consumo catalogue - consumption catalogo_consumo
Transcrição
consumo catalogue - consumption catalogo_consumo
Os impasses do consumo responsável ISLEIDE ARRUDA FONTENELLE Os quatro documentários que integram o eixo temático do consumo nesta 5ª. Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental deixam claro quão complexo tem se tornado o debate em torno do consumo responsável, na medida em que este deve envolver as relações do homem com a natureza, com os outros humanos e consigo mesmo (a busca do corpo e mente saudáveis). consumo consumption 30 Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade (EUA, 2014) foca nas alterações climáticas e no aquecimento global, ao denunciar a agroindústria como grande responsável pelo problema. Em O Verdadeiro Preço (EUA, 2015) e Filhos do Mar (França, 2014), o tema predominante são os custos humanos decorrentes da precarização crescente do trabalho, vislumbradas, respectivamente, a partir da indústria da moda rápida e da indústria pesqueira. Doce Mentira (Canadá, 2015) enfatiza uma questão de saúde pública, tocando particularmente aqueles preocupados com um consumo saudável. Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption Filhos do Mar Sons of Barents 31 ISLEIDE ARRUDA FONTENELLE The four documentaries about “Consumption” in the 5th Environmental Ecofalante Film Festival show how complex the issue of responsible consumption has become, inasmuch as it should involve people’s relations with nature, with other people and with themselves (the search for a healthy body and mind, for instance). Cowspiracy: The Sustainability Secret (USA, 2014) focuses on climate change and global warming, pointing at agroindustry as the culprit. In The True Cost (EUA, 2015) and Sons of Barents (France, 2014) the dominant theme is the human cost of the growing precarization of labor in the fashion and fishing industries. Sugar Coated (Canada, 2015) focuses on a public health issue, targeting especially those concerned with healthy consumption. Simple like that? No. These forms of responsibility are intertwined. While criticizing agroindustry, Cowspiracy: The Sustainability Secret points a finger at our eating habits and brings back the issue of personal responsibility, advocating a radical solution. The True Cost highlights how the excess of cheap clothes that are made to be readily discarded causes serious environmental problems, which makes the fashion industry one of the most polluting in 32 Simples assim? Não. Há um entrelaçamento nessas formas de responsabilidade. Ao fazer a crítica à agroindústria, Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade aponta o dedo para nossos hábitos alimentares e, assim, também volta-se para a questão da responsabilidade individual, propondo uma saída radical. O Verdadeiro Preço destaca como o excesso de roupas baratas, produzidas para serem rapidamente descartadas, provoca enormes problemas ambientais, tornando a indústria da moda uma das mais poluidoras do mundo. Já em Filhos do Mar, vemos quanto a pesca necessária para atender o consumo em massa tem custado ao planeta. Esses documentários apresentam perspectivas de consumo responsável, longe do velho clichê do consumidor “consciente”, que se sente redimido de suas pegadas ecológicas pois recicla o lixo, toma banhos mais curtos, não deixa luzes acesas ou troca o carro pela bicicleta. Todos esses hábitos, certamente, são benéficos ao planeta e positivos no contexto atual. Mas o que os filmes mostram é: se queremos falar sério sobre responsabilidade socioambiental, precisamos ir mais fundo. Quão fundo podemos ou devemos ir? São inúmeras as questões levantadas pelo filme nesse sentido. Gostaria de destacar duas, necessárias para entendermos de que modo a temática do consumo torna-se central para o debate socioambiental contemporâneo: as ênfases no excesso e em formas precárias de trabalho. A questão do excesso atravessa de forma evidente todos os documentários: na produção e no consumo de roupas baratas, na quantidade de grãos e de água necessários à pecuária e, consequentemente, ao consumo de carne e derivados; nas toneladas de peixes pescados, tratados e embalados de acordo com a lógica industrial; e no alto consumo de açúcar produzido por uma megaindústria. Por que consumimos tanto? Embora alguns busquem justificativas no superpovoamento do planeta, sabemos que não é disso, ou apenas disso, que se trata. A explicação mais evidente para tanto