inclusão de pessoas com deficiência no mercado
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inclusão de pessoas com deficiência no mercado
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO RELATO DE CASO – CERVEJARIA PETRÓPOLIS S/A HELOISA NOGUEIRA TOSTA CORRÊA Trabalho de Curso elaborado como requisito obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Administração, no UNIFESO, sob orientação da Prof(a). Rita de Cássia TERESÓPOLIS NOVEMBRO DE 2010 Dedico este trabalho aos meus pais que sempre me apoiaram e que não mediram esforços para que eu chegasse até aqui. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, meu Senhor, que me faz ter fé e acreditar sempre. À minha amada família: mãe, pai e irmão, pela dedicação, carinho e amor dados a mim, e pela compreensão e incentivo para chegar até aqui. Ao meu querido namorado Willyam, sempre me apoiando, incentivando e acreditando nesta vitória. A minha companheira de curso e amiga Daniele, pelo carinho, compreensão e dedicação ao longo destes anos. A Cervejaria Petrópolis S/A, objetivo de estudo para conclusão deste trabalho. A minha orientadora Professora Rita de Cássia, pelo apoio, colaboração e enriquecimento de meus conhecimentos ao longo do curso e principalmente pela ajuda para a conclusão desse trabalho. A todos os professores do Unifeso do curso de Administração de Empresas que contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional. A todos os amigos, pelo incentivo e apoio que sempre foram dados. “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos”. Montesquieu (1698 - 1755) 5 RESUMO Não é de hoje que os deficientes tentam garantir seu espaço no mundo e buscam conviver com todos de maneira igual e respeitada; essa luta é antiga. Ainda é necessário quebrar muitas barreiras visando que mais oportunidades apareçam para essas pessoas e, com isso, seu direito de cidadão seja respeitado. Foi escolhida uma indústria cervejeira, situada na cidade de Teresópolis, onde será apresentado um relato de caso com objetivo de inclusão no mercado de trabalho, já que o Brasil é um país que tem um índice elevado de deficientes em suas estatísticas. Palavras-chaves: Pessoas com deficiência, trabalho, inclusão, educação. LISTA DE IMAGENS Imagem Página Inclusão digital para Deficiente visual................................................................28 Rampa em calçada............................................................................................28 Transporte para cadeirante................................................................................29 Adaptações em banheiros.................................................................................29 Pisos podotáteis.................................................................................................29 Telefone público para deficiente auditivo...........................................................30 Telefone público adaptado para o nanismo.......................................................30 Diferença de telefones públicos.........................................................................31 Vagas para deficientes......................................................................................31 SUMÁRIO RESUMO .................................................................................................................... 5 LISTA DE IMAGENS ................................................................................................. 6 SUMÁRIO ................................................................................................................... 7 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9 2- ESTATÍSTICAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ..................................... 11 3 - OCUPAÇÕES / POSTOS DE TRABALHO ..................................................... 14 3.1 – ÁREA INDUSTRIAL ................................................................................... 14 3.1.1 – ENVASAMENTO DE LATAS............................................................. 