10 Relatório - ANA Routelab
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10 Relatório - ANA Routelab
.10 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas A NOSSA VISÃO “Ser reconhecida pela segurança da operação, pela excelência e competitividade nos serviços prestados e pela sustentabilidade de actividade”. .10 Relatório & Contas NOTA DO PRESIDENTE A .10 Relatório & Contas Região Autónoma da Madeira tem no Turismo o seu principal sustentáculo o que lhe confere uma dimensão estratégica para a Sustentabilidade Económica e Social. Esta preponderância da actividade turística torna a acessibilidade aérea numa condição necessária e imprescindível para o seu desenvolvimento. Temos, desde há muito, a consciência de estreita interdependência entre a ANAM, SA e a Região em que se insere e da responsabilidade que assumimos integralmente na modernização e desenvolvimento das respectivas infraestruturas, ainda que com significativo, mas assumido esforço financeiro. Com a crise iniciada em finais de 2008 a Madeira verificou uma diminuição de procura turística que não poderia deixar de se reflectir no tráfego aeroportuário. Em 2010 o desempenho da Região tornou-se particularmente sensível com o agravar da crise e a diminuição de procura nos seus principais mercados emissores (Portugal, Reino Unido, Alemanha, Áustria) colocou o tráfego nos aeroportos da ANAM, SA ao nível verificado em 2001, ou seja idêntico ao início do milénio. Cumulativamente à crise sucederam-se ao longo do ano de 2010 um conjunto de acontecimentos – Catástrofe em Fevereiro, cinzas vulcânicas em Abril/Maio, greve dos controladores Espanhóis em Novembro e encerramento dos principais aeroportos europeus e norte americanos, por razões climatéricas, em Dezembro o que contribuíram para que o ano tenha sido um dos mais negativos para a economia da Região Autónoma da Madeira em geral, com particular incidência no turismo justificando e, assim, a quebra de 5,3% dos passageiros processados nos aeroportos a que acresce a redução de 4,3% de 2009. Por tudo isto, 2010 foi um ano muito difícil, porventura o mais difícil desde a sua criação tendo a ANAM, SA, em nosso entender, estado à altura do imenso desafio. A melhoria dos Resultados Líquidos face a 2009, em termos comparáveis de 784 mil Euros para (932) mil Euros ainda que com um menor volume de negócios, é consequência da continuada mobilização de toda a empresa em duas frentes cruciais. Por um lado a continua e sistemática redução de custos e o empenho na promoção da Madeira, como destino turístico de excelência, captando novas fontes de tráfego e procurando mitigar os efeitos adversos de todos os nefastos acontecimentos ocorridos durante o ano. Estas acções obtiveram uma intensa colaboração da Secretaria Regional do Turismo e Transportes, do Turismo de Portugal e da Associação de Promoção da Madeira e foram possíveis iniciativas de sentido idêntico com o Fundo para o Investimento em Promoção Turística, o Programa Initiative:pt ou ainda o Programa de incentivos dos Aeroportos da Madeira. O prosseguimento do programa de optimização de pessoal no quadro de uma ampla racionalização e redução de custos permitiu concretizar uma diminuição de efectivos médios de cerca de 10% em dois anos, sendo actualmente o número de efectivos de 326 face aos cerca de 349 em finais de 2008. Os Resultados Operacionais em termos comparáveis, melhoraram cerca de 1.560 mil Euros face a 2009 e o EBITDA cresceu 1.573 mil Euros atingindo 11.148 mil Euros em 2010. Em 2010, a ANAM, SA obteve da parte da APQ – Associação Portuguesa Qualidade, na sua qualidade de representante nacional da EFQM, o reconhecimento “Committed to Excellence,” que coloca a nossa .10 Relatório & Contas Empresa na restrita lista das empresas internacionais reconhecidas pela EFQM como tendo estabelecido um compromisso claro e inequívoco com uma gestão de excelência, e igualmente o certificado “Service Quality Assured” obtido através da ACI (Airports Council Internacional). Nos negócios Não Aviação, outra aposta estratégica, foi a substituição em 2010 da Concessionária da Main Shop, após concurso Público Internacional, o qual foi ganho pelas Lojas Francas de Portugal, com vantagens económicas para a ANAM, SA. Foi ainda possível modernizar a aerogare e alguns serviços de apoio. A empresa deu resposta cabal às Orientações Estratégicas para o SEE, no âmbito dos Planos de Estabilidade e Crescimento e do O.E. 2011 e continua fortemente empenhada no aperfeiçoamento das boas práticas de gestão empresarial. O Passivo da Empresa, em comparação com o Activo, não sofreu alterações significativas tendo a função financeira