SOS Térmitas - Universidade dos Açores
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SOS Térmitas - Universidade dos Açores
Universidade dos Açores – CITA – UA - Departamento de Ciências Agrárias e Ambiente RELATÓRIO DO PROJECTO DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCA DE TÉRMITAS (ISOPTERA) NAS HABITAÇÕES DO CONCELHO DE ANGRA DO HEROÍSMO (Projecto financiado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo) Janeiro a Junho de 2004 Equipa Prof. Dr. Paulo A. V. Borges (Univ. dos Açores; CITA-UA) Prof. Dr. David Horta Lopes (Univ. dos Açores; CITA-UA) Prof. Drª. Ana Maria Ávila Simões (Univ. dos Açores; CITA-UA) Ana Cristina Rodrigues (Lic.) Sílvia Cristina Xavier Bettencourt (Lic.) Angra do Heroísmo, Julho de 2004-07-1 2 SUMÁRIO: Neste estudo demonstramos a presença de duas espécies de térmitas no concelho de Angra do Heroísmo, Cryptotermes brevis, térmita dos móveis das Indias Ocidentais de madeira seca que ataca habitações e Kalotermes flavicollis, térmita europeia de madeira viva que está a atacar várias árvores em pomares e jardins. O caso de maior preocupação é o de Cryptotermes brevis, considerada como a espécie de térmita de madeira seca mais perigosa que se conhece e que atingiu já o estatuto de praga urbana em Angra do Heroísmo. A sua ocorrência em Ponta Delgada e na freguesia dos Biscoitos (Concelho da Praia da Vitória) está também confirmada. Cerca de 43% das habitações do centro histórico de Angra do Heroísmo estão afectadas e destas praticamente 50% possuem infestação severa (nível D) ou destruição (nível E) de várias estruturas importantes para a segurança das habitações. A distribuição desta espécie em Angra do Heroísmo e arredores e a não detecção nas freguesias rurais faz supor que as condições de microclima de Angra do Heroísmo e ou o tipo de construção das habitações são-lhe extremamente favoráveis. As madeiras onde se detectaram maior infestação foram o Eucalipto e a Criptoméria, mas muitas outras também estão atacadas. Algumas habitações com Pinho Resinoso e localizadas em zonas criticas não estão infestadas. As partes das habitações mais afectadas são as dos andares superiores, principalmente coberturas. Infelizmente das duas técnicas conhecidas mais eficazes para resolver os problemas mais graves (fumigação e temperaturas elevadas), apenas a utilização de termoacumuladores parece ser viável em Angra do Heroísmo. Estamos perante uma situação de gestão de uma pragra urbana que se irá prolongar durante muitos anos. Desde logo coloca-se uma questão séria de repensar a forma como as habitações da zona histórica de Angra do Heroísmo devem ser reconstruídas após remoção de estruturas de madeira inutilizadas pela praga. Sugerimos várias soluções de prevenção e de tratamento de situações menos graves. No entanto, as entidades oficiais estão perante uma situação muito grave em termos sociais e patrimoniais que tem de ser resolvida 3 pelas vias políticas. Tendo em consideração a inexistência em Portugal de tecnologia adaptada ao combate desta praga e as características particulares da arquitectura do centro histórico de Angra do Heroísmo, a solução mais adequada a curto prazo é a criação de um grupo de trabalho com a responsabilidade de num prazo de dois a três anos apresentar um Protocolo de Tratamento adaptado às características das habitações de Angra do Heroísmo e dos Açores em geral. Em simultâneo, as empresas de “pest control” sediadas nos Açores deveriam receber formação nas técnicas entretanto validadas. Mais importante é ainda ter em consideração que o problema actual de Angra do Heroísmo e Ponta Delgado poderá também ser o problema de outras localidades nos Açores, pelo que a criação de legislação adequada à situação é urgente assim como devem ser tomadas medidas para iniciar a fiscalização efectiva da entrada de produtos vegetais e madeiras nos Açores. Outras recomendações importantes são: 1) Necessário a criação de um espaço no Aterro Sanitário para queima de madeiras contanimadas; 2) Aquisição por entidades públicas ou privadas de uma Câmara de Desinfecção para tratamento de móveis; 3) Discussão pública sobre a escolha dos materiais para reconstrução de coberturas e outras partes das habitações na zona classificada de Angra do Heroísmo; 4) Criação de legislação fitossanitária que permita regular a notificação de presença de Térmitas e listar os direitos e deveres dos afectados; 5) Definição de políticas para lidar com problemas de imóveis abandonados e problemas sociais associados à reconstrucção de imóveis afectados de forma irremediável. 4 1. INTRODUÇÃO As térmitas são um grupo de insectos da Ordem Isoptera, aparentados filogeneticamente com as Baratas e os Louva-a-Deus. Existem três tipos de espécies de térmitas: subterrâneas; de madeira viva e de madeira seca (Milano & Fontes, 2002). Das cerca de 3000 espécies conhecidas no planeta, só algumas são nefastas para o Homem. De facto, a maior parte das espécies são até benéficas contribuindo para a reciclagem das árvores mortas, oxigenação dos solos e processos de decomposição da celulose. Algumas espécies são arborícolas construindo a termiteira na copa das árvores, outras vivem no solo, sendo bem conhecidas as termiteiras gigantes em África e na América do Sul. No entanto, algumas espécies causam elevados prejuízos nas habitações humanas, atacando móveis e esculturas mas também partes estruturais como soalhos e tectos. Em alguns países como os Estados Unidos da América, Canadá, Brasil, Austrália e África do Sul existe mesmo uma tradição de lidar com as espécies mais nocivas, investindo-se muito dinheiro e esforço na sua monitorização, prevenção e no seu combate (Milano & Fontes, 2002). Tratando-se de insectos sociais possuem um ciclo de vida complexo e com várias castas como é o caso de Cryptotermes brevis, espécie de madeira seca (ver Figura 1). Nesta espécie normalmente uma fêmea e um macho colonizam uma estrutura colocando ovos dos quais nascem ninfas totipotentes, ou seja, que possuem a capacidade de se tornarem qualquer uma das castas (obreiras ou segregadas, soldados, reprodutoras). Numa fase intermédia do desenvolvimento formam-se as segregadas e os soldados. As segregadas são caracterizadas por executarem todas as funções de rotina, tais como obtenção de alimento, alimentação de indivíduos de outras castas, inclusive o rei (pai) e a rainha (mãe), eliminação de indivíduos doentes ou mortos, cuidados com os ovos. As segregadas são mantidas como escravas porque a mãe (rainha) as impede de se desenvolverem para reproductoras ao lhes dar dentadas nas zonas de formação das asas. As segregadas digerem a celulose com a ajuda de 5 protozoários simbiontes e regurgitam a celulose já pré-digerida para que as outras castas se alimentem. A casta dos soldados, por sua vez, tem a função da guarda do ninho e protecção das segregadas durante a busca de alimentos. Todas as obreiras e soldados são cegos comunicando através de compostos químicos. Em determinadas alturas no Verão formam-se reprodutores que têm a função de procurar outros locais para fundar novas colónias. Em algumas situações como a morte da rainha podem mesmo formar-se reprodutores secundários a partir de obreiras. Os reprodutores primários são formas aladas diferenciando-se facilmente das formigas (Insecta, Hymenoptera) por possuírem asas anteriores e posteriores do mesmo tamanho e corpo rectangular sem qualquer constrição entre o tórax e abdómen. Figura 1. Ciclo de vida de Cryptotermes brevis (Walker, 1953) (Térmita das Indias Orientais). 6 Figura 2. Asas de Cryptotermes brevis (Walker, 1953). dispostas no soalho de uma habitação. Uma forma prática de detectar a presença de uma colonização recente por Térmitas é a detecção de asas soltas (Figura 2) nos soalhos ou cortinas, já que antes de invadirem um novo local as fêmeas se libertam das asas. Os dejectos libertados (Figura 3) são também uma forma de detectar a presença desta espécie. Figura 3. Segregada, soldado (exemplar com a cabeça mais escura e esclerotizada) e dejectos de Cryptotermes brevis (Walker, 1953). 7 Neste momento está confirmada a presença da espécie Cryptotermes brevis (Walker, 1953) (Kalotermitidae) (cerca de 6-8 mm de comprimento) (Fig. 3) em várias habitações de Angra do Heroísmo. Trata-se de uma espécie de madeira seca com origem tropical e que se tem espalhado por todo o mundo através de navios e madeiras importadas. Esta espécie embora seja de madeira seca necessita de uma certa humidade pelo que se dá muito bem em ilhas (Evans et al., 2004). Uma colónia é formada por cerca de 300 indivíduos (embora possam chegar a 3000 por colónia), podendo ocorrer numa determinada área várias colónias cada uma com a sua rainha (fêmea) e rei (macho). Como se alimentam de madeira seca todas as madeiras antigas e não tratadas, são um alvo potencial de ataque e posterior destruição. Inicialmente as Térmitas não são observáveis porque fecham os orifícios externos das galerias, sendo a sua presença apenas notada quando as fezes são expulsas e se aglomeram nos soalhos (Fig. 3). Nesta altura as colónias já provocaram extensos danos. Deste modo o seu combate não é uma tarefa simples (Gold & Jones, 2000). A reprodução dá-se ao fim de quatro anos após um casal colonizar a madeira. Os meses de Junho e Julho são aqueles em que os novos casais alados procuram oríficios para colonizar novas partes das habitações para aí acasalarem. Os aspectos mais relevantes da biologia desta espécie de térmita acima descritos são importantes para compreender o seu sucesso e problemas que provoca. Para além da compreenção da sua biologia foram objectivos principais deste trabalho os seguintes 1) Determinar quantas espécies de térmitas estão presentes na ilha Terceira e qual a sua biologia; 2) Determinar os padrões de distribuição e abundância da(s) espécie(s) em causa na ilha Terceira e em particular no Concelho de Angra do Heroísmo; 3) Determinar os factores (variáveis) potencialmente envolvidos na dispersão e sucesso das térmitas na ilha Terceira. 