14 3.1.2 – ENVASAMENTO DE GARRAFA ...................................................... 14 3.1.3 – INDUSTRIAL........................................................................................ 14 3.1.4 – AUTOMAÇÃO ..................................................................................... 15 3.1.5 – FABRICAÇÃO ..................................................................................... 15 3.1.6 – FILTRAÇÃO E FERMENTAÇÃO ...................................................... 15 3.1.7 – FILTRAÇÃO - ADEGA DE PRESSÃO ............................................. 15 3.1.8 – FILTRAÇÃO - ADEGA DE FERMENTAÇÃO / MATURAÇÃO ..... 15 3.1.9 – LABORATÓRIO .................................................................................. 15 3.1.10 - LABORATÓRIO – ETDI .................................................................... 15 3.1.11 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA) ......................... 15 3.1.12 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS .. 16 3.1.13 – MANUTENÇÃO MECANICA ........................................................... 16 3.1.14 – MANUTENÇÃO ELÉTRICA............................................................. 16 3.1.15 – MANUTENÇÃO DE UTILIDADES .................................................. 16 3.1.16 – ARMAZÉM ......................................................................................... 16 3.1.17 – ALMOXARIFADO ............................................................................. 16 3.2 – ÁREA ADMINISTRATIVA ......................................................................... 17 3.2.1 – ADMINISTRATIVO .............................................................................. 17 3.2.2 – PORTARIA ........................................................................................... 17 3.2.3 – SEGURANÇA DO TRABALHO......................................................... 17 3.2.4 – AMBULATÓRIO .................................................................................. 17 3.2.5 – LOGÍSTICA .......................................................................................... 17 3.2.6 – CUSTOS ............................................................................................... 17 3.2.7 – CONTÁBIL ........................................................................................... 17 3.2.8 – FISCAL ................................................................................................. 18 3.2.9 – FATURAMENTO ................................................................................. 18 3.2.10 – FINANCEIRO ..................................................................................... 18 3.2.11 – JURÍDICO .......................................................................................... 18 3.2.12 – MEIO AMBIENTE .............................................................................. 18 3.2.13 – INFORMÁTICA .................................................................................. 18 3.2.14 – RECURSOS HUMANOS ADMINISTRATIVO ................................ 18 3.2.15 – RECURSOS HUMANOS DESENVOVIMENTO............................. 18 3.2.16 – SERVIÇOS GERAIS ......................................................................... 19 4 – ANÁLISE DAS OCUPAÇÕES ......................................................................... 20 4.1 – Operador de Envasamento – Enchedora ............................................. 20 4.2 – Assistente Administrativo ...................................................................... 21 4.3 – Motorista..................................................................................................... 22 5 – O RH DA EMPRESA - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ............................. 23 6 – RELATO DE UMA DEFICIÊNCIA NA CERVEJARIA ................................... 25 7 – ADAPTAÇÕES .................................................................................................. 