2015 – anais v semana acadêmica integrada
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2015 – anais v semana acadêmica integrada
ISBN 9788561586409 2 REALIZAÇÃO: COMISSÃO EXECUTIVA: Faculdade Metropolitana da Amazônia Adriana Letícia Barbosa dos Santos Constantino Pedro de Alcântara Neto PROMOÇÃO: Fabiana Ribeiro Pimentel Núcleo de Pesquisa e Extensão Núcleo de Apoio Discente e Docente APOIO: Assessoria de Comunicação COMISSÃO ORGANIZADORA: Artur Vicente da Costa Josiana Kely Moreira Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo Juliana Conceição Dias Garcez Érika Simone da Silva Bentes Katarine Antonia Dos Santos Barile Etiane Prestes Batirola Alves Lidiane de Souza Silva Felipe Porttela Neves Márcia Bittar Portela Gilson Scholl Pires Márcia Cristina dos Santos Guerra Ivete de Fátima Ferreira Brabo Mônica Martins Hagedorn Jevane Mendonça Moraes Nahima Castelo de Albuquerque José Antonio Cordero da Silva Smayk Barbosa Sousa José Wilson Nunes Fernandes Valéria Chicre Quemel Andrade ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS: Etiane Prestes Batirola Alves 3 ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ ISBN 9788561586409 BELÉM—PARÁ 2015 4 5 SUMÁRIO 1. SESSÃO BANNER 1.1 CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA 6 1.2 CATEGORIA ENSINO 30 1.3 CATEGORIA PESQUISA 37 1.4 CATEGORIA EXTENSÃO 45 2. SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL 2.1 CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA 46 2.2 CATEGORIA PESQUISA 82 6 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA RESPONSABILIDADE SOCIAL E BIOMEDICINA – RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DO PROJETO BIOMEDICINA EM AÇÃO NA COMUNIDADE DA VILA DA BARCA Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo1, Andréa Luciana Soares da Silva1, Lívia Trindade Lobo2, Amanda Vasconcelos Soares1, Katarine Antônia dos Santos Barile1. 1 Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 2Doutor em Química. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: A integralidade da atenção à saúde é um princípio norteador para elaboração das políticas de saúde. Este princípio deve estar presente no processo de formação de profissionais da área da saúde, enfatizando o pensar e fazer saúde (OLIVEIRA, 2007). No modelo de competências mobilizadas – que consiste no trio saberes, saber-fazer e saber-ser – o saber-fazer é aquele que designa as noções relacionadas à prática profissional (MANGINI; MIOTO, 2009). A prática pedagógica, quanto dinâmica, deve conduzir à visão política de cidadania, integrando arte, cultura, valores e interação, permitindo o ensinar de forma significativa (GOMES et al., 2006). Neste contexto destaca-se a extensão universitária, que quanto processo metodológico, permite o contato imediato da comunidade universitária com a sua comunidade externa, aquela à qual está mais próxima, na perspectiva de uma relação dialógica baseada na troca de saberes (DIVINO et al., 2013), tendo reflexo direto na qualidade do desempenho acadêmico e favorecendo a auto-reflexão crítica, a emancipação teórico-prática e o significado de responsabilidade social (PIVETTA et al., 2010). Objetivo: este trabalho irá relatar uma experiência do Projeto Biomedicina em Ação, realizada junto a Comunidade da Vila da Barca (Belém, Pará, Brasil), envolvendo discentes do curso de Bacharelado em Biomedicina, de uma Faculdade particular, da cidade de Belém (Pará), em celebração ao Dia da Responsabilidade Social. Descrição da experiência: em um sábado de setembro (25/09/2014) foi realizada uma atividade prática, de caráter extensionista, envolvendo docentes e discentes do curso de Bacharelado em Biomedicina (FAMAZ) e moradores da Comunidade da Vila da Barca, situada no bairro do Telégrafo, na cidade de Belém do Pará. Previamente, realizou-se a divulgação da atividade do Projeto Biomedicina em Ação através da rádio comunitária, que informou a disponibilização de quarenta senhas para realização de exames de sangue (indivíduos com idade compreendida entre 2059 anos); e vinte senhas/frascos coletores para realização de exame parasitológico de fezes (indivíduos com idade compreendida entre 0-18 anos), bem como, as orientações para coleta de amostras. Os discentes de Biomedicina foram convidados a participar das diversas etapas da ação, de acordo com o período em que se encontravam no curso: 1º, 2º e 8º períodos – cadastramento de amostras e atuação no Setor de Parasitologia; 4º período – atuação nos Setores de Imunologia, Parasitologia e Hematologia; 6º período – cadastramento e coleta de amostras de sangue e atuação nos Setores de Bioquímica e Parasitologia. No total, participaram da atividade quarenta e três discentes. O espaço disponibilizado para realização das atividades na Vila da Barca foi a Sede da Associação de Moradores, no qual se organizou os setores de cadastramento de pacientes, identificação de amostras e coleta/recebimento de material biológico (sangue e fezes). Os discentes foram orientados pelos docentes quanto à conduta profissional: (i) na recepção do paciente; (ii) na realização de questionamentos para o cadastramento da amostra; (iii) no processo de comunicação com o paciente antes e após punção venosa; e (v) no processo de comunicação de liberação do paciente. Ao término da coleta – ocorrida das 8h00 às 9h30 –, as amostras biológicas foram acondicionadas e transportadas até a FAMAZ. No ambiente laboratorial os discentes foram orientados pelos docentes sobre: (i) o uso de equipamentos de proteção individual (EPI); (ii) assepsia e organização das bancadas; (iii) utilização correta de instrumentos laboratoriais; e (iv) orientação teórica sobre os métodos utilizados na determinação laboratorial, sendo distribuídos nos setores laboratoriais para realização das seguintes determinações: colesterol total, triglicerídeos, glicose de jejum (Setor de Bioquímica); classificação do sistema ABO (Setor de Hematologia); teste rápido para detecção de anticorpos contra o vírus da Dengue (Setor de Imunologia); exame direto de fezes pelo método Hoffmann (Setor de Parasitologia). Após a finalização da execução dos métodos, os docentes realizaram a elaboração dos laudos laboratoriais, que serão entregues aos pacientes, em momento oportuno, juntamente com ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 7 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA a realização de uma atividade visando à promoção à saúde. Resultados: o Projeto Biomedicina em Ação proporcionou aos discentes do curso de Bacharelado em Biomedicina, da FAMAZ, o envolvimento com uma atividade de caráter sócio-comunitário, acadêmico e científico, reafirmando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A troca de saberes emergiu da relação estabelecida entre a comunidade (saber popular) e os discentes participantes da ação (saber acadêmico-científico), oportunizando a aplicação e integração do conhecimento acadêmico-científico, sendo um diferencial na formação acadêmica e cidadã dos discentes. Adicionalmente, a atividade favoreceu a ação-reflexão-ação da prática profissional Biomédica, a partir das situações que emergiram no contato com a comunidade e durante a execução das práticas laboratoriais, permitindo aos discentes vivenciar situações cotidianas da profissão, bem como, a troca de experiência com os docentes, colaborando significativamente para o processo formativo dos participantes. Considerações Finais: a utilização de práticas pedagógicas interativas, como a atividade extensionista desenvolvida no Projeto Biomedicina em Ação, que determinam relações entre a comunidade acadêmica e a comunidade externa, reforça a ideia de que a utilização de métodos ativos de ensino-aprendizagem, visando o aprendizado interdisciplinar, possibilitam o aprofundamento da compreensão da relação teórico-prática, contribuindo para formação crítico-reflexiva. Contudo, tal formação depende da autonomia discente, que pode ser alcançada mediante motivação pessoal e argumentação racional para o estudo teórico e realização das atividades práticas, como observado no projeto. Expor os discentes a novos paradigmas estimula o desenvolvimento do espírito crítico e de responsabilidade social, o que permitirá uma atuação profissional consciente e voltada para a integralidade da atenção à saúde, no âmbito da Biomedicina. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 8 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA PROJETO CINEMA & CIÊNCIA: UMA FERRAMENTA PARA CONSTRUÇÃO DOS SABERES Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo1, Márcia Cristina S. Guerra2, Katarine Antônia S. Barile1. 1 Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 2Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: Rubem Alves (2002) disse que ―Nietzsche dizia que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encanta crianças e adolescentes, o que é bem diferente de simplesmente dar aula. Dar aula é só dar alguma coisa. Ensinar é muito mais fascinante‖. Para Paulo Freire ―Estudar é desocultar, é ganhar a compreensão mais exata do objeto, é perceber suas relações com outros objetos. Implica que o estudioso, sujeito do estudo, se arrisque, se aventure, sem o que não cria nem recria‖. A interdisciplinaridade, como um enfoque teórico-metodológico surgiu na segunda metade do século passado, com o objetivo de romper a hiperespecialização e a fragmentação dos saberes, em função do empirismo, naturalismo e mecanicismo científico do início da modernidade, tendo por base uma perspectiva de dialogicidade e integração das ciências e do conhecimento (PIRES, 1998; VILELA & MENDES, 2003; POMBO, 2005; THIESEN, 2008; MANGINI & MIOTO, 2009). A interdisciplinaridade chegou ao Brasil pela obra de Georges Gusdorf, Eric Jantsch e Jean Piaget. Contudo, ainda hoje, inexiste uma única definição para tal terminologia. Na visão brasileira, a interdisciplinaridade é uma forma de realização humana; onde crescimento humano e capacidade de emancipação (saber-ser/polo-sujeito) justificariam a construção continuada dos indivíduos com base em quatro princípios: humildade, expectativa, coerência e audácia (MANGINI & MIOTO, 2009). O processo educativo interdisciplinar possibilita o aprofundamento do entendimento da relação entre teoria e prática, contribuindo à formação mais crítica, criativa e responsável, colocando estudantes e educadores diante de novos desafios (MORIN, 2000; AMORIM & GATTÁS, 2007; THIESEN, 2008). Entende-se o cinema (conhecido como sétima arte) como instrumento de função político-pedagógica, capaz de estabelecer relações indispensáveis entre os conteúdos e as ―leituras‖ do cotidiano (KLAUS, 2003), posto que, o cinema respeita a interdisciplinaridade, integrando diversos conhecimentos (LEAL, 2011). Segundo Marco Scarassatti (2007): ―O cinema, em qualquer campo em que seja aproveitado, desenvolvido, produzido ou consumido, é sempre educativo e formativo. É formal, na medida em que a sala de projeção é o espaço da socialização e divulgação do filme; ao mesmo tempo é não-formal, pois, é espaço de alteridade em relação à escola e, também, informal, pois, é espaço de fruição singular e plural, porque é grupal‖. Objetivo: Este trabalho irá relatar uma experiência de ensino-extensão que utilizou o cinema como ferramenta do processo de aprendizagem ativa, em um curso de Bacharelado em Biomedicina, de uma Faculdade particular, situada na cidade de Belém, Pará. Descrição da experiência: Foram realizados debates temáticos, que abrangeram diversas áreas de conhecimento das Ciências Biomédicas, tendo como cenário lúdico o cinema mundial (filmes comerciais e documentários). Tal experiência se baseia na promoção do desenvolvimento de competências/ habilidades, previstas nas Diretrizes Curriculares do Curso de Biomedicina (CNE/CES nº 2, 2003), que define o perfil de formação do profissional Biomédico como generalista, humanista, crítica e reflexiva,para atuar em todos os níveis de atenção à saúde com base no rigor científico e intelectual. Resultados: Foram realizados nove debates (de caráter mensal, e ocasionalmente, em datas especiais e/ou comemorativas), com base em temas relacionados às diversas áreas do conhecimento. Os debates tiveram duração de quatro horas, contemplando exibição do filme e debate, sendo orientados/dirigidos por um ―debatedor‖, o qual era um profissional com experiência e domínio do tema em questão, com auxílio dos discentes bolsistas envolvidos no projeto. Os temas abordados durante o debate foram previamente definidos pelo debatedor, sendo de total responsabilidade deste, juntamente com os bolsistas do projeto, o preparo de qualquer material didático para distribuição aos participantes do debate. O projeto foi aberto à comunidade acadêmica e todos os discentes participantes dos debates, com frequência mínima préestabelecida, receberam certificação na categoria ―ouvinte‖. Estiveram vinculados ao projeto de ensino - ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 9 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA extensão, três alunos do curso de Biomedicina os quais eram responsáveis por: disponibilizar o material filmográfico para o dia do debate; providenciar quaisquer solicitações do debatedor, realizando uma reunião com o mesmo, uma semana antes do evento; providenciar material didático para distribuição no dia do debate; adquirir conhecimentos técnico-científicos dos temas que foram debatidos nos encontros realizados. Conclusão: A formação crítico-reflexiva é dependente do processo de autonomia discente. Esta só é alcançada, quando: os alunos são nutridos de recursos motivacionais internos; se oferece explicações racionais para o estudo de determinado conteúdo ou para a realização de determinada atividade; se usa de linguagem informacional, não controladora (REEVE, 2009). Do ponto de vista gramatical, o verbo ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um objeto direto – alguma coisa – e um objeto indireto – a alguém (FREIRE, 2002). O professor é uma ferramenta que pode promover o desenvolvimento humano, a conquista de níveis complexos de pensamento e de comprometimento nas ações, favorecendo a autonomia dos alunos (BERBEL, 2011). O projeto Cinema & Ciência permitiu o desenvolvimento do conhecimento acadêmico, dando oportunidade aos discentes envolvidos de se familiarizarem com os desafios da sociedade contemporânea, com os entes sociais que integram esta sociedade e com a produção do conhecimento a partir da reflexão teórica mediada por docentes vinculados aos projetos. A extensão acadêmica permitiu, também, aos discentes bolsistas, uma visão mais ampla dos conhecimentos adquiridos de maneira aplicada e integrada com a sociedade em que estão inseridos; tendo sido um diferencial na formação dos mesmos, tanto academicamente, quanto como cidadãos. Projetos de extensão acadêmica são elementos essenciais na formação dos discentes do curso de Biomedicina, uma vez que permitem a relação destes com a sociedade, com profissionais experientes em diversas áreas de formação, colaborando significativamente para o processo formativo dos participantes. Finalmente, o Projeto Cinema & Ciência é um instrumento de grande importância para o processo de ensino-aprendizagem, reforçando a ideia de que a utilização de metodologias ativas, que visem um aprendizado interdisciplinar e autônomo, possibilita o aprofundamento do entendimento da relação teoria-prática, contribuindo à formação mais crítica, reflexiva e responsável, colocando estudantes e educadores diante de novos paradigmas, dotando o discente do espírito crítico e responsabilidade, que permitirão uma atuação profissional consciente, dirigida para a melhoria da qualidade de vida da população humana. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 10 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA NÃO ADESÃO DE LUVAS POR TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DO SETOR DE INJETÁVEIS EM UM PRONTO SOCORRO MUNICIPAL EM BELÉM DO PARÁ Carla Andressa Morais de Freitas¹; Eliane Ferreira Santos¹; Camila Chagas Madeira de Souza¹; Cleide Alves Viana ² ¹Acadêmico de Enfermagem; ²Enfermeira Especialista em Enfermagem Nefrológica Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) [email protected] Introdução: A luvas compõem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) e tem como principal função a proteção dos profissionais da saúde a exposição de secreções corporais e excretas, reduzindo o contato das mãos do profissional com o paciente (BOYCE e PITTET, 2009). Deve ser trocado entre o cuidado entre diferentes pacientes e a cada diferente procedimento no mesmo paciente, sendo descartadas sempre após o uso (FERREIRA et al,2009). Objetivos: Relatar a vivência dos acadêmicos de Enfermagem de uma Faculdade privada, em um Pronto Socorro municipal de Belém/PA. Método: Relato de experiência, ocorrido durante o período de estágio em um hospital público de urgência e emergência em Belém/ PA. Durante uma semana se observou como era a rotina dos técnicos de enfermagem que trabalhavam no setor de injetáveis durante o período da tarde. Resultados/ discussão: Percebeu-se que os profissionais que ali estavam não utilizavam luvas de proteção durante o atendimento ao usuário e nem mesmo durante o preparo de medicações. Eram aderidas somente quando o paciente se encontrava com extravasamento sanguíneo devido a perda do acesso venoso periférico. As justificativas dadas para não utilizar as luvas foram: para evitar a troca constante a cada procedimento, causando interrupção do serviço, a escassez de luvas no setor, a qualidade do material das luvas, fazendo com que utilizem as luvas somente quanto havia algum sangramento abundante. Conclusão: Existe resistência quanto o uso do equipamento pelos funcionários associado ainda a falta desde material de proteção. A capacitação dos funcionários e implantação de normas pode melhorar a prática destes funcionários, além de que o hospital deve exercer uma eficaz gestão fornecendo materiais de qualidade e subsídios aos colaboradores. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 11 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA MOSTRA BIO EM CENA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA VIVENCIADA NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE BIOMEDICINA Etiane Prestes Batirola1; Lívia Trindade Lobo2; Márcia Cristina dos Santos Guerra3; Bruna Pedroso Tamegão Lopes4; Katarine Antônia dos Santos Barile4. 1 Mestre em Odontologia; 2Doutora em Química; 3Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia; 4 Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: A construção da sociedade contemporânea mudou muito nos últimos anos, em decorrência de diversos fatores, principalmente a revolução tecnológica e suas interferências no processo de comunicação, assistência e qualidade de vida da população. A interferência da tecnologia demanda novos graus de especialização funcional e técnica dos profissionais, recrutando um processo de modernização da educação para acompanhar estas transformações ocorridas no mundo. Sendo assim, métodos ultrapassados de ensino empobrecem a criatividade, a inteligência e a eficiência da aprendizagem nas universidades e na capacitação de profissionais. Neste sentido, o emprego de metodologias ativas, baseadas em estratégias de ensino fundamentadas na concepção pedagógica crítico-reflexiva, possibilitam uma leitura e intervenção acerca da realidade, contribuindo e favorecendo a interação entre os diversos atores envolvidos no processo de formação do conhecimento. Objetivo: O presente trabalho visa relatar a experiência pedagógica de utilização de tecnologias de comunicação e informação do tipo audiovisual, no âmbito das metodologias ativas, em um curso de graduação em Biomedicina na cidade de Belém-Pará-Brasil. Descrição da experiência: O relato descritivo-qualitativo desta experiência pedagógica ocorre no contexto de que a incorporação de recursos tecnológicos nas novas metodologias ativas, no processo de ensino aprendizagem, tem mostrado uma transformação significante na forma de aprender e ensinar, estimulando a aquisição de competências e habilidades previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação. A utilização de tecnologias de comunicação e informação (TIC) não é a solução de todos os problemas em sala de aula, mas quando bem empregadas podem melhorar significativamente o processo de ensino, valorizando a construção coletiva do conhecimento. Dentro desta perspectiva, a disciplina de Bioética e Biossegurança, ministrada no curso de Bacharelado de Biomedicina da Faculdade Metropolitana da Amazônia, propôs aos discentes do 2º período a produção de vídeos com temáticas previstas no plano de ensino da disciplina, sendo cada integrante solicitado a participar da confecção do trabalho levando em consideração suas habilidades e respeitando seus limites pessoais. Os discentes foram divididos em equipes, receberam um roteiro de orientações e todo o material produzido foi exibido na mostra denominada Bio em Cena e avaliado pelos docentes do curso. Resultados: A atividade oportunizou a produção de 20 materiais de TIC do tipo audiovisual (formato digital), nos quais foi perceptível o desenvolvimento da capacidade crítica, reflexiva e criativa dos discentes. Na avaliação da atividade os discentes participantes relataram: a) Aquisição de novas experiências, b) Utilização de TIC, c) Auxilio na complementação da construção do conhecimento e d) Estímulo no processo de enriquecimento conceitual das temáticas teórico-práticas vistas em sala; para os docentes que avaliaram e participaram do processo de seleção dos melhores vídeos foi: a) Notório o estímulo da originalidade e criatividade dos discentes, b) Trabalho em equipe; c) Novo instrumento de avaliação no curso, sendo um recurso que introduz novas questões no processo educacional. Conclusão: A experiência do Bio em Cena ratifica a importância do educador em descobrir a forma de aprender de cada aluno e de reconstruir sua prática pedagógica. A incorporação de metodologias ativas aliadas a utilização de TIC, é um instrumento a ser explorado para valorizar os distintos saberes existentes e os diversos cenários de aprendizagem que podem ser desfrutados e criados para uma educação superior de excelência. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 12 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE DA VILA DA BARCA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS DESAFIOS ENFRENTADOS Etiane Prestes Batirola1, Márcia Cristina dos Santos Guerra2, Katarine Antônia dos Santos Barile3. 1 Mestre em Odontologia; 2Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia; 3Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: No Brasil, a assistência primária está relacionada às concepções de saúde presentes em diversas estratégias adotadas no modelo assistencial do Sistema Único de Saúde. A Estratégia Saúde da Família (ESF) constitui-se, como uma proposta inovadora, com dimensões técnica-política-administrativa, cuja finalidade é reorganizar os serviços, reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da saúde, prevenção e reabilitação. Também possibilita articulação dos saberes da população e profissionais da saúde, implicando no princípio da Vigilância à Saúde, interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, integralidade do cuidado e educação em saúde, uma prerrogativa preconizada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de graduação na área da saúde, reafirmando a necessidade de profissionais acessíveis e interativos com outros profissionais e serviços de saúde. Objetivos: Este trabalho visa relatar a experiência pedagógica de utilização de visitas domiciliares na Vila da Barca, com acadêmicos de Biomedicina e Tecnologia em Radiologia, para educação em saúde sobre dengue e a articulação de saberes preconizada nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Descrição da experiência: O relato descritivoqualitativo desta experiência pedagógica ocorre no contexto da incorporação de metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem, estimulando a aquisição de competências e habilidades discentes. Nesta perspectiva, foram realizadas visitas domiciliares na comunidade da Vila da Barca, com acadêmicos de Biomedicina e Tecnologia em Radiologia, como uma proposta para a complementação da construção do conhecimento, estimulação do processo de enriquecimento conceitual, promoção do desenvolvimento reflexivo dos participantes, estimulação da originalidade, criatividade e trabalho em equipe. Além do estabelecimento de vínculos com a sociedade e aprendizagem mútua, envolvendo multiplicidade de valores, práticas, saberes e percepções de mundo. Resultados: A atividade oportunizou a divulgação de medidas de prevenção da dengue com folhetos explicativos; articulação e interação entre acadêmicos de cursos distintos; compreensão das atribuições e responsabilidades comuns entre suas futuras profissões; desenvolvimento da capacidade crítica-reflexiva-criativa; enfrentamento das dificuldades das práticas educativas em saúde. Também vivenciaram que a educação em saúde pressupõe uma combinação de oportunidades que favorecem a manutenção e a promoção da saúde, e não apenas, uma forma de transmissão de conteúdo acrítico e descontextualizado, a quebra do pressuposto de que doença é apenas falta de cuidado e responsabilidade do indivíduo com sua saúde. Segundo os discentes a experiência de realizar vigilância em saúde in loco oportunizou o reconhecimento da sociedade como um agente de ação coletiva na lógica da promoção da saúde, prevenção e reabilitação de doenças. Diversas famílias visitadas recusaram-se a recebê-los e a participar do processo educativo para a vigilância da dengue, omitindo e/ou negando suas responsabilidades individuais e coletivas, chegando a afirmar em alguns casos, que a tarefa é apenas do Estado, reforçando o modelo biomédico, centrado na cura-tratamento. A falta de interesse, participação e responsabilidade da população, é refletida nas condições ambientais encontradas, em diversas ruas foi possível encontrar lixo acumulado, oferecendo risco potencial para criadouros do vetor da dengue. Conclusão: Por meio da educação em saúde, é possível proporcionar a emancipação dos sujeitos, dotando-os de autonomia e consciência quanto a suas corresponsabilidades no processo saúdedoença; estimular sua participação ativa na leitura e reflexão crítica da sua realidade. Neste sentido, o ESF permite aos trabalhadores o desenvolvimento de uma prática assistencial humanizada, dinâmica, renovadora e integral, voltada para a família inserida em uma comunidade, e que dentro de processo contínuo, é necessária a participação conjunta das agências governamentais e de toda a sociedade. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 13 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA REDE CEGONHA: ATENÇÃO DE ENFERMAGEM NA REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE Isabelle Bianca Barlete Oliveira1; Maicon de Araujo Nogueira2; Andrea Nogueira Otoni1; Liliane Sacramento da Silva1 1 Acadêmico(a) de Enfermagem; 2Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: o Ministério da Saúde, visando propiciar a humanização da assistência ao usuário do SUS estabelece a criação de redes, dentre elas, o Governo Federal lançou em março de 2011, a Rede Cegonha. Implantada pela portaria n° 1.459 de 24/6/2011, que traz um novo modelo de atenção à Saúde Materno-infantil, com assistência focada desde o planejamento reprodutivo até os dois anos de vida da criança, este modelo apresenta caráter de acolhimento e resolutividade, tendo como foco a redução da mortalidade de mulheres, crianças e recém-nascidos, estando o enfermeiro como personagem indispensável nesse processo. Destaca-se que o enfermeiro tem papel relevante na Rede Cegonha, visto que são profissionais habilitados e capacitados para o atendimento de pré-natal de baixo risco, prestando a assistência necessária à parturiente e ao recém nascido, de forma humanizada e baseada em políticas públicas de saúde, na ―perspectiva da integralidade, utilização tecnologias, valorização de crenças e modos de vida‖, desenvolvendo ações para o cuidado integral à mulher, ao recém nascido e a família, melhorando assim a qualidade da assistência. Objetivos: conhecer os objetivos da rede cegonha e caracterizar esse modelo de assistência, elucidando a atuação do Enfermeiro junto ao programa. Métodos: trata-se de um relato de experiência, de acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem na construção do trabalho de conclusão de disciplina, tendo como foco a produção de conhecimento sobre a rede cegonha, elucidando a atuação do Enfermeiro junto ao programa contribuindo para a concretização de formação qualitativa e crescimento dos alunos e futuros profissionais de enfermagem. Resultados/Discussão: a experiência da rede cegonha, sob a ótica discente demonstrou que a implantação do programa favoreceu a aproximação dos hospitais junto à atenção primária, fortalecimento o vínculo com as usuárias e melhoramento da qualidade de assistência no pré-natal, focando a realização da educação em saúde da gestante. Sabemos que vários fatores interferem no funcionamento da rede, tais como: problemas sociais, resistência de alguns profissionais na quebra dos paradigmas biomédicos, hospitalocêntrico e práticas curativas e precárias infraestruturas dos serviços. Conclusão: no ambiente da atenção primária a saúde, existe uma carência de insumos e infraestrutura para o atendimento qualitativo aos pressupostos da política dessa rede temática. Os elementos fundamentais para a concretização do trabalho da equipe são praticados de maneira fragmentada, porém mesmo com tais problemáticas, os processos são desenvolvidos tais como: acolhimento, promoção da equidade, atendendo as diversidades culturais, étnica e racial. Evidencia-se com isso, que a prática conjunta tão designada pelo programa tem problemas que influenciam de forma direta e indireta na atenção à saúde da mulher e da criança, mas que tentam ser supridos da melhor maneira possível pela equipe multiprofissional e gestores. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 14 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA E SEPSE: A ÓPTICA DOS FUTUROS ENFERMEIROS Isabelle Bianca Barlete Oliveira1; Maicon de Araujo Nogueira2; Andrea Nogueira Otoni1; Liliane Sacramento da Silva1 1 Acadêmico(a) de Enfermagem; 2Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: a sepse é motivo de grande preocupação por ser a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), totalizando 400 mil casos da doença por ano, com taxa de mortalidade entre 10% e 64%. O diagnóstico da sepse é clínico, baseado nas alterações que constituem a síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). A não identificação do quadro de sepse retarda, e muitas vezes impede o tratamento adequado, resultando em progressão para múltiplas disfunções orgânicas, o que compromete gravemente o prognóstico dos pacientes. Assim deve ser feita uma assistência especializada e de qualidade, de forma precisa e ágil, embasada em conceitos, para que se identifique as medidas eficazes dessa forma auxiliando no tratamento adequado. Diante disso, a enfermagem em especial o enfermeiro, trabalha no sentido de promover o restabelecimento da saúde do paciente. O enfermeiro é um educador, pois além de ter conhecimentos para atuar no cuidado direto ao paciente, ainda atua como um agente disseminador de informação e medidas preventivas, visando proporcionar bem estar em vários contextos. Assim, torna-se de fundamental importância saber o grau de conhecimento dos acadêmicos do curso de enfermagem, no que tange a assistência ao pacientes com sépse. Objetivos: identificar ocnheimtds uroegadçãmnfuistçãodenprvaBelém-Psobre sepse. Métodos: trata-se de um relato de experiência, com observação participativa da vivência dos discentes do curso de graduação em Enfermagem na construção do trabalho de conclusão de disciplina tendo como tema de estudo o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem sobre Sepse. Resultados/ Discussão: verificou-se que os discentes possuem conhecimentos fundamentais para identificar os sinais e sintomas, mas como não estão familiarizados com os pormenores da doença, não sabem como proceder diante do diagnóstico, não verbalizando com clareza a sequência correta para tratamento da síndrome, o que se pode atribuir à carências existentes em sua formação acadêmica e o pouco contato que os mesmos tem com o tema durante a formação. Desta forma, demonstrou-se que os discentes não possuem uma visão ampla sobre o processo de enfrentamento da doença, inferindo-se que estas carências estejam associadas às lacunas de conhecimento durante a formação o que culmina com uma práxis não fundamentada em conhecimento científico o que pode contribuir para um fazer profissional não embasada em evidencias. Conclusão: entende-se, que para efetuar assistência de enfermagem capaz de atender à demanda do paciente, faz-se necessário o suporte terapêutico e conhecimento específico acerca da patologia e tratamento empregado. O enfermeiro busca assistir o doente com sepse de forma cada vez mais científica e fundamentada, sobretudo por meio de processos de sistematização de enfermagem, até mesmo por exigência legal. Se a enfermagem deseja promover mudanças na prática assistencial, há necessidade de valorização do conhecimento e da sistemática aplicada ao cotidiano. Somente o conhecimento e o acesso às informações científicas servem como guia no estabelecimento de ações que possam conduzir com segurança o cuidado prestado pela equipe de enfermagem. Dessa forma, o enfermeiro somente poderá garantir seu espaço na equipe de saúde quando tiver consciência do reflexo de suas ações no estado de saúde do paciente sob seus cuidados. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 15 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA ORIENTAÇÃO SOBRE HIGIENE CORPORAL: CONSTRUINDO UMA CULTURA DE HÁBITOS SAUDÁVEIS EM CRIANÇAS E FAMILIARES NO HOSPITAL METROPOLITANO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA, ANANINDEUA-PA Maicon de Araujo Nogueira1; Isabelle Bianca Barlete2; Andrea Nogueira Otoni2; Liliane Sacramento da Silva2 1 Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: para manter a saúde, a higiene é um dos requisitos fundamentais, pois se refere a um conjunto de normas que devem ser seguidas a fim de evitar a proliferação de doenças. A educação para saúde surge como uma ferramenta facilitadora, que visa preparar os indivíduos para exercer a tomada de decisão com relação a sua saúde, tornando-se capazes para colaborar nos processos de mudança, com vista à adoção de estilos de vida saudáveis. O enfermeiro como membro da equipe de saúde tem como responsabilidade técnico-política e social o desenvolvimento de práticas educativas em saúde, seja em âmbito hospitalar ou da saúde coletiva. Vale ressaltar que a prática educativa em saúde não é de responsabilidade exclusiva do enfermeiro, ela deve contar com a participação multiprofissional e transdisciplinar, ou seja, todos os profissionais devem entender a educação como um processo social e histórico e que se dá ao longo da vida pela interação com meio e com os atores envolvidos. Objetivos: descrever a experiência de docentes e discentes do curso de enfermagem no componente curricular ―Enfermagem em Pediatria‖ quanto às práticas educativas em saúde no contexto hospitalar e seus benefícios para aprendizado e saúde da criança em fase de amplo desenvolvimento. Métodos: trata-se de um relato de experiência, com observação participativa da vivência de docentes e discentes do curso de graduação em Enfermagem FAMAZ, quanto ao uso de metodologias ativas na construção de hábitos de higiene das crianças no contexto hospitalar. Resultados/Discussão: acredita-se que nada adianta apenas ensinar, é preciso sensibilizar as crianças para esse aspecto tão importante, pois se os profissionais de saúde apenas falarem da higiene, torna-se difícil a assimilação pelas crianças e continuidade a esses hábitos fora dos muros do hospital. Sabe-se que é na educação infantil que as crianças recebem os primeiros ensinamentos para convívio social, comportamentos morais, e também, através de atividades adequadas aprimora suas capacidades cognitivas e motoras. Durante a atividade observamos que as crianças foram bastante participativas e observadoras durante os ensinamentos das boas praticas de higiene, o que facilitou o desenvolvimento da atividade, fazendo com que as crianças pudessem aprender brincando. No segundo dia por meio de conversas descontraídas com as crianças percebemos que o resultado foi positivo para equipe e para as crianças e que as mesmas tiveram uma facilidade maior no aprendizado, a partir do momento em que cada uma relatou parte da peça teatral, construindo assim bons hábitos de higiene. Conclusão: nesses momentos que passamos junto às crianças, pudemos ensinar e, sem dúvida, aprender com elas, através de gestos, palavras e atitudes, bem como ampliar horizontes para o processo de construção de uma assistência integral e humanizada. Acreditamos que, ao oferecer uma atividade educativa às crianças hospitalizadas, estamos contribuindo para a conscientização da relevância do auto-cuidado, visando uma melhor qualidade de vida. A experiência da atividade de educação em saúde foi válida e extremamente rica, tanto em nível pessoal, como em nível profissional, e serviu para mostrar a relevância da utilização da criatividade e da renovação por parte do enfermeiro no planejamento de uma assistência de saúde, sinalizando a importância de educar crianças desde a primeira infância até a idade pré-escolar para que estas possam desfrutar de uma infância saudável e consequentemente ter uma idade adulta menos fragilizada. Descritores: educação em saúde, cuidado infantil, promoção da Saúde. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 16 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA PRÁTICAS ALTERNATIVAS OU COMPLEMENTARES: UMA NOVA VISÃO HOLÍSTICA DE ENFERMAGEM PARA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE Isabelle Bianca Barlete Oliveira1; Inara Mariela da Silva Cavalcante²; Andrea Nogueira Otoni¹; Liliane Sacramento da Silva¹ 1 Acadêmico(a) de Enfermagem; ²Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: o profissional de enfermagem tem papel muito relevante na rotina de um hospital, seja na prevenção de doenças, orientações, cura e reestabelecimento de pacientes. No contexto atual, a enfermagem vem agregando a visão holística da saúde para a cura dos pacientes, pois não limita seu cuidado apenas em instrumentos científicos, mas passou a adotar as práticas complementares, evidenciando com isso, um momento de redirecionamento, ―de um novo olhar diante dessas práticas que possibilita vislumbrá-la também como objeto da Enfermagem‖. cuja finalidade, é prestar uma assistência de saúde ao indivíduo, de caráter preventivo e de tratamento, considerando-o como um todo e não apenas como um conjunto de órgãos ou partes isoladas. Dessa maneira, as práticas alternativas ou complementares dão ao enfermeiro uma outra percepção sobre o processo saúde doença, proporcionando assim, um cuidado mais qualificado e humanizado. Objetivos: descrever a experiência de docentes e discentes do curso de enfermagem sobre terapias alternativas ou complementares, quanto ao conhecimento, utilização e a importância sobre a temática na formação do enfermeiro . Métodos: trata-se de um relato de experiência, de acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem na construção do trabalho de conclusão de disciplina, tendo como foco a produção de conhecimento sobre terapias alternativas ou complementares, como uma nova visão holistica de enfermagem para atenção básica em saúde. Resultados/Discussão: é de conhecimento de docentes e discentes que as terapias alternativas são eficazes nos tratamentos dos pacientes, principalmente porque apresentam características que os tratamentos da medicina tradicional não contam com a visão integral do paciente, maior bem estar, ausência de medicamentos, equilíbrio do corpo e da mente e outras características. Conclusão: apesar de ser uma prática nova na enfermagem, a mesma tende a avançar bastante, acredita-se que se pode contribuir para a promoção da saúde dos pacientes com as práticas alternativas adotando-as na assistência de enfermagem, visto que, a mesma foi pioneira no reconhecimento das práticas complementares dentre as diferentes profissões da área da saúde, isso só acontece quando o profissional tem uma visão holística, não se limitando ao cuidado convencional, nem negligenciando a visão do paciente como uma pessoa total. Portanto, com as terapias complementares o enfermeiro poderá ampliar seu conceito e abrangência nos cuidados de enfermagem, indo além da forma alopata de cuidar. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 17 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE DETECÇÃO DO CÂNCER DE MAMA EM MULHERES DE UMA FACULDADE PRIVADA DE BELÉM - PA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Itamar Reis Montelo¹ ; Elisete da Silva Amorin¹ ; Lourdes Oliveira Gomes²; Daniela Maria Nantes Boução³ ¹Acadêmicos de Enfermagem ; ²Mestre em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários ; ³Enfermeira Especialista em UTI [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: O câncer primário possui uma história natural e o seu padrão de disseminação é previsível onde o mecanismo normal do crescimento e proliferação está comprometido, resultando dessa forma em alterações morfológicas e em aberrações nos padrões histológicos. Dados levantados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que para o ano de 2014 são esperados 57.120 casos novos de câncer de Mama (CM), com risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres - sendo que 830 casos desse quantitativo deverão ocorrer somente no estado do Pará. O controle depende de ações voltadas à promoção da saúde, proteção específica e diagnóstico precoce, sendo a educação em saúde o principal instrumento em que se apoiam as referidas ações. As estratégias adotadas para o controle CM são: prevenção (diminuir os fatores de riscos), detecção precoce (identificar o câncer mais cedo possível), tratamento do câncer, reabilitação e cuidados paliativos. Objetivo: Descrever a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem na elaboração de uma atividade interna de ensino, avaliação e estímulo à pesquisa., com colaboradoras do setor administrativo de uma faculdade privada de Belém-PA sobre as medidas de detecção do câncer de mama. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo do tipo relato de experiência realizado por seis acadêmicos de enfermagem, tendo como embasamento teórico manuais do ministério da saúde e artigos científicos atualizados encontrados em busca no Google acadêmico. Resultados/ Discussão: Foram realizadas 43 entrevistas no mês de março de 2014 com colaboradoras do setor administrativo de uma faculdade privada de Belém-PA, na faixa etária de 19 a 45 anos originando uma amostra significativa do quadro funcional total que é de 59 mulheres. Foram realizadas perguntas referentes aos métodos de diagnósticos do CM, onde se pode observar que as entrevistadas possuíam um conhecimento prévio no que se diz respeito ao CM e as suas medidas de detecção precoce. Em contrapartida, apesar de possuir tais informações não realizavam com periodicidade os exames de prevenção e rastreamento cabíveis de acordo com a faixa etária preconizada pelo ministério da saúde. Conclusão: De forma unânime os acadêmicos de enfermagem consideram importante uma prática educativa dessa magnitude voltada para os profissionais da instituição em que estão inseridos, haja vista a parcela significativa de mulheres colaboradoras atuantes na função. O enfermeiro tem um papel ativo na prevenção primária do câncer de mama e desde a academia deve sensibilizar-se que estas atividades acadêmicas permitem o desafio ao seu senso crítico como pesquisador e cidadão. Observamos que na Instituição de Ensino Superior não dispõe de projetos de extensão voltados à orientação da promoção e prevenção a saúde. Reiteramos a necessidade do incentivo a realizações de atividade de cidadania com esclarecimento á população, beneficiando desta forma as colaboradoras com uma gama de conhecimento a respeito da patologia. