Estudo do Comportamento Térmico das Coberturas com Telhas
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Estudo do Comportamento Térmico das Coberturas com Telhas
Estudo do Comportamento Térmico das Coberturas com Telhas Cerâmicas Cliente: APICER Contacto no cliente: Dr. António Oliveira Eng.º Baio Dias / Eng.º Fernando Cunha / Eng.º Luís Contacto no CTCV: Trindade / Eng.º Eduardo Cardoso Período de Realização do Trabalho: Novembro 2012 Proj. nº 212-16859 Rel. nº 212-16859-1/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 ÍNDICE 1. Objectivo ........................................................................ 4 2. Introdução ....................................................................... 5 3. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios – RCCTE .................................................. 7 4. Estações Piloto ............................................................... 10 4.1. Esquema da cobertura ..............................................................................................11 4.2. Resultados das experiências (Estações Piloto) – Fase 1 ..........................................14 4.3. Resultados das experiências (Estações Piloto) – Fase 2 ..........................................17 4.4. Resultados das experiências (Estações Piloto) – Fase 3 ..........................................20 5. Ensaio da Reflectividade ................................................... 23 5.1. Descrição do Ensaio.................................................................................................24 5.2. Resultados dos ensaios de Reflectividade / Absortividade ......................................25 6. Simulação Dinâmica – DesignBuilder ..................................... 35 6.1. Cobertura Inclinada..................................................................................................35 6.1.1. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica ........... 36 6.1.2. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica com caixade-ar não ventilada ............................................................. 38 6.1.3. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica com caixade-ar fracamente ventilada ................................................... 39 6.1.4. Solução de cobertura: telha cerâmica ............................. 40 6.1.5. Solução de cobertura: telha cerâmica e contra-ripado com caixa-de-ar não ventilada ..................................................... 42 6.1.6. Solução de cobertura: telha cerâmica e contra-ripado com caixa-de-ar fracamente ventilada ........................................... 43 6.2. Cobertura Plana........................................................................................................44 6.2.1. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica ........... 45 6.2.2. Solução de cobertura: laje maciça com tela protegida com seixo ............................................................................... 47 6.3. Análise de Resultados ..............................................................................................49 7. Orientação e Inclinação das Coberturas ................................. 52 7.1. Cobertura com duas águas .......................................................................................53 7.2. Cobertura com uma água .........................................................................................54 7.3. Análise de resultados ...............................................................................................55 8. Recomendações .............................................................. 56 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 2 de 62 9. Conclusões .................................................................... 59 10. Disposições Finais .......................................................... 61 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 3 de 62 1. Objectivo Os objectivos deste trabalho visam: • Determinar quais as coberturas com telhas cerâmicas que, quando aplicadas de acordo com as regras de boa prática, apresentam melhores condições de conforto térmico; • Comparar o comportamento térmico de coberturas inclinadas e coberturas planas; • Influenciar a revisão do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE, DL 80/2006) no sentido de valorizar a aplicação de telhas cerâmicas. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 4 de 62 2. Introdução Desde há muitos anos que a escolha de diferentes soluções, a nível de coberturas, tem vindo a realizar-se de forma consciente em Portugal. Em Portugal verificam-se boas práticas na escolha de coberturas, adoptando-se coberturas inclinadas, minimizando possíveis infiltrações e aumentando o nível de escoamento de água e/ou neve. Sendo zonas mais frias, a opção por coberturas de cores mais escuras permite maximizar a quantidade de calor transmitida ao interior do edifício. Na zona sul de Portugal, a solução típica a nível de coberturas, são terraços de cores claras. A escolha da cobertura plana permite utilizar os terraços para lazer ou lides domésticas pois a pluviosidade é menor e as cores claras aumentam a quantidade de energia reflectida. Esta zona do país é preferencialmente quente sendo o objectivo minimizar as necessidades de arrefecimento. A cobertura é um dos principais elementos de protecção passiva de um edifício, desempenhando um papel importante na eficiência energética do edifício. Na actual legislação, Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE, DL 80/2006), os ganhos solares através da cobertura são contabilizados na estação de arrefecimento (verão). Na estação de aquecimento (inverno) apenas se contabilizam os ganhos solares pelos vãos envidraçados e internos, não se contabilizando os ganhos pela envolvente (paredes e cobertura). O regulamento em vigor, RCCTE, atribui uma maior importância ao Inverno do que Verão. Esta opção implica simplificações introduzidas no regulamento que não reflectem a realidade, tais como: • Não são consideradas as soluções construtivas que separam os espaços não úteis (ENU) do exterior • Penalização dos ENU’s ventilados em relação aos não ventilados Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 5 de 62 A utilização de estações piloto, com diferentes tipos de soluções construtivas de cobertura, permitiu estudar e analisar a evolução de parâmetros de conforto térmico em função das condições climatéricas na estação de arrefecimento. A utilização de programas de simulação dinâmica DesignBuilder, permitiu comparar o output do software com os resultados dos ensaios experimentais. Sendo a reflectividade considerada um dos parâmetros relevantes na caracterização dos materiais usados em coberturas, foram realizadas medições da radiação solar incidente e reflectida em telhas cerâmicas. Este projecto promovido pela APICER, no âmbito do SIAC, tem como entidade executante o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro e participação da Coelho da Silva, Cerâmica Torreense, Cobert Telhas e Umbelino Monteiro, às quais agradecemos o apoio prestado, informação facultada, o acesso às suas instalações e a disponibilidade. Neste projecto é de referir a participação activa da empresa Coelho da Silva, que disponibilizou o espaço e executou a montagem das estações piloto para a realização de ensaios. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 6 de 62 3. Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios – RCCTE Neste capítulo aborda-se o método de cálculo do RCCTE para determinar o coeficiente de transmissão térmica das coberturas, com e sem caixa-de-ar, e a contabilização das trocas térmicas que ocorrem pelas coberturas. O RCCTE tem sido criticado pelo baixo peso atribuído à qualidade da envolvente, em detrimento da eficiência dos sistemas de climatização e preparação de águas quentes sanitárias (AQS). O RCCTE considera os ganhos térmicos, durante a estação de arrefecimento, devidos à incidência e absorção da radiação solar incidente nos elementos opacos da envolvente exterior (paredes e coberturas). Estes ganhos não úteis, são os que provocam as necessidades de arrefecimento durante o verão. O documento “Perguntas & Respostas sobre o RCCTE” esclarece que não devem ser contabilizados os ganhos solares de uma cobertura que possua uma protecção exterior sobre apoios pontuais, originando uma caixa-de-ar fortemente ventilada sob a referida protecção, considerando para este efeito o coeficiente de absorção solar igual a 0. Caso os espaços de ar sejam fracamente ou não ventilados devem ser tratados como se não fossem ventilados, isto é, deverão ser contabilizados os ganhos solares. O RCCTE (Anexo VII, quadro VII.2) apresenta os valores da resistência térmica dos espaços de ar não ventilados, que devem ser adoptados para o cálculo do coeficiente de transmissão térmica, em função da posição e da espessura do espaço de ar, e sentido do fluxo de calor. No caso de espaços de ar fracamente ventilado a resistência térmica do espaço de ar é metade do valor correspondente indicado na tabela. Neste caso, se a resistência térmica do elemento construtivo localizado entre o espaço de ar e o ambiente exterior for superior a 0.15 m2.ºC/W a resistência térmica do espaço de ar deve tomar o valor de 0.15 m2.ºC/W. Para os espaços de ar fortemente ventilados a resistência térmica do espaço de ar considera-se nula. Mas no cálculo do coeficiente de transmissão térmica (U) do elemento com um espaço de ar fortemente ventilado, não é considerada a resistência térmica das camadas que se localizam entre o espaço de ar e o ambiente Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 7 de 62 exterior e a resistência térmica superficial exterior Rse toma o valor correspondente da resistência térmica superficial interior Rsi. Quadro 3.1 – Resistência térmica de espaços ar não ventilados - Fonte: Dec. Lei 80/2006(RCCTE) Para efeitos de certificação energética a influência da absortividade encontra-se descrita no Anexo V do Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (DL n.º 80/2006 – RCCTE) – Cargas individuais devidas a cada componente da envolvente, devidas aos fenómenos combinados da diferença de temperatura interior-exterior e da incidência da radiação solar: U – coeficiente de transmissão térmica superficial do elemento da envolvente (em W/m2) A – área do elemento da envolvente (em m2) θm – temperatura média do ar exterior na estação convencional de arrefecimento na zona climática de verão onde se localiza o edifício θi – temperatura do ambiente interior (ºC) α - coeficiente de absorção (para a radiação solar) da superfície exterior da parede Ir – intensidade média de radiação total incidente em cada orientação durante toda a estação de arrefecimento he – condutância térmica superficial exterior do elemento da envolvente que toma o valor de 25 W/m2.ºC Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 8 de 62 A primeira parcela desta equação corresponde a ganhos pela envolvente opaca e transparente devidas apenas à diferença de temperatura entre o interior e o exterior, enquanto a segunda corresponde aos ganhos solares através da envolvente opaca. A segunda parcela corresponde aos ganhos solares que são directamente proporcionais ao coeficiente de absorção (α). Quadro 3.2 – Coeficiente de absorção - Fonte: Dec.-Lei 80/2006 (RCCTE) Como referido anteriormente, no caso de coberturas ou fachadas fortemente ventiladas deve-se considerar o valor do coeficiente de absorção nulo, assim a parcela virá nula, contabilizando-se apenas os ganhos relativos à diferença de temperatura entre o interior e exterior. Na definição do coeficiente de transmissão térmica das soluções construtivas introduzidas no programa de simulação dinâmica, aplicaram-se as regras previstas pelo RCCTE. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 9 de 62 4. Estações Piloto A empresa Coelho da Silva disponibilizou-se para a montagem de dois tipos de estações piloto, uma para cobertura plana e outra para cobertura inclinada, onde se realizaram diversos ensaios, com diferentes tipos de telha, para verificar o impacto na temperatura interior em função do diferente tipo de cobertura adoptado. Figura 6.1 - Estação Piloto 1 – Cobertura Plana Figura 6.2 – Estação Piloto 2 – Cobertura Inclinada A monitorização das condições climatéricas, radiação solar e temperatura ambiente exterior, permitiu seleccionar os dias que apresentavam valores semelhantes, tornando válida a comparação de resultados registados em dias diferentes. Figura 6.3 – Piranómetro Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 10 de 62 4.1. Esquema da cobertura Figura 6.4 – Cobertura Inclinada – Telha vâ Figura 6.5 – Cobertura Inclinada – Laje maciça Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 11 de 62 Figura 6.6 – Cobertura Inclinada – Telha canudo com subtelha em laje maciça Figura 6.7 – Cobertura Inclinada – Telha canudo com subtelha Figura 6.8 – Cobertura Inclinada – Telha marselha Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 12 de 62 Figura 6.9 – Cobertura horizontal – Laje maciça, teal, geotextil e seixo Figura 6.10 – Cobertura horizontal – Laje maciça, tela mineralizada Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 13 de 62 4.2. Resultados das experiências (Estações Piloto) – Fase 1 Para permitir a comparação dos resultados, numa fase inicial compilaram-se todos os dados dos ensaios. Após análise, seleccionaram-se os ensaios, para cada uma das experiências, que apresentavam condições climáticas exteriores semelhantes (temperatura exterior e radiação solar) para que a comparação fosse viável. 1 - TELHA LUSA COM VIGOTAS E VIGAS EM BETÃO PRÉ-ESFORÇADO Exp1_19_06 50 40 30 1200 Valor Est ação Metereologica [ ºC] 1000 Valor Sonda Ambient e [ºC] 800 Valor Piranometro [ W/ m2] 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.11 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior 2 - LAJE MACIÇA HORIZONTAL COM TELA PROTEGIDA COM SEIXO (5CM) E TAIPAL EM MADEIRA Exp2_26_07 50 1200 Valor Est ação Metereologica [ºC] 40 1000 Valor Sonda Ambiente [ºC] 800 Valor Piranometro [W/m2] 30 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.12 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 14 de 62 3 - TELHA LUSA COM VIGOTAS E VIGAS EM BETÃO PRÉ-ESFORÇADO COM 6 TELHAS DE VENTILAÇÃO Exp3_27_08 50 1200 Valor Est ação Metereologica [ºC] 1000 Valor Sonda Ambiente [ºC] 40 Valor Piranometro [W/m2] 800 30 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.13 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior 4 - TELHA CANUDO COM SUBTELHA SOBRE ESTRUTURA PRÉ-ESFORÇADA Exp4_12_09 50 1200 Valor Estação Metereologica [ºC] 1000 Valor Sonda Ambiente [ºC] 40 Valor Piranometro [W/m2] 800 30 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.14 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior 5 – COBERTURA INCLINADA COM LAJE MACIÇA COM RIPA E CONTRARRIPA EM MADEIRA, VENTILADA COM TELHA LUSA NATURAL Exp5_29_09 50 1200 Valor Estação Metereologica [ºC] 1000 Valor Sonda Ambiente [ºC] 40 Valor Piranometro [W/m2] 800 30 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.15 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 15 de 62 6 – COBERTURA INCLINADA COM LAJE MACIÇA COM RIPA E CONTRARRIPA EM MADEIRA, VENTILADA COM TELHA LUSA PRETA Exp6_10_10 50 1200 Valor Estação Metereologica [ºC] 1000 Valor Sonda Ambiente [ºC] 40 Valor Piranometro [W/m2] 800 30 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.16 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior 7 – COBERTURA INCLINADA COM LAJE MACIÇA COM RIPA E CONTRARRIPA EM MADEIRA, VENTILADA COM TELHA LUSA BRANCA Exp7_06_11 50 1200 Valor Estação Metereologica [ºC] 1000 Valor Sonda Ambiente [ºC] 40 Valor Piranometro [W/m2] 800 30 600 400 20 200 10 0 0:00 21:36 19:12 16:48 14:24 12:00 9:36 7:12 4:48 2:24 -200 0:00 0 Figura 6.17 – Variação da radiação solar, temperatura exterior e interior A partir das experiências realizadas, os resultados indicam que a solução de cobertura com recurso a laje minimiza a variação da temperatura interior de um edifício. Uma das principais razões que contribui para este resultado é a elevada inércia térmica de uma laje quando comparada apenas com uma cobertura em telha. O baixo valor do coeficiente de transmissão térmica (U) da laje, quando comparando com o valor de U da telha, também contribui para os resultados verificados. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 16 de 62 4.3. Resultados das experiências (Estações Piloto) – Fase 2 Numa 2ª fase e para cada dia previamente seleccionado, analisou-se a evolução da temperatura interior para as diferentes coberturas. Através destes gráficos verifica-se que à medida que a diferença de temperatura aumenta consegue-se verificar o aumento de fluxo de calor que transita sempre do meio mais quente para o meio mais frio. 1 - TELHA LUSA COM VIGOTAS E VIGAS EM BETÃO PRÉ-ESFORÇADO Exp1_19_06 2.5 ∆T[ ºC] 2 180 Fluxo de Calor [ W/ m2] 1.5 140 1 100 0.5 60 23:24 21:44 20:04 18:24 16:44 15:03 13:23 11:43 8:23 10:03 6:43 5:03 3:22 1:42 -0.5 0:02 0 20 -20 -1 -1.5 -60 Figura 6.18 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura 2 - LAJE MACIÇA HORIZONTAL COM TELA PROTEGIDA COM SEIXO (5CM) E TAIPAL EM MADEIRA Exp2_26_07 2.5 ∆T[ºC] 2 180 Fluxo de Calor [W/m2] 1.5 140 1 100 0.5 60 23:30 21:50 20:10 18:30 16:50 15:10 13:29 11:49 10:09 8:29 6:49 5:09 3:28 1:48 -0.5 0:08 0 20 -20 -1 -1.5 -60 Figura 6.19 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 17 de 62 EXPERIÊNCIA 3 - TELHA LUSA COM VIGOTAS E VIGAS EM BETÃO PRÉ-ESFORÇADO COM 6 TELHAS DE VENTILAÇÃO Exp3_27_08 2.5 ∆T[ ºC] 2 180 Fluxo de Calor [W/ m2] 1.5 140 1 100 0.5 60 23:27 21:47 20:07 18:26 16:46 15:06 13:26 11:46 8:25 10:06 6:45 5:05 3:25 1:45 -0.5 0:05 0 20 -20 -1 -1.5 -60 Figura 6.20 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura 4 - TELHA CANUDO COM SUBTELHA SOBRE ESTRUTURA PRÉ-ESFORÇADA Exp4_12_09 18 ∆T[ ºC] 16 180 Fluxo de Calor [W/m2] 14 140 12 10 100 8 6 60 4 2 20 23:29 21:49 20:09 18:28 16:48 15:08 13:28 11:48 10:08 8:27 6:47 5:07 3:27 1:47 -4 0:07 0 -2 -20 -6 -8 -60 Figura 6.21 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura 5 – COBERTURA INCLINADA COM LAJE MACIÇA COM RIPA E CONTRARRIPA EM MADEIRA, VENTILADA COM TELHA LUSA NATURAL Exp5_29_09 16 ∆T[ºC] 14 180 Fluxo de Calor [W/m2] 12 140 10 8 100 6 4 60 2 23:28 21:48 20:08 18:28 16:48 15:08 13:27 11:47 10:07 8:27 6:47 5:07 3:26 1:46 -4 0:06 0 -2 20 -20 -6 -8 -60 Figura 6.22 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 18 de 62 6 – COBERTURA INCLINADA COM LAJE MACIÇA COM RIPA E CONTRARRIPA EM MADEIRA, VENTILADA COM TELHA LUSA PRETA Exp6_10_10 18 16 ∆T[ºC] 14 12 Fluxo de Calor [W/m2] 180 140 10 8 100 6 4 2 60 23:30 21:49 20:09 18:29 16:49 15:09 13:29 11:48 8:28 10:08 6:48 5:08 3:28 -4 -6 1:47 -2 0:07 0 20 -20 -8 -10 -60 Figura 6.23 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura 7 – COBERTURA INCLINADA COM LAJE MACIÇA COM RIPA E CONTRARRIPA EM MADEIRA, VENTILADA COM TELHA LUSA BRANCA Exp7_06_11 8 ∆T[ºC] 180 Fluxo de Calor [W/m2] 6 140 4 100 2 60 23:30 21:50 20:10 18:30 16:50 15:10 13:29 11:49 10:09 8:29 6:49 5:09 3:28 1:48 -2 0:08 0 20 -4 -20 -6 -60 Figura 6.24 – Variação do fluxo de calor e do diferencial de temperatura Os resultados obtidos indicam que as soluções de cobertura com laje apresentam menor fluxo de calor. Estes resultados estão de acordo com o baixo valor do coeficiente de transmissão térmica (U) da laje. As telhas apresentam um valor de U maior e pela análise dos resultados obtidos, verifica-se que esta solução de cobertura apresenta um maior fluxo de calor. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 19 de 62 4.4. Resultados das experiências (Estações Piloto) – Fase 3 Numa 3ª fase monitorizaram-se as condições de conforto térmico da estação piloto em três configurações distintas. Na primeira configuração ensaiou-se a estação piloto composta por uma cobertura em laje com um espaço de ar fortemente ventilado, na segunda configuração a cobertura da estação piloto é composta por laje e espaço de ar não ventilado e na última configuração a estação piloto é composta uma cobertura plana. Estes ensaios ocorreram durante o mês de agosto e setembro. Cobertura inclinada não ventilada Cobertura inclinada ventilada Cobertura plana Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 20 de 62 34 33 32 31 30 29 Temperatura (ºC) 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 Temperatura Exterior Cobertura Plana Cobertura Inclinada não Ventilada 23:45:36 20:52:48 18:00:00 15:07:12 12:14:24 09:21:36 06:28:48 03:36:00 00:43:12 21:50:24 18:57:36 16:04:48 13:12:00 10:19:12 07:26:24 04:33:36 01:40:48 22:48:00 17 Cobertura Inclinada Ventilada Figura 6.25 – Evolução da temperatura interior em função da temperatura exterior Temperatura Exterior Cobertura Plana Cobertura Inclinada não Ventilada Cobertura Inclinada Ventilada Figura 6.26 – Variação da temperatura no interior em função da temperatura exterior Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 21 de 62 A análise dos gráficos permite concluir que: 9 A implementação de uma cobertura inclinada ventilada proporciona melhor conforto térmico, satisfazendo de uma forma eficaz as condições de conforto térmico definidas pelo RCCTE. Foi nesta solução que se registou a menor temperatura interior ao longo das medições realizadas, durante a estação de arrefecimento (Verão). 9 A inércia térmica da cobertura plana é superior à inércia térmica da cobertura inclinada não ventilada que por sua vez é superior à inércia térmica da cobertura inclinada ventilada. Isto é, uma variação na temperatura exterior induz uma maior variação na temperatura interior do edifício, quando este é constituído por uma cobertura inclinada ventilada do que se este fosse constituído por uma cobertura inclinada não ventilada ou plana; 9 A cobertura plana é a solução que apresenta uma menor variação da temperatura interior. A cor das coberturas é um parâmetro importante na determinação das necessidades energéticas dos edifícios. O ensaio da estação piloto com uma cobertura com telhas de cor escura, permitiu concluir que as coberturas escuras contribuem para um aumento médio da temperatura interior na ordem dos 4ºC, quando comparado com coberturas de cor clara. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 22 de 62 5. Ensaio da Reflectividade A influência da cor da cobertura releva-se muito importante na determinação das necessidades de arrefecimento de um edifício. Torna-se assim necessário determinar a absortividade da cobertura em estudo, quantificando a energia reflectida quando exposta a uma dada quantidade de energia radiante incidente (radiação solar). α - absortividade solar (função da cor) ρ - reflectividade solar No caso de corpos opacos a quantidade de energia transmitida será nula, assim virá α+ρ=1 A literatura apresenta valores de α para diversos materiais, entre os quais a telha cerâmica (α = 0.75/0.80), chapa de alumínio (α = 0.05), revestimento asfáltico (α = 0.85/0.98), pintura branca (α = 0.20), verde-claro (α = 0.40) e preta (α = 0.97). A energia radiante absorvida transforma-se em energia térmica ou calor e a reflectida não sofre modificação. Para melhorar o conforto térmico no interior do edifício, reduzindo a utilização de equipamentos de climatização, será vantajoso que se consiga maximizar a radiação reflectida pela cobertura. A estação de arrefecimento em Portugal é mais longa quando comparada com a estação de aquecimento, devendo-se adoptar medidas que reduzam a energia absorvida pela cobertura com a respectiva diminuição das necessidades de arrefecimento. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 23 de 62 5.1. Descrição do Ensaio Através do método de ensaio previsto na norma ASTM 1918 “Measuring Solar Reflectance of Horizontal and Low-Sloped Surfaces in the Field” será possível medir a energia solar reflectida por superfícies horizontais e inclinadas, utilizando um piranómetro. O método de ensaio deverá ser feito em condições onde o ângulo do sol com a normal da superfície seja inferior a 45º. Para superfícies planas e pouco inclinadas, isto limita a realização do teste entre as 9:00 horas e 16:00 horas. Nos meses de inverno (quando o ângulo solar é baixo), o teste deve se realizar entre as 10:00 horas e 14:00 horas. O piranómetro é um instrumento usado para medir o total de energia solar radiante de uma superfície por unidade de tempo e unidade de superfície. A razão entre a radiação reflectida e a radiação incidente é a reflectância solar. Inicialmente deve-se orientar o piranómetro na horizontal, virado para o Céu e quantificar a radiação solar incidente na superfície. A medição da reflectividade solar requer que o piranómetro seja montado num braço que minimize o efeito de sombra, a uma altura de 50 cm acima da superfície. O piranómetro deve ser colocado paralelamente à superfície em que as medições são conduzidas. Figura 7.1 – Esquema da montagem do piranómetro – Ensaio ASTM 1918 A superfície deverá estar seca e possuir uma área de cerca de 4 m2. O ensaio deve ser realizado num dia claro e ensolarado, sem nuvens ou neblina. As leituras deverão ser constantes durante, pelo menos 10 segundos, e as medições da radiação incidente e reflectida devem ser realizadas em intervalos de tempo não superior a 2 minutos. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 24 de 62 5.2. Resultados dos ensaios de Reflectividade / Absortividade Absortividade Montagem 1 – Lajeta 0.337 Montagem 2 – Telha Lusa 0.444 Montagem 3 – Telha Plana 0.490 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 25 de 62 Absortividade Montagem 4 – Seixo Rolado 0.771 Montagem 5 - Lajeta 0.759 Montagem 6 – Telha Lusa 0.699 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 26 de 62 Absortividade Montagem 7 – Telha Plana 0.662 Montagem 8 – Telha Marselha 0.686 Montagem 9 – Telha Lusa 0.884 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 27 de 62 Absortividade Montagem 10 – Telha Plana 0.880 Montagem 11 – Telha Marselha 0.878 Montagem 12 – Telha Marselha 0.835 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 28 de 62 Absortividade Montagem 13 – Telha Marselha 0.485 Montagem 14 – Telha Marselha 0.657 Montagem 15 – Fibrocimento sem isolamento 0.731 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 29 de 62 Absortividade Montagem 16 – Fibrocimento com isolamento 0.743 Montagem 17 – Telha Marselha 0.788 Montagem 18 – Telha Marselha 0.888 Montagem 19 – Telha Marselha 0.540 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 30 de 62 Absortividade Montagem 20 – Telha Lusa 0.750 Montagem 21 – Telha Marselha 0.891 Montagem 22 – Telha Plana 0.513 Montagem 23 – Telha Plana 0.807 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 31 de 62 Absortividade Montagem 24 – Telha Plana 0.825 Montagem 25 – Telha Lusa 0.865 Montagem 26 – Telha Lusa 0.945 Montagem 27 – Telha Lusa 0.522 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 32 de 62 Absortividade Montagem 28 – Telha Marselha 0.683 Montagem 29 – Telha Canudo 0.655 Montagem 30 – Telha Lusa 0.833 Montagem 31 – Telha Plana 0.783 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 33 de 62 Absortividade Montagem 32 – Telha Lusa 0.782 Montagem 33 – Telha Lusa 0.430 Montagem 34 – Telha Marselha 0.650 Montagem 35 – Telha Lusa 0.623 Montagem 36 – Telha Lusa 0.809 Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 34 de 62 6. Simulação Dinâmica – DesignBuilder A cobertura do edifício para efeitos de simulação dinâmica foi considerada como um desvão habitado, para assim avaliar o desempenho energético da cobertura em função de determinados parâmetros (inclinação, orientação, etc…). No DesignBuilder desenvolveram-se modelos semelhantes às estações piloto, que também serão alvo de ensaios experimentais, para estudar o seu comportamento térmico. As simulações efectuadas foram feitas em base diária, durante um período de 24 horas, para permitir a comparação com as experiências reais efectuadas em campo. 6.1. Cobertura Inclinada Neste ensaio, a cobertura inclinada está orientada ao quadrante sul, não existindo obstruções à estação piloto. As paredes da estação piloto são constituídas por madeira densa (3.5 cm) e isolamento térmico XPS (20 cm). O pavimento apresenta as mesmas características que as paredes exteriores. A estação está apoiada sobre pés metálicos, promovendo um desvão fortemente ventilado. Figura 4.1 – Esquema da cobertuta inclinada – DesignBuilder Pavimento Térreo > Fluxo Vertical Descendente < Interior XPS 23.5 cm Madeira Densa (não resinosa) Exterior Parede Exterior > Fluxo Horizontal < 23.5 cm Exterior Madeira Densa (não resinosa) XPS Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m2.K) 0.17 0.200 0.037 1470 5.41 0.035 0.23 1900 0.15 0.173 0.04 Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m2.K) 0.04 0.035 0.23 1900 0.15 0.200 0.037 1470 5.41 0.175 0.13 Figura 4.2 – Propriedades térmicas dos materiais - paredes exteriores e pavimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 35 de 62 6.1.1. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Laje maciça (Betão armado com <1%) Telha Cerâmica Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.018 2 0.01 0.010 0.600 0.02 6.036 0.10 Figura 4.3 – Propriedades térmicas dos materiais – cobertura A cobertura é composta por 18 mm de betão armado e telha cerâmica (10 mm de espessura média). Figura 4.4 – Solução construtiva – cobertura As características térmicas dos materiais utilizados nesta solução construtiva, encontram-se descritas nos seguintes quadros: Quadro 4.1 – Propriedades da telha Quadro 4.2 – Propriedades da laje Recorrendo ao software de simulação dinâmica DesignBuilder, foram realizadas duas simulações para cada estação climática, estação de aquecimento (Inverno) e estação de arrefecimento (Verão), variando o valor do coeficiente de absorção entre 0.4 (cores mais claras) e 0.9 (cores mais escuras). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 36 de 62 Para a simulação, foram consideradas temperaturas de conforto 20 e 25 °C, Inverno e Verão respectivamente. 0.2 Estação Arrefecimento - 1 Agosto Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.175 0.15 Potência [kW] 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0 0 :0 0 :0 0 0 2 :0 0 :0 0 0 4 :0 0 :0 0 0 6 :0 0 :0 0 0 8 :0 0 :0 0 1 0 :0 0 :0 0 0 :0 0 4 :0 0 :0 0 6 :0 0 :0 0 8 :0 0 :0 0 0 :0 0 :0 0 2 :0 0 :0 0 1 2 :0 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.5 – Necessidades de energia para arrefecimento 0.18 0.15 Absorção 0.4 Absorção 0.9 Estação de Aquecimento - 9 Janeiro Potência [kW] 0.12 0.09 0.06 0.03 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 2 2 1 1 1 1 1 00:0 0 0 0 0 Tempo [horas] Figura 4.6 – Necessidades de energia para aquecimento Pode-se verificar que a variação do coeficiente de absorção tem um maior impacto durante a estação de arrefecimento do que na estação de aquecimento. No SCE, na forma de cálculo o ganho solar pela envolvente apenas é considerado na estação de arrefecimento (Verão). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 37 de 62 6.1.2. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica com caixa-de-ar não ventilada Nesta solução construtiva considerou-se caixa-de-ar e telha não ventilada. Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Laje maciça (Betão armado com <1%) Caixa-de-ar Telha Cerâmica Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.018 2 0.01 0.400 0.4 0.16 3.071 0.010 0.60 0.02 0.10 Figura 4.7 – Propriedades térmicas dos materiais – cobertura 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 Absorção 0.4 Absorção 0.9 Potência [kW] 0.15 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0 00:0 :00 0:0 02:0 0 0:0 04:0 0 0 06:0 :00 0:00 0:00 8:00:00 0:00:00 0:00 2:00:00 4:00:00 0:00 22:0 2 1 1 16:0 1 10:0 08:0 Tempo [horas] Figura 4.8 – Necessidades de energia para arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 38 de 62 6.1.3. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica com caixa-de-ar fracamente ventilada Nesta solução construtiva considerou-se caixa-de-ar fracamente ventilada e telha. Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Laje maciça (Betão armado com <1%) Caixa-de-ar Telha Cerâmica Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.018 2 0.01 0.400 0.2 0.08 4.071 0.010 0.60 0.02 0.10 Figura 4.9 – Propriedades térmicas dos materiais – cobertura 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 Absorção 0.4 Absorção 0.9 Potência [kW] 0.15 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0 00:0 :00 0:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 1 02:0 1 0 0 1 0 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.10 – Necessidades de energia para arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 39 de 62 6.1.4. Solução de cobertura: telha cerâmica Figura 4.11 – Solução construtiva - cobertura Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.010 0.600 0.017 6.383 0.10 Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Telha Cerâmica Interior Figura 4.12 – Propriedades térmicas dos materiais utilizados na cobertura A cobertura é composta por telha cerâmica de 10 mm de espessura média. As características térmicas do material encontram-se descritas no seguinte quadro: Quadro 4.3 – Propriedades da telha Recorrendo ao software de simulação dinâmica DesignBuilder, foram realizadas duas simulações para cada estação climática, estação de aquecimento (Inverno) e estação de arrefecimento (Verão), variando o valor do coeficiente de absorção entre 0.4 (cores mais claras) e 0.9 (cores mais escuras). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 40 de 62 Para a simulação, foram consideradas temperaturas de conforto 20 e 25 °C, Inverno e Verão respectivamente. 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 Absorção 0.4 Potência [kW] 0.15 Absorção 0.9 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0 :0 0 00 :0 0 :0 0 0 :0 0 02 :0 04 :0 0 :0 0 8 :00 :0 0 06 :0 0 0 :0 0 2 :00 :0 0 0 :0 0 0 :0 0 10 :0 1 14 :0 16 :0 Tempo [horas] 0 :0 0 0 :0 0 18 :0 20 :0 0 :0 0 22 :0 Figura 4.13 – Necessidades de energia para arrefecimento 0.18 Absorção 0.4 0.15 Estação de Aquecimento - 9 Janeiro Absorção 0.9 Potência [kW] 0.12 0.09 0.06 0.03 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 0 0:0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.14 – Necessidades de energia para aquecimento No Sistema de Certificação Energética (SCE), na forma de cálculo o ganho solar pela envolvente apenas é considerado na estação de arrefecimento (Verão). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 41 de 62 6.1.5. Solução de cobertura: telha cerâmica e contra-ripado com caixa-de-ar não ventilada Nesta solução construtiva considerou-se caixa-de-ar não ventilada. Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Telha Cerâmica Caixa-de-ar Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.010 0.60 0.017 3.158 0.400 0.4 0.16 0.10 Figura 4.15 – Propriedades térmicas dos materiais – cobertura 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 Potência [kW] 0.15 Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 22:0 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 00:0 Tempo [horas] Figura 4.16 – Necessidades de energia para arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 42 de 62 6.1.6. Solução de cobertura: telha cerâmica e contra-ripado com caixa-de-ar fracamente ventilada Nesta solução construtiva considerou-se caixa-de-ar fracamente ventilada. Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Telha Cerâmica Caixa-de-ar Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.010 0.60 0.017 4.225 0.400 0.2 0.08 0.10 Figura 4.17 – Propriedades térmicas dos materiais – cobertura 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 Potência [kW] 0.15 Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 22:0 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 00:0 Tempo [horas] Figura 4.18 – Necessidades de energia para arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 43 de 62 6.2. Cobertura Plana Na simulação da cobertura tipo plana, considerou-se a não existência obstruções. As paredes da estação piloto são em madeira densa (3.5 cm) e isolamento térmico XPS (20 cm). O pavimento tem as mesmas características que as paredes exteriores. A estação encontra-se apoiada sobre pés metálicos que promove um desvão fortemente ventilado. Figura 4.19 – Esquema da cobertuta plana - DesignBuilder Pavimento Térreo > Fluxo Vertical Descendente < Interior XPS 23.5 cm Madeira Densa (não resinosa) Exterior Parede Exterior > Fluxo Horizontal < 23.5 cm Exterior Madeira Densa (não resinosa) XPS Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.17 0.200 0.037 1470 5.41 0.035 0.23 1900 0.15 0.173 0.04 Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.035 0.23 1900 0.15 0.200 0.037 1470 5.41 0.175 0.13 Figura 4.20 – Propriedades térmicas dos materiais utilizados nas paredes exteriores e pavimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 44 de 62 6.2.1. Solução de cobertura: laje maciça e telha cerâmica Cobertura Inclinada > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Laje maciça (Betão armado com <1%) Telha Cerâmica Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.018 2 0.01 0.010 0.600 0.02 6.036 0.10 Figura 4.21 – Propriedades térmicas dos materiais utilizados na cobertura A cobertura é composta por betão armado com 18 cm e telha cerâmica com espessura média de 10 mm. Figura 4.22 – Solução de Cobertura As características térmicas do material encontram-se descritas nos seguintes quadros: Quadro 4.4 – Propriedades da telha Quadro 4.5 – Propriedades da laje Recorrendo ao software de simulação dinâmica DesignBuilder, foram realizadas duas simulações para cada estação climática, estação de aquecimento (Inverno) e estação Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 45 de 62 de arrefecimento (Verão), variando o valor do coeficiente de absorção entre 0.4 (cores mais claras) e 0.9 (cores mais escuras). Para a simulação, foram consideradas temperaturas de conforto 20 e 25 °C, Inverno e Verão respectivamente. 0.2 0.175 Estação Arrefecimento - 1 Agosto Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.15 Potência [kW] 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 0 0 :0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.23 – Necessidades de energia para arrefecimento 0.18 Estação Aquecimento- 9 Janeiro Absorção 0.4 0.15 Absorção 0.9 Potência [kW] 0.12 0.09 0.06 0.03 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 0 0 :0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.24 – Necessidades de energia para aquecimento No SCE, na forma de cálculo o ganho solar pela envolvente apenas é considerado na estação de arrefecimento (Verão). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 46 de 62 6.2.2. Solução de cobertura: laje maciça com tela protegida com seixo Cobertura Plana > Fluxo Vertical Ascendente< Exterior Seixo Betão Armado (<1%) de inertes Interior Espessura Condutibilidade Calor Especifico Resistência Térmica (m) Térmica [W/(m.ºC)] [(J/kg.ºC)] [(m2.