chera kimiko
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chera kimiko
Nº 76 Fevereiro/2008 Chega de dor! Há milênios estudiosos da medicina voltam-se para decifrar os grandes desafios da dor. Na Grécia antiga, Hipócrates já considerava o alívio da dor como uma “obra divina”. Hoje, a dor é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o 5º sinal vital, ao lado da pressão arterial, pulso, respiração e temperatura. No Brasil, houve muitos avanços nos últimos 20 anos e hoje existem importantes Centros de Terapia da Dor espalhados por hospitais ou clínicas. Mas há ainda quem se queixe de que o assunto é pouco valorizado em alguns setores da medicina, nas escolas e centros de estudo. “Apesar de a dor ser responsável pela maior porcentagem de procura dos indivíduos por auxílio médico, ela ainda não é valorizada e tratada da forma que deveria”, testemunha a Dra. Rioko Kimiko Sakata, do Ambulatório de Dor do Hospital São Paulo – Unifesp e da clínica de Dor do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, credenciado da Cabesp. Segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), entidade fundada em 1984, filiada à International Association for the Study of Pain (IASP), mundialmente a dor afeta pelo menos 30% dos indivíduos durante algum momento da sua vida e, em 10% a 40% deles, tem duração superior a um dia. Constitui a causa principal de sofrimento, incapacitação para o trabalho e ocasiona graves conseqüências psicossociais e econômicas. Não existem dados estatísticos sobre o assunto no Brasil, mas sabe-se que a ocorrência da dor, especialmente a crônica, tem aumentado muito nos últimos anos. De acordo com o neurocirurgião Prof. Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, esse aumento é crescente talvez em decorrência de: novos hábitos de vida da população; maior longevidade do indivíduo; prolongamento de sobrevida dos doentes com afecções clínicas naturalmente fatais; modificações do ambiente em que vivemos, e, provavelmente, do reconhecimento de novos quadros dolorosos e da aplicação de novos conceitos que traduzam seu significado. Na opinião do especialista, ligado à SBED, além de gerar estresses físicos e emocionais para os doentes e para os seus cuidadores, a dor é razão de fardo econômico e social para a sociedade. Estima-se que, nos Estados Unidos, gastam-se, anualmente, cerca de US$ 150 bilhões em custos médicos. A importância devida – Apesar de todos esses fatores, não é só no Brasil que a dor não é valorizada como deveria por parte da classe médica, como testemunhou Dra. Rioko. Uma das maiores clínicas de investigação do câncer dos EUA, a Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog) fez um amplo estudo em 1994, com 1308 pacientes, e verificou que: 85% dos médicos acreditavam que os pacientes eram subtratados; 50% acreditavam oferecer bom tratamento para dor; 35% aguardavam o prognóstico de sobrevida de seis meses, antes de iniciar um esquema de analgesia máxima; 76% assinalaram como barreiras mais importantes para o alívio da dor, a avaliação e registros deficientes das queixas e, os receios sobre o uso dos opióides (todas as drogas, naturais e sintéticas, com propriedades semelhantes à morfina). “Hoje está melhor do que há 20 anos, mas ainda são poucos os cursos de medicina em que o aluno tem alguma aula sobre dor. Isso faz com que o profissional formado não tenha conhecimento básico sobre os quadros de dor”, lembra Dra. Rioko. Segundo ela, existe também “o mito” de que é melhor “agüentar a dor” do que tomar medicamento. “Isso não é verdade porque a manutenção da dor causa alterações do sono, do humor e complicações em aniversário Cabesp comemora 40 anos em 2008 Este ano, a Cabesp tem um motivo a mais para comemorar seu aniversário: são 40 anos de atividades, a serem completados no dia 27 de junho. Nestas quatro décadas, a empresa manteve crescimento constante e firmou-se como uma das maiores e melhores entidades de autogestão de saúde do mercado. Leia mais sobre este assunto nas próximas edições do jornal Cabesp +Vida e no site www.cabesp.com.br diversos órgãos do corpo”, afirma a especialista da Unifesp. “Há, ainda, o medo de usar alguns analgésicos como a morfina por parte do médico e do paciente, acreditando que esse tipo de medicação deve ser receitado somente para pacientes terminais. Quando se receita antidepressivos, anticonvulsivantes entre outros, sempre há um conhecido que diz para o paciente que esses medicamentos são para outras doenças”, conta Dra. Rioko (veja, na página 