Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de
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Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de Ressonância Magnética Estrutural em Pacientes em Primeiro Surto Psicótico e em Epilepsia CLARISSA MARIA FERREIRA TRZESNIAK Ribeirão Preto -2012- CLARISSA MARIA FERREIRA TRZESNIAK Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de Ressonância Magnética Estrutural em Pacientes em Primeiro Surto Psicótico e em Epilepsia Versão original de tese apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Saúde Mental Área de Concentração: Saúde Mental Orientador: Prof. Dr. José Alexandre de Souza Crippa Ribeirão Preto -2012- AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. FICHA CATALOGRÁFICA Trzesniak, Clarissa Maria Ferreira. Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de Ressonância Magnética Estrutural em Pacientes em Primeiro Surto Psicótico e em Epilepsia Ribeirão Preto, 2012. 133 p. ; 30 cm Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP – Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento – Área de concentração: Saúde Mental. Orientador: Crippa, José Alexandre de Souza. Descritores: 1. Neuroimagem 2. Esquizofrenia 3. Epilepsia 4. Cavum Septum Pellucidum 5. Adesão Intertalâmica 6. Alterações de Neurodesenvolvimento Nome: TRZESNIAK, Clarissa Maria Ferreira Trzesniak Título: Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de Ressonância Magnética Estrutural em Pacientes em Primeiro Surto Psicótico e em Epilepsia Tese apresentada Medicina de à Faculdade Ribeirão Preto de da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Saúde Mental. Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr. __________________________ Instituição: ________________________________ Julgamento: ________________________________ Assinatura: _______________________ Prof. Dr. __________________________ Instituição: ________________________________ Julgamento: ________________________________ Assinatura: _______________________ Prof. Dr. __________________________ Instituição: ________________________________ Julgamento: ________________________________ Assinatura: _______________________ Prof. Dr. __________________________ Instituição: ________________________________ Julgamento: ________________________________ Assinatura: _______________________ Prof. Dr. __________________________ Instituição: ________________________________ Julgamento: ________________________________ Assinatura: _______________________ À Bernardete, Piotr, Daniel, Ana Rosa, Luiz e Pedro. AGRADECIMENTOS Ao professor doutor José Alexandre de Souza Crippa, pela confiança em mim depositada, pelos ensinamentos transmitidos e partilhados, e acima de tudo pela disponibilidade e amizade; Aos professores doutores Geraldo Busatto Filho e Jaime Eduardo Cecílio Hallak, pelas construtivas sugestões durante a confecção deste trabalho; Ao professor doutor Philip K. McGuire, que me recebeu por um ano no Departamento de Psicose por ele dirigido, situado no Instituto de Psiquiatria do King’s College London, Reino Unido; À professora doutora Maristela Schaufelberger Spanghero, responsável pela coleta de dados do estudo I; Aos doutores Fábio Duran, Luciana Santos e Stefania Benetti, pelo auxílio nas análises quantitativas dos dados; À Ila Linares, pela ajuda no levantamento dos dados clínicos da amostra do estudo II. Adicionalmente, aos colegas do Centro de Imagens do HC-FMRP Gustavo e Jaqueline, e ao professor doutor Antonio Carlos dos Santos, pelo apoio na composição do banco de imagens do estudo II. Agradeço especialmente ao Gustavo por se dispor a configurar meu laptop e instalar os programas necessários para rodar as análises desta tese; Às psicólogas do CIREP Érica Regina Coimbra e Ana Carolina Gargaro Silva, responsáveis pela coleta dos testes neuropsicológicos que tiveram seus resultados utilizados no estudo II; À Sandra Bernardo, Selma Pontes e Ivana Faria, pela assistência burocrática; Aos pacientes e voluntários que participaram desta pesquisa; À CAPES e à Fapesp, pelo auxílio financeiro; E, finalmente: • Aos colegas do laboratório de neurociências Kátia Arrais, João Paulo Machado, João Paulo Maia e Marcos Hortes; • Aos colegas e amigos do KCL Stefania Benetti, Maurício, Patrícia, Agnes, Daniel, José, Renata e Nikki; • Às amigas Emérita, Ila, Maria Cecília, Renata (e família), Simone, Tatiana Nakabayashi e Tatiane Grigolatto, por todo carinho que sempre me dedicaram. RESUMO TRZESNIAK C. Alterações de Neurodesenvolvimento Avaliadas por meio de Ressonância Magnética Estrutural em Pacientes em Primeiro Surto Psicótico e em Epilepsia [tese]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 2012. 133 f. Introdução: Dentre as hipóteses etiológicas para manifestação das psicoses e epilepsia, destaca-se a de alterações do neurodesenvolvimento, tais como presença de cavum septum pellucidum (CSP) e ausência de adesão intertalâmica (AI). Em psicose, estudos em ressonância magnética (RM) sobre CSP/AI têm apresentado resultados conflitantes. Além disso, não há pesquisas populacionais e investigação longitudinal. Na epilepsia, não existem estudos que avaliaram CSP/AI com técnicas semiquantitativas de mensuração. ESTUDO (1): Objetivo: Avaliar com RM estrutural o CSP e a não-AI em esquizofrenia e outras psicoses, realizando o primeiro estudo de base populacional com intuito de examinar essas alterações. Metodologia: Indivíduos em primeiro episódio psicótico (PEP, N=122 – subdivididos em esquizofrenia (N=62); transtornos de humor (N=46); e outras psicoses (N=14)) foram comparados a 94 controles saudáveis, os quais residiam na mesma área geográfica dos pacientes. Após 13 meses, 80 pacientes e 52 controles foram submetidos a segundo exame de RM. Resultados: Na avaliação transversal, foram encontradas reduções no comprimento da AI em indivíduos PEP com esquizofrenia, comparados aos subgrupos humor e controle, sem nenhuma diferença para o CSP. Em contraste, verificou-se interação diagnóstico-por-tempo para o comprimento do CSP, cujo aumento foi mais proeminente para o grupo psicose. Houve involução do comprimento da AI ao longo do tempo para todos os grupos, sem evidência de interações. Conclusão: Os resultados sugerem que o CSP parece relacionado à progressão de transtornos com psicose. O fato de o comprimento da AI mostrarse mais curto no início da esquizofrenia suporta o modelo de neurodesenvolvimento para o transtorno, indicando que uma alteração nessa junção de substância cinzenta pode ser fator de risco para o desenvolvimento de psicose. Estudo (2) Objetivo: avaliar pioneiramente por RM estrutural o CSP/AI na epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM). Metodologia: 181 pacientes com ELTM foram comparados a 156 controles saudáveis. Resultados: Pacientes sem esclerose temporal mesial (ETM) apresentaram maior comprimento de CSP do que aqueles com ETM. Pacientes em geral demonstraram menor prevalência e comprimento de AI do que voluntários saudáveis. Conclusão: Os resultados sugerem que pacientes com e sem ETM parecem ter padrões morfológicos cerebrais extratemporais distintos. As alterações na AI corroboram a influência do tálamo na ELTM. Futuras pesquisas, com desenho longitudinal e pacientes em estágios iniciais do transtorno, auxiliarão na compreensão se tais modificações seriam causa ou consequência de crises epilépticas recorrentes. Palavras-chave: 1. Neuroimagem, 2. Esquizofrenia, 3. Epilepsia, 4. Cavum Septum Pellucidum, 5. Adesão Intertalâmica, 6. Alterações de Neurodesenvolvimento ABSTRACT TRZESNIAK C. Neurodevelopmental Alterations Assessed by Magnetic Resonance Imaging in First Episode Psychosis and Epilepsy [thesis]. Ribeirão Preto: University of São Paulo, Ribeirão Preto Medical School, 2012. 133 p. Background: Among the aetiological hypotheses for psychosis and epilepsy, the neurodevelopmental model is one of the most prominent. Some of the neurodevelopmental alterations are the presence of the cavum septum pellucidum (CSP) and the absence of the adhesio interthalamica (AI) later in life. In psychosis, studies with structural magnetic resonance imaging (MRI) with CSP/AI have reported conflicting findings. Still, there are no population-based and longitudinal studies about these abnormalities to date. In epilepsy, no previous study employed semi-quantitative techniques to evaluate the CSP/AI. STUDY (1): Aim: To conduct the first longitudinal and population-based MRI evaluation of the CSP/AI in schizophrenia and other psychoses. Method: First episode psychosis (FEP) patients (N=122 – subdivided into schizophrenia (N=62), mood disorders (N=46), and other psychoses (N=14) groups) were compared to 94 healthy next-door neighbour controls. After 13 months, 80 patients and 52 controls underwent a second MRI examination. Results: At the baseline assessment, we found significant reductions in the AI length in schizophrenia FEP in comparison with the mood disorders and control subgroups, with no difference in any measure of the CSP. In contrast, there was a diagnosis-by-time interaction for the CSP length, with a more prominent increase for this measure in the psychosis group. There was an involution of the AI length over time for all groups, with no evidence of interaction. Conclusions: These results suggest that the CSP seems to be related to the progression of disorders with psychosis. The fact that the AI length was shown to be shorter at the onset of schizophrenia supports the neurodevelopmental model of this disorder, and indicates that an alteration in this grey matter junction may be a risk factor for developing psychosis. Study (2): Aim: To conduct the first MRI evaluation about the prevalence and size of the CSP/AI in mesial temporal lobe epilepsy (MTLE). Method: 181 patients with MTLE were compared to 156 healthy controls. Results: Patients without mesial temporal sclerosis (MTS) showed longer CSP length than those with MTS. Patients in general showed reduction in the prevalence and length of the AI, when compared with healthy volunteers. Conclusions: These results suggest that patients with MTS may have different extratemporal brain morphological patterns than those without MTS. The alterations seen in AI support the involvement of the thalamus in MTLE. Future studies with longitudinal design and patients in earlier stages of the disorder will help to understand whether these abnormalities are cause or consequence of recurrent seizures. Key words: 1. Neuroimaging, 2. Schizophrenia, 3. Epilepsy, 4. Cavum Septum Pellucidum, 5. Adhesio Interthalamica, 6. Neurodevelopmental alterations LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Não fusão completa das lâminas do septum pellucidum nos planos coronal (A) e axial (B). Imagens de ressonância magnética estrutural mostrando (setas) a presença de cavum septum pellucidum/cavum vergae severamente alargado em indivíduo em primeiro surto psicótico (24 anos, sexo masculino) ............................. 16 Figura 2 – Imagens de ressonância magnética estrutural nos eixos sagital (esquerdo), coronal (centro) e axial (direito) mostrando um cérebro com (A; setas; voluntário saudável, 22 anos, sexo masculino) e um sem (B; paciente em primeiro surto psicótico, 22 anos, sexo masculino) a adesão intertalâmica....................................... 17 Figura 3 – Representação esquemática do tálamo esquerdo, subdividido em núcleos, tratos e vias. Os chamados núcleos da linha média são adjacentes à adesão intertalâmica. ... 18 Figura 4 – Razão de prevalência dos 15 estudos que investigaram a incidência de cavum septum pellucidum (CSP) de qualquer tamanho em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia e em voluntários saudáveis. Os dados mostram que não há diferenças significativas entre pacientes e controles (p>0,05)............................... 29 Figura 5 – Razão de prevalência dos 15 estudos que investigaram a incidência de cavum septum pellucidum (CSP) alargado em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia e em voluntários saudáveis. Os dados mostram diferenças significativas entre pacientes e controles (p<0,05)..................................................... 30 Figura 6 – Razão de prevalência dos 11 estudos que investigaram a incidência de adesão intertalâmica em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia e em voluntários saudáveis. Os dados mostram diferenças significativas entre pacientes e controles (p<0,05).................................................................................... 40 Figura 7 – Vinte regiões cerebrais nas quais foi encontrada redução de substância cinzenta em pacientes com epilepsia do lobo temporal, quando comparados a voluntários saudáveis. Os resultados são apresentados ipsilateral e contralateralmente ao foco epileptogênico. ................................................................................................... 50 Figura 8 – Interação caso-por-tempo para o comprimento do cavum septum pellucidum (CSP) quando todos os pacientes com psicose foram comparados aos controles. A diferença de tempo entre o estudo transversal e o longitudinal teve mediana de 13,38 meses (IQR=3,55) ............................................................................................ 75 Figura 9 – Mapas paramétricos com visões sagitais, coronais e axiais da estatística t que demonstram as regiões cerebrais nas quais pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) apresentam redução de volume de substância cinzenta em relação a controles (CTL) ..................................................................................... 83 Figura 10 – A intersecção entre as linhas mostra o pico da coordenada correspondente à interação diagnóstico-por-prevalência de adesão intertalâmica (AI), verificada no giro parahipocampal esquerdo (x=-23; y=-33, z=-18; z-escore=4,83; tamanho do cluster=1849, p=0,011) ao se comparar pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM; N= 181) com voluntários saudáveis (N=156). Análises post-hoc evidenciaram que controles sem AI possuíam maior foco de volume de substância cinzenta na região, enquanto que o grupo de pacientes sem AI possuía o menor volume (p<0,001) ......................................................................................... 86 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Critérios diagnósticos para esquizofrenia de acordo com o DSM-IV-TR.................. 23 Tabela 2 – Caracterização demográfica e clínica das amostras dos estudos que investigaram a prevalência de cavum septum pellucidum (CSP) no espectro da esquizofrenia utilizando RM estrutural............................................................................................. 28 Tabela 3 – Estudos em RM estrutural sobre a prevalência de cavum septum pellucidum (CSP) no espectro da esquizofrenia............................................................................ 31 Tabela 4 – Caracterização demográfica e clínica das amostras dos estudos que investigaram a prevalência de adesão intertalâmica (AI) no espectro da esquizofrenia utilizando RM estrutural............................................................................................. 39 Tabela 5 – Estudos em RM estrutural sobre a prevalência de adesão intertalâmica (AI) no espectro da esquizofrenia ........................................................................................... 42 Tabela 6 – Distribuição entre os dois scanners de acordo com o diagnóstico dos sujeitos.......... 62 Tabela 7 – Características clínicas e sócio-demográficas da amostra transversal do Estudo I .... 73 Tabela 8 – Características clínicas e sócio-demográficas da amostra longitudinal do Estudo I .. 73 Tabela 9 – Prevalência de cavum septum pellucidum (CSP) e não adesão intertalâmica (AI) em pacientes em primeiro surto psicótico (N=122) e controles (N=94) .................... 74 Tabela 10 – Variáveis clínicas e demográficas de pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM; N=181) e voluntários saudáveis (N=156) ......................................... 79 Tabela 11 – Prevalência, comprimento e volume do cavum septum pellucidum (CSP) e prevalência da ausência e comprimento da adesão intertalâmica (AI) em pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM; N=181) e voluntários saudáveis (N=156)...................................................................................................... 80 Tabela 12 – Resultados da análise de Voxel Based Morphometry (VBM; Morfometria baseada no Voxel): áreas cerebrais com reduções de volume de substância cinzenta em pacientes com epilepsia do lobo temporal medial (ELTM) comparados a voluntários saudáveis........................................................................... 82 Tabela 13 – Dados demográficos, clínicos e escores neuropsicológicos de pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) com adesão intertalâmica (AI; 128<N<134) e sem AI (24<N<26) ............................................................................. 88 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14 1.1. ALTERAÇÕES DE NEURODESENVOLVIMENTO .......................................................... 15 1.1.1. Cavum septum pellucidum. .............................................................................................. 15 1.1.2. Não-adesão intertalâmica................................................................................................ 17 1.2. NEUROIMAGEM..................................................................................................................... 19 1.2.1. Considerações gerais ....................................................................................................... 19 1.2.2. Volumetria por ressonância magnética estrutural ....................................................... 20 1.3. ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES.......................................................................... 22 1.3.1. Esquizofrenia.................................................................................................................... 22 1.3.2. Outros transtornos psicóticos ......................................................................................... 24 1.3.2.1. Transtorno esquizofreniforme .................................................................................. 24 1.3.2.2. Transtorno esquizoafetivo ........................................................................................ 24 1.3.2.3. Transtorno psicótico breve ...................................................................................... 24 1.3.2.4. Transtorno psicótico sem outra especificação .......................................................... 24 1.3.2.5. Transtornos do humor .............................................................................................. 25 1.3.3. Cavum septum pellucidum no espectro da esquizofrenia .............................................. 26 1.3.3.1. Metanálise sobre incidência de cavum septum pellucidum no espectro da esquizofrenia ......................................................................................................................... 26 1.3.4. Não-adesão intertalâmica no espectro da esquizofrenia .............................................. 37 1.3.4.1. Metanálise sobre incidência de adesão intertalâmica no espectro da esquizofrenia ......................................................................................................................... 38 1.4. EPILEPSIA................................................................................................................................ 47 1.4.1. Classificação dos fenômenos (crises) epilépticos ........................................................... 47 1.4.2. Classificação das síndromes epilépticas......................................................................... 47 1.4.3. Epilepsia do lobo temporal ............................................................................................. 48 1.4.3.1. Neuroimagem estrutural da epilepsia do lobo temporal .............................................. 49 1.4.4. Cavum septum pellucidum e epilepsia............................................................................. 52 1.4.5. Não-adesão intertalâmica e epilepsia ............................................................................. 53 2. OBJETIVOS................................................................................................................................. 55 3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 57 3.1. ESTUDO I – ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES................................................... 58 3.1.1. Amostra ........................................................................................................................... 58 3.1.1.1. Amostra do estudo transversal ................................................................................. 58 3.1.1.2. Amostra do estudo longitudinal ............................................................................... 59 3.1.2. Medicas clínicas .............................................................................................................. 60 3.1.3. Aquisição das imagens ................................................................................................... 61 3.1.4. Análise das imagens........................................................................................................ 62 3.1.4.1. Cavum septum pellucidum ....................................................................................... 62 3.1.4.2. Adesão intertalâmica ................................................................................................ 63 3.1.4.3. Morfometria baseada no voxel................................................................................. 63 3.1.5. Análise estatística............................................................................................................ 64 3.2. ESTUDO II – EPILEPSIA ....................................................................................................... 66 3.2.1. Amostra ........................................................................................................................... 66 3.2.2. Variáveis clínicas e neuropsicológicas .......................................................................... 66 3.2.3. Aquisição das imagens ................................................................................................... 68 3.2.4. Análise das imagens........................................................................................................ 68 3.2.4.1. Cavum septum pellucidum ....................................................................................... 68 3.2.4.2. Adesão intertalâmica ................................................................................................ 69 3.2.4.3. Morfometria baseada no voxel................................................................................. 69 3.2.5. Análise estatística............................................................................................................ 69 4. RESULTADOS............................................................................................................................. 71 4.1. ESTUDO I – ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES................................................... 72 4.1.1. Características demográficas e clínicas das amostras ................................................. 72 4.1.1.1. Estudo transversal .................................................................................................... 72 4.1.1.2. Estudo longitudinal .................................................................................................. 72 4.1.2. Cavum septum pellucidum .............................................................................................. 74 4.1.2.1. Prevalência de cavum septum pellucidum de qualquer tamanho.............................. 74 4.1.2.2. Comprimento do cavum septum pellucidum ............................................................ 74 4.1.2.3. Prevalência de cavum septum pellucidum alargado ................................................. 75 4.1.2.4. Volume do cavum septum pellucidum ..................................................................... 76 4.1.2.5. Relação entre comprimento do cavum septum pellucidum e seu volume ................ 76 4.1.2.6. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e cavum septum pellucidum ............................................................................................................................. 76 4.1.2.7. Relação entre as medidas de cavum septum pellucidum e variáveis clínicas e demográficas ......................................................................................................................... 77 4.1.3. Adesão intertalâmica...................................................................................................... 77 4.1.3.1. Prevalência de adesão intertalâmica ausente............................................................ 77 4.1.3.2. Medidas de comprimento da adesão intertalâmica................................................... 77 4.1.3.3. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e adesão intertalâmica ........ 78 4.1.3.4. Relação entre as medidas de adesão intertalâmica e variáveis clínicas e demográficas ......................................................................................................................... 78 4.1.4. Relação entre o cavum septum pellucidum e a adesão intertalâmica.......................... 78 4.2. ESTUDO II – EPILEPSIA ....................................................................................................... 79 4.2.1. Características demográficas e clínicas das amostras ................................................. 79 4.2.2. Cavum septum pellucidum .............................................................................................. 80 4.2.2.1. Prevalência de cavum septum pellucidum de qualquer tamanho.............................. 80 4.2.2.2. Comprimento do cavum septum pellucidum ............................................................ 80 4.2.2.3. Prevalência de cavum septum pellucidum alargado ................................................. 80 4.2.2.4. Volume do cavum septum pellucidum ..................................................................... 81 4.2.2.5. Relação entre comprimento do cavum septum pellucidum e seu volume ................ 81 4.2.2.6. Relação entre volume de substância cinzenta e cavum septum pellucidum ............. 81 4.2.2.7. Relação entre as medidas de cavum septum pellucidum e variáveis clínicas e demográficas ......................................................................................................................... 81 4.2.3. Adesão intertalâmica...................................................................................................... 82 4.2.3.1. Prevalência de adesão intertalâmica ausente............................................................ 82 4.2.3.2. Medidas de comprimento da adesão intertalâmica................................................... 82 4.2.3.3. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e adesão intertalâmica ........ 83 4.2.3.4. Relação entre as medidas de adesão intertalâmica e variáveis clínicas e demográficas ......................................................................................................................... 85 4.2.4. Relação entre o cavum septum pellucidum e a adesão intertalâmica.......................... 87 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................................................ 89 5.1. ESTUDO I – ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES................................................... 90 5.1.1. Avaliação transversal – primeiro episódio psicótico ................................................... 90 5.1.1.1. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra........................................ 90 5.1.1.2. Cavum septum pellucidum ....................................................................................... 91 5.1.1.3. Adesão intertalâmica ................................................................................................ 92 5.1.2. Avaliação longitudinal.................................................................................................... 93 5.1.2.1. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra........................................ 93 5.1.2.2. Cavum septum pellucidum ....................................................................................... 93 5.1.2.3. Adesão intertalâmica ................................................................................................ 95 5.1.3. Não associação entre cavum septum pellucidum e ausência de adesão intertalâmica .............................................................................................................................. 97 5.1.4. Relação entre cavum septum pellucidum, não-adesão intertalâmica e volume de substância cinzenta cerebral..................................................................................................... 98 5.1.5. Efeitos de gênero .............................................................................................................. 98 5.1.6. Questões metodológicas................................................................................................... 99 5.2. ESTUDO II – EPILEPSIA ....................................................................................................... 101 5.2.1. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra ........................................... 101 5.2.2. Cavum septum pellucidum ............................................................................................... 102 5.2.2.1. Relação entre cavum septum pellucidum e volume de substância cinzenta cerebral.................................................................................................................................. 103 5.2.3. Adesão intertalâmica ....................................................................................................... 104 5.2.3.1. Relação entre adesão intertalâmica e volume de substância cinzenta cerebral ........ 107 5.2.3.2. Relação entre adesão intertalâmica e testes neuropsicológicos................................ 109 5.2.4. Não associação entre cavum septum pellucidum e ausência de adesão intertalâmica .............................................................................................................................. 111 5.2.5. Questões metodológicas................................................................................................... 111 6. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 112 7. REFERÊNCIAS E OBRAS CONSULTADAS.......................................................................... 115 8. PRODUÇÃO CIENTÍFICA ORIGINADA DESTA TESE...................................................... 134 1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________________________________ 15 1.1. ALTERAÇÕES DE NEURODESENVOLVIMENTO Alterações de neurodesenvolvimento figuram-se como das mais importantes para a hipótese proposta para a etiopatologia dos transtornos mentais. Essa sugestão foi formulada a partir da observação de que indivíduos portadores dessas neuropatologias apresentavam mais frequentemente anomalias do desenvolvimento cerebral, como agenesias do corpo caloso (Hallak et al., 2007; Chen et al., 2011), cistos aracnoides (Lanczik et al., 1989; Gan et al., 2008; Kuloglu et al., 2008; Ozisik et al., 2008) e estenose de aqueduto (O'Flaithbheartaigh et al., 1994; van Loenen et al., 2004; Mancinelli et al., 2004), entre outras. Dentre as alterações qualitativas cerebrais, a presença de cavum septum pellucidum (CSP) e a ausência adesão intertalâmica (AI), caracterizadas a seguir, são exemplos de particular interesse, uma vez que poderiam ser consistentes com a noção de que um distúrbio no desenvolvimento cerebral seria relevante para a manifestação das psicoses e da epilepsia. 1.1.1. Cavum septum pellucidum O septum pellucidum, um componente do sistema límbico, é uma fina membrana, constituída por duas lâminas, que se estende desde o corpo caloso até o fórnix e forma a parede medial dos ventrículos laterais. Quando estas falham ao se fundir, forma-se uma cavidade denominada CSP (Sarwar, 1989). Em decorrência disso, as fibras do corpo do fórnix podem igualmente não se fundir (Griffiths et al., 2009a). O CSP está presente em 100% dos fetos e recém-nascidos; porém, a metade posterior de seus folhetos normalmente se funde em torno dos três a seis meses de vida (Shaw e Alvord, 1969). Tem sido relatada grande variância na prevalência de CSP em adultos, dependendo do método de detecção, critério de definição, e homogeneidade da amostra (Nopoulos et al., 1997; Filipović et al., 1998). Entretanto, estudos recentes com ressonância magnética (RM) estrutural – que empregam métodos semiquantitativos de avaliação do CSP – têm melhorado a precisão de estimativas de incidência e comprimento da cavidade. Nesse aspecto, destaca-se a metodologia de contar o número de cortes coronais em que o CSP é identificado ao longo do eixo anteroposterior (Nopoulos et al., 1996), caracterizando-se como “padrão-ouro” para mensurar o comprimento da cavidade por meio de neuroimagem. Baseado em achados post-mortem (Schunk, 1963), a maioria dos estudos tem considerado CSPs com comprimento anteroposterior igual ou superior a 6 mm como alargados (Nopoulos et al., 1997; 1998; Hagino et al., 2001; de Souza Crippa et al., 2006). Adicionalmente, sugeriu-se que CSPs “pequenos” (ou seja, menores ou iguais a 5 mm) podem 16 simplesmente refletir variabilidade anatômica normal, uma vez que são frequentemente observados em indivíduos saudáveis (Nopoulos et al., 1997). A presença de CSP na vida adulta – particularmente se alargado – pode representar anormalidades de desenvolvimento de estruturas que margeiam o septum pellucidum, tais como corpo caloso e hipocampo (Rakic e Yakovlev, 1968). Há ainda a possibilidade da total não fusão das lâminas do septum pellucidum – uma anomalia denominada cavum vergae, o qual é considerado a forma mais extrema de CSP (Nopoulos et al., 2000; Figura 1). É importante ressaltar que mensurações lineares ou bidimensionais (isto é, de comprimento e área) permitem apenas estimativas parciais do CSP, o qual muitas vezes apresenta complexo formato tridimensional. Em teoria, avaliações volumétricas aparentam ser mais confiáveis do que metodologias lineares ou bidimensionais, uma vez que permitem obter informações mais detalhadas sobre o tamanho exato da estrutura. Apesar dessas vantagens, a análise do volume do CSP ainda tem sido pouco empregada, particularmente em estudos com neuroimagem (Crippa et al., 2008). Figura 1. Não fusão completa das lâminas do septum pellucidum nos planos coronal (A) e axial (B). Imagens de ressonância magnética estrutural mostrando (setas) a presença de cavum septum pellucidum/cavum vergae severamente alargado em indivíduo em primeiro surto psicótico (24 anos, sexo masculino).*. *Adaptado de de Souza Crippa et al., 2006. 17 1.1.2. Não-adesão intertalâmica A AI (ou massa intermédia) é uma junção que conecta as bordas mediais de ambos os tálamos ao longo do terceiro ventrículo, e que geralmente se funde entre as 13a e 14a semanas de gestação (Rosales et al., 1968; Figura 2). Constituída de substância cinzenta, a AI contém vários núcleos (Figura 3) e é normalmente bem desenvolvida em mamíferos; no entanto, em humanos, é bem menor e com tamanhos variados (Snyder et al., 1998). Estudos post-mortem indicam que a estrutura está ausente em cerca de 15-25% da população geral (Samra e Cooper, 1968). Adicionalmente, há evidências de que esta ausência seja mais comum em homens do que em mulheres (Allen e Gorski, 1991). Assim como com o CSP, acredita-se que a não-AI possa estar relacionada a alterações de desenvolvimento de estruturas subjacentes, especialmente do tálamo (Meisenzahl et al., 2002). Figura 2. Imagens de ressonância magnética estrutural nos eixos sagital (esquerdo), coronal (centro) e axial (direito) mostrando um cérebro com (A; setas; voluntário saudável, 22 anos, sexo masculino) e um sem (B; paciente em primeiro surto psicótico, 22 anos, sexo masculino) a adesão intertalâmica. 18 Lâmina interna medular Núcleos intralaminares Núcleos Anteriores Outros núcleos mediais Núcleos da linha média DM Adesão intertalâmica DL LP VA Pulvinar VL VI Corpo geniculado medial VPL VPM Do globo pálido e substância negra Via acústica Núcleo reticular (afastado) Do cerebelo Corpo geniculado lateral Trato óptico Somestésico do corpo Somestésico da cabeça (nervo trigeminal) (trato espinotalâmico e lemnisco medial) Figura 3. Representação esquemática do tálamo esquerdo, subdividido em núcleos, tratos e vias. Os chamados núcleos da linha média são adjacentes à adesão intertalâmica. * CM, centromediano; DL, dorsolateral; DM, dorsomedial; LP, látero-posterior; VA, ventro-anterior; VI, ventrointermedial; VL, ventro-lateral; VPL, ventral posterolateral; VPM, ventral posteromedial. *Adaptado de Rubin e Safdieh, 2007. 19 1.2. NEUROIMAGEM 1.2.1. Considerações gerais No início da década de 1970, o uso da tomografia computadorizada (TC) de crânio trouxe grande entusiasmo à neuropsiquiatria, possibilitando a investigação de anormalidades cerebrais com simplicidade, sensibilidade e de forma menos invasiva, quando comparada às técnicas disponíveis até então como a pneumo-encefalografia. Os maiores avanços, no entanto, ocorreram com o desenvolvimento da técnica de RM estrutural, uma vez que esta permite maior detalhamento e melhor resolução e contraste do que a TC, fornecendo informações morfométricas anatômicas. A RM é realizada colocando-se o indivíduo em uma longa estrutura semelhante a um tubo, que contém um ímã em forma de solenoide. Forma-se então um campo de força magnética elevada (como o de 1,5 T, equivalente a cerca de 30.000 vezes o campo magnético da Terra), usado para que os núcleos de átomos de hidrogênio contidos em moléculas (como as da água, por exemplo) alinhem-se paralelamente ao campo magnético do aparelho, enquanto que os prótons contidos nas mesmas mantêm seu movimento de precessão. Para obter as imagens, o equipamento de RM produz ondas de radiofrequência que fazem com que as moléculas girem 90 ou 180 graus em torno de seus eixos. A introdução deste pulso faz com que as moléculas percam a condição inicial de orientação. Após breve tempo, a radiofrequência é desligada e observa-se que os prótons dos átomos igualmente retornam ao estado original de orientação, efetuando o que se denomina relaxamento. Durante essa manobra, liberam energia por meio de emissão de ondas de radiofrequência, as quais são captadas pelo equipamento. O hidrogênio, em forma de água, ocorre em grande abundância no corpo humano e é capaz de produzir sinais mais intensos em comparação aos demais átomos. Os diferentes tipos de tecidos no cérebro (líquor, sangue, substância branca e cinzenta) são desiguais em termos de concentração de água. Dessa forma, apresentam distintas respostas ao pulso de radiofrequência, possibilitando a visualização e diferenciação das estruturas. Adicionalmente, diferentes tipos de sequências de aquisição podem ser utilizados, dependendo dos objetivos do investigador. Para isso, é necessário programar a forma e o tempo como os átomos serão excitados. Por exemplo, imagens ponderadas em T1 são particularmente adequadas para distinção de detalhes anatômicos, incluindo diferenciação entre as substâncias branca e cinzenta. Nas imagens pesadas em T2, o líquor, a desmielinização e áreas de edema no tecido cerebral se mostram mais claramente; por isso, tal 20 sequência é adequada para distinguir regiões anatomopatológicas (Crippa; Busatto; McGuire, 2004). Mais recentemente, novas técnicas em RM, capazes de avaliar o funcionamento cerebral, foram desenvolvidas. Dentre essas, destacam-se: • a espectroscopia por ressonância magnética (ERM), que permite o estudo in vivo da neuroquímica funcional; • a ressonância magnética funcional (RMf), que possibilita a aquisição de imagens de contraste, ocasionado por diferentes níveis de oxigenação do sangue, durante estados de estimulação mental; • a tomografia por emissão de pósitrons (Positron Emission Tomography – PET), que fornece medidas do metabolismo cerebral de glicose, fluxo sanguíneo e função de receptores; • a tomografia por emissão de fóton único (Single Photon Computed Emission Tomography – SPECT), utilizada para medir a perfusão cerebral e função de receptores; • a imagem por tensor de difusão (Diffusion Tensor Imaging – DTI), usada na obtenção de informações a respeito da conectividade e integridade da substância branca. Os métodos de neuroimagem são diversos e complementares, sendo extremamente utilizados para o estudo dos processos subjacentes aos transtornos mentais. Neste trabalho, será essencialmente focalizada a RM estrutural. 1.2.2. Volumetria por ressonância magnética Grande parte dos estudos de RM estrutural em saúde mental foi conduzida com o método de volumetria por região de interesse (regions of interest, ROI). Esta técnica consiste na quantificação volumétrica de regiões cerebrais definidas a priori e delineadas manualmente fatia por fatia, baseando-se em parâmetros anatômicos relativamente arbitrários, de acordo com os critérios adotados por cada estudo. Esse método é sujeito a vieses do investigador e demanda tempo excessivo, dificultando sua aplicação em pesquisas com grandes amostras (Diwadkar e Keshavan, 2002). Mais recentemente, métodos automatizados vêm sendo utilizados em estudos de RM estrutural, permitindo comparações voxel-a-voxel em diferentes grupos de sujeitos, bem como uso de amostras maiores. Dentre essas técnicas, destaca-se a morfometria baseada no voxel (voxel-based morphometry, VBM), geralmente conduzida com o uso da interface Statistical 21 Parametric Mapping (SPM) (Good et al., 2001). O emprego desta técnica possibilita tanto a validação dos achados anteriormente descritos com ROI, como novas descobertas em diferentes regiões cerebrais (Gur et al., 2007). Através das comparações realizadas por VBM, é possível avaliar todo o cérebro ao invés de uma estrutura específica, oferecendo assim uma forma objetiva e imparcial de quantificar volume e concentração das substâncias cinzenta e branca (Mechelli et al., 2005). Consequentemente, em contraste com métodos baseados em ROI, a análise por VBM não é restrita a uma área neuroanatômica previamente definida, promovendo também alta reprodutibilidade entre os resultados de diferentes estudos devido à menor interferência do avaliador. Resumidamente, o VBM consiste em: (1) normalização espacial, na qual todos os dados de RM estrutural são padronizados no mesmo espaço estereotáxico, corrigindo assim variações interindividuais de formato e tamanho cerebrais; (2) segmentação do tecido cerebral em substâncias branca, cinzenta e líquor, baseadas na intensidade dos voxels; (3) suavização das imagens segmentadas de substância branca e cinzenta com utilização de um filtro gaussiano (full width at half maximum, FWHM), o que aumenta a validade da análise estatística paramétrica. O tamanho do filtro gaussiano a ser utilizado geralmente varia entre 4 a 12 mm, dependendo da hipótese do estudo e área cerebral que se deseja investigar; e (4) comparação estatística dos segmentos de substância cinzenta (ou branca) entre os diferentes grupos, resultando na geração de mapas estatísticos que fornecem a localização e valores estatisticamente significativos das regiões onde diferenças em volume ou concentração estão presentes (Ashburner e Friston, 2000; Mechelli et al., 2005; Ashburner, 2009). 22 1.3. ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES 1.3.1. Esquizofrenia A esquizofrenia é um transtorno mental que afeta aproximadamente 1% da população geral (Sartorius et al., 1986), sendo descrita como igualmente prevalente em homens e mulheres (Sadock e Sadock, 2007). Esta condição é caracterizada por graves prejuízos no psiquismo do indivíduo, interferindo na organização do pensamento, funções cognitivas, afetividade e sensopercepção. Adicionalmente, o distúrbio apresenta quadro clínico variado, abrangendo desde sintomas psicóticos positivos – como delírios, alucinações e pensamento desorganizado; sintomas negativos (ou deficitários), como embotamento afetivo, disfunção social e ocupacional, pobreza de pensamento; até sintomas catatônicos e distúrbios do movimento (Kaplan, Sadock e Grebb, 1997). O transtorno tem curso e prognóstico heterogêneos, com tendências a recaídas e déficits geralmente presentes ao longo da vida (Mueser e McGurk, 2004). Uma parcela considerável dos pacientes apresenta evolução desfavorável após processo de repetidas exacerbações e remissões parciais (Lewis e Lieberman, 2000), passando a apresentar sintomas persistentes e deterioração clínica, com perda funcional significativa. Os critérios diagnósticos da quarta edição revisada do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th edition, text revision – DSM-IVTR) são listados na Tabela 1. Acredita-se que a integração de fatores biológicos, psicossociais, genéticos e ambientais seja a causa fundamental de distúrbios altamente complexos como a esquizofrenia. Em relação ao desequilíbrio neuroquímico, há proposição de haver desregulação de diferentes sistemas. Dentre esses, destacam-se os de neurotransmissão dopaminérgica e glutamatérgica nas vias mesolímbica e mesocortical, e o de neurotransmissão serotonérgica, devido à resposta clínica favorável dos antagonistas de serotonina-dopamina, tais como a quetiapina e a clozapina (Lewis e Lieberman, 2000; Sadock e Sadock, 2007). Quanto à neuroanatomia da esquizofrenia, por sua vez, sistema límbico, córtex pré-frontal, gânglios da base, tálamo e cerebelo têm sido constantemente observados como alterados em pacientes (Shenton et al., 2001; Levitt et al., 2010). Dentre diferentes hipóteses, há sugestões de que a esquizofrenia e outras psicoses estejam associadas a alterações de neurodesenvolvimento que predispõem o funcionamento deficitário cerebral (Murray e Lewis, 1987; Weinberger, 1987). De maneira simplificada, este modelo postula que a esquizofrenia é resultado comportamental de uma aberração nos 23 processos de desenvolvimento neurológico que começam muito antes do aparecimento dos sintomas clínicos, e é causada por uma combinação de fatores ambientais e genéticos (Murray e Lewis, 1987; Weinberger, 1987). Vários estudos post-mortem e de neuroimagem suportam esta hipótese, demonstrando que um número significativo de pacientes demonstra alterações cerebrais de desenvolvimento, tais como agenesia do corpo caloso, cistos de aracnoide, entre outros (Hallak et al., 2008; Kuloglu et al., 2008). Além disso, modelos animais sugerem que ratos com lesões realizadas no início do desenvolvimento neurológico mostram comportamento aberrante durante a adolescência (Shenton et al., 2001). Por outro lado, nos últimos anos, estudos longitudinais em imagem de ambas as populações de início precoce e tardio de esquizofrenia indicam que as mudanças no cérebro são mais dinâmicas do que se pensava (Pantelis et al., 2005). Com efeito, uma recente metanálise confirmou a progressão do volume ventricular lateral em sujeitos com esquizofrenia (Kempton et al., 2010). Assim, este transtorno pode ser encarado como distúrbio do desenvolvimento cerebral precoce e/ou tardio (Cannon et al., 2003; Pantelis et al., 2003), em que influências genéticas e não genéticas são importantes na compreensão das anormalidades cerebrais estruturais observadas (DeLisi, 1997; Harrison e Weinberger, 2005; Rapoport et al., 2005). Tabela 1 – Critérios diagnósticos para esquizofrenia de acordo com o DSM-IV-TR Critérios diagnósticos para esquizofrenia A. Sintomas característicos: no mínimo dois dos seguintes quesitos, cada qual presente por uma porção significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso): (1) delírios (2) alucinações (3) discurso desorganizado (4) comportamento acentuadamente desorganizado ou catatônico (5) sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia (pobreza de fala) ou abulia (incapacidade de tomar decisões). Nota: apenas um sintoma é necessário quando os delírios são bizarros ou as alucinações consistem em vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre si. B. Disfunção social/ocupacional: por uma porção significativa de tempo desde o início da perturbação, uma ou mais áreas importantes do funcionamento estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou quando o início se dá na infância ou adolescência, incapacidade de atingir o nível esperado de realização interpessoal, acadêmica ou profissional). C. Duração: sinais contínuos de perturbação persistem pelo período mínimo de seis meses. Esse período de seis meses deve incluir pelo menos um mês de sintomas que satisfazem o critério A, e pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. D. Exclusão de transtorno esquizoafetivo e transtorno do humor. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos direitos de uma substância ou a uma condição médica geral. F. Se existe histórico de transtorno autista ou de outro transtorno global do desenvolvimento, o diagnóstico geral de esquizofrenia é feito apenas se delírios ou alucinações proeminentes também estão presentes pelo período mínimo de um mês. 24 1.3.2. Outros transtornos psicóticos Embora a esquizofrenia seja considerada o transtorno psicótico mais severo, a psicose pode estar presente em outros distúrbios, os quais são brevemente definidos a seguir, de acordo com os critérios diagnósticos do DSM-IV-TR (2000). 1.3.2.1. Transtorno esquizofreniforme O transtorno esquizofreniforme caracteriza-se por quadro sintomático equivalente à esquizofrenia, exceto por sua duração (isto é, a perturbação dura de um a seis meses), bem como pela não necessidade de haver o declínio funcional evidenciado na esquizofrenia. Em grande parte dos pacientes com transtorno esquizofreniforme, esse diagnóstico é provisório, ou seja, muito possivelmente evoluirão para esquizofrenia após período necessário de observação. 