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 18 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: PORTA DE ENTRADA NA REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DO SUS EM BELÉM-PA Itamar Reis Montelo¹ ; Elisete da Silva Amorin¹; Lourdes Oliveira Gomes2 ¹Acadêmicos de Enfermagem; ²Mestre em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: Para organizar a rede de urgência e emergência de forma resolutiva no Brasil, levou-se em consideração a mudança no perfil de morbimortalidade em nosso país, no qual houve redução da mortalidade por doenças infecciosas, passando a existir um predomínio das doenças crônicas degenerativas e de mortes por causas externas nas últimas décadas. Evidencia-se a violência, os traumas, e as doenças crônicas não transmissíveis, ocorrendo um relevante número de óbitos por infarto agudo do miocárdio e por acidente vascular encefálico. Em contrapartida, os serviços de urgência e emergência têm representado a principal porta de entrada ao sistema de saúde, o que gera sobrelotação nas unidades. Esta é agravada pela deficiência encontrada na atenção primária, bem como a falta de preparação da equipe para receber e organizar tal contingente. Objetivo: Descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem na elaboração de uma atividade educativa como critério de avaliação e ensino, esclarecendo as principais portas de entradas de urgência e emergência do SUS a população presente em uma unidade básica de saúde. Metodologia: Estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência, realizado a partir de relatos de cinco acadêmicos de enfermagem, tendo como embasamento teórico manuais do ministério da saúde e artigos científicos. Resultados/Discussão: Foram realizadas palestras educativas nas dependências da unidade básica de saúde durante o mês de dezembro de 2014 para a população presente que aguardava atendimento, sendo distribuídos panfletos informativos sobre a temática exposta e utilizado banners, que de forma didática e ilustrativa explicava todo o fluxo da rede de urgência e emergência na cidade de Belém-PA e seu direcionamento em casos específicos de saúde. Observou-se que há um importante déficit de informações sobre o tema exposto em relação à população presente. Durante a ação surgiram perguntas do tipo: ―Se meu filho tiver febre, eu levo ele logo pro pronto socorro da 14, ta certo isso? ‖, sendo que a resposta mais adequada seria a unidade de pronto atendimento mais próxima da sua residência, fazendo com que diminua o fluxo nos hospitais de retaguarda. Conclusão: Percebeuse através de relatos dos acadêmicos de enfermagem, a importância que a educação em saúde apresenta a comunidade quando o tema em questão pode interferir de maneira positiva numa situação de fluxo de pacientes nas urgências e emergências de uma capital. Atividades dessa magnitude proporcionam agregar a teoria e a prática dos alunos, enriquecendo dessa forma o conhecimento e a percepção da atuação do enfermeiro como agente multiplicador de informações. Reinteramos aqui, a importância da continuação de ações desse tipo em outros serviços de saúde, para que a população seja esclarecida sobre o fluxo e direcionamento da rede de urgência e emergência. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 19 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVÊNCIAS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA EM EVENTO DE MASSA: RELATO DE EXPERIÊNCIA Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2; Rosilene Ferreira de Sousa3; Lúcia Menezes de Medeiros4 1 Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico de Enfermagem; 3Enfermeira Especialista em UTI; 4Enfermeira Especialista em Saúde do Trabalhador [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: a RDC n° 13, de 28/03/2014 da diretoria colegiada, artigo 5º, inciso I conceitua evento de massa como ―toda atividade coletiva de natureza cultural, esportiva, comercial, religiosa, social ou política, por tempo pré-determinado, com concentração ou fluxo excepcional de pessoas, de origem nacional ou internacional, e que, segundo a avaliação das ameaças, das vulnerabilidades e dos riscos à saúde pública exijam a atuação coordenada de órgãos de saúde pública da gestão municipal, estadual e federal‖. Um dos grandes eventos em massa do Brasil acontece durante a ―Quadra Nazarena‖, na cidade de Belém-PA, quando ocorrem eventos religiosos, como novenas e transladações no Círio de Nazaré, uma manifestação religiosa católica de forte valoração popular, realizada anualmente desde 1793 a partir do segundo domingo do mês de outubro. A Cruz Vermelha brasileira filial Belém-Pa participa ativamente das festividades fortalecendo a rede de atenção às Urgências na região metropolitana de Belém-Pa, através do atendimento em postos estrategicamente montados durante o trajeto das procissões em parceria com instituições de ensino. Objetivando formar profissionais enfermeiros conscientes de seu papel em uma sociedade que exige cada vez mais trabalho criativo, crítico e reflexivo, os docentes do curso de enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia têm desenvolvido ao longo de seis anos atividades que extrapolam os muros da academia. Objetivos: descrever a vivência dos docentes e discentes de Enfermagem no atendimento de emergência em eventos de massa e socializar as experiências no ensino do cuidar em Emergência. Métodos: trata-se de um relato de experiência vivenciado por docentes e discentes no atendimento de Emergência durante eventos de massa em parceria com a Cruz Vermelha brasileira. Resultados/Discussão: a vivência ocorreu no período de setembro e outubro de 2014, desde o processo de treinamento dos voluntários até os dias do evento, possibilitando conhecer o trabalho da Cruz Vermelha brasileira como suporte indispensável em eventos de massa, possibilitando vivenciar as ações que se desenrolam e as principais dificuldades enfrentadas no atendimento de vítimas das mais variadas entidades clínicas em meio à multidão. Nos postos de socorro os discentes desenvolveram procedimentos de suporte básico de vida. Enfatiza-se que tal experiência se constitui de estratégia que valoriza a construção de conhecimentos de forma participativa e questionadora, possibilitando o contato direto com o usuário, conferindo uma oportunidade ímpar de aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos na academia, desenvolver habilidades e destreza nas ações de enfermagem, além de trabalhar em equipe com os diversos atores da rede municipal de Urgência e Emergência, acompanhados dos docentes que desenvolvem o mesmo trabalho, possibilitando a troca de saberes e vivências num cenário realístico. Conclusão: na busca de estratégias para formação de profissionais enfermeiros que atendam as exigências do mercado, constatamos que a academia deve proporcionar ao discente, oportunidades de aprendizagem que possibilitem o desenvolvimento para além do campo cognitivo, ampliando a reflexão crítico-científica, capacidade na tomada de decisões em situações nem sempre previsíveis, e inserção no contexto social destes cenários de aprendizado, não apenas realizando ações pontuais para cumprir as tarefas que são demandadas, mas demonstrando interesse em implementar ações relevantes para o desenvolvimento do cuidado de qualidade independente do contexto de atuação. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 20 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA ENSINO-APRENDIZAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: USO DE SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO FERRAMENTA FACILITADORA DO PROCESSO Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2; Rosilene Ferreira de Sousa3 1 Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem; 3Enfermeira Especialista em UTI [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: o laboratório se constitui em um espaço para treinamento, objetivando desenvolver no discente, habilidades técnicas e emocionais antes de enfrentar uma situação real. É enfatizando o uso do laboratório de enfermagem como complementação da aprendizagem, para discentes que necessitam desenvolver habilidades psicomotoras. O uso de simulação realística em saúde permite maior retenção do conhecimento, e a medida que ocorre em ambiente educacional participativo e interativo, o aluno é convidado à construção do seu aprendizado. Muitas vezes em sala de aula utilizando-se apenas modelos tradicionais de ensino focado na transmissão do conhecimento e de experiências, não é possível proporcionar subsídios para a tomada de decisão nas situações práticas que permeiam a vida profissional, assim, a simulação realística se reveste de grande importância e torna-se uma forte aliada no desenvolvimento de competências e habilidades. Objetivos: descrever a experiência de docentes e discentes do curso de enfermagem quanto ao uso de simulação realística como metodologia de ensino facilitadora do processo ensino-aprendizagem no componente curricular ―Enfermagem em Urgência e Emergência‖. Métodos: trata-se de um relato de experiência, com observação participativa da vivência de docentes e discentes do curso de graduação em Enfermagem quanto ao uso de metodologias ativas na construção do ensino em Urgência e Emergência. Resultados/Discussão: Os laboratórios propiciam a articulação de saberes diversos e a superação da dicotomia entre formação profissional e formação geral do educando. Isso facilita a aprendizagem e gera reflexão sobre as práticas, mais do que garantir simplesmente treinamento para exercício de funções. Nesse processo de ensino-aprendizado com a metodologia de simulação de espaços reais, os professores protagonizam um papel fundamental, atuando como facilitadores, enfatizando o aprendizado autodirigido, centrado no discente. Tais experiências proporcionam aos atores envolvidos, enxergar o ensino em laboratório como um espaço privilegiado, que requer constante interação entre os protagonistas, acadêmicos e professores no momento de integrar a teoria aprendida em sala de aula com a prática. Para os discentes o contato com os manequins para simulação de uma ressuscitação cardiopulmonar, por exemplo, ajuda a trabalhar a postura, ergonomia, controle da força e técnica a serem aplicadas durante esse procedimento e outras recomendações que seriam quase impossíveis e de certa forma perigosas de ensinar/aprender em um ambiente real. No campo prático, após aulas com repetições de técnicas, uma vez que o ambiente da simulação propicia erros e aprendizado com eles, os alunos apresentam-se seguros na execução das tarefas, situação vivenciada em prática supervisionada onde os alunos que se depararam com uma parada cardiorrespiratória ou a avaliação de pacientes nas várias entidades clínicas, não se apresentaram intimidados e temerosos em interagir com a equipe multiprofissional assistente, mostrando a eficácia do treinamento prévio em laboratório. Conclusão: o uso de simulação realística como metodologia ativa de ensino citadas nesse relato, contribui para aumentar a autoconfiança, autoconhecimento e habilidades psicomotoras dos discentes na prática, além de proporcionar diálogo teórico-prático. Os enfermeiros docentes do século 21 devem buscar estratégias para inovar o ensino, sendo a simulação uma ferramenta efetiva na educação e no contexto moderno do cuidado à saúde. São espaços privilegiados que simulam cenários da prática de cuidados à saúde. Os estudantes realizam atendimentos em pacientes simulados (manequins e/ou bonecos), sempre acompanhados por um facilitador que avaliará o desempenho das capacidades voltadas ao perfil do profissional a ser formado. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 21 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE ADOLESCENTES FEMININAS EM BELÉM: ABRIGO DULCE ACCIOLI Rosiane Torres1; Carina Macedo2; Patrícia Nayara3; Pamela Santos4; Renné Campos5; Silvia Modesto6 1 Mestre em Serviço Social; 2Academica de Serviço Social; 3 Acadêmica de Serviço Social; 4Acadêmica de Serviço Social; 5Acadêmica de Serviço Social; 6 Acadêmica de Serviço Social [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: Este estudo aborda o Acolhimento Institucional de adolescentes do sexo feminino em Belém, como medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 101, parágrafo primeiro: ―O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 12.010, de 29 de julho de 2009), a intervenção do Serviço Social, a partir de visita institucional realizada pelas discentes do quarto período do Curso de Serviço Social da FAMAZ, além de pesquisa bibliográfica sobre o assunto, partindo–se do pressuposto que o problema da infância e da adolescência na sociedade brasileira está diretamente associado à perspectiva do desenvolvimento do modo capitalista de produção, a medida em que esse desenvolvimento imprime o processo de expansão de acumulação e a ampliação da capacidade da força de trabalho. Objetivos: Apresentar uma breve concepção do atendimento institucional destinado à infância e adolescência, situando o Estatuto da Criança e do Adolescente como um marco no processo de construção de cidadania, e as Medidas Especificas de Proteção com ênfase ao Acolhimento Institucional e finalmente a compreensão da intervenção do Assistente Social junto às adolescentes institucionalizadas; Contribuir para a construção da consciência crítica do(a) discente, a fim de que possa compreender de forma crítica a realidade sócio- histórica e contemporânea, inerente a trajetória da prática profissional do Assistente Social e em consonância com o projeto ético-político profissional. Metodologia: O estudo foi elaborado por meio de pesquisas bibliográficas e de campo in loco ao espaço de Acolhimento Institucional Dulce Accioli que acolhe adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 12 a 18 anos incompletos que encontram- se em situação de risco e violação de direitos, sendo realizada pelas discentes do quarto período do Curso Bacharelado em Serviço Social mediante a Disciplina Política Social I, ministrada pela Professora Mestre Rosiane Torres. Resultado/discussão: O estudo efetivado oportunizou-nos a apreensão da leitura crítico-reflexiva acerca da vida cotidiana das adolescentes acolhidas institucionalmente, bem como da prática do Serviço Social no âmbito de Acolhimento Institucional que deve pautar-se em uma concepção crítica acerca do cotidiano. Conclusão: Considera-se que nessa trajetória, as classes dominante e trabalhadora vão se situando no bojo da contradição, produzindo de um lado, a valorização do capital e de outro a exploração da força de trabalho. Logo, essa contradição estabelecida no processo das relações sociais, geridas a partir do capital, configura um modelo econômico nas formações sociais capitalistas. O Assistente Social que atua na alta complexidade tem um papel importante na restauração dos vínculos familiares no sentido de assegurar direitos para a demanda atendida. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 22 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARE E HARDWARE OPEN SOURCE: UM ESTUDO PARA SMART CASA Alexandre Guimarães1, David Gerivazo1, Gabrielle Mendes1, Gérson Cunha1, Isaac Fernandes1, Noemí Maia1, André Bueno2 1 Acadêmico de Engenharia Civil; 2 Engenheiro Civil Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: Podemos ainda não estar todos inseridos nesse novo conceito de lar, mas aos poucos, está ganhando espaço em nosso cotidiano e capturando interesses mais diversos. O conceito de smart casa, é para que seu usuário possa verificar o funcionamento de seus eletrodomésticos a fim de obter um menor consumo de energia e o total conforto possível. Pois o mesmo manda para o dono uma leitura detalhada do consumo que todos os seus eletrodomésticos, e tomando as devidas diretrizes. Poupado de verificar cada aparelho ligado a energia elétrica. Desde a melhoria da usabilidade, com a inclusão de controle de voz ou gestos, até a atualização ou aprimoramento dos recursos dos produtos por todo o seu ciclo de vida, os produtos inteligentes têm o potencial de melhorar, consideravelmente, os produtos existentes. Apesar das muitas oportunidades de negócio propiciadas pela casa inteligente, essa visão enfrenta muitos desafios, especialmente porque os consumidores precisam ser convencidos do seu valor. Alguns elementos da tecnologia de casa inteligente como interruptores e reguladores de luz controlados remotamente já estão disponíveis há vários anos, mas têm pouca adoção fora dos usuários do tipo nerds, pois poucos consumidores enxergam um valor suficiente. Os projetistas de produtos devem se esforçar para criar um valor que vá além da novidade tecnológica e de funções de controle simples. Além disso, os produtos inteligentes serão mais complexos internamente do que seus predecessores, mas para ter sucesso, o produto deverá parecer simples e útil para pessoas não tecnológicas. Objetivos: Este projeto vai se basear em algumas tecnologias da smart casa, como as lâmpadas de LED que obedecerão a comandos de voz de seu usuário e sensores de movimento. A fim de demonstrar a praticidade de seu empenho na vida do cotidiano, pois ela estará a controlar, além do comando de voz, o nível de movimento de cada ambiente, pois se a área estiver vazia ele automaticamente desligará a lâmpada. Resultados/ Discussão: Sigla LED, light emitting diode, ou seja, diodo emissor de luz, já é aplicado há algum tempo em aparelhos eletrônicos e agora, também, em iluminação, como semicondutores que convertem corrente elétrica em luz. É o que se apresenta como mais moderno em iluminação no mercado. No Brasil já é possível encontrar fabricantes e fornecedores deste tipo de produto, com grande aceitação pelos arquitetos e projetistas e, gradativamente, junto ao consumidor final. O portfólio de iluminação LED, com opções que possuem vida útil muito longa e consomem menos energia que as lâmpadas convencionais incandescentes e fluorescentes. Chegam a durar em torno de 50.000 horas, o que pode representar 40 vezes mais duração em relação a outras lâmpadas. Além de serem até 80% mais energeticamente eficientes, pois produzem mais luz, consumindo menos energia elétrica. O custo-benefício é positivo, pois, apesar de inicialmente o valor do LED ser um pouco acima das demais alternativas, o investimento se transforma em retorno à medida que a conta de luz e a necessidade de manutenção do produto serão reduzidas. Sensores de movimento ou sensores de presença são os Sensores denominados Infravermelhos. Estes sensores detectam movimento e massa corpórea. Normalmente são colocados em vários locais estratégicos do imóvel para monitorar a entrada ou movimento de pessoas neste ambiente. Os sensores servem para acionar a central de alarme ou no caso das portas automáticas, abrir portas. Essa detecção acontece através da emissão e reflexão de raios de luz infravermelha. O aparelho aciona o circuito elétrico a partir da medição de fótons que foram refletidos e detectados. Dessa forma o sensor é capaz também de medir a distância desses objetos através de cálculo de frequência do sinal refletido. Alguns dispositivos, inclusive, já vêm com um sensor de proximidade que fica localizado no canto superior frontal do aparelho, ao lado da câmera frontal, e que permite desbloqueá-lo ao passar o dedo por cima. Um uso prático pode ser visto na imagem abaixo. Quando em uma chamada, ao reconhecer uma aproximação o sensor desliga a tela para evitar um toque indesejado em outras funções. Conclusão: A tecnologia smart casa já esta no mercado, encantando diversos usuários pela sua praticidade e sofisticação. Chega-se a conclusão que esta tecnologia está crescendo e se adaptando, oferecendo conforto ao dono. Este projeto veio demonstrar o funcionamento e praticidade de uma das tecnologias da smart casa. Ajudando-nos a ampliar nossa visão sobre as varias aplicações que a tecnologia arduino pode oferecer. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 23 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA SEMÁFORO INTERATIVO COM BOTÃO E EFEITO SONORO PARA DEFICIENTES VISUAIS Nelson Dutra Jr1, Ertelhes Phelipe1, Ana Carolina1, Fabiano Gomes1, Duan Silva1, Grunerval Barra1, José Daniel Jr1, Carlos Natan1, André Bueno2 1 Acadêmico de Engenharia Civil; 2 Engenheiro Civil Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: Num mundo em profundas e aceleradas transformações, a tecnologia assistida emerge como uma área do conhecimento e de pesquisa que se tem revelado como um importante horizonte de novas possibilidades de autonomia e inclusão social das pessoas com deficiência. Na busca de entender e discutir como a sociedade tem percebido e vivenciado essas possibilidades em suas praticas e processos, principalmente com as relações de educação inclusiva este trabalho veio observar, o processo de apropriação e uso das tecnologias assistida pela sociedade nas vias publicas. O trabalho foi operacionalizado por meio de observações em pontos estratégicos de Belém tais quais as faixas de pedestre em três pontos diferentes de nossa cidade (Av. Pedro Miranda em frente ao CESEP, Tv. Mauriti com Pedro Miranda em frente a feira, Av. Marques de Herval com Mauriti). Como resultado desta observação destacase, além da constatação de que existe uma grande deficiência e obstáculos de eficiência nas campanhas de conscientização da sociedade como um todo. Pois assim como os motoristas os pedestres tem como dever entender que a educação no transito depende de todos para que haja uma eficiência no sistema nosso que já é bastante defasado. Objetivos: Descrever os aspectos dos problemas da comunidade de Belém onde foram feitos alguns estudos e observações em pontos estratégicos chegando a algumas soluções que serão apresentadas no decorrer do trabalho. Metodologia: 1) Etapas do desenvolvimento: O desenvolvimento deste trabalho foi em etapas, a saber: estudo de caso, planejamento da parte técnica, montagem de circuito com a ajuda do software Arduino, montagem de maquete. 2) Estudo de caso: Primeira etapa que foi realizada, a etapa de pesquisas, registro fotográficos. Foi o momento em que o grupo descobriu a necessidade de cumprimento da lei 10.098/2000 e da implementação de novos métodos de acessibilidade, mais eficientes que os atualmente já existentes e que por sinal, são precários. 3) Planejamento da parte técnica: Este momento se refere às decisões tomadas quanto ao modo que faríamos este trabalho. Decidimo-nos pela colocação de sinais sonoros, para melhor atenção em quando a pessoa portadora de deficiência visual estiver atravessando o sinal. 4) Montagem dos circuitos: Na montagem dos circuitos usaremos: Programa Arduino, Planca Arduino e Protoboard, Resistores, Leds vermelho, Leds verde e Leds amarelo, 1 Botão (do tipo pushButton), Equipamento que emite sinal sonoro. 5) Montagem da maquete: A maquete para a representação de uma situação real de travessia foi montada sobre uma superfície de isopor (papel 40kg) que fora coberta por papel preto. Resultados/discussão: O enorme trânsito nas grandes cidades há tempos é motivo para aborrecimento e perda de tempo. Existem diversas situações nas quais o fluxo de veículos e pedestres podem ser melhorados. Um exemplo é em cruzamentos, onde, por vezes, os veículos devem parar quando o semáforo está fechado para ele, sendo que não há veículos na rua perpendicular à dele. Ele poderia atravessar tranquilamente sem risco de acidentes, porém com risco de ser multado. Outra problemática do trânsito atual de nossa cidade em especial é a situação da acessibilidade precária. Os pedestres, portadores de deficiências, em especial a visual, são privados de seus direitos de locomoção. No atual tráfego urbano, tão inchado de veículos, necessitamos de uma solução para melhorar o fluxo de carros. Os semáforos interativos são a solução. Eles reduzem os congestionamentos, proporcionando ganho de tempo para motoristas e passageiros, além de contribuir para a redução dos níveis de poluição e de uso de combustível. Introduz maior segurança para a travessia de pedestres. Contribui para a diminuição do nível de stress do condutor, e, por conseguinte, para o aumento de sua saúde e qualidade de vida. A lei 10.098/2000 estabelece critérios básicos e normas gerais para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência. Com relação aos semáforos, ela enuncia (grifo nosso): ―Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicas deverão estar equipados com mecanismos que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim determinarem.‖ ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 24 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA O ponto positivo de um semáforo interativo por meio de placa Arduino para a travessia de uma pessoa portadora de deficiência visual, é a segurança do pedestre, fazendo usar o direito de locomoção, trânsito mais organizado, visando custo beneficio. Conclusão: Concluímos que locais com grandes movimentações e concentrações de pessoas interferem diretamente no processo de implantação de nossa pesquisa, pois onde há muito trafego fica muito mais nítido a necessidade de que haja uma interação maior entre pedestres e motoristas. Já que em ambientes deste tipo pessoas com algum tipo de deficiência necessitam de uma atenção maior devido as suas necessidades. A proposta apresentada neste trabalho tem o intuito de acrescentar e conscientizar a sociedade de que existe uma carência muito grande na interação nos semáforos e de que a maior ferramenta para que isso seja mudado é a reeducação de ambos os lados, pois para que haja uma melhoria todos devemos colaborar e aprender que dependemos uns dos outros. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 25 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E A ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE DSTs: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Luci Selma Ferreira de Freitas Farias¹; Ellen Vanessa Martins Soares¹; Jocastra Silva Sousa¹; Selma Borges Araujo¹; Aline de Lima Carvalho¹; Mayra Sunamita de Freitas Pardauil Silva Farias¹; Maria Rute de Souza Araújo²; Euzébio Oliveira³ ¹Acadêmicos de Enfermagem; ²Mestre em Enfermagem; ³Doutor em Medicina/ Doenças Tropicais [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Universidade Federal do Pará (UFPa) Introdução: As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) tornaram-se um dos grandes problemas contemporâneos da Saúde Pública, trazendo implicações objetivas e subjetivas para a sociedade em diversas dimensões. Pela sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade e possível de controle, as DSTs devem ser priorizadas enquanto agravos em saúde pública. Além das internações e procedimentos necessários para tratamento de suas complicações, as DSTs causam ainda grande impacto social que se traduz em elevados custos para a economia do país (BASTOS et al 2012). Com o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), ficou evidente a sua relevância enquanto fator de risco para a mesma, e desta forma passaram a ser reconhecidas e valorizadas pelas autoridades de saúde. Algumas DSTs quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até mesmo para o óbito (RENATA KARINA REIS E ELUCIR GIR 2002). Segundo o Ministério da Saúde (2010) orienta-se aos profissionais de saúde da Atenção Básica realizar ações educativas, preventivas e assistenciais em saúde sexual e saúde reprodutiva, adequadas à realidade e especificidades desse grupo. Promover o respeito à orientação sexual e aos diferentes estilos de vida, na unidade de saúde e junto às famílias e à comunidade. Quando for necessário e indicado, realizar encaminhamentos a unidades de atenção especializada e manter acompanhamento sobre a situação de saúde da pessoa. O mesmo autor refere que o enfoque educativo é um dos elementos fundamentais na qualidade da atenção prestada em saúde. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. A partir dessa concepção, recomenda-se que as práticas educativas façam uso de metodologia participativa, com abordagem pedagógica centrada no sujeito. Para se obter bom resultado, no que se refere à saúde sexual é importante considerar o conhecimento e experiência dos participantes, permitindo a troca de ideias sobre sexualidade, reprodução, relacionamento humano e sobre os fatores socioeconômicos e culturais que influenciam nessas questões. Para Jardim (2012) o enfermeiro atua diretamente na educação na consulta de enfermagem realizada de forma individual, na visita domiciliar que possibilita conhecer melhor o contexto de vida do indivíduo ou através de grupos educativos atingindo um número maior de pessoas, facilitando a expressão de sentimentos, a troca de informações e experiências, bem como a busca de soluções para seus problemas com compartilhamento de saberes. O envolvimento de enfermeiros nesta causa contribui para detecção de situações de risco e para educação dos indivíduos portadores de uma DST bem como de seus parceiros sexuais. Objetivo: Relatar descrever e divulgar a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem e docentes na qualidade de educadores e expositores de uma ação cuidativa e educativa, ―CUIDAMAZ‖ da Faculdade Metropolitana da AmazôniaFAMAZ, como uma estratégia da Política Nacional de Educação em Saúde. Metodologia: Este estudo é uma pesquisa de origem descritiva com abordagem qualitativa desenvolvida a partir do relato de experiência vivida por acadêmicos de enfermagem, utilizando para embasamento teórico pesquisas realizadas na biblioteca da Faculdade Metropolitana da Amazônia-FAMAZ e biblioteca virtuais nos quais foram consultados e extraídos materiais de revistas, artigos científicos e manuais do ministério da saúde. A execução desta atividade está incorporada a ação educativa e cuidativa de enfermagem ―CUIDAMAZ‖ realizada pela FAMAZ na comunidade da Vila da Barca bairro da cidade Metropolitana de Belém/PA no ano de 2014. No dia 20 de setembro do referido ano foi realizada a visita na comunidade em questão onde ocorreu a montagem de barracas a partir das 8:00h para apresentação temática pela equipe sobre DSTs, utilizando folders como material de apoio, preservativos masculinos e femininos. Primeiramente iniciamos as atividades com diálogo, intermediado por uma linguagem acessível para todos sobre o conceito de doenças transmissíveis. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 26 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Em seguida, apresentamos as formas de contaminação e num terceiro momento explicamos as formas de prevenção, utilizando folders contendo figuras ilustrativas sobre DSTs, conceito, sinais e sintomas e método de prevenção, além de preservativos masculinos e femininos. À medida que o conteúdo era explicado foi permitindo a oportunidade para que o indivíduo participasse da temática, proporcionando o esclarecimento de dúvidas, estabelecendo vinculo e propiciar liberdade para abordarem o assunto. Por fim eram entregues os folders e os preservativos, estes mediante a aceitação dos indivíduos. Resultados/Discussão: Em meio às informações sobre DSTs na população em questão, constatou-se a ocorrência de alguns fenômenos. Apesar de estar bem estabelecido na literatura que, em geral os homens apresentam menos interesse em cuidar da saúde em relação às mulheres, e que a falta de informação por conta disso contribui de forma significativa para o aumento do índice de DSTs. Foi percebido um interesse significativo da comunidade masculina em relação aos meios de prevenção bem como informações sobre como proceder em casos de contaminação. Outro fenômeno observado desta vez em relação ao público feminino foi que a maioria das mulheres mencionou não fazer uso do preservativo feminino. Apontando como principais motivos o desconhecimento sobre o método de utilização e também desconforto antes durante e após o ato sexual. E por conta disso esperavam por parte de seus parceiros a prevenção. Nos atendimentos com as mulheres idosas demonstraram esperar que os homens fizessem o uso do preservativo deixando-o totalmente responsáveis pela proteção de ambos. Outro ponto relevante que caracterizou este evento, apesar de toda a complexidade que envolve a assistência de saúde em ambientes ao ar livre, foi à receptividade de forma acolhedora da comunidade no decorrer da realização das atividades, também o envolvimento mútuo entre os acadêmicos e a comunidade através de questionamentos e dúvidas mostrando interesse em todo momento em absorver conhecimento, como por exemplo, o de uma mãe preocupada, perguntou num dado momento, qual seria a melhor forma dela explicar para seu filho a importância da prevenção quando este chegasse do trabalho, pois a mesma referia-se preocupada com a frequência na mudança de parceiros adotada por seu filho. Em outra oportunidade ocorreu dúvidas a respeito da realização do exame pare teste de HIV. Evidenciando com isto a relevância deste estudo, bem como o alcance do objetivo da ação. Conclusão: As ações educativas frente às DST/ AIDS, sobretudo as do enfermeiro, consistem em orientar, retirar as dúvidas e conscientizar o indivíduo para atitudes seguras, que diminuam ou anulem os riscos de contaminação, promovendo, desse modo, hábitos comportamentais mais saudáveis, sendo essa meta conquistada por meio do diálogo e de críticas sobre ações de risco, mostrando que a educação ainda é o melhor meio de prevenção das doenças. A ação ―CUIDAMAZ‖ pode ser considerada não somente um projeto que visa à disponibilização de cuidados e orientações em saúde para a população da Vila da Barca, mas também um espaço para oportunidade de trocas de experiências de vida, um momento de correlacionar o empirismo social com o olhar científico. Educar em saúde é uma das funções de maior relevância no trabalho do enfermeiro, uma vez que por seu intermédio, as pessoas, sujeitos da aprendizagem, podem ser motivadas a transformarem suas vidas (TREZZA; SANTOS; SANTOS, 2007). Assim, ao término desse relato de experiência, nos ficam várias certezas: a primeira é que a comunidade atendida está á vontade para compartilhar e receber informações; a segunda, e a mais importante, é que habita em cada um de nós, enfermeiros, sujeitos desta sociedade, o instrumento para a produção da promoção da saúde humana. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 27 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA A UTILIZAÇÃO DO ARDUÍNO NA IRRIGAÇÃO Jones Silva Amanajas Pimenta¹; Jebson Damasceno Cruz¹; Daniel Victor S. Nascimento¹; Ericka Machado de Freitas¹; Cristovam Elias Filho¹; André Ricardo Bueno2 ¹Acadêmico de Engenharia Civil; ²Mestre em Construção Civil [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: A agricultura é considerada a alavanca principal para o desenvolvimento econômico de um país. Sendo assim, quando maior for à tecnologia empregada na agricultura, maior será a sua produção. Neste ponto, a irrigação se torna muito importante, por que além de aumenta a produtividade, reduzir a sazonalidade da oferta de alimentos onde a falta de chuvas é um fator limitante. A irrigação se torna uma tecnologia importante não só para o aumento e estabilidade na produção, mas também para o crescimento econômico regional. Usando projetos eletrônicos para auxiliar na irrigação, podemos evitar desperdício e reduzir custos. Objetivo: Demonstrar como o Arduino pode auxiliar na agricultura, controlando o nível de umidade necessário e na administração do tempo de irrigação para cultivo de diversas culturas, por meio do controle da quantidade de água necessária eliminando com isto o desperdício. O controle da umidade do solo, através da irrigação, pode contribuir substancialmente para a melhoria de rendimento da produção de algodão no Nordeste do Brasil, permitindo a sua produção, principalmente nas áreas semiáridas da região. No entanto, o uso da irrigação implica necessariamente a acumulação gradativa de sais na superfície do solo, o que pode trazer reflexos negativos sobre a produção agrícola, este acúmulo gradativo de sais na superfície do solo, também conhecido como salinização pode ser minimizado com a utilização do arduino como ferramenta de controle durante o processo. Metodologia: O projeto tem como público alvo os ambientalistas, pecuaristas, agricultores e a todos os cidadãos de modo geral, pois quando se trabalha com agricultura irrigada é importante estabelecer o momento certo de iniciar as irrigações e quanto de água aplicar a uma cultura. Estes são os princípios básicos do manejo ―racional‖ da irrigação. Do mesmo modo, o conhecimento de solos, fisiologia da cultura, períodos críticos de consumo de água e seus reflexos na produtividade são essenciais para o bom manejo de aplicação de água. Resultados/Discussão: Este tópico foi escolhido visando a preservação da natureza por meio da utilização dos seus recursos de maneira consciente no processo irrigatório, No cultivo de Hortaliças por exemplos como são culturas muitas das vezes frágeis, necessitam de cuidados e muita atenção... Imaginemos uma fazenda que tenha um produção diária de 5000 KG de diversas hortaliças, isso requer além da mão de obra especializada e cuidados, um rigoroso manejo dessas culturas, aqui introduzimos o nosso Software, programando o horário exato e tempo que cada cultura precisaria de irrigação e nebulização para se manter na temperatura e umidade relativa do ar para que se desenvolva de forma eficaz esperada, poderíamos ainda controlar dentro de uma estufa a luminosidade, temperatura do solo que se entenda como ideal para tais cultivos. Importante para o desenvolvimento dos vegetais, a água é determinante em diversos fatores que afetam a produção agrícola. Por esse motivo, a irrigação assume um caráter essencial nas plantações, uma vez que pode elevar um pequeno produtor rural a categoria de grande empreendedor. Dentre os diversos benefícios trazidos pela irrigação está o aumento dos lucros. Segundo especialistas da área, isso acontece porque os riscos de falta de água são bem menores. O resultado é o aumento da produtividade e a qualidade dos produtos, além da produção na entressafra, ou seja, mais de uma safra por ano, o que gera maior a rentabilidade. A incorporação de novas áreas ao sistema produtivo também se constitui como benefício do uso da irrigação. Isso porque, lançando mão desta técnica, existe a possibilidade de implantação de lavouras em regiões mais secas, castigadas pela falta de chuva e baixa produtividade. Casos semelhantes a esses vêm acontecendo no norte de Minas Gerais e no Nordeste brasileiro. Nesses lugares, a intensificação da agricultura é permitida pela viabilização de sistemas de irrigação. Sem eles, a produção seria praticamente impossível, devido às características físicas e climáticas do local. Outro benefício derivado da implantação de sistemas de irrigação é o da redução de riscos de perda da produção em função das estiagens, pois, de acordo com o tipo de plantação e a época em que a mesma ocorre, a perda da produção pode ser total. O manejo racional da irrigação demanda estudos que considerem os aspectos sociais, econômicos, técnicos e ecológicos da região. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 28 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Quanto aos aspectos ecológicos, tanto a total desconsideração quanto a supervalorização do impacto ambiental não são benéficas ao desenvolvimento sustentado da irrigação. Deve-se aglomerar esforços no sentido de obter dados confiáveis que permitam quantificar com precisão a magnitude do impacto ambiental ocasionado pela irrigação, de modo a ser considerado na implementação e manejo dos projetos. Tal procedimento possibilitará um crescimento saudável da irrigação no Brasil, evitando, assim, um crescimento baseado exclusivamente em benefícios financeiros, sem considerar os problemas relacionados ao meio ambiente. O crescimento demográfico brasileiro, associado às transformações pelas quais passou o perfil da economia, refletiu de maneira notável sobre o uso dos recursos hídricos na segunda metade do século XX. A migração da população do campo para a cidade e a industrialização, além de exercerem significativa demanda das águas dos mananciais, também exigiram o crescimento do parque gerador de energia elétrica, que, por sua vez, implicou na necessidade de aproveitamentos hidrelétricos. Adicionalmente, o aumento da população reclamou maior produção de alimentos, o que veio encontrar na agricultura irrigada o canal apropriado para satisfazer a essa demanda. O Código das Águas de 1934, ao incluir a indústria de energia elétrica entre os serviços de utilidade pública e instituir o regime de concessão para sua exploração, criou condições para as grandes obras hidráulicas no país. Em todos os aproveitamentos hidráulicos concebidos, o objetivo predominante era a geração de energia elétrica. Todavia, inspirados na experiência americana do Vale do rio Tennessee, os planos de aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos foram elaborados em São Paulo nas bacias dos rios Tietê e Paraíba do Sul, e, na região Nordeste, no vale do Rio São Francisco. Como a construção das obras hidráulicas contemplou prioritariamente a geração de energia elétrica, as obras de irrigação desenvolveram-se lentamente em razão de recursos insuficientes. Conclusão: Tendo em vista a grande e crescente necessidade de cada vez mais economizarmos recursos naturais tais como, à água entre outros, novas técnicas, mecanismos e métodos têm sido introduzidos nas já conhecidas técnicas agrícolas, com o objetivo de diminuirmos os desperdícios e cortamos os custos com mão de obra e serviços, para isso mostraremos nesse experimento como ―Software Arduino‖ pode ser um importante aliado nesses novos horizontes. Tendo um vasto campo e sendo a segunda responsável pelo PIB (Produto Interno Bruto) à agricultura vem se expandindo e aumentando o seu campo de atuação e assim requerendo novas formas e métodos de trabalhos. Tendo em vista a seca contemporânea que vem assolando o sudeste, nordeste e parte do centro oeste do país, cuja essas regiões são as maiores produtoras de frutas, legumes e hortaliças do Brasil, vêm a oportunidade de introduzirmos nessa área, o nosso instrumento de aprendizado arduino, que nos apresenta o amplo e vasto leque de utilidades. 29 SESSÃO BANNER—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA CANTANDO E ENSINANDO: APRESENTAÇÃO MUSICAL E EDUCATIVA SOBRE A VACINA PENTAVALENTE EM SALA DE AULA, COMO PÚBLICO-ALVO ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DO 6º PERÍODO DA FACULDADE METROPOLITANA DA AMAZÔNIA. Andréa Letícia de Aviz Saraiva¹; Vanessa de Fátima Santos Vilhena²; Edineia Brito da Silva³; Maria Rute Araújo4; Simone Batista da Silva dos Santos5 ¹Acadêmica de Enfermagem; ²Acadêmica de Enfermagem; ³Acadêmica de Enfermagem; 4Docente e Msc. do curso de Enfermagem; 5Acadêmica de Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: O presente estudo trata-se de um relato de experiência realizado durante a oferta da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia – FAMAZ. Como objetivo compartilhar uma dinâmica musical divertida apresentada em sala de aula no âmbito da Saúde Pública, mostrando a importância e a forma correta de administração da vacina Pentavalente, proporcionando um aprendizado voltado para a comunidade acadêmica. Para melhor memorização e aceitação dos discentes, trabalhamos com a música, dança, figurino e folhetos com a letra adaptada da música que foram distribuídos aos presentes em sala. A vacina Pentavalente é uma vacina combinada do tipo injetável. Que imuniza contra as seguintes doenças: Difteria, Coqueluche, Meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b e a Hepatite B (MS, 2014). Objetivo: Tivemos como objetivo compartilhar uma dinâmica de aprendizagem que prendesse a atenção dos colegas e ao mesmo tempo entretê-los na dinâmica feita em sala de aula em sala. Métodos: Segundo Mitre e outros (2006), o atual contexto social, no qual os meios de comunicação estão potencializados pelo avanço das novas tecnologias e pela percepção do mundo vivo como uma rede de relações dinâmicas e em constante transformação tem-se discutido a necessidade de urgentes mudanças nas instituições de ensino superior visando, entre outros aspectos, à reconstrução de seu papel social. Através disto, buscamos a diferenciação para exposição do estudo, visando melhorar entretenimento com público-alvo. No qual, optamos por realizar uma encenação com dança, figurino e com música de cunho popular (funk ―Pararatibum‖ - MC Tati Zaqui) que adaptamos para o contexto educativo da vacina Pentavalente. Resultados/Discussão: A prática adotada mostrou-se bastante eficaz, pois a comunidade acadêmica participou efetivamente. Conclusão: Conclui-se que no âmbito da educação em saúde, ações educativas com novas tecnologias devem ser incorporadas à rotina diária na vida acadêmica, ressalta-se também que a atividade serviu para aprendizagem do calendário vacina. 30 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: HÁBITOS OCUPACIONAIS E RISCOS DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO BENZENO Etiane Prestes Batirola Alves1; Danielle Cristinne Azevedo Feio2; Amanda Mendes Silva3; Ingrid Viviane Ferreira Lustosa3; Jean Lucas Monteiro Batista3; Lailson Lustosa3; Larissa Kelly Viana de Lemos3; Paula Valéria Souza Vasconcelos3. 1 Mestre em Odontologia; 2Doutora em Neurociências e Biologia Celular; 3Acadêmico de Biomedicina. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: O benzeno (BZ) é um composto líquido inflamável constituído por hidrocarbonetos e um anel aromático, muito utilizado como solvente químico em indústrias petroquímicas e siderúrgicas. O organismo humano absorve BZ pela via oral, cutânea e respiratória. Dependendo da concentração a que o individuo foi exposto, este poderá sofrer uma intoxicação aguda ou crônica, denominado benzenismo. No benzenismo agudo o individuo pode apresentar sonolência, tontura e cefaleia; no crônico são diversas complicações no sistema hematopoiético, que ocorrem a médio ou longo prazo (trombocitopenia, anemia aplástica, leucopenia e leucemias). Desta forma, por tratar-se de uma substância carcinogênica e hematotóxica, a exposição ao BZ é alvo de Vigilância em Saúde (VS), em todo o mundo. Objetivo: O presente trabalho visa descrever os hábitos e riscos da exposição ocupacional ao benzeno, no contexto da vigilância em saúde do trabalhador. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, com levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida na Atividade Integrada do curso de Biomedicina (Biointegra). O Biointegra é uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão Biomédica, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: A intoxicação pelo BZ ocorre durante a exposição do individuo a emissões da queima de carvão/óleo, escape de veículos automóveis, evaporação da gasolina e serviços que utilizam solventes industriais, sendo o sistema respiratório a principal via de absorção. O vapor de BZ inalado circula em altas concentrações na corrente sanguínea. Em poucos minutos as concentrações decaem pela distribuição do composto nos tecidos adiposos e sítios de biotransformação (fígado). A biotransformação ocorre por duas hipóteses: 1ª) Oxidação (ocorre pela ação do citocromo P-450) e 2ª) Hidroxilação (desencadeará a abertura do anel aromático). As duas hipóteses originam o fenol, um composto que sofre duas transformações: uma hidrólise do complexo instável que resulta na formação do ácido Transtrans mucônico e uma hidroxilação que irá resultar na síntese de outras duas substâncias (hidroquinona e o catecol), ambas sofrerão oxidação. A hidroquinona será reduzida a P-benzoquinona, e o catecol a triidroxibenzeno. A síntese de um sexto metabólito é decorrente da conjugação da molécula instável benzeno epóxido com glutationa formando o fenilmercaptúrico. Dos 100% de BZ inalado pelo indivíduo, 12% é exalado sem biotransformação (inalterado), de 50-90% é absorvido e biotransformado. A biotransformação do BZ gera 6 metabólitos, porém, o indivíduo excreta na urina apenas 0,1-0,2% destes metabólitos (o P-benzoquinona é o único a não ser excretado). Os metabólitos acumulados no organismo são monitorados por indicadores de exposição (biomarcadores), para o BZ é o ácido Trans-trans mucônico na urina (AttM-U), por técnica de cromatografia líquida de alta eficiência. Conclusão: O monitoramento dos metabólitos acumulados no organismo é uma forma de vigilância da saúde do trabalhador exposto ao BZ. A vigilância é em decorrência do crescimento incontrolado de blastos tanto no sangue periférico como no interior da medula óssea após um longo período de exposição ao BZ, podendo levar a leucemia mielóde aguda, sendo predominante os tipos: M3 prómielocitica hipergranular, M5 monoblástica. Mediante a gravidade da exposição ao BZ, foi proposto o acordo nacional (Portaria nº 776) entre Governo Federal, empresas e trabalhadores, que regulamenta as condições de saúde e segurança dos trabalhadores, sugerindo uma ação em conjunto para redução dos agravos decorrentes da exposição ocupacional ao benzeno. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 31 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO TALASSEMIA: UMA ANEMIA HEREDITÁRIA Etiane Prestes Batirola Alves1; Wellenice da Silva Barroso2; Gleyciane Machado da Costa2; Ana Paula Queiroz Brito2; Dayse da Silva Alves2; Aryanne Hayanne dos Santos Monteiro2; Danielle Cristinne Azevedo Feio3. 1 Mestre em Odontologia; 2Acadêmico de Biomedicina; 3Doutora em Neurociências e Biologia Celular. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: As talassemias constituem um grupo heterogêneo e numeroso dentro das anemias hereditárias, sendo consideradas como as mais comuns dentre as alterações genéticas monogênicas na população mundial. Esta patologia altera a síntese de uma ou mais cadeias polipeptídicas da hemoglobina, gerando um desequilíbrio entre essas subunidades, dificultando o processo de eritropoese e causando hemoglobinização deficiente dos eritroblastos, ou seja, produção de quantidades muito pequenas de hemoglobina. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, com levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida na Atividade Integrada do curso de Biomedicina, uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão Biomédica, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: A hemoglobina é responsável principalmente pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. A proteína Hb possui uma estrutura complexa, quaternária, com 4 cadeias globinícas alfa e beta enroladas ao redor de um grupo heme com um átomo de ferro no centro. Cada átomo liga-se reversivelmente a uma molécula de oxigênio formando a oxihemoglobina, no processo inverso, o O2 dissociase da Hb e difunde-se para as células que por sua vez libera o CO2 que se combina com a hemoglobina livre formando o composto denominado carboxemoglobina. A talassemia é a mais comum das hemoglobinopatias, caracterizada por uma deficiência na síntese de cadeias globinícas, provocando alteração da função da Hb devido a uma menor produção ou ausência de cadeias normais alfa ou beta, dificultando a distribuição de oxigênio ao organismo. A mutação que origina a patologia está presente em um ou dois cromossomos específicos 11 e 16, em resposta a medula óssea para de produzir um dos tipos de cadeia de globina. A talassemia pode ser classificada de acordo com a cadeia atingida sendo as principais ALFA e BETA, podendo causar anemia profunda, esplenomegalia, alterações ósseas, e atraso no crescimento. A alfa talassemia acomete o cromossomo 16 sendo a menos comum, decorrente da deleção de um ou mais genes alfa, os sintomas manifestam-se apenas com mais de 3 deleções. Já a mais comum é a beta talassemia, que acomete o cromossomo 11, e pode ser homozigotica ou heterozigótica. A talassemia homozigotica pode ser dividida em talassemia maior e menor. A talassemia maior, também conhecida como anemia de Cooley, pode comprometer a produção de cadeias beta totalmente (B+) ou parcialmente (Bo). A talassemia menor (heterozigotica), é formada por 2 genes defeituosos um do pai e outro da mãe, geralmente assintomática. Costuma ser descoberta em exames de rotina, o controle é feito por transfusões sanguíneas continuas de concentrado de hemácias, o que pode causar sobrecarga de ferro, sendo necessário o tratamento com quelantes de ferro, por via oral com o uso de deferiprona. A cura das talassemias já é possível, entretanto consiste em um transplante de medula óssea. Conclusão: As complicações decorrentes das talassemias tratadas com vitaminas, tônicos, medicamentos e dietas não têm efeito benéfico. O tratamento adequando ocorre através de transfusões periódicas de sangue de 2-4 semanas, mantendo os valores sanguíneos próximos do normal, proporcionando ao paciente uma melhora na qualidade de vida por vários anos, além disso, as transfusões sanguíneas ajudam na prevenção de mudanças na aparência facial e óssea. Entretanto essas medidas são apenas de prevenção e tratamento da sintomatologia, cura somente com transplante de medula óssea. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 32 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO MALÁRIA: CONHECENDO SEUS ASPECTOS PARA MELHOR PREVENÇÃO Rosa Ibiapina Ibiapina1; Mayra Sunamita Pardauil Silva Farias de Freitas2; Sibelle Machado Barreirinhas Figueiredo2; Ezequias da Silva Trindade2; Joseane Socorro da Silva Lameira2; Nelma Franco2; Luci Selma Ferreira de Freitas Farias2 1 Mestre em Administração; 2Acadêmico de Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Introdução: No Brasil, mais de 60% do território é favorável a malária, sendo que 95% dos casos ocorrem na Amazônia Legal, onde estão situados os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A doença é favorecida pelo clima tropical. A malária, também conhecida como paludismo, febre terçã (benigna ou maligna), febre quartã, tremedeira, batadeira,e febre, é uma doença causada por um protozoário do gênero Plasmodium, com cerca de 125 espécies, das quais somente 4 infectam o homem: P. falciparum, P.vívax, P.malarie e o P.ovale. É a protozoose de maior impacto no mundo, sendo a mais comum, causada pelo P.vívax e a mais grave pelo P. falciparum. A transmissão ocorre através da picada de um mosquito fêmea do gênero Anopheles, cujas principais espécies de vetores no Brasil são A. darlingi, A. aquasalis, A. cruzii e A. bellator. Segundo relatório Mundial da Malária anualmente, quase 3,2 bilhões de pessoas vivem em áreas de risco, sendo 90% na África e dois terços dos casos no Brasil, Índia e Sri lanka, o país que concentra maior número de casos no continente americano é o Brasil, com 250 milhões de novos casos de doença por ano, que levam a um milhão de mortes. Objetivo: Analisar o tratamento, destacando a enfermagem no cuidar da doença. Métodos: A metodologia utilizada baseou-se na pesquisa bibliográfica, que de acordo com o objetivo é explicativa. Resultados/Discussão: A malária é um problema global, com características locais, sendo de suma importância o conhecimento de sua epidemiologia em cada local onde a doença se manifesta, implantando medidas de prevenção e controle adequados, para o não desenvolvimento da patologia.A malária causada pelo P. falciparum, considerada a mais grave é uma emergência médica,e assim que diagnosticada,deve ser realizado seu tratamento em nível de unidade de terapia intensiva, sendo necessário o início precoce do mesmo, utilizando medidas necessárias para evitar ou amenizar as complicações. Tendo em vista, que realizando o acompanhamento com medidas ditas adequadas, e o diagnóstico rápido diminuem a letalidade relacionada à enfermidade. Contudo, as medidas de controle e vigilância se fazem necessárias sempre no sentido de prevenir as áreas tropicais, consideradas de riscos em todo mundo.contribuições/implicações para a enfermagem: Este estudo vem mostrar que a enfermagem não está alheia a estas questões; contudo, como representante do cuidar pela ciência, como jus deve praticá-la, incentivá-la, enfatizando o tratamento adequado com bases científicas. Atualmente, deve-se buscar especialistas de saúde para o tratamento adequado, além de um trabalho de pesquisadores e profissionais, mediante divulgação, cartilhas e políticas públicas de saúde de forma a intensificar o adequado tratamento. Conclusão: Existe uma demora e a pouca precisão no diagnóstico, o tratamento apresenta complexidade diferentes ,medicamentos em diferentes regimes terapêuticas educação variáveis ,o emprego de terapêutica inapropriada e o uso indiscriminado de antimaláricos também contribuem para alta incidência de malária e desenvolvimento de resistência, de grande importância estudos que subsidiem opções na adoção de mecanismo de controle que reduzam o índice de transmissão e a mortalidade por malária. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 33 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO RADIOTERAPIA EM CABEÇA E PESCOÇO: SEUS EFEITOS COLATERAIS E A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NA EQUIPE MULDISCIPLINAR DESTE TRATAMENTO Marianne Raquel Arraes do Amaral¹; Neiliane Lopes Freitas²; Márcia Cristina dos Santos Guerra3; Etiane Prestes Batirola4 Acadêmica de CST em Radiologia¹; Acadêmica de Biomedicina²; Mestre em Saúde, Sociedade e Endemias da Amazônia3; Mestre em Odontologia4 [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Faculdades Integradas Brasil Amazônia (FIBRA) Introdução: O câncer consiste no crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, tendo seu nível de gravidade imposto pelo poder de multiplicação das células neoplásicas e infiltração em outros tecidos e vasos (metástases). Um dos tratamentos para o câncer, mais utilizados no mundo, tem sido a radioterapia, em virtude das diversas formas de cura que proporciona: diminuição do volume dos tumores, exterminação total do carcinoma e alívio de outros sintomas (dor). Este tratamento emprega feixes de radiação ionizante no volume de tecido que engloba o tumor, eliminando células neoplásicas e sadias circunvizinhas. Assim como outras doenças degenerativas, quanto antes for realizado o diagnóstico, maiores as chances de cura e recuperação. Objetivos: O presente trabalho visa informar os profissionais da área da saúde sobre os efeitos colaterais da técnica de radioterapia em pacientes oncológicos de cabeça e pescoço, e destacar a importância do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar deste tratamento. Métodos: Revisão bibliográfica com base na literatura disponível sobre o assunto referido. Resultados/Discussão: Os tumores de cabeça e pescoço estão localizados na: cavidade oral e/ou nasal, faringe, seios paranasais e glândulas salivares. As causas estão relacionadas ao uso de álcool e tabaco, contaminação com HPV, predisposição genética e habito alimentar, etc. Os métodos mais utilizados para combater o câncer de cabeça e pescoço são: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O médico é o responsável por escolher um ou mais métodos, e em muitos desses casos a radioterapia está entre as opções mais eficientes. Vítimas do efeito direto da radiação, o DNA da célula maligna morre no mesmo instante ou fica marcada para morrer descrevendo o efeito tardio. Todavia, as células sadias, de maneira diferente, também são afetadas o que pode levar esse paciente a ter alguns efeitos colaterais do tratamento com radioterapia. Algumas dessas reações são: Mucosite (inflamação da mucosa com eritema e ulceração); Xerostomia (atrofia dos ácinos serosos); Disgeusia (alteração do paladar); Trismo: (dificuldade na abertura da boca); Cáries (desmineralização tecidual); Osteorradionecrose (necrose isquêmica do osso). A radioterapia também pode causar reações nos tecidos sadios circunvizinhos a área irradiada, tendo a equipe multidisciplinar, a função de informar o paciente sobre o tratamento. A melhor forma de atenuar os efeitos colaterais da radioterapia é a preparação da cavidade oral do paciente por um cirurgião-dentista desde a etapa pré-operatória, com exames e ações preventivas, até a pós-operatória e pós-radiação, oferecendo suporte para a sintomatologia do efeito colateral. O profissional deverá manter em dia os exames preventivos como radiografia panorâmica, periapical e complementares, preparo da cavidade bucal para minimizar a severidade das complicações; reduzir as dores na boca; manter as condições de saúde bucal; promover educação sobre higiene e diminuir os custos do tratamento curativo pós-radioterapia. Será ainda de sua competência avaliar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de sequelas, tais como: defeitos em restaurações, cálculo dentário, placa bacteriana, dentes fraturados, doença periodontal, etc. Conclusão: O diagnostico de câncer gera a convivência com o risco de morte, dores e efeitos colaterais da radioterapia. Quando o paciente tem um acompanhamento odontológico, os efeitos podem ser atenuados por meio da análise do quadro clinico, minimização dos efeitos colaterais e de novas experiências traumáticas. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 34 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO A INFORMÁTICA NA RADIOLOGIA Etiane Prestes Batirola Alves1; Michel Ângelo da Frota Lima2; Andreia Dias Benicio Monteiro2; Gioavanna Abitbol Caetano2; Gislainne Abitbol Caetano2; Fabiel Oliveira de Souza2; Felipe Melo do Nascimento2 1 Mestre em Odontologia; 2Acadêmico do CST em Radiologia [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: O Tecnólogo em Radiologia é um profissional que é capacitado por meio de disciplinas como biologia, anatomia, informática, gestão, física radiológica, entre outras, que ensinam as propriedades da radiação, viabilizando a produção da imagem e aplicação das técnicas radiológicas. A profissão é regulamentada pela Lei nº 7.394 de 1985, e segundo as Resoluções CONTER n°6 (28 de maio de 2009) e n°3 (de 5 de junho de 2012), possibilita ao tecnólogo em radiologia atuar nas áreas de radiologia convencional, tomografia computadorizada, mamografia, densitometria óssea, ressonância magnética, manipulação de softwares usados nas estações de trabalho (workstations); radiologia veterinária, industrial, odontológica; radioterapia e medicina nuclear. Objetivo: O presente trabalho visa abordar a importância da disciplina informática no contexto do profissional Tecnólogo em Radiologia. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, realizada por meio de levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida no Projeto Interdisciplinar do CST em Radiologia (Prointer). O Prointer é uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão de CST em Radiologia, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/ Discussão: No início da década de 70, surgiu a Tomografia Computadorizada, iniciando o desenvolvimento tecnológico de diversas modalidades diagnósticas, e posteriormente o uso de imagens digitais no diagnóstico. As imagens geradas são importantes dentro do processo saúde-doença e de um contexto de atenção à saúde humana, possibilitando o arquivamento de informações acerca dos pacientes. Para a vinculação dessas informações, podem ser utilizados por estudantes, instituições de ensino-pesquisa e assistência, Sistemas de Informação Hospitalares (SIH). Os SIH possuem um grande conjunto de informações digitais, as quais incluem dados financeiros, gerenciais, informações de paciente (PEP – Prontuário Eletrônico de Paciente e RIS– Radiology Information System). Devido ao tipo de tecnologia empregada, as imagens médicas são consideradas como um sistema à parte, e são organizadas em um sistema de transmissão e arquivamento de imagens médicas, denominado PACS. As vantagens dos sistemas de radiografias digitais: 1º) Facilidade de exibição da imagem; 2º) Redução da dose de raios-X; 3º) Facilidade de processamento de imagem; 4º) Facilidade de aquisição, armazenamento e recuperação da imagem. Neste sentido, a disciplina de informática na grade curricular do curso superior de Radiologia é de grande importância, uma vez que a tendência é cada vez mais ser utilizada em equipamentos, possibilitando a informatização da aquisição de imagens, otimizando a rotina nos serviços de Hospitais e clínicas Radiológicas. Conclusão: A evolução tecnológica que vem ocorrendo na Radiologia nos últimos 40 anos, trouxe grandiosos ganhos para a sociedade, ratificando a necessidade da busca pelo conhecimento, e desafiando os tecnólogos a aquisição de novos conhecimentos e uma participação ativa no processo de formulação de novas tecnologias na área radiológica e das subáreas relacionadas. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 35 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO CONTEXTO DA INFORMÁTICA NA SAÚDE Etiane Prestes Batirola Alves1; Ronald Augusto Lima Gama2; Layse Emília Silva Lopes2; Nerian da Silva Ramos2; Danilo Gonçalves Freitas2; Juliana Carolina Rodrigues Reis2; Lucas Teles Martins2; Maria Do Socorro Ferreira da Silva2; Rogério Trindade Moraes2; Thainara Cíntia Rodrigues de Lima2 1 Mestre em Odontologia; 2Acadêmico do CST em Radiologia [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: A Tecnologia em Radiologia é uma área de conhecimento e atuação profissional relacionada ao radiodiagnóstico. Para o exercício profissional nesta área, o tecnólogo deve estar inscrito no Conselho Regional de sua jurisdição, podendo habilitar-se em diversas áreas. Segundo CONTER (2009) compete ao tecnólogo em radiologia realizar procedimentos para geração de imagens, por meio da operação de equipamentos específicos, sendo um destes equipamentos o tomógrafo, utilizado para visualização de órgãos internos. Objetivo: O presente trabalho visa abordar a importância da disciplina informática no contexto do profissional Tecnólogo em Radiologia. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, realizada por meio de levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida no Projeto Interdisciplinar do CST em Radiologia (Prointer). O Prointer é uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão de CST em Radiologia, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: O tomográfo é um equipamento que realiza exames de Tomografia Computadorizada (TC), por meio da emissão de raios-X, em giros helicoidais de 360°, fazendo radiografias em secções (―fatias‖). O equipamento funciona a partir da utilização de softwares computacionais, como o Imagelab, utilizado para a realização de exames com alta definição, como a angiotomografia de coronária. A primeira máquina de tomografia foi criada em 1972 na Inglaterra, por Godfrey Newbold Hounsfield e foi evoluindo até os dias de hoje: 1ª Geração (apenas um detector); 2ª Geração (6 à 30 detectores); 3ª Geração (feixe em forma de cone com detectores em arco); 4ª Geração (conjunto de detectores em todo o anel do gantry). Para que a imagem seja gerada, os detectores do tomógrafo (localizados na extremidade oposta a ampola de raiosX), captam os raios-X que atravessam o corpo do paciente, e por meio de um software os dados captados são processados, são analisadas as variações de absorção ao longo da secção observada, e o computador reconstrói esses dados sob a forma de imagens. Os benefícios da informática na área da saúde são notórios. Um estudo de Martins e Moura Junior (2011), aplicado em São Paulo, tem sugerido a utilização de novo programa, para facilitar o cotidiano do radiodiagnóstico: Sistema de Transcrição Automática de Laudos (STAL). O STAL possibilita por comando de voz, laudar em apenas 5 minutos. A confecção de laudos tradicional (digitação) leva em média 20 minutos e o médico precisa rever as TC para confirmar o laudo. Conclusão: A informática tem contribuindo cada vez mais para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da área da saúde, possibilitando melhor qualidade de vida para a população, bem como a criação de tecnologias para melhorar a assistência e o diagnóstico das doenças. A informática tem possibilitado avanços, dinamismo e diminuição do tempo de espera de atendimento do paciente. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 36 SESSÃO BANNER—CATEGORIA ENSINO A IMPORTÂNCIA DA MAMOGRAFIA NO CONTEXTO DA SAÚDE COLETIVA Etiane Prestes Batirola1; Ellen Regina do Carmo Pereira2; Bianca Angelica Borges dos Santos2 1 Mestre em Odontologia, 2Acadêmico do CST em Radiologia [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: De acordo com o Conselho Nacional dos Técnicos em Radiologia no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 7.394/1985, o tecnólogo em radiologia está habilitado a desenvolver atividades técnicas cientificas nas áreas da saúde e indústria, atuando nas diversas áreas, como a mamografia. A realização de mamografia é uma habilitação do tecnólogo, de vital importância, especialmente para as mulheres, o exame auxilia no diagnóstico do câncer de mama, mesmo quando a sua dimensão ainda é pequena. Objetivo: O presente trabalho visa abordar a importância da mamografia no contexto da saúde coletiva envolvendo o profissional Tecnólogo em Radiologia. Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica narrativa, realizada por meio de levantamento de dados acerca da temática em livros e artigos científicos, desenvolvida no Projeto Interdisciplinar do CST em Radiologia (Prointer). O Prointer é uma atividade acadêmica do conhecimento pertinente à profissão de CST em Radiologia, realizada semestralmente, sob a orientação e avaliação docente. Resultados/Discussão: A mamografia é realizada em um aparelho de raios-X apropriado, que permite a detecção precoce do câncer, devendo ser realizada anualmente, por mulheres acima de 35 anos de idade ou conforme a recomendação médica. Segundo o INCA, em 2014, a estimativa é de 57.120 novos casos de Câncer de mama, destes, 13.345 irão a óbito, sendo 13.225 do sexo feminino e 120 do sexo masculino. A mamografia torna-se, portanto, um exame muito importante para o diagnóstico da doença, e o tecnólogo em mamografia deverá ter sensibilidade (identificando o grau de ansiedade da paciente), respeito (preservando a privacidade da paciente), compreensão (explicando os procedimentos realizados durante o exame com empatia), humanização (sendo afável para que o exame se torne menos incomodo) e educação (tratando com cordialidade) na execução de suas habilidades e competências relacionadas a esta habilitação. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, devido o diagnostico em estágios avançados. Para combater a doença, o SUS criou politicas públicas específicas: financiamento de pesquisas e novas tecnologias; intensificação das ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e ampliação da assistência à saúde da população. Neste contexto, os Tecnólogos em Radiologia necessitam de uma formação adequada às exigências do mercado de trabalho, atentos ao cuidado individualizado dos seus clientes, mas também nas ações de saúde coletiva propostas no SUS. Conclusão: A saúde coletiva é uma área de conhecimento que capacita o tecnólogo para atuar no SUS e também ser ator de mudança, difundindo informações acerca da doença e de seus riscos, bem como as medidas preventivas e de diagnostico precoce. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 37 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA BALANÇO CONTÁBIL DAS NAÇÕES (BCN): UM ESTUDO DE CASO NO ESTADO DO PARÁ Jerfson Farias da Silva1; Leila Márcia Elias2; Ynis Cristine Ferreira3; José Roberto Kassai4 ; Bruno Alencar5 1 Acadêmico de Ciências Contábeis; 2Doutoranda em Gestão e Desenvolvimento Regional; 3 Doutoranda em Administração; 4 Doutor em Contabilidade 5Doutorando em Administração [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Universidade do Estado do Pará (UEPA); Universidade de São Paulo (USP) Introdução: Este artigo é parte de pesquisas desenvolvida pelo Núcleo de Estudo em Contabilidade e Meio Ambiente (NECMA/USP) em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) e tem como objetivo analisar o Balanço Contábil do Estado do Pará por meio da metodologia do Balanço Contábil das Nações (BCN). Objetivo: é evidenciar a conta que cada cidadão supostamente teria que arcar diante dos fenômenos de mudanças climáticas globais e aquecimento global, em virtude do aumento da concentração dos gases de efeito estufa e da diminuição dos estoques de recursos naturais existentes. Procurou-se mostrar as situações de superávit ou deficit e permitir reflexões sobre ações globais, regionais e locais em relação a políticas públicas, estratégias empresariais e comportamentos individuais sobre as externalidades e os e mecanismos de sustentabilidade. Métodos: Esta pesquisa é de natureza exploratória, com abordagem qualitativa dos dados, com uma pesquisa de campo por meio da coleta de dados das instituições de pesquisa e científicas regionais e nacionais. A pesquisa justifica-se pela importância que a contabilidade tem assumido diante do processo de mensuração econômica dos fenômenos naturais e a sua importância para a formulação de políticas públicas. Os dados coletados foram relativos à: Produto Interno Bruto (PIB), Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Dados Censitários relativos à 2000 e 2010, Área Desflorestada, Focos de Calor, dados sobre finanças públicas do Finanças Públicas Municipais (FINBRA) da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Resultados/Discussão: Como resultados preliminares, verificou-se que o Pará é o Estado com o segundo maior saldo superavitário (20.2%), atrás apenas do Estado da Amazônia (64.6%) e ambos são responsáveis diretamente pela posição que o Brasil assume diante do cenário mundial e um dos poucos com possibilidades reais de tornar-se uma economia verde, ou seja, com crescimento econômico em harmonia com o meio ambiente. Conclusão: Com base reflexões do estado do Pará, as principais vantagens competitivas são: estar inserido na região Norte, detentora de 90% do Patrimônio Líquido Natural do Brasil. E as principais externalidades são: uma economia baseada em exploração e exportação de produtos primários com baixa agregação de valor. As atividades que se destacam na economia paraense são a exploração mineral, a agropecuária e a agricultura, todas altamente degradantes ao meio ambiente. O grande desafio é desenvolver políticas públicas que garantam ações economicamente viáveis, socialmente justas, ambientalmente corretas e respeito às especificidades locais. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 38 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA E PARASITOLÓGICA DA ÁGUA DA COMUNIDADE DE VILA DA BARCA, BELÉM, PA. Andréa Luciana Soares da Silva1, Rafael Azevedo Baraúna2, Bruna Pedroso Tamegão Lopes Cavalleiro de Macedo1, Katarine Antônia dos Santos Barile1. 1 Doutor em Biologia de agentes Infecciosas e parasitários; 2Doutor em Genética e Biologia Molecular [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Introdução: A água serve como veículo para alguns agentes biológicos e químicos, levando ao desenvolvimento de algumas doenças causadas por microorganismos patogênicos de origem entérica, transmitidos pela via fecal-oral, o grupo coliforme é de grande importância para avaliar as condições sanitárias da água. A região escolhida para a realização deste estudo foi a comunidade da Vila da Barca, um conjunto populacional formada desordenadamente à beira do rio Guamá em Belém-Pará. Objetivo: O estudo teve por finalidade a detecção de bactérias do grupo coliformes fecais e totais e também a pesquisa da presença de enteroparasitos, além à resistência a diferentes classes de antibióticos. Métodos: Foram escolhidos quatro pontos para a coleta, sendo uma amostra obtida do fornecimento público de água e as demais amostras do ambiente, sendo classificadas como: margem do rio 1 e rio 2 (MR1 e MR2), área domiciliar alagada (ADA) e água encanada (AE). Foi coletado 1,5 L de água em garrafas estéreis de cada ponto, selecionou-se, aleatoriamente, residências do entorno, visando à coleta de dados epidemiológicos. O método para análise parasitológica consistiu através do método de Hoffman, para detectar a presença de E. Coli e coliformes totais e fecais utilizou-se o kit Aquatest coli, uma alíquota de 100 µl de cada amostra foi inoculada em meio ágar MacConkey. Após o crescimento seis colônias foram selecionadas para as provas bioquímicas utilizando o Enterokit C, por fim, dois isolados foram selecionados para verificar a resistência a diferentes classes de antibióticos. Resultados e Discussão: Foram coletados dados epidemiológicos de quatorze residentes de áreas do entorno dos pontos de coleta de água, grau de escolaridade igual ao ensino fundamental (42,9%), com renda familiar variando entre dois e três salários mínimos (42,9%). A maioria das residências era do tipo palafita (64,3%), com acesso a água encanada (85,7%) e sem acesso a esgoto sanitário (71,4%). Na análise parasitológica pelo método de Hoffman não foi encontrado nenhum enteroparasito. No teste microbiológico para detecção de E. Coli e coliformes totais, as amostras do ambiente (MR1, MR2 e ADA) apresentaram resultados positivos, enquanto AE apresentou ausência de coliformes. O gênero Salmonella sp. isolado no presente estudo apresentou-se resistente ao antibiótico ceftazidina. Conclusão: Os dados demonstraram que a água obtida a partir do Rio Guamá na região da comunidade de Vila da Barca é é provavelmente o principal veículo de disseminação de doenças causadas por enteropatógenos na região, evidenciando a necessidade da implementação de medidas que evitem a ocorrência de doenças de veiculação hídrica. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 39 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA ESTUDO DOS EFEITOS MICRORGANISMOS BUCAIS DE FRUTOS DA BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA SOBRE Etiane Prestes Batirola1, Tâmea Lacerda Monteiro2, Danielle Tupinambá Emmi3, Mileide da Paz Brito4, Regina Fátima Feio Barroso5. 1 Mestre em Odontologia; 2Cirurgiã-Dentista; 3Doutora em Dentística; 4Mestre em Ciências Farmacêuticas; 5 Doutora em Odontologia Social. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ), Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA), Universidade Federal do Pará (UFPA) Introdução: Anualmente, produtos com ingredientes de origem vegetal geram US$14 bilhões no mercado global de medicamentos, fato que desperta interesse na biodiversidade amazônica e seus produtos naturais utilizados na medicina popular. Os estudos destes produtos que possam interferir em fatores etiológicos como os da cárie dentária, uma doença que afeta cerca de 50-99% das pessoas na maioria das comunidades do mundo, podem reduzir sua prevalência por meio da busca por produtos antimicrobianos com boa substantividade e que sejam adjuvantes na terapia anticárie são cada vez mais frequentes no meio científico. Objetivo: Este estudo objetivou estudar in vitro a gordura do bacuri Platonia insignis Martius (Clusiaceae) e o óleo da castanha-do-Brasil Bertholletia excelsa (Lecythidaceae) sobre microrganismos da microbiota bucal. Métodos: Os resultados foram obtidos por determinação da concentração inibitória mínima pelo método de incorporação e contagem das UFC; análise de aderência quanti-qualitativa em blocos de esmalte dental imersos em sistemas de aderência confeccionados com tubos de ensaio e volume padronizado de meio de cultura acrescidos dos inoculos, incubados a 37ºC por 10 e 21 dias. O ensaio foi realizado em duplicatas e após a incubação, os espécimes foram removidos do sistema de aderência e submetidos à microdureza (KHN) e preparação para realização da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Resultados/Discussão: Os valores obtidos foram avaliados pela análise de variância ANOVA e Tukey das intervenções e tempos de cultivo, com intervalo de confiança de 95% (p > 0,05). Os resultados da análise de aderência in vitro confirmam que os microrganismos aderem às superfícies de teste em uma distribuição semelhante à observada qualitativamente por MEV e indicada na análise quantitativa de aderência. Os resultados da análise de aderência in vitro confirmam que os microrganismos aderem às superfícies de teste em uma distribuição semelhante à observada qualitativamente por MEV e indicada na análise quantitativa de aderência. A adesão das bactérias às superfícies dentais constitui um processo complexo multifatorial, influenciado pelo ambiente bucal, morfologia dental, superfície bacteriana e hábitos do hospedeiro e superfície do substrato. A resistência bacteriana frente aos antimicrobianos é o que motiva a busca por novas terapias eficazes. A GSB e o OCP não podem ser considerados alternativas viáveis para novos produtos com princípios bioativos no controle da cárie. Conclusão: Os produtos estudados contrariam as expectativas para serem considerados alternativas viáveis para novos produtos com princípios bioativos no controle da cárie. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 40 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA AVANÇOS E ENTRAVES NO PROCESSO DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: ESTUDO COM UM GRUPO DE ENFERMEIROS Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2; Rosilene Ferreira de Sousa3 1 Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem; 3Enfermeira Especialista em UTI [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: os serviços de urgência e emergência constituem importante componente da assistência à saúde no Brasil. Nos últimos anos, houve crescimento da demanda destes atendimentos devido, principalmente ao aumento no número de eventos traumáticos e violência urbana. A realidade da superlotação dos prontos socorros é agravada por problemas organizacionais como o atendimento por ordem de chegada, sem estabelecimento de critérios clínicos, o que pode acarretar graves prejuízos aos usuários. Corriqueiramente nos deparamos com denúncias nos meios de comunicação a cerca da situação caótica em que se encontra a saúde, em especial os serviços de emergência dos hospitais públicos. Diante de tais problemas, o Ministério da Saúde lançou em 2004, a cartilha da Política Nacional de Humanização, na qual aponta o acolhimento com classificação de risco como dispositivo de mudança no trabalho da atenção e produção de saúde. A classificação de risco é um processo dinâmico de identificação de pacientes que necessitam de tratamento imediato de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Objetivos: conhecer a visão de um grupo de enfermeiros do curso de pós-graduação latu sensu em Enfermagem em Urgência e Emergência de uma Instituição de Ensino Superior pública de Belém, sobre os avanços e entraves no processo de acolhimento com classificação de riscos. Métodos: trata-se de um estudo transversal, descritivo, qualitativo. Resultados/ Discussão: a falta de compreensão dos usuários e a falta de infraestrutura foi descrito nas falas dos entrevistados como principais entraves para a consolidação desse dispositivo. Demostrou-se que os pesquisados estão bem orientados acerca do papel do enfermeiro nesse contexto. No que tange as estratégias para melhorar a participação do Enfermeiro nesse processo, os pesquisados foram unânimes em elencar a educação permanente como ferramenta indispensável para a consolidação dessa diretriz. Conclusão: o estudo possibilitou uma análise a respeito da visão dos enfermeiros acerca da temática, proporcionando evidencias consistentes que apontam as potencialidades, fragilidades e deficiências da diretriz. Destaca-se como principais entraves a demanda de atendimento que excede o aparato material e humano, falta de infra-estrutura, inadequada capacitação, déficit de formação dos profissionais e a falta de conhecimento da população a respeito do tema. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 41 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA TRANSPLANTE EM HOSPITAIS DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE BELÉM-PA: PROCESSO DE TRABALHO DAS CIHDOTTS Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2; Rosilene Ferreira de Sousa3 1 Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico de Enfermagem; 3Especialista em UTI [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: transplante é a retirada parcial ou total de uma estrutura corpórea ou órgão e seu implante na mesma pessoa ou em outro indivíduo. É descrito como um procedimento que oportuniza reabilitação e aumento da expectativa de vida, atualmente reconhecido como uma terapêutica eficaz em diversas patologias crônicas e incapacitantes. A história dos transplantes sempre foi marcada por inúmeras dificuldades para a efetiva implantação. O Brasil dispõe do maior programa público de transplantes do mundo. O processo de doação exige recursos humanos dedicados a essa atividade, capacitação adequada e atualizações periódicas. Porém, as estratégias adotadas têm-se mostrado insuficientes para sanar as carências existentes, desde a primeira etapa do processo, que vai da busca ativa dos potenciais doadores, diagnóstico de morte encefálica e entrevista familiar para doação, até a realização do transplante, esse quadro encontrado é compreensível uma vez que, no Brasil, são raras as instituições de ensino superior com componentes curriculares específicos voltados para esse processo. Objetivo: identificar as principais dificuldades vivenciadas pelas Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT‘s) que atuam nos hospitais da rede pública de Belém-Pa. Métodos: pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa. Foram selecionadas cinco instituições hospitalares da região metropolitana de Belém-Pa de acordo com a classificação descrita no artigo 14 da portaria nº 2.600/09, dessas somente duas possuiam essas comissões em pleno funcionamento. Participaram da pesquisa os coordenadores das CIHDOTT‘s. A técnica de coleta de dados foi entrevista semi dirigida. Para preservar a confidencialidade as falas foram substituidas por codinomes com as seguintes denominações: ―CIHDOTT coração‖ e ―CIHDOTT pulmão.‖ A pesquisa foi realizada seguindo as normas que regulamentam pesquisa envolvendo seres humanos contidas nas Resoluções nº 466/12 do CONEP. Resultados/Discussão: das cinco instituições selecionadas somente duas possuem CIHDOTTs em funcionamento, revelando uma disparidade entre a legislação vigente e o cenário de Belém. A pesquisa revelou que muito ainda precisa se caminhar, para alcançar um grau de excelência de doação e transplante. Como fatores limitantes, observou-se a falta de conhecimento de alguns profissionais em relação ao protocolo de Morte Encefálica, relatado pela coordenadora da CIHDOTT coração ―Nosso maior problema é a falta de capacitação, desconhecimento ou envolvimento de alguns médicos, quando nós temos uma ME, no sentido de poder colaborar pra abrir o protocolo”; falta de engajamento das equipes em relação ao processo doação e o preconceito com os possíveis doadores com diagnóstico de ME enfatizado pelo coordenador da CIHDOTT pulmão ―Temos muito preconceito principalmente com o paciente de ME[...] por exemplo: o paciente evoluiu pra ME, os médicos, enfermeiros toda a equipe no geral, pensam; há o paciente é ME já morreu, no caso aqui na UTI eu tenho dez leitos, tem mais nove pacientes pra cuidar esse aqui já deixa um pouco de lado[...]”. Conclusão: O resultado que mais chama a atenção é que a prática dos profissionais distoa de forma negativa do que é preconizado nas legislações que versam sobre esse processo. Foi possível perceber a necessidade da sensibilização e educação contínua dos profissionais de saúde envolvidos no processo, iniciando desde a vivência acadêmica para melhor compreensão do processo de doação, o que, contribuirá de maneira positiva para a redução do tempo nas filas de transplantes. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 42 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA TRAJETÓRIAS DE UM GRUPO DE MULHERES EM BUSCA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS MAMÁRIAS Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins²; Itamar Reis Montelo2; Elisete Silva Amorim2; Rosilene Ferreira de Sousa3; Daniela Maria Nantes Boução3 1 Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico(a) de Enfermagem; 3Especialista em UTI³ [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: Atualmente, o câncer de mama constitui-se como um greve problema de saúde pública em todos os países do mundo, pois são grandes as dificuldades encontradas na práxis, no sentido de prevenir sua ocorrência e detecção precoce a nível de atenção primária. Essa patologia representa o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos nesse grupo. Estimativas para o Brasil no ano de 2014 foram de aproximadamente 576 mil novos casos, e embora seja considerado um câncer de bom prognóstico, trata-se da maior causa de morte entre as mulheres brasileiras, principalmente na faixa etária de 40 e 69 anos, com mais de 11 mil mortes/ano, isso porque na maioria dos casos a doença é diagnosticada em estádios avançados. O diagnóstico precoce das doenças mamárias pode ocorrer com êxito, se forem desenvolvidos programas de rastreamento organizados, e a ampliação do acesso à consulta especializada para essa clientela. Objetivo: objetivou-se com o presente estudo analisar a trajetória de um grupo de mulheres em busca do diagnóstico e tratamento de patologias mamárias em uma instituição privada conveniada com o Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: estudo exploratório, transversal de natureza quantitativa, no qual participaram 30 mulheres, sendo adotado como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado. A pesquisa foi realizada seguindo os pressupostos contidos na Resolução 466/2012CONEP que dispõe sobre a pesquisa envolvendo seres humanos. Resultados/Discussão: observou-se que a faixa etária foi de 16 a 49 anos com média de 31,5 anos. Analisando a história familiar e câncer de mama 10 (33,33%) responderam que sim e 20 (66,67%) responderam não. A cerca da sintomatologia, das 30 mulheres pesquisadas 6 (20%) relataram ter sentido dor na mama, 2 (6,67%) apresentaram edema seguido de dor, 3 (10%) referiu sinais flogísticos e, 19 (63,33%) descreveram que a detecção do nódulo foi por acaso. Em relação à realização de exames complementares das 30 mulheres, 22 (73,33%) fizeram ultrassonografia e 8 (26,67%) realizaram ultrassonografia e mamografia. O presente estudo mostra que o maior atraso na condução dos casos de patologias mamárias ocorreu entre a descoberta do nódulo mamário até a primeira consulta com o mastologista. Também sugere que um dos motivos de demora no diagnóstico está relacionado com a falta de conhecimento das mulheres acerca do problema e a não valorização das alterações. Conclusão: as pacientes com patologias mamárias sofrem atrasos em várias etapas do seu diagnóstico e tratamento. Em nosso meio, o maior atraso consiste no intervalo entre a primeira consulta e a intervenção cirúrgica. Prover uma gestão de qualidade do fluxo de atendimento para essas mulheres em geral é de suma importância, porém é imperativo que o sistema tenha meios e organização para atuar sobre as anormalidades encontradas neste grupo de pacientes. Acreditamos que assim reduziremos a progressão das patologias mamárias para estádios mais avançados e incuráveis. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 43 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA RISCOS OCUPACIONAIS: A ÓPTICA DE ENFERMEIROS QUE ATUAM NA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE BELÉM-PA Maicon de Araujo Nogueira1; Márcio Almeida Lins2; Elieni Santana de Abreu2; Joyce da Silva Pantoja2; Rosilene Ferreira de Sousa3 [email protected] 1 Enfermeiro Especialista em Urgência e Emergência; 2Acadêmico de Enfermagem; 3Enfermeira Especialista em UTI Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: as doenças profissionais constituem um grave problema de saúde pública em todo o mundo, mas historicamente os profissionais de saúde não foram considerados categoria de alto risco. Essa situação tomou novo rumo mediante vários estudos que confirmaram que os mesmos, principalmente os que trabalham nas unidades hospitalares, estão sujeitos a maior número de riscos ocupacionais do que outras categorias. Os trabalhadores de enfermagem estão expostos a inúmeros riscos ocupacionais causados por fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, que podem ocasionar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. O trabalho da enfermagem é caracterizado por exigências organizacionais múltiplas, sobrecarga de trabalho, situações conflitantes, tensão constante e estresse. Objetivos: identificar a percepção dos enfermeiros acerca dos riscos ocupacionais aos quais estão expostos no cotidiano de suas atividades laborais na Central de Material e Esterilização-CME. Métodos: trata-se de um estudo descritivo, exploratório, qualitativo. Resultados/Discussão: Observouse que os pesquisados encontram-se bem orientados e detém de conhecimentos fundamentais para a prevenção dos riscos ocupacionais. No que diz respeito aos riscos de maior exposição, é descrito que por se tratar de CME estão expostos com maior frequência a riscos químicos, físicos, ergonômicos e psicossociais. Demostrou-se o interesse dos gestores em diminuir a exposição e vulnerabilidade dos colaboradores. Ficou claro que tanto gestores quanto colaboradores entendem a importância de se prevenir a ocorrência de tais riscos, e que ambos estão engajados na causa. Conclusão: evidenciou-se a importância dos fatores ambientais e ergonômicos, os quais, de forma direta ou indireta proporcionam um ambiente insalubre. Destaca-se a importância dos impactos econômicos e laborais ocasionados à instituição e aos profissionais, principalmente como causadores de absenteísmo e de sequelas. Verificouse que os fatores de riscos ambientais encontram-se presentes diariamente, cabendo aos gestores fazer uma avaliação dos mesmos de forma a minimizarem seus impactos. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 44 SESSÃO BANNER—CATEGORIA PESQUISA EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA TERAPIA RETROVIRAL Amanda Soares de Vasconcelos1; Vinícius Maia dos Santos2; Erilene Cristina da Silva Furtado2; Leila Pinheiro2; Elicleia Marques2; Sandro Percário3 1 Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 2Acadêmico de Biomedicina; 3Livre-docente em Ciências [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ); Universidade Federal do Pará (UFPA) Introdução: A introdução da terapia antirretroviral é considerada o cuidado padrão global no tratamento da infecção pelo HIV. Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao tratamento, o uso prolongado desses medicamentos traz consigo efeitos adversos decorrentes como um quadro de estresse oxidativo sistêmico. Além da alta produção de radicais livres, os indivíduos HIV positivos apresentam uma redução na sua capacidade antioxidante total, consequência da própria infecção e também pela baixa capacidade de absorção dos micronutrientes. Neste contexto, muitos alimentos, dentre eles os cogumelos da ordem Agaricales, são ricos em micronutrientes e possuem como uma de suas propriedades a atividade antioxidante. Sendo assim, a suplementação alimentar de micronutrientes com atividade antioxidante poderia ser um complemento ao tratamento dos indivíduos infectados com sinais e sintomas da doença causada pelo HIV. Objetivo: verificar o efeito da suplementação nutricional do cogumelo Agaricus sylvaticus sobre as alterações oxidativas em adultos infectados pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral. Métodos: Para realizar este estudo, selecionou-se 24 adultos entre 21 e 50 anos de idade, de ambos os sexos que receberam a suplementação de Agaricus sylvaticus por um período de seis meses. Foram obtidas amostras de sangue antes do início da suplementação e após seis meses de uso da mesma e fez-se análise dos marcadores do estresse oxidativo, as Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS). Resultados/Discussão: Observou-se que os valores de TBARS nos indivíduos que receberam a suplementação de Agaricus sylvaticus diminuíram de forma significante após os seis meses de ingesta do suplemento. Tais resultados indicam que a suplementação antioxidante de Agaricus sylvaticus pode amenizar o estresse oxidativo caracterizado por aumento das Espécies Reativas de Oxigênio e diminuição da capacidade antioxidante observada nos indivíduos infectados pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral. Conclusão: Os resultados sugerem o envolvimento do estresse oxidativo nas alterações causadas pela infecção por HIV e pelo uso da terapia antirretroviral, sendo que o uso de uma suplementação antioxidante provavelmente ajudaria a amenizar as consequências do estresse oxidativo sobre a fisiopatogenia desta doença. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 45 SESSÃO BANNER—CATEGORIA EXTENSÃO BIOMEDICINA NA ESCOLA: A UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL Lívia Trindade Lobo1; Bruna Pedroso Tamegão Lopes2; Andréa Luciana Soares da Silva2; Katarine Antônia dos Santos Barile2; Etiane Prestes Batirola3. 1 Doutora em Química; 2Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários; 3Mestre em Odontologia. [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) Introdução: O processo de formação de estudantes do ensino superior tem como finalidade preparar para o exercício profissional. A extensão universitária é um instrumento que permite o contato imediato do discente com a comunidade externa, estabelecendo uma relação dialógica baseada na troca de saberes. O projeto ‗Biomedicina na Escola‘ é um instrumento de ensino-extensão, cujo objetivo é permitir que discentes do Curso de Biomedicina, da FAMAZ, atuem junto a uma comunidade escolar de ensino fundamental e médio, visando à promoção a saúde. Objetivo: Desenvolver a conscientização da importância individual na resolução de problemas comunitários a fim de dar conta de situações e/ou problemas sociais e de saúde, para formação de um profissional mais consciente e preparado a situações que envolvam doenças emergentes e endêmicas com orientação de medidas concretas que promovam saúde e bem estar ao meio social que esteja inserido. Métodos: As atividades do projeto foram realizadas na E.E.E.F.M. Pinto Marques, aos sábados, e incluíram 141 discentes (8ª série do ensino fundamental). Resultados/Discussão: Os discentes do curso de Biomedicina foram responsáveis pela elaboração/definição do material didático e pela apresentação oral-dialogada de temas previamente definidos, de acordo com a orientação do coordenador do projeto e outros docentes envolvidos. Dentre os participantes, 43,3% (61/141) realizaram a avaliação do projeto, sendo que 75,4% (46/61) consideraram as atividades propostas excelentes e 93,4% (57/61) gostariam de ter mais atividades na escola como as executadas pelo projeto. Conclusão: O projeto „Biomedicina na Escola‟ permitiu, através de metodologias ativas, explorar e construir conhecimentos, junto aos discentes da E.E.E.F.M. Pinto Marques, favorecendo a promoção a saúde, bem como, reforçou a importância do desenvolvimento de competências/habilidades entre os discentes do curso de Biomedicina, reconhecendo o papel do biomédico, no pensar e intervir no processo saúde-doença junto à comunidade, reforçando a atuação com base na responsabilidade social. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 46 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS PELA ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Aline de Lima Carvalho Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Adilson Pinheiro de Castro Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Jocastra Silva Sousa Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Maria Silvana Lola de Oliveira Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Luci Selma Ferreira de Freitas Farias Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Maria Rute de Souza Araújo Mestre em Enfermagem Faculdade Metropolitana da Amazônia Euzébio Oliveira Doutor em Medicina Tropical e-mail: [email protected] Universidade Federal do Pará INTRODUÇÃO A partir de muitas práticas comunitárias e reflexões de cunho teórico e acadêmico, foram surgindo as bases do que hoje se constitui Educação Popular em Saúde, isto é, uma conjunção de saberes, vivências e práticas que se opõem à situação de opressão e exclusão social existente, apostando na construção do inédito viável. Esse processo imprime direcionalidade política às práticas de educação popular em saúde para um projeto de sociedade, no qual a saúde se insere como direito de cidadania e dever do Estado (BRASIL, 2012). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 47 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA A educação popular em saúde vem permitindo ao enfermeiro e aos profissionais de saúde incorporar os aspectos da subjetividade dos indivíduos, além de oferecer oportunidade de potencializar construções e experiências coletivas e inovadoras do modelo tradicional de educar. No entanto, os profissionais da saúde passaram a implantar e implementar a metodologia da educação popular no seu cotidiano de trabalho, nas suas atividades como sala de espera, consulta de enfermagem e nos grupos de educação em saúde (JAHN et al, 2012). A educação em saúde representa um importante instrumento facilitador para a capacitação da comunidade, contribuindo para a promoção da saúde. Assim, trabalhadores de saúde e usuários precisam estabelecer uma relação dialógica pautada na escuta terapêutica, no respeito e na valorização das experiências, das histórias de vida e da visão de mundo. Para desenvolver estas ações, é necessário o conhecimento destas práticas educativas por parte destes trabalhadores, considerando que é essencial conhecer o olhar do outro, interagir com ele e reconstruir coletivamente saberes e práticas cotidianas (CERVERA; PARREIRA; GOULART, 2011). Em dezembro de 1998, profissionais de saúde e algumas lideranças populares criaram a Rede Nacional de Educação Popular em Saúde, contando com apoio institucional da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Apresentava como objetivos a formação ampliada de trabalhadores da saúde na perspectiva da Educação Popular; a apuração da metodologia adequada à conjuntura; a busca de integração mais intensa entre os diversos profissionais e lideranças populares envolvidos em práticas educativas espalhadas na América Latina e a luta pela reorientação das políticas sociais para torná-las mais participativas (BRASIL, 2012). A Política Nacional de Educação Popular em Saúde foi pauta das reuniões a partir da problematização da realidade vivenciada na saúde pelos atores sociais, construindo um processo de trabalho democrático e participativo em sua formulação e muitos caminhos foram percorridos pelos movimentos e educadores populares, que fazem parte da trajetória de conquista, que proporcionam as bases para a implementação da PNEPS. Este Relato de Experiência tem como proposta evidenciar o desenvolvimento de tecnologias educacionais em saúde, realizadas em sala de aula, por acadêmicos de enfermagem, na intenção de aprimorar técnicas populares para facilitar o trabalho na Atenção Básica de Saúde. OBJETIVOS Produzir uma tecnologia para auxiliar o trabalho da enfermagem na Atenção Básica de Saúde e Educação Popular sobre o Calendário Nacional de Vacinação Infantil. MÉTODOS O presente estudo é uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. A motivação para realização dessa atividade partiu da identificação, por parte da discente da disciplina Assistência de ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 48 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Enfermagem à Saúde da Criança e do Adolescente, da necessidade de se desenvolver tecnologias educacionais que pudessem ser utilizadas para capacitar os profissionais da Atenção Básica em Saúde, bem como a população, no que diz respeito ao Calendário Nacional de Vacinação Infantil. A turma do sexto período de enfermagem noturno foi dividida em cinco grupos e cada grupo deveria expor uma ferramenta de tecnologia educacional produzida pelos próprios acadêmicos, ao restante da turma e posteriormente redigir um relato de experiência para ser entregue a orientadora, de forma que fosse integrado à avaliação da disciplina naquele bimestre. Devido a isto, a atividade foi realizada no dia 23 de março de 2015 (segunda-feira) de 19:00hs às 20:30hs, em sala de aula da própria Instituição de Ensino Superior da Faculdade Metropolitana da Amazônia - FAMAZ, na cidade de Belém, Estado do Pará. O material utilizado foi: uma apresentação em Power Point, contendo uma paródia sobre o esquema de imunização contra a Poliomielite, na qual o ritmo original foi extraído da Letra ―ACELERAÊ‖, interpretado pela cantora Ivete Sangalo, montado pelos acadêmicos com informações objetivas, precisas e direcionadas ao esquema contra Pólio e a Campanha de Imunização, de forma científica e lúdica com objetivo de chamar atenção e fixar as informações que foram disseminadas naquela atividade. Esta letra e ritmo original foi selecionado pelo grupo, por ser de conhecimento popular, envolvente e de fácil acesso pela veiculação através das mídias. A tecnologia educacional foi deixada no Computador da Instituição para consultas futuras e norteamento das atividades acadêmicas realizadas durante o decorrer da disciplina. A atividade envolveu momento de lazer e descontração do grupo com os demais acadêmicos, estreitando os laços e aumentando a credibilidade entre os profissionais. Os 02 professores orientadores e coordenadores da ação supervisionaram o material utilizado, realizaram reuniões com os acadêmicos antes e após a Apresentação da Tecnologia, com o intuito de instruir, nortear, coletar e analisar os dados qualitativos obtidos, direcionando a melhor forma de abordagem que se adequasse tanto aos estudantes como, futuramente, a profissionais de uma Estratégia Saúde da família e a população atendida pela mesma, e no final solicitaram Relatório contendo todas as informações sobre o decorrer da Atividade. RESULTADOSS/DISCUSSÃO Os acadêmicos durante todo momento da realização da atividade com a tecnologia educacional mostraram-se atentos e interessados ao tema abordado, participando ativamente com questionamentos, relatos de casos e trocas de experiências em relação aos melhores formas de divulgação de informações pertinentes a comunidade e ao público alvo da Tecnologia Educacional criada, público este com suas peculiaridades, visto que se trata de profissionais da atenção básica de saúde, contendo um certo entendimento sobre o tema norteador, bem como a população amparada, que em sua maioria é desprovida de educação de qualidade e orientações sobre a manutenção de sua própria saúde, devendo ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 49 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA portanto, ser abordado de forma adequada para que se repassem as informações sobre a prevenção contra Poliomielite e sobre a Campanha de Imunização. CONCLUSÃO Portanto, abordar a temática da produção e utilização da Tecnologia Educacional durante o processo de formação acadêmica superior no curso de enfermagem, para auxiliar o trabalho de Enfermeiros da Atenção Básica de Saúde junto comunidade, foi a problemática que emergiu a partir do atual cenário sócio, histórico, político, econômico e cultural em que as teorias e práticas de saúde se manifestam em nosso Estado. A partir de obras de autores sobre o tema, concordamos com o que escrevem quando dizem que: cabe ao enfermeiro melhor valorizar-se perante seus companheiros de classe, profissionais da equipe multidisciplinar e principalmente da população leiga, pois será a partir das práticas corretas e da disseminação das competências de enfermagem que a profissão será melhor valorizada. Todos os autores citados, concordam que a educação em saúde classifica-se como uma das intervenções potencialmente decisivas na promoção da saúde, pois se faz a partir da análise, problematização e proposição da própria equipe e comunidade, que se constituem como sujeitos do processo. Acreditamos que este estudo poderá contribuir para uma reflexão a respeito do tema na prática, podendo assim possibilitar a construção de um novo olhar sobre a educação em saúde, pautado em relações dialógicas e na valorização do saber popular. REFERÊNCIAS: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012, 26 p. CERVERA, D. P. P.; PARREIRA, B. D. M.; GOULART, B. F. Educação em Saúde: percepção dos enfermeiros da atenção básica em Uberaba-MG. Ciência e Saúde Coletiva. Minas Gerais, v. 16, n. 01, p. 1547-1554, 2011. JAHN, A. C. et al. Educação em Saúde Popular: Metodologia Potencializadora das Ações do Enfermeiro. Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria. Rio Grande do Sul, v. 02, n. 03, p. 547-552, set a dez 2011. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 50 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA CAPACITAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE COMO DIRETRIZ DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE Juliana Conceição Dias Garcez Mestre em Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Euzébio Oliveira Doutor em Medicina Tropical [email protected] Universidade Federal do Pará Rodrigo Conceição Mendes Especialista em Matemática do Ensino Básico [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Thais Monteiro Goes Mestre em Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Aline de Lima Carvalho Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Luci Selma Ferreira de Freitas Farias Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Selma Maria Borges Araújo Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ RESUMO: Pesquisas comprovam que a Política de Humanização parte de conceitos e dispositivos que visam à reorganização dos processos de trabalho em saúde, propondo centralmente transformações nas relações sociais, que envolvem trabalhadores e gestores em sua experiência cotidiana de organização e condução de serviços e transformações nas formas de produzir e prestar serviços à população. Diversos trabalhos tratam a PNH como uma estratégia de qualificação da atenção e gestão do trabalho, a humanização almeja o alcance dos usuários e também a valorização dos trabalhadores; seus indicadores devem, portanto, refletir as transformações no âmbito da produção dos serviços (mudanças nos processos, organização, resolubilidade e qualidade) e da produção de sujeitos (mobilização, crescimento, autonomia dos trabalhadores e usuários). Para o Ministério da Saúde, o agente comunitário de saúde é um trabalhador que faz parte da equipe de saúde da comunidade onde mora. É uma pessoa preparada para orientar famílias sobre cuidados com sua própria saúde e também com a saúde da comunidade. O presente relato de experiência, tem como objetivo expor as trocas de experiências que ocorreram durante a Capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde de uma Unidade de Saúde da Família no Município de Belém do Pará em 2014, sobre o Papiloma Vírus Humano – HPV e Campanha Nacional de Imunização. Palavras-Chaves: Política. Humanização. ACS. HPV. Enfermagem. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 51 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA INTRODUÇÃO A Política Nacional de Humanização (PNH) tem proposto a si própria a condição desafiadora de se constituir efetivamente como uma política pública, o que requer estratégias para a sua própria constituição como movimento social e político (BRASIL, 2010). ―A Política de Humanização tem compreendido, em sintonia com as discussões atuais nos espaços de gestão e acadêmico, que a atenção básica é espaço significativo para a qualificação do SUS como política pública‖ (BRASIL, 2010, p. 07). Os profissionais de saúde que atuam diretamente na Atenção Básica devem estar preparados para abordar o tema, pois esta passa a ser compreendida como espaço de produção de mudanças no sistema de saúde, como elemento organizador e articulador do cuidado em saúde, o que se apresenta ainda como um enorme desafio aos sistemas de saúde. Por humanização compreendemos a valorização dos di-ferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde, inclusive a do Agente Comunitário de Saúde (ACS), cuja discussão do perfil, atribuições e competências é um pouco polêmica e ainda não se conseguiu determiná-los de maneira clara e efetiva (TOMAZ, 2002). A atribuição fundamental do ACS é servir de elo entre a comunidade e o sistema de saúde, que podem ser resumidas no tripé: identificar sinais e situações de risco, orientar as famílias e comunidade e encaminhar/ comunicar à equipe os casos e situações identificadas, contudo por falta de uma clara delimitação de suas atribuições, seu papel tem sido distorcido, sobrecarregando seu trabalho. O ACS não é e não deve ser um super-herói! Suas atribuições devem ser claramente estabelecidas, como profissional, como parte de uma equipe de saúde (TOMAZ, 2002). Posto isto, o presente relato de experiência visa revelar como o acadêmico de enfermagem pode se utilizar do processo de educação, que, diga-se de passagem, é uma das atribuições do Profissional Enfermeiro, devidamente justificado por uma das diretrizes de uma Política Nacional de Humanização, para valorizar, dignificar, incentivar, atribuir qualidade a um grupo de profissionais da área da saúde, que estará futuramente sob sua gestão na área da atenção Básica em Saúde. Dados epidemiológicos implicaram há muito tempo um agente sexualmente transmissível, atualmente conhecido como HPV (Papiloma Vírus Humano), sendo principal causador do carcinoma cervical. Por essa descoberta, a associação da presença dos HPV‘s de alto risco com o desenvolvimento oncogênico, Harald zur Hausen recebeu o Prêmio Nobel em 2008 (ROBBINS; COTRAN, 2010). A grande importância das pesquisas em relação HPV deve-se ao papel que desempenha no contexto das doenças sexualmente transmissíveis e na capacidade de causar doença crônica com potencial oncogênico (PASSOS et al, 2008). Os profissionais de saúde devem estar preparados para abordar o tema, que engloba desde a forma de transmissão do HPV até medidas preventivas como a vacinação, sendo esses processos realizados ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 52 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA por meio de mídias sociais, pelos meios de comunicação tradicionais, como campanha de massa, distribuição de materiais educativos e manuais, que estejam adequadamente elaborados aos diferentes públicos como professores, adolescentes, pais, responsáveis, população em geral (BRASIL, 2014). Na Região Norte, por ser a mais afetada pela doença, o Ministério da Saúde recomenda utilizar não só os espaços das escolas, mas também das unidades básicas de saúde, em especial às Estratégias Saúde da Família (ESF) com adaptação a realidade regional, para que se atinja o público alvo da Campanha de Imunização contra o HPV (BRASIL, 2014). Dessa forma, no que se refere à educação e capacitação do Agente Comunitário de Saúde (ACS), essa atividade priorizou: prestar orientações educacionais ao público alvo; promover interação e estabelecer vínculo respeitando a autonomia do profissional; detectar a melhor forma de abordagem do tema, de forma clara e objetiva; adaptar às informações sobre o tema para o grau de escolaridade, de forma com que os ACS se sintam envolvidos; ampliar a adesão do público alvo a Campanha de Imunização em Belém do Pará, com intuito de redução dos indicies alarmantes das doenças desencadeadas pela infecção por HPV em nossa Região, através da disseminação de informações e conhecimentos pelos Agentes Comunitários de Saúde na unidade saúde da família pesquisada. OBJETIVO Capacitar e promover trocas de experiências junto aos Agentes Comunitários de Saúde de uma Unidade de Saúde da Família no Município de Belém do Pará em 2014, sobre o Papiloma Vírus Humano – HPV e Campanha Nacional de Imunização. METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA A motivação para realização dessa ação partiu da identificação, por parte da enfermeira da Equipe da Estratégia Saúde da Família, da necessidade de capacitar e ampliar os conhecimentos dos ACS devido à proximidade do acontecimento da segunda fase da Campanha Nacional de Imunização contra o HPV, que ocorreu no dia 01 de setembro de 2014 e do interesse dos acadêmicos de Enfermagem que estavam em aula prática supervisionada sobre a Estratégia Saúde da Família e que se identificaram com o tema, bem como a atividade em si, pois configura uma das atribuições do enfermeiro, o que promoveu oportunidade de enriquecimento teórico/prático aos acadêmicos e aos ACS‘s. Devido a isto, a atividade foi realizada no dia 28 de agosto de 2014 (quinta-feira) de 9:00hs às 11:30hs, na sala multidisciplinar da própria Unidade de Saúde da Família, na cidade de Belém, Estado do Pará. Esta Unidade é contemplada por duas Equipes de Estratégia Saúde da Família, as quais lotam um total de 14 ACS‘s, participando da atividade de Capacitação um total de 12 ACS‘s. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 53 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA O material utilizado foi: Guia Prático de Perguntas e Respostas sobre o HPV para Profissional de Saúde produzido pelo Ministério da Saúde e uma tecnologia educacional em formato de painel impresso e montado pelas acadêmicas com informações objetivas, precisas e direcionadas ao HPV e a Campanha de Imunização, de forma científica e lúdica com objetivo de chamar atenção e fixar as informações que foram disseminadas naquela atividade. Tanto a tecnologia educacional como uma cópia impressa e encadernada no Guia do Ministério da Saúde foi deixada na Unidade após a Capacitação para consultas futuras e norteamento das atividades de busca ativa e recrutamento populacional realizada pelos ACS‘s. No final da Capacitação foi realizado um coffe break na sala multidisciplinar que envolveu momento de lazer e descontração das acadêmicas com os ACS‘s, estreitando os laços e aumentando a credibilidade entre os profissionais. Os professores orientadores e coordenadores da ação supervisionaram o material utilizado, realizaram reuniões com as acadêmicas antes e após a Capacitação com o intuito de instruir, nortear, coletar e analisar os dados qualitativos obtidos, direcionando a melhor forma de abordagem que se adequasse tanto aos ACS‘s como a estrutura que dispunha a Unidade e no final solicitaram Relatório contendo todas as informações sobre o decorrer da Capacitação. RESULTADOS Os ACS‘s durante todo momento da capacitação mostraram-se atentos e interessados ao tema abordado, participando ativamente com questionamentos, relatos de casos e trocas de experiências em relação aos melhores locais a se realizar a busca ativa e divulgação de informações pertinentes a comunidade e ao público alvo da Campanha Nacional de Imunização, público este com suas peculiaridades, visto que se trata de meninas entre 09 a 13 anos (infanto-juvenil) que deve ser abordado de forma adequada para que se repassem as informações sobre sua saúde e sobre a Campanha de Imunização, contudo sem despertar o interesse ao início precoce de uma vida sexual, já que ao falarmos de HPV estamos falando de uma Doença Sexualmente Transmissível – DST/IST. A adesão, o comprometimento e a satisfação relatada pelo grupo de ACS com a atividade realizada junto a estes, confirma que o profissional da área da saúde necessita estar amparado durante todo seu processo laboral, por Políticas Públicas de Saúde, como a Política Nacional de Humanização. A Atenção Básica é também considerada um lugar privilegiado de ensino-aprendizagem, um campo de práticas a ser consolidado e continuamente transformado a partir das experimentações concretas, inclusive pelo ensino formal (técnico, graduação e pós-graduação). Uma das propostas que a PNH faz, a partir de experiências concretas é a de que é possível construir uma ―zona de comunidade‖, um ―comum‖ entre os distintos interesses dos gestores, trabalhadores e usuários (BRASIL, 2010). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 54 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA CONCLUSÃO Portanto, abordar a temática da produção e utilização da Tecnologia Educacional durante Capacitação sobre a campanha de Imunização conta o HPV na USF do Parque Verde, para auxiliar o trabalho de Enfermeiros da Atenção Básica de Saúde junto aos Agentes Comunitários de Saúde, foi a problemática que emergiu a partir do atual cenário sócio, histórico, político, econômico e cultural em que as teorias e práticas de saúde se manifestam em nosso Estado. A partir de obras de autores sobre o tema, concordamos com o que escrevem quando dizem que: cabe ao enfermeiro melhor valorizar-se perante seus companheiros de classe, profissionais da equipe multidisciplinar e principalmente da população leiga, pois será a partir das práticas corretas e da disseminação das competências de enfermagem que a profissão será melhor valorizada. Através do estudo de bibliografias de diversos autores, foi possível entender que o Ministério da Saúde do Brasil implantou a Política Nacional de Humanização (PNH) da Atenção e da Gestão à saúde no sistema Único de Saúde, como uma possibilidade de qualificar o sistema de saúde vigente em que a humanização pode ser entendida como a valorização dos diferentes sujeitos envolvidos no processo de produção a saúde, quais sejam os usuários, os trabalhadores e os gestores. “De acordo com essa política, humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, melhoria dos ambientes de cuidado, e das condições de trabalho dos profissionais” (BECK et al, 2009, p. 55). REFERÊNCIAS BECK, C. L. C. et al. HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: percepção de enfermeiros nos serviços de saúde de um município. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 1, n. 30, p. 54 - 61, mar 2009. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia Prático de Perguntas e Respostas sobre o HPV para Profissional de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014, 44 p. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização e Gestão do SUS. O HumanizaSUS na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2010, 40 p. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização e Gestão do SUS. Cadernos HumanizaSUS Volume II. Brasília: Ministério da Saúde, 2010, 256 p. GOOGLE IMAGENS. Google Imagens. Disponível em: <http://www.google.com.br/ imghp>. Acesso em: 15 out. 2014. PASSOS, M. R. L. et al. Papilomavirose Humana em Genital, Parte I. DST – Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis. Rio de Janeiro, v. 20, n. 02, p. 108-124, 2008. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 55 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA ROBBINS, S. L.; COTRAN, R. S. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1458 p. TOMAZ, J. B. C. O Agente Comunitário de Saúde não deve ser um Super-herói. Comunicação, Saúde e Educação. Fortaleza, v. 6, n. 10, p. 75-94, fev 2002. Figura 1 – Logotipo da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde. Fonte:.https://www.RedeHumanizaSUS&ei=pgxIVOz3EInLgwSTyIKwAw&psi0 Figura 2 – Capacitação sobre HPV e Campanha de Imunização dos ACS de uma USF em Belém do Pará. Fonte: Acadêmicas de Enfermagem da FAMAZ. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 56 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA DISCIPLINA CONTABILIDADE AMBIENTAL E CONCEITOS DE ICMS ECOLÓGICO, RELATOS INTEGRADOS E BALANÇO CONTÁBIL DAS NAÇÕES: UM ESTUDO COMPARATIVO EM DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO EM BELÉM-PA Alinne Chaves Murrieta [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Ynis Cristine de Santana Martins Lino Ferreira [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Bruno Alencar da Costa [email protected] Universidade da Amazônia RESUMO : O presente artigo buscou verificar se os discentes do curso de Ciências Contábeis do 8º período possuem o conhecimento dos conceitos básicos da disciplina Contabilidade Ambiental e de alguns assuntos contemporâneos relacionados á problemática ambiental: ICMS Ecológico, Relatos Integrados e Balanço Contábil das Nações. Utilizou-se uma abordagem metodológica de caráter exploratório, com aplicação de questionários em duas Instituições de Ensino (IES) em Belém-PA, sendo adotado como procedimento científico o levantamento. O universo desta pesquisa corresponde a todos os discentes do matriculados no 8º período do Curso de Ciências Contábeis das IES pública e privada e a amostra foi de 57 discentes (13 da IES privada e 44 da IES pública),por se disponibilizarem em responder o questionário. O tratamento dos dados foi feito pelo software SPSS (Statistical Package for Social Science), por meio da estatística descritiva. Observouse que os discentes da IES privada possuem o domínio do conceito básico da disciplina contabilidade ambiental e dos assuntos contemporâneos e a maioria dos discentes da IES pública não possui estes conhecimentos citados anteriormente. Porém, ressalta-se que para os alunos da IES pública, no ano que ingressaram na graduação (2011), a disciplina contabilidade ambiental não era obrigatória na matriz curricular, sendo apenas optativa. Palavras-chaves: Contabilidade Ambiental. ICMS Ecológico. Relatos Integrados. Balanço Contábil das Nações. INTRODUÇÃO A problemática relacionada ao meio ambiente vem ganhando visibilidade. Observa-se atualmente que as organizações poluentes e ineficientes na gestão estratégica vêm constantemente agredindo o meio ambiente, ocasionando transformações no ecossistema, que causam impactos para toda a sociedade e para a própria organização. Diante dessa realidade, surgiram novos conceitos a respeito de proteção e preservação ambiental. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 57 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Partindo desse pressuposto, é notória a necessidade de desenvolver um processo educativo, que qualifique profissionais com conhecimentos mútuos e interdisciplinares, abordados em disciplinas como a contabilidade ambiental. O impacto das atividades empresariais no meio ambiente tornou-se visível, o que incentivou a população mundial a buscar soluções para os problemas ambientais. A partir da década de 1990 se desenvolveu os pressupostos da Contabilidade Ambiental como um conjunto de informações sobre as interações das organizações e o meio ambiente que modificam seu patrimônio. Para atingir o objetivo de fornecer informações úteis e relevantes aos usuários da informação contábil, a Contabilidade Ambiental abrange considerações sobre os mais diversos assuntos, de forma multi e interdisciplinar e pode tratar de como por exemplo: ICMS Ecológico (ICMS-E), Relatos Integrados, Balanço Contábil Das Nações, entre outros, colocando-se em pauta, informações necessárias para que haja um equilíbrio na preservação ambiental e social. Diante dos problemas ambientais e sociais, o presente artigo buscou identificar se os discentes do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis de duas Instituições de Ensino (IES) de Belém possuem o conhecimento do conceito básico de Contabilidade Ambiental e temas Contemporâneos. A CONTABILIDADE AMBIENTAL A constituição dos elementos naturais modificadas pelo homem desperta o interesse pelo conhecimento ambiental com a finalidade de procurar soluções de desperdício e preservação, minimizando os impactos ambientais que atingem, não só o meio ambiente, mas, também o ser humano. A aplicação da contabilidade e dos temas contemporâneos que envolvem a questão ambiental busca promover reflexões críticas, que influenciam nos problemas relacionados ao meio ambiente, pelo estudo das interações entre as atividades empresariais e as questões ecológicas. Segundo Ferreira apud Ferreira (2011, p. 53), É importante frisar que a Contabilidade Ambiental não se refere a uma nova contabilidade, mas a um conjunto de informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, as ações de uma entidade sobre o meio ambiente que modifiquem seu patrimônio. Esse conjunto de informações não é outra contabilidade, mas uma especialização. Com impactos ambientais ocasionados pelo homem, torna-se necessário a introdução de novos métodos que acompanhem a degradação ambiental, para produzir informações que auxiliem o aparecimento de vários temas dentro da contabilidade ambiental. O desenvolvimento da contabilidade ambiental é resultado da necessidade de oferecer informações adequadas às características de uma gestão ambiental, De acordo com Ribeiro (2010, p. 45), [...] o objetivo da Contabilidade Ambiental é identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiras que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, visando à evidenciação da situação patrimonial de uma entidade. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 58 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA A partir desse conceito, nota-se que o meio ambiente impõe certos deveres aos cidadãos, propiciando benefícios à sociedade, minimizando os impactos ambientais. As questões ambientais, ecológicas e sociais, hoje presentes nos meios de comunicação, vêm fazendo com que os contadores e os gestores empresariais passem a considerá-las nos sistemas de gestão e de contabilidade, dando ensejo ao reconhecimento da Contabilidade Ambiental. Todavia, essa contabilidade é ainda muito pouco utilizada nas empresas, mesmo no contexto mundial (KRAEMER; TINOCO, 2011, p 45). Portanto, a contabilidade ambiental tem por objetivo avaliar as informações econômicas da empresa, conforme sua responsabilidade social com o meio ambiente e contribuir para a preservação, proteção e recuperação de um ecossistema. Essa contribuição propicia informações regulares a sociedade e a entidade, acerca das ocorrências ambientais que causaram ou causam modificações na situação patrimonial da entidade (RIBEIRO, 2010). A contabilidade ambiental é um conjunto de informações que relatam adequadamente, em termos econômicos, as ações de uma entidade, relativas à área ambiental, que modificam seu patrimônio. Esse conjunto de informações é uma especialização, não uma nova contabilidade, estando relacionada estritamente a registros em relatórios financeiros dessas entidades (FERREIRA, 2003 apud FERREIRA, 2011). ICMS ECOLÓGICO Em nível internacional, atualmente somente o Brasil e Portugal (recentemente) instituíram transferências fiscais intergovernamentais para a conservação da biodiversidade. Destaca-se, porém, que em outros países (Suíça, Alemanha, Austrália, Indonésia), esses tipos de transferências têm sido propostos (SAUQUET; MARCHAND; FÉRES, 2014). O ICMS-E consiste na adoção de critérios ambientais na distribuição de ICMS pelos estados brasileiros aos municípios, de acordo com o disposto no art. 158 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). Assim, o ICMS-E advém da institucionalização de um novo imposto, e consequentemente, não há ônus financeiro para o estado e nem se configura no aumento da carga tributária aos contribuintes. Atualmente existem 15 experiências de utilização do ICMS-E no Brasil. O conceito de ICMS-E tem assumido diferentes conotações que, por sua vez, influenciam sua aplicabilidade nos estados que o assumem. Existe a conotação da compensação ambiental, onde o ICMS-E possui o objetivo de compensar municípios que possuem parcelas ou o todo de seus territórios ocupados por UC, mananciais de abastecimento de água e/ou terras indígenas. Os estados Brasileiros que utilizam este instrumento com essa lógica fazem uso do princípio do Protetor-Recebedor: ―[...] ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 59 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA possibilidade do agente público ou privado, que de alguma forma protege o bem ambiental em benefício da comunidade, receba uma compensação ou prêmio pela conservação ou proteção do bem ambiental‖ (SMITH apud MENDES, 2009). O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a instituir esse instrumento na década de 1990, e conforme Quadro 1, existem atualmente 17 experiências no Brasil. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 60 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA No Pará O ICMS Ecológico é denominado de ICMS Verde e Segundo IDESP (2013), considera para estabelecimento das cotas-parte de ICMS aos municípios, a adoção de medidas de mitigação do desmatamento, a existência de Áreas Protegidas e a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), compensando municípios que possuem áreas protegidas em seus territórios e objetiva incentivar aos municípios a adotarem iniciativas de conservação e desenvolvimento sustentável. Destaca-se que o ICMS Verde foi instituído pela Lei 7.638, de 12 de julho de 2012, regulamentada pelo Decreto 775, de 26 de junho de 2013 e pela Portaria SEMA 1.562, de 27 de junho de 2013. Para receber o ICMS Verde é requisito que o munícipio possua um Sistema de Gestão Ambiental com no mínimo: Conselho Municipal de Meio Ambiente, de caráter deliberativo e composição socialmente paritária; Fundo Municipal de Meio Ambiente; Órgão público administrativo executor da Política Municipal de Meio Ambiente; Instrumentos de política pública necessárias à plena execução da Política Municipal de Meio Ambiente (IDESP, 2013). RELATOS INTEGRADOS A classe contábil possui um padrão de excelência na criação de comunicação. Desde 1930 até hoje, há um histórico bem sucedido da evolução contábil de maneira clara e, especialmente, quanto à normatização, cuja dificuldade não está na norma, mas sim, na transação. O primeiro evento mundial relacionado ao meio ambiente ocorreu em 1972, denominado de Conferencia de Estocolmo. Anos depois, foi promovida a RIO-92 e duas décadas depois a RIO+20, que resultou em um documento com título ―The Future We Want‖, cujo parágrafo 47 reconhece o Relato Integrado. O Relato Integrado é relativamente novo no mundo da comunicação corporativa e ganhou impulso significativo a partir de 2004. O Conselho Internacional de Relatórios Integrados (IIRC) o define como um processo fundado no pensamento integrado que resulta em um relatório integrado periódico por uma organização sobre a criação de valor ao longo do tempo e as comunicações relacionadas relativas a aspectos de criação de valor. Uma comunicação concisa sobre como a estratégia, governança, desempenho e perspectivas, de uma organização no contexto de seu ambiente externo, levam à criação de valor no curto, médio e longo prazo (SERAFEIM,2014). Nesse sentido, são integrados dados de financeiros, sociais e de sustentabilidade em um Relato Integrado. Segundo a IIRC (2014), visa: a) melhorar a qualidade da informação disponível a provedores de capital financeiro, permitindo uma alocação de capital mais eficiente e produtiva; b) promover uma abordagem mais coesa e eficiente do relato corporativo, comunicando os fatores que afetam, de forma material, a capacidade de uma organização de gerar valor ao longo do tempo; c) melhorar a responsabilidade pela e a gestão da base abrangente de capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, de relacionamento e natural) e fomentar o entendimento de suas interdependências e d) apoiar a integração do pensamento, da tomada de decisão e das ações que focam na geração de valor no curto, médio e longo prazos. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 61 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Porém, segundo Serafeim (2014), cresce o número de empresas que praticam algum tipo de relato integrado e cada vez mais investidores estão começando a usar os dados relatados. Porém, há uma compreensão muito limitada dos efeitos de do Relato Integrado, ou seja, a evolução de relatórios já existentes, em que há uma harmonia de comunicações coerentes de um relatório para o outro. BALANÇO CONTÁBIL DAS NAÇÕES (BCN) O BCN é uma metodologia para a elaboração de relatórios financeiros de países ou regiões, por meio do método inquired balance sheet (Kassai et al, 2010, p. 6) e da equação básica da contabilidade: ativo menos passivo é igual ao patrimônio líquido, composto por dados físicos (recursos florestais) e financeiros. Este método tem por objetivo evidenciar a conta que cada cidadão terá que arcar, direta ou indiretamente, diante dos fenômenos de mudanças climáticas globais, do aquecimento global e do aumento da concentração dos gases de efeito estufa. A metodologia demonstra situações de superávit ou déficit e permite reflexões individuais e coletivas sobre ações globais, regionais e locais em relação a políticas e mecanismos de preservação ambiental (KASSAI et al, 2010, p. 7). Segundo Feltran et al (2012), nos resultados evidenciados nos próprios BCN fica evidenciado que os Estados que possuem grande patrimônio florestal o substituem por sistemas pecuários ou agrícolas ineficientes com progressiva tendência de comportamento dispendioso em termos energéticos. Porém, Estados mais urbanizados consolidam suas riquezas em aumentos de consumo progressivo, incluindo neste a energia, com emissões, especialmente pela frota veicular e resíduos. MATERIAIS E MÉTODOS Esta pesquisa possui caráter exploratório. Uma pesquisa exploratória, segundo Gil (2010), tem como objetivo a formulação de questões ou de um problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a de construir hipóteses, Essas hipóteses, têm como propósito, buscar maior familiaridade com o problema. Primeiramente, foi realizada pesquisa bibliográfica nas principais fontes, teses, dissertações e artigos científicos por se tratar de temas contemporâneos. Segundo Gil (2010), a pesquisa bibliográfica tem como base fornecer informações de material já publicado dando suporte ao tema escolhido, os quais foram: Contabilidade Ambiental, ICMS Ecológico, Relatos integrados e Balanço Contábil das Nações. O procedimento científico a ser adotado para esta pesquisa foi o levantamento. Esse tipo de pesquisa é caracterizado pela interrogação direta, que formula perguntas, a fim de obter informações, dados, motivos e opiniões de um determinado grupo que desejaremos conhecer. O instrumento de coleta de dados para a pesquisa de campo utilizado foi o questionário fechado, aplicado em duas Instituições de Ensino em Belém-PA, uma pública e uma privada, para os alunos do 8º semestre do curso de Ciências Contábeis, supondo-se que possuem conhecimento para os temas ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 62 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA abordados (Contabilidade Ambiental, ICMS Ecológico, Relatos Integrados e Balanço Contábil das Nações). A escolha das IES pública e privada por se deu por serem universidades, tendo uma oferta de cursos maiores e um corpo docente de especialistas, mestres e doutores. O questionário fechado foi constituído por 8 perguntas, sendo 4 fechadas, sobre o perfil do entrevistado e 4, em que se buscou identificar se os discentes possuem o conhecimento dos conceitos básicos da disciplina contabilidade ambiental e dos assuntos contemporâneos que a envolvem. Para cada conceito foram apresentadas três alternativas, porém, os respondentes deveriam assinalar apenas a alternativa que julgassem correta, visto que, uma das alternativas foi entendida como correta, e as demais, incorretas. O universo desta pesquisa corresponde a todos os discentes do matriculados no 8º período do Curso de Ciências Contábeis das IES pública e privada. A amostra foi de 57 discentes, com 13 de IES privada e 44 da IES pública, por se disponibilizarem a responder o questionário. O tratamento dos dados foi realizado pelo software SPSS (Statistical Package for Social Science), através da estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa foi realizada em duas turmas do 8º Semestre do curso de Ciências Contábeis em dois turnos da IES Pública e Privada. Foram analisadas as respostas de 57 respondentes, sendo 13 (22,8%) de IES privada e 44 (77,2%) de IES pública. A Tabela 1 apresenta a tabulação do questionamento de que tipo de IES o discente está vinculado. A Tabela 2 demonstra que a maioria (52,60%) dos respondentes não participou de alguma disciplina associada à contabilidade ambiental. Na IES privada, 13 alunos (22,8% do total de respostas) responderam que a disciplina contabilidade ambiental foi ministrada, sendo obrigatória na matriz curricular. Na IES pública, dos 44 (77,2% do total de respostas) alunos respondentes, apenas 14 alunos (31,81% do total da IES pública) cursaram a disciplina contabilidade ambiental, sendo esta optativa na matriz curricular. Desta forma, a maioria dos discentes da IES pública não participou da aprendizagem ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 63 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA formal de contabilidade ambiental através de disciplinas ofertada no curso de graduação de Ciências Contábeis, ao passo que todos os 13 alunos respondentes frequentadores da IES privada (100%) cursou a disciplina de contabilidade ambiental. Segundo respondentes da IES Pública, em 2011, ano de ingresso dos mesmos na Universidade, a disciplina contabilidade ambiental não fazia parte do currículo obrigatório. A mesma era optativa, com número maior de discentes interessados em realizá-la do que vagas disponíveis. Desta forma, apenas a partir do ano de 2012, a disciplina em questão, passou a ser obrigatória na matriz curricular. A Tabela 3 evidencia a titulação dos docentes da disciplina contabilidade ambiental nas respectivas IES. Verificou-se que dos 57 (100%) respondentes, todos os 13 (22,8% do total de respostas) respondentes da Universidade privada apresentaram a titulação de Especialista para o docente, enquanto 14 (31,81%) da IES pública afirmaram que os docentes são Mestres e 30 (68,18%) da IES pública não souberam responder. Nenhuma das instituições pesquisadas apresentou docentes para a disciplina contabilidade ambiental com doutorado. Dessa forma, subentende-se que, dentre a amostragem pesquisada nas duas IES, não há oferta de docentes com níveis de titulação de doutores na área de contabilidade ambiental. Os resultados da Tabela 4 demonstram que dos 57 respondentes, 5 (11,36%) da instituição pública ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 64 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA responderam que o nível de satisfação com a disciplina contabilidade ambiental é insuficiente, enquanto nenhum dos alunos matriculados instituição privada indicou tal nível de satisfação. Para o nível regular, apenas 1 (7,69%) da universidade privada e 4 (9%) da pública, indicaram tal nível. 8 (61%) da IES privada e 6 (13,63%) da IES pública responderam que o nível é Bom. Na IES Pública 2 (4,54%) responderam que o nível é Excelente e na IES privada 4 (30,77%). Destaca-se que 27 (61,36%) da IES pública não quiseram opinar, sendo tal abstinência explicada pela significativa quantidade de alunos que não frequentaram a disciplina. Observou-se um grau de satisfação mais homogêneo na IES privada, na qual cerca de 91% dos alunos demonstram estarem satisfeitos com a disciplina ministrada. Já na IES pública a situação evidenciada denota maior complexidade de análise considerando a maior amplitude entre os níveis de satisfação no que concerne à disciplina. O Gráfico 1 demostra a percepção dos discentes em relação ao assunto contabilidade ambiental. Dos 57 (100%) respondentes, 3 (23%) da Instituição privada e 31 (70,45%) da pública não souberam responder sobre o conceito de contabilidade ambiental. Porém, 10 (77%) da IES privada e 11 (25%) da pública responderam corretamente ao questionamento. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 65 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Em relação ao tema contemporâneo ICMS Ecológico (Gráfico 2), dentre 57 (100%) respondentes, 9 (69,23%) da IES privada e 40 (90,9%) da IES pública não souberam responder sobre o que trata o conceito de ICMS Ecológico. Em contrapartida, 4 (30,77%) da Universidade privada e 4 (9,09%) da pública responderam corretamente sobre o que trata o ICMS Ecológico. O Pará implementou o ICMS Ecológico em 2013, assim, dada sua implementação recente, esse quadro demonstra uma fragilidade e ao mesmo tempo necessidade de se tratar desse tema em sala de aula. No Gráfico 3, demonstra o domínio do conceito dos discentes em relação ao assunto Relatos Integrados. Dos 57 (100%) respondentes, 10 (76,92%) da universidade privada e 37 (84,09%) da pública não souberam responder. Somente 3 (23,07%) da IES privada e 7 (15,90%) da pública conceituaram corretamente Relatos Integrados. O Gráfico 4 demonstra o conhecimento dos discentes sobre o conceito do BCN. Entre 57 (100%) respondentes, 6 (46,15%) da Instituição privada e 40 (90,90%) da pública não souberam conceituar. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 66 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Porém, 7 (53,84%) da privada e 4 (1,0%) da universidade pública responderam corretamente sobre o conceito de Balanço Contábil das Nações. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada constatou carência no conhecimento dos discentes em relação aos assuntos básicos da disciplina Contabilidade Ambiental e sobre os temas contemporâneos, tendo como universo todos os discentes regularmente matriculados nas IES pesquisadas, que cursam o 8º período de Ciências Contábeis. Ficou evidenciado que os discentes da IES privada possuem um maior nível de conhecimento em relação aos assuntos abordados nessa pesquisa (Contabilidade Ambiental, ICMS Ecológico, Balanço Contábil das Nações e Relatos Integrados) do que os discentes da universidade pública, podendo ser explicado pela aprendizagem formal da disciplina Contabilidade Ambiental de forma obrigatória na grade curricular da IES privada. Essa pesquisa limitou-se a identificar e descrever o domínio que os discentes de duas IES de Belém possuíam sobre o conceito de contabilidade ambiental e sobre os temas contemporâneos. Sugere -se para pesquisas futuras uma abordagem qualitativa para identificar as causas do não domínio pelos alunos dos conceitos e, além disso, sobre o processo ensino aprendizagem, formação do docente da disciplina, condições de trabalho e qualidade do material utilizado. Principalmente para o Estado do Pará, inserido em um ambiente de complexidade pela necessidade de equilíbrio entre a preservação ambiental e desenvolvimento, fica evidente a necessidade de reformulação da do processo de ensino-aprendizagem nas IES, tendo em vista o fato de que apesar da regulamentação do ICMS Ecológico no Pará, os discentes questionados não dominavam esse conceito. Assim, além da Contabilidade Societária, é pertinente a inserção da Contabilidade Ambiental, indo além do tradicional, abordagem de conceitos de ativo e passivo ambiental, mas abrangendo na prática assuntos contemporâneos que envolva a contabilidade ambiental. Entende-se também que seja necessária, tendo em vista o melhor desempenho dos alunos da IES privada, a inclusão da disciplina Contabilidade Ambiental como obrigatória nas matrizes curriculares, para ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 67 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA que todos os discentes tenham a oportunidade da aprendizagem formal em contabilidade ambiental em um processo educativo que vise profissionais qualificados com conhecimento mútuos e interdisciplinares. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Disponível em: < www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm> . Acesso em: 12 out. 2014. FELTRAN, Barbieri et al. Deterioração Energético-Ambiental dos Estados Brasileiros: evidências empíricas segundo seus Balanços Contábeis de 2002-2008. In: Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 16., 2012, São Paulo. Anais... São Paulo/SP. FERREIRA, Y. 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ICMS Ecológico: Análise do Desenho Brasileiro de um Subsídio Ambiental. 2006. 98 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura, Universidade de Brasília, Brasília, 2006. RIBEIRO, Maísa de Souza. Contabilidade Ambiental. 2. ed. [S.n.: S.l.], 2010. SAUQUET, Alexandre; MARCHAND, Sébastien; FÉRES, José Gustavo. Protected areas, local governments, and strategic interactions: The case of the ICMS-Ecológico in the Brazilian state of Paraná. Ecological Economics, Vol.107, p.249-258, 2014. SERAFEIM, George. Integrated reporting and investor clientele. Harvard Business School Accounting & Management Unit Working Paper, n. 14-069, 2014 TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e Gestão Ambiental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 68 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA BRINCANDO E APRENDENDO: ATIVIDADE EDUCATIVA EM SALA DE AULA PARA OBTER MAIOR ENTENDIMENTO E APRENDIZADO SOBRE O CALENDÁRIO DE VACINAS. Maria Rute de Souza Araujo mrutearaujo@ hotmail.com Faculdade Metropolitana da Amazônia Helem do Socorro Macedo dos Santos [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Mayra Sunamita Pardauil Silva Farias de Freitas [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Sibelle Machado Barreirinhas Figueiredo [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Ezequias da Silva Trindade [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Joseane Socorro da Silva Lameira [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Nelma Franco [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Luci Selma Ferreira de Freitas Farias Luci [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Aricélia de Sarges Lima [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Erika de Nazareth teles da Rocha [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia RESUMO: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido a partir da proposta da Disciplina Enf. na Atenção a criança e adolescente do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia, sendo o foco principal o assunto Vacinas. Teve como objetivo facilitar o entendimento e o aprendizado do discente sobre o calendário de vacinas, de forma criativa, lúdica e interativa com a turma. Palavras chave: Enfermagem; vacinas; prevenção. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 69 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA INTRODUÇÃO Desde o começo da humanidade o ser humano era e é um ser criativo, nascendo com essa habilidade, a qual pode ser desenvolvida através do meio em que vive, independente da cultura e do desenvolvimento interno de seu ser, assim explorando e estimulando sua criatividade em seu cotidiano (SANS, 2001). A criança como um ser em profunda aprendizagem, tem mais facilidade para o senso de observação e em diversas ocasiões, chama atenção de pormenores observados pelos adultos, por tanto usando sua liberdade de expressão e de indagação, conclui com ajuda dos adultos suas aprendizagens e desenvolve sua expressão ao ver o mundo (SANS, 2001). A arte desenvolve o pensamento artístico, deixando o particular dar sentido às experiências do exterior, onde a criança aumenta a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. A criança sem o conhecimento das artes tem uma aprendizagem limitada, escapando o faz-de-conta, as cores do seu mundo, os gestos e as luzes (BRASIL, 1997)dentro da lógica da promoção de saúde bucal. O objetivo desse estudo centra-se na divulgação da experiência educativa em saúde bucal, realizada no âmbito da disciplina de Tópicos Integradores I, do Curso de Enfermagem, da Faculdade Metropolitana da Amazônia – FAMAZ. imaginação. A criança sem o conhecimento das artes tem uma aprendizagem limitada, escapando o faz-de-conta, as cores do seu mundo, os gestos e as luzes (BRASIL, 1997). A Educação em Saúde no Brasil possui dois pressupostos, sendo primeiro referente às medidas preventivas e curativas que visam à obtenção da saúde e o enfrentamento das doenças. Já, o segundo diz respeito às estratégias da promoção da saúde e objetiva a construção social da saúde e do bem estar. (VIANNA; FIGUEIREDO, 2012). OBJETIVOS O objetivo desde estudo foi de facilitar o entendimento e o aprendizado dos discentes sobre o calendário de vacinas, de forma criativa, lúdica e interativa com a turma . METODOLOGIA Esta atividade foi desenvolvida com o objetivo de facilitar um melhor um melhor entendimento e aprendizado sobre o conteúdo de vacinas da Disciplina.Foi desenvolvida em sala de aula, com a participação da turma do 6º período de Enfermagem do turno vespertino, sendo a prática demonstrada por uma equipe contendo 08 oito, acadêmicos. Foram determinadas algumas etapas para o desenvolvimento da atividade, levando-se em consideração o aprimoramento do conhecimento sobre o conteúdo e a apreensão da atenção da turma no momento proposto. Primeiramente foi reunido com a equipe para analisar qual o melhor método para ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 70 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA abordar o assunto, chegando-se à conclusão de que cores e figuras associadas ao conteúdo seria a melhor proposta. Em seguida analisamos qual figura iria se relacionar melhor com cada vacina e qual a melhor cor a ser utilizada. Partiu-se então para a escolha do material, aonde chegamos à conclusão que o eva seria a melhor proposta levando-se em consideração que a apresentação seria na forma de painel. A equipe então se reuniu para a confecção do painel, onde um grupo realizava os desenhos e outro grupo fazia o resumo do conteúdo teórico a ser escrito no eva. Por fim o painel foi montado em sala de aula, exposto pela equipe e disponibilizado para os integrantes da turma. RESULTADOS Foi possível perceber a atenção e a interação da turma com a equipe durante a exposição do painel e ficou evidenciado grande interesse em obter fotos do mesmo para ser usado como material de estudo para as avaliações. CONCLUSÃO Considerando que a proposta baseava-se na criatividade, concluímos que a associação de figuras e cores ao conteúdo em estudo, proporciona um melhor entendimento e assimilação do mesmo, levando o discente a desenvolver maior interesse pelo assunto em foco. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. GRANGEIRO, G.P.; ALMEIDA, P.V.B.; DOMINGUES, C.M.; SILVA, R.C.M.S. Caderneta de saúde da criança. 9. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. SANS, P.T. C. Pedagogia do Desenho Infantil. São Paulo: Átomo, 2001. VIANA, D.L.; LEÃO, E.R.; FIGUEIREDO, N.M.A. Especializações em Enfermagem – Atuação, intervenção e cuidados de Enfermagem. Vol. II. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2012. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 71 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA CUIDANDO E BRINCANDO: UM PROJETO DE ENFERMAGEM FUNDAMENTADO NA POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO E CULTURA TRADICIONAL ALIMENTAR EM COTIJUBA, 2013 Juliana Conceição Dias Garcez Mestre em Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Euzébio Oliveira Doutor em Medicina Tropical [email protected] Universidade Federal do Pará Rodrigo Conceição Mendes Especialista em Matemática do Ensino Básico [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Thais Monteiro Goes Mestre em Enfermagem [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Aline de Lima Carvalho Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Luci Selma Ferreira de Freitas Farias Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ Selma Maria Borges Araújo Acadêmica de Enfermagem da FAMAZ RESUMO: O Direito Humano à Alimentação Adequada é composto por duas partes inseparáveis. Toda a pessoa tem o direito de estar livre da fome e da má-nutrição e, além disso, ter acesso a uma alimentação adequada. Este direito não deve ser interpretado no sentido estrito ou restritivo, equacionando-o em um pacote de calorias, proteínas e outros nutrientes. A importância da escola como espaço de produção de saúde, autoestima, comportamentos e habilidades para a vida de seus alunos, funcionários e comunidade, ou seja, como sendo o espaço propício à formação de hábitos alimentares saudáveis e à construção da cidadania. Entende-se que o ambiente escolar e não apenas a alimentação como indutor de práticas alimentares saudáveis, a avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em curto, médio e longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha e insere em um de seus eixos as Ações de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação regional. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 72 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Os acadêmicos conseguiram realizar em torno de aproximadamente 300 atendimentos, entre crianças e adolescentes com idade variando entre 5 a 16 anos, o que originou uma amostra significativa para dar a devida credibilidade a este relato de experiência. A alimentação e nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento humano com qualidade de vida e cidadania. Desta forma, promover saúde passa necessariamente pela eliminação da forme, da má nutrição e dos agravos relacionados ao excesso de peso, meta essencial para a qualidade de vida das coletividades. Palavras-Chaves: Política. Alimentação. Regionalização. Enfermagem. INTRODUÇÃO Segundo Brasil (2013), a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS) foi apresentada e aprovada no Conselho Nacional de Saúde, na reunião de julho de 2012 e em 2013 foi apresentada no Grupo Técnico de Gestão da Comissão Intergestores Tripartite para discussão e pactuação na CIT. No Brasil o campo da saúde, a emergência da Educação Popular ocorre especialmente a partir da década de 1970, no contexto da inacessibilidade das camadas populares aos precários serviços públicos, da inserção marginal no mercado de trabalho que excluía os trabalhadores dos benefícios da seguridade social (previdência, assistência social e 6 saúde), bem como das péssimas condições de renda, moradia e alimentação. As organizações populares que conseguiam algum nível de organicidade apresentavamse como focos de resistência social, além de representar coletivos de luta e mobilização contra a opressão política e o cerceamento das liberdades civis. Diante desta realidade foi desencadeado um processo de mobilização política paralelo ao processo de resgate da cultura popular como afirmação desses sujeitos, demarcando a emergência de novos movimentos sociais (BRASIL, 2012). Na 13ª Conferência Nacional de Saúde, em 2007, propostas foram reafirmadas à proposta de inserção da Educação Popular em Saúde nos processos de ensino-aprendizagem realizados nas escolas do ensino fundamental, foi deliberado que Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Educação (MEC) deveriam se articular para criar uma linha de financiamento permanente para subsidiar os processos de educação popular em saúde, com objetivo de formar e qualificar a população para a participação e o controle social no SUS (BRASIL 2013). A PNEP-SUS reafirma o compromisso com a universalidade, a equidade, a integralidade e a efetiva participação popular no SUS. Propõe uma prática política pedagógica que perpassa as ações voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a partir do diálogo entre a diversidade de saberes valorizando os saberes populares, a ancestralidade, o incentivo à produção individual e coletiva de conhecimentos e a sua inserção destes no SUS (BRASIL 2013). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 73 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Os valores e princípios presentes nas práticas populares de cuidado contribuem significativamente para a promoção da autonomia do cidadão no que diz respeito à sua condição de sujeito de direitos, autor de seus projetos de saúde e modos de andar a vida (BRASIL, 2012). Para o Ministério da Saúde (2008) o Direito Humano à Alimentação Adequada é composto por duas partes inseparáveis. Toda a pessoa tem o direito de estar livre da fome e da má-nutrição e, além disso, ter acesso a uma alimentação adequada. Este direito não deve ser interpretado no sentido estrito ou restritivo, equacionando-o em um pacote de calorias, proteínas e outros nutrientes. Ele tem significado mais amplo, na medida em que se refere à segurança sanitária dos alimentos, à qualidade, à diversidade, à sustentabilidade de práticas produtivas e ao respeito às culturas alimentares tradicionais. Para o mesmo autor a promoção de práticas alimentares saudáveis está inserida no contexto da adoção de modos de vida saudáveis, sendo, portanto, componente importante da promoção da saúde e qualidade de vida, constitui um eixo estratégico da Política Nacional de Promoção da Saúde e uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, além de estar pautada na concretização do direito humano universal à alimentação e nutrição adequadas e na garantia da Segurança Alimentar e Nutricional da população. A importância da escola como espaço de produção de saúde, autoestima, comportamentos e habilidades para a vida de seus alunos, funcionários e comunidade, ou seja, como sendo o espaço propício à formação de hábitos alimentares saudáveis e à construção da cidadania. O Ministério da Saúde e da Educação instituíram pela Portaria Interministerial nº 1.010 as diretrizes para a promoção da Alimentação Saudável nas escolas de Educação Infantil, Fundamental e nível Médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional (BRASIL 2008). Nesta percepção entende-se que o ambiente escolar e não apenas a alimentação como indutor de práticas alimentares saudáveis, a avaliação de seu impacto a partir da análise de seus efeitos em curto, médio e longo prazo, a promoção da alimentação saudável na escola trabalha e insere em um de seus eixos as Ações de Educação Alimentar e Nutricional, com respeito à alimentação regional, o estímulo à produção de hortas escolares, a partir da realização de atividades com os alunos e o uso dos alimentos produzidos na alimentação escolar, estímulo à implantação das boas práticas de manipulação nos serviços que ofertam alimentação escolar, bem como a restrição ao comércio de alimentos e preparações com altos teores de gordura saturada, gorduras trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, verduras e legumes e o monitoramento da situação nutricional dos escolares (BRASIL 2008). De acordo com o Painel de Indicadores do SUS (2006) dados apontam ainda, uma forte desigualdade regional e inter-regional na oferta de serviços, bem como toda uma série de iniquidades de gênero e de classe social. O enfrentamento dessas iniquidades, junto com a ampliação da participação e do controle social, deve estar no centro do planejamento, da execução, do monitoramento e da avaliação das políticas e ações de saúde. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 74 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA OBJETIVO Relatar e descrever a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem e docentes na elaboração e participação de uma ação cuidativa e educativa, como uma estratégia da Política Nacional de Educação em Saúde de populações ribeirinhas, na Ilha de Cotijuba no ano de 2013. METODOLOGIA Este estudo é de origem descritivo qualitativo realizado a partir de relatos de acadêmicos de enfermagem e docentes supervisores, tendo como embasamento teórico a pesquisa bibliográfica realizada na biblioteca da Faculdade Metropolitana da Amazônia, nas quais foram consultados e extraídos materiais de livros, revistas, artigos científicos e teses de mestrado e doutorado sobre o processo de cuidar e educar em saúde e a atuação da enfermagem como ciência primordial na disseminação desse processo, objetivando uma pesquisa atualizada do material coletado. No dia 16 de novembro (sábado) de 2013 das 8:00 ás 17:00h foi realizada uma visita em uma escola pertencente à comunidade de Cotijuba, ilha localizada no interior de Belém do Pará, onde foram realizadas as seguintes atividades educativas e cuidativas junto à população escolar local: Com crianças da 1ª à 4ª série: a)saúde bucal: higienização escovação correta dos dentes b) alimentação saudável: orientações educativas com demonstração das frutas da região local expostas em artesanatos da região. c) trabalho lúdico para todas as faixas etárias utilizando como prêmio das atividades de competições frutas da região. No primeiro momento antes da chegada dos alunos a sala foi caracterizada com cartazes fixados em paredes composto de temas decorativos sobre alimentação saudável. Em seguida utilizou-se uma mesa ornamentada com toalhas e desenhos de frutas diversas e sobre a mesa frutas naturais da região, além de um painel com o tema alimentação saudável fixado na parede. Depois desta fase as alunas usaram como instrumento visual para chamar atenção dos alunos roupas e chapéu ornamentados de frutas coloridas caracterizando-as de mestre cuca. No segundo momento foi realizada a apresentação das alunas de forma bem descontraída como estratégia para obter a atenção das crianças. Em seguida foi perguntado a elas se reconheciam as frutas dispostas sobre a mesa, se comiam se gostavam o que achavam delas. Com a intensão de observar o nível de conhecimento e aceitação das frutas por parte das crianças. Após isto cada aluna apresentou uma fruta de cada vez e seus benefícios. Para reforço e memorização foi realizada uma atividade contendo perguntas e respostas sobre o assunto exposto, permitindo a observação do nível de assimilação do assunto pelas crianças. E em seguida foi ofertada as crianças frutas como lanche. As salas de aulas foram os espaços utilizados para a exposição das atividades, sendo disponibilizada uma sala para cada atividade, e ainda a copa da escola como espaço para o preparo das ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 75 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA refeições. À medida que as crianças eram atendidas as mesmas eram conduzidas em direção à outra atividade possibilitando o atendimento de todas. A realização deste projeto foi mediante a solicitação por ofício junto à FAMAZ (Faculdade Metropolitana da Amazônia) pela professora da escola em questão com coordenação do curso de enfermagem e a docente da disciplina Tópicos Integradores I. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foi enfatizada pelos acadêmicos a importância das atividades educativas e cuidativas fora de sala de aula assunto que compõe a disciplina em curso. A vivência de experiências junto à comunidade amplia a visão do acadêmico e o torna mais humano no estabelecimento de cuidados e educação de populações carentes de assistência em saúde. Tornando-o consciente das dificuldades que irão enfrentar, porém seguros de que não existem barreiras para a prática da enfermagem, já que a escola alvo encontra-se localizada dentro de uma ilha, região na qual apresenta dificuldades geográficas em relação ao acesso, tanto para os alunos como para os professores que utilizam diariamente meios de transporte diferenciado como uso de embarcações, ―bondinhos‖ (transportes rebocados por tratores) charretes e canoas. Sendo que este último precisa do favorecimento da maré. Os acadêmicos ainda referem nunca terem vivenciado tal experiência, de elaborar e construir e executar ações cuidativas e educativas, especialmente ambientes como estes, o que evidencia a grande relevância deste estudo, uma vez que apresenta e divulga experiências únicas que poderão ser utilizadas, inclusive, como forma de estímulo para criação de projetos similares a este, estreitando laços entre meio acadêmico e a realidade social. Os resultados coletados através de relatos dos acadêmicos e docentes apontam que a maioria conseguiu compreender a importância do desenvolvimento de habilidades e destreza manual e intelectual em cuidados e educação em saúde e que apenas as aulas teóricas não conseguem suprir essa necessidade. Em relação à atividade Alimentação Saudável, observou-se por parte das crianças certo desconhecimento da importância das frutas disponíveis na região, onde as mesmas referiram parte de seu cardápio diário, porém desconhecia seu real benefício. As crianças ainda demonstraram-se bastante à vontade e curiosos frente ao ambiente construído de cartazes ilustrativos, acadêmicos com roupas combinando com uma mesa estrategicamente atrativa. O que contribuiu para o alcance dos objetivos da equipe responsável por essa atividade. Os acadêmicos conseguiram realizar em torno de aproximadamente 300 atendimentos, entre crianças e adolescentes com idade variando entre 5 a 16 anos, o que originou uma amostra significativa para dar a devida credibilidade a este relatos de experiência. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 76 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA CONCLUSÕES É durante o período acadêmico que o profissional de enfermagem deve se preparar para lidar com a coletividade. Educar em saúde é uma das funções de maior relevância no trabalho do enfermeiro, uma vez que por seu intermédio, as pessoas, sujeitos da aprendizagem, podem ser motivadas a transformarem suas vidas (TREZZA; SANTOS; SANTOS, 2007). As pessoas continuam a desenvolver habilidades interpessoais, durante toda a vida, através de um processo natural de imitação de modelos sociais. Isto é fundamental, porque nem todos trazem as habilidades em sua bagagem pessoal, embora seja imprescindível na relação enfermeiro/paciente (KESTENBERG et al, 2007). O “PROJETO DE EXTENSÃO CUIDANDO E BRINCANDO I” pode ser considerado não somente um projeto que visa a disponibilização de cuidados e orientações em saúde para alunos da escola da comunidade de Cotijuba, mas também um espaço para oportunidade de trocas de experiências de vida, um momento de correlacionar o empirismo social com o olhar científico. Ressalta-se a necessidade de incentivar a realização de programas de educação nutricional nas escolas, uma vez que foram identificados neste trabalho, resultados positivos para aceitação de uma alimentação saudável. Sugere-se que temas voltados para promoção à saúde sejam inseridos na grade curricular, promovendo parceria entre a família e a instituição, exercendo dessa forma papel determinante no processo de implantação de hábitos alimentares saudáveis, facilitando a intermediação entre os saberes, na medida em que os alunos assumem a condição de multiplicador de conteúdos. Os desafios encontrados: primeiramente, a aproximação da unidade de saúde com a escola. Segundo, os materiais necessários para a construção das atividades, visto que a secretaria de saúde não dispunha de materiais e assim, atraso nas atividades. Porém, utilizamos de estratégias para que tudo ocorresse bem, utilizando materiais reciclados e muitas vezes comprados pelos profissionais da equipe. As atividades educativas oportunizaram as crianças conhecerem sobre como se alimentar de forma saudável, explicando com linguagem simples e direta o conhecer sobre os alimentos saudáveis e não saudáveis que, se ingeridos de forma inadequada podem trazer riscos à saúde, tais como obesidade, hipertensão, diabetes e outros riscos à saúde. As crianças relatavam suas experiências e esclareciam suas dúvidas quanto a sua alimentação e aos poucos, construindo conceitos do que realmente era saudável. A alimentação e nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento humano com qualidade de vida e cidadania. Desta forma, promover saúde passa necessariamente pela eliminação da forme, da má nutrição e dos agravos relacionados ao excesso de peso, meta essencial para a qualidade de vida das coletividades. Assim, o êxito para a consecução das ações de promoção da alimentação saudável nas escolas depende do compromisso de gestores, profissionais de saúde e de educação e da participação ativa da comunidade escolar (MANUAL OPERCIONAL PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO MS 2008). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 77 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de atenção Básica. Manual Operacional para Profissionais da Saúde e Educação: Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas. Brasília: Ministério da Saúde, 2008, 152 p. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2012, 26 p. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de atenção Básica. Política Nacional de Educação Popular em Saúde: Nota Técnica 16/2013. Brasília: Ministério da Saúde, 2013, 05 p. KESTENBERG, C. C. F. et al. Cuidando do estudante e ensinando relações de cuidados de enfermagem. Texto e Contexto em Enfermagem. Florianópolis, 2007. TREZZA, M. C. S.; SANTOS, R. M.; SANTOS, J. M. Trabalhando educação popular em saúde com a arte construída no cotidiano da enfermagem: um relato de experiência. Texto e Contexto em Enfermagem. Florianópolis, 2007. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 78 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA AÇÃO CUIDATIVA E EDUCATIVA SOBRE A VACINAÇÃO DE CRIANÇAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Maria Rute de Souza Araújo mrutearaujo@ hotmail.com Faculdade Metropolitana da Amazônia Maria do Socorro do Nascimento Santos Faculdade Metropolitana da Amazônia Nelma Franco Rocha da Silva [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Bruna Beatriz Lacerda dos Santos Faculdade Metropolitana da Amazônia Edilene Aranha Faculdade Metropolitana da Amazônia Gizela Coelho Bezerra Faculdade Metropolitana da Amazônia Luziane Pontes da Costa Faculdade Metropolitana da Amazônia Poliana de Castro Esteves Faculdade Metropolitana da Amazônia Simone Campos Machado Faculdade Metropolitana da Amazônia Mayra Sunamita Pardauil Silva Farias deFreitas [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia RESUMO: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência realizado durante a oferta da disciplina Enfermagem na atenção a saúde da criança e do adolescente do curso de Enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia. Tem como objetivo subsidiar a divulgação da experiência sobre a importância, esquemas, doses, vias de administração e insumos adequados utilizados na vacina para proporcionar aprendizados para acadêmicos sobre o tema abordado realizado com acadêmicos da Faculdade Metropolitana da Amazônia – Belém/Pa. A tutoria foi compartilhada, estabelecendo-se o desafio de realizar uma didática de aprendizado com acadêmicos de modo a proporcionar uma melhor fixação de conteúdo pelos acadêmicos. A prática adotada mostrou-se bastante eficaz, uma vez que os acadêmicos participaram efetivamente, gerando troca de ideias importantes para ambas as partes envolvidas. Conclui-se que no âmbito da Enfermagem na atenção Saúde da Criança e Adolescente contribuiu para o fortalecimento acadêmico, quanto para o profissional enfermeiro que é parte importante para a troca de conhecimentos que podem desenvolver no seu dia-a-dia. Palavra-Chave: Enfermagem; Vacinação; Ação educativa; Educação em Saúde; Imunização. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 79 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA INTRODUÇÃO A introdução de vacinas e campanhas de vacinação em massa no brasil ocorreu no final do século XIX, mais precisamente no Estado do Rio de Janeiro para combater a epidemia de varíola instalada na época. Houve resistência da população, fato este que desencadeou o episódio da Revolta da Vacina considerada como crucial na configuração de novas políticas e novas compreensões sobre o papel da imunização na saúde pública e seu lugar na sociedade brasileira (HOCHMAN, 2011). De acordo com Hochman (2011, p. 376): (OMS) entre 1967 e 1980, ano em que a varíola foi declarada erradicada. As vacinas e as campanhas de Esta se deu no âmbito do Programa de Erradicação da Varíola da Organização Mundial da Saúde vacinação contra a febre amarela, da BCG e da poliomielite também foram importantes nesse processo. Neste sentido, vários programas de vacinação foram sendo criados afim de prevenir e erradicar doença que atingiam em massa a população. O Estado buscava alternativas para fazer com que a sociedade participasse ativamente deste processo, fazendo-as entender a importância da imunização de crianças (SILVA, 2013). Vale ressaltar que a gama de vacinas disponíveis pelo sistema de saúde brasileiro é maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e maior do que o ofertado em outros países, com isso o Brasil sai na frentes no que diz respeito a imunização de pessoas (HOCHMAN, 2011).2 MATERIAL E METODOLOGIA Este estudo consiste em um relato de experiência, o qual se iniciou pela fundamentação sobre a temática de metodologia educativa, com enfoque diferenciado para facilitar o aprendizado em relação aos imunobiológicos. O público alvo da ação educativa foi acadêmicos de enfermagem. O mesmo emergiu da proposta de executar ação educativa por meio de atos que visam proporcionar a um melhor aprendizado para esse público dentro da disciplina ―Enfermagem na atenção à Saúde da criança e adolescente‖ do sexto período de enfermagem da Faculdade Metropolitana da Amazônia – FAMAZ, com envolvimento direto de oito acadêmicos de enfermagem, sendo quatro escolhidos para realizar este relato de experiência. Para criação da metodologia educativa foram estabelecidas algumas etapas com a finalidade de proporcionar o aprendizado dos acadêmicos para uma melhor assimilação do conteúdo em relação aos imunobiológicos. Para ministrar a ação utilizou-se materiais com o intuito de aprimorar e enriquecer o envio de conhecimento para o público. Os materiais foram confeccionados pelos próprios acadêmicos. Neste sentido, foram estabelecidas duas etapas para uma melhor organização da equipe. Na primeira etapa construiu-se um painel informativo das vacinas infantis, bem como suas doses e vias. Na segunda etapa foi instruída orientações quanto aos cuidados na sala de vacinação, aplicação e o uso de insumos adequados com a finalidade de ajudar no aprimoramento acadêmico. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 80 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA RESULTADOS E DISCUSSÕES Através dos resultados alcançados com a ação educativa voltada para facilitar o aprendizado sobre aspectos relacionados a vacinação em geral, haja vista que tornou-se possível evidenciar a dificuldade de se aprender com facilidade sobre vacinas, processo de vacinação, assim como a importância de conhecer os esquemas, doses e administração da mesma. Observou-se que mais campanhas informativas devem ser realizadas a fim de elucidar as questões envolvidas na imunização da população, principalmente a criança. Tal assertiva reitera a noção de que, na prática dos imunológicos, tivemos desafios que nos levaram a construir uma didática diferenciada, de forma a tornar compreensível o conteúdo proposto, o que contribuiu significativamente para o entendimento dos acadêmicos de enfermagem sobre o tema da ação. Além disso, verificou-se que os profissionais da área de enfermagem precisam ter um conhecimento amplo e humanizado no que tange o atendimento de crianças em campanhas de vacinação, bem como informar aos pais a importância de cada dose de vacina que o menor está tomando. Foi percebido por meio da ação educativa um grande entendimento dos acadêmicos de enfermagem, pois evidenciava que haviam captado de forma positiva todo conhecimento oferecido na ação educativa e preventiva, visto que em pouco tempo de ação educativa, a interação entre a estratégia didática e o aprendizado proporcionou, através da criatividade, o interesse dos acadêmicos de conhecer e aprender sobre as vacinas e seus desdobramentos. Segundo Silva et al (2013), as atividades coletivas são estratégias utilizadas em campanhas de vacinação no Estado do Pará como meio de captar o maior público possível que tenha interesse em Educação à saúde. Desta forma, as campanhas de vacinação oficial adotaram este tipo de atividade para melhorar o desempenho e o alcance do mesmo com relação a gama de público atingida. Em campanhas de vacinação voltadas para crianças foram utilizados temas lúdicos, que ao final da ação tiveram uma boa aceitação tanto das crianças, como dos responsáveis. CONCLUSÃO As ações informativas e educativas são de suma importância para promover a saúde coletiva com isso devem ser incorporadas á rotina diária dos acadêmicos. Além disso, ressalta-se que a atividade implementada serviu para a consecução da noção dos imunobiológicos enquanto parte integrante da saúde geral e da importância da ativação do enfermeiro como promotor da saúde. Por meio da ação proposta verificou-se que essa fundamentação foi de total importância para o público alvo, uma vez que puderam ampliar os conhecimentos sobre as vacinas, importância e cuidados que devem tomar com sua aplicação, pois o profissional de enfermagem e o acadêmico são peças fundamentais neste processo de promoção à saúde da criança e do adolescente. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 81 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Portanto, conclui-se que no âmbito da Enfermagem na atenção Saúde da Criança e Adolescente contribuiu para o aprendizado dos acadêmicos envolvidos, quanto para o profissional enfermeiro que é parte importante para a troca de conhecimentos que podem desenvolver no seu dia-a-dia. Além de nos proporcionar experiência que iremos levar para a vida toda. REFERÊNCIAS HOCHMAN, G. Vacinação, varíola e uma cultura da imunização no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 2, p. 375-386, 2013. SILVA, M. D. M et al. Atividades coletivas em campanhas de vacinação: integrando cuidados. An Congr Bras Med Fam Comunidade, Belém, v. 12, n. 399, maio 2013. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 82 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO NA CADEIA PRODUTIVA DA LINHA BRANCA Jorlane Clisse Silva da Costa Acadêmica de Administração da Famaz Gilson Scholl Pires Mestre em Administração Faculdade Metropolitana da Amazônia RESUMO: O presente artigo faz referência à logística reversa, a qual se encontra dentro da nova demanda mundial que tange a ordem da sustentabilidade. A pesquisa foi apresentada de forma qualitativa e descritiva, com o objetivo de verificar se uma empresa de grande porte do segmento da linha branca (segmentos de equipamentos eletrônicos) possui algum sistema de logística reversa implantado e voltado para o pós consumo. Obteve-se informações que explanam como a logística reversa é um diferencial para a organização e como ela auxilia o processo logístico no fluxo inverso, no qual a mesma é efetiva no descarte correto e adequado dos produtos ofertados no mercado para a linha branca. Palavras-chave: Logística Reversa. Sustentabilidade. Cadeia Produtiva, Pós consumo. Linha Branca. INTRODUÇÃO A logística reversa faz relação com todas as operações interligadas a reutilização de produtos e materiais, se referindo a todas as atividades de coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e peças usadas a fim de assegurar uma recuperação sustentável do meio ambiente. Atualmente, esse processo vem sendo entendido como um diferencial para as organizações e é visto como um grande meio para obtenção de vantagens competitivas diante de seus concorrentes. Muitas empresas buscam essas vantagens através da legislação ambiental, dos benefícios financeiros e dos gastos de insumos, além de despertarem a conscientização ambiental dos consumidores. Bowersox e Closs (2001) apontam que a logística reversa não é apenas um fator para desenvolver os fluxos de produtividade da logística, mas é visto como um fator social e deve compor o planejamento logístico organizacional. Dessa forma, a logística reversa só trará vantagem para as empresas se estas trabalharem com planejamento e desenvolverem os melhores planos estratégicos, com o intuito de atenderem a melhor eficiência do processo. Além disso, trazendo para essas organizações uma redução de custo considerável em seus processos, como na economia em recursos, na geração de novos produtos, além de proporcionar uma gestão inovadora para a empresa. Com a implantação do processo de logística reversa nas empresas, a ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 83 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA possibilidade de adquirir um diferencial competitivo vai muito além de agregar valor ao produto, promovendo às mesmas um aumento positivo de rentabilidade, para satisfazer o empreendedor e o seu público-alvo (LEITE, 2009). Em outro âmbito, o ecológico, as empresas necessitam de uma adaptação dentro da legislação ambiental, a qual aponta que as indústrias produtoras são consideradas responsáveis por todo ciclo de vida dos produtos ofertados ao mercado e, também, a mudança da consciência dos consumidores, que desejam que as empresas reduzam os impactos, que estas causam no meio ambiente (LACERDA, 2002). Diante das normas da legislação ambiental e suas diversas esferas políticas, as empresas se tornam obrigadas a desenvolverem processos para o destino final dos seus resíduos, para, dessa forma, evitarem punições. Nesse sentido, é importante fazer com que essas organizações tratem da responsabilidade socioambiental durante e depois da inserção de tal produto no mercado consumidor. Infelizmente, a logística reversa ainda é vista de maneira geral como uma área de baixa prioridade para os diversos empresários, como no caso dos grandes fabricantes voltados para a linha branca, que trata da fabricação de bens duráveis como: fogão, fornos micro-ondas, ar-condicionado, lava roupas e refrigeradores em geral. Um dos fatores críticos que influenciam na implementação e eficiência desse processo é a falta dos controles de entrada, pois é necessário que os processos sejam padronizados e mapeados, além disso, é preciso que o tempo dos ciclos sejam reduzidos, bem como a rede de logística tem que ser planejada, a relação entre cliente e fornecedores deve ser colaborativa criando um sistema de informação que traz a capacidade de rastreamento de retornos desses bens duráveis para os fabricantes. Deste modo, no presente projeto, foi feito o seguinte questionamento: a logística reversa pode ser introduzida dentro de um sistema pós consumo na cadeia produtiva das linhas brancas? Logo, diante deste questionamento é necessário entender como funciona a logística reversa, o que ela traz de vantagem e benefícios para uma empresa de grande porte do segmento da linha branca. Portanto, o objetivo geral foi verificar se uma organização de grande porte, que produz produtos da linha branca, tem algum sistema de logística reversa implantado e voltado para o pós consumo. E os objetivos específicos do trabalho foram: analisar se a logística reversa de pós consumo gera alguma redução dos custos na produção organizacional da indústria a ser estudada; compreender como ocorre a separação dos resíduos e o descarte dos elementos no processo da logística reversa de pós consumo na linha branca; e delinear o fluxo reverso de pós consumo para os produtos da linha branca. A importância do artigo está na sua possibilidade de contribuir positivamente para o estudo da logística reversa, visto que, se tornará fonte de pesquisa para alunos, professores e profissionais do campo da administração. Além de ser fonte de pesquisa, este estudo tem o intuito de ampliar o conhecimento das organizações e sociedade em geral a respeito deste tema ainda pouco difundido. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 84 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA LOGÍSTICA REVERSA Para Leite (2009), a logística reversa é uma área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes do retorno dos bens de pós venda e de pós consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio de canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômicas, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Com isso, a logística reversa objetiva tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios, para dessa forma, poder tratar e mover o produto ou material para seu destino final e ainda sim fazer o retorno ao ciclo de negócios ou dar a disposição final adequada. Outros trazem a proposta do conceito de logística reversa ou logística verde como uma vantagem estratégica que evidencia um grande sinergismo entre a gestão ambiental de resíduos sólidos e a logística, não deixando de ser uma categoria ambiental ligada ao universo corporativo da responsabilidade social e ambiental (SHARMA; AMMONS; HARTMAN, 2007). Com as crescentes pressões socioambientais e legais, viu-se a necessidade de ampliar a vida útil dos insumos e com isso as empresas passam a se conscientizar da responsabilidade em fazer o retorno adequado de materiais, promovendo com maior intensidade as ações reversas dentro da sua logística. Segundo Liva, Pontelo e Oliveira (2003), no âmbito de sua importância, a logística reversa vem gradativamente se tornando importante para a empresa e essa consideração se dá em vista da oportunidade para recuperação do valor, bem como economias de custo em potencial. Tendo assim um objetivo estratégico econômico ou de agregação de valor monetário, que vem a ser o mais evidente na implementação da logística reversa nas empresas e sofrendo variações entre os setores empresarias e em seus diversos segmentos de negócios tendo sempre como fator dominante a competitividade e o ecológico. Apesar dos problemas que a logística reversa enfrenta na sua implementação, as empresas precisam passar por estruturações para poderem implementar as práticas reversas na cadeia de suprimento e buscarem parcerias, para dessa forma terem uma relação custo benefício vantajosa (LIVA; PONTELO; OLIVEIRA, 2003) Para Lacerda (2002), por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do ciclo de vida, onde a vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados ou não funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados. O esquema de representação a seguir mostra como o processo de logística reversa deve lidar com o reaproveitamento de materiais, tendo o envolvimento com atividades como a coleta, a seleção de materiais, a consolidação de carga, a seleção do destino, seu reuso, desmanche, reciclagem, remanufatura e disposição final (Figura 1). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 85 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA O CICLO REVERSO PÓS VENDA Leite (2002) afirma que dentro do ciclo reverso pós venda encontra-se uma área de atuação que se ocupa do equipamento e da operacionalização do fluxo físico e das devidas informações logísticas dos correspondentes bens de pós venda. Sendo eles descartados pela sociedade de diferentes maneiras e possuindo um ciclo de vida útil, podendo ser reciclados ou reutilizados. O ciclo pós venda tem como objetivo estratégico agregar valor a um produto logístico, sendo devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento, dentre outros motivos. Devendo portanto, atuarem planejando, operando e controlando o fluxo de retorno dos produtos de pós venda por motivos agrupados não classificados como: garantia/qualidade, comerciais e de substituição de componentes. O CICLO REVERSO PÓS CONSUMO Diferentemente do ciclo reverso pós venda, o ciclo reverso de pós consumo faz referência na área da logística reversa equacionando e operacionalizando o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós consumo descartados pela sociedade em geral e que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio de canais de distribuição reverso específicos (LIVA; PONTELO; OLIVEIRA, 2003). De acordo com Leite (2009), são descritos bens de pós consumo todos aqueles produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade de utilização e os resíduos industriais em geral. Tendo como objetivo estratégico o de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original ou que ainda possuam de alguma maneira, condições de utilização, sejam por produtos descartados ou por terem atingido o fim de vida útil e/ou por resíduos industriais. A visão de Pereira et al (2012) ressalta a importância de se fazer distinção entre a logística reversa de pós consumo e a de pós venda, em virtude das diferentes destinações dos resíduos oriundos de cada uma delas. Os bens de pós consumo são aqueles que podem ser enviados aos destinos tradicionais, tais como aterros sanitários ou incineradores ou ainda retornar ao ciclo produtivo e negócios por meio de desmanche, reuso ou reciclagem, buscando o prolongamento de sua vida útil. Esse tipo de logística é viável, pois visa a reintegração de certos materiais utilizados para produzir um bem, como substitutos para a fabricação de outros itens, estando seus objetivos ligados a economia, custos/redução e a sustentabilidade. No sentido econômico, a economia é obtida com a venda de resíduos ou a reutilização dos insumos no processo produtivo. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 86 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Com relação aos custos, há a redução de energia utilizada para beneficiar um produto a ser reintroduzido na atividade ou reciclado essa redução é ainda menor do que um insumo novo; e na sustentabilidade é feita a reutilização dos recursos antigos (reciclagem), com o intuito de se evitar a extração de recursos virgens da natureza (ROSA et al, 2012). Em outra visão, Porter e Linde (1993) também defendem que os recursos precisam ser usufruídos de forma eficiente e produtiva, mas isso somente ocorre por meio da inovação, do emprego de novas tecnologias e métodos mais avançados de gerenciamento, que trazem como benefícios as reduções do consumo de energia, do desperdício de água, da poluição ambiental e o aumento da demanda de emprego e o aproveitamento mais adequado e sustentável dos insumos para produção. Para as empresas implantarem um sistema de logística reversa voltada para o pós consumo, elas precisam saber executar o processo, além de precisarem ter dimensão dos valores recuperados dentro deste processo. É importante que essas empresas apostem em um consumo consciente, onde essa conscientização e a destinação ambiental adequada de um produto pode trazer aos seus consumidores uma marca muito mais responsável e preocupada e, que de uma forma, procura integrar à sua política a responsabilidade ambiental. Vale destacar que no dia dois de agosto de 2010 foi promulgada, depois de duas décadas, a lei n.º 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Trazendo uma abordagem avançada, que prioriza e compartilha com todas as partes relacionadas ao ciclo de vida de um produto a responsabilidade pela gestão integrada assim como pelo gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos. E, dessa forma, o setor público, iniciativa privada e a população ficam sujeitos à promoção do retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo. A lei também consagra o viés social da reciclagem, com o estímulo à participação formal dos catadores, organizados em cooperativas (BRASIL, 2010). Dentre as diversas determinações da lei, destacam-se: fechamento dos lixões, somente rejeitos poderão ser encaminhados aos aterros sanitários e a elaboração de planos de resíduos sólidos nos municípios. CADEIA DE SUPRIMENTO A cadeia de suprimento é compreendida como a sinergia entre empresas e seus setores, onde essa cadeia é interligada a cadeia produtiva, desde o fornecedor do início dessa cadeia até o fornecedor do produto acabado. Sendo considerada como uma rede logística que desempenha um papel de ligar os setores, em seus níveis estratégico, tático e operacional. De acordo com Ballou (2006), tal processo de sinergia ligados a interação, colaboração e coordenação traz diversos benefícios aos membros, como oportunidades de redução de custos, mais eficiência e eficácia no processo, criação de vantagens competitivas, melhor atendimento ao consumidor e, portanto, maior satisfação do cliente. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 87 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA A importância da cadeia de suprimento dentro do processo reverso se dá ao seu gerenciamento, que abrange o planejamento e a gestão de todas aquelas atividades envolvidas no fornecimento e aquisição, conversão e todas as atividades de gestão logística, sendo importante destacar e incluir a coordenação e colaboração com parceiros do canal, que podem ser os fornecedores, intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes. Dessa forma, a gestão da cadeia de suprimento integra a gestão da demanda e do fornecimento dentro e entre as empresas (CSCMP, 2009). Na visão de Picelli e Georges (2011), a cadeia de suprimento apresenta um novo modelo de negócio, buscando a máxima eficiência logística das empresas envolvidas no fornecimento do produto, expandindo as operações logísticas e as decisões de modo a envolver todos os elos participantes, de modo que o produto ou serviço cheguem às mãos do consumidor final ao menor custo e com níveis de serviço elevados. Enquanto a logística, de uma maneira geral, concentra-se nas operações da própria empresa, a cadeia de suprimentos olha desde o início até os elos finais da corrente de fornecedores e clientes. Tendo uma visão mais ampla e panorâmica, diferentemente da visão logística. Dessa forma, para que a cadeia de suprimento flua, é necessário um intenso grau de colaboração entre as empresas ao logo dessa cadeia para que se atinja maior eficiência (MACHLINE, 2011). É importante destacar que a empresa que implanta um sistema de logística reversa, tem a necessidade de analisar a cadeia de suprimento como um todo. Visto que, o conhecimento da cadeia de suprimentos e o seu correto planejamento pode levar a importantes ganhos para todos os que estiverem envolvidos, principalmente em se tratando da redução de custos logísticos. A ABRANGÊNCIA DA LINHA BRANCA A linha branca é uma das categorias em que faz referência aos equipamentos eletroeletrônicos, sendo todos aqueles produtos cujo funcionamento depende do uso de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos. A classificação abaixo mostra os produtos que são encontrados nas categorias da linha branca, verde, marrom e azul, assim como a média de vida útil desses produtos e suas respectivas composições (Figura 2). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 88 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Para Alcântara e Albuquerque (2008), o nome linha branca foi atribuído a esses produtos em função da cor que eles costumavam apresentar, sendo internacionalmente conhecidos como white goods. Em meados da década de 1990, por conta das grandes transformações que as indústrias passaram, transformações essas de ordem tecnológica e organizacional, devido as exigências da globalização e do surgimento de novos mercados, a dinâmica do setor da linha branca e a demanda para esses produtos passou a apresentar exigências cada vez mais diversificadas, desde seu design às tecnologias mais econômicas, por exemplo. Os produtos da linha branca são constituídos por componentes metálicos, plásticos, isolantes (lã de vidro e poliuretano) e de vidro. E o impacto que o descarte desses produtos pode causar ao meio ambiente é preocupante, principalmente quando é analisado o período estimado de decomposição do seus componentes (Quadro 1). Dessa forma, esse período de decomposição de um componente pode variar de acordo com as condições do solo ou ambiente em que esses materiais foram descartados (MAGALHÃES, 2011). Nesse âmbito os produtos da linha branca ao atingirem o grau máximo de vida útil, não podem ser descartados diretamente em aterros sanitários ou em lixões, visto que é necessário planejar, operar e controlar para que dessa forma seja criado e desenvolvido um canal de distribuição reverso para os itens que compõe a linha branca. Sendo assim, vale ressaltar que a logística reversa trabalha de modo a recondicionar esses produtos usados, recolhendo-os e transformando-os em novos produtos para o mercado. Nesse processo, a logística reversa lida com questões que estão envolvidas com o meio ambiente, a sociedade e o econômico, pondo em destaque a gestão das organizações, pois ao focarem no desenvolvimento sustentável, transformarão as etapas produtivas em processos mais eficientes e ecologicamente mais corretos (BARBIERE; DIAS, 2002). METODOLOGIA CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA A presente pesquisa foi apresentada de forma qualitativa e descritiva, pois teve como intuito analisar como a logística reversa pode ser implantada dentro do sistema pós consumo, como no caso do setor da linha branca e realizar a descrição do processo e das etapas da logística reversa na empresa estudada. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 89 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Como aponta Cervo e Bervian (2002), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. De acordo com Teixeira (2009), a pesquisa qualitativa visa à análise interpretativa e descritiva dos fatos, no qual o pesquisador busca uma profunda compreensão do contexto da situação. No âmbito investigativo, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, assim como, também foi utilizada a pesquisa documental, no qual os dois modos de pesquisa auxiliaram sobre as discussões teóricas existentes, com intuito de encontrar explicações que fazem sentido para determinados problemas ou fenômenos. A pesquisa bibliográfica foi escolhida porque traz um conjunto de dados que norteou o andamento da pesquisa, com os diversos posicionamentos dos autores referente ao tema abordado. Com a pesquisa documental, foi possível a obtenção de informações sobre o sujeito da pesquisa, no qual os dados colhidos foram fundamentais para o desenvolvimento do trabalho. Segundo Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. E para Cellard (2008), a análise documental favorece a observação do processo de maturação ou de evolução de indivíduos, grupos, conceitos, conhecimentos, comportamentos, mentalidades, práticas, entre outros. SUJEITO DA PESQUISA O sujeito da pesquisa foi uma grande indústria do setor de bens duráveis, empresa americana, líder em seu segmento, com mais de 14 mil funcionários no Brasil, presente no país com várias marcas, a qual atuam no ramo de eletrodomésticos, entre eles os da linha branca. A organização é inovadora, possui liderança em produtos, talentos extraordinários e trabalha com a questão da sustentabilidade. Sendo esse alguns dos pilares que representam a sua essência. São mais de 14 mil colaboradores imbuídos da missão de, cada vez mais, não só atender, mas antecipar as necessidades dos consumidores e traduzi-las em produtos e serviços que sejam sustentáveis, pioneiros, únicos e que façam a vida das pessoas cada dia melhor. Sua missão é criar demanda e conquistar confiança todos os dias. Sua visão é oferecer as melhores marcas e produtos para o consumidor, em todos os lares ao redor do mundo. Seus valores estão ligados ao respeito, integridade, diversidade e inclusão, trabalho em equipe e espírito de vitória (WHIRLPOOL, 2014). É a única empresa que oferece ao mercado brasileiro um portfólio completo de produtos em todos os segmentos de linha branca. Destaca-se pelo investimento em pesquisa e inovação, buscando sempre antecipar e atender os desejos dos seus consumidores, característica já reconhecida por diferentes meios e instituições. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 90 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA E investir em inovação passa, também, por investir em sustentabilidade. A empresa é guiada pelo conceito de inovação sustentável, ou seja, desenvolver produtos e processos cada vez mais sustentáveis, considerando sempre os fatores sociais, ambientais e econômicos, de forma responsável.. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS De acordo com Yin (2005), a coleta de dados é importantes para um estudo de caso. Assim, o instrumento de coleta de dados utilizado para este artigo foi um questionário, no qual o entrevistado responde um roteiro estabelecido. O questionário foi realizado por meio de e-mail e quem respondeu o questionamento foi um funcionário no cargo de analista de logística da empresa. O principal objetivo de se estabelecer uma entrevista semiestruturada para coleta de dados é mostrar como a logística reversa funciona de forma efetiva dentro de uma organização. O roteiro de perguntas da entrevista foi desenvolvido após o estudo bibliográfico sobre a logística reversa. Foram utilizadas perguntas abertas, em que no caso o interrogado responde com suas próprias palavras e sem restrições. As perguntas abertas possibilitaram uma investigação profunda e precisa (LAKATOS; MARCONI, 2001). O questionário foi elaborado de maneira que se tem uma sequência lógica dentro do tema abordado. Tendo como base o referencial teórico, foram desenvolvidas treze perguntas, as quais são: 1º) Há quanto tempo a empresa possui implantado o sistema de logística reversa? 2º) Como foi projetado o sistema de logística reversa dentro da empresa? 3º) Quais foram os impactos positivos que a logística reversa proporcionou na gestão da logística da empresa? 4º) Quais foram as dificuldades encontradas dentro do sistema de implantação da logística reversa? 5º) Um dos fatores críticos que influenciam na eficiência do processo de logística reversa são os bons controles de entrada, no qual são identificados corretamente o estado dos materiais que retornam para empresa, para que estes possam seguir o fluxo reverso. E dentro dessa questão, como a empresa faz esse controle de entrada? 6º) A empresa possui um sistema de informação, com capacidade de fazer o rastreamento de retorno dos produtos? E como funciona? 7º) Com a implantação da logística reversa, é considerável a redução de custos para a empresa e/ou aumento dos custos operacionais? E onde estão essas reduções e/ou estas despesas? 8º) De que forma a empresa informa aos seus consumidores, que a mesma atua com o recolhimento dos bens duráveis inseridos no mercado? 9º) Cite alguns problemas que atrapalham o processo da logística reversa dentro do setor da linha branca. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 91 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA 10º) Quais são as vantagens que a logística reversa trouxe para a empresa de uma forma geral? 11º) E quais são as desvantagens desse processo para a empresa? 12º) Como a empresa trata as questões de informação advindas do mercado em se tratando da logística reversa? 13º) Como funciona o suporte de logística reversa dentro do planejamento logístico da empresa? ANÁLISE DOS DADOS Os dados obtidos foram analisados de forma estruturada para tornar o processo de compreensão das respostas mais simplificado. As perguntas abordaram o posicionamento da empresa no mercado, com o objetivo de analisar as situações críticas e situações de sucesso frente o mercado. As questões referentes à logística reversa levantaram um questionamento sobre a avaliação e desenvolvimento desse processo, com o intuito de destacar os fatores positivos do uso desse sistema implantado na empresa. Dessa forma, os dados foram examinados e comparados com o referencial teórico, afim de realizar uma discussão e análise crítica das informações alcançadas. Pode-se dizer que análise de conteúdo é uma técnica refinada, que exige muita dedicação, paciência e tempo do pesquisador, o qual tem de se valer da intuição, imaginação e criatividade, principalmente na definição de categorias de análise, para tanto a disciplina, a perseverança e o rigor são essenciais para a obtenção, alinhamento e ordenação dos resultados e das respostas para o alcance dos objetivos do estudo (FREITAS; MOSCAROLA; CUNHA, 1997). RESULTADOS E DISCUSSÕES Com as informações obtidas por meio da pesquisa, constatou-se que a empresa estudada tem seu sistema de logística reversa implantado há mais de 15 anos no mercado e seu processo reverso foi projetado de acordo com os processos de saída, necessidades do cliente e da companhia. O projeto de logística reversa da empresa foi proveniente dos programas de trocas realizadas por distribuidoras de energia elétrica. Em 2005, a empresa montou uma célula de desmontagem, com uma unidade em Joinville (SC) para evitar os riscos relacionados à destinação e ao tratamento inadequado dos resíduos sólidos. Para Liva, Pontelo e Oliveira (2003), a implementação de processos logísticos reversos requer a definição de uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de materiais processados. Ainda, segundo Liva, Pontelo e Oliveira (2003), essas instalações de processamento, armazenagem e sistemas de transporte devem ser desenvolvidas para ligar de forma eficiente os pontos de fornecimento, onde os materiais a serem reciclados devem ser coletados até as instalações em que serão processados. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 92 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA A organização avaliada, quando questionada sobre os impactos positivos que a logística reversa proporcionou na gestão de logística da organização, a mesma expõe a redução de custo, satisfação do cliente e adequação ao processo de responsabilidade ambiental como fatores principais de impactos positivos para a logística em geral da empresa. A sua unidade de Joinville foi responsável, em 2009, pela reciclagem de aproximadamente 838 toneladas de resíduos de pós consumo, sendo recolhidos de geladeiras, freezers e ar-condicionado o equivalente a 779 quilos de gases clorofluorcarbono (CFC) e hidrofluorcarbono (HFC). Com relação à redução de custo, as empresas que procuram se esforçar em desenvolvimentos e melhorias nos seus processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados. No âmbito da satisfação do cliente, eles normalmente valorizam empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de produtos, políticas que envolvam uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados. Dentro do processo das questões ambientais, as empresas precisam ser legalmente responsáveis pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente (LACERDA, 2002). Para uma empresa implantar um sistema de logística reversa é comum o surgimento de algumas dificuldades, adequar o custo ao nível de serviço desejado para esta operação foi dito como uma dificuldade encontrada na empresa pesquisada. Dependendo de como o processo de logística reversa é planejado e controlado, este terá uma maior ou menor eficiência para a empresa. É importante que a empresa desenvolva bons relatórios de ciclo de vida do produto, onde evidenciam todo o conjunto de receitas e despesas associadas a cada produto. É preciso também que seja destacado o percentual de custos totais incorridos nos primeiros estágios e permitir que as relações entre as categorias de custo da atividade se sobressaiam (HORNGREEN; FOSTER; DATAR, 2000). Um dos fatores críticos que influenciam na eficiência do processo de logística reversa são os bons controles de entrada, no qual são identificados corretamente o estado dos materiais que retornam para a organização, para que dessa forma, esse mesmo material possa seguir o fluxo reverso. E dentro dessa questão, a empresa realiza os controles de entrada por meio de relatórios de avaliação desses produtos em várias etapas do processo (início do ciclo, meio e fim de todo o sistema reverso). O controle ocorre da seguinte maneira: 1- Na célula de desmontagem da unidade de Joinville os gases CFC e HFC são removidos, armazenados e enviados para empresas que o reutilizarão; e 2- Em Joinville o eletrodoméstico é desmontado e as partes são separadas por categorias de materiais (aço, alumínio e plástico). Após essas duas etapas, restam apenas dez por cento do produto resultante da reciclagem que é destinado a aterros industriais certificados. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 93 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA De acordo com Lacerda (2002), os sistemas de logística reversa que não possuem bons controles de entrada dificultam todo o processo subsequente, gerando dessa maneira retrabalho para a empresa. Podendo igualmente ser fonte de atrito entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre as causas de retornos desse material, levando em consideração também, o treinamento de pessoal para obtenção de bons controles de entrada. Analisando a empresa com relação ao sistema de informação, a mesma confirma que possui um sistema de informação com capacidade de fazer o rastreamento de retorno dos produtos por meio de um portal eletrônico com troca de informações com parceiros e clientes, no qual os mesmo descrevem em quê estados e condições se encontram os produtos recolhidos, para que dessa forma, a empresa obtenha uma estimativa da quantidade real de itens e materiais a serem reaproveitados. O processo de logística reversa necessita do suporte da tecnologia da informação (TI), a fim de viabilizar o atendimento de requerimentos necessários para a operação. Entre as funcionalidades requeridas pode-se listar: Informação centralizada e confiável, rastreabilidade, avaliação de avarias, além da medição dos tempos de ciclo. É claro que construir ou mesmo adquirir estes sistemas de informação é um grande desafio para a organização. Praticamente inexistem no mercado tais sistemas capazes de lidar com o nível de variações e flexibilidades exigidas pelo processo de logística reversa (LACERDA, 2002). É comum com a implantação da logística reversa ocorrerem reduções e/ ou aumento das despesas e dos custos operacionais. Para a empresa o aumento dos custos operacionais foram em função do nível de serviço desejado pela própria empresa, porém, houveram reduções de custos nos desperdícios, como por exemplo nos extravios de material e avarias. A visão de Liva, Pontelo e Oliveira (2003), aponta que cada vez mais a logística reversa tem se tornado importante para a empresa, uma vez que as mercadorias devolvidas oferecem oportunidades para recuperação do valor, bem como economias de custo em potencial. Apesar dos problemas relacionados ao retornos das mercadorias, como custos de transporte e armazenagem de produtos, se as empresas se estruturarem para as práticas reversas na cadeia de suprimento e buscarem parceiros, a relação custo benefício será mais vantajosa. A empresa possui parcerias com transportadoras, assistências técnicas de todo o Brasil e envolve seus fornecedores na busca por uma atuação sustentável, estimulando o compartilhamento de seus valores por meio da aproximação entre as partes envolvidas, onde eles desempenham um papel de divulgação do recolhimento desses bens duráveis inseridos no mercado e as assistências atuam como pontos de coletas para que o consumidor dê o melhor destino aquele bem durável em seu fim de vida útil, através dos pontos de coletas nas assistências cadastradas com a empresa, o recolhimento desse material é feito pela transportadora. Além dessa divulgação, a organização informa seus consumidores em site próprio que possui projetos de recolhimento de resíduos sólidos. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 94 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA É importante que os gestores das empresas saibam investir em estudos de viabilidade como em parcerias e alianças, financiamentos, aspectos ambientais, além dos investimentos nos processos de coletas de materiais, processamento desse material e nos canais de reutilização. De acordo com Moura (2000), os elos entre desempenho ambiental, competitividade e resultados financeiros finais estão crescendo a cada dia. Empresas de pontas estão transformando o desempenho ambiental em uma poderosa arma competitiva. Para a empresa a malha logística e o fornecedor especializado foram citados como problemas que atrapalham o processo da logística reversa dentro do setor da linha branca. Segundo Oliveira et al (2012), a gestão eficiente do fluxo só será possível em função de alguns fatores importantes como o planejamento da malha logística de transporte. É preciso que sejam feitos estudos, mapeamentos e padronizações de toda a malha logística, para atender o fluxo de retorno de itens pós consumo ao centro consolidador de capitação. Além de buscar as parcerias necessária, como operadores e fornecedores especializados, sem destacar a necessidade de se utilizar os serviços de um consultor em logística ou mesmo do apoio do Conselho de Logística Reversa do Brasil (CLRB). Ao tratar-se das vantagens que a logística reversa traz para uma corporação, a que foi estudada em questão, alegou que a satisfação do cliente apresentou uma considerável vantagem para a imagem da empresa. A companhia enxerga seus clientes como uma oportunidade de influenciar seus públicos de interesse, no que diz respeito à disseminação de seus valores e à adoção de uma conduta ética e responsável, calcada nos princípios da sustentabilidade. Lacerda (2000) defende que os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois isso garante a eles o direito de devolução ou troca de produtos. Este processo envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos. Desta forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerido tendem a se sobressair no mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciadas de seus concorrentes. Quando tratadas as desvantagens sobre a logística reversa, a empresa colocou em pauta a redução de desperdícios. Contudo, pressupõe-se que a redução de desperdício não cabe as desvantagens dentro do sistema da logística reversa, visto que a desvantagem da logística reversa está, em grande parte, relacionada ao custos adicionais para a empresa, que por suas vezes são custos muito elevados. Souza, Medeiros Filho e Rodrigues (2009) corroboram que as desvantagens da logística reversa são provenientes dos custos que o sistema proporciona para a sua implementação numa indústria, é preciso que o sistema seja implementado de forma planejada, com prévia elaboração, além de uma gerência adequada. Os custos adicionais para as companhias, em sua maioria, são altos, uma vez que os processos de armazenagem, conferência e distribuição serão feitos em duplicidade e, dessa forma, ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 95 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA como os processos, os custos também serão duplicados para a empresa. Nas questões de informações advindas do mercado em se tratando de logística reversa, foi perguntado para a empresa como ela trata desse assunto. O qual foi verificado que são através das áreas de novos projetos e nas áreas de atuação de sustentabilidade que a empresa desenvolve meios para continuar atuante nos seus projetos socioambientais no mercado em geral. Para a empresa, não basta centrar seus esforços apenas no desenvolvimento de produtos. A mesma procura, aproveitando-se de sua posição de líder de mercado, dar início a movimentos de responsabilidade socioambiental mais amplos, influenciando outras companhias do setor em que atua e órgãos responsáveis pela definição de políticas públicas mais adequadas. Porém, satisfazer acionistas, clientes, fornecedores, funcionários, comunidade local, governo, enfim, seus stakeholders, que avaliam a empresa sob diferentes perspectivas, é praticamente impossível ignorar os reflexos negativos que o retorno de crescentes quantidades de produtos de pós venda e de pós consumo podem causar nas operações empresariais (e consequentemente na rentabilidade), e a saturação dos sistemas tradicionais de disposição final (aterros sanitários, ferro-velho, lixões, e em áreas de descarte inadequado), o que pode vir a provocar poluição por contaminação (OLIVEIRA et al, 2012). Ao fim do questionário o gestor da empresa relatou sobre o funcionamento do suporte de logística reversa dentro do planejamento logístico da companhia, o qual é vinculado a ele como qualquer outro processo, cuja a empresa planeja desde o volume adequado de devolução versus faturamento, até o tempo de retorno. Para as empresas coordenarem de forma eficiente e eficaz o processo logístico, é de suma importância que estas ampliem sua visão e gerenciamento, para, deste modo, incluírem no seu processo os clientes e fornecedores de serviços e de matérias-primas, visto que a ideia da logística vai muito além da empresa em si. E a logística reversa, quando vinculada ao sistema de logística da empresa, representa não apenas um fator para desenvolver os fluxos de produtividade da logística, mas sim, representa um fator de desenvolvimento sustentável e que deve constar no planejamento organizacional (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Nota-se claramente, pelos dados alcançados com a pesquisa, que existe uma dedicação expressiva por parte da empresa avaliada no que diz respeito à sustentabilidade dos seus processos e nesse âmbito a logística reversa traz para a organização uma proposta de reutilização dos produtos pós consumo que são descartados pela sociedade em geral da pior maneira. Observa-se por meio dos dados coletados que a logística reversa propõe vantagens e desvantagens para o plano organizacional da empresa. A redução dos custos de desperdícios foi vista como uma das vantagens e o gasto com o sistema de logística reversa foi apontado e questionado como uma desvantagem dentro da pesquisa. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 96 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Diante dos resultados, compreendemos que a logística reversa é uma estratégia que coloca a vantagem competitiva como um diferencial na produção e/ou no produto ou no mercado alvo da empresa. Além disso, quando o sistema é implementado da melhor forma, respeitando as normas e o meio ambiente, a empresa tende a ganhar mais visibilidade e credibilidade diante de seus concorrentes. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa mostrou como uma organização de grande porte implantou o sistema de logística reversa voltado para o pós consumo e como ele funciona dentro da cadeia produtiva do segmento da linha branca. É importante destacar que a empresa que não possui um sistema de logística reversa implantado na sua cadeia produtiva, dificilmente estará apta a competir com mercado, visto que a logística reversa propõe a diminuição dos custos na cadeia de produção, desde o recebimento da matéria-prima até o escoamento dessa produção. A metodologia da pesquisa propôs uma análise de dados recolhidos por um questionário formulado com treze perguntas abertas o qual foi encaminhado para um analista de logística reversa da empresa, além disso, foram feitas pesquisas bibliográficas com obras referentes ao assunto, assim como foi feito também pesquisa em sites relacionados com o tema do presente artigo. Ao analisar os dados recolhidos, destaca-se três pontos importantes observados nesta pesquisa sobre a logística reversa. Primeiro, a logística reversa traz para a empresa a vantagem no que concerne à imagem positiva da empresa diante do cliente. Ficou claro que esta imagem positiva da organização representa uma oportunidade de influenciar seus parceiros, fornecedores, seus públicos de interesse de um modo geral ao que se remete à propagação de valores e a adoção de uma conduta ética e responsável, empenhada e apoiada nos princípios da sustentabilidade. Segundo, os sistemas de informação são essenciais para que o processo de logística reversa possa operar da melhor maneira possível, e para muitas empresas viabilizar estes sistemas de informação é um grande desafio pelo seguinte fato da falta de sistemas informatizados na maioria das empresas nacionais, sistema esse onde o objetivo é fazer a integração da logística reversa ao fluxo normal de distribuição. Diferenciando-se da maioria das empresas brasileiras, a empresa estudada aqui desenvolveu seu próprio sistema de informação, no qual criaram um portal eletrônico com capacidade de fazer todo o rastreamento de retorno dos seus produtos. Terceiro, a malha logística de transporte precisa ser planejada para que a gestão do fluxo do retorno dos produtos seja de um modo geral eficiente para a empresa. A malha logística é incumbida por atender o fluxo de retorno dos itens pós consumo ao ponto consolidador de recebimento desses produtos, contudo ela precisa ser mapeada, estudada e padronizada para assim atender esse fluxo de retorno, ao contrário disso, a ineficiência da malha logística nacional pode atrapalhar o processo da logística reversa dentro do setor da linha branca, no qual foi citada como um problema para empresa. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 97 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA No tocante, o presente artigo foi voltado para o estudo da cadeia produtiva da linha branca que mostrou de uma maneira simples e concisa que a logística reversa contribui para a tomada de consciência dos gestores, além da melhoria nos processo internos e na qualidade dos produtos e da vantagem competitiva em relação aos seus fornecedores, juntamente com a implantação de ações corretivas a partir das necessidades e expectativas dos clientes e fornecedores. Este artigo é uma sugestão para futuras pesquisas sobre a logística reversa, tornando-se interessante, pois aborda um tema totalmente em voga, haja vista que num futuro mais do que breve este tipo de logística será imprescindível para a implementação e o funcionamento do sistema da sustentabilidade que fará parte de um novo sistema global. Este trabalho também visa o desenvolvimento de estudos para a inclusão de novos produtos no ciclo reverso associando à expansão do consumo de bens duráveis dentro das diversas organizações. REFERÊNCIAS ALCÂNTARA, C. D; ALBUQUERQUE, D. P. de L. Análise do potencial da indústria da linha branca no Ceará. Fortaleza: Instituto de pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará IVECE, 2008. BARBIERE, J. C; DIAS, M. Logística reversa como instrumento de programas de produção e consumo sustentável. Tecnologias. São Paulo, n. 77, p. 58-69, 2002. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos / logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BRASIL. Lei n.º 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 ago. 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 18 mar. 2014. 