4) Recomendar formas potenciais de controle e gestão da praga; 8 2. MÉTODOS 2.1. Amostragem Para a amostragem da incidência do ataque de térmitas no Concelho de Angra do Heroísmo procedeu-se da seguinte forma: i) Nas freguesias rurais fez-se uma amostragem ao acaso de 10 habitações; ii) Na cidade fez-se uma amostragem ao acaso de 10 habitações nas ruas onde haviam indicações prévias de presença de térmitas; iii) Após a distribuição do Folheto informativo pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (CMA), visitou-se todas as habitações que notificaram a presença potencial de térmitas até fins de Maio de 2004; Os critérios utilizados para defenir os níveis de ataque foram os seguintes (baseado em EN252 / 1992; Ver ficha de campo em ANEXO 1): Nível A (Sem ataque) – Não se verificou a presença de térmitas, ou pelo menos não foram encontradas provas fisicas da sua presença (asas e resíduos fecais); Nivel B – (Ataque ligeiro) - Ataque perceptivel mas ligeiro; deterioração muito superficial 1mm a 2mm de profundidade em alguns pontos ou pequenas áreas; Nível C – (Ataque moderado) - Ataque moderado revelado sob a forma de áreas determinadas de vários centimetros quadrados e com 2mm a 5 mm de profundidade, ou sob a forma de pontos disseminados com uma profundidade ultrapassando os 5 mm, ou com os dois tipos de ataque; Nível D – (Ataque Severo) - Ataque intenso mostrando uma destruição extensa e profunda (5mm a 10mm) ou galerias atingindo o centro da estaca ou diferentes combinações destes dois tipos de ataque; 9 Nível E – (Destruição) - Penetração completa e generalização com destruição total ou quase total: ataque extremamente severo. Em complemento efectuou-se sempre que possível um inquérito a cada um dos proprietários visitados seguindo o modelo descrito no ANEXO 2. 2.2. Análise de dados Os cerca de 336 processos obtidos depois de cada habitação ser detalhadamente vistoriada foram todos introduzidos numa tabela dinâmica e analisados em termos de frequências. De notar que muitas das habitações que se tentou vistoriar não foram investigadas por os proprietários não permitirem a visita dos técnicos. Deste modo, nem sempre foi possível obter 10 amostragens por freguesia rural ou rua de Angra do Heroísmo. Por outro lado, em algumas ruas de Angra do Heroísmo obteve-se mais do que 10 amostragens devido aos pedidos efectuados pelos proprietários para vistoriar as suas habitações após divulgação do Folheto entregue pela CMA. Consequentemente consideraram-se apenas as ruas de Angra com pelo menos 5 amostras para modelar os níveis de infestação. Para uma melhor visualização dos níveis de infestação efectuou-se interpolação dos dados de percentagem de infestação por rua usando o Software IDRISI versão 3.2. Os níveis de infestação foram agrupados em pares, considerando-se os níveis B/C (infestação moderada) e D/E (infestação elevada). 10 3. RESULTADOS e DISCUSSÃO 3.1 Espécies Encontradas (Object. 1) Até à presente data não eram conhecidas espécies de térmitas na fauna selvagem dos Açores (Borges et al., em prep.). Com o presente estudo passam a ser conhecidas três espécies: Ordem: ISOPTERA Família: KALOTERMITIDAE 1) Cryptotermes brevis (Walker, 1953), alados, segregados e soldados de várias habitações do Concelho de Angra do Heroísmo (Terceira) (Figura 3). Comentários: Espécie de madeira seca originária das Caraíbas e conhecida de muitas regiões no mundo - México, América Central e parte norte da América do Sul, ilhas do Pacífico incluindo as Galápagos, Fiji, Hawaii, Marquesas, Midway, New Caledonia, e Easter Island. É igualmente conhecida nas ilhas Atlânticas da Ascenção, Bermuda,. Canárias, Madeira e St. Helena. Foi introduzida em áreas continentais como a Australia, China, Madagascar, Cambia, Ghana, Nigeria, Senegal, Sera Leoa, Africa do Sul, Uganda e Zaire (Gay & Watson, 1982; Evans et al., 2004). 2) Kalotermes flavicollis (Fabricius) (Figura 4) alados, segregados e soldados retirados de uma Oliveira e Nespereiras no Porto Martins (Terceira); de oliveiras em S. Mateus e de várias árvores num jardim em S. Pedro. Comentários: Espécie de madeira viva originária da Europa e possivelmente introduzida em estacas de fruteiras. É conhecida como “Térmita de escoço amarelo”. Pode ser uma potencial praga das vinhas (!) pelo que algum cuidado deve ser tido em relação a esta espécie. 11 Figura 4. Soldado (exemplar com a cabeça mais escura e esclerotizada) de Kalotermes flavicollis (Fabricius) capturado no Porto Martins em Oliveiras e Nespereiras. FAMILY: RHINOTERMITIDAE 3) Reticulitermes sp. Alados e trabalhadores de uma habitação da Base Aérea Americana nas Lajes (Terceira). Exemplares cedidos por um trabalhador da Base Aérea Americana, capturados à alguns anos atrás. Comentários: Não se conhece a ditribuição actual desta espécie de Térmita subterrânea. Possivelmente terá sido erradicada com base numa acção de controle efectuada pelos militares da Base Americana. 3.2. Distribuição no concelho de Angra do Heroísmo (Object. 2) Como resultado da amostragem efectuada no Concelho de Angra do Heroísmo observou-se que os casos de infestação por C. brevis se concentram em Angra do Heroísmo (Figuras 5 e 6), estando cerca 43% das habitações investigadas infestadas com térmitas desta espécie. De realçar o facto de praticamente 50% dos casos positivos serem de infestação severa (D) ou destruição (E) (Figura 6). O nível de infestação no centro urbano de Angra do Heroísmo parece não ter um impacto no meio rural (Figura 6), sendo a unica explicação possível para este padrão as características das habitações e/ou os factores microclimáticos. De facto, Cryptotermes brevis necessita de ambientes 12 secos mas com alguma humidade, condições prevalecentes no centro histórico de Angra do Heroísmo e possivelmente na freguesia dos Biscoitos (Concelho da Praia da Vitória) (Figura 5). Figura 5. Infestação da espécie de térmita de madeira seca Cryptotermes brevis no Concelho de Angra do Heroísmo e ainda Biscoitos. Simbologia – Vermelho (elevada); Amarelo (médio-elevada); Verde (moderada); Cinzento (ausente). 13 180 160 140 120 E 100 D C 80 B 60 40 20 0 Rural Urbano Figura 6. Número de casos com infestação (níveis B a E) de Térmitas nos meios rural e urbano (Angra do Heroísmo). 3.3. Factores (variáveis) potencialmente envolvidos na dispersão das térmitas na ilha Terceira e em particular em Angra do Heroísmo (Object. 3) Os edifícios de habitação são aqueles que mais estão afectados (Figura 7), sendo as partes superiores (sotão e tecto) as mais atacadas (Figura 8). Tal explica a baixa infestação de muitos estabelecimentos comerciais localizados nos pisos térreos. No entanto, em vários casos foi observado que os tectos falsos escondem situações graves, e mesmo em outros casos os moradores colocaram tectos falsos para evitar a queda arreliadora dos dejectos das térmitas sem saber a razão do problema. Noutras situações alguns proprietários colocaram plásticos presos com pioneses cobrindo o forro dos telhados! Foi igualmente observada a colocação de forro de Criptoméria recobrindo 14 completamente as traves e esferovite entre o forro e as traves. Nesse caso, além dos dejectos de madeira também foi observado bolinhas de esferovite o que demonstra que o esferovite usado para manter a temperatura do sotão está também a ser perfurado e destruído. 140 120 100 80 E D C B 60 40 20 0 Estabelec. habitação habitação/estabelecimento igreja serviços Figura 7. Número de casos com infestação (níveis B a E) de Térmitas em vários tipos de edifícios. 15 70 60 50 40 E D C B 30 20 10 0 escadas janelas móveis porta roda-pé soalho sobrados sotão tecto Figura 8. Número de casos com infestação (níveis B a E) de Térmitas em vários tipos de estruturas. No que concerne ao tipo de madeira infectada, uma grande diversidade de espécies está afectada (Figura 9), o que se esperaria tendo em consideração que Cryptotermes brevis é considerada uma espécies polífaga que ataca uma grande diversidade de madeiras. De facto, duas das madeiras mais usadas, Cryptomeria japonica e Eucalyptus spp. encontram-se entre as mais infestadas (Figura 9). Este resultado implica que a substituição das madeiras destruídas terá de ser cuidadosamente ponderada pois parece não haver uma garantia absoluta de que haja um tipo de madeira infalível a esta espécie de térmita. No entanto, observámos habitações de grande valor patrimonial com Pinho Resinoso e localizadas em locais criticos sem térmitas! 16 vários tipos de madeira. 