Herreshoff Festival
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Herreshoff Festival
Conversa no Píer Clínica Literária Editora Ano I - Outubro de 2013 www.conversanopier.com.br Barcos de Madeira Brasil Herreshoff exclusiva no dia de seu 80 aniversário Conversa no Píer pelo Brasil afora l a v i t s e F denBoat WooBrazil Conheça o Museu dos Nós Cursos & Oficinas Turismo Cultural Náutico América, Europa, Australasia - Novo BRCostal em obras “porque a vida com um barco é melhor.” Homenagem: O Bruxo de Ubatuba - Lixo, a burrice que o JJ Magalhães homem inventou Comodoro do Iate Clube Tamoios Porque a vida com um barco é melhor © A Conversa no Píer é uma publicação digital da Clínica Literária Editora, Agência de Notícias e Serviços Ltda. e do Instituto Brasil Costal - BRCostal Copyright © Todos os direitos reservados Editor Luís Peazê (MTB 24338) Contato: [email protected] +55 21 3648 5413 www.clinicaliteraria.com.br Indíce Simplesmente Herreshoff [ENTREVISTA] .....5 Conheça o Museu dos Nós .................................9 Cursos & Oficinas .................................................................11 Turismo Cultural Náutico América, Europa, Australasia ...........................................13 Novo BRCostal, em obras .........................................16 Barcos de Madeira Brasil Wooden Boat Brazi l..............................................................................18 LIXO: a burrice que o homem inventou ...........19 © Conversa no Píer pelo Brasil afora....20 O Bruxo de Ubatuba [homenagem] ..............................21 3 Conversa no Píer© 4 Conversa no Píer© Simplesmente Herreshoff I naugurando a nova Conversa no Píer , Halsey Herreshoff, neto do lendário arquiteto e construtor naval Captain Nathanael Green Herreshoff, concedeu uma entrevista exclusiva de seu escritório no Museu Herreshoff, em Bristol, Rhode Island, EUA. A Conversa no Píer tem sido, desde a fundação da Clínica Literária editora, agência de notícias e serviços (1997), uma coluna de crônicas e artigos online deste editor e convidados, sobre o ambiente marítimo, marinho e costeiro. A partir deste número especial, pretende ser uma revista, mais abrangente, seguindo a mesma pauta das colunas. Queremos privilegiar o interesse dos entusiastas das tradições marítimas e não será difícil notar nossa preferência pelos barcos de madeira e seu universo mágico. No DNA de nossos sonhos, contudo, habitam os cruzeiros a vela, a vida a bordo e a confraternização em detrimento da competividade, mas isto não quer dizer que deixaremos de incluir as regatas, pelo contrário. Aproveitamos também, para apresentar a nova sede do Instituto Brasil Costal - BRCostal e suas novidades, como o Museu dos Nós, entre outras. Espero que o leitor goste, recomende aos amigos e, se você compartilha do mote “porque a vida é melhor com um barco”, então as suas críticas e contribuições são bem vindas à Conversa no Píer . © © © Luís Peazê Conversa no Píer© Simplesmente Herreshoff Por Luís Peazê - Olá Halsey, feliz aniversário mais uma vez e, antes de mais nada, a gente diz “here-xó-f ou reresóf ? - Obrigado, Luís, mais uma vez. Olha, de fato isso é interessante, alguns dizem como você, “xóf ”, às vezes eu mesmo digo também, na família dizemos “sóf ”, do jeito que você quiser, o importante é continuar dizendo (riso). Com humor e delicadeza, no dia de seu 80° aniversário (16/09/2013), Halsey Herreshoff, neto do famoso arquiteto e construtor naval Captain Nathanael Green Herreshoff, de seu escritório no Museu Herreshoff, em Bristol (EUA), pacientemente atendeu com exclusividade ao meu apelo para esse número especial da revista Conversa no Píer©. Fizeramos alguns contatos preliminares, na semana anterior, enquanto ele acompanhava, em San Francisco, a America´s Cup da qual é uma lenda viva, como velejador em dezenas de capítulos, organizador e criador do Hall of Fame (Galeria da Fama) e uma dúvida pairava na minha cabeça: O que perguntar a Halsey, de modo que possa interessar tanto a quem já ouviu falar de Herreshoff, quanto a aos que nunca ouviram e inclusive nem sejam do meio náutico? Então resolvi desafiá-lo a resumir em poucas palavras os seus 80 anos neste ambiente tão singular, ou melhor, acrescentei, resumir os 165 anos da existência dos Herreshoff (seu avô o Cap. Nat, seu pai Francis e ele mesmo, arquitetos de veleiros singulares) que tanto contribuíram para a arquitetura e construção naval, especialmente de lazer, e continuam inspirando profissionais e entusiastas até hoje. Você poderia fazer um resumo, Halsey, incluindo sua experiência de America´s Cup? - Claro. Tenho feito isso ultimamente. Espero que atenda ao que você está querendo. Para mim é sempre uma alegria, sou feliz por isso, olhar para trás e ao redor e ver a simplicidade de três conceitos básicos de um negócio que podem ser a genuína razão do sucesso de uma marca e de um produto. É preciso lembrar que o estaleiro Herreshoff não era tocado somente pelo Capt. Nat mas também por JB (James Brown Herreshoff) seu irmão, e havia mais. Veja: