2011 - Institutos Lactec
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PADRONIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO PARA A IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS RELACIONADAS À BIOCORROSÃO Autor: Alexandre Garus CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Orientador: Paulo Cesar Inone 158385/2010-1 Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM – DVMT Endereço Eletrônico: [email protected] Área de conhecimento: Eletroquímica 1.06.03.02–6; Microbiologia 2.12.02.00-1. Palavras-chave: FT-IR, identificação de microorganismos, biocorrosão INTRODUÇÃO O acúmulo de matéria orgânica sobre superfícies, conhecido como biofouling, pode contribuir para a formação de biofilmes, os quais podem iniciar um processo de corrosão influenciada por microrganismos, ou biocorrosão. As consequências da formação de biofilmes podem ser prejudiciais para o funcionamento adequado de equipamentos em usinas hidrelétricas, devido ao risco de rompimento de superfícies e obstrução ou redução de passagens de água. Logo, é perceptível a necessidade de encontrar meios para evitar ou reduzir o desenvolvimento de biofilmes em usinas hidrelétricas. Para isso, deve-se inicialmente identificar quais micro-organismos fazem parte do biofilme em questão. A identificação das bactérias (um dos tipos de organismos presentes no biofilme) em uma amostra pode ser feita, após o isolamento de cada espécie, por técnicas convencionais que envolvem a avaliação de características morfológicas, testes bioquímicos e análises por marcadores moleculares. Entretanto, tais métodos demandam um período de tempo considerável e recursos elevados para serem realizados. Uma maneira de identificação mais eficiente de bactérias, já estudada em áreas que variam desde a saúde humana (GAMBY et al., 2008) a biocorrosão em águas marinhas (RUBIO et al., 2006), pode ser feita por técnicas espectroscópicas, mais especificamente por FT-IR (infravermelho com transformada de Fourier). OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi a padronização de técnicas para a identificação de bactérias utilizando a espectroscopia no infravermelho médio, mais especificamente, no FT-IR de transmissão, de modo que posteriormente possa ser criado um banco de dados que permita a eficiente caracterização desses microrganismos. A padronização de técnicas engloba desde o desenvolvimento de um preparo adequado das células bacterianas até um modelo estatístico que permita uma boa interpretação e relação dos espectros gerados. METODOLOGIA Foram utilizadas amostras ATCC (American Type Culture Collection) de espécies como E. coli, E. faecalis, P. aeruginosa, B. cepacia e S. aureus, e amostras bacterianas provenientes de biofilmes formados em corpos-de-prova metálicos instalados na Usina de Salto Pilão, Itajaí, SC isoladas e identificadas (ROSSO; GARCIA, 2010). Tais amostras foram cultivadas em tubos de ensaio, em triplicata, com o meio Trypticase Soy Agar (TSA) por 48 horas a 37ºC. Em seguida, tiveram suas solubilidades e espectros testados em diversos solventes – como água, clorofórmio, óleo mineral, éter, éster e alcoóis – e diferentes espaçadores para, posteriormente, serem analisadas pelo espectrômetro de FT-IR Nicolet 6700 (Thermo Scientific), utilizando a transmissão do feixe de infravermelho através de cristais de CaF2 e da amostra. Os espectros gerados pelo software Omnic foram transferidos para o The Unscrambler (versão 9.7) e submetidos a análises estatísticas multivariadas. As regiões dos espectros que apresentavam interferências excessivas ou bandas com absorbância relativamente elevada foram desprezadas por não representarem informações significativas (KJELDAHL; BRO, 2010) e no restante dos gráficos, a análise de componentes principais (Principal Component Analysis – PCA), além de regressão PLS1, com uma variável numérica estipulada para cada linhagem bacteriana, foram aplicadas. Os pré-tratamentos dos espectros consistem de baseline, alisamento e derivada segunda de Savitzky Golay com alisamento de cinco pontos. Os processos de PCA e PLS1 foram aplicados juntamente de validação cruzada no software. RESULTADOS Nos testes envolvendo os solventes, apenas a água possibilitou uma fácil suspensão das células bacterianas; contudo tal solvente tem uma elevada absorbância em uma ampla região do infravermelho médio, impossibilitando análises dos espectros. Óleo mineral e glicerina dificultaram tanto o preparo da amostra como a aplicação dessa no equipamento, sendo inviáveis para as avaliações. Dentre os solventes restantes, o clorofórmio foi o que apresentou o espectro que possibilita a melhor visualização da maior quantidade de bandas e foi o utilizado nas análises. Quanto aos espaçadores que limitam o espaço da amostra no suporte do espectrômetro, determinou-se que a menor quantidade de ruído foi obtida utilizando-se um de 0,5 mm de espessura. Definidos solvente e preparo da amostra, as análises das suspensões de células bacterianas em clorofórmio, após receberem os pré-tratamentos supracitados e tendo as faixas de comprimento de onda de 4000 a 3180 cm-1 e entre 2900 e 1360 cm-1 escolhidas, revelaram nos resultados de PCA e regressão PLS1 (FIGURA 1) que a partir de espectros gerados por infravermelho médio há um agrupamento das bactérias de mesma espécie e que, inclusive, linhagens podem ser diferenciadas, como visto em NGO-THI et al. (2003). Entretanto, ocorreu também uma considerável aproximação de espécies não relacionadas, o que pode revelar a presença de contaminantes presentes na amostra contabilizados nas análises estatísticas ou diferenças de solubilidade significativas entre amostras semelhantes. FIGURA 1 – Gráfico de scores após a aplicação de regressão PLS1 sobre os espectros de algumas das bactérias analisadas. Mesmas linhagens contêm o mesmo número após o prefixo “phc”. Uma melhor quantificação das células adicionadas pode favorecer futuros resultados mais significativos. Ainda, diferentes tratamentos estatísticos podem proporcionar uma abordagem a relações diferentes entre os espectros. CONCLUSÃO A espectroscopia no FT-IR por transmissão é uma técnica que permite uma precisa caracterização química de amostras analisadas, tendo potencial para proporcionar a produção de um banco de dados que permita uma identificação mais rápida e eficiente de microrganismos. Algumas alterações no preparo das amostras e na análise multivariada, no entanto, devem ser realizadas para consolidar essa técnica e permitir uma melhor separação das amostras. AGRADECIMENTOS Ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, ao LabMicro (Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular – UFPR), ao professor Carlos Itsuo Yamamoto e ao Laboratório de Análises de Combustíveis Automotivos – UFPR (LACAUTets) por gentilmente disponibilizarem o uso do espectrômetro, às professoras Ida Chapaval Pimentel e Patrícia do Rocio Dalzoto, à Dra. Lílian Cristina Côcco, ao doutorando Paulo Roberto Dantas Marangoni e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS GAMBY, J.; PAILLERET, A.; CLODIC, C. B.; PRADIER, C.-M.; TRIBOLLET, B. “In situ detection and characterization of potable water biofilms on materials by microscopic, spectroscopic and electrochemistry methods”. Electrochimica Acta 54 (2008): 66-73. KJELDAHL, K.; BRO, R. “Some common misunderstandings in chemometrics”. Journal of Chemometrics (2010) 24: 558-564. NGO-THI, N. A.; KIRSCHNER, C.; NAUMANN, D. “Characterization and identification of microorganisms by FT-IR microspectrometry”. Journal of Molecular Structure (2003): 371-380. ROSSO, D. F.; GARCIA C. M. “Cultivo, isolamento e análise bioquímica e molecular de Pseudomonas sp. associadas à biocorrosão em usinas hidroelétricas”. IV Seminário Anual de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do LACTEC- PIBIT/CNPq, 2009. RUBIO, C.; OTT, C.; AMIEL, C.; DUPONT-MORAL, I.; TRAVERT, J.; MARIEY, L. “Sulfato/thiosulfato reducing bacteria characterization by FT-IR spectroscopy: A new approach to biocorrosion control”. Journal of Microbiological Methods 64 (2006): 287-296. SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. “Química Orgânica” volume 1. 8ª Edição, LTC, 2005. EQUIPAMENTO IDENTIFICADOR DE FASES PARA REDES DE MÉDIA TENSÃO 13.8KV Autor: Alexandre Mateus Zavadniak CNPq 129401/2010-2 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Rogers Demonti Endereço Eletrônico: [email protected] Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEI - DVEL Área de conhecimento: Engenharia Elétrica 3.04.00.00-7 Palavras-chave: Identificador de Fases, Balanceamento de Cargas, Faseamento. Introdução: Com o aumento constante das áreas de expansão da malha de distribuição de energia, a rede elétrica vem aumentando rapidamente. Com isso a distribuição da rede aumenta consideravelmente, surgindo o desequilíbrio do sistema trifásico de distribuição. Isto ocorre, pois o técnico que realiza o procedimento de ligação das fases não possui o conhecimento de qual fase do sistema trifásico ele esta adicionando novos consumidores, sendo como conseqüência o desequilíbrio da rede. Este desequilíbrio da rede trifásica com neutro aterrado faz com que ocorra uma corrente de fuga chamada de corrente de neutro, em alguns casos ocorre grandes correntes de neutro. Este problema pode tomar grandes proporções e afetar o sistema inteiro. Como solução surge à necessidade de um equipamento que realize o procedimento de identificação das fases, assim podemos equilibrar o sistema trifásico, executando o balanceamento de cargas, escolhendo qual consumidor devemos ligar a fase A, fase B ou fase C. Com isso podemos minimizar os efeitos de corrente de neutro e realizar o procedimento de manutenção da linha de maneira mais eficiente. Objetivos: • Pesquisa de métodos de transmissão de sinais de em linhas de transmissão; • Avaliar sistemas já existentes de identificadores de fase de baixa tensão; • Estudo do comportamento de linhas de transmissão trifásico com neutro aterrado; • Desenvolvimento de um protótipo com capacidade de identificar fases em sistemas trifásicos estrela com neutro aterrado; • Modelar e construir um ramal de testes; Metodologia: Transmissão de Dados Inicialmente foram propostos três meios distintos para a transmissão de dados, o primeiro é utilizar a própria linha de transmissão para comunicação (PLC - Power Line Communication), este tem como limitação a distância de operação, devido à carga na linha em questão. A segunda opção é a transmissão por RF (Radio Freqüência), este por sua vez é independente as cargas associadas na rede, mas possui a limitação de potência dos transmissores a longa distância e problemas de interferência. A terceira é a comunicação GPRS (General Packet Radio Service), ideal para longas distâncias, entretanto ele possui um grande atraso para transmissão de sinais, neste caso foi criado uma estampa de tempo junto ao protocolo de comunicação para minimizar os atrasos, assim a transmissão GPRS foi aplicado a este projeto. Modelo da rede O modelo que foi seguido é um sistema de redes trifásico estrela com neutro aterrado, sendo considerado tanto a tensão de fase como a tensão de linha. Comunicação O sinal de sincronismo é gerado por dois módulos GPS (Global Positioning System), um no receptor e outro no transmissor. A comunicação entre estes dois é gerada por módulos GPRS (General packet radio service), tecnologia aplicada em transmissões de celulares. Resultados: Circuitos Eletrônicos Os Circuitos Eletrônicos são responsáveis pela leitura completa dos sinais das três fases, comparação das fases e comunicação do modulo de referência com o identificador. Na figura 1 podemos observar de maneira mais simplificada o funcionamento em conjunto de todos os circuitos eletrônicos do sistema. Fig. 1: Diagrama demonstrativo da técnica a ser adotada na identificação das fases. O circuito eletrônico foi elaborado por pesquisadores envolvidos no projeto, ela é responsável pela comunicação serial (para o módulo GPS e GPRS), possui um microcontrolador que interpreta e condiciona o sistema, conversor CC-CC e interface com o usuário através de LEDs (Light-emitting diode). Modelagens de um Ramal para testes em laboratório Inicialmente foi considerado um modelo de um sistema trifásico com neutro aterrado ideal, ou seja, sem distorções harmônicas ou distúrbios indutivos ou capacitivos. Na realidade ocorrem várias distorções no sinal, tivemos acesso a um sistema trifásico com neutro aterrado real, mas ele é muito complicado para ser modelado, este processo levaria muito tempo. Com estes fatores, devemos adotar um modelo mais simples para criar um ramal de testes, tendo a possibilidade de criar as distorções necessárias para avaliar o condicionamento dos circuitos que compõem o identificador de fases. Este ramal é importante tanto pela segurança do sistema quanto a do operador. Firmware O firmware é o programa embarcado nos módulos, ele será responsável pelo controle do sistema e por determinar as fases. A comparação de sinais devera ocorrer entre a subestação e o ponto de medição, pois estes pontos fornecem a menor possibilidade de erro. É importante ressaltar que mesmo sob distorções harmônicas e presença de componentes indutivos é possível comparar as fases pela passagem por zero dos sinais de tensão. Conclusão: O projeto traz uma nova perspectiva no campo de identificação de fases. Através de métodos inovadores, como por exemplo: A comunicação por GPRS e a sincronização por GPS. Podemos considerar o projeto como uma importante ferramenta na melhor distribuição das redes de media tensão, sendo de vital importância para o equilíbrio das redes trifásicas. Agradecimentos: Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, a Universidade Federal do Paraná e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. Referências: [1] Langner, Cristiane G.; Pereira, João Adalberto. Equipamento identificador de fases para redes de baixa tensão. Workshop IBERCHIP 7. Montevideo, 21-23 MARCO 2001. 10 pp. [2] Amitava Dutta-Roy, Networks for Homes, IEEE Spectrum, Dec. 1999; [3] Chipcon Products from Texas Instruments, CC1100 - Sigle Chip Low Cost Low Power RF Tranceiver", Data Sheet (Rev 1.1) - SWRS038A; [4] Patente em Modelos de Utilidade - MU 7901355-4. Equipamento Identificador de Fases. Lactec - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento. [7] National Semiconductor, Aplication Note 146, june 1975. [8] Agência Nacional de Telecomunicações ANATEL, "Regulamentação sobre Equipamentos de Radiocomunicação de Radiação Restrita", 1999; DESENVOLVIMENTO DE MODELOS COMPUTACIONAIS PARA ANÁLISE DE CORROSÃO DE SOLOS. Autor: Alysson Araujo Suetugo CNPq 151179/2010-7 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Luiz Alkimin de Lacerda Endereço Eletrônico: Endereço [email protected] [email protected] Eletrônico: Departamento: DPEC – DVPE Área de conhecimento: Corrosão: 3.03.04.05-9 Palavras-chave: Corrosão, Geotécnica, Fundações. RESUMO ESTENDIDO A amostragem de solos é um dos passos mais importantes dentro de um programa de análise de parâmetros com objetivo de proteção e prevenção de corrosão de estruturas metálicas por atividade do solo. Estruturas de metal enterradas em solo são geralmente projetadas para ter uma longa durabilidade. Portanto, antes da instalação de uma estrutura desse tipo, o teor de corrosividade e a necessidade de métodos de proteção devem ser estudados. A corrosão é um fenômeno de alta complexidade onde diversos parâmetros influenciam no teor de corrosividade, entre estes estão: composição química, textura e estrutura, condições de aeração e difusão do oxigênio (potencial redox), nível do lençol freático, pH, sais solúveis e resistividade elétrica. Cada parâmetro tem uma importância diferente dentro do processo, variando conforme o material considerado, tornando muito difícil uma classificação universal para a corrosão. A corrosividade pode ser estimada por meio de análise de alguns dos parâmetros mencionados acima, variando conforme o meio e os objetivos de cada estudo. Para que seja possível ter posse dos valores destes parâmetros é necessário que se realize testes laboratoriais para análise de amostras de solos que possibilitam o cálculo estimado da corrosividade referente àquele tipo de solo. Neste trabalho aborda-se o potencial corrosivo do solo com o intuito de disponibilizar dados importantes para a segurança de futuras instalações de estruturas metálicas diretamente em contato com o solo. O estudo é parte integrante de uma pesquisa que busca o desenvolvimento de uma ferramenta para auxiliar as decisões sobre a necessidade de proteção e manutenções de estruturas. Como resultados desse estudo apresentam-se em detalhes os processos de caracterização de solos para a avaliação da sua agressividade e alguns resultados parciais de corrosividade em corpos de prova, que poderão ser conclusivamente avaliados ao término das coletas em campo. Ao longo dos estudos das amostras coletadas foi possível avaliar as dificuldades logísticas durante a avaliação. Um estudo abrangente envolverá um grande número de amostras e as atividades em laboratório deverão ser bem coordenadas para que os processos sejam realizados com a necessária eficiência. AGRADECIMENTOS Agradeço ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, a UFPR, Universidade Federal do Paraná, pela oportunidade de ingresso na Engenharia e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento, especialmente ao meu orientador Luiz Alkimin de Lacerda e as seguintes pessoas que foram determinantemente importantes ao desenvolvimento do meu trabalho : José Maurílio da Silva, Kelly Jacqueline Campos Brambilla, Karla Monteiro Fagundes, Laisa Bennetti, Débora Tomaselli, Danilo Oliani, Alexandro Martins Gilson, Valdevan Santos, Marcel Luiz Escobedo, Jeferson Luiz Bronholo, Marcio dos Santos, Marcelo Buras, Rodrigo Moraes da Silveira, Ana Lucia Ferreira, Luci Ventura Rocha e Maria de Fátima dos Santos. REFERÊNCIAS FERREIRA, C. A. M. Estudo da corrosão pelo solo – avaliação da corrosiviade de amostras de solo do Continente Antártico e da Região Sudeste do Brasil. 124 p. Tese. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE. Rio de Janeiro, 2005. ROBERGE, P.R., 1999. Handbook of corrosion engineering. McGraw-Hill. New York, United States of America. TRINIDAD, G.S., COLE, I.S., KING, G.A., CHAN, W.Y., 1999. Corrosion maps for large areas. In.: 1st Asia / Pacific Conference on Harmonization of Durability Standards and Performance Tests in Infrastructure, Bangkok, Tailândia. GAUGER, T ANSHELM F.,.KEBLE, R., MAYERHOFER, P., DROSTE-FRANKE, B., 2000. Mapping actual corrosion rates and exceedances of acceptable corrosion rates – procedure and results. Proceedings of UN-ECE Workshop, Estocolmo, Suécia. LANDIM, P.M.B. & STURARO, J.R. Krigagem indicativa aplicada à elaboração de mapas probabilísticos de riscos. DGA,IGCE,UNESP/Rio Claro, Lab. Geomatemática,Texto Didático 06, 19 pp. 2002. Disponível em <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/textodi.html>. LACERDA L.A., SILVA J.M. & LÁZARIS J., Artigo Engineering analysis with Boundary Elements. LACERDA L.A., SILVA J.M. , LÁZARIS J. & OLIVEIRA P.A., Artigo Analysis of a 2D Cathodic Protection System for a Buried Slender Structure With the Dual Boundary Element Method. IBGE – WWW.ibge.org,br ABNT - NBR9604/1986 - Abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas – Procedimento. ABNT – NBR 6210. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Norma Brasileira Regulamentar 6210: Preparo, limpeza, e avaliação da taxa de corrosão de corpos de prova em ensaios de corrosão. ABNT – NBR 6209. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Norma Brasileira Regulamentar 6209: Materiais metálicos não revestidos – ensaio não acelerados de corrosão Atmosférica – Método de Ensaio. ESTUDO EXPERIMENTAL DE REPRODUTIBILIDADE DE MEDIDAS ELETROQUÍMICAS EM SISTEMAS PB/PBSO4/NA2SO4 E PB/PBSO4/H2SO4 Autor: Ana Carla Caratchuk Bermúdez Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – CNPq 151173/2012-9 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Juliano de Andrade Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: Engenharia Química Área de conhecimento: Eletroquímica 1.06.003.02-6 Palavras-chave: Espectro de impedância eletroquímica. Impedância em eletrodo plano. Impedância em eletrodo poroso ideal experimental. RESUMO ESTENDIDO Atualmente, diversos tipos de sistemas de baterias recarregáveis são encontrados no mercado, principalmente em dispositivos eletrônicos como telefones celulares, computadores e ferramentas portáteis. Para melhorar o desempenho e o gerenciamento da energia de uma bateria, (SoH) do acumulador. Uma informação adequada do SoC permite que as baterias sejam utilizadas dentro das especificações, sem necessidade de sobre–dimensionamentos ou diminuição da vida útil por uso incorreto. Existem diversos métodos para a determinação do SoC de baterias [1, 2], sendo que todos eles necessitam de parâmetros experimentais. Na obtenção dos parâmetros uma das técnicas mais utilizadas é a espectroscopia de impedância eletroquímica [3, 4]. O acesso a estas informações pode prever quando a bateria apresentará falhas e é de enorme importância, por exemplo, para o projeto de veículos elétricos. No entanto, o uso da técnica de espectroscopia de impedância eletroquímica para eletrodos porosos (que é o caso das baterias chumbo ácido, objeto de estudo deste trabalho) é algo não trivial em trabalhos da área devido à sua complexidade. Para interpretar corretamente os resultados das medidas de impedância eletroquímica, é indispensável o estudo e desenvolvimento de metodologias de preparação de eletrodo de chumbo que sejam reprodutíveis. Esta é a abordagem utilizada neste projeto e que faz parte de um estudo mais abrangente que inclui outras atividades. Para tanto, foram utilizados eletrodos cilíndricos de chumbo de diferentes diâmetros, embutidos em resina de forma que a superfície em contato com o eletrólito é a seção transversal do cilindro. Para uma das configurações estudadas, o eletrodo de trabalho utilizado é um cilindro de chumbo (99,98%) de 6,0 cm de diâmetro, de área igual a 28,3 cm². Como contra eletrodo, é usada uma placa positiva de bateria chumbo-ácida que deverá ser posicionada paralelamente ao eletrodo de trabalho, dentro da célula eletroquímica. É necessário ainda o uso de um eletrodo de referência, sendo de Hg/Hg2SO4/H2SO4 1,0 M para o eletrólito de H2SO4 e de Hg/Hg2SO4/Na2SO4 1,0 M para o eletrólito de Na2SO4. Como quarto eletrodo, para realizar a polarização inicial do eletrodo de trabalho, é utilizada uma barra de chumbo 99,98%. Já para a outra configuração a ser estudada, o eletrodo de trabalho utilizado é um cilindro de chumbo (99,98%) de 8,0 mm de diâmetro, de área igual a 0,5 cm². Como contra eletrodo é utilizada uma folha de chumbo recortada em formato circular. O eletrodo de referência e o quarto eletrodo seguem as especificações anteriores. Em ambos os eletrodos de trabalho foram testados procedimentos para limpar, aplanar e polir a superfície do chumbo, utilizando lixas d’água e alumina, tendo como critério observações por microscopia óptica e eletrônica de varredura. Foram então realizados estudos experimentais de estabilização nos eletrodos, incluindo medidas potenciostáticas e voltamétricas. Essas medidas foram feitas e analisadas conforme diferentes imposições de potenciais extremos (E + e E -) e de tratamento (Etreat e Ei). Para o eletrólito de Na2SO4, as diferentes combinações de E +, E -, Etreat e Ei foram feitas na faixa de -3,0 V a -0,1 V, tanto para o eletrodo de área 0,5 cm² como para o de 28,3 cm². Sempre foram adotados ttreat de 10 minutos e ti de 5 minutos e não foi feito polimento com alumina. Para o eletrodo de área 0,5 cm², após realizadas as voltametrias e analisados seus respectivos valores de carga de pico determinou-se que a melhor alternativa corresponde ao ensaio de E -= -2,4 V, E + = 0,1 V, Etreat = -2,0 V e Ei = -1,8 V. Para o eletrodo de área 28,3 cm², a tendência dos valores das cargas de pico dos ensaios não correspondeu ao esperado, e portanto não foi possível encontrar um conjunto de medidas reprodutíveis. Foram selecionadas três amostras de chumbo 99,98% para análise em MEV, com o objetivo de se observar as modificações que ocorrem nas etapas de preparação e de estabilização do eletrodo. Todas as amostras foram igualmente limpas e aplanadas utilizando-se lixas d’água, diminuindo gradativamente a sua granulometria. Enquanto a amostra 01 foi apenas lixada conforme o descrito, a amostra 02 foi ainda polida com alumina e a amostra 03 foi submetida a ciclos de estabilização por voltametrias. As imagens das amostras 01, 02 e 03, respectivamente, podem ser vistas abaixo. Figura 1 – Imagens das amostras 01, 02 e 03 com amplificação de 1000x. Percebe-se que muitas partículas das lixas d’água utilizadas acabam se alojando na superfície do chumbo, por ser este um metal muito mole. Ainda, como todas as amostras provêm de uma mesma barra de chumbo, é possível concluir que após os ciclos de estabilização a superfície do chumbo está sendo recuperada, pois não há nenhuma modificação física visível se forem comparadas as imagens da amostra 01 às da amostra 03. Como observando as imagens das amostras 01 e 02 não se nota muita diferença quanto à regularidade da superfície do chumbo, conclui-se também que não se compensa realizar o polimento do eletrodo com alumina, pois o chumbo é um metal muito poroso, e quando há polimento com alumina há também o acúmulo dessa solução nos poros da superfície, ocupando assim um espaço que deveria ser utilizado para as reações de estabilização. Para o eletrólito de H2SO4, após varredura exploratória inicial observou-se que os potenciais extremos devem estar na faixa de -1,4 V a -0,7 V. Os potenciais de tratamento, no entanto, devem estar entre -1,4 V e -1,0 V, região em que a corrente é negativa, ocasionando redução da superfície do chumbo. O estudo da combinação de diferentes potenciais Etreat e Ei para a solução de H2SO4 ainda está em andamento, tanto para o eletrodo de área 0,5 cm² como para o de 28,3 cm². Observando como um todo os resultados encontrados, pode-se concluir que os resultados para o eletrodo de área 0,5 cm² são satisfatórios e encontram-se dentro do esperado, enquanto para o eletrodo de área 28,3 cm² foi observado um grande desvio. Isso, em tese, não deveria ter acontecido, já que foi feita uma análise pelas grandezas de densidade de corrente e de potencial, ambas independentes da área do eletrodo. As causas dos desvios observados são experimentais, pois na prática há maior dificuldade de se trabalhar com um eletrodo grande do que com um pequeno (há maior dificuldade em embutir em resina, em lixar e aplanar e em montar o sistema eletroquímico). Há, ainda, o problema das bolhas de hidrogênio, que também aparecem em maior quantidade conforme maior a área do eletrodo. As bolhas modificam a solução e a superfície do chumbo, seja permanecendo na sua superfície ou nas suas reentrâncias. Observando as imagens de MEV, podese concluir também que o processo de preparação inicial dos eletrodos deve ser reavaliado, para evitar a incrustação das partículas abrasivas de lixa no eletrodo. Além disso, experimentalmente notou-se que é mais fácil obter reprodutibilidade em medidas feitas no eletrólito de Na2SO4 que em H2SO4. Para o Na2SO4, os resultados geralmente se confirmam quando uma medida é feita mais de uma vez, o que não acontece para o H2SO4. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à Universidade Federal do Paraná e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] PILLER, S.; PERRIN, M.; JOSSEN, A. Methods for state-of-charge determination and their applications. Journal of Power Sources. v. 96, p. 113-120, 2001. [2] POP, V. et al. State-of-the-art of battery state-of-charge determination. Measurement Science and Technology. v.16, p. 93-110, 2005. [3] BLANKE, H. et al. Impedance measurements on lead–acid batteries for state-of-charge, state-of- health and cranking capability prognosis in electric and hybrid electric vehicles. Journal of Power Sources. v. 144, p. 418-425, 2005. [4] KEDDAM, M.; STOYNOV, Z.; TAKENOUTI, H. Impedance Pb/H2SO4 batteries. Journal of Applied Electrochemistry. v. 7, p. 539-544, 1977. measurement on ANÁLISE ESTATÍSTICA DE DADOS DE MONITORAMENTO DE QUALIDADE DE ÁGUA SUPERFICIAL DA FASE DE PRÉ-ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO DA UHE MAUÁ Autor: Ane Caroline Tancon CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 800177/2010-0 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Tânia Lúcia Graf de Miranda Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento/Divisão: DPRA - DVMA Área de conhecimento: Qualidade do ar, das águas e do solo: 3.07.04.04-9 Palavras-chave: Qualidade da água, Análise estatística, UHE Mauá. RESUMO ESTENDIDO 1. Introdução e justificativa O monitoramento da qualidade da água de rios e reservatórios em regiões de empreendimentos hidrelétricos constitui etapa fundamental para o processo de licenciamento ambiental. A partir do monitoramento contínuo, uma grande base de dados de qualidade de água é gerada a qual muitas vezes é utilizada exclusivamente na redação de relatórios direcionados aos órgãos ambientais. Tais dados são posteriormente incorporados a um banco de dados sem que, na maioria das vezes, informações adicionais sejam produzidas a partir da aplicação de técnicas de modelagem matemática e/ou estatística. Desta forma, este trabalho se propõe a avaliar estatisticamente dados de qualidade de água obtidos através do monitoramento mensal do rio Tibagi e afluentes na região do empreendimento hidrelétrico Mauá. Esta avaliação almeja identificar relações entre as variáveis monitoradas, bem como alterações de comportamento quando face a situações distintas (por exemplo: épocas de cheia e de estiagem). Os dados a serem utilizados fazem parte do Programa de Monitoramento de Qualidade de Água do empreendimento UHE Mauá, obtidos na fase de pré-enchimento, a qual contou com a execução de 13 campanhas mensais que englobaram dados físicos, químicos e biológicos no trecho médio do rio Tibagi e afluentes, na região centro-leste do Estado do Paraná, entre os municípios de Ortigueira e Telêmaco Borba (LACTEC, 2011). 2. Objetivos O principal objetivo deste trabalho é verificar o comportamento das variáveis de qualidade de água superficial analisadas em 13 meses de monitoramento, buscando uma melhor avaliação dos dados do Projeto por meio da análise estatística descritiva. 3. Materiais e métodos (experimental ou metodologia) 3.1. Área de Estudo Para o presente estudo foram utilizados dados obtidos junto ao banco de dados da COPEL a partir de amostras coletadas no rio Tibagi e afluentes na região do empreendimento UHE Mauá. Os dados foram coletados pela equipe de campo do LACTEC, em sete estações de amostragem, nas estações descritas na Tabela 1 e ilustradas na Figura 1. Foram realizadas 13 campanhas mensais compreendendo o período de dezembro/09 a dezembro/10. Tabela 1 - Descrição e localização das estações de amostragem. Coordenadas (UTM) Estação Descrição Altitude N E E1 Rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba 700 7306169 541250 E2 Rio Tibagi, a jusante da Fábrica da Klabin 685 7311818 537282 E3 Rio Imbauzinho, a montante do futuro reservatório 725 7311226 528046 reservatório 705 7326854 515354 E6 Rio Tibagi, a montante da barragem 586 7338675 530754 E7 Rio Tibagi, a jusante da casa de força 520 7341380 531106 E8 Ribeirão das Antas, próximo à foz 517 7341135 531682 Rio Barra Grande, a montante do futuro E5 Figura 2 - Localização das estações de amostragem de águas superficiais na área de estudo. 3.2. Variáveis avaliadas O diagnóstico da qualidade da água do rio Tibagi, na região do empreendimento UHE Mauá, tomou como base a análise de uma série de variáveis de qualidade de água, que posteriormente serão analisadas sobre o contexto da estatística descritiva. Para tanto, os valores obtidos para as variáveis foram comparados com os limites dispostos pela Resolução CONAMA 357/05, quando pertinente. As variáveis de qualidade de água selecionadas foram: alcalinidade total, cálcio, carbono orgânico total, cloreto, condutividade, coliformes totais, coliformes termotolerantes, DBO, DQO, dureza, fósforo total, fósforo reativo, magnésio, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total, pH, potássio, sódio, sólidos totais, sulfato e turbidez. 3.3. Delineamento Estatístico Após a seleção das variáveis a serem avaliadas, o banco de dados qualidade de água de cada ponto de amostragem selecionado foi formatado, de maneira a torná-lo compatível com as análises que se pretende realizar e os resultados que se desejam obter. Foram aplicadas medidas numéricas como: média, mediana, coeficiente de variação, desvio padrão e variância, para descrever relações entre variáveis e/ou a evolução temporal de atributos de associados à qualidade da água no período observado. Também foram elaborados gráficos que serão avaliados para verificar a influência das variáveis selecionadas sobre a qualidade de água. Complementarmente, serão analisadas as diferenças entre os períodos de cheia e estiagem e como eles influenciam os resultados. 3.4. Conclusão A comparação dos dados analíticos com a Resolução CONAMA 357/5 indicou que as variáveis fósforo total e coliformes termotolerantes apresentaram desacordos em todas as estações analisadas em algum momento do período analisado. As variáveis turbidez e DBO também apresentaram discordância em algumas estações, porém seus valores ultrapassaram no máximo 5% do seu limite. Na próxima etapa, os resultados estatísticos serão interpretados, assim como os gráficos gerados, visando uma melhor avaliação dos dados do Projeto por meio da análise estatística descritiva. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento, e a COPEL, Companhia Paranaense de Energia, pela disponibilização dos dados. Agradecem também pela oportunidade, aprendizado e apoio repassados pelas pesquisadoras Tânia Lúcia Graf de Miranda, Nicole Machuca Brassac de Arruda, Marianne Schaefer França Sieciechowicz, Gheysa do Rocio Morais Pires e Letícia Uba da Silveira. REFERÊNCIAS BRASIL. Resolução. 357 do CONAMA. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. - Data da legislação: 17/03/2005 - Publicação DOU nº 53, de 18/03/2005, págs. 58-63. 2005. LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento. 2011. Diagnóstico Das Condições Limnológicas e da Qualidade da Água Superficial e Subterrânea na Região do Empreendimento UHE MAUÁ – Relatório Final Fase Rio Relatório Interno. Fev / 2011. Curitiba ELETRODEPOSIOÇÃO DE CHUMBO SOBRE GRAFITE Autor: Anna Monica Radovanovic CNPq 151175/2010-1 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Juliano de Andrade Endereço Endereço [email protected] Eletrônico: Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Eletroquimica 1.06.03.02-6 Palavras-chave: grafite, chumbo, eletrodeposição Desde o início do século XX o mundo tem sido palco de um conflito entre a necessidade do acúmulo de energia e entre a eficiência desta. Em meio a esse cenário surge um setor revolucionário: o das baterias. Porém, a partir do século XXI, sentiu-se a necessidade da inserção de uma nova frente a esse conflito: a sustentabilidade, que passou a exigir o desenvolvimento de sistemas de armazenamento de energia mais sofisticados. Um dos sistemas criados foi a bateria chumbo-ácido, que pode ser definida como um conjunto de acumuladores elétricos recarregáveis e usados para o recebimento, o armazenamento e a liberação de energia por meio de reações químicas que envolvem chumbo e ácido sulfúrico. A bateria chumbo-ácido é, de fato, uma das opções mais baratas e quase que totalmente reciclável entre os sistemas de armazenamento, porém a presença de chumbo como material coletor de corrente tem como consequência a baixa densidade de energia na bateria. Uma das alternativas abordadas para modificar esse cenário é a substituição das grades coletoras de corrente de chumbo por um material menos denso. Sendo assim, o presente trabalho foi dedicado ao desenvolvimento de métodos viáveis e acessíveis de eletrodeposição de chumbo em substratos que têm uma possível aplicabilidade na construção de uma bateria e, também, tem-se por objetivo o desenvolvimento de métodos para avaliar esses depósitos a fim de garantir sua uniformidade, suas resistências química e mecânica e, por consequência, o bom funcionamento da bateria. Tendo isso em vista, o cerne do trabalho se constituiu em inúmeros testes com eletrodeposição, nos quais variaram-se parâmetros como o preparo do eletrodo de trabalho, o banho de deposição, a temperatura da célula eletrolítica e a faixa de potencial aplicada. Esses testes foram feitos visando a otimização dos depósitos de chumbo metálico sobre grafite. Sendo assim, foram primeiramente feitas deposições galvanostáticas, em que a célula era formada, basicamente, por um béquer de vidro que continha a solução do banho eletrolítico, um contra-eletrodo constituído por uma placa plana de grafite, um eletrodo de trabalho também de grafite e plano, um termômetro, uma manta de aquecimento e suportes. Em primeiro lugar foram testadas as variações quanto ao preparo do eletrodo de trabalho, as quais englobaram o seu formato e o tratamento da sua superfície. Quanto ao formato: os primeiros depósitos foram feitos sobre eletrodos planos e quadrados. Notou-se que o chumbo metálico depositado se concentrou nas bordas e nos cantos do eletrodo. Isso se deve ao efeito de borda ocorrido durante a passagem de corrente, a qual provoca a concentração de cargas nas bordas do substrato e, consequentemente, o acúmulo de metal. Sendo assim, passou a ser usado um eletrodo também de face plana, porém arredondado e imerso em resina, o que diminuiu ao máximo o efeito de borda e permitiu um depósito mais uniforme na região central do grafite. Quanto ao tratamento da superfície: os eletrodos de trabalho estavam sendo lixados (a fim de remover impurezas presentes em sua superfície) com várias lixas, cada uma de granulometria cada vez maior, ou seja, polindo cada vez mais a superfície a ser depositada. Testou-se também polimento com alumina. Através de análises por MEV notou-se que eletrodos com a superfície menos polida agregam melhor os depósitos de chumbo. Isso ocorre devido à própria irregularidade da superfície do grafite, que fornece aos cristais de chumbo uma força física adicional. Viu-se, também, que o tratamento com alumina não é vantajoso, visto que esta deixa partículas aderidas no eletrodo (o que modifica o depósito e as posteriores análises). Foram também testadas diferentes soluções (e aditivos) a fim de verificar as influências que o banho pode causar no depósito. Foram testados dois tipos básicos de banho: soluções de (NO3)- e de (BF4)- de diferentes concentrações (de 0,03M a 0,1M) e com variações no pH através da adição de HNO3. Dentre as soluções testadas, a mais indicada para a deposição de Pb metálico em eletrodos planos de grafite é a solução de (BF4)- sem adição de ácido. Outro parâmetro testado foi a temperatura do banho eletrolítico durante a deposição. Percebeu-se que, com o aumento da temperatura, as deposições são melhores e mais uniformes, porém essa observação é limitada a uma temperatura de cerca de 50ºC, visto que acima desse valor há uma intensa formação de bolhas na superfície do eletrodo, o que acaba sendo prejudicial para o mecanismo da eletrodeposição. Ao longo das deposições foi sendo testada também a influência da faixa de potenciais. Em geral, as varreduras foram feitas entre -0,800 V e -1,600 V. Potenciais inferiores a -1,600 V causam uma deposição rápida, excessiva e cristais muito robustos, enquanto que potenciais superiores a -0,800 V estão atrelados a uma corrente anódica, o que pode desencadear o desprendimento do chumbo depositado. Como mencionado, além dos testes feitos a fim de otimizar a deposição de chumbo sobre o grafite, almejou-se também desenvolver um método de análise dos próprios depósitos para saber, seja qualitativamente ou quantitativamente, a homogeneidade destes. Uma possível abordagem para isso é a aplicação da Equação de Tafel aos resultados de varredura linear catódica feitas em cada um dos substratos. O gráfico de sobrepotencial vs. o logaritmo da densidade de corrente foi feito para cada um dos materiais: grafite, chumbo metálico e chumbo depositado sobre o grafite. Com as duas princiais curvas em mãos, correspondentes aos elementos puros, plota-se um só gráfico e analisa-se a posição e o formato da terceira curva, correspondente ao material depositado. Dessa forma vê-se como a superfície se comporta. O ideal é que a curva correspondente ao depósito seja exatamente sobreposta à curva correspondente ao chumbo metálico, visto que isso indicaria que o depósito cobriu perfeitamente a superfície do grafite. Uma conclusão que pôde ser feita com base nas curvas de Tafel é que o grafite é um possível substrato para substituir o chumbo metálico nas grades coletoras de corrente, visto que há uma semelhança entre o posicionamento das curvas e seus respectivos formatos. Tendo todos esses resultados e conclusões em mãos, pretende-se, ainda, aprimorar os métodos de eletrodeposição e, também, aprimorar o método para avaliar a qualidade desse depósito, lembrando que o processo deve ser prático e aplicável industrialmente. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à Universidade Federal do Paraná e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1]. Wang S., Xia B., Yin G., and Shi P. Effects of additives on the discharge behavior of positive electrodes in lead/acid batteries. J.P.Sources, 55 (1995) 47-52. [2]. P. W. Appel and D. B. Edwards. Capacity predictions for lead/acid battery plates having conductive aditivers. Journal of Power Sources, 55 (1995) 81-85. [3]. K. McGregor. Active-material additives for high-rate lead/acid batteries: have there been any positive advances?. Journal of Power Sources, 59 (1996) 31-43. [4]. M. Shiomi, T. Funato, K. Nakamura, K. Takahashi and M. Tsubota. Effects of carbon in negative plates on cycle-life performance on valve-regulated lead/acid batteries. Journal of Power Sources, 64 (1997) 147-152. [5] Calábek M., Micka K., Krivák P., and Baça P. Significance of carbon additive in negative lead acid battery electrodes. Journal of Power Sources, 158 (2006) 864-867. [6] Valenciano J., Sanchez A., Trinidad F. and Hollenkamp A. F. Graphite and fiberglass additives for improving high-rate partial-state-of-charge cycle life of valve regulated lead-acid batteries. J.P.Sources 158 (2006) 851-863. [7] Soria M. L., Trinidad F., Lacadena J. M., Sanchez A. and Valenciano J. Advanced valveregulated lead-acid batteries for hybrid vehicle applications. J.P.Sources, 168 (2007) 12-21. [8]. Wissler M. Graphite and carbon powders for electrochemical applications. J.P.Sources, 156 (2006) 142-150. [9]. Bullock K. R. Lead/acid batteries. J.P.Sources, 51 (1994) 1-17 (e referências contidas neste artigo). [10]. Czerwinski A. and Zelazowska M. Electrochemical behavior of lead deposited on reticulated vitreous carbon . J Electroanal. Chem. 410 (1996) 55-60. [11]. Czerwinski A. and Zelazowska M. Electrochemical behavior of lead dioxide deposited on reticulated vitreous carbon (RVC). J.P.Sources, 64 (1997) 29-34 [12]. Das K., Mondal A. Discharge behavior of electro-deposited lead and lead dioxide electrodes on carbon in aqueous sulfuric acid. J.P.Sources, 55 (1995) 251-254 [13]. Das K., Mondal A. Studies on a lead–acid cell with electrodeposited lead and lead dioxide electrodes on carbon. J.P.Sources, 89 (2000) 112-116. [14]. Gyenge E., Jung J.and Mahato B. Electroplated reticulated vitreous carbon current collectors for lead–acid batteries: opportunities and challenges. J.P.Sources, 113 (2003) 388-395. [15] Jang Y., Dudney N. J., Tiegs T. N. And Klett J. W. Evaluation of the electrochemical stability of graphite foams as current collectors for lead acid batteries. J.P.Sources, 161 (2006) 13921399. [16] Shivashankar S. A., Shukla A. K., Mane A. U., Hariprakash B. and Gaffoor S. A. US Patent 0151982 A1 (2004). [17] Hariprakash B., Mane A. U., Martha S. K., Gaffoor S. A., Shivashankar S. A. and Shukla A. K. A Low-Cost, High Energy-Density Lead/Acid Battery Electrochem. And Solid-State Lett., 7 (2004) A66. [18] Martha S. K., Hariprakash B., Gaffoor S. A., Trivedi D. C. and Shukla A. K. High SpecificEnergy Lead-Acid Batteries Through Organic Metals. Electrochem. And Solid-State Lett., 8 (2005) A353. [19] Shukla A. K., Martha S. K., Hariprakash B., Gaffoor S. A., and Trivedi D. C. US Patent application (2004). DIAGNÓSTICO DE ESPÉCIES INVASORAS POR ANÁLISE MOLECULAR DE AMOSTRAS DE PLÂNCTON PROVENIENTES DE USINAS HIDRELÉTRICAS DO PARANÁ. Autor: Annelise De Jesus Oliveira CNPq 158477/2010-3 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientadora: Tânia Lucia Graf de Miranda Endereço Eletrônico: Endereço Eletrônico: [email protected] tâ[email protected] Departamento: DPRA – DVMA Área de conhecimento: Populacional de Animais: 2.04.06.03-7 Palavras-chave: Limnoperna fortunei, Bioinvasões, Biologia Molecular, Marcadores Específicos, Monitoramento Ambiental RESUMO ESTENDIDO A espécie Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) (Mytilidae), comumente chamado de MexilhãoDourado, proveniente da Ásia, foi primeiramente descrita como invasora no fim da década de 1960 quando já colonizava o sistema de abastecimento de água de Hong Kong (RICCIARDI, 1998). Hoje se espalha pela Coréia, Japão, Taiwan e América do Sul, onde foi descrita há apenas dez anos (PASTORINO et. al., 1993). A espécie encontrou condições ideais de dispersão e colonização na América do Sul, causando impactos significativos em ecossistemas e danos econômicos tais como entupimentos de tubulações, filtros e maquinários de usinas hidrelétricas e reservatórios. O monitoramento de espécies invasoras pode ser feito de diversas formas. A análise molecular por PCR multiplex (reação em cadeira da polimerase com pelo menos dois conjuntos de primers em uma mesma reação) mostrou-se um método eficiente e confiável na revelação de presença ou ausência de espécies invasoras como L. fortunei. A aplicação do protocolo é sensível a ponto de detectar apenas uma larva por amostra de plâncton (BOEGER et al. 2007). O produto desta análise permite a tomada de medidas preventivas antes do total estabelecimento da população invasora. Apesar de sensível esse método não permite que a quantidade inicial de DNA seja determinada, pois não há diferença no resultado final entre amostras muito ou pouco concentradas. Esta falha pode ser suprida pela aplicação do método de Real Time PCR (RT-PCR), o qual se apresenta tão sensível quanto a técnica supracitada, mas permite a quantificação de DNA inicialmente presente na amostra (GIBSON, 1996). O mexilhão-dourado possui longos períodos de reprodução (aproximadamente nove meses por ano) que são desencadeados por um aumento da temperatura superficial da água, superando 1617ºC (BOLTOVSKOY, D. 1999). Além disso, L. fortunei possui um curto tempo de geração. A espécie suporta variações ambientais com facilidade, o que lhe confere sucesso durante as invasões (RICCIARDI, 1998). A dispersão dessa espécie ocorre durante o estágio de larva, cujo modo de vida é planctônico, característica que aumenta a possibilidade de que a invasão passe despercebida quando apenas técnicas visuais são utilizadas. As populações são muitas vezes heterogêneas contendo indivíduos em diversas fases da vida (BOLTOVSKOY, D. & CATALDO, D. H., 1999) o que pode tornar o combate às populações já instaladas mais difícil e com maior custo de execução. Os reservatórios de água que foram analisados são de usinas hidrelétricas presentes no estado do Paraná. São elas Usina Hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (GBM) Foz do Areia, Usina Hidrelétrica Governador Ney Aminthas de Barros Braga (GNB) – Segredo, Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza (GPS) – Capivari/Cachoeira, Usina Hidrelétrica Governador José Richa (GJR) – Caxias, Usina Hidrelétrica de Santa Clara, Usina Hidrelétrica de Fundão e Fase rio da futura usina hidrelétrica de Mauá (usina em construção). Essas análises moleculares fazem parte de três projetos distintos: Espécies invasoras Copel, Coleta de água e mexilhão Elejor e Monitoramento de mexilhão dourado Mauá. MATERIAS E MÉTODOS As amostras de plâncton são obtidas em reservatórios pelo arrasto de redes de plâncton, fixadas em etanol 95% e enviadas ao Laboratório de Ecologia Molecular e Parasitologia Evolutiva LEMPE. Em laboratório as amostras são submetidas à filtragem através de uma bomba á vácuo separando o plâncton da água. Um protocolo de extração previamente definido é aplicado nos produtos filtrados de modo obter-se todo o DNA ali presente. Uma reação de PCR multiplex é aplicada ao extrato obtido a fim de amplificar o material genético contido na amostra. A reação utiliza iniciadores universais (fragmento 18S), os quais têm como finalidade analisar o grau de integridade do material genético obtido, e iniciadores específicos para a espécie L. fortunei, que tem por função detectar se há DNA desse organismo presente. Os produtos da PCR multiplex são submetidos à eletroforese em gel de agarose 1,5% e seqüencialmente corados em brometo de etídio e visualizados em luz ultravioleta. A presença/ausência da espécie na amostra será revelada a partir da comparação de tamanho de bandas resultantes dos métodos moleculares aplicados. RESULTADOS e DISCUSSÃO De todas as usinas monitoradas apenas a de Caxias já apresentava problemas com a alta densidade de Limnoperna fortunei o que atualmente é controlado quimicamente. Das outras usinas apenas a de Segredo apresentou resultados positivos para a presença de L. fortunei, porém esses organismos ainda não causaram problemas operacionais. O desenvolvimento do protocolo de quantificação através da reação de Real Time PCR (RTPCR), próximo passo a ser dado no trabalho de detecção e monitoramento do mexilhão dourado, permitirá a diferenciação de amostras com alta ou com baixa quantidade de DNA da espécie de interesse de forma mais rápida e precisa, pois dispensa a análise visual da amostra que atualmente é utilizada reduzindo ainda mais o tempo de processamento. Com a utilização dessa metodologia os esforços de controle da espécie podem ser maximizados com menor custo. Para aplicação desse método faz-se necessário o desenvolvimento de primers específicos que possam ser utilizados na reação de RT-PCR, pois os iniciadores utilizados atualmente não foram desenhados para tal função. Para a execução desse novo método faz-se necessária a adaptação de técnicas hoje já utilizadas em laboratório, adequando-as para que o processo seja aprimorado cada vez mais, abrindo também espaço para que novas perspectivas sobre esse invasor surjam. Porém, o maior problema encontrado na análise das amostras foi a degradação do conteúdo de material genético, o que dificulta o monitoramento da espécie invasora Limnoperna fortunei, impedindo a tomada efetiva de providências nas barragens, cuja amostragem foi danificada, porém a degradação das amostras não apresenta uma tendência observável. Amostras coletadas em diferentes usinas e em diversos períodos não apresentaram DNA íntegro para análises. A degradação das amostras pode ocorrer por diversos motivos como a exposição ao Sol do material coletado em recipientes plásticos, além de erros no armazenamento anterior à chegada ao laboratório. Essas questões devem ser revistas de modo a obter máxima eficácia dos métodos moleculares atualmente disponíveis para diagnostico de espécies invasoras. AGRADECIMENTOS A autora agradece ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. Agradece ao Laboratório de Ecologia Molecular e Parasitologia Evolutiva, cujo laboratório de análises moleculares foi utilizado no processamento das amostras. A Dr. Tânia Lucia Graf de Miranda e ao pesquisador Otto Samuel Mäder Netto. Ao professor Dr. Walter A. Boeger por me oferecer a oportunidade. À Raquel Patella, bolsista responsável dos projetos e coordenadora das análises. Aos colegas pelo apoio intelectual. E ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para elaboração desse projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1 BOEGER, W.; PIE, M. R.; FALLEIROS,R. M.; OSTRENSKI, A.; DARRIGRAN, G. MANSUR, M. C. D. & BELZ, C.; Testing a molecular protocol to monitor the presence of golden mussel larvae (Limnoperna fortunei) in plankton samples. Journal of plankton research, 29(11) 10151019. 2007. 2 BOLTOVSKOY, D. & CATALDO, D.H., Biofouling, vol. 14 (3) pp. 255- 263. 1999 3 GIBSON, U. E. M.; HEID, C. A. & WILLIANS, P. M., 1996; A Novel Method for Real Time Quantitative RT-PCR. Genome Res., 6: 995-1001. 4 PASTORINO, G.; DARRIGRAN, G.; MARTIN, S. M. et. al. 1993; Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) (Mytilidae), nuevo bivalvo invasor em águas del Río de La Plata. Neotropica 39, 34. 5 RICCIARDI, A. 1998; Global Range Expansion of the Asian Mussel Limnoperna fortune (Mytilidae): Another Fouling Threat to Freshwater Systems. Biofouling, vol.13 (2), pp.97-106. DESEMPENHO MECANICO À COMPRESSÃO DE CONCRETO COM ADIÇÃO DE FIBRAS DE COCO. Autor: Camila Marçal Gobi CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 102416/20117 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Kleber Franke Portella EndereçoEletrônico: [email protected] Departamento: DPEC - DVPE Área de conhecimento: Estruturas de Concreto 3.01.02.01-4 Palavras-chave: fibra de coco, resistência à compressão; concreto. RESUMO ESTENDIDO Introdução A questão ambiental é um assunto bastante preocupante na atualidade e assim sendo, há uma ênfase quando se trata da preservação dos recursos naturais e redução dos impactos ambientais proporcionados pelo avanço da tecnologia. Dentre os resíduos sólidos gerados em grande quantidade e volume, pode-se mencionar o coco verde, o qual é lançado de forma desordenada e a céu aberto em rios, terrenos baldios e os aterros sanitários. Nestes locais, estes resíduos se transformam por diferentes processos de decomposição, degradando a matéria orgânica e contribuindo para o aumento do efeito estufa. As fibras de coco obtidas do mesocarpo destes frutos são materiais lignocelulósicos e têm um excelente potencial para uso na construção civil devido às suas características de dureza e durabilidade, atribuída ao alto teor de lignina, quando comparadas com outras fibras naturais. As principais características das fibras de coco são: baixa densidade, grande percentual de alongamento, baixos valores para a resistência à tração e módulo de elasticidade. Desta forma, a sua utilização em um compósito tende a diminuir a densidade do material com um bom potencial de alongamento e média capacidade de reforço, porém com possibilidades de melhorar o desempenho da interação fibra-matriz devido à ação aglutinante da lignina. Objetivos Avaliar o desempenho mecânico à compressão axial de concretos com adição de fibras de coco, e reduzir o impacto ambiental devido aos resíduos de coco verde. Metodologia Para o estudo de desempenho à compressão de concreto foi realizado primeiramente uma dosagem do concreto referência, com o traço 1:1;7:2;8:0,50, que indica a proporção dos materiais (cimento: areia: brita: areia/cimento) empregados. A partir deste, foram adicionadas as fibras de coco nas proporções de 0,3 e 0,5% em relação ao volume de concreto, para produzir o concreto com fibras de coco. Foi utilizado cimento CP II-Z 32, areia lavada como agregado miúdo e brita 0 como agregado graúdo. As fibras de coco foram preparadas com um comprimento aleatório, objetivando um menor custo de preparação da matéria-prima. Foi estabelecido como variáveis de controle o fator água/cimento de 0,50 e abatimento de (50 ± 10) mm, que foi verificado pelo ensaio de abatimento do tronco de cone. Foi necessário utilizar um aditivo plastificante polifuncional para obtenção desse valor. Entre várias técnicas utilizadas para a caracterização da matéria-prima, foram utilizadas FRX para a caracterização química do cimento e de DRX para a composição mineralógica do agregado graúdo. Para avaliação da resistência à compressão axial simples foi realizada a moldagem dos corpos-de-prova (cp's), e após, os mesmos foram cobertos com filme plástico e curados ao ar livre por 24 horas. Ocorreu então a desforma dos cp’s, os quais permaneceram em processo de cura úmida até o dia previsto para o teste de compressão axial. Foram confeccionados 6 cp's de (10 x 20) cm para cada dosagem, sendo que para cada par de cp’s foi determinada a resistência à compressão axial no concreto endurecido em uma das idades de 7, 28 e 91 dias. Os ensaios de resistência à compressão axial foram realizados segundo os procedimentos da NBR 5739/2007. Resultados: – Cimento Os resultados das análises químicas e físicas do cimento CP II Z 32, estão apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3. Não há nenhum resultado considerado discrepante das informações oferecidas pelo fabricante. Análise Química: Tabela 1 – Ensaios químicos do cimento CP II – Z 32. CaO SiO2 Al2O3 Fe2O3 MgO SO3 K2O Na2O P2O5 TiO2 MnO P.F. Soma (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) 21,53 4,73 2,94 5,43 2,66 0,97 0,19 0,10 0,24 0,03 6,02 99,65 Cimento CP II Z 32 54,80 Análise Física e Mecânica: Tabela 2 – Ensaios Físicos do cimento CP II – Z 32. Ensaios Físicos Métodos de Ensaio Resíduo # 200 2,6 % Resíduo # 325 8,8 % Finura Blaine 3790 cm2/g Exp. À Frio 0 mm Pasta de Consist. Normal 26,4 % Início de Pega 04:20 h Fim de Pega 05:50 h Massa Específica 3,04 g/cm3 Tabela 3– Resistência à Compressão (MPa) – NBR 7215/96 - do cimento CP II – Z 32. Ensaios Químicos Perda ao fogo 0,21% Resíduo insolúvel 7,07% Teor de CaO livre 6,96% Agregados As propriedades do agregado miúdo obtidas nos ensaios físicos estão listadas na Tabela 4 e as do agregado graúdo estão na Tabela 5. Os valores estão de acordo com os limites estabelecidos pelas normas brasileiras. Tabela 4 – Características do agregado miúdo. Tabela 5 – Características do agregado graúdo Propriedade Valores Propriedade Valores Módulo de finura 2,46 Módulo de finura 5,61 Dimensão máxima característica 4,75 mm Dimensão máxima característica 9,5 mm Massa específica 2,52 g/cm3 Massa específica seca 2,55 g/cm3 Massa unitária 1,57 g/cm3 Massa específica SSS 2,58 g/cm3 Absorção 0,40% Massa unitária 1,39 g/cm3 Teor de material pulverulento 5,60% Absorção 1,10% Teor de argila em torrões 0,30% Teor de impurezas orgânicas > 300 ppm Os picos verificados no difratograma do agregado graúdo correspondem, em ordem decrescente, ao Quartzo, Albita, Feldspato Alcalino, Microclina e Biotita. Trabalhabilidade Para obtenção do abatimento desejado de 50 mm, foi adicionado aditivo plastificante polifuncional nos teores de 1,2% e 1,4%, em relação ao volume de concreto, respectivamente às dosagens de 0,3% e 0,5% de fibra de coco. Assim, quanto maior foi o teor de fibra de coco utilizado, menor foi a trabalhabilidade obtida. Resistência à Compressão Os resultados referentes ao ensaio de resistência à compressão axial estão apresentados na Tabela 6 e na Figura 2. Tabela 6 - Resistência à compressão versus % fibra de coco. CP 0,30% 0,50% Referência Fibra de Coco Fibra de Coco 7 dias 25,2 25 25,9 28 dias 29,5 30,7 33,3 91 dias 38,5 38,2 39,7 Resistência à compressão (MPa) Os valores obtidos mostram que a resistência à compressão aos 28 dias atingiu o valor mínimo estabelecido pelas normas, ou seja, 25 MPa. Comparando as dosagens de fibras de coco com e sem adição, essas obtiveram valores de resistência à compressão consideráveis, em especial a mistura de 0,5% de fibra de coco, que ultrapassou o valor do concreto-referência. Resistência á compressão (MPa) 40 30 0,0% fibra de coco 20 0,3% fibra de coco 10 0,5% fibra de coco 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 idade (dias) Figura 2 – Gráfico comparativo da resistência à compressão dos concretos com adição de fibras. Conclusão A adição de fibras de coco no concreto apresentou um desempenho de até 3% superior a um concreto considerado sem adições quanto a sua resistência à compressão. Isto proporcionou redução de cimento e, portanto, do custo final do produto; além de uma diminuição da quantidade de CO2 emitida na atmosfera e dos impactos ambientais pelo uso do resíduo de coco sem utilidade. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, P&D ANEEL, Universidade Federal do Paraná, COELBA e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] SILVA, R. V. Compósito de resina poliuretano derivada de óleo de mamona e fibras vegetais. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo. São Carlos. 2003. 130f [2] SILVA, I. I. S. A. DA, LAGO, L. B.; SOARES, J. P.; SOUZA, P. S. L. Avaliação do uso da fibra de coco em compósitos cimentícios. 50º Congresso Brasileiro do Concreto. São Paulo, IBRACON, 2008. [3] Santos, Alexandre Maneira. “ESTUDO DE COMPÓSITOS HÍBRIDOS POLIPROPILENO / FIBRAS DE VIDRO E COCO PARA APLICAÇÕES EM ENGENHARIA”. Dissertação de mestrado, UFPR, 2006. [4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739. Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2007. DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA DE QUALIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE RADIOGRAFIA INDUSTRIAL Orientador: Vitoldo Swinka Filho Autor: Carla Juliana Cardoso Brauza Torquato Endereço CNPq 159734/2010-0 Eletrônico: Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 [email protected] EndereçoEletrônico: Co-orientador: Walmor Cardoso Godoi [email protected] E-mail: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Materiais Dielétricos e Propriedades Dielétricas 1.05.07.15-9 Palavras-chave: Radiografia; Phantoms; Radiografia digital; Qualidade radiográfica. RESUMO ESTENDIDO INTRODUÇÃO Um dos métodos mais importantes e versáteis de ensaios Não Destrutivos (END) utilizado nas indústrias para inspeção de um componente é a Radiografia Industrial [1-7]. A radiografia industrial consiste em um método utilizado para detectar a radiação (raios X ou gama) que emerge de um componente num detector. A radiografia industrial digital é usada principalmente no ensaio de peças pequenas e espessuras baixas. Sua grande vantagem reside na rapidez do ensaio. Entre os materiais analisados nesta técnica estão concretos, isoladores, soldas em placas de computador, alumínio, aplicações na área automobilística, aeronáutica, etc [1]. De acordo com SADDOCK et al [02], os equipamentos radiográficos devem estar de acordo com determinadas especificações de controle de qualidade de imagens, pois esses equipamentos possuem diversos parâmetros que precisam estar ajustados a fim de evitar problemas nas imagens adquiridas. Constatou-se, no entanto, após pesquisa de mercado, a ausência de sistemas e metodologias capazes de avaliar a qualidade de imagens nos equipamentos de radiografia industrial. OBJETIVOS Esse trabalho apresenta uma proposta de metodologia de qualificação de equipamentos de radiografia industrial digital, para avaliação de qualidade de imagem em termos de distorção, ruídos, artefatos, contraste, etc. Para o desenvolvimento desse objetivo, foram elaborados phantoms (modelos de controle) de alumínio que permitem, após aquisição radiográfica, por inspeção visual, qualificar o equipamento radiográfico. METODOLOGIA O desenvolvimento da metodologia, elaboração dos phantoms e testes iniciais foram realizados no Laboratório de Radiologia e Tomografia Industrial do LACTEC. O laboratório possui um detector digital de raios X e duas fontes geradoras de raios X com faixa de tensão de 12 a 70 kV (fonte microfoco) e 10 a 160 kV (fonte milifoco), software para aquisição das imagens , mesa rotatória e detector digital (2400 x 2.400 pixels com tamanho de 50 µm). Foi utilizado também, um equipamento de radioscopia da marca Gilardoni da empresa BRABANT ALUCAST DO BRASIL LTDA. O equipamento possui um gerador de raio X que atinge uma tensão máxima de 160 kV. Manteve-se constante a corrente no tubo em 2,5 mA durante os ensaios. O equipamento possui dois monitores de TV acoplados, uma fonte geradora de raio X, uma mesa giratória, sistema de software para aquisição das imagens, um teclado manual, duas alavancas que movimentam a mesa giratória. Para radiografias dos phantoms foi especificado uma distância o mais próximo possível do detector com Distância Fonte Objeto (DFO) de 13 cm, distância da tela intensificadora ao tubo é de 1 metro, o kV varia entre 30 a 65 com mA constante de 2,5. Os resultados das imagens adquiridas serão mostrados a seguir. Para o desenvolvimento do trabalho foram desenvolvidas três amostras de alumínio (phantoms) que tem características diferenciadas para análises de parâmetros de qualidade de imagens radiográficas como contraste e ruído, tensão aplicada. RESULTADOS As figuras 1 a 3 apresentam os resultados para a aquisição de radiografias dos phantoms elaborados. A Figura 1 mostra o phantom em formato do tipo escada, para avaliar o CONTRASTE do material. A amostra é denominada escada devido ao formato que possui, onde se varia a espessura em degraus (no caso de 4 mm até 32 mm). De acordo com a Figura 1, pode-se ver que não existe bom contraste entre o 5° e 7° degraus da escada. A B Figura 1: A) perfil de tom de cinza versus distancia (em pixels) da radiografia mostrada em 1B. B) radiografia do phantom escada. Tensão de 60 kV e corrente de 2,5 mA aplicada no gerador de raios X. A Figura 2 mostra radiografia do phantom de alumínio elaborado em forma de círculo, com furos de 1,5 mm, 2 mm, 2,5 mm, 3 mm e 3,5 mm, para estudo da RESOLUÇÃO ESPACIAL entre AR/ALUMÍNIO. A Figura 2B mostra que com os parâmetros utilizados (40 kV, 2, 5 mA) não permitiu visualizar o furo de 1,5mm. 1,5 mm B A FIGURA 2: A) Radiografia phantom alumínio. Mostra-se com boa qualidade de imagem entre contraste AR/ALUMINIO, com tensão de 60 kV e corrente de 2,5 mA no tubo. B) com tensão de 40 kV , 2,5 mA. A Figura 3 ilustra uma amostra do tipo IQI (Indicador de Qualidade de Imagem), tipo furo com o objetivo de indicar a qualidade da imagem para estudo de RESOLUÇÃO ESPACIAL. Verifica-se que com 40 kV, 2,5 mA e foco 4 a imagem apresenta um resultado satisfatório, permitindo visualizar o menor furo (1mm de diâmetro). 1,0 mm Figura 3: IQI com furos de 1,0 mm 1,5 mm e 2 mm foram utilizados para verificação de contraste da imagem. CONCLUSÃO A metodologia utilizada para a avaliação da qualidade radiográfica apresentada neste trabalho mostrou-se satisfatória no estudo de parâmetros de qualidade de imagens radiográficas industriais por inspeção visual. Sugere-se para trabalhos futuros o desenvolvimento de ferramenta computacional para analisar as imagens. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, BRABANT ALUCAST DO BRASIL LTDA, James Camacho e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1. GODOI, W. C. Detecção de Defeitos em Isoladores Poliméricos por Radiografia Digital (dissertação mestrado), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005. 2. SADDOCK, A.; CANDEIAS, J. ; OLIVEIRA, D.; LOPES, R. Estudo de Otimização da Radiografia Digital Através da Razão Sinal –Ruído Diferencial SdNR, Relatório Laboratório de Instrumentação Nuclear - COPPE/UFPRJ, Rio de Janeiro, 2007. 3. ONEL Y., Ewert, U. E. Willems, P. “Radiographic Wall Thickness Measurements of Pipes by a New Tomographic Algorithm”. Proceedings of 15th WCNDT, 1-6, Roma, 2000. 4. CARVALHO, A.; SILVA, R.; REBELLO, J.; VIANA,A. O Mundo Das Imagens Digitais, Revista Matéria, n°2, Rio de Janeiro,2003. 5. OLIVEIRA, C. Avaliação de parâmetros Físicos de Visualização de Imagens Radiográficas Digitais (tese de doutorado), Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. 6. ANDREUCCI, R. Radiologia Industrial (Apostila), ABENDI, março, 2010. 7. SHINOHARA, A. H.; ACIOLI, E. ; KHOURY, H. J. ; Avaliação de Técnica de Radiografia Digital em Gamagrafia, Trabalho apresentado na 6° COTEC, Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, Salvador, Agosto, 2002. GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA – PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE GERAÇÃO ISOLADA E CONEXÃO COMO O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO. Autor: Cícero Laerte Gomes de Figueiredo CNPq 138030/20103 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Orientador: Rogers Demonti Endereço Endereço Eletrônico: [email protected] Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEI - DVEL Área de conhecimento: Engenharia Elétrica 3.04.00.00-7 Palavras-chave: Energia renováveis; Sistemas Fotovoltaicos. INTRODUÇÃO A muito tempo vem se estudando formas alternativas de gerar energia, com o objetivo de produzir a energia de forma mais limpa e que seja renovável, um exemplo de sucesso desses estudos é a energia fotovoltaica, na qual células solares convertem luz diretamente em eletricidade [1]. Vários países já adotaram essa forma de produção de energia e fazem grandes investimentos em sistemas fotovoltaicos, porém nem todos esses países têm fatores geográficos e climáticos que são favoráveis para esse tipo de geração. No Brasil, país que pela área, geografia e localização, entre outros fatores, é potencialmente favorável para o desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos, existe um atraso nesta área em relação a outros países [1]. De acordo com dados atualizados do estudo “Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica no Brasil: Panorama da Atual Legislação”, encomendado pelo PROCOBRE Brasil e desenvolvido pelo Escritório Regional do International Energy Initiative para a América Latina (IEI), enquanto no mundo a potência instalada acumulada total de sistemas fotovoltaicos foi de aproximadamente 13,5 GW em 2008, no Brasil foi de aproximadamente 20 MW. Esse valor equivale somente aos sistemas fotovoltaicos autônomos (basicamente eletrificação rural e bombeamento de água), pois no país ainda não há sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica em utilização comercial, apenas experimental [2]. Este projeto faz parte de mais um estudo sobre sistemas fotovoltaicos no Brasil. Para realizar esses estudos serão montados dois tipos de sistema fotovoltaico, um conectado a rede da Copel e outro isolado da rede, esses sistemas serão instalados no município de Fazenda Rio Grande na subestação da Copel. Nesses sistemas serão estudadas a energia ativa, reativa, aparente e o comportamento do sistema quando há presença de cargas não lineares. OBJETIVOS O projeto tem por objetivo desenvolver dois sistemas fotovoltaicos, o primeiro conectado a rede com potência de 5450 kW, o segundo um sistema isolado de 2700 kW; Desenvolver um estudo sobre a energia aparente, ativa e reativa nos sistemas elétricos, considerando a presença de cargas não lineares; Estudar métodos de correção do fator de potência para cargas lineares e não lineares; METODOLOGIA Para o sistema conectado a rede foi feito uns testes no laboratório com o intuito de compreender o funcionamento do inversor da Xantrex e obter as formas de onda da tensão e da corrente entregue a rede. O sistema foi montado sem levar em consideração o norte da Terra e a inclinação ideal para se obter a melhor eficiência dos módulos fotovoltaicos HG70W. Figura 3. Sistema montado para teste do inversor da Xantrex. RESULTADOS Resultados obtidos nos testes para o sistema conectado a rede: Tensão Máxima dos 20 módulos em série: 370 V Potência Máxima: 1070 W Forma de onda do sistema: Corrente Tensão Figura 4. Corrente e tensão no sistema. Tensão Corrente Figura 5. Corrente e tensão no sistema, como podem observar no gráfico houve um desligamento da rede No sistema isolado foram feitos cálculos para o dimensionamento do banco de baterias. Com o objetivo de reduzir a falta de energia que o sistema poderá ter nos meses do inverno, esses cálculos foram feitos em cima do mês com a menor irradiação do ano, foi determinado para esse sistema uma autonomia de 1 dia no caso de não ter energia para carregar as baterias com isso o banco ficou com 2 strings de baterias em paralelo, cada string com 4 baterias em série, um total de 8 baterias. CONCLUSÃO Em todos esses estudos realizados, pode-se chegar a conclusão de que a energia fotovoltaica no Brasil ainda é muito cara, necessitando muito tempo para se pagar o investimento. Concluiu-se também que montar um sistema de geração de energia fotovoltaica requer muito estudo e cuidado para aproveitar ao máximo a energia dos painéis. Durante os estudos referentes aos equipamentos do controle da energia gerada, pode-se notar que as empresas que fornecessem esses equipamentos aqui no Brasil ainda têm dificuldade em atender algumas configurações de sistemas fotovoltaicos, devido ao fato de que a demanda por esses equipamentos serem baixa. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] Energias renováveis – Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=energiafotovoltaica&id=030175100312shtml. Acessado em 11/07/2011 [2] Foto voltaico no Brasil – Disponível em: http://www.nipeunicamp.org.br/inovafv/fv-no-brasil.html. Acessado em 11/07/2011 COMPORTAMENTO DE BATERIAS CHUMBO ÁCIDAS UTILIZANDO NANO PBO2 COMO MATERIAL ATIVO Autor: Daniela Lemes do Vale CNPq 129337/2010-2 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Patricio Rodolfo Impinnisi Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM – DPTM Área de conhecimento: Físico-Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: : Bateria, Carga Pulsada e PbO2 nano, eletrodo plano. RESUMO ESTENDIDO Introdução: Placas de baterias ácidas tubulares são habitualmente montadas com uma mistura de PbO e Pb3O4. Sua capacidade específica está por volta de 120 Ah kg-1 [1] e sua microestrutura consiste em partículas micrométricas com 2 m2g-1 [2]. A transformação do material durante os processos de cura/formação é responsável pela formação dos contatos físicos e elétricos entre as partículas de material ativo. Placas tubulares montadas com 3,8 g cm-3 de PbO2 extraído de placas empastadas de baterias comerciais forneceram até de 80 Ah kg-1 [3]. Bervas e co-autores, usando PbO2 nano sintetizado quimicamente, foram capazes de construir eletrodos tubulares com 100 Ah g-1 que foram capazes de suportar mais de 150 ciclos de carga e descarga em ácido sulfúrico 2 mol L-1 [4]. A energia das baterias chumbo ácido é largamente limitada pelo uso da forma da grade para coletar e conduzir corrente elétrica, isso força a corrente a viajar através de um longo caminho de alta resistência, portanto limitando a energia útil da bateria. Construções planas diminuem o caminho da corrente entre o eletrólito e o substrato. Isso reduz a resistência interna da placa para a corrente fluir e melhora o fornecimento de energia. [6]. Outra tentativa de se melhorar o desempenho da placa, combinado com o eletrodo plano, foi utilizar aditivos de grafite ao material ativo, com a intenção de aumentar o fluxo de íons do eletrólito do seio da solução para o interior dos poros do material ativo. Objetivos: Estudar as possíveis causas da elevada capacidade específica e resistência elétrica de placas tubulares montadas com material ativo nanoestruturado. Metodologia: Síntese/obtenção do material ativo – Obteve-se o material ativo positivo através da hidrólise de tetra acetato de chumbo IV, de acordo com Caballero e co-autores [5]. Montagem dos eletrodos tubulares – Cada tubo possuía uma haste central de chumbo (Pb – 99,975%), com 3,00 mm ou 6,0 mm de diâmetro, sendo o volume disponível para o material ativo aquele entre a parede do tubo e a haste. Os tubos de haste de menor diâmetro, continham em média 1,5 g de material ativo, enquanto os de haste maior, 1,0 g. A altura dos tubos foi de 2,00 cm e densidade de aproximadamente 3,50 g.cm-3, garantindo que os eletrodos fossem compactos. Após o processo de cura, as placas foram colocadas em células individuais, entre dois contra-eletrodos paralelos; em seguida foi adicionada a solução de H2SO4 2 mol L-1 e o eletrodo de referência. Os contra-eletrodos foram placas empastadas negativas retiradas de baterias comerciais. Métodos de ensaio – Primeiramente, os eletrodos foram mantidos polarizados anodicamente por 30 minutos com uma corrente constante de 5,0 mA g-1 para a formação de uma camada de corrosão na haste. Em seguida os mesmos foram submetidos à medida de capacidade através de ciclos de carga e descarga com corrente contínua até que os valores de capacidade estabilizassem. A densidade de corrente foi icarga = 10 mA g-1 e idescarga = 5 mA g-1. A descarga foi realizada até 0,75 V em regime de 30h e o fator de carga foi 1,3. Então, os eletrodos foram testados por ciclos de descarga/carga pulsada. Os ciclos durante o experimento de carga pulsada eram na verdade compostos por 2 “sub ciclos”: o primeiro é composto de descarga/carga pulsada com ton = toff = 500 ms que forneceu medidas para avaliar a eficiência do método. E o segundo consiste em uma carga lenta (20h) com corrente constante para efetivamente medir a capacidade total do eletrodo e verificar se o mesmo não sofreu algum tipo de degradação durante a carga pulsada. Os valores de corrente na carga pulsada foram estabelecidos de acordo com a capacidade estabilizada nos ciclos de corrente contínua. Montagem dos eletrodos planos: O sistema consistia em uma haste de chumbo, soldado em um cilindro de chumbo, de 8,85 mm de diâmetro, que foi o substrato. Esse conjunto foi embutido em resina e encaixado no suporte de acrílico. Uma tampa vasada de resina de 3,20 mm de altura foi confeccionada com o mesmo diâmetro do cilindro de chumbo. O contra eletrodo utilizado foi uma placa negativa de bateria convencional. O eletrólito, o eletrodo de referência, bem como os processos de cura e formação foram os mesmos da célula com eletrodo tubular. Foram realizados vários testes diferenciando o modo como o material ativo foi colocado no substrato: compactado, com bloqueio poroso, empastado com 12% em massa de H2SO4 e cura com atmosfera 100% saturada, e com aditivo de grafite para melhorar a difusão de ácido. Os resultados obtidos não foram satisfatórios, pois os eletrodos não estavam tendo bons valores nas mediudas de capacidade. Nos dois primeiros testes, a evolução de oxigênio foi o principal causa do problema. No seguinte, a possível dificuldade de difusão de ácido para dentro do material ativo foi o impasse. A provável solução foi utilizar um aditivo com alto potencial zeta para que uma bomba eletro-osmótica fosse produzida fazendo dessa forma, que o eletrólito circulasse no material ativo, porém essa não foi a solução, pois o grafite se decompõe nos altos potenciais da placa positiva. Resultados – Foram feitas análises de tamanho de partícula do material ativo, reprodutibilidade de medidas, resistência interna, camada de corrosão e eficiência da carga pulsada. Os resultados detalhados podem ser vistos no Relatório de Atividades. Resistência Interna: Deve-se considerar que toda a corrente elétrica gerada no material ativo positivo deve fluir através da haste, com uma área típica de várias ordens de magnitude menor que o material ativo positivo (o valor da área da haste é aproximadamente 7 x 10-6 m2 enquanto que a do material ativo PbO2 nano é 20-30 m2 g-1). Então existe um gargalo na interface entre o material ativo positivo e a haste que determina a resistência elétrica global do eletrodo. Se a alta resistência do eletrodo é principalmente devido a interface do material ativo positivo/grade e não a interconexão nanométrica, uma diminuição da relação massa de material ativo positivo/área superficial da haste (definido como fator γ por Pavlov [7]) seria esperado diminuir consideravelmente a polarização ôhmica presente nos eletrodos tubulares, pois haveria mais espaço na haste para que a corrente pudesse fluir. Para avaliar essa afirmação, foram feitos os eletrodos com hastes de maior diâmetro (6,0 mm). Para apontar apenas a variação ôhmica do potencial da placa durante o experimento de carga pulsada, a figura 1 mostra apenas o potencial do último valor do on time e o primeiro ponto do off time, para cada pulso, tanto para a placa com haste de diâmetro de 3,0 mm quanto para a de 6,0 mm. Ambas placas foram submetidas aos mesmos ciclos de carga pulsada. Figura 1: Curva de potencial em função do tempo durante a carga pulsada (ton = toff = 500 ms, I = 2C20 A) para eletrodos de PbO2 com haste de 3 mm (cruzes vermelhas) e 6mm de diâmetro (pontos negros). O estado de carga completa corresponde ao tempo= 1. As flechas indicam a variação ôhmica do potencial. Como pode ser visto, o sobrepotencial durante todo o curso da carga é mais baixo para o eletrodo com haste de maior diâmetro, colaborando com a hipótese inicial que o pré-tratamento formou uma estrutura interconectada e a causa da alta resistência da placa é mais provavelmente devido a interface grade/material ativo positivo [2]. Conclusão: Foi mostrado que a carga pulsada nos eletrodos tubulares de nano PbO2 não é muito eficiente, mas aumenta a capacidade dos mesmos. Usando um método específico pra construir conexões entre as partículas e entre a haste, foi possível obter eletrodos com alta capacidade específica. A principal componente da resistência global foi a região de material ativo próxima à haste, e essa conclusão se baseia em duas observações: o alto sobrepotencial durante a carga pulsada foi capaz de aumentar a condutividade na interface do material ativo positivo/grade e também o coeficiente de utilização do material ativo positivo; e também porque uma diminuição no fator γ aumentou o coeficiente de utilização do material ativo positivo. Analisando ciclos de corrente contínua e carga pulsada em hastes, foi possível observar que a corrosão da grade de chumbo não interfere quantitativamente nas medidas de capacidade. Observou-se que uma alta área superficial do material ativo não é o suficiente para que a carga fosse eficiente e rápida ao mesmo tempo, pois há um afunilamento de áreas quando a corrente passa na interface material ativo/grade. O eletrodo plano deveria solucionar o problema de alta resistência, mas algum fator ainda indeterminado está prejudicando a capacidade dos eletrodos. Agradecimentos: Agradeço ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. Referências: [1] P. R. Impinnisi, J. Andrade, R. V. Palmer, Eletrodos positivos tubulares para baterias chumbo ácidas montados a partir de material ativo nanométrico. Química Nova. Vol. 34, n. 1 (2011) 106. [2] J. Andrade, P. R. Impinnisi, D. L. do Vale, Positive tubular elecrodes for lead acid batteries with 180 Ah kg-1, specific capacity. Journal of Power Sources.196 (2011) 4832. [3] D. Pavlov, A. Dakhouche and T. Rogachev. Journal of Power Sources 42 (1993) P. 71-88. [4] M. Bervas, M. Perrin, S. Geniès and F. Mattera. Journal of Power Sources, 173 (2007) 570. [5] A. Caballero, M. Cruz, L. Hernán, J. Morales and L. Sánchez, Journal of Power Sources, 113, (2003) 376. [6] S.V. Baker, P.T. Moseley and A.D. Turner, Journal of Power Sources, 27, (1989) 127 [7] D. Pavlov, Journal of Power Sources, 53 (1995) 9-21 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DE REDES AÉREAS PROTEGIDAS. Autor: Danilo Carvalho de Gouveia CNPq: 145195/2010-4 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Orientador: Dr. Guilherme Cunha da Silva Endereço Endereço Eletrônico: [email protected] Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Engenharias: 3.00.00.00-9, Engenharia Elétrica: 3.04.00.00-7, Materiais dielétricos: 3.04.01.04-6 Palavras-chave: dielétricos, envelhecimento, redes aéreas compactas. INTRODUÇÃO É fato reconhecido que as redes aéreas protegidas constituem uma excelente alternativa técnico-econômica para o aumento da confiabilidade dos sistemas aéreos de distribuição, particularmente para uso em regiões urbanas [1-3]. Todavia, experiências realizadas em diversas concessionárias apontam que, quando instaladas em regiões de elevada agressividade ambiental (por ex. regiões litorâneas e/ou pólos industriais) os materiais das redes aéreas protegidas não têm apresentado o desempenho esperado. Alguns mecanismos de degradação que ocorrem nestes materiais, principalmente quando expostos em ambientes de elevada agressividade ambiental, são: fotodegradação, trilhamento elétrico e erosão. OBJETIVOS Avaliar o desempenho de equipamentos e materiais de redes aéreas protegidas, principalmente espaçadores e isoladores, frente ao envelhecimento acelerado em laboratório. METODOLOGIA Foram adquiridos materiais novos de diferentes fornecedores, principalmente espaçadores, para caracterização e avaliação de desempenho em testes de envelhecimento acelerado. Também foram coletados de campo materiais para avaliação em laboratório. A caracterização dos materiais novos e envelhecidos foi realizada por meio de ensaio de multiestressamento, especificamente, através do ensaio de compatibilidade elétrica (Figura 1). Antes da execução do ensaio, foram realizadas inspeções visuais para identificação de falhas já existentes nos materiais. Entretanto, não foi constatada nenhuma variação significativa desses espaçadores. Figura 1 – Visão geral do ensaio de compatibilidade elétrica. A identificação dos conjuntos espaçador-amarração testados está apresentada na Tabela 1. Tabela 1 – Identificação dos espaçadores Teste 1 Teste 2 A 1 1 espaçador com acessório de fixação incorporado novo B 2 1 espaçador com acessório de fixação incorporado novo C 4 1 espaçador com anel de amarração novo D 5 1 espaçador com anel de amarração novo E 6 1 espaçador com anel de amarração novo F 7 G 8 H 9 I 3 1 espaçador com anel de amarração, com tempo de envelhecimento superior a 5 anos 1 espaçador com anel de amarração novo 1 espaçador com anel de amarração, com tempo de envelhecimento superior a 5 anos 1 espaçador com acessório de fixação incorporado com tempo de envelhecimento superior a 5 anos. O conjunto espaçador-amarração foi testado em duas etapas. Num primeiro momento, foi montado um conjunto com nove espaçadores, cabo mensageiro aterrado e três cabos fase com suas respectivas amarrações. O comprimento mínimo de três metros do cabo coberto foi respeitado, conforme estabelece a norma CODI-3.2.18.24.1 [4]. Estabeleceu-se que uma corrente elétrica aplicada nos condutores de modo que a temperatura da superfície do cabo atingisse 60°C. Todo circuito foi submetido a ciclos de aspersão de chuva de 1 mm/minuto com duração de cinco minutos, seguido de intervalos de quinze minutos sem aspersão. Para fins de estudo, a condutividade da água nessa primeira etapa foi estipulada em 1500 µS/cm, o dobro do exigido em norma. Esta também estabelece que a tensão aplicada deve ser duas vezes a tensão fase-terra do sistema. Assim, para os espaçadores de 13,8 kV ensaiados foi aplicada uma tensão de 16 kV fasefase. Numa segunda etapa, os espaçadores foram submetidos aos mesmos parâmetros de ensaio descritos anteriormente, porém com uma aspersão de água de condutividade três vezes maior do que a norma estipula, ou seja, com uma condutividade de 2250 µS/cm. A norma CODI-3.2.18.24.1 [4] estabelece que após um período de trinta dias de ensaio nenhum material do conjunto deve apresentar trilhamento, erosão, fissuras ou rachaduras. RESULTADOS No primeiro teste, realizado com uma condutividade de 1500 µS/cm, após 10 dias o ensaio foi desligado e os conjuntos espaçador-amarração foram avaliados por inspeção visual. Não foi observada presença de trilhamento, erosão, fissuras ou rachaduras em nenhum dos conjuntos. Após 30 dias, esse mesmo ensaio foi desligado e os conjuntos espaçador-amarração foram reavaliados por inspeção visual. Da mesma forma que na primeira inspeção não foi observada presença de trilhamento, erosão, fissuras ou rachaduras em nenhum dos conjuntos. No segundo teste, realizado com uma condutividade de 2250µS/cm, após 10 dias o ensaio foi desligado e os conjuntos espaçador-amarração foram avaliados por inspeção visual. Não foi observada presença de trilhamento, erosão, fissuras ou rachaduras em nenhum dos conjuntos. Após 30 dias o ensaio foi desligado e os conjuntos espaçador-amarração foram avaliados por inspeção visual. Da mesma forma que na primeira inspeção não foi observada presença de trilhamento, erosão, fissuras ou rachaduras em nenhum dos conjuntos. CONCLUSÕES O desenvolvimento realizado mostrou que tanto os espaçadores novos como os retirados de campo apresentaram bom comportamento durante os ensaios de compatibilidade elétrica. A fim de provocar um estresse ainda maior do que o estabelecido em norma foi utilizado como parâmetro de teste condutividade da aspersão de valor 1500 µS/cm. Após 30 dias de teste não foi verificado nenhum sinal de trilhamento elétrico e erosão nos materiais avaliados. Repetindo-se o ensaio com uma condutividade de 2250µS/cm, o comportamento dos materiais, após 30 dias, manteve-se também inalterado, não sendo verificado nenhum sinal de trilhamento elétrico e erosão nos materiais. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] SARDETO, E. Avaliação técnica, econômica e de impacto ambiental da implantação das redes compactas protegidas em Maringá. Monografia (Especialização) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1999. [2] DOI, H.; MIYUACHI, H.; MATSUMOTO, M. T. Cabos Cobertos com XLPE para Linhas Aéreas de Distribuição. Mundo Elétrico, p. 90-93, fev. 1987. [3] NISHIMURA, F.; CICARELLI, L.D.; MARTINS, J.P. Rede Aérea Isolada e Protegida de Média Tensão. Eletricidade Moderna, n. 241, p. 68-73, abr. 1994. [4] COMITÊ DE DISTRIBUIÇÃO Especificação de espaçador, separador e amarração para rede compacta de 13,8 kV e 34,5 kV. CODI-3.2.18.24.1, Rio de Janeiro 2000. MEDIDAS DE DEFORMAÇÃO ATRAVÉS DE FIBRAS ÓTICAS – MÉTODO DISTRIBUÍDO E CARREGAMENTO CÍCLICO Autor: Danilo Oliani CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 151184/2010-0 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Luiz Alkimin de Lacerda Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEC - DVPE Área de conhecimento: Engenharia Civil 3.01.00.00-3 Palavras-chave: Fibras óticas, Deformações, Método Distribuído, DTSS RESUMO ESTENDIDO A fibra ótica, que é um filamento fino, incolor e flexível, que poder ser de vidro ou plástico, possui muitas aplicações em razão da sua capacidade de transmissão da luz em seu interior. A área que está tendo uma maior demanda é a de telecomunicações, como, por exemplo, a internet por banda larga. Porém, o foco deste trabalho é no uso da fibra como sensor para monitoramento de deformações em estruturas. Basicamente, a fibra ótica é composta por um núcleo, capa protetora e interface. Seu princípio de funcionamento se baseia na diferença dos índices de refração entre o núcleo e o material que o reveste e possui diversas vantagens se a compararmos com cabos de cobre. Vantagens essas como: capacidade para transmitir altas taxas de informação, imunidade a interferências eletromagnéticas, baixa atenuação e segurança nos dados. O ensaio de tração tem o objetivo avaliar a capacidade da fibra em determinar valores de deformação quando sujeita a esforços cíclicos de tração. A partir dessa avaliação pode-se concluir se houve dano ou deformações plásticas evidentes na fibra, através da análise dos dados durante o carregamento e descarregamento. Para isso são utilizados dados de uma leitura convencional com extensômetro digital, além das medidas com o método distribuído de monitoramento de deformações, o DTSS. O ensaio foi realizado no laboratório LAME do LACTEC/UFPR, e foi executado em cinco dias úteis, um ciclo de carga executado por dia. Esses ciclos consistiam na aplicação de incrementos de cargas de tração, iguais a 0,25% do comprimento da fibra tracionado, equivalente a 12,5 mm, a cada 20 minutos até atingir a deformação total de 1%, 50 mm. 20 minutos depois, foi iniciado o descarregamento, até se obter a deformação inicial 0%. Na montagem do ensaio, foram utilizados aproximadamente 50 metros de tightbuffer amarelo, monomodo, sendo que somente 5 metros foram tracionados. Este trecho tracionado foi fixado entre duas âncoras, sendo uma fixa e outra móvel, com o auxilio de lixas, placas metálicas e parafusos. Para minimizar os efeitos do peso próprio da fibra, foi disposto sob o tightbuffer um apoio de madeira. O processamento dos dados retirados da unidade leitora, o DTSS, permitiu a obtenção dos gráficos referentes às deformações nos pontos sob tração e de gráficos que correlacionam as deformações lidas e aplicadas para cada um dos cinco ciclos, assim como as médias totais. A partir da análise dos gráficos, pode-se concluir que houve a sobreposição aparente das curvas de carregamento e descarregamento, indicando que não ocorreram danos ou deformações plásticas significativas dentro do intervalo de deformações impostas. Em outras palavras, pode-se afirmar que não ocorreu clara evidência do fenômeno da histerese, muito comum no ensaio de materiais, que é medida da perda de energia durante um ciclo de deformação e recuperação de um material. AGRADECIMENTOS Venho, por meio deste, agradecer ao CNPq/PIBITI – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à UFPR – Universidade Federal do Paraná e ao LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, pelo apoio financeiro, acadêmico e infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS - W. F. Giozza, E. Conforti, H. Waldman - Makrons Book - "Fibras ópticas tecnologia e projetos de sistemas", Makron Books do Brasil Editora Ltda (1991); - Tecnologia das Fibras Óticas Plásticas. Disponível em <http://www.lif.coppe.ufrj.br/Tecnologia_de_Fibras_Opticas_Plasticas-ve-1.pdf>. Acessado em 04 de Outubro 2010; - Revista Techne. Disponível em <http://revistatechne.com.br/engenharia- civil/60/imprime32444.asp>. Acessado em 07 de Outubro de 2010; - Interfaces e Periféricos USB. Disponível em <http://www.laercio.com.br/artigos/hardware/hard051/hard-051c.htm>. Acessado em 08 de Junho 2011; - Técnico Fibra Ótica. Disponível em <http://www.inetgiant.com.br/addetails/tecnico-fibra- optica/2813319>. Acessado em 08 de Junho 2011; - Radiação Eletromagnética. Disponível em <http://oescolar.wordpress.com/2008/02/11/radiao- electromagntica/>. Acessado em 08 de Junho 2011; - Aula rápida – Fibra ótica. Disponível em <http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed17/ed_17_Aula.pdf>. Acessado em 08 de Junho 2011; - FASA – Fibra ótica. Disponível em <http://www.fibraotica.com.br/news.html>. Acessado em 08 de Junho 2011; - Mapa Comunicação Mundial – Disponível em <http://info.abril.com.br/aberto/infonews/102008/08102008-9.shl>. Acessado em 13 de Junho 2011; - Fibras ópticas - uma realidade reconhecida e aprovada – Disponível em <http://www.rnp.br/newsgen/0203/fibras_opticas.html>. Acessado em 13 de Junho 2011; - Capítulo 1 - Propriedades Mecânicas. Disponível <http://www.poliuretanos.com.br/Cap8/812mecanicas.htm>. Acessado em 26 de Julho 2011. em TAXA DE DEGRADAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS DE AÇO CARBONO, EM FUNÇÃO DA SALINIDADE NO SUDESTE DO BRASIL: ESTUDOS DE CASO NO LITORAL PAULISTA E EM CAMPINAS, SP Autor: Dasio Roberto de Oliveira Junior CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 155250/2010-8 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Kleber Franke Portella Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEC - DVPE Área de conhecimento: 1.06.03.00-0 Fisico-química Palavras-chave: taxa de degradação, materiais da rede de distribuição de energia, aço carbono, taxa de corrosão. RESUMO ESTENDIDO INTRODUÇÃO O aumento na produção industrial com o intuito de suprir as necessidades da sociedade tem aumentado os processos industriais e concomitantemente a poluição atmosférica. As centrais de transmissão de energia e linhas de distribuição são exemplos de estruturas metálicas que estão expostas à atmosfera, e um aumento na poluição atmosférica acarreta em uma maior degradação dos materiais. [1]. A corrosão sendo um processo espontâneo, está constantemente transformando os materiais metálicos de modo que sua durabilidade e desempenho deixam de satisfazer os fins que se destinam. A ação corrosiva da atmosfera está fundamentalmente dependente de fatores meteorológicos, poluentes como íons cloretos, dióxido de enxofre, materiais particulados assim como o tempo em que a superfície permanece com filme de eletrólitos, gerando a necessidade de estudos contendo todos esses fatores, conforme descrito por Gentil apud Cecchini. [2]. Grandes regiões urbanas e industriais do estado de São Paulo necessitam enormes quantidades de energia, justificando a necessidade da implantação de centrais distribuidoras para atender a demanda assim como a necessidade de estudos que avaliem o tempo de vida útil das peças e estruturas utilizadas nessas centrais a fim de minimizar custos de reparos e reposições. OBJETIVOS O trabalho em questão foi desenvolvido com o intuito de estudar o desempenho do aço carbono 1020 em duas regiões distintas do estado de São Paulo: a região da cidade de Campinas e a região da Baixada Santista, mapeando e investigando o grau de corrosividade em cada região em função da salinidade e contaminantes atmosféricos sob os materiais metálicos de aço carbono expostos das redes de distribuição de energia. METODOLOGIA Para a classificação, correlação e mapeamento dos resultados obtidos referentes ao aço carbono 1020, foram instaladas 6 (seis) estações de corrosividade atmosférica (ECAs) com painéis de exposição conforme ABNT NBR 6209, [3] nas subestações (SE) de distribuição de energia da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Estas estão divididas em duas regiões de monitoramento: região de Campinas e região da Baixada Santista. Foram utilizados dois formatos diferentes de corpos de prova: placas e cilindros metálicos, chamados de cupons. Ambos foram padronizados, identificados, previamente limpos e medido suas dimensões conforme ABNT NBR 6210 [4]. Para a quantificação dos contaminantes atmosféricos, empregou-se a determinação da taxa de sulfatação total na atmosfera expressa em teores de SO2 conforme método da vela seca de chumbo descrito na ABNT NBR 6921 [5], a determinação do teor de deposição de cloretos conforme método da vela úmida descrito na ABNT NBR 6211 [6] e o índice de material particulado medido pelo sistema “direct dust distribution gauge (DDDG)” como descrito por Brambilla apud Nirro Research Institute e ESKOM et al. [7]. Os corpos de prova após período de exposição foram examinados visualmente e fotograficamente. A limpeza química desses corpos de prova para remoção de todos os produtos de corrosão formados e a determinação da massa foi utilizando a norma ASTM G1:1990 [8]. Para a classificação do grau de corrosividade atmosférica utilizou-se da norma ABNT NBR 14643 [9] que apresenta categorias de classificação que vão de C1 (muito baixa), à C5 (muito alta), envolvendo dados atmosféricos, juntamente com dados referentes à taxa de corrosão para o primeiro ano de exposição sobre metais-padrão. RESULTADOS A Tabela 1 reúne os principais resultados obtidos no estudo em questão. Nela estão compreendidos os valores de tempo de superfície úmida em horas por ano, concentração média anual de SO2 e Cl- em mg/m2.d, condutividade média anual dos materiais particulados em µS/cm, taxa de corrosão média anual das placas e cupons em g/m2.a, classificações da corrosividade da atmosfera conforme NBR 14643 [9], e o tempo de vida útil dos materiais para cada estação de corrosividade atmosférica. Tabela 1 – Resumo dos principais resultados obtidos no estudo. Região de Campinas Região da Baixada Santista ECA 1 - ECA 3 - SE Taquaral Tempo ECA 2 - SE ECA 6 - SE SE ECA 4 - SE Parisi ECA 5 - SE Praia Tanquinho Carioba 4334 4592 3629 3757 3711 3,0 ± 2,0 2,7 ± 1,2 5,7 ± 5,6 10,4 ± 8,5 7,0 ± 5,7 1,7 ± 0,8 1,6 ± 0,2 2,5 ± 1,1 5,6 ± 1,6 7,8 ± 3,1 63 ± 41,9 32 ± 6,0 218 ± 144,1 142 ± 105,5 C3 (média) C3 (média) C3 (média) C3 (média) Cubatão Grande de superfície úmida 3774 τ (horas/ano) Concentração média anual de 2,0 ± 2,0 SO2 (mg/m2.d) Concentração média anual de 2,3 ± 1,8 Cl- (mg/m2.d) Condutividade média anual dos materiais 65 ± 52,9 particulados 110 ± 72,3 (µS/cm) Corrosividade da atmosfera baseada em C3 dados (média) C3 (média) atmosféricos [NBR 14643] Taxa de corrosão média anual 423,1 98,4 ± 3,8 9,6 ± 3,0 148,2 ± 11,2 C2 (baixa) C2 (baixa) C2 (baixa) C4 (alta) de 52,8 ± 5,0 58,9 ± 8,3 73,0 ± 6,4 222 placas 9,8 ± 611,7 ± 23,1 410,4 ± 2,6 (g/m2.a) Corrosividade da atmosfera baseada taxa de corrosão de C4 (alta) C4 (alta) metais-padrão [NBR 14643] Taxa ± 310 ± 43,9 236 ± 29,6 corrosão média anual 21,4 cupons (g/m2.a) Corrosividade da atmosfera baseada taxa de corrosão de C2 (baixa) C2 (baixa) C2 (baixa) 7 5 C3 (média) C3 (média) C3 (média) 4 5 metais-padrão [NBR 14643] Tempo de vida útil (anos) 12 9 CONCLUSÃO As ECAs pertencentes a região de Campinas obtiveram os menores valores de taxa de corrosão média anual tanto para as placas quanto para os cupons, assim como a taxa média anual de cloretos, taxa média anual de dióxido de enxofre, condutividade média anual de material particulado que também foram menores se comparados aos mesmos parâmetros das ECAs da região da Baixada Santista. Em termos de classificação de corrosividade atmosférica baseada em dados meteorológicos as 6 (seis) ECAs foram classificadas como C3, corrosividade média, mas a classificação da corrosividade baseada em medidas da taxa de corrosão de metais-padrão, classificou as ECAs da região de Campinas como C2, corrosividade baixa e a região da Baixada Santista como C4, de corrosividade alta. A ECA 5 SE Praia Grande apresentou os maiores valores de íons cloretos pela sua proximidade ao mar, enquanto que os maiores valores de dióxido de enxofre dentre as estações estudadas, está localizada na ECA 4 SE Parisi devido a sua proximidade as indústrias do pólo industrial de Cubatão, causando assim a maior e mais acentuada degradação ao material metálico nesta localidade. A estimativa do tempo de vida útil de uma placa de aço carbono 1020 nas regiões estudadas variou de 4 a 12 anos, conforme grau de corrosividade apresentado pelas estações. A utilização dos cupons na determinação do grau de corrosividade atmosférica das subestações de distribuição de energia apresentaram os mesmo padrões de resultados das placas, ou seja, a região da Baixada Santista foi a mais afetada por processos corrosivos do que a região de Campinas. Com os cupons também pode se observar que a ECA mais degradada foi a ECA 4 SE Parisi, seguido da ECA 5 SE Praia Grande, como visto nas placas. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Companhia Paulista de Força e Luz - CPFL e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] SICA, C. Y.; Mapeamento da corrosividade atmosférica de São Luiz – MA e a correlação das variáveis ambientais que influenciaram na degradação dos materiais metálicos. Curitiba, 2006. 128f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná. [2] GENTIL, V.; Corrosão 2ª Edição, Ed Guanabara Dois, 1992 [3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6209: materiais metálicos não revestidos – ensaio não acelerado de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1986, 5 p. [4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6210: preparo, limpeza e avaliação da taxa de corrosão de corpos de prova em ensaios de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1982, 16 p. [5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6921: sulfatação total na atmosfera – determinação da taxa pelo método da vela de dióxido de chumbo. Rio de Janeiro, 2002, 7 p. [6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6211: determinação de cloretos na atmosfera pelo método da vela úmida. Rio de Janeiro, 2001, 6 p. [7] BRAMBILLA, K.J.C; Investigação do grau de corrosividade sobre materiais metálicos das redes aéreas de distribuição de energia elétrica (RD) da Região Metropolitana de Salvador-BA. Curitiba, 2011. 118f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná [8] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM G 1-90: Preparing, Cleaning, and Evaluating Corrosion Test Specimens. 1990, 7 p. [9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14643: corrosão atmosférica – classificação da corrosividade de atmosferas. Rio de Janeiro, 2001, 11 p. DESENVOLVIMENTO DE UM PERMEÂMETRO DE PAREDE FLEXÍVEL Autor: Débora Tomaselli CNPq 149436/2010-6 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Rodrigo Moraes da Silveira Endereço Eletrônico: Endereço [email protected] [email protected] Eletrônico: Departamento: DPEC - DVPE Área de conhecimento: Mecânica dos solos 3.01.03.03 Palavras-chave: ensaios de laboratório, equipamentos, solos RESUMO ESTENDIDO A permeabilidade é uma importante propriedade dos solos, envolvida em muitos problemas de engenharia. Este projeto tem a finalidade de apresentar o desenvolvimento de um permeâmetro de parede flexível, equipamento utilizado na determinação da condutividade hidráulica de solos com baixa permeabilidade. A verificação do funcionamento do sistema desenvolvido foi feita a partir da realização de ensaios em amostras pouco permeáveis, e calculados os coeficientes de condutividade hidráulica destas amostras. Para os ensaios e seleção dos equipamentos foram seguidos os procedimentos indicados pela NBR 14545, que descreve os métodos para a determinação do coeficiente de condutividade hidráulica à carga variável. Seguiu-se as recomendações para o método A descrito pela norma, que utiliza contrapressão para a saturação do corpo de prova. Os equipamentos utilizados são, basicamente, uma câmara de confinamento, no interior da qual o corpo de prova fica instalado e é confinado pela pressão aplicada no fluido que o envolve dentro da câmara; o sistema hidráulico composto por acumuladores de água e fontes de pressão, que fornecem as cargas hidráulicas e as pressões necessárias à saturação da amostra; e o sistema de monitoramento das pressões aplicadas, realizado por meio de transdutores de pressão. Além destes, para a montagem das linhas de drenagem, são necessárias mangueiras rígidas de PEAD, conexões, válvulas e registros, que servem para a montagem do sistema hidráulico e para que possa ser feita a aplicação das pressões, controle e direcionamento do fluxo. A câmara utilizada é uma célula triaxial semelhante à usada em ensaios triaxiais, com um termômetro acoplado à tampa. É composta por uma base com válvulas de entrada/saída de fluxo, com conexão à base e ao topo do corpo de prova e ao interior da câmara de confinamento. Dentro da câmara o corpo de prova é posicionado com o uso de um cabeçote, que também conduz o fluxo ao topo (interior) da amostra. Nas extremidades do corpo de prova se situam duas pedras porosas e este é envolvido por uma membrana elástica, com a vedação completada com o uso de o’rings. Os acumuladores de água de volume conhecido foram projetados especialmente para este trabalho, e servem para o fornecimento das cargas hidráulicas. Também utilizou-se uma bureta graduada com leitura automatizada de volume para o recebimento do fluido percolado. As fontes de pressão utilizadas são dois equipamentos servo-controle de pressão. Também é utilizado o equipamento que fornece a pressão por meio de ar comprimido, com dois manômetros para controle da pressão. Os transdutores de pressão são utilizados para para ler a poro-pressão na etapa de verificação da saturação através do parâmetro B. O software que lê esses valores é o Field Chart da NOVUS. As amostras ensaiadas são uma mistura de solos naturais contendo diferentes porcentagens de bentonita, uma mistura de argilas de grãos finos que diminui a permeabilidade do solo. As amostras foram compactadas em suas umidades ótimas, e moldadas em forma de cilindro com 5cm de altura e 5cm de diâmetro. Após a montagem do corpo de prova no permeâmetro, e enchimento da câmara com água, dá-se início à primeira etapa do ensaio, que é a percolação de água. É realizada com fluxo ascendente, da base para o topo do corpo de prova. Se a amostra for muito impermeável, não é necessário realizar esta etapa e pode-se iniciar já com a fase de saturação. A pressão efetiva [diferença entre a pressão interna (contrapressão) e a externa (confinante)] é de 20kPa. A saturação por contrapressão é feita aplicando-se pressões em acréscimos de 50 kPa, com uma diferença de 30kPa entre a confinante e a base/topo (pressão efetiva). O corpo de prova deve ficar, no mínimo, uma hora em cada incremento de pressão de 50 kPa. Nesta etapa usou-se dois equipamentos servo-controle de pressão, um para fornecer a pressão confinante e outro para fornecer a contra-pressão na base e topo, de mesma intensidade. Deve-se conectar um transdutor de pressão à base para medir a poro-pressão, sendo o seu valor lido no software Field Chart. Quando se atingem os valores pré-definidos de pressões, geralmente em torno de 700 kPa, mede-se o parâmetro B, a partir do fechamento da válvula da contrapressão e de um incremento de 20 kPa na pressão confinante, verificando o aumento na poro-pressão lida pelo transdutor de pressão. Se a variação da poro-pressão dividida pela variação da confinante for maior ou igual a 0,98, o corpo de prova se encontra saturado e pode-se seguir para a última etapa do ensaio. A última etapa é o ensaio de permeabilidade propriamente dito, realizado com a mesma pressão efetiva de 30 kPa usada na saturação e com uma diferença de 10 kPa entre as pressões na base e no topo (gradiente de pressão), sendo a da base maior para o fluxo ser ascendente. Nos ensaios realizados utilizou-se a bureta graduada para recebimento do percolado, com leitura automatizada da variação de volume com o tempo. A partir dos dados adquiridos pelo software usou- se a média entre os valores relativamente próximos, de preferência os valores obtidos no início de ensaio, pois a condutividade tende a diminuir com tempo em razão da diminuição da carga hidráulica. Os coeficientes de condutividade hidráulica foram calculados a partir do método de carga hidráulica variável, que é o utilizado nos ensaios, e também pelo método de carga constante, pois como as amostras eram pouco permeáveis e o acumulador utilizado foi o de maior diâmetro, a coluna de água variava muito pouco em um grande intervalo de tempo, podendo ser considerada constante. Os ensaios no permeâmetro ocorreram de modo satisfatório, havendo uma concordância entre os resultados obtidos e os esperados pela porcentagem de bentonita das amostras. Observouse, de uma maneira geral, uma diminuição da condutividade hidráulica com o aumento da procentagem de bentonita. Deve-se levar em conta também outros fatores que alteram a permeabilidade das amostras, como o grau de saturação alcançado e o índice de vazios obtido. A simplificação dos cálculos dos coeficientes, considerando a carga hidráulica constante, mostrou bons resultados. Os resultados se mostraram equivalentes, não havendo alteração na ordem de grandeza dos valores. Quanto aos procedimentos de ensaio, alguns tiveram que ser realizados novamente devido a vedação incorreta do corpo de prova, ocorrendo o inchamento do mesmo. Foi alcançado o objetivo de desenvolver um sistema capaz de medir a condutividade hidráulica de solos de baixa permeabilidade com o uso de um permeâmetro de parede flexível. O conjunto de equipamentos utilizados atendeu a exigência do projeto, possibilitando a realização eficiente dos ensaios e a obtenção de resultados compatíveis, com valores de condutividade hidráulica na ordem de 10-7 cm/s a 10-9 cm/s. Este estudo é importante para verificar se é adequado utilizar determinado solo em situações que se necessite construir uma barreira impermeável, como no caso dos aterros sanitários. Também pode-se determinar a mistura ideal do solo natural com bentonita para garantir a impermeabilização que se deseja, de acordo com as características de cada solo. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à Universidade Federal do Paraná e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS DOURADO, K.A., Condutividade hidráulica de materiais de baixa permeabilidade: desenvolvimento, construção e teste de um sistema de medida. São Carlos, SP, 2003. LUKIANTCHUKI, J.A., Influência do teor de bentonita na condutividade hidráulica e na resistência ao cisalhamento de um solo arenoso utilizado como barreira impermeabilizante. São Carlos, SP, 2007. NBR 14545 – Solo – Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos argilosos à carga variável. NBR 7182 – Solo – Ensaio de Compactação. ORTIGÃO, J.A.R., Introdução à mecânica dos solos dos estados críticos, 3ed. Terratek, Rio de Janeiro, RJ, 2007. PINTO, C. de S., Curso Básico de Mecânica do Solos, 3 ed. Oficina de Textos, São Paulo, 2006. SILVEIRA, R. M., Propriedade geotécnicas dos solos coluvionares do gasoduto Bolívia-Brasil em Timbé do Sul (SC), Porto Alegre, RS, 2003. VARGAS, M., Introdução à Mecânica dos Solos. 509p. Ed. Da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1977. ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS RELACIONADOS À BIOCORROSÃO DE METAIS. Autor: Diogo Filipe Rosso CNPq 129215/2010-4 Bolsista PIBITI/CNPq -LACTEC– 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Roberta Rizzo Domingues Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM – DVMT Área de conhecimento: Eletroquímica 1.06.03.02–6; Microbiologia 2.12.02.00-1 Palavras-chave: corrosão microbiológica, biofilme. RESUMO ESTENDIDO Introdução A fixação de células sobre superfícies bióticas ou abióticas é o passo inicial do desenvolvimento de biofilmes, os quais se iniciam como um processo reversível, tornando-se irreversível (Caiazza et al., 2004). Dessa forma, são criadas condições para que substâncias sejam sintetizadas por microorganismos, as quais podem contribuir para a corrosão e degradação de tais superfícies, oferecendo grandes perigos para os processos envolvidos. De acordo com Eguía e Trueba (2007), os biofilmes compostos por micro-organismos (biofouling microbiano ou microfouling) podem dar origem à acumulação de macro-organismos. Assim, durante as últimas décadas o estudo da corrosão influenciada microbiologicamente (microbiologically influenced corrosion, MIC) tem recebido considerável atenção (DUBEY et al., 1999), particularmente devido aos grandes problemas causados pela biocorrosão. Objetivos O objetivo principal deste trabalho foi a caracterização dos micro-organismos relacionados à corrosão responsáveis pela formação de biofilmes sobre superfícies metálicas, em corpos-de-prova (CP’s) instalados em diversos pontos de coleta da Usina Hidroelétrica Tucuruí, Tucuruí, PA, Brasil, através de técnicas de microbiologia clássica e biologia molecular Metodologia Os pontos de coleta do material biológico estão localizados na Usina Hidrelétrica Tucuruí, Tucuruí, PA. Para tal, caixas de acrílico transparente foram construídas e cada uma destas caixas permitiu a instalação de corpos-de-prova metálicos em estações de testes, pelas quais circulou água do rio Tocantins. Para a obtenção do material de inóculo, raspou-se os corpos de prova com lâminas esterilizadas separadamente. Os inóculos foram preparados pela adição do material raspado a frascos Erlenmeyers contendo 200 mL de solução salina (NaCl 0,85%). Após a homogeneização completa de todas as amostras (inóculos), inoculou-se, com auxílio de uma pipeta automática, 100 µL destas em placas de Petri contendo meio de soja (triptic soy casein) previamente esterilizado em autoclave a 121ºC e 1 atm. O inóculo foi espalhado com alça de Drigalski e as placas foram incubadas à temperatura de 25ºC em BOD, durante 2 a 3 dias. Além do meio de soja para cultivo e isolamento de bactérias relacionadas à formação dos biofilmes, foi utilizado Agar MacConkey para a contagem de bactérias gram-negativas, que foram inoculados e incubados da mesma forma como descrito acima. Os isolados foram inicialmente separados pela técnica da coloração de Gram, a qual diferencia micro-organismos com base na composição da parede celular dos mesmos. A avaliação da presença de bactérias oxidantes de ferro se dá pela utilização do meio de cultivo Leathen-Mcintyre-Braley. A coloração de Gram conforme Konemam et. al (2001) é o procedimento descrito para a identificação das bactérias oxidantes de ferro por microscopia óptica. As lâminas são comparadas com fotos existentes no livro Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (1999) para a visualização das possíveis bactérias presentes. As amostras também foram inoculadas em meio especifico para bactérias redutoras de sulfato. Para este experimento, foram utilizados tubos com ausência de oxigênio, necessária para o crescimento e posterior isolamento de BRS. Ainda assim, a identificação de bactérias anaeróbias, como Desulfovibrio, é difícil e demorada por meio dos métodos convencionais. Na tentativa de minimizar estas dificuldades, as técnicas de metagenômica surgiram como uma estratégia para acessar a diversidade microbiana de amostras ambientais de maneira rápida e eficiente. O DNA purificado a partir da amostra é representativo de todos os micro-organismos presentes nesta. Por meio de sua amplificação com oligonucletídeos específicos para determinadas seqüências de DNA, é possível identificar, dentre as inúmeras espécies presentes, apenas os microrganismos de interesse. Os oligonucleotídeos iniciadores PA-GS-F e PA-GS-R possibilitaram a amplificação de fragmentos de DNA com tamanho de 618 pb, tendo como alvo todas as bactérias do gênero Pseudomonas sp, outro grupo de estudo. Resultados Verificou-se, em ambas as coletas, a presença de bacilos Gram-positivos, bacilos Gramnegativos, cocobacilos Gram-negativos, cocos Gram-positivos, bactérias filamentosas Gram-positivas e Gram-negativas. Através da figura 1, é possível visualizar a grande variabilidade e diversidade morfológicas dos micro-organismos isolados, confirmando a grande incidência de diferentes grupos relacionados à formação de biofilmes e à corrosão microbiológica. A B FIGURA 1 – Isolados microbianos. A – Leveduras; B – Bactérias em morfologia de estafilococos. Aumento de 1000x.FONTE: O autor. Os produtos das reações de PCR (reação em cadeia da polimerase) foram visualizados em gel de agarose, com auxílio do uso do marcador de peso molecular de 1Kb (Invitrogen). Os resultados foram agrupados e a figura abaixo foi dividida para melhor visualização dos resultados obtidos. Figura 2 – Amplificação de regiões do DNA ribossomal 16S de grupos bacterianos utilizando os oligonucleotídeos iniciadores. Marcador de peso molecular: DNA ladder 1 Kb (Invitrogen). Fonte: o autor. É possível observar claramente, resultados positivos, para as bactérias correspondentes aos grupos 2, 5 e 6, nos quais estão presentes os gêneros Desulfobulbus sp, Desulfovibrio sp, Desulfosarcina sp, entre outros. Para os grupos 2 e 4, no entanto, um arraste pode ser visualizado, o qual pode ser resultado da inespecificidade enzimática ou mesmo do primer na reação de amplificação. Para as reações de identificação de Pseudomonas sp, uma banda pode ser observada, correspondendo ao DNA total extraído do corpo-de-prova referente à segunda coleta. Isso comprova a presença desse grupo como participante dos processos de formação de biofilme. Conclusão O estudo realizado possibilitou, assim, o conhecimento dos principais organismos microbianos que podem estar envolvidos na formação de biofilmes e na biocorrosão. Ainda assim, é de grande importância ressaltar que na continuação do presente, buscará a maior padronização e aperfeiçoamento de técnicas, de maneira a garantir resultados relevantes e confiáveis. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBIT/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para elaboração desse projeto de pesquisa e de desenvolvimento, ao LabMicro (Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular – UFPR) pelo apoio de infra-estrutura, às professoras Ida Chapaval Pimentel e Patrícia do Rocio Dalzoto por co-orientarem o projeto e ao Doutorando Paulo Roberto Dantas Marangoni pela ajuda na execução desse trabalho. REFERÊNCIAS ARAQUE, Y., et al. Identificación bioquímica y PCR especie-específica de cepas de Burkholderia cepacia de origen hospitalario y ambiental en Venezuela. Revista de la Sociedad Venezolana de Microbiología 2008; 28:82-88 Caiazza NC, O’Toole GA. SadB is required for the transition from reversible to irreversible attachment during biofilm formation by Pseudomonas aeruginosa PA14. J Bacteriol, 2004;186:4476–85. COSTERTON, J.W.; GEESEY, G.G.; CHENG, K.J. Phenomena of bacterial adhesion. Bacterial Adhesion. 1985; ed. D.C. Savage & M. Fletcher. Plenum Press, New York, pp.3-43. Eguía, E., Trueba, A., 2007. Application of marine biotechnology in the production of natural biocides for testing on environmentally innocuous antifouling coatings. Journal of Coatings Technology and Research 4 (2), 191–202. KONEMAN, E. W; ALLEN, S. D; DOWELL, V. R; JANDA, W. M; SOMMERS, H. M; WINN, W. C. Diagnóstico microbiológico, 4ª edição, Ed Medica Panamericana (2001). AVALIAÇÃO DO SOM COMO BARREIRA COMPORTAMENTAL PARA PEIXES EM PASSAGENS HIDRÁULICAS DE PLANTAS HIDRELÉTRICAS. Autor: Douglas Tsuyoshi Nakayama CNPq 127013/2010-5 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Orientador: Tânia Lúcia Graf de Miranda Endereço [email protected] Endereço [email protected] Eletrônico: Eletrônico: Departamento: DPRA - DVMA Área de conhecimento:. Zoologia Aplicada 2.04.06.00-2 Palavras-chave: Pimelodus sp; Leporinus sp; som. RESUMO ESTENDIDO Introdução Um dos grandes impactos a fauna, oriundo da operação das usinas hidrelétricas é a mortalidade de peixes durante as partidas de grupos hidrogeradores de energia elétrica ou operações do síncrono ou ainda durante paradas de manutenção de UHEs são eventos mundialmente conhecidos e de certa forma comuns (Araújo, 1998; Araújo et al., 2003; Araújo et al, 2000; LIGHT, 1993). Durante as paradas do grupo gerador para a manutenção ou durante as operações de síncrono, que são rotinas corriqueiras em usinas hidrelétricas, os peixes atraídos pelo fluxo da água ficam aprisionados dentro da tubulação, podendo causar uma grande mortandade destes peixes, tanto por danos mecânicos ou pela variação brusca de pressão, no momento do reinicio do funcionamento do grupo gerador (Larinier Michel, 2000; CADA 1997). Eventos de mortandade são também observados quando da passagem de peixes por turbinas no sentido montante-jusante, mas estes são mais raros e menos documentados em trabalhos técnicos e científicos. Como a mortalidade de peixes causada pelas operações das usinas é considerada danos à fauna tanto pela legislação federal (e.g., Lei de Crime Ambientais, Lei 9.605 de 13/02/98) quanto pelas legislações estaduais, às concessionárias estão sujeitas às penalidades previstas na Lei. Objetivos Desta forma, dentre os objetivos deste projeto, temos, além de estudar biologia reprodutiva a jusante e a montante dos principais barramentos ao longo do Sistema Light no rio Paraíba do Sul, promover a prevenção de mortalidades de peixes em passagens hidráulicas nas plantas das UHEs através de proposição de soluções tecnológicas. Com isso, o presente plano de estudo pretende analisar soluções tecnológicas para problemas específicos de mortalidade de peixes em sistemas de usinas, utilizando-se como barreira comportamental o som para produzir uma barreira eficaz no afugentamento de peixes e assim impedindo a entrada de cardumes no interior das tubulações durante as paradas. Metodologia O experimento foi divido em duas etapas: uma utilizando os peixes da espécie Leporinus sp e a outra utilizando Pimelodus sp. Na primeira etapa foram separados 120 peixes da espécie Leporinus sp e divididos em 12 grupos de 10 indivíduos. Na segunda etapa foram separados 48 peixes da espécie Pimelodus maculatus e divididos em 12 grupos de 4 indivíduos. Para a realização do experimento foi utilizado duas calhas medindo 81cm de comprimento por 20cm de altura, cada calha foi dividida em três quadrantes medindo 20,2cm cada quadrante. Esta calha foi preenchida com 15 litros de água, que foi substituída a cada repetição para que não houvesse a interferência de mensageiros químicos provenientes dos peixes. Para a produção do som, foi utilizada uma buzina subaquática para mergulho que foi acoplado a um cilindro de ar comprimido. Cada repetição foi realizada em duas fases, a primeira fase os peixes foram colocados na calha com a buzina posicionada, porém desligada para que o resultado não fosse influenciado pela introdução de um material estranho na água, desta forma foi feita à filmagem por 10 minutos. Após este período a buzina foi ligada e o experimento foi filmado por mais 10 minutos para verificar qual seria a reação dos indivíduos com a produção de som no meio. Dessa forma realizou-se um total de 12 repetições. Posteriormente foram feitos as analises das filmagens, identificando a localização dos indivíduos dentro dos quadrantes a cada 30 segundos. Para padronização deste processo foi considerada a localização da cabeça do peixe, caso esteja sobre a linha de divisão dos quadrantes. Resultado Para a análise dos resultados, os dados foram agrupados em uma média de ocupação em cada quadrante. Na Figura 6 foram representas as médias de ocupação da calha experimental de leporinus sp. Após a colocação do estímulo sonoro no experimento, no primeiro quadrante, é possível observar que há uma diminuição de ocupação no quadrante um, três e quatro. E um aumento significativo na ocupação no quadrante 2. 