1.3.2.2. Transtorno esquizoafetivo Como sugere o termo, o transtorno esquizoafetivo possui características tanto da esquizofrenia quanto dos transtornos afetivos (agora denominados transtornos do humor). Para o DSM, este distúrbio é uma perturbação na qual um episódio de humor e sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem conjuntamente, e foram precedidos por pelo menos duas semanas de delírios ou alucinações sem sintomas proeminentes de humor. 1.3.2.3. Transtorno psicótico breve Trata-se de uma perturbação psicótica que envolve início súbito, com duração maior do que um dia e menor do que um mês, quando o indivíduo acaba por retornar ao funcionamento pré-mórbido. Podem ocorrer na presença ou ausência de estressores precipitantes. 1.3.2.4. Transtorno psicótico sem outra especificação A categoria de transtorno psicótico sem outra especificação é utilizada para pacientes que apresentam quadros psicóticos que não satisfazem os critérios para qualquer dos transtornos psicóticos específicos definidos. Isso pode ocorrer, por exemplo, num quadro com sintomas psicóticos com duração inferior a um mês, mas que ainda não apresentaram remissão, de modo que os critérios para transtorno psicótico breve não foram satisfeitos. 25 1.3.2.5. Transtornos do humor Conforme sugere a nomenclatura, nos transtornos do humor há o predomínio de uma perturbação do humor. Nessa categoria, destacam-se o transtorno depressivo maior e o transtorno bipolar. O depressivo maior (ou unipolar) é caracterizado por um ou mais episódios depressivos, isto é, pelo menos duas semanas de humor deprimido ou perda de interesse, acompanhados de ao menos quatro sintomas adicionais de depressão (perda ou ganho de peso ou apetite, insônia ou hipersonia, fadiga ou perda de energia, capacidade diminuída de se concentrar, indecisão, pensamentos de morte recorrentes, etc.). Episódios maníacos podem ser definidos como períodos distintos, com duração mínima de uma semana, em que o humor está anormal e persistentemente elevado, expansivo e irritável. Além disso, essa perturbação de humor deve ser acompanhada de ao menos três sintomas adicionais de uma lista que inclui autoestima inflamada, grandiosidade, necessidade de sono diminuída, fuga de ideias, distratibilidade, pressão por falar, entre outros. Nos episódios mistos, por sua vez, o paciente experimenta, num período de tempo mínimo de uma semana, critérios tanto para o episódio maníaco quanto para o depressivo maior. Isso significa que há rápida alternância do humor (tristeza, irritabilidade, euforia), acompanhada de outros sintomas como agitação, insônia, desregulagem do apetite, etc. Já os episódios hipomaníacos são períodos distintos, com duração mínima de quatro dias, nos quais o humor é anormal, elevado, expansivo ou irritável. Embora possuam listas similares de sintomas, episódios hipomaníacos são distinguidos dos maníacos porque a perturbação do humor vista naqueles não é suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional, ou para exigir hospitalização. No entanto, vale lembrar que muitos episódios hipomaníacos podem evoluir para maníacos. No transtorno bipolar, episódios maníacos coexistem com episódios depressivos maiores. Especificamente, define-se transtorno bipolar I quando o quadro apresenta um ou mais episódios maníacos ou mistos, geralmente acompanhados por depressivos maiores. O transtorno bipolar do tipo II caracteriza-se por um ou mais episódios depressivos maiores, seguidos de ao menos um episódio hipomaníaco. Os transtornos de humor podem apresentar presença de manifestações psicóticas, tais como delírios ou alucinações (tipicamente auditivas). Os sintomas psicóticos possuem, por vezes, coerência com temas depressivos ou com o humor (por exemplo, delírios de culpa ou punição). Quadros psicóticos têm implicações significativas para o tratamento, sendo que os pacientes tipicamente necessitam associar antipsicóticos aos antidepressivos e estabilizadores de humor. Além disso, esses fatores têm se associado a pior prognóstico (Sadock e Sadock, 2007). 26 1.3.3. Cavum septum pellucidum no espectro da esquizofrenia Várias pesquisas foram realizadas no espectro da esquizofrenia com objetivo de avaliar o CSP; porém, estas demonstraram resultados bastante conflitantes. Em relação à prevalência de CSPs – independentemente de seu tamanho, oito estudos em RM estrutural relataram maior incidência em pacientes comparados a voluntários saudáveis (DeGreef et al., 1992a; 1992b; DeLisi et al., 1993; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al., 1996; Nopoulos et al., 1998; Rajarethinam et al., 2001; Galarza et al., 2004), enquanto que outros treze descreveram resultados negativos (Fukuzako et al., 1996; Nopoulos et al., 1997; Fukuzako e Kodama, 1998; Kwon et al., 1998; Hagino et al., 2001; Keshavan et al., 2002; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Takahashi et al., 2007; Choi et al., 2008; Rajarethinam et al., 2008; Takahashi et al., 2008a). Com a utilização de métodos semiquantitativos para análise do CSP – como contagem do número de cortes coronais ao longo do eixo anteroposterior em que a cavidade é visível, pesquisas têm evidenciado maior prevalência de CSP alargado em esquizofrenia (Nopoulos et al., 1997; 1998; Kwon et al., 1998; Kasai et al., 2001; de Souza Crippa et al., 2006); porém, há da mesma forma estudos que não encontraram diferenças (Fukuzako et al., 1996; Fukuzako e Kodama, 1998; Rajarethinam et al., 2001; Keshavan et al., 2002; Flashman et al., 2007; Takahashi et al., 2007; 2008a). 1.3.3.1. Metanálise sobre incidência de cavum septum pellucidum no espectro da esquizofrenia Com objetivo de sistematizar e compreender os achados contraditórios supracitados, foi realizada uma metanálise sobre a incidência do CSP no espectro da esquizofrenia. O método de metanálise oferece a estratégia de combinar dados de diferentes estudos, incrementando o poder estatístico e melhorando o tamanho do efeito global (Thompson et al., 1997). Adicionalmente, apresenta possibilidade de avaliar influências causadas pela heterogeneidade entre pesquisas distintas, bem como o impacto da não publicação de resultados negativos (através do cálculo do viés de publicação pela Regressão de Egger; Egger et al., 1997). Na metanálise em questão, as buscas de trabalhos científicos foram realizadas nos bancos de dados Medline e Web of Science, utilizando-se as palavras-chave “cavum”, “schizophrenia” (esquizofrenia), e “psychosis” (psicose), sem limite de tempo. Foram incluídos: (a) artigos em inglês; (b) que possuíssem amostra diagnosticada com transtornos do espectro da esquizofrenia (i.e., esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno 27 esquizoafetivo, ou psicose sem nenhuma outra especificação); (c) que tivessem grupo de comparação composto por voluntários saudáveis; e (d) que tenham utilizado RM estrutural para acessar o CSP (Trzesniak et al., 2011a). Uma vez que o sistema nervoso central ainda está em desenvolvimento durante infância e adolescência (Pratt, 2002), foi excluído um estudo no qual a amostra era essencialmente composta por indivíduos menores de 18 anos (Nopoulos et al., 2000). Dentre 19 estudos encontrados que avaliaram a prevalência do CSP no espectro da esquizofrenia, um foi excluído devido inconsistência quanto ao critério de classificar a prevalência da cavidade (i.e., apresentação de dois valores diferentes ao longo do artigo; Rajarethinam et al., 2008); e três foram excluídos (DeGreef et al., 1992a; Fukuzako et al., 1996; Hagino et al., 2001) porque seus resultados foram posteriormente publicados em estudos subsequentes (DeGreef et al., 1992b; Fukuzako e Kodama, 1998; Takahashi et al., 2007; respectivamente). Portanto, 15 manuscritos preencheram os critérios para fazerem parte da presente revisão (Tabela 2). Dentre os 15 estudos analisados nesta revisão, todos investigaram a presença de CSP independentemente do tamanho da cavidade. A incidência de CSP variou de 1,1% (Shioiri et al., 1996) a 89,7% (Takahashi et al., 2008a) em voluntários saudáveis, e de 10,0% (Keshavan et al., 2002) a 89,5% (Takahashi et al., 2008a) em sujeitos com transtornos do espectro da esquizofrenia. Ainda, aumento da incidência de CSP de qualquer tamanho em pacientes foi observado tanto em sujeitos crônicos (DeGreef et al., 1992a; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al., 1996; Rajarethinam et al., 2001; Galarza et al., 2004) como em indivíduos em primeiro episódio psicótico (DeGreef et al., 1992b; DeLisi et al., 1993). No entanto, nove dos 15 estudos não encontraram diferenças significativas na prevalência de CSP de qualquer tamanho entre pacientes e controles saudáveis (Nopoulos et al., 1997; Fukuzako e Kodama, 1998; Kwon et al., 1998; Keshavan et al., 2002; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Takahashi et al., 2007; 2008a). Conforme mostrado na Figura 4, a presença de CSP de qualquer tamanho não diferiu entre os grupos. Foi constatada heterogeneidade significativa entre os estudos incluídos na presente metanálise para esta medida (p<0,01), mas sem evidência de viés de publicação (p=0,30). 28 Tabela 2. Caracterização demográfica e clínica das amostras dos estudos que investigaram a prevalência de cavum septum pellucidum (CSP) no espectro da esquizofrenia utilizando RM estrutural Referência Sujeitos N (M/F) Degreef et al. (1992b) PE SCHZ 62 (33/29) CHR SCHZ 19 (17/2) CTRL 46 (22/24) Jurjus et al. (1993) CHR SCHZ 67 (49/18) CTRL 37 (ND) DeLisi et al. (1993) Shioiri et al. (1996) Nopoulos et al. (1997) Fukuzako e Kodama (1998) Kwon et al. (1998) Rajarethinam et al. (2001) Keshavan et al. (2002) Galarza et al., (2004) Kasai et al. (2004) De Souza Crippa et al. (2006) PE SCHZ + SCHZA + NOS 85 (48/37) CTRL 47 (29/18) Idade Tempo de Antipsimédia + DP doença cóticos (anos) (anos) Critério diagnóstico 24.1 + 5.8 1.0 + 1.7 drug-naïve RDC 29.1 + 5.7 9.19 + 5.6 Sim DSM-III-R 28.8 + 7.5 --- Comentários / origem da amostra controle CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital ND ND ND DSM-III-R CTRL: ND 26.6 + 7.3 26.6 + 6.6 ND ND DSM-III-R CTRL: membros da comunidade ND DSM-III-R idade: diferença entre grupos CTRL: equipe de hospital e membros da comunidade CHR SCHZ 40 (21/19) 32.2 + 11.3 8.7 + 9.5 -CTRL 92 (34/98) 38.8 + 14.0 CHR SCHZ + SCHZA 55 (37/18) CTRL 75 (39/36) 29.7 + 9.0 27.3 + 7.8 ND ND DSM-III-R CTRL: membros da comunidade CHR SCHZ 72 (53/19) CTRL 41 (30/11) 28.7 + 9.1 32.0 + 7.9 ND Sim -- DSM-III-R CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital, estudantes universitários CHR SCHZa 15 (15/0) CTRLa 15 (15/0) ND ND ND ND DSM-III-R CTRL: equipe de hospital CHR SCHZ 73 (56/17) 35.3 + 11.5 CTRL 43 (21/22) 35.6 + 13.1 ND ND DSM-III-R CTRL: membros da comunidade 24.7+ 7.5 21.4 + 7.5 NA -- drug-naïve DSM-III-R -DSM-IV CTRL: membros da comunidade PE SCHZ + PE SCHZA 40 (25/15) CTRL 59 (29/30) CHR SCHZ 32 (0/32) CTRL 19 (0/19) PE SCHZ 33 (28/5) CTRL 56 (44/12) 52.9 + 9.2 28.0 + 9.8 51.1 + 12.7 -24.7 + 6.5 24.0 + 3.9 Sim DSM-III-R CTRL: ND Sim -- DSM-IV CTRL: membros da comunidade Sim DSM-IV CTRL: membros da comunidade ND ND DSM-IV CTRL: ND NA -- CHR SCHZ 38 (26/12) 29.9 + 10.0 10.3 + 8.2 -CTRL 38 (26/12) 29.7 + 9.7 Flashman et al. (2007) CHR SCHZ + SCHZA + NOS 77 (57/20) 34.3 + 10.5 CTRL 55 (32/33) 32.7 + 11.0 Takahashi et al. (2007) CHR SCHZ 154 (74/80) 28.0 + 7.8 CTRL 163 (97/66) 27.0 + 8.0 5.1 + 5.5 -- Sim -- ICD-10 DSM-IV CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital, estudantes universitários Takahashi et al. (2008a) PE SCHZ 103 (76/27) 21.2 + 3.3 0.2 + 0.2 CHR SCHZ 89 (76/13) 34.9 + 9.6 12.8 + 9.9 NA CTRL 87 (55/32) 26.9 + 10.1 Sim Sim -- DSM-III-R gênero: M>F em CHR comparado aos outros grupos idade: CHR SCHZ > do que outros grupos CTRL: áreas sócio-demográficas similares a de pacientes. Formado por equipe de hospital; membros da comunidade CHR, crônico; CTRL, controles; DP, desvio padrão; DSM, Diagnostic Statistical Manual (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais); F, feminino; ICD, International Classification of Diseases (Classificação Internacional das Doenças); M, masculino; NA, não aplicável; ND, não descrito; NOS, psychosis not otherwise specified (paciente com transtorno psicótico sem outra específicação); PE, primeiro episódio psicótico; RDC, Research Diagnostic Criteria (Critério Diagnóstico de Pesquisa); SCHZ, pacientes com esquizofrenia; SCHZA, pacientes com transtorno esquizoafetivo a Número de sujeitos no estudo que não foram incluídos em estudos posteriores da lista 29 Figura 4. Razão de prevalência dos 15 estudos que investigaram a incidência de cavum septum pellucidum (CSP) de qualquer tamanho em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia e em voluntários saudáveis. Os dados mostram que não há diferenças significativas entre pacientes e controles (p>0,05). IC, intervalo de confiança; RP, razão de prevalência Resultados contraditórios foram igualmente observados ao se considerar a prevalência de CSPs alargados: as taxas variaram entre zero (Keshavan et al., 2002) a 11,5% (Takahashi et al., 2008a) em indivíduos saudáveis, e entre 1,2% (DeLisi et al., 1993) a 26,7% (Kwon et al., 1998) em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia. Por meio de uma avaliação qualitativa, que consistiu em inspeção visual (Tabela 3), seis (Degreef et al., 1992b; DeLisi et al., 1993; Jurjus et al., 1993; Keshavan et al., 2002; Galarza et al., 2004; Flashman et al., 2007) de sete artigos não verificaram diferenças na presença de CSP alargados entre pacientes e controles, enquanto que apenas Shioiri e coautores (1996) relataram resultados significativos. Por outro lado, com a abordagem semiquantitativa de contar o número de cortes coronais em que a cavidade é vista ao longo do eixo anteroposterior, quatro (Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006) dentre nove (Nopoulos et al., 1997; Fukuzako e Kodama, 1998; Kwon et al., 1998; Rajarethinam et al., 2001; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Takahashi et al., 30 2007; 2008a) estudos observaram aumento da incidência de CSP largos em sujeitos com transtorno do espectro da esquizofrenia, muito embora a prevalência de CSPs de qualquer tamanho não tenha diferido entre pacientes e voluntários saudáveis em muitas dessas pesquisas (Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006). Os resultados da metanálise demonstraram que pacientes têm taxas de CSP alargado significativamente maiores em relação ao grupo saudável, sendo que pacientes apresentam 1,59 vezes mais a incidência de CSP alargado do que controles (p=0.02; Figura 5). Apesar de não ter sido encontrada heterogeneidade entre os estudos (p=0.48), houve evidências de viés de publicação (p<0,01). Figura 5. Razão de prevalência dos 15 estudos que investigaram a incidência de cavum septum pellucidum (CSP) alargado em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia e em voluntários saudáveis. Os dados mostram diferenças significativas entre pacientes e controles (p<0,05). IC, intervalo de confiança; RP, razão de prevalência 31 Tabela 3. Estudos em RM estrutural sobre a prevalência de cavum septum pellucidum (CSP) no espectro da esquizofrenia Referência Degreef et al. (1992b) Comprimento do Critério de corte / espaço Detecção do CSP (mm) Critério de CSP largo Sujeitos Prevalência de CSP de qualquer tamanho (%)a Prevalência de CSP largo (%)b Medidas do CSP (prevalência) Achados Comentários 3,1 Inspeção visual baseada em categoria (0-3) 3 categorias PE SCHZ CHR SCHZ CTRL 34,5 26,3 15,2 3,2 0 0 qualquer CSP ↑ em FE e em CHR x CTRL Categoria 3 NS Jurjus et al. (1993) 5,0 / 5,0 Inspeção visual baseada em categoria (0-4) 4 categorias CHR SCHZ CTRL 25,4 18,9 6,0 5,4 qualquer CSP NS Categoria 3-4 NS homens: mais CSP do que mulheres no geral DeLisi et al. (1993) 5,0 / 2,0 Inspeção visual baseada em categoria (0-3) 3 categorias PE SCHZ + SCHZA + NOS CTRL 44,7 29,8 1,2 0 qualquer CSP ↑ em psicóticos Categoria 3 NS Sem diferença entre as distintas categorias de CSP e o tamanho dos ventrículos, CT e CC ou assimetrias Inspeção visual baseada em categoria (0-4) 4 categorias CHR SCHZ CTRL 17,5 1,1 5,0 0 qualquer CSP ↑ em SCHZ x CTRL Categoria 3-4 ↑ em SCHZ x CTRL CHR SCHZ + SCHZA CTRL 58,2 58,7 10,1 1,3 qualquer CSP NS largo CSP ↑ em psicóticos homens: > incidência de CSP de qualquer tamanho do que mulheres homens psicóticos: > incidência de CSP largo do que homens CTRL CHR SCHZ CTRL 47,2 39,0 9,7 4,9 qualquer CSP NS largo CSP NS SCHZs com longo tempo de admissão: > incidência de CSP largo CHR SCHZ CTRL 73,3 86,7 26,7 6,7 qualquer CSP NS largo CSP ↑ em SCHZ x CTRL Critério de ↑ em SCHZ x CTRL Nopoulos (tendência) número de cortes do CSP (-) correlacionado com vol. hipo-campo em CHR SCHZ CHR SCHZ CTRL 60,3 41,9 4,1 2,3 qualquer CSP ↑ em SCHZ largo CSP NS homens com SCHZ: > incidência de CSP de qualquer tamanho do que homens CTRL PE SCHZ + PE SCHZA CTRL 10,0 11,9 2,5 0 qualquer CSP NS Categoria 3 NS Shioiri et al. (1996) 5,0 / 1,5 Nopoulos et al. (1997) 1,5 Número de cortes nos quais o CSP era visto > 4 cortes (> 6 mm) Fukuzako e Kodama (1998) 1,0 Número de cortes nos quais o CSP era visto > 6 mm Kwon et al. (1998) 1,5 Número de cortes > 4 cortes; nos quais o CSP era critério de visto Nopoulos et al (1997) Rajarethinam et al. (2001) 1,0 Número de cortes nos quais o CSP era visto Keshavan et al. (2002) 3 Inspeção visual baseada em categoria (1-3) > 6 cortes (> 6 mm) 3 categorias continua 32 Referência Comprimento do Critério de corte / espaço Detecção do CSP (mm) Critério de CSP largo Galarza et al., (2004) 1,0 Baseado em tipos embriológicos (I-III) NA Kasai et al. (2004) 0,94 Número de cortes nos quais o CSP era visto > 6 cortes (> 5.6 mm) De Souza Crippa et al. (2006) 1,0 Número de cortes nos quais o CSP era visto > 6 cortes (> 6 mm) Flashman et al. (2007) 1,0 Inspeção visual baseada em categoria (0-4) Número de cortes nos quais o CSP era visto 4 categorias > 6 cortes (> 6 mm) Takahashi et al. (2007) 1,0 Número de cortes nos quais o CSP era visto Takahashi et al. (2008a) 0,94 Número de cortes nos quais o CSP era visto Prevalência de CSP de qualquer tamanho (%)a Sujeitos Prevalência de CSP largo (%)b Medidas do CSP (prevalência) Achados Comentários CHR SCHZ CTRL 43,8 10,5 NA NA qualquer CSP ↑ em SCHZ Tipo I NS Tipo II NS Tipo III NS PE SCHZ CTRL 59,0 81,7 18,2 7,1 qualquer CSP NS largo CSP ↑ em SCHZ x CTRL SCHZ: número de cortes do CSP (+) correlacionado com distúrbios do pensamento; medidas do CSP (-) correlacionadas com vol. GPH CHR SCHZ CTRL 78,9 86,8 21,1 2,6 qualquer CSP NS comprimento NS largo CSP ↑ em SCHZ vol. NS 1 SCHZ tinha carvum vergae CSP largo mais comum em homens com SCHZ do que homens CTRL CSP largo não associado com ausência de adesão intertalâmica CHR SCHZ + SCHZA + NOS CTRL 68,8 76,4 14,3 9,1 qualquer CSP NS comprimento NS Categoria 4 NS largo CSP NS Psicóticos com CSP largo: pior performance no CVLT-II Comprimento do CSP (+) correlacionado com sintomas negativos, tempo de reação e vigilância no CPT em psicóticos; (-) correlacionado em CTRL > 6 cortes (> 6 mm) CHR SCHZ CTRL 76,0 81,6 6,5 7,4 qualquer CSP NS comprimento NS largo CSP NS Psicóticos com CSP largo: ↓ vol. amígdala e GPH x psicóticos com CSP pequeno Comprimento do CSP: (-) correlacionado com vol. amígdala e GPH em psicóticos > 6 cortes (> 5.6 mm) PE SCHZ CHR SCHZ CTRL 89,5 87,6 89,7 9,3 11,2 11,5 qualquer CSP NS comprimento NS largo CSP NS (-), negativamente; (+), positivamente; ↓, diminuição; ↑,aumento; CC, corpo caloso; CHR, crônico; CPT, Continuous Performance Test (Teste de Performance Contínua); CT, córtex temporal; CTRL, controles; CVLT-II, The California Verbal Learning Test II (Teste Califórnia para Aprendizagem Verbal II); GPH, giro parahipocampal; mm, milímetro; NA, não aplicável; ND, não descrito; NOS, psychosis not otherwise specified (paciente com transtorno psicótico sem outra específicação); NS, não significante; PE, primeiro surto psicótico; SCHZ, pacientes com esquizofrenia; SCHZA, pacientes com transtorno esquizoafetivo; vol., volume. a a prevalência foi calculada como: 100 x (número de sujeitos com qualquer CSP/número de todos os sujeitos) b a prevalência foi calculada como: 100 x (número de sujeitos com CSP alargado/número de todos os sujeitos) 33 Discussão dos resultados da metanálise Através desta metanálise, foi possível verificar o considerável esforço que tem sido dirigido na tentativa de elucidar o papel do CSP no espectro da esquizofrenia. Os resultados indicam que a ocorrência de CSPs pequenos pode simplesmente refletir variabilidade anatômica normal, uma vez que as comparações estatísticas não revelaram diferenças significativas na prevalência de CSPs de qualquer tamanho entre os pacientes e indivíduos saudáveis. Por outro lado, as análises demonstraram que a incidência de CSPs alargados foi maior em sujeitos com transtornos do espectro da esquizofrenia. Dessa forma, há a sugestão de que a significância clínica de um CSP pode depender mais de seu tamanho do que se a cavidade está presente ou ausente, conforme sugerido por Nopoulos et al. (1998), e de Souza Crippa e colegas (2006). A grande discrepância, observada tanto nas taxas de prevalência do CSP como no significativo índice de heterogeneidade entre os estudos em relação a CSPs de qualquer tamanho, pode ser em grande parte explicada por diferenças metodológicas entre as pesquisas. Primeiramente, nem todas utilizaram amostras homogêneas de pacientes (DeLisi et al., 1993; Jurjus et al., 1993; Nopoulos et al., 1997; Keshavan et al., 2002; Flashman et al., 2007); ou seja, grupos de pacientes nestes estudos tinham mais de um transtorno, sendo que não foi assim possível avaliar cada categoria diagnóstica separadamente. Além de esquizofrenia, a maioria das amostras incluiu outras condições relacionadas à psicose. Embora alguns autores tenham sugerido que a psicose em geral pode compartilhar, pelo menos até certo ponto, anormalidades de neurodesenvolvimento envolvendo estruturas mediais (Kwon et al., 1998; Kasai et al., 2004), a variabilidade dos diagnósticos em diferentes estudos torna difícil a comparação de seus resultados. Da mesma forma, diferentes tipos de critérios diagnósticos foram adotados (ou seja, RDC, CID-10, DSM-III-R, DSM-IV; Tabela 2). Não há claro consenso sobre a confiabilidade para os transtornos do espectro da esquizofrenia entre os sistemas classificatórios. Por exemplo, enquanto o coeficiente de congruência de diagnóstico (kappa) parece ser superior a 0,5 para a esquizofrenia (Hill et al., 1996; Jager et al., 2004; Jakobsen te al., 2006; Cheniaux et al., 2009), este é inferior para outras condições, tais como transtorno esquizoafetivo (Cheniaux et al., 2009). Ainda, certo grau de variabilidade é igualmente observado nas classificações do DSM ao longo do tempo; no entanto, essa instabilidade parece ser bastante baixa, especialmente quando se comparam o DSM-III-R e DSM-IV para critérios de classificação da esquizofrenia (Jakobsen et al., 2006). Os métodos de recrutamento de grupos de voluntários saudáveis podem igualmente ser considerados fontes de viés, uma vez que a maioria das pesquisas recrutou funcionários de hospital, 34 estudantes universitários, ou membros da comunidade por anúncios (Tabela 2). Adicionalmente, alguns não mencionaram de que maneira foi realizado o recrutamento de suas amostras controle (Jurjus et al., 1993; Galarza et al., 2004; Flashman et al., 2007). Em apenas um dos 15 estudos, as amostras de pacientes e controles não foram emparelhadas quanto ao gênero (Takahashi et al., 2008a). Embora os autores deste estudo não tenham atribuído os resultados negativos por eles encontrados a esse desbalanceamento, dois artigos já haviam relatado que indivíduos do sexo masculino apresentaram maior incidência de CSP de qualquer tamanho quando comparados a mulheres (Jurjus et al., 1993; Nopoulos et al., 1997). Há ainda evidências de que pacientes do sexo masculino podem apresentar maior ocorrência de CSPs de qualquer tamanho (Rajarethinam et al., 2001) ou alargados (Nopoulos et al., 1997; de Souza Crippa et al., 2006) do que voluntários saudáveis do sexo masculino. Em contraste com tais diferenças relacionadas ao gênero, a idade não parece influenciar a variabilidade da prevalência de CSP, uma vez que nenhum dos estudos mostrou correlações significativas entre esta variável e as medidas da cavidade. Existem evidências de que diferenças volumétricas em estruturas cerebrais situadas nas imediações do CSP são encontradas quando indivíduos em primeiro surto psicótico são comparados a pacientes crônicos com transtornos do espectro da esquizofrenia (EllisonWright et al., 2008; Meisenzahl et al., 2008). Isso sinaliza ser importante controlar os estudos por tempo de doença na avaliação do CSP em transtornos psicóticos. Dado que a fusão dos septi pellucidi provavelmente resulta do rápido crescimento do hipocampo (Shaw e Alvord, 1969; Sarwar, 1989), pode-se especular que alterações volumétricas nessa estrutura cerebral ao longo do tempo também possam levar a mudanças em parâmetros morfológicos relacionados ao CSP; ou seja, comprimento, área e volume. Não há menção sobre o uso de antipsicóticos em sete estudos (DeLisi et al., 1993; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al., 1996; Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; Rajarethinam et al., 2001; Flashman et al., 2007). Essa falta de informações sobre o tratamento é possivelmente relacionada à noção de que a presença de CSP é totalmente estabelecida durante os primeiros anos de vida e, portanto, os índices de incidência de CSP não seriam afetados pelo uso de medicamentos. No entanto, Dickey et al. (2006) sugerem que estas drogas podem influenciar as medidas de CSP, dado que o uso de neurolépticos em transtornos do espectro da esquizofrenia já foi relacionado a alterações morfológicas em regiões cerebrais relacionadas ao CSP, tais como hipocampo (Chakos et al., 2005; McClure et al., 2006) e corpo caloso (Girgis et al., 2006) 35 Nesta metanálise, observou-se grande variabilidade na espessura de cortes dos exames de RM adquiridos nos diferentes estudos, variando de 0,94 mm (Kasai et al., 2004; Takahashi et al., 2008a) a 5,0 mm (DeLisi et al., 1993; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al. 1996). Há igualmente variação nos espaços entre os cortes, variando de zero (ou seja, cortes contínuos; Degreef et al., 1992b; Nopoulos et al., 1997; Fukuzako et al., 1998; Kwon et al., 1998; Rajarethinam et al., 2001; Keshavan et al., 2002; Galarza et al., 2004; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Takahashi et al., 2007; 2008a) a 5 mm (Jurjus et al., 1993). Cortes mais finos e contínuos são considerados "padrão-ouro”, uma vez que permitem estimativas mais precisas não só da prevalência do CSP, mas também de seu comprimento (Nopoulos et al., 1997). Sabe-se que cortes espessos, como com 3,0-5,0 mm, e não contíguos podem eventualmente dificultar a detecção de CSPs pequenos, bem como levar a efeitos de volume parcial. Adicionalmente, houve considerável variação na forma como as pesquisas determinaram a presença do CSP, bem como nos parâmetros para avaliar se a cavidade é ou não alargada (Tabela 3). Em relação aos critérios para a detecção da cavidade, muitos autores têm categorizado o CSP através de uma abordagem qualitativa, a qual consiste na inspeção visual ou construção de escalas arbitrárias com diferentes graus de gravidade. Tais escalas são, na grande maioria das vezes, criadas particularmente para cada estudo, e estabelecidas a partir de conhecimentos prévios sobre as características dos CSP. Elas podem variar de 0 (CSP ausente) a 3 (CSP grave) (Degreef et al., 1992b; DeLisi et al., 1993), 1 (CSP ausente) a 3 (CSP grave) (Keshavan et al., 2002), e de 0 (CSP ausente) a 4 (CSP grave), esta última portanto com cinco níveis distintos (Flashman et al., 2007; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al., 1996). Ainda, Galarza e colaboradores (2004) utilizaram tipos embriológicos do CSP (de IIII) como parâmetros para avaliação da gravidade da cavidade. Posteriormente, cada CSP da amostra é classificado de acordo com seu tamanho, e colocado na categoria julgada mais apropriada. Limitações dessa avaliação qualitativa provavelmente contribuíram para os resultados contraditórios entre os artigos publicados, uma vez que tanto as escalas são diferentes entre si para cada estudo, bem como as classificações dadas por cada examinador são um tanto subjetivas. Como mencionado anteriormente, na técnica semiquantitativa de classificar o CSP, é realizada a contagem do número de cortes coronais em que a cavidade é claramente visível no eixo anteroposterior, com subsequente multiplicação do número obtido pela espessura da fatia, obtendo-se assim o comprimento do CSP. Esta metodologia, atualmente considerada estado-de-arte para avaliar presença e severidade do CSP, foi primeiramente utilizada por 36 Nopoulos e colegas em 1996, e então empregada na maioria dos estudos posteriores (Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; Rajarethinam et al., 2001; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Takahashi et al., 2007; 2008a). No entanto, apesar dos avanços trazidos por este método, foram ainda constatados resultados conflitantes entre as nove pesquisas que empregaram tal técnica. Quatro delas verificaram maior prevalência de CSP alargados em pacientes comparados a indivíduos saudáveis (Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; Kasai et al., 2004; de Souza Crippa et al., 2006). Com base em achados post-mortem (Shunk, 1963), a maioria dos autores considerou CSPs com comprimento anteroposterior de 6 ou mais milímetros como alargados. Limitações A principal dificuldade na análise dos 15 artigos incluídos nesta metanálise surgiu devido à grande diferença nas variáveis metodológicas entre os estudos, conforme discutido acima. Adicionalmente, embora estas investigações tenham sido rigorosas em muitos aspectos, poucas atingiram critério satisfatório, tanto no que diz respeito às características clínicas e demográficas das amostras, quanto aos parâmetros de aquisição de imagem. A utilização não ideal de cortes espessos (3,0-5,0 mm) – muitas vezes não contíguos – nos protocolos de aquisição de imagem, a variabilidade nos critérios utilizados para classificar o CSP, bem como o uso de amostras não balanceadas para variáveis demográficas essenciais estão entre os fatores susceptíveis de adicionar variabilidade aos achados relatados nos diferentes estudos. Como em todas as metanálises, os resultados são dependentes da qualidade dos estudos base. Na tentativa de primar pela excelência desta revisão, foram excluídas amostras duplicadas e seus respectivos resultados quando havia mais de uma publicação baseada no mesmo conjunto de dados. No entanto, não se pode descartar a possibilidade de que os achados da metanálise não tenham sido influenciados por fatores de confusão ou heterogeneidade metodológica. Além disso, vários tipos de vieses podem surgir durante a publicação dos artigos base (Naylor, 1997). Foram detectadas, por exemplo, evidências de viés de publicação em relação à prevalência do CSP alargado. Este fenômeno está relacionado ao fato de que os artigos que reportam resultados positivos ou significativos são mais susceptíveis de serem publicados do que aqueles relatando achados negativos (Dwan et al., 2008). Como observado na Figura 5, embora a maioria dos 15 estudos incluídos na revisão mostrou maior prevalência de CSP alargado no espectro da esquizofrenia, os dois últimos (Takahashi et al., 2007; 2008a), os quais incluíram grande número de pacientes e têm maior 37 peso, relataram resultados negativos. Acredita-se que esta seja a razão para o valor significativo relacionado ao viés de publicação. Embora essa constatação não invalide os resultados desta metanálise, lança dúvidas sobre a real implicação do CSP alargado no espectro da esquizofrenia. Conclusão Em suma, os resultados da metanálise sobre a prevalência do CSP no espectro da esquizofrenia sugerem que não há aumento da incidência de CSPs de qualquer tamanho em pacientes. Quanto ao CSP alargado, este parece ser mais comum em pacientes; no entanto, há evidências de que estudos que encontraram resultado negativo não tenham sido publicados. Dessa forma, investigações adicionais são indispensáveis para conciliar os resultados conflitantes da literatura. Primeiramente, são recomendáveis estudos com amostras representativas da comunidade, que avaliem a prevalência de CSPs alargados na psicose. Adicionalmente, é interessante que ocorra padronização da metodologia de avaliar o CSP, bem como bom balanceamento entre as amostras e descrições claras de variáveis clínicas. Finalmente, uma seleção mais criteriosa dos sujeitos – como em investigações de base populacional de primeiro episódio psicótico e com desenhos longitudinais, pode gerar conclusões mais confiáveis sobre o papel do CSP no espectro da esquizofrenia. 1.3.4. Não-adesão intertalâmica no espectro da esquizofrenia Embora a relevância funcional da AI para a psicopatologia do espectro da esquizofrenia permaneça obscura, algumas possibilidades podem ser sugeridas. Primeiramente, a localização anatômica da AI, como região medial, parece importante. Isso porque diversas alterações morfológicas têm sido relatadas em outras áreas mediais em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia, incluindo corpo caloso, verme cerebelar (Shenton et al., 2001) e septum pellucidum (Trzesniak et al., 2011a). Em segundo lugar, muitas evidências indicam que o tálamo desempenha papel crucial na esquizofrenia (Andreasen et al., 1994; Shenton et al., 2001), fato que tem despertado o interesse da implicação de uma AI ausente no transtorno. A disfunção dopaminérgica é considerada como característica fundamental da esquizofrenia (Toda e Abi-Dargham, 2007), e estudos em animais sugerem que a AI parece estar envolvida na regulação da liberação de dopamina nos gânglios da base (Cheramy et al., 1984; Romo et al., 1984), ou na transferência de informações implicadas na regulação recíproca das vias dopaminérgicas nigroestriatais (Leviel et al., 1981). Aumentos marcantes na atividade neuronal são evidentes nos núcleos 38 mediais do tálamo de ratos em resposta aos antipsicóticos haloperidol e clozapina (Cohen e Wan, 1996; Cohen et al., 1998), e há evidências de que tanto a função do receptor de dopamina e os níveis de glutamato talâmicos estão alterados na psicose (Stone et al., 2010; Stone et al., 2009). Foi especulado que anormalidades de neurodesenvolvimento no tálamo e AI poderiam levar a consequentes alterações dopaminérgicas, e contribuir para a patogênese do transtorno (Takahashi et al., 2008b). Por fim, a ausência da AI pode estar relacionada a alterações do neurodesenvolvimento no processo de formação das estruturas vizinhas durante o início da gestação, um período em que outros fatores de risco para esquizofrenia, tais como infecção viral materna (Wright et al., 1995) ou desnutrição (Susser et al., 1998), supostamente têm efeito sobre a susceptibilidade para o transtorno. 1.3.4.1. Metanálise sobre incidência de adesão intertalâmica no espectro da esquizofrenia No intuito de sistematizar e compreender os achados sobre incidência da AI no espectro da esquizofrenia, realizou-se uma metanálise sobre o tema. As buscas literárias foram realizadas nos bancos de dados Medline e Web of Science, utilizando-se as palavraschave “adhesio” (adesão), “adhesio interthalamica” (adesão intertalâmica), “massa intermedia”, “schizophrenia” (esquizofrenia), e “psychosis” (psicose), sem limite de tempo. Foram incluídos: (a) artigos em inglês; (b) que possuíssem uma amostra diagnosticada com transtornos do espectro da esquizofrenia (i.e., esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno esquizoafetivo, ou psicose sem nenhuma outra especificação); (c) que tivessem grupo de comparação composto de voluntários saudáveis; e (d) que tenham utilizado RM estrutural para acessar a AI (Trzesniak et al., 2011b). Dentre 14 estudos encontrados que avaliaram prevalência da AI no espectro da esquizofrenia, três foram excluídos (Meisenzahl et al., 2000; Takahashi et al., 2008b 2008c) porque seus resultados foram publicados em estudos posteriores (Meisenzahl et al., 2002; Takahashi et al., 2008d; respectivamente). Portanto, 11 manuscritos preencheram os critérios para formarem a presente revisão (Tabela 4). 39 Tabela 4. Caracterização demográfica e clínica das amostras dos estudos que investigaram a prevalência de adesão intertalâmica (AI) no espectro da esquizofrenia utilizando RM estrutural Referência N (M/F) Idade média + DP (anos) Tempo de doença (anos) Antipsicóticos PE SCHZ + PE SCHZA CTRL 82 (54/28) 52 (30/22) ND 27,7 + 6,5 ND ND RDC CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital PE SCHZ + CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ + CHR SCHZA CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ + CHR SCHZA + SCHZP CTRL 114 (56/58) 112 (53/59) 26 (11/15) 29 (11/18) 50 (50/0) 50 (50/0) 38 (26/12) 38 (26/12) 53 (40/13) 54 (34/20) 35 (18/17) 89 (39/50) 64 (30/34) 51 (22/29) 29,9 + 10,4 28,5 + 10,0 34,7 + 19,7 28,6 + 7,5 30,0 + 8,4 30,2 + 8,8 29,9 + 10,0 29,7 + 9,7 33,9 + 10,9 35,7 + 10,1 37,6 + 11,2 36,6 + 1,3 36,3 + 11,0 36,1 + 8,4 ND ND CTRL: membros da comunidade ND CTRL: membros da comunidade ND -10,3 + 8,2 -ND -ND -10,4 + 9,1 -- Sim -ND DSM-III-R; DSM-IV DSM-IV DSM-IV CTRL: membros da comunidade Sim DSM-IV CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital Sim DSM-IV CTRL: gêmeos membros da comunidade ND DSM-IV CTRL: ND Sim DSM-IV CTRL: members of the community CHR SCHZ 72 (38/34) CTRL 81 (46/35) PE SCHZ + CHR SCHZ 192 (152/40) CTRL 87 (55/32) 26,2 + 5,6 24,5 + 5,7 28,1 + 6,4 26,9 + 10,1 4,6 + 5,0 -12,8 + 9,9 -- Sim ICD-10 Sim -- DSM-III-R CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital, estudantes universitários gênero: M>F em CHR comparado aos outros grupos idade: CHR SCHZ > do que outros grupos CTRL: áreas sócio-demográficas similares a de pacientes. Formado por equipe de hospital; membros da comunidade 40,5 + 11,9 39,7 + 10,9 13,9 + 10,8 -- Sim DSM-IV Sujeitos Snyder et al., 1998 Nopoulos et al., 2001 Erbagci et al., 2002 Meisenzahl et al., 2002 De Souza Crippa et al., 2006 Ettinger et al., 2007 Ceyhan et al., 2008 Shimizu et al., 2008 Takahashi et al., 2008d Takahashi et al., 2008e Agarwal et al., 2008 CHR SCHZ CTRL 71 (46/25) 75 (39/36) Critério diagnóstico Comentários / origem da amostra controle CTRL: membros da comunidade, equipe de hospital, estudantes universitários CHR, crônico; CTRL, controles; DP, desvio padrão; DSM, Diagnostic Statistical Manual (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais); F, feminino; ICD, International Classification of Diseases (Classificação Internacional das Doenças); M, masculino; ND, não descrito; PE, primeiro episódio psicótico; RDC, Research Diagnostic Criteria; RDC, Research Diagnostic Criteria (Critério Diagnóstico de Pesquisa); SCHZ, pacientes com esquizofrenia; SCHZA, pacientes com transtorno esquizoafetivo; SCHZP, pacientes com transtorno esquizofreniforme Todos os estudos analisados investigaram a ausência de AI em pacientes e controles (Tabela 5). A prevalência da não-AI variou de 2,3% (Takahashi et al., 2008d) a 22,3% (Nopoulos et al., 2001) em indivíduos saudáveis, e de 4,7% (Shimizu et al., 2008) a 34,6% (Erbagci et al., 2002) em pacientes. O achado de diferença de incidência da não-AI em relação a controles foi observado tanto em indivíduos crônicos (Erbagci et al., 2002; Takahashi et al., 2008d) quanto em sujeitos em primeiro episódio psicótico (Snyder et al., 1998; Nopoulos et al., 2001; Takahashi et al., 2008e). Seis estudos não encontraram diferenças significativas entre os grupos (Meisenzahl et al., 2002; de Souza Crippa et al., 2006; Ettinger et al., 2007; Agarwal et al., 2008; Ceyhan et al., 2008; Shimizu et al., 2008). No entanto, conforme mostrado na Figura 6, indivíduos com transtornos do espectro da esquizofrenia tiveram prevalência significativamente aumentada de AI ausente quando comparados aos voluntários sadios, sendo a possibilidade de ocorrência da não-AI quase duas vezes maior em pacientes (p=0,0008). Não houve evidência de heterogeneidade entre os estudos (p=0,17) ou de viés de publicação (p=0,94). 40 Figura 6. Razão de prevalência dos 11 estudos que investigaram a incidência de adesão intertalâmica (AI) em pacientes com transtorno do espectro da esquizofrenia e em voluntários saudáveis. Os dados mostram diferenças significativas entre pacientes e controles (p<0,05). IC, intervalo de confiança; RP, razão de prevalência Oito dos 11 estudos da metanálise principal reportaram separadamente os dados para homens e mulheres, bem como uma pesquisa foi conduzida apenas com indivíduos do sexo masculino. Uma metanálise das amostras do sexo feminino (214 pacientes e 262 controles) revelou que pacientes mulheres mostraram maior incidência de AI ausente do que voluntárias saudáveis (8 estudos, RP=2,66; IC 95%=1,41-4,99; p=0,002). Na subanálise de indivíduos do sexo masculino (437 pacientes e 353 controles), o aumento da incidência de AI ausente em pacientes foi igualmente verificado (9 estudos; RP=1,72; IC 95%=1,03-2,88; p=0,040). Não houve diferença significativa entre os tamanhos de efeito para homens e mulheres (Z=1,05; p=0,30). Três dessas pesquisas também quantificaram o comprimento anteroposterior da AI (Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008d; 2008e). Os investigadores contaram o número de cortes coronais em que a estrutura era claramente visível, e posteriormente multiplicaram este valor pela espessura do corte das imagens de RM. Realizou-se, na metanálise, uma 41 subanálise desses estudos, com a qual se encontrou redução significativa do comprimento da AI em pacientes (3 estudos; tamanho do efeito g=0,98; IC 95% 0,72-1,24; p<0,001). Não foi evidenciada heterogeneidade (I2=43,5%; Q=3,54; p=0,17), nem evidência de viés de publicação (p=0,40) entre os estudos. Discussão dos resultados Os resultados desta metanálise indicam que a incidência da não-AI é maior em pacientes com transtornos do espectro da esquizofrenia quando comparados a voluntários sadios. Pode-se, portanto, propor que a falta da AI deve possuir relevância clínica nesses distúrbios. A considerável disparidade nos índices de prevalência da não-AI pode ser, em parte, explicada por diferenças na metodologia entre os estudos. Além de esquizofrenia, algumas amostras incluíam outras condições relacionadas, tais como transtorno esquizoafetivo ou esquizofreniforme (Snyder et al., 1998; Ettinger et al., 2007; Shimizu et al., 2008). Diferentes tipos de critérios diagnósticos foram adotados (ou seja, RDC, CID-10, DSM-III-R, DSM-IV; Tabela 4). Apesar de a heterogeneidade entre diagnósticos e critérios de diagnóstico poder ser considerada fator de confusão, a análise de sensibilidade indicou que isso não afetou o resultado principal desta metanálise. Os métodos para recrutamento dos grupos de voluntários saudáveis podem igualmente ser considerados fontes de viés, uma vez que a maioria dos estudos recrutou funcionários de hospital (Snyder et al., 1998; de Souza Crippa et al., 2006; Agarwal et al., 2008; Takahashi et al., 2008d), estudantes universitários (Agarwal et al., 2008; Takahashi et al., 2008d), ou membros da comunidade por anúncios (Snyder et al., 1998; Nopoulos et al., 2001; Erbagci et al., 2002; Meisenzahl et al., 2002; Agarwal et al., 2008; Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008d; 2008e). Além disso, Ceyhan et al. (2008) não especificaram a procedência de sua amostra controle. Por outro lado, Ettinger e colegas (2007) usaram gêmeos saudáveis para comparar com gêmeos concordantes e discordantes para esquizofrenia. O dimorfismo sexual em relação à AI também tem sido estudado no espectro da esquizofrenia, mas os resultados são contraditórios. Embora existam relatos descrevendo que a falta de AI é mais comum entre pacientes do sexo masculino (de Souza Crippa et al., 2006; Takahashi et al., 2008a), Nopoulos e colaboradores (2001) encontraram maior prevalência de AI ausente em pacientes do sexo feminino. Além disso, verificou-se que mulheres com esquizofrenia tinham comprimento mais curto (Shimizu et al., 2008) e menor área de AI (Ceyhan et al., 2008) do que controles do sexo feminino. No entanto, quando todos os indivíduos foram agrupados, o comprimento da AI foi mais curto em homens (Takahashi et 42 Tabela 5. Estudos em RM estrutural sobre a prevalência de adesão intertalâmica (AI) no espectro da esquizofrenia Referência Comprimento do corte / espaço (mm) Critério de Detecção da AI Prevalência da ausência Sujeitos a de AI (%) Achados: ausência de AI Comentários Snyder et al., 1998 3,1 ausência: AI não vista em mais de 2 cortes coronais PE SCHZ + PE SCHZA CTRL 34,2 13,5 ↑ in PAC PAC sem AI: ↑ terceiro ventrículo Nopoulos et al., 2001 1,0 ausência: AI não vista em mais de 2 cortes coronais e axiais PE SCHZ + CHR SCHZ CTRL 31,6 22,3 ↑ fem PAC x fem CTRL CTRL: não-AI mais comum em homens do que em mulheres 3,0 / 5,0 ausência: AI não vista em mais de 2 cortes coronais CHR SCHZ CTRL 34,6 13,8 ↑ in PAC Erbagci et al., 2002 Meisenzahl et al., 2002 1,5 qualitativamente nos planos coronal e axial CHR SCHZ CTRL 22,0 16,0 NS SCHZ / CTRL sem AI: ↑ terceiro ventrículo SCHZ sem AI: ↑ sintomas negativos de Souza Crippa et al., 2006 1,0 ausência: AI não vista em mais de 2 cortes coronais CHR SCHZ CTRL 18,4 10,5 NS SCHZ: não-AI mais comum em homens não-AI não associada com CSP largo Ettinger et al., 2007 1,5 qualitativamente nos planos coronal, sagital e axial CHR SCHZ + CHR SCHZA CTRL 5,7 14,8 NS Ceyhan et al., 2008 1,0 ausência: AI não vista nos planos coronal e sagital CHR SCHZ CTRL 20,0 13,5 NS CTRL: não-AI ↑ homens CTRL e SCHZ: área da AI (-) correlacionada com idade SCHZ: área da AI (-) correlacionada com duração da doença ↓ área da AI em SCHZ ↓ área da AI em mulheres com SCHZ do que mulheres CTRL Shimizu et al., 2008 1,0 qualitativamente nos planos coronal, axial e sagittal comprimento: número de cortes coronais em que a AI era vista CHR SCHZ + CHR SCHZA + SCHZP CTRL 4,7 5,9 NS ↓ comprimento da AI em PAC ↓comprimento da AI em PAC mulheres x mulheres CTRL comprimento da AI não correlacionado com volume do tálamo continua 43 Referência Comprimento do corte / espaço (mm) Critério de Detecção da AI Prevalência da ausência Sujeitos a de AI (%) Achados: ausência de AI Comentários Takahashi et al., 2008d 1,0 ausência: AI não identificada em menos de 3 cortes contínuos coronais e axiais CHR SCHZ CTRL 23,6 8,6 ↑ in PAC Takahashi et al., 2008e 1,5 ausência: AI não identificada em menos de 3 cortes contínuos coronais e axiais PE SCHZ + CHR SCHZ CTRL 13,0 2,3 não-AI mais comum em homens ↑ in CHR x PE SCHZ and ↓comprimento da AI em PE e CHR SCHZ / mais curto em CHR ↓ comprimento da AI em homens no geral CTRL CHR SCHZ sem AI: recebem mais antipsicóticos / maior duração da doença sujetos sem AI: ventrículos laterais mais largos SCHZ: comprimento da AI (-) correlacionado com duração da doença, dose de medicação; alargamento ventricular Todos groups: comprimento da AI (-) correlacionado com idade CHR SCHZ CTRL 8,5 2,7 NS Agarwal et al., 2008 5,0 / 1,5 ND ↓ comprimento da AI em SCHZ ↓ comprimento da AI em homens do que mulheres em geral (-), negativamente; ↓, diminuição; ↑, aumento; AI, adesio intertalâmica; CSP, cavum septum pellucidum ; CTRL, controlles; fem, femininas; mm, milímetro; ND, não declarado; NS, não significante; PAC, pacientes; PE, primeiro surto psicótico; SCHZ, pacientes com esquizofrenia; SCHZA, pacientes com transtorno esquizoafetivo; SCHZP, pacientes com transtorno esquizofreniforme a a prevalência da ausência da AI foi calculada como: 100 x (número de sujeitos sem AI/número de todos os sujeitos) 44 al., 2008d; 2008e). Na análise de subgrupos quanto ao gênero, não foram encontradas evidências de efeito diferencial entre homens e mulheres. Apesar de o significado funcional das diferenças de gênero relacionadas à AI ainda não está elucidado, alguns autores sugerem que o cérebro feminino é mais funcionalmente simétrico do que o masculino (McGlone, 1980). Além disso, foi proposto que comissuras cerebrais como a AI, que são sexualmente dimórficas no cérebro normal, podem de alguma forma ser mais vulneráveis durante o processo de neurodesenvolvimento, e manifestarem alterações morfológicas na esquizofrenia (Nopoulos et al., 2001). Essas alterações de gênero em uma estrutura que liga os dois hemisférios cerebrais pode fazer parte da base funcional das diferenças sexuais nas habilidades cognitivas, distúrbios de linguagem de desenvolvimento e assimetrias funcionais verificadas entre homens e mulheres (Allen e Gorski, 1991). Não há menção sobre o uso de antipsicóticos em quatro estudos (Snyder et al., 1998; Nopoulos et al., 2001; Meisenzahl et al., 2002; Ceyhan et al., 2008). Essa falta de informações sobre o tratamento é possivelmente relacionada à visão de que a ausência da AI é totalmente estabelecida durante as primeiras semanas de gestação e, portanto, os índices de não incidência da AI não seriam afetados pelo uso de medicamentos. No entanto, neurolépticos provavelmente influenciam a estrutura volumétrica cerebral (Chakos et al., 2005; Tomelleri et al., 2009), podendo também modificar medidas de comprimento e área da AI. De fato, Takahashi et al. (2008e) relataram correlação negativa entre a dosagem da medicação diária e o comprimento da AI em pacientes com esquizofrenia crônica. A idade parece ser um fator influente para a AI. Investigações post-mortem conduzidas por Rosales et al. (1968) demonstraram um processo de involução da junção com o passar do tempo na população saudável, o qual parece começar a partir da terceira década de vida. Portanto, o comprimento das AI possivelmente diminui ao longo do tempo, bem como a ausência da junção deve aumentar com o avanço da idade. De fato, há relatos de correlações negativas tanto entre a idade e área (Ceyhan et al., 2008) quanto idade e comprimento (Takahashi et al., 2008e) da AI, em ambos pacientes e voluntários saudáveis. Dessa forma, especialmente em indivíduos mais velhos, a atrofia nesta estrutura medial poderia ser resultado de mudanças dinâmicas cerebrais, ao invés de ser uma consequência fixa do neurodesenvolvimento anormal durante a gestação. Por meio de meta-regressão, não se observou qualquer relação entre a idade média dos pacientes e a prevalência ou o comprimento da AI. No entanto, uma investigação mais aprofundada sobre a associação entre idade e comprimento da AI é prudente, dado o número reduzido de estudos que forneceu estes dados (Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008d; Takahashi et al., 2008e). Além disso, em 45 dois (Takahashi et al., 2008d; 2008e) desses três estudos, os pacientes eram muito jovens (idade média de 26,2 e 26,9 anos, respectivamente) e, provavelmente, a involução da AI ainda não tinha iniciado nestas amostras quando os indivíduos foram avaliados. Há evidências de que existem mudanças progressivas volumétricas de estruturas cerebrais nas imediações da AI, como no tálamo e no volume ventricular total, quando pacientes em primeiro episódio psicótico são diretamente comparados a indivíduos crônicos (para revisão, ver Ellison-Wright et al., 2008). Isso indica que é importante controlar os estudos destinados a avaliar a AI por duração de doença. De modo interessante, foi observado que pacientes crônicos apresentam menor AI e maior prevalência de ausência desta estrutura do que sujeitos em primeiro episódio de psicose (Takahashi et al., 2008e). Da mesma forma, a duração da doença se correlacionou negativamente ao comprimento (Takahashi et al., 2008b) e à área da AI (Ceyhan et al., 2008) na esquizofrenia crônica. A variação nos parâmetros de aquisição entre os estudos pode ter influenciado os resultados obtidos nas pesquisas de AI no espectro da esquizofrenia. Verificou-se grande variabilidade na espessura dos cortes de RM entre os artigos, variando de 1,0 mm a 5,0 mm (Tabela 5). Há também variação no espaçamento entre as fatias de RM, que foram de zero a 5 mm. Cortes mais finos e contíguos são considerados “padrão-ouro”, uma vez que permitem estimativas mais precisas não só da prevalência de AI, mas também em relação ao seu comprimento. Fatias grossas e com lacunas podem, ocasionalmente, dificultar a detecção da estreita ligação entre os tálamos, levando a possíveis resultados de maior prevalência de AI ausente. Há igualmente disparidade na forma de classificação da ausência da AI (Tabela 5). Por exemplo, enquanto alguns estudos utilizaram apenas cortes coronais para avaliar a presença da estrutura, outros avaliaram ambos os planos coronal e axial ou coronal e sagital. Mais recentemente, os três planos também foram utilizados como parâmetros (Tabela 5). Além disso, alguns autores consideraram a AI como ausente se esta não foi vista em dois ou mais cortes coronais de diferentes espessuras de acordo com o estudo (Snyder et al., 1998; Erbagci et al., 2002; de Souza Crippa et al., 2006), enquanto outros adotaram três fatias em ambos os planos coronal e axial como limiar (Takahashi et al., 2008d; 2008e). Limitações em tais formas de avaliação qualitativa da AI são susceptíveis para contribuir para diferença nos índices de prevalência entre os artigos publicados. A fim de minimizar estas discrepâncias, estudos recentes têm quantificado o comprimento anteroposterior da AI (Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008d; 2008e) através da contagem do número de cortes coronais em que a junção é claramente detectada. 