forma integrada número, grandezas, medida, espaço, forma, gráficos, tabelas, estimativa, probabilidade e acaso. Todos os 80 Eixo 1 encontros da atividade de extensão são filmados para se transformar em dados da pesquisa. A cada semestre é selecionada uma bolsista, aluna do curso de Pedagogia, para filmar os encontros da atividade de extensão, transcrever os vídeos e interagir como participante nas atividades do grupo. Como instrumento de coleta de dados são utilizadas narrativas (orais e escritas), produzidas por professores e futuros professores participantes da atividade. Os dados coletados por meio das narrativas, também servem como elemento potencializador de reflexão e de desenvolvimento profissional. Ao produzir as narrativas escritas, e socializá-las no grupo, os professores tornaram públicos seus saberes que, em primeira instância, eram pessoais e particulares; e, passam a contribuir no debate com seus pares. Resultados e discussões Como resultado da atividade, observou-se que os participantes passaram a participar regularmente de eventos acadêmicos, principalmente da área de Educação, Educação Infantil e Educação Matemática, as professoras e licenciandos tornaram-se mais motivados a escrever e apresentar seus relatos de experiência, contribuindo para uma maior visibilidade de suas práticas profissionais. Ao longo dos cinco anos de existência do grupo foram produzidos e publicados mais de 60 trabalhos, incluindo relatos de experiências de professoras, trabalhos de conclusão de curso, pesquisa de iniciação científica e tese de doutorado, evidenciando um campo fértil de pesquisa, e ainda pouco explorado, sobre práticas pedagógicas relacionadas à Educação Matemática na Infância. A atividade já contribuiu na formação de mais de 70 professores da Rede Pública de Educação Infantil de São Carlos, que participaram no mínimo um semestre. Considerando que cada professor de rede leciona para cerca de 24 crianças por ano, pode-se constar que mais de 2.000 crianças foram beneficiadas diretamente com o planejamento elaborado durante a atividade. A pesquisa de Azevedo (2012) mostrou que nem sempre o professor tem consciência de todos os conceitos matemáticos envolvidos no contexto da Educação Infantil (jogos, brincadeiras, histórias infantis), e que por isso, uma atividade de extensão que privilegie a prática docente e a articulação teoria e prática possibilita que professores e futuros professores tornem-se sujeitos de sua atuação, adquiram autonomia para desenvolverem projetos e estudos perspectivando inovações curriculares a partir da prática pedagógica vivenciada. Durante esses cinco anos de atividade de extensão, percebemos indícios de desenvolvimento profissional na prática pedagógica dos professores, pois estes envolvem um processo com experiências espontâneas e/ou planejadas que, realizadas para benefício próprio ou de um grupo, contribuem para a melhoria das práticas pedagógicas (DAY, 1999). Temos consciência de que, para a constituição de um contexto colaborativo, que foi constituído a partir dessa atividade de extensão, o tempo é fundamental. Construímos um ambiente de confiança entre os participantes, visto que este “ocorre após um tem¬po relativamente longo de convivência e do surgimento de uma sinergia positiva, a qual mobiliza simultaneamente as perspectivas pessoais e coletivas dos participantes, coorde¬nando-as em função de um objetivo comum” (PASSOS et al., 2006, p. 203). Considerações finais Este trabalho mostra que a realização de uma atividade de extensão em um contexto colaborativo é possível, pois formas de trabalhar o conhecimento matemático na Educação Infantil são construídas e redimensionadas coletivamente no grupo. Percebemos que a atividade tem se mostrado um meio eficiente na formação inicial e continuada de professores. A partir dos estudos realizados os participantes tiveram condições de tornarem-se sujeitos protagonistas da própria aprendizagem. Contatou-se também que a colaboração estabelecida entre os participantes é o que sustenta o grupo e possibilita a manutenção da atividade, visto que sempre há demanda. Dessa forma, o grupo desenvolveu ideias coletivamente e aprendeu colaborativamente. Referências AZEVEDO, Priscila Domingues de Azevedo. O conhecimento matemático na Educação Infantil: o movimento de um grupo de professoras em processo de formação continuada. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2012. DAY, C. O desenvolvimento profissional de professores: os desafios da aprendizagem permanente. Porto/Portugal: Porto Editora, 1999. FIORENTINI, Dario. Pesquisar práticas colaborativas ou pesquisar colaborativamente? In: BORBA, Marcelo de Carvalho; ARAÚJO, Jussara de Loiola (Org.). Pesquisa qualitativa em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. PASSOS, C. L. B.; NACARATO, A. M.; FIORENTINI, D. et al. Desenvolvimento profissional do professor que ensina matemática: uma meta-análise de estudos brasileiros. Quadrante, n. 15, p. 193-219, 2006. Disponível em: http://www.apm.pt/files/_09_ lq_47fe12e32858f.pdf. Acesso em: 16 mar. 2009. Palavras-chaves: Educação matemática/Educação Infantil/Formação de Professores 81 Eixo 1 A PRÁTICA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO POR MEIO DO DESENVOLVIMENTO DA ACIEPE “BUSCA, ANÁLISE E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR AGROPECUÁRIO” Autor(es): ESTEVAN HENRIQUE COELHO - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), MATHEUS SLEIMAN DA COSTA - ALUNO, MARTA CRISTINA MARJOTTA-MAISTRO - UFSCAR, ADRIANA ESTELA SANJUAN MONTEBELLO - UFSCAR Introdução As Atividades Curriculares de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE’s) são atividades fomentadas pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Por meio dos professores, técnicos e alunos da universidade, estas atividades procuram viabilizar e estimular o relacionamento com diferentes segmentos da sociedade e promover uma experiência educativa, cultural e científica, além da indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão, que é o principal enfoque pedagógico. A ACIEPE pode ser desmembrada em ensino, pesquisa e extensão. Como ensino e pesquisa, busca a experimentação de alternativas de solução e encaminhamento de problemas. Como extensão, busca vincular atividades práticas e extraclasse, onde o aprendizado se estabelece e objetiva (UFSCAR, 2015). No primeiro semestre de 2015, foi ofertado pelo Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSER/UFSCar) a ACIEPE: Busca, Análise e Divulgação de Informações Econômicas do Setor Agropecuário. Esta ACIEPE teve como justificativa o fato de que os agentes econômicos envolvidos neste setor produzem informações e, ao mesmo tempo, necessitam das mesmas para a tomada de decisão. Neste sentido, vários órgãos, sejam eles de caráter público ou privado, têm compilado e divulgado tais informações. Devido à amplitude deste universo informativo, torna-se importante ter um olhar crítico sobre o que é divulgado, começando, primeiramente, por saber onde procurar, em seguida avaliar a importân-cia desta informação para os agentes dos diferentes setores agropecuários e, por fim, elaborar formas para que a informação seja divulgada. Objetivos A ACIEPE teve por objetivos: 1. Buscar fontes de informações e dados econômicos voltados para o setor agropecuário; 2. Analisar a pertinência e a relevância de tais informações e dados; 3. Elaborar um Boletim Informativo, com a apresentação dos dados coletados em forma de gráficos e tabelas; 5. Possibilitar, por meio do Boletim Informativo, a divulgação de análises qualitativas dos dados, de uma forma que possa ser compreendida tanto por indivíduos ligados diretamente ao setor agropecuário, como também, por aqueles que procuram entender a economia das cadeias produtivas. Material e Método A ACIEPE foi ofertada na UFSCar, no campus de Ciências Agrárias, na cidade de Araras-SP. O público alvo foi tanto a comunidade interna como a externa, que compõe, em sua maioria, estudantes de agrárias e produtores rurais. Dada a característica da ACIEPE, em proporcionar um espaço de discussão para os temas abordados, com flexibilidade de horário, o cronograma foi elaborado (descrita as etapas a seguir), juntamente com os participantes inscritos, de acordo com o calendário acadêmico e a disponibilidade de salas. • Cronograma de Atividades da ACIEPE: 2015 Atividade/Mês mar abr mai jun jul Levantamento e Análise de informativos disponíveis no mercado. X Análise e levantamento de informações que possam caracterizar informativos. X X Desenvolvimento de informativos baseados em ACIEPE’s anteriores. X X Desenvolvimento de informativo com novas informações. X X X Discussão dos resultados e divulgação dos informativos na página do Geagro X X Foram feitos levantamentos e análises de informativos já existentes, como exemplo: o Sifreca, do Grupo Esalq-Log e os informativos do CEPEA, ambos da Universidade de São Paulo (USP); Informativos da CONAB como os Levantamentos de Safra; do Ministérios de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; IBGE; entre outros. Concomitantemente, através de reuniões do grupo, foram discutidos temas para futuros Boletins Informativos, levando em consideração a importância do mesmo para o setor agropecuário e a continuidade da atividade. Os dados e análises foram apresentados por meio de gráficos e tabelas em arquivos organizados no Power Point e, a edição final disponibilizada na página do Grupo de Estudos do Agronegócio (GEAgro), no Facebook. (www.facebook.com/GEAgro). Resultados e Discussão Como resultado, foram gerados cinco informativos que procuraram agregar informa-ções relevantes para o setor a que se destinou, sendo que dois foram disponibilizados em for-mato eletrônico. O primeiro Boletim Informativo, publicado no mês de junho de 2015, tratou do desempenho do agronegócio brasileiro nos anos 2000, e trouxe informações referentes as balanças comerciais do agronegócio com enforque nos três principais complexos: soja, milho e sucroalcooleiro O segundo informativo, publicado no mês de Julho de 2015, apresentou dados atualizados da balança comercial do agronegócio e os parceiros comerciais do Brasil, no primeiro semestre de 2015, em comparação ao primeiro semestre de 2014, evidenciando dados de importação e exportação dos parceiros e também de blocos econômicos. Ainda, como resultado, os Boletins Informativos de núme- 82 Eixo 1 ros 3, 4 e 5 serão divulgados ao longo dos meses de agosto, setembro e outubro de 2015, por meio eletrônico. Os temas abordados foram “Vantagens do Produtor no Mercado Físico e de Futuro do Milho”; “Variáveis Econômicas como Peça Chave na Tomada de Decisão de Armazenamento de Soja” e; “Mercado de Equipamentos Agrícolas”. Visa-se prosseguir com o projeto de forma constante, garantindo uma periodicidade para a divulgação dos Boletins Informativos. Conclusão A temática discutida e os resultados alcançados por meio desta ACIEPE subsidiam algumas reflexões acerca da relevância acadêmica e social da atividade. A relevância acadêmica se verificou no fato de que a ACIEPE teve como objeto de pesquisa o setor agropecuário, focando discussões que permeiam as decisões deste setor. Neste sentido, as informações econômicas levantadas são de suma importância para diagnosticar os gargalos nas áreas relacionadas a esses setores, como a comercialização, e, se possível, pro-por soluções para os mesmos. Em termos de relevância social, o fato de saber onde buscar, divulgar, e realizar uma análise crítica das informações econômicas, propicia melhores subsídios para os tomadores de decisões no setor agropecuário. Além disso, o público, em geral, tem a oportunidade de apreender sobre questões que, de alguma forma, permeiam seu dia-a-dia. A ACIEPE - Busca, Análise e Divulgação de Informações Econômicas do Setor Agropecuário, trouxe resultados no sentido de trabalhar com os participantes a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, atingindo os objetivos da atividade, com a perspectiva de a atividade ter continuidade, reforçando ainda mais a importância do mesmo para a comunidade, tanto acadêmica quanto externa. Referências Bibliográficas CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP. < www.cepea.esalq.usp.br> ESALQ-Log - Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. <esalqlog.esalq.usp.br/sifreca> CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento – Levantamentos de Safra. Disponível em: <www.conab.gov.br/conteudos. php?a=1253&> GEAGRO – GRUPO DE ESTUDOS DO AGRONEGÓCIO. < www.facebook.com/GEAgro> HEINZMANN, Clara et.al. Adoção de sistemas de informação como estratégia competitiva nas grandes empresas do setor do agronegócio da região oeste do estado do Paraná. In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E CO-MUNICAÇÃO NA AGRO-PECUÁRIA, 1, 2004, Portugal. Disponível em:<www. agriculturadigital.org/agritic_2004/congresso/E-business_M-Business_/Adocao_SI_Empresas_Parana.pdf> IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. <www.ibge.gov.br>. MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. <www.agricultura.gov.br/politica-agricola/publicacoes/informativo-de-economia-agricola> SILVA, ANA PAULA da. Da conversa na praça ao via satélite: a busca por informação agropecuária. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes/USP, 2005. 113p. Disponível em: <www.cepea.esalq.usp.br> UFSCar – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Atividade Curricular de Inte-gração Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE). Disponível em: <www.ufscar.br/aciepes>. Acesso em: 05 agosto de 2015 Palavras-chaves: Informação / Ensino/ Pesquisa/ Extensão 83 Eixo 1 A PRÁTICA DE ENSINO A PARTIR DE MÉTODOS NÃO FORMAIS NA EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ESCOLA CASTELO BRANCO NO MUNICÍPIO DE LAGOA DE ITAENGA - PE Autor(es): CRISTIANE MARIA DOS SANTOS COSTA - Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Pernambuco-Campus Vitória, RUBENICE MARIA DE FREITAS - ESTUDANTES DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO IFPE – CAMPUS VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, MANO Resumo As hortas orgânicas são elementos práticos para mudanças na construção de novas realidades na educação do campo no Brasil. A interdisciplinaridade, a contextualização e a participação são elementos que permitem construir conhecimentos mais aprofundados sobre temas transversais de extrema importância como a Educação Ambiental, a sustentabilidade e a Agroecologia. O projeto foi realizado na escola Castelo Branco, que encontra-se no município de Lagoa do Itaenga, situado na Meso, região da Mata Pernambucana, e na Microrregião da Mata Setentrional Pernambucana. Nele situam-se 20 unidades de ensino, distribuídos na zona rural e urbana. O objetivo do trabalho foi sensibilizar, através da horta escolar, estudantes, professoras e merendeiras para as discussões de educação ambiental de maneira interdisciplinar e participativa. Dessa forma, observa-se que as técnicas pedagógicas contextualizadas, interdisciplinares e participativas são o caminho para construir novos conhecimentos, percepções e práticas na educação do campo. Abstract The organic gardens are practical elements for changes in the construction of new realities in the field of education in Brazil. The interdisciplinarity, contextualization and participation are elements that allow you to build more in-depth knowledge of cross-cutting issues of utmost importance to environmental education, sustainability and Agroecology. The project was carried out at White Castle school is in Itaenga Lagoon municipality which is situated in Meso region of Pernambuco Forest and the micro-region of the Northern Forest Pernambuco, it is located 20 teaching units distributed in rural and urban areas. The objective was to raise awareness, through the school garden, students, teachers and cooks for environmental education discussions of interdisciplinary and participatory manner. Thus, it is observed that the contextualized, interdisciplinary and participatory teaching techniques are the way to build new knowledge, perceptions and practices in the education field. Keys-word: contextualization, interdisciplinaridad and participation. Introdução A implantação da horta orgânica na escola oferece aos professores e estudantes novas formas de didatização do conteúdo a ser estudado, integrando a realidade da região nas aulas, resolvendo exercícios com materiais que eles já conhecem, aumentando o interesse das crianças em participar das aulas e estimulando a construção do senso crítico, dessa forma, a turma se envolve e dialoga com os problemas da comunidade, transformando-se em agentes formadores da consciência ambiental. Utilizar-se de elementos práticos e contextualizados permite que os educadores e educandos possam utilizar-se de novos recursos pedagógicos de percepção e estímulo ambiental, integrados as disciplinas do currículo comum. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo sensibilizar, através da horta escolar, estudantes, professoras e merendeiras para as discussões de educação ambiental de maneira interdisciplinar e participativa. Materiais e métodos O projeto foi realizado na escola castelo Branco encontra-se no município de Lagoa do Itaenga que está situado na Meso região da Mata Pernambucana e na Microrregião da Mata Setentrional Pernambucana, nele situa-se 20 unidades de ensino, distribuídos na zona rural e urbana. A equipe utilizou-se dos fatores encontrados na comunidade, possibilitou o estimulo a praticas agroecológicas por parte dos estudantes na implantação da horta, reutilizando garrafas pets para hortas suspensas e conscientizando as crianças da importância da reciclagem e separação do lixo. As espécies vegetais a serem cultivadas foram escolhidas de acordo com os estudantes, levando em consideração as espécies adequadas à região e as preferidas na alimentação dos mesmos. A possibilidade de escolha sensibiliza para as questões de escolhas e hábitos alimentares como também permitem que os estudantes participem nos processos de tomada de decisão, importantes para sua formação no hábito de participar. Antes da implantação das hortas, as crianças participaram de algumas oficinas de formação para discutir temas como ambiente, sustentabilidade, agroecologia e cultivo de hortaliças, durante as atividades as crianças construíram diversas percepções, através de desenhos, contação de histórias, e outros recursos didáticos. Resultados e Discussão Na fase de implantação das hortas as crianças juntamente com a equipe técnica do projeto, prepararam a terra e posteriormente iniciou-se o plantio utilizando as ferramentas básicas de forma segura para não machucar nenhum dos envolvidos. Após a implantação foram feitas atividades de formação sobre a manutenção da horta, passando a eles a responsabilidade do cuidado com a horta. Nesse momento, algumas crianças demonstraram vários conhecimentos que podem ser atribuídos à experiência que possuem com as hortas que os pais cultivam em suas casas. Assim, trocaram experiências e ajudaram os colegas na manutenção das hortas. Nos períodos em que a equipe visitava a escola para monitoramento e sensibilização, observavam-se as limitações que existiam e construíam-se outros momentos para formação. As professoras e merendeiras 84 Eixo 1 auxiliaram na manutenção das hortas e dividiam as atribuições dos tratos culturais com os estudantes, dessa forma não se tornou cansativo para ninguém. O processo educativo pode atribuir os conhecimentos de diversas formas seja ela formal ou informal, tendo em vista que o ambiente rural é um dos grandes desafios quando se refere ao desenvolvimento das atividades em sala de aula integrando a realidade dos estudantes com os conteúdos em sala. Considerações finais A interdisciplinaridade é um processo complexo dentro das escolas do campo, a multiseriação, a falta de investimento e a pouca formação dos professores na interligação de temas transversais dentro dos componentes curriculares dificultam um maior aprofundamento do projeto, bem como o tempo dedicado as atividades tanto pela equipe do projeto quanto pela comunidade escolar. Essas dificuldades, vivenciadas pela equipe, não puderam ser superadas no decorrer do projeto, mas serviram para avaliar e propor novas atividades para os próximos. Dessa forma, observa-se que as técnicas pedagógicas contextualizadas, interdisciplinares e participativas são o caminho para construir novos conhecimentos, percepções e práticas na educação do campo. Palavras-chaves: contextualização / interdisciplinaridade / participação 85 Eixo 1 A PRÁTICA PUBLICITÁRIA ATRAVÉS DA EXTENSÃO: CAIXOLA CLUBE DE CRIAÇÃO DA FABICO UFRGS Autor(es): VIT�RIA MALDONADO CABRAL - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ADRIANA COELHO BORGES KOWARICK - UFRGS Este artigo apresenta o Programa de Extensão Caixola – Clube de Criação da Fabico, definindo seus objetivos e suas práticas, exemplificando sua atuação através do trabalho desenvolvido para o Centro de Pesquisas em Odontologia Social (CPOS), vinculado à Faculdade de Odontologia, pela bolsista Vitória Maldonado; Explora como se deu o processo criativo deste trabalho e apresenta as peças desenvolvidas (identidade visual do CPOS e materiais de divulgação). Caixola O Caixola – Clube de Criação da Fabico é um programa de extensão que visa proporcionar aos alunos um espaço de prática e aperfeiçoamento das técnicas de planejamento, criação e produção na área da Publicidade e da Propaganda, buscando uma interação com potenciais clientes da UFRGS e comunidade externa. Experiência bolsista Em novembro de 2013, o Centro de Pesquisa em Comunicação Social - CPOS entra em contato com a equipe do Caixola, solicitando uma demanda de trabalhos de comunicação. Para este projeto, é solicitada uma bolsa, que foi assumida pela aluna Vitória Maldonado. O CPOS buscava a padronização da sua comunicação. O início do trabalho se deu através do planejamento e da criação da sua identidade visual e, posteriormente, o desenvolvimento dos materiais de comunicação. O projeto começou a ser estruturado a partir de uma primeira reunião com o professor Fernando Neves Hugo, diretor do CPOS. Nela foi proposto que os tradicionais símbolos da odontologia não fossem utilizados, tais como: dentes, cobra enrolada no cajado, etc. A proposta deveria fazer uma abordagem explicitando o cunho social, que caracteriza o dinamismo do CPOS. A partir da reunião, foi estruturado o briefing deste cliente. O briefing é o documento que resume as necessidades do cliente e as diretrizes do trabalho (SAMPAIO, 1995). Analisado as informações constantes no briefing, foram buscadas referências visuais através de uma vasta pesquisa seguindo as referências coletadas no briefing. Processo criativo Faz parte das características e habilidades desejáveis em um designer a curiosidade para buscar subsídios, informações e inspirações para iniciar a solução de seus problemas. Isso pode ser feito de diversas formas, dependendo de sua forma de trabalho, para esta etapa, uma “técnica de análises deno-conotativa” (Gomes, 2001, p. 73). A partir das diretrizes definidas pelo briefing, iniciamos a busca por referenciais partindo daqueles fornecidos durante a reunião. Foi citado o artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário, consagrado na comunidade artistica por seu trabalho iniciado através da arte terapia (Figuras 1 e 2). Uma segunda referência que nos foi dada: a identidade visual do curso de bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS. Tendo acumulado e adquirido informações pertinentes sobre o problema, fica definida como conceito central a mandala, cujo significado está atrelado a integração, a energia, a harmonia. Unindo as características que caracterizam o Centro, passamos para a fase de geração de alternativas. De acordo com Löbach (2001), esta etapa consiste na “produção de ideias baseando-se nas análises realizadas. Nesta fase de produção de ideias a mente precisa trabalhar livremente, sem restrições para geram a maior quantidade possível de alternativas (p. 150). Destarte, na etapa de geração de alternativas, buscou-se gerar um número significativo de ideias a partir de diversos rafes. Dentre as várias alternativas, foi escolhido o simbolo da mandala formada por 10 pétalas, que tem o formato remetendo a sorrisos. Essa forma foi a solução encontrada para representar a odontologia fugindo aos símbolos tradicionais, como o dente, entre outros. O sorriso representa o resultado satisfatório proporcionado pela ação do centro. Unidos, formam o grupo, pois a união e dedicação deste que gera esses resultados. Além disso, a mandala é um símbolo dinâmico, que ressalta o constante movimento do grupo pelo aprimoramento da saúde bucal. As cores escolhidas foram azul e vermelho. A escolha destas ocorreu em função da nova identidade da Faculdade de Odontologia da UFRGS, também desenvolvida pelo Caixola (Figura 7). Sendo assim, a identidade do CPOS acompanha o padrão de cores da Faculdade. Para a defesa, também foi preparada uma apresentação em Power Point como ferramenta de apoio para a aprovação junto ao cliente. Nesta, foi exposto o conceito criativo, referências utilizadas, as cores e tipografia escolhidas, encerrando com a identidade proposta. Nesta foram solicitadas breves alterações, e logo em seguida sua aprovação. Após aprovação final do cliente, faz-se o fechamento de arquivos, as revisões finais, a definição das cores nas tabelas (CMYK1 e pantone2) e o desenvolvimento do Manual de Identidade Visual. Segundo Peón (2009), um Sistema de Identidade Visual que “não é apresentado com especificações técnicas orientando sua implantação corre o sério risco de não ser implantado corretamente. Cabe ao designer, como profissional, definir estas especificações” (p. 68). O manual garante a correta aplicação da marca. Discussão sobre o projeto Torna-se relevante perceber que o desenvolvimento do projeto não seguiu etapas metodológicas propostas por um único autor. De modo geral, seguiram-se as etapas imprescindíveis para qualquer tipo de projeto gráfico, com base em autores consagrados e de acordo com o método de trabalho da bolsista designada para solucionar o projeto e também de acordo com a sis86 Eixo 1 temática de funcionamento do Caixola, que prevê a constante orientação das professoras envolvidos e também a aprovação prévia das mesmas. O projeto de desenvolvimento da marca foi desafiador, mas funcionou como um excelente aprendizado na criação de identidades visuais. Devem-se coletar diversas referencias, para saber o que caracteriza a área, o que já foi realizado, de forma a chegar num resultado que seja diferenciado, mas que ao mesmo tempo, notemse as características do cliente e aquilo que se deseja deixar explicito. Após muitos rafes e tentativas, como apresentado, conseguimos chegar a um resultado interessante, recompensando todo o tempo dedicado a esse trabalho. Ficamos satisfeitos com o projeto final, assim como o cliente. Em relação ao projeto CPOS, salienta-se a importância de uma identidade visual para a divulgação e reconhecimento também de grupos de pesquisa. Ela agrega maior força e expressividade ao grupo envolvido. Um projeto com maior profissionalismo, regido pelos preceitos já instituídos do design gráfico, que considere não só a estética da marca, mas também a simbologia, a ergonomia e, principalmente, a funcionalidade, atinge um nível comunicacional otimizado frente ao público-alvo. Em um mundo tão múltiplo visualmente, ressalta-se a importância de uma identidade visual bem estruturada e coerente, fortalecendo ano após ano aquilo que representa. Os resultados obtidos com o processo demonstram o benefício tanto para os participantes do Programa Caixola como para seus clientes. Para os alunos de publicidade que fazem parte deste núcleo como bolsistas, eles adquirem experiência nos diversos níveis de segmentação publicitária, como atendimento, criação e produção gráfica. Essa prática se torna um diferencial para estes, que muitas vezes estão no inicio do curso, e ao buscarem o mercado de trabalho, se distinguem dos candidatos. Ainda, os bolsistas Caixola desenvolvem suas habilidades nas ferramentas do pacote Adobe. Esses conhecimentos são solicitados com frequência em exercícios acadêmicos e, principalmente, nas ofertas de estágio. Para os clientes, o benefício da parceria com o Programa é expressivo. Muitos setores da Universidade desenvolvem seus materiais de comunicação de maneira amadora, pois não possuem os conhecimentos necessários para uma boa construção. Além disso, mesmo os que buscam um projeto visual profissional, não conseguem, muitas vezes a verba necessária para efetivá-lo, visto que os valores praticados pelo mercado são alto. O Caixola torna isso possível já que, como Programa de Extensão Universitária, disponibiliza os recursos técnicos os alunos criarem a demanda da Universidade em troca do pagamento das bolsas de extensão. Ao longo desses oito anos de existência do projeto de extensão Caixola – Clube de Criação da FABICO/UFRGS, foram produzidos resultados significativos tanto para os alunos de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, quanto para a Universidade como um todo. Esses resultados solidificam e fortalecem o projeto, que vem ganhando cada vez mais expressividade e reconhecimento dentro da Universidade. Palavras-chaves: criação / impressos / web 87 Eixo 1 A PRÁTICA RESTAURATIVA COMO AMENIZADORA DE CONFLITOS FAMILIARES ENVOLVENDO PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS Autor(es): RAFAELLA RODRIGUES MALTA - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), MARCO AURÉLIO SOUZA LARA - AV. JÕAO PINHEIRO, Nº 100, ED. VILLAS-BOAS, 7º ANDAR, CENTRO, BH/MG, CEP 30.130-180 RESUMO A presente pesquisa propõe a prática restaurativa para amenizar conflitos entre pessoas com transtornos mentais e seus familiares. Utilizando a rede de assistência governamental como suporte na adoção de tal medida, podem ser aplicados os chamados processos circulares nas lides familiares de modo a promover autonomia privada dos psicopacientes e aliviar a sobrecarga da família cuidadora. Assim, tal instrumento emancipatório consolida direitos e responsabilidades dos agentes envolvidos no processo e põe o indivíduo taxado como louco em um patamar de equidade dentro das suas possibilidades singulares. 1. Considerações Iniciais Com o advento da Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001), que teve como escopo a substituição dos leitos psiquiátricos por uma Rede de Atenção Integral à Saúde Mental, foram criados serviços de saúde mental substitutivos aos manicômios, com ênfase na reabilitação psicossocial. A finalidade dessa desinstitucionalização é proporcionar um tratamento humanizado, garantindo, assim, a tutela dos direitos dos sujeitos com transtorno mental. Nesse cenário, a família assume papel central de cuidadora, cabendo ao Estado proporcionar um serviço de saúde aberto e comunitário que objetiva favorecer a reinserção social do sujeito e o fortalecimento dos vínculos com a família e comunidade. No entanto, apesar da previsão de assistência à família cuidadora disposta no art. 4º da Portaria/GM nº 336/2002 do Ministério da Saúde, a qual regulamenta a Lei nº 10.216/2001, observa-se uma sobrecarga familiar (SCHEIN; BOECKEL, 2012). Essa sobrecarga tem origem nos conflitos diários, de ordem intrapessoal e interpessoal, a que estão submetidos os cuidadores. A experiência extensionista realizada na UFMG permitiu vislumbrar a prática restaurativa de processos circulares como meio de lidar com os conflitos de tais indivíduos, corroborando para a efetivação dos objetivos da Rede de Atenção Integral à Saúde Mental e da luta antimanicomial. A presente pesquisa, portanto, se faz objetivando explicitar um método consensual que possibilite aos envolvidos solucionarem ou lidarem com o conflito de uma forma humana, exercendo a alteridade e a solidariedade. A metodologia utilizada é jurídico-propositiva e o marco teórico, a obra de Kay Pranis (2010, 104 p.). 2. A sobrecarga familiar, o círculo restaurativo e a autonomia privada dos portadores de transtornos mentais. Comumente é observável quer em ambientes públicos, quer no interior da dinâmica de diversas famílias, que têm como membro um portador de transtorno mental, um trato diferenciado em relação a este, devido a sua condição singular. Em algumas situações, tal trato revela-se opressor. Não se pode ignorar, no entanto, que o tratamento e convívio diário com pessoas que possuem transtornos mentais necessitam de atenção e paciência, sobrecarregando física e psicologicamente os familiares cuidadores (SCHEIN; BOECKEL, 2012, p.34). Nesse diapasão, os conflitos em virtude do convívio diário tendem a se polarizar cada vez mais. As demandas específicas que são exigidas dos representantes ou assistentes dos psicopacientes funcionam como um catalizador na espiral do conflito. Ainda, o fato da família zeladora desconhecer a assistência provida pelos Centros de Atenção Psicossociais - CAPS, que faz parte da Rede de Atenção Integral à Saúde Mental, contribui para essa sobrecarga familiar. Frente a essa situação, os CAPS quando procurados pela família cuidadora promovem o atendimento individual ao psicopaciente e o atendimento em grupo para sua família (SCHEIN; BOECKEL, 2012, p.34). Há nesse atendimento em grupo um caráter restaurativo, entretanto não se trata de uma prática restaurativa de processos circulares propriamente dita. Entende-se que a aplicação dessa prática restaurativa dará mais eficiência ao apoio à família cuidadora, estabelecerá um ambiente propício ao diálogo em família e com a comunidade acerca dos conflitos diários; enfim, para se alcançar os objetivos a que se propõe a Rede de Atenção Integral à Saúde Mental, quais sejam: a reinserção social do sujeito e o fortalecimento dos vínculos com a família e comunidade. Segundo Pranis (2010, p. 28-31), os círculos de construção de paz, também chamados de círculos restaurativos, são de vários tipos. Esta pesquisa se atentará aos círculos de resolução de conflito, pois tal tipo de círculo tem o condão de abarcar a essência de todos os outros tipos. Os círculos restaurativos são uma metodologia antiga, inspirada em antigas tradições tribais. Eles são espaços que promovem o diálogo entre seus participantes e que se fazem possíveis se houver voluntariedade. Para facilitar o diálogo, criando um espaço respeitoso e seguro, tem-se a figura do guardião. “O guardião não é responsável por encontrar soluções, nem por controlar o grupo” (PRANIS, 2010, p.53). Ao guardião incumbe a preparação do círculo (pré-círculo), a condução do círculo, e organizar o acompanhamento do círculo (póscírculo). Aqui, cumpre salientar que mesmo sendo o tipo de círculo de resolução de conflito, não há qualquer obrigatoriedade em se chegar a um acordo restaurativo. Geralmente quando há um acordo entre as partes é mera consequência consensual do diálogo. Ademais, existem elementos-chaves para a realização do círculo: cerimônia, orientações, o bastão de fala, facilitação e decisões consensuais. Dentre eles, ressalta-se a figura do bastão de fala. Ele é importante 88 Eixo 1 instrumento equalizador, permitindo a cada participante igual oportunidade de fala. Só fala quem está de posse do bastão. Isso faz com o que os outros exercitem sua escuta ativa. Nesse sentido, o espaço do círculo deve contar com a participação dos portadores de transtorno mentais, no que a sua cognição permitir. Tem-se um ambiente em que é possível e desejável a realização da escuta ativa desse individuo. Estar-se-á cooperando para que ele exercite a sua autonomia privada, na medida em que lhe é cabível. O fato da pessoa com transtorno mental ser juridicamente considerada relativa ou até mesmo absolutamente incapaz, a depender do caso concreto, não se trata de um aval para oprimir toda e qualquer vontade, subjetividade dessa pessoa. Como bem explica Renata Almeida e Walsir Júnior (2012, p. 57): Satisfazer o melhor interesse (...) do doente ou deficiente mental requer nada além do que conceder-lhes condições para o exercício de seus direitos fundamentais, em vista de suas peculiaridades pessoais.(...) Afinal, sendo os direitos fundamentais personalíssimos e, por isso, instrasmissíveis, não soa razoável que o exercício deles fique a cargo ou sofra influência da vontade de terceiros. Os protagonistas hão de ser os próprios titulares desses direitos, ainda que careçam de cooperação - e não supressão - alheia. Ainda, atenta-se para o agravante de que o portador de transtorno mental e sua família costumam ser discriminados pela sociedade. Isso afeta dinâmica familiar entre seus membros e entre estes e a comunidade. Assim, a prática restaurativa de processos circulares também seria um bom instrumento para trabalhar a lide sociológica desse conflito. A comunidade é convidada a dialogar e exercitar sua escuta ativa, podendo assumir responsabilidades como sociedade frente à família e ao psicopaciente, edificando, assim, um senso de comunidade e um ambiente propício para a construção de laços sociais. 3. Considerações Finais A prática restaurativa de processos circulares pode ser implantada de forma extrajudicial pelos próprios CAPS, nos termos da Lei nº 13.140/2015 em seu art. 42, em consonância com a Resolução nº 125 do CNJ e com a Resolução nº 2002/12 do Conselho Econômico e Social da ONU (ORSINI; LARA, 2015, p.15-17). Desse modo, psicólogos podem ser facilitadores em círculos restaurativos, se possuírem treinamento em prática restaurativa. A utilização do círculo restaurativo nesses casos garante o acesso a uma ordem jurídica justa, sendo tal acesso considerado por Capelletti e Garth (1988, p. 12 apud ORSINI; LARA, 2015, p. 6) “como o requisito fundamental – o mais básico dos direitos humanos – de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda garantir, e não apenas proclamar o direito de todos”. Assim, é notável a potencialidade dos círculos restaurativos em prestar apoio às famílias cuidadoras, aliviando a sua sobrecarga, bem como em efetivar o exercício da autonomia privada dos portadores de transtorno mental e em trabalhar com a família e comunidade, a inclusão desses indivíduos no tecido social. Estar-se-á exercitando a fraternidade, em que pese à família, à comunidade e ao portador de transtorno psíquico - no que lhe couber - o respeito e tolerância pelo outro, além de contribuírem para sanar as necessidades de todos, a fim de tornar o ambiente adequado ao livre e pleno desenvolvimento de todos. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Renata Barbosa de; RODRIGUES JÚNIOR, Walsir Edson. Direito Civil: Famílias. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ORSINI, Adriana Goulart de Sena; LARA, Caio Augusto Souza. O Desafio da efetivação dos direitos humanos no século XXI: a justiça restaurativa como via de acesso à justiça. Disponível em: <http://www.conpedi.org.br/userfiles/Informa%C3%A7%C3%B5es%20Pessoais%20dos%20Autores%20 -%20Artigos%20enviados%20para%20o%20CONPEDI-Madrid%20(1).pdf>. Acesso em: 10 set. 2015. PRANIS, Kay. Processos Circulares. Tradução por Tônia Von Acker. São Paulo: Palas Athena, 2010, 104 p. (Da reflexão à ação). SCHEIN, Silvia; BOECKEL, Mariana Gonçalves. Análise da sobrecarga familiar no cuidado de um membro com transtorno mental. Saude & Transformação Social, ISSN 2178-7085, Florianópolis, v.3, n.2, p.32-42, 2012. Disponível em: <http://stat.entrever.incubadora.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/viewFile/1474/17TIRAI69>. Acesso em: 7 set. 2015. Palavras-chaves: Processos circulares / conflitos familiares / emancipação de direitos 89 Eixo 1 A QUÍMICA COMO INSTRUMENTO DE FORMAÇÃO DE CONHECIMENTO Autor(es): ANDREIA PEREIRA MATOS - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), NATHÁLIA VIRGINIA VELOSO AGUIAR - UFSCAR CAMPUS LAGOA DO SINO INTRODUÇÃO O aprendizado de Química como uma ciência permite que se possa pesquisar fenômenos e reações químicas que ocorrem cotidianamente e construir novos caminhos para se desenvolver outras ferramentas e resultados para o avanço da ciência, visto que, a mesma configura-se como uma ciência infinita e crucial em todos os processos, sejam eles fisiológicos, biológicos, sintéticos, entre outros. De acordo com os dados de 2013 sobre educação, o município de Campina do Monte Alegre possui um alto índice de reprovação nos 3º anos do Ensino Médio na Escola Estadual Renato Rocha Miranda, sendo este de 14, 2%. Ao deparar com uma porcentagem média próxima de 15%, consoante ao indicador, é crucial que haja uma intervenção no processo do trabalho pedagógico, pois podem desencadear o aumento do índice de abandono escolar e a distorção série-idade (Censo Escolar 2013, Inep). Este dado não é interessante para uma região que possui um campus da UFSCar instalada, pois se espera que alunos do Território Lagoa do Sino possam ter acesso aos cursos de graduação oferecidos no campus. O alto índice de reprovação está atrelado à falta de motivação que há nesta fase do Ensino Médio. Devido o perfil socioeconômico da região caracterizada como agrícola, grande parte dos estudantes trabalha ou são destinados a trabalhar na área rural, como por exemplo, na colheita de laranja e batata. Sendo assim, muitos destes não possuem a perspectiva de algo diferente, da necessidade de obter novos conhecimentos técnicos científicos e, portanto ficam limitados aos recursos oferecidos. Sob este enfoque acredita-se, ainda, que há deficiência, no que diz respeito, ao incentivo e direcionamento ao Ensino Superior, tal qual, observa-se um declínio, maiormente, a partir do 2º Ano e se acentua mais ainda no 3º Ano do Ensino Médio. Isto se afirma na baixa porcentagem de apenas 20% na participação dos alunos na principal política de acesso a Universidades - o Enem. A porcentagem se deve ao número de apenas 14 participantes nos dois dias de avaliação no ano de 2012 (Microdados do Enem/Inep 2012). Portanto, promover a oportunidade de acesso ao laboratório nas dependências da Universidade Federal de São Carlos — Campus Lagoa do Sino, com uma metodologia dinâmica e interativa, aplicada aos 3º Anos do período diurno do Ensino Médio da Escola Estadual Renato Rocha Miranda do município de Campina do Monte Alegre, que aborde em sua temática a apresentação e discussão de variados temas envolvendo conceitos químicos fundamentais. Torna-se um meio de auxiliar os alunos a desenvolverem uma visão mais ampla, relacionado aos pilares ambientais, científicos, sociais, motivacionais e multidisciplinares, além de se tornarem difusores desse conhecimento adquirido e melhorar o alarmante quadro em que se encontra a educação no município. Denotando-se, portanto, a interface entre atores da sociedade e os atores acadêmicos, a Universidade Federal de São Carlos- Campus Lagoa do Sino, para a geração de conhecimento científico, troca de experiências, e incentivo ao ingresso dos alunos da região nas Universidades. OBJETIVOS Apresentar e discutir temas envolvendo conceitos químicos fundamentais, através de problemas propostos em laboratório e contextualizados que abordem o ensino/aprendizagem de química de forma interativa, destinado aos alunos dos 3º Anos do período diurno da Escola Estadual Renato Rocha Miranda. Embasando nos pilares ambientais, científicos, sociais, motivacionais e multidisciplinares visa-se, concomitante aos atores sociais, melhorar o alarmante quadro em que se encontra a educação no município, inicialmente implementado, e aumentar o número de discentes egressos da região na UFSCar – Campus Lagoa do Sino. MATERIAIS E MÉTODOS A prática educativa envolve a presença de sujeitos que ensinam e aprendem ao mesmo tempo, de conteúdos (objetos de conhecimento a ser apreendidos), de objetivos, de métodos e de técnicas coerentes com os objetivos desejados (LIBÂNEO, OLIVEIRA; TOSCHI, 2011, p. 168). As aulas possuem escopo em artigos científicos, em experimentos interessantes e de rápida e fácil aplicação, na construção de temáticas relacionadas ao dia-a-dia do aluno e em propostas sugeridas pelos Professores da Escola Estadual relacionado ao que foi ministrado em sala de aula. Para realização da Aciepe foram utilizados materiais de laboratório, conforme a demanda de cada experimento. As principais vidrarias utilizadas foram béquer, proveta, erlenmeyer, pipeta volumétrica e graduada, reagentes de baixo custo, fácil acesso e não poluentes, como açúcar, sal, corante, cloreto de sódio, álcool, óleo, vinagre, bicarbonato de sódio, dentre outros. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Aciepe baseia-se em ministrar aulas práticas de laboratório com um caráter interativo e dinâmico, contando, portanto, com a participação dos docentes e discentes de todos os cursos da Universidade Federal de São Carlos – Campus Lagoa do Sino, e dos Alunos e Professores dos 3º Anos da Escola Estadual Renato Rocha Miranda da Cidade de Campina do Monte Alegre, afirmando assim a multidisciplinariedade. A primeira visita dos alunos da Escola Estadual Renato Rocha Miranda iniciou-se com uma dinâmica – Balão com o nome de cada componente do grupo -, para descontração dos alunos no momento da apresentação (Figura 1). No qual tiveram a oportunidade também de indagar algumas dúvidas que possuíam sobre os cursos, e a entrada na Universida90 Eixo 1 de, de conhecerem os discentes da escola e a estrutura do campus Lagoa do Sino. Posteriormente, no laboratório de Química fez-se uma aula expositiva, cujo tema abordava normas de segurança no Laboratório, e introdução as vidrarias mais trabalhadas e suas respectivas funções. Também foi aplicada uma pesquisa qualitativa aos alunos para determinar, inicialmente a demanda, importância e realidade dos alunos. O corpus da pesquisa foi constituído pela produção textual discente (resposta aos questionários e relatórios) e transcrição de entrevistas. A análise de conteúdo foi à metodologia empregada para descrever e interpretar os dados da pesquisa. Por meio da análise dos resultados obtidos pela pesquisa qualitativa pautada em um estudo de caso foi possível observar que as experiências executadas possibilitaram aos estudantes compreender a importância da Química no nosso dia-a-dia. Dos 30 alunos provenientes da escola estadual, 100 % acham que as aulas práticas são importantes porque auxiliam na compreensão do conteúdo teórico. Todos afirmaram que as aulas práticas são vantajosas e nenhum apresentou desvantagens, conforme os dizeres da aluna X: “Não há desvantagens, pelo contrário, abre sua mente, visão e pontos de vista sobre a matéria e materiais”. Todos os alunos esperam aprender muitas coisas, acreditam que estas práticas serão importantes no futuro deles, uma das alunas, denominada aluna Y, afirmou que: “Quero ver coisas que ainda não tive a sorte de ver”. Todos os alunos disseram que querem cursar uma universidade e acreditam que este momento será importante para ajudá-los na decisão de qual curso prestar. CONCLUSÃO A partir dos resultados que apontam os alarmantes índices de reprovação e baixa participação dos alunos da Escola Estadual Renato Rocha Miranda no Enem, e dos dados sintetizados da pesquisa qualitativa aplicada aos alunos participantes, pode-se referir a Aciepe como um dos meios de auxiliar e mudar esse quadro. Em vista de que a parceria da Aciepe com a escola tornou-se sólida e promissora, todos os participantes (discentes, docentes, alunos), estão bastante empenhados, buscando atingir, por meio dessa oportunidade, os objetivos propostos. Maiormente o de auxiliar os alunos a desenvolverem uma visão mais ampla, relacionado aos pilares. Acreditamos que esta experiência será importante no futuro deles, tanto em termos acadêmico, como profissional e social. BIBLIOGRAFIA Dados referentes ao Exame Nacional do Ensino Médio, Microdados do Enem/Inep, 2012. Organizado por Meritt (2014). Índice de Reprovação, Censo Escolar 2013, Inep. Organizado por Meritt (2014). LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreria de; TOSCHI, MirzaSeabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2011. Quadro da escola referente ao Enem 2012, Microdados do Enem/Inep, 2012. Organizado por Meritt (2014). Palavras-chaves: Laboratório de Química/Meio ambiente/Transposição didática 91 Eixo 1 A REFUNDAÇÃO DA JURISDIÇÃO ENQUANTO PERCEPÇÃO LÚDICA DE ACESSO À JUSTIÇA Autor(es): LUIZA MARTINI STURMER - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) O lúdico traz um leque de possibilidades para que a linguagem jurídica ultrapasse os limites da formalidade e se envolva nas relações sociais. Como forma legítima de representação da sociedade, a linguagem artística mostra-se como meio de revelação da linguagem jurídica. Assim, torna-se relevante compreender a relação e a interatividade entre estas, percebendo a arte como uma perspectiva garantista de acesso à justiça e, portanto, como ferramenta de Refundação da Jurisdição. De modo evidente, o tecnicismo dos meios existentes no site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e a linguagem especializada que este aborda são fatores que se contrapõem com a própria razão de existir do Direito, ou seja, garantir à sociedade o acesso à Justiça. Como bem referido por Lenio Luiz Streck, ser sujeito à lei não significa estar rigorosamente preso às palavras desta, mas sim ao próprio espírito do Direito, que busca acima de tudo o bem estar social. Assim, a importância da hermenêutica se faz presente com uma maior aproximação entre o jurídico e a comunidade, tendo em vista o acesso à Justiça como um direito fundamental. O que não se compreende é a relutância dos Tribunais de Justiça e, no caso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) em adequar a linguagem jurídica ao seu site e à compreensão ampla das decisões pela coletividade. Infelizmente, ainda é perceptível a valorização do método estritamente jurídico e o afastamento entre o Judiciário e a sociedade. Nesse sentido, o Ministro Massami Uyeda declarou que, não se pode perder de vista a indispensabilidade da divulgação de informações pelo Judiciário com o principal objetivo de se obter uma melhor prestação jurisdicional. É exatamente esta perspectiva que motiva o presente projeto de extensão que visa criar espaços para que o cidadão sinta-se mais próximo da linguagem técnico-jurídica, para que a partir dai conheça seus direitos e saiba protegê-los. Certamente, a crítica ao site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é necessária, visto que estimula o rompimento de paradigmas que se tornaram ultrapassados, na realidade atual. Ainda há a existência de grandes barreiras de comunicação para aqueles que acessam o site e buscam informações. Por isso, a pretensão em desenvolver na internet outras formas de comunicação, visto que a linguagem se apresenta como meio de revelação do Direito, como forma legítima de representação da sociedade e como mecanismo que assegura as relações sociais. Este paradoxo entre ciência e senso comum possibilita que a linguagem jurídica não se adapte somente aos limites da formalidade, mas se engaje nas relações sociais como forma legítima e eficaz de expressão do exercício da cidadania. Isto porque, o senso comum seria critico o bastante para desmascarar as mazelas sociais, incluindo, é claro, as mazelas do direito. Isso alcançaria, sem sombra de dúvidas a democratização da linguagem jurídica em vez de restringir-se a quem detém essa “imprudente” ciência jurídica nas mãos. Trata-se de ciência inacabada, incontroversa e, por muitas vezes, incompatível com a própria justiça. Com isso, não se pode se utilizar apenas do conhecimento jurídico de modo estrito, nem da linguagem baseada somente no senso comum. Desta forma, surge com este projeto de extensão a pretensão de desenvolver medidas criativas que integrem a linguagem jurídica ao próprio conhecimento do público alvo, visando ao aperfeiçoamento das ferramentas disponibilizadas no site do TJRS. Inicialmente, o método utilizado para o desenvolvimento deste projeto de extensão será a coleta de dados das ferramentas disponibilizadas pelo site do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Posteriormente, será elaborado um site o qual tem por finalidade esclarecer e simplificar as ferramentas disponíveis no site do TJRS. Ainda, serão elaboradas cartilhas para que tenham ampla circulação na sociedade, não apenas leiga como para os iniciantes acadêmicos do curso de Direito. Logo, esse material será revisado por uma comissão técnica. Por fim, estes instrumentos serão disponibilizados à sociedade, a fim de se atingir as metas previamente estabelecidas. A rigor, tal planejamento possibilita compreender quais os tipos de recursos que podem concretizar as ideias pretendidas e as formas de viabilizar este projeto de extensão. Nesse sentido, considerando tratar-se de ação de extensão que ainda está em fase inicial as conclusões confundem-se ainda com as premissas e hipóteses inicialmente projetadas. Almeja-se como resultados esperados no desenvolvimento deste projeto de extensão o estímulo a uma melhor compreensão das decisões do TJRS através da utilização da hermenêutica jurídica e a possibilidade de aproximação da esfera jurídica com a comunidade. Incentivando, através da arte e da hermenêutica, uma promoção a impactos - sejam acadêmicos, sociais ou científicos – e o desenvolvimento de uma perspectiva nova e garantista de acesso à justiça. Cabe ainda destacar, que a realização desta proposta possibilita que os conhecimentos da área da pesquisa – no caso em tela, a Hermenêutica Jurídica – realizados na UFSM possibilitem compreender as demandas da sociedade. Evidentemente, a oportunidade de trabalhar na construção desta proposta amplia a gama de atuação profissional aliando o retorno social, tão importante na formação acadêmica. Destarte, pretende-se com o projeto desenvolver questões condizentes com a função da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), enquanto Instituição social e produtora de conhecimento. Sendo assim, 92 Eixo 1 parece importantíssimo construir um site, cartilhas, folders e banners que prestem informações jurídicas aos cidadãos, valendo-se, para tanto, do espaço lúdico do movimento “Ensino, Direito e Literatura” para aproximar o cidadão às práticas forenses. Referências STRECK, Lênio. O que é isto — decido conforme minha consciência? 4. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Disponível em:. Acesso em: 12 de jun. de 2015. Turma diz que toda informação em site da Justiça tem valor oficial. Disponível em:. Acesso em: 08 de mar. de 2015. A linguagem jurídica como obstáculo ao acesso à justiça. Disponível em:. Acesso em: 08 de mar. 2015. Palavras-chaves: Jurisdição/Lúdico/Garantismo/Justiça 93 Eixo 1 A TV UNESP ASSIS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DIÁLOGO DAS ATIVIDADES E PESQUISAS DESENVOLVIDAS NA UNESP COM A COMUNIDADE EXTERNA Autor(es): MAURICIO DIOGENES NETO TAVARES - Universidade Estadual Paulista (UNESP), EDUARDO GALHARDO - UNESP ASSIS, VINICIUS DA SILVA PROENÇA - UNESP ASSIS, HIGOR ALVES CANDIDO - UNESP ASSIS A Televisão Universitária oferece a oportunidade de fortalecer a relação existente no tripé universitário: Ensino, Pesquisa e Extensão. A TV UNESP Assis, projeto de extensão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão Universitária da UNESP, desempenha um papel fundamental para a divulgação das atividades, pesquisas e eventos que são desenvolvidos na UNESP de Assis, e também para veicular uma produção televisiva destinada à difusão e à popularização da Ciência e Tecnologia, veiculando sua programação no Canal Universitário local. Prova da eficácia que a TV UNESP Assis tem tido em suas ações é a enorme aceitação que o projeto vem recebendo ao longo de sua existência, não só pelos moradores da cidade mas também por todos os segmentos do campus, além das ótimas avaliações que o projeto recebe em pareceres institucionais da UNESP. Segundo Magalhães (2002) a televisão Universitária oferece a oportunidade de uma integração ativa entre ensino, pesquisa, extensão, sociabilizando seus atores principais: alunos, professores, dirigentes, funcionários e a comunidade onde atuam e, representamos uma alternativa, um ante referencial, onde a prioridade é a integração, a comunicação na acepção correta e etimológica, de “colocar em comum”. O projeto existe desde 2006, e até hoje já foram produzidos mais de 170 programas onde os protagonistas são os alunos, professores, funcionários do campus de Assis e os membros da comunidade externa. A TV UNESP Assis tem estabelecido ao longo de seus 9 anos existência uma quebra do padrão mercadológico e religioso que as grandes emissoras propõe em suas produções, sendo que têm focado seus programas em grupos e projetos de pesquisa que são desenvolvidos por alunos e professores do campus, projetos de extensão, eventos acadêmicos e culturais, além da propagação do conhecimento produzido pela UNESP de Assis e seus agentes por meio de programas visando a conscientização e informação da comunidade externa nas áreas de ciência, saúde, sustentabilidade, meio ambiente, cultura, literatura, esporte, música, educação inclusiva, reciclagem, entre diversos outros. “O perfil de uma televisão universitária é muito simples. Tem a função de estender o ensino, a pesquisa e a cultura a toda a comunidade acadêmica e à sociedade e, em consequência, de realizar plenamente os fins da universidade, especialmente quando ela se define como regional. Se todas as televisões podem colocar mais ciências em suas programações, muito mais o deve fazer uma televisão universitária” (PAVIANI apud DE CARLI; TRENTIN, 1998, p.18). O projeto propicia a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão. Quanto ao ensino permite que alunos de diferentes cursos se apropriem dos conhecimentos associados a educomunicação, as produções do projeto também visam veicular conteúdo das áreas de conhecimento existentes no campus (Letras, História, Psicologia, Ciências Biológicas e Engenharia Biotecnológica); na pesquisa em que o processo de produção junto aos temas divulgados, buscando “o compromisso com a produção de conteúdo voltado para a educação, a promoção da cultura e do desenvolvimento regional e prestação de serviços, constituindo-se também num espaço para a pesquisa e experimentação de novas linguagens, formatos e narrativas, além de contribuir criticamente para a formação de profissionais de diversas áreas que se envolvem nesse processo produtivo” (PRIOLLI; PEIXOTO, 2004, p. 15). Em relação à extensão fica ligado ao produto final, onde a divulgação científica e de outros conhecimentos gerados na academia são expostos para a sociedade por meio do canal universitário, e ainda contribuem para uma programação regional ética, plural e democrática, voltada à construção da cidadania e às produções culturais na e da comunidade em que a Universidade está inserida. Por ter a “cara” da universidade, a TV Universitária tem seu conteúdo definido de acordo com a realidade de cada região ou cidade, dando um caráter ainda mais próximo do público que a assiste, as próprias TVs são responsáveis por seus conteúdos, não vinculando o detentor do cabo a nenhuma responsabilidade pelo conteúdo exibido no canal. Essas TVs são de uma responsabilidade socioeducativa, e por isso não tem obrigatoriedades de conteúdo como os canais convencionais. A TV UNESP Assis também conta com o apoio técnico de profissionais e estagiários dos cursos de Comunicação da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA). A colaboração entre as duas IES (Instituições de Ensino Superior) é de grande importância para a obtenção de um padrão de qualidade técnica da programação. A TV Universitária é o espaço em que a academia se aproxima do público, ainda que seja exclusiva a assinantes de TV a Cabo, a disponibilização em outro meios garante a ampla divulgação (site, acervo digital da UNESP, canal no YouTube, página no Facebook). Os programas televisivos produzidos são veiculados e atingem mais de 80% da área urbana do município, com aproximadamente 4500 assinantes, ou seja, chegando a mais de 20.000 pessoas com acesso ao Canal Universitário. Como resultado de anos de produções de qualidade, a atuação da TV UNESP Assis vem 94 Eixo 1 melhorando exponencialmente e alcançando novos públicos a cada ano, os dados estatísticos do site BlipTV onde estavam armazenados os programas anteriormente indicaram 11.461 visualizações dos programas. A estatística de acesso à página da TV UNESP (Google Analytics) mostra que desde outubro de 2009 até o dia 25/03/2015, o site recebeu 11.568 visitas de 7.408 visitantes únicos. O canal do YouTube (Google Analytics) criado em novembro de 2014, até o dia 16/07/2015 havia recebido 1630 visualizações só nos programas produzidos em 2015. Portanto, a TV UNESP Assis consolidou-se como um espaço privilegiado para divulgação das atividades da Universidade e para o exercício da cidadania e interdisciplinaridade, tanto dos alunos que fazem parte da equipe e têm acesso à diversos cursos, docentes, pesquisas de diferentes áreas, quanto da população, que recebe em sua casa com mais transparência e qualidade tudo aquilo que a Universidade tem a oferecer. A UNESP, por ser uma universidade pública, necessita dar esse retorno a sociedade, e a TV UNESP Assis estabeleceu um verdadeiro elo entre comunidade acadêmica e sociedade de modo articulado, fortalecendo o tripé ensino-pesquisa-extensão. BIBLIOGRAFIA MAGALHÃES, Cláudio M. Manual para uma TV Universitária. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. v. 1. 64p. DE CARLI, Ana Mery Sehbe; TRENTIN, Ary Nicodemos (Org). A TV da Universidade: I Fórum Brasileiro de Televisões Universitárias. Caxias do Sul: UCS, 1998. Textos apresentados no 1. Fórum Brasileiro de Televisões Universitárias. PRIOLLI, Gabriel; PEIXOTO, Fabiana. A TV Universitária no Brasil: Os Meios de Comunicação nas Instituições Universitárias da América Latina e Caribe. Associação Brasileira de Televisão Universitária. 2004. Disponível em:. Acesso em: 16/07/2015. Palavras-chaves: Comunicação / TV Universitária / Divulgação Científica / Produção Televisiva 95 Eixo 1 A UNIVERSIDADE ENGAJADA: APONTAMENTOS SOBRE A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO BRASIL Autor(es): Ana Maria Nunes Gimenez - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), MARIA BEATRIZ MACHADO BONACELLI - DEPARTAMENTO DE POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS Este trabalho trata da construção e evolução do conceito de extensão universitária no Brasil, a partir da análise de textos legais, bem como de revisão de literatura especializada e de documentos do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX). Inicialmente, foram abordadas algumas questões referentes à origem da universidade, e suas missões primordiais. A universitas (corporação universitária) representou um fenômeno espontâneo da vida medieval, a partir do século XI (1.088 - em Bolonha; e Paris - entre 1150/1170), da união de mestres e estudantes, ou vice e versa, que utilizavam a greve e a dispersão como represálias e ao mesmo tempo instrumentos de defesa contra as agressões externas (da Igreja, do rei, dos citadinos) (HASKINS, 2007; DURKHEIM, 1995). Realizavam o ensino atendendo a demandas individuais, sem a preocupação com o seu entorno e com os benefícios ou serviços que poderiam prestar à sociedade (GIMENEZ; BONACELLI, 2013). A Universidade de Berlim (1810), fundada na Prússia, incorporou a pesquisa científica à missão tradicional, a partir do entendimento de que ensino e pesquisa são missões indissociáveis e que o desenvolvimento da ciência ocorria justamente em decorrência dessa relação. O uso da palavra “extensão” provém de um desenvolvimento educacional iniciado na Inglaterra durante a segunda metade do século XIX (em Oxford, por volta de 1850, e em Cambridge, mais intensivamente a partir de 1873) a partir da preocupação com as necessidades educacionais das comunidades da área urbana industrial que circundavam as universidades. Professores itinerantes se deslocavam até as comunidades para ministrar palestras, que inicialmente versavam sobre literatura, questões sociais e agrícolas (JONES; GARFORTH, 1997). Na América do Norte, a extensão se desenvolveu inicialmente com a prestação de assistência técnica aos agricultores, pelas universidades agrícolas (Land Grant Colleges). O extensionismo cooperativo ou rural foi promovido pelo Departamento de Agricultura, conjuntamente com os governos estaduais, a partir de 1914. Ao longo dos tempos urgiram outras atividades de extensão universitária, entre elas: “difusão técnico-científica, realização de cursos profissionalizantes, educação à distância, educação permanente (ROCHA, 2001, p. 17), entre outras. O pensamento extensionista latino-americano surgiu na Argentina, em 1918, a partir das aspirações reformistas dos estudantes da Universidade de Córdoba, em reação a uma universidade que eles percebiam como uma torre de marfim oligárquica e alheia à sociedade (FREITAS NETO, 2011). Entre as aspirações do movimento reformista algumas estavam diretamente relacionadas com as relações da universidade com o seu entorno, o que pode, portanto, ser considerado como o marco latino-americano de uma ideia de universidade que se “estende” para além de seus muros e que se reconhece como uma instituição social, ampliando o rol de beneficiados pela extensão dos saberes para além dos círculos acadêmicos. No Brasil, a primeira menção a atividades de extensão ocorreu entre os anos de 1911 e 1917, na Universidade Livre de São Paulo, por intermédio de “cursos e conferências gratuitos, abertos à população em geral” (NOGUEIRA, 2001, p. 58). No entanto, Carbonari e Ferreira (2007) mencionam que não havia um alinhamento dessas atividades com ações de enfrentamento de questões sociais e econômicas da comunidade. Rocha (2001) explica que o modelo de extensionista dos EUA, na modalidade extensão rural, exerceu grande influência sobre os países da América Latina, inclusive no Brasil, que criou as Escolas Superiores de Lavras (1921) e de Viçosa (1929) para prestação de assistência técnica aos agricultores. A primeira referência legal à extensão universitária somente ocorreu no ano de 1931, com o advento do Estatuto das Universidades Brasileiras (Decreto n° 19.851, de 11 de abril de 1931). Um marco importante para a evolução do conceito de extensão ocorreu no ano de 1987, com o I Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX), realizado na Universidade de Brasília. O encontro foi encerrado com a elaboração de um documento que propõe um conceito para a extensão, bem como a sua institucionalização e financiamento. A citação a seguir, apresenta esse novo conceito: I. CONCEITO DE EXTENSÃO A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade. A extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade da elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Este fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados/acadêmico e popular, terá como consequência: a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional; e a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade (FORPROEX, 1987, p. 11). O 96 Eixo 1 FORPROEX considera a extensão como um processo dinâmico, transformador, integrador, que se destina à realização de trocas entre a universidade e a sociedade e que deve representar, para a comunidade acadêmica, a possibilidade de aplicação/teste, extramuros, dos saberes acumulados, mas também, de aquisição de novos saberes. Em 1988, a Constituição Federal (CF) dispôs que ensino, pesquisa e extensão são práticas indissociáveis, ideia que já havia sido antecipada pelo FORPROEX. Em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD), Lei nº 9.394/96, em seu artigo 43, inciso VII, tratou discretamente da extensão, mas em consonância com a Constituição Federal, pois estabeleceu que a extensão é um meio de difusão das práticas educacionais e científicas das instituições de ensino superior. Outro marco foi a Política Nacional de Extensão Universitária, lançada em 2012, para reafirmar os objetivos propostos pelo FORPROEX, nos seguintes termos: [...] Extensão Universitária denota uma postura da Universidade na sociedade em que se insere. Seu escopo é o de um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político, por meio do qual se promove uma interação que transforma não apenas a Universidade, mas também os setores sociais com os quais ela interage. Extensão Universitária denota também prática acadêmica, a ser desenvolvida, como manda a Constituição de 1988, de forma indissociável com o Ensino e a Pesquisa, com vistas à promoção e garantia dos valores democráticos, da equidade e do desenvolvimento da sociedade em suas dimensões humana, ética, econômica, cultural, social (FORPROEX, 2012, p. 15-16). Nota-se que a articulação da extensão universitária com os setores produtivos, é uma das ações políticas recomendadas pelo FORPROEX. Finalmente, discute-se a urgência da realização da terceira missão, em suas três dimensões: transferência de tecnologia e inovação; educação continuada; e compromisso social. Segundo a Comissão Europeia, para que a universidade possa ter um desempenho efetivo na realização dessas atividades é necessária a concorrência das seguintes condições: • Uma cultura e mentalidade adequadas; • Recursos humanos especializados; • Estruturas e mecanismos de apoio (EUROPEAN COMMISSION, 2012). É importante frisar que as relações da universidade com a sociedade poderão ocorrer de diversas maneiras e com ênfases diferentes, mas sempre deverão guardar íntima relação com as missões anteriores, o ensino e a pesquisa, visto que foram reconhecidas como indissociáveis. O desafio, então, é transformar a extensão, a exemplo do pensamento de Freire (2006), realmente em uma via de mão-dupla, em uma prática dialética e emancipadora, que extrapole os limites da simples comunicação ou do assistencialismo. Referências BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 31 maio 2014. ______. Decreto nº 19.851, de 11 de Abril de 1931. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19851-11-abril1931-505837-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 31 maio 2014. CARBONARI, M. E. E.; PEREIRA, A. C.A extensão universitária no Brasil, do assistencialismo à sustentabilidade. Revista de Educação, v. 10, n. 10, p. 23-28, 2007. DURKHEIM, E. A Evolução Pedagógica. Tradução de Bruno Charles Magne. Porto alegre: Artes Médicas, 1995. EUROPEAN COMMISSION. Needs and constraints analysis of the three dimensions of third mission activities. 2012. 24p. Disponível em: <http://www.e3mproject.eu/docs/Three-dim-third-mission-act.pdf>. Disponível em: 03 abr. 2015. FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRAS - FORPROEX. I Encontro Nacional. BRASÍLIA: UNB, 1987. ______. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. FREIRE, P. Extensão ou Comunicação. 13. Edição. São Paulo: Paz e Terra. 2006. FREITAS NETO, J. A. A reforma universitária de Córdoba (1918): um manifesto por uma universidade latino -americana. Ensino Superior Unicamp, 3, jun. 2011. GIMENEZ, A. M. N.; BONACELLI, M. B. M. Repensando o Papel da Universidade no Século XXI: Demandas e Desafios. Revista Tecnologia e Sociedade, ed. esp. 5. Simpósio Tecnologia e Sociedade, p. 51-61, 2013. HASKINS, C. H. The Rise of Universities. New New Brunswick (USA) and London (UK): Transaction Publishers, 2007. JONES, G.E.; GARFORTH, C. Chapter 1 - The history, development, and future of agricultural extension. In: Swanson, B. E.; BENTZ, R. P.; SOFRANKO, A. J. (Editors). Improving agricultural extension: a reference manual. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations, 1997. NOGUEIRA, M. D. P, Extensão Universitária no Brasil: uma Revisão Conceitual. In: FARIA, D. S.. (Org.). Construção Conceitual da Extensão Universitária na América Latina. Brasília: UNB, 2001. p. 57-72. ROCHA, R. M. G. A Construção do Conceito de Extensão Universitária na América Latina. In: FARIA, D. S.. (Org.). Construção Conceitual da Extensão Universitária na América Latina. Brasília: UNB, 2001. p. 13-29. Palavras-chaves: Terceira Missão/Extensão/Universidade Engajada 97 Eixo 1 A UNIVERSIDADE NA COMUNIDADE Autor(es): MARIA JOSE DE OLIVEIRA LIMA - Universidade Estadual Paulista (UNESP), ORLINEYA MACIEL GUIMARAES - FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS, MARIA CRISTINA PIANA - FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS, JULIA FONSECA DE SOUSA - FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS O presente trabalho tem o objetivo de garantir condições para a efetivação da cidadania, através de ações socioeducativas direcionadas para facilitar o acesso à Universidade. Foi criado com intuito de levar a comunidade local, focando em alunos de ensino médio da rede pública de ensino, informações e orientações sobre a Universidade Pública e as políticas de permanência estudantil a fim de incentivar a sua escolha por estas Instituições. A contribuição do projeto está diretamente ligada a democratização das informações e orientações prestadas que possibilitará o ingresso no Ensino Superior e indiretamente, a orientação aos estudantes beneficiados com as cotas para escolas públicas. Introdução O acesso ao ensino superior é uma capacitação local e global e quanto maior a oportunidade de acesso à Universidade pública pela comunidade local se fortalece as possibilidades competitivas do mercado. A cidade de Franca é um pólo industrial, e seus habitantes, em sua maioria não possui acesso à Universidade Pública, em razão de Franca possuir apenas duas Instituições de Ensino superior gratuitas (Unesp e Fatec), e mais três com cobrança de mensalidade, além de vários Pólos de Ensino à distancia particulares. Foi observado que o ingresso nos cursos em História e Serviço Social da Unesp campus de Franca é preferencialmente escolhido pela população local, enquanto os jovens de outras cidades se concentram nos cursos de Relações Internacionais e Direito. Os alunos do ensino médio da cidade de Franca pouco conhecem a Unesp, bem como os processos de ingresso e benefícios de permanência (bolsas, pesquisa, extensão) o que pode ser de grande valia na hora da escolha pela Unesp por parte destes estudantes. É notório que um estudo deste porte viabilizará o acesso do estudante de escola pública ao Ensino Superior gratuito, ou seja, Universidade Pública. Os estudantes da rede pública estadual, nem sempre possui clareza sobre a natureza e objetivos da Universidade e por isso não são motivados a conquistar o acesso. Segundo ORTEGA (2001) a prática de preparação e informação ao aluno do ensino médio para acesso às Universidades Públicas é uma preocupação tão somente das escolas particulares, ficando, portanto, estes alunos do ensino público à mercê de acesso ao mercado de trabalho, cursos profissionalizantes e Instituições Particulares. Diante disso, a aproximação dos graduandos da Unesp nestes espaços será fundamental para oferecer orientações, motivação, conhecimento, além de divulgar os cursos de graduação da Unesp. Material e Métodos Serão realizados estudos teóricos e oficinas temáticas com o grupo de graduandos da Unesp; contatos formais e informais com a direção da escola selecionada; pesquisa de campo por meio de entrevistas coletivas e/ ou individuais com alunos do ensino médio; análise dos depoimentos; estudos de casos; organização e execução de oficinas, palestras e atividades socioeducativas na escola; reuniões para estudos, planejamento, organização e avaliação do projeto. As oficinas temáticas terão como fundamentação teórica para auxilio nas reflexões sobre a Educação os autores Paulo Freire e Anísio Teixeira, reflexões sobre a Universidade Pública, o Ensino Superior e sua Gestão na visão de José Dias Sobrinho, Luis Fernandes Afrânio Dourado, Maria de Lourdes de Alberquerque Fávero, Leonardo Boff, Marilena Chauí, reflexões sobre cidadania e participação sob a ótica de Pedro Demo, Analises de Políticas Públicas de Sonia Dribe, Leonardo Secchi, Breno Sander e outros autores. Objetivo Gerais e Específicos O objetivo geral do Projeto é levar informações e orientações sobre o Ensino Superior, formas de inserção e políticas de permanência estudantil aos alunos do Ensino médio da rede pública. Para atingir o objetivo geral serão necessárias ações de reflexões, estudos e debates com a equipe do projeto de extensão para compreender as políticas do Ensino Superior; preparação da equipe, através de oficinas temáticas, visando a organização das ações a serem executadas na escola de ensino médio e por fim a execução do projeto para a democratização das informações sobre as Instituições de Ensino, as políticas de acesso e de permanência estudantil. Uma vez que a democratização do Ensino Superior, segundo DIAS SOBRINHO (2010) não pode ser apenas através de políticas de cotas e aumento de vagas para inclusão destes alunos, mas através de um programa de inclusão que se estabeleça uma relação de informação sobre as políticas de permanência estudantil das Universidades Públicas. Resultados Esperados Poderemos obter como produto final do projeto o fortalecimento das Comissões de Recepção de Calouros, Feira de Profissões ou Workshops de apresentação dos cursos, voltados para alunos do ensino médio; a avaliação das políticas de benefícios de permanência estudantil e sua aplicabilidade no percurso acadêmico (envolvimento com pesquisa); o diálogo interdisciplinar entre as áreas do conhecimento da Unidade (Ciências Humanas e Sociais); uma resposta qualitativa e ampliada da comunidade em relação à visão da Universidade e seus processos; a garantia de prestação de serviços à comunidade; o incentivo à produção do conhecimento a partir das demandas da comunidade; o conhecimento ampliado da Unesp e dos Cursos oferecidos diretamente pelos alunos do ensino médio e a integração entre o Ensino, pesquisa e extensão, a partir do envolvimento dos atores da Universidade: 98 Eixo 1 docentes, discentes de graduação e pós-graduação e comunidade local. O projeto iniciou em abril deste ano, portanto está em andamento e já é perceptível o resultado parcial e positivo gerado pelas ações executadas até o presente momento. Diante disso, fica claro que o projeto caminha atingindo os objetivos da Unesp enquanto Universidade Pública e ao mesmo tempo preenche uma lacuna existente entre a comunidade e o acesso ao Ensino Superior. Referências Bibliográficas DIAS SOBRINHO, José. Democratização, Qualidade e Crise da Educação Superior: Faces da Exclusão e Limites da Inclusão. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1223-1245, out./dez. 2010 ORTEGA, (Eliane Maria V. O Ensino médio público e o acesso ao ensino superior. Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo, Fundação Carlos Chagas, n. 23, p.153-176, jan./jun.2001. Palavras-chaves: Universidade Pública / Ensino Superior / Política Pública de Permanência Estudantil. 