70 60 50 40 Média Sem som 30 Média Com som 20 10 0 1 2 3 4 Figura 6. Média de ocupação de Leporinus sp na calha experimental. Na Figura 62 foram representas as médias de ocupação da calha experimental de Pimelodus maculatus. Após a colocação do estímulo sonoro no experimento, no primeiro quadrante, é possível observar que há uma diminuição de ocupação no quadrante um, dois e quatro. E um aumento significativo na ocupação no quadrante três. 60 50 40 30 Média sem som Média com som 20 10 0 1 2 3 4 Figura 2. média de ocupação de Pimelodus maculatus na calha experimental. Em seguida os dados foram analisados pelo método de variância Two Way ANOVA e posterior analise pelo teste de Tukeye com o nível de significância de (P = <0,05) a fim de compreender se houve diferença significativa entre os quadrantes. Foi observado uma diferença significativa no quadrante 2 para Leporinus sp e uma diferença significativa no primeiro quadrante para Pimelodus maculatus. Nos outros quadrantes não foram encontrados diferenças significativa entre a fase inicial (sem o estímulo) e a segunda parte (com estímulo) do experimento. Conclusão Este experimento não apresentou resultados positivos após análises estatística para Pimelodus sp e Leporinus sp, porem apresentou resultado positivo ao se analisar as médias de ocupação dos quadrantes. Isto pode estar relacionado ao afugentamento dos peixes pelas bolhas produzidos pelo equipamento e nãos pelo estimulo sonoro. Desta forma seria interessante a realização de estudos mais aprofundados de barreira comportamental utilizando bolhas de ar para o afugentamento de peixes em usinas hidrelétricas a fim de impedir a mortalidade de peixes nas partidas de grupos hidrogeradores de energia elétrica ou operações do síncrono ou ainda durante paradas de manutenção de UHEs. Agradecimentos O autor agradece ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, aos orientadores Tânia Lúcia Graf de Miranda, Leonardo Pussieldi Bastos e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. Referências ARAÚJO, F. G. 1998. Adaptação do Índice de Integridade biótica usando a comunidade de peixes para o Rio Paraíba do Sul. Rev. Brasil. Biol., 58(4):547-558. ARAÚJO, F. G.; DUARTE, s. GOLDEBERG, r. s. & FICHBERG, I. 2000. ciclo reprodutivo de Parauchenipterus striatulus (Pisces – Auchenipteridae) na represa de Ribeirão das Lajes – RJ. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. Belo Horizonte, 52(3):?. ARAÚJO, F. G.; FICHBERG, I.; PINTO, B. C. T. DUARTE, s. GOLDEBERG, r. s. & PEIXOTO, M. G. 2003. A preliminary index of biotic integrity for monitoring the condition of the Rio Paraíba do Sul, southeast Brazil. Environmental Management, 32(4): 516-526. CADA, G. F.1997.”Shaken, Not Stirred; the recipe for a Fish-Friendly tutbine”. Waterpower 97, Prociedings of the International conference & Exposition on hydropower, Atlanta, Georgia, August 5-8 New York: American Society of civil Engineers. Larineer Michel, Dams end fish Migration, papers to the World commission on Dams, 2000. LIGHT, 1993. Usina Hidrelétrica Ilha dos Pombos: aspectos relativos à ictiofauna do rio Paraíba do Sul. Relatório interno. 45p. ESTUDO DA DIRUPÇÃO DE FILMES EM SULFATO DE SÓDIO. Autor: Éder José Barbieri CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 106911/2011-2 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Patricio Rodolfo Impinnisi Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM/DVMI Área de conhecimento: Físico Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: Placa negativa. Sulfato de sódio. Dirupção de filmes INTRODUÇÃO A velocidade máxima de carga de uma bateria está relacionada com o tipo de filme de sulfato de chumbo que se forma na superfície das placas. Estudos prévios já desenvolvidos mostraram que em ácido sulfúrico estes filmes apresentam uma parta continua (colada à placa) de rápida redução e uma parte dirupta (na forma de cristais) que demora a ser reduzida (dissolver os cristais) durante a carga. O trabalho aqui apresentado é uma seqüência dos trabalhos já realizados em ácido sulfúrico, com o fim de complementar a visão da estrutura dos filmes de sulfato de chumbo que se formam nas baterias de chumbo-ácido. Por traz deste estudo está o objetivo de desenvolver um procedimento de carga rápida para baterias de chumbo-ácido que leve em consideração a natureza do filme de sulfato de chumbo (produto da descarga e que deverá ser reduzido na carga). OBJETIVOS Observar se os mecanismos de formação e redução dos filmes dirupto e contínuo de sulfato de chumbo permanecem os mesmos no caso de placas de baterias comerciais (os estudos prévios foram realizados em eletrodos planos); Determinar se em solução de sulfato de sódio todo o filme de sulfato de chumbo que se forma na descarga é 100% do tipo contínuo; Determinar se este filme pode ser reduzido rapidamente (por não apresentar parte dirupta que é controlada pela velocidade de dissolução) por meio de técnicas galvanostáticas; propor uma seqüência de trabalhos para montar uma bateria com sulfato de sódio. METODOLOGIA Foram realizados dois tipos de estudos diferentes, voltametrico e galvanostatico. Para todos os ensaios realizados, a configuração da célula eletroquímica continha um eletrodo central (placa negativa retirada de um bateria comercial de 4,5Ah 12 v VRLA), dois contra-eletrodos(placas positivas retiradas da mesma bateria que o eletrodo de trabalho) paralelos ao central e um eletrodo de referência de Hg/Hg2SO4/Na2SO4 1,0 mol. A solução eletrolítica utilizada foi, em todos os casos, de Na2SO4 1,0 mol. RESULTADOS O gráfico da Figura 1 mostra o comportamento do potencial de uma placa negativa de 1 cm2 ao longo de ciclos de carga e descarga descritos no item de procedimento experimental. As cargas todas realizadas de forma idêntica e as descargas foram realizadas com correntes distintas. Figura 4: Representação gráfica do estudo galvanostatico da placa negativa com área de 1 cm2 O potencial da placa foi medido em relação ao eletrodo de referência de Hg/Hg2SO4/Na2SO4 1 molL-1. Por uma limitação do equipamento o sensor positivo de tensão teve de ser colocado ao eletrodo de referência e o sensor negativo, na placa negativa (eletrodo de trabalho), por este motivo os valores de potencial são todos positivos ao contrário do que se esperaria [16]. Nota-se que a duração das descargas é distinta, devido aos diferentes valores de corrente utilizado nestas etapas. Uma característica importante que se verifica na Figura 4 é que o valor de potencial durante apresenta dois patamares bem distintos. O primeiro deles, em torno de 0,95 V, referente a redução do PbSO4 e o segundo, em torno de 1,6 V onde a reação de evolução de H2 ocorre preferencialmente. No caso de baterias chumbo ácido típicas, não há uma transição tão nítida entre os períodos da carga onde ocorrem preferencialmente as reações citadas, ou seja, há um momento durante a carga em que ambas as reações são significativas e a transição entre os patamares de potencial não é tão nítida. A Figura 5 mostra o valor da carga elétrica que passa pelo eletrodo durante os ciclos mostrados na Figura 4. Figura 5: Representação gráfica do tempo em relação ao AhStep da placa negativa com área de 1 cm. A capacidade de uma placa é o valor da sua carga elétrica medida durante sua descarga. A capacidade original da placa negativa em ácido sulfúrico que foi utilizada neste estudo é de aproximadamente 1,5 Ah. Porém como está representada na Figura 5 nossa placa negativa em sulfato de sódio apresentou uma capacidade média de 2 Ah. Não só o tempo de descarga, mas também a própria capacidade da placa varia para distintas correntes de descarga. Devido a características da placa porosa e da espessura dos filmes de descarga formados, conforme cita o Dr. Juliano de Andrade. Podemos observar também que o valor da carga durante a recarga é sempre ligeiramente maior que na descarga. CONCLUSÕES Através destes estudos foi possível averiguar que as placas negativas em contato com o Na2SO4 apresentarão uma capacidade relativamente maior do que quando em contato com o H2SO4. Como já foi citada a nitidez com que as reações acontecem é um indício de que o mecanismo de redução do PbSO4 em Na2SO4 é distinto daquele em H2SO4. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. Ao professore Dr. Patrício R. Impinnisi e Dr. Juliano de Andrade, por contribuírem para o desenvolvimento do projeto de pesquisa, na análise de resultados e proposta do modelo teórico, e pela contribuição ao aprimoramento da formação profissional da bolsista. Aos colegas de laboratório pelo apoio e força durante todo o processo de execução do projeto. REFERÊNCIAS [1] VARELA, F. E., VELA M. E., VILCHE, J. R., ARVIA, A. J. Kinetics and mechanism of PbSO4 electroformation on Pb electrodes in H2SO4 aqueous solutions Electrochimica Acta. v. 38 n. 11, p 1513 – 1520, 1993. [2] BULLOCK, K. R., PAVLOV, D. (Eds.), Advances in Lead Acid Batteries, The Electrochemical Society, Pennington: NJ. 1984. [3] ARCHDALE, G., HARRISON, J. A. The electrochemical dissolution of Pb to form PbSO4 by a solution precipitation mechanism. Journal of Electroanalytical Chemistry. N.34, p. 21, 1972. [4] OGURA, K. A dissolution-precipitation model for metal passivation. Electrochimica Acta. v. 25, n. 3, p 335-339, 1980. [5] SCHULTZE J. W., LOHRENGEL, M. M., ROSS D. Nucleation and Growth of Anodic Oxide Films. Electrochimica Acta. v. 28 n. 7, p 973-984, 1983. [6] CHAO, C. Y., LIN, L. F., McDONALD, D. D. A Point Defect Model for Anodic Passive Films I. Film Growth Kinetics. Journal of electrochemical Society. v. 128, n. 6, p1187, 1981. [7] SEHMALZRIED, H., BACKHAUS-RICOULT, M. 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V., Cinética de crescimento de filmes de passivação. In: Conf. Plen. – XI Congresso Ibero-Americano de Eletroquímica, Tenerife, 1991. Anais p.25-49 [14] PRATTA, P. M. P, D'ALKAINE C. V. Ruptura de Filmes Anódicos quando da eliminação do campo elétrico através dos mesmos. O sistema Pb/PbSO4/H2SO4. .In: SIBEE, XIV., 2004, Teresópolis, Resumos. [15] DALKAINE, C. V., GARCIA, C. M., BRITO, G. A. O., PRATTA, P. M. P., FERNANDES, F. P. Disruption processes in films grown and reduced electrochemically on metals. Journal of Solid State Electrochemistry. n. 11, p.1575 – 1583, 2007. [16] DE ANDRADE, Juliano. Estudo do mecanismo da carga pulsada em eletrodos planos de Pb e em eletrodos porosos de baterias chumbo ácido. Curitiba,2005. 95 p. Tese (Doutorado) Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Engenharia, Área de Concentração: Engenharia e Ciências dos Materiais. Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná. AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE COMPÓSITOS POLIPROPILENO/FARELO DE MAMONA POR FUNGOS XILOFÁGOS Autor: Evelyn Thaís Xavier SIlva CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 137945/2010-8 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Ricardo Ferracin Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Químca de Produtos Naturais 1.06.01.05-8 Palavras-chave: compósitos, polipropileno, farelo de mamona, Biodegradação. RESUMO ESTENDIDO 1 – INTRODUÇÃO Materiais compósitos poliméricos a partir de produtos madeiráveis (fibras de madeira) e de não-madeiráveis (fibras vegetais), bem como resíduos agroindustriais (farelos e tortas de oleaginosas), têm sido investigados como fontes para produção de novos materiais, pois são de origem renovável, baixo custo, abundância, entre outras. Os materiais compósitos poliméricos estão sendo cada vez mais incorporados aos produtos em distintos setores, seja no setor elétrico, como em quadro de distribuição de residenciais de energia; no setor automobilístico, em peças internas dos automóveis, revestimentos, portas; no setor de construção civil, em pisos laminados, divisórias, entre outros. Os artefatos produzidos com os polímeros sintéticos convencionais são considerados inertes ao ataque imediato de microrganismos. Como conseqüências, provocam sérios problemas ambientais, pois após seu descarte, demoram em média 100 anos para se decomporem, aumentando assim a cada dia, a quantidade de lixo polimérico descartado no meio ambiente (ROSA et al., 2001), portanto, nos últimos anos uma atenção especial tem sido a incorporação de matériasprimas de origem vegetal no desenvolvimento de novos materiais poliméricos, uma vez que as propriedades destes novos materiais dependem da morfologia do sistema, de seus componentes, da proporção de cada um e, principalmente, da interface entre eles, a qual tem influência dominante sobre as características do novo material resultante (ARAÚJO et al., 1997). Além disso, a incorporação de fibras e/ou partículas de origem vegetal podem conferir ao produto final características de biodegradabilidade, pois são sujeitas ao ataque de fungos ou outros microrganismos, diminuindo assim sua vida útil. Diante da perspectivas da utilização crescente destes tipos de materiais no setor elétrico é de suma importância a avaliação das características ambientais a que estão impostos, bem como servir de prevenção e controle da vida útil em serviço. 2 – OBJETIVOS O objetivo deste trabalho é avaliar o percentual de biodegradação de compósitos de polipropileno/farelo de mamona quanto a biodegradação por fungos em solo. 3 – METODOLOGIA MATERIAIS: Compósitos: Polipropileno/Farelo de Mamona em distintas frações mássicas de farelo (0,10 e 20%) serão caracterizados e fornecidos pelo Laboratório de Anatomia e Qualidade da Madeira, do Departamento de Engenharia Florestal da UFPR. Fungos: Os fungos a serem utilizados serão fornecidos e caracterizados pelo Departamento de Engenharia Florestal Madeireira da Universidade Federal do Paraná/Universidade Tuiuti do Paraná. Solo: O solo já caracterizado será fornecido em uma área de experimentos do Campus de mata nativa no Campus da Universidade Federal do Paraná. 1. Preparo do Solo O solo coletado foi secado a temperatura de 105 1°C, sendo macerado, peneirado e esterilizado em autoclave. Foram efetuados os cálculos da capacidade de retenção de água no solo, para determinar a quantidade de água a ser adicionada a cada alíquota de solo que foi colocado nos frascos de cultura, considerando-se as massas e a porcentagem de umidade do solo. 2.Ensaio de Biodegradação Este ensaio foi conduzido baseado na Norma ASTM D-2017 por considerar que a incorporação do farelo, devido as suas características lignocelulósicas está sujeita ao ataque de fungos, mesmo que o polímero base possa não sofrer alterações por estas espécies biológicas. Os ensaios de deterioração foram realizados por meio da avaliação de perda de massa, segundo a norma ASTM-D 2017, onde os corpos de prova foram submetidos ao ataque dos fungos Gloeophyllum trabeum e Micellys histeria que causam podridão de madeira, por um período de 60 dias. Os testes foram realizados para todas as amostras de compósitos e PP (18 amostras) em triplicata. As culturas foram armazenadas sob refrigeração e repicadas para placas de Petri, contendo meio à base de Agar Sabouraud. Após 7 dias, os fungos foram inoculados nos frascos erlenmeyer utilizados nos ensaios de biodegradação. Em cada frasco de erlenmeyer foram colocados: 50g de solo em base seca, 16,5 mL de água destilada para ajustar a umidade. Os frascos foram esterilizados a 121ºC por 30 min. Os alimentadores foram inoculados com 2 discos oriundos de placas de Petri pré-cultivadas com cada fungo e foram adicionados os corpos de prova em cada frasco, previamente esterilizados. Os frascos foram mantidos em uma estufa climatizada a 27ºC durante 60 dias de incubação. Após esse período, os corpos de prova foram retirados, lavados, secos e feita a avaliação de perda de massa ocorrida durante a biodegradação. 3.Variação da Massa por Gravimetria A variação da massa antes e após o ensaio de biodegradação foi realizada pela determinação da massa com 4 casa decimais de acordo com a equação: Perda de Massa = (m1 - m2)/m1 100% Onde: m1 é a massa inicial do corpo de prova; m2 é a massa final do corpo de prova após o teste de biodegradação. 4.Análise morfológica com microscópio ótico A microscopia óptica consiste em analisar a superfície da amostra fornecendo uma imagem produzida pela interação entre a luz e a amostra, com um campo de observação bastante amplo. Os compósitos foram observados em microscópio ótico após o teste de biodegração. 4 – RESULTADO Foram realizados testes de observação visual e acompanhamento de perda de massa dos corpos de prova. Após 60 dias de incubação foram retirados frascos de cultura em triplicata os corpos de prova que estavam submetidos ao ataque dos fungos Gloephyllum trabeum e Micellys histeria. Observou-se, após o procedimento de limpeza, degradação mais acentuada nos corpos de provas submetidos ao ataque do fungo Gloeophyllum trabeum, comparando-se ao fungo Micellys histeria. As amostras contaminadas por este fungo apresentaram alterações que foram visualizadas em microscopia óptica como escurecimento do compósito, formação de sulcos e poros. O valor médio de perda de massa dos corpos de prova em contado com os fungos Gloeophyllum trabeum e Micellys histeria, foram respectivamente de 61,0% e 13,7% obtidos pelo cálculo de perda de massa. 6 – CONCLUSÃO O fungo que atingiu o maior percentual de degradabilidade nas colunas de compósitos poliméricos/ farelo de mamona foi o Gloeophyllum trabeum e o compósito mais atingido foi aquele composto de 0,20% de fração mássica de farelo, comprovando que quanto maior o percentual de fibras ou resíduos agroindustriais, como farelos e torta de oleaginosas nos compósitos poliméricos, maior será o percentual de biodegradação dos mesmos; evidenciou-se, assim, a eficácia na biodegradação de compósitos poliméricos obtidos a partir de resíduos industriais como farelo de mamona utilizado para revestir os corpos de prova utilizados no presente trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, a Universidade Tuiuti do Paraná, ao orientador prof. Dr. Ricardo Ferracin(LACTEC), a profª Msc. Roseli Aparecida de Mello (UTP) e ao LACTEC pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D 2017-81: Standard method for accelerated laboratory test of natural decay resistance of woods. Annual Book of ASTM Standards. Vol. 04.10. Philadelphia. pp. 324-328, 1994. ROSA, D.S.; FRANCO, B.L.M.; CALIL, M.R., Biodegradabilidade e propriedades mecânicas de novas misturas poliméricas. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v.11, n.2, p.82-88, 2001. LEITE, M.C. A. M.; FURTADO,C. R. G.; COUTO, L. O., OLIVEIRA, F. L. B. O.; CORREIA, T. R. Avaliação da Biodegradação de Compósitos de Poli(ε-Caprolactona)/Fibra de Coco Verde. ARAÚJO E.M., CARVALHO L.H., FOOK M.V.L., D’ALMEIDA, J.R.M., (1997), “Propriedades Mecânicas de Blendas de PS/Resíduo de Borracha – Influência da Concentração, Granulometria e Método de Moldagem”, Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 3, jul/set, p. 45. WIBOWO, A.C.; et al. Chopped industrial hemp fiber reinforced cellulosic plastic biocomposites: Thermomechanical and morphological properties. Industrial & Engineering Chemistry Research, v.43, n.16, p.4883-4888, 2004. TASCIOGLU, C.; et al. Monitoring fungal degradation of e-glass/phenolic fiber reinforced polymer (FRP) composites used in wood reinforcement. International Biodeterioration & Biodegradation, v.51, p.157-165, 2003. DO TRUONG THIEN, TRAN THI Y NHI, TONG KIM THUAN. Biodegradability of Polyethylene-starch blend polymer in soil (Part 2). Journal of Chemistry, Vol. 43 (5), P. 628 - 632, 2005 HEE-SOO KIM, HAN-SEUNG YANG, HYUN-JOONG KIM. Biodegradability and Mechanical Properties of Agro-Flour– Filled Polybutylene Succinate Biocomposites. Journal of Applied Polymer Science, Vol. 97, 1513–1521 (2005) AVALIAÇÃO EM LABORATÓRIO DE TÉCNICAS PARA LOCALIZAÇÃO DE DEFEITOS EM CABOS ISOLADOS. Autor: Fabricio de Andrade CNPq: 147616/2010-7 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Orientador: Dr. Guilherme Cunha da Silva Endereço Eletrônico: Endereço Eletrônico: [email protected] [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Engenharias: 3.00.00.00-9, Engenharia Elétrica: 3.04.00.00-7, Materiais dielétricos: 3.04.01.04-6 Palavras-chave: dielétricos, cabos isolados, localização de defeitos. INTRODUÇÃO Os sistemas de distribuição subterrâneos são responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica para áreas de grande importância, tais como centros comerciais, industriais, administrativos, saídas de subestações e hospitais. Por este motivo é de vital importância que falhas nos circuitos sejam localizadas e reparadas no menor tempo possível. Para que isso seja viável é imprescindível que o setor responsável por esta atividade conte com equipamentos próprios para este fim, bem como engenheiros e técnicos qualificados e experientes. A localização de falhas envolve diferentes técnicas e procedimentos, uma vez que cada falha tem suas características próprias. Falha, por definição, é a ocorrência de uma alteração das características elétricas ou mecânicas dos cabos isolados e acessórios que ocasiona a interrupção de sua operação normal. Sendo assim, é fundamental que o pessoal responsável pela operação de cabos e equipamentos da rede envolvida tenha pleno conhecimento das regras de segurança inerentes, bem como da operação dos equipamentos de localização de falhas [1-3]. Neste trabalho estão apresentados testes de refletometria realizados em cabos de redes subterrâneas com isolação em XLPE novos e envelhecidos em campo. A refletometria é uma técnica amplamente utilizada para localização de defeitos em cabos. OBJETIVOS Avaliar em laboratório a potencialidade da técnica de refletometria para localização de defeitos em cabos isolados em XLPE e EPR e desenvolver procedimentos para tal fim. METODOLOGIA Para avaliação da potencialidade da técnica de refletometria para localização de falhas em cabos isolados foram realizados testes em arranjo experimental montado nas instalações do LACTEC. Os testes foram aplicados em dois cabos com isolação em XLPE, sendo um novo e um envelhecido em campo. O equipamento utilizado foi um refletômetro SebaKMT Teleflex MX. Os cabos isolados foram identificados da seguinte forma: • Amostra 1 – Cabo isolado em XLPE novo, com 150 m de comprimento e com emenda de um pedaço de 10 m de cabo isolado; • Amostra 2 – Cabo isolado em XLPE, envelhecido em campo, com 70 m de comprimento e com defeito condutor-blindagem localizado a 30 m do ponto de injeção do pulso. RESULTADOS A Figura 1 ilustra o refletograma obtido para Amostra 1 na condição de circuito aberto. Figura 1. Amostra 1: cabo novo com circuito aberto na ponta. Pode ser observado na Figura 1 que o cabo novo apresenta refletogramas típicos encontrados na literatura [1] para a condição de circuito aberto. Ainda, o refletograma não detectou a emenda, possivelmente pela mesma estar muito próxima ao final do cabo e o sinal se sobrepor aos sinais de circuito aberto. A diferença do refletograma apresentado pelo equipamento Teleflex MX frente aos refletogramas típicos da literatura para o cabo novo é que o pulso de entrada aparece amortecido. Acredita-se que tal pulso é amortecido para que, quando utilizado o gerador de impulso acoplado ao refletômetro, não haja danos ao equipamento. A Figura 2 ilustra o refletograma obtido para Amostra 2 na condição de circuito aberto. Pode ser observado que a técnica de refletometria não consegue detectar nem a falha simulada, nem a presença de circuito aberto no final do cabo isolado envelhecido. Isto é um indício de que esta técnica pode não ser eficiente para localização de defeitos em cabos com estado avançado de degradação. Novos testes deverão ser realizados para comprovar tal afirmativa. Figura 2. Amostra 2: cabo envelhecido com circuito aberto na ponta. CONCLUSÕES Os resultados obtidos até o presente indicam que a técnica de refletometria é muito eficiente para detecção de defeitos em cabos novos. Para cabos muito envelhecidos não foi possível realizar a localização do defeito. Desta forma, novos testes devem ser realizados para avaliar a eficácia desta técnica para localização de defeitos em cabos com avançado estado de degradação. AGRADECIMENTOS Ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, a COPEL e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura. Aos pesquisadores Dr. Guilherme Cunha da Silva e Dr. Vitoldo Swinka Filho pela contribuição no projeto, disponibilização de materiais e conteúdos para pesquisa. Aos colaboradores César Ricardo Hubsch, Sebastião Ribeiro Junior e Albari Soares Mendes pela ajuda e o apoio no laboratório durante o desenvolvimento deste trabalho. Aos colegas Walter Paulo Travensolli, Danilo Carvalho de Gouveia e Italo Ramos Ariede pela companhia nos momentos descontraídos e sérios de pesquisa e trabalho no LACTEC. REFERÊNCIAS [1] COMITÊ DE DISTRIBUIÇÃO. Procedimentos para a localização de falhas em redes subterrâneas de distribuição. CODI 17-01, 1990. [2] TEIXEIRA JR., M. D. R. Cabos de Energia. São Paulo: Artliber, 2004. [3] PALUDO, R. Refletometria no domínio do tempo: análise do efeito das camadas semicondutoras de cabos isolados. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Engenharia – PIPE). Universidade Federal do Paraná, 2009. AVALIAÇÃO DE CATALISADORES CU-NI SUPORTADOS EM NB2O5 EM REAÇÕES DE REFORMA DE ETANOL PARA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO Autor: Greta Lais Boff Zortéa CNPq 151670/2010-2 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Roberta Carolina Pelissari Rizzo Domingues Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM – DVMT Área de conhecimento: Engenharia Química - 3.06.00.00-6 Palavras-chave: Reforma de etanol; Catalisadores Cu-Ni/Nb2O5; Produção de hidrogênio. INTRODUÇÃO O desenvolvimento de novos caminhos para obtenção de energia a partir de fontes alternativas, juntamente com a importância de processos ambientalmente corretos, exploram o estudo aplicado da geração de energia elétrica a partir do hidrogênio em células a combustível, cuja eficiência energética é elevada. O hidrogênio é o combustível mais limpo que existe, todavia não está disponível na natureza, e por esse motivo apresenta um custo elevado. A reforma do etanol apresenta-se como uma promissora opção no âmbito econômico e ambiental para a produção de H2, tendo em vista a posição do Brasil como um dos maiores produtores mundiais de etanol, a rede de distribuição de etanol já bastante consolidada no país, e pelo etanol ser um combustível renovável. Tal reação é dada por: C2H5OH + 3 H2O → 2CO2 + 6H2 Possíveis interações entre o cobre e o níquel podem influenciar na atividade catalítica para a reforma a vapor do etanol, conforme comprovado por Maia et. al. [1], cujos estudos também demonstraram que a ordem da impregnação dos metais também causa influência no desempenho da reação, bem como na composição dos produtos. Outros estudos inferem que catalisadores com Nb2O5 apresentam satisfatória atividade na reforma do etanol [2]. Dessa maneira, sintetizaram-se cinco catalisadores contendo Cu, Ni e Nb2O5 para avaliar o desempenho na reação de reforma a vapor de etanol, modificando a impregnação dos metais Cu e Ni. Para auxiliar na análise dos resultados, fizeram-se caracterizações dos catalisadores por diversos métodos físico-químicos. OBJETIVOS Avaliação do método de preparação de catalisadores suportados em Nb2O5 com os metais Cu e Ni como fase ativa. Caracterização desses catalisadores por método de análises físico- químicas. Avaliação do desempenho dos catalisadores sintetizados na reação de reforma de etanol para a produção de hidrogênio (Conversão, Seletividade e Estabilidade). METODOLOGIA Inicialmente, seguindo a metodologia descrita por Fernandes-Machado [3], fez-se o tratamento térmico do ácido nióbico (Nb2O5.nH2O) para obter o pentóxido de nióbio (Nb2O5). O tratamento consiste em lavagem com água deionizada, secagem em estufa a 80°C durante uma noite, e posterior calcinação a 673K/3h e 773K/4h. Após o tratamento do suporte, partiu-se para a síntese catalítica, realizando a impregnação úmida dos metais, que se procede adicionando a um balão soluções de nitrato de cobre (Cu(NO3)2.3H2O P.A.) e/ou de níquel (Ni(NO3)2.6H2O P.A.) ao Nb2O5 em pó. Acoplou-se o balão a um rota-evaporador. Em seguida colocou-se o material seco em estufa a 100°C durante uma noite, para que posteriormente fosse realizada a prensagem do material, obtendo-o no formato de pellets. Os pellets foram calcinados a 500°C durante 5h, triturados e peneirados. Os catalisadores sintetizados foram: Tabela 1 – Relação dos catalisadores sintetizados e suas denominações Catalisador Denominação Cu-Ni/Nb2O5 – impregnação simultânea de Cu e Ni CNNS Ni-Cu/Nb2O5 – impregnação 1º Cu, 2º Ni NCN Cu-Ni/Nb2O5 – impregnação 1º Ni, 2º Cu CNN Cu/Nb2O5 – impregnação somente de Cu CN Cu-Ni/Nb2O5 – impregnação somente de Ni NN Nos catalisadores NCN e CNN, a impregnação foi realizada de forma sucessiva, e após a impregnação do primeiro metal fez-se a calcinação do material durante 3h a 300°C. Os catalisadores foram caracterizados por: espectrometria de absorção atômica, análise textural do catalisador, Adsorção/dessorção à temperatura programada de NH3 e microscopia eletrônica de varredura. Antes de proceder com a reação, o catalisador foi ativado sob fluxo de mistura H2/N2, e após a ativação foi iniciada a reação. A reação de reforma a vapor de etanol foi executada com 3,5 g do catalisador NCN. O teste catalítico foi realizado utilizando uma mistura de água:etanol em razão molar igual a 10:1, com vazão de reagente líquido de 1 mL/min a 573K. O produto gasoso foi analisado em linha em cromatógrafo gasoso TRACE GC Thermo Finnigam, com amostra de produto retirada a cada 25 minutos. O produto líquido foi posteriormente analisado. RESULTADOS Os resultados de análises de absorção atômica mostraram que a quantidade real de cada metal impregnado foi um pouco inferior à pretendida, indicando que houve perda de material durante a preparação dos catalisadores. Na análise textural, o catalisador que apresentou a maior área superficial específica foi o NN, sendo que em nenhum dos cinco catalisadores detectou-se microporos na superfície. As curvas do teste TPD-NH3 indicam que o catalisador que apresentou maior quantidade de sítios ácidos foi o CNNS, e o de menor acidez foi o NCN. Pela análise de MEV, observou-se a formação de micro-grãos superficiais em todos os catalisadores, o que é característica de material óxido não reduzido. Tais micro-grãos podem ser os responsáveis por um aumento na área superficial catalítica sem microporosidade. O resultado do teste catalítico para os produtos gasosos são representados através de um Seletividade (%) gráfico de seletividade versus tempo de reação: H2 CH4 CO C2H4 Tempo (min) Figura 1 - Comportamento da produção de gás ao longo da reação de reforma a vapor de etanol, empregando o catalisador NCN. Analisando a Figura 1, fica evidente que o catalisador NCN não exerceu um bom desempenho na produção de H2, apresentando seletividade abaixo de 20% ao longo de toda a reação. Já a seletividade para a produção de CH4 representa a maioria absoluta da produção durante toda a reação, sendo que também detectou-se CO e C2H4, produtos indesejáveis e obtidos por reações paralelas. Nas análises dos produtos líquidos, detectou-se a presença de acetaldeído, éter dietílico e etanol que não reagiu, sendo os dois primeiros em baixas quantidades. A conversão do etanol oscilou entre 20 e 60% ao longo de toda a reação. CONCLUSÃO As caracterizações permitem constatar que a ordem de impregnação dos metais, bem como o tipo de impregnação realizada, se simultânea ou sucessiva, influenciam na área superficial específica e na acidez da superfície, entretanto não na morfologia superficial, uma vez que o material na superfície é similar nos cinco catalisadores. O teste catalítico, realizado para o catalisador NCN, demonstra a ineficácia do catalisador frente à reação de reforma a vapor de etanol, tendo em vista a ocorrência de subprodutos gasosos e líquidos indesejáveis, e a reduzida seletividade para o H2 durante toda a reação. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à CBMM pelas amostras cedidas de ácido nióbico e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] T. A. Maia, J. D. A. Bellido, E. M. Assaf, J. M. Assaf, “Hydrogen production by ethanol steam reforming using Cu/Ni/g-Al2O3 catalysts”, Química Nova, 30:339–45, 2007. [2] C. G. Alonso, A. C. Furtado, M. P. Cantão, O. A. A. dos Santos, N. R. C. Fernandes-Machado, “Reactions over Cu/Nb2O5 catalysts promoted with Pd and Ru during hydrogen production from ethanol”, International Journal of Hydrogen Energy, 34, 2009. [3] N. R. C. Fernandes-Machado, “Estudo da interação de cobre com os suportes ZnO, TiO e Nb2O5 e efeitos sobre a reação de reforma do metanol” PEQ/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro – RJ (Tese de doutorado), 1995, 174p. TAXA DE DEGRADAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS E DE CONCRETO EM AMBIENTES LITORÂNEOS DO SUL E DO NORDESTE DO BRASIL: ESTUDOS DE CASO EM PONTAL DO PARANÁ, PR, E SALVADOR, BA. Autor: Guilherme D’Orey Gaivão Portella CNPq 129365/2010-6 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Dr. Guilherme Cunha da Silva Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Físico-química 1.06.03.00-0; Estruturas de Concreto 3.01.02.01-4 Palavras-chave: taxa de degradação, estruturas de concreto, condutividade, materiais da rede de distribuição de energia INTRODUÇÃO A corrosão atmosférica ocorre quando se forma uma película de eletrólito sobre a superfície do metal, ocasionando o ataque do tipo eletroquímico. A película é conseqüência da umidade na atmosfera (GENTIL, 2003). A temperatura e umidade da superfície têm influências significativas nesse processo. A agressividade ambiental em materiais de rede elétrica é estudada a partir da classificação do ambiente em termos de tempo de superfície úmida, da taxa de sulfatação e do teor de cloretos. A classificação da agressividade do ambiente pode ser dividida em cinco ambientes corrosivos: rural, urbano, industrial, marinho e marinho industrial; de acordo com os teores de sulfato e cloreto (KENNY et al., 2004). As Estações de Corrosão Atmosférica (ECAs) estão localizadas a cerca de 300 metros do mar em duas diferentes regiões do Brasil. A estação de Sauípe está localizada na região metropolitana de Salvador, na Bahia, e a outra fica no município de Pontal do Paraná, no Centro de Estudos do Mar, que pertence à Universidade Federal do Paraná. São duas regiões com climas relativamente diferentes. Pontal do Paraná é classificado como Clima Subtropical Superúmido, com temperatura média de 22 ºC. A precipitação média anual do município está em torno de 2000 mm, sendo o período mais chuvoso, o verão. Salvador é caracterizado por um clima tropical úmido, influenciado pala Massa Tropical Marítima, com período mais chuvoso no inverno. A temperatura varia pouco durante o ano, com média de 25 ºC. O tempo de superfície úmida é superior a 4000 h/ano, classificado pela norma NBR 14643/01 como de alta corrosividade ambiental, t4. Os materiais metálicos analisados estão presentes em linhas de distribuição e transmissão de energia elétrica e, também, no cotidiano. A partir das taxas de corrosão dos materiais, é possível inferir qual o material que mais degrada nas duas diferentes regiões, e o mais adequado para ser utilizado. Os parâmetros meteorológicos: temperatura, umidade relativa, precipitação, radiação solar, direção e velocidade dos ventos foram obtidos nas proximidades das duas ECA’s, já que interferem diretamente na degradação dos materiais. Assim como os materiais metálicos padrões, alumínio, cobre, aço carbono e aço galvanizado, as estruturas de concreto armado são degradadas em ambientes similares. A armadura metálica contida no seu interior é, normalmente, atingida por sais provenientes do ambiente de sua exposição em tempos mais longos do que aqueles considerados para os metais sem proteção superficial, mas, degradam ou oxidam e causam prejuízos de grande monta à sociedade. METODOLOGIA A ECA em Pontal do Sul foi instalada em agosto de 2009, conforme norma ABNT NBR 6209, contendo dezesseis placas metálicas (corpos de prova – CP’s) de alumínio, cobre, aço carbono e aço galvanizado, com área aproximada 31000 mm2. Antes de serem expostos, foram limpos com acetona, pesados e foram medidas suas dimensões (largura, comprimento e altura), de acordo com a norma ABNT NBR 6210. A taxa de corrosão foi obtida por meio de um cálculo que relaciona a massa final e a massa inicial. A cada três meses foram retiradas placas de cada material. Os dados da ECA de Sauípe foram analisados durante setembro de 2008 e agosto de 2009 em um projeto da LACTEC em parceria com a COELBA. As taxas de cloreto e de sulfatação foram obtidas mensalmente em ambas as estações. Os métodos foram baseados nas normas da ABNT NBR 6211 e NBR 6921, respectivamente. Os parâmetros meteorológicos utilizados foram: temperatura do ar, direção do vento, precipitação, radiação e umidade relativa. A estação meteorológica está localizada em Pontal do Sul e os dados meteorológicos foram cedidos pelo Grupo de Física Marinha da UFPR. A outra estação fica localizada na costa do Sauípe, região metropolitana de Salvador. Para a classificação do grau de corrosividade da atmosfera foram seguidos os padrões da norma NBR 14643 da ABNT em relação aos materiais metálicos analisados, caracterizando a atmosfera em cinco categorias de corrosividade, variando de C1 (muito baixa) e C5 (muito alta). Foram utilizados 10 CP’s de concreto armado. A altura aproximada foi de 2 m, sendo que 0,5 m foram enterrados. Foram cinco tipos diferentes de material: o concreto de referência, e com os aditivos: metacaulim, sílica ativa, borracha e fibra polimérica, com duas réplicas para cada. Para avaliar-se a durabilidade dos concretos estudados, optou-se por técnicas eletroquímicas, a partir do levantamento dos potenciais de corrosão, com a utilização de um multímetro de alta impedância de entrada, um eletrodo de referência de cobre/sulfato de cobre; e uma esponja umedecida. Medidas de potencial de corrosão foram realizadas periodicamente ao longo do envelhecimento em 14 alturas. RESULTADOS E DISCUSSÕES O aço carbono apresentou em média as mais altas taxas de corrosão durante o ano na ECA de Pontal do Sul. Na classificação do grau de corrosividade, a agressividade em Pontal foi muito alta (C5). Na ECA de Sauípe, após um ano de exposição, a corrosividade foi considerada média para os CP’s de aço carbono (C3). Já, para a região de Pontal do Sul, estas foram as mais altas, conforme demonstrado na Tabela 1. Tabela 1. Valores médios da taxa de corrosão, pela perda de espessura, dos metais alumínio, cobre, aço carbono e aço galvanizado. Alumínio Aço carbono Cobre Aço galvanizado (g/m2.a) (g/m2.a) (g/m2.a) (g/m2.a) ECA de Pontal do Sul 11 949 21 25 ECA da Costa Sauípe 13 261 13 19 Em ambas as estações, os CP’s de alumínio apresentaram as menores taxas de corrosão. Em Pontal, a taxa de corrosão foi menor que no litoral baiano. Já, nos outros tipos de metais, a taxa de corrosão encontrada em Pontal foi mais alta que na Bahia. O fato pode ser explicado pela concentração de cloretos e sulfatos (Tabela 2). As taxas de cloreto médio em Pontal do Paraná foram mais altas que na região de Sauípe. Durante os meses analisados no Paraná, a média foi de 23 mg/m2.dia. Na ECA Sauípe, a média foi de 9 mg/m2.dia. Já, as taxas de sulfatação foram maiores na Bahia, classificando a região como urbano, enquanto Pontal foi classificado como ambiente rural (Liesegang apud SICA, 2006). Tabela 2. Valores médios das taxas de salinidade e de dióxido de enxofre para as regiões de Sauípe e Pontal do Sul, em mg/m2.dia. Cl- médio SO2 ECA Pontal do Sul 23 22 ECA Costa de Sauípe 8 31 O método utilizado para avaliar a degradação das cruzetas de concreto armado é qualitativo. Até o presente momento, apontaram para um estado passivo de corrosão em ambas as estações. CONCLUSÔES Os parâmetros meteorológicos juntamente com as taxas de corrosão nos CP’s metálicos serviram para demonstrar o desempenho dos metais alumínio, cobre, aço carbono e aço galvanizado nas regiões de Sauípe-BA e de Pontal do Sul-PR, quanto a corrosão atmosférica. De acordo com a classificação do grau de corrosividade, a ECA de Pontal variou de alta a muito alta, e a ECA de Sauípe, variou de média a muito alta. A partir dos valores médios anuais, foi possível verificar que o alumínio e o cobre foram os metais em ambas as estações com menores taxas de corrosão, sendo muito influenciáveis pelas concentrações de cloreto. Já, em relação aos corpos de prova de concreto, o método utilizado não foi eficaz em verificar a durabilidade das estruturas, já que mesmo após quase dois anos de exposição, os materiais ainda se encontram no estado passivo de degradação, e nada se pode inferir sobre a eficácia dos aditivos. AGRADECIMENTOS A equipe técnica agradece a todos aqueles profissionais que participaram direta e indiretamente neste trabalho e às Instituições COELBA, ANEEL, LACTEC e CNPq (processos: PIBITI e PQ), pela infraestrutura, recursos financeiros e apoios incondicionais para o desenvolvimento desta pesquisa. REFERÊNCIAS ABNT NBR 14643. Corrosão atmosférica – classificação de corrosividade de atmosferas. Rio de Janeiro, 2001. ABNT NBR 6209: materiais metálicos não revestidos – ensaio não acelerado de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1986. ABNT NBR 6211. Determinação de cloretos na atmosfera pelo método da vela úmida. Rio de Janeiro, 2001. ABNT NBR 6921. Sulfatação total na atmosfera – determinação da taxa pelo método da vela de dióxido de chumbo. Rio de Janeiro, 1981. ABNT NBR 6210: preparo, limpeza e avaliação da taxa de corrosão de corpos de prova em ensaios de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1982, 16 p. GENTIL, V.; Corrosão. 