Processo Especial de Revitalização – PER
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Processo Especial de Revitalização – PER
Processo Especial de Revitalização – PER Tribunal Judicial de Caldas da Rainha 2.º Juízo Proc. N.º 1316/13.1TBCLD Setembro de 2013 Administrador Judicial: Orlando José Ferreira Apoliano Carvalho Índice 1. 2. 3. 4. Enquadramento.......................................................................................... 3 1.1. Identificação da Empresa .......................................................................... 3 1.2. Apresentação da Empresa .......................................................................... 4 O Mercado .............................................................................................. 6 2.1. Atual ............................................................................................... 6 2.2. Perspetivas Futuras ................................................................................. 9 2.3. Análise “SWOT” para a EAA – Refrigerantes, S.A.: ............................................... 9 Estrutura Económica e Financeira ...................................................................... 10 3.1. Balanço ............................................................................................ 10 3.2. Demonstração de Resultados...................................................................... 11 3.3. Rácios ............................................................................................. 12 Proposta ................................................................................................ 18 Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 2 1. Enquadramento 1.1. Identificação da Empresa Sociedade: E. A. A. – Refrigerantes e Sumos, S.A. Sede Social: Quinta do Arieiro, 2500 – 886 Caldas Da Rainha Natureza Jurídica: Sociedade Anónima NIPC: 503176109 Objeto Social: Produção e engarrafamento de refrigerantes, sumos e néctares, bem como o engarrafamento, gaseificação e comercialização de águas minerais e de nascente; comércio de bebidas alcoólicas e não alcoólicas. CAE Principal: 11072-R3 CAE Secundário (1): 11071-R3 CAE Secundário (2): 46341-R3 Capital Social: €3.500.000,00 Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 3 1.2. Apresentação da Empresa A EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A., foi constituída em 26/01/1994 e até aos dias que correm tem vindo a desenvolver sempre a mesma atividade comercial, nunca tendo alterado o seu objeto social. Esta empresa insere-se no grupo societário Empresa da água do Areeiro (doravante Grupo EAA) que é um grupo económico com quase 50 anos de existência e que centra a sua atividade na exploração e engarrafamentos de água e refrigerantes. Tem por objeto a produção e engarrafamento de refrigerantes, sumos e néctares, bebidas alcoólicas e não alcoólicas (Água do Areeiro, Frutol, Spent, Trevo, RC Cola) vendendo todos os seus produtos às sociedades distribuidoras Sagial, Binal, Distro, Becosa.directo e Becosa, estas empresas do mesmo grupo societário e suas participadas. Esta sociedade gere ainda contratos MDD´s (Marcas de Distribuidor), como opção estratégica face às características das marcas próprias e ao mercado em que operam, por forma a aproveitar a capacidade instalada e know-how. A EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. decidiu entrar nas marcas de distribuidor numa óptica de aproveitamento de nichos de mercado, em segmentos de maior margem. Não deixa de ser importante salientar que, no seu sector de atividade é uma empresa com uma significativa quota de mercado e com posição comercial, com nome no mercado, reconhecida por clientes, fornecedores, stakeholders em geral e por toda a comunidade. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 4 Relativamente à estrutura societária do Grupo EAA, o mesmo é constituído da seguinte forma: Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 5 2. O Mercado 2.1. Atual O sector das bebidas refrescantes não alcoólicas detém significativa importância económica, que excede em muito os limites da sua atividade visível. Este sector, devido ao seu efeito multiplicador a montante e a jusante, gera direta e indiretamente mais de 12000 postos de trabalho, sem incluir nesta estimativa os impactos sociais ao nível da restauração e do retalho. Composto por cerca de 23 empresas dedicadas à produção e ou comercialização de bebidas refrescantes não alcoólicas e com um vasto portfólio de marcas nacionais e internacionais este setor representa em Portugal cerca de 5% do volume de negócios da indústria agroalimentar, com uma faturação a rondar os 550 milhões de euros (2009). Contudo, o tecido produtivo associado a esta atividade encontra-se fortemente ameaçado, havendo diferentes riscos que colocam em causa a sobrevivência do pilar industrial das empresas considerando múltiplos constrangimentos. Segundo a PROBEB (Associação das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas), é essencial e urgente a adoção de políticas que permitam assegurar e reforçar a competitividade do setor e a sua valorização enquanto atividade de natureza industrial geradora de emprego e de riqueza para o país. Neste sentido, para além das questões identificadas no plano mais geral do movimento associativo, como a burocracia, os atrasos na justiça, as dificuldades de acesso ao crédito, esta Associação está focada essencialmente em 3 áreas chave: . Ao nível dos fornecedores, na promoção de um acesso competitivo e transparente aos mercados de matérias – primas agrícolas, à energia e aos combustíveis; Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 6 . Ao nível das relações com a grande distribuição, na revisão do atual enquadramento legal e a sua aplicação, designadamente em matéria de práticas comerciais restritivas, tendo em ponderação o relatório da Autoridade da Concorrência sobre as “Relações Comerciais entre a Distribuição Alimentar e os seus Fornecedores”; . Ao nível da fiscalidade, na importância da competitividade fiscal com Espanha, em especial no que se refere ao IVA. Importa ainda sublinhar que, a concorrência entre MDD e Marcas de Fabricante comporta assimetrias relevantes impondo a necessidade de maior e mais cuidado aprofundamento da análise, de investigação acrescida e de intervenção coerente e consistente. Na verdade, a posição privilegiada das MDD aumenta significativamente a influência dos retalhistas sobre os fabricantes de produtos de marca, reforçando o seu poder e dando-lhes vantagens adicionais. Evidenciam-se o facto das MDD partilharem com as Marcas do Fabricante o mesmo canal de distribuição em que há restrições ao espaço disponível e a circunstância desse espaço ser gerido pela GGR detentora da MDD, o que potencialmente pode afectar o funcionamento do mercado, distorcendo a concorrência e as condições da sã concorrência. De referir, também, em termos económicos, que a progressão visível das MDD está a gerar significativa redução da concorrência intra-marcas, diminuindo a oferta disponível ao consumidor. No panorama geral do mercado de bebidas não alcoólicas, a informação da Canadean evidencia uma evolução negativa no último ano de 4%. As bebidas refrescantes não alcoólicas tem um peso significativo no total do mercado de bebidas comerciais (4.439,9 milhões de litros), com uma representatividade de cerca de 48%. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 7 Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 8 2.2. Perspetivas Futuras O mercado poderá eventualmente melhorar, caso se verifiquem alterações significativas nas medidas fiscais. 