excesso está na própria lógica de funcionamento do nosso modelo econômico (uma outra, que abordarei adiante, é a certa satisfação passional provocada pelo consumo). O consumo, assim como a exploração do trabalho humano, é essencial para a manutenção e perpetuação do capitalismo. São duas peças fundamentais e complementares a este sistema; uma não existe sem a outra. Um dos exemplos dados pelo documentário O Verdadeiro Preço é o lucro proveniente da produção de roupas em uma fábrica que remunera seus trabalhadores míseros U$3 dólares por dia, lucro este que só se torna concreto quando, na outra ponta, há um consumidor também disposto a desembolsar alguns poucos dólares por tais roupas. E, se tomamos o barateamento das roupas como exemplo positivo de crescimento do acesso ao consumo pela população de menor poder aquisitivo, estamos diante de the world. Sons of Barents shows us how much what the fishing industry does in order to serve the mass market has cost the planet. These documentaries introduce different perspectives of responsible consumption, which are very distant from the old cliché of the “conscious consumers,” who think their ecological footprints are erased because they recycle, take shorter showers, do not leave their lights on or bike instead of driving. These habits are certainly good for the planet, as well as positive in the current context. But what the films show is that, if we are really serious about socio-environmental accountability, we need to go deeper than that. How deep can or should we go? The film raises many questions like that, but I would like to point out two of them, which are crucial for us to understand how the issue of consumption is central for the current socio-environmental debate: the emphasis on excess and the precarious forms of labor. The issue of excess crosscuts all documentaries very clearly: the production and consumption of cheap clothing; the amount of grain and water necessary for cattle farming and, consequently, for the consumption of meat and meat-derived products; the tons of fish that are treated and packaged with an industrial rationale; and the high consumption of sugar produced by a mega industry. Why do we consume so much? Although some try to justify it on Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption The impasses of responsible consumption 33 overpopulation, we know that the problem is not that, or that it isn’t just about that. The most evident explanation for so much excess is the mode of operations of our economic model (another, which I’ll address further ahead, is the passional satisfaction brought by consumption). Consumption, as the exploration of human labor, is fundamental for maintaining and perpetuating capitalism. These two pieces are crucial to and complementary in the system; one cannot exist without the other. One of the examples mentioned in The True Cost is the profit of a clothing factory that pays a paltry US$3 a day — a profit which only materializes when there is also a consumer at the other tip who’s willing to pay a few bucks for the 34 uma falsa impressão. Em O Verdadeiro Preço, entendemos como a indústria de moda rápida é sintoma do empobrecimento da classe média; entrevistados explicam como roupas excessivamente baratas dão a impressão de um aumento do poder aquisitivo do consumidor quando, na verdade, só é possível comprá-las porque são produzidas por trabalhadores mal remunerados, o que permite a redução dos preços. “Eu acho que essas roupas são feitas com o nosso sangue”, diz uma das trabalhadoras de uma das inúmeras fábricas de roupas de Bangladesh, imprimindo um ar menos alegre à festividade frenética das compras nas lojas de fast fashion. Mas por que pagar tão pouco para produzir tanta roupa que, de tão barata, é qua- clothes. There is a false impression that the increased access of lower-income populations to clothes is a positive consequence of the decrease in prices. However, The True Cost shows that the fast fashion industry is a symptom of the impoverishment of the middle class. Interviewees explain how excessively cheap clothes give people the impression that their purchasing power has increased, when, in reality, people can only buy it because they were produced by poorly-paid workers, which allowed prices to drop. “I think these clothes are made with our blood,” says one of the workers of one of the numerous clothing factories in Bangladesh, making the shopping