4.a edição, Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2003, 53 p. CERQUEIRA, D. P.; CHAVES, C. S. S. Efeitos da poluição atmosférica (litorânea e industrial) em isoladores da rede elétrica da região metropolitana de Salvador. Quim. Nova, Vol. 31, No. 2, 340-348, 2008. ISO 9223: Corrosion of metal and alloys, classification of corrosivity of atmospheres. Genebra, 1992. KENNY, E. D.; CRUZ, O. M.; et al. Desenvolvimento para metodologia para monitoramento do grau de poluição nos alimentadores de 13,8 kV e 69 kV da ilha de São Luís. Curitiba. Technical Report, LACTEC, 2004. PORTELLA, K. F.; PIAZZA, F.; INONE, P. C.; RIBEIRO JÚNIOR, S.; CABUSSÚ, M. S.; Efeitos da poluição atmosférica (litorânea e industrial) em isoladores da rede elétrica da região metropolitana de salvador. Quim. Nova, Vol. 31, No. 2, 340-348, 2008. SICA, C. Y.; Mapeamento da corrosividade atmosférica de São Luiz – MA e a correlação das variáveis ambientais que influenciaram na degradação dos materiais metálicos. Curitiba, 2006. 128 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná. DETERMINAÇÃO DE FUNGOS COM POTENCIAL PARA SEREM UTILIZADOS COMO AGENTES BIORREMEDIADORES EM TRATAMENTO DE SOLOS CONTAMINADOS COM ÓLEOS VEGETAIS ISOLANTES. Autor: Jean Carmona de Figueiredo CNPq 152970/2010-0 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Ricardo José Ferracin Endereço [email protected] EndereçoEletrônico: [email protected] Eletrônico: Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Química dos Produtos naturais 1.06.01.05-8 Palavras-chave: Fungos endofíticos, óleo vegetal isolante, mamona A biorremediação é uma das tecnologias mais aceitável para a remediação de solos contaminados, a qual utiliza o estímulo da atividade microbiana para degradar compostos orgânicos, em especial hidrocarbonetos de petróleo, resultando na transformação em metabólitos ou mineralização dos contaminantes. O processo biotecnológico de remediação tem sido intensamente pesquisado e recomendado pela comunidade científica atual, por se tratar de uma alternativa viável para o tratamento de ambientes contaminados, tais como águas superficiais, subterrâneas e solos, além de resíduos e efluentes industriais em aterros e áreas de contenção. Entretanto os processos químicos sejam eficientes e indicados para o tratamento de áreas contaminadas, a biorremediação é a mais ecologicamente, a alternativa mais adequada e eficaz para o tratamento de ambientes contaminados com moléculas orgânicas de difícil degradação e metais tóxicos. Os processos biológicos biotecnológicos enquadrados na categoria de biorremediação, em geral utilizam microrganismos autóctones ou introduzidos (em estado nativo ou geneticamente modificados) com capacidade de biodegradar xenobióticos, resultando em produtos com moléculas de estruturas simples em relação à molécula original, ou na mineralização dos xenobióticos, produzindo compostos -2 -2 químicos simples como H2O, CO2, NH3, SO4 , PO4 e/ou CH4. Os microrganismos endofíticos vivem principalmente no interior de plantas. É constituída por fungos e bactérias, que habitam em geral as partes aéreas, como folhas e caules e podendo ser encontrados em raízes, mas são diferentes das bactérias fixadoras de nitrogênio que formam nódulos, sem acarretar problemas ao seu hospedeiro, portanto um fungo endofítico devido às condições de seu hospedeiro pode ser considerado um patógeno em estado latente. A mamona é uma oleaginosa com excelente potencial para a produção de biodiesel, principalmente nas regiões carentes do Brasil. A folha da mamona é desprezada, porém, conforme estudos ela apresenta uma população microbiana diversificada formada por fitopatógenos, epifíticos e endofíticos, estes últimos conforme a literatura pode ter um potencial biotecnológico promissor, principalmente no que tange a produção de enzimas como as lipases e outras moléculas de interesse industrial e econômico. Os fungos endofiticos, por apresentarem atividade antimicrobiana, antifúngica, parasitária ou ainda farmacologia e enzimática, são organismos que vivem em associação simbiótica com plantas e podem conferir benefícios a estes podem ser recíprocos. A versatilidade bioquímica e diversidade de endofíticos representam uma enorme variedade de genes que são ainda desconhecidos. Está se descobrindo cada vez mais funções gênicas, particularmente para a biorremediação ambiental e propósitos industriais, nas plantas de uso econômico como a mamona (Ricinus communis L.) a presença de microrganismos endofíticos não é diferente, podendo ser facilmente isolados em meios de cultivo simples. As plantas tiveram que se adaptar ao ambiente em que vivem, e com isso envolveu capacidade de interagir com diferentes espécies de seres vivos. As interações entre plantas e fungos são conhecidas há bastante tempo, desempenhando um papel muito importante no seu desenvolvimento, e recebem dela nutrientes e proteção. Eles induzem a planta ou produzem metabólitos secundários extremamente benéficos para o hospedeiro, como toxinas, antibióticos e outros fármacos, que atuam no crescimento de órgãos, controle de fitopatógenos, defesa contra os herbívoros e também podem ser isolados e utilizados na indústria e na medicina. Os fungos endofíticos podem apresentar também relações neutras e antagonísticas dependendo das condições ambientais e sorológicas do hospedeiro. Nesse contexto este trabalho objetivou contribuir para o conhecimento da diversidade de fungos endofíticos associados à mamona (Ricinus communis) e a determinação de fungos com potencial para serem utilizados como agentes biorremediadores em tratamento de solos contaminados com óleos vegetais isolantes. Foram utilizadas folhas de Ricinus communis L. Foi realizada uma seleção aleatória das plantas adultas e jovens, sendo escolhidas as folhas de aspecto sadio e aspecto juvenil. As plantas foram devidamente marcadas para posteriormente serem realizadas novas coletas. O material foi processado no prazo de 24 horas. Após a coleta foi lavado abundantemente para retirar o excesso de epifíticos, matéria orgânica e resíduos sólidos, e os pecíolos vedados com parafina antes da descontaminação externa. Em seguida, as folhas foram lavadas em água destilada esterilizada por duas vezes e posteriormente o material foi imerso em álcool 70% por 1 minuto, em seguida em hipoclorito 3% por 4 minutos e novamente em álcool 70% por 30 segundos, para retirar o excesso de hipoclorito o material foi lavado três vezes em água destilada estéril da qual foi retirado 50 µl para fazer o controle da assepsia. Após desinfestação, foram retirados discos foliares (6 mm diâmetro) transferidos para placas de Petri contendo o meio batata-dextrose-ágar (BDA) suplementado com o -1 antibiótico cloranfenicol (100 mg.L ) e incubados à temperatura ambiente (25±2 ºC). Após sete dias foi determinada a taxa de colonização (TC), onde TC = número total de segmentos com um ou mais isolados/total de segmentos da amostra, expressa em percentagem. As colônias fúngicas que se apresentavam distintas, de acordo com observações macroscópicas, foram agrupadas, com a finalidade de facilitar o estudo. A identificação realizou-se através da observação macroscópica das colônias e das estruturas de reprodução pela técnica do microcultivo e a identificação baseou-se em literatura especializada. As amostras, para posterior identificação foram purificadas em meio BDA, preservadas pelo método da sub-cultura e armazenadas a ± 4 ºC. Após 14 dias de crescimento em estufa foram obtidos 14 grupos de fungos classificados de FEM (fungo endofiticos de mamona). Para verificar se as cepas fúngicas são produtoras de lipase foram realizados testes em placas de Petri com meio ágar bacteriológico contendo o corante Rodamina B 0,001 %, óleo de oliva -1 -1 -1 -1 ou óleo vegetal isolante a 1 %, MgSO4 0,2 g.L ; K2HPO4 0,1 g.L , KH2PO4 0,4 g.L ; NaCl 0,1 g.L ; -1 extrato de levedura 0,4 g.L e Tween 80 0,01 %. A produção de lípase é confirmada pela presença de halos alaranjados, fosforescentes ao 0 UV, em até 72 h de incubação em estufa a 28 C. As cepas produtoras de lipases foram mantidas em meio sólido de ágar BDA com repiques mensais. As linhagens fúngicas que apresentaram maior atividade foram realizadas utilizando a técnica de microcultivo. Os fungos endofíticos classificados, como FEM's 1 a 14, apresentaram crescimento micelial visível a partir de 24 horas da inoculação, preenchendo a superfície do ágar a partir do quarto até o décimo quarto dia em meio BDA. Os fungos cultivados foram retirados da estufa e mantidos sob o refrigeração a 4 C. Os fungos utilizados nesse teste foram identificados através de microcultivo e literatura especializada no laboratório de Microbiologia da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná. Os fungos endofíticos classificados como FEM's foram inoculados no meio de cultura contendo rodamina B, iniciando a etapa de screening de micro-organismos produtores de lípases. Nesta etapa os microrganismos produtores de lípases, foram utilizados dois substratos como fontes de carbono: óleo de oliva e óleo vegetal isolante. O óleo de oliva foi utilizado como única fonte de carbono e como indutor na produção de lipases. O óleo de oliva contém cerca de 70% de ácido oléico (C18:1) e é comumente utilizado com um substrato padrão para determinação da atividade lipolítica. O óleo vegetal isolante foi utilizado também como única fonte de carbono. A utilização de óleos isolantes extraídos de vegetais é uma realidade, apesar de ter sido sugerida sua aplicação como isolamento elétrico no final do século XX, com a utilização experimental em transformadores de distribuição. Pelos resultados apresentados, observou-se que após o período de 48 horas a presença de lipases foi expressa em 8 dos 14 micro-organismos testados para o óleo de Oliva. Destes, os FEM's 1A;1B;9A;9B; 11A;11B;12e 14 apresentaram maior atividade lipolítica para o óleo Vegetal Isolante. Nesse mesmo período, 6 microrganismos não expressaram nenhuma atividade lipolítica. São eles: 2B;4B;5;6;7 e 13. Após 72 horas de incubação, a produção de lipases foi novamente analisada. Pelos resultados obtidos observou-se a presença de lipases em 10 dos 14 microorganismos testados para o óleo de Oliva, após o período de 72 horas. A identificação dos gêneros fúngicos, que apresentaram maior atividade lipolítica, foi realizada utilizando a técnica de microcultivo e literatura especializada e foram identificados como: Aspergillus sp (1A); Candida sp (1B); Cladosporium sp 2B; Acremonium sp (4B); Aspergillus 9A; Aspergillus sp 9B; Candida sp (11ª); Aspergillus sp (11B); Geotrichum sp; Hansenula sp (14). Com os resultados obtidos é possível observar que há produção de lipases a partir de linhagens fúngicas endofiticas. Serão realizados experimentos posteriores para verificar a viabilidade da produção de lipases utilizando-se processos fermentativos líquidos (FL) e sólidos (FES), tendo como substratos resíduos ricos em óleos e gorduras. As próximas etapas a serem realizadas serão: • a produção de lipases por FES utilizando-se resíduos da biomassa de oleaginosas; • a caracterização cinética das lipases em reações de hidrólise como efeito do pH, temperatura, concentração do substrato e estabilidade frente ao pH e temperatura; • a aplicação dos biocatalisadores na biorremediação de solos contaminados com óleos vegetais isolantes. Os resultados obtidos demonstraram que linhagens fúngicas isoladas de mamona são boas produtoras de lipases fúngicas. É importante salientar que novos experimentos para isolamentos de outras linhagens de endofiticos deverão ser realizados. Novos estudos também deverão ser realizados para otimização da obtenção das enzimas. Fermentações deverão ser realizadas com substratos ricos em nutrientes para a produção de lipases. AGRADECIMENTOS Agradecimentos ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, a Universidade Tuiuti do Paraná, por permitir o uso dos laboratórios e assim contribuir com meu aprendizado e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS CAMPANHOLA, C.; BETTIOL, W. (Ed.). Métodos alternativos de controle fitossanitário. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 279 p. 2003. FERNANDES, M.L.M., SAAD, E.B., MEIRA, J.A., RAMOS, L.P., MITCHELL, D.A., KRIEGER, N. Esterification and transesterification reactions catalysed by addition of fermented solids to organic reaction media. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic 44 (2007) 8-13. FERNANDES, M.L.M. Produção de lipases por fermentação no estado sólido e sua utilização em biocatálise. 2006. 130f. Dissertação (Doutorado em Química) - Setor de Ciências Exatas Universidade Federal do Paraná. 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Dissertaçao de Mestrado em Biologia de Fungos. Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Recife, 2008. SUAREZ, P.A.Z., MENEGHETTI, S.M.P., MENEGHETTI, M.R., WOLF, C.R. Transformação de triglicerídeos em combustíveis, materiais poliméricos e insumos químicos: algumas aplicações da catálise na oleoquímica. Química Nova. V. 30, n. 3, São Paulo. Mai/Jun 2007. DESENVOLVIMENTO DE ISOLADOR POLIMÉRICO MODULAR PARA A REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Autor: Jéssica Kimie Akishino CNPq 138012/2010-5 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Marilda Munaro Endereço Endereço Eletrônico: [email protected] Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM / DVMT Área de conhecimento: Polímeros 3.06.03.17-0 Palavras-chave: Isoladores, polímero com nanocompósito e rede de distribuição. RESUMO ESTENDIDO Introdução O polietileno é bastante utilizado no setor elétrico devido às suas excelentes propriedades físicas e químicas e às suas características dielétricas1. No entanto, tem baixa resistência térmica e atende condições brandas de solicitação quando submetidos a esforços mecânicos constantes, estresse elétrico e químico (radiação solar, poluição e umidade). Essas condições favorecem a formação de trincas que podem levar à fratura do equipamento2. A incorporação de aditivos inorgânicos, como argilominerais, na escala nanométrica traz melhorias nas suas propriedades (estabilidade térmica, propriedades mecânicas, propriedades de barreira)3. No setor elétrico foi relatada a influência de nanopartículas na condutividade elétrica, resposta dielétrica, comportamento de degradação, entre outros, em polímeros termoplásticos4,5,6 aplicados em materiais e equipamentos que podem suprir tais necessidades. Nesse trabalho foram preparadas e avaliadas as propriedades de blendas de polietileno com incorporação de nanoargial. Objetivos Incorporar o argilomineral em blenda de polietileno de alta densidade (HDPE) e polietileno de baixa densidade linear (LLDPE) e avaliar as propriedades. Metodologia Preparação das amostras Em blendas com 30% de LLDPE em HDPE e com 40% de LLDPE em HDPE, foi incorporado 0, 1, 2, 3, 5 e 7% de argilomineral. Em todas as composições foi adicionado 0,5% de antioxidante Irganox. As misturas foram feitas em homogeneizador de laboratório, tipo Draiz MH 100, fabricado pela MH Equipamentos, com 3600 rpm/min. Análise Termodinâmico Mecânica (DMTA) O ensaio de DMTA foi realizado em equipamento DMTA 242 NETZSCH no modo de tração na temperatura -155ºC a 110ºC em atmosfera de nitrogênio, com a freqüência da força dinâmica de 50 Hz e taxa de aquecimento do forno de 3ºC/min. Tração O ensaio de tração foi realizado conforme norma ASTM D 638, em que 5 corpos de prova, em forma de gravatas foram tracionados a 10 mm/min em equipamento INSTRON modelo 4467 com célula de carga 100 kg e L0 de 10 mm. Ensaio de dureza Foram realizadas cinco medidas de cada amostra a temperatura ambiente, com auxílio do Durômetro marca Bareiss modelo HPE-D, conforme a norma ASTM D 2240, utilizando carga de 5 kgf e identador d tipo Shore D. Ensaio de resistência à fissuração O ensaio de resistência à fissuração foi realizado conforme a norma ASTM D 1693. Cinco corpos de prova com dimensões de 38x13x1 mm com um entalhe de 19 mm. Foram curvados em forma de “U” e colocados em um suporte, mergulhados em uma solução aquosa a 10% com sabão aniônico (Triton 100 X) a 50ºC. Resultados Análise Termodinâmico-Mecânica (DMTA) Na Figura 7 estão ilustradas as curvas módulo de perdas (E”). Nas blendas sem a adição do argilomineral, a relaxação β na blenda com 40% de LLDPE é mais intensa que a blenda com 30% de LLDPE. Isso ocorre, pois a relaxação β está atribuída ao movimento das ramificações da fase amorfa1. A temperatura de transição α em ambas as composições apresentam redução ao adicionar a nanocarga, indicando alteração da morfologia. 30% LLDPE + 0% Argilomineral 30% LLDPE + 1% Argilomineral 30% LLDPE + 2% Argilomineral 30% LLDPE + 3% Argilomineral 30% LLDPE + 5% Argilomineral 30% LLDPE + 7% Argilomineral γ 40% LLDPE + 0% Argilomineral 40% LLDPE + 1% Argilomineral 40% LLDPE + 2% Argilomineral 40% LLDPE + 3% Argilomineral 40% LLDPE + 5% Argilomineral 40% LLDPE + 7% Argilomineral γ α β α E" (u.a) E" (u.a) β -150 -100 -50 0 50 100 150 -150 Temperatura (ºC) -100 -50 0 50 100 150 Temperatura (ºC) a) b) Figura 7. Curvas do módulo de perdas (E”) em função da temperatura para as composições com: a) 30% LLDPE/ 70% LLDPE; b) 40% LLDPE/ 60% HDPE. Propriedades Mecânicas Na blenda de 30% LLDPE há um aumento da rigidez na concentração de 2% do argilomineral, pois a tensão de escoamento nas demais formulações diminui com a adição da nanocarga (conforme Figura 8). Isso pode indicar que a maior compatibilidade entre os componentes ocorre nessa concentração. Em paralelo, o resultado do ensaio de dureza Shore D apresenta o mesmo comportamento. Nas composições de 40% LLDPE, ocorre maior variação da tensão de escoamento com a adição da nanocarga novamente até 2%. Com maiores concentrações o valor reduz, mas ainda são maiores que da blenda sem o argilomineral. Nessas composições a dureza aumentou com a adição da nanocarga, indicando aumento de rigidez. Estes fatos podem estar associados da melhor dispersão do argilomineral por essa blenda apresentar maior região amorfa. O módulo de elasticidade (Figura 9) para a blenda de 30% LLDPE aumentou com a adição de até 2% do argilomineral. Na blenda de 40% LLDPE o módulo de elasticidade aumentou pouco em todas as formulações. 30% LLDPE 40% LLDPE 23,5 59 22,5 58 22,0 Dureza Shore D Tensão de escoamento (MPa) 30% BLL 40% BLL 60 23,0 21,5 21,0 20,5 20,0 19,5 57 56 55 54 19,0 53 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 -1 Argilomineral (%) a) 0 1 2 3 4 Nanoargila (%) b) 5 6 7 8 Figura 8. a) Tensão de escoamento e b) dureza Shore D em função da concentração de argilomineral para as composições com 30% LLDPE/ 70% LLDPE e 40% LLDPE/ 60% HDPE. 30% LLDPE 40% LLDPE Módulo de elasticidade (MPa) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Argilomineral (%) Figura 9. Módulo de elasticidade em função da concentração do argilomineral para as composições com 30% LLDPE/ 70% LLDPE e 40% LLDPE/ 60% HDPE. Resistência à fissuração Uma maior quantidade de polímeros ramificados resultou em um aumento na resistência a fissuração (Figura 10). Além disso, a adição do argilomineral também aumentou o tempo de falha do material, este fato pode estar associado à mudança morfológica da blenda e/ou melhora na propriedade de barreira evitando a permeação do agente químico causadora das fissuras. 2700 2400 2100 1800 1500 Tempo (horas) 1200 30% LLDPE 40% LLDPE 900 600 150 100 50 0 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Argilomineral (%) Figura 10. Tempo de falha no ensaio de resistência à fissuração. Conclusão Com a adição do argilomineral em ambas as blendas, na concentração de 2%, houve um aumento do módulo de elasticidade, e da rigidez do material. Foi observado, também, aumento do tempo de resistência à fissuração. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, a Coelba e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1. MUNARO, M. 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Eletrólitos sólidos dopados com céria têm sido considerados como os materiais mais promissores para esta finalidade, devido ao fato de que esses materiais têm apresentado condutividades iônicas maiores a temperaturas relativamente baixas em comparação com o eletrólito sólido tradicional de zircônia estabilizada com ítria. Neste trabalho foram produzidos pós a base de céria pelo método da combustão e a sinterização de cerâmicas dopadas com diferentes concentrações de gadolínia e de lantânia . este método foi escolhido devido sua simplicidade e capacidade de sintetizar pós com características estruturais e morfológicas desejadas. Os pós resultantes da combustão e as amostras sinterizadas foram caracterizados por difração de raios-x, microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia de impedância. INTRODUÇÃO Células a combustíveis de óxido sólido são dispositivos que convertem diretamente a energia química de um combustível (geralmente hidrogênio ou gás natural) em energia elétrica e calor. A elevada eficiência na conversão e as baixas concentrações de poluentes gerados são umas das principais vantagens oferecidas por estes dispositivos. Uma célula combustível é composta por uma sequência de unidades conectadas entre si. Cada unidade, conhecida como célula unitária, é formada por dois eletrodos porosos separados por um eletrólito denso. O processo de condução iônica nos eletrólitos é termicamente ativado, sendo necessário, deste modo, que as atuais SOFCs operem em temperaturas elevadas (800 – 1000 °C). A elevada temperatura de operação é um dos fatores que encarece esta tecnologia devido ao alto custo dos materiais utilizados [1]. Atualmente os eletrólitos comumente utilizados em SOFCs são de zircônia estabilizada com Ítria. As reações eletroquímicas de oxidação do combustível e de redução do oxidante ocorrem na interface gás/eletrodo/eletrólito, conhecida como região de tripla fase. As características da microestrutura, determinadas no processo de sinterização, exercem influência direta nas propriedades elétricas dos sólidos condutores iônicos. Sendo assim, o método de síntese dos pós torna-se um importante fator, pois, a obtenção de pós com cristalitos nanométricos e com distribuição controlada do tamanho dos aglomerados, favorece o processo de sinterização, diminuindo a temperatura necessária para a densificação do material [2]. Por este motivo o método da Combustão foi escolhido. OBJETIVOS Este trabalho visa à preparação e caracterização de eletrólitos sólidos, de Céria dopada com Gadolínia e com Lantânia, através da síntese por combustão e a sinterização destes materiais em temperaturas abaixo de 1600 ºC. METODOLOGIA Usando o método de síntese por Combustão, buscou-se obter o composto Ce0,8Gd0,20xLaxO1,9, utilizando a Glicina como combustível.Inicialmente os nitratos de cério, gadolínio e lantânio foram dissolvidos em água deionizada junto com uma quantidade estequiométrica de glicina na razão molar glicina/nitrato igual a 0,53. A solução é mantida sob aquecimento e agitação na temperatura de aproximadamente 80°C, a solução foi perdendo a água até a formação de um gel transparente, então a temperatura foi elevada, até ocorrer a ignição espontânea da reação. O pó resultante foi calcinado a 700°C por 2 horas e para obtenção de amostras sinterizadas o composto foi compactado em geometria cilíndrica em uma prensa uniaxial a uma pressão de 98 MPa, então as pastilhas foram calcinadas nas temperaturas de 1450°C por 5 horas . Resultado A Superfície da amostra, sinterizada a 1450°C / 5h, analizada por micrografia eletrônica de varredura. Pode-se observar na Figura 1, que a condição de sinterização foi suficiente para densificar a amostra. O material apresenta sinterização, grãos e contorno de grãos e não foi observado a presença de poros. Figura 1 - Micrografia do composto Ce0,8Gd0,10La0,10O1,9 sinterizado a 1450°C/5h. A adição de lantânia promove uma leve distorção na rede da céria, evidenciada pelo pequeno deslocamento dos ângulos de difração 2θ, para valores menores do que os da céria-gadolínia, isso ocorre porque o raio iônico do La3+ é maior que do Ce4+ e Gd3+, resultando no aumento da constante de rede. Figura 2- Difratogramas de raios-X das amostras sinterizadas tratadas a 1450°C/5h do composto Ce0,8Gd0,2-x Lax O1,9. A direita, região ampliada do difratograma na faixa entre 26-31 2 . Figura 3 – Parâmetros de rede do composto Ce0,8Gd0,2-x Lax O1,9 1450°C/5h. sinterizado a A diminuição do parâmetro de rede reflete o aumento do grau de liga fortalecimento da ligação), também causado pelo aumento da energia térmica das partículas . Figura 4- Espectroscopia de Impedância do composto Ce0,8Gd0,2-x Lax O1,9 sinterizado a 1450°C/5h. Através do gráfico de espectroscopia de impedância pode-se observar que a substituição do gadolínio pelo lantânio promove um aumento da resistência intragranular, entretanto a resistência intergranular diminui. CONCLUSÕES O método da combustão é uma técnica auto-sustentável para a preparação de nanocompostos a base de céria. As difrações de raios-x mostram que é um monofásico de estrutura cúbica do tipo fluorita e à um aumento do parâmetro de rede com a adição de lantânia de 0 ≤ x ≤ 0.2. AGRADECIMENTOS • Ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. • Ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] DE, D. Z. et al. Direcionamentos da tecnologia industrial de células a combustível de óxidos sólidos. Química Nova, scielo, v. 30, p. 1339–1346, 10 2007. ISSN 0100-4042. [2] HAILE, S. M. Fuel cell materials and components. Acta Materialia, v. 51, n. 19, p. 5981– 6000, 2003. MEDIDAS ELÉTRICAS EM ELETRÓLITOS SÓLIDOS DE ZIRCÔNIA ESTABILIZADA COM ÍTRIA – YSZ Autor: Joline Leopoldina Vendramin CNPq 129307/2010-6 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Marcos Antonio Coelho Berton Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Eletroquímica: 1.06.03.02-6 Palavras-chave: eletrólito sólido, célula a combustível de óxido sólido, energia alternativa RESUMO ESTENDIDO O principal foco deste projeto foi o aprofundamento em pesquisas com eletrólitos sólidos para aplicação em Células a Combustível de Óxido Sólido. Amostras comerciais de eletrólito sólido à base de zircônia estabilizada com ítria (YSZ) foram utilizadas nos estudos. Os eletrólitos sólidos foram preparados depositando em ambas as faces uma camada de eletrodo de prata. As propriedades elétricas foram obtidas por meio de medidas de Espectroscopia de Impedância Eletroquímica - EIE. A EIE forneceu informações sobre três diferentes contribuições individuais do eletrólito sólido (a resistência intergrão, a resistência intragranular e os fenômenos do eletrodo). Todas as medidas foram realizadas utilizando o equipamento NorECs Probostat. O equipamento permite a análise de amostras de eletrodos sólidos e células a combustível unitárias planares de 20 mm de diâmetro em temperaturas de até 1000ºC, em combinação com um sistema de espectroscopia de impedância eletroquímica. INTRODUÇÃO O laboratório de Eletroquímica Aplicada do Lactec vem desenvolvendo pesquisas com eletrólitos sólidos para aplicação em Células a Combustível de Óxido Sólido (SOFC – Solid Oxide Fuel Cells) nos últimos 5 anos. O domínio da técnica de preparação, tanto de eletrólitos sólidos condutores protônicos como de eletrólitos condutores iônicos, foi obtido depois de vários estudos realizados por alunos de iniciação científica e alunos de mestrado no Laboratório. Entretanto, como são inúmeras as variáveis que estão envolvidas no preparo das amostras, que vão desde o método escolhido[1-3] (físico, químico via seca, via úmida, etc.), como os parâmetros a serem analisados, como tempo e temperatura de síntese do pó, ou mesmo da preparação do sinterizado, ainda não se esgotaram completamente os estudos das variáveis que podem resultar numa melhora considerável nas propriedades do material estudado. Paralelamente à síntese e preparação de amostras, outro aspecto muito importante são as medidas elétricas[4] dessas amostras, as quais são essenciais para se determinar corretamente as propriedades elétricas e eletroquímicas. A proposta deste plano de trabalho de iniciação cientifica foi focar o estudo nas medidas elétricas de eletrólitos sólidos comerciais. OBJETIVO Determinar a condutividade de amostras comerciais de eletrólito sólido YSZ – zircônia estabilizada com ítria, em diferentes temperaturas de operação (entre 600 ºC e 1000 ºC). METODOLOGIA A preparação da amostra de zircônia estabilizada com ítria consistiu em mantê-la em uma temperatura de 100 ºC por 24 horas sob fluxo controlado de gás de nitrogênio. Para a preparação do sistema de medidas elétricas, a amostra foi inserida no porta-amostra do sistema de medidas de célula a combustível unitária de óxido sólido. Eletrodos para coleta de corrente foram conectados em cada face do eletrólito sólido em estudo. Para controle da temperatura de medida, foi conectado ao sistema de medidas um termopar próximo a posição da amostra. Todo o sistema foi inserido num forno bipartido tubular com controlador de temperatura. Para o controle da atmosfera, foi inserida no sistema de medidas uma entrada e saída de gás até a câmara de medidas. Para uma dada temperatura controlada foi determinada a faixa de frequência a ser utilizada nos experimentos e também a faixa de linearidade do sinal de amplitude DC. Uma vez definida a faixa de frequência e a amplitude do sinal de perturbação, foram realizadas medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica em diferentes temperaturas na faixa entre 400ºC e 1000ºC, variando de 50ºC em 50ºC e em atmosferas de ar. RESULTADOS Para as seguintes medidas, foi utilizada uma amostra comercial de YSZ (fonte: Fuel Cell Markets Ltd., EUA), com as seguintes dimensões: 2,0 cm de diâmetro, 0,0255 cm de espessura e 3,1416 cm² de área. A amostra foi pré-tratada em uma solução de HF 10% em água a 70 ºC por, aproximadamente, 10 minutos para garantir uma boa rugosidade e aderência da camada de prata ou platina. Em seguida, foi lavada com água deionizada e seca a uma temperatura de 50 ºC. As amostras foram pintadas a mão com uma fina camada de tinta de prata com auxílio de um pincel. Amostras na configuração Ag|YSZ|Ag foram obtidas depois de um tratamento a 350 ºC, por 1 hora, utilizando uma taxa de aquecimento/resfriamento de 20 ºC por minuto. A área do eletrodo de prata contida na amostra foi mensurada, possuindo o valor de 2,5447 cm². As medidas foram realizadas utilizando um potenciostado/galvanostato como módulo de impedância, Parstat 2263. Medidas de impedância sob atmosfera de argônio e ar: Sete medidas de impedância em temperatura entre 300ºC e 360ºC foram realizadas sob uma atmosfera de argônio e ar. Todos os resultados foram realizados com amplitude DC de 100mV. A Figura 1 mostra os resultados obtidos. Em comparação com os valores de impedância obtidos sob atmosfera de argônio, os valores de Z’ sob atmosfera de ar são menores, proporcionalmente para todas as temperaturas. Uma possível explicação para isto é o fato de que o material é considerado como um condutor de íons O2- e, portanto, se comparado com as medidas sob fluxo de argônio, o sistema apresenta menor resistência sob o fluxo de ar. Figura 1 - Medida de impedância sob atmosfera Figura 2 - Medida de impedância sob atmosfera de argônio. de ar. Para a determinação dos valores de impedância Z’ de cada semi-círculo, um ajuste dos dados foi feito fazendo uma analogia com circuito equivalentes. O circuito equivalente utilizado foi composto dos seguintes elementos (Figura 3): uma resistência R1, representando a resistência do volume do material, uma resistência R2 em combinação com um elemento de fase constante (CPE1) representando a resistência entre os contornos de grão e uma resistência R3 em combinação com um elemento de fase constante (CPE2) e uma resistência de Warburg (W1), representando a interface eletrólito/eletrodo. Figura 3. Circuito equivalente utilizado para determinar os valores de Z’. Os valores obtidos das resistências estão apresentados na Figura 4. Figura 4. Perfil da resistência em função da temperatura para o eletrólito sólido YZS. CONCLUSÃO Medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica foram realizadas em amostras comerciais de YSZ em diferentes temperaturas de operação. Utilizando a análise de circuito equivalente foi possível estimar os valores das resistências associadas a microestrutura do eletrólito sólido. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] KWON, O. H., CHOI, M. G. Electrical conductivity of thick film YSZ. Solid State Ionics 177 (2006) 3057–3062. [2] WANG, S.F., HSU, Y.-Fu, HUANG, Y.-C., WEI, W.-C. Solid oxide fuel cells with YSZ-BNO Bilayer electrolyte film deposited by magnetron sputteringCeramics International 37 (2011) 2095– 2100 [3] TIKKANEN, H., SUCIU, C. WAEMHUS, I. HOFFMANN, A.C. Dip-coating of 8YSZ nanopowder for SOFC applicationsCeramics International 37 (2011) 2869–2877. [4] BARSOUKOV, E. MACDONALD, J.R. Impedance Spectroscopy: Theory, Experiment, and Applications. 2th Edition. Wiley-Interscience. 2005. REFORMA A VAPOR DE ETANOL SOBRE CATALISADORES CU-K2O/MXOY–NB2O5 (M=CE, LA E AL): INFLUÊNCIA DO SUPORTE NA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO. Autor: Juliana Friedrich CNPq 151671/2010-9 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Orientador: Roberta Carolina Pelissari Rizzo Domingues Endereço Eletrônico: [email protected] Área de conhecimento: Engenharia Química 3.06.00.00-6; Tecnologia Química 3.06.03.00-5; Reatores Químicos 3.06.02.01-7. Palavras-chave: Reforma de etanol; Catalisadores Cu-K2O/MxOy-Nb2O5; Produção de hidrogênio. INTRODUÇÃO A busca e desenvolvimento de fontes alternativas de geração de energia elétrica motivam os estudos que envolvem as células a combustível, devido a sua capacidade de gerar energia limpa e renovável. O hidrogênio é o principal combustível utilizado nas células, pois é renovável, atóxico, além de não degradar a camada de ozônio. É produzido por inúmeros processos, como reações de reforma de hidrocarbonetos e álcoois ou eletrólise de água. A reforma de vapor de metano é o principal método utilizado para a produção de hidrogênio, porém, matérias-primas como etanol estão sendo estudadas, visando melhorias ambientais e econômicas. OBJETIVOS Foram sintetizados catalisadores Cu-K2O/MxOy–Nb2O5 (M=Ce, La e Al), estudando o comportamento catalítico através de caracterizações físico-químicas. Avaliou-se o desempenho do catalisador sintetizado Cu-K2O/CeO2-Nb2O5, com base na conversão e seletividade em uma reação de reforma de etanol. METODOLOGIA Primeiramente o suporte pentóxido de nióbio foi preparado partindo-se do ácido nióbico cedido pela CBMM, seguindo tratamento proposto por Fernandes-Machado (1995). Após esta etapa, foram preparados os catalisadores Cu-K2O/MxOy–Nb2O5 (M=Ce, La e Al) pelo método de impregnação úmida (sucessiva, no caso do catalisador CKLN), sendo os metais Cu e K impregnados simultaneamente. Após secagem em evaporador rotatório os precursores foram aglomerados, calcinados a 500°C por 5 horas - 6 horas para o catalisador CKLN - triturados e peneirados, chegando-se a um tamanho médio de partículas de 0,7 mm. Os catalisadores foram analisados por técnicas de caracterizações físico-químicas. Foi realizado estudo do desempenho catalítico do catalisador CKCN em um reator diferencial com massa de catalisador igual a 3,5g. A reação ocorreu a 300°C com razão molar etanol: água de 1:10. A cada 25 minutos era injetado o produto gasoso no cromatógrafo, assim como o produto líquido coletado. Na Tabela 1 são apresentados os catalisadores sintetizados: Tabela 2 - Relação dos catalisadores sintetizados. Catalisador Nomenclatura Composição em massa (%) Cu-K2O/Nb2O5 CKN 5Cu – 2K2O/93Nb2O5 Cu-K2O/Al2O3-Nb2O5 CKAN 5Cu - 2K2O/46,5Al2O3 - 46,5Nb2O5 Cu-K2O/La2O3-Nb2O5 CKLN 5Cu - 2K2O/46,5La2O3 - 46,5Nb2O5 Cu-K2O/CeO2-Nb2O5 CKCN 5Cu - 2K2O/46,5Al2O3 - 46,5Nb2O5 RESULTADOS A espectrofotometria de absorção atômica apresentou resultados satisfatórios quanto à incorporação dos componentes, pois foram obtidos teores de metais próximos aos valores nominais. Pela análise textural, utilizando o método B.E.T, observou-se que os catalisadores não apresentam microporos. A incorporação do Al2O3 ao catalisador CKN resultou num grande aumento da área superficial e volume de poros, com diminuição do diâmetro médio dos poros. Já a incorporação de La2O3 e CeO2 provocou uma diminuição na área superficial e demais parâmetros, exceto quanto ao diâmetro médio de poros do catalisador CKCN que permaneceu quase inalterado. Os resultados da Dessorção a Temperatura Programada de Amônia estão apresentados na Tabela 2: Tabela 3 - Acidez dos catalisadores em mmol NH3/g de catalisador. Acidez Acidez do Acidez do 1° Máximo de 2° Máximo de Total 1º pico 2º pico Temperatura (°C) Temperatura (°C) CKN 0,147 - - 303,9 - CKAN 0,227 - - 258,4 - CKCN 0,035 0,033 0,002 227,6 471,6 CKLN 0,042 0,012 0,030 223,0 402,2 Nb2O5 0,0938 - - 241,3 - Catalisador Observa-se que a adição de La2O3 e CeO2 diminuiu a acidez dos catalisadores quando comparados ao CKN, porém, a incorporação de Al2O3 fez a acidez aumentar devido suas características ácidas. Os catalisadores CKCN e CKLN apresentaram sítios de maior força ácida, pois maior foi o máximo de temperatura de dessorção de NH3. Além disso, apresentaram dois máximos de temperatura, demonstrando que nestes materiais existem dois tipos de sítios ácidos. O Nb2O5 utilizado por Alonso et al. (2009) apresentou acidez diferente, mostrando que a matéria-prima e modo de preparo influenciam diretamente nas características catalíticas. A microscopia eletrônica de varredura (MEV) em ampliações de 5000 vezes está representada na Figura 1: Figura 11 – Análise de MEV para os catalisadores: (a) CKAN; (b) CKLN; (c) CKCN e (d) CKN. Os catalisadores apresentaram morfologia característica de material óxido, não reduzido, em forma de pó. A análise indicou que o catalisador CKAN possui uma estrutura mais definida e o CKLN uma maior uniformidade da superfície, com grãos menores. Os produtos gasosos da reação foram basicamente CH4 e H2, com traços de CO, CO2, etano e eteno. A análise do produto líquido indicou que a reação produziu pouco acetaldeído, sendo o produto líquido composto em sua maior parte de água e etanol que não reagiram. As composições molares dos componentes do produto líquido permaneceram praticamente constantes ao longo da reação. Na Figura 2 são apresentados os resultados de seletividade dos produtos gasosos pelo tempo de reação e a conversão de etanol para o catalisador CKCN: Figura 12 – (a) Seletividade dos produtos gasosos; (b) Conversão do etanol ao longo da reação. Pode-se observar que a reação apresentou alta seletividade em relação ao CH4 e baixa seletividade para H2 e demais produtos. Na análise de conversão de etanol, os produtos 3 e 4 foram desconsiderados pois apresentaram conversão negativa, mostrando que durante a reação ocorreu acúmulo de reagente/produto no sistema reacional. Nos demais pontos, podemos observar uma queda muito significativa na conversão já na segunda amostra de produto, permanecendo baixa ao longo da reação, indicando que o catalisador CKCN não apresentou bom desempenho catalítico para a produção de H2 na reforma de etanol. Isto se torna mais evidente quando comparamos aos resultados obtidos por Rizzo-Domingues (2007) para o catalisador Cu-K2O/Nb2O5 (CKNlc), o qual resultou em uma reação com alta produção de hidrogênio e conversão de etanol, evidenciando que a incorporação do óxido de cério ao suporte de nióbio não foi favorável. CONCLUSÕES As caracterizações físico-químicas possibilitaram um maior conhecimento dos catalisadores sintetizados, com base na estrutura, morfologia, composição e força ácida, ressaltando que o estudo das matérias-primas, método de preparo e condições operacionais são fundamentais, pois exercem grande influência nas características de cada catalisador desenvolvido. Busca-se obter um material catalítico que gere uma alta conversão de etanol e produção de H2 através da reforma de vapor de etanol, porém, o catalisador CKCN testado não foi ideal para a reação de reforma de etanol para a produção de H2. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico, a Universidade Federal do Paraná e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1) FERNANDES-MACHADO, Nádia R. C., Estudo da Interação de Cobre com os Suportes ZnO, TiO2 e Nb2O5 e Efeitos Sobre a Reforma do metanol. Tese de Doutorado, COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1995. 2) ALONSO, Christian G.; FURTADO, Andréia C.; CANTÃO, Maurício P.; SANTOS, Onélia A.A. dos; FERNANDES-MACHADO, Nádia R. C. Reactions over Cu/Nb2O5 catalysts promoted with Pd and Ru during hydrogen production from ethanol. International Journal of Hydrogen Energy, xxx (2009) 1–9. 3) RIZZO-DOMINGUES, Roberta C. P., Avaliação de Catalisadores e da Cinética da Reação de Produção de Hidrogênio a Partir de Reações entre Etanol e Água. Tese de Doutorado, PEQ, Universidade Estadual de Maringá, 2007. ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS ASSOCIADOS À BIOCORROSÃO EM USINAS HIDROELÉTRICAS Autor: Juliana Kobylanski Jantalia CNPq 106910/20116 Orientador: Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Berton Endereço Eletrônico: [email protected] Endereço Departamento: DPTM/DVMI Marcos Antonio Coelho Eletrônico: [email protected] Área de conhecimento: Eletroquímica 1.06.03.02–6; Microbiologia 2.12.02.00-1 Palavras-chave: corrosão microbiológica, biofilme, fungos, espectroscopia INTRODUÇÃO Usinas hidrelétricas constituem 76% da matriz energética brasileira (ANEEL, 2010). Um dos grandes problemas enfrentados por Centrais Geradoras Hidrelétricas é a formação de biofilmes sobre a superfície de metais submersos e em contato com a água do reservatório. Biofilme pode ser descrito como uma comunidade de micro-organismos associados e firmemente fixados à superfícies através de uma matriz polimérica extracelular, que é permeada por canais de água que permitem o intercâmbio eficiente de biomassa entre a população e o meio ambiente (Hall-Stoodley, L. et al., 2004). O isolamento e a identificação de micro-organismos envolvidos na biocorrosão de metais constituem importantes ferramentas para o entendimento do processo. Porém, a taxonomia de fungos por metodologia convencional nem sempre permite a identificação ao nível de espécie, sendo o uso de marcadores moleculares uma alternativa. Contudo, por vezes, as técnicas moleculares, como o sequenciamento de DNA, demandam recursos e tempo. A espectrometria no infravermelho surge como uma metodologia interessante, pois além de mais rápida que a identificação molecular, apresenta custos mais baixos. OBJETIVOS Este trabalho teve como principal objetivo a caracterização dos fungos envolvidos na formação de biofilmes na superfície de corpos de prova metálicos instalados na Usina Hidrelétrica de Tucuruí-PA. Assim possibilitando a construção de uma base de dados baseada em espectros obtidos a partir da espectrocopia para facilitar a identificação de futuras amostras. MÉTODOS O material biológico utilizado para estudo é proveviente de corpos de prova de diferentes metais, aço inox e aço carbono. se encontram em caixas acrílicas instaladas na Usina Hidrelétrica de Tucuruí-PA. A fim de fazer o isolamento dos fungos, primeiramente a superfície de cada corpo de prova foi raspada e seu conteúdo depositado em frascos Erlenmeyer contendo 60mL de solução salina 0,85%. Uma aliquota de 100μL da solução de cada corpo de prova foi inoculada, com auxílio de uma alçaa de Drigalski, em triplicata em placas de Petri em três meios de cultivos diferentes, Trypticase Soy Agar (TSA), Agar Batata Dextrose (BDA) e Agar de McConkey. As placas foram entao incubadas por 7 dias a 28ºC. Os fungos, previamente isolados, foram cultivados por 4 dias a aproximadamente 28ºC em tubos de ensaio contendo 15 mL de meio Sabouraud. Os tubos foram mantidos na estufa inclinados com o objetivo de aumentar a superficie de meio em contato com o ar e obter maior quantidade de micélio. Após o crescimento dos micélios, esses foram armazenados em fracos de vidro para serem desidratados através do processo de liofilização. Em seguida, foram congelados com acréscimo de nitrogênio líquido e macerados com o auxílio de um pistilo em um graal de porcelana até a obtenção de um pó bem fino e armazenados em tubos a 4ºC até a sua utilização. Os espectros no infravermelho foram capturados com o espectrômetro Biorad, realizando 16 scans na faixa de número de onda de 7500 a 400 cm-1, e resolução de 2 cm-1, com tres repeticoes. As amostras em pó eram depositadas em um suporte de aço e este era colocado no acessório DR acoplado ao espectrômetro. Os espectros resultantes do DR foram analisados no software The Unscrambler v.9.1 (CAMO PROCESS, 2004) . RESULTADOS A contagem de fungos foi feita em triplicata e foram obtidos, fazendo a média entre as replicatas, 23, 30, 13 e 27 fungos para os respectivos CP’s: AC06, AC13, AX21, AX46. Considerando o fator de diluição, foram preparados 200 mL de salina e utilizados 100µL desta e a área dos corpos de prova (0,0025m2), calculou-se as unidade formadoras de colônia dispostas na tabela abaixo. Primeira coleta (01/03/2011) Corpo de prova UFC/m2 AC06 1,04x107 AC13* 2,19x107 AX21 1,84x107 AX46* 2,40x107 Unidades formadoras de colonias calculadas para cada corpo de prova recolhido na primeira coleta. (*) Corpos de prova que passaram pelo tratamento com cloro. Vinte isolados fúngicos diferentes foram obtidos e identificados ao nível de gênero por macro e micromorfologia, dentre eles, 15 Penicillium sp., 2 Paecilomyces sp., 1 Aspergillus sp., 1 Acremonium sp. e 1 Blastomyces sp. Abaixo seguem imagem de alguns dos isolados fúngicos e tabela com a identifiçao individual dos fungos. Imagem feitas pela por microscopio optico 100x de alguns dos fungos isolados. Da esq. para dir. Aspergillus sp., Penicillium sp. e Paecilomyces sp.. Segunda Coleta (30/05/2011) Os corpos de prova de aço carbono AC15, AC45 e AC48 obtiveram, respectivamente, uma média na contagem de fungos de 1,8, 1,8 e 3 colônias. O aço inox apresentou uma média de 1,5 colônias por placa inoculada. Corpo de prova UFC/m2 AC15 1,44x106 AC45 1,44x106 AX48* 2,40x106 AX44* 1,20x106 Unidades formadoras de colonias calculadas para cada corpo de prova recolhido na segunda coleta. (*) Corpos de prova que passaram pelo tratamento com cloro. Foi possível isolar vinto e cinco diferentes fungos e, a partir da macro e micromorfologia, identificar 6 aspegilllus sp., 5 Penicillium sp., 1 Acremonium sp., 2 Paecilomyces sp., 1 Cladosporium sp., 1 Phoma sp. Imagens feitas pela por microscopio optico 100x de alguns dos fungos isolados. Da esq. para dir. Aspergillus sp., Penicillium sp. e Paecilomyces sp.. Após a obtenção dos espectros de cada amostra de fungo, os dados passaram por alguns tratamentos para diminuir ruídos e melhorar a análise dos espectros, sendo eles a derivada 1º com 11 pontos de alisamento (smoothing) e regressão por mínimos quadrados parciais ( PLS - partial least squares) que foi utilizada neste caso, pois é muito útil para predizer um conjunto de variáveis dependentes ( eixo y, espécie do fungo) com um grande número de variáveis independentes ( eixo x, as bandas dentro de um espectro) (ABDI, 2003). O resultado dos seguintes tratamentos ainda não é conclusivo, porque a caracterização molecular dos isolados fúngicos ainda está em andamento. CONCLUSÃO A partir dos estudos realizados foi possível identificar os principais gêneros dos fungos presentes em biofilmes de ligas metálicas expostas da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. E dar início a construção da base de dados com os espectros já obtidos. AGRADECIMENTOS Ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, espectrômetro, às professoras Ida Chapaval Pimentel e Patrícia do Rocio Dalzoto, ao doutorando Paulo Roberto Dantas Marangoni e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDI, H. Partial Least Squares (PLS) Regression. In LEWIS-BECK M.; BRYMAN, A.; FUTING T. Encyclopedia of Social Sciences Research Methods. Thousand Oaks, 2003. ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. 2009. www.aneel.gov.br (acesso em julho de 2010). Hall-Stoodley L, Costerton JW, Stoodley P ( infectious diseases. Nat. Rev. Microbiol., 2004. Bacterial biofilms: from the natural environment to PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ELETRÓLITOS SÓLIDOS PROTÔNICOS PARA A UTILIZAÇÃO EM CÉLULAS A COMBUSTÍVEL DE ÓXIDO SÓLIDO Autor: Kassia dos Santos CNPq 129315/20109 Orientador: Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Berton Endereço Eletrônico: [email protected] Endereço Departamento: DPTM – DVMT Marcos Antonio Coelho Eletrônico: [email protected] Área de conhecimento: Eletroquímica: 1.06.03.02-6 Cerâmicos: 3.03.05.02-0 Palavras-chave: eletrólito sólido, condutor protônico, célula a combustível. Introdução Atualmente o eletrólito sólido utilizado nas SOFC é a zircônia estabilizada com ítria [1], pois possui alta condutividade iônica (0,1 S/cm) a 1000ºC [1,2]. Porém, essa elevada temperatura de operação acarreta alguns problemas, como a limitação de materiais possíveis de serem utilizados [3], não podendo ser utilizadas ligas metálicas, o que reduziria o custo de um sistema de célula a combustível de óxido sólido, além de possuírem baixo tempo de vida útil devido a degradação dos materiais. Logo, fica evidente a necessidade de se desenvolver materiais que possam ser utilizados como eletrólitos sólidos em temperaturas intermediárias ( 400 - 700ºC). Uma alternativa é a utilização de um eletrólito sólido condutor protônico que, além de operar em temperaturas inferiores, também apresenta a vantagem de gerar água como produto da reação. Estudos sugerem que soluções sólidas entre BaCeO3 e BaZrO3 podem resultar em uma boa condutividade protônica e boa estabilidade química. [4] Porém, BaCeO3 e BaZrO3 são materiais de difícil densificação e sinterização[5], de acordo com a literatura as temperaturas de sinterização estão entre 1700 – 1800ºC para se obter uma densidade relativa maior que 95%. A adição de pequenas quantidades de agentes de sinterização (como o NiO2) pode reduz a temperatura de sinterização em 250-300ºC [6]. Objetivos Este trabalho tem como objetivo a síntese e caracterização de eletrólitos funcionais, a base de cerato de bário dopado, que possuam elevada condutividade protônica e que sejam capazes de operar em temperaturas intermediárias (500-700ºC). Metodologia Os compostos foram obtidos pelo método dos precursores poliméricos. Para a obtenção das amostras desejadas foram preparadas duas soluções: uma solução de ácido cítrico e etileno glicol (60:40% massa) e uma solução 0,1mol/L de nitratos com diferentes estequiometrias. Neste caso dos respectivos sais: nitrato de bário - BaNO3, nitrato de cério hexahidratado Ce(NO3)4.6H2O, nitrato de ítrio hexahidratado - Y(NO3)3.6H2O, óxido nitrato de zircônio – ZrO(NO3)2.x H2O, nitrato de níquel hexahidratado – Ni(NO3)2.6H2O. A solução de acido cítrico – etileno glicol foi adicionada lentamente sobre a solução de nitratos. Após a adição a temperatura foi aumentada para 110ºC, manteve-se a agitação, até que o excesso de solvente fosse evaporado dando origem a uma resina sólida de coloração marrom. Essa resina foi então acomodada em estufa a 50°C por 24 horas, sendo depois calcinada a 400°C por 6 horas dando origem ao “puff”. O “puff” foi macerado em gral de ágata e depois calcinado a 1100°C por 3 horas. Originando as respectivas amostras: Tabela 4: Relação das amostras sintetizadas e suas respectivas fórmulas estequiometrias Amostra Fórmula estequiométrica BCY BaCe0,8Y0,2O2,9 BCYNi BaCe0,8Y0,16Ni0,04O2,9 BCZ(0,4)YNi BaCe0,4Zr0,4Y0,16Ni0,04O2,9 BCZ(0,5)YNi BaCe0,3Zr0,5Y0,16Ni0,04O2,9 BCZ(0,6)YNi BaCe0,2Zr0,6Y0,16Ni0,04O2,9 As amostras foram caracterizadas por difração de raios-X (DRX). A estabilidade química das amostras em atmosfera de CO2 e vapor de água foi estudada por análise de difração de raios-X antes e após fluxo do gás a 600 °C por 3 horas. O pó (amostras calcinadas a 1100ºC) foi conformado em amostras cilíndricas através do processo de prensagem uniaxial. Para a sinterização foi utilizada a temperatura de 1550 °C por duas horas, com rampa de aquecimento de 5°C/min., com subseqüente resfriamento até temperatura de aproximadamente 50 °C. A sinterização das amostras foram confirmadas por análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Resultados Os difratogramas confirmam a baixa estabilidade do BaCeO3 [7] após permanecer em atmosfera de CO2 a 600°C por 3 horas. E Através dessa análise foi possível verificar o aumento da estabilidade química da amostra com a introdução de Zr, uma vez que, os picos referentes ao BaCO3 tiveram suas intensidades diminuídas e os picos correspondentes ao CeO2 não apareceram nos difratogramas das amostras com Zr.(Figura 1) BCYNi-CO2 BCY BCZ(0,4)YNi-CO2 10 20 30 40 50 60 70 80 * ** * * 20 100 * BaCO3 * 10 90 BCY - CO2 30 40 50 BCZ(0,6)YNi-C02 Intensidade (u.a.) Intensidade (u.a.) BCZ(0,5)YNi-CO2 * CeO2 * 60 70 80 90 100 20 30 40 50 60 70 80 90 2θ (grau) 2θ (grau) (a) (b) Figura 1: DRX da amostra BCY antes e depois de ser exposta a um fluxo continuo de CO2 por um período de 3 horas a 600°C (a), DRX das amostras com diferentes quantidades de Zr após serem expostas a um fluxo contínuo de CO2 por 3 horas a 600°C. A sinterização da amostra foi confirmada com o aparecimento de grãos e contornos de grãos (Figura 2).. (a) (b) Figura 2: MEV das amostras (a) BCZ(0,4)YNi, (b) BCZ(O,6)YNi sinterizadas a 1550°C por 2 horas com uma rampa de aquecimento de 5°C/min. Conclusões Os resultados obtidos através da técnica de DRX confirmam a introdução do zircônio no sítio do cério, uma vez que os difratogramas das amostras dopadas com zircônia apresentam um deslocamento dos picos do BaCeO3 para ângulos maiores, devido a diferença dos raios iônicos do Ce4+ e do Zr4+. Os resultados sugerem o aumento da estabilidade química do eletrólito com a dopagem com zircônia. A sinterização das amostras foi obtida com a queima a 1550°C por 2 horas. Esse resultado foi possível devido a utilização de níquel como agente de sinterização. As micrografias indicam que a quantidade de Zr pode ser um fator determinante para o controle de tamanho do grão, uma vez que, o aumento na quantidade de Zr leva a uma diminuição no tamanho do grão. Agradecimentos PIBITI/CNPq e LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. Referências [1] Yamamoto, Osamu. Solid oxide fuel cells: fundamental aspects and prospects. Electrochemical Acta, v.45, p. 2423-2435, 2000. [2] Fergus, J. W. Electrolytes for solid oxide fuel cells. Journal of Power Sources, v. 162, p. 30-40, 2006. [3] Matsumoto, H.; Kawasaki, Y.; Ito, N.; Enoki, M.; Ishihsra, T. Relatio between electrical conductivity and chemical stability of BaCeO3-based proton conductors with different trivalent dopants. Electrochemical and Solid-State Letters, v. 10(4), p. B77-B80, 2007. [4] Katahira, K.; Iwahara, H. et al. Protonic conduction in Zr-substituted BaCeO3. Solid State Ionics, v. 138, p. 91-98, 2000. [5] Zhong, Z. Stability and conductivity study of the BaCe0,9-xZrxY0,1O2,9 systems. Solid State Ionics, v. 178, p. 213-220, 2007. [6]Gorbova, E. et al. Influence of Cu on the properties of gadolinium-doped barium cerate. Journal of Powder Sources, v. 181, p. 292-296, 2008. [7] Fabbri, E. et al. Tailoring the chemical stability of Ba(Ce0,8-xZrx)Y0,2O3-δ protonic conductors for Intermediate Temperature Solid Oxide Fuel Cells (IT-SOFCs). Solid State Ionics, v. 179, p. 558-564, 2008. INSTRUMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA ENSAIOS GEOTÉCNICOS AVANÇADOS. Autor: Laísa Berno Benetti Orientador: Bolsista CNPq PIBITI/CNPq - LACTEC – Rodrigo da Silveira 2010/2011 Endereço 149440/2010-3 Moraes Endereço Eletrônico: Eletrônico: [email protected] [email protected] Departamento: DPEC – DVPE Área de conhecimento: Geotecnia 3.01.00.00-2 Palavras-chave: LabVIEW,Prova de carga RESUMO ESTENDIDO Introdução A automatização do sistema de aquisição de dados é essencial quando se almeja apresentar dados ao observador de maneira prática e com alta precisão. O monitoramento, ou controle, interpretação e registro de dados automatizado elimina variações induzidas pelo operador no processo de coleta e reduz erros na transcrição destes assim, a qualidade dos dados recai apenas sobre os equipamentos utilizados para sua aquisição. O conjunto de dados adquiridos é detalhado, resultado da maior taxa de leitura proporcionada pela instrumentação, dados estes que são interpretado de maneira padronizada e organizados de forma clara, excluindo a utilização de anotações de campo e planilhas no Excel como forma de monitoramento de dados. Com estes objetivos foi desenvolvido um programa para automatização do ensaio de prova de carga direta sobre terreno de fundação utilizando a linguagem de programação gráfica LabVIEW que permite adquirir, visualizar e registrar dados em tempo real, e em simultâneo processá-los, através da programação da rotina de interpretações que o ensaio exige. Objetivos Instrumentar o ensaio de Prova de carga sobre terreno de fundação NBR6489 (DEZ1984) utilizando a linguagem de programação gráfica LabVIEW. Metodologia • Ensaio de Prova de carga sobre terreno de fundação NBR6489 O ensaio de prova de carga ‘in situ’ sobre o elemento de fundação permite determinar a grandeza da carga capaz de provocar a deformação excessiva ou ruptura do solo sobre terreno de fundação, além de fornecer dados importantes com relação à interação e ao comportamento soloestrutura de fundação. O ensaio é realizado aplicando carregamentos, através de um macaco hidráulico munido de bomba e manômetro reagindo contra uma carga de reação, sobre uma placa rígida colocada no fundo de um poço com dimensões proporcionais as da futura fundação, essa placa distribuirá as tensões sobre o solo. A prova de carga é realizada em estágios de carregamento de no máximo 20% da taxa admissível esperada do terreno, as deformações causadas no solo são medidas por extensômetros colocados em diferentes pontos da placa. As leituras são realizadas logo após a aplicação da carga e em intervalos de tempo sucessivamente dobrados (1,2,4, 8, 15 minutos, etc.). Os estágios de carregamento avançam se houver estabilização, isto é, quando o recalque entre duas leituras sucessivas for de no máximo 5% do recalque total até aquele intervalo de tempo. Segundo a NBR6489 (DEZ 1984) “o ensaio deve ser levado até pelo menos observar-se um recalque total de 25mm ou até atingir-se o dobro da taxa admitida do solo” , alcançada a carga máxima deve-se monitorar os recalques por pelo menos 12 horas. O descarregamento também será realizado em estágios sucessivos de descarga que não deve ser superior a 25% da carga total. As leituras e a verificação de estabilidade devem ser realizadas de maneira igual ao carregamento. Os dados do ensaio são inseridos em um gráfico tensão versus deformação, analisando a curva característica formada obtém-se informações acerca da resistência e da deformabilidade do solo. • Software A linguagem de programação Labview foi utilizada para gestão dos dados de acordo com a NBR6489 (DEZ 1984). Uma célula de carga foi utilizada para o monitoramento da carga aplicada à placa e extensômetros foram utilizados para verificação do recalque do solo. Esses sensores transformam fenômenos físicos em sinais elétricos fornecidos à placa de aquisição de dados, os dados são lidos no computador e podem ser trabalhados no software desenvolvido. O software é constituído por duas interfaces, a interface de interação com o usuário, chamada de Painel Frontal e a interface de programação, chamada de Diagrama de Bloco. O Painel Frontal é montado com controles, que são terminais interativos de entrada de dados, e indicadores, terminais interativos de saída de dados do software. Nele o usuário pode visualizar o valor do recalque e da carga acusados pelos extensômetros e pela célula de carga, respectivamente. Também apresenta um campo de controle do tempo e indicadores contendo dados necessários a verificação de estabilização do recalque do solo nos intervalos de tempo previstos em norma. No diagrama de bloco o fluxo de dados (Figura 01) foi programado utilizando os terminais dos controles e indicadores do painel frontal, representações gráficas de funções, estruturas de controle de processo, como estruturas condicionais, seqüenciais, de repetição e ligações que transferem dados entre os objetos. Figura 01: Fluxograma de gestão de dados. Resultado O software desenvolvido foi testado em laboratório, através do monitoramento de uma prova de carga realizada utilizando uma prensa que se deslocava simulando o recalque do solo. Verificado seu desempenho satisfatório o software foi utilizado em provas de carga realizadas em subestações da COPEL para estudos de interesse dessa instituição. Conclusão Com a realização de ensaios utilizando o software, observou-se a facilidade de sua operação e a qualidade dos dados adquiridos. Com uma interface com o usuário simples, o software exibe claramente os dados e as ferramentas de interação com o usuário são de fácil interpretação e controle. Por ser um sistema aberto pode ser reconfigurado, por exemplo, nos campos de calibração dos instrumentos. O armazenamento de dados, gravados automaticamente em uma planilha, eliminou erros provenientes da coleta de dados convencional, como anotações incorretas e perdas de dados. A aquisição automática dos dados também eliminou parte da mão de obra, pois após a montagem dos equipamentos, necessita-se apenas aplicar a carga e acompanhar o monitoramento de dados no software. Pelas razões anteriormente apontadas a instrumentação desse ensaio geotécnico mostra-se eficiente no que se propõem e vantajosa em relação ao procedimento tradicional de realizá-lo. AGRADECIMENTOS Agradeço ao PIBITI/CNPq e ao LACTEC pelo infra-estrutura proporcionada para o desenvolvimento deste projeto. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEORA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6489: Prova de carga direta sobre terreno de fundação.Rio de Janeiro, 1984. NATIONAL INSTRUMENTS CORPORATION, Manual de Treinamento do LabVIEW Básico I,v. 6.0, out. 2000. TRAVIS; Jeffrey; KRING, Jim. LabVIEW For Everyone. 3. ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2007. 981 p. National Instruments. http://www.ni.com/labview < acesso em 02/02/2011> PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO/ ATAQUE POR PERCOLAÇÃO DE ÁGUA EM ESTRUTURAS TIPO CCR: ESTUDO DE CASO NA USINA SANTA CLARA COM EXTENSÃO PARA JORDÃO E CAXIAS Autor: LARISSA MILDEMBERGER Orientador: CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 PORTELLA 129289/2010-8 Endereço Eletrônico: [email protected] Endereço Departamento: DPEC – DVPE KLEBER FRANKE Eletrônico: [email protected] Área de conhecimento: Físico-Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: Barragem, CCR, percolação de água A UHE Santa Clara localizada no Rio Jordão, na bacia do Rio Iguaçu, Estado do Paraná, foi inaugurada em 2005 e em conjunto com a UHE Fundão, forma o Complexo Energético Jordão. A usina em estudo possui um corpo de barragem de 67m de altura máxima, potência de 120MW e destaca-se por ter sua barragem do tipo gravidade em CCR. Este possui consistência e trabalhabilidade tal que permite a compactação com rolos compressores, sendo economicamente mais vantajoso quando comparado ao concreto convencional. [1] Em estruturas de concreto compactado a rolo (CCR) a compacidade está normalmente limitada ao baixo teor de cimento utilizado, à utilização de agregados de grande granulometria e ao uso de rolos vibratórios para o adensamento. A impermeabilização da barragem de CCR fica a cargo da parede vertical em CCV, com uso de maior quantidade de cimento e de tratamentos superficiais realizados antes do enchimento do reservatório. [2] A agressividade da água aumenta quando ela infiltra por efeito de pressão no concreto. Em determinadas construções, a infiltração diminui progressivamente, até cessar. A lixiviação dos componentes do concreto pela ação da água se produz rapidamente a princípio e logo com velocidade progressivamente menor. À medida que há uma redução de cal hidratada por lixiviação, destroem-se as restantes combinações hidratadas, que só são estáveis numa solução de hidróxido de cálcio e com pH elevado. A lixiviação do hidróxido de cálcio do concreto endurecido conduz à destruição lenta dos compostos hidratados restantes como os silicatos, aluminatos e ferroaluminatos hidratados. Como consequência, o concreto perde sua resistência mecânica devido a um fenômeno químico. [2] Tendo em vista a manutenção do corpo de barragem da UHE Santa Clara, os principais objetivos deste trabalho são: estudar o efeito da percolação de água em corpos de barragem do tipo gravidade em CCR através da qualificação e quantificação dos íons lixiviados e relacionar a perda mássica anual da estrutura de barragem com a percolação de água, a fim de quantificar a contribuição do CCR nessa perda. Para a execução do ensaio, foram utilizados testemunhos extraídos durante visitas à usina. O corpo de prova utilizado foi cortado para que pudesse ser inserido no interior de um cap de PVC com 150mm de diâmetro, e a massa inicial do bloco foi medida. O conjunto da análise foi montado de acordo com a Figura 1 e alíquotas de água percolada foram retidas do béquer assim que a água chegava ao volume aproximado de 500mL, a condutividade foi medida e as amostras enviadas para testes de Espectrofotometria de Absorção Atômica (Equipamento Perkin Elmer, modelo 4100) e para Cromatografia Iônica de Alta Eficiência (Equipamento Marca Dionex 2010 I). Figura 1 – Esquema de montagem do sistema para estudo. A massa inicial do testemunho era 617,23g. Entre as alíquotas retiradas, apenas a 4ª alíquota apresentou resquícios de concreto, sendo a massa dessa pequena amostra sólida de 0,0112g. Os resultados obtidos para o teste de condutividade estão dispostos no gráfico da Figura 2. Nele nota-se um aumento significativo assim que a primeira alíquota de água percolada foi recolhida quando comparada a amostra “branco” (apenas água deionizada), em seguida os valores decrescem progressivamente. Isso pode ser explicado pelo fato de que os íons mais solúveis presentes no concreto serem lixiviados facilmente, aumentando a condutividade da primeira amostra. Figura 2 – Condutividades das amostras recolhidas. A análise cromatográfica mostrou que os íons sulfatos foram lixiviados no começo do estudo, entretanto em nenhum momento a concentração de sulfato ultrapassou a quantidade máxima admitida, 300mg/L.[3] Os íons cloreto estão presentes em maior quantidade na 3ª alíquota recolhida, mas em concentrações inferiores às de sulfato. Os íons sulfato e cloreto presentes no concreto são provenientes de agregados e aditivos misturados ao cimento. Na figura 3 encontram-se os gráficos referentes aos íons sulfato e cloreto, respectivamente. Figura 3 – Concentração de íons sulfato e cloreto, respectivamente. Os resultados para o silício, proveniente da sílica adicionada ao cimento na forma de areia, também foram significativos. Os resultados mostram de forma visivelmente crescente a concentração de silício à medida que as alíquotas foram retiradas. A lixiviação do hidróxido de cálcio do concreto endurecido conduz à destruição lenta dos compostos hidratados restantes como os silicatos, aluminatos e ferroaluminatos hidratados. A presença de alumínio e ferro não foi significativa, ficando próxima do limite de detecção do equipamento. Talvez se o estudo se estendesse por mais algum tempo, os aluminatos e ferroaluminatos hidratados também seriam destruídos, assim como o que ocorreu com os silicatos. Outros íons foram analisados, como nitrato, nitrito, fosfato, magnésio, potássio e sódio, mas nenhum se mostrou relevante como os citados anteriormente. Como o estudo encontra-se em andamento, não foi possível quantificar a perda mássica total do testemunho utilizado. Levando em consideração este estudo, pode-se concluir que, por ser mais poroso que o CCV, o CCR é percolado mais facilmente pela água, logo, não se recomenda que fique em contato direto da água do reservatório da UHE Santa Clara. Além disso, indica-se a continuidade do projeto para que se possa estudar com maiores detalhes o efeito que a água do reservatório tem sobre a estrutura da barragem e qual a melhor forma de minimizar esta ação. AGRADECIMENTOS A autora agradece ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento, ao Prof. Dr. Kleber Franke Portella e à colaboração de Cesar Ricardo Hubsch e Albari Soares Mendes. REFERÊNCIAS [1] MILDEMBERGER, L. “Patologias em estruturas de concreto/Ataque por percolação de água em estrutura tipo CCR: Estudo de caso na Usina Santa Clara com extensão para Jordão e Caxias”. Relatório Anual. 2010. [2] SANTI, M. R. de A., “Metodologia para avaliação da perda de massa em barragens de concreto compactado com rolo (CCR)”. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, PR. 2008. [3] PETRUCCI, E. G. R., “Concreto de cimento Portland” – 12ª edição, São Paulo: Ed. Globo, 1993. DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO MATEMÁTICO DE ANÁLISE DE RISCO DE BIOINVASÃO AQUÁTICA POR L. FORTUNEI Autor: Leon Fernando Miecoanski CNPq 102083/2011-8 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Dra. Tânia Lúcia Graf de Miranda Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPRA – DVMA Área de conhecimento: Ecologia Aplicada - 2.05.03.00-8 Palavras-chave: mexilhão-dourado, bioinvasão, Limnoperna fortunei, risco, modelagem. RESUMO ESTENDIDO INTRODUÇÃO As invasões biológicas, ou seja, a introdução, estabelecimento e conseqüências negativas de espécies ocorrendo em uma área fora de seu limite natural, historicamente conhecido, têm sido reconhecidas como uma das ameaças mais sérias aos ecossistemas mundiais. A introdução de espécies invasoras é considerada hoje, a segunda maior causa de declínio da biodiversidade, ficando atrás apenas da destruição de habitats naturais (VITOUSEK et al, 1997; BASKIN, 2002). O processo de bioinvasões pode causar danos sócio-econômicos e ambientais em ecossistemas terrestres, lacustres, fluviais e marinhos. A introdução de espécies invasoras pode ser acidental ou intencional, e os quatro principais meios de introdução são a aquicultura, a água de lastro, incrustadas nos cascos de navios e com a criação de canais para conexões entre bacias e oceanos (CARLTON, 1996; BRANCH & STEFFANI, 2004). A navegação marítima, por exemplo, já resultou no translado de grande número de espécies de plantas e animais de um continente a outro (DI CASTRI, 1989). A introdução de mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) na América do Sul é um exemplo de bioinvasão ocasionada pelo transporte marítimo. Oriundo do sudeste asiático, o molusco bivalve se adaptou ao meio, e suas populações têm crescido e se dispersado rapidamente desde sua introdução em 1991 no estuário do rio da Prata, na Argentina (Darrigran & Darrigran, 2001). Essa rápida dispersão se deve grande resistência deste molusco invasor a condições ambientais, sua alta fecundidade, e pelos vetores de dispersão antrópicos, como esportes náuticos e atividades recreativas. Portanto, se torna imprescindível o uso de medidas preventivas para impedir que o molusco se disperse por toda bacia hidrográfica. OBJETIVOS Desenvolvimento de um modelo matemático de análise de risco de bioinvasão por Limnoperna fortunei nas usinas hidrelétricas de Salto Osório, Salto Santiago, Itá e Machadinho, o qual abrange a análise de riscos ambientais e dos vetores de dispersão de espécies invasoras. Tendo como objetivos específicos: • Análise das condições ambientais do entorno do reservatório, de cada usina hidrelétrica. • Análise e discussão dos dados físico-químicos referentes à qualidade da água dos reservatórios das respectivas usinas, com os limites de sobrevivência do L. fortunei. • Caracterização dos vetores de dispersão do mexilhão dourado em cada usina. METODOLOGIA Os reservatórios em estudo situam-se na região sul brasileira, espaçados entre os estados do Paraná Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apesar da proximidade, cada estado apresenta características físicas, geográficas e biológicas específicas. Os reservatórios de Salto Osório e Salto Santiago situam-se na região centro-sul do estado do Paraná, no curso do rio Iguaçu. Já os reservatórios de Machadinho e Itá estão localizados sob o rio Uruguai na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Juntos os reservatórios somam uma área alagada de 702 km². Para avaliação das condições ambientais dos reservatórios, foram analisados os parâmetros físico-químicos e biológicos da água, os quais foram cedidos pela Tractebel Energia. Os parâmetros utilizados para análise da qualidade da água dos reservatórios foram: temperatura (°C), oxigênio dissolvido (mg/L), pH, turbidez (NTU) e material em suspensão (mg/L). Sendo estas, variáveis limitantes a sobrevivência do mexilhão dourado e de grande importância para a limnologia do reservatório. As coletas foram realizadas em três estratos: superfície, meio e fundo. Desta maneira, em cada ponto de coleta, existem três valores para cada parâmetro de qualidade de água. Para uma análise mais generalizada foi utilizada a média aritmética simples destes três valores. Para interpretação dos dados foi realizada uma análise descritiva e exploratória de cada variável, utilizando métodos usuais de analises de dados de acordo com a metodologia proposta por Bussab & Morettin (2005), com o intuito de resumir e caracterizar os dados, envolvendo: cálculos de medidas estatísticas, histograma da variável resposta e diagrama de boxplot do atributo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com a análise estatística realizada, foram interpretados separadamente os resultados de cada reservatório e em seguida comparados, com o intuito de identificar as divergências e semelhanças da qualidade da água entre os reservatórios. No reservatório da UHE Salto Osório os valores de material em suspensão apresentaram maiores concentrações para o ponto de coleta situado sob a barragem, sendo que, os parâmetros temperatura e oxigênio dissolvido, apresentaram comportamentos semelhantes entre os pontos de coleta e com valores em média acima dos outros reservatórios. Para o reservatório de Salto Santiago o ponto de coleta a jusante da barragem apresentou valores de oxigênio dissolvido acima da média dos demais pontos e no ponto de coleta situado em cavernoso os dados indicaram maiores concentrações dos parâmetros material em suspensão e turbidez. O reservatório de Itá apresentou poucos valores de temperatura abaixo de 15ºC, condição limitante para o desenvolvimento larval do mexilhão dourado (DARRIGRAN, 2002). Para o parâmetro oxigênio dissolvido os dados ficaram concentrados entre 6 e 8 mg/L, com poucos valores encontrados abaixo de 2 mg/L. Já no reservatório de Machadinho, o perfil de temperatura se manteve semelhante ao encontrado em Itá e os valores de turbidez ficaram concentrados entre 0 e 20 NTU. Analisando os dados da qualidade da água dos reservatórios, observa-se que existem poucas variações dos parâmetros entre os pontos de coleta dentro do próprio reservatório, formando uma espécie de perfil para cada usina hidrelétrica. Em todos os perfis existem valores extremos em cada parâmetro e os dados ficam concentrados em uma faixa específica. Comparando os limites de sobrevivência do mexilhão dourado apresentados por Darrigran (2002) com os dados amostrados nas usinas, constata-se que todos os reservatórios apresentam condições propícias à instalação do molusco bivalve. O reservatório de Machadinho apresenta poucos valores de pH abaixo do limite de sobrevivência, assim como o reservatório de Itá. Existem valores de oxigênio dissolvido menores que os limites exigidos para o mexilhão dourado, nos reservatórios de Itá e Salto Santiago. No inverno e no outono a temperatura da água nos reservatórios pode apresentar valores abaixo de 15ºC, o que indica baixo desenvolvimento larval, sendo que em poucos dados a temperatura esteve próxima de 8ºC, garantindo a sobrevivência do mexilhão adulto. Apesar de existirem parâmetros abaixo dos limites de sobrevivência de L. fortunei, estes são valores isolados da média dos reservatórios e não constituem uma ameaça ao desenvolvimento da espécie. CONCLUSÃO Foi observado que todos os reservatórios em estudo apresentaram condições ambientais favoráveis ao estabelecimento e desenvolvimento de Limnoperna fortunei, o que confirma a preocupação em medidas preventivas contra a possível bioinvasão da espécie. Devido à presença de mexilhão dourado na mesma bacia hidrográfica onde estão situados os reservatórios e aos inúmeros vetores de dispersão possíveis como esportes náuticos, transporte de iscas vivas e manejo de barcos entre reservatórios, este trabalho visou o desenvolvimento preliminar do índice de vulnerabilidade ao mexilhão dourado (IVMD), contribuindo com o diagnóstico da qualidade ambiental dos reservatórios. AGRADECIMENTOS O autor agradece ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à companhia Tractebel energia, aos pesquisadores Jair Duarte e Otto Samuel Mäder Netto e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS AVELAR, W.E.P., MARTIM, S.L. & VIANNA, M.P. A new occourence of Limnoperna fortunei (Dunker, 1856) (BIVALVIA, MYTILIDAE) in the State of São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Biology.v. 64n.4.p.739-742. 2004 Baskin Y, 2002. A plague of rats and rubber-vines. The growing threat of species invasions. The Scientific Comitee of Problems on the Environment (SCOPE). Island Press, Washington, 377 pp. BELZ, C. E.. 2006. Análise de risco de bioinvasão por Limnoperna fortunei (Dunker, 1857): um modelo para a bacia do rio Iguaçu, Paraná. Tese de doutorado. Universidade Federal do Paraná. Departamento de zoologia. Curitiba, Paraná. BRANCH, G. M.; STEFFANI, C. N. 2004. Can we predict the effects of alien species? A case-history of the invasion of South Africa by Mytilus galloprovincialis. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology CARLTON, J. T. Global change and biological invasions in the oceans. Invasive species in a changing world. p. 31-54. 1996 CARLTON, J. T. 1999. The scale and ecological consequences of biological invasions in the World’s oceans. Invasive Species and Biodiversity Management. p. 195- 212. Kluwer Academic Publishers, Netherlands CUNHA, I. 2003. Conflito ambiental em águas costeiras: relação porto - cidade no Canal de São Sebastião. Ambient. soc. vol.6 nº 2. Campinas, jul/dez 2003 DA SILVA, D. P.. 2006. Aspectos bioecológicos do mexilhão dourado Limnoperna fortunei (BIVALVIA, MYTILIDADE) (Dunker, 1857). Tese de doutorado. Universidade Federal do Paraná. Departamento de Engenharia Florestal. Curitiba, Paraná. DARRIGRAN, G. Potential impact of filter-feeding invaders on temperate inland freshwater environments. Biological Invasions 4: 145-156. 2002 DARRIGRAN, G e J. DARRIGRAN. 2001. El mejillón dorado: uma obstinada espécie invasora. CienciaHoy 11: 1-3 (disponível em www.cienciahoy.org/mejillon0.htm). DI CASTRI, F. 1989. History of biological invasions with special emphasis on the old world. Pages 130 in J. A. Drake, H. A. Mooney, F. di Castri, R. H. Groves, F. J. Kruger, M. Rejmanek, and M. Williamson, editors. Biological invasions: a global perspective. John Wiley & Sons, New York, New York. USA. ESTEVES, F. A. 1988. Fundamentos de Limnologia, Rio de Janeiro. Ed. Interciência. GOULARTI FILHO, A. 2007. Melhoramentos, reaparelhamentos e modernização dos portos brasileiros: a longa e constante espera. Econ. soc. vol.16 nº 3. Campinas, dez 2007 LAJO, A. A. M.: FERREIRA , L. M.: SILVA, O. J. Monitoramento e Avaliação da Qualidade da Água no Córrego Cabaça, Campo Grande-MS, Através do IQA-NSF, BMWP’ e BMWP MODIFICADO. In: SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO CENTRO-OESTE, 2, Campo Grande. Anais Campo Grande, 2002. MORETTIN, P. A.; BUSSAB, W. O. 2006. Estatística básica, São Paulo. Ed. Saraiva. ODUM, E. P.; BARRET, G. W. 2007. Fundamentos de Ecologia, São Paulo. Ed. Thomson Learning. PROCOPIAK L. K. O conhecimento dos comandantes de navio sobre bioinvasão por água de lastro nos portos do estado do Paraná e a importância da educação ambiental. Tese de doutorado. Universidade Federal do Paraná. 