Volume 5 Número 1 - abctp
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Volume 5 Número 1 - abctp
ISSN 1808-9909 Volume 5, Número 1, 2009 PLANT CELL CULTURE & MICROPROPAGATION Cultura de Células & Micropropagação de Plantas Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 5, n. 1, p. 1-70, 2009 A revista Plant Cell Culture & Micropropagation , editada semestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras (Editora UFLA), publica artigos científicos da área de cultura de tecidos de plantas por membros da comunidade científica nacional e internacional. Com uma tiragem de 600 exemplares é distribuída aos membros da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS (ABCTP) em dia com a anuidade. Para se associar à ABCTP consulte o site: <www.abctp.ufla.br> PERMUTA A revista Plant Cell Culture & Micropropagation deseja fazer permuta com revistas de áreas afins. ABCTP Universidade Federal de Lavras Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 Lavras MG CEP 37200-000 E-mail: [email protected] FICHA CATALOGRÁFICA Diretoria Presidente Renato Paiva UFLA Secretário Moacir Pasqual UFLA Secretário Adjunto Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Tesoureiro Guilherme Augusto Canella Gomes Benger do Brasil Comissão Editorial Editor Chefe Renato Paiva UFLA Conselho Editorial Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Moacir Pasqual UFLA Renato Paiva UFLA Secretaria Daiane Peixoto Vargas UFLA Diogo Pedrosa Corrêa da Silva UFLA Gabriela Ferreira Nogueira UFLA Nomenclatura Científica Manuel Losada Gavilanes UFLA Revisão de Português Rose Mary Chalfoun Bertolucci Revisão de Inglês Renato Paiva UFLA Revisão de Referências Bibliográficas Márcio Barbosa de Assis Editoração Eletrônica Luciana Carvalho Costa Editora UFLA Christyane Aparecida Caetano Editora UFLA Isabel Cristina de Oliveira Editora UFLA Consultoria Científica (v.5, n.1, 2009) Adriana Madeira Santos Jesus EMBRAPA Ana Cardoso Clemente Filha Ferreira de Paula UNIFENAS Antonio Carlos Torres EMBRAPA Átila Francisco Mogor UFPR Carlos Vinício Vieira UFMT Celso Luiz Salgueiro Lage UFRJ Elisabeth Atalla Mansur de Oliveira UERJ Eunice Oliveira Calvete UPF Evaristo Mauro de Castro UFLA Fabiano Guimarães da Silva CEFET-RV José Raniere F. Santana UEFS Lilia Gomes Willadino UFRPE Luciana Lopes Fortes Ribas UFPR Magdi Ahmed Ibrahim Aloufa UFRN Marcelo Murad Magalhães UFLA Mauricio Reginaldo Alves dos Santos EMBRAPA Osmar Alves Lameira EMBRAPA Rodrigo Kelson Silva Rezende UFGD Therezinha Rangel Câmara UFRPE ISSN 1808-9909 Plant Cell Culture & Micropropagation CONTEÚDO Sacarose e um aditivo orgânico complexo na micropropagação de amoreira-preta (Rubus sp.) Sucrose and a complex organic addictive on micropropagation of Blackberry (Rubus sp.) Fabíola Villa, Moacir Pasqual, Franscinely Aparecida Assis, Leila Aparecida Salles Pio .. 1 Estudo da anatomia de plântulas da espécie Malus domestica var. Golden delicious cultivada in vitro Anatomical study of Malus domestica var. Golden delicious cultivated in vitro Kelly Cristina de Macedo Bezerra, Magdi Ahmed Ibrahim Aloufa, Juliana Espada Lichston .................... 9 Crescimento in vitro de pequizeiro (Caryocar brasiliense a. St.-hil.): influência da polaridade e luminosidade In vitro growth of Caryocar brasiliense a. St.-hil.: influence of polarity and light Breno Régis dos Santos, Renato Paiva, Sandro Barbosa, Patrícia Duarte de Oliveira Paiva, Daiane Peixoto Vargas, Cristiano Martinotto ........................................................................................................... 19 Factors affecting in vitro germination of passion fruit seeds Fatores afetando a germinação in vitro de sementes de maracujazeiro Rodrigo Sobreira Alexandre, Flávio Alencar D araújo Couto, José Maria Moreira Dias, Wagner Campos Otoni, Paulo Roberto Cecon, Simone Bhering de Souza Gomes ................................................................. 27 Assepsia de rizomas e ápices caulinares de Curcuma alismatifolia Asepsis of Curcuma alismatifolia rhizomes and shoot tips Tatiana Michlovská Rodrigues, José Magno Queiroz Luz, Leandro de Oliveira Lino, Carlos Ribeiro Rodrigues, Geraldo Batista de Melo .................................................................................................................................................................. 36 Teor de flavonas e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico em calos e em plantas in vitro e in vivo de carqueja [Baccharis trimera (LESS) dc.] Flavones and 3,5-O-dicaphenoilchinic acid contents on callus and on in vitro and in vivo Baccharis trimera (LESS) dc. plants Fabiano Guimarães Silva, Ana Helena Januário, José Eduardo Brasil P. Pinto, Vivian Elias Nascimento, Wellington dos Santos Barizan, Suzelei de Castro França ........................................................................... 42 Comparison of two particle bombardment devices using histochemical and fluorimetric assays of -glucuronidase in soybean embryogenic suspensions Comparação de dois aparelhos de bombardeamento de partículas utilizando os ensaios histoquímicos e fluorimétricos da -glucuronidase em suspensões embriogênicas de soja Marcelo Murad Magalhaes, Pon Samuel Jayakumar, Hee Sook Song, Sonitichai Chanprame, Jack Milton Widholm ............................................................................................................................................ 50 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Aclimatização do híbrido de orquídea em substratos a base de pó de bagaço de cana-de-açúcar Acclimatization of orchid hybrid in sugar cane bagasse powder based substrates Lilian Yukari Yamamoto, Vanessa Stegani, Ricardo Tadeu de Faria, Inês Cristina de Batista Fonseca, Bruno Luiz Domingues de Angelis ........................................................................................................... Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-70, 2009 60 Micropropagation of black pepper (Piper nigrum) Micropropagação da pimenta-do-reino (Piper nigrum) Elisa Ferreira Moura, Ilmarina Campos de Menezes, Oriel Filgueira de Lemos, Osmar Alves Lameira Leila Márcia Souza do Amaral, Clarisse Beltrão Rosas Rocha .................................................................... 65 SACAROSE E UM ADITIVO Sacarose e um aditivo ORGÂNICO orgânico complexo... COMPLEXO NA MICROPROPAGAÇÃO DE AMOREIRA-PRETA (Rubus sp.) 1 SUCROSE AND A COMPLEX ORGANIC ADDICTIVE ON MICROPROPAGATION OF BLACKBERRY (Rubus sp.) FABÍOLA VILLA1, MOACIR PASQUAL2, FRANSCINELY APARECIDAASSIS3, LEILAAPARECIDA SALLES PIO4 1 Engenheira Agrônoma, Dra., Bolsista FAPEMIG Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais/EPAMIG Setor de Fruticultura - Rua Washington Alvarenga Viglione Vargedo 37200-000 Maria da Fé, MG [email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Titular do DAG Universidade Federal de Lavras/UFLA 37200-000 Lavras, MG [email protected] 3 Engenheira Agrônoma, Mestranda em Entomologia no DEN Universidade Federal de Lavras/UFLA 37200-000 Lavras, MG [email protected] 4 Engenheira Agrônoma, Dra., Bolsista da FAPEMIG Universidade Federal de Lavras/UFLA 37200-000 Lavras, MG [email protected] RESUMO A micropropagação de amoreira-preta é utilizada, principalmente, para a obtenção de plantas livres de vírus e em curto espaço de tempo. Com o objetivo de aprimorar técnicas de cultivo in vitro de amoreira-preta cv. Tupy, testouse o uso de concentrações de sacarose (0, 15, 30, 45 e 60 g L-1) e de suco de uva (SuFresh ) (0, 5, 10, 15 e 20%) adicionadas ao meio MS acrescido de 1,0 mg L-1 de BAP, 6,0 g L-1 de ágar e pH ajustado para 5,8 antes da autoclavagem a 121ºC e 1,0 atm por 20 minutos. Segmentos nodais, oriundos de brotações pré-estabelecidas in vitro foram excisados e inoculados em tubos de ensaio contendo 15 mL do meio de cultura e mantidos em sala de crescimento com temperatura de 25 ± 2ºC, irradiância de 32 mol m 2 s 1 e fotoperíodo de 16 horas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado, utilizando-se 4 repetições com 12 segmentos cada. O experimento foi avaliado após 70 dias de cultivo in vitro. Melhores resultados na micropropagação da amoreira-preta cv. Tupy ocorrem com a adição de altas concentrações de sacarose (45-60 g L -1) associadas a baixas concentrações de suco de uva (0-5%). Termos para indexação: cultivo in vitro, meio de cultura MS, carboidrato, suco de uva, Rubus. to a growth room with temperature of 25 ± 2ºC, irradiance of 32 mol m-2 s-1 and photoperiod of 16 hours. The experiment was a complete randomized design with four replicates and 12 segments each. The experiment was evaluated after 70 days of in vitro cultivation. Best results for micropropagation of the blackberry cv. Tupy were obtained using high (45-60 g L-1) sucrose concentrations associated with reduced (0-5%) concentrations of grape juice. Index terms: In vitro culture, MS culture medium, carbohydrate, grape juice, Rubus. INTRODUÇÃO A amoreira-preta (Rubus sp.) é uma frutífera de clima temperado pertencente à família Rosaceae, que contém aproximadamente 740 espécies. Estima-se que a área cultivada no Brasil esteja ao redor de 250 hectares, sendo o Rio Grande do Sul o principal produtor, seguido de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Sul de Minas (ANTUNES & RASEIRA, 2004). A sua propagação se faz por meio de estacas de ABSTRACT The blackberry micropropagation is used, mainly to produce virus-free plants in a short period of time. With the objective to improve the techniques of in vitro blackberry cv. Tupy cultivation, different concentrations of sucrose (0, 15, 30, 45 and 60 g L-1) and grape juice (SuFresh ) (0, 5, 10, 15 and 20%) added to MS medium supplemented with 1.0 mg L-1 BAP, 6.0 g L-1 agar and pH adjusted to 5.8 prior sterilization at 121ºC and 1 atm for 20 minutes were tested. Nodal segments, originated from in vitro plants were excised and inoculated in tubes containing 15 mL of culture medium and then transferred raízes, brotos (rebentos) originados de plantas cultivadas, ou ainda por estacas herbáceas. Além disso, com a micropropagação da amoreira-preta, é possível obter plantas livres de vírus, geneticamente uniformes e em curto espaço de tempo, sendo assim uma alternativa viável (SKIRVIN et al., 1981). Um dos objetivos da micropropagação é a maximização da multiplicação de gemas. Muita atenção para (Recebido em 8 de janeiro de 2008 e aprovado em 16 de março de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-8, 2009 2 VILLA, F. et al. sua obtenção tem sido dada à manipulação de reguladores vegetais no meio. Vários meios de cultura para amoreirapreta têm sido testados e um específico é identificado pela composição de sais minerais, enquanto as vitaminas, reguladores vegetais e outros suplementos orgânicos variam em concentração (ERIG et al., 2002; VILLA et al., 2004, 2008). O meio nutritivo é composto por água, elementos essenciais, vitaminas, aminoácidos, açúcares, agente solidificante, reguladores vegetais e eventualmente aditivos como antibióticos, carvão ativado e aditivos orgânicos complexos. Essas são preparações obtidas de produtos naturais, de composição indefinida, mas que atendem ao propósito de enriquecimento do meio, visando a melhor resposta no padrão de crescimento das plantas in vitro (TORRES et al., 2001). Vários elementos aditivos complexos como coco (endosperma, água, leite), peptona de carne, polpa de banana, sucos de frutas, foram utilizados no meio de cultura de tecidos (orquídeas) (STANCATO et al., 2008); (citros) (FERREIRA et al., 2004). Entretanto, os dados comparativos disponíveis não permitem uma discussão razoável sobre o efetivo estímulo ao crescimento promovido por esses elementos (GEORGE, 2008). Sucos de frutas são considerados fontes de carboidrato alternativas, em substituição à sacarose (SILVA, 2003). A sacarose é um componente importante no meio de cultura, servindo como fonte de esqueleto de carbono e energia. Sua concentração também é um fator determinante no crescimento e é dependente do tipo de explante. Estudos comprovaram que 75 a 85% do aumento da biomassa se devem à incorporação de carbono pela adição de sacarose (CALDAS et al., 1990). Para amoreirapreta cv. Tupy, esse aumento se deu em meio de cultura MS 150%, acrescido de 45-60 g L-1 de sacarose (VILLA et al., 2004). Conduziu-se este trabalho, com o objetivo de avaliar os efeitos da sacarose e de outra fonte de açúcar, como o suco de uva industrializado, no cultivo in vitro de amoreirapreta cv. Tupy. MATERIAL E MÉTODOS Segmentos nodais de amoreira-preta, cv. Tupy, contendo duas gemas axilares e 2 cm de comprimento, oriundos de dois subcultivos in vitro de brotações preestabelecidas, foram excisados e introduzidos em tubos de ensaio (20x150mm), contendo 15 mL de meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962). Este meio foi acrescido de 1,0 mg L-1 de BAP, 6 g L-1 de ágar (Merck®) e de combinações de sacarose (0, 15, 30, 45 e 60 g L-1) e de suco de uva (Su Fresh® - 0, 5, 10, 15 e 20%). O pH foi ajustado para 5,8 antes da esterilização a 121ºC e 1 atm por 20 minutos. Posteriormente, os tubos de ensaio contendo os explantes foram transferidos para a sala de crescimento, para os quais as condições de cultivo foram mantidas a 25 ± 2ºC, irradiância de 32 mol m 2 s 1 e fotoperíodo de 16 horas. Ao final de 70 dias de cultivo in vitro, foram avaliados número de brotos, número de folhas, massa fresca da parte aérea, comprimento da parte aérea, número de raízes e massa fresca de calos. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualisado com quatro repetições constituídas de três explantes cada uma, totalizando 12 brotações. Os dados foram analisados por meio do software Sisvar (FERREIRA, 2000) e as concentrações de sacarose e suco de uva comparadas por regressão polinomial. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da análise de variância são apresentados na Tabela 1. A interação entre as concentrações de suco de uva e de sacarose promoveu efeito significativo para todas as variáveis analisadas. Maior valor absoluto para número de folhas foi obtido com 5% de suco de uva associado a 60 g L-1 de sacarose. Por outro lado, sob o ponto de vista econômico, melhores resultados (25,85) foram verificados com 20% de suco de uva adicionado ao meio de cultivo MS e na ausência de sacarose (Figura 1). No meio MS, contendo 0% e 5% de suco de uva, maior número de folhas foi obtido com 60 g L-1 de sacarose, enquanto que no meio MS contendo 20% de suco de uva Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-8, 2009 Sacarose e um aditivo orgânico complexo... 3 TABELA 1 Resumo da análise de variância para número de folhas (NF), número de brotos (NB), número de raízes (NR), comprimento da parte aérea (CP) e peso da matéria fresca da parte aérea (PMF). UFLA, Lavras, MG, 2007. FV GL Quadrados médios NF 4 Sac. NB 93,40** NR CP PMF 0,0447 n.s. 0,8083** 7,0976** 0,033** n.s. Suco 4 199,04** 0,3944 0,9287** 4,544** 0,0362** Sac. x suc. 16 219,38** 0,3595** 0,2979** 8,9457** 0,0135** erro 71 0,1 0,6 0,12 1,91 0,004 23,27 18,20 19,50 2,67 5,09 CV% ** Significativo ao nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste F. sac. = sacarose; suc. = suco de uva; n.s. = não significativo. Y0% suco de uva = 9,04 + 0,63x - 0,0064x2 45 R2 = 0,94 Y5% suco de uva = 13,94 + 0,2028x + 0,0032x2 R2 = 0,76 40 Y20% suco de uva = 25,84 - 0,2068x - 0,0015x2 R2 = 0,98 Número de folhas 35 30 25 20 15 10 5 0 0 10 20 30 40 50 60 -1 Sacarose (g L ) 0% suco de uva 5% suco de uva 20% suco de uva FIGURA 1 Número de folhas de amoreira-preta, cv. Tupy, cultivada em diferentes concentrações de suco de uva e de sacarose, após 70 dias de cultivo in vitro. UFLA, Lavras, MG, 2007. houve tendência de redução nesse número em relação ao aumento da concentração de sacarose. O comportamento do número de brotos dessa cultivar foi semelhante ao número de folhas, sendo estimulado pelo aumento da concentração de sacarose associado a 0 e 5% de suco de uva (Figura 2). Maior número de brotos ocorreu com 5% de suco de uva associado a 60 g L-1 de sacarose, corroborando assim com Villa et al. (2004, 2008), cujos autores estudando diferentes meios para micropropagação da amoreira-preta, afirmaram que, o uso de 60 g L-1 de sacarose proporcionou maior número de brotos (2,8) das cultivares Ébano e Tupy. Porém, Cao et al. (2003) afirmaram que, maior número de brotos de Vaccinium corymbosum L. cvs. Bluecrop, Duke e Georgiagem deu-se com a adição de 15 g L-1 de sacarose adicionado ao meio de cultura WPM modificado. Mesmo na ausência de sacarose foi observada a produção de brotos de amoreira-preta, corroborando assim com Souza (1995), cujo autor verificou que na ausência de sacarose ocorreu uma produção média de 2,9 brotos/ Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-8, 2009 4 VILLA, F. et al. explante e com 35,3 g L-1 de sacarose a produção passava de 18,2 brotos/explante. Essa resposta, divergente do presente estudo, sugere que o explante utilizado pode ter usado suas próprias reservas de carbono na indução de novas brotações, sendo dispensável a sacarose como fonte de carbono. Com o aumento nas concentrações de sacarose, verificou-se um aumento quadrático no número de raízes, sendo que maior número ocorreu entre 45-60 g L-1 de sacarose na ausência de suco de uva adicionado ao meio de cultura (Figura 3). Leite et al. (2000) também afirmaram que a percentagem de enraizamento de porta-enxerto de 3,0 Número de brotos 2,5 2,0 1,5 2 2 Y0% suco de uva = 1,43 + 0,0415x - 0,0005x R = 0,99 2 2 Y5% suco de uva = 1,80 + 0,0141x + 1E-06x R = 0,83 2 2 Y15% suco de uva = 2,50 - 0,0299x + 0,0003x R = 0,83 1,0 0,5 0,0 0 10 20 30 40 50 60 -1 Sacarose (g L ) 0% suco de uva 5% suco de uva 15% suco de uva FIGURA 2 Número de brotos de amoreira-preta, cv. Tupy, cultivada em diferentes concentrações de suco de uva e de sacarose, após 70 dias de cultivo in vitro. UFLA, Lavras, MG, 2007. 2,5 Número de raízes 2,0 1,5 1,0 2 2 Y0% suco de uva = 0,99 + 0,0312x - 0,0002x R = 0,97 2 2 Y5% suco de uva = 1,22 + 0,0037x + 1E-04x R = 0,60 2 2 Y10% suco de uva = 1,05 + 0,0055x + 0,0001x R = 0,74 0,5 0,0 0 10 20 30 40 50 60 -1 Sacarose (g L ) 0% suco de uva 5% suco de uva 10% suco de uva FIGURA 3 Número de raízes de amoreira-preta, cv. Tupy, cultivada em diferentes concentrações de suco de uva e de sacarose, após 70 dias de cultivo in vitro. UFLA, Lavras, MG, 2007. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-8, 2009 Sacarose e um aditivo orgânico complexo... pereira OH x F97 apresentaram comportamento quadrático significativo, com aumento nas concentrações de sacarose estudadas. Maior percentual de enraizamento foi obtido na presença de uma situação oposta, ou seja, pela combinação da maior concentração de sacarose associada à menor de suco de uva industrializado. A combinação de altas concentrações de sacarose (60 g L -1) associadas as menores concentrações (0-10%) da outra fonte de carboidrato, provavelmente afetam negativamente o enraizamento por meio do aumento do potencial osmótico do meio, fator sabidamente conhecido como inibidor do crescimento radicial, durante o processo de propagação vegetativa (MALDANER et al., 2006). Comportamento semelhante ao número de raízes deu-se para comprimento da parte aérea e número de folhas. Maior comprimento da parte aérea de amoreira-preta cv. Tupy foi verificado com 45 g L-1 de sacarose, sem a adição de suco de uva (Figura 4). A adição de sacarose no meio de cultivo pode atuar como substrato para o processo de respiração celular, fornecendo quantidade de energia para o processo de rizogênese e também atuaria na manutenção 5 do potencial osmótico do meio. Os dados obtidos corroboram com as afirmações de vários autores de que a presença de carboidrato é essencial para a indução e desenvolvimento de raízes in vitro de muitas espécies frutíferas (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998). Quando se elevou a concentração de sacarose, o desenvolvimento da parte aérea diminuiu na maior concentração de suco de uva (20%). É possível que o aumento do potencial osmótico e a consequente redução na absorção de nutrientes pelos explantes não tenha evitado um efeito deletério causado pela alta concentração do suco de uva. O aumento da concentração de sacarose no meio de cultivo não apenas elevou o suprimento de carbono disponível à cultura, como também estimulou o crescimento do material vegetal, conforme verificado na ausência e com a adição de 5% de suco de uva. Já para 20% de suco de uva, o crescimento in vitro teve uma resposta inversa, decorrente das altas concentrações de fonte de carbono presentes no suco de uva, diminuindo assim o potencial osmótico do meio. A adição de 5% de suco de uva no meio de cultura proporcionou maior massa fresca de brotações, com 2 2 2 2 Y0% suco de uva = 1,57 + 0,1927x - 0,0017x R = 0,88 Y5% suco de uva = 2,42 + 0,1555x - 0,0018x R = 0,82 9 2 2 Y20% suco de uva = 4,94 - 0,0112x - 0,0006x R = 0,73 8 Comprimento da parte aérea (cm) 7 6 5 4 3 2 1 0 0 10 20 30 40 50 60 -1 Sacarose (g L ) 0% suco de uva 5% suco de uva 20% suco de uva FIGURA 4 Comprimento da parte aérea de amoreira-preta, cv. Tupy, cultivada em diferentes concentrações de suco de uva e de sacarose, após 70 dias de cultivo in vitro. UFLA, Lavras, MG, 2007. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-8, 2009 6 VILLA, F. et al. aumento de sacarose até a concentração de 60 g L-1 (Figura 5). Embora a alta concentração de sacarose possa ter elevado o potencial osmótico, a absorção de nutrientes pelos explantes não foi prejudicada. Verificou-se a formação de calos na base dos explantes de amoreira-preta. Os resultados obtidos nas concentrações de 0 a 10% de suco de uva foram muito próximos (Figura 6), porém destaque deve ser dado à ausência do suco de uva no meio de cultivo, quando maior massa fresca de calos foi obtida com 60 g L-1 de sacarose. O aumento nas concentrações de sacarose verificou-se de forma quadrática uma intensa formação de calos. Esses 1,6 1,4 Massa fresca da parte aérea (g) 1,2 1,0 0,8 2 2 Y0% suco de uva = 1,02 + 0,007x - 6E-05x 0,6 R = 0,82 2 2 Y5% suco de uva = 1,09 + 0,0007x + 7E-05x R = 0,97 0,4 0,2 0,0 0 10 20 30 40 50 60 -1 Sacarose (g L ) 0% suco de uva 5% suco de uva FIGURA 5 Massa fresca da parte aérea de amoreira-preta, cv. Tupy, cultivada em diferentes concentrações de suco de uva e de sacarose, após 70 dias de cultivo in vitro. UFLA, Lavras, MG, 2007. 1,4 Massa fresca de calos (g) 1,2 1,0 0,8 2 2 Y0% suco de uva = 0,99 + 0,0058x - 5E-06x 0,6 R = 0,97 2 2 Y5% suco de uva = 1,00 + 0,0072x - 6E-05x R = 0,98 2 2 Y10% suco de uva = 1,04 + 0,0073x - 0,0001x R = 0,87 0,4 0,2 0,0 0 10 20 30 40 50 60 -1 Sacarose (g L ) 0% suco de uva 5% suco de uva 10% suco de uva FIGURA 6 Massa fresca de calos de amoreira-preta, cv. Tupy, cultivada em diferentes concentrações de suco de uva e de sacarose, após 70 dias de cultivo in vitro. UFLA, Lavras, MG, 2007. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 1-8, 2009 Sacarose e um aditivo orgânico complexo... resultados estão de acordo com Erig et al. (2004), quando elevadas concentrações de sacarose induziram a formação de calo na base dos explantes de marmeleiro (Cydonia oblonga Mill.), cultivares MC e Adams. Essa formação na zona de enraizamento é indispensável, pois pode afetar a qualidade das raízes, principalmente no que se refere à conexão vascular com a planta (FACHINELLO et al., 1995). Pela pouca diferença entre a ausência de sacarose e sua adição no meio de cultivo para massa fresca da parte aérea e de calos, o melhor resultado verificado foi na ausência dessa fonte de carboidrato. Outro aspecto a ser considerado é que a sacarose também contribui na diferenciação dos tecidos vasculares (SRISKANDARAJAH & MULLINS, 1981). Observou-se que nos diferentes tratamentos nos quais ocorreram pouca ou nenhuma formação de calos na base dos explantes, as raízes formaram-se diretamente da epiderme, pois com a formação de calos, as raízes formadas não são diretamente ligadas aos explantes, podendo acarretar grande taxa de mortalidade das brotações, por ocasião de transferências para o substrato na fase de aclimatização. A sacarose e o suco de uva, como fontes de carboidratos, visam a suprir as necessidades metabólicas dos explantes de amoreira-preta, atuando como fonte de esqueletos carbônicos na diferenciação celular e no crescimento, porém em concentrações antagônicas (altas concentrações de sacarose e baixas de suco de uva) foram essenciais no desenvolvimento in vitro dessa cultivar. CONCLUSÕES Maiores concentrações de sacarose associadas a baixas concentrações de suco de uva proporcionaram melhor cultivo in vitro da amoreira-preta cv. Tupy. Plantas com maior número de raízes foram obtidas na ausência do suco de uva em meio de cultura, adicionado de 45, 60 g L-1 de sacarose. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, L. E. C.; RASEIRA, M. C. B. Aspectos técnicos da cultura da amora-preta. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. 13 p. (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 122). 7 CALDAS, L. S.; HARIDASAN, P.; FERREIRA, M. E. Meios nutritivos. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S. (Eds.). 