de goji jugo
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de goji jugo
Universo [email protected] Ano X nº 062 “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em qualquer época da humanidade” Allan Kardec JORNAL BIMESTRAl janeiro/fevereiro de 2014 Espírita distribuição gratuita Tatuagem e piercing numa visão espírita “Alguém nos questionou se usar uma tatuagem na pele teria influência sobre o perispírito. Há dirigentes de casas espíritas advertindo que todas as pessoas que fizeram ou pensam em gravar tatuagens ou usar piercings automaticamente estarão em processo de obsessão”. “Tatuagem não muda o caráter, apenas o expõe...” | Qual a importância do corpo físico | Na Bíblia e no espiritismo, os anjos e os demônios são humanos | | Ação dos obsessores nos centros espíritas | A tarefa dos enxovais | Casamento não é para você | | Deve-se cobrar manutenção na casa espírita? | Obsessão coletiva nas casas espíritas | | Construção do reino em nós | lar de dissenções ou escola de aprendizado? | O escriba enganado | editorial Qual a importância do corpo físico N ão temos, nesta edição, a intenção de magoar, ferir e nem maltratar nossos irmãos, usuários sobre as questões das quais iremos abordar aqui, mais especificamente nas linhas de nossa Cultura Espírita pelo articulista e irmão Jorge Hessen. Nossa ideia é orientar, ou seja, trazer à baila a responsabilidade que sempre recai sobre nossos ombros quando a questão, imediatamente, se refere após a morte física, em nos encontrarmos em outros planos, geralmente os não tão sonhados, por aquilo que causamos à nossa vida física. A intensidade de sentimentos recaem sobre as sombras do mal nas parcelas do novo aprendizado, os quais se revelarão em amarguras, tristezas e arrependimentos insuportáveis... Lembramos que a Doutrina Espírita evidencia que o corpo físico não é patrimônio nosso, é um empréstimo. É muito mais um patrimônio de Deus e por isso devemos zelar por ele... O corpo físico é herança paterna elaborada para servir de veículo ao Espírito nas suas variadas reencarnações na Terra. É com ele que o Espírito pratica seus conhecimentos e vive experiências necessárias, melhorando-se dia a dia. Dessa forma, devemos ter para com nosso corpo carinho e uma atenção especial, zelando e ofertando-lhe o que de melhor a natureza pode lhe dar. Entretanto, sobre o tema que abordamos, pesquisas indicam que mais da metade das pessoas que fazem tatuagens se arrependem. É o caso da analista de importação e exportação Adriana Santos. Diz ela: “Tenho três tatuagens. Fiz quando tinha 20 anos. Hoje, pensaria melhor antes de fazer qualquer desenho sobre a pele, pois sei que tirar é muito difícil e quando eu estiver com a pele envelhecida as tatuagens vão perder o sentido e poderão até ficar deformadas”. Quanto a isto, pensamos que o bom senso é a melhor medida. A Doutrina Espírita não se impõe contra esse fato, apenas, como já dissemos, orienta. Colocamos aqui o que acreditamos ser a maneira certa de agirmos para não sofrermos num futuro aparentemente distante. Mas a decisão em seguir ou não deixamos a critério de cada um. Primamos pelo livre-arbítrio. Não é a tatuagem que mostrará o caráter de uma pessoa. Apesar que há certos desenhos funestos, sensuais, com palavreados chulos que poderão ser formadores de preconceito, além de atrair espíritos funestos, sensualistas que marcarão a psicosfera mental e perispiritual aonde a pessoa poderá levar após sua desencarnação. A Doutrina ensina ter cuidado com o corpo físico. E certas atitudes são verdadeiras agressões que, muitas vezes, ferem a parte adornada, causando danos irreversíveis ao corpo físico. Durante o processo de tatuagem, a pele é perfurada de 80 a 150 vezes por segundo para injetar os pigmentos coloridos. Os pesquisadores ressaltam que os instrumentos entram em contato com o sangue e fluidos corporais. Com isso, infecções podem ser transmitidas se o instrumento é usado em mais de uma pessoa sem ser esterilizado ou devidamente higienizado. Além disso, as tintas próprias da tatuagem não são mantidas, muitas das vezes, em embalagens esterilizadas e podem servir de transporte para infecções graves. Outros riscos relacionados à tatuagem apontados pelo estudo incluem reações alérgicas, HIV, hepatite B, infecção por fungos e bactérias, além de outros riscos associados à remoção de tatuagens. A pessoa tatuada só poderá doar sangue após um ano. Então, se um filho, um amigo, um parente precisar de nosso sangue antes de um ano, não poderemos socorrer. Segundo Divaldo Pereira Franco, pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings são almas que ainda trazem reminiscências vivas de encarnações em épocas bárbaras, quando guerreiros sanguinários se utilizavam desses meios para se impor frente aos adversários. Mas muitas pessoas também fazem tatuagem por estar na moda, pelo conflito da adolescência etc. Mais tarde, como diz o comentário de Adriana Santos, muitos se arrependem. Então, a Doutrina deve orientar e esclarecer quanto possível. Proibir nunca. Respeitar sempre. Confira abaixo algumas orientações sobre reações no organismo. Reação da pele Segundo a dermatologista Mônica Carvalho, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, a grande preocupação do ponto de vista médico, contudo, é a reação da pele com a penetração da tinta da tatuagem, que pode causar alergias. A hiperpigmentação pós-inflamatória é provocada pela pele em sua tentativa de produzir melanina protetora contra alguma lesão. Essa melanina excessiva pode causar manchas. Já a hipopigmentação transitória ocorre porque determinada quantidade de melanina normal foi destruída no momento da aplicação da tatuagem junto com a melanina-alvo. Contaminação Além da desorganização no ciclo de produção de melanina, a tatuagem pode causar em algumas pessoas desconforto, que consiste em um tipo de queimação na área tatuada, o que pode ser minimizado com a aplicação prévia de anestésicos tópicos. Questão que preocupa é o risco de várias doenças que podem ser transmitidas na ocasião da aplicação da tatuagem. Algumas incuráveis e mortais como AIDS e todas as transmissíveis através de sangue contaminado. Arrependimento Tirar a tatuagem é frequentemente mais complicado e doloroso do que fazê-la. A dermatologista afirma que muitas vezes é necessário aplicar anestesia local. Mesmo assim, o laser pode não ser capaz de eliminar a tatuagem totalmente e a pele nunca voltará a ser o que era antes. A técnica mais utilizada atualmente no mundo todo para remoção de tatuagem, diz a doutora, é o laser de rubi, que, no entanto, é mais eficaz quando o pigmento é escuro. Quando o pigmento é amarelo ou vermelho, ele não é muito eficiente. Há também os métodos que compreendem a excisão, a dermoabrasão, peellings químicos e o laser CO2. Melhor opção Como dissemos é o bom senso, mas a opção para quem quer fazer tatuagem e não tem certeza de que a quer por toda a vida é a tatuagem de henna, que é temporária. A prática de marcar o corpo com henna vem de uma tradição do sul da Ásia. Os desenhos podem ser feitos em mãos, pés e rosto sem riscos, pois o tempo médio de duração é de uma a duas semanas. Encerrando, nossos sofrimentos, nossas dores físicas em geral, na senectude, advinda de nossas faltas, de nossos abusos na juventude, de quando acreditavámos que tudo podiamos fazer com o corpo físico, porque ele tem vigor e nada pede de reparo imediato aos excessos cometidos. Disse Paulo: “tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Daí o necessário repúdio as drogas, desde as mais simples, como o cigarro e a bebida alcoólica, até as mais graves. Daí também o cuidado com a higiene, com a alimentação e com os sentimentos equilibrados, enfim, com a saúde do corpo. Como diz Joanna de Ângelis no livro Dias gloriosos: “Todo corpo físico merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em desenvolvimento.” Boa leitura, O editor. Universo Espírita, jornal bimestral contendo: Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais, com sede à rua Capitão Alberto Mendes Júnior, 177, cep 06070-000-, Osasco, SP. Jornalista responsável: Bráulio de Souza - MTB 20049 e Renê Reinaldo da Silva MTB 12999 (in memoriam); Coordenação/Direção/Redação: Eduardo Mendes; Revisores: Luciana Cristillo Mendes, Antonieta S. G. Souza e Giovanna Camila Ramalho; Financeiro e captação: José Carlos Beraldo; Diagramação: Jovenal Alves Pereira MTB 73902 ; Impressão: Gráfica Yara; Tiragem: 15.000 exemplares; Distribuição: Osasco e Grande São Paulo; e-mail: [email protected]; Telefones: (11) 3447-2006/97165-6437 ou (11) 3449-8045 2 JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | [email protected] DISCUTINDO A BÍBLIA eventos Na Bíblia e no espiritismo, os anjos e os demônios são humanos SÉRGIO SANTOS O Cantor e divulgador da Doutrina Espírita, Sérgio Santos e sua esposa Marlene, da cidade de Uberaba-MG, estarão se apresentando em Osasco e região.Venha assistir e se emocionar com a voz do Sérgio Santos e Marlene, nas apresentações do Evangelho Musical. ENTRADA FRANCA. 