27 7.1 – SUGESTÕES DE ADAPTAÇÕES............................................................ 28 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 32 9 – BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 34 9 1 - INTRODUÇÃO Ainda nos tempos antigos a história confirma os preconceitos, intransigências, perseguições e violências sofridas contra pessoas portadoras de necessidades especiais. Muitas eram condenadas à morte, suas vidas eram decididas por outras pessoas e os que conseguiam sobreviver, aos doze anos de idade eram enviados ao campo e eram obrigados a sobreviverem sozinhos, sem nenhum tipo de ajuda. Nos tempos atuais, em pleno século XXI, apesar de o mundo estar em constante evolução, ainda podemos observar a discriminação e preconceito com os portadores de necessidades especiais. Não temos mais a exterminação, mas ainda existem asilos e instituições para recrutamento dessas pessoas. A própria família, muitas das vezes, esconde essas pessoas em casa por vergonha. A sociedade ainda não aceitou a realidade de que pessoas que sofrem de alguma necessidade têm o direito de viverem como pessoas consideradas “normais”, com garantia a inclusão social, educação qualificada e inserção no mercado de trabalho. O mesmo problema encontramos nas organizações: um grande preconceito e uma enorme relutância em contratar pessoas deficientes ainda existe. 10 Com o sistema de quotas da Lei n. 8213/91, que determina que empresas com mais de cem funcionários devem reservar um percentual dos seus cargos, o mercado está mais conscientizado, mas não o suficiente para acabarmos com o problema da exclusão. Esse trabalho tem como objetivo apresentar a inclusão no mercado de trabalho, em especifico na Cervejaria Petrópolis S/A., localizada na Rodovia BR. 116, Km 50 – Serra do Capim em Teresópolis. Foi fundada em 1994, na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Atualmente está presente em onze estados através de quatro fábricas e também de centros de distribuição, estrategicamente instalados em pontos-chave do território nacional. É atualmente uma das maiores empresas do setor no país. Este estudo terá como base um relato de caso onde serão apresentados todos os cargos existentes hoje na empresa, com uma análise sobre as tarefas e atividades diárias de algumas funções e deficiências sugeridas para tais. 11 2- ESTATÍSTICAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA De acordo com dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 14,5% da população brasileira é portadora de alguma deficiência, sendo elas: visual (48,1%), motora (22,9%), auditiva (16,7%), mental (8,3%) ou física (4,1%). Ou seja, aproximadamente 27,5 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de limitação. Um dado marcante é o grau de instrução das pessoas deficientes: quase 40% do total da população que não têm nenhuma instrução ou têm apenas três anos de estudo, é portadora de necessidade especial. Quando esse nível de instrução aumenta, a proporção de PCDs diminui, chegando a 10% de deficientes em todo o Brasil entre as pessoas com mais de 11 anos de estudo. Ainda de acordo com dados do IBGE, o tipo de deficiência que mais dificulta a inclusão no mercado de trabalho é a deficiência mental: apenas 19,3% estão exercendo algum tipo de atividade. Outras deficiências permitem um grau maior de inserção: incapacidade física ou motora (24,1%), deficiência auditiva (34,0%) e deficiência visual (40,8%). Para aqueles que não apresentam nenhuma dessas deficiências citadas, a proporção de pessoas ocupadas sobe para 49,9%. “O nível de desemprego entre os portadores de deficiência tende a ser mais alto do que a média. Os portadores de deficiência enfrentam ostensiva discriminação na hora de procurar emprego, porque sua deficiência tende a ser 12 vista como se afetasse todas as suas habilidades – inclusive de ser produtivo e independente”. A Constituição de 1988 baniu toda forma de discriminação, incluindo a de deficientes: “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. O portador de deficiência, todavia, ainda