99 Eixo 1 A UNIVERSIDADE, A CIDADE E NÓS: PATRIMÔNIO HISTÓRICO NOS CAMINHOS DA EXTENSÃO. Autor(es): Érika Oliveira Amorim - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) O presente texto aborda as ações de um projeto de extensão universitária que envolve estudantes de graduação dos cursos de História e Turismo da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), unidade Carangola, desde abril de 2014, bem como alunos do nono ano do ensino fundamental da Escola Estadual João Belo de Oliveira. O projeto tem demonstrado como a tríade Ensino-Pesquisa-Extensão pode representar ganhos para a comunidade. A equipe integrante do projeto tem como enfoque a extensão dos estudos desenvolvidos na academia para a comunidade, inserindo alunos da rede pública estadual nesta dinâmica. O ensino de História além do ambiente escolar tem sido discutido enquanto alternativa para expandir o processo de ensino-aprendizagem. Ao ultrapassar os muros da escola os alunos conhecem outros espaços e podem refletir sobre seu cotidiano. Assim entendem que a história também se faz fora da sala de aula e que as praças, monumentos, construções e museus contam sobre o lugar onde vivem. Esses espaços das cidades representam lugares de memória em suas múltiplas manifestações, seja pela dimensão de monumentalidade, seja pela memória de um tempo que se foi. O projeto desenvolve oficinas sobre Patrimônio Histórico e promove visitas ao Museu e Arquivo Histórico de Carangola, guiadas pelos acadêmicos dos cursos de História e Turismo. Na pesquisa em questão o foco é a ação educativa em museus voltada para o público escolar e o trabalho de extensão possibilita aos graduandos e aos jovens estudantes do ensino fundamental a inserção no processo de resgate cultural e patrimonial. A experiência de aprendizagem no Museu possibilita o incremento do pensamento histórico dos educandos, ao promover o contato com o patrimônio material local, despertando, assim o reconhecimento de si no mundo, assim como a construção da noção de tempo e de lugar. Metodologicamente, a observação simples é a ferramenta utilizada durante as ações do projeto e os registros se concretizaram por meio de fotografias, filmagens e cadernos de campo, posteriormente analisados e sistematizados, resultando na produção de artigos científicos. O viés interdisciplinar do projeto demonstra a indissociabilidade entre Pesquisa, Ensino e Extensão, uma vez que permite aos discentes da UEMG desenvolver habilidades teóricas no contato direto com campos nos quais poderão atuar profissionalmente, como a escola e o museu, e produzindo ciência ao compartilhar os resultados da pesquisa em periódicos. Ramos (2004) afirma que o museu deve ser um espaço onde todos nós refletimos sobre o patrimônio cultural do qual fazemos parte e pelo qual somos responsáveis. Assim, inspira reflexões acerca do passado, do presente e da condição de ser no mundo. Nesse sentido, a visitação objetiva trazer aos estudantes o contato com a história do lugar onde vivem. Ademais, busca-se também demonstrar que a cidade, assim como considera Gadotti (2006) é espaço de cultura onde numa troca de saberes e competências a escola, a cidade e seus espaços se educam. Dessa maneira, ao provocar nos alunos a curiosidade pela cidade e seus espaços cria-se o despertar para a relação entre escola e cidade. Nesse processo, os educandos percebem nos espaços urbanos – praças, calçadas, ruas – e nos centros de difusão culturais – museus, teatros – territórios educativos. Ampliam, então, a experiência formativa vivenciada dentro do âmbito escolar. O ensino de História ganha muito quando extrapola os muros da escola e agrega ao livro didático a cultura material contida nos museus. Ele representa o importante papel de preservar, mesmo que sejam instituições pequenas, constituindo acervos de determinados grupos ou campos de saber. São espaços de aprendizagem que contribuem significativamente para a construção do conhecimento, o respeito e a valorização do patrimônio sócio-histórico e cultural dos povos. O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) destaca que: o universo da cultura, o museu assume funções as mais diversas e envolventes. Uma vontade de memória seduz as pessoas e as conduz à procura de registros antigos e novos, levando-as ao campo dos museus, no qual as portas se abrem sempre mais. A museologia é hoje compartilhada como uma prática a serviço da vida. O museu é o lugar em que sensações, ideias e imagens de pronto irradiadas por objetos e referenciais ali reunidos iluminam valores essenciais para o ser humano. Espaço fascinante onde se descobre e se aprende, nele se amplia o conhecimento e se aprofunda a consciência da identidade, da solidariedade e da partilha. (Disponível em http://www. museus.gov.br/os-museus/. Acesso em: 10 fev. 2015). Assim, o museu é visto como um palco de descobertas, campo de pesquisas, provocador de percepções e interpretações do que foi vivido promovendo releituras do tempo presente. Um dos intuitos do projeto foi o de provocar nos alunos a desconstrução da ideia de que o museu preserva aquilo que é morto, estático, passando de uma história mumificada para a uma história multiplicada (PEREIRA & SIMAN, 2009). Outro viés pelo qual o projeto se preocupa é o de evitar que o museu seja compreendido pelos estudantes como lugar exclusivamente turístico ou de lazer, como qualquer outro dessa natureza. Problematiza-se que uma visita a um museu acompanhada ou não de um professor de História, é um ato reflexivo, compreendendo como aquele local contribui para a memória e como se comunica com as gerações que vem e que vão. O projeto foi pioneiro, na unidade Carango100 Eixo 1 la, ao atuar de forma interdisciplinar nos cursos de História e Turismo. Tendo em vista esse câmbio entre as duas formações procura-se conscientizar os graduandos de que, tanto os profissionais da História como os do Turismo assumam o desafio do pensamento crítico e da sensibilidade para lidar com os espaços de memória e tudo o que representam para a sociedade. Em decorrência das ações já efetuadas, observou-se na prática a via de mão dupla da extensão tendo em vista que o conhecimento desenvolvido academicamente no espaço da universidade pode ser compartilhado com os estudantes da rede pública estadual. Essa vivência gerou trocas de saberes entre eles e, especificamente aos graduandos, permitiu que vislumbrassem e vivenciassem seus possíveis campos de atuação profissional: a escola e o museu. Pensar o mundo fora da sala de aula é um dos pressupostos do ensino de História. Demonstrar ao aluno que a História também se faz fora dos muros da escola e que o passado se faz presente nos monumentos, nas festas cívicas, nas fotografias e nos objetos que compõem o acervo dos museus pode se tornar um grande laboratório de estudo e aprendizagem. Despertando essa percepção, os alunos podem ampliar capacidades e habilidades para questionar aos homens de outros tempos sobre como viviam e compreender que os homens do passado também fazem parte da sua história. Para os graduandos a elaboração das atividades da oficina possibilitou o contato com a realidade da sala de aula em uma escola pública bem com o patrimônio material. Ademais, organizar uma visita guiada a um museu significou uma oportunidade de vislumbrar campos de trabalho, no caso do aluno do curso de Turismo, e o estudo de metodologias de trabalho, no caso da aluna do curso de História. Tais fatos indicam uma das potencialidades do projeto ao unir estudantes de História e Turismo. Os dois cursos desenvolvem olhares diferentes para a visitação a museus e a elaboração de atividades em conjunto possibilita ir além do olhar apenas turístico da visitação ao museu. A principal discussão levantada junto aos estudantes da graduação foi a de buscar evitar que o museu se transforme apenas em um espaço turístico. A visitação a um museu vai além: é um ato de reflexão e análise sobre o que é aquele espaço, o conhecimento de diferentes culturas materiais, suas atividades, seus valores e suas relações com as pessoas. É um local de pensamento crítico, de indagações, de problematização de discursos e documentos. Nesse sentido, os graduandos puderam colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade e vivenciaram de fato o que é fazer extensão e como incluir a comunidade no processo de construção do conhecimento. Palavras-chaves: ensino de História / patrimônio histórico / extensão universitária 101 Eixo 1 A UNIVERSIDADE, A COMUNIDADE E A PRÁTICA PROFISSIONAL COM REFLEXOS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS Autor(es): ORLINEYA MACIEL GUIMARAES - Universidade Estadual Paulista (UNESP) O presente projeto, calcado na interatividade entre universidade-comunidade, tem o objetivo de aproximar a Universidade Estadual Paulista, enquanto Instituição, da população local a fim de expandir e democratizar, abarcando, além do município de Franca, as cidades vizinhas. O projeto objetiva promover a integração entre o curso de Direito do Campus de Franca da UNESP e os alunos do ensino médio, tanto da rede pública como privada a oportunidade de conhecer o espaço acadêmico, com ênfase nas temáticas dos cursos de graduação oferecidos pela Unesp, campus de Franca, através de workshops, para um conhecimento aprofundado das profissões e do perfil esperado dos egressos, garantindo assim, o acesso à informação sobre as práticas profissionais, políticas públicas e tem por finalidade, também, fazer cumprir os aspectos éticos das normas vigentes de pesquisa envolvendo seres humanos realizadas por docentes, alunos da Graduação e Pós-Graduação desse campus. Almeja-se não somente auxiliar o importante passo na escolha de uma profissão e do ambiente universitário desejado, mas também enseja a possibilidade de um reconhecimento, ainda que local, do papel da Universidade Estadual Pública no aprimoramento cultural, tecnológico, profissionalizante e humanístico dos universitários, os quais propagarão seus conhecimentos em diversos ambientes, possibilitando, o alçar da democratização em âmbito municipal, estadual, federal. A contribuição do projeto está ligada não só às informações e orientações sobre o curso de graduação em Direito, mas também ao debate e à reflexão sobre temas importantes que envolvem a sociedade civil, possibilitando assim o entendimento do papel do profissional a ser formado, além da inovação do ensino jurídico, cumprindo assim um fator de ligação entre pesquisa, ensino e extensão. Dessa forma, o projeto enseja a possibilidade do reconhecimento da UNESP como uma instituição de ensino comprometida com uma formação que não contemple somente a graduação de qualidade, mas também, a humanização da sociedade. Enquanto conquista almejada por muitos, o acesso ao ensino superior ainda possui muitas barreiras a serem ultrapassadas para se tornar uma oportunidade igualitária. No âmbito da universidade pública, ainda é expressiva a quantidade de jovens em fase escolar que não a priorizam, ou não reconhecem a sua excelência em face de diversas outras instituições com relevância questionável. No que tange ao curso de Direito da Universidade Estadual Paulista, mister se fez divulgá-lo na comunidade francana e adjacentes a fim de destacar seus predicados, sobretudo no que se refere ao ensino, pesquisa e extensão. Ademais, tal divulgação do curso é complementada por um debate político-social entre os alunos visitantes e posteriormente será oferecido um júri-simulado sobre o tema discutido. Com isso, permite-se retratar o cunho político tão característico dos cursos do campus de Franca, permitindo que o aluno em fase de vestibular não só conheça a UNESP enquanto instituição, mas que, principalmente, fomente a capacidade argumentativa para conhecer o verdadeiro perfil do aluno unespiano: entusiasta e questionador. Tendo em vista que o público com maior interesse na realidade universitária são os potenciais vestibulandos, o projeto objetiva promover a integração entre o Curso de Direito do Campus de Franca da UNESP e os alunos do ensino médio. Ao visar tal entrosamento, busca-se não somente auxiliar o importante passo na escolha de uma profissão e do ambiente universitário almejado, mas também ensejar a possibilidade de um reconhecimento local do papel da Universidade Estadual Pública no aprimoramento cultural, tecnológico, profissionalizante e humanístico dos universitários, os quais propagarão seus conhecimentos em diversos ambientes, possibilitando, por corolário, o alçar da democratização em âmbito municipal, estadual, federal. Em suma, o projeto enseja a possibilidade do reconhecimento da UNESP como uma instituição de ensino comprometida com uma formação que não contemple somente a graduação de qualidade, mas também, a humanização. Assim sendo, o projeto visa criar um vínculo entre a universidade e a comunidade na qual aquela esteja inserida através da aproximação do aluno de ensino médio com o aluno universitário. Com isto, pretende-se que aquele que se interesse em cursar Direito nesta universidade conheça melhor o perfil do aluno e entenda o funcionamento do curso, que se pauta em discussão e construção coletiva. Estes quesitos serão apresentados no modelo de Workshop, para que haja um maior contato dos visitantes com os acadêmicos e pelo debate realizado a partir do método dinâmico e indutivo, possam ter noção da amplitude do universo do bacharel em Direito. O projeto, portanto, permitirá aos acadêmicos de Direito o contato com a população local, levando o conhecimento adquirido em sala de aula e na vivência do curso de graduação, aos estudantes visitantes a possibilidade do contato com o universo da Unesp e do curso de Direito e por fim, toda a dinâmica possibilitará um aprimoramento no ensino, na pesquisa e na extensão. Palavras-chaves: Universidade Pública, Ensino Superior, Prática profissional 102 Eixo 1 A UNIVERSIDADE, SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE E A EXTENSÃO NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO: UMA BREVE REVISÃO Autor(es): PAULO ERNESTO DIAZ ROCHA - Universidade de Sao Paulo (USP) A instituição acadêmica universitária tem quase a idade de um milênio e desde sua origem tem se dedicado à formação intelectual e moral através do estudo, do cultivo do saber e da busca da verdade. Sua vitalidade talvez possa ser creditada à capacidade de diálogo entre antigo e novo, clássico e moderno, consagrado e emergente, mesmo com tamanha tensão, tanto interna quanto externa a ela, que dificulta tal conversa. Neste sentido, tanto rever o passado quanto avaliar o presente e pensar no futuro fazem parte do currículo universitário, que procura investigar a fundo as realidades que conformam nossa sociedade. Sendo um local onde se encontram jovens e adultos com intuito de aprender e ensinar, a universidade promove uma integração única como instituição social. Para E. MORIN, a universidade tem uma “missão transnacional” e uma “função transecular”, dispondo de autonomia para promover uma conservação ‘fértil’ (que salva o passado contra as “potentes forças de desintegração cultural” deste século) e não ‘estéril’ (quando dogmática, fixa e rígida). C. BUARQUE coloca ainda que ela tem a missão de participar da realização do processo civilizatório, não apenas através do saber técnico, mas também estético e ético. Somente nos fins do século XIX começaram a surgir exemplos de instituições que prezavam o caráter prático do saber das pesquisas aplicadas, contrastando com a mera missão de guarda e transmissão do conhecimento: a partir daí foi que as revoluções científica, industrial e democrática passaram a transformá-las. Porém, a modernização crescente do início do século XX fez do catedrático, diretor de uma grande empresa capitalista; uma universidade burocratizada. Na polaridade universidade – comunidade, após 1960 segundo A. TEIXEIRA (p. 47, 1998), surgiu um intervencionismo moderado e reformista, trazendo a idéia de multiversidade, que tentava funcionalizá-la, contrariando as elites e também despolitizá-la, contrariando os grupos sociais estudantis de esquerda. Ao se fazer prestadora de serviços, devotada à solução de problemas nacionais, regionais e/ou locais, a universidade rompe com seu isolamento e se faz complexa e pluralista, procurando administrar contradições como teoria e prática, cultura elitista e popular, educação e trabalho numa única instituição acadêmica. Entretanto, com uma eficiência superada, somada à explosão demográfica do início do século, a qualidade dos estudos se fez perder pela quantidade de pessoas que a procuram, promovendo uma infinidade de pesquisas que se empoeiram nas estantes, sem grandes aplicações. Como cita S. SANTOS: “Ao homem de cultura liberal sucedeu o especialista e, este, o homem de organização. Este ainda é em muito um mecânico”. Existm entretanto esforços de aproximação da sala de aula com o mundo externo - a educação como conhecimento do prático -, rompendo a barreira entre vida e escola. Desde um centro elitista de exercício mental de formação não utilitária, a universidade moderna se consubstanciou também como um centro de transmissão de saber popular, passando a participar das transformações sociais – afinal, “uma expressão da época”. Além de cada universidade ter se transformado em ‘multiversidade’, esta tende a promover intercâmbios entre diversas outras instituições, o que possibilitaria também a difusão do conhecimento a níveis horizontais e verticais. Assim, no século XXI, o espírito acadêmico universitário, embora tenha perdido seu caráter revolucionário que marcou grandes conflitos sócio-culturais dos anos 60-70 no mundo, parece ter que enfrentar as mudanças estruturais, mas também ideológicas na busca pela interpretação e solução do que tem se mostrado urgente pela sua abrangência e complexidade na atualidade. A universidade deveria se mostrar, então, capaz de se reinventar através das crises e partindo de um esforço no mínimo pluridisciplinar e coletivo. Uma vez que o contato com problemas de ordem planetária nos coloca questões antes impensadas, cria-se a possibilidade de um novo olhar, construído no diálogo entre diversos campos do conhecimento. Quando da criação da USP, F. Azevedo escreveu que ela tinha sido “a primeira instituição em que se verteu a caudal da inquietação que os homens possuem em face da natureza, da vida e de seus problemas” e que a missão dela é inocular o questionamento. No artigo 2o de seu Estatuto, define, entre suas finalidades, “estender à sociedade serviços indissociáveis das atividades de ensino e pesquisa”, depois de perfilar estes últimos focos inicialmente. De qualquer modo, o Estatuto conceitua a Extensão como ação educativa que tem a sociedade como finalidade, tornando-a “altamente porosa”, segundo A. A. de ABREU. Tal Doutrina da Indissociabilidade deu base ao Regimento de Cultura e Extensão, aprovado pelo Conselho Universitário em 2002: “as atividades de cultura e extensão universitária são concebidas como processo educativo, cultural e científico que integra o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade”. Para L. Menezes, a formação universitária deve ir além da sala de aula, sendo praticada em “espaços de protagonismo discente” para uma “ambientação profissional prática”, visando a promoção de “contato direto e real com a demanda de seu trabalho, interação entre alunos e com seus professores, assim como dar aos alunos oportunidade de tomarem iniciativas e experimentarem inovações” (p.57). Neste sentido, ele critica a “falta de uma formação ética e política em nome de um pragmatismo exacerbado que 103 Eixo 1 contribuem para o crescente e destrutivo individualismo na sociedade atual”, sendo “inaceitável a ausência de um amplo exercício de cidadania participativa”. Assim, ele acredita que a extensão universitária deve combinar com pesquisas de interesse social e cientifico, fazendo o estudante aprender prestando serviço e também se envolvendo com trabalhos interdisciplinares, inter unidades e inter institucionais. Tais posições são também defendidas por M. SORRENTINO, R. J. RIBEIRO e H. MATTAR, nesta mesma publicação. O primeiro, falando do bem comum, liga a felicidade individual com a coletiva e que, paralela à universidade oficial “conteudística e prescritiva”, existe uma paralela “engajada e comprometida com o aprendizagem através da práxis” (p.60). O segundo comenta que a universidade deve ensinar a pensar, para além do conhecer, pois surge do conflito de idéias e não de doutrinamento ou treinamento – agir, interagir, dialogar, trocar mais que fabricar, produzir, reificar. O terceiro, citando Domenico de Masi e suas idéias sobre criatividade e grupos criativos, alerta para os perigos e possibilidades da sociedade pós-industrial – superar o modelo de linha de montagem através de um salto cultural. Assim, defende uma educação universitária que permita a plena expressão do potencial individual e coletivo, um conjunto de competências necessárias pro novo milênio: que forme pessoas polivalentes e flexíveis, com cultura geral ampla e aberta, com dimensão ética e crítica, conectando idéias, com senso estético, domínio de línguas etc. M. R. SAMPAIO & Paulo C. PEREIRA, dentre outros itens, confirma a necessária ação de revigoramento da extensão na pesquisa científica e como fonte de atualização do ensino e lembra do perigo de privatização da universidade com a relação ao apoio de empresas privadas em laboratórios das universidades públicas. Sobre isso, as idéias de M. CHAUÍ, no texto Em torno da universidade de resultados e de serviços, discutem financiamentos de pesquisas, novas tecnologias e administração burocrática. Ela desenvolve a idéia de “universidade de resultados” e o “esgotamento histórico” de teorias e das próprias áreas humanas, criticando a fragmentação do ensino e da pesquisa imposta por uma almejada modernização que escolariza a graduação, afunila a pós-graduação, se vincula a universidade com empresas estatais e privadas, criando a chamada “universidade de serviços” em geral via fundações e institutos não organicamente vinculadas a ela. Para ela, “o que é fantástico nesta modernização é seu arcaísmo”, já que destrói a autonomia alcançada com a laicização do ensino, tornando-se refém do mercado que passa a reger ou ao menos induzir “critérios, padrões, prazos e usos” (p.58) que fluem ao sabor do capital da iniciativa privada. S. L. de Melo, ainda na publicação Universidade: formação e transformação, lembra do papel de vanguarda da universidade e não receptáculo passivo de demandas e por isso do necessário pensamento autônomo. Para ela, Extensão é outra face do Ensino, porque forma “agentes ativos de transformação”, os faz perguntar, amplia o campo da ciência, os faz conviver com a luta pelo trabalho e possibilita a existência de uma “ciência com alma”. Em sua visão, a extensão se torna não apenas via onde se entretecem as tramas que unem a sociedade e a universidade, como pode ser um espaço de excelência onde os três fins da universidade revelam sua interdependência dentro da singularidade (p.112)... Ensino e pesquisa, despojados de suas raízes humanas, podem forjar profissionais e cidadãos que, pela prática constante da anulação da alteridade, anulem-se também como partícipes da aventura humana, transformando seu trabalho profissional num ato mecânico e o outro que está diante dele numa coisa sem espírito (p.115). Falando de práxis, confere a extensão como um momento quando o conhecimento, o saber, sendo exigido pelas demandas do real, volta-se sobre si, reflete e se transforma. Ela faz com que a universidade exponha sua crença (ou não) pela ética e reencontre suas causas, resistindo ao consumo egoísta e destruidor. Palavras-chaves: universidade, sociedade, extensão, universidade de são paulo 104 Eixo 1 AÇÃO GLOBAL DE EXTENSÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL NA COMUNIDADE:UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Autor(es): REGINA MARIA AGUIAR ALVES - Faculdades INTA, FERREIRA, GLAUCIRENE SIEBRA MOURA - INSTITUTO DE TEOLOGIA APLICADA-INTA INTRODUÇÃO: Com a Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004 que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) passou a fazer parte em seu artigo 3°, inciso III, “a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural” (BRASIL, 2004). Neste contexto, o Instituto Superior de Teologia Aplicada – INTA, sendo uma Instituição de Ensino Superior particular localizada em Sobral-CE, que conta com dezoito Cursos de Graduação, Pós-graduação em todas as áreas e um Curso de Mestrado, planejou algo que atendesse a exigência do SINAES e contribuísse com a qualidade de vida da população. Tendo no seu Organograma Institucional hierarquicamente a Diretoria Geral e treze Pró-Diretorias no setor administrativo, no qual se encontra a Pró-Diretoria de Extensão e Responsabilidade Social (PRODERES) que tem entre outras funções promover permanentemente interação entre a Instituição, a comunidade na qual está inserida e a sociedade de forma mais ampla, ficou com a incumbência de elaborar um projeto que fosse contemplado este item do SINAES. Em todos os cursos contamos com diversos Projetos de Extensão que atuam isoladamente, então idealizamos um projeto que agregasse Extensão e Responsabilidade Social em uma ação global de atendimento a comunidade. E foi criado o Projeto “INTA na comunidade”. O Projeto foi apresentado a Diretoria Geral e com a aprovação da mesma, a Instituição adquiriu uma tenda e uma Unidade Móvel de Saúde, climatizada e dividida em três consultórios e banheiros, proporcionando uma infraestrutura apropriada para um atendimento adequado em qualquer local. Para a realização do evento são selecionados Projetos de Extensão existentes, com os acadêmicos e o professor responsável, para irem a um local previamente divulgado à comunidade pelos meios de comunicação local e digital. A proposta é que a ação global seja realizada quinzenalmente e circule por todos os bairros e distritos do município em que a Instituição está inserida, além de campanhas esporádicas solicitadas pelos cursos e comunidade de uma forma geral. O projeto foi lançado inicialmente em um bairro próximo a sede da Instituição e em outro momento no pátio da própria Instituição. Entendemos que este contato com a comunidade proporciona ao acadêmico uma formação qualificada, crítica, competente, capaz de tomar decisões, respeitando a ética em seus mais diversos contextos. OBJETIVO: Descrever as ações de Extensão e Responsabilidade Social ofertada à comunidade em uma ação global por uma Instituição de Ensino Superior particular. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva, tipo relato de experiência com abordagem qualitativa. Trata-se de um estudo descritivo o qual visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2010). É do tipo relato de experiência com abordagem qualitativa, que segundo Minayo (2010), a pesquisa qualitativa consiste em um estudo para compreender as relações de crenças, percepções, opiniões e interpretações dos homens referentes á sua forma de se posicionar e pensar. No dia 12 de Setembro de 2015 foi realizado o lançamento do Projeto “INTA na comunidade” no Parque Santo Antônio, bairro circunvizinho da sede da Instituição. Em parceria com a Associação dos moradores do bairro e meios de comunicação local, sendo deste modo feito o convite à comunidade para participação no evento. Foi realizada previamente uma seleção dos Projetos de Extensão na Instituição e escolhido dez para disponibilizarem serviços à comunidade no dia da ação global. RESULTADOS: Foram oferecidos os seguintes serviços no dia da ação global: Nutrição – Avaliação Nutricional; Fisioterapia – atendimento dermato-funcional; Farmácia e Biomedicina: Classificação Sanguínea; Projeto Laços de Família – atendimento de Assistência Social, Direito e Psicologia; Enfermagem – Projeto “Cuidadores do Coração” com verificação de Pressão Arterial e Glicemia e prevenção de doenças cardiovasculares, Projeto “Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva” com coleta de Prevenção do Câncer Ginecológico no consultório da Unidade Móvel, orientação sobre Infecções sexualmente Transmissíveis e uso de contraceptivos; Medicina – Consulta Médica com Clinico Geral; Odontologia – Orientação sobre escovação, Prevenção de câncer bucal e colocação de flúor; Promoção da Inclusão digital orientando quanto à realização de Cursos gratuitos on-line com certificados disponibilizados pela Instituição. Tivemos uma quantidade grande de visitantes no local e totalizamos 380 atendimentos diretos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar da realização apenas de duas ações globais do Projeto “INTA na Comunidade” podemos considerar que este projeto pioneiro em nossa cidade é de extrema importância para a Instituição, pois trabalha de uma forma direta a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. Avaliando as estatísticas de atendimento e a quantidade de pessoas que procuraram os serviços ofertados, podemos confirmar o beneficio que o programa traz a comunidade de uma forma geral. E pelos relatos dos alunos podemos concluir a oportunidade de aprendizagem que o programa 105 Eixo 1 proporciona desenvolvendo também o espírito de cidadania e Responsabilidade Social que as Instituições de Ensino Superior devem despertar nos acadêmicos. REFERÊNCIAS: BRASIL, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, LEI 10.861/2004 (LEI ORDINÁRIA) 14/04/2004. Disponível em <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.861-2004?OpenDocument> Acesso em: 19/09/2015. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 5º ed.São Paulo: Atlas, 2010. MINAYO, M. C.S. O desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 12ª Ed. São Paulo: Hucitec-Abrasco, 2010. Palavras-chaves: Extensão/ Responsabilidade Social/ Ensino Superior 106 Eixo 1 ACIEPE “DESMISTIFICANDO A ECONOMIA”: A PRÁTICA DA INDISSOCIABILIDADE ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO. Autor(es): NATALY ALESSANDRA BELLAN - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), ESTEVAN HENRIQUE COELHO As Atividades Curriculares de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE’s) são atividades fomentadas pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Por meio dos professores, técnicos e alunos da universidade, estas atividades procuram viabilizar e estimular o relacionamento com diferentes segmentos da sociedade e promover uma experiência educativa, cultural e científica, além da indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão, que é o principal enfoque pedagógico (UFSCAR, 2015). Desde o segundo semestre de 2013, é ofertado pelo Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSER/UFSCar) a ACIEPE: Desmistificando a Economia. A proposta feita pela ACIEPE “Desmistificando a Economia” teve como justificativa criar uma atividade que agrega os três pilares: pesquisa, ensino e extensão e teve a finalidade de quebrar paradigmas trazendo a economia para perto da sociedade. Assim, pretendeu-se responder questões como: o que é economia? Por que estudar economia? O que é inflação? Por que a taxa de juros sobe? Por que as decisões de política econômica afetam todos os setores de atividade? Quais são as instituições econômicas que fazem parte do dia a dia da sociedade? Quem são os agentes econômicos desta sociedade? Desta forma, os encontros propostos nesta ACIEPE, foram fundamentais para mostrar que a economia é uma ferramenta que faz parte do cotidiano da sociedade. Ressalta-se que para qualquer área do conhecimento, é fundamental compreender o funcionamento das “Ciências Econômicas” que permite ao público alvo esclarecer o funcionamento das atividades econômicas das sociedades, da economia global, como os indivíduos tomam suas decisões etc. Desta forma, a proposta desta ACIEPE também contribuiu para uma visão multidisciplinar do conhecimento, o qual é papel imprescindível de uma universidade. A ACIEPE teve por objetivos: 1) Desmistificar a economia, trazendo conceitos econômicos para perto da sociedade; 2) Detalhar os campos de atuação da economia: Economia Agrícola, Economia Internacional; Mercado de Trabalho; Estatística aplicada à Economia. Enfim, como a mesma se interage com outras áreas de atividade; 3) Procurar esclarecer no encontro como os itens 1 e 2 supracitados se aplicam para o cotidiano da sociedade; 4) Trazer palestrantes atuantes no mercado de trabalho em Economia que exemplifiquem como às Ciências Econômicas fazem parte de suas atividades. 5) Elaboração informações sobre os dados econômicos de fontes secundárias levantados ao longo da ACIEPE. Desta forma, artigos sobre os temas discutidos na ACIEPE foram realizados e apresentados em Congressos de Iniciação Científica, como o CIC/UFSCar; Sociedade Brasileira para o Progresso e a Ciência - SBPC e Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural - SOBER. A ACIEPE foi ofertada na UFSCar, no campus de Ciências Agrárias, na cidade de Araras-SP em quatro momentos (segundo semestre de 2013; primeiro e segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015). O público alvo foi tanto a comunidade interna como a externa, que compõe, em sua maioria, estudantes de agrárias e produtores rurais. Dada a característica da ACIEPE, em proporcionar um espaço de discussão para os temas abordados, com flexibilidade de horário, o cronograma foi elaborado, juntamente com os participantes inscritos, de acordo com o calendário acadêmico e a disponibilidade de salas. Para a concretização da presente atividade foram necessários 5 meses, em cada semestre, alocados da seguinte maneira (com início em agosto de 2013, no caso da primeira oferta da ACIEPE): CRONOGRAMA DA PESQUISA SEGUNDO SEMESTRE 2013 Discussão (Agosto) Análise e levantamento de informações (Agosto/Setembro) Desenvolvimento dos projetos com os participantes da ACIEPE (Setembro/Outubro) Levantamento dos resultados das pesquisas e processamento dos dados (Outubro a Dezembro) Discussão dos resultados, layout de um primeiro boletim de divulgação tanto para a comunidade interna quanto externa, elaboração do relatório final e envio do trabalho para Revista Científica (Novembro/Dezembro). CRONOGRAMA DA PESQUISA PRIMEIRO SEMESTRE 2014 Discussão (Março) Análise e levantamento de informações (Março/ Abril) Desenvolvimento dos projetos com os participantes da ACIEPE (Abril/Maio) Levantamento dos resultados das pesquisas e processamento dos dados (Maio/Junho) Discussão dos resultados, elaboração do relatório final e envio dos trabalhos para o Congresso de Iniciação Científica da UFSCar (Junho/Julho). CRONOGRAMA DA PESQUISA SEGUNDO SEMESTRE 2014 Discussão (Agosto) Análise e levantamento de informações (Agosto/Setembro) Desenvolvimento dos projetos com os participantes da ACIEPE (Setembro/Outubro) Levantamento dos resultados das pesquisas e processamento dos dados (Outubro a Dezembro) Discussão dos resultados, envio de trabalhos para o Congresso de Economia e Sociologia Rural – SOBER, Sociedade Brasileira para o Progresso e a Ciência - SBPC e confecção do relatório final (Novembro/Dezembro). CRONOGRAMA DA PESQUISA PRIMEIRO SEMESTRE 2015 Discussão (Março) Análise e levantamento de informações (Março/Abril) Desenvolvimento dos projetos com os 107 Eixo 1 participantes da ACIEPE (Abril/Maio) Levantamento dos resultados das pesquisas e processamento dos dados. Palestra sobre Financiamento Agrícola com o gerente geral da Caixa Econômica de Araras. Esta palestra foi aberta tanto para comunidade interna quanto externa.(Maio/Junho) Discussão dos resultados, elaboração do relatório final. Busca por divulgação dos resultados.(Junho/Julho). Foram feitos levantamentos e análises de dados secundários (como exemplo Ministérios de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) e análise de informações presentes na literatura. Os resultados podem ser divididos nas três ofertas: 1) ACIEPE Segundo Semestre de 2013: envio de um trabalho com os participantes da ACIEPE para o Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural e também para a Revista Científica do Centro Universitário de Araras. Os trabalhos realizados na ACIEPE foram aprovados nestes dois meios de divulgação. Elaboração da primeira versão de um futuro boletim de divulgação sobre informações econômicas. 2) ACIEPE Primeiro Semestre de 2014: Envio de dois trabalhos para o Congresso de Iniciação Científica da UFSCar. Os mesmos foram aprovados. 3) ACIEPE Segundo Semestre de 2014: publicação de dois trabalhos no Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural e apresentação de dois trabalhos no Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso e a Ciência. 4) ACIEPE Primeiro Semestre de 2015: palestra divulgada para a comunidade sobre Financiamento Agrícola realizada no Centro de Ciências Agrárias/UFSCar/Araras. Busca para divulgação das informações realizadas nesta ACIEPE. A oferta desta ACIEPE, em termos de relevância acadêmica, evidenciou a importância em discutir temas das Ciências Econômicas em um ambiente onde se predomina o estudo de temas voltados para as Ciências Agrárias. Assim, foi possível mostrar a interdisciplinariedade existente. Neste sentido, as informações econômicas levantadas e as discussões realizadas, bem como os artigos resultantes das ofertas da ACIEPE, evidenciaram a complementariedade das áreas e possibilitaram uma formação mais ampla dos discentes das ciências agrárias. Em termos de relevância social, as ofertas desta ACIEPE propiciaram um processo reflexivo para a oferta de outras ACIEPE’s, que discutiam temas relevantes para os setores econômicos. Assim, as ofertas das ACIEPE “Desmistificando a Economia” permitiu o surgimento de novas ideias como a busca de informações para criação de um boletim informativo de divulgação mensal. A ACIEPE – Desmistificando a Economia, trouxe resultados no sentido de trabalhar com os participantes a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, atingindo os objetivos propostos, com a perspectiva de a atividade ter continuidade, reforçando ainda mais a importância do mesmo para a comunidade, tanto acadêmica quanto externa. Tanto teve continuidade que no primeiro semestre de 2015 foi ofertada nova ACIEPE intitulada “BUSCA, ANÁLISE E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR AGROPECUÁRIO” e a qual já vem trazendo resultados com a divulgação dos boletins informativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 05 agosto de 2015. MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. <www.agricultura.gov.br/politica-agricola/publicacoes/informativo-de-economia-agricola>. Acesso em: 05 agosto de 2015. UFSCar – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Atividade Curricular de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE). Disponível em: <www.ufscar.br/aciepes>. Acesso em: 05 agosto de 2015. Palavras-chaves: extensão/agronomia/economia/ 108 Eixo 1 AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE COM ADOLESCENTES NA ESCOLA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE DOS LICENCIANDOS EM ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA Autor(es): Danyele Fernandes Machado - Universidade de Sao Paulo (USP), MARK FERNANDO RABONI - EERP/USP, CAROLINA FRANCIELLI SOARES BENEDETTI - EERP/USP, PATRÍCIA EVANGELISTA - EERP/USP, NATALIA CAMPOS PEREIRA - EERP/USP, MARCELA CRISTINA RESENDE - EERP/USP, BRUNA BARBOSA Este relato baseia-se em vivência inserida no Programa Aprender com Cultura e Extensão (PACCEx), promovido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, intitulado “Promoção da Saúde na Educação Básica”, ocorrido no último semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015. A extensão universitária é um dos caminhos para desenvolver uma formação acadêmica completa, que integra teoria e prática, possibilitando o domínio de conhecimentos científicos. Nesta modalidade, os alunos em formação no curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, ampliam suas experiências em Promoção da Saúde na Educação Básica, mediante sua participação em uma Escola Estadual de Educação Básica, reconhecendo através do contexto sociocultural, necessidades e possibilidades de trabalho de saúde no local, elaborando planos de ações educativas voltadas a Promoção de Saúde. Neste contexto, o projeto de extensão possibilita ao acadêmico a inserção no ambiente de trabalho e o conduz para a sua futura carreira de docência, consolidando a construção e reconstrução do ser crítico-reflexivo, domínio de conhecimentos científicos, atuação investigativa e o processo de aprender e ensinar. Freire (1996) afirma que no desenvolvimento docente, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Assim, este relato tem por objetivo apresentar a experiência de estudantes de Enfermagem em um Projeto de Cultura e Extensão, que, ao promover saúde, vão se constituindo como educadores. O desenvolvimento do Projeto O Projeto contou com a participação de alunos bolsistas e voluntários do segundo e terceiro ano do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem, uma enfermeira licenciada, e a coordenação de uma docente, todos da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Foram realizados encontros semanais, com duração de quatro horas na Escola de Educação Básica e encontros mensais com os integrantes do Projeto para discussão, reflexão e avaliação. O planejamento das atividades privilegiou as seguintes ações: a) Reconhecimento da escola; b) Levantamento das necessidades; c) Possibilidades de população alvo; d) Atividades educativas com os alunos; e) Avaliação das atividades desenvolvidas; f) Grupo de discussão, reflexão e avaliação. Junto à coordenação da Escola de Educação Básica, optou-se por desenvolver as atividades educativas com os estudantes do ensino médio, cerca de 300 alunos, distribuídos entre os 1º A, B, C, D; 2º A, B, C e, por fim, 3º A, B, C. Todos com idade entre 14 a 17 anos. Resultados e Discussão A ação de reconhecimento da escola é uma oportunidade de aprendizagem para o desenvolvimento da construção docente, uma vez que o graduando é convidado a vivenciar o papel de futuro profissional de enfermagem licenciado, visto que grande parte das suas experiências se deram até então no espaço escolar, mas no papel de aluno e não de docente. Após o reconhecimento da escola e do empreendimento de uma construção de um vínculo, os graduandos desenvolveram com os adolescentes atividades sobre as concepções de saúde trazidas por eles, que participaram ativamente da atividade, discutindo e preparando cartazes, com imagens extraídas de revistas. Foi discutido se todos os conteúdos de saúde trazidos aplicam-se na prática e confrontou-se os cartazes produzidos pelos diferentes grupos, indicando como cada subgrupo compreende saúde. Nesse momento foi possível também levantar as temáticas de maior interesse e priorizar as necessidades de saúde apresentadas. As atividades elencadas, a serem desenvolvidas na sequência, foram: sexualidade, gênero, prevenção de DSTs/AIDS, métodos contraceptivos, drogas, valores, vestibular e perspectivas de futuro. Para este trabalho, destacaremos duas atividades. A temática da sexualidade apareceu fortemente como demanda de todas as séries. Uma das atividades relacionadas a este tema foi referente aos métodos contraceptivos. Foi desenvolvida em subgrupos, para os quais foi proposto discussão e análise de métodos contraceptivos. Os alunos foram estimulados a identificar os métodos e suas condições de uso, discutindo ainda a importância do planejamento familiar. Como resultados imediatos deste atividade, destacam-se, por meio da fala dos alunos, o entendimento em relação à sexualidade, gênero e as práticas sexuais, demonstrando maior responsabilidade, quanto à compreensão do uso de preservativos. O trabalho com este tema é enfatizado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN, que apresentam sexualidade como um tema transversal relevante para discussão nas escolas. Neste contexto há o reconhecimento da importância de se trabalhar esta temática em seus aspectos biopsicossociais, bem como a necessidade de pensar na formação de professores que compreendam as necessidades e interesses dos alunos sobre sexualidade (BRASIL, 1998), e as possibilidades de formação de enfermeiros para atuação no espaço escolar (SISTON; 109 Eixo 1 VARGAS, 2007). Também o trabalho com droga merece destaque. Este foi desenvolvido na perspectiva do empoderamento, autonomia e participação ativa dos alunos no processo de decisão (BYDLOWSKI; LEFEVRE; PEREIRA 2011). Para tanto, foram utilizadas três questões disparadoras para o trabalho: a) Quais são as drogas que são de conhecimento dos alunos? b) Quais são seus efeitos a longo prazo? c) Quais sãos as causas do uso das drogas? d) Que outras possibilidades existem, para obter os mesmos resultados? Na discussão foram trazidos aspectos como o uso da droga como forma da inserção em um grupo social, o alívio do estresse da rotina e simbologia social sobre o uso da maconha. Também se discutiu as consequências para a saúde o uso das drogas e as possibilidades de ampliar seu prazer e bem -estar por meio de esportes, alimentação, músicas e espiritualidade. Os próprios adolescentes verbalizavam a relação de saúde com estilo de vida e com o autocuidado. No planejamento das atividades educativas, os graduandos foram estimulados a escolher estratégias de ensino que confluíssem com a proposta das metodologias ativas, que criam condições de problematização e de aprendizagens significativas, o que pode significar a suspensão de certas afirmações categóricas por outras hipotéticas, ao mesmo tempo, que fazem surgir novas perguntas, uma vez que o professor é mediador do processo de aprendizagem do estudante, trazendo-o para a “cena” como sujeito ativo (FREIRE, 1996). Experimentar essas ações, significa poder romper com “não saber fazer”, ou “falta de formação” ou até mesmo “pelas condições de trabalho não favorecer essa prática de ensino problematizadora” apontados no estudo de Semim, Souza e Corrêa (2009). Outro ponto que cabe destacar quanto ao uso de metodologias ativas, é que a maioria das atividades educativas, propunha como estratégia de ensino, o trabalho em pequenos grupos. Assim os graduandos puderam vivenciar a coordenação de grupo, o que envolve, segundo Bonals (2003 p.15) a participação de cada um integrante e a capacidade de dialogar, condição necessária para realização de acordos. O mesmo autor afirma que há uma tradição da escola, tanto na educação básica quanto nas graduações, de considerar a aprendizagem do trabalho em grupo/equipe como uma aprendizagem espontânea, entretanto, faz-se necessário sistematizar essa prática, visto que trabalhar em grupo/equipe se aprende fazendo, e refletindo sobre a própria prática. Considerações Finais Considera-se que os resultados relativos aos objetivos do Projeto de Extensão foram plenamente alcançados. Os encontros foram produtivos devido à expressiva participação dos alunos nas atividades propostas, bem como nos momentos de intervalo da escola, em que muitos alunos procuravam os graduandos para esclarecer dúvidas sobre os temas trabalhados. Como a abordagem de Promoção da saúde visa a autonomia e participação no processo de saúde dos sujeitos envolvidos, compreende-se que a melhor estratégia de trabalho em classe é o empoderamento dos alunos, a partir do domínio dos conteúdos. Assim, a aprendizagem ganha um significado mais amplo e articulado com seu contexto sócio cultural. Do ponto de vista dos graduandos, a experiência contribui bastante para o desenvolvimento destes enquanto educadores, pois foi possível vivenciar, de forma mais intensa, as oportunidades de planejamento, aplicação e avaliação das atividades. Referências BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. BONALS, J. O trabalho em pequenos grupos na sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2003. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 19. ed. São Paulo: Paz e terra, 1996. SEMIM, G.M. SOUZA, M.C.B.M. CORRÊA, A.K. Professor como facilitador do processo ensino-aprendizagem: visão de estudante de enfermagem. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre, set; 30(3):484-91, 2009. SISTON AN; VARGAS LA. O enfermeiro na escola: práticas educativas na promoção da saúde de escolares. Enfermería Global, nov. 2007. Palavras-chaves: ENFERMAGEM/FORMAÇÃO DE PROFESSOR/PROMOÇÃO DE SAÚDE 110 Eixo 1 AÇÕES EXTENSIONISTAS E SOCIEDADE CIVIL: RESPONSABILIDADE SOCIAL E COMPROMISSO ÉTICO REAFIRMANDO O DIREITOS A TER DIREITOS E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA. Autor(es): CARLUCIA MARIA SILVA - Universidade do Estado de Minas Gerais, JOANA D’ARC OLIVEIRA CUNHA -, VANESSA DE SOUZA PEREIRA Em 2014, a Universidade do Estado de Minas Gerais, através da Faculdade de Políticas Públicas Tancredo Neves (FaPP/CBH/UEMG) e seu Núcleo de Pesquisa e Extensão, executou junto aos catadores da Associação de Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis (ASMARE) o Projeto de Extensão “REVITALIZANDO A ASMARE: um suporte jurídico-pedagógico aos catadores e catadoras da Associação de Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitáveis”. Nesta ação extensionista, a Faculdade de Políticas Públicas Tancredo Neves (FaPP/CBH/UEMG) ofereceu aos catadores e catadoras associados suporte jurídico-pedagógico, tendo em vista não somente no que diz respeito à revisão de seu Estatuto Social como também, acompanhou diversas ações sociais voltadas para o fortalecimento institucional, aprimoramento do processo de gestão e sustentabilidade organizacional. Um termo de Cooperação Técnica firmado entre a FaPP/CBH/UEMG e o Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA) possibilitou ações conjuntas e interações com outras parcerias que contribuíram para o fortalecimento interno da organização dos catadores e catadoras de recicláveis associados da ASMARE, bem como seu fortalecimento no sistema de coleta seletiva solidária, na construção de parcerias com o Poder Público e organizações do Terceiro Setor. As ações extensionistas realizadas neste Projeto decorreram do Projeto Rede de Intercâmbio do Terceiro Setor. (Projeto RITS) tendo como principais eixos norteadores o fortalecimento institucional de Organizações do Terceiro Setor e sustentabilidade financeira. A execução das ações previstas contou com a participação de um aluno bolsista do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerências – Ênfase em Gestão de Organizações do Terceiro Setor e da interface com outras disciplinas da grade curricular do referido Curso, dentre elas, as disciplinas “Direito do Terceiro Setor” e “Cooperativismo e Cooperativas de Trabalho”. Vale destacar que esta interface possibilitou aos discentes confrontar teoria e prática, bem como, no que se refere a esses conteúdos analisar possibilidades, desafios e dilemas colocados. Como resultado destas ações extensionistas podemos destacar a construção e desenvolvimento de ferramentas de registro/divulgação das ações desenvolvidas, gerando subsídios de estudo e pesquisa para a Universidade, bem como para os catadores de recicláveis e organizações da sociedade civil interessados. Vale destacar também que nas reuniões e/ou oficinas realizadas foi estimulado e potencializada a participação dialógica, a construção coletiva de propostas, além da interação Universidade/Sociedade. Considerando a experiência realizada e os resultados obtidos, em 2015 houve solicitação por parte da diretoria da Asmare para dar continuidade ao trabalho realizado no ano anterior, desta vez, oferecer suporte jurídico-pedagógico na revisão do Regimento Interno da Associação e acompanhamento da gestão administrativa da Asmare. Estas ações foram integradas a um projeto de Pesquisa em curso intitulado “Economia Solidária e catadores de recicláveis: organizações em redes por trabalho, políticas públicas e cidadania. O caso da ASMARE, 25 anos depois”. O referido Projeto de Pesquisa, analisa a experiência da Associação de Catadores de Papel, Papelão e Material Recicláveis (ASMARE), sua articulação sociopolítica, interfaces com a Cooperativa de Reciclagem dos Catadores da Rede Economia Solidária da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Rede Cataunidos), com o Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis (MNCR), entidades de apoio e gestores públicos parceiros. Com a finalidade de atingir os objetivos propostos, além de fontes bibliográficas relacionadas à temática em estudo, a pesquisa utilizou dados e informações obtidas em entrevistas semiestruturadas realizadas com 10 (dez) associados da ASMARE. As entrevistas foram realizadas por dois alunos bolsistas, apoiados pelo Programa Institucional de Apoio à Pesquisa da UEMG (PAPq 2015/UEMG) e pelo Programa Institucional de Apoio à Extensão da UEMG (PAEx 2015/UEMG) A pesquisa, ainda em curso lança um olhar sobre a participação na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Nº 12.305/2010) e a organização desses trabalhadores em suas lutas por trabalho, políticas públicas e cidadania. Nesse sentido busca também identificar nas ações desses trabalhadores da reciclagem, o papel da Economia Popular Solidária e contribuições decorrentes. Além da observação direta e participação em eventos promovidos pelos parceiros, dentre eles, o Movimento Nacional de Catadores, a Cooperativa de Reciclagem dos Catadores da Rede Economia Solidária da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Rede Cataunidos), a participação em eventos promovidos pelo Observatório da Reciclagem Inclusiva e Solidária (ORIS) foi muito importante. Os dados levantados possibilitaram verificar processos vivenciados, práticas sociais como lócus de participação e as relações sociais de gênero e raça. Os resultados ainda parciais apontam avanços e conquistas desses trabalhadores, não obstante as condições de vulnerabilidade em que se encontram. Chama atenção o importante papel sociopolítico e organizativo de suas lide111 Eixo 1 ranças. O estudo apontou o protagonismo dos catadores de recicláveis, em sua maioria mulheres negras, mães e/ou avós chefes de família, que no trabalho da reciclagem conciliam o cuidado da casa, dos filhos e/ou netos, constroem sociabilidades, transformam o lixo em ferramentas de cidadania. Neste protagonismo foi possível visualizar também dilemas e desafios em suas lutas por trabalho decente e reconhecimento. O trabalho de pesquisa/ação realizado tem impactado positivamente a formação dos alunos envolvidos no Projeto, bem como possibilitado a relação dialógica entre universidade e comunidade alvo, possibilitado assim a indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa numa perspectiva interdisciplinar. Vale ressaltar ainda, o fortalecimento da Asmare no que tange aos processos organizativos, a consciência desses trabalhadores e trabalhadoras enquanto sujeitos de direito e suas articulações e lutas por cidadania e reconhecimento. Merecem atenção o lugar das parcerias consolidadas e outras ainda em construção, sobretudo nos processos de implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o que de certa forma contribuirá também para a formatação de políticas públicas de inclusão socioprodutiva e desenvolvimento local/regional sustentável, uma vez que a coleta seletiva e a reciclagem solidária são as principais reivindicações desses trabalhadores e trabalhadoras. Enfim, fortalecer a luta política pela consolidação da reciclagem solidária, face às tecnologias que tendem a eliminar os catadores de recicláveis da cadeia produtiva da reciclagem, dentre elas, a incineração são desafios e dilemas a serem enfrentados. Palavras-chaves: Ações extensionistas/ Catadores de recicláveis/ Economia solidária/ Cidadania. 112 Eixo 1 ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE EXTENSÃO: O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NA UFMG Autor(es): NATALIA FRAGA CARVALHAIS OLIVEIRA - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ADRIANO ROBERTO AFONSO DO NASCIMENTO - FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS - UFMG Introdução e objetivos A Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio de sua Diretoria de Avaliação da Extensão (DAEXT), tem desenvolvido ações com a finalidade de constituir e consolidar um sistema de acompanhamento, monitoramento e avaliação da extensão na UFMG. Nessa direção, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um relato institucional de uma experiência piloto em desenvolvimento por essa Diretoria. Em linhas gerais, essa experiência consiste, em um primeiro momento, na coleta, no tratamento e na análise inicial de um conjunto de informações relativas a ações de extensão desenvolvidas por uma das unidades acadêmicas da Universidade. Planeja-se, como ação subsequente, a discussão desse material junto aos coordenadores de ações de extensão dessa mesma unidade, objetivando a elaboração conjunta de um relatório de acompanhamento que forneça uma visão mais aproximada do cotidiano da Extensão na Unidade e, por isso, possibilite a proposição de estratégias que favoreçam ajustes visando à continuidade dessas ações. No trabalho a ser apresentado no evento, pretendemos explicitar os fundamentos que orientam os procedimentos executados e, posteriormente, revelar alguns resultados do levantamento inicial de informações (mapeamento), que indica as principais características das ações desenvolvidas na Unidade. Ao final, serão tecidas algumas considerações sobre o processo construído até o presente momento. Fundamentação De acordo com o art. 34 do Regimento Geral da UFMG, aprovado em 2010, o ensino, a pesquisa e a extensão se constituem como atividades fundamentais e indissociáveis da Universidade. Em consonância com a política nacional de extensão formulada pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior (FORPROEX, 1998), a concepção de extensão presente nesse documento prevê a extensão vinculada ao ensino e à pesquisa, devendo ser realizada tanto por docentes, como pelas unidades acadêmicas de maneira a ampliar as relações entre a UFMG e a sociedade. Nesse sentido, considerando-se a extensão universitária como atividade essencial para o cumprimento da missão da Universidade (formação de pessoas e produção de conhecimento de maneira vinculada aos interesses da sociedade; UFMG, 2013), é imprescindível seu acompanhamento, monitoramento e avaliação. Embora a extensão universitária na UFMG esteja devidamente institucionalizada em sua estrutura normativa e administrativa, é possível considerarmos que existem diversas formas de extensão na Universidade. Essa diversidade apresenta muitos desafios aos diferentes processos de acompanhamento, monitoramento e avaliação da extensão quando se leva em conta a tarefa de se construir indicadores comuns que reconheçam de forma adequada o andamento e os resultados do conjunto de ações desenvolvidas. Considerando-se esses desafios é que, com base no entendimento da extensão universitária como fenômeno educativo complexo, entendemos que a construção dessa proposta de acompanhamento deve procurar envolver, também na análise dos dados, a própria comunidade de origem das informações, com a expectativa de que tenhamos efetivamente ao longo do processo o exercício de uma “prática democrática” (Dias Sobrinho, 2003). Procedimentos de coleta e organização de informações As informações utilizadas para o levantamento aqui apresentado foram extraídas do Sistema de Informação da Extensão (SIEX) e do Sistema de Fomento à Extensão. O primeiro sistema se constitui em uma ferramenta de registro dos programas, projetos, cursos, eventos e prestações de serviços desenvolvidos pela Universidade. Além de permitir a consulta pública, sua finalidade é fornecer suporte à gestão e avaliação da extensão realizada pela PROEX e pelos Centros de Extensão (CENEX) das várias unidades da UFMG. O Sistema de Fomento à Extensão, por sua vez, permite o cadastro e a avaliação de propostas de programas e projetos submetidas ao Edital de Fomento da PROEX. Adicionalmente, possibilita o cadastro de bolsistas de extensão para fins de pagamento de bolsas, bem como o preenchimento dos formulários de avaliação de bolsistas e orientadores participantes dos programas e projetos contemplados com bolsas. Para o desenvolvimento do levantamento aqui relatado considerou-se o ano de 2014 e as atividades desenvolvidas pela Faculdade de Educação (FaE). Foram considerados, na consulta e extração de informações, dados referentes à caracterização das ações de extensão, formas de participação dos membros da equipe, fontes de financiamento, caracterização segundo áreas temáticas, formas de parceria, vínculo ao ensino e à pesquisa, bem como às políticas públicas, produtos resultantes das ações de extensão, entre outras. Como etapa subsequente do processo de acompanhamento, a DAEXT encaminhará o relatório produzido à Faculdade de Educação para que o mesmo sirva como referência para a discussão a ser realizada na própria unidade. Espera-se que esse momento represente um efetivo diálogo entre a Pró-Reitoria de Extensão e a Faculdade de Educação na direção da construção de uma avaliação conjunta, que permita a identificação de eventuais diferenças entre os dados extraídos, em especial, do SIEX, e o cotidiano das ações de extensão desenvolvidas na unidade, 113 Eixo 1 bem como a proposição de mudanças necessárias à qualificação da extensão universitária na FaE. Com base nessa construção coletiva, objetiva-se elaborar futuramente outro perfil descritivo das atividades de extensão da FaE para fins de monitoramento longitudinal, considerando-se, para esse outro momento, as metas institucionais traçadas em conjunto pela própria Unidade em diálogo com a Pró-Reitoria de Extensão. Resultados Dentre o conjunto de dados coletados e sistematizados, destacamos alguns que podem fornecer uma caracterização inicial da Unidade. A FaE desenvolveu, ao longo de 2014, 117 ações de extensão, o que representou 4, 5% do total de ações realizadas na UFMG nesse mesmo período. Entre essas ações, foram mais frequentes aquelas caracterizadas como Projetos (59%). Segundo dados do SIEX, 73, 8% das ações informadas apresentaram vínculos com o ensino e a pesquisa. Como esperado, 84, 6% das ações desenvolvidas na Unidade em 2014 estavam associadas à área temática da Educação, sendo que 87, 2% também do total de ações declararam como área de conhecimento principal as Ciências Humanas. Também constatamos que, segundo os registros consultados, 67, 5% das ações realizadas nessa Unidade possuíam algum vínculo com políticas públicas. Estiveram envolvidos no conjunto de ações realizadas um total de 91 bolsistas, conforme dados do Sistema de Fomento. Em relação ao estabelecimento de parcerias, 65% das ações tiveram parceiros no seu desenvolvimento. Algumas considerações A realização do procedimento aqui apresentado teve como objetivo identificar e descrever as atividades de extensão desenvolvidas no contexto de uma dada unidade acadêmica em determinado momento histórico como etapa de um processo mais amplo de acompanhamento. Como já adiantamos, é nossa expectativa que, a partir de tal procedimento, o diálogo a ser estabelecido entre o órgão responsável pela gestão da extensão na Universidade e a unidade acadêmica responsável pelo desenvolvimento das ações de extensão descritas nesse trabalho busque captar e compreender aquilo que é característico das ações de extensão realizadas por essa unidade. Avaliamos que, caso tal empreendimento tenha sucesso, possamos realizá-lo junto às outras unidades acadêmicas da UFMG, visando, em médio prazo, estabelecer uma rotina de acompanhamento que, quando consolidada, possa servir de base segura para ações de monitoramento e avaliação da Extensão em nossa Universidade. Referências Bibliográficas DIAS SOBRINHO, José. Avaliação: políticas educacionais e reformas da educação superior. São Paulo: Cortez, 2003. FORPROEX. Plano Nacional de Extensão, 1998. In: NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel (org.). Extensão Universitária: diretrizes conceituais e políticas. Documentos básicos do FORPROEX 1987-2000. Belo Horizonte: PROEX/ UFMG; o Fórum, 2000. (p.116-126) UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Resolução nº 01 de 16 de março de 2010. Aprova o novo Regimento Geral da Universidade de Minas Gerais. Conselho Universitário da UFMG, 2010. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Plano de Desenvolvimento Institucional 2013-2017. 2013 Palavras-chaves: acompanhamento/monitoramento/ações de extensão 114 Eixo 1 ADAPTABILIVETES: VESTÍGIOS DA ADAPTABILIDADE HUMANA ÀS ESPECIFICIDADES DO MEIO AMBIENTE, EXPRESSOS NAS VESTIMENTAS. Autor(es): JAERGENTON DE SOUZA CORREA - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), LUISE WEISS - INSTITUTO DE ARTES DA UNICAMP Resumo: Vestígios de adaptabilidade humana às especificidades do meio ambiente, expressos nas vestimentas, é o foco deste projeto. Nos territórios estudados, serão analisadas como plataformas têxteis concebidas estrategicamente para a sobrevivência física e imaterial, transmitidas oralmente. A produção e utilização dessas roupas fomentam resistências culturais nas distintas paisagens naturais e urbanas entre gerações, localmente e em diáspora. Em cada contexto, serão incorporadas as particularidades geográficas e climáticas, em meio aos impactos oriundos da expansão urbanística, das mídias virtuais e da globalização. Considerando possíveis abalos nos costumes socioculturais das comunidades estudadas, hibridismos serão evidenciados em qualquer setor de produção, desde a sua concepção, passando pela fiação, tecelagem, modelagem, confecção, bordado, tingimento, estamparia ou demais etapas tecnológicas desenvolvidas artesanal, eletromecânica ou virtualmente. A importância desses acervos ao projeto Adaptabilivestes, está na sua autonomia, em relação aos padrões preestabelecidos pelo mercado e pela indústria da moda hegemônica. Fluxos migratórios regionais, nacionais e intercontinentais também geram estranhamentos visuais. Em contextos de diáspora, a preservação e recomposição identitária de pessoas que se deslocam, promovem a absorção de novos elementos culturais. Objetivo: Evidenciar expressões têxteis sustentáveis, desconectas do circuito hegemônico da moda, desenvolvidas oralmente; 2- Entrevistar detentores de saberes orais e difusores das culturas estudadas, para a compreensão das cosmovisões evidenciadas nas vestimentas, que expressam suas identidades estéticas, observando a relação entre corpo, tecido e ambiente ao longo do tempo; 3- Conhecer processos criativos de roupas, oriundos da adaptabilidade sociocultural em diferentes contextos, tendo como referência as especificidades resultantes da composição climática, paisagística, de fauna e flora e da memória temporal evidenciada em ruínas; 4- Conhecer as técnicas tradicionais, processos orgânicos de produção e possíveis relações com novas tecnologias, como metodologias pedagógicas de criação têxtil, reservadas ou renovadas entre as gerações de cada comunidade estudada; 5- Analisar as possíveis tenções entre os saberes orais, as influências de culturas externas, novas tecnologias, redes sociais e demais impactos da globalização em seus respectivos territórios; 6- Vivenciar os processos de produção de cada núcleo estudado, coletar, produzir maquetes têxteis e intercambiar com as técnicas já desenvolvidas em pesquisas anteriores; 7- Desenvolvimento de livros de artista a partir de anotações, mostras têxteis, registros gráficos, desenhos, frotagem de texturas ( solo, vegetação, arquiteturas), ruínas (naturais e urbanas) e demais documentos produzidos durante as pesquisas de campo; 8- Captação de foto e vídeo; 9- Produção artística: Desenvolvimento de esculturas têxteis, estamparia digital e tecidos virtuais com a transposição do acervo artístico para plataforma eletrônica; 10- Modelagem de vestimentas 3D e animação de performance com avatares. 11- Edição de Vídeo e projeto expográfico. Introdução: As diversas ondas diaspóricas que rompem os limites territoriais entre os estados em todos os continentes, conectam-se a culturas distintas durante as relações pessoais. Importantes elementos identitários recebem novas influências e resultam em expressões inimaginadas pelos territórios que as acolhem. Muitas vezes, desdobram-se em intervenções estéticas e artísticas nos corpos e nas arquiteturas das urbes durante o cotidiano de diversos países, sem a institucionalização de órgãos que legitimam essas produções. A desestabilização de padrões evidencia tenções sociopolíticas, de religiosidade, de domínios tecnológicos e de apropriações territoriais. O elemento têxtil através de cada composição estética, é ao mesmo tempo mediador sociocultural, mídia política e cultura material. Deslocado do universo da moda, ressignificam relações sociais pautadas hierarquicamente em cada sociedade. Desenvolvimento: O conceito da pesquisa está ancorada em três pilares intelectuais artísticos: a “Teoria das Cinco Peles” do artista, arquiteto e ambientalista austríaco Friedensreich Hundertwasser(1928-2000); a obra “Por uma Outra Globalização” do geógrafo brasileiro Milton Santos(1926–2001) e o conceito de Diáspora, difundido pelo sociólogo jamaicano Stuart Hall (1932–2014). Essas são as principais referências que fundamentam as pesquisas sobre o Autostilismo em Díaspora, desenvolvidas anteriormente pelo proponente deste projeto. Neste conceito, cada pessoa é um estilista em potencial e na relação com o meio em que vive, se nutre dos elementos existentes em seu entorno, para conceber suas vestimentas. Contempla as necessidades físicas, anatômicas e de mobilidade do próprio corpo; ao passo que, re-tecidos são desenvolvidos, roupas usadas e elementos inicialmente impensados para o uso vestuário são apropriados. Ações de sustentabilidade desenvolvem-se, em oposição ao consumo de produtos industrializados produzidos em série. Estes, são criados no intuito de suprirem as demandas do mesmo mercado que os descarta semestralmente, e que são idealizados sem vínculos afetivos com o usuário final. É uma proposta alternativa ao circuito mundial da moda eurocêntrica, abdicando cada pessoa das exigências estéticas, dos padrões hegemônicos e 115 Eixo 1 dos comportamentos padronizados. Os conhecimentos orais captados em família e em comunidade compõem-se com as experiências paisagísticas, com o repertório imagético do cotidiano e as influências das demais culturas coexistentes em seu meio social. Da sensibilização artística nasce a consciência têxtil, traduzida em identidade estética, estampas e modelagens. Repertórios culturais, artesianas e novas tecnologias formulam processos criativos de vestimentas. Essa nova plataforma de comunicação é ao mesmo tempo adaptação ao ambiente e disseminação didático-pedagógica, emergidas de refugos têxteis, descartes urbanos e demais elementos recicláveis. Metodologia: Será composta pelas seguintes etapas: a) Pesquisa de campo para captação de imagem e percepção de paisagens. 1) Naturais - estratégias de reuso de elementos orgânicos em ambientes que não foram impactados com o processo de urbanização. 2) Urbanas Análise da memória temporal e vestígios em arquiteturas, ruínas e itinerários. 3) Possíveis relações contextuais com as vestimentas dos usuários de cada ambiente. b) Entrevista e vivência em produção têxtil e análise sociocultural das expressões plásticas, festas e outros eventos promovidos pelos detentores de saberes e produtores das comunidades pesquisadas em cada contexto. c) Cadernos de viagem e livros de artista; e) Transposições em estampas; f) Concepções Virtuais: As estampas digitalizadas serão transformadas em tecidos virtuais, utilizados em softwares de modelagem de roupas virtuais e animação (Marvelous Designer 4.5 ), modelagens 3D ( Cinema 4 D e Z-Brush )e de arquitetura virtual ( Revit Architecture Viewel). g) Produção têxtil: Confecção de esculturas têxteis, a partir dos tecidos interferidos. h) Edição de Imagem e animação; i) Projeto expográfico: Conceitualização, escolha das técnicas, obras que serão expostas e montagem da exposição. A partir dos resultados das pesquisas de Autoestilismo em Diáspora, desenvolvidas anteriormente pelo proponente do projeto, a análise da adaptabilidade humana em contexto urbano apresentou vestígios de presenças culturais sustentáveis. Registros visuais e temporais expressos pelo exercício de sobrevivência de pessoas que vivem de modo errante, no constante reaproveitamento de materiais descartados nas ruas. Esses grupos são ao mesmo tempo despercebidos e hostilizados em meio ao ritmo caótico e ao dinamismo do cotidiano metropolitano. No processo criativo, a transposição conceitual desses elementos aos tecidos e modelagens das vestimentas, teve como metodologia a associação de técnicas artesanais e digitais. São registros gráficos e visuais (marcas de fogueira, pichações, graffitis, entalhes, lambe-lambes, marcas de pneus, pegadas, etc.) e da passagem do tempo (corrosões, bolor, ferrugem, infiltrações, fuligem, rachaduras em paredes e concretos de baixos-de-viadutos, túneis, becos, escadões, vielas, nos asfaltos e palimpsestos em muros). A releitura das composições escultóricas criadas por esses grupos também foi fundamental, pois revestem e protegem corpos com anatomias distintas nessas vestimentas-moradia. Não há restrição de padrões estéticos e muitas vezes a arquitetura é incorporada nessas instalações onde vestem e residem. A articulação desses fatores caracteriza o Autoestilismo específico do contexto urbano paulistano. O Material Teórico que conceitua o projeto Adaptabilivestes será composto pela articulação entre as referências bibliográficas, o acervo de entrevistas, a análise de fontes orais e materiais de cada comunidade pesquisada. A vivência no processo de desenvolvimento dos tecidos em cada polo produtor, será documentada em registros escritos e nas maquetes têxteis que farão parte do processo artístico. Os Materiais Artísticos serão compostos pelo repertório instrumental e pelas linguagens técnicas desenvolvidas nos projetos anteriores, dialogando com as novas técnicas de produção têxtil experienciadas em cada contexto de pesquisa de campo. Resultados: Os resultados poderão serem analisados a partir das obras expostas no final do período de quatro anos de pesquisa. Durante este processo, pelas técnicas disponíveis em ateliê, ocorrerão experimentações plásticas, virtuais e multimidiáticas, no intuito da melhor definição expográfica. Além das obras tridimensionais que serão apresentadas, o público terá acesso ao conceito e ao desenvolvimento do projeto em duas plataformas: texto e vídeo, que evidenciarão a gradual articulação do repertório técnico, estético e comunicativo das comunidades estudadas. Este acervo será atualizado em cada pesquisa de campo. As investigações do Autoestilismo em Diáspora em contexto urbano paulistano, trouxeram soluções plásticas e virtuais como transposição da relação entre o homem, suas vestes, suas moradias e o meio ambiente ao qual está inserido. Partindo destas, pretendemos conhecer novos resultados estéticos, oriundos das especificidades de cada contexto investigado neste projeto. Referências Bibliográficas: HALL, Stuart. Da Diáspora: Identidades e mediações Culturais. Humanitas, BH, 2006; RESTANY, R Hundertwasser. O pintor-rei das cinco peles. Alemanha: Taschen, 1999; SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. Palavras-chaves: Memória/Vestimentas/Identidade/Diáspora 116 Eixo 1 ANÁLISE DA ATUAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS DE PSICOLOGIA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NA PERSPECTIVA WINNICOTTIANA Autor(es): ANA VITORIA BORGES GERALDI - Universidade Estadual Paulista (UNESP), GABRIELA PATUTO SILVA -, MARIA EDUARDA DE MATTOS VERNINI -, THAÍS SOUZA PAULILLO -, DIANA PANCINI DE SÁ ANTUNES RIBEIRO RESUMO O presente trabalho tem por objetivo promover reflexões acerca da atuação dos estagiários de psicologia no âmbito da saúde pública. Essa atuação se dá por meio do Projeto de Extensão “Enquadres Clínicos Winnicottianos na Saúde Pública” na cidade de Assis – SP, cadastrado e financiado pela Pró-reitoria de Extensão Universitária - PROEX com o apoio do Departamento de Psicologia Clínica e do Centro de Pesquisa e Psicologia Aplicada ‘Betti Katzeinstein’ – CPPA, e possui embasamento teórico na obra de Donald W. Winnicott. INTRODUÇÃO O psicólogo vem consolidando sua prática e se apropriando do espaço da saúde pública no decorrer dos anos. A dificuldade do ingresso do profissional da psicologia nesse campo se dá, muitas vezes, pela falta de oportunidades que propiciem sua atuação, pela sua formação não direcionada ou insuficiente para esta prática, e, também, pelo fato de o modelo da clínica clássica estar enraizado na prática do psicólogo. (DIMENSTEIN, 1998) A psicanálise tradicional se atem, majoritariamente, à tarefa analítica, interpretando os conflitos inconscientes do paciente. Winnicott introduz a possibilidade de ‘sermos psicanalistas fazendo outra coisa’, neste caso, mais apropriada à realidade da saúde pública e às demandas da atualidade. Sob a perspectiva winnicottiana, não se pode definir, a priori, uma técnica de atuação, já que o que determina a mesma é a necessidade do paciente, que varia de acordo com a natureza do distúrbio apresentado e a provisão ambiental que este possui, ou não. Mesmo as condutas clínicas podem variar para a mesma condição psicopatológica, considerando a pessoalidade e o ambiente social de cada paciente. (AIELLO-VAISBERG; AMBROSIO, 2005) O projeto de extensão universitária intitulado “Enquadres Clínicos Winnicottianos na Saúde Pública” coordenado pela Drª Diana Pancini de Sá Antunes Ribeiro, cadastrado e financiado pela Pró-reitoria de Extensão Universitária - PROEX com o apoio do Departamento de Psicologia Clínica e do Centro de Pesquisa e Psicologia Aplicada ‘Betti Katzeinstein’ – CPPA, proporciona atenção psicológica embasada na psicanálise winnicottiana realizada por estagiários de psicologia. Trata-se de projeto que oferece acolhimento psicológico às crianças e seus responsáveis, usuários dos serviços de saúde mental pública, por meio de psicodiagnósticos interventivos e outros atendimentos psicológicos necessários à demanda desta clientela. O projeto oferece escuta que possibilita que angústias sejam trabalhadas de forma breve. Poderá vir a possibilitar, assim, melhor qualidade de vida para estas pessoas. OBJETIVO Promover a reflexão sobre a atuação de psicólogos e estagiários de psicologia em Unidades Básicas de Saúde - UBS. MÉTODO A análise foi construída a partir da prática psicanalítica proposta pelo projeto de extensão universitária acima citado. Este projeto é direcionado ao atendimento de crianças, por meio de avaliações/acolhimentos psicanalíticos embasadas na Teoria do Amadurecimento Pessoal de Winnicott, e ao atendimento também de seus responsáveis. São atendidas crianças com até 12 anos de idade e seus responsáveis, em 2015, na Unidade Básica de Saúde Vila Maria Isabel, no município de Assis/SP. Esta população se encontra, em sua maioria, em vulnerabilidade social e poderá ser beneficiada na medida em que as questões as questões sociais não forem dissociadas das demandas psicológicas, mas sim consideradas nas avaliações e atendimentos efetivados. RESULTADOS E CONCLUSÃO É a partir dessa prática que se pode perceber impasses na atuação do psicólogo em UBS. Os impasses observados podem indicar as dificuldades de uma UBS em conseguir responder às demandas de toda a população. A tarefa dos psicólogos é a de ter que atender a todos, constituindo um espaço especializado no Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente no atendimento de pacientes com demandas primárias, dos familiares e/ou responsáveis por pessoas incapacitadas e menores de idade. As dificuldades se referem à própria constituição do ambiente, tanto como estrutura física, quanto estrutura humana/profissional que não oferece condições necessárias para a realização da atenção psicológica demandada. Em alguns casos, o grande número de faltas às sessões previamente agendadas torna inviável o trabalho psicológico, pois falta constância no atendimento. Esta falta de constância acaba por não facilitar a confiança necessária ao atendimento psicológico e muitos pacientes não retornam. Torna-se uma espécie de círculo, não favorecedor à atuação do psicólogo, no caso, do estagiário de psicologia, que tem o agravante de que há um prazo para sua atuação, na medida em que ainda está em formação e esta se finda no espaço da sua graduação Isso pode evidenciar também uma falta de valorização do trabalho dos estagiários no âmbito da saúde pública, o que acaba por desmotivar tais práticas na UBS. Muitas vezes, as salas não são bem preparadas, faltam materiais, a privacidade não é respeitada e o ambiente de atendimento não é permanente, observando-se maior valorização de profissionais de outras áreas no uso destas salas. Tais questões são de grande importância para a efetivação do atendimento psicanalítico proposto por Winnicott para pessoas com maior comprometimento emocional, 117 Eixo 1 por exemplo. Apesar disso, o ambiente das Unidades Básicas de Saúde ainda pode vir a ser potencializador, no sentido de permitir que a criança brinque de forma espontânea, o que para Winnicott é fundamental e sinônimo de saúde mental. Entende-se que o trabalho realizado nas Unidades Básicas de Saúde, nesta perspectiva winnicottiana pode possibilitar enquadres terapêuticos diferenciados no contexto da saúde pública, já que seu diferencial é a preocupação em atender as pessoas de acordo com suas necessidades e possibilidades. Observa-se que há necessidade de os serviços públicos em psicologia serem mais valorizados pelos gestores de saúde pública, com o devido acolhimento mínimo das necessidades para que a atuação psicológica possa se efetivar com maior efetividade. Estas condições se refletirão nos atendimentos e na efetividade dos atendimentos. REFERÊNCIAS AIELLO-VAISBERG, T. M. J.; FOLLADOR E AMBROSIO, F. (2005). O ser e o fazer na clínica winnicottiana. Mudanças – Psicologia da Saúde, v.13, n.2, jul-dez 2005, p. 271-471. Disponível em. Acesso em 31 jul. 2015. DIMENSTEIN, Magda Diniz Bezerra. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação profissionais. Estud. psicol. (Natal), Natal, v. 3, n.1, p.53-81, Junho, 1998. Disponível em. Acesso em 31 jul. 2015. Palavras-chaves: Psicanálise / Winnicott / Saúde Pública /Unidade Básica de Saúde 118 Eixo 1 ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A TEMÁTICA SOCIOAMBIENTAL DE ALUNOS DA ESCOLA PADRE JOSÉ NARCISO VIEIRA EHRENBERG, CAMPINAS (SP) Autor(es): Bruna Cristina Dias - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), GIOVANNA GARCIA FAGUNDES UNICAMP /CIS GUANABARA Uma educação de qualidade deve promover a construção da cidadania e a formação de cidadãos responsáveis e conscientes, inclusive, em termos socioambientais. Considerando-se a importância desta abordagem, as escolas sobressaemse como espaços privilegiados para a realização de atividades que propiciem essa reflexão, pois atingir este objetivo preconiza a necessidade de atividades de sala de aula e de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação que levem à autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental construídos de modo interdisciplinar (DIAS, 1992). Sendo assim, entende-se que, as escolas assumem um papel bastante relevante enquanto espaços Educação Ambiental, estimulando a construção do pensamento críticoreflexivo dos seus alunos. Desta forma, influem na formação destes para que eles se tornem capazes de visualizar, diagnosticar, analisar e interferir sobre a problemática socioambiental. Todavia, deve-se considerar a necessidade de abordagens metodológicas adequadas que propiciem aos educadores a capacidade de concretizar esta meta. Diante deste contexto, o presente projeto teve como objetivo analisar a influência de intervenções pedagógicas na construção do conhecimento sobre a temática socioambiental de alunos de ensino fundamental da Escola Padre José Narciso Vieira Ehrenberg. Esta unidade educacional localiza-se no bairro Jardim São Marcos, região norte de Campinas, o qual apresenta condições socioeconômicas e ambientais bastante precárias. Para análise da influência de intervenções pedagógicas de Educação Ambiental, primeiramente foram escolhidas duas turmas de alunos, com idades que variam de nove a onze anos, os quais estão cursando o quarto ano do Ensino Fundamental I, totalizando um número total de 50 crianças participantes. A proposta deste projeto foi construída a partir de uma demanda da própria escola. Inicialmente, foi aplicado o método de análise de desenho. O objetivo da atividade era analisar a partir dos elementos encontrados no desenho, o que os alunos entendem sobre o que é o meio ambiente e como o descrevem em sua totalidade, com base em conhecimentos adquiridos ao longo da vida, sem nenhuma interferência relacionada ao tema ter sido realizada anteriormente. A partir dos resultados desta atividade, foram desenvolvidas algumas intervenções pedagógicas, a fim de promover os processos de aprendizagem e análise crítica dos alunos sobre a temática socioambiental dentro do âmbito escolar. Com base nestes princípios, foram realizadas as seguintes ações: Primeiramente foram oferecidas aulas expositivas, com a promoção de diálogos informais, para sensibilizar o aluno sobre temas de Educação Ambiental, tornando-os capazes de formar um pensamento crítico-reflexivo sobre a temática. Segundo Napolitano (2005), os filmes, como elementos socializadores e geradores de conhecimento, têm potencial transformador, o que possibilita seu uso de maneira didática, tornando-o parte integrante do ensino-aprendizagem, pois o cinema sempre apresenta alguma possibilidade didática. E desta forma, com o intuito de oferecer atividades que sejam motivadoras e instigantes para os alunos, foi apresentado o filme “Lorax: em busca da trúfula perdida”, da Universal Studios, 2012, animação infantil, que mostra como o futuro da humanidade e do meio ambiente pode sofrer com as pequenas escolhas individuais. A partir do filme, com o objetivo de inserir temas importantes sobre Educação Ambiental, foi possível realizar uma roda de discussão com os alunos a respeito dos seguintes tópicos: Extinção de espécies, desmatamento, exploração de recursos, papel do homem na conservação do planeta, consumismo x sustentabilidade, Produção de lixo, consciência socioambiental, relação entre as pessoas e o lixo e desastres ambientais. Em uma atividade seguinte, os alunos foram convidados a ler, todos juntos, o livro “Tem um cabelo na minha terra!” (Gary Larson, 2002), considerando que esse texto possui interfaces entre o conhecimento biológico e ambiental, além de suscitar questões referentes ao comportamento e às ações humanas. No livro, segundo Edward O. Wilson no prefácio do mesmo, o autor considera o homem como parte da natureza e como organismo vivo; sujeito às mesmas leis físicas, integrado a teias alimentares, fluxos de energia, ciclos de nutrientes e predador-presa, imperativos territoriais e a prática de escravização entre algumas espécies. Além disso, traz a concepção de que para interferir na natureza, é preciso entendê-la. Larson insere uma moral ecológica na história, e vai mais longe: “a natureza faz parte de nós e nós fazemos parte dela”. A partir dos conhecimentos adquiridos ao longo das atividades e diálogos feitos em sala de aula, foi lançado a proposta da construção participativa de um plano de ação para os alunos desenvolverem junto á escola. Esse plano de ação foi criado a partir da percepção que eles possuem sobre alguns problemas encontrados na unidade escolar. O Plano de Ação foi desenvolvido a partir de uma 119 Eixo 1 atividade lúdica nomeada de “Detetives do Meio Ambiente”, onde os alunos eram instigados a se colocarem na posição de verdadeiros detetives e procurar em todo o ambiente escolar, pontos positivos e negativos que encontravam a partir de sua própria percepção, com o acompanhamento da pesquisadora, mas sem sua interferência. A metodologia de avaliação do projeto foi elaborada de modo a abranger diferentes aspectos do desenvolvimento dos estudantes, portanto, as atividades sempre tinham uma avaliação diagnóstica, valorizando os conhecimentos prévios das crianças; o projeto foi avaliado de forma processual, em que o acompanhamento do processo de aprendizagem é dado pela avaliação contínua do conhecimento dos alunos (XAVIER, BORBA, 2006). Desta forma, foi possível observar que a cada encontro notava-se maior facilidade por parte das crianças no estabelecimento de relações entre os diferentes temas trabalhados, resultando em uma avaliação produtiva e formativa, ou seja que abre espaços para questionamentos, investigação, leitura das hipóteses dos educandos e que permite a construção de um espaço pedagógico interativo, e não linear (BITTENCOURT, HARDT, 2010). Pode-se perceber que houve participação intensa das crianças, que formularam sugestões pertinentes à melhoria do ambiente, como por exemplo, a sugestão de uma horta em alguns canteiros que estavam abandonados nos fundos da escola, a implementação de lixos recicláveis e também a execução de uma Mandala de sementes com o intuito de tornar a sala de aula mais agradável. Deve-se ressaltar que os alunos envolvidos no projeto tomaram a frente em ações na escola que já estão repercutindo positivamente, como no caso da disposição correta do lixo e da retomada da horta escolar. Durante os encontros, os alunos e a pesquisadora, juntamente com a professora, avançaram na construção de uma maior consciência socioambiental, sempre como um processo dialógico e horizontal, entendendo a educação como uma situação que envolve tanto o aluno quanto o professor, no qual este tem papel de organizador do ambiente social de desenvolvimento (PRESTES, 2012), condizendo com as propostas da Aprendizagem Significativa Crítica (MOREIRA, 1999). A partir dos resultados obtidos com a pesquisa, podemos concluir que a realização de intervenções pedagógicas para a construção de conhecimentos sobre a temática socioambiental foi de extrema importância para motivar, sensibilizar e empoderar os alunos com o intuito destes perceberem-se no papel de agentes de transformação, capazes de tomar decisões socialmente importantes e de refletir com mais responsabilidade sobre suas futuras ações dentro da sociedade. REFERÊNCIAS BÉRDAD, N. Como interpretar os desenhos das crianças. São Paulo: Isis, 1998. BONTEMPO, G. C. Educação Ambiental Infantil. Viçosa, MG: Ed. CPP, 2006. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 6° ed. São Paulo: Gaia, 1992. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 8° ed. São Paulo:Gaia, 2003. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999 EFFTING, T.R. Educação Ambiental nas escolas públicas: Realidade e desafios. 2007. 90f. Monografia (Pós Graduação em “Latu Sensu” Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Marechal Cândido Rondon, PR. ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 4.out/nov/dez 2000. EDUCAÇÃO AMBIENTAL MEC, Coordenação “A implantação da Educação Ambiental no Brasil”, 1998. MEC. Coordenação de Educação Ambiental. 1998. MININI, apud DIAS, Genebaldo Freire Dias. Educação Ambiental – Princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992. OLIVEIRA, E.M. O Que fazer Interdisciplinar. In: A Educação Ambiental uma possível abordagem. Brasília, Edições IBAMA, 2000 SOUZA, A. K. A relação escola-comunidade e a conservação ambiental. Monografia. João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, 2000. BROSE, Markus.Introdução à Moderação e ao Método ZOPP. Recife: PAPP: Capacitação. Convênio SDR/SUDENE – IICA - GTZ, 1992 Palavras-chaves: Educação Ambiental / Intervenções Pedagógicas / Metodologia Participativa 120 Eixo 1 APADRINHAMENTO DE CALOUROS DO CURSO DE FARMÁCIA Autor(es): Ana Caroline Siqueira Machado - Universidade Federal de Alfenas, MICHELE SOUSA NERI - PET FARMÁCIA - UNIFAL-MG, WELLINGTON DA SILVA SANTOS - PET FARMÁCIA - UNIFAL-MG, SANDRA MARIA OLIVEIRA MORAIS VEIGA - LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS - UNIFAL-MG, Introdução Uma parcela considerável dos estudantes que ingressam nas universidades abandona o curso antes de concluir a graduação. Em todo o Brasil, há 1, 7 milhão de alunos nas instituições públicas superiores, 1, 03 milhão (federais), 619, 3 mil (estaduais) e 121, 02 mil (municipais) e o índice médio de evasão anual é de 11%, segundo dados divulgados pelo MEC, em 2011. Isso significa que, de cada grupo de 100 alunos matriculados anualmente, 11 não renovam a matrícula no exercício posterior. Os motivos são variados: o desconhecimento sobre o curso escolhido, a falta de estímulo e imaturidade para a escolha da área profissional, defasagem de conhecimento herdada no ensino médio, incompatibilidade de tempo para estudo/família/trabalho, adaptação à metodologia do universo acadêmico, além da rigidez curricular e a formação docente nos aspectos práticos e pedagógicos. O problema da evasão persiste como um elemento desafiador, mais do que discutir a questão é preciso encará-la com ações firmes e efetivas, criando estratégias para combatê-lo. Levando em consideração todos esses fatores e tendo em vista que a Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), especialmente o Curso de Farmácia com sua extensa carga horária, necessita de ações para acolhimento, orientação e estímulo aos ingressantes, o Grupo do Programa de Educação Tutorial - PET Farmácia idealizou o projeto “Apadrinhamento de calouros” como uma alternativa para melhorar a integração do calouro na universidade, viabilizar o conhecimento mais aprofundado sobre o curso e contribuir para a redução da retenção e evasão universitárias. Objetivo O projeto Apadrinhamento de calouros do curso de Farmácia tem por objetivo favorecer a integração e interatividade calouro e veteranos, viabilizando ampliar o conhecimento em relação ao curso, a profissão e universidade escolhida (infraestrutura e oportunidades) e consequentemente, a permanência e o bom aproveitamento acadêmico. Metodologia O Projeto tem a tutoria de acadêmicos veteranos integrantes do Grupo PET Farmácia e orientação da tutora do programa. São abordados temas diversos de interesse acadêmico que lhes darão suporte para iniciar e prosseguir o curso, propiciando melhor adaptação ao ambiente universitário, formação ampliada e melhor aproveitamento do tempo e da infraestrutura disponível. As atividades iniciam-se na primeira quinzena de aula, com a apresentação do projeto pelos integrantes do Grupo PET aos alunos do primeiro período do Curso, na Disciplina de Introdução às Ciências Farmacêuticas. A participação nos encontros propostos pelo projeto é voluntária, sendo organizados grupos de calouros sob a tutoria de um petiano. Os encontros são quinzenais e organizados conforme disponibilidade de horário de cada grupo, sendo abordados temas diversos de interesse do acadêmico de farmácia para que o mesmo tenha o melhor aproveitamento possível. É apresentada a universidade (estrutura organizacional e principais setores administrativos, acadêmicos e serviços), a dinâmica do Curso de Farmácia Generalista; os programas institucionais relacionados ao ensino, pesquisa e extensão; o programa de monitoria e outras oportunidades (auxílio estudantil, estágios, atividades formativas). Na primeira reunião, é solicitado aos participantes que preencham um questionário online sobre seus dados, informações sobre seu ingresso na universidade, antecedentes escolares, opção do curso, dentre outros. Estes são dados importantes para avaliar a evasão e o perfil do acadêmico ingressante. Nas próximas reuniões são abordados os seguintes temas: PET Farmácia: fundamentos e objetivos do programa e como se tornar bolsista ou voluntário; Integração e interatividade universitária; Qualidade de vida do acadêmico de farmácia; Como administrar o tempo e as tarefas no ambiente familiar, social e acadêmico; Apresentação da dinâmica curricular do curso de Farmácia e corpo docente, expondo as linhas de pesquisa e extensão de cada professor. Esta reunião tem o intuito de obter uma visão panorâmica do curso em que estão ingressando, mostrando as principais dificuldades e importância das disciplinas. Além disso, são oferecidas dicas de estudo, livros, manuais, materiais impressos e online que auxiliam no processo de aprendizagem. Por fim, são discutidas as áreas de atuação do farmacêutico; Divulgação de sites e plataformas de interesse para o acadêmico de farmácia; Informações sobre recursos oferecidos pela universidade (infraestrutura e oportunidades acadêmicas diversas); Visita de reconhecimento à estrutura física da Faculdade de Ciências Farmacêutica (Laboratórios, Farmácia Universitária e alguns campos de estágio) e apresentação dos docentes e suas respectivas áreas de atuação; Apresentação dos Programas Institucionais de Ensino, Pesquisa e Extensão, e as Pró-Reitorias relacionadas; Discussão sobre o que são atividades de ensino, pesquisa e extensão e como ingressar nessas atividades; Vantagens de realizar atividades extra-curriculares; Apresentação da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis e seus respectivos programas; Visita à biblioteca com orientações sobre busca e renovação de livros, sistema de reservas e outras funcionalidades; Como fazer pesquisas científicas em bases de dados NCBI, CAPES, PUBMED, dentre outras. Será realizado oficinas para oportunizar atividades práticas relacionadas aos temas explanados, como por 121 Eixo 1 exemplo o cadastro e construção do currículo Lattes, ferramenta importante para o seguimento na vida acadêmica; Incentivo a busca e o compartilhamento constante de conhecimentos e saberes; - Abertura de um espaço para que os calouros pudessem avaliar permanentemente o projeto e expor suas sugestões para o aperfeiçoamento do mesmo. Na última reunião é solicitado ao participante, o preenchimento do questionário online sobre a avaliação do projeto, perspectivas, reprovação em disciplinas e andamento do curso. Ao finalizar o projeto a cada semestre, é ofertado a oportunidade de seleção de participantes para atuarem como co-tutores no semestre posterior. Resultados Entre 2013 e 2014, 125 calouros participaram das atividades desenvolvidas pelos petianos integrantes do PET Farmácia, com a orientação da tutora do grupo. Foram abordados os diversos temas de interesse acadêmico e profissional, como iniciação cientifica, monitoria, extensão e sites acadêmicos; possíveis dificuldades no decorrer do curso e áreas de atuação do farmacêutico, dando suporte para iniciar e dar prosseguimento ao curso escolhido. Ainda, buscou-se melhorar a adaptação ao ambiente universitário, com a apresentação da infraestrutura da universidade/curso, docentes e sistemas de avaliação e plataformas para cadastro e pesquisa. Foram aplicados dois questionários, um no início e outro ao final dos encontros, que visaram avaliar o próprio projeto e a evolução do calouro diante das atividades realizadas. O projeto atendeu as expectativas de 96, 9% dos participantes; sua metodologia foi aprovada por 94, 8% dos calouros; favoreceu o bom aproveitamento, pois 61, 5% não tiveram nenhuma reprovação no semestre que o projeto foi desenvolvido; e 58, 3% dos acadêmicos responderam que a universidade favorece a permanência do aluno por meio de ações e políticas. Como apoio aos calouros, foi confeccionado o Manual de sobrevivência do calouro que contém várias informações úteis da universidade e da cidade de Alfenas-MG, como locais, telefones e serviços. O manual foi feito com o intuito de auxiliar na adaptação do aluno à universidade e a nova cidade que irá residir. Observou-se que o projeto teve ótima aceitação entre os calouros e que as ações e políticas da universidade tiveram relevância na permanência do acadêmico na instituição. Conclusão Assim, as ações desenvolvidas pelo projeto permitiram o envolvimento precoce do aluno ingressante com atividades de ensino, pesquisa e extensão, favorecendo o seu desempenho e a formação ampliada. O projeto contribui para a formação ampliada de todos os participantes (calouros, petianos e orientadora), pois auxilia na melhor compreensão do curso e favorece a formação de profissionais farmacêuticos comprometidos com o bem estar dos cidadãos, inclusive, dos seus próprios colegas de faculdade. Referências Bibliográficas ABREU, A. F. et al. Universidade Federal de Uberlândia. FACOM - Faculdade de Computação. CompPET. Programa de Educação Tutorial. Projeto de Apadrinhamento de Ingressantes. 2013. Disponível em: <http://www.feis.unesp.br/sudestepet/> CANELA, J. R. Ações proativas para evitar a evasão nas Universidades Públicas Brasileiras. Universidade Estadual de Montes Claros. 