2.3. Análise “SWOT” para a EAA – Refrigerantes, S.A.: Pontos Fortes Diversidade de Clientes Detém uma posição relevante no fornecimento à “Distribuição Moderna” e determinados produtos (água gaseificada e aromatizada) e (refrigerantes de sumo tradicional com gás). Pela capacidade instalada e know-how, dispõe de condições específicas para fornecer MDDs em determinados produtos de maior valor acrescentado. Boa posição comercial e com nome no mercado. Ligação ao grupo EAA, nomeadamente no recurso a sinergias e disponibilidade em termos de logística e rede comercial. Ameaças Prazos de pagamento mais longos no recebimento face aos abastecimentos, o que dificulta a gestão da própria tesouraria Redução do consumo interno Aumento do IVA na restauração que passou de 13% para 23% O recente e acentuado crescimento das marcas de distribuição Pontos Fracos Impossibilidade de investir em marcas (marketing e publicidade e inovação), de forma a solidificar e conquistar quota de mercado. Oportunidades Possibilidade de internacionalização. Novos produtos/marcas. Potenciação e desenvolvimento da inovação (embalagem e sabores) associados às MDDs. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 9 3. Estrutura Económica e Financeira 3.1. Balanço Balanços Históricos 31/12/2012 Valor Estrutura RUBRICAS ACTIVO Activo não corrente Activos fixos tangíveis Activos intangíveis Participações financeiras - método equiv. Patrimonial Participações financeiras - outros métodos 31/12/2011 Valor Estrutura 849.179,31 266.269,37 50.389,88 7.500,00 1.173.338,56 17,77% 5,57% 1,05% 0,16% 24,55% 1.012.618,68 370.352,81 92.060,89 11.889,42 1.486.921,80 15,06% 5,51% 1,37% 0,18% 22,11% Total do Activo 432.869,07 2.623.346,30 25.688,30 514.939,11 130,03 9.488,75 3.606.461,56 4.779.800,12 9,06% 54,88% 0,54% 10,77% 0,00% 0,20% 75,45% 100,00% 605.336,82 3.566.206,57 113.382,23 924.239,53 3.676,82 24.602,00 5.237.443,97 6.724.365,77 9,00% 53,03% 1,69% 13,74% 0,05% 0,37% 77,89% 100,00% Total do Capital Próprio 3.500.000,00 31.837,49 -496.476,03 -1.331.716,12 1.703.645,34 -1.642.369,06 61.276,28 73,22% 0,67% -10,39% -27,86% 35,64% -34,36% 1,28% 3.500.000,00 31.837,49 -351.124,99 -1.331.716,12 1.848.996,38 -145.351,04 1.703.645,34 52,05% 0,47% -5,22% -19,80% 27,50% -2,16% 25,34% 771.768,37 630.905,30 24.149,35 1.426.823,02 16,15% 13,20% 0,51% 29,85% 185.808,93 793.252,48 979.061,41 2,76% 11,80% 0,00% 14,56% 1.516.660,08 196.481,52 1.318.750,44 259.808,78 3.291.700,82 4.718.523,84 4.779.800,12 31,73% 4,11% 27,59% 5,44% 68,87% 98,72% 100,00% 1.915.803,97 36.820,77 1.688.466,00 400.568,28 4.041.659,02 5.020.720,43 6.724.365,77 28,49% 0,55% 25,11% 5,96% 60,10% 74,66% 100,00% Activo corrente Inventários Clientes Estado e outros entes públicos Outras contas a receber Diferimentos Caixa e depósitos bancários CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital Próprio Capital realizado Reservas legais Resultados transitados Ajustamentos em activos financeiros Resultado líquido do período PASSIVO Passivo não corrente Provisões Financiamentos obtidos Outras contas a pagar Passivo corrente Fornecedores Adiantamentos de clientes Financiamentos obtidos Outras contas a pagar Total do Passivo Total do Capital Próprio e Passivo Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 10 3.2. Demonstração de Resultados DEMONSTRAÇÃO PREVISIONAL DOS RESULTADOS (Montantes expressos em Euros) 31/12/2012 Rendimentos e Gastos Vendas e serviços prestados Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos Variação nos inventários da produção Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas Valor 31/12/2011 Estrutura 3.656.483,71 Valor Estrutura 5.185.041,73 (627.630,45) -17,16% (194.592,53) -3,75% (77.160,98) -2,11% 91.496,97 1,76% (2.678.444,76) 73,25% (3.274.083,60) 63,14% Fornecimentos e serviços externos (768.260,64) 21,01% (910.800,49) 17,57% Gastos com o pessoal (572.740,92) 15,66% (567.278,91) 10,94% Outros rendimentos e ganhos 18.710,27 0,51% 2.145,22 0,04% (87.664,19) 2,40% (52.415,52) 1,01% (1.136.707,96) 93,56% 279.512,87 90,72% (281.660,20) 7,70% (289.455,08) 5,58% (1.418.368,16) 101,26% (9.942,21) 96,30% Juros e gastos similares suportados (214.759,92) 5,87% (130.826,14) 2,52% Resultado antes de impostos (EBT) (1.633.128,08) 107,14% (140.768,35) 98,82% (9.240,98) 0,25% (4.582,69) 0,09% (1.642.369,06) -44,92% (145.351,04) -2,80% Outros gastos e perdas Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos (EBITDA) Gastos/reversões de depreciação e de amortização Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) (EBIT) Imposto sobre o rendimento do período