Sem título-3 - Instituto dos Auditores Internos do Brasil
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Sem título-3 - Instituto dos Auditores Internos do Brasil
IIA NOTÍCIAS LOGOS: IIA BRASIL Brasil | março de 2016 | Instituto dos Auditores Internos do Brasil ANO 5 • EDIÇÃO 51 • iiabrasil.org.br CONBRAI 2016 SERÁ EM SÃO PAULO FOTO: SÃO PAULO CONVENTION & VISITORS BUREAU DEPARTAMENTO DE TREINAMENTO DIVULGA DOIS NOVOS CURSOS Instituto africano desenvolve documento sobre relatórios integrados P>10 ‘As duas faces do rodízio de auditorias’, artigo com autoria de Andre Marini P>12 O Congresso Brasileiro de Auditoria Interna acontecerá de 25 a 28 de setembro no Transamérica Expo Center, zona sul de SP RETORNO APÓS 12 ANOS CAPITAL PAULISTA RECEBE O EVENTO NO TRANSAMÉRICA EXPO CENTER Com data definida em setembro, o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna tem local definido para receber um público 20% maior do que o apresentado na edição de 2015 com conforto e praticidade. O Congresso já conta com a parceria da AACD e do São Paulo Convention & Visitors Bureau. P>3 CURSOS PAG.11 BATE-PAPO PAG. 4 Confira os cursos do IIA Brasil que estão com turmas abertas em junho. Destacamos a programação completa do mês com datas e valores para investimento. Cinco capitais brasileiras foram contempladas como sede. Conversamos com Cesar Brunetto, Membro do Comitê de Relações Acadêmicas do IIA Global, sobre sua participação na revisão do 13º relatório da Pesquisa CBOK 2015. Ele explica a importância da presença brasileira no trabalho. CONBRAI 2016 - SÃO PAULO “ ANDRE MARINI Diretor-Presidente do IIA Brasil “O Instituto dos Auditores Internos do Brasil sempre trabalhará buscando a ampliação do Conbrai em conteúdo e número de participantes, porque isso é sinônimo de crescimento, networking e valorização da profissão. Queremos mais um Conbrai histórico e recordista.” FOTO: ARQUIVO PESSOAL ‘Três Linhas de Defesa’ e ‘Auditoria em Contratos’ são os treinamentos que passaram a integrar em março a grade de cursos ofertados pelo IIA Brasil a seus associados. A inserção amplia a atuação dos programas de capacitação e as áreas de conhecimento em Auditoria, Gestão de Riscos e Governança alcançadas atualmente. Em reportagem, detalhamos as características dos treinamentos, objetivos de aula, principais pontos dos conteúdos programáticos indicados pelos instrutores e informações básicas para registro de inscrição. P>11 Confira na próxima edição A Comissão Organizadora da 37ª edição do Congresso Brasileiro de Auditoria Interna (Conbrai) confirmou a participação do Maestro João Carlos Martins como palestrante motivacional do evento. Considerado um dos melhores músicos brasileiros e dono de uma história de vida marcada por superação e paixão pela Música Clássica, Martins concedeu entrevista aos repórteres do IIA Notícias. Divulgaremos o bate-papo especial na edição 52. SALVE A DATA 25 a 28 de setembro 700 participantes é a expectativa de público para a 37ª edição do Conbrai na capital paulista em setembro 8 para a realização do Conbrai no Transamérica ² Expo Center MIL M ESPECIAL PAG. 6 Gil Loja Neto, Auditor Geral da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), fala ao IIA Notícias sobre sua carreira, projetos e a respeito dos temas Controle Interno e Auditoria Participativa. P2 INSTITUCIONAL EDITORIAL FOTO: IIA BRASIL Conbrai 2016 será em São Paulo É sempre uma honra apresentar aos associados do IIA Brasil e aos leitores do IIA Notícias mais uma edição do Conbrai (Congresso Brasileiro de Auditoria Interna), evento organizado pela Diretoria Executiva e colaboradores do Instituto. A cada versão do encontro nos desafiamos a estabelecer uma conexão maior com os congressistas por meio de palestras que os aproximem de temas contemporâneos e abordagens em Auditoria Interna modernas que contemplem os desafios das atividades cotidianas da carreira. Na sua 37ª edição, o evento retorna a São Paulo, capital dinâmica e que explora a inovação de ideias. Motivados por essas características, convidamos nossos afiliados e profissionais de áreas correlatas a descobrirem um novo Conbrai, uma versão que nasce com a missão de superar o sucesso da edição anterior, seja como palestrante ou congressista. O IIA Brasil sempre trabalhará buscando a ampliação do Conbrai em conteúdo e número de participantes, porque isso é sinô- nimo de crescimento, networking e valorização da profissão. Queremos mais um Conbrai histórico e recordista. Nas folhas seguintes os leitores encontrarão as informações pertinentes para inscrição e participação no Congresso. Destaco que nossos canais de comunicação estão disponibilizados para ouvir opiniões e sugestões sobre o evento. Ainda nas páginas deste exemplar, o leitor encontrará artigo que foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo. Ele trata sobre o tema ‘Rodízio de Auditorias’ e foi desenvolvido para colaboração técnica solicitada pelo veículo de comunicação mencionado. Também destacamos matéria sobre a nova publicação do IIA África do Sul intitulada ‘Reporte Integrado – A Ponta do Iceberg’. Nela descrevemos o importante conteúdo desse documento que desmistifica o significado e utilização comum dos relatórios integrados nas corporações e o apresenta como material que unifica metas empresariais e fortifica valores institucionais. Outra pauta abordada diz respeito à entrevista com Cesar Brunetto, Coordenador de Serviços de Logística, que participou do Comitê de Revi- PESQUISA IPPF TERMINA EM ABRIL O Internacional Internal Audit Standards Board (IIASB), entidade organizadora da pesquisa para atualização do IPPF (Estrutura Internacional de Práticas Profissionais – sigla traduzida para o português), estipulou 30 de abril de 2016 como último dia para participação nesse estudo que expõe alterações sugeridas pelo IIA Global às Normas Internacionais. Os respondentes têm papel fundamental nesse procedimento para assegurar que as mudanças sugeridas darão suporte às presentes e futuras exigências da profissão, de seus praticantes e partes interessadas. Disponível em português, a pesquisa pode ser consultada no link goo.gl/ZGht5z. CONFERÊNCIA INTERNACIONAL TEM LISTA DE ORADORES Foram confirmados os primeiros nomes dos palestrantes da Conferência Internacional realizada pelo The Institute of Internal Auditors. A lista conta