2013. MEC. Gabinete Do Ministro. PORTARIA N. 976, de 27 de JULHO de 2010. Republicada em razão das alterações implementadas pela Portaria MEC nº 343, de 24 de abril de 2013. DOU, 31.10.2013 Palavras-chaves: Integração / Formação / Orientação / Evasão 122 Eixo 1 APORTES DEL DISEÑO EN COMUNICACION VISUAL PARA EL USO RESPONSABLE DE LOS ESPACIOS PÚBLICOS POLIDEPORTIVOS. Autor(es): CRISTIAN EDUARDO VAZQUEZ - Universidad Nacional del Litoral (UNL) RESUMEN: El trabajo se inscribe en el Proyecto de Extensión de Interés Social “Diseño de comunicaciones visuales para el uso responsable de playones polideportivos” de la Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo de la Universidad Nacional del Litoral. Focaliza en el estudio de un caso: la Pista de Skate “Candioti Park” de la ciudad de Santa Fe y da cuenta de una serie de acciones inspiradas en prácticas de extensión y en las investigaciones sobre Educación Experiencial (Gibbons y Hopkins 1980, Kolb 1984, Camilloni 2013) promovidas desde las cátedras de Comunicación de la Licenciatura en Diseño de la Comunicación Visual de FADU-UNL. INTRUDUCCIÓN Las Universidades Públicas Nacionales en Argentina hoy en días tienen el deber de fortalecer las relaciones con la sociedad, siendo esta su principal misión para la construcción de ciudadanía. Teniendo cuenta las tres funciones sustantivas: Docencia, Investigación y Extensión, es necesario poner en debate y repensar cuál es la función de las universidades de cara a los nuevos desafíos sociales. Esto implica reconocer el aporte que pueden brindar cada una de las funciones sustantivas desde su perspectiva, pero más significativo puede ser sí se las trabaja de manera articuladas. En relación a esto, podemos decir que la misión de extensión debe ser integrada con la docencia y la investigación para formar parte indispensable de la vida académica, es decir que su acción tiende a provocar una transformación frente a una problemática o un interés determinado, que debe ser asumido por todos los participantes tanto de la universidad como de la sociedad en su conjunto. Desde ese momento, es su compromiso promover prácticas orientadas a fortalecer el lazo con la comunidad mediante políticas extensionistas. A partir de esto es que se decide trabajar desde la propuesta que la municipalidad de la ciudad de Santa Fe se ha dado especial impulso al desarrollo del deporte, en tanto actividad que promueve prácticas de vida saludables y favorece la integración social y comunitaria. En consonancia con ello se han recuperado espacios públicos y se han construido nuevos ámbitos para la práctica de diferentes deportes. Dichos espacios están destinados a sectores amplios de la población: niños, adolescentes y jóvenes, adultos y grupos familiares. Desde la perspectiva del Diseño de Comunicaciones Visuales sabemos de la complejidad que supone trabajar con audiencias masivas (Frascara 1997 y 2009) y somos conscientes de la importancia del Diseño en tanto acto regulatorio (Ledesma 1997) que organiza, informa y persuade para la convivencia y el uso con responsable del espacio público. DESARROLLO DE LA TEMÁTICA Desde el año 2007 la Subsecretaría de Deportes del Municipio de la ciudad de Santa Fe promueve actividades deportivas y recreativas que son gestionada junto a otras instituciones públicas y privadas, para lo cual cuenta con el apoyo de todas las áreas sustantivas del Ejecutivo Municipal. Entre ellas, la Secretaría de Comunicación, a través de su Programa de Imagen y Comunicación, quien tiene a su cargo el diseño de identidad de cada uno de estos espacios, la materialización y emplazamiento de indicaciones preventivas y normas de uso. Los playones polideportivos y culturales están destinados a amplios sectores de la población comprendidos en distintas franjas etáreas: niños, adolescentes y jóvenes, adultos y grupos familiares. El uso de los mismos compromete el cuidado que las personas deben hacer de sí mismas, del propio espacio, como así también el respeto mutuo entre quienes los habitan y disfrutan. Entre las numerosas prácticas deportivas, se encuentran algunas vinculadas con los deportes extremos, en especial BMX y el skateboarding. A pesar de las destrezas y competencias con que cuentan es posible observar que en numerosas ocasiones ponen en riesgo, tanto su integridad física como la de las personas que los rodean. Todos estos espacios públicos de la ciudad cuentan con una adecuada señalética, piezas de prevención y recomendaciones de uso, implementadas por el Municipio como políticas de protección de la vida de los ciudadanos y de promoción de un ambiente saludable. Sin embargo, llama la atención el deterioro de las mismas como consecuencia de una rápida vandalización que consiste en cubrir la información con grafitis, sténciles y pegatinas. El resultado es la ausencia de dos funciones sustantivas del diseño (ordenar la utilización del espacio e informar sobre el correcto uso del mismo), pese a los esfuerzos del Municipio para reponer constantemente dichas comunicaciones. Los primeros relevamientos muestran el estado de vandalización en el que se encuentran las señales, que en una primera hipótesis podría interpretarse como desinterés y hasta aversión frente a comunicaciones altamente institucionalizadas y de carácter normativo. En tal sentido, reforzar mediante instancias comunicacionales alternativas las medidas de prevención, con piezas que desde la identificación de sus códigos puedan tener una llegada más amplia y eficaz tendería a dar respuesta a esta problemática. En primera instancia el proyecto se plantea la necesidad de analizar la pertinencia y adecuación de la señalética (algunos usuarios la consideran irrelevante e innecesaria), en términos de cantidad y novedad de la información, localización y reconocimiento por parte de una audiencia que involucra destinatarios con edades, profesiones e intereses diversos. En tal sentido, nos interesa la participación de los estudiantes en lo que respecta a sus habilidades y conocimientos académicos sobre el di123 Eixo 1 seño de comunicaciones visuales y sus competencias culturales. Dichos saberes constituyen un presupuesto valioso para la generación de vínculos, el análisis y comprensión del problema y la respuesta a requerimientos explícitos de su comunidad de pertenencia. En síntesis, desde la perspectiva de la enseñanza y el aprendizaje, el problema es comprender la complejidad del emplazamiento, función, pertinencia y adecuación de la señalética en el espacio público, más allá de su carácter altamente convencionalizado. Desde la perspectiva del servicio a la comunidad, participar de instancias de relevamiento e identificación de dificultades en el DCV, que contribuyan al trabajo que realizan la Municipalidad y la Vecinal para promover cambios en el uso del espacio público. En la Introducción del texto de Ronald Shakespear, Señal de Diseño, Jorge Frascara pone de relieve la cuestión del público en relación estrecha con los mensajes de diseño que circulan en las ciudades: “nunca la tarea de diseñar debe verse como la construcción de meros puentes entre el público y la información: debe ser una maravilla cruzar esos puentes” (Frascara, 2009: 22). El destinatario representa una esfera altamente compleja en los estudios de la comunicación, ya que supone un campo en donde lograr precisiones resulta difícil cuando no imposible. El abordaje del receptor es siempre una tarea que supone estudios y análisis previos si vamos a medir la práctica comunicativa en términos de eficacia: “No es posible aplicar ciegamente sistemas prefabricados de segmentación de mercado a cualquier problema comunicacional. La definición de los criterios de segmentación adoptados debe resultar de un análisis del problema tratado y de una definición del grupo crítico que debe ser alcanzado y afectado.” (Frascara, 1997: 10). Jorge Frascara plantea una tipologización que permite caracterizar al público desde cuatro enfoques, estableciendo parámetros funcionales para una comunicación exitosa. En primer lugar, dirá que el público debe ser “sustancial”, esto es, lo suficientemente como para “justificar los costos de espacio en los medios, así como también los costos de concepción y producciónde la campaña y sus componentes”. Esta primera caracterización, pone de relieve la utilización de recursos que se ponen al servicio de una comunicación determinada estableciendo la importancia de una recepción lo suficientemente numerosa que la perciba. Además, el público debe ser “alcanzable” (Fracara, 1997: 11). Ello significa que, además de ser lo suficientemente numeroso como para justificar el gasto de distribución por medios masivos, debe estar fidelizado con los medios que seleccionamos para dicha distribución. Una campaña que posea un diseño de calidad, no será percibida por el “grupo meta” si se exhibe por canales que a esos sujetos perceptores no interesan. El estudio de los circuitos de distribución, debe ser asumido como parte del proceso de diseño: “es esencial un análisis específico del público en cuestión en relación con su contacto con los medios, así como también un análisis del tipo de público de cada medio”. En tercer lugar, el público debe ser “reactivo”, lo cual implica que “debe ser posible un cambio en sus conocimientos, sus actitudes o sus conductas en relación con el tema en cuestión, y en la dirección deseada”. Esto comporta la cuestión compleja del rol persuasivo del diseño en un sentido lato, es decir, la capacidad del mismo para “regular” (Ledesma), ciertas actitudes en el receptor. Esta caracterización, supone justamente, los grados de adhesión que se puedan lograr respecto de un mensaje determinado y por ende, es determinante del nivel de eficacia que dicho texto de diseño pueda plantear. Palavras-chaves: Extensión / Ciudadanía / Espacio Público / Comunicación Visual 124 Eixo 1 APORTES PARA PENSAR LA UNIVERSIDAD PÚBLICA EN TERRITORIO. EXPERIENCIA DEL PROGRAMA PUNTOS DE EXTENSIÓN Autor(es): VIRGINIA CARRANZA - Universidad Nacional de Cordoba (UNC), Los sujetos políticos de América Latina hoy estamos disputando el concepto de Estado; el vínculo, complejo y conflictivo del estado y la sociedad civil - o los movimientos sociales-, construcción de políticas públicas, las tensiones entre la profundización de los procesos políticos transformadores y las amenazas conservadoras. La Universidad pública, gratuita y masiva es parte constitutiva de este debate, en el que la extensión es quizás, a la vez, el vehículo, sujeto y objeto más rico en esta discusión. Es en el camino hacia la profundización del diálogo de la Universidad y el territorio que la Secretaría de Extensión Universitaria de la UNC pone en marcha programas con el horizonte puesto en la construcción de una agenda en clave territorial que fortalezca el protagonismo de los procesos comunitarios. El Programa Puntos de Extensión (PEU) se implementa desde el año 2014. Se constituye como espacio de aplicación de políticas extensionistas articuladas en territorio. Los procesos/acciones que se han emprendido en su marco tienen como objetivo central articular las diversas prácticas que se llevan a cabo desde la UNC, para que estas sean aportes a maneras colectivas de dar resolución a necesidades y fortalecer iniciativas de los actores territoriales. El PEU tiene así un doble movimiento en tanto desafío para su implementación. Por una parte presenta una disputa interna hacia la estructura institucional de la universidad. Las trece facultades que conforman la UNC tienen secretarias propias de extensión. Cada una desarrolla lineas, programas y becas de acuerdo a su cultura institucional, las tradiciones extensionistas y las discusiones políticas que le dan sentido a la acción. Y por otra parte la una agenda que intente invertir la lógica construida históricamente - primero desde la noción, ya relegada de la transferencia y luego desde el paradigma del “diálogo de saberes”- en cuanto al peso puesto en los gabinetes universitarios para poner la balanza inclinada sobre las necesidades e iniciativas de la comunidad. Es iniciar el camino a pensar y diseñar programas, becas, intervenciones, desarrollos científicos, nuevos conocimientos, a partir de la necesidad y la iniciativa de los actores que conforman un barrio. En otras palabras democratizar no sólo la respuesta, avanzar en democratizar la pregunta. Los PEU se encuentran en dos territorios de la ciudad de Córdoba que se configuran como una marca en la historia reciente de nuestra ciudad, con significativas tradiciones de organización y luchas; se caracterizan, además, por estar entre los últimos a la hora de definición de prioridades de las políticas públicas de los estados municipal y provincial. Ellos son el PEU de Zona Alberdi y el PEU Zona Sur. En este trabajo nos interesa reflexionar sobre algunos aspectos de la experiencia del PEU Zona Sur, cuyo centro es el Barrio Villa El Libertador. Un barrio con una fuerte tradición de movilización social a partir de la tarea desarrollada por la capilla, clubes, centro vecinal, organizaciones sociales y políticas. Es uno de los barrios más densamente poblados y con un alto porcentaje de necesidades básicas insatisfechas. En este barrio se entremezclan territorialidades, identidades y maneras diferentes de apropiarse y habitar el espacio. Tiene una fuerte impronta obrera y popular por la instalación, en los años 50 y 60 de numerosas plantas fabriles. El impacto de las políticas públicas neoliberales, fines de los 80 y la década del 90 fue modificando fuertemente esta caracterización, con altísimos índices de desempleo y pobreza. Proceso que fue signado por desarrollistas inmobiliarios presionando sobre lotes que estaban siendo ocupados, de a poco, por tomas de tierras por parte de organizaciones sociales vinculadas a las luchas por la vivienda y el hábitat. “Abrir” el Programa Puntos de Extensión en Villa El Libertador atendió las multidimensiones que este territorio supone. Se realizó una convocatoria amplia a la que asistieron personas representativas de centros vecinales, centros culturales, escuelas primarias, secundarias y terciarias, colectivos de mujeres, jóvenes militantes de asentamientos, organizaciones políticas, clubes de barrio, radio comunitaria, centros de salud, centros de integración comunitaria, entre otros. Participaron de este primer taller diversos actores universitarios: coordinadores de los programas de la Secretaría de Extensión Universitaria, responsables de extensión de varias unidades académicas y colegios profesionales. Se trabajó en grupos - Educación, Comunicación y Cultura; - Salud y -Hábitat y Medio Ambiente con dos consignas: - Qué problemas identificamos? - Que acciones podemos desarrollar, comunidad y universidad, para abordarlos? Así se fue delineando una agenda sectorial que luego tuvo un abordaje integral e interdisciplinar en instancia plenaria. El eje Derecho a la salud comenzó a desarrollarse con mayor velocidad y envergadura, principalmente por el lugar relevante y central otorgado por los actores locales. Participaron de las diferentes instancias de reunión y planificación el Centro de Salud 41 y el 42, el Centro de Integración Comunitaria de Barrio Cabildo, estudiantes practicantes de las carreras de Trabajo Social, Psicología, Enfermería, Odontología y Medicina en el proyecto Consejerias en Derechos Sexuales y Reproductivos, El Programa Nacional de Médicos Comunitarios, el Servicio Provincial de Salud Mental Comunitaria, el grupo de jóvenes “Jóvenes de Miércoles” (pertenecientes a la Radio Comunitaria FM Sur), el colectivo feminista “Mujeres en Marcha”. El concepto derecho a la salud se fue moldeando en la acción, incor125 Eixo 1 porando la perspectiva de derechos en la misma planificación de actividades, tal es así que el mismo grupo, con una fuerte relevancia de actores vinculados a la salud en términos tradicionales, fue el grupo impulsor de un proceso muy interesante y significativo en función de la preocupación por la juventud del barrio, las múltiples problemáticas por las cuales se ven atravesados, como estigmatización, discriminación, violencia policial e institucional, consumo problemático de sustancias. Desde el Eje Salud se pusieron en marcha, dos niveles o dimensiones de un mismo proceso de acceso a derechos; la realización de jornadas de diagnóstico en salud buco dental – y el seguimiento para su posterior tratamiento- y acciones hacia la conformación de un Consejo Comunitario de Jóvenes de la Zona Sur. La primera de estas acciones se denominaron “Derecho a la Sonrisa”. Se realizaron en tres espacios barriales diferentes, siguiendo la necesidad manifestada por los referentes de estos barrios, siendo ellos parte constitutiva de las etapas de planificación e implementación de las mismas. En todas se llevaron a cabo instancias lúdicas con los niños/as y contaron con alguna propuesta cultural (títeres, magos, obra de teatro) que permitieron facilitar el derecho a la cultura en sectores populares muy postergados en todas las áreas de políticas publicas y más aún en las políticas culturales locales. En cada “Derecho a la Sonrisa” participaron más de treinta estudiantes de la carrera de Odontología, siendo para la mayoría de ellos la primera experiencia en terreno. Y si bien está en proceso de sistematización, podemos decir que se revisaron más de 200 personas de la zona sur. La conformación de un Consejo Comunitario de Jóvenes involucra otros actores más, pertenecientes a instituciones como la Secretaría de Niñez, Infancia y Familia (SENAF) de la Nación, Promoción Social de la Municipalidad de Córdoba, áreas de apoyo educativo del Ministerio de Educación de la Provincia de Córdoba. Se llevaron a cabo tres encuentros con jóvenes, en una plaza de Barrio Santa Isabel (un barrio aledaño a Villa El Libertador). El formato de estos encuentros fue variando, pero mantuvieron un momento de juegos y deportes y un momento taller sobre Derechos de Niñas, Niños y Jóvenes y acciones a seguir. Es el territorio, y sus múltiples dimensiones, materializado en la acción y los horizontes de los actores, el que fue delineando el pulso, contenido y ritmo de las intervenciones y acompañamiento de la universidad, poniendo así, en mas de una ocasión, en tensión las lógicas disciplinares, epistemológicas y políticas de la practica extensionista. Las reflexiones que presentamos, a modo de pregunta, intentan ser un aporte en pos de avanzar en la sistematización experiencias y plantear desafíos que como universidad pública interviniendo en territorio nos encontramos: - cómo articular y encuadrar trayectorias y enfoques extensionistas muy diversos desde disciplinas tan dispares como ciencias químicas, geografía o psicología, por citar algunas. - dificultades a la hora de la construcción de la agenda extensionista democratizando las preguntas además de las respuestas. - la responsabilidad de la universidad pública en un marco de retiro, ausencia o déficit de los estados municipal y provincial en su rol de garante del pleno ejercicio y acceso a derechos y, en contrapartida, con una creciente y estrecha articulación con ministerios del estado nacional - cómo pasar de la construcción de problemas y elaboración de diagnóstico a la construcción de un conocimiento colectivo, social y nuevo que permita el pensamiento estratégico, empoderando a la comunidad en procesos de transformación? - como promover condiciones de posibilidad para que la universidad se deje interperlar por el territorio, revisando y poniendo en tensión definiciones clásicas de extensión, investigación, ciencia y técnica. - entender el territorio en sus dimensiones materiales y simbólicas, con múltiples identidades habitan y se vinculan desde relaciones de poder complejas y conflictivas, en un momento particular con los las huellas de la memoria histórica configurando y reconfigurando esas relaciones. Palavras-chaves: extension- territorio- derechos- comunidad- 126 Eixo 1 APOYO ESCOLAR Y ESPACIO COMODIN Autor(es): PAULA CASTAGNA - Universidad Nacional de Rosario (UNR), LUCILA NEPOTE - UNIVERSIDAD NACIONAL DE ROSARIO, JUAN MANUEL MEDINA - UNIVERSIDAD NACIONAL DE ROSARIO, PABLO GARCIA GIMENEZ - UNIVERSIDAD NACIONAL DE ROSARIO, CARLOS NUÑEZ - BIBLIOTECA POPULAR POCHO LEPR El Área de Programas Comunitarios de la Secretaría de Extensión Universitaria de la Universidad Nacional de Rosario (U.N.R.) coordina el Taller de Apoyo Escolar en la Biblioteca Popular Pocho Lepratti. Considerando necesaria la integración de los espacios populares y las prácticas Universitarias, esta actividad se realiza junto con voluntarios de diversas unidades académicas. Resaltando que la extensión universitaria toma una perspectiva integradora, sostenemos esta práctica desde la concepción de integralidad con la cual se modifica el acto educativo. El Taller está destinado a niños de las escuelas primarias del barrio “La Tablada”, al sur de la ciudad de Rosario. El objetivo es acompañarlos en su proceso escolar, como espacio alternativo, integrando un proceso del que sean partícipes, y tomando como ejes lo histórico- social, lo artístico-cultural, lo pedagógico y la salud en general con el fin de desarrollar actividades desde una perspectiva lúdica. Basándonos en la Educación Popular que propone Paulo Freire, entendemos la educación como un proceso transformador del que los propios participantes son los actores fundamentales; y la educación como un proceso dinámico - dialéctico, de problematización de la realidad y crecimiento en donde se conjuga el diálogo, la acción y la reflexión crítica como base del aprendizaje. Texto del trabajo La Biblioteca Popular Pocho Lepratti es una Asociación Civil Sin Fines de Lucro inaugurada en 2002. Lleva el nombre de Claudio “Pocho” Lepratti quien fue un militante social que realizó un intenso trabajo comunitario dirigido a los niños y jóvenes en situación de vulnerabilidad social en la ciudad. La biblioteca se ha propuesto desde sus inicios como un espacio de cultura y educación popular que apunta a recuperar experiencias y promover relaciones sociales; y de comunicación comunitaria, que ha intentado siempre articular las problemáticas de interés de sus vecinos con el fin de contribuir a hacer del barrio un lugar solidario y organizado, donde sus habitantes puedan apropiarse de cada actividad y sentirse partícipes de cada logro En el marco de un convenio entre la U.N.R. y la Comisión Nacional de Bibliotecas Populares, desde el Área de Programas Comunitarios nos acercamos a la Biblioteca con la finalidad de conocer la historia y la realidad institucional y así poder coordinar acciones en conjunto. Surge la idea de retomar con el espacio de Apoyo Escolar junto con estudiantes para que puedan acceder a una práctica en terreno y poner en relación lo académico y lo comunitario, porque creemos que hay que salir de la universidad e inmiscuirse en los barrios y en los espacios populares donde se construye una posibilidad de desarrollo con los otros. El taller intenta focalizarse en las tareas específicas de la escuela y en las actividades de mayor dificultad. Se realiza un seguimiento de cada materia propiciando el interés y la búsqueda de información en los textos, para el desarrollo comprensivo de los mismos, ya que consideramos que este proceso les brindará herramientas para su posterior recorrido educativo y cultural. El objetivo es acompañar a los niños y niñas en su proceso de enseñanza - aprendizaje con la finalidad de que puedan transitar el año escolar siendo partícipes de este camino, así como también fortalecer los vínculos entre la escuela, la familia y la Biblioteca. “Quien enseña, aprende; quien aprende, enseña”. Para poner en práctica este espacio nos basamos en los planteos que Paulo Freire realiza acerca de la Educación Popular, entendiendo a la educación como un proceso transformador en el que los propios participantes son los actores fundamentales. Este proceso se retroalimenta y se redefine continuamente, sosteniendo la necesidad de una educación que no implique una transmisión lineal y un depósito de conocimiento ya acabados en un niño concebido como pasivo; sino que por el contrario, como un proceso dinámico, dialéctico, de problematización de la realidad y crecimiento con un otro en donde se conjuga el diálogo, la acción y la reflexión crítica como base del aprendizaje. Toda la tarea de educar sólo es auténticamente humanista en la medida en que procure la integración del individuo a su realidad y de esta manera poder crear en el educando un proceso de recreación, de búsqueda, de independencia y solidaridad. Retomando el planteo que la Universidad se hace a sí misma y resaltando que la extensión universitaria toma cada vez más una perspectiva integradora es que sostenemos esta práctica guiados por la concepción de integralidad con la cual se modifica el acto educativo porque lo cotidiano y lo concreto se da con estudiantes en terreno y con actores sociales reales. Así se establece la posibilidad de un diálogo abierto, mas allá del aula, donde los contenidos no son pre-pautados sino que los establece el trabajo concreto que se hace en el campo. Este modelo aumenta la posibilidad de apropiarse del acto educativo. A pesar de que en el modelo áulico se pueden construir procesos activos, el trabajo en terreno y la extensión en esta dimensión aportan un plus que es la relación dialógica con los sujetos de la comunidad. Es de este modo que el acto educativo integral, sostenido en la complementariedad de los actores involucrados, provoca que el lugar de liderazgo no esté siempre depositado en un solo sujeto, en una persona o figura en particular, que en general 127 Eixo 1 es el docente. Por el contrario, se produce una rotación habilitada por la situación concreta de trabajo en el medio. Freire sostiene que educar es conocer críticamente la realidad, en donde conocer el mundo es un proceso colectivo, práctico que involucra conciencia, sentimiento, deseo, voluntad. Este proceso educativo de conocimiento del mundo nunca es definitivo; siempre es inacabado, dado que el mundo no está determinado, sino cambiando; también los sujetos, en el proceso de conocer y transformar el mundo, van cambiando ellos mismos y sus preguntas. Por ello, los productos del conocer no deben asumirse como verdades acabadas, inmodificables, sino susceptibles de perfeccionar, de discutir y cuestionar. Se requiere más una pedagogía de la pregunta y no una de la respuesta. En otras palabras, necesitamos de los demás para conocer y transformar el mundo a la vez que nos constituimos como sujetos. El reconocer ese sentido de carencia, de necesidad de los otros para conocer, actuar y ser en el mundo, justifica la posibilidad de la educación, que no puede ser otra cosa que comunicación y diálogo. Considerando que la educación es tanto un derecho como una necesidad, proponemos al Taller de Apoyo Escolar como un escalón más que puede acercar, en este proceso interactivo, a que los niños y niñas sean capaces de tomar sus propias decisiones en las situaciones que se presentan en el día a día, interviniendo en el lugar social del que forman parte y habilitando a la denuncia y al cambio social. En este espacio remarcamos la importancia de acceder al conocimiento como eje que trasciende la pura acumulación de datos, conocimiento como herramienta para el tratamiento, el análisis y la transformación, tanto de su realidad como de si mismos, como actores habilitados y habilitantes del cambio social y la construcción de un sociedad mas justa, mas equitativa y con posibilidades de acceso y participación. A partir de la experiencia realizada y analizando algunas situaciones individualistas y competitivas del grupo, consideramos clave crear una instancia intermedia, el “Espacio Comodín”, donde poner en práctica actividades desde una perspectiva lúdica, combinando la participación activa, la integración y la comunicación teniendo como eje la cooperación y el respeto, lo histórico-social, lo artístico-cultural, lo pedagógico y la salud en general. Consideramos que propiciar un espacio creativo, de expresión donde descubrir lo propio, hablar de las culturas, de la música, promover actividades y gustos propios puede ser un lugar de acceso a lo grupal donde disminuir las actitudes individualistas o violentas sosteniendo normas de convivencia. Es decir, en este espacio se intenta combinar el aprendizaje formal con los saberes propios potenciando las aptitudes y haciendo hincapié en el cuidado y el respeto, remarcando que el dominio de la palabra, el saber escribir y leer, solamente tienen sentido si se traduce en una mejor lectura del mundo para poder transformar la realidad. Esta práctica es un intento de fortalecer los vínculos y el sentido de grupo como procesos indispensables en una educación que haga posible la autorreflexión. Creemos que pueden ser herramientas para enfrentar situaciones cotidianas, promover lugares de cooperación y solidaridad… Como dice Freire, “no perdemos nada si intentamos una nueva pedagogía. Por el contrario, podemos ganar una nueva sociedad, un nuevo hombre, un nuevo mañana”. Palavras-chaves: Aprendizaje /Diálogo/ Juego /Cambio social 128 Eixo 1 APRENDENDO A BRINCAR: PROMOÇÃO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL PELA BRINCADEIRA Autor(es): MARIA ALICE CENTANIN BERTHO - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar) Introdução De acordo com Oliveira (2009, p. 29): “Ensinar e aprender são faces inseparáveis do mesmo processo, a interação social, que constitui um ser humano ao longo de toda a sua vida.”. Ao nascer, um bebê é extremamente dependente de alguém para que suas necessidades básicas sejam supridas. Essa situação de dependência, a qual se estende por muito tempo, é favorável ao estabelecimento das primeiras relações de interações entre indivíduos, a partir das quais o ser humano se constrói socialmente e, consequentemente, se desenvolve. Além da família, a creche é um ambiente no qual grande parte dos bebês está inserida desde cedo e onde são expostos a novas interações sociais. Hoje, porém, discute-se muito sobre o caráter educativo das creches e se a entrada da criança nessa instituição prejudicaria ou beneficiaria o seu desenvolvimento. Os estudos de Clarke-Stewart (1992 apud LORDELO et al., 2007) sugerem que se a creche for de boa qualidade, não haverá prejuízos para a criança, e esta poderá, inclusive, promover desenvolvimento cognitivo e competência social. A creche configura-se, portanto, como um ambiente que deve impulsionar o processo de estimulação e desenvolvimento da criança. Uma das maneiras para se atingir esse objetivo é por meio da brincadeira, especialmente aquela mediada pelos adultos. Inicialmente, a brincadeira é inerentemente reforçadora para a criança, porém, ao mesmo tempo e desde muito cedo, permite a interação com pais, adultos e futuramente com pares, além de proporcionar oportunidades de exploração do meio ambiente. Com o avanço das pesquisas sobre desenvolvimento humano, o brincar foi ganhando destaque e chega a ser considerado como essencial para o desenvolvimento infantil, visto que é um meio pelo qual as crianças conseguem uma maneira particular de expressão, pensamento, interação e comunicação entre pares. O estudo de Bonome-Pontoglio e Marturano (2010), em particular, teve como objetivo verificar se a exposição de crianças pequenas a brincadeiras mediadas por adulto, no contexto da creche, seria favorável ao seu desenvolvimento e, em especial, em relação ao sucesso de suas interações com outras crianças e adultos. Os resultados indicaram uma diminuição nas brincadeiras solitárias e da interação negativa com o adulto; por outro lado, houve um aumento da brincadeira paralela, da interação positiva com criança e uma tendência ao aumento da brincadeira associativa. Este padrão de mudança apresentado nos resultados corresponde a uma tendência de desenvolvimento (FINKELSTEIN et al., 1978; LORDELO; CARVALHO, 2006; PARTEN, 1932 apud BONOME-PONTOGLIO; MARTURANO, 2010). Objetivo Seguindo a direção das pesquisas e intervenções recentes que reforçam a importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil, o presente trabalho pretendeu criar oportunidades de intervenção em duas instituições de educação infantil do munícipio de São Carlos, com o apoio de estudantes dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da UFSCar. Trata-se de um projeto de extensão, apoiado pela PROEX/ UFSCar, e vinculado ao Programa de Extensão Pró-Infância: Programa de Promoção do Desenvolvimento Infantil, cujas ações estão focadas nas interações sociais entre crianças, bem como entre crianças e adultos. O trabalho é dividido em duas etapas: a primeira destina-se à avaliação do nível de desenvolvimento das crianças em diferentes dimensões/áreas (cognição, socialização, autocuidados, linguagem e desenvolvimento motor); a segunda etapa envolve a realização de atividades de estimulação infantil, na forma de brincadeiras, que possam contribuir para o desenvolvimento de repertórios limitados nas diferentes áreas, de acordo com o resultado da avaliação. Método Local e participantes A intervenção, realizada em 2014, ocorreu em duas creches do município de São Carlos. Participaram das atividades neste ano um total de 21 crianças, de três diferentes turmas das creches, as informações correspondentes a cada uma são mostradas a seguir: Turma 1: Três estagiárias da Psicologia eram responsáveis por essa turma, a qual era composta por 6 crianças na faixa etária de 3 a 4 anos, todas matriculadas na creche A. Turma 2: Três estagiárias da Psicologia eram responsáveis por essa turma, a qual era composta por 9 crianças na faixa etária de 1 a 2 anos, todas matriculadas na creche A. Turma 3: Duas estagiárias da Psicologia eram responsáveis por essa turma, a qual era composta por 6 crianças na faixa etária de 4 a 12 meses, todas matriculadas na creche B. Instrumento/Materiais e procedimento Na primeira etapa, foi realizada a aplicação do instrumento de avaliação: Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias (WILLIAMS; AIELLO, 2001). Este é composto por itens que avaliam diferentes áreas do desenvolvimento infantil: cognição, socialização, autocuidados, linguagem e desenvolvimento motor. As atividades referentes a tais categorias são subdivididas de acordo com a faixa etária da criança: 1 a 2 anos, 2 a 3 anos, 3 a 4 anos e 5 a 6 anos. Essas atividades avaliam um conjunto de comportamentos, de acordo com cada área, que são esperados para crianças de desenvolvimento típico, em cada faixa etária. Durante a avaliação, as informações obtidas eram registradas no protocolo. A segunda etapa foi destinada ao planejamento e execução, por parte das estagiárias, de uma intervenção que teria como objetivo a promoção do desenvolvimento infantil por intermédio da brincadeira. Para isso, 129 Eixo 1 foram desenvolvidos materiais e atividades que visassem comtemplar as cinco áreas de desenvolvimento avaliadas pelo Inventário Portage, mas que também proporcionassem um momento divertido e prazeroso para as crianças. As atividades e materiais desenvolvidos variaram de acordo com a área a ser trabalhada e foram adequados à faixa etária das crianças. Durante a aplicação, foi feito o registro em forma de vídeo. A seguir são apresentadas três das atividades desenvolvidas e realizadas durante o período de intervenção, indicando com qual turma foi realizada, assim como quais foram os materiais utilizados e as áreas do desenvolvimento que foram estimuladas: Turma 1: Com essa turma, foi realizada uma atividade com o objetivo de estimular as áreas de Linguagem, Cognição e Socialização. Para isso, foi confeccionado um quebra-cabeça com imagens de frutas recortadas ao meio coladas em EVA. Turma 2: Com essa turma, foi realizada uma atividade com o objetivo de estimular as áreas de Autocuidados e Desenvolvimento Motor (fino). Para isso, foi entregue as crianças copinhos com gelatina sabor o morango e uma colher e, com isso, foram auxiliadas para se se alimentarem sozinhas. Turma 3: Com essa turma, foi realizada uma atividade com o objetivo de estimular as áreas de Linguagem e Cognição. Para isso, foi entregue as crianças livros infantis com ilustrações para que elas identificassem, apontando quando instruídas, para diferentes cores e animais. Resultados e discussão Tanto as estagiárias quanto a equipe da creche (educadoras e diretoras) avaliaram de forma positiva a intervenção, identificando as contribuições para o desenvolvimento das crianças. Durante a realização das atividades, notava-se que as crianças reagiam de forma animada e se engajavam bastante nas brincadeiras, sorrindo muito e pedindo diversas vezes que as atividades fossem repetidas. Além disso, também foi observado o quanto a interação com as estagiárias era agradável para as crianças, visto que estas pediam por abraços e atenção constantemente. Quanto às áreas de desenvolvimento avaliadas, foi possível observar avanços importantes, principalmente em Socialização e Linguagem, para a turma 1 e em Desenvolvimento Motor para as turmas 2 e 3. Estes resultados são consistentes com os de Bonome-Pontoglio e Marturano (2010), tais como o maior engajamento das crianças em brincadeiras não solitárias e interações sociais mais positivas, as quais, durante a intervenção, foram percebidas tanto em relação às estagiárias quanto entre pares. Esses resultados convergem com os achados da literatura referentes à importância da brincadeira como forma de estimulação infantil e da interação social como elemento fundamental desse processo. Conclusão Os resultados obtidos em 2014 sugerem claramente que as atividades de estimulação infantil realizadas nas duas instituições tiveram um impacto positivo significativo sobre as crianças, tal como revelado na avaliação das educadoras e estagiárias, e reforça os achados de diversas pesquisas e programas de intervenção voltados para o uso da brincadeira como ferramenta de estimulação infantil. Embora os resultados tenham indicado benefícios para as crianças, as estagiárias constataram que a estimulação infantil por intermédio da brincadeira não é uma tendência comum nas instituições trabalhadas. Isso pode estar relacionado a diversos fatores, tais como a falta de informação sobre estimulação infantil por parte da equipe da creche e a sobrecarga no trabalho das cuidadoras, devido à grande quantidade de crianças. Diante disso, vale ressaltar a importância de se investir em programas exclusivamente dedicados à estimulação infantil. Referências OLIVEIRA, Z. M. R.; VITORIA, T.; FERREIRA, M. C. R. Por que aprender com a criança. In:_____ Crianças, creche, faz de conta & cia. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. cap. 1, p. 27 – 34. WILLIAMS, L. C. A.; AIELLO, A. L. R. O Inventário Portage Operacionalizado: Intervenção com famílias. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2001. BONOME-PONTOGLIO, C. F.; MARTURANO, E. M. Brincando na creche: atividades com crianças pequenas. Estud. psicol. (Campinas), Campinas, v. 27, n. 3, p. 365-373, Sept. 2010. LORDELO, E. R. et al. Contexto e desenvolvimento cognitivo: freqüência à creche e evolução do desenvolvimento mental. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 324-334, 2007. Palavras-chaves: Desenvolvimento infantil/ Estimulação/ Brincar 130 Eixo 1 APRENDIZES DE TERCEIRA IDADE E TECNOLOGIAS DIGITAIS NA UNATI/ SOROCABA - UNESP Autor(es): Marilza Antunes de Lemos - Universidade Estadual Paulista (UNESP), MARCIO ALEXANDRE MARQUES UNESP SOROCABA, GALDENORO BOTURA JUNIOR - UNESP SOROCABA, LUIZA AMALIA PINTO CANTÃO - UNESP SOROCABA, LARISSA DE LIMA PITONDO - UNESP SOROCABA, GIANNI DIAS SASSO - UN Resumo O aprendizado sobre a manipulação dos computadores, os dispositivos móveis sensíveis ao toque como tablets e softwares específicos para comunicação pela Internet pelos idosos pode ser menos intuitiva do que se espera. Pensando neste grupo de pessoas, o Núcleo Local da Universidade Aberta à Terceira Idade - UNATI/Sorocaba vem oferecendo desde 2008, cursos para esta parcela da população, com a finalidade de auxiliá-los na familiarização com a informática e efetivamente habilitá-los em seu uso nas tarefas do dia-a-dia, lazer e entretenimento. A UNATI/Sorocaba já ofereceu aproximadamente 28 cursos de informática envolvendo 365 idosos, com a participação de 25 alunos da graduação. Por intermédio desses cursos, mostramos a importância da democratização do acesso às tecnologias da informação e da comunicação através da rede mundial de computadores e das redes sociais. Introdução O número de idosos no Brasil acessando novas tecnologias tende a aumentar com o envelhecimento da população. Por um lado, isto se justifica por estudos que indicam um aumento na expectativa de vida da população mundial [1, 2] que, no Brasil, é de aproximadamente 72 a 78 anos [3]. Por outro lado, as oportunidades que as tecnologias de informação e comunicação oferecem trazem também para essa faixa etária, exigências e potencialidades que permitem ampliar suas possibilidades no campo cibernético. Porém, apenas uma minoria da terceira idade atual vivenciou, em sua juventude, o mundo da informática, tornando a concretização dessas possibilidades um processo não trivial [4]. Apesar do avanço das tecnologias da informação e da popularização da Internet, dos telefones celulares (smartphones) e dos tablets com telas sensíveis ao toque (touchscreen), muitas pessoas da terceira idade não puderam acompanhar toda esta evolução e poucos conseguem usufruir dos recursos disponíveis. Além disso, o aprendizado e a manipulação desses dispositivos e de softwares específicos para comunicação pela internet por pessoas da terceira idade pode ser menos intuitiva do que se espera [4, 7]. O Projeto de Extensão “Inclusão Digital e Informática Educativa” do Núcleo Local da Universidade Aberta à Terceira Idade - UNATI/Sorocaba tem como papel fundamental ser uma alternativa para que a terceira idade se aproprie da Internet e de outras tecnologias por meio do oferecimento de cursos de informática direcionados para essa faixa etária. Dentro do projeto são oferecidos cursos de “Informática Básica”, “Internet”, “Redes Sociais” e “Tablets” que atendem esta parcela da população em Sorocaba e região. Os cursos levam em conta limitações naturais dessa faixa etária, tais como problemas com a memória, diminuição da capacidade visual e auditiva, mobilidade restrita, de forma a atender o ritmo de aprendizado e habilidades da terceira idade [4]. Dentro desse contexto metodológico, os cursos são voltados ao ensino de princípios básicos da informática, manipulação de editor de textos, softwares de navegação e de comunicação pela Internet, utilização de correio eletrônico e redes sociais (Facebook), manipulação de tablets, desmistificando o computador para quem nunca teve acesso a recursos tecnológicos [5] e avançando com aqueles que já possuem um conhecimento inicial, uma vez que experiências anteriores [6, 7] mostram que obtém-se mais sucesso quando se aplica um atendimento individualizado e cria-se um laço de amizade com cada participante durante as aulas. Materiais e Métodos O tema dos cursos e a interação entre jovens professores e alunos idosos são propostos para criar um ambiente que permita, além da disseminação do aprendizado de informática, promover relações sociais em sala de aula que se estenda com o uso das redes sociais, com possibilidades infinitas de interação com o mundo exterior também conectado à rede. Além da difusão do conhecimento dos novos meios de comunicação, a didática, o rigor e a disciplina são exigidos nos cursos para auxiliar os idosos a manterem e desenvolverem habilidades, desde as motoras através do uso do mouse até o estímulo da memória para lembrar passo a passo os procedimentos para manipulação dos softwares. Os cursos compreendem o ensino dos conceitos fundamentais da informática, ensinando funções básicas dos dispositivos do computador, informações sobre hardware e software, utilização de tablets, uso de programas para navegar pela Internet e de ferramentas de comunicação social como facebook e e-mail. Os cursos são ministrados por alunos de graduação do campus, voluntários e bolsistas participantes do projeto e são orientados pelo coordenador do projeto, direcionando-os a analisar a necessidade de cada participante individualmente, percebendo seu nível de conhecimento nos assuntos abordados, a fim de transmitir a informação de modo que todos assimilem, ao máximo, o conteúdo das aulas. Portanto, há uma maior probabilidade de se familiarizarem e se motivarem com os cursos, vislumbrando suas aplicações e vencendo as dificuldades de ingressar nesse novo meio [5, 7]. As aulas são ministradas pelo bolsista nos laboratórios de informática do campus, com frequência de 2 horas sema131 Eixo 1 nais e no mínimo 10 aulas presenciais por semestre. O bolsista ainda auxilia nas inscrições dos alunos e na adequação das apostilas e das aulas, visto que o conteúdo precisa ser continuamente atualizado. Resultados Na UNATI/Sorocaba já foram oferecidos 28 cursos de informática envolvendo 365 idosos, com a participação de 26 alunos da graduação. Em 2014, foram oferecidos quatro cursos, sendo 2 de “Informática e Redes Sociais” e 2 de “Tablets”, atendendo aproximadamente 50 idosos. A inclusão digital dos participantes foi construída num ritmo que considerou o perfil da terceira idade, respeitando-se a individualidade de cada um. Nesse sentido, optou-se pela criação de turmas pequenas de participantes para efetivamente atingir as metas propostas. Além dos conhecimentos básicos de informática, as turmas formadas aprenderam a navegar pela Internet, manipular aplicativos de redes sociais e interagirem socialmente. Os participantes tiveram a oportunidade, inclusive, de aprender sobre manipulação e uso de dispositivos móveis sensíveis ao toque como os tablets e smartphones, bem como, apoio adicional sobre a utilização desses dispositivos, notebooks e computadores pessoais, muitos deles, tendo acesso a eles, pela primeira vez. A aquisição destes novos conhecimentos permitiram que pudessem interagir com familiares e amigos através de mensagens de texto, emails, e Skype, bem como montarem e participarem de grupos sociais através do Facebook e WhatsApp, ações estas verificadas em sala de aula, abrindo assim novos horizontes e enorme possibilidades para todos. Conclusão Os cursos oferecidos pela UNATI/ Sorocaba vem quebrando barreiras quando se trata da integração dos idosos, principalmente, com relação a inserção destes nas mídias sociais, utilização de dispositivos móveis (tablets) e uso da internet. Além da inclusão digital que liga cada participante a toda rede de informações e de pessoas por meio da Internet, os cursos criam um espaço de convivência em grupo onde o idoso pode valorizar suas potencialidades e talentos, estimulando sua vontade de viver, o que tem proporcionado a chance de ampliarem seus conhecimentos e de realizarem troca de experiências com colegas e alunos de graduação do campus que atuam como bolsistas nesse projeto de extensão. Os resultados alcançados atingindo mais de 365 idosos demonstram o êxito do projeto e, que a UNESP/Sorocaba vem cumprindo o seu papel de educar e compartilhar com a comunidade os conhecimentos acadêmicos, além de disponibilizar recursos humanos e de infraestrutura. Agradecimentos PROEX - Pró-Reitora de Extensão Universitária da UNESP pelo auxílio financeiro e concessão de bolsas. FUNDUNESP - Fundação para o Desenvolvimento da UNESP pelo auxílio financeiro. Referências [1] Wacker, R. R., Roberto, K. A. Community Resources for Older Adults: Programs and Services in an Era of Change. Editora SAGE, EUA, 4ª edição, 511 p., 2014. [2] Formosa, M. Four decades of Universities of the Third Age: Past, Present, Future. Ageing & Society, V.34, Jan. 2014, p. 42-66. Cambridge University Press, DOI: http://dx.doi. org/10.1017/S0144686X12000797. [3] Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística (IBGE). Projeção da População do Brasil. 2008. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/ noticia_impressao. php?id_noticia =1272>. Acesso em 15 abr. 2013. [4] Loreto, E.S.G.; Ferreira, G.M.S. Desafios e possibilidades para a Inclusão Digital da Terceira Idade. Revista Eletrônica de Educação, v.8, n.2, p.120-137, 2014. ISSN 1982-7199. Universidade Federal de São Carlos. 2014. [5] Marques, M.A., Lemos, M.A., Diniz, A.C., Botura Junior, G., Cantao, L.A.P., Nascimento, A.V., Sasso, G.D., Marques, P.L M. Promoção da melhoria da qualidade de vida dos idosos através do projeto de extensão UNATI Unesp/Sorocaba, BRASIL In: XIII Congreso Latino Americano de Extensión Universitaria, 2015, Havana., 2015. [6] Marques, M.A.; Botura Jr, G.; Diniz, A.C. Projeto Universidade Aberta à Terceira Idade UNATI da UNESP/Campus de Sorocaba-SP, Brasil. In: XI Congreso Iberoamericano de Extension Universitaria, 2011, Santa Fé.: Ediciones UNL, 2011. [7] Marques, M.A.; Botura Jr., G.; Lemos, M.A.; Diniz, A.C. Núcleo Local da Universidade Aberta à Terceira Idade UNATI do Campus de Sorocaba com Ênfase aos Cursos de Informática. In: 8vo. Congreso Internacional de Educación Superior - Universidad 2012 La universidad por el desarrollo sostenible. Havana, 2012. Palavras-chaves: Extensão / Terceira Idade / Informática / Inclusão Digital 132 Eixo 1 ARQUITECTA Autor(es): MARIA JOSE KISZKA - Universidad Nacional del Nordeste (UNNE) Resumen Desde su organización, el Taller de Artes Visuales se conforma como una propuesta cultural para la comunidad del Gran Resistencia, con más de 55 años de trayectoria. Cuenta con una amplia oferta Académica, que aporta a la impronta artística y cultural de la región y específicamente el lugar en el que se inserta: Resistencia, ciudad de las esculturas. Es público y gratuito, admite diversas modalidades de cursado en los diversos espacios curriculares: Grabado, Escultura, Dibujo, Pintura, Representación Del Espacio Visual, Producción Audiovisual, Historia Del Arte y Arte, Cultura y Sociedad. Esta experiencia de gestión se realiza desde la Secretaría de Extensión de la Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad Nacional del Nordeste, cuya impronta ha transformado a un lugar de enseñanza de Artes Visuales en un espacio de promoción e integración socio comunitaria. El Taller de Artes Visuales El Taller de Artes Visuales se funda en la ciudad de Resistencia hace casi 56 años, como una propuesta de la universidad. La historia remonta a 1957 cuando Oberdan Caletti, primer decano organizador de la Escuela de Humanidades (hoy Facultad de Humanidades) y luego rector interventor de la Universidad, asignó al escultor Carlos Schenone (1907-1963) un lugar en el predio universitario para su taller. Un año después se convertiría en el núcleo inicial del Taller de Arte Regional, luego Taller de Artes Visuales de la UNNE. La institución se fundó en 1958, por Resolución 68 de la Escuela de Humanidades y fue designado Schenone como su primer director. El 15 de marzo de 1959 se elabora este plan de trabajos, a fin de que las actividades del instituto denominado Taller de Arte Regional, quien inició sus actividades el 1 de abril del año siguiente. En 1966 con la aprobación del Honorable Consejo Superior de la Universidad Nacional del Nordeste, se puso en vigencia un nuevo plan de estudios que comenzó a aplicarse en 1967. A partir de allí la institución pasó a denominarse Taller de Artes Visuales, dependiendo de la Facultad de Arquitectura y Urbanismo. Los objetivos de la institución fueron proyectar en el orden nacional las valiosas producciones artísticas de la región nordeste y constituir la escuela donde se promuevan, estimulen y orienten las capacidades creadoras de la juventud de la región. Los docentes pioneros han sido referentes artísticos en la región: Carlos Schenone, Clement Moreau, Grete Stern de Cópola, Raúl Oscar Cerrutti, Eddie Julio Torre, Susana Geraldi, Oscar Sánchez y Rodolfo Schenone. Como parte de las primeras actividades de extensión y de difusión de las artes plásticas, del Taller de Artes Visuales, ha gestionado la visita, para el Chaco, Corrientes y la región, de innumerables artistas de renombre nacional e internacional, los cuales exponían y dictaban clases, charlas y conferencias, promoviendo el arte, la cultura y la educación en el área de las Artes Plásticas, podemos citar algunos de los innumerables artistas, pintores, escultores, grabadores, de gran renombre como ser Emilio Pettoruti, Juan Grela, Enrique Gaimari, Vicente Forte, Córdova Iturburu, Pages, Jorge Taverna Irigoyen, Artemio Cequeira, Fernando Espino, César Fernández Navarro, Pérez Celis, Luis Pellegrini, José Aricidiácono, Alda María Armagni, Jacinto Castillo, César Borda, Juan Otero, Aída Carballo, Enrique Piñeiro, Víctor Ricardone, Domingo Arena, Artemio Alisio, Carlos Alberto Domínguez, Hebe Lillyan Nisalt de Piat, Elida Farini de Beligoy, Orfelia García, Humberto Gómez Lollo, Ricardo Jara, Beatriz Moreiro, Rolando Sá Fleitas, Ivan Sagarduy, Luis Sosa, María Soto, entre otros. Así también continuando con su tarea extensionista, los docentes del TAV dictaron talleres en las provincias de Corrientes y Formosa, que se desarrollaban los fines de semana. Cursos regulares del Taller de Artes Visuales La modalidad central de aprendizaje es de taller, es decir, ofrecer enseñanza a partir de la utilización de métodos de experimentación, donde el docente cumple como principal función la guía y orientación en la práctica e investigación, sin imponer significando la subjetividad del educando, abandonando las tradicionales enseñanzas de las artes que concebían al mismo como discípulo del maestro, donde se recortaba la potencialidad creativa y estilo propio. El curso “Experto en Técnicas Visuales”, comprende (4) cuatro años lectivos en tres ciclos (Básico-Medio y Superior), con una carga horaria de 1296 Hs. Reloj en el ciclo básico, 1944 Hs. reloj en el ciclo medio y 2600 Hs. Los espacios disciplinarios son: Dibujo y pintura, Historia del arte, Grabado Escultura Lenguaje Audiovisual, Arte cultura y sociedad y Representación del espacio visual. El Taller de Artes Visuales, además de la oferta académica del curso para alumnos regulares, ofrece la posibilidad de cursar sólo aquellos espacios que sea del interés del alumno, con un mínimo de 4 hs. reloj semanales; con una dinámica de trabajo más flexible, que puede surgir de la propuesta pedagógica docente, de la interacción con los demás alumnos y/o como una búsqueda expresiva personal dentro de la disciplina artística en la que decide trabajar, optando por uno o varios de los espacios. Talleres Libres del Taller de Artes Visuales Los Talleres Libres nacen de la necesidad de contar con una oferta de formación que permita brindarse de manera abierta a toda la sociedad gratuitamente. En este sentido desde el año 2013 se dictaron dos talleres de dibujo, el taller de Croquis Urbano y el taller de Croquizado Libre aportando a las carreras de Grado ofrecidas en la Facultad de Arquitectura y Diseño Gráfico, respectivamente. A partir de este periodo 2014 se dictan los talleres de Fotografía Experimental, una discipli133 Eixo 1 na que cada vez crece más. Y el taller libre Recrearte, destinado a un segmento etario que no estaba cubierto desde la oferta del TAV, desde 5 a 12 años. durante el 2015 se incorpora como oferta Identidad Gráfica e Ilustración, y tienen por objetivo armar equipos de aprendizajes con docentes facilitadores que aborden las distintas temáticas y desde donde se formen recursos para realizar prácticas extensionistas. Actividades de Promoción Cultural. - Muestras: El Taller de Artes Visuales, cuenta en sus instalaciones edilicias con una galería, en donde mensualmente se inauguran muestras, individuales y colectivas, de los trabajos realizados por alumnos regulares y vocacionales, ex alumnos y artistas locales. Dichas muestras son de las distintas disciplinas artísticas que en el taller llevamos a cabo diariamente, como ser dibujo, pintura, grabado, escultura y audiovisual; en cada una de ellas se busca generar además de la exposición de las obras, un espacio cálido, donde el o los expositores tengan la posibilidad de socializar su producción, compartir ideas, experiencias y sentimientos y mostrar el lado más humano y subjetivo que hace al arte y a la tarea creativa. Es uno de los principales objetivos de estas muestras, generar un lugar físico y simbólico, donde los nuevos artistas y talentos de la región tengan la posibilidad de vincularse con el público en general, no solo mostrando sus obras en exposición sino también teniendo un contacto directo para interactuar mutuamente. - Seminario Interactivo Trazos: Dicho proyecto surge con la finalidad de ofrecer un lugar físico y periódico donde poder compartir conocimientos, críticas y opiniones acerca del proceso creativo y de producción artística, generando asimismo una red informal de intercambio de informaciones entre creadores y el público interesado en las arte visuales, su experimentación, teorización y análisis. Estos encuentros suponen ser un ciclo quincenal, sumamente flexible y participativo de arte, con diferentes modalidades como ser charlas y talleres, y con temáticas variadas, siempre enmarcadas en el interés del artista plástico. El Seminario “Trazos” tiene la intención de generar un espacio en donde se desarrollen talleres de producción y de formación, seminarios y debates, reuniones de diferentes grupos de trabajo, muestras de proyectos, experimentación in situ, etc. Todas estas actividades promovidas desde la “Secretaría de Extensión y Transferencia” son gratuitas y abiertas a todo público interesado como a su vez se apunta a que cada encuentro deje para el T.A.V. (Taller de Artes Visuales) publicaciones, producciones y registros en enriquezcan a dicha casa de estudio. - Participación en eventos culturales del medio y del pais. Con la idea de vincular al TAV con el medio, entendiendo que el arte aporta a transformar la realidad buscamos participar de eventos de interés para la sociedad en el aspecto cultural, para dar a conocer nuestra postura en este sentido y nuestro trabajo: • Bienal de Arte del Chaco. (2a. y 3a. Edición). • Bienal de Escultura del Chaco (12 Edición). • Viaje a Arte BA, 2014 y 2015. - Proyectos de vinculación con el medio. Se generó desde el 2014, un espacio de trabajo, capacitación y experimentación que vincula institucionalmente al TAV con un equipo docentes de la EPGSI Nº1, complejo educativo del barrio Toba que incluye nivel inicial, primario y secundario. Conclusiones Entendemos que estas actividades de extensión y vinculación deben conocerse y multiplicarse, pues siembran en su hacer, la inclusión social, la promoción de la diversidad cultural, se orienta a la búsqueda de una formación integral y ciudadana, donde el arte oficia de motor. Palavras-chaves: ARTES VISUALES EN LA PROMOCION CULTURAL CHAQUEÑA 134 Eixo 1 ARTE E CIÊNCIA NO PARQUE Autor(es): MIKIYA MURAMATSU - Universidade de Sao Paulo (USP), Daniel Pereira de Carvalho - INSTITUTO DE FÍSICA DA USP, Daniella Rosa Albuquerque de Carvalho Alves Gomes - INSTITUTO DE FÍSICA DA USP, Isabela Caruso Galvani - INSTITUTO DE FÍSICA DA USP, Isabela de Moraes Objetivos e descrição sumária O Projeto Arte & Ciência no Parque, criado em 2007, com o apoio inicial do programa de Popularização da Ciência e Tecnologia do CNPq, visou apresentar a C&T existente no cotidiano para a população, através de experimentos de Física, Matemática e Biologia, com caráter lúdico e elevado grau de interatividade. Atuou inicialmente em parque públicos da cidade de São Paulo e, posteriormente, em escolas públicas de ensinos fundamental e médio, assim como em eventos científicos organizados pela Sociedade Brasileira de Física, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e na Semana Nacional de C&T, tendo atingido mais de 90.000 visitantes. O Projeto também vem colaborando com o programa “Master Class” que o Instituto de Física Teórica da UNESP realiza todo ano com estudantes de ensino médio. Os objetivos principais do Projeto são: • Contribuir para a educação e ampliação da cultura científica da população, identificando a C&T que se encontra no seu cotidiano; • Proporcionar um contato mais direto, especialmente das crianças e jovens, com o conhecimento científico, através da interação com experimentos apresentados em seu aspecto lúdico, para estimular a curiosidade e a criatividade e atraindo-os para carreiras científicas e tecnológicas; • Contribuir para a melhoria do ensino de Ciências; • Envolver professores e comunidades em projetos de C&T; • Proporcionar uma oportunidade de aprendizagem e atuação para alunos de graduação e pós-graduação em espaços não formais. No âmbito das atividades de extensão da USP, o Projeto tem participado de: a Olimpíada USP do Conhecimento, o projeto Vivendo a USP, o programa Novos Talentos (Capes/USP) e, nos últimos anos, tem recebido apoio financeiro da Pro Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, para aquisição de materiais de consumo e pagamento de bolsistas que atuam como mediadores nas exposições e oficinas. O Instituto de Física tem dado suporte, desde o início do projeto, no transporte e na impressão de guias, apostilas, etc. Ações e atividades As atividades realizadas pelo Projeto podem ser agrupadas em 2 tipos: exposição e oficinas. A exposição consiste na apresentação de experimentos que podem ser manuseados pelo público e que abordam, principalmente, temas como óptica, acústica e mecânica, anatomia e fisiologia do corpo humano e desafios matemáticos e lógicos. A escolha dos experimentos, de um total de mais de 60, é feita de acordo com o público e o evento no qual a exposição é montada. As oficinas, por outro lado, são realizadas em situações mais restritivas como salas de aula de uma escola, ou nos programas de extensão da USP. A falta de aulas práticas e/ou a inexistência de laboratório nas escolas públicas de ensinos básico e médio fizeram crescer a demanda da ação do Projeto nos últimos anos. Consequentemente, foram elaboradas oficinas para montagem de dispositivos e experimentos que mostrem, de maneira simples, conceitos e fenômenos de física. Essas oficinas utilizam, em sua maioria, materiais de fácil obtenção e baixo custo e são de fácil manuseio para serem realizadas pelos próprios alunos. Através de programas de manutenção de estudantes na universidade, administrados pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da USP, estudantes de graduação são escolhidos para participar do Projeto Arte e Ciências no Parque. O número de bolsas varia de acordo com a disponibilidade de verba e, apesar da predominância de estudantes ser dos cursos de Física, tem participado do Projeto estudantes dos cursos de Biologia, Educação Física... Os bolsistas/ monitores participam como mediadores nas exposições e oficinas, tanto nos espaços não formais, como nas escolas. Em geral, a capacitação de bolsistas de um ano é dada por aqueles do ano anterior. Além das exposições e oficinas, as atividades dos monitores incluem: a) participação em reuniões semanais para discussão da física envolvida nos experimentos; b) elaboração de guias explicativos dos experimentos; c) pesquisa de novos experimentos; d) participação em encontros e congressos da área; e) elaboração de relatórios e publicação de artigos sobre ensino de ciências e divulgação científica. Finalidade e relevância para a formação dos alunos envolvidos Nos cursos da universidade os alunos geralmente aprendem e discutem os conceitos básicos de física, de forma teórica, utilizando uma linguagem formal, mas com pouca oportunidade de comunicar e treinar a exposição desses conceitos para o publico leigo e especialmente para as crianças. Desse modo, esse projeto é uma oportunidade de solidificar os conceitos aprendidos e aperfeiçoar a sua comunicação, preparando para a sua futura atuação profissional, tanto para o aluno do bacharelado, mas principalmente para alunos da licenciatura, na sua futura atuação profissional em sala de aula. Resultados esperados -Melhorar o nível de formação básica dos alunos da Licenciatura e Bacharelado em Física, tanto em conteúdo de Física, mas principalmente nas habilidades de comunicação e expressão. -Contribuir para a melhoria da cultura científica da população em geral e para o ensino de ciências, estimulando a vocação científica, especialmente de jovens e crianças. Palavras-chaves: Divulgação Científica/Ensino não-formal/Ensino de Ciências 135 Eixo 1 AS APLICAÇÕES DOS ISÓTOPOS ESTÁVEIS NA SOCIEDADE Autor(es): GERSON SANTOS DE ALMEIDA - Universidade Estadual Paulista (UNESP), RENATA ALINE DEL NERO - UNES BOTUCATU, VLADIMIR ELIODORO COSTA - DEPARTAMENTO DE FÍSICA E BIOFÍSICA DO INSTITUTO DE BIOCIENCIAS DE BOTUCATU, MARCO ANTÔNIO RODRIGUES FERNANDES - DEPARTAMENTO D Introdução O átomo é uma das menores partículas que constituem a matéria e é dividido basicamente em duas regiões: núcleo e eletrosfera. O núcleo é região central muito pequena, densa, com carga elétrica positiva e constituída por prótons e nêutrons que estão fortemente ligados. A eletrosfera é a região onde orbitam os elétrons em torno do núcleo. Os átomos são classificados quanto a sua composição nuclear. [1] O número de prótons presentes no núcleo indica o nome do elemento químico deste átomo. O mesmo elemento químico pode ter o número de nêutrons diferentes, a soma dos prótons e dos nêutrons no núcleo indicam o número de massa. Isótopos são átomos do mesmo elemento químico com diferentes número de massas. Os Isótopos de um mesmo elemento químico podem ser estáveis ou instáveis(radioativos), apresentando as mesmas propriedades químicas, mas diferentes propriedades físicas.[1][2] Os núcleos atômicos são comumente relacionados a usinas nucleares e bombas atômicas, os isótopos instáveis podem ter esse objetivo, mas também são utilizados para pesquisas, tratamentos, diagnósticos e outras funções na sociedade. Os Isótopos Estáveis não emitem radiação, eles são átomos muito usados em diversas áreas da ciência como: agricultura; medicina; física; química; geologia; biologia; nutrição; zootecnia; engenharias e agronegócios. Destas áreas destacam-se, principalmente, as aplicações que beneficiam diretamente a qualidade de vida da sociedade.[3] O Centro de Isótopos Estáveis(CIE) é uma unidade auxiliar do Instituto de Biociências de Botucatu, foi criado em 1998, utilizando isótopos estáveis para análises de razão isotópica, assim atendendo a diversos usuários, com várias linhas de pesquisa visando aplicação dos isótopos estáveis em áreas como Física Médica, Ciências Médicas, Biológicas, Agronômicas e Medicina Veterinária. Na área médica, em diagnóstico como o Teste do Sopro, para a detecção da bactéria Helicobacter pylori que é uma das causadores de ulceras gástricas, é feito com a utilização da ureia marcada com carbono(¹³C), se a bactéria estiver presente, ela quebrará a ureia liberando o carbono, o teste tem um acuidade em torno de 96-98%, evitando assim a utilização de outros métodos invasivos e de maior desconforto ao paciente.[4] O Centro é credenciado a realizar laudos oficiais de análises isotópicas, com diferentes objetivos em diversas áreas, como agronegócio na verificação de contaminação de produtos de origem animal com Salmonella e Escherichia coli, subprodutos de origem animal vêm sendo utilizados na alimentação de suínos, aves e peixes, porém, o uso de farinhas; de peixe, de carne e ossos bovinos, penas e vísceras, têm sido discutido e até banido da alimentação animal em alguns casos, reflexo da insegurança dos consumidores principalmente europeus após a Encefalopatia Espongiforme Bovina(EEB conhecida como doença da “vaca-louca”).[5]Na agronomia distinguindo os tipos de herbicidas utilizados e correlacionando com estudos de deficit hídrico, em zootecnia investigando a preferência alimentar e nutrição de diversas criações para a produção de carnes, ovos, leites e seus derivados, na avicultura rastreando a inclusão de ingredientes de origem animal na dieta de aves e em tecnologia de alimentos analisando diferentes produtos e pesquisando sobre adulteração, podendo identificar pureza e origens dos ingredientes no produto final. Por exemplo: a pureza do mel; se a cerveja é produzida utilizando apenas malte ou se sua composição encontra-se cereais não maltados; se os sucos possuem adição de açúcares ou se são puros; se o vinho é produzido apenas da uva ou se tem mais algum ingrediente adicionado. [6] Também utilizando a variação natural do carbono e nitrogênio o CIE também possui aplicações em andamento nas Ciências Forense com o objetivo de identificar a origem inicial do plantio de drogas entorpecentes. [7] Com essas e mais linhas de pesquisa o CIE utilizando dos isótopos estáveis vem trabalhando para melhorar a qualidade de vida da sociedade. Os trabalhos são geralmente divulgados em revistas cientificas, artigos, congressos e tem destaque na área cientifica, porém embora todas os temas abordados acima serem de extrema importância, existe a dificuldade de encontrar de forma simples e não apenas em linguagem cientifica essas informações. Objetivo Mostrar para a comunidade externa que os isótopos estáveis não são apenas átomos com semelhança nuclear, e sim tecnologias inovadoras aplicadas à melhoria das condições de vida da sociedade. Material e Métodos Com a dificuldade de se ter acesso a informações sobre os isótopos estáveis e suas aplicações, juntamente com os Docentes e Pesquisadores do CIE, produzimos um texto sobre o tema e um questionário com as principais dúvidas e respostas de forma simples e curta. Com material produzido, atualizamos a página do CIE e foi acrescentado as linhas e tipos de pesquisas realizadas com os isotopos estáveis feitas no centro. Utilizando da rede social Youtube, com a colaboração dos pesquisadores do CIE, foram produzidos vídeos curtos em que apresentam de maneira simples seu trabalho e como utilizam os isótopos estáveis em beneficio da sociedade. No CIE foi confeccionado pôster e folhetos com as informações do site e dos trabalhos realizados, assim levando aos usuários e a 136 Eixo 1 comunidade mais informações sobre o Centro. Assim facilitando em diversos meios de comunicação o acesso tanto da comunidade externa, quanto da própria universidade sobre a as aplicações dos isótopos estáveis na sociedade. Resultados e Discussão Por se tratar de uma área comumente mais restrita e com s informações pouco difundidas, os meios de comunicação utilizados disponibilizam a informação de diversas maneiras. O canal do Youtube e o site, facilitam o acesso a informação e de maneira simples, didática e interativa fornecem o conhecimento e vão tendo progressivamente mais acessos e visualizações dos vídeos, os folhetos e o pôster auxiliam na divulgação aos usuários do centro e também da comunidade interna da universidade. É muito importante a divulgação para a comunidade externa pois assim possibilitam um melhor entendimento do que são os isótopos estáveis e sua utilização na melhoria da qualidade de vida e assim tem o acesso a informações, qualidade e origem de produtos utilizados no cotidiano. Geralmente mesmo a comunidade interna da universidade, não tem conhecimento da utilização dos isótopos estáveis, assim desmistificando o pensamento de risco de se trabalhar com núcleos atômicos. Para o Centro de Isótopos Estáveis continuar crescendo e alcançar a excelência esse trabalho de divulgação das metodologias empregadas e as áreas de atuação já consolidadas para encontrar novas parcerias com aplicações diferentes e novas metodologias de análises, assim ampliando as áreas de atuação. Conclusões Concluímos que o acesso a informação com respeito às inovações tecnológicas aplicadas a melhoria das condições de vida da sociedade utilizando isótopos estáveis são importantes, tanto para a comunidade externa, quanto para a Universidade, pois isso desmistifica o uso de aplicações nucleares e difunde um conhecimento restrito a comunidade científica. Agradecimentos Agradecemos a Pró-Reitoria de Extensão Universitária pelo financiamento. Ao Centro de Isótopos Estáveis, seus pesquisadores e funcionários por toda ajuda e dedicação neste trabalho, na elaboração do texto, do questionário, vídeos, folhetos e do pôster. À Ana Carolina Contesa por seu apoio e incentivo no desafio de participar do projeto. À todos que de alguma forma colaboraram para a execução deste trabalho. Referências [1]ALMEIDA, E. V. de, A Radioatividade e suas aplicações. Monografia.Universidade de São Paulo - São Paulo, 2004. [2]PATRICIO, M.C.M, Radioatividade e suas utilidades. Monografia. Universidade Estadual da Paraíba – Paraíba, 2012. [3]Costa.V.E, Denadai.J.C, Sartori.M.P.C e Ducatti.C, Stable Isotopes Applied in Life Sciences in UNESP – Botucatu campus, São Paulo- 2014. [4]Costa.V.E, C.Ducatti, Rodrigues.M.A.M, Teste respiratório com ureia marcada com Carbono-13 analisado por IRMS para detecção de infecção por Helicobacter pylori em humanos. Unesp – Botucatu- São Paulo 2014 [5]M. B. Martins, C. Ducatti, C. L. Martins, J. C. Denadai, a. S. Natel, C. R. Souza -Kruliski, and M. M. P. Sartori, “Stable isotopes for determining carbon turnover in sheep feces and blood, ” Livestock Science, vol. 149, no. 1–2, pp. 137–142, Nov. 2012. [6]E. J. V. M. Oliveira, L. S. Sant’Ana, C. Ducatti, J. C. Denadai, and C. R. Souza Kruliski, “The use of stable isotopes for authentication of gadoid fish species, ” European Food Research and Technology, vol. 232, no. 1, pp. 97–101, Oct. 2010. [7]R. Oliveira and C. Ducatti, “Isotopic traceability in body tissues and in different breeding periods of broilers, ” Arquivo Brasileiro de …, vol. 64, no. 1999, pp. 1325– 1334, 2012. Palavras-chaves: isótopos/ estáveis/ sociedade/ aplicações 137 Eixo 1 AS CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO GIRE³ PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM RESÍDUOS Autor(es): PRISCILA LUIZA CARDOSO - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), LIANE BIEHL PRINTES - UFSCAR - SÃO CARLOS Introdução O GIRe³- Grupo de Incentivo a Redução, Reutilização e Reciclagem – formado por alunas/os voluntárias/ os de diversos cursos de graduação, como Ciências Biológicas, Engenharia de Produção e Engenharia de Materiais – tem atuado em atividades de Extensão voltados à temática dos resíduos sob coordenação da Secretaria Geral de Gestão Ambiental através do Departamento de Apoio a Educação Ambiental e com apoio da Pró-reitoria de Extensão da UFSCar. Dentre as atividades, merecem ser destacados o Projeto 3R´s na Escola, o Projeto Canecas e a Semana do GIRe3, com o intuito de incentivar a comunidade interna e externa à UFSCar à prática dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). A temática dos resíduos tem despertado o interesse de educadoras/es e educandas/os, especialmente por ser cotidiana e estar presente na realidade de todas as pessoas. Vários aspectos nesta temática podem ser abordados em atividades educativas no sentido de contribuir para reflexões e mudança de hábitos, seja no ponto de vista da gestão quanto da educação (Logarezzi, 2006). Através dos diversos projetos, o GIRe³ contribui para a sensibilização ambiental de alunas/os e da comunidade em geral, mostrando a importância dos 3 Rs no cotidiano e indicando caminhos para iniciar as práticas de redução, reutilização e reciclagem em suas vidas e os impactos positivos destas práticas para a sociedade. Metodologia As intervenções do GIRe3 são conduzidas para promover oportunidades para a população de São Carlos pensar sobre os problemas e soluções para a questão dos resíduos no que tange à política dos 3 R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), fornecendo informações que auxiliem na compreensão desta política bem como as facilidades encontradas no município para aplicação da mesma. No Projeto 3 R’s na Escola, nosso público alvo é composto por professoras/es e alunas/os de escolas públicas e particulares, além de outros locais como centros comunitários e associações religiosas, o método de abordagem consiste na realização de palestras, rodas de conversa, dinâmicas e teatro para sensibilização. Primeiramente, informamo-nos sobre o que a escola já faz quanto à prática dos 3R’s e sugerimos ideias simples e economicamente viáveis do que se pode fazer a mais para melhorar, para que cada escola possa ter uma forma personalizada de abordagem. Dentre as expectativas está a possibilidade das/os alunas/os levarem os conhecimentos adquiridos para as respectivas casas e sensibilizarem o meio em que estão inseridos. O método de abordagem varia de acordo com a faixa etária, em turmas de ensino infantil ao segundo ano do ensino fundamental, o grupo trabalha com um teatro que contém informações básicas sobre a importância da destinação do lixo e os materiais que podem ou não ser reciclados. Além disso, podem ocorrer rodas de conversa e interações. Do terceiro ao quinto ano do ensino fundamental são realizadas palestras informativas e participativas utilizando apresentações e atividades ilustrativas como: oficinas de reciclagem, jogos e brincadeiras simples, incentivando principalmente a reutilização de materiais usados no dia-a-dia das crianças. Com alunas/os do sexto ao nono ano do ensino fundamental são realizadas palestras interativas com esclarecimento de dúvidas. Pretende-se atingir as/os pré-adolescentes de forma diferenciada e interativa, visto que esse grupo apresenta muitas vezes uma facilidade à dispersão, com auxílio do projetor, imagens e falas impactantes, para que se interessem sobre o que tem acontecido no mundo e os motivos de porquê reciclar, reduzir e reutilizar são tão importantes. Aos alunos e alunas do ensino médio, professoras/es e público adulto em geral, a abordagem é semelhante à utilizada com as/os alunas/os das últimas séries do ensino fundamental, porém por ser um público maduro e ciente das questões relacionadas aos 3R’s a apresentação aborda tópicos como a quantidade de lixo gerada na cidade e problemas envolvidos, vantagens da reciclagem frente o descarte comum, o que e como reciclar, destinos para o lixo eletrônico, o problema do óleo, pilhas e medicamentos, além de dar exemplos práticos de como reduzir e reutilizar materiais no dia-a-dia, suscitando o debate sobre esses temas mais profundos e exigindo argumentos mais fortes. De forma colaborativa, o GIRe3 também tem atuado no planejamento, organização e execução do Programa de Minimização de Resíduos Sólidos nos Restaurantes Universitários da UFSCar, Projeto Canecas. Esta atividade envolve parceria entre o Departamento de Apoio à Educação Ambiental da Secretaria de Gestão Ambiental, e dois outros grupos organizados de estudantes: Grupo Ambiental Ipê Amarelo (GAIA) e Empresa Júnior da Biologia (EmaBio). Este projeto visa a sensibilização das/dos calouros para a utilização de canecas duráveis em substituição a copos descartáveis. As intervenções acontecem em forma de exibição de vídeo institucional do Projeto, associada à mini-palestras, exibições e bate-papos com as/os calouras/os. O projeto ocorre nos quatro campi da UFSCar, tendo abrangência ampla. Outras ações do GIRe3 dizem respeito a organização de atividades que mobilizam as/os estudantes para discussões acadêmicas como as semanas do GIRe3, que em 2105 está na terceira edição e os Mutirões de Limpeza do Lago. A Semana do GIRe3 é um evento organizado participativamente pelos membros do grupo onde é desenvolvida 138 Eixo 1 uma agenda de atividades que incluem palestras, filmes e oficinas dentro de temas relacionados a atuação do GIRe3 (sustentabilidade, compostagem, uso de recursos naturais), o evento é aberto a participação do público em geral. Os Mutirões de Limpeza tem sido organizados em parceria com colegas de outro Projeto de Extensão da UFSCar (Projeto Monjolinho) e mobilizam não somente a comunidade interna, mas também o público externo à UFSCar. Também têm sido organizados de forma participativa e envolvem um dia de “arrastão” e coleta de resíduos nas margens de um lago que compõe a paisagem do Campus São Carlos de modo a sensibilizar as/os participantes para o acumulo de resíduos neste corpo d´água e impactos decorrentes. Em suma, as atividades que tem sido propostas e desenvolvidas pelo grupo tem em comum o fato de partirem de uma abordagem dialógica e participativa. Propiciam não somente o engajamento dos membros, mas também o envolvimento da comunidade interna e externa à UFSCar. Resultados Em relação ao Projeto 3 R´s nas escolas, desde 2011 o GIRe3 já atuou em diversas escolas públicas e particulares, atingindo desde as/os professoras/es e alunas/os (da educação infantil ao ensino médio) a comunidade externa de pais, mães e familiares. Foram 14 escolas municipais, 02 escolas estaduais, 02 escolas particulares e também a creche da UFSCar. O público atingido pode ser estimado em média em torno de 4150 pessoas. A parceria com o Projeto Canecas ocorre também desde 2011, são atingidos em média 2000 alunos por ano, entre graduandas/os e pós-graduandas/os. As Semanas do Gire tiveram como tema em suas primeiras edições Sustentabilidade em foco e Consumo, felicidade e lixo: Faces da mesma moeda. Na primeira foram realizadas 04 palestras e 01 oficina de compostagem. Participaram cerca de 50 pessoas. Na segunda edição foram realizadas 05 palestras e participaram em torno de 60 pessoas. O I Mutirão de limpeza do Lago mobilizou em torno de 40 pessoas entre alunas/os e comunidade externa. Foram recolhidos em 2:30 horas de trabalho aproximadamente 2000 litros de resíduos. Os principais materiais retirados foram: garrafas PET, inteiras e partidas, sacos e sacolas plásticas, copos descartáveis e muitos restos de isopor. Conclusões Através dos diversos projetos desenvolvidos nos 05 anos de existência, o grupo tem atingido seus objetivos de forma satisfatória mostrando a importância dos 3 Rs no cotidiano e indicando caminhos para iniciar as práticas de redução, reutilização e reciclagem em suas vidas e os impactos positivos destas práticas para a sociedade. Ao todo, estiveram envolvidos como executoras/es destas atividades 30 alunas/os de graduação, e 1 aluna de pós-graduação, que tiveram a oportunidade de participar de um projeto de extensão no qual puderam desenvolver habilidades relacionadas a gestão do grupo e a inter-relação com a Secretaria Municipal de Educação e a direção das escolas. Além disso, a realização das dinâmicas, palestras e demais ações relacionadas a proposta propiciaram o desenvolvimento de habilidades de comunicação oral e escrita de todas/os as/os envolvidas/os e o amadurecimento do grupo em relação ao tema trabalhado. Referências Logarezzi, A. 2006. Educação ambiental em resíduo: o foco da abordagem. In: Consumo e Resíduo. Cinquetti, H.C.S. e Logarezzi, A. (Eds). p.p. 119-144. Palavras-chaves: Educação Ambiental/ Resíduos/ Escolas/ Formação Complementar 139 Eixo 1 ATÉ ONDE VAI A IMAGINAÇÃO?”: LITERATURA INFANTIL E A PRÁXIS EDUCOMUNICACIONAL Autor(es): RAQUEL SCREMIN - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ROSANE ROSA - AV. RORAIMA, 1000 PRÉDIO 21 - SANTA MARIA CEP: 97105-900, MAURA DA COSTA E SILVA - AV. RORAIMA, 1000 - PRÉDIO 21 - SANTA MARIA CEP: 97105-900, MARILIA DE ARAUJO BARCELLOS - AV. RORA INTRODUÇÃO A literatura infantil teve seus primórdios no século XIX, pois somente após a ascensão da família burguesa foi cunhado o termo infância, e com ele surgiram os aspectos que diferenciavam a criança do adulto. A partir disso, o mundo literário, que antes era restrito aos maiores, passou a ser explorado também pelos mais jovens. A produção de um livro direcionado às crianças é considerada um fascínio por muitos profissionais do mercado editorial, uma vez que permite uma maior liberdade de criação. Quando o conteúdo é produzido por crianças, é ultrapassada a barreira do convencional, pois são lhes dados os cargos de emissores e não somente de receptores de uma mídia impressa. Assim, há uma espécie de reflexo, de uma criança para outra, sem a velha hierarquia de conhecimento. Afinal de contas, indivíduos em formação escolar podem ser produtores de conhecimento por meio da arte e da mídia. A sociedade está cada vez mais absorta na mistura homogênea da tecnologia com a informação, por isso os muros da escola não devem ser barreiras. É preciso uma preparação dos jovens para o uso das mídias e tentativas de inserção das minorias no mercado editorial. Para o estudioso do assunto, Ismar de Oliveira Soares, o termo Educomunicação define a comunicação e o uso de mídias no ambiente escolar. A intersecção entre educação e comunicação se complementa, contornando o obstáculo epistemológico que propõe os saberes isolados e incomunicáveis. A seiva bruta da inovadora Educomunicação tem como objetivo ares mais críticos e sujeitos pensantes em relação a assuntos importantes para o contexto social no qual estão inseridos. OBJETIVOS O livro “Até onde vai à imaginação?” foi planejado na disciplina de Redação para Produtores Editoriais, durante o primeiro semestre de 2012, para suprir a necessidade de produzir uma obra que envolvesse os paratextos editoriais estudados. Conceito definido por Gérard Genette, quando diz que: “O paratexto é aquilo por meio de que um texto se torna livro e se propõe como tal a seus leitores, e de maneira mais geral ao público” (GENETTE, 2009, p. 09). Inicialmente, o objetivo era somente a transposição dos ensinamentos teóricos sobre o papel da edição e os conceitos de seleção de originais para a prática. Porém, os membros desse artigo possuíam contato com a Educomunicação, pois estavam ligados ao projeto Educomunicação e Cidadania Comunicativa, desenvolvendo atividades de ensino de produção de conteúdos e análise crítica de mídias em escolas públicas. A partir desse fato, decidiu-se dar ênfase ao assunto por ser considerado familiar, permitindo assim, uma abrangência maior e mais detalhada. Com a aproximação da Educomunicação houve a expansão das fronteiras que delimitavam a pesquisa. Juntamente com os novos horizontes para o estudo, foram incorporados novos objetivos: a divulgação dos meios de comunicação inseridos no ambiente escolar e a busca por inserção de crianças na produção de literatura infantil. Então, o conhecimento isolado de uma disciplina, tornou-se uma aprendizagem de forma interdisciplinar para os universitários, percebendo a aplicabilidade social de produtos desenvolvidos no curso. MATERIAL E MÉTODOS Para a concretização do produto foi utilizado principalmente o aporte teórico voltado a dois campos do saber: Educação e Editoração. O que possibilitou a compreensão dos processos de editoração e sua aplicação em um ambiente escolar, dessa forma, proporcionando a reflexão de autoria e protagonismo infantil. Para tanto, buscou-se compreender a importância do desenho infantil na educação em Cox (2001); no referencial teórico referente à editoração em Genette (2009), bem como, Araújo (2008), que auxiliou na compreensão da estrutura de um livro. Durante a consolidação do livro infantil “Até Onde Vai a Imaginação”, fez-se, inicialmente, um relatório com a proposta de um produto editorial e suas características primárias. Após o planejamento, no qual foram definidos o conteúdo, o público-alvo e os paratextos editoriais que o comporiam, houve a criação de um cronograma de atividades no qual cada acadêmico ficou responsável por uma etapa do processo editorial. A seleção de originais é muito bem definida por Bonassi (2004, p. 55-61) ao dizer que “São editores os censores do que lemos. São editores do que temos, do que fomos e seremos”. Na busca pelo original, optou-se pelo mercado editorial do livro infantil, pela riqueza de formatos diferenciados e por estarmos na condição de bolsistas do projeto Educomunicação e Cidadania Comunicativa, financiado pela (CAPES), tendo assim contato direto com a educação de crianças. Dessa forma, cabe ao editor a função de escolher o produto que emita harmonia entre o material e o público que deverá atingir. Logo após a coleta dos desenhos feitos por crianças do quinto ano do ensino fundamental da Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi, que participava do referido projeto, o processo de produção foi dividido em duas partes. A etapa inicial que foi cercada pelo objetivo de formular um “boneco” que contivesse os paratextos editoriais para a disciplina estudada. E a segunda etapa, em que o livro se tornou um produto do programa educomunicacional, recebendo assim reformulações sugeridas para melhor 140 Eixo 1 adequação ao papel que visava atingir. Os desenhos foram tratados e finalizados em programas de edição de imagens, sempre preservando o aspecto infantil e as características originais. Para a capa utilizou-se o programa Adobe Photoshop, o mesmo usado no tratamento das imagens do miolo. Na diagramação utilizou-se o programa Adobe Indesign para unir as imagens e acrescentar os paratextos. Ao longo do desenvolvimento do livro, houve o apoio da edição de Maurício de Souza Fanfa e Flavio Teixeira Quarazemin, estudantes do curso de Comunicação Social – Produção Editorial da UFSM. Por fim, para a circulação do livro reservou-se a divulgação em redes sociais, escolas afiliadas ao projeto e eventos literários. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os indicadores de avaliação foram: a aprovação na disciplina que propôs o referido trabalho, a escolha pelo corpo docente do curso para ser o produto que carrega o valor simbólico de ser a primeira publicação da Editora Experimental de Produção Editorial e inaugurar a Coleção Ciranda Cultural, financiada pelo MEC e pela CAPES. Além disso, a premiação durante o INTERCOM SUL 2013, no qual o livro foi ganhador da categoria Produção Transdisciplinar, na modalidade de Edição de Livro Avulso ao concorrer com outros três trabalhos. E ser selecionado para o INTERCOM Nacional, representando a Universidade Federal de Santa Maria. Após a premiação tivemos participações em aulas do curso de Pedagogia da UFSM, bem como lançamento do livro na escola juntamente com os autores e a comunidade escolar, o lançamento do livro em eventos da área e algumas palestras sobre a produção editorial inserida no ambiente escolar. Os alunos autores demonstraram entusiasmo ao se deparar com a autoria, com os autógrafos durante o lançamento na escola e na feira do livro de Santa Maria e diante dos elogios recebidos da comunidade. Além disso, foi possível perceber o crescimento individual e coletivo por meio das entrevistas concedidas por eles aos meios de comunicação locais. E a visita à biblioteca da escola onde os alunos doaram um exemplar autografado. Outro resultado foi a distribuição de exemplares do livro para bibliotecas de escolas do Alasca nos Estados Unidos proporcionada pelo Danclar Rossato, diretor da Escola onde o livro foi produzido, com isso a divulgação da publicação também alcançou o território internacional. CONCLUSÃO O projeto cooperativo proporcionou múltiplas aprendizagens à comunidade escolar Augusto Ruschi e, concomitantemente, aos graduandos do curso de Comunicação Social - Produção Editorial. Proporcionou para os alunos de escola pública um exercício de autoria e a concretização, por meio do desenho, das abstrações de seus imaginários. Com essa didática houve aproximação alunos/monitoria e uma maior divulgação das práticas educomunicacionais. Para os acadêmicos da UFSM, além de um aprimoramento experimental referente à teoria dos paratextos editoriais, o trabalho possibilitou olhar de forma diferenciada para o papel do editor. Obteve-se um produto editorial, mas também, um produto social que se enraizou em um ambiente escolar. Portanto, houve a consolidação da proposta de aprendizagem enquanto formação que envolve o conhecimento para a aplicabilidade do produto, compondo de maneira interdisciplinar a formação do indivíduo em sua complementariedade. REFERÊNCIAS ARAÚJO, E. A construção do livro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. BONASSI, F. “São editores” In BUSATO, J.; MOREIRA, L.; NAKANISHI, M. (Org.) A versão do autor. São Paulo: Com-Arte, 2004, p.45-52. COX, M. Desenho da Criança. São Paulo: Martins Fontes, 2001. FREINET, C. O jornal escolar. Lisboa: Editorial Estampa, 1974, p.110. GENETTE, G. Paratextos Editoriais. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. GUIMARÃES, Luciano. O jornalismo visual e o eixo “direita-esquerda” como estratégia de imagem. Universidade Estadual Paulista (Unesp). 2005. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1827-1.