frenzy of the fast fashion stores less joyous. Why paying so little to produce so many clothes that, from being so cheap, are almost disposable? Philosopher Hannah Arendt, in the late 1950s, had already predicted that, one day, “a chair or a table will be consumed as quickly as a dress, and a dress as quickly as food1.” According to Arendt, that would happen because the rate of the use of things would become so fast that there would be no difference between use — in terms of durability — and sheer consumption. Consuming clothes as quickly as food? The True Cost show tragicomic scenes about it. The period of history and the place that inspired Arendt to write about the fast emergence and disappearance of consumer goods was precisely the golden era of the American consumer society, after WWII, when the US Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption O Verdadeiro Preço The True Cost se descartável? A filósofa alemã Hannah Arendt já havia previsto, no final dos anos cinquenta, a chegada do dia em que “uma cadeira ou uma mesa seriam consumidas tão rapidamente quanto um vestido, e um vestido tão rapidamente quanto o alimento”1 . Isso ocorreria, segundo a filósofa, quando a taxa de uso das coisas fosse acelerada até o ponto em que a diferença entre seu uso – em sua durabilidade – e seu mero consumo se tornasse insignificante. Consumir um vestido tão rapidamente quanto um alimento? Acerca disso, vemos, em O Verdadeiro Preço, cenas que seriam cômicas se não fossem trágicas. O tempo e espaço históricos que inspiraram Arendt a escrever sobre o rápido surgimento e desaparecimento dos bens de consumo foi justamente o período áureo da sociedade de consumo americana, pós-Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos constituíram-se como autêntica sociedade de consumo de massa e começaram a disseminação mundial de seu modo de vida. A partir de então, a força expansionista do capitalismo, no contexto de uma forma de produção e consumo globalizados, realizou a previsão da filósofa. A população mundial também tem comido excessivamente, em especial aquilo que não deveria. É o que mostra o documentário Doce Mentira2, ao sugerir que deveríamos consumir alimentos com açúcar moderadamente e inserir uma maior quantidade de “comida real” (frutas, verduras, grãos) em nossa alimentação. Mas, em tempos de 35 truly became a mass consumption society and began disseminating their lifestyle throughout the world. From then on, the expansionist power of capitalism, with the globalization of forms of production and consumption, made the philosopher’s prediction come true. The world population has also eaten excessively, especially what it shouldn’t eat. That is what the documentary Sugar Coated shows, suggesting that we should eat food with less sugar and a larger amount of “real food” (fruit, vegetables and grains). However, in times of very toxic pesticides and genetically modified foods, what does “real food” mean? Can we really know what we are eating or can we know whether what we eat is really healthy? Sug36 pesticidas altamente tóxicos e alimentos geneticamente modificados, o que significa “comida real”? Até que ponto é possível saber o que comemos de fato ou se o que comemos é, de fato, saudável? Doce Mentira mostra como, há pelo menos quarenta anos, o forte lobby da indústria de açúcar nos Estados Unidos, articulado a um investimento pesado em relações públicas, tem convencido a população a consumir cada vez mais alimentos relacionados a crescentes problemas de saúde, como a obesidade, o diabetes, as doenças cardíacas, entre outros. O documentário relaciona o atual combate ao açúcar ao movimento antitabagista de alguns anos atrás, até mesmo porque a indústria do açúcar utilizou-se das mesmas táticas de propaganda da indústria taba- ar Coated shows that, for at least 40 years, the strong lobby of the United States sugar industry — coordinated with a heavy investment in public relations — convinced the population to consume foods that are increasingly related to health problems, such as obesity, diabetes, heart disease, among others. The documentary connects the current fight against sugar to the anti-tobacco movement of a few years ago, the sugar industry having used the same propaganda tactics of the tobacco industry. The director of a tobacco control center reminds that, contrary to food, we don’t need to smoke cigarettes to live. Therefore, the goal isn’t to destroy the huge