apesar de ser cego, JB era a cabeça e pernas da administração da empresa. Mantinha tudo na ponta do lápis e organizado. Sabia onde e quando gastar cada centavo. Por sua vez, o Capt. Nat dedicava-se a desenhar e construir o melhor produto possível. Não faziam propaganda, o Museu Herreshoff hoje em dia tem mais banners do que o estaleiro daquela época que tinha uma única plaquinha numa sala do galpão: “Office” (escritório). Herreshoff confiava numa outra perna desse tripé: treinava a melhor mão de obra possível, e preservava o capital Coleção de meios-modelos feitos pelas mãos do Cap Nat Herreshoff Cap Nat Herreshoff 6 Cap Halsey ao timão do Eleonora replica da escuna Westward Herreshoff's 96' Conversa no Píer© Mais de uma razão me levaram a procurar Halsey Herreshoff nesta data especial. Primeiro, há muito tempo eu queria celebrar a minha ousadia, bem sucedida, e não foi fácil, diga-se de passagem, de construir réplicas do menor barco desenhado por Nat Herreshoff e considerado uma obra prima (como se os demais barcos assinados e construídos pelo Wizard of Bristol / Bruxo de Bristol não fossem obras primas). O Columbia 11-1/2´ dinghy de apoio do famoso 12 metros Columbia que disputou, e venceu, cinco America´s Cup. Aliás, a primeira que este veleiro disputou foi em 1958, quando eu nasci, e tinha como proeiro o jovem Halsey Herreshoff entrevistado aqui. A segunda razão, de procurar Halsey para um bate papo, é a inauguração da Conversa no Píer© em revista digital. Desde 1997, quando a Clínica Literária foi criada, crônicas e artigos sobre marinharia, meio náutico tradicional e meio ambiente marinho e costeiro foram publicadas sob a coluna © Conversa no Píer , que a partir deste número inaugural virou revista. humano que não precisasse de supervisão o tempo todo. Daí em diante era aguardar que as outras pessoas, clientes e entusiastas, propagassem a qualidade e virtudes dos seus barcos. Até hoje, eu suponho, tem sido assim. E tudo era muito difícil naquela época, Herreshoff viveu na época de Ford e outros que também inventavam coisas porque tinham que inventar. Inventou algumas das mais importantes ferramentas e métodos de construção naval, como construir o casco emborcado; várias ferramentas, como a de extrair as medidas de linhas (lofting) dos modelos miniaturas que construía a mão, para cada barco que desenhava; criou formas de corte e costura de velas, carrinhos nos mastros para correr as velas, uma dezena ou mais de legados importantes, úteis hoje em dia. No museu, preservamos sua sala no primeiro andar, onde ele se trancava e pensava novas formas de facilitar e garantir o melhor produto possível, ele pensava nisso o tempo todo, tinha um bloquinho sempre à mão, ia anotando melhorias, dúvidas... Sobre Herreshoff, é isso o que eu posso resumir, mas eu ficaria falando aqui sem parar e é melhor eu parar (risos). Agora, sobre a America´s Cup, eu acabo de publicar um artigo no jornal local, aqui na costa leste, onde prevejo e dou a minha explicação do porque os EUA perderão para os neozelandeses1*. Dê uma olhada, se 2 não for lhe aborrecer. Eu sinto saudade da época dos 12 metros *. Pareciam mais com barcos, mas eu acho que penso assim porque estou ficando muito velho (risos). [ 1*Os americanos acabaram vencendo de forma espetacular os neozelandeses, recuperaram-se de um mau início e venceram 8 séries consecutivamente, deixando 2 * Eram monocascos e competiam numa regra aprimorada criada pelo próprio Cap. Nat, diferente dos catamarãs que voam sobre foils desta ultima America´s Cup] para a história da America´s Cup um capítulo único. “Beautiful little boat you have built. It is not easy to build the curved lines of a Herreshoff, few people can and you have done that very well. Congratulations” Impressionante ouvir esta verdadeira mini palestra, via Skype e direto do telefone celular de Halsey. Após isso, trocamos impressões (ousadia a minha, talvez eu devesse apenas ouvir), na verdade extraviei uma ou duas opiniões, para ver a sua perspectiva e ele concordou, “isso mesmo, isso mesmo” disse , com relação a ter havido pelo menos três fases bem distintas nesta que é a mais antiga competição internacional de esporte, a America´s Cup: da era inicial (1851) até o fim da era Herreshoff, em seguida, culminando nas décadas de 80 e 90, o salto para a tecnologia e para as disputas judiciais fora d´água e o início dos mega patrocínios, as mudanças de regras, a inserção de mais de um país disputando, antes eram apenas dois, o detentor da “copa” e o desafiante do “velho caneco” (Auld Mug como é chamada a taça no meio náutico) e, a atual fase da alta tecnologia e superação de todos os limites inimagináveis, desde a cobertura midiática ao barco de competição, o catamarã que substituiu o monocasco. Nisso, Halsey deu um longo suspiro e repetiu que continua pensando nos 12 metros, acrescentando: - sem dúvida, talvez esteja na hora de revermos tudo isso e entramos numa nova época, mais equilibrada entre o barco, homem e os elementos naturais, sem perdermos de vista, é claro, os avanços que