2, entrevista completa da médica sobre o assunto). LEIA MAIS: Febre Amarela, o susto continua 4 Os direitos dos portadores de câncer 6 Higiene bucal 7 Os mistérios do Lúpus 8 EVOLUÇÃO MÉDICA Dor: a variação do desconforto De acordo com a médica Rioko Kimiko Sakata, da Unifesp e do Hospital Beneficência Portuguesa, uma mesma dor pode provocar sensações de diferentes intensidades de pessoa para pessoa, o que varia não somente de um indivíduo para outro, mas também de acordo com as várias culturas, explica a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Como a percepção da dor é um fenômeno individual, influenciado por aspectos culturais, as sociedades podem ter maneiras diferentes de encarar a dor. A formação social da pessoa influencia a maneira como a dor é interpretada pelo cérebro. Avaliar esse desconforto é justamente uma das principais tarefas dos especialistas, lembra Dra. Rioko nesta entrevista ao jornal Cabesp +Vida : Cabesp +Vida – Cientificamente, como a senhora definiria a dor? Dra. Rioko Kimiko Sakata – Dor é uma experiência desagradável associada a uma lesão. Cabesp +Vida – As mesmas dores podem ser variáveis de pessoa para pessoa? Por quê? Dra. Rioko – Uma mesma causa pode provocar dor de diferente intensidade. Uma síndrome dolorosa pode manifestar-se por meio de diferentes sinais e sintomas e a intensidade da dor também pode variar. Isso porque a produção de analgésicos no organismo é variável nos diferentes indivíduos. Além disso, o que o paciente sente não depende somente da lesão que ele apresenta, mas também da parte emocional, do que ocorreu no passado (memória), além de alterações que ocorrem no sistema nervoso central com a manutenção do quadro de dor durante tempo prolongado. Cabesp +Vida – Há quem se queixe de que a dor ainda é pouco valorizada em alguns setores da medicina. Isso é verdade? Por quê? Dra. Rioko – Apesar de a dor ser responsável pela maior porcentagem de procura dos indivíduos por auxílio médico, ainda não é valorizada e tratada da forma que deveria. Hoje está melhor que há 20 anos, mas ainda são poucos os cursos de medicina em que o aluno tem alguma aula sobre dor. Isso faz com que o profissional formado não tenha conhecimento básico sobre os quadros de dor. Existe também o mito de que é melhor “agüentar a dor” do que tomar medicamento, o que não é verdade porque a manutenção da dor causa alterações do sono, do humor e complicações em diversos órgãos do corpo. Existe ainda o medo de usar alguns analgésicos como a morfina por parte do médico e do paciente, acreditando que esse tipo de medicação deve ser receitado somente para pacientes terminais. Quando se receita antidepressivos, anticonvulsivantes, entre outros, sempre há um conhecido que diz para o paciente que esses medicamentos são para outras doenças. Cabesp +Vida – A falsa idéia de que sentir dor, em alguns casos, é normal, provoca uma situação desanimadora: o aumento no número de pessoas que sofrem com a chamada dor crônica ou persistente. Segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, a incidência de dor persistente no mundo já atinge quatro em cada dez pessoas. Qual é a sua opinião a respeito? Dra. Rioko – Mesmo quando a dor é aguda, como após uma cirurgia ou trauma, não se deve manter o paciente sem alívio do 2 desconforto. A dor aguda, mantida sem tratamento, tem grande possibilidade de se tornar crônica, além das complicações imediatas como as cardíacas, pulmonares e em outros órgãos. A incidência de dor crônica é realmente muito alta. Cabesp +Vida – Qual a relação entre dor e depressão? Ou seja – é possível definir o papel das emoções na sensação de dor? Dra. Rioko – A dor, especialmente a crônica, provoca alterações emocionais e a depressão é a mais comum. Por outro lado, a depressão também piora o quadro de dor. É muito difícil obter alívio da dor sem tratamento da depressão. Cabesp +Vida – O surgimento de especialistas em dor é um acontecimento relativamente recente no Brasil. Conte-nos um pouco sobre esse histórico, dos motivos que levaram a esse surgimento e a evolução desse campo da medicina até os dias de hoje. Dra. Rioko – Fora do Brasil existem clínicas de dor há mais de 50 anos; no Brasil existem há cerca de 30 anos. Inicialmente eram muito poucos profissionais que tratavam dor e as clínicas surgiram da necessidade de se tratar paciente com câncer e dor intensa. Depois os tratamentos foram estendidos para outras causas e tipos de dor (pós-operatória, neuropatia, lesão medular, trauma, cefaléia, tendinite, lombalgia, etc.). É