21 de Fevereiro, das 8h às 11h - Obreiros do Amor e Misericórdia – OAM, Estrada José Matias de Camargo,1.290, Embu das Artes. 21 de fevereiro, das 20h às 21h30. - Núcleo de Estudos Espíritas Allan Kardec – NEEAK - Av. Eng. Vitor Freire, 393 –Jaguaré – São Paulo – SP 22 de fevereiro, das 19h às 20h30 - Pronto Socorro Espiritual Pais e Filhos - R. Raul Torres, 20 – Campesina – Osasco – SP 23 de fevereiro, das 9h às 10h30 - Lar Jesus entre as Crianças - R. João Kaufmann, 437 – Rochdale – Osasco – SP tel. 3687 8261 24 de fevereiro, das 19h às 20h30 - Centro Espírita Seara de Jesus - R. Allan Kardec, 173 – Bela Vista – Osasco – SP 25 de fevereiro, das 20h às 21h - Grupo Espírita Irmã Marisa - R.15 de Novembro, 309 – Jaguaribe – Osasco – SP M uitos teólogos, padres e pastores do século XX não acreditavam na existência do demônio. É que eles não admitiam que Deus tivesse um concorrente, disputando com Ele – como diziam e ainda muitos dizem – a conquista das almas. E eram mitológicas e meio fantasiosas as ideias sobre anjos, demônios, diabos, Lúcifer etc. Hoje se sabe que demônios são os próprios espíritos humanos. Aliás, na época em que a Bíblia foi escrita, como já demonstrei em outras matérias desta coluna, a palavra grega “daimon” (plural “daimones”) significava alma ou espírito de um morto. E, pela hermenêutica, a interpretação correta de um texto antigo tem que ser de acordo com o significado das palavras na época em que foi escrito. Mas os teólogos acabaram mudando o significado não só de demônios, mas também de muitas outras palavras bíblicas. E muito contribuiu também com isso o fato de Jesus ter tirado das pessoas apenas demônios maus (atrasados), pois os bons (evoluídos) não perturbam as pessoas. Já os de alto nível de evolução são os anjos E sobre demônios e anjos, muito se deve a Kardec, o primeiro cientista a estudar esse assunto. E essa iniciativa kardequiana aconteceu quando a Igreja, recém-saída da Inquisição, estava moralmente debilitada para combater o materialismo efervescente do século XIX. E, então, foi também Kardec que, com suas pesquisas espíritas, deu uma freada no materialismo daquela época, contrapondo sua famosa obra O Livro dos Espíritos às obras materialistas de Marx e Comte, entre outros autores. Mas outras correntes filosófico-religiosas têm contribuído também para com o esclarecimento sobre demônios, anjos e outras questões espiritualistas. Teólogos antigos já admitiam isso. Orígenes com sua tese da apocatástase ensinava que os demônios, no futuro, se regenerariam, já vislumbrando que eles eram seres humanos. Aliás, a Bíblia ensina a regeneração de tudo (São Mateus 19:28; Isaias 45:23; e Romanos 14:11). Para Jesus, Deus não quer que se perca nenhuma das ovelhas da Casa de Israel que lhe foram confiadas (Mateus 18:14). Por ser Jesus o Salvador não de meia dúzia de espíritos, mas do mundo, essas ovelhas são todos nós que estamos em evolução pelas reencarnações: “Ao vencedor, fa-lo-ei coluna no santuário do meu Deus. E dali jamais sairá” (Apocalipse 3:12). E será que algum poder anulará a vontade do LIVRARIA ESPÍRITA MENSAGEIROS DE LUZ “Faça parte do Clube Espírita, mais de 120 títulos - Lançamentos por apenas R$ 20,00” Fone: (011) 3682 - 6767 / 3448 -7386 HORÁRIO DE ATENDIMENTO Segunda à sábado das das 8:30 às 19:00hs. R. José Cianciarulo, 89 - Centro Osasco - SP. - Cep: 06013-040 E-mail: [email protected] (atrás do Compre Bem e ao lado do Hospital Municipal) [email protected] Pai de salvar todos os seus filhos? Não é, pois, por acaso, que Deus e Jesus se preocupam mais com os que estão doentes moralmente: “Eu não vim para os justos, mas para os pecadores” e “Os sãos não precisam de médicos” (Mateus 9:12; e Marcos 2:17). Os antigos anjos maus e rebeldes são também espíritos humanos ou demônios atrasados. E os não rebeldes são anjos ou demônios bons ou já mais evoluídos. Quando são Pedro foi libertado da prisão por um anjo, para muitos o de Tiago Maior, que havia sido degolado a mando de Herodes, ele, Pedro, chegando à casa de são Marcos, assustou as pessoas, que exclamaram “É o seu anjo” (Atos 12:15), pois elas achavam que são Pedro também já estava morto por ordem de Herodes. NOITE DE PINTURA MEDIÚNICA E FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA O Centro Espírita Seara de Jesus, dentro de sua programação de Aniversário, realizará “Noite de Pintura Mediúnica e Feira do Livro Espírita.” Grupo de médiuns da Federação Espírita do Estado de São Paulo-FEESP, estará efetuando pintura mediúnica em telas que serão leiloadas posteriormente e em contra capa de livros adquiridos no dia do Evento. Você adquire um livro espírita e recebe gratuitamente em sua contra capa uma pintura mediúnica personalizada. Venha se emocionar com quadros de pintores famosos que estão na espiritualidade. Teremos também “Feira do Livro Espírita”, onde você poderá adquirir livros: romances, obras básicas, estudos, relatos, científicos por preços especiais. A renda auferida será destinada a manutenção das Obras Sociais do Seara de Jesus. Dia 15 de fevereiro, das 15h às 20h NOTA – A pintura Mediúnica ocorrerá das 18h às 20h. Local: Centro Espírita Seara de Jesus – R. Allan Kardec, 173 – Bela Vista – Osasco – SP. Haverá também Pizzas em pedaço, Salgados/Doces, Refrigerante e Bazar Beneficente • Aulas Particulares • Todas as Matérias Ensinos Fundamental I, II e Médio Preparação para Concursos Professores Cristiane e Silvio Tel: 2803-3010 - www.ceosasco.com.br e-mail: [email protected] | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | JORNAL Universo ESPÍRITA 3 ensinamento Ação dos obsessores nos centros espíritas Suely Caldas Schubert “(...) Os ocasionadores de perturbações não se encontram somente no meio delas (das Sociedades e das reuniões), mas também no mundo invisível. Assim como há Espíritos pro-tetores das associações, das cidades e dos povos, Espíritos malfeitores se ligam aos grupos, do mesmo modo que aos Indivíduos. Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais acessíveis, procurando fazê-los seus Instrumentos e gradativamente vão envolvendo os conjuntos, por isso que tanto mais prazer maligno experimentam, quanto maior é o número dos que lhes caem sob o jugo.” área sob nosso interesse. Somos assim espreitados, analisados, acompanhados. Meticulosamente examinados, eles avaliam a nossa posição espiritual, a sinceridade dos nossos propósitos, a perseverança no bem, o esforço que estamos despendendo para melhorar e, é claro, as brechas que apresentamos. Nossas falhas e deficiências são observadas e aproveitadas por eles. Têm mesmo a intenção declarada de nos tirar do caminho, empregando, para atingir tal intento, todas as armas de que dispõem. Se estivermos invigilantes, des- gerando argumentos do tipo: “as reuniões são boas, mas hoje eu não vou porque trabalhei muito”; “eu já produzi muito nas reuniões, por isto vou faltar hoje, não faz mal”; “eu sou muito assíduo, todo mundo falta, menos eu”; “estou cansado, vou orar em casa, faz o mesmo efeito” etc. Procuram disseminar a desconfiança entre os participantes, dando origem a pensamentos desta ordem: “será que falaram isto para mim?”; “acho que estão insatisfeitos comigo”; “acho que não confiam na minha mediunidade” etc. cuidados, ofereceremos campo às mentes desequilibradas que se acercarão de nós e, encontrando desguarnecidas as nossas defesas, terão possibilidades concretas de conseguir o nosso afastamento e de se regozijarem com a nossa queda. Muitos são os meios usados pelos obsessores, quase todos eles bastante estudados, pois já sabemos que sua ação é organizada. Utilizam várias técnicas, insuflando nos integrantes dos grupos as ideias que elaboram. Usam, por exemplo, a ideia do comodismo para afastar as pessoas das reuniões, São muitos, como é fácil de se imaginar, os recursos empregados, ressaltando-se também as manobras no sentido de aguçar o amor-próprio, o melindre, o personalismo, o apego aos pontos de vista pessoais, a vaidade e toda a coorte de deficiências que avassalam o ser humano. A ação desses obsessores, logicamente, não fica circunscrita aos grupos mediúnicos. Ela se alastra à procura de terreno fértil e o que foi dito para as reuniões vale igualmente para todo o movimento Espírita. Essa é a razão pela qual os Ben- (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 340) I nteressados em prosseguir usufruindo dos vícios e do que consideram prazeres, grande