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2009. MORENO, M. O desenho: um processo de ensino, aprendizagem e desenvolvimento criativo. Revista Pedagógica UNOCHAPECÓ. Chapecó, ano 10, n.21, p. 121-141, jul./dez.2008. PEREIRA, A.R.; LOPES, R. D. Legal: ambiente de autoria para educação infantil apoiada em meios eletrônicos. XVI Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Palavras-chaves: produção editorial/literatura infantil/autoria/educomunicação/livro 141 Eixo 1 ATELIER PARAFERNÁLIAS Autor(es): FERNANDA FONTOURA SILVA - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), DANIELE NOAL GAI - UFRGS Programa de Extensão Universitária Interdepartamental e Interunidades, com coordenação da Faculdade de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pela experimentação em oficinas-aulas entramos em contato com a variação nas artes, nas ciências, na filosofia e na educação. Não nos prendemos na linguagem, no signo, mas na significância e na experienciação plena das artes: integradas, visuais, teatrais, midiáticas, contemporânea, musicais, relacionais. Entra-se na obra, absorve-se o conteúdo, arranja-se formas de expressão e impressão frente à produção de outros. Cada oficineiro ou “auleiro” traz a sua arte, as suas artes, as suas artimanhas e nos mobilizam a pensar e produzir em nós outros corpos. Outros corpos de sensações resultam da experiência, que é aprendizado de si. Fazemo-nos artistas. Inventamos em nós a arte. Conversamos no coletivo o que pode a obra de arte em meio às vidas ali postas. Experimenta-se: outros autores, outras autorias, outros artistas, a si. Assim dá-se uma composição, pelo encontro de afetos, sentidos, sensações, enunciados. Há ali um movimento alteritário. Um corpo vibrátil (ROLNIK, 1989) abre-se. Falamos aqui de um Programa que prevê a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, chamado Parafernálias. Atelier Parafernálias é um espaço/instante para experimentar. Programa que é para incluir e compartilhar, para convocar. No Parafernálias há um movimento de troca, de mistura, de artistagem (CORAZZA, 2004), de invenção, de escritura. Busca-se um movimento de abertura de uma vida, trata-se de Parafernálias. Programa realizado de modo cartográfico, artístico e crianceiro. O Atelier Parafernálias parte da necessidade de criação de planos de aula, de outros modos de criar e fazer aulas. Dessa forma pensa-se em encontros que sejam mais que oficinas, que sejam uma mescla de oficinas e aulas: oficinas-aulas! Retomamos a oficina como um espaço de criação, onde o processo de trabalho se dá de forma manual e artesã, especialmente se nos remetermos ao termo que vem do latim opificius - artesão, com a junção de opus, obra e facere, fazer - fazer de forma artesanal uma obra. Aula, por sua vez, nos remete a imagem de uma sala de aula, com cadeiras em linhas verticais até o quadro negro/verde ou a um professor ou a um processo de aprendizagem seriado e escolarizado. Proveniente também do latim, aula, e no grego aulé, remetiam aos palácios, onde aconteciam as lições, lugares onde se recebia o conhecimento. Ao colarmos os termos produzimos uma variação, um movimento, uma parafernália, que chamamos de oficinas-aulas. Um entre que funciona na produção de conhecimento e aprendizagem, como na construção da vida como obra de arte. As oficinas-aulas se prestam à criação de instrumentos, de dispositivos, de ferramentas para o trabalho com crianças e adolescentes, jovens e adultos. As oficinas-aulas versam sobre escola, aula, planos diversificados, inventos inclusivos, atividades compartilhadas, docência compartilhada, ludicidade, riso, contemporaneidade na vida e na escola. Em grande medida as oficinas-aulas tratam da diferença, da pessoa com deficiência, daquele que vive em fuga, por linhas de fuga. Sempre há quem possa assumir a palavra. Não temos uma autoria, mas coautorias dentro do Parafernálias e para que ele siga como espaço para experimentação. Tem-se o desejo de duração, justamente por isso aqui registramos um pequeno número de palavras que atualizam nossa proposta. Para duração é preciso memória e atualização. Seguimos, a cada semestre, a cada ano, nas oficinas-aulas, com novos membros no grupo, com bolsistas e pesquisadores, assim como interessados da comunidade, especialmente, com professores das redes de ensino, com atuação na educação básica, escolas especiais e escolas inclusivas. Os espaços que percorremos são variados, exigem atenção, preparação, adequação, cuidado. Os encontros no ano de 2014 tiveram temas como: jogos de criação; jogos de tabuleiro; a audiodescrição; as cores do pensamento; os processos de captura de imagem (fotografia, audiovisual, cinema) e a educação; deficiência e poesia; literatura surda e EJA; as máscaras que nos compõem; a música e as percussões que fazem nossos corpos vibrarem; performance, teatro, capoeira e arte circence. Construímos no ano de 2014 participações em encontros de extensão interno a UFRGS, atividades regionais de extensão universitária, encontros em outros estados, assistimos filmes ao ar livre, com projeção nas fachadas de prédios e com grande e variados públicos, criando assim, o Cine parafernálias. Os Inventos de Inverno e de Verão continuaram com picnic, livros, filosofia, rock and roll, circo, capoeira e o lançamento do livro “Parafernálias II – Currículo, cadê a poesia?”. Essas são nossas proposições, prospecções e investimentos, e delas nos ufanamos por vezes. Teremos neste ano de 2015 as Óperas, onde operaremos com os conceitos do fazemos, do que pode ser produzido e do que é o Parafernálias. Que dispositivo, que ferramenta é essa? O que são nossas oficinas-aulas? Temos implementado Saraus para cartografarmos a cidade. Cinema ao ar livre. Conversa, estudos, fotografias, intervenções em artes integradas, encontros. Tudo o que queremos é dar língua para os movimentos do desejo, para os afetos que pendem passagem, tudo o que servir para cunhar matéria de expressão e criar sentido é bem vindo (ROLNIK. 1989). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORAZZA, Sandra. Currículo: artistagem de educadores culturais. In: Currículo: textos refle142 Eixo 1 xivos. São Paulo, 2004. NOAL-GAI, Daniele & FERRAZ, Wagner. Parafernálias I – artes, diferença, educação. Porto Alegre: Indepin, 2012. NOAL-GAI, Daniele & FERRAZ, Wagner. Parafernálias II - Currículo, cadê a poesia?. Porto Alegre: Indepin, 2014. ROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental Transformações contemporâneas do desejo. Editora Estação Liberdade São Paulo, 1989. Palavras-chaves: parafernálias / diferença / artes / educação / atelier 143 Eixo 1 ATIVIDADE DE LAZER: UM SÁBADO DIVERTIDO COM BOLSISTAS E A COMUNIDADE – CASE UNIFEBE Autor(es): EVERALDO DA SILVA - Centro Universitário de Brusque - UNIFEBE, CLAUDEMIR MARCOLLA - UNIFEBE, HELOISA MARIA WICHERN ZUNINO - UNIFEBE A globalização faz parte do contexto histórico-cultural do homem no século XXI, necessariamente apresenta aspectos positivo e negativo. Como aspecto positivo, destaca-se à industrialização que a priori deveria aumentar o seu tempo livre para a prática do lazer. Quanto ao aspecto negativo, o que mais preocupa, é que o homem está cada vez mais sedentário, se ocupa da mídia eletrônica (televisão, internet etc.) para de uma maneira econômica, junto da família, satisfazer as suas necessidades de lazer. A palavra lazer, não tem um significado muito claro. Isso faz com que o sentido que exprime a ideia de lazer caminhe para um significado de ausência ou afrouxamento de diferentes formas de restrições ou de dependência, ausência de regras, obrigações, de repressão ou de censura. O Francês Dumaziedier apud Andrade (2001), preconiza o lazer como “O conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para repousar, seja para se divertir, se recrear e se entreter, ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social e voluntária ou sua livre capacidade criadora, após se livrar das obrigações profissionais, familiares e sociais” (DUMAZIEDIER apud ANDRADE, 2001, p.42). Brusque é uma cidade que possui poucas oportunidades de Lazer, principalmente nos finais de semana. A UNIFEBE, ao perceber esta necessidade da comunidade e, por ter como finalidade contribuir como destaca na sua missão o compromisso com a humanização, está disposta a oferecer atividades de Lazer através dos cursos de graduação da instituição. Nesse sentido, propõe desenvolver mensalmente “Sábados Divertidos”, onde estará integrando acadêmicos na participação de projetos de extensão na comunidade. Acredita-se que a UNIFEBE está disposta a aproximar-se cada vez mais da comunidade, especialmente para estar contribuindo efetivamente com a sua missão, se projetando de fato como uma Instituição de Ensino, Pesquisa e Extensão. A Constituição de 1998 no seu artigo 6o, na emenda constitucional n° 26 de 2000 destaca que são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta constituição (BRASIL, 2000, p.30). Sabe-se que a maioria dos cidadãos brasileiros não tem acesso pleno a esses direitos fundamentais que estão previstos em lei e muitos daqueles que os têm pagam individualmente clubes, academias, cinema, teatro etc. Para muitos, lazer pode soar como um artigo de luxo, o que para a enorme parcela da população que não tem acesso ao lazer, passa a ser um fato, o que é triste, sendo talvez estes indivíduos a parcela da população que mais precisa de apoio, para de fato usufruir da sua condição de cidadão. O lazer consiste em um elemento indispensável para a saúde mental do homem, principalmente no momento em que as pressões no trabalho e a insegurança social aumentam. Os centros comunitários para prática de esportes e Lazer são construídos, a priori no centro das cidades, onde um grande número de pessoas fica com tempo ocioso nos finais de semana. Nos bairros da cidade de Brusque e das cidades próximas existem poucos locais para a prática de lazer. Os que existem são frequentados por uma pequena parcela de sócios, sem mencionar os poucos atrativos que possuem. Entende-se por lazer o tempo livre ocupado para fazer algo que propicia prazer ao ser humano. Nessa perspectiva, propõe-se como uma alternativa relativamente econômica, atividades de lazer em escolas públicas de Brusque e região, nos quais as crianças possam caminhar, brincar, jogar e se divertir. A grande diferença existente entre a recreação e o lazer reside na escolha das atividades exercidas. Enquanto no lazer o indivíduo possui graus de liberdade para sua escolha, na recreação as atividades são naturalmente impulsionadas por motivos interiores, seja de aspecto físico, psicológico ou social. Tanto o lazer como a recreação possui uma dupla finalidade: satisfazer a ociosidade e a utilização do tempo livre conquistado pela sociedade contemporânea. Este paradigma permite fazer considerações relacionadas ao Lazer: o desejo de poder compensar a ociosidade do tempo livre, a massificação destas atividades, grande parte da recreação e sua infraestrutura podem servir de suporte para o lazer, se constituindo numa necessidade do homem contemporâneo. Por mais estranho que pareça falar em lazer, uma vez que esta atividade é praticada pela sociedade, se devem considerar alguns dos elementos abordados. Inegavelmente, o homem sonha com a Era dos Lazeres, fato que aparentemente está distante, principalmente devido ao consumo de tempo solicitado pelas atividades de subsídio às tarefas laborais. De acordo com Gomes (2004), a produção científica sobre o lazer iniciou por volta da década de 70 no Brasil, com o desenvolvimento de pesquisas e projetos específicos. Estudiosos como Domênico De Masi e Paul Singer em suas publicações sob a ótica do futuro do trabalho, globalização e desemprego discutem diagnósticos e alternativas das perspectivas futuras. Percebe-se que uma grande fatia da sociedade não tem acesso pleno à cultura e lazer, direitos fundamentais que estão previstos em lei, e por muitas vezes aqueles que os têm pagam individualmente como clubes, academias, cinema, teatro etc. Para muitos, lazer pode soar como um artigo de 144 Eixo 1 luxo, o que para a enorme parcela da população que não tem acesso ao lazer, passa a ser um fato, o que é triste, sendo talvez estes indivíduos a parcela da população que mais precisa de apoio, para de fato usufruir da sua condição de cidadão. Nesse sentido, a UNIFEBE busca com sua missão formar cidadãos éticos, conscientes dos problemas de sua época e comprometidos com a qualidade de vida na sociedade promovendo uma educação de qualidade, a partir de um projeto educativo inovador que responda aos desafios atuais. A extensão na UNIFEBE é concebida como um espaço de troca, em que a Instituição intervém e é redimensionada pelas questões levantadas pela comunidade. Essas questões podem apontar novas diretrizes ao ensino e questões atuais para o desenvolvimento de novas ações, dentre elas, ocorre o Projeto Sábados Divertidos. Este projeto tem como objetivo incentivar atividades recreativas com crianças do ensino fundamental das escolas municipais de Brusque e nos municípios vizinhos com atuação prática dos bolsistas de extensão do Artigo 170. O sentido é atuar de forma motivadora a envolvê-los nas atividades de Lazer num momento de integração, diversão, solidariedade em diversas atividades. A preocupação se dá quanto à inclusão na forma mais ampla que este termo possa suscitar, a Inclusão Social, que por sua vez, visa integrar crianças de comunidades carentes que em grande parte de seu tempo não possuem acesso a lugares específicos para atividades de lazer. O presente trabalho se justifica visto a importância de socializar com outras Instituições de Educação Superior práticas de extensão que impactam positivamente à todos os stakeholders e que podem ser aplicadas em qualquer território nacional. O Projeto Sábados Divertidos promove atividades recreativas com crianças do ensino fundamental das escolas municipais de Brusque e nos municípios vizinhos durante os sábados das 8 horas às 12 horas durante 5 (cinco) sábados por semestre. O Projeto conta com a participação de no mínimo 10 bolsistas do artigo 170 por semestre, e em 2015 já alcançou mais de 600 crianças em 5 (cinco) escolas do município de Brusque. Palavras-chaves: UNIFEBE. Brusque. Sábados Divertidos. Lazer. 145 Eixo 1 ATIVIDADES DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: EXPERIÊNCIAS ASSOCIADAS À GESTÃO AMBIENTAL NA UFSCAR, SÃO CARLOS Autor(es): Liane Biehl Printes - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar) Introdução Este trabalho descreve algumas das principais atividades de extensão realizadas ao longo dos últimos seis anos, coordenadas pelo atual Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA), da Secretaria Geral de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) que substituiu em 2013 o Programa de Educação Ambiental (PEAm), da Coordenadoria Especial para o Meio Ambiente (CEMA). Todas as experiências têm sido construídas com base na participação e no diálogo, acreditando neste caminho para o exercício de atividades que sejam significativas para a formação acadêmica, profissional e pessoal das/os participantes. Neste sentido, existe a intenção de se trabalhar dentro de uma perspectiva de comunicação, procurando envolver todas/os participantes no processo de construção do conhecimento, de forma a negar o conceito clássico de extensão, ou seja, de estender ou levar técnicas e/ou conhecimentos já elaborados através das atividades. Tendo como base esta distinção entre extensão e comunicação (Freire, 1977), procura-se através de atividades co-construídas uma busca pela problematização da realidade, uma oportunidade de, através de pequenas intervenções, agir criticamente sobre a realidade. Esta maneira de trabalhar nos aproxima da prática de uma educação ambiental crítica e transformadora da realidade (Iared et al., 2011). A intenção deste trabalho é também demonstrar como atividades desenvolvidas de forma paralela e complementar à formação acadêmica podem contribuir para a formação ambiental, além da formação profissional e pessoal de estudantes e demais envolvidas/os. Material e Métodos Dentro deste item são brevemente descritas algumas das principais atividades realizadas e/ou em andamento. Projeto “Trilha dos resíduos: uma rota amiga do meio ambiente” Este projeto foi desenvolvido entre setembro de 2009 e agosto de 2010, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e por iniciativa de uma professora da rede municipal Veio também atender demandas por parte de uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis e uma empresa local que atua no setor da reciclagem, ambas haviam procurado a coordenadoria do PEAm e apontado a intenção de interagir com a comunidade e tornar conhecida as suas atividades. O projeto envolveu visitas, momentos de discussão e reflexão entre alunos do Ensino Fundamental II, professoras, cooperadas (os) e colaboradoras (es) da empresa de reciclagem. Contou com uma bolsista o Programa de Ações Afirmativas da UFSCar. Projeto “Reestruturação da gestão de resíduos recicláveis e ações de gestão e educação ambiental para a prática da coleta seletiva solidária na UFSCar” Esta atividade iniciou em março de 2010 e até dezembro 2012 foi desenvolvida com principal foco nas ações de gestão para permitir a reestruturação da coleta seletiva de materiais recicláveis na UFSCar. Nesta primeira fase, foram utilizadas metodologias participativas envolvendo entrevistas com a comunidade acadêmica e encontros com representantes da cooperativa de catadores de forma a melhor delinear um programa de coleta seletiva que atendesse as necessidades de ambos os públicos. Dentro de um contexto amplo, o projeto teve por objetivo provocar uma reflexão sobre a problemática da geração e destinação de resíduos recicláveis assim como contribuir efetivamente para um melhor aproveitamento dos mesmos. A partir de março de 2013 até os dias atuais, o projeto assumiu um novo foco com base na experiência anterior: (1) continuar atendendo as demandas quanto as questões de gestão e infraestrutura; (2) promover um fórum permanente de formação para uma participação auto consciente, crítica e efetiva de toda a comunidade no Programa de Coleta Seletiva Solidária. Várias frentes têm sido adotadas para este propósito: rodas de conversa com as funcionárias da empresa de limpeza, visitas aos departamentos, apresentação e discussão do Programa e sua importância com docentes e funcionárias/os, semanas de debates com as/os estudantes e toda a comunidade envolvendo atividades diversas (debates, exibição de filmes, feiras de trocas, etc.). A atividade conta com a participação de estudantes de graduação. “Projeto canecas: programa de minimização de resíduos sólidos” O DeAEA desde 2011 está a frente da coordenação do programa de minimização de resíduos sólidos nos restaurantes universitários da UFSCar: o Projeto Canecas. O programa nasceu de uma iniciativa de um grupo de estudantes denominado GAIA – Grupo Ambiental Ipê Amarelo, tendo iniciado em 2003. Objetiva mobilizar usuárias/os dos restaurantes para a redução do uso de descartáveis e da produção de resíduos, além de instigar reflexões que estimulem a adoção de novos hábitos ambientalmente sustentáveis. Ocorre nos 4 campi da UFSCar. No início de 2010, os últimos integrantes do antigo GAIA solicitaram que o Projeto fosse incorporado as atividades institucionais do PEAm. Pela própria divulgação do Projeto Canecas, o GAIA recebeu novos membros e passou a atuar em parceria com o atual DeAEA. Dois outros grupos de estudantes também participam ativamente nas atividades de planejamento, organização e execução dos eventos de sensibilização para o uso das canecas: o GIRe3 (Grupo de Incentivo à Redução, Reutilização e Reciclagem) e a EmaBIO (Empresa Júnior da Biologia). Projeto “Visitas orientadas à Trilha da Natureza: proposta para revitalização do projeto” O projeto “Visitas orientadas à Trilha da Natureza” teve início em 1992, trata-se de uma das atividades 146 Eixo 1 de Extensão mais antigas da UFSCar. Envolveu o estabelecimento de uma trilha interpretativa em uma área de cerrado dentro do Campus de São Carlos da UFSCar (Lima et al. 2006). O projeto desde sua concepção teve por objetivo aproximar a comunidade interna e externa de uma área natural de extrema importância e orientar estudantes para atuarem como monitoras/es das atividades, possibilitando uma experiência de interação com a comunidade. No ano de 2012, o projeto deixou de ser oferecido devido à aposentadoria da professora coordenadora. Com o apoio desta e do grupo participante, composto de estudantes de graduação, pós-graduação e graduados da UFSCar, a atividade foi reofertada para os anos de 2014 e 2015, sob coordenação do DeAEA. O projeto também envolve parceiros externos: O Centro de Divulgação Cultural e Científica da USP, São Carlos (CDCC) e recentemente o Departamento de Desporto e Saúde, Escola de Ciência e Tecnologia, Universidade de Évora, Portugal. Todas as decisões são participativas. Dentre as atividades realizadas, além das visitas que atendem escolas, outras instituições de ensino superior e membros da comunidade interna e externa, estão cursos e oficinas formativas para monitoras e monitores, além da produção de materiais educativos e de apoio para as/os monitoras/es. Resultados e Discussão A Tabela 1 apresenta quantitativamente os principais impactos na formação formal e não formal das/os envolvidas/os nas Atividades de Extensão que foram descritas. TABELA 1: Impactos de algumas das Atividades de Extensão desenvolvidas com coordenação do PEAm/ DeAEA entre 2009 e 2014 Atividades de Extensão Bolsistas de graduação Voluntária(o)s graduação Voluntária(o)s Pós-graduação Tipo de público atingido Número de pessoas atendidas Produção acadêmica Trilha dos Resíduos 1 (Ações Afirmativas) __ Externo 770 - 1 trabalho em evento acadêmico Coleta Seletiva 13 (ProEx) 4 Interno/Externo ≅5.000 - 4 trabalhos em evento acadêmicos; -materiais educativos Canecas 2 (ProEx) 109 12 Interno 10.342 - 3 trabalhos em evento acadêmicos, um com premiação; - materiais educativos Trilha da Natureza 1 (ProEx) 3 5 Interno/ Externo 950 - Materiais educativos e de apoio às visitas Em relação ao impacto direto na formação das/dos bolsistas e estudantes que estiveram envolvidos nestas atividades, são destacados alguns trechos dos relatórios de atividades: Projeto de Reestruturação da Coleta Seletiva: “O projeto é diretamente ligado ao meu curso de graduação, ajudando assim a enriquecer ainda mais o meu conhecimento... Diferente das aulas teóricas do curso, o projeto me ensinou de uma forma prática a enfrentar um problema real existente na universidade...” Projeto Canecas: “A organização do projeto pelo grupo proporciona o desenvolvimento de habilidades em convivência, cooperação e coordenação de equipe multidisciplinar, incentiva a pró-atividade e espírito de liderança...” Trilha da Natureza A participação no curso de monitoras/es “...contribui com um olhar diferente em relação ao Cerrado, uma aproximação fantástica e única, que trouxe, ainda mais, um sentimento de carinho e cuidado”. Os resultados demonstram a importância dos projetos realizados e em andamento tanto para a formação ambiental/profissional e pessoal das/os diretamente envolvidas/os quanto para o público participante. Apontam para um número expressivo de participantes. Indicam que apesar do pouco tempo, estamos trilhando um caminho que nos aproxima do horizonte que nos orienta (Freire, 1977). A comunicação, a troca de experiências e a participação tem tornado possível transformações pessoais, tomada de consciência e intervenção consciente na realidade. Referências: Freire, P. Extensão ou Comunicação. Rio de Janeiro, RJ. Paz e Terra. 93p. 1977. Iared, V.G.; Di Tulio, A.; Valenti, M.W.; La Sardo, P.M; Lima T.T. Fundamentos e Práticas para Educadoras/es Ambientais. MC2 Gráfica e Editora, Batatais, SP. 74p. 2011. Lima, M.I.S.; Angelieri, C. C. S.; Baldoni, M.W.; et alii. Projeto Visitas Orientadas à Trilha da Natureza In: EA 2006 - São Carlos, SP. 2006. Palavras-chaves: Meio Ambiente / Trilhas / Resíduos / Comunicação / Educação Ambiental 147 Eixo 1 ATIVIDADES DE EXTENSÃO NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA Autor(es): VANESSA CERIGNONI BENITES BONETTI - Universidade Estadual Paulista (UNESP), ROSANA GIARETTA SGUERRA MISKULIN - IGCE UNESP RIO CLARO Resumo: Este trabalho apresenta o resultado de algumas ações que foram desenvolvidas no âmbito do projeto de extensão “O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática: Reflexões Teórico-metodológicas no Contexto da Formação de Professores” – IGCE – Unesp/Rio Claro. Tais ações foram desenvolvidas visando contribuir com a formação de professores que ensinam Matemática, e buscando aproximar a comunidade às discussões que são realizadas no contexto da Universidade. Tomamos como objetivo principal neste trabalho evidenciar alguns aspectos teórico-metodológicos que podem emergir da vivência dos professores em momentos de formação inicial e contínua. Trata-se de uma pesquisa qualitativa interpretativa, que utilizou aspectos da Análise de Conteúdo, Bardin (1979), para a realização da análise dos dados. Introdução e Justificativa O projeto de extensão “O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática: Reflexões Teórico-metodológicas no Contexto da Formação de Professores” que está sendo desenvolvido no Departamento de Educação Matemática – IGCE – Unesp/Rio Claro, desde 2008, possui como objetivo principal garantir o acesso da comunidade ao conhecimento matemático em diferentes espaços educacionais. Para tanto, uma das propostas do projeto é oferecer atividades, oficinas e cursos que possibilitem a reflexão sobre os processos de ensinar e aprender Matemática. Entendemos que o Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), local em que o projeto se desenvolve, pode ser uma espaço profícuo de formação inicial e continuada de professores que ensinam Matemática. Afinal, é um espaço privilegiado para ocorrer a integração entre alunos e professores da Licenciatura em Matemática e da Pós-Graduação em Educação Matemática da Unesp/Rio Claro, professores da rede estadual de ensino e a comunidade. Uma das facetas que compõe o processo formativo são as ações contínuas que ocorrem ao longo da carreira e que agregam conhecimento ao professor. Além disso, prática docente se constitui entre outros por meio da aprendizagem socialmente compartilhada entre os pares. De acordo com Tardif (2002), o saber da experiência é um saber necessário à formação docente, pois é originário de sua própria experiência na profissão, na sala de aula e na escola. Mas este saber é potencializado pela prática do trabalho e pela socialização profissional, oriundas também da interação com os pares. Além desta proposta de formação promover a aprendizagem compartilhada, ela poderá propiciar discussões atuais com relação ao ensino e aprendizagem de Matemática, como é o caso da utilização das tecnologias no ensino. Logo, é preciso que o professor “tenha a possibilidade de interagir com o computador de forma diversificada e, também, de discutir criticamente questões relacionadas com as transformações influenciadas pela Informática, sobretudo nos estilos de conhecimento e nos padrões de interação social”. (PENTEADO, 1997, p. 110) Desta forma, pensando na importância dos professores terem contato com os pares, discutirem estratégias e compartilharem experiências, é que oferecemos cursos de formação inicial e contínua aos professores da região. Objetivo Tomamos como objetivo principal neste trabalho evidenciar alguns aspectos teórico-metodológicos que podem emergir da vivência dos professores em momentos de formação inicial e contínua. Os momentos de formação aconteceram no âmbito projeto de extensão “O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática: Reflexões Teórico-metodológicas no Contexto da Formação de Professores” – IGCE – Unesp/Rio Claro. Este movimento se justifica pela importância em oferecer oportunidades, a professores em serviço e futuros professores, para vivenciarem espaços formativos, juntamente com materiais didático-pedagógicos, tais como materiais manipulativos, vídeos, jogos educacionais e algumas tecnologias presentes na sala de aula. Ações Extensionistas de Formação Inseridos no contexto da Educação Matemática foram oferecidos dois cursos de formação para professores que ensinam Matemática. O público alvo desses cursos foram alunos do curso de Licenciatura em Matemática, alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática- Unesp/Rio Claro e professores em exercício do Ensino Básico. O primeiro deles, intitulado “As Potencialidades Didático-Pedagógicas do Software de Geometria Dinâmica Cabri 3D em uma Comunidade de Aprendizagem/Prática em Matemática” tinha como objetivo principal compreender as potencialidades didático-pedagógicas do software de Geometria Dinâmica Cabri 3D, para o processo de ensino e aprendizagem de Matemática. Um objetivo mais geral consistia em verificar os modos de interação online através do ambiente virtual Moodle, no processo de formação inicial e continuada de professores de Matemática em uma comunidade de aprendizagem/ prática. Foi um curso de 50 horas na qual tentamos aliar a formação inicial e continuada de professores ao universo das TIC de três maneiras. A primeira delas é que propiciamos espaços de reflexão a cerca da importância das tecnologias para o ensino e aprendizagem de matemática através da leitura e discussão de textos semanalmente. Para estes momentos, separamos textos teóricos ou sobre alguma experiência envolvendo as tecnologias, na qual foram discutidos pre148 Eixo 1 sencialmente, via chat, ou até mesmo pelo fórum da plataforma Moodle. A segunda maneira de aproximação foi através da utilização da plataforma educacional Moodle, na qual pudemos nos comunicar, trocar experiências e vivenciar tarefas de natureza midiática, como a construção conjunta do Glossário. E a terceira maneira foi a utilização e compreensão das potencialidades didático-pedagógicas do software propriamente dito. Já o segundo curso, “A Lógica Matemática no Ensino Básico”, consistiu em apresentar uma abordagem didático-pedagógica nos processos de ensinar Matemática, a qual prioriza o desenvolvimento do raciocínio lógico por meio de atividades lúdicas e materiais manipuláveis, que contribuam para a formação docente. Este curso teve duração de 4 horas, divididas em dois encontros. Trabalhamos com atividades, jogos e materiais manipulativos, que possibilitaram aos participantes a reflexão sobre as possibilidades de trabalhar essas atividades nas aulas de matemática do Ensino Fundamental (EF) e Médio (EM). Utilizamos atividades de natureza exploratória em que os cursistas foram motivados a resolverem problemas que envolviam certa curiosidade em encontrar a solução. Metodologia Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo, que buscou evidenciar aspectos teórico-metodológicos da vivência dos professores em atividades de formação inicial e contínua. Este tipo de pesquisa, segundo Goldenberg (2004), apresenta o contexto em uma série de representações, por meio de dados qualitativos, que não são padronizáveis, e por isso cabe ao pesquisador flexibilidade e criatividade no momento de coletá-los e analisá-los. A coleta dos dados aconteceu por meio da Observação, Caderno de Campo e Análise Documental. A análise dos dados aconteceu de acordo com a Análise de Conteúdo (BARDIN, 1979), e a partir de um refinamento, da leitura e interpretação dos dados, apontamos os principais aspectos evidenciados. Resultados Os cursos oferecidos abordaram atividades de diferentes naturezas e por conta da diversidade foi possível criar um ambiente de discussão/aprendizagem em que compartilharam experiências e conseguiram refletir sobre os problemas reais enfrentados em sala de aula. O primeiro curso, que tinha um foco para a utilização de tecnologias no ensino ofereceu subsídios para a conscientização e a utilização do software Cabri 3D no ensino. Além das discussões teóricas geramos contextos práticos de aprendizagem de Matemática, e os professores foram desafiados a resolverem problemas de Geometria. Houve portanto uma discussão entre os pares na resolução dos problemas, presencialmente nos encontros, ou mesmo virtualmente, no chat e fórum. Dessa forma, durante este momento, emergiram alguns aspectos teórico-metodológicos relacionados à implantação das tecnologias no ensino, ao conhecimento matemático propriamente dito, às estratégias de solução dos problemas matemáticos, e às possibilidades de se estudar matemática com um software de geometria dinâmica. Esses aspectos fortalecem o conhecimento profissional do professor e minimizam a dualidade entre o conhecimento teórico e prático. Já o segundo curso, abordou discussões de cunho teórico e prático, referentes às potencialidades didático-pedagógicas dos jogos e materiais manipulativos. De maneira geral, os professores vivenciaram atividades de raciocínio lógico que são possíveis serem desenvolvidas no Ensino Fundamental e Médio. Aspectos teórico-metodológicos emergiram nos momentos de discussão e de resolução de problemas, tais como as possibilidade de trabalhar com o raciocínio lógico em séries iniciais, com as crianças, e a importância de se desenvolver este conhecimento para o entendimento de conceitos matemáticos mais abstratos. Assim, o projeto buscou, por meio das atividades de extensão, realizar uma aproximação entre a prática e a teoria, por meio da interrelação da visão acadêmica e a visão dos professores e futuros professores. Consideramos que ambos os cursos trouxeram resultados positivos para os professores, nos quais conseguiram repensar a própria prática a partir das atividades em que foram expostos. Referências BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979. BENITES, V. C. Formação de professores de matemática: dimensões presentes na relação PIBID e comunidade de prática. 2013. 250f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2013. GOLDENBERG, M. A Arte de Pesquisar: Como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. PENTEADO, M. G. O computador na perspectiva do desenvolvimento profissional do professor. 1997. 140f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997. TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002. Palavras-chaves: Educação Matemática / Formação de Professores / Atividades de Extensão 149 Eixo 1 ATUAÇÃO DAS FACULDADES INTA NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIARES NO TERRITÓRIO DOM EXPEDITO EM SOBRAL/CE: ASSOCIANDO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO. Autor(es): REGINA MARIA AGUIAR ALVES - Faculdades INTA, CLAUDIA DOS SANTOS COSTA - INSTITUTO DE TEOLOGIA APLICADA-INTA INTRODUÇÃO: As Faculdades INTA vivenciam uma experiência que associa Ensino, Pesquisa e Extensão, tendo como foco a oferta de serviços que garantem direitos, responsabilidades e expressões para o exercício da cidadania. Trata-se do projeto “Laços de Família- conhecer para amar”, firmado em setembro de 2014 em parceria com a Defensoria Pública do Estado do Ceará. O projeto tem como fundamento a prática da mediação de conflitos. A implantação do projeto foi motivada pelo diagnóstico da excessiva demanda das varas cíveis que recebem ações sobre direito de família e são conhecidas de todos os profissionais que atuam na área jurídica. Dessa demanda, boa parte versa sobre ação de alimentos e execução de alimentos, sendo perceptível a existência de devedores contumazes, que só colaboram de alguma forma no sustento de seus filhos quando, e se, acionados judicialmente. Ocorre, porém, que apesar de não haver justificativa plausível para o abono material de um filho, o que se observa é que os genitores que o fazem, na imensa maioria dos casos, não mantêm qualquer contato com sua prole, seja porque o genitor que detém a guarda dificulta a aproximação, ou por desinteresse do próprio devedor. As Faculdades INTA em parceria com a Defensoria Pública do Estado do Ceará, acompanhando uma tendência já empreendida em boa parte do país, vêm priorizando iniciativas de soluções de conflitos extrajudiciais, no sentido de cumprir, fidedignamente, sua função de promover o bem da população hipossuficiente. A escolha do território para sediar o projeto foi o Bairro onde está instalada a sede das Faculdades INTA - instituição de ensino superior privada sediada no território Dom Expedito, no município de Sobral- CE desde 1999 buscando assim oferecer serviços pelos mais variados cursos em funcionamento no INTA. Dentre os cursos oferecidos encontra-se o de Serviço Social que através das suas atividades de estágio e pesquisa identificou a necessidade da realização de atividades de extensão e responsabilidade social com as famílias que vivem neste território. Neste contexto foi identificado que a Defensoria Pública tinha um projeto de mediação intitulado “Laços de Família- conhecer para amar” e procurava parceiros para implantação do projeto. Assim, no ano de 2014 foi firmada parceria com a Defensoria Pública do Estado do Ceará com o intuito de atender e acompanhar famílias deste território que apresentem demandas de conflitos familiares. O projeto está em funcionamento desde setembro de 2014, apresentando-se como uma experiência em construção dada a complexidade da temática abordada. OBJETIVOS: Os principais objetivos do Projeto são: oferecer atividades de extensão, estágio e responsabilidade social para comunidade acadêmica das Faculdades INTA e para a população do município de Sobral; potencializar a atuação da Defensoria Pública, notadamente na concretização dos direitos ligados à família; intensificar ações de solução extrajudicial de conflitos, com vistas à promoção da paz social e de natureza familiar; potencializar o exercício e o cumprimento das funções institucionais da Defensoria Pública, com vistas à promoção de direitos humanos, à difusão da cidadania e à defesa dos direitos fundamentais de seu público alvo. METODOLOGIA DO PROJETO: Agendada a mediação, o defensor público media o diálogo (agora, sem as amarras da pendência judicial) entre os membros da família em conflito, tentando mapear os principais entraves para o restabelecimento dos vínculos outrora rompidos. A partir da concordância da família em participar do Projeto, a Defensoria Pública encaminhará as partes para os profissionais de Psicologia e Serviço Social (conforme o caso). Para o sucesso e ampliação contínua do projeto tem sido indispensável à articulação com as instituições seguintes, sem prejuízo de outras que forem se engajando no decorrer do tempo, sendo elas Ministério Público; outras Instituições de ensino superior; Rede de Assistência Social, Educação, Saúde e Trabalho da Prefeitura Municipal de Sobral, Instituto Nacional do Seguro Social - INSS; entidades do Sistema S(SENAC, SESC, SEBRAE, SESI, SEST, etc) e outros parceiros a serem identificados. PRINCIPAIS RESULTADOS: Os dados constantes nos cadastros e registros de atendimento revelam que o projeto tem cumprido a proposta inicial do atendimento prioritário ao território onde está instalada a sede das Faculdades INTA, representando hoje 55% das demandas atendidas. Os outros atendimentos são de famílias de outros bairros de Sobral o que revela a potencialidade de expansão do Projeto. No que diz respeito ao vínculo familiar das pessoas envolvidas na mediação percebemos que a mulher tem sido a protagonista das demandas, tendo procurado o Projeto para resolver situações-problemas que envolvem os membros do seu grupo familiar. De fato, se analisarmos o gráfico a seguir percebemos que 91% das pessoas que procuram atendimento no Projeto Laços de Família são do sexo feminino, demandando assim a necessidade do aprofundamento das questões referentes a gênero e relações familiares. As demandas apresentadas são na sua maioria, pedido de pensão alimentícia, guarda, divórcio, adoção, investigação de paternidade, dentre outras temáticas pertinentes às 150 Eixo 1 relações familiares. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os processos de divulgação do Projeto “Laços de Família: conhecer para amar” evidenciam a necessidade e a urgência da discussão da temática conflito familiar. A cada nova divulgação e apresentação do projeto para possíveis instituições parceiras e para comunidade identifica-se o interesse, o desejo das pessoas em discutir o tema e procurar soluções alternativas, seja para suas experiências pessoais, seja para a busca de solução de problemas das famílias atendidas em seus serviços. Os horizontes são largos... Trata-se de uma experiência nova, mas a julgar pela qualidade e compromisso dos parceiros envolvidos diretamente e dos novos que se agregam vislumbra-se um longo caminhar... REFERÊNCIAS BRAGA NETO, Adolfo. SALES, Lilia Maria de Morais. Aspectos atuais sobre a mediação e outros métodos extras e judiciais de resolução de conflitos. Rio de Janeiro: GZ Ed., 2012. SALES, Lilia Maia de Moura. “A mediação de conflitos-mudança de paradigma”. Disponível em http://www.cnj.jus.br/ images/stories/movimento_conciliacao/artigos_textos/artigo_02.pdf>. Acesso em 28/11/2011. SPENGLER, F.M.; SPENGLER NETO, T.. A Mediação e a Conciliação Propostas pelo Projeto 8.046/2010(Novo Código de Processo Civil Brasileiro-CPC) como Mecanismos Eficazes de Tratamento de Conflitos. In:Fabiana Marion Spengler; Humberto Dalla Bernardina de Pinho.(Org.). Acesso a Justiça, Jurisdição (In) eficaz e Mediação. 1ed. Curitiba: Multideia, 2013. SALES, Lilia Maia de Moura. A mediação de conflitos-mudança de paradigma, disponível em http://www.cnj.jus.br/ images/stories/movimento_conciliacao/artigos_textos/artigo_02.pdf, acesso em 28/11/2011. Palavras-chaves: Mediação / Extensão / Confllito / Responsabilidade Social 151 Eixo 1 BACHARELADO EM GERONTOLOGIA A UFSCAR: DIVULGANDO A PROFISSÃOD Autor(es): Larissa de Andrade - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), FABIANA DE SOUZA ORLANDI - UFSCAR, KARINA GRAMANI SAY - UFSCAR Resumo Introdução: O curso de Gerontologia é um curso novo dentro da UFSCar, iniciado em 2009 por meio da expansão das universidades federais (programa REUNI)e tem por finalidade formar o profissional bacharel em gerontologia. Essa atividade de extensão busca esclarecer a comunidade, principalmente, aos estudantes do ensino médio quais são as habilidades e competências desse profissional, qual o seu mercado de trabalho e sua importância para o desenvolvimento e implantação de políticas públicas, bem como assegurar os direitos dos idosos e a boa gestão dos modelos organizações para a população idosa existentes no nosso país. Dessa forma, essa atividade visa divulgar o papel desse profissional frente ao processo de envelhecimento populacional, facilitando o acesso a um curso de educação pública, gratuita e de qualidade aos estudantes de ensino médio públicos e privados e difundir qual o conhecimento gerontológico desenvolvido no Departamento de Gerontologia em parcerias com os alunos durante a sua graduação em ensino, pesquisa e extensão. Objetivos: • Divulgar e apresentar o curso de gerontologia da UFSCar à comunidade, especialmente aos do ensino médio e/ou dos cursos preparatórios para o vestibular residentes no município de São Carlos-SP. • Apresentar o perfil do bacharel em Gerontologia, o projeto pedagógico do curso, a área de atuação do profissional, o mercado de trabalho e as oportunidades oferecidas pela UFSCar. Metodologia: Primeiramente foram identificadas as escolas do município de São Carlos-SP que possuem ensino médio e os cursos preparatórios para vestibular. Posteriormente estas escolas foram contatadas para saber sobre a disponibilidade e interesse da realização da atividade com os alunos. A atividade resume-se em bater um papo informal com os alunos sobre o curso como maneira de informá-los sobre o mesmo com o auxilio da entrega de um folder informativo, o qual traz informações sobre o perfil do bacharel em Gerontologia, o projeto pedagógico do curso, área de atuação do profissional, mercado de trabalho e as oportunidades oferecidas pela UFSCar. Contamos com o forte apoio dos alunos egressos que já estão no mercado de trabalho e também daqueles quês estão concluindo o curso e já possuem grande experiência na área de pesquisa e extensão. Esses contribuem de maneira direta relatando suas experiências e contando mais sobre o dia a dia do profissional. Resultados: O principal resultado deste projeto foi a divulgação do curso de Gerontologia para a comunidade, através do contato com os alunos e responsáveis pelas instituições de ensino. Esta ação permitiu que a comunidade atingida tivesse conhecimento sobre o curso e profissional formado, colaborando com possíveis discussões nestas instituições de ensino sobre a atual demanda populacional, o processo de envelhecimento e a necessidade de um profissional capacitado e habilitado para trabalhar com o público idoso. Colabora com este argumento o fato dos responsáveis por estas instituições demonstrarem interesse em entender o curso e suas áreas de atuação, sinalizando a preocupação em apresentar o curso de maneira adequada para os alunos, nos casos em que não era permitido o contato da bolsista com os alunos. Discussão: A divulgação da profissão de gerontólogo é fundamental. Como relata Pavarini e colaboradores (2005), um curso de graduação em Gerontologia vem, numa perspectiva inovadora, criar uma nova categoria profissional, com formação interdisciplinar. As autoras ainda citam que o curso de graduação em gerontologia não deve limitar-se a “juntar” um pouco de cada profissão, mas formar um novo profissional capaz de compreender o processo de envelhecimento e atender esta população pautado nos conhecimentos das ciências biológicas, humanas e exatas. Este profissional tem uma formação generalista na área da gerontologia, pautando-se em princípios éticos e científicos. O fato de estudar o processo de envelhecimento humano e não só a velhice, desperta o interesse e a curiosidade de muitos. Conclusão: É notório que pelo fato do curso ser novo, a divulgação é necessária uma vez que é por meio dela que a comunidade irá conhecer e saber sobre as competências e habilidades deste profissional além de contribuir para o desenvolvimento do mesmo. Uma maneira de divulgação é realizada por meio desta atividade que passa aos alunos que estão na fase de decisão sobre o que cursar e posteriormente qual carreira seguir, uma nova opção dentre outras. Um ponto muito importante é poder distinguir qual a verdadeira atuação deste profissional que na maioria das vezes é confundido com o médico geriatra, ou muitos o considera apenas um profissional cuidador de idosos. Por parte dos alunos graduandos em Gerontologia, o interesse para o desenvolvimento de atividades como esta é grande, pois por meio dela o curso e a profissão são divulgados o que abre caminho para o desenvolvimento dos mesmos dentro da sociedade. Referência Bibliográfica: PAVARINI, S.C.I. et al. A arte de cuidar do idoso: gerontologia como profissão?. Texto contexto - enferm. [online]. 2005, vol.14, n.3, pp. 398-402. Palavras-chaves: Gerontologia/UFSCar/Bacharelado/Profissão 152 Eixo 1 CADERNOS DE REPERTÓRIO CORAL COMUNICANTUS: PRODUÇÃO DE PARTITURAS CORAIS PARA PERFORMANCE Autor(es): FILIPE DANIEL FONSECA DOS SANTOS - Universidade de Sao Paulo (USP), SUSANA CECILIA ALMEIDA IGAYARA DE SOUZA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO O projeto Cadernos de Repertório Coral Comunicantus foi desenvolvido por alunos bolsistas que integraram o Comunicantus: Laboratório Coral, sob orientação da professora Susana Cecilia Igayara, com apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP. Seu objetivo era definir padrões editoriais na produção de partituras musicais dentro do laboratório, tendo como produto final a editoração eletrônica de 17 arranjos e composições de alunos do Departamento de Música da ECA que foram executadas por algum dos coros pertencentes ao laboratório coral. Foram usadas referências bibliográficas de notação musical e software profissional de Edição. Este trabalho refere-se ao período de um ano e meio em que fui bolsista no projeto Caderno de Repertório Coral Comunicantus, que teve a duração de 5 anos, período em que vários alunos estiveram envolvidos. Pode-se dividir minha atuação no projeto em duas fases. A primeira refere-se ao processo de seleção dos arranjos e composições, editoração eletrônica e definição de padrões editoriais. A segunda refere-se ao processo de revisão das obras já editoradas, aplicando-se os padrões editoriais previamente definidos e a preparação das partituras para publicação. Para a seleção das músicas a serem editoradas no projeto, definimos alguns critérios: 1) terem sido ensaiadas e apresentadas em concerto por algum dos coros do Comunicantus: Laboratório Coral e 2) serem arranjos ou composições de alunos de graduação do Departamento de Música. (O Comunicantus: Laboratório Coral abriga coros em atividade permanente, com diferentes perfis. Entre eles estão os grupos comunitários Coral Escola Comunicantus e Coral da Terceira Idade da USP, que faz parte do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade da USP. Os alunos de música estagiam preparando os ensaios, escolhendo repertório, fazendo preparação vocal, regendo, enfim, aprendendo todo o processo de criação e manutenção de coros amadores, a partir de uma disciplina optativa oferecida no curso de música. O Coral da ECA é matéria obrigatória para os alunos do curso de música e aberto para alunos de outros cursos que possuam leitura musical. O Coro de Câmara Comunicantus é formado por alunos bolsistas que passam por um processo de seleção.) Nesse processo foram selecionadas 17 músicas compostas ou arranjadas por 7 alunos distintos. Pelo fato das músicas terem sido feitas por diferentes alunos em diferentes estágios de sua formação, era necessário a normatização da notação das partituras. Para isso utilizamos os livros indicados nas referências. O software utilizado para a editoração das partituras foi o Finale 2011, um programa de notação musical profissional que tem a capacidade de produzir trabalhos de alta qualidade. Na definição dos padrões editoriais levamos em consideração aspectos específicos de notação musical, de formatação da partitura, ou layout, e aspectos que influenciam na leitura da partitura, mas que não fazem parte da notação ou do layout propriamente ditos. Uma das questões que precisaram ser decididas em relação à notação, por exemplo, foi definir se utilizaríamos a escrita tradicional da notação vocal ou a usada atualmente. Na escrita tradicional as bandeirolas que ligam colcheias, semicolcheias e fusas são utilizadas apenas quando uma sílaba é cantada com mais de uma nota (Figura 1), enquanto que na escrita moderna elas são utilizadas da mesma maneira que na escrita instrumental, onde ela é utilizada para agrupá-las de acordo com os tempos do compasso (Figura 2). Concluímos que ambas as opções podem ser utilizadas de acordo com a música a ser editada. Normalmente músicas populares possuem uma divisão rítmica um pouco mais complexa que torna necessário a utilização das colcheias ligadas para que a leitura musical seja mais fluida, enquanto que outras músicas, mais ligadas à tradição da escrita coral, tornam possível a utilização das colcheias desligadas, fazendo com que a compreensão de que sílaba é cantada em qual nota fique mais clara. Figura 1: EN LAS NOCHES CLARAS Figura 2: THE LION SLEEPS TONIGHT Em relação ao layout, a definição do tamanho das margens das páginas, assim como o tamanho das fontes utilizadas nos textos e a posição de cada um deles foi o mesmo para todas as partituras. Porém, como as músicas possuem várias formações, ou seja, algumas são a quatro vozes, outras a três, outras com piano, outras sem piano, foi necessário definir padrões distintos para cada formação em relação aos espaçamentos internos, entre os pentagramas e entre os sistemas. Da mesma maneira, a quantidade de versos no texto influencia na questão do espaçamento pois quanto mais versos, mais espaço é requerido entre os pentagramas para o texto não ficar muito condensado e atrapalhar a leitura. Por isso definimos um máximo de dois versos nas partituras editoradas e quando havia mais de dois procuramos adaptá-las, duplicando a música e reescrevendo os versos restantes, como foi o caso do arranjo de Conversa de botequim. Esse arranjo foi executado pelo Studio Coral – Vozes Femininas e em sua primeira versão, a partitura possuía vários retornos, tendo os versos sido escritos um em baixo do outro (Figura 3). Por esse motivo os ensaios iniciais da música foram muito prejudicados porque as coralistas precisavam, toda vez que tinha um retorno, parar para conferir onde elas deveriam voltar na partitura, isso quando não se confundiam 153 Eixo 1 com os retornos. Isso tomou um tempo precioso de ensaio. A solução foi refazer a partitura, sem os retornos, e colocando os versos um depois do outro em forma de seções. O resultado na leitura da música foi muito mais fluente e o benefício por não desperdiçar tempo de ensaio é muito grande. Figura 3: CONVERSA DE BOTEQUIM Elaine Gould, em seu livro sobre notação musical, comenta sobre a questão de layouts e notações mal feitas: Quando um intérprete comete erros em ensaio, frequentemente é porque há algo errado com o layout ou a notação. Gastar tempo de ensaio resolvendo dificuldades de leitura desnecessárias é injusto com os músicos, os quais esperam investir seu tempo e energia na música. (GOULD, 2011, tradução nossa) Ainda sobre o layout, um último aspecto que gostaríamos de citar foi a escolha de fontes diferentes daquelas mais comuns para dar uma identidade única ao projeto, apesar de não serem essenciais para a produção das partituras nos padrões definidos. Entre os aspectos que não fazem parte da notação ou do layout que foram considerados está o nível de proficiência de leitura dos diferentes perfis de coralistas. Por exemplo, pelo fato do Comunicantus possuir coros com variados perfis, incluindo um Coral da Terceira Idade, consideramos o tamanho mínimo que os pentagramas deveriam ter para que a leitura por parte de um coralista com esse perfil não fosse prejudicada, assim como o tamanho mínimo da fonte utilizada nas letras das músicas. Esse processo de definição de padrões se deu durante a editoração das partituras, sendo necessário que fizéssemos vários testes, comparando-as com outras edições comerciais, até chegar a uma escolha definitiva. Por esse motivo na segunda fase da minha participação no projeto foi necessário revisar todas as partituras editoradas para deixá-las nos padrões definidos e também para corrigir eventuais erros que pudessem ter sido cometidos na fase anterior. O resultado é uma coletânea de 17 arranjos e composições de alunos pronta para ser publicada (tabela 1), faltando apenas a produção de textos explicativos e o interesse por parte de alguma instituição para a sua publicação impressa, possibilitando, assim, o acesso a esse material a regentes de coros com o mesmo perfil dos coros do Comunicantus. Tabela 1 Música Aluno A Felicidade Filipe Fonseca (arr.) Anhelo Infantil Anselmo Mancini (comp.) Ato de Fé Vitor Kisil (comp.) Bandejão Renato Spinosa (comp.) Canto de Ossanha Fred Teixeira (arr.) Carinhoso Thiago de Almeida Tavares (arr.) Certeza Vitor Kisil (comp.) Conversa de Botequim Filipe Fonseca (arr.) En las noches claras Anselmo Mancini (comp.) Eu Canto Filipe Fonseca (comp.) Gente Humilde Fred Teixeira (arr.) Naquela Mesa Fred Teixeira (arr.) O Trenzinho do Caipira Filipe Fonseca (arr.) Por una cabeza Thiago de Almeida Tavares (arr.) The Lion Sleeps Tonight Filipe Fonseca (arr.) Tiro ao Álvaro Fred Teixeira (arr.) Trem das Onze Carolina Andrade (arr.) Referências bibliográficas GEROU, Tom; LUSK, Linda. Essential Dictionary of Music Notation: The most practical and concise source for music notation. Los Angeles: Alfred Publishing Co., 1996. GOULD, Elaine. Behind Bars: The Definitive Guide to Musical Notation. Londres: Faber Music, 2011. IGAYARA, Susana Cecilia. Repertório Coral: Alguns aspectos sobre a Edição de Música (preprint). In: Canção Coral Brasileira: Repertório e Educação, História e Práticas Culturais. Relatório final de atividades e de pesquisa referente ao período de estágio probatório em RDIDP (2004- 2010). São Paulo, Universidade de São Paulo, 2010. pp. 95-99. Versão eletrônica disponível em: palcosepaginas.blogspot.com. READ, Gardner. Music Notation: A Manual of Modern Practice. 2 ed. New York: Taplinger Publishing Company, 1979. Palavras-chaves: Corais Comunitários / Produção Discente / Editoração de Partitura / Edição Musical / Perfor- mance Coral 154 Eixo 1 CAPACITACIONES TÉCNICAS A PEQUEÑOS AGROHORTIGRANJEROS SEGÚN CONVENIO ENTRE LA CENTRAL DE FERIANTES DE ALTO PARANÁ, ASOCIACIÓN EL TRIUNFO Y LA FIA UNE” Autor(es): SIMEON AGUAYO TRINIDAD - Universidad Nacional del Este (UNE), GONZÁLEZ NANCY - 0059564420440, SANCHEZ JOSÉ - [email protected] Identificación del Proyecto UNIDAD EJECUTORA: “FACULTAD DE INGENIERÍA AGRONÓMICA – PEQUEÑOS AGROHORTIGRANJEROS DE LA CENTRAL DE FERIANTES DE ALTO Y ASOCIACIÓN EL TRIUNFO” COORDINACIÓN: DIRECCIÓN DE EXTENSIÓN FIA UNEY LA “COMISIÓN DIRECTIVA DE FERIANTES CENTRAL Y LA ASOCIACIÓN EL TRIUNFO”. FUENTE COOPERANTE: FIA UNE – FERIANTES CENTRAL DEL ALTO PARANÁ Y LA ASOCIACIÓN DE EL TRIUNFO- BENIFICIARIOS DEL PROYECTO: FAMILIAS DE PRODUCTORES RURALES DE 17 DISTRITOS DEL ALTO PARANÁ LOCALIZACIÓN: FIA-UNE PERIODO: 2015 - 2019 Resumen En el contexto de antecedentes de la FIA-UNE, permite y exige una continua asistencia con capacitaciones técnicas integrales en territorio, a productores hortícolas de la zona de influencia de LA INSTITUCIÓN, destacando de vital importancia, de dotar de conocimientos necesarios en el marco de idoneidad en el proceso de producción hasta que los productos lleguen a los consumidores finales, contemplado en el convenio entre la FIA-UNE y LA CENTRAL DE FERIANTES DE ALTO y EL ASOCIACIÓN EL TRIUNFO”. De esta manera la FIA-UNE busca retribuir a la sociedad de la mejor manera posible, las inversiones realizadas por el estado y por ende de la sociedad entera, en el proceso de formaciones de personas profesionales e idóneas en las áreas de sus competencias. Por lo tanto la FIA-UNE cumple un rol importante en post de alternativas de soluciones de situaciones específicas que atañen a las comunidades de zonas influencias de la Institución. Con respuestas satisfactorias según evaluaciones propias de las familias insertadas en los proyectos. Con acuerdos comunes de ambas partes, ya proyecta por un periodo superior a un año. Introducción - Fundamentación EL contexto y los antecedentes de la FIAUNE, permite y exige una continua asistencia con capacitaciones técnicas integrales a productores hortícolas de la zona de influencia de LA INSTITUCIÓN, destacando de vital importancia, de dotar de conocimientos necesarios en el marco de idoneidad en el proceso de producción hasta que los productos lleguen a los consumidores finales, contemplado en el convenio entre la FIA-UNE y LA CENTRAL DE FERIANTES DE ALTO y LA ASOCIACIÓN EL TRIUNFO”. De esta manera la FIA-UNE busca retribuir a la sociedad de la mejor manera posible, las inversiones realizadas por el estado y por ende de la sociedad entera, en el proceso de formaciones de personas profesionales e idóneas en las áreas de sus competencias. Por lo tanto la FIA-UNE cumple un rol importante en post de alternativas de soluciones de situaciones específicas que atañen a las comunidades de zonas influencias de la Institución. Objetivos generales • Asistir a productores agropecuarios en el proceso productivo de interés, a través de los subproyectos en diferentes áreas de competencias, de manera a fomentar la mejora de la calidad de vida de las familias rurales. Objetivos específicos • Dotar a los productores de los conocimientos necesarios para el manejo y conservación de suelos. • Desarrollar técnicas para manejo y control de plagas y enfermedades, respetando el ambiente. • Conceder a los productores de los conocimientos necesarios para el manejo y producción de cultivos hortícolas • Orientar sobre prácticas adecuadas y/o sustentables, en el marco ambiental, barreras vivas y planificación según potenciales de producción de sus suelos. • Promover el desarrollo de las explotaciones pecuarias, buscando mejorar los ingresos y el bienestar de los productores y las familias rurales, mediante la generación y difusión de tecnologías acordes con la disponibilidad de los recursos, el uso racional de los mismos y la necesidad de conservar el equilibrio con su entorno. • Transferir a los productores de zona, las distintas técnicas y metodologías de procesamiento y conservación de varios productos agropecuarios. • Mejorar y ampliar la producción de diversos rubros hortigranjeros y comercializarlos. • Orientar y capacitar a productores a administrar los recursos de producción disponibles en sus fincas. • Promover el desarrollo de la diversificación de cultivos agrícolas a través de capacitaciones y demostraciones a nivel de campo en forma insitus. • Capacitar a productores agro-hortigranjeros en la producción de miel de abeja, de las localidades del Dpto. Alto Paraná. • Evaluar el grado de potabilidad del agua subterránea de los productores del Alto Paraná. • Objetivos Metas: Capacitar de forma integral a 80 unidades productivas y/o familias de diferentes comités zonales de los Distritos de Alto Paraná, en el área de producción sostenible, manejo integrado de plagas, enfermedades, suelo, arborización, ambiental, envasados, conservación y marketing de productos hortícolas, cultivos alternativos y administración de los recursos de producción disponibles en las fincas. Metodología En las COMUNIDADES, de los Distritos del Departamento de Alto Paraná, Paraguay, será realizado las distintas modalidades de cursos de capacitaciones, cuyo fin es adiestrar a los productores miembros de dicha comunidades, en el marco Extensión Universitaria en Territorio, realizados por Profesio155 Eixo 1 nales especialistas de la FIA UNE, según convenio con LA CENTRAL DE FERIANTES Y ASOCIACIÓN DE EL TRIUNFO. La ejecución de las actividades se tiene prevista de febrero 2015 a febrero 2016 como primera etapa del convenio. El proyecto contará con nueve equipos de trabajos en diferentes áreas, que se detallan más abajo, con sus respectivos cronogramas de actividades presentados por cada equipo, acorde a las cláusulas del CONVENIO FIRMADO ENTRE LA FIA UNE Y LA CENTRAL DE FERIANTES DE LOS DISTRITOS DEL ALTO PARANÁ Y ASOCIACIÓN DE EL TRIUNFO. La metodología consistirá en visitas técnicas insitus y capacitaciones técnicas teóricas en aula, esta última consistente en exposiciones orales por Profesionales especialistas de FIA-UNE, en distintas áreas de conocimientos. Para la realización de dichas actividades, es necesario el acompañamiento permanente de Autoridades y Directivos, Técnicos y Docentes de la FIA UNE, que ejecutará el proyecto mencionado más arriba. Éstas se llevarán a cabo conforme al Convenio firmado entre ambas Instituciones. Para buen cumplimiento de los objetivos, es necesaria la vinculación de todos los sectores de la Institución, bajo una coordinación general, integrada por comisiones y equipos de trabajos de las distintas áreas acciones. Resultados El proyecto permite la integración interdisciplinar de los estamentos de la FIA-UNE, juntamente con las comunidades de pequeños productores de la región. Además permite las adecuaciones de las alternativas de soluciones a las problemáticas según sus naturalezas en el territorio y en la FIA UNE, con apoyos de los profesionales según áreas de conocimientos. Espacio físico y equipos de logísticas • Aula de enseñanza de la comunidad para el desarrollo de los programas de las distintas áreas temáticas y sus campos de cultivos. • Movilidad de la FIA-UNE. Evaluación La evaluación es continua y de proceso, contando con el acompañamiento de especialistas y el evaluador externo del proyecto. Según cuadros comparativos con el plan de trabajo de cada área. Financiamiento La Facultad de Ingeniería Agronómica de la UNE, facilita los docentes, técnicos y estudiantes para el desarrollo de los programas, además de facilitar los equipos informáticos, todo los referentes a insumos para las clases. La Universidad Nacional del Este, colabora para el traslado de los jóvenes, niños y niñas del Centro Educativo a la Facultad, vehículo para el transporte. Desarrollo Actividades • Desarrollo de las actividades teóricas y prácticas en aulas y en territorios – campo, según una planificación semanal de ambas partes. • Acompañamiento Continuo. • Intercambios con los profesores, alumnos y familias de productores. • Evaluación por proceso. • Registro de lo actuado en planilla especialmente preparada para dicho fin, con respaldo o firmas de todos los paraticipantes. • Elaboración de informe mensual. Generalidades Las clases teóricas se desarrollan en instalaciones de la Facultad de Ingeniería Agronómica. La Dirección de Extensión de la FIA-UNE, provee todos los insumos necesarios para el desarrollo de cada programa, a fin cubrir con las necesidades para cada unidad productiva. Además la FIA-UNE apoya con sus laboratorios según de necesidades de análisis de plantas, aguas y suelos. Las dinámicas de trabajos en los territorios también cuentan con clases teóricas y prácticas, además a través de parcelas comparativas a nivel de campo. Algunos contextos utilizados Se abordan los programas acercando a la realidad del entorno, a partir de contextos conocidos o imaginables por las familias de productores, entre otros: - Las buenas prácticas agrícolas. - Manejo integrados de plagas. - Diversificación de especies. - Manejo y conservación de suelo. -Herramientas necesarias para una buena administración de unidad productiva. -Fomento de las prácticas de agrohortigranjero. -Manejo, conservación, envasados de los productos agropecuarios de las unidades productivas. Conclusiones Desde el inicio del proyecto se realiza con actividades previamente establecida. Según metodología empleada, con un (1) año de implementación, se extraen las conclusiones siguientes: Las evaluaciones realizadas expresan una integración significativa de los estamentos de la FIA-UNE y las unidades productivas. Resultados satisfactorios según evaluaciones por las propias familiares de las unidades productivas. Ya hay acuerdos para la continuidad de los proyectos a través de convenios marcos y específicos con duración de cuatro años siguientes. Bibliografía Arocena, R., Tommasino, H., Rodriguez, N., Sutz, J., Álvarez P., E. y Romano, A. 2015 Integralidad: tensiones y perspectivas: ISSN: 1688-8324. Disponible en fecha 01-08-2015 en: file:///C:/Users/User/Desktop/PROYECTOS%202015/Cuaderno_integralidad-1.pdf Hernández Sampieri, R., Fernández Collado, C. & Baptista Lucio, P. (2006). Metodología De La Investigación. México. Ed. McGraw-Hill Palavras-chaves: Formación Integral/territorio/familias/productores. 156 Eixo 1 CARACTERIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO IMPLEMENTADAS POR DOCENTES DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UFSCAR Autor(es): IZAMARA PEREIRA PATERRA - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), MIRELA OLIVEIRA FIGUEIREDO - DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL - UFSCAR SÃO CARLOS, CARLA REGINA SILVA - DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL - UFSCAR SÃO CARLOS Introdução: O curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) surgiu em 1978. Uma vez que o ensino em Terapia Ocupacional é teórico e prático, envolvendo o docente, o aluno e os sujeitos considerados alvo da intervenção terapêutica ocupacional (pacientes, usuários, clientes, indivíduos e outros coletivos) a prática da extensão universitária pelo curso ocorreu de forma orgânica e integrada às atividades de ensino e pesquisa. Objetivos: Realizar um resgate histórico e reconstrução da memória das atividades de extensão elaboradas e concretizadas pelos docentes do Departamento de Terapia Ocupacional (DTO) da UFSCar, sistematizar estas informações e descrever o perfil destas atividades delineadas ao longo dos anos. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo do tipo exploratório em acervo digital proexweb - sistema online de gerenciamento de todas as atividades de extensão da universidade existente desde os anos 2000. Para coleta dos dados foi utilizada a palavra “terapia ocupacional” e os nomes dos docentes ativos, aposentados ou transferidos deste departamento, entre 2001 e 2015. Para tratamento dos dados foi utilizada uma máscara e efetuada sua devida tabulação a partir das seguintes categorias: coordenador da atividade; título; programa vinculado, ano de realização, público alvo; local onde foi realizada; membros da equipe, incluindo docentes, estudantes, técnicos e pessoas e/ou parcerias externas. Resultados: Foram encontradas um total de 324 atividades vinculadas a 33 coordenadores. As análises das categorias descritas a seguir mostram o crescimento e abrangência das atividades de extensão realizadas pelo departamento de terapia ocupacional, assim como sua integração entre ensino, pesquisa e extensão. Através dos títulos foi possível identificar que 56 atividades tiveram, no mínimo, uma edição de reoferta, demonstrando a capacidade de continuidade das propostas. Atualmente, existem seis programas de extensão do DTO, realizando um total de 237 atividades, porém os dados encontrados no regaste apontam para mais 12 programas (quatro programas do DTO e oito programas vinculados a outros departamentos, ambas as categorias realizaram 19 atividades). Existem 49 atividades que não descrevem vínculo a nenhum programa. É notável a linha crescente, porém não estável, do número de atividades com o passar dos anos. Os registros mostram que no ano de 2003 teve o menor número de atividades realizadas, totalizando nove. Já os anos de 2011 e 2012 mantiveram o total de 30, em 2014 tivemos o maior número de atividades realizadas (36). Neste período, foram alcançadas 64.148 pessoas, ainda que em 25 atividades não obtivemos esse número. Para melhor entender a abrangência das atividades e investigar quem são essas pessoas levando em consideração a idade, foram encontradas 24 atividades destinadas aos bebês, 38 às crianças, 35 aos adolescentes, 29 aos jovens, 248 aos adultos e 14 aos idosos, porém uma mesma atividade pode apontar para mais de uma categoria. Em relação ao foco das atividades, os estudantes de nível superior aparecem em 109 registros, funcionários e gestores de serviços públicos em 62, terapeutas ocupacionais em 37, outros profissionais da saúde em 36, , mães em 24, familiares em 24, professores do ensino fundamental e médio em 27, professores pesquisadores em 20, pessoas em situação de rua em 21, universitários em 16, os estudantes de ensino fundamental e médio em 16, artistas em 16usuários da Unidade de Saúde Escola (USE) em 15 e cuidadores em cinco.. Esses dados comprovam as diversas possibilidades de atenção que as atividades de extensão promovem. Dessas atividades destacam-se as áreas de intervenção em terapia ocupacional na atenção em terapia ocupacional social registrada em 57 atividades, atenção em saúde mental (n=47), organização de eventos, tais como semanas de cursos, seminários, simpósios, mini cursos, cursos, rodas de conversa, e etc. (n=43) educação (n=42), disfunção física (n=39), aparecem ainda atenção hospitalar (n=26), arte e cultura (n=20), promoção à qualidade de vida (n=21), saúde do trabalhador (n=16), tecnologia assistiva e desenvolvimento infantil (n=10), álcool e drogas (n=7) e atividades curriculares de integração ensino, pesquisa e extensão (ACIEPE) (n= 3). Sobre as atividades desenvolvidas na UFSCar, 127 estavam sem a determinação do espaço específico, no DTO foram 59 e na USE 24 atividades. Já fora da UFSCar, 87 foram em serviços públicos (CREAS, CAPS, CEME, USF, etc.), 28 diretamente no território (incluindo visitas, intervenções, atendimentos) e 27 em escolas, 19 na Santa Casa, . Ainda foram encontradas 21 atividades desenvolvidas em outras cidades e 11 em outras universidades e/ou faculdades. Esses dados comprovam a ampla cobertura das atividades de extensão, promovendo ricos meios de troca entre diferentes tipos de conhecimento. Em relação a participação de outros docentes, alunos e técnicos administrativos, 126 atividades contaram somente com a participação de docentes do DTO, em 28 participaram somente docentes de outros departamentos, em 11 atividades participaram docentes do DTO em conjunto com docentes de outros departamentos, e em 33 envolveram docentes de outras instituições de ensino. A participação dos 157 Eixo 1 técnicos administrativos é formalmente registrada em nove atividades. Em relação aos estudantes temos que a soma total de participação dos alunos de graduação é de 901 em 205 atividades, 146 alunos da pós-graduação participaram de um total de 72 atividades e 24 estudantes de outras instituições de ensino. 149 atividades contemplaram, de forma geral, 289 bolsistas de extensão. A participação de pessoas externas foi encontrada em 96 atividades. Essa ainda foi divida nas subcategorias “da Comunidade” (46), “Participante do parceiro externo” (45), “Docente aposentado” (14) e “Docente aposentado e voluntário” (8), “Funcionário da Universidade” (2), ; lembrando que uma mesma atividade pode abarcar mais de uma subcategoria. A última categoria analisada foi a de parcerias externas, onde 155 atividades receberam esse apoio. Nessa categoria, temos as subcategorias: “Órgãos Públicos sem especificação” (11), “Órgãos Públicos com especificação” (104), “Órgãos Privados sem especificação” (1), “Órgãos Privados com especificação” (16), “ONGs” (13), “Movimentos Sociais” (2) e “Outros (Empresas, Programas, Associações, Projetos e Setores Públicos)” (20), portanto, percebem-se parcerias de todos os setores da sociedade. Discussão: As atividades extensionistas são colocadas em lugares estratégicos, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando a multidisciplinaridade (CASTRO, 2013). Esse levantamento traz informações importantes a cerca do desenvolvimento do curso, partindo do pressuposto que o mesmo tivera uma implantação marcada pelo modelo clínico e submisso a medicina (MEDEIROS, 2003) através das atividades extensionistas é notável a ramificação para outras áreas, o foco em diferentes populações e a integração com outros profissionais. O número de graduandos e pós-graduandos envolvidos nas atividades sugerem a aproximação da extensão com o ensino, uma vez que a participação gera conhecimento e experiência resultando em uma formação ética e comprometida com a sociedade. Além disso, existe um grande número de eventos acadêmicos fazendo ligação direta entre a extensão e a pesquisa, promovendo espaços de trocas e de conhecimento. Conclusão: Os dados coletados possibilitam a conservação, o incremento e a acessibilidade do acervo, visibilidade importante para avaliações, apreciações, planejamentos e projeções. Também atuam na preservação do patrimônio histórico e cultural da UFSCar aumentando a visibilidade da história das ações de extensão da Universidade. Referências CASTRO, Luciana M. Cerqueira. A Universidade, a extensão universitária e a produção de conhecimentos emancipadores: ainda existem utopias realistas. 2004. 185 f. Diss. Tese (Doutorado em Saúde, 2013. MEDEIROS, M. H. R. Terapia Ocupacional: um enfoque epistemológico e social. São Paulo: Hucitec, São Carlos: EDUFSCar, 2003. Palavras-chaves: Extensão/Terapia Ocupacional/Caracterização/UFSCar 158 Eixo 1 CARTORGRAFÍA SOCIAL: UNA HERRAMIENTA PARA LA TRANSFORMACIÓN Autor(es): GINA ANDREA LUCO - Universidad Nacional de Cuyo (UNCuyo) En este trabajo se presentará a la cartografía social como una herramienta para las prácticas sociales educativas realizadas en el marco del Programa Proyectos Mauricio López, del Área de Articulación Social e Inclusión Educativa de la UNCUYO, Mendoza, Argentina. En primera instancia, nos aproximaremos a los conceptos de territorio y mapa, para luego desarrollar el de Cartografía social y el aporte de ésta en la construcción de conocimiento conjunto entre la universidad y los sectores de la sociedad con los que se trabaja. Entendemos al territorio como la materialización de una construcción compleja y permanente, donde existe la influencia de los actores que intervienen en el mismo. Esto quiere decir, que cada intervención crea significado, crea sentido y genera una disputa con otros elementos/sujetos constructores de significado. Un mural, la construcción de una plaza, un evento en un playón, son acciones concretas que cambian el significado, aunque sea por un momento, de qué representa ese lugar para la gente que lo habita. Así mismo, los mapas, han sido históricamente utilizados por los sectores hegemónicos para construir una idea única de territorio. No es casual encontrarnos con el planisferio masivamente difundido, donde el centro del mapa está ubicado en Europa, y no es Europa la que está ubicada en el centro del mapa. La idea de que los mapas deben ser construidos sólo por cartógrafos especialistas, es una forma de deslegitimar el conocimiento que poseen los sujetos que lo construyen, dicho de otra manera, el saber popular. Entonces, el mapa es una herramienta de comunicación, donde también existe esta disputa por el territorio se dice que existe y cuáles otros se dejan fuera, con una intencionalidad concreta. Podemos afirmar que es una herramienta de poder. La cartografía social viene a problematizar las concepciones hegemónicas de territorio, y también cumple la función de abrir la construcción de mapas a sujetos con otras formas de mirar el mundo. Es definida como una propuesta conceptual y metodológica que, a través de una forma de trabajo dinámica y lúdica, se desarrolla a partir de talleres participativos con personas pertenecientes a un grupo en torno al conocimiento y reconocimiento de su territorio. Se utiliza la elaboración colectiva de mapas para comprender lo que ha ocurrido y ocurre en el mismo, considerando como uno de los principios fundamentales la participación del grupo en todo el proceso. Dentro de esta metodología, el mapa es tomado como centro de motivación, reflexión y redescubrimiento del territorio posibilitando la traducción a un mismo lenguaje de todas las versiones de la realidad que comienzan a ser subjetivamente compartidas. Permite, entonces, tomar conciencia acerca del espacio en que se habita, del tiempo en que se vive y del entorno natural próximo y lejano, dando cuenta de las relaciones y de las prácticas socio-espaciales. Por lo cual, establece una relación entre la construcción del conocimiento y la acción local, ya que plantea la posibilidad de fortalecer el trabajo conjunto, responder y diagnosticar diversas necesidades y problemáticas. En el caso que analizamos, esta metodología se trabaja con los/as participantes de los proyectos Mauricio López. El programa Proyectos Mauricio López consta de convocatorias anuales para proyectos concursables, donde se financian propuestas de una duración de 9 meses, con un trabajo compartido con organizaciones sociales y/o instituciones públicas. Actualmente se están ejecutando 63 iniciativas en el marco de la 7ma Convocatoria, donde participan alrededor de novecientos miembros de la universidad, y trecientos cincuenta actores sociales y comunitarios. Según el reglamento de cada una de las convocatorias, donde se enuncian las características del programa, los proyectos deben ser una práctica educativa realizada en un contexto social y en una relación de diálogo “vinculando los saberes académicos con los saberes populares, favoreciendo la formación integral y la producción social del conocimiento”. Estas prácticas deben desarrollarse junto a la comunidad, teniendo como destino a una población socialmente vulnerable. Este es el marco que le da lugar a la cartografía social como herramienta para el diálogo. Desde el programa, se ha utilizado durante la ejecución dela 7ma convocatoria, a la cartografía social como una herramienta que permite el encuentro de todas las concepciones que existen dentro de cada equipo de trabajo. Compartimos aquí algunas reflexiones al respecto: La construcción colectiva de un mapa del territorio donde se trabaja, más allá de los elementos que se mapeen, se convierte necesariamente en un desafío, que pone en evidencia tanto las problemáticas del territorio y el camino recorrido, como las potencialidades de trabajo. Introduce a los equipos, muchas veces por primera vez, el análisis del contexto (material y de relaciones sociales), que enmarca y ubica en una realidad concreta, una idea general de transformación o cambio que se plantea inicialmente desde cada uno de los proyectos. Problematiza la formación de los/as universitarios/as, donde los saberes adquiridos durante la formación académica, se resignifican y transforman en el trabajo en grupo, teniendo que aceptar la existencia de saberes y experiencia en las comunidades, que aportan también al desarrollo de los proyectos. ü Resulta novedoso, en algunos equipos, la introducción de la dimensión territorial al análisis de la propia práctica. Generalmente, los equipos con experiencia en este tipo de análisis son los vinculados a organizaciones sociales de base. Para terminar, en el camino hacia una universidad que construya conocimiento y forme profesionales 159 Eixo 1 en favor de los sectores populares, hacemos este pequeño aporte que ayuda a problematizar la formación académica y a legitimar otros conocimientos, que creemos necesarios para la comprensión, análisis y transformación de nuestra realidad. Bibliografía: De Estrada, María (2010): O te mapeas o te mapean. El papel del mapa en la geografía. Buenos Aires. HABEGGER Sabina y MANCILA Julia (2005): La cartografía social como estrategia para diagnosticar nuestro territorio en Interpretando a Freire. Haciendo camino desde la colectividad. Seminario Paulo Freire, Málaga 2005. DE SOUSA SANTOSLA, Boaventura Universidad en el siglo xxi. Para una reforma democrática y emancipatoria de la universidad; Cides-umsa, asdi y Plural editores, Bolivia 2007. Palavras-chaves: Territorio/Mapa/Cartografía Social/Diálogo de saberes 160 Eixo 1 CENTRO CULTURAL DA UFSJ: UM ESTUDO AVALIATIVO DO SEU PAPEL EM SÃO JOÃO DEL-REI Autor(es): ALINE BRAGA RESENDE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI, DÉBORAH BRAGA RESENDE - UFLA, TELMA VALÉRIA DE RESENDE - PROEX-UFSJ RESUMO A extensão assegura a troca de conhecimentos entre a Universidade e comunidade, democratizando o saber e permitindo a participação da sociedade na academia. O Centro Cultural da Universidade Federal de São João del- Rei (UFSJ) desenvolve em sua programação diversas atividades voltadas ao ensino, cultura e extensão, oferecendo à comunidade o acesso a eventos gratuitos e de qualidade. A atual gestão desenvolveu o presente trabalho com o objetivo de conhecer o quanto o cidadão municipal conhece e participa das atividades oferecidas e, além disso, avaliar o atual programa com relação ao mesmo período no ano anterior. Este estudo permitiu verificar uma adesão satisfatória da população aos eventos ofertados e um resultado positivo com relação ao atual programa implementado. INTRODUÇÃO Os centros culturais, segundo Cenni (1991), devem proporcionar algo que vá além dos modelos escolares, das propostas eruditas e das práticas desinteressadas do lazer. Segundo Botelho (2003), o gostar e o não gostar só existem dentro de um universo de competência cultural, sendo, portanto, uma soma da competência institucionalizada pela hierarquia social, pela formação escolar e pelos meios de informação, sendo necessário observar a correlação entre acessibilidade e equipamentos. A extensão assegura à comunidade acadêmica encontrar na sociedade a oportunidade de elaboração de conhecimento, que será levado para reflexão às universidades. Esse fluxo estabelece a troca de saberes entre academia e sociedade gerando conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional, democratização do conhecimento acadêmico e participação efetiva da comunidade na universidade (JÚNIOR, 2008). O Centro Cultural da UFSJ representa um ganho expressivo para a vida cultural e artística da cidade e região. Desde sua inauguração, o espaço tem-se prestado a desenvolver atividades artísticas e culturais, sendo também sede para eventos relacionados ao ensino, pesquisa e extensão. O Projeto de Extensão Centro Cultural da UFSJ veio para incrementar a quantidade e a qualidade dos eventos realizados e ampliar o acesso de camadas carentes a este espaço cultural. A atual gestão do Centro Cultural da UFSJ apresenta programas com o objetivo de incrementar os eventos artísticos e culturais do Centro, seja aprimorando os que já existem, seja criando novas opções de acesso à arte e à cultura, ampliando o número de seus participantes e frequentadores. De forma gratuita e com qualidade, a comunidade interna da UFSJ e a população são-joanense e região podem dispor de produtos e bens culturais de forma plena e contínua. Por conta do caráter excludente da atual lógica de mercado de bens e serviços culturais, sua consequente elitização socioeconômica e seu viés de “entretenimento”, é cada vez mais urgente o papel dos órgãos públicos de fomentar cultura e de prover acesso gratuito à arte. Desta forma, a UFSJ, através do Centro Cultural, vem contemplando um maior número de pessoas que procuram lazer com qualidade e conteúdo, principalmente para aquelas oriundas de camadas menos favorecidas economicamente e ainda sem o hábito de frequentar estes tipos de espaços. A instituição vem conseguindo assim uma fidelização de público, além de um aumento significativo de frequentadores e participantes de seus eventos culturais. Apesar de o projeto em tela não ter sido formulado a partir de algum referencial teórico, discussões como a relevância da arte nos processos de formação do indivíduo e da sociedade, encetadas por Ernst Fischer (1983) em A necessidade da arte, substanciam as ações praticadas, e demonstram o quanto o acesso às atividades culturais e artísticas de qualidade impacta no desenvolvimento humano. Nesse sentido, a atual gestão apresenta uma série de novas atividades a serem oferecidas pelo Centro além da otimização daquelas já ofertadas, tais como concurso de poesias, concurso de presépios, Música XXI – série de concertos e recitais, editais para Propostas Artísticas e Culturais, série de Concertos POESILÚDIOS, Universidade da 3ª Idade, Segunda no Solar – Mostra de filmes, dentre outros. OBJETIVO Os objetivos das atividades realizadas no Centro Cultural da UFSJ visam promover uma maior interação entre a comunidade científica e popular e oferecer à sociedade acesso gratuito e de qualidade a eventos culturais. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva traçar um perfil do cidadão são-joanense com relação ao conhecimento a respeito do Centro, bem como verificar a aceitação do atual programa implementado. METODOLOGIA Quanto ao programa, os indicadores são baseados quantitativamente através do número de eventos realizados no CCUFSJ e do número de seus participantes e frequentadores. Os indicadores qualitativos são demonstrados através de pesquisas e questionários realizados junto ao público do CCUFSJ quanto à sua satisfação em relação aos eventos que são oferecidos pela instituição, bem como para o levantamento de críticas e demandas. No presente estudo, foi avaliado questionário aplicado através da plataforma google docs e também por escrito na portaria do CCUFSJ com o intuito de verificar o perfil predominante na comunidade. Além disso, foram coletados os dados referentes ao número de eventos realizados no primeiro semestre dos anos de 2014 e 2015, com o intuito de comparar os resultados do novo programa da atual ges161 Eixo 1 tão. RESULTADOS Através da aplicação de questionários, foi possível traçar um perfil do cidadão com relação ao Centro Cultural da UFSJ, como observado nos gráficos a seguir. Gráfico 1: Idade do entrevistado Gráfico 2: Qual a sua escolaridade? Gráfico 3: Quais os motivos o levaram a visitar o Centro Cultural da UFSJ? Nota-se que a maioria dos entrevistados foram atraídos ao Centro para visita à exposições, sendo que este tipo de evento é oferecido com frequência, totalizando no primeiro semestre de 2015 em 9 exposições, como observado na Tabela 2. Gráfico 4: Você conhece as atividades fixas do Centro Cultural da UFSJ? É possível verificar que a grande maioria dos entrevistados conhece as atividades oferecidas pelo Centro. Gráfico 5: Você conhece nossos principais meios de divulgação? O gráfico 5 mostra que a maioria dos cidadãos que responderam ao questionário conhecem os meios de divulgação, sendo que cerca de 73% afirma ser o site da UFSJ o principal meio. Gráfico 6: Nossa divulgação é adequada? Você tem facilidade em saber nossa programação? Quase 50% dos entrevistados afirmam ter facilidade para conhecer a programação do Centro. Com relação à realização de eventos, nota-se, pela tabela abaixo, que o programa desenvolvido pela atual gestão mais que dobrou o número de eventos oferecidos pelo Centro e, além disso, diversificou também a programação com a realização de diversos tipos de atividades. Tabela 1: Eventos realizados no primeiro semestre de 2014. Mês Exposições Filmes Demais eventos Total Janeiro/14 1 3 1 5 Fevereiro/14 2 4 7 13 Março/14 - 5 1 6 Abril/14 2 3 1 6 Maio/14 1 4 1 6 Junho/14 - 5 7 12 Total 48 *Demais eventos incluem: Recitais, mini cursos, workshops e eventos de músicas Tabela 2: Eventos realizados no primeiro semestre de 2015. Mês Exposições Filmes Demais eventos Total Janeiro/15 2 2 - 4 Fevereiro/15 1 3 3 7 Março/15 2 5 11 18 Abril/15 2 4 8 14 Maio/15 2 4 20 26 Junho/15 - 5 28 33 Total 102 *Demais eventos incluem: Workshops, eventos para alunos estrangeiros, eventos de cerâmica, orquestras, eventos de músicas, visitas, curso de argila, lançamento de livros, concertos, palestras, performances, debates, danças e teatros. CONCLUSÃO As atividades do atual projeto do Centro Cultural da UFSJ visam contribuir para uma maior aproximação da comunidade com as artes e a cultura, ampliando os vínculos da UFSJ com a população, despertando seu interesse para as diversas formas de manifestações artísticas e culturais. Com base nos resultados é possível concluir que o atual programa foi capaz de proporcionar um número maior e diversificado de eventos com relação ao programa anterior. REFERÊNCIAS BOTELHO, Isaura. Dimensões da cultura e políticas públicas. São Paulo: Perspectiva, 2001. CENNI, Roberto. Três centros culturais da cidade de São Paulo. 