17 vários tipos pinho resinoso pinho flandres6 pinho flandres3 pinho flandres1 pinho flandres pinho branco Pinho não sabe mogno exótica eucalipto Criptoméria Cedro mato castanheiro africana acácia 60 50 40 E 30 D C B 20 10 0 Figura 9. Número de casos com infestação (níveis B a E) de Térmitas em 60 50 40 E D 30 C B 20 10 0 Conceição S. Bartolomeu S. Mateus S. Pedro São Bento Sé Sta. Luzia Figura 10. Número de casos com infestação (níveis B a E) por freguesia. Três freguesias estão particularmente afectadas, St. Luzia, Sé e S. Pedro (Figura 10), sendo as ruas do Rego, do Conde, da Palha e de S. Pedro aquelas com níveis mais elevados de infestação (Figuras 11 e 13). 18 100% 90% 80% 70% % 60% D/E 50% B/C A 40% 30% 20% S. Bartolomeu S. Mateus Meio S. Pedro Baixo S. Pedro Caminho novo S. Pedro São Bento Canos Verdes Sé Rosa Carreira dos Cavalos Jesus Palha Direita S. João Conde Marquês Cima Sta. Luzia Miragaia Baixo Sta. Luzia 0% Rego 10% Ruas Figura 11. Percentagem de casos sem térmitas (A), com infestação moderada (B/C) e com elevada infestação (D/E) nas ruas com pelo menos 5 amostras disponíveis. O padrão de infestação pode ser claramente vizualizado através das Figuras 12 e 13. A baixa de Angra estendendo-se até Santa Luzia e S. Pedro constitui a zona de maior infestação (níveis D/E) (Figura 13), mas S. Bento, Caminho Novo e também algumas zonas da baixa constituem zonas importantes no nível de infestação B/C (Figura 12). 19 Medio risco 0.00 3.74 7.47 11.21 14.95 18.69 22.42 26.16 29.90 33.64 37.37 41.11 44.85 48.58 52.32 56.06 59.80 Figura 12. Percentagem do número de casas infestadas com níveis B/C (ataque ligeiro a moderado) da espécie de térmita de madeira seca Cryptotermes brevis na zona urbana de Angra do Heroísmo. Alto risco 0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 50.00 55.00 60.00 65.00 70.00 75.00 80.00 Figura 13. Percentagem do número de casas infestadas com níveis D/E (ataque severo ou destruição) da espécie de térmita de madeira seca Cryptotermes brevis na zona urbana de Angra do Heroísmo. 20 4. RELATÓRIO DO ACESSOR EXTERNO Prof. Dr. Timothy G. Myles Director, Urban Entomology Program, Centre for Urban and Community Studies 455 Spadina Ave., Suite 400, University of Toronto, Toronto, Ontario M5S 2G8 (416) 978-5755; [email protected] Com base nos resultados obtidos durante uma visita à ilha Terceira, o Prof. Timothy Myles elaborou um relatório que se apresenta no ANEXO 3. Pelo facto de o Prof. Timothy Myles ser um especialista em Térmitas de reconhecido mérito, esse relatório foi considerado como fundamental nesta fase, e serviu também de base para a elaboração de parte das recomendações que apresentamos de seguida. 21 5. CONCLUSÔES E RECOMENDAÇÕES (Object. 4) Com base nos resultados obtidos fica claro que estamos perante uma situação de praga urbana causada pela espécie Cryptotermes brevis, que está localizada principalmente no centro histórico de Angra do Heroísmo (Figura 5), e que atingiu já um nível de infestação que impossibilita a erradicação completa. A distribuição em Angra do Heroísmo e arredores e a não detecção nas freguesias rurais faz supôr que condições de microclima de Angra do Heroísmo e ou o tipo de construção das habitações são mais favoráveis a esta espécie. De facto, muitas das habitações investigadas nos meios rurais tinham elevadas infestações de caruncho (Anobiidae, Coleoptera) e frequentemente ataques de fungos. A presença de fungos indica elevados níveis de humidade não adequados para Cryptotermes brevis, pelo que será de esperar que as zonas rurais sejam mais dificilmente atacadas por esta espécie. A presença confirmada desta espécie de térmita na freguesia dos Biscoitos (Concelho da Praia da Vitória) pode indicar que as condições microclimáticas prevalecentes nessa freguesia são igualmente favoráveis a esta espécie. Os padrões observados de infestação de nível D/E (severa ou destruição) implicam custos elevadíssimos para os proprietários das áreas mais afectadas (ver Figura 13). De facto, uma grande percentagem das habitações das freguesias da Sé, Santa Luzia e S. Pedro encontram-se afectadas de forma irremediável. Pelo que nos foi dado conhecer em termos de área infestada por esta praga a erradicação assente em apenas aplicação de fumigações de certo não resolverá o problema, já que a aplicação de tendas para fumigação é muito perigosa face à proximidade de partilha de espaço comum entre os diversos edifícios. Outra alternativa para estas situações poderá ser a utilização de temperaturas elevadas através de termoacumuladores (ver abaixo) (Abe et al., 2000), mas envolve riscos de incêndio. Nas zonas periféricas como S. Bartolomeu e principalmente de S. Bento foram também encontradas algumas habitações afectadas. Existem também 22 casos conhecidos nas ilhas de S. Miguel (Ponta Delgada) e Faial (Horta), assim como no Concelho da Praia da Vitória (p.e., Biscoitos). Estamos perante uma situação de gestão de uma praga urbana que se irá prolongar durante muitos anos. Coloca-se assim uma questão séria que irá obrigar a repensar a forma como as habitações da zona histórica de Angra do Heroísmo devem ser reconstruídas após remoção de estruturas de madeira inutilizadas pela praga. Esta situação coloca vários tipos de problemas: 1) De cariz social – edifícios habitados por idosos, são vários e apresentam pessoas num estado emocional que engloba o desespero até à incredibilidade ou negação; ainda existem os que apresentam incapacidade física assim como incapacidade financeira. Os proprietários não terão capacidade para arcar com os custos de tratamentos preventivos e muito menos com os custos de reparações de grande dimensão como a substituição completa de telhados ou soalhos. Apresentamos apenas os casos das habitações com elevados estragos em que os proprietários terão grandes dificuldades em resolver o problema devido aos elevados custos envolvidos e às suas incapacidades por motivos de idade avançada: - Rua de S. Pedro, 141; - Rua da Esperança, 5; - Rua António dos Capuchos, 5. 2) De segurança – em muitas situações a habitabilidade das casas poderá ser colocada em causa a curto ou médio prazo o que implica um acompanhamento pelas entidades responsáveis (e.g. Rua António dos Capuchos, 5; Rua do Rego, 25; Rua do Rego, 10; Rua do Meio de S. Pedro, 12-B); 23 3) De cariz patrimonial – Edifícios património poderão ter estruturas em perigo a necessitar tratamentos preventivos, curativos ou completa substituição de estruturas. Parece-nos claro que alguma entidade com responsabilidades a nível regional deverá tomar a iniciativa de liderar um projecto integrado para controle das térmitas nos Açores. Este projecto deve incluir instituições públicas locais e regionais, instituições de investigação, empresas e grupos de habitantes organizados de alguma forma (ver abaixo). Tendo em consideração que é urgente começar a agir para controlar situações de baixa e média gravidade, a inciativa privada (e.g. empresas de “pest control”) deve acontecer e ser incentivada. No entanto, devido às particularidades da arquitectura de Angra do Heroíamo as técnicas a aplicar pelas empresas privadas devem ser cuidadosamente acompanhada através de uma monitorização para validação das técnicas empregues. De facto, após alguns contactos constatámos que as empresas que estão já a intervir em Angra e em Ponta Delgada possuem um total desconhecimento da biologia da espécie Cryptotermes brevis e apostam na aplicação de produtos generalistas para insectos Xilófagos (e.g. Xilophene). Este acompanhamento deveria ser efectuado por uma entidade independente (Comissão descrita abaixo em 1.1 ou equipa de investigação descrita em 1.2) e ser pago parcialmente pelas próprias empresas durante os próximos dois a três anos. Um outro aspecto a considerar é a situação dos edifícios desabitados e ao abandono, sendo alvos de fácil infestação e posterior dispersão para as casas vizinhas. Medidas devem ser tomadas para a sua vistoria e os proprietários notificados da situação encontrada para poderem agir em conformidade com a legislação que entretanto se criar para estas situações. Exemplos abundam nas freguesias urbanas de Angra mais afectadas e devem ser tomadas medidas urgentes para avaliar o impacto desses imóveis para a futura propagação desta espécie de térmita. 24 A) Recomenda-se como actividades de gestão a médio prazo: 1) Criação oficial de um grupo de trabalho multidisciplinar que seja capaz de nos próximos anos estabelecer as estratégias necessárias ao combate e contrôle desta praga. 1.1) Este grupo deveria deveria ser composto por um grupo executivo dotado de um orçamento próprio (ver abaixo) e por um grupo consultivo que reuníria com a comissão executiva duas a três vezes por ano. Temos um exemplo recente de uma estrutura do mesmo género, o GESPEA (Grupo de estudo do património espeleológico dos Açores) que tem trabalhado sob a coordenação da Direcção Regional do Ambiente com grande sucesso. Sugere-se que a comissão executiva tenha no máximo 4 a 5 elementos para que seja funcional, sendo constituída por um entomólogo, ,um especialista em combate químico de insectos; um especialista em térmitas de renome internacional (e.g., Prof. Timothy Miles), um Jurista e um operativo representando a entidade financiadora. A Comissão consultiva seria mais alargada e deverá incluir representantes das Secretarias do Governo Regional das Obras Públicas, Agricultura, Ambiente; Educação e Cultura; representantes das Câmaras Municipais com problemas de Térmitas (e.g. Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, Ponta Delgada, Horta); representante do Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo; representante das carpintarias de cada Munícipio afectado; representantes das empresas de “pest control”; representantes dos moradores de cada Munícipio afectado. 1.2) Num prazo de dois a três anos o Grupo de Trabalho acima descrito deveria ser capaz de elaborar um Protocolo adaptado às características das habitações de Angra do Heroísmo a seguir pelas empresas de “pest control” sediadas nos Açores. 25 1.3) Para que o descrito no ponto 1.2 seja eficaz deverão as empresas de “pest control” credenciar-se nas várias técnicas mais modernas de combate a térmitas de madeira seca, sendo líderes nesta área várias empresas na zona da Flórida (U.S.A.). 2) Em alternativa, sugere-se o financiamento de um Projecto de 2 a 3 anos de investigação aplicada que permita avaliar a eficácia da aplicação das várias técnicas de combate à praga nos Açores. Por exemplo, no seu Relatório técnico, o Prof. Timothy Miles mostra-se disponível para participar num Projecto desse tipo dedicando 50% do seu tempo aqui nos Açores a desenvolver várias experiências em colaboração com a Universidade dos Açores, as empresas de “pest control” e os moradores de Angra do Heroísmo. Esta alternativa poderá ser encarada também como um solução complementar da acima apresentada, deixando de haver uma comissão executiva (substituída por um grupo de investigadores) e permanecendo a Comissão Consultiva que manteria reuniões com este grupo de investigadores. O orçamento deste projecto será muito elevado, já que há que financiar pelo menos 1 a 2 alunos licenciados (12 000 EUROS ano por aluno), financiar o trabalho do Prof. Tim Myles como supervisor científico (cerca de 10 000 EUROS por ano), adquirir equipamento, pagar parte dos tratamentos experimentais, etc. Após audiência mantida com Henrique Schanderl, Director Regional da Ciência e Tecnologia, existe a indicação de que o actual Governo Regional está disponível para estudar uma proposta de financiamento de um projecto com as características acima referidas. A entidade financiadora deverá ter igualmente em consideração que o problema irá agravar-se com o tempo e que embora se concentre actualmente em Angra do Heroísmo tem uma dimensão 26 regional pois Ponta Delgada (S. Miguel) e Biscoitos (Concelho da Praia da Vitória, Terceira) estão também infestados. B) Recomenda-se como actividades preventivas 1) Cada morador deve selar o melhor possível as madeiras das janelas, rodapés, soalhos, tectos, etc., todas as potenciais entradas de casais de reproductores. Essas entradas podem ser simplesmente os orifícios realizados pelo caruncho (ver Figura 14), fendas na madeira ou má conexão de partes das estruturas. A não realização de tal procedimento poderá implicar a fácil colonização da habitação por térmitas nos meses de Junho e Julho. A B C Figura 14. A - Aspecto do namoro de um macho (rei) e uma fêmea (rainha), B - Início de penetração num buraco de caruncho; C - penetração quase completa) de Cryptotermes brevis numa trave. 2) Nas habitações onde já existe a confirmação da presença das térmitas sugere-se a montagem de armadilhas luminosas nos sotãos ou quartos afectados de forma a caturar o maior número possível de reproductores durante os meses de Junho e Julho. A armadilha luminosa poderá consistir de um balde com água sobre o qual se deve suspender uma lâmpada. Alternativamente pode consistir num aparelho mosquiteiro (Figura 15) com luz ultravioleta. Este aparelho custará cerca de 60 a 80 27 EUROS. A utilização de armadilhas de cola também pode ser uma opção (Abe et al., 2000); Figura 15. Aspecto de uma armadilha de luz ultravioleta colocada num sotão nos meses de Junho e Julho de 2004. Notar as térmitas mortas no receptáculo da armadilha. 3) Uma outra alternativa será pintar as madeiras dos sotãos com Gasóleo (procedimento comum nos meios rurais da ilha de Gomera, Canárias) ou outro produto repelente, o que previne a entrada de reproductores. Tal procedimento só será possível se o cheiro do gasóleo não afectar a habitabilidade das casas. 4) Alternativamente a (3) poder-se-á aplicar um producto à base de Borato (e.g. INJECTA; www.nisuscorp.com 100 Nisus Dr., Rockford, TN 37853 (800) 264-0870; 5) Utilização de madeira pré-tratada especificamente contra térmitas de madeira seca (passaporte com essa certificação a acompanhar as madeiras importadas). Parece que madeiras resinosas nobres (cerne) podem ser uma boa alternativa. Por exemplo, várias habitações de Angra do Heroísmo com Pinho Resinoso, em que se utilizou apenas o cerne, não estão afectadas; 28 6) Criação oficial ou privada de Câmaras de Frio, ou de Vácuo, ou de Gás, para desinfecção periódica de mobiliário. Tal procedimento é vulgar nas Canárias, Canadá, Estados Unidos, etc. Todos os artigos de mobiliário onde sejam detectados indícios fortes da presença de térmitas devem obrigatoriamente ser fumigados em câmara adquirida para o efeito; 7) Autorizar apenas a compra de móveis antigos depois da completa vistoria, fumigação em câmara adequada desse tipo de mobiliário e seu posterior tratamento com produtos contra térmitas; 8) Criação no Aterro Sanitário de um espaço para queima de madeiras infestadas. 9) Inspecções fitossanitárias - Criação de legislação fitossanitária que permita regular a notificação de presença de Térmitas e listar os direitos e deveres dos afectados. No entanto, isso pressupõe normalmente algum tipo de apoio estatal aos casos notificados. Para além da notificação obrigatória devem ser sensibilizados os técnicos dos serviços que as realizam, ou mesmo os inspectores de alfândega e agentes da brigada fiscal, munindo-os da capacidade de detecção dos estragos que as térmitas provocam. Realização de inspecções como as que já se realizam, por exemplo, à entrada de produtos frutícolas e hortícolas. Todo o tipo de mercadoria que é passível de ser transportada em “paletes deve ser aleatoriamente verificada a presença ou ausência de térmitas das espécies: Cryptotermes domesticus, Cryptotermes dudleyi, Cryptotermes cynocephalus, Coptotermes formosanus, Coptotermes havilandi, Heterotermes spp. e Reticulitermes spp. (Gay & Watson, 1982; Milano & Fontes, 2002). Isto, claro, envolve inúmeros meios humanos que podem ser distribuídos pelas diferentes Secretarias Regionais das diferentes áreas. Idealmente os técnicos envolvidos deveriam receber formação para detecção dos sinais associados à presença das espécies acima mencionadas. C) Recomenda-se como actividades de contrôle: 29 Pequenas a médias Infestações 1) Foi recentemente validado nos Estados Unidos um produto não tóxico à base de extracto de casca de laranja (ácido citrico) que injectado na Madeira através de técnicas adequadas parece ser altamente eficiente no combate às Térmitas de Madeira Seca. Trata-se do D-limonene e está registado num produto com amarca XT-2000 que é vendido pela empresa Xtermite www.X2000.com (Xtermite, San Diego, Calif. 6328 Riverdale St., Ste. A, San Diego, CA 92120 Toll Free Number (866) 870-8485. Sugere-se assim a realização de contactos com esta empresa de forma a que este produto possa ser exportado para Portugal e usado pelas empresas de “pest control” locais. 2) Outros produtos à base de óleos essenciais parecem igualmente promissores e devem ser investigados (ver Sbeghen et al., 2002). 3) Uso de métodos físicos que incluem “Microondas” e sistemas de alta voltagem (Electrocutar madeiras) (Lewis et al., 2000; Lewis & Haverty, 1996; 2001; Abe et al., 2000). Infestações de grandes áreas 4) O controle térmico pode ser usado através de aquecedores especialmente desenhados para quartos ou andares (Ebeling,. 1994a , 1994b; Abe et al., 2000). Trata-se de um sistema que envolve riscos de incêndio e necessita de equipas treinadas para a sua aplicação. As companhias que desenvolveram tecnologia deste tipo são: 30 -Isothermics (714) 974-0951 Orange Co., California -Temp-Air at: www.temp-air.com, Florida -ThermaPure at www.thermapure.com, Florida 5) Tratamento pelo frio usando Azoto Liquido para se atingir temperatures abaixo de zero. Exige equipas treinadas para o efeito; 6) Deve-se investigar ainda a possibilidade de se utilizar Bolas de Paradiclorobenzeno ou de naftalina injectadas nas madeiras. 7) A utilização de fumigação com gases em tendas envolvendo as habitações embora altamente eficaz não é aplicável às condições de arquitectura de Angra do Heroísmo, pelo que não se aconselha por envolver elevados riscos e por ser logisticamente muito dispendiosa. 6. BIBLIOGRAFIA Abe, T., D. E. Bignell & M. Hihashi 2000. Termites – Evolution, Sociality, Symbiosis, Ecology. Kluwer Academic Publishers, Netherlands. Borges, P.A.V., R. Cunha, R. Gabriel, A. F. Martins, A. F., Silva, and V. Vieira. (eds.) (em prep.). A list of the terrestrial fauna (Gastropoda and Arthropoda) and flora from the Azores. Ebeling, W. 1994a. The thermal pest eradication system for structural pest control. IPM Practitioner, 16(2): 1-10. Ebeling, W. 1994b. Heat and silica aerogel are synergistic. IPM Practitione,r 16(2): 11. Evans, A. V., R. W. Garrison, N. Schlager & J. E. Trumpey 2004. Grzimeck´s Animal Life Encyclopedia. Thomson , Gale. Gay, F. J. & J. A. L. Watson. 1982. The genus Cryptotermes in Australia (Isoptera: Kalotermitidae). Australian Supplementary Series No. 88: 1-64. 31 Journal of Zoology, Gold, R.E. & S.C. Jones 2000. Handbook of Household and Structural Insect Pests. Entomological Society of America, U.S.A. Lewis, V. R. & M. I. Haverty. 