46 Através desta técnica, o número de fatias pode ser multiplicado pela espessura entre os cortes, permitindo o cálculo do comprimento da AI. Esta nova abordagem semiquantitativa parece ser mais eficaz do que apenas determinar presença/ausência, podendo igualmente levar a melhor comparabilidade entre os estudos. É importante ressaltar que todas as pesquisas que empregaram essa abordagem observaram que pacientes têm AI mais curta do que controles, achados confirmados pela metanálise desse subgrupo. Limitações A principal dificuldade na análise dos 11 artigos incluídos nesta metanálise surgiu da diferença nas variáveis metodológicas, conforme discutido anteriormente. Apesar de estes estudos terem sido rigorosos em muitos parâmetros, fatores como espaçamento entre cortes; fatias espessas (3,0-5,0 mm); variabilidade nos critérios usados para categorizar a ausência da AI; uso de amostras heterogêneas e/ou não emparelhadas para variáveis demográficas fundamentais; podem ter contribuído para variabilidade nos achados relatados nos diferentes estudos. Conclusão Em resumo, os resultados da metanálise sobre prevalência da AI nos transtornos do espectro da esquizofrenia sugerem fortemente que há maior incidência de AI ausente em pacientes do que em indivíduos saudáveis. Adicionalmente, quando presente, a AI é mais curta em pacientes. No entanto, novas investigações utilizando análises semiquantitativas são interessantes para conciliar resultados conflitantes na literatura. Primeiramente, há necessidade de estudos avaliando a prevalência da AI na psicose em amostras grandes, homogêneas, e representativas da comunidade. As descobertas da AI na psicose podem não ser simplesmente decorrentes do neurodesenvolvimento anormal, mas sim refletirem atrofia progressiva dessa estrutura, quer devido ao transtorno em si e/ou a efeitos da idade, ou do tratamento medicamentoso. Portanto, pesquisas longitudinais, com padronização nos métodos de RM e seleção cuidadosa das amostras – tais como as investigações de base populacional, irão provavelmente gerar conclusões mais confiáveis sobre o papel da AI nos transtornos psicóticos. 47 1.4. EPILPESIA O termo epilepsia refere-se a um conjunto de doenças crônicas caracterizadas por crises paroxísticas e espontâneas, originadas pela hipersincronia da atividade elétrica cerebral (Araújo, 2003). Esta definição é importante na medida em que exclui das epilepsias as crises convulsivas situacionais e únicas, como as que ocorrem em casos de intoxicações, alterações de metabolismo, etc. A crise epiléptica, por sua vez, pode ser definida como ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido à atividade excessiva ou síncrona neuronal anormal do cérebro (Fisher et al., 2005). 1.4.1. Classificação dos fenômenos (crises) epilépticos Em 2010, a International League Against Epilepsy reformulou a terminologia sobre crises e epilepsias (ILAE; Berg et al., 2010). O conceito de crises generalizadas permaneceu praticamente inalterado. Essas são consideradas fenômenos que se originam em certo ponto do cérebro, mas se disseminam rapidamente pelas redes de ambos os hemisférios. Neste caso, a localização e lateralização da região de início não precisam ser consistentes entre as crises, bem como os fenômenos em si podem ser assimétricos. Crises focais, por sua vez, são aquelas que se iniciam dentro de determinado hemisfério, sendo este local de início consistente entre as crises. Essas podem ser discretamente localizadas ou mais amplamente distribuídas, e ter ainda padrões de propagação que podem envolver o hemisfério contralateral (ou seja, difundir-se para o outro hemisfério que não o de origem da crise). A subdivisão entre crises focais parciais simples (nas quais não há comprometimento da consciência) e parciais complexas (quando há comprometimento da consciência) foi eliminada na nova classificação do ILAE (2010), muito embora haja o reconhecimento de que essas características sejam importantes para propostas específicas (tais como no caso de distinção diagnóstica, cirurgia, etc.). 1.4.2. Classificação das síndromes epilépticas As antigas definições de epilepsias do tipo idiopático, sintomático ou criptogênico foram agora substituídas por genético, estrutural/metabólico, e de causa desconhecida, respectivamente (Berg et al., 2010). Dessa forma, como o próprio nome sugere, a epilepsia genética é tida como aquela que resulta diretamente de defeitos genéticos conhecidos ou presumíveis, nas quais as crises são o sintoma fundamental do transtorno. É válido ressaltar que o fato de o distúrbio ser essencialmente designado como de origem genética não exclui a 48 possibilidade de que fatores ambientais possam também contribuir para a manifestação do mesmo. Já as epilepsias do tipo estrutural/metabólico são aquelas nas quais é possível determinar lesões estruturais epileptogênicas ou condições metabólicas ou doenças que estão relacionadas à manifestação da epilepsia. Dentre tais possíveis lesões, podem ser citadas lesões vasculares ou sequelares, tumores, distúrbios do desenvolvimento, esclerose temporal mesial (ETM), etc. Por fim, as epilepsias de causa desconhecida são aquelas cuja natureza da causa subjacente é ainda indeterminada. 1.4.3. Epilepsia do lobo temporal Acredita-se que as epilepsias do lobo temporal (ELT) englobem um grupo heterogêneo de pacientes. Esses apresentariam síndromes epilépticas diversas, cujo ponto comum é a recorrência de crises focais nas quais há perda de consciência, e que presumivelmente se originam no lobo temporal (Engel et al., 1997). A principal subdivisão quanto à ELT é realizada de acordo com a região do foco epileptogênico, ou seja, este pode ser de origem neocortical ou mesial. A maioria dos casos de ELT tem origem em estruturas do lobo temporal mesial (tais como amígdala, hipocampo e giro parahipocampal), o que caracteriza a síndrome da epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM). Pesquisas apontam que aproximadamente 70% dos casos de ELTM evoluem para refratariedade ao tratamento farmacológico, ou seja, ao controle insuficiente de crises por meio da utilização de doses adequadas de drogas antiepilépticas (Araújo, 2003). Portanto, muitas vezes se faz necessária a intervenção neurocirúrgica como alternativa para supressão das manifestações epilépticas. Adicionalmente, em grande parte das vezes pacientes com ELTM apresentam alterações como atrofias e distúrbios de morfologia, perda neuronal e proliferação de células gliais em estruturas mesiais, particularmente no hipocampo. Tais anomalias são designadas ETM (Cendes e Andermann, 1996). A constatação da presença de alterações em RM compatíveis com ETM revolucionou a avaliação diagnóstica e pré-operatória desses pacientes (Cascino et al., 1991; Jack, 1995), uma vez que a ETM é o principal achado histopatológico em sujeitos com ELTM submetidos ao tratamento cirúrgico (Cendes e Andermann, 1996). A ELTM tem quadro clínico e história natural relativamente estereotipados (French et al., 1993; Williamson et al., 1993). As crises são caracterizadas por automatismos gestuais (movimentos simples, repetitivos, uni ou bilaterais, em geral rápidos, movendo os dedos como se fossem para pegar ou manipular objetos, ou para procurar e explorar o meio) e oroalimentares (movimentos mastigatórios, de morder ou estalar os lábios, de língua, 49 salivação ou deglutição), perda de consciência e responsividade, muitas vezes precedidas por auras (crises focais) de caráter psíquico (medo; alterações mnésticas, como déjà vu e jamais vu; depressão ou angústia) ou vegetativo (olfatória, gustativa, auditiva) (Taylor, 1987). É frequente a associação entre a ELTM e algum insulto precipitante inicial (IPI) ocorrido na primeira infância. O IPI pode, por exemplo, ser uma crise epiléptica prolongada, associada ou não à febre ou a outro insulto neurológico (como traumatismo crânio-encefálico ou meningite). Após certo período silente, comumente de anos, surgem crises epilépticas recorrentes, que em geral se manifestam na infância tardia ou início da adolescência (Mathern et al., 2002). Os pacientes podem adicionalmente apresentar déficit cognitivo, caracterizado por perdas mnésticas mediadas pelo lobo temporal ipsilateral (ou seja, o mesmo no qual há o foco epileptogênico) (Hermann et al., 1997), e em muitos casos há antecedente familiar de convulsão febril ou epilepsia. Embora haja alta taxa de associação entre ELTM e IPIs ocorridos na primeira infância, não se sabe precisamente por que apenas parte dos sujeitos que apresentam tais acometimentos desenvolve posteriormente a ELTM. Uma possível hipótese – porém ainda não investigada – seria uma vulnerabilidade, decorrente talvez de anormalidades de neurodesenvolvimento, como por exemplo persistência de CSP e ausência de AI. Existem igualmente hipóteses de que acometimentos durante a gestação (tais como má nutrição materna ou infecções pré-natais) estariam relacionados a altas taxas de prevalência de epilepsias de etiologia desconhecida (Procopio et al., 1997; 1998; 2006). Paralelamente, já foi postulado que aumentos na incidência de psicose em pacientes com epilepsia seriam devidos a falhas na neurocircuitaria septum pellucidum-fórnix-cíngulo-região hipocampal, provocadas pela dilatação cística do septum pellucidum (Bruyn, 1977). 1.4.3.1. Neuroimagem estrutural da epilepsia do lobo temporal Diversos achados neuropatológicos em pacientes com epilepsia, que remontam ao século XIX e mostram acentuadas degenerações hipocampais e em estruturas afins (Pedley, 1996), nortearam os primeiros estudos volumétricos por meio de RM em ELTM. Através da realização de pré-seleção da região de interesse (ROI), na qual estruturas a serem estudadas eram escolhidas a priori graças a embasamento hipotético, foram observadas alterações volumétricas de hipocampo (Cascino et al., 1991; Lencz et al., 1992); amígdala (Cendes et al., 1993a; 1993b); fórnix (Baldwin et al., 1994); córtex entorrinal (Bernasconi et al., 1999); entre outras. 50 Com a aplicação de técnicas automáticas de investigação volumétrica em neuroimagem, como a VBM, não se fez mais necessária a escolha de estruturas a priori, possibilitando a avaliação do cérebro como um todo. Em 2008, Keller e Roberts realizaram uma revisão sistemática da literatura sobre os achados em ELT utilizando VBM (Figura 7). De maneira interessante, os resultados encontrados evidenciam não apenas reduções volumétricas em estruturas mesiais, como amígdala e hipocampo, mas também alterações em regiões subcorticais (por exemplo, cerebelo e tálamo), bem como pertencentes ao neocórtex (lobos ocipital e parietal). Figura 7. Vinte regiões cerebrais nas quais foi encontrada redução de substância cinzenta em pacientes com epilepsia do lobo temporal, quando comparados a voluntários saudáveis. Os resultados são apresentados ipsilateral e contralateralmente ao foco epileptogênico. Adaptado de Keller e Roberts, 2008 A redução volumétrica do hipocampo (preferencialmente ipsilateral ao foco epileptogênico) parece ser o achado mais consistente em estudos com VBM em ELT. Embora não se saiba precisamente a correlação entre esses achados de VBM e os reais danos cerebrais acarretados, supõe-se que a diminuição de substância cinzenta possa ser atribuída à perda de neurônios ou conexões (Mechelli et al., 2005). Essa hipótese é consistente com a ideia de que as reduções de substância cinzenta verificadas reflitam atrofias hipocampais associadas ao 51 ELT, dado que esse é o correlato neuropatológico mais comum associado ao transtorno (Duncan et al., 1997). É interessante ressaltar que alguns autores acreditam que as atrofias observadas em ELT sejam intensas não somente no hipocampo, mas igualmente em estruturas anatômica e funcionalmente próximas a essa estrutura (Andermann, 2003; Bernasconi et al., 2003). Acredita-se que tais regiões possam da mesma forma ser o foco de origem das crises epilépticas, uma vez que a remoção de parte de áreas límbicas pertencentes ao lobo temporal mesial (i.e., hipocampo, amígdala, e córtex entorrinal) leva à boa taxa de controle das crises (Bertram, 2009). A causa das alterações encontradas em estruturas extratemporais em pacientes com ELT é desconhecida. No entanto, algumas hipóteses têm sido levantadas. Primeiramente, como a maioria dos estudos foi conduzida com pacientes crônicos, atrofias cerebrais podem ser consequência de crises recorrentes, uma vez que essas não ficam confinadas ao foco epileptogênico, mas sim se propagam para outras regiões cerebrais (Lieb et al., 1991; Adam et al., 1994; Kramer et al., 1998; Isnard et al., 1998). Além disso, essas anomalias podem ter sido ocasionadas por longa exposição ao tratamento medicamentoso antiepiléptico (Botez et al., 1988). No entanto, não se pode desconsiderar a possibilidade de que tais alterações já estejam presentes no início do distúrbio, graças a anormalidades do neurodesenvolvimento (Kasper et al., 2003), as quais não somente podem predispor à epilepsia, mas também resultar em alterações de conectividade (Chevassus-Au-Louis e Represa, 1999) e, portanto, em anomalias estruturais em distintas regiões cerebrais. Finalmente, é bem provável que não apenas um mecanismo seja responsável por essa redução de volume extratemporal, mas sim uma combinação de vários fatores (Mueller et al., 2006). É interessante observar que o tálamo foi a segunda região mais afetada tanto ipsilateral quanto contralateralmente em ELT (Figura 7). Esta estrutura é composta por diferentes núcleos (Figura 3), sendo os núcleos anteriores diretamente conectados ao hipocampo (Afif e Bergman, 1997). Como sugerido anteriormente, as áreas cerebrais diretamente relacionadas ao hipocampo parecem ser mais intensamente afetadas no transtorno (Bernasconi et al., 2003). Essa hipótese é consistente com a suposição de que tais regiões são parte de ampla rede neuronal envolvida na geração e manutenção de crises e, dessa forma, seriam mais susceptíveis aos efeitos neurotóxicos das descargas elétricas epilépticas (Spencer, 2002). De fato, devido à sua localização, o tálamo tem sido implicado na propagação da atividade epileptogênica, uma vez que está conectado tanto a estruturas límbicas como neo e subcorticais. Ele serviria, portanto, como ponte entre tais regiões cerebrais (Keller et al., 2002). Essas sugestões estão ainda de acordo com estudos animais. Em modelos 52 experimentais de ELT, o tálamo mostrou-se envolvido na manutenção de crises (Bertram et al., 2001), bem como parece ter papel crucial no desenvolvimento das mesmas (Cassidy e Gale, 1998). 1.4.4. Cavum septum pellucidum e epilepsia Acredita-se que a região septal desempenhe importante papel na modulação da excitabilidade do hipocampo, facilitando a plasticidade sináptica na circuitaria desta estrutura (Colom e Garrido-Sanabria, 2007). Dessa forma, o septum seria responsável por manter as redes hipocampais trabalhando dentro da normalidade, diminuindo assim os estados anormais de excitabilidade. Através deste mecanismo, ele auxiliaria no impedimento da ocorrência de descargas epilépticas no hipocampo; portanto, alterações septais poderiam levar à epilepsia (Colom e Garrido-Sanabria, 2007). O envolvimento de estruturas mediais, incluindo corpo caloso, septum pellucidum e fórnix, na gênese de transtornos epilépticos foi previamente sugerido (Griffiths et al., 2009a). Em 1998, Guru Raj e colegas identificaram, por meio de tomografia computadorizada de crânio, 54 pessoas que possuíam CSP, a partir de amostra de 1281 pacientes. Os autores verificaram que nesses 54 indivíduos, o sintoma mais comumente apresentado foi de convulsões recorrentes (27,8%). Adicionalmente, o quadro diagnóstico mais prevalente foi o de epilepsia (27,8%). Os autores não descreveram, no entanto, quais foram os subtipos identificados desse distúrbio. Posteriormente, foram antecipadamente selecionados e analisados por RM estrutural 35 pacientes (cujos diagnósticos não são previamente especificados no artigo) com CSP, os quais foram comparados a pacientes com epilepsia e sem CSP (N=21), e a controles sadios (N=40) (Varsik et al., 2005). Foi verificado que 70% dos indivíduos com CSP apresentavam displasias crânio-cerebrais (heterotopia, displasia cortical, anormalidade do sistema ventricular – assimetria ou hidrocefalia), porcentagem esta significativamente superior tanto em relação aos epilépticos sem CSP quanto aos controles. Dentre os sujeitos com CSP, 20 (57,1%) apresentavam epilepsia (sendo 12 do tipo focal e oito do tipo generalizada), e 24 desses demonstravam adicionalmente alterações de traço em eletroencefalograma (EEG). Devido à alta taxa de coincidência entre incidência de CSP e alterações cerebrais em pacientes, muitos dos quais epilépticos, os autores sugerem que o CSP tem possivelmente relação com outras anomalias cerebrais (hidroencefalia, assimetria ventricular, etc.). Em adição, a cavidade deve estar relacionada à manifestação de distúrbios neurológicos. 53 Mais recentemente, cinco crianças com epilepsia, presença de CSP e separação na altura do corpo do fórnix (Iannetti et al., 2011) foram submetidas à RM estrutural e DTI para investigação das substâncias cinzenta e branca. Todas apresentavam alterações epileptiformes focais, localizadas na região temporal e secundariamente generalizadas, e nenhum outro tipo de anormalidade cerebral visualmente detectável. Apesar de não terem sido constatadas anormalidades no trato córtico-ponto-espinhal, nas fibras ântero-posteriormente orientadas, bem como em fibras de comissuras (corpo caloso e comissura anterior), os autores acreditam que a epilepsia desses pacientes esteja mais atribuída às alterações apresentadas pelo fórnix do que ao CSP, devido às densas ligações que aquele mantém com o sistema límbico (Griffiths et al., 2009a). Uma única pesquisa em RM estrutural investigou a prevalência de CSPs de qualquer tamanho em grande amostra de pacientes epilépticos (N=377), sendo que 102 desses eram pós-cirúrgicos e possuíam diagnóstico de ELT (Choi et al., 2004). Os sujeitos foram comparados a 252 voluntários saudáveis, os quais não demonstravam alterações visíveis em RM e tinham como única queixa cefaleia. Nesse estudo, os autores classificaram o CSP em “totais” (o que seria equivalente a CSPs alargados; no entanto, a cavidade era determinada apenas qualitativamente pelo eixo axial, bem como sem critérios de comprimento-limite estabelecidos, tal como um valor em milímetros, por exemplo); e em CSPs “parciais”. Foi constatada maior incidência de CSPs “totais” em pacientes do que em controles, sendo que houve tendência para que pacientes operados apresentassem mais CSP “totais” do que aqueles não operados. Os autores acreditam que este último achado se deva a alguma relação entre a presença de CSP e a refratariedade do quadro. No entanto, enquanto que para pacientes póscirúrgicos, foi comparada prevalência de CSP em relação aos diferentes subgrupos diagnósticos (ELT, epilepsia exterior ao lobo temporal, ou epilepsia com ou sem transtorno de migração neuronal), sendo verificado que pacientes com ELT possuíam menores prevalências de CSP, essa análise não foi conduzida em indivíduos não submetidos à cirurgia. 1.4.5. Não-adesão intertalâmica e epilepsia Estudos animais têm demonstrado evidências de que a AI participa em ambos os padrões de transmissão ictal inter-hemisférica e contralateral positiva no sistema límbico animal (Ehara e Wada, 1988). Lesões localizadas na AI, realizadas anteriormente à estimulação da amígdala, claramente modificam o padrão de transmissão ictal em gatos (Hiyoshi e Wada, 1988). Além disso, a manifestação clínica da estimulação da AI em ratos foi 54 semelhante à da estimulação límbica, associada à transferência de sinal para a amígdala (Mori e Wada, 1992). O papel dos aminoácidos excitatórios na iniciação e generalização da crise epiléptica tem sido demonstrado em modelos experimentais. Particularmente, injeções intra-AI do aminoácido N-Metil-D-aspartato (NMDA, 250 nmol/1 µL) em gatos produziram alterações do traço de EEG restritas ao hipocampo, e associadas à imobilidade em todos os animais (Ehara e Wada, 1989). Em ratos, repetidas injeções intra-AI de NMDA (25 nmol/1 µL) levaram a crises tônicas generalizadas, também com descargas contínuas no sinal do EEG em ambos hipocampo e amígdala (Hirayasu e Wada, 1992a). Adicionalmente, quando os animais foram submetidos a subsequentes estimulações no hipocampo ou na amígdala, o grupo experimental (isto é, com prévias injeções de NMDA na AI) mostrou significativa facilitação na precipitação de crises (Hirayasu e Wada, 1992b). Esses achados sugerem a existência de receptores NMDA na AI, os quais provavelmente modulam a excitabilidade límbica temporal e o desenvolvimento de crises (Hirayasu e Wada, 1992a). Em humanos, por sua vez, apenas um estudo investigou a AI em epilepsia (Bolayir et al., 2004). Foram avaliados 37 pacientes com epilepsia de diferentes subtipos (ELT, mioclônica juvenil, do lobo frontal, do lobo ocipital, de ausência, entre outros) e 21 voluntários saudáveis. A prevalência de não-AI em pacientes foi de 21,6% e 23,8% em controles, evidenciando resultados não diferentes estatisticamente. Entretanto, não existem trabalhos que quantificaram o comprimento da estrutura em epilepsia, que realizaram possíveis associações entre sua ocorrência e alterações no volume de substância cinzenta, bem como não há pesquisas sobre a relação de medidas de AI com variáveis clínicas e neuropsicológicas. 55 2. OBJETIVOS ___________________________________________________________________________ 56 Os objetivos do presente projeto foram: ESTUDO 1: avaliar, por meio de RM estrutural, o CSP e a não-AI em esquizofrenia e outras psicoses, realizando o primeiro estudo de base populacional e longitudinal com intuito de examinar essas alterações. A amostra foi composta por indivíduos em primeiro surto psicótico e controles saudáveis, os quais eram vizinhos dos pacientes. Grande parte desses voluntários foi reavaliada longitudinalmente (isto é, aproximadamente 13 meses após o primeiro surto); ESTUDO 2: investigar o CSP e a não-AI em ELTM, realizando a primeira pesquisa que estudou semiquantitativamente essas anomalias na epilepsia. Para tanto, foram selecionados 181 pacientes com ELTM, refratários ao tratamento farmacológico e candidatos à neurocirurgia, e 156 respectivos controles. Em ambos os estudos, foram avaliadas prevalência e comprimento do CSP, bem como o volume da cavidade. Com referência à AI, foram analisadas sua prevalência e comprimento. Adicionalmente, quantificou-se o volume de substância cinzenta (do inglês, grey matter volume (GMV)) cerebral, por meio de VBM, a fim de verificar se sujeitos com ou sem CSP alargado/AI apresentavam diferenças de volume em regiões cerebrais específicas. Por fim, as medidas de CSP e AI foram correlacionadas a variáveis clínicas, neuropsicológicas e demográficas. 57 3. METODOLOGIA ___________________________________________________________________________ 58 3.1. ESTUDO I – ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES A presente pesquisa, resultado da parceira entre Universidade de São Paulo (campi capital e Ribeirão Preto) e Instituto de Psiquiatria de Londres (IoP, King’s College London, Reino Unido), é parte de extensa investigação que avaliou a incidência de transtornos psicóticos no município de São Paulo entre os anos de 2002 e 2005 (Menezes et al., 2007). Para permitir a realização de nosso projeto, foi firmada colaboração com os professores doutores Geraldo Busatto Filho, Paulo Rossi Menezes e Márcia Scazufca (Departamentos de Psiquiatria e de Medicina Preventiva da FMUSP – campus São Paulo). Esses pesquisadores conduziram estudo epidemiológico e de neuroimagem no qual foram adquiridas imagens seriadas de RM do crânio em pacientes portadores de psicoses funcionais e em controles da vizinhança (FAPESP 2003/13627-0; Wellcome Trust). Diversos trabalhos baseados nesta amostra já foram publicados (Ayres et al., 2007; Menezes et al., 2007; Schaufelberger et al., 2007; Zanetti et al., 2008; Minatogawa-Chang et al., 2009; Chaim et al., 2010; de Mello Ayres et al., 2010; Oliveira et al., 2010; Rosa et al., 2010; de Azevedo-Marques Périco et al., 2011; Schaufelberger et al., 2011). 3.1.1. Amostra 3.1.1.1. Amostra do estudo transversal Os pacientes portadores de transtornos psicóticos foram selecionados a partir de uma amostra de 200 pacientes em primeiro surto psicótico, identificados por estudo epidemiológico sobre incidência de transtornos psicóticos no município de São Paulo (Menezes et al., 2007). Os indivíduos recrutados residiam na área geográfica circunscrita de São Paulo (o que totaliza aproximadamente 900.000 habitantes) por, no mínimo, um período de seis meses anteriores ao exame de RM. Os participantes foram igualmente escolhidos dentre todas as pessoas que estabeleceram primeiro contato com serviços de saúde mental daquela região entre os anos de 2002 e 2005, devido a queixas por sintomas psicóticos, sendo este o critério adotado para que fossem classificados como “primeiro surto psicótico”. Como critérios de inclusão, foram consideradas: (a) idade entre 18 e 50 anos no período da primeira RM; (b) diagnóstico de psicose funcional, de acordo com os códigos para psicose 295-298 do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders-IV (DSM-IV; APA, 1994)) acessados por meio da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (The Structured Clinical Interview for DSM-IV, SCID-IV; First et al., 1997). Indivíduos com transtornos psicóticos devidos a 59 condições médicas gerais ou psicose induzida por substâncias foram excluídos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, montou-se a amostra final de pacientes, constituída por 62 sujeitos portadores de esquizofrenia ou transtorno esquizofreniforme; 46 com transtornos de humor; e 14 com outras psicoses (transtorno esquizoafetivo, psicótico breve, psicótico sem outra especificação). Dessa forma, totalizou-se 122 pacientes com primeiro surto psicótico. Com intuito de obter amostra controle de base populacional, os vizinhos próximos de cada paciente foram contatados e analisados para exclusão de sintomas psicóticos através do questionário de Rastreamento de Psicose (Psychosis Screening; Bebbington e Nayani, 1995). A amostra final de controles possuía 94 sujeitos. Critérios adicionais de exclusão para ambos os grupos foram: (a) quaisquer contraindicações para o exame de RM (gestação, presença de marcapasso, clipes de aneurisma cerebral, implantes cocleares, fragmentos de metal oculares, próteses ou implantes de metal recentes); (b) incapacidade de tolerar o exame (histórico de claustrofobia); (c) doença neurológica ou condição médica geral que pudesse afetar o sistema nervoso central; e (d) história de traumatismo crânio-encefálico grave (com perda de consciência ou sequelas cognitivas). Critérios de exclusão específicos para o grupo controle foram histórias de episódios psicóticos e/ou outros transtornos do eixo I (DSM-IV), exceto abuso e dependência de substâncias ilícitas ou transtornos de ansiedade moderados. Optou-se pela inserção de controles que possuíssem tais comorbidades a fim de evitar que dispuséssemos de grupo controle “extremamente normal”, dada a alta prevalência desses diagnósticos na população geral (Tominaga et al. 2009; McEvoy et al. 2011). Esses critérios possivelmente aumentariam a probabilidade de que a única diferença entre os grupos fosse a presença de psicose. Adicionalmente, só foram aceitos os participantes que devidamente leram e assinaram o termo de consentimento livro e esclarecido (TCLE). 3.1.1.2. Amostra do estudo longitudinal Foram convidados a participar de segunda avaliação todos os sujeitos submetidos ao exame de RM inicial, e que foram posteriormente localizados. Os mesmos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos no estudo transversal foram adotados, de forma que os indivíduos que apresentassem neste segundo momento contraindicações para RM não seriam submetidos à nova análise. Quanto à primeira amostra de pacientes (N=122), 21 (17,2%) não aceitaram participar neste segundo momento, 14 (11,5%) não foram encontrados, um (0,8%) cometeu suicídio, dois (1,6%) apresentaram contraindicações a análises por meio de RM, e quatro (3,3%) tiveram seus exames afetados por artefato. Assim, foram reavaliados 80 60 pacientes, sendo 39 portadores de esquizofrenia ou transtorno esquizofreniforme; 31 com transtornos do humor, e 10 com outras psicoses (transtorno esquizoafetivo, psicose breve, psicose não especificada). O intervalo entre o estudo transversal e de seguimento teve mediana de 13,4 meses (IQR=3,6; variação 8-39). Da mesma forma, foram convocados os sujeitos controle do estudo transversal, a fim de verificar possíveis mudanças patológicas da estrutura cerebral e alterações longitudinais fisiológicas, compatíveis com o processo natural de maturação. Em relação ao grupo inicial (N=94), 24 (25,5%) recusaram-se a realizar novo exame, nove (9,5%) não foram localizados e seis (6,4%) apresentaram contraindicação, totalizando amostra de seguimento final de 52 voluntários controle. Na amostra final do estudo longitudinal, não houve diferenças entre pacientes e controles quanto à mediana do intervalo entre as aquisições de imagens [subgrupo esquizofrenia: mediana 13,7 (IQR=2,3) meses; subgrupo humor: mediana 13,9 (IQR=0,7) meses; outras psicoses: mediana 13,1 (IQR=3,4) meses; controles: mediana 13,7 (IQR=5,8) meses (teste Kruskal Wallis, p=0.79)]. 3.1.2. Medidas Clínicas A gravidade dos sintomas atuais do grupo de pacientes psicóticos foi acessada por meio da Escala para as Síndromes Positiva e Negativa para Esquizofrenia (Structured Clinical Interview for Positive and Negative Syndrome Scale for Schizophrenia; PANSS, Kay et al., 1987). Informações sobre tratamento com drogas antipsicóticas foram obtidas através de anotações de caso e entrevistas com participantes ou familiares. Todos os participantes foram investigados para uso de substâncias por meio do teste Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT; Saunders et al., 1993) e do questionário South Westminster (Menezes et al., 1996). Da mesma forma, todos os sujeitos foram submetidos à SCID (First et al., 1997). No caso dos pacientes, este instrumento foi utilizado para confirmar o diagnóstico funcional de acordo com os critérios do DSM-IV (APA, 1994) e para excluir a presença de quadros psicóticos secundários ao uso de substâncias ou condições médicas gerais. Para os controles, foi empregado para avaliar a presença de outros diagnósticos psiquiátricos, uma vez que apenas a presença de psicose era considerada critério de exclusão inicial, avaliado pelo Questionário de Rastreamento de Psicose (Bebbington e Nayani, 1995). O diagnóstico para abuso ou dependência de substâncias foi realizado por meio da SCID (First et al., 1997), e a dominância manual foi verificada através do questionário Annett’s Hand Preferences (Annett, 1970). 61 Todos os sujeitos que foram reavaliados longitudinalmente foram igualmente submetidos aos mesmos instrumentos pelos quais haviam sido investigados para aquisição das imagens da amostra transversal, com intuito de obter dados sócio-demográficos e clínicos no momento do segundo exame de RM. A entrevista clínica estruturada (SCID; First et al., 1997) foi reaplicada com finalidade de confirmação diagnóstica do tipo de transtorno psicótico nos pacientes e averiguação de possível abuso e dependência de substância psicoativas no período de intervalo entre os exames para ambos os grupos. 3.1.3. Aquisição das imagens A aquisição das imagens foi realizada em dois aparelhos distintos, pertencentes ao Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (campus capital), sendo conduzida por técnico experiente, “cego” quanto ao diagnóstico dos sujeitos. Os exames foram adquiridos em unidades General Electric (Milwaukee, Wisconsin, EUA), modelo GE Signa com magneto supercondutor de 1,5 T (alto campo), com bobinas de gradiente de 25 mT e bobinas emissoras/receptoras de polarização circular, disponíveis comercialmente. Os aplicativos utilizados na aquisição foram fornecidos pelo fabricante com o equipamento. Foi utilizado protocolo semelhante em ambos os scanners (sequência T1-SPGR com 124 cortes contínuos, tamanho do voxel de 0,86x0,86x1,5 mm, TR=21,7 ms; TE=5,2 ms; ângulo de inclinação (flip angle)=20o; campo de visão (field of view; FOV)=220 mm; tamanho da matriz: 256x192). Com o intuito de testar a confiabilidade das imagens adquiridas nos diferentes aparelhos, realizou-se análise dos volumes cerebrais regionais de seis voluntários sadios, submetidos a exame de RM nos dois scanners no mesmo dia. Essas 12 imagens foram normalizadas espacialmente e segmentadas usando o mesmo protocolo de VBM, e os segmentos de substância cinzenta dos dois grupos (i.e., aparelho 1 versus aparelho 2) foram comparados entre si. Os coeficientes de correlação intra-classe (interclass correlation coefficients; ICCs) foram então calculados. Esta análise foi baseada nas medidas de concentração de substância cinzenta da região de cada indivíduo para: lobos occipital, frontal e temporal; estruturas temporais mesiais (hipocampo, amígdala e giro parahipocampal); e núcleos subcorticais (caudado, putâmen e tálamo). Como resultado, foram obtidos ICCs maiores que 0,90 para todo o neocórtex e regiões temporais mesiais. Para os núcleos subcorticais, os valores nos hemisférios esquerdo e direito foram, respectivamente, 0,79 e 0,83 para o tálamo; 0,65 e 0,78 para o núcleo caudado; e 0,23 e 0,35 para putâmen. Dessa forma, verificou-se que a investigação em equipamentos distintos demonstrou alto índice de 62 confiabilidade para as áreas de interesse do presente estudo. Finalmente na Tabela 6, verificase que não houve diferença significativa em relação ao número de participantes examinados em cada aparelho e seus respectivos diagnósticos tanto em relação ao estudo transversal como quanto no longitudinal. Tabela 6 . Distribuição entre os dois scanners de acordo com o diagnóstico dos sujeitos a Amostra Transversal Subgrupo esquizofrenia (N=62) 1 Subgrupo humor (N=46) Outras psicoses (N=14) Controles (N=94) Scanner 1, N (%) 41 (66,1) 25 (54,3) 6 (42,9) 54 (57,4) Scanner 2, N (%) 21 (33,9) 21 (45,7) 8 (57,1) 40 (42,6) Subgrupo Subgrupo humor (N=31) p 0,35 Amostra Longitudinal esquizofrenia (N=39) 1 Outras psicoses (N=10) Controles (n =52) Scanner 1 para estudo transversal e seguimento, N (%) 7 (17,9) 5 (16,1) 3 (30,0) 15 (28,8) Scanner 1 para estudo transversal e 2 para seguimento, N (%) 19 (48,7) 13 (41,9) 3 (30,0) 14 (26,9) Scanner 2 para estudo transversal e seguimento, N (%) 13 (33,3) 13 (41,9) 4 (40,0) 23 (44,2) 1 subgrupo de participantes com diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno esquizofreniforme a A análise de variáveis categóricas foi realizada com teste χ p 0,41 2 3.1.4. Análise das imagens 3.1.4.1. Cavum septum pellucidum Prevalência e comprimento do cavum septum pellucidum Para todo o protocolo, foi utilizada a mesma metodologia descrita por de Souza Crippa et al. (2006). Os exames de pacientes e controles foram identificados por números, combinados em ordem randômica, e posteriormente analisados independentemente por avaliadora treinada em neuroanatomia (CMFT). As imagens foram realinhadas no eixo ACPC, e cortes contínuos com 1,5 mm de espessura foram avaliados por toda extensão do septum pellucidum. O CSP foi classificado de acordo com o número de cortes coronais de 1,5 mm em que a cavidade era claramente vista, e categorizado a partir da seguinte escala: 0 para CSP ausente; 1 para um corte; 2 para dois cortes; e assim sucessivamente. Uma vez que as imagens possuíam 1,5 mm de espessura sem intervalos, o escore obtido deveria ser multiplicado por 1,5 a fim de se obter o comprimento aproximado anteroposterior do CSP. Cavidades visíveis em pelo menos um corte foram consideradas como CSP presente. CSPs cuja extensão fossem de 4 ou mais cortes (> 6 mm) foram definidos como alargados (Nopoulos et al., 1997). Sujeitos que possuíssem cavum vergae ou não possuíssem CSP (i.e., CSP=0) foram excluídos do cálculo do comprimento. 63 Volumetria do cavum septum pellucidum Os volumes do CSP foram quantificados através do software Display® (David McDonald, www.bic.mni.mcgill.ca/software), Montreal Neurological Institute. Em todos os cortes coronais nos quais o CSP foi identificado durante a determinação de seu comprimento, foi realizada delimitação do perímetro da cavidade. Posteriormente, as áreas delimitadas foram automaticamente multiplicadas pelo comprimento do CSP através de ferramenta do software, disponibilizando o volume da cavidade em mm3. Os sujeitos em que não foi observado CSP foram considerados como possuindo volume igual a zero. Eventuais pacientes que apresentassem cavum vergae foram incluídos na prevalência como possuindo CSP alargado, mas excluídos das análises de volumetria. 3.1.4.2. Adesão intertalâmica Prevalência e comprimento da adesão intertalâmica Para a determinação do comprimento da AI, o número de fatias nas quais a AI era claramente visível foram contadas em cortes coronais contínuos de 1,5 mm de espessura. A prevalência da AI foi classificada a partir da verificação da presença da junção em ambos os planos coronal e axial; a AI foi considerada presente quando nitidamente identificada em duas ou mais fatias coronais contínuas de 1,5 mm (ou seja, > 3 mm), assim como em três fatias contínuas axiais de 0,86 (aproximadamente 3 mm; Takahashi et al., 2008b, 2008c). Os indivíduos em quem a AI estava ausente foram excluídos do cálculo da média geral do comprimento da AI. A confiabilidade das avaliações de todas as medidas do Estudo I (para CSP e AI) foi estabelecida por meio do coeficiente de correlação interclasse, através de análise realizada pela avaliadora e outro pesquisador experiente em neuroanatomia (JASC) de 30 imagens escolhidas aleatoriamente. Para todas as análises, obteve-se coeficiente maior ou igual a 0,91 (CMFT e JASC). 3.1.4.3. Morfometria baseada no voxel Foi utilizado protocolo semelhante ao descrito em Benetti et al. (2010), sendo as análises integralmente realizadas no software SPM8 (Friston, 2003) através da plataforma MATLAB. Em resumo, as imagens foram manualmente realinhadas no eixo AC-PC a fim de posicioná-las na origem da comissura anterior do sistema tridimensional de coordenadas do Montreal Neurological Institute (MNI). Em seguida, as mesmas foram segmentadas em porções de substâncias cinzenta e branca, utilizando-se o procedimento de segmentação unificada, descrito por Ashburner e Friston (2005). O algoritmo nomeado DARTEL 64 (Diffeomorphic Anatomical Registration Through Exponential Lie Algebra, cuja tradução aproximada é Registro Anatômico Difeomórfico por meio de Álgebra de Erro Exponencial; Ashburner, 2007) foi então utilizado para normalizar espacialmente as imagens segmentadas. Este procedimento aumenta a sensibilidade e a precisão da localização neuroanatômica, uma vez que é realizado registro individual das imagens estruturais em uma template (termo utilizado com sentido de forma ou molde) personalizada e ponderada em T1, derivada das imagens estruturais dos participantes do presente estudo ao invés de uma template padrão, que seria baseada em uma amostra diferente (Ashburner, 2007). Uma etapa adicional de "modulação", que consistiu na multiplicação de cada imagem de substância cinzenta espacialmente normalizada por seu volume relativo, foi aplicada antes e após a normalização; isso garantiu que a quantidade total de substância cinzenta em cada voxel fosse preservada. Finalmente, as imagens resultantes de substância cinzenta foram suavizadas utilizando-se filtro isotrópico gaussiano de 12 mm (FWHM), a fim de garantir a distribuição normal dos dados, conforme necessário para subsequentes testes estatísticos paramétricos. 3.1.5. Análise estatística As possíveis diferenças clínicas e demográficas entre os grupos foram examinadas com teste qui-quadrado (χ2) ou exato de Fisher para variáveis categóricas, ou testes t-student e análise de variância de uma via (ANOVA) para variáveis contínuas. Foram realizados dois tipos de comparação para as avaliações sobre CSP/AI: (a) comparação caso: todos os pacientes com psicose (N=122) versus controles (N=94); (b) comparação diagnóstico: subgrupo esquizofrenia+esquizofreniforme (N=62) versus subgrupo humor (transtorno depressivo maior+bipolar; N=46) versus controles (N=94). Análises complementares foram realizadas por meio do teste de Tukey para avaliar efeitos significativos principais detectados através das ANOVAs. A frequência do CSP, do CSP alargado, e da AI foram estatisticamente verificadas por razões de prevalência (RP). Os comprimentos de CSP/AI, bem como o volume do CSP foram transformados em logaritmo neperiano [ln(Xi+1)] devido à distribuição assimétrica que apresentavam. Correlações significativas entre variáveis foram testadas por meio dos testes de Spearman ou Pearson. Diferenças ao longo do tempo relacionadas a medidas contínuas de ambos os CSP e AI foram avaliadas pelo modelo linear de efeitos mistos (McLean et al., 1991), considerando tempo, diagnóstico e gênero como variáveis independentes, e idade e volume intracraniano como covariáveis de não interesse. Optou-se por considerar gênero como variável independente dado que CSP/AI tendem a apresentar dimorfismo sexual. Possíveis interações entre essas variáveis foram igualmente investigadas. 65 Os pressupostos associados com a normalidade do resíduo, obtido a partir da diferença entre os valores previstos por este resíduo e a distribuição normal observada com média igual a zero e variância constante foram testados, evidenciando que o modelo era aplicável. O ajuste do modelo foi feito utilizando-se o software SAS. Análises post-hoc foram realizadas com comparações múltiplas através dos contrastes ortogonais em casos em que diferenças entre as médias foram encontradas. O nível de significância estatística foi definido como p<0,05 (bicaudal). Na análise de VBM, as diferenças regionais de GMV entre pacientes e controles foram investigadas voxel-a-voxel, utilizando-se o modelo linear generalizado. Foram realizados dois tipos de análise: uma possível relação entre (a) a presença do CSP alargado e medidas de GMV; e (b) a ausência de AI e medidas de GMV. Tais análises foram então compostas por quatro grupos: (1) controles sem a alteração (i.e., sem CSP alargado ou com AI); (2) controles com a alteração (com CSP alargado ou sem AI); (3) pacientes com psicose sem a alteração; (4) pacientes com psicose com a alteração. Uma análise múltipla de regressão foi realizada para examinar em que extensão possíveis diferenças no GMV estavam associadas a (i) diagnóstico das amostras (i.e., pacientes com psicose versus controles); (ii) presença de CSP alargado ou AI; (iii) interação entre diagnóstico e presença de CSP alargado ou AI. Idade, gênero e volume intracraniano foram modelados como covariáveis de não-interesse. Inferências foram feitas com p<0,05 após correção para comparações múltiplas por todo o cérebro (family-wise error estimate correction, FWE<0,05). Quando não foram detectados efeitos significativos, as tendências mais significativas foram relatadas a p<0,001 (sem correção), apenas para complementar os resultados. 66 3.2. ESTUDO II – EPILEPSIA 3.2.1. Amostra Foram utilizadas imagens de RM adquiridas entre 1999 e 2009 de 181 pacientes, as quais se encontram disponibilizadas no acervo do Centro de Cirurgia de Epilepsia (CIREP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Todos os indivíduos possuíam diagnóstico clínico e neurofisiológico de ELTM, eram refratários ao tratamento farmacológico e candidatos à neurocirurgia. Dentre esses, em 90 pacientes o foco da epilepsia estava localizado à esquerda; 76 apresentavam foco à direita; 13 apresentavam bilateralmente e, em três sujeitos, não foi possível determinar essa informação. Ainda, 161 pacientes (88,46% da amostra total) apresentavam ETM. Os pacientes foram avaliados conforme o protocolo pré-cirúrgico padrão da instituição, no qual são realizados exames clínicos, neuropsicológicos e de imagem. Como critérios de inclusão, foram consideradas: (a) idade entre 18 e 60 anos; e (b) sujeitos que apresentassem disponibilidade dos dados necessários para realização deste estudo. Como a amostra tem origem clínica, os pacientes não foram informados de que seus dados seriam utilizados em pesquisa nem assinaram termo de consentimento. Dessa forma, com intuito de preservar a identidade dos sujeitos, todos tiveram seus nomes trocados por números. Este trabalho foi submetido ao comitê de ética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Perto e aprovado (ofício no 4462/2008). As imagens do grupo de controles saudáveis (N=156) são igualmente parte do acervo disponível do CIREP, e foram coletadas no mesmo período das dos pacientes. Os indivíduoscontrole foram submetidos à SCID-NP para excluir diagnósticos psiquiátricos e, assim como pacientes, deveriam ter entre 18 e 60 anos. Como critérios de exclusão para ambos os grupos, foram consideradas histórias significativas de qualquer condição médica geral, tratamento com esteroides exógenos, déficits nutricionais, história de intoxicação por produtos industriais ou de uso agrícola ou substâncias que possam causar dano cerebral, uso de marca-passo, pacientes com clipe em aneurisma, corpo estranho ferromagnético, e gravidez. 