conquistamos difícil tarefa. “Lindo esse pequeno barco que você construiu. Não é fácil construir as linhas curvas de um Herreshoff, poucas pessoas conseguem e você conseguiu muito bem. Congratulações.” Halsey Herreshoff Página virada (de um livro que ainda será escrito pela história da vela mundial), abordei um assunto que me interessa pessoalmente. Perguntei a Halsey o que e como “o tradicional” pode contribuir para o ambiente dos veleiros de lazer, neste mundo onde a tecnologia e comodidade parecem seduzir as pessoas com tanta facilidade? Por fim, desde que decidi construir o Dinghy Peazê replicando o Columbia 11- ½ de Herreshoff, recebo todo orgulhoso elogios de quem toma conhecimento do barco, por foto ou pessoalmente; apresentei o Dinghy Peazê no Wooden Boat Festival, em Port Townsend, WA (EUA) e só isso já seria a coroação de um êxito singular; mas faltava ouvir do próprio Herreshoff o que ele achou da cópia: 7 Conversa no Píer© - Vejo essa contribuição muito necessária e ela já está sendo dada, a meu ver, através das tantas escolas locais de carpintaria naval e marinharia espalhadas pelo mundo. Aqui nos Estados Unidos, de uma década para cá, parece ter havido um boom, estou feliz com isso; vejo o mesmo na Europa, no sul da França, por exemplo, onde estive a pouco tempo, vi muitas experiências criativas e bem sucedidas. Sem dúvida, esse parece ser o caminho. Halsey gostou quando lhe propus uma visita ao Brasil, para o a inauguração do primeiro Festival Internacional de Barcos de Madeira (Wooden Boat Brazil), ele viria com prazer, brincou que repetiria tudo o que “estava” falando, mas aproveitaria para ver como nós brasileiros construimos nossos barcos, já que temos ótimos velejadores vencedores de medalhas olímpicas. Eu já estava constrangido por prendê-lo tanto tempo, mas não pude deixar de querer ouvir dele mesmo sobre o último encontro da lenda dos cruzeiros J. Slocum com os Herreshoff e ele repetiu com orgulho que seu pai, Francis Herreshoff, foi a última pessoa em terra a conversar com J. Slocum momentos antes de sua partida para a última travessia... Como todos nós temos lido, talvez ele tenha sido abalroado por um cargueiro, mas ninguém tem certeza e o importante é que ele marcou de modo único a sua presença por aqui - concluiu. Peazê, produzindo o lofting, outubro, 2008 Primeira unidade - Lissa Proprietário: Martin & Lissa Steinhaus-Lang, Hawaii, USA - Sem dúvida, e eu não conheço nenhum velejador que não tenha se inspirado um pouco em Slocum. Halsey, por mim ficaria conversando por mais tempo, quem sabe em breve no Herreshoff Museum? - Estaremos lhe esperando. Obrigado, Luís. Preciso ir mesmo, a família já está aqui no escritório para me arrastar para casa, fizeram uma festa privada para mim, não quero perder. I´l send you a picture you asked, by email, ok. Thank you, Sir. (Vou te enviar a foto que me pediu, por email. Obrigado, Senhor!). Eu é que agradeço, Halsey, a generosidade e simplicidade. Uma lição entre as demais. Entrevista realizada em 16/09/2013, Rio de Janeiro/Bristol, via Skype/Cellphone Dinghy Peazê 0005 - Bonita (setembro 2009) Proprietário: Lucas DaSilva, Athens, TN, USA Conversa no Píer© Conheça o Museu dos Nós Inédito no Brasil e raro no mundo, o Museu dos Nós é talvez a principal novidade da nova fase do Instituto Brasil Costal - BRCostal. Meu interesse por “nós” vem desde a infãncia, quando assistia meu pai fazer apetrechos de pesca e meu avô me ensinava trançar cascas de imbira em pequenos laços e rebenques; o nó de fiador, por exemplo, para buçal de cavalo, sei fazer até hoje e aprendi lá naquela época memorável. Mais tarde, quando fui infectado pelo bom virus do mar, comecei a aprender nós de marinharia e nunca mais parei de aprender a dar nós, em algumas ocasiões, em meu cruzeiro na costa da Austrália, esta aprendizagem foi vital. Quando trabalhava na West Marine, California (1996), atendia pedidos de clientes para construir cabos de âncoras e “splices” em cabos de velas, cada trabalho me permitia encher um carrinho de supermercado com o “rancho” da semana. No BRCostal, realizei em Copacabana a Gincana Nó de Marinheiro com estudantes de escolas públicas e um dos prêmios foi um quadrinho de nós, feito com madeira reciclada do espelho d´água da Baía da Guanabara. Esta é a gênese do Museu dos Nós que tenho o prazer de apresentar, em plena construção. 