Resultado líquido do período Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 11 3.3. Rácios 31/12/2012 31/12/2011 Solvabilidade Capital Próprio / Passivo 0,0129863 0,3393229 Autonomia Financeira Capital Próprio / Activo 0,0128198 0,2533541 Passivo / Activo 0,9871802 0,7466459 Resultado Líquido / Activo -0,3436062 -0,0216156 Resultado Operacional / Activo -0,2967421 -0,0014785 Resultado Líquido / Capital Próprio -26,802689 -0,0853177 Resultado Líquido / Volume Negócios -0,4491662 -0,0280328 Activo Corrente / Passivo Corrente 1,0956225 1,2958649 (Activo Corrente - Inventários) / Passivo Corrente 0,9641194 1,1460905 Endividamento Rendibilidade do Activo Rendibilidade Operacional do Activo Rendibilidade do Capital Próprio Renbilidade das Vendas Liquidez Geral Liquidez Reduzida Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 12 Rácios de Alavanca Financeira 1,2 1 Resultados 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Solvabilidade Autonomia Financeira 2011 Endividamento 2012 Os rácios de alavanca financeira são muito utilizados para análise de crédito, identificando por isso as dívidas que a empresa contraiu e as implicações que as mesmas têm na exploração. São indicadores importantes para as análises de concessão de empréstimos junto de entidades financeiras de crédito, refletindo o risco que se corre ao conceder crédito adicional. Conforme podemos observar no gráfico apresentado anteriormente, verificamos que a empresa apresenta um valor de solvabilidade de 0,3393 no ano de 2011, passando este a 0.0129 em 2012. O rácio de solvabilidade expressa a capacidade da empresa para satisfazer os compromissos com terceiros, à medida que se vão vencendo. O valor deste rácio deverá ser superior a 0,5, o que significa que a empresa apresenta estabilidade financeira. No caso em análise, podemos verificar que, tal como foi referido anteriormente, o valor deste rácio apresenta-se inferior a 0,5 em ambos os anos, tendo-se verificado uma quebra de 2011 para 2012. Este facto leva-nos a concluir que a EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A., encontra-se numa situação de vulnerabilidade financeira. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 13 Relativamente ao grau de Autonomia Financeira, podemos verificar que a empresa apresenta um valor de 0,2534 em 2011, o qual sofreu uma quebra em 2012, apresentando este um valor de 0,0128. Tendo em consideração os valores apresentados, e sendo estes inferiores a 1/4, podemos concluir que neste momento a empresa em causa apresenta alguma dependência de capitais alheios. O rácio de Endividamento vem reforçar a análise feita anteriormente, pois, tal como podemos verificar no gráfico apresentado anteriormente, apresenta 74,66% de endividamento no ano de 2011, passando a 98,72% em 2012. Através destes indicadores, podemos concluir que uma grande parte dos ativos desta empresa são pagos por empréstimos. Rácios de Rendibilidade 0 Rendibilidade do Ativo Resultados (%) -500 Rendibilidade Operacional do Ativo Rendibilidade do Capital Próprio Rendibilidade das Vendas -1000 -1500 -2000 -2500 -3000 2011 2012 Os rácios de rendibilidade, tal como o nome indica medem a rendibilidade da empresa na sua operação, indicando o grau de eficiência com qua a empresa utilizou os recursos à sua disposição. A Rendibilidade do Ativo relaciona o lucro obtido num determinado exercício com o ativo total da empresa. Como podemos verificar no gráfico, a empresa apresenta rendibilidades negativas tanto no ano de 2011 (-2,16%) como no ano de 2012 (-34,36%), o que significa que, por exemplo, no ano de Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 14 2012, a empresa EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A., por cada unidade investida obteve um prejuízo de 34,36%. O rácio de Rendibilidade Operacional do Ativo (ROA), dá-nos a informação sobre qual a capacidade dos ativos da empresa em gerar resultados. Quanto maior for o rácio de rendibilidade do ativo, melhor será a performance operacional da empresa. Um rácio ROA elevado significa que os ativos da empresa