3.2.2. Variáveis clínicas e neuropsicológicas As variáveis clínicas foram coletadas posteriormente junto ao serviço de arquivo médico (SAME) do HC-FMRP-USP, com base nos prontuários dos pacientes, e encontram-se listadas a seguir: a) Idade de início da ELTM: foi considerada a idade da primeira crise de caráter recorrente; 67 b) Duração da epilepsia: refere-se à duração da epilepsia em anos, contada a partir da primeira crise recorrente até a data de realização do exame de RM; c) Duração do tratamento medicamentoso: refere-se à duração do tratamento específico para epilepsia em anos, contada a partir da primeira administração de drogas antiepilépticas até a data da realização do exame de RM; d) Frequência de crises: foram contabilizadas as crises focais típicas que o paciente apresentava no período referente à realização do exame de RM. Crises focais sem perda de consciência ou sem morbidade não foram consideradas para este cálculo; e) Antecedentes familiares: considerou-se história positiva a presença de parentes em até segundo grau (ou seja, pais, avós, tios e primos em primeiro grau) com crises recorrentes e diagnóstico clínico de epilepsia (não necessariamente ELTM). A categorização foi dicotômica, entre positivo ou negativo; f) Antecedentes gestacionais e de nascimento: considerou-se histórico de: a) intercorrências gestacionais (hemorragia, trauma abdominal, etc.); b) complicações do parto / sofrimento fetal (cianose, hipóxia, etc.); c) nascimento pré- ou pós-termo. A categorização foi dicotômica, entre positivo ou negativo; g) Insulto precipitante inicial: o IPI foi considerado como positivo para casos de: a) crise febril; b) crise afebril; c) traumatismo cranioencefálico ou infecção do sistema nervoso central. A categorização foi dicotômica, entre positivo ou negativo; h) Idade da primeira crise / insulto: refere-se à idade da primeira crise ou do IPI, mas não necessariamente relacionada à recorrência das crises; i) Período latente: compreende o período entre a idade da primeira crise / insulto (item h) e a idade de início da ELTM (item a; French et al., 1993); j) Semiologia ictal: essa variável foi categorizada em: a) crises focais sem comprometimento da consciência no início, mas evoluindo para este comprometimento (correspondente ao conceito de crises parciais simples evoluindo para complexas – com auras); b) crises focais com comprometimento da consciência desde o início (correspondente ao conceito de crises parciais complexas). A generalização secundária não foi utilizada como variável semiológica na análise. De acordo com o protocolo padrão pré-cirúrgico do CIREP instituído em 1995, são aplicados por profissional experiente (ERC ou ACG) os seguintes testes neuropsicológicos, com intuito de avaliar: 68 a) Atenção: Stroop (Stroop, 1995), Teste de Trilhas A e B (Trail Making Test; Reitan, 1971), dígitos diretos e dígitos inversos da Wechsler de Memória – Revisada (WMS-R; Wechsler, 1987; Camargo et al., 1994); b) Memória: memória lógica (1 e 2) e reprodução visual (1 e 2) da WMS-R (Wechsler, 1987; Camargo et al., 1994); Lista de Aprendizagem de Palavras do Teste de Aprendizado Auditivo Verbal de Rey (Rey Auditory Verbal Learning Test – RAVLT; Spreen e Strauss, 1998); de Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey (Rey Visual Design Learning Test - RVDLT; Spreen e Strauss, 1998); e solicita-se reprodução da Figura complexa de Rey após trinta minutos; c) Organização vísuo-espacial: cópia da Figura de Rey; Desenho simples (relógio) e cópia de Figura tridimensional; Montagem com Cubos da Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS-R; Brandão, 1987); d) Linguagem: fluência verbal nominal e semântica (The Controlled Oral Word Association COWA); Nomeação de Boston (Boston Naming Test - BNT); leitura, escrita e cálculo; e) Inteligência (QI): WAIS-R (Spreen e Strauss, 1998). 3.2.3. Aquisição das imagens A aquisição das imagens foi realizada no Centro de Ciências da Imagem e Física Médica do HC-FMRP-USP, sendo conduzida por técnico experiente. Os exames foram adquiridos em unidade Siemens (Erhlängen, Alemanha), modelo Magneton Vision com magneto supercondutor de 1,5 T (alto campo), com bobinas de gradiente de 25 mT e bobinas emissoras/receptoras de polarização circular, disponíveis comercialmente. Os aplicativos utilizados na aquisição foram fornecidos pelo fabricante com o equipamento. Foi utilizada sequência padrão gradiente echo 3D (GE3D), ponderada em T1 no plano sagital, com 160 repartições e espessura efetiva de cortes de aproximadamente 1,0 mm (TR=9,7 ms; TE=4,0 ms; flip angle=12o; número de excitações=1; FOV=256 mm; matriz:256x256). Esses parâmetros proporcionaram imagens com matriz quadrada e voxels isotrópicos. 3.2.4. Análise das imagens 3.2.4.1. Cavum septum pellucidum Prevalência e comprimento do cavum septum pellucidum Foi realizado protocolo de análise e mensuração do CSP idêntico ao descrito no Estudo I (ver acima), à exceção de que a espessura dos cortes para o Estudo II foi de 1,0 mm para os três planos. Dessa forma, o comprimento do CSP foi classificado de acordo com o 69 número de cortes coronais de 1,0 mm em que a cavidade era claramente visível. O escore (i.e., número de cortes) obtido foi então multiplicado por 1,0 a fim de se obter o comprimento aproximado anteroposterior do CSP. Cavidades identificadas em pelo menos um corte foram consideradas como CSP presente. CSPs cuja extensão fosse de 6 ou mais cortes (> 6 mm) foram definidos como alargados (Nopoulos et al., 1997). Volumetria do cavum septum pellucidum Foi empregado protocolo semelhante ao descrito no Estudo I (ver acima). 3.2.4.2. Adesão intertalâmica Prevalência e comprimento da adesão intertalâmica Foi realizado protocolo de análise e mensuração do CSP idêntico ao descrito no Estudo I (ver acima), à exceção de que a espessura dos cortes para o Estudo II foi de 1,0 mm para os três planos. Para determinação do comprimento da AI, o número de fatias nas quais a AI era claramente visível foi contado em cortes coronais contínuos de 1,0 mm de espessura. A presença ou ausência da AI foi classificada a partir da verificação de ambos os planos coronal e axial; a AI foi considerada presente quando nitidamente identificada em três ou mais fatias (ou seja, > 3 mm) contínuas nesses dois planos (Takahashi et al., 2008b; 2008c). As confiabilidades das avaliações de todas as medidas do Estudo II (para CSP e AI) foram estabelecidas por meio do coeficiente de correlação interclasse através da análise de 30 imagens escolhidas aleatoriamente e analisadas por dois avaliadores, sendo todas maiores ou iguais a 0,90 (CMFT e JASC). 3.2.4.3. Morfometria baseada no voxel Foi empregado protocolo semelhante ao descrito no Estudo I (ver acima). 3.2.5. Análise estatística As possíveis diferenças clínicas e demográficas entre os grupos foram examinadas com teste qui-quadrado (χ2) ou exato de Fisher para variáveis categóricas, ou testes t-student e análise de variância (ANOVA) para variáveis contínuas. Para as medidas contínuas de CSP/AI, foi realizada análise de covariância (ANCOVA), sendo a idade e o volume intracraniano empregados como covariáveis de não interesse, e grupo (pacientes com ELTM e controles) e gênero como fatores fixos principais. Foram igualmente realizadas subanálises entre os pacientes com ELTM, subdivididos em relação à localização do foco epileptogênico 70 (ou seja, se esquerdo, direito, ou bilateral) e quanto à presença/ausência de ETM. Nesses casos, a duração do transtorno também foi considerada covariável de não interesse. Os comprimentos do CSP/AI e volume do CSP foram transformados em log [ln(Xi+1)] devido às suas distribuições não-normais, a fim de permitir que análises com testes paramétricos fossem conduzidas. Após isso, para garantir que as análises paramétricas pudessem ser aplicadas, os dados transformados foram ainda submetidos aos testes Kolmogorov-Smirnov (para normalidade) e Levene (homogeneidade da variância). No entanto, nos casos em que a transformação logaritma não foi suficiente para normalizar ou homogeneizar a amostra, testes não paramétricos foram empregados. Análises complementares foram realizadas por meio do teste de Tukey para avaliar efeitos significativos principais detectados através das ANOVAs, ou por meio de contrastes no caso das ANCOVAs. Correlações entre variáveis foram testadas por meio dos testes de Pearson/Spearman. O nível de significância estatística foi definido como p<0,05 (bicaudal). Na análise de VBM, as diferenças regionais de GMV entre pacientes e controles foram investigadas de maneira similar ao Estudo I, ou seja, utilizando-se o modelo linear generalizado. Neste caso, os quatro grupos formados para subsequentes análises foram: (1) controles sem a alteração (i.e., sem CSP alargado ou com AI); (2) controles com a alteração (com CSP alargado ou sem AI); (3) pacientes com ELTM sem a alteração; (4) pacientes com ELTM com a alteração. A análise múltipla de regressão foi realizada para examinar em que extensão possíveis diferenças no GMV estavam associadas a (i) diagnóstico das amostras (i.e., pacientes com epilepsia versus voluntários saudáveis); (ii) presença de CSP alargado ou AI; (iii) interação entre diagnóstico e presença de CSP alargado ou AI. Idade, gênero e volume intracraniano foram modelados como covariáveis de não-interesse. Foram igualmente realizadas subanálises de acordo com a lateralidade do foco epileptogênico (ou seja, pacientes com ELTM à esquerda versus controles; pacientes com ELTM à direita versus controles). Inferências foram feitas com p<0,05 após correção para comparações múltiplas por todo o cérebro (family-wise error estimate correction, FWE<0,05). Quando não foram detectados efeitos significativos, as tendências mais significativas foram relatadas a p<0,001 (sem correção), apenas para complementar os resultados. 71 4. RESULTADOS ___________________________________________________________________________ 72 4.1. ESTUDO I – ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES 4.1.1. Características demográficas e clínicas das amostras 4.1.1.1. Estudo transversal Não houve diferenças entre pacientes (N=122) e controles (N=94) em relação à idade, e dominância manual (Tabela 7). A falta de emparelhamento em relação ao gênero quando realizada a comparação diagnóstico deve-se essencialmente à alta prevalência de mulheres no subgrupo humor. Aqueles com psicose tinham significativamente menos anos de escolaridade do que os controles, pertenciam a classes sociais menos favorecidas no geral, e possuíam menor taxa de emprego. O abuso de substâncias foi mais frequente em pacientes. Um total de 84 indivíduos com psicose (68,85%) tinha estado sob tratamento com antipsicótico num período de três semanas anteriores ao exame de RM, sendo administrados: antipsicóticos típicos, N=57; antipsicóticos atípicos, N=26, ou com combinação de ambos, N=1. Os pacientes restantes (N=38, 31,15%) incluíam um subgrupo de 36 que haviam sido previamente expostos ao tratamento farmacológico, mas estavam livres de medicação no momento do exame, bem como dois participantes nunca submetidos a tratamento com neurolépticos. O período médio de tempo entre o primeiro contato com os serviços de saúde mental e o exame de RM foi de 18 semanas. 4.1.1.2. Estudo longitudinal Embora não tenha havido diferenças entre todos os pacientes (N=80) e controles (N=52) em relação à idade e anos de educação na avaliação longitudinal (comparação caso; Tabela 8), a amostra de pacientes com esquizofrenia apresentou significativamente mais homens do que os outros grupos quando realizada a comparação diagnóstico. O abuso de substâncias foi novamente mais frequente em pacientes. Um total de 37 sujeitos com psicose (46,25%) estava sob tratamento regular com antipsicótico no momento do segundo exame de RM, sendo administrados: antipsicóticos típicos, N=22; antipsicóticos atípicos, N=14; ou ambos, N=1. O restante ou não havia sido exposto ao tratamento, ou havia parado a medicação durante o intervalo entre o primeiro e o segundo exames. Não houve mudança longitudinal significativa na gravidade dos sintomas psicóticos, medida pelos escores da PANSS, quando se compararam exame inicial e seguimento (todos os valores de p>0,05). Da mesma forma, as características sócio-demográficas dos controles (N=52; avaliação inicial versus final) não evidenciou diferenças na distribuição de gênero, frequências de classe social, estado civil, emprego, abuso ou dependência de substâncias. 73 a Tabela 7. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra transversal do estudo I Variáveis Grupo psicose (N=122) Subgrupo Subgrupo 1 humor esquizofrenia (N=46) (N=62) Comparação Subgrupo caso outras Controles psicoses (n =94) Grupo psicose (n =14) v . controles: p Comparação diagnóstico Esquizofrenia v . humor v . controles: p Gênero, N (%) Homens 66 (54,1) 45 (72,6) 15 (32,6) 6 (42,9) 53 (56,4) Mulheres 56 (45,9) 17 (27,4) 31 (67,3) 8 (57,1) 41 (43,6) Idade, anos: média (DP) 28,6 (8,4) 27,7 (8,0) 28,3 (8,7) 33,1 (8,7) 30,2 (8,4) 0,155 0,159 Educação, anos: média (DP) Dominância Manual, N (%) 8,4 (4,2) 8,6 (3,9) 8,7 (4,4) 6,5 (4,6) 10,0 (4,1) 0,005 0,061 111 (91,0) 55 (88,7) 43 (93,5) 13 (92,9) 91 (96,8) 0,085 0,131 11 (9,0) 7 (11,3) 3 (6,5) 1 (7,14) 3 (3,2) A-B 23 (19,3) 11 (18,3) 10 (22,2) 2 (14,3) 25 (27,8) 0,006 0,064 C 40 (33,6) 22 (36,7) 14 (31,1) 4 (28,6) 42 (46,7) D-E Destro Canhoto ou ambidestro 0,738 <0,001 Classe social, N (%) 56 (47,1) 27 (45,0) 21 (46,7) 8 (57,1) 23 (25,5) Emprego atual (sim), N (%) 49 (40,2) 21 (33,9) 21 (45,7) 7 (50,0) 66 (70,2) <0,001 <0,001 Abuso de substância, N (%) 37 (30,3) 22 (35,5) 10 (21,7) 5 (35,7) 5 (5,3) <0,001 <0,001 Duração da doença, semanas: mediana (IQR) 24,6 (31,6) 25,4 (33,3) 22,3 (26,6) 16,1 (19,9) Idade de início da psicose, anos: média (DP) 27,9 (8,5) 26,9 (8,1) 27,9 (8,7) 32,5 (8,8) Positiva 10,5 (5,3) 10,9 (5,0) 9,5 (4,4) Negativa 12,2 (5,9) 13,7 (6,0) 10,4 (5,3) 11,6 (6,1) Total 45,8 (12,3) 48,0 (11,7) 42,2 (10,6) 47,7 (17,3) PANSS escore: média (DP) 12,4 (8,4) PANSS, Positive and Negative Syndrome Scale 1 subgrupo de participantes com diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno esquizofreniforme a A análise de variáveis continuas foi realizada com teste t para amostras independentes e ANOVA; a análise de variáveis categóricas foi a Tabela 8. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra longitudinal do estudo I Variáveis Grupo psicose (N=80) Subgrupo Subgrupo 1 humor esquizofrenia (N=31) (N=39) Comparação Subgrupo caso Controles outras (n =52) Grupo psicose psicoses (n =10) v . controles: p Comparação diagnóstico Esquizofrenia v . humor v . controles: p Gênero, N (%) Homens 46 (57,5) 30 (76,9) 11 (35,5) 5 (50,0) 27 (51,9) Mulheres 34 (42,5) 9 (23,1) 20 (64,5) 5 (50,0) 25 (48,1) Idade, anos: média (DP) 30,1 (8,8) 29,5 (9,0) 30,3 (9,3) 31,6 (6,8) 31,9 (8,8) 0,252 0,445 Educação, anos: média (DP) Dominância Manual, N (%) 8,6 (4,0) 9,1 (3,5) 8,6 (4,4) 10,5 (4,0) 0,718 0,064 73 (91,3) 35 (89,7) 28 (90,3) 10 (100,0) 52 (100,0) 0,042 0,063 7 (8,7) 4 (10,3) 3 (9,7) 0 0 0,027 0,026 A-B 13 (16,3) 5 (12,8) 6 (19,4) 2 (20,0) 16 (30,8) C 28 (35,0) 18 (46,2) 7 (22,6) 3 (30,0) 22 (42,3) D-E 39 (48,7) 16 (41,0) 18 (58,0) 5 (50,0) 14 (26,9) Emprego atual (sim), N (%) 36 (45,0) 15 (38,5) 15 (48,4) 6 (60,0) 39 (75,0) 0,001 0,001 Abuso de substância, N (%) 14 (17,5) 10 (25,6) 2 (6,45) 2 (20,0) 3 (5,8) 0,049 0,009 Duração da doença, semanas: mediana (IQR) 85,4 (40,8) 93,7 (78,1) 80,9 (22,7) 82,9 (35,4) Idade de início da psicose, anos: média (DP) 28,6 (8,4) 27,3 (9,1) 28,6 (9,3) 30,0 (6,8) Positiva 10,0 (4,1) 10,3 (4,0) 8,7 (3,2) Negativa 12,0 (5,3) 14,5 (6,3) 10,0 (4,3) 11,5 (5,3) Total 43,5 (11,1) 46,5 (12,1) 39,8 (9,8) 44,4 (11,4) Destro Canhoto ou ambidestro 6,9 (4,7) Classe social, N (%) 0,529 0,002 PANSS escore: média (DP) 10,9 (5,1) PANSS, Positive and Negative Syndrome Scale 1 subgrupo de participantes com diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno esquizofreniforme a A análise de variáveis continuas foi realizada com teste t para amostras independentes e ANOVA; a análise de variáveis categóricas foi 74 4.1.2. Cavum septum pellucidum 4.1.2.1. Prevalência de cavum septum pellucidum de qualquer tamanho Não houve diferença significativa na proporção de indivíduos na amostra geral de pacientes em primeiro surto psicótico e no grupo controle que apresentaram qualquer tipo de CSP (comparação caso; RP=1,07, p=0,13). Nenhuma diferença foi verificada em relação à comparação diagnóstico (Tabela 9, p>0,05), bem como não houve interação de gênero-porprevalência do CSP (p>0,05). Tabela 9. Prevalência de cavum septum pellucidum (CSP) e ausência de adesão intertalâmica (AI) em pacientes em primeiro episódio psicótico a (N=122) e controles (N=94) Amostra Subgrupo Subgrupo Outras total de esquizofreControles humor psicoses 1 psicose (N=94) nia (N=46) (N=14) (N=122) (N=62) Comparação caso Comparação diagnóstico Amostra total de psicose v . controles: p EsquizoHumor v . Esquizofrenia v . controles: frenia v . controles: p humor: p p 2 CSPs de qualquer tamanho , N (%) 115 (94,26) 58 (93,55) 44 (95,65) 13 (92,85) 83 (88,30) 0,13 0,48 0,16 0,57 CSP alargados (> 6 mm), N (%) 37 (30,33) 23 (37,10) 10 (21,74) 4 (28,57) 28 (29,79) 0,88 0,93 0,47 0,6 AI ausente, N (%) 22 (18,03) 13 (20,97) 0,17 0,24 0,97 0,34 1 5 (10,87) 4 (28,58) 11 (11,70) subgrupo de participantes com diagnóstico de esquizofrenia ou transtorno esquizofreniforme 2 todo CSP que pudesse ser visto em ao menos uma fatia coronal (1,5 mm de espessura) As análises de variáveis categóricas foram realizadas com cálculo da razão de prevalência (RP) [intervalo de confiança (95%)]. Para calcular a RP, o valor mais alto foi dividido pelo valor mais baixo. a 4.1.2.2. Comprimento do cavum septum pellucidum Em relação à comparação dos subgrupos por diagnóstico, análises de comprimento do CSP (ln-transformado) revelaram efeito principal significativo de tempo (F(1,116)=280,50, p<0,0001). No entanto, não se observou efeito diagnóstico (F(2,116)=1,04, p=0,356) ou gênero (F(1,116)=0,75, p=0,389), nem interações diagnóstico-por-tempo (F(2,116)=2,08, p=0,130), diagnóstico-por-gênero (F(2,116)=1,48, p=0,231), tempo-por-gênero (F(1,116)=1,37, p=0,245) ou tempo-por-diagnóstico-por-gênero (F(2,116)=0,53, p=0,593). Quando todos os pacientes com psicose foram agrupados e comparados aos controles (comparação caso), não houve efeito principal de caso (F(1,128)=0,00, p=0,974) ou de gênero (F(1,128)=1,45, p=0,231), mas se observou efeito principal significativo de tempo (F(1,128)=346,81, p<0,0001) e uma interação caso-por-tempo (F(1,128)=5,41, p=0,02). Análises post-hoc indicaram que o CSP aumentou ao longo do tempo para todos os sujeitos (média (ln) no estudo transversal=1,51 mm, DP=0,67; média no seguimento=1,76 mm, DP=0,60, p<0,0001), mas este aumento mostrou-se mais proeminente para pacientes (média no estudo transversal=1,49 mm, DP=0,66; média no seguimento=1,78 mm, DP=0,53) do que em controles (média no estudo transversal=1,53 mm, DP=0,67; média no seguimento=1,74 mm, DP= 0,70, p <0,0001; Figura 8). Não houve interações de caso-por-gênero 75 (F(1,128)=0,11, p=0,740), tempo-por-gênero (F(1,128)=0,56, p=0,456) ou caso-por-tempopor-gênero (F(1,128)=0,21, p=0,651). Figura 8. Interação caso-por-tempo para o comprimento do cavum septum pellucidum (CSP) quando todos os pacientes com psicose foram comparados aos controles. A diferença de tempo entre o estudo transversal e o longitudinal teve mediana de 13,38 meses (IQR=3,55) Nbase: número de sujeitos no estudo transversal; NFUP: número de sujeitos no estudo longitudinal a O número de pacientes e controles é menor na figura do que na amostra original devido aos sujeitos que foram excluídos do cálculo do comprimento do CSP (i.e., aqueles com CSPs=0 ou presença de cavum vergae) 4.1.2.3. Prevalência de cavum septum pellucidum alargado Um CSP alargado (definido como a cavidade que possuísse 6 ou mais milímetros ao longo do eixo anteroposterior) foi encontrado em: 28 (29,79%) dos 94 indivíduos saudáveis, dez (21,74%) dos 46 pacientes com transtornos do humor; e 23 (37,10%) dos 62 sujeitos com esquizofrenia, não evidenciando diferença significativa entre os grupos (todos os valores de p>0,05; Tabela 9). Quando todos os voluntários foram agrupados independentemente do status do grupo, indivíduos do sexo masculino apresentaram uma prevalência 67% maior de 76 CSPs alargados do que as mulheres (RP=1,67, p=0,02). Esta observação foi mais forte no subgrupo esquizofrenia, no qual pacientes homens demonstraram o dobro da prevalência de CSP alargado do que pacientes do sexo feminino (RP=2,01, p=0,02). 4.1.2.4. Volume de cavum septum pellucidum No grupo de pacientes, a média estimada do volume do CSP (ln-transformada) foi de 2,62 mm3 (DP=0,10) no primeiro exame, e de 2,60 mm3 (DP=0,10) no seguimento. Para o grupo controle, foi de 2,54 mm3 (DP=0,11) no início do estudo e de 2,52 mm3 (DP=0,11) no exame longitudinal, sem diferença significativa entre os grupos (p>0,05). Da mesma forma, não houve diferença quando as amostras foram divididas tanto por diagnóstico quanto por gênero (todos p>0,05). 4.1.2.5. Relação entre o comprimento do cavum septum pellucidum e seu volume Verificou-se correlação positiva entre o comprimento do CSP e seu volume para pacientes com esquizofrenia (r=0,91, N=61, p<0,01), pacientes com transtornos do humor (r=0,89, N=45, p<0,01) e controles (r=0,93, N=94, p<0,01), bem como quando todos os indivíduos foram agrupados (r=0,92, N=214, p<0,01). 4.1.2.6. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e cavum septum pellucidum Quando todos os indivíduos com CSP alargados foram agrupados e comparados com aqueles sem essa alteração, foi verificado foco da redução de volume de GMV no giro temporal superior direito (x=42; y=5; z= -18; z-score=4,46; tamanho do cluster=953; p=0,049, FWE corrigido para múltiplas comparações). Igualmente, foi detectado foco de diminuição de volume de GMV no giro temporal médio direito (x=47; y=6; z= -18; zscore=4,48; tamanho do cluster=1,232; p=0,044, FWE corrigido) nos controles com CSPs alargados, quando comparado aos voluntários saudáveis sem a cavidade, sem diferenças no entanto entre pacientes com ou sem CSP alargado. Identificou-se igualmente tendência de interação diagnóstico-por-prevalência de CSP alargado no giro frontal médio esquerdo (x= 39; y=45, z=15; z-escore=4,34; tamanho do cluster=249, p=0,077, FWE corrigido). A realização de uma ANOVA de uma via mostrou diferenças entre os grupos (F(3,215)=7,00, p<0,001). Pacientes com CSP alargado mostraram possuir a menor quantidade de GMV neste foco frontal médio (média=0,615, DP=0,022), e testes post-hoc indicaram que esse grupo era significativamente diferente de ambos os grupos de controles com CSP alargado 77 (média=0,644, DP=0,031, p<0,001) e de pacientes sem CSP alargado (média=0,632, DP=0,026, p=0,008). 4.1.2.7. Relação entre as medidas de cavum septum pellucidum e variáveis clínicas e demográficas Foi evidenciada correlação positiva entre o comprimento do CSP e a duração do transtorno para o grupo com psicose (r=0,19, p=0,04). Por outro lado, não foram encontradas quaisquer correlações entre medidas do CSP e idade, escores da PANSS (isto é, escalas positiva, negativa, geral e total), nem na frequência de abuso de substâncias entre sujeitos com e sem CSP alargados (todos p>0,05). 4.1.3. Adesão intertalâmica 4.1.3.1. Prevalência de adesão intertalâmica ausente A AI estava ausente em: treze dos 62 pacientes com esquizofrenia (20,97%, 11 do gênero masculino), cinco dos 49 indivíduos com transtorno do humor (10,87%, dois homens) e 11 dos 94 voluntários saudáveis (11,70%, sendo oito do gênero masculino). Não houve diferença na prevalência da AI para comparações tanto em relação ao diagnóstico como para caso (todos p>0,05, Tabela 9). Quando todos os indivíduos foram agrupados, houve tendência de o gênero masculino apresentar maior prevalência de não-AI do que as mulheres (RP=1,11, p=0,056). 4.1.3.2. Medidas de comprimento da adesão intertalâmica Em relação à comparação dos subgrupos quanto ao diagnóstico, análises de comprimento da AI (ln-transformado) revelaram efeitos principais para diagnóstico (F(2,100)=9,23, p=0,0002), gênero (F(1,100)=8,46, p=0,004) e tempo (F(1,100)=17,02, p<0,0001), mas sem interações diagnóstico-por-tempo (F(2,100)=1,41, p=0,248), diagnósticopor-gênero (F(2,100)=2,24, p=0,112), gênero-por-tempo (F(1,100)=0,05, p=0,819), ou diagnóstico-por-gênero-por-tempo (F(2,100)=0,99, p=0,376). Análises post-hoc indicaram que o comprimento da AI mostrou-se menor no estudo transversal para o subgrupo esquizofrenia (média (ln)=2,88 mm, DP=0,28) em relação a ambos subgrupos transtornos de humor (média=3,02 mm, SD=0,32, p=0,03) e controles (média=3,10 mm, SD=0,31, p<0,0001). O subgrupo de transtorno do humor não apresentou diferenças quando comparado ao de controles (p=0,12). O comprimento da AI mostrou-se menor em homens (média=2,94 mm, DP=0,34) do que em mulheres (média=3,06 mm, DP=0,27) quando todos os indivíduos 78 foram avaliados conjuntamente. Para todos os grupos, a AI diminuiu no seguimento (p<0,0001). Em relação à comparação caso, o comprimento da AI mostrou-se mais curto quando todos os pacientes com psicose foram comparados a controles (efeito caso, F(1,109)=8,47, p=0,004). Houve igualmente efeito principal para tempo (F(1,109)= 15,41, p<0,0001), gênero (F(1,109)=8,46, p=0,004), mas nenhuma interação caso-por-tempo (F(1,109)=0,25, p=0,618), caso-por-gênero (F(1,109)=0,56, p=0,456), tempo-por-gênero (F(1,109)=2,07, p=0,153) ou caso-por-tempo-por-gênero (F(1,109)=0,04, p=0,844). 4.1.3.3. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e adesão intertalâmica Quando todos os indivíduos com AI foram agrupados e comparados com aqueles sem a junção, este último grupo apresentou foco de redução de GMV na área medial do cérebro em torno da AI (x=0, y=10; z=0; z-score=7,47; tamanho do cluster=1944; p=<0,001; FWE corrigido). Não se observaram focos de diferença significativa de GMV entre sujeitos com e sem AI quando os grupos foram avaliados isoladamente. 4.1.3.4. Relação entre as medidas de adesão intertalâmica e variáveis clínicas e demográficas O comprimento da AI mostrou ser negativamente correlacionado à idade em pacientes (r= -0,24, p=0,01), bem como demonstrou uma tendência na mesma direção em controles (r= -0,19, p=0,07). A correlação entre a AI e o tempo de doença não foi estatisticamente significativa para pacientes (p>0,05), bem como não houve diferença entre pacientes com e sem AI referentes aos escores da PANSS ou frequência de abuso de substâncias (p>0,05). 4.1.4. Relação entre o cavum septum pellucidum e a adesão intertalâmica Quatorze (6,48%) dos 216 sujeitos do presente estudo apresentaram tanto CSP alargado quanto AI ausente, sendo nove destes pacientes (7,38%) e cinco controles (5,32%). Não houve diferença significativa entre estes dois grupos em relação à frequência da coincidência entre as duas alterações de neurodesenvolvimento, bem como as medidas quantitativas do CSP/AI não se mostraram correlacionadas umas com as outras (todos os valores de p>0,05). 79 4.2. ESTUDO II – EPILEPSIA 4.2.1. Características demográficas e clínicas das amostras Não houve diferenças entre pacientes (N=181) e controles (N=156) em relação ao gênero e idade (todos os valores de p>0,05; Tabela 10). Em relação às subanálises dos grupos ELTM com e sem ETM, pacientes com esta alteração mostraram ter média de idade significativamente maior (t(179)=2,21; p=0,028); apresentaram mais casos de IPI na infância (χ2=6,17; p=0,013); tiveram a primeira crise de epilepsia mais precocemente (Teste MannWhitney U=775,50; p=0,001); demonstraram maior período latente entre a idade da manifestação da primeira crise de epilepsia e a idade do início do transtorno (caracterizado pelo início da recorrência de crises; U=885,00; p=0,003); iniciaram tratamento farmacológico específico mais precocemente (U=1094,50; p=0,046); além de possuírem maior duração do tratamento em anos (F(1,176)=5,85; p=0,017). As subanálises quanto ao lado do foco epileptogênico não evidenciaram diferenças significativas (Tabela 10). Tabela 10. Variáveis clínicas e demográficas de pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM; N=181) e voluntários saudáveis (N=156)a Pacientes com ELTM Esquerda (N=90) Direita (N=76) Bilateral (N=13) Com ETM (N=161) Sem ETM (N=20) Amostra total Controles (N=156) 1 (N=181) Amostra Subgrupos Subgrupos total ELTM ELTM ELTM v . (lado): p (ETM): p controles: p Gênero, N (%) Homens 41 (45,56) 29 (38,16) 8 (61,54) 67 (41,61) 12 (60,00) 79 (43,65) 81 (51,92) Mulheres 49 (54,44) 47 (61,84) 5 (38,36) 94 (58,39) 8 (40,00) 102 (56,35) 75 (48,08) 36,87 (8,49) 38,04 (8,84) 41,38 (9,10) 38,02 (8,61) 33,45 (9,64) 37,52 (8,82) Idade, anos: média (DP) 2 Antecedente familiar para epilepsia, N (%) Complicação na gestação/parto, N (%) 2 2 Histórico de IPI, N (%) Idade da primeira crise, anos: med (IQR) 2 2 Período latente, anos: med (IQR) 2 Início da ELTM, anos: med (IQR) Início do tratamento, anos: med (IQR) 2 2 Duração da ELTM, anos: média (DP) 2 Duração do tratamento, anos: média (DP) 2 0,252 0,118 0,129 35,78 (11,38) 0,196 0,028 0,116 _ 51 (65,38) 42 (58,33) 8 (61,54) 94 (64,38) 10 (52,63) 103 (62,42) _ 0,673 0,150 18 (24,32) 14 (21,88) 3 (33,33) 31 (23,66) 5 (27,78) 36 (24,16) _ 0,743 0,702 _ 45 (53,57) 44 (61,11) 8 (66,67) 93 (60,78) 5 (29,41) 98 (57,65) _ 0,515 0,013 _ 3,50 (1,50) 3,50 (1,00) 3,00 (1,25) 3,00 (1,00) 9,00 (5,00) 3,00 (1,33) _ 0,539 0,001 _ 0,00 (0,00) 0,00 (0,00) 5,55 (0,00) 2,71 (0,00) 0,00 (0,00) 1,00 (0,00) _ 0,415 0,003 _ 12,00 (5,50) 10,50 (5,00) 11,00 (7,00) 12,00 (5,00) 11,00 (6,00) 12,00 (6,00) _ 0,365 0,651 _ 11,50 (5,25) 12,00 (5,25) 17,00 (6,50) 11,50 (5,00) 15,00 (8,00) 12,00 (6,00) _ 0,293 0,046 _ 25,73 (13,33) 27,28 (11,67) 27,23 (9,23) 26,87 (12,52) 21,21 (10,99) 26,27 (12,46) _ 0,710 0,172 _ 25,03 (10,22) 26,53 (11,69) 23,00 (13,99) 26,28 (10,86) 17,05 (11,61) 25,30 (11,28) _ 0,486 0,017 _ _ 0,181 0,203 _ 0,141 0,609 1,00 (0,70) 1,50 (0,70) 2,00 (0,79) 1,39 (0,70) 1,00 (0,50) 1,17 (0,70) Parcial Simples e Complexa 56 (71,79) 54 (79,41) 7 (53,85) 105 (73,94) 13 (68,42) 118 (73,29) _ Parcial Complexa 22 (28,21) 14 (20,59) 6 (46,15) 37 (26,06) 9 (31,58) 43 (26,71) _ Crises por semana, anos: med (IQR) 2 _ Tipo de crise, N (%) _ _ _ DP, desvio padrão; ETM, esclerose temporal mesial; IPI; insulto precipitante inicial; IQR, primeiro intervalo interquartil; med, mediana; N, tamanho da amostra a As análises de variáveis categóricas foram realizadas por meio do teste qui-quadrado (ou exato de Fisher quando as células esperadas foram menores do que 5). Análises de variáveis contínuas com distribuição normal foram realizadas por meio do teste t de Student, ANOVA ou ANCOVA; variáveis com distribuição não-normal foram analisadas por meio dos testes Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis. 1 2 inclui pacientes cujo lado do foco epileptogênico não foi identificado Para estas variáveis, existem valores que faltam (missing data). Isso ocorreu devido ao fato de o prontuário não ter sido localizado; ou porque o paciente não soube informar sobre histórico/evolução do transtorno; ou porque o dado não foi especificado no prontuário. Nesses casos, as porcentagens entre parênteses referem-se ao número de casos válidos, e não à amostra total. 80 4.2.2. Cavum septum pellucidum 4.2.2.1. Prevalência de cavum septum pellucidum de qualquer tamanho CSPs, independente de seus comprimentos, foram encontrados em 158 dos 181 pacientes (sendo que em 70 indivíduos do gênero masculino), e em 141 dos 156 controles (sendo 77 do gênero masculino). Conforme ilustra a Tabela 11, não houve diferença significativa na prevalência de CSP de qualquer tamanho quando a amostra geral de pacientes com ELTM foi comparada ao grupo controle (todos os valores de p>0,05), bem como quando homens e mulheres foram agrupados e comparados entre si (χ2=3,023; p=0,082). Tabela 11. Prevalência, comprimento e volume do cavum septum pellucidum (CSP) e prevalência da ausência e comprimento da adesão intertalâmica (AI) em pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM; N=181) e voluntários saudáveis (N=156)a Pacientes com ELTM Esquerda (N=90) 1 Direita (N=76) Bilateral (N=13) Com ETM Sem ETM (N=161) (N=20) Amostra total 2 (N=181) CSPs de qualquer tamanho , N (%) 77 (85,56) 67 (88,16) 13 (100,00) 143 (88,82) 15 (75,00) 158 (87,29) CSP alargados (> 6 mm), N (%) 13 (14,44) 9 (11,84) 5 (25,00) 141 (90,38) 0,329 0,144 0,371 24 (13,26) 21 (13,46) 0,747 0,152 0,957 1,41 (0,42) 0,946 0,034 0,718 2,43 (0,87) 0,970 0,037 0,214 3 19 (11,80) Amostra Subgrupos Subgrupos total ELTM ELTM ELTM v . (lado): p (ETM): p controles: p Comprimento do CSP (ln; mm), média (DP) 1,39 (0,46) 1,38 (0,46) 1,33 (0,67) 1,38 (0,44) 1,68 (0,70) 1,39 (0,48) Volume do CSP (ln; mm ), média (DP) 1 (7,69) Controles (N=156) 2,35 (1,32) 2,43 (0,90) 2,44 (0,93) 2,41 (0,86) 3,00 (1,42) 2,45 (0,93) AI ausente, N (%) 12 (13,33) Comprimento da AI (ln; mm), média (DP) 2,42 (0,32) 2,41 (0,40) 2,14 (0,52) 2,40 (0,37) 2,40 (0,39) 2,40 (0,37) 10 (13,16) 5 (38,46) 23 (14,29) 5 (25,00) 28 (15,47) 11 (7,05) 0,050 0,203 0,016 2,57 (0,28) 0,222 0,667 <0,001 DP, desvio padrão; ETM, esclerose temporal mesial; ln; dado transformado em logaritmo neperiano; mm; milímetros; N, tamanho da amostra 1 todo CSP que pudesse ser visto em ao menos uma fatia coronal (1,0 mm de espessura) 2 inclui os dois pacientes cujo lado do foco epileptogênico não foi identificado a As análises de variáveis categóricas foram realizadas por meio do teste qui-quadrado (ou exato de Fisher quando as células esperadas foram menores do que 5); análises de variáveis continuas foram realizadas por meio de ANCOVA, considerando diagnóstico e gênero como variáveis independentes, e idade e volume intracraniano como covariáveis de não interesse 4.2.2.2. Comprimento do cavum septum pellucidum Análises de comprimento do CSP (ln-transformado) não revelaram efeito principal significativo de diagnóstico (F(1,290)=0,131, p=0,718), gênero (F(1,290)=0,386, p=0,535), ou interação entre as variáveis independentes (F(1,290)=0,560, p=0,455; Tabela 11). 4.2.2.3. Prevalência de cavum septum pellucidum alargado Um CSP alargado (definido como a cavidade que possuísse 6 ou mais milímetros ao longo do eixo anteroposterior) foi encontrado em: 21 dos 156 indivíduos saudáveis (sendo 13 do gênero masculino), e em 24 dos 181 pacientes com ELTM (13 do gênero masculino). Não houve diferença significativa entre os grupos (todos os valores de p>0,05; Tabela 11). Da mesma forma, não se verificaram diferenças de incidência de CSP alargado quando homens e mulheres foram comparados entre si (χ2=2,210; p=0,137). 81 4.2.2.4. Volume de cavum septum pellucidum Assim como para o comprimento do CSP, as análises do volume da cavidade (lntransformado) não revelaram efeito principal significativo de diagnóstico (F(1,290)=1,553, p=0,214), gênero (F(1,290)=2,752, p=0,098), ou interação entre as variáveis independentes (F(1,290)=0,584, p=0,445; Tabela 11). 4.2.2.5. Relação entre o comprimento do cavum septum pellucidum e seu volume Verificou-se correlação positiva entre o comprimento do CSP e seu volume para pacientes ELTM (r=0,87, N=157, p<0,001) e controles (r=0,89, N=132, p<0,001), bem como quando todos os indivíduos foram agrupados (r=0,88, N=289, p<0,001). 4.2.2.6. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e cavum septum pellucidum A Tabela 12 e a Figura 9 mostram os resultados gerais de VBM quando todos os pacientes foram conjuntamente comparados aos voluntários saudáveis, bem como quando foram agrupados em relação à lateralização do foco epileptogênico. Não foram observadas correlações entre as medidas de CSP e os achados de VBM, calculados a partir das respostas ajustadas de GMV correspondentes às coordenadas com maior valor estatístico, nas quais foram verificados focos de redução significativa de volume de substância cinzenta para pacientes. Quando todos os indivíduos com CSP alargados foram agrupados e comparados com aqueles sem essa alteração, foi verificado foco de aumento de GMV no giro lateral orbitofrontal esquerdo para aquele primeiro grupo (x= -39; y=47; z= -11; z-score=4,64; tamanho do cluster=749; p=0,024, FWE corrigido para múltiplas comparações). 4.2.2.7. Relação entre as medidas de cavum septum pellucidum e variáveis clínicas e demográficas Verificou-se menor comprimento anteroposterior do CSP em indivíduos com presença de ETM quando comparados aos pacientes sem esta manifestação (F(1,151)=4,571, p=0,034; Tabela 11). Da mesma forma, o volume do CSP mostrou-se reduzido em indivíduos com presença de ETM quando comparados aos pacientes sem esta alteração (F(1,151)=4,449, p=0,037; Tabela 11). Não foi evidenciada nenhuma outra associação entre medidas do CSP e variáveis demográficas, clínicas ou neuropsicológicas (todos os valores de p>0,05). 82 Tabela 12. Resultados da análise de Voxel Based Morphometry (VBM; Morfometria baseada no Voxel): áreas cerebrais com reduções de volume de substância cinzenta em pacientes com epilepsia do lobo temporal medial (ELTM) comparados a voluntários saudáveis Valores na coordenada Tamanho do Coordenadas Região cerebral Comparação MNI Estatística t Escore Z P (FWE corrigido) cluster (K E) CTL > todos ELTM 4,-12,7 -30,-16,-20 -12,-27,3 21,-66,-56 31,-18,-21 28,-28,-9 Medial talâmica (AI) Anterior do hipocampo esquerdo Tálamo (núcleo pulvinar) esquerdo Cerebelo posterior direito Anterior do hipocampo direito Medial do hipocampo direito 5,26 5,05 4,87 4,40 4,29 3,82 5,15 4,95 4,78 4,33 4,22 3,78 0,002 0,006 0,013 0,080 0,118 0,462 2856 CTL > ELTM esquerda -26,-19,-18 -24,-34,-5 -20,-27,-26 -27,-72,-53 -23,-82,-45 27,-65,-57 Anterior do hipocampo esquerdo Posterior do hipocampo esquerdo Giro parahipocampal esquerdo Cerebelo posterior esquerdo Cerebelo posterior esquerdo Cerebelo posterior direito 9,57 6,91 4,52 4,19 3,61 4,13 Inf 6,59 4,42 4,11 3,55 4,05 <0,001 <0,001 0,052 0,189 0,747 0,229 4909 CTL > ELTM direita Anterior do hipocampo direito Posterior do hipocampo direito Tálamo (núcleo médio dorsal) direito Cerebelo posterior direito Cerebelo posterior direito Cerebelo posterior direito Cerebelo posterior esquerdo Cerebelo anterior esquerdo 9,66 9,09 4,39 4,63 4,14 4,01 4,28 3,96 Inf Inf 4,30 4,52 4,05 3,94 4,19 3,89 <0,001 <0,001 0,100 0,042 0,230 0,329 0,146 0,374 3336 33,-19,-14 30,-28,-9 6,-12,9 19,-64,-56 15,-75,-47 10,-79,-36 -32,-60,-57 -30,-48,-35 CTL > ELTM bilateral -27,-18,-18 Anterior do hipocampo esquerdo 7,91 7,24 <0,001 -27,-30,-6 Posterior do hipocampo esquerdo 7,43 6,87 <0,001 -3,-12,6 Tálamo (núcleo médio dorsal) esquerdo 4,02 3,92 0,351 27,-16,-20 Anterior do hipocampo direito 7,15 6,64 <0,001 31,-21,-11 Medial do hipocampo direito 6,96 6,48 <0,001 -38,9,-21 Giro temporal superior esquerdo 3,94 3,84 0,447 10,-57,-60 Cerebelo anterior direito 3,85 3,76 0,540 CTL, controles; FWE, family-wise error estimate; MNI, convenção de acordo com Montreal Neurological Institute * Os valores de P (não corrigido) são P<0,001 para todas as regiões. 176 543 358 335 1037 55 1478 2766 2042 390 1465 4.2.3. Adesão intertalâmica 4.2.3.1. Prevalência de adesão intertalâmica ausente Em termos absolutos, a AI estava ausente em 28 dos 181 pacientes (sendo 14 do gênero masculino), e em 11 dos 156 voluntários saudáveis (dentre esses, oito do gênero masculino). Dessa forma, observou-se maior incidência da ausência de AI em sujeitos com ELTM do que em controles (χ2=5,802; p=0,016). Não houve qualquer diferença na incidência de AI em relação ao gênero quando os sujeitos foram agrupados e comparados entre si (χ2=2,338; p=0,126). 4.2.3.2. Medidas de comprimento da adesão intertalâmica As análises referentes ao comprimento da AI (ln-transformado) revelaram efeito principal de diagnóstico (F(1,292)=19,794, p<0,001), demonstrando que pacientes com ELTM (média (ln)=2,40 mm; DP=0,37) têm AI significativamente menor do que controles 83 (média (ln)=2,57 mm; DP=0,28). Além disso, a covariável idade mostrou-se estar significativamente relacionada ao comprimento da AI, (F(1,292)=39,114, p<0,001). Por outro lado, não foram evidenciados efeito de gênero (F(1,292)=1,258, p=0,263), ou interação diagnóstico-por-gênero (F(1,292)=0,646, p=0,422). CTL (N=156) > todos ELTM P A E D S (N=181) I CTL > ELTM esquerda (N=156) (N=90) P A E D S I CTL (N=156) > ELTM direita P A E D S (N=76) I CTL (N=156) > ELTM bilateral P A E D S (N=13) I Figura 9. Mapas paramétricos com visões sagitais, coronais e axiais da estatística t que demonstram as regiões cerebrais nas quais pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) apresentam redução de volume de substância cinzenta em relação a controles (CTL). A, anterior; D, direito; E, esquerdo; I, inferior; P, posterior; S, superior. 4.2.3.3. Relação entre volume de substância cinzenta cerebral e adesão intertalâmica Quando todos os indivíduos com AI foram agrupados e comparados àqueles sem a junção, este último grupo apresentou foco de redução de GMV na área medial em torno da AI (x=1, y= -12; z=4; z-score=6,83; tamanho do cluster=366; p<0,001; FWE corrigido). Por outro lado, este mesmo grupo apresentou foco de aumento de GMV no giro subcalosal (x= -2, 84 y=17; z=0; z-score=5,23; tamanho do cluster=211; p=0,002; FWE corrigido), bem como tendência a aumento na região cerebelar anterior (x= -6, y= -57; z= -2; z-score=4,32; tamanho do cluster=2137; p=0,084; FWE corrigido) quando confrontados a todos os sujeitos com AI. Ao se analisar somente o grupo controle, indivíduos sem AI apresentaram foco de aumento de GMV no giro parahipocampal esquerdo (x= -20, y= -27; z= -27; z-score=4,87; tamanho do cluster=1673; p=0,008; FWE corrigido), o que não ocorreu quando pacientes com AI foram comparados a pacientes sem AI. Por fim, identificou-se interação diagnóstico-por-prevalência de AI no giro parahipocampal esquerdo (x= -23; y= -28, z= -26; z-escore=4,73; tamanho do cluster=910, p=0,022, FWE corrigido; Figura 10). A realização de uma ANOVA de uma via mostrou diferenças entre os grupos (F(3,334)=7,48, p<0,001). Controles sem AI mostraram possuir maior resposta ajustada de GMV neste foco do giro parahipocampal esquerdo (média=0,038, DP=0,030), e testes post-hoc indicaram que esse grupo era significativamente diferente de todos os outros três: controles com AI (média= -0,003, DP=0,032, p<0,001), pacientes com AI (média=0,002, DP=0,031, p=0,002), e pacientes sem AI (média= -0,013, DP=0,034, p<0,001). Interação similar foi verificada no giro parahipocampal direito, embora a significância estatística tenha sido menor (x=28; y= -31, z= -27; z-escore=4,06; tamanho do cluster=401, p=0,209, FWE corrigido; P(não corrigido)<0,001), sendo o resultado da ANOVA F(3,334)=5,66, p=0,001. Análises post-hoc mostraram que controles sem AI (média= -0,044, DP=0,032) possuíam maior foco de GMV comparados a controles com AI (média= -0,003, DP=0,043, p=0,002), pacientes com AI (média=0,003, DP=0,042, p=0,009), e pacientes sem AI (média= -0,015, DP=0,042, p=0,001). Achado semelhante foi verificado quando apenas pacientes com foco epileptogênico à esquerda foram comparados a controles, uma vez que se observou interação diagnóstico-porprevalência de AI no giro parahipocampal esquerdo (x= -23; y= -33, z= -18; z-escore=4,83; tamanho do cluster=1849, p=0,011, FWE corrigido). A realização de uma ANOVA de uma via mostrou diferenças entre os grupos (F(3,243)=8,28, p<0,001). Controles sem AI mostraram possuir maior resposta ajustada de GMV neste foco do giro parahipocampal esquerdo (média=0,041, DP=0,036), e testes post-hoc indicaram que esse grupo era significativamente diferente de todos os outros três: controles com AI (média= -0,003, DP=0,039, p=0,001), pacientes com AI (média=0,005, DP=0,037, p=0,016), e pacientes sem AI (média= -0,034, DP=0,023, p<0,001). Para os pacientes com foco epileptogênico à esquerda, foi igualmente detectada interação de menor significância no giro parahipocampal direito (x=25; y= -30, z= -24; z-escore=3,52; tamanho do cluster=115, p=0,789, FWE corrigido; P(não corrigido)<0,001), sendo o resultado da ANOVA F(3,243)=4,29, p=0,006. 85 Análises post-hoc mostraram que controles sem AI (média=0,034, DP=0,030) possuíam maior foco de GMV comparados a controles com AI (média= -0,002, DP=0,044, p=0,040), e pacientes sem AI (média= -0,028, DP=0,036, p=0,004). No caso da comparação restrita a pacientes com foco epileptogênico à direita e voluntários saudáveis, por sua vez, a interação mostrou maior significância para o giro parahipocampal esquerdo (x= -24; y= -28, z= -29; z-escore=4,07; tamanho do cluster=433, p=0,282, FWE corrigido; P(não corrigido)<0,001), sendo a ANOVA F(3,229)=5,55, p=0,001. Controles sem AI mostraram possuir maior resposta ajustada de GMV neste foco do giro parahipocampal esquerdo (média=0,026, DP=0,024), e testes post-hoc indicaram que esse grupo era significativamente diferente dos controles com AI (média= -0,002, DP=0,030, p=0,036), e de pacientes sem AI (média= -0,024, DP=0,023, p=0,003). Este último grupo também se mostrou diferente dos pacientes com AI (média=0,003, DP=0,030, p=0,030). Foi igualmente detectada interação de menor significância no giro parahipocampal direito (x=28; y= -31, z= -27; z-escore=3,64; tamanho do cluster=201, p=0,664, FWE corrigido; P(não corrigido)<0,001), sendo o resultado da ANOVA F(3,229)=4,59, p=0,004. Análises post-hoc mostraram que controles sem AI (média=0,033, DP=0,031) possuíam maior foco de GMV comparados a controles com AI (média= -0,002, DP=0,043, p=0,036), e pacientes sem AI (média= -0,031, DP=0,036, p=0,003). Com objetivo de investigar se o comprimento de AI estava associado às respostas ajustadas de GMV nos focos em que se observaram diferenças significativas entre pacientes e controles, tais medidas foram correlacionadas. Para a análise geral (quando todos os sujeitos com ELTM foram comparados aos voluntários saudáveis), o comprimento da AI mostrou-se positivamente correlacionado ao foco de redução observado na região medial do tálamo (coordenada x=4; y= -12, z=7) para todos os sujeitos (r=0,494, N=292, p<0,001), assim como somente para os pacientes (r=0,458, N=153, p<0,001). Associação semelhante foi verificada no tálamo pulvinar esquerdo (coordenada x= -12; y= -27, z=3) para todos os sujeitos (r=0,229, N=292, p<0,001), e para pacientes (r=0,244, N=153, p<0,001). 4.2.3.4. Relação entre as medidas de adesão intertalâmica e variáveis clínicas e demográficas A prevalência da AI foi significativamente menor em pacientes com ELTM do tipo bilateral quando comparados aos subgrupos de pacientes com ELTM esquerda (Teste Exato de Fisher, p=0,038) e ELTM direita (Teste Exato de Fisher, p=0,040). Já o comprimento da junção mostrou ser negativamente correlacionado à idade em todos os sujeitos (r= -0,342, N=298, p<0,001), bem como quando pacientes foram avaliados isoladamente (r= -0,272, 86 N=153, p=0,001). Observou-se igualmente correlação negativa entre a AI e a idade de início da ELTM para pacientes (r= -0,252, N=152, p=0,002), e entre a AI e a duração do período latente (r= -0,168, N=149, p=0,046). E D PFWE corrigido 0 Z 5 Figura 10. A intersecção entre as linhas mostra o pico da coordenada correspondente à interação diagnósticopor-prevalência de adesão intertalâmica (AI), verificada no giro parahipocampal esquerdo (x= -23; y= -33, z= -18; z-escore=4,83; tamanho do cluster=1849, p=0,011) ao se comparar pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM; N=181) com voluntários saudáveis (N=156). Análises post-hoc evidenciaram que controles sem AI possuíam maior foco de volume de substância cinzenta na região, enquanto que o grupo de pacientes sem AI possuía o menor volume (p<0,001). D, direito; E, esquerdo. A Tabela 13 mostra dados do emparelhamento entre as amostras de pacientes submetidos à bateria de testes neuropsicológicos com AI (128<N<134, dependendo do teste) e sem AI (24<N<26), bem como os resultados dos escores obtidos. Observa-se que ambos os grupos estavam emparelhados em relação a todas as variáveis demográficas e clínicas. No 87 entanto, houve pior desempenho do grupo de pacientes sem AI nas seguintes baterias: Stroop 3 (U=1035,50; p=0,011); erros do Stroop (U=1018,50; p=0,006); Memória lógica – evocação tardia (U=1145,00; p=0,012); Reprodução visual – evocação tardia (U=1265,00; p=0,027); Aprendizado Auditivo Verbal de Rey – aprendizagem total (U=1091,00; p=0,003); Aprendizado Auditivo Verbal de Rey – pós-inferência (U=1044,50; p=0,001); Aprendizado Auditivo Verbal de Rey – evocação tardia (U=985,00; p<0,001); Aprendizado Auditivo Verbal de Rey – reconhecimento (U=1136,00; p=0,022); Coeficiente Intelectual Geral (U=1207,00; p=0,027); Vocabulário (U=952,00; p=0,045); e Cubos (U=922,50; p=0,027); bem como tendência de pior desempenho nos testes Stroop 2 (U=1162,00; p=0,058); Reprodução visual – evocação imediata (U=1343,00; p=0,064); Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey – evocação tardia (U=903,50; p=0,053); e Nomeação de Boston (U=1332,50; p=0,065). Ainda, o comprimento da AI mostrou-se estar negativamente correlacionado aos escores dos testes Stroop 1 (r= -0,255, N=124, p=0,004) e Stroop 2 (r= 0,276, N=24, p=0,002), e Stroop 3 (r= -0,194, N=124, p=0,028). 4.2.4. Relação entre o cavum septum pellucidum e a adesão intertalâmica Quatro (1,19%) dos 337 sujeitos do presente estudo apresentaram tanto CSP alargado quanto AI ausente, sendo três destes pacientes (1,66%) e um controle (0,64%). Não houve diferença significativa entre estes dois grupos em relação à frequência da coincidência entre as duas alterações de neurodesenvolvimento, bem como as medidas quantitativas do CSP/AI não se mostraram correlacionadas umas com as outras (todos os valores de p>0,05). 88 Tabela 13. Dados demográficos, clínicos e escores neuropsicológicos de pacientes com epilepsia do lobo temporal mesial (ELTM) com adesão intertalâmica (AI; 128<N<134) e sem AI (24<N<26)a Pacientes com AI Pacientes sem AI Valor de p Homens 57 (42,54) 15 (57,69) 0,155 Mulheres 77 (57,46) 11 (42,31) Destros 118 (88,72) 24 (92,31) Canhotos ou Ambidestros 15 (11,28) 2 (7,69) 39,42 (10,34) 37,36 (8,68) 8,00 (4,00) 5,00 (4,00) 0,170 Antecedente familiar para epilepsia, N (%)1 78 (1,23) 17 (70,83) 0,487 Complicação na gestação/parto, N (%)1 26 (23,21) 6 (27,27) 0,683 72 (57,14) 16 (64,00) 0,525 Gênero, N (%) Dominância Manual, N (%) Idade, anos: média (DP) Escolaridade: mediana (IQR)1 1 Histórico de IPI, N (%) 1 0,718 0,284 1,00 (0,00) 4,00 (0,00) 0,295 12,00 (6,00) 10,50 (5,25) 0,544 12,00 (5,00) 13,50 (6,25) 0,361 Duração da ELTM, anos: média (DP) 27,69 (12,22) 25,56 (11,31) 0,388 Duração do tratamento, anos: média (DP)1 26,38 (13,37) 25,24 (11,06) 0,642 Crises por semana, anos: mediana (IQR)1 1,50 (0,70) 1,00 (0,52) 0,119 Parcial Simples e Complexa 89 (73,55) 17 (70,83) 0,784 Parcial Complexa 32 (26,45) 7 (29,17) Dígitos Diretos 6,00 (4,00) 5,00 (4,00) 0,727 Dígitos Inversos 4,00 (3,00) 5,00 (3,00) 0,917 Stroop 1 17,00 (14,00) 18,00 (15,00) 0,232 Stroop 2 22,00 (18,00) 24,50 (20,00) 0,058 Stroop 3 34,00 (27,00) 45,00 (32,25) 0,011 0,00 (0,00) 2,00 (1,00) 0,006 Período latente, anos: mediana (IQR) 1 Idade de início da ELTM, anos: mediana (IQR) 1 Idade de início do tratamento, anos: mediana (IQR) 1 Tipo de crise, N (%)1 2 Testes neuropsicológicos Erros do Stroop Teste de Trilhas A 46,00 (35,00) 40,00 (32,00) 0,204 Teste de Trilhas B 118,00 (84,00) 125,00 (82,50) 0,919 Erros - Teste de Trilhas B Memória lógica - evocação imediata 0,00 (0,00) 1,00 (0,00) 0,272 17,00 (13,00) 15,50 (8,00) 0,205 0,012 Memória lógica - evocação tardia 10,50 (5,00) 3,00 (0,50) Reprodução visual - evocação imediata 32,00 (27,00) 31,50 (19,75) 0,064 Reprodução visual - evocação tardia 22,00 (12,00) 16,00 (4,75) 0,027 0,160 Figura de Rey - evocação tardia 10,00 (6,00) 8,00 (2,00) Aprendizado Auditivo Verbal de Rey - aprendizagem total 51,00 (42,75) 41,50 (33,50) 0,003 Aprendizado Auditivo Verbal de Rey - pós-inferência 10,00 (7,00) 7,50 (3,75) 0,001 Aprendizado Auditivo Verbal de Rey - evocação tardia 10,00 (6,75) 6,00 (2,75) <0,001 Aprendizado Auditivo Verbal de Rey - reconhecimento 14,00 (13,00) 12,50 (8,75) 0,022 Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey - aprendizagem total 23,00 (16,00) 19,50 (12,75) 0,139 5,00 (4,00) 5,00 (3,00) 0,112 Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey - pós-inferência Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey - evocação tardia 5,00 (4,00) 4,00 (3,00) 0,053 Aprendizagem Visual de Desenhos de Rey - reconhecimento 13,00 (11,00) 11,00 (10,00) 0,213 Cópia da Figura de Rey 32,00 (28,63) 31,00 (22,50) 0,113 _ _ 0,424 Desenho do relógio Cubo de Necker _ _ 0,477 Fluência Verbal 30,50 (23,00) 29,50 (22,25) 0,916 Nomeação de Boston 44,00 (37,50) 37,50 (27,00) 0,065 Coeficiente Intelectual Geral 85,00 (79,00) 82,00 (70,00) 0,027 Compreensão 7,00 (6,00) 6,00 (5,25) 0,269 Semelhança 8,00 (6,00) 7,00 (6,00) 0,160 Aritmética 8,00 (7,00) 8,00 (5,50) 0,742 Vocabulário 7,00 (6,00) 6,00 (5,00) 0,045 Completar Figuras 9,00 (7,00) 8,00 (5,00) 0,115 Cubos 8,00 (6,00) 7,00 (4,00) 0,027 DP, desvio padrão; IPI; insulto precipitante inicial; IQR, primeiro intervalo interquartil; N, tamanho da amostra a As análises de variáveis categóricas foram realizadas por meio do teste qui-quadrado (ou exato de Fisher quando as células esperadas foram menores do que 5). Análises de variáveis contínuas com distribuição normal foram realizadas por meio do teste t de Student ; variáveis com distribuição nãonormal foram analisadas por meio do teste Mann-Whitney. 