com Rudolph W. Giuliani, ex-Prefeito de Nova Iorque; Julia Gillard, ex-Primeira Ministra da Austrália; Richard F. Chambers (CIA, QIAL, CGAP, CCSA, CRMA), Presidente e CEO do IIA Global; Paul Sobel (CIA, QIAL, CRMA), Vice-Presidente e Chefe Executivo de Auditoria da Georgia-Pacific LLC; Olivia Kirtley, Presidente da International Federation of Accountants; e Richard Quest, Correspondente Internacional de Economia da CNN. A Conferência já possui data e local para 2016. O encontro, que também marcará a comemoração do 75º aniversário do IIA Global, será entre os dias 17 e 20 de julho em Nova Iorque (EUA). AUDITORIA EM EVENTOS É FOCO DE CONFERÊNCIA NOS EUA Com promoção do IIA Global, a Conferência Anual Gaming & Hospitality 2016 foi realizada em 06 e 07 de abril no Hotel The Mirage (Las Vegas, Nevada – EUA). Em 2016, após pesquisar as necessidades dos associados, o evento expandiu suas ações, que se restringiam à indústria de Jogos e Casinos, incluindo o setor de Hospitalidade. Com isso, os profissionais de auditoria para operações de eventos (hotel, hospedagem, alimentos e bebidas) conquistaram nova plataforma para troca de experiências e conhecimentos. Esse foco ampliado permitiu ao IIA Global aumentar o programa e redes de oportunidades educacionais para executivos de Auditoria Interna desse setor. O IIA NOTÍCIAS é uma publicação do Instituto dos Auditores Internos do Brasil. Rua Princesa Isabel, 94 - cjs. 11 e 12 (1º andar). Brooklin Paulista. São Paulo - SP. Contato: +55 (11) 5523-1919 | iiabrasil.org.br são do 13º livro produzido pelo IIA Global para divulgação dos resultados da Pesquisa CBOK 2015. Ele destaca a importância da presença brasileira e do documento que será traduzido para o português pelo IIA Brasil. Menção especial ainda para nossa conversa com Gil Loja Neto, Auditor Geral da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sobre sua carreira e projeto premiado pela ControladoriaGeral da União (CGU). Estamos em época de novidades e prontos para os desafios de uma Auditoria sempre dinâmica, que ganha novos contornos a cada prática difundida no mundo da nossa profissão. Vamos em frente, sempre! • RELATÓRIOS CBOK pelomundo expediente Andre Marini, Diretor-Presidente do IIA Brasil RÁPIDAS DO IIA BRASIL ANDRE MARINI (CRMA) Diretor-Presidente Produção Editorial e Revisão: Comunicação IIA Brasil Diagramação: Comunicação IIA Brasil Jornalista Responsável / Editor: Tiago Cruz | MTb. 6.300/PR Redação: [email protected] Conselho Editorial | Diretoria Executiva: Andre Marini (CRMA), Wanderley de Freitas (CIA, CRMA), Paulo Gomes, Fábio Pimpão (CIA, CCSA, CRMA) e Antonio Edson Maciel dos Santos (CCSA). O IIA Brasil disponibiliza 13 relatórios traduzidos exclusivamente para associados sobre a pesquisa CBOK 2015 (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission), estudo desenvolvido pela Fundação de Pesquisa IIA (IIARF). Os documentos apresentam o resultado de levantamento realizado com 14.518 profissionais de Auditoria Interna do mundo inteiro sobre os assuntos: Futuro, Perspectiva Global, Governança, Gestão, Risco, ‘Normas & Certificações’, Talento e Tecnologia. Conheça as publicações na Área Restrita do Site IIA Brasil (iiabrasil.org.br). HABILITAÇÃO ISENTA - CFSA Em abril, novos candidatos poderão ingressar no programa de certificação CFSA (Certified Financial Services Auditor) pagando apenas o valor do exame. O IIA Brasil, em parceria com o IIA Global, anuncia isenção da taxa de habilitação para a realização dessa prova. É bom lembrar que a promoção será aplicada apenas para exame CFSA com pagamento efetuado em abril de 2016. Inscreva-se e sane eventuais dúvidas no site institucional (iiabrasil.org.br), seção Certificações. Conselho de Administração: Renato Trisciuzzi (CIA, CCSA, CRMA, QIAL), Paulo Ayres (CIA, CRMA), Oswaldo Basile (CIA, CCSA, CRMA), Herbert Homolka (CIA, CCSA, CGAP, CFSA, CRMA), Carlos Berti (CIA, CCSA, CRMA), Paulo Vanca (CRMA), Rene Andrich (CIA, CCSA, CRMA), Igor Gouvêa (CIA, CRMA), Maurício Lopes e Artur Damasceno (CIA, CCSA, CFSA). 51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br | IIA NOTÍCIAS P3 CONBRAI RETORNA A SÃO PAULO EM 2016 Após 12 anos, a capital paulista recebe o maior encontro de auditores internos do país com palestrante motivacional confirmado FOTO: SÃO PAULO CONVENTION & VISITORS BUREAU DA REDAÇÃO iianoticias@ Partindo de uma edição com extrema repercussão na mídia e entre os profissionais do setor, o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna (Conbrai) desembarca na capital paulista depois de 12 anos. A Comissão Organizadora do evento espera um público de 700 congressistas – o que significa aumento de aproximadamente 20% em relação ao número registrado no ano passado. Para receber todos os participantes de maneira confortável e atrativa, o encontro terá como sede o Transamérica Expo Center. O IIA Brasil, entidade sem fins econômicos desenvolvedora do evento, realizará o Conbrai no período de 25 e 28 de setembro. A escolha do logotipo desenvolvido para a 37ª edição do Congresso, e principalmente o uso das cores, indica o imperativo da versão 2016 do Conbrai: a diversidade de ideias e projetos. A Comissão Organizadora incentiva, assim, os participantes a apresentarem diferentes perspectivas sobre os temas das quatro trilhas de palestras (‘Práticas de Auditoria Interna’, ‘Governança, Compliance e Gestão de Risco’, ‘Tecnologia e Segurança da Informação’, e ‘Auditoria Governamental’). Inspiração na cidade sede que, além de ser um dos maiores centros financeiros, corporativos e mercantis da América do Sul, abriga e aceita novas propostas, ouvindo sempre as demandas do mercado. O Conbrai já divulga também em seu lançamento a presença do Maestro João Carlos Martins como palestrante motivacional. Martins ocupa um lugar especial no cenário musical brasileiro, sendo considerado um dos maiores intérpretes de Bach do século XX pela crítica internacional. Nasceu em São Paulo, no dia 25 de junho de 1940, e iniciou seus estudos de piano aos oito anos de idade. Com treze começou sua carreira no Brasil e aos dezoito no exterior. Suas gravações estiveram muitas vezes entre as Transamérica Expo Center – total de 8.000 m² para realização do 37º Conbrai mais vendidas e jornais como New York Times, Washington Post e Los Angeles Times sempre registraram reportagens sobre