é muito discriminado: “... o portador de deficiência é terrivelmente discriminado em nossa sociedade, especialmente no seu acesso à educação e ao trabalho”. “Um cego ou um mutilado é capaz de efetuar o mesmo trabalho e ganhar o mesmo salário de um homem completamente são. Seria inteiramente oposto aos nossos propósitos que, em vista dos defeitos físicos dos operários procurássemos admiti-los com salários reduzidos, contentando-nos com um tipo inferior de produção. É um desperdício empregar um homem perfeito para um trabalho que pode ser executado por um deficiente. É um desperdício horrível pôr cegos a traçar cestos”. (Henry Ford, 1925) O Sistema de cotas da Lei n. 8.213/91 art. 93 obriga empresas privadas a separarem um percentual de cargos para deficientes, porém como já visto anteriormente com os dados do IBGE, uma das maiores dificuldades em preencher essas vagas é a falta de qualificação dos deficientes. Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde), reconhecida pelo Governo Federal, 10% (dez por cento) da população de qualquer país é portadora de algum tipo de deficiência, classificada em física, visual, auditiva e mental. Os dados do IBGE, contudo, mostram um número maior na população brasileira, com 14,5%. A distribuição percentual em cada tipo de deficiência oscila entre as regiões brasileiras, principalmente em função de componente socioeconômico, seguido de componentes socioculturais, estimando-se um contingente de mais de 27,5 milhões de brasileiros portadores de alguma deficiência. 13 “A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção”: I - até 200 empregados.....................................................................................2% II - de 201 a 500 empregados...........................................................................3% III - de 501 a 1000 empregados........................................................................4% IV - de 1001 em diante.....................................................................................5% Em conformidade com a Lei 8213/91, o estabelecimento relacionado neste relatório registra 620 funcionários e o percentual a ser aplicado é de 4% (quatro por cento), perfazendo um total de 25 pessoas com deficiência a serem incluídas na unidade de Teresópolis. 14 3 - OCUPAÇÕES / POSTOS DE TRABALHO 3.1 – ÁREA INDUSTRIAL 3.1.1 – ENVASAMENTO DE LATAS 3.1.1.1 – Encarregado de envasamento 3.1.1.2 – Operador de envasamento – Despaletizadora 3.1.1.3 – Operador de envasamento – Enchedora 3.1.1.4 – Operador de envasamento – Seladora 3.1.1.5 – Operador de envasamento – Paletizadora Manual 3.1.1.6 – Operador de envasamento – Embaladora 3.1.1.7 – Operador de envasamento – Pasteurizadora 3.1.2 – ENVASAMENTO DE GARRAFA 3.1.2.1 – Encarregado 3.1.2.2 - Operador de Envasamento – Encaixotadora e Desencaixotadora 3.1.2.3 – Operador de Envasamento – Inspetora Eletrônica 3.1.2.4 – Operador de Envasamento – Pasteurizadora 3.1.2.5 – Operador de Envasamento – Rotuladora 3.1.2.6 – Operador de Envasamento – Enchedora 3.1.2.7 – Operador de Envasamento – Lavadora 3.1.2.8 – Operador de Envasamento – Paletizadora e Despaletizadora 3.1.3 – INDUSTRIAL 3.1.3.1 – Supervisor de Produção 3.1.3.2 – Analista de PCP Junior – Assistente de PCP 15 3.1.3.3 – Auxiliar de Processo e Produção de PCP 3.1.4 – AUTOMAÇÃO 3.1.4.1 – Instrumentista – Programador Contínuo 3.1.5 – FABRICAÇÃO 3.1.5.1 – Supervisor de Processo e Produção 3.1.5.2 – Encarregado Processo Produtivo 3.1.5.3 – Operador de Processo Produtivo I e II 3.1.6 – FILTRAÇÃO E FERMENTAÇÃO 3.1.6.1 – Encarregado de Processo Produtivo 3.1.6.2 – Operador de Processo Produtivo I e II 3.1.6.3 – Operador de Processo Produtivo III 3.1.7 – FILTRAÇÃO - ADEGA DE PRESSÃO 3.1.7.1 – Operador de Processo Produtivo I e II 3.1.8 – FILTRAÇÃO - ADEGA DE FERMENTAÇÃO / MATURAÇÃO 3.1.8.1 – Operador Processo Produtivo I e II 3.1.9 – LABORATÓRIO 3.1.9.1 – Supervisor de Laboratório 3.1.9.2 – Encarregado de Laboratório 3.1.9.3 – Analista Químico – Laboratorista 3.1.9.4 – Assistente