multidão de Espíritos tudo faz para impedir qualquer esforço que vise libertar o ser humano da inferioridade. Através dos encarnados, têm esses Espíritos possibilidades de sustentar o intercâmbio de energias desequilibrantes. Por isso, lutam por manter as posições conquistadas junto aos homens, como também se empenham em impedir-lhes a renovação para o bem. Sob esse aspecto, toda e qualquer atividade nobre que tenha por escopo livrar as criaturas humanas do jugo das paixões inferiores será objeto de suas investidas, a fim de obstar-lhe o desenvolvimento. Natural, pois, que os Grupos Espíritas que lidam direta-mente com esses irmãos desencarnados sejam alvo de seu assédio, que se mostra especialmente intenso. Todos nós, lidadores da desobsessão, não ignoramos que somos vigiados atentamente pelos obsessores. Ao nos ligar a algum caso de obsessão, automaticamente passamos a receber as vibrações negativas dos perseguidores invisíveis, que estão atuando na feitores Espirituais não se cansam de alertar-nos, reiterando a cada dia os apelos à nossa reforma íntima. A maioria de nós ainda é bastante teórica, sabendo de cor e salteado páginas, citações, livros, mas pouco conseguindo vivenciar os ensinamentos adquiridos. Os perseguidores estão cientes disso. Sabem perfeitamente o quanto nos é difícil vencer as paixões que nos escravizam, sobretudo nas ocorrências do cotidiano. É através dessas pequenas brechas que tentam solapar as nossas disposições mais nobres. E, quando sintonizados em faixas inferiores, envolvidos por essas vibrações, esbarramos com os problemas de que outros companheiros são portadores, deixamos que a nossa inferioridade contumaz assome, surgindo, em consequência, os atritos, as rixas, as divergências difíceis de serem contornadas. Não estamos querendo dizer que não deva haver divergências. Estas são normais, o que desejamos frisar é que devemos vencer o apego aos pontos de vista e opiniões pessoais, os ciúmes e as idiossincrasias que perturbam o entendimento, a fraternidade, a união. E não tenhamos dúvidas: disso se aproveitam os obsessores para fomentar a cizânia. É admirável, sob todos os aspectos, a presciência de Kardec a esse respeito. Profundo conhecedor da alma humana, legou-nos preciosas advertências às quais deveríamos estar atentos e, sobretudo, sempre predispostos a atendê-las. É do que trata o magistral capítulo 29 de O Livro dos Médiuns — que por si só é um repositório de ensinamentos tão oportunos e atualíssimos que se diria ter sido escrito nos dias de hoje. Nossa preocupação, pois, deve ser a de sentir e viver os ensinos da Doutrina Espírita. Se alguma competição haja de existir entre nós, “outra não deverá ser senão a de fazer cada um maior soma de bem” (Ob. cit., item 349). ÓTICA CARISMA João J. Sanches - ME Impressos em geral Av. Maria Campos, 388 - Centro - Osasco-SP Fone: 3681-6590 - Fax.: 3681-1263 4 Venha nos fazer uma visita. Telefone: 4164-4269 Avenida Corifeu de Azevedo Marques, 130. Carapicuíba - Centro (próximo ao Hospital Alpha Med) JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | [email protected] caridade A tarefa dos enxovais V Orson Peter Carrara oluntários anônimos ou vinculados a grupos de diferentes denominações religiosas dedicam-se ao amparo de gestantes carentes com a distribuição de enxovais para os bebês que vão chegar; em alguns casos, inclusive, com cursos de orientação sobre os cuidados com a gestação e com os futuros filhos. A partir da arrecadação e de doações provenientes de diversas fontes para a aquisição de tais enxovais, o fato é que há décadas o importante trabalho existe em muitas cidades e grupos, sem falar das iniciativas individuais, com a confecção de roupinhas, sapatinhos e outros acessórios de atendimento aos recém-nascidos. Sobre o tema, trago duas diminutas histórias de um ângulo que talvez o leitor não se tenha dado conta: 1 – A pobre mulher, já com oito filhos numa verdadeira escada cronológica, aguardava o nono rebento e procurou ajuda para receber a doação de um enxoval para o bebê. Vivendo com muita dificuldade familiar, muito magra e quase passando fome, o marido estava desempregado e entregou-se à bebida, chegando violento em casa todo dia, atingindo a esposa e os filhos. Ela não reclamava do marido, dizia que ele era bom e tentava afogar a angústia do desemprego na bebida. Feito o cadastro e avaliação, ela recebeu a farta sacola com as roupinhas. Foi de surpresa em surpresa, chegando às lágrimas, com a qualidade, quantidade e beleza das peças acumuladas que lhe eram doadas. Chorou de intensa emoção e comoveu o marido da mesma forma que, percebendo receber tanta generosidade de pessoas que nem conhecia,– fez inúmeras perguntas sem entender o fato de receber tantos mimos e acessórios extras em meio às bonitas e cheirosas roupinhas para o filho que chegaria –, tomou uma decisão: largou a bebida e mudou o rumo da própria vida. Logo conseguiu um emprego e a vida do casal, embora difícil, voltou à normalidade. 2 – A moça, muito jovem e humilde, engravidara do namorado que, como sempre ocorre, ao saber da gravidez a abandonou. Filha única, foi rechaçada pelo pai já idoso em virtude da gravidez não programada, até por uma questão cultural de formação do pai, habituado à rigidez dos costumes. Sensibilizou-se, todavia, com o farto enxoval que a filha recebeu em doação. Não podia acreditar na generosidade de pessoas desconhecidas. Embora mantivesse postura inflexível ante os primeiros meses, deixou-se vencer pelas vibrações que aquelas peças emitiam, chegando a afirmar: “Se até Deus está ajudando, por que não vou ajudar? Eu a aceito de volta com meu neto”. As duas pequenas histórias revelam algo extraordinário. Não são as doações em si, mas o amor com que foram planejadas, organizadas e mesmo entregues. Usei o exemplo dos enxovais, mas poderia falar sobre a distribuição de sopa ou o atendimento a mendigos, idosos e famílias inteiras, ou os atendimentos médicos e odontológicos, entre outros, de voluntários abnegados na área de saúde ou da educação, como a alfabetização etc., entre outras notáveis iniciativas humanitárias em favor da população mais carente. É que todo gesto ou iniciativa impregnada de amor, do desejo de ajudar, de aliviar a agrura do semelhante, igualmente impregna o material usado e beneficia diretamente aqueles que recebem os benefícios, muito além do próprio objeto ou acessórios doados e recebidos. Os gestos desprendidos de amor em favor do próximo operam autênticos milagres de transformação em favor do bem e da harmonia individual e coletiva. O amor é capaz de impregnar ambientes, sensibilizar corações endurecidos, despertar Telefone 8342-2503 Shopping Center Primitiva Rua Dona Primitiva vianco, 244 - 3 andar - Centro Osasco - SP - e - mail www.fschool.com.br [email protected] a esperança e a alegria de viver. Onde colocamos o amor, tudo se transforma. Como no caso das duas histórias. As duas bonitas histórias – num total de sete – estão no último capítulo do extraordinário livro Diversidade dos carismas, de Hermínio Miranda. O capítulo tem o nome “Os carismas e a caridade”, que desejo recomendar aos leitores. Agora uma última análise: esses gestos de desprendimento, de renúncia em favor do próximo, do amor que procura e se preocupa com o bem-estar alheio, nada mais é que a maravilhosa influência do Cristo nos corações humanos. Sua presença ilumina, convoca ao bem e faz sentir o autêntico amor que confia e sente a dor alheia, procurando minorá-la. Acupuntura, Drenagem Linfática, Nutrição e Aulas de Culinária Saudável Praça Padroeira do Brasil, 155 Jd. Agú • Osasco • SP – espaç[email protected] 11 3681-4160 • 11 9534-8606 • 11 7567-0162 www.espacogogi.com.br Surge novamente o Natal, e a presença doce e suave do Mestre da Galileia nos pede para olhar à nossa volta, antes da satisfação própria no consumismo, e atender à massa humana carente de amor. Como faremos? O que faremos? Para quem? Eis uma descoberta pessoal, que cada um fará à sua forma. Não há uma receita própria. Francisco de Assis, despojado de tudo, rejeitado pela família, incompreendido por todos, achou seu caminho e fez-se instrumento de paz para o mundo... E nós, o que estamos fazendo? Deixamo-nos consumir pelo pessimismo e pela reclamação, ou procuramos nosso caminho para igualmente servir de alguma forma, pelo menos em gratidão ao Mestre que conduz a Humanidade? SALGADO BORRACHAS E PLÁSTICOS Encerados, Vinilina, Cordas e Epi’s DISTRIBUIDOR DE MANGUEIRAS E CORREIAS EM GERAL GOODYEAR DO BRASIL Fone/Fax: 3688-4040 / 3683-54444 www.salgadoborrachas.com.br [email protected] Rua Dona Primitiva Vianco, 750/762 - Centro - Osasco - SP - CEP 06016-004 | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | JORNAL Universo ESPÍRITA 5 Cultura espírita Tatuagem e piercing numa visão “A Jorge Hessen lguém nos questionou se usar uma tatuagem na pele teria influência sobre o perispírito. Há dirigentes de casas espíritas advertindo que todas as pessoas que fizeram ou pensam em gravar tatuagens ou usar piercings automaticamente estarão em processo de obsessão. Alguns cristãos baseiam-se nas Antigas Escrituras, onde encontramos advertência aos israelitas de “que não deveriam marcar o corpo, fazer cicatrizes com açoites como autoflagelo, por nenhum motivo.”