Dossiê de Tombamento Praça Dr. Último de Carvalho
Transcrição
Dossiê de Tombamento Praça Dr. Último de Carvalho
Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DEZEMBRO|2009 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 Prefeito Municipal EXMO. SR. FERNANDO ANTÔNIO DUTRA MACEDO Vice-Prefeito Exmo. Sr. Dalmo Maurício Furtado Secretária Municipal de Educação Ilma. Sra. Viviane Gomes Vieira Sede da Administração Municipal Av. Raul Soares, 15 Rio Pomba MG CEP: 36.180-000 Tel. Fax. (32) 3571-1544 E-mail: [email protected] 2 de 123 CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 3 de 123 APRESENTAÇÃO A preocupação com a proteção e a preservação dos bens culturais, sejam eles municipais, estaduais ou nacionais, tem sido tema constante de discussões não só no âmbito das administrações públicas, mas também entre os integrantes das comunidades. A proteção aos bens culturais nacionais realmente ganhou corpo em 1937, quando foi aprovado o Decreto-Lei nº 25. Complementando esse Decreto, importantes Leis foram sendo promulgadas objetivando ampliar a gama de bens protegidos no país e implementando punições para aqueles que destroem, parcial ou totalmente, o patrimônio brasileiro. Uma das maiores conquistas na área veio no ano de 2000, quando entrou em vigor o Decreto nº 3551 instituindo o Registro dos Bens Culturais de Natureza Imaterial. Dentre os instrumentos legais de proteção, o tombamento, cuja competência é atribuída ao poder executivo pelo Decreto-lei nº 25/37, é um dos mais eficazes instrumentos para a preservação do patrimônio existente em determinado local porque, através dele, “é concedido ao bem cultural um atributo para que nele se garanta a continuidade da memória. É o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando-se em conta sua função social. O tombamento não retira a propriedade do imóvel e nem implica em seu congelamento, permitindo transações comerciais e eventuais modificações, previamente autorizadas e acompanhadas, além de auxílio técnico do órgão competente”.1 No Estado de Minas Gerais, incentivados pelo repasse de ICMS aos municípios através do programa ICMS Cultural, programa esse implementado e desenvolvido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – IEPHA – através da sua Diretoria de Promoção, o interesse e a preocupação de governos municipais e comunidade tem garantido a preservação de um número incontável de bens culturais. O presente Dossiê de Tombamento representa uma das partes mais importantes que compõem o conjunto de ações previstas no programa de ICMS Cultural. Espera-se que, cumprindo a sua função primordial que é a de oferecer informações acerca da história, das características do bem cultural e do local onde o mesmo está inserido e de diretrizes que darão bases para possíveis intervenções, inclusive no seu entorno, ele seja um importante elemento na preservação da história e da cultura riopombense. 1 BRASIL. Decreto-Lei 25/37. Brasília: s/ed., 1937. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 4 de 123 INTRODUÇÃO O presente dossiê diz respeito ao “Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho” e traz informações que, além de justificar a importância deste bem cultural para a preservação da história administrativa, urbana, arquitetônica, cultural e ambiental do município de Rio Pomba - MG, servirá como base para a decisão do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural em relação ao seu tombamento municipal, tendo como base as diretrizes da Lei nº. 1.318/2009 de 11 de dezembro de 2009. Possuindo uma área de aproximadamente , 5.970m2, o “Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho” se localiza na confluência das ruas João Cândido F. Cunha, Domingos Ignácio, João Marcelino e Av. Raul Soares, na região central do distrito-sede do município. Tal área se destaca por possuir, além de um conjunto arquitetônico de fins do século XIX e início do XX de grande significado para o município no entorno imediato do Conjunto, as sedes dos poderes executivo e judiciário sendo considerada historicamente, portanto, o centro políticoadministrativo municipal. A Praça Dr. Último de Carvalho, conjunto paisagístico, área verde e espaço livre público é composto por elementos imóveis, móveis e integrados e espécies vegetais e é citado pela população local como merecedor de proteção imediata, pois constitui um de seus principais espaços de convívio no centro da cidade e cenário para a maioria de suas manifestações culturais não-religiosas, além de pertencer ao núcleo histórico urbano (NHU) desse centro. Dentro da perspectiva ressaltada pela Carta de Petrópolis2 de reapropriação do espaço urbano pela população e, consequentemente, da predominância do seu valor social ao de mercadoria, o tombamento do Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho é proposto não para a sua preservação como um bem isolado e imutável, condição no que um elemento estruturador urbano-social nunca poderia se configurar, mas, ao contrário, um espaço dinâmico como a própria sociedade o é, elo de ligação entre o passado e o futuro, como destaca Kevin Lynch em 1981: “Conservamos as coisas antigas, não pelo seu valor próprio, nem numa tentativa quixotesca de parar a mudança, mas para melhor transmitir um sentido de história. (...) Significa ligar o processo do passado à mudança e a valores atuais, em vez de tentar separá-lo deles. (...) O ambiente pode intensificar a percepção 2 CURY, Isabelle (org.). Carta de Petrópolis. In: Cartas Patrimoniais. 3ª. ed. rev. aum. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004, p. 285. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 5 de 123 do residente acerca da mudança e ajudar a ligar o passado com o seu presente e com o seu futuro”.3 Vale destacar que as estruturas urbanas deixaram de ser vistas como elementos estáticos de composição homogênea a partir da década de 80 do século XX, através da difusão do conceito de “cidade-documento” que, segundo Sant’Anna, “justifica a proteção de áreas urbanas sem grande interesse artístico ou estético, portadoras de conjuntos arquitetônicos heterogêneos e já bastante fracionados, mas que tinham muito a dizer sobre a história urbana do país”.4 A metodologia empregada para a elaboração deste conteúdo foi a seguinte: - levantamento bibliográfico em acervos da Biblioteca e do Museu municipais, de pessoas da comunidade e em sites na internet; - levantamento iconográfico em acervos da Biblioteca e do Museu municipais, de pessoas da comunidade e em sites na internet; - realização de entrevistas com pessoas da comunidade que reúnem e organizam informações acerca da história do município; - realização de levantamentos de campo, o que inclui o levantamento do estado de conservação do bem cultural; - levantamento de dados acerca dos aspectos fisiográficos e paisagísticos; - registro fotográfico do bem e do seu entorno; - sistematização das informações recolhidas para a elaboração dos textos e das bases cartográficas. 3 LYNCH, Kevin. A Boa Forma da Cidade. Lisboa: Edições 70, 1999 (1ªEd. 1981), p. 247. SANTANA, Márcia. Critérios de intervenção em sítios urbanos históricos: uma análise crítica. S/l: s/ed, s/d. 4 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 6 de 123 SUMÁRIO Apresentação Introdução Sumário Histórico do Município Histórico do Bem Cultural Descrição e Análise do Bem Cultural Delimitação do Perímetro de Tombamento Justificativa da Definição do Perímetro de Tombamento Delimitação do Perímetro de Entorno do Bem Tombado Justificativa da Definição do Perímetro de Entorno Diretrizes de Intervenção/ preservação na área tombada e área de entorno Documentação Cartográfica e Fotográfica Ficha de Inventário do Bem Tombado Laudo Técnico Referência Documental e Bibliográfica Ficha Técnica Pareceres para Tombamento Ata do Conselho decidindo o tombamento provisório Notificação e recibo Documento abrindo mão do prazo legal de 15 dias para impugnação Ata do Conselho decidindo o tombamento definitivo Declaração de publicidade das tas Cópia do Decreto de tombamento definitivo Declaração de publicidade do Decreto de Tombamento Cópia da inscrição do bem no Livro do Tombo dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 7 de 123 HISTÓRICO DO MUNICÍPIO5 As origens do município de Rio Pomba remontam ao século XVIII, época em que ocorreu o processo de colonização de parte significativa da Zona da Mata e do leste do território da Capitania de Minas Gerais. A região, ocupada por índios das tribos Coroados e Coropós, foi palco de confrontos violentos, atrocidades e mortes. As expedições lideradas pelo capitão-mor Luís Borges Pinto e o capitão Inácio de Andrade são exemplos do que se assinalou naqueles anos, ficando conhecidas por corroborar o caráter de crueldade que permeou a ocupação da região. A povoação que se formou foi elevada à condição de Freguesia de São Manuel do Pomba no dia 16 de fevereiro de 1718, por provisão de D. João V. O Governador da Capitania, Luís Diogo Lobo da Silva, numa tentativa de conter as ações de grupos desbravadores, determinou a criação de uma missão de fins catequéticos, na segunda metade do século XVIII, liderada pelo padre missionário Manuel de Jesus Maria, a qual contou com a participação do coronel Guido Tomás Marlière, do capitão Constantino José Pinto, além dos capitães e irmãos Farinho.6 O requerimento de Jesus Maria ao Governador Geral, solicitando a sua confirmação como vigário colado dos Índios Coroados e Coropós, elucida as intenções do Governo da Capitania a cerca dos domínios daquela área do território mineiro: “...Dis o Pe Manoel de Jesus Maria, natural da freguezia de Santo Antônio da Caza Branca, do Bispado de Marianna, que intentando o Governador e Capitão geral da Capitânia das Minas Geraes, em observancia das Ordens de V. Mag.de, Christianizar, e Civilizár os Indios bravos, que Se denominão Cropós, e Croátos, dos mattos, e certons do Rio Pomba, e Peixe, não houve Sacerdote algum, que quizése expor a Sua Vida ao perigo grande e, trabalhos que no ditto Exercicio se Experimentarão; e Sendo o Supp. te creado vigario da ditta paragem, ali se achava vivendo entre aquelles barbaros, pello zello da fé e Serviso de V. Mag. de Cathequizando-os baptizando-os, e Civilizando-os; e para o Supp. te Continuar, Sem o Onus de Provizões annuaes, e despezas, necessita, que V.Mag. de lhe faça mercê de o Confirmar Vigario Collado dos ditos Indíos Cropós, e Croátos, e de todos os moradores, que para a dita freguezia, e Certons forem entrando...” (grifo nosso)7 A atestação passada pelo conêgo da Catedral de Mariana referente ao pároco Jesus Maria, em 8 de fevereiro de 1778, traduz as dificuldades e o cenário muitas vezes hostil daqueles sertões nos anos 70 do século XVIII: 5 Texto retirado do Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba, elaborado pela empresa Aro Arquitetos Associados em 2003. 6 CARVALHO, 1998. P.470. 7 SOBRE...1897. p.354 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 8 de 123 “O Doutor Ignacio Correa de Sá, Conego Doutoral na Cathedral de Marianna, Comissario do Santo Officio e da Bula da Santa Cruzada Prothonatório Apostólico de Sua Santidade Examinador Synodál, e Juis das justeficações de genere, Vigario Capitulár deste Bispado, pello Illustrissimo e Revendissimo Cabbido Sede Vacante etc Atesto, que havendo de Se Creár huma nova freguezia nos Certoens do Ryo da Pomba, e Peixe para reduzir ao grémio da Igreja Os indios brabos daquelles Certoens, à Satisfação do Illustrissimo, e Excelentissimo Senhor General desta Capppitania foi promovido pelo Illustrissimo Cabido o Padre Manoel de Jesus Maria, Presbitero do habito de São Pedro natural da freguezia de Santo Antonio da Caza Branca, deste Bispado, e filho natural de João Antunes, homem branco, e de Maria , nacional de Angola, na ocupação de primeiro Vigario Encomendado, para hir Crear aquella nova freguezia, Com a invocação do Martir de S. Manoel; por ser o dito Padre de Exemplár vida, e Costumes, se sugeitou Côm prompta vontade, a reução daquelles Indios, e Com effeito hido para aquelles dictos Cerons, me Consta Certamente, que todo Se applica, Com incansavel zello, fervor e paternal Amôr, girando A pé por mattos incultos, para hir a várias Aldeas dos ditos Indios, e dormindo muitas vezes, Esposto Ao tempo, por a sim o pedir a ocazião, passando necessidades, pela Esterilidáde do Lugar, tudo Sofre Com bom A mim o ditto Padre, arriscando Sem receyo a Sua Vida, á discrição das Féras e dos mesmos Indios bravos por Serviço de Deos, e de sua Magestadade Fidelissima, e tão bem Se acha O referido Padre dispençado na irregularidáde ex defectu natalium, para Ter, e obter Beneficio de Cura de almas; e por me Ser pedido A presente Amandei passár, por mim aSignado, e Sellado Com o Sello das Armas da Meza Capitular aos Vinte, outto de Fevereiro de mil settecentos sessenta, e outto – Ignacio Correa de Saá.”8 Manuel de Jesus Maria, na condição de vigário encomendado, passou a ser o responsável pela paróquia a ser instalada na nova freguesia, que integrava o município de Mariana. A posse dessa freguesia ocorreu em 25 de dezembro de 1767. Posteriormente, foi declarada colativa no dia 15 de junho de 1771, segundo resolução régia e consulta da Mesa de Consciência e Ordens.9 A promoção do padre Manuel de Jesus Manuel Maria como vigário colado da Freguesia de São Manuel dos Sertões do Rio Pomba e Peixe dos Índios Coroados e Coropós ocorreu em 1771. Nesse período, o povoado já possuía uma escola de primeiras letras e de doutrina, sob a orientação da autoridade eclesiástica.10 A localidade situada às margens do Rio Pomba, cuja denominção é atribuída as tribos indígenas daquelas paragens que utilizavam penas de pombas como enfeites, está entre as primeiras criadas na Zona da Mata.11 A freguesia alcançou a categoria de vila somente no século XIX, de acordo com a Lei Provincial datada de 13 de outubro de 1831. O foro da cidade de Rio Pomba ocorreu no dia 6 8 Idem, p.362-364). INSTITUTO, 1990. 10 idem. 11 CARVALHO, 1998. p.470. 9 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 9 de 123 de julho de 1858, pela Lei de nº 881. A denominação vigente de Rio Pomba foi adotada oficialmente no século XX, de acordo com lei nº 336, de dezembro de 1948. No ano de 1823, Dom Frei José da Santíssima Trindade, em visita a essa freguesia, deixou transparecer claramente o seu desalento ao constatar o estado lamentável de sua matriz: “Fazemos saber que no dia 4 de setembro de 1832 visitamos pessoalmente a igreja paroquial do Mártir São Manuel do Rio Pomba e Peixe, na presença do seu reverendo Pároco Colado João Bonifácio Duarte Pinto, sacerdotes e povo, e cumprimos da nossa parte o disposto no Pontifical e ordenações canônicas. Grandedor e aflição feriu a nossa alma, quando vimos a indecência do templo desta matriz, sem pavimento, sem forro e desprovido de muitas coisas consideráveis, como o cemitério aberto sujeito à profanação, vasos dos santos oléos de chumbo, sendo uma igreja começada há mais de 50 anos, e reconhecemos proceder esta falta do pouco zelo do reverendo pároco e divisão dos paroquianos...” 12(grifo nosso) A descrição minunciosa e rica em informações sobre o território mineiro de José Joaquim da Silva em sua obra, Tratado de geografia descritiva especial da Província de Minas Gerais, descortina o município de Rio Pomba, em fins da década de 70 do século XIX, num momento de profundas mudanças no Brasil e, conseqüentemente, em Minas Gerais: o Império, em franco declínio, acenava para o seu fim e a abolição da escravatura, finalmente, tornava-se eminente. “...Está colocada à margem do Rio Pomba pelo lado esquerdo, em um lugar saudável e aprazível. A cidade tem uma grande praça e sete ou oito ruas não-calçadas; tem alguns prédios importantes, bem como algumas casas de sobrado, em número, talvez, de 20. Além da matriz, tem mais a igreja do Rosário, no alto do Gordo. No Rio Pomba, tem uma boa ponte. A população do município sobe, talvez, a 32 mil almas, incluindo a da cidade, que orça por 4 mil almas. O pessoal da cidade é excelente , bem como do município. Tem um comando superior da Guarda Nacional e um colégio eleitoral composto de 77 eleitores. Dista da Capital da província 24 léguas. O território do município compõe-se todo de excelentes matas e produz toda sorte de cereais e legumes, mas a sua lavoura principal e mais importante é a do café e da cana, cujos produtos são exportados para fora, assim como também se exporta muito toucinho e excelente fumo ali fabricado. 12 SANTÍSSIMA TRINDADE, 1998. p.175-176 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 10 de 123 A escravatura matriculada na coletoria do município chegou ao número de 7.028; e o fundo de emancipação que lhe foi distribuído é de 13:996$570. O número de ingênuos nascidos até 31 de dezembro de 1876 foi de 425, dos quais faleceram 86...”13 Nesse período, as divisas de seu território confrontavam-se com as localidades de Ubá e Piranga ao norte, Rio Novo ao sul, Cataguases ao leste e Barbacena ao oeste.14 A composição do município de Rio Pomba passou por sucessivas alterações nos séculos XIX e parte do XX. De seu território fizeram parte os distritos de São Manuel do Pomba, Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Tabuleiro, Nossa Senhora das Dores do Turvo, Nossa Senhora das Mercês do Pomba, Senhor Bom Jesus do Bomfim do Pomba, Divino Espírito Santo do Pomba, Porto de Santo Antônio, Tabuleiro, Livramento, Piau, Espírito Santo do Cemitério, Desterro do Melo, Rio Pardo, São José do Paraopeba, Conceição do Formoso, São Sebastião de Piraúba e Silveiras.15 Atualmente, é constituído apenas pelo distrito sede. A obra organizada por Antônio de Assis Martins, denominada Almanak administrativo, civil e industrial da Provincia de Minas Geraes do anno de 1874 para servir no de 1875, ao apresentar uma relação do pessoal da Província, dividido por Comarcas, Municípios, Freguesias, Distritos e Curatos, revela aspectos importantes das juridições, govrnança e justiças. Tais informações são enriquecidas pelo registro das atividades econômicas dessas jurisdições, na qual inseria-se Rio Pomba. O município regia-se, nessa ocasião, por uma câmara e juiz, além de autoridades menores: “Município da Cidade do Pomba CAMARA MUNICIPAL. VEREADORES. 1º Dr. José Rufino Soares de Almeida. 2º Advogado Pedro José da Silvr.ª 3º Daniel da Rocha Ferreira. 4º Cap.m Pedro Coelho de Oliveira. 5º C.el José Luiz de Campos. 6º T. e C. el José Dutra Nicacio Junior. 7º Advogado Fortunato Pinto de Oliveira. 8º T. e Manoel Homem de Faria. 9º Capitão Aniceto Rodrigues Vicente. SECRETARIO. Vago. PROCURADOR. Vago. FISCAL E AGENTE. Sebastião José dos Reis. FORO CIVIL E CRIMINAL. JUIZ MUNICIPAL. 13 SILVA, 1997. p.115-116 SILVA, 1997. p.116 15 COSTA, 1970. p.349-350. 14 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 11 de 123 Dr. Clementino José do Carmo. SUPPLENTES. 1ºdistricto, tenente coronel Antonio Alves Viera. 2º dito, Barão do Louredo. 3º dito, Fortunato Fernandes da Rocha. ADJUNTO DO PROMOTOR PUBLICO. Manoel Francisco do Assis. ESCRIVÃO DE ORPHÃOS. Joaquim José dos Reis. DITO DO JURY. Vago. 1º TABELIÃO. Nonimato José da Silva Freitas. 2º DITO. Francisco de Paula Dias Ribeiro. PARTIDORES. Antonio Lopes do Santos. Innocencio dos Reis Coutinho. CONTADOR. O mesmo. DISTRIBUIDOR. O mesmo. CURADOR GERAL DOS ORPHÃOS. Vago. PROMOTOR DE CAPELAS E RESIDUOS. Vago. DEPOSITARIO PUBLICO. José Souza de Oliveira. ADVOGADOS. Dr. Francisco de Paula Ramos Horta. Dr. Luciano Rangel de Azevedo Dr. Francisco Urbano Ferreira Alvim. DELEGADO DE POLÍCIA Manoel Francisco de Assis. SUPLLENTES. 1º Januario Pinto de Oliveira. 2ºJoaquim Moreira da Silva. 3º Vago. MEDICOS. Dr. José Rufino Soares de Almeida. Dr. Franklim Pereira Salgado. BOTICARIO. Miguel Theotonio de Araujo Libero.”16 A administração de São Manoel do Pomba bem como a dos demais distritos que compunham o município tinham em comum as figuras do Juiz de Paz, subdelegado, pároco e professor. Por outro lado, as especificidades dessas localidades podem ser traduzidas pelo tipo de ocupação e atividade econômica preponderantes à época. A título de exemplo, o registro de São Manuel do Pomba: 16 MARTINS, 1874. p.176-177 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 12 de 123 “FREGUEZIA E DISTRITO DE S. MANOEL DO POMBA. JUIZES DE PAZ. 1º Dr. Luciano Rangel de Azevedo. 2º José Senra de Oliveira. 3º Manoel Francisco de Assis. 4º Joaquim Patricio Barroso. SUBDELEGADO. José Bazilio Nogueira. SUPLLENTES. 1º Vago. 2º Mariano de Paula Pereira. 