9 Conversa no Píer© nós cegos, às vezes frouxos e adormecidos para sempre no íntimo dos mais medrosos. Esses, nós do medo, que só se desfazem com o auxílio de gestos obtusos e cortes profundos, que sulcam e cicatrizam a nossa alma. Se nos enredemos, pois, nos nós da vida e do dia-a-dia... O Museu dos Nós está sendo construido fisicamente na nova sede do Instituto Brasil Costal - BRCostal, em Saquarema, RJ. Inicialmente, compreenderá uma sala de “arquitetura” de nós, feitura de laços e trabalhos com cabos e linhas, macramé e embrião dos demais projetos ora no “forno”. Mas em todas as instalações do BRCostal, até nos banheiros, a presença de nós será percebida; em punhos das portas, em torno de objetos, cadeiras, estantes, abajures, etc. À parte o romantismo e entusiasmo, uma das credenciais para a ousadia desta iniciativa é a nossa associação com a IGKT - International Guild of Knot Tyers (Agremiação Internacional de Atadores de Nós), com sede na Inglaterra. Quipu, antigo sistema numérico e de comunicação dos Incas A curadoria seguirá o contexto temático por áreas de aplicação, o que é ambicioso. Os nós nos remetem à épocas inimagináveis, há mesmo registros de sua existência antes da palavra escrita. Se engana quem pensa que os nós são propriedade imaterial dos antigos homens do mar, embora tenham sido esses atores que diversificaram, à exaustão, a feitura e suas utilidades a bordo das antigas embarcações, nas primeiras travessias oceânicas, morosas, uma das razões dessa arte merecer tanta atenção. Me referiro no plural, “nossa associação”, porque espero encorajar colaboradores para o Museu dos Nós; especialistas, diletantes, artistas, escoteiros, eletricistas, cowboys/girls, curiosos, velejadores, caminhoneiros, nós não faremos distinção a quem nos amarrar, nos laços de amizade, nem sempre apertados com nós indestrutíveis... [Poesia] de família, impossíveis de se desfazerem, feitos com nós de sangue, não raramente esquecidos porque outros laços nos amarram longe das nossas raízes. Ligações emotivas entre homem e mulher, gente e bicho, pessoa e coisa produzem os nós da paixão, que se fazem por acidente, no curto espaço de um olhar, e cerram-se em Conversa no Píer© Cursos & Oficinas Em 2014, enquanto a maioria estará atenta à Copa do Mundo de futebol, no BRCostal pretendemos receber entusiastas dos barcos de madeira ou interessados em explorar esse mercado profissionalmente. Também e com especial atenção, atenderemos um público talvez mais importante do que os demais: crianças e adolescentes. Acreditamos que a carpintaria e laminação naval amadora, o principal de nossos cursos, seja uma forma lúdica e educativa sem comparação para entreter e inspirar os futuros passos de uma pessoa na vida. S e m u f a n i s m o, e s t a m o s convencidos de que a inserção do indivíduo no ambiente marinho e marítimo tradicionais o torna mais completo como ser humano (de difícil paralelo com outras atividades); porque ligado à natureza do mar, estará permanentemente em contato com a sua verdadeira origem. Se isso não for sedução suficiente, fica em aberto o seguinte convite: aceite que a vida seja uma aventura, desde o primeiro instante de gestação ao nascimento e até o fim; afinal, “a vida com um barco é melhor”. Instituto Brasil Costal - BRCostal Carpintaria naval amadora Método tradicional tabuado - Dinghy Peazê Objetivo: introduzir e praticar as técnicas básicas de carpintaria do método de construção amadora de um barco de madeira em tabuado. DURAÇÃO: uma semana em tempo integral. Método “stich & glue” Objetivo: introduzir e praticar as técnicas básicas de carpintaria do método “stich & glue” de construção amadora de um barco de lazer. DURAÇÃO: um fim de semana e inclui um kit de construção de uma unidade e o sorteio de um barco semi acabado entre os alunos. Método laminação e “stich & glue” - prancha SUP Objetivo: introduzir e praticar as técnicas básicas de carpintaria e laminação na construção uma prancha SUP em madeira e epoxi. DURAÇÃO: um fim de semana e inclui um kit de construção de uma unidade e o sorteio de uma prancha semi acabada entre os alunos. Nós - uma arte milienar Marinharia - porque a bordo os nós e laços são vitais Objetivo: introduzir e praticar as técnicas básicas de nós e laços marítimos, úteis e necessários a bordo de uma embarcação. Inclui “splices” entre cabos e cabo e corrente de âncora, amarração e cultura geral sobre tipos e materiais de cabos náuticos. DURAÇÃO: um fim de semana. Por falar em nós - história e prática Objetivo: introduzir a história e praticar tipos/aplicações variadas de nós. Inclui marítimos, cavalaria, decorativos e outros. Inclui um exemplar do livro edição brochura “Por Falar em Nós” (no prelo). DURAÇÃO: um dia (parte). O Mar: Eu Uso, Eu Manejo, Eu Usufruo Conceito de responsabilidade solidária e ambiente total Esta oficina teve origem numa palestra feita na Marinha do Brasil, no Centro de Sinalização Náutica (DHN). Objetivo: introduzir a noção de ambiente total e responsabilidade solidária no mais amplo sentido da expressão, do jurídico ao filosófico. Mais informações sobre o conteúdo no site do BRCostal www.luispeaze.com/brcostal . DURAÇÃO: um dia (parte). Acompanhe pelo site www.conversanopier.com.br o calendário, forma de inscrições, requisitos, hospedagem, etc Habilitação de Amadores Capitão-Amador - Mestre-Amador - Arrais-Amador - Veleiro Respectivamente, para conduzir embarcações: entre portos nacionais e estrangeiros, sem limite de afastamento da costa; entre portos nacionais e estrangeiros nos limites da navegação costeira; nos limites da navegação interior; a vela sem propulsão a motor, nos limites da navegação interior. Conversa no Píer© www.luispeaze.com/loja Conversa no Píer© Turismo Cultural