ºC/W)] U (W/m 2.K) 0.04 0.060 2.000 0.03 0.180 2.000 840.000 0.09 3.846 0.10 Figura 4.25 – Propriedades térmicas dos materiais utilizados na cobertura A cobertura é composta por betão armado com 18 cm e seixo com 6 cm de altura Figura 4.26 – Solução de Cobertura As características térmicas do material encontram-se descritas nas seguintes figuras: Quadro 4.6 – Propriedades do seixo Quadro 4.7 – Propriedades da cobertura Recorrendo ao software de simulação dinâmica DesignBuilder, foram realizadas duas simulações para cada estação climática, estação de aquecimento (Inverno) e estação de arrefecimento (Verão), variando o valor do coeficiente de absorção entre 0.4 (cores mais claras) e 0.9 (cores mais escuras). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 47 de 62 Para a simulação, foram consideradas temperaturas de conforto 20 e 25 °C, Inverno e Verão respectivamente. 0.2 0.175 Estação Arrefecimento - 1 Agosto Absorção 0.4 Absorção 0.9 Potência [kW] 0.15 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 0 0 :0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.27 – Necessidades de energia para arrefecimento 0.18 Estação Aquecimento- 9 Janeiro Absorção 0.4 0.15 Absorção 0.9 Potência [kW] 0.12 0.09 0.06 0.03 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 0 0 :0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Figura 4.28 – Necessidades de energia para aquecimento No SCE, na forma de cálculo o ganho solar pela envolvente apenas é considerado na estação de arrefecimento (Verão). Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 48 de 62 6.3. Análise de Resultados No quadro seguinte apresenta-se um resumo dos resultados obtidos através de simulação dinâmica, para as diferentes soluções estudadas e simuladas. Cobertura Inclinada Com Laje Maciça e Telha Cerâmica Telha Cerâmica e Contra-Ripado Sem caixa-de-ar Sem caixa-de-ar 0.2 0.2 0.15 0.125 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0:00 Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.1 0.075 0.05 0.025 0 00:0 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 0.15 Potência [kW] Potência [kW] Estação Arrefecimento - 1 Agosto Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.175 0 0:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 2 2 1 1 1 1 1 0 0 0 02:0 Tempo [horas] 00:0 0:00 02:0 0:00 Com caixa-de-ar não ventilada 0.2 Potência [kW] Potência [kW] 0.1 0:00 10:0 0:00 12:0 0:00 14:0 0:00 Tempo [horas] 16:0 0:00 18:0 0:00 20:0 0:00 22:0 0:00 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.125 0.1 0.075 0.05 0.05 0.025 0.025 0 0 02:0 0:00 04:0 0:00 06:0 0:00 08:0 0:00 10:0 0:00 00:0 0:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 2 2 1 1 1 12:0 Tempo [horas] 0:00 02:0 0:00 Com caixa-de-ar fracamente 0.2 04:0 0:00 06:0 0:00 08:0 0:00 10:0 0:00 12:0 0:00 0 14:0 :00 Tempo [horas] 16:0 0:00 18:0 0:00 20:0 0:00 22:0 0:00 Com caixa-de-ar fracamente 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto Estação de Arrefecimento - 1 Agosto 0.175 0.175 Absorção 0.4 0.15 Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.15 Absorção 0.9 0.125 0.125 Potência [kW] Potência [kW] 08:0 Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.15 0.075 0.1 0.1 0.075 0.075 0.05 0.05 0.025 0.025 0 0 0:00 0:00 0.175 0.15 00:0 06:0 0.2 Estação de Arrefecimento - 1 Agosto Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.125 0:00 0:00 Com caixa-de-ar não ventilada 0.175 00:0 04:0 02:0 0:00 04:0 0:00 06:0 0:00 08:0 0:00 10:0 0:00 12:0 0:00 14:0 Tempo [horas] 0:00 16:0 0:00 18:0 0:00 20:0 0:00 22:0 0 00:0 0:00 :00 0:00 02:0 04:0 0:00 06:0 0:00 0 08:0 :00 10:0 0:00 0 12:0 :00 0 14:0 Tempo [horas] :00 0:00 16:0 18:0 0:00 20:0 0:00 0 22:0 :00 Cobertura Plana Telha Cerâmica com laje maciça 0.2 0.2 Absorção 0.4 Absorção 0.9 Estação Arrefecimento - 1 Agosto 0.15 0.15 0.125 0.125 0.1 0.075 0.05 Absorção 0.4 Absorção 0.9 0.175 Potência [kW] Potência [kW] 0.175 Laje maciça com tela protegida com seixo Estação Arrefecimento - 1 Agosto 0.1 0.075 0.05 0.025 0.025 0 0 0:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 00:0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] 0:0 00:0 0 0:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 8:00:00 0:00:00 2:00:00 02:0 0 0 0 1 1 1 1 1 2 2 Tempo [horas] Quadro 4.8 – Necessidades de arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 49 de 62 No quadro seguinte apresentam-se os resultados da simulação dinâmica em termos absolutos, ou seja, a energia necessária para climatizar o espaço, na estação de arrefecimento, em função da absortividade, tipo de cobertura e existência ou não de caixa-de-ar. Esta simulação foi realizada para uma cobertura inclinada de uma água. Chama-se a atenção que os resultados apresentados são exclusivamente obtidos pelo programa de simulação dinâmica DesignBuilder, com as devidas simplificações referidas no RCCTE e no documento “Perguntas e Respostas” publicado pela ADENE. Na simulação dinâmica também foi considerada a solução de cobertura com caixa-dear não ventilada, apesar desta solução ser bastante difícil de se reproduzir na realidade. Consumo [kWh/dia] - Estação de Arrefecimento Sem caixa-de-ar Com caixa-de-ar não ventilada Com caixa-de-ar fracamente ventilada Cobertura Plana Cobertura Inclinada Reflectividade = 10% Telha Cerâmica e Contra-Ripado 1.31 0.80 1.01 Laje Maciça e Telha cerâmica 1.21 0.78 0.93 Seixo Rolado 0.47 - - Cobertura Plana Cobertura Inclinada Reflectividade = 60% Telha Cerâmica e Contra-Ripado 0.61 0.46 0.51 Laje Maciça e Telha cerâmica 0.55 0.41 0.47 Seixo Rolado 0.23 - - Caixa-de-ar fortemente ventilada Cobertura Inclinada Reflectividade = 100% Laje Maciça e Telha cerâmica 0.08 Quadro 4.9 – Necessidades de arrefecimento (kWh), base diária Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 50 de 62 Os resultados demonstram que a existência de caixa-de-ar é o parâmetro com maior impacto no consumo de energia. Isto porque, a resistência de uma caixa-de-ar não ventilada é maior do que a ventilada, reduzindo desta forma o coeficiente de transmissão térmica U [W/m2.ºC] da cobertura. No consumo global do edifício com cobertura em laje as necessidades de arrefecimento serão cerca de 8% inferiores do que no caso de se recorrer a uma solução de ripado com telhas. No caso de se considerar a existência de uma caixa-de-ar não ventilada, quer a nível da solução de laje e da solução com telha cerâmica, a diferença das necessidades de arrefecimento entre estas soluções será apenas de cerca de 2.5%. A cobertura fortemente ventilada é uma solução com elevado grau de aplicação a nível da habitação tradicional em Portugal. Para este tipo de solução o coeficiente de absorção é zero, não se considerando ganhos devido à radiação solar, assim esta é a solução que apresenta menores necessidades de arrefecimento, cerca de 0.08 kWh. Esta situação não se verifica na prática aquando da aplicação de diferentes materiais na cobertura (exemplo: telha versus chapa de zinco). Sendo a aplicação com vão fortemente ventilado a solução mais vantajosa, será desejável rever o RCCTE pois o Regulamento não favorece este aspecto. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 51 de 62 7. Orientação e Inclinação das Coberturas Nos capítulos anteriores pretendeu-se estudar o impacto que diferentes cores, logo diferentes absortividades, provocam nas necessidades de climatização. Os dados experimentais obtidos foram realizados com estações piloto com apenas uma água, mas para que as situações estudadas reflectissem a maioria dos tipos de coberturas existentes, realizaram-se também simulações com coberturas de duas águas. Foi também analisado o efeito que a orientação e inclinação provocam no consumo de energia para climatização. Figura 5.1 – Esquema da cobertuta inclinada, orientação Norte - Sul Figura 5.2 – Esquema da cobertuta inclinada, orientação Este - Oeste Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 52 de 62 7.1. Cobertura com duas águas As simulações foram realizadas para vários ângulos de inclinação da cobertura e para duas orientações (Norte - Sul e Este - Oeste). Nas figuras seguintes apresentam-se os resultados simulados para o dia 1 de Agosto, estação de arrefecimento. 