importante ressaltar que a dor é hoje considerada o quinto sinal vital; ou seja, que a dor deveria ser avaliada juntamente com a pressão arterial, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e temperatura em todos os pacientes internados. Cabesp +Vida – Qual é o maior problema quando o assunto é o tratamento da dor? Dra. Rioko – A dor deveria ser tratada por todos os médicos. Mas como não existe o ensino, não ocorre essa prática de forma extensiva. Os quadros mais difíceis deveriam ser tratados por especialistas em dor. Outro problema é a pequena quantidade de clínicas especializadas que existem. Além disso, existe o problema social dos pacientes que não conseguem comprar os analgésicos. Existe a dificuldade na compra de alguns medicamentos, vendidos somente em algumas farmácias. Cabesp +Vida – A automedicação é sempre condenável. Mas como ela age em situações de dor? Dra. Rioko – Nunca se deve fazer automedicação, pois cada doença é tratada com determinados medicamentos de forma individualizada. Os pacientes diferem entre si; dependendo das alterações clínicas que o mesmo apresenta, ele não poderá utilizar certos medicamentos. Existem drogas mais adequadas para os mais idosos. Os efeitos colaterais devem ser previstos e tratados. Cabesp +Vida – A dor é tratável quando ocorre em função de doenças graves, como câncer? Quais são os tratamentos mais usuais hoje em dia? Dra. Rioko – Toda dor deve ser tratada; ela pode ser aliviada de forma completa ou parcial. A dor causada por câncer geralmente é controlada de forma completa com uso de medicamentos. Grande parte da dor do câncer pode ser tratada com analgésicos via oral. A morfina é ainda o analgésico mais usado. Existem vários outros: dipirona, paracetamol, amitriptilina, tramadol, codeína, carbamazepina, corticosteróide, anestésico local, gabapentina, nortriptilina, etc. Além dos medicamentos, existem bloqueios nervosos, radioterapia, órtese, cirurgia, entre outros. Cabesp +Vida – Há estatísticas sobre as dores mais comuns entre os brasileiros? Dra. Rioko – A síndrome dolorosa mais comum é a síndrome miofascial, que é a dor localizada acompanhada de contratura muscular e presença de ponto que, comprimido, provoca dor intensa. Outras síndromes comuns são: tendinite, bursite, lombalgia, fibromialgia, osteoartrose, neuropatia, enxaqueca, cervicalgia, etc. Enxaqueca Cefaléia Cervicalgia Bursite e Tendinite do ombro Lesões por esforços repetitivos Tenosinovite do punho Dor Torácica Cotovelo de tenista Lombalgia Dor abdominal Dor pélvica Lesões do menisco Reumatismo Como é a classificação Existem muitas maneiras de se classificar a dor. Considerando a duração da sua manifestação, ela pode ser de três tipos, de acordo com a SBED: Aguda – Aquela que se manifesta transitoriamente durante um período relativamente curto, de minutos a algumas semanas, associada a lesões em tecidos ou órgãos, ocasionadas por inflamação, infecção, traumatismo ou outras causas. Normalmente desaparece quando a causa é corretamente diagnosticada e quando o tratamento recomendado pelo especialista é seguido corretamente. Crônica – Tem duração prolongada, pode se estender de vários meses a vários anos. Está quase sempre associada a um processo de doença crônica. Pode também ser conseqüência de uma lesão já previamente tratada, a exemplo da ocasionada pela artrite reumatóide (inflamação das articulações), dor do paciente com câncer, dor relacionada a esforços repetitivos durante o trabalho, dor nas costas, etc. Recorrente – Apresenta períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com freqüência, podendo ocorrer durante toda a vida do indivíduo. Exemplo clássico deste tipo de dor é a enxaqueca. Cefaléia Torcicolo Dor nas costas Dor muscular Lombalgia Hernia de disco Dor ciática Cãibras Inflamação ou ruptura do tendão de Aquiles Entorce do tornozelo Fontes: Dra. Rioko Kimiko Sakata, do Ambulatório de Dor do Hospital São Paulo – Unifesp e da clínica de Dor do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, credenciado da Cabesp; Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED); Eastern Cooperative Oncology Group (Ecog). 