3º Agostinho Lopes de Abreo. PAROCHO. João Baptista Ferreira. PROFESSORES. De latim e francez, Carlos Alberto da Rocha. De primeiras letras, sexo masculino, Francisco de Paula Motta. Sexo feminino, D. Amelia Euflavia Chaves. ENGENHOS DE CANNA. Antonio Joaquim Ferreira. Antonio Gonçalves Lanna. D. Anna Francisca Alves. Bento Rodrigues Gomes. D. Candida Maria de Oliveira D. Custodia Maria do Céo. Camilo Gonçalves da Cunha. Francisco Rodrigues de Salles. Francisco Antonio Viera. Francisco Pinto Ribeiro. D. Francisca Alves Viera. Joaquim Dias Viera. Joaquim Patricio Barroso. José Dutra da Silveira. José Gonçalves Quintão. José Gonçalves da Cunha. Dr. João Gonçalves Lino. Dr. Luciano Rangel Azevedo. Manoel Antonio da Silva. Manoel Martyr de Magalhães. Manoel Joaquim da Rocha. Manoel Furtado Campos. Manoel Ignácio José da Silveira. D. Maria Custodia de Jesus. Marcellino José de Mello. Patricio José de Araujo. Pereira & Filho. Romualdo Fernandes de Souza. Vicente Ferreira Leite. Tristão José de Souza.”17 As demais povoações que compunham o município do Pomba obedecem na obra de Martins, a mesma forma de apresentação de São Manoel do Pomba, e se distinguem, refletindo suas particularidades. Uma análise das mesmas pode ser assim resumida: 17 MARTINS, 1874. p.177 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 13 de 123 • Espírito Santo do Rio Pomba: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Paróco, Professor, Engenhos de cana. • Porto de Santo Antonio: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Escrivão de Paz e Subdelegacia, Paróco, Delegado da Instrução, Professores, Oficiais de Justiça, Inspetores de Quarteirão, Boticários, Vacinador, Negociantes, Capitalistas, Fazendeiros que cultivam café, Fazendeiros que cultivam cana, Criadores, Fabricantes de fumo, Paneleiros, Telheiros com olarias, alfaiates, sapateiros, seleiros, marceneiro, carpinteiros, ferreiros, pedreiros, entalhador, rodeiro, padaria, professor de música, Propietários, Hotel, Ranchos de tropas, Carreiros. • Mercês do Pomba: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professores, Boticários, Engenhos de ferro, Senhores de Engenho pelo antigo sistema, Capitalistas, Criador, Escultor e entalhador, Pintores, Carpinteiros, Pedreiro, Ferreiros, Estalagem. • Senhor do Bomfim: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professor. • Nossa Senhora das Dores do Turvo: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professor. • Bom Jesus da Cana Verde: Juizes de Paz, Subdelegado/Suplentes, Pároco, Professores, Médico, Boticário, Cafelistas, Senhores de Engenho, Criadores. A economia riopombense centrada em suas origens, na agricultura representada pelas roças, fortaleceu-se, posteriormente, ao longo do século XIX, com o surgimento das lavouras de café, cana de açúcar e fumo. Na década de 90 do século XX, à exceção da cana de açúcar, os demais produtos foram suplantados pela produção de laranja, tomate e mandioca. O município dedica-se também a pecuária e possui estabelecimentos comerciais e industriais.18 A agropecuária é sua principal atividade econômica, sendo responsável pelo emprego de número expressivo de sua população. Rio Pomba conserva rico acervo de bens culturais em sua paisagem urbana e rural. O conjunto de maior expressão concentra-se na praça Último de Carvalho, núcleo de sua formação inicial. Nessa praça, sobressaem-se, além de sobrados residenciais, as edificações do Fórum Nelson Hungria, a Igreja matriz de São Manuel e o Museu Histórico de Rio Pomba, onde encontra-se a Imagem de Nossa Senhora do Rosário. 18 MINAS GERAIS, 2001. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 14 de 123 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO A cidade de Rio Pomba possui uma área de 252 Km² (Altitude máxima: 910m local: Serra Bacaiu Altitude mínima: 419m local: Foz do córrego Santana – Altitude do ponto central da cidade: 437m), localizando-se nas coordenadas geográficas de latitude21º 16’ S e longitude 43º 12’O. Pertencente à região da Zona da Mata e à microrregião de Ubá, a cidade de aproximadamente 16.700 habitantes fica a 244 Km de Belo Horizonte, a 970 Km da capital federal, e tem a BR-040, a BR-265 e a MG-448 como as principais rodovias que servem ao município. Além de sua sede, tendo as cidades de Silveirânia, Mercês, Tabuleiro, Guarani, Piraúba e Tocantins como municípios limítrofes. Figura 1: Mapas de localização: Zona da Mata no estado de Minas Gerais e o município na Zona da Mata Município: Rio Pomba - MG Fonte: Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba elaborado pela empresa Aro Arquitetos Associados Data: 2003 De relevo predominantemente elevado (topografia sobre um total de 100% da área do município: Plano 20, Ondulado 30, Montanhoso 50), a cidade tem o Rio Pomba e o Rio Formoso como os rios principais (bacia do Rio Paraíba do Sul). De clima tropical de altitude, a cidade tem um índice pluviométrico anual de 1400 mm e temperaturas médias que vão de 16ºC a 26ºC, sendo que a média anual é de 21ºC. Os principal acidente geográfico é a Serra do Bacaiu. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 15 de 123 Rio Pomba possui a agricultura, confecção de artigos de vestuário e acessórios como atividade principal, sendo que também desenvolve atividades nos setores de fabricação de móveis, fabricação de artigos de borracha, tendo a cana-de-açúcar, o milho e os móveis como principais produtos. A cidade de Rio Pomba possui no Catolicismo e no Protestantismo suas principais religiões e tem na Exposição Agropecuária e Industrial sua principal festa, que se realiza no fim do mês de agosto, coincidindo com as comemorações do Aniversário da cidade (25/08). As festas religiosas e tradicionais realizam-se regularmente, destacando-se as do padroeiro São Manuel, Nossa Senhora da Graça, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora do Rosário, esta última marcada pela apresentação de grupos de congado. Figura 2: Mapas de Bacias Hidrográficas Município: Rio Pomba - MG Fonte: Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba elaborado pela empresa Aro Arquitetos Associados Data: 2003 Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade de Rio Pomba conta, atualmente, com aproximadamente 16.000 habitantes. De acordo com os dados dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 16 de 123 apresentados abaixo, observa-se que nos últimos 30 anos, a população total do município vem aumentando: Distribuição da População Residente URBANA ANOS RURAL TOTAL 1970 8.122 6.466 14.588 1980 9.317 4.733 14.050 1991 11.136 3.748 14.884 2000 13.005 3.074 16.079 2002(1) 16.669 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) De acordo com os dados apresentados a seguir, grande parte da mão de obra do município está empregada no setor de prestação de serviços, etc. População Ocupada por Setores Econômicos 1991 SETORES No. DE PESSOAS Agropecuário, extração vegetal e pesca 1.621 Industrial (1) 1.253 Comércio de Mercadorias 592 Transporte e Comunicação 101 Outros Serviços (2) 2.267 TOTAL 5.834 Fonte: Fundação Instituto de Geografia e Estatística – IBGE (1) Inclui indústria de transformação, construção e outras atividades industriais (2) Inclui prestação de serviços, social, administração pública, serviços auxiliares de atividades econômicas e outras atividades Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor agrícola de Rio Pomba destaca-se na produção de milho, tomate e cana-de-açúcar, conforme a tabela abaixo. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 17 de 123 Principais Produtos Agrícolas2000 Produto Área colhida (ha) Produção (t) Rendimento médio (kg/ha) Arroz em casca sequeiro 70 168 2.400,00 Arroz em casca várzea umida 45 121 2.688,89 4 4 1.000,00 Cana-de-açúcar 154 6.160 40.000,00 Café 224 381 1.700,89 Feijão (1a.safra) 400 120 300,00 Feijão (2a.safra) 300 180 600,00 Fumo (em folhas) 90 72 800,00 Laranja (1) 2 140 70.000,00 Mandioca 2 32 16.000,00 1.800 6.300 3.500,00 8 400 50.000,00 Banana (2) Milho Tomate (de mesa) Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1)Produção em mil frutos e rendimento em frutos/ha (2)Produção em mil cachos e rendimento em cachos/ha No município, a pecuária é bem representada pela criação de bovinos e galináceos como mostra o quadro abaixo: Pecuária - Principais Efetivos 1999 ESPECIFICAÇÃO No. DE CABEÇAS ASININOS 2 BOVINOS 11.242 CAPRINOS 53 COELHOS 100 EQUINOS 691 GALINACEOS 656.188 MUARES 58 OVINOS 42 SUINOS 3.709 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 18 de 123 O campo industrial de Rio Pomba possui grande relevância, e a cidade possui estabelecimentos comerciais como confecção de artigos do vestuário e acessórios, fabricação de artigos de borracha e plástico, fabricação de móveis e produtos de madeira e minerais não metálicos, além de padarias, mercearias, atividades varejistas, com ênfase nos produtos alimentícios, bebidas, tecidos, artigos de vestuário, armarinho, entre outros. O município é influenciado diretamente pela cidade de Juiz de Fora, com freqüente intercâmbio cultural, econômico e social. Como pode-se perceber no quadro abaixo o consumo de energia vem diminuindo ao longo dos anos, principalmente no setor residencial: Concessionária: CEMIG Consumo 1997-2001 CLASSE 1997 1998 1999 2000 2001 2171548 2032534 1903586 2122810 2023983 84 64 60 57 54 1727121 2157965 2253249 2499623 2165741 444 525 573 582 589 54447889 5921696 6183576 6371281 5333349 3325 3575 3781 3967 4190 1847995 2099940 2296075 2406515 2178078 423 433 477 506 565 1747492 1751608 1809016 1816102 1569831 43 44 48 47 50 61942045 13963743 14445502 4319 4641 4939 Industrial consumo (KWh) n° consumidores Comercial consumo (KWh) n° consumidores Residencial consumo (KWh) n° consumidores Rural consumo (KWh) n° consumidores Outros consumo (KWh) n° consumidores Total consumo nº consumidores (KWh) Fonte: Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG 15216331 13270982 5159 5448 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 19 de 123 A cidade conta também com a prestação de serviços de órgãos estaduais e federais, localizados no município e/ou em municípios vizinhos, como a SEF em Ubá e a EMATER em Juiz de fora Principais Órgãos Públicos 1989 Dependência SEE - Delegacia Regional de Ensino UBÁ SEF - Superintendência da Fazenda JUIZ DE FORA SES - Diretoria Regional da Saúde UBÁ SSP - Delegacia Regional de Segurança Pública UBÁ PMMG - Comando Regional de Policiamento JUIZ DE FORA Subordinado a Comarca SEDE EMATER - Escritório Regional JUIZ DE FORA DER-MG - Residência Regional UBÁ Sub-Delegacia Regional do Trabalho JUIZ DE FORA IBGE - Instituto Brasileiro Geografia e Estatística SEDE Associação Microrregional - AMPAR JUIZ DE FORA Fonte: Instituto de Geociências Aplicadas - IGA (CETEC) e Lei 11.865 de 28/07/1995 INFORMAÇÕES ADICIONAIS Encontram-se abaixo mais informações sobre Rio Pomba. Esses dados referem-se principalmente à infra-estrutura, prestação de serviços e às práticas culturais do município. Aeroportos Aeroporto Internacional de Confins 283 Km Aeroporto da Pampulha em Belo Horizonte 244 Km Aeroporto de Juiz de Fora 72 Km Ferrovias A cidade não possui ferrovias dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 20 de 123 Redes de Comunicações Telefonia TELEMAR, TELEMIG Celular, TIM, Outros Emissoras de Rádio:0 Agências ECT: 1 Jornais:1 Segurança Rio Pomba é atendida pelas polícias Civil, Militar e Federal. Serviços de Saúde no município 01 Hospital com 65 Leitos Serviços de Educação no município Há 3 escolas de Educação Infantil, 5 escolas de Ensino Fundamental, 3 escolas de Ensino Médio. A Cidade ainda possui os cursos profissionalizantes (e/ou pósmédios) de Agribuisness, Técnico em Agricultura, Técnico em Agroindústria, Técnico em Agropecuária, Técnico em Contabilidade, Técnico em Informática, Técnico em Saneamento e Técnico em Zootecnia. A procura de profissionalização em nível de 3o grau é suprida pela cidade vizinha de Juiz de Fora principalmente Também existe opção das várias faculdades da capital. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 21 de 123 HINO A RIO POMBA Letra: Sinval B. Santiago Música: Orestes Z. Freitas Ao sopé da ridente colina Engastada qual flor do deserto Minha terra deslumbra, fascina E ao turista estiva por certo Terra boa, pacata, singela, És “Oásis” repleto de encanto: Tudo em ti poesia revela Rio Pomba, meu rico recanto É um jardim permanente, florido Sempre em festa da casta natureza Lindo astro na relva caindo, Que brilhante, na Mata, fulgura Rio Pomba, querido, perfeito Rio Pomba meu belo Torrão Eu te trago gravado no peito Eu te guardo no meu coração dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 22 de 123 HISTÓRICO DO BEM CULTURAL A cidade de Rio Pomba, situada na Zona da Mata Mineira, tem sua origem vinculada à colonização e cristianização dos índios Puris, Croatos e Cropós, habitantes da região, sob a incumbência do padre católico Manuel de Jesus Maria, em 1767. Elevada a vila em 13 de outubro de 1831 e à categoria de cidade a partir da lei nº 881 de 6 de junho de 1858, assumindo o nome de “Pomba”, teve sua igreja matriz construída em 1912, a partir do projeto feito pelo engenheiro civil Dr. Joaquim Furtado de Menezes, em substituição ao antigo templo, erguido na década de 1770 (e que substituía uma capela construída na década anterior) e, como ele, era, dedicada a São Manoel, padroeiro da cidade19. Tanto os primitivos templos como a nova Igreja Matriz, cuja construção (sob a responsabilidade do Sr. Quirico Marini) foi finalizada em 1918, funcionaram como “focos organizadores” do desenvolvimento urbano de Rio Pomba. Outro destes focos organizadores será o próprio terreno onde, hoje, encontra-se a Praça Dr. Último de Carvalho, ao lado da Igreja Matriz. Onde hoje se localiza a citada Praça encontrava-se, ao menos desde as primeiras décadas do século XIX, um largo conhecido como “Largo da Alegria” onde, como informa o IPAC-MG realizado pelo IEPHA-MG na cidade, em 1991, em 25 de agosto de 1832, foi erguido o pelourinho, “marco de elevação do povoado de São Manoel do Pomba à categoria de vila”, ocorrida, como vimos, em outubro do ano anterior20. A primeira grande intervenção, de que temos notícia, neste importante espaço urbano se deu em 1913 quando, depois de um conjunto de obras com implantação de canteiros, conjunto escultórico, construção do coreto, do lago artificial e da ponte que o atravessa (projeto de Aladino Quelotti e André Gotti) (Figura 03) é inaugurado, em 12 de outubro daquele mesmo ano de 1913, o Jardim Municipal da, então, Cidade do Pomba (Figura 04), batizado de “Parque” Dr. Francisco Peixoto. 19 20 IEPHA.. Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais (IPAC – MG). Belo Horizonte. s.p Idem. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 23 de 123 Figura 03 – “Construção da ponte do Jardim Municipal por André Gotti e Aladino Quellotti” - 1913 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Ulisses de Paula) Figura 04 – Vista da Praça Dr. Último de Carvalho – Festa de inauguração - 1913 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Ulisses de Paula) A transformação do largo em jardim segue, como afirma Marcos OIender em sua Tese de Doutorado, “um movimento característico das últimas décadas do século XIX e início do século XX, de instalações de jardins municipais como o projeto do Campo de Santana, ou as reformas no Passeio Público (1864) e na Quinta da Boa Vista (1869), no Rio de Janeiro”21. Jardins municipais estes que, como afirma, por sua vez, Rubens de Andrade, “estavam inscritos a uma ideologia política que evocava, entre outras coisas, os particularismos da doutrina positivista e buscavam incessantemente consubstanciar naquela paisagem os ideais voltados aos discursos da salubridade, do higienismo e do embelezamento urbano”22. Como os três jardins cariocas citados acima e, também, como o mais próximo “Jardim Cel. Francisco Mariano Halfeld”, inaugurado em 1902, em Juiz de Fora, o Jardim Municipal do Pomba era cercado por grades (Figura 05) e reunia, em seu entorno, as mais representativas instituições da cidade, como a Prefeitura, Câmara, Fórum (Dr. Nélson Hungria), algumas casas comerciais, escolas, bancos e biblioteca. Figura 05 – Vista da Praça Dr. Último de Carvalho quando a mesma ainda era cercada – “Grupo de jovens pombenses: José Amoroso, José Caiaffa, Dudu Veloso, Ulisses de Paula, Ignácio e à frente Fausto de Freitas” - 1925 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Ulisses de Paula) 21 OLENDER, Marcos. Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Raphael Arcuri. (Tese de Doutorado, UFBA), Salvador, 2007, p.63. 22 Apud OLENDER, op. cit., p. 63. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 24 de 123 As citadas grades são retiradas em fins da década de 1920, como podemos perceber na foto abaixo (Figura 06) que mostra uma procissão do Sagrado Coração de Jesus, do ano de 1928, que no seu trajeto, passava pelo citado Jardim. Em 1934-36 o espaço sofre as suas primeiras grandes reformas, sob a gestão municipal do engenheiro Artur Eugênio Furtado, quando são reestruturados os canteiros, retirada uma parte da vegetação fazendo com que perca, definitivamente, o aspecto de um jardim e assuma o caráter propriamente de “Praça Municipal” (Figuras 07 e 08), como passou a ser conhecida. Figura 06 – Vista da Praça Dr. Último de Carvalho – Procissão do Sagrado Coração de Jesus - 1928 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Julieta Caiaffa) Figura 07 – Vista da Praça Dr. Último de Carvalho - 1936 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por José de Paula Filho) Figura 08 – Vista da Praça Dr. Último de Carvalho - 1937 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 25 de 123 Próximo a meados do século XX, a praça sofreu um novo tratamento paisagístico no seus canteiros e a colocação de pórticos cobertos de vegetação, como podemos ver na foto abaixo, de 1945 (Figura 09), passando a denominar-se de Praça Raul Soares, uma homenagem ao Governador do Estado de Minas Gerais entre 1922 e 1924, Raul Soares de Moura23. Figura 09 – Vista da Praça Dr. Último de Carvalho - 1945 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Maria José Servini) Em 1954-58, quando era prefeito o Sr. Luiz Furtado Filho, foi realizada uma nova intervenção, onde se realizou a reestruturação do lago e, “em fim dos anos de 1970”, outra, onde, segundo o IPAC-MG, “foi modificado parte do traçado dos jardins”24. Em 1967, foi instalado na Praça o “Marco Comemorativo do Bicentenário do Rio Pomba” (Figura 10), projeto do engenheiro civil Geraldo M. Moreira e que foi inaugurado em 10 de dezembro do citado ano, pelo próprio governador do Estado de Minas Gerais, o Sr. Israel Pinheiro e do comandante da 10ª Região Militar, General Itiberê Gouveia do Amaral. 23 Natural da cidade de Ubá, foi vereador de Visconde do Rio Branco em 1910 e presidente da Câmara Municipal daquela cidade. Foi eleito deputado estadual em 1911 e deputado federal para o mandato de1918 a 1920, mas teve de renunciar logo no início para assumir outra pasta administrativa, a Secretaria de Interior do governo estadual de Artur Bernardes. Em 1919 foi ministro da Marinha no governo Epitácio Pessoa, o primeiro civil a assumir tal cargo. Em 1921 é eleito por Minas Gerais senador federal. Foi presidente estadual do Partido Republicano Mineiro (PRM) em 1922. 24 IEPHA-MG, Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais (IPAC-MG), Belo Horizonte, 1991, s.p. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 26 de 123 Figura 10 – Marco Comemorativo do bicentenário do Rio Pomba (1767-1967) – inaugurado em 10 de dezembro de 1967 pelo governador Israel P. e General Itibrê – autoria: engenheiro e urbanista Geraldo M. Moreira - 1967 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba Em meados da década seguinte à instalação do citado Marco, foi projetado um busto em homenagem ao Dr. Último de Carvalho, pela sua destacada atuação política e de sua estreita relação com a história da cidade (Figuras 11,12, 13 e 14). Doze anos depois, em 1987, um decreto municipal, assinado pelo, então, prefeito José Augusto C. Saraiva, coroa a homenagem planejada desde 1975, mudando a denominação da Praça de Raul Soares para “Praça Dr. Último de Carvalho”25. Figura 11 – Projeto do Busto em homenagem ao Dr. Último de Carvalho – autoria: Gilson Moreira Neves Vista superior Município: Rio Pomba Fonte: acervo da Prefeitura Municipal de Rio Pomba Data: 14/12/75 Sem escala 25 Natural de Juiz de Fora, graduado engenheiro agrônomo e médico veterinário, Último de Carvalho mudou-se para Rio Pomba em 1922, cidade onde exerceu os cargos de tabelião, vereador e prefeito. Foi também deputado estadual em duas legislaturas, deputado do Congresso Nacional durante a década de 50 e suplente do senador José de Magalhães Pinto. É autor do projeto que se transformou na Lei n° 4.897, de 09 de Dezembro de 1965, sancionada pelo presidente Gal. Humberto de Alencar Castelo Branco, declarando Tiradentes Patrono Cívico da Nação. Por suas expressivas contribuições à cidade, em especial a criação, em 1962, da “Escola Agrotécnica de Rio Pomba”, hoje “Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Rio Pomba”, recebeu os títulos de “Cidadão Honorário”, a “Medalha da Inconfidência” e a “Medalha do Mérito Aeronáutico”, além de ter nomeado uma das ruas de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 27 de 123 Figura 12 Figura 13 Projeto do Busto em homenagem ao Dr. Último de Carvalho – autoria: Gilson Moreira Neves Vista lateral esquerda (figura 12) e corte AA’ (figura 13) Município: Rio Pomba Fonte: acervo da Prefeitura Municipal de Rio Pomba Data: 14/12/75 Sem escala Figura 14 – Projeto do Busto em homenagem ao Dr. Último de Carvalho – autoria: Gilson Moreira Neves Vista frontal Município: Rio Pomba Fonte: acervo da Prefeitura Municipal de Rio Pomba Data: 14/12/75 Sem escala dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 28 de 123 Figura 15 – Vista aérea da Praça Dr. Último de Carvalho - 1979 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba (doada por Ulisses de Paula) A Praça é reinaugurada, em 28 de novembro de 1987, com a implantação do busto em homenagem ao Dr. Último de Carvalho e com uma nova iluminação. Atualmente, a Praça Dr. Último de Carvalho continua reunindo, à sua volta, as principais instituições estaduais e municipais da cidade, como o Fórum, a Prefeitura, a Câmara e o Museu Municipal, serviços como lojas, restaurantes, supermercados, além de concentrar a vida cultural do município, sendo palco de apresentações, festividades cívicas e religiosas, como as apresentações da Banda Santa Cecília. “As apresentações começam e terminam na Praça, ela é um marco na história da Banda”, afirma o maestro auxiliar da Banda, Jorge Luiz da Silva. Para Vinícius Leal, historiador responsável pelo Museu Histórico de Rio Pomba, “a Praça polariza toda a vida social e política da cidade”, o que confirma o relato de Sylvio Caiaffa, cirurgião-dentista aposentado e responsável pela reunião e posterior doação de parte do acervo do Museu, acerca dos muitos comícios e manifestações de eventos históricos, como quando do fim da Segunda Guerra Mundial, ou de caráter político, como as manifestações desencadeadas pela passagem da Coluna Prestes pela região, pelo Movimento Integralista e a comoção popular em função do suicídio de Getúlio Vargas em 1954, pela visita do ex-presidente Juscelino Kubitschek à cidade, em 1962 e pelo Golpe de 64, sendo esta a mais sentida. Conforme Sarah Furtado, além deste aspecto, a Praça é o ponto de partida para o encontro dos jovens que, como ela, participam da vida cultural da região. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 29 de 123 Destacam-se como elementos não menos importantes no Conjunto Paisagístico as edificações, algumas centenárias, de um e dois pavimentos – neocoloniais e ecléticas e a modernista, que abriga a Câmara Municipal – que ainda dominam o cenário que possui, por enquanto, somente um edifício de arquitetura contemporânea (construído na década de 80), com um gabarito maior, que quebra, de certa forma, a sua harmonia (figura 16). Constituindo um patrimônio vivo na memória das pessoas, é presente tanto nos fatos marcantes das vidas dos moradores de Rio Pomba, quanto no cotidiano da cidade, recebendo turistas e o descanso local. Figura 16 – Vista aérea da Praça Dr. Último de Carvalho – início década de 1990 Município: Rio Pomba Fonte: acervo do Museu Municipal de Rio Pomba Figuras 17 e 18 – Vista aérea da Praça Dr. Último de Carvalho – 2009 Município: Rio Pomba Foto: Vinícius Leal dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 30 de 123 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO BEM CULTURAL O Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho, objeto do presente Dossiê de Tombamento localiza-se na área central do distrito-sede do município de Rio Pomba, em Minas Gerais. Apesar das intervenções pelas quais já passou desde a sua conformação original no primeiro quartel do século XX, a Praça Dr. Último de Carvalho, Área Verde e espaço livre público é composto por elementos imóveis, móveis e integrados e espécies vegetais que fazem dele merecedor de proteção imediata, pois constitui um dos principais espaços de convívio no centro da cidade e cenário para a maioria das manifestações culturais, além de pertencer ao núcleo histórico urbano (NHU) desse centro. Para o conhecimento do objeto em questão, será apresentada a descrição e análise do mesmo abrangendo: localização e acessos, contexto hidrográfico e climático, contexto geológico regional, contexto geomorfológico regional, contexto pedológico regional, contexto fitológico regional, análise ambiental, descrição da flora e da fauna, descrição arquitetônica e paisagística e análise do Conjunto e do seu entorno. Introdução A delimitação da área de influência de um determinado projeto é um requisito para a avaliação de impactos, constituindo-se em um fator de grande importância para o direcionamento da coleta de dados voltados para a descrição e análise do bem cultural a ser preservado. Para a caracterização da área de preservação do bem cultural, utilizam-se dados e estudos de instituições públicas e privadas que auxiliem na concepção do conhecimento da área e do seu entorno. Neste relatório foram usados dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Instituto de Geociências Aplicadas – IGA-MG, Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais – CPRM, dados dos relatórios dos Levantamentos dos Recursos Naturais do Projeto RADAMBRASIL (Volume 32: Folhas SF23/24 – Rio de Janeiro/Vitória) e dados referentes ao mapeamento geológico do estado de Minas Gerais da Companhia Mineradora de Minas Gerais - COMIG, 2001. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 31 de 123 Localização e acessos O município de Rio Pomba, com uma área de 251,7 km², possui uma população, de acordo com a estimativa feita pelo IBGE para o ano de 2009, de 17.359 habitantes. Ele está localizado na região sudeste do Brasil, no estado de Minas Gerais. De acordo com a classificação do IBGE, ele está inserido na mesorregião Zona da Mata. Em termos microrregionais, o município de Rio Pomba, está inserido na microrregião de Ubá, que é polarizada pelo município homônimo. Na figura 19 pode-se observar a localização do município em relação ao estado de Minas Gerais, à mesorregião da Zona da Mata e à Microrregião de Ubá. A sede municipal (cidade de Rio Pomba) possui as seguintes coordenadas geográficas: 21° 16' 29'' de latitude Sul e 43° 10' 45'' de longitude a Oeste de Greenwich. Ele dista, por rodovia, aproximadamente 72 km de Juiz de Fora, 35 km de Ubá e 250 km de Belo Horizonte. O acesso rodoviário é feito pelas rodovias federais (BR 040 e BR 265) e estadual (MG 133). Em relação às sedes dos municípios vizinhos a cidade de Rio Pomba, por via rodoviária, dista 19 km de Silveirânia, 27 km de Mercês, 12 km de Tabuleiro, 27km de Guarani, 17 km de Piraúba, 22km de Tocantins e 77 km de Dores do Turvo. Figura 19 - Localização do município de Rio Pomba no mapa do estado de Minas Gerais Fonte: IBGE Executores: João Paulo de Carvalho Araújo e Sebastião de Oliveira Menezes Data: dezembro de 2009 Escala gráfica indicada dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 32 de 123 Contexto hidrográfico e climático O município de Rio Pomba é banhado pelos rios Formoso e Pomba, sendo este último curso d’água a principal drenagem da área. Ambos se integram à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, uma das bacias secundárias das Bacias de Drenagem do Sudeste. Trata-se de bacia hidrográfica cujos rios são agrupados em rios de regime tropical austral, ou seja, que se caracterizam por um período de altos débitos, que correspondem às chuvas de verão e um de fracos débitos, no inverno, coincidindo com os períodos de fraca pluviosidade. A média pluviométrica anual da região é de 1.581 mm, sendo os meses mais chuvosos de novembro a fevereiro e, os de menor pluviosidade, entre maio a agosto. O clima desta região é do tipo tropical com chuvas durante o verão. Tal comportamento do regime de chuvas provoca, quase sempre, grandes cheias, muitas vezes com conseqüências danosas para as populações ribeirinhas. A temperatura média anual fica em torno de 21oC, com variações entre 15,3oC (média das mínimas) e 27,9oC (média das máximas). Contexto geológico regional - geologia Os aspectos geológicos regionais, utilizados como referências nesse trabalho, foram baseados em sínteses do mapeamento sistemático desenvolvidos pela Companhia Mineradora de Minas Gerais – COMIG, publicados em 2001. O município de Rio Pomba é uma região em que predominam as rochas de idade précambrianas (formadas a mais de 550 m.a.) que, ao longo de suas histórias de evolução geológica, foram submetidas intensamente a dobramentos e falhamentos, bem como aos processos de metamorfismo e migmatização. Nestes domínios geológicos podem ser diferenciados complexos granitóides deformados e muito deformados, bem como complexos granito-gnaisse-migmatitos e granulitos intensamente dobrados e fraturados. Na figura 20 estão registradas as principais faixas de litologias identificadas com base no mapeamento realizado pela COMIG, que são as seguintes: a) Complexos Juiz de Fora (29,9 km²), b) Complexo Ortognáissico Mantiqueira (3,9 km²), c) Suíte Mercês-Ubari (5,1 km²), d) Complexo Paraíba do Sul (7,0 km²), e) Complexo Piedade (197,6 km²), f) Suíte São Bento das Torres (5,3 km²) e g) São José da Soledade (2,5 km²). dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 33 de 123 Figura 20 - Identificação das principais faixas de litologias das unidades geológicas Fonte: CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil) Executores: João Paulo de Carvalho Araújo e Sebastião de Oliveira Menezes Data: dezembro de 2009 Escala gráfica indicada O Complexo Juiz de Fora é constituído por ortognaisses charno-enderbíticos, enderbitos, tonalitos; com freqüentes intercalações de granulito básico; o Complexo Ortognáissico Mantiqueira, que inclui ortognaisses graníticos, migmatíticos e anfibolito; a Suíte Mercês-Ubari de composição alcalina, contendo metagranitos e metassienitos alcalinos; O Complexo Paraíba do Sul constituído de paragnáisses, kinzigitos, metagrauvacas, xistos, quartzitos, rochas calcissilicatadas e anfibolitos. Já a Suíte São Bento das Torres é uma suíte de rochas metamórficas, composta de enderbitos e noritos; já Unidade São José da Soledade trata-se de um granitóide de idade paleoproterozóica identificado na área. Contexto geomorfológico regional – avaliação do relevo O relevo do município de Rio Pomba varia entre as cotas de 389m e 927m possuindo uma amplitude altimétrica de aproximadamente 538m, estando as altitudes mais elevadas à norte e à noroeste do município conforme mostrado na figura 21. A descrição dos aspectos morfoesculturais e geomorfológicos regionais, correspondentes ao município de Rio Pomba, foram baseados nos dados do Projeto RADAM dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 34 de 123 BRASIL. Nesta região reconhece-se um modelado de relevo desnudacional em interflúvios e vertentes. Do ponto de vista genético estes modelados são considerados relevos dissecados, nos quais foram reconhecidos cinco ambientes de dissecação. Destes ambientes podemos distinguir em Rio Pomba: a) Relevos colinosos com vertentes convexas e topos convexizados, intercalados por alvéolos, com incisões de drenagem entre 44 a 92 m e declives que variam de 5 a 24o. Nas áreas com menores densidades de drenagem observa-se um certo equilíbrio entre processos morfogenéticos e pedológicos. Nas áreas com maior densidade de drenagem há uma maior concentração dos processos erosivos. Estas são consideradas áreas instáveis. São áreas onde há proliferação de sulcos e ravinas em função da pecuária extensiva em pastagens naturais em áreas de colinas com vertentes convexas e maiores declividades; b) Conjunto de serras alongadas, escarpadas e esporões digitados, com incisões de drenagem na ordem de 158 a 201m de declividades das encostas de 11 e 24o. Além dos efeitos de erosão diferencial, nestas áreas observam-se um processo morfogenético intenso, com escoamentos difusos e concentrados. Observa-se a presença de movimentos de massa, tais como rastejamentos e deslizamentos. O forte grau de declividade, caracterizada pela desagregação mecânica, originando blocos de matacães nas encostas e escoamentos difusos e concentrados, acelerando movimentos de massa nas encostas onde a cobertura vegetal foi retirada. Figura 21 - Mapa da Hipsometria de Rio Pomba Fonte: SRTM (Shutter Radar Topography Mission) Executores: João Paulo de Carvalho Araújo e Sebastião de Oliveira Menezes Data: dezembro de 2009 Escala gráfica indicada dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 35 de 123 Contexto pedológico regional - solos No município de Rio Pomba, de acordo com os dados do Projeto RADAMBRASIL, é reconhecida, principalmente, a classe de solo Latossolo Vermelho-Amarelo álico. No Latossolo Vermelho-Amarelo álico (saturação com alumínio alto) a porcentagem de saturação com alumínio é superior a 50%, atingindo até valores próximos a 95%. São solos que apresentam avançado estágio de intemperismo, com predominância de minerais de argila do tipo 1:1, baixa quantidades de minerais primários e baixa reserva de elementos nutritivos para as plantas (micronutrientes). De um modo geral distribuem-se por boa parte do município de Rio Pomba, ocorrendo, principalmente, em áreas de relevo forte ondulado e montanhoso. Estes solos, apesar do relevo bem movimentado que possuem, são bastante utilizados como pastagens e, no passado, o foram para a cultura do café. Contexto fitológico regional – vegetação No município de Rio Pomba, de acordo com os dados do Projeto RADAMBRASIL, reconhece-se, para este trecho da Mata Atlântica, duas região fitoecológica. Predomina a Região da Floresta Estacional Semidecidual, cujo conceito ecológico está preso ao clima de duas estações: uma chuvosa e outra seca. Na bacia do rio Paraíba do Sul ela ocorre sob um clima tropical estacional com mais de 60 dias secos por ano, sobre litologia pré-cambriana (rochas com mais de 550m.a.). A porcentagem de espécies arbóreas caducifólias, em relação ao número total de árvores nos agrupamentos remanescentes, situa-se entre 20 a 50% durante a época desfavorável. Neste ambiente, a intensa ação do homem praticamente substituiu a cobertura florestal original por pastagens, agricultura e vegetação secundária. Sendo assim, reconhece-se na região remanescentes de Floresta Montana, outrora exuberante e que, atualmente, foi praticamente substituída por “vegetação secundária sem palmeiras” e por “pastagens”. Observa-se também Região de Savana, a qual corresponde a agrupamentos campestres que eventualmente poderiam apresentar árvores de densidade bastante variáveis. Apresenta plantas de duas categorias ecológicas: a rasteira, que não encontra água superficial durante longo período e a arbórea, de raízes que atingem o lençol de água. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 36 de 123 Análise ambiental e descrição da flora do Conjunto Paisagístico da Praça Ùltimo de Carvalho A Praça Dr. Último de Carvalho enquadra-se nas chamadas Áreas Verdes. Essa denominação de “Áreas Verdes” é aplicada a espaços urbanos que apresentam características peculiares: são áreas abertas, acessíveis ao público em geral, com vegetação plantada. Elas correspondem a locais muito freqüentados como parques, jardins e praças, além de campos para prática de esporte. São importantes, pois proporcionam interação das atividades humanas com o ambiente, incentivando a vida comunitária, podendo atuar também como pontos turísticos. Atualmente a criação destes ambientes é uma preocupação das prefeituras municipais, em virtude de vários estudos apontarem a importância destas áreas na melhora da qualidade de vida dos habitantes da cidade. Essa melhora se dá principalmente pela criação de um microclima mais ameno em virtude do controle da temperatura ambiente; despoluição do ar, atuando em partículas sólidas e gasosas, de acordo com características específicas das plantas; purificação do ar pela redução de microrganismos; viabilização da infiltração da água da chuva no solo, reduzindo a probabilidade de enchentes; redução da intensidade do vento canalizado em avenidas ladeadas por edificações, além de compor a paisagem junto a monumentos e edificações de valor cultural. Deve-se ressaltar a existência de um índice que sugere 12m2 de área verde por cada habitante do município como um valor ótimo. No entanto, quase todas as cidades brasileiras apontam um valor de menos de 5m2 de área verde por habitante. Baseando-se no exposto acima, destaca-se, do ponto de vista ambiental, a importância da preservação, através do tombamento, da Praça Dr. Último de Carvalho, pois, além deste aspecto ambiental amplo, ela apresenta características específicas, históricas e culturais que também devem ser levadas em consideração. O Conjunto apresenta grande variedade de espécies de plantas, distribuídas em alguns estratos distintos, compostos por espécies arbóreas, herbáceo-arbustivas, forrações e epífitas, como descrito a seguir: - Plantas arbóreas (incluindo as palmeiras): As principais plantas de porte arborescente ocorrentes na Praça são: 1) Cassia fistula (Leguminosae, “chuva-de-ouro”); 2) Delonix regia (Leguminosae, “flamboyant”); 3) Livistona cf. chinensis (Arecaceae, “palmeira-leque”), encontrada em grande número por todo o perímetro da Praça; 4) Sapindus saponaria (Sapindaceae, “sabão-de-soldado”); 5) Roystonea regia (Arecaceae, “palmeira-imperial”); 6) Dypsis lutescens (Arecaceae, “palmeira areca-bambu”), dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 37 de 123 podendo ser observados vários exemplares, sobretudo ao redor do coreto; 7) Cupressus cf. sempervirens (Cupressaceae, “cipreste”); 8) Cycas cf. circinalis (Cycadaceae, “sagu-de-jardim”); 9) Pandanus sp. (Pandanaceae, “pândano”); 10) Hibiscus sp (Malvaceae, “hibisco”), também com vários exemplares, tanto na Praça, quanto nas calçadas ao redor da área; 11) Ficus sp. (Moraceae, “figueira”); 12) Terminalia catappa (Combretaceae, “castanheira” ou “amendoeirada-praia”), 13) Cereus cf. jamacaru (Cactaceae, “mandacaru”) e 14) Ravenala madagascariensis (Strelitziaceae, “árvore-do-viajante”). - Plantas herbáceo-arbustivas: O estrato herbáceo-arbustivo está representado pelas seguintes plantas: 15) Codiaeum variegatum (Euphorbiaceae, “cróton”); 16) Ligustrum sinense (Oleaceae, “ligustro-arbustivo”); 17) Duranta repens (Verbenaceae, “pingo-de-ouro”), usada como bordadura dos canteiros; 18) Hibiscus sp. (Malvaceae, “hibisco”); 19) Cordyline sp. (Laxmanniaceae, “dracena-vermelha”); 20) Dracaena sp. (Ruscaceae, “dracena”); 21) Philodendron aff. bipinnatifidum (Araceae, “filodendro” ou “banana-de-macaco”); 22) Sanchezia speciosa (Acanthaceae, “sanquésia”); 23) Furcraea foetida (Agavaceae, “piteira”); 24) Cycas cf. revoluta (Cycadaceae, “sagu-de-jardim”); 25) espécie indeterminada da família Apocynaceae, comum no canteiro ao redor do lago artificial; 26) Dypsis aff. lutescens (Arecaceae, “palmeira areca-bambu”); 27) Caladium bicolor (Araceae, “tinhorão”); 28) Hemerocallis sp. (Hemerocallidaceae, “lírio”); 29) Tradescantia sp (Commelinaceae, “trapoeraba-roxa”); 30) Anthurium andraeanum (Araceae, “antúrio”); 31) Sansevieria trifasciata (Ruscaceae, “espada-de-São-Jorge); 32) Maranta cf. leuconeura (Marantaceae, “maranta-pena-de-pavão”). - Plantas usadas como forração: Este estrato é composto principalmente por: 33) gramíneas (Poaceae), também chamadas popularmente de grama ou gramado. Distribui-se por praticamente todos os canteiros da Praça. - Plantas epífitas: As plantas epífitas são aquelas que se utilizam de outras plantas como suporte (denominadas forófitos), mas sem retirarem nenhum tipo de nutriente das mesmas, sendo, portanto inócuas a estas. Deste modo, não são parasitas e não necessitam de nenhuma atividade para sua manutenção: 34) Oncidium cf. baueri (Orchidaceae, “chuva-de-ouro”); 35) Epipremnum pinnatum (Araceae, “jibóia”); 36) Monstera deliciosa (Araceae, “costela-de-Adão); 37) Rhipsalis baccifera (Cactaceae, “ripsális”); 38) Epiphyllum phyllanthus (Cactaceae, “cacto); dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 38 de 123 39) Microgramma aff. squamulosa (Polypodiaceae, “erva-silvina”), comum, revestindo o tronco de várias árvores. - Plantas parasitas: Como representante desse tipo de planta tem-se: 40) Loranthaceae, Strutanthus sp. (“erva-de-passarinho”). A seguir, segue lista destas espécies inseridas no contexto do Conjunto. 