Administrativo 3.1.9.5 – Auxiliar de Laboratório 3.1.10 - LABORATÓRIO – ETDI 3.1.10.1 – Analista Químico 3.1.11 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA) 16 3.1.11.1 – Encarregado ETA 3.1.11.2 – Operador de ETA 3.1.12 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS 3.1.12.1 – Operador de ETDI 3.1.13 – MANUTENÇÃO MECANICA 3.1.13.1 – Supervisor 3.1.13.1 – Mecânico I, II e III 3.1.13.2 – Lubrificador 3.1.13.3 – Auxiliar Administrativo 3.1.14 – MANUTENÇÃO ELÉTRICA 3.1.14.1 – Supervisor de Manutenção Elétrica 3.1.14.2 – Eletricista de Manutenção I, II e III 3.1.15 – MANUTENÇÃO DE UTILIDADES 3.1.15.1 – Supervisor de Utilidades 3.1.15.2 – Operador de Utilidades 3.1.16 – ARMAZÉM 3.1.16.1 – Supervisor de Armazém 3.1.16.2 – Encarregado de Armazém 3.1.16.3 – Assistente Administrativo 3.1.16.4 – Auxiliar de Armazém – Inspeção de Vasilhames 3.1.16.5 – Ajudante de Armazém 3.1.16.6 – Auxiliar de Atendimento 3.1.16.7 – Auxiliar de Armazém – Balcão 3.1.16.8 – Operador de Empilhadeira 3.1.17 – ALMOXARIFADO 3.1.17.1 – Supervisor de Almoxarifado 17 3.1.17.2 – analista de Almoxarifado – Logística 3.1.17.3 – Almoxarife – Administrativo 3.1.17.4 – Ajudante de Almoxarifado 3.1.17.5 – Almoxarife – Peças 3.1.17.6 – Almoxarife – Insumos 3.1.17.7 – Auxiliar de Almoxarifado 3.2 – ÁREA ADMINISTRATIVA 3.2.1 – ADMINISTRATIVO 3.2.1.1 – Recepcionista 3.2.1.2 – Assistente Administrativo 3.2.1.3 – Motorista 3.2.2 – PORTARIA 3.2.2.1 – Encarregado de Portaria 3.2.2.2 – Porteiro 3.2.3 – SEGURANÇA DO TRABALHO 3.2.3.1 – Engenheiro de Segurança – Técnico de Segurança 3.2.3.2 – Bombeiro 3.2.4 – AMBULATÓRIO 3.2.4.1 – Médico do Trabalho 3.2.4.2- Auxiliar de Enfermagem 3.2.5 – LOGÍSTICA 3.2.5.1 – Analista de Planejamento de Logística Pleno – Analista de Logística 3.2.5.2 – Analista de Armazém 3.2.6 – CUSTOS 3.2.6.1 – Analista de Custos 3.2.7 – CONTÁBIL 18 3.2.7.1 – Contador 3.2.7.2 – Analista Contábil Pleno 3.2.7.3 – Analista Contábil Pleno 3.2.7.4 – Analista Fiscal Junior 3.2.8 – FISCAL 3.2.8.1 – Encarregado de Posto de Atendimento Faturamento (PAF) 3.2.8.2 – Analista Fiscal Pleno e Sênior 3.2.8.3 – Analista Fiscal Junior – Assistente Fiscal 3.2.9 – FATURAMENTO 3.2.9.1 – Auxiliar de Escritório 3.2.10 – FINANCEIRO 3.2.10.1 – Encarregado Financeiro 3.2.10.2 – Auxiliar Financeiro 3.2.11 – JURÍDICO 3.2.11.1 – Advogado 3.2.12 – MEIO AMBIENTE 3.2.12.1 – Analista de Meio Ambiente 3.2.13 – INFORMÁTICA 3.2.13.1 – Analista de Informática – Auxiliar de Informática 3.2.14 – RECURSOS HUMANOS ADMINISTRATIVO 6.2.14.1 – Analista de Admissão de Pessoas – Assistente de Admissão de Pessoal 3.2.15 – RECURSOS HUMANOS DESENVOVIMENTO 3.2.15.1 – Analista Recursos Humanos Júnior 19 3.2.16 – SERVIÇOS GERAIS 3.2.16.1 – Encarregado de Serviços Gerais 3.2.16.2 – Auxiliar de Serviços Gerais 20 4 – ANÁLISE DAS OCUPAÇÕES Serão apresentados alguns cargos de extrema importância dentro da empresa, e uma análise visando permitir a inclusão de determinadas deficiências que se enquadram melhor para cada função estabelecida. As pessoas portadoras de necessidades especiais podem exercer igualmente a função de uma pessoa não portadora de necessidades especiais, desde que, respeiadas suas limitações. Se administradores e empresários tivessem esse pensamento, poderiam tornar real a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho. 4.1 – Operador de Envasamento – Enchedora As atividades consistem na operação de máquinas e painéis eletroeletrônicos, abastecimento de rótulos, verificação de pressão, CO2, válvulas, temperatura, retirada de produtos da linha quando ocorrem falhas no processo, preenchimento de relatórios de parada de maquina, organização e limpeza do setor. Dentre os equipamentos utilizados destacam-se rodo, vassoura, mangueira e baldes. O setor encontra-se no piso térreo com acesso ao posto de trabalho por escadas metálicas de três degraus. Nos aspectos físicos exigem-se coordenação motora e fina, destreza, articulação dos membros superiores e inferiores, postura em pá, movimentos repetitivos para abastecimento de maquinas, deambulação constante entre 21 setor e esforço físico para deslocamento de produtos com peso entre 05 e 23Kg. Nos aspectos sensoriais exige-se atenção visual para abastecimento e monitoramento do processo. Nos aspectos psíquicos exigem-se atenção, concentração, habilidade organizacional, criatividade, interpretação de dados e iniciativa para solução de situações casuais. Recomenda-se a inclusão de pessoas com deficiência auditiva. 