Administração de medicamentos I
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Administração de medicamentos I
Administração de medicamentos I Profª Leticia Pedroso Um dos procedimentos de maior complexidade e que requer maior atenção e responsabilidade da enfermagem. O código de ética do COREN: Cap.II Responsabilidades Art.16: “assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Negligência É a desatenção ou falta de cuidado ao exercer certo ato, descuido, preguiça. Exemplo: deixar de anotar as ações de enfermagem, abandono do doente, omissão de tratamento. Imperícia Reveste-se da falta de conhecimento ou de preparo técnico ou habilidade para executar determinada atribuição. Trata-se, portanto, de uma atitude comissiva (de cometer ou agir) por parte do profissional, expondo o cliente a riscos e com a possibilidade de acometimento danoso à integridade física ou moral. Imprudência Decorre da ação precipitada e sem a devida precaução, ocasionando um mal presumido. É imprudente quem expõe o cliente a riscos desnecessários ou que não se esforça para minimizá-los. Como exemplo tem-se: administrar medicamento sem a devida prescrição. A equipe de enfermagem, ao cuidar de um cliente deve utilizar todos os recursos humanos e técnicos possíveis e disponíveis para garantir uma assistência de enfermagem segura e eficaz, isto é, isenta de riscos de ocorrências prejudiciais. Principais grupos farmacológicos Farmacologia: vem do grego “pharmakon” que significa “droga” (possui muitos significados, mas na farmacologia é utilizada para descrever as substâncias utilizadas como medicamentos, ou seja, é a ciência que estuda os medicamentos. Medicamento É toda substância química que tem ação profilática (vacinas, que atuam na prevenção de doenças), terapêutica (antibióticos, que atuam na cura de doenças) ou que auxilia no diagnóstico (contrastes radiológicos). Remédio Todo processo utilizado para promover a cura, como massagem, crença religiosa, cirurgia. Princípio ativo ( P. A) É a substância que no produto farmacêutico, responde pelo efeito terapêutico. Exemplo: Fuimucil®Xarope (água destilada, açúcar, essência, corante, acetilcisteína, etc). Importante: As fórmulas que não possuem P.A., são chamadas de medicamento placebo, utilizados quando há necessidades de suprir fatores psicológicos. Produto farmacêutico É aquele que contem um ou mais princípios ativos, convenientemente manufaturados. Exemplo: Claritin®(Loratadina) Claritin – D® (Loratadina+Pseudorpine frina)= Associação medicamentosa Associação medicamentosa Quando um produto farmacêutico, possui dois ou mais P.A. Exemplo: Buscopan Plus® -Brometo de Nbutilescopolamina .....10 mg(P.A) -Paracetamol.....800mg(P.A) -Excipientes...........q.s (q.s = quanto suficiente ...para atingir a massa total do medicamento). Fórmula farmacêutica É a descrição do produto farmacêutico, ou seja, a discriminação dos componentes ativos e não ativos e suas respectivas dosagens. Exemplo: - Ácido Acetil Salicílico....500mg - Vitamina C....400mg - Lactose....100mg Veículo Termo utilizado para designar a parte liquida (não medicamentosa) de uma formulação (agua, álcool). Ou seja, é o meio onde o princípio ativo e o veículo estarão "misturados" de forma homogênea completando o volume necessário do frasco. Exemplo: Permanganato de potássio (KMnO4)....1g Agua destilada....q.s.p....100ml = veículo Excipiente Termo utilizado para designar a parte sólida e semissólida (não medicamentosa) de uma formulação (lactose, Estearato de magnésio, Celulose,Vaselina Branca, etc). Ou seja, são produtos que promovem a consistência, cor, aroma, brilho, etc. Forma farmacêutica É a forma como o medicamento se apresenta. Os medicamentos podem ser apresentar na forma sólida, líquida, pastosa ou gasosa. Exemplo: Furosemida (Lasix®)comprimido Dipirona (Novalgina®) – Injetável Ampicilina (Binotal®)Suspensão Cetoconazol (Nizoral®) – creme Salbutamol (Aerolin®)- spray Atividades em sala de aula A. Formas SÓLIDAS 1. PÓ: é um medicamento que se apresenta em forma de pó, que deve ser diluído em líquido apropriado, conforme orientação do fabricante. Ex: Fuimucil® envelope que dilui-se em água. 2. Comprimido É o pó comprimido em formato próprio, redondo ou ovalado. Pode ser sulcado (trazer uma marca que auxilia sua divisão em partes). Há comprimidos que não devem ser partidos. Ex: Metildopa. Ex: Digoxina – Comprimido Fenitoína (Hidantal®) comprimido 3. Drágeas Revestido por uma solução de queratina, açúcar e corante. Enquanto a maioria dos comprimidos se dissolve no estômago, as drágeas têm liberação entérica, ou seja, são absorvidas no intestino. São usadas para: Mascarar sabor e odor desagradável Proteção da mucosa estomacal Facilitar a deglutição Ex: Fenilbutasona (Butazolidina®) Diclofenaco drágeas (Cataflan®) Ambos são irritantes da mucosa gástrica, no qual, em drágeas, provocam menor efeito irritante. 4. Cápsula Podem ser duras (contém substâncias sólidas) ou moles (contém substâncias líquidas). Ex: Cefalexina (500mg) – Capsula (Keflex®) Vitamina E (400mg) – Vita-E®) 5. Supositório Destinado a aplicação retal. Sua ação pode ser local ou sistêmica. Ex: Supositório de glicerina – ação local Supositório de dipirona – ação sistêmica. 