1 - Cassia fistula (Leguminosae, “chuva-deouro”) 15 - Codiaeum variegatum (Euphorbiaceae, “cróton”) 28 - Hemerocallis sp. (Hemerocallidaceae, “lírio”) 29 – Tradescantia sp (Commelinaceae, “trapoeraba-roxa”) 33 - gramíneas 1 - Cassia fistula (Leguminosae, “chuva-de-ouro”) 2 - Delonix regia (Leguminosae, “flamboyant”) 3 – Livistona cf. chinensis (Arecaceae, “palmeira-leque”) 20 – Dracaena sp. (Ruscaceae, “dracena”) 33 - gramíneas dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 39 de 123 4 Sapindus (Sapindaceae, soldado”) saponaria “sabão-de- 5 - Roystonea regia (Arecaceae, “palmeira-imperial”) 6 - Dypsis lutescens (Arecaceae, “palmeira areca-bambu”) 17 Duranta repens (Verbenaceae, “pingo-de-ouro”) 3 - Livistona cf. chinensis (Arecaceae, “palmeira-leque”) 5 - Roystonea regia (Arecaceae, “palmeira-imperial”) 7 - Cupressus cf. sempervirens (Cupressaceae, “cipreste”) 8 – Cycas cf. circinalis (Cycadaceae, “sagu-de-jardim”) 23 - Furcraea foetida (Agavaceae, “piteira”) dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 40 de 123 9 - Pandanus sp. (Pandanaceae, “pândano”) 10 - Hibiscus sp (Malvaceae, “hibisco”) 11 - Ficus sp. (Moraceae, “figueira”) 3 - Livistona cf. chinensis (Arecaceae, “palmeira-leque”) 12 Terminalia catappa (Combretaceae, “castanheira” ou “amendoeira-da-praia”) 22 Sanchezia speciosa (Acanthaceae, “sanquésia”) 24 Cycas cf. revoluta (Cycadaceae, “sagu-de-jardim”) 5 - Roystonea regia (Arecaceae, “palmeiraimperial”) 6 - Dypsis lutescens (Arecaceae, “palmeira areca-bambu”) 13 - Cereus cf. jamacaru (Cactaceae, “mandacaru”) Cereus cf. jamacaru (Cactaceae, “mandacaru”) 25 - espécie indeterminada da família Apocynaceae 40 - Loranthaceae, Strutanthus sp. (“erva-depassarinho”) dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 41 de 123 14 - Ravenala madagascariensis (Strelitziaceae, “árvore-doviajante”) 15 Codiaeum variegatum (Euphorbiaceae, “cróton”) 25 - espécie indeterminada da família Apocynaceae 33 - gramíneas 35 - Monstera deliciosa (Araceae, “costela-de-Adão) 6 - Dypsis lutescens (Arecaceae, “palmeira areca-bambu”) 14 - Ravenala madagascariensis (Strelitziaceae, “árvore-doviajante”) 16 - Ligustrum sinense (Oleaceae, “ligustro-arbustivo”) 15 Codiaeum variegatum (Euphorbiaceae, “cróton”) 18 - Hibiscus sp. (Malvaceae, “hibisco”) 25 - espécie indeterminada da família Apocynaceae 35 - Monstera deliciosa (Araceae, “costela-de-Adão) dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 42 de 123 1 - Cassia fistula (Leguminosae, “chuva-de-ouro”) 3 - Livistona cf. chinensis (Arecaceae, “palmeiraleque”) 10 - Hibiscus sp (Malvaceae, “hibisco”) 15 - Codiaeum variegatum (Euphorbiaceae, “cróton”) 19 - Cordyline sp. (Laxmanniaceae, “dracenavermelha”) 20 - Dracaena sp. (Ruscaceae, “dracena”) 21 - Philodendron aff. bipinnatifidum (Araceae, “filodendro” ou “banana-de-macaco”) 23 - Furcraea foetida (Agavaceae, “piteira”) 33 - gramíneas 21 Philodendron aff. bipinnatifidum (Araceae, “filodendro” ou “banana-demacaco”) 25 - espécie indeterminada da família Apocynaceae 26 - Dypsis aff. lutescens (Arecaceae, “palmeira arecabambu”) 27 - Caladium bicolor (Araceae, “tinhorão”) 19 Cordyline sp. (Laxmanniaceae, “dracenavermelha”) 30 - Anthurium andraeanum (Araceae, “antúrio”) 31 - Sansevieria trifasciata (Ruscaceae, “espada-de-SãoJorge) 33 - gramíneas 36 Monstera deliciosa (Araceae, “costela-de-Adão) 37 Rhipsalis baccifera (Cactaceae, “ripsális”) 38 - Epiphyllum phyllanthus (Cactaceae, “cacto) dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 43 de 123 19 Cordyline sp. (Laxmanniaceae, “dracenavermelha”) 32 - Maranta cf. leuconeura (Marantaceae, “marantapena-de-pavão”) 33 - gramíneas 39 - Microgramma aff. squamulosa (Polypodiaceae, “ervasilvina”) 40 - Loranthaceae, Strutanthus sp. (“erva-de-passarinho”) Descrição arquitetônica e paisagística e análise do Conjunto e seu entorno Possuindo uma área de aproximadamente , 5.970m2, o “Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho” se localiza na confluência das ruas João Cândido F. Cunha, Domingos Ignácio, João Marcelino e Av. Raul Soares, na região central do distrito-sede do município. Tal área se destaca por possuir, além de um conjunto arquitetônico de fins do século XIX e início do XX de grande significado para o município no entorno imediato do Conjunto, as sedes dos poderes executivo e judiciário sendo considerada historicamente, portanto, o centro políticoadministrativo municipal. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 44 de 123 A Praça Dr. Último de Carvalho, conjunto paisagístico, área verde e espaço livre público, é composta por elementos imóveis, móveis e integrados e espécies vegetais. Em sua forma, a Praça é trapezoidal e possui as arestas semi-circulares composta por quatro amplos canteiros que configuram uma área central que possui espelho d'água (lago artificial) e um coreto octogonal ao centro. Os canteiros dispõem-se de tal forma que criam visadas perspectivadas para as edificações do entorno e lembram a configuração de “jardim francês” ao gosto romântico. Além destas visadas, a Igreja Matriz e as edificações do entorno são pano de fundo para a composição vegetal onde se destacam espécies de pequeno, médio e grande portes. Considerando a documentação cartográfica, os canteiros correspondem aos números 1, 2, 3 e 4 e possuem características semelhantes. Estão no nível do piso da Praça, separados deste através de contenção por muretas de concreto embutidas no solo. Os canteiros são compostos por áreas planas e morrotes com forração em gramíneas além de espécies de grande porte, arbustivas, e herbáceas, de espécies variadas. No canteiro 3 (ver documentação cartográfica), existe um bem integrado à praça, mais especificamente um busto de bronze, com a base revestida em granito e estrutura de apoio em concreto exibindo uma placa com a seguinte inscrição: Ao inesquecível 'Último de Carvalho' nossa eterna gratidão pelo seu devotamento político envidado pró- Rio Pomba gerando benefícios, frutos no progresso de nossa terra - 'O povo Riopombense' - 28 de novembro de 1887 governo José Augusto C. Saraiva - prefeito municipal.26 Neste mesmo canteiro existem ainda outras duas placas, fixadas em base de concreto, tendo a primeira a inscrição “Com o acender das luzes da nova iluminação, nesta praça se revitaliza o exemplo e o carinho do deputado: Último de Carvalho, para com nossa cidade - 28 de novembro de 1987 - José Augusto C. Saraiva - prefeito municipal” e a segunda, a inscrição Mudas Brasil - marco comemorativo aos 500 anos do descobrimento do Brasil e implantação do projeto Mudas Brasil em Minas Gerais - plantio de uma muda de pau-brasil (caesalpinia enchinata), realizada pelo governador do Estado de Minas Gerais Itamar Franco – Rio Pomba, 22 de abril de 2000 – governo do Estado de M. Gerais - Sec. do Estado de Meio Ambiente e desvolv. Sustentável SEMAD – Inst. Estadual de Florestas IEF – Prefeitura Mun. de Rio Pomba – Antônio Fernando F. Caiafa – prefeito municipal – Adm. 97/2000.27 No canteiro 1 (ver documentação cartográfica) existe uma placa também fixada sobre base em concreto, com a inscrição: 26 27 Inscrição constante na placa fixada no Busto de bronze em homenagem ao Dr. Último de Carvalho (canteiro 3) Inscrição constante em placa fixada em base de concreto no canteiro 3 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 45 de 123 Governo do Estado de Minas Gerais – Prefeitura Municipal de Rio Pomba – Em maio de 1987 foram inaugurados serviços elétricos de extensão da rede urbana e da nova iluminação da Praça Governador Valadares executados em convênio DAE-Prefeitura sendo o governador do estado: Dr. Antônio Aureliano Chaves de Mendonça - diretor do DAE: Dr. Maurício de Freitas Teixeira Campos – Prefeito Municipal: Paulo de Tarso Furtado – Diretor Presidente da Cia. Força e Luz Cataguazes Leopoldina: Dr. Ivan Muller Botelho.28 A parte central da Praça, que corresponde ao número 5 do levantamento cartográfico, apresenta piso em saibro e é composta por um coreto em forma octogonal (número 6 do levantamento cartográfico) e um espelho d'água (ou lago artificial) circundado por canteiro baixo (números 7 e 8 do levantamento cartográfico). O coreto possui jardineiras baixas e altas com espécies herbáceo-arbustivas que circundam seis de seus lados já que dois destes constituemse de acesso à parte coberta que possui piso em ladrilho hidráulico e cobertura com oito águas, em chapa metálica galvanizada sustentada por estrutura em ferro. O fechamento lateral é em meia altura com guarda corpo de concreto em elemento vazado e jardineiras altas revestidas com azulejo. O espelho d'água, feito de concreto pintado em esmalte sintético na cor azul, possui pontos para iluminação e fonte. Por sobre sua forma simétrica, se destaca uma ponte em concreto com guarda corpo desse mesmo material que possui, nas entradas, portais cobertos por vegetação. Os canteiros que circundam o espelho d'água estão ao nível do piso da Praça, separados deste através de contenção com muretas de concreto embutidas no solo. Apresentam espécies gramíneas e herbáceas, além de espécies de médio porte. Nestes canteiros, existem estátuas em concreto fixadas sobre base também em concreto. Ainda de acordo com o levantamento cartográfico, existe na praça uma área periférica que corresponde à circulação do entorno (número 9), com áreas de estar e equipamentos urbanos. Quanto aos equipamentos, em todos os canteiros aparece um poste mais alto para iluminação da área central da praça e, além destes, outros postes menores situados nas áreas periféricas dos canteiros maiores, além de dois postes menores em cada entrada da ponte que atravessa o espelho d'água. No canteiro 3 (ver documentação cartográfica) existe um poste com iluminação direcionada para o edifício onde funciona o Fórum. Os bancos locados na circulação periférica da praça (documentação cartográfica, área 9) são pré moldados em concreto, integrados ao desenho dos canteiros que apresentam recuos para abrigar estes bancos. Os bancos locados na área central da praça (documentação cartográfica, área 5), possuem formato semicircular,contíguos aos canteiros em sua parte interna e apresentam tampo em concreto e base em pilares de concreto. Existem na praça dois 28 Inscrição constante em placa fixada em base de concreto no canteiro 1 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 46 de 123 pontos com telefone público localizados próximos aos canteiros 1 e 3 (ver documentação cartográfica). Na rua da Igreja, paralela aos canteiros 1 e 4 (ver documentação cartográfica), existe um ponto de táxi. Na praça não existem lixeiras, o que provoca o acúmulo de lixo nos canteiros. Em relação aos fluxos, estes se concentram nas áreas periféricas por estarem mais próximas da área de comércio e por esta concentrar edificações de usos comercial e político/institucional. Outro fator que contribui para este fluxo é o fato de a área central da Praça apresentar características de estar e contemplação. Pode-se verificar dois tipos de piso na Praça: um de pedras portuguesas na área periférica e outro de saibro na área central. O piso dos passeios contíguos às edificações localizadas no entorno do Conjunto Paisagístico é, em sua maior parte, de cimentado liso. Não há adequação dos passeios do entorno da Praça à acessibilidade de portadores de necessidades especiais. O entorno da praça é adensado, caracterizado por edificações de uso institucional, comercial e residencial, em sua maioria com um e dois pavimentos (apenas um edifício possui sete pavimentos), implantadas no alinhamento dos passeios. Dentre as edificações localizadas nesse entorno, destacam-se o edifício modernista da Câmara Municipal de Rio Pomba, onde também funciona uma agência bancaria, além do Fórum e da Igreja Matriz de São Manoel, ambos com características do estilo eclético. O entorno do Conjunto Paisagístico conta com um comércio que abrange loja de roupas e calçados, lanchonetes e restaurantes, farmácias e pequenos mercados. A pavimentação das ruas do entorno é feita em asfalto e os passeios, em sua maioria, como dito, de cimentado grosso. A área apresenta boa infra-estrutura com iluminação, água encanada, rede de esgotos e pontos de captação de água pluvial. Trata-se de uma área com tráfego intenso durante o dia e a noite devido à presença de muitos bares e restaurantes além da Igreja Matriz, o que confere ao Conjunto um intenso uso. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 47 de 123 DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO Descrição O perímetro de tombamento do Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho, representado em azul e hachurado no esquema gráfico mostrado adiante, é demarcado pelo polígono cujos vértices correspondem aos pontos P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P8, como se pode verificar no desenho a seguir, perfazendo uma área de, aproximadamente, 5.970m2. Tais pontos estão localizados exatamente no alinhamento da Praça Dr. Último de Carvalho com as ruas adjacentes e tem como amarração do ponto inicial P1, o ponto auxiliar situado no encontro dos eixos das ruas Quírico Marini e Domingos Ignácio por estes constituírem marcos referenciais fixos e, portanto, serem confiáveis para a demarcação do perímetro de tombamento na planta cadastral. Tendo em vista que o tombamento correspondente ao Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho visa a proteção das características espaciais e da ambiência, o perímetro de proteção não considera, portanto, os acréscimos descaracterizantes, assim como os materiais de revestimento e mobiliários que, inadequados ou em estado de conservação ruim, não conferem legibilidade ao espaço como conjunto. Tal perímetro tem início em P1, que dista 18,61m a nordeste e 18,61m a noroeste do Ponto Auxiliar situado no encontro dos eixos das ruas Quírico Marini e Domingos Ignácio. De P1, segue em linha curva de comprimento 20,83m, com o ângulo de 90º, no sentido noroeste até P2, no ponto de tangência desta curva com o alinhamento noroeste do Conjunto com a via pública. De P2, segue-se em linha reta por 54,06m, ainda na direção noroeste, até encontrar P3, localizado no ponto de tangência da curva da próxima esquina com o alinhamento noroeste do Conjunto com a via pública e distante 4,47m do eixo da rua Domingos Ignácio. De P3, percorre-se a curva de 19,53m virando-se 84o na direção nordeste para atingir o ponto P4 que, por sua vez, situa-se no ponto de tangência da curva da esquina com o alinhamento nordeste do Conjunto com a via pública, distando este 7,87m do eixo da Av. Raul Soares. De P4, seguese em linha reta, pelo alinhamento nordeste do Conjunto com a via pública numa distância de 59,80m, ainda na direção nordeste até atingir P5, localizado no ponto de tangência desse citado alinhamento com a via pública. De P5, percorre-se a curva da esquina com 16,38m de comprimento, virando-a, num ângulo de 96º para a direita, no sentido da direção sudeste até o ponto P6, localizado a 18,68m do eixo da Av. Raul Soares. De P6, segue-se por 38,99m em linha reta pelo alinhamento do Conjunto com a via pública na direção sudeste até se atingir o dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 48 de 123 ponto P7, localizado também nesse alinhamento e distante 4,29m do eixo da rua localizada à direita (nordeste) da Praça. Do ponto P7, seguindo-se acompanhando o arco de 36,18m num ângulo de 90o à sudoeste está P8, localizado no ponto de tangência do final desse arco (curva da esquina) com o alinhamento sudoeste do Conjunto e distante 5,45m do eixo da rua localizada abaixo (sudeste) da Praça. De P8, segue-se em linha reta na direção sudoeste por 45,27m até o ponto P1, ponto descrito no início desse texto e que fecha o polígono de tombamento. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 50 de 123 JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO Nos recônditos da memória residem aspectos que a população de uma dada localidade reconhece como elementos próprios de sua história, da tipologia do espaço onde vive, das paisagens naturais ou construídas. A memória, do ponto de vista de Jaques Le Goff, estabelece um “vínculo” entre as gerações humanas e o “tempo histórico que as acompanha”. Tal vínculo, além de constituir um “elo afetivo” que possibilita aos cidadãos perceberem-se como “sujeitos da história”, plenos de direitos e deveres, os torna cônscios dos embates sociais que envolvem a própria paisagem, os lugares onde vivem, os espaços de produção e cultura. Sob essa ótica, Le Goff destaca que a “identidade cultural de um país, estado, cidade ou comunidade se faz com a memória individual e coletiva”; a partir do momento em que a sociedade se dispõe a “preservar e divulgar os seus bens culturais” dá-se início ao processo denominado pelo autor como a “construção do ethos cultural e de sua cidadania”.29 Após muitos anos de permanência do pensamento difundido pelos próprios órgãos de preservação nacional e estaduais (fruto da atuação modernista na década de 30 do século XX que valorizava a manutenção de uma imagem “puramente brasileira”, conhecida no meio como “estilo patrimônio”) de valorização das cidades como monumento e do bem imóvel isolado, iniciou-se no Brasil, na década de 80, uma lenta mudança de paradigmas que envolviam, entre outras, a discussão da necessidade de se enxergar o patrimônio urbano com uma ótica própria, voltada para as suas reais condições e demandas. Tais discussões tiveram como base documentos internacionais, resultados de reuniões de técnicos do mundo inteiro que viam nesta a questão fundamental para se conseguir aliar o passado com o presente e, principalmente, com o futuro, através do respeito às dinâmicas próprias de cada local, suas tradições, sua história e suas necessidades cotidianas de preservar o existente paralelamente à importância de se implementar o novo. Ainda hoje, principalmente em pequenas cidades do interior do país, questões como essas permanecem geralmente à margem das preocupações com a qualidade de vida da população no que diz respeito ao planejamento urbano e à ocupação e uso do solo aliados à preservação dos costumes e tradições que estão impregnados na arquitetura e nas configurações urbana e paisagística local, pontos essenciais para a manutenção da identidade e da sensação de pertencimento dessa população. 29 PELEGRINI, Sandra C. A. Cultura e natureza: os desafios das práticas preservacionistas na esfera do patrimônio cultural e ambiental. In: Revista Brasileira de História. Vol. 26, no. 51. São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-01882006000100007&script=sci_arttext> dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 51 de 123 Nessas cidades, áreas tais como jardins, praças e parques sempre tiveram importância ímpar enquanto elementos ordenadores do espaço urbano, além de representarem, na maioria das vezes, o próprio “lugar” da cidade, lugar aqui entendido, segundo a acepção de NorbergShulz30, como o “espaço onde a vida acontece”: vida política, administrativa, econômica e sóciocultural. São exatamente esses lugares, devido mesmo às características anteriormente referidas e, sobretudo, à importância que possuem nas dinâmicas sociais locais, aqueles que, muitas vezes, são os principais alvos da especulação imobiliária e das ações de gestores que buscam marketing político ou, mesmo, modificações em nome do “progresso”, através de intervenções descaracterizantes, muitas vezes irreversíveis que acabam por diminuir, ou mesmo eliminar nas pessoas a citada sensação de pertencimento. Foi nesse sentido, atendendo a uma demanda da própria população rio pombense (incluindo seus gestores e os membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural), que o Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho foi eleito como o primeiro bem urbano, paisagístico, histórico e cultural do município a ser merecedor de proteção efetiva. E tal proteção será fundamental por três motivos primordiais: primeiramente, porque permitirá a introdução no município das discussões sobre a necessidade e a importância de se enxergar o patrimônio urbano com um olhar próprio, como pregam os documentos internacionais (conforme explicitado anteriormente) e as práticas mais atuais de preservação do patrimônio cultural; em segundo lugar, certamente dará início a um conjunto de ações inovadoras no planejamento dos trabalhos de educação patrimonial do município, ampliando sua abrangência para um campo muito maior que envolve não só os bens materiais, mas também os imateriais e todo o complexo conjunto das relações dos indivíduos entre si e desses com o espaço da cidade; por fim, será a oportunidade de se manter, ainda citando Norbeg-Shulz31, o “genius loci” da Praça Dr. Último de Carvalho e do seu entorno, ou seja, o “espírito do lugar”. O objetivo primordial, portanto, do tombamento municipal do Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho – área de 5.970m2 que abrange elementos urbanísticos (a conformação trapezoidal da Praça e suas dimensões atuais, bem como a conformação das ruas que a circundam), arquitetônicos (a conformação dos canteiros, o coreto, o lago artificial com suas esculturas, a ponte, os espaços livres), vegetais (as árvores até quando existirem e o paisagismo dos canteiros, não necessariamente a vegetação que os compõem por essa ser formada por espécies vivas e, portanto, perecíveis e renováveis32) e sociais (relações de cunhos histórico e social que fazem deste, para a comunidade, um ícone dentre os demais espaços da cidade) – é preservar o espaço urbano que é o centro político-administrativo do 30 NORBERG-SCHULZ, Christian. Genius loci. Towards a phenomenology of architecture. Londres, Academy Editions, 1980. 