1991. Dissertação de mestrado – Escola de Comunicações e Artes – USP. FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983. JÚNIOR, Alberto Ferreira da Rocha (Org.). Cultura e Extensão Universitária: A produção de conhecimento comprometida com o desenvolvimento social. São João del-Rei, MG: Malta, 2008. Palavras-chaves: extensão/cultura/galeria 162 Eixo 1 CENTRO CULTURAL DE LA UNR: EL ARTE COMO ESPACIO DE ENCUENTRO Y TRANSFORMACIÓN SOCIAL Autor(es): LARA PELLGRINI - Universidad Nacional de Rosario (UNR), MARIA BORGOBELLO - 0341 4808590 Nuestra propuesta de extensión universitaria Desde la Secretaría de Extensión Universitaria de la UNR entendemos a la labor extensionista como un espacio dónde disputar las maneras que se construye conocimiento al interior de la academia. En el mundo que habitamos el mercado impone sus reglas configurando maneras de relacionarse, valores, estéticas y especialmente saberes y verdades. Los mismos se presentan a primera vista como absolutos e incuestionables pero son tan sólo parte de un fuerte entramado que se sostiene gracias a la solidez de los conceptos que les son funcionales. La Universidad, en tal compleja trama, tiene un papel protagonista dado que en su seno se forman las personas que a través de su profesión continuarán construyendo la sociedad. Es por tanto menester que una institución de tal alcance a nivel social se comprometa con la responsabilidad que posee y fomente una visión crítica de los saberes que circulan, lejos de colaborar con la consolidación de prejuicios y estereotipos que fomentan la permanencia del individualismo, el consumo y la desigualdad. En ese contexto, el rol extensionista es primordial dado que plantea encuentros con saberes diversos, a partir de su fuerte vínculo con la comunidad toda, proponiendo otros espacios válidos de aprendizaje además de las aulas, en los cuales se implican actores que en su mayoría se encuentran por fuera del ámbito académico pero que también conforman el entramado social (cooperativas de trabajo, organizaciones sociales, escuelas, ONGs, espacios de enseñanza no formal, etc.) y por tanto es importante conocer y valorar si nos interesa formar profesionales con una mirada integral y sensible al contexto en que se desarrollan. Además, entendemos que la Universidad es una institución pública y por tanto se encuentra en la obligación de generar recursos para mejorar la calidad de vida de los ciudadanos que la solventan. Es nuestro compromiso gestar espacios dónde los recursos de la Universidad estén al servicio de los sectores más vulnerables de la sociedad dado que, además de tener serios problemas para la subsistencia básica, no tienen la posibilidad de acceder a los estudios universitarios aun siendo parte de la red social que la sostiene. El Centro Cultural de la UNR: El Centro Cultural de la UNR es un espacio cultural que depende de la Secretaría de Extensión Universitaria de la Universidad Nacional de Rosario. Ofrece una variedad de talleres artísticos abiertos a la comunidad, además de otras actividades ligadas al arte. Funciona desde el año 2000 y se encuentra ubicado en el barrio República de la Sexta, dónde también se emplaza la Cuidad Universitaria Rosario (CUR) y otras dependencias de la UNR. El barrio “La Sexta” y la Universidad El barrio se ubica en el extremo sureste de la cuidad, frente a la costa del Río Paraná y aloja además a la Ciudad Universitaria Rosario (CUR), popularmente conocida como “La Siberia”, en la esquina de Riobamba y Beruti. Esta se caracteriza por albergar a gran parte del alumnado de la Universidad Nacional de Rosario ya que funcionan allí una gran cantidad de facultades que de esta dependen: Música, Psicología, Arquitectura, Ingeniería y Ciencia Política y RRII (donde se cursan también las carreras de Trabajo Social y Comunicación Social), además de otras dependencias internas e institutos del CONICET. Delimitado por las Av. Pellegrini hacia el norte, San Martín al oeste, Bv. 27 de Febrero al sur y el río Paraná al este, el barrio República de la Sexta tiene características sociodemográficas diversas: un sector de clase media y media alta, hacia sus márgenes más cercanos al centro y sectores de clase media-baja y baja hacia el costado este. Contra las barrancas del río y lindando con el CUR se encuentra uno de los asentamientos irregulares más importantes de la ciudad, “La Sexta”, cuyos habitantes tienen grandes dificultades en el acceso a condiciones básicas de subsistencia, se encuentran expuestos a situaciones de violencia física y simbólica cotidianamente, conflictos vinculados a la drogadicción –agravados en los últimos años con la proliferación de las redes de narcotráfico, cuyas cocinas y bunkers en muchos casos se alojan en este barrio y suman además conflictividad entre los jóvenes, principales víctimas de este entramado–, así como un gran índice de delincuencia, entre otras problemáticas ligadas a la exclusión y falta de recursos. Un territorio complejo Los territorios configuran imaginarios, modos de circulación y vinculación entre los sujetos que los habitan. Las ciudades, por lo tanto, y como marco en donde se inscriben las relaciones sociales a gran escala, la escala urbana, masiva, configuran asimismo modos de vida, a partir de accesos y restricciones, fronteras, muros, rejas, espacios públicos o privados, accesos a servicios, etc. Tales configuraciones implican conflictividades siempre renovadas e irresueltas que surgen inevitablemente entre las hendijas de los entramados complejos que suponen los vínculos sociales. La separación, el muro, la división suele ser la manera más fácil de resolver ciertos roces a nivel territorial que se expanden por tanto a nivel simbólico. Es decir, una solución de rápida implementación pero con consecuencias a nivel simbólico que pueden agravarlo y arraigarlo aún más. Los recorridos de quienes transitan el barrio son claros: no es el mismo recorrido que realiza un vecino que un estudiante universitario. Los estudiantes suelen llegar a la zona con cierto temor por la “mala fama” con la que se la inviste especialmente a través de los medios de comunicación que fomentan la estigmatización 163 Eixo 1 de ciertos sectores de la ciudad a través del recorte mediático que realizan. Los vecinos de la villa no suelen cruzar Riobamba dado que esa es la calle de acceso a La Siberia y es por donde transitan la mayoría de los estudiantes. La bicisenda también está instalada por Riobamba para transitarla mano y contramano a fin de afianzar el corredor seguro. Además se instalaron grandes postes de luz que refuerzan el alumbrado público a lo largo de todo el recorrido, políticas que inevitablemente tienen impacto a nivel social, profundizando el estigma y el prejuicio. Los vecinos que circulan por la zona suelen ser niños y jóvenes que ingresan al comedor universitario a vender biromes o pañuelitos de papel, también entran al CUR muchas veces a pedir monedas o a robar. Los mismos han tenido conflicto con la seguridad privada del CUR o de las facultades y se los ha echado violentamente del establecimiento. Queremos proponer otras maneras de transitar el espacio para los vecinos, instalando la idea de que se trata de un espacio público que también les pertenece y que no nos interesa reproducir la lógica que los excluye. El Centro Cultural en este sentido cumple un papel interesante dado que se encuentra ubicado geográficamente en un lugar estratégico: sobre Riobamba y casi en la entrada al CUR y lindando con el comedor universitario, todos espacios con los cuales, desde el Centro Cultural, se pueden extender lazos vinculares que reconfiguren la relación. Se trata de un espacio que tiene como objetivo la gestión de políticas universitarias extensionistas que vinculen la potencia de acción propia del caudal de estudiantes y docentes que transitan las distintas facultades con las demandas y necesidades de estos sectores vulnerables. Es una especie de puente entre ambos mundos que puede propiciar una nueva manera de relacionarse: tanto desde la Universidad hacia el barrio como viceversa. El arte y su fuerza transformadora Considerando que es potenciando la creatividad, el autoestima, la expresividad y la socialización que se logran cambios profundos a nivel social, cognitivo, corporal y espiritual, vemos en el arte una herramienta esencial para lograr tal objetivo; siendo además, responsabilidad extensionista de la Universidad propiciar el acceso a espacios que lo promuevan y lo desarrollen. Actualmente contamos con 11 talleres artísticos para niños y adultos y gran concurrencia de participantes. Talleres para adultos: Canto Percusión Dibujo y pintura Fotografía Encuadernación Narrativa Teatro Construcción de juguetes en madera Talleres para niños: Danzas Árabes y yoga artístico Expresión Plástica Juegos (expresión corporal) Avances y desafíos a futuro Mayor vinculación con las cátedras: nos vemos en la responsabilidad de propiciar nexos entre las cátedras y la comunidad a fin de cristalizar la propuesta extensionista que profesamos. Al momento contamos con algunas experiencias de trabajo con docentes y estudiantes que llevan adelante sus proyectos en nuestro espacio. Apropiación de los vecinos: nos proponemos generar vínculos aún más fluidos con los vecinos el barrio a fin de que asuman al espacio del Centro Cultural como un espacio público que les pertenece y es menester cuidarlo y habitarlo. Con tal fin hemos realizado ciclos de cine para niños, así como eventos en la plaza del barrio y dentro del comedor universitario con estudiantes y vecinos. Conformación de una red de instituciones: somos parte de un entramado complejo en donde conviven múltiples organizaciones sociales. Es nuestro objetivo afianzar lazos con estos espacios a fin de trabajar mancomunadamente. Actualmente trazamos vínculos con el centro de salud, la escuela y otras organizaciones sociales independientes que trabajan también en y para el barrio. Palavras-chaves: Arte / Cultura / Territorio / Políticas públicas 164 Eixo 1 CENTRO DE ENSINO DE LÍNGUAS DE BOTUCATU: SUB-PROJETO LET’S GO ENSINO DE INGLÊS NO ENSINO FUNDAMENTAL I Autor(es): Eduardo Leite Fonseca - Universidade Estadual Paulista (UNESP), LARISSA PIERRI CARVALHO -, SILKE ANNA TERESA WEBER Introdução A sociedade atual se caracteriza pelo trabalho cognitivo em detrimento do esforço físico (FINI, 2008). Assim, tanto a exclusão social por falta de recursos financeiros ou de conhecimento são indesejáveis, sendo a língua estrangeira (LE) a primeira das barreira a ser quebrada. Segundo BROWN (2001) a eficácia com que a linguagem se desenvolve, é maior na infância, sendo portanto, a introdução precoce da LE importante para o aprendizado da segunda língua. Além disso, o ensino de uma LE nos primeiros anos escolares auxilia no desenvolvimento pleno das potencialidades da criança, estimulando o trabalho coletivo. Desse modo, o ensino da LE “não é só um exercício intelectual de aprendizagem de formas estruturais (...), é sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo”. (BRASIL, MEC, 1998, p. 38). Além disso, o professor reforça seus conhecimentos para repassá-lo de modo mais compreensível. Transferindo esse exercício para a prática médica, o ensinar coloca em prática transformar o saber técnico em algo acessível, favorecendo uma melhor relação medico-paciente, um dos pilares da medicina humanizada. Assim, nós do Projeto Let’s Go, um subprojeto do Centro de Línguas de Botucatu composto por alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), nos propusemos a oferecer aulas de inglês para crianças do 5o ano do Ensino Fundamental de duas Escolas Publicas de Botucatu. Objetivos Este projeto tem como objetivo: • Introduzir de maneira lúdica o inglês no cotidiano de alunos do 5o ano, de modo a despertar neles o interesse pela LE, estimular a busca individual pelo conhecimento • Integrar os alunos da FMB com crianças de um meio social diferente, para que desenvolvam suas habilidades de compreensão e entendimento, melhorem suas habilidades interpessoais e de comunicação. Métodos As aulas foram ministradas por alunos de graduação do curso de medicina da FMB para 90 alunos de três classes do 5o ano do Ensino Fundamental das Escolas Municipais de Ensino Fundamental Angelino de Oliveira e Luiz Carlos Aranha Pacheco. As aulas foram semanais, as sextas-feiras, com duração de 50 minutos. Foi distribuída uma apostila, feita pelos professores, para cada um dos 90 alunos das três salas envolvidas no projeto. Para avaliação do curso, foi elaborado um questionário aplicado no inicio e no fim do ano letivo. Como metodologia de ensino utilizada, as aulas incorporaram diversos métodos e técnicas de ensino eficazes no ensino de uma LE a crianças, seguindo as orientações de ênfase comunicativa. São elas: • MODEL, ACTION, TALK (modelo, ação e fala) - faz uso de exercícios de repetição rápidos e intensivos, estimulando o aluno adquirir a maior quantidade de vocabulário no menor tempo possível. • TOTAL PHYSICAL RESPONSE (resposta física total) – baseia-se na concepção de que movimentos físicos ajudam na retenção do conhecimento. • FUNCTION APPROACH (função da aprendizagem) Além de traduzir o vocabulário a ser utilizado, utiliza-lo de maneira aplicada e mostrando a origem do termo, facilitando a compreensão do conteúdo. • THE FUNCTIONAL OR COMUNICATIVE METHOD (o método funcional ou comunicativo) – Este método faz uso de um aprendizado centrado no aluno, deixando o professor de ser um fornecedor puro de conhecimentos e o aluno passivo, apenas recebendo as informações. Nesse método, o professor torna-se mais um orientador do aluno. Resultados Os resultados dos questionários estão descritos abaixo. Das 90 crianças participantes do projeto, apenas 48 estavam presentes no dia da aplicação do questionário final, sendo as ausentes excluídas da representação. No questionário inicial, as duas primeiras perguntas serviam para análise do publico alvo do projeto, sendo elas: 1. Você já teve algum contato com inglês? 2. Você já estudou ou está estudando inglês em alguma escolinha? Contabilizando as respostas, para a primeira pergunta houve um total de 23 “sim” e 25”não”. Em relação a segunda pergunta, a maior parte dos participantes respondeu negativamente (36 respostas de 48), estando tais dados representados na Figura 1: Figura 1: a coluna da esquerda mostra as respostas obtidas na pergunta 1, enquanto a coluna da esquerda mostra as resposta obtidas na coluna 2. Quanto as perguntas presentes em ambos questionários, e portanto passiveis de analise comparativa dos resultados, foi perguntado aos alunos: 1. Você acha que inglês é fácil de aprender? 2. Você gosta de aprender inglês? 3. Você acha que com esse curso você estará/está mais preparado para acompanhar inglês na próxima escola? 4. Você acha que inglês vai ser importante para sua vida futura? As respostas, representadas na Figura 2, mostraram que os valores positivos para a pergunta 1 aumentaram de 22 para 24 ao final do ano e as respostas indefinidas, caracterizadas na 60 50 40 30 20 10 0 Sim Não   Pergunta 1 Pergunta 2 opção “não sei” aumentaram de 14 para 17. Já as respostas negativas diminuíram notavelmente, passando de 12 para 2. Sobre o segundo questionamento, os valores se mantiveram relativamente estáveis, com aumento de 37 para 38 para a resposta afirmativa e queda de 4 para 3 respostas negativas. A quantidade de respostas indefinidas se manteve inalterada. A terceira pergunta apresentou um resultado diferente pois foi a 165 Eixo 1 única na qual as respostas negativas tiveram um aumento, de 3 para 5, e que se deu em detrimento das respostas indefinidas, que diminuíram de 12 para 5. Apesar disso, as respostas afirmativas aumentaram de 33 para 35. Em relação a quarta pergunta, esta apresentou resultados dentro do esperado, pois as respostas afirmativas aumentaram de 41 para 44, as indefinidas diminuíram de 6 para 3 e a negativa se manteve em 1.  50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Sim Não sei Não  1 Antes 1 Depois 2 Antes 2 3 Antes Depois 3 4 Antes 4 Depois Depois Figura 2: gráfico mostra a quantidade de respostas “sim”, “não sei” e “não” para cada uma das perguntas presentes no questionário inicial e final. Além das perguntas já descritas, outras duas foram feitas com o objetivo de avaliar o rendimento e aceitação do curso pelos alunos, sendo elas: 1. Como foi seu contato com inglês? 2. Você considera que aprendeu bastante coisa? As respostas obtidas estão representadas na Figura 3. Ambas as perguntas apresentaram grande diferença entre as respostas positivas, negativas e indefinidas. Na primeira pergunta, foi obtido um resultado de 42 respostas positivas “bom”, 2 indefinidas “mais ou menos” e 4 negativas “ruim”. Já a pergunta 2 teve um resultado de 35 respostas positivas, 14 indefinidas e apenas 1 ruim. Figura 3: gráficos mostram a distribuição de respostas obtidas nas perguntas relativas ao aproveitamento e aceitação do curso. Discussão Por meio da avaliação dos resultados obtidos nos questionários aplicados, percebe-se que o projeto atingiu os objetivos estipulados. Como previsto incialmente, o contato com o inglês é algo inerente ao dia a dia, fazendo parte da vida de mais da metade dos alunos. Ou seja, mesmo já tendo contato prévio com a língua, para 75% dos alunos, o primeiro contato formal com o inglês, ocorreu durante as aulas do Projeto Let’s Go. Analisando as respostas do questionário inicial, nota-se que os alunos não possuíam preconceito com o ensino da LE. Tal expectativa dos alunos foi alcançada, sendo que após o curso, a maioria continuou achando que inglês era fácil de aprender e outras 5 crianças, que responderam achar inglês difícil no inicio do curso, mudaram de posição, considerando a LE fácil de aprender no questionário final. Do total de 48 alunos, 77% das crianças declararam gostar de aprender inglês antes mesmo da primeira aula, valor que subiu para 79% no questionário final, indicando que as aulas conseguiram alimentar e estimular o interesse dos alunos pela nova língua.  60 50 40 30 20 10 0 Bom/Sim Mais ou menos Ruim/Não   Pergunta 1 Pergunta 2 Sobre seu preparo para acompanhar o inglês na futura escola, 68% deles acreditavam que o curso os prepararia melhor, valor que aumentou para 73% ao final do ano letivo. Quando perguntados sobre a importância do inglês em suas vidas, as respostas positivas cresceram de 85% para 91%, mostrando que mesmo antes das aulas, os alunos já entendiam a importância da LE, em especial o inglês. A avaliação final do curso mostrou que 87% deles consideraram seu contato com o inglês bom e 69% consideraram que aprenderam bastante, o que revela que os alunos não só gostam do Projeto Let’s Go, como este acrescenta em sua formação cultural, fato que também estimula os coordenadores e professores a investir em um projeto de tão grande impacto para a sociedade. Conclusão Com base no exposto, conclui-se que o Projeto Let’s Go atingiu seus atingiu seus objetivos, tanto de introdução dos alunos participantes no ensino e aprendizado da língua inglesa, quanto de interação dos alunos da FMB com a comunidade. Palavras-chaves: Ensino / Fundamental / Ingles / Crianças 166 Eixo 1 CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DA MÍDIA É FÓRUM DE PESQUISA, INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DAS PRODUÇÕES MIDIÁTICAS Autor(es): Candida Emilia Borges lemos - Centro Universitário UNA, MARIA MAGDA DE LIMA SANTIAGO - CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA O Centro de Investigação da Mídia é um projeto da Extensão Universitária da UNA, nucleado no Instituto de Comunicação e Artes (ICA), em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Propõe-se à formação de um fórum permanente de pesquisa, investigação, análise da mídia brasileira, em particular, do estado de Minas Gerais, com o resgate histórico das conjunturas específicas em se operaram as intervenções midiáticas. Ao mesmo tempo, se propõe à recuperação e digitalização de alguns acervos que ainda não foram recuperados por instituições públicas e privadas. Em três anos de atividades, foram digitalizados e disponibilizados os acervos completos do jornal De Fato e do almanaque Humordaz, ambos circularam na década de 1970, em Belo Horizonte. Na mesma situação estão 27 edições, das 32 que foram editadas, do Almanaque Fradim, do cartunista Henfil, que somam mais de 1200 páginas. Estão disponíveis para consulta em www.extensao.una.br. Estes acervos são objeto de pesquisa de professores, investigadores e alunos, que redundaram na produção de Trabalhos de Conclusão de Curso, Trabalhos Interdisciplinares, elaboração de artigos científicos que, em alguns casos, foram apresentados em congressos e simpósios e também foram publicados em revistas científicas do campo da comunicação. As instituições da mídia estão inseridas na cultura e na história de povos, nações, regiões e localidades. São fruto destas culturas específicas e, ao mesmo temo, ajudam a constituí-las, em uma relação dialética. No primeiro princípio da Carta da Terra, artigo terceiro, Respeitar e cuidar da Comunidade e da Vida, a alínea A diz: “Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial”. Portanto, o direito às informações, aos arquivos, aos documentos históricos de uma determinada comunidade são partes constitutivas para que os cidadãos conheçam a sua história, os fatos e os elementos culturais, políticos e sociais nos quais foram gestados. Nesse contexto, conhecer e analisar os meios de comunicação, em particular a imprensa, é um direito do brasileiro. Em particular, à comunidade acadêmica e cientifica é preponderante os estudos particulares sobre os diversos meios e o ambiente em que estiveram e estão inseridos. Ao mesmo tempo, aos cursos de comunicação, tais estudos são de especial importância, para o entendimento e a reflexão acerca do presente e do passado, no diálogo permanente que deve existir entre o ontem e o hoje na construção do futuro.. Para os cursos de Comunicação Social, em particular, de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda, a reflexão crítica acerca dos meios de comunicação é fundamental para a orientação do futuro profissional, para que sua formação esteja calcada nos princípios da ética, da cidadania e do direito à informação. O conhecimento da trajetória do Jornalismo e da Publicidade veiculada nos meios jornalísticos, suas evoluções técnicas, as linguagens utilizadas, as imagens construídas, o papel desempenhado pelos meios em cada momento histórico traz ao aluno a possibilidade de refletir e agir de acordo com parâmetros da ética e da responsabilidade social. Cabe ressaltar, entre as justificativas do projeto, a contribuição social que poderá ter o Centro para a comunidade acadêmica, em geral, e para o cidadão se informar e conhecer a historia de seu país, de seu estado e de sua cidade e o papel das mídias na construção social. O presente projeto de extensão está em consonância com as principais diretrizes curriculares do projeto pedagógico do curso de Jornalismo Multimídia da UNA, dentre elas: Na apresentação da ênfase multimídia do curso, destaca-se que “o profissional de comunicação deve preparar-se para compreender a dinâmica dos meios, explorando as especificidades de cada um e, eventualmente, tratando o material jornalístico para o conjunto de diferentes mídias disponíveis para circulação das informações”. Neste sentido, este projeto contribuirá em grande medida para esta preparação dos alunos e professores do curso. Dentre os Objetivos específicos do PPC, o projeto em questão contribuirá sobremaneira para concretização de dois deles, a saber: - “Despertar nos alunos uma visão crítica sobre a realidade social, econômica e cultural na qual eles se inserem, assim como sobre o papel da comunicação social e do Jornalismo nesse contexto”. O Projeto também está em consonância com o Projeto Pedagógico do curso de Publicidade e Propaganda da UNA. Ressaltam-se “Esta nova forma de se pensar a aprendizagem significativa está voltada, portanto, para a articulação da teoria com a prática por meio da pesquisa (Programa de Iniciação Científica, Programa de Iniciação Tecnológica, TCC, monografias, etc.” (2009, p. 10). “O aluno da UNA deve ser capaz de entender e analisar criticamente aspectos determinantes para a sua formação humana: história, filosofia, sociologia, ética, educação e cultura, enfim, estudos que contemplam a formação do indivíduo enquanto ser social e sua interferência na sociedade.” (2009 p.. 13). As instituições da mídia estão inseridas na cultura e na história de povos, nações, regiões e localidades. São fruto destas culturas específicas e, ao mesmo temo, ajudam a constituí-las, em uma relação dialética. No primeiro princípio da Carta da Terra, artigo terceiro, Respeitar e cuidar da Comunidade e da Vida, a alínea A diz: “Assegurar que 167 Eixo 1 as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial”. Portanto, o direito às informações, aos arquivos, aos documentos históricos de uma determinada comunidade são partes constitutivas para que os cidadãos conheçam a sua história, os fatos e os elementos culturais, políticos e sociais nos quais foram gestados. Nesse contexto, conhecer e analisar os meios de comunicação, em particular a imprensa, é um direito do brasileiro. Em particular, à comunidade acadêmica e cientifica é preponderante os estudos particulares sobre os diversos meios e o ambiente em que estiveram e estão inseridos. Ao mesmo tempo, aos cursos de comunicação, tais estudos são de especial importância, para o entendimento e a reflexão acerca do presente e do passado, no diálogo permanente que deve existir entre o ontem e o hoje na construção do futuro.. Para os cursos de Comunicação Social, em particular, de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda, a reflexão crítica acerca dos meios de comunicação é fundamental para a orientação do futuro profissional, para que sua formação esteja calcada nos princípios da ética, da cidadania e do direito à informação. O conhecimento da trajetória do Jornalismo e da Publicidade veiculada nos meios jornalísticos, suas evoluções técnicas, as linguagens utilizadas, as imagens construídas, o papel desempenhado pelos meios em cada momento histórico traz ao aluno a possibilidade de refletir e agir de acordo com parâmetros da ética e da responsabilidade social. Palavras-chaves: Extensão/ Memória/História/ Mídia/Cultura 168 Eixo 1 CHÁ DE PANELA: UMA CURADORIA DENTRO DE UM PROJETO DE EXTENSÃO Autor(es): Isabela Cristina Mendes Cesário - Universidade do Estado de Minas Gerais, PABLO GOBIRA - ESCOLA GUIGNARD (UEMG), THAÍS GECKSENI -, FRANCES AMARAL O Projeto “Sala de Estar” é um projeto extensionista em desenvolvimento na Escola Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais que busca compor um espaço expográfico, onde a multiplicidade de ações e o compartilhamento interdisciplinar possam fomentar discussões sobre a prática curatorial. Esta iniciativa apresenta uma característica extensionista em interface com a pesquisa e o ensino que gera uma acessibilidade à arte e, também, um estímulo reflexivo sobre a mesma dentro da universidade, de forma aberta e disponível. Possui, em seu sentido amplo, a finalidade de proporcionar trocas de conhecimento, de promover exposições e de instigar a reflexão acerca dos conceitos de curadoria e de ocupação artística através de diálogos e intervenções entre docentes, discentes, servidores técnico -administrativos e pessoas do circuito de interesse artístico. Com o seu desenvolvimento, pretende-se estabelecer um ambiente propício às provocações reflexivas e investigativas acerca do campo expositivo no cenário artístico-cultural. O projeto se organiza por meio de projetos curatoriais realizados por estudantes da área de artes visuais da Escola Guignard. Sua metodologia envolve a problematização do espaço: público, acadêmico, do ensino/pesquisa/extensão. Ele é uma instalação artística site-specific e, ao mesmo tempo, um espaço de exposição criado e habitado pelos discentes, docentes e servidores técnico-administrativos da Escola Guignard/UEMG. Esse espaço é montado com grandes painéis de madeira no hall de entrada da Escola Guignard e permanece nele durante todo o ano de 2015, decorado com elementos de uma sala de estar. A primeira curadoria, “Chá de Panela”, teve como proposta a ativação da “Sala de Estar”, suas motivações, objetivos e propostas. O nome dado à curadoria remete a cumplicidade entre mulheres que apoiam e ajudam a amiga noiva a construir um espaço relacional em sua casa criando uma oportunidade de ser presenteada com utensílios para seu novo lar. A curadoria “Chá de Panela” busca promover e mover o espaço de instalação e exposição que é o “Sala de Estar” dentro da universidade onde serão provocadas questões sobre compartilhamento e pertencimento, e a reflexão desse local de convivência, socialização e troca de referências entre trabalhos dos próprios alunos, docentes e comunidade universitária, seus desejos e proposições para o mesmo. O tema discutido nessa curadoriaconcentra-se na coletividade e compartilhamento. O objetivo é gerar a compressão da importância do conviver e aprender com o outro, através da socialização e trabalho conjunto, de forma transdisciplinar, seus avanços e potenciais.Dessa maneira, o Chá de Panelase desenvolve através de cinco eventos com a temática “coletividade e compartilhamento”, onde todos podem participar ativamente dentro dos contextosapresentados pela curadoria. Ao estilo “festa americana”, os membros da escola têm a oportunidade de ajudar a construir o espaço do Projeto “Sala de Estar” trazendo suas doações de itens decorativos e outros, tais como: xícaras, almofadas, lanches e etc. Além de inaugurar a instalação, o “Chá de Panela” serve para a apresentação do projeto a todos da comunidade universitária. Dessa maneira a programação segueo plano curatorial com as demais ações. E são elas: um sarau onde o diálogo entre diferentes linguagens artísticas e seus desenvolvimentos estéticos e sociais é o orientador dentro de uma proposta interdisciplinar com a música, artes plásticas e literatura, constituindo um evento aberto ao público geral.Também uma exposição com recorte temático “a colaboração na produção de novos sentidos da arte”, onde poderão se inscrever alunos, servidores técnico-administrativos, e membros da Escola Guignard com propostas de trabalho de performance, pintura, escultura, desenho, instalação, cerâmica, fotografia, vídeo. Além disso, um debate a fim de entender o processo de diálogo ea colaboração dentro do campo das artesabordando as reflexões sobre ocupação, pensamento curatorial e experiências dentro da temática.Por fim, realiza-seuma feira de publicações independentes que se propõe ser o espaço para conhecimento dos trabalhos feitos porestudantes. Puderam se inscrever para participar da feira alunos e coletivos formados por pelo menos um dos alunos da escola. A feira abrigará ilustrações, zines, revistas, imagens e toda forma de publicação independente produzidos pelos membros da escola. O evento será aberto ao público. O diferencial da curadoria desenvolvida foia intervenção dos alunos no desenvolvimento de ideias e ativação do projeto. Desenvolvem-se formas de construção de conhecimento num trânsito em meio às artes na constituição de referências comuns de ocupação do espaço da universidade num sentido de pertença local, no acesso à arte e à cultura. Ainda, propôs-se a abertura à produção de arte e na avaliação crítica da mesma, além de provocar inúmeras formas de aprendizagem, elaboração e desenvolvimento de novas pesquisas. Toda a programação gira em torno do tema indicado e criação desses espaços de conhecimento (a sala, a feira, o sarau, a exposição), socialização e troca de referências entre trabalhos dos próprios alunos, docentes e comunidade universitária. O grupo de bolsistas propõe como produtos decorrentes da curadoria a instalação da Sala de Estar, um catálogo virtual da exposição, além da atualização e divulgação das atividades no blog 169 Eixo 1 do projeto (vide: http://projetosaladestar.wix.com/projetosaladeestar). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COELHO, Alberto d’Avila. Instalações interativas computacionais: Exercícios de contemplação interfaceada de sensações. (Dissertação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009. CONDURU, Roberto. Por uma translucidez crítica: pensando a curadoria de exposições de arte. In: JULIÃO, Letícia; BITTENCOURT, José Neves (Orgs). Cadernos de Diretrizes Museológicas 2: Mediação em museus: curadorias, exposições, ação educativa.). Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Minas Gerais, Superintendência deMuseus, 2008. p.70-77. GUADAGNINI, Silvia Regina. Imersão e interação nas instalações interativas de Três artistas brasileiros: Diana Domingues, Equipe interdisciplinar SciArts e Gilberto Prado. (Dissertação) - Universidade do Estado de Santa Catarina, 2007. MARMO, Alena. R.; LAMAS, Nadja. C. O Curador e a Curadoria. In: MARMO, Alena Rizi; LAMAS, Nadja de Carvalho. (Org.). Investigações sobre arte, cultura, educação e memória. Joinville: UNIVILLE, 2012.p. 19-29. MOURA, Sabrina. Perspectiva critica da curadoria. In: Relato do simpósio The Critical Edge of Curating. Museu Guggenheim. Nova Iorque. 2011. RUPP, Bettina. A formação do Curador e Exemplos Percursores de Curadoria Na arte contemporânea. In:RUPP, Bettina.Curadoria na Arte Contemporânea: considerações sobre percursores, conceitos críticos e campo da arte. (Dissertação) – Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, 2010. RUPP, Bettina. O curador como autor de exposições. Revista Valise. Disponível em: Acesso em: <28/07/15> Palavras-chaves: Arte/ Coletividade/ Compartilhamento/ Interdisciplinaridade 170 Eixo 1 CIÊNCIA NA CELA: A SOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO Estudo de caso sobre a temática Alimentação Saudável na Escola Estadual do Presídio José Abranches Gonçalves em Ribeirão das Neves MG Autor(es): ELIZABETH NATALIA SILVA - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernanda Rocha Vasco - UFMG - DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E BIOFÍSICA, Audrey Heloisa Ivanenko Salgado - UFMG - DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E BIOFÍSICA Introdução No Brasil a educação em estabelecimentos penitenciários é um direito e como tal deve ser garantido a todos que manifestam seu desejo de aceder à escolarização. (UNESCO apud Saraiva e Lopes, 2011, p.29). Em espaços de exclusão social as ações de extensão universitária representam ações que ao mesmo tempo em que garantem direitos fundamentais violados, melhoram a qualidade de vida ou de trabalho naqueles espaços e formam profissionais sensíveis à disseminação dos valores democráticos em espaços de confinamento com o objetivo de ressocialização. (Jordão e Wanderley, 2014). Os recursos midiáticos com fins didáticos são utilizados na educação, pois possibilitam a apresentação de sistemas simbólicos os quais evocam diferentes processos cognitivos, resultando em diferentes padrões e modelos de aprendizagem (Mendonça e Guimarães 2008). Também é uma alternativa para promoção de discussões transdisciplinares e transversais vindo a contribuir com a formação social e formal dos apenados, apropriando-se das suas vivências e práticas. Escolhemos os temas da obesidade e hábitos alimentares abordados no documentário “Muito Além do Peso”, de Estela Renner, para essa prática extensionista. O filme intercala infográficos que revelam dados sobre a obesidade infantil no Brasil e no mundo com depoimentos de especialistas e de famílias para provocar a reflexão crítica sobre hábitos alimentares. Objetivos Utilizar do cinema como recurso didático na promoção do aprendizado. Propiciar ao licenciando experiências que contribuam para a prática docente em ambientes diferenciados. Integrar os conteúdos formais escolares à temática do filme. Trabalhar a socialização através da educação. Metodologia O estudo foi realizado na escola do Presídio Feminino José Abrantes Gonçalves, situado em Ribeirão das Neves – MG, com 33 alunas. As detentas são adultas com faixa etária e escolaridade variável. Foi desenvolvida a seguinte sequência didática: Apresentação do tema, pré-questionário, exibição do filme, aula dialógica, dinâmica e pós-questionário. O formato das questões (5) foi de itens associativos às imagens, Verdadeiro ou Falso, percepção de saúde, vocabulário. Limitamos os números de questões abertas a uma no pré-questionário e duas no pós-questionário. As questões foram rearranjadas para terem formato diferente nas duas versões do questionário mantendo a mesma complexidade e aprofundamento. A análise dos questionários considerou aspectos quantitativos do número de acertos, erros e respostas em branco. Resultados A Questão 1 solicitava a correlação de 13 imagens de alimentos à classificação dos alimentos. No pré-questionário o índice de associações corretas foi de 69 %. Os alimentos classificados de forma errada foram Maçã (59%), Batata (58%), Feijão (52%) e Queijo (43%). No questionário pós-filme observou-se maior índice de acerto (≥ 80%) permanecendo o erro apenas para o item Queijo. A Questão 2 do pré-questionário diz respeito a autoavaliação quanto ao biótipo do indivíduo (Como você se vê e como os outros a vêem: magra, gorda ou obesa?). Para avaliar a percepção da imagem corporal foi utilizada escala adaptada de Stunkard et al (1983). A imagem corporal está associada ao bem estar, a formação da identidade pessoal e à saúde. Existem dois gêneros no que diz respeito à imagem corporal: como ele se vê e a sua imagem vista pelos demais. Quanto maior for essa distância poderão ser potencializados os sentimentos negativos e a baixa autoestima, afetando significativamente a qualidade de vida e a saúde. A distorção da imagem real pode levar a comportamento alimentar inadequado vindo a constituir um fator de risco para o desenvolvimento de doenças e transtornos alimentares específicos (bulimia, anorexia nervosa e obesidade mórbida) como destacado por Leonhard e Barryrelatam, 1998. Os trabalhos sobre medidas de percepção da imagem corporal têm utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC) dado pelo peso (kg)/altura2m como indicador do estado nutricional (Kakeshita, Almeida, 2006). Nossa amostra ficou assim distribuída: quanto a autoimagem: 30% se acham magras, 10% gordas e 58% normais. Em relação à percepção do outro foi de que o outro me percebe magra (42%), me percebe normal (40%) e me percebe gorda (10%). O IMC foi feito apenas para algumas alunas uma vez que poucas dominavam o conteúdo matemático. A abordagem sobre Saúde foi feita em questão aberta. No pré-questionário foi feita a pergunta: “Você se considera uma pessoa sadia? Justifique” e, no pós-questionário: “Quais são as características de uma pessoa saudável?”. 76% das alunas detentas se consideraram sadias. Ser saudável está associado à dieta adequada (38%) e não apresentar doença (26%), aparecendo outras justificativas em menor prevalência. Para avaliar o vocabulário e conceitos associados à alimentação foram elaboradas questões, com lacunas seguidas do conceito ou questões de falso verdadei- 171 Eixo 1 ro. As alunas deveriam preencher as lacunas com termos (obesidade, caloria, carboidrato). Foi grande o número de respostas em branco (≥33%) para o pré-questionário sendo 0% de acerto para o termo caloria, 6% de acerto para o termo carboidrato e 6% de acerto para o termo obesidade. Para o pós- questionário o índice de acerto foi ≥ 87. O aumento mundial do consumo de açúcares pode constituir a base da epidemia de obesidade e diabetes (Waitzberg. et al, 2013). Há dificuldade, por parte da população em geral, em identificar as fontes de carboidrato (pães, farinhas, massas, bolos, biscoitos, cereais matinais, arroz, tubérculos). A última questão dos questionários procurou identificar o conhecimento sobre açúcar, açúcar escondido e carboidrato. A associação de ilustrações de alimentos ao termo açúcar foi feita corretamente apenas para os alimentos doces. Massas, arroz, tubérculos não foram reconhecidos como fonte de açúcar. Considerações finais: Os conteúdos abordados no documentário permitiram a problematização de uma forma interdisciplinar, trabalhando conceitos de saúde, biologia e matemática. Durante a aula dialógica foi nítida a interação entre os conhecimentos abordados com aqueles trazidos e vivenciados pelas detentas. Além da análise dos questionários, o comportamento interativo observado durante a dinâmica, os relatos das detentas sobre suas experiências de vida, dieta na prisão e fora dela, os comentários e críticas de trechos do documentário mostraram o acerto da escolha do tema e da abordagem. Houve discussão sobre a função social da instituição quanto à oferta adequada da alimentação no ponto de vista nutricional e dietético. A universidade deve estar atenta da necessidade de formar professores preparados para ensinar em ambientes diferenciados, com aqueles em penitenciárias, num processo em que a educação resgata vidas e é motivo de remissão da pena do prisioneiro. Esse relato de caso integrou a extensão ao ensino e à pesquisa, através do estabelecimento de uma relação com um setor da sociedade, aqueles dos privados de liberdade, procurando atuar na formação de licenciandos preparados com essa realidade e contribuindo para o ensino aprendizado desse grupo de pessoas. Referências Bibliográficas ______, LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394 de 20/12/96. São Paulo: Saraiva, 1997. ABUD, Kátia Maria. A construção de uma Didática da História: algumas idéias sobre a utilização de filmes no ensino. História. São Paulo, v.22, nº 1, Franca, 2003. BARROS, Ana Maria de. A educação penitenciária em questão: notas para uma metodologia. Available from https://www.ufpe. br/ppgdh/images/documentos/anamb2.pdf, access on 28 Aug. 2015 BRASIL, Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA-, e dá outras providências. Brasília, DF: 13 de julho de 2006. JORDÃO, Maria Perpétua Socorro Dantas; WANDERLEY, Paula Isabel Bezerra Rocha. Revista Eletrônica de Educação, v. 8, n. 2, p. 373-387 2014 KAKESHITA, Idalina Shiraishi; ALMEIDA, Sebastião de Sousa. Relação entre índice de massa corporal e a percepção da auto-imagem em universitários. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 3, p. 497-504, June 2006 Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102006000300019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 28 Aug. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0034891020060003000 LEITE, José Ribeiro. Educação por trás das grades: uma contribuição ao trabalho educativo, ao preso e à sociedade. 1997. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Unesp, Marília, 1997. LEONHARD ML, BARRY NJ. Body image and obesity: effects of gender and weight on perceptual measure of body image. Addict Behav. 1998;23(1), pp 31-4. MENDONÇA, J. Ricardo; GUIMARÃES Flávia P. Dos quadros aos “QUADROS” o uso de filmes como recurso didático no ensino do curso de administração. FVG. Cadernos EBAPE. Agostos de 2008. A Educação como prática da liberdade. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. SARAIVA, Karla. LOPES, Maura Corcini. Educação, inclusão e reclusão. Currículo sem Fronteiras, v.11, n1, PP.14-33, Jan/Jun 2011 SAVIANI, D. Escola e Democracia. 40 ed. Polêmicas do Nosso Tempo. SP: Autores Associados 2008. STUNKARD AJ, SORENSON T, SCHLUSINGER F. Use of the Danish Adoption Register for the study of obesity and thinness. In: Kety SS, Rowland LP, Sidman RL, Matthysse SW, editors. The genetics of neurological and psychiatric disorders. New York: Raven, 1983;pp115-20. WAITZBERG, Dan L. et al. Obstáculos para a implementação governamental de dietas saudáveis com base científica e como superá-los. Estudos Avançados, São Paulo, v.27, n.78 p.133-152, 2013. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010340142013000200010&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Aug. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142013000200010. Palavras-chaves: saude/ensino/formação docente/metodologia 172 Eixo 1 CIRCO CORAGEM”: UMA PROPOSTA EXTENSIONISTA PARA O ENSINO DAS ATIVIDADES CIRCENSES PARA CRIANÇAS Autor(es): GILSON SANTOS RODRIGUES - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), ELAINE PRODOCIMO - FEF-UNICAMP, TERESA ONTAÑÓN BARRAGÁN - FEF-UNICAMP, MARCO ANTONIO COELHO BORTOLETO - FEF-UNICAMP SANTOS RODRIGUES, Gilson 1, 2; PRODOCIMO, Elaine 1; ONTAÑÓN, Teresa Barragán 1, 2; BORTOLETO, Marco Antonio Coelho 1, 2. 1Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas – FEF - UNICAMP 2 Grupo de Estudo e Pesquisa das Artes Circenses – CIRCUS Financiamento: Pró-Reitoria da Pesquisa (PRP) - UNICAMP / Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Científica - PIBIC/CNPq Resumo Debatemos nessa oportunidade a proposta de ensino das atividades circenses desenvolvida no projeto de extensão universitária na FEF -UNICAMP, ao longo do segundo semestre de 2014. Os dados foram obtidos a partir de uma observação participante em 16 aulas bem como por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas junto a três professores/monitores e ao coordenador do referido projeto. Para a análise e interpretação dos dados utilizamos o referencial da análise de conteúdo e da triangulação dos dados. Entre os principais resultados destaca-se que as atividades como jogos, rodas de conversas, e, criação e apresentação de coreografias reforçaram um contexto de ludicidade, diálogo e criatividade, que também foi reportado pelos entrevistados. O jogo, as explorações livres, os trabalhos em grupo, o uso de imagens e vídeos foram estratégias pedagógicas usadas para abordar o ensino dos saberes do e sobre o Circo. Foi observado ainda que a mediação pedagógica reforçou as conversas coletivas, as vivências circenses e a socialização. Os alunos, em sua maioria, demonstraram e manifestaram motivação, interesse e gosto em participar das atividades. Ao longo das aulas suas vivências, questionamentos e argumentações sobre o circo tornaram-se mais elaboradas, mostrando que o projeto de extensão universitária em questão torna-se um importante espaço para aproximar a comunidade aos saberes circenses. 1. Respeitável público, o Circo na FEF-UNICAMP! Desde sua criação em 1985, a Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas - FEF-UNICAMP têm as atividades de Extensão Universitária, junto ao ensino e pesquisa, como pilares indissociáveis de atuação e produção de conhecimento na área de Educação Física (UNICAMP, 2014; FEF-UNICAMP, 2015b). Mas foi na década de 2000 que as atividades circenses ganharam maior visibilidade e destaque na instituição. Em 2006 foi constituído o Grupo de Estudo e Pesquisa das Artes Circenses – CIRCUS (FEF-UNICAMP, 2015a), que sintetizou o interesse da Educação Física pelo Circo, pois o entende como patrimônio cultural da humanidade (BORTOLETO; MACHADO, 2003). Semestralmente a FEF-UNICAMP oferece diversos cursos de extensão à comunidade, entre eles, os cursos de Circo e o projeto “Atividades Circenses para crianças”. Sob supervisão do CIRCUS, este projeto oferece práticas e vivências circenses à crianças da comunidade interna e externa à UNICAMP (FEF-UNICAMP, 2015a). Este projeto possibilita também a vivência de uma prática pedagógica aos estudantes da faculdade, enquanto oferece à comunidade práticas corporais nas dependências da instituição, e viabiliza uma proposta de ensino das Atividades Circenses em âmbitos educativos, defendida pelo CIRCUS e descrita por Bortoleto (2008; 2010), Bortoleto et. al. (2011b), Ontañón et. al. (2013). Neste sentido, este estudo de caráter qualitativo objetivou observar, descrever e analisar o referido projeto durante o segundo semestre de 2014, tratando ainda de destacar a proposta pedagógica empregada. 2. Por trás do picadeiro. Para levantamento de informações utilizamos os métodos de observação participante, foram produzidos relatórios de campo após cada uma das 16 aulas observadas, por quatro meses; e entrevistas semiestruturadas com 3 professores e o coordenador do referido projeto. Para a interpretação e análise dos dados usamos a Análise de Conteúdo (LAKATOS; MARCONI, 1991) e a Triangulação de Dados (FLICK, 2009). Com o material coletado, realizamos a leitura e destaque dos temas significantes, definimos as categorias analíticas e agrupamos os temas nas categorias, posteriormente relacionamos as entrevistas e os diários de campo com a literatura. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp sob o parecer 786. 757, datado de 07 de agosto de 2014, e o TCLE foi assinado pelos pais/responsáveis dos participantes (menores de idade), bem como pelos professores/monitores e coordenador entrevistados. As aulas ocorreram todas as segundasfeiras de agosto à novembro de 2014, com carga horária 90 minutos/aula. O espaço utilizado foi o Laboratório Integrado da FEF (LABFEF), que oferece ainda os seguintes materiais/equipamentos: - Materiais de malabarismos: bolas, claves, aros, pratos chineses, chapéus etc. - Materiais de acrobacias aéreas: cordas, trapézios, tecidos, colchões. - Material de equilíbrio sobre objetos: bola de equilíbrio, rola-rolas, arame fixo, perna de pau. - Outros materiais: kit de maquiagem circense, paraquedas, bolas, entre outros O projeto teve 15 alunos inscritos, todos filhos de funcionários ou alunos da UNICAMP, com idades compreendidas entre 6 e 12 anos. Cinco deles eram remanescentes de edições anteriores do projeto. Os professores/monitores eram todos estudantes da FEF-UNICAMP, e com tempos de experiência distintos 173 Eixo 1 no projeto (de 6 meses à 4 anos). As aulas foram agrupadas em três módulos: vivências das modalidades circenses (acrobacias, malabares, equilíbrios, aéreos e encenação), aulas temáticas do Circo (jogos circenses, história do Circo, gincana circense, aulas com os pais etc.), e aulas-ensaio para a preparação da apresentação final. 3. E com vocês, o Circo Coragem! Foi observado que as atividades propostas pelos professores variaram entre jogos, rodas de conversas, criação e apresentação de números e jogos circenses, organização de materiais, pesquisa extra aula e ensaios. Os professores reportaram que o ambiente criado reforça a ludicidade, o diálogo e a criatividade. Foram observados jogos malabarísticos, clownescos, acrobáticos, funambulescos, mas a maioria deles se enquadraram na categoria jogos diversos. Esta última categoria foi redefinida de Bortoleto et. al. (2011), como conjunto jogos e brincadeiras que enfatizam primariamente o valor simbólico do Circo em detrimento das ações motoras típicas das modalidades circenses. Foi reportado que o jogo é uma boa estratégia pedagógica quando atrelado à um contexto que valoriza a ludicidade, porém, não foi a única utilizada. Foi observado que o jogo, as ajudas, as demonstrações de técnicas, exploração livre de materiais, o jogar junto aos alunos, a orientação guiada, a criação de ateliês, foram estratégias usadas para abordar as vivências circenses, e, a conceituação, o uso de fotos e vídeos e os brainstormings foram estratégias usadas para abordar os saberes sobre o Circo. A mediação pedagógica reforçava conversas coletivas, vivências das modalidades circenses, criação coletiva de apresentações e jogos e a socialização. O principal resultado foi a criação coletiva entre alunos e professores de uma coreografia, que foi apresentada no “XX Festival Coisas da FEF” na FEF-UNICAMP. Notamos que as vivências, questionamentos e argumentações dos alunos sobre o Circo se tornaram mais elaboradas ao longo das aulas. Eles demonstraram êxito na realização das atividades e jogos, e nos diálogos com os professores manifestaram gostar das atividades, jogos e aulas. Ao longo das aulas foi demonstrada maior motivação, confiança e iniciativa nas atividades e jogos realizados, o que indica que a proposta do projeto foi assimilada pelos alunos. 4. “Até já, até breve, até logo” As aulas proporcionaram vivências e conhecimentos do e sobre o Circo reforçando o lúdico, o artístico, o diálogo, a autonomia e a criatividade. O jogo é uma importante estratégia pedagógica em um contexto em que uma mediação pedagógica o valorize e potencialize seu valor educativo mas não a única. A proposta pedagógica estudada foi incorporada pelos alunos durante as aulas. Entretanto, mais estudos são necessários para difundir e discutir tal proposta entre os professores de Educação Física. A incorporação das Atividades Circenses em projetos educativos não deve ser feita de forma simplista, desconsiderando o caráter histórico, artístico, estético, ético, crítico e de segurança. Nesse sentido, o grupo CIRCUS vem estudando propostas pedagógicas, metodologias e estratégias de ensino, jogos e atividades, e suas adequações aos distintos públicos e objetivos, e os projetos de extensão universitária vem se mostrando um campo fértil para essas investigações. O projeto estudado está possibilitando por meio da linguagem circense, a aproximação da comunidade com a Universidade. Referencias BORTOLETO, M. A.C. (org.). Introdução à pedagogia das atividades circenses. Jundiaí-SP: Fontoura, 2008. BORTOLETO, M. A.C. (org.). Introdução à pedagogia das atividades circenses – Vol. 2. Várzea Paulista - SP: Fontoura, 2010. BORTOLETO, M. A. C.; MACHADO, G. A. Reflexões sobre o Circo e a Educação Física. Corpoconsciência (São Paulo), Santo André – SP, v. 2, n. 12, p. 36-69, 2003. BORTOLETO, M. A. C.; PINHEIRO, P. H.G. G.; PRODÓCIMO, E. Jogando com o circo. Várzea Paulista, SP: Fontoura, 2011. FEF-UNICAMP. CIRCUS – Grupo de estudo e pesquisa das artes circenses. Disponível em:<http:// www.fef.unicamp.br/fef/posgraduacao/gruposdepesquisa/circus/apresentacao> Acessado em: 23 jul.2015a. FEF -UNICAMP. O PAPEL DA EXTENSÃO NA TRILOGIA UNIVERSITÁRIA (juntamente com o ENSINO e a PESQUISA, e os seus mecanismos de ação...). Disponível em: <http://www.fef.unicamp.br/fef/extensao> Acessado em: 23 jul.2015b. FLICK, U. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre, RS: Artmed, 2009. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo, SP: Atlas, 1995. UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. Hélio Costa Junior. Projetos da FEF e do GGBS integram a comunidade com práticas esportivas. 2014. Disponível em: <http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/11/03/projetos-da-fef-e-doggbs-integram-comunidade-com-praticas-esportivas> Acessado em: 23 jul.2015. ONTAÑÓN, T. B.; BORTOLETO, M. A. C.; SILVA, E. Educación corporal y estética: Las actividades circenses como contenido de la Educación física. REVISTA IBEROAMERICANA DE EDUCACIÓN, N. 62, pp. 233-243, 2013. Palavras-chaves: Circo / Extensão Universitária / Pedagogia. 174 Eixo 1 CIUDAD DE DERECHOS Autor(es): JULIO DAHER - Universidad Nacional de Cuyo (UNCuyo), LEANDRO MONTBRUN - 5261658145 Título: PROGRAMA “CIUDAD DE DERECHOS” Autor: D.I. Julio Daher Coautor: Leandro Montbrun INSTITUCIONAL: El Programa “Ciudad de Derechos” (PCD) constituye uno de los objetivos institucionales más relevantes de la Secretaria de Extensión Universitaria (SEU) de la Universidad Nacional de Cuyo en el quinquenio 2016-2021, y se enmarca dentro del Plan Estratégico 2021, en cuya Misión establece que “la Universidad Nacional de Cuyo produce, desarrolla, transfiere e intercambia conocimientos, prácticas y tecnologías acordes con las demandas y necesidades sociales, con las políticas públicas nacionales, regionales y con el propio avance científico”. FUNDAMENTACIÓN: Reafirmando, como sostiene nuestro Estatuto, que “la universidad favorece y realiza la Extensión Universitaria entendiendo como tal la interacción creadora entre universidad y comunidad, mediante la cual el quehacer cultural se vincula estrechamente con el fenómeno social a fin de producir las transformaciones necesarias para el logro de una mejor calidad de vida.”, la Secretaria de Extensión Universitaria promueve la realización de programas que vinculen de forma continua y sistemática a la comunidad universitaria con la sociedad en su conjunto. INTRODUCCIÓN: En este sentido, el programa “Ciudad de Derechos” apunta al fomentar el vínculo permanente y sostenido con la sociedad y sus organizaciones. Esto posibilita y favorece la realización de prácticas que articulen las funciones de docencia, investigación y extensión, generando espacios de formación integral, que presentan abordajes interdisciplinarios y propician el dialogo de saberes académicos y populares. OBJETIVOS GENERALES: Promover la integración de la Universidad, el Estado y la Sociedad al fin de generar el diseño, ejecución y control participativo de las políticas públicas orientadas a dicha comunidad. Producir colectivamente nuevos conocimientos, a partir de un abordaje territorial que fortalezca acciones que integren las funciones de extensión, investigación y docencia. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Construir nuevas agendas de investigaciones y publicaciones a partir de las problemáticas emergentes de la realidad social. • Procurar la inserción curricular en materias y cursos de las distintas Facultades e Institutos a partir de la utilización del presente programa como plataforma para su trabajo de campo. • Articular diferentes recursos humanos y materiales con que cuenta la Universidad a fin de contribuir a la mejora en la calidad de vida de la comunidad involucrada. • Volver más sólidos los vínculos entre la Universidad y la Comunidad a través de convenios de cooperación que den continuidad a las políticas extensionistas. • Trabajar de forma mancomunada con los agentes del gobierno local que actúan en dicha comunidad a fin de llevar a cabo proyectos que de forma conjunta se decidan implementar. • Sistematizar las experiencias de extensión universitaria que se desarrollen en el marco del programa. LOCALIZACIÓN Nos proponemos el desarrollo de prácticas extensionistas y la presencia sostenida de la Universidad en el “Barrio Olivares”. El mismo está localizado en la Ciudad de Mendoza. Limitando al Oeste con la Universidad Nacional de Cuyo, al Este con el Barrio Soberanía Nacional, en su extremo Sur con el barrio Flores Oeste y al Norte con el campo Flores Sur. MUNICIPALIDAD DE LA CIUDAD DE MENDOZA El municipio, a través del Centro Integrador Comunitario, y los distintos establecimientos con que cuenta en la zona, se convierte en un actor clave en el abordaje de las diversas problemáticas y en especial a la hora de brindar respuestas a las demandas prevalentes de la ciudadanía. Promover la integración de la Universidad, el Estado y la Sociedad apunta a lograr el diseño, ejecución y control participativo de las políticas públicas orientadas a dicha comunidad. Desde la Universidad, buscamos aportar herramientas de diagnóstico, recurso humano capacitado y conocimiento científico para mejorar la intervención comunitaria que realiza el municipio. LA MESA DE GESTIÓN La gestión participativa y el trabajo en red son otro de los pilares constitutivos del presente programa. La incorporación de la “mesa de gestión” como principal institución articuladora del mismo, se inscribe en el principio que apunta a la optimización de recursos humanos y materiales, a fortalecer el potencial del barrio y al abordaje integral de problemáticas comunes. El objetivo de esta metodología de trabajo, es generar un dialogo no paternalista, capaz de romper roles estereotipados entre educadores y educandos, poniendo en pie de igualdad a cada uno de los actores y estableciendo relaciones dialógicas de enseñanza y aprendizaje mutuo. UNIDADES ACADÉMICAS Las mismas serán las encargadas de promover la incorporación de las Practicas Sociales Educativas en cada una de las cátedras que se desarrollan en su Facultad. A su vez, serán las responsables de coordinar en conjunto con la Secretaria de Extensión Universitaria, los proyectos que se lleven adelante a propuesta de cualquier área o catedra de su respectiva Unidad Académica. METODOLOGÍA Adoptamos como perspectiva metodológica el aprendizaje basado en problemas, donde el sujeto comunitario se convierte en actor principal del programa. La posibilidad de desarrollar procesos fuertemente participativos, mediante los cuales se construyen demandas de forma colectiva, permite el intercambio de saberes populares y académicos. Los principales ejes temáticos de este programa son: • Arte, cultura y educación popular • Promoción, prevención y atención primaria de la Salud • Promoción de derechos • Fomento de la economía social y so175 Eixo 1 lidaria EQUIPOS TERRITORIALES El programa será articulado y coordinado desde el Consejo Asesor Permanente de la Secretaria de Extensión Universitaria, integrado por los responsables de las áreas de extensión de cada una de las Facultades. Los mismos serán los responsables y encargados de convocar docentes, estudiantes y graduados de las Unidades Académicas, quienes en conjunto con los integrantes de la Secretaria de Extension, conformaran los equipos de abordaje territorial La relación con el barrio se construye mediante un equipo territorial, que aborda conjuntamente con organizaciones, vecinos e instituciones locales, los ejes temáticos del programa y se vinculan con las diferentes Facultades, Institutos y áreas de gestión de la Universidad. ACTIVIDADES PREVISTAS: PROYECTO: Medición comunitaria y asesoramiento Jurídico. EJE: Promoción de derechos. ÁREA RESPONSABLE: Facultad de Derecho y Coordinación de asuntos legales. PROYECTO: Escuela de música. EJE: Arte, cultura y educación popular. ÁREA RESPONSABLE: Facultad de Arte y Diseño y Secretaria de Extensión Universitaria. PROYECTO: Programa de oferta académica, orientación vocacional e ingreso. EJE: Arte, cultura y educación popular. ÁREA RESPONSABLE: Todas las Unidades Académicas. PROYECTO: Participación en presentaciones de los Organismos Artísticos. EJE: Arte, cultura y educación popular. ÁREA RESPONSABLE: Secretaria de Extensión Universitaria. PROYECTO: Programa de prevención y promoción de la salud bucal. EJE: Promoción, prevención y atención primaria de la salud. ÁREA RESPONSABLE: Facultad de Odontología. PROYECTO: Relevamiento sanitario. EJE: Promoción, prevención y atención primaria de la salud. ÁREA RESPONSABLE: Facultad de Ciencias Médicas. PROYECTO: Capacitación en oficios para cooperativas de la construcción. EJE: Economía social y solidaria. ÁREA RESPONSABLE: Facultad de Ingeniería. Palavras-chaves: EXTENSIÓN / INCLUSIÓN / INTEGRALIDAD / INTERDISCIPLINA / COMUNIDAD 176 Eixo 1 CLIPPINGS DA EDITORA ABRIL: CATÁLOGO PERSONALIDADES (LETRA A) Autor(es): JULIANA UBEDA BUSAT - Universidade Estadual Paulista (UNESP) Resumo: O presente trabalho tem por objetivo descrever a metodologia utilizada para a produção do primeiro catálogo virtual resultante do projeto Clippings da Editora Abril, já disponível no sítio do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP), da FCL/Assis/Unesp (http://www2.assis.unesp.br/cedap/clipping_abril_intelectuais/), instituição proprietária do acervo, bem como destacar a importância deste material único para a docência, em todos os níveis de ensino, a pesquisa e o conhecimento da história do tempo presente. Introdução No final de 2011, o Cedap recebeu em doação o acervo, composto por oitocentos caixas, intitulado Clippings da Editora Abril. Trata-se de um conjunto de recortes de jornais e revistas, do país e do exterior, organizado em três grandes conjuntos: Assuntos de A a Z, Empresas e Personalidades, cada um deles subdividido em pastas que guardam recortes, arquivados em ordem cronológica crescente, desde meados da década de 1950 até o final dos anos 1990, provenientes de periódicos nacionais e internacionais. Esse material foi selecionado pelo Departamento de Documentação (DEDOC) da Editora Abril para compor um clipping, que pretendia dar conta do que se passava no país e no mundo, de modo a colaborar para a produção de suas próprias revistas, razão pela qual a empresa comparece de modo bastante marginal na amostra. O material provém, sobretudo, de periódicos como O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, Correio Braziliense, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, Le Monde, The New York Times, L’Express, La Republica, entre outros. Esse vasto material passou pelos processos de higienização, organização interna e encontra-se disponível para consulta. Entretanto, o desafio está em organizar instrumentos de pesquisas que possam facilitar o trabalho dos interessados em explorar as múltiplas possibilidades deste acervo.Tendo em vista as dimensões do conjunto documental, decidiu-se iniciar pelo módulo Personalidades, tendo sido selecionados indivíduos com atuação destacada no campo da cultura: artistas, cineastas, escritores, filósofos, entre outros. Para tanto foi criada uma ficha específica de identificação para cada individuo presente no módulo e outra que descreve o conteúdo do que lhe diz respeito. É este material que compõe o catálogo virtual. Objetivos O projeto iniciou-se em abril de 2014, com apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Unesp e é coordenado pela Profa. Dra. Tania Regina de Luca. Atualmente possui um aluno bolsista Proex, dois bolsistas BAAE, além de outros quatro na condição de voluntários, todos do curso de graduação em História. Mesmo trabalhando somente com o modulo Personalidades e selecionando pessoas vinculadas à área cultural, a tarefa ainda assim é imensa. Decidiu-se, então, seguir a ordem alfabética de sobrenomes, o que gerou o primeiro catálogo, dedicado à letra A, com mais de quinhentas páginas e que permite adições das letras subsequentes. O desafio inicial foi o de estabelecer uma metodologia própria para a descrição desse material, que demandou tempo e esforços, mas deu bons frutos, como indica o próprio catálogo já disponibilizado. Para as letras subsequentes, está sendo adotado o mesmo procedimento. Material e Métodos Para a confecção do primeiro Catálogo, foi elaborada a ficha de identificação contendo nascimento, falecimento e pequena biografia, com destaque para sua atuação profissional, o que exigiu pesquisa sobre a vida de cada personalidade selecionada. Tais informações provieram de sítios acadêmicos e dicionários biobibliográficos. Além disso, especificam-se os temas tratados nos recortes e suas datas limite no acervo. A outra ficha, denominada de conteúdo, especifica a quantidade de recortes existente na pasta de cada individuo, detalham-se os temas tratados nos mesmos, as datas, os veículos dos quais provem os recortes e indicam-se os seus autores. Observe-se que esse conjunto selecionado pela Editora fornece uma dada imagem da personagem que integra o acervo, ou seja, pode-se estabelecer que aspectos foram escolhidos para serem arquivados. Essas fichas revelaram-se adequadas e permitiram a descrição sistemática dos sobrenomes iniciados pela primeira letra do alfabeto. Resultados e Discussões O primeiro Catálogo permitiu um conjunto significativo de reflexões. Em primeiro lugar, deve-se considerar que a presença no clipping foi uma decisão dos seus organizadores, ou seja, da Editora Abril que, por algum motivo, julgou importante acumular dados a respeito de determinado sujeito. Foi possível também compor gráficos em termos de gênero e área específica de atuação, aspectos que ajudam a compreender as escolhas realizadas pelos responsáveis. Assim, para a primeira letra do alfabeto, há 209 pastas, relativas a 206 indivíduos, tendo em vista a repetição de três entradas. Desse total, foram selecionados 136 indivíduos, ou seja, 66% do total, dos quais 115 homens e 21 mulheres.Em 2014 foi concluído o primeiro catálogo do conjunto Personalidades, e atualmente está em fase final a letra B. Considerações Finais A Editora Abril foi responsável pela consolidação e ampliação do mercado brasileiro de impressos e produziu os mais diferentes tipos de revistas, já tendo lançado cerca de quatrocentos títulos e acumulado milhões de leitores. É importante ter presente que a empresa edita sete das dez revistas mais lidas do Brasil (MIRA, 2008, p. 8), e que o crescimento deste mercado no país está associado à ação da Abril, desde a sua fundação. Assim, pode-se afirmar que a criação do Clipping, justificava-se pela necessidade de compor um arquivo próprio, capaz de subsidiar os vários impressos produzidos. A importância para a 177 Eixo 1 editora do conjunto reunido sob a denominação de clipping evidencia-se no fato de fragmentos do mesmo terem sido inseridos nas publicações da empresa, como se pode verificar no acervo digital de Veja, a maior revista brasileira no seu gênero em termos de leitores. O fato de o Cedap possuir esse acervo, que é único e que atrai os olhares e o interesse de docentes e pesquisadores de diferentes áreas das Ciências Humanas, torna essencial a produção de instrumentos que o descrevam de forma sistemática. Referências Bibliográficas MIRA, Maria Celeste. O leitor e a banca de revistas: A segmentação da cultura no século XX. São Paulo: Olho D’Água/Fapesp, 2001. Palavras-chaves: História do tempo presente, clippings da Editora Abril, imprensa 178 Eixo 1 COLORES PRIMARIOS Autor(es): MARCELA ANDREA BERNARDI - Universidad Nacional del Nordeste (UNNE), DANTE ARIAS -, MAURO RAMIREZ “COLORES PRIMARIOS” Proyecto de contacto y expresión desde los lenguajes visuales UNIVERSIDAD NACIONAL DEL NORDESTE SECRETARÍA GENERAL DE EXTENSIÓN UNIVERSITARIA CENTRO CULTURAL NORDESTE DENOMINACIÓN DEL PROYECTO: “COLORES PRIMARIOS” INSTITUCIONES QUE PARTICIPAN: UNIVERSIDAD NACIONAL DEL NORDESTE COLEGIOS DE DISTINTOS NIVELES (INICIAL, PRIMARIOS Y SECUNDARIOS) Y MODALIDADES DEL MINISTERIO DE EDUCACIÓN DE LA PROVINCIA DEL CHACO DESTINATARIOS: Alumnos de establecimientos educacionales de todos los niveles de la provincia de Chaco, Instituciones de contención de niños y adolescentes de la ciudad de resistencia. INTRODUCCIÓN Enmarcado en los objetivos de extensión institucional, trabajando los mismos en el territorio vinculante, el área de plástica del Centro Cultural Nordeste dependiente de la Secretaría General de Extensión Universitaria de la Universidad Nacional del Nordeste elaboró el proyecto de expresión desde las artes visuales; “Colores primarios”, para provocar espacios de contacto y reflexión desde los lenguajes artísticos, abriendo marcos para disfrutar de las alternativas que ofrece el arte como continente de aspectos sensibles, afectivos y emocionales de los niños y adolescentes que participen de las experiencias, en los espacios que tocan la realidad de los mismos y en el marco de sus formaciones generales. La universidad Nacional del nordeste desde sus espacios de gestión cultural arma puentes antropológicos artísticos de encuentros interinstitucionales y de acciones con sus comunidades. FUNDAMENTACION: Entendiendo que la expresión personal es un derecho humano inalienable, reconociendo además que las prácticas artísticas pueden generar cambios que mejoren las condiciones de vida de las personas, la Universidad Nacional del Nordeste, dentro de las políticas de promoción impulsadas a través del área artistica del Centro Cultural Nordeste dependiente de la Secretaria General de Extensión Universitaria, plantea este encuentro interinstitucional en diálogo para favorecer la participación y construcción colectiva desde el arte y la pintura, contribuyendo al desarrollo individual de personas que vocacionalmente manifiestan inclinaciones hacia la imagen, encontrando en este espacio, otra alternativa de comunicación y expresión que el arte en sus diferentes disciplinas contiene y ofrece a través de este proyecto. El arte, alternativa básica de este proyecto, funciona cómo válvula liberadora de sentimientos, emociones y deseos de quienes recorren las propuestas de proyecto, desarrollando sus propias capacidades creadoras, aportando alternativas a su formación, actitud frente a la vida y fortaleciendo la construcción de una nueva conciencia de sí mismos y su realidad, pues, encontrarse con el arte, es encontrarse con uno mismo y con los otros dentro de una misma realidad. La modalidad de estas jornadas implica poner en práctica otra manera de ejercitar el verdadero sentido de extensión institucional con nuestra comunidad a efectos de aportar a sus integrantes marcos y valores para su formación ciudadana. La finalidad de estos encuentros es propiciar las condiciones necesarias para que los niños y jóvenes involucrados a través del lenguaje plástico puedan desarrollar sus competencias y habilidades básicas para expresarse a través del lenguaje artístico en una pintura mural a realizarse en las instalaciones de la institución en la que conviven en medio de sus respectivas realidades, dando cuenta de este modo de sus existencias y expectativas. La propuesta apunta a involucrarlos y fortalecer nuevos vínculos con la imagen personal, a efectos de identificar; importancia y significaciones involucradas en el universo del arte materializados en este proyecto, una línea de trabajo que apuesta a la generación de un espacio liberador de sus propias capacidades artísticas. EQUIPO DE TRABAJO Directora: Arq. Marcela Bernardi Docentes: Dante Arias, Elizabeth Bernal Alumnos: No Docentes: Mauro Ramírez OBJETIVOS GENERALES: Propiciar un espacio de expresión en una jornada que pretende re descubrir capacidades creadoras propias, aproximadas desde los lenguajes artísticos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Desarrollar habilidades y competencias de expresión en el lenguaje plástico. Generar presencia de la Universidad Nacional del Nordeste en otros espacios institucionales de nuestra comunidad, a efectos de desarrollar producciones artísticas donde se pongan de relieve la presencia de gestión de las áreas de artes del Centro Cultural Nordeste. ACTIVIDADES: Dentro de la disciplina pintura, los participantes realizarán una pintura de gran formato en una de las paredes de la institución, con la guía y asesoramiento de docentes que acompañaran la actividad en todo lo vinculado a la imagen y técnicas aplicadas. Culminada la pintura se cerrarán las actividades con palabras a cargo de autoridades de las instituciones participantes y los autores de la obra. EVALUACION: La evaluación de la acción se realizará al finalizar la jornada de trabajo, en la misma las autoridades del establecimiento visitado, dejarán sus impresiones sobre la actividad y expondrán opiniones sobre la experiencia. LUGAR: El presente Proyecto se desarrolla en establecimientos educacionales de todos los niveles (inicial, primario y secundario) de la provincia de Chaco, Instituciones de contención de niños y adolescentes de la ciudad de Resistencia. Palavras-chaves: Extensión/Cultura/Artes/Pintura 179 Eixo 1 COMPREENSÕES SOBRE A PROPOSTA INSTITUCIONAL DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UEG Autor(es): LUCIANO FELICIANO DE LIMA - Universidade Estadual de Goiás, MARIA ANTONIA RAMOS DE AZEVEDO - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP/ RIO CLARO. Resumo: Este texto apresenta uma pesquisa em desenvolvimento que objetiva refletir sobre o processo de idealização e realização de ações extensionistas desenvolvidas no âmbito da UEG. Para isso analisam-se as concepções de Extensão Universitária contidas em projetos, de 2013 e 2014, e suas práticas efetivas de organização; busca-se indício de preocupações com uma formação cidadã dos graduandos favorecendo o contato com realidades dificilmente alcançadas nas disciplinas da grade curricular de seus respectivos cursos; procura-se identificar se há um diálogo com outros setores da comunidade, assim como abertura para permitir que as contribuições geradas pela ação favoreçam uma reflexão sobre as práticas universitárias; investiga-se a existência do que pode ser considerado como fator de resistência, condição favorável, ao desenvolvimento de uma atividade extensionista levando em conta o planejamento (justificativa/relevância, fundamentação teórica, objetivos/metas), o desenvolvimento (execução/metodologias e recursos), avaliação sobre o processo. Diante disso, tem-se como meta elaborar um texto reflexivo sobre a abordagem extensionista efetivada por professores e graduandos que desenvolveram projetos de extensão universitária nos anos 2013 e 2014. Introdução A extensão, como uma ação acadêmica, além de estar em um constante processo de definição, e/ou de redefinição, também depende da interpretação dos indivíduos que pretendem desenvolvê-la. Isso pode ser considerado um problema, porque sua indefinição poderia justificar a falta de trabalhos nessa área. Por outro lado, pode-se haver uma vantagem por se abrir um espectro de possibilidades de atuação. Por motivos vários, a extensão vem sendo compreendida e desenvolvida de diferentes formas por instituições de ensino superior. Nesse sentido, a presente pesquisa visa refletir sobre como a proposta institucional da Extensão Universitária é desenvolvida por seus agentes, professores e graduandos. Ao contrário do que se possa imaginar, a extensão não se dá simultaneamente com o nascimento da universidade, ela surge posteriormente como uma resposta às demandas externas ou “extramuros”. Tais demandas reivindicavam uma universidade que se preocupasse com o lazer, a cultura, a capacitação profissional dentre outros, tanto para os universitários quanto para a população em geral. O que se almejava era uma universidade com um forte compromisso social. Na tentativa de responder aos anseios sociais, a universidade assume a prática extensionista como mais uma forma de justificativa para sua existência. Assim, o desenvolvimento dessa nova função compromete-se, ora com os interesses dos dominantes, ora ao estabelecer um diálogo com os menos favorecidos. Nesse movimento, são estabelecidas práticas que esperam aproximar as instituições universitárias a segmentos da sociedade que a ela não se vinculam diretamente (SOUSA, 2010). Freire (2008) no livro Conscientização reforça que, no Brasil, na década de 1950 e início da década de 1960, uma forma de mobilização das massas foi o movimento de Educação Popular. De acordo com ele, nesse período, houve “numerosos procedimentos de natureza política, social e cultural de mobilização e de conscientização de massas, a partir da crescente participação popular por meio do voto [...] até o movimento de cultura popular organizado pelos estudantes” (FREIRE, 2008, p. 19). As pressões sociais, por exemplo, de estudantes e de professores universitários, contribuíram de alguma forma para que os legisladores brasileiros, por meio de documentos oficiais, recomendassem e orientassem o desenvolvimento da extensão universitária pelas universidades públicas. Na legislação educacional de 1931, texto oficial em que o termo extensão universitária aparece pela primeira vez, recomenda-se a extensão como forma de organizar a vida social da universidade por meio de cursos e de conferências de caráter educacional. Em 1968, a Lei 5.540/68 a torna obrigatória em todas as instituições de ensino superior, contudo sem uma tentativa de defini-la ou de promover a construção de um conceito que contemplasse suas possíveis ações. Nessa lei, o princípio da indissociabilidade, previsto para o ensino superior, é contemplado no artigo segundo, porém, relacionado apenas ao ensino e à pesquisa. A constituição de 1988 leva em consideração a Lei 5.540/68 e coloca a extensão como uma das funções da universidade. Estabelecendo, assim, o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão nas universidades brasileiras. Essa lei não caracteriza a prática extensionista, favorecendo diversas interpretações para ações nesse sentido (SERRANO, 2006; FORPROEX, 2007; SOUSA, 2010). Entende-se, nesse trabalho, a concepção de extensão universitária como uma ação indissociável ao ensino e à pesquisa, como um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político, como algo que possibilita um diálogo com outros setores da sociedade. E com essa pesquisa, se buscará compreender as concepções de Extensão Universitária contidas nos projetos e nas práticas efetivas de organização de projetos desenvolvidos na Universidade Estadual de Goiás. Metodologia Para o desenvolvimento da pesquisa serão selecionados projetos submetidos, e deferidos, na Plataforma Pegasus da UEG, com base nos anos de 2013 e 2014. Serão escolhidos, para serem estudados, os projetos que valorizem um diálogo com 180 Eixo 1 a comunidade, viabilizando a produção de novos conhecimentos e a reflexão sobre as práticas universitárias. Além disso, os projetos eleitos para estudos deverão estar relacionados à formação de professores, com estratégias que permitam a multiplicação/difusão das ideias para um grande número de sujeitos. Realizada a seleção dos projetos, serão realizadas leituras dos mesmos visando refletir sobre como são desenvolvidas essas ações extensionistas, ou seja, o que se compreende como projeto de extensão universitária. Também serão realizadas entrevistas com os responsáveis pelos projetos, professor coordenador e aplicados questionários com graduandos, que atuaram como colaboradores nos projetos, para visando entender as concepções de extensão adotadas pelos mesmos. Esses dados serão organizados e agrupados para refletir sobre os objetivos da pesquisa. Para isso, leva-se em conta as considerações de Duarte (2004) quando afirma que nem tudo o que será dito, por exemplo, nas entrevistas, poderá ser considerado como objeto de análise, afinal “do conjunto do material generosamente oferecido a nós pelos nossos informantes, só nos interessa aquilo que está diretamente relacionado aos objetivos da nossa pesquisa, e é isso que deverá ser objeto de leitura” (DUARTE, 2004, p. 219). Assim, Se fará uma seleção de todo o material produzido, separando o que se considerou relacionado aos objetivos, ou seja, tudo aquilo que de interesse da investigação será organizado, em pastas no computador do pesquisador, para facilitar o acesso às notas. Essa organização é útil para recuperar os dados, à medida que se percebe seu potencial e que se tenha em mente o que se pretende refletir. A manipulação desse material será organizado em pastas de computador, sendo uma técnica inestimável oferecendo “uma direção aos esforços após o trabalho de campo e, por isso, tornam manejável algo de, potencialmente, complexo. Ter um esquema é crucial; não importa o esquema particular que escolher” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 232). Principais contribuições científicas As contribuições científicas referem-se ao compartilhamento de saberes referentes às ações extensionistas desenvolvidas no âmbito da Universidade Estadual de Goiás, assim como o fortalecimento de ideias reafirmando a Extensão Universitária como um processo acadêmico que contempla exigências da realidade e contribui com a formação de graduandos, com a qualificação do professor e com o intercâmbio da sociedade. Estimular reflexões sobre a Extensão Universitária como uma forma de contribuir com a formação de profissionais da educação e como forma de difundir e multiplicar ideias viabilizando a utilização das tecnologias disponíveis para ampliar a oferta de oportunidades e melhorar a qualidade da educação em todos os níveis. Valorizar os projetos de extensão dentro da UEG. Compartilhar conhecimentos sobre a Extensão Universitária, desenvolvida na UEG, com a comunidade acadêmica, por meio da apresentação das reflexões desta pesquisa em eventos científicos e em um periódico acadêmico. Referências BOGDAN, R. C.; BLIKEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto, 1994. DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Revista Educar, Curitiba, n. 24, p. 213-225, 2004. Editora UFPR. FORPROEX (FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS). Extensão Universitária: organização e sistematização. Belo Horizonte: Coopmed, 2007. (Coleção Extensão Universitária v.6). FORPROEX (FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICAS BRASILEIRAS). Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, AM, 2012. FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? Tradução de Rosisca Darci de Oliveira. 15. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011. FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3ª edição, 2ª reimpressão. São Paulo: Centauro, 2008. SERRANO, R. M. S. M. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com Paulo Freire, 2006. Disponível em: <http://www.prac.ufpb.br/copac/extelar/atividades/discussao/artig-os/conceitos_de_extensao_universitaria.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2011. SOUSA, A. L. L. A História da Extensão Universitária. 