sua personalidade artística. Abandonou definitivamente os palcos como pianista no ano de 2002 por problemas físicos e passou para a regência de orquestras, imprimindo em suas interpretações a mesma energia que possuía quando pianista. Antes disso, Martins foi privado diversas vezes do seu contato com o piano. De uma queda durante partida de futebol que perfuraria seu braço direito até o desenvolvimento no membro superior esquerdo de uma doença que provocaria contratura e espessamento da fáscia palmar, o maestro realizou diversos tratamentos e intervenções cirúrgicas que o transformaram em exemplo de superação, talento e paixão pelo que faz. Ele é o único músico brasileiro que teve a sua vida registrada duas vezes por cineastas europeus – Die Martin’s Passion, uma coprodução franco -alemã dirigida por Irene Langman, assistido por mais de um milhão e meio de pessoas na Europa e vencedor de vários festivais internacionais; e Revêrie dos cineastas belgas Johan Kenivé e Tim Herman. Na próxima edição do IIA Notícias divulgaremos o bate-papo entre nossos jornalistas e o Maestro João Carlos Martins. O dia da sua presença no Conbrai ainda não foi definido. A grade preliminar de palestras da 37ª edição do evento será divulgada a partir de maio, quando todas as postula- ções inscritas forem analisadas. “Pelo terceiro ano, o Conbrai terá como parceiro de Responsabilidade Social a AACD. Agora em São Paulo, os congressistas vão poder ver ainda mais de perto a relevância dessa aliança. Em uma Instituição com forte dependência de recursos advindos da sociedade, uma parceria como a proporcionada pelo IIA Brasil propicia acesso a conteúdos de extrema relevância para que a Auditoria Interna mantenha-se atualizada e possa, cada vez mais, contribuir para o alcance dos nobres objetivos da AACD”, informou e salientou Vivian Sueiro Magalhães, Gerente de Auditoria Interna e Compliance da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). O São Paulo Convention & Visitors Bureau também entra para o rol de apoiadores sendo a primeira organização a realizar Apoio Institucional ao encontro. Segundo Toni Sando, Presidente Executivo da entidade, “faz parte da missão do São Paulo Convention & Visitors Bureau dar o suporte e apoio para a realização de eventos nacionais e internacionais, tanto pelo turismo, incrementando o número de visitantes no destino, quanto pelos temas discutidos neles”. Assim como em 2015, o valor do investimento para inscrição no Conbrai será apresentado aos associados em lotes e prazos específicos que determinam descontos para quem confirmar sua presença e formalizar pagamento antecipado. Essas informações estão disponíveis no site conbrai.com.br. • ENTREVISTA RELATÓRIO 13 DO CBOK TEM PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA DA REDAÇÃO iianoticias@ Cesar Brunetto, Membro do Comitê de Relações Acadêmicas do IIA Global, é o entrevistado especial da edição 51 do IIA Notícias. Ele fez parte da equipe de revisão para o conteúdo do 13º relatório da Pesquisa CBOK 2015 (material traduzido pelo IIA Brasil e disponível para download em seu site oficial – iiabrasil.org.br). Em bate-papo, Brunetto explica a importância da presença brasileira no desenvolvimento do estudo e fala sobre capacitação do profissional de Auditoria Interna. IIA NOTÍCIAS Você participou do Comitê de Revisão do relatório ‘GREAT: Ótimas Formas de Motivar Sua Equipe’, desenvolvido por Bruce Turner para a Pesquisa CBOK 2015. Como foi a experiência com esse trabalho? CESAR BRUNETTO A experiência foi enriquecedora. O Comitê de Revisão era composto por líderes de Auditoria Interna das Américas, Europa e Oceania. Cada um pôde trazer suas percepções em relação às práticas de motivação de equipe de sua região. Foi essa pluralidade, aliada aos resultados das pesquisas dos quase 15 mil profissionais que participaram do CBOK e ao conhecimento e liderança do Bruce, que garantiu um documento com conteúdo prático, de qualidade e global. IIA NOTÍCIAS Estímulo à capacitação. De certa forma, o documento mencionado traz essa mensagem. Você concorda? O que mais chamou a sua atenção nos resultados apresentados sobre o tema? CESAR BRUNETTO Pessoalmente, acre- dito que o estímulo à capacitação é o principal elemento dentre os cinco destacados pelo documento, uma vez que a motivação da equipe é diretamente relacionada ao desenvolvimento e à aprendizagem trazida para cada membro do time. A América Latina já possui uma das maiores horas de treinamento por ano, chegando em 51 contra a média mundial de 45, mas ainda assim está longe de ser o suficiente para estarmos atualizados às mudanças do mundo contemporâneo. O auditor interno só conseguirá provar o seu valor para as organizações mantendo-se altamente capacitado, isto é, participando de treinamentos, workshops, conferências, buscando certificações e aprimorando suas habilidades. IIA NOTÍCIAS O IIA Brasil registrou no último ano um aumento de 51% na realização de treinamentos, o que indica também crescimento na busca das empresas para capacitação de seus colaboradores. O que acha dessa informação? CESAR BRUNETTO O tema 2015-2016 do IIA Global é ‘Invista em você’ e, como diz Larry Harrington, Presidente do IIA Global, não há maior retorno do que o investimento feito em você mesmo. Cada vez mais há a necessidade de investir não só em treinamentos de auditoria e gestão de riscos, mas também em cursos voltados aos negócios, à tecnologia da informação, à comunicação, à análise crítica e ao relacionamento pessoal. É muito positivo que as empresas trabalhem para a capacitação de seus times, entretanto o colaborador não pode delegar à empresa o seu próprio aprendizado. Embora seja papel do líder estimular e inspirar a equipe a desenvolver-se, ninguém deve terceirizar o destino PAPO bate P4 de sua vida ao líder ou à empresa. IIA NOTÍCIAS Qual o significado de ser integrante do Comitê de Relações Acadêmicas do IIA Global para sua carreira? CESAR BRUNETTO Os Comitês do IIA Global proporcionam um ambiente de estímulo contínuo ao desenvolvimento profissional e pessoal por meio do contato com os principais líderes mundiais de Auditoria Interna e do debate de temas fundamentais relacionados à carreira. Profissionalmente, abre muitas portas em nível global, mas o maior significado é poder contribuir, mesmo que minimamente, com o avanço da