31 Idem. 32 CURY, Isabelle (org.). Carta de Florença. In: Cartas Patrimoniais. 3ª. ed. rev. aum. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004, p. 253. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 52 de 123 município e essencial para a vida da comunidade rio pombense, símbolo representativo do seu modo de ver, de agir e de viver em sociedade e resultado de todo o processo das relações sociais cotidianamente construídas pela mesma, exemplo claro do que se refere Márcia Santana quando discorre sobre sítios urbanos33. Os sítios urbanos são importantes por concentrarem “testemunhos do processo de ocupação e consolidação do território; por refletirem modos de urbanização típicos dos grandes ciclos econômicos e sociais da história do país; pela forma urbana que assumiram como resultado desses processos históricos e da adaptação às condições físicas do sítio; pela estética urbana peculiar que apresentam; pela arquitetura monumental que contêm; pela relação com a paisagem natural ou urbana circundante que mantêm e, enfim, pela própria paisagem que configuram. São ainda objeto de interesse pela cultura que produzem; pelas práticas sociais que abrigam; pela prática do espaço que induzem ou proporcionam e por outros valores simbólicos e afetivos. Esses predicados ou parte deles compõem a identidade do lugar e o constituem como uma referência cultural. Em última análise, é essa identidade que cabe preservar e não apenas um punhado de elementos arquitetônicos e estilísticos, anedoticamente realçados apresentados ao público34. Tendo em vista que, a partir do tombamento que irá assegurar a sua integridade, a interpretação de seus valores e a identificação desse espaço como um bem social, todo o Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho – incluindo a dinâmica das relações sociais que ali acontecem – terá restrições no que diz respeito a possíveis intervenções e/ou modificações, torna-se mister destacar que, independente de sua natureza e grandeza, deverão ser observadas as indicações constantes no item “Diretrizes de Intervenção” do presente dossiê, sendo que todo e qualquer projeto ou proposta, após elaborado por profissional especializado, deverá passar pela análise e aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba ou de técnicos designados por ele. 33 Cabe ressaltar que o Conjunto Paisagístico da Praça Antônio Carlos faz parte de um sítio urbano, de um núcleo urbano, que é o do centro da cidade, que será alvo de proteção através do instrumento do tombamento nos próximos anos. 34 SANTANA, Márcia. Op. cit. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 53 de 123 DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO DO BEM TOMBADO O perímetro de entorno do bem cultural tombado – “Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho”, representado no esquema gráfico mostrado adiante pela área destacada em amarelo, é demarcado pelo polígono cujos vértices correspondem aos pontos que vão sequencialmente de P1 a P32. Para se atingir os objetivos descritos no item “Justificativa da Definição do Perímetro de Entorno”, procurou-se utilizar sempre como marcos referenciais fixos os limites dos lotes e os eixos das ruas Domingos Ignácio, Quírico Marini e João Marcelino e da Av. Raul Soares, logradouros estes existentes nas proximidades do conjunto, de maneira que se permita fazer um controle dos gabaritos das edificações voltadas para a Praça garantindo, assim, a preservação da ambiência e das visadas para o bem. O perímetro tem início no ponto P1, localizado na extremidade esquerda da rua Domingos Ignácio (onde a mesma se alarga), distante 20,08m do eixo dessa mesma rua e 48,11m do eixo da rua Quírico Marini. Seguindo-se em linha reta por 12,57m, num ângulo de 77O na direção norte, está o ponto P2, localizado a 15,40m do eixo da rua Domingos Ignácio e 36,39m do eixo da rua Quírico Marini. Virando-se de P2 75o para a esquerda, no sentido sudoeste por 23,56m, está o ponto P3, localizado a 39,35m do eixo da rua Domingos Ignácio e 33,38m do eixo da rua Quírico Marini. De P3, à 75o na direção norte por 14,71m, está o ponto P4, localizado a 35,70m do eixo da rua Domingos Ignácio e 19,74m do eixo da rua Quírico Marini. De P4, segue-se em linha reta por 24,05m e 26O no sentido noroeste até o ponto P5, distante 39,76m do eixo da rua Domingos Ignácio e 4,23m do eixo da rua Quírico Marini. De P5, à 13o na direção norte por 25,78m, está o ponto P6, localizado a 38,30m do eixo da rua Domingos Ignácio e 29,74m do eixo da rua Quírico Marini. De P6, segue-se em linha reta por 23,73m e 19O no sentido norte até o ponto P7, distante 30,08m do eixo da rua Domingos Ignácio e 50,85m do eixo da rua Quírico Marini. De P7, à 117o na direção nordeste por 3,03m, está o ponto P8, localizado a 27,07m do eixo da rua Domingos Ignácio e 50,83m do eixo da rua Quírico Marini. De P8, segue-se em linha reta por 72,26m e 97O no sentido noroeste até o ponto P9, distante 27,27m do eixo da rua Domingos Ignácio e 122,57m do eixo da rua Quírico Marini. De P9, seguindo-se em linha reta na direção nordeste por 12,33m, está o ponto P10, localizado a 26,25m do eixo da rua Domingos Ignácio e 134,67m do eixo da rua Quírico Marini. Desse ponto em diante, substituiremos o eixo da rua Quírico Marini, ponto fixo para a marcação das referências até então utilizadas, pelo eixo da Av. Raul Soares, distante do eixo da rua Quírico Marini 99,07m na direção noroeste. De P10, segue-se em linha reta por 46,95m e 90O no sentido nordeste até o ponto P11, distante 20,55m do eixo da rua Domingos Ignácio e 31,29m do eixo da Av. Raul Soares. De dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 54 de 123 P11, à 88o na direção norte por 9,43m, está o ponto P12, localizado a 21,06m do eixo da rua Domingos Ignácio e 40,72m do eixo da Av. Raul Soares. De P12, segue-se em linha reta por 8,80m e 90O na direção nordeste até o ponto P13, distante 29,85m do eixo da rua Domingos Ignácio e 40,99m do eixo da Av. Raul Soares. De P13, à 90o na direção sudeste por 3,63m, está o ponto P14, localizado a 29,65m do eixo da rua Domingos Ignácio e 37,37m do eixo da Av. Raul Soares. De P14, segue-se em linha reta por 37,20m e 90O na direção nordeste até o ponto P15, distante 66,77m do eixo da rua Domingos Ignácio e 38,13m do eixo da Av. Raul Soares. De P15, à 90o na direção noroeste por 11,39m, está o ponto P16, localizado a 67,41m do eixo da rua Domingos Ignácio e 49,52m do eixo da Av. Raul Soares. De P16, segue-se em linha reta por 23,40m e 90O na direção nordeste até o ponto P17, distante 90,78m do eixo da rua Domingos Ignácio e 50,24m do eixo da Av. Raul Soares. De P17, à 90o na direção sudeste por 10,96m, está o ponto P18, localizado a 90,17m do eixo da rua Domingos Ignácio e 39,29m do eixo da Av. Raul Soares. Desse ponto em diante, o eixo da Av. Raul Soares que estava calculado pela sua largura menor, será substituído pelo eixo calculado na sua largura maior, localizado a 6,11m daquele primeiro na direção sudeste. De P18, segue-se em linha reta por 33,68m e 90O na direção nordeste até o ponto P19, distante 123,83m do eixo da rua Domingos Ignácio e 46,39m do eixo da Av. Raul Soares. De P19, à 90o na direção sudeste por 30,85m, está o ponto P20, localizado a 122,29m do eixo da rua Domingos Ignácio e 15,55m do eixo da Av. Raul Soares. De P20, segue-se em linha reta por 31,71m e 1O na direção sudeste até o ponto P21, distante 120,63m do eixo da rua Domingos Ignácio e 87,86m do eixo da Av. Raul Soares. De P21, à 1o na direção sudeste por 23,88m, está o ponto P22, localizado a 118,83m do eixo da rua Domingos Ignácio e 39,94m do eixo da Av. Raul Soares. De P22, segue-se em linha reta por 35,97m e 5O na direção sul até o ponto P23, distante 112,33m do eixo da rua Domingos Ignácio e 75,48m do eixo da Av. Raul Soares. De P23, à 139o na direção sudeste por 22,55m, está o ponto P24, localizado a 123,36m do eixo da rua Domingos Ignácio e 94,79m do eixo da Av. Raul Soares. De P24, segue-se em linha reta por 15,00m e 71O na direção sudoeste até o ponto P25, distante 108,62m do eixo da rua Domingos Ignácio e 97,92m do eixo da Av. Raul Soares. De P25, à 102o na direção noroeste por 11,19m, está o ponto P26, localizado a 104,34m do eixo da rua Domingos Ignácio e 87,86m do eixo da Av. Raul Soares. De P26, segue-se em linha reta por 27,19m e 101O na direção sudoeste até o ponto P27, distante 77,75m do eixo da rua Domingos Ignácio e 102,74m do eixo da Av. Raul Soares. De P27, à 90o na direção sudeste por 30,42m, está o ponto P28, localizado a 83,88m do eixo da rua Domingos Ignácio e 131,83m do eixo da Av. Raul Soares. De P28, segue-se em linha reta por 31,98m e 79O na direção sudoeste até o ponto P29, distante 51,90m do eixo da rua Domingos Ignácio e 135,32m do eixo da Av. Raul dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 55 de 123 Soares. De P29, à 92o na direção noroeste por 24,09m, está o ponto P30, localizado a 50,45m do eixo da rua Domingos Ignácio e 111,50m do eixo da Av. Raul Soares. De P30, segue-se em linha reta por 43,98m e 92O na direção sudoeste até o ponto P31, distante 6,47m do eixo da rua Domingos Ignácio e 117,22m do eixo da Av. Raul Soares. De P31, à 93o na direção sudeste por 33,25m, está o ponto P32, localizado a 5,01m do eixo da rua Domingos Ignácio e 149,56m do eixo da Av. Raul Soares. De P32, segue-se em linha reta por 25,09m e 89O na direção sudoeste até P1, ponto já descrito no início do texto e que fecha o polígono correspondente ao entorno do bem cultural tombado. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 59 de 123 JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO Pelo menos potencialmente, estes dois poderosos movimentos de conservação, os da natureza e os da história, podem não só transformar-se num só movimento, como também podem ser ligados à conservação da comunidade humana, que também tem uma história e faz parte da natureza. Se essa ligação fosse concretizada, nunca tentaríamos preservar simplesmente um local. (...) Em vez disso, o objetivo seria manter a continuidade da própria comunidade, e da imagem da história e da natureza que são propriedade dos seus membros. Se a coligação dos movimentos de conservação puder ser forjada nessa base, então o conceito de continuidade local tornar-se-á uma ideia fundamental na remodelação dos nossos aglomerados populacionais35. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, entorno se refere à "área de projeção localizada na vizinhança dos imóveis tombados, que é delimitada com objetivo de preservar a sua ambiência e impedir que novos elementos obstruam ou reduzam sua visibilidade (...)"36. Complementando o mesmo raciocínio, destacamos o artigo 18 do Decreto Lei 25 de 1937, que diz que a preservação de um bem (no caso, um Conjunto Paisagístico) não está garantida apenas com o tombamento do mesmo. Como nos informa Sonia Rabello de Castro: “Enquanto que, em relação aos bens tombados, a obrigação é de conservar, de fazer a conservação e de não lhes fazer alterações que descaracterizem o bem, com relação aos prédios vizinhos passa-se a exigir que estes não perturbem a visão de bem tombado, sem que, contudo, tenha que se manter o imóvel tal como é; basta que sua utilização ou modificação não afete a ambiência do bem tombado, seja pelo seu volume, ritmo da edificação, altura, cor ou outro elemento arquitetônico. São, portanto, de ordem e intensidade diversas as limitações feitas ao bem tombado, cujo objetivo é a conservação, e ao bem vizinho, cujo objetivo, não sendo a conservação, é a de não perturbação da ambiência da coisa tombada, para um a obrigação é a de fazer (conservar), e para outro é de não fazer (não perturbar)”.37 Ainda sobre a manutenção da ambiência do bem tombado, vale ressaltar que, no caso de Conjuntos Paisagísticos e de núcleos arquitetônicos e históricos, essa necessidade torna-se ainda mais premente, visto que, exatamente por se tratar de um conjunto, todos os seus elementos devem estar em harmonia entre si e com o que os circunda, incluindo aí as várias 35 36 LYNCH, Kevin. Op. citi, p. 247. Disponível em <www.iphan.gov.br>. 37 CASTRO, Sonia Rabello de. O Estado na preservação de bens culturais: o tombamento. Rio de Janeiro: Renovar, 1991. p. 122 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 60 de 123 perspectivas formadas pelos ângulos de visão do observador à medida que o mesmo percorre a área e suas adjacências. Justamente por não terem sido, por décadas no Brasil, considerados a dinâmica social desses espaços e os aspectos da percepção como instrumentos fundamentais de análise e de estabelecimento de diretrizes de intervenção, podem ser encontrados diversos exemplos de destruição de áreas inteiras pelo simples fato de que as mesmas não foram consideradas autônomas, dissociáveis das práticas utilizadas para a análise de bens imóveis e possuidoras de características próprias, dinâmicas e mutáveis segundo a própria dinâmica do cotidiano de seus freqüentadores. Sendo assim, para a delimitação da área de entorno do Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho, foram aplicadas técnicas de percepção através da observância das perspectivas obtidas pelos ângulos de visão do observador em vários locais da própria Praça, das ruas que a circundam e de áreas adjacentes, como ressalta ser essencial Márcia Santana: “Essas técnicas partem do princípio que as características de configuração dos lugares são captadas pela percepção de acordo com as peculiaridades do aparelho visual humano e de certos atributos da forma do espaço. Assim, os lugares sempre são apreendidos no conjunto dos seus elementos e ‘por meio do movimento dos indivíduos, da seleção das informações ofertadas pelo espaço e da transformação de suas características morfológicas’. Para captar os traços de identidade das configurações urbanas que são perceptíveis, foram desenvolvidas, (...) técnicas de análise, nas quais, mediante o deslocamento do observador através do espaço e do registro das cenas contidas nos campos visuais percebidos no percurso, identificam-se os campos e efeitos visuais que proporciona. Estes campos visuais e efeitos constituem categorias de análise no nível da percepção, e são avaliados quanto à intensidade da identidade que produzem, conduzindo a propostas para sua preservação ou reforço.38 No momento da definição da área mais adequada para a proteção da ambiência e dos aspectos físicos, urbanos e paisagísticos da Praça, foram também consideradas as questões levantadas pelos membros do Conselho de Patrimônio Cultural do município em relação a esse “entorno” do bem tombado. Nesse sentido, a preocupação era aliar a preservação em todos os níveis citados, mas sem, contudo, limitar uma região muito grande, que abrangesse quarteirões em sua totalidade (inclusive regiões não voltadas diretamente para a Praça, cujas futuras construções que possam porventura ocupá-las não afetarão a visibilidade e a harmonia da Praça). Sendo assim, foram escolhidos os limites posteriores e laterais dos lotes voltados para a Praça como pontos fixos para a delimitação da área, todos referenciados a partir de eixos de 38 SANTANA, Márcia. Op. cit. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 61 de 123 ruas que circundam a mesma por serem estes pontos considerados fixos, como pode-se ver nos desenhos que se seguem. Portanto, o objetivo fundamental da área delimitada como entorno do bem cultural tombado será a preservação da ambiência existente entre: o bem cultural e a conformação das ruas que o circundam (João Cândido F. Cunha, Domingos Ignácio, João Marcelino e Av. Raul Soares), o que faz dele, inclusive, um elemento estruturador do espaço urbano e Área Verde no centro da cidade; entre o bem cultural e o conjunto arquitetônico implantado no alinhamentos das mencionadas vias públicas, composto por edificações de dois pavimentos com uso misto geralmente comércio ao nível da rua e residências no pavimento superior e composição formal neocolonial, eclética e contemporânea; entre o bem cultural e a sua função social como “lugar”, como elemento necessário na estruturação das relações cotidianas da sociedade riopombense; e, finalmente, entre o bem cultural e a sua história, principalmente por ser ele a área historicamente reconhecida como centro político-administrativo do município. Pretende-se, com isso, diminuir as possibilidades de implementação de qualquer elemento que possa interferir nesse contexto, tais como nos indica a Recomendação de Nairóbi, a “utilização imprópria, [a adoção] de acréscimos supérfluos e de transformações abusivas ou desprovidas de sensibilidade que atentam contra sua autenticidade, assim como as provocadas por qualquer forma de poluição”39. Tendo em vista que, a partir do tombamento, o entorno do Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho – incluindo a dinâmica das relações sociais que ali acontecem – terá restrições no que diz respeito a possíveis intervenções e/ou modificações, torna-se mister destacar que, independente de sua natureza e grandeza, deverão ser observadas as indicações constantes no item “Diretrizes de Intervenção” do presente dossiê, sendo que todo e qualquer projeto ou proposta, após elaborado por profissional especializado, deverá passar pela análise e aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba ou de técnicos designados por ele. 39 CURY, Isabelle (org.). Recomendação de Nairóbi. In: Cartas Patrimoniais. 3ª. ed. rev. aum. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004, p. 220. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 62 de 123 DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO/ PRESERVAÇÃO NA ÁREA TOMBADA E ÁREA DE ENTORNO pg 62 Diretrizes de intervenção para o bem cultural As diretrizes ora propostas consideram a área correspondente ao Conjunto Paisagístico Tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba, denominado de “Praça Dr. Último de Carvalho” e seu entorno. Segundo Carlos Fernando de Moura Delphim, “qualquer legado do passado sofre transformações ou deterioração tanto como conseqüência do desgaste natural quanto pelo uso. A soma das diferentes modificações acaba por se converter em parte do caráter histórico e do material essencial ao bem cultural”40. O Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho, composto por elementos urbanísticos, arquitetônicos, sociais e vegetais (estes materiais perecíveis e renováveis) foi, ao longo do tempo, sofrendo modificações sem que isso diminuísse a sua importância enquanto bem de interesse público, como monumento social, uma vez que é único e, assim, não passível de substituição. Sabe-se que um espaço livre público, assim como a própria sociedade que é dinâmica e que muda seus processos a cada dia, está sujeito a modificações justamente por ser esse ambiente também vivo e que tais mudanças fazem parte de sua história. Toda forma de preservação ou intervenções propostas deverá tomar como base a realidade atual do Conjunto, complementada por pesquisas históricas, iconográficas, arquitetônicas e arqueológicas (estas últimas que, no presente caso, não serão necessárias), para que não ocorram situações de acréscimos ou supressões seguindo gostos particulares ou, em casos de opção por restituições, não se privilegie algum período em detrimento de outro. De acordo com a Recomendação de Nairóbi, a “preservação deve significar a identificação, proteção, conservação, restauração, renovação, manutenção e revitalização. O que inclui ainda o uso, planejamento, administração e outras ações” 41. Nesse sentido, para tal preservação, seguem abaixo as diretrizes de intervenção para o Conjunto Paisagístico e para o entorno do bem. 40 41 DELPHIM, Carlos Fernando de Moura. Op. citi. p. 28. CURY, Isabelle (org.). Recomendação de Nairóbi. Op. citi., p. 220. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 63 de 123 Visto que o Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho é caracterizado por aspectos paisagísticos, biológicos, arquitetônicos e culturais, as diretrizes propostas, pensadas por uma equipe multidisciplinar, procuram proteger os mesmos para que não haja descaracterizações. As diretrizes são as seguintes: 1 Não será permitida, em hipótese alguma, a descaracterização do Conjunto Paisagístico tombado; 2 “(...) as operações de manutenção e conservação têm prioridade sobre as de restauração; as operações de restauração têm prioridade sobre as inovações e desenvolvimento. As operações de inovação nunca devem expor o bem a pressões ou impactos negativos, danos, riscos ou ameaças a seus culturais”42; 3 Para manutenção e conservação do bem, recomenda-se periodicamente: a varredura e capina nos caminhos, canteiros e espaços livres para a retirada de folhas, galhos e lixo em geral; irrigação que precisa ser definida através de projeto com a especificação de solos e épocas mais quentes ou úmidas; limpeza de bueiros e de valas secas ou molhadas, fundamentais para garantir o bom escoamento das águas, principalmente em épocas de chuvas fortes; retiradas de ervas daninhas, evitando-se o uso de produtos herbicidas químicos; 4 Todo e qualquer evento, festa, manifestação popular e atividade de recreação e comércio que possa ser realizado na área do Conjunto Paisagístico, deve ser aprovado através de projeto que explique claramente ao Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba o que, como e quando este será realizado; 5 Para que o desenvolvimento deste conjunto paisagístico se faça de forma ordenada é de suma importância um planejamento e, para tanto, recomenda-se que sejam elaborados projetos executivos de paisagismo, iluminação, drenagem, programação visual (este último incluindo a sinalização de entorno e turística) e acessibilidade (garantindo a todos acesso, circulação, equipamentos urbanos, mobiliário e sinalização, sempre que possível). Dessa forma irá se resguardar as características originais ou de transformação desta área livre pública, bem como a sua ambiência; 6 A proporção entre área construída e área livre deverá ser resguardada para que não haja distorções na ambiência e na paisagem, que são também objeto da preservação deste conjunto; 42 DELPHIM, Carlos Fernando de Moura. Op. citi., p. 86. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 64 de 123 7 A Restituição de qualquer elemento desse conjunto paisagístico, retirando partes espúrias ou reconstituindo áreas originais degradadas ou faltantes, pode ocorrer desde que passe por rigorosa avaliação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba e, conforme o caso, por técnicos designado por ele. Tal projeto de restituição deve estar embasado em pesquisa histórica e iconográfica para que qualquer decisão neste sentido não encoraje a criação de simples cópias e cenários. Neste caso é fundamental que se contrate profissionais especializados na área para a realização de levantamentos específicos e elaboração de projeto executivo que deve ser aprovado pelo Conselho; 8 Todo e qualquer projeto de intervenção no Conjunto Paisagístico tombado deverá, segundo a Legislação Municipal vigente, passar pela apreciação, análise e aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba e, quando for necessário, de especialistas designados por ele; 9 Toda e qualquer intervenção física no Conjunto Paisagístico deverá ser documentada, primeiramente através de as built acompanhado de memorial descritivo e, no curso da obra, de relatórios textuais e fotográficos, como um documento da memória da intervenção; 10 Em relação ao mobiliário e aos materiais de revestimento que não se adequam ao ambiente ou que estão em estado precário de conservação, é indicada a revitalização dos mesmos, desde que se respeitem todas as diretrizes colocadas neste Dossiê, principalmente no que se refere à contratação de profissionais comprovadamente especializados e à aprovação dos projetos pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba; 11 Qualquer intervenção no bem tombado que não esteja prevista nessas diretrizes deverá ser apreciada, analisada e aprovada pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba ou por técnico designado por ele. Em relação aos aspectos ambientais: 12 Deve ser feita a manutenção dos gramados e espécimes arbóreos, realizando apenas podas de limpeza nos últimos quando necessário, ficando dessa forma, facultativa a remoção ou eventual substituição das plantas herbáceas ou arbustivas, sobretudo as plantas de ciclo de vida anual, que periodicamente podem ser replantadas ou substituídas por exemplares de outras espécies; 13 Porém, a remoção completa de plantas arbóreas só deverá ser realizada caso a planta coloque em risco a integridade física dos frequentadores das áreas, por exemplo, por queda ou quebra do tronco ou dos ramos; dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 65 de 123 14 A manutenção prioritariamente imediata a das remoção de espécies plantas arbóreas parasitas, deve como levar a em consideração “erva-de-passarinho” (Loranthaceae, Strutanthus sp.) que pode ser observada infestando algumas árvores da Praça, podendo ampliar sua distribuição neste logradouro, caso não seja controlada. 15 É patente, em alguns pontos, a necessidade de replantio e/ou poda de manutenção do gramado (destacado com as cabeças de seta vermelhas). Deve ser desencorajada a abertura de trilhas ou passagens nas áreas gramadas, pois o pisoteio prejudica sobremaneira seu desenvolvimento, bem como compromete a estética da praça. 16 É primordial o cuidado com as espécies vegetais evitando ações que coloquem em risco os usuários da área, dentre as quais pode-se destacar a presença de fiação elétrica, mesmo que somente em épocas específicas como o natal, entremeada às árvores, sobretudo as de maior porte, devido ao risco de rompimento dos fios elétricos com o crescimento dos ramos das espécies e de eventuais curtos-circuitos que podem ocasionar incêndios; 17 Promover a coleta seletiva através de campanhas e da colocação de lixeiras específicas. Diretrizes de intervenção para a área de entorno 1 De acordo com o artigo 18 do Decreto-Lei nº25, de 30 de novembro de 1937, que restringe intervenções na vizinhança de bens tombados, a ambiência do Conjunto Paisagístico deverá ser sempre respeitada através da manutenção, quando harmônicos, das “formas, volumes, escala, cores, textura, visibilidades, materiais e outras características” dos elementos já existentes ou com o controle das intervenções futuras com novos elementos. No caso específicos de jardins, deve-se considerar alterações ambientais que influem na iluminação, ventilação, nível das águas subterrâneas, microclima etc, com a restrição de novas construções, demolições ou modificação suscetíveis de causar prejuízo à ambiência do bem”. 43 2 O Conjunto Paisagístico em questão tem em seu entorno imediato edifícios que apresentam características que os tornam interessantes para serem indicados, num futuro bastante próximo, para tombamento. Sendo assim, a manutenção de suas características formais é fundamental para a preservação das características do conjunto como um todo, mesmo levando-se em consideração que muitos são edifícios datados de períodos posteriores à construção do mesmo. Mesmo tendo em vista essa observação, não será vedado àqueles imóveis pertencentes a esse entorno que não forem tombados a possibilidade de sofrerem intervenções que modifiquem, inclusive, a sua aparência externa, 43 DELPHIM, Carlos Fernando de Moura. Intervenções em Jardins Históricos: Manual. Brasília: IPHAN, 2005, p. 28. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 66 de 123 mas é necessário que a sua nova "aparência" respeite o gabarito atual e tenha elementos arquitetônicos, como materiais de revestimento, que não interfiram na integridade paisagística do entorno. O que é obrigatório, porém, é a aprovação do projeto executivo de intervenção pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba ou por especialistas designados por ele; 3 Toda e qualquer manifestação popular que vá ser realizada na área de entorno desse conjunto paisagístico deve ser aprovada através de projeto estabelecendo essas atividades, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba. 4 Qualquer nova construção ou aquelas que forem alvo de intervenções deverão estar em harmonia com o conjunto no qual o mesmo está inserido. Não devem impedir, de forma alguma, a visibilidade do bem e/ou leitura no contexto citado; 5 Sugere-se que a implantação de quaisquer formas de publicidade e sinalização no entorno do bem tombado seja objeto de análise do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba; 6 O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Rio Pomba através de seus membros, deverá sempre ficar atento às necessidades do município e de seus habitantes e tentar, o máximo possível, oferecer alternativas que aliem o crescimento do mesmo com a preservação do seu patrimônio cultural. Como diz Cláudia Alves de Oliveira et al, (...) cabe consignar que o Conselho de Patrimônio está sempre atento à realidade, o que o faz adotar uma linha de entendimento de que não basta editar o ato de preservação, mas é necessário criar mecanismos que possibilitem o uso do bem de forma a proporcionar o exercício de atividade econômica ou o uso residencial adequado às necessidades modernas, sem prejudicar o patrimônio preservado44. 44 OLIVEIRA, Cláudia Alves de. et al. OS FUNDAMENTOS E CONSEQÜÊNCIAS DA APAC DO LEBLON. Disponível em www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/ arquivos/ 100_fundamentos%20da%20apac%20leblon.PDF. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 67 de 123 DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA E FOTOGRÁFICA O município de Rio Pomba pertence à região da Zona da Mata e à microrregião de Ubá, distando 244km de Belo Horizonte. Limita-se com os municípios de Silveirânia, Mercês, Tabuleiro, Guarani, Piraúba e Tocantins. Figura 22 - Localização do município de Rio Pomba no mapa do estado de Minas Gerais Fonte: IBGE Executores: João Paulo de Carvalho Araújo e Sebastião de Oliveira Menezes Data: dezembro de 2009 Escala gráfica indicada dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba Prefeitura Municipal de Rio Pomba DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 1 - Vista do entorno da praça com detalhe para o Fórum. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 2 - Vista do entorno da praça com detalhe para o Fórum e para o edifício que foi a primeira agência da Volksvagem da região no começo do século XIX . Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 3 - Detalhe para a sinalização de estacionamento de Táxi. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 4 - Vista de uma das ruas que chegam à Praça. Esta faz ligação com a Praça Dr. Último de Carvalho e com a Praça Juscelino Kubitschek. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 70 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 5 - Vista do entorno em uma das esquinas da praça. Nota-se ali edifícios comerciais contemporâneos de formas e cores diferentes com vários formatos e tipos de letreiros e propagandas, interferindo negativamente na ambiência da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 6 - Vista do entorno da praça, com detalhe para a Igreja Matriz de São Manoel. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 7 - Vista da Igreja Matriz de São Manoel que se encontra no entorno da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 8 - Vista do adro da Igreja Matriz de São Manoel. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 71 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 9 - Vista do entorno da Praça. Em destaque, a Praça em frente à Igreja Matriz de São Manoel. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 10 - Vista de uma das vias de saída da Praça. Nota-se o Hotel do Quirico do final do século XIX ao lado da praça em frente à Matriz de São Manoel. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 11 - Vista de uma das ruas que chegam à praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 12 - Vista do casario mais representativo do entorno da praça, casario este do final do século XIX. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 72 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 13 - Vista do entorno de uma das laterais. Nota-se o contraste causado pelo edifício contemporâneo em meio ao casario do final do século XIX. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 14 - Vista frontal do edifício contemporâneo no entorno da praça que influi negativamente na ambiência da mesma. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 15 - Vista para a rua que faz ligação da praça com a principal via de Rio Pomba, a av. Brasil. Nesta rua, Raul Soares, vemos à esquerda o edifício sede da Prefeitura Municipal e, ao centro, a antiga rodoviária. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 16 - Vista do entorno da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 73 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 17 - Vista parcial externa da praça. Nota-se um dos tipos de poste de iluminação de haste de metal encimados por dois globos de vidro, os bancos de cimento e o calçamento em pedras portuguesas. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 18 - Vista de um dos canteiros. Além das espécies rasteiras, nota-se outras de médio e grande portes Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 19 - Vista de uma das esquinas da praça. Nota-se um dos tipos de poste de iluminação de haste de metal encimados por dois globos de vidro, os bancos de cimento, o calçamento em pedras portuguesas e a tradicional carrocinha de pipocas. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 20 - Entorno da praça visto do adro da Igreja Matriz de São Manoel. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 74 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 21 - Vista parcial da praça . Vista da esquina próxima a Igreja Matriz de São Manoel. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 22 - Vista de uma das entradas da praça que leva diretamente ao seu Coreto. Esta entrada liga a lateral da Igreja Matriz de São Manoel ao interior da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 23 - Vista de um dos canteiros. Percebe-se o paisagismo com gramínea indo até o interior da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 24 - Vista do calçamento em pedras protuguesas com desenhos de flores. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 75 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 25 - Vista externa de uma das entradas da praça, a entrada que leva diretamente ao lago com sua ponte. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 26 - Vista da ponte do lado interno. Nota-se sua ponte com guarda-corpo com detalhe imitando troncos de árvore. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 27 - Detalhe de parte do lago e de duas das quatro estátuas que representam as quatro estações do ano. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 28 - Detalhe de uma das estátuas de cachorros que ladeiam a entrada da ponte do lago que servem de “guardiões da praça”. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 76 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 29 - Vista do caramanchão em uma das entradas de subida para a ponte e da própria ponte com detalhes de guarda-corpo imitando troncos de árvore. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 30 - Vista do conjunto do lado do interior da praça com sua ponte e palmáceasl. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 31 - Vista do coreto da que fica na parte central da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 32 - Detalhe da parte interna do coreto. Percebe-se seu piso em ladrilhos hidráulicos. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 77 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 33 - Detalhe da cobertura de metal do coreto. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 34 - Detalhe da mureta em alvenaria do coreto e de seus bancos de madeira. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 35 - Vista do monumento em homenagem ao Dr. Último de Carvalho, personagem que dá nome à praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 36 - Vista do monumento em comemoração ao bi-centenário de formação de Rio Pomba. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 78 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 37 - Detalhe da placa comemorativa dos 500 anos do descobrimento do Brasil e indicativa do projeto “Mudas Brasil” do Governo de Itamar Franco sobre o plantio de uma muda de paubrasil. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 38 - Vista parcial do interior da praça. Notase a presença de bancos de concreto, piso de pedras moídas e o paisagismo com as palmeiras centenárias. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 39 - Detalhe do calçamento em pedras portuguesas formando flores e do banco de cimento. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 40 - Vista parcial da praça. Vemos telefones públicos,, poste de iluminação e placas de sinalização. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 79 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Foto 41 - Vista de um dos conjuntos de telefones públicos existentes da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 42 - Vista de um dos hidrantes que existem na praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 43 - Placa sinalizando que é proibido andar de bicicleta e jogar bola no jardim. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho”. Município: Rio Pomba. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO “PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO” 80 de 123 81 de 123 Rio Pomba / Minas Gerais Inventário de Proteção ao Acervo Cultural Estruturas arquitetônicas e urbanísticas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. o Município: Rio Pomba. Ficha N 133 Distrito: Sede. Designação: Praça Doutor Último de Carvalho. Endereço: Praça Doutor Último de Carvalho. Propriedade/situação de propriedade: Prefeitura Municipal de Rio Pomba. Propriedade pública. Responsável: Prefeitura Municipal de Rio Pomba. Responsável: Davi Veloso Furtado. Situação de ocupação: pública. Histórico: A Praça Doutor Último de Carvalho está no centro de Rio Pomba e é um dos principais pontos referenciais no contexto urbano. Ao seu redor encontram-se edificações públicas (Prefeitura, Câmara Municipal e Fórum), a Igreja Matriz e algumas das construções mais antigas da área urbana do município.1 Concentra atividades comerciais, de lazer, prestação de serviços e de cultura. O espaço onde se localiza a praça era um largo no início da aglomeração urbana de Rio Pomba. No século XIX era conhecida como Largo da Alegria, sendo apenas um espaço livre dentre as construções, com formato assemelhado a uma pêra. O nome do espaço passou a Praça Municipal no final do século XIX, sendo mudado para Praça Barão de Montes Claros em 1888, quando o referido barão faleceu. No ano de 1913 o espaço foi completamente reformado pelo então prefeito Doutor José Neves, sendo chamado de Parque Doutor Francisco Peixoto, não sendo conhecida a autoria do projeto. Em 1936, o jardim foi reformado novamente pelo prefeito Arthur Eugênio Furtado (natural de Rio Novo), sendo batizada, por ordem do Estado Novo, como Praça Benedito Valadares. Em novembro de 1987, por fim, no governo de José Augusto Saraiva, foi inaugurado o busto daquele que nomeia atualmente a praça: Doutor Último de Carvalho.2 Na obra de 1913 foram plantadas árvores de grande porte, distribuídas por vários canteiros, como o ingá e a maria preta. O coreto foi trazido da Bélgica e foi construído o espelho d’água que ainda existe, sendo os imigrantes italianos, André Gotti e Aladino Quelotti, encarregados da construção da ponte sobre o espelho d’água, das esculturas de cachorros ao lado da ponte e das esculturas que indicam as quatro estações do ano, situadas nas bordas do espelho d’água. Na reforma de 1936 algumas árvores foram retiradas porque a praça havia se transformado em uma pequena floresta. Os jardins assumiram o formato atual, sendo plantadas novas espécies, desta vez, arbustivas e rasteiras. Em 1987, a obra foi principalmente de recuperação dos elementos da praça. 