1 Para estas variáveis, existem valores que faltam (missing data). Isso ocorreu devido ao fato de o prontuário não ter sido localizado; ou porque o paciente não soube informar sobre histórico/evolução do transtorno; ou porque o dado não foi especificado no prontuário. Nesses casos, as porcentagens entre parênteses referem-se ao número de casos válidos, e não à amostra total. 2 todos os escores representados por mediana (primeiro intervalo interquartil) 89 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ___________________________________________________________________________ 90 5.1. ESTUDO I – ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOSES De nosso conhecimento, este é o primeiro estudo longitudinal que investigou presença e comprimento do CSP e da AI. Ao se considerar as avaliações do primeiro exame de RM, os resultados demonstraram redução significativa no comprimento da AI em pacientes com esquizofrenia, quando comparados a ambos os grupos de transtorno do humor e voluntários saudáveis, bem como quando todos os pacientes foram agrupados e confrontados com controles. Ainda, observaram-se aspectos de dimorfismo sexual para CSP e AI (sendo constatadas mais alterações em homens). Em geral, esses achados são similares aos verificados em estudos anteriores, que sugerem mais alterações na AI do que no CSP em indivíduos com primeiro episódio psicótico (Takahashi et al., 2008a; 2008e). Além disso, foram encontradas diferenças morfométricas entre sujeitos com e sem CSP alargados, indicando que indivíduos com essa alteração podem apresentar diferentes padrões de morfologia cerebral do que aqueles com CSP menores do que 6 mm. Finalmente, detectou-se aumento ao longo do tempo no comprimento da AI e do CSP para todos os participantes, sendo que, no caso do CSP, o alargamento foi particularmente mais proeminente em pacientes. 5.1.1. Avaliação transversal - primeiro episódio psicótico 5.1.1.1. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra Embora vários estudos de RM em primeiro episódio psicótico avaliem exclusivamente pacientes com diagnóstico de esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme (Vita et al., 2006), optou-se também pela inclusão de indivíduos com psicoses de humor e outras psicoses nesta tese. No entanto, na análise dos dados, os grupos foram comparados tanto na forma pacientes em geral (N=122) versus controles (N=94) (comparação caso) quanto sujeitos subdivididos em relação ao seu diagnóstico (grupo esquizofrenia+esquizofreniforme (N=62) versus grupo humor (N=49) versus controles (N=94); comparação diagnóstico). Dessa maneira, foi possível investigar possíveis diferenças relacionadas aos específicos distúrbios. A inserção de pacientes com transtorno esquizofreniforme no subgrupo esquizofrenia justifica-se porque, em grande parcela desses indivíduos, o diagnóstico é provisório, ou seja, haverá provavelmente evolução para esquizofrenia (após período necessário de observação de um mês para o CID-10, e de seis meses para o DSM). Apesar de os grupos serem provenientes da comunidade geral, foram encontradas algumas diferenças sócio-demográficas entre pacientes e controles, as quais são compatíveis 91 com descrições da literatura. Pacientes apresentaram características relacionadas a pior funcionamento social, tais como menor escolaridade, classe social mais baixa, menor frequência de sujeitos exercendo atividade remunerada e vivendo com parceiro(a) regular, e maior abuso de substâncias psicoativas do que controles. Esses achados podem refletir déficits de funcionamento pré-mórbido ou consequência dos efeitos da psicose, mesmo que em estágio inicial (Larsen et al., 1996; Addington et al., 2008). Quanto às características clínicas, observou-se que os valores médios obtidos na PANSS indicaram baixa gravidade de sintomas positivos e negativos. Isso pode ser devido ao fato de que os pacientes foram submetidos ao exame inicial de RM cerca de 18 semanas após o primeiro contato com o serviço de saúde, sendo esta avaliação de imagem apenas realizada quando os sujeitos estivessem em condições clínicas para tal. Portanto, em geral essas medidas não se referem ao momento mais agudo do quadro clínico desses indivíduos. Além disso, ao contrário da maioria das pesquisas de psicose em CSP e AI, o presente estudo não empregou pacientes acompanhados em serviços de atendimento psiquiátrico especializado ou em unidades de internação, os quais costumam apresentar maior gravidade de sintomas psicóticos no momento das investigações. Ainda devido a esse intervalo entre o primeiro contato com o serviço de saúde e a realização do exame de RM, apenas dois pacientes nunca haviam sido expostos a antipsicóticos. Por outro lado, uma parcela substancial dos sujeitos não aderiu ao tratamento e estava sem medicação no momento da avaliação de RM, apesar de ter feito uso inicial de neurolépticos. O restante dos pacientes, por sua vez, estava em uso de antipsicóticos durante o primeiro exame de ressonância. Isso se justifica pelo fato de que a conduta normalmente adotada é a indicação de tratamento medicamentoso assim que o diagnóstico é realizado, de modo que poucos estudos em imagem conseguiram avaliar indivíduos sem qualquer exposição a esse tipo de medicação (Steen et al., 2006). É válido ressaltar que a amostra aqui utilizada foi analisada previamente, e que em Schaufelberger (2008) pode ser encontrada discussão mais detalhada sobre características clínicas e demográficas dos sujeitos. 5.1.1.2. Cavum septum pellucidum Em coerência com os resultados do estudo conduzido por Takahashi et al. (2008a), não foi identificada diferença na prevalência de CSP entre indivíduos em primeiro surto psicótico e controles (tanto para comparações de CSPs de qualquer tamanho como para CSPs alargados), mesmo quando os pacientes foram discriminados quanto aos respectivos diagnósticos. Isso reforça a hipótese de que CSPs alargados não parecem exercer papel 92 essencial na vulnerabilidade à psicose (Takahashi et al., 2008a). Esta observação é também apoiada pelos resultados negativos sobre prevalência e comprimento do CSP em uma amostra de ultra-alto risco para psicose (Takahashi et al., 2008a). Entretanto, os resultados do presente estudo são discordantes de outra investigação similar, a qual encontrou maior incidência de CSPs alargados em pacientes em primeiro surto psicótico, comparados a controles saudáveis (Kasai et al., 2004). Uma possível explicação para esta discrepância seriam as diferenças na composição das amostras de pacientes e controles entre as pesquisas. Enquanto estudos anteriores muitas vezes recrutaram grupos de comparação através de anúncios de jornal (Kasai et al., 2004), em meio a funcionários de hospital ou estudantes universitários (veja Trzesniak et al., 2011a), a seleção do presente trabalho foi derivada de estudo epidemiológico, de base populacional com pacientes em primeiro surto psicótico, com participantes de ambos os grupos recrutados a partir da mesma comunidade, minimizando a possibilidade de viés de seleção (Schaufelberger et al., 2007). Sabe-se que a escolha do grupo controle é fundamental para qualquer estudo (Lee et al., 2007), especialmente em relação à psicose, uma vez que o ambiente parece desempenhar papel fundamental para suscitar seu início (Broome et al., 2005). 5.1.1.3. Adesão intertalâmica Embora uma recente metanálise tenha verificado maior prevalência de não-AI em indivíduos com transtorno do espectro da esquizofrenia (Trzesniak et al., 2011b), esta alteração de neurodesenvolvimento mostrou incidência semelhante entre pacientes e controles no presente estudo. Isto corrobora outra pesquisa em RM com amostra extensa de indivíduos em primeiro episódio psicótico, a qual igualmente evidenciou resultado negativo para diferenças na incidência de AI em sujeitos com ultra-alto risco para psicose (Takahashi et al., 2008e). Baseado nisso, considera-se que a prevalência da não-AI por si só não deve ser tida como fator preditivo da suscetibilidade para manifestação de psicose. Por outro lado, o comprimento da AI demonstrou ser mais curto em pacientes com esquizofrenia em primeiro surto psicótico no presente trabalho, em comparação com os outros dois subgrupos. De maneira interessante, apesar de o comprimento da AI nos sujeitos com transtornos do humor não ter se mostrado significativamente menor do que em controles, aquele possuía valor intermediário entre os subgrupos esquizofrenia e de voluntários sadios. Tem sido sugerido que a psicose associada à esquizofrenia e transtorno bipolar pode compartilhar, de alguma forma, as anormalidades de neurodesenvolvimento envolvendo estruturas mediais (Kasai et 93 al., 2004), tais como a AI. Nossos resultados sugerem que pode haver um continuum de psicose em relação a como se comporta o comprimento desta junção. 5.1.2. Avaliação longitudinal 5.1.2.1. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra Embora o objetivo inicial do trabalho fosse submeter todos os sujeitos que participaram da primeira etapa a um segundo exame de RM, como o estudo foi pautado na comunidade geral e não agregado a um serviço de psiquiatria, não foi possível localizar todos os indivíduos após intervalo aproximado de 13 meses. Apesar da perda amostral, o número final de pessoas que completou o estudo de seguimento torna esta amostra uma das maiores entre pesquisas desse tipo (Schaufelberger, 2008). Quanto à comparação entre pacientes e controles, quando aqueles foram restritos aos portadores de esquizofrenia, a diferença de gênero (que apresentava tendência a ser significativa no exame inicial) tornou-se significante no exame de seguimento. Notou-se maior proporção de pacientes do gênero masculino no subgrupo esquizofrenia. As implicações do gênero no CSP e AI serão discutidas a seguir (seção 5.1.5). 5.1.2.2. Cavum septum pellucidum Como mencionado anteriormente, este estudo é o primeiro a realizar investigação longitudinal do CSP. Verificou-se que o comprimento da cavidade aumenta ao longo do tempo para todos os sujeitos, mas de forma mais acentuada para pacientes. Adicionalmente, observou-se correlação positiva entre tempo de doença e comprimento do CSP (com ausência de correlações significativas entre a última medida e idade atual). Estes achados sugerem que, apesar de alterações no CSP não estarem presentes no início da psicose, tais anomalias podem ser encontradas em indivíduos crônicos, e estarem de alguma maneira associadas à progressão da doença. Ainda, isso poderia explicar os resultados de alguns estudos anteriores sobre este tema, os quais relataram maior prevalência de CSPs alargados em amostras de pacientes com esquizofrenia crônica (Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; de Souza Crippa et al., 2006). Não se verificou, porém, a mesma associação entre comprimento do CSP e duração da doença quando as análises foram realizadas discriminando-se os pacientes por seu respectivo diagnóstico. Isso poderia ser atribuído à perda de poder estatístico ao se dividir o grupo total de pacientes, composto por todos os indivíduos com psicose, em subgrupos menores. Igualmente, nosso intervalo de tempo médio entre o primeiro e segundo exames (cerca de 13 meses) pode não ter sido suficiente para detectar diferenças no padrão de progressão do 94 comprimento do CSP entre os diferentes subgrupos, uma vez que os pacientes com psicose no presente estudo têm duração de doença mais curta em comparação com aqueles avaliados em outras pesquisas (Nopoulos et al., 1997; Kwon et al., 1998; de Souza Crippa et al., 2006). Ainda assim, não houve efeito estatístico principal de tempo ou interação grupo-por-tempo para o volume dos ventrículos laterais quando os pacientes com esquizofrenia isoladamente foram comparados com o grupo controle (Schaufelberger et al., 2010), ou quando todos os pacientes foram agrupados e comparados com indivíduos saudáveis (dados não publicados). Dessa forma, os resultados de aumento de comprimento do CSP não parecem ser explicados por possíveis alterações de medidas dos ventrículos laterais. O alargamento do comprimento do CSP pode ser consequência do deslocamento das regiões que margeiam o CSP ou daquelas conhecidas por estarem relacionadas à fusão do septum pellucidum, como hipocampo e corpo caloso (Rakic e Yakovlev, 1968). Da mesma forma, a presença de CSP alargados em pacientes com psicose poderia representar marcador precoce de deformidades do neurodesenvolvimento envolvendo essas estruturas cerebrais. Parece pouco provável que uma alteração específica como o CSP pudesse ocasionar distúrbios como a esquizofrenia ou outras desordens, como o transtorno bipolar. Mais provável é que o processo de desenvolvimento do qual o septum pellucidum faz parte esteja relacionado à etiopatologia de alguns transtornos mentais. A razão pela qual o aumento do CSP é mais significativo em pacientes ao longo do tempo tanto pode ser efeito do uso de antipsicóticos, da duração da doença, ou de ambos, uma vez que esses fatores podem afetar estruturas neuroanatômicas na psicose (Ho et al., 2011). No entanto, uma vez que a maioria de nossos pacientes foi exposta a antipsicóticos ou estava em tratamento medicamentoso durante as aquisições dos exames de RM, torna-se difícil especificar a causa responsável por esse resultado. Finalmente, confirmando nossa pesquisa anterior (de Souza Crippa et al., 2006), não se observou qualquer alteração no volume do CSP entre os grupos, sugerindo que a metodologia de contagem de cortes finos e contínuos – especialmente no plano coronal – parece ser a forma mais viável e sensível para classificar CSP (Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1998). É válido ressaltar que anormalidades no CSP não são específicas da esquizofrenia ou psicose em geral, uma vez que essas foram igualmente observadas em outras condições médicas associadas à disfunção do desenvolvimento cerebral, tais como na síndrome do alcoolismo fetal (prevalência de 20% em pacientes; Swayze II et al., 1997), de Sotos (38-40% dos pacientes têm CSP, sendo 94-100% destes cavum vergae, Lim e Yoon, 2008; Schaefer et al., 1997), e de Apert (prevalência de 15% dos pacientes; Renier et al., 1996). Além disso, 95 embora tamanho e prevalência de CSP sejam similares aos de voluntários saudáveis em pacientes com outros transtornos psiquiátricos, tais como no pânico (Crippa et al., 2004), depressão maior sem psicose (Takahashi et al., 2009a), transtorno bipolar tipo I com indivíduos eutímicos (Takahashi et al., 2010), e em transtorno de personalidade borderline (Takahashi et al., 2009b), há relatos de maior prevalência de CSP no transtorno obsessivocompulsivo (Chon et al., 2010), transtorno de estresse pós-traumático (Myslobodsky et al., 1995; May et al., 2004), e transtorno de personalidade esquizotípica (Dickey et al., 2006). Baseado na coincidência de achados do CSP em psicose, alguns autores têm especulado que o transtorno de personalidade esquizotípica seria uma forma mais branda em um continuum de esquizofrenia (Kwon et al., 1998). Embora no presente estudo só se tenha evidenciado associação entre comprimento do CSP e duração da doença, pesquisas anteriores em transtornos associados à esquizofrenia observaram correlações da presença de CSP em pacientes a pior prognóstico (Fukuzako e Kodama, 1998) e história familiar de psicose (Uematsu et al., 1989). Adicionalmente, CSPs pequenos foram previamente associados à diminuição de volume dos lobos frontal e temporal (Nopoulos et al., 1996). A presença de CSP alargado em psicose tem sido igualmente associada à redução de QI (Nopoulos et al., 2000); aumento do escore de escalas de sintomas negativos (Flashman et al., 2007); maior perturbação de pensamento (Kasai et al., 2004); taxas mais elevadas de suicídio (Filipovic et al., 2005); maiores taxas de exposição à infecção intra-útero (Brown, GG et al., 2009); e maior déficit cognitivo (Nopoulos et al., 2000; Flashman et al., 2007). Embora nosso grupo de pesquisa não tenha encontrado associação entre a presença de CSP e padrões de atividade do sistema autonômico em indivíduos com esquizofrenia (Crippa et al., 2007), foi verificado que pacientes com CSP alargado apresentavam assimetria direita > esquerda de volume cerebral, e volumes reduzidos do lobo temporal esquerdo (Nopoulos et al., 1996); do hipocampo bilateral (Kwon et al., 1998); da amígdala bilateral; e do giro parahipocampal esquerdo em relação aos controles (Kasai et al., 2004; Takahashi et al., 2007). Conjuntamente, esses resultados sugerem que pacientes com CSP alargado possam ter maior comprometimento psicopatológico, possivelmente refletindo padrões distintos de morfologia cerebral. 5.1.2.3. Adesão intertalâmica Com a primeira avaliação longitudinal da AI, o presente trabalho confirmou o processo de involução da junção com a idade proposto por Rosales e colegas (1968), também apoiado pela correlação negativa verificada entre o comprimento da AI e idade para todos os 96 sujeitos. A falta de interação diagnóstico-por-tempo-por-comprimento da AI levanta a hipótese de que esta área pode ser mais afetada pela idade do que pela duração da doença ou possíveis efeitos do tratamento medicamentoso. Adicionalmente, isso pode sugerir que alterações na AI em psicose possam estar mais relacionadas a anomalias do neurodesenvolvimento do que por algo relativo à progressão da doença. Ainda, a maior incidência de AI ausente em pacientes com psicose crônica em comparação a controles saudáveis (para revisão, ver Trzesniak et al., 2011b) possa ser explicada pelo fato de que a AI mostra-se mais curta já no início da psicose. Embora não tenha sido encontrada qualquer evidência de interação entre as medidas da AI e tempo de doença ou status de medicação, tal associação já foi verificada em extensa amostra com pacientes psicóticos (Takahashi et al., 2008e). Alterações na AI, tais como encurtamento da junção, poderiam portanto ter relevância clínica na psicose em estágios iniciais, com particular destaque para esquizofrenia. No entanto, tem sido sugerido que ausência ou encurtamento da AI devem, no máximo, ser considerados fatores de risco no início do neurodesenvolvimento, os quais podem estar relacionados ao surgimento de psicose em um subgrupo de pacientes, ao invés de serem encarados como aspectos determinantes e causadores dos transtornos (Takahashi et al., 2008e). De fato, Takahashi e colaboradores (2008e) observaram que, apesar de alterações da AI estarem presentes em sujeitos com ultra-alto risco para psicose, elas não eram específicas para indivíduos que iriam posteriormente desenvolver distúrbios psicóticos. Isto sugere que anormalidades da junção podem ser correlatas de maior vulnerabilidade à psicose, mas não preditores de transtorno psicótico per se. Da mesma forma, é improvável que uma perturbação em região localizada, como a AI, pudesse conduzir a manifestações generalizadas de esquizofrenia e outros distúrbios. Uma possibilidade mais plausível é que anormalidades no processo pelo qual a AI é formada sejam marcadores de alteração generalizada do neurodesenvolvimento em seu estágio inicial, de proporções mais difundidas e importância etiopatogênica para psicose. É relevante ressaltar que anormalidades na AI não são específicas para transtornos estritamente relacionados à esquizofrenia ou psicóticos, uma vez que estes achados igualmente foram observados em depressão maior sem psicose (Takahashi et al., 2009a), transtorno bipolar do tipo I - fase eutímica (Takahashi et al., 2010), e transtornos de personalidade borderline (Takahashi et al., 2009b) e esquizotípico (Takahashi et al., 2008d). Tendo em vista a variedade de distúrbios psiquiátricos em que anormalidades da AI estão presentes, é possível que tais alterações sejam um marcador da psicopatologia geral. 97 Alterações nesta junção poderiam ser indicador de distúrbios nas redes neurais, incluindo áreas como tálamo e regiões afins, sendo assim componentes importantes para vulnerabilidade a distúrbios neuropsiquiátricos. Portanto, futuros trabalhos deveriam investigar a especificidade dos resultados da AI em outros transtornos, incluindo distúrbios de ansiedade. Há relatos mostrando que a ausência da AI em esquizofrenia está relacionada a aumento de volume em terceiro ventrículo (Snyder et al., 1998; Meisenzahl et al., 2002) e ventrículo lateral (Takahashi et al., 2008d), bem como redução bilateral de amígdala (Takahashi et al., 2008b). Embora não se tenha evidenciado associações entre medidas clínicas e da AI no presente trabalho, há evidências na literatura de pacientes sem AI com maiores escores de sintomas negativos (Meisenzahl et al., 2002), e que recebiam doses mais altas de antipsicóticos do que aqueles com a junção (Takahashi et al., 2008b). Em conjunto, esses resultados sugerem que pacientes com esquizofrenia e sem AI podem apresentar mais alterações psicopatológicas e estruturais cerebrais, possivelmente refletindo padrões distintos de morfologia neuroanatômica. Além disso, a área da AI mostrou-se negativamente correlacionada com idade e duração da doença em pacientes com transtornos relacionados à esquizofrenia (Ceyhan et al., 2008). O comprimento da junção apresentou-se negativamente correlacionado à pontuação da Escala para Avaliação de Sintomas Negativos (SANS; Takahashi et al., 2008b); à idade; à duração da doença; à dose de medicamentos; e ao alargamento do ventrículo lateral (Takahashi et al., 2008e) em pacientes com transtornos do espectro da esquizofrenia. De maneira interessante, Shimizu e colegas (2008) não observaram correlações entre o comprimento da AI e volumes do tálamo em ambos os pacientes e voluntários saudáveis, apesar de os pacientes terem apresentado menor volume dos núcleos mediodorsais do tálamo e AI mais curta. Não foi encontrada evidência para o efeito da combinação genotípica do receptor D3 de dopamina e polimorfismos de nucleotídeo único do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, do inglês brain-derived neurotrophic factor) na AI em esquizofrenia (Takahashi et al., 2008c). 5.1.3. Não associação entre cavum septum pellucidum e ausência de adesão intertalâmica Consistente com observação anterior em amostra de esquizofrenia investigada por nosso grupo (de Souza Crippa et al., 2006), não foram detectadas correlações significativas entre sintomas positivos e negativos, avaliados pelos escores da PANSS e as medidas de CSP/AI. Da mesma forma, nenhuma associação significativa entre ausência de AI e presença de CSP alargado foi encontrada. Como propusemos anteriormente, isso pode ser devido ao 98 fato de que o desenvolvimento da AI e a fusão completa do CSP ocorram em diferentes períodos da vida (início da gestação, e meses após o nascimento, respectivamente; de Souza Crippa et al., 2006). Ainda, as regiões e estruturas responsáveis por cada fenômeno não parecem ser as mesmas. De fato, os resultados deste estudo confirmam que a AI/CSP parecem afetar a psicose de forma diversificada. 5.1.4. Relação entre cavum septum pellucidum, não-adesão intertalâmica e volume de substância cinzenta cerebral Nenhum estudo anterior havia investigado simultaneamente a prevalência de CSP/AI e diferenças regionais no volume de substância cinzenta por VBM, tanto em indivíduos saudáveis como em pacientes com psicose. Verificou-se que indivíduos com CSP alargados apresentam reduções de GMV em regiões temporais direitas. Este achado está de acordo com a suposição de que a presença de CSPs alargados estaria relacionada ao neurodesenvolvimento de estruturas do lobo temporal (Rakic e Yakovlev, 1968; Takahashi et al., 2007). É mais desafiador interpretar a tendência de interação entre o diagnóstico e a prevalência de CSP alargados, indicando que pacientes com psicose e CSP alargado têm menos GMV no giro frontal médio esquerdo do que os outros grupos (ou seja, pacientes com CSP menores do que 6 mm, e controles com e sem CSP alargado). A relação inesperada entre uma área frontal e o CSP levanta a hipótese de que estas regiões estão, de alguma forma, ligadas umas as outras. Uma possibilidade poderia ser que estruturas temporais, tais como o hipocampo, poderiam influenciar simultaneamente tanto o CSP como áreas pré-frontais, hipótese esta apoiada por descobertas anteriores de correlações significativas entre o volume do hipocampo e do giro frontal médio esquerdo em pacientes com psicose (Suzuki et al., 2005). Em relação à AI, foram identificadas no presente estudo perdas significativas de GMV na região medial que circunda a AI quando sujeitos sem a junção foram comparados àqueles com AI. Portanto, este resultado corrobora os achados observados com a avaliação semiquantitativa deste trabalho. 5.1.5. Efeitos de gênero Encontrou-se padrão de dimorfismo sexual em ambos CSP e AI, confirmando os resultados de nossas investigações anteriores com pacientes com esquizofrenia crônica (de Souza Crippa et al., 2006). Trabalhos prévios em RM, que avaliaram pacientes com esquizofrenia e controles saudáveis, indicaram que a incidência de CSP é maior no sexo masculino quando todos os indivíduos são agrupados (Jurjus et al., 1993), e particularmente 99 quando sujeitos com esquizofrenia são analisados separadamente (Nopoulos et al., 1997; Rajarethinam et al., 2001). De maneira geral, essas observações reforçam a importância de emparelhar os grupos por gênero na avaliação de anormalidades do neurodesenvolvimento, uma vez que estas tendem a ser mais prevalentes no sexo masculino, independentemente do status de diagnóstico (Shaw e Alvord, 1969). No entanto, pode-se levantar a possibilidade de que os efeitos de gênero encontrados em nosso estudo para o CSP, especialmente em indivíduos com esquizofrenia, também sejam devidos ao desequilíbrio no número de homens e mulheres na amostra, uma vez que havia mais homens (N=45) do que mulheres (N=17) neste subgrupo. Conforme verificado em estudo post-mortem (Allen e Gorski, 1991) e em exames com RM (Nopoulos et al., 2001; Ceyhan et al., 2008; Takahashi et al., 2008b; 2008c), observou-se tendência geral para a AI ser mais comumente ausente e significativamente menor em homens do que em mulheres. Diferentemente da metanálise citada na introdução (Trzesniak et al., 2011b), que encontrou efeito de gênero-por-diagnóstico (com aumento da ocorrência de AI ausente em ambos pacientes com esquizofrenia do sexo feminino e masculino em comparação a controles do sexo feminino e masculino, respectivamente), as diferenças de gênero na AI no presente estudo foram detectadas somente quando todos os sujeitos de ambos os grupos foram reunidos. Embora o significado das diferenças de gênero relacionadas à AI ainda não esteja esclarecido, alguns autores sugerem que o cérebro feminino é mais funcionalmente simétrico do que o masculino (McGlone, 1980). Adicionalmente, tem sido proposto que comissuras cerebrais como a AI, que já são sexualmente dimórficas no cérebro saudável, podem de alguma forma ser mais vulneráveis e manifestarem alterações morfológicas na esquizofrenia (Nopoulos et al., 2001). Essas alterações de gênero em uma estrutura cerebral que liga os dois hemisférios cerebrais podem ser a base funcional de diferenças sexuais nas habilidades cognitivas, distúrbios de linguagem de desenvolvimento e assimetrias funcionais (Allen e Gorski, 1991). 5.1.6. Questões metodológicas Algumas limitações deste estudo têm de ser destacadas. Primeiramente, os grupos não foram idealmente emparelhados em relação ao abuso de substâncias, com pacientes apresentando taxas de prevalência mais elevadas (Tabelas 7 e 8). Por esta razão, decidiu-se por realizar análises posteriores com abuso de substâncias como critério de exclusão adicional para pacientes e controles, e não se observaram resultados diferentes dos achados principais. No entanto, não se pode rejeitar a possibilidade de que este fator tenha influenciado as 100 medidas de CSP/AI. Outra limitação é que foram combinados dados de imagem adquiridos em dois aparelhos de RM distintos, o que poderia especialmente afetar os dados de VBM. No entanto, os dois protocolos de aquisição dos equipamentos eram idênticos, bem como se obtiveram índices bastante elevados de confiabilidade inter-scanners para as principais regiões de interesse desta investigação. A espessura das fatias contínuas de RM do protocolo de aquisição foi de 1,5 mm. Embora este valor seja menor do que o utilizado em estudos anteriores (Erbagci et al., 2002; Keshavan et al., 2002), fatias mais finas, tais como <1,0 mm, são consideradas padrão-ouro, uma vez que permitem estimativas mais precisas sobre a prevalência da não-AI/CSP. Cortes espessos podem, ocasionalmente, não detectar tanto CSPs pequenos como junções estreitas entre os dois tálamos, relatando maior incidência de AI ausente. Mesmo assim, não se acredita que este fator afetou nossas conclusões principais, dado que se adotou limiar bastante rigoroso para determinar a presença de não-AI e CSP. 101 5.2. ESTUDO II – EPILEPSIA De nosso conhecimento, este é o primeiro estudo que investigou presença e comprimento do CSP e da AI em ELTM. Os resultados demonstraram que pacientes sem ETM possuem maior comprimento e volume do CSP do que pacientes com ETM. Além disso, foram encontradas diferenças morfométricas cerebrais entre sujeitos com e sem CSP alargado, indicando que indivíduos com essas alterações podem apresentar diferentes padrões de morfologia cerebral do que aqueles que não as possuem. Em relação à AI, foi verificado que pacientes apresentam menor prevalência da junção do que controles, bem como redução significativa no comprimento da AI quando a mesma se encontra presente. Foram observadas diferenças morfométricas cerebrais entre sujeitos com e sem AI, bem como interação diagnóstico-por-prevalência de AI no giro parahipocampal. Finalmente, foi detectado pior desempenho em diferentes testes neuropsicológicos em pacientes sem AI, quando comparados a indivíduos com ELTM com AI. 5.2.1. Características sócio-demográficas e clínicas da amostra Em relação à comparação das amostras de pacientes e controles, não se observaram diferenças estatísticas nas variáveis utilizadas para o emparelhamento (ou seja, gênero e idade). Já quanto aos subgrupos de indivíduos com ELTM, enquanto não foram evidenciadas quaisquer diferenças entre pacientes agrupados de acordo com o lado do foco epileptogênico (se direito, esquerdo, ou bilateral), foram verificadas discrepâncias entre sujeitos com e sem ETM. Aqueles com esta anomalia apresentavam mais que o dobro de incidência de casos de IPI na infância, uma diferença significativa que é comumente descrita na literatura (Trenerry et al., 1993; Cascino, 1995). De acordo com Sloviter (1994), a idade da primeira crise ou insulto parece ser crítica para o aparecimento da ETM, isso devido à inerente vulnerabilidade do giro denteado na primeira infância. Em pacientes com histórico de estado de mal epiléptico, convulsões febris prolongadas, traumatismo craniano, etc., a perda de células musgosas pode interromper ou danificar conexões aferentes de neurônios inibitórios, tornando-os “adormecidos”, e assim desinibir uma larga extensão da camada de células granulares. A perda seletiva de neurônios que normalmente regulariam a inibição lateral no giro denteado pode ocasionar descargas em resposta a estímulos corticais. Convulsões recorrentes podem vir a produzir o padrão de hipocampo e ETM através da destruição de células pertencentes ao circuito da crise que ainda não haviam sido danificadas de maneira definitiva pelo IPI. Consequentemente, essa 102 patologia hipocampal poderia ser tanto efeito como a causa das convulsões que se originam no lobo temporal (Sloviter, 1994). De fato, nossa amostra evidenciou que pacientes com ETM apresentaram a primeira crise em idade anterior àqueles sem esta alteração. Ainda, o período latente entre insulto e o início clínico da ELTM (caracterizado por crises recorrentes) também se mostrou maior em pacientes com ETM. Esse é um período de particular importância, uma vez que pode se caracterizar como “janela” terapêutica para desenvolvimento e aplicação de estratégias antiepilépticas (White, 2002). De maneira interessante, embora não haja diferença entre a idade de início do transtorno entre sujeitos com e sem ETM, aqueles sem a alteração iniciaram tratamento medicamentoso específico para ELTM mais tardiamente, o que também se reflete na menor média de duração do tratamento, em anos, verificada neste último grupo. Isso possivelmente se deve ao fato de que muitos pacientes com ETM e que apresentaram crises ou IPI na infância iniciaram tratamento com drogas antiepilépticas já a partir desse evento, embora o transtorno em si (conforme aqui caracterizado a partir do início da recorrência de crises) tenha se manifestado apenas mais tardiamente. 5.2.2. Cavum septum pellucidum De maneira interessante, foi verificado que pacientes sem ETM apresentaram aumento do comprimento e volume do CSP em relação a indivíduos com ETM. A não associação entre presença de ETM (esta última caracterizada por atrofia da formação hipocampal, perda neuronal seletiva no hipocampo, gliose mesial temporal, alteração da intensidade de sinal em imagens com RM; Cascino, 1995) e CSP de certa forma contradiz a proposição sugerida por Rakic e Yakovlev (1968) de que a presença de CSP na vida adulta – particularmente se alargado – poderia representar anormalidades de desenvolvimento do hipocampo. Ainda, conforme anteriormente citado, a ETM consistentemente apresenta alta correlação com histórico de IPI na infância. A fusão das lâminas do septum pellucidum, por sua vez, se dá entre os seis primeiros meses de vida (Shaw e Alvord, 1969). Neste período, apenas 18 pacientes apresentaram IPI na presente amostra, dos quais dois (11,11%) apresentam CSP alargado, percentagem que se mostra equivalente às de outras amostras. Dessa forma, os dois fenômenos não parecem estar de fato relacionados. Aumentos de comprimento e volume do CSP observados em sujeitos sem ETM sugerem que esses achados possam estar relacionados a alterações em outras estruturas cerebrais subjacentes ao CSP que não o hipocampo, especificamente para este subgrupo de pacientes. A presença e desenvolvimento do CSP têm sido igualmente relacionados ao crescimento do fórnix e corpo caloso (Scoffings e Kurian, 2008). Quando as lâminas do 103 septum pellucidum falham ao se fundir, forma-se então o CSP (Sarwar, 1989) e, em decorrência disso, as fibras do corpo do fórnix podem igualmente não se fundir (Griffiths et al., 2009a). Sabe-se ainda que, embora a epilepsia seja atribuída a uma disfunção da substância cinzenta, alterações de conectividade podem ter importante papel para criação ou difusão de crises (Concha et al., 2009). De fato, foram verificadas alterações nos feixes do fórnix e corpo caloso entre pacientes com e sem ETM (Concha et al., 2009; 2010), o que também poderia estar relacionado às diferenças encontradas no presente trabalho em relação às medidas do CSP. Não foram observadas diferenças para prevalência de CSPs de qualquer tamanho, CSPs alargados, nem para o comprimento anteroposterior ou volume da cavidade entre pacientes e controles. Esses resultados são concordantes com o único estudo que avaliou apenas a prevalência de CSPs (sem medidas semiquantitativas) em amostra com diferentes subtipos de epilepsia, que não havia sido submetida à cirurgia, no qual não se verificaram diferenças em relação a controles (Choi et al., 1994). No entanto, os autores observaram maior prevalência de CSP em pacientes submetidos à lobotomia, quando comparados a controles e sujeitos com epilepsia não operados, justificando esse achado devido à refratariedade do transtorno. Todavia, esse não parece ser o caso para nossa amostra, uma vez que todos os nossos pacientes são refratários e exibiram prevalência similar à dos controles para o CSP. Ainda, os autores não sugeriram que a própria intervenção cirúrgica poderia levar a alterações morfométricas cerebrais. Existem várias diferenças metodológicas entre o presente trabalho e o conduzido por Choi et al. (1994). Neste último, o CSP foi classificado qualitativamente, apenas no plano axial, entre CSP “total” e “parcial”; a espessura do corte foi de 5 mm, o que leva possivelmente a falsos negativos; não houve diferenciação entre pacientes com ELT mesial ou neocortical, ou com ou sem ETM. Dessa forma, baseando-se em nossos achados, a presença do CSP per se não parece estar diretamente relacionada a manifestações de epilepsia, dado à ausência de diferença entre pacientes e controles. 5.2.2.1. Relação entre cavum septum pellucidum e volume de substância cinzenta cerebral Os achados gerais de VBM, ou seja, aqueles correspondentes a quando todos os pacientes foram conjuntamente comparados a voluntários saudáveis, ou quando foram agrupados de acordo com a lateralização do foco epileptogênico, estão de acordo com a literatura corrente (Keller e Roberts, 2008), implicando hipocampo ipsilateral e tálamo como principais regiões afetadas na ELTM. Quando todos os indivíduos com CSP alargados foram agrupados e comparados com aqueles sem essa alteração, foi verificado foco de aumento de 104 GMV no giro lateral orbitofrontal esquerdo para o grupo com CSP maiores do que 6 milímetros. Como esse achado ocorreu para todos os sujeitos do estudo, parece estar mais relacionado à presença do CSP alargado, não demonstrando portanto associação com os grupos diagnósticos aos quais os indivíduos pertencem. Assim como para o estudo I, o CSP alargado se mostrou relacionado a uma região frontal esquerda. Conforme sugerido anteriormente, este achado pode ser explicado através da influência simultânea de estruturas cerebrais atuando tanto no CSP quanto no giro lateral orbitofrontal. De fato, há evidências de associação entre atividade metabólica da região orbitofrontal esquerda, avaliada por meio de RMf, e medidas do trato do fórnix, observadas por meio de DTI, em pacientes com ELT (Voets et al., 2009). Foi igualmente relatado caso de plasticidade cortical da região orbitofrontal envolvendo ativação após transecção do fórnix devido à retirada cirúrgica de epindimoma (Mazarakis et al., 2011). É interessante ressaltar que, quando indivíduos possuem CSP alargados, é possível que as fibras do corpo do fórnix igualmente não se fundam, resultando em dois feixes paralelos (Griffiths et al., 2009a). Poder-se-ia, dessa forma, especular que o aumento de substância cinzenta observado na região lateral orbitofrontal fosse consequência de adaptação cerebral, relacionada ao mesmo processo observado no fórnix. 5.2.3. Adesão intertalâmica Em relação à AI, observou-se que a junção esteve mais ausente em pacientes, comparados a voluntários saudáveis. Adicionalmente, quando presente, a AI possuía menor média do comprimento anteroposterior em sujeitos com ELTM. Nossos achados são contrários ao único estudo anterior que avaliou apenas prevalência da AI em epilepsia, o qual também utilizou RM estrutural (Bolayir et al., 2004). No entanto, este estudo anterior possuía amostra extremamente heterogênea em relação aos subtipos de epilepsia (ELT; lobo frontal; lobos parietal-ocipital; crises de ausência; primária generalizada tônico-clônica; mioclônica juvenil) e um número reduzido de pacientes (N=37). Como estruturas cerebrais podem ser afetadas de maneiras diferentes de acordo com o subtipo de epilepsia (Spencer et al., 1995), amostras não homogêneas não são ideais para este tipo de avaliação. Adicionalmente, as imagens de RM apresentavam espessura de fatias de 3 milímetros para o protocolo de aquisição, bem como intervalos de 5 milímetros entre as fatias, o que prejudica avaliação de pequenas junções tais como a AI. De maneira interessante, foi constatado em nosso estudo que pessoas com ELTM do tipo bilateral apresentavam menor prevalência de AI do que os grupos com foco epileptogênico unilateral. Da mesma forma, embora a diferença total do comprimento de AI 105 entre os três subgrupos de ELTM quanto à lateralidade não tenha sido significativa, é válido ressaltar que enquanto pacientes com foco unilateral têm comprimento médio de AI aproximada de 2,40 mm (ln-transformada), sujeitos com ELTM bilateral apresentam média de 2,14 mm, sinalizando não somente menor prevalência da junção nestes últimos indivíduos como também encurtamento da AI quando presente. De fato, estudos prévios apontam para acentuada atrofia talâmica medial ipsilateral em ELTM unilateral (Bonilha et al., 2005; Bernhardt et al., 2012). No caso dos pacientes bilaterais, ambos os lados do tálamo parecem ser significativamente afetados, apresentando como consequência perdas volumétricas mais acentuadas. Por fim, mais uma vez, o comprimento da AI mostrou correlação negativa significativa com idade, corroborando a hipótese de involução da junção ao longo do tempo (Rosales et al., 1968). Isso igualmente justifica a correlação negativa entre AI e idade de início da ELTM, verificada em pacientes. Nosso trabalho está de acordo com diversos estudos em modelos animais que relataram envolvimento da AI em epilepsia. Foi observado que a junção participa em padrões de transmissão ictal inter-hemisférica no sistema límbico animal (Ehara e Wada, 1988), assim como lesões localizadas na AI, realizadas anteriormente à estimulação da amígdala, claramente modificaram o padrão de transmissão ictal em gatos (Hiyoshi e Wada, 1988). Já a manifestação da estimulação da AI em ratos foi semelhante à da estimulação límbica, associada à transferência de sinal para a amígdala (Mori e Wada, 1992). Injeções intra-AI de NMDA produziram alterações do traço eletroencefalográfico restritas ao hipocampo em animais (Ehara e Wada, 1989). Em ratos, repetidas injeções intra-AI de NMDA levaram a crises tônicas generalizadas, também com descargas contínuas no sinal do EEG no hipocampo e na amígdala (Hirayasu e Wada, 1992a). Adicionalmente, quando os animais foram submetidos a subsequentes estimulações no hipocampo ou na amígdala, o grupo experimental (isto é, com prévias injeções de NMDA na AI) mostrou significativa facilitação na precipitação de crises (Hirayasu e Wada, 1992b). Esses achados sugerem a existência de receptores NMDA na AI de animais, os quais provavelmente modulam a excitabilidade límbica temporal e o desenvolvimento e propagação de crises (Hiarayasu e Wada, 1992a). O envolvimento do tálamo na epilepsia, por sua vez, tem sido amplamente comprovado (Spencer, 2002; Bernasconi et al., 2003; Bertram et al., 2008; Bonilha et al., 2005; Bernhardt et al., 2012). Esta estrutura é composta por diferentes núcleos (Figura 3), sendo que os anteriores são diretamente conectados ao hipocampo (Afif e Bergman, 1997). Especificamente em relação à ELT, uma revisão com estudos em RM estrutural e VBM mostrou que o tálamo foi a segunda região cerebral mais afetada tanto ipsilateral quanto 106 contralateralmente ao foco epileptogênico, com significativas diminuições de volume e concentração de substância cinzenta em pacientes, comparados a voluntários saudáveis (Keller e Roberts, 2008). Em 2005, Bonilha e colegas conduziram um estudo no qual avaliaram, por meio de VBM, o tálamo de indivíduos com ELTM. Verificou-se que as regiões talâmicas que apresentavam mais atrofia eram as que possuíam mais conexões funcionais e/ou anatômicas com o hipocampo. A área talâmica anterior ipsilateral foi a que apresentou maior redução, seguida da anterior contralateral e, subsequentemente, das regiões posteriores. É válido ressaltar que os tálamos apresentavam mais focos de diminuição de substância cinzenta nas regiões mais mediais (Bonilha et al., 2005). Esse resultado suporta a noção de que os danos neuronais observados na ELTM seguem uma rota anatômica de distribuição (Spencer, 2002). De fato, diversos estudos sugerem que os núcleos talâmicos mediais, os quais são adjacentes à AI, estão envolvidos na circuitaria das crises límbicas da ELT (Bertram 2001; 2007), particularmente em relação à propagação das mesmas (Cassidi e Galé, 1998; Zhang e Bertram, 2002). Essa hipótese é sustentada não apenas pelas conexões que essa região talâmica possui com o córtex mesiotemporal (Insausti et al., 1987), mas igualmente com o neocórtex (Siwek e Pandya, 1991; Darian-Smith et al., 1990). Mais recentemente, uma pesquisa em RM estrutural comprovou que os núcleos mediais talâmicos ipsilaterais são os núcleos do tálamo mais atrofiados em pacientes com ELT, quando comparados a voluntários saudáveis (Bernhardt et al., 2012). Essa redução volumétrica mostrou-se estar ainda positivamente correlacionada à diminuição da espessura cortical no córtex bilateral frontal e em regiões mesiotemporais ipsilaterais (Bernhardt et al., 2012). Os autores acreditam que essas alterações não devam apenas ser decorrentes de perdas celulares, mas também de plasticidade estrutural talâmica anormal ao nível das células isoladamente. Embora alguns estudos tenham evidenciado correlação negativa entre duração do transtorno e atrofia talâmica em sujeitos com ELTM (Keller et al., 2002; Bonilha et al., 2006; Bernasconi et al., 2005; Bernhardt et al., 2012), não foi verificada associação entre esta variável clínica e medidas da AI. Isso sugere que a AI não parece tão relacionada à duração da ELTM. De fato, existem relatos discordantes entre relação da duração do transtorno e volumetria cerebral (Cascino, 1995), inclusive de não correlação entre o volume do tálamo em ELT e a duração do transtorno ou a recorrência de crise (Dreifuss et al., 2001). Isso pode indicar que talvez cada (sub)estrutura responda de maneira diferenciada às variáveis clínicas (Pulsipher et al., 2007). Em contrapartida, a correlação negativa por nós verificada entre AI e período latente, sinalizando que quanto maior este último, menor o comprimento da junção de substância cinzenta, aponta para possíveis transformações estruturais que ocorram durante 107 período silente. Assim, alterações na AI poderiam estar presentes antes do início do transtorno (entendido como início das crises recorrentes). Conforme sugerido por Kasper e colaboradores (2003), anormalidades do neurodesenvolvimento podem não apenas predispor à epilepsia, mas também resultar em alterações de conectividade (Chevassus-Au-Louis e Represa, 1999) e, portanto, em anomalias estruturais em distintas regiões cerebrais. Da mesma forma como ressaltado no estudo I, alterações na AI poderiam ter certa relevância clínica na ELTM. No entanto, sugerimos que a falta ou diminuição dessa junção devam, no máximo, ser considerados fatores de risco no início do neurodesenvolvimento, os quais podem estar relacionados ao surgimento ou manifestação da ELTM, ao invés de serem encarados como aspectos determinantes e causadores do transtorno. Da mesma forma, é improvável que uma perturbação em região localizada, como a AI, pudesse conduzir a manifestações generalizadas de ELTM e outros distúrbios. Uma possibilidade mais plausível é que anormalidades no processo pelo qual a AI é formada sejam marcadores de alteração generalizada do neurodesenvolvimento em seu estágio inicial, de proporções mais difundidas e importância etiopatogênica para a epilepsia. Adicionalmente, uma vez que o presente estudo foi o primeiro a estudar a AI na ELTM, seria importante que pesquisas subsequentes avaliassem sujeitos com ultra-alto risco para desenvolvimento do transtorno (ou familiares de pacientes), com intuito de averiguar se anormalidades na junção podem ser correlatas de maior vulnerabilidade à ELTM. Pesquisas longitudinais e em estágios iniciais do transtorno também se fazem necessária para melhor compreensão do papel da AI na ELTM, bem como para reavaliar alguma possível relação entre AI e duração do transtorno, recorrência de crises e uso de medicação. 