(1) Conhecemos líderes espíritas convictos de que pessoas que tatuam o corpo inteiro ou o enchem de piercings são espíritos primários que ainda carregam lembranças intensas de experiências pretéritas, sobretudo dos tempos dos bárbaros, quando belicosos e cruéis serviam-se dessas marcas na pele para se impor ante os adversários. Positivamente não identificamos pontos de caráter prático no uso de tatuagens, especialmente se a lesão imposta ao próprio corpo for por mero capricho. Isso sim, refletirá invariavelmente no perispírito, já que, sendo o corpo físico (templo da alma) um consentimento divino para nossas provas e expiações, devemos mantê-lo dignamente protegido e saudável. Entretanto, será que o uso de piercings e tatuagens sobrepujam qualidades morais? Quem pode penetrar na intimidade do semelhante e saber o que aí ocorre? Sob a percepção histórica, a tatuagem é uma técnica ancestral que se esvai na memória cultural das civilizações. Antigamente, eram aplicadas para marcar o corpo de um escravo com o símbolo do proprietário. Gravavam-se os corpos das prostitutas com o emblema de um reino, governo ou Estado. Servia também para estigmatizar o corpo da mulher adúltera. Ainda hoje é tradição o seu uso no corpo de príncipes de tribos beduínas, africanas e das ilhas do pacífico. Presentemente, servem para marcar o corpo de membros de gangues, grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo), “beatniks” (movimento sociocultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que adotaram um estilo de vida antimaterialista, na sequência da 2ª Guerra Mundial), hippies, roqueiros. Nos dias de hoje, estão alastrados principalmente entre jovens comuns. Os que se tatuam devem procurar identificar seus motivos íntimos. Recordemos que o corpo é o templo do Espírito e não nos pertence; portanto, é importante preservá-lo contra agressões que possam mutilar a sua composição natural. Há os que usam vários brincos, piercings e outros adereços. Haveria a mutilação espiritual por causa desses apetrechos? Talvez sim, provavelmente não! O certo é que o perispírito é efetivamente lesado pela defecção moral e pelo desequilíbrio emocional que leva a suicídios diretos e indiretos, vícios físicos e mentais, rancores, pessimismos, ambição, vaidade desmesurada, luxúria. Esfola-se o corpo espiritual todas as vezes que se prejudica o semelhante através da maledicência, da agressividade, da violência de todos os níveis e da perfídia. Destarte, analisado por esse prisma, os adereços afetam menos o corpo perispirítico. Principalmente porque na atualidade muitos desses adornos que ferem o corpo físico podem ser revertidos, já na atual encanação, o que, naturalmente, não repercutirá no tecido perispiritual. André Luiz elucida que o perispírito não é reflexo do corpo físico; este é que reflete a alma. “As lesões do corpo físico só terão, pois, repercussão no corpo espiritual se houver fixação mental do indivíduo diante do acontecido ou se o ato praticado estiver em desacordo com as leis que regem a vida.” (2). As tatuagens e as pequenas mutilações que alguns indivíduos elaboram como forma de demonstrar amor a exemplo de alguém que grava o nome do pai ou da mãe no corpo de modo discreto não trariam, logicamente, os mesmos efeitos que ocorreriam com aqueles que se tatuam de modo resoluto, movimentados por anseios mais grosseiros. Curiosamente, muitas pessoas, retornando ao plano espiritual, podem optar pelo uso dos adornos aqui discutidos. Segundo o autor do livro Nosso Lar, “os desencarnados podem, sob o ponto de vista fluídico, moldar mentalmente e de maneira automática, no mundo dos Espíritos, roupas e objetos de uso e gosto pessoal. Destarte, é perfeitamente possível, embora lamentemos, que um ser no além-túmulo permaneça condicionado aos vícios, modismos e tantas outras coisas frívolas da sociedade terrena.” (3). No que concerne às tatuagens, especificamente, por serem um tipo de insígnia permanente, podem, sem dúvida, ocasionar conflitos mentais. A começar na atual encarnação, quando chega a ocasião em que o tatuado se arrepende, após ter mudado de ideia em relação à finalidade da tatuagem. Concebamos que seja o apelido, sobre- Madeireira Nicola OSASMAD REIKI - CROMOTERAPIA - REFLEXOLOGIA BAMBUTERAPIA - MASSAGEM RELAXANTE QUICK MASSAGE - SHIATSU TARÔ BORRA DE CAFÉ - WORKSHOPS - PALESTRAS CURSOS - TREINAMENTOS Telhados - Escadas Esquadrias em Geral [email protected] PABX: 3681-1888 Rua Salem Bechara, 232 - CEP 06018-180 - Vila Osasco - Osasco - SP 6 nome, o desenho ou algum emblema de alguma pessoa que já não estima, não ama ou qualquer outra silhueta que já não aceita em seu corpo. Então, o que era um mero enfeite culmina cansando a estética e torna-se um problema particular de complexa solução. Então, por que a pessoa se permite tatuar? Nas culturas primitivas se usavam tatuagens com finalidades mágicas, para evocar a interferência de divindades, para o bem ou o mal. Hoje é, para muitos indivíduos, uma espécie de ritual de passagem envolvendo a integração num grupo. Pode ser também de identificação. Pela tatuagem, a pessoa está dizendo algo de si mesma. Nas estruturas dos códigos espíritas, não há espaços para proibições. Não obstante, a Doutrina dos Espíritos oferece-nos subsídios para ponderação a fim de que decidamos racionalmente sobre o que, como, quando, onde fazer ou deixar de fazer (livre-arbítrio). Evidentemente que não é o uso de tatuagens que retratará a índole e o caráter de alguém. Todavia, não podemos perder de vista que alguns modelos de tatuagens, com pretextos sinistros, podem ser classificados (sem anátemas) como censuráveis e inadequados para um cristão de qualquer linhagem. Nesse contexto, é importante com- Fone: (11) 3699-0919 - [email protected] Rua Eloy Candido Lopes 280 – Jd. Agú – Osasco/SP www.espacoreviver.com.br Espaço destinado ao equilíbrio do corpo, mente e alma... Venha nos visitar... Atendimentos com hora marcada JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | [email protected] testemunho espírita preender a pessoa de forma integral. As características anunciadas no corpo são resultados de seus estados mentais, reflexos das experiências culturais, aprendizados e interpretação de mundo. Como dissemos, o Espiritismo não proíbe nada e fornece-nos as explicações para os fenômenos psíquicos. Assim sendo, as recomendações doutrinárias não combatem, porém conscientizam! Não são indiferentes aos dramas existenciais e demonstram como edificar e marchar no mais acautelado caminho. Dissemos que o uso de piercings e outros adereços e da própria tatuagem por si só não caracteriza alguém com ou sem moralidade. Investiguemos, porém, as causas dessas atitudes. Quais sãos os anseios, os sonhos, as crenças dos que cobrem seus corpos com tais marcas? Tatuagens e piercings são estágios transitórios. Importa alcançar, porém, se tais indivíduos estão mutilados psíquica, emocional e espiritualmente. O que os conduz muitas vezes a despedaçar a barreira da ponderação e do juízo? Por que atentam contra si, submetendo-se a dores e sofrimentos incompreensíveis? Para uns, o motivo é o modismo. Outros, todavia, ainda se acham atrelados a costumes de outras existências físicas e trafegam do mundo inconsciente para o consciente, derivando na transfiguração do corpo biológico. Perante questões controversas, as mensagens kardecianas buscam na intimidade do ser o seu real problema. Convidam-nos ao autoconhecimento e ao estágio do autoaprimoramento. Sugere-nos sensatez, autoestima, altivez, comedimento e a busca incessante de Deus, o Exclusivo Ente, que facultara-nos completar de contentamento e paz de consciência. Referências bibliográficas: (1) Levítico 19:28; Deuteronômio 14:1-2. (2) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Evolução em dois mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro, Ed. FEB, 1959. (3) Xavier, Francisco Cândido. Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1955. Casamento não é para você E stando casado apenas por um ano e meio, eu recentemente cheguei à conclusão de que casamento não é para mim. Agora, antes que você comece a imaginar coisas, continue lendo. Conheci minha esposa na escola quando tínhamos 15 anos. Nós éramos amigos havia dez anos, até que… até que decidimos que não queríamos ser apenas amigos. Eu recomendo fortemente que melhores amigos se apaixonem. Haverá bons tempos para todos. No entanto, me apaixonar por minha melhor amiga não me impediu de ter certos medos e ansiedades sobre me casar. Quanto mais eu e Kim nos aproximamos da decisão de nos casarmos, mais fui tomado por um medo paralisante. Eu estava pronto? Estava fazendo a escolha correta? Kim era a pessoa certa para mim? Ela me faria feliz? Então, certa noite, eu compartilhei esses pensamentos e preocupações com meu pai. Talvez cada um de nós tenha momentos em nossas vidas em que parece que o tempo fica mais lento, ou o ar fica parado, e tudo ao nosso redor parece encolher, marcando aquele momento que você nunca vai esquecer. Meu pai dando suas respostas às minhas preocupações foi um grande momento para mim. Com um sábio sorriso ele disse: “Seth, você está sendo totalmente egoísta. Então eu vou simplificar as coisas: casamento não é para você. Você não se casa para ser feliz, você se casa para fazer alguém feliz. Mais que isso, seu casamento não é para você, você está casando para uma família. Não apenas para os parentes e todas essas besteiras, mas pelos seus futuros filhos. Quem você quer que te ajude a criá-los? Quem você quer que os influencie? Casamento não é para você. Não é sobre você. Casamento é sobre a pessoa com quem você se casou.” Foi nesse exato momento que eu soube que Kim era a pessoa certa para mim. Percebi que eu queria fazê-la feliz; vê-la sorrir todos os dias, vê-la gargalhar todos os dias. Queria ser parte da família dela, e a minha família queria que ela fosse parte da nossa. E lembrando de todas as vezes em que a vi brincando com meus sobrinhos, eu soube que ela era a pessoa com quem eu gostaria de construir nossa própria família. O conselho de meu pai foi ao mesmo tempo chocante e revelador. Foi na contramão da “filosofia Walmart” de hoje, que é: se não te faz feliz, você pode devolver e pegar um novo. Não, um verdadeiro casamento (e um verdadeiro amor) nunca é centrado em você. É centrado na pessoa que você ama – seus desejos, suas necessidades, suas esperanças, e seus sonhos. O egoísmo exige: “O que há aí para mim?”, enquanto o amor pergunta: “O que eu posso dar?” Há algum tempo, minha esposa me mostrou o que é amar sem egoísmo. Por muitos meses, meu coração endureceu com uma mistura de medo e ressentimento. Então, quando a pressão chegou a um nível insuportável, as emoções explodiram. Eu era insensível. Eu era egoísta. Mas, ao invés de se igualar ao meu egoísmo, Kim fez algo além do maravilhoso – ela mostrou um transbordamento de amor. Deixando toda a dor e angústia que eu havia causado, ela amorosamente me tomou em meus braços e acalmou minha alma. Percebi que tinha esquecido o conselho do meu pai. Enquanto o lado de Kim no casamento tinha sido me amar, meu lado do casamento era só sobre mim. Essa terrível descoberta me levou às lágrimas, e prometi à minha esposa que tentaria ser melhor. Para todos que estão lendo esse texto – casados, quase casados, solteiros, ou mesmo solteirão ou solteirona – eu quero que você saiba que casamento não é para você. Nenhuma relação de amor verdadeiro é para você. O amor é para a pessoa que você ama. E, paradoxalmente, quanto mais você verdadeiramente ama essa pessoa, mais você recebe. E não apenas dessa pessoa, mas dos amigos dela e da família dela e milhares de outras pessoas que você nunca teria conhecido se seu amor permanecesse egoísta. Na verdade, amor e casamento não são para você. São para os outros. PRESENTEIE um amigo COM UM LIVRO ESPÍRITA Faça Frutificar no coração de um irmão a mensagem do Mestre Jesus LEIA KARDEC E COMPREENDA JESUS [email protected] www.agapittokids.com.br – e-mail: [email protected] T E L - 3692-5284 / 3655-2475 | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | JORNAL Universo ESPÍRITA 7 HOMENAGEM entendimento Deve-se cobrar man Por José Muniz de Souza A Quem foi Chico Xavier Pelo Espírito Eugênia Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar E le nasceu pobre, no interior brasileiro, em meio a uma cultura semifeudal. Maneiras delicadas, mestiço, pouco agraciado com beleza física, só teve oportunidade de cursar até o quarto ano do ensino fundamental. Em suma: o quadro circunstancial para propiciar, à perfeição, o surgimento de um “João Ninguém” – nos dizeres jocosos que aqui nos permitimos utilizar, em caráter de reforço ao justo valor da personalidade a quem aludimos. Um estudo levado a cabo por um representante da NASA, no final dos anos 1970, revelou que ele possuía 20 metros de diâmetro de aura – um fenômeno intimamente relacionado à qualidade e elevação dos sentimentos de um indivíduo. Mais de 400 livros psicografados, assinados por centenas de autores espirituais, versando desde ciência avançada até literatura erudita. Centenas de obras sociais diretamente inspiradas por seu trabalho, ícone transreligioso admirado por todos os segmentos culturais brasileiros, década sobre década. Gênio mediúnico? Alma santa por suas virtudes, incontestavelmente acima do normal? Sim, não nutrimos dúvidas quanto a estas qualificações. Todavia, no que concerne à função que desempenhou durante sua prolífera e gloriosa reencarnação (e que ainda exerce, para além da matéria densa), na “Pátria do Cruzeiro”, diríamos que, simbólica, mitológica ou arquetipicamente falando (ou como se queira entender), Francisco Cândido Xavier, o adorável Chico Xavier, foi, no nosso parecer, o “Avatar” (*) brasileiro do século XX. (Psicografia recebida em 2/4/2013, 103º aniversário de nascimento de Chico Xavier) (*) Conceito do hinduísmo, empregado para fazer referência a seres pretensamente em faixa búdica de consciência, considerados encarnações da Divindade. Como fica claro no texto, a Mestra Espiritual faz uma utilização metafórica do termo, para dar uma ideia da importância sagrada e dimensão ciclópica da missão que Chico Xavier realizou como médium e porta-voz da Espiritualidade Sublime para o país e além-fronteiras. Venha experimentar a costela mais saborosa de Osasco Rua Machado de Assis, 327 - Bela Vista - Osasco (SP) Fones: 3685-0646 e 3683-8607 www.costelaria.com.br 8 A Adaptado por Osvaldo Lira questão sobre a taxa de manutenção da Casa, dependendo da óptica como é vista, pode criar um choque. Por isso, peço que aqueles que lerem este artigo se despojem de opiniões preconcebidas e se coloquem a uma análise mais profunda sobre este tema. Todos temos o direito de discordar e de concordar. Quero apenas levar um pouco de luz a este tema muito melindroso referente às Casas Espíritas. Antes de abordar o assunto, é preciso referir-nos às Instituições Espíritas que apresentam vários médiuns de cura, que incorporam os espíritos dos Doutores Adolfo Fritz, Bezerra de Menezes, Camilo Salgado, Nakamura etc., e atendem o público para promover o socorro de doentes com enfermidades que a medicina ortodoxa não alcança. Além do atendimento médico-espiritual oferecido, desenvolvem também, os trabalhos de esclarecimentos e desobsessão, atendimentos fraternos. Os Espíritas, à primeira vista, assustam-se, dizendo que a taxa de manutenção da Casa é um absurdo, e argumentam que Espiritismo deve ser dado de graça, porque de graça o recebemos, e assim afirmou Jesus. Ora, sabemos disso. Aliás, trata-se do Capítulo XXVI do Evangelho Segundo o Espiritismo; porém, parece que quem não entendeu bem o citado capítulo são os que se alvoroçaram em críticas àqueles que levantam tal maneira de agir. Para que compreendamos bem, lembramos que recebemos de graça a mediunidade, as orientações do Alto, as intuições, a presença dos Espíritos Caravaneiros, dos Espíritos médicos, enfim, todos os socorros espirituais, por isso os repassamos de graça. Mas, como não se podem realizar sessões desobsessivas em praças públicas, ou em local ermo, torna-se evidente que precisamos de um prédio material, com conforto, recursos hídricos, luz elétrica, cadeiras, mesas, livros, geladeira, ventiladores, o que implica em impostos, limpeza, organização, papéis, computador etc., e isso tudo custa dinheiro. Se custa dinheiro, não recebemos de graça, portanto não podemos dá-los de graça. Lógico e justo que as despesas materiais sejam rateadas entre os frequentadores. Afinal, querer receber de graça o que é oneroso para uma associação é uma atitude, se não desonesta, insensível. Aliás, é típico do frequentador Espírita se calar, fingir que não sabe que a Instituição tem despesas, deixar que os administradores deem seu jeito, enquanto muitos têm condições de contribuírem e se eximem da tarefa, pois todas as vezes que necessitam são atendidos em