1996. Evaluation of six techniques for control of the western dry-wood termite (Isoptera: Kalotermitidae) in structures. Journal of Econonomic Entomology, 89(4): 922-934. Lewis,V. R. & M. I. Haverty. 2001. Lethal effects of electrical shock treatments to the western dry-wood termite (Isoptera: Kalotermitidaea) and resulting damage to wooden test boards. Sociobiology, 37(1): 163-183. Lewis, V. R., A. B. Power, & M. I. Haverty. 2000. Laboratory evaluation of microwaves for control of the western dry-wood termite. Forest Products Journal, 50(5): 79-87. Milano, S. & L. R. Fontes. 2002. Cupim e Cidade: Implicacoes ecologicas e controle. SP, Brasil. Sbeghen, A. C., V. Dalfovo, L. A. Seratini, & N. M. de Barros. 2002. Repellence and toxicity of basil, citronella, ho-sho and rosemary oils for the control of the termite Cryptotermes Sociobiology, 40(3): 585-593. 32 brevis (Isoptera: Kalotermitidae). ANEXO 1 33 FICHA DE CAMPO Proprietário Moradia Contacto Tel. Classe de ataque Classificação Descrição 0 (A) Sem ataque 1 (B) Ataque ligeiro Ataque perceptivel mas ligeiro,deterioração muito superficial 1mm a 2mm de profundidade em alguns pontos ou pequenas áreas. 2 (C) Ataque moderado Ataque moderado revelado sob a forma de àreas determinadas de vários centimetros quadrados e com 2mm a 5 mm de profundidade, ou sob a forma de pontos disseminados com uma profundidade ultrapassando os 5 mm,ou com os dois tipos de ataque. 3 (D) Ataque Severo Ataque intenso mostrando uma destruição extensa e profunda (5mm a 10mm) ou galerias atingindo o centro da estaca ou diferentes combinações destes dois tipos de ataque. 4 (E) Destruição Penetração completa e generalização com destruição total ou quase total : ataque extremamente severo. Sem sinais de ataque Adaptado de EN252 / 1992 34 Observações de locais de infestação Locais Classe de ataque Observação Sotão Tecto Roda-pé Soalho Portas Janelas Armários Estantes Mobilias 35 Outros Utiliza produtos químicos ou outras técnicas de prevenção? Sim Não Quais? 36 ANEXO 2 37 FOLHA DE INQUÉRITO TÉRMITAS - INQUÉRITO N.º _______ Nome:_____________________________________________________ Localização SIG_________________ Morada:____________________________________________________ Contacto: __________________- ______________________ 1. Tipo de edifício Habitação Estabelecimento Serviços 2. O que é que está afectado (traves do tecto; soalho; móvel; aros de janela ou porta, outras)_____________________________________________________ 3. Tipo de madeira em presença ___________________ 4. Quando foi colocada na casa a madeira que agora apresenta problemas (ano) _____________ 5. De onde veio essa madeira_________________________________________ 6. Como se apercebeu deste problema (por si, vizinhos, jornal, etc.)? ____________________ 7. Quando detectou este problema (ano/ mês)____________________________ 8. Conhece bem as Térmitas? Sim ______ 9. Sabe o que as distingue das formigas ? Sim ______ Não_______ Não_______ 10. Se sim, indique o quê?_______________ 11. Sabe o que as distingue do caruncho ? Sim ______ Não_______ 12. Se sim, indique o quê?________________ 13. Sabe se existem meios para combater esta praga? Sim ______ 14. Foi tratada Sim ______ Não_______ Não_______ 15. Se sim, indique quais, quando e quantidade______________________ 16. Conhece vizinhos ou casas contíguas com problemas? 38 Sim ______ Não_______ 17. Se sim, indicar a sua localização e nome ______________________________ 18. Acha que existe conhecimento técnico na ilha sobre esta praga? Sim ______ Não_______ 19. Acha que o problema tem grande expansão na cidade? Sim ______ Não_______ 20. Acha que as entidades oficias têm conhecimento deste problema? Sim ______ 21. Na Não_______ sua opinião quem deveria lidar com este problema?_______________________ 22. Qual deveria ser a sua actuação?_____________________________________ 23. Que precauções devem ser tomadas para evitar a propagação desta praga?__________________________________________________________ 24. Quem na sua opinião deve receber e tratar devidamente essa madeira retirada?_________________________________________________________ 25. Que destino deve ter a madeira substituída casas?_____________________________________________________ Observações: 39 das O inquiridor:_________________________________________ Duração _______________ Data: __________________ 40 ANEXO 3 Report on Termites in the Azores With emphasis on Cryptotermes brevis and its control July, 2004 By: Timothy G. Myles, Ph.D. Director, Urban Entomology Program, Centre for Urban and Community Studies 455 Spadina Ave., Suite 400, University of Toronto, Toronto, Ontario M5S 2G8 CANADA (416) 978-5755; [email protected] 41 Background The Azores archipelago, located in the north Atlantic Ocean, is part of Portugal. The nine islands, located on the mid-Atlantic ridge are all of volcanic origin. The nearest landfall is Lisbon, located about 1,400 km to the east. The coordinates are 28-30° West by 37-39° North. Thus, it is approximately on a line drawn between Washington D.C. and Lisbon. At this latitude, the islands have a mild climate, averaging 23°C in summer and 13°C in winter, and because of the moderating effect of the ocean, are frost-free year round. Because of the extreme isolation of the islands the native flora and fauna are typical of oceanic archipelagos such as the Hawaiian Islands in being extremely depauperate of most continental groups of organisms, high in endemisms evolved from ancient pioneer species (neo-endemics) or actually extinct in mainland (paleoendemics), with high levels of recent introductions, either intentional or unintentional due to human commerce (70% of vascular plants are exotics) (Silva and Smith, 2004). Termites, representing the insect order Isoptera, were one of many groups of organisms, absent from the islands, until recently. Pellets, shed wings, and wood damage caused by an unknown insect started to be noticed by some residents in the central section of the city of Angra do Heroísmo, Terceira Island, about ten years ago. One such resident tried a number of surface spray applications of a wood preservative (“Xylofene”) but found this to be ineffective. Despite ongoing infestation by a number of residential properties, the situation was not brought to the attention of relevant authorities until recently. Two years ago insect samples were submitted to staff of the Universidade dos Açores, Dep. de Ciências Agrárias and were determined to be dry-wood termites. Samples sent to the Forestry Division in mainland Portugal resulted in a determination of the species as Cryptotermes brevis, also known as the West Indies powder-post termite, or furniture termite. In early 2003, I was contacted by a representative of the local government, Mr. Marcolino Candeias regarding the “Newly discovered and extensive infestation of Cryptotermes brevis”. A meeting had been held with the mayor of Angra, 1 other regional government representatives, and entomologists from the University of the Azores. It was suspected on the basis of verbal reports that at least two islands, Terceira and S. Miguel were probably affected. Funding was allocated for the University to conduct a survey that started in February 2004. In my initial e-mail to Mr. Candias I outlined the general methods of control and also provided other recommendations. Subsequently, I was contacted by Dr. David Horta Lopes of the Department of Ciências Agrárias, to clarify differences in control for dry-wood and subterranean termite control. Later I had correspondence with Dr. Paulo Borges who had been selected to be the entomologist coordinator of the project “Termite Survey of Terceira Island”. Dr. Borges is working with two other colleagues, Dr. David Horta Lopes and Dr. Ana Maria A. Simões and two students in this important preliminary survey supported by the Mayor of Angra do Heroísmo. Dr. Borges’ students, produced an information brochure that was distributed by the mayor of Angra, and are now continuing to conduct house inspections to map the area of infestation in Angra do Heroísmo. New Records of Three Termite Species on Terceira Island Dr. Borges sent samples of three termite species to me for identification. General localities and identities are as follows: ORDER: ISOPTERA FAMILY: KALOTERMITIDAE 4) Cryptotermes brevis alates, pseudergates and soldier from buildings in Angra do Heroísmo. 5) Kalotermes flavicollis alates, pseudergates and soldier from olive orchard on just west of Angra and near Porto Judeu. FAMILY: RHINOTERMITIDAE 6) Reticulitermes sp. sample of alates and workers from the US base near Lajes on Terceira. 