4.2 – Assistente Administrativo As atividades consistem na solicitação de compras, agendamento de hotéis, vôos, traslados e pagamentos de despesas de viagens. Dentre os equipamentos utilizados destacam-se telefone, rádio de comunicação interna, microcomputador e impressora. O setor encontra-se no piso térreo com deslocamento do colaborador por toda área industrial e administrativa. Nos aspectos físicos exigem-se coordenação motora ampla e fina, destreza, articulação dos membros superiores e um dos membros inferiores, postura variável e movimentos repetitivos para digitação. Nos aspectos sensoriais exigem-se acuidade visual para emissão e solicitação de compras, leitura de documentos e transcrição de dados no sistema informatizado percepção auditiva para atendimento telefônico aos colaboradores e utilização do radio de comunicação interna. Nos aspectos psíquicos exigem-se atenção, concentração, habilidade organizacional, criatividade, interpretação de dados e iniciativa para solução de situações casuais. 22 Recomenda-se a inclusão de pessoas com deficiência física, monoparesia (perda parcial das funções motoras de um dos membros inferiores), nanismo (anomalia de estatura, cujas dimensões são muito inferiores à média dos indivíduos da mesma raça, mesma idade e sexo), ou ostomia (determinadas doenças, tumorais ou não, exigem, para seu tratamento intervenções cirúrgicas que destroem as estruturas de controle de eliminação de fezes, ou de urina; a ostomose um procedimento que visa criar, num outro lugar do corpo, uma estrutura para sua eliminação denominada “ostoma” ou “estoma” – palavra derivada do grego que significa boca; atualmente o conceito foi alargado a todas as situações em que é criada, artificialmente, uma ligação para o exterior, permanente ou transitória). 4.3 – Motorista As atividades consistem na condução de veículos, emissão de check-list, transporte de passageiros, traslado ao aeroporto, hotéis, empresa, serviços de banco, correio e controle de quilometragem do veículo. Dentre os equipamentos utilizados destacam-se, celular e veículo. O setor encontra-se no piso térreo com deslocamento do colaborador por áreas externas. Nos aspectos físicos exigem-se coordenação motora ampla e fina, destreza, articulação dos membros superiores e inferiores, postura variável, deambulação e locomoção constante, rotação e flexão de tronco para condução de veículo e esforço físico para deslocamento de bagagem de passageiros com peso de 20kg. Nos aspectos sensoriais exigem-se acuidade visual para condução de veículos (atividade regulamentada pelo CTB – Código fr Transito Brasileiro) e percepção auditiva para atendimento telefônico e detecção de sinais sonoros emergenciais Nos aspectos psíquicos exigem-se atenção, concentração, habilidade organizacional, criatividade, interpretação de dados e iniciativa para solução de situações casuais. 23 5 – O RH DA EMPRESA - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Os processos de recrutamento e seleção na Cervejaria Petrópolis S/A, são realizados pela psicóloga Sra. Elaine do Carmo e Sra. Priscila Lima, que procuram candidatos com perfil adequado para as vagas. De maneira alguma interferem no processo de seleção preconceitos quanto à raça, cor, credo religioso, idade, sexo ou a alguma deficiência. Avaliam a todos de acordo com sua competência, não tendo nenhum tipo de discriminação. O RH divulga a vaga e a partir do recebimento dos currículos, é feita uma triagem de acordo com a necessidade de cada vaga. É verificado também pelas psicólogas o local onde a pessoa reside, para avaliar