profissão e ajudar para que a próxima geração de auditores internos seja melhor do que a nossa. IIA NOTÍCIAS Representar o Brasil junto ao IIA Global traz quais responsabilidades? CESAR BRUNETTO A consciência de que somos agentes de mudança e responsáveis por alterar o status quo de nosso país em relação ao mundo. Há uma grande lacuna entre o ensino da Auditoria Interna nos países da América Latina e o praticado nos Estados Unidos e Europa. Para que nossa profissão seja vista cada vez mais como essencial nas organizações precisamos fomentar o valor da Auditoria Interna na sociedade brasileira e despertar o interesse dos jovens para a carreira. Esse avanço só será possível com o esforço de cada profissional da área, seja realizando seu trabalho nas organizações de forma agregadora, eficaz e ética ou inspirando os mais jovens na busca de um mundo mais justo e honesto. • 51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br | IIA NOTÍCIAS P5 P6 ESPECIAL IIA NOTÍCIAS ENTREVISTA GIL LOJA NETO, AUDITOR GERAL DA EBSERH Projetos, Controle Interno e Auditoria Participativa são pautas da conversa com nossos jornalistas DA REDAÇÃO iianoticias@ Para citar apenas as atividades dos últimos 12 anos, Gil Loja Neto já foi Chefe da Divisão de Auditoria e Fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU) e por quase seis anos Auditor Chefe do Fundo Nacional para o Desenvolvimento (FNDE/MEC). Hoje ele é Auditor Geral da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), comandando equipe premiada com o desenvolvimento de nova metodologia em Auditoria Interna pela CGU. Conheça um pouco mais sobre a carreira desse profissional com vasta experiência em Controle Interno e sua contribuição atual para a Auditoria Interna brasileira. IIA NOTÍCIAS O senhor é colaborador da CGU desde a criação do órgão, assumindo cargos de alta gestão na administração de auditorias internas para grandes instituições públicas do Brasil. Como o senhor avalia as atividades em auditoria ao longo da sua experiência no setor público? Ocorreram mudanças significativas nos seus processos e procedimentos? GIL LOJA NETO Sem dúvida as mudanças estão ocorrendo e são significativas. A trajetória do Controle Interno no Brasil é muito recente (acompanhe informações no quadro ‘Evolução do controle governamental no Brasil’), razão pela qual toda a sua operação e instrumentalização ainda estão em evolução. Há lacunas importantes que, atualmente, busca-se suprir com a Proposta de Emenda à Constituição nº 45/2009 que torna os órgãos de controle interno permanentes, bem como suas funções de ouvidoria, controladoria, auditoria governamental e correição. A proposta, que acrescenta o inciso XXIII no artigo 37 da Constituição Federal, também fortalece o Sistema de Controle Interno em todos os entes federativos e caracteriza a atuação dele como essencial ao funcionamento da Administração Pública. Considerando o pouco tempo da atuação qualitativa na administração pública, percebo que o desempenho dos auditores privados, com larga experiência e conhecimento técnico consolidado, tem apresentado um resultado extremamente positivo nos trabalhos de auditoria da Ebserh. IIA NOTÍCIAS Atualmente, estão sob o comando do senhor todas as unidades de auditoria interna dos hospitais universitários federais do país. Quais são as ferramentas essenciais para promover a transparência e o controle da gestão pública em um cenário tão vasto como o configurado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)? GIL LOJA NETO Até maio de 2016, a Auditoria Interna da Ebserh tem acompanhado o ritmo de expansão da empresa, totalizando 32 unidades de auditoria instaladas em seus hospitais. Esse, por si só, já é o maior dos desafios: implementar auditorias em instituições extremamente complexas com a variação de 03 a 105 anos de existência, apresentando culturas e modelos de gestão diversos. Muitas delas nunca tiveram uma unidade de auditoria interna própria e as desenvolveram após avaliação do controle administrativo de 24 desses hospitais pelo Tribunal de Contas da União, que registrou em 25 acórdãos expedidos (2013) alerta para o risco da prática, orientando a instalação imediata de estruturas de controle. Ao planejar essa estrutura a ser implementada, foram considerados tanto a missão e objetivos da empresa, quanto a sua particularidade de ser uma organização pública, que, como tal, propõe-se a intervir no mercado de forma a suprir uma demanda social utilizando os meios que ele a oferece (principalmente no que se refere à contratação de profissionais que não os servidores públicos concursados já atuantes na administração pública). Desse modo, buscaram-se parcerias com instituições internacionalmente reconhecidas na capacitação e aperfeiçoamento de mão de obra qualificada, como o próprio IIA Brasil (afiliado ao IIA Global), assim como se procurou no mercado profissionais experientes e dispostos a assumirem o desafio de desenvolver um modelo de gestão e execução de ações de controle da coisa pública, por meio da junção de seus conhecimentos com as experiências governamentais. Concluindo esse processo, chegou-se ao time de excelência que temos hoje trabalhando em nossos hospitais universitários (HUs), com dois terços dos auditores chefes provenientes da iniciativa privada e um terço com forte experiência em auditoria governamental. As atividades com esses profissionais são intensas, uma vez que precisam literalmente imergir na coisa pública, compreendendo e aprendendo em um curto espaço de tempo as particularidades da administração pública. Em contrapartida, oferecem uma riqueza de conhecimentos adquiridos em vários segmentos de mercado e em diversas empresas (tanto no Brasil como no exterior), principalmente as chamadas “Big Four” do setor de auditoria. Essa pluralidade foi essencial para o desenvolvimento e implantação da Metodologia de Mensuração de Maturidade e Riscos desenvolvida e executada com sucesso em todos os nossos HUs. A juventude da nossa auditoria governamental traduz-se pela inexistência, até o surgimento da Mensuração da Maturidade do Ambiente de Governança (MMAG), de uma ferramenta de avaliação e identificação de riscos, tais como o COSO (Committee of Sponsoring Organizations) e o COBIT (Control Objectives for Information and related Technology), já consagradas internacionalmente na