2 Dr. Borges is the leading authority on the insects of the Azores and has compiled an extensive database on insect biodiversity of the Azores based on published records and collections (e.g. Borges, 1990; 1999; Borges et al., in prep.). Until recently there had been no published records or collections of termites from the Azores. The following hypotheses seem to account for these new termite species records. Cryptotermes brevis is native to the Caribbean region where it is known from all the islands of the Greater and Lesser Antilles. Is also occurs in southern Florida and coastal regions Mexico, Central America and northern South America. It has been introduced to Pacific islands including the Galapagos, Fiji, Hawaii, Marguesas, Midway, New Caledonia, and Easter Island. It is known from the Atlantic Islands of Ascension, Bermuda. CCanaries, Madeira and St. Helena. It has also been introduced to the coastal areas of continents including Australia, China, Madagascar, Cambia, Ghana, Nigeria, Senegal, Sierra Leon, South Africa, Uganda and Zaire. The species often infests the spars and decking of wooden boats and may have been widely distributed in the early days of wooden whaling ships. Modern sailing craft tend to have aluminum spars and fiberglass hulls. However many boats continue to harbor infestations in the decking or interior wood furnishings, and visitation by infested craft could lead to infestation of the islands due to alate flying from boats in harbors to nearby buildings. Another route of entry is through freight ships, which often have wood dunnage, which may be infested, or goods packed on wooden pallets that may be infested (Stanaway, et al, 2001). When the wooden pallets are off loaded the infestation is brought ashore. The species also infests a wide range of wood species including hardwoods from which furniture is made, therefore it frequently infests furniture and is frequently introduced to new localities in wooden furniture. Cryptotermes brevis is probably the most widely dispersed termite species in the world and has become a major structural pest in all places where it has been introduced. The currently known infestations of Cryptotermes brevis, are only from buildings, in a number of blocks extending from the harbor, suggesting entry in the port area at least several decades ago, possibly at the time of the last major earthquake, in 1980 and associated with 3 extensive importation of building materials and rebuilding at that time. However other parts of the island are also infested (Borges, pers. comm.). The infestations of Kalotermes flavicollis, in contrast, are not known from buildings but only from orchard trees in two widely separated areas (at least 10 km apart). The species, therefore, may have been introduced in vineyard or orchard stock imported from mainland Portugal. It may actually have been imported to the islands long ago and may now be fairly widespread but has evaded detection because it is mainly restricted to introduced woody plants and attacks mainly dead branches on living trees and is not a significant pest. However, it can be a minor pest of vineyards and a minor structural pest in wood with high moisture content (Harris, 1970). Further surveys in orchards and vineyards on Terceira and other islands would be of interest to clarify the distribution of this termite. Kalotermes flavicollis is the only European species of Kalotermitidae. K. dispar Grassé is known from the Canaries Islands, and K. approximatus is known from the southeastern United States and Bermuda. Specimens from Terceira were directly compared with specimens of K. approximatus and did not match. Specimens were compared with illustrations of K. flavicollis in Krishna (1961) and nearly identical illustrations of K. dispar in Grassé (1986). On the basis of the slightly greater projection of the left second marginal tooth of the soldier mandibles, the specimens appear to match K. flavicollis. Furthermore the yellow pronotum of the dealate queen also matches the description of K. flavicollis. Reticulitermes sp. is known only from one or a few buildings on the American base near Lajes. Therefore it was presumably introduced from the United States and treatment of the affected buildings suggests that it is currently under control. However, further contact with the American military officials should be made to ascertain the limits of the infestation and to insist that baiting or other relevant efforts (such as Trap-Treat-Release) be implemented with the objective of eradication before this termite has a chance to spread and become established. 4 Observations of Cryptotermes brevis structural infestations The main focus of concern at the current time is the structural damage being caused by Cryptotermes brevis. To observe the structural infestations in the Azores first hand, I made a short, four-day visit to Terceira and Angra do Heroísmo, (March 28-31, 2004). During my visit Dr. Borges escorted me to a number of infested buildings including several private residences, government buildings and offices, a large Catholic seminary and the local museum. In every case the main site of infestation, or at least the most accessible and visible damage, was seen in the attic areas of the infested buildings. Angra do Heroísmo is a very old city, founded in 1430. Buildings in the infested area are hundreds of years old and built according to the European style of construction in which the most units are three stories high and each separate residence shares common dividing walls. Therefore all the buildings of a city block are essentially joined together as a unitary structure. This situation would create difficulties and hazards for use of tent fumigation with toxic gases. The exterior walls and foundation are stone, rubble and solid masonry. The shared walls between residences are also stone or masonry. The ground floor is usually not wooden, but in some cases there is a cellar and the ground floor is wood. Usually the second and third floors (ceilings of the first and second floors) are supported by heavy wood beams and wood joists with hard wood flooring. The ceiling is usually made of plaster on wood lath. As well, in some of the historic buildings there are elaborate hardwood ceilings and/or moldings. The ceiling of the third floor is also constructed of wood joists which hold the lath for the ceiling plaster and dorsally are covered with planking, forming the floor Partitioning walls on all floors above the first floor are made of wood studs and most walls throughout are finished with plaster on lath finishing rather than drywall. Window and doorframes are wooden. Frequently second floor windows open as double doors to a wrought iron balcony and are not screened. Windows and doors in general are not screened and frequently left open for ventilation, thus providing easy entry by flying alates. 5 The roof is formed of red terracotta roofing tiles in alternating concave and convex series. This roofing system is mandated by local bylaws to maintain the historic appearance of the city. Such roofs do a good job of shedding rainwater but the tiles do not interlock tightly and hence such a roofing system has many cracks and gaps, which make it far from airtight. The tiles themselves are supported by framework of unfinished wooden beams and rafters. Often the entire attic area is internally cladded with unfinished softwood lumber. So the attics, because of their tile roofs with many gaps, afford easy access for termite entry and because of the abundance of unfinished wood rafters ceiling joists, flooring, cladding, and ceiling lath offer an abundance of dry wood ideal for termite infestation. In addition, there is a common local anobiid beetle which frequently attacks the wood in the attics, though its damage is less severe than that of the termites, its exit holes provide an abundance of entry holes for termites, thus further facilitation termite infestation and re-infestation. The growth rate of kalotermitid colonies is slow. Once the first termite colony becomes established in an attic it may take 4 or 5 years to reach reproductive maturity, after which it will start to produce an annual crop of alates which will fly in the attic and most of which will then re-infest the attic. As the colony grows, to a population maximum of up to about five thousand, the annual alate output per colony may be hundreds to a few thousand. Thus, over a period of 10 to 15 years, an attic can become infested with hundreds or thousands of separate termite colonies, each of which may number up to several thousand termites. In the earlier stages of such infestation, individual piles of pellets indicate the location of separate colonies. This type of situation, with discrete colonies identifiable by separate piles of pellets was seen in some of the houses and in the attic of the museum. In more advanced stages, most of the beams are infested throughout their length and pellets are dropped everywhere so that distinct separate colonies are not discernable. This heavier stage of infestation can exist in an attic possibly for a decade or more without seeing much or any evidence of termites in the lower parts of the house. Eventually infestations can be expected to move into the lower floors of the house as a few alates find their way into the house and establish colonies in furniture or wood molding or flooring. Colonies can also be expected to descend to lower portions of the 6 house as galleries in the wood gradually extend from joists in the attic down through wall studs of the interior partitioning walls. In many cases entire city blocks have shared walls so that the entire block is effectively one structure. Because of the style of construction with shared walls it would be difficult to separate individual properties with airtight tarps for the purpose of chemical fumigation. It might be possible to do some buildings and some small blocks. However, even this is questionable, because the streets are very narrow and therefore the adjacent blocks are much closer