3 febre amarela Febre Amarela: Susto a Os brasileiros têm estado em sobressalto desde o início de janeiro, quando surgiu o primeiro caso de morte por Febre Amarela. Até meados de fevereiro, quando esta edição foi fechada, foram detectados 26 casos da doença, 13 deles com mortes. O medo e a falta de confiança nas informações oficiais, de que não há riscos de epidemia, provocaram uma grande corrida aos postos de vacinação. A recomendação oficial é de que devem se vacinar apenas as pessoas residentes em locais de risco ou que pretendam viajar para essas regiões, caso não tenham recebido sua imunização desde 1999. A vacina contra a Febre Amarela tem validade de dez anos. Quem toma mais de uma dose num curto intervalo de tempo pode sofrer efeitos colaterais. O Ministério da Saúde anunciou dezenas de casos de pessoas que já sofreram efeitos adversos causados pela superdosagem da vacina. Em nota oficial, o Ministério informou que foram registrados pelo menos três casos de morte de pessoas que receberam a vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo informações da própria bula do produto, até 5% dos vacinados também podem ter reações como febre e dor de cabeça. A vigilância sobre efeitos adversos da vacina começou a ser feita em 1998. Os casos de reações graves acabaram por suspender uma estratégia de vacinar toda a população contra a Febre Amarela no País. O transmissor foto: divulgação 4 ou em determinados períodos a uma região) em áreas próximas às florestas. Os surtos acontecem em intervalos que variam entre cinco e oito anos. Os últimos surtos ocorreram em 1993 (83 casos) e 2000 (85 casos). O maior receio é que as pessoas transmitam a doença a outras, por meio do Aedes aegypti (também transmissor da dengue) e infecte as cidades. O Ministério da Saúde descartou essa hipótese. foto: divulgação Em áreas próximas às florestas, a Febre Amarela é transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes. Eles preservam os vírus da doença entre os macacos. Alguns macacos são resistentes aos vírus. A Febre Amarela foi erradicada das cidades, no Brasil, no início da década de 40, mas continua endêmica (doenças infecciosas que afetam de forma permanente ESPAÇO PUBLICITÁRIO o ainda não passou Dúvidas mais freqüentes Respostas do Ministério da Saúde às perguntas mais freqüentes sobre a Febre Amarela. Uma pessoa sabe que há oito anos ela tomou algumas vacinas, mas não se lembra se entre elas está a de Febre Amarela. Ela pode se vacinar novamente? Na dúvida, a recomendação é para se vacinar. Que tipo de reação a vacina pode provocar? Dor de cabeça, mal estar, ou outras? Pode haver reações no local da injeção, com febre e mal estar. Mas esses efeitos são raros. A vacina não pode ser tomada por pessoas com baixa imunidade. Isso quer dizer que quem esteve doente há pouco tempo não pode tomar? A vacina não é recomendável para pessoas que estão com baixa imunidade. Para quem esteve doente, depende de avaliação médica. Os sintomas Os primeiros sintomas da Febre Amarela aparecem de três a seis dias após a pessoa ser picada por um mosquito infectado. •Febre alta, supera os 40 graus; •Olhos e pele amarelos; •Dores fortes na cabeça e no corpo; •Vômito intenso; •Em fase mais grave, sangramentos na gengiva, no nariz, no intestino e no estômago; •Insuficiência renal e hepática. Obs: No Brasil, 46% dos casos de febre amarela são fatais. E como avaliar quem tem ou não baixa imunidade? Geralmente as pessoas que estão com a imunidade baixa têm diagnóstico dado pelos médicos que as acompanham. São aquelas pessoas que estão em tratamento de câncer, por exemplo, que estão tomando drogas imunosupressoras como corticóides com dosagens elevadas, algumas situações de portadores de HIV em que estejam com imunosupressão. Gestante pode tomar a vacina? Não. Há contra indicação para a vacinação em gestante. Existe algum cuidado específico que uma pessoa imunizada há menos de dez dias precisa tomar para não se contaminar? Não. A vacina assegura 100% de imunização, após o décimo dia de aplicação. E essa proteção dura dez anos. Além do Aedes aegypti, outro mosquito transmite a Febre Amarela? Ele também se reproduz da mesma forma que o da Dengue, ou seja, em água parada? Como podemos prevenir a reprodução do mosquito? O Aedes aegypti é o transmissor da Febre Amarela nas cidades. Mas a Febre Amarela que temos hoje no Brasil é a de transmissão silvestre, transmitidas pelos vetores silvestres chamados Haemagogus e Sabethes. Prevenir esse mosquito é impossível porque faz parte da natureza e são seres silvestres. A reprodução desses mosquitos está mais ligada ao ambiente silvestre. 