9. Documentação Fotográfica: 10. Documentação Cartográfica (esquema): Vista parcial da praça a partir da Rua Domingos Ignácio. Vista parcial da praça a partir da Rua João Marcelino. 1 2 SANTIAGO, Sinval Batista. Município de Rio Pomba – Síntese Histórica. Fonte oral: Sylvio Caiaffa Mendonça; ago/2007. 82 de 123 Rio Pomba / Minas Gerais Inventário de Proteção ao Acervo Cultural Estruturas arquitetônicas e urbanísticas 11. Uso atual: ( ) Residencial ( ) Serviço ( ) Institucional ( ) Industrial ( ) Comercial ( X ) Outros: Público. 12. Proteção legal existente: ( ) Federal ( ) Estadual ( ) Municipal ( X ) Nenhuma 13. Proteção legal proposta: ( ) Tombamento Federal ( ) Tombamento Estadual ( ) Tombamento Municipal ( ) Entorno de bem tombado ( ) Restrições de uso e ocupação ( X ) Inventário para registro documental ( ) Inventário para proteção prévia 14. Estado de Conservação: ( X ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Péssimo 15. Descrição: A Praça Doutor Último de Carvalho possui tipologia com características contemporâneas, com alguns elementos originais de influência eclética. O desenho da praça, em planta, é próximo a um trapézio irregular, com as quinas arredondadas, sendo as dimensões paralelas à Avenida Raul Soares um pouco maiores que as paralelas à Rua João Marcelino. A Praça está implantada em terreno plano, com acessos diretos, sendo o único elemento de separação das ruas o passeio, que circunda todo o espaço com altura de 15 cm acima do nível da pavimentação. A volumetria do espaço é definida pela copa das árvores, variando a altura entre o equivalente a um e quatro pavimentos. As espécies vegetais são diversas, sendo encontradas palmeiras imperiais, cactos, pinheiros, palmeiras-leque, ipês rosa, além de um pau-brasil e outras espécies rasteiras e arbustivas, como espadas-de-são-jorge e pingos de ouro. O espaço da praça pode ser acessado por qualquer uma das laterais, sendo o acesso ao interior possível apenas nas proximidades do meio de cada lateral. A planta é definida, basicamente, a partir do coreto, que define dois eixos transversais entre si. Com isso, tem-se quatro jardins nas extremidades do espaço, divididos pelos eixos, com metade do centro livre e outra ocupada pelo espelho d’água. O coreto possui características ecléticas, com formato octogonal, sendo cercado por um guarda-corpo em alvenaria revestida por ladrilhos. A estrutura de sustentação da cobertura é metálica, sendo o manto do mesmo material. A cobertura possui peças de ferro fixadas nas extremidades do octógono. O espelho d’água tem forma de meia circunferência, com interior revestido por argamassa pintada de azul. As bordas são cercadas por um jardim de margaridas, onde se encontram quatro esculturas que simbolizam as estações do ano. No centro há uma ponte, revestida por cimentado, tanto no piso, quanto no guarda-corpo. No jardim situado próximo à Prefeitura e ao Fórum, no arco interno, há um busto de bronze em homenagem ao Dr. Último de Carvalho, cuja estrutura de suporte é de concreto. No mesmo jardim, porém, no limite exterior, existem duas placas comemorativas: a primeira de inauguração da expansão da rede de energia elétrica municipal e outra em comemoração aos quinhentos anos de descobrimento do Brasil. Os postes são metálicos, em forma de “T”, com duas luminárias nas extremidades superiores, sem ornamentos e com fiação subterrânea. No passeio voltado para a Avenida Raul Soares e para a Rua João Marcelino existem telefones públicos. No exterior do jardim onde estas duas vias se encontram há um hidrante. Os passeios externos são revestidos por calçada portuguesa, sendo o piso da parte interior coberto por uma camada de areia. Nos espaços dos jardins onde não existem árvores ou arbustos há grama preenchendo o restante do espaço. No contorno externo dos jardins existem bancos pré-moldados de concreto, com encosto, dispostos irregularmente. No contorno interno existem bancos do mesmo material, porém, sem encosto, ocupando o raio da circunferência de forma contínua. 16. Análise do Entorno – Situação e Ambiência: A região onde se encontra a Praça Doutor Último de Carvalho é considerada o centro de Rio Pomba, sendo ela própria um dos principais pontos referenciais no contexto urbano. Ainda existem algumas edificações no entorno da primeira geração de construções, com características coloniais e ecléticas, situadas entre outras de períodos mais recentes. Por ser esta área onde tudo acontece, algumas edificações foram descaracterizadas ao longo dos anos, devido à praticidade e custo dos materiais e técnicas construtivas contemporâneos, perdendo sua identidade estilística. Ao redor da praça encontram-se três edificações públicas: Prefeitura, Câmara Municipal e Fórum; a Igreja Matriz e algumas das construções mais antigas da área urbana do município. Concentra atividades comerciais, de lazer, prestação de serviços e de cultura. As edificações estão implantadas no alinhamento com o logradouro público, possuem, predominantemente, um ou dois pavimentos, sendo a única exceção um edifício com sete pavimentos, situado na lateral voltada para a Avenida Raul Soares, que quebrou a homogeneidade do conjunto. A praça se destaca no contexto em que está inserida devido à quantidade expressiva de espécies arbóreas que possui, formando um refúgio verde em meio às construções. Em virtude do local ser ponto de grande valorização imobiliária, as edificações do entorno podem desaparecer devido ao processo de renovação urbana. A região é abastecida pelos serviços públicos de iluminação, água e esgoto, além do transporte intermunicipal. As vias possuem trânsito intenso, sendo o tráfego em mão única ao redor da praça. Comportam três carros em sua largura, sendo seu calçamento em asfalto, com trincas em alguns pontos. Os passeios são revestidos por piso cimentado e por calçada portuguesa, com largura aproximada de 2,0m, apresentando pequenas trincas dispersas. A arborização existente na rua é insignificante, sendo predominante a vegetação encontrada na praça. 83 de 123 Rio Pomba / Minas Gerais Inventário de Proteção ao Acervo Cultural Estruturas arquitetônicas e urbanísticas 17. Análise do Estado de Conservação: A Praça Doutor Último de Carvalho encontra-se em excelente estado de conservação, não sendo encontrados elementos danificados. 18. Fatores de Degradação: O uso intenso do espaço pode danificar os elementos que constituem a praça. 19. Medidas de Conservação: A manutenção preventiva que já é realizada no espaço e as podas periódicas na vegetação garantem o bom estado de conservação do espaço. Recomenda-se a instalação de lixeiras ao longo dos jardins, para facilitar a manutenção da praça. 20. Intervenções: No ano de 1913 foi realizada uma reforma que descaracterizou o largo original, transformando o espaço em praça, de fato, sendo instalado um coreto e um espelho d’água, além de jardins. Em 1936 os jardins foram novamente modificados, mudando seu formato e algumas espécies vegetais arbóreas, que foram substituídas por arbustos e plantas rasteiras. 21. Referências Documentais / Bibliográficas: • Diretrizes para a proteção do Patrimônio Cultural de Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG. • PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO POMBA. Plano de Inventário do Município de Rio Pomba; cronograma 2006 a 2021. Rio Pomba, 2005. • SANTIAGO, Sinval Batista. Município de Rio Pomba – Síntese Histórica. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1991. • Sylvio Caiaffa Mendonça. Fonte oral. Ex-organizador e diretor do Museu Municipal de Rio Pomba; ago/2007. 22. Informações Complementares: Vista parcial do interior da praça a partir do Fórum. 23. 24. 25. 26. Levantamento: Ana Paula Costa Elaboração: Ana Paula Costa Fotógrafo: Ana Paula Costa Revisão: Viviane de Souza Braga e Costa Foto da inauguração do então Jardim do Pomba, em 12 de outubro de 1913. Fonte: Acervo do Museu Municipal de Rio Pomba. Data: agosto/2007. Data: agosto/2007. Data: agosto/2007. Data: outubro/2007. 84 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO Responsável Técnico: Fabiana Mendes Tavares CREA: 158029 - RJ Bem Tombado: Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último de Carvalho” Bem Tombado em: dezembro de 2009 Dossiê enviado ao IEPHA em: 2010 exercício de 2011 Localização: Praça Dr. Último de Carvalho - Centro Proprietário: Prefeitura Municipal de Rio Pomba Responsável: Prefeitura Municipal de Rio Pomba Data: dezembro de 2009 Há restauração em andamento? Sim Não Há projeto aprovado por Lei de Incentivo à Cultura? Sim Não Em caso positivo: Lei Federal Lei Estadual Outra ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) 1. VIA BOM REGULAR 95% 5% RUIM (necessitando intervenção) - 1.1. PAVIMENTAÇÃO DA VIA - TIPO Pé-de-moleque Pavimentação original: Sim Paralelepípedo Não Bloco intertravado Asfalto Terreno compactado X Data da modificação da pavimentação: Cimentado Descrição: as vias em torno da Praça são asfaltadas, possuindo larguras que permitem o estacionamento de automóveis junto aos meio-fios. Os passeios contíguos às edificações são de cimentado liso. Danos verificados: as vias asfaltadas apresenta-se em bom estado de conservação incluindo a pintura das faixas e os revestimentos dos passeios apresentam desgaste natural pelo uso e sujidades aderidas, mas também com bom estado de conservação. 85 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO 1.2. SINALIZAÇÃO - TIPO Placas indicativas Padronização: Placas turísticas interpretativas Sim Placas de logradouro X Placas de trânsito X Não Descrição: presença de placas de logradouro fixadas nas fachadas das edificações e de trânsito ao longo do perímetro da praça. Danos verificados: a área necessita de placas turísticas interpretativas. ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) 1.3. DRENAGEM PLUVIAL BOM REGULAR RUIM (necessitando intervenção) 95% 5% - TIPO Superficial (canaleta, sarjeta) X Subterrânea (boca de lobo) Descrição: drenagem pluvial feita por poucas bocas-de-lobo no entorno da Praça. Danos verificados: não foram verificados danos aparentes. Depoentes disseram não existir, até o momento, problemas com entupimentos das caixas de recolhimento das águas pluviais. BOA (%) REGULAR (%) 1.4. CONDIÇÃO DE CIRCULAÇÃO DA VIA 95% Intenso Pequeno - Impacto negativo sobre o bem tombado? 1.4.1. TRÂNSITO - INTESIDADE DE FLUXO Moderado 5% RUIM (%) (necessitando intervenção) Sim X OBS: Não 86 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO Descrição: como o trânsito é moderado, mesmo existindo no entorno do Conjunto Paisagístico a sede da Prefeitura Municipal, o Fórum e alguns estabelecimentos comerciais, não há possibilidades, nessas condições, deste causar danos ao bem cultural. Danos verificados: não foram encontrados danos. 1.4.2. TIPO DE VEÍCULO (%) Ônibus 1% Motocicleta 18% Micro ônibus 1% Bicicleta 25% Caminhão 5% Carroça 1% Carro de passeio 45% Kombi/Van 4% Descrição: a circulação de veículos pesados tais como caminhões ou Ônibus não é uma constante na área do Conjunto Paisagístico por este não estar localizado em local de passagem para rodovias, os caminhões que passam por ali são os que vão atender ao comercio local. Sendo assim, a grande circulação se dá através de carros de passeio (incluindo aí os taxis), motocicletas e bicicletas. Danos verificados:em função do tráfego, os únicos problemas detectados dizem respeito à deterioração do revestimento de asfalto das vias públicas. Como não há considerável trepidação provocada pelos automóveis, não são notadas nas edificações sinais de problemas nas fundações das mesmas, nem em suas fachadas. Obstrução da visibilidade dos imóveis 1.5. ARBORIZAÇÃO DAS VIAS Intensa Regular Sim Não X Nenhuma Descrição: as vias não possuem poucas árvores. Danos verificados: pela pouca arborização nas vias não existe obstruções significativas dos imóveis. 87 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) 2. PASSEIO BOM REGULAR RUIM (necessitando intervenção) 85% 10% 5% 2.1. PAVIMENTAÇÃO Cimentado X Pedra (especificar tipo) Calçada portuguesa X Terra compactada Ladrilho hidráulico/cerâmica X Outros Descrição: os passeios localizados no entorno imediato do Conjunto Paisagístico são de pedras portuguesas, já a dos passeios junto as edificações varia entre cimentado liso, cerâmica e pedras portuguesas. Danos verificados: desgaste pelo uso, sujidades aderidas nas superfícies, algumas poucas lacunas e perda de peças. BOA (%) REGULAR (%) 80% 5% 2.2. CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES RUIM (%) (necessitando intervenção) 15% 2.2.1. CONDIÇÕES DE CIRCULAÇÃO Acessibilidade por rampas Sinalização para pedestres Obstáculos à passagem de pedestres Faixas de travessia X Descrição: a circulação de pedestres é bastante tranquila na região do Conjunto Paisagístico. As faixas de pedrestes são visíveis e estão localizadas junto as quatro entradas da praça, no entanto não há rampas de acesso o que provoca obstáculos aos cadeirantes. Danos verificados: o pisos do passeio que contorna a praça, apresentam poucas áreas com perdas de seção que poderiam causar acidentes. 88 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO 2.3. MOBILIÁRIO URBANO Iluminação pública (1) X Telefone público (3) Banco (2) X Parada de ônibus com abrigo Lixeira Monumento (4) Caixa de correio Chafariz X X Descrição: 1) Há três tipos de postes: dois no interior dos canteiros e outro nos passeios contíguos às edificações no entorno do Conjunto Paisagístico; 2) Os bancos são de concreto com a forma acompanhando a dos canteiros (semi-circulares) no interior da praça e os do exterior também são de cimento, mas individuais para duas pessoas; 4) Há dois pares de orelhões localizados na área da praça; 5) São identificados quatro bens integrados no Conjunto Paisagístico: o busto em homenagem ao Dr. Último de Carvalho, o monumento do bi-centenário de Rio Pomba, o coreto e o conjunto do lago; Não foram identificados no Conjunto Paisagístico lixeiras. Danos verificados: 1) A iluminação é suficiente, mas deveria ser pensado um projeto luminotécnico para a área. 2) As bases dos bancos apresentam umidade ascendente, algumas quebras, desgastes e sujidades. 5) Não foram notadas deteriorações significativas nos bens integrados, além das do coreto que apresenta, basicamente, problemas de oxidação em sua estrutura e cobertura, umidade ascendente em sua mureta de proteção. O conjunto do lago não apresenta problemas, além da estrutura das pérgulas da entrada da ponte, o busto apresenta sujidades aderidas e oxidação do bronze. 2.4. USOS DO PASSEIO Vendedores ambulantes Exposição de mercadorias na calçada Mesas e cadeiras (bares, etc) Outros Veículos na calçada Descrição: os passeios são usados somente para a circulação de pedestres e pelos tradicionais. pipoqueiros. Danos verificados: não foram verificados danos nos passeios em função do uso, a não ser o desgaste das superfícies e perda de poucas peças, como já descrito. 89 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) BOM 3. IMAGEM URBANA 85% REGULAR 10% RUIM (necessitando intervenção) 5% 3.1. POLUIÇÃO AMBIENTAL 3.1.1. POLUIÇÃO VISUAL - TIPO Outdoor Pichação Painel eletrônico Postes e fiação aparente Placas de propaganda X X Outros Faixas ou cartazes Descrição: (1) Existem letreiros fixados em algumas fachadas dos edifícios localizados na área de entorno que fazem o “marketing” dos estabelecimentos comerciais; (2) A fiação existente, fixada nos postes localizados nos passeios contíguos às fachadas das edificações do entorno do Conjunto Paisagístico, corre à frente das citadas fachadas. Os postes localizados na Praça possuem fiação subterrânea, o que diminui a poluição na ambiência do bem cultural. Danos verificados: 1) Os letreiros deverão ser alvo de um estudo pormenorizado para que interfiram o menos possível na ambiência do Conjunto Paisagístico; 2) A mesma situação da necessidade de um estudo vale para a fiação e para os postes dos passeios. 3.1.2. POLUIÇÃO SONORA - TIPO Ruído de fundo X Outros Ruídos intermitentes Descrição: Os ruídos existentes são devidos ao movimento de veículos. Danos verificados: Apesar da existência dos ruídos produzidos pelo tráfego, este não provoca nenhum tipo de poluição sonora devido à intensidade moderada de veículos. 90 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO 3.1.3. POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA - TIPO Emissão de gases (veículos) X Outros Emissão de partículas Descrição: a poluição existente é devida ao movimento de veículos. Danos verificados: apesar da existência da poluição devida ao tráfego, esta não provoca nenhum tipo de deterioração aparente devido à intensidade moderada de veículos. 3.1.4. LIXO/RESÍDUOS SÓLIDOS - TIPO X Doméstico Acondicionado Industrial Exposto Hospitalar Outros Entulho Descrição: não foram encontradas lixeiras na praça. Danos verificados: para abranger de forma mais ampla o Conjunto, será necessária implantação de lixeiras, inclusive aquelas de coleta seletiva, desde que não sejam utilizadas as coloridas para não causar interferência no ambiente tombado. ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) BOM 3.2. EDIFICAÇÕES 85% REGULAR 10% RUIM (necessitando intervenção) 5% Danos verificados: algumas edificações de composição estética ruim acabam por se constituirem em verdadeiras lacunas no conjunto. No mais, as edificações de finais do século XIX e início do XX garantem a harmonia do espaço de entorno do Conjunto Paisagístico que, com ele, configuram um núcleo histórico urbano do município. 3.2.1 ESTILO Colonial X Moderno Eclético X Pós-Moderno Art-Noveau Outros Art-Decò Íntegro: Modificado: X X 91 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO Descrição: As edificações possuem composição variada entre o colonial, eclético e modernista. Existem também aquelas de épocas mais recentes, que não demonstram qualquer preocupação em manter as características e gabaritos ali existentes. Danos verificados: descaracterização de algumas edificações do conjunto e, por conseguinte, interrupção na harmonia da ambiência do entorno do Conjunto tombado. 3.2.2. VOLUMETRIA/ALTURA DAS EDIFICAÇÕES - TIPO Conjunto homogêneo X Altura e volumetria variadas Descrição: o entorno da praça é adensado, caracterizado por edificações de uso institucional, comercial, residencial e misto de até três pavimentos, predominando as dedois pavimentos, implantadas no alinhamento dos passeios. Danos verificados: a presença de algumas edificações e, mesmo, de alguns elementos arquitetônicos que distoam no Conjunto provocam a interrupção de sua harmonia em determinados pontos, principalmente um edifício mais recente com muitos pavimentos que destoa totalmente do entorno da praça. 3.2.3. OCUPAÇÃO DO LOTE - POSIÇÃO DAS EDIFICAÇÕES No alinhamento Com afastamento frontal X Com quintal Lotes vagos Com afastamentos laterais Descrição: a grande maioria das edificações segue o alinhamento da calçada. A área apresenta-se adensada, mas existindo lote vazio na área de entorno. Danos verificados: não foram verificados danos em função da ocupação dos lotes. ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) 4. PRAÇAS E PARQUES BOM REGULAR 80% 10% RUIM (necessitando intervenção) 10% Descrição: em sua forma, a Praça é composta por canteiros no entorno da mesma, além de um coreto, conjunto do lago e uma área central livre. 92 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO Danos verificados: A praça precisa de cuidados no que diz respeito à manutenção de seus equipamentos e canteiros, com replantio constante de espécies afetadas pela ação antrópica. Além disso, é necessário a manutenção dos monumentos, instalação de mais equipamentos e de mobiliário urbanos, além da revitalização dos existentes 4.1. TIPO DE USO Lazer X Eventos cívicos X Esporte Descrição: a Praça atualmente é utilizada pela população como espaço de convívio e lazer, além de abrigar eventos não-religiosos, tais como os cívicos, em determinados períodos do ano . Danos verificados: Danos causados pela ação antrópica. Fora isso, não foram detectados maiores danos ao bem cultural em função de seu uso. 4.2. COBERTURA VEGETAL Gramínea X Árvore Arbusto X Outros X Descrição: O Conjunto apresenta grande variedade de espécies de plantas, distribuídas em alguns estratos distintos, compostos por espécies arbóreas, herbáceo-arbustivas, forrações e epífitas, como descrito no dossiê. Danos verificados: Há falhas na cobertura vegetal de gramíneas e nas vegetações arbustivas em poucas partes dos canteiros. 