alguma dificuldade de locomoção. Por ser uma empresa em que a produção não pára, é verificado também a possibilidade de a pessoa trabalhar em turnos, e se isso causaria algum transtorno à família. A entrevista é feita na própria Cervejaria, onde a psicóloga conversa com cada um, ouve informações próprias e aplica testes necessários para a avaliação. Somente em casos de deficiências muito grandes a psicóloga procura conhecer a mãe ou algum parente próximo, para conhecer um pouco do candidato, tendo em vista que muitos mal conseguem se expressar. Em pessoas que são verificadas dificuldade de escrita, é dada uma ficha mais simples, onde há apoio da psicóloga. Em alguns casos, ela mesma escreve para o candidato, pois é verificado um grau de escolaridade muito baixo. Para 24 essas pessoas, o psicotécnico não é aplicado, ficando apenas com o parecer da entrevista. Após passar pelos testes e entrevista do RH, o candidato é encaminhado para entrevista com o gestor da área que apresenta a disponibilidade da vaga. Antes disso, a psicóloga avisa da deficiência da pessoa, para não haver nenhuma surpresa e não deixar o candidato constrangido. Após a entrevista com o gestor o mesmo é encaminhado para os exames médicos, que vão diagnosticar se está apto para a função. Sendo aprovado, é recolhida toda a documentação necessária para a contratação e marcado o dia para início das atividades. 25 6 – RELATO DE UMA DEFICIÊNCIA NA CERVEJARIA Foi escolhido um colaborador que trabalha hoje no setor de armazém como auxiliar. Esse colaborador é surdo e mudo e faz a inspeção dos vasilhames. Suas atividades consistem na realização de inspeção e separação de vasilhames com possíveis defeitos, montagem de pallets e blocos. O setor encontra-se no piso térreo. Em entrevista com o Sr. Bruno, supervisor imediato do colaborador, foi diagnosticado um alto nível de comprometimento do mesmo em suas funções diárias. É considerado um dos melhores do seu departamento. É organizado, atento às suas tarefas, não há índice de absenteísmo, faz uso correto de EPI, seus relatórios estão sempre corretos, ou seja, é produtivo tanto quanto qualquer outro do setor e é um funcionário de grande importância para a empresa. Seu relacionamento com sua equipe e colegas de trabalho é considerado bom. Verifica-se, todavia, uma certa indiferença e impaciência dos demais, muitas das vezes. A maior dificuldade para a maioria dos colaboradores do setor é a comunicação, tendo em vista que ninguém domina a língua brasileira de sinais (Libras). Tentam, por isso, o entendimento por gestos, mímicas e muitas vezes por escrita. 26 Não foi encontrado pelo Sr. Bruno, nenhum problema em supervisionar esse funcionário, pois o mesmo é sempre muito obediente e cumpre seus deveres, não dando motivos para reclamações. Esse colaborador nunca é deixado sozinho no seu setor por medida de proteção e cautela. É necessário ter sempre alguém por perto, pois no caso de algum aviso de evacuação da área, o colaborador poderá ser orientado por outrem. 27 7 – ADAPTAÇÕES Não podemos falar da inclusão de pessoas deficientes, sem mencionar a acessibilidade: “Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida”. De acordo com o dicionário Aurélio, acessibilidade é a qualidade do que é acessível, do que tem acesso. Facilidade, possibilidade na aquisição, na aproximação: a acessibilidade de um emprego. É muito comum nos depararmos com edificações não adaptadas para pessoas portadoras de necessidades especiais. Pessoas não projetam prédios e edifícios, pensando na facilidade de locomoção e livre acesso dessas pessoas, por isso encontramos com freqüência escadas, corredores e portas estreitas, telefones públicos altos, banheiros sem barra de proteção para cadeirantes, calçadas sem rampa de acesso, ausência de pisos podotáteis, etc. A lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000 promove acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais ou que tenham mobilidade reduzida, obrigando a acessibilidade em edifícios públicos, edifícios de uso coletivo ou privado, nos sistemas de comunicação e sinalização, ou seja, elimina qualquer tipo de barreira de locomoção dessas pessoas. 