RVPO – REEDUCAÇÃO VISUO-POSTURO
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RVPO – REEDUCAÇÃO VISUO-POSTURO
Revista Diálogos Interdisciplinares - Edição Especial 2015, vol. 4, n°2 - ISSN 2317-3793 RVPO – REEDUCAÇÃO VISUO-POSTURO-OCLUSAL Leandro David Ortiz Rhein1; Ricardo Iamanto Felder Satvsky³2; Tânia Tie Miura Ishiy Hanada3; Rosa Maria Zantedeschi Berzghal4 RESUMO O RVP/RVPO tem a sua atuação na prevenção e tratamento de doenças ligadas aos desequilíbrios posturais como: dores de cabeça, dores musculares, dores nas articulações, desvios de coluna, déficits posturais, dores na articulação temporomandibular entre outras Palavras-chave: RVPO, reeducação visuo-postural, oclusão dental. ABSTRACT The RVP / RVPO has its role in the prevention and treatment of diseases related to postural imbalances as: headaches, muscle pain, joint pain, spinal deviations, postural deficits, pain in the temporomandibular joint and others. INTRODUÇÃO Dentro da Reeducação Visuo-Postural (RVP) existe a correlação entre visão, postura e oclusão dental (RVPO). A tríade quando analisada fornece ao neurorreabilitador de RVP uma série de análises possíveis dentro do campo visuo-postural, e suas correlações com a postura e oclusões dentais. A relação crânio-mandibular é o principal ponto de referenciamento para essa análise da RVP. A relação de classes avaliativas propicia uma adaptação do biótipo do indivíduo para a manutenção de uma postura adequada, e todas as adaptações neurossensoriais ocorrem em nível da neurologia da visão, mais especificamente na II Via, nos núcleos de Perlia, Edinger-Westphal e seus entornos: FLM, FPPRe e FPPRs. A postura se resume ao equilíbrio no espaço do corpo, em relação ao aporte de atuação do sistema visual (eixo visual), sendo o plano de Frankfort a base do plano visual e do eixo visuo-labirinto, permitindo assim perceber que uma má oclusão dental levará a uma alteração desse plano e consequentemente da oculomotricidade e do eixo visual. Quando os dentes estão desalinhados o arco facial se modifica, e todo aparato articular da face acompanha esta alteração juntamente com as cadeias musculares músculo-aponeuróticas que assumem uma estabilidade anômala para compensar o desvio oclusal. A postura pode ser definida como um resumo de todos os equilíbrios dos sistemas no espaço, baseados no plano de Frankfort (posição para analisar pontos específicos da antropometria 1 Pós-Doutor em Sistemas Neurais e docente do RI e docente/coordenador da Universidade Braz Cubas. 2 Doutor docente da Universidade de Roma La Sapienza. 3 Docente do curso de Tecnologia em Óptica e Optometria da Universidade Braz Cubas. 4 Docente do curso de Tecnologia em Óptica e Optometria da Universidade Braz Cubas. 38 cefalométrica) sem esquecer as cinco cadeias musculares do crânio que realizam a estabilidade do homem quando ereto. Quando os dentes estão desalinhados o arco facial se modifica, e todo aparato articular da face acompanha esta alteração juntamente com as cadeias musculares músculo-aponeuróticas que assumem uma estabilidade anômala para compensar o desvio oclusal. Assim a terapêutica em RVP/RVPO permite arquitetar uma neurorreabilitação que promove o realinhamento desses processos, fortalecendo ou relaxando as cadeias musculares envolvidas, que através do conhecimento da neurologia da visão permite associar os estímulos nos nervos que comandam as ações e a readequação da relação crânio-mandibular, influenciando, portanto na correção da postura do paciente, além de conhecer as alterações da postura oriundas das oclusões dentais, e vice-versa. O conceito de crânio para a postura Ser bípede e se manter na verticalidade, olhos frontalizados, isso é o que caracteriza a hominização. Tudo isso é fruto de uma lenta evolução filogenética e ontogenética. O homem atual também se utiliza de uma evolução cerebral, e de funções cerebrais novas. A forma esférica do crânio corresponde a uma relação crânio-mandibular ortognática que trabalha em consonância com os eixos visuais, e também com a manutenção do homem em postura vertical. O captor ocular é o centro de referência do homem para a manutenção dessa postura. Mas, não podemos nos esquecer de outros sistemas, tais como: auditivo, vestibular e táctil. Alguns evolucionistas nos conduzem a acreditar que há um propósito aerodinâmico do crânio em relação à postura. A postura se resume, no entanto ao equilíbrio no espaço do corpo, em relação ao aporte de atuação do sistema visual (eixo visual), e ao eixo de visualização e campos visuais. O olho quando realiza seu movimento possui um referencial necessário a essa execução (os olhos são frontalizados para propiciar a binocularidade e a experimentalidade do corpo em movimento visuo-espacial). 