5 Qual é a chance, em porcentagem, de uma pessoa contaminada morrer? Se for considerado que a Febre Amarela tem várias formas de apresentação clínica, o índice de letalidade fica em torno de uns 10% das pessoas infectadas. Nos últimos dez anos, a letalidade foi de 46%. Se considerarmos as formas mais graves da doença a chance é muito elevada, pode chegar até 100%. Como se caracteriza uma epidemia de Febre Amarela? Quantas pessoas com a doen ça precisam ser identificadas? A epidemia não se restringe a uma área. Considera-se epidemia quando a doença atinge uma grande parte de municípios, de um estado, outras áreas territoriais e às vezes até de outros estados. 13º salário Financiamento da primeira parcela está disponível Está disponível, até o dia 15 de abril, a linha de Financiamento para a 1ª parcela do 13º Salário. Poderá ser antecipado ao interessado até 80% da parcela, arredondando-se para cima a fração de R$ 50,00 e respeitando-se os valores mínimo de R$ 200,00 e máximo de R$ 9.000,00. A quitação do financiamento será em 20/05/2008. Não terão acesso à 1ª parcela, além daqueles já descritos no Regulamento da Assistência Financeira: • os funcionários que a receberam ou receberão nas férias; • os aposentados que não recebem complementação, e • os aposentados do Banesprev que recebem o 13º salário integral no final do ano (exceto os que são Pré-75). Para utilização desse empréstimo, consulte o regulamento disponível na Internet (www.cabesp.com.br). Em caso de dúvida contate o Disque Cabesp, telefones 4004-2636 (capitais e re giões metropolitanas) e 0800 722-2636 (demais localidades). seus direitos Portador de câncer tem benefícios especiais A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que o número estimado de novos casos de câncer em todo o mundo chegará a 15 milhões em 2020. A Constituição Federal brasileira assegura aos portadores de neoplasia maligna (câncer) alguns direitos especiais, mas a falta de informação é grande e muitos portadores deixam de desfrutar desses benefícios por desconhecerem seus direitos. O câncer pode ser controlado e, se diagnosticado precocemente, a cura é possível em muitos casos. Entretanto, o tratamento da doença pode ter um custo elevado, além de causar complicações físicas e psicológicas ao paciente. Por isso, foi instituído o direito constitucional aos portadores de câncer. Muitas entidades editam cartilhas e diversos materiais informativos sobre esses benefícios, a exemplo do Instituto Nacional do Câncer (INCa), da Associação Brasileira de Combate ao Câncer Infantil e Adulto (Abraccia), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), etc, mas a falta de informação ainda é um dos maiores inimigos dos portadores de câncer. Os direitos garantidos aos doentes de câncer são extensivos Acesso aos dados do serviço médico se dá pelo requerimento à instituição de saúde que detenha os dados do prontuário. Benefício auxílio-doença será devido ao segurado da Previdência Social que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual, nos termos da C.L.T. É devido ao segurado empregado a contar do décimo-sexto dia do afastamento da atividade. Aposentadoria por invalidez – devida ao segurado que, estando ou não em gozo do auxíliodoença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício da atividade que lhe garanta a subsistência e será paga enquanto permanecer nessa condição. Se o segurado do INSS necessitar de assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor da aposentadoria por invalidez será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação. Isenção do imposto de renda na aposentadoria – poderá ser requerida junto ao órgão competente, ou seja, aquele que paga a aposentadoria (INSS, Prefeitura, etc). 6 Benefício de prestação continua da (LOAS) – devido àquelas pessoas que não têm acesso aos benefícios previdenciários. Garante um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e/ou idoso com 67 anos ou mais, que comprove não possuir meios de promover a própria manutenção e nem tê-la promovida por sua família. Esse benefício pode ser solicitado nas Agências da Previdência Social mediante o cumprimento das exigências legais. Isenção da contribuição previdenciária – sobre a parcela de até três mil reais dos proventos dos servidores públicos federais aposentados por invalidez. Passe livre em transporte coletivo interestadual para pessoas carentes portadoras de deficiência. a pacientes com outras doenças graves, como tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, cegueira, paralisia irreversível ou incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondilartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), Aids e contaminação por radiação. Esses benefícios vão da isenção de pagamento do Imposto de Renda que incide na