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Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN Parnamirim, RN [email protected] Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Adjunto Departamento de Botânica Ecologia e Zoologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN Rua Engo Nelson Bahia, 1800 Cidade Jardim 59078-280 Natal, RN [email protected] 3 Bióloga, Dra., - Professora Adjunta - Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN Avenida Salgado Filho s/n Lagoa Nova 59078-970 Natal, RN [email protected] 2 RESUMO A técnica de cultura in vitro na fruticultura vem crescendo, principalmente, para facilitar a produção de variedades resistentes e de alta qualidade, havendo necessidade de novas alternativas a fim de atender ao mercado consumidor. Neste trabalho objetivouse analisar as estruturas anatômicas de plântulas de macieira (Malus domestica Borkh var. golden delicious) germinadas assepticamente in vitro e avaliar a taxa de germinação das sementes. As sementes de macieira foram escarificadas, inoculadas em meio MS básico, e mantidas em condições controladas de luz, temperatura, fotoperíodo e luminosidade. Para os estudos anatômicos, as plântulas germinadas foram fixadas em álcool, e utilizadas para confecção de lâminas, pelo método à mão livre, como lâminas permanentes. As sementes que tiveram o tegumento totalmente removido apresentaram a maior percentagem de germinação e a menor taxa de contaminação. No estudo histológico, verificaram-se na raiz, em secção transversal, células da epiderme com espessamento na parede periclinal interna. Observou-se que seu sistema vascular é composto por cinco pólos de protoxilema alternando-se com cinco do protofloema. No caule, o sistema vascular é representado por um número variado de feixes do tipo colateral. A folha é dorsiventral e hipoestomática, e a epiderme apresenta acentuadas sinuosidades, com cutícula de espessura delgada. Quanto à anatomia, Malus domestica apresenta organização tecidual típica das eudicotiledôneas, havendo diferença entre os indivíduos que crescem naturalmente e os de cultivo in vitro. Termos para indexação: Malus domestica, escarificação, histologia. ABSTRACT The technique of in vitro culture in horticulture has grown mainly to facilitate the production of resistant high quality varieties, with the need of new alternatives in order to attend the consumer market. The objective of this work was to analyse, in vitro, the anatomical structure of apple plantlets (Malus domestica var. golden delicious) germinated aseptically in vitro, as well as to evaluate their seed germination rate. The apple tree seeds underwent a scarification process being inoculated in basic MS medium, and maintained under controlled conditions. The germinated seedlings were scarified, for the anatomical study, and both free hand and permanent laminae methods were used. The seeds whose tegument was completely removed presented the highest germination percentage and the lowest contamination rate. For the histological study, it was found in the root, using transverse section, cells of the epidermis with thickening in the internal periclinal wall. Five protoxylem poles alternated with five protophloem compose its vascular system. In the stem, the vascular system is represented by a varied number of bunches of collateral type. The leaf is dorsiventral and hipostomatic, the epidermis presents accentuated sinuosity, with thin thickness cuticle. As for the anatomy, Malus domestica presents the typical tissue organization of the eudicotyledons, showing difference among the individuals growing naturally and those cultivated in vitro. Index terms: Malus domestica, scarification, histology. INTRODUÇÃO O cultivo de diversas variedades de macieira está consolidado como um empreendimento rentável e viável no Brasil (CRUZ JUNIOR & RICARDO, 2002). A qualidade da maçã produzida no país vem tornando o mercado competitivo em relação à maçã importada (FREY, 1990). Mas, na região Sul do Brasil, onde ocorre maior produção de macieira do país, a maioria dos cultivares não tem sua necessidade de frio invernal satisfatória, apresentando sérios distúrbios fisiológicos, como brotações deficientes e desuniformes, reduzindo a produtividade (CRUZ JUNIOR & RICARDO, 2002). A variedade golden delicious é de origem americana, uma das mais cultivadas do mundo. Sua casca é verde, com pontos escuros pequenos. Seu formato é redondo e regular. A polpa é substancial, suculenta, doce e aromática. (Recebido em 31 de julho de 2008 e aprovado em 16 de março de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 10 BEZERRA, K. C. de M. et al. Foi introduzida no mercado mundial em 1914 (ESCLAPON, 1969). A macieira por muitas vezes apresenta período juvenil encurtado, ocasionando um longo intervalo de tempo até a germinação, tornando mais difícil e longo o programa de melhoramento genético para esta espécie (ROEN, 1994). As sementes da macieira apresentam dormência e necessitam de uma temperatura ótima para a sua superação (DANTAS et al., 2002). Nesse sentido, o cultivo in vitro dessas sementes apresenta-se como uma alternativa de propagação da espécie, de forma rápida e como possível fonte asséptica de explantes para experimentos posteriores. Quando a dormência é ocasionada por um balanço desfavorável entre promotores e inibidores de germinação, métodos que aumentem a concentração dos promotores ou que atuem impedindo a ação dos inibidores deverão ser empregados, como é o caso da estratificação, lixiviação e aplicação direta de citocinina e/ou giberelina (FERREIRA & BORGHETTI, 2004). As interações entre fitoreguladores afetam a superação da dormência e a subsequente germinação das sementes (DUNLAP & MORGAN, 1977). Um outro tipo de dormência verificado é a imposta pelo tegumento, que é eficiente para retardar a germinação (KHAN, 1996). E uma forma de permitir a quebra da germinação, é pela escarificação mecânica, que é obtida pela ruptura ou abrasão do tegumento (COHN, 1996; FERREIRA et al., 1992). Segundo Calvete et al. (2002), o cultivo de sementes in vitro promove alterações anatômicas, morfológicas e fisiológicas nas plantas. Por isso, é importante a identificação dos aspectos estruturais da plântula para uma melhor compreensão. As plantas crescidas in vitro podem apresentar características peculiares como: abundância de espaços intercelulares, sistema vascular pouco desenvolvido e reduzida capacidade de sustentação (baixa incidência de tecidos como esclerênquima e colênquima), estômatos não funcionais e baixa atividade autotrófica, dentre outros tipos de desordens (CAMPOSTRINI & OTONI, 1996). As estruturas morfoanatômicas dos vegetais sofrem grande influência das condições ambientais em que vivem, embora a relação entre esses caracteres adaptativos e condições ambientais, em muitos casos, seja difícil de estabelecer. Segundo Reeve & Sherman (1993), o termo adaptação tem sido utilizado em anatomia vegetal para descrever certos caracteres anatômicos associados a determinadas condições ambientais e de cultivo. Plântulas removidas do ambiente in vitro necessitam de um período de aclimatização, que lhes permitirão adaptar-se às condições de cultivo em campo. Campostrini & Otoni (1996) alertam para a dificuldade de transição do mecanismo heterotrófico para autotrófico em plantas micropropagadas, em virtude das alterações epigenéticas, anatômicas e fisiológicas, induzidas pelas condições in vitro. Os estudos das adaptações vegetais em cultivo in vitro são de grande relevância para compreender o processo de aclimatização das espécies e seu desenvolvimento tecidual em resposta às novas condições ambientais. Conduziu-se este trabalho, com o objetivo de analisar as estruturas anatômicas de plântulas de maçã (Malus domestica Borkh var. golden delicious) germinadas assepticamente in vitro, por meio de um processo de escarificação de sementes de maçã e avaliar a taxa de germinação das sementes sob as condições citadas. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal, do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para o experimento de germinação, utilizou-se o meio Murashige & Skoog (1962), contendo sais, vitaminas, 0,1 g L-1 de mioinositol, 6,0 g L-1 de agar e 30 g L-1 de sacarose. O pH do meio foi ajustado para 5,7 antes da autoclavagem. Utilizaram-se sementes de macieira (Malus domestica var. golden delicious), retiradas assepticamente a partir de frutos maduros, que foram colocadas para germinar sob três tratamentos assim denominados: T1 (sementes que Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 Estudo da anatomia de plântulas da espécie... não sofreram nenhuma escarificação); T2 (a semente sofreu um corte transversal) e T3 (remoção total do tegumento da semente). Em seguida, as sementes foram inoculadas em frascos contendo o meio acima citado. As culturas foram mantidas em salas de crescimento com condições controladas de luz (25 M m-2 s-1), fotoperíodo (12h), temperatura (26±2ºC) e umidade relativa (76%). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com três repetições de 10 frascos experimentais, onde cada frasco apresentava uma semente. A cada 10 dias foram realizadas as observações, analisando a porcentagem de germinação e contaminação. Para o estudo anatômico, utilizaram-se raízes, caules e folhas de plântulas originadas de semente sem o tegumento oriundas do cultivo in vitro, sendo retiradas do meio MS após 30 dias de incubação. As amostras foram retiradas a partir de material fresco e fixadas em álcool 70% (JOHANSEN, 1940). Os cortes obtidos à mão livre foram corados com azul de astra e safranina (KRAUS & ARDUIM, 1998). As lâminas semi-permanentes foram montadas em gelatina glicerinada 50%. Para a confecção de lâminas permanentes, o material foi submetido às técnicas usuais em anatomia vegetal (SASS, 1958), seccionados transversal e longitudinalmente, sendo corados com azul de astra e safranina e montados em resina sintética (KRAUS & ARDUIM, 1998). Testes histoquímicos foram realizados em corte de material fresco com a utilização de sudan IV para evidenciar substâncias lipofílicas, floroglucina para elementos lignificados, lugol para evidenciar reservas de amido e cloreto férrico para sinalizar substâncias fenólicas (JOHANSEN, 1940). Para a obtenção de fotomicrografias, foi utilizado o equipamento fotomicroscópio ZEISS. Os cortes histológicos foram observados com o auxilio de objetivas de 10X, 40X e 100X de aumento. Utilizou-se também microscópio eletrônico de varredura para a análise das plântulas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Germinação das Sementes Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que no tratamento T1 (sementes sem corte), apenas 11 4,45% das sementes germinaram, obtendo-se a menor porcentagem de germinação entre os tratamentos, mostrando a dificuldade de embebição imposta pelo tegumento e uma taxa de contaminação de 63,33% que provavelmente ocorreu pelo fato das sementes não ter passado por um processo de desinfestação, pois as maçãs eram flambadas e cortadas dentro da capela de fluxo laminar e as sementes eram logo colocadas em frascos com meio de cultura. No tratamento T2 (com corte), observou-se 15,55% de germinação resultado que mostra que sementes parcialmente escarificadas apresentam um aumento de germinação, comprovando que a retirada parcial do tegumento torna o ambiente das sementes mais favorável ao seu desenvolvimento, essa idéia é reforçada quando se retira totalmente o tegumento no tratamento T3 (sem tegumento) onde a taxa de germinação alcançou 72,22%, mostrando que a retirada total do tegumento é bastante eficiente, favorecendo uma melhor embebição para dar início à germinação. Estando de acordo com Santos et al. (2003), que trabalhando com sementes de Smilax japicanga Grisebach, não obtiveram germinação nas suas sementes sem escarificação. Em relação à contaminação o maior índice 75,55% ocorreu no tratamento 2 provavelmente em razão da incisão na semente, permitindo a entrada de microorganismo além dos presentes no tegumento e o menor índice 25,5% ocorreu no tratamento 3, mostrando que a retirada total do tegumento, tem relação direta, tanto com a germinação como a contaminação (Figura 1). A escarificação mecânica do tegumento também foi eficiente na superação da dormência das sementes de várias espécies com tegumento impermeável, como as de Bauhinia monandra Kurz e B. ungulata L. (ALVES et al., 2000) e Dimorphandra mollis Benth (HERMANSEN et al., 2000). Podemos inferir que as sementes de macieira da variedade golden delicious, possuem uma impermeabilidade do tegumento, como mostra o tratamento T1, concordando com os trabalhos de Barbosa et al. (1996) e Crepaldi et al. (1998), no que diz respeito à dureza do tegumento das sementes. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 12 BEZERRA, K. C. de M. et al. médias das taxas de germinação médias das taxas de contaminação 90,00 75,55 75,00 Porcentagem 72,22 63,33 60,00 45,00 25,55 30,00 15,00 15,55 4,45 0,00 Sem corte Com corte Sem tegumento FIGURA 1 Taxa de contaminação e germinação de sementes de macieira em três tratamentos diferentes. As sementes de muitas espécies frutíferas, principalmente daquelas que possuem frutos carnosos, germinam em tempo relativamente curto quando colocadas em condições de solo e ambiente favorável, porém outras, nas mesmas condições, não germinam (LEDO & CABANELAS, 1996). Caracteres estruturais da raiz Em estudos realizados com a raiz, ao nível da zona pilífera, em secção transversal, verificou-se uma epiderme unisseriada, destacando espessamento em algumas células no sentido periclinal, pelos absorventes curtos e numerosos, com cutícula delgada. A exoderme, também apresentou paredes espessadas. A região cortical compreende cerca de sete camadas de células parenquimáticas, com grandes espaços intercelulares. Limitando o córtex, a endoderme caracteriza-se pela parede delgada, não sendo observada estrias de Caspary, reforços de suberina que sustentam o feixe vascular, comumente encontrado nas raízes de angiospermas (GLÓRIA & GUERREIRO, 2006). O periciclo é unisseriado, com células maiores que as observadas na endoderme e paredes delgadas. No cilindro central, o xilema é formado por cinco pólos de protoxilema (pentarca), cujo espessamento é delgado. O arco procambial se mostra evidente. A região da medula é ocupada por um parênquima de parede delgada e poucos espaços intercelulares, sendo registrada pouca substância ergásticas identificadas pela coloração escura dada pelos corantes lugol e cloreto férrico. Caracteres estruturais do caule Na secção transversal do caule, na estrutura primária, observa-se uma epiderme unisseriada, e a cutícula se mostra delgada. Sob a epiderme, verificam-se dois estratos de células do colênquima, que de acordo com o espessamento é do tipo angular. Verificaram-se ainda, nesta região, células com conteúdo fenólico, determinado pela coloração escura dada pela reação com o cloreto férrico. O parênquima cortical é formado por cerca de cinco estratos, com formato isodiamétrico, deixando poucos espaços intercelulares (Figura 2). Delimitando o córtex, vê-se uma camada de células parenquimáticas, a bainha amilífera. O sistema vascular é circular, fechado e do tipo colateral. Idioblastos fenólicos surgem entre os feixes vasculares, principalmente próximos aos elementos do floema. A medula é ampla e constituída por células parenquimáticas com poucos espaços intercelulares (Figura 3). Caracteres estruturais da folha Na figura 4, representa-se um corte paradérmico da folha de M. domestica. Verifica-se que as células da epiderme da superfície adaxial são delgadas, e menores quando comparadas às da superfície abaxial (Figura 4 e 5). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 Estudo da anatomia de plântulas da espécie... 13 FIGURA 2 Secção transversal do caule de Malus domestica de plântulas oriundas do cultivo in vitro em estrutura primária, revelando epiderme (ep), colênquima (co), córtex (c), xilema (x) floema (f) (40X). Barra = 30 µm. FIGURA 3 Pormenor do caule de plântulas oriundas do cultivo in vitro de Malus domestica, observando o sistema vascular. Córtex (c), compostos fenólicos (cf), floema (f), xilema (x) e medula (m) (100X). Barra = 30 µm. FIGURA 4 Vista frontal da epiderme, superfície adaxial da folha de Malus domestica (100X). Barra = 50 µm. FIGURA 5 Vista frontal da epiderme da superfície abaxial da folha de Malus domestica, evidenciando estômatos (es) arredondados e abertos (100X). Barra = 50 µm. As paredes das células da superfície abaxial são delgadas apresentando maiores sinuosidades; os estômatos são grandes e do tipo anomocíticos. Na figura 5, verificou-se que a maioria dos estômatos está aberto, com célulasguarda em formato arredondado, típico de eudicotiledôneas (RAVEN et al., 2001). Assim sendo, como os estômatos são pouco funcionais, as plantas respondem muito lentamente ao estresse hídrico (PREECE & SUTTER, 1991). Os estômatos se localizam acima das demais células da epiderme (Figura 6 e 7). Verificou-se ainda crista estomática. A câmara subestomática é ampla e as célulasguarda possuem espessamento nas paredes periclinal externa e interna, sendo mais espessada a periclinal externa. Em secção transversal, a folha é hipoestomática e dorsiventral, sendo observada apenas uma camada de células paliçádicas, contíguas com numerosos cloroplastos; o parênquima lacunoso apresenta grandes espaços. A cera foliar epicuticular constitui interface natural entre as folhas e o meio, tendo como função básica conferir ao vegetal uma maior resistência à perda d água e a doenças (HARBORNE & TURNER, 1984) e adicionalmente, pode ser importante na interação inseto-planta (BALSDON et al., 1995; SUGAYAMA & SALATINO, 1995). Nas Figuras 6 e 7, evidencia-se a morfologia da cera foliar epicuticular de M. domestica cultivada in vitro, classificada segundo Barthlott et al. (1998) como uma cera do tipo filme com circunvoluções como crostas sobrepostas à epiderme, não caracterizando cristais de cera. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 14 BEZERRA, K. C. de M. et al. FIGURA 6 Superfície abaxial da folha de macieira. FIGURA 7 Superfície adaxial da folha de macieira. Vários pesquisadores afirmam que a morfologia da cera foliar epicuticular reflete a sua constituição química influenciado no equilíbrio hídrico da variedade em cultivo in vitro, evidenciado pela ausência de estresse hídrico. (BARTHLOTT, 1998; BONDADA et al., 1996). Segundo Na variedade golden delicious, encontramos 7 Salatino et al. (1986), a cera inicia o depósito sobre a camadas de células parenquimáticas, com grandes espaços cutícula, como uma camada amorfa que pode receber intercelulares, o periciclo unisseriado e o cilindro central camadas adicionais que se cristalizam e sugerem que ceras formado com 5 pólos de protoxilema, diferindo do estudo que permanecem amorfas devem ter predomínio de realizado por Rodrigues et al. (2006) com macieira da terpenóides, substâncias que determinam um alto poder variedade gala, cuja raiz se observa uma região cortical, de impermeabilização foliar e conferem defesa contra apresentando cerca de 4 a 5 camadas de células fungos. Considerando a possibilidade da cera foliar parenquimáticas, com pequenos espaços intercelulares, epicuticular de M. domestica ter um predomínio de periciclo do tipo uniestratificado e cilindro central formado terpenóides, estes constituintes químicos podem ter por 4 a 6 pólos de protoxilema. As variedades citadas acima Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 Estudo da anatomia de plântulas da espécie... apresentam semelhança na região da medula, na qual apresentam um parênquima de parede delgada e poucos espaços intercelulares. Mas, de acordo com Fahn (1990), na maioria das espécies, o número de pólos de protoxilema pode variar entre plantas diferentes, ou em raiz diferentes na mesma planta. Na estrutura caulinar, observamos que a variedade golden delicious apresenta um sistema vascular do tipo circular, fechado e colateral, confirmando o sistema de classificação de Foster & Gifford Junior (1974), o qual confirma que as eudicotiledôneas apresentam sistema vascular do tipo eustele. O caule da plântula de macieira variedade golden delicious apresentou as mesmas características da macieira variedade gala, como relatado por Rodrigues et al. (2006). Como a conexão entre o sistema vascular do caule e das raízes ainda é precária para permitir o fluxo transpiratório adequado e o número de elementos condutores é reduzido, estes também podem ser considerados fatores de risco na aclimatização (JOHANSSON et al., 1992; PREECE & SUTTER, 1991). Nas folhas de macieira, desenvolvidas in vitro, observou-se que, sua espessura é menor quando comparadas com as espécies desenvolvidas naturalmente. A cutícula se mostra também menos espessa e os estômatos acima das células, como mencionado nos trabalhos de Donnely & Vidaver (1984) e Johansson et al. (1992). Resultado semelhante foi verificado por Barboza et al (2006) em estudo com plantas micropropagadas de abacaxizeiro. Vários autores afirmam que plantas sob condições satisfatórias de suprimento hídrico e alto índice de umidade tendem a desenvolver uma cutícula foliar menos espessa (SUGAYAMA & SALATINO, 1995), minimizando o gasto energético contra a dessecação. Em condições de cultivo in vitro, a macieira evita o gasto metabólico excessivo com a produção de cutícula, uma vez que a planta encontra-se adaptada ao ambiente úmido e com grande oferta de água característico deste meio de cultivo. As células da epiderme da superfície adaxial são menores em relação à da abaxial. O mesofilo compreende apenas uma camada de células paliçádicas apresentando 15 espaços intercelulares. Nos estudos realizados por Brainerd & Fuchigami (1981) para as folhas de ameixeira micropropagadas in vitro, verificou-se que a camada de células paliçádicas era formada apenas por uma camada. Esse mesmo comportamento foi observado na espécie framboesa vermelha (DONNELLY & VIDAVER, 1984), videira (SMITH et al., 1986) e morangos (FABBRI et al., 1986), as plantas crescidas no campo apresentam outro comportamento, como a presença de tricomas unicelulares. Em relação aos estômatos, alguns autores relatam à inabilidade de fechamento dos estômatos de plantas cultivadas in vitro, quando removidas do meio de cultura. A forma arredondada dos estômatos de Malus domestica difere das células-guarda existentes em grandes variedades de maçã (BLANKE & BELCHER, 1989). Na variedade estudada, a maioria dos estômatos está aberta, concordando com os estudos realizados por Brainerd & Fuchigami (1981). Resultados idênticos foram obtidos com folhas incisadas de Solanum laciniatum Ait. (CONNER & CONNER, 1984). Foi observado por Sutter (1988) que estômatos de brotos de maçãs permaneceram abertos após a sua remoção do meio de cultura, porém cerca de 78% dos estômatos das cerejas e plantas de goma doce desenvolvida in vitro se fecharam após uma hora de exposição às condições ambientais numa bancada de laboratório. As plantas micropropagadas crescem em condições de alta umidade relativa do ar, baixa luminosidade e trocas gasosas restritas, resultando em baixas taxas de transpiração e fotossíntese (POSPÍSILOVÁ et al., 1999; PREECE & SUTTER, 1991). Durante a aclimatização, as plantas sofrem mudanças morfológicas, anatômicas e fisiológicas, que as tornam capazes de crescer em um novo ambiente (SUTTER et al., 1992). Essas alterações anatômicas nas plantas cultivadas in vitro podem inviabilizar a aclimatização das mesmas (ALBARELLO et al., 2001). Brainerd & Fuchigami (1981) relataram a necessidade da aclimatização das plantas provenientes da cultura in vitro, porque elas são sensíveis e tenras, a cutícula é pouco desenvolvida, resultando em alta Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 9-18, 2009 16 BEZERRA, K. C. de M. et al. transpiração e a parede celular não apresenta rigidez suficiente para a sustentação. micropropagadas de abacaxi. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 41, n. 2, p. 185-194, 2006. CONCLUSÕES BARTHLOTT, W.; NEINHUIS, C.; CUTLER, D. F.; MEUSEL, I.; THEISEN, I.; WILHELMI, H. Classification and terminology of plant epicuticular waxes. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 126, n. 3, p. 237-260, 1998. Sementes de Malus domestica cultivadas in vitro e desprovidas de tegumentos, promoveram uma germinação de forma mais rápida e com menor índice de contaminação. As plântulas desenvolvidas in vitro apresentaram características anatômicas que não permitem colocá-las de imediato para aclimatização, por isso é recomendável que seja feita uma pré-aclimatização para maior sucesso das plantas propagadas. O estudo anatômico de plântulas cultivadas in vitro mostra-se como uma importante ferramenta para programar as etapas do processo de aclimatização do vegetal maximizando as chances de viabilidade da espécie em campo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBARELLO, N.; FIGEUIREDO, S. F. L.; VIANA, W. R. C.; NEVES, L. J. Anatomia foliar de Rollinea mucosa Jacq. (Annonaceae) sob condições de cultivo in vivo e in vitro. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 4, n. 1, p. 34-36, 2001. ALVES, M. C. S. et al. Superação da dormência em sementes de Bauhinia monandra Kurz e B. ungulata L. Caesalpinioideae. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 22, n. 2, p. 139-144, 2000. BALSDON, J. A.; ESPELIE, K. E.; BRAMAN, S. K. 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P. 3037 37200-000 Lavras, MG [email protected] 3 Biólogo, Dr., Professor, Universidade Federal de Alfenas/UNIFAL Rua Gabriel Monteiro da Silva 700 Centro 37130-000 Alfenas, MG [email protected] 4 Engenheira Agrônoma, Dra., Professora, Universidade Federal de Lavras/UFLA Cx. P. 3037 37200-000 Lavras, MG [email protected] 5 Bióloga, Dra., Bolsista FAPEMIG Universidade Federal de Lavras/UFLA Cx. P. 3037 37200-00 Lavras, MG [email protected] 6 Engenheiro Agrônomo, Dr., Universidade Federal de Lavras/UFLA Cx. P. 3037 37200-00 Lavras, MG [email protected] RESUMO Decorrente da devastação do Cerrado, a propagação natural do pequizeiro tem sido comprometida. Além disso, suas sementes apresentaram sérios problemas de dormência tegumentar e uma possível presença de inibidores. Nesse contexto, a cultura de tecidos torna-se uma alternativa para a propagação do pequizeiro. Objetivou-se avaliar o efeito da polaridade de explantes foliares e nodais durante o cultivo in vitro e verificar a influência da luminosidade na calogênese e na indução de brotações de pequizeiro. O estudo da polaridade na calogênese foi observado por meio da inoculação de segmentos foliares em meio WPM. O efeito da luminosidade na calogênese foi verificado por meio da inoculação de explantes foliares em meio WPM, acrescido de 1 mg L-1 de TDZ e 2 mg L-1 de 2,4-D, permanecendo os explantes após a inoculação na presença e ausência de. O efeito da luminosidade na indução de brotações foi averiguado por meio da inoculação de segmentos nodais em meio WPM acrescido com 0,75 mg L-1 de BAP e 0,05 mg L-1 de ANA, sendo que, após a inoculação os explantes foram mantidos na presença e ausência de luz. Para a indução de calos em explantes foliares, a inoculação com a superfície abaxial voltada para o meio de cultivo e na orientação horizontal apresentou melhores resultados. Para explantes nodais, a orientação horizontal mostrou-se mais eficiente, uma vez que, este procedimento permitiu obter 3,88 brotos/explantes, em média, sendo este valor superior ao encontrado na orientação vertical (1,5 brotos/explantes). A formação de calos foi 38,31% maior na ausência de luz. As brotações em segmentos nodais desenvolveram-se melhor na presença de luz. ABSTRACT Due to the great devastation of cerrado, the natural propagation of Caryocar brasiliense has been seriously affected. Besides, its seeds present serious problems of coat dormancy and possible presence of inhibitors. In this context, plant tissue culture becomes an alternative for the especies propagation. The objective of this work was to evaluate the effect of the polarity on leaf and nodal explants of Caryocar brasiliense during in vitro cultivation and verify the influence of light on callus and shoot induction. The study of the polarity influence on callus induction was observed inoculating leaf segments on WPM. The influence of light on callus induction was investigated inoculating leaf explants on WPM supplemented with 1.0 mg L-1 TDZ and 2.0 mg L-1 2.4-D, and maintained under the presence and absence of light. The influence of light on shoot induction was evaluated inoculating nodal segments on WPM supplemented with 0.75 mg L-1 BAP and 0.05 mg L-1 NAA and maintained in the presence and absence of light. For callus induction, inoculation of leaf explants with the abaxial surface in contact with the cultivation medium on the horizontal position showed better results. For nodal explants, the horizontal orientation showed to be more effective resulting in an average production of 3.88 shoots/explant when compared with the vertical position (1.5 shoots/explant). Callus induction was 38.31% higher in the absence of light. Shoots induced on nodal segments developed better in the presence of light. Termos para indexação: Micropropagação, Caryocar brasiliense, explante. O cerrado é considerado um ecossistema com recursos renováveis se manejado adequadamente. Index terms: Micropropagation, Caryocar brasiliense, explant. INTRODUÇÃO (Recebido em 26 de maio de 2008 e aprovado em 19 de março de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 19-26, 2009 20 SANTOS, B. R. dos et al. Entretanto, vem sendo destruído e, com ele, espécies frutíferas importantes que poderiam ser utilizadas com propósito econômico e social (POZO, 1997). O pequizeiro (Caryocar brasiliense A. St,-Hil.) destaca-se pelo uso de seus frutos na culinária, extração de óleos para a fabricação de cosméticos ou mesmo na medicina popular para tratamento de problemas respiratórios. Além disso, sua madeira é considerada de ótima qualidade e resistência (ALMEIDA & SILVA, 1994). Em razão da grande devastação do cerrado e matas ciliares, a propagação natural do pequizeiro tem sido comprometida e, além disso, suas sementes apresentam sérios problemas de dormência tegumentar e presença de inibidores (DOMBROSKI, 1997; MELO & GONÇALVES, 1991). As dificuldades encontradas no processo de propagação do pequizeiro por meio de sementes valorizam a busca por soluções alternativas para a produção de mudas de maneira rápida e eficiente, o que, sem dúvida, pode significar um maior estímulo ao cultivo econômico do pequizeiro. Nesse contexto, a cultura de tecidos apresenta-se como uma solução que pode favorecer a obtenção de mudas de pequizeiro, tornando possível a produção destas em grande quantidade. Os explantes inoculados in vitro normalmente exibem uma acentuada polaridade na proliferação celular e na morfogênese, de maneira a estarem relacionados com a posição em que o órgão ou tecido se encontra na planta intacta e também com sua orientação dentro do recipiente de cultivo (SANTANA, 2003). Outro fator importante é que na micropropagação não basta conseguir altas taxas de multiplicação, o importante é obter uma taxa média satisfatória por explante (ERIG & SCHUCH, 2002). Para isso, é necessário estudar os fatores que influenciam as respostas morfogênicas no cultivo in vitro de plantas. Santos et al. (2006) estabeleceram protocolos de micropropagação para o pequizeiro e relataram que o melhor tratamento para indução de brotações foi aquele que utilizou meio WPM suplementado com 0,05 mg L-1 de ANA combinado com 0,75 mg L-1 de BAP, proporcionando a maior taxa de multiplicação. Contudo, os autores não trabalharam com os efeitos da influência da luminosidade e polaridade na micropropagação dessa planta. Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito da polaridade de explantes foliares e nodais durante o cultivo in vitro e estudar a influência da luminosidade na calogênese e na indução de brotações in vitro de pequizeiro, para otimização dos protocolos de cultura de tecidos e a produção eficiente de mudas micropropagadas. MATERIAL E MÉTODOS Efeito da polaridade de explantes foliares na obtenção de calos in vitro Folhas retiradas de plantas matrizes mantidas em sala de crescimento sob irradiância luminosa de 67 µmol m-2 s-1, temperatura de 28 ± 3 ºC e umidade relativa média de 63% foram lavadas em água corrente por 12 horas. Em seguida, efetuou-se a desinfestação em câmara de fluxo laminar, utilizando álcool etílico 70% por 1 minuto e hipoclorito de sódio comercial (2,5% de cloro ativo) por 10 minutos, com subsequente lavagem, por três vezes, em água estéril. Após a assepsia, as folhas foram excisadas em fragmentos de ± 3 cm2 e inoculadas em tubos de ensaio, contendo 15 mL de meio WPM (Wood Plant Médium) (LLOYD & MCCOWN, 1980), suplementado com 30 g L-1 de sacarose, solidificado com 7g L-1 de ágar e acrescido com 1 mg L-1 de TDZ e 2 mg L-1 de 2,4-D. O pH do meio de cultura foi ajustado para 5,8; autoclavado a 121ºC e pressão de 1 atm, por 20 minutos. Os explantes foram mantidos em sala de crescimento com fotoperíodo de 16 h e temperatura de 25 ±1ºC. O experimento foi conduzido em delineamento experimental inteiramente casualizado, com 2 tratamentos e 25 repetições, sendo cada repetição composta por um tubo de ensaio contendo um explante. O tratamento 1 correspondeu à inoculação do explante foliar com a superfície abaxial voltada para o meio de cultivo e o tratamento 2 correlata-se à inoculação do explante foliar com a superfície adaxial voltada para o meio de cultivo. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 19-26, 2009 Crescimento in vitro de pequizeiro (Caryocar... Foram avaliados, aos 30 dias após a inoculação, a porcentagem de calos formados e o peso da matéria fresca dos mesmos. A análise estatística dos dados foi realizada com base no teste T-student, considerando significância de 5%. Efeito da polaridade dos segmentos nodais na obtenção de brotações in vitro Foram utilizados segmentos nodais de pequizeiro, com aproximadamente 1 cm, possuindo 2 gemas, obtidos de plantas matrizes mantidas em sala de crescimento, sob as mesmas condições citadas no item 1. Após a desinfestação, os seguimentos foram inoculados em tubos de ensaio, contendo 15 mL de meio WPM suplementados e ajustados conforme item 1, porém acrescidos de 0,05 mg L-1 de ANA; 0,75 mg L-1 de BAP e 800 mg L-1 de PVP. Os explantes foram mantidos em sala de crescimentos com fotoperíodo de 16 horas e temperatura de 25 ±1ºC. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, constando de 2 tratamentos 21 Após a assepsia, as folhas foram excisadas em fragmentos de aproximadamente 3 cm2 e inoculados em tubos de ensaio, contendo 15 mL de meio WPM suplementados e ajustados conforme item 1. O experimento foi conduzido em delineamento experimental inteiramente casualizado com 2 tratamentos e 15 repetições, em que o tratamento 1 correspondeu à permanência dos explantes após a inoculação sob irradiância de 36 µmol m-2 s-1, fornecida por lâmpadas fluorescentes frias, com fotoperíodo de 16 horas, o tratamento 2 correspondeu à permanência dos explantes na ausência de luz. Os tratamentos foram mantidos a uma temperatura de 25 ±1ºC. Foi avaliada, aos 30 dias após a inoculação a formação de calos, o peso da matéria fresca dos calos formados e o aspecto visual dos mesmos. Para a análise dos dados, foram utilizados os testes de T-student e Teste de F, considerando significância de 5%. Efeito da luminosidade na indução de brotações em segmentos nodais de pequizeiro (inoculação com a base do segmento inserido no meio de cultivo na posição vertical e na horizontal) e 15 repetições, cada uma composta por um tubo. tamanho aproximado de 1 cm foram extraídos de plântulas Aos 30 dias de cultivo, foram avaliados os números germinação in vitro de sementes. Os materiais botânicos de brotações, o número de gemas por explantes, o número foram inoculados em meio WPM, acrescido de 800 mg L-1 de folhas, o comprimento da maior brotação e a taxa de de PVP, 30 g L-1 de sacarose, 0,05 mg L-1 de ANA e 0,75 mg multiplicação que se refere à razão entre o número de gemas L-1 de BAP, sendo solidificado com 7 g L-1 de ágar, sendo o obtidas como resposta aos tratamentos empregados e o pH ajustado para 5,8 e autoclavado a 121ºC e pressão de 1 número de gemas iniciais contidas no explante utilizado, atm, por 20 minutos. Segmentos nodais, consistindo de 2 gemas e com aproximadamente 6 cm de altura, obtidas por meio da segundo metodologia descrita por Erig & Schuch (2000). Após a inoculação, os explantes foram mantidos Para este estudo, foi realizado o teste de Kruskall-Wallis em sala de crescimento a uma temperatura de 25 ±1ºC na (TRIOLA, 1999), considerando significância de 5%. ausência de luz e em fotoperíodo de 16 h, irradiância de 36 Efeito da luminosidade na obtenção de calos in vitro a partir de explantes foliares µmol m-2 s-1. Aos 30 dias de cultivo, foram avaliados o Folhas foram retiradas de plantas matrizes mantidas em sala de crescimento e lavadas em água corrente por 12 horas, ao término das quais, efetuou-se a desinfestação em câmara de fluxo laminar conforme procedimento descrito no item 1. de folhas, a taxa de multiplicação e o comprimento da maior número de brotos, o número de gemas por explante, número brotação. A taxa de multiplicação foi determinada dividindo-se o número de gemas formadas por explante, obtidos aos 40 dias, pelo número de gemas do explante no momento da inoculação (ERIG & SCHUCH, 2002). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 19-26, 2009 SANTOS, B. R. dos et al. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com 2 tratamentos e 15 repetições, sendo a unidade amostral composta por um tubo contendo um explante. Para a análise dos dados foi utilizado o teste de probabilidade Kruskall-Wallis (TRIOLA, 1999), considerando significância de 5%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Efeito da polaridade de explantes foliares na obtenção de calos in vitro Os resultados apresentados na Tabela 1 referem-se à análise dos pesos obtidos da matéria fresca dos calos formados em explantes foliares de pequizeiro nos dois tratamentos. Os tratamentos não diferiram pelo teste tstudent para um nível de significância de 5%. TABELA 1 Peso da matéria fresca dos calos formados em explantes foliares de Caryocar brasiliense submetidos a diferentes polaridades. Lavras, 2008. Tratamento Média Abaxial (0) 0,319 Adaxial (1) 0,313 Esse resultado demonstra que, para a formação de calos em explantes foliares de pequizeiro, não há necessidade de se observar a posição em que este será inoculando no meio de cultivo. O mesmo resultado foi obtido por Martins et al. (2001) quando trabalharam com explantes foliares de macieira. Mesmo que os dados da porcentagem de indução de calos não tenham sido significativos a 5% de probabilidade, a diferença numérica da média de indução obtida quando se inoculam os explantes com a superfície abaxial em contato com o meio de cultivo (49,2%), chega a ser 52% maior do que a superfície adaxial no meio de cultivo (25,6%) (Figura 1). Do ponto de vista biológico, a polaridade influenciou a calogênese in vitro de explantes foliares de pequizeiro, sendo mais eficiente a inoculação dos explantes com a superfície abaxial voltada para o meio de cultivo. 60 49,2 50 Formação de calos (%) 22 40 30 25,6 20 10 0 Abaxial Adaxial Polaridade de inoculação FIGURA 1 Médias de calos formados em função da polaridade de inoculação dos explantes foliares de pequizeiro. Lavras, 2008. 2 Efeito da polaridade dos segmentos nodais na obtenção de brotações in vitro A posição de inoculação dos segmentos nodais (vertical ou horizontal) influenciou a resposta morfogênica significativamente, segundo o teste de Kruskall-Wallis a 5% para o número de brotos formados por explante, número de gemas observado e taxa de multiplicação (Tabela 2). TABELA 2 Médias para as variáveis: número de brotações, de folhas, de gemas, comprimento e taxa de multiplicação para segmentos nodais de pequizeiro para orientação vertical e horizontal de inoculação. Lavras, 2008. Variável Tratamento Médias Número de brotações Vertical 8,00 a Horizontal 23,0 b Vertical 13,3 a Horizontal 17,7 a Vertical 9,00 a Horizontal 22,0 b Número de folhas Número de gemas Comprimento Taxa de multiplicação Vertical 18,0 a Horizontal 13,0 a Vertical 9,00 a Horizontal 22,00 b * Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Kruskall-Wallis 5%. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 19-26, 2009 Crescimento in vitro de pequizeiro (Caryocar... As características comprimento da maior brotação e número de folhas não apresentaram resultados significativos. McClelland & Smith (1990), testando a influência da orientação na indução de brotações em segmentos nodais de Amelanchier spicata K. Koch., Acer rubrum L., Malus domestica Borkh. e Betula nigra L., observaram que não houve diferença entre os comprimentos das brotações desenvolvidas a partir dos explantes inoculados na orientação horizontal e vertical. O mesmo resultado foi observado por Erig & Schuch (2002) para o comprimento da maior brotação em segmentos nodais de macieira (Malus prunifolia). Para todas as características avaliadas, os maiores valores observados foram obtidos quando se inoculou o segmento nodal na posição horizontal, embora não tenham sido detectadas diferenças estatísticas pelo teste KruskallWallis (5%) para número de folhas e com maior brotação. Ao se inocular os segmentos nodais na orientação horizontal, induziu-se a formação de 3,88 brotos por explante, em média, mais do que o dobro de brotos obtidos nos explantes que foram inoculados na orientação vertical (1,5 broto/explante). A orientação horizontal promoveu um maior número de brotações por explantes em 5 espécies lenhosas estudadas por McClelland & Smith (1990) (Amelanchier spicata Lam., Acer rubrum L., Malus domestica Borkh., Betula nigra L., Forsythia intermedia Zab.), em relação à inoculação dos segmentos nodais na orientação vertical, corroborando os resultados encontrados neste trabalho. Apesar da não significância estatística, as brotações provenientes dos segmentos nodais inoculados na orientação horizontal produziram 1,3 folha a mais do que as brotações desenvolvidas a partir dos explantes inoculados na orientação vertical. Antagonicamente, no comprimento da maior brotação, os valores dos caracteres avaliados foram maiores nas brotações provenientes dos segmentos nodais inoculados na orientação vertical, apresentando média de 12,14 mm, enquanto as brotações provenientes dos segmentos nodais inoculados na horizontal tiveram o comprimento médio de 9,88 mm. 23 Em relação ao número de gemas e à taxa de multiplicação, os resultados dos explantes inoculados na orientação horizontal foram quase três vezes maiores que os obtidos pela inoculação destes na posição vertical. O número de gemas por explante obtido pela inoculação na orientação horizontal foi de 9,13 e, para os inoculados na orientação vertical, 3,71. A taxa de multiplicação que é um dos fatores mais importantes para a micropropagação de uma espécie por fornecer mais explantes para os subcultivos, foi em média, de 4,56 para os explantes que foram inoculados na orientação horizontal, e de 1,86 para os segmentos nodais inoculados na orientação vertical. Segundo Erig & Schuch (2002) um maior número de brotações, maior número de gemas e maior taxa de multiplicação foram obtidos ao se inocular explantes nodais de macieira (Malus prunifolia Steud.) na orientação horizontal, assim como os resultados encontrados para a indução de brotações em segmentos nodais de pequizeiro. Santana (2003), ao estudar a influência da orientação dos explantes na indução de brotações em fruta-do-conde (Annona squamosa L.), observou resultados inversos ao encontrado neste trabalho, tendo o melhor resultado sido encontrado na inoculação dos explantes na posição vertical, com média de 8,3 brotos/explante. Em seus estudos com outras anonáceas, o autor relata que a influência da polaridade no potencial morfogênico é um fenômeno provavelmente ligado ao transporte de fitorreguladores no explante. Pelos resultados deste trabalho, pode-se sugerir que os segmentos nodais de pequizeiro inoculados na posição vertical têm predominância de auxinas endógenas, pois, segundo Taiz & Zeiger (2004), estas inibem a formação de múltiplas brotações, estabelecendo a dominância apical. A obtenção de um maior número de brotações com o segmento nodal na orientação horizontal deve-se, principalmente, à quebra da dominância apical (ERIG & SCHUCH, 2002) que poderia ser ocasionada pela maior concentração endógena de citocininas, em detrimento do conteúdo de auxinas, o que explicaria o surgimento de várias brotações no mesmo explante inoculado na orientação horizontal. Taiz & Zeiger (2004) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 19-26, 2009 24 SANTOS, B. R. dos et al. comentam que a razão auxina/citocinina regula a morfogênese de tecidos cultivados in vitro o que permite inferir que a modificação da orientação do explante no cultivo in vitro, pode sim alterar a relação endógena de auxinas e citocininas, ocasionando respostas morfogênicas diferentes. Efeito da luminosidade na obtenção de calos in vitro a partir de explantes foliares Os resultados para porcentagem de formação de calos e peso de matéria fresca não foram significativos pelo teste Kruskall-Wallis (Tabela 3). TABELA 3 Médias da porcentagem de formação de calos e peso da matéria fresca dos calos em função dos tratamentos utilizados. Lavras, 2008. Tratamento % de calogênese Peso (g) Claro 44,00 0,598 Escuro 71,33 0,784 Embora as análises estatísticas não demonstrem resultados significativos, pode-se observar que a diferença da porcentagem de indução de calos entre os tratamentos foi 38,31% maior que na ausência da luz. Nogueira (2003), trabalhando com murici-pequeno (Byrsonimia intermédia A. Juss.), também obteve maior porcentagem de indução de calos no cultivo in vitro na ausência de luz (90%), quando comparado com o cultivo in vitro na presença de luz (30%). Em estudos com o pequizeiro, Landa (2000) obteve resultados semelhantes a estes, verificando maior formação de calos na ausência de luz após os 20 dias de inoculação, utilizando como reguladores de crescimento combinações de ANA e BAP. Trabalhos com indução de calos em Taxus spp. demonstraram que estes, induzidos na presença de luz (fotoperíodo de 16 horas), apresentaram pior aspecto visual e menor quantidade, quando comparados com a indução na ausência de luz (Wickremesinhe & Arteca, 1993). O mesmo comportamento foi observado para o peso da matéria fresca dos calos obtidos. Os explantes que foram cultivados na ausência de luz obtiveram uma média de 0,784 g, sendo, portanto, 23,73% maiores em relação à média do peso da matéria fresca obtida pelos explantes cultivados na presença de luz. George (1996) comenta que o crescimento de tecidos vegetais organizados no cultivo in vitro geralmente não é inibido pela luz, entretanto, pode ocorrer em alguns casos, no início das divisões celulares de explantes. Efeito da luminosidade na indução de brotações em segmentos nodais de pequizeiro Os resultados demonstrados na Tabela 4 referemse aos tratamentos que testam a influência da luz na indução de brotações de pequizeiro por meio do teste Kruskall-Wallis, considerando o nível de significância fixado em 5%. De acordo com o teste aplicado, não houve diferença estatística entre os tratamentos no que diz respeito às variáveis: número de brotos, de gemas e taxa de multiplicação. As brotações desenvolvidas no escuro não apresentaram formação foliar diferindo significativamente das desenvolvidas na presença de luz, as quais apresentaram, em média, 2,27 folhas por brotação. Esses resultados demonstram que para a indução de brotações in vitro, os segmentos nodais devem ser cultivados na presença de luz e que meios suplementados com BAP e ANA favorecem a formação de brotações. Silva et al. (2008) relataram que a micropropagação de laranja-azeda, a partir de segmentos de epicótilo, é favorecida pela adição de BAP e ANA, porém a ausência de luz foi prejudicial à organogênese in vitro dessa espécie. Vale ressaltar que variações obtidas na resposta morfogênica, associadas à utilização ou não de fitorreguladores, devem estar relacionadas, entre outros fatores, à concentração endógena de auxinas e citocininas no tecido vegetal. A suplementação do meio de cultura com citocinina, principalmente o BAP, tem sido considerada fundamental para se obter melhores respostas na organogênese in vitro de diferentes espécies do Cerrado brasileiro (MARTINOTTO, 2007; NICIOLI et al., 2008; NOGUEIRA, Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 19-26, 2009 Crescimento in vitro de pequizeiro (Caryocar... 25 TABELA 4 Médias para as variáveis: número de brotações, de folhas/brotação, de gemas (total), comprimento da maior brotação e taxa de multiplicação em função da presença e ausência de luz em segmentos nodais de pequizeiro. Lavras, 2008. Luminosidade Nº de brotos Nº de folhas Nº de gemas Comprimento Taxa de multiplicação Ausência 3,40 a 0,00 a 8,80 a 28,13 a 4,40 a Presença 3,60 a 2,27 b 9,07 a 9,67 b 4,53 a * Médias seguidas da mesma letra não diferiram ao nível de significância de 5%. 2003; OLIVEIRA et al., 2008; SANTANA, 2003; SANTOS et al., 2006). Observa-se também, na Tabela 4, que o comprimento médio da maior brotação apresentou diferença significativa em resposta ao tratamento de luminosidade utilizado. As brotações desenvolvidas na presença de luz apresentaram comprimento médio de 9,67 mm. Rocha et al. (2008) e Santos et al. (2006) relataram que o meio suplementado com BAP estimulou maior altura das brotações em pequizeiro e algodoeiro colorido em presença de luz, respectivamente, e que a ausência de luz pode intensificar o crescimento. ERIG, A. C.; SCHUCH, M. W. Multiplicação in vitro do portaenxerto de macieira cv. Marubakaido: efeito da orientação do explante no meio de cultura. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 2, p. 293-295, ago. 2002. CONCLUSÕES LLOYD, G.; McCOWN, B. Use of microculture for production and improvement of Rhododendro spp. Hort Science, Alexandria, v. 15, n. 3, p. 416, June 1980. Abstract 321. A melhor resposta morfogênica foi obtida quando os segmentos nodais de pequizeiro foram inoculados na orientação horizontal e os explantes foliares voltados com a superfície abaxial voltada para o meio. Maior formação de calos foi obtida por meio do cultivo dos explantes foliares na ausência de luz. As brotações se desenvolveram melhor na presença de luz e apresentaram maior comprimento ao serem cultivadas na ausência de luz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, S. P.; SILVA, J. A. Piqui e Buriti: importância alimentar para a população dos cerrados. Planaltina: EmbrapaCPAC, 1994. 38 p. (Embrapa-CPAC. Documentos, 54). GEORGE, E. F. Plant propagation by tissue culture: part 2: in pratice. 2. ed. [S.l.: s.n.], 1996. LANDA, F. S. L.; PAIVA, R.; PAIVA, P. D. O.; BUENO FILHO, J. S. S. Indução in vitro de calos em explantes foliares de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 24, p. 56-63, 2000. Edição Especial. MARTINOTTO, C.; PAIVA, R.; SANTOS, B. R.; SOARES, F. P.; NOGUEIRA, R. C.; SILVA, A. A. N. Efeito da escarificação e luminosidade na germinação in vitro de sementes de cagaiteira (Eugenia dysenterica DC.). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 31, n. 6, p. 1668-1671, nov./ dez. 2007. MARTINS, C. R.; SCZEPANSKI, P. H. G.; BACHETTINI, P. S.; FRANÇA, R. B.; FORTES, G. R. L. F. Calogênese de tecido foliar de porta-enxerto de macieira m.7 (Malus sp.) induzida por BAP e CPPU. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 3, p. 714-717, 2001. BUSSAB, W.O.; MORETTIN, P.A. Estatística Básica. São Paulo Editora Atual, 1987. McCLELLAND, M. T.; SMITH, M. A. L. Vessel type, closure, and explant orientation influence in vitro performance of five woody species. HortScience, Alexandria, v. 25, n. 7, p. 797-800, July 1990. DOMBROSKI, J. L. D. Estudos sobre a propagação do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). 1997. 80 f. Dissertação (Mestrado em Fisiologia Vegetal) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997. MELO, J. 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PASSION FRUIT SEEDS 27 FATORES AFETANDO A GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE MARACUJAZEIRO RODRIGO SOBREIRAALEXANDRE1, FLÁVIO ALENCAR D ARAÚJO COUTO2, JOSÉ MARIA MOREIRA DIAS3, WAGNER CAMPOS OTONI4, PAULO ROBERTO CECON5, SIMONE BHERING DE SOUZA GOMES6 1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Adjunto na Universidade Federal do Espírito Santo/UFES Centro Universitário Norte do Espírito Santo/CEUNES Rua Humberto de Almeida Francklin, 257, Bairro Universitário 29933-415 São Mateus, ES [email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Adjunto na Universidade Federal de Viçosa/UFV Avenida P.H. Rolfs Campus Universitário 36570-000 Viçosa, MG [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Adjunto na Universidade Federal de Viçosa/UFV - Avenida P.H. Rolfs Campus Universitário 36570-000 Viçosa, MG [email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Associado na Universidade Federal de Viçosa/UFV Avenida P.H. Rolfs Campus Universitário 36570-000 Viçosa, MG [email protected] 5 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Associado na Universidade Federal de Viçosa/UFV Avenida P.H. Rolfs Campus Universitário 36570-000 Viçosa, MG [email protected] 6 Engenheira Agrônoma B&G Flores LTDA Ed. Sede FUNARBE, S/N Prédio Anexo - Sala 102 - Campus UFV 36570-000 Vicosa, MG. ABSTRACT The objective of this study was to standardize the in vitro germination of yellow passion fruit seeds based on physical treatments on the tegument in different consistency of the culture medium and temperature control. A completely randomized design was used with four replications of 30 seeds in a 4 x 3 x 6 factorial design (physical treatments on the tegument: intact, scarified, cracked and removed x culture medium consistency: liquid (0 g L1 ), semi-solid (6 g L-1) and semi-solid (8 g L-1) x temperatures (22, 27, 32, 22-27, 22-32 and 27-32oC) totaling 72 treatments. The most efficiency result for the in vitro development of passion fruit axenic plantlets was achieved with the removal of the seed tegument and cultivation on semi-solid culture medium (8 g L-1) at 27oC. Termos para indexação: Passiflora edulis f. flavicarpa, propagação in vitro, dormência. Index terms: Passiflora edulis f. flavicarpa, propagation in vitro, dormancy. grown material derived from in vitro-germinated seeds RESUMO Neste trabalho, objetivou-se padronizar a germinação in vitro de sementes do maracujazeiro-amarelo com base em tratamentos físicos no tegumento, em diferentes estados físicos do meio de cultura e controle de temperatura. O delineamento foi o inteiramente casualizado, com 4 repetições de 30 sementes, em esquema fatorial 4 x 3 x 6 (tratamentos físicos no tegumento: intacto, escarificado, trincado e removido x estado físico do meio de cultura: líquido (0 g L-1), semi-sólido (6 g L-1) e semi-sólido (8 g L-1) x temperaturas: 22, 27, 32, 22-27, 22-32 e 27-32ºC), totalizando 72 tratamentos. Para o desenvolvimento in vitro de plântulas axênicas do maracujazeiro, o resultado mais eficiente foi obtido com o tegumento da semente removido e cultivada em meio semi-sólido (8 g L-1), à temperatura de 27ºC. INTRODUCTION Successful passion fruit tissue culture has often been limited because it is heavily dependent on explants derived from plants kept in a greenhouse (REIS, 2001). This kind of explant presents a high contamination percentage, especially of bacterial origin as reported by several authors, whereas other authors have used in vitro(BIASI et al., 2000; DREW, 1991; HALL et al., 2000). Passion fruit seed in vitro germination enables axenic plantlets to be obtained and consequently contamination-free explants ( DIAS et al., 2003; REIS, 2001). Because these plants are juvenile, they have a high morphogenetic response and depending on the results of phytoregulator application, they may form complete plants. Maciel et al. (1997) studied the growth and development of passion fruit (P. edulis Sims f. flavicarpa Deg.) seeds and analyzed the embryonic stage from the point of view of germination and plantlet emergence. (Recebido em 4 de abril de 2008 e aprovado em 23 de abril de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 28 ALEXANDRE, R. S. et al. Regarding seed morphology, they identified the existence of one embryonic axis (hypocotyls-rootlet), two laminar cotyledons, a yellowish endosperm, a hard episperm with internal evaginations and external invaginations, and the embryo was situated in the thinnest region of the seed. According to Morley-Bunker (1974) the seeds in the Passifloraceae family present a tegumentary impediment that hinders the seed imbibition process. Thus mechanical