verificado um bom desempenho. A estrutura financeira degradou-se principalmente pela não realização da “operação harmónio” para recomposição dos capitais próprios. Neste âmbito a empresa preparou e fez entrega ao Concedente, na sequência da deliberação da última Assembleia Geral de Accionistas, de uma proposta de revisão do Contrato de Concessão e de contratação de prestação de serviço público no Aeroporto de Porto Santo. Todas estas propostas são de conhecimento dos Accionistas: ANA, SA, RAM e Estado. Apesar de todas as adversidades ocorridas em 2010 é nossa convicção de que a concretização da estratégica empresarial assumida, pelo Conselho de Administração e por todos os colaboradores, permite garantir a sustentabilidade da empresa. Concluo com alguns agradecimentos. Aos nossos Clientes, razão última da própria existência da ANAM, SA. Aos Accionistas e ao Governo da Região Autónoma da Madeira, cujo apoio e cooperação, que não nos têm faltado, são cruciais para o êxito do nosso trabalho. E, por fim, aos nossos Colaboradores. A sua energia, o seu entusiasmo, a forma generosa e abnegada como se envolvem nos projectos e esforços da Empresa são a condição e o segredo de tudo o que temos conseguido. Para eles, por tudo isso, o nosso especial Muito Obrigado. A. Guilhermino Rodrigues Presidente do Conselho de Administração ÍNDICE .10 Relatório & Contas I. GOVERNO DA SOCIEDADE 8 1. Missão, Objectivos e Políticas da Empresa 8 2. Regulamentos Internos e Externos a que a Empresa está sujeita 10 3. Informação sobre transacções relevantes com Entidades relacionadas 11 4. Informações sobre Outras Transacções 12 5. Modelo de Governo e Identificação dos Órgãos Sociais 14 6. Remunerações dos Membros dos Órgãos Sociais 20 7. Análise de Sustentabilidade 23 7.1 Estratégias Adoptadas 23 7.2 Grau de Cumprimento das Metas Fixadas 23 7.3 Políticas Prosseguidas com vista a Garantir a Eficiência 24 7.4 Identificação dos Principais Riscos 25 7.5 Formas de Cumprimento dos Princípios inerentes a uma adequada Gestão Empresarial 26 7.6 Competitividade da Empresa 32 7.7 Planos de Acção para o Futuro 33 8. Avaliação do Grau de Cumprimento dos Princípios de Bom Governo 36 9. Código de Ética 37 10. Informação sobre a Existência de Sistema de Controlo compatível com a Dimensão e Complexidade da Empresa 38 11. Identificação dos Mecanismos Adoptados com vista à Prevenção dos Conflitos de interesse 40 12. Risco Financeiro 41 12.1Garantias Reais 41 12.2Cláusulas Contratuais 41 12.3Financiamento dos Investimentos realizados 41 12.4Estrutura Accionista 42 12.5Instrumentos de Cobertura 42 II. RELATÓRIO DE GESTÃO 43 1. Nota Prévia 44 2. Síntese do Desempenho 46 3. Principais Indicadores 49 4. Estrutura da Empresa 50 .10 Relatório & Contas 5. Enquadramento Macro-Económico e Regulamentar 54 5.1 Envolvente Económica 54 5.2 Enquadramento Regulamentar 60 6. Estratégia Empresarial 64 7. Evolução de Negócios 72 7.1 Aviação 72 7.2 Não Aviação 76 7.3 Segurança 78 7.4 PMR’S 78 7.5 Principais Clientes 79 8. Investimentos 81 8.1 Infraestruturas Aeroportuárias 82 8.2 Investimentos de Exploração 82 8.3 Investimentos Correntes 82 8.4 Resumo dos Investimentos Totais 83 8.5 Investimentos em Curso 84 8.6 Financiamento dos Investimentos 88 9. Recursos Humanos 89 9.1 Efectivos 89 9.2 Programa de Optimização do Efectivo 90 9.3 Massa Salarial 91 9.4 Acções em Desenvolvimento 91 9.5 Acidentes de Trabalho e Absentismo 92 10. Análise Económico-Financeira 93 11. Perspectivas Futuras 104 12. Proposta para Aplicação dos Resultados 106 13. Anexo ao Relatório de Gestão 107 III. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 109 IV. NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 115 V. RELATÓRIOS DE FISCALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS 173 GOVERNO DA SOCIEDADE .10 Relatório & Contas I. GOVERNO DA SOCIEDADE .10 Relatório & Contas 1.MISSÃO, OBJECTIVOS E POLÍTICAS DA EMPRESA • Missão Constitui Missão da nossa Empresa: “Prestar um serviço de qualidade aos seus Clientes, salvaguardar os interesses dos Accionistas, promover a valorização dos Colaboradores e contribuir para o desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira”. Sendo a nossa actividade, essencialmente, de prestação de serviços o foco da Empresa é colocar o Cliente no centro da nossa atenção. Mediante indicadores obtidos nos Inquéritos de Satisfação realizados tem a ANAM, SA procurado adequar as infraestruturas e os meios técnicos aos fins em vista. Com a implementação do Marketing Aeroportuário, a ANAM, SA desenvolveu um conjunto de estudos e diversas acções e parcerias relacionadas com o turismo, para a atracção à Região de