2009 STRASSBURGER, L. Uso da terra nas bacias hidrográficas do rio do peixe (SC) e do rio pelotas (RS/SC) e sua influência na Limnologia do reservatório da UHE – ITÁ (RS/SC). Tese de mestrado. Universidade Federal de Santa Maria. Departamento de Geociências. Santa Maria, Rio Grande do Sul. 2005. Tucci, C.E.M. 1993. Interceptação. In: Tucci, C. E. M., (org), Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre, ABRH/Editora da Universidade/UFRGS, EDUSP. p. 243-252. Vitousek PM, Mooney HA, Lubchenco J & Melillo JM, 1997. Human domination of Earth's ecosystems. Science, 277: 494-499. TAXA DE DEGRADAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS EM COBRE E ALUMÍNIO, EM FUNÇÃO DA SALINIDADE NO SUDESTE DO BRASIL: ESTUDOS DE CASO NO LITORAL PAULISTA E EM CAMPINAS, SP Autor: Lucas Kominek Barrentin CNPq 111280/20117 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Kleber FrankePortella Endereço Endereço [email protected] Eletrônico: Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEC - DVPE Área de conhecimento: Físico-química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: taxa de degradação, materiais da rede de distribuição de ernegia, alumínio, cobre, taxa de corrosão RESUMO ESTENDIDO INTRODUÇÃO O avanço industrial do país é acompanhado por uma maior emissão de gases, vapores e produtos químicos ao solo, ar e água, os quais são agressivos aos materiais de engenharia. Peças e estruturas metálicas sofrem corrosão de forma acelerada, dependendo da proximidade das fontes emissoras desses poluente, assim como das condições climatológicas do local: temperatura, umidade relativa, precipitação, vento, etc. Logo, um estudo sobre a corrosão atmosférica de um local deve ser acompanhado de seus dados meteorológicos [1,2]. No Brasil, segundo dados de 2006, o custo anual da corrosão foi de aproximadamente 40 bilhões de reais. Um outro aspecto importante a ser considerado sobre a corrosão esta relacionado com a preservação das reservas minerais, devido a necessidade de produção adicional por conta da reposição do que é deteriorado [3]. Nesta pesquisa foi proposto o estudo da região metropolitana de campinas e da Baixada Santista do estado de São Paulo sobre a corrosão atmosférica do alumínio e do cobre, metais mais utilzados em cabos de distribuição elétrica, a fim de classificar as regiões de acordo com a norma NBR 14643/01[4]. OBJETIVO Verificar o efeito regional da salinidade sobre os materiais metálicos de cobre e alumínio da RD assim como estudar técnicas destrutivas de desempenho do cobre e alumínio, nas estações de corrosividade atmosférica (ECAs). Para tanto, serão expostas placas metálicas de cobre e alumínio em 6 estações de corrosão atmosférica instaladas na região de Campinas e litoral Santista ao longo do tempo de exposição. METODOLOGIA Para o estudo da corrosivadade atmosférica, foram instaladas estações de corrosividade atmosférica ECAs de acordo com a norma [6] em 6 locais escolhidos de acordo com o inventário de problemas da CPFL. Cada local possui uma ECA, e são eles: Praia Grande (PGR), Cubatão (CBT), Parisi (PRS), localizadas na região da Baixada Santista, e Taquaral (TQR), Tanquinho (TQN) e Carioba (CRB), localizadas na região de Campinas. Os corpos de prova (CP’s) de alumínio, alumínio naval e cobre, tratados de acordo com as normas [7] e [8], foram instalados no mesmo espaço geográfico que as ECAs, assim como as velas coletoras de cloreto e sulfato. A determinação do teor de cloretos e sulfatos existentes na atmosfera foram realizadas conforme as normas [9] e [10] respectivamente. A concentraçãos de íons Cl- e SO42- foram obtidos pro cromatografia de troca íonica. Para a determinaçao do grau de poluição, foi utilizado o método de medida de severidade da poluição na isolação, denominado DDDG, no qual quatro calibradores de poeira, cada um direcionado para um ponto cardeal, foram usados para coletar a poluição da atmosfera, por intermédio dos materiais particulados. A classificação da corrosividade atmosférica foi feita de acordo com a norma NBR 14643 da ABNT [5]. Assim, a atmosfera é caracterizada em cinco categorias de corrosividade, variando de C1 (muito baixa) a C5 (muito alta). RESULTADOS A classificação de acordo com o tempo de superfície úmida e da taxa de poluentes na atmosfera, de acordo com a norma [5] esta ilustrada na Tabela 1. e na Tabela 2 é feita a classificação de acordo com a taxa de corrosão dos metais, conforme a norma [5]. Tabela 1 Agressividade ambiental e corrosividade das regiões de Campinas e Baixada Santista quanto às médias anuais de Cl- (mg/m2.dia), (B); sulfatos (SO2 (mg/m2.dia)), (A); tempo de superfície úmida médio, t, (h/ano); e da corrosividade, C, quanto aos metais alumínio e cobre [5]. Agressividade ambiental e corrosividade ECA SE TQR t A B (h/ano) (mg/m2.dia) (mg/m2.dia) t4 A0 B0 Alumínio Cobre C3 C3 SE TNQ t4 A0 B0 C3 C3 SE CBT t4 A0 B0 C3 C3 SE PRS t4 A1 B1 C3 C3 SE PGR t4 A0 B1 C3 C3 SE CRB t4 A0 B0 C3 C3 Tabela 2. Classificação de acordo com a taxa de corrosão do metal (g/m².ano) Tempo de Exposição ECA's (dias) dos CP's ECA 1 Taquaral Taxa Taxa de corrosão corrosão do Classificação alumínio 14,15 365 0,90 do alumínio Taxa Classificação naval (g/m².ano) 252 de de corrosão do cobre Classificação (g/m².ano) (g/m².ano) 0,84 C5 0,59 9,16 C3 7,83 C3 Taxa Média 7,53 0,72 8,50 253 0,60 0,79 11,91 365 0,83 Anual ECA 2 Tanquinho C3 0,52 C3 10,73 C3 Taxa Média 0,72 0,66 11,32 Anual ECA Carioba 6 254 0,69 C3 1,02 C3 16,19 C4 366 0,70 0,74 24,31 0,70 0,88 20,25 252 1,16 1,17 19,88 365 1,19 Taxa Média Anual ECA 3 Cubatão C3 0,88 C3 20,35 C4 Taxa Média 1,18 1,03 20,12 253 0,94 1,04 18,37 365 1,07 Anual ECA 4 Parisi C3 0,81 C3 23,71 C4 Taxa Média 1,01 0,93 21,04 254, 1,41 1,25 41,22 366 1,30 Anual ECA Praia 5 C3 0,97 C3 42,71 Grande Taxa Média Anual 1,36 1,11 41,97 C5 CONCLUSÃO Para as placas de alumínio e alumínio naval, as regiões de Parisi e Praia Grande foram as mais agressivas, em relação as outras, no período de um ano. A classificação referente ao tempo de superficie úmida e taxa de poluentes foi a mesma para as duas estações, C3, e a classificação referente à taxa de corrosão dos metais foi, também, C3 para ambas estações. Pode-se observar que, mesmo com um classificação idêntica, os CPs de alumínio naval apresentaram menores taxas de corrosão em relação aos CPs de alumínio. Para as placas de cobre, a região de Praia Grande foi mais agressiva, em relação as outras, no período de um ano. A classificação de acordo com a taxa de corrosão do metal foi C5, considerado uma agressividade muito alta. É possível que a alta taxa de cloretos na região seja o principal agravante na taxa média de corrosão. Para uma análise do comportamento desses metais na região de Campinas e da Baixada Santista é necessário que o estudo continue, já que foram feitas apenas duas retiradas de CPs no período de um ano, e a partir disso, analisar a taxa de corrosão dos metais após a formação de uma camada passivadora mais estável. AGRADECIMENTOS Ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Companhia Paulista de Força e Luz - CPFL e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1. COELHO, J. F. P., “A nova ABRACO”. In: http://www.abraco.org.br. Acessado em 20 de Julho 2011. 2. GENTIL, V.; Corrosão. 4.a edição, Ed. LTC: Rio de Janeiro, 2003, 53 p. 4. DUTRA, A.C. NUNES, L.P. Proteção Catódica – Técnica de Combate a Corrosão. Rio de Janeiro: Ed. Interciência, 4º edição, 2006. 262p 5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14643: corrosão atmosférica – classificação da corrosividade de atmosferas. Rio de Janeiro, 2001, 11 p. 6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6209: materiais metálicos não revestidos – ensaio não acelerado de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1986, 5 p. 7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6210: preparo, limpeza e avaliação da taxa de corrosão de corpos de prova em ensaios de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1982, 16 p. 8. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM G 1-90: Preparing, Cleaning, and Evaluating Corrosion Test Specimens. 1990, 7 p. 9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6211: determinação de cloretos na atmosfera pelo método da vela úmida. Rio de Janeiro, 2001, 6 p. 10. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6921: sulfatação total na atmosfera – determinação da taxa pelo método da vela de dióxido de chumbo. Rio de Janeiro, 2002, 7 p. GRADES DE CARBONO PARA BATERIAS DE CHUMBO-ÁCIDO Autor: Luiza Adelita de Andrade CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 10464/2011-8 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Patrício Rodolfo Impinnisi Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM – DVMT Área de conhecimento: Físico Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: Grafite, Carbono Vítreo, Chumbo-ácido, Baterias. Introdução As baterias chumbo-ácido representam um sistema simples, barato e confiável de acumulador de energia, mas em contra partida elas tem baixa densidade de carga e extensa utilização de chumbo, metal pesado, que representa um poluente de alta toxidade. O interesse relacionado as questões ambientais é cada vez maior, motivando o desenvolvimento de fontes de energias que agridam menos o meio ambiente, nesse contexto ideias que visam diminuir a quantidade de chumbo empregado nas baterias substituindo-o por materiais menos agressivos e mais leves. Um dos principais desafios nesta área é a busca por materiais que suportem as condições do sistema chumbo-ácido, sem perder a integridade estruturais nem as propriedades condutoras, assim, o carbono (especialmente o carbono vítreo reticulado) se mostra uma alternativa muito interessante, para substituir as grades de chumbo nas baterias chumbo-ácido. Objetivos Elaborar sistemas substituindo as grades de chumbo por grades de carbono e testá-los a fim de estudar a aplicabilidade de grades de carbono, principalmente de carbono vítreo, em baterias chumbo-ácido. Metodologia Primeiramente estudou-se como preparar os substratos de carbono a serem utilizados nas grades. Especialmente de como montar o contato elétrico com a grade de carbono vítreo, pois a mesma apresenta grande fragilidade, de forma que o contato através de uma haste soldada diretamente ao material torna o sistema muito quebradiço. Optou-se por um contato elétrico feito através de um suporte em L feito com folha de chumbo. Feita a grade, esta foi empastada (com pasta contendo 89% de PbO, 10% de H2O e 1% de lignossulfato), curada a 75ºC e 100% de umidade, em seguida passou pelo processo de solcking (no qual o sistema fica em contato com uma solução de ácido sulfúrico de 2 mol/L por 6 horas), então foi montada uma bateria utilizando a placa de carbono como negativa e uma grade de bateria comercial como positiva, este novo sistema foi ligado a uma fonte para a passagem da corrente de formação (que tem como objetivo a formação de chumbo metálico na placa negativa). Depois de todo esse processo e da troca do ácido por um de concentração 4,6 mol/L, a bateria esta pronta para ser testada para assim avaliar o seu comportamento durante a carga e a descarga. Resultado A bateria já montada com placa negativa de carbono vítreo ainda esta sendo testada, mas até o momento apresenta capacidade média de 137 mAh/g, o que se mostra um resultado relativamente bom, já que nas baterias comerciais a capacidade média é de 140 mAh/g. Conclusão São necessários mais testes para avaliar a reprodutibilidade do que esta sendo realizado, além de um melhoramento do sistema montado a fim de torná-lo confiável para a realização dos demais testes e avaliações. Mas os resultados obtidos até agora mostram que com a continuação dos trabalhos é possível viabilizar a utilização do carbono vítreo como componente das baterias chumbo-ácido na indústria. AGRADECIMENTOS Agradeço ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, PIBITI/CNPq, pela oportunidade e por incentivar o crescimento e desenvolvimento dos estudantes vinculados; ao LACTEC, por disponibilizar de sua estrutura para o desenvolvimento deste projeto e por todo o apoio prestado; à Universidade Federal do Paraná por contribuir com a formação de inúmeros cidadãos. REFERÊNCIAS Linden, D.; Reddy, T. B. Handbook Of Batteries 3rd Edition. McGraw-Hill, New York, 2002. Czerwinsk A. and Zelazowska M. Electrochemical behavior of lead dioxide deposited on reticulated vitreous carcon (RVC). J.P.Sources, 2007. Jang Y., Dudney N. J., Tiegs and Klett J. W. Evaluation of the electrochemical stability of graphite foams as current collectors for lead acid batteries. J.P.Sources, 2006. Gyenge E., Jung J. and Mahato B. Eletroplated reticulated vitreous carbon current collectors for lead acid batteries: opportunities and challenges. J.P.Sources, 2003. Estudo da corrosão e das propriedades de transporte de água em filmes de tintas para aplicação em Usinas Hidrelétricas Autor: Maísa Pabis CNPq 104296/2011-9 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Endereço [email protected] Eletrônico: Orientador: Marcos Antonio Coelho Berton Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPTM – DVMT Área de conhecimento: Físico – Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: Tintas e proteção anticorrosivas. INTRODUÇÃO Tintas são basicamente filmes poliméricos aplicados sobre os mais variados substratos. Antigamente elas eram utilizadas meramente por seu aspecto decorativo, hoje, no entanto, sabe-se que as propriedades de uma tinta vão muito além disso, uma das mais importantes é a proteção anticorrosiva. A corrosão é a passagem do estado metálico para o iônico através da perda de elétrons, causando a deterioração do material. Para que os efeitos da corrosão sejam minimizados empregamse tintas como as epóxis, que são formadas por polímeros produzidos pela reação de uma resina, que contém o grupo epóxi ou também conhecido por grupo glicidila, com uma estrutura doadora de prótons. Essa reação que ocorre durante a cura transforma uma estrutura polimérica linear em estrutura polimérica tridimensional (FAZENDA, 2005). A condução iônica em filmes poliméricos é um fator determinante no fenômeno da corrosão, então o seu estudo torna-se muito importante, visto que através dela ocorre a conexão entre áreas catódicas e anódicas da superfície metálica. Importante também é o estudo do transporte de água nos filmes poliméricos, pois a proteção anticorrosiva de uma tinta é função de sua vida útil (RÚVOLO, 1986). OBJETIVOS Os principais objetivos deste trabalho são: 1. Estudar o transporte de água e íons em filmes livres de tintas, de quatro diferentes tintas: tintas epóxi rica em zinco, epóxi com alcatrão de hulha, epóximastic e epóxi modificada de baixo composto orgânico volátil (VOC); 2. Determinar o potencial de corrosão em função do tempo de exposição em filmes, das tintas descritas, aplicados sobre substratos metálicos em contato com solução de NaCl (5%); METODOLOGIA A primeira tinta a ser estudada é a Interzone 954 da International Paint, uma tinta epóxi, bicomponente, que apresenta elevado desempenho no combate a corrosão de substratos metálicos expostos a ambientes com condições severas de agentes corrosivos. Os filmes com espessuras de 20, 25 e 30 mils foram curados a temperatura ambiente e então foram descolados apenas com a utilização de um estilete e acondicionados em um dessecador com sílica. As medidas de transporte de água foram realizadas em recipientes de alumínio, conhecidos como copo de Payne. Na Figura 1 está apresentada uma fotografia do sistema experimental para ensaio de transporte de água em filmes livres de tintas. FIGURA 1 – Fotografia do arranjo experimental para determinação do transporte de água em filmes livres de tinta. Os sistemas foram montados utilizando-se água destilada no interior do copo de Payne, gerando assim uma atividade igual a 1,0 (aw = 1,0). Cada conjunto foi pesado utilizando-se uma balança com precisão de 0,1 mg. Na sequência os sistemas foram acondicionados em um dessecador contendo pentóxido de fósforo (P2O5), tomando-se o cuidado de deixá-lo hermeticamente fechado. Desta maneira mantém-se a atividade da água no interior do recipiente igual a 1 e na superfície externa do filme igual a zero. Foram também confeccionados corpos-de-prova de aço carbono SAE 1020 com dimensões de 10 x 15 cm. Os corpos-de-provas foram pintados com as quatro tintas e serão posteriormente utilizados para a realização dos ensaios de potencial de corrosão em função do tempo. RESULTADOS Inicialmente realizou-se a caracterização da tinta Interzone 954 através do ensaio de infravermelho com transformada de Fourier. Nas Figura 2 e 3 estão apresentados os espectros de infravermelho dos componentes A e B da tinta interzone 954. A partir da comparação dos espectros obtidos com dados da literatura pode-se inferir que o componente A é basicamente formado por uma resina epóxi e o componente B por poliaminas. FIGURA 2 – Espectro de Infravermelho para o Componente A da tinta interzone 954. FIGURA 3 – Espectro de Infravermelho para o Componente B da tinta interzone 954. Na Tabela 1 está apresentada a faixa de comprimento de onda dos grupos funcionais identificados nos espectros dos componentes A e B da tinta interzone 954 (SILVERNSTEIN, 1994). TABELA 1 – Número de onda para cada grupo funcional Grupo Funcional Número de onda (cm-1) C-O 1260 a 1000 C-H 3000 a 2840 C-N 1250 a 1020 Amina primária 3500 e 3400 Amina secundária 3350 a 3310 Amina secundária aromática 1515 Metila 2962 e 2872 Amostras líquidas de aminas primárias e secundárias 909 a 606 De acordo com os dados apresentados na Tabela 1 e observando os espectros obtidos para os componentes A e B, mostrados nas Figuras 2 e 3 respectivamente, percebe-se que os picos apresentados para cada amostra correspondem aos grupos funcionais encontrados em cada componente, como mostrado na Figura 4. FIGURA 4 – Representação da reação entre os grupos amina e epóxi formando a estrutura tridimensional de uma tinta epóxi como a Interzone 954 CONCLUSÃO A caracterização da tinta Interzone 954 confirmou a sua composição epóxi amina. Os ensaios de transporte de água estão em andamento e quando finalizados seus dados serão analisados. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS FAZENDA, JORGE M.R.,coordenador; Vários Autores; Edgard Blücher; 3ª Edição; São Paulo; 2005. Tintas & Vernizes: ciência e tecnologia; PAYNE, H.F.; Organic Coating Technology; Pigments and Pigmented Coatings; New York: J. Wiley & Sons, In, 1954-61, vol 2. RÚVOLO FILHO, A. A físico-química de filmes de borracha clorada. São Carlos, 1986. 173 p. Tese (Doutorado) – DQFM, Universidade Federal de São Carlos. SILVERSTEIN, R.M.; BASSLER, G. C.; MORRILL, T.C.; Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos; Guanabara Koogan; 5ªEdição; 1994. ESTUDO, DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE COMPONENTES PÁRA-RAIOS DE MATERIAL À BASE DE SNO2: SISTEMA ZRO2-CAO Autor: Manoel Francisco Barreiros CNPq 147107/2010-5 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] orientador: Kleber Franke Portella Endereço Eletrônico:[email protected] Departamento: DPEC - DVPE Área de conhecimento: Materiais não metálicos 3.03.05.00-4 e Cerâmicos 3.03.05.02-0 Palavras-chave: Pará-raios, varistor, alta impedância RESUMO ESTENDIDO Introdução: Os varistores sao exemplos de materiais utilizados para a proteção de equipamentos eletroeletrônicos de uso residencial e industrial, produzidos a partir de sistemas multicomponentes de óxidos semicondutores policristalinos sinterizados, com propriedades nao-ohmicas (nao-lineares), em resposta as solicitações elétricas. Denominadas "cerâmicas inteligentes", os varistores agem como resistores variaveis, “variable resistor”, com comportamento resistivo em baixas voltagens e de condução a urn determinado valor de tensão. A principal característica de urn varistor é o seu grau de não-linearidade (α), que expressa o quanto o material se afasta da resposta Ohmica, quando solicitado eletricamente. Pode ser obtido pelas relações empíricas de corrente x tensão (I = C.Vα) ou de densidade de corrente x campo elétrico (J= C.E α), e seu significado físico representado graficamente na Figura 1, indica que, para uma pequena variação de potencial elétrico, o comportamento do material e linear (Ohmico) quando α= 1, e quando α »1 há um grande aumento na corrente escoada pelo mesmo. Assim, são considerados bons varistores, aqueles com α> 40. Objetivos: Nesse relatório objetiva-se estudar o comportamento de varistores à base de SnO2, através do instrumento de medidas Keithley 2410. E comparar suas propriedades com as propriedades dos varistores comerciais à base de ZnO. Foi estudada a hipótese do desenvolvimento de uma rotina em LabVIEW para a aquisição dos dados, de forma facilitar a análise das amostras. Metodologia: Foram efetuados testes elétricos em uma fonte de tensão e corrente, marca Keithley, modelo 2410 O comportamento varistor das amostras sinterizadas foi caracterizado por medidas de corrente (I) x tensão (V) em temperatura ambiente. Os dados foram normalizados em valores de densidade de corrente (J) x campo elétrico (E). As curvas resultantes foram tratadas em escala bilogarítmica para a verificação das regiões linear e não linear, e a determinação dos valores de coeficiente de não linearidade α, foi feita pela regressão linear a partir da densidade de 1 mA/cm2 Os valores de Er foram obtidos diretamente sobre as curvas E x J, sendo Er, correspondente a J = 1 mA/cm2. Foi cogitada a possibilidade do uso do programa LabVIEW para a confecção de uma rotina para facilitar a aquisição dos dados a partir do Keithley 2410. Resultado: A resposta elétrica revela o efeito do trabalho, haja vista que os valores de α dos varistores comerciais (ZnO) estão numa faixa de 50, e o valor obtido para o varistor estudado atingiu um valor superior a 60. Não foram conseguidos resultados elétricos com a fonte de tensão e corrente, Keithley, modelo 2410, em função da própria espessura dos blocos trabalhados. Assim, os testes foram realizados em alta tensão e, mesmo assim, nao foram os esperados. Tiveram-se problemas de rompimento do vidrado lateral em função da corrente de arco promovida pela alta tensão aplicada e, para este caso, a pequena espessura dos blocos ensaiados. Alem disso, todos os blocos se mostraram altamente resistivos, alguns receberam cargas de ate 15 kV para iniciar algum tipo de condução elétrica e não apresentaram resposta varistora. Outro ponto observado foi que nao houve aderencia dos eletrodos sobre as superficies dos blocos. Observou-se descolamento da camada metalica, o que indicou a alta resistividade dos mesmos. Dois blocos que não foram isolados e cujos eletrodos de Ag foram aplicados manualmente com auxflio de pincel foram ensaiados e comparados com um bloco comercial de ZnO. Conclusão: O estudo dessa nova cerâmica varistora mostrou-se promissor. Com medidas de α variando de 30 à 60, demontrando no caso de α=60 superior às pastilhas comercias de ZnO. A hipótese de desenvolver uma rotina em LabVIEW para a aquisição de dados a partir do Keithley 2410 teve de ser descartada devido a falta de familiaridade com o software. Somado a isto, a indisponibilidade de horário do bolsista devido a intensa carga horária de seu curso de graduação foi o ponto culminante para o cancelamento da bolsa em maio de 2011. AGRADECIMENTOS: A equipe agradece ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] SANTOS, P. A. A importância do tempo de sinterização sobre as propriedades elétricas de varistores de SnO2, 2004. [2] PORTELLA, K. F. Estudo, desenvolvimento e avaliação de componentes pára-raios de material à base de SnO2: sistema ZrO2-CaO, 2010 [3] KEITHLEY INSTRUMENTS INC. Series 2400 SourceMeter Start Guide, 2007. SENSORES ELETROQUÍMICOS E PREVENÇÃO CATÓDICA DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Autor: Monalisa Coelho Martins CNPq 147517/2010-3 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: Dr. José Maurílio da Silva. Endereço Eletrônico: Endereço Eletrônico: [email protected] [email protected] Departamento: DPEC – DVPE Área de conhecimento: Materiais não metálicos 3.03.05.00-4 Palavras-chave: eletrodos, corrosão, fissuras. Introdução Os ensaios para verificação da corrosão nas armaduras do concreto é muito utilizado quando o concreto tem suas estruturas em ambientes propícios à degradação, que é o caso de estruturas marítimas. O concreto é um material alcalino (pH 12), pela sua própria composição química. O concreto nas suas primeiras idades, é formado por solução de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), com idades mais avançadas, o concreto continua produzindo este meio alcalino para o aço porém sua fase líquida começa a ser composta por hidróxido de sódio (NaOH) e hidróxido de potássio (KOH). O agente agressivo cloreto estando presente no concreto, o pH pode ser diminuído e apresentando corrosão no aço. Como a corrosão expande, pois ocupa um volume maior que a do aço o concreto começa a fissurar deixando o aço exposto, acelerando o processo de corrosão. O processo corrosivo do aço é de natureza eletroquímica, isto é, existe um fluxo de íons (corrente iônica) entre áreas anódicas e catódicas dentro do concreto. Este movimento iônico é fortemente influenciado pela resistividade do concreto. Neste projeto desenvolvem-se processos de monitoramento referente à situação de degradação de postes durante inspeções de manutenção, visando elaborar um programa de estimativa de vida útil do poste, a partir da classificação em ordem decrescente da intensidade corrosiva das armaduras do concreto. Objetivos Neste trabalho de iniciação científica tem-se como objetivo testar a calibração de eletrodos de prata/cloreto de prata saturado, existente no laboratório e testar eletrodo de prata/cloreto de prata recém desenvolvido. Metodologia Primeiramente foi executada a limpeza dos eletrodos de referencia do laboratório, onde foram seguidos procedimentos para que o objetivo fosse alcançado com eficácia. A calibração do eletrodo prata/cloreto de prata foi partir da comparação do potencial desse eletrodo contra um eletrodo de platina. Ambos foram imersos em solução de cloretos, com diferentes concentrações (0,05M; 0,1M; 0,5M; 1M) contidos em 1000 ml de água destilada em balão volumétrico para cada concentração. O potencial do eletrodo de prata/cloreto de prata foi medido contra um eletrodo de platina existente no LABICIN. Os valores obtidos foram convertidos na escala do eletrodo de referência do hidrogênio, além de deixar os potenciais referenciados ao pH=7. Os valores de potenciais foram registrados de 1 em 1 minuto nos primeiros 5 minutos e de 5 em 5 minutos até 30 minutos. A determinação de cloretos obtidas na superfície de postes de concretos localizados no campo foi feita a partir de um eletrodo que utiliza um metal prata de 5 mm de diâmetro e um metal grafite de 6 mm de diâmetro, distantes entre si de pelo menos 2 mm, envolvidos em massa epóxi poliamida (araudite cura lenta), uma esponja úmida para contato do eletrodo com o poste e, um multímetro de alta impedância que interliga os dois eletrodos, de tal forma que o pólo positivo do multímetro é conectado ao grafite e o pólo negativo do multímetro é conectado à prata. Em complemento aos sensores de cloretos comerciais existentes na atualidade (que determina a quantidade de cloretos somente em soluções que contenha altas concentrações, como é o caso de piscinas), este sensor de cloretos recém desenvolvido, determina cloretos mesmo em soluções que contenham baixas concentrações de cloretos. Este procedimento refere-se à uma metodologia que determina a quantidade de cloretos em superfícies de postes de concreto. Para a realização desta metodologia, antes de utilizar o sensor eletroquímico de cloretos, deve-se utilizar o eletrodo de pH na mesma região em que é feita a determinação da quantidade de cloretos. Ao realizar o experimento deve-se utilizar uma esponja úmida entre a ponta (ora do sensor de cloretos, ora do sensor de pH) dos sensores, e a superfície do concreto para facilitar a conexão elétrica. Também deve-se utilizar um multímetro de alta impedância com o terminal positivo conectado ao eletrodo de grafite do sensor eletroquímico de cloretos e o terminal negativo conectado ao eletrodo de prata do sensor eletroquímico de cloretos. Em relação à anotação dos valores de pH e potenciais, recomenda-se anotar os valores de potenciais e pH após um tempo de estabilização maior ou igual a 3 minutos. Algumas curvas de calibrações devem ser previamente construídas, tais como, as curvas de calibrações: em biftalato para preparação do tampão pH=4, em fosfato para preparação do tampão pH=7, em bicarbonato para preparação do tampão pH=8, em borato para preparação do tampão pH=9 e em carbonato para preparação do tampão pH=10. Para construção das curvas de calibrações de potenciais corrigidos com as concentrações de cloretos, para os tampões recém preparados, são necessárias a preparação de soluções de cloreto de sódio ou cloreto de potássio nas seguintes concentrações: 0,005 M (180 ppm), 0,01 M (360 ppm), 0,1 M (3600 ppm), 0,5 M (18000 ppm), 1 M (36000 ppm). Com os dados experimentais de potenciais corrigidos com as concentrações de cloretos, para o pH em estudo, determina-se a equação matemática da curva exponencial decrescente de primeira ordem. Em seguida faz-se a extrapolação da equação matemática recém determinada, para baixos valores da curva experimental de potenciais corrigidos com as concentrações de cloretos, para o pH em estudo. A determinação da quantidade de cloretos é obtida ao entrar com o valor do potencial corrigido no eixo “x”, traçar uma reta paralela ao eixo “y” até a intersecção com a curva experimental. Em seguida traça-se uma reta paralela ao eixo dos “x” e encontra-se o valor da concentração de cloretos em ppm no eixo “y”. Este valor é a quantidade de cloretos existentes na superfície do concreto em estudo. 40000 4 5 5,5 6 7 8 9 10 12 [Cl]/ppm 30000 20000 10000 0 -300 -200 -100 0 100 200 300 400 500 E/mV (corrigido p/ pH=7) Figura 01: Quantidade de cloretos em relação ao potencial de eletrodo (sensor de cloretos) para diferentes pH. Resultado O eletrodo de prata cloreto de prata funciona perfeitamente como sensor de cloretos para medir a quantidade desse parâmetro em diferentes concentrações. Como existe a inteferência do pH, é de fundamental importância a utilização da Fig.1. O valor do potencial lido deve ser somado a 150 mV (valor do grafite em relação ao eletrodo de hidrogênio), corrigir o potencial no valor do pH=7, entrar na Fig.1 , exatamente na curva do pH obtido e verificar qual é o valor da quantidade de cloretos em ppm. A Fig.1 está contemplando os valores de cloretos acima de 180 ppm. Esta é a região em que o sensor de cloreto funciona de forma otimizada. No entanto para trabalhar com soluções contendo pouco cloretos, deve-se fazer a extrapolação da equação, pois as curvas podem ser tratadas como equações matemáticas de formas exponenciais decrescentes de primeira ordem. Conclusão De acordo com os resultados obtidos é nítida uma significativa similaridade entre os resultados medidos e calculados, o que pode respaldar em um adequado uso do eletrodo de prata/cloreto de prata estudado para a obtenção de cloretos em superfície de estruturas de concreto. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à UFPR – Universidade Federal do Paraná e ao Lactec – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS POURBAIX, M. Atlas of electrochemical equilibrium in aqueous solutions. Pergamon press limited. London (1976). CARMONA, F, A. Mecanismos de degradação, sintomatologia, ensaios para diagnosticos e cases. L. H. VAN VLACK, Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. Traduzido por: Edson Monteiro. 4a ed., Campus. Rio de Janeiro, 1984. BICZOK, Corrosión y protección del hormigón. URMO S. A. de Ediciones, España, 1968. GENTIL, Vicente. Corrosão. 2∘ed. Rio de janeiro: Editora LTC, 1982. REZENDE, Z.S., MIRANDA, L.R.M., BRASIL, S.L.D.C. Avaliação do alcance da proteção catódica galvânica em estruturas de concreto armado. 9a COTEQ – Conferência sobre tecnologia de equipamentos. Salvador. Bahia. Junho (2007). CASCUDO. O. controle da corrosão de armaduras em concreto: inspeção e técnicas eletroquímicas. PINI, UFG, GO, 1996. DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE GONIOFOTÔMETRO TIPO C PARA ENSAIO EM LUMINÁRIAS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA Autor: Pedro Augustho Biasuz Block CNPq 125957/2010-5 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Alexandre Rasi Aoki Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEL – DVSE Área de conhecimento: Engenharias 3.00.00.00-3 e Sistemas Elétricos de Potência 3.04.04.00-2 Palavras-chave: Iluminação Pública, Fotometria, Automação. Partindo-se da crescente necessidade de atingir melhores desempenhos de equipamentos com relação à eficiência energética no Brasil e no mundo, o presente projeto tem como objetivo principal a continuação no desenvolvimento do goniofotômetro do tipo C atualmente presente no laboratório do LACTEC buscando contribuir com o aumento da capacidade laboratorial atendendo ao programa brasileiro de etiquetagem – PBE. Ao realizar um ensaio fotométrico uma quantidade muito grande de dados é adquirida, e esses números por si só são muito difíceis de serem compreendidos. Sendo assim se faz necessário uma forma padrão de representar e apresentar os resultados obtidos neste ensaio de forma clara e objetiva, facilitando assim a compreensão e a comparação entre as fontes luminosas ensaiadas. O presente projeto se propõe a desenvolver esta forma de apresentação, assim como as ferramentas computacionais necessárias para a apresentação dos dados. Para atingir os objetivos especificados, inicialmente foram realizados estudos a cerca de fotometria, suas grandezas e unidades, assim como dos gráficos e tabelas utilizados para representar o comportamento de fontes luminosas. A partir deste estudo foi possível observar os principais gráficos e tabelas a serem gerados após um ensaio fotométrico, são esses o diagrama fotométrico polar, o digrama isolux, o diagrama isocandela, a tabela de fluxo zonal e a tabela de intensidades luminosas. Após este passo foi efetuado um estudo minucioso a cerca dos ensaios fotométricos realizados com o goniofotômetro, mais especificamente com o goniofotômetro do tipo C. Este estudo foi baseado na norma CIE - 121-1996(The Photometry and Goniophotometry of Luminaires), e com ele foi possível obter as principais recomendações necessárias para a elaboração de um ensaio padrão. Sendo assim o próximo passo foi escolher um arquivo padrão para a apresentação dos resultados, arquivo este que contém informações gerais a cerca do ensaio e a tabela de intensidades luminosas. Sendo assim este pode ser carregado em inúmeros softwares de cálculos luminotécnicos. Existem alguns tipos de arquivos padrão referentes a ensaios fotométricos, porém no presente projeto foi utilizado o arquivo IES, por ser o mais amplamente utilizado, e normatizado pela ANSI. Essa normatização se faz através da IESNA LM-63-02(Standard File Format for the Electronic Transfer of Photometric Data and Related Information), e é baseado nesta norma que foi desenvolvido este projeto. O arquivo IES se mostrou muito útil por ser uma forma padronizada, simples e prática de transmitir uma grande quantidade de informações. Após todas as diretrizes do projeto serem tomadas através do estudo teórico iniciou-se o desenvolvimento das rotinas necessárias. Este desenvolvimento constitui-se primeiramente em uma rotina para a geração do arquivo IES. Esta rotina foi desenvolvida em VBA(Visual Basic for Applications), utilizando-se para isso o ambiente de desenvolvimento de macros do Excel. Esta escolha se deve ao desenvolvimento anterior do trabalho, que apresentava a tabela de resultados dos ensaios, e a tabela de intensidades luminosas já convertida por macros, no Excel. Sendo assim, foram desenvolvidas duas macros que ao serem executadas sequêncialmente a partir da tabela de intensidades luminosas, geram um arquivo IES no padrão referenciado pela ANSI. Com a geração do arquivo IES pronta, se fez necessário implementar esta geração com sistema de controle do goniofotômetro. Ou seja, foi necessário automatizar o processo de geração junto ao processo de ensaio, para que quando um ensaio for efetuado o arquivo IES seja gerado automaticamente. Como todo o sistema de controle e aquisição de dados do goniofotômetro foi desenvolvido na plataforma do Labview, a geração do arquivo IES foi implementada da mesma maneira. Para isso foi desenvolvida uma interface com o usuário, onde o mesmo deve entrar com informações a cerca do ensaio, e uma rotina que executada as macros desenvolvidas, gerando assim o arquivo IES. Esta rotina e a interface foram inseridas no já pronto sistema de controle e aquisição de dados do goniofotômetro. Tendo todo o processo de geração do arquivo IES completo, e devidamente implementado no sistema do goniofotômetro, o próximo e ultimo passo a ser executado foi a geração do relatório fotométrico a partir das informações do arquivo IES. Para gerar um relatório fotométrico se faz necessário a geração de vários gráficos, dependendo do modelo de relatório a ser adotado. Neste projeto foi adotado um modelo onde constam os gráficos anteriormente citados, junto às informações a cerca do ensaio. Para a geração deste relatório foi adquirido um software de análise gráfica, específico para a geração de relatórios fotométricos. Este software, chamado Photometrics Pro, lê o arquivo IES, e gera vários gráficos e tabelas necessárias para o relatório fotométrico. A escolha do mesmo foi efetuada devido a algumas de suas características como a geração de gráficos completos, ótima visualização, a geração de tabelas completas de fator de utilização e de fluxo luminoso, além também da tabela de intensidade luminosa. Para a observação dos resultados foi efetuado um ensaio fotométrico no goniofotômetro do tipo C do laboratório do LACTEC. Este ensaio foi realizado com uma luminária Philips TSC 027, que contém duas lâmpadas fluorescentes Philips TLDRS 32W. Através deste ensaio foi possível observar o correto funcionamento de todo o processo de tratamento de dados desenvolvido neste projeto, desde a rotina no Labview, inserida no sistema de controle, passando pelas macros que geraram um arquivo IES nos padrões da ANSI, arquivo este que foi executado no Photometrics Pro, gerando também o relatório fotométrico esperado. Os gráficos contidos no relatório fotométrico foram comparados com gráficos padrões desta luminária, e atingiram resultados muito satisfatórios. O presente trabalho foi desenvolvido de acordo com as normas técnicas que guiam a geração de relatórios fotométricos, chegando a resultados satisfatórios. Porém os ensaios fotométricos foram desenvolvidos dentro das limitações laboratoriais e estruturais do goniofotômetro do LACTEC, como por exemplo a falta de um local adequado para a realização dos ensaios. Mesmo assim, a curva obtida no ensaio realizado, está de acordo com o esperado para a luminária ensaiada, demonstrando assim uma grande evolução no desenvolvimento do goniofotômetro, e a adequada apresentação dos resultados do ensaio. Recomenda-se agora que a luminária ensaiada no goniofotômetro do LACTEC, seja enviada para ensaio em um laboratório padrão(Inmetro), para que os resultados aqui obtidos sejam comparados e validados com resultados padrões. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS COMIMMISSION INTERNATIONALE DE L‘ECLAIRAGE. CIE 121-1996: the photometry and goniophotometry of luminaires. Vienna, AUSTRIA, 1996. ILLUMINATING ENGINEERING SOCIETY. IES LM-63-2002: Standard File Format for Electronic Transfer of Photometric Data and Related Information, 2002. LUMIÈRE, Revista. Curso de Fotometria. Disponível em: <http://www.iee.usp.br/biblioteca/producao/2004/Artigos%20de%20Periodicos/rinaldo_aula2.pdf>. Acessado em: 10 jul. 2011. DIB, Wanderley Mauro. Goniofotômetro inteligente associado ao traçamento de curvas características clássicas de luminotécnica. Tese de doutorado. Campinas, 2005. EVERFINE. Fabricante de Equipamentos de Fotometria. GO GONIOPHOTOMETERS. - DS CENTRIC MIRROR Disponível em <http://www.INMETRO.gov.br/consumidor/pbeIntroducao.asp>. Acessado em: 10 jul. 2011. INMETRO. Programa Brasileiro de Etiquetagem. <http://www.INMETRO.gov.br/consumidor/pbeIntroducao.asp>. Acessado Disponível em: 10 jul. em 2011. NATIONAL INSTRUMENTS. LabView basics II – development. Austin, 2001. Catálogo técnico. 81 CALIBRAÇÃO DE GONIOFOTÔMETRO TIPO C PARA ENSAIO EM LUMINÁRIAS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA Autor: Renato Daher CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Orientador: Alexandre Rasi Aoki 126972/2010-9 Endereço Eletrônico: [email protected] Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DPEE/DVSE Área de conhecimento: Sistemas Elétricos de Potência 3.04.04.00-2 Palavras-chave: Iluminação Pública, Fotometria, Automação, Goniofotômetro INTRODUÇÃO Devido à crescente preocupação em relação à eficiência energética no país e no mundo, incentivada através de campanhas e regulamentos, torna-se importante a capacitação laboratorial para que sejam realizados ensaios que comprovem a evolução do desempenho energético de máquinas e equipamentos. Neste sentido atua-se na capacitação do laboratório de Luminotécnica, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, através do desenvolvimento de um goniofotômetro, utilizado para medir as curvas fotométricas de luminárias e, assim, atestar a eficiência e as características da distribuição luminosa das mesmas com o objetivo de otimizar projetos de iluminação pública ou privada. OBJETIVO Realizar a calibração do Goniofotômetro do Tipo C desenvolvido no LACTEC para possibilitar a realização de ensaios e, com isso, aumentar a capacidade do laboratório para atender o Programa Brasileiro de Etiquetagem - PBE. METODOLOGIA O goniofotômetro é composto de três elementos: goniômetro, filtro e sensor. Fig.1 - Goniofotômetro Para atingir um plano horizontal nivelado na base foram utilizadas duas ferramentas: um nível e uma trena eletrônica marca e modelo Leica Disto TM D8 com sensibilidade para inclinação entre 180° a +180°, ajustando os quatro parafusos. Fig.2 – Base Goniômetro Parafusos na estrutura de suporte anterior a estrutura do espelho são responsáveis pela inclinação de 45° e foram realizados com auxilio do nível e um refinamento com a trena eletrônica. Fig.3 Estrutura de sustentação do espelho Para ajustar a luminária é necessário alinhar seu centro óptico e o sensor. Um laser que esta no mesmo alinhamento do sensor é disparado no centro do espelho, esse esta a 45° graus de inclinação, que por sua vez reflete o laser para luminária sendo possível sua regulação através dos ajustes mecânicos. Fig.4 – 1 Laser no centro Fig.5 – Laser refletido Com o laser incidindo na luminária utiliza-se dos ajustes da Figura 5 numerados de 1 a 3 para a calibração. O número 1 é o ajuste de nível, 2 ajuste que permite o deslocamento na horizontal e o número 3 permite o movimento de avanço ou recuo centralizando a luminária. A Figura 6 complementa o ajuste, pois permite calibrar a altura focalizando o laser, ou seja, o sensor com o centro óptico. Fig.5 – Ajuste luminária Fig.6 – Ajuste da altura RESULTADOS Do ensaio realizado foram levantados os dados em candelas e com esses valores gerou-se um arquivo de extensão ies utilizando uma rotina computacional desenvolvida na bolsa de iniciação científica de tratamentos das curvas de goniofotômetro que é um formato de arquivo padrão para transferência eletrônica de dados fotométricos e informações relacionados. Dessa forma, o arquivo ies foi carregado no programa Photometrics Pro versão 1.3.12 gerando a curva fotométrica da luminária observada na Figura 7. Fig.7 – Curva luminária ensaiCONCLUSÃO Apesar de alcançar uma curva com características satisfatórias para a luminária ensaiada, ainda se faz necessários ajustes e equipamentos para refinar os resultados. A forma de onda esta de acordo com a simetria física e fotométrica, mas não determina se as intensidades estão corretas. Existem no mercado diversos tipos de luminárias diretas, indiretas, de interior, embutir, sobrepor, iluminação pública com inclinações e aberturas diferentes com diversos tipos de combinações de lâmpadas fluorescentes compacta ou tubular, Led, vapor de sódio de alta pressão, enfim uma variedade enorme de curvas possíveis de serem geradas. Neste ponto sugere-se a realização de ensaios em diferentes tipos de luminárias e comparação destes através de referências confiáveis como testes interlaboratoriais. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS PHILIPS. Catálogo–Disponível em: <http://www.luz.philips.com/archives/tcs027.pdf> DIB, Wanderley Mauro. Goniofotômetro Inteligente Associado Ao Traçamento De Curvas Características Clássicas De Luminotécnica. Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação-Campinas, 2005 NATIONAL INSTRUMENTS. LabView basics I,II – development. Austin, 2001. Catálogo técnico. NI National Instruments. LabVIEW Development Systems. <http://sine.ni.com/nips/cds/view/p/lang/en/nid/2454>. Acessado em: 26 set. 2010. Disponível em: CARGA PULSADA EM BATERIAS CHUMBO ÁCIDAS Autor: Sirlon Francisco Blaskievicz CNPq 102497/2010-9 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Patricio Rodolfo Impinissi Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: DVMT Área de conhecimento: Físico-Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: Baterias Chumbo-Ácido; Cinética de Eletrodos; Processos de Carga e Descargas em Baterias Formação de placas empastadas; RESUMO ESTENDIDO. INTRODUÇÃO Devido a atual crise energética que o mundo vem passando, está se tornando imprescindível o uso de fontes de energia alternativa como é o caso das fontes de energia renováveis, visando também a preocupação com o meio ambiente, se faz necessário o uso de fontes de energia cada vez menos poluentes. Neste contexto, a energia elétrica tornou-se vital para a sociedade moderna, trazendo conforto e comodidade para as pessoas, devido a esta situação, o uso de acumuladores de energia é de suma importância para a manutenção da nossa forma de vida atual, O presente trabalho dedicou-se ao estudo de carga pulsada aplicada à baterias chumbo ácidas. Este trabalho é parte de um projeto mais abrangente no mesmo tema. A carga pulsada é um método de carga rápida, com correntes elevadas, apesar de alguns trabalhos encontrados na literatura especializada a classificarem apenas como uma forma de aumentar a vida útil de baterias envelhecidas por sulfatação da placa negativa ou pelas alterações morfológicas que ocorrem em ambas as placas ao longo do tempo de uso da bateria. A carga pulsada se caracteriza pela utilização de um determinado perfil (algoritmo) de pulso de corrente elétrica que se repete no tempo. Dedicou-se ainda à caracterização da formação de placas de baterias chumbo ácidas, parte fundamental do processo de produção de acumuladores de chumbo-ácido, esta etapa foi estudada devido a sua grande influência na qualidade final da bateria e o estudo também fez parte de um projeto maior do laboratório de pilhas e baterias que tem a intenção de propor novos materiais para baterias chumbo-ácidas. OBJETIVOS Desenvolver um sistema de carga pulsada para baterias e verificar o comportamento de baterias chumbo ácidas seladas frente a ciclos de carga pulsada, analisar a vida útil da bateria frente à ciclos de carga pulsada, avaliar alterações na morfologia das placas da bateria após o término de sua vida útil tanto por carga pulsada como pelos métodos convencionais, bem como caracterizar a formação de placas de acumuladores chumbo ácidos com os métodos convencionais de formação de placas. METODOLOGIA Para os testes realizados utilizou-se dois acumuladores chumbo ácido com seis vasos (12 V) denominados Minibat I e II com a capacidade nominal medida em regime de 20 h (capacidade C20), resultando esta capacidade em 5 Ah e 6,4 Ah para cada uma das baterias utilizadas; estas baterias passaram por um processo de envelhecimento que consistiu em descarregar as baterias até a tensão de 10,5 V, deixar as mesmas por uma semana sem carga e então realizar de carga em regime C20 e descarga novamente até o potencial de corte e no final apresentaram respectivamente as capacidades de 4,5 Ah e 5 Ah. Os testes foram realizados efetuando cargas com algoritmo de carga ton = toff= 500 ms, I = 1C20 A (forma comumente utilizada na literatura de baterias para se referir à corrente como proporcional ao valor numérico da capacidade). O tempo total de cada carga foi de 2 h, após cada carga pulsada realizava-se uma descarga para verificar a quantidade de carga assimilada pela bateria (o rendimento da recarga). Após esta descarga realizava-se outro ciclo de carga e descarga convencionais para verificar se a bateria não havia sofrido algum dano durante a carga pulsada. Quanto à formação de placas empastadas foram feitos dois testes empregando os segintes passos: produção da pasta, cura, soaking e formação. Foi utilizado um método de produção de pasta bastante similar ao utilizado industrialmente, no qual se utilizou água, ácido sulfúrico, lignossulfonato (LS), negro de fumo e BaSO4. A cura foi realizada mantendo placa em ambiente com aproximadamente 100 % de umidade, a 70° C durante 24 horas. O soaking é o período onde a placa fica imersa no eletrólito onde a formação iria ocorrer por um período de duas horas. RESULTADO Os gráficos a seguir são de um teste de carga pulsada em uma bateria chumbo ácida, o primeiro gráfico é da corrente, que apresentou picos de aproximadamente 100A. Figura 13 - Perfil de corrente gerado pelo equipamento de carga pulsada. Set up do equipamento ton =toff= 500 ms. A média temporal da corrente durante um período de on time foi de 7 A. Como pode ser visto claramente, cada on time é na verdade composto por “sub pulsos” onde a corrente aumenta rapidamente, diminui linearmente até zero e permanece neste valor por um tempo. Em seguida o gráfico da tensão apresentada pela bateria ao final do ciclo de recarga pulsada: Figura 2 - Variação do potencial de uma bateria submetida a uma carga pulsada de ton = toff = 500 ms ao final da carga. Como pode ser visto na Figura , a tensão da bateria oscila entre 17 e 19 V no final da recarga, o que são valores muito elevados, e nocivos às placas da bateria, pois favorecem a evolução de gases. Os métodos empregados para a preparação e formação de placas negativas de baterias chumbo ácidas foram ligeiramente diferentes daqueles utilizados industrialmente, o método empregado se apresentou satisfatório, pois, a capacidade apresentada pela placa formada foi de 3,347 Ah. Em comparação, a capacidade normalmente apresentada por placas industriais é de 120 mAh/g e para a placa em questão capacidade apresentada foi de aproximadamente 165 mAh/g. CONCLUSÃO A eficiência da carga pulsada em baterias de chumbo danificadas por sulfatação, neste caso não se mostrou satisfatória, pois não surtiu resultados em recuperar a capacidade da bateria danificada pela sulfatação da placa negativa, uma possível explicação para tal fato é que durante o processo de envelhecimento, não ocorreu a sulfatação da placa e sim, sua corrosão, então, quando exposta a correntes elevadas, esta corrosão apenas se acentuava. Apesar do pouco tempo que foi dedicado a formação de placas de acumuladores chumboácido foi possível notar que apesar do excelente resultado de capacidade obtido no método que empregou receita de pasta similar a industrial, esta placa apresentou vida útil mais curta. AGRADECIMENTOS Ao PIBITI/CNPq, ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infra-estrutura para a elaboração deste projeto, e aos colegas de laboratório: Juliano, Thoaldo, Priscila, Dani, Diego, Francisco, pelo auxílio com o desenvolvimento do projeto e por terem sido uma verdadeira família durante o ano em que convivi com eles e principalmente por terem ouvido minhas histórias durante este período. DETERMINAÇÃO DE FUNGOS COM POTENCIAL PARA SEREM UTILIZADOS COMO AGENTES BIORREMEDIADORES EM TRATAMENTO DE SOLOS CONTAMINADOS COM ÓLEO MINERAL ISOLANTE. Autor: Valéria Ferreira Cavalcanti Orientador: Ricardo José Ferracin CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: 129383/2010-4 Endereço Eletrônico: [email protected] [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Química dos Produtos Naturais 1.06.01.05-8 Palavras-chave: biorremediação, fungos, óleo mineral isolante INTRODUÇÃO Segundo Petrini (1991), microorganismos endofíticos são aqueles que habitam o interior das plantas pelo menos durante um período do ciclo de vida da mesma sem lhes causar danos ou doença. Tais microorganismos estão sendo amplamente estudados devido à metabolização de produtos de interesse industrial e biotecnológico (EFING, 2008; MACIEL, 2010), e também como agentes biorremediadores de solos contaminados por TPH's (OLIVEIRA, 2009). Bastante utilizado devido às suas propriedades dielétricas e refrigerantes, os óleos minerais isolantes (OMI) de uso geral são produtos do refino do petróleo, em colunas de temperatura entre 300 e 400 °C (PORTELA, 2010). É de biodegradação lenta, podendo contaminar solos e águas (VERECHIA, 2008). OBJETIVOS Selecionar linhagens fúngicas que demonstrem capacidade de metabolizar óleo mineral isolante, para utilização como agentes biorremediadores de solos afetados pelo vazamento deste material. METODOLOGIA Neste trabalho foram utilizados fungos endofíticos da erva mate (FEEM), isolados a partir de suas folhas. O material botânico foi coletado município de Irati - PR. Folhas saudáveis de plantas adultas foram descontaminadas de acordo com metodologia padrão. As folhas foram cortadas em fragmentos de 6 mm, transferidos para meio de cultura Batata Dextose Ágar (BDA), acrescido de cloranfenicol, e incubadas a 25 ± 1 °C. O crescimento foi acompanhado diariamente e esporos de colônias distintas foram inoculadas em tubos de ensaio com BDA inclinado, isolando os exemplares. A identificação genérica foi realizada por microcultivo e pela comparação morfológica baseada em literatura especializada. As linhagens foram inoculadas em ® meio de cultura Czapec Dox -1 ágar, modificado pela adição do surfactante Tween 80 0,2mL.L e pela substituição da sacarose por -1 OMI 10 mL.L de modo que este fosse a única fonte de carbono presente no meio nutritivo. As placas o foram incubadas a 28 ± 1 C por 3 dias. O diâmetro micelial foi medido diariamente, em triplicata, com paquímetro. Com estes valores foi determinado o índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM), conforme descrito por Souza, Souza e Mendes-Costa (2006). As três linhagens com maior valor de IVCM foram testadas quanto ao potencial o biodegradador de OMI, utilizando solo como substrato. O solo foi seco a 105 C por 48 horas, macerado, peneirado e autoclavado. Foram preparados 36 erlenmeyers de 125 mL, com 50 g de solo e 30 mL de H2O destilada estéril. Estes foram divididos em 4 grupos, um para cada fungo e um grupo controle (CTL), sem inóculo. O substrato foi contaminado nas proporções 0,10 g; 0,15 g e 0,20 g de OMI para cada 50g de solo, que foram inoculados com discos miceliais de 10,58 ± 0,02 mm e o incubados a 28 ± 1 C por 30 dias. O teor de TPH foi determinado por gravimetria: após os 30 dias, o óleo foi extraído do substrato com 60 mL de solução acetona/hexano (4:6), seguida de agitação 150 rpm e filtração para frascos de massa conhecida. Após a evaporação do solvente os frascos foram novamente pesados. A diferença entre a massa do frasco vazio e a massa do frasco depois da evaporação do solvente é referente à quantidade de OMI que não foi biodegradado pelos fungos. RESULTADOS Foram isoladas 39 linhagens de FEEM classificadas como LAC 1 até LAC 39. Dentre elas foram identificados os gêneros Acremonium sp., Alternaria sp, Aspergillus sp. Colletotrichum sp. Paecillomyces sp., Penicillium sp. e Rhizopus sp. Algumas linhagens não foram identificadas (NI). Os maiores valores encontrados para o IVCM estão dispostas na Tabela 1. Tabela 1 - IVCM na presença de OMI após três dias de incubação. Diâmetro Médio LAC IVCM das Colônias o o o 1 dia 2 dia 3 dia 28 1.100 4.240 8.457 4.076 39 0.495 2.940 8.281 3.498 36 0.880 0.344 8.436 3.309 34 0.555 2.720 7.609 3.267 Os diâmetros das colônias foram obtidos em triplicata e suas médias estão expressas na tabela em centímetros. Os fungos com maior IVCM foram um NI (LAC 28), dois Paecillomices sp. (LAC 39 e LAC 36)e um Penicillium sp. (LAC 34). Assim, foram utilizadas as cepas LAC 28, LAC 34 e LAC 39 no ensaio de biodegradação. Após 30 dias de incubação, o óleo não biodegradado pelos fungos foi extraído do substrato e teve sua massa determinada por gravimetria. Tabela 2 - Resultado final do ensaio de biodegradação. LAC 28 34 39 Teor médio inicial de OMI (g) Teor médio final de OMI (g) OMI biodegradado (%) 0,1042 0,098 6 0,1685 0,123 27 0,2229 0,125 44 0,1061 0,0993 6 0,1643 0,1041 37 0.2140 0,1210 43 0.1080 0,0762 30 0,1544 0,1260 18 0,2210 0,1384 37 0,1096 0,0870 21 0,1601 0,1341 16 CTL 0,2075 0,1534 26 Na tabela acima nota-se que as maiores porcentagens de biodegradação do óleo ocorreram nos ensaios com maiores teores de OMI no solo, com destaque para LAC 28, a qual ainda não foi possível identificar genericamente, porém esta encontra-se armazenada na coleção de fungos endofíticos da UTP para estudos futuros. Houveram perdas entre as concentrações inicial e final nos grupos de controle (CTL), ocasionado possivelmente por falha no manuseio durante o processo extrativo. No entanto, os resultados do grupo CTL não descartam a possibilidade destes microorganismos metabolizarem OMI, uma vez que foi comprovado o desenvolvimento micelial (IVCM) dos inóculos em meio de cultura utilizando OMI como única fonte de carbono. Sugere-se, então, que o procedimento de ensaio "in vitro" com solo e óleo seja otimizado para obter-se resultados mais confiáveis. CONCLUSÃO Pelos resultados observados é possível sugerir que os FEEM são capazes de biodegradar OMI e podem ser utilizados como agente biorremediador em áreas afetadas pelo vazamento deste material. AGRADECIMENTOS A autora agradece ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, à Universidade Tuiuti do Paraná - UTP, ao orientador Ricardo José Ferracin, às professoras Roseli Aparecida de Mello Bérgamo e Maria Luiza Machado Fernandes, aos técnicos dos laboratórios da UTP, aos colegas do grupo de pesquisa Biotecnologia e Saúde e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS EFING, L. M. A. C. Compostos bioativos do mateiral resinoso, subproduto do processamento da erva mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hill). Tese de doutorado. Curitiba: Curso de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Setor de Tecnologia, UFPR, 2008. LACTEC - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento. Recuperação do solo da subestação Mandirituba contaminado com óleo mineral isolante - Relatório Final. Curitiba: LACTEC, Departamento de Tecnologia em Materiais; 2009. MACIEL, S. O. Screening de microorganismos endofíticos de erva-mate (Illex paraguariensis St Hill) produtores de metabólito de interesse biotecnológico. Curitiba: XIV Seminário de Pesquisa e IX Seminário de Iniciação Científica, Universidade Tuiuti do Paraná, 2010. OLIVEIRA, N. C. Seleção de microorganismos endofíticos com potencialidades para biorremediação de ambientes contaminados com hidrocabonetos de petróleo e/ou derivados. Goiânia: Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Goiás; 2009. PETRINI, O. Fungal endophytic of tree leaves. In: ANDRENA, J.; HIRANO, S. S. (Eds.). Microbial Ecology of Leaves. Berlin: Springer-Verlag, 1991. p.179-197. PORTELLA, M. D. G. Avaliação da presença de indicadores de oxidação de papel isolante termoestabilizado em equipamentos de subestação. Dissertação de mestrado. Curitiba: Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Engenharia (PIPE), Área de Concentração em Engenharia e Ciências de Materiais, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná , 2010. SOUZA, B. O.; SOUZA, E. A.; MENDES-COSTA, M. C. Determinação da variabilidade em isolados de Colletotrichum lindemuthianum por meio de marcadores morfológicos e culturais. Lavras: Ciência e agrotec. , v.31, n.4, p.1000-1006, 2007. VERECHIA, C. T. Avaliação da biorremediação de solo contaminado por óleo de transformador. São Paulo: Dissertação de mestrado apresentado ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 2008. PESQUISA EM INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E PROJETOS PARA MELHORIAS DE INFRAESTRUTURA, OPERAÇÃO, MANUTENÇÃO, SEGURANÇA E CONFIABILIDADE DE REDES DE TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Autor: Valmir José Ribas dos Santos CNPq 107150/2011-5 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 Orientador: José Maurilio da Silva Endereço Eletrônico: Endereço Eletrônico: [email protected] [email protected] Departamento: DPEC – DVPE Área de conhecimento: Físico-química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: taxa de degradação, materiais da rede de distribuição de energia, aço galvanizado, taxa de corrosão. Introdução A agressividade ambiental aos metais está relacionada à quantidade de poluentes na atmosfera, tornando-as mais agressivas aos materiais expostos a ela. As proporções destes contaminantes são variáveis, dependem da proximidade das fontes emissoras e das condições locais, tais como: temperatura, precipitação, umidade relativa, radiação solar, vento, velocidade do fluido ou vazão, absortividade e tipo de solo, pressão, entre outros. É por isso que não é recomendável estudar a corrosão atmosférica sem o estudo preliminar dos aspectos meteorológicos e ambientais que interferem sobre a mesma [1]. Sendo a corrosão um processo eletroquímico a atmosfera é de fundamental importância para esse processo, pois apresentam variáveis como a chuva e alguns sais dissolvidos que possam vir a atuar como um eletrólito na superfície do material que está exposto ao intemperismo. Isso ocorre com os metais das linhas de distribuição e transmissão de energia, cabos, torres, entre outros [2]. Objetivos Verificar o efeito regional da salinidade sobre os materiais metálicos de aço galvanizado da RD. Para tanto, foram expostas placas metálicas em 6 estações de corrosão atmosférica instaladas na região de Campinas e litoral santista ao longo do tempo de exposição. Estudar técnicas destrutivas de desempenho do aço galvanizado, nas estações de corrosividade atmosféricas (ECAs) instaladas. Metodologia [3] Para o monitoramento da corrosividade atmosférica foram escolhidas 6 ECA’s. As subestações foram situadas em áreas que pudessem representar todos os parâmetros ambientais envolvidos no processo de corrosão durante a o tempo de exposição dos corpos de prova (CP’s). Os painéis foram instalados conforme norma ABNT NBR 6209 [4]. As 6 ECA’s foram distribuídas na região de Campinas e na Baixada santista, de forma que as ECA’s Taquaral, Tanquinho e Carioba foram instalados na região de Campinas e as ECA’s Parisi, Cubatão, Praia Grande na baixada santista, sendo que em todas as estações foram monitoradas a taxa de corrosão atmosférica do aço galvanizado com revestimento de 90 e 120 µm de espessura. Os CPs foram devidamente cortados, desengraxados com solvente (acetona), limpos e pesados, tendo suas áreas determinadas conforme a norma ABNT NBR 6210 [5]. Após o período de exposição e de prévia inspeção visual com registro fotográfico, foi realizada, novamente, a limpeza adequada dos produtos de corrosão de acordo com o tipo de material padrão. Seguindo-se a limpeza, os CPs que apresentaram corrosão uniforme serão novamente pesados, a fim de determinar a perda de massa e a taxa de corrosão. Os parâmetros meteorológicos: temperatura, umidade relativa, precipitação, radiação solar, direção e velocidade dos ventos, foram obtidas a partir de pequenas centrais meteorológicas instaladas em cada região climática, sendo, fundamentais, para a classificação e a caracterização da corrosividade atmosférica. Resultados Os resultados obtidos referem-se há 1 ano de estudo, sendo que nesse período foram realizadas duas retidas de material das estações. A Tabela 1, apresenta os valores médios dos teores de cloretos e sulfatos presentes nas atmosferas em estudo no período citado. Tabela 1. Taxas médias de contaminantes em (mg/m2.dia) nas estações. CLORETOS SULFATOS (mg/m2.dia) (mg/m2.dia) TQR 2,11 2,4 TNQ 1,65 2,79 CBT 2,38 5,1 PRS 5,15 9,44 PGR 7,02 7,05 CRB 1,64 3,08 ECA Na Tabela 2, estão dispostos às médias dos dados meteorológicos coletados durante 1 ano das estações de monitoramento climatológicas instalados juntamente com as ECA’s. a Tabela 2, apresenta também a classificação quanto ao tempo de superfície úmida de acordo com a NBR 14643 [6]. Tabela 2. Média anual obtida das estações de monitoramento climatológicas Temperatura ECA Média Velocidade Umidade Anual relativa média (ºC) anual % do vento média anual (km/h) Classificação Precipitação média Tempo de em termos do Anual superfície (mm) tempo de superfície úmida úmida TQR 21,1 71,6 11,6 91,7 3774 Τ4 TNQ 21 72,5 12,2 84,6 4334 Τ4 CBT 22,5 79,1 4,8 169,5 3629 Τ4 PRS 22,2 80,9 4,8 183,9 3757 Τ4 PGR 22,5 80 5 185,5 3711 Τ4 CRB 20,8 72,8 15,2 116,8 4592 Τ4 Com o monitoramento dos poluentes atmosféricos foi possível a classificação das categorias de corrosividade estimadas das atmosferas em relação aos dados atmosféricos, de acordo com a norma NBR 14643 [6]. Essa classificação é apresentada na Tabela 3. Tabela 3. Categoria de corrosividade estimada da atmosfera para Região de Campinas e Baixada santista, onde tempo de superfície úmida (t), teor de sulfatos (A) e teor de cloretos (B). Agressividade ambiental e corrosividade t ECA A B Aço SE CBT t4 sta Santi da (h/ano) 90 Aço (mg/m2.dia) (mg/m2.dia) µm µm A0 B0 C3 C3 120 Campinas de Região SE PRS t4 A0 B0 C3 C3 SE PGR t4 A0 B0 C3 C3 SE TQR t4 A0 B0 C3 C3 SE TNQ t4 A0 B1 C3 C3 SE CRB t4 A0 B1 C3 C3 Os valores de corrosividade média no período estudado estão apresentados na Tabela 4. Tabela 4. Taxa de corrosão do aço galvanizado na Baixada Santista e Região de Campinas no período estudado. Taxa de corrosão Aço Taxa de corrosão Aço Campinas Região de Baixada Santista ECA 90 µm (g/m².a) 120 µm (g/m².a) TQR 5,68 6,203 TNQ 5,63 6,107 CRB 9,56 9,215 CBT 16,84 14,58 PRS 10,51 12,09 PGR 15,99 16,75 A Tabela 5, apresenta a classificação da corrosividade atmosférica para o zinco de em função da taxa de corrosão anual na Baixada Santista e na Região de Campinas, conforme a norma NBR 14643 [6]. Tabela 5. Classificação da atmosfera para o zinco na Baixada Santista e Região de Campinas em termos da taxa de corrosão. ECA Taxa de corrosão Aço 90 µm (g/m².a) Classificação Taxa de corrosão Aço 90 µm (g/m².a) Classificação Baixada Santista Campinas de Região CBT 16,84 C4 14,58 C3 PRS 10,51 C3 12,09 C3 PG 15,99 C4 16,75 C4 TQR 5,68 C3 6,203 C3 TNQ 5,63 C3 6,107 C3 CRB 9,56 C3 9,215 C3 Conclusão Nas ECA’s, TQR, TNQ, CBT e PRS, a taxa de corrosão do aço galvanizado de 120 µm foi maior do que a do aço de 90 µm de espessura de revestimento de zinco, sendo então que a espessura do revestimento não foi relevante para o processo de corrosão nos ambientes em que estão inseridos, porém os valores encontrados são parciais, ainda não conclusivos. Nas estações de CBT e CRB, verificou-se maior corrosividade no aço que apresentava menor espessura de revestimento galvânica. Acredita-se que com mais tempo de exposição dos metais aos seus ambientes corrosivos poderemos observar a influência direta da taxa de corrosão com a a espessura do revestimento de zinco. Porém poderá ser observado melhores resultados com tempos mais prolongados de exposição do metal nessas atmosferas corrosivas AGRADECIMENTOS Agradeço ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS 1. ASM INTERNATIONAL HANDBOOK. Corrosion: Fundamentals, Testing, and Protection. 9th ed. v. 13 A, USA. 2003. p. 2596 2. E. D. KENNY, C. M. GARCIA, K. F. PORTELLA, Classificação das estações de corrosão atmosférica, segundo a agressividade do ambiente. COPEL/LAC, COM. TÉC. 0021/1990. 3. BRAMBILLA, K. J. C.; investigação do grau de corrosividade sobre materiais metálicos das redes aéreas de distribuição de energia elétrica (rd) da região metropolitana de salvador-ba. Dissertação (Mestrado). Universidades Federais do Paraná, 2005. 4. ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 6209: materiais metálicos não revestidos - ensaio não acelerado de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1986, 5 p. 5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 6210: preparo limpeza e avaliação da taxa de corrosão de corpos de prova em ensaios de corrosão atmosférica. Rio de Janeiro, 1982, 16 p. 6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 14643: Corrosão Atmosférica classificação da corrosividade de atmosferas. Rio de Janeiro, 2001, 11 p. Estudo da degradação das baterias de íons de lítio para desenvolvimento de testes acelerados. Autor: Wallace Augusto Boeck CNPq Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC – 2010/2011 103745/2011-4 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Juliano de Andrade Endereço Eletrônico: [email protected] Departamento: Engenharia Química Área de conhecimento: Físico-Química 1.06.03.00-0 Palavras-chave: Espectro de impedância eletroquímica, Impedância potenciostática, Bateria de Íon LítioCobalto. RESUMO ESTENDIDO As baterias de Íon Lítio vem sendo usada em equipamentos eletrônicos cada vez mais. É uma bateria recarregável que em comparação as outras possui uma maior capacidade de armazenamento de energia por unidade de volume e apresenta outras vantagens. A primeira bateria de íon lítio a ser comercializada foi na década de 90, pela Sony Corporation e desde então essas baterias vem ganhando cada vez mais o mercado não só de eletrônicos e portáteis, mas também com outras aplicações como, por exemplo, o carro elétrico. O nome “baterias de íon lítio” define as baterias em que o anodo se encontra na forma de íons intercalados numa matriz de outro elemento. A matriz mais utilizada para intercalar o lítio é em um material composto a base de carbono, como o grafite. O princípio de funcionamento destas baterias ocorre da seguinte maneira: durante a carga a bateria é ligada a uma fonte de energia externa, os íons de lítio do eletrodo positivo se deslocam através de um eletrólito condutor de íons até o eletrodo negativo onde se intercalam na matriz de carbono. Neste processo, os elétrons são forçados a percorrer o circuito externo. Durante a descarga é executado o processo inverso. As primeiras a serem comercializadas foram as baterias de Lítio-Cobalto (LiCoO2) e atualmente são as mais utilizadas. O eletrodo positivo é composto de um óxido de lítio-cobalto (LiCoO2) que apresenta uma boa performance elétrica e de segurança, é facilmente preparado e é praticamente insensível a pequenas variações no processo de produção. As baterias de Íon Lítio utilizadas nos testes foram baterias de Lítio-Cobalto. As baterias de íon lítio-cobalto geram um potencial muito elevado (chegando até 4,3 V contra Li/Li+) quando oxidado durante a carga. Este foi o primeiro eletrodo positivo comercial lançado pela Sony devido sua habilidade de liberar quase metade dos átomos de lítio por mol e de oxidar metade do cobalto a seu estado tetravalente, resultando inicialmente numa capacidade especifica de, aproximadamente, 140 Ah/kg e numa densidade especifica de carga de 690 Ah/l. Atualmente sua densidade de energia chega aos 160 Wh/kg sendo que o limite previsto para esta tecnologia é de 250 Wh/kg. Já o eletrodo negativo das baterias de lítio-cobalto é geralmente de grafite (LiC6). A grande vantagem deles é que as variações de volume são da ordem de 10%. Esta é a chave do conceito das baterias e íon lítio, pois a interfase eletrolítica sólida (SEI), que se forma sobre a superfície do eletrodo negativo pela reação com o eletrólito, não é destruída durante a ciclagem. Se a SEI fosse destruída pelas variações de volume haveria um pequeno consumo de lítio a cada ciclo para reparar a interfase o que levaria a uma rápida perda de capacidade e a uma baixa vida cíclica. Este mecanismo de quebra da SEI é um dos principais motivos da perda de capacidade em baterias produzidas com baixa qualidade. Em geral, a maioria dos eletrodos negativos das baterias de íon lítio é feita atualmente de grafite, onde suas capacidades podem chegar a aproximadamente 300 Ah/kg. Estes eletrodos negativos de grafite vem sendo mais utilizados pois sua estrutura de carbono é a mais ordenada e na prática é a que apresenta os patamares de descarga mais planos. Um dos maiores problemas apresentados por todas as baterias de lítio, é a perda de capacidade quando armazenadas ou quando cicladas. Em todos os casos, esta perda de capacidade é decorrente de múltiplos processos. Tendo três como principais: 1. Dissolução de íons dos eletrodos no eletrólito com a redução da condutividade do eletrólito. 2. Instabilidade do eletrólito, que se decompõe aumentando sua resistência. 3. Distorção física da estrutura dos eletrodos que termina com a desagregação dos mesmos. A bateria comercial do tipo 18650-LiCoO2 (NEC - Moli Energy), apresenta perdas de capacidade da ordem de 0,025% por ciclo a 21 oC e 0,030% por ciclo a 45 oC. Após 500 ciclos estas baterias apresentariam perdas de capacidade de 12,5% a 21 oC e de 15% a 45 oC. É necessário monitorar o estado de degradação destas baterias para o bom funcionamento dos equipamentos que as utilizam como fonte de energia. Tendo isso em vista foi desenvolvido o presente trabalho, cujo objetivo principal é o de monitorar o estado de saúde de baterias de lítio, utilizando espectroscopia de impedância eletroquímica, ao longo de ciclos de carga e descarga. Antes de se fazer qualquer teste, houve um cuidado muito grande e essencial para a confiança nos resultados com a forma em que estas baterias seriam testadas, pois os testes de impedância potenciostatica são muito sensíveis. Primeiramente houve testes para avaliação do suporte a ser utilizado, onde se fez medidas de impedância potenciostática com três tipos de suporte utilizando três amostras de baterias em três estados de carga. O objetivo desta primeira etapa é o de adequação da estrutura experimental utilizada. O resultado foi plotado em um gráfico de Nyquist onde se fez a comparação de todos. O gráfico abaixo mostra o suporte escolhido com três amostras de baterias em um mesmo estado de carga. Baterias distintas em um mesmo estado de carga no suporte escolhido. Este suporte foi o escolhido para realizar as medidas, pois foi o que apresentou maior reprodutibilidade nos resultados observados. Após os testes do suporte, começou-se a realizar testes em distintos estados de carga. Carregava-se a bateria até 100%, media-se a sua impedância potenciostática, em seguida a descarregava até 50% da carga, media-se novamente a impedância e depois descarregava-se a bateria até um estado totalmente descarregado e media-se pela ultima vez a impedância da bateria. As descargas foram feitas em regime de descarga C5, ou seja, descarga total da bateria em cinco horas, sendo 150 minutos de descarga de 100% a 50% e mais 150 minutos de descarga de 50% a 0% de carga. Realizou-se os testes com as seis amostras de baterias e plotou-se o gráfico de cada bateria separadamente, comparando a própria bateria em 3 estados de carga. Verificou-se que os espectros apresentam-se de forma semelhante. Logo após, plotou-se o gráfico comparativo entre as diversas baterias no mesmo estado de carga e notou-se que mesmo as baterias sendo idênticas, os espectros apresentaram uma diferença que pode chegar a 0,04 ohms. Após realizar os testes e plotar os gráficos, pode-se observar que mesmo as baterias sendo do mesmo fabricante e do mesmo material, os espectros apresentaram uma diferença mínima, e seguem um mesmo padrão. Ao longo de uma descarga, o espectro de impedância de uma bateria varia relativamente pouco até próximo à situação de completa descarga. Prosseguindo com a descarga, no entanto, se observa uma grande variação na impedância. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, ao LACTEC pelo apoio acadêmico, de infra-estrutura e financeiro para a elaboração deste projeto de pesquisa. REFERÊNCIAS [1] INFO, junho 2009. http://www.Info.abril.com.br. [2] G. Ceder and B. Kang. Battery materials for ultrafast charging and discharging. Nature 458, (2009) 190-193. [3] A.G.Richie, Recent developments and future prospects for lithium rechargeable batteries, Power Sources 18, in: Proceedings of the 22 nd International Power Sources Sysmposium, Manchester, J. Power Sources 96 (april 2001) 1-4. [4] C.S.Johnson. J. Power Sources 165 (2007) 559-565. T. Ohzuku and R. J. Brodd. J. Power Sources 174 (2007) 449-456. AVALIAÇÃO DE MATERIAIS POLIMÉRICOS APERFEIÇOADOS PARA APLICAÇÃO EM ISOLADORES DE PINO Autor: Walter Paulo Travensolli CNPq 147099/2010-2 Bolsista PIBITI/CNPq - LACTEC - 2010/2011 Endereço Eletrônico: [email protected] Orientador: Dr. Guilherme Cunha da Silva Endereço [email protected] Departamento: DPTM - DVMT Área de conhecimento: Engenharia elétrica 3.04.00.00-7 e Materiais dielétricos 3.04.01.04-6 Palavras-chave: Dielétricos, novos materiais, envelhecimento. INTRODUÇÃO Isoladores poliméricos tipo pino são amplamente utilizados em redes aéreas compactas. Para que estes equipamentos tenham elevado desempenho em campo é necessário que possuam determinadas características mecânicas e elétricas, entre as quais se podem citar elevada resistividade (volumétrica e superficial) e resistência ao trilhamento elétrico. O trilhamento elétrico pode ser definido como a formação de um caminho condutor permanente através da superfície do isolante, resultado da degradação devido à ação das descargas superficiais. Ele varia de acordo com a intensidade do campo elétrico superficial, magnitude da corrente superficial e do estado das descargas superficiais induzidas pelo campo elétrico e corrente superficial, todas as quais sendo influenciadas pela presença de contaminantes e pela umidade na superfície do material. Alguns contaminantes que induzem o fenômeno de trilhamento são os sais, a poeira, a umidade e os agentes químicos atmosféricos. Quando este fenômeno ocorre numa região localizada, tem-se a erosão. A contaminação atmosférica na forma de poluição e a umidade promovem a formação de um filme contínuo, com baixa resistividade superficial, criando condições para fluir correntes entre pontos com diferentes potenciais. Esta baixa resistividade superficial implica em alta corrente superficial e alta dissipação de calor, causando perda da solução deste filme contínuo. Como esta evaporação da solução não é uniforme ocorre formação de bandas secas, que interrompem a corrente superficial. Ocorre então um aumento de tensão elétrica nestas regiões, a qual é suficiente para iniciar a ocorrência de descargas na superfície do material, na região entre as bandas secas. Estas descargas alcançam elevadas temperaturas, causando a formação de erosão e trilhas de material orgânico carbonizado. A ruptura completa da superfície do material ocorre quando uma trilha de material orgânico propaga-se por toda extensão do material. É sugerido pela literatura que a resistência ao trilhamento elétrico é um indicativo importante do desempenho da isolação para uso externo [1-6]. Neste trabalho foram avaliadas resistividade volumétrica e superficial e resistência ao trilhamento elétrico de 13 diferentes formulações de um material polimérico aperfeiçoado, que está sendo desenvolvido para aplicação em isoladores tipo pino. Eletrônico: OBJETIVOS O objetivo principal deste trabalho é avaliar em laboratório as propriedades elétricas de um material polimérico aperfeiçoado desenvolvido para aplicação em isoladores tipo pino, os quais são amplamente utilizados em redes aéreas compactas. METODOLOGIA Por meio de parceria LACTEC-UFSCar foram desenvolvidas 13 formulações de um material polimérico aperfeiçoado para aplicação em isoladores tipo pino. A partir das formulações desenvolvidas foram confeccionados corpos de prova em forma de placas para caracterização e avaliação de desempenho em laboratório. Este trabalho está focado na avaliação das propriedades elétricas, particularmente a resistividade e a resistência ao trilhamento elétrico e erosão. Os ensaios de resistividade foram realizados com base na norma ASTM D257 [7] e os ensaios de trilhamento foram executados de acordo com a norma NBR 10296 [8]. De acordo com a normalização vigente, um material utilizado para isoladores poliméricos tipo pino deve ter classe de trilhamento de 2,75 kV. Vale ressaltar que o comitê de estudos da ABNT já está estudando ampliar este valor para 3 kV. A Figura 1 ilustra o arranjo experimental utilizado para o ensaio. Figura 1 – Arranjo experimental para ensaio de trilhamento elétrico. RESULTADOS Todas as formulações testadas apresentaram elevada resistividade volumétrica e superficial, na ordem de 1018 Ω.cm e 1017 Ω, respectivamente. A Tabela 1 apresenta os resultados dos ensaios de trilhamento elétrico. Tabela 1 – Resistência ao trilhamento elétrico. Amostra Classe de resistência ao trilhamento Observações elétrico (kV) HDPE 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F1 2,75 Aprovado F2 2,75 Aprovado F3 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F4 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F5 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F6 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F7 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F8 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F9 2,5 Não suportou dois patamares (mínimo) F10 2,75 Aprovado F11 - Não suportou nem o 1º patamar F12 2,75 Aprovado CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos somente as formulações F1, F2, F10 e F12 atendem às características de resistência ao trilhamento elétrico necessárias para aplicação em isoladores poliméricos tipo pino. Apesar deste resultado, melhorias devem ser realizadas para que o material atinja o patamar de 3 kV. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBITI/CNPq, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, e ao LACTEC, pelo apoio financeiro, acadêmico e de infraestrutura para a elaboração deste projeto de pesquisa e desenvolvimento. REFERÊNCIAS [1] SEGATTO, A. G. Estudo e Projeto de Rede Elétrica Compacta Protegida. Monografia (Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2008. [2] MUNARO, M. Desenvolvimento de blendas de polietileno com desempenho aperfeiçoado para utilização no setor eletrico. Tese (Doutorado em Engenharia e Ciência dos Materiais). Programa de Pós-Graduação em Engenharia - PIPE, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. [3] FAGUNDES, R. C. Avaliação de Acessórios Poliméricos de Redes Compactas Protegidas por Meio de Ensaio de Multiestressamento e Simulação Computacional. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Ciência dos Materiais). Programa de Pós-Graduação em Engenharia – PIPE. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008. [4] N. Yoshimura, S. Kumagai, B. N. Du. Research in Japan on the Tracking Phenomenon of Electrical Insulating Materials. IEEE El. Ins. Magazine, v. 13, n. 5, p.8-18, 1997. [5] R. Raja Prabu. Theoretical Correlation amongst Electrical and Mechanical Characteristics os Polymeric Housing Materials for Outdoor Insulators. IEEE TDEI, v. 15, n. 3, p. 771-782, 2008. [6] A. M. Piah, A. Darus. Modelling Leakage Current and Electric Field Behaviour of Wet Contaminated Insulators. IEEE Trans. Power Delivery, v. 19, p. 432-433, 2004. [7] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Standard Test Methods for DC Resistance or Conductance of Insulating Materials. ASTM D257, 1993. [8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Material Isolante Elétrico – Avaliação de sua Resistência ao Trilhamento Elétrico e Erosão sob Severas Condições Ambientais. NBR 10296, 1988.
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