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ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 100 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA TRABALHADORES (AS) NA INFORMALIDADE: UM ESTUDO DOS PROCESSOS DE TRABALHO NA FEIRA DO VER-O-PESO EM BELÉM-PARÁ Rosiane Costa de Souza [email protected] Faculdade Metropolitana da Amazônia Celina Alves dos Santos Furtado da Silva Faculdade Metropolitana da Amazônia Danielly Silva Vieira Faculdade Metropolitana da Amazônia Giane Ellen Alves de Souza Faculdade Metropolitana da Amazônia Lidiane Ribeiro Ferreira Faculdade Metropolitana da Amazônia RESUMO: O artigo objetiva debater o campo do trabalho informal revelando alguns aspectos do processo de trabalho que incidem na vida do trabalhador informal da maior feira da Região Norte do Brasil: o Ver-o-Peso. O trabalho sem um vínculo empregatício, sem formalização em carteira de trabalho e o trabalho por conta própria, assumem essencialmente o caráter de trabalho informal no contexto do capitalismo contemporâneo. A partir da pesquisa de campo, realizada através de entrevista semiestruturada com trabalhadores (as) do Ver-o-peso, privilegiou-se o diálogo com alguns aspectos do processo de trabalho com categorias como identidade, mercadoria, preço e lucro, tempo de serviço e sistema de seguridade social. Os resultados da pesquisa apontam a ausência de vínculos desses trabalhadores com as políticas sociais e, portanto a exigência de um debate no interior do Serviço Social que legitime o aporte teórico e metodológico da teoria critica para compreender as particularidades dos processos de trabalho que precarizam a vida do trabalhador no modo de produção capitalista. Palavras-Chave: trabalho, informalidade, precarização. INTRODUÇÃO No presente artigo explanamos o olhar do Serviço Social para os trabalhadores do mercado informal do Ver-o-Peso, onde o nosso objetivo é perceber esse modelo do capitalismo que é recente no Brasil, onde a riqueza e a miséria se relacionam e estão presentes em nossa formação social, e, apreender, buscando elementos que nos auxiliem na compreensão desse capitalismo recente e das principais mudanças que vem ocorrendo no universo do trabalho onde a mundialização, a transnacionalização e financeirização dos capitais vem ditando atualmente o modelo produtivo, industrial e de serviços no Brasil, onde esse entendimento irá nos possibilitar visualizar amplamente os desdobramentos dessas novas formas de organização do trabalho. Para isso, as análises conceituais na pesquisa foi o embasamento teórico em categorias analisadas por autores da teoria crítica como Antunes (2006) que discute o campo da informalidade e do trabalho, bem como inclui uma pesquisa de campo ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 101 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA realizada junto aos trabalhadores informais do Ver-o-Peso, com o objetivo de como esse modelo produtivo vem afetando a vida desses trabalhadores informais. Observamos também que a categoria do trabalho continua sendo a mais importante no capitalismo contemporâneo apesar da burguesia e do Estado tentarem – e vêm obtendo êxito em vários aspectos – desqualificar o trabalhador, reestruturar atividades para melhor explorar, combatendo as organizações de classe e os que se mantêm na luta para transformar o trabalho de opressão em liberdade. Tanto nos ―Manuscritos‖ quanto no ―O Capital‖, Marx faz referência ao trabalho como a categoria que dá origem a um novo tipo de ser que é o ser social. Duas citações ilustram essa afirmação: Nos Manuscritos, Marx diz o seguinte (2004, p. 84): Pois primeiramente o trabalho, a atividade vital, a vida produtiva mesma aparece ao homem apenas como um meio para a satisfação de uma carência, a necessidade de manutenção da existência física. A vida produtiva é, porém, a vida genérica. É a vida em engendradora de vida. No modo da atividade vital encontra-se o caráter inteiro de uma espécie, seu caráter genérico e a atividade consciente livre é o caráter genérico do homem. Fica claro, aqui, que o trabalho é a atividade essencial na produção do ser humano. E em O Capital temos aquela célebre passagem em que Marx define o que é trabalho em geral. Nas palavras dele (1975, p. 202): ...“o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. (...) Não se trata aqui das formas instintivas, animais, de trabalho. (,,, Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colmeia. Mas, o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador‖. Estas poucas, mas importantíssimas passagens parecem não deixar dúvida de que o trabalho é a categoria fundamental do ser social. Todas elas fazem referência aos elementos essenciais e universais do trabalho. Ao trabalho que, como produtor de valores de uso será uma necessidade eterna da humanidade. Como apreendemos anteriormente, é da essência do trabalho que surge o fato de que ele é a única categoria que tem por função social transformar a natureza para criar os bens materiais necessários à existência humana. Com isso ele se constitui no fundamento ontológico do ser social. Além disso, por ser também uma necessidade que não se pode abolir da vida humana, ele permanecerá sempre, em alguma forma concreta, como o fundamento de qualquer forma de sociabilidade. Dessa constatação segue, como consequência, que o trabalho é a raiz do ser social e que, portanto, toda transformação radical da sociedade pressupõe, necessariamente, uma alteração essencial na natureza dessa atividade. Somos forçados a começar constatando que o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de toda a história, é que os homens devem estar em condições de viver para poder ―fazer história‖. Mas, para viver, é preciso antes de tudo comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, portanto, a ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 102 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA produção dos meios que permitam a satisfação destas necessidades, a produção da própria vida material, e de fato este á um ato histórico, uma condição fundamental de toda a história... (Marx e Engels, 1984. p. 39). Aqui se resgata a verdadeira centralidade do trabalho, na velha lição de Marx, que ademais aprofundava o que já houvera sido anunciado desde os filósofos da Antiguidade clássica: os homens e a sociedade são determinantes e determinados pelo trabalho. Não restará nenhuma dúvida depois da pesquisa de campo que fizemos, onde velhas e novas formas de exploração se juntam para manter submisso o trabalhador e o produto do seu trabalho. 2. A NOVA ORDEM DO MERCADO DE TRABALHO: “IMFORMATIZAÇÃO E INFORMALIDADE” Com base no texto ―A era da informatização e a época da informalização: riqueza e miséria do trabalho no Brasil‖ de Antunes (2006) elaboramos um artigo sobre a riqueza e miséria dos processos de trabalho no Mercado informal do Ver-o-Peso. Foi na década de 1980 que os primeiros impulsos do processo de reestruturação produtiva aconteceram. As empresas começaram a adotar novos padrões organizacionais e tecnológicos, como por exemplo, o just-in-time¹. Também, nesse período, começou a implantação de métodos que o autor chama de ―participativos‖, ou seja, métodos que visavam o envolvimento dos trabalhadores com o plano da empresa. A reestruturação produtiva, nessa época, obteve diminuição de custos, através da diminuição da força de trabalho. Foi em meados da década de 80 que o fordismo existente em nosso país começou a se abrir para o toyotismo, através da recuperação parcial da economia, ampliando assim, as tecnologias, introduzindo a automação industrial (ANTUNES, 2006). Para muitos teóricos sociais e também economistas, a década de 80 foi considerada como a "década perdida", mas para o mundo do trabalho foi um período de criação e de avanço. Já nos anos 90, tivemos privatizações, alto índice de informalidade, desindustrialização e uma crescente financeirização. Nessa fase de financeirização, do capital-dinheiro, do avanço tecno-científico, do mundo digital, o Brasil vivenciou uma mutação no campo de trabalho, da qual a informalidade, precarização e desemprego são expressões, e então chegamos à era da informatização e à época da informalização, segundo Antunes (2006). No capítulo XXIII do primeiro volume de O Capital, Marx inicia a discussão a respeito da ―Lei geral de acumulação capitalista‖. Neste ponto são dadas às bases de como deveria ocorrer o desenvolvimento da acumulação capitalista. Neste capítulo também se evidenciam algumas características marcantes do mercado de trabalho e suas funções dentro da teoria marxista. Em relação ao mercado de trabalho: Mas, se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo essa superpopulação torna-se, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista, até uma condição de existência do modo de produção capitalista. Ela constitui um exército industrial de reserva disponível, que pertence ao capital de maneira tão absoluta, como se ele o tivesse criado a sua própria custa‖, para Marx (1985, p. 200). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 103 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Segundo a lógica da acumulação capitalista, a economia informal faria parte do ―exército de reserva de mão-de-obra‖ (o qual determinaria o seu surgimento), e serviria para expandir o processo de exploração da mão-de-obra. Entendemos então que a economia informal teria a capacidade de absorver parte do exército de reserva criado durante os momentos de dificuldade e com isso proporcionaria certa estabilidade social. Concluímos que esta estabilidade seria mantida através da criação de renda para aqueles que por ventura encontravam-se fora do mercado formal (mesmo sendo uma renda geralmente inferior a dos trabalhadores formais) e por meio da produção de bens e serviços mais baratos, o que reduziria o custo de reprodução da força de trabalho. Antunes (2006) diz que especialmente na década de 1990, com Collor e com Fernando Henrique Cardoso que o processo de reestruturação produtiva no Brasil se ampliou. Nessa época o número de empresas de terceirização de trabalho temporário aumentou para atender à demanda por trabalhadores temporários, sem vínculo empregatício e sem gastos burocráticos. Isso acarretou em problemas sérios, como redução de postos de trabalho que mudava de acordo com os movimentos do mercado e com a reorganização produtiva e com isso problemas econômicos. Para Antunes, (2006), foram profundas as transformações ocorridas no capitalismo recente no Brasil, particularmente na década de 1990, quando, com o advento do receituário e da pragmática definidos no Consenso de Washington, desencadeou-se uma onda enorme de desregulamentação nas mais distintas esferas do mundo do trabalho. Houve também um conjunto de transformações no plano da organização sócio-técnica da produção, presenciando-se, ainda, um processo de reterritorialização e mesmo de desterritorialização da produção, entre tantas outras consequências da restruturação produtiva e do redesenho da divisão internacional do trabalho e do capital. Isso foi o que aconteceu na década de 90 com as indústrias de calçados, com o ramo automotivo e com o setor têxtil, (Antunes, 2006), mas que afetou também de forma geral todo o país resultando na explosão do desemprego e nas distintas modalidades de precarização do trabalho, onde traremos como exemplo nesse artigo os trabalhadores do mercado informal do Ver-oPeso, que também não deixam de ser um resultado desse novo processo de restruturação produtiva do capital. Para tanto, é importante conhecermos como se desenvolveu o capitalismo brasileiro no século XX, seu processo de acumulação industrial e seus três principais grandes saltos que se iniciou especialmente a partir do getulismo com o primeiro salto verdadeiramente industrializante, com Juscelino Kubitschek, em meados da década de 1950, o padrão industrial deu o seu segundo salto. Já o terceiro salto foi experimentado a partir do golpe militar, quando se acelerou fortemente a industrialização e a internacionalização do Brasil. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 104 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Esse padrão de acumulação, desde JK e especialmente durante a ditadura militar, vivenciou amplos movimentos de expansão, com altas taxas de acumulação, entre os quais a fase do ―milagre econômico‖ (1968-1973). O país vivia, então, sob os binômios ditadura e acumulação, arrocho e expansão‖. (Antunes, 2006). Todo esse processo de acumulação capitalista e sua dinâmica se estruturam através da super exploração da força de trabalho e da precarização do mesmo, onde o trabalhador é visto simplesmente como uma mercadoria barata, tendo a sua força de trabalho sendo sugada até as últimas gotas, devido a uma extensa jornada de trabalho, obtendo com isso a mais valia, tanto absoluta quanto relativa. Segundo o Autor, estamos na era da informatização do trabalho, na era digital e vivemos a época da informalização do trabalho, caracterizada pelo aumento dos trabalhadores terceirizados, trabalhadores sem direito aos direitos de um trabalhador com carteira assinada, ou seja, gera a riqueza e se obtém a miséria do trabalho. Em meio a essa era da informalização do trabalho, o desafio hoje é maior do aquele que se impunha nos anos do desenvolvimentismo. Isso se deve ao fato de que enquanto a situação anterior se caracterizava por uma troca desigual que poderia ser vencida pela industrialização, a globalização hoje é um sistema financeiro tendo então como elemento estruturante o euro e o dólar, dinheiro global que financia a atividade produtiva latino-americana. Sabemos que até pouco tempo, as relações de trabalho eram caracterizadas por meio de contratos formais realizados entre ‗patrões‘ e ‗empregados‘, que normalmente se colocavam em pólos opostos (com interesses divergentes, quando não antagônicos): os sindicatos tendiam a ser fortes e a defender os interesses dos seus associados. Quanto mais tempo o trabalhador ficasse em uma empresa, maiores eram suas chances de ‗fazer carreira‘ e menor a possibilidade de ser rompido o vínculo trabalhista. O perfil do trabalhador médio era constituído por indivíduos do sexo masculino, de baixa escolaridade, formado ‗no chão de fábrica‘, que trabalhava nas indústrias, diretamente nas linhas de produção. Vemos que hoje a situação é bem diferente. O trabalhador da indústria já não é mais dominante, está mais escolarizado, não tem a garantia do emprego para toda a vida, interessa-se menos pela associação junto aos sindicatos tradicionais, está submetido a pressões crescentes para aumentar sua produtividade, corre mais riscos de se ver desempregado, tem maior possibilidade de negociar seus rendimentos em função do valor que agrega à produção. Em outras palavras, as noções de trabalho/emprego/segurança social, tratadas quase como sinônimas, mudaram com o passar do tempo, em interação com a evolução da sociedade e das condições da produção. Assim como mudaram as realidades que se escondem por trás dessas noções. Vários são os fatores que, conjuntamente e em interação, contribuíram para a construção desta nova realidade do trabalho. Entre eles a globalização² econômica e a disseminação das inovações tecnológicas e organizacionais; as transformações no papel dos estados; a disseminação do ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 105 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA individualismo como valor nas sociedades contemporâneas e o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho. (...) O resultado é o individualismo burguês: a redução da coletividade a mero instrumento para o enriquecimento privado dos indivíduos. (LESSA; TONET, 2001). (…) Ao seu lado, porém, outra mentalidade surgiu: a de formar a personalidade feminina, dando-lhe pleno desenvolvimento, tornando-a apta a cumprir de modo eficaz o seu papel no lar e fora dele. (IAMAMOTO, 1983). O impacto desses fatores, por sua vez, pode ser percebido na nova configuração do mercado de trabalho, com o aumento do nível de desemprego, o crescimento da informalização nas relações trabalhistas, o deslocamento setorial do emprego, e a transformação nos requisitos funcionais, com a exigência de novas habilidades e competências, bem como da polivalência funcional. Nas empresas observa-se, ainda, o recurso ao desenvolvimento e manutenção de um núcleo sólido de trabalhadores, altamente capacitados e qualificados, que auferem maiores benefícios e salários e com os quais as relações tendem a ser mais estáveis; segue-se um estrato de trabalhadores ―mais flexíveis‖, em boa parte terceirizáveis, com relações mais precárias e com menos garantias trabalhistas, acompanhado ainda de trabalhadores satélites, de baixa qualificação, facilmente substituíveis. De fato, o chamado "mercado de trabalho" vem sendo radicalmente reestruturado - e todas as "inovações" levam à precarização das condições de vida da massa dos vendedores de força de trabalho: a ordem do capital é hoje, reconhecidamente, a ordem do desemprego e da "informalidade". (NETTO, 2012). Em continuidade, passemos agora à categoria ―trabalho informal‖: O uso da expressão trabalho informal tem suas origens nos estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito do Programa Mundial de Emprego de1972. O trabalho informal é o tipo de trabalho desvinculado a qualquer empresa, ou seja, é o trabalho indireto onde não há vínculo empregatício por meio de documentação legalizada. Esse tipo de trabalho teve grande crescimento na década de 90 quando a competitividade fez com que as empresas optassem por mão-de-obra qualificada e também frente à crise econômica, as empresas tiveram que diminuir seu quadro de funcionários e baixar o valor de suas mercadorias. (...) “um fator poderoso para que um grande número de pessoas entre no mercado informal é a pressão do desemprego, as pessoas desempregadas saem em busca de uma forma de sobrevivência ou sustento de suas famílias, afirma ainda que aliada a pressão do desemprego está a falta de credibilidade em relação aos sindicatos, o que permite que empresas contratem funcionários através de acordo verbal, sem garantia, com tempo prédeterminado e com baixos salários‖. (RODRIGUES, 2007). Contextualizando com Rodrigues (2007), há estudos indicando que a maioria dos homens entra no mercado informal porque precisa trabalhar para sustentar a si próprio e a sua família e não conseguindo lugar no mercado formal partem para a informalidade. Já as mulheres, encontram no mercado informal a possibilidade de aumentar a renda familiar através do trabalho, podendo conciliá-lo às tarefas domésticas. Apesar de serem múltiplos e complexos os motivos que levam os trabalhadores à ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 106 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA informalidade, é grande a quantidade de autores que acreditam que, invariavelmente, a deterioração do emprego e o aumento do mercado informal estão relacionados com as mudanças estruturais, a baixa capacidade de geração de postos de trabalho formais e a presença gradual do desemprego. Assim, o mercado de trabalho informal tornou-se uma alternativa de sobrevivência e complemento de renda para aqueles que têm dificuldade em inserir-se no mercado formal, seja por causa da idade, sexo, habilidade, condições físicas ou pela redução de custos das empresas. Segundo o DIEESE, o trabalho informal atinge aproximadamente 49% da ocupação dos brasileiros. TRABALHO INFORMAL EM BELÉM – PA. No Brasil, esse tipo de comércio informal tem grande apelo, tanto por nossa produção agropecuária como pelo potencial extrativista de plantas tropicais. O Mercado Ver-o-Peso, em Belém, é uma das maiores atrações turísticas da capital paraense. Construído em 1625, tem cerca de 35 mil m2 e destaca-se especialmente pelo comércio de peixes da bacia Amazônica e pela arte indígena e comércio de bens da floresta. Gerada nos braços da grande feira do Ver -o- Peso a cidade tem sua história marcada pela força cultural e econômica das feiras livres e mercados municipais, por isso, 70% dos empregos na capital paraense estão na informalidade, informa o DIEESE. A informalidade faz parte do mundo do trabalho na sociedade pós-industrial. Quem vive em Belém, ou visita a cidade pela primeira vez não consegue deixar de notar o grande comércio informal que inunda as ruas. A grande movimentação de pessoas permite que trabalhadores informais, não cadastrados, possam comercializar suas mercadorias. Mas, em Belém, ser ―camelô‖ é mais que uma forma de ganhar o sustento. É uma questão sociocultural. O trabalho já se projetou como herança familiar, e passa de geração a geração. É comum presenciar conflitos entre os setores públicos e os trabalhadores, que por não serem regulamentados criam entraves, tanto aos comerciantes legais, quanto à população em geral. Porém, a falta de sintonia dos projetos com as necessidades e a quantidade desses trabalhadores promove um embate cada vez maior, pois as políticas públicas voltadas à regularização e ordenamento urbano não ―resolvem‖ ainda a questão. A seguir serão apresentados alguns dados obtidos na pesquisa de campo realizada diretamente com trabalhadores informais do Ver-o-Peso, local de grande concentração de vendedores ambulantes. TRABALHADORES INFORMAIS DO VER-O-PESO Identificação ―Considero-me um autônomo e estou há 10 anos nessa atividade de ambulante. não faço parte de sindicato e nem de associação meu produto é adquirido no município de ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 107 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Barcarena (pupunha). meus clientes são principalmente trabalhadores daqui da feira e minha renda diária é de até 120 reais, não tenho filhos.‖ Dos trabalhadores que foram entrevistados, a maioria são homens na faixa etária entre 30 a 50 anos, onde dessa totalidade 90% considera-se trabalhador autônomo, mas que vemos que nem eles próprios sabem se identificar, posto que todos são trabalhadores informais e vendedores ambulantes, pois segundo dispõe a Lei Federal nº 8.212/91, trabalhador autônomo é a pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. ―Palavra que serve de qualificativo a tudo o que possui autonomia ou independência, isto é, de tudo quanto possa funcionar ou manter-se independentemente de outro fato ou ato‖. (PLÁCIDO E SILVA) Tempo de Profissão ―Me considero vendedor ambulante. Comecei a trabalhar com 8 anos como feirante ajudando meus pais na barraca (os pais eram dono de barraca). Estou a 30 anos como vendedor ambulante aqui na feira e atualmente eu tenho 50 anos. Não pago o INSS e nem sindicato, porem pago a funerária. Compro meus produtos para revenda aqui mesmo (gel de massagem, presto-barba, tesoura, etc...). Meus produtos variam de R$ 2,00 a R$ 8,00 e chego a faturar R$ 200,00 por semana sendo variada as pessoas que adquirem meus produtos, com exceção de turistas, que nunca compraram meus produtos. Observamos que a média do tempo de trabalho exercido por metade dos entrevistados nos reforça a ideia que para esse contingente a informalidade não é um rendimento complementar, mas a sua renda familiar onde é repassado de pai para filho que é mais vantajoso desempenhar essa atividade informal do que ficar desempregado. Sistema de Seguridade ―Me considero vendedor ambulante e estou no local há 30 anos. Pago o INSS e mesmo quando me que me aposentar continuarei com as minhas vendas, pois gosto do que faço. Os fornecedores dos meus produtos são aqui da feira mesmo (sorvete e picolé). Todos os sexos e classes sócias adquirem meus produtos e no final do dia chego a faturar R$ 60,00. Apesar de gostar do que faço, não incentivo meus filhos a seguir esta vida”. Como maneira mais fácil e honesta, as pessoas se tornaram trabalhadoras de rua e apesar de não lhes oferecer garantias e benefícios, como férias, décimo terceiro salário, hora extra remunerada, FGTS, licença maternidade-paternidade, seguro desemprego e outros conseguem o sustento da família mantendo assim seu padrão de vida. Dos entrevistados 99% não paga INSS, mas todos tem consciência dos benefícios garantidos pela Seguridade, pois em outro relato, um vendedor ambulante nos disse que se preocupa com seu futuro, já que não paga a Previdência e que por isso vai verificar a sua situação pra continuar a contribuir, já que ele já havia trabalhado de carteira assinada. Segundo o autor liberal José Pastore, ―A resolução dos problemas de desproteção social depende de uma reforma trabalhista e previdenciária. A trabalhista, através de negociação e redução de despesas de contratação, especialmente para as micro e pequenas empresas, estimulando-as a ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 108 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA contratação, especialmente para as micro e pequenas empresas, estimulando-as a contratar mais empregados com proteções legais mínimas. A previdenciária, voltada principalmente para os trabalhadores por conta própria, com vistas a estender para eles os benefícios previdenciários fundamentais. Combinadas, as duas ajudariam a reduzir o problema da informalidade e o déficit público, o que, por sua vez, estimularia os investimentos públicos e privados e o emprego e o trabalho de boa qualidade.‖ (PASTORE, 1997). Mercadoria ―Como vendedor ambulante, pois fui expulso pela SECON do local fixo em que trabalhava, não podendo ficar com a mercadoria estacionada, pois os fiscais recolhem os produtos e, neste caso é melhor deixar pra lá, pois é mais custoso tentar recuperar a mercadoria do que comprar outras. Estou há três anos como vendedor ambulante, não sou sindicalizado e nem pago INSS. Os produtos que vendo, são adquiridos aqui mesmo, entre eles óculos, que atualmente é o que estou vendendo. Meus clientes são tanto homens quanto mulheres, ricos ou pobres. Acho injusto a perturbação dos fiscais em relação aos vendedores ambulantes, é por isso que muitos preferem o mundo do crime do que continuar trabalhando assim. Jamais incentivarei meus filhos a trabalhar como vendedor ambulante na feira‖. ―Meu nome é Gabriela da Silva, 46 anos, sou autônoma há 14 anos, não pago INSS, compro meus produtos do nas lojas de importados. Meus produtos é pente, alicate de unha, tesoura, piranha, prestobarba e outros. O preço vai de R$ 1,00 a R$ 8,00. Quem compra é as pessoas em geral e turista também.‖ Dos entrevistados, a maioria adquire seus produtos na própria feira do Ver-o-Peso e tem como consumidores pessoas de ambos os sexos, de toda classe social, incluindo turistas. Dentre eles são vendidos desde pentes e agulhas a genêros alimentícios como lanches, água de coco e biscoitos. É da venda dessas mercadorias que eles abstraem o sustento de seu lar. Percebemos que entre eles não existe uma disputa acirrada pela venda de seus produtos como acontece com as grandes empresas que através do marketing, fetichizam seus produtos. Perguntado sobre a concorrência, um vendedor nos disse : ―Não, aqui a gente está com o mesmo objetivo que é garantir o nosso sustento‖. A mercadoria é a forma mais singular que se tem do capital porque toda produção capitalista toma forma de mercadoria. A mercadoria é em primeiro lugar um valor de uso que expressa o trabalho como mediação do homem para com a natureza. (Marx,1985). Aqui entra um outro personagem que interage diretamente e ostensivamente contra os vendedores ambulantes: os fiscais da Secon. A maioria dos entrevistados disseram-nos que tinham um ponto fixo dentro da feira, mas foram expulsos pela SECON (Secretaria de Economia de Belém) e desde então não tem ponto fixo e também não podem vender dentro da feira e por isso ficam afastados. Disseram também que a fiscalização e a polícia estão sempre de olho neles. Todos os entrevistados questionaram a fiscalização e normas proibitivas da (SECON), e um vendedor disse ―é uma perturbação esses fiscais...‖. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 109 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Preço e Lucro ―Me considero autônomo e estou a 15 anos trabalhando aqui no Ver-o-Peso. Não pago sindicato. Meus produtos são adquiridos por aqui mesmo (bombons, cigarros, controles, agulhas, etc). Meus produtos variam de preço entre R$ 0,10 a R$ 25,00. Meus fregueses são variados e algumas vezes chego a faturar R$ 1.500,00 no mês. Meus filhos não são incentivados a virem para cá. ―Me chamo Geraldo Sá Rodrigues, tenho 47 anos, sou autônomo, vendedor de lanches, já trabalho há dois anos aqui. Sou eu mesmo junto com a minha esposa que fabricamos os nossos lanches pra eu vender. Vendo suco de frutas e salgados variados, vendo o completo no preço de R$ 2,50 o completo. Quem compra é turista, viajante e o pessoal em geral. Já trabalhei de carteira assinada como carpinteiro e saí por motivo próprio, pois trabalhando aqui eu tiro uns R$ 150,00 por dia e ganho mais que um salário. Eu tenho a oitava série incompleta.‖ No seu discurso ―Valor, preço e lucro" Marx, diz: ―Os preços do mercado não fazem mais do que expressar a quantidade social média de trabalho que, nas condições médias de produção é necessária para abastecer o mercado com determinada quantidade de um certo artigo.‖ (MARX,1985). Marx afirmava que o lucro se obtém vendendo a mercadoria pelo seu valor. ―A origem do lucro e a explicação do mecanismo da formação dos preços das mercadorias se encontra na esfera da produção e não da circulação das mercadorias‖ (...).A palavra lucro é usada por Marx "para exprimir o montante total de mais-valia extorquida pelo capitalista". Aqui chegamos ao objetivo central de nosso artigo, pois diante da real situação dos trabalhadores informais, o resultado de seu trabalho, que são seus rendimentos. De acordo com as entrevistas, mais de 50% dos vendedores ambulantes recebe por semana em lucro das vendas mais de R$ 60,00 por dia e chega a lucrar até R$ 220,00 por semana, configurando um rendimento maior que o dos trabalhadores que ganham um salário mínimo desempenhando uma atividade formal. É aqui que se coloca em xeque a ideia da informalidade desempenhando apenas uma atividade complementar, mas na verdade, apesar de em determinados períodos esse rendimento seja baixo, ele é muito importante para a manutenção dos trabalhadores informais e suas famílias. O olhar do Serviço Social Portanto, concluímos então que o olhar do serviço social para essa categoria deve ser embasada no respeito mútuo entre a formalidade e a informalidade do trabalho, exercendo uma perspectiva de integralidade desses trabalhadores, onde esse respeito seja pautado na dignidade da pessoa humana, onde seus direitos sejam plenamente viabilizados e garantidos, pois vimos nesses trabalhadores os seus sonhos, os seus medos, os seus anseios, e principalmente a sua vontade de trabalhar e de viver. Esse contexto é condicionado pelo neoliberalismo que, por meio da desregulamentação e flexibilização do trabalho, incita a fragmentação da classe trabalhadora e reduz seus direitos já adquiridos para atingir a reconstituição do mercado com o mínimo de intervencionismo estatal, incluindo o setor de proteção social. A elaboração, gestão e aplicação de políticas, programas e projetos sociais, bem como a produção científica voltada à temática mostram-se como possibilidades de contribuição do assistente ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 110 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA social na garantia de direitos dos sujeitos usuários de seus serviços. O desvendamento das contradições, a socialização de informações e o incentivo à organização política dos que estão na informalidade incita o debate sobre este controverso tema, que exige, além da abordagem do Serviço Social, a interlocução com as demais políticas públicas e categorias profissionais voltadas ao social, em prol do efetivo acesso aos direitos universais. CONSIDERAÇÕES FINAIS A informalidade ganhou um novo papel como um dos últimos recursos em meio a uma economia cada vez pior. Isso se deve por que os trabalhadores autônomos não pagam os impostos trabalhistas, e economizam para algumas emergências, o que resulta em menos consumo casual, diminuindo o impacto da atividade econômica. Mas isto mudou, pois o Brasil, como país emergente, apresenta um crescimento econômico, e a informalidade passou a empregar mais pessoas, fazendo com haja um fluxo grande dinheiro, fazendo a economia fluir. Portanto foi através de todo esse processo de acumulação que se iniciou no século XX, que o trabalhador informal passou a disputar o seu espaço dentro desse mercado competitivo e desigual, onde ele se enxerga como um trabalhador autônomo que luta por um lugar dentro do mercado, que sofre com as ―perseguições‖ dos órgãos de fiscalização, onde muitas vezes as suas mercadorias são apreendidas e destruídas (por não serem legalizadas), mas que também sonham com melhores condições de vida, e por isso sobrevivem desse meio de trabalho, que, aliás, é o seu único meio de sobrevivência e de sua família. Em nível de Belém, de acordo com o Dieese/PA, mais de 400 mil pessoas trabalham no setor informal na Região Metropolitana de Belém, sendo 240 mil somente na capital, que é de 59,9% do pessoal ocupado. As principais causas do crescimento da economia informal na Região Metropolitana de Belém são o desemprego e a falta de qualificação profissional. Possivelmente, o processo de desemprego, exclusão social e de pauperização que vem atingindo as sociedades tornar-se-á ainda mais agudo. Mas permanece a esperança de que os atores sociais, organizados em instituições políticas e civis, busquem soluções para minimizar estes efeitos. Por um lado, a necessidade de abrir espaços de reflexão sobre ‗que trabalho‘ e ‗para quem‘, traz a esperança de que os homens, no exercício de sua racionalidade, encontrarão novas respostas para os problemas que criam. REFERÊNCIAS ANTUNES, Ricardo. A era da informatização e a época da informalização: riqueza e miséria do trabalho no Brasil. Riqueza e Miséria do trabalho no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2006. MARX, Karl. O Capital - Crítica da economia política. Livro I, 1985. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 111 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA NETTO, J. Paulo. Palestra proferida na mesa de abertura ("Crise do capital, particularidades da questão social no Brasil e a organização dos trabalhadores em seu estágio atual") do 5º Seminário Anual de Serviço Social: Crise do capital, particularidades da questão social no Brasil e a organização dos trabalhadores em seu estágio atual (São Paulo, maio de 2012). Serv. Soc. Soc. no.111, São Paulo July/ Sept. 2012. RODRIGUES, Vivian Machado de Oliveira. Causas do Avanço do Trabalho Informal no Brasil e Regiões Metropolitanas Brasileiras a Partir da Década de 1990. FAECO, Santo André, 2007. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 112 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA ALIENAÇÃO PARENTAL: INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO JUDICIÁRIO Ana Flavia De Lima Farias [email protected] Luana Silva Ruiz s.ruiz @hotmail.com Ivete De Fátima Ferreira Brabo [email protected] Patrícia Nayara de Seixas Negrão [email protected] Maria Carolina Chaves Souza RESUMO: O trabalho apresentado aborda um tema relativamente novo para a profissão que é a alienação parental, explicitando o seu significado na relação dos genitores ou responsáveis quando de forma abusiva tentar afastar os filhos do relacionamento com outro genitor ou responsável, buscando destruir a com a criança e ou adolescente. Para desenvolver o tema abordamos o convívio e proteção familiar e conceito de alienação parental. Além disso, apresentaremos relatos das experiências e dificuldades enfrentadas por profissionais de Serviço social no âmbito sóciojurídico para o atendimento destes casos, como ocorre as intervenções quando constatado o fenômenos da Síndrome de Alienação Parental e analisa as mudanças e impactos resultantes da Lei que define a Alienação Parental. Palavras-chave: Vínculo Familiar; Alienação Parental; Serviço Social. INTRODUÇÃO O presente artigo pretende mostrar de maneira geral a importância da família na vida de crianças e adolescentes, dos direitos que estes possuem em serem criados e educados por suas famílias. Neste sentido estudaremos a Alienação Parental, a Síndrome da Alienação Parenta com base no Serviço Social no Fórum Cível de Belém, enquanto espaço de atuação do Assistente Social, na expectativa de viabilizar o conhecimento das atribuições e competências do profissional de Serviço Social na área sóciojurídica. Desta forma, apresentado conceito e origem deste termo que chegou ao Brasil em 2002, pela associação de Mães e Pais Separados- APASE e posterior disposto na Lei n° 12.318 sancionada no ano de 2010. Desta feita, apresentaremos a importância dos vínculos familiares e o direito que a criança e o adolescente possuem ao convívio e proteção familiar. Relações familiares que muitas vezes se apresentam fragilizadas diante de uma separação onde é privado do convívio familiar e tornam-se _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 1 O termo Síndrome da Alienação Parental foi descrito inicialmente na década de 80, pelo norte americano Richard Alan Garden, professor de Psiquiatria Clínica de Divisão de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia nos Estados Unidos. Considera-se uma disfunção nos relacionamentos estabelecidos no sistema familiar que vem sendo discutida por profissionais de saúde mental que atuam na clínica, e especialmente aqueles que lidam no ambiente forense, é a chamada Síndrome da Alienação Parental (SAP). ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 113 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA O conceito de Alienação Parental, como prática em que o pai, mãe ou responsáveis pela criança ou adolescente, de forma abusiva, afasta o filho do relacionamento com o outro genitor e sua família. Por fim, o relato e analise de entrevista sobre a alienação parental nos Fórum Civil de Belém, bem como, o papel do profissional de Serviço Social quando constatada a alienação parental, tendo em vista o bem estar da criança ou adolescente. E verificar a realidade e as dificuldades que os profissionais enfrentam no dia a dia do trabalho com as famílias com relação a esta situação; conhecer a intervenção destes profissionais quando constatado a Alienação Parental e analisar quais os impactos e as mudanças decorrentes da Lei que define a Alienação Parental nos relacionamentos familiares, a partir de suas experiências enquanto profissionais. O DIREITO QUE A CRIANÇA E ADOLESCENTE TÊM AO CONVÍVIO E PROTEÇÃO FAMILIAR A Alienação Parental é uma violência que pode causar grandes prejuízos ao desenvolvimento psicossocial da criança e do adolescente, considerando que a família, a escola, cenários políticos e sociais são de extrema importância no processo de desenvolvimento do infante e que estão inseridos em um contexto multideterminado que envolvem dimensões sociais, afetivas, cognitivas e biológicas (MOTA, 2005, p.106). A diversidade de ambientes e subsistemas, certamente vai influenciar este processo em que o indivíduo vai interagir e também sofrer interferência do meio social em que está inserido. Na família são estabelecidas relações que influenciaram o desenvolvimento do indivíduo, os vínculos constituídos nesta fase familiar servirão como base para relacionamentos posteriores, portanto, há que se considerar que a interação e estabilidade familiar proporcionam um ambiente saudável ao desenvolvimento da criança e do adolescente. Mas, deve-se considera que a família apresenta suas complexidades passando por transformações que são resultados dos impactos sofridos por fatores econômicos, históricos e culturais, ao longo dessas transformações constatam-se a consolidação das alterações nos papéis exercidos nas relações de afeto e o surgimento de novos arranjos familiares. O estudo aponta que numa relação de convivência familiar, quando ocorre a separação geralmente resta aos envolvidos o legado de sentimentos de dor, magoa e raiva que causam sofrimento a todos que fazem parte desta família, e a dinâmica mal estabelecida pode interromper a função de proteção e promoção de saúde à criança e ao adolescente. O Estatuto da Criança e do Adolescente ECA- Lei nº 8.069 prevê, que a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. (Art. 15). Direitos que estão fundamentados pelas conquistas obtidas nas lutas para um único fim, o benefício do desenvolvimento biopsicossocial do infante. Segundo Estatuto da Criança e do Adolescente Art. 5º, ações que se configuram como violência podem ocorrer pela ação ou pela omissão, no seio familiar, pela sociedade e pelo Estado, e daí a necessidade da promoção de mecanismos que mantenham a infante a livre o de qualquer tipo de violência e/ou negligencia. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 114 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Para Verônica (2007) é fundamental que seres humanos tenham consciência da magnitude e sintam-se preparados para trazer ao mundo o fruto de um relacionamento afetivo. Deveriam, com o termino da relação, despir-se de todo animosidade para que, pudessem acompanhar a educação e desenvolvimento biopsicossocial de seus filhos. ALIENAÇÃO PARENTAL Destaca-se, que família exerce papel de extrema importância para o desenvolvimento da criança e do adolescente, nela se constroem pessoas com autoestima e que aprendem a enfrentar desafios e assumir responsabilidades. Sendo nas transformações sociais, culturais, políticas, econômicas, as quais geram grandes impactos sobre as famílias, como consequência em suas relações é possível citar o crescente número de separações conjugais. A partir deste momento surge às disputas pela guarda da criança, nesse sentido, é necessário estudar a alienação parental como consequência da disputa desarmônica entre o casal no que diz respeito aos cuidados e a guarda para com os infantes, o que ocasiona grandes problemas para os pais, mas, principalmente para as crianças e aos adolescentes. Mesmo se tratando de um fenômeno antigo, estudos sobre o tema ainda são recentes no Brasil, a abordagem sobre o assunto teve início por meio da Associação de País e Mães Separados, que tiveram participação na criação da lei de guarda compartilhada, em junho de 2008 e posteriormente na elaboração do projeto de lei que foi sancionado em agosto de 2010 e determinado Alienação Parental (SOUSA, p.93). Desta feita, a Alienação Parental fica configurada como a implantação de falsas memórias, campanha que apresenta como objetivo macular a imagem do outro genitor ou responsável, ao provocar sentimento de raiva e desprezo por parte dos filhos ao genitor alienado provocando o afastamento entre estes. Antelo (2011) destaca que na alienação parental: [...] a Psicologia Jurídica tem sido grande aliada na intervenção das disputas em que claramente se constata a Síndrome da Alienação Parental. O profissional desta área atua com normas jurídicas e da psicologia para alcançar uma solução mais saudável à criança e aos genitores, visando o bem estar da crianças [...] Nos casos do direito de Família, se busca garantir o cumprimento de deveres e direitos dos país em relação à criança. A psicologia se ocupa em atuar nos aspectos que podem comprometer o desenvolvimento psicoemocional da criança, assim como nas futuras relações familiares (t.d., p. 03-05) Em 26 de agosto de 2010 o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 12.318, que dispõe sobre a Alienação Parental. Porém os debates que circundam este tema remetem ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 ―nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais‖. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 115 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA genitores, avos, tios e outro parentes com o objetivo de deturpar ou até mesmo provocar o rompimento dos vínculos do genitor alienado com a criança; e a Síndrome da Alienação Parental é considerada um estágio avançado da Alienação Parental, condutas de comportamento, sequelas emocionais deixadas pelo processo alienador, consideradas patologias. A lei da Alienação Parental não considera o termo Síndrome da Alienação Parental, esta temática tem sido motivo de diversas discussões acerca da existência ou não da síndrome (patologia). Certamente essas críticas estão baseadas no fato de que a Organização Mundial da Saúde (OMS não a reconheceu como patologia e, portanto não foi registrada no Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). Desta forma, tanto as varas da infância e da juventude, Família e sucessões tem como base a Lei nº 12.318 de 2010, que utiliza o termo Alienação Parental. Como percebemos a alienação parental, configura-se como um conjunto de ações e ou omissões praticada por um dos genitores ou parente próximo, com intuito de destruir a imagem do genitor alienado, enfraquecendo seu vínculo afetivo com o infante. A própria lei exemplifica um rol de práticas que configuram atos de alienação parental e que são verificadas cotidianamente, presentes no Art. 2º: I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da Paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós (BRASIL, Op.Cit.) Neste ―jogo manipulatório‖, em que a criança e adolescente são envolvidos e utilizados como uma verdadeira ―arma‖ pronta para atingir o outro genitor, existe alguns casos que são considerados leves, moderados e severos, que Gardner definiu como estágios ou níveis e descritos por Sousa (2010, p.106): Nível Leve: a criança alienada apresenta apenas algumas manifestações, difíceis de serem identificadas. Nível Moderado: é considera o nível mais comum quando identificado, em que os sintomas são mais evidentes e ocorre a difamação da outra figura familiar. Nível Severo: os sintomas são exacerbados, a criança fica na presença apenas do alienador e rejeita visitas do outro genitor e pode até desenvolver uma doença emocional. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 No Art. 2º, configura-se como ato de Alienação Parental: À interferência na formação psicológica da criança e do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. (BRASIL,2010) ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 116 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Outro fato importante e que o genitor alienado pode contribuir, mesmo que de forma involuntária, com essa prática alienante. Por se tratar de um embate desgastante, na medida em que se sente impedido de participar da vida cotidiana da criança e ou adolescente, começa a diminuir a frequência das visitas, ligações passeios e etc., quando se afastas do filho (a) contribui com o objetivo do alienador. Tendo como base pesquisas e estudos, não se pode afirmar que o genitor alienante é o detentor da guarda ou não. A atitude, no cotidiano, que objetiva a exclusão do outro genitor é que vai caracterizar o alienador, assim criando formas de bloquear a convivência entre o outro genitor e a criança. Segundo Maria Berenice Dias (2010, p.455), Muitas vezes, quando da ruptura da vida conjugal, quando um cônjuge não consegue elaborar adequadamente o luto da separação e sentimento de rejeição, de traição, surge o desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-parceiro. Para Fonseca (2006), as ações do genitor alienante podem começar de modo silencioso e não explicito, como: não comunicar eventos e fatos importantes da vida dos filhos, tomar decisões sem prévia consulta do outro genitor, inventar desculpas para evitar as visitas do genitor alienado, como febre, dor de cabeça, dor de garganta, visita de familiares, festinha de amigos, não demonstrar contentamento durante a presença do genitor alienado, faz questionamentos ao filho a respeito de quem mais ele gosta, ou que deve gostar apenas dele e não do outro responsável, etc. Para melhor compreensão do assunto selecionou-se algumas ações mais detalhadas, Não, porém, não estáticas de atos praticados pelo genitor alienante, tais como: Exclui o outro genitor da vida dos filhos: Não comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos (escola, médico, comemorações, etc.); toma decisões sobre a vida dos filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha ou mudança de escola, de pediatra, etc.); transmite seu desagrado diante da manifestação de contentamento externada pela criança em estar com o outro genitor. Interfere nas visitas: controla excessivamente os horários de visita; organiza diversas atividades para o dia de visitas, de modo a torná-las desinteressantes ou mesmo inibi-la; não permite que a criança esteja com o genitor alienado em ocasiões outras que não aquelas prévia e expressamente estipuladas. Ataca a relação entre filho e o outro genitor: recorda à criança, com insistência, motivos ou fatos ocorridos que levem ao estranhamento com o outro genitor; obriga a criança a optar entre a mãe ou o pai, fazendo-a tomar partido no conflito; transforma a criança em espiã da vida do ex-cônjuge; quebra, esconde ou cuida mal dos presentes que o genitor alienado dá ao filho; sugere à criança que o outro genitor é pessoa perigosa. Desvirtua a imagem do outro genitor: faz comentários desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho; critica a ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 117 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA competência profissional e a situação financeira do ex-cônjuge; emite falsas acusações de abuso sexual, uso de drogas e álcool. Esta ação alienatória causa muito sofrimento aos genitores, mas, principalmente à criança e ao adolescente, que se tornam verdadeiras vítimas nesse processo de implantação de falsas memórias, podendo apresentar sentimentos de raiva em relação ao genitor alienado, e consequentemente por sua família também. Começa a desenvolver desinteresse em visitar o pai ou a mãe em questão, ou até mesmo, na visita não dá a devida atenção ao genitor. Em nível severo, em que os sintomas da alienação estão exacerbados a criança e ao adolescente estão propensos a desenvolver alguns comportamentos que certamente podem acarretar sequelas ao seu desenvolvimento psicossocial, e que podem ser de difícil reversão, são elas: a) Apresenta distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico; b) Utiliza drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação. c) Comete suicídio. d) Apresenta baixa alto-estima. e) Não conseguir uma relação estável, quando adulto. f) Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado. Destacamos que o Art. 3o da Lei aborda, que a Alienação Parental fere o direito natural da criança e do adolescente, à convivência familiar: Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda (BRASIL, 2010). O direito à convivência familiar, antes de ser uma atribuição dos pais, consiste na possibilidade da criança e do adolescente poder conviver com seus genitores e familiares em ambiente de ideal harmonia e respeito que possibilite ao mesmo pleno desenvolvimento psicológico e social. Segundo Art. 227: É dever da família, da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL,1988). A lei da Alienação Parental trouxe para o nosso ordenamento jurídico, formas de punição para os pais e guardiãs dos menores de idade que venham dificultar o exercício da autoridade parental, usando os filhos como instrumento de vingança pelo fim do sonho do amor eterno. Quando da ruptura da vida conjugal, se um dos cônjuges não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, o sentimento de rejeição ou a raiva pela traição, surge um enorme desejo de vingança, desencadeia um processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-parceiro perante os filhos, passando com que os filhos passem a ignorá-lo, e acreditem de fato em tudo o que o parceiro alienante fale sobre o ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 118 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA outro, introduzindo na cabeça desses filhos e fazendo com que eles acreditem nas mais bárbaras mentiras. (CEZAR-FERREIRA, 2002) A partir dos indícios de atos de alienação parental o juiz determinará a realização de perícia psicológica ou biopsicossocial, quando o laudo pericial terá base em ampla avaliação, compreendendo, inclusive, a entrevista pessoal com as partes e exame de documento, histórico do relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes, avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra o genitor. A perícia será realizada por um profissional ou uma equipe multidisciplinar habilitada e, seu resultado deverá ser apresentado em até 90 dias, seguido da indicação de eventuais medidas necessárias para preservação da integridade da criança nos termos do artigo (Art. 5º) Constatado a prática de Alienação Parental (Art. 6º), o juiz poderá declarar sanções ao alienador, sem prejuízo da posterior responsabilidade civil e criminal, tais como: 1. Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 2. Estipular multa ao alienador; 3. Ampliar o regime de visitas em favor do alienado; 4. Determinar intervenção psicológica monitorada; 5. Alterar as disposições relativas à guarda; 6. Declarar a suspensão ou perda do poder familiar (BRASIL, 2010). Priscila M. P. da Fonseca também elenca algumas providencias judicias que podem ser adotadas pelo juiz, a depender do estágio da alienação parental, a saber: Ordenar a realização de terapia familiar, nos casos em que o menor já apresenta repulsa ao genitor alienado; determinar o cumprimento do regime de visitas estabelecido em favor do genitor alienado, valendo-se, se necessário, da medida de busca e apreensão; condenar o genitor alienante ao pagamento de multa diária, enquanto perdurar a resistência às visitas ou à prática que enseja alienação; alterara a guarda do menor, principalmente quando o genitor alienante apresentar conduta que se possa reputar como patologia, determinando, ainda, a suspensão das visitas em favor do genitor alienante, ou que elas sejam realizadas de forma supervisionada; dependendo da gravidade do padrão de comportamento de genitor alienante ou diante da resistência dele perante o cumprimento das visitas, ordenarem sua respectiva prisão. (FONSECA, 2006) Considerando que a referida Lei ainda é muito recente, sua prática nos Fóruns do Brasil ainda é pouco utilizada e, por isto, quase não existem estudos sobre a sua operacionalidade e consequentes resultados. Sendo assim, o objeto de estudo do nosso trabalho que é o de verificar como se dá na prática no Fórum de Justiça-Serviço Social do Município de Belém do Pará, poderá contribuir para que se conheça um pouco mais sobre esta Lei, sua aplicabilidade e resultados obtidos. A INTENVENÇÃO OS ASSISTENTES SOCIAIS NO FORUM DE BELÉM, QUANDO CONSTATADA A ALIENAÇÃO PARENTAL. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para compreender a dinâmica que envolve o trabalho do Serviço Social junto aos casos em que ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 119 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA é possível diagnosticar os indícios de alienação parental, realizou-se pesquisa para coletar dados qualitativos, envolvendo uma investigação empírica. Utilizou-se entrevista semi estruturada que foi realizada de maneira coletiva com Assistentes Sociais forenses do município de Belém do Pará, lotados no Fórum Civil da capital. A pesquisa teve como objetivo verificar a quantidade de profissionais que atuam na área da família e que vivenciam em suas práticas profissionais a temática abordada na pesquisa. Para tanto, foi feito um levantamento prévio e constamos que o fórum da comarca de Belém conta a atuação de nove Assistentes Sociais em seu corpo técnico. A amostra para pesquisa foi de três Assistentes Sociais forenses que já atuavam há bastante tempo com o tema proposto. Para que tivéssemos acesso às Assistentes Sociais do fórum, fizemos contato com a Coordenação da Divisão de Serviço Psicossocial do fórum. Retornamos ao fórum da data agendada e logo após nossa apresentação, entramos em contato com três Assistentes Sociais que se mostraram interessadas na produção de novos conhecimentos e solicitaram que deixássemos o roteiro das questões e marcaram o dia para realização da entrevista coletiva, que ocorreu em um prazo de cinco dias. Com posse dos resultados obtidos através das entrevistas, procederemos com a análise dos mesmos, que relataremos a seguir. Chegado o dia em que foi agendada a entrevista, nos dirigimos ao fórum da comarca de Belém, onde já estávamos sendo aguardadas. Como instrumento de coleta utilizamos à entrevista semiestruturadas com roteiro pré-elaborado, que se desenvolveu de maneira coletiva, as respostas obtidas foram gravadas mediante autorização das entrevistadas, para que posteriormente pudéssemos transcrevê-las e, assim, organizar os dados coletados. As Assistentes Sociais sentiram-se mais à vontade no decorrer da entrevista, assim relataram suas vivências no campo jurídico e que durante o relato e questionamentos, certamente teríamos as respostas para as nossas indagações. ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS A análise e interpretação de dados serão apresentados a parti de cada questionamento que foi surgindo no decorrer da entrevista. Quanto à visão dos profissionais sobre o tema Síndrome da Alienação Parental Através de nossos estudos e entrevista percebemos que a Alienação Parental pode iniciar por via de disputas judiciais, tanto após o termino da vida conjugal ou mesmo depois de anos. No judiciário, os processos em que a alienação parental se manifesta geralmente correspondem às ações de Guarda, Modificação de Guarda e Regulamentação e Visita. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 120 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA A princípio, para apreendermos o conhecimento dos profissionais de Serviço Social que atuam no judiciários, fizemos o questionamento acerca da compreensão do termo Síndrome da Alienação Parental por parte desses profissionais. Nenhuma de nossas entrevistadas apresentou dificuldades em descrever o conceito da Síndrome da Alienação Parental definido por Richard Garden, deixando muito claro que se trata de uma demanda no cotidiano de atuação desses profissionais. Como bem percebemos no depoimento a seguir: Termo descrito, a princípio, por um psiquiatra dos Estados Unidos, chamado Richard Garden, na metade dos anos 80, onde a criança é induzida ao ódio e repudio em relação ao genitor alienado. Mas não quer dizer que a alienação parental só passou a existir no mundo a partir de então, condutas alienatórias são bem mais antigas. (ASSISTENTE SOCIAL 1). Quanto a Lei nº 12.318, pólo e sua aplicabilidade no Poder Judiciário: Relataram que no Brasil a Alienação passou a ser reconhecida nos tribunais, através da lei que define a existência da alienação parental, pois mesmo se tratando de um fato que envolve questões de ordem objetiva e principalmente subjetiva, a lei tem a intenção de prevenção e garantia de direitos para a criança e ao adolescente. Mas, que, no entanto, não consideram a existência de uma síndrome por falta de bases comprobatórias que definam a existência de uma doença (ainda não possui CID), Ainda não existe na classificação Internacional de Doenças uma numeração atribuída para esse fenômeno e nem no manual DSM-IV, devido à questão científica ainda não ter sido bem trabalhada, porém o Brasil é um dos poucos países que reconhece a alienação como conduta violenta e para tanto criou uma lei‖. (ASSISTENTE SOCIAL2). Mesmo sendo um tema complexo que envolve diversas discussões e que ainda requer mais estudos no diz respeito ao campo científico, a lei da alienação parental veio para dá ordenamento jurídico, e através das medidas descritas na lei promoverem a proteção à criança e ao adolescente, pois, este é o principal foco de atuação da equipe técnica‖ (ASSISTENTE SOCIAL3). Quanto aos Instrumentos utilizados para verificação da ocorrência de alienação parental Todas as Assistentes Sociais entrevistadas informaram que já atuaram em casos em que foi possível detectar a ocorrência do fenômeno alienatório, como pode ser observado no depoimento abaixo: Quando detectados os indícios de alienação parental a equipe, que é composta por assistentes sociais e psicólogos, utiliza os instrumentais técnicos para elaboração de laudo que irá subsidiar o parecer do juiz diante de cada caso. ―As medidas adotadas devem preservar a integridade da criança e do adolescente, buscando restabelecer o vínculo que foi quebrado junto ao genitor alienado‖ (ASSISTENTE SOCIAL 1). Às Assistentes Sociais realizam os procedimentos que são necessários para que, através do estudo, se chegue a um diagnóstico, que são: a observação da criança e dos pais, a oitiva, analise documental presentes nos altos do processo, a visita domiciliar, etc. Com o diagnóstico elaborar um laudo que será utilizado pelo juiz no momento da audiência‖ (ASSISTENTE SOCIAL 2). Diante dos depoimentos é possível perceber a importância do trabalho realizado pela equipe psicossocial no fórum. Quando aborda este tema, em seu artigo, Lima (2012) destaca que cabe ao ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 121 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Assistente Social detectar que procedimento quando diagnosticada a real presença da alienação parental, deve avisar o magistrado competente da ação judicial em que observou os indícios, solicitar tratamento psicológico para obtenção de laudo profissional para confirmação da Síndrome de Alienação Parental, e nível em está se apresenta. A qualificação e competência profissional do agente do serviço social profissional evitarão o agravamento da alienação. A prática da Síndrome Alienação Parental por parte dos pais Em algumas pesquisas bibliográficas, percebemos que diversos autores afirmam que a mãe é quem, na maioria dos casos, está mais propensa a prática alienadora devida esta geralmente ser a detentora da guarda do infante. Mas ao indagarmos as assistentes sociais acerca dessa discussão todas tiveram a mesma opinião, afirmaram que é prematuro afirmar que a mãe é a grande manipuladora pois: ―Não é possível fechar esta percepção, pois, diversos familiares podem praticar esta violência. Até mesmo, o genitor que não detém a guarda pode alienar a criança pois convive com esta nas visitas regulamentadas, ou em casos que são considerados gravíssimos ambos praticam a alienação parental ―(ASSISTENTE SOCIAL 3). Aqui é importante ressaltar a existência e o aumento da Família de famílias monoparentais chefiadas por mulheres. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - 2014 mostra que: Em 2000, as mulheres comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios particulares. Em 2010, essa proporção cresceu para 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios – um aumento de 13,7 pontos percentuais. O IBGE considera como responsável aquela pessoa reconhecida como tal pelo demais moradores do domicílio. Guarda Compartilhada como medida de intervenção Do ponto de vista em que a alienação parental pode promover a violação do direito que a criança possui em conviver com ambos os genitores, de tal forma que ao repudiar o genitor alienados o restabelecimento dos laços afetivos se tornam muito difícil. As Assistentes Sociais apresentam posicionamento bastante consistente ao relatarem que, ao fazer uso da modalidade de Guarda Compartilhada, entende-se que esta ação tão ―danosa‖ possa ser atenuada devido o compartilhamento do poder familiar [...] a justiça e técnicos especialistas consideram a Guarda Compartilha como maneira mais igualitário para se preservar a convivência entre os ex-cônjuges e a prole‖ (ASSISTENTE SOCIAL 2). Mas eles também destacam que não é possível afirmar que a guarda compartilhada excluirá a alienação. Geralmente, na Modalidade de Guarda unilateral o pai que detém a guarde toma o filho para si como se este fosse uma propriedade. Mas sabemos que nossos filhos não são propriedade de ninguém. No entanto, não é possível afirmar que a Modalidade de Guarda Compartilhada é a melhor medida para combater a alienação parental. (ASSISTENTE SOCIAL 1). Para elas não é o recurso da guarda que vai impedir a ação resultante do processo alienador. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 122 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Independente da modalidade de guarda que pode ser compartilhada ou unilateral, o mais importante é dar início ao processo de conscientização para os responsáveis, ao assumir uma nova postura no sentido de primar pelo bem estar da criança e do adolescente tenham plena consciência de seus atos e dos enormes prejuízos que podem causar aos seus filhos. A conscientização como medida de prevenção Quando os genitores conseguem organizar a dinâmica que envolver a ruptura do casamento, assim, se tornarão capacitados para proteger seus filhos de qualquer prejuízo emocional que o fim da vida conjugal possa oferecer. Quando terminado o afeto e respeito ocorre o fim da vida matrimonial, mas, jamais deixarão o posto privilegiado de serem pais. As Assistente Sociais acreditam que mesmo que a lei proporcione sanções para atos praticados que se configurem como alienação parental, o ideal seria que ao invés de buscar o recurso da efetivação da lei, os responsáveis pela criança e pelo adolescente deveriam entrar em um acordo no diz respeito à guarda e quanto à relação de convivência. Mesmo estando a sociedade inserida em um contexto econômica, social e cultural bastante conturbado, pais e ou responsáveis deveriam, sempre que possível, fazer alto analise de suas atitudes, deixando de lado todo egoísmo e rancor para os infantes fiquem a salvo desse ―jogo manipula tório‖ chamado Alienação Parental. Em minha opinião, o corpo técnico que atua nos tribunais deve estar capacitado para reconhecer casos que apresentam a alienação parental. Mas o ideal seria que os pais (separados ou não), a família e a sociedade pudessem refletir acerca de suas ações, assim, evitando que esta violência seja praticada. (ASSISTENTE SOCIAL 3). CONSIDERAÇÕES É de suma importância compreender os fenômenos que geram a violência familiar, pois o que entendemos é limitado se comparado a amplitude que abrange toda estrutura, através de estudos e pesquisas que nos fazem enxergar a essência do fenômeno, analisar a totalidade histórica em que o indivíduo está inserido, e não apenas o que se apresenta na aparência. Como no presente artigo foi possível discorrer sobre a Alienação Parental, seu conceito e definição, e alienador, consequências para os alienados e os desafios enfrentados pelos profissionais de Serviço Social que atuam para efetivação e garantia de direitos. Certamente é constatada a complexidade do trabalho, para tanto é necessário a atuação de equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais e psicólogos. Destacamos que a alienação parental envolve questões de ordem objetiva e subjetiva, no qual o Assistente Social pode detectar seus indícios no cotidiano das relações familiares e o psicólogo a afirmação desse fato. Mesmo com suas especificidades cada profissional pode colaborar para que, em equipe, possam intervir junto ao alienador, ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 123 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA alienado e principalmente objetivando o bem estar da criança e do adolescente ao proporcionar o restabelecimento dos vínculos familiares que foram desgastados. A visita ao Fórum Cível da Comarca de Belém nos mostrou a amplitude dos processos de alienação parental. Casos explícitos, mas que a sociedade desconhece, são situações que nos remetem a violências envolvendo familiares que impedem o pleno desenvolvimento biopsicossocial da criança. Torna-se de grande importância que estudos a respeito deste tema tomem dimensões maiores e que possam ultrapassar o âmbito jurídico atingindo: as escolas, nas universidades e nas comunidades a fim de socializar o tema e consequentemente assegurar o direito à convivência familiar. Considerando que a família e uma instituição essencial à vida em sociedade. Em muitos casos, a ação alienadora por ser silenciosa e implícita é difícil percepção, porém, ao ser percebido os métodos interventivos devem ser eficazes para poder desenvolver o processo interventivo. Assim, os assistentes sociais por meio da escuta qualificada conseguem traçar meios e métodos que irão ajudar o infante nesta etapa turbulenta. Percebemos que é um processo doloroso, pois o próprio alienador muitas vezes não percebe suas atitudes, pois, devido ao desgaste do termino da vida conjugal, que muitas vezes acontece de maneira tumultuada, utiliza a criança como instrumento para descarregar a sua dor sobre o outro genitor e ou parceiro e familiares. Como importante medida contra atos de Alienação Parental pode destacar a divulgação, estudo e discussão das consequências entre profissionais e pais. Em caso em que a Alienação Parental é constatada, é importante que o genitor alienado procure profissionais (psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais) capacitados para lidar com esse tipo de situação, e caso necessário, ingresse junto ao Poder Judiciário, a fim de tomar as medidas necessárias para eliminar esta prática tão danosa e responsabilizar o genitor alienante. REFERÊNCIAS ALIENAÇÃO PARENTAL.LEI N º 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. Disponível em: <http// www.planalto.gov.br/ccivil_03/ato2007/2010/Lei/L123418.htm>. Acesso: 30 out de 2014. ANTELO, Geiziane. Síndrome de Alienação Parental: os filhos como munição. Disponível em: http:// www.apase.org.br. Acesso em: 17 abr 2011. BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Estatuto da criança e do adolescente(Lei nº 8069/1990): Convenção sobre os direitos da criança, lei de criação do Conanda (Lei nº 8.242/1991), regimento interno do Conanda (resolução nº 99/2004). 3. Ed. Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, 2004,160p. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em: http://www.senado.gov.br/legislação/const/ con1988/CON1988_05.10.1988/index.shtmAcesso em: 30 de out 2014. DIAS, Maria Berenice. Manual de direitos das famílias. 6ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,2010. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 124 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA FONSECA, Priscila. M. P. Corrêa Da. Síndrome de Alienação Parental. São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.priscilafonseca.com.br/?d=59&artigo=6.acesso em:06 out de 2014. LIMA, Carmem Tassiany Alves de.A Síndrome da Alienação Parental: Um novo enfrentamento para o assistente social no Poder Judiciário. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/? n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11079&revista_caderno=12 PARENTAL, SINDROME DA ALIENAÇÂO. O que é Alienação Parental. Disponível em:<http:// www.alienaçãoparental.com.br/o-que-e>. Acesso: 05 nov de 2011. SOUSA, Analicia Martins de. Síndrome da Alienação Parental: um novo tema nos juízos de família. São Paulo: Cortez, 2010. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 125 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA O ASSISTENTE SOCIAL, A MORTE E OS CUIDADOS PALIATIVOS Daniela Pinto de Oliveira Discente do Curso de Serviço Social Faculdade Metropolitana da Amazônia Dayse Caroline Costa Trindade Discente do Curso de Serviço Social Faculdade Metropolitana da Amazônia Sheila Cristina Araújo Franco Discente do Curso de Serviço Social Faculdade Metropolitana da Amazônia Valquíria da Conceição Nascimento da Silva Discente do Curso de Serviço Social Faculdade Metropolitana da Amazônia Lúcia Cristina Cavalcante Docente do Curso de Serviço Social Faculdade Metropolitana da Amazônia Resumo: Este artigo tem como objetivo realizar uma reflexão preliminar sobre o setor de cuidados paliativos, revelando quais os desafios e possibilidades no exercício profissional. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com base na exploração da literatura cientifica sobre o tema, bem como, entrevista com uma Assistente Social atuante na área de cuidados paliativos, orientado por um roteiro com dezenove questões, que versaram sobre os seguintes temas: dados pessoais e profissionais; atuação profissional em cuidados paliativos; um caso significativo atendido, dificuldades e motivação para trabalhar em cuidados paliativos; instrumentais utilizados e, descrição da equipe que compunha o setor. A entrevista foi gravada em áudio e seu conteúdo foi transcrito e analisado de acordo com os temas acima e a literatura estudada. A partir dos quais se pode concluir sobre a importância da equipe interdisciplinar para o atendimento do cuidado paliativo e a atuação do Assistente Social pautado no projeto ético político e no código de ética profissional. Palavras-chave: Cuidados Paliativos; Qualidade na morte; Serviço Social. INTRODUÇÃO Ao longo da história ocorreram diversas transformações na relação do homem com a morte, na Idade Média a morte era vista como algo natural, tanto que se esperava a morte de uma pessoa em casa com todas as pessoas que eram importantes na sua vida, como um ritual para findar o ciclo da vida. Desde então, muitas transformações ocorrem até os dias atuais, quando a morte se tornou algo indesejado e, de certa forma, inaceitável (MARTINELI, 2011). Portanto, de todas as fases da vida a morte é considerada a mais difícil, devido ás pessoas não se preparem para saber lidar com a finitude, são poucos os estudos voltados a este assunto e no cotidiano a maioria das pessoas ignora o tema, por sempre verem e tratarem a morte como assunto ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 126 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA futuro e distante. O estudo nos possibilitou a compreensão de que, apesar de não pensar-se sobre essa fase da vida, não há como lutar contra a natureza, no entanto, podemos nos proteger e cuidar para que não exista apenas qualidade de vida, mas também qualidade na morte (SIMÃO, 2010). Apesar de todo o avanço da medicina há um momento em que o processo curativo de um paciente não é mais possível, tais pacientes que não possuem chance de cura são denominados de várias formas: pacientes terminais, pacientes fora de possibilidade terapêutica e pacientes gravemente enfermos. Atualmente, utiliza-se mais frequentemente o termo ―paciente gravemente enfermo‖, devido às discussões que os outros termos têm gerado, já que implicam à condenação do paciente e a naturalização do sofrimento (CREMESP, 2008). Sabemos que vamos morrer, apesar de não pensarmos sobre o assunto acontecerá com todos nós, apenas não sabermos de que forma a morte chegará, de câncer, doença cardíaca, doença pulmonar, acidentes, mas sabemos que todos nós morreremos. No entanto, há uma particularidade quando abordamos a morte com pacientes gravemente enfermos, aqueles cuja morte está anunciada, este paciente e sua família, se constituem em usuários do Assistente Social, profissional que trabalha na área de saúde. A atuação do Assistente Social com a família e o paciente gravemente enfermo. Segundo Martinelli (2011) o Assistente Social, trabalha não apenas como trabalho individual, mas como expressão necessária de um sujeito coletivo. E enfatiza que: [...] a atuação na área da saúde, demanda este cuidado não somente por força da política de humanização, mas, sobretudo porque esta é uma área em que pulsam valores humanos candentes e onde trabalhamos com a vida em suas múltiplas manifestações, desde o nascimento, passando pela infância, juventude, vida adulta, processo de envelhecimento, até a finitude. É no contexto da finitude que esta inserida a intervenção do Assistente Social nos cuidados paliativos, estes cuidados têm o propósito de garantir a qualidade de vida do usuário e controlar o sofrimento em sua totalidade, visto que o sofrimento não é só físico, mas também emocional social e espiritual, enfatizando a pessoa doente e não é somente a doença (CREMESP, 2008). A essência dos cuidados paliativos é garantir a qualidade de vida. Sobre esta questão, CREMESP (2008): Nos programas de Cuidados Paliativos a morte deixa de ser oculta para se tornar visível, sendo mais aceita pelos profissionais. São importantes as habilidades para administrar as contingências da morte. É uma tarefa difícil para o paliativista transformar a morte negada e interdita em um evento social aceito. (p.555) O autor enfatiza ainda que: A ajuda no processo de morrer não significa cometer o ato da eutanásia. Trata-se de diminuir ao máximo o sofrimento, os sintomas incapacitantes e permitir a expressão de sentimentos, as despedidas, o término de assuntos inacabados, o alívio e o controle de sintomas, principalmente, da dor e do desconforto respiratório. (p.555) ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 127 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Os cuidados paliativos estão para além de aliviar a dor e o sofrimento físico, são cuidados para salvar histórias de vidas, resgatar o ―eu‖ de cada usuário e restaurar seus ―laços‖ afetivos. Não é uma forma de ―embelezar‖ a morte, porque a vida é que é ‖bonita‖, mas é uma forma de tratar com respeito e dedicação o usuário em todos os estágios da vida. O papel da família é fundamental neste processo, o que ressalta a importância dos cuidados paliativos sempre abordar não somente o usuário, mas também a sua família. Para Andrade (2008) [...] é possível notar que o cuidado denominado paliativo se apresenta muito mais do que a única alternativa para quem já não possui mais indicação de tratamentos curativos, mas constitui-se em uma proposta de atenção ampla, consciente e organizada, em que os profissionais de diferentes áreas unem-se com o objetivo de oferecer a paciente e família a atenção que requerem em momento tão especial. Tal proposta perpassa, sim, o tratamento clínico, mas abrange uma gama de ações que busca oferecer conforto, esperança, escuta efetiva, atenção às ―dores‖ emocionais e sociais, resolução para as causas prementes e a certeza sempre presente de que o homem é um ser único com necessidades, desejos, possibilidades e limites que o fazem sempre e a cada vez especial. (p. 73) Por conta dessas características de múltiplos cuidados, a equipe de cuidados paliativos é necessariamente multiprofissional: Médico, Psicólogo, Assistente Social, Nutricionista, Enfermeiro, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Dentista, Farmacêutico. Estes profissionais devem atuar com qualidade oferecendo técnicas com humanidade, garantindo uma melhor qualidade de vida ao usuário (SIMÃO, 2010). A equipe deve ser competente e crítica para justamente oferecer um atendimento que possibilite a qualidade de vida e a dignidade na morte. Esta equipe precisa estar devidamente preparada para atender o usuário gravemente enfermo, proporcionando a este usuário e sua família um redimensionamento da sua própria existência por meio da compreensão deste processo, respeitando as vontades do paciente e não agindo de acordo com as suas próprias vontades, pois o cuidado não é fazer para o outro o que faríamos por nós mesmos, deve-se ouvir o outro como gostaríamos de ser ouvidos, assim exercendo de fato a ética profissional. Andrade (2008) assevera que: Conhecer paciente e família, em situação tão singular, no momento de finalização da vida requer o entendimento de quem é este paciente inserido naquela específica família, qual o lugar que ocupa quais os vínculos construídos e consolidados, qual o tipo de relação que mantém com seus pares e em especial com seus cuidadores; significa entender como a família em questão encontra se organizada e qual rede de suporte social, se existente, poderá ser acionada nos momentos mais críticos. (p.73) Segundo Martineli (2011), o Serviço Social é uma profissão que em seu processo histórico diferencia-se de muitas profissões, devido à construção de sua identidade. A profissão tem como base um projeto Ético-Político voltado para o compromisso com o usuário, o que é explicito e reforçado no Código de Ética da profissão, destacando a importância da aliança do Serviço Social com outras profissões que possuem os mesmos ideais societários e a forma de enxergar e lidar com o ser humano. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 128 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA Na área da Saúde, os princípios éticos que norteiam a profissão nas mediações e expressões da práxis humanas, contribuem para um atendimento mais humanizado, comprometido com o usuário, já que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, como rege a Constituição Federal de 1988 (MARTINELI, 2011). A atuação do Assistente Social é fundamental neste processo devido a sua capacidade de escuta e a sua leitura da realidade, garantindo os direitos sociais aos usuários e seus familiares em todas as esferas da sociedade. Portanto, o Assistente Social é devidamente reconhecido como um profissional da saúde pelo Conselho Nacional de Saúde e pelo Conselho Federal de Serviço Social, uma vez que os usuários são sujeitos de direitos, que merecem assistência integral à saúde pelo Sistema Único de Saúde (MARTINELI, 2011). Refletindo na importância da aliança da Medicina com o Serviço Social, pois ambos se importam com o ser humano, visto que ele é mais que um corpo. Sobretudo nos casos em que os pacientes gravemente enfermos vêm de uma história de vulnerabilidade social, o Assistente Social pode contribuir para que a qualidade na morte seja garantida. Não há como fugir da realidade, das expressões da ―questão social‖ e dos impactos que elas causam na vida de todos, principalmente daqueles que não possuem poder aquisitivo e que já se encontram ―fragilizados‖ por esse processo. Neste sentido, Carvalho (2008): Na literatura, é bastante estudada a correlação entre a variável, baixo nível de escolaridade e as condições socioeconômicas precárias. Para esses segmentos da população, o impacto da doença é ainda mais grave, porque esses usuários e seus familiares já se encontram numa condição de vulnerabilidade social, enfrentando dificuldades de acesso a bens e serviços para satisfação de necessidades básicas. (p. 98) É neste contexto que o Assistente Social deve atuar, para que possa compreender que além de um sofrimento físico existem também outros sofrimentos que precisam ser cuidados. O assistente social trabalhará com pacientes e principalmente com a família, auxiliando que esta família possa aprender a cuidar e ser cuidada. É no cotidiano que os profissionais devem cuidar para que a técnica e o atendimento humanizado ―caminhem juntos‖. (MARTINELI, 2011) Outrossim, a autora enfatiza a necessidade do cuidado deste profissional consigo mesmo e deste ponto de vista recomenda: Manter um Estado de espírito positivo; Alimentar uma paz de espírito e a tranquilidade; Dedicar-se a práticas que permitam o recriar das energias e que estimulem a criatividade; Manter a chama acesa da busca do conhecimento, da prática, da pesquisa; Buscar permanentemente o aprimoramento profissional, tanto na perspectiva multidisciplinar quanto na profissão de origem; Lembrar-se, a cada de um momento, do permanente compromisso que devemos ter no sentido da consolidação do Projeto Ético-Político da Profissão. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 129 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA A pesquisa indicou que são poucas as literaturas sobre a atuação do Assistente Social nos cuidados paliativos, o que é reafirmado por Martinelli e Simão, bem como, há poucos profissionais trabalhando nesta área. Apesar do número de Assistentes Sociais na Saúde ter aumentado com o Sistema Único de Saúde SUS e o Sistema Único de Assistência Social. Segundo (BARROS, 2012), pouco se produz na área de cuidados paliativos, o que reflete a baixa inserção destes profissionais nesta área. PERCURSO METODOLÓGICO O presente artigo nasceu de uma pesquisa qualitativa, que se valeu na exploração da literatura cientifica sobre o tema, bem como, de entrevista com uma Assistente Social atuante na área de cuidados paliativos. A entrevista com a profissional foi orientada por um roteiro com 19 questões, que versaram sobre os seguintes temas: dados pessoais e profissionais; atuação profissional em cuidados paliativos; um caso significativo atendido, dificuldades e motivação para trabalhar em cuidados paliativos; instrumentais utilizados e, descrição da equipe que compunha o setor. A entrevista foi gravada em áudio e seu conteúdo foi transcrito e analisado de acordo com os temas acima e a literatura estudada. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Assistente Social entrevistada é formada pela Instituição Universidade Federal do Pará (UFPA) com 13 anos de atuação em cuidados paliativos, sendo uma das pioneiras na implantação do Serviço em um Hospital, referência em Oncologia no Estado do Pará. Ao perguntarmos sobre a atuação profissional em cuidados paliativos, ela inicia sua resposta relatando que, a maioria dos usuários considera que a morte é ruim, mas trata-se de uma visão do senso comum, pois devemos buscar também qualidade na morte. Ela define os cuidados paliativos não como uma sentença de morte e, sim o cuidar bem, promovendo qualidade de vida para minimizar os sofrimentos, aliviando dores e sintomas até a sua finitude. E os pacientes que se enquadram no perfil dos cuidados paliativos, que ficam internados no hospital ou que recebem cuidados em casa, também o atendimento com a família, realizando a escuta com os usuários e dando as orientações que cabem ao profissional. No Hospital onde trabalha a maioria dos usuários em cuidados paliativos são beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pois está trabalha num hospital publico que atende pacientes com câncer, e que também é um segmento que é vitima de uma situação de pauperização, o que confirma a análise de Carvalho (2007) que diz que a doença se agrava diante da condição de vulnerabilidade social a qual se encontra a população atendida. A profissional relatou um caso significativo que ela acompanhou um senhor com câncer, que havia saído de casa a mais de vinte anos e acabou se tornando morador de rua, dialogava com a equipe ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 130 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA por meio da escrita devido o seu grave estado de saúde, esse senhor foi internado no Hospital e como não tinha nenhuma documentação dificultou sua identificação e possíveis formas de inseri-lo em algum programa social, como o BPC. Por meio da imprensa a equipe conseguiu entrar em contato com seus familiares, sua mãe, uma senhora idosa, almejava muito esse reencontro com o filho. Após ter recebido alguns cuidados, o senhor retornou à sua casa com o acompanhamento da equipe, para morrer junto à sua família. O que nos confirma a importância do envolvimento do Assistente Social com a família e com o paciente. Quando perguntamos o que dificulta o trabalho com os cuidados paliativos, a Assistente Social nos afirmou que são as políticas públicas, pois elas deveriam ser mais eficazes e eficientes e a não visibilidade dos serviços. E quando perguntamos sobre o que lhe motiva a continuar com esse árduo trabalho, ela, certa do trabalho que realiza, nos diz: ―é o comprometimento ético da profissão com o ser humano, por acreditar que todo ser humano possui seu valor até sua finitude‖. Essa fala nos remete a afirmação de Martineli (2011) sobre os princípios éticos que norteiam a profissão, contribuem para um trabalho humanizado. Sobre a pergunta de quais instrumentais são utilizados dentro desse processo, ela nos respondeu que é a intervenção junto ao usuário, as visitas domiciliares, a escuta do paciente e da família, a abordagem social, entrevistas, orientações sobre direitos sociais, o apoio à equipe multidisciplinar, o encaminhamento para a inserção em programas sociais como: Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada. Segundo a assistente social, a intervenção com a família do usuário que busca o reestabelecimento dos laços afetivos, ela entende que a cura física não será mais possível, mas a cura emocional e sentimental é possível. CONSIDERAÇÕES A realização deste trabalho abalizou que existe pouca literatura sobre o assunto em que pese o aumento da atuação do assistente social na área de saúde, apontou também a importância da existência de uma equipe interdisciplinar para atuação na área dos cuidados paliativos, formada de profissionais comprometidos. Para o Assistente Social, atuar no cuidado paliativo demanda a atuação a necessidade de apreender e compreender a essência do fenômeno, considerar e analisar cada situação no contexto de uma totalidade histórica em que o indivíduo está inserido e atuar junto a família buscando amenizar a dor da morte, ou seja da finitude, como uma das fases da vida. Com a entrevista realizada junto a Assistente Social que atua na área, possibilitou ainda que de forma ainda restrita discorrer sobre a atuação do assistente social, no cuidado paliativo, seu conceito e definição, e os desafios enfrentados pelos profissionais de Serviço Social que atuam nesta área. Certamente este primeiro trabalho aponta para a necessidade de continuidade, pois possibilitou a ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 131 SESSÃO COMUNICAÇÃO ORAL—CATEGORIA PESQUISA constatação inicial e a complexidade do trabalho dos profissionais que atuam nos cuidados paliativos, e confirma a necessidade da atuação de equipe multidisciplinares composta por médicos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas, enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos para uma intervenção qualificada. A partir da análise da entrevista com a Assistente Social, conhecendo a realidade do trabalho em cuidados paliativos pode-se constatar suas possibilidades e desafios, e essencialmente a importância do trabalho humanizado, que se constitui na materialização do projeto ético político da profissão. Ressalta-se que a importância de um trabalho humanizado está para além do profissional de Serviço Social, almeja-se que toda a equipe técnica, constituída de diversos profissionais como detectado, trabalhem de forma humanizada, pratiquem a ética no seu exercer profissional, garantindo a qualidade de vida e a qualidade na morte para todo e qualquer ser humano, independente de classe social, cor ou raça, buscando outro ―olhar‖ sobre a morte, para que esse usuário se sinta vivo até seu último suspiro. Assim, torna-se importante que as discussões sobre o tema se alarguem, suscitando futuras pesquisas e perspectivas para a vasta área da Saúde e do setor de cuidados paliativos, desvendando a contribuição fundamental do Serviço Social para a realização deste trabalho. Aponta ainda a necessidade do profissional em cuidar de si mesmo, para que no cotidiano de sua atuação com o cuidado paliativo, possa colocar em prática o projeto ético político da profissão, atuando com base na garantia dos direitos humanos, humanização do atendimento, e essencialmente no compromisso com o usuário, lembrando-se, a cada momento, do permanente compromisso que devemos ter no sentido da consolidação do Projeto Ético-Político da Profissão. REFERÊNCIAS ANDRADE, Letícia. Serviço Social. CREMESP. Cuidado Paliativo. São Paulo: CREMESP, 2008, p.6973. BARROS, Carlos. A questão da morte no âmbito do Serviço Social. 2012. Disponível em <http: // www.sabereseolhares.com> Acesso em: 07 set.2014. CARVALHO, Célia da S. Ulysses. A necessária atenção à família do paciente oncológico. Revista Brasileira de Cancerologia. 2008 MARTILENI, Maria Lúcia. O trabalho do assistente social em contextos hospitalares: desafios cotidianos. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n.107, p.482-508, jul/set 2011. SIMÃO, Andrea Branco. A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n.102, p. 152-164, abril/jun 2010. ANAIS DA V SEMANA ACADÊMICA INTEGRADA DA FAMAZ—ISBN 9788561586409 132