processes are recommended to remove the tegument and improve the environmental conditions for fast and uniform germination. However, in an attempt to make the germination uniform, several studies were carried out for mucilage removal in passion fruit seeds searching for a technique that would not physically damage any seed structure, for instance, pre-germination treatments from the effect of fermentation and drying (SÃO JOSÉ & NAKAGAWA, 1987), fermentation alone (CARDOSO et al., 2001; MELETTI & MAIA, 1999; SANTOS et al., 1999), friction in a sieve, abrasion with lime and immersion in hydrochloric acid (PEREIRA & DIAS, 2000). Dias et al. (2003) assessed different methods of preparing seeds by treatments applied to the tegument and their influence on germination. In this case, it was ascertained that tegument absence resulted in a higher germination index. Passion fruit (P. edulis Sims f. flavicarpa Deg.) seed germination is being studied to identify efficient methods to ensure uniform germination. There are many problems, including the use of seeds from non-selected plants (BATISTA & GOMES, 1981), the presence of growth regulating substances (PEREIRA & DIAS, 2000) and the presence of impermeable tegument on the seed (DIAS et al., 2003; REIS, 2001). In vitro seed germination reduces cultivation time and increases the efficiency of the process and uniformity of the plantlets. The objective of this study was to standardize the yellow passion fruit (P. edulis Sims f. flavicarpa Deg.) germination based on physical treatments of the tegument in different culture medium physical states and at different temperatures. MATERIALS AND METHODS The experiment was carried out in the Plant Cell and Tissue Culture Laboratory of the Plant Science Department the Federal University of Viçosa, in Viçosa, MG, Brazil. The seeds were derived from ripe oval evenly colored fruits with a thin peel, completely full internal cavity and high juice yield, from productive plants without pests or diseases, collected from a single passion fruit tree from an open-pollinated in the orchard. The seed aril was removed under laboratory conditions using a fine mesh sieve. The seeds were gently and carefully pressed against the sieve mesh after covering them in dead lime. The seeds were then washed in tap water to remove all the dead lime and placental remains. Afterwards, they were dried in the shade on a paper towel for three days. After drying and selection, the seeds were divided into four batches, prepared as follows: the first batch consisted of seeds with an intact tegument; in the second batch the tegument was scarified manually at the opposite end to the thin part of the seed using sandpaper no. 220; in the third batch, the tegument was cracked using a minimorse; and in the fourth batch, the external tegument (episperm) was completely removed mechanically using a minimorse. Separately, and at the same time, seeds from each batch were disinfected in a laminar flow chamber. Initially, they were submitted for one minute to a 70% (v/v) ethanol solution, followed by three washings and immediate immersion in sodium hypochlorite solution at 2.0-2.5% (v/ v) of commercial product (Super Globo®, Brazil), for five minutes, and then washed for periods of 5, 10, 10 and 10 minutes, respectively, under constant agitation in deionized and autoclaved water. The culture medium for seed germination consisted of MS mineral nutrients Murashige & Skoog (1962), 100 mg L-1 myo-inostol, 0.5 mg L-1 pyridoxine, 2.0 mg L-1 glycine, 0.5 mg L-1 nicotinic acid, and 30 g L-1 sucrose. Regarding the physical state, the culture medium was prepared with 6 and 8 g L-1 agar (Isofarma®, Brazil) agar, and the seeds in Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 Factors affecting in vitro germination of passion... the liquid culture medium were supported by a Germitest® paper bridge with central perforation where the thinnest region of the seed was inserted. The culture medium pH was adjusted to 5.7 ± 0.1 before the addition of agar melted in a microwave oven. Aliquots of 10 mL of this culture medium were placed in 25 x 150 mm test tubes. The test tubes were sealed closed immediately with a transparent polypropylene transparent lid and the edges were protected with transparent PVC film (Rolopac®) and they were then autoclaved at 121oC and 1.5 kg cm-2 pressure, for 20 minutes. The seeds were sown on the culture medium one per test tube. After sowing, the tubes were closed again, and placed soon afterwards in appropriate racks and wrapped in aluminum foil. The cultures were transferred to a BOD (FANEM BOD, model 347-6, Brazil) at constant temperatures of 22oC, 27oC, and 32oC and alternated temperatures of 22-27oC, 2232oC and 27-32oC (with 8 hours at the highest temperatures and 16 hours at the lowest temperature, in the case of the alternated temperatures). Aluminum foil was used to protect the seeds from light because they are classified as photoblastic negative. The first count of the germination test was carried out on the 7th day and the final germination on the 28th day after sowing (BRASIL, 1992). Germination tests were performed on three samples of 10 seeds from each of the four batches, prepared as previously described and sown individually in a test tube containing the culture medium in the three physical states: liquid, solidified with 6 g L-1 and 8 g L-1 agar. The germinated seeds were counted on the 7th, 14th, 21st and 28th days after sowing to assess the germination percentage and daily to calculate the germination speed index (MAGUIRRE, 1962). The seed vigor was assessed by the GSI and hypocotyl length on the 28th day. The experiment was set up in a totally randomized design, with four replications in a 4 x 3 x 6 factorial scheme (physical treatments in the seed tegument x different physical states of the culture medium x temperature control) 29 with split plots totaling 72 treatments. Each plot consisted of 30 test tubes. The data was submitted to analysis of variance, the normality and homogeneity test that indicated that data transformation was not necessary. The means were submitted to the Tukey test at a level of 5% probability. RESULTS AND DISCUSSION The presence of the total or partial tegument in the seeds with intact, scarified or cracked tegument delayed germination on the 7th day after sowing, when the seeds were cultivated in three types of culture medium and kept under the fixed and alternated temperatures. In the seeds with intact or scarified tegument, the germination process was null, and the seeds with the cracked tegument obtained germination rates of 20% at most (Figure 1a). Figure 1a also shows the results of 100% germination obtained with the tegument completely removed at the temperatures of 22oC in all the culture mediums; 27oC in the semi-solid (6 g L-1 and 8 g L-1 agar); 22-32oC in the semi-solid culture medium (8 g L-1 agar) and 27-32oC in the liquid culture medium from the first germination count, showing the importance of tegument removal in the passion fruit seed germination process. The germination test indicated that complete tegument removal was the best physical treatment (Figures 1 and 2, a and b). Furthermore, at 14 days (Figure 1b) the seeds without tegument in most treatments had completed their germination. According to Dias et al. (2003) and Reis (2001) tegument absence provides a higher germination rate, indicating that the passion fruit tegument presents a possible resistance to oxygen diffusion and water absorption. It is probable that with the decrease in temperature (22oC) the respiratory metabolism has been incipient demanding small amounts of oxygen for the full germination process, thus reaching maximum germination in all culture mediums (Figure 1a). It can further be deduced that the oxygen concentration in the test tubes was sufficient to meet the requirements of the germination process, a fact reported in studies by (EDWARDS, 1973) where the oxygen absorbed by intact seeds had a reduced Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 30 ALEXANDRE, R. S. et al. effect, indicating that the tegument presented resistance to oxygen diffusion. Seeds with scarified tegument sown on semi-solid culture medium with 8 g L -1 agar under alternated temperatures (22-32oC) resulted in 100% at 14 days (Figure 1b) germination in contrast with the data obtained on the 7th day (Figure 1a) when this rate was null. The highest germination rates recorded for seeds with scarified, cracked or intact teguments (the latter with inferior results) were obtained under alternated temperatures of 22-32oC on the 14th day after sowing (Figure 1b). This result is similar to that reported by (SANTOS et al., 1999) where the most suitable temperature for passion fruit (P. edulis Sims f. flavicarpa Deg.) seed germination was 20-30oC alternated, while at 25oC higher percentages of hard and dead seeds were detected. It is likely that temperature alternation acts on the seed tegument, making them more permeable to water and oxygen and it also seems to influence the balance among the germination promoting and inhibiting substances (CÍCERO, 1986). Pereira & Andrade (1994) recommended the use of alternated temperature (20-30oC) for Passiflora edulis Sims. seed germination. Osipi & Nakagawa (2005) analyzed Passiflora alata Curtis seed germination under controlled temperatures and reported that the best results were obtained with alternated temperatures of 20-30oC with higher percentage values for seeds with primary root emission and for normal plantlets, and lower percentages for abnormal plantlets. However, to make routine tissue culture laboratory work easier and based on these results, 27oC is recommended for the in vitro passion fruit (P. edulis Sims f. flavicarpa Deg.) germination process, which does not require the use of special incubators of the BOD type, or altering the cultivation room temperature that is generally around 27oC. At 21st day after sowing higher germination rates were obtained at 22oC, 27 and 32oC in the seeds without tegument, regardless of the culture medium consistency (Figure 2a). Germination was generally greater when temperatures of 22oC and 32oC were alternated, regardless of the physical state of the semi-solid culture medium for scarified seeds and the semi-solid medium (6 g L-1 agar) for intact seeds (Figure 2b). This shows the interactive effect of the culture medium physical state and temperature in the in vitro germination process of passion fruit seeds. Within the Passiflora genus, the species responds differently to temperature treatments (BENVENUTTI et al., 2001). These authors ascertained that in Passiflora incarnata L. optimal germination occurred at 35oC and that variation of 5oC in the temperatures promoted a decrease in the germination rate of 50 and 15% for 30oC and 25oC, respectively. This was not observed in the present study, where optimal germination (100%), regardless of the culture medium consistency, was obtained at 22oC, 27oC and 32oC in the seeds without tegument on the 21st day after sowing (Figure 2a). Also, when Dias et al. (2003) completely removed the passion fruit (P. edulis Sims f. flavicarpa Deg.) seed tegument, 97% germination percentage, a higher percentage of plants 7 centimeters or more in length longer (83%) and a more rectilinear plantlet architecture were obtained. According to Reis (2001) seeds without tegument formed normal plantlets that reached an average length of 13.26 ± 3.88 cm 28 days after the experiment was set up. When the data in Figure 2b (28th day) are compared with those in Figure 1a (7th day) it is clear that of all treatments, associating the effect of the culture medium physical state and temperature levels to seeds without tegument that had not yet reached 100% germination on the 7th day, only those submitted to the solid culture medium semi-solid with 6 g L-1 agar and 27oC and to liquid culture medium and temperatures of 32oC and 22-27oC attained 100% germination on the 28th day of incubation. The low germination percentages in seeds with intact tegument may be due to impeded water imbibition, embryo emergence and the presence of some germination inhibitors in the tegument. However, there was no germination until the 28th day for 22oC, 27oC, 32oC and 2223oC in the seeds that were not submitted to physical treatments on the tegument (Figure 2b). Similar results were observed by Dias et al. (2003) in passion fruit (P. edulis Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 Cracked Aa Aa Aa Aa Abb Bb Bb Ac Ab Aa Aba Bb Bb Bb Ba Ba Bb Ba b Intact 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 a Aa Ab Ac Ba Ba Ba Ba Ba Ca Ca Ba Ba Ca Ba Ba Ca Bb Bb Aa Aa Aa Aa 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ab Aa Aa Aa Aa Aa Aa Ab Ab Ab Ab Ab Bb Bb Aa Aa Aa Aa Aa Aa 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Aa Aa 22 27 Aa Bb Bb Bb Bb 32 Bb 22-27 Aa Bb Bb Bb 22-32 Removed Germination (%) Germination (%) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 31 Removed Factors affecting in vitro germination of passion... 27-32 Aa Ba Ba Ab Ab Bb Bc Ca Ca Ca Db Db 22 Db Ca Db 27 Db 32 Db Db 22-27 22-32 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Aa Ab Cc Bb Aa Da Cb Ca Cb Bc Da Da Db Semi- Semi-Solid (8 g L ) Ca Ba Eb Db Eb 27-32 Temperature (ºC) -1 Scarified 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Cracked Germination (%) Temperature (ºC) -1 Semi-Solid (6 g L ) -1 Semi-Solid (6 g.L-1) Liquid (0 g.L-1) Liquid (0 g L-1) FIGURE 1 Mean in vitro germination percentage on 7th (a) and 14th (b) days of passion fruit seeds submitted to physical treatments on the tegument, in culture medium in different consistency and temperatures conditions. (*): Means followed by the same upper case letters for the temperatures and the same lower case letter for the culture medium do not differ by the Tukey test at 5%. Sims f. flavicarpa Deg.) seeds with intact tegument when incubated in vitro at 27 ± 2oC in a growth room. This indicates that the mechanical barrier imposed by the tegument is reflected in a more extended period of primary root extension, according to of the post-seminal morphology development in P. edulis Sims (PEREIRA & ANDRADE, 1994). São José & Nakagawa (1987) reported that treatments for seed mucilage removal alone without establishing any physical treatment for the tegument were not sufficient to obtain maximum germination values. Nevertheless, total tegument removal and quick sowing on culture medium prevent possible water losses and maintain seed viability, as reported by (PINHEIRO et al., 2001). The germination speed index (Figure 3) reached higher values in seeds with totally removed tegument and cultured onto semi-solid (8 g L-1 agar) and liquid media at 22-32oC and 27-32oC, respectively. Greater hypocotyl length (average 120 mm) were observed from seeds with the tegument fully removed, and cultivated onto semi-solid medium with 8 g L-1 agar at 32oC (Figure 4). In the seeds with intact, scarified or cracked tegument, the total or partial tegument presence in the seed jeopardized the hypocotyls development (Figure 4). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 ALEXANDRE, R. S. et al. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Bb 50 40 30 20 10 0 Bc Ba Ca Ca Ba Ca Ca Ba Ca Ca Ba Ca Ca Aa Aa Ab Ab Abc Abb BCb Ca Ca Ba BCb BCa Ba Ca Bb Aa Ab Aa Ba Bb Bc Ca Ca Ca Ca Ca Ca Ca Ca Ca Ca Ca Ca b 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Aa Ca Ab Ab Bb Bc Cb Da Cracked Germination (%) Aa Ba Ca Db Dc Ea Da Eb Eb 22 Eb Ec 27 32 22-27 22-32 Ca Ba Bb BCb BCc Ba Ca Aa Cb Da Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Aa Ba Ba Ab Ca Cb Bb Cc Da Da Db Ea Eb Eb Db Eb Aa Aa Aa Ec Aa Aa Aa Aa 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Aa Bb Bb 22 27-32 27 32 22-27 Bb Bb 22-32 Aa Bb Bb 27-32 Temperature (ºC) T emperature (ºC) Semi-Solid (8 g L-1) Bb Ca Aa Aa Aa 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ab Ab Ba 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Ba Ca Aa Aab Aa Aa Aa Cracked Aa Scarified Ab Aa 100 90 80 70 60 Removed Intact Ab Intact 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Aa a Scarified Germination (%) Germination (%) Germination (%) Aa 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Removed 32 Semi-Solid (6 g L-1) Liquid (0 g L-1) FIGURE 2 Mean values of the in vitro germination test of passion fruit seeds on the 21st (a) and 28th (b) day, submitted to physical treatments on the tegument, in culture medium in different consistency and temperatures conditions. (*): Means followed by the same upper case letters for the temperatures and the same lower case letter for the culture medium do not differ by the Tukey test at 5%. Despite having reached germination uniformity in seeds without tegument at 22oC and 27oC from day 14 onwards (Figure 1b), these temperatures in the in vitro culture medium did not confer greater length in the passion fruit hypocotyls (Figure 4). Complete tegument removal also favored a high germination speed index (GSI, Figure 3) when these seeds were sown in a semi-solid (8 g L-1 agar) and liquid culture Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba Ba Aa ABa Ba Ca Bb 22 Ba BCa Ab ABa ABb Bb 27 32 Aa Aab ABc Bb ABb ABa Cb 22-27 22-32 Scarified 4,0 3,6 3,2 2,8 2,4 2,0 1,6 1,2 0,8 0,4 0,0 4,0 3,6 3,2 2,8 2,4 2,0 1,6 1,2 0,8 0,4 0,0 33 Bb Cab Bb BCa BCa Bb Cb Aa Abb Ba ABCb Abb ABCa BCa Ab Aa CDa Dd 27-32 BCab CDa BCa BCDb Ec 22 27 32 Temperature (ºC) Aa Aa Ab Aab Ba Ba BCb Ba Aa Abc Removed Aa Ab Aa Ab Aa Aa Cracked 4,0 3,6 3,2 2,8 2,4 2,0 1,6 1,2 0,8 0,4 0,0 Intact 4,0 3,6 3,2 2,8 2,4 2,0 1,6 1,2 0,8 0,4 0,0 GSI GSI Factors affecting in vitro germination of passion... CDb DEb Db 22-27 22-32 27-32 Temperature (ºC) Liquid (0 g.L-1) Semi-Solid (6 g.L-1) Semi-Solid (8 g.L-1) Aa Ab Ba Ca Cc Eb Da Da Db Fb Ac Bb Cb Dc Fa Bc Eb Dc 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Cracked Hypocotyl length (mm) 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Scarified FIGURE 3 Mean values of germination speed index (GSI) of passion fruit seeds submitted to physical treatments on the tegument, in culture medium in different consistency and temperatures conditions. (*): Means followed by the same upper case letters for the temperatures and the same lower case letter for the culture medium do not differ by the Tukey test at 5%. Aa Ba Cb Fb Ea Dc Da Db 27 Ac Da Bc Ec Fb 22 Ca Ab 32 Eb 22-27 Bb Cc 22-32 27-32 Temperature (ºC) Aa Ac Ab Ba Ba Cb Ca Da Ea Bc Cb Db Fc Dc 22 27 32 22-27 Removed 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Eb Fc Fb Ec 22-32 27-32 Temperature (ºC) Liquid (0 g.L-1) Semi-Solid (6 g.L-1) Semi-Solid (8 g.L-1) th FIGURE 4 Mean hypocotyls length (28 day) of plantlets from in vitro germinated passion fruit seeds, submitted to physical treatments on the tegument, in culture medium in different consistency and temperatures conditions. (*): Means followed by the same upper case letters for the temperatures and the same lower case letter for the culture medium do not differ by the Tukey test at 5%. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 27-35, 2009 34 ALEXANDRE, R. S. et al. medium and kept at alternated temperatures of 22-32oC and 27-32oC, respectively. Probably in the first case the consistency of the solid culture medium allowed the seeds to benefit from the gaseous environment inside the test tube, even when at the alternated temperatures of 22-32oC the environmental variation was 10oC. In the second case, in liquid culture medium, the best result may have been due to a smaller, 5 o C, variation in the incubation environment at the alternated temperatures of 27-32oC. These findings, based on in vivo studies, showed that regardless of the species, adequate water supply, gas composition and suitable temperatures are fundamental factors for germination ( BEWLEY & BLACK, 1994; MAYER & POLJAKOFF-MAYBER, 1982). The semi-solid culture medium was indicated as the most suitable for the in vitro germination process because it presented the best results and easy handling. CONCLUSIONS For the development of in vitro yellow passion fruit axenic plantlets, it is recommended that the tegument be completely removed from the seed. The germination in vitro of seeds of the passion fruit plant facilitates the work not having need of incubators and nor of alterations in the temperature of the cultivation room. For the handling easiness the semi-solid middle was indicated as the most appropriate for the process of germination in vitro of seeds of that species. BIASI, L. A.; FALCO, M. C.; RODRIGUEZ, A. P. M.; MENDES, B. M. J. Organogenesis from internodal segments of yellow passion fruit. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 57, n. 4, p. 661-665, 2000. BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes. Brasília, DF, 1992. 365 p. CARDOSO, G. D.; TAVARES, J. C.; FERREIRA, R. L. F.; CÂMARA, F. A. A.; CARMO, G. A. Desenvolvimento de mudas de maracujazeiro-amarelo obtidas de sementes extraídas por fermentação. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 23, n. 3, p. 639-642, 2001. CÍCERO, S. M. Dormência de sementes. In: SEMANA DE ATUALIZAÇÃO EM PRODUÇÃO DE SEMENTES, 1986, Piracicaba, SP. Anais... 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Amazonas, s/n BL 2E Campus Umuarama 38400-902 Uberlândia, MG [email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pós-doutorando Instituto de Ciências Agrária/ICIAG Universidade Federal de Uberlândia/UFU Av. Amazonas, s/n BL 2E Campus Umuarama 38400-902 Uberlândia, MG [email protected]. 5 Odontólogo, Dr., Professor Instituto de Ciências Biomédicas Universidade Federal de Uberlândia/UFU Av. Amazonas, s/n BL 2E Campus Umuarama 38400-902 Uberlândia, MG [email protected] RESUMO O gênero Curcuma apresenta potencial para expansão no mercado de plantas ornamentais. Sua propagação é basicamente por divisão de touceiras rizomatosas, porém esta prática dissemina doenças fúngicas e bacterianas. Nesse contexto, a micropropagação possibilita a produção de material livre de microorganismos, em maior quantidade e em menor tempo. Neste trabalho objetivou-se determinar assepsia específica dos rizomas de C. alismatifolia Gagnep. para inoculação in vitro e detectar fungos e bactérias presentes no material contaminado. Foi realizada uma pré-assepsia do rizoma e aplicados os tratamentos em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 8 com quatro repetições, sendo cinco diferentes períodos de imersão (0, 10, 20, 30 e 40 minutos) dos ápices caulinares em diferentes concentrações (0, 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70% v v-1) de solução comercial de hipoclorito de sódio. Foram inoculados os ápices caulinares no meio de cultura MS, contendo 2 mg L-1 de BAP acrescido de 7 g L-1 de ágar, 30 g L-1 de sacarose e pH de 5,8. Para a assepsia, o melhor tratamento foi de 40 minutos de imersão em solução comercial de hipoclorito de sódio de 40% (v v-1). Não foi detectada presença de agentes fúngicos, porém ocorreu o surgimento de bactérias tanto Gram positivas como negativas no formato de bastonetes. São necessários mais estudos para a descontaminação e identificação das bactérias para melhor combatê-las e obter maior sucesso no estabelecimento in vitro dessa espécie. Termos para indexação: Desinfestação, micropropagação, Zingiberaceae, Curcuma alismatifolia. ABSTRACT The genus Curcuma has great expansion potential on the ornamental plants market. Its propagation is basically obtained by the division of rhizomes; however, this practice spreads fungal and bacterial diseases. In this context, micropropagation allows the high production of material free of microorganisms in a short period of time. This study determined the specific asepsis of C. alismatifolia Gagnep. rhizomes for in vitro inoculation and to detect the fungi and bacteria present in the contaminated material. A pre-asepsis of the rhizome was done and the treatments applied in a complete randomized design, 5 x 8 factorial, with four replicates and five different immersion periods (0, 10, 20, 30 and 40 minutes) of the sprouts in different concentrations (0, 10, 20, 30, 40, 50, 60 and 70% v v-1) of commercial sodium hypochloride solution. Shoot tips were inoculated in MS culture medium containing 2 mg L-1 BAP added to 7 g L-1 agar, 30 g L-1 sucrose and pH adjusted to 5.8. The best treatment for asepsis was 40 minutes immersion in 40% sodium hypochloride solution. No fungi were found; however, both negative and positive Gram rod shaped bacteria were observed. Studies of disinfection and bacteria identification are still needed in order to obtain higher success for the in vitro establishment of this species. Index terms: disinfestation, micropropagation, Zingiberaceae, Curcuma alismatifolia. INTRODUÇÃO O cultivo de flores tropicais tem-se tornado uma atividade agrícola cada vez mais importante no Brasil, decorrente da alta demanda do mercado de plantas ornamentais. Dentre as famílias com potencial para expansão desse mercado, está a Zingiberaceae que possui o gênero Curcuma como destaque. Esse gênero tem espécies que são utilizadas como tempero e também apresentam propriedades medicinais, óleos essenciais, além de serem utilizadas como flor de corte, de vaso e como plantas aplicadas no paisagismo. Como produto ornamental, a Curcuma alismatifolia Gagnep. é (Recebido em 9 de maio de 2008 e aprovado em 7 de maio de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 36-41, 2009 Assepsia de rizomas e ápices caulinares... comercializada no mercado externo como flor de corte e como rizoma (PINTO & GRAZIANO, 2003). A propagação do gênero Curcuma é basicamente por divisão de touceiras rizomatosas. Em razão dessa prática de propagação vegetativa tradicional, existe a preocupação de disseminação de doenças causadas por bactéria (Ralstonia solanacearum) (THAMMAKIJJAWAT et al., 1999; VUDHIVANICH, 2002), nematóide (Meloidogyne incógnita) e fungo (Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc.e Rhizoctonia solani J. G. Kuhn.) (LINS & COELHO, 2004). Ralstonia solanacearum, anteriormente Pseudômonas é uma espécie heterogênea, presente nos solos primitivos, e possui variabilidade tanto genética como fenotípica (HOLT et al., 1994; HORITA & TSUCHIYA, 2000). A bactéria tem sido relatada por causar murcha em plantas da família das Zingiberaceae como na curcuma e tomate (HUANG & ALLEN, 2000). Rizomas infectados por Ralstonia solanacearum ficam com aspecto encharcado, incapaz de ocorrer novas brotações e, eventualmente, morre. Se ocorrer a brotação de rizomas infectados, após o aparecimento da murcha, as folhas ficam em tom marrom secam desde o topo até o pseudocaule da planta. Em última análise as plantas morrem, enquanto que a bactéria ainda permanece no solo, se não for retirados as partes contaminantes. Atualmente, muitos agricultores utilizam produtos químicos para controle de R. solanacearum, mas este procedimento resulta uma grande contaminação do solo (THONGWAI & KUNOPAKARN, 2007). Nesse contexto, com a propagação in vitro, estes problemas são minimizados, pois esta técnica possibilita a aquisição de material propagativo vegetal livre de microorganismos. Além disso, por meio da micropropagação pode-se obter maior quantidade de mudas em um curto período de tempo, quando comparado com a propagação vegetativa tradicional. A principal etapa da micropropagação sofrida por um explante é o estabelecimento in vitro do material a ser multiplicado e para tanto, tem de se determinar a melhor metodologia para desinfestação dos explantes a serem 37 inoculados para que esta etapa tenha sucesso (SOUZA et al., 2006). Em alguns casos, a presença de bactérias nas plantas in vitro é detectada após algum tempo de cultivo, com a formação de colônias ao seu redor, geralmente quando um grande número de plantas já está em produção. Além disso, por serem de difícil visualização, são facilmente transmitidas de um material para outro durante a manipulação dos explantes para a inoculação in vitro. Quando as condições do meio de cultura (nutrição, pH) tornam-se favoráveis ao seu desenvolvimento, os microorganismos passam a competir por nutrientes minerais e carboidratos do meio de cultura, comprometendo a multiplicação e o desenvolvimento dos cultivos, podendo levá-los rapidamente à morte. Essa deterioração dos explantes está relacionada com a produção de metabólitos fitotóxicos pelos microorganismos, tais como os ácidos láctico, acético e cianeto (PEREIRA et al., 2003). A técnica de coloração de Gram é muito importante para a caracterização de amostras de bactérias, pois facilita a visualização das bactérias ao microscópio óptico, para a determinação da morfologia, do tamanho das amostras analisadas e também possibilita a classificação das bactérias Gram positivas e Gram negativas (FERREIRA & SALGADO, 1995). Diante do exposto, neste trabalho, objetivo-se determinar uma assepsia eficiente para os rizomas de Curcuma alismatifolia reduzindo a contaminação in vitro por microorganismos, detectar a presença de fungos e bactérias e quando bactérias, verificar se são Gram positivas ou negativas. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Laboratório de Biotecnologia do Instituto de Ciências Agrárias (ICIAG) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil. Após a aquisição dos rizomas de Curcuma alismatifolia em vasos, estes foram mantidos em casa-devegetação para sua manutenção até o momento da montagem do experimento. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 36-41, 2009 38 RODRIGUES, T. M. et al. Para a montagem do experimento, os rizomas foram lavados em água corrente, fazendo uso de detergente neutro e escova para retirada do excesso de solo, tomando cuidado para não danificar o tecido do rizoma. Logo em seguida, foi realizada uma pré-assepsia que consistiu em imersão dos rizomas em água a 52 °C, durante 10 minutos, reduzindo dessa maneira a contaminação bacteriana. Em seguida, foram imersos em álcool 70% por 2 minutos e posterior imersão destes em solução comercial de hipoclorito de sódio a 20% (v v-1) por 5 minutos acrescido com 2 gotas de detergente neutro. O material vegetal previamente limpo foi colocado imediatamente em frascos, contendo água destilada e autoclavada e levados à câmara de fluxo laminar para aplicação dos tratamentos. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 8 com quatro repetições, sendo cinco diferentes períodos de imersão dos rizomas em solução comercial de hipoclorito de sódio (0, 10, 20, 30 e 40 minutos) e oito concentrações deste (0, 10, 20, 30, 40, 50, 60 e 70% v v-1). Após imersão nos tratamentos, os rizomas foram enxaguados três vezes em água destilada e autoclavada. Cada tubo de ensaio continha um ápice caulinar (meristema) e este considerado uma parcela e cada repetição composta por quatro parcelas. O meio de cultura foi o de Murashige & Skoog (1962) (MS) contendo 2 mg L-1 de 6-benzilaminopurina (BAP) acrescido de 7 g L-1 de ágar, 30 g L-1 de sacarose e o pH foi ajustado para 5,8. Posteriormente, realizou-se autoclavagem à 121°C, 1 atm por 20 minutos, e após o resfriamento e solidificação do meio, inocularam-se os ápices caulinares (cerca de um milímetro de diâmetro) que foram extraídos dos rizomas com o auxílio de uma lupa e bisturi. Os explantes foram mantidos em sala de crescimento com temperatura de 26 ± 1°C e com fotoperíodo de 16 horas de luz num período de 30 dias. A variável analisada após 30 dias da inoculação foi a porcentagem de material não contaminado. O resultado obtido foi submetido à análise de variância com o auxílio do programa SISVAR®. Os dados em porcentagem, por não apresentarem homogeneidade e normalidade, foram transformados para: arcsen x 100 (BANZATTO & KRONKA, 1992). Observou-se também o tipo de contaminantes (fungo e/ou bactéria) e quando bactéria, sua separação por grupo (Gram positiva ou negativa). As colônias bacterianas foram isoladas com base nas características fenotípicas (pigmentação) e realizou-se o teste tintorial de coloração de Gram (HUMPHRIES, 1974). RESULTADOS E DISCUSSÃO No teste de interação entre o tempo de imersão e a concentração da solução comercial de hipoclorito de sódio, houve efeito significativo de 1% de probabilidade pelo teste de F. O desdobramento mais adequado foi a concentração da solução comercial de hipoclorito de sódio dentro do tempo de imersão. Somente nos tratamentos onde os rizomas permaneceram na concentração de 40% (v v-1) durante 40 minutos em imersão na solução comercial de hipoclorito de sódio, obteve-se resposta significativa de 1% de probabilidade e tendo uma curva quadrática (Figura 1). Trabalhos foram feitos com brotos de Curcuma zedoaria Roxb., quando se preparava o rizoma de forma que o cultivava até a formação dos brotos e estes eram desinfestados com solução comercial de hipoclorito de sódio na concentração de 20% e imersão em 20 minutos e feita a inoculação (MELLO et al., 2000). A diferença entre os resultados de Curcuma zedoaria e da Curcuma alismatifolia desenvolvidos no presente trabalho, devese à diferentes estágios de desenvolvimento dos tecidos vegetais em que se extraiu o explante. Em Curcuma zedoaria, Mello et al. (2000) fizeram uso de tecido jovem, sendo necessário esperar que as gemas presentes nos rizomas se desenvolvessem até a formação dos brotos, para poder realizar a retirada do ápice caulinar. Enquanto que no presente trabalho utilizou-se explante proveniente de tecidos mais velhos de Curcuma alismatifolia, quando estes ficaram diretamente em contato com o substrato e as remoções dos ápices caulinares Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 36-41, 2009 Material não contaminado (%) Assepsia de rizomas e ápices caulinares... 39 100 80 2 y = -0,0491x + 4,1577x + 17,042 60 2 R = 0,8458** 40 20 0 0 10 20 30 40 50 60 70 Concentração da solução comercial de hipoclorito de sódio (%) FIGURA 1 Porcentagem de material não contaminado em relação à concentração da solução comercial de hipoclorito de sódio (% v v-1) utilizada em rizomas de Curcuma alismatifolia. ocorreram diretamente do rizoma, diminuindo, dessa maneira, o período de espera da formação dos brotos. A remoção dos ápices caulinares diretamente do rizoma, sem a espera de formação de brotações serviu para agilizar o processo de instalação do material vegetal no cultivo in vitro. Trabalho similar foi realizado por Debiasi et al. (2004) em que se retirou uma porção do rizoma que continha o ápice caulinar, reduzindo o tamanho inicial do explante da espécie de Zingiber officinalle Roscae (Zingiberaceae) para a assepsia. Após o período de trinta dias de inoculação, não foi detectado a contaminação dos explantes por fungos, mostrando que todos os tratamentos testados foram eficientes no controle destes microorganismos. Dessa maneira, pelos resultados obtidos, somente a realização da pré-assepsia foi suficiente para que o explante ficasse isento de contaminantes fúngicos. Porém, foram notadas a presença de bactérias que se desenvolviam em torno de explante, o que mostra ser uma bactéria endofítica presente nos tecidos vegetais (Figura 2). Um dos maiores problemas no cultivo in vitro de tecidos vegetais são as contaminações bacterianas. Pereira et al. (2003) verificaram a contaminação por bactérias endofíticas na micropropagação de batata (Solanum tuberosum L.). Becker et al. (2002) tiveram problema com copo-de-leite colorido (Zantedeschia sp.) tanto com contaminantes fúngicos como bacterianos, porém, o uso prolongado de antibiótico provocou o retardamento do crescimento dos explantes com posterior oxidação deste. Provavelmente esse fato ocorreu em razão da fitotoxidez do produto e pelas longas horas de imersão. É importante realizar a identificação do contaminante para utilizar o antibiótico adequado, a fim de obter maior sucesso na descontaminação e utilização de quantidades adequada para a morte do patógeno e não do explante. Em alguns casos, não se evidencia de imediato a presença de bactérias nas plantas, sendo detectada somente após algum tempo de cultivo, geralmente quando um grande número de plantas já está propagado. Além disso, por serem de difícil visualização, são facilmente transmitidas de um material para outro, durante a manipulação dos explantes. A identificação das colônias bacteriana foram tanto Gram positivas (coloração em azul) e Gram negativas (coloração em rosa) e ambas em formato de bastonetes longos. Faz-se necessário aprofundar os estudos na identificação das bactérias, com o intuito de se utilizar antibióticos específicos durante o cultivo in vitro para a inibição e o combate do crescimento e desenvolvimento das mesmas, presentes nos tecidos vegetais e/ou oriundas por manipulação do explante, durante o procedimento de inoculação. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 36-41, 2009 40 RODRIGUES, T. M. et al. FIGURA 2 Desenvolvimento de bactéria ao redor do ápice caulinar de Curcuma alismatifolia cultivados in vitro. CONCLUSÕES Para a assepsia de rizomas de Curcuma alismatifolia, o tratamento mais eficiente foi o de 40 minutos de imersão numa solução comercial de hipoclorito de sódio com concentração de 40% (v v-1) de cloro ativo. Não foi detectada a presença de agentes fúngicos na cultura in vitro de ápices caulinares de Curcuma alismatifolia, porém ocorreu o surgimento de bactérias aos redor do explante, indicando que a bactéria é de origem endofítica. Foram encontradas tanto bactérias Gram positivas como negativas em forma de bastonetes. São necessários mais estudos da identificação das bactérias e para a desinfestação de explantes para o estabelecimento de ápices caulinares de Curcuma alismatifolia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANZATTO, D. A.; KRONKA, S. do N. Experimentação agrícola. Jaboticabal: FUNEP, 1992. BECKER, L.; ROTHEN, M. J. V.; LIMA, M. L.; ABREU, I. M.; TOMBOLATO, A. F. 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PLANTS FABIANO GUIMARÃES SILVA1, ANA HELENA JANUÁRIO2, JOSÉ EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO3, VIVIAN ELIAS NASCIMENTO4, WELLINGTON DOS SANTOS BARIZAN5, SUZELEI DE CASTRO FRANÇA6 1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Laboratório de Cultura de Tecidos CEFETRV Cx. P. 66 75901-970 Rio Verde, GO [email protected] 2 Química, Dra., Núcleo de Pesquisas em Ciências Exatas e Tecnológicas Universidade de Franca/UNIFRAN Av. Dr. Armando Salles de Oliveira, 201 Parque Universitário 14404-600 Franca, SP [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr., Laboratório de Cultura de Tecidos e Plantas Medicinais/DAG Universidade Federal de Lavras/UFLA Cx. P. 3037 37200-000 Lavras, MG [email protected] 4 Engenheira Agrônoma, Dra., Laboratório de Cultura de Tecidos e Plantas Medicinais/DAG Universidade Federal de Lavras/UFLA Cx. P. 3037 37200-000 Lavras, MG [email protected] 5 Químico, MBA, Unidade de Biotecnologia da UNAERP Av. Costábile Romano 2201 14096-380 Ribeirão Preto, SP. 6 Química, PhD, Unidade de Biotecnologia da UNAERP Av. Costábile Romano 2201 14096-380 Ribeirão Preto, SP [email protected] RESUMO O presente trabalho foi realizado com o objetivo de comparar o acúmulo das flavonas 5,3 -dihidroxi-4 ,6,7trimetóxiflavona (eupatorina) (1) e 5-hidroxi-3 ,4 ,6,7tetrametóxiflavona (2) e do ácido clorogênico 3,5-O-dicafeoilquínico em calos, em plantas cultivadas in vitro e in vivo de Baccharis trimera (Less.) DC., bem como avaliar o efeito da cinetina (CIN) no acúmulo de fitomassa nos calos. Plântulas provenientes da germinação in vitro foram transferidas para meio MS suplementado com 10,0 µM de ácido naftaleno acético (ANA) combinados com 0; 1,0 e 5,0 µM de CIN e mantidos na ausência de luz para indução de calos. Em plantas cultivadas in vitro, constatou-se acúmulo da flavona eupatorina (53,21 ± 6,40 mg/gPS), porém, em concentrações inferiores às encontradas em plantas in vivo (172,27 ± 36,18 mg/ gPS). A flavona 2 não foi constatada em plantas in vitro nas condições de análise adotadas. Em calos, não foram detectadas as flavonas eupatorina e 2. Por outro lado, o ácido clorogênico não só foi constatado nos calos, como revelou teores mais elevados quando comparado com os teores detectados em plantas in vitro e in vivo. A ausência de CIN induziu calos com tendência de menor acúmulo de fitomassa, comparado a 1,0 e 5,0 µM. O teor do ácido clorogênico não diferiu entre as concentrações de CIN avaliadas, porém apresentou tendência de maior elevação quando esta foi adicionada na concentração de 1,0 µM, comparado à sua ausência e 5,0 µM de CIN. Maior rendimento de ácido clorogênico foi alcançado na presença de 1,0 µM de CIN (5,80 mg/frasco), comparado à sua ausência (2,48 mg/frasco). ABSTRACT The objective of this work was to compare the accumulation of two flavones 5,3 -dihydroxi-4 ,6,7trimetoxiflavone (1) and 5-hy droxi-3 ,4 ,6,7tetrametoxiflavone (2) and chlorogenic acid 3,5-Odicafeoilquinic on callus and on in vivo and on in vitro Baccharis trimera (Less.) DC. plants as well as to evaluate the effect of kinetin (KIN) on the accumulation of callus mass. In vitro-germinated seedlings were transferred to MS medium supplemented with 10.0 µ M naftalene-acetic acid (NAA) combined with 0; 1.0 and 5.0 µM KIN and maintained in the absence of light for callus induction. Plants cultivated in vitro presented lower accumulation (53.21 ± 6.40 mg/ gPS) of flavone 1 then in vivo plants (172.27 ± 36.18 mg/ gPS). Flavone 2 was not found on in vitro plants under the evaluated conditions. Flavones 1 and 2 were not detected in callus. On the other hand, chlorogenic acid detected in callus presented higher content compared with in vitro and in vivo plants. KIN absence induced callus with a trend to decreased plant mass accumulation, compared with 1.0 and 5.0 µ M. The content of chlorogenic acid did not differ among evaluated KIN concentrations, but it presented a trend to a higher increase at the concentration of 1.0 µ M, compared with its absence and the use of 5.0 µ M. Increased yield of chlorogenic acid was reached in the presence of 1.0 µ M KIN (5.80 mg/flask), compared with its absence (2.48 mg/ flask). Termos para indexação: Asteraceae, Baccharis trimera, flavonas, ácido 3,5-O-dicafeoilquínico. Index terms: Asteraceae, Baccharis trimera, flavones, 3,5-Odicaphenoilchinic acid. (Recebido em 14 de abril de 2008 e aprovado em 18 de maio de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 42-49, 2009 Teor de flavonas e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico... INTRODUÇÃO O gênero Baccharis é representado por mais de 500 espécies distribuídas na América Latina. Grande número das quais são utilizadas na medicina popular na forma de chás para males do estômago, fígado, anemias, inflamações, diabetes, e outras doenças. Baccharis é caracterizado pela presença de flavonóides (flavonas e flavonóis), diterpenos (labdanos e clerodanos), triterpenos e derivados do ácido cafeoilquínicos (VERDI et al., 2005). Os ácidos 3,5 e 4,5-O-dicafeoilquínicos foram isolados pela primeira vez no gênero Baccharis nas partes aéreas da espécie B. thesioides Kunth. (MIKETOVA et al., 1999). Derivados de ácidos cafeoilquínicos possuem um largo espectro de atividades farmacológicas, destacandose mais recentemente a descoberta de seu efeito neuroprotetor que reduz o estresse oxidativo, associado a doenças neurodegenerativas, incluindo o mal de Parkison e doença de Alzheimer. As atividades anti HIV-1, HIV-2 e vírus da herpes, bem como os potenciais antioxidante, hepatoprotetor, antibacteriano e antihistamínico também estão associados a essa classe de compostos (KIM et al., 2005). Em cultura de tecidos, quando o objetivo é a produção de metabólitos secundários in vitro, a primeira estratégia utilizada para a otimização de sua produção é, de maneira geral, a manipulação epigenética. A formulação de sais do meio de cultura tem sido bastante estudado e melhorado em muito a produção (LUCZKIEWICZ & GLÓD, 2003). A fonte e a concentração de carbono também têm sido bastante estudadas (LUCZKIEWICZ & CISOWSKI, 2001). Os fatores ambientais luz e temperatura estão entre os mais estudados. Calos de Saussurea medusa Maxim. (Asteraceae) submetidas à luz branca, azul, vermelho e vermelho distante, demonstrou que a luz azul e vermelha foram mais eficientes na indução do flavonóide 6dimetoxiflavona (ZHAO et al., 2001). Em Genista tinctoria L., (Fabaceae) a luz teve um efeito positivo no crescimento de calo e na biossíntese de isoflavonas (LUCZKIEWICZ & GLÓD, 2003). 43 O grau de diferenciação tem demonstrado exercer grande influência no metabolismo secundário. Como regra geral, em plantas há uma grande correlação entre citodiferenciação e a produção e acúmulo de compostos do metabolismo secundário. Essa correlação foi observada com respeito à síntese dos flavonóides catequinas e proantocianinas; calos que apresentaram maior teor de clorofila, apresentaram maior desempenho na síntese de flavonóides (SHIBASAKI-KITAKAWA et al., 2003). Calos de Hypericum perforatum L. (Clusiaceae), não apresentaram síntese dos flavonóides rutina, hiperosídeo e quercetina, mas as plantas regeneradas a partir destes calos sintetizaram os flavonóides. Mesmo nessas plantas, o acúmulo desses flavonóides foi intensificado conforme ocorria o desenvolvimento das plantas, ficando clara a necessidade de diferenciação de órgãos para o acúmulo desses flavonóides (PASQUA et al., 2003). Neste trabalho objetivou-se realizar um estudo comparativo do teor das flavonas 5,3 -dihidroxi-4 ,6,7trimetóxiflavona (1), 5-hidroxi-3 ,4 ,6,7-tetrametóxiflavona (2) e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico (3) em calos e plantas de B. trimera in vitro e in vivo, bem como avaliar o efeito da CIN no acúmulo de fitomassa e rendimento dos compostos 1, 2 e 3, nos calos dessa espécie. MATERIAL E MÉTODOS Material vegetal: foram utilizadas sementes de carqueja [Baccharis trimera (Less) DC.], Asteraceae, cuja exsicata do material vegetal encontra-se registrada no Herbário do Departamento de Biologia/UFLA, sob o número 169933. Germinação in vitro: Sementes recém coletadas foram submetidas à desinfestação, que consistiu de imersão álcool 70% por trinta segundos, e agitação em água sanitária por dez minutos. Na câmara de fluxo laminar, sofreram três enxágues em água destilada e autoclavada, sendo posteriormente inoculadas em frascos com capacidade de 268 mL, contendo 20 mL de meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), suplementado com 100 mg L-1 de inositol e solidificado com 6 g L-1 de agar. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 42-49, 2009 44 SILVA, F. G. et al. Indução de calos: Segmentos caulinares foram retirados de plântulas com 30 dias de idade, provenientes da germinação in vitro. Os segmentos caulinares foram transferidos para meio de cultura MS, suplementado com 10,0 µM de ANA e três concentrações de CIN (0, 1,0 e 5,0 µM), conforme descrito por Nascimento et al. (2003). O pH do meio foi ajustado para 5,7 antes da autoclavagem, a 121 ºC por 20 minutos. Foram utilizados tubos de ensaio (25 x 150 mm), contendo 10,0 mL do meio e incubados em sala de crescimento a 25 ± 1ºC, em ausência de luz. Ao final de 30 dias, os calos formados foram transferidos para o mesmo meio de cultura, em que permaneceram por mais 30 dias. Em seguida, foram quantificados o acúmulo de fitomassa, flavonas e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico. Extração, isolamento e quantificação por CLAE: Partes aéreas e calos foram secos em desumidificador Arsec 160®, em temperatura ambiente até atingirem massa constante, acondicionados em tubos de ensaio vedados com tampa plástica e lacrados com parafilme e mantidos em ausência de luz em congelador. Amostras de 100 mg do material vegetal triturado, em moinho Marconi® (MA 680) com peneira de 10 mesh, foram submetidas à extração com metanol grau cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) em banho de ultrassom por 30 min. As extrações foram realizadas em triplicata e os extratos obtidos analisados por CLAE. Utilizou-se um cromatógrafo Shimadzu LC-10AD VP com detector DAD (arranjo de diodo) Shimadzu SPDM10 VP, injetor automático SIL-10AD VP, coluna RP-18 Shim-pack 25 cm x 4,6 cm (5m), empregando-se um gradiente linear de MeOH/H2O + 0,1% CH3COOH 30% 100% (35 min) com fluxo 0,9 ml/min e detecção a 254 nm. No doseamento das flavonas, a flavona 1, conhecida também como eupatorina, foi utilizada como padrão externo, construindo-se uma curva de calibração de 4 pontos, y = 3051122,6314x - 76576,1853, que apresentou linearidade de resposta do detector no intervalo 0,039 mg/mL 2,5 µ g/ 2 µL e coeficiente de correlação R = 0,9997. Na quantificação do composto 3, empregou-se o ácido 3,5-O-dicafeoilquínico como padrão externo, obtendo-se a curva analítica de 4 pontos, y = 69305900,0000x + 44316,44823, que se apresentou linear no intervalo de concentração de 0,0820 a 2,625 µ g/µ L com coeficiente de correlação 0,9998. As flavonas 1 e 2 (Figura 1) foram isoladas do extrato em CHCl3-MeOH (2:1) das partes aéreas de Baccharis trimera e as estruturas químicas foram elucidadas pelas análises de RMN (Ressonância Magnética Nuclear) e comparação com dados de literatura, conforme descrito por Silva et al. (2006). Análises Espectroscópicas: Os espectros de RMN 1 H e 13 C unidimensionais foram obtidos em espectrômetro Bruker, modelo Avance DRX 400 e os espectros bidimensionais em espectrômetro Bruker, modelo Avance DRX 500 MHz. Solventes deuterados foram empregados para a dissolução das amostras. Calos de B. trimera produzidos na presença de 5,0 µM de cinetina, como descrito anteriormente, foram submetidos à extração em metanol por maceração em banho de ultrassom (30 min) por 3 vezes. Após a remoção do solvente em evaporador rotatório, obteve-se 0,210 g do extrato bruto. O extrato metanólico obtido foi submetido à R OMe MeO O MeO OH O R = OH (1) R = OMe (2) 7 HO COOH 1 HO 7 O 9 HO 5 O 3 O O 7 1 9 OH 3 OH 4 6 OH (3) FIGURA 1 Estruturas das flavonas 5,3 -dihidroxi-4 ,6,7trimetóxiflavona (1) e 5-hidroxi-3 ,4 ,6,7-tetrametóxiflavona (2) e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico (3). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 42-49, 2009 Teor de flavonas e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico... cromatografia de exclusão em coluna de sephadex LH-20 em metanol, levando ao isolamento do ácido 3,5-Odicafeoilquínico. Delineamento experimental: foi inteiramente ao acaso (DIC); cada unidade experimental foi composta por 3 repetições, perfazendo 15 unidades experimentais. Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizandose o programa de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG) (RIBEIRO JUNIOR, 2001). RESULTADOS E DISCUSSÃO As análises quantitativas, das amostras de carqueja, realizadas por cromatografia líquida de alta eficiência evidenciaram que em calos induzidos no meio MS suplementados com 10,0 µ M de ANA e diferentes concentrações de CIN mantidos em ausência de luz não ocorreu síntese das flavonas (1) e (2) (Tabela 1). A ausência dessas flavonas nos calos pode ser atribuída a vários fatores, entretanto, ausência de luz no cultivo, é um dos fatores ambientais que tem mostrado forte relação com a indução da síntese de flavonóides (LUCZKIEWICZ & GLÓD, 2003; SHIBASAKI-KITAKAWA et al., 2003; ZHAO et al., 2001). Calos de Taraxacum officinale F.H.Wigg. (Asteraceae) crescidos em presença de luz apresentaram síntese da antocianina cianidina 3-(6"-malonilglucoside) e uma coloração púrpura intensa. Já nos calos mantidos em ausência de luz, proliferaram somente células com 45 coloração cinza, desprovidas de pigmentação, e não houve síntese de antocianina por não haver expressão da chalcona sintase, enzima chave da rota biossintética, diferindo das células crescidas em presença de luz (AKASHI et al., 1997). Segundo Dias et al. (1998), o ambiente in vivo não oferece estresse como fungos e bactérias patogênicas e radiação UV, entre outros. Em plantas in vivo, isoflavonas podem servir como armazenamentos de fitoalexinas, que são liberadas somente em condições de estresse (LUCZKIEWICZ & GLÓD, 2003). Além disso, síntese de compostos fenólicos ocorre principalmente durante a diferenciação celular e após a maturação foliar, condições que não ocorrem em calos. Da mesma maneira, calos de Camellia sinensis Kuntze induzidos em ausência de luz e repicados para a presença de luz apresentaram um considerável aumento no acúmulo de flavonóides (catequinas e proantocianina), sem reduzir o acúmulo de fitomassa. Esse aumento em presença de luz foi atribuído a um maior número de cloroplastos em células mantidas em presença de luz, um importante sítio de síntese de flavonóides. Além desse efeito, a luz tem demonstrado promover a atividade da fenilalanina amônia liase (PAL), enzima importante na via dos flavonóides (SHIBASAKIKITAKAWA et al., 2003). Observa-se, pelos resultados da tabela 1, que em plantas cultivadas in vitro, houve acúmulo da flavona (1), porém em concentração inferior a um terço daquela TABELA 1 Teor (mg/g de fitomassa seca) das flavonas (1), (2) e ácido 3,5-O-dicafeoilquínico (3), em calos, plantas in vivo e in vitro de carqueja (Baccharis trimera). 5,3 -dihidroxi-4 ,6,7trimetóxiflavona (1) Tipo de tecido Planta in vivox Planta in vitro y z 36,18 53,212 6,40 5,281 0,67 Ácido 3,5-Odicafeoilquínico (3) 10,49 0,81 - 8,72 1,19 - - 92,36 13,33 z - - 129,57 9,63 z - - 93,07 3,43 Calos (0 M CIN ) Calos (1,0 M CIN ) Calos (5,0 M CIN ) x 172,272 5-hidroxi-3 ,4 ,6,7tetrametóxiflavona (2) y Planta matriz doadora das sementes para a implantação dos experimentos in vitro. Planta de carqueja germinadas in vitro, e utilizadas para a indução dos calos. zCalos cultivados em meio MS suplementado com 10,0 M de ANA e 0; 1,0 e 5,0 M de CIN, em ausência de luz. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 42-49, 2009 SILVA, F. G. et al. (a) a a 50 45 FS (mg/frasco) 40 a 35 Z 30 25 20 15 10 5 0 (b) a Ácido clorogênico (mg/g calo seco) encontrada na planta matriz in vivo. Já a flavona (2) não foi constatada em plantas in vitro. Quanto ao ácido 3,5-Odicafeoilquínico (3) os teores foram bastante reduzidos em plantas in vivo e in vitro, respectivamente 10 e 12 vezes inferiores ao teor encontrado nos calos (média de 105,00 mg/g FS). Resultados semelhantes foram encontrados para as espécies da família Asteraceae Saussurea medusa, cujos calos apresentaram teor do flavonóide 6-dimetoxi flavona 18 vezes maiores que as plantas cultivadas in vivo (ZHAO et al., 2001) e Rudbeckia hirta L., (Asteraceae) para a qual a concentração de antocianina em calos foi mais de sete vezes maior que em flores da planta mãe in vivo (LUCZKIEWICZ & CISOWSKI, 2001). Espécies do gênero Genista, (Fabaceae) também demonstraram maior capacidade de acumular isoflavonas em calos, comparadas às plantas in vivo (LUCZKIEWICZ & GLÓD, 2003). Na presença de 5,0 µ M de CIN, os calos apresentaram coloração mais clara. Foi verificada uma tendência de inferioridade na fitomassa seca de calos, quando CIN não foi adicionada ao meio (Figura 2a). O teor do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico apresentou uma tendência de superioridade quando CIN foi adicionada na concentração de 1,0 µM (129,57 mg/g massa seca), comparado com os calos cultivados sem a citocinina (92,36 mg/g massa seca) ou na presença de 5,0 µM de CIN (93,07 mg/g massa seca). Não houve, entretanto, diferenças significativas entre as concentrações avaliadas (Figura 2b). Já o rendimento de ácido 3,5-O-dicafeoilquínico (3) foi diferente entre as concentrações de CIN; em 1,0 µM (5,80 mg/frasco), foi superior à sua ausência (2,48 mg/frasco); e na concentração de 5,0 µM (4,33 mg/frasco), apresentou rendimento intermediário (Figura 2c). Ressalta-se que, de maneira geral, condições que maximizam acúmulo de fitomassa de calos não são apropriadas para acúmulo de metabólitos secundários, o que requer sistemas de duas fases, ou seja, uma primeira fase para crescimento celular e uma segunda para acúmulo de metabólitos secundários (CHEN et al., 1997; LUCZKIEWCZ & CISOWSKI, 2001). Portanto, assim como ocorrido para várias espécies do gênero Genista 140 120 a Z a 100 80 60 40 20 0 a (c) 6 Ácido clorogênico (mg/frasco) 46 ab 5 4 Z b 3 2 1 0 0 1 5 Cinetina (µM) Cinetina ( M) FIGURA 2 Médias da fitomassa seca de calos (FS) (a), teor (mg/g massa seca) (b) e rendimento/frasco (mg/frasco) de ácido 3,5-O-dicafeoilquínico (c), em calos de carqueja (Baccharis trimera) cultivados em meio MS suplementado com 10,0 µM de ANA e diferentes concentrações de cinetina (CIN), em ausência de luz. ZMédias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 42-49, 2009 Teor de flavonas e do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico... (LUCZKIEWICZ & GLÓD, 2003), o meio que se mostrou mais propício para a proliferação de calos coincidiu com o maior acúmulo de composto 3. Porém, quanto às condições de incubação, calos de carqueja induzidos em presença de luz se apresentam totalmente escurecidos e, após o primeiro subcultivo, ficam necrosados, motivo pelo qual ainda não foi avaliado o acúmulo dos flavonóides em calos mantidos em presença de luz. No entanto, Luczkiewicz & Glód (2003), verificaram que calos induzidos e mantidos em presença de luz mostraram maior acúmulo de isoflavona que os mantidos em ausência de luz, independentemente do meio de cultura. 47 No espectro de RMN1H de 3 (Tabela 2) observouse sinais de dois conjuntos de hidrogênios olefínicos trans em 7,63 e 6,41 (d, J= 15,9 Hz, H-7 e H-8 ) e 7,60 e 6,31 (d, J= 15,9 Hz, H-7 e H-8 ), que, juntamente com o duplo dubleto a 6,98 (J = 2,2 e 8,0 Hz, H-6 e H-6 ), caracterizam duas unidades cafeoíla. O duplo dubleto a 3,95 (J= 3,3; 9,2Hz) e os multipletos a 5,41 e 5,51 sugerem a presença de uma unidade de ácido quínico. Os sinais de duas carbonilas de ester no espectro de RMN13C (169,25 para C-9 e 168,82 para C-9 ) evidenciam a natureza dissubstituida do derivado dicafeoilquínico. TABELA 2 Dados de RMN1H (400 MHz, CD3OD, deslocamentos químicos ppm, constantes de acoplamento em Hz) e 13C (100 MHz, CD3OD) de 3. C 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 C 74,8 37,2 72,3 72,8 72,3 37,2 n.d. 127,8 115,2 146,8 149,7 116,6 123,3 147,7 114,8 168,7a 127,7 115,3 146,8 149,7 116,6 123,3 147,7 114,8 168,4a H 2ax 2eq 3eq 4 5ax 6ax 6eq 2 5 6 7 8 2 5 6 7 8 H 2,16 m 2,31 dd (14,7; 3,3) 5,51 m 3,95 dd (3,3; 9,2) 5,41 m 2,04 d (12,2) 2,62 d (12,2) 7,09 d (1,9)a 6,80 d (8,0) 6,98 dd (2,2; 8,0) 7,63 d (15,9) 6,41 d (15,9)b 7,08 d (1,9)a 6,80 d (8,0) 6,98 dd (2,2; 8,0) 7,60 d (15,9) 6,31 d (15,9)b HSQC C2 C2 C3 C4 C5 C6 C2 C5 C5 C7 C8 C2 C5 C6 C7 *Valores marcados com a mesma letra podem ser permutados. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 42-49, 2009 HMBC C2 C2 C2 C3 ,C4 ,C7 C6 ,C7 ,C8 ,C9 C1 , C9 C1 , C3 C5 C1 , C9 - 48 SILVA, F. G. et al. As posições dos grupos cafeoíla foram determinadas com base nos valores de deslocamentos químicos e das constantes de acoplamento de H-3, H-4 e H-5 e comparação com dados de literatura para os isômeros dos ácidos 3,4, 3,5, e 4,5-O-dicafeoilquínico (ARBISER et al., 2005; CHEMINAT et al., 1988; ROBISON JUNIOR et al., 1996). A análise conjunta dos dados de RMN bidimensionais HSQC e HMBC (Tabela 2), confirmaram a identidade estrutural de 3 como sendo a do ácido 3,5-Odicafeoilquínico. De acordo com os objetivos iniciais, os resultados obtidos no presente trabalho são encorajadores, demonstram que calos de B. trimera são capazes de sintetizar ácidos fenólicos, mesmo em ausência de luz, e se apresentam propícios para futuros estudos, envolvendo a elicitação abiótica (com luz) e biótica (fungos endofíticos já isolados da própria espécie). 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CONCLUSÕES Plantas in vitro sintetizam a flavona 5,3 -dihidroxi4 ,6,7-trimetoxiflavona, porém em quantidades menores, comparadas à planta matriz in vivo, e não sintetizam a flavona 5-hidroxi-3 ,4 ,6,7-tetrametoxiflavona; Calos de carqueja não sintetizaram as flavonas 5,3 dihidroxi-4 ,6,7-trimetoxiflavona e 5-hidroxi-3 ,4 ,6,7tetrametoxiflavona, mas sintetizam ácido 3,5-Odicafeoilquínico em quantidades superiores às plantas in vitro e à planta mãe in vivo; A citocinina CIN na concentração de 1,0 µ M maximiza o rendimento do ácido 3,5-O-dicafeoilquínico, em calos de carqueja, cultivados em meio MS, suplementado com 10,0 µM de ANA, em ausência de luz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKASHI, T.; SAITO, N.; HIROTA, H.; AYABE, S. Anthocyanin-producing dandelion callus as a chalcone synthase source in recombinant polyketide reductase assay. Phytochemistry, Oxford, v. 46, n. 2, p. 283-287, Feb. 1997. ARBISER, J. L.; LI, X. C.; HOSSAIN, C. F.; NAGLE, D. G.; SMITH, D. 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Box 13528, 26, Davis Dr., Research Triangle Park, NC 27709, USA . [email protected] 4 Department of Agronomy, Kasetsart University, Kamphang Sean Campus, Nakorn Phatom, Thailand 73140 [email protected] 5 University of Illinois, Department of Crop Sciences, Edward R. Madigan Lab., 1201 W. Gregory Dr., Urbana, IL 61801, USA [email protected] 2 ABSTRACT To compare the performance of the BIO-RAD Model PDS-1000 He Biolistic Particle Delivery device (PDS) and the Particle Inflow Gun (PIG), transient expression studies were carried out with soybean embryogenic suspension cultures of the cv. Jack. The bombarded construct contained the uidA reporter gene driven by the 606 bp fragment of the tobacco anthranilate synthase (ASA2) promoter that showed stronger expression than the 1356 bp ASA2 promoter fragment or the CaMV 35S promoter. Both histochemical and fluorimetric assays for GUS activity were carried out 48 h after bombardment and high correlations were found between the two assay methods. The best conditions were 1100 psi, 13 cm flying distance, 1 mg gold and 1 µg of DNA per shot for the PDS and 80 psi, 1 mg gold and 11 cm target distance for the PIG. The sodium acetate DNA precipitation method was as effective as the CaCl2-spermidine method and was faster and easier. When both devices were compared using their respective optimal conditions, the PDS produced about 50% more blue spots and GUS enzyme activity than the PIG when gold particles were used but both gave similar but lower expression when tungsten particles were used. Index terms: ASA2 606 promoter; GUS assays; GUS transient expression; particle bombardment; soybean embryogenic cultures. RESUMO Com a finalidade de comparar o desempenho dos modelos para bombardeamento de partículas da BIO-RAD Modelo PDS1000 He o PIG (Particle Inflow Gen), estudos de expressão transiente foram realizados com suspensão embriogênica de soja cv. Jack. A construção gênica continha o gene repórter uidA e 606 pb do fragmento do promotor da sintase do antranilato (ASA2) de fumo que apresentou uma expressão mais alta do que o fragmento do promotor 1356 pb ASA2 ou o promotor Ca MV35S. Os ensaios histoquímicos e fluorimétricos da atividade GUS foram realizadas 48h após bombardeamento e altas correlações foram encontradas entre os dois ensaios. As melhores condições foram 1100 psi, 13 cm de distancia de vôo, 1 mg de ouro e 1 µg de DNA por tiro para o PDS e 80 psi, 1 mg de ouro e 11cm de distância do alvo para PIG. O método de precipitação com acetato de sódio foi mais efetivo, rápido e fácil do que o método de CaCl2espermidina. Quando os dois aparelhos foram comparados, utilizando-se as suas respectivas ótimas condições, o PDS produziu em torno de 50% a mais de manchas azuis e também a atividade enzimática da GUS do que o PIG, quando as partículas de ouro foram utilizadas, mas ambos os aparelhos propiciaram menor expressão, quando as partículas de tungstênio foram utilizadas. Termos para indexação: promotor ASA2 606, ensaio GUS, GUS expressão transiente, bombardeamento de partículas, culturas embriogênicas de soja. INTRODUCTION Plant transformation is a very important technology both for commercial and research applications. The most widely used methods utilize Agrobacterium tumefaciens or particle bombardment for DNA insertion. Both of these methods require empirical optimization with each plant Abbreviations: 5-bromo-4-chloro-3-indolyl-glucuronide = Xgluc; ß-glucuronidase = GUS; 4 methylumbelliferone = MU; 4methylumbelliferone-glucuronide = MUG; BIO-RAD Model PDS-1000 He Biolistic particle delivery system = PDS; particle inflow gun = PIG (Recebido em 25 de setembro de 2007 e aprovado em 18 de maio de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 Comparison of two particle bombardment devices... tissue system. The initial optimization often utilizes reporter genes such as uidA that encodes ß-glucuronidase (GUS) whose expression can be readily measured (ABLE et al., 2001; JEFFERSON et al., 1987; RASCO-GAUNT et al., 1999). The GUS enzyme can be measured both histochemically when the substrate 5-bromo-4-chloro-3indolyl-glucuronide (X-gluc) is incubated with intact tissues or fluorimetrically when the substrate 4methylumbelliferone-glucuronide (MUG) is incubated with tissue extracts. The hydrolysis of the glucuronide bond by the GUS enzyme converts X-gluc to an indoxyl intermediate that dimerizes to form a blue indigo precipitate and MUG to the fluorescent compound 4methylumbelliferone (MU) that can be measured quantitatively. Soybean [Glycine max (L.) Merr.] is a very important leguminous crop that is a leading source of vegetable oil and protein in the world. Due to the importance of the crop and difficulty in obtaining transformed plants, much effort has been expended in developing methods for inserting genes. The first examples of transformed soybean plants was reported by Hinchee et al. (1988) using A. tumefaciens and the cotyledonary node shoot regeneration system and McCabe et al. (1988) using particle bombardment of apical meristems capable of forming shoots. Presently the most widely used methods for soybean transformation are the A. tumefaciens-cotyledonary node system and the particle bombardment of embryogenic suspension culture system (CHEE & HU, 2000; DINKINS et al., 2002; FINER et al., 1996; TRICK et al., 1997; WIDHOLM, 2004). The embryogenic suspension culture system was developed by Finer & Nagasawa (1988) and was first used to produce transformed soybean plants by Finer & McMullen (1991) using particle bombardment. Particle bombardment has been the predominant method for DNA delivery for the soybean embryogenic suspension culture transformation system using either the BIO-RAD He Biolistic Particle Delivery System (PDS) or the particle inflow gun (VAIN et al., 1993). The commercially produced PDS is more expensive to purchase and uses relatively 51 expensive supplies (rupture disk, macrocarrier, stopping screen, metal particles) for each bombardment while the PIG can be constructed relatively cheaply and uses no disposable supplies other than metal particles. There have been many reports of successful gene insertion into soybean plants via particle bombardment of embryogenic suspension cultures (summarized in the reviews above). More recent reports include sense suppression of the low abundance P34 seed allergen protein (HERMAN et al., 2003), description of GUS gene silencing in plants (REDDY et al., 2003), phytase expression in seeds (CHIERA et al., 2004), maize zein expression in seeds (LI et al., 2005) and the expression of the Cah gene to produce cyanamide resistance (ZHANG et al., 2005). Particle bombardment is the method most often used for plastid transformation and a PIG has been used to successfully insert a gene into embryogenic soybean callus and transplastomic soybean plants were regenerated (DUFOURMANTEL et al., 2004). Bombardment of embryogenic soybean cultures also has the capability of insertion of multiple genes at one time when a mixture of plasmids is used. Hadi et al. (1996) mixed 12 plasmids and some tissue culture clones were obtained that contained all 12 of the plasmids. We have been routinely mixing four cut out and gel purified gene cassettes with promoter and terminator and find that about 10% of the selected transgenic lines contain all four genes (O. Zernova, V. Lozovaya and J. Widholm, unpublished). The embryogenic soybean culture system has also been used in several studies where traits that are expressed in seeds were followed in the tissue cultured embryos of the transgenic lines without regenerating plants. These include manipulation of seed fatty acid composition by the insertion of novel genes (CAHOON et al., 1999, 2000, 2002). The timing of the expression of the seed specific lectin promoter driving GUS was also demonstrated in embryogenic soybean cultures (CHO et al., 1995). Transient expression assays utilizing a reporter gene driven by the promoter being studied have also been Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 52 MAGALHÃES, M. M. et al. used to determine the strength and tissue specificity of the promoter. This was done with the tobacco anthranilate synthase (ASA2) gene promoter by Song et al. (1998) who showed that the full-length 2.3 kb promoter drove transient GUS expression in a tissue culture-specific manner, as also was observed for the ASA2 mRNA and enzyme activity. When the promoter was cut down to 1356 or 606 bp the tissue culture specificity was lost and high level expression was seen in tobacco cultured cells and leaves after particle bombardment using the PIG. GUS transient expression was also used to demonstrate the seed specific expression of the soybean glycinin gene, Gy1, using immature soybean seeds and leaves (IIDA et al., 1995) and Wei & Theil (2000) used soybean leaf bombardment to study the iron regulatory element of the soybean ferritin gene driving uidA or luciferase reporter genes. Kalafallo et al. (2005) and Ponappa et al. (1999) have studied transient green fluorescent protein expression in soybean embryogenic suspension cultures. The experiments described here were carried out to first optimize the two bombardment devices using GUS transient expression with soybean embryogenic cultures and then compare the efficiencies. The GUS expression was measured both histochemically by counting blue spots after incubation with X-gluc and fluorimetrically using MUG as substrate with tissue extracts to determine how well these assays correlate. We also compared gold and tungsten and two different DNA precipitation methods using the transient expression assay. MATERIALS AND METHODS Soybean cultures: embryogenic suspension cultures of soybean [Glycine max (L.) Merr.] cv. Jack were initiated from immature cotyledons and maintained as described by Finer & Nagasawa (1988). The cultures were grown in 30 mL liquid medium in 125 mL Erlenmeyer flasks on a gyratory shaker at 125 rpm and 27-28ºC. Plasmids: the 606 and 1356 bp tobacco ASA2 promoter fragments were cloned into pBI221 to drive the uidA gene in place of the CaMV 35S promoter by Song et al. (1998). The pBI221 plasmid with the CaMV 35S promoter driving uidA was also used. The plasmids were isolated using a Plasmid Maxi Kit (Qiagen, Valencia, CA, USA). Particle bombardment: about 1 g of embryogenic suspension culture clumps were placed on a filter paper disc moistened with the liquid culture medium in a 10 cm diameter closed plastic Petri dish and placed in a laminar flow hood overnight. The plasmid DNA was precipitated on the gold (1.2 µm diameter) and tungsten (1.0 µm diameter) particles using the calcium/spermidine method of Klein et al. (1988a) or the sodium acetate method of Morikawa et al. (1989). 10 µL of the particle and DNA mixture was pipetted onto the macrocarrier for the PDS and 15 µL onto the Millipore screen for the PIG. The initial bombardments with the PDS were done with the CaCl2/ spermidine precipitation, 1100 psi pressure and 13 cm target distance (CHANPRAME, 1998). GUS assays: forty-eight h after bombardment and incubation at 27-28ºC in liquid suspension culture medium, the embryogenic clumps were transferred to the X-gluc containing GUS assay medium (JEFFERSON et al., 1987) overnight at 37ºC. The clumps were soaked in 95% ethanol with 4 rinses and then a 1 mm2 mesh was placed over the tissue and the blue foci counted with a Nikon dissecting microscope. Blue foci in a total of 10 1 mm2 sections were counted for each treatment with 4 replicate tissue samples. For the fluorimetric assay, weighed samples of about 0.5 g fresh weight from 4 replications were homogenized in 600 µL of GUS extraction buffer, the homogenate centrifuged at 13.000 xg for 10 min. One hundred µL of the supernatant was added to 500 µL 37ºC MUG assay buffer and the reaction stopped at 0, 30 and 60 min by the addition of 2.4 mL 0.2 M Na2CO3. The MU formed was measured with a Hitachi F-2000 Fluorescence Spectrometer with excitation at 320-390 nm and emission at 415-490 nm. The concentrations were calculated using a MU standard curve. Protein in the supernatant was measured using the method of Bradford (1976). Statistical analysis: samples in each experiment were completely randomized with four replications and the data was subjected to ANOVA and t test using SAS version Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 Comparison of two particle bombardment devices... 6.4 and values that are marked with different letters in the Figures are statistically different at the 5% level. RESULTS AND DISCUSSION When the ASA2 606 bp promoter, the ASA2 1356 bp promoter and the CaMV 35S promoter were compared for transient GUS expression with the soybean embryogenic suspension cultures, 606 gave higher histochemical and fluorimetric expression than the other two promoters following bombardment with the PDS using the bombardment parameters shown by Chanprame (1998) to be optimal (Figure 1A). When the helium pressure was varied, both blue foci and GUS enzyme activity were higher with 900 and 1100 psi than with 600 (Figure 1B). The ASA2 606 promoter was previously shown to drive higher GUS transient expression than ASA2 1356 and CaMV 35S in tobacco leaves and CaMV 35S in cultured tobacco cells (SONG et al., 1998). The ASA2 1356 promoter drove the highest GUS expression in the tobacco cultured cells indicating that some sequences between 606 and 1356 enhance tobacco cell culture expression and depress leaf expression (SONG et al., 1998). The target distance of 13 cm was better than both 11 and 15 cm when measured histochemically while the MUG assays showed 11 and 13 cm to be very similar (Figure 2A). The highest transient expression was found using 1 mg of gold particles per shot with less found with 0.5 or 1.5 mg or higher amounts (Figure 2B). When the amount of DNA per shot using 1 mg of gold particles was varied, the optimal amount was 1 µg since lower numbers of GUS foci and lower fluorimetric GUS activity were present when 0.5, 2.5 and 5 µg of DNA were used (Figure 3). When 5 µg of DNA was used a diffuse blue color formed in the GUS histochemical assay but no activity was detected in the fluorimetric assay. In the comparison of DNA precipitation methods, when the DNA was precipitated onto the gold particles using either the CaCl2/spermidine method (KLEIN et al., 1988a) or the sodium acetate method (MORIKAWA et al., 1989) and bombarded into the soybean embryogenic cultures with the PDS using the optimal parameters, there were no differences in levels of transient GUS expression (Figure 4). Sonication did enhance the transient expression using both precipitation methods. B 40 100 A 31 86,6 30 80 A 25 70 71,3 B 18,75 15 B 60 55,0 50 C 13 10 40 30 120 35 90 pmol MU/min. mg protein A GUS foci per mm2 (mean number) 35 20 40 110 A 100 A 32,72 30 A 32 A 92 84,6 80 25 B 20 15 60 20,36 B 41,6 40 pmol MU/min. mg protein A GUS foci per mm2 (mean number) 53 10 20 20 5 5 10 0 0 35 S 606 ASS2 Promoters 1356 ASS2 0 0 600 psi 900 psi 1100 psi Pressure FIGURE 1 Comparison of the CaMV 35S and ASA2 promoters driving uidA by transient GUS expression in soybean embryogenic clumps (histochemical and MUG assay ) using the PDS. The correlation coefficient between the two assays was 0.72. The bombardment parameters were as described in the Material and Methods. Brackets denote standard deviations. Bars in all figures marked with different letters are statistically different at the 5% level (A). Effect of helium gas pressure on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PDS (histochemical and MUG assay ) bombarded with 1 µg 606-GUS and 1 mg gold particles. The correlation coefficient between the two assays was 0.89 (B). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 MAGALHÃES, M. M. et al. 40 60 C 20 50 49 B 15,8 40 30 10 25 A 80 80,3 A 22,3 70 20 60 2 25 GUS foci per mm (mean number) GUS foci per mm2 (mean number) 70 73 C 15 50 AB B B 12,8 42,3 12 B 41,6 10 B B 11,2 39,3 20 5 10 11 cm 13 cm Target distance 10 0 15 cm 40 30 20 8,8 5 0 100 90 80 B 30 30 90 A A 34,2 86,5 35 15 B 100 pmol MU/min. mg protein A pmol MU/min. mg protein 54 0 1 mg 0,5 mg 1,5 mg Gold 2 mg 0 FIGURE 2 Effect of target distance on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PDS (histochemical and MUG assay ). The correlation coefficient between the two assays was 0.90 (A). Effect of amount of gold of per shot on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps of soybean using the PDS (histochemical and MUG assay ). The correlation coefficient between the two assays was 0.91 (B). 30 100 90 A A 25 84,3 70 B B 20 65 20 60 15 10 50 C C 42,6 11,5 C CD 9,8 33 40 30 D 20,3 5 pmol MU/min. mg protein 80 2 GUS foci per mm (mean number) 25 20 10 0 * 0,5 g 1 g 2,5 g 3 g DNA Concentration (1 mg gold particle per shot) 5 g 0 * Over all appearence of diffuse blue color so spots not be counted FIGURE 3 Effect of DNA amount on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PDS (histochemical and MUG assay ). The correlation coefficient between the two assays was 0.94. Optimization of the bombardment conditions using the PIG. When the PIG was used to propel the gold particles carrying 606-GUS precipitated by the CaCl2/spermidine method, the optimal conditions were 80 psi (Figure 5A), a target distance of 11 cm (Figure 5B) and 1 mg of gold per shot (Figure 5C). The sodium acetate precipitation method gave results similar to those with CaCl2/spermidine (Figure 5D). The use of tungsten particles also gave similar transient GUS expression as gold particles (Figure 5D). Comparison of PDS and PIG devices. When the PDS (Figure 6) and the PIG (Figure 5) were used with the same soybean embryogenic tissue cultures at the same time, the PDS was more effective than the PIG when gold particles were used but when tungsten particles were used the results Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 Comparison of two particle bombardment devices... 70 140 A 124,6 A A 60 120 118,6 58,5 50 100 40 B B 67,3 30 80 74 60 B 23,4 20 B 40 pmol MU/min. mg protein A 60 GUS foci per mm2 (mean number) 55 17,5 10 20 0 h wit nic so n( atio C) OA Na u ho wit o ts atio nic n( C) OA Na tio ica on hs wit Ca n( Cl 2 p +s u ho wit erm idin ic on ts e) n( atio Cl 2 Ca pe +s e) idin rm 0 Treatments FIGURE 4 Effect of using the sodium acetate method of Morikawa et al. (1989) or the CaCl2/spermidine method of Klein et al. (1988b) for the precipitation of DNA on the gold particles on the transient GUS expression obtained in soybean embryogenic clumps using the PDS (histochemical and MUG assay ). The correlation coefficient between the two assays was 0.98. were similar with the two devices. The PDS had decreased efficiency with the tungsten particles while the PIG was equally effective with both the gold and tungsten particles. When the transient GUS expression was tested using the two DNA precipitation methods and either gold or tungsten particles with the PDS there were no differences between the precipitation methods, except the histochemical GUS expression was less than the MUG expression with the tungsten particles (Figure 6). The tungsten particle MUG expression was slightly lower than that obtained with the gold particles. Did not try the smaller 0.6 µm particles and found the 13 cm target distance to be better than 11 or 15 cm. In a side by side comparison of the PDS and PIG the bombardment effectiveness measured by GUS transient expression was very similar when tungsten particles were used (Figs. 1, 2, 3, 4 and 5). However, when gold particles were used, the PDS was about 50% more effective than the PIG due to higher GUS expression in comparison with that obtained with the tungsten particles. The PIG is much cheaper to obtain since it can be built in a shop with commonly available materials, and is more rapid, cheaper and easier to operate. The PDS is expensive to purchase and has relatively expensive expendables, rupture disk, macrocarrier and stopping screen, for each bombardment while the PIG uses a reusable Millipore filter holder to hold the DNA and particles. We found similar results with both DNA precipitation methods used,CaCl2/spermidine (KLEIN et al., 1988a) and the sodium acetate (MORIKAWA et al., 1989), with both devices. The latter method is easier and more rapid due to fewer steps in the protocol. In most of the experiments, the number of blue spots counted correlated very well with the quantitative measure of GUS enzyme activity by the MUG assay. Thus one can conclude that either assay can be used to quantify the transient GUS expression in a relative manner, at least with the soybean embryogenic suspension culture system used here. Kim et al. (1999) also found that total GUS activity measured fluorimetrically correlated with the percentage of the bombarded peanut leaf that was stained blue when three different promoters were tested. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 56 MAGALHÃES, M. M. et al. B 18 70 A 20 12 40 10 30 B 7,1 6 B 24,2 20 16 80 A 73 14 70 12 60 2 50 90 A A 17,2 84 60 14 8 100 18 pmol MU/min. mg protein GUS foci per mm2 (mean number) 15,4 A 62 GUS foci per mm (mean number) 16 4 B 49 10 8 6 4 50 40 B 6,3 B 5,1 30 pmol MU/min. mg protein A 20 10 2 2 0 0 60 psi 0 80 psi Pressures 10 0 9 cm 11 cm 13 cm Target Distance D C 25 15 50 B 11,1 40 B 10,1 B 26 B 25,6 5 B 8,5 30 B 20,6 20 A 20,4 20 A 18,2 A 84 A A 20,699,6 A 85,3 A 21 A 96 80 15 60 10 40 5 20 10 0 0,5 mg 1 mg 1,5 mg Gold 2 mg 0 100 pmol MU/ min. mg protein 60 A 58 pmol MU/min. mg protein GUS foci per mm2 (mean number) A 18,1 10 120 70 GUS foci per mm2 (mean number) 20 0 PIG-Gold-NaOAc PIG-Gold-CaCl2 PIG-Tu-NaOAc PIG-Tu-CaCl2 0 Mode of delivery and precipitation FIGURE 5 Effect of various helium gas pressure on the transient GUS expression in soybean embryogenic clumps of soybean using the PIG with the sodium acetate DNA precipitation method on gold particles. The correlation coefficient between the two assays was 0.99 (A). Effect of target distance on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PIG with the sodium acetate DNA precipitation method on gold particles. The correlation coefficient between the two assays was 0.73. (B). Effect of gold particle amount on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PIG. The correlation coefficient between the two assays was 0.95 (C). Effect of DNA precipitation method and particle composition on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PIG. The correlation coefficient between the two assays was 0.78 (D). (histochemical and MUG assay ). The measurement of gene expression by transient expression can be used to optimize the amount of DNA that enters the plant cells and measure promoter strength and tissue specificity. However, in most cases, stable expression is desired which occurs at a much lower frequency. In studies with tobacco cells and leaves about 2-5% of the cells showing transient GUS expression following bombardment became stably transformed following antibiotic selection (KLEIN et al., 1988b; TIMMERMANS et al., 1990). Thus stable integration of Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 Comparison of two particle bombardment devices... 45 140 A 121,3 35 120 123 A 35,8 B B 102 30 101,3 100 A 28,4 80 25 B 21,4 20 B 22,4 60 15 pmol MU/min. mg protein A 40 GUS foci per mm2 (mean number) 57 40 10 20 5 0 DuP-Gold-NaOAc DuP-Gold-CaCl2 DuP-Tu-NaOAc DuP-Tu-CaCl2 0 Mode of delivery and precipitation FIGURE 6 Effect of DNA precipitation method and particle composition on transient GUS expression in soybean embryogenic clumps using the PDS (histochemical and MUG assay ). The correlation coefficient between the two assays was 0.93. the bombarded genes occurs at low frequency in cells where transient expression is seen and selection using a selectable marker gene is usually needed over a period of up to several months to obtain stable transformants. These low selection percentages could also in part be due to a low selection efficiency. The results with the PDS are similar to those of Khalafalla et al. (2005) who optimized transient green fluorescent protein expression with particle bombardment of soybean embryogenic cultures. Foundation of Thailand for a scholarship for S. Chanprame. Financial support was also provided by the Illinois Soybean Program Operating Board, the North Central Soybean Research Program, the United Soybean Board and the Illinois Agricultural Experiment Station. REFERENCES ABLE, J. A.; RATHUS, C.; GODWIN, I. D. The investigation of optimal bombardment parameters for transient and stable transgene expression in sorghum. 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We thank the CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico in Brazil) for a scholarship for M .M. Magalhaes and the Anadhamahidol CAHOON, E. B.; MARILLIA, E. F.; STECCA, K. L.; HALL, S. E.; TAYLOR, D. C.; KINNEY, A. J. Production of fatty acid components of meadowfoam oil in somatic soybean embryos. Plant Physiology, Washington, v. 124, n. 1, p. 243-251, 2000. and 11 cm flying distance. The optimum conditions included 0.6 µm diameter gold particles, 0.8 µg DNA, 1100 psi and 6 cm target distance. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 50-59, 2009 58 MAGALHÃES, M. M. et al. CAHOON, E. B.; RIPP, K. G.; HALL, S. E.; MCGONIGLE, B. Transgenic production of epoxy fatty acids by expression of a cytochrome P450 enzyme from Euphorbia lagascae seed. Plant Physiology, Washington, v. 128, n. 2, p. 615624, 2002. CHANPRAME, S. Transformation of somatic embryogs of soybean with chitinase and ß-1,3-glucanase genes via particle bombardment. 1998. 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P. 6001 86051-990 Londrina, PR [email protected] 4 Engenheira Agrônoma, Dra., Professora Titular, Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina/UEL Rodovia Celso Garcia Cid Pr 445 Km 380 Cx. P. 86051-990 Londrina, PR [email protected] 5 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Titular, Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá/UEM Av. Colombo, 5790 87020-900 Maringá, PR [email protected] RESUMO Neste trabalho objetivou-se avaliar a utilização do pó de bagaço de cana-de-açúcar puro e na mistura com outros substratos em proporções iguais, como material alternativo ao xaxim na fase de aclimatização da orquídea Miltonia regnellii x Oncidium concolor. As plântulas provenientes da propagação in vitro, apresentavam inicialmente, altura média de 1,0 ± 0,3 cm e foram transplantadas para bandejas de isopor. Os substratos utilizados foram: xaxim desfribrado (controle); pó de bagaço de cana-de-açúcar; pó de bagaço de cana-de-açúcar + isopor; pó de bagaço de cana-de-açúcar + esfagno; pó de bagaço de cana-de-açúcar + casca de pinus; pó de coco; pó de coco + pó de bagaço de cana-de-açúcar e vermiculita + plantimax®. Os substratos compostos foram combinados em proporções iguais. As variáveis avaliadas após cinco meses do início do experimento foram: a taxa de sobrevivência, comprimento da parte aérea, comprimento da maior raiz, massa fresca total, número de raízes, de pseudobulbos e de brotos. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com 5 repetições e 10 plantas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste estatístico de Scott-Knott, ao nível de 5% de significância. Os tratamentos pó de coco e pó de coco + pó de bagaço de canade-açúcar foram os mais eficientes para todos os parâmetros avaliados, podendo ser indicado como substitutos ao xaxim na aclimatização da orquídea Miltonia regnellii x Oncidium concolor. ABSTRACT The objective of this work was to evaluate the use of sugar cane bagasse and in combination with other substrates in equal proportions, as an alternative material to xaxim on acclimatization stage of orchid Miltonia regnelli x Oncidium concolor. Plantlets obtained by in vitro propagation with an initial average height of 1.0 ± 0.3 cm were transplanted to polystyrene trays. The substrates used were: defibered xaxim (control); sugar cane bagasse powder; sugar cane bagasse powder + estruted polystyrene; sugar cane bagasse powder + sphagnum; sugar cane bagasse powder + husk pinus; coconut powder; coconut powder + sugar cane bagasse powder and vermiculite + plantimax®. The composed substrates were combined in the same proportions. Survival rate, shoot lenght, highest root lenght, total fresh mattert, number of roots, pseudo bulb and sprouts were evaluated five months after the begining of the experiment. The experimental was set up in randomized blocks design, with 5 replicates and 10 plants per plot. Data were submitted to an analysis of variance and the average compared by the Scott-Knott test at 5% significance. The treatments coconut powder and coconut powder + sugar cane bagasse powder were the most efficient for all variables evaluated, and thus may be indicated as substitutes for xaxim on acclimatization of Miltonia regnellii x Oncidium concolor orchid. Termos para indexação: Propagação in vitro, Orchidaceae, Miltonia regnellii, Oncidium concolor. Index terms: In vitro propagation, Orchidaceae, Miltonia regnellii, Oncidium concolor. (Recebido em 21 de dezembro de 2007 e aprovado em 23 de março de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 60-64, 2009 Aclimatização do híbrido de orquídea em substratos... O mercado interno e externo de flores e plantas ornamentais está em plena fase de expansão, ocupando uma área de aproximadamente 190 mil hectares, movimentando em torno de US$ 20 bilhões por ano (RISCH, 2006). As orquídeas estão entre as plantas ornamentais mais apreciadas e de maior valor comercial. Sua presença se faz marcante na floricultura, onde são utilizadas tanto como flor de corte, na composição de arranjos florais como plantas de vaso, com a longevidade mantida por várias semanas (LORENZI & SOUZA, 2001). De acordo com o IBAMA (2005), a prática extrativista para comercialização ou até mesmo a devastação das matas propicia a extinção de algumas orquídeas brasileiras do seu habitat natural. Dentre as espécies ameaçadas de extinção temos como exemplos a Oncidium concolor Hook. que se encontra na lista da Flora Ameaçada de Extinção de Minas Gerais e de São Paulo e a Miltonia regnellii Rchb. f. que está na lista do Rio Grande do Sul (BIODIVERSITAS, 2005). A produção de plantas micropropagadas surge como uma alternativa viável, pois a propagação in vitro é uma técnica bem sucedida e tem sido amplamente utilizada, principalmente em plantas ornamentais, permitindo a obtenção de um grande número de mudas em curto espaço de tempo e em qualquer época do ano (MACIEL et al., 2000). Muitos pesquisadores têm estudado substratos que possam ser alternativos ao xaxim, em razão do fato deste (Dicksonia sellowiana Hook., popularmente denominado de samambaia-açu) ainda ser o material utilizado pela maioria dos orquidófilos e produtores brasileiros. Em 1992, decorrente do extrativismo, foi criada no Rio Grande do Sul, a lei 9.519 que proíbe a extração do xaxim em florestas nativas (GONÇALVES, 1992; KÄMPF, 2000; STRINGHETA et al., 2002). A exploração de D. sellowiana Hook. levou a sua inclusão em Listas Oficiais de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (Portaria/IBAMA. no 37-N/92 e COPAM 085/ 97) e no Apêndice II da Convenção Internacional sobre o 61 Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora em Perigo de Extinção - CITES. De acordo com a Resolução Conama nº 278/2001, a sua exploração está proibida, até que sejam estabelecidos critérios técnicos, cientificamente embasados, que garantam a sustentabilidade da exploração e a conservação genética das populações exploráveis (IBAMA, 2007). Fermino (1996) esclarece que a utilização de resíduos da agroindústria disponíveis regionalmente como componente para substratos pode propiciar a redução de custos, assim como auxiliar na minimização da poluição decorrente do acúmulo desses materiais no meio ambiente. Segundo Barroso et al. (1998), entre os resíduos agroindustriais com alto potencial de utilização na produção de mudas, encontra-se o bagaço de cana-de-açúcar que consiste no resíduo obtido após a filtração do caldo da cana. Leles et al. (1998), testando o bagaço de cana e torta de filtro obteve sucesso na produção de mudas de Hymenaea courbaril L. e Apuleia leiocarpa J. F. Macbr. Samôr et al. (2002) confirmam que estes substratos podem ser recomendados para a produção de mudas de angico e sesbânia. Entende-se por aclimatização o conjunto de técnicas e procedimentos que tem como objetivo adaptar as mudas que estavam em condições in vitro para as condições ambientais casa-de-vegetação (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1990). Colombo et al. (2005), esclarecem que durante a fase de aclimatização no cultivo da orquídea Cattleya chocolate drop x (C. guttata x L. tenebrosa) o substrato pó de coco e o sistema de irrigação intermitente foram os mais indicados. Faria et al. (2001), avaliaram diferentes misturas de substratos para duas variedades de orquídeas nativas do Brasil, e concluíram que para Oncidium baueri o melhor substrato alternativo foi a vermiculita e para Maxillaria picta Hook. os melhores substratos alternativos foram vermiculita + carvão e vermiculita + casca de arroz carbonizada. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização do pó de bagaço de cana-de-açúcar puro e na mistura com Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 60-64, 2009 62 YAMAMOTO, L. Y. et al. outros substratos em proporções iguais, como um material alternativo ao xaxim na fase de aclimatização de orquídea Miltonia regnellii x Oncidium concolor. O experimento foi conduzido no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Estado do Paraná, localizado a 23º 23 de latitude sul e 51º 11 de longitude oeste, a 566 m de altitude. O híbrido utilizado neste trabalho foi obtido do cruzamento artificial de Miltonia regnellii e Oncidium concolor. As mudas provenientes da propagação in vitro, com altura média da parte aérea de 1,0 cm ± 0,3 cm, foram retiradas dos frascos e lavadas em água corrente, para retirar o excesso do meio de cultura. As plântulas foram cultivadas em bandejas de poliestireno expandido (18 cm de largura x 23 cm de comprimento x 5 cm de altura e oito furos na parte inferior). Os susbstratos avaliados foram: (T1): xaxim desfibrado (controle); (T2): pó de bagaço de cana-de-açúcar (Pó Eco Vegetal-Santa Rita®); (T3): pó de bagaço de canade-açúcar (Pó Eco Vegetal-Santa Rita®) + isopor; (T4): pó de bagaço de cana-de-açúcar (Pó Eco Vegetal-Santa Rita®) + esfagno; (T5): pó de bagaço de cana-de-açúcar (Pó Eco Vegetal-Santa Rita®) + casca de pinus; (T6): pó de coco (Padrão 11-Amafibra®); (T7): pó de bagaço de cana-deaçúcar (Pó Eco Vegetal-Santa Rita®) + pó de coco (Padrão 11-Amafibra®); e (T8): vermiculita (Agrofloc) + plantimax®. Os substratos compostos foram combinados em 1:1 (v/v). Após o transplantio, as bandejas foram mantidas em casa-de-vegetação com 60% de sombreamento, temperatura de 30 ± 5°C e umidade relativa de 50 a 60% e colocadas sobre bancadas. A irrigação manual foi realizada diariamente no verão e a cada dois dias no inverno. As aplicações de nutrientes utilizando a formulação descritas por Murashige & Skoog (1962) (MS) foram realizadas uma vez por semana, sendo aplicados 25 mL por bandeja. O pH foi aferido para 6,0, utilizando solução de KOH (1N). O experimento foi avaliado 5 meses após a instalação, sendo analisadas as seguintes variáveis: taxa de sobrevivência (TS), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da maior raiz (CMR), massa fresca total (MFT), número de raízes (NR), de pseudobulbos (NP) e de brotos (NB). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC), com oito tratamentos e cinco repetições, sendo cultivadas 10 plântulas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste estatístico de Scott-Knott, ao nível de 5% de significância. Na Tabela 1, são observados os resultados das variáveis avaliadas no experimento. Durante a fase de aclimatização da orquídea, observou-se que os substratos xaxim desfibrado (T1), pó de coco (T6) e o pó de bagaço de cana-de-açúcar + pó de coco (T7) proporcionaram maior massa fresca total (MFT) e comprimento da maior raiz (CMR). A fibra de coco é uma opção de substituição ao xaxim no enraizamento de estacas de crisântemo de corte Dendranthema grandiflora (Ramat.) Kitam. Tzvelev (BEZERRA et al., 2001). Bellé (1999) relatou que a substituição do xaxim por casca de Pinus elliotti Engelm. ocasionou a redução no crescimento das raízes e da parte aérea da orquídea Maxillaria consangüínea Klotzsch. As mudas de orquídeas produzidas nos substratos xaxim desfibrado (T1), pó de bagaço de cana-de-açúcar (T2), pó de coco (T6), pó de bagaço de cana-de-açúcar + pó de coco (T7) e vermiculita + plantimax® (T8) apresentaram maior número de raízes quando comparados aos substratos pó de bagaço de cana-de-açúcar + isopor (T3), pó de bagaço de cana-de-açúcar + esfagno (T4) e pó de bagaço de cana-de-açúcar + casca de pinus (T5), durante a fase de aclimatização da mesma (Tabela 1). Podemos considerar nas condições do presente trabalho, que os tratamentos T7 (pó de bagaço de canade-açúcar + pó de coco) e T6 (pó de coco) são os tratamentos mais indicados, podendo ser considerados excelentes substitutos ao xaxim na aclimatização da orquídea Miltonia regnellii x Oncidium concolor. Segundo Assis et al. (2005), o xaxim pode ser substituído por coco desfibrado e pela mistura de coco em pó e coco em cubos no cultivo da orquídea Dendrobium Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 60-64, 2009 Aclimatização do híbrido de orquídea em substratos... 63 TABELA 1 Média dos tratamentos para as características: taxa de sobrevivência (TS), massa fresca total (MFT), comprimento da parte aérea (CPA), comprimento da maior raiz (CMR), número de raízes (NR), número de pseudobulbos (NP) e número de brotos (NB) durante a aclimatização da orquídea Miltonia regnellii x Oncidium concolor, em oito substratos. Tratamentos T1(2) T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 CV (%) TS (%) 94,0 a(1) 92,0 a 96,0 a 92,0 a 86,0 a 96,0 a 98,0 a 90,0 a 8,86 MFT (g) 0,91 a 0,51 b 0,47 b 0,57 b 0,46 b 0,74 a 0,73 a 0,58 b 23,86 CPA (cm) 5,42 a 5,21 a 5,65 a 5,27 a 5,22 a 5,36 a 5,30 a 5,07 a 8,89 CMR (cm) 6,93 a 5,04 b 5,07 b 5,42 b 4,19 b 6,26 a 6,21 a 5,25 b 14,15 NR(3) 5,48 a 4,07 a 3,38 b 2,77 b 2,91 b 3,99 a 3,95 a 4,16 a 23,57 NP(3) 1,48 a 1,52 a 1,44 a 1,18 a 1,29 a 1,64 a 1,73 a 1,44 a 23,00 NB(3) 0,95 a 1,02 a 0,49 a 0,54 a 0,44 a 0,51 a 0,80 a 0,61 a 29,47 (1) Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, no nível de 5% de significância pelo teste Scott-Knott. (2) T1: xaxim desfibrado (controle); T2: pó de bagaço de cana-de-açúcar; T3: pó de bagaço de cana-de-açúcar + isopor; T4: pó de bagaço de cana-de-açúcar + esfagno; T5: pó de bagaço de cana-de-açúcar + casca de pinus; T6: pó de coco; T7: pó de bagaço de cana-de-açúcar + pó de coco; T8: vermiculita+ plantimax®. (3) Dados submetidos a transformação raiz quadrada. nobile Lindl. Resultados positivos também foram obtidos por Colombo et al. (2005), com os substratos pó de coco e a fibra de coco, sendo considerados os mais indicados na substituição do xaxim para a aclimatização da orquídea Cattleya chocolate drop x (C. guttata x L. tenebrosa). Análises referentes à taxa de sobrevivência (TS), comprimento da parte aérea (CPA), número de pseudobulbos (NP) e número de brotos (NB), demonstraram que não houve diferença significativa entre os tratamentos, indicando que todos os substratos proporcionaram condições semelhantes de desenvolvimento para as plantas (Tabela 1). Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o tratamento (T6) pó de coco puro e o tratamento (T7) pó de bagaço de cana-de-açúcar na mistura com o pó de coco (1:1 v/v) são os mais indicados para substituir o xaxim na aclimatização da orquídea Miltonia regnellii x Oncidium concolor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, A. 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Enéas Pinheiro, s/n Marco 66095-100 Belém, PA [email protected] 2 Bióloga, MsC., Embrapa Amazônia Oriental, Laboratório de Genética Molecular Trav. Enéas Pinheiro, s/n Marco 66095-100 Belém, PA [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Dr., Embrapa Amazônia Oriental, Laboratório de Biotecnologia Trav. Enéas Pinheiro, s/n Marco 66095-100 Belém, PA [email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Dr., Embrapa Amazônia Oriental, Laboratório de Biotecnologia Trav. Enéas Pinheiro, s/n Marco 66095-100 Belém, PA [email protected] 5 Engenheira Agrônoma, Embrapa Amazônia Oriental Trav. Enéas Pinheiro, s/n Marco 66095-100 Belém, PA [email protected] 6 Msc., Embrapa Amazônia Oriental Trav. Enéas Pinheiro, s/n Marco 66095-100 Belém, PA [email protected] ABSTRACT Black pepper (Piper nigrum L.) is widely used in culinary as a condiment and is very important for the economy of Northern Brazil. The aim of this work was to test combinations and concentrations of plant growth regulators in black pepper in vitro propagation. Shoot tips from seedlings germinated in vitro were established on medium containing Murashige & Skoog salts and vitamins supplemented with 3% sucrose, 0.65% agar and three concentrations of 6benzylaminopurine - BAP or 6-furfurylaminopurine - KIN (6.2, 12.5 and 25 M) combined or not with 1.25 M 3-indolylacetic acid - IAA to verify the number of shoots produced. After 30 days, nodal segments were excised from regenerated shoots and were established on similar medium, but containing 5, 10 and 20 M BAP or KIN combined or not with 1 M IAA, for two subcultures. It was verified the number of nodal segments generated per explant. After the establishment and the first subculture, there was no difference among the average number of explants generated by all treatments. After second subculture, there was difference among treatments means, mainly due to a reduction on the average number of explants generated. Five M BAP had the lowest reduction. IAA addition was not efficient and it had a negative effect combined with KIN. In vitro rooting was obtained with 0.54, 1.34 and 2.69 M NAA, with 98% efficiency. Microplants obtained in vitro were transferred to vermiculite and were acclimatized successfully under greenhouse conditions. para a economia do Norte do Brasil. Neste trabalho objetivou-se testar diferentes combinações e concentrações de reguladores de crescimento na propagação in vitro da pimenta-do-reino. Ápices caulinares de plântulas germinadas in vitro foram estabelecidos em meio contendo sais e vitaminas de Murashige & Skoog com 3% de sacarose, 0,65% de ágar e três concentrações de 6benzilaminopurina - BAP ou 6-furfurilaminopurina - KIN (6,2, 12,5 e 25 M) combinadas ou não com 1,25 M de ácido 3indol-acético AIA, para verificar o número de brotos gerados. Após 30 dias, segmentos nodais foram extraídos dos brotos regenerados e estabelecidos em meio similar, mas contendo 5, 10 e 20 M de BAP ou KIN combinados ou não com 1 M de AIA, por dois subcultivos. Foi verificado o número de segmentos nodais gerados por explante. No estabelecimento e no primeiro subcultivo, não houve diferença entre os tratamentos na média de explantes gerados. No segundo subcultivo, houve diferença entre os tratamentos, principalmente decorrente da redução na média de segmentos nodais gerados. A menor redução ocorreu com 5 M de BAP. A adição de AIA teve efeito negativo para KIN. O enraizamento in vitro foi obtido com 0,54, 1,34 e 2,69 M de ANA, com 98% de resposta. As microplantas obtidas in vitro foram transferidas para vermiculita e aclimatadas em casa-devegetação com sucesso. Index terms: Plant growth regulators, organogenesis, aromatic plant, Piper nigrum. Black pepper is widely used in culinary as a condiment. It is an important crop for the economy of Northern Brazil, which in 2001 produced 45 thousand tons of black pepper, 90% in Pará state alone . Black pepper vines usually bear fruits from 5 to 15 years in Asia, but RESUMO A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) é amplamente utilizada na culinária como condimento e é muito importante Termos para indexação: Reguladores de crescimento vegetais, organogênese, planta aromática, Piper nigrum. (Recebido em 4 de dezembro de 2007 e aprovado em 4 de maio de 2009) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 65-70, 2009 66 MOURA, E. F. et al. produces only from 3 to 5 years in Brazil. This is mainly due to fusariose disease, caused by Fusarium solani f. sp. piperis. This fungus tends to decrease drastically the productive life cycle of the plant (ALBUQUERQUE & DUARTE, 1977). The main method for black pepper mass propagation is through cuttings, which, if not correctly managed, may facilitate the fungi spread (DUARTE & ALBUQUERQUE, 1980). Cell culture techniques can be a viable alternative to try to resolve many black pepper problems related to breeding and productivity. Among plant cell culture techniques, micropropagation has a high commercial impact, since it provides the production of a great number of aseptically plants in a short period of time (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998). The success of a plant micropropagation protocol depends on the control of several variables (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998), such as the disinfestation of explants sampled from the field and acclimatization of microplants produced in vitro. So, many tests are needed, in order to obtain an efficient and practical micropropagation protocol. Protocols for in vitro plant regeneration have been described for many Piper species (ANAND & RAO, 2000; BHAT et al., 1992, 1995; MADHUSUDHNAAN et al., 1996; MISRA et al., 2004; PHILIP et al., 2000; SONIYA & DAS, 2002), including Piper nigrum, via direct organogenesis (BHAT et al., 1995; JIN-PING & CHENG-MU, 2005; PHILIP et al., 1992; RAJASEKARAN & KUMAR, 1997) or somatic embryogenesis (NAIR & GUPTA, 2003, 2006), but using Indian cultivars. There are no records of micropropagation protocols for black pepper cultivars adapted to or developed in Brazil. Due to the importance of black pepper for the economy of Northern Brazil, the aim of this work was to test combinations of plant growth regulators in order to contribute to the development of a micropropagation protocol for black pepper. Seeds from black pepper cv. Guajarina were sampled from the germplasm bank of Embrapa Amazonia Oriental, in Belém, Pará, Brazil. Two hundred seeds without pulp were washed under running tap water and submitted to previous disinfestation, in 0.5% sodium hypochlorite at 38oC overnight. Afterwards, the seeds were immersed in 70% (v/v) alcohol for 1 minute before surface sterilization with 2% sodium hypochlorite under agitation for 15 minutes. The seeds were rinsed three times in sterile distilled water and were inoculated in 25 x 150 mm test tubes with 10 mL of basal medium containing half concentration of MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) salts and vitamins, 3% sucrose and solidified with 0.65% agar. Tubes were maintained in a culture room under 16 hour photoperiod and 52 mol m-2 s-1 light intensity at 26 ± 1°C for 60 days. For establishment phase, forty-eight shoot tips were excised from black pepper seedlings germinated in vitro in a laminar flow bench and inoculated in 25 x 150 mm test tubes containing 10 mL of basal medium (BM). BM consisted of MS salts and vitamins, 3% sucrose and solidified with 0.65% agar. BM was supplemented with two concentrations of 3-indolyl-acetic acid - IAA (0 or 1.25 M) combined with 6-benzylaminopurine - BAP (6.2, 12.5 or 25 M) or 6-furfurylaminopurine - KIN (6.2, 12.5 or 25 M), totalizing 12 treatments. Tubes were maintained in a culture room under 16 hour photoperiod and 52 mol m-2 s-1 photosynthetic active radiation at 26 ± 1°C for 30 days. After establishment, nodal segments were excised from in vitro regenerated shoots and were inoculated in culture tubes containing 10 mL of BM supplemented with two concentrations of IAA (0 or 1 M) combined with BAP (5, 10 and 20 M) or KIN (5, 10 and 20 M), totalizing 12 treatments. This represented the first subculture. Tubes were maintained in a culture room under 16 hour photoperiod and 52 mol m-2 s-1 photosynthetic active radiation at 26 ± 1°C for 90 days. Then, after the nodal segments regenerated into new shoots, nodal explants were excised and replaced into flasks containing 30 mL of the same medium, using the same twelve treatments, which represented the second subculture. Flasks were maintained in a culture room under 16 hour photoperiod and 52 mol m-2 s-1 photosynthetic active radiation at 26 ± 1°C for 90 days. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 65-70, 2009 Micropropagation of black pepper (Piper nigrum) In order to induce rooting, the regenerated plantlets were individualized and inoculated in flasks containing 30 mL of BM supplemented with three concentrations of 1-naphthalene acetic acid - NAA (0.54, 1.34 or 2.69 M). Tubes were maintained in a culture room under 16 hour photoperiod and 52 mol m -2 s -1 photosynthetic active radiation at 26 ± 1°C for 90 days. All culture media used in this research had their pH adjusted to 5.8 ± 0.01 and were autoclaved at 121ºC and 1.5 atm for 15 minutes. The rooted plantlets were acclimatized in vermiculite substrate under greenhouse conditions. Trials were conducted according to a full randomized design. For the establishment phase, it was analyzed the number of shoots per explant and for subcultures, it was analyzed the number of nodal segments produced per explant. All trials were conducted in four replicates and Tukey s test was used to analyze significant differences among treatments means, considering p<0.05. Seeds started to germinate after 45 days of culture, with 50 ± 10% efficiency. Black pepper shoot tips produced shoots under the influence of the two cytokinins tested (BAP and KIN) in three different concentrations and 67 combined or not with an auxin (IAA). Bhat et al. (1995) and Philip et al. (1992) have already described black pepper in vitro regeneration, but using Indian cultivars. Jing-ping & Cheng-mu (2005) have also obtained black pepper regeneration in vitro using shoot tips. Bhat et al. (1995) tested several black pepper tissues as explants, such as roots, leaves, internodes and nodal segments and observed that only nodal segments could regenerate new plants. According to this, the objective of black pepper micropropagation is not restricted to obtain a great number of shoots per explant, but also to obtain a vigorous plant development. This would guarantee a satisfactory number of nodal segments, which could be used as explants. Shoots regenerated from the explants basis after 30 days on establishment phase. All twelve combinations of growth regulators were able to regenerate shoots, and there was no significant difference among them (Table 1).Treatments containing 1.25 M IAA plus 6.25 M BAP, 6.25 M and 12.5 M BAP and 12.5 M KIN produced the highest media of number of shoots per explant (2.25). After the first subculture, there was no differences among the twelve treatments (p=0.92). The average number of nodal segments generated per explant varied from 2.79, TABLE 1 Number of shoots obtained for all treatments after 30 days of in vitro establishment of black pepper. Number of shoots Plant Growth Regulators ( M) BAP KIN IAA 6.25 1.25 2.25a 12.50 1.25 2.25a 25.00 1.25 2.25a 6.25 1.50a 12.50 0.75a 25.00 0.50a 6.25 1.25 2.25a 12.50 1.25 1.25a 25.00 1.25 1.25a 6.25 1.75a 12.50 2.50a 25.00 2.25a Means followed by the same letter within the columns do not differ from another for number of shoots of black pepper cultured in vitro, according to Tukey s test, p<0.05. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 65-70, 2009 68 MOURA, E. F. et al. using 5 M KIN and 1 M IAA, to 7.83 using 10 M KIN (Table 2). After the second subculture, there was difference on the production of nodal segments among treatments (p=0.00, Table 2). However, all growth regulators combinations generated less nodal segments than after the first subculture (Table 2). The least dramatic reduction was related to the treatment supplemented with 5 M BAP, which generated 6.17 nodal segments per explant in the first subculture and 4.49 in the second subculture (Table 2). However, the remaining treatments went through a great reduction in the formation of nodal segment per explant. The 5 M BAP treatment , combined or not with IAA, had the greatest formation of nodal segments. Results demonstrated that IAA addition is not required for black pepper micropropagation (Table 2). In general, BAP and KIN and their different concentrations generated similar number of nodal segments per explant, with or without IAA. However, the addition of 1 M IAA was more deleterious to treatments supplemented with KIN, except at 20 M concentration. For Rajasekaran & Kumar (1997), the use of the auxin naphthalene acetic acid (NAA) combined with BAP for shoot proliferation in black pepper generated good results. However, Philip et al. (1992) observed that the addition of indole-3-butyric acid - IBA to medium supplemented with BAP reduced the proliferation of shoots in black pepper. This could indicate that the efficiency of auxin combined with a cytokinin in black pepper micropropagation depends on the cultivar. The two types of cytokinins caused different actions on shoot regeneration. BAP had stimulated a higher shoot proliferation, while KIN regenerated microplants with a better formation. Bhat et al. (1995) observed different reactions of nodal explants by using the same growth regulators, since BAP had induced shoot buds proliferation, and KIN had supported axillary bud proliferation. The combination of both growth regulators has been tested to verify the formation of multiple and well developed shoots by Soniya & Das (2002), who was successful in obtaining Piper longum explants shoot proliferation. The period between subcultures was 90 days. It was observed necrosis on shoots tissues after that, and before 90 days the shoots were not long enough to be subcultured. Philip et al. (1992) had established an interval TABLE 2 Average number of nodal segments obtained for all treatments for two 90 days in vitro subcultures of black pepper. Average number of nodal segments Plant Growth Regulators ( M) BAP KIN IAA 1st subculture 2nd subculture 5 1 5.67a 3.36ab 10 1 6.54a 1.75abc 20 1 4.35a 1.42abc 5 6.17a 4.49a 10 5.89a 2.62abc 20 7.29a 1.32abc 5 1 2.79a 0.16c 10 1 2.98a 1.27abc 20 1 5.86a 0.62bc 5 6.52a 2.51abc 10 7.83a 0.43bc 20 5.52a 0.76bc Means followed by the same letter within the columns do not differ from another for average number of nodal segments of black pepper in vitro cultured, according to Tukey s test, < 0.05. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 65-70, 2009 Micropropagation of black pepper (Piper nigrum) of 120 days between subcultures. An interval of 90 days can generate a faster micropropagation protocol. When the regenerated microplants were 4-5 cm long, they were separated and transferred to MS medium containing three different concentrations of NAA for rooting. All NAA concentrations generated roots formation, with a great efficiency (Table 3). There was no difference among NAA concentrations, and they formed at least 9 roots per plantlet (Table 3), which were short and non-hairy. Philip et al. (1992) also obtained roots in black pepper shoots cultured in vitro, using 5.37 M NAA. Black pepper rooting can also be achieved using other substances. Jin-ping & Cheng-mu (2005) obtained black pepper plantlets rooting by using a combination of IBA and IAA, and Rajasekaran & Kumar (1997) obtained black pepper in vitro rooting using White s medium with or TABLE 3 69 without activated charcoal and did not use growth regulators. The rooted plantlets were acclimatized on vermiculate substrate under greenhouse conditions. After eight weeks of evaluation, 91.0 ± 5.0% of the plants survived, indicating they were healthy and well formed (Figure 1). Black pepper tissues obtained from in vitro germinated plantlets can be used for proliferation. Among cytokinins tested, BAP at 5 M had a greater response, mainly because it did not have a great reduction on nodal explants formation after two subcultures. IAA is not essential for black pepper micropropagation, in addition to BAP or KIN. For KIN at lower concentrations (5 and 10 M), it could be even harmful. Also, rooting of microplants using NAA at 0.54 to 2.69 M was satisfactory. Average number of roots and rooting efficiency on shoots of in vitro micropropagated black pepper. NAA M 0.54 1.34 2.69 Average number of roots 11.00 9.30 10.60 Efficiency (%) 97.11 100.00 97.14 FIGURE 1 Plantlets of black pepper in vitro obtained being acclimatized under greenhouse conditions. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.5, n.1, p. 65-70, 2009 70 MOURA, E. F. et al. REFERENCES ALBUQUERQUE, F. C.; DUARTE, M. L. R. Pimenta do reino e suas doenças na região Amazônica. Ciência Agrícola, Maceió, v. 2/3, p. 114-119, 1977. MISRA, P.; DATTA, S. K.; JOHRI, J. K.; SINGH, H. B.; SRIVASTANA, A. 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Com a aceitação do artigo para publicação, os editores adquirem amplos e exclusivos direitos sobre o artigo para todas as línguas e países. A publicação de artigos/comunicações dependerá da observância das Normas Editoriais, dos pareceres do Corpo Editorial e da Comissão ad hoc. Todos os pareceres têm caráter sigiloso e imparcial, e tanto os autores quanto os membros do Corpo Editorial e/ou Comissão ad hoc não obtêm informações identificadoras entre si. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos e comunicações serão de inteira responsabilidade do(s) autor(es). 1. SUBMISSÃO: Cada trabalho deverá ter no máximo 14 páginas e junto do mesmo deverá ser encaminhado ofício dirigido ao Editor Chefe da revista, solicitando a publicação do artigo. Esse ofício deverá conter o pedido de apreciação na revista ao editor chefe, a declaração de ser um trabalho original e não ter sido submetido a nenhuma outra revista, ser assinado por todos os autores, constar o endereço completo, telefone e e-mail de todos. Qualquer inclusão, exclusão ou alteração na ordem dos autores, deverá ser notificada mediante ofício assinado por todos os autores (inclusive do autor excluído). Originais: quatro vias impressas e uma via em CDR, com texto e ilustrações e gráficos. Das 4 vias impressas apenas 1 deve conter os nomes completos dos autores e rodapé na primeira página. Processador de texto: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003) Redigido em português, inglês ou espanhol Espaçamento do texto: Duplo. Margens: esquerda (3cm), direita (2cm), inferior e superiores (2,5cm). Cabeçalho e Rodapé (2,5cm). Papel: formato A4 Fonte: Times New Roman, tamanho 12 Número de páginas: até 14 páginas, numeradas consecutivamente, incluindo as ilustrações Tabelas: devem fazer parte do corpo do artigo e ser apresentadas no módulo tabela do Word. O título deve ficar acima. Gráficos, Figuras e Fotografias: devem ser apresentados em preto e branco, nítidos e com contraste, escaneados, inseridos no texto após a citação dos mesmos e também em um arquivo à parte, salvos em extensão tif ou jpg , com resolução de 300 dpi. Os gráficos devem vir também em excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito, sem caixa de textos e agrupados, em arquivo à parte. Símbolos e Fórmulas Químicas: deverão ser feitos em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker, sem perda de suas formas originais. 2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO 2.1. O artigo científico deve ser apresentado na seguinte seqüência: TÍTULO Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfulas, em letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês. AUTORES Máximo de 6 autores Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito Rodapé deve conter: titulação instituição a que o autor está filiado endereço da instituição CEP cidade, estado endereço de e-mail, do respectivo autor. RESUMO Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que 250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028 Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível, extraídas do vocabulário: Thesagro Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação) ABSTRACT Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima do resumo. Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa. INTRODUÇÃO Deve apresentar uma visão concisa do estado atual do conhecimento sobre o assunto, que o manuscrito aborda e enfatizar a relevância do estudo, sem constituirse em extensa revisão e, na parte final, os objetivos da pesquisa. Deve incluir a revisão de literatura. MATERIAL E MÉTODOS Esta seção pode ser dividida em subtítulos, indicados em negrito. RESULTADOS E DISCUSSÃO Podem ser divididas em subseções, com subtítulos concisos e descritivos, e conter tabelas e figuras. CONCLUSÕES Finalizar com os resultados de acordo com os objetivos do trabalho AGRADECIMENTOS Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria. 2.2. A comunicação científica deve ser apresentada na seguinte seqüência: TÍTULO Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfluas, em letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês. AUTORES Máximo de 6 autores Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito Rodapé deve conter: titulação instituição a que o autor está filiado endereço da instituição CEP cidade, estado endereço de e-mail, do respectivo autor. RESUMO Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que 250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028 Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível, extraídas do vocabulário: Thesagro Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação) ABSTRACT Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima do resumo. Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa. Texto: sem subdivisão, porém com introdução, material e métodos, resultados e discussão (podendo conter tabelas e gráficos e conclusão subentendidas. AGRADECIMENTOS Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria. 3. CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS, GRÁFICOS, FIGURAS, SÍMBOLOS E FÓRMULAS, ESSAS DEVERÃO OBEDECER ÀS SEGUINTES NORMAS: 3.1. Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão TIFF ou JPEG com resolução de 300 dpi. 3.2. Figuras deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão TIFF ou JPEG com resolução de 300 dpi. As figuras deverão ser elaboradas com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. 3.3. Gráficos deverão ser inseridos após citação dos mesmos, dentro do próprio texto, elaborado preferencialmente em Excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. 3.4. Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker (ex: MathType, Equation), sem perda de suas formas originais. OBS: A formatação correta é parte imprescindível para que o trabalho seja devidamente protocolado. Caso este não esteja nas normas, o mesmo será recusado. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: as referências bibliográficas devem ser citadas conforme a NBR6023/2002 da ABNT. A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do artigo. 4.1. Orientações gerais: - Deve-se apresentar todos os autores do documento científico (fonte); - O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não deve ser abreviado; - Em todas as referências deve-se apresentar o local de publicação (cidade), a ser descrito no lugar adequado para cada tipo de documento; - As referências devem ser ordenadas alfabeticamente. 4.2. Exemplificação (tipos mais comuns): ARTIGO DE PERIÓDICO: VIEIRA, R. F.; RESENDE, M. A. V. de. Épocas de plantio de ervilha em Patos de Minas, Uberaba e Janaúba, Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 24, n. 1, p. 7480, jan./mar. 2000. LIVRO: a) livro no todo: STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and procedures of statistics. New York: McGraw-Hill Book, l960. 481 p. b) Parte de livro com autoria específica: FLEURY, J. A. Análise ao nível de empresa dos impactos da automação sobre a organização da produção de trabalho. In: SOARES, R. M. S. M. Gestão da empresa. Brasília: IPEA/ IPLAN, 1980. p. 149-159. c) Parte de livro sem autoria específica: MARTIM, L. C. T. Nutrição de bovino de corte em confinamento. In: ______. Confinamento de bovino de corte. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1986. cap. 3, p. 29-89. DISSERTAÇÃO E TESE: GONÇALVES, R. A. Preservação da qualidade tecnológica de trigo (Triticum aestivum L.) e controle de Rhyzopertha dominica (F.) durante o armazenamento em atmosfera controlada com Co2 e N2. 1997. 52 f. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997. MATIOLI, G. P. Influência do leite proveniente de vacas mastíticas no rendimento de queijo frescal. 2000. 55 p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000. Nota: A folha é composta de duas páginas: anverso e verso. Alguns trabalhos, como teses e dissertações são impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f. (ABNT, NBR6023/2002, p. 18). TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS: SILVA, J. N. M. Possibilidades de produção sustentada de madeira em floresta densa de terra firme da Amazônia brasileira. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6., 1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão: SBS/ SBEF, 1990. p. 39-45. DOCUMENTOS ELETRÔNICOS: As obras consultadas online são referenciadas conforme normas específicas para cada tipo de documento (monografia no todo e em parte, trabalho apresentado em evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.), acrescidas de informações sobre o endereço eletrônico apresentado entre braquetes (< >), precedido da expressão Disponível em: e da data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: . Nota: Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes (ABNT, NBR6023/2000, p. 4). Segundo padrões internacionais, a divisão de endereço eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/). Monografia (acesso online): a) livro no todo TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. 90 p. Disponível em: <http// www.socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. b) parte de livro TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In: ______. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. cap. 2, p. 13-24. Disponível em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. c) Parte de congresso, seminário, etc. GIESBRECHT, H. O. Avaliação de desempenho de institutos de pesquisa tecnológica: a experiência de projeto excelência na pesquisa tecnológica. In: CONGRESSO ABIPTI, 2000, Fortaleza. Gestão de institutos de pesquisa tecnológica. Fortaleza: Nutec, 2000. Disponível em: <http://www.abipti.org.br>. Acesso em: 01 dez. 2000. d) Tese SILVA, E. M. Arbitrariedade do signo: a língua brasileira de sinais (LIBRAS). 1997. 144 p. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada e Estudo de Língua) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.terra.com.br/virtualbooks/ freebook/port/did/ teses.htm>. Acesso em: 28 nov. 2000. O INFORMARÁ SOBRE SUA PUBLICAÇÃO. OS ARTIGOS QUE NECESSITAREM DE MODIFICAÇÕES SERÃO DEVOLVIDOS AO AUTOR PARA A DEVIDA REVISÃO. Artigo de periódico (acesso online): 7. OS ARTIGOS SERÃO PUBLICADOS EM ORDEM DE APROVAÇÃO. RESENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo. Informação e Sociedade, Recife, v. 10, n. 1, 2000. Seção Educação. Disponível em: <http:// www.informaçãoesociedade.ufpb.br/>. Acesso em: 30 nov. 2000. CITAÇÃO: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTORDATA) (conforme ABNT, NBR10520/2002) Dois autores - Steel & Torrie (1960) ou (STEEL & TORRIE, 1960). Três ou mais autores - Valle et al. (l945) ou (VALLE et al., 1945). Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma obra deve-se separá-los pelo sinal & (comercial). 5. O EDITOR CHEFE NOTIFICARÁ O AUTOR DO RECEBIMENTO DO ORIGINAL E, POSTERIORMENTE, 6. OS ARTIGOS NÃO APROVADOS SERÃO DEVOLVIDOS. 8. O NÃO-CUMPRIMENTO DESSAS NORMAS IMPLICARÁ NA DEVOLUÇÃO DO ARTIGO AO AUTOR. 9. OS CASOS OMISSOS SERÃO RESOLVIDOS PELA COMISSÃO EDITORIAL. 10. O ARTIGO DEVERÁ SER ENVIADO PARA: ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Departamento de Biologia/Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 CEP 37200-000 Lavras MG INSTRUCTIONS FOR AUTHORS Plant Cell Culture & Micropropagation , a semestral journal edited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavras, publishes scientific articles and communications in the area of plant tissue culture, elaborated by researchers of the national and international scientific community. One of the authors must be associated and have paid all charges required by the ABCTP (Plant Tissue Culture Association) in order to be tax free for publication in Plant Cell Culture & Micropropagation. Submission of a manuscript implies that it is neither under consideration for publication elsewhere nor has appeared previously in part or in whole. On acceptance for publication, authors assign to the Editors full copyright of the manuscript in all languages and countries. Publications will depend on editorial rules and on the review of experts and ad hoc commission. Reviewer and editorial opinions will be anonymously communicated to authors. Concepts and affirmations included in articles and communications are of the entire responsibility of the authors. 1. SUBMISSION The manuscript must present a maximum of 14 pages. At the time of submission, a cover letter must be sent with the manuscript copies to the Editor requesting publication of the article. This cover letter must be signed by all authors and also contain the full address, telephone number and e-mail of the authors. Any inclusion, exclusion or alteration in the authors order must be notified and signed by all authors including the one excluded. Original: Four copies and CD with text and illustrations. Only one of the 4 printed copies must contain the full names of the authors and footnote in the first page. Format: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003) Spacing of the text: Double. Margin on the left hand side and 2.0 cm margin on the right hand side, 2.5 cm upper and lower margin, 2.5 cm for the heading and 2.,5 cm for the footnote Paper: A4 format Source: Times New Roman, size 12 Number of pages: up to 14 pages, including the illustrations Tables: Tables should be part of the body of the paper and they must be presented in Word or Excel. The title should be above and be presented in the language in which the article was written and in English. The vertical lines separating the columns should not appear. Graphs/Figures/Photographs: must be presented in black and white, clear and with contrast, scanned, inserted in the text after citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension tif or jpg , with resolution of 300 dpi. The title should be below and presented in the language in which the article was written and in English. Symbols and Chemical Formula: must be presented using a word processor that permits a format Page Maker. 2. STRUCTURE AND ORGANIZATION 2.1. The article should be presented in the following sequence: TITLE In English language, containing no more than 15 words in capital letters and bold. AUTHORS Maximum of 6 authors Full names, with call for baseboard note with the following information on first page only 1 copys.They should come in the footnote of the first page in only one of the four printed copies. : Footnote: titulation name of the institution to which the authors belong address of institution ZIP CODE city, state mail address. ABSTRACT should be informative and condensed and should explain the objectives, material and methods, results and conclusion of the work in a maximum of 250 words all written in one paragraph. For articles written in English the abstract should also be presented in Portuguese. Key words: minimum of three and maximum of five. They should not repeat words that are already in the title. These may include phrases as well as individual words and should be separate by commas. For articles written in English the key-words should also be presented in Portuguese. INTRODUCTION Should present a concise vision of the current level of knowledge that has been achieved within the subject area that the paper will discuss. It should neither give an extensive review nor should it include details about the results and discussion. It should clearly indicate the objectives of the research that was carried out. MATERIALAND METHODS This section can contain subdivisions, with subtitles in bold print. RESULTS AND DISCUSSION This section can have subsection which begins with concise, descriptive titles in bold print. CONCLUSIONS Finishing agree of objectives of work ACKNOWLEDGEMENTS If applicable BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES They should follow citation norms both in the text and in the appropriated section. 2.2 The Communication should be presented in the following sequence TITLE Sufficiently clear, conspicuous and complete, without superfluous words. It is recommended to initiate with the term that represent the most important aspect, with other terms in decreasing of importance TITLE IN PORTUGUESE; FULL NAME(S) OF THE AUTHOR(S) Maximum of 6 authors Full names, with call for baseboard note with the following information on first page only 1 copys.They should come in the footnote of the first page in only one of the four printed copies. Footnote: titulation name of the institution to which the authors belong address of institution ZIP CODE city, state mail address. ABSTRACT Written continuously without paragraph. It must not exceed 250 words. Index terms must be enclosed after the abstract using terms different from those used in the title and separated by comma. Index terms: (3 to 5) must be described in capital and small letters, and express the content of the article ABSTRACT AND INDEX TERMS IN PORTUGUESE Text: with no division but must include introduction, material and methods, results and discussion and conclusion (it may include tables and figures) ACKNOWLEDGEMENTS If applicable BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES They should follow citation norms both in the text and in the appropriated section. 3. PHOTOGRAPHS, GRAPHS, FIGURES, SYMBOLS OR FORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULD OBEY THE FOLLOWING RULES: 3.1. Photographs must be presented in black and white, clear and with contrast, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension TIFF or JPEG with resolution of 300 dpi. 3.2. Figures must be presented in black and white, clear and with contrast, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension TIFF or JPEG with resolution of 300 dpi. They must be elaborated using Times New Roman font, size 10, without bold, without text box and arranged. 3.3. Graphs must be inserted in the text after their citation, elaborated preferentially in Excel, using Times New Roman font, size 10, without bold. 3.4. Symbols and Chemical Formula must be presented using a word processor that permits a format for Page Maker (ex: MathType, Equation) without loss of its original form. 4. REFERENCES: references must be cited according to NBR6023/2002 of ABNT. All references and their correct citation in the text are of the entire responsibility of the author(s). 5. THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF PLANT TISSUE CULTURE (ABCTP) WILL INFORM THE AUTHOR THE RECEIPT OF THE ORIGINAL MANUSCRIPT AND EVENTUALLY IT WILLALSO SEND INFORMATION REGARDING ITS PUBLICATION. MANUSCRIPTS THAT REQUIRE MODIFICATIONS WILL BE RETURNED TO THE AUTHOR FOR THE RESPECTIVE REVISION ANDCORRECTIONS. 6. MANUSCRIPTS NOT APPROVED WON T BE RETURNED TO THE AUTHOR. 7. ARTICLES WILL BE PUBLISHED ACCORDING TO THE ORDER OF RECEIPTAND APPROVAL. 8. IFANY OFTHESE RULES ARE NOTATTENDED THE MANUSCRIPTWILL BE RETURNED TO THE AUTHOR. 9. THE NEGLECTFUL CASES WILL BE SOLVED BY THE EDITORIAL COMMITTEE. 10. MANUSCRIPTS SHOULD BE SENT TO THE FOLLOWINGADDRESS: ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 37200-000 Lavras MG BRAZIL
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