food industry, but to make it healthier. Maybe the workers of Sons of Barents would openly disagree with that, once they smoke nonstop throughout the whole film. Smoking in such conditions of isolation, coldness and solitude — going back to the issue of the precarization of labor — seems like a necessary evil (or even a demanded evil). However, the strong presence of a cigarette brand mixes it all up and makes us doubt whether it plays a real part there. There is a lot of money and values involved in the discussion of socio-environmental issues. Sugar Coated highlights the promiscuous relationship between science and capitalism, due to the required financial support to do scientific research; and Cowspiracy: The Sustainability Secret questions the silence of environmental organiza- Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade Cowspiracy: The Sustainability Secret gista. O diretor de um centro de controle ao tabaco lembra que, ao contrário de comida, nós não precisamos de cigarros para viver. Assim, o objetivo não seria destruir a imensa indústria alimentícia, mas torná-la mais saudável para o consumo. Talvez os trabalhadores de Filhos do Mar discordassem abertamente dessa afirmação, uma vez que fumam continuamente ao longo do filme. E o cigarro em tais condições de isolamento, frio e solidão – voltamos ao tema da precarização do trabalho - parece um mal necessário (ou até mesmo um mal exigível). A presença ostensiva de uma marca de cigarros, no entanto, embaralha tudo e nos deixa em dúvida sobre seu real protagonismo naquele contexto. Há muito dinheiro e muitos valores envolvidos no debate em torno de questões socioambientais. Doce Mentira aponta a promíscua relação entre ciência e capitalismo, devido ao apoio financeiro necessário à existência de pesquisas científicas; e Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade questiona o silêncio das organizações ambientais com relação à real atuação da agroindústria. Nesse fogo cruzado, acadêmicos, ativistas, empresas e governo invocam a responsabilidade do consumidor, que este torne-se o novo agente da história. Mas “consumidor responsável” pode ter múltiplos significados, a depender do discurso que o constitui. E os discursos sobre o consumo responsável dizem respeito a diferentes campos do saber e da prática, assim como a diferentes interesses, pois 37 38 perpassam questões ambientais, de saúde pública, de ordem moral, política, de crítica social e cultural, bem como de cunho mercadológico. Não é por acaso que o consumo responsável é uma das formas a partir das quais a cultura do consumo – que é a cultura do capitalismo - vem se reformulando na sociedade contemporânea. A necessidade de consumo a fim de fazer funcionar o capitalismo, porém, não é suficiente para explicar porque os excessos consumistas, apesar de tão criticáveis nos dias atuais, são de difícil superação. Outra razão é a forma como o consumo mobiliza as paixões humanas. Não que a paixão por consumir seja algo natural; pelo contrário, ela é determinada historicamente. Mas humanos são movidos por paixões. Nosso “processo civilizador”3 é uma longa história do trade-off entre nossas paixões mais brutas e nossas mais altas exigências culturais. Ao longo dos últimos 150 anos, o consumo tornou-se a ferramenta possível de regulação das paixões humanas. O consumidor é a figura histórica decorrente de uma cultura que promoveu o direito ao imediato gozo dos objetos, ao não adiamento da satisfação. Dessa perspectiva, o capitalismo é o resultado histórico de um longo processo de busca pela liberação das paixões humanas; tornando-se, então, seu principal protagonista. Como seria possível pôr freios ao consumo desmedido sem sustentá-los apenas no poder ilusório do consumidor responsável? Como imaginar um novo modelo econômico, uma nova cultura e novas formas de lidar com nossas paixões e desejos para além do consumo, que resultem em um indivíduo realmente capaz de responsabilizar-se pelo que faz a si próprio, aos outros e à natureza? Os filmes comentados – em propostas polêmicas e em suas contradições - ajudam a iluminar o debate em torno de tão complexa questão. to immediate satisfaction, not the delay of pleasure. Capitalism is the historical result of a long process of liberation of human passions and, therefore, its main agent. Is it possible to restrain excessive consumption without focusing exclusively on the unrealistic power of responsible consumption? How to conceive a new economic model, a new culture and new ways of dealing with our passions and desires beyond consumption, so that individuals can really be responsible for what they do to themselves, to others and to nature? The films mentioned here — controversial and contradictory — shine some light around the debate of such a complex issue. 