6. ÓVULO É de aplicação vaginal e tem formato ovóide. Ex: Metronidazol óvulo (Flagyl®) Nistatina+metronid azol (Colpistatin®) B. Formas líquidas 1. Solução: Constituída de uma ou mais substâncias, que são dissolvidas em um veículo. É uma mistura homogenia de líquidos ou de líquidos e sólidos, de modo a formarem uma única fase. Ex: Solução de permanganato de potássio a 1% Solução fisiológica 0,9% Álcool 70% 2. Xarope Solução que contém 2/3 de açúcar e veículo (água). Ex: Aerolin® xarope (Salbutamol, água, açúcar). 3. Elixir: Solução que, além do soluto, contem 20% de alcool e 20% de açúcar. Ex: Elixir paregório Decadron ® - elixir 4. Suspensão São misturas heterogêneas, constituídas de partículas sólidas, insolúveis na parte líquida, ficando a parte sólida suspensa no líquido. Ex: Hidróxido de alumínio (Aldrox®) Amoxacilina – suspensão (Amoxil®) 5. Emulsão Formada por dois líquidos que não se misturam. É composta de óleo e agua. Ex: Emulsão de vaselina líquida (Agarol) Os líquidos injetáveis apresentam-se na forma de soluções e suspensões. C) Formas pastosas São as formas farmacêuticas de uso externo, ou seja, não passam pelo T.G.I.(Boca, estômago, intestino). 1. Pomadas: forma semissólidas de consistência macia e oleosa, de pouca penetração na pele. Ex: Betametasona pomada (Betnovate®) 2. Creme: forma semissólida de consistência macia e mais aquosa, possui maior penetração que a pomada. Ex: Betametasona creme (Betnovate®) 3. Pasta: forma semissólida de consitência macia, contendo 20% de pó. Atua na superfície da pele, sem penetrá-la. Ex: óxido de zinco pasta (Pasta d’água). 4. Gel Forma semissólida, de pouca penetração na pele, devido ao tamanho de suas partículas. Ex: Escina gel (Reparil) Ordem decrescente de penetração: Creme__Pomada__Gel__Pasta D. Formas Gasosas Usadas para a administração de substâncias voláteis (que evaporam). Temos os aerossóis, que são medicamentos sólidos ou líquidos acrescidos de gases para nebulização. Ex: Halotano frasco (Fluotane®) Beclometasona aerosol (Beclosol®) Salbutamol spray (Aerolin®) Importante: Medicamentos de uso interno: que passam pelo T.G. I., sofrendo ação do suco gástrico. Exige a ingestão e a deglutição do medicamento. Medicamentos de uso externo: que não passam pelo T.G.I., não sofrendo ação do suco gástrico. Ex: pomadas, injeções, aerossóis, colírios. Alguns P.A. só devem ser administração externamente (não por VO), pois são destruídos pelo suco gástrico. Ex: Ocitocina (Syntocinon®) Benzilpenicilina (Benzetacil®) Gentamicina (Geramicina®) Nomenclatura dos medicamentos Cada medicamento possui no mínimo 3 nomes: Químico – Genérico – Comercial Alguns podem ter uma sigla : formada com as iniciais do laboratório ou do pesquisador ou do grupo de pesquisa, ou seja, não identifica a estrutura química do fármaco. Aparece quando esta se descobrindo o fármaco. Deixa de ser usada logo que for escolhido um nome adequado. Ex: F. M. G. - 304. Nome químico Único que descreve a estrutura química do fármaco. Identifica plena e exatamente a estrutura química.Visto que as vezes é muito longo, o nome químico não é adequado para uso rotineiro. Ex: 7. Cl, 1-3-dihidro, 5 – fenil.... Nome comercial ou registrado ® Nome individual selecionado e usado pelo fabricante do medicamento. Se o medicamento é fabricado por mais de uma companhia, como acontece, cada firma dá o seu próprio nome registrado. Ex: Valium ® - Roche Diempax ® - Sanofi Nome genérico Refere-se ao nome comum, pelo qual o fármaco é reconhecido como substância isolada, sem levar em conta o fabricante. É o nome oficial dos fármacos, pode ser compreendidos no mundo todo. A OMS é órgão oficial que seleciona, aprova e divulga os nomes oficiais dos fármacos. Embora quimicamente equivalentes, os medicamentos que tem o mesmo nome genérico, mas nomes comerciais diferentes, por serem fabricados em laboratórios diferentes, podem diferir sensivelmente em sua ação farmacológica. Diversos fatores, principalmente de formulação e fabricação, são responsáveis por essa diferença. Esses medicamento são chamados de SIMILARES. Geralmente, os nomes conhecidos por médicos e profissionais da saúde são o comercial e genérico. Ex: Diazepam Sulfametoxazol+trimetropina O ministério da saúde, aprovou apenas alguns medicamentos genéricos, pois, para tal é necessário realização dos testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Os medicamentos genéricos devem contem em sua embalagem a seguinte escrita: “medicamentos Genérico – Lei 9787/99 ou conter um “G” INDICANDO QUE É UM MEDICAMENTO GENÉRICO. O que é o teste de biodisponibilidade: relacionase à quantidade absorvida e à velocidade do processo de absorção do fármaco liberado a forma farmacêutica administrada. Quando dois medicamentos apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo, sua eficácia clínica é considerada comparável. O que é o teste de bioequivalência: consiste na demonstração de que o medicamento genérico e seu respectivo medicamento de referência, apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo. A bioequivalência, assegura que o medicamento genérico apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma segurança em relação ao mesmo.