estão a ser bem utilizados e a produzir bons resultados. Conforme os valores expressos na tabela, podemos concluir que a ROA no ano de 2011 é negativo em 0,1478%, passando -29,80% no ano de 2012. Podemos então concluir que, a empresa pode não estar a utilizar os seus ativos da melhor forma, o que faz com que esta não esteja a produzir bons resultados. Já no que diz respeito à Rendibilidade do Capital Próprio, esta apresenta-se negativa em ambos os anos, o que nos leva a concluir que a empresa não está a ter lucro. Quanto à Rendibilidade das Vendas, a empresa apresenta uma percentagem negativa de 2,8 em 2011, o que significa que por cada unidade monetária de vendas, a empresa obtém um prejuízo de 2,8%. Quanto ao ano de 2012, a empresa apresenta uma rendibilidade das vendas ainda mais negativa, sendo esta de 44,92%, o que vem agravar o que foi referido anteriormente. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 15 Rácios de Liquidez 1,4 1,2 Resultados 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Liquidez Geral Liquidez Reduzida 2011 2012 O rácio de Liquidez Geral mede a capacidade da empresa de fazer face às suas responsabilidades de curto prazo, constituindo por isso um teste de solvabilidade de curto prazo. Através dos dados disponíveis podemos verificar que os valores deste rácio para 2011 e 2012 são de 1,2958 e 1,0956, respetivamente. Sendo estes valores superiores a 1, a empresa tem pelo menos ativos líquidos para fazer face às responsabilidades de curto prazo. Por fim, a empresa apresenta um rácio de Liquidez Reduzida de 1,1461 em 2011 e 0,9641 em 2012. Em 2011, com um valor superior a 1, a empresa tem pelo menos ativos líquidos para fazer face às responsabilidades de curto prazo, mesmo sem contar com a liquidação das existências. Já no que diz respeito ao ano de 2012, com uma ligeira descida deste rácio, a empresa apresenta-se um pouco mais vulnerável. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 16 Considerando que a empresa se encontra inserida no Grupo EAA, neste contexto de recuperação e reestruturação não só da empresa aqui em questão mas no contexto de recuperação e reestruturação de todo o grupo societário, até porque a empresa Água do fastio – Comércio e Engarrafamento de Águas Minerais, S.A., também se encontra na mesma situação da recuperação no âmbito do Processo n.º 754/13.4TBVVD que decorre termos no 2.º Juízo do Tribunal Judicial de Vila Verde, neste contexto está previsto um novo financiamento/injeção de capital de €900.000,00, no contexto acima referido. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 17 4. Proposta A proposta de regularização deverá ser analisada de uma forma geral pelo grupo, uma vez que a EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. está inserida no grupo societário Empresa da Água do Areeiro (doravante grupo EAA) e tendo em vista também que as outras empresas precisam não só de renegociar o seu passivo como também têm a necessidade de obterem novos capitais para o seu fundo de maneio. O Plano entrará em vigor quando transitar em julgado a sentença da sua homologação. Financiamento adicional Montante: €300.000,00 (parte exclusiva para EAA RS do total de financiamento ao Grupo EAA) Entidade Financiadora: Caixa Geral de Depósitos; Período de carência de capital de 2 anos, contados após trânsito em julgado da sentença de homologação; Reembolso de capital em 156 prestações mensais constantes, com início no mês seguinte ao términus do período de carência. Juros calculados a uma taxa de juro indexada à Euribor a 6 meses com um spread de 3%; Juros vincendos durante o período de carência, com pagamento anual no fim de cada período anual; Juros vincendos durante o período de amortização, com pagamentos mensais; Garantias: hipoteca (imóvel urbano U-3567 CRP Caldas da Rainha ou outro imóvel desonerado) mais, fianças solidárias e os avales da empresa EAA, Lda conforme acordado; Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 18 Utilização: após aprovação do PER e prévia implementação da consolidação dos apoios correntes e do