1 Arendt, Hannah. A condição humana. Forense Universitária, 2000, p.137. 2 Doce Mentira foca no consumo norte-americano, abordando, também, dados japoneses. Um recente documentário brasileiro – Muito além do peso – mostra a existência do mesmo problema no Brasil, enfocando o consumo infantil. 3 Expressão e nome de livro de Norbert Elias, O processo civilizador, publicado no Brasil, em dois volumes, pela Jorge Zahar. ISLEIDE ARRUDA FONTENELLE é formada em psicologia, com doutorado em sociologia pela USP. É professora-pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, em cursos de graduação e pós-graduação e disciplinas relacionadas ao consumo e crítica da cultura. Autora de livros e artigos relacionados à temática do consumo, com destaque para “O nome da marca: McDonald´s, fetichismo e cultura descartável”, publicado originalmente em 2002. 1 Arendt, Hannah. A condição humana [The human condition]. Forense Universitária, 2000, p.137. 2 Expression and title of a book by Norbert Elias, The Civilizing Process. Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption tions concerning the real effect of the agroindustry. In such crossfire, researchers, activists, companies and the government invoke the responsibility of consumers, making them the new agent of history. But “responsible consumer” may mean different things, depending on the discourse produced. The discourses on responsible consumption relate to different fields of knowledge and practice, as well as different interests, because they deal with environmental, public health, moral, political, social, cultural and market issues. It is not by mere chance that responsible consumption is one of the ways through which the culture of consumption — which is the culture of capitalism — has been reformulating itself today. The need to consume — and, therefore, to turn the wheels of capitalism —, however, does not suffice in explaining excessive consumerism, which, although very criticizable today, is hard to overcome. Another explanation is how consumption mobilizes human passions. It is not that the passion for consuming is natural; on the contrary, it is historically determined. But humans are driven by passion. Our “civilizing process”2 is a long history of the trade-off between our most primitive passions and our highest cultural demands. In the last 150 years, consumption became the possible tool to regulate human passion. The consumer as historical figure is the product of a culture that promoted the right ISLEIDE ARRUDA FONTENELLE is a psychologist with a doctorate in sociology at the São Paulo University (USP). She is a research professor at the Getúlio Vargas Foundation in undergraduate and graduate courses in subjects related to consumption and critique of culture. She has written books and articles on consumption, especially: “O nome da marca: McDonald’s, fetichismo e cultura descartável” [“The name of the brand: McDonald’s, fetichism and disposable culture”], published originally in 2002. 39 Doce Mentira Sugar Coated CANADÁ, 2015, 91’ Cowspiracy: The Sustainability Secret EUA, 2014, 90’ A pecuária é responsável pela emissão de mais gases que causam o efeito estufa do que a indústria de transportes, além de causar uma destruição inimaginável dos recursos naturais e dos ecossistemas. Ainda assim, prospera praticamente sem oposição. Este documentário revelador acompanha Kip Andersen em sua descoberta sobre a indústria mais destrutiva do planeta hoje e investiga por que as maiores organizações ambientais do mundo têm muito medo de abrir a boca sobre o assunto. 