4.3. PAISAGISMO Jardim/vegetação X X Chafariz Pérgola Pavimentação Tipo de material: Iluminação Fonte X Monumentos X X 93 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO Descrição: há a presença de um paisagismo em estilo inglês com largos canteiros ao redor de toda a praça. Danos verificados: O Conjunto precisa de cuidados cotidianos de manutenção, principalmente no que se refere à manutenção de seus equipamentos e canteiros, com replantio constante de espécies afetadas pela ação antrópica. Além disso, é necessária a manutenção dos monumentos, a instalação de mais mobiliários e equipamentos urbanos, além da revitalização dos existentes. 4.4. EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIO URBANO Estacionamento (1) X X Parada de ônibus com abrigo Instalação de apoio Correio Instalações sanitárias Telefone público (5) Recreação Outros (6) Coreto (3) X Lixeira Guarita Sinalização (letreiros) (2) Banco (4) X X Descrição: (1) As áreas dos passeios, contíguas às edificações localizadas no entorno do Conjunto e junto do meio-fio da própria Praça, são utilizadas como estacionamento público demarcado pela prefeitura; (2) Os letreiros deverão ser alvo de um estudo pormenorizado para que interfiram o menos possível na ambiência do Conjunto Paisagístico; (3) O Coreto está situado no centro da Praça; (4) Os bancos são de concreto com a forma acompanhando a dos canteiros (semi-circulares) no interior da praça e os do exterior também são de cimento, mas individuais para duas pessoas; 5) Há dois orelhões localizados na área da Praça; (6) Existe um lago situado em uma das laterias da praça; Danos verificados: Os equipamentos e o mobiliário como um todo precisam ser melhor pensados para atender adequadamente à população. O Coreto está repleto de focos de infiltração ascendentes e descentes, o que coloca em risco todo o revestimento do guarda-corpo de sua base, situação acentuada pela presença dos canteiros nesse local. 5. CURSOS D’ÁGUA Natural Vegetação ciliar (margens) Canal aberto Limpeza das margens Canal fechado Lançamento de esgotos Descrição: não possui cursos naturais de água. 94 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO Danos verificados: ESTADO DE CONSERVAÇÃO ANÁLISE DO ENTORNO Bens imóveis e estruturas do entorno BOM REGULAR 80% 10% Sim Existência de intervenções RUIM (necessitando intervenção) 10% Não Descrição das intervenções: algumas edificações de composição estética ruim acabam por se constituirem em verdadeiras lacunas no conjunto. No mais, as edificações de finais do século XIX e início do XX garantem a harmonia do espaço de entorno do Conjunto Paisagístico que, com ele, configuram um núcleo histórico urbano do município. Necessitam, basicamente, de intervenções nos revestimentos das fachadas (reboco e pintura) e nas esquadrias externas 6. SÍNTESE/CONCLUSÃO ESTADO DE CONSERVAÇÃO (%) BEM CULTURAL PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO BOM 80% REGULAR 15% RUIM (necessitando intervenção) 5% O Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Último de Carvalho, localizado no centro da cidade de Rio Pomba, constitui-se como centro político-administrativo e local da realização dos principais eventos da cidade, sendo um marco no cotidiano da comunidade riopombense. Seu estado de conservação é bom, necessitando apenas de manutenção constante e um projeto de restauração para o coreto e revitalização para o conjunto do lago. Sendo uma área central, corre riscos de descaracterização, o que já pode ser notado nos edifícios destoantes do entorno e pelas próprias modificações que já foram feitas em intervenções passadas. 95 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 01 - Vista aérea do Conjunto Paisagístico da Praça Dr. Ùltimo de Carvalho Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Vinícius Leal Data: dezembro de 2009. Foto 03 - Conjunto de palmáceas em uma das esquinas, percebe-se o bom estado de conservação. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 02 - Vista de uma das entradas da praça a que leva ao conjunto do lago. Percebe-se o bom estado de conservação do Conjunto, de uma forma geral. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 04 - Vista do passeio revestido de pedras portuguesas localizado em parte do entorno. Este encontra-se em bom estado de conservação, exceto por desgaste natural pelo uso e sujidades aderidas Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 96 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 05 - Vista de um dos lados da Praça. No geral, a mesma encontra-se em bom estado de conservação. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 07 - Vista de um dos lados da Praça. No geral, a mesma encontra-se em bom estado de conservação, inclusive no que diz respeito aos equipamentos urbanos que deverão, contudo, passar por projeto específico para se adequarem às necessidades dos usuários. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 06 - Vista de um dos lados da Praça. No geral, a mesma encontra-se em bom estado de conservação . Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 08 - A vegetação da Praça encontra-se bem cuidada, somente sendo notada quantidade excessiva de espécies em alguns canteiros e lixo em outros Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 97 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 09 - Vista de um dos lados da Praça. No geral, a mesma encontra-se em bom estado de conservação. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 11 - Vista de parte do entorno da Praça: o asfalto das vias públicas estão em bom estado de conservação, assim como a sinalização dos mesmos. Alguns edifícios ou elementos desse entorno estão sofrendo intervenções, como é o caso da calçada da Matriz (à direita da foto) Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 10 - A vegetação da Praça encontra-se bem cuidada, somente sendo notada quantidade excessiva de espécies em alguns canteiros e lixo em outros Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 12 - Vista de parte do entorno da Praça: o asfalto das vias públicas estão em bom estado de conservação, assim como a sinalização dos mesmos. Os letreiros das lojas, mesmo que minimamente, não deixam de interferir na paisagem local Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 98 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 13 - A Praça recebe manutenção constante e encontra-se, no geral, em bom estado de conservação, com exceção dos monumentos em oncreto que apresentam manchas enegrecidas devido à presença de umidade que também aparece no coreto Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 15 - Vista do Busto do Dr. Último de Carvalho. Nota-se oxidação generelizada no bronze. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 14 - Vista do monumento em homenagem ao Dr. Último de Carvalho. Nota-se umidade descendente deixando manchas enegrecidas. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 16 - Uma das placas que marca uma das reformas feitas na Praça. Percebe-se a falta de manutenção da base de concreto, que apresenta manchas de umidade, microorganismos e microflora. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 99 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 17 - Vista do monumento ao bi-centenário de Rio Pomba. Nota-se presença excessiva de vegetação de pequeno porte ao redor do monumento, que precisa de manutenção. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 19 - Detalhe do centro interno da cobertura do coreto. Além da oxidação dos elementos metálicos, percebe-se a presença de ninho de passarinhos. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 18 - Detalhe da cobertura do coreto. Nota-se oxidação de seu elemento estrutural e das placas. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 20 - Detalhe da mureta do coreto. Nota-se a grande mancha de umidade, com microorganismos, microflora, justamente abaixo do local de escoamento da água da jardineira. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 100 de 123 Prefeitura Municipal de Guarani Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 21 - A presença de canteiros junto à base do coreto provoca o acúmulo de umidade que ascende pelos poros da alvenaria, danificando esta e o revestimento cerâmico Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 23 - Detalhe no pilar que sustenta a pérgula em uma das subidas da ponte. Nota-se a ferregem exposta com oxidação e umidade ascendente e microflora na alvenaria. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 22 - Detalhe da parte interna do coreto. Notase o acumulo de água no piso, a perda de parte das pastilhas e lacunas nos azulejos. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 24 - Vista de um dos “cachorros guardiões” de concreto que fica no conjunto do lago. Nota-se a presença de microorganismos e a perda das arestas pelo excesso de camadas de tinta. Percebe-se também que a grama ao redor está precisando de manutenção. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 101 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 25 - Detalhe do acumulo de água com sujidades em uma depressão na calçada localizada ao redor da Praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 27 - Detalhe do piso de areia presente no interior da Praça. No geral, apesar de ser um piso que não agrada aos usuários, recebe boa manutenção Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 26 - A calçada localizada ao redor da Praça, revestida com pedras portuguesas, apresenta desgaste dessa últimas por uso, presença de sujidades e algumas lacunas Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 28 - Detalhe do piso de areia presente no interior da Praça. No geral, apesar de ser um piso que não agrada aos usuários, recebe boa manutenção Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 102 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 29 - Detalhe do acumulo de água no interior da praça junto a um dos canteiros do conjunto do lago. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 31 - Vista de uma das estátuas de concreto que fica no conjunto do lago. Nota-se a presença de microorganismos e a perda das arestas pelo excesso de camadas de tinta. Percebe-se também que a grama ao redor está precisando de manutenção. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 30 - O lago fora esvaziado para a limpeza do lago Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 32 - Detalhe do quadro de energia localizado e um dos lados do lago. A sua base apresenta infiltração ascendente e deterioração da pintura Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 103 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 33 - Detalhe de um dos tipos de postes existentes na Praça. Percebe-se seu bom estado de conservação, que exemplifica a situação dos demais postes. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 34 - Nota-se alguns resíduos (lixo) no gramado e pontos com falta deste último, deixando o solo à mostra. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 35 - Tanto a Praça quanto o entorno apresentam boa sinalização que, por sua vez, encontra-se em bom estado de conservação Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 36 - Detalhe para o conjunto de orelhões em bom estado de conservação. No canteiro, percebe-se pontos com falta de grama deixando o solo à mostra. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 104 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 CONJUNTO PAISAGÍSTICO LAUDO TÉCNICO DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Foto 37 - Na área verde dos canteiros, ao redor dos bancos, nota-se falta de grama, deixando à mostra o solo. O piso apresenta sujidades aderidas e desgaste pelo uso. Os bancos apresentam, também, sujidades e algumas partes quebradas Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 39 - Detalhe de uma das duas bocas de lobo no interior da praça. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 38 - Detalhe de um dos hidrantes existentes no conjunto da praça. Percebe-se oxidação superficial devido à falta de pintura. Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. Foto 40 - Detalhe de uma boca de lobo localizada junto ao monumento em homenagem ao Dr. Último de Carvalho Conjunto Paisagístico “Praça Dr. Último da Carvalho”. Município: Rio Pomba - MG. Foto: Fabiana Tavares. Data: dezembro de 2009. 105 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba Administração 2009/2012 MAPEAMENTO DE DANOS (QUE PODE CAUSAR DANOS) Escala 1:250 RESPONSÁVEL: Elaine Cordeiro DATA: JAN/2010 106 de 123 REFERÊNCIA DOCUMENTAL E BIBLIOGRÁFICA ANASTÁCIO, J. S. Pelos meandros da prosa. Juiz de Fora: Chrismare encadernações, 2008. ÁVILA, Affonso et al. Barroco mineiro glossário de arquitetura e ornamentação. 3.ed.ver. e ampl. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro. Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1996. BARBOSA, Waldemar Almeida. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1971. p.110 BASTOS, Wilson de Lima. A Micro-região do Vale do Paraibuna. Juiz de Fora: Edição do autor, 1998. BRASIL. Decreto-Lei 25/37. Brasília: s/ed., 1937. CASTRO, Sonia Rabello de. O Estado na preservação de bens culturais: o tombamento. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 1991, 161p. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Brasília, 1988. CORONA, Eduardo e LEMOS, Carlos A. C. Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART, 1972. CURY, Isabelle (org.). Cartas Patrimoniais. 3ª. ed. rev. aum. Rio de Janeiro: IPHAN, 2004. DELPHIM, Carlos Fernando de Moura. Intervenções em Jardins Históricos: Manual. Brasília: IPHAN, 2005. Dossiê de Tombamento do Museu Histórico de Rio Pomba. Belo Horizonte: Aro Arquitetos Associados, 2003. ESTEVES, Albino. Álbum do Município de Juiz de Fora. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1915. FERREIRA, R. N. Cem anos-luz! O Imparcial: 1896-1996. Um jornal, um jornalista, uma cidade. Brasília: Linha Gráfica Editora, 1996. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 107 de 123 FILHO, L. E. M. Expedição Langsdorff ao Brasil 1821-1829 – Aquarelas e desenhos de Rugendas. Rio de Janeiro: FUNAG/Alumbramento, 1988. FONSECA, M. C. L. O patrimônio em processo. Trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/IPHAN, 1997. GOMES, E. C. Percepção do ambiente construído: a praça. FAU-USP. São Paulo: 1997. Tese apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor. ICOMOS. Recomendações para análise, conservação e restauração estrutural do patrimônio arquitetônico. Tradução: Silvia Puccioni. Paris: 2001. IEPHA-MG. Inventário de Proteção do Acervo Cultural de Minas Gerais (IPAC-MG). Belo Horizonte, 1991 KATINSKY, Julio Roberto. Um guia para a história da técnica no Brasil colônia. 2 ed. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 1980. LACERDA, Ana Maria C. de Lacerda. Umidade ascendente em alvenarias tradicionais. Salvador: 1988. Dissertação (Mestrado) – FAU – UFBA. LEAL, Fernando Machado. Restauração e conservação de monumentos brasileiros – subsídios para o seu estudo. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1977. LIMA JR., Augusto de. A capitania das Minas Gerais: suas origens e formação. Lisboa: s.ed. 1940. _____. Os Sertões do Leste – Estudo de uma Região: A Mata Mineira. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. LYNCH, Kevin. A Boa Forma da Cidade. Lisboa: Edições 70, 1999 (1ªEd. 1981). NORBERG-SCHULZ, Christian. Genius loci. Towards a phenomenology of architecture. Londres, Academy Editions, 1980. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 108 de 123 OLENDER, Marcos. Ornamento, ponto e nó: da urdidura pantaleônica às tramas arquitetônicas de Raphael Arcuri. (Tese de Doutorado, UFBA), Salvador, 2007. OLIVEIRA, Cláudia Alves de. et al. OS FUNDAMENTOS E CONSEQÜÊNCIAS DA APAC DO LEBLON. Disponível em www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/ arquivos/ 100_fundamentos%20da%20apac%20leblon.PDF. OLIVEIRA, Mário Mendonça de Oliveira. Tecnologia da conservação e da restauração – materiais e roteiros: um roteiro de estudos. Salvador: EDUFBA / ABRACOR, 2002. PELEGRINI, Sandra C. A. Cultura e natureza: os desafios das práticas preservacionistas na esfera do patrimônio cultural e ambiental. In: Revista Brasileira de História. Vol. 26, no. 51. São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102- 01882006000100007&script=sci_arttext. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1995. SANTANA, Márcia. Critérios de intervenção em sítios urbanos históricos: uma análise crítica. S/l: s/ed, s/d. _____. Da cidade-monumento à cidade-documento. A trajetória da norma de preservação de áreas urbanas no Brasil (1937-1990). Dissertação de mestrado, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1995. SANTIAGO, S. Município de Rio Pomba – Síntese histórica. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1991. SENNA, Dr. Nelson de. Annuario de Minas Gerais: chorografia do Estado, História, Estatística, Variedades, Letras, Bibliographia. Bello Horizonte, anno V, 1913. SILVA, D. G. (org.). Os diários de Langsdorff. Vol. 1. registro de 08/05/1824 a 17/02/1825. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1997. SMITH, Robert C. Arquitetura civil no período colonial. In: Arquitetura Civil I. São Paulo: FAU-USP e MEC-IPHAN, 1975, 330p. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba 109 de 123 TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil – séculos XVI a XIX. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 1994. VASCONCELLOS, S. de. Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, 1979. Sites http://www.youtube.com/watch?v=TtOe2jixkKU http://www.youtube.com/watch?v=F6rEx1fkJoo http://portal.riopomba.mg.gov.br/?pg=ponto_turistico&id=27 www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/548RosanaVidigal_e_Dalva_lola_.pdf http://www.camara.gov.br/internet/sileq/Prop lista.asp?Autor=400144&Limite=N Depoimentos Vinícius Leal Faria. Depoimento em dezembro de 2009. Sarah Furtado Lima. Depoimento em dezembro de 2009. Sylvio Caiaffa Mendonça. Depoimento em dezembro de 2009. dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 110 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba 111 de 123 dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba Este Dossiê de Tombamento foi elaborado entre os meses de outubro e dezembro de 2009 112 de 123 PARECER TÉCNICO Lendo o dossiê sobre a Praça Dr. Último Carvalho, aprendemos muito sobre a história de Rio Pomba, da sua evolução urbana, da qual a praça e a Igreja Matriz são importantes eixos condutores. Aprendemos, também sobre o desenvolvimento arquitetônico e paisagístico, sobre as mudanças de concepção do próprio paisagismo urbano, da transformação do jardim, do parque em uma praça. Da história política, dos diversos prefeitos, das suas ações e de alguns dos nomes com os quais batizaram este importante espaço riopombense. Espaço onde encontram-se os principais símbolos edificados do poder executivo local, do poder judiciário e do poder religioso. Espaço vivo onde, até hoje, ocorrem as confraternizações populares, as mobilizações políticas, as atividades culturais e religiosas da cidade. A Praça Dr. Último de Carvalho é propriamente isso: um livro tridimensional no qual lemos a história de Rio Pomba, mas que nos convida também a participar dela, de ajudar a continuar escrevendo-a. A sua preservação é a possibilidade de preservação e dignificação da história de Rio Pomba, feita pelos seus cidadãos, das diversas gerações e classes sociais que ajudaram a construir a cidade. Neste sentido, o seu tombamento consubstancia o reconhecimento desta sua importância para, em suma, a própria história da cidade. E respeita, também, o núcleo urbano original de Rio Pomba pois protegendo-a e, consequentemente protegendo o seu entorno, evitasse a descaracterização deste importante conjunto urbano que, infelizmente, já encontrase ameaçado pelas forças econômica e especulativas. Juiz de Fora, 27 de novembro de 2009 Marcos Olender Arquiteto e Urbanista Doutor em Arquitetura e Urbanismo dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 113 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 114 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 115 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 116 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 117 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 118 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 119 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 120 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 121 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 122 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba dossiê de tombamento | CONJUNTO PAISAGÍSTICO DA PRAÇA DR. ÚLTIMO DE CARVALHO 123 de 123 Prefeitura Municipal de Rio Pomba