plenitude por abnegados confrades. Os frequentadores do Espiritismo, em geral, fazem uma ideia ilógica e errônea, mas a seu favor, de que os Espíritas que propalam tanto a caridade têm obrigação de lhes dar tudo, inclusive o que não faz parte da recomendação do Cristo, que são os custos materiais da Casa. O erro estaria na implantação do Espiritismo no Brasil, que fez questão de deixar de lado suas raízes verdadeiras, incentivadas pelo próprio Kardec na Sociedade Espírita de Paris, onde todos os que frequentavam pagavam uma taxa para manutenção da Casa. As Casas Espíritas passam anos oferecendo os seus socorros ao público e tentando contar com a compreensão, o bom senso e a boa vontade dos frequentadores para que custeiem as despesas materiais, que são feitas em benefício do próprio público, mas chegou-se a um ponto de atingir o esgotamento. Muitos são curados, muitos beneficiados, muitos que deixavam de gastar grandes somas em remédios e viagens de curas ao exterior, nos pagamentos de planos especiais de saúde, mas ninguém, mesmo sendo exortados, se alerta com as necessidades materiais de uma Casa Espírita. Observamos que o grande fluxo de nuncie aqui! SEJA NOSSO PATROCINADOR Esse espaço está reservado para o sua publicidade! LIGUE: 3447- 2006 E FALE DIRETO CONOSCO Precisa de um imóvel? Procureno-nos Rua João Crudo, 214 - CEP 06090-000 Centro - Osasco - SP Tel: 3682-5770 (tronco) – www.saccoimoveis.com.br JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | [email protected] pessoas que procura a Casa, bem como os que procuram outras instituições Espíritas, agiam e agem como aves de arribação. Chegam, descansam-se, alimentam-se, curam-se e logo partem. Só regressam noutro verão, quando são novamente visitados por outra enfermidade. Deixam as despesas que provocaram para os dedicados Espíritas de boa vontade. Estes, sim, agem como verdadeiros mendigos, pedindo de casa em casa objetos usados para realizarem bazares e angariar fundos para manutenção da Instituição, na mais pura intenção de que estão fazendo o máximo para ajudar o necessitado. Necessitado? De quê? Mais tarde, a ave de arribação voltará sorridente, cumprimentando a todos, pedindo novamente socorro, e receberá de novo, mas sumirá novamente ao se sentir satisfeita, deixando os banheiros sujos, a conta de luz a ser paga, a água à espera, as paredes e bancos necessitando reformas. Algumas até reclamam, exigindo bancos estofados como viram nas igrejas reformadas no intervalo em que ficaram distante do convívio espírita. Todo Centro Espírita deve ser uma Associação, segundo nosso Código Civil em vigor. Associação é uma instituição A jurídica que precisa impor taxa de contribuição a cada associado ou frequentador para mantê-la, conforme diz a Lei. Todo aquele que procura ajuda em uma Associação (coloca-se aqui qualquer igreja ou denominação que valha) é convidado a associar-se, posto que uma Associação seja fundada para prestar socorro aos seus associados. E é esse o objetivo jurídico de qualquer associação existente no Brasil. Para associar-se, como consequência, é preciso pagar uma taxa de responsabilidade do associado, que se destina à manutenção da casa. Como a pessoa quer frequentar a Casa, mas não deseja associar-se, então justo será que ela pague a taxa de manutenção com validade de trinta dias; de outra feita, o associado é que estaria pagando as despesas que não deu causa. As despesas que o frequentador causou, na parte material, mais uma vez lembramos, nada têm a ver com o Espiritismo; portanto, não podemos dá-las de graça, pois não as recebemos de graça. Este enfoque é colocado no ponto de vista jurídico. O que seria condenável é se os recursos angariados fossem usados em benefício próprio dos dirigentes, mas isso não ocorre. Os recursos são nuncie aqui! SEJA NOSSO PATROCINADOR Esse espaço está reservado para o sua publicidade! LIGUE: 3447- 2006 E FALE DIRETO CONOSCO [email protected] da própria Instituição, contabilizados e nela empregados. Temos constatado a grande precariedade que enfrentam os Centros Espíritas de todo o Brasil. Todas as Casas Espíritas deveriam cobrar uma taxa de manutenção de seus associados e de quem as frequenta, para ter uma sede bonita, bem acabada. Mas por que não o fazem? Certamente por medo da opinião pública. Se cobrassem, estariam cobrando os custos materiais, e não os recursos espirituais, nada recebendo pelo socorro espiritual que prestam. Por outro lado, não somos contra se um grupo de pessoas abnegadas resolverem se reunir, custear todas as despesas de uma Associação para prestar socorro a todos, indistintamente, sem nada cobrar da parte material. Isso depende de cada associação. Porém, se isso ocorrer, não será bom exemplo, pois contribuirá para que as pessoas abastadas continuem se aproveitando da boa vontade das outras, não aprendam a disciplinar o convívio social perfeito, onde se deve dividir tudo igualitariamente numa sociedade, principalmente as despesas. Além do mais, servirá para incentivar a omissão, que já é praxe, e dificultar a subsistência de inúmeros Centros Espíritas que apresentam construções velhas, toscas, feias, sem conforto, quando merecem um prédio de boa apresentação para divulgação da Terceira revelação de Deus. Como dizemos anteriormente, é algo que muitos não concordam, e temos que respeitar as várias opiniões, mas fica algo que devemos pensar: dar sempre o peixe ou ensinar a pescar? Buscar sempre e compartilhar, ou receber e não contribuir? Dai a César o que é de César (despesas materiais, pois estamos encarnados) e a Deus o que é de Deus (bênçãos, pois somos também espíritos eternos). Seja qual for sua posição em relação ao tema, busque sempre ser um excelente Cristão, pois no leme de nossas vidas está Jesus. José Muniz de Souza é diretor-executivo da Associação Espírita Luz de Cáritas PRESENTEIE um amigo COM UM LIVRO ESPÍRITA Faça Frutificar no coração de um irmão a mensagem do Mestre Jesus LEIA KARDEC E COMPREENDA JESUS Memórias de Chico Xavier “Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa das inúmeras que sofri, certamente, objetivando, todas elas, o meu aprendizado, e não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse...” Acabamento Gráfico 3655-5505 6644-9603 9 6 9 7 -1 5 4 9 fones: utenção na casa espírita? e-mail: [email protected] | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | JORNAL Universo ESPÍRITA 9 ensinamento DOUTRINA Obsessão coletiva nas casas espíritas Construção do reino em nós É Por Tiago Roosevelt comum, nas Instituições Espíritas, a crença de que elas possuem proteção superior, o que é real. No entanto, elas também possuem inimigos naturais, afinal, Espíritos menos felizes desaprovam, por uma questão lógica, o trabalho de libertação da Doutrina Espírita. Crer que os Espíritos nos protegem e isso dispensa nossos cuidados é ilusão, afinal, todos os Espíritos são livres, bons e maus, sem contar que nós, encarnados, também. Desta maneira, atraímos e somos atraídos o tempo todo por meio de nossas disposições mentais. E da mesma forma que os processos obsessivos podem incluir as pessoas, podem envolver grupos inteiros ou Centros Espíritas completos. Não nos esqueçamos de que estamos em períodos de experimentação, de provas e expiações. Certamente que cada Espírita ao ler esse texto deve pensar: “No meu Centro Espírita, isso não acontece!” Porém, o bom senso pede cautela e análise das condições do Centro, tanto de convivência entre seus trabalhadores, como de fidelidade ao que ensinam as obras deixadas por Allan Kardec. Vejamos o que encontramos em O Livros dos Médiuns, no capítulo 29, item 340 sobre esse assunto: “Assim como há Espíritos protetores das associações, das cidades e dos povos, Espíritos malfeitores se ligam aos grupos, do mesmo modo que aos indivíduos. Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais acessíveis, procurando fazê-los seus instrumentos e gradativamente vão envolvendo os conjuntos, por isso que tanto mais prazer maligno experimentam, quanto maior é o número dos que lhes caem sob o jugo”. Isso nada tem a ver com os níveis sociais, culturais ou de inteligência. Aliás, quanto mais acreditamos que somos intocáveis, mais vulneráveis ficamos, e isso serve para indivíduos ou grupos inteiros, lembramos. No mesmo capítulo e item, ainda lemos: “Se enérgica resistência o não levar ao desânimo, a obsessão se tornará mal contagioso, que se manifestará nos médiuns, pela perturbação da mediunidade, e nos outros pela hostilidade dos sentimentos, pela perversão do senso moral e pela turbação da harmonia”. Dessa forma, quando apenas um membro do Centro Espírita não está bem, é evidência de que o mal está por perto. A Casa Espírita não é sua estrutura física, nem seu patrimônio material, mas sim seus trabalhadores. Por isso não existe proteção absoluta quando temos a liberdade de nos ligarmos, pelo pensamento, ao que desejamos. Proteção real é comprometimento com o bem e como o Centro Espírita é um elemento coletivo, a avaliação de suas normas, procedimentos, prioridades e regras, são fundamentais para uma prática saudável. Na Revista Espírita de março de 1863, Allan Kardec escreve em “Falsos irmãos e amigos inábeis”: “Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mal e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro Espírita”. Assim, divergências são naturais, mas humildade e bom senso para reavaliar nossa conduta são imprescindíveis, e é preciso sempre coragem para mudar o que se pratica. Cláudio Bueno da Silva A s verdadeiras vibrações do amor e da fraternidade entre os homens estão ainda mais no plano da intelectualidade que do sentimento. Ou seja, compreendemos a importância do amor fraterno, no entanto há uma distância a percorrer entre o entendimento e a ação prática. Esse amor que não sabemos sentir plenamente é um projeto para ser vivido num mundo ainda um pouco distante para nós, e quase utópico se avaliarmos as condições do que somos hoje, se prestarmos bem a atenção naquilo que nos tem governado a mente e na forma como vivemos. No entanto, esse mundo de amor não é, de forma alguma, inatingível. Estamos caminhando em sua direção. Jesus, com suas ideias libertadoras e sua energia construtiva, quis abrir espaços em nossa mente para a criação dos fundamentos do homem de bem, tão bem descritos por Allan Kardec em “O Evangelho segundo o espiritismo”, capítulo XVII, “Sede perfeitos”. Fundamentos estes que o homem vai aprendendo a “sentir” na medida em que os compreende. Esse crescimento interior nos lançará ao estágio de superioridade moral e intelectual do mundo feliz, que poderá ser a própria Terra, no futuro, onde a supremacia será derivada do mérito. Aquele que se souber inferior não se constrangerá em submeter-se à superioridade do outro, por sabê-la toda moral, não impositiva, mas natural. O superior tratará o inferior com caridade, sem visar vantagem, como se vê na Terra atual, onde uns e outros se escravizam perpetrando uma relação de dependência mórbida. No mundo onde o amor predomina, as ações visam o progresso geral. Não há competição vaidosa, a convivência é espontânea. A boa natureza de cada um dá qualidade às relações. A caridade está na base de todos os atos. Não há preocupações mesquinhas nem privilégios baseados no interesse porque a igualdade deriva da fraternidade. Essas revelações feitas pelos espíritos superiores através da mediunidade segura e confiável e que podem ser encontradas nos livros de Allan Kardec, servem de roteiro para enxergar o alvo a ser atingido pela humanidade que hoje vive na Terra, nos dois planos. Orientam também sobre o que precisamos deixar pelo caminho - porque não nos serve para nada - para aportar nesse mundo feliz que tanto almejamos: o reino de Deus que Jesus prometeu. Reino que está dentro e não fora de nós e que quando construído representará a conquista sobre nós mesmos. Um dia, quando tivermos o coração esvaziado das mesquinharias e ilusões que carregamos por tanto tempo, estaremos prontos para viver o mundo superior. Como seres livres que somos, podemos tomar a iniciativa agora e nos adiantar nessa tarefa, quitando o passado e ganhando méritos para o futuro, sem precisar esperar que a humanidade desperte antes. Somos únicos, livres e independentes. Agindo com retidão, princípio de justiça e sentimentos brandos, estaremos fazendo o certo e nos aproximando desse ideal. Um estudo eficaz e independente para o seu filho Recicla BR matemÁtica - portuguÊs - inglÊs - japonÊs Concentração - Hábito de Estudo - Raciocínio Lógico Unidade: Osasco - Centro - (011) 3683 - 8841 10 JORNAL Universo ESPÍRITA 3449-2434/3654-2407/99284-4325 Rua Minas Bogasian, 86 - Sobreloja Osasco - Centro - CEP 06013-010 Comércio e Reciclagem Empresarial e-mail: [email protected] Telefone Comercial: (011) 2922-7079 Nextel: (011) 7882-7018 / ID: 15*3556 | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | [email protected] na ponta da língua A familia espírita - lar de dissenções ou escola de aprendizado? Antonieta de Souza Guimarães Teixeira P arentesco consanguíneo ou parentesco espiritual? Em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo XIV, “Honrar pai e mãe”, temos um texto, que nos oferece, de forma muito clara, a diferença da família consanguínea e da família espiritual, que, numa análise magistral de Allan Kardec, abrangendo como sempre uma realidade que se nos apresenta, de forma inconteste, abarca a reformulação do conceito de família que vivemos hoje intensamente. Mas muitos de nós ainda não absorvemos em nosso dia a dia... Sabemos, pelas novas reformulações da lei brasileira, obviamente inseridas na óptica mundial, que as famílias diversificaram-se, tanto em sua forma de composição, como em seu conteúdo das relações interpessoais. Dentro do Código Civil Brasileiro, pela reformulação do conceito familiar com o desmembramento do “Pátrio Poder”, que a Constituição Federal, “Carta Magna” da Nação, em 1988, diversifica o poder Pátrio, que antes era só do pai, para o casal de maneira igual, para apenas a mãe, e, conforme o caso, para os avós, e até tutores outorgados pela lei. Esse avanço trouxe vários enfoques ao novo modelo familiar. Muitas obras foram escritas, novos estudos sobre as diversas “formas de composição familiar” foram analisados e estudados. Entretanto, na Doutrina Espírita, tais conceitos já se pré-anunciavam desde 1857 com o lançamento de O Livro dos Espíritos. O capítulo IV fala sobre parentesco e filiação, especialmente nas questões 204 e 205, em que os Espíritos explicam a Kardec a variedade de Espíritos dos quais são constituídas as famílias, e muitas vezes até Espíritos inimigos vêm fazer parte delas. Em 1864, o Evangelho segundo o Espiritismo corrobora tais revelações. A essa época, os Espíritos já traziam essas questões à análise e reflexão do homem, pois já sabiam que certamente essas questões seriam temas de grandes sofrimentos e debates em nossa sociedade. Hoje, a família brasileira engloba várias formas de constituição que vão além do modelo tradicional de pai, mãe e filhos; temos agora: apenas mãe e filhos; também apenas pai e filhos; ainda pai, filhos e avós, ou mãe, filhos e avós; ainda pai, madrasta e filhos do pai, mais os filhos da madrasta e vice-versa; vê-se ainda pai, mãe, filhos e namorados das filhas e ou dos filhos, que moram juntos. Ainda é comum nos nossos sertões e nas cidades do interior as famílias patriarcais ou matriarcais, em que os avós, com seus filhos e filhas, Espírita é aquele que abraça e aceita toda e qualquer forma de organização familiar, porque ele sabe o quanto esse aprendizado, embora de difícil concretização, é de suma importância para todos nós, Espíritos caídos em busca da ascensão netos e seus filhos e, muitas vezes, até bisnetos; todos morando juntos, sob o poder dos avós que frequentemente são os donos da casa ou do terreno em que todos se alojam. Também começam a surgir mulheres solteiras que adotam filhos, casais sem filhos próprios que adotam filhos; e mais recentemente torna-se comum em nossa sociedade casais homoafetivos (do mesmo sexo), que têm seus próprios filhos (caso da cantora brasileira Cássia Eller), ou que têm seus filhos através de inseminação artificial em barrigas de aluguel (caso do cantor Michael Jackson), e, por fim, casais homoafetivos que também adotam crianças; casos constantemente mostrados, em novelas e filmes atuais. Numa análise um pouco mais aprofundada de tais contextos, con- PRESENTEIE um amigo COM UM LIVRO ESPÍRITA Faça Frutificar no coração de um irmão a mensagem do Mestre Jesus LEIA KARDEC E COMPREENDA JESUS [email protected] cluímos que realmente o processo de maturidade espiritual tem que chegar; e esses avanços no cerne do contexto mais apertado e dimensionado da aprendizagem humana, que é a “família”, vêm fornecer ao Espírito encarnado o verdadeiro sentido do existir na troca constante de vibrações psíquicas e espirituais. Pois é no desabrochar dessas energias constantes, através dos choques de sentimentos como amor, posse, revolta, ódios, perdão, na reformulação de atitudes vivenciadas obsoletas e, às vezes, até preconceituosas que iremos aprender a acelerar nosso poder dimensionador de conviver, esquecer ofensas, negociar valores, recrudescer ou amenizar egoísmos, abrir mão do orgulho fátuo, aprendendo a dividir mais nossas emo- ções e ações superiores. E, por fim, perceberemos que todas essas ações íntimas não serão conquistadas e desenvolvidas senão através de muita