28 Esta questão tão importante ainda não é tratada com o devido respeito que merece. Para termos verdadeiramente a inclusão é preciso mais cuidados com os deficientes, uma vez que a acessibilidade é um direito de todos. A barreira arquitetônica é uma das razões que fazem com que muitas dessas pessoas se excluam da sociedade, por medo ou até mesmo por vergonha. 7.1 – SUGESTÕES DE ADAPTAÇÕES Fonte: http://www.lupa.facom.ufba.br/2009/10/deficientes-visuais-superam-asbarreiras-virtuais/. Acesso em 08/set/2010 Fonte: http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/index.asp?vEditoria=Direitos%20Huma nos&vCod=68808. Acesso em 08/set/2010 29 Fonte: http://gazeta-rs.com.br/noticia.php?id=2925. Acesso em 08/set/2010 Fonte: http://cidadesaopaulo.olx.com.br/acessibilidade-para-deficientes-fisicos-iid47307992. Acesso em 08/set/2010 Fonte: http://contramao.una.br/?p=1273. Acesso em 08/set/2010 30 Fonte: http://www.dirad.fiocruz.br/?q=node/118. Acesso em 08/set/2010 Fonte: http://luzdeluma.blogspot.com/2005_08_01_archive.html. 08/set/2010 Acesso em 31 Fonte: http://maonarodablog.com.br/categorias/acessibilidade/page/5/. Acesso em 08/set/2010 Fonte: http://edumanzi.wordpress.com/category/acessibilidade/. 08/set/2010 Acesso em 32 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no relato de caso feito na Cervejaria Petrópolis e análise na legislação e livros, podemos observar que o cumprimento da lei ainda está longe de acontecer integralmente. Isso se deve ao fato de ainda haver um preconceito e discriminação muito grande a essas pessoas, que muitas das vezes são vistas como incapazes. Devido a já haver na nossa história relatos de segregação de pessoas deficientes, a humanidade está acostumada a fazer distinção e isolamento dos portadores de necessidades especiais. Existe também a falta de qualificação dessas pessoas. Se elas tivessem, todavia, mais oportunidades, como educação inclusiva de boa qualidade, programas de capacitação e incentivo do governo, a inserção no mercado de trabalho seria algo mais próximo à realidade. É de extrema importância que a sociedade passe a respeitar as diferenças, tratar a todos de igual para igual e não enxergar somente as limitações dessas pessoas, mas também suas qualidades. A lei de quotas para as empresas tenta diminuir a exclusão dos deficientes, porém essa tarefa não deve ser apenas cumprida por normas legais e sim pela conscientização de que essas pessoas podem ser igualmente produtivas, e principalmente com o compromisso em exercer a cidadania. 33 O quadro que existe hoje precisa ser mudado e isso só acontecerá com a participação social de todos. 34 9 – BIBLIOGRAFIA Publicação oficial do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública. Direito da pessoa portadora de deficiência. São Paulo: Max Limonad, 1997. Secretaria de Educação a Distância. Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. Senac Rio. Sem limite: Inclusão de portadores de deficiência no mercado de trabalho. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2003. Disponível em: http://www.acessibilidade.org.br/cartilha_trabalho.pdf. Acesso em: 04/set/2010 Disponível em: http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/index.asp?vEditoria=Direitos%20 Humanos&vCod=68808. Acesso em 08/set/2010 Disponível em: http://cidadesaopaulo.olx.com.br/acessibilidade-para- deficientes-fisicos-iid-47307992. Acesso em 08/set/2010 Disponível em: http://contramao.una.br/?p=1273. Acesso em 08/set/2010 Disponível em: http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1991/8213.htm. Acesso em 28/ago/2010. Acesso em 08/set/2010 35 Disponível em: http://www.dirad.fiocruz.br/?q=node/118. Acesso em 08/set/2010 Disponível em: http://edumanzi.wordpress.com/category/acessibilidade/. Acesso em 08/set/2010 Disponível em: http://gazeta-rs.com.br/noticia.php?id=2925. 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