2ª ed. Campinas, SP. Editora Alínea, 2010. Palavras-chaves: Extensão Universitária / Formação Cidadã / Diálogo com a Comunidade 181 Eixo 1 COMUNICAÇÃO INTEGRADA PARA A CÁRITAS ARQUIDIOCESANA DE CAMPINAS: A CAPACITAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS COMO DIVULGADORES DA INSTITUIÇÃO Autor(es): RITA DE CASSIA LUNARDI - Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas Resumo Este Projeto de Extensão nasce da necessidade de uma Instituição da Sociedade Civil, a Cáritas Arquidiocesana de Campinas, de desenvolver práticas comunicacionais para a divulgação de suas atividades voltadas a assistência e a inclusão social de pessoas em situação de rua. Como uma Instituição sem fins lucrativos, necessita de parceiros e doadores para a sustentação e continuidade de suas atividades, sendo assim de vital importância a sua imagem institucional e a credibilidade nos serviços prestados. Utilizando o método de oficinas socioeducativas, o Projeto de Extensão apresenta os fundamentos teóricos e práticos da Comunicação Integrada aos voluntários da Instituição. O objetivo é estimular no grupo uma atuação participativa e autônoma no desenvolver das atividades e funções de divulgadores, mesmo sem terem formação profissional na área. Nos últimos quatro anos de Projeto Extensão a Instituição criou um jornal produzido pelo grupo, reativou sua página no Facebook, está finalizando o seu site, e iniciou uma campanha de doadores de nota fiscal para sustentação financeira entre outras realizações de comunicação. A Instituição ampliou ainda seus serviços, que passou de 16 pessoas atendidas em um abrigo para 63 pessoas, agora em três abrigos, em razão de parceria com o poder municipal. O Projeto evidencia o empoderamento do grupo quanto às práticas comunicacionais e consequentemente, importantes contribuições para a Instituição. Além dos resultados mais objetivos, a Extensão possibilita, neste caso, um círculo virtuoso de solidariedade e exercício da cidadania. A capacitação dos voluntários como divulgadores fortalece a imagem da Cáritas, que contribuir com as pessoas excluídas da sociedade. Introdução Este Projeto de Extensão nasce da necessidade de uma Instituição da Sociedade Civil, a Cáritas Arquidiocesana de Campinas, em conhecer práticas comunicacionais para se relacionar com seus públicos e para divulgação de suas atividades voltadas a assistência e a inclusão social. A Cáritas é um organismo da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) com atuação humanitária e social. Desenvolve três Projetos pioneiros na cidade oferecendo abrigos femininos e masculinos para pessoas que estavam em situação de rua, visando à reinserção social. Como uma Instituição sem fins lucrativos, necessita de parceiros e doadores para a sustentação e continuidade de suas atividades, sendo assim, de vital importância a sua imagem institucional e a credibilidade nos serviços prestados. Foi na Universidade que a Instituição encontrou resposta, por meio de um Projeto de Extensão, para conhecer e desenvolver ações de comunicação integrada. O Projeto que está no seu segundo biênio 2014 - 2015 e tem o objetivo de estimular no público-alvo uma atuação participativa, criativa e autônoma no desenvolver das atividades e funções de divulgadores, mesmo sem terem formação profissional na área. O público-alvo é formado por voluntários com formação diversa como assistente social, professor, diácono, freira, além dos 22 funcionários, totalizando 33 pessoas. Organizações da sociedade civil desempenham um importante papel em defesa dos direitos humanos e inclusões sociais, cooperando com o poder público ou em alguns casos em substituição a ele. Atualmente o protagonismo dos movimentos sociais, como destaca Gohn (2005) ampliou sua atuação também no âmbito da sociedade política, participando em parceria como o Estado. Gohn entende “ participação como um processo de vivência que imprime sentido e significado a um grupo ou movimento social, tonando-o protagonista de sua história” e que de forma crítica e autônoma promove “ a mudança e a transformação social” (GOHN, 2005, p.30). Para um melhor desempenho do fluxo de informações da Cáritas com seus diferentes públicos, como doadores, parceiros, imprensa, entre outros, as ações voltaram-se para uma integração de ferramentas comunicacionais, promovendo a unicidade da mensagem Institucional. De acordo com Ogden e Crescitelli (2007) a Comunicação Integrada é um processo que se vale da somatória das ferramentas como propaganda, relações públicas, jornalismo agindo em conjunto, num esforço de comunicação, de maneira integrada e sinérgica para chegar ao objetivo final, seja ele de imagem, de relacionamento com seus públicos, de divulgação de um evento e de seus serviços, na busca de parcerias, entre outros. É importante também ressaltar que centrado na temática Comunicação, este projeto é beneficiado e valorizado pela indissociabilidade do Ensino, da Pesquisa e da Extensão. Com forte inserção regional, a PUC-Campinas declara em suas Diretrizes da Política de Extensão o compromisso de estabelecer uma relação de solidariedade e reciprocidade com a comunidade, propiciando a leitura crítica da realidade, estimulando a troca e a reelaboração do conhecimento e favorecendo a visão integral da pessoa humana. Metodologia A metodologia utilizada baseou-se em oficinas socioeducativas com o objetivo de estimular o público-alvo para uma atuação participativa e autônoma no desenvolver das atividades de divulgadores. As oficinas foram desenvolvidas, com linguagem simplificada, visando o compartilhamento do conhecimento produzido na área acadêmica. Os temas foram apresentados pela oralidade, meios impressos e eletrônicos, alternando a teoria, para embasamento, argumento e análise 182 Eixo 1 crítica dos participantes, com a prática, para exercitar conceitos e já promover ações para a Instituição. No biênio 2014-2015 as etapas concentraram-se nos conceitos de Marketing: público-alvo, missão, imagem, concorrência entre instituições sociais, análise crítica sobre forças e fraquezas da Cáritas e oportunidades e ameaças no ambiente de atuação. As mídias digitais (sites e redes sociais) também foram foco de estudo, como forma de divulgação institucional. Esta abordagem só foi possível porque como um projeto de continuidade, no biênio 2012-2013 foram apresentas as ferramentas de comunicação como: da propaganda, relações públicas e jornalismo explorando o relacionamento com a imprensa e a produção de um jornal institucional, além do desenvolvimento de peças publicitárias como folder, cartaz, baners. Resultados Quando o projeto de Extensão iniciou em 2012 a Cáritas não dispunha de nenhum material de comunicação e coordenava um abrigo masculino para 16 pessoas. Já no primeiro ano o grupo criou seu Jornal Institucional em comemoração aos seus 20 anos de atuação em Campinas, um conselho editorial é responsável pela redação das matérias. Em 2013 a Instituição recebeu o prêmio Projeto Cidadão, do Jornal Correio Popular de Campinas, destinado a ações sociais inovadoras e que prestam importante serviço na região. No ano de 2014, estimulados pelas oficinas, o grupo ativou sua página do Facebook, aumentou o número de seguidores e de divulgação de suas atividades, promovendo um maior relacionamento com seu público e a sociedade. Outro fato importante foi a ampliação do seu serviço com a criação o abrigo feminino Santa Clara, pioneiro na cidade, com capacidade para 25 pessoas, a convite da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social da cidade, comprovando a confiança e boa reputação da Instituição junto ao poder Municipal. Neste ano, novos desafios, a Cáritas assumiu mais um abrigo masculino, para 22 pessoas e novamente a parceira com a Prefeitura confirma o reconhecimento e a competência da Instituição. Desenvolveram ainda uma campanha de doação de nota fiscal paulista em parceria oito estabelecimentos comerciais e arrecadaram em dois meses R$ 6 mil. Atualmente a Cáritas está finalizando o seu site, elaborado nas oficinas de Mídias Digitais, por seus integrantes, que aprenderam a utilizar uma plataforma gratuita de criação de página na internet. Conclusões O Projeto apresenta bons resultados e evidencia o empoderamento do grupo quanto às práticas comunicacionais e consequentemente, importantes contribuições para a Instituição. Além dos resultados mais objetivos, a Extensão possibilita, neste caso, um círculo virtuoso de solidariedade e exercício da cidadania. A capacitação dos voluntários como divulgadores da Instituição, fortalece a imagem da Cáritas, que amplia o atendimento a pessoas excluídas da sociedade. Como afirma Freire (1985), o extensionista busca estender seus conhecimentos e sua técnica aos homens para que possam transformar e melhorar o mundo em questão. Sob outro aspecto, este Projeto de Extensão que está vinculado a Faculdade de Publicidade e Propaganda da PUC-Campinas, enriquece a atividade do Ensino, já que a proposta curricular do curso pretende confrontar a profissão, claramente ligada à sociedade de consumo e à primazia do mercado, com a ética e a responsabilidade sociais. Neste sentido, a Extensão propicia encontrar soluções baseadas em práticas acadêmicas adaptadas a um determinado grupo, permitindo o diálogo e gerando novos conhecimentos que volta para a academia. Referências Bibliográficas GOHN, Maria da Glória. O Protagonismo da Sociedade Civil:Cortez Editora, 2005. OGDEN, James R. Comunicação Integrada de marketing. São Paulo: PrenticeHall do Brasil, 2002. REGO, Francisco Gaudêncio Torquato. Comunicação empresarial e comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas estrutura, planejamento e técnicas – São Paulo: Summus, 1986. FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. KOTLER, Philip. Marketing para organizações que não visam o lucro. São Paulo: Editora Atlas, 1978. Palavras-chaves: Capacitação de voluntários/comunicação integrada/ Cáritas Campinas 183 Eixo 1 CONFLITOS ARMADOS E MUDANÇA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE CITÉ SOLEIL DO HAITI A PARTIR DOS ANOS 1990 ATÉ HOJE: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA GESTÃO DO PODER POLÍTICO E DO PAPEL DAS RELIGIÕES. Autor(es): JEAN FABIEN - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) O objetivo principal deste artigo, que é o pedaço de uma pesquisa mais ampla sobre um problema crucial, mas muito pouco pesquisado, a saber, os conflitos armados em Cité Soleil, consiste em propor estudar os conflitos armados como elemento de mudança social enquanto a religião poderia ser abordada como espaço sócio-religioso de reconstrução dos elos sociais e de reorganização da vida social entre os indivíduos no acontecimento deste fenômeno. Neste, sucintamente, abordamos a discussão da teoria social do conflito assim como do papel da religião nos conflitos na perspectiva de ver como ela poderia ajudar na análise do caso de Cité Soleil. Em Cité Soleil, município de 22 km², de 252.960 habitantes e de uma densidade de 11.498, 18 hab/km² (IHSI, 2003), situado ao norte da capital Porto Príncipe do Haiti, se desenvolve um fenômeno recorrente: os conflitos armados entre grupos sociais e, às vezes, entre estes e policiais inclusive a Minustah. Sua frequência e repetição tende a mostrar que estamos em frente, primeiro, de um problema sociológico a caracterizar pesquisando estabelecer seu fundamento social, segundo, de um problema de racionalidade que se põe na metodologia da sua gestão política pelo Estado, terceiro, de um campo empírico cheio de atores (atores políticos, religiosos, ativistas sociais, etc.), cujas interações entre si são suscetíveis complexificar a construção do nosso objeto sociológico. A primeira razão de escolher Cité Soleil é que ela representa o baluarte da repetição dos conflitos armados que, sem dúvida, têm impactos negativos na vida social dos indivíduos. A segunda diz respeito à sua posição geopolítica e estratégica enquanto um dos espaços geográficos mais apropriados para analisar esse tipo de fenômeno e o processo de mudança social no qual os conflitos armados desempenhariam um papel importante. Uma das hipóteses a demonstrar no desenvolvimento da pesquisa e que se discute um pouco aqui se refere ao papel de solidariedade social da religião, com efeito, substituindo-se ao Estado enquanto pacificadora e pela causa dos conflitos, a religião se fortalece nos momentos de conflitos e os cultos religiosos se transformam em mercadoria. A análise dessas categorias deve se basear nas teorias do conflito social e do papel da religião nos conflitos. Assim, de maneira concisa, uma reflexão a respeito disso se faz importante. Certo, Cité Soleil é mundialmente reconhecido pela recorrência desse fenômeno social desde 1990, mas precisamos entender, primeiro, que esses conflitos, além de serem sociais, são enraizados a problemas histórico-estruturais muito complexos como intolerância, exclusão social, desigualdade social, desemprego etc., segundo, são problemas políticos que fazem chamada à responsabilidade do Estado de prevenir, gerir, resolver e transformar tais situações problemáticas em oportunidades para a ordem social. Portanto, que, apesar de tudo, participam da construção de uma sociedade mais justa e da criação de melhores relações sociais (SIMMEL, 1983; TARROW e TILLY, 2008). A maioria dos autores contemporâneos abordam os conflitos sociais, sejam eles pacíficos, violentos ou armados, numa perspectiva positiva e construtiva. Tal perspectiva incentiva a considerá-los uma fase normal no processo de desenvolvimento da sociedade e pelo fato de que eles se escrevem no dinamismo social e político de lutas pela inserção social ou ainda pelo reconhecimento a fim de chegar – quem sabe – a uma melhor ordem social O sociólogo alemão Lewis Coser (1967) destacou que os conflitos surgem a partir do momento em que uma instituição ou uma comunidade falha a sua responsabilidade de resolver os problemas considerados como fundamentais por seus membros. Todavia, os conflitos são fenômenos sociais normais na sociedade e têm como a missão de manter a ordem social e fortalecer a organização social. Ele acrescenta que o conflito tem a ver consequentemente com as demandas insatisfeitas da população e os interesses burocráticos lhes são sempre contraditórios (COSER, 1967, p. 34-35). Segundo Christine Marsan, a melhor fonte originária da verdadeira harmonia social se encontra em uma situação de conflito: “A oposição dos contrários é condição da evolução das coisas e ao mesmo tempo princípio da lei. O estado de estabilidade, de concórdia, e de paz, é apenas a confusão das coisas na iluminação geral [...] O que é contrário é útil e é do que está em luta que nasce a mais linda harmonia; tudo se faz por discórdia [...] O combate é pai e rei de todas coisas; de alguns, ele criou deuses, de alguns homens, dos uns escravos, dos outros homens livresˮ (MARSAN, 2008, p. 11). (Nossa tradução). Os conflitos armados em Cité Soleil sofrem de uma interpretação negativa e destrutiva que resulta de uma discriminação dos grupos sociais – jovens na maioria – neles envolvidos. Assim, a visão e a concepção desses autores e de outros pretendem nos convencer de que esses conflitos não são uma fatalidade nem uma anomalia da sociedade haitiana, ainda menos da comunidade de Cité Soleil, mas se inserem num processo de mudança ao qual tem que obedecer o dinamismo da sociedade. De uma maneira geral, a religião é um ator importante nos conflitos, apesar das tentativas de esconder ou esquecer esse papel, como lamenta Katherine Marshall dizendo: “Someone did a survey of over 1, 000 academic articles on conflict, and only three had given systematic attention to the role of religion (MARSHALL, [199184 Eixo 1 ?], p. 1). Com efeito, numa situação de conflito, o papel da religião pode ser analisado de três maneiras muito complexas: primeiro, ela pode estar à origem dos conflitos, segundo, ser uma catalisadora que os instiga e, terceiro, uma mediadora no processo da sua resolução. A estes três parâmetros podemos acrescentar um quarto: o que se traduz por uma certa neutralidade da religião, ou seja, ela, a religião, não é mediadora nem instigadora nos conflitos, mas um ator neutro (Freund, op. cit.). Tudo isso depende do contexto histórico e da conjuntura sócio-política e cultural nos quais o conflito se insere. Não dá para desenvolver aqui estes aspectos, não obstante, segundo Sela e Yakira (2003), Marschall (op. cit.) e Garde (2003), a religião pode ajudar no restabelecimento e no fortalecimento das relações sociais, na busca de uma coesão social e na construção de uma justiça social apesar do nível dos conflitos. No caso do Haiti, a religião predominante e à qual 54, 7% da população pertencem é o catolicismo, depois vêm os baptistas e os pentecostais com respectivamente uma porcentagem de 15, 4% e 7, 9%. Os que se dizem sem religião são de 10, 2%. Porém, a religião popular e enraizada na história social e cultural do país é o vodu: crença, prática religiosas e expressão de resistência e de luta próprias aos antigos escravos de Santo Domingo. Marginalizado e discriminado, é difícil dizer, estatisticamente, o número de crentes que pertencem ao vodu, todavia, ele é tecido à cultura haitiana e representa sua identidade nacional (HURBON, 2002; FRIDOLIN, 2000; GUIGNARD, 1993). Há uma grande fraqueza nos dados estatísticos relativos à quantidade de adeptos e de templos que existem em cada dessas religiões no Haiti em geral, em Cité Soleil particularmente. Todavia, desde 1990 até hoje, temos constatado uma presença cada vez forte delas na comunidade de Cité Soleil, mas sobretudo, viram uma espécie de terapia social para os que sofrem das situações de conflitos e são chamados a vivê-las continuamente. Ou seja, o espaço religioso representa, em situações de conflitos violentos, a arena social na qual se reorganizam a vida social e se reconstroem as relações sociais entre os indivíduos. Este papel se justifica então, de um lado, pela busca dos indivíduos de soluções pessoais aos conflitos, à disposição da religião de oferecer-lhes um espaço apropriado a isso pelas campanhas de evangelização e de proselitismo. Assim, neste fenômeno, o papel da religião poderia ser visto como uma substituição do Estado e como uma consequência da sua fraqueza a controlar e gerir correta e politicamente este fenômeno. Com a metodologia de historia oral (THOMPSON, 1998) e a de sistema de redes aplicado nas entrevistas qualitativas (BOTT, 1976), esta pesquisa contribuirá ao debate sociológico sobre o conflito social, e espera chegar a, primeiro, ressaltar a realidade social que está atrás dos conflitos armados, segundo, propor, numa objetividade metodológica, que estes sejam interpretados e analisados como elementos de mudança social e lutas pela integração social na medida em que seriam abordados e geridos de maneira objetiva e construtiva. Palavras-chaves: Haiti-Cité Soleil / Conflito armado / Religião / Gestão Política / Mudança social 185 Eixo 1 CONSELHOS MUNICIPAIS DE IDOSOS NOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI: EXPERIÊNCIAS DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Autor(es): GABRIELA PESSOA MARQUES - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), MÔNICA FREITAS FERRI - ASSISTENTE SOCIAL E MESTRE EM POLÍTICA SOCIAL PELA UFES. PROFESSORA DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DA UFVJM. COORDENADORA DO NEPE., SIMONE DA CUNH Resumo Este trabalho é resultado de pesquisa acerca da implementação e funcionamento dos Conselhos Municipais do idoso nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. A pesquisa surge a partir da experiência do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre o Envelhecimento (NEPE) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que executou o projeto de extensão universitária intitulado “Controle Social das Políticas Públicas dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri”, este projeto desenvolveu capacitações para conselheiros, gestores municipais e trabalhadores vinculados às políticas de atendimento ao idoso na região dos Vales. Através de pesquisa bibliográfica e de campo, junto aos participantes das capacitações, analisamos a contribuição da extensão universitária para a efetivação dos conselhos municipais do idoso nos Vales. Introdução A Política Nacional do Idoso (Lei 8.842/94) considera idoso a pessoa com idade a partir de 60 anos. Devido aos avanços tecnológicos do último século a população idosa está crescendo no país, a expectativa de vida da população vem aumentando com o passar dos anos. Conforme dados apresentados no último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o Brasil caminha para um novo perfil demográfico devido ao crescimento da população acima dos 60 anos. Segundo o censo de 2010 a população idosa corresponde a 9, 4% da população brasileira. Para Jaccoud (2011) “[...] o envelhecimento é uma das mais significativas transformações sociais que vivenciamos neste início de século”. Tais transformações além de sentidas precisam ser problematizadas e contextualizadas a fim de que possamos planejar nosso futuro enquanto sujeitos sociais e futuros idosos. Concordamos com Bernades (2007) quando ela afirma que A velhice não é uma categoria natural e sim socialmente construída, portanto, não permite um conceito absoluto, possibilitando que uma nova condição seja estabelecida. Logo, envelhecimento é um processo e, assim sendo, é algo que se constrói no transcorrer da existência humana. Esse processo de envelhecimento vem sendo discutido tanto no âmbito internacional quanto no nacional. No Brasil, a partir do período de redemocratização, quando foi aprovada a Constituição em 1988, a sociedade civil organizada começou a discutir as pautas de participação política e proteção social. Em 1994 a pauta do envelhecimento e da proteção especial para a população idosa começou a ganhar mais força com a aprovação da Política Nacional do Idoso (PNI). A criação do Conselho Nacional de Direitos do Idoso (CNDI) em 2002 e a aprovação do Estatuto do Idoso (Lei 10.741 de 1 de outubro de 2003) em 2003 fomentaram a construção de uma rede de articulação das políticas públicas em prol da proteção social dos idosos. Toda essa movimentação atinge também as universidades, tida a sua importância na construção e disseminação do conhecimento. Para Oliveira (2004), o senso comum atribui funções sociais à Universidade, como “produção do conhecimento” e “formação de recursos humanos qualificados”. Considerando essa função social da universidade é que desenvolvemos essa pesquisa enquanto parte de um trabalho articulado entre ensino, pesquisa e extensão na UFVJM. Metodologia Durante a realização de pesquisa foram realizados grupos de estudos periodicamente com os integrantes do NEPE/UFVJM (bolsistas, estagiários e docentes) a fim de aprofundar os estudos sobre controle social, extensão universitária, democracia e envelhecimento. Tais estudos foram feitos a partir das referências bibliográficas que serviram para subsidiar a construção desta pesquisa, desde a construção do instrumento de coleta de dados até a análise dos dados levantados. Os dados foram coletados por meio de questionário que foi enviado junto com uma carta convite e o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), via correio eletrônico, aos participantes das capacitações do projeto de extensão “Controle social das políticas públicas para o idoso nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri”. A identificação dos sujeitos da pesquisa foi feita a partir das fichas de inscrição dos participantes das capacitações. Resultados e Discussões A partir deste trabalho buscamos analisar a contribuição da extensão universitária para a efetivação dos conselhos municipais do idoso nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Sabendo que a construção dos espaços de controle social na região dos Vales não está desassociada do âmbito estadual e nacional, podemos afirmar que o controle social tem passado por momentos de ascenso e de retrocesso. O nível de organização e atuação dos conselhos depende de diversos fatores, dentre eles, a conjuntura política local e o nível de organização da população de cada localidade. A partir da pesquisa realizada, foi possível verificar um esvaziamento nos conselhos municipais de idosos da região. Consideramos que esse esvaziamento tem grande responsabilidade por parte do poder público municipal, visto que os governos municipais têm essa responsabilidade, de fortalecer os conselhos. A legislação no Brasil reconhece o município como responsável pela elaboração das leis orgânicas, quando, para obter o recebimento de recursos destinados às áreas sociais, deve criar seus Conselhos. O local passa a ter um papel fundamental. (BER186 Eixo 1 NARDES, 2007, p. 110) Mas, o que percebemos é que muitos municípios apenas criam as leis orgânicas, não as executam, em muitos casos os conselhos ficam só no papel, pois os governos não têm interesse em fomentar a participação política da população e esta, muitas vezes, não está suficientemente organizada. Bernardes (2007) aponta as contradições existentes na relação entre estado e sociedade civil, onde, os conselhos são estruturas dinâmicas e resultado de luta e de conquista. As contradições existentes na construção do controle social, da participação política, da cidadania são contradições da nossa própria sociedade, são as contradições da sociedade de classes. É importante destacar que a democracia e a cidadania, conforme afirma COUTINHO (2005, p. 2): Devem sempre ser pensadas como processos eminentemente históricos, como conceitos e realidades aos quais a história atribui permanentemente novas e mais ricas determinações. A cidadania não é dada aos indivíduos de uma vez para sempre, não é algo que vem de cima para baixo, mas é resultado de uma luta permanente. Dessa forma, os momentos de recuo na participação política da população no controle social são processos e não se encerram em si, não é porque o conselho não está funcionando hoje que não existe força para fazê-lo funcionar amanhã. Para alcançar um bom nível de organização e articulação da sociedade, apostamos na mobilização, no diálogo e no enfrentamento. Para Faleiros (2011) “[...] se não houver a mobilização das próprias pessoas idosas para confronto de posições e democratização dos conselhos, estes serão mais um órgão burocrático e não uma instancia de defesa de direitos”. Conclusão Através do NEPE/UFVJM, buscamos fomentar o debate acerca do envelhecimento a fim de contribuir com a efetivação das políticas públicas para o idoso nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Acreditamos que o fortalecimento do tripé ensino, pesquisa e extensão é imperioso para que a universidade possa cumprir seu papel social de transformação regional. Através do ensino, pesquisa e extensão, podese construir uma cadeia de conhecimento e transformação social de “mão dupla”, onde a Universidade se beneficia proporcionando experiências de ensino-aprendizado e a sociedade também, ao se alimentar da produção advinda da Universidade. Dessa forma, a universidade se torna um local “[...] privilegiado do saber e do conhecimento e realiza a interlocução com a sociedade, construindo novos e diferentes saberes, num patamar de mediação entre o saber popular e o saber científico” (OLIVEIRA, 2004, p. 2). Em síntese, acreditamos na extensão universitária enquanto instrumento de transformação social e percebemos a necessidade de se “[...] criar as condições para a participação da universidade na elaboração das políticas públicas voltadas para a maioria da população bem como se constituir em organismo legítimo para acompanhar e avaliar a implantação das mesmas” (NOGUEIRA, 2000, p. 122). Considerando que os Conselhos Municipais do Idoso são espaços de controle social das políticas públicas, a pesquisa e extensão universitária nessa área de conhecimento e atuação profissional são de grande importância para a contribuição da Universidade na construção de seu papel social transformador. Bibliografia BERNARDES, A. F. Conselhos de representação: espaços para os idosos se organizarem na defesa de seus direitos. São Paulo: Revista Kairós, dez-2007, p. 107-121. BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei 10741 de 01 de outubro de 2003. BRASIL. Política Nacional do Idoso. Lei 8842 de 04 de janeiro de 1994. COUTINHO, C. N. Cultura e Sociedade no Brasil: ensaios sobre ideias e formas. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. FALEIROS, V. de P. Fortalecimento e Integração dos Conselhos: Participar e Comprometer-se com a Defesa dos Direitos das Pessoas Idosas. In: Revista dos Direitos da Pessoa Idosa: o compromisso de todos por um envelhecimento digno no Brasil. Presidência da República; Secretaria de Direitos Humanos. Brasília/DF, 2011. JACCOUD, L. de B. Envelhecimento e política de Estado: pactuando caminhos intersetoriais. In: Revista dos Direitos da Pessoa Idosa: o compromisso de todos por um envelhecimento digno no Brasil. Presidência da República; Secretaria de Direitos Humanos. Brasília/DF, 2011. NOGUEIRA, M. D. P. (org.). Extensão universitária: diretrizes conceituais e políticas. Belo Horizonte: Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas/ UFMG, 2000. OLIVEIRA, C. H. Qual é o papel da extensão universitária? Algumas reflexões acerca da relação entre Universidade, Políticas Públicas e Sociedade. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte: 2004. Palavras-chaves: Envelhecimento/ Extensão Universitária/ Controle Social 187 Eixo 1 CONSUMO CONSCIENTE EM COMPRAS NO VAREJO: DISCURSO VERSUS PRÁTICA Autor(es): Kavita Hamza - Universidade de Sao Paulo (USP), GUSTAVO AIRES TIAGO - FEA USP Este projeto foi desenvolvido para ser uma ligação entre pesquisa e extensão. Muito se critica em nossa sociedade, que as pesquisas acadêmicas ficam restritas às universidades. Portanto, aqui o intuito era promover uma pesquisa e posteriormente levá-la para discussão junto à comunidade em geral. A pesquisa foi conduzida pela Profª Drª Kavita Miadaira Hamza (FEA USP), com o apoio da aluna de mestrado Denise de Abreu Sofiatti Dalmarco (FEA USP) e do aluno de graduação, bolsista do “Aprender com Cultura e Extensão”, Gustavo Aires Tiago (FEA USP). O objetivo deste projeto (10858) foi compreender o atual retrato sobre a lacuna existente entre este discurso idealizado de afinidade com o consumo mais consciente por parte dos consumidores, e o comportamento efetivo que eles apresentam ao comprar e consumir bens de consumo. Foram ainda analisados temas correlatos, como: Os hábitos dos consumidores em relação às práticas sustentáveis O grau de conscientização em relação ao poder que os consumidores têm por meio de seu poder de escolha Se existe a prática de buscar informações sobre a origem dos produtos que compram As principais barreiras que os consumidores enfrentam na identificação e escolha de produtos sustentáveis Foram visitadas, entre Outubro/2014 a Maio/2015, 408 residências visitadas, em 4 regiões brasileiras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste). Foram tiradas fotos do que efetivamente denotava um comportamento sustentável na residência. Os resultados foram apresentados no evento de Cultura e Extensão “2º Encontro da Sustentabilidade”, em Agosto/2015. O público do evento foi composto por: alunos de graduação e pós-graduação de diversas faculdades, docentes, ONGs, empresas e poder público. Para as palestras de abertura e encerramento foram convidados o Vereador Ricardo Young (PPS), o Presidente do Instituto Akatu Helio Mattar, e o Professor Ricardo Abramovay. Além das palestras, o evento contou ainda com o desenvolvimento de soluções criativas, via metodologia Design Thinking, para 3 desafios relacionados ao Consumo Sustentável. Para a definição destes 3 desafios, foram convidadas 3 organizações que trabalham estas temáticas em seu dia a dia. Desafio 1 – Instituto Akatu Como fazer o consumidor assumir um novo comportamento, que seja permanente, em relação ao não desperdício do consumo de água? Desafio 2 – Alinha + Aliança Empreendedora Como promover o consumo consciente na cadeia de produção de uniformes escolares? Desafio 3 – Grupo Pão de Açúcar Como aumentar o conhecimento do consumidor sobre consumo sustentável do pescado? As soluções desenhadas para os desafios, pelos participantes, ajudarão estas organizações no engajamento dos consumidores nestas temáticas. Também foram apresentados no evento, os resultados da pesquisa realizada nas residências, que são brevemente relatados a seguir. Tais resultados foram debatidos com os palestrantes e com a plateia de forma geral. Eles serviram como uma prévia discussão sobre o tema do consumo sustentável, antes que os participantes pudessem trabalhar nas temáticas apresentadas anteriormente. 1ª parte: Comportamentos sobre Consumo Sustentável Os resultados da pesquisa indicam que a grande maioria dos comportamentos tem uma média abaixo de 3, mostrando que os consumidores não tem o hábito de realizá-los. A pesquisa foi denominada Discurso x Prática, pois a intenção foi comparar os resultados das visitas às residências, com uma pesquisa realizada, via questionário online, entre 2011 e 2014. As afirmações eram as mesmas da 1ª parte do questionário. Em 6 dos 12 comportamentos analisados, houve diferença significativa das médias. 2ª parte: Conhecimento e Compra de Produtos com Selos Sustentáveis Foi perguntado para os consumidores que nota (de 1 a 10) dariam para o seu nível de conhecimento sobre selos sustentáveis. A nota média foi muito baixa: 2, 4. 81% dos respondentes reconhecem que não conhecem os selos sustentáveis. Entre os selos conhecidos, o mais citado é o Selo Orgânico. Considerações Finais da Pesquisa Percebemos que os consumidores brasileiros ainda não conseguiram incorporar comportamentos de compra, consumo e descarte mais sustentáveis. Isso se deve, segundo eles próprios, por falta de hábito, por nunca terem pensado a respeito de algumas ações que poderiam realizar, e por algumas destas ações serem muito trabalhosas. Outra pesquisa, realizada em 2015 pela Profª Kavita Hamza e pela aluna de Iniciação Científica Elen Ticianelli, identificou que as principais barreiras ao Consumo Sustentável são: altos preços, pouca diversidade, lealdade a marcas que já consome, e dificuldade para encontrar produtos sustentáveis. Palavras-chaves: Sustentabilidade / Consumo Sustentável 188 Eixo 1 CONTEXTO DE SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UM ESPAÇO QUE ALIA PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SANTA MARIA Autor(es): FELIPE FARRET BRUNHAUSER - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), FELIPE RIOS PEREIRA - ESCOLA ESTADUAL DO ENSINO MÉDIO WALTER JOBIM - SANTA MARIA/RS, TAISA ADAMI DE MELLO - PRÉ-UNIVERSITÁRIO POPULAR ALTERNATIVA, TATIANE FERNANDA GOMES - DEPARTAMENTO DE Introdução Este trabalho aborda a pesquisa histórica, realizada no Pré-Universitário Popular Alternativa, a fim de (re) memorar as experiências e trajetórias dos sujeitos que compuseram a História do projeto, além das motivações e objetivos pelos quais o Alternativa é fundado, o contexto histórico local e nacional. A metodologia utilizada consiste em uma associação de pesquisa documental, realizada através da análise de jornais, projetos/relatórios e História Oral, manifestada através da realização de entrevistas orais, com o intuito de perceber através de uma síntese de tais fontes em que medida a comunidade interagiu e percebeu a implementação desta proposta de Educação Popular que trabalha a 15 anos com extensão. Desenvolvimento Atualmente, o programa Pré-Universitário Popular Alternativa, é uma ação de extensão da Universidade Federal de Santa Maria, decorrente do projeto de extensão denominado Pré-Vestibular Popular Alternativa. Pautado no viés metodológico Educação Popular, que tem como pressuposto o papel emancipatório da educação, o Alternativa se coloca como um espaço de construção para o acesso à universidade aos jovens e adultos periféricos do município de Santa Maria e arredores. Ademais, a coletividade representa uma possibilidade de inserção profissional aos educadores, em sua maioria graduandos ou recém formados, que tem a oportunidade de desempenhar a função de educador, planejando e elaborando material didático, realizando divulgação nos meios de comunicação e participando das demais atividades relacionadas ao Projeto. Em 2015, completam-se 15 anos de atividades e, nas comemorações data, a equipe de História e componentes de outras áreas viram a necessidade de empenho para além do ambiente de aulas formais, compondo um espaço de aprendizado e extensão, o de pensar, a partir da pesquisa, possibilidades de (re)memoração da trajetória de inúmeros educadores e educandos que compuseram o programa nesses anos. Muitas foram as mudanças contextuais vivenciadas ao longo da trajetória do programa que iniciou por envolvimento de acadêmicos da UFSM, em 2000. Mudanças de governos, de gestão na UFSM, até as alterações na forma de ingresso ao ensino superior, às políticas públicas de ações afirmativas. Assim, com o coletivo de educadores comprometido com uma prática de Educação Popular, e o Alternativa foi se transformando em um processo constante de teoria e prática. A partir disso, o grupo envolvido na pesquisa debruçou-se sobre a documentação encontrada a fim de reconstituir alguns momentos emblemáticos, tais como aulas, atividades interdisciplinares, premiações, protestos, mobilizações, campanhas, gincanas, torneios, festas e tantos outros espaços. Tais circunstâncias são constatadas através da documentação analisada e contraposta aos depoimentos colhidos via entrevistas orais. Na pesquisa documental destaca-se como fonte o jornal local “A Razão”, que possuía maior circulação na época de criação do projeto. Até o momento, foram observados exemplares do periódico datados de 2000 a 2005 e tomadas algumas interpretações, em conjunto com a bibliografia da História da Educação, no sentido de apontar que o Alternativa, assim como diversos cursos que buscam trabalhar pelo viés da Educação Popular, surgiram em torno do fim da década de 1990 e início da de 2000 não por acaso. Seu surgimento estaria atrelado a um momento de caos e desmonte da educação pública nacionalmente, além de um retrocesso dos movimentos sociais em meio a tais políticas neoliberais. É o que apontam artigos e reportagens da época, além das obras sobre o tema. Dessa forma, este estudo não reflete apenas o caso isolado do alternativa, mas tenta pensar e conectar as transformações daquele momento histórico em um panorama mais amplo. Metodologia A metodologia utilizada é uma associação de pesquisa documental e História Oral. Os dados obtidos a partir das entrevistas e das fontes primárias impressas estão sendo analisados e refletidos à luz de textos teóricos de autores como J. Meihy, A. Gramsci, E. Hobsbawm, L. Delgado, L. Vieira. No trabalho de síntese é considerado o fato de que os discursos, sejam eles no terreno da memória, como em textualizações, são entendidos dentro de sua complexidade, considerando omissões, diminuições e exacerbações das experiências em questão. Nesse sentido, a leitura dos documentos e depoimentos é realizada em um sentido dialético e permeada de questionamentos no sentido de compreender os indivíduos e coletividades nos anos aos quais atrelaram-se ao Alternativa e as conjunturas que levaram aos caminhos e tomadas de decisões em cada momento histórico vivenciado pelos sujeitos. Resultados e Discussão Partimos de fontes documentais oficiais, com conteúdo relacionado ao projeto; resgate de documentos internos do Alternativa, na busca de aspectos relevantes para a pesquisa e na construção de uma visão sobre a forma que os participantes viam e pensavam o mesmo (por exemplo, relatórios de atividades, atas de reuniões artigos produzidos por integran189 Eixo 1 tes, etc); entre outras fontes documentais. Além das fontes já citadas, há também as fontes a partir da História Oral. Entrevistas realizadas por um viés qualitativo, com antigos educandos e educadores, escolhidos a partir de uma busca em momentos-chave destes 15 anos do projeto. As entrevistas são realizadas com o intuito de rememorar momentos que, ao mesmo tempo que nos proporcionem uma visão particular do sujeito sobre determinado recorte do passado, também nos possibilitem uma visão do seu grupo no período. Preocupados em dividir o que já foi produzido e analisado pela pesquisa com os demais educandos e educadores (assim como a população local), e estando cientes da indissociabilidade do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão; a equipe do projeto de pesquisa histórica do PUP Alternativa buscou transformar estes resultados do resgate da memória de seus sujeitos históricos e de outras fontes de pesquisa, em iniciativas de extensão, que busquem transmitir aos sujeitos que atuaram/atuam e demais interessados no Pré-Universitário o conhecimento produzido nestes primeiros meses de pesquisa. As primeiras iniciativas já adotadas foram as gravações e publicações de pequenos relatos em forma de vídeo de depoimentos de experiências marcantes vivenciadas por (ex)educadores e (ex)educandos que compuseram ou compõem o Alternativa durante esses 15 anos. Cada vídeo tem por intuito abordar um evento ou tema que possa ser contextualizado e utilizado tanto para discutir o presente, quanto para auxiliar na construção de uma identidade dos membros atuais para com o programa. Por exemplo, foi gravado um vídeo resgatando gincana cultural que acontece todos os anos. Este relato serviu como forma de incentivar a participação dos educandos e educadores da edição atual, na gincana que aconteceu em 2015. Do mesmo modo, resgatamos depoimentos de pessoas que foram educandos e depois se tornaram educadores, como forma de incentivar os atuais educandos a retornarem futuramente ao projeto, para que não percam os laços. Além destes, outros temas foram e ainda serão levantados, além da realização de publicações que retomem o surgimento do projeto. Também estão sendo pensados para o futuro publicações que relacionem a luta e mobilização pela meia passagem estudantil para educandos que ocorreu em 2005, para que os atuais estudantes compreendam que direitos que tem hoje foram fruto de muita luta na época. Além disso, planejamos mais vídeos, assim como um livro em que consigamos textualizar as reflexões e fatos encontrados durante a pesquisa histórica que finda em dezembro desse ano. Até o momento, foi possível constatar, a partir das pesquisas em fontes impressas, que o Alternativa iniciou suas atividades em um período turbulento para o ensino público, tanto no nível municipal como estadual. Os jornais da época abordam as condições precárias e sucateamento das escolas municipais, salários atrasados, greves, falta de educadores no ensino municipal e estadual, etc. Além disso, percebe-se também que no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, são notáveis as lacunas nas áreas extensionistas e de aproximação da UFSM com a comunidade. O panorama de descaso com a educação e de carência de inserção da universidade na comunidade, aliado à expansão galopante dos cursos particulares preparatórios para o vestibular, que tornavam a universidade pública acessível apenas aos mais abastados, incentivou ao surgimento do Alternativa. O projeto de pesquisa assim desenvolve-se mapeando esses eventos e pensando ações de extensão e ensino voltadas tanto para os educandos quanto para os educadores. Referências Bibliográficas FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? São Paulo. Paz e Terra, 1985. GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, v. 9, 1968. HOBSBAWM, Eric. Sobre história. Editora Companhia das Letras, 2013. NEVES, Margarida de Souza. História e Memória: os jogos da memória. In: MATTOS, Ilmar Rohloff (org.). Ler e escrever para contar: documentação, historiografia e formação do historiador. Rio de Janeiro: Access, 1998. REIS, Daniel Aarão. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In: REIS, Daniel Aarão, RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá (Orgs.). O golpe e a ditadura militar: 40 anos depois (1964-2004). Bauru: EDUSC, 2004. VIEIRA, Lucas Schuab. A Imprensa como Fonte para a Pesquisa em Historia: Teoria e Método. Biblioteca on line de Ciências da Comunicação. 2013. Disponível em: Acesso: 29 maio 15. ZAGO, N. Cursos pré-vestibulares populares: limites e perspectivas. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 26, n.1, 149-174, jan/jun. 2008. Palavras-chaves: Educação Popular / Pesquisa / Extensão / História Oral / Memória 190 Eixo 1 CONTRIBUIÇÕES DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO PROCESSO DE EMPODERAMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Autor(es): ROBERTO SILVA JUNIOR - PUC-Campinas Introdução A inserção das pessoas com deficiência nas mais diversas esferas sociais é um tema recente configurando-se num processo que, embora lento, tem ganhado expressividade nos discursos social, político e econômico. É possível notar que as políticas existentes não visam um processo real de inclusão que gerem nestas pessoas o sentimento de pertença e de valorização das diversidades (GARCIA, 2010). Embora haja avanços na tentativa de reconhecer as pessoas com deficiência de maneira digna, a integração destas na sociedade ainda é um problema que ressoa em todas as esferas, mesmo com o surgimento de iniciativas, organizações não governamentais e programas voltados ao atendimento destas pessoas. Cidade (2006, p.26) afirma que: “o emprego de conceitos coletivos indiferenciados e as verdades sedimentadas são miragens perigosas”, que interferem na resolução de problemas de maneira adequada, situação que geralmente ocorre nos programas e leis que visam à inclusão de pessoas com deficiência. Sendo assim, a extensão universitária, que visa estimular permanente a aproximação entre universidade-sociedade numa leitura crítica e transformadora da realidade, foi a abertura encontrada para aproximar as pessoas com deficiência às possibilidades de inclusão social, de (auto) valorização e de um processo de empoderamento. Caminhando para um processo de empoderamento Os esportes são um caminho para a inclusão da população brasileira que possui alguma deficiência. Entretanto, as oportunidades de prática esportiva para esse público são limitadas. Para Lima e Duarte (2006), os esportes adaptados promovem a melhora das capacidades funcionais (alimentação, troca de roupa, higiene pessoal) e auxiliam na diminuição de dores, cansaço, agressividade e representam para as pessoas com deficiência “um novo horizonte, uma nova forma de enfrentar a vida e conviver com suas limitações”. (IBIDEM, p.128). Neste sentido a proposta vivenciada no projeto em questão na extensão da PUC-Campinas possibilita que crianças e adolescentes passem por um processo de inclusão social, resultando no seu empoderamento. Kleba e Wendausen (2009, p. 733), definem empoderamento como um “processo dinâmico, envolvendo aspectos cognitivos, afetivos e condutuais”. Respeito e apoio mútuo geram o sentimento de pertença neste processo. Greguol e Gorgatti (2013) discutem que os esportes adaptados trazem benefícios às pessoas com deficiência que extrapolam a melhora da condição física, técnica e tática ligada aos esportes, eles estendem-se para as tarefas da vida diária, para o autoconceito e autoestima. Finalmente a inclusão e o empoderamento iniciam-se a partir do momento em que as pessoas com deficiência inserem-se nos mesmos locais de convívio social, possuindo igual possibilidade de expressão e intervenção daquelas pessoas sem deficiência. Praticando a Extensão Universitária: atividades físicas e socioesportivas O projeto ‘Práticas de Atividades Físicas e Socioesportivas para Pessoas com Deficiência’ é oferecido em 2014 e 2015 na PUC-Campinas/SP, com a participação de crianças e adolescentes, alunos com e sem deficiência da Rede Municipal de Educação. Sua meta é desenvolver práticas socioesportivas e a proposta seguida neste projeto baseia-se no método da Special Olympics, no que diz respeito à integração de pessoas com e sem deficiência, por meio do ‘parceiro’. Este método prevê que cada pessoa com deficiência seja acompanhada de um ou mais ‘parceiros’, que frequentam e realizam as atividades em conjunto. O propósito de sua participação é possibilitar que pessoas com e sem deficiência possam vivenciar, compreender e incorporar a diversidade. As oficinas estruturam-se nas seguintes partes: 1. socialização e apresentação das atividades; 2. desenvolvimento de tarefas motoras e esportivas específicas; 3. atividades aquáticas em grupos por habilidades e 4. finalização e descontração. Os bolsistas de extensão e o professor responsável do projeto elaboram as atividades, organizam os materiais e espaços físicos utilizados e atuam direta e ativamente com o público-alvo. Colhendo frutos Ao final do primeiro ano do biênio (2014-2015) analisando-se os registros realizados, foi possível compreender o aumento da autonomia dos frequentadores das oficinas como parte de um processo de empoderamento. No início do projeto, dentre os 32 frequentadores das oficinas, 20 conseguiam realizar as tarefas esportivas sem auxílio de outra pessoa, representando pouco mais de 50% do público-alvo. Considerando-se as possibilidades de melhora da autonomia na realização de tarefas motoras, após um semestre apenas 30% entre os 32 participantes não conseguiram realizar todas as tarefas com total autonomia, necessitando do auxílio e/ou condução de uma pessoa sem deficiência. Com a participação regular nas oficinas as crianças e adolescentes adquiriam maior autonomia para realizar atividades físicas e esportivas. Porém, nota-se que estes resultados já eram esperados, conhecendo-se os benefícios promovidos pelas atividades socioesportivas. Por outro lado, como consequência houve melhora do comportamento motor em geral o que interferiu na ampliação da autonomia ‘física’, isto é, maior independência. Assim, vê-se que o empoderamento dos participantes começou a se conceber quando a eles tornaram-se capazes de realizar sozinhos e com segurança tarefas aparentemente simples (para as pessoas que não têm deficiência), como: trocar de roupa, tomar banho, escovar os dentes, etc., pois 191 Eixo 1 com o desenvolvimento motor, adquiriram autoconfiança e com isto, produziram um sentimento de superação. Para Horochovski e Meirelles (2007, p.495) o empoderamento pessoal “ocorre quando indivíduos singulares são/se autopercebem como detentores de recursos que lhes permitem influir nos e mesmo controlar os cursos de ação que lhes afetam”. Para análise deste processo de empoderamento foram utilizados depoimentos prestados em por responsáveis e familiares dos participantes das oficinas. Todos os relatos apontaram que a autonomia conquistada por meio do projeto repercute nas tarefas escolares e na vida diária, mostrando a relevância da participação em projetos esportivos para uma melhora global física e social, conforme os exemplos a seguir: Hoje a ‘G’ depende mais dela mesma, ela consegue resolver a maioria das coisas dela sozinha, porque antes tinha que sempre ter alguém do lado dela, hoje não precisa mais, ela toma banho, se troca, tudo sozinha. (SOARES). Antes ele era muito triste, não gostava de ficar perto de outras crianças. Percebo que ele confia no professor e nos alunos. (ARAÚJO). Os depoimentos mostram que a participação regular nas atividades oferecidas no projeto e a inserção no ambiente esportivo possibilita que os participantes aumentem sua autonomia e, ao mesmo tempo passam a interagir com maior facilidade, adquirindo gradativamente confiança nos profissionais e demais participantes das atividades, estabelecendo vínculos e sentindo-se parte de um grupo. Isto indica o reconhecimento das pessoas com deficiência como cidadãos que podem/devem viver em comunidade e serem mais aceitos como pessoas integrantes da sociedade na qual convivem. Portanto, nota-se que o processo de empoderamento destas crianças aconteceu por meio da aquisição de autoconfiança na interação com diversas pessoas e superação das dificuldades encontradas nas tarefas diárias, visto que “o empoderamento pessoal possibilita a emancipação dos indivíduos, com aumento de autonomia e liberdade” (KLEBA; WENDAUSEN, 2009, p. 734). Considerações Embora indissociável a tríade ensino-pesquisa-extensão é última que faz a comunicação direta entre a comunidade interna e externa à universidade, aproximando ciência e técnica às sociedades mais carentes deste tipo de conhecimento. Assim, encontrou-se na extensão uma maneira de atrair um público diversificado para dentro da universidade, permitindo-lhes momentos de desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social, por meio de atividades socioesportivas. Porém, além dos resultados naturalmente esperados, notou-se que o percurso caminhado pelo público do projeto englobou o aumento da autoconfiança, a capacidade de realização de tarefas diárias com maior autonomia e segurança, o reconhecimento de um grupo que promove e valoriza o sentimento de pertença e, finalmente, o empoderamento destas pessoas em seus meios sociais. Assim, é possível considerar que o sucesso da extensão universitária está principalmente no tamanho da transformação que se provoca por meio deste diálogo. Referências CIDADE, R. A construção social da deficiência e do deficiente: uma breve incursão. In: RODRIGUES, D. (Org). Atividade Motora Adaptada: a alegria do corpo. São Paulo: Artes Médicas, 2006. p. 53-68 GARCIA, V. G. Pessoas com Deficiência e o Mercado de Trabalho: histórico e contexto contemporâneo. 2010. 199f. Tese (Doutorado em Economia de Desenvolvimento) – Faculdade de Economia, Universidade Estadual de Campinas, SP, 2010. GREGUOL, M.; GORGATTI, T. O Esporte para Pessoas com Deficiência. IN: GREGUOL, M.; COSTA, R. F. (Orgs). Atividade Física Adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 3.ed. Barueri, SP: Manole, 2013. p. 618-656. HOROCHOVSKI, R. R.; MEIRELLES, G. Problematizando o Conceito de Empoderamento. 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Palavras-chaves: EXTENSÃO / PESSOAS COM DEFICIÊNCIA / EMPODERAMENTO 192 Eixo 1 CONVERSAS SOBRE MATEMÁTICA COM PESSOAS IDOSAS VIABILIZADAS POR UMA AÇÃO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Autor(es): LUCIANO FELICIANO DE LIMA - Universidade Estadual de Goiás, MIRIAM GODOY PENTEADO - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO, INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS DE RIO CLARO, DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Resumo: Este texto se baseia em uma ação extensionista, denominada Conversas sobre Matemática, que fez parte de uma pesquisa de doutorado envolvendo educação matemática e educação de idosos. Esta ação foi desenvolvida com um grupo de 20 pessoas com idade superior a 50 anos, em encontros quinzenais de uma hora por dois anos e meio. Nas entrevistas e diálogos durante os encontros, os participantes relataram os motivos que os levavam a participar das Conversas sobre Matemática. Esses relatos foram analisados a luz da literatura sobre educação de idosos e educação matemática. Os resultados desta análise constituem o foco do que é apresentado neste texto. Cabe ressaltar que a extensão desenvolvida para a realização da pesquisa contribuiu para a formação profissional de graduandos em Matemática e em Pedagogia, bolsistas do projeto de extensão do Laboratório de Ensino de Matemática (LEM). Introdução Este texto se baseia em uma ação extensionista, denominada Conversas sobre Matemática, ou somente Conversas, que fez parte de uma pesquisa de doutorado envolvendo educação matemática e educação de idosos. A pesquisa teve como objetivo refletir sobre ‘o que se mostra em uma ação de Extensão Universitária envolvendo conversas sobre Matemática com pessoas idosas?’. Esta ação surge de nosso interesse em buscar outros espaços para a Educação Matemática por meio da atividade extensionista. Nessa busca, a ação foi sugerida ao Programa de Atividade Física para Pacientes com Doença de Parkinson (PROPARKI), grupo de pesquisa e extensão do Departamento de Educação Física da Unesp de Rio Claro. Os componentes desse grupo entenderam que tarefas matemáticas poderiam ser uma possibilidade para trabalhar elementos da cognição das senhoras e dos senhores em um trabalho denominado AtivaMente. Assim, tarefas matemáticas sob a responsabilidade da equipe do Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), projeto de extensão universitária do Departamento de Educação Matemática da Unesp de Rio Claro, passaram a compor as tarefas do ambiente AtivaMente. O trabalho durou dois anos e meio com encontros quinzenais de uma hora. O nosso contato com o grupo de idosos do Ativamente, associado ao estudo da literatura referente à educação de idosos, nos mostrou que atividades educativas, dentre elas as de matemática, podem favorecer e fortalecer tanto a formação quanto a manutenção de laços socioafetivos, contribuindo para o cultivo de outros hábitos intelectuais e para o aperfeiçoamento de habilidades e de convívio social. A ação extensionista Conversas Na ação Conversas, com pessoas idosas, sugeria-se uma situação na forma de problemas, de jogos ou de notícias jornalísticas seguida de um convite aos participantes para tomarem parte do assunto em questão. Contudo, os convidados apenas expunham seus pontos de vista se quisessem compartilhar com os demais suas compreensões e/ou vivências acerca do tema abordado. Agimos dessa forma por entender que é relevante estabelecer um ambiente confortável em que as pessoas se sintam à vontade para se expressar. Um ambiente desse pode viabilizar a manutenção de um diálogo não “de A para B ou de A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele” (FREIRE, 2011, p. 116). Esse foi o tipo de diálogo que permeou os encontros com o grupo de idosos, um diálogo horizontalizado com o entendimento de que as pessoas têm conhecimentos diferentes e todos são importantes. Nos encontros valorizávamos as expressões trazidas pelos participantes, cujas palavras externavam e evidenciavam seus pontos de vista, suas compreensões ou, ainda, suas incertezas sobre algo. Entendemos com Freire (2011) que, em um ambiente dialógico, não é possível a imposição de algo com a pretensão de preencher o outro. Sequer uma troca de ideias deve ser aceita sem reflexão entre os participantes, o que pode haver é um compartilhamento de ideias. Esse compartilhar de ideias e de experiências possibilita um momento de criação que não condiz com uma transferência do saber de alguns para os demais. É um encontro em que se compartilham reflexões e ações para uma compreensão do objeto de estudo. Ocorre que, dessa forma, os homens se reconhecem como seres criadores e transformadores e “em suas permanentes relações com a realidade, produzem, não somente os bens materiais, as coisas sensíveis, os objetos, mas também as instituições sociais, suas ideias, suas concepções.” (FREIRE, 2011, p. 128) Nesse sentido, entendemos o desenrolar de uma Conversa uma maneira de contribuir para que os participantes se percebessem como capazes de produzir, coletiva e colaborativamente, conhecimentos sobre os mais variados assuntos, em nosso caso, sobre Matemática. Motivos para frequentar a ação Conversas Ao refletirem sobre as atividades, desenvolvidas na ação Conversas, os senhores e as senhoras entenderam que a participação lhes trouxe contribuições como melhorar o raciocínio, lembrar de assuntos aprendidos anteriormente, concentrar-se, prestar mais atenção nas coisas, ser mais ativo. Isso está de acordo com ideias como em Apóstolo et al. (2011) de que a estimulação cognitiva melhora 193 Eixo 1 a condição cognitiva de idosos, esses pesquisadores aconselham a implementação de atividades, nesse sentido, como componente do cuidado de idosos em contexto comunitário. Como destacado pelos participantes, consideramos que trabalhos com tarefas matemáticas, como na ação Conversas, também podem ser utilizados como forma de estímulo cognitivo a pessoas idosas. Souza et al. (2009) acrescentam que atividades de estimulação cognitiva para idosos contribuem com a manutenção de capacidades dos participantes como, por exemplo, na comunicação com outras pessoas. A possibilidade de conhecer pessoas e de interagir com elas, em um ambiente agradável, foi outro aspecto que se mostrou como uma motivação para a participação na ação extensionista. A educação pode ser um meio de viabilizar a inserção social de idosos, podendo contribuir para que esses indivíduos aproveitem, positivamente, essa fase da vida e, até mesmo, aprendam a superar desafios que lhes são impostos. Afinal, “quando o idoso tem oportunidades adequadas, ele pode adquirir novos conhecimentos, aprimorar capacidades, ampliar ou manter relacionamentos sociais significativos, demonstrando entusiasmo e melhorando sua percepção de bem-estar.” (SANTOS; SÁ, 2000, p. 98) As falas dos participantes da ação Conversas concordavam com pesquisas sobre educação de idosos ao considerarem que atividades educativas, na terceira idade, viabilizam interações entre pessoas com experiências de vida distintas, possibilitando a convivência social e o preenchimento do tempo livre com atividades educativas, favorecendo a valorização da autoestima e a manutenção da independência. Os participantes da ação mostraram uma postura aberta à aprendizagem, confirmando a ideia de que “onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender” (FREIRE, 1998, p. 90). Sobre a Matemática, os entrevistados afirmaram: “Seria uma das minhas opções fazer Matemática”; “Eu gostava de Matemática. Tinha algumas dificuldades, mas eu gostava”; “Gostava demais da tabuada”; “Eu gostava de Matemática, praticamente, em tudo, principalmente, subtrair e somar”; “Eu sou bom em tabuada”. A partir dessas falas, consideramos que os participantes também se sentiam motivados em frequentar a ação Conversas, porque gostavam dessa área de conhecimento. Considerações Contribuições das tarefas matemáticas para a cognição, possibilidades de interações sociais, satisfação do desejo de aprender coisas novas e gosto pela Matemática se mostraram como motivos para participação na ação Conversas. Cabe dizer que a receptividade dos participantes estimulou, e muito, a equipe do LEM no desenvolvimento desse trabalho. Em diálogos informais, as senhoras e os senhores relatavam sentir prazer em fazer parte da ação extensionista. O sentimento era recíproco, uma vez que, os monitores do projeto e o pesquisador, sentiam-se muito bem tanto com o envolvimento dos idosos durante os encontros, quanto ao saber que vários membros do grupo, não só realizavam tarefas matemáticas em casa como as compartilhavam com amigos e/ou familiares. Entende-se que os participantes da ação Conversas se mostraram como sujeitos em transformação, pois embora diminuíssem suas opções de coisas para fazer, não se restringiam ao espaço da própria casa, buscando a interação com outras pessoas. Cabe dizer que a ação extensionista, de acordo com os monitores do LEM, contribuiu para a formação profissional dos mesmos. Referências APÓSTOLO, J. L. A.; CARDOSO, D. F. B.; MARTA, L. M. G.; AMARAL, T. I. O. Efeito da estimulação cognitiva em Idosos. Revista de Enfermagem Referência. Série III, n. 5, 2011. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura. São Paulo: Paz e Terra, 1998. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 50. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. SANTOS, A. T.; SÁ, M. A. A. S. De volta às aulas: ensino e aprendizagem na terceira idade. In: NERI, A. L.; FREIRE, S. A. (Orgs.). E por falar em boa velhice. Campinas, SP: Papirus, 2000. SOUZA, P. A.; SANTANA, R. F.; SÁ, S. P. C.; ROBERS, L. M. V. Oficinas de estimulação cognitiva para idosos com demência: uma estratégia de cuidado na enfermagem gerontológica. RBCEH, v. 6, n. 3, Passo Fundo, 2009. Palavras-chaves: Educação Matemática / Educação de idosos / Diálogo 194 Eixo 1 COOPERATIVAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO: O CASO DA INCUBADORA PÚBLICA DE ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA DE DIADEMA- SP Autor(es): Adalberto Mantovani Martiniano de Azevedo - Universidade Federal do ABC, MATHEUS ROIFFE VICENTIN UFABC, ROBSON GOMES - UFABC, LUÍS FREITAS DO ANJOS - UFABC, LUCAS CALLEGHER NOGUEIRA - UFABC, JOÃO VITOR SILVA ABREU - UFABC, WILSON BRITO ABREU - PREFEITURA DE D Os processos de reestruturação industrial ocorridos na década de 90 no Brasil geraram a necessidade de elaboração de políticas públicas visando reverter os efeitos sociais perversos desse processo, especialmente o desemprego e o subemprego. Nesse contexto, vêm ganhando destaque as iniciativas de incentivo à formação de arranjos de economia solidária, que buscam organizar trabalhadores em cooperativas autogestionadas dedicadas à produção e comercialização de produtos e serviços. Assim, a motivação para o presente trabalho está diretamente relacionada à crise de emprego vivida pela região do ABC desde a década de 1990 (Klink, 2003), em que ganham destaque políticas públicas para atendimento de demandas sociais, não só de assistência, mas também de estímulo à geração de trabalho e renda, e também de afirmação de direitos de cidadania através da atuação de grupos organizados. O objeto do trabalho, políticas de estímulo à formação de cooperativas de economia solidária, se insere nesse contexto. Especificamente, o número e a qualidade dos empregos no município de Diadema sofreu significativamente nesse processo (Fonseca, 2001). A taxa de empregos formais em 2012 respondia por 53, 1% do total de empregos. Além disso, as taxas de desemprego de Diadema (9, 75% da população economicamente ativa) são superiores à taxa Brasileira (7, 65%) e do Estado de São Paulo (7, 57%) (Prefeitura do Município de Diadema, 2012; Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, 2013). Diante desse quadro, a estruturação de cooperativas de economia solidária é uma das políticas de desenvolvimento econômico conduzida pela Prefeitura do município de Diadema, cidade fortemente dependente de indústrias que se reestruturaram. Dessa maneira, o artigo investiga a Incubadora Pública de Economia Popular Solidária de Diadema, criada em 2009 pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho com o objetivo de gerar oportunidades de emprego e geração de renda. Para isso, foi revisada literatura que trata de economia solidária, caracterizando suas funcionalidades e deficiências como política pública de desenvolvimento econômico e social. A revisão teórica trouxe categorias de análise observadas no estudo de caso, que consiste na descrição da estrutura organizacional e do histórico da Incubadora, os principais programas e empreendimentos apoiados, através de consultas a material oficial e entrevistas com os gestores e empreendedores apoiados. O artigo insere-se em na ação de extensão 046/2014-Capacitação de empreendedores apoiados pela incubadora pública de economia popular solidária de Diadema, financiada pela UFABC. No estudo de caso (Gil, 2002) foram analisados documentos da Incubadora e realizadas entrevistas e conversas com gestores e usuários (cooperativas) dessa Política Pública, permitindo uma descrição de seu histórico e o levantamento de alguns pontos fortes e pontos fracos. A técnica utilizada foi o estudo de caso descritivo, utilizando-se documentos da Incubadora, do Fórum Regional de Economia Solidária e informações coletadas em reuniões com gestores, usuários e outros atores sociais relacionados diretamente com a Incubadora. A Incubadora Pública de Economia Popular Solidária de Diadema (IPEPSD) foi criada em 2009 pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Lei Municipal Complementar 301, que estabelece a política de economia popular e solidária no Município). A Lei estabelece os princípios, os objetivos e ações da política, da qual a incubadora faz parte. Determina que deve ser executada pelo Departamento de Políticas de Trabalho e Economia Solidária (DETES), da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SEDET). Outras estratégias importantes citadas na Lei incluem a articulação e consolidação de parcerias entre as esferas governamentais e organizações não estatais; a articulação com o trabalho do Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda da cidade; a execução do Programa de Cooperativismo Solidário em Defesa do Trabalho das Mulheres; a capacitação da equipe que compõe a política; a criação de um Fundo para o Desenvolvimento da Economia Popular e Solidária e de um Comitê Municipal de Economia Popular e Solidária; a articulação de outras iniciativas ligadas à economia solidária no município e na região do ABCD. Atualmente, nove empreendimentos são acompanhados pela incubadora (Quadro 1). Quadro 1. Empreendimentos acompanhados pela IPEPSD, 2015 Nome do empreendimento Associação do Milho e Derivados Associação dos Tapioqueiros Cooperativa Unichurras Cooperativa Uniforja Associação dos Deficientes Visuais Cooperativa Okavango (Central Unirefazer) Cooperativa Cooperlimpa Associação Pequenos Empreendedores de Diadema Cooperativa Costura Bem Fonte: Dados da pesquisa de campo (2013-2015) Além do apoio aos empreendedores, a IPEPSD desenvolve ações com outros órgãos da administração municipal, visando difundir as ações de economia solidária como opção de desenvolvimento local. Atualmente, atua no projeto “Escola Modelo de Economia Solidária”, em parceria com a Se195 Eixo 1 cretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Segurança Alimentar. O projeto, implementado junto a 700 alunos de sete a 12 anos da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Fabíola de Lima Goyano, localizada na periferia de Diadema, consiste no treinamento de professores da rede municipal em cursos de economia solidária. Posteriormente, esses professores desenvolvem atividades relacionadas aos conteúdos curriculares do ensino básico que evidenciam os benefícios da ação local cooperativa. Por exemplo, atividades de plantio de hortas comunitárias nas escolas e de produção de artesanato com reciclagem, que unem o aprendizado de componentes curriculares como biologia, geometria, química, física e educação ambiental a uma atividade econômica cooperativa, em que os alunos geram produtos úteis que seriam adquiridos externamente. Um dos problemas observados na implementação da Política Pública foi a pouca participação no processo de constituição das cooperativas. Em conversas com algumas cooperativas e também com gestores da Incubadora, foram apontadas as seguintes dificuldades: 1. Pouca disponibilidade de tempo dos cooperados para participar de reuniões e outras ocasiões de deliberação: devido à frágil situação socioeconômica (que limita o tempo livre dessas pessoas para atividades não diretamente relacionadas ao trabalho), foi constatada nas cooperativas contatadas baixa participação na deliberação de estatutos, projetos cooperativos, ações políticas, etc. 2. Alta rotatividade dos cooperados: em função das dificuldades socioeconômicas, é muito comum que os cooperados deixem as cooperativas (às vezes, por um emprego formal), na maioria das vezes para se dedicar ao trabalho por conta própria. Exemplo dessas dificuldades é o caso da Cooperativa Costurabem. Em 01/07/2014, foi realizada reunião de integrantes do Projeto, Prefeitura, parceiros do setor privado e a Cooperativa Costurabem para a formalização da Cooperativa. Percebeu-se nesse encontro que muitos dos princípios que deveriam nortear a elaboração desse estatuto, entendido como uma ferramenta fundamental para o sucesso dessa política pública- foram implementados com pouca participação das integrantes da cooperativa. Discussões entre a equipe do projeto de extensão, cooperador e servidores da Incubadora deram algumas pistas sobre esse “déficit de implementação”: 1. O pouco tempo requerido para a celebração de um contrato de fornecimento de peças de costura para a empresa parceira, ou seja, o projeto de fornecimento não foi devidamente discutido entre as cooperadas, o que daria uma ideia da viabilidade do mesmo; 2. A baixa disponibilidade das integrantes da cooperativa em participar efetivamente do processo de deliberação sobre o estatuto, exigindo tempo de que a maioria não dispõe. Esse déficit de participação parece ser um problema comum às demais cooperativas apoiadas. Referências Bibliográficas BARBOSA, R. N. C. Economia Solidária como Política Pública: tendência de geração de renda e ressignificação do trabalho. 01. ed. São Paulo: Cortez, 2007. v. 01. 317p CULTI, M. N. KOYAMA, M. A. H. TRINDADE, M. Economia solidária no Brasil. Tipologia dos empreendimentos econômicos solidários. São Paulo: Todos os Bichos, 2010. 120 p. FONSECA, S.C. Diadema e o Grande ABC: expansão industrial na economia de São Paulo. In: IOKOI, Z.M.G. (org.). Diadema nasceu no Grande ABC: História Retrospectiva da Cidade Vermelha. Humanitas/Fapesp, 2001. p. 107-141. FREY, K. Análise de políticas públicas: algumas reflexões conceituais e suas implicações para a situação brasileira. Cadernos de Pesquisa PPGSP UFSC, Florianópolis, v. 18, p. 1-36, 1999 FUNDAÇÃO SISTEMA ESTADUAL DE ANÁLISE DE DADOSSEADE. Informações dos Municípios Paulistas – IMP. Disponível: < http://www.seade.gov.br/produtos/imp/index. php?page=tabela> Acesso em: 20/09/2013. GIL, Antônio Carlos. 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Así mismo, el teatro puede ser vivenciado en cualquier lugar e incrementar mediante ella el nivel cultural de una sociedad. A través de la práctica teatral desarrollada queda demostrada que el Teatro puede enseñar, educar, entretenerse, divertirse, que son signos de una buena costumbre y calidad de vida. Así mismo, el propósito del proyecto fue presentar a los estudiantes una forma diferente de vivenciar el arte escénico, demostrando las diferentes utilidades que una persona puede encontrar en el arte. Se trazaron los objetivos como promocionar las distintas carreras de la Escuela Superior de Bellas Artes, propiciar espacio de experiencia teatral a los alumnos del nivel medio de 5 colegios y demostrar que las representaciones teatrales pueden desarrollar aprendizaje de valores como el respeto, tolerancia, responsabilidad, entre otros. Las estrategias desarrolladas fueron: ü Seleccionar las instituciones cercanas a la Universidad Nacional del Este, sean estas públicas o privadas, cursar una invitación acompañada de una entrevista con los directores para concretar un compromiso formal sobre la asistencia de los estudiantes a las actividades proyectadas. ü Elegir 5 monólogos, y una obra teatral ü Programar tres encuentros asegurando primero con los directores de cada colegio la cantidad de alumnos que acudirían a la noche de teatro y así fijar la cantidad de colegio y alumno con la intención de llenar el salón auditorio del Rectorado de la Universidad Nacional del Este con capacidad de 270 personas. Los principales resultados que se puede considerar es que en los tres espectáculos se llenó las expectativas trazadas en cuando a llenar el salón auditorio y satisfacer plenamente con las actuaciones de los artistas. INTRODUCCIÓN La cultura puede ser considerada como la manifestación de acción, idea y proyectos hecho por el individuo, sea esta, material o espiritual que representa e identifica a un grupo determinado, que se expresa a través de costumbres, tradiciones, valores y al mismo constituye la identidad de un grupo, pueblo o nación. Así, el arte es fruto de la imaginación y genialidad del hombre que implica proyectar, inventar, crear, imaginar, expresar, sentir, comprender, aprender y practicar una cultura determinada que le proporciona identidad y arraigo con los valores determinado. Además, en todas las agrupaciones humanas se hallan vestigios del arte que se transmite de generación a través del lenguaje material o espiritual. El teatro es el arte de la representación de situaciones (familiares, políticas, laborales, experiencias de vida, entre otros) y conflictos sociales que ocurren a diario, además permite transmitir sentimientos y emociones que experimentan los personajes. Se basa en la representación escénica frente un público utilizando una combinación de discursos, gestos, escenografía, música, sonidos, baile. Así mismo, el teatro puede ser vivenciado en cualquier lugar, ya que mediante ella se puede incrementar el nivel cultural de una sociedad. Estas definiciones han permitido que los estudiantes de la Licenciatura en Teatro del 5° semestre de la Escuela Superior de Bellas Artes (ESBA), considere oportuno el desarrollo del proyecto Creando cultura teatral con alumnos de instituciones del nivel medio instalados en las inmediaciones de la Universidad nacional del Este (UNE), totalizando 5 colegios, entre ellas tres instituciones de carácter público y dos privado. El propósito del proyecto fue presentar a los estudiantes una forma diferente de vivenciar el arte escénico, demostrando las diferentes utilidades que una persona puede encontrar en el arte, además de demostrar a la sociedad que el teatro puede enseñar, educar, entretenerse, divertirse entre otros, que son signos de una buena costumbre y calidad de vida de un grupo que comparte una cultura de pertenencia. OBJETIVOS - Inicialmente promocionar las distintas carreras de la Escuela Superior de Bellas Artes, considerando su corto tiempo de creación y la necesidad de contar con más estudiantes que le permita sostenerse como institución pública y asegurar su vigencia por largos periodos formando parte de la identidad cultural de Ciudad del Este - Propiciar espacio de experiencia teatral a los alumnos del nivel medio de los colegios seleccionados, atendiendo que en algunos casos no cuentan con profesionales o infraestructuras para cumplir a cabalidad con los programas establecido en el currículum del Ministerio de Educación y Cultura (MEC), en el área de Educación Artística. - Demostrar que las representaciones teatrales pueden desarrollar aprendizaje de valores como el respeto, tolerancia, responsabilidad, buenas costumbres entre otros aspectos que forman parte de una cultura. ACTIVIDADES Para el desarrollo de estas actividades se establecieron los siguientes aspectos puntuales: a) Remitir nota de invitación a colegios seleccionados y comprometer a los directores con la participación de sus alumnos. Esto se llevó a cabo a través de un acompañamiento al documento remitido y una entrevista con el director de la institución. b) Solicitar el uso del 197 Eixo 1 salón auditorio del rectorado de la UNE c) Practicar las obras bajo la supervisión del coordinador de la carrera de Teatro d) Desarrollo de las actividades en un espacio de 1:30:00 hs que comprende el inicio, desarrollo y cierre de la noche teatral. e) Las actividades desarrolladas durante la presentación se detallan de la siguiente manera: - Apertura a cargo del locutor de ceremonia - La puesta en escena desarrollada con la presentación secuencial de 5 monólogos donde el último sirve como un epílogo que introduce la presentación del Acto central de la obra - Presentación de la obra YO ACTOR del Prof. Juan Ortega, integrante del plantel de profesores de la Escuela Superior de Bellas Artes. - Y la demostración de competencias adquiridas en la improvisación que se realiza con la participación de los asistentes. TEMÁTICAS DESARROLLADAS Vinculación con el Territorio Con este eje se proyecta determinar los mecanismos aprovechados por la universidad para establecer vínculos con la región o comunidad; se analizará acerca del papel de las universidades como actores comprometidos en la articulación de acciones con la sociedad, dimensionando a la comunidad como escenario de experiencias de enseñanza y aprendizaje. Asimismo, se podrá sistematizar las experiencias recogidas de los trabajos en territorio, como así también de la interacción con organizaciones, instituciones y gobiernos locales. El proyecto creado cultura teatral cumple con este eje temático considerando que el espacio propiciado proporcionó a que los colegios y universidad se vinculen a través del arte, por un lado para la institución educativa del nivel medio fue una oportunidad de acercarse a la universidad y para la UNE de llevar a la comunidad el desarrollo de sus capacidades a través de la Escuela de Bellas Artes. Asimismo a través de este emprendimiento queda demostrado que las instituciones pueden complementarse a través de las actividades del arte, además, desarrollando actividades conjunta a un futuro de mediano y corto plazo puede constituirse un espacio para vincularse con la sociedad a través del involucramiento coordinado de las instituciones de educación superior y nivel medio. CONCLUSIONES Las conclusiones a los cuales se puede llegar como producto del Proyecto CREANDO CULTURA TEATRAL son las siguientes: a- Satisfacción de llenar las expectativas del auditorio, así como el desenvolvimiento de los estudiantes de la ESBA que en todo momento se propusieron actuar con un público lleno del salón auditorio del Rectorado de la Universidad Nacional del Este, con capacidad de 270 sillas disponibles. En la primera noche con una inclemencia del tiempo se llegó a 180 personas, en la segunda con 280 sobrepasando la capacidad del local y en la tercera también repleto, destacando a los estudiantes que en todo momento entendieron el lenguaje del teatro, actuado con respeto, cordialidad y participando con entusiasmo de las dinámicas planteadas en la ocasión. b- El agrado de la oportunidad brindada a cientos de estudiantes de asistir a representaciones teatrales en forma gratuita, además de identificar y aprender las diferentes formas de representaciones que existen en el arte escénico. c- La impresión que queda para los estudiantes de la Escuela de Bellas Artes, es que solo es necesario trabajar y demostrar a la sociedad lo que el Teatro puede ofrecer, considerando que en las presentaciones realizadas asistieron personas de diferentes edades y todos recibieron de la mejor manera la propuesta presentada, inclusive quedaron con ganas de asistir a más representaciones. Así mismo al considerar los objetivos trazados en el proyecto de dar a conocer a los estudiantes del Nivel Medio sobre las alternativas que ofrece la Escuela Superior de Bellas en cuanto a carrera, se logró informar a más de 750 estudiantes quienes pueden ser potenciales clientes de la institución. Además, se demostró que los estudiantes aceptan el teatro, como un espacio de aprendizaje, interrelaciones y por ende puede permitir generan nuevas oportunidades de desarrollo personal y social. Palavras-chaves: Cultura, cultura teatral, crear cultura teatral 198 Eixo 1 CULTURA DIGITAL NA MELHOR IDADE Autor(es): Andréa Vicente Toledo Abreu - Universidade do Estado de Minas Gerais INTRODUÇÃO Com o crescimento do percentual de idosos que compõem a população brasileira, torna-se implícita uma maior preocupação, em relação ao processo de envelhecimento e à necessidade de um olhar mais atento com a Terceira Idade. O Projeto de Extensão “Cultura Digital na Melhor Idade” tem como meta desenvolver a inclusão digital, integrando o cidadão da Terceira Idade ao uso das novas tecnologias, além de contribuir para a construção de sólidos conceitos de participação ativa e democrática, a fim de aumentar a sua contribuição social e ampliar a sua atuação enquanto cidadão na cidade de Leopoldina no interior de Minas Gerais. É importante que a Terceira Idade utilize e desfrute dos recursos tecnológicos que os computadores, celulares, câmeras digitais e filmadoras podem oferecer, auxiliando-os a se tornarem indivíduos ativos e participantes. Auxiliar a motivação e a autoestima dos idosos, para que se sintam à vontade diante de sociedade cada vez mais digital é o ponto forte desta iniciativa OBJETIVOS: Geral: Contribuir com a inclusão digital e socialização de idosos da cidade de Leopoldina. Objetivos Específicos: - integrar o idoso com a sociedade, através da informática e seus recursos; - capacitar os idosos a utilizar os computadores, celulares e similares no seu dia-a-dia; - levar o grupo a conhecer a Internet como fonte de pesquisa e curiosidades; - possibilitar aos idosos a oportunidade de manter contatos com outras pessoas, buscando ampliar seus horizontes e expectativas; - tornar o ambiente das aulas de informática para idosos um centro vivo de formação, informação, cultura e entretenimento. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O computador e suas tecnologias, que no princípio atendia apenas a questões militares, passaram a ser usados para pesquisas e, mais tarde, ganharam espaço comercial, transformando o computador numa mídia de massa. Assim é necessário que todo cidadão, inclusive os idosos, sejam incluídos digitalmente. Tatiane Krempser Granda e Adriana Bogliolo Sirihal Duarte, ambas da Universidade Federal de Minas Gereis, realizaram uma ampla revisão de dissertações sobre inclusão digital na terceira idade, como etapa de uma pesquisa sobre o tema, quando buscaram analisar as contribuições que diferentes áreas oferecem sobre a infoinclusão de idosos e identificar possíveis lacunas que podem ser preenchidas com pesquisas sobre a Ciência da Informação. As principais contribuições identificadas se referem a sólido referencial teórico acerca das múltiplas dimensões do processo de envelhecimento, da interação dos idosos com as novas tecnologias e a aprendizagem por meio de recursos informatizados, e por isto seus estudos são referência neste projeto. O advento da tecnologia provê oportunidades para que o indivíduo possa se tornar um aprendiz virtual, oferecendo a educação continuada, educação a distância, estímulo mental e bem -estar, possibilitando inclusive aos idosos a oportunidade se integrar numa comunidade eletrônica ampla, colocando-o em contato com parentes e amigos, num ambiente de troca de informações, reduzindo o isolamento por meio da experiência comunitária e auxiliando na construção de uma identidade como cidadão do mundo (GRANDA; DUARTE, 2011, p. 7). Sara Nigri Goldman, doutora em Serviço Social, Políticas Sociais e Movimentos Sociais pela Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, defende que a invenção e o crescente avanço tecnológico estão modificando a compreensão do mundo e ao mesmo tempo em que promove melhorias à sociedade também leva a outra realidade, a exclusão digital, que atinge a todos que não possuem acesso ao equipamento e/ou aos procedimentos técnicos para fazer funcionar os mais diversos tipos de tecnologias, sendo que uma das partes mais atingidas é a da terceira idade (GOLDMAN, 2007). Para Goldman (2007), os idosos constituem uma faixa etária que muitas vezes é excluída de ensinos formais, e são raros os projetos de formação para esse público, no entanto, há uma ampliação crescente de programas de extensão voltados para essas pessoas, principalmente em universidades abertas para a terceira idade, encontradas geralmente em universidades privadas, onde, os cursos de informática costumam ter uma demanda significativa e fazem parte do elenco de disciplinas oferecido pela maioria destas universidades, dessa maneira, esses incentivos tornam a população cada vez mais informatizada e digitalizada, o que vai exigir permanente a necessidade de acompanhar as mudanças que interferem no cotidiano das pessoas, pois existe uma ampliação cada vez mais sofisticada de equipamentos e serviços que requerem conhecimento e agilidade. (GOLDMAN, 2007). O computador tem utilidade e pode trazer mudanças significativas para as pessoas com mais idade, além dos benefícios como melhorar as condições de interação social e auxiliar na prevenção do envelhecimento cerebral, mantendo o cérebro cognitivamente ativo e dinâmico. Assim a aprendizagem sobre o computador pode gerar para uma pessoa da terceira idade, maior confiança e manejo com a informatização de um modo geral, tornando-o mais presente e atuante na sociedade, assim sendo, para que ele possa se inserir na sociedade tecnológica, é preciso ter acesso à linguagem da informática, dispondo dela para liberar-se do fardo de ser visto como uma pessoa ultrapassada e descontextualizada do mundo atual (ALMEIDA; MENEZES, 2011, p. 6). Idosos não possuem práticas frente à interação com o computador, apresentando dificuldades em manusear e compreender ferramentas virtuais (FREITAS; OLIVEIRA; MACIEL, 2011). Todavia, 199 Eixo 1 esse é um problema, que ainda afeta a sociedade, pois há um grande número de idosos, que pensam que a informática e o conhecimento estão além das expectativas, porém o mundo atual prova que isso está deixando de ser uma verdade, pois idosos deixaram a vida privada e passaram cobrar iguais direitos de conhecimentos, educação e domínio de tecnologias (ZIMERMANN et al., 2011). É embasado nos estudos dos autores apresentados que este projeto foi construído e busca contribuir para com a inclusão digital e a socialização dos idosos da cidade de Leopoldina. METODOLOGIA Na primeira etapa do projeto, a aluna bolsista e a professora orientadora fizeram juntas estudo da fundamentação teórica e planejaram o curso ministrado para os idosos pelo aluna bolsista sob a coordenação e orientação da professora orientadora no laboratório de informática da Universidade do Estado de Minas Gerais Unidade Leopoldina. Todo o material didático foi produzido pela professora orientadora e pela bolsista. Oferece-se aulas de Informática para pessoas com mais de 55 anos que ainda não haviam tido contato com a informática ou que pretendiam aprimorar seus conhecimentos. Foram montadas 3 (três) turmas de 15 (quinze) alunos. As aulas são semanais com duração de duas horas/aula e acontecem entre os meses de Agosto e Novembro de 2015. Durante o curso que é dividido em três níveis: Básico, Intermediário e Avançado, busca-se: a) realizar discussão teórica sobre Tecnologia, Sociedade e Terceira Idade; b) promover a aprendizagem sobre a parte física do computador; c) apresentar os principais recursos do computador, sistema operacional, editores de texto, planilha, slide, navegação, programas mais complexos como editor de imagem e vídeo; f) apresentar técnicas básicas de fotografia; g) orientar para o acesso à Internet e o uso de aplicativos em celulares; h) estimular os participantes a participar de redes sociais, criar blogs com temáticas que abranjam seus interesses, e vídeos contando suas histórias. Para a realização deste projeto são utilizados computadores, celulares, câmeras fotográficas e filmadoras, caixas de som e Projetor Multimídia. Os aplicativos computacionais usados serão: Microsoft Windows; Libre Office; Internet Explorer; Google Chrome, Movie Maker e outros que se fizerem necessários no decorrer curso. RESULTADOS ESPERADOS: Como o projeto ainda está em andamento não foi possível mensurar os resultados, mas espera-se que todos os envolvidos possam no final do curso, utilizar as tecnologias para o desenvolvimento de suas habilidades sociais, autonomia intelectual e entretenimento. SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO Durante todo o projeto estão sendo observados o desempenho, a participação e o envolvimento dos cursistas perante as atividades propostas com o intuito de verificar o conhecimento e as competências desenvolvidas. REFERÊNCIAS: ALMEIDA, Camilla Suany de Oliveira; MENEZES, Tânia Maria de Oliva. A informática como alternativa de lazer no envelhecimento: revisão sistemática. Paraninfo Digital Monográficos de Investigación en Salude, México, Ano V, n. 14, set. 2011. Disponível em: http://www.index-f.com/para/n14/176d.php. Acesso em: 25 jul. 2014. FREITAS, Gabriela Alves de; OLIVEIRA, Karoline Leite Guedes de; MACIEL, Márcia C. Peres. Uso de ferramentas virtuais pela terceira idade: novas práticas de letramento. In: ENCONTRO NACIONAL DE HIPERTEXTO E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS, 4, 2011. Sorocaba. Anais... Sorocaba, 2011. p. 1-12. GARCIA, Heliéte Dominguez. A Terceira Idade e a Internet: uma questão para o novo milênio, 2001. 172 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2001. GOLDMAN, Sara Nigri. Velhice e exclusão digital: uma nova questão social? In: JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍCAS PÚBLICAS, 3., 2007, São Luis. Anais... São Luis, 2007. p. 1-11. GRANDA, Tatiane Krempser; DUARTE, Adriana Bogliolo Sirihal. Inclusão Digital na Terceira Idade: Identificando Contribuições e Lacunas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 24., 2011, Maceió. Anais... Maceió, 2011. p. 1-13 ZIMERMANN, Fábio. et. al. Inclusão Digital na Terceira Idade. In: SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 16, 2011, Cruz Alta. Anais... Cruz Alta, 2011. p. 1-4. Palavras-chaves: Cultura digital/Terceira Idade/ Inclusão 200 Eixo 1 CULTURA TRADICIONAL CAIÇARA E EDUCAÇÃO POPULAR: TECENDO REDES COMO POSSIBILIDADE DE POTENCIALIZAR SABERES LOCAIS ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Autor(es): DULCINEIA DE FATIMA FERREIRA - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), PAULO CESAR FRANCO - ASSOCIAÇÃO JOVENS DA JUREIA Este trabalho é fruto da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Está vinculado Ao DECH (Departamento de Ciências Humanas e Educação) e ao PPGEd (Programa de Pós Graduação em Educação – Campus Sorocaba, mais especificamente à Linha de Pesquisa Educação Comunidade e Movimentos Sociais. Temos como objetivo compartilhar como realizamos a interação entre a disciplina Introdução à Educação não-escolar ofertada aos alunos da Graduação, o projeto de extensão “retratos caiçara” e a pesquisa – nível Mestrado intitulada: “Oficinas de Fandango Caiçara como vivência de Educação Popular na Associação dos Jovens da Jureia-Ajj/Barra do Ribeira – Iguape – SP: Reafirmando o potencial das comunidades tradicionais caiçaras” defendida em fevereiro de 2015. Partimos do princípio de que (...) “não se faz pesquisa, não se faz docência como não se faz extensão como se fossem práticas neutras. Preciso saber a favor de que e de quem, portanto contra que e contra quem, pesquiso, ensino ou me envolvo em atividade mais além dos muros da Universidade” (FREIRE, 2000, p. 113). No ano de 2010 foi criado o Programa de Pós Graduação em Educação do campus Sorocaba tendo o eixo “Educação, Comunidade e Movimentos Sociais” como uma das linhas de pesquisa. A atuação no processo de gestação do PPGEd levou alguns docentes a criarem o GECOMS (Grupo de Pesquisa Educação Comunidade e Movimentos Sociais), que até o presente momento está sob a liderança da autora deste trabalho. No final de 2012 a banca examinadora do processo seletivo do PPGEd aprovou o seguinte projeto de pesquisa: Oficina de fandango Caiçara: um ambiente comunitário de educação e cultura popular como forma de resistência apresentado por Paulo Cesar Franco – Professor de filosofia da rede pública em Iguape e morador da comunidade Caiçara Vila Nova e integrante da Associação dos Jovens da Jureia, aqui como co-autor. A Comunidade Caiçara da Vila Nova “é uma pequena comunidade lagunar situada na extremidade norte do sistema estuarino-lagunar Iguape-Cananéia, a sudeste do Estado de São Paulo” (BENAZERA; CAVANAGH, 2005, p.147). As primeiras famílias que chegaram ao local vieram das comunidades tradicionais caiçaras da Jureia, atualmente Estação Ecológica Jureia-Itatins, e das comunidades ribeirinhas, todas localizadas no município de Iguape, litoral sul paulista. Até meados de 1990, o mutirão de fandango era a forma pela qual as famílias se ajudavam mutuamente e também compartilhavam os saberes de experiências, conhecimentos que foram herdados de seus ancestrais e que eram passados para as crianças e jovens de forma colaborativa e fortalecedora da cultura caiçara conforme evidencia o artesão e morador da comunidade. Durante o processo, o então mestrando, realizou estágio docente na disciplina Introdução à Educação não escolar. Neste momento um como discente e a outra como orientadora da Pesquisa e responsável pela disciplina, enxergamos uma multiplicidade de possibilidades de composição de redes que interligassem o ensino a pesquisa e a extensão e que potencializassem os saberes tradicionais da comunidade caiçara. Ao mesmo tempo em que discutíamos com os estudantes da Graduação sobre os processos educativos que acontecem fora da escola, iniciamos um trabalho de estudo e cartografia da comunidade caiçara. Ao mergulharmos na experiência de “cartografar”(KASTRUP, 2012) o modo de vida caiçara, fomos nos deparando com a potência dos processos educativos e culturais, incapazes de serem registradas em um trabalho acadêmico no formato de dissertação. Deparamo-nos com a questão: Como potencializar o saber e fazer da comunidade caiçara estudada? Como compartilhar resultados da pesquisa para além do formato texto? Como aproximar estudos realizados com os estudantes da graduação em torno da Educação não escolar e as experiências educativas presentes na Associação dos Jovens da Jureia, em especial a Oficina de “fandango” (GRAMANI; CORRÊA, 2008) como “Educação Popular” (BRANDÃO, 1986). Estes foram alguns desafios que nos deparamos. Optamos por criar o projeto de extensão “Retratos caiçara”, realizado com apoio da PROEX – UFSCar. O projeto teve como objetivo: • Cartografar a cultura Caiçara na comunidade Vila Nova - Vale do Ribeira, registrando a diversidade de saberes ali presentes; • Recolher e revelar elementos presentes no modo de vida da comunidade tradicional com o olhar atento para os processos de educação popular presentes na oficinas de fandango; • Relevar o potencial de resistência à cultura de massa ao modo caiçara; • Dinamizar a vida cultural no Campus Sorocaba e na comunidade caiçara, instigando a experimentação estética e a reflexão crítica a partir da fotografia. • Promover integração entre os membros da comunidade universitária e a comunidade regional. No projeto de extensão realizamos procedimentos metodológicos que também estavam presentes na pesquisa e no decorrer da disciplina em curso: 1Cartografamos a cultura Caiçara na comunidade Vila Nova - Vale do Ribeira, registrando, através de fotografias a diversidade de saberes presentes na comunidade; 2- Realizamos uma pesquisa iconográfica com moradores da comuni201 Eixo 1 dade caiçara de Vila Nova que revelem o modo de vida caiçara através do mutirão para o plantio da mandioca, do fandango, da pesca da manjuba, das comidas típicas, dos instrumentos musicais, 3- Selecionamos fotografias que revelassem o modo de vida caiçara. 