Náutico América, Europa, Australasia Já é frase batida que uma foto vale por mil palavras... Várias fotos, como as exibidas aqui, devem valer por milhões; se você concorda, estamos na mesma página. Então algumas palavrinhas extras para explicar esse sonho não custarão nada. Primeiro, desde criança eu gosto de viajar. Estou sempre pronto, passaporte à mão, faço a mala (pequena) em minutos, e, para o exterior, sempre é uma viagem utilitária (Europa, Américas, África, Austrália, etc), o que oportuniza um conhecimento a mais dos llugares. Tenho uma teoria: a gente esquece muitas passagens na vida, mas as viagens não, elas ficam instaladas pra sempre na nossa memória. E viajar “on budget”? Qual o problema? Ainda estamos na mesma página? Pois é, quando participei do Woodstock dos barcos de madeira, nesse lugarzinho mágico que é Port Townsend, WA, disse para mim mesmo: ainda vou trazer um grupo de pessoas entusiasmadas como eu por programas como esse... Você aprende, desfruta, aumenta o seu repertório de sonhos, descobre caminhos para realizá-los.... Fascinantes essas escolas de construção e lazer de barcos de madeira, onde frequentam mulheres e homens de todas as idades. Alguns, eu fiquei sabendo, jamais pretenderam construir um barco, frequentaram pelo ambiente apenas; aprazível, relax - boa comida, boa música, às vezes parece que você é parte de um filme de Hollywood - inspirador. Foi com essa inspiração que eu idealizei e coloquei em prática este sonho. - Gostaria de compartilhar! Faça contato comigo, se você gostou da idéia. Luís Peazê Conversa no Píer© Grupo de visita à Wooden Boat Foundation e ao Herreshoff Museum, nos Estados Unidos O programa é simples e o entretenimento é garantido desde o embarque, a tarefa difícil está sendo escolher dois ou no máximo três pontos de visita para cada viagem/grupo. As primeiras sondagens que fizemos foi como largar uma criança numa loja de brinquedos. Há escolas de “wooden boats” de norte a sul, leste a oeste nos EUA, e festivais de barcos de madeira também. O pacote incluirá as passagens aéreas, translados, hospedagem e as visitas. Peazê, é claro, acompanhará o grupo; faça contato direto com ele pelo email [email protected] E garanta logo o seu lugar no grupo. DESTINOS E ROTEIRO DO PRIMEIRO GRUPO: 14 Wooden Boat Foundation & Nortwest Maritime Center, Port Townsend, WA, USA (Costa Oeste) Herreshoff Museum, Bristol, Rhode Island, USA (Costa Leste) Programa de viagem: saida do Rio de Janeiro; Miami (11/2 dia); Seatle/Port Townsend (4-1/2 dias); Bristol, Rhode Island (1-1/2 dia); Miami/Rio (retorno). Inclui visita a uma loja West Marine, o maior shopping náutico do mundo. Outros grupos estão sendo planejados para pontos que incluem a Europa e a Australasia. Acompanhe no site da Conversa no Píer©. Conversa no Píer© Dinghy Peazê Desfrute o ambiente náutico com elegância, com o Dinghy Peazê, uma obra de arte naval. Sinta-se parte de uma gravura nórdica, na atmosfera dos antigos navegantes aterrando a ilha do tesouro ou numa tela de cinema. Num lago, num rio ou no mar, a remos, a vela e a motor... Réplica do Columbia 11-1/2 by Herreshoff www.luispeaze.com/dinghypeaze Conversa no Píer© Novo BRCostal, em obras Em agosto deste ano (2013), iniciei as obras de adaptação da nova sede do Instituto Brasil Costal - BRCostal, o atelier naval e o Instituto Brasil Costal - BRCostal Museu dos Nós. Não é à beira d´água, mas é um recanto muito aprazível, chamado Jardim, um bairro afastado do centro de Saquarema, a cinco minutos de caminhada de duas lagoas, e de uma pequena fazenda de gado e a 15 minutos do mar, também a pé. A sensação é de uma ancoragem protegida por todos os lados, dá para ouvir o mar, sopra uma brisa constantemente e a fauna é exuberante ao redor. Saguis assíduos, pássaros em abundância e há um pássaro cujo canto é uma risada pontual, todas as manhãs 04:30. Como tenho realizado a obra sozinho, sempre acho que aquele pássaro ri de mim. Não é o João de Barro, não é uma caturra nem o famoso pássaro preto, tampouco é aquele Kokaboorra que ria de mim na Austrália (Alvídia - Um Horizonte a Mais), ainda vou descobrir quem é esse sacana. É neste ambiente que serão ministradas as oficinas e os cursos apresentados nesta edição da Conversa no Píer. E é também onde será construido o Dinghy Peazê, sob encomenda. Uma das novidades dos cursos do BRCostal é a capacidade desta nova sede hospedar os alunos. Ao estilo albergue, ou acampamento, haverão catres à disposição, construidos no atelier naval, e o café da manhã e as demais refeições terão o dedo do Chef Peazê (cuidado: corre-se o risco de enfrentar um churrasco), com destaque para a irresistível sobremesa de banana frita na manteiga regada ao molho de chocolate, café e rum. Quem já provou, pediu bis de joelhos. Conversa no Píer© Horta de orgânicos Ao redor da casa há bougainvillea, pingos de ouro, dois coqueiros, um pé de goiaba, um de limão e um de acerola. Três pés de mamão foram plantados e já estão buscando o céu com voracidade. Pessoalmente estou nutrindo um espaço para horta