aposentadoria, andamento prioritário de processos judiciais, levantamento do FGTS, quitação de imóvel, levantamento de seguro de vida e previdência privada, saque do PIS, auxílio transporte, isenção de IPI, ICMS e IPVA na aquisição de veículos especiais, entre outros. Conheça alguns desses direitos: Liberação do Fundo de Garantia e do PIS/Pasep – deve ser requerido junto à Caixa Econômica Federal. É devido ao trabalhador com neoplasia maligna (câncer) ou o trabalhador que possuir dependentes, registrados no INSS, acometidos de câncer. Cirurgia plástica reparadora de mama pela rede de unidades integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS), nos casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer. Quitação do financiamento de imóvel junto à Caixa Econômica Federal sujeito à verificação e composição de renda familiar no contrato de financiamento. Isenção de ICMS, IPI e IPVA, caso a doença ocasione defi ciência nos membros, superiores ou inferiores, que a impossibilite de dirigir automóveis comuns. Isenção do ICMS – Deverá ser requerida junto à Secretaria da Fazenda do Estado, na aquisição de veículos especiais. Cada Estado tem uma regulamentação própria para a isenção. Em São Paulo, por exemplo, estão isentos os veículos de até 127 HP de potência bruta, adaptados ao uso de pessoas portadoras de deficiência física (caso de mulheres submetidas a mastectomia decorrente de neoplasia maligna). Isenção do IPI – A ser requerida junto à Secretaria da Receita Federal, na aquisição de veículos por portadores de deficiência Física. Isenção de IPVA – A ser requerida junto à Secretaria da Fazenda do Estado. Dica: O portador de câncer deve guardar todos os laudos, receitas, exames, radioterapias, tomografias, entre outros documentos, além de seus pessoais, que comprovem o problema de saúde. Estes são documentos importantes em qualquer processo judicial. Fontes: Abraccia – www.abraccia.org.br/ INCa – www.inca.gov.br/ ABCâncer – www.abcancer.org.br/ Associação Pró-Vita – www.provita.org.br/ saúde bucal Melhor prevenir e sorrir “Ao notar que tu sorris, todo mundo irá supor que és feliz.” Bem que diz a música cantada por Djavan. O sorriso é o sinal mais evidente da felicidade humana e, embora o Brasil ainda tenha fama de ser um “país de desdentados”, a realidade é que cresce a consciência de que um sorriso só pode ser bonito se aliar bons hábitos de higiene e saúde bucal. Um dado otimista que leva a essa conclusão é a pesquisa realizada, há três anos, pelo instituto norte-americano Icon & Landis em oito países. No estudo, o Brasil aparece com uma das médias mundiais mais altas de escovação diária: 3,2 vezes ao dia. Apresenta-se à frente dos Estados Unidos, Alemanha, Grã-Bretanha, Japão, Espanha e Filipinas. Só perde para os me- Cabesp +Vida – Sabe-se que, atualmente, a população tem acesso a diversos benefícios como a fluoretação da água, dentifrícios com flúor etc. Essas medidas tiveram algum impacto na saúde bucal da população? Dra. Dea-Mara – Evidentemente. Podemos observar que antes de termos acesso a esses benefícios, era comum vermos criança com baixo poder aquisitivo (e sem possibilidade de freqüentar um consultório odontológico), apresentando o sorriso com enormes cáries. Apresentavam-se em alguns dentes de cor preta, em outros de cor marrom. Era comum nos depararmos com esse quadro nos semáforos. Felizmente, nos dias de hoje, isso não ocorre mais em parte da população que tem acesso à água fluoretada e acompanhamento odontológico desde a primeira infância. Cabesp +Vida – Quanto aos métodos preventivos tradicionais de higiene bucal, escova e fio dental, há novidades na área preventiva que devem ser adotadas? Dra. Dea-Mara – Os métodos preventivos tradicionais de higiene bucal, como escova e fio dental, continuam sendo os principais e os mais eficientes no combate à cárie e às doenças relacionadas à gengiva. Também há medidas que podem ser adotadas, como a aplicação de flúor durante o período de maturação do esmalte (até início da adolescência) que viabiliza uma alta porcentagem de prevenção de cáries nas faces lisas dos dentes, sendo que essa porcentagem varia de acordo com os cuidados bucais de cada paciente. A partir da década de 70, uma outra forma de prevenção começou a ser exercida: a aplicação de selantes. Esses selantes (com aparência de verniz) são aplicados nas faces rugosas dos dentes molares. Os resíduos alimentares ficam em contato com o selante, ao invés de se instalarem diretamente sobre os dentes, que devem se apresentar