4- Após seleção, algumas fotografias foram digitalizadas e impressas em banners de 60x50m. 5- O material impresso foi exposto inicialmente no campus Sorocaba no dia da defesa de Mestrado, e na semana da Calourada 2015, no núcleo de Educação, Tecnologia e Cultura da UFSCar. Esteve presente na Associação dos Jovens da Juréia no I Encontro Educação Popular e cultura caiçara – UFSCar- Associação dos Jovens da Juréia em julho de 2015, encontro que teve dentre as finalidades a partilha, com a comunidade, da pesquisa realizada e defendida em fev deste ano. Atualmente a exposição retratos caiçara percorre diversos espaços educativos e culturais do Vale do Ribeira. O que nos mobilizou a apresentar este Trabalho, neste Encontro que tem como EIXO Temático 1 “Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania” é a possibilidade de gestar deslocamentos nas formas de fazer pesquisa e dizer o mundo, os encontros humanos e modos de vida. A nosso ver a fotografia nos possibilitou a experimentação estética a sensibilização e a reflexão crítica. Foi uma oportunidade de colocarmos a Universidade em contato e a serviço da comunidade, uma vez que potencializa uma “ecologia de saberes” (SANTOS, 2007) presentes nas comunidades tradicionais. É sabido que organizamos nossa experiência no mundo através de um sistema de representação. A arte a linguagem e o conhecimento são frutos da ação do homem sobre o mundo e a realidade. “a imagem visual não é uma simples representação da realidade é sim um sistema simbólico, desvendado pelo indivíduo que, em função de sua cultura e de sua história pessoal, incorporou modos de representação e potencialidades de leitura que lhe são próprios” (GOMBRIGHI, 1986, apud SCHULTZE, 2009). A fotografia tem uma linguagem própria, sem regras gramaticais, ela possibilita àquele que fotografa revelar sentidos, dizer algo que não se consegue dizer com palavras e, ao leitor da fotografia ela possibilita uma interação, pois poderá interpretar, reviver situações, revisitar lugares, aprender, sentir, rever-se descobrindo sentidos ocultos, nas cores, nos tons, no foco, no ângulo. É importante lembrar que “ler e reler a realidade é uma ação política, pois penetramos no “não dito”, no que não está escrito, no que não é lembrado. Experimentamos a observação atenta e cuidadosa. Silenciamo-nos para poder ouvir, sentir e perceber as artimanhas das formas como a dominação neoliberal se apresenta. São modelos, padrões e jeitos de viver, que nos são transmitidos como sendo o melhor e o único jeito de ser feliz” (PEREIRA, 2006, p. 74). Ao cartografarmos e revelarmos o do modo de vida caiçara, procuramos fortalecer a cultura tradicional. Além de desenvolvermos a sensibilidade estética acreditamos que criamos um território com possibilidades de “Expressões para o Exercício da Cidadania”. Palavras-chaves: Educação Popular, cultura tradicional, Fandango caiçara, ecologia de saberes, cartografia 202 Eixo 1 DA APLYSIA A AUSUBEL: DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS SOBRE NEUROBIOLOGIA DA APRENDIZAGEM ESCOLAR Autor(es): WILSON DE MELLO JUNIOR - Universidade Estadual Paulista (UNESP), LUIZ ANTONIO LUPI JUNIOR DEPTO ANATOMIA - INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - UNESP/BOTUCATU, SELMA MARIA MICHELIN MATHEUS - DEPTO DE ANATOMIA - INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - UNESP/BOTUCATU Introdução: Como aprendemos? Utilizamos só dez por cento do nosso cérebro? O homem e a mulher aprendem de formas diferentes? Podemos aprender enquanto dormimos? Há técnicas para estimular o cérebro para aprender? O que descobertas recentes revelam sobre como funciona nossa memória e como focamos nossa atenção? O estresse prejudica o aprendizado? Todas são questões de interesse geral, mas em especialmente para o estudante e para o professor. Aprendizagem, memória e atenção são temas cujo conhecimento tem se multiplicado em Neurobiologia e não há dúvidas que essas áreas possuem ampla interface com a Educação. No entanto, as recentes descobertas no campo das Neurociências parecem distantes da realidade escolar, havendo dúvidas sobre sua importância ou contribuição para a prática pedagógica (CAREW & MAGSAMEN, 2010, ZARO et al., 2010). As dificuldades de uma interface entre Neurobiologia e Educação são apontadas por diversos pesquisadores. A diferença de métodos, objetivos, nível de abordagem e linguagem entre as áreas do conhecimento dificultam a aproximação (ANSARI & COCH, 2006, CHRISTODOULOU & GAAB, 2009; WILLINGHAM, 2009). A linguagem técnica científica utilizada em Neurobiologia está distante da população e sua interpretação acaba sendo superficial, pouco proveitosa e frequentemente realizada de forma equivocada pela mídia. Na multiplicidade crescente de conhecimentos sobre o cérebro humano, até mesmo pesquisadores de diferentes abordagens sobre o sistema nervoso possuem dificuldade de compreensão entre as diversas especialidades, dada a especificidade de cada linha de investigação (DEVONSHIRE & DOMMETT, 2010). A Neurociência sempre despertou o interesse da população por revelar facetas sobre a autocompreensão do ser humano, contudo, a transcrição da linguagem técnica das revistas especializadas para a linguagem jornalística é difícil e muitas vezes realizada de forma simplista, contribuindo para a criação e manutenção de conceitos equivocados, que acabam sendo espalhados e solidificados com o tempo, conhecidos como neuromitos (DEKKER et al., 2012). Como exemplo de neuromito, temos o filme de ficção científica de alta repercussão entre adolescentes, onde o principal cientista do enredo apresenta sua teoria baseada na utilização de 10% das funções cerebrais. O filme de Luc Besson, intitulado Lucy, foi lançado em julho de 2014, baseia-se na crença amplamente difundida da utilização de apenas uma baixa porcentagem das áreas cerebrais. Mesmo o grande volume de pesquisas neurobiológicas não foi suficiente para erradicar alguns pensamentos errôneos, pois há grande distância entre as fontes e a população em geral. Um neuromito, na maioria das vezes, começa com uma leitura equivocada de textos científicos, geralmente por jornalistas e tradutores, levando a informações transmitidas erroneamente pelos meios de comunicação popular (ANSARI & COCH, 2006; WILLINGHAM, 2009; DEKKER et al., 2012). Breve relato da experiência: Realizamos junto aos professores da rede de ensino básico de Botucatu e região, o diagnóstico sobre a existência de neuromitos nas escolas entre os alunos, bem como entre os professores. Durante esse processo avaliativo, detectamos a demanda das comunidades de algumas escolas por mais informações sobre o tema. A Universidade como fonte de produção ou acesso à informação da literatura científica especializada precisa atuar como facilitadora na divulgação e popularização dos conhecimentos que detém, bem como participar da formação continuada dos professores da rede básica de ensino. Desta forma, é que temos realizado o Projeto de Extensão Universitária, intitulado: “Neurobiologia da Aprendizagem Escolar: difusão de conhecimentos sobre Neurociência aplicada à Educação”, apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão Universitária – PROEX – UNESP, que é constituído por ações que visam à difusão e popularização dos conhecimentos de Neurobiologia, aplicados à aprendizagem escolar, de forma lúdica e atrativa, tanto para o professor como para o aluno da rede de ensino básico de Botucatu e região. Nestas ações participam docentes, pós-graduandos e graduandos do Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista – Unesp, Câmpus de Botucatu. Os principais objetivos do projeto são: proporcionar a atualização dos conhecimentos através de textos, cursos, oficinas e reflexões, contribuindo com a formação continuada do professor do ensino básico na área de Neurobiologia; difundir conhecimentos sobre os processos cognitivos neurobiológicos que facilitam a aprendizagem (metacognição) entre alunos do ensino básico e elaborar material didático para difusão e popularização dos conceitos em Neurociência aplicáveis à Educação Escolar. Diversas ações já foram realizadas, como palestras com o título: “Da Aplysia a Ausubel”, voltadas a professores, e oficinas dialogadas de confecção de material didático em gesso, para alunos do ensino básico. Também foram realizados levantamentos sobre a abordagem do tema na formação de pedagogos e licenciados em cursos de graduação da região. Para mensurar os resultados, utilizamos as avaliações fornecidas pelos participantes, que permitiram concluir que as ações realizadas contribuem 203 Eixo 1 para a formação continuada do professor do ensino básico, que em sua maioria, não teve conteúdos de Neurobiologia durante sua formação docente. Em relação aos alunos participantes, alegam que poderão, através das discussões realizadas sobre o funcionamento do cérebro humano, aprimorar seu próprio processo de cognição. Também se verificou que há, entre professores e alunos, a propagação dos neuromitos mais comuns, evidenciando a influência da mídia e da ficção científica nos conhecimentos empíricos sobre o sistema nervoso. Considerações finais: Embora a Neurobiologia, como ciência básica, não pode ser prescritiva para a prática educacional, pode sim contribuir com elementos importantes na reflexão do professor e dos gestores educacionais na escolha de métodos de ensino (MELLO JÚNIOR et al., 2014). Assim, a difusão dos conhecimentos das Neurociências de forma clara, permitindo o diálogo entre as teorias da aprendizagem, as práticas pedagógicas e as pesquisas neurobiológicas, constitui importante ação de formação continuada e popularização da Ciência. Projeto financiado pela PROEX/Unesp. PALAVRAS-CHAVE: Difusão de conhecimento; formação continuada; Neurobiologia; aprendizagem escolar Referências: ANSARI, D., COCH, D. Bridges over troubled waters: education and cognitive neuroscience. Trends in Cognitive Sciences, v.10, p.146-51, 2006. CAREW, J. T., MAGSAMEN, S.H. Neuroscience and Education: An ideal partnership for producing evidence-based solutions to guide 21st century learning. Neuron, v.67, p.685-8, 2010. CHRISTODOULOU, J.A., GAAB, N. Using and misusing neuroscience in education-related research. Cortex, v.45, p.555-7, 2009. DEKKER, S. et al. Neuromyths in education: Prevalence and predictors of misconceptions among teachers. Frontiers in Psychology, v.3, p.1-8, 2012. DEVONSHIRE, I.M., DOMMETT, E. J. Neuroscience: viable applications in Education? Neuroscientist, v.16, p.349– 56, 2010. MELLO JÚNIOR, W., MATHEUS, S.M.M., MARTINUCCI, B., LUPI JÚNIOR, L.A. Neurobiologia da Aprendizagem Escolar. In Colvara, L. D. & Oliveira, J. B. R. (Orgs.). Núcleos de Ensino da Unesp [recurso eletrônico]: Artigos 2012: Metodologias de Ensino e a Apropriação de Conhecimento pelos Alunos. São Paulo, SP: Cultura Acadêmica UNESP, 2014. p.261-271. WILLINGHAM, D.T. Three problems in the marriage of neuroscience and education. Cortex, v. 45, p.544-5, 2009. ZARO, M. A. et al. Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para agregar valor à pesquisa educacional. Ciências & Cognição; v.15 (1), p.199-210, 2010. Palavras-chaves: Difusão de conhecimento; formação continuada; Neurobiologia; aprendizagem escolar 204 Eixo 1 DA MARGEM AO RIO: SEIS ANOS DE TRABALHO EXTENSIONISTA DIRIGIDO ÀS CAPACIDADES HUMANAS Autor(es): carina alexandra rondini - Universidade Estadual Paulista (UNESP), JENNIFER DO NASCIMENTO PEDRERO - FCL - UNESP/ASSIS, MATEUS DE CARVALHO SANCHES - FCL - UNESP/ASSIS, RAFAELA DA SILVA CAIRES - FCL - UNESP/ASSIS Superdotado? Altas habilidades? Nerd? Talentoso? Dotado? Mais capaz? Excepcional? Qual é o imaginário que se tem de pessoas assim? (GUENTHER, RONDINI, 2012). Mitos e fantasias encobrem, muitas vezes, a essência destas pessoas e dificultam, por vezes, que sejam percebidas (PÉREZ, 2003). Estas pessoas possuem, de modo geral, uma capacidade de aprender maior que as outras. Elas são mais rápidas no pensar, no agir, no ligar os conhecimentos de agora com coisas que elas já viram, viveram e transformar em novas ideias, respostas interessantes, etc. Por isso elas se destacam das demais pessoas. Dessa forma, percebendo uma demanda reprimida no município de Assis, até então sem nenhuma ação sistémica voltada para os mais capazes, o projeto Da Margem ao Rio (Conheça mais sobre a nossa trajetória navegando em nossa página na internet: www.assis.unesp.br/damargemaorio) iniciou sua atuação, vinculado à PROEX, no ano de 2009 com objetivo inicial de identificar os estudantes com sinais de capacidade elevada no município, e, posteriormente a implantação do Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento - CEDET/Assis, (GUENTHER, 2011), com vistas ao atendimento destes estudantes. Por meio da corresponsabilidade da Secretaria Municipal de Educação de Assis (SME) e colaboração da Diretoria de Ensino região de Assis (DERA), o Centro foi criado em 2011, quando se iniciou o trabalho com os primeiros estudantes identificados. O projeto atuou junto ao CEDET até o ano de 2013, o qual, atualmente, funciona sob responsabilidade da SME, e foi pioneiro entre as Unidades da Unesp, no oferecimento de um trabalho voltado às altas habilidades. A partir de 2010, Unidades como a de Marília e Bauru, lançaram-se a esta temática, fortalecendo ainda mais a ação da Unesp sob o tema. Após a realização de seus objetivos iniciais o projeto intensificou suas ações de disseminação do tema. Atualmente os trabalhos desenvolvidos pelo Da Margem ao Rio compreendem: a) a formação complementar dos estudantes de graduação que não possuem a temática na grade curricular dos cursos; b) a formação continuada de professores das redes públicas de ensino de Assis e região. Profissionais considerados na literatura específica (GUENTHER, 2011) como um dos principais responsáveis pela identificação destes estudantes; c) um trabalho mais intimista, dirigido a municípios que não possuem um centro especializado para o atendimento voltado aos mais capazes. Nesses seis anos de atuação, o projeto já contou com diversos estudantes de graduação, bolsistas PROEX, BAAE I, iniciação científica e voluntários, que, embora em sua maioria do curso de psicologia, também contou com a participação de estudantes de história e letras, bem como alunos de mestrado. Atualmente são três bolsistas, sendo um PROEX e dois PROGRAD que atuam junto aos professores das séries iniciais do ensino fundamental de um município vizinho à Assis, num trabalho intitulado: Formação complementar docente – enriquecendo o material pedagógico (Ler e Escrever e EMAI), em cumprimento com o objetivo c) supracitado. Em sua trajetória o projeto já ofertou 4 cursos de formação, sendo 3 voltados aos professores do ensino público: em 2010 - Diferença e Cultura: representação de pessoas com altas habilidades no cinema; em 2012 - Crianças com capacidade acima da média: Como são? Como identificá-las? Como ajudá-las?; em 2013 - Dinamizando a sala de aula – educação baseada nas potencialidades. Em 2015, sob o título Altas Habilidades?! “Super”dotação?! Entendendo os alunos com capacidade elevada, o público-alvo foi constituído pelos graduandos de cursos de psicologia, pedagogia e licenciaturas. Realizou-se ainda 3 Jornadas sobre Dotação e Talento de Assis. A primeira em 2009, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Assis e a Diretoria de Ensino região de Assis, foi o primeiro evento no município exclusivo com a temática das altas habilidades. A segunda edição, II Jornada sobre Dotação e Talento de Assis - SuperAção de (Pre)Conceitos, ocorreu em 2012, e trouxe, além de mesas redondas, oficinas. Sua terceira edição, III Jornada Sobre Dotação e Talento de Assis - Transformando a sala de aula, ocorrida em 2014 incluiu apresentação de painéis, nas quais professores das redes públicas de ensino e alunos de graduação puderam expor seus trabalhos e relatos de experiências dinamizadoras. A realização destas jornadas proporcionou o encontro dos participantes, professores e alunos de graduação, com profissionais/pesquisadores renomados/experientes no tema com vistas a cumprir com os objetivos a) e b) supracitados. Dessa forma, o projeto Da Margem ao Rio, vai cumprindo com o seu papel social que é auxiliar a comunidade em suas necessidades. Considerando o disposto na Resolução Nº 4, de 2 de outubro de 2009, (BRASIL, 2009), que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Básica, que diz que o atendimento do estudante superdotado deve ser realizado preferencialmente nas escolas ou em centros especializados, em interface com instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, o projeto vem buscando auxiliar os municípios nessa nobre tarefa. Referências: BRASIL. 205 Eixo 1 Resolução CNE/CEB 4/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p. 17, 2009. GUENTHER, Z. C. Caminhos para desenvolver potencial e talento, Lavras: UFLA, p. 220 2011. GUENTER, Z. C.; RONDINI, C. A. Capacidade, Dotação, Talento, Habilidades. Uma abordagem da conceituação pelo ideário dos educadores. Educ. ver, v. 28, n.1, p. 231-266, 2012. PÉREZ, S. G. P. B. Mitos e Crenças sobre as Pessoas com Altas Habilidades: alguns aspectos que dificultam o seu atendimento. Cadernos, Santa Maria, n. 22, 2003. Palavras-chaves: Altas Habilidades ou Superdotação / Universidade / Município / Atendimento Educacional Especializado / Formação Docente 206 Eixo 1 DEMOCRACIA DELIBERATIVA ONLINE: ESTIMULANDO A PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO LEGISLATIVO DE FRUTAL, MINAS GERAIS Autor(es): DANIEL BRUNO FERNANDES CONRADO - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS, ULISSES LISBOA GONÇALVES -, EDSON VIEIRA BUENO JUNIOR -, KAROL NATASHA LOURENCO CASTANHEIRA - Universidade do Estado de Minas Gerais RESUMO O investimento em tecnologias na política capazes de estimular a cidadania interativa ainda é restrito diante das possibilidades dos meios digitais e das novas práticas de sociabilidades intrínsecas no contexto pós-moderno. A universidade, ao tomar o papel de mediadora entre legislativo e cidadãos, assume papel preponderante para o exercício da participação cidadã. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é implantar e produzir conteúdos para uma plataforma interativa web na Câmara dos Vereadores de Frutal intitulada Câmara Virtual. Nessa plataforma o cidadão poderá acessar os projetos de lei em uma linguagem mais acessível e acompanhar toda a sua tramitação na Câmara, além de ter acesso a documentos complementares que o ajude a compreender melhor essas propostas, bem como outras informações relevantes sobre o legislativo de Frutal. A previsão é de que, em novembro, a plataforma esteja online para a participação popular. Até o presente momento, foram definidos os requisitos da plataforma, que foram levantados com os vereadores pela equipe de comunicação deste projeto, responsável também por validar a interface que vem sendo construída pela equipe de computação. O protótipo da plataforma já está desenvolvido, o qual tem sido avaliado por meio de uma abordagem participativa, e alguns conteúdos já foram produzidos. No futuro, uma pesquisa quantitativa será conduzida para avaliar a interação da sociedade com a plataforma, e utilizar-se-á da análise de conteúdo para medir o aproveitamento da Câmara em relação à mesma. INTRODUÇÃO As profundas mudanças originárias desta evolução tecnológica no âmbito da Comunicação fez suscitar o debate sobre Governo e Sociedade Civil. Ao revisar a literatura sobre o assunto, verificou-se que a internet é uma ferramenta crucial para a participação popular, porém apesar de toda essa interatividade propalada por muitos, ainda há muito que se pensar para operacionalizar a deliberação na esfera pública. Abaixo-assinados, comentários em redes sociais, compartilhamento de notícias, essas ações compõem um quadro de possibilidades de interação entre governo e sociedade civil. Entretanto, se configuram muitas vezes como interações reativas (PRIMO, 2003), ou seja, o usuário interage com as estruturas predeterminadas pelo sistema e não de forma mútua, na qual a interação provoca alteração, feedback e negociação de informação. Além de atuar de forma superficial e não atingir as bases mais profundas do poder, o usuário não consegue contribuir efetivamente para as decisões sobre políticas públicas. Nessa perspectiva a Teoria Democrática Deliberativa Online permite pensar a criação de um público forte capaz de promover uma participação mais direta da Sociedade Civil. Para que isso de fato ocorra, a esfera pública deve adquirir prerrogativas como meios efetivos de produção da decisão do governo. A esfera pública, em um regime onde o Estado e a Sociedade Civil são separados, como pontua a teoria habermasiana, e como avalia ser a esfera pública brasileira, na perspectiva de Faoro (2001) e Schwartzman (1988), o público é fraco no sentido de que não se relaciona formalmente com o Estado e não possui sobre ele poder de intervenção ou garantia de reconhecimento, analisa Fraser (1990). Nesta perspectiva, Cohen (2009) defende que a democracia deve conciliar participação e discussão no conceito de deliberação; e deliberação consiste em arranjos sociais e políticos. Para Bohman (2000), devem ser criados novos fóruns e reformas institucionais onde os cidadãos deliberem junto com o Estado sobre as questões de interesse público. Porém, ao olhar a atuação política observa-se que os poderes públicos são tímidos na estruturação de políticas tecnológicas e por isso, quando muito, implementam experiências populares através de terminais de consulta. Para Martinez (2001), se essa barreira política fosse quebrada viabilizaria a prática da cidadania interativa. Enquanto usuário individual, pela disposição pública dos meios, teria garantido o acesso coletivo aos principais problemas administrativos de cada localidade e, com o encaminhamento de propostas, veria realizada a interação entre tecnologia e cidadania. Nesse sentido, este resumo expandido propõe apresentar o projeto de extensão que vem sendo desenvolvido em Frutal-MG e que tem como objetivo geral a elaboração da plataforma “Câmara Virtual”, a fim de estimular a participação cidadã e a transparência na gestão legislativa do município. Para se chegar a esse objetivo, foram traçados os objetivos específicos, sendo eles: 1) levantamento bibliográfico e exploratório acerca da comunicação pública no âmbito legislativo e de iniciativas bem sucedidas de governo eletrônico; 2) definição do layout e dos recursos interativos da plataforma, priorizando a qualidade da informação e acessibilidade; 3) produção de conteúdo para a plataforma tendo como matéria-prima os projetos de lei da Câmara de Frutal; 4) criação de material de apoio para o entendimento dos projetos de lei em uma linguagem acessível para a população, servindo de base para contextualizar os projetos em andamento; 5) disponibilizar em relatório eletrônico sintético para a Câmara as sugestões e apontamentos feitos pela população acerca dos projetos; 6) medir o grau de aproveitamento da Câmara quanto às sugestões apontadas; e 7) 207 Eixo 1 avaliar a plataforma em relação ao seu alcance e a sua usabilidade. METODOLOGIA Por ser um trabalho interdisciplinar que envolve tanto a área de Comunicação quanto a de Computação, o projeto vem sendo desenvolvido por duas equipes. No que compete à equipe de Computação, responsável aqui pela criação da plataforma web, a metodologia se baseia em pesquisa bibliográfica sobre governo eletrônico; métodos ágeis, tecnologias web e mobile; e pesquisa qualitativa para obter os requisitos funcionais e não-funcionais da plataforma, seguida pelo desenvolvimento, teste e implantação da mesma. Já para as atividades da equipe de Comunicação, este trabalho recorre às pesquisas bibliográfica e exploratória acerca da comunicação pública e de governos eletrônicos, que possam dar embasamento teórico e prático para priorizar a qualidade da informação e a usabilidade da plataforma; e análise de conteúdo para medir o grau de aproveitamento dos vereadores nos projetos de leis, a partir dos apontamentos oferecidos pelos cidadãos. RESULTADOS ALCANÇADOS O protótipo da interface já está finalizado. Foi estabelecido um circuito no qual a informação flui e é processada, bem como os diferentes papéis das partes interessadas. Os Vereadores são os responsáveis pela produção do conteúdo bruto: os projetos de lei. Antes de serem publicados na plataforma, esses projetos passam pelo Produtor de conteúdo, o qual transforma a informação usando uma linguagem mais acessível, além de produzir materiais complementares que facilitem o entendimento e, portanto, o aumento do engajamento da Sociedade. Essa, por sua vez, acessa a plataforma e constrói debates sobre o legislativo. Foi introduzido um mecanismo de Moderação para evitar comentários indesejados: spams, insultos, etc. Por fim, aplica-se um mecanismo de Extração de informação significativa e sintetizada, em princípio supervisionado por um Extrator, para gerar um relatório de feedback aos Vereadores. A partir de novembro, a plataforma estará disponível para uso do cidadão. Embora não seja possível mensurar ainda o feedback da população, o contato com os vereadores permitiu um conhecimento mais profundo a respeito da dinâmica da câmara de Frutal e resultou em ideias para futuros projetos de lei, principalmente no que compete ao transporte público e a coleta seletiva de lixo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Espera-se ao final do trabalho que haja participação dos cidadãos na pauta do legislativo, mesmo que incipiente em princípio, mas necessária para impulsionar novas práticas políticas e comunicativas. Espera-se também que as sugestões dos cidadãos sejam levadas em consideração; não há expectativa de que todas sejam acatadas, mas que ao menos não sejam totalmente negligenciadas pelo poder público na figura dos vereadores. E, ainda, espera-se que esse modelo de plataforma atinja outros municípios da região de Frutal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOHMAN, James. Public deliberation: pluralism, complexity and democracy. Cambridge: Mit Press, 1996. COHEN, Joshua. Deliberation and democratic legitimacy. In: BOHMAN, James e REHG, William (ed). Deliberative democracy: essays on reason and politics. Cambridge: Mit Press, 1998. p. 67-91. FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro. 3. Ed. São Paulo: Globo, 2001. FRASER, Nancy. Rethinking the public sphere: a contribution to the critique of actually existing democracy. Social Text, n° 25/26, p. 56-80, 1990. MARTINEZ, Vinício Carrilho. A rede dos cidadãos: a política na internet. 2001. 132 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. PRIMO, Alex Fernando Teixeira. Interação mediada por computador: a comunicação e a educação a distância segundo uma perspectiva sistêmico-relacional. 2003. Tese (Doutorado em Informática na Educação) – Curso de Pós-graduação em Informática na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. SCHWARTZMAN, Simon. Bases do autoritarismo brasileiro. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1988. Palavras-chaves: Câmara Virtual/ Democracia/ Deliberação Online/ Frutal 208 Eixo 1 DEMOCRATIZAÇÃO DOS PROCESSOS EDITORIAIS Autor(es): RAQUEL SCREMIN - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ROSANE ROSA - AV. RORAIMA, 1000 PRÉDIO 21 - SANTA MARIA CEP: 97105-900, MAURA DA COSTA E SILVA - AV. RORAIMA, 1000 - PRÉDIO 21 - SANTA MARIA CEP: 97105-900 INTRODUÇÃO O projeto “Processos Editoriais na Escola” foi criado na disciplina de Projeto Experimental de Produção Editorial em Educação, do curso de Comunicação Social – Produção Editorial, da Universidade Federal de Santa Maria. Teve como ambiente laboratorial a Escola de Educação Básica Augusto Ruschi, na qual foram desenvolvidas oficinas relacionadas à cadeia produtiva do livro impresso, especificamente livro artesanal, com alunos do sétimo e oitavo ano do ensino fundamental. O objetivo é contemplar escolas públicas por meio da troca de saberes e aquisição de conhecimentos sobre a produção editorial, e consequentemente, uma educação midiática e informacional dos meios impressos. Foi possível criar e testar conteúdos para o Kit do Professor, sendo ele, um Recurso Educacional Aberto (REA) online e offline. Por ser experimental e inovador, acreditamos que conferiu importância e reconhecimento a editoração, evidenciando o processo editorial presente no ambiente escolar. A partir dessa experiência, os alunos puderam valer-se do processo editorial para realizar atividades disciplinares e extracurriculares. Alguns professores fazem uso da criação de livros como instrumento pedagógico, embora não possuam conhecimento suficiente sobre o papel do editor ou da cadeia do livro, com base nisso, podemos pensar em um aprendizado desenvolvido junto aos alunos por meio de uma gestão participativa do conhecimento: a feitura de livros artesanais. OBJETIVOS Objetivamos disseminar a produção editorial; incentivar a leitura e o contato dos jovens com os livros; fornecer materiais de apoio pedagógico ao professor para que ele ministre suas aulas com recursos interativos; promover um ecossistema comunicativo na escola; promover a construção da cidadania. Além disso, buscamos empoderar estudantes de uma escola de baixo IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) por meio da aproximação com os livros, mostrando que a realidade pode ser modificada através de práxis educomunicativas. Com o progresso do processo, esboçamos mais metas, tais como, desenvolver senso crítico em relação aos meios de comunicação, incentivar o protagonismo social, a criatividade e a autonomia e valorizar a pluralidade e a diversidade de ideias, permitindo a construção de um ambiente propício à diferença e promovendo a inclusão social, baseando-nos na gestão participativa, própria do paradigma educomunicativo. MATERIAL E MÉTODOS Para a concretização do projeto foi utilizado o aporte teórico voltado a dois campos do saber: Educação e Editoração, o que possibilitou a compreensão dos processos de editoração e sua aplicação em um ambiente escolar, proporcionando, assim, a reflexão sobre autoria e protagonismo. A educomunicação também permite a criação de ecossistemas comunicativos, promovendo uma semiose infinita de conhecimento, sendo, assim, um processo contínuo em que cada pessoa envolvida adquire e compartilha conhecimentos e experiências. O paradigma educomunicativo e os REAs (Recursos Educacionais Abertos) são alternativas para a melhoria do padrão de aprendizagem, tendo como benefício à democratização do conhecimento. Os REAs propõem atividades extracurriculares associadas às TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação) e promovem a autoaprendizagem, permitem o desenvolvimento profissional dos professores, integram universidade e sociedade e também disseminam a produção colaborativa. A produção de um livro infantil é considerada um fascínio por muitos profissionais do mercado editorial, uma vez que permite maior liberdade de criação. Quando o conteúdo é produzido por crianças, é ultrapassada a barreira do convencional, pois tornam emissores e não somente de receptores. Caracterizamos o aluno como “um ser comprometido com as transformações sociais, mas também com a de si mesmo” (SILVA, 2008, p.1). Como oficineiros, nos tornamos mediadores deste processo, sendo “orientadores, leitores dialógicos que realizam intervenções sistemáticas na escrita dos alunos e alunas, de forma a [..] fazê-los repensar seu modo de dizer, de usar e operar com a linguagem” (SILVA, 2008, p.1). A metodologia foi dividida em três partes: a pesquisa bibliográfica, o planejamento concomitante das oficinas e dos produtos editoriais para o professor e a execução das atividades na escola, junto ao desenvolvimento do processo de edição do Kit para o Professor. Para as oficinas utilizamos slides para a apresentação dos conteúdos, além do laboratório de informática da escola para ensinar os softwares Word e BR.Office. Como prática pedagógica, utilizamos o princípio da educomunicação, unindo teoria e prática. As atividades foram realizadas a partir do diálogo e de votação entre os estudantes. Durante as oficinas levamos aos alunos informações sobre o universo editorial, para que assim eles busquem a literatura e desenvolvam o amor pelo livro. O Kit online contem um Manual do Professor em formato PDF e DOC disponíveis para download no site https://www.processoseditoriaisnaescola.wordpress.com; um exemplar do livro dos alunos e seis vídeos complementares disponibilizados no Youtube através do link: https://www.youtube.com/channel/UCOvXF60tjn0AHDLK46ajaYg. Utilizamos os softwares: Adobe Indesign (para diagramação do Manual do Professor) e Adobe Premiere, Sony Vegas e o MovieMaker (para a edição 209 Eixo 1 dos vídeos). O Kit Offline, conta com os produtos: um Manual do Professor impresso, um DVD de apoio com slides, vídeos e áudios. A partir das necessidades da comunidade escolar e da demanda de trabalhos buscou-se adequar o produto a realidade da escola. O livro artesanal e a criação das histórias por parte dos alunos ampliaram o universo de trabalho. As oficinas foram programadas com as sequências didáticas e os encontros divididos em: Criação de Originais; Seleção de Originais/ Revisão / Preparação de Originais/ Registro de Obra; Projetos de Edição; Diagramação; Montagem e Divulgação. Criamos o projeto editorial e o desenvolvimento do roteiro de vídeo-aula com o objetivo de fortificar a ideia do manual, compreender o público-alvo e a função social dessa publicação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Podemos citar como resultados tangíveis a descentralização da palavra, pois os alunos contribuíam com os conteúdos expostos nas oficinas, proporcionando assim, um conhecimento mútuo. Através da participação dos alunos, podemos considerar presente o protagonismo e o entusiasmo com as votações e discussões propostas. Perguntamos aos estudantes a função do produtor editorial e sobre a existência do curso de graduação na cidade, a maioria dos alunos desconhecia. Então, é possível elencar o reconhecimento do curso de Comunicação Social – Produção Editorial, da UFSM. Concomitante ao incentivo da leitura, conseguimos motiva-los a lerem e a relatarem suas experiências literárias. Notamos que o trabalho em grupo possibilitou a interação entre os estudantes, que inicialmente mostravam-se tímidos. Por meio desse processo de aprendizagem e pelos seus resultados, podemos mencionar a aproximação da academia e da sociedade. Os alunos mencionaram a criação de originais e a montagem como atividades favoritas, enquanto a diagramação foi apontada como a atividade de maior dificuldade, embora tenham afirmado que aprenderam um pouco mais sobre os softwares. Segundo estudantes, os oficineiros tinham bom domínio do conteúdo, e nossa média de nota final, considerando as oficinas como um todo, foi 9, 5. Todos mostraram interesse na ideia de continuar produzindo livros. Os professores mostraram-se entusiasmados e elogiaram nosso trabalho, dialogando com os alunos sobre as histórias e sobre o processo de produção da obra. O diretor afirmou que a escola pretende dar incentivo ao letramento e inclusão literária dos estudantes. CONCLUSÃO Ao fim deste trabalho colaborativo, foi possível notar a motivação e o protagonismo por parte dos alunos, o desejo de querer aprender os conteúdos e de aperfeiçoar a escrita. Eles gostaram da experiência de autoria e mostraram-se proativos com as atividades. Assim, é possível constatar que a divulgação sobre a editoração surtiu bons efeitos. E que o ecossistema comunicativo que desejávamos implantar na escola já está enraizado através das práxis educomunicativas desenvolvidas pelo Programa de Extensão Educomunicação e Cidadania Comunicativa da UFSM, desde 2009. Com entusiasmo, os estudantes conseguiram a atenção dos membros da comunidade escolar e divulgaram os trabalhos realizados nas oficinas, bem como a divulgação do projeto em um jornal impresso local. Concomitante a isso, concretizarmos nossas ideias para a criação do Manual do Professor. E a experiência na escola nos possibilitou compreender os verdadeiros valores da Educomunicação, pois foi possível por em prática a teoria que aprendemos na disciplina. Portanto, é possível defender com Rosa (2015), a educomunicação como um direito humano e alternativo a democratização da comunicação, no caso desse trabalho, a democratização dos processos editorias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Emmanuel. A construção do livro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. BRITO, Tatiana Feitosa de. O livro didático, o mercado editorial e os sistemas de ensino apostilados. Brasilia: Centro de Estudos da Consultoria do Senado Federal, 2011. Disponível em: http:// www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-para-discussao/td-92-o-livro-didatico-o-mercado-editorial-e-os-sistemas-de-ensino-apostilados INAMORATO, Andreia. Recursos educacionais abertos no Brasil: o estado da arte, desafios e perspectivas para o desenvolvimento e inovação. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2013. GENETTE, Gérard. Paratextos Editoriais. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009. MULLER, Leandro. Como editar seu próprio livro. São Paulo: Prestígio, 2009. ROSA, Rosane. Direito Humano a Educomunicação: uma alternativa a democratização da comunicação. In. Educação e Comunicação para os Direitos Humanos. RADATZ, V. (Org.) Ijuí: Ed.Unijuí, 2015. SANTANA, B. ROSSINI, C. PRETO, N. Recursos Educacionais Abertos: Práticas Colaborativas. Disponível em: <http://www.livrorea.net.br/livro/livroREA-1edicao-mai2012.pdf> SILVA, Ana Lúcia Gomes da.Leitura e escrita: processos de autoria e co-autoria. In: Tabuleiro de Letras, ano 1, nº 2. Bahia: Uneb, 2008. Disponível em: http://www.tabuleirodeletras.uneb.br/secun/numero_02/pdf/artigo_vol02_02.pdf SOARES, Ismar. Educomunicação: um campo de mediações. São Paulo: Comunicação e Educação, 2000. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36934/39656> Palavras-chaves: produção editorial/educomunicação/ecossistema comunicativo/recursos educacionais abertos/ autoria 210 Eixo 1 “Derechos, responsabilidades y expresiones para el ejercicio de la ciudadanía” (Comunicación, Cultura, Derechos Humanos, Educación y Servicio Alternativo y Voluntariado) ALIMENTACION SALUDABLE Y PAUSA ACTIVA: UN DERECHO DEL TRABAJADOR. Programa de Promoción de Alimentación Saludable en el marco de la Propuesta de Gimnasia Laboral. Escuela de Nutrición – Universidad de la República. Montevideo - Uruguay Autor(es): Responsable del Proyecto: Prof. Agda. Lic. en Nut. Claudia Suárez Prof. Agdas. Lics. en Nut. Raquel Palumbo, Griselda Rodríguez Brs. Cinthia Gramajo, Mariana Tejera. Estudiantes del Nivel Avanzado de la Licenciatura en Nutrición, Curso “Educación Alimentario Nutricional”. INTRODUCCIÓN: Esta presentación da cuenta de un proyecto de articulación que desarrolla un grupo de trabajo, integrado por docentes y estudiantes de la Escuela de Nutrición (EN) con la Propuesta de Gimnasia Laboral del Programa de Salud Mental (PSM) del Servicio Central de Bienestar Universitario (SCBU) de la Universidad de la República (UdelaR). Incluye además a un docente de Instituto Superior de Educación Física. Desde el año 2013, el Proyecto ha intervenido en siete servicios universitarios. El equipo de la EN, desarrolla intervenciones de sensibilización y capacitación en temas vinculados a la alimentación saludable para los trabajadores. ANTECEDENTES: En el año 2011, el PSM desarrolló una encuesta sobre calidad de vida y percepción de salud de los trabajadores de la UdelaR. El propósito fue diagnosticar los problemas psicológicos, sociales, laborales, ambientales y médicos relacionados con la calidad de vida de los trabajadores, para definir líneas de intervención. Entre los resultados de la dimensión médica se destaca: - 29,7% de las personas manifestaron estar afectados por alguna enfermedad crónica; - 47% se autopercibe con sobrepeso u obesidad; - La mayoría declara baja frecuencia semanal de ejercicio físico. La situación de salud resultó preocupante porque para los factores de riesgo de enfermedades no transmisibles (ENTs) sobrepeso e hipertensión arterial, los niveles fueron superiores a la media de la población uruguaya. En el año 2012, procurando dar respuesta al sendentarismo y como estrategia para mejorar el clima laboral, el PSM y el Área de Deporte del SCBU implementan la Propuesta de Gimnasia Laboral, llevando la “Pausa Activa” a los servicios universitarios, una o dos veces a la semana, durante 30 minutos, con el propósito de mantener la capacidad física para el trabajo, contribuir al manejo del estrés y mejorar la relaciones laborales. En el año 2013, para dar un tratamiento integral a los problemas de salud, el PSM, en conocimiento de que en la EN opera un equipo de trabajo que aborda la línea de enseñanza, investigación y extensión en el tema “Alimentación de los Trabajadores”, lo convoca para incorporarse a la propuesta. PRINCIPIOS DEL PROGRAMA DE LA ESCUELA DE NUTRICIÓN: El programa de intervención toma como referencia los cometidos de la UdelaR expresados en el Plan Estratégico de Desarrollo (1), entre los que se destacan defender los derechos de la persona humana, lo que incluye el derecho a la salud, la alimentación y el bienestar a través de la actividad fisica. Tiene como principios las estrategias: - Régimen Alimentario, Actividad Física y Salud. (2; - Promoción de la salud en el lugar de Trabajo. (3). PROGRAMA DE PROMOCIÓN DE LA ALIMENTACIÓN SALUDABLE: 1. OBTENCIÓN DEL APOYO INSTITUCIONAL: Se diseñó una propuesta para dar respuesta a la convocatoria del PSM y se buscó el apoyo del SCBU y de las autoridades de los servicios universitarios. 2. ANALISIS DE LA SITUACIÓN: Para conocer la situación alimentario – nutricional de los trabajadores que participan de la Gimnasia Laboral se desarrolló un estudio descriptivo, transversal, empleando la evaluación antropométrica y una encuesta alimentaria. Los datos permitieron establecer el perfil de los trabajadores y definir las necesidades y preocupaciones en materia de alimentación y nutrición. 3. ELABORACION DEL PROGRAMA: El objetivo general es contribuir a mejorar y/o mantener la salud y el estado nutricional de la población trabajadora que participa de la Gimnasia Laboral mediante la implementación de un programa de promoción de la alimentación saludable. Objetivos específicos: 1. Sensibilizar sobre el impacto de la alimentación saludable en la prevención y control de las ENTs y de los daños profesionales. 2. Promover mejoras en los hábitos alimentarios y en la situación nutricional y de salud de los trabajadores, y por extensión, en el hogar. 3. Fomentar la generación de ambientes alimentarios saludables que impulsen el cambio sostenido de las conductas alimentarias. 4. IMPLEMENTACION DEL PROGRAMA: 4.a) Desarrollo del programa de Educación Alimentario Nutricional en función de las necesidades y expectativas del colectivo. Alimentación y nutrición para el autocuidado y autogestión de su salud y el desarrollo personal, de sus familias y de la comunidad. El programa educativo se constituyó de tres actividades, de carácter participativo, en cada servicio universitario y del diseño de material didáctico: Primera actividad educativa: Fase de Información. Se socializó con los trabajadores los resultados del diagnóstico para informarles de la situación sanitaria y alimentaria: - Segunda actividad educativa: Fase de sensibilización. Para seleccionar las temáticas a desarrollar se consideraron: - los resultados del diagnóstico, - las situaciones del medio laboral que comprometen la 211 Eixo 1 seguridad alimentaria, - los temas de interés para los trabajadores. Este aporte busca que los trabajadores, con conocimiento de causa, pueda tomar decisiones razonadas al momento de alimentarse, lo que se traduce en ejercer mejor su derecho a la alimentación. Se considera que ciudadanos bien informados y educados en materia de alimentación saludable pueden, no solo mejorar sus propias elecciones personales, sino las de su entorno y promover cambios en oferta alimentaria: - Tercera actividad educativa: Fase de profundización y construcción: Consistió en: - motivar a los trabajadores a realizar cambios en su estilo de vida para mejorar su salud, compartiendo estrategias que faciliten la adopción de comportamientos alimentarios saludables, - analizar la viabilidad de implementar cambios en la alimentación a nivel individual y organizacional. Se diseñó material educativo que resume los temas abordados en los encuentros, de manera con su familia y comunidad. 4.b) Intervención en las cantinas de los Servicios que participan de la propuesta de Gimnasia Laboral. - En la encuesta alimentaria, los trabajadores manifestaron su disconformidad con respecto la propuesta de las Cantinas, aludiendo que los alimentos y comidas disponibles afectan los comportamientos alimentarios saludables. Para conocer la situación se desarrolló una investigación descriptiva sobre la oferta de alimentos y comidas con el fin de identificar la disponibilidad y calidad nutricional. - Se compartieron los resultados con los responsables de gestionar las cantinas y se definió el aporte del equipo de trabajo de la EN para mejorar la calidad de la oferta alimentaria y del servicio ofrecido. 4. EVALUACIÓN DEL PROGRAMA: - Se logró una excelente vinculación entre la temática nutricional y la actividad física. - Los trabajadores participaron activamente de las propuestas con actitud constructiva y demandan las intervenciones del equipo de la EN en el cronograma de la Gimnasia Laboral. - El PSM y el SCBU han valorado la pertinencia de la propuesta y han financiado parte del proyecto. - Los responsables de las cantinas se mostraron afines al programa, aportando los datos requeridos. Manifiestan preocupación por mejorar la oferta alimentaria para satisfacer las necesidades de sus clientes. Son receptivos ante las sugerencias e implementan gradualmente las propuestas. - El proyecto ha permitido que la línea de desarrollo “Alimentación de los trabajadores”, trascienda la EN y se posicione como un proyecto interinstitucional del PSM del SCBU. - La experiencia ha consolidado la articulación de las funciones de enseñanza, investigación y extensión, ha demandado el trabajo conjunto de distintas áreas del conocimiento y la participación de un número importante de estudiantes. Aplica el método de investigación “investigación - acción” y la estrategía pedagógica de “investigar - capacitándose” y “capacitarse - investigando”. - En los estudiantes, se identificó un alto compromiso y responsabilidad. Requerió la conjugación de saberes adquiridos en las distintas etapas de la carrera y su aplicación a las nuevas situaciones. La experiencia fue un desafio a la capacidad docente y de estudiantes de generar y socializar conocimiento socialmente útil que influya positivamente en la vida y salud de las personas. 5. COMUNICACIÓN DE LOS RESULTADOS: Se elaboraron dos informes: 1) “Diagnóstico de la situación alimentario – nutricional de los/as trabajadores/as” 2) “Oferta de alimentos y comidas de las cantinas instaladas en los Servicios Universitarios que participan de la propuesta de Gimnasia Laboral”. Fueron compartidos con el PSM, la Comisión Directiva del SCBU y de la EN, la Intergremial y los Consejos de los servicios universitarios involucrados en la propuesta (espacios cogobernados). La resultados nos motivan a seguir trabajando para sensibilizar al demos universitario de la necesidad de implantar una Política Universitaria de Promoción de Salud con estrategias para generar Entornos de Trabajo y Estudio Saludable que lleven a mejorar la calidad de vida y salud. Nuestro compromiso es proteger el “capital” más valioso de las organizaciones ... sus integrantes, permitiendoles gozar del derecho más preciado...el derecho a la salud. BIBLIOGRAFÍA: 1- Plan Estratégico de Desarrollo de la Universidad de la República 2005-2009. Disponible en: http://www.universidad.edu.uy/renderPage/index/ pageId/102#heading_5723. 2- World Health Organization. Global Strategy on Diet, Phisical Activity and Health. Geneva: WHO; 2004. Disponible en: http://www.who.int/dietphysicalactivity/goals/en/index.html. 3 - Organización Mundial de la Salud – OMS – Organización Panamericana de la Salud – OPS. Estrategia de Promoción de la Salud en los Lugares de Trabajo: (PSLT) en América Latina y el Caribe. San José de Costa Rica: Marzo, 2000.p.4. 4- Chistopher Wanjek. “La alimentación en el trabajo: soluciones laborales para la desnutrición, la obesidad y las enfermedades crónicas”. Organización Internacional del Trabajo. Ginebra. 2005. 212 Eixo 1 DESENVOLVIMENTO CULTURAL NA UNICAMP: O DIÁLOGO ENTRE A CULTURA E A EXTENSÃO Autor(es): MARGARETH DO CARMO VIEIRA JUNQUEIRA - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), CARMEN LUCIA RODRIGUES ARRUDA - UNICAMP/PREAC/CDC, FABIO AUGUSTO CERQUEIRA - UNICAMP/PREAC/CDC, DANILO MELLO NEGRETI - UNICAMP/PREAC/CDC, SANDRA APARECIDA GAGLIARDI CARO FLORIO A Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), órgão da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) da Unicamp, tem como parte integrante de seus objetivos elaborar e implementar políticas de desenvolvimento cultural para a Universidade; fomentar projetos de produção e difusão cultural; propiciar condições para a realização de parcerias entre segmentos institucionais, visando colocar à disposição da Universidade e da sociedade projetos culturais idealizados por alunos, docentes, pesquisadores e servidores. A Preac, nos últimos anos, implantou uma série de ações relacionadas ao campo da cultura, por iniciativa de seus órgãos. Ao mesmo tempo, outras unidades da Unicamp também produzem, de forma pulverizada e muitas vezes concomitante, atividades artísticas e culturais. Muitas dessas produções são possibilitadas por recursos obtidos de maneira pontual, sem que haja continuidade, o que é prejudicial em vários aspectos, dentre eles: ausência de visibilidade; baixa formação e fidelização de públicos; falta de planejamento sobre recursos financeiros; inexistência de suporte para qualificação de professores e servidores técnico-administrativos para a gestão e a produção na área. Nesse sentido, visando à criação de um programa coeso voltado à cultura e à arte para uma universidade do porte e da excelência da Unicamp, em 2013 foi reestruturada a área de Ação Cultural da CDC. Os principais objetivos do trabalho desenvolvido são: buscar a articulação entre órgãos, unidades, artistas e coletivos, tanto da Unicamp quanto externos – desde que com algum tipo de vínculo com a Unicamp; fomentar as ações artísticas e culturais desenvolvidas pelos artistas/grupos; alavancar sua produção e sua gestão, fornecendo as orientações necessárias para sua realização; ampliar sua visibilidade. Como consequência, busca-se incrementar as possibilidades para a área da cultura na Universidade, criando condições para a implantação de uma política específica para o desenvolvimento de projetos artísticos e culturais. Uma política de desenvolvimento cultural para a Unicamp é o principal objetivo do Conselho de Desenvolvimento Cultural (Condec), que foi reabilitado também em 2013 pela instituição. Ações desenvolvidas Uma das primeiras ações realizadas foi o mapeamento dos órgãos da Unicamp que trabalham com arte e cultura, com o objetivo de realizar um diagnóstico da real situação das ações culturais existentes e realizadas. Houve reuniões com os dirigentes para explicação dos objetivos da área e da CDC. Também foram feitas chamadas para debates e rodas de conversa com estudantes, aos quais compareceram prioritariamente alunos do Instituto de Artes. Guia Cultural Unicamp Paralelamente, foi construído o “Guia Cultural Unicamp”, por meio do site www.guiacultural.unicamp.br, contendo textos e chamadas de interesse e a agenda dos eventos que contam com a participação, direta ou indireta, de membros da comunidade da Universidade, Lançado em março de 2014, o objetivo principal é congregar, numa agenda única, os eventos e as produções artístico-culturais vinculados à Unicamp, permitindo assim seu maior alcance e visibilidade. Foram cerca de 700 publicações de março a dezembro de 2014 e, em 2015, já são mais de 800 publicações de janeiro a agosto. A dinâmica do site é acompanhada por uma fan page do Facebook – GuiaCulturalUnicamp –, que já conta com certa de 3.500 seguidores. Espaço de Arte Um outro projeto já existente antes na CDC e que ganhou maior institucionalidade foi o Espaço de Arte, pensado para ocupar artisticamente espaços da Unicamp que possuem frequência regular de público, mas sem a finalidade de receber intervenções artísticas. Iniciado em 2007 com a adequação de uma área do hall do Centro de Convenções da Unicamp – espaço de eventos acadêmicos da Universidade –, o projeto ganhou autonomia com a possibilidade da implantação de novos espaços. A partir da visibilidade dessa primeira ação, outras unidades e órgãos da Universidade solicitaram que ações idênticas fossem realizadas em seus espaços. Ao longo dos anos, novas unidades incorporaram o projeto, que hoje conta com oito espaços expositivos, com variadas características e públicos diversos. Os principais objetivos do Espaço de Arte são: promover a interação do público com a produção artística, levando obras de arte para locais que o público frequenta (em papel inverso ao dos museus e galerias), buscando reduzir a distância entre os mundos acadêmico e artístico; divulgar a produção artística das comunidades interna e externa da Universidade, fomentando a formação de públicos para as artes visuais. Desde o início, o projeto contou com uma curadoria, para análise das propostas de trabalhos a serem expostos. Com o aumento do número de espaços expositivos e o consequente aumento de propostas de artistas, sentiu-se a necessidade de profissionalizar os procedimentos relacionados à seleção dos trabalhos a serem expostos. Atualmente, um dos servidores da Ação Cultural da CDC está sendo formado para atuação específica nessa área, inclusive em associação com professores e pesquisadores do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da 213 Eixo 1 Unicamp. Também, criou-se um formulário para recebimento das propostas de exposições. A seleção é feita segundo os seguintes critérios: adequação da proposta aos Espaços de Arte, levando-se em conta a integridade das obras e o público do local; processo autoral do artista; originalidade; qualidade técnica; relevância do projeto apresentado. As exposições são preparadas e montadas de forma a atingir o interesse do público, criando um impacto visual e levando informações sobre o artista e a obra. Os resultados obtidos demonstram o crescente interesse do público, inclusive na busca de informações sobre as exposições e os artistas. A constante demanda de órgãos e unidades da Unicamp para criação de novos espaços expositivos demonstra, ainda, a abrangência e o alcance do projeto, que é hoje uma importante porta para o diálogo com a sociedade de Campinas e região. Conexão Cultural Unicamp A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) enfrentou uma tragédia em setembro de 2013: um aluno foi assassinado numa festa promovida pelos estudantes numa praça central do campus de Campinas. A repercussão do caso resultou em manifestações e negociações sobre a segurança na Universidade, evidenciando uma reivindicação central dos estudantes: mais vivência no campus. Acompanhando de perto essa discussão, a CDC propôs à Reitoria o projeto “Conexão Cultural” que, aprovado, foi incorporado ao programa “Campus Tranquilo Universidade Viva” da Unicamp, no eixo denominado “Convívio”. O programa foi criado naquela ocasião, com a finalidade de realizar ações de prevenção, visando ampliar a sensação de segurança para a comunidade universitária. O “Conexão Cultural” foi estabelecido, visando à ocupação dos espaços externos dos campi da Universidade com eventos culturais e esportivos, promovendo a circulação e a permanência das pessoas e, consequentemente, o convívio, permitindo ampliar a sensação de segurança, tanto pela própria frequência, como pelo fato de que as pessoas, ao se encontrarem, poderem conhecer-se umas às outras, especialmente aquelas que fazem parte da comunidade universitária. A estratégia de trabalho é a de fomentar a produção cultural – em artes e em esportes – da Universidade, para que se realize por meio de apresentações abertas à comunidade em geral. A participação de alunos, funcionários e docentes, na produção ou na realização do evento, é de fundamental importância. Também foi estabelecida uma linha de fomento à produção cultural de outras unidades e órgãos da Universidade, visando prestar apoio às manifestações culturais realizadas por eles (em infraestrutura, logística e divulgação), desde que realizadas preferencialmente em espaços abertos dos campi; portanto, em consonância com os objetivos do projeto. Moldura Musical Este projeto foi desenvolvido por um dos funcionários da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural, no ano de 2012, com o propósito de realizar apresentações musicais nas aberturas das exposições dos Espaços de Arte, administrados pela CDC. O objetivo do projeto é o de harmonizar o espaço promovendo um ambiente propício à apreciação de ambas as manifestações e divulgar novos talentos na área da música, com a participação de alunos do Instituto de Artes. Desde o ano de 2012 foram realizadas 14 apresentações do Moldura Musical até o presente momento. Corredor Cultural Capitaneado pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão – Regional Sudeste, o Projeto engloba uma série de eventos para circulação dos diversos fazeres artístico-culturais produzidos nas IES públicas, distribuídas em cerca de setenta diferentes cidades nos quatro estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Tem como objetivo principal a ampliação da oferta de programação cultural das universidades para a sociedade; o fomento e o intercâmbio artístico de produtos culturais de estudantes e grupos universitários; a promoção de ações de mediação cultural entre IES e sociedade; o acesso universal à arte e à cultura, por meio da diversificação e da difusão de atividades nas instituições públicas de ensino superior na região sudeste. A implementação do projeto ocorre na medida em que ele impulsiona ações culturais no ambiente universitário, fomentando o trabalho de pesquisa e extensão, estimulando e motivando a aprendizagem e a criação artística, sendo estas, ações não apenas compatíveis, mas necessárias para um modelo de extensão universitária que deve ser praticado por uma instituição pública de ensino superior. Proporcionar a realização de movimentos no campo da arte e cultura numa instituição de ensino superior tem sido uma experiência exitosa, à medida que possibilita a diferentes segmentos de público a sensação de pertencimento, possibilitando o diálogo com a sociedade também por meio dessa linguagem, fortalecendo assim a Extensão Universitária. Palavras-chaves: Extensão/Artes/Cultura 214 Eixo 1 DESMISTIFICANDO A CIÊNCIA: UM PROJETO QUE APROXIMA A UNIVERSIDADE E O ENSINO MÉDIO Autor(es): ANA CAROLINA VALIM DE BRITO - Universidade Estadual Paulista (UNESP), MARIANNE SPALDING ICT/UNESP SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, ANA LIA ANBINDER - ICT/UNESP SÃO JOSÉ DOS CAMPOS A ciência e tecnologia podem ser consideradas motores do progresso que proporcionam não só desenvolvimento do saber humano, mas, também, uma evolução real para o homem (Pinheiro et al. 2007) Neste contexto, o Projeto intitulado “Inverno e verão na universidade: ciência para alunos e professores do ensino médio” se propõe a desmistificar o conceito de ciência, encontrando uma forma de apresentá-la de maneira nova e instigante, podendo fortalecer o processo cognitivo e ser uma forma de desenvolver atitudes, habilidades e valores. Este projeto acontece há três anos e foi motivado pelo despertar para a busca do conhecimento, que procura promover a aproximação entre a universidade e as escolas públicas de ensino médio, entre os universitários, graduandos e pós-graduandos, numa rica troca de conhecimentos e experiências. O curso de Inverno acontece nas férias de julho com carga horária de 40h. É destinado a alunos do ensino médio com o objetivo de incentivar e divulgar a pesquisa, além de identificar novos talentos na rede pública. São oferecidas informações sobre pesquisa científica, com aulas teóricas e práticas laboratoriais, além de apresentar algumas pesquisas realizadas no Instituto de Ciência e Tecnologia da UNESP de São José dos Campos. Nos anos de 2013, 2014 e 2015, foram atingidos 3.124 alunos do ensino médio e 75 foram selecionados para participar da semana de curso. Inicialmente os alunos eram indicados pela diretoria de ensino, no entanto nos demais anos, estes passaram por um processo seletivo por meio da elaboração de uma redação no qual deveriam discorrer sobre a importância da ciência na concepção de cada um e o porquê de participar do projeto. O projeto apresentou um conjunto de ações processuais contínuas de caráter educativo, promovendo um aumento da visibilidade da Universidade e sua contribuição com o incentivo à ciência. Os participantes do projeto, alunos de graduação e pós graduação, entraram em contato com a realidade do ensino público, identificando as necessidades, dúvidas e anseios dos adolescentes. A proximidade etária entre o grupo de graduandos e de estudantes de ensino médio foi um fator facilitador para a superação de um desafio, que é o incentivo e chamar a atenção para a pesquisa de um grupo etário que passa pelo período mais conturbado e cheio de dúvidas da vida, a adolescência. O enfrentamento e a superação destes desafios, para os quais muitas vezes os estudantes não são preparados no meio acadêmico contribuem para a formação integral dos participantes. Além disso, a confecção do material que é ministrado, a busca por apoios e patrocínios e a participação na semana de curso, contribuíram para o aprimoramento acadêmico de todos. Ao final do curso, nas três edições, os alunos avaliaram o programa de forma extremamente positiva e propuseram a apresentação deste dentro de suas escolas, para que a experiência vivenciada, o conteúdo aprendido, a transformação na forma de pensar e as pretensões para o futuro pudessem ser compartilhadas com os colegas, atuando assim como multiplicadores das informações recebidas em seu meio de origem. Após a conclusão do curso alguns alunos acabaram participando como alunos de Iniciação científica (PIBIC JR) na Universidade tendo sido contemplados com bolsa. Este efeito multiplicador foi observado pela Diretoria de Ensino, que, frente ao sucesso do projeto, solicitou que o mesmo fosse perene e sugeriu uma atividade similar para professores da rede pública de ensino, que gerou o workshop de verão, intitulado “Verão na Universidade”, visando atualizar os professores de escolas públicas acerca de temas atuais e oferecer apoio pedagógico. O workshop de verão tem sido realizado na férias de dezembro. Nos anos de 2013 e 2014 cinquenta professores de ciências e biologia do ensino médio frequentaram dois dias de atividades dentro da universidade, com programação de aulas teóricas e práticas ministradas por professores e pesquisadores da universidade. Após cada módulo, os participantes foram orientados com estratégias didáticas para abordar os assuntos aprendidos em sala de aula, para que a experiência vivenciada e a transformação na forma de pensar pudessem ser compartilhadas com seus alunos e colegas na intenção de cativá-los, atuando assim como multiplicadores das informações recebidas. Vários professores manifestaram interesse em ingressar no programa de pós-graduação do Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal e alguns já estão inseridos no programa. A boa relação com a Diretoria de Ensino do município também permitiu oferecer à comunidade o que ela necessita, na forma de temas diversos de cursos, por exemplo. A importância da relação entre o ensino médio e a universidade e sua aceitação pela comunidade, podem ser medidos por meio do sucesso do projeto até então, pela grande receptividade que o projeto encontrou na diretoria de ensino. O projeto tem o potencial de modificar a visão que o estudante tem da pesquisa, tornando os vetores da disseminação e desmitificação do conhecimento. Assim o projeto pode influenciar positivamente a captação de alunos para graduação e pós-graduação. Muitos professores e pesquisadores da Universidade, que ministraram os cursos, também foram contagiados pelo entusiasmo dos jovens do ensino médio e dos professores que participaram do workshop, o que aumentou ainda mais a motivação. Palavras-chaves: Ciência/Universidade/Educação 215 Eixo 1 DESMITIFICANDO A CIÊNCIA: MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO Autor(es): ANA CLAUDIA MANZOLI - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), LUAN FELIPE GARCIA DE CAMPOS - ESTUDANTE INTRODUÇÃO As atividades do projeto Desmitificando a Ciência: Matemática no Ensino Básico (EB) procuram integrar alunos do Ensino Básico (EB) com dificuldades em Matemática e os estudantes de graduação em Matemática num processo de ensino e aprendizagem no ambiente da Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar. A orientação geral é de professores do Departamento de Matemática e bibliotecários da BCo. A proposta é que os estudantes de Ciências Exatas da UFSCar – especialmente os de Licenciatura em Matemática – consigam bolsas de extensão para desenvolver as atividades, incrementem o conhecimento que possuem do Ensino Básico, e possam desenvolver materiais lúdicos e tecnológicos capazes de enfrentar e sanar as dificuldades dos alunos do EB que procuram algum apoio na universidade. Também visa estimular o pensamento matemático nos alunos participantes do projeto sobre os conceitos técnicos envolvidos na resolução de problemas e a reflexão sobre o papel da matemática no dia a dia. Favorece também uma prática diferente daquela do estágio para o estudante de Licenciatura em Matemática para sua atuação futura como professor na busca de alternativas para tornar a Matemática mais acessível aos alunos do EB e o aprofundamento da sua visão dos tópicos do EB e suas aplicações. A escolha da BCo como local para desenvolvimento das atividades tem como objetivo não só favorecer o ensino e prática através do uso das diversas fontes de informação, como despertar nos alunos do EB a prática e o gosto pela leitura, num ambiente próprio e com condições de oferta de acervo variado, pois terão ao seu alcance, além de artigos e livros científicos, toda a literatura de entretenimento, tão importante para o desenvolvimento intelectual e cultural do cidadão. A presença do aluno de EB na BCo também permitirá que esse aluno vivencie o ambiente de uma biblioteca universitária e desperte o interesse pela formação de nível superior. Além disso, o ambiente da biblioteca é bastante convidativo para práticas artístico-culturais, por meio dos seus projetos de extensão, cujas atividades são oferecidas ao longo do ano, como exposições de artes plásticas, encontro de poetas, apresentações musicais, contação de histórias, entre outros. Objetivos Trazer os alunos do Ensino Básico para a BCo e propiciar maior interação entre eles e os estudantes universitários com orientação dos professores e Bibliotecários. Ainda tem uma vantagem de o atendimento ser numa sala da BCo, já que uma vez terminado o atendimento na área de Matemática, os alunos poderão explorar o mundo da Biblioteca, fazendo leituras nas outras áreas bem como visitar as exposições e participar de outras atividades. RESULTADOS ESPERADOS Os principais resultados alcançados com o projeto foram a contribuição para nossa formação e a mais satisfatória foi a realização dos alunos que participaram. Após a realização dos atendimentos e acompanhamento dos alunos, foi chegando à época das realizações das provas e dos resultados das mesmas, assim como das listas de exercícios entregues. Foi quando os progressos realmente se mostraram em ampla escala. Os alunos chegavam entusiasmados com as notas altas, e queriam melhorar ainda mais. Os que precisavam reparar seu rendimento para não ficarem em recuperação o fizeram, sem exceção, e era nítida a vontade de nos mostrar que eles estavam aprendendo e obtendo notas melhores na escola. Quase todos os participantes do projeto mantiveram médias altas até o final do bimestre e se obteve o claro surgimento do gosto pela matemática. E para que os alunos começassem a ver a ciência com outros olhares, baseamo-nos nos ensinamentos da disciplina de metodologia – oferecida no curso de licenciatura em matemática na UFSCar – e nos textos de Grando e Nacarato, donde estudamos sobre estas metodologias e nos focamos para o projeto no método de trabalho com materiais manipuláveis e jogos. Assim, quando se tinha a princípio uma situação onde os alunos estavam acostumados com aulas tradicionais, onde não era exigida muita autonomia deles, os mesmos acabavam tornando-se passivos, e apenas recebiam informações ou se focavam em listas de exercícios e suas repetições, construindo uma visão da matemática como chata e difícil. Porém com a ajuda do projeto nós conseguirmos introduzir procedimentos diferentes – fazendo, é claro, uma preparação para sua introdução, já que é tão preciso obter uma recepção positiva por parte do aluno para a aplicação de uma nova metodologia. Dessa forma, após certo tempo de acompanhamento foi possível ver a mudança em cada um daqueles alunos, que inicialmente não sabiam (e nem tentavam) fazer algo sem fórmulas, sem regras, ou sem alguém dizendo como tinha que ser feito. Alguns inclusive não sabiam como proceder nas situações em que se precisava pensar, tornase ativo de fato. Contudo, depois de muito trabalho conseguimos construir um conhecimento, e os alunos passaram a não mais nos verem apenas como agentes que deveriam ensiná-los a forma correta de determinado procedimento, mas sim como pessoas com quem eles poderiam discutir suas ideias e diferentes métodos de resolução dos problemas. Nesta construção, começou a também gerar uma percepção diferente da matemática, onde não se tratava de uma ciência chata e difícil, e sim de um conhecimento auto construtivo, realizado por pessoas ativas. Ainda, foi compreendido que ter ideias diferentes é importante, e que é possível chegar ao mesmo resultado por métodos diferentes, sem que 216 Eixo 1 nenhum deles precise estar errado. De fato, este foi o maior resultado esperado. Ver o rendimento aumentar e observar o entusiasmo que isso proporciona – não apenas aos alunos, mas também em nós – é definitivamente um grande estímulo para sempre querer melhorar. CONCLUSÕES Este projeto teve como foco trabalhar e trazer a matemática para o cotidiano do aluno de diferentes maneiras para um melhor aproveitamento do estudo do conteúdo, a partir da da verificação do que eles tinham de dificuldades no aprendizado de matemática. E não foi apenas matemática que trabalhamos, mas pudemos incentivar os alunos à leitura também, por contarmos com a Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos, que disponibilizou o espaço para que os alunos do ensino básico tivessem acesso aos livros didáticos, vendo que muitos tinham essa dificuldade na leitura, que podia causar em uma boa parcela deles uma grande insegurança, atrapalhando inclusive no ensino da matemática, devido às incoerências nas interpretações de texto. Tendo em vista essa condição, começamos a trabalhar na utilização de metodologias diferentes e na construção de materiais para o ensino de conteúdos diversos, de forma que auxiliem no aprendizado dos alunos do Ensino Básico de maneira prática, mostrando-os que a matemática pode sim ser divertida e interativa, e que a ciência é também construída na individualidade de cada criança, que deve ter voz ativa em seu próprio aprendizado. Palavras-chaves: Extensão/Comunitária 217 Eixo 1 Diálogos e complementariedades: Saberes tradicionais e saberes acadêmicos Autor(es): PAULEANY LINHARES PRINCE - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), MARIA CELESTE PIVA RESIDÊNCIA DAS POÉTICAS, SILVIA GRACIELA WEGBRAIT DE DOS SANTOS - RERESIDENCIA DAS POETICAS Nosso COLETIVO RODA MUNDO se formou entre as reflexões e as viagens de carro, compartilhadas para fazer as visitas a assentamentos, cooperativas de reciclagem, assistir a cursos e, entre comidas compartilhadas. Era o ano 2013. Percebemos que desde nossos sentimentos; indignações, dores, tristezas. expectativas, tinamos uma aproximação sensível que nos permitia e possibilitava um conhecimento das realidades sociais e caminhos para sua transformação a partir de nossos valores éticos, solidários, amorosos. Uma sensação de estar a margem, de incomodo, e de apreender essa perspectiva, nos identifico e permitiu nos reconhecer iguais desde nossas diferencias, e iguais a os “ outros”; mais o menos vulneráveis, despossuídos dos direitos básicos do viver bem. CELESTE queria entender o que eram AS POÉTICAS das quais eu falava....decidimos fazer um audiovisual de 13 minutos, e, valorizando a experiencia de cada uma e seus saberes - acadêmicos e não acadêmicos -, conseguimos, materializar esse trabalho que teceu reflexões de um pensamento crítico transformadas em poesia, entrevistas, imagens poéticas. Era a continuidade de um olhar dialético comunidade/extensão universitária/comunidade. Ressonâncias aconteceram entre nos, o artista que colaborou para fazer o audiovisual, é, quem o assistiu. Assim o “ movimento das poéticas “ se reformulava e dava mais uns passos. Corpo em movimento.... música, dança, poesia, escrita transformada em ação política....uma estética ligada aos fragmentos encontrados e re significados de antigas culturas que vivem dentro de nos....nossa ação incrustada em outras dimensões perdidas o quase perdidas...nossas infâncias de prazer em cada descoberta....de construindo a indiferença imposta, não somos e nem seremos mortos em vida. LIBERDADE CALEIDOSCÓPICA QUE NOS REINVENTA E CRIA NOVOS CAMINHOS NA LUTA POR UMA CONSCIÊNCIA POÉTICA EM AÇÃO “Diálogos e complementariedades vamos construindo....temos convergências a partir do pensamento crítico e formulações epistemológicas que surgem em A.L. nos anos 70: PAULO FREIRE/ ENRIQUE PICHÓN RIVIÉRE/AMILCAR HERRERA/DARCY RIBEIRO) na França (G. BACHELARD/ M. FOUCAULT, DELEUZE E GUATTARI ) nos EEUU ( GREGORY BATESON. E, também nas ARTES: exemplo de arte e educação em nossa América, como são os muralistas mexicanos, hoje, Patrimônio Cultural Mexicano e referência em educação e história, pela compreensão que eles permitem de nossa história e, referência por as múltiplas ressonâncias e influencias que tiveram em outros muralistas de nosso continente.OS SABERES TRADICIONAIS expressos em formas artísticas como a Capoeira, o Samba de Raiz, o Jongo...também tornaram-se referência como formas de ver o mundo, sentir, pensar, atuar.” “Ate o peixe e a mandioca que saboreamos, em casa ou na praia, pertence a uma cozinha tradicional. Um saber que esta em nosso prato, cotidianamente, mesmo sem termos esta consciência.” “É comendo raizes que nos tornamos raizes...” Palavras-chaves: Coletivo/Raízes/Saberes tradicionais/Artes/Poética 218 Eixo 1 DIÁLOGOS ENTRE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA E DISCENTES DA UNIFESP: FORMANDO CIDADÃOS CONSCIENTES Autor(es): ADRIANA GLEICE DE ASSIS SANTOS - Universidade Federal de São Paulo, GABRIELA DE PAULO CATALANO - RUA NAPOLEÃO DE BARROS, 754 - SÃO PAULO - SP, LETICIA BEZERRA FARIA - RUA NAPOLEÃO DE BARROS, 754 - SÃO PAULO - SP, JESSICA MAIRA SARILHO DA SILVA - RUA NAPOLEÃO O Projeto de Extensão Periferia dos Sonhos vem integrando graduandos, pós-graduandos, docentes da Universidade Federal de São Paulo, e profissionais das áreas da saúde e assistência social que atuam com a população em situação de rua. O projeto vem atuando desde 2009, quando foi criado devido a uma demanda estudantil. A partir de 2012, o projeto passou a ser vinculado ao Programa de extensão “Com-Unidade”, junto de mais três projetos que tem por base: Direitos Humanos, Saúde e Educação desenvolvidos na Epe/Unifesp. A extensão proporciona aos estudantes vivências práticas e reais do que se aprende na universidade. Entretanto, ao ser inseridos na comunidade, encontram extra muros também uma realidade diferente das que aprende intra muro. Dessa forma, quebram-se paradigmas já impostos pela estrutura social em que são inseridos ao decorrer da vida, o que permite a compreensão da importância dos seus atos e escolhas e de perceber-se como ator do seu processo de formação. É um espaço que exercita e possibilita a percepção do mundo que nos rodeia, que nos tira da “zona de conforto” ao refletir sobre nosso papel social diante da iniquidade. A inquietação do grupo provém da reflexão atual diante de um histórico de injustiças econômicas, sociais e políticas a um grupo desprovido de direitos, construindo um ideal, permeado de sonhos – uma vez que“os sonhos são projetos pelos quais se luta” (FREIRE, 2000). Com dinâmicas reestruturadas recentemente o Periferia iniciou o segundo semestre de 2015 com reuniões mais dinâmicas e procurando estar mais presente junto a cada convivente do albergue Portal do Futuro. Atualmente o projeto é constituído por reuniões de estudo quinzenais no campus São Paulo da Unifesp e duas atividade em campo, Portal albergue do Futuro que se localiza próximo ao metrô Armênia da cidade de São Paulo, as terças feiras a partir das 18 horas. Nas reuniões na universidade falamos de Rua, direitos humanos, saúde e educação. Tentamos colocar em prática a educação popular com a fala de Paulo Freire, que nos leva a busca pelo “fazer junto” e não “fazer para”. Através do diálogo e troca de saberes diversos de fontes sociais diferentes, o projeto abriga estudantes de diversos cursos e diferentes meios sociais. O eixo estruturante do Projeto é a sua cogestão entre os estudantes, docentes e profissionais, implicando no contínuo exercício do diálogo. Após a reestruturação do projeto percebemos que nossa essência foi mantida. Sendo as conversas e expressões artísticas com suas mais variadas nuances, as que mais chamam atenção dos usuários levando assim de uma forma leva a reflexão de vida mais ao mesmo tempo proporciona ao graduando aprender sobre a vida, sobre si mesmo e sobre o outro. Os temas são sugeridos pelos conviventes, e em conjunto fazemos uma roda de conversa e debatemos o assunto e procuramos ter um produto final, geralmente artístico, que resume o que foi conversado durante a noite. Normalmente o estudante chega com muitos pré-conceitos da rua e das pessoas que vão encontrar nela, contudo após a primeira visita já vemos a transformação de pensamento e buscamos juntos conversar e entender o porque de tanta marginalização de seres humanos que se diferenciam de nós por termos uma chave que abre a porta de uma casa. O respeito e a valorização do ser humano em si, faz com que além de nós passarmos a ver esta população, ela também passa a nos enxergar. E o diálogo começa. O Periferia muda a visão apática que o estudante universitário tem do mundo, faz com que ele saia de sua zona de conforto, quebre os muros que o cercam dentro da universidade, e insere excluídos da sociedade ao seu círculo social. Desenvolvendo um cidadão mais aberto ao diálogo com pessoas diferentes, quebrando o preconceito que antes existia, matando o velho mito do “homem do saco”. Impregnados de sentido temos na extensão o respiro do pragmatismo. REFERÊNCIAS ASSUMPÇÃO, Raiane (org). Educação popular na perspectiva freiriana. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Educação popular. 2a ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 12a edição. Rio de Janeiro (RJ): Paz e Terra, 1977. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12a edição. Rio de Janeiro (RJ): Paz e Terra, 1983. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35a edição. Rio de Janeiro (RJ): Paz e Terra, 2007. (Coleção Leitura). PALUDO, Conceição. Educação popular em busca de alternativas. Uma leitura desde o Campo Democrático e Popular. Porto Alegre (RS): Tomo Editorial: Camp, 2001. ROSA AS, BRÊTAS ACP (orgs). Enfermagem e Saúde: olhares sobre a situação de rua. Curitiba (PR): Editora CRV, 2013. VASCONCELOS, Eymard Mourão; CRUZ, Pedro José Santos Carneiro (orgs). Educação popular na formação universitária: reflexões com base em uma experiência. São Paulo/ João Pessoa: Hucitec/ Editora Universitária UFPB, 2011. Palavras-chaves: Rua, Extensão, Educação Popular, Direitos Humanos 219 Eixo 1 DIÁLOGOS SOBRE CIÊNCIAS E AMBIENTE POR MEIO DA EXTENSÃO Autor(es): MARIA CRISTINA DE SENZI ZANCUL - Universidade Estadual Paulista (UNESP), ALESSANDRA APARECIDA VIVEIRO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP), FLÁVIA REGINA MARIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR), ANDRÉA MIDORI MACHIDA FERRAZ MENDES - UNIV Introdução O Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Práticas Pedagógicas em Ensino de Ciências e Educação Ambiental (ECiEA) reúne pesquisadores, professores da Educação Básica, alunos de Graduação e Pós-graduação de diferentes áreas como Biologia, Ciências Sociais, Física, Letras, Matemática, Pedagogia e Química. Busca articular propostas de pesquisa, ensino e extensão voltadas à Educação Ambiental (EA) e ao Ensino de Ciências. As discussões e investigações realizadas no âmbito do Grupo, bem como as atividades de pesquisa e ensino de cada membro, forneceram subsídios para dois projetos de extensão, realizados de forma articulada, durante os anos de 2013 e 2014: “Ciências e ambiente: dialogando com a comunidade universitária”, no campus da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (FCLAr) – UNESP, e “Ciências e ambiente: a universidade em diálogo com a escola”, na Escola Estadual Bento de Abreu (EEBA) de Araraquara, São Paulo, Brasil. Os projetos tiveram como objetivo estabelecer e cultivar um diálogo com a comunidade dessas duas instituições em relação a aspectos socioambientais e científicos, incluindo o estímulo a percepção e integração da comunidade universitária e escolar nesses ambientes. Buscaram, também, fomentar o interesse por temas relacionados a Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA), favorecendo reflexões que possibilitassem ações para a transformação e melhoria do espaço universitário e escolar. A fundamentação teórica pautou-se na perspectiva da EA crítica (GUIMARÃES, 2004; LOUREIRO, 2004) e no referencial freireano (2005, 2009). Metodologia O desenvolvimento dos projetos foi norteado pela metodologia da Problematização, estruturada a partir do esquema do arco proposto por Maguerez, envolvendo etapas de observação da realidade para identificação de demandas, problematização, teorização, elaboração e seleção de hipóteses de solução (BORDENAVE; PEREIRA, 1982). Seguindo esse movimento de arco, elaboramos diagnósticos na FCLAr e na EEBA, de modo a conhecer a realidade e identificar possíveis problemas e, a partir disso, iniciamos um processo de reflexão crítica sobre os aspectos levantados e estudo teórico para subsidiar propostas de soluções para os problemas identificados. Diagnóstico e ações na FCLAr Desenvolvemos um diagnóstico da realidade a partir dos seguintes instrumentos: identificação de projetos existentes na área de EA voltados à FCLAr nos últimos cinco anos; consultas sobre gestão de resíduos às secretarias dos Departamentos e diferentes setores da Faculdade; observação do ambiente; questionário com alunos para levantamento de percepção ambiental. O levantamento dos projetos indicou que a EA vinha sendo pouco explorada dentro dos espaços da FCLAr, não havendo nenhum projeto cadastrado na Pró-Reitoria de Extensão em 2011 e somente um relato de um festival de Artes, que tratava, entre outras, de questões ambientais, promovido por ex-alunos e aberto ao público da Faculdade. Com relação aos Departamentos, identificamos uma preocupação com a redução e reutilização de papéis e com o descarte de papelões. Entrevistas realizadas com funcionários responsáveis por diferentes setores revelaram ações relacionadas à melhoria da gestão ambiental, destacando-se a diminuição de impressões e a separação de resíduos em recicláveis e não-recicláveis. Em três setores, havia a preocupação com a redução do uso de copos descartáveis e, na área de Informática, atenção com o destino de equipamentos de informática obsoletos ou quebrados. Entre os funcionários, foi unânime a percepção da necessidade da criação de um projeto para descarte correto de resíduos e separação de recicláveis, bem como a retirada frequente desses materiais para que não houvesse acúmulo. A observação do cotidiano da FCLAr por membros do ECiEA evidenciou, entre outros aspectos, produção expressiva de copos descartáveis por parte de professores e funcionários, além do descarte incorreto (misturado a restos de alimentos, por exemplo), dificultando o armazenamento e a destinação para reciclagem. Com relação aos estudantes, as questões que envolviam a relação do aluno com o espaço da FCLAr revelaram uma dificuldade de percepção da Faculdade como “meio ambiente”, ou seja, uma ausência de sentimento de pertencimento ao local. Eles também revelaram uma preocupação com a geração e o descarte de resíduos sólidos. A partir disso, considerando as concepções de Freire (2005), identificamos “resíduos sólidos” como um profícuo tema gerador para projetos de EA junto à comunidade da Faculdade. Foram realizadas diferentes atividades na FCLAr, como exemplo: - Contagem dos copos descartáveis dispensados durante quatro dias por funcionários e docentes nas copas da FCLAr (1597 copos) e montagem de uma instalação com o material, que ficou exposta durante uma semana. Foram confeccionados cartazes com estimativas do consumo de copos em um mês e ao longo de um ano, os gastos para reciclagem e o uso da caneca como alternativa, buscando sensibilizar a comunidade sobre a necessidade de redução no uso dos copos. - Exibição do filme “Boca de Lixo” (1992), e discussão sobre a temática resíduos sólidos, tendo como convidado um engenheiro 220 Eixo 1 ambiental, gestor de projetos da Cooperativa de Catadores, Coleta, Triagem e Beneficiamento de Materiais Recicláveis de Araraquara – ACÁCIA. - Roda de conversa sobre problemas ambientais urbanos, tendo como subsídio um texto produzido especialmente para a ocasião pelo urbanista Gustavo Neves da Rocha Filho, professor doutor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – USP. Diagnóstico e ações na EEBA Foram aplicados questionários a alunos de turmas de sexto e nono ano do Ensino Fundamental, escolhidos aleatoriamente, e a professores de diferentes áreas. Com relação aos alunos, identificamos que poucos reconhecem o ser humano como parte do meio e a presença humana geralmente está relacionada com aspectos de ação antrópica destrutiva, como a poluição. Observamos indícios de uma visão bastante restrita de meio ambiente, associado à ideia de natureza, justificando a necessidade de propostas que trabalhem essas questões na escola. No que se refere à visão dos professores, a maior parte reconhece o ser humano como integrante do meio ambiente e parece estar consciente do seu papel como educador ambiental. No entanto, as respostas revelam que existem dificuldades para que as práticas relacionadas às questões ambientais de fato ocorram em sala de aula, justificando a necessidade de processos formativos que forneçam subsídios para que os professores incluam a dimensão ambiental de forma mais efetiva no trabalho com os estudantes (GUIMARÃES, 2004). O diagnóstico na escola incluiu, também, observações dos pátios antes e após horários de intervalo e das salas de aula após seu uso, com registro fotográfico destes espaços. Identificamos grande produção de resíduos e descarte inadequado da maior parte deles. Os alunos encontravam os locais limpos quando chegavam para o período de intervalo e, na volta para as salas de aula, o deixavam completamente modificado. Notamos acúmulo de resíduos variados (papéis de bala, folhas de caderno e restos de alimentos), jogados displicentemente em diferentes locais, inclusive no pequeno jardim, único espaço verde disponível, e dentro das pias e dos bebedouros do pátio. Diante do panorama observado, consideramos, também no caso da EEBA, que “resíduos sólidos” seria um bom tema gerador para projetos de EA junto aos estudantes. Assim, algumas ações foram desencadeadas, como exemplo: - Oficina de percepção ambiental, com alunos do nono ano, na FCLAr. Os estudantes saíram do espaço escolar, vivenciaram outro ambiente, realizando observação da fauna e flora, coleta e análise de solo, identificação da umidade relativa do ar, entre outros aspectos. Ao final, foram “provocados” a dar continuidade ao trabalho na escola, percebendo o ambiente em que estão cotidianamente inseridos. - Palestra sobre arborização urbana e discussão sobre a qualidade do ambiente da escola, incluindo o estímulo à percepção sobre a arborização do espaço, envolvendo alunos do sétimo ano da EEBA. Como parte final da atividade, os alunos realizaram o plantio de árvores nativas em uma área da escola, com a presença do Gerente de Reflorestamento da Secretaria Municipal de Araraquara - SP, que também forneceu as mudas. - Oficina de ervas e temperos com alunos do oitavo ano, com a constituição de algumas jardineiras que deveriam ser mantidas pelos estudantes para uso no preparo das refeições servidas na escola. Considerações As atividades realizadas no âmbito dos dois projetos, a exemplo de algumas aqui descritas, envolveram diferentes públicos e geraram discussões interessantes, enfocando as dimensões ambiental, social, histórica e política das questões em foco. Buscamos a construção de outros olhares e novas percepções sobre as questões ambientais e a proposição de alternativas e encaminhamentos para os problemas enfrentados, dentro de uma perspectiva que leva em conta as relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente. Os projetos de extensão constituíram também espaços de diálogo entre diferentes atores envolvidos nos dois espaços, possibilitando a produção de conhecimento num processo de transformação das relações na Universidade e entre ela e a sociedade. Referências BORDENAVE, Juan Dias; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino aprendizagem. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1982. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. ______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009. GUIMARÃES, Mauro. A formação de educadores ambientais. Campinas: Papirus, 2004. LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2004. Palavras-chaves: Extensão / Ciências / Meio Ambiente / Universidade / Escola 221 Eixo 1 DIREITO À EDUCAÇÃO COLMEIA: JOVENS CONSTRUINDO SEUS PROJETOS DE FUTURO Autor(es): JOSELY RIMOLI - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Universidade Estadual de Campinas Campus de Limeira Faculdade de Ciências Aplicadas O Direito à Educação Colmeia: Jovens construindo projetos de futuros Palavras-chave: Direito, política pública, educação, jovens, ensino prévestibular A proposta desse texto é refletir sobre a inclusão no ensino superior, de jovens e adultos, oriundos de classes sociais C, D e E, ao analisar se ocorreu a garantia de Direito à Educação, através da estratégia de estudar em um cursinho pré-vestibular. Para localizar e delimitar as problemáticas desse estudo, que são as dificuldades de acesso ao ensino superior e ao mundo do trabalho dos jovens, lembra-se desigual distribuição de renda e dificuldades de acessos à Políticas Públicas no Brasil, as quais, além de outros fatores, geram às violências físicas, emocionais, sexuais e simbólicas, além das violações de direitos de crianças e jovens, que ocorrem na grande maioria de municípios brasileiros.(Rimoli, 2005) Considerando estudos e projetos nos quais tenho participado pude constatar a escassez de Políticas Públicas para enfrentar, de fato essa complexa problemática de violências e violações de direitos e principalmente propiciar aos jovens construir um projeto de futuro, respeitando seus desejos, suas histórias pessoais e familiares e suas vocações. Pensar sobre o ensino de nível médio também se faz necessário, mas foge do escopo desse texto. Porém, se faz necessário apontar alguns dados, para maior compreensão da baixa inclusão e evasão do ensino médio, no Brasil. Estatísticas nacionais demonstraram que quase a metade dos jovens que concluem o ensino fundamental não conseguem entrar ou permanecer no ensino médio. Mas se assim for por que os adolescentes das classes A e B não evadem de suas escolas? Como são os processos pedagógicos, a capacitação dos professores e suas remunerações e as condições de infraestrutura? Após apontar as dificuldades de escolarização dos adolescentes, vamos citar dados sobre o ensino dos jovens adultos. Assim cabe pensar no papel social da universidade, no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão, perante a problemática de inclusão no ensino superior. Propõe-se destacar o nó crítico, que é a relação candidatos inscritos e vagas para os vestibulares das qualificadas universidades públicas. Como um exemplo citamos, que segundo dados da Comissão de Vestibular da Unicamp, inscreveram-se 77.760 candidatos, para disputar em 2016, as 3.320 vagas do 70 cursos de graduação, logo 74.440 não poderão ingressar na universidade. No vestibular de 2015 da referida instituição, 65, 9% dos ingressantes estudaram em escolas privadas e 26, 6% em escolas públicas. Site: Comvest Unicamp: Questionário Socioeconômico - Vestibular Unicamp 2015 Que tipo de curso pré-vestibular você frequentou? em branco 37120 48.1% curso pré-vestibular comercial comum 36325 47.1% curso pré-vestibular alternativo ou comunitário 3701 4.8% total 77146 100% Pode-se observar a grande discrepância, entre o porcentual de 4, 8% de estudantes de cursinho pré-vestibular comunitário, perante a soma dos que estudaram em escolas e cursinhos comerciais, de 95, 2. Considerando a exclusão do ensino universitário de jovens brasileiros, porém cabe salientar que a geração atual é a que mais teve oportunidade de ingresso ao ensino universitário, através das Políticas Públicas Federais do ENEM, PROUNI e FIES. Expostos esses dados propõe-se focar a reflexão para a esfera municipal. Em 2009, vivenciamos a implantação do novo campus universitário da Unicamp, a FCA, em Limeira – SP. Uma das nossas iniciativas foi a realização o Projeto de Extensão “Encontro de Vizinhos”. O principal problema detectado foi a falta de perspectivas de futuro para jovens, da região do Morro Azul (onde localiza-se a FCA), descritas como dificuldades de acesso à universidade e ao mercado de trabalho. Logo, como era esperado a problemática macro se reproduzindo na micro realidade municipal. Para traçar o diagnóstico no que se refere à Educação em Limeira. Destaca-se que segundo dados de 2015, do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, a porcentagem de jovens de 18 a 20, com ensino médio completo, no referido município foi de 15, 60%, em 1991, para 53, 27% em 2010. O aumento significante de conclusão no ensino médio é esperançoso, mas cabe perguntar: qual a porcentagem desses jovens continuam estudando? Em 1991, somente 5, 58% dos jovens adultos de 18 a 24, residentes de Limeira, estavam cursando o ensino superior, em 2000 eram 8, 65% e em 2010 eram 17, 77%. É louvável o acréscimo de jovens que estavam estudando em 2010, porém cabe destacar que 182, 23 % dos jovens não ingressaram na universidade. Qual é a expectativa de futuro desses jovens? Outra pergunta a se fazer, a implantação do novo campus da Unicamp, com 8 cursos de graduação foi um estímulo e facilitou o acesso dos jovens limeirenses ao ensino superior? Constatou-se que quando da implantação do Colmeia era insignificante o número de ingressantes na FCA, de residentes em Limeira ou das cidades mais próximas. Principalmente do ingresso de estudante oriundos de escolas públicas. Em contato com estudantes do ensino médio, de escolas estaduais de Limeira constatamos que a enorme maioria não sabia, após 5 anos de implantação, que a FCA existia e de que o ensino na Unicamp é gratuito. Em 2014, a mídia local divulgou que Limeira é a cidade da região, onde mais se aprisiona adolescentes e jovens. Pode-se se inferir que a dificuldade de permanência no ensino médio, colabora com o quadro acima, 222 Eixo 1 pois somente 38, 6 dos jovens possuem o ensino médio incompleto. Em Limeira, o nível educacional dos ocupados com ensino médio completo, em 2010 era de 49, 89, logo um pouco mais da metade dos jovens não estavam estudando e nem inseridos no mercado de trabalho. Mas cabe destacar que havia uma porcentagem de 7, 81%, em 2000, a qual caiu para 4, 71, de jovens que são vulneráveis, não trabalham e não estudam, logo necessitam de ações focadas mais específicas em Saúde, Educação e Profissionalização ou geração de renda, para que não se tornem facilmente capturados pelo tráfico de drogas. O que fazer? Qual o papel da Universidade? Vamos relatar a experiência de implantação do Cursinho Pré-vestibular Colmeia – jovens construindo seus projetos de futuro, cujos professores voluntários eram estudantes de Engenharia de Produção, Engenharia de Manufatura, Ciências do Esporte, Nutrição e Administração, Administração Pública, da FCA e Faculdade de Tecnologia, da Unicamp. Assim formulamos a pergunta central desse texto: Estudar no Colmeia contribuiu para o estudante ingressar nas universidades pública, ENEM, ProUni ou através do FIES em faculdades particulares? O Colmeia nasceu de trabalho em grupo da Disciplina Ética e Cidadania, que administrei em 2009, quando se refletiu sobre o conceito de Direitos, problemas sociais, políticas e intervenções para enfrentamento de problemas coletivos. Em minha vivência profissional, nas interações com os estudantes do Colmeia, com os jovens do ensino médio, mas principalmente os que estão fora da escola constatei que esses não possuem em seus repertórios e planos futuros o ingresso na universidade. Os jovens não conhecem um adulto que cursou a universidade e há um fosso social, uma baixa autoestima introjetada de incapacidade de passar no vestibular. Logo um grande esforço e interação com as escolas fundamentais e de ensino médio se faz necessário, para se mudar uma cultura e mentalidades de familiares. De 2009 à 2012 se estruturou o cursinho e o número de aprovações em vestibulares aumento de 5 para 19. Em 2013, além dos ingressos na universidade e de que alguns estudantes passaram em processos seletivos em empresas e no concurso para agentes de saúde, o Secretário Municipal de Educação, nos convidou para estabelecer uma parceria, financiando 33 bolsas para os graduandos e pós-graduandos que atuam como professores no Colmeia. O perfil das sete turmas, dos 300 estudantes, de turmas vespertinas e noturnas, que foram selecionados através de avaliação socioeconômica foi constituído por moradores de várias regiões de Limeira. Na experiência de implantação do programa Colmeia, se organizou grade horária, conteúdo, aquisição de apostilas, elaboração de exercícios e arranjos organizacionais, além se iniciar pequena biblioteca e conta-se com 5 bolsistas trabalho. Resultados Positivos: Fortalecimento das relações de parcerias institucionais e de vizinhança. Avaliações positivas de experiências comunitárias e da experiência de ensino pelos graduandos e pós-graduandos. Os resultados obtidos em 2014 foram 23 estudantes que ingressaram nas melhores universidades públicas e PROUNI e o número em 2015 foi 27 ingressantes, em diversos cursos das áreas de artes, humanas, da saúde e exatas, com destaques para vários que passaram em engenharias e em julho de 2015, uma aluna ingressou na Faculdade Federal de Medicina do Maranhão. Dentre os estudantes que permanecem até o final do ano, posto que há desistências, a qual caiu sensivelmente nesse ano, a porcentagem dos que ingressam nas universidades, em 2014 foi de 51, 6 dos inscritos em vestibulares. Ao se comparar com demais cursinhos comunitários paulistas, o Colmeia está em primeiro lugar. Como se pode constatar o Colmeia contribuiu para o ingresso dos estudantes das classes C, D e E, em universidades e para a construção de um futuro profissional e acesso a intercâmbios internacionais, através das bolsas Ciências Sem Fronteira, como vários já foram e ao voltarem reconheceram as contribuições do Colmeia. Referências Bibliográficas: Rimoli, J. Direito à Delicadeza. Crianças e Adolescentes livres da exploração sexual. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, 2005. Sites: www.comvest.unicamp.br www.atlasdobrasil.org.br Palavras-chaves: Direito/política pública/ educação/ jovens/ ensino pré-vestibular 223 Eixo 1 DIREITOS, RESPONSABILIDADES E EXPRESSÕES PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA Autor(es): MARCELA MALTAROLO - Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), MOACIR DE FREITAS JUNIOR - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) CAMPUS DE FRUTAL O presente trabalho tem por objetivo debater a importância da educação no processo de construção da cidadania, partindo do entendimento de que ser cidadão não se resume a ter direitos garantidos em abstrato pelas leis, mas abrange o conhecimento dos direitos e o exercício desses direitos na vida social. Se a escola ensinar a contento os direitos fundamentais aos jovens e se esses de fato os conhecerem e, por meio da luta e da organização, apropriarem-se deles, a tendência é termos uma nova geração mais apta a vivenciar a cidadania. Com base nesse pressuposto, desenvolvemos o projeto “Educação e cidadania: estudo sobre a relevância da educação na efetivação da cidadania e da democracia”, financiado pela FAPEMIG, com o intuito de 1)analisar como as escolas públicas do Município de Frutal lidam com o ensino dos direitos fundamentais aos estudantes do ensino médio; 2) se e como incentivam o exercício destes direitos no cotidiano da própria escola; 3) caso ensinem, quais os ganhos reais que essa prática tem trazido aos estudantes. O projeto contempla ainda a análise do papel dos professores, dirigentes escolares e do plano de ensino oferecido pelo governo no processo, a fim de entendermos se o tema lhes é relevante e se tais profissionais têm atuado efetivamente para formar os jovens para o exercício da cidadania. A Constituição Federal Brasileira, além de tratar a cidadania no artigo 1º, inciso II, como um dos cinco fundamentos que servirão de base para a construção e efetivação do projeto Democrático de Direito, estabelece no artigo 205 a educação como o instrumento para a aplicação da cidadania. Vejamos: “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. 35ª ed., Edição Câmara BRASÍLIA 2012. p.67 ). Desse modo, o texto constitucional deixa expresso que a educação é o instrumento constitucional destinado promover o exercício da cidadania junto à sociedade. Através da educação, o tema cidadania deve ser abordado e desenvolvido ao longo do ensino escolar, por meio da cultura, do lazer, e de outras modalidades de relações humanas. O objetivo da Constituição Federal Brasileira promulgada no ano de 1988 é possibilitar ao cidadão, desde o ensino básico escolar, a aquisição de noções jurídicas que lhe permitam construir uma sociedade conforme os direitos e deveres resguardados pela lei. Em geral, ao tratar do tema cidadania, automaticamente o relacionamos ao direito de votar. Essa associação não está errada porém, o conceito possui um espectro mais amplo: a cidadania compreende a participação integral dos cidadãos na sociedade, seus direitos civis, sociais e econômicos, e não somente os direitos e deveres políticos. Nesse sentido, Dallari entende que: A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social. (DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. 2ª Ed. São Paulo: Moderna, 2009, p.14) Assim, entendemos que é dever do cidadão exercer seus direitos relacionados à vida pública, e de extrema importância o exercício da cidadania para a democratização da sociedade. No mesmo sentido, aduz Loureiro: “pode-se afirmar que cidadania é o direito a ter direitos, além do dever de lutar por estes. Não é só isso, porém; cidadania também representa a necessidade de reconhecimento de novos direitos”. (LOUREIRO, Patrícia. A cidadania da União Europeia: mito ou realidade? In: SOUSA, Mônica Teresa Costa e LOUREIRO, Patrícia (Org.). Cidadania. Novos temas, velhos desafios. Ijuí: Unijuí, 2009. p. 175.) Nessa perspectiva, a participação do indivíduo na sociedade é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, devendo ser promovida pela educação. Conforme Paulo Freire: “é preciso que a educação esteja - em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos - adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história [...] uma educação que liberte, que não adapte, domestique ou subjugue.” (FREIRE, P. & SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006, p. 45) A tarefa do cidadão é ser protagonista da história, descobrir, criar, transformar, fazer evoluir com amplitude a sociedade. É fundamental que a educação ofereça bases exemplares aos alunos e ajude a formar cidadãos ativos, responsáveis na construção de um mundo melhor. Assim, entendemos que a educação pode e deve auxiliar na formação da cidadania, não apenas com o ensino burocrático de conteúdos, mas incentivando os jovens a identificarem seus próprios direitos, com mais participação social e consciência de seu papel na sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 19ª. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. BONAVIDES, Paulo. Direitos Fundamentais, Globalização e Neoliberalismo. In: Revista Latino Americana de Estudos Constitucionais. n. 2, jul/dez de 2003, 224 Eixo 1 p. 351-361. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 35ª ed., Edição Câmara BRASÍLIA 2012. DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. 2ª Ed. São Paulo: Moderna, 2009. FREIRE, P. & SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 11 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. JULIOS-CAMPUZANO, Alfonso. Os Desafios da Globalização - Modernidade, Cidadania e Direitos Humanos.Trad.Clovis Gorc-zevski. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2008. LOUREIRO, Patrícia. A cidadania da União Europeia: mito ou realidade? In: SOUSA, Mônica Teresa Costa e LOUREIRO, Patrícia (Org.). Cidadania. Novos temas, velhos desafios. Ijuí: Unijuí, 2009. PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 4ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. PORTELLI, H. Gramsci e o bloco histórico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. SCHWARZ, R. Um livro audacioso. In: Folha de São Paulo, 17 de maio de 1992. SILVA, J. M. A autonomia da escola pública: a re-humanização da escola. Campinas: Papirus, 1996. SNYDERS, G. Escola, classe e luta de classes. 2ed. Lisboa: Moraes Editores, 1981. SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 9ª. ed., rev. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006. WEISS, Carlos. Direitos Humanos Contemporâneos. SP, Malheiros, 2014. Palavras-chaves: Educação / Cidadania / Democracia / Direitos / Deveres 225 Eixo 1 DIVULGANDO O CONHECIMENTO GEOCIENTÍFICO: A EXPERIÊNCIA COLABORATIVA DA EXPOSIÇÃO INTERATIVA GEOEDU “O UNIVERSO DAS GEOCIÊNCIAS” Autor(es): DENISE BALESTRERO MENEZES - Universidade Federal de Sao Carlos (UFSCar), DANIELE TOYAMA DCAM - UFSCAR, EMILENE FRAZÃO CAPOIA - DCAM - UFSCAR, JULIA GUENKA FAGUNDES - DCAM - UFSCAR, RENATO WONG - DECIV - UFSCAR, MARCELO ADORNA FERNANDES - DEBE - UFSCAR 1. Introdução O projeto de exposições GEOEDU “O UNIVERSO DAS GEOCIÊNCIAS” faz parte do programa ProExtGEOEDU, voltado para a divulgação de conhecimento geocientífico e de tecnologias associadas, como auxílio na preservação e ocupação sustentável do meio (PIRANHA e CARNEIRO, 2009). O envolvimento de alunos de graduação de cursos diversos da UFSCar, que têm as geociências como parte de sua formação, como Engenharia Civil, Gestão e Análise Ambiental e Química, possibilita que, ao tomarem contato com temas mais específicos, aprofundem conhecimentos para sua formação profissional e compreendam a relevância dos vínculos entre Universidade e sociedade, entre conhecimento teórico e suas aplicações. (BACCI, 2009; MACHADO e RUCHKYS, 2010). Neste contexto, as exposições interativasGEOEDU “O UNIVERSO DAS GEOCIÊNCIAS” pretendemdar visibilidade a informações diversas sobre as geociências, como rochas, minerais, características dos ambientes de formação, fósseis e solos, em especial da região de São Carlos e interior paulista. O presente relato de experiência refere-se à montagem da primeira destas exposições que ocorreu durante a 67ª Reunião anual da SBPC em São Carlos. Durante da organização do acervo do Laboratório de Geociência (DECiv) o grupo se deparou com um significativo acervo de minerais, rochas e fósseis, que aguçou o interesse dos alunos participantes do projeto de extensão sobre peças que ainda não conheciam. Também as diferentes amostras de rochas da região trouxeram a percepção de que as características geológicas a princípio não muito atrativas eram ricas de registros inclusive fossilíferos. O contato com o acervo do Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia (DEBe) e seu acervo importantíssimo de fósseis e icnofósseis, trouxe a vida pré-histórica para o conhecimento do grupo. Diante destes acervos considerou-se fundamental a conscientização para a valorização do patrimônio cultural e científico local e regional a ser compartilhado por meio de exposições com foco na sociedade em geral, integrando educação, valorização e preservação do meio físico e pré-história. Assomou-se a isto a realização da SBPC na UFSCar, casa do projeto, estimulando à inserção da primeira das exposições. 2. Objetivos O objetivo deste artigo é apresentar os frutos desta experiência que ocorreu como uma das atividades da SBPC Jovem e a visão da participação dos alunos no planejamento, organização e realização da atividade em meio a um grande evento científico. Também se discuteneste texto a divulgação de geociências com participação de áreas que graduação que não são das geociências, mas que utilizam como base ou complemento em suas formações. 3. Material e métodos O método utilizado para a organização das exposições foi baseado nos objetivos do programa GEOEDU de divulgação de aspectos diversos das geociências com focona região. Partiu-se da organização e sistematização do acervo do Laboratório de Geociências e montagem de Banco de Dados de minerais, rochas e fósseis. Esta organização foi realizada por quatro alunos vinculados ao projeto GeoEdu, bolsistas e voluntários, com supervisão e orientação dos professores. Com o desenvolver desta etapa o grupo foi conhecendo mais sobre o tema, além já adquirido nas disciplinas da graduação. Concomitante ao desenvolvimento desta etapa foi enviada proposta da exposição durante a SBPC e passou-se a selecionar peças para um evento científico nacional, de grande visibilidade, que deveriam ser relevantes e que cativassem um público variado, de diversos níveis de conhecimento. Em conjunto com o professor Dr. Marcelo Adorna Fernandes e um de seus alunos selecionou-se no acervo do museu peças relacionadas à Paleontologia de interesse para a exposição, criando um vínculo entre a Geologia e a Paleontologia, característica chave da exposição. Para realização da exposição os alunos necessitaram maior conhecimento sobre as peças a serem expostas com auxílio dos professores e bibliografias complementares. Outra etapa foi o planejamento do projeto da exposição, tanto conceitual como de disposição no espaço físico, que contou com visitas ao local, diagramação e projeto em planta. O primeiro espaço seria mais amplo, mas para maior integração com os eventos da SBPC foi feita a troca para espaço menor, com adaptações de disposição e conteúdo. Foi definido o conceito de disposição de informações a partir da sua relação com a linha do tempo geológico e vinculadas às peças expostas, como rochas, minerais e fósseis, perfis de solo reconstituídos, oficinas interativas, mapas, imagens e fotografias que possibilitassemaos visitantes associar estes materiais com o seu ambiente de formação, com os habitantes da terra em cada época e as suas implicações ambientais atuais. Etapa seguinte foi a de preparação de expositores, materiais gráficos, aquisição de materiais. Com as peças dos acervos definidas, expositores organizados, pôsteres impressos, informações sobre cada item prontas e oficinas preparas, veio a etapa de montagem seguida da realização exposição, que teve duração de uma semana. 4. Resultados e Discussão Para seleção de peças os 226 Eixo 1 alunos tiveram que se desafiar, tendo o foco no público alvo da exposição, como relata uma das alunas: “abstrai de todo o conhecimento adquirido na universidade e encarei cada peça como se fosse um primeiro contato, pensando se acharia interessante, se seria cativada e instigada pelos conhecimentos científicos”. O grupo contribuiu com diversas perspectivas a fim de selecionar materiais capazes de chamar a atenção dos visitantes. As formações diferentes auxiliaram e se complementaram; mas por não serem alunos de graduações em geociências, necessitaram preparo maior para serem monitores. Foi necessário estudar cada peça a fim de estar preparados para sanar as dúvidas dos visitantes. Com esta busca por informações adquiriram mais conhecimento que complementará suas atuações profissionais futuras. O planejamento físico da exposição teve pontos altos e baixos, como a necessidade de alteração devido à troca de espaço que necessitou de novo projeto, mas esta mudança teve efeito positivo pois o novo local encontrava-se na região central da SBPC e assim a exposição recebeu um amplo público. A montagem no local foi trabalhosa por ser concentrada nos dias que antecederam à exposição, exigindo foco e disposição e colaboração de outros alunos do programa GEOEDU. Como relata uma das alunas: “foi uma parte difícil, pois todos já estavam cansados por causa do período letivo que acabara de se encerrar”. Durante a exposição houve o auxílio de mais monitores. O grupo foi confrontado com diversas questões, buscando abordagens mais atrativas ao público, instigando a curiosidade dos ouvintes e salientando a importância dos conhecimentos expostos. A exposição contou com espaço interativo na parte externa, com realização de oficinas sobre minerais e paleontologia que despertaram interessedas crianças ealgumas retornaram em outros dias para a mesma oficina. Também nesta área puderam ser observados perfis de solos da cidade, rochas dos aquíferos, demonstrações como as pegadas ficaram preservadas nas rochas. Na parte interna da exposição havia minerais, fósseis, pegadas de fósseis e rochas, com grande interesse sobre explicações sobre fossilização de animais e vegetais e as características dos minerais. O público foi eclético, com pessoas de diversas faixas etárias e níveis de conhecimento, levando ao desafio de conseguir passar as informações e conhecimentos adquiridos com as pesquisas sobre temas, sanando dúvidas dos visitantes e sempre buscando com os professores complementar seu conhecimento. As habilidades foram sendo descobertas pelo grupo. 5. Conclusões A ousadia em propor uma exposição de divulgação de geociências com alunos de diferentes graduações mostrou-se muito bem sucedida, com retorno do público percebido pela forma como interagiram, pelas solicitações de escolas que desejam receber a exposição e pelo reconhecimento do meio científico das geociências. E a conclusão principal vem de relatos dos próprios alunos: “grande desafio, porém os resultados foram compensadores, agregando diversos conhecimentos a cada integrante da equipe, bem como valores de trabalho em equipe, de organização e comprometimento”; “enfrentamento de desafios e o desenvolvimento de estratégias de contornar problemas”; “consolidação de conhecimentos adquiridos até então”; “estender meus conhecimentos da área e sobre mim mesma”. Referências BACCI, D. de L. C., 2009. A contribuição do conhecimento geológico para a educação ambiental. MACHADO, M. M. M.;;RUCHKYS, U. A. 2010. Valorizar e Divulgar a Geodiversidade: estratégias do Centro de Referência em Patrimônio Geológico CRPG - MHNJB/UFMG. GEONOMOS, v.18(2): 53 - 56. PIRANHA J.M.; CARNEIRO C.D.R, 2009. O ensino de geologia como instrumento formador de uma cultura de sustentabilidade. Revista Brasileira de Geociências, volume 39 (1), 129-137. Palavras-chaves: divulgação de geociências / minerais e rochas / exposição 227 Eixo 1 DOCENTE Autor(es): BERNARDO IGLESIAS - Universidad Nacional de Cuyo (UNCuyo), LEANDRO ORTEGA - AREA DE ARTICULACIÓN SOCIAL E INCLUSION EDUCATIVA, CELESTE GENCO - AREA DE ARTICULACIÓN SOCIAL E INCLUSION EDUCATIVA, JOSÉ GUILLERMO RODRÍGUEZ - AREA DE ARTICULACIÓN SOCIAL E INCLUSI PROGRAMA PADRE JORGE CONTRERAS En esta ponencia se desarrollan los presupuestos en los que se sustenta el Programa Padre Jorge Contreras, dependiente del Área de Articulación Social e Inclusión Educativa. Lleva el nombre en honor a quien dedicara su vida al trabajo con los sectores populares y la defensa de los Derechos Humanos. Contreras fue un referente en la lucha por una sociedad más inclusiva, estableciendo vínculos profundos con una amplitud de organizaciones, instituciones, personalidades y sectores sociales. Jorge Contreras fue nombrado Doctor Honoris Causa de la UNCuyo el 7 de Noviembre de 2007, por su incansable labor junto a los sectores populares. Tras su partida, en agosto de 2008, la UNCuyo creó el programa para rendir homenaje a Jorge. El programa es una propuesta de territorialización de procesos de enseñanza-aprendizaje con el propósito de acompañar los procesos desarrollados en los ámbitos de intervención universitaria. Con este programa, la Universidad Nacional de Cuyo busca contribuir a la promoción humana, la inclusión social, el pensamiento crítico y la construcción de una ciudadanía emancipada, en estrecha vinculación y mutua cooperación entre la comunidad universitaria y los sectores más vulnerabilizados por las condiciones sociales y económicas en Mendoza. Además genera una continuidad en las prácticas que desarrolla la Universidad en los territorios que fortalece los vínculos entre ambos espacios para el desarrollo de las prácticas sociales educativas. Esta mirada amplia que tuvo el Padre Contreras, se cristalizó en la relación que construyó con las comunidades huarpes del secano mendocino, los vecinos, vecinas y organizaciones del barrio La Gloria, los hombres y mujeres detenidos en las unidades penitenciarias de Mendoza, y con los actores de la Universidad Nacional de Cuyo, como con tantas otras instituciones. Este Programa está orientado a garantizar la continuidad y estabilidad en la articulación entre actores universitarios y actores que trabajen en la atención de alguna vulnerabilidad social. Este vínculo, entre los protagonistas de las organizaciones sociales y la Universidad, posibilita el encuentro y el diálogo entre las prácticas académicas y las prácticas sociales. Se pretende garantizar tanto la continuidad de los procesos iniciados como la sostenibilidad en el tiempo de las prácticas pedagógicas territoriales. Esto en función de las necesidades de la comunidad y de las emergentes en el proceso de institucionalización de las prácticas sociales educativas. Históricamente el programa fue nexo de la UNCuyo con los sectores populares, a través del trabajo en conjunto con las organizaciones sociales, instituciones educativas y referentes comunitarias de la Educación Popular. Junto a esto pretende ser una herramienta de diálogo y construcción horizontal entre la comunidad universitaria y los distintos sectores de la sociedad mendocina, especialmente aquellos donde el P. Jorge Contreras desarrolló su labor militante. Una iniciativa que proyecta ser sistemática, metodológicamente heterogénea, ecuménica y gestionada y construida en red. Entre los presupuestos metodológicos que animan el Programa se encuentran la participación, la socialización del conocimiento, el derecho a la información, la construcción colectiva simétrica y la mirada estratégica latinoamericana de la tarea. Los aportes identificados son el aprendizaje comunitario a partir de la resolución de problemas reales; la posibilidad de establecer vínculos con las comunidades; el aprendizaje constante en la diversidad y la complejidad de formas que existen de hacerlo. En este sentido, la institucionalidad de la universidad se ve interpelada por las múltiples formas de organización (formal y no formal) de los espacios con los que se articula. A partir de los vínculos desarrollados entre la comunidad universitaria y las distintas comunidades barriales con las que se trabaja, se percibe la necesidad de ahondar en el componente educativo de las prácticas extensionistas. En este proceso es fundamental la participación de las comunidades en la elaboración de las demandas concretas y problemáticas relevantes a las que puede hacer su aporte la Universidad. La misión del programa se centra en generar un espacio de aprendizaje en contexto comunitario para el desarrollo de las PSE. Para ello es necesario promover la articulación entre las organizaciones e instituciones sociales buscando fortalecer los lazos comunitarios, trabajando y reflexionando en conjunto. Se pretende así contribuir a la identidad de los vecinos como miembros de una comunidad. Son fundamentales las reuniones periódicas de trabajo en el barrio y de reflexión con el equipo de la Universidad, discutiendo y redefiniendo permanentemente el rol de la Universidad en este espacio de cruce de aprendizajes. Leyendo Freire entendemos que para llevar a cabo estos procesos debemos conocer lo que hacemos, que hace nuestra comunidad. Por esto, es que la vinculación directa con los sectores populares, es nuestra práctica periódica. Ir al barrio nos permite saber y conocer para trabajar en conjunto a través del conocimiento y no de la ignorancia, por acciones reflejo o mero asistencialismo. De esta manera se constatan necesidades intentando dar respuesta a ellas desde el aporte del Programa. También esto permite el rediseño de estrategias de abordaje. De este 228 Eixo 1 proceso se desprenden no sólo las actividades sino las propuestas metodológicas para acompañar los diferentes espacios, personas y proyectos. Inmediatamente pasamos a la reflexión de estos procesos, que nos permite cuestionarnos, conocer profundamente el por qué y el para qué de estos y si están adecuados a aquello que creemos y queremos conseguir. Esta reflexión ayudará a nutrir con nuevos aportes, nuevos textos, nuevas miradas, nuevas teorías y nuevas ideas. Pero no nos quedamos aquí, sino que volvemos a nuestra práctica enriquecida con los aportes que hemos encontrado entre todos y todas. Nos permite volver a la acción. Es por eso que este círculo de PRAXIS-REFLEXIÓN-ACCIÓN nos lleva a construir el conocimiento junto con otros y otras. Del trabajo conjunto entre vecinos del barrio, el equipo del Programa y referentes de las instituciones barriales, surgen las problemáticas prioritarias para trabajar en el corto y largo plazo: Algunas de ellas tienen que ver con contribuir en la búsqueda del “sentido comunitario”. Analizar de qué manera un grupo de personas que comparte un territorio puede actuar con intereses comunitarios y de qué depende que se haga de una u otra manera. Identificar cuáles son los mecanismos que se ponen en juego y que llevan a que una comunidad se constituya a favor de sus intereses comunes o, por el contrario, se destruya. El aporte que, como equipo de trabajo de la Universidad, podemos hacer es poner en común el saber académico al respecto que sirva para que junto a los saberes comunitarios y populares, se puedan potenciar las acciones en la comunidad. De la misma manera, se contribuirá a poner en discusión y analizar los motivos por los que problemas que parecen ser comunes no son sentidos como tales y son vistos como individuales, atentando así con la construcción simbólica del sentido comunitario. Las líneas de acción propuestas por el Programa y la permanente reflexión en su ejecución pretenden aportar a la integración de las funciones de la Universidad: investigación, docencia y extensión. En este sentido este programa busca un doble impacto: por un lado, en el fortalecimiento y ejecución de proyectos que surgen de los diagnósticos desarrollados en los barrios. Por otro lado, como comunidad universitaria en la producción colectiva de nuevos conocimientos, la promoción de prácticas sociales educativas y la incorporación a la currícula de nuevos contenidos. La sostenibilidad en el tiempo de las acciones y proyectos es una característica principal del programa. Garantizar la continuidad de las mismas independientemente de las personas, atendiendo siempre a las necesidades reales de la comunidad, es la principal preocupación del equipo del programa. Metas Nuestra meta es afianzar los vínculos con las comunidades en donde participa el Programa. El fortalecimiento de estas relaciones pretende garantizar territorios en donde los estudiantes de la UNCuyo puedan realizar las futuras Prácticas Sociales Educativas. Por eso es que todas las actividades que se realizan tienden no solo a la resolución de problemáticas socialmente relevantes sino también al proceso necesario para que cuando se institucionalicen las prácticas socio-comunitarias se realicen respetando procesos comunitarios y la continuidad de acciones prexistentes. En este sentido contamos con algunos indicadores por medio de la sistematización de experiencias que buscan dar cuenta de ese proceso, como la participación de la comunidad universitaria en prácticas sociocomunitarias o acciones ejecutadas en función de las demandas comunitarias. Cuales unidades académicas están vinculadas a prácticas educativas en ámbitos socio-comunitarios y la posibilidad que se incorporen objetos de estudios emergentes de las prácticas en nuevos trabajos de investigación. Reflexiones finales La experiencia obliga procesos de reflexión, guiados por algunas preguntas: • ¿Cómo percibe la comunidad la intervención de la Universidad en el territorio? • ¿Cómo percibe la Universidad su intervención en comunidades vulnerables, como espacios de aprendizaje? • ¿Qué se entiende por diálogo de saberes en los territorios? • ¿Estamos en condiciones de establecer vínculos sostenibles en el tiempo como institución? En relación al doble propósito de nuestras prácticas extensionistas: • ¿Qué avances dimos en la transformación de la propia realidad universitaria? • ¿En qué medida permitimos que las realidades comunitarias transformen a la universidad? • ¿Qué aportes significativos hemos podido hacer en las comunidades territoriales? • ¿Qué perfiles de docente, estudiante y graduado necesitamos para responder a estas necesidades? Palavras-chaves: Diálogo/Prácticas/Sociales/Educativas/Territorio/Saberes 229 Eixo 1 ECOLÂNDIA: A PRÁTICA DA COMUNICAÇÃO POPULAR E COMUNITÁRIA EM UM PROJETO QUE COMPLETA 10 ANOS Autor(es): GABRIELE WAGNER DE SOUZA - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), CLARA SITÓ ALVES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, JULIANA PETERMANN - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA A apropriação da comunicação por movimentos sociais e o aumento do número de rádios comunitárias são contribuições fundamentais para se alcançar uma sociedade mais plural e democrática, principalmente quando se pensa no contexto brasileiro em que as grandes redes de comunicações no país são controladas por apenas alguns grupos.Nesse s entido, é que se explica a relação da rádio comunitária Caraí FM - localizada no bairro Urlândia, região sul de Santa Maria – com o programa Ecolândia. Um vínculo que completará, no ano que vem, uma década de existência. O Ecolândia começou a ser produzido em 2006, ao integrar o pilar da extensão do Programa de Educação Tutorial da Comunicação (PETCom) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). É um programa de radiojornalismo produzido e apresentado por estudantes de jornalismo da UFSM e transmitido pela rádio Caraí FM para a toda a região sul de Santa Maria. Contamos ainda com a ajuda técnica do Estúdio 21 - laboratório de pesquisa e produção eletrônica da Comunicação Social na UFSM – para a gravação e edição dos quadros de áudio. O objetivo principal do programa é produzir informações sobre meio ambiente e qualidade de vida para a comunidade pertencente à região sul da cidade de Santa Maria e, para que isso aconteça nos baseamos nos princípios do jornalismo popular, ambiental e comunitário. Assim, concordamos com Peruzzo (2006) quando afirma que a comunicação comunitária tem como propósito também a ampliação da cidadania. Nesse sentido, toda a produção do programa é pensada levando em consideração os moradores da região, uma vez que, para fazer jornalismo popular é preciso que “o jornalista permanentemente se coloque no lugar do leitor.” (AMARAL, 2006, p. 126). Com uma hora de duração - apresentado ao vivo nas sextas-feiras e reprisado nas segundas-feiras – fazem parte do radiojornal os seguintes quadros e funções: apresentação, diálogo, boletim, reportagem, entrevista, ombudsman, edição, previsão do tempo, notícias e dicas, perfil e microfone aberto. O Ecolândia conta também com um blog e uma página na rede social Facebook. Ressalta-se que no quadro microfone aberto algumas pessoas da comunidade são ouvidas a respeito do tema da semana e, a partir dessas opiniões, é que são produzidos os quadros de entrevista e reportagem. Também há a participação da comunidade no quadro perfil, em que a história de um morador da região é contada no programa. Além disso, os quadros notícias e dicas culturais são elaborados a partir de assuntos de relevância para a comunidade, com caráter de prestação de serviço. Quando o programa surgiu, os temas abordados diziam respeito mais as questões ambientais. Esta abordagem foi, aos poucos, sendo ampliada, chegando a questões relacionadas à qualidade de vida e à promoção da cidadania, pois, assim como Bueno (2007), também consideramos que o jornalismo ambiental vai além de questões complexas e aborda também questões do dia a dia das pessoas. Atualmente, além de tratar de assuntos de cunho ambiental, o programa também tem discorrido sobre temáticas sociais como cultura de resistência, intolerância religiosa, comercialização do dia da mulher, participação política e outros temas relevantes a serem debatidos na sociedade. Dentre as atividades que já foram realizadas pelo projeto na comunidade estão duas pesquisas de opinião pública, nos anos de 2008 e 2012 e oficinas para estudantes do ensino público da região. A estrutura do programa também passa por mudanças sempre que necessário. Já existiram quadros em parceira com outros cursos da Universidade, como, por exemplo, o “Biologia em comunidade”, produzido por integrantes do grupo PET Biologia da UFSM, quadros que exploravam lugares da cidade, “A cidade onde a gente vive” e outros que tinham a finalidade de interação direta com o ouvinte como o “Que bicho é esse?” e “Charada”. Entre as prioridades do projeto está o fortalecimento da imagem do radiojornal nos cursos de Comunicação Social da universidade e principalmente na comunidade da região sul. No que diz respeito ao relacionamento com as pessoas da Universidade, pode-se destacar a participação e realização de oficina de notícias para os participantes da 38ª Semana Acadêmica da Comunicação Social, que ocorreu no ano passado. Também foram produzidos vídeos (em parceria com a Facos Agência – laboratório do curso de Publicidade e Propaganda), confeccionados materiais - como blocos de anotações, camisetas, adesivos e ecobags - como estratégia de divulgação do projeto dentro da instituição e fora dela. Estreitar os vínculos estabelecidos com a comunidade também faz parte de nossas preocupações. O desafio do Ecolândia é ter um caráter cada vez mais comunitário, em que a construção do programa seja um trabalho conjunto entre a equipe e os moradores. Nesse sentido, várias ações são pensadas para colocar em prática esse anseio. Como a oficina de radiojornalismo realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Carlos, no bairro Urlândia. Ao longo de doze encontros, os estudantes puderam produzir perfis sobre as pessoas que trabalham na escola além de aprenderem a entrevistar, trabalharem a descrição, o ritmo e a locução para programas radiofônicos, entre outras habi230 Eixo 1 lidades desenvolvidas. Pensamos que essa é uma das formas de nos aproximarmos do jornalismo comunitário, uma vez que nossa função é fornecer os instrumentos/ferramentas necessárias para que os estudantes se apropriem dos canais de comunicação disponíveis da escola e deem continuidade a rádio escola. A oficina foi uma ação desenvolvida na disciplina de Comunicação e Cidadania, que tem como propósito que os universitários desenvolvam projetos de comunicação que visem a cidadania. Unir o Ecolândia com a disciplina e o trabalho na escola foi fundamental para estreitarmos os laços com a comunidade através da prática da educomunicação. Assim como Soares, acreditamos que educomunicação significa a união da Educação com a Comunicação permeada pela ação. Para o autor, “Educação e/ou Comunicação – assim como a Educomunicação – são formas de conhecimento, áreas do saber ou campo de construções que têm na ação o seu elemento inaugural” (SOARES, 2006, p. 03) Além do contato com a educomunicação, proporcionado pela disciplina de Comunicação e Cidadania, no Ecolândia também podemos colocar em prática, outros saberes aprendidos no ambiente acadêmico. As disciplinas de radiojornalismo, teorias da comunicação e do jornalismo, entrevista jornalística, comunicação e cultura e comunicação integrada são exemplos que serviram de base teórica para o que se coloca em prática através do projeto. Nesse contexto, o nosso desafio constante é praticar um jornalismo que vá além do “para” a comunidade, um jornalismo construído cada vez mais “com” a comunidade. Pretendemos alcançar esse objetivo através da continuação das oficinas de radiojornalismo em escolas da comunidade, da colaboração presencial de moradores da região sul nas reuniões de pauta que os integrantes do projeto realizam semanalmente para decidir os temas que serão abordados no programa, da participação na “Mateada” – evento organizado pela rádio na região, em que são distribuídos brindes para a população, acontecem shows de artistas regionais e concursos entre os moradores – além de outras ações. Isso porque entendemos que um projeto de extensão de tamanha importância, que está prestes a completar dez anos de existência, só pode conservar sua consistência se for construído para além dos muros da Universidade. Referências Bibliográficas AMARAL, Márcia Franz. Jornalismo popular. São Paulo: Contexto, 2006. BUENO, Wilson. Jornalismo ambiental: explorando além do conceito. In: Desenvolvimento e meio ambiente, UFPR, n.15, p 33-44, jan/jun 2007. PERUZZO, Cicília M. K. Revisitando os conceitos de comunicação popular, alternativa e comunitária. Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Brasília, 6 a 9 de setembro de 2006. SOARES, Donizete. Educomunicação –o que é isto? São Paulo, 2006. Disponível em Acesso em: 08 de julho de 2015. Palavras-chaves: Comunicação popular / comunicação comunitária / Ecolândia / radiojornalismo / UFSM 231 Eixo 1 Educação ambiental nas ondas da Rádio USP de Ribeirão Preto Autor(es): FRANCIELE SANTOS AMORIM - Universidade de Sao Paulo (USP), EVERTON MACEDO DE HELD -, VANESSA OLIVEIRA SOUZA -, JOSÉ MARCELINO DE REZENDE PINTO -, MARCELO PEREIRA DE SOUZA -, DANIELA CÁSSIA SUDAN -, LUÍS RIBEIRO DE PAULA JUNIOR Resumo Pensando nos impactos socioambientais que apontam para a necessidade de enfrentamento por parte de governos, setor privado e toda a sociedade, diversos setores do campus da USP de Ribeirão Preto se reuniram na promoção de um projeto de educomunicação que envolvesse a formação de uma cultura de respeito ao meio ambiente, junto à comunidade universitária e aos ouvintes da rádio USP Ribeirão, que abrange o município de Ribeirão Preto e região. O programa “Ambiente é o Meio” é veiculado semanalmente, nas ondas da Rádio USP Ribeirão (107, 9 FM), existe desde 2006, totalizando mais de 300 programas desde sua criação. A participação no desenvolvimento do programa tem estimulado os bolsistas a se aprofundarem na temática ambiental, o que já levou a elaboração de projetos de monografia, por exemplo. Introdução Os impactos socioambientais nos apontam para a necessidade urgente de seu enfrentamento por parte de governos, setor privado e toda a sociedade. A questão da conservação ambiental é central para a sobrevivência do planeta e os meios de comunicação cumprem um papel central na tomada de consciência sobre o tema e no debate sobre a busca de soluções (PERUZZO, 2002). Com base nesses pressupostos, diversos setores do campus da USP de Ribeirão Preto, tais como o Departamento de Educação, Informação e Comunicação da FFCLRP, a Rádio USP Ribeirão, o CETIRP (Centro de Tecnologia da Informação de Ribeirão Preto) e o Programa USP Recicla, da Superintendência de Gestão Ambiental, se reuniram na promoção de um projeto de educomunicação que envolvesse a formação de uma cultura de respeito ao meio ambiente, junto à comunidade universitária e aos ouvintes da rádio USP Ribeirão, que abrange o município de Ribeirão Preto e região. Objetivos Estimular a comunidade de Ribeirão Preto e região a tomar ciência, refletir e se corresponsabilizar com as questões ambientais levantando questionamentos sobre os principais problemas ambientais do país e do mundo e refletindo sobre os melhores caminhos para o seu enfrentamento, tendo por base, principalmente, o conhecimento produzido pela universidade na área de conservação ambiental, gestão, educação ambiental e sustentabilidade, através de seus docentes, alunos e egressos (CARVALHO, 2001; 2008). Materiais e métodos Utilizam-se notícias de revistas, jornais, artigos científicos e outros meios de propagação científica, particularmente a internet, para selecionar temas e potenciais entrevistados para os programas. É feito pela equipe de produção um roteiro de entrevista. As entrevistas são gravadas, sendo realizadas no estúdio da Rádio USP Ribeirão, por telefone ou por Skype e têm duração de cerca de 20 minutos. As edições são feitas tão somente para corrigir os erros de gravação e incluir a vinheta e créditos do programa. Antes de veiculadas pela Rádio as entrevistas são divulgadas na internet e, depois que vão ao ar, disponibilizadas na forma de arquivo mp3 no site do programa. Resultados O projeto existe desde 2006, sendo que no último ano, considerando o período de agosto de 2014 a agosto de 2015, foram gravados e veiculados 33 programas, totalizando mais de 300 programas desde sua criação. Os programas podem ser ouvidos semanalmente, às quartas-feiras às 13h00, nas ondas da Rádio USP Ribeirão (107, 9 FM), ou pelo site da mesma (www.ribeirao.usp. br). A divulgação das entrevistas é realizada na página e no perfil do Ambiente é o Meio, na rede social facebook (https:// www.facebook.com/AmbienteeoMeio e https://www.facebook.com/ambienteeomeio.usp, respectivamente). Como forma de ampliar ainda mais o alcance desse material, mantemos também uma página (http://www.ambienteeomeio.cirp.usp.br/), onde se encontram todas as entrevistas já veiculadas pela Rádio, com a possibilidade de baixá-las na forma de arquivo mp3, o que facilita bastante o acesso público. Conclusões O programa Ambiente é o Meio tem conseguido um bom impacto em toda a região atingida pela Rádio USP Ribeirão e tem servido para a divulgação de pesquisas feitas por pesquisadores da USP e pelas demais comunidades do meio científico, contribuindo, principalmente, com um dos tripés da Universidade de São Paulo, a extensão, sendo os outros dois, ensino e pesquisa. Além de uma rica experiência de consciência e aprendizagem socioambiental, o desenvolvimento do programa Ambiente é o Meio, proporciona aos bolsistas uma vivencia nos bastidores de um programa de rádio pela possibilidade de acompanhar as gravações no estúdio e por todo o processo que o antecede, a participação no desenvolvimento do programa tem estimulado os bolsistas a se aprofundarem na temática ambiental, o que já levou a elaboração de projetos de monografia, por exemplo. Referências bibliográficas Carvalho, I. C. M. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2008. Carvalho, I.C.M. Educação Ambiental e Movimentos Sociais: elementos para uma história política do campo ambiental. Rev. Educação: Teoria e Prática - vol. 9, nº 16, jan.-jun.-2001 e nº 17, jul-dez - 2001, p. 46-56. Peruzzo C.M.K. Comunicação comunitária e educação para a cidadania. 2002. Palavras-chaves: Educação Ambiental / Radiodifusão / Educomunicação 232 Eixo 1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL, UM PASSO PARA A SUSTENTABILIDADE Autor(es): MURILO TONIELO DA COSTA - Universidade Estadual de Minas Gerais, MOACIR DE FREITAS JUNIOR UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS MURILO TONIELO DA COSTA Discente no curso de Direito da UEMG no 6º período MOACIR DE FREITAS JUNIOR Doutor em Ciências Sociais pela UNESP de Araraquara Professor da Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG O presente trabalho visa debater os efeitos da educação ambiental na construção de uma sociedade que seja capaz se desenvolver de forma sustentável. Nosso objetivo é analisar a educação ambiental nas escolas de ensino fundamental e médio e averiguar se o contato prematuro com as questões ambientais tem ou não o poder de auxiliar na compreensão do imperativo que é a conservação do meio ambiente no mundo, sem abrir mão do desenvolvimento econômico. A Constituição Federal de 1988 garantiu tanto o direito ao desenvolvimento econômico quanto o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Porém, estes dois direitos fundamentais apresentam-se, em alguns momentos, conflitantes. A grande divergência está no fato de que a natureza é estruturada em eventos cíclicos, enquanto que a economia em passos lineares. Na natureza, um determinado comportamento humano pode gerar um impacto ambiental, de tal forma que dessa ação resulte em uma cascata que poderia até mesmo afetar o ser humano. Na economia, vale a captação de recursos, lucros, busca de novos mercados, lei da oferta e procura. Assim, a Carta Magna resume o pacto político que traz a harmonia dos interesses sociais conflitantes. Contudo, não é suficiente para garantir a efetividade e a concreção da harmonia de conflitos, tornando necessária a existência de instrumentos jurídicos e ações sociais que garantam essa efetividade. Em grande parte do mundo e também no Brasil, é grande a preocupação com o meio ambiente; entretanto, insta salientar que o direito ambiental brasileiro não visa apenas a proteção ambiental em seu sentido rígido, sem se preocupar com o crescimento ou a decadência econômica em determinadas ações, acarretando como consequência o surgimento de atividades ilícitas que prejudicariam mais o meio ambiente. Atualmente, a educação ambiental não se encontra inserida nos currículos escolares, direito este preconizado por nossa Constituição em seu art. 225, VI, que prevê: (...) promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; (...) (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988). Com isso, a fim de auxiliar na inserção da temática ambiental desde o começo da formação dos jovens é que desenvolvemos o projeto: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A IMPLEMENTAÇÃO DESTE CONHECIMENTO NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE FRUTAL-MG, patrocinado pelo órgão de fomento PAEX/UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), desenvolvido na cidade de Frutal/MG, sede da Unidade, cujo intuito é promover diretamente a educação ambiental nas escolas de ensino fundamental e médio do município. Nossa hipótese é que para enfrentar a problemática ambiental envolve-se um alinhamento coordenado entre todos os tipos de intervenção ambiental direta; contudo para que ocorra o objetivo de construir sociedades sustentáveis, é necessário também, incluir neste contexto as ações em educação ambiental, pois fica evidente que a educação assume destaque na construção de fundamentos, proporcionando mudanças culturais rumo a uma ética ecológica além de mudanças relacionadas aos próprios indivíduos, no caso do presente projeto a comunidade frutalense. Ainda, é importante analisar a importância que o tema possui entre os professores e diretores, estimulando-os a pensar, sobre a necessidade da inclusão de assuntos relacionados a sustentabilidade em seu dia a dia de trabalho como grade escolar. Em uma segunda etapa, ocorre a realização de palestras sobre educação ambiental, na forma de minicursos, para que os jovens estudantes e também os professores possam ter mais conhecimentos sobre os temas levantados. As ações do presente projeto de extensão encontram-se em andamento. A primeira parte do planejamento, que consistia em estudar o tema e desenvolver os materiais que serão apresentados aos jovens das escolas públicas está pronto e será apresentado sob a forma de pequenas palestras, com linguagem apropriada ao público alvo e abordando de maneira objetiva o problema que desejamos debater; as escolas já foram solicitadas para receber as apresentações, que devem ser efetivadas até o final do mês de outubro. Foram confeccionados brindes que serão entregues aos alunos ao termino das exposições teóricas, tais como réguas e lápis personalizados abordando o tema proposto, além de livros que serão sorteados para estimular o estudo da temática ambiental posteriormente. A previsão é que em novembro do corrente ano tenhamos dados objetivos sobre os efeitos da educação na formação de uma consciência ambiental que possa equilibrar a obtenção da riqueza e a preservação da natureza, que acreditamos possível. Conclui-se assim, que a educação possui papel fundamental na construção de uma sociedade mais sustentável, mais justa e ambientalmente mais equilibrada, e, que quanto mais cedo tais valores forem inseridos no universo educacional, objetivando aumentar a consciência entre os seres humanos para com o meio ambiente, maiores são as chances de, no futuro, atingirmos o tão desejado patamar de equilíbrio entre o desenvolvimento material da humanidade e a preservação de seu habitat para as próximas gerações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Constituição 233 Eixo 1 Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado 1988. Carli, Ana Alice de, Martins, Saadia Borba; Educação Ambiental - Premissa Inafastável ao Desenvolvimento. FIORILLO, Celso Antonio Paduco e RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de Direito Ambiental e legislação aplicável. 2ªEd. rev e ampl. São Paulo: Max limonad, 1999. MARCHESAN, Ana Maria Moreira; STEIGLEDER, Annelise Monteiro; CAPPELLI, Sílvia. Direito ambiental. 6 ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico-2010 Fiorillo, Celso Antonio Pacheco, Curso de Direito Ambiental Brasileiro - 15ª Ed. 2014. Cláudia Servilha. Manual de metodologia da pesquisa no direito. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005. Palavras-chaves: Extensão / Educação / Meio Ambiente / Sustentabilidade / Sociedade 234 Eixo 1 EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM ESTUDO COM LICENCIANDOS EM ENFERMAGEM Autor(es): MONICA MITSUE NAKANO - Universidade de Sao Paulo (USP), MARLENE FAGUNDES CARVALHO GONÇALVES - EERP/USP Este trabalho busca analisar o trabalho de educação em saúde, desenvolvido por estudantes de enfermagem que integram o projeto de extensão: “Promoção da Saúde na Educação básica”. A Resolução CNE/CES 3/2001 (BRASIL, 2001) traz o perfil do egresso do Curso de Enfermagem: “Enfermeiro com Licenciatura em Enfermagem capacitado para atuar na Educação Básica e na Educação Profissional em Enfermagem”. Tal atuação na Educação Básica se faz via programas de promoção da saúde na escola, que buscam propiciar reflexões sobre as condições de vida, processos de tomada de decisão, para que sejam favoráveis à qualidade de vida e à saúde, ações e decisões coletivas da comunidade escolar favorecendo a saúde e a melhoria das condições de bem estar. A educação para saúde supõe uma atividade que propõe a reflexão crítica do indivíduo sobre as ações desenvolvidas por ele, de modo que estimulam hábitos favoráveis à saúde, cotidianamente. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o trabalho de educação em saúde, como uma estratégia de promoção da saúde, desenvolvido por estudantes de enfermagem em uma escola de educação básica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada em uma escola pública do interior de São Paulo, campo de prática dos estudantes de enfermagem em sua atividade ligada ao projeto de Extensão. A coleta foi realizada no segundo semestre de 2014 e no primeiro semestre de 2015, em período letivo dos alunos, nos dias de atividade do projeto citado. Participaram os cinco estudantes de graduação ligados ao Projeto de Extensão de 2014 - 2o. semestre e três no 1º. Semestre de 2015, e os alunos da Educação Básica, participantes das atividades propostas pelo projeto - que totalizam 29 alunos matriculados no Ensino Médio da escola onde o Projeto foi realizado. Foram utilizados questionários com questões abertas. Compõem ainda os dados o registro de observação das atividades realizadas durante o projeto de extensão. As respostas dos questionários foram digitadas na íntegra, bem como os registros das observações. A análise dos dados foi realizada, com base na metodologia dialética proposta por Minayo, subdividida em três fases: ordenação dos dados (organização do material coletado), classificação dos dados (através de leitura horizontal e exaustiva dos dados coletados), e análise final (através de articulações entre o material coletado e os referenciais teóricos) (MINAYO, 2007). A partir dos dados coletados foi possível apreender alguns temas relacionados à propostas deste estudo, apresentados a seguir. a) Educação em saúde na escola: disciplinas Os alunos da educação básica participantes trouxeram que os temas relacionados à saúde foram trabalhados nas disciplinas de ciências, biologia e educação física. b) Temas ligados a saúde Os alunos destacaram que os temas trabalhados pelos professores foram: sexualidade, métodos contraceptivos, gravidez na adolescência, alimentação, cadeia alimentar, células, drogas e álcool, DST’s e sua prevenção, corpo humano, diabete, peso e altura, peso e boa alimentação, e atividades esportivas. Sugeriram temas que os professores poderiam ainda trabalhar: higiene, sexualidade, epidemias, gravidez na adolescência, doenças e seus sintomas, natureza e espaço, DST’s, saúde e alimentação, drogas e bebidas, e futuro. Já para os licenciandos os temas sugeridos foram: sexualidade, a vida no futuro, DST’s, câncer, obesidade, epidemias, gravidez, natureza e espaço, doenças crônicas/ psicológicas, homossexualidade, doenças comuns, temas relacionados à psicologia, e drogas. c) Importância dos estudantes de Enfermagem na escola Os alunos da educação básica afirmaram ser importante que os estudantes de enfermagem trabalhem temas de saúde na escola. Os alunos referiram que as atividades que participaram foram interessantes, importantes, boas, que os temas trabalhados e que aprenderam vão levar para a vida. Disseram ainda que os licenciandos souberam envolvê-los e cativá-los, e isso foi legal, pois todos conseguiram expor sua opinião. Afirmaram ainda ser importante que os licenciandos trabalhem temas de saúde na escola, pois muitos dos temas não foram trabalhados ou o foram superficialmente em alguma disciplina; que as atividades são interessantes e informativas (tiraram dúvidas), além de tirar os alunos da rotina da escola. d) Atividades Os licenciandos esperavam desenvolver atividades de promoção de saúde, ações de educação na promoção da saúde e dinâmicas envolvendo saúde. As atividades foram as seguintes: sexualidade, gênero, métodos contraceptivos, planejamento da gravidez/familiar, autoestima, drogas, valores (justiça, respeito, solidariedade e diálogo), perspectiva de futuro, concepção de saúde, e atividades sobre vestibular. e) Dificuldades Os licenciandos acreditavam que poderiam ter alguma dificuldade pessoal (que tentariam superar), em estabelecer o vínculo, de indisciplina, e de não atingir 100% do público alvo. Apenas um integrante acreditava que não teria dificuldades. Após o desenvolvimento do projeto, os licenciandos apontaram como dificuldades o planejamento das atividades, a elaboração do plano de aula, envolver todos os alunos e licenciandos, falta de tempo para planejar e explorar os conteúdos trabalhados com os alunos, timidez, e perceber o momento adequado para intervenções nas atividades. f) Expectativas e Realizações Os licenciandos tinham expectativas que o projeto ajudaria quanto a novos aprendi235 Eixo 1 zados, que nortearia para um futuro acadêmico, que proporcionaria experiências positivas, construção de conhecimento por meio do ensino-aprendizagem, e que contribuiria na visão como enfermeiro educador. O projeto contribuiu para a formação dos licenciandos a partir das experiências vividas, das atividades desenvolvidas e das elaborações dos planos de aula, o que possibilitou vínculo com a escola, aprendizado, contato amplo com os alunos da educação básica, acertos e erros contribuíram para buscar e fazer mais, além de desenvolver habilidades pessoais como a escuta e a fala sensibilizada. Diante da possibilidade de realizar atividades em escolas, os licenciandos referiram estar mais confiantes e preparados; a formação propiciada pelo projeto faziam sentir-se bem diante desta possibilidade, e que o trabalho de entrar em contato com os alunos é gratificante. Os Parâmetros Curriculares Nacionais/temas Transversais têm a proposta de que os temas, como por exemplo a sexualidade, devem ser discutidos nas diversas disciplinas, já que recebem contribuições das diferentes áreas do saber (BARROS; RIBEIRO; 2012), porém observa-se nas respostas aos questionários que a temática sexualidade ainda é trabalhada basicamente na disciplina de biologia. A partir dos questionários observa-se ainda que as disciplinas biologia, ciências e educação física trabalharam algum tema de saúde, mas relacionando-os diretamente com a própria disciplina, sendo então os temas relacionados à saúde apenas trabalhados quando previstos no currículo obrigatório, e não como um tema transversal. Segundo Marques et al (2007), professores da educação básica acreditam que o tema saúde, por estar intimamente ligado à educação, deveria ser obrigatório no currículo escolar, disciplinar ou transversalmente, além de estar presente no material didático; a escola deveria trabalhar a saúde: informando, prevenindo, sensibilizando o aluno, relacionando o tema com o meio ambiente, estabelecendo parcerias, como conteúdo curricular; uma possibilidade de se desenvolver um trabalho com a saúde, seria por meio de projetos contextualizados e participativos, desenvolvidos em conjunto com gestores públicos, educadores da escola e com a comunidade, concebidos a partir de cada realidade local e conforme a disponibilidade dessas pessoas. Neste estudo realizado por Marques et al (2007), destaca-se que professores julgam importante trabalhar o tema saúde na escola, e que a parceria com outros setores e desenvolvimentos de projetos que trabalhassem a temática seriam as soluções para que o mesmo seja trabalhado. O que acaba indo ao encontro do projeto realizado pelos licenciandos em Enfermagem. Outro ponto importante levantado pelo autor é a necessidade de se considerar a realidade e necessidade do local para o planejamento das atividades, o que também é realizado pelos estudantes de enfermagem. A partir dos questionários analisados, constata-se que o desenvolvimento do projeto de extensão “Promoção da Saúde na Educação básica” é muito importante para o aprendizado e formação do estudante de enfermagem, pois é uma oportunidade de vivência e experiência durante a formação. Foi referido também uma contribuição do projeto ao desenvolvimento pessoal dos estudantes, não se restringindo à contribuição acadêmica apenas. Ao mesmo tempo mostra-se muito importante para os alunos da educação básica, pois são trabalhados temas do cotidiano, que envolvem a educação e promoção em saúde, que muitas vezes não são trabalhados no ambiente escolar. Com os estudantes de enfermagem os alunos podem tirar as dúvidas sobre as temáticas trabalhadas. Dessa maneira desenvolve-se uma parceria entre profissionais da saúde e escola, todos visando o bem-estar dos alunos da educação básica. Destaca-se a importância da existência e continuidade do projeto de extensão “Promoção da Saúde na Educação Básica” nas escolas, pois traz uma das soluções para que temas relacionados à saúde sejam trabalhados nas escolas: a parceria entre Universidades, via projetos, e escolas de Educação Básica. Referências BARROS, S. C.; RIBEIRO, P. R. C.. Educação para a sexualidade: uma questão transversal ou disciplinar no currículo escolar? Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias. Vol. 11, Nº 1, 2012. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação. Resolução CNE/ CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. MARQUES, Elias P; PELICIONI, Maria C F; PEREIRA, Isabel M T B. Educação Pública: falta de prioridade do poder público ou desinteresse da sociedade?. Rev. bras. crescimento desenvolv. hum., São Paulo, v. 17, n. 3, dez. 2007. MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2007. Palavras-chaves: Promoção da Saúde/Licenciatura em Enfermagem/Educação Básica 236 Eixo 1 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS COMO INSTRUMENTO FUNDAMENTAL DA CONCEPÇÃO PRÉ-VIOLATÓRIA DOS DIREITOS HUMANOS. Autor(es): PAULO CESAR CORREA BORGES - Universidade Estadual Paulista (UNESP),BEATRIZ MARIANI - UNESP (DDD 18),MAIARA LIMA ROCHA - UNESP (DDD 12),PEDRO GABRIEL DA SILVA - UNESP (DDD 16),DRIANE DE SOUZA OLIVEIRA - UNESP (DDD 12). I - Metodologia utilizada pelo grupo O método de exposição deste trabalho é descritivo, de modo a indicar o funcionamento do projeto em questão para posteriormente analisar seus resultados. Quanto ao funcionamento das próprias oficinas, a abordagem metodológica se constitui como dialética e zetética. Reuniões prévias são realizadas, semanalmente, nas quais a bibliografia para determinada oficina é selecionada e discutida. Conta-se com a participação de diversos profissionais convidados, de diferentes áreas, para a preparação dos participantes do projeto, bem como para a seleção da bibliografia concernente, selecionando materiais impressos, especialmente, aqueles desenvolvidos pelo Governo Federal e pela UNESCO, audiovisuais, jogos e outros elementos com apelo lúdico que possam compor a estratégia para abordar o tema de direitos humanos a ser trabalhado junto aos alunos. O modo de exposição do tema é primeiramente discutido entre os participantes do grupo, que geralmente resulta em uma síntese de conteúdo adaptado para a exposição aos alunos do ensino fundamental. Posteriormente à realização das oficinas na escola, é produzido um relatório por parte dos participantes do grupo com o objetivo de relatar possíveis problemas ou sucessos com a abordagem adotada. Novamente, discute-se a oficina, agora partindo de conteúdo empírico, com a finalidade de verificar a eficácia da oficina. Tal método mostra-se adequado às necessidades do projeto, pois permite certa flexibilidade para a adaptação do conteúdo ao público alvo, assim como pesquisa de campo de acordo com experiência empírica, sem, porém, negligenciar o conteúdo teórico a ser discutido e transmitido aos alunos, pelo docente coordenador do projeto e promotores de justiça especialistas, vinculados ao projeto pelo apoio da ESMP – Escola Superior do Ministério Público. II - Violação dos Direitos Humanos – cultura pré-violatória A concepção atual de direitos humanos teve sua origem no final do século XVIII, em meio aos insurgentes conceitos da Revolução Francesa. A partir daquele momento, passou-se a compreender cada indivíduo como ser humano enquanto possuidor da dignidade humana. Essa concepção de indivíduo, porém, limitava-se ao homem branco e burguês, como não deixa dúvidas a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” de 1789. Apesar de ser fortemente pautado em ideais da cultura liberal-burguesa, “O processo de reconhecimento e afirmação dos chamados direitos humanos constituiu-se em uma verdadeira conquista da sociedade moderna ocidental.” Neste mesmo sentido, Joaquín Herrera Flores explicita: Nós não entendemos os direitos humanos como a manifestação histórica de uma essência humana eterna, mas como os processos e dinâmicas sociais, políticas, econômicas e culturais que se desenvolvem historicamente em estreita relação com a aparição e expansão do modo de produção e de relações sociais capitalistas. Os direitos humanos são compreendidos e instrumentalizados dentro de uma perspectiva universalizante, de forma hierárquica, como produto da doutrina ocidental. Desta forma, de acordo com Joaquin Herrera Flores, reproduz-se uma lógica de inclusão/exclusão, já que ao incluir apenas um ponto de vista, necessariamente há a exclusão dos demais. A teoria dos direitos humanos como conhecemos prioriza ainda uma visão pós-violatória, que apenas se preocupa com os direitos humanos a partir do momento em que a norma é descumprida, gerando uma cultura anestesiada, reproduzindo práticas e anseios simplificados das relações humanas. Neste sentido, David Sánchez Rubio aborda de maneira extremamente crítica o entendimento tradicional, ressaltando o abismo entre o que “se diz” e o que “se faz” no âmbito dos direitos humanos . A concepção atual de direitos humanos é arcaica, pois vincula quase que em sua totalidade estes direitos à existência das normas jurídicas estatais e às declarações e tratados internacionais. Desta forma, a preocupação volta-se apenas à uma dimensão pósviolatória e, consequentemente, o que se observa é a baixa eficácia dos direitos assegurados em tais leis e tratados. Dessa forma, deve ser propagada uma cultura a favor da dimensão pré-violatória dos direitos humanos, ou seja, os direitos humanos gozariam de tutela não apenas após terem sido violados --- por meio de sanções, mas, sim, anteriormente, nas palavras de David Sánchez Rubio: “[...] para tornar efetivos os direitos humanos as atuações humanas e a sensibilidade popular por reconhecê-las aludem a uma dimensão pré-violatória dos mesmos.” É importante ressaltar que uma dimensão pré-violatória refere-se a um conjunto de práticas, que englobam tanto as diárias quanto as lutas sociais, construídas todos os dias pelos homens e mulheres, que não se conformam com as constantes situações de injustiça e desigualdade. Helio Gallardo nos ensina que os direitos humanos têm como referencial básico a autonomia dos indivíduos enquanto sujeitos sociais. Para o referido autor, “[...] ’sujeito’ quer dizer colocar-se em condições sociais individuais de apropriação de uma existência.” . Por “autonomia” entende ser a possibilidade dos seres humanos de viverem certas experiências, desde as mais simples, do dia-a-dia, até as mais complexas, que levariam a uma libertação. 237 Eixo 1 É a partir dessa dimensão pré-violatória que a ideia de educação vem à tona. Deve-se considerar a educação como uma luta social, que empodera e personifica os sujeitos em suas relações cotidianas. Desta maneira, permite-se construir um caminho para que os sujeitos sejam capazes de reagir culturalmente, criando um ambiente em que os direitos humanos são pensados e respeitados. III - Discussões e resultados O Projeto tem por objetivo promover uma cultura pré-violatória dos direitos humanos, descontruindo pré-conceitos e a cultura discriminatória, através do ensino, da pesquisa e da extensão, junto aos alunos do ensino fundamental. O tema da Educação em Direitos Humanos como instrumento fundamental da concepção pré-violatória dos Direitos Humanos, propicia uma profunda análise acerca da importância da formação, nas escolas, de indivíduos conscientes e munidos de carga cultural como expressão máxima de luta social, para que sejam protagonistas da própria história pessoal, construindo cidadania e reconhecimento. Essa nova perspectiva, supera a concepção de que é necessário ser consumidor para ter cidadania e, por outro lado, que aquela equiparação entre o não-consumidor equivaleria ao não-cidadão, à margem da sociedade contemporânea capitalista, em cuja concepção já prevê a existência de pessoas socialmente excluídas e sem emprego em condições decentes, muitas vezes se submetendo a trabalhos degradantes senão forçados. As dimensões dos direitos humanos, normalmente apresentadas com uma concepção geracional, devem ser apresentadas como frutos das lutas dos movimentos sociais, contrapondo-se ao discurso positivista, segundo o qual a sua positivação pelos Estados é que representaram o seu reconhecimento a partir da razão, e os quais seriam uma decorrência lógica da condição singela de ser da essência do gênero humano. Dialeticamente, a Teoria Crítica dos Diretos Humanos desnuda o discurso ideológico que mascara a crueza da concepção positivista dos direitos humanos como um “dado” da positivação estatal, por meio de tratados, constituições e legislações internas e internacionais, segundo a qual os direitos humanos decorreriam da natureza humana, quando em verdade foram construídos tendo por paradigma os interesses e concepções do homem europeu, branco, heterossexual, proprietário etc., a pretexto de se estender a outros seres humanos alijados da fruição daqueles mesmos direitos, tais como: povos dos países periféricos (africanos, latinos e asiáticos); mulheres; crianças; idosos; crianças; homossexuais; indígenas; não-cristãos etc. Estes aportes teóricos são necessários para uma visão pré-violatória, notadamente quando se depara com racismo, homofobia, questões de gênero, violência na escola e liberdade religiosa, alguns dos temas que são desenvolvidos nas escolas a partir do referido projeto “Fundamentos da Cidadania para Alunos Fundamentais: Construindo cidadania e reconhecimento”, para que os próprios alunos tenham a oportunidade de se formarem, e também formarem aqueles com os quais realizam oficinas sobre tais temas, ou para multiplicarem junto a seus professores, familiares e amigos, a partir de uma perspectiva concreta e materialista, atingindo-se o resultado de propiciar-lhes a escolha de se tornarem protagonistas da própria história. Cidadania e reconhecimento são aspectos decorrentes deste protagonismo construído a partir da própria escola, notadamente considerando a transversalidade da temática dos direitos humanos, dentro dos próprios Parâmetros Curriculares Nacionais, que tornam os professores do ensino fundamental das mais diversas disciplinas, parceiros na construção e execução do projeto de extensão. IV - Conclusão É imprescindível a Educação em Direitos Humanos nas escolas como fonte da concepção pré-violatória de Direitos Humanos de modo a sedimentar e expandir conhecimentos acerca do direito inerente ao homem. Bibliografia BORGES, Paulo César Correa. A tutela penal dos direitos humanos. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, ano 12, n. 134, p. 82-88, jul. 2012. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 37. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008. GALLARDO, Helio. Teoría crítica: matriz y posibilidad de derechos humanos. Murcia: David Sánchez Rubio Editor, 2008. HERRERA FLORES, Joaquín. Teoria crítica dos direitos humanos: os direitos humanos como produtos culturais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. MARINHO, Dórian Esteves Ribas. Uma visão evolutiva dos direitos humanos. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/dh_dorian.html>. Acesso em: 19 maio 2015. SÁNCHEZ RUBIO, David. Fazendo e desfazendo os direitos humanos. Tradução de Clovis Gorczevski. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2010. --------. Uma perspectiva crítica sobre democracia e direitos humanos. 8 jan. 2013. Disponível em: <http://www.gnmp.com.br/publicacao/171/uma-perspectiva-critica-sobre-democracia-e-direitos -humanos>. Acesso em: 19 maio 2015. WOLKMER, Antonio Carlos. Novos pressupostos para a temática dos direitos humanos. In: SÁNCHEZ RÚBIO, David; HERRERA FLORES, Joaquín; CARVALHO, Salo de. (Org.). Direitos humanos e globalização: fundamentos e possibilidades desde a teoria crítica. 2. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. Palavras-chaves: DIREITOS HUMANOS/EDUCAÇÃO/CIDADANIA/RECONHECIMENTO 238 Eixo 1 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA: DIÁLOGOS ENTRE A PROPOSTA PEDAGÓGICA DE HELENA ANTIPOFF E TRÊS ESCOLAS ESTADUAIS NO ENTORNO DA UEMG-IBIRITÉ Autor(es): ELIZABETH DIAS MUNAIER LAGES - Universidade do Estado de Minas Gerais, Carolina Zimer Silva - UEMG-UNIDADE IBIRITÉ, Mariana Aparecida Pereira da Cruz Sousa - UEMG-UNIDADE IBIRITÉ, Túlio Matheus Gomes de Sousa - UEMG-UNIDADE IBIRITÉ Resumo: É a partir da reflexão sobre a teoria dos direitos humanos, sua história, legislação e ações contemporâneas é que surge o projeto de extensão “Educação em Direitos Humanos e Cidadania: diálogos entre a proposta pedagógica de Helena Antipoff e a Escola Sandoval Soares de Azevedo” na UEMG (Unidade Ibirité), que visa a interlocução de saberes com três escolas no entorno desta universidade. São elas, as Escolas Estaduais Sandoval Soares de Azevedo, Yolanda Martins e Antônio Pinheiro Diniz. Tal projeto tem como finalidade a formação cidadã e, para isso estão sendo oferecidas capacitações para professores, gestores e alunos acerca de vários conteúdos, tais como a história dos Direitos humanos e a educação; a educação como meio de transformação e libertação; o direito à educação no Brasil e sua previsão no Estatuto da Criança e do Adolescente; a violência urbana e doméstica e a Instituição escolar; a relação entre família escola e os conflitos do cotidiano escolar. Além disso, está prevista a produção de informativo à comunidade sobre o que está sendo desenvolvido no projeto. Ressalta-se que a equipe de trabalho tem organizado encontros semanais, fóruns bimestrais e mesas de discussões, estando, em especial, em setembro, envolvida com o “Colóquio sobre Educação, cidadania e direitos humanos”. O grupo está em constante articulação com a FaPP (Faculdade de Políticas Públicas - UEMG), afim de produzir material didático-pedagógico instrucional que servirá de apoio permanente para as escolas e a comunidade escolar. Introdução: A igualdade entre as pessoas, o fim da opressão e da discriminação, a justiça, a garantia da dignidade, a proteção e a liberdade são alguns dos princípios e valores que regem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em vigor há 67 anos, desde 10 de dezembro de 1948. Este documento surge no contexto pós 2ª Guerra Mundial a partir de um esforço da Organização das Nações Unidas (ONU) em promover a paz. Neste documento, a educação aparece não apenas como um direito, mas também como um meio para que se alcance os objetivos propostos. Em seu preâmbulo, a declaração pede “que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades”. A escola, como instituição de referência na educação e central na formação dos indivíduos, também não pode abstrair-se do debate, prática, promoção e garantia dos direitos humanos. Uma das primeiras tarefas da escola é a oferta de uma educação de qualidade, prevista no artigo 26. A Declaração neste sentido afirma que “a instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana”, dialogando com o pressuposto central da educação integral que busca estimular as várias dimensões do indivíduo. Em 2012, o Ministério da Educação aprovou as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (DNEDH). Tais diretrizes estão em consonância com a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996). Assim sendo, ações que visem orientar a comunidade escolar e todos que são responsáveis pela educação, atendendo aos objetivos de promover a inclusão e a prática da educação em direitos humanos em todos os níveis de ensino, são iniciativas louváveis pois o conhecimento da história é instrumento importante para se conhecer e compreender melhor como se elencaram os direitos e como se situam os deveres no processo de formação da cidadania. Evidencia-se que o desenvolvimento de módulos de formação para os educadores e alunos, que incluam palestras, curso de formação, rodas de conversa com importantes personalidades da comunidade e elaboração de material pedagógico consubstanciam em elementos articuladores nesse processo. O conhecimento sobre a história também nos mostra que pioneiramente, Helena Antipoff já manifestava em sua proposta pedagógica a preocupação em formar professores a partir de ideais democráticos e de cidadania, já no início do século XX e sua produção teórica contemplava esta temática. Ressalta-se ainda, neste contexto, que a UEMG tem seis Programas Institucionais de Extensão aprovados e voltados para o campo dos direitos humanos e dos direitos às diferenças, em especial o de “Direitos das crianças e adolescentes e o de “Educação Integral”. E é a partir da reflexão sobre estes programas, sobre a história dos direitos humanos e suas ações contemporâneas é que surge o projeto de extensão “Educação em Direitos Humanos e Cidadania: diálogos entre a proposta pedagógica de Helena Antipoff e a Escola Sandoval Soares de Azevedo (ESSA)” na UEMG (Unidade Ibirité), Destaca-se que o projeto de extensão em referência inicialmente seria desenvolvido apenas em parceria com a ESSA mas outras duas escolas se juntaram ao grupo. São elas, as Escolas Estaduais Sandoval Soares de Azevedo, Yolanda Martins e Antônio Pinheiro Diniz Reitera-se, nessa medida, que ações extensionistas que tem por objetivo aproximar escolas de Educação Básica do ensino, extensão e pesquisa produzidos na universidade estão em consonância 239 Eixo 1 com a Política de Extensão da UEMG e com a Rede Nacional de Extensão (RENEX).. Salienta-se que há também parceria com a Faculdade de Políticas Públicas (FaPP) com o objetivo de se buscar professores para desenvolver palestras sobre o tema e subsidiar a elaboração de material didático-pedagógico específico. Assim sendo, este projeto tem como objetivos: estreitar laços da UEMG-Unidade Ibirité e da Faculdade de Políticas da UEMG (FaPP) com a comunidade a partir de contínua convivência e elaboração de atividades e ações educativas cooperativas; capacitar alunos e professores das escolas a partir do estudo de teoria específica sobre a Educação em Direitos Humanos, da resolução de situações-problema e do desenvolvimento de ações coletivas para a cidadania; elaborar material didático-pedagógico que subsidie a EDH e que servirá de apoio curricular aos professores e gestores das escolas. E ainda, desenvolver estudo comparativo entre a formação cidadã em Helena Anitpoff e a formação para a cidadania nos dias atuais, que possibilite a implementação de outros projetos e a expansão para outras escolas estaduais do município de Ibirité. Metodologia: O projeto iniciou-se em junho de 2015 e tem como finalidade principal a formação cidadã de professores, alunos e gestores. Ressalta-se ainda que universidade e escolas decidiram por trabalhar com equipe definida (professores, alunos e gestores) pelas instituições de educação básica e que tais equipes serão disseminadoras do projeto nas escolas. O seu desenvolvimento tem se dado pelas seguintes etapas: Etapa 1 –Acolhimento e sensibilização – momento de discussão sobre reais necessidades das escolas no que diz respeito ao trabalho com Educação em Direitos Humanos a partir de reuniões com a direção, gestores e equipe de professores. Etapa 2 – Desenvolvimento de 2 módulos de 40 h uma vez por semana sobre a temática em dia escolares. Palestras e rodas de conversa com personalidades de destaque da região e também com professores convidados da FaPP. Criação de fórum bimestral para discussão do tema. Etapa 3 – Elaboração de material didático-pedagógico instrucional sobre a temática que servirá de apoio permanente para as escolas. Etapa 4 – Pesquisa documental sobre a formação para cidadania na obra de Helena Anitpoff e coleta de dados que contemple a visão dos professores e gestores acerca da cidadania nos dias atuais buscando-se fazer análise comparativa entre os dois momentos. Resultados e discussão: Almeja-se a partir deste projeto que aconteça a aproximação entre a escola escolhida e a comunidade acadêmica da unidade. Espera-se que esta aproximação também se dê com a comunidade acadêmica da FaPP, em especial com os programas institucionais de extensão da UEMG “Direitos das crianças e dos adolescentes” e “Educação Integral”. Deseja-se, sobretudo, que esta convivência se dê de forma permanente entre as instituições e que esta parceria possibilite a execução e o desenvolvimento de pesquisas e ações educativas cooperativas constantes. São também esperadas futuras publicações em periódicos, fruto do trabalho das equipes envolvidas. Conclusões: Como o projeto se iniciou em junho estamos em momento de desenvolvimento dos módulos de capacitação dos professores e gestores. As atividades têm sido bastante proveitosas. No dia 17 de setembro de 2015 aconteceu o “Colóquio sobre Direitos Humanos, cidadania e Educação”, atividade inscrita na 4ª Semana UEMG que contou com a participação de várias pessoas da comunidade, alunos, professores das escolas envolvidas e também professora da Fapp. A experiência e a visão sobre cidadania e direitos humanos de cada um dos convidados somaram-se ao debate da plateia, apontando a importância da formação para a cidadania não apenas como conteúdo obrigatório, mas como ação concreta do cotidiano escolar. Referências: ANTIPOFF, Daniel I. Helena Antipoff: sua vida/sua obra. Belo Horizonte. Itatiaia LTDA, 1996. Vol. 183. BRASIL. Resolução n 1, de 30 de maio de 2012. Estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. ONU. Declaração Universal do Direitos Humanos, 1948. Palavras-chaves: Formação cidadã/ Direitos Humanos/ Educação Humanista 240 Eixo 1 EDUCAÇÃO POPULAR E AUTO-ORGANIZAÇÃO EM ATIVIDADES DE EXTENSÃO Autor(es): GABRIELA FURLAN CARCAIOLI - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), GABRIELA FERNANDES FELICIANO MURUA - UNICAMP Apresentamos neste trabalho a experiência de educação e auto–organização que vem se desenvolvendo no acampamento Elizabeth Teixeira desde o ano de 2008. Temos como objetivo discutir, tanto a auto-organização da comunidade, quanto a auto-organização do grupo extensionista – Coletivo Universidade Popular (Coletivo UP) -, a partir da educação popular, matriz principal que orienta o trabalho do coletivo de extensão. Em abril de 2007, cerca de 200 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma área destinada à reforma agrária no município de Limeira, SP. Em dezembro do mesmo ano, as famílias sofreram um violento despejo1 liderado pela prefeitura municipal que utilizou-se da força da polícia militar do estado. Em meio a esse contexto, em dezembro de 2007, o Coletivo UP, recém formado e constituído por alunos e ex-alunos da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), conheceu o acampamento Elizabeth Teixeira, que se reorganizava para um novo ato de reocupação da área. Naquele momento, os integrantes do U.P se articularam, participando e contribuindo nesse grande ato. A partir desse momento, iniciou-se uma forte relação entre o coletivo de extensão e a comunidade do acampamento. Procurando conhecer a realidade das famílias e iniciar um trabalho que contribuísse para uma mudança na realidade local, o coletivo ofereceu ajuda para reconstruir a área, destruída durante a reintegração de posse e iniciar atividades educacionais, de acordo com a demanda local. Foi assim, que durante o ano de 2008, momentos de integração com a comunidade foram acontecendo e a partir disso, foi possível conhecer cada morador, conversar com eles sobre suas lutas cotidianas, histórias de vida e sonhos. Dentro desses tantos sonhos, um ecoava em diversas vozes e chamou muito a atenção do coletivo: aprender a ler e escrever. O coletivo assumiu então esse compromisso e alfabetizar os acampados passou a ser uma tarefa e um foco do trabalho. Em 2009 iniciou-se então, a turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no acampamento, debaixo de uma lona, sentados no chão, com uma pequena lousa, utilizando materiais escolares de doações, em horários e dias acordados com os envolvidos e contando com a determinação de cada um ali presente. O método Paulo Freire sempre norteou as atividades e os encontros passaram a ser mediados a partir da ideia dos Círculos de Cultura2. Com o início das aulas da EJA, logo veio a demanda por uma Ciranda Infantil3, para que as mães e pais pudessem frequentar as aulas. (CARCAIOLI, 2014). As aulas da EJA aconteciam em um sistema de revezamento de casas em um único dia da semana. Os custos de viagens do coletivo, de Campinas a Limeira, eram arcados pelos próprios membros ou com arrecadação de dinheiro por meio de eventos culturais. Desde 2008 a turma da EJA nunca mais parou, e em pouco tempo a comunidade decidiu destinar o barraco que usavam como almoxarifado para montar uma escola. Como o barraco estava bastante precário, uma moradora do acampamento resolveu construir um “puxadinho”