iniciativa privada. IIA NOTÍCIAS Em 2015, o senhor e a sua equipe foram finalistas no 3º Concurso de Boas Práticas da Controladoria-Geral da União (CGU) com o projeto ‘Mensuração da Maturidade do Ambiente de Governança na Gestão Pública (MMAG)’ para a categoria ‘Aprimoramento das Auditorias Inter- EVOLUÇÃO DO CONTROLE GOVERNAMENTAL NO BRASIL Historicamente, o controle na administração pública federal do Brasil tem a sua origem em 1761 com o Marquês de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo). Ele instituiu Corte de Avaliação Financeira, confirmada no ano de 1764, com a implantação das Juntas da Fazenda no Rio de Janeiro e Capitanias. Após a chegada da Família Real (1808) surgiram o Conselho da Fazenda e o Erário Régio, estabelecendo funções de controle, coordenação do patrimônio e fundos públicos. A Proclamação da República instaurou (1889) as condições necessárias para a Constituição Federal de 1891 instituir a criação do Tribunal de Contas da União, com atribuições de examinar previamente todas as operações relacionadas com receita e despesa da União, mas que só iniciaria suas atividades alguns anos depois. Em 1964, a Lei nº 4.320 estabeleceu normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, apresentando de forma mais clara as definições de controles interno e externo e suas funções. Com a Constituição Federal de 1988 (artigos 70 e 74) consolidou-se a estrutura do sistema de controle da administração pública ao mesmo tempo em que se ultrapassaram as restrições à análise meramente financeira e orçamentária incluindo, porém, a análise contábil, operacional e patrimonial. Essa concretização trouxe um marco fundamental para o Controle Interno do Poder Executivo Federal uma vez que determinou em seu artigo 70 a responsabilidade do Congresso Nacional e do Sistema de Controle Interno de cada Poder sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receita. Em consequência ao aumento da complexidade das atividades de controle originado pela nova Constituição, notou-se a necessidade de reestruturações no Sistema de Controle Interno, tais como: a criação em 1994 da Secretaria Federal de Controle, com vinculação ao Ministério da Fazenda; registro das 51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br FOTO: ARQUIVO PESSOAL Gil Loja Neto, Auditor Geral da Ebserh Leis 8.666 (1993), 8.112/90 (que rege o regime jurídico dos servidores públicos, bem como as leis de diretrizes orçamentárias e de orçamento) e Complementar 101 (2000), denominada Lei de Responsabilidade Fiscal. Com os Decretos nº 3.589 (2000), 3.590 (2000) e 3.591 (2000), a SFC reestruturou-se na Secretaria Federal de Controle Interno, extinguindo as CISETs (Controle Interno Setorial) – excetuando-se as CISETs da Casa Civil da Presidência da República, Ministério da Defesa e Ministério das Relações Exteriores. A Controladoria-Geral da União foi inicialmente criada como CorregedoriaGeral da União pela Medida Provisória nº 2.143-31 (02 de abril de 2001). Posteriormente, com a Medida Provisória nº 103 (01 de janeiro de 2003), transformou-se na Controladoria-Geral da União com atribuições de agir na defesa do patrimônio público e atuação regulamentada pelo decreto 3.591 de 06 de setembro de 2000, que estabeleceu competências, estrutura, organização, atividades e finalidades por meio das quais seria realizada a avaliação da ação governamental e da gestão dos administradores públicos. Esse mesmo decreto delimitou, em seus artigos 15 e 16, as competências das auditorias internas das Entidades da Administração Pública Indireta (ou seja, das empresas públicas, autarquias e fundações), além das Instruções Normativas da CGU e Decisões Normativas do TCU. • nas’. Qual o significado dessa conquista? GIL LOJA NETO Realmente tivemos a felicidade de sermos finalistas e vencedores do 3º Concurso de Boas Práticas da CGU na categoria ‘Aprimoramento das Auditorias Internas’. Conquistamos destaque com apenas três anos de existência frente a 66 inscrições de boas práticas de renomadas e reconhecidas instituições públicas. Essa grande vitória demonstra que estamos no caminho certo. Nesse trabalho, alguns resultados se destacam: maior apreensão das atividades de auditoria interna e penetração em vários meandros da instituição; compreensão das ações de controle interno com a instalação e operação de comissões para tal finalidade em todos os hospitais, além da atuação de agentes de controle interno; concepção das atividades do HU por meio do trinômio administração, assistência e ensino; identificação dos riscos gerenciais e estímulo ao seu gerenciamento; resultados positivos da metodologia após evolução dos indicadores dos HUs com o trabalho efetivo das comissões de controle interno e comprovação de que o serviço de uma equipe multidisciplinar, com colaborações tanto de auditores públicos como privados, é plenamente factível. A partir desse reconhecimento, passamos a ter, além das ferramentas de controle já consagradas internacionalmente na iniciativa privada, como o COSO e o COBIT, uma nova e efetiva ferramenta desenvolvida integralmente pela administração pública brasileira. IIA NOTÍCIAS A metodologia utilizada nesse projeto conta com a participação dos colaboradores para mapear o funcionamento dos hospitais filiados, registrando pontos positivos e negativos na administração dessas instituições. Ouvir a equipe operacional, portanto, é a essência do trabalho. Essa ação já proporcionou os seus primeiros resultados? O senhor pode destacar um deles? GIL LOJA NETO Há de se diferenciar a metodologia da ferramenta. Embora se completem, a ferramenta utiliza em fundamento métodos consagrados internacionalmente como o COSO e o COBIT, além dos manuais de auditoria pública do Tribunal de Contas da União (TCU) e da CGU – o que proporcionou uma importante e inédita integração entre os conceitos e normas de auditoria pública e privada. A ferramenta precisava de um método, um cenário que pudesse ser utilizado com efetividade. A Metodologia então foi dividida em três momentos. No primeiro, a auditoria estimula e atua como facilitador e organizador das respostas para a Mensuração da Maturidade do Ambiente de Governança dos HUs (que vem a ser uma autoavaliação sobre seis eixos previamente definidos e explorados por meio de um formulário de coleta de dados e entrevistas). Após seis ou