0.2 0.175 0.15 Absorção 0.4 - Norte/Sul Absorção 0.9 - Norte/Sul Absorção 0.4 - Este/Oeste Absorção 0.9 - Este/Oeste 20º Inclinação Potência [kW] 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 00:0 02:0 04:0 06:0 08:0 10:0 12:0 14:0 16:0 18:0 20:0 22:0 Tempo [horas] 0.2 0.175 0.15 Absorção 0.4 - Este/Oeste Absorção 0.9 - Este/Oeste Absorção 0.4 - Norte/Sul Absorção 0.9 - Norte/Sul 30º Inclinação Potência [kW] 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 0:00 0:00 0:00 06:0 04:0 02:0 00:0 ≈ 0.2 0.175 0.15 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 0:00 22:0 20:0 18:0 16:0 14:0 12:0 10:0 08:0 Tempo [horas] 40º Inclinação Absorção 0.9 - Norte - Sul Absorção 0.4 - Norte - Sul Absorção 0.9 - Este - Oeste Absorção 0.4 - Este - Oeste Potência [kW] 0.125 0.1 0.075 0.05 0.025 0 0:00 0:00 4:00:00 0:00 0:00 0:00:00 2:00:00 4:00:00 6:00:00 0:00 0:00:00 2:00:00 00:0 02:0 0 06:0 08:0 1 1 1 1 18:0 2 2 Tempo [horas] Figura 5.3 – Necessidades de energia para arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 53 de 62 7.2. Cobertura com uma água Para a cobertura com uma água foi considerado a mesma inclinação usada na estação piloto (≈ 20º), com duas orientações diferentes (Norte-Sul e Este-Oeste). 0.2 0.175 0.15 Potência [kW] 0.125 Uma Água ≈ 20º Absorção 0.4 - Este - Oeste Absorção 0.9 - Este - Oeste Absorção 0.4 - Norte - Sul Absorção 0.9 - Norte - Sul 0.1 0.075 0.05 0.025 0 00:0 0:00 02:0 0:00 04:0 0:00 06:0 0:00 08:0 0:00 10:0 0:00 0:00 0:00 14:0 12:0 Tempo [horas] 16:0 0:00 18:0 0:00 20:0 0:00 22:0 0:00 Figura 5.4 – Necessidades de energia para arrefecimento Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 54 de 62 7.3. Análise de resultados No quadro seguinte apresenta-se os resultados em termos absolutos, ou seja, a potência necessária para climatizar o espaço, em função da absortividade, orientação, inclinação e número de águas. Absortividade Orientação Norte/Sul 0.9 Este/Oeste Norte/Sul 0.4 Este/Oeste Inclinação Solução Cobertura Duas Águas Uma Água [kWh] [kWh] 20º 1.18 1.31 30º 1.18 - 40º 1.23 - 20º 1.19 1.13 30º 1.20 - 40º 1.30 - 20º 0.53 0.61 30º 0.54 - 40º 0.57 - 20º 0.53 0.52 30º 0.54 - 40º 0.57 - Quadro 5.1 – Necessidades de arrefecimento (kWh), base diária Os resultados demonstram que a absortividade é o parâmetro com maior impacto no consumo de energia, sendo que para absortividades menores, menor é o consumo de energia. A orientação da cobertura tem maior impacto em soluções de cobertura de uma água, sendo o seu efeito menor no caso de coberturas de duas águas. A variação da orientação da cobertura não tem uma influência muito relevante no consumo de energia. Verifica-se uma tendência de decréscimo do consumo de energia para menores ângulos de inclinação da cobertura. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 55 de 62 8. Recomendações Os resultados obtidos no âmbito deste projecto contribuíram para a elaboração de um conjunto de boas práticas, que poderão ser usadas na escolha de coberturas. A partir dos resultados obtidos nos ensaios experimentais realizados e simulações dinâmicas, as coberturas inclinadas constituídas por uma solução construtiva composta por laje e telha cerâmica ventilada apresenta-se como sendo energeticamente mais eficiente. A solução de cobertura funcionará quer na estação de aquecimento (inverno) quer na estação de arrefecimento (verão), devendo adoptar-se uma solução de compromisso para a cobertura que não penalize o seu desempenho energético em qualquer uma das estações do ano. A zona climática do país onde se irá construir a cobertura é o primeiro input num processo de escolha da cobertura. As condições climáticas do local serão determinantes na selecção da cobertura. No caso da amplitude térmica ser elevada deve-se optar por uma cobertura com laje ao invés de uma cobertura sem laje, pois apresentará uma inércia térmica maior que contribuirá para minimizar as variações da temperatura exterior. No entanto no pico do verão esta situação poderá conduzir situações de desconforto térmico, principalmente no período nocturno, por não conseguir reduzir a temperatura interior. Numa situação em que se pretenda reduzir os ganhos solares pela cobertura (ex. período de arrefecimento) esta deverá ser ventilada, mas se se pretender aumentar a resistência térmica (ex. período de aquecimento) da cobertura deverá optar-se por uma solução de cobertura não ventilada. No entanto não é fácil ter um sistema que altere a sua geometria verão-inverno ou cor da superfície exterior. Assim, do ponto de vista do RCCTE e das condições de conforto térmico preconizadas no regulamento, o período de arrefecimento apresenta maior consumo, logo recomenda-se nesta situação a cobertura ventilada que contribui para menor consumo energético. Chama-se a atenção que o regulamento, devido às condições de conforto térmico que impõe e à duração das estações de aquecimento e arrefecimento, conduz Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 56 de 62 teoricamente ao maior consumo de energia na estação de arrefecimento do que na estação de aquecimento, mas, na realidade prática, o que se verifica é o inverso. Comparativamente a países tais como França ou Espanha, em Portugal os edifícios destinados a habitação não são permanentemente climatizado nas diferentes estações. O facto de Portugal apresentar um clima ameno e as atitudes comportamentais adquiridas ao longo do tempo, demonstram uma realidade em que existe um consumo bastante intensivo de energia, mas apenas durante estação de aquecimento. O aquecimento é produzido principalmente recorrendo-se a unidades individuais em detrimento dos sistemas centralizados, pois o aquecimento é apenas realizado em determinados períodos do dia, somente em algumas divisões do edifício. Na estação de arrefecimento o comportamento adoptado pelas pessoas em Portugal demonstra, apesar desta estação ser mais longa que o período de aquecimento, que a energia consumida durante este período é menor, fruto da solução de cobertura existente e atitudes comportamentais tais como aberturas de janelas para promover a ventilação natural. A realização de estudos e procura de novas soluções, nomeadamente a construção solar passiva, deverá contribuir para a redução do consumo energético na estação de arrefecimento, procurando que este valor seja o mais baixo possível ou mesmo nulo. O RCCTE poderá ser ajustado nestes aspectos, pois existe algum desfasamento entre a garantia das condições de conforto térmico previstas no regulamento e as verificadas no contexto da realidade habitacional em Portugal. O clima ameno que Portugal possui e as atitudes comportamentais, contribui para um consumo de energia destinado à climatização que é maior e concentrado no inverno, e muito menor no verão. Na realidade, o potencial de poupança na estação de arrefecimento não é tão elevado como previsto, pois não somos um país com hábitos de arrefecimento mecânico no interior das nossas habitações. Em locais que apresentem um menor nível de radiação solar, deverá implementar-se coberturas com maior inclinação de forma a maximizar a energia absorvida. Por sua vez, se o local apresentar um forte nível de radiação solar, deve-se optar por soluções com menor inclinação. Em Portugal, geralmente, os locais com menos Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 57 de 62 radiação solar, apresentam um nível de pluviosidade maior, e a escolha numa fase inicial de uma cobertura inclinada para além de maximizar a energia absorvida, também contribui para um melhor escoamento da água da chuva. Outro factor que se deve considerar é cor da cobertura, devendo-se optar por cores mais claras em zonas com nível de radiação solar mais elevado, normalmente zonas mais quentes, e no sentido oposto cores mais escuras para zonas com menor radiação solar. A escolha da orientação da cobertura será o parâmetro com menor impacto no desempenho energético da cobertura. Assim, no caso de Portugal, sendo o norte do país uma zona normalmente mais fria e chuvosa a escolha da cobertura deverá recair em soluções do tipo com laje, maior ângulo de inclinação e cores mais escuras. Já o sul do país apresenta maiores níveis de radiação solar e deverá optar-se por coberturas com ângulo de inclinação mais reduzidos, cores mais claras e com ventilação. É evidente que se o comportamento das pessoas fosse conforme o previsto no regulamento, a escolha do tipo de cobertura deveria ser feita com base no seu desempenho durante a estação de arrefecimento, mas tal não acontece na realidade pois não existe hábito de consumo de energia para arrefecer. A escolha do tipo de cobertura será sempre uma solução de compromisso, tentando maximizar o seu desempenho quer no inverno quer no verão. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 58 de 62 9. Conclusões O presente estudo para além de identificar alguns ajustamentos que serão necessários a considerar na revisão do actual RCCTE, também contribuiu para determinar qual o tipo de cobertura que é energeticamente mais eficiente e criar um conjunto de parâmetros (orientação, inclinação; solução construtiva adoptada, etc.) que deverão ser avaliados aquando da selecção de uma cobertura a instalar numa determinada zona climática. No momento em que o RCCTE ainda se encontra em fase de revisão, este trabalho surge como um contributo e uma oportunidade para influenciar a revisão do actual regulamento, permitindo justificar a introdução de alterações que reflictam melhor as condições reais de utilização dos edifícios em Portugal. A análise e interpretação de resultados dos ensaios realizados, complementados pela simulação dinâmica, indicaram a solução construtiva composta por laje e telha cerâmica ventilada como sendo energeticamente mais eficiente. O estudo dos diferentes parâmetros permitiu concluir que a cor das coberturas é um dos parâmetros que mais contribui para reduzir as necessidades de arrefecimento. As cores mais claras contribuem para menores consumos de energia no verão. O RCCTE contempla a influência da cor a nível dos ganhos solares, definida pela absortividade (α) do elemento opaco. O ângulo de inclinação da cobertura também influencia as necessidades de arrefecimento, sendo que para ângulos mais pequenos se verificam menores necessidades de arrefecimento. A quantidade de energia transmitida à cobertura aumenta com a inclinação da cobertura, sendo esta quantidade mínima para o caso de coberturas planas. A partir duma inclinação de 30º, os valores das necessidades de arrefecimento já demonstram um notório agravamento. A orientação da cobertura é um parâmetro com pouca influência nas necessidades de arrefecimento, sendo este um factor mais importante a nível do edifício do que a nível da cobertura. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 59 de 62 Da análise das diversas experiências realizadas verifica-se o efeito que a laje tem na variação da temperatura interior da estação piloto, sendo menos susceptível às variações climatéricas do exterior (radiação solar, temperatura exterior). Nas situações em que se recorre a uma situação de contrarripado e inexistência de laje, as variações das condições exteriores reflectem-se mais facilmente no interior das estações piloto. O factor que contribui para o aumento ou diminuição dos ganhos solares através da cobertura é a sua constituição. Ou seja, torna-se evidente que uma cobertura com telha cerâmica tem um comportamento térmico diferente de uma mesma cobertura em chapa de zinco. Apesar de, em certos casos, existir um espaço fortemente ventilado entre a telha e a laje, as trocas de calor não conseguem ser totalmente anuladas. Este facto deverá ser contemplado pelo RCCTE, de modo a reflectir as diferentes soluções de cobertura adoptadas. No caso de soluções de cobertura com telha é possível promover uma ventilação eficiente do espaço, o que já não acontece com coberturas em chapas de zinco ou placas de fibrocimento, contribuindo para o conforto térmico. O ar ao ser aquecido diminuirá a sua densidade e por fenómenos de convecção natural irá subir, escapando-se sobre as juntas das telhas, o que não acontece no caso de coberturas em chapas de zinco ou placas de fibrocimento, em que o ar quente fica condicionado naquele espaço gerando um sobreaquecimento e diminuição do conforto térmico. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 60 de 62 10. Disposições Finais O RCCTE está na fase final da sua revisão, tendo sido foi proposta uma alteração no método de contabilização dos ganhos pela cobertura. No regulamento em vigor, a influência do tipo de cobertura no cálculo das necessidades nominais de arrefecimento depende apenas da cor da superfície exterior à qual está associada um coeficiente de absorção solar (α). No caso de coberturas fortemente ventiladas o RCCTE assume que o coeficiente de absorção é nulo, não considerando qualquer tipo de ganho solar independentemente do material aplicado na solução construtiva da cobertura. Esta simplificação, por exemplo, não diferencia uma cobertura em telha cerâmica de outra em chapa quando a cobertura é do tipo fortemente ventilada. No âmbito da actual revisão do RCCTE, foi apresentada uma proposta de revisão em que se contemplava a influência do tipo de cobertura, nomeadamente a nível da cor, emissividade e inércia. A influência destes parâmetros deu origem a uma tabela com diversos coeficientes, obtidos com recurso a estudos e simulações, que mais tarde se viriam a reduzir a apenas 2 únicos valores numéricos. No presente estudo, por limitação do número de estações piloto monitorizadas simultaneamente, não foi possível determinar coeficientes que pudessem reflectir a influência dos diferentes tipos de coberturas no cálculo das necessidades de arrefecimento. A diferença nos resultados finais para os vários tipos de coberturas é reduzida, sendo por isso absolutamente necessário que a simulação das diferentes soluções ocorra em simultâneo sob as mesmas condições meteorológicas. No entanto, prevê-se que a curto/médio prazo se possa dar continuidade ao trabalho realizado, sendo possível demonstrar com dados experimentais o impacto no cálculo das necessidades de arrefecimento pela adopção de diferentes coberturas. A validação dos anteriores valores seria possível pela realização de medições em simultâneo em várias estações piloto devidamente orientadas e climatizadas, compostas por diferentes tipos de coberturas. Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 61 de 62 A nova revisão prevê mecanismos formais mas expeditos para alterações legislativas, para que se possam transpor, no menor curto espaço de tempo, para o regulamento as modificações e alterações resultantes dos estudos entretanto realizados e validados. Apesar de nesta fase de revisão do RCCTE ter-se abordado o tema da influência do tipo de cobertura no comportamento térmico do edifício, não se espera que haja alteração a este nível. No entanto, logo que surjam resultados devidamente validados que contribuam para uma maior aproximação às situações reais, espera-se que as mesmas sejam incorporadas no regulamento e sejam consideradas e adoptadas por projectistas e peritos envolvidos no processo de Certificação Energética. Coimbra, Novembro de 2012 Fernando Cunha Luís Trindade Eduardo Cardoso Unidade de Medição e Racionalização de Energia - Habitat Proj. nº 317-10297 FC/LT/EC Rel. nº 317-10297-3/12 Revisão: 0 Data: Novembro de 2012 Página 62 de 62