5.2.3.1. Relação entre adesão intertalâmica e volume de substância cinzenta cerebral As perdas significativas de GMV na região medial talâmica, observadas quando os sujeitos sem AI foram comparados àqueles com esta junção corroboram os achados observados com a avaliação semiquantitativa deste trabalho. De maneira interessante, indivíduos sem AI demonstraram possuir mais GMV no giro subcalosal do que aqueles com a junção. O giro subcalosal constitui um importante ponto de intersecção de uma rede que inclui estruturas corticais, o sistema límbico, tálamo, hipotálamo e núcleos do tronco cerebral (Hamani et al., 2011). Dessa forma, o aumento de GMV encontrado nessa região poderia, portanto, ser uma adaptação cerebral no sentido de compensar a falta da AI sem prejudicar o fluxo de informações inter-hemisférico. Essa pode ser igualmente a razão pela qual foi encontrado maior foco de GMV no cerebelo anterior nessa mesma comparação. É bastante 108 conhecido que o cerebelo possui vias aferentes para o tálamo (Middleton e Strick, 2001), mas foi recentemente verificado que a estimulação de núcleos talâmicos é igualmente capaz de ativar o cerebelo (Moers-Hornikx et al., 2011). O cerebelo é tido como região responsável pela integração de informações sensoriais, regulação da coordenação motora e treinamento (Krauss e Koubeissi, 2007), além de supostamente exercer papel na cognição e comportamento (Moers-Hornikx et al., 2011). O aumento de GMV verificado no cerebelo de sujeitos sem AI pode ser um mecanismo compensatório com intuito de suprir as funções que deveriam ser desempenhadas pela AI, a qual é ausente nesses sujeitos. Partindo dessa mesma premissa, pode-se do mesmo modo justificar o aumento de GMV encontrado no giro parahipocampal bilateral em controles sem AI. Acredita-se que o giro parahipocampal, o qual recebe densas conexões eferentes provenientes do tálamo (Kerr et al., 2007), esteja envolvido em grande variedade de funções cognitivas. Dentre essas, destacam-se a análise e processamento da informação espacial, memória episódica e codificação de novos estímulos (Aminoff et al., 2007), assim como planejamento para o futuro (Spreng et al., 2009). No entanto, a razão pela qual pacientes sem AI possuem o menor volume de GMV nessa região provavelmente se deva ao papel que o giro parahipocampal desempenha na ELTM. Acredita-se que esta área possa ser responsável pelo início (Bertram, 1997) e/ou propagação de crises mesiais (Keller e Roberts, 2008), e já foi verificado que o volume (Bonilha et al., 2006) e a espessura cortical da mesma correlacionam-se negativamente com o tempo de duração do transtorno (Lin et al., 2006). Baseado em vários achados da literatura, acredita-se que os núcleos mediais do tálamo (adjacentes à AI) desempenham relevante papel na circuitaria das crises límbicas (Bernhardt et al., 2008). O envolvimento tálamo-cortical em convulsões límbicas também foi relatado em um estudo que demonstrou que a estimulação de regiões mesiotemporais induz bruscas mudanças de sinal no tálamo e no neocórtex, avaliadas por EEG (Blumenfeld et al., 2007). A dispersão de crises mesiais para o lobo frontal na ELTM é sugerida a partir das observações clínicas de sintomas positivos motores, incluindo distonia postural (Rusu et al., 2005), automatismos oroalimentares, manuais, ou movimentos complexos automatismos, como correr e pedalar (Wieser, 2004). Assim, considerando as conexões recíprocas do tálamo com os córtices sensórios-motores (Jones et al., 1979), é plausível sugerir que a atividade convulsiva mesiotemporal espalhar-se-ia através do tálamo para áreas fronto-centrais (Bernhardt et al., 2008). No entanto, se considerássemos a AI como parte desse processo de disseminação das crises, a falta da mesma poderia levar a danos no tecido parahipocampal, ou reverberação de maior atividade epiléptica nessa região devido à maior dificuldade de propagação da crise, ou 109 à própria sobrecarga do papel do giro parahipocampal em difundir crises epilépticas. Ainda, o fato de essa redução de GMV ter-se mostrado mais intensificada no hemisfério lateral esquerdo corrobora com dados da literatura, os quais mostram que esta porção cerebral é estatisticamente mais afetada na ELT do que a direita, sugerindo que o lado esquerdo se diferencia do direito não em termos de estruturas envolvidas, mas sim na intensidade do dano a elas causado (Bonilha et al., 2004). 5.2.3.2. Relação entre adesão intertalâmica e testes neuropsicológicos Embora não se tenha evidenciado diferenças demográficas e clínicas entre pacientes com e sem AI, vários escores de testes neuropsicológicos mostraram-se rebaixados em indivíduos com ELTM sem a junção, comparados àqueles com ELTM e presença de AI. A bateria de testes aplicada como parte do procedimento pré-cirúrgico do CIREP é primordialmente composta por testes que avaliam funções executivas e memória. O teste de Stroop, no qual foram verificadas diferenças significativas entre os grupos, tem sido utilizado para aferir atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e rapidez do processamento (Stroop, 1995). Apesar de ser considerado como instrumento de medida da integridade do córtex préfrontal, estudos com PET observaram que, em indivíduos saudáveis, áreas como o córtex cingulado anterior, o cerebelo e o tálamo são ativadas durante a tarefa (Ravnkilde et al., 2002; Videbech et al., 2004). De fato, pacientes com lesões no tálamo demonstraram pior desempenho no teste (Shim et al., 2008), sugerindo participação desta estrutura neuroanatômica. Da mesma forma, alterações e déficits de linguagem já foram relatados em pacientes com lesões no tálamo, ou mais especificamente em núcleos talâmicos considerados importantes circuitos integrativos com o córtex cerebral (Radanovic et al., 2003). Dessa forma, é válido ressaltar que alterações no tálamo podem não apenas causar consequências devido às tais lesões em si, mas igualmente devido à quebra de conectividade entre outras regiões cerebrais as quais aquela região talâmica específica seria responsável por integrar. De maneira interessante, foi sugerido que o sistema mediotalâmico-frontocortical (incluindo lobos frontais; pedúnculo talâmico inferior, e núcleo centromediano) poderia participar do controle dos processos de seleção lexical. Supostas falhas neste sistema levariam a uma perda na capacidade de distinção de qualquer diferença entre um item lexical específico e outros semanticamente relacionados, resultando em anomia e parafasias semânticas (Nadeau e Crosson, 1997). Especialmente em relação à memória, tem sido há muito reconhecido que lesões em regiões talâmicas podem causar distúrbios cognitivos nesse domínio (Bogousslavsky et al., 110 1988; Squire e Moore, 1979). Tradicionalmente, a perda de memória associada a tais lesões é usualmente descrita como “amnésia diencefálica” (Graff-Radford et al., 1990). Esse termo sugere que há uma sintomatologia consistente em meio aos pacientes que sofrem desse quadro; mas, na verdade, os padrões de déficits de memória podem variar de acordo com a lesão de cada indivíduo (Van der Werf et al., 2000). De maneira interessante, no entanto, acredita-se que o padrão de perda de memória que ocorre em sujeitos com lesões na região talâmica em geral apresenta similaridades às das lesões do tipo ETM (Aggleton e Saunders, 1997). As alterações de memória em pacientes com ETM tipicamente adquirem a forma de uma síndrome amnésica devido a um defeito na conversão ou codificação de novas informações, resultando em prejuízo na memória anterógrada (Van der Werf et al., 2000). Especificamente, os núcleos da linha média talâmica (os quais são adjacentes à AI; Figura 3) e os núcleos intralaminares do tálamo parecem estar relacionados a funções frontais cognitivas. Estes núcleos de fato recebem várias conexões aferentes e, por sua vez, podem influenciar funcionalmente circuitos do prosencéfalo (Groenewegen e Berendse, 1994). Os núcleos intralaminares apresentam densas projeções para o corpo estriado, bem como projeções difundidas para todo córtex cerebral. Essas aferências corticais mostram especificidades topográficas, de tal forma que praticamente todas as áreas corticais recebem aferências a partir de, pelo menos, um dos núcleos intralaminares. Os núcleos da linha média, por sua vez, apresentam campos de terminações para amígdala, córtex frontal e córtex temporal medial (Berendse e Groenewegen, 1991). Embora os padrões de projeção e inervação necessitem ser determinados com maior acuidade a fim de permitir a especulação sobre o papel de cada um dos núcleos da linha média isoladamente, dados clínicos indicam que estas estruturas talâmicas parecem influenciar o funcionamento pré-frontal (Van der Werf et al., 2000). Relatos de casos de pacientes com lesões específicas em núcleos da linha média sugerem que estes últimos estariam envolvidos no controle de tarefas executivas (GraffRadford et al., 1990; Mennemeier et al., 1992). No entanto, é válido ressaltar que lesões circunscritas apenas a uma microrregião talâmica não seriam provavelmente suficientes para produzir os prejuízos observados em nossos pacientes. É mais plausível que lesões combinadas de duas ou mais estruturas ou regiões se potencializem, levando consequentemente aos prejuízos cognitivos observados. Além disso, como sugerido acima, lesões no tálamo podem conduzir à ruptura de processos que são atribuídos a outras regiões cerebrais. O fato de a AI estar especialmente próxima aos núcleos da linha média sugere que, na falta da junção, estes também possam ficar prejudicados e, por consequência, outras regiões cerebrais (i.e., amígdala, e córtices frontal e 111 temporal) às quais os núcleos da linha média talâmica realizam conexões. Os baixos escores neuropsicológicos verificados em pacientes sem AI podem, dessa forma, podem refletir mau funcionamento pré-frontal (cujos sintomas incluem distúrbios de habilidades executivas, atenção, iniciativa, inibição e organização temporal do comportamento (Van der Werf et al., 2000)), ou temporal. A falta dos dados neuropsicológicos do grupo controle impossibilita inferências adicionais acerca da maior especificidade dos prejuízos relacionados à falta de AI e àqueles devido à presença do transtorno em si. Futuros estudos com amostras de voluntários saudáveis auxiliarão, da mesma forma, a precisar outras áreas neuroanatômicas que estariam implicadas com os resultados encontrados. 5.2.4. Não associação entre cavum septum pellucidum e ausência de adesão intertalâmica Consistente com a observação do estudo I, não foi detectada associação entre ausência de AI e presença de CSP alargado na ELTM. Conforme propusemos anteriormente, isso pode ser devido ao fato de que o desenvolvimento da AI e a fusão completa do CSP ocorrem em diferentes períodos da vida (início da gestação, e meses após o nascimento, respectivamente; de Souza Crippa et al., 2006). Ainda, as regiões e estruturas responsáveis por cada fenômeno não parecem ser as mesmas. 5.2.5. Questões metodológicas Uma das grandes limitações do estudo II é ter amostra proveniente de banco de dados clínico, o que inviabilizou o acesso a características sócio-demográficas, notavelmente de controles. Embora se tenha realizado tentativa de entrar em contato com os voluntários saudáveis do presente estudo, a grande maioria não foi localizada. Desse modo, as variáveis utilizadas para balanceamento entre as amostras foram somente gênero e idade. Ainda por esse motivo, não foram aplicados os testes neuropsicológicos em controles, bem como há casos de pacientes em que esses resultados não foram localizados. A relativa escassez de dados sócio-demográficos e clínicos do estudo II contrasta com a riqueza dos mesmos disponíveis no estudo I. No entanto, apesar dessa falta, o presente estudo em ELTM tem como grande força o fato de ter sido o primeiro a investigar CSP/AI no transtorno; em contrapartida, vários estudos em psicose já haviam avaliado essas alterações de neurodesenvolvimento, justificando-se a necessidade de rigor na seleção e emparelhamento da amostra a fim de se acrescentar nova contribuição à literatura. 112 6. CONCLUSÃO ___________________________________________________________________________ 113 Estudo I Em resumo, o comprimento do CSP aumentou de maneira mais proeminente para pacientes com psicose do que para controles ao longo do tempo, embora não se tenha evidenciado diferenças de prevalência e comprimento do CSP na investigação transversal. Esses achados sugerem que a cavidade parece estar, de alguma forma, mais associada à progressão do transtorno psicótico do que às suas manifestações iniciais. Por outro lado, o comprimento da AI já se mostrou menor no início da manifestação da esquizofrenia, apoiando o modelo de neurodesenvolvimento sobre a etimologia deste transtorno (Murray e Lewis, 1987; Weinberger, 1987), bem como sugerindo que uma alteração nesta junção de substância cinzenta poderia ser considerada como fator de risco para desenvolvimento de psicose. Estudo II Sumariamente, foi observado que pacientes sem ETM possuíam maior comprimento anteroposterior e volume do CSP, quando comparados àqueles com ETM, o que sugere padrão morfológico extratemporal distinto entre indivíduos com e sem ETM. Por outro lado, verificou-se diminuição da prevalência e comprimento da AI em pacientes em relação aos controles. O comprimento da AI mostrou correlação negativa com período latente, evidenciando que alterações talâmicas anteriores ao início do transtrono possam estar presentes na ELTM. Na análise morfométrica cerebral, observou-se interação entre diagnóstico-por-prevalência de AI no giro parahipocampal, região supostamente implicada em processos cognitivos e com envolvimento na ELTM. Ainda, escores neuropsicológicos mostraram-se rebaixados em pacientes sem AI, comparados àqueles com a junção. Futuros estudos, com desenho longitudinal e pacientes em estágios iniciais do transtorno, auxiliarão na compreensão sobre relação entre variáveis clínicas e a AI na ELTM. Integração entre os Estudos I e II Foram avaliadas, com metodologia similar, as mesmas alterações de neurodesenvolvimento em duas amostras com diagnósticos distintos nos Estudos I e II. O fato de os resultados de ambos os estudos demonstrarem alterações tanto no CSP como na AI abre caminho para outros questionamentos. Existem evidências de sobreposição etiológica entre transtornos do neurodesenvolvimento, incluindo esquizofrenia e epilepsia (García-Morales et al., 2008; Elliot et al., 2009). Em estudo recente (Clarke et al., 2012), foi verificado que indivíduos com epilepsia mostraram aumento de 5,5 vezes no risco de ter uma perturbação psicótica amplamente definida; aumento de quase 8,5 vezes no risco de ter esquizofrenia; e 114 aumento de 6,3 vezes no risco de apresentar transtorno do humor bipolar. Ainda, sujeitos com histórico familiar para epilepsia tinham aumento de 2,0 vezes no risco de desenvolvimento de psicose, em comparação a indivíduos sem uma história familiar para epilepsia. Da mesma forma, indivíduos com histórico familiar de psicose tinham aumento de 2,7 vezes no risco de ter diagnóstico para epilepsia, em comparação àqueles sem história familiar de psicose. Dessa forma, futuros estudos são necessários para esclarecer de que maneira o CSP e a AI se manifestam em pacientes com ELTM que apresentam psicose, bem como se CSP/AI apresentam-se de maneira similar ou diferenciada entre subgrupos de pacientes com epilepsia com e sem psicose. As mesmas linhas de investigação podem ser conduzidas em pacientes com ELTM e outras comorbidades psiquiátricas (como transtorno depressivo maior ou bipolar, nas quais já foram relatadas alterações de AI (Takahashi et al., 2009a; 2010)). Pesquisas subsequentes, com avaliação de comorbidades psiquiátricas em epilepsia, poderão auxiliar na elucidação de algumas desses questionamentos. 115 7. REFERÊNCIAS E OBRAS CONSULTADAS ___________________________________________________________________________ 116 Adam C, Saint-Hilaire JM, Richer F. Temporal and spatial characteristics of intracerebral seizure propagation: predictive value in surgery for temporal lobe epilepsy. Epilepsia. 1994;35(5):1065-72. 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PRODUÇÃO CIENTÍFICA ORIGINADA DESTA TESE ___________________________________________________________________________ Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 Contents lists available at ScienceDirect Schizophrenia Research j o u r n a l h o m e p a g e : w w w. e l s ev i e r. c o m / l o c a t e / s c h r e s Are cavum septum pellucidum abnormalities more common in schizophrenia spectrum disorders? A systematic review and meta-analysis Clarissa Trzesniak a,b, Irismar R. Oliveira c, Matthew J. Kempton b, Amanda Galvão-de Almeida c,d, Marcos H.N. Chagas a, Maria Cecília F. Ferrari a, Alaor S. Filho a, Antonio W. Zuardi a, Daniel A. Prado a, Geraldo F. Busatto e, Phillip K. McGuire b, Jaime E.C. Hallak a, José Alexandre S. Crippa a,⁎ a b c d e Department of Neuroscience and Behavior, Medical School, University of São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil and INCT Translational Medicine, Brazil Department of Psychosis Studies, Institute of Psychiatry, King's College London, UK Affective Disorders Center, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador (BA), Brazil Post Graduation Program, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), and Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (LiNC), São Paulo (SP), Brazil Department of Psychiatry, Medical School, University of São Paulo (USP), São Paulo (SP), Brazil a r t i c l e i n f o Article history: Received 9 June 2010 Received in revised form 7 September 2010 Accepted 23 September 2010 Available online 20 October 2010 Keywords: Cavum septum pellucidum Magnetic resonance imaging Schizophrenia Meta-analysis a b s t r a c t Magnetic resonance imaging (MRI) studies have reported a variety of brain abnormalities in association with schizophrenia. These include a higher incidence of cavum septum pellucidum (CSP), which is consistent with a neurodevelopmental model for this disorder. In this metaanalytic review, we describe and discuss the main CSP MRI findings in schizophrenia spectrum disorders (SSDs) to date. We adopted as keywords cavum and schizophrenia or psychosis, and the inclusion criteria were articles in English, with samples of SSD patients compared to healthy subjects, which used MRI to assess CSP, without time limit. From 18 potential reports, fifteen were eligible to be part of the current review. These studies included 1054 patients with SSD and 866 healthy volunteers. Six out of 15 studies pointed to a higher prevalence of CSP of any size in SSD patients, while five out of 15 showed that subjects with SSD had a greater occurrence of a large CSP than healthy individuals. However, the meta-analysis demonstrated that only the incidence of a large CSP was significantly higher in SSD relative to healthy comparisons (odds ratio = 1.59; 95%CI 1.07–2.38; p = 0.02). Overall our results suggest that only a large CSP is associated with SSD while a small CSP may be considered a normal neuroanatomical variation. Our review revealed a large degree of variability in the methods employed across the MRI studies published to date, as well as evidence of publication bias. Studies in large, community-based samples with greater standardization of methods should clarify the true significance of CSP in SSD. © 2010 Elsevier B.V. All rights reserved. 1. Introduction ⁎ Corresponding author. Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento — FMRP-USP, Avenida Bandeirantes 3900, 14048-900 Ribeirão Preto, SP, Brazil. Tel.: + 55 16 3602 2201; fax: + 55 16 3602 2544. E-mail addresses: [email protected] (C. Trzesniak), [email protected] (I.R. Oliveira), [email protected] (M.J. Kempton), [email protected] (A. Galvão-de Almeida), [email protected] (M.H.N. Chagas), [email protected] (M.C.F. Ferrari), [email protected] (A.S. Filho), [email protected] (A.W. Zuardi), [email protected] (D.A. Prado), [email protected] (G.F. Busatto), [email protected] (P.K. McGuire), [email protected] (J.E.C. Hallak), [email protected] (J.A.S. Crippa). 0920-9964/$ – see front matter © 2010 Elsevier B.V. All rights reserved. doi:10.1016/j.schres.2010.09.016 Despite more than a century of research, the etiology of schizophrenia remains unknown. It is widely accepted that the interaction between environmental and biological (i.e., genetic, biochemical, physiological and developmental) factors is crucial to the manifestation of this disabling disorder. Among several etiological hypotheses for schizophrenia, the neurodevelopmental model is one of the most prominant. In its simplest form the model posits that schizophrenia is the behavioral outcome of an aberration in neurodevelopmental 2 C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 processes that begins long before the onset of clinical symptoms and is caused by a combination of environmental and genetic factors (Murray and Lewis, 1987; Weinberger, 1987). Several post-mortem and neuroimaging studies support this hypothesis by demonstrating that a significant number of patients with schizophrenia show brain developmental alterations, such as agenesis of the corpus callosum, arachnoid cysts, and other abnormalities (Hallak et al., 2007; Kuloglu et al., 2008). Additionally, animal models of schizophrenia suggest that rats with early neurodevelopmental lesions show delayed aberrant behavior occurring during adolescence (for review, see Shenton et al., 2001). Conversely, in recent years, longitudinal brain imaging studies of both early and adult onset populations indicate that brain changes are more dynamic than previously thought, with gray matter volume loss particularly striking in adolescence and appearing to be an exaggeration of the normal developmental pattern, as well as progressive volumetric reductions in adult patients. Indeed a recent meta-analysis has confirmed progression of lateral ventricular volume in patients with schizophrenia (Kempton et al., 2010). Some investigators have suggested that, for a proportion of individuals developing schizophrenia, there are disruptions in early (pre- and perinatal) and late (postpubertal) neurodevelopment, based on evidence of observed changes occurring before, during, and after illness onset (Pantelis et al., 2005). Thus, schizophrenia may be a disorder of early and late brain development (Cannon et al., 2003; Pantelis et al., 2003), in which genetic and nongenetic influences are important in understanding the brain structural abnormalities observed (DeLisi, 1997; Harrison and Weinberger, 2005; Rapoport et al., 2005). This progressive neurodevelopmental model may also be useful in understanding the neuropsychological deficits and behavioral manifestations seen in the disorder. The septum pellucidum, a component of the limbic system, is a thin plate of two laminae that forms the medial walls of the lateral ventricles. When these laminae fail to fuse, they form a cavity known as cavum septum pellucidum (CSP) (Sarwar, 1989). The CSP is present in 100% of fetuses and premature infants, but the posterior half of the leaves are normally fused by the age 3–6 months (Shaw and Alvord, 1969). The presence of a CSP later in life might reflect developmental abnormalities of structures bordering the septum pellucidum, such as the corpus callosum and hippocampus (Rakic and Yakovlev, 1968). Thus, the CSP can be considered a marker of limbic system dysgenesis, a forme fruste of midline abnormalities, or both (Nopoulos et al., 1998). The complete nonfusion of the two leaflets of the septum pellucidum, an anomaly termed combined CSP and cavum vergae (CV), is considered the most extreme form of CSP (Fig. 1). Magnetic resonance imaging (MRI) is an important method for investigating strutural brain abnormalities in schizophrenia spectrum disorders (SSD), such as the CSP. Nevertheless, there are some difficulties in interpreting the published literature to date. In 2001, Shenton et al. reviewed 12 published MRI studies reporting CSP prevalence in schizophrenia. The finding that 11 of the studies reported a higher prevalence of CSP (large/any size) in schizophrenia compared to controls, led the authors to conclude that the CSP was one of the most robust MRI findings in schizophrenia. However, 13 new studies have been performed in the last nine years, with contrasting results both in relation to the presence and the length of CSP. The application of recent meta-analytic methods offer a strategy for combining data from multiple brain imaging studies for qualitative and quantitative analyses. Some advantages of this approach include: 1) increment in statistical power; 2) the possibility of teasing apart the influence of factors causing heterogeneity in the results reported by individual studies; 3) the opportunity to combine findings from all studies, improving the estimation of the overall effect size (Thompson et al., 1997). Taking advantage of this, we present herein a systematic review and metaanalysis providing a qualitative and quantitative integration of the MRI findings of CSP in SSD published to date. 2. Methods Searches were performed in the Medline and Web of Science databases using the keywords cavum and schizophrenia or psychosis, with no time limit. References of selected articles were also hand-searched for additional citations. All studies involving human patient samples reporting MRI data of CSP in psychotic disorders were incorporated in this analysis. To be included in this review, the studies had to meet the following criteria: 1) to be published in English; 2) in a population predominantly diagnosed as having schizophrenia or schizoaffective disorder; 3) to use MRI to assess the CSP; 4) to have a comparison group of healthy subjects. As the brain is still developing in childhood (Pratt, 2002), we have excluded one study that included only children in its sample (Nopoulos et al., 2000). In order to select the potentially relevant studies, three independent reviewers (AGA, CT, and MHNC) evaluated the abstracts identified in the literature search. Next, the same three reviewers, working independently, decided which of those papers fulfilled the inclusion criteria. Disagreement at any stage was resolved by consensus. For each study investigated, a data collection form was used, and these data were obtained independently by the three reviewers. The MRI studies included in this review are summarized in Table 1, which lists the sociodemographic characteristics of each study sample by first author and year. Statistical analyses were performed using the Comprehensive Meta-Analysis Software, version 2.2.048, November 7, 2008 (Borenstein et al., 2009). For each study, odds ratios and 95% confidence intervals were calculated. We used a random effects model that weighted the studies according to the inverse variance, and provided the odds ratio and the corresponding confidence interval. In order to ascertain whether pooling was viable among the selected studies (p N 0.05), a Q test of homogeneity for the odds ratios across studies was calculated. The proportion of patients from the included studies who presented CSP compared to those who did not was broken down into 2 × 2 contingency tables. We used Egger's regression test, which is a formal method of estimating publication bias (Egger et al., 1997). The effect of the year of publication was assessed in a random effects meta-regression model by using the C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 A 3 B Fig. 1. Complete fusion defect of the septum pellucidum leaflets in coronal (A) and axial (B) MR images showing (arrow) the presence of Cavum Septi Pellucidi/ Cavum Vergae severely enlarged in a patient with schizophrenia (28-years-old) (de Souza Crippa et al., 2006). appropriated command in the software. The default option using residual maximum likelihood (REML) was selected. 3. Results Twenty studies that examined the prevalence of CSP in schizophrenia and schizoaffective disorder fulfilled inclusion criteria for this meta-analysis. Among these, one study was excluded due to inconsistency regarding CSP prevalence, i.e. presentation of two different values along the report (Rajarethinam et al., 2008). We were unable to make contact with the author for the correct data. Three articles (DeGreef et al., 1992b; Fukuzako et al., 1996; Hagino et al., 2001) were excluded because their samples were already included in other studies (DeGreef et al., 1992a; Fukuzako and Kodama, 1998; Takahashi et al., 2007, respectively). The study by Scott et al. (1993) was rejected for not including a healthy comparison group. Thus 15 studies provided comparative data from patients with and without CSP (Table 1). Among the 15 studies analyzed in this review, all investigated the presence of CSP regardless of its size. The incidence of CSP ranged from 1.1% (Shioiri et al., 1996) to 89.7% (Takahashi et al., 2008) in healthy volunteers, and from 10.0% (Keshavan et al., 2002) to 89.5% (Takahashi et al., 2008) in patients with SSD. An increased occurrence of CSP of any size in patients with schizophrenia was observed both in chronic (Degreef et al., 1992a; Galarza et al., 2004; Jurjus et al., 1993; Rajarethinam et al., 2001; Shioiri et al., 1996) and first-episode SSD subjects (Degreef et al., 1992a; DeLisi et al., 1993). However, nine out of 15 studies failed to find significant differences in the prevalence of CSP between SSD patients and healthy subjects (de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Fukuzako and Kodama, 1998; Kasai et al., 2004; Keshavan et al., 2002; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997; Takahashi et al., 2007, 2008). As shown in Fig. 2, the presence of CSP of any size did not differ between individuals with SSDs in comparison with healthy subjects (odds ratio = 1.19; 95%CI 0.82–1.72; p = 0.37). There was significant between-study heterogeneity for the studies included in the present meta-analysis (I2 = 56.7%, Q = 32.3, p b 0.01), and no evidence of publication bias (p = 0.30). Contradictory results were also evident when considering the prevalence of large CSPs: rates varied from 0 (Keshavan et al., 2002) to 11.5% (Takahashi et al., 2008) in healthy individuals, and from 1.2% (DeLisi et al., 1993) to 26.7% (Kwon et al., 1998) in SSD patients. Using a qualitative assessment that consisted of visual inspection (see below), six (DeGreef et al., 1992a; DeLisi et al., 1993; Flashman et al., 2007; Galarza et al., 2004; Jurjus et al., 1993; Keshavan et al., 2002) out of seven articles did not observe differences in the presence of large CSP between patients and healthy subjects, while only Shioiri et al. (1996) reported significant results. On the other hand, with a more quantitative approach, four (de Souza Crippa et al., 2006; Kasai et al., 2004; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997) out of nine (de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Fukuzako and Kodama, 1998; Kasai et al., 2004; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997; Rajarethinam et al., 2001; Takahashi et al., 2007, 2008) studies observed an increased incidence of large CSP in SSD patients, although the prevalence of CSP of any size did not differ between patients and healthy volunteers in several studies (de Souza Crippa et al., 2006; Kasai et al., 2004; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997). In the random effects quantitative meta-analysis, patients with SSDs had significantly increased rates of large CSP relative to the healthy group (odds ratio = 1.59; 95%CI 1.07–2.38; p = 0.02), with patients with schizophrenia or schizoaffective disorder presenting 1.59 times the incidence of large CSP than healthy individuals (Fig. 3). Although there was no between-study heterogeneity (I2 = 0, Q = 13.7, p = 0.47), we found evidence of publication bias (p b 0.01) across the studies. We also identified differences in the degree of significance of between-group differences in regard to the presence of CSP of any size (Fig. 4), but not specifically in regard to the prevalence of a large CSP. By carrying out a meta-regression taking year of publication as a moderator, we verified that, 4 Table 1 Demographic and clinical characerization of the samples. Reference Subjects Degreef et al. (1992a) FE SCHZ Galarza et al. (2004) Kasai et al. (2004) De Souza Crippa et al. (2006) Flashman et al. (2007) Takahashi et al. (2007) Takahashi et al. (2008) CTRL CHR SCHZ CTRL FE SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ + SCHZA + NOS CTRL CHR SCHZ CTRL FE SCHZ CHR SCHZ CTRL Mean age + SD Duration of Antipsy(years) illness (years) chotics 62 (33/29) 24.1 ± 5.8 1.0 ± 1.7 19 46 67 37 85 (17/2) (22/24) (49/18) (ND) (48/37) 29.1 ± 5.7 28.8 ± 7.5 ND ND 26.6 ± 7.3 47 40 92 55 75 72 41 15 15 73 43 40 (29/18) (21/19) (34/98) (37/18) (39/36) (53/19) (30/11) (15/0) (15/0) (56/17) (21/22) (25/15) 26.6 ± 6.6 32.2 ± 11.3 38.8 ± 14.0 29.7 ± 9.0 27.3 ± 7.8 28.7 ± 9.1 32.0 ± 7.9 ND ND 35.3 ± 11.5 35.6 ± 13.1 24.7 ± 7.5 59 32 19 33 56 38 38 77 55 154 163 103 89 87 (29/30) (0/32) (0/19) (28/5) (44/12) (26/12) (26/12) (57/20) (32/33) (74/80) (97/66) (76/27) (76/13) (55/32) 21.4 ± 7.5 52.9 ± 9.2 51.1 ± 12.7 24.7 ± 6.5 24.0 ± 3.9 29.9 ± 10.0 29.7 ± 9.7 34.3 ± 10.5 32.7 ± 11.0 28.0 ± 7.8 27.0 ± 8.0 21.2 ± 3.3 34.9 ± 9.6 26.9 ± 10.1 Diagnostic Comments / Healthy controls origin criteria RDC 9.19 ± 5.6 – ND drugnaïve Yes – ND DSM-III-R CTRL: ND ND ND DSM-III-R CTRL: members of the community 8.7 ± 9.5 – ND ND DSM-III-R ND DSM-III-R age: difference between groups CTRL: hospital staff and members from the comunity CTRL: members of the community ND DSM-III-R CTRL: members of the community, hospital staff, university students ND Yes – ND DSM-III-R CTRL: hospital staff ND ND DSM-III-R CTRL: members of the community NA drugnaïve – Yes DSM-III-R CTRL: members of the community DSM-IV DSM-III-R CTRL: ND Yes – Yes DSM-IV CTRL: members of the community DSM-IV CTRL: members of the community ND DSM-IV CTRL: ND Yes – Yes Yes – ICD-10 DSM-IV DSM-III-R CTRL: members of the community, hospital staff, university students – 28.0 ± 9.8 – NA – 10.3 ± 8.2 – ND 5.1 ± 5.5 – 0.2 ± 0.2 12.8 ± 9.9 NA CTRL: members of the community, hospital staff DSM-III-R gender: M N F in CHR compared with other all groups age: CHR SCHZ N other groups CTRL: similar sociodemographic areas as pacintes by hospital staff; members of the community CHR, chronic; CTRL, controls; CSP, cavum septum pellucidum; DSM, Diagnostic Statistical Manual; F, female; FE, first episode; ICD, International Classification of Diseases; M, male; NA, not applied; ND, not described; NOS, patients with psychosis not otherwise specified; RDC, Research Diagnostic Criteria; SCHZ, schizophrenics; SCHZA, schizoaffectives; XCHZT, schizotypicals; SD, standard deviation. a Number of subjects in the study who were not included in posterior studies in the list. C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 CHR SCHZ CTRL Jurjus et al. (1993) CHR SCHZ CTRL DeLisi et al. (1993) FE SCHZ + SCHZA + SCHZT + NOS CTRL Shioiri et al. (1996) CHR SCHZ CTRL Nopoulos et al. (1997) CHR SCHZ + SCHZA CTRL Fukuzako and Kodama (1998) CHR SCHZ CTRL Kwon et al. (1998) CHR SCHZ a CTRL a Rajarethinam et al. CHR SCHZ (2001) CTRL Keshavan et al. (2002) FE SCHZ + FE SCHZA N (M/F) C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 rs 5 Odds ratio and 95% CI Fig. 2. The odds ratio of the 15 studies that investigated the prevalence of cavum septum pellucidum of any size in patients with schizophrenia spectrum disorder and in healthy volunteers. The mean data shows no significant differences between patients and healthy comparison subjects (p N 0.05). CI, confidence interval; CSP, cavum septum pellucidum; OR, odds ratio. during the 1990s, the majority of the findings showed higher prevalence of CSP of any size in SSD patients when compared to healthy volunteers (Fig. 4). On the other hand, this significant difference in the incidence rates between patients and controls disappears when considering all the studies conducted in 2000s. 4. Discussion This meta-analysis demonstrates the considerable effort that has been directed towards investigating the relationship between CSP and SSD. The results indicate that the occurrence of a small-sized CSP may simply reflect normal Large CSP / Total (N) Study Degreef et al. (1993) Patients Healthy Volunteers 2 / 81 0 / 46 Jurjus et al. (1993) 4 / 67 2 / 37 DeLisi et al. (1993) 1 / 85 0 / 47 Shioiri et al. (1996) 2 / 40 0 / 92 Nopoulos et al. (1997) 6 / 55 1 / 75 Fukuzako et al. (1998) 7 / 72 2 / 41 Kwon et al. (1998) 4 / 15 1 / 15 Rajarethinam et al. (2001) 3 / 73 1 / 43 Keshavan et al. (2002) 1 / 40 0 / 59 Galarza et al., (2004) 1 / 32 0 / 19 Kasai et al. (2004) 6 / 33 4 / 56 De Souza Crippa et al. (2006) 8 / 38 1 / 38 Flashman et al. (2007) 11 / 77 5 / 55 Takahashi et al. (2007) 10 / 154 12 / 163 Takahashi et al. (2008) 19 / 192 10 / 87 Total 85 / 1054 39 / 866 Odds ratio and 95% CI 0.01 0.10 1.00 Healthy volunteers 10.00 100.00 Patients OR=1.59; 95%CI 1.07-2.38; p=0.02 Test for heterogeneity: I2=0; Q=13.7; p=0.48 Fig. 3. The odds ratio of the 15 studies that investigated the prevalence of large cavum septum pellucidum in patients with schizophrenia spectrum disorder and in healthy volunteers. The mean data shows significant differences between patients and healthy comparison subjects (p b 0.05). CI, confidence interval; CSP, cavum septum pellucidum; OR, odds ratio. 6 C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 Meta-regression of year on Log odds ratio 3.00 2.50 Log odds ratio 2.00 1.50 1.00 0.50 0.00 -0.50 -1.00 -1.50 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Year Fig. 4. Meta-regression taking year of publication as moderator showing the odds ratio of the prevalence of the cavum septum pellucidum of any size in patients with schizophrenia spectrum disorder and healthy comparison subjects (Slope = − 0.082; ±s.e. = 0.029; z = − 2.828; p = 0.005). The circle size indicates the weight of each study; the bigger the stronger. anatomical variability, since our statistical comparisons failed to reveal significant differences in the prevalence of CSP of any size between SSD patients and healthy subjects. On the other hand, our analyses showed that the incidence of a large CSP was higher in SSD patients than in healthy volunteers. We therefore propose that the clinical significance of a CSP may depend more on its size than whether it is present or absent, as suggested by Nopoulos et al. (1998) and de Souza Crippa et al. (2006). In the same way, based on the finding that an enlarged CSP was more prevalent in individuals at ultra-high risk for psychosis (Choi et al., 2008) it could also be speculated that alterations in the cavity indicates an increased susceptibility to psychosis. Despite this, it is important to emphasize that an enlarged CSP occurs in only a subgroup of individuals with schizophrenia, with prevalence rates ranging from 4% (Rajarethinam et al., 2001) to 30% (Kwon et al., 1998), respectively. Therefore, this midline structural abnormality should at most be regarded as an early neurodevelopmental risk factor that may be related to the presence of schizophrenia in a subgroup of patients, rather than being a strong causative determinant of the disorder. It is well known that fusion of the septi pellucidi is associated with rapid growth of the hippocampus, corpus callosum and other midline structures (Sarwar, 1989; Shaw and Alvord, 1969) that have consistently been linked to schizophrenia (Shenton et al., 2001). Therefore, the presence of CSP in patients with schizophrenia could represent an early marker of a developmental defect involving these brain regions. Similarly, it is unlikely that a disturbance in a localized structure such as the CSP would lead to widespread manifestations of schizophrenia and other disorders. A more plausible possibility is that abnormalities in the formation and maturation of the septum pellucidum are a marker of an overall aberrance of early neurodevelopment of more widespread proportions and etiopathological significance to psychosis. It is also important to stress that CSP abnormalities are not specific to schizophrenia or psychosis in general, since these findings are also observed in other disorders of developmental origin, such as fetal alcohol syndrome (prevalence of 20% in patients; Swayze et al., 1997), Sotos (38–40% of the patients have CSP, being 94–100% CV, Lim and Yoon, 2008; Schaefer et al., 1997), and Apert's syndrome (prevalence of 15% in patients; Renier et al., 1996). In addition, although the size and prevalence of CSP are normal in subjects with other psychiatric conditions such as panic disorder (patients have 76% of any CSP; Crippa et al., 2004), there have been reports of a higher prevalence of CSP in subjects with first-episode affective psychosis (any CSP: 81%; large CSP: 15%, Kasai et al., 2004); bipolar affective disorder (BAD) (any CSP: 7%, Shioiri et al., 1996) and schizotypal personality disorder (SPD) (large CSP: 20%, Dickey et al., 2007). Based on this, some authors have speculated that psychosis associated with schizophrenia and BAD may share, at least to some extent, neurodevelopmental abnormalities involving midline structures (Kasai et al., 2004) and that SPD may be a milder form on a continuum of SSD (Kwon et al., 1998). 4.1. Methodological aspects: sample characteristics The wide discrepancy in the reported prevalence and size of CSP in association with SSD may be, in great part, explained by differences in the methodology among the studies published to date. Similarly, this methodological variation may have also be the reason for the differences in the prevalence of CSP of any size during the 1990s and the 2000s. First, not all of the studies used homogeneous samples of patients (DeLisi et al., 1993; Flashman et al., 2007; Jurjus et al., 1993; Keshavan et al., 2002; Nopoulos et al., 1997); i.e., the patient groups in these studies had more than one disorder and it was not possible to evaluate the rates in each diagnostic category separately. Besides schizophrenia, most of the samples also included other conditions related to psychosis, such as schizotypal personality (DeLisi et al., 1993) and schizoaffective disorder (DeLisi et al., 1993; Flashman et al., 2007; Jurjus et al., 1993; Keshavan et al., 2002; Nopoulos et al., 1997). Although some authors hypothesized that psychosis in general may share, at least to some extent, neurodevelopmental abnormalities involving midline structures (Kasai et al., 2004; Kwon et al., 1998), the variability of the diagnoses across different studies makes it difficult to compare their results. The methods for recruitment of healthy comparison groups could also be considered a source of bias, since most studies C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 to date recruited hospital staff, university students; or members of community by advertisements (Table 1). Moreover, some studies did not detail the recruitment of their healthy control samples (Flashman et al., 2007; Galarza et al., 2004; Jurjus et al., 1993). In all but one of the MRI studies to date, the samples of SSD patients and controls were not matched by sex (Takahashi et al., 2008). Although the authors of these studies did not attribute their negative findings to this unbalance, two articles found that male individuals showed higher incidence of CSP of any size than female subjects (Jurjus et al., 1993; Nopoulos et al., 1997). There is also evidence that male patients may present a higher occurrence of any (Rajarethinam et al., 2001) or large (de Souza Crippa et al., 2006; Nopoulos et al., 1997) CSP than male healthy subjects. In contrast to such genderrelated differences, the age of subjects did not seem to influence the variability of CSP prevalence in samples of SSD, since none of the MRI studies to date showed significant correlations between this variable and CSP measures. There is evidence of volumetric differences in brain structures in the vicinity of the CSP, such as reduced volume of the hippocampus and reduced cross-sectional area of the corpus callosum, when first-episode psychosis patients are directly compared with chronic patients with SSD (EllisonWright et al., 2008; Meisenzahl et al., 2008). This indicates that it is also important to control for the duration of illness in MRI studies when evaluating the CSP in psychotic disorders. Given that the fusion of the septi pellucidi probably results from the rapid growth of the hippocampus (Sarwar, 1989; Shaw and Alvord, 1969), it could be speculated that volumetric alterations in this brain structure over the course of time could also lead to changes in morphological parameters related to the CSP, i.e. length, area and volume. Indeed, although the septum pellucidum fuses early in life, there is evidence of higher prevalence of CSP in professional boxers, probably due to repeated head trauma (Aviv et al., 2010; Zhang et al., 2003). None of the eight (de Souza Crippa et al., 2006; DeGreef et al., 1992a; Galarza et al., 2004; Kasai et al., 2004; Keshavan et al., 2002; Shioiri et al., 1996; Takahashi et al., 2007, 2008) studies that controlled their findings for duration of illness in this review found significant correlations between this variable and measures of CSP. However, it has been reported that patients with chronic schizophrenia display higher incidences of large CSP than healthy individuals, while patients with first-episode psychosis show an intermediate prevalence (Kwon et al., 1998). There is no mention about the use of antipsychotics in seven studies (DeLisi et al., 1993; Flashman et al., 2007; Jurjus et al., 1993; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997; Rajarethinam et al., 2001; Shioiri et al., 1996). This lack of information regarding treatment status possibly relates to the view that the presence of CSP is entirely established during early life, and therefore CSP incidence indices would not be affected by the use of antipsychotic medications. Nonetheless, Dickey et al. (2007) suggest that these drugs may influence measures of CSP, given that the use of these drugs in SSD have already been related to morphological alterations in brain regions related to the CSP, such as the hippocampus (Chakos et al., 2005; McClure et al., 2006) and corpus callosum (Girgis et al., 2006). 7 4.2. Methodological aspects: experimental designs and characterization of CSP The variation in the acquisition parameters across different MRI studies may influence the results obtained in the studies of CSP in SSDs. In relation to the intensity of the magnetic field, only one study used a 1.0 T scanner (DeGreef et al., 1992a). In contrast, the other 14 studies used equipment with magnetic field of 1.5 T, which probably contributed to improve the quality of the MRI data acquired. There has been a great degree of variability in the thickness of MRI slices acquired across different studies to date, ranging from 0.94 mm (Kasai et al., 2004; Takahashi et al., 2008) to 5.0 mm (DeLisi et al., 1993; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al., 1996). There is also variation in the inter-slice gaps across MRI studies, ranging from 1.5 mm (Shioiri et al., 1996) to 5 mm (Jurjus et al., 1993). Thinner and contiguous slices are considered the ‘gold-standard’ method, since these allow more accurate estimates not only of the prevalence of CSPs, but also their size (Nopoulos et al., 1997). It is wellknown that with thicker slices, such as 3.0 to 5.0 mm, gaps may occasionally miss small CSPs, as well as leading to partial volume effects. This factor may have contributed to the discrepancy in the findings of CSP of any size between the studies conducted in the 1990s and 2000s, given that the first studies were carried out with thick and non contiguous slices (Table 2). There is also great variation in the way that the studies determined the presence of the CSP, as well as the parameters for evaluating whether this cavity is classified as large or not (Table 2). Concerning the criteria for detection, many authors have categorized the CSP using a qualitative approach, consisting of both visual inspection and ranking findings on grades of severity. Scales of severity are often created for each study individually, and are established from previous knowledge about characteristics of the CSPs. These scales may range from 0 (absent CSP) to 3 (severe CSP) (DeGreef et al., 1992a; DeLisi et al., 1993); from 1 (absent CSP) to 3 (severe CSP) (Keshavan et al., 2002); and from 0 (absent CSP) to 4 (severe CSP), with five distinctive levels (Flashman et al., 2007; Jurjus et al., 1993; Shioiri et al., 1996). Using a different approach, Galarza et al. (2004) used embryological types of CSP (from I to III) as parameters for rating the severity of the cavity. Thereafter, each CSP of the sample is classified according to its size, and placed in the appropriated category. Limitations in such qualitative forms of assessing CSPs may contribute to the contradictory findings among the articles published to date, as the scales differ across studies and the ratings given by each examiner are somewhat subjective. In order to minimize these discrepancies, recent studies have adopted more quantitative methods for classifying the CSP, by counting the number of slices in which the cavity clearly appears, especially on coronal MRI views. When this technique is used, the number of slices can be multiplied by their thickness, allowing the calculation of the anterior-toposterior length of the CSP. This methodology, now considered the state-of-art technique to assess the presence and severity of CSP, was first used by Nopoulos et al. (1996), and employed in most of the subsequent studies (de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Kasai et al., 2004; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997; Rajarethinam et al., 2001; 8 References Magnetic Field (T) Slice length / gap (mm) Criteria of detection of CSP Criteria of large CSP Subjects Prevalence of any CSP (%) a Prevalence of large CSP (%) b Measures of CSP (prevalence) Findings Degreef et al. (1992a) 1.0 3.1 Visual inspection based on a grade (0–3) Grade 3 FE SCHZ 34.5 3.2 any CSP CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL FE SCHZ + SCHZA + SCHZT + NOS CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ + SCHZA CTRL 26.3 15.2 25.4 18.9 44.7 0 0 6.0 5.4 1.2 Grade 3 any CSP Grade 3–4 any CSP ↑ in FE and in CHR x CTRL NS NS NS ↑ in psychotics 29.8 17.5 1.1 58.2 0 5.0 0 10.1 Grade 3 any CSP Grade 3–4 any CSP NS ↑ in SCHZ x CTRL ↑ in SCHZ x CTRL NS 58.7 1.3 large CSP ↑ in psychotics CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL 47.2 39.0 73.3 86.7 9.7 4.9 26.7 6.7 CHR SCHZ 60.3 4.1 any CSP large CSP any CSP large CSP Nopoulos criteria any CSP NS NS NS ↑ in SCHZ x CTRL ↑ in SCHZ x CTRL (trend) ↑ in SCHZ CTRL 41.9 2.3 large CSP NS Jurjus et al. (1993) DeLisi et al. (1993) 1.5 5.0 / 5.0 1.5 5.0 / 2.0 Shioiri et al. (1996) Nopoulos et al. (1997) 1.5 5.0 / 1.5 1.5 1.5 Visual inspection based on a grade (0–4) Visual inspection based on a grade (0–3) Grade 4 Visual inspection based on a grade (0–4) Number of 1.5 mm slices in which CSP was visualized Grade 4 Grade 3 N 4 slices (N6 mm) Fukuzako and Kodama (1998) Kwon et al. (1998) 1.5 1.0 1.5 1.5 Rajarethinam et al. (2001) 1.5 1.0 Number of 1 mm slices in which CSP was visualized Number of 1.5 mm slices in which CSP was visualized Number of 1 mm slices in which CSP was visualized N 5 mm N 4 slices Nopoulos et al. (1997) criteria N 6 slices (N6 mm) Comments male had higher rates of CSP than female subjects NS differences between CSP grades and the size of ventricles, TC and CC or asymetries male had higher incedence of any CSP than female subjects male psychotics had higher incidence of large CSP than male CTRL SCHZ with long-term admissions had higher incidence of CSP number of slices of CSP negatively correlated with left and right vol. of hippocampus in CHR SCHZ male SCHZ had higher incidence of any CSP than male CTRL male CTRL C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 Table 2 Magnetic resonance imaging studies of the csp in schizophrenia spectrum. Keshavan et al. (2002) Galarza et al. (2004) 1.5 3.0 Visual inspection based on a grade (1–3) Based on embryological types (I–III) Grade 3 1.5 1.0 Kasai et al. (2004) 1.5 De Souza Crippa et al. (2006) Flashman et al. (2007) 10.0 11.9 43.8 10.5 2.5 0 NA NA 0.94 Number of 0.94 mm slices in which CSP was visualized N 6 slices (N5.6 mm) FE SCHZ CTRL 59.0 81.7 18.2 7.1 1.5 1.0 Number of 1 mm slices in which CSP was visualized N 6 slices (N6 mm) CHR SCHZ CTRL 78.9 86.8 21.1 2.6 1.5 1.0 Visual inspection based on a grade (0–4) Number of 1 mm slices in which CSP was visualized Grade 4N CHR SCHZ + SCHZA + NOS CTRL 68.8 76.4 NA 6 slices (N6 mm) any CSP Grade 3 any CSP Type I Type II Type III any CSP large CSP NS NS ↑ in SCHZ NS NS NS NS ↑ in SCHZ × CTRL 14.3 any CSP length large CSP vol any CSP NS NS ↑ in SCHZ NS NS 9.1 length NS grade 4 large CSP any CSP length large CSP any CSP length large CSP NS NS NS NS NS NS NS NS Takahashi et al. (2007) 1.5 1.0 Number of 1 mm slices in which CSP was visualized N 6 slices (N6 mm) CHR SCHZ CTRL 76.0 81.6 6.5 7.4 Takahashi et al. (2008) 1.5 0.94 Number of 0.94 mm slices in which CSP was visualized N 6 slices (N5.6 mm) FE SCHZ CHR SCHZ CTRL 89.5 87.6 89.7 9.3 11.2 11.5 SCHZ: number of slices of CSP positively correlated with thinking disturbance; CSP rating negatively correlated with left PHG volume 1 SCHZ had carvum vergae Large CSP commoner in male SCHZ than male CTRL Large CSP not associated with absent adhesio interthalamic large CSP psychotics showed worse performance on CVLT-II CSP length positively correlated with negative symptoms (SANS) CSP length positively correlated with reaction time and vigilance of the CPT in psychotics; negatively correlated in CTRL large CSP psychotics showed ↓ bilateral amygdala and left posterior PHG vol. x psychotics with small CSP CSP length negatively correlated with amygdala and left posterior PHG vol. in psychotics ↓, decreased; ↑, increased; CC, corpus callosum; CHR, chronic; CPT, Continuous Performance Test; CSP, cavum septum pellucidum; CTRL, controls; CVLT-II, The California Verbal Learning Test II; FE, first episode; L, left; mm, millimeter; NA, not applied; ND, not described; NOS, patients with psychosis not otherwise specified; NS, no significant; PHG, parahippocampal gyrus; R, right; SANS, scale for the assessment of negative symptoms; SCHZ, schizophrenics; SCHZA, schizoaffectives; T, Tesla; TC, temporal cortex; vol., volume. a The prevalence was calculated as follows: 100 × (number of subjects with any CSP/number of all subjects). b The prevalence was calculated as follows: 100 × (number of subjects with large CSP/number of all subjects). C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 FE SCHZ+FE SCHZA CTRL CHR SCHZ CTRL 9 10 C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 Takahashi et al., 2007, 2008). This has proven to be the most sensitive and reliable way to classify CSP (Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997). Despite the advances brought by this more quantitative method, there are still conflicting results among the studies that employed such technique. Six out of nine research reports observed higher prevalence of large CSP in SSD patients relative to healthy individuals (de Souza Crippa et al., 2006; Fukuzako and Kodama, 1998; Kasai et al., 2004; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997). Such disagreement could be explained by the variability of criteria for determining the definition of a large CSP across studies, as well as clinical and demographic differences among samples. Fukuzako and Kodama (1998) defined a large CSP as a cavity visible in more than five 1 mm MRI slices (i.e., N5 mm). However, based on post-mortem findings (Shunk, 1963), most authors have defined CSPs with anterior-to-posterior length spanning 6 or more millimeters as large. Therefore, in both studies in which the thickness of the contiguous slices was 1.5 mm, the authors considered cavities greater than or equal to 4 slices as large (≥6 mm; Kwon et al., 1998; Nopoulos et al., 1997). When the thickness of the slices was 0.94 (Kasai et al., 2004; Takahashi et al., 2008) or 1.0 mm contiguous, CSPs were classified as large when greater or equal to 6 slices (≥5.6– 6.00 mm; de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Kasai et al., 2004; Rajarethinam et al., 2001; Takahashi et al., 2007, 2008). 