Fístula oroantral: relato de caso Oroantral fistula: case report
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Fístula oroantral: relato de caso Oroantral fistula: case report
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ HOSPITAL BETTINA FERRO DE SOUZA COORDENAÇÃO ACADÊMICA COORDEDNAÇÃO DE RESIDÊNCIA MÉDICA 42° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia 14 a 17 de novembro de 2012 - Recife Centro de Convenções de Pernambuco Fístula oroantral: relato de caso Oroantral fistula: case report Diego Costa Farias: Médico residente, Henderson de Almeida Cavalcante: Médico Otorrinolaringologista Preceptor Carlos Anderson Monteiro Dias Carneiro: Médico residente, Natasha Vitorino Belchior: Médica Residente, Vanessa Thaís de Assis Almeida e Silva: Médica residente Resumo A comunicação entra o seio mailar e a cavidade oral ocorre principalmente após extrações cirúrgicas dentárias de molares posteriores. O quadro clínico envolve quadros de rinossinusite aguda de repetição associado à drenagem de secreção purulenta pelo trajeto fistuloso. O diagnostico é clínico, radiográfico e endoscópico. O tratamento consiste no fechamento cirúrgico da fístula. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico desta patologia Abstract The oroantral communication occurs mainly after surgical dental extractions of posterior molar tooth. The clinical manifestations includes recurrent acute sinusitis and drainage of pus through the fistula. The diagnosis is clinical, radiographic and endoscopic. The treatment consists in the surgical closure of the fistula. The purpose of the study is to report one clinical case of this pathology. INTRODUÇÃO 2 A proximidade do seio maxilar com os ápices de alguns dentes superiores permite que, em algumas circunstâncias, formese uma comunicação entre o seio e a cavidade bucal. Tal abertura é frequentemente realizada acidentalmente durante extrações cirúrgicas de dentes superiores posteriores. Seu risco é aumentado com o grau da inclusão dentária, a complexidade da técnica cirúrgica e a realização de osteotomias. Quando tal comunicação entre as cavidades se encontra revestido por tecido epitelial, a mesma passa a se chamar fístula bucosinusal.O quadro clínico consiste em coriza, obstrução nasal unilateral, cefaléia, halitose, rinorréia unilateral, tosse noturna, passagem de líquidos para o nariz, timbre nasal, transtornos na deglutição de líquidos e alimentos. O tratamento cirúrgico consiste na confecção de retalhos mucoperiosteais vestibulares e/ou palatinos que possibilitem o fechamento completo da comunicação. Outras técnicas para o fechamento da comunicação oroantral são descritos na literatura, como a confecção de suturas, a colocação de gordura da bochecha, a colocação de enxerto osseo e o transplante dentário. 3 RELATO DE CASO 4 Paciente do sexo masculino, 40 anos de idade, com história de extração cirúrgica desegundo molar superior esquerdo há sete meses, evoluindo com crises de risossinusite aguda recorrentes com saída de secreção purulenta através do local da extração. A oroscopia apresentava presença de fístula em região de extração dentária, com observação de drenagem purulenta a manobra de Valsalva (Figura1). Em tomografia computadorizada de seios da face, revelouse velamento do seio maxilar esquerdo com perda de continuidade do seu assoalho (Figura 2). Uma vez realizado tratamento clínico com antibioticoterapia (amoxicilina com ácido clavulânico, 875+125mg de 12/12h por 14 dias) foi indicada e programada a correção cirúrgica da fístula. 5 O procedimento cirúrgico iniciouse com a realização de sinusotomia maxilar esquerda via endoscópica e CaldwellLuc, com visualização e limpeza do seio maxilar ipsilateral, o qual encontravase preenchido por tecido inflamatório de granulação. Posteriormente, realizouse a fistulectomia através de incisão retangular delimitando o trajeto fistuloso (Figura 3). Então, o retalho palatino foi confeccionado, girado e suturado sobre a área incisada (Figura 4).6 Após um dia do procedimento o paciente recebeu alta hospitalar, com acompanhamento nos dias 7, 14, 30 e 60 seguintes a cirurgia. Durante os 14 primeiros dias foi realizada antibioticoterapia oral e retirado os pontos alternadamente, havendo boa evolução da sintomatologia e da cicatrização. Nos retornos posteriores, com paciente assintomático, foi observada total integridade da cavidade oral e da área de extração dentária, com resolução completa da fístula (Figura 5). 7 DISCUSSÃO 8 A extração de dentes molares superiores que estão em íntimo contato com a parede sinusal é o principal fator etiológico das fístulas oroantrais, sendo o fechamento dessa comunicação imprescindível para a resolução da sintomatologia por ela provocada, como episódios recorrentes de rinossinusite aguda. A extração do segundo molar superior está de acordo coma literatura, que descreve a predileção do aparecimento das fístulas em locais de primeiros e segundos molares superiores. 9 A escolha do procedimento cirúrgico dependerá principalmente do tamanho da fístula e da experiência do cirurgião. Assim como indicado em literatura, a cirurgia foi programada após tratamento de rinossinusite aguda com antibioticoterapia. O fechamento com retalho palatino/vestibular está indicado principalmente se a abertura for maior ou igual a 7mm. Dentre as vantagens do uso do retalho palatino estão a boa irrigação do retalho, a preservação do fundo de sulco vestibular, a ausência de tensão na sutura dos tecidos e a eficácia no fechamento de comunicações amplas. Alguns autores desaconselham o uso do retalho vestibular, por este ter irrigação sanguínea mais pobre e passível de complicações locais como lesão do nervo facial e duto parotídeo. 10 COMENTÁRIOS FINAIS 11 A escolha da melhor técnica a ser executada para o caso selecionado, aliada ao correto acompanhamento e tratamento clínico pré e pós operatório, diminuem as chances de falha no fechamento das fístulas oroantrais. A correção da fístula com retalho palatino obteve um bom resultado, necessitando de um maior número de casos para avaliar sua real eficácia. 2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Graziani M. Cirurgia do seio maxilar. In:__. Cirurgia bucomaxilofacial. 8ª ed. Rio Janeiro:Guanabara Koogan; 1995. p.479502. 2. Howe GL. Extrações e antro maxilar. In:__. Cirurgia oral menor. 3ª ed. São Paulo: Santos;1990. p.20723. 3. Krause CF, Pruzzo CE, Fonseca AX. Manejo quirúrgico de la fístula oroantral. Rev otorrinolaringo Cir cabeza cuello 1999;59(2):1017. 4. Martínez FH, Velásquez JOR. Comunicación oroantral por extracción dental: presentación de un caso. Rev Sanit Mil Méx 1995;49(3):514. 5. Rezende RA, Heitz C. Comunicação bucosinusale buconasal. In: Zanini SA. Cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. Rio de Janeiro: Revinter; 1990.p. 43148. 6. Schow SR. Doenças odontogênicas do seio maxilar. In: Peterson LJ et al. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 2ª ed. Rio Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. p.46577. 7. Williams PE. Doenças dos seios maxilares de origem odontogênica. In: Krueger GO et al.Cirurgia bucal e maxilofacial.5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1984. p.194204. Imagens enviadas pelo autor. (Images sent by the author) Figura 1 Fístula oroantral em oroscopia Figura 2 Tomografia de seios da face Figura 3 Aspecto da fistulectomia Figura 4 Retalho palatino girado e suturado sobre área de fistulectomia Figura 5
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