40 Animal agriculture is responsible for emitting more greenhouse gases than the transportation industry and causes unfathomable destruction of natural resources and habitats. Yet it flourishes, almost entirely unchallenged. This groundbreaking documentary follows filmmaker Kip Andersen as he uncovers the most destructive industry facing the planet today and investigates why the world’s leading environmental organizations are too afraid to talk about it. DIREÇÃO DIRECTOR Kip Andersen e Keegan Kuhn PRODUÇÃO PRODUCER Kip Andersen e Keegan Kuhn FOTOGRAFIA CINEMATOGRAPHER Keegan Kuhn CONTATO CONTACT cowspiracy@ gmail.com Como a indústria alimentícia conseguiu que nós deixássemos de nos fazer a pergunta: o açúcar é tóxico? Tudo começou com uma campanha em 1970. Por 40 anos, o negócio do açúcar livrou-se de todas as ameaças a seu império multibilionário enquanto adoçava nossos alimentos. E, ao passo que as taxas de obesidade, diabetes e doenças cardíacas disparam, a indústria faz uso de suas velhas táticas, entoando a antiga máxima: “nós simplesmente comemos demais”. Mas, dessa vez, os críticos estão mais espertos, corajosos e furiosos; a ciência tem recuperado o atraso. Enquanto indústria e ciência duelam, estaríamos nós sentados em uma dieta bomba-relógio? How did the food industry get us to stop asking the question: is sugar toxic? It all starts with a secret PR campaign dating back to the 1970s. For forty years, Big Sugar deflected all threats to its multi-billion dollar empire, meanwhile sweetened the world’s food supply. As obesity, diabetes, and heart disease rates skyrocket, industry is deploying its old tactics and pulling out the old adage “we just eat too damn much”. But this time the critics have gotten smarter, bolder and madder, and science is catching up. While industry and science duke it out, are we sitting on a dietary time bomb? DIREÇÃO DIRECTOR Michèle Hozer PRODUÇÃO PRODUCER Michèle Hozer e Nathalie Bibeau ROTEIRO WRITER Roxana Spicer FOTOGRAFIA CINEMATOGRAPHER Neville Ottey Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade EDIÇÃO EDITOR Michèle Hozer CONTATO CONTACT michele@ thecuttingfactory. com 41 O Verdadeiro Preço Sons of Barents The True Cost FRANÇA, 2014, 75’ EUA, 2015, 92’ Esta é uma história sobre roupas; sobre as roupas que usamos e as pessoas que as produzem, sobre o impacto que essa indústria tem causado no mundo. O preço das roupas tem diminuído há décadas, enquanto o custo humano e ambiental tem crescido dramaticamente. O filme revela o que está por trás da indústria da moda e nos leva a questionar quem realmente paga o preço por nossas roupas. No Mar de Barent, os dias sem noites do verão ártico seguem-se um após o outro. Homens trabalham sem descanso: não importam as condições, a rede deve ser içada dia após dia para que os marinheiros possam descer para a fábrica, selecionar e processar os peixes antes de embalá-los. É definitivamente uma indústria pesada: são de cinco a quinze toneladas de peixe por dia, e o navio não irá voltar antes de completar sua cota. Como pode tal prisão com vista para o mar ter se tornado o lar destes homens, e a tripulação, a família deles? Temporada após temporada, o que traz esses homens de volta a esta vida perigosa? Como eles conseguem seguir em frente, juntos? 42 On the Barents Sea, the days with no nights of the arctic summer come one after another. Men are relentlessly at work: whatever the conditions, the net has to be hauled up over and over again, for the sailors to go down to the factory, select and process fish before packing it. This is definitely a heavy industry: five to fifteen tons of fish are processed daily, and the ship do not sail back to the land before reaching its quota. How such prison with a view of the sea became these men’s home, and the crew, their family? Fishing season after fishing season, what brings these men back to this risky life? How do they make it through, together? DIREÇÃO DIRECTOR David Kremer PRODUÇÃO PRODUCER Carine Chichkowsky This is a story about clothing. It’s about the clothes we wear, the people who make them and the impact this industry is having on our world. The price of clothing has been decreasing for decades, while the human and environmental costs have grown dramatically. The film pulls back the curtains of the untold story and makes us consider who really pays the price of our clothing. DIREÇÃO DIRECTOR Andrew Morgan PRODUÇÃO PRODUCER Michael Ross CONTATO CONTACT mark@ bullfrogfilms.com Mostra Contemporânea Internacional > consumo | International Contemporary Program > consumption Filhos do Mar FOTOGRAFIA CINEMATOGRAPHER David Kremer EDIÇÃO EDITOR Céline Ducreux CONTATO CONTACT carine@ survivance.net 43
Documentos relacionados
catálogo - recursos naturais catalogue
liters of oil in the Gulf of Mexico) are
not the worse problems faced by the
coast of the State. It just so happens
that it is quickly disappearing, being
swallowed by the rising sea and by
the can...