oito meses, a auditoria retorna com o objetivo de validar os resultados obtidos na primeira fase e avaliar as ações tomadas pela Comissão de Controle Interno instalada para resolvê-los. No terceiro momento, os riscos envolvidos no processo são identificados e oferecidos ao gestor para que tome as providências que achar cabíveis a fim de mitigá-los. | IIA NOTÍCIAS P7 IIA NOTÍCIAS A mídia brasileira tem identificado o aquecimento da carreira, observando ampliação de oportunidades de emprego para os auditores internos, após a descoberta dos diversos escândalos de corrupção corporativa. O senhor também nota esse quadro apontado? GIL LOJA NETO Certamente. Como disse no início, a auditoria governamental no Brasil é nova e está em constante evolução. A maior prova disso são os resultados e expressividades alcançadas pela CGU em suas ações de controle, tais como o lançamento de cartilhas e legislações que afetam o controle não só de entidades do Governo, mas também de seus fornecedores (sejam públicos ou privados). É o momento do conceito de Integridade ganhar status de essencialidade no trato e contrato com o Governo. IIA NOTÍCIAS O Diretor-Presidente do IIA Brasil, André Marini, esteve na Ebserh palestrando sobre Auditoria Participativa em março último. O senhor notou semelhanças entre a metodologia apresentada e a desenvolvida pelo projeto MMAG? GIL LOJA NETO Ao assistir a apresentação sobre Auditoria Participativa do Diretor-Presidente do IIA Brasil, Andre Marini, identifiquei uma similaridade com o nosso método de Mensuração e Avaliação de Maturidade e Riscos, uma vez que o nosso público é o hospital na sua totalidade, abarcando desde os colaboradores terceirizados que trabalham no HU até os acadêmicos, corpos docentes e assistenciais. As ideias do Diretor-Presidente Marini fizeram-me refletir sobre a pertinência em estender a ferramenta à sociedade beneficiária. Enfim, os processos podem se complementar. IIA NOTÍCIAS Para a última pergunta, trazemos uma curiosidade. Além de ser bacharel em Ciências Aeronáuticas e possuir MBA em Engenharia Econômica, Administração Industrial, Marketing e Gestão Pública, o senhor cursou Gastronomia. Essa escolha tem qual motivador? GIL LOJA NETO O motivador foi justamente o controle da coisa pública. Na época, trabalhava como Auditor Chefe do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo maior e mais antigo programa social do Brasil: a Alimentação Escolar (que desde 1955 beneficia mais de 40 milhões de alunos em escolas de todo o país). Senti necessidade de obter informações técnicas sobre o processo que me permitissem avaliar o Programa não só de forma quantitativa como de maneira qualitativa. O resultado foi muito positivo e tive a chance, inclusive, de coordenar missões da Agência Brasileira de Cooperação (ABC Itamaraty) na África, avaliando, capacitando e fomentando o desenvolvimento de políticas similares nesses países. Atuei também como palestrante para a WFP (World Food Program – ONU) em assuntos correlatos. Já na Ebserh tive a oportunidade de concluir em 2015 um curso de Especialização em Gestão de Hospitais Universitários no Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, que contribuiu de forma decisiva para a realização de todo esse trabalho. • P8 CERTIFICAÇÕES PROFISSIONAIS BRASILEIROS RECEBEM CERTIFICAÇÕES INTERNACIONAIS IIA Global divulgou os nomes dos auditores internos que finalizaram no 1º trimestre de 2016 os exames necessários para a obtenção das designações CIA, CCSA e CRMA DA REDAÇÃO iianoticias@ Na contabilidade do primeiro trimestre de 2016, o IIA Global registrou seis nomes brasileiros no quadro de profissionais que conquistaram certificações internacionais em Auditoria Interna. Entre as designações mencionadas estão o CIA (Certified Internal Auditor), o CCSA (Certification in Control Self-Assessment) e o CRMA (Certification in Risk Management Assurance). Rafael Paula Soares de Melo, auditor para Risk Assurance Services da PwC, está nessa seleta lista e contou ao IIA Notícias alguns detalhes sobre o seu método de estudo para a concretização em apenas doze meses do programa de certificação CIA. “O que me manteve focado durante este último ano foi a oportunidade que vi na certificação de aprofundar meus conhecimentos técnicos, bem como comprovar internacionalmente a especialização na área. Acredito que ela me confere diferenciais perante aos demais auditores internos do mercado”, frisou Rafael, justificando o esforço que descreveria posteriormente para encaixar as horas de estudo em sua cheia e complicada agenda corporativa. Ele contou que dedicava no mínimo uma hora por dia após o expediente de trabalho para pesquisas sobre a certificação. Ao todo, investiu mais de 400 horas para passar em todas as etapas do processo. “Acredito que um ponto extremamente importante durante este um ano de estudo foi a gestão do tempo. Criei algumas rotinas para conseguir gerir meu tempo de forma mais efetiva. Cheguei até mesmo a gravar áudio com meus próprios resumos em aplicativo de celular para aproveitar o tempo despendido no trajeto até o trabalho”, observou. Disponibilizados pelo IIA Global com tradução do IIA Brasil, materiais como o Gleim Online e o CIA Review, que recriam o ambiente de prova apresentando em diferentes plataformas questões de exames anteriores, foram empregados por Rafael em suas horas de estudo. O auditor associou o sucesso na efetivação dos três exames que estruturam o programa da designação CIA tanto às metas semanais e diárias que traçou como também à utilização desses recursos ofertados pelo Instituto. “Apesar de cansativa, estressante e trabalhosa, a certificação é proporcionalmente desafiadora e gratificante ao ser concluída”, frisou Rafael. Confira a lista completa dos profissionais certificados no anúncio presente abaixo desta matéria. O IIA Brasil também realiza treinamentos presenciais preparatórios para os exames das designações CIA e CCSA. Datas de turmas abertas, conteúdos FOTO: ARQUIVO PESSOAL Rafael Melo conquistou a certificação CIA em 12 meses programáticos e valores de investimento estão disponíveis no site institucional (iiabrasil.org.br), seção Treinamentos. Informações sobre os selos internacionais podem ser encontradas no tópico Certificações presentes na home do mesmo link. • 51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br | IIA NOTÍCIAS P9 P10 CAPACITAÇÃO ÁFRICA DO SUL DISCUTE IMPORTÂNCIA DOS RELATÓRIOS INTEGRADOS DA REDAÇÃO iianoticias@ Em fevereiro, o Instituto dos Auditores Internos da África do Sul organizou o Índice de Governança Corporativa, estudo que revelou algumas tendências preocupantes para organizações sul-africanas que podem ter um efeito adverso sobre a capacidade ideal de criação de valor empresarial. O documento, com autoria do auditor interno Charles Nel e da Diretora Executiva do IIA África do Sul Claudelle Von Eck, está redigido em forma de artigo (denominado ‘Reporte Integrado – A Ponta do Iceberg’) e apresenta a importância da produção dos relatórios integrados nas empresas, além de destacar alguns resultados dos quais as corporações daquelas nações precisam melhorar em Auditoria Interna. Segundo o documento, muitas organizações entendem o relatório integrado como um fim em si mesmo. Ou seja, um apanhado de dados que deve ser interpretado de forma quantitativa, sem análise conjuntural e processual em seu desenvolvimento. O resultado é tão mal interpretado ao ponto de sua produção ser atribuída muitas vezes ao Departamento de Marketing. Os números apresentados são apenas a ponta de um iceberg. A comunicação integrada é uma ferramenta que pode auxiliar as empresas na condução da uniformidade de diálogo e cultura corporativa, centrando-se nas ações que desenharão resultados desejados e importantes para a organização como um todo. Ela possibilita a prestação de contas transparente e melhora a qualidade e profundidade da informação fornecida às partes interessadas. Esse trabalho faz uma analogia ao iceberg para ilustrar de que forma os relatórios integrados contribuem para a criação de valor, bem como podem ajudar os líderes a encontrar os pontos fracos no modo que as corporações estão executando suas atividades. A base submersa do iceberg representa o processo de elaboração do documento: grandioso, cheio de vertentes e que trabalha pela lapidação de valores. Nesse compromisso, de acordo com os especialistas que redigiram o documento, a liderança constitui a base das organizações. A produção de valor está no coração dos relatórios integrados. O valor é criado pela utilização interligada de capitais, que nesse contexto vai muito além do foco tradicional desequilibrado sobre o capital financeiro. As empresas devem ter uma ideia clara de como esses capitais se relacionam uns com os outros no processo de criação de valor e se eles estão sendo usados na combinação correta para produzir resultados desejados e coerentes. Assim como a estrutura cristalina e composição dos icebergs são diferentes, os capitais são implementados e interagem entre si de forma distinta de organização para organização. A Liderança dá o tom e direção estratégica, bem como fornece o contexto certo para a criação de um valor único e comprometido com as diversas áreas. A responsabilidade maior dos relatórios integrados, portanto, recai sobre os ombros da liderança. É sua responsabilidade garantir que o processo de criação de valor seja reforçado e salvaguardado por meio da adesão a princípios da boa governança, utilização de pensamento integrado, identificação e gestão de risco adequada e atenção às mudanças do futuro. “A publicação Reporte Integrado – A Ponta do Iceberg é um documento que veio para inovar e auxiliar a Auditoria Interna a dar mais valor para a Alta Administração. Nem sempre somos especialistas em todas as áreas que auditamos. Dessa forma, obter um especialista da área em foco (por exemplo, Segurança Patrimonial) fará com que o profissional obtenha mais informações e consequentemente agregue mais valor. Atualmente, outras áreas de Gestão de Risco e Compliance têm se aliado à Auditoria Interna para desenvolver um produto único e mais forte ao invés de dois medianos. Nós auditores, devemos focar em qualidade e não em quantidade”, observou Fábio Pimpão, Diretor de Certificações do IIA Brasil. O Instituto traduziu esse documento para o português e o disponibiliza para download na Área Restrita de seu site oficial (iiabrasil.org.br). • 51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br | IIA NOTÍCIAS P11 GRADE DE TREINAMENTO DO IIA BRASIL RECEBE DOIS NOVOS CURSOS ‘Três Linhas de Defesa’ e ‘Auditoria em Contratos’ já estão com turmas abertas para junho DA REDAÇÃO iianoticias@ Em março, o IIA Brasil anunciou dois novos cursos para os programas de capacitação que disponibiliza com exclusividade a associados. Eles passam a integrar permanentemente a grade de treinamento do Instituto, ampliando as áreas de conhecimento em Auditoria, Gestão de Riscos e Governança alcançadas atualmente. Concluindo a primeira turma nos últimos dias do mês, o Treinamento ‘Três Linhas de Defesa’ reuniu oito profissionais de quatro empresas privadas na sede do IIA Brasil em São Paulo. Sua base primordial é conceituar e descrever a metodologia Três Linhas de Defesa, estabelecendo habilidades, competências e características, além de fatores críticos e de sucesso para a sua implantação. Com duração de 16 horas/aula, o curso tem como objetivo capacitar os participantes para o emprego desse modelo de atuação, com teoria e exercícios práticos, ao mesmo tempo em que detalha responsabilidades do auditor interno. O seu conteúdo programático apresenta a definição e o conceito de Risco e Controle, assim como o estabelecimento de funções e competências que envolvem essas atividades. “O curso possui o grande diferencial de ser atualmente o único no mercado a implantar o conhe- cimento sobre como avaliar os riscos e como mitigá-los, com o intuito também de definir papéis em cada Instituição”, frisou Claudia Pereira, Auditora do A.C.Camargo, participante da primeira turma do curso ‘Três Linhas de Defesa’. Em sala também são repassadas orientações sobre como utilizar o COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) a partir da metodologia em análise. Destina-se a profissionais de GRC (Governança, Riscos e Compliance) e áreas relacionadas de empresas privadas e órgãos públicos. O treinamento tem mais uma data programada no primeiro semestre para realização em Brasília (16 e 17 de junho). ‘Auditoria em Contratos’ é o nome do segundo novo curso. Ele foi desenvolvido com a finalidade de instruir os participantes a identificarem os principais aspectos a serem auditados nos