39 Imagem 01: Anatomia do Mesencefálo com destaque a duas estruturas (FLM/FPPR) de suma importância a RVP. Sabemos pela neurologia da visão, que todas as outras estruturas citadas na imagem estão envolvidas no processamento da visão, mas para efeito de controle postural ficamos concentrados nas de interesse à RVP/RVPO. O mais extraordinário é perceber que o plano de Frankfort, já conhecido pelos odontólogos, é a base do plano visual e do eixo visuo-labirinto, o que nos permite perceber que uma oclusão dental levará a uma alteração desse plano e consequentemente da oculomotricidade e do eixo visual. Quando os dentes estão desalinhados o arco facial se modifica, e todo aparato articular da face acompanha esta alteração. Nem só o aparato cranial se modifica nessa situação, mas também as cadeias musculares músculo-aponeuróticas que assumem uma estabilidade anômala para compensar o desvio oclusal. Podemos citar 5 cadeias musculares que estão envolvidas nesse processo: Três cadeias Ântero-posteriores (central, facial e lingual) que assumem uma ação de equilíbrio Ântero-posterior no individuo, com a mandíbula como centro propulsor de regulação dessas alterações. Duas cadeias laterais tônico-fáscicas que alteram e comandam o sistema mastigatório, assumem funções de introversão ou extraversão. Imagem 02: Pontos de análise de determinação craniométrica, que são importantes para o neurorreabilitador em RVP/RVPO para avaliar a progressão terapêutica dos pacientes e da postura. Evidenciamos o Plano de Frankfort – nossa base mestra. Vemos: S – sela 40 túrcica; N – násio; Po – pogônio; Go – gônio, M – mento; Em – eminência articular; Gnc – gnácio cutâneo; Y – eixo de crescimento; vemos também o plano mandibular, a linha naso-pogônio e a linha sela-naso. Relação Crânio-mandibular Essa relação é o referencial músculo-esquelético e neuronal de todas as oclusões dentárias. A organização postural ântero-posterior é um exemplo da lei de compensação postural: Toda patologia ou dismorfismo ântero-posterior craniano promove uma compensação vertical da postura, alterando assim o plano de Frankfort, e consequentemente a visão. Toda patologia vertical postural do corpo gera uma compensação ânteroposterior do crânio. A mandíbula é o ponto chave de compensação da cadeia ântero-posterior postural; uma vez que regula as cadeias posturais anteriores e posteriores (lingual e facial). 41 Imagem 03: O conhecimento da anatomia e uma observação rigorosa permitiram a identificação das auto-estradas anatômicas (cadeias musculares) por onde circulam as forças que geram os movimentos e a organização estática do corpo e, que influenciam dinâmica e ritmicamente os circuitos intracranianos. Imagem 04: Todo o equilíbrio do corpo no espaço é um sistema de referencial ortogonal. 42 Imagem 05: As cinco cadeias musculares postural CONCLUSÃO O crânio é uma estrutura engenhosa que naturalmente possui autorregulação e as soluções para os possíveis problemas, como condensação, infecções, atritos, regulação de temperatura, etc. Possuímos um sistema inteligente de dinamização do crânio através da própria mastigação, sucção (no bebê), deglutição, fonação, olfato e através das cadeias fisiológicas com seu papel fundamental de percorrer dos pés à cabeça, não se interrompendo na base do crânio, mas penetrando em sua arquitetura. A abordagem sobre a esfera craniana é importante quando se perde a capacidade de funcionar bem, ou seja, nas disfunções, devido a tensões parasitas que prejudicam a autorregulação do corpo e seu bom funcionamento. No RVP/RVPO se faz necessário um estudo aprofundado dessa região, para entender os PVCs (posições viciosas de cabeça), torcicolos e principalmente os déficits posturais, e consequentemente a programação terapêutica. Qualquer tensão, retração ou fibrose terá uma influência restritiva sobre a organização conjuntiva, sobre a estática, sobre o equilíbrio, sobre os movimentos e sobre as funções. O trabalho sobre o crânio é baseado nas posturas que permitem o relaxamento das suturas, relaxamento das tensões intra-ósseas, relaxamento das membranas, e realizadas de forma suave, precisa e com total respeito ao funcionamento adequado dessa “máquina”. Este trabalho pode ser realizado desde a mais tenra idade (com excelentes resultados) e visa, por fim, liberar os “freios” que impedem o corpo de exercitar a fisiologia, a homeostasia. É o organismo do paciente que faz o resto. 43 Referências bibliográficas Bologna, M.; Stanislao, C. Di; Corradin, M.; Giovanardi, C. 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