4.3. Correlations with quantitative and qualitative variables Considering all the CSP studies in SSD, including postmortem investigations, there have been reports correlating the presence of CSP in SSD patients to poor prognosis (Fukuzako and Kodama, 1998) and a family history of psychosis (Uematsu and Kaiya, 1989). Moreover, small CSPs have been previously linked to decreased volume of the frontal and temporal lobe tissues (Nopoulos et al., 1996). Although not always replicated, the presence of large CSP in SSD has also been associated with reduced IQ (Nopoulos et al., 2000), more negative symptoms (Flashman et al., 2007) and more severe thinking disturbance (Kasai et al., 2004), higher suicide rates (Filipović et al., 2005), higher rates of exposure to in utero infection (Brown et al., 2009) and greater cognitive deficits (Flashman et al., 2007; Nopoulos et al., 2000). Moreover, although our group failed to find an association between the presence of CSP and patterns of autonomic system activity in subjects with schizophrenia (Crippa et al., 2007), it was demonstrated that patients with large CSP had more pronounced right N left brain volume asymmetry and reduced volumes of the left temporal lobe (Nopoulos et al., 1996), bilateral hippocampus (Kwon et al., 1998), bilateral amygdala and left parahippocampal gyrus relative to controls (Kasai et al., 2004; Takahashi et al., 2007). Taken together, these findings suggest that patients with a large CSP may have greater psychopathological impairment, possibly reflecting distinct patterns of disturbed brain morphology. 4.4. Limitations The main difficulty in analyzing the 15 articles included in the meta-analysis arose from the wide variation in the methodological variables across studies, as discussed above. Additionally, even though these MRI investigations were rigorous in many ways—particularly the recent ones—few of them reached satisfactory criteria for inclusion in the metaanalysis, both in respect to the clinical and demographic characteristics of the samples studied, and in the parameters of image acquisition. The less than ideal use of thick slices (3.0–5.0 mm) and inter-slice gaps in the imaging acquisition protocols, variability in the criteria used for categorizing CSP, and the use of samples unmatched for critical demographic variables are among the factors likely to add variability to the findings reported across different studies. Using optimal inclusion criteria regarding the number of SSD patients included (N20 subjects), an adequate matching between the samples of patients and controls, acquisition of thinner and contiguous slices (≤1.0 mm), and quantitative analysis of CSP size, five well-designed studies can be selected from the literature (de Souza Crippa et al., 2006; Flashman et al., 2007; Kasai et al., 2004; Rajarethinam et al., 2001; Takahashi et al., 2007). Four out of five of these studies failed to find a higher incidence of CSP of any size in SSD compared to healthy individuals (Table 2). This reinforces the proposition that the presence of a small CSP should be considered part of the normal neuroanatomical variability (Nopoulos et al., 1997). However, only two of these papers observed higher prevalence of large CSP in patients (de Souza Crippa et al., 2006; Kasai et al., 2004). It is important to highlight some limitations of the present review. As with all meta-analyses, the findings are dependent on the quality of the primary studies. We excluded duplicated samples and results when there was indication of more than one publication based on the same dataset. However, we cannot exclude the possibility that our findings were influenced by confounding factors, or methodological heterogeneity among the articles. In addition, several types of study bias could arise during publication of the primary studies (Naylor, 1997). In our meta-analysis, we detected evidence of publication bias across the studies concerning the prevalence of large CSP. This phenomenon is related to the fact that articles which report positive or significant results are more likely to be published than studies reporting negative findings (Dwan et al., 2008). As observed in Fig. 3, although most of the 15 studies included in this review point to higher prevalence of large CSP in SSP, the last two (Takahashi et al., 2007, 2008), which included a large number of patients, show negative results. We believe that this is the reason for the significant value related to the publication bias we found. Although this finding does not invalidate our analysis, it casts doubts on the real implication of large CSP in SSD. 4.5. Conclusion In summary, the results of the present meta-analysis suggest that there is no increase in the prevalence of CSP of any size in SSD patients. In terms of a large CSP, the published literature suggests this is more common in SSD patients, however there is also evidence that studies finding the opposite result may have not been published. Thus, further investigations are warranted to reconcile some conflicting findings in the literature to date. First, there is a need for C. Trzesniak et al. / Schizophrenia Research 125 (2011) 1–12 studies evaluating the prevalence of psychosis in large, community-based samples of individuals presenting with CSP. Second, since many clinical aspects of SSD are heterogeneous, standardizantion of MRI methodology and clear reporting of clinical variables such as duration of illness and medication use is advisible. Given that the fusion of the septi pellucidi is associated with hippocampal growth, volumetric alterations in the later, over the course of time or due to antipsychotic use could also lead to changes in morphological parameters related to the CSP, even in adulthood. Finaly, a more judicious selection of the subjects—such as in first episode psychosis population-based investigations with longitudinal designs, is likely to generate more reliable conclusions concerning the role of CSP in SSD, as well as elucidating the complex clinical and functional effects of this neurodevelopmental anomaly. Role of funding source Supported in part by grants from ‘Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior’(CAPES-Brazil, process number 5797/09-8), ‘Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico’ (CNPqBrazil) and from ‘Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo fellowship’ (FAPESP-Brazil). JASC, GFB, JECH and AWZ are recipients of a CNPq (Brazil) fellowship Award. The funding agencies had no further role in study design; in the collection, analysis and interpretation of data; in the writing of the report; and in the decision to submit the paper for publication. Contributors CT participated the literature review, the data extraction and drafted the first manuscript. JASC and JECH participated in the conception and provided scientific supervision. IRO and MJK provided statistical advice and scientific supervision. MCFF, ASF and DAP helped to draft manuscript. AGA and MHNC contributed data extraction, literature review and made contributions to the written manuscript. MJK, PKM, GBF and AWZ contributed content knowledge and made contribuitions to the written manuscript. All authors read and approved the final manuscript. Conflict of interest The authors declare that they have no competing interests. Acknowledgement We thank to Prof. Tsutomu Takahashi and Kiyoto Kasai, who kindly provided the raw data necessary for our analysis. References Aviv, R.I., Tomlinson, G., Kendall, B., Thakkar, C., Valentine, A., 2010. Cavum septi pellucidi in boxers. Can. Assoc. Radiol. J. 61 (1), 29–32. Borenstein, M., Hedges, L., Higgins, J., Rothstein, H., 2009. Comprehensive meta-analysis. Available at: http://www.meta-analysis.com/. Brown, A.S., Deicken, R.F., Vinogradov, S., Kremen, W.S., Poole, J.H., Penner, J.D., Kochetkova, A., Kern, D., Schaefer, C.A., 2009. Prenatal infection and cavum septum pellucidum in adult schizophrenia. Schizophr. 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Busatto c, Irismar Reis de Oliveira d, Amanda Galvão-de Almeida d,e, Joseph Kambeitz b, Maria Cecília Freitas Ferrari a, Alaor Santos Filho a, Marcos H.N. Chagas a, Antonio W. Zuardi a, Jaime E.C. Hallak a, Phillip K. McGuire b, José Alexandre S. Crippa a a Department of Neuroscience and Behavioral Science, Medical School, University of São Paulo (USP), Ribeirão Preto (SP), Brazil and INCT Translational Medicine, Brazil Department of Psychosis Studies, Institute of Psychiatry, King's College London, UK c Department of Psychiatry, Medical School, University of São Paulo (USP), São Paulo (SP), Brazil d Affective Disorders Center, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador (BA), Brazil e Post Graduation Program, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), and Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (LiNC), São Paulo (SP), Brazil b a r t i c l e i n f o a b s t r a c t Article history: Received 22 September 2010 Received in revised form 10 December 2010 Accepted 31 December 2010 Available online 5 February 2011 Magnetic resonance imaging (MRI) studies have reported a variety of brain abnormalities in association with schizophrenia. These include a higher prevalence of an absent adhesio interthalamica (AI; also known massa intermedia), a gray matter junction that is present between the two thalami in approximately 80% of healthy subjects. In this meta-analytic review, we describe and discuss the main AI MRI findings in schizophrenia spectrum disorders (SSDs) to date. The MEDLINE and ISI Web of KnowledgeSM databases were searched up to December 2010, for studies that used MRI to assess AI in patients with SSD and controls. From fourteen potential reports, eleven were eligible to be part of the current review. These studies included 822 patients with SSD and 718 healthy volunteers. There was a large degree of variability in the MRI methods they employed. Patients with SSD had a higher prevalence of absent AI than healthy volunteers (odds ratio = 1.98; 95% confidence interval 1.33–2.94; p = 0.0008). This association was evident in both male and female SSD subjects, and there was no evidence that the prevalence was related to age or duration of illness. The significance of the absence of an AI for SSD may be clarified by studies in large, longitudinal community-based samples using standardized methods. © 2011 Elsevier Inc. All rights reserved. Keywords: Adhesio interthalamica Magnetic resonance imaging Massa intermedia Meta-analysis Schizophrenia Thalamus Contents 1. 2. 3. 4. Introduction . . . . . . . . . Methods . . . . . . . . . . . 2.1. Publication bias . . . . 2.2. Subgroup meta-analyses 2.3. Meta-regression . . . . 2.4. Sensitivity analysis . . . Results . . . . . . . . . . . . 3.1. Main meta-analysis . . . 3.2. Subgroup meta-analyses 3.3. Meta-regression . . . . 3.4. Sensitivity analysis . . . Discussion . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 878 878 880 880 880 881 881 881 881 881 882 882 Abbreviations: AI, Adhesio interthalamica; BDNF, Brain-derived neurotrophic factor; MRI, Magnetic resonance imaging; SANS, Scale for the Assessment of Negative Symptoms; SSD, Schizophrenia spectrum disorder; SPD, Schizotypal personality disorder. ⁎ Corresponding author at: Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, FMRP-USP, Avenida Bandeirantes 3900, 14048-900 Ribeirão Preto, SP, Brazil. Tel.: +55 16 3602 2201; fax: +55 16 3602 2544. E-mail addresses: [email protected] (C. Trzesniak), [email protected] (M.J. Kempton), [email protected] (G.F. Busatto), [email protected] (I.R. Oliveira), [email protected] (A. Galvão-de Almeida), [email protected] (J. Kambeitz), [email protected] (M.C.F. Ferrari), [email protected] (A.S. Filho), [email protected] (M.H.N. Chagas), [email protected] (A.W. Zuardi), [email protected] (J.E.C. Hallak), [email protected] (P.K. McGuire), [email protected] (J.A.S. Crippa). 0278-5846/$ – see front matter © 2011 Elsevier Inc. All rights reserved. doi:10.1016/j.pnpbp.2010.12.024 878 C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 4.1. Methodological aspects: sample characteristics . . . . . . . . . . . 4.1.1. Gender effects . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1.2. Use of antipsychotics . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.1.3. Age and duration of illness . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2. Methodological aspects: Experimental Designs and Characterization of 4.3. Correlations with quantitative and qualitative variables . . . . . . . 4.4. Limitations . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5. Conclusion . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Acknowledgements . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . References . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1. Introduction Despite more than a century of research, the etiology of schizophrenia remains unknown. It is supposed, however, that the interaction between environmental and biological (i.e., genetic, biochemical, physiological and developmental) factors is fundamental to the aetiology of the disorder. The neurodevelopmental model of schizophrenia posits that the disorder is the behavioral outcome of an aberration in neurodevelopmental processes that begins long before the onset of clinical symptoms, and is caused by a combination of environmental and genetic factors (Murray and Lewis, 1987; Weinberger, 1987). Several post-mortem and neuroimaging studies support this hypothesis by demonstrating that many patients with schizophrenia show signs of altered brain development, such as agenesis of the corpus callosum and arachnoid cysts (Hallak et al., 2007; Kuloglu et al., 2008). In addition, rats with early neurodevelopmental lesions display aberrant behavior during adolescence (Brown and Derkits, 2010; Wilson and Terry, 2010). In recent years, longitudinal brain imaging studies of both early- and adult-onset schizophrenia spectrum disorder (SSD) populations indicate that there are progressive brain changes, particularly in adolescence, that appear to be an exaggeration of the normal developmental pattern (Pantelis et al., 2005). For example, a recent meta-analysis has confirmed the finding of progression of lateral ventricular volume enlargement in patients with schizophrenia (Kempton et al., 2010). The adhesio interthalamica (AI), or massa intermedia, is a midline structure connecting the medial borders of both thalami across the third ventricle, which usually fuse between the 13th and 14th weeks of gestation (see Fig. 1; Rosales et al., 1968). It contains several nuclei and is normally well developed in mammals (Snyder et al., 1998). However, post mortem studies have shown that the AI is absent in approximately 15–25% of healthy humans (Samra and Cooper, 1968), and seems to be more frequently absent in males than females (Allen and Gorski, 1991; Malobabić et al., 1987; Samra and Cooper, 1968). The absence of the AI may be related to neurodevelopmental alterations in the growing process of surrounding structures during early gestation, a period in which other developmental risk factors for schizophrenia, such as maternal viral infection (Wright et al., 1995) or malnutrition (Susser et al., 1998), reportedly have their effect on the susceptibility for the disorder. Even though the functional relevance of the AI to the psychopathology of schizophrenia remains obscure, some possibilities can be hinted at. First, the anatomical location of the bridge as a midline structure may be important, since several abnormal morphologies have been reported in other midline regions in schizophrenia patients, including the corpus callosum, cerebellar vermis (Shenton et al., 2001), and septum pellucidum (Trzesniak et al., 2010). Also, neurophysiological studies in rats underscore the functional importance of the AI in interhemispheric transfer (Hirayasu and Wada, 1992; Wouterlood et al., 1990). Second, several lines of evidence have indicated that the thalamus may play a crucial role in schizophrenia (Andreasen et al., 1994; Shenton et al., 2001), which has raised interest in the significance of an absent AI in the disorder. Dopamine dysfunction is thought to be a key feature of schizophrenia, and animal studies suggest that the AI might be involved . . . . . . . . the . . . . . . . . . . . . . . AI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 882 882 883 883 883 883 884 885 885 885 in the regulation of dopamine release in the basal ganglia (Cheramy et al., 1984; Romo et al., 1984), or in the transfer of information implicated in the reciprocal regulation of the two nigrostriatal dopaminergic pathways (Leviel et al., 1981). Striking increases in neuronal activity are evident in the thalamic midline nuclei of rats in response to the antipsychotic drugs haloperidol and clozapine (Cohen and Wan, 1996; Cohen et al., 1998), and there is evidence that both dopamine receptor function and glutamate levels in the thalamus are perturbed in psychosis (Stone et al., 2009, 2010). It remains to be established to what extent these observations may explain the diverse symptoms of schizophrenia. Although clearly not sufficient to explain the complexity of this disorder, the dopamine deregulation hypothesis provides a direct relationship between the schizophrenia symptoms and their respective treatment (Toda and Abi-Dargham, 2007). Based on this, it was speculated that neurodevelopmental abnormalities in thalamus and in the AI could lead to consequent dopaminergic alterations, and contribute to the pathogenesis of the disorder (Takahashi et al., 2008a). Magnetic resonance imaging (MRI) has become established as an important method for evaluating the presence or absence of AI. Nevertheless, there are some difficulties in interpreting the findings reported in the published MRI literature on this issue hitherto. Since the first study conducted by Snyder et al. (1998), several MRI studies have investigated AI in schizophrenia. However, the prevalence rates of AI that they have reported in SSD patients and healthy volunteers have not been consistent across studies. The application of meta-analytic methods provides a means of combining data from multiple brain imaging studies for qualitative and quantitative analyses. Some advantages of this approach include: 1) increment in statistical power; 2) the possibility of teasing apart the influence of factors causing heterogeinity in the results reported by individual studies; and 3) the opportunity to combine findings from all studies, improving the estimation of the overall odds ratio. Taking advantage of this, we present herein a systematic review and meta-analysis providing a qualitative and quantitative integration of the MRI findings of absent AI in SSD published to date. 2. Methods Searches were performed in the MEDLINE and ISI Web of KnowledgeSM databases using the keywords adhesio, adhesio interthalamica or massa intermedia and schizophrenia or psychosis, up to December 2010. References of selected articles were also handsearched for possible additional citations. All studies involving human patient samples relating MRI data of AI to SSD were incorporated in this analysis (Fig. 2). To be included in this review, the studies had to meet the following criteria: 1) to be published in English; 2) to use MRI to assess the AI; 3) to have a comparison group of healthy subjects; and 4) to be carried out in a population diagnosed as having SSD (i.e., schizophrenia, schizophreniform or schizoaffective disorders), according to the Diagnostic Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) III-R (American Psychiatric Association, 1987), IV (American Psychiatric C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 879 Fig. 1. Coronal (upper) and axial (lower) magnetic resonance images showing a brain with (A; arrow) and one without (B) the adhesio interthalamica. Association, 1994), and IV-TR (American Psychiatric Association, 2000). Given that there is acceptable agreement (moderate to substantial kappa indexes) between the DSM systems, the Research Diagnostic Criteria (RDC; Spitzer et al., 1978); and the International Classification of Diseases (ICD-10) for schizophrenia (Hill et al., 1996; Jäger et al., 2004; Jakobsen et al., 2006; Cheniaux et al., 2009), we decided to include studies in which subjects were diagnosed as schizophrenia patients, according the RDC and ICD-10. In order to select the potentially relevant studies, three independent reviewers (AGA, CT, and MHNC) evaluated the abstracts MEDLINE/ISI search keyword (n=22) Excluded: • Conference information (n=3) • Other disorders than SSD (n=4) • Other structures than AI (n=1) Studies that investigated the AI in SSD using MRI (n=14)* Excluded: • Overlapping patient samples (n=3) Studies included in this metaanalysis (n=11) *no additional reference was found after hand-searching based on these articles Fig. 2. Flow chart showing study selection for the meta-analysis. 880 C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 identified in the literature search. Next, the same three reviewers, working independently, decided which of those papers fulfilled the inclusion criteria. Disagreement at any stage was resolved by consensus. For each study investigated, a data collection form was used, and these data were obtained independently by the three reviewers. The reviewers had access to raw data from four studies, (Ettinger et al., 2007; Agarwal et al., 2008; Takahashi et al., 2008c; Takahashi et al., 2008d). By accessing the original data, we were able to exclude measures from affective psychotic patients included in Takahashi et al. (2008d), exclude schizotypal personality disorder subjects in Takahashi et al. (2008c) and for an additional sub-analysis, extract measures from males and females included in Ettinger et al. (2007) and Agarwal et al. (2008) The MRI studies included in this review are summarized in Table 1, which lists the sociodemographic characteristics of each study sample by first author and year. Statistical analyses were performed with STATA 10.1 (StataCorp, College Station, Texas) using the METAN command. For each study, odds ratios and 95% confidence intervals were calculated. We used a random effects model that weighted the studies according to the inverse variance, and provided the odds ratio and the corresponding confidence interval. The proportion of patients from the included studies which presented AI compared to those which did not were broken down into 2 × 2 contingency tables. The between-study variability among the population effect sizes, i.e. the heterogeneity, was assessed formally by applying Cochran's q test for homogeneity (Sutton et al., 2000) and informally by assessing a sample size independent descriptive measure of inconsistency I2 (Higgins et al., 2003). The I2 index describes the percentage of the total variability in a set of effect sizes due to true heterogeneity, that is, between-study variability (Huedo-Medina et al., 2006). For example, a meta-analysis with I2 = 0 means that all variability in effect size estimates is due to sampling error within studies. On the other hand, a meta-analysis with I2 = 50 means that half of the total variability among effect sizes is caused not by sampling error but by true heterogeneity between studies. Higgins et al. (2003) proposed a tentative classification of I2 values with the purpose of helping to interpret its magnitude. Thus, percentages of around 25% (I2 = 25), 50% (I2 = 50), and 75% (I2 = 75) would indicate low, medium, and high heterogeneity, respectively. 2.1. Publication bias We used Egger's regression test which is a formal method of assessing publication bias (Egger et al., 1997) as implemented with the STATA function METABIAS. 2.2. Subgroup meta-analyses To assess the sexual dimorphism of the AI, two meta-analyses were performed separately comparing male patients to male controls, and female patients to female controls. To compare the effect sizes from the two groups a Z-test was used. The studies which did not specify the prevalence of absent AI according to gender were excluded from this analysis. We also performed a meta-analysis among the three studies which quantified the length of the AI (Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008c, d), in order to investigate whether this rating would be different between patients and healthy volunteers. The individuals in which the AI was absent were excluded from the calculus of its length. 2.3. Meta-regression The effects of mean patient age and duration of illness on the prevalence of the AI were assessed in a random effects meta-regression model by using the METAREG (Sharp, 1998) command in STATA. The default option using residual maximum likelihood (REML) was selected. Since there is evidence showing that the AI becomes shorter over the Table 1 Demographic and clinical characterization of the samples. Reference Subjects Snyder et al., 1998 Nopoulos et al., 2001 Erbagci et al., 2002 Meisenzahl et al., 2002 De Souza Crippa et al., 2006 Ettinger et al., 2007 Mean age + SD (years) Duration of illness (years) Antipsychotics Diagnostic criteria Comments/healthy controls origin FE SCHZ + FE SCHZA 82 (54/28) CTRL 52 (30/22) FE SCHZ + CHR SCHZ 114 (56/58) CTRL 112 (53/59) CHR SCHZ 26 (11/15) CTRL 29 (11/18) CHR SCHZ 50 (50/0) CTRL 50 (50/0) CHR SCHZ 38 (26/12) CTRL 38 (26/12) CHR SCHZ + CHR SCHZA 53 (40/13) ND 27.7 + 6.5 29.9 + 10.4 28.5 + 10.0 34.7 + 19.7 28.6 + 7.5 30.0 + 8.4 30.2 + 8.8 29.9 + 10.0 29.7 + 9.7 33.9 + 10.9 ND ND RDC ND ND ND ND – 10.3 + 8.2 – ND Yes – ND DSM-III-R; DSM-IV DSM-IV CTRL: members of the community and hospital staff CTRL: members of the community Takahashi et al., 2008c Takahashi et al., 2008d CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ + CHR SCHZA + SCHZP CTRL CHR SCHZ CTRL FE SCHZ + CHR SCHZ CTRL Agarwal et al., 2008 CHR SCHZ CTRL Ceyhan et al., 2008 Shimizu et al., 2008 N (M/F) 54 35 89 64 (34/20) (18/17) (39/50) (30/34) 35.7 + 10.1 37.6 + 11.2 36.6 + 1.3 36.3 + 11.0 – ND – 10.4 + 9.1 51 72 81 192 87 (22/29) (38/34) (46/35) (152/40) (55/32) 36.1 + 8.4 26.2 + 5.6 24.5 + 5.7 28.1 + 6.4 26.9 + 10.1 – 4.6 + 5.0 – 12.8 + 9.9 – 40.5 + 11.9 39.7 + 10.9 13.9 + 10.8 – 71 (46/25) 75 (39/36) CTRL: members of the community DSM-IV CTRL: members of the community Yes DSM-IV Yes DSM-IV CTRL: members of the community and hospital staff CTRL: twins members of community ND DSM-IV CTRL: ND Yes DSM-IV CTRL: members of the community Yes ICD-10 Yes – DSM-III-R Yes DSM-IV CTRL: members of the community, hospital staff, university students Gender: M N F in CHR compared with other all groups Age: CHR SCHZ N other groups CTRL: similar sociodemographic areas as patients; members of the community CTRL: members of the community, hospital staff, university students CHR, chronic; CTRL, controls; DSM, Diagnostic Statistical Manual; F, female; FE, first episode; ICD, International Classification of Diseases; M, male; ND, not described; RDC, Research Diagnostic Criteria; SCHZA, schizoaffectives; SCHZ, schizophrenics; SCHZP, schizophreniform; SD, standard deviation. C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 time (Rosales et al., 1968), we performed a meta-regression to evaluate the effects of mean patient age in the length of the structure. 2.4. Sensitivity analysis To test how robust the results were to variations in the meta-analysis methodology, we examined the effect of the following strategies on the meta-analysis estimate: a) excluding three studies which combined schizophrenia with other psychotic disorders; b) evaluating the six studies which included chronic patients with schizophrenia only (no first-episode subjects); c) evaluating the five studies that adopted DSMIV diagnostic criteria and had only included chronic schizophrenia patients; d) evaluating the five well-designed studies selected from the literature (inclusion criteria: number of SSD patients included (N20 subjects), an adequate matching between the samples of patients and controls, and acquisition of thinner and contiguous slices (≤1.0 mm); (Ceyhan et al., 2008; de Souza Crippa et al., 2006; Nopoulos et al., 2001; Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008c); and e) repeating the metaanalysis 11 times, each time excluding one study. 3. Results 3.1. Main meta-analysis Fourteen studies that examined the prevalence of AI in schizophrenia, schizophreniform and/or schizoaffective disorders fulfilled the initial inclusion criteria. Among these, three (Meisenzahl et al., 2000; Takahashi et al., 2009a, b) were excluded because their samples had already been included in other studies (Meisenzahl et al., 2002; Takahashi et al., 2008c). Thus 11 studies provided comparative data from 822 patients and 718 healthy volunteers with and without AI and were included in the meta-analysis (Table 1). All of the 11 studies analyzed in this review investigated the absence of AI in both patients and controls. The prevalence of non-AI ranged from 2.3% (Takahashi et al., 2008c) to 22.3% (Nopoulos et al., 2001) in healthy individuals, and from 4.7% (Shimizu et al., 2008) to 34.6% (Erbagci et al., 2002) in subjects with SSD. The finding of a higher occurrence of non-AI was observed both in chronic (Erbagci et al., 2002; Takahashi et al., 2008c) and in first-episode SSD patients (Nopoulos et al., 2001; Snyder et al., 1998; Takahashi et al., 2008d). Six out of 11 studies failed to find 881 significant differences in the prevalence of absent AI between SSD patients and controls (Agarwal et al., 2008; Ceyhan et al., 2008; de Souza Crippa et al., 2006; Ettinger et al., 2007; Meisenzahl et al., 2002; Shimizu et al., 2008). As shown in Fig. 3, in our random effects quantitative metaanalysis, patients with SSDs had significantly higher prevalence of absent AI compared to controls, with non-AI being almost twice as likely to occur in SSD than healthy individuals (odds ratio=1.98; 95% confidence interval 1.33–2.94; p=0.0008). There was no evidence of between-study heterogeneity (I2 = 28.6%, Q = 14.0, p = 0.17) or publication bias (p=0.94). Undertaking power calculations using the odds ratio is problematic because the calculation depends on both the odds ratio and the prevalence of the AI in the control group. As the latter measure is highly variable it is difficult to calculate the necessary sample size to detect a significant effect with precision. 3.2. Subgroup meta-analyses Eight out of 11 studies in the main meta-analysis reported data separately for males and females and one study involved only male subjects. A meta-analysis of female samples (214 patients and 262 control subjects) revealed that female patients with SSD showed a higher incidence of absent AI than healthy females (8 studies, odds ratio = 2.66, 95% confidence interval = 1.41–4.99, p = 0.002). In the meta-analysis of male subjects (437 patients and 353 control individuals), an increased occurrence of absent AI in male SSD patients was also found (9 studies, odds ratio = 1.72, 95% confidence interval = 1.03–2.88, p = 0.040). There was no significant difference between the effect sizes for males and females (Z = 1.05, p = 0.30). When the meta-analysis was restricted to studies that assessed the length of the AI, significant reduction of this structure was found in patients (effect size g=0.979, 95%CI 0.719 to 1.239, pb 0.001). There was no between-study heterogeneity (I2 =43.5%, Q=3.54, p=0.17) nor evidence of publication bias (p=0.40). For a study to be sufficiently powered to detect a difference in AI length (alpha=0.05, power=0.80), 18 patients and 18 controls would be need to be recruited. 3.3. Meta-regression The meta-regression analysis showed no significant moderating effect of mean patient age (10 studies; r = −0.045; p = 0.39) or Fig. 3. The odds ratio of the 11 studies that investigated the prevalence of absent adhesio interthalamica in patients with schizophrenia spectrum disorder and healthy volunteers. The mean data shows significant differences between patients and healthy comparison subjects (p = 0.0008). AI, adhesio interthalamica; OR, odds ratio. 882 C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 duration of illness (5 studies; r = 0.010; p = 0.93) on the prevalence of AI. Likewise, there was no evidence of effects of mean patient age (3 studies; r = 017; p = 0.73) on the length of the AI. The number of studies included in the meta-regression analyses is fewer than the main meta-analysis given that not all of the eleven studies provided the appropriate clinical data. 3.4. Sensitivity analysis The result of the main meta-analysis remained significant (odds ratio=1.15 to 3.38, all p≤0.02) when we: a) excluded studies which had samples including patients with psychotic disorders other than schizophrenia; b) evaluated the six studies which included chronic patients with schizophrenia only (no first episode subjects); c) evaluated five studies that adopted DSM-IV diagnostic criteria and only included chronic schizophrenia patients; d) evaluated the five well-designed studies selected from the literature (criteria described in Section 2.4); and e) repeated the meta-analysis 11 times each time excluding one study. 4. Discussion Our analyses indicate that the incidence of non-AI is higher in SSD patients than in healthy volunteers. We therefore propose that the lack of AI could have clinical significance in SSD. In addition, patients without an AI may also differ from patients with AI with respect to other MRI features and clinical measures. Thus, it has previously been reported that SSD subjects with absent AI have greater third (Meisenzahl et al., 2002; Snyder et al., 1998) and lateral ventricle volume (Takahashi et al., 2008d); and smaller amygdala (Takahashi et al., 2008a). Besides, in the studies reviewed herein, patients with no AI have previously been found to have higher scores on the Scale for the Assessment of Negative Symptoms (SANS; Meisenzahl et al., 2002), a longer duration of illness, and had received higher doses of antipsychotic medication (Takahashi et al., 2008d). Despite the above findings, it is important to emphasize that the absence of AI occurs in only a subgroup of individuals with SSD, with prevalence rates ranging from 4.7% (Shimizu et al., 2008) to 34.6% (Erbagci et al., 2002), respectively. Therefore, this absence should at most be regarded as an early neurodevelopmental risk factor that may be related to the presence of schizophrenia in a subgroup of patients, rather than being a causative determinant of the disorder. In fact, Takahashi et al. (2008d) observed that although alterations of the AI were present at ultra-high risk psychosis subjects, they were not specific to high risk individuals who will subsequently develop psychosis. This suggests that the absence of an AI is a correlate of increased vulnerability to psychosis, but is not a predictor of psychotic illness per se (Takahashi et al., 2008d). Similarly, it is unlikely that a disturbance in a localized structure such as the AI would lead to widespread manifestations of schizophrenia and other disorders. A more plausible possibility is that abnormalities in the process by which the AI is formed and matures are markers of an overall aberrance of early neurodevelopment of more widespread proportions and etiopathological significance to psychosis. It is also important to stress that AI abnormalities are not specific to schizophrenia, since these findings have also been observed in other psychiatric disorders, such as borderline personality (Takahashi et al., 2009a), major depression (Takahashi et al., 2009b), bipolar disorder (Takahashi et al., 2010), and schizotypal personality disorder (SPD, Takahashi et al., 2008c). It was already speculated that psychosis associated with schizophrenia and bipolar affective may share neurodevelopmental abnormalities involving midline structures (Kasai et al., 2004), and that SPD may be a milder form on a continuum of SSD (Kwon et al., 1998). In fact, it is possible that alterations in AI are a marker of general psychopathology. AI abnormalities could be an indicator of disturbed neural networks including the thalamic and related regions during neurodevelopment, which might be core components of the vulnerability to neuropsychiatric disorders. Thus, further work should investigate the specificity of AI findings in various psychiatric disorders, including anxiety disorders. 4.1. Methodological aspects: sample characteristics The wide discrepancy in the reported prevalence of the AI in association with SSD may be, in great part, explained by differences in the methodology across the studies published to date. Besides schizophrenia, some samples included other related conditions, such as schizoaffective or schizophreniform disorder (Ettinger et al., 2007; Snyder et al., 1998; Shimizu et al., 2008). Likewise, different types of diagnostic criteria were adopted (i.e., RDC, ICD-10, DSM-III-R, and DSM-IV; Table 1). There is no clear consensus on the reliability for SSD amongst classificatory systems. Whereas the coefficient of diagnostic congruence (kappa) appears to be higher than 0.5 for schizophrenia (Hill et al., 1996; Jäger et al., 2004; Jakobsen et al., 2006; Cheniaux et al., 2009), it is lower for other conditions such as schizoaffective disorder (Cheniaux et al., 2009). For this reason, we decided to include only schizophrenia samples from studies which adopted diagnostic systems other than DSM. In the same way, some degree of variability is observed in the DSM classifications over time; nevertheless, this instability seems to be fairly low, especially when comparing DSM-IIIR and DSM-IV criteria for schizophrenia (Jakobsen et al., 2006). Although heterogeneity across diagnoses and diagnostic criteria may be considered a confounding factor, the sensitivity analyses indicated that this did not affect the main result of this meta-analysis. The methods for the recruitment of healthy comparison groups could also be considered a source of bias, since most studies recruited hospital staff (Agarwal et al., 2008; de Souza Crippa et al., 2006; Snyder et al., 1998; Takahashi et al., 2008c), university students (Agarwal et al., 2008; Takahashi et al., 2008c); or members of community by advertisements (Agarwal et al., 2008; Erbagci et al., 2002; Meisenzahl et al., 2002; Nopoulos et al., 2001; Shimizu et al., 2008; Snyder et al., 1998; Takahashi et al., 2008c). Moreover, Ceyhan et al. (2008) did not specify the source of their healthy control sample. On the other hand, Ettinger et al. (2007) used healthy twin volunteers to compare with both concordant and discordant twins for schizophrenia, and Takahashi et al. (2008d) recruited healthy individuals from the similar sociodemographic areas as the patients. 4.1.1. Gender effects Sexual dimorphism regarding AI has also been investigated in schizophrenia, but the results have been contradictory. While there are some reports describing that a lack of AI was commoner among male patients (de Souza Crippa et al., 2006; Takahashi et al., 2008a), Nopoulos et al. (2001) found a higher prevalence of absent AI in female patients. In addition, it was verified that females with schizophrenia had a shorter length (Shimizu et al., 2008) and area of AI (Ceyhan et al., 2008) than female controls. Nonetheless, when all the subjects were pooled together, the AI length was found to be shorter in males (Takahashi et al., 2008c, d). In our subgroup metaanalysis, we could not find evidence for a strong differential effect between males and females. Although the functional significance of gender differences related to the AI remains unclear, some authors have hypothesized that the female brain is more functionally symmetrical than the male brain (Mcglone, 1980). Moreover, it was proposed that brain commissures such as AI, which are sexually dimorphic in the normal brain, may somehow be more developmentally vulnerable and manifest abnormal morphology in schizophrenia (Nopoulos et al., 2001). These gender alterations in a structure that connects the two cerebral hemispheres may underlie functional sex differences in cognitive skills, developmental language disorders, and functional asymmetries (Allen and Gorski, 1991). C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 4.1.2. Use of antipsychotics There is no mention about the use of antipsychotics in four studies (Ceyhan et al., 2008; Meisenzahl et al., 2002; Nopoulos et al., 2001; Snyder et al., 1998). This lack of information regarding treatment status possibly relates to the view that the absence of AI is entirely established during the first weeks of gestation, and therefore non-AI incidence indices would not be affected by the use of antipsychotic medications. Nonetheless, neuroleptic medication probably influences volumetric brain structure (Chakos et al., 2005; Tomelleri et al., 2009), and might also influence length and area ratings of the AI. In fact, Takahashi et al. (2008d) reported a negative correlation between daily medication dosage and the length of the AI in chronic schizophrenia patients. 4.1.3. Age and duration of illness Age also seems to be an influential factor for the AI. Post-mortem investigations by Rosales et al. (1968) demonstrated an involution process of the AI with age in the healthy population, which may start from the third decade onwards. Therefore, the absence of AI should increase with advancing age, and its length would be expected to decrease over time. Indeed, there have been reports of negative correlations between age and both the area (Ceyhan et al., 2008) and the length (Takahashi et al., 2008d) of the AI, both in schizophrenia and in healthy controls. Consequently, especially in older individuals, atrophy in this midline structure could be the result of dynamic brain changes, rather than being a fixed consequence of abnormal neurodevelopment. In our meta-regression analyses, we did not observe any relationship between mean patient age and either the prevalence or the length of the AI. However, further investigation about the association between age and the AI length is advisible, given the reduced number of studies which provided these data (Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008c, d). In addition, in two (Takahashi et al., 2008c, d) of these three studies, patients were quite young (mean age of 26.2 and 26.9 years, respectively) and probably the involution of the AI had not yet started in these samples when they were accessed. There is evidence that there are progressive volumetric changes in brain structures in the vicinity of the AI, such as the thalamus and total ventricular volume, when first-episode psychosis patients are directly compared with chronic subjects with SSD (for a review, see EllisonWright et al., 2008). This indicates that it is important to control for the duration of illness in MRI studies evaluating AI. Interestingly, it has been observed that chronic patients had a shorter AI and a higher prevalence of absence of this structure than first-episode psychosis patients (Takahashi et al., 2008d). Similarly, the duration of illness has been found to negatively correlate with both the length (Takahashi et al., 2008a) and area of the AI (Ceyhan et al., 2008) in chronic schizophrenia. 4.2. Methodological aspects: Experimental Designs and Characterization of the AI The variation in the acquisition parameters across different MRI studies may influence the results obtained in the studies of AI in SSDs. In relation to the intensity of the magnetic field, only one study used a 1.0 T scanner (Snyder et al., 1998). In contrast, other nine utilized scanners with a magnetic field of 1.5 T (Agarwal et al., 2008; Ceyhan et al., 2008; de Souza Crippa et al., 2006; Erbagci et al., 2002; Ettinger et al., 2007; Meisenzahl et al., 2002; Nopoulos et al., 2001; Takahashi et al., 2008c, d), while Shimizu et al. (2008) carried out their research with a 3.0 T equipment. Higher magnetic fields probably contributed to improve the quality of the MRI data acquired. There has been a great degree of variability in the thickness of MRI slices acquired across different studies to date, ranging from 1.0 mm to 5.0 mm (Table 2). There is also variation in the inter-slice gaps across MRI studies, ranging from none to 5 mm. Thinner and contiguous slices are considered the ‘gold-standard’ method, since these allow more accurate estimates not only of the prevalence of 883 non-AIs, but also their length. It is well-known that thicker slices, such as 3.0 to 5.0 mm, and gaps may occasionally miss narrow connection between the thalami and report higher prevalence of absent AI, as well as leading to partial volume effects. However, our sensitivity analysis demonstrated that the exclusion of studies conducted with thicker slices (N1.0 mm) and gaps did not affect the main result of this meta-analysis. There is also great disparity in the way for classifying the absence of the AI (Table 2). For example, while some studies only used the coronal slices to evaluate the presence of the AI, others utilized either both coronal and axial or coronal and sagittal views. More recently, the three planes have also been employed as parameters (Table 2). In addition, some authors considered AI as absent if it was not seen in two or more coronal slices (de Souza Crippa et al., 2006; Erbagci et al., 2002; Snyder et al., 1998), while others adopted three slices on both coronal and axial planes as threshold (Takahashi et al., 2008c, d). Limitations in such qualitative forms of assessing AI are likely to contribute to the contradictory findings among the articles published to date. In order to minimize these discrepancies, recent studies in SSD have also measured the anterior–posterior length of the AI (Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008c, d) by counting the number of coronal slices in which the structure clearly appears. Through this technique, the number of slices can be multiplied by their thickness, allowing the calculation of the length of the AI. This new quantitative approach seems to be more effective than only determining the AI's presence/absence and might lead to better comparability across studies. It is important to highlight that all of these studies that employed this approach observed that SSD patients have shorter AI than controls. In addition, our subgroup meta-analysis that included the data of these three articles showed that the length of the AI is greatly shorter in patients. 