than would normally be the case in such places as Florida and Los Angeles where chemical fumigation is commonly practiced, and consequently a greater danger due to leakage and wafting fumigant during the final aeration process. To Eradicate or to Manage? If only a few buildings were infested then an all out effort to eradicate would be warranted. However, it is my belief that the situation is too far-gone to realistically expect that eradication is now achievable, and re-infestation due to commerce and movement of furniture would be inevitable anyway. Any attempt to achieve eradication through a massive publicly funded fumigation program would probably be unsuccessful in the long run. Such an eradication program was undertaken in Durban, South Africa when C. brevis was first discovered in 1918. The programs eventually failed to achieve eradication and continuous spread of the pest was seen as inevitable (Coaton and Sheasby, 1979). In Queensland, Australia C brevis was first discovered in the 1960s. Under the Diseases of Timber Act of 1975 it was designated a “notifiable pest”, meaning that any infestation must be reported to the authorities. Tent fumigation was then undertaken and supervised by Department of Forestry with no cost to the householder (Peters, 1982). Despite this ongoing publicly financed program, the pest appears to have become established along the coast of Queensland. Therefore the more realistic view of the situation is one of long term management and reckoning with the higher periodic building maintenance costs and more rapid deterioration of historic structures. In this 7 respect, the Azores has sadly joined company with such other localities as south Florida, New Orleans, and Hawaii as places where this pest has or inevitably will become permanently established and requires continuous costly control measures. Truly, the introduction of C. brevis is a major slowly unfolding natural disaster whose cost will soon eclipse that of previous sudden disasters such as earthquakes. Control Options First, it is important to make certain critical distinctions about termite control and then to layout the framework of dry-wood termite control. It is critically important to understand that from an applied perspective there are basically two types of pest termites, either dry-wood termites or subterranean termites. The types of control that are appropriate are entirely different for the two. Subterranean termite control usually entails soil termiticide barrier treatments while dry-wood termite control usually entails direct treatment of infested wood, compartmentalized treatment of areas with infested wood or whole-house fumigation. Secondly, there is a tendency to think mainly in terms of remedial control but a larger vision of the problem, should include preventive control. Preventive control can be subdivided into 1) regulatory control, 2) inspection measures and 3) construction practices such as caulking and screening aimed at blocking termite entry points. Remedial control can be either 1) removal and destruction of infested furniture or isolated structural members 2) direct treatment of known infested items of furniture or exposed wood work or 3) compartmentalized treatment of rooms or attic areas that can be more or less closed off and individually treated or 4) whole-house or whole-structure control or 5) wholeblock control usually by gas fumigation or heat treatment. 8 Regulatory Control and Inspection New regulations should be legislated and would probably fall under existing phyto-sanitation and inspection regulations or procedures. Considering the long settlement of the Azores it is surprising that termite introductions are only now becoming a problem. As an island archipelago, with substantial shipping traffic, it is almost inevitable that exotic pests, including several other species of termites will from time to time be introduced and therefore procedures should be in place to prevent such introduction. All dry-wood (Kalotermitidae) and subterranean termites (Rhinotermitidae) should be listed as prohibited from introduction and the inspection services should have the power to intercept and destroy or fumigate at owners cost any imported article found with such infesting insects. Additional termite species which are especially notorious for transport and introduction are: Cryptotermes domensticus, Cryptotermes dudleyi, Cryptotermes cynocephalus, Coptotermes formosanus, Coptotermes havilandi, Heterotermes spp. and Reticulitermes spp. (Gay, 1969; Gay and Watson, 1982; Milano and Fontes, 2002). Inspections must be trained in the identification of termites and signs of termite infestation including the appearance of termite damage, dry-wood termite fecal pellets, and subterranean termite shelter tubes. Prevention of Initial Infestation The public at large should also be educated about the extreme danger of importing wooden articles from abroad that may harbor dangerous new introductions of wood destroying organisms such as wood boring beetles and termites. In addition people must be made aware of what areas are currently infested and not to move or take any wooden furniture from such areas and to be very cautious about bringing any old wooden furniture into their home. In addition, screening of windows and sealing all cracks and holes which would provide nesting sites for alates to start colonies, with caulk and paint around door and window frames is advisable. New wood construction in attics should be with pressure treated wood. Wood in attics should be treated with wood 9 preservatives, for example, borate compounds such at disodium octaborate tetrahydrate formulated for with glycol for dry-wood application such as Boracare should be used to treat unfinished Attics can also be dusted with silica aero-gel or boric acid to deter alates from successfully initiating new colonies (Ebeling, 1994b). Such measures are likely to be only partially effective, but nevertheless should be used. Prevention of Re-Infestation The pattern of infestation suggests that infestation usually start from an introduced item of furniture or from an infestation of the attic. In either case, the infestation dramatically worsens as the process of re-infestation takes place following flights of alates from the original infesting colony. Therefore early detection is important and intensive efforts should be made to eliminate the initial colony by wood removal and disposal or direct treatments. When infestations in attics reach the point where this is not possible without complete replacement of all timbers then efforts should be made to trap alates. This can be done with a light trap over a bucket of engine coolant. The light will attract the alates and which will fall into the bucket and drown. Alate flights have been reported mainly during the evening hours during the months of June and July, and therefore traps should be operated during these months. Further research could be conducted by the University of the Azores to improve trapping efficiency. Removal and Disposal or Furniture Fumigation In the initial stages of infestation it is often possible to identify an infested piece of furniture by the fecal droppings from it. Such items should either be removed and destroyed or treated in such a way as to positively kill the termites. A designated place at the municipal landfill should be set aside for such furniture or other known or suspected termite infested materials to be disposed. Such items should be either buried or incinerated. If a large amount of such material 10 accumulates it should be buried or incinerated before the season of alate flights to prevent flight that could lead to local infestations near the landfill. Many items of infested furniture may be valuable and worth trying to salvage. In this case it should be possible to treat them in a vault with gas fumigant. Alternatively a closed container such as an old trucking or shipping container could be used and would not have to be air-tight if the method of treatment was no2n-toxic physical controls such as propane heat, CO2 (Delate et al, 1995), or N gas. Another option would be to find a local cold storage facility where they could be held at below freezing temperatures for several weeks. Again, research by the University could lead to a practical method for doing this locally. Direct Wood Treatment of Limited Infestations in Exposed Timbers Chemical of physical methods can be used for direct wood treatment. Chemical treatment can involve sprays or drill and injection. Surface sprays are not likely to be effective. Injecta by Nisus is a borate product that seems to me to be one of the best options and also one of the safest for the applicator to use. www.nisuscorp.com 100 Nisus Dr., Rockford, TN 37853 (800) 264-0870 It has been shown that various essential oils with low toxicity to humans can be used for dry-wood termite control (Sbeghen et al, 2002). D-limonene an extract of citrus peels has also recently been tested and registered for dry-wood termite control, and would appear to offer a relatively safe botanical treatment option. This is available as a newly registered product called XT-2000 from the San Diego CA based company Xtermite. www.X2000.com (Xtermite, San Diego, Calif. 