dor, muitas lágrimas, muitas decepções e, na maioria das vezes, por choques emocionais profundos, que marcarão o ser por muitas outras encarnações. Com certeza, acrescentarão um verdadeiro desprendimento do ser de si mesmo, favorecendo-o a outras vivências, muito mais profundas, em direção a grupos maiores, nos quais o desbordar do amor universal será vivenciado de forma natural e progressiva, em direção à conquista da fraternidade amorosa, exercida e exemplificada por Jesus através de seu ensinamento “Quem são minha mãe e meus irmãos? Em verdade vos digo: Que minha mãe e meus irmãos são NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA. COMPRA/VENDE/ALUGA/ADMINISTRA Avenida Aurora Soares Barbosa, 425 VilaCampesina - Osasco SP- CEP:06023-010 PABX:3683-8890 todos aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus”. Portanto, irmãos, o Espírita é aquele que abraça e aceita toda e qualquer forma de organização familiar, porque ele sabe o quanto esse aprendizado, embora de difícil concretização, é de suma importância para todos nós, Espíritos caídos em busca da ascensão através da prática constante do amor absoluto ao próximo e da fraternidade mais pura, que nos faz aconchegarmos em nossos corações essas almas que renascem, muitas vezes, por ato de absoluta misericórdia de Deus; para, ao chegar a este planeta de dor, já ser arrojado ao palco das dores maiores das ruas, instituições e abrigos de crianças abandonadas; e que precisam ainda, desesperadamente, de um coração fraterno, o qual muitas vezes irão ferir e maltratar pelos próprios desequilíbrios que portam consigo e para os quais vêm depurar-se através do “cadinho” da dor a dos choques emocionais, que só serão gerados nos grupos familiares. Atentemo-nos, irmãos, a essa enorme problemática da vida na Terra. Sempre que sentirmo-nos tocados n’alma por essas famílias extremamente atingidas pela miséria material e humana ou por uma criança frágil e abandonada, sem a menor perspectiva de um amanhã menos sombrio, devemos ligar nossas antenas de amor em ação e mergulhar nessa maravilhosa experiência da vivência de um amor maior, um amor que “cobre a multidão de pecados”, como nos ensinou o divino Mestre Jesus, em seu Evangelho vivido por seus atos. Sejamos nós aqueles que tem sempre espaço n’alma e amor sincero no coração para fazer frutificar em nós a voz suave de nosso Mestre maior a dizer-nos: “Só o Amor cobre a Multidão de Pecados” e, como nos ensina a Magna Doutrina Espírita, “Fora da Caridade e, porque não, do Amor, não há salvação”. Website: alphaxradiologia.com.br e-mail: [email protected] Unidade Alphaville: Alameda Rio Negro, 1084- Lj. 8 Edifício Plazza Térreo - Cep: 06454-000 Fone/Fax (11) 4195-0393/4191-7032 | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | JORNAL Universo ESPÍRITA 11 MORAL CRISTÃ O escriba enganado A chava-se o Mestre em casa de Pedro; contudo, em localidades diversas, em derredor do grande lago, propalava-se-lhe a Boa Nova. Comentavam-se-lhe as preleções qual se fora ele um príncipe desconhecido, chamado à restauração nacionalista. Se aparecia em público, era apontado como revolucionário em vias de levantar a bandeira de antigas reivindicações e, quando no santuário doméstico, recebia visitas corteses e indagadoras. Não surgiam, no entanto, tão-somente os que vinham consultá-lo acerca de princípios libertários, mas também os que, inflados de superioridades, vinham discutir os problemas da fé. Foi assim que o escriba Datan se acercou familiarmente dele, sobraçando rolos volumosos e guardando ares de mistério na palavra sigilosa e malevolente. Fez solene preliminar, explicando os motivos de sua vinda. Estudara muitíssimo. Conhecia o drama de Israel, desde os primórdios. Possuía velhos escritos referentes às perseguições mais remotas. Arquivara, cuidadoso, preciosas tradições ocultas que relatavam os sofrimentos da raça Assíria e no Egito. Encontrava-se em ligação com vários remanescentes de sacerdotes hebreus de outros séculos. Discutia, douto e perspicaz, sobre o passado de Moisés e Aarão na pátria dos faraós e recolhera conhecimentos novos com respeito à Terra da promissão. Em virtude da inteligência inata com que sabia tratar os problemas do revelacionismo, declarava-se disposto a colaborar no restabelecimento da verdade. Pretendia contribuir não só com o verbo inflamado, mas também com a bolsa do banimento sumário de todos os exploradores do Templo. Depois de pormenorizada exposição, que o Senhor ouviu em silêncio, aduziu o escriba entusiasta: – Mestre, não será indiscutível a necessidade de reforma da fé? – Sim... – confirmou Jesus em comentários Datan, extremamente loquaz, prosseguiu: – Venho trazer-te, pois, a minha solidariedade sem condições. Dói-me contemplar a Casa Divina ocupada por ladrões e cambistas sem consciência. Sou cultivador da lei, rigorista e intransigente. Tenho o Levítico de cor para evitar o contato de pessoas e alimentos imundos. Cumpro as minhas obrigações e não suporto a presença de quantos dilapidam o altar sob o pretexto de protegê-lo. Fixou expressão colérica no olhar de raposa ferida, baixou o tom de voz, à maneira de denunciador comum, e anunciou, sussurrante: – Tenho comigo a relação de todos os lagartos e corvos que insultam o santuário de Deus. Ser-te-ei devotado colaborador para confundi-los e exterminá-los. Meus pergaminhos são brasas vivas da verdade. Conheço os que roubam do povo miserável a benefício dos próprios romanos que nos dominam. O Templo está cheio de rapinagem. Há feras em forma humana que ali devoram as riquezas do Senhor, lendo textos sagrados. São criaturas melosas e escarninhas, untuosas e traidoras... O Cristo ouvia sem qualquer palavra que lhe demonstrasse o desagrado e, ébrio de maledicência, o visitante desdobrou um dos rolos, fixou alguns apontamentos e acrescentou: – Vejamos pequena galeria de criminosos que, de imediato, precisamos conter. O Rabino Jocanan vive cercado de discípulos, administrando lições, mas é proprietário de muitos palácios, conseguidos à custa de viúvas misérrimas; é um homem asqueroso pela sovinice a que se confia. O Rabino Jafé, desde muito, é um explorador de mulheres desventuradas; do átrio da Casa de Deus para dentro é uma ovelha, mas do átrio para fora é um lobo insaciável. Nasson, o sacerdote, vale-se da elevada posição que desfruta para vender, a preços infames, touros e cabras destinados aos sacrifícios por intermédio de terceiros que lhe enriquecem as arcas; já possui três casas grandes, cheias de escravos, em Cesaréia, com vastos rebanhos de carneiros. Agiel, um dos guardas do sagrado candeeiro, enverga túnica respeitável durante o dia e é salteador durante a noite; sei quantas pessoas foram por ele assaltadas no último ano sabático. Nenrod, o zelador do Santo dos Santos, tem sete assassínios nas costas; formula preces comoventes no lugar divino, mas é malfeitor contumaz, evadido da Síria. Manassés, o explicador dos Salmos de Davi, vende pombos a preços asfixiantes, criando constrangimentos às mulheres imundas que buscam purificação, de maneira a explorar lhes a boa-fé. Gad, o fiscal de carnes impuras, tem a casa repleta de utilidades do santuário, que cede modicamente, enchendo-se lhe os cofres de ouro e prata. Efrain, o levita, que se insinua presentemente na casa do sacerdote, é político sagaz; a humildade fingida lhe encobre os tenebrosos planos de dominação. Reparando, porém, que Jesus se mantinha mudo, o interlocutor interrompeu-se, fixou-o com desapontamento e concluiu: – Senhor, aceita-me o ministério. Estou pronto. Informaram-me de que te dispões a fundar um novo reino e uma nova ordem... Auxiliar-te-ei a massacrar os impostores, renovaremos a crença de nosso povo... Mas, Jesus, sorrindo agora, compassivo e triste, retrucou muito calmo: – Datan, equivocas-te, naturalmente, qual acontece a muitos outros. A Boa Nova é de salvação. Não procuro delatores, nem carrascos, sempre valiosos nos tribunais. Estamos buscando simplesmente homens e mulheres que desejam amar o próximo e ajudá-lo, em nome de nosso Pai, a fim de que nos façamos melhores uns para com os outros. O Mestre, sereno e persuasivo, ia continuar, mas o escriba eloquente, tão profundo no conhecimento das vidas alheias, enrolou os pergaminhos, apressado, franziu os lábios amarelos de cólera inútil e atravessou a soleira da porta sem olhar para trás. Mensagem extraída do livro Contos e Apólogos, cap. 30 • Implantes • Clínica Geral • Cirurgia • Periodontia • • Clareamento • Prótese • Ortodontia • Endodontia • Rua Dr. Antônio José Luciano, 378 - Centro - Osasco - SP - Fone: (11) 3682-1593 e-mail: [email protected] - www.novainfinity.com.br 12 JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | [email protected]