caseira, salvando resíduos orgânicos e transformando-os em adubo para o plantio de tomate, temperos e outras verduras, alternativamente. É óbvio, sem o uso de agrotóxicos e produtos químicos sintéticos. Água colhida da chuva As calhas ao redor da casa, parte de tubos pvc e parte de bambus gigantes, colherão a água das chuvas que são abundantes na região. Esta água será utilizada para regar plantas e lavar exteriores e serviços em geral. Será utilizada em todo o processo a ação da gravidade, evitando assim o uso de energia elétrica. Seleção de resíduos descartáveis e reutilizáveis Todos os resíduos produzidos no BRCostal são selecionados para descarte e ou reutilização apropriados. Criação de Carpas: reuso de águas sanitárias e de serviço Na segunda fase das reformas da casa, em 2014, será implementado um sistema de reuso das águas sanitárias e de serviço para abastecer um tanque de carpas. Este tanque é outro sonho de Peazê, de copiar a criação caseira de carpas de seu pai, no Rio Grande do Sul. Ajudava a fazer bolinhos de batata doce e farinha de casca de ovo para alimentar os peixes. Fritas ao limão e alho, as carpas são memoráveis. Energia solar Da experiência do cruzeiro no Alvídia (Alvídia - Um Horizonte a Mais), ficou a boa lembrança de instalação e utilização de painéis solares para recarregar baterias. Também na segunda fase de reformas, serão instalados painéis solares para produção de energia suficiente para iluminação exterior, pelo menos. Algas marinhas Certas algas marinhas são uma fonte de proteinas e substâncias medicinais extraordinárias, são relativamente fáceis de cultivar e manter. Este é mais um sonho, sem data para realização. Mas as motivações para buscá-lo não faltam e o suporte técnico de um amigo com credenciais são perfeitas. Conheci Pateta, na certidão de nascimento Ivan Tafarel, gaúcho oceanógrafo radicado em Santa Catarina, num congresso de oceanografia que participei em Itajaí. Pateta é dono da fazenda marinha Moluskus, e produz as “ostras gigantes” que abastecem os melhores restaurantes em todo o território nacional. Ele não vê a hora de me ajudar a implantar a fazenda de algas, mas fui eu quem colocou na sua cabeça essa idéia, esse sonho e disso ele também entende. Sua fazenda (foto) fica na Praia dos Sonhos, litoral catarinense Http://www.ostras.com.br Conversa no Píer© Barcos de Madeira Brasil Um dos cartões postais mais espetaculares do mundo, ao pé do Pão de Açúcar e acesso às águas calmas da Baía da Guanabara, está pautado para ser o palco do 1° Festival de Barcos de Madeira do Brasil - Wooden Boat Festival, que contará com a presença da comunidade de especialistas e entusiastas nacionais e convidados do exterior. Com entrada franqueada ao público, programação técnica e acadêmica e de lazer, pretende ser um evento singular a mais no calendário carioca e em outras cidades. Acompanhe pelo site da Conversa no Píer© l a v i t s e F denBoat WooBrazil Conversa no Píer© LIXO - a burrice que o homem inventou Luís Peazê E voluímos, rompemos a barreira da ignorância e fizemos da inteligência humana o veículo para atingirmos todos os séculos à nossa frente. Escamoteado nesse aparente benefício em causa própria, está o nosso maior paradoxo: nos tornamos incapazes de involuir, voltar ao passado, retroagir, filosoficamente esta possibilidade poderia ser um alívio ocasional para as febres “modernas”... Ter o direito de retroagir. Não temos. O conceito de “lixo” é um dos sintomas deste corpo febril em que se tornaram as sociedades sobre a Terra, condenadas a andar (rápido) somente em “linha reta” tomando como base a superfície do planeta, que é uma coisa que inexiste (a reta), pois, infinita, faria uma curva. Se pudéssemos perguntar à Terra o que é lixo, certamente ela diria que é algo que não existe no seu universo, porque ela não precisa, ou não tem uso qualquer, consequentemente não gera lixo. A natureza sábia jamais inventaria algo que não fizesse parte de seu sistema cíclico de transformação contínua. Então foi uma grande burrice que o homem inventou. O homem foi capaz de inventar algo do qual nem sequer sabe o que fazer, descarta-o sem o menor cuidado, fora do seu repertório de interesses. Um paradigma: todos os dias, eu crio algo que não é útil – à taxa de 1,5kg por pessoa, média planetária. Sem contar as indústrias e o coletivo urbano e rural... Isso aconteceu quando, curiosamente, o homem também perdeu o elo da medicina como uma arte não apenas da preservação da vida, mas, fundamentalmente, de não lesar o organismo humano. Que é muito mais do que simplesmente mantê-lo vivo. Num dado momento, de avanço da inteligência (século XVII), o homem descobriu a noção e a identificação das células nos corpos vivos. Até então não buscava compreender o organismo apenas decompondo sua matéria corporal em pequenas partes, com a arrogância que viria ter no futuro. A partir dali, abriu a temporada à caça da lesão de órgãos ou pequenas áreas do corpo, para “saná-lo” ao custo de bombardeios de balasmágicas - também descobriu as células de substâncias inanimadas. Foi