reescalonamento dos MLP’s. Ajustamento do plano de amortização – para todas as entidades bancárias Conversão das linhas de Curto Prazo em crédito de Médio e Longo Prazo, nos termos do atual plano; Período de carência de capital de 2 anos, contados após trânsito em julgado da sentença de homologação; Reembolso de capital em 156 prestações mensais constantes, com início no mês seguinte ao términus do período de carência. Taxa de Juro indexada à Euribor a 6 meses acrescida de um spread de 3%; Capitalização dos juros remuneratórios vencidos; Perdão dos juros de mora; Juros vincendos durante o período de carência, com pagamento anual no fim de cada período anual; Juros vincendos durante o período de amortização, com pagamentos mensais; Renovação de linhas de factoring; Garantia prestada pela Garval - porrogação do prazo da garantia de acordo com o calendário de pagamento à banca. Nota relativa à Caixa Geral de Depósitos: 1.1 – Reescalonamentos dos MLP’s actualmente existentes: - Prazo: 15 anos de serviço da dívida, a contar da data da homologação judicial; - Carência: 2 anos de capital; - Taxa/spread: Euribor + 3% para toda a maturidade; Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 19 - Pagamento de juros: - 2 primeiros anos: pagamento anual no final de cada ano; - anos seguintes: pagamento mensal; - Prestações mensais após os 2 anos de carência de capital; - Garantias: manutenção das garantias actualmente existentes; 1.2 – Consolidação dos actuais apoios correntes: - Montante: até €300.000,00; - Prazo: 15 anos; - Carência: 2 anos de capital; - Pagamento de juros: - 2 primeiros anos: pagamento anual no final de cada ano; - anos seguintes: pagamento mensal; - Taxa/Spread: Euribor + 3%; - Garantias: manutenção das actuais; - Líquida por encontro a totalidade dos actuais apoios correntes (CC; Financiamentos à Importação); Trabalhadores Proposta de Regularização: - Trabalhadores no ativo Pagamento do Subsídio de Natal de 2011: 3 meses após o trânsito em julgado da sentença de homologação; Restante divida: em 24 prestações mensais com início no 4º mês após o trânsito em julgado da sentença de homologação. Não haverá pagamentos nos meses de Dezembro. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 20 - Ex-Trabalhadores: Carência de 24 meses após o trânsito em julgado da sentença de homologação; Pagamento em 72 meses, após o período de carência. Não haverá pagamento nos meses de Agosto e Dezembro. Fornecedores Proposta de Regularização: - Proposta de reescalonamento de dívida por 5,5 anos; - Perdão de juros vencidos e vincendos; - Período de carência de Capital: 18 meses após o trânsito em julgado da sentença de homologação; - Inicio dos pagamentos: 30 dias após o términus o prazo de carência; - Prestações crescentes (15% no 1º ano; 20% no 2º ano; 30% no 3º ano e 35% no 4º ano). Estado Instituto da Segurança Social - Pagamento nos termos do acordo prestacional celebrado com o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, IP nos termos legais aplicáveis em sede de regime de pagamento prestacional; Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 21 Fazenda Nacional • Pagamento de 100% dos créditos de capital, coimas, multas, custas ou outras quantias da mesma natureza até 140 prestações mensais, iguais e sucessivas e perdão de 80% dos juros de mora vencidos, e a 1.ª prestação com vencimento no mês seguinte ao trânsito em julgado da sentença de homologação; • Garantia idónea a apresentar: manutenção da hipoteca voluntária já constituída a favor da Autoridade Tributária; • Face à garantia a prestar, a taxa de juro vincendo a considerar será de 3,5 %, sem prejuízo de revisão pela Autoridade Tributária nos termos legais aplicáveis aos pagamentos em sede de regime de pagamento prestacional; • As ações executivas que se encontrem pendentes para cobrança de dívidas tributárias não são extintas, mantendo-se no entanto suspensas após aprovação e homologação do plano de recuperação até integral cumprimento do plano de pagamentos autorizado. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 22 Efeitos Gerais De acordo com o n.