isentos de cáries e restaurações para a aplicação do produto. Por este motivo é denominada prevenção. Este método também é indicado até o término da maturação do esmalte dos dentes, por volta da adolescência, 13 anos, pois é neste período que há maior risco do desenvolvimento da cárie dental. Cabesp +Vida – Qual o grau de conscientização dos pacientes nos dias atuais? Dra. Dea-Mara – Atualmente é maior. Os órgãos de comunicação constantemente divulgam os cuidados e produtos indicados à saúde bucal. A cada visita ao dentista, os pacientes devem ser orientados com referência aos cuidados dentários. xicanos, que escovam 3,7 vezes ao dia. Os dados mostram que o brasileiro está entendendo que a manutenção de um bonito sorriso é fácil e barata – exceto quando os problemas já estão instalados. Os cuidados diários preventivos, tais como uma boa escovação e o uso correto do fio dental, ajudam a evitar que os problemas dentários se tornem mais graves. Veja, nesta reportagem, as recomendações da doutora Dea-Mara Franco M C Abolins, cirurgiã-dentista credenciada da Cabesp especializada em dentística restauradora que atua na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Dra. Dea-Mara – Realmente podemos ter pessoas livres de cáries. No entanto, nem sempre é suficiente contar com a evolução das técnicas odontológicas, dos materiais e dos procedimentos preventivos. Existem vários fatores que interferem no surgimento das cáries: maus hábitos alimentares, higienização precária, problemas sistêmicos, etc. Cabesp +Vida – Na necessidade de uma restauração, quais os materiais existentes e quais suas indicações? Dra. Dea-Mara – Há uma grande variedade de materiais restauradores. As indicações variam desde o estado que os dentes se apresentam até os hábitos (ex: palitar os dentes, morder substâncias duras como caroço de azeitona, balas duras) e cuidados (ex: visitas regulares ao dentista) que os pacientes possuem. Cabesp +Vida – Quando é indicada a troca de uma restauração? Qual o prazo para a troca de uma restauração? Dra. Dea-Mara – A troca de uma restauração tem indicação, por exemplo, quando o dente apresenta infiltração, quando o paciente relata dor, quando a restauração quebrou, etc. É bom ter consciência de que cada vez que o profissional interfere com a broca no dente, parte dele é removido. A preservação do dente consiste também no menor número de interferências. Não há prazo para troca de uma restauração. Desde que ela se apresente em perfeitas condições, não há necessidade de troca. Cabesp +Vida – Para finalizar, o que a senhora recomendaria como uma forma indicada de higiene bucal e de hábitos alimentares? Dra. Dea-Mara – Recomendaria que cada vez que se ingerir um alimento tenha-se o cuidado de escovar os dentes. Quando proceder a escovação, conscientizar-se de que cada dente apresenta 5 faces e cada uma deve ser devidamente limpa. É importante usar o fio ESPAÇO PUBLICITÁRIO dental após cada refeição. Escovar toda a cavidade oral: bochechas, dentes e língua. Fazer uso sempre de um enxaguatório bucal, principalmente os isentos de álcool. Retornar ao consultório odontológico para uma revisão a cada seis meses. Quanto aos hábitos alimentares, ingerir mais fibras do que açúcares. Cabesp +Vida – Com a evolução das técnicas e materiais de prevenção odontológicos, é uma realidade termos pessoas livres de cáries? 7 fique por dentro perigo no mar Saiba mais sobre Lúpus Águas-Vivas assustam banhistas em todo Litoral Doença crônica e rara, mais freqüente nas mulheres do que nos homens, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), ou simplesmente Lúpus, não tem causa conhecida. É provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico – rede complexa de órgãos, células, tecidos e substâncias existentes na circulação sangüínea, que agem em conjunto para proteger o organismo de agentes estranhos. Ou seja: uma pessoa que tem LES desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais. Conseqüentemente, pode afetar a pele, as articulações, os rins e outros órgãos. É como se a pessoa se tornasse alérgica a si mesma, o que caracteriza o Lúpus como uma doença auto-imune. É considerada praticamente uma doença feminina porque ocorre nove vezes mais entre mulheres do que no sexo masculino, sobretudo, na idade reprodutiva, entre 20 e 40 anos. Estima-se que surja um caso novo a cada dez mil pessoas. Nos EUA, estatísticas mostram que a mulher negra tem evolução da doença pior do que a branca. Especialistas do Hospital das Clínicas, entretanto, testemunham