além, passou a entregar a vigilância daquelas supostas lesões à máquinas de “varreduras”. Aderiu cegamente ao pensamento newtoniano e cartesiano (mal compreendido). A segmentação sem o progresso regressivo, em partes cada vez menores (a mente humana inclusive), até a era atual, dos fractais (e da leitura fragmentada do mundo). Mais um paradoxo: segmentar e massificar, ganhar em escala, produzir e crescer mais, em tudo. A medicina passou a ser orientada pelo valor “quantitativo”; surgiram os protocolos... O homem condicionou-se à matemática, à física e à química, atracando lentamente no cais (seguro) do oceano de lixo que ainda iria construir ao redor de si mesmo. Alimenta-se de lixo, isto é, de substâncias que nem sabe o que é (você costuma ler os ingredientes de industrializados alimentícios?), ingere “remédios” sem saber de que são feitos. Não se questiona aqui se os avanços da inteligência foram equivocados, pontua-se a submissão às ciências exatas (limitadas) em detrimento da sensibilidade humana que possui alcance infinito. O homem não sabe o que fazer com o lixo porque o inventou ignorando que o mundo gira a beira de um precipício - o princípio da vida. O primeiro passo em falso que o homem deu foi quebrar as partículas da matéria sem pensar o que faria com qualquer parte que não fosse aproveitar, do modo como a Terra o faz tão sabiamente. Pior ainda, não preocupou-se em descobrir como retornar vidro ao estado bruto de areia, por exemplo. Resumindo grotescamente, lixo é tudo aquilo que não serve para nada. Justamente a contradição ao conceito de vida. Esquecendo que a teoria cartesiana era para entender o todo, o homem passou a interessar-se apenas pelas partes. Cada especialista por uma parte. E perdeu a possibilidade sublime de assimilar o conceito de “ambiente total”, de si mesmo e do mundo ao seu redor. Fala apenas “ambiente”, ou, em português, pior ainda, “meio” ambiente (da noção de metade? da noção de mais ou menos? da noção de centro?). Ao esquartejar a matéria, ao deflorar violentamente as substâncias químicas expondo suas partículas menores, promovendo promiscuidade e o nascimento de coisas sub naturais, construindo na superfície de sua existência um submundo de coisas que a Terra jamais construiria em qualquer instância dela mesma, o homem criou o lixo. Uma onda de lixo, desabando sobre nós... A Terra está febril, sente a presença desse corpo estranho, o lixo. Infinitamente maior do que os homens ela encontrará um jeito de lidar com o lixo, mais cedo ou mais tarde, posto que é também infinitamente mais longeva e perene. E eu, e você? Seremos capazes de retroagirmos ao ponto em que começamos a errar? Coleta de pellets em Saquarema; veículos de poluentes persistentes Conversa no Píer© © Conversa no Píer pelo Brasil afora U ma página é menos do que uma gota d´água num oceano, para a Conversa no Píer© pelo Brasil afora. Na medida do possível, tentaremos dedicar metade da revista, nas futuras edições, para conversar sobre tudo o que acontece, não somente nos 8 mil km de extensão do nosso litoral, mas também nas águas interiores, rios e lagoas, estaleiros em sítios, fundos de quintal, por onde quer que haja um entusiasta de barcos, disposto a bater um papo com a gente.. Não é por acaso que o Brasil aglutina mais influências internacionais em embarcações aquaviárias, costeiras, de rios e lagunares do que qualquer outro país do mundo. A combinação histórica de evolução das grandes conquistas territoriais e desenvolvimento de novos cascos, tipos de vela, meios de “aventuras marítimas” legaram ao Brasil um mosaico único de estilos e muito mais. Aprendi isso na literatura cedida por Luis Phelipe Andrez, idealizador e gestor do Estaleiro Escola - Embarcações do Maranhão, do Maranhão Centro de Vocação Tecnológica do . Luis Phelipe me forneceu farto material que foi utilizado numa apresentação inédita no Wooden Boat Festival (2009) em Port Townsend, WA, USA. Os americanos ficaram impressionados com a nossa diversidade náutica. Quando relatei, e citei nomes de construtores Bahia tradicionais de embarcações de madeira da , que até hoje entram no mato e marcam as árvores que irão cortar para cada seção dos barcos que irão construir com ferramentas manuais rudimentares (essa será a quilha, essa será para os costados, essa dará os mastros...), quase não acreditaram. Ao verem fotos dos saveiros, cedidas por Pedro Bocca, do Viva Saveiros, deu até para ouvir gritinhos... O Estaleiro Escola de Luis Phelipe e os Saveiros ainda serão destaque numa edição da Conversa © no Píer , anote aí! Brasília E em ? Até mesmo entre nós, há quem não saiba que, por exemplo, longe do mar e com um lago artificial, o Paranoá é palco do calendário de atividade náutica mais agitado do país. No DF é impossível não citar a atuação de Rommel Castro, carioca radicado no planalto central, corredor de regatas entre as nossas feras medalistas olímpicos, mantém o site www.conhecimentonautico.com.br uma profusão de informação sobre vela, construção, métodos, etc e que oportuniza um desenho