contratos celebrados com terceiros, por meio da aplicação de teoria e exercícios práticos. Auditores e profissionais de Gestão de Contratos nas organizações privadas e instituições públicas (em níveis júnior, pleno e sênior) formam o seu público-alvo. Os tópicos centrais dizem respeito à implementação da terceirização (procedimento e verificações), passando por temas que envolvem a análise cadastral e estruturação dos contratos. Ainda há a instrução de como a auditoria deve observar as falhas mais comuns na agenda IIA BRASIL elaboração e gerenciamento desses documentos. O curso tem duração de 24 horas/aula e turma prevista em junho para São Paulo. “O IIA Brasil não pode ficar inerte sem oferecer ao seu público novos assuntos por meio de cursos e eventos. A atual economia faz com que o mercado demande por assuntos que convirjam com a realidade do país. O curso ‘Três Linhas de Defesa’ proporciona uma visão ampla da importância da integração das áreas Operacionais, de Risco/Compliance e Auditoria Interna, no controle dos Riscos, e onde essas áreas se encaixam no processo com suas respectivas responsabilidades. No curso ‘Auditoria em Contratos’ propomos apresentar aos participantes conceitos fundamentais sobre os principais aspectos que devem ser auditados em qualquer processo de compra celebrado com terceiros”, destacou Sérgio Maciel, instrutor do IIA Brasil. A inscrição para os treinamentos inclui material didático e certificado de participação. O Instituto indica a leitura da política de inscrição e cancelamento. Detalhes sobre os conteúdos programáticos e valores de investimento dos cursos mencionados podem ser encontrados no site oficial do IIA Brasil (iiabrasil.org. br), seção Treinamentos. O Instituto divulgará em breve também a abertura do curso ‘Auditoria e a Matriz de Risco’. • iiabrasil.org.br/new/educa_cont.html 01 a 03 de junho_São Paulo Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.370,00 02 e 03 de junho_São Paulo Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.160,00 06 a 09 de junho_Curitiba Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.380,00 13 a 16 de junho_Curitiba Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.540,00 13 a 16 de junho_Teresina Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.540,00 16 e 17 de junho_Brasília Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 1.950,00 21 a 23 de junho_São Paulo Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.370,00 27 a 29 de junho_Teresina Horário | 8h30 às 17h30 De: R$ 2.360,00 Os treinamentos do IIA Brasil são exclusivos para associados. As datas poderão sofrer alterações e as turmas cancelamento por falta de quórum. Desconto para grupos a partir de duas pessoas. P12 OPINIÃO 51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br AS DUAS FACES DO RODÍZIO DE AUDITORIAS | IIA NOTÍCIAS ARTIGO ANDRE MARINI (CRMA) FOTO: IIA BRASIL Diretor-Presidente do IIA Brasil A discussão sobre a obrigatoriedade de promover alteração do auditor independente em uma empresa há tempos é algo debatido, mas que conta com importantes inferências que precisam ser abordadas em uma análise ampla. Do ponto de vista da Auditoria Interna, que responde diretamente ao Conselho de Administração de uma organização, o rodízio do auditor externo não traz significativas mudanças, visto que a ação colaborativa – no sentido de fornecer subsídios e materiais para avaliações – deve ser mantida. Entre os aspectos positivos, os novos auditores costumam trazer uma visão diferenciada, que pode contribuir com sinergias, apontamentos construtivos e importante leitura ainda mais clara dos sistemas de controles internos. Surgem nessas mudanças recomendações com o intuito de estimular a aderência ao planejamento estratégico da empresa. A grande vantagem é que essa nova equipe, que acaba de chegar, irá propor novas abordagens e um enfoque, muito provavelmente, distinto da praticada pela equipe anterior, embora o objetivo seja o mesmo, ou seja: avaliar controles internos, validar saldos, realizar testes substantivos e de conformidade, para posterior emissão do parecer dos auditores independentes. No outro extremo, há situações relevantes, que impactam principalmente nos custos dessa operação de transição. A nova auditoria independente precisará de dezenas de horas a mais de trabalho Andre Marini, Diretor-Presidente do IIA Brasil. Artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 08/03/16 para começar a entender melhor o negócio de quem irá auditar. Leva-se tempo para um raio-x minucioso e esse tempo impacta em consumir energia de quem recebe os auditores internamente e, claro, no bolso da organização. A rotina é alterada, esse entrosamento que já acontecia com o time anterior precisa ser concebido novamente. Há um período de maturação que, muitas vezes, pode demandar mais tempo para que os novos auditores estejam aptos a emitir suas opiniões. Os auditores externos têm papel fundamental em um processo de transparência e na elucidação dos conceitos de Governança e Compliance, garantindo a confiabilidade almejada pelos acionistas. Eles atuam embasados em colher evidências para fundamentar sua opinião e, costumeiramente, colaboram no oferecimento de pontos de aprimo- ramento. É singular quem se beneficiará mais ou menos dos rodízios. Há o aspecto cultural da gestão de cada organização e ainda o status atual de como a auditoria externa vem sendo aplicada. Em alguns casos o rodízio é essencial, em outros será custoso e complexo. Não há uma receita perfeita, mas já que a obrigatoriedade o faz necessário, que os gestores tentem tirar o melhor proveito das vantagens e possam minimizar os pontos desafiadores. • *O IIA Notícias está aberto à publicação de artigos enviados por associados e leitores. O conteúdo e a ideologia transmitidos nos textos não condizem necessariamente com a opinião e o posicionamento editorial do jornal. Envie seu material para análise: [email protected]. Conhecimento com foco em resultados, inovação e talentos O mundo empresarial é complexo e exige das organizações um trabalho incansável em busca de novas estratégias e atualizações. A KPMG presta serviços de Audit, Tax e Advisory, e conta com um time de profissionais para ajudar os clientes a alcançarem resultados reais. kpmg.com/BR / kpmgbrasil
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