4.3. Correlations with quantitative and qualitative variables There have been reports showing that the absence AI in SSD is related to increased volume of both the third (Meisenzahl et al., 2002; Snyder et al., 1998) and lateral (Takahashi et al., 2008d) ventricles, as well as to decrease in bilateral amygdala (Takahashi et al., 2008a). Although not always replicated, patients without AI have also shown more negative symptons (Meisenzahl et al., 2002), and were receiving more antipsychotics (Takahashi et al., 2008a) than those with the structure. Taken together, these findings suggest that schizophrenia patients without AI may present more psychopathological and brain structural alterations, possibly reflecting distinct patterns of disturbed brain morphology. In addition, the AI area was found to be negatively correlated with both age and duration of illness in SSD (Ceyhan et al., 2008). The length of the AI was negatively correlated to SANS scores (Takahashi et al., 2008a), and to age, duration of illness, dose of medication and lateral ventricular enlargement (Takahashi et al., 2008d) in SSD. Interestingly, Shimizu et al. (2008) did not observe correlations between the length of the AI and whole thalamic volumes in both patients and controls groups, even though patients showed smaller volumes of the mediodorsal nuclei of the thalami and shorter AI. It was not found evidence for the genotypic combination effect of the dopamine D3 receptor and brain-derived neurotrophic factor (BDNF) single nucleotide polymorphisms on the AI in schizophrenia (Takahashi et al., 2008b). Finally, although the cavum septum pellucidum (CSP) is considered to be an early neurodevelopmental abnormality (for a review, see Trzesniak et al., 2010), there was no overlap between the presence of a large CSP and an absence of AI (de Souza Crippa et al., 2006). This is not, however, surprising, as the development of the AI occurs during early gestation (around 13th and 14th weeks), while the complete closure of the CSP – although requiring the normal development of other brain regions – occurs later or after the birth. 884 C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 Table 2 Findings in adhesio interthalamica in schizophrenia spectrum disorder. Reference Magnetic Slice length/gap Criteria of the detection field (T) (mm) of the AI Subjects Comments Prevalence of Findings: absence of the absence of AI (%) a the AI Snyder et al., 1998 1.0 3.1 FE SCHZ + FE SCHZA CTRL 34.2 13.5 Nopoulos et al., 2001 1.5 1.0 Erbagci et al., 2002 ND 3.0/5.0 Meisenzahl et al., 1.5 2002 1.5 de Souza Crippa et al., 2006 1.0 1.5 Absence: AI not seen on more than 2 coronal MRI slices Absence: AI not seen on more than 2 coronal and axial slices Absence: AI not seen on more than 2 coronal MRI slices Qualitatively in the coronal and axial plane Absence: AI not seen on more than 2 coronal MRI slices FE SCHZ + CHR SCHZ 31.6 NS CTRL CHR SCHZ 16.0 18.4 NS CTRL 10.5 Ceyhan et al., 2008 1.5 1.0 Absence: AI not seen on coronal and sagittal MRI slices Shimizu et al., 2008 3.0 1.0 CHR SCHZ + CHR Qualitatively in the coronal, axial and sagittal planes length: SCHZA + SCHZP number of coronal slices in CTRL which AI was visualized Takahashi et al., 2008d 1.5 1.5 Agarwal et al., 2008 1.5 5.0/1.5 ND SCHZ/CTRL without AI: ↑ third ventricle SCHZ without AI: ↑ SANS SCHZ: absent AI commoner in males absent AI not associated with large CSP 22.0 Qualitatively in the coronal, axial and sagittal planes Absence: AI not identified in less than three both coronal and axial MRI contiguous slices Absence: AI not identified in less than three both coronal and axial MRI contiguous slices CTRL: absent AI commoner in males than in females CHR SCHZ 1.5 1.0 ↑ fem PAT × fem CTRL ↑ in PAT 22.3 34.6 13.8 1.5 1.5 PAT without AI: ↑ third ventricle CTRL CHR SCHZ CTRL Ettinger et al., 2007 Takahashi et al., 2008c ↑ in PAT CHR SCHZ + CHR SCHZA CTRL CHR SCHZ CTRL CHR SCHZ CTRL 5.7 NS 14.8 20.0 13.5 NS 4.7 NS 5.9 23.6 8.6 FE SCHZ + CHR SCHZ 13.0 CTRL 2.3 CHR SCHZ CTRL 8.5 2.7 ↑ in PAT ↑ in CHR × FE SCHZ and CTRL CTRL: absent AI ↑ males CTRL and SCHZ: AI area (−) correlated to age SCHZ: AI area (−) correlated to duration of illness ↓ AI area in SCHZ ↓ AI area in SCHZ female than CTRL female ↓ AI length in PAT ↓ AI length in female PAT × female CTRL AI length not correlated with thalamic volume ↓ AI length in SCHZ ↓ AI length in males than females in general Absent AI commoner in males ↓ AI length in both FE and CHR SCHZ/shorter in CHR ↓ AI length in males than females in general CHR SCHZ without AI: receiving more antipsychotics/longer duration of illness subjects without AI: larger lateral ventricles SCHZ: AI length (−) correlated to illness duration, dose of medication; ventricular enlargement All groups: AI length (−) correlated to age NS (−), negatively; ↓, decrease; ↑, increase; AI, adhesio interthalamica; CSP, cavum septum pellucidum; CTRL, controls; FE, first episode; fem, female; mm, millimeter; MRI, magnetic resonance imaging; ND, not declared; NS, no significant; PAT, patients; SANS, Scale for the Assessment of Negative Symptoms; SCHZ, schizophrenia; SCHZA, schizoaffectives; SCHZP, schizophreniform; T, Tesla. a The prevalence of absent AI was calculated as follows: 100 × (number of subjects with absent AI / number of all subjects). 4.4. Limitations The main difficulty in analyzing the 11 articles included in the metaanalysis arose from the variation in the methodological variables across studies, as discussed above. Additionally, even though these MRI investigations were rigorous in many ways – particularly the recent ones – few of them reached satisfactory criteria for inclusion in the metaanalysis, both in respect to the clinical and demographic characteristics of the samples studied, and in the parameters of image acquisition. The less than ideal use of thick slices (3.0–5.0 mm) and inter-slice gaps in the imaging acquisition protocols, variability in the criteria used for categorizing absence of the AI, and the use of heterogeneous patients sampler and/or samples unmatched for critical demographic variables are among the factors likely to add variability to the findings reported across different studies. Using optimal inclusion criteria regarding the number of SSD patients included (N20 subjects), an adequate matching between the samples of patients and controls, and acquisition of thinner and contiguous slices (≤1.0 mm), five well-designed studies can be selected from the literature (Ceyhan et al., 2008; de Souza Crippa et al., 2006; Nopoulos et al., 2001; Shimizu et al., 2008; Takahashi et al., 2008c). C. Trzesniak et al. / Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry 35 (2011) 877–886 Although only Takahashi et al. (2008c) have found higher prevalence of the AI in patients, a subgroup meta-analysis of these five studies confirmed our main results. It is important to highlight some limitations of the present review. As with all meta-analyses, the findings are dependent on the quality of the primary studies. Unfortunately we did not have access to information regarding obstetric complications of the subjects, cumulative dose of antipsychotics during image acquisition, or other data which may have contributed to a better understanding of how absent AI might affect psychosis. Besides, several types of study bias could arise during publication of the primary studies (Naylor, 1997). In our review, we did not detect evidence for publication bias. In addition, we excluded duplicated samples and results when there was indication of more than one publication based on the same dataset. However, it is not possible to eliminate the likelihood that our findings were influenced by confounding factors, or methodological heterogeneity among the articles, as discussed above. 5. Conclusion In summary, the results of the present meta-analysis strongly suggest that there is a greater prevalence of absent AI in SSD individuals than in healthy controls, and that when present, the AI in patients is shorter than in controls. Nonetheless, further investigations using quantitative analyzes are warranted to reconcile some conflicting findings in the literature to date. First, there is a need for studies evaluating the prevalence of psychosis in large, homogeneous, community-based samples of individuals presenting with AI. The AI findings in psychosis may not simply be a function of abnormal neurodevelopment, but may also reflect a progressive atrophy of this structure, either due to the disorder itself and/or effects of age, and antipsychotic treatment. As SSD are clinically heterogeneous, standardization of MRI methods and a more careful selection of the subjects — such as population-based investigations with longitudinal designs, are likely to generate more reliable conclusions concerning the role of AI in SSD. Acknowledgements We thank to Nivedita Agarwal, Tsumotu Takahashi and Ulrich Ettinger, who kindly provided the raw data necessary for our analysis. Supported in part by grants from ‘Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior’ (CAPES-Brazil, process number 5797/098), ‘Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico’ (CNPq-Brazil) and from ‘Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo fellowship’ (FAPESP-Brazil). JASC, GFB, JECH and AWZ are recipients of a CNPq (Brazil) fellowship Award. The funding agencies had no further role in study design; in the collection, analysis and interpretation of data; in the writing of the report; and in the decision to submit the paper for publication. 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Psychological Medicine, Page 1 of 12. doi:10.1017/S0033291712000839 f Cambridge University Press 2012 O R I G I N A L AR T I C LE Longitudinal follow-up of cavum septum pellucidum and adhesio interthalamica alterations in first-episode psychosis: a population-based MRI study C. Trzesniak1,2*, M. S. Schaufelberger3, F. L. S. Duran3, L. C. Santos3, P. G. P. Rosa3, P. K. McGuire2, R. M. Murray2, M. Scazufca3, P. R. Menezes3, J. E. C. Hallak1, J. A. S. Crippa1 and G. F. Busatto3 1 Department of Neuroscience and Behavioural Science, Medical School, University of São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil and INCT Translational Medicine, Brazil 2 Department of Psychosis Studies, Institute of Psychiatry, King’s College London, UK 3 Department and Institute of Psychiatry, Faculty of Medicine, University of São Paulo, Brazil Background. Neurodevelopmental alterations have been described inconsistently in psychosis probably because of lack of standardization among studies. The aim of this study was to conduct the first longitudinal and populationbased magnetic resonance imaging (MRI) evaluation of the presence and size of the cavum septum pellucidum (CSP) and adhesio interthalamica (AI) in a large sample of patients with first-episode psychosis (FEP). Method. FEP patients (n=122) were subdivided into schizophrenia (n=62), mood disorders (n=46) and other psychosis (n=14) groups and compared to 94 healthy next-door neighbour controls. After 13 months, 80 FEP patients and 52 controls underwent a second MRI examination. Results. We found significant reductions in the AI length in schizophrenia FEP in comparison with the mood disorders and control subgroups (longer length) at the baseline assessment, and no differences in any measure of the CSP. By contrast, there was a diagnosisrtime interaction for the CSP length, with a more prominent increase for this measure in the psychosis group. There was an involution of the AI length over time for all groups but no diagnosisrtime interaction. Conclusions. Our findings suggest that the CSP per se may not be linked to the neurobiology of emerging psychotic disorders, although it might be related to the progression of the disease. However, the fact that the AI length was shown to be shorter at the onset of the disorder supports the neurodevelopmental model of schizophrenia and indicates that an alteration in this grey matter junction may be a risk factor for developing psychosis. Received 2 December 2011 ; Revised 23 March 2012 ; Accepted 26 March 2012 Key words : Adhesio interthalamica, cavum septum pellucidum, first-episode psychosis, magnetic resonance imaging, schizophrenia. Introduction The septum pellucidum is a thin plate of two laminae that forms the medial walls of the lateral ventricles. When these laminae fail to fuse they form a cavity known as the cavum septum pellucidum (CSP) (Shaw & Alvord, 1969). Although a CSP is present in all infants, the leaves normally fuse by the age 4 months. * Address for correspondence : Dr C. Trzesniak, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, FMRP-USP, Avenida Bandeirantes 3900, 14048-900 Ribeirão Preto, SP, Brazil. (Email : [email protected]) This report was presented in part at the Schizophrenia International Research Society – South America Meeting, 6 August 2011, São Paulo, Brazil. The presence of a large CSP (o6 mm in the sagittal axis) later in life might reflect neurodevelopmental abnormalities of structures related to the CSP, such as the corpus callosum and the hippocampus. The complete non-fusion of the two leaflets of the septum pellucidum, an anomaly termed a combined CSP and cavum vergae, is considered the most extreme form of CSP. Previous studies have reported different prevalence rates of CSP in association with psychosis, and such variability of findings may relate to differences in either the method used for detection of the CSP or the criteria for CSP definition, or to the heterogeneity of the populations investigated (Trzesniak et al. 2011a). The adhesio interthalamica (AI) is a grey matter junction that connects both thalami and generally 2 C. Trzesniak et al. fuses by the 13th week of gestation (Rosales et al. 1968). Post-mortem studies have shown that the AI is absent in 15–25 % of humans (Samra & Cooper, 1968), which suggests possible developmental problems during early gestation, a time when risk factors for schizophrenia reportedly have their effect for the disorder (Wright et al. 1995). Magnetic resonance imaging (MRI) studies that evaluated the absence of AI in psychosis have presented conflicting findings (Trzesniak et al. 2011b). This paper reports the results of the first longitudinal and population-based MRI study in which the presence and length of CSP and AI were evaluated in a large sample of first-episode psychosis (FEP) subjects. We applied an epidemiological approach to recruit controls, randomly selecting a group without psychosis from the same geographical area as the patients. A systematic assessment of both CSP and absent AI was carried out to determine whether the prevalence of these alterations would be different in psychosis patients relative to controls. In addition, we estimated the CSP/AI lengths to determine whether these measures were quantitatively altered in psychosis patients. After 13 months, a substantial proportion of these subjects underwent a second MRI evaluation that enables us to investigate whether these continuous CSP/AI measures changed over time. We also studied the inter-relationship between large CSP and absent AI, and also the relationship between these two abnormalities and sociodemographic, psychosisrelated clinical variables and the volume of the lateral ventricle (LV). Finally, we examined regional grey matter volume (GMV) differences between subjects with and without large CSP or AI using voxel-based morphometry (VBM), a whole-brain semi-automated technique for characterizing between-group structural brain differences in vivo (Ashburner & Friston, 2000). Method Subjects and clinical assessments The sample originated from an epidemiological study of the incidence of psychotic disorders in São Paulo, Brazil (Menezes et al. 2007). Inclusion criteria for FEP subjects were : (a) age between 18 and 50 years at the baseline scan and (b) first contact with mental health services for a psychotic episode and a confirmed diagnosis of a functional psychosis according to DSM-IV criteria (APA, 1994). People with psychotic disorders due to a general medical condition or those with substance-induced psychosis were excluded from this study. To obtain a population-based sample of controls, next-door neighbours were contacted and screened to exclude the presence of psychotic symptoms using the Psychosis Screening Questionnaire (Bebbington & Nayani, 1995). Additional exclusion criteria for both groups were : (a) history of head injury ; (b) the presence of neurological/organic disorders that could affect the central nervous system ; and (c) contraindications for MRI scanning. Exclusion criteria specific for the control group were a personal history of psychosis or other Axis I disorders, except for substance misuse or mild anxiety disorders. We decided to include controls with the latter conditions to avoid ending up with a ‘ super-normal ’ control group, given the high prevalence of these diagnoses in the general population (Tominaga et al. 2009 ; McEvoy et al. 2011). The aim of this strategy was to increase the likelihood that any difference between the two groups would be attributable to the presence of psychosis. This resulted in a baseline sample of 122 FEP patients, subdivided into a schizophrenia subgroup (n=62), a mood disorders subgroup (n=46) and an other psychosis subgroup (schizo-affective disorder, brief psychosis and psychotic disorder not otherwise specified ; n=14) ; and 94 controls (Table 1). Eightyfour patients had been on antipsychotic treatment within 3 weeks prior to MRI scanning (chlorpromazine equivalent dose=234.83 mg/day, S.D.= 147.40 ; based on the criteria described by Woods, 2003). After a median period of 13.38 months (IQR= 3.55, range 8–39), 80 patients from the original FEP sample and 52 controls underwent a second MRI scan (Table 2). Among the patients that participated in the follow-up assessment, 39 had schizophrenia, 31 were diagnosed with mood disorders and 10 had other psychosis. Thirty-seven had been on regular antipsychotic treatment by the time of the follow-up MRI examination (chlorpromazine equivalent dose= 224.71 mg/day, S.D.=154.13). Imaging data obtained from these groups have been reported previously as part of baseline (Schaufelberger et al. 2007) and longitudinal VBM investigations of psychosis-related GMV abnormalities (Schaufelberger et al. 2010). All subjects were interviewed at the baseline and at the follow-up evaluation using the SCID (First et al. 1995). Current symptom severity in the psychosis group at the two time-points was assessed with the Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS ; Kay et al. 1987), and information about antipsychotic drug treatment was obtained from case-notes and participant/family interviews. Diagnostic criteria for substance abuse or dependence were assessed using the SCID. Handedness was assessed with Annett’s Hand Preference Questionnaire (Annett, 1970). In the final sample of the longitudinal evaluation, there were no differences between patients and controls regarding their median interscanning interval [schizophrenia subgroup : median 13.7 (IQR=2.3) months ; mood Table 1. Sociodemographic and clinical characteristics of the sample at baselinea Variables Gender, n ( %) Male Female Substance misuse, n ( %) Duration of illness (weeks), median (IQR) Age at psychosis onset (years), mean (S.D.) PANSS score, mean (S.D.) Positive Negative Total Mood disorders subgroup (n=46) 66 (54.1) 56 (45.9) 45 (72.6) 17 (27.4) 15 (32.6) 31 (67.3) 28.6 (8.4) 8.4 (4.2) 27.7 (8.0) 8.6 (3.9) 111 (91.0) 11 (9.0) Other psychosis subgroup (n=14) Schizophrenia v. mood v. controls : p Controls (n=94) Total psychosis v. controls : p 6 (42.9) 8 (57.1) 53 (56.4) 41 (43.6) 0.74 <0.01 28.3 (8.7) 8.7 (4.4) 33.1 (8.7) 6.5 (4.6) 30.2 (8.4) 10.0 (4.1) 0.16 <0.01 0.16 0.06 55 (88.7) 7 (11.3) 43 (93.5) 3 (6.5) 13 (92.9) 1 (7.14) 91 (96.8) 3 (3.2) 0.09 0.13 30 (24.6) 24.6 (31.6) 27.9 (8.5) 18 (29.0) 25.4 (33.3) 26.9 (8.1) 8 (17.4) 22.3 (26.6) 27.9 (8.7) 4 (28.6) 16.1 (19.9) 32.5 (8.8) <0.01 <0.01 10.5 (5.3) 12.2 (5.9) 45.8 (12.3) 10.9 (5.0) 13.7 (6.0) 48.0 (11.7) 9.5 (4.4) 10.4 (5.3) 42.2 (10.6) 12.4 (8.4) 11.6 (6.1) 47.7 (17.3) 3 (3.2) PANSS, Positive and Negative Syndrome Scale ; S.D., standard deviation ; IQR, interquartile range. a The analysis of continuous variables was carried out using the t test for independent samples and an ANOVA ; the analysis of categorical variables was carried out with the x2 test. b Subgroup of participants with diagnosis of schizophrenia or schizophreniform disorder. Longitudinal follow-up of CSP and AI alterations in FEP Age (years), mean (S.D.) Education (years), mean (S.D.) Handedness, n ( %) Right Left or both Schizophrenia subgroupb (n=62) Total psychosis group (n=122) 3 4 C. Trzesniak et al. Table 2. Sociodemographic and clinical characteristics of the sample at follow-upa Variables Total psychosis group (n=80) Schizophrenia subgroupb (n=39) Mood disorders subgroup (n=31) Gender, n ( %) Male Female 46 (57.5) 34 (42.5) 30 (76.9) 9 (23.1) 11 (35.5) 20 (64.5) 30.5 (8.4) 8.2 (4.2) 29.5 (9.0) 9.1 (3.5) 73 (91.3) 7 (8.7) Age (years), mean (S.D.) Education (years), mean (S.D.) Handedness, n ( %) Right Left or both Substance misuse, n ( %) Duration of illness (weeks), median (IQR) Age at psychosis onset (years), mean (S.D.) PANSS score, mean (S.D.) Positive Negative Total Other psychosis subgroup (n=10) Schizophrenia v. mood v. controls : p Controls (n=52) Total psychosis v. controls : p 5 (50.0) 5 (50.0) 27 (51.9) 25 (48.1) 0.53 <0.01 30.3 (9.3) 8.6 (4.4) 31.6 (6.8) 6.9 (4.7) 31.9 (9.0) 10.5 (4.0) 0.25 <0.01 0.89 0.32 35 (89.7) 4 (10.3) 28 (90.3) 3 (9.7) 10 (100.0) 0 52 (100.0) 0 0.03 0.06 14 (17.5) 85.4 (40.8) 28.5 (8.4) 10 (25.6) 93.7 (78.1) 27.0 (9.2) 2 (6.45) 80.9 (22.7) 28.5 (9.2) 2 (20.0) 82.9 (35.4) 30.0 (6.8) 3 (5.8) <0.01 <0.01 10.0 (4.1) 12.0 (5.3) 43.5 (11.1) 10.3 (4.0) 14.5 (6.3) 46.5 (12.1) 8.7 (3.2) 10.0 (4.3) 39.8 (9.8) 10.9 (5.1) 11.5 (5.3) 44.4 (11.4) PANSS, Positive and Negative Syndrome Scale ; S.D., standard deviation ; IQR, interquartile range. a The analysis of continuous variables was carried out using the t test for independent samples and an ANOVA ; the analysis of categorical variables was carried out with the x2 test. b Subgroup of participants with diagnosis of schizophrenia or schizophreniform disorder. Longitudinal follow-up of CSP and AI alterations in FEP 5 (a) (b) Fig. 1. Sagittal (left), coronal (middle) and axial (right) magnetic resonance (MR) images showing the brain (a ; arrow) with and (b) without the adhesio interthalamica (AI). disorder : median 13.9 (IQR=0.7) months ; other psychoses : median 13.1 (IQR=3.4) months ; controls : median 13.7 (IQR=5.8) months ; Kruskal–Wallis test, p=0.79]. Both baseline and follow-up MRI investigations were approved by the local ethics committee and informed consent forms were signed by all subjects. MRI data acquisition and image analysis Imaging data were acquired using either of two identical MRI scanners (1.5 T GE Signa scanners, General Electric, USA). The same acquisition protocols were used for both instruments and in the two assessments : a T1-spoiled gradient recalled (SPGR) sequence providing 124 contiguous slices, voxel size 0.86r0.86r1.5 mm, echo time 5.2 ms, resolution time 21.7 ms, flip angle 20x, field of vision 22 cm, matrix 256r192 mm. The reliability of the volume measurements using the two MRI scanners has been reported elsewhere (Schaufelberger et al. 2007). In brief, six controls were (re)scanned on the same day on the two instruments. We obtained interclass correlation coefficient (ICC) values >0.90 for neocortical and medial temporal regions, 0.79 and 0.83 for the left and right thalamus respectively, and 0.90 for the total brain volume. These ICC values for our main regions of interest (ROIs) assured us that we had sufficient interscanning reliability to go ahead with the analyses for the current study. There was no significant difference with regard to the number of participants examined in each scanner and their diagnosis at both baseline and follow-up evaluation (p>0.05). Prevalence and length of the CSP All images were realigned into the anterior commissure–posterior commissure (AC–PC) plane. The CSP was rated blindly by an experienced researcher (C.T.). The CSP length was calculated by multiplying the number of coronal slices in which the cavity was seen by the coronal slice thickness (i.e. 1.5 mm). Clefts measuring at least 1.5 mm (in AP length) were considered as CSP. CSPs spanning four or more slices were defined as large (Kwon et al. 1998). Subjects without CSP and with persistence of the cavum vergae were excluded from the calculation of the CSP length mean. Inter- (C.T. and J.A.S.C.) and intrarater ICCs in 30 randomly selected brains were >0.95 for the CSP length and 100 % for the presence of CSP. Determination of the AI The number of slices in which an AI was seen were counted on consecutive coronal slices. The AI length was calculated by multiplying the number of these slices by 1.5 mm. The presence of the AI was determined by viewing both coronal and axial planes. The AI was considered as present when seen in two or more contiguous coronal slices, and simultaneously in three or more 0.86 mm axial slices (Takahashi et al. 2008a ; Fig. 1). Subjects without AI were excluded from 6 C. Trzesniak et al. the calculation of the AI mean length. Inter- (C.T. and J.A.S.C.) and intra-rate ICCs for the AI length in a subgroup of 30 brains were >0.96. Inter- and intrarater reliabilities for the presence of the AI were 100 %. LV volume The LV volumes of the participants of this study have been quantified previously (Schaufelberger et al. 2010). In brief, we used a manual ROI method applied with MRIcro software (www.mccauslandcenter.sc.edu/ mricro/mricro/). The anterior and posterior horns and the body of the ventricle were combined as one ROI drawn sequentially on coronal slices along the entire extension of the LV. Measurements were taken separately for each hemisphere, starting on the slice in which the AC could be best visualized and continuing anteriorly and then back posteriorly. Only one rater (P.G.P.R.) was responsible for all measurements, which were performed blind to subjects’ diagnoses. Inter- (F.L.S.D.) and intra-rater ICCs in a subset of 10 randomly selected brains were >0.90. VBM The VBM analysis was carried out with SPM8 software (www.fil.ion.ucl.ac.uk/spm/software/spm8/) running under Matlab 7.8 (www.mathworks.com/ products/matlab/). The MRI dataset was oriented manually to place the AC at the origin of the threedimensional Montreal Neurological Institute (MNI) coordinate system. The images were segmented into grey and white matter partitions using the unified segmentation procedure. The diffeomorphic anatomical registration using exponentiated lie algebra (DARTEL) algorithm was used to spatially normalize the segmented images (Ashburner, 2007). An additional ‘ modulation ’ step consisted of multiplying each spatially normalized grey matter image by its relative volume before and after normalization ; this ensured that the total amount of grey matter in each voxel was preserved. The resulting images were smoothed using a 12-mm full-width at half-maximum (FWHM) isotropic Gaussian kernel to ensure normal distribution of the data as required by statistical parametric tests. Statistical analysis There were two types of investigations of betweengroup CSP/AI differences : (a) comparisons of the overall psychosis sample versus controls ; and (b) comparisons of diagnostic subgroups : schizophrenia subgroup versus mood disorders subgroup versus controls. Clinical and demographic differences were examined with a one-way analysis of variance (ANOVA), the x2 test or Fisher’s exact test. A post-hoc Turkey test was used to follow up the significant main effects yielded by the ANOVAs. The prevalence ratio (PR) was used to assess the frequency of variables, and correlations between them were tested with Pearson or Spearman tests. Differences over time related to the length of the CSP/AI were evaluated by a mixedeffects linear model, considering group, time and gender as independent variables, and age and intracranial volume as covariates of no interest. We decided to consider gender as an independent variable given the sexual dimorphic aspects that CSP and AI are known to display. The CSP/AI lengths were log transformed because of their skewed distribution. The model adjustment was performed using SAS1 version 9 (Littell et al. 1996). Post-hoc analyses were performed with multiple comparisons through orthogonal contrast. Statistical significance was defined as p<0.05 (two-tailed). In the VBM analyses, regional GMV differences were investigated on a voxelrvoxel basis using the general linear model. We carried out two sets of analyses, investigating the relationship between GMV measures respectively with the presence of large CSP and the absence of AI. In each of these analyses, four subgroups were included : (1) controls without the anomaly (i.e. without large CSP or with AI) ; (2) controls with the anomaly ; (3) patients without the anomaly ; and (4) patients with the anomaly. A multiple regression analysis was performed to examine the extent to which GMV was associated with : (i) group (all patients versus controls) ; (ii) presence of large CSP/AI ; and (iii) interaction between diagnosis and presence of large CSP/AI. Age, gender and intracranial volume were modelled as covariates of no interest. Inferences were made at p<0.05 after familywise error (FWE) correction for multiple comparisons across the whole brain. When significant effects were not detected, we report trends significant at p<0.001 (uncorrected) for the sake of completeness. Results Prevalence of the CSP There were no significant between-group differences in the prevalence of either a CSP of any size (seen in at least one coronal slice) or a large CSP (o6 mm) in the comparison between the overall psychosis sample versus controls or in the comparison of diagnostic subgroups (all p>0.05 ; Table 3). When all subjects (patients and controls) were pooled, males showed a 67 % higher prevalence of a large CSP than females (PR=1.67, p=0.02). This observation was stronger in the schizophrenia subgroup (PR=2.01, p=0.02). The analysis of categorical variables was carried out with prevalence ratio (PR) calculus (95 % confidence interval). To calculate the PR, the highest value was divided by the lowest one. Subgroup of participants with diagnosis of schizophrenia or schizophreniform disorder. c All CSPs that could be seen in at least one coronal slice (1.5 mm thickness). b a 0.57 0.60 0.34 0.16 0.47 0.97 0.13 0.88 0.17 CSPs of any sizec, n ( %) Large CSP (>6 mm), n ( %) AI absent, n ( %) 115 (94.26) 37 (30.33) 22 (18.03) 58 (93.55) 23 (37.10) 13 (20.97) 44 (95.65) 10 (21.74) 5 (10.87) 83 (88.30) 28 (29.79) 11 (11.70) 0.48 0.93 0.24 Mood v. controls : p Controls (n=94) Total psychosis group (n=122) Diagnosis comparison Schizophrenia v. controls : p Case comparison All psychosis v. controls : p Mood disorders subgroup (n=46) Schizophrenia subgroupb (n=62) Table 3. Prevalence of the cavum septum pellucidum (CSP) and absent adhesio interthalamica (AI) in first-episode psychosis (FEP) patients (n=122) and healthy controls (n=94)a Schizophrenia v. mood : p Longitudinal follow-up of CSP and AI alterations in FEP 7 Length of the CSP Regarding the comparison of diagnostic subgroups, analyses of the CSP length (log transformed) revealed a main effect of time (F1,116=280.50, p<0.0001). However, there were no main effects of diagnosis (F2,116= 1.04, p=0.356) or gender (F1,116=0.75, p=0.389) or interactions of diagnosisrtime (F2,116=2.08, p= 0.130), diagnosisrgender (F2,116=1.48, p=0.231), timer gender (F1,116=1.37, p=0.245) or timerdiagnosisr gender (F2,116=0.53, p=0.593). When the overall psychosis sample was compared to the controls, there were no main effects of group (F1,128=0.00, p=0.974) or gender (F1,128=1.45, p= 0.231), but the main effect of time (F1,128=346.81, p<0.0001) and the grouprtime interaction (F1,128= 5.41, p=0.02) reached statistical significance. Post-hoc tests indicated that the CSP increased over time for all subjects [mean (ln) at baseline=1.51 mm, S.D.=0.67 ; mean at follow-up=1.76, S.D.=0.60, p<0.0001], but this increase was more prominent for patients (mean at baseline=1.49 mm, S.D.=0.66 ; mean at followup=1.78 mm, S.D.=0.53) than controls (mean at baseline=1.53 mm, S.D.=0.67 ; mean at follow-up= 1.74 mm, S.D.=0.70, p<0.0001 ; Fig. 2). There were no significant casergender (F1,128=0.11, p=0.740), timergender (F1,128=0.56, p=0.456) or casertimer gender (F1,128= 0.21, p=0.651) interactions. GMV and CSP When subjects with a large CSP were pooled and compared with those without a large CSP, a focus of GMV reduction was detected in the right superior temporal gyrus (x=42, y=5, z=x18, Z score=4.46, cluster size=953, p=0.049, FWE corrected). After lowering the statistical threshold (p<0.001, uncorrected), we identified a diagnosisrprevalence of large CSP interaction with trend significance in the left middle frontal gyrus (x=x39, y=45, z=15, Z score= 4.34, cluster size=249, p=0.076, FWE corrected). Oneway ANOVA showed differences between groups (F3,215=7.00, p<0.001). Patients with a large CSP had the lowest amount of GMV in this middle frontal focus (mean=0.615, S.D.=0.022) and post-hoc tests indicated that this difference was evident against controls with a large CSP (mean=0.644, S.D.=0.031, p<0.001) and against patients without a large CSP (mean= 0.632, S.D.=0.026, p=0.008). Relationship between CSP and clinical and demographical variables The CSP length correlated positively with pre-MRI scanning duration of illness in patients (r=0.19, p=0.04). There was no correlation between CSP length 8 C. Trzesniak et al. 6.50 * Length of the CSP (mm) 6.00 5.50 5.00 4.50 4.00 Patients (n base=112; n FUP=75)* Controls (n base=80; n FUP=45) 0 Baseline Follow-up Fig. 2. Casertime interaction for the length of the cavum septum pellucidum (CSP) when patients with psychosis are compared with controls. The difference between the baseline and the follow-up was median 13.38 months (IQR=3.55). nbase is the number of subjects at the baseline assessment and nFUP is the number of subjects at the follow-up assessment. The number of patients and controls is smaller than that of the original sample because of the subjects who needed to be excluded from the calculation of the CSP length (i.e. those with CSP=0 or with the presence of cavum vergae). * A significantly greater increase for patients at follow-up (p<0.001). and LV volumes on the right (p=0.267) or left (p=0.087) hemispheres when all subjects were pooled or when psychosis patients were analysed separately (p=0.423 for the right LV and p=0.140 for the left LV). Prevalence of the AI There was no difference in the prevalence of the AI for both diagnosis and case comparisons (all p>0.05 ; Table 3). When subjects were pooled, there was a trend for males presenting a higher prevalence of non-AI than females (PR=1.11, p=0.056). p=0.03) and controls (mean=3.10 mm, S.D.=0.31, p<0.0001) subgroups. The mood disorders subgroup did not display differences when compared to controls (p=0.12). The AI was shorter in males (mean= 2.94 mm, S.D.=0.34) than in females (mean=3.06 mm, S.D.=0.27). For all groups, the AI decreased at the follow-up (p<0.0001). Regarding the comparisons involving the overall psychosis sample, the AI was found to be shorter when patients were compared to controls (F1,109=8.47, p=0.004). There were main effects for time (F1,109= 15.41, p<0.0001) and gender (F1,109=8.46, p=0.004) but no casertime (F1,109=0.25, p=0.618), caser gender (F1,109=0.56, p=0.456), timergender (F1,109= 2.07, p=0.153) or casertimergender (F1,109=0.04, p= 0.844) interactions. GMV and AI When all subjects with AI were compared with those without AI, the latter group presented a focus of GMV reduction in the midline brain area surrounding the AI (x=0, y=10, z=0, Z score=7.47, cluster size=1944, FWE corrected p<0.001). Relationship between AI and clinical and demographical variables The AI length correlated negatively with age in patients (r=x0.24, p=0.01), with a trend in the same direction as in the controls (r=x0.19, p=0.07). The correlation between AI and pre-MRI scanning duration of illness in FEP was not significant, and there was no difference between patients with and without AI regarding PANSS scores. The AI length correlated negatively with LV volume in patients (right : r= x0.281, p=0.005 ; left : r=x0.291, p=0.003) and controls (right : r=x0.409, p<0.001 ; left : r=x0.470, p<0.001) and also when all subjects were pooled (right : r=x0.359, p<0.001 ; left : r=x0.394, p<0.001). Relationship between CSP and AI Length of the AI Regarding the comparison of diagnostic subgroups, analyses of the AI length (log transformed) revealed main effects for diagnosis (F2,100=9.23, p=0.0002), gender (F1,100=8.46, p=0.004) and time (F1,100=17.02, p<0.0001) but there were no significant diagnosisrtime (F2,100=1.41, p=0.248), diagnosisrgender (F2,100=2.24, p=0.112), genderrtime (F1,100=0.05, p=0.819) or diagnosisrgenderrtime (F2,100=0.99, p=0.376) interactions. Post-hoc tests indicated that the AI was shorter at the baseline for the schizophrenia group [mean (ln)=2.88 mm, S.D.=0.28] compared to both mood disorders (mean=3.02 mm, S.D.=0.32, Fourteen subjects presented both large CSP and absent AI (nine patients and five controls). There was no difference between these two groups regarding the frequency of coincidence between these anomalies. The quantitative measures of these two abnormalities were not correlated to each other (all p>0.05). Discussion To our knowledge, this is the first longitudinal study to investigate the presence of CSP/AI and their lengths in FEP. In the baseline assessment, our results demonstrate reductions only in the AI length in Longitudinal follow-up of CSP and AI alterations in FEP schizophrenia compared to both mood disorders and controls subgroups, and dimorphic sexual aspects for the CSP/AI (with greater alterations in males). Furthermore, we detected a longitudinal increase in both CSP/AI lengths for all subjects, more prominently in patients than in controls over time. Baseline assessment Consistent with Takahashi et al. (2008b) we did not identify differences in the prevalence of the CSP between patients and controls, reinforcing the hypothesis that a large CSP does not play an essential role in the vulnerability to psychosis (Takahashi et al. 2008b). However, our findings are discordant from another investigation that found a higher incidence of large CSP in FEP (Kasai et al. 2004). One explanation for this discrepancy could be the differences in the composition of the samples. Our selection was derived from an epidemiological, population-based case–control study of FEP, with almost all participants recruited from a defined geographical area, minimizing the chance of selection bias (Schaufelberger et al. 2007). It is known that the choice of the control group is crucial to any study, especially regarding psychosis in which the environment may play an important role in its onset (Broome et al. 2005). The prevalence of no-AI was equally common among all groups, which is in line with another study with FEP (Takahashi et al. 2008 c). However, the AI was shorter in patients with schizophrenia compared to the two other subgroups. Of note, although the AI of mood disorder subjects was not significantly shorter than of controls, it had an value intermediate between the schizophrenia and controls subgroups. It has been suggested that psychosis associated with schizophrenia and bipolar disorder may share neurodevelopmental abnormalities involving midline structures (Kasai et al. 2004). Our results suggest that there may be a continuum of psychosis with regard to the manifestation of the AI length. Finally, no significant association was found between an absent AI and a large CSP. This may be because the development of the AI and the fusion of the septum pellucidum occur at different stages of life (de Souza Crippa et al. 2006). In addition, the brain structures responsible for each phenomenon are unlikely to be the same. Follow-up evaluation Our findings demonstrated that CSP length increases over time for all subjects but at a higher rate for patients. Moreover, there was a positive correlation between duration of illness and CSP length (with absence of correlations between the latter measure and 9 current age). These results suggest that, although alterations in CSP may not be present at the onset of psychosis, such abnormalities may be found in individuals with chronic disease and may be related to progression of the disease. This helps to explain some previous studies on this topic that have reported a higher prevalence of large CSP in chronic schizophrenia (Nopoulos et al. 1997 ; Kwon et al. 1998 ; de Souza Crippa et al. 2006). The increase in the CSP length may be a consequence of the displacement of regions bordering the CSP (i.e. the corpus callosum and fornix) or of those known to be related to the cavity, such as the hippocampus (Rakic & Yakovlev, 1968). Alternatively, this CSP expansion over time could simply reflect enlargement of the LV. However, this possibility is unlikely to have occurred in our sample as we did not observe longitudinal differences in the LV or any correlation between CSP length and LV volume. The reason why the CSP enhancement is more significant in patients may be an effect of the use of antipsychotics, of the duration of illness, or both, given that these factors may affect neuroanatomical structures in psychosis (Ho et al. 2011). However, because most of our patients had been exposed to antipsychotic medication or were under drug treatment during the second scan, it is difficult to specify what was responsible for this result. This first longitudinal assessment of the AI confirmed the involution process of the junction with age previously proposed by Rosales et al. (1968). The lack of a diagnosisrtime interaction of the AI length suggests that this area may be more affected by age than by duration of illness or the effects of drug treatment. Nevertheless, the higher incidence of an absent AI in chronic psychosis reported in the literature (Trzesniak et al. 2011b) might be explained by the fact that the AI was shown to be already shorter at the onset of psychosis. Several studies have shown associations between measurements of AI and LV in samples of controls and psychosis patients (Snyder et al. 1998 ; Meisenzahl et al. 2002 ; Takahashi et al. 2008c), which is in line with the suggestion that the AI develops jointly with important components of the ventricular system during early gestation (Rosales et al. 1968). Although the functional relevance of the AI to the pathophysiology of psychosis remains obscure, some possibilities should be considered. Several lines of evidence indicate that the thalamus plays a crucial role in schizophrenia (Andreasen et al. 1994). Dopamine dysfunction is thought to be a key feature of schizophrenia, and animal studies suggest that the AI might be involved in regulation of dopamine release in the basal ganglia (Romo et al. 1984), and in the transfer of information implicated in the reciprocal regulation of the two nigrostriatal dopaminergic pathways 10 C. Trzesniak et al. (Leviel et al. 1981). Striking increases in neuronal activity are evident in the thalamic midline nuclei of rats in response to antipsychotic drugs (Cohen et al. 1998). In addition, intra-AI injections of N-methyl-D-aspartic acid produced electroencephalographic (EEG) seizure in cats, supporting the existence of these receptors in the AI (Hirayasu & Wada, 1992). Relationship between CSP, non-AI and GMV We verified that subjects with a large CSP have GMV reductions in the right temporal regions, which is in line with the assumption that a large CSP would be related to the neurodevelopment of temporal structures (Rakic & Yakovlev, 1968 ; Takahashi et al. 2007). It is more challenging to interpret the trend towards an interaction between diagnosis and prevalence of a large CSP in FEP, indicating that patients with a large CSP have less GMV in the left middle frontal gyrus. The unexpected relationship between a frontal area and CSP raises the hypothesis that these regions are somehow linked to each other. One possibility is that temporal structures could influence both CSP and prefrontal areas, a possibility supported by findings of correlations between hippocampal and left middle frontal gyral volumes in psychosis patients (Suzuki et al. 2005). Regarding the AI, significant losses of GMV were found in this region when subjects with AI were compared to those without AI, which corroborates our visual results observed with the semiquantitative assessment. However, further studies with larger samples are advisable to replicate these GMV findings. Gender effects We found a pattern of sexual dimorphism in both CSP and AI. Previous schizophrenia studies indicated that the incidence of CSP is higher in males (Nopoulos et al. 1997). However, it is possible that the gender effects found in our study for CSP, especially in schizophrenia, may have been due to the unequal balance between males and females in this group. As in previous studies (Allen & Gorski, 1991 ; Takahashi et al. 2008a, c), we found an overall trend for the AI to be absent and shorter in males. Unlike a recent metaanalysis (Trzesniak et al. 2011b) that found a genderrdiagnosis effect, our AI gender differences were only detectable when all subjects from both groups were considered together. Some authors have hypothesized that the female brain is more functionally symmetrical than the male brain (McGlone, 1980). Moreover, it has been proposed that brain commissures, which are sexually dimorphic in normal brains, may be more developmentally vulnerable in schizophrenia (Nopoulos et al. 2001). Methodological issues Some limitations of our study should be noted. The samples were not ideally matched for substance misuse, with controls showing lower prevalence rates (Tables 1 and 2). To investigate whether this variable could be a confounding factor to the main results, we carried out analyses with substance misuse as an additional exclusion criterion for patients and controls. The results of these repeated analyses were not different from our main findings. However, we cannot reject the possibility that this factor influences the CSP/AI measures. Another limitation is that we combined the imaging data acquired using two different MRI scanners, which could potentially influence the VBM findings. Nonetheless, the two equipment and acquisition protocols were identical, and we obtained very high interscanner reliability indices for the brain regions that were the main focus of this investigation. The thickness of the MRI contiguous slices of our acquisition protocol was 1.5 mm. Although this is a smaller value than that used in previous studies (Keshavan et al. 2002), thinner slices allow more accurate estimates of the prevalence of the nonAI/CSP. In summary, we found no increased prevalence of abnormal CSP in FEP individuals. However, the CSP length increased at a higher rate for patients over time. These findings suggest that the CSP may not be linked to the neurobiology of emerging psychotic disorders, although it may be related to the progression of the disease. However, the AI was already shorter at the onset of the disorder, supporting the neurodevelopmental model of schizophrenia (Murray & Lewis, 1987) and suggesting that an alteration in this grey matter junction may be a risk factor for developing psychosis. Acknowledgements We thank Professor R. Molina Souza, who performed the statistical analysis, S. Benetti for advice on VBM, and three anonymous referees for their review of an earlier version of this article. This study was funded by the Wellcome Trust, UK and a ‘ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ’ Brazil fellowship (grant no. 2003/13627-0). C.T. is funded by ‘ Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nı́vel Superior ’ (CAPES-Brazil, grant number 5797/ 09-8) and a FAPESP-Brazil fellowship (grant no. 08/ 57847-7). M.S.S. is funded by CAPES-Brazil (PRODOC Post-Doctorate Fellowship). J.A.S.C., G.F.B., P.R.M. Longitudinal follow-up of CSP and AI alterations in FEP and M.S.S. are recipients of a CNPq (Brazil) fellowship award. Declaration of Interest None. References Allen LS, Gorski RA (1991). Sexual dimorphism of the anterior commissure and massa intermedia of the human brain. Journal of Comparative Neurology 312, 97–104. Andreasen NC, Arndt S, Swayze 2nd V, Cizadlo T, Flaum M, O’Leary D, Ehrhardt JC, Yuh WT (1994). Thalamic abnormalities in schizophrenia visualized through magnetic resonance image averaging. Science 266, 294–298. Annett M (1970). A classification of hand preference by association analysis. British Journal of Psychology 61, 303–321. APA (1994). 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