próprio de barco de regata para construção amadora, ou individual, vale a pena conferir. Http://www.conhecimentonautico.com/ Ali, ainda no DF, na UNESCO, Edson Fogaça, idealizador do projeto Embarcações do Brasil mantém as velas da paixão pela arte naval tradicional brasileira a todo pano. Recentemente venceu mais um prêmio com o documentário Jangada de Raiz, simplesmente comovente http://www.unesco.org/archives/multimedia/index.php ?s=films_details&pg=33&id=2736 Na verdade, uma revista é pouco pra relatar todas as iniciativas domésticas (não raro com poucos recursos e incentivos oficiais) que desenvolvem a arquitetura naval e atividade náutica. Saimos do nordeste sem falar das Canoas de Tolda, passamos por Maceió sem citar as andanças do Capitão Sombra, velejador que dispensa apresentações para quem é do ramo, deu várias voltas ao mundo no valente Guardian, recentemente aderiu a um projeto de construção de marinas modernas autosustentáveis em todo o território nacional... No Espírito Santo, o projeto acadêmico Enxó, encontro de pesquisadores; no Rio de Janeiro , o combalido e subutilizado Pólo Náutico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, após o falecimento de seu maior entusiasta, o Prof. Amorim, navega em águas incertas; entre aderir ao poder da indústria offshore, ou à demandas lúdicas e educativas. Estaremos atentos! E prontos para colaborar. Dentro da Baía da Guanabara ouvimos alguém dizer “vamos implementar escolas de carpintaria naval em todo o Brasil”. Opa, que bom, vamos ver isso de perto. Fomos nos informar sobre o que acontece em Santa Catarina e o gaúcho Claudio Copello, presidente da ANI - Associação Náutica de Itajaí, nascida do sonho dos velejadores Vilmar & Gina, do veleiro Jornal, confirmou que o suporte da prefeitura continua, há 10 anos, e que a agenda de cursos para crianças, vela e carpintaria naval, está de vento em popa. Enquanto isso, os empresários que fabricam iates de luxo tentam tirar do papel projetos arrojados, como a Cidade do Mar, em Tijucas... SC tem de fato vocação natural para isso tudo... Ligamos para o Museu Oceanográfico da Rio Grande Universidade Federal de , para saber como anda o projeto de que somos testemunhas oculares de sua construção, o CCMar - Centro de Convivência dos Meninos do Mar, voltado exclusivamente para comunidades carentes e/ou de baixa renda. Vernetti, construtor naval e instrutor da escola do CCMAR nos contou orgulhoso que vem formando turmas e mais turmas, ano a ano, desde 2008. Mas ratifica o coro de norte a sul: “não é fácil”. Nada é fácil. Porém, quando a gente faz o que gosta, se diverte, porque a vida com um barco é melhor. Envie notícias para a Conversa no Píer© [email protected] Conversa no Píer© O Bruxo de Ubatuba S e Herreshoff é chamado de Wizard of Bristol, por que não podemos nomear também nossos bruxos? Na náutica, os temos ao longo do litoral, comecemos então pela Lat 23°27´Sul, exatamente aonde cruza o Trópico de Capricórnio, e isso norteia o rumo desta página: a homenagem que a © JJ Magalhães Netto, comodoro do Tamoios Iate Clube, chamado carinhosamente pelos amigos de Maga, aterrou em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, quando o ie ie ie ainda iria estourar nas rádios... Nadador de piscina e mar aberto, campeão e instrutor, mergulhador de competição e profissional, caça submarina e instrutor do corpo de bombeiros, velejador e fundador de escolinha de vela, construtor de barcos e entusiasta da preservação de canoas caiçaras, desbravador de ilhas e mantenedor de um paraiso de se admirar com as mãos em concha coladas ao peito; o Saco do Céu, em Angra dos Reis. Não satisfeito com tamanha imersão marítima, Maga fundou um iate clube num recanto não menos paradisíaco, a praia de Itaguá, onde o cruzeirista preguiçoso pode amarrar os cabos de seu veleiro ou lancha e assegurar-se de que Maga lhe estará aguardando com um sorriso, um cigarro de palha no canto da boca e muitas histórias para contar. Escreva um livro abaixo de cada item de sua mini bio descrita aqui e nem sairá da arrebentação. Magalhães é uma longa travessia. Aliás, ele revela aos mais íntimos que sonha dar a volta ao mundo em solitário, ao estilo J. Slocum, mas não percebe que já realizou este sonho incontáveis vezes inspirando outros sonhadores, pois, como se sabe “longe é um lugar que não existe”. A frase é feita, mas não é por acaso, se poderia inventar o mito de que Fernão Capelo Gaivota pousou naquelas praias, assim como se acreditou que Saint-Exupery desabou do céu ali, onde o Bruxo de Ubatuba escreve capítulos do ambiente marinho destas latitudes ao estilo Pe.Anchieta, escrevendo na areia, através de obras concretas, projetos comunitários e sonhos.. Maga: um forte abraço! “És responsável por aquele que cativas.” O Pequeno Príncipe Foto cedida por Paulo Pinotti e Pyter Santos - SESC Catanduva Conversa no Píer faz ao Bruxo de Ubatuba: Instituto Brasil Costal - BRCostal Conversa no Píer Ano I - Outubro de 2013 www.conversanopier.com.br Clínica Literária Editora Porque a vida com um barco é melhor