6328 Riverdale St., Ste. A, San Diego, CA 92120 Toll Free Number (866) 870-8485 Other fast-acting drill and injection systems are available such as Whitmire’s PT270 (Dursban) pressurized injection system. 11 Physical methods include microwaves, electrocution (Lewis et al, 2000; Lewis and Haverty, 1996) Spot treatment with a 700 W microwave device for 8 minutes at the infested area. Etex, Las Vegas, Nevada, markets a commercially device called the electrogun. The device emits high voltage (90,000 V) at low current (ca. 0.5 amp). www.Etex-ltd.com 3200 Polaris Ave., Suite 9 Las Vegas, NV 89102 (702) 364-5911 Fax (702) 364-8894 Email: [email protected] Non-Air-Tight Compartmentalized Treatment of Rooms, Attics or Portions of Structures Thermal control can be achieved with excessive heat generated and blown into rooms or attics using specially designed propane convection heater/blowers. Circulating fans are used inside to maintain and even heating. The lethal temperature for the termites is about 49°C (120°F). However, to achieve this inside the wood it is necessary to raise the air temperature to 65°C (150°F) for about 6 hours (Ebeling, 1994). Some building components can be damaged at this temperature such as warping of PVC plastic pipes. Companies that have developed some expertise in thermal control and offer licensing are: -Isothermics (714) 974-0951 Orange Co., California -Temp-Air at: www.temp-air.com, Florida -ThermaPure at www.thermapure.com, Florida Liquid nitrogen can be used to achieve below freezing temperatures. This method is mainly used for treating inaccessible wall voids. Holes are drilled into the plaster or drywall and the liquid nitrogen is poured into the wall voids. Dosage rates of about 200kg/ m3 (Lewis and Haverty, 1996). Other methods which seem to warrant further university research are 1) drill and steam injection and 2) drill and wrapping of infested boards with solid fumigants such as those used in moth balls (para-dichlorobenzene, naphthalene or dichlorvos). Again, a research breakthrough on either of these fronts could greatly simplify and reduce the cost of control. 12 Air-Tight Whole-Structure or Whole-Block Fumigation Conventional treatment for heavily infested structures involves tent fumigation with toxic gases methyl bromide or sulfuryl fluoride (Vikane) (DowElanco). This method requires the complete enclosure of the structure to be treated with airtight tarps and a safe distance of the structure away from neighboring structures. Because of the adjacent construction with shared walls of most of the infested buildings in the historic district of Angra where the termite infestation is located, it seems to me that it would be difficult and dangerous and require exceptionally large tarps to employ this method in the area. Some of the more isolated buildings however might be treated in this manner. As no local company has the expertise required for such work, it would be necessary to contract US companies in Florida for this sort of work. Summary of Situation It is reasonable to ask, “Why not simply adopt the methods approved in other developed countries, such as the US and Australia, where this same termite species has been introduced?” The answer is that in those countries there have always been native termite problems, which existed before Cryptotermes brevis was introduced so that an entire termite control industry, regulatory government agencies, and pest control companies existed to deal with the problem. No such existing government or private termite control infrastructure exists in Portugal or the Azores. Termite control is more complicated, potentially dangerous, and with higher liability issues than other types of pest control. In addition, the primary method of dry-wood termite control, namely, tent fumigation, would appear to be very difficult, if not impossible, to implement in some of the most affected areas of the Azores, such as Angra do Heroísmo, because of the architectural style, shared walls, relatively fragile tile roofs, and high density of buildings. under such circumstances. Tent fumigation would be difficult and hazardous The alternative methods, which might be used, have not been tested under the architectural conditions existing in the Azores. 13 Other potentially effective methods, need further testing. Furthermore, obtaining the chemicals and fumigants might also be difficult commercially but would be easier under experimental permit approval. Therefore, I believe that it would be appropriate for the government of Portugal to set up a short term Termite Research Project for three to five years which would have the objective of evaluating appropriate control options for the conditions which exist in the Azores and for coordinating the development and implementation of safe and effective, government approved, and regulated private sector termite control. This will require a short period of government sponsorship after which time, the handling of this problem will be turned over to appropriately trained locally based private enterprise utilizing methods that will be safe and effective. Research Questions: Because of the large number of infested structures, most of which have infested, accessible, and removable floor and wall boards from the attic, the situation in Angra provides an exceptional opportunity to conduct research trials Normally it is fairly difficult to obtain infested boards for such trials, so this is a rare opportunity to do practical research which could lead to the discovery of locally appropriate and economical approaches to control. Research would be mainly in the form of ongoing treatment trials of infested structures and evaluations of existing structures, supplemented by laboratory studies • Rate of wood consumption • Rate of pellet production • Relationship of pellet dropping to pellet production and population size • Evaluate various solid fumigants with and without drilling • Efficacy of drilling and high pressure steaming with and without borate • Evaluate effect of depressurization with vacuum. • Evaluation of various wood treatments with and without drilling for boards of different dimensions. • Evaluation of various alate trap designs. 14 • Set up vault or container for furniture treatment and to evaluate CO2 N2, Heat, etc. • Set up disposal/incineration site. • Eradication of the Reticulitermes infestation using TTR. Recommendations 1. Designate a place to dispose of infested wood 2. Set up a fumigation vault, heat chamber or cold storage for treatment of furniture 3. Pass termite legislation which: a. Prohibits importation of any termite infested wood b. Empowers inspectors to seize and destroy such wood c. Or requires owner to pay for cost of fumigation d. Requires infested homes to be reported and treated e. Specifies the types of treatment which are approved f. Requires inspection and clearance at time of sale 4. Commission educational materials in form of book, brochures, museum exhibits. 5. Set up three to five year “Termite Research Project” to evaluate some existing and some alternative methods of control and determine which are most appropriate and effective for Azores conditions of architectural design. 6. During three year period participation in project trials is on voluntary basis, 50% paid from grant, with no warrantee of efficacy 7. After three years, selected methods and products are submitted for approval in Portugal for termite control (approval process may take 1-2 years) 8. Commercial pest control companies must obtain training and license from the government and must have relevant insurance coverage. . 9. Project will do lab and structure trials on about 50 properties per year, produce annual reports, publish results of research, collaborate in development of educational materials, 15 coordinate with relevant government agencies obtaining appropriate permits and developing training and licensing materials. Funding Estimates The cost of the research would be partially defrayed by homeowner contributions to control trials in homes. A cost sharing scheme might be worked out in which the local government would pay half the cost and the homeowner the other half with the understanding that the work is being done as an experimental trial with no immediate guarantee of control. If funding can be secured, I would be willing to devote 50% of my time to such a project over the next three years. This would allow for the determination of appropriate local control methods and transfer in 3 to 5 years of the problem to appropriately trained personnel and establishment of the private sector businesses. Termite Research Project funding estimates: o 2 MSc projects @$20,000 = $40,000 o Project Supervisor $50,000 + $10 K travel & lodging expenses o Equipment and Supplies $25K o University administration overhead $15K o Up to $50K/year allocated one to one matching funds grants to property owners who participate in control trials. Up to $1000/property owners o Designate lab and office space at University Total: $140,000/yr X 3 years with $50,000 per year recovered from homeowners. Thus the cost to government would be about $90,000/yr X 3 years = $270,000. 16 References Borges, P. A. V. 1990. A checklist of Coleoptera from the Azores with some systematic and biogeographic comments. Boletim do Museu Municipal do Funchal. 42 (220): 87-136. Borges, P. A. V. 1999. 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