que, no Brasil, há uma equivalência da doença entre mulheres brancas e negras. Existem três tipos de Lúpus: o Discóide, o Sistêmico e o Induzido por Drogas. O Lúpus Discóide é sempre limitado à pele. É identificado por inflamações cutâneas que aparecem na face, nuca e couro cabeludo. Aproximadamente 10% dos casos podem evoluir para o Lúpus Sistêmico, o qual pode afetar quase todos os órgãos ou sistemas do corpo. Em algumas pessoas predominam lesões apenas na pele e nas juntas, em outras podem predominar as juntas, rins, pulmões, sangue. Em outras, ainda, outros órgãos e tecidos podem ser afetados. Já o Lúpus Induzido por Drogas ocorre como conseqüência do uso de certas drogas ou medicamentos. Os sintomas são muito parecidos com os do Lúpus Sistêmico. Algumas drogas já foram detectadas como facilitadoras do desenvolvimento da doença, como a hidralazina, para tratamento da hipertensão, ou da procainamida, para tratamento de algumas arritmias cardíacas. O verão dos brasileiros este ano quase foi prejudicado pela incômoda aparição de Águas-Vivas em partes do Litoral onde sua presença não é comum. Foram registrados mais de mil casos de feridos só no Litoral de São Paulo. As inversões térmicas, fenômenos que os brasileiros parecem estar se familiarizando, são apontadas como as causas das invasões das Águas-Vivas. As férias já acabaram, mas há ainda muito a aproveitar de sol e mar (e oscilações de temperaturas) até chegarem os dias mais frios. Saiba, portanto, como agir se você tiver algum contato com Água-Viva. Quase transparente e de consistência gelatinosa, a Água-Viva parece, à primeira vista, um animal inofensivo. Em contato com a pele humana, porém, provoca desde queimaduras leves até graves irritações que, em casos extremos, podem matar uma pessoa. Na Costa do Brasil não se encontram espécies que podem levar à morte como ocorre na Austrália, onde foram registrados inúmeros casos fatais nos últimos anos. Das espécies de Água-Viva que têm ação tóxica e que habitam a costa nacional, as mais importantes são a Chiropsalmus quadrumanus (de pequeno porte e encontrada no Litoral Nordeste) e Tamoya haplonema (animais maiores, normalmente encontrados em mar-aberto). As Caravelas, comumente confundidas com as ÁguasVivas, também produzem queimaduras pela liberação de substância tóxica. Possuem tentáculos que chegam a medir até 3 metros e vivem normalmente em mar-aberto. O contato desses animais com a pela humana causa inchaço, vermelhidão e vergões, além de dor, ardor e coceira. Normalmente esses sintomas são restritos às áreas de contato, porém podem ser mais Não compre um automóvel maior do que as suas necessidades. Carros mais pesados utilizam até 50% mais combustível do que os modelos mais leves. extensos, dependendo da sensibilidade individual. Havendo contato com Água-Viva ou Caravela, deve-se manter a calma e seguir as seguintes orientações básicas: Inicialmente lavar a região afetada com a própria água do mar (não usar água doce); Não se deve friccionar a área afetada, pois os cistos remanescentes podem estourar e agravar os sintomas; Se a região for tocada com as mãos, evitar contato com a face; Retirar os restos do animal que porventura estejam grudados na pele (a retirada deve ser feita com pinças ou luvas); A utilização de banhos com soluções à base de vinagre ou bicarbonato de sódio pode ser benéfica para neutralizar o veneno, porém tem resultados variáveis, devido à grande variedade de espécies. Não é indicado o uso de anestésicos, antihistamínicos e antibióticos tópicos. Vaselina, pomadas oleosas e curativos fechados também devem ser evitados, pois acabam obstruindo a região afetada, aumentando, desta forma, o efeito do veneno. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente em poucas horas. Se houver comprometimento de grande extensão da pele, deve-se procurar socorro médico. Publicação da Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo, dirigida aos seus associados. Sede: Rua Boa Vista, 293 Centro - São Paulo/SP CEP 01014-915. Diretor Presidente: Eduardo José Prupest - Diretor de Operações: Caio Graco Orlando de Mello - Diretor Administrativo: Wagner Cabanal Mendes - Diretor Financeiro: Vagner de Castro - Disque Cabesp: 4004-2636 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800-722 2636 (demais localidades). Fax. (11) 2185-1291 - Fale Conosco: www.cabesp.com.br/faleconosco/ Edição e Produção: AMG & Editores Associados, Comunicação Integrada - Tel/Fax. 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