º 1 do art.º 217º do CIRE, as alterações dos créditos sobre a revitalizanda introduzidas pelo plano de insolvência produzir-se-ão independentemente de tais créditos terem sido, ou não, reclamados ou verificados. Comparação com a situação que se verificaria na ausência de qualquer plano de recuperação Tendo em conta a situação patrimonial actual da empresa, acima descrita, que levou a que a mesma se apresentasse ao PER, e caso não haja concordância e apoio dos credores para a execução da presente proposta de recuperação, teremos de dar como certo o cenário de liquidação dos activos que certamente irá acarretar perdas substanciais na venda dos mesmos. Instalações e Equipamentos: O valor contabilistico dos activos fixos tangiveis é de cerca 850m€; Se colocarmos neste momento em venda, muito provavelmente, o valor a realizar será substancialmente inferior, talvez nem se consiga obter 50% daquele valor; Inventários/Stocks: Estimam-se perdas de cerca de 50% do valor de stock actualmente contabilizado. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 23 Recebimento de Clientes: Estimamos que cerca e 25% do valor seja considerado de difícil cobrança ou mesmo incobrável. Posto isto, e pelo facto adicional de que o cenário de liquidação implicará a rescisão dos contratos de trabalho dos trabalhadores actualmente ao serviço, e consequente, gerar indemnizações acrescidas, consideramos que perante este cenário, a maioria dos credores irá receber uma percentagem muito reduzida, ou mesmo nula dos seus créditos, consoante a graduação dos mesmos. Em alternativa, com a aprovação do plano, teremos a garantia de pagamento das obrigações assumidas perante todos os credores nos termos supra expostos. De referir que se mostra imprescindível assegurar os períodos de carência supra apresentados, porquanto a empresa necessita desse período temporal para estabilizar a sua tesouraria, por forma a conseguir manter a sua actividade corrente dentro dos parâmetros que lhe permitam projectar a sua actividade, sendo certo que, pelo menos numa fase inicial, certamente não lhe serão concedidas facilidades de crédito. Terminado o período de carência e tendo em conta as previsões constantes deste plano, a empresa terá condições de tesouraria que lhe permitirão cumprir o que aqui está estabelecido. Assim, atendendo-se ao supra exposto, a aprovação do plano de recuperação afigura-se claramente mais vantajosa. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 24 Cláusula de confidencialidade: Os Credores não poderão, durante a negociação do plano de recuperação, durante a vigência do mesmo e mesmo após a sua cessação, utilizar ou revelar a terceiros toda e qualquer informação confidencial a que tenham tido ou venham a ter acesso na execução do presente plano de recuperação. Considera-se informação confidencial, para além dos termos do plano de recuperação, toda e qualquer informação, documentos ou conteúdo total ou parcial do mesmo, transmitidos entre a Devedora e os Credores, por escrito, oralmente ou por qualquer outra forma de comunicação, podendo incluir, designadamente, ideias, conceitos, planos de negócios, informação técnica relativa a produtos e serviços, sistemas de informação, abordagens metodológicas e de projecto, invenções, descobertas, processos, protótipos, informações sobre clientes, marcas e qualquer outro tipo de informação comercial, financeira, técnica ou estratégica. A “Informação Confidencial” não deixará de o ser independentemente da forma em que esteja armazenada ou disponibilizada, seja ela por via digital, em unidades de armazenamento, na forma oral ou qualquer outro meio. Os Credores obrigam-se a não divulgar a terceiros ou utilizar em proveito próprio qualquer Informação Confidencial, estando por isso o seu direito a usar a Informação Confidencial estritamente limitado às negociações do plano de recuperação. Os Credores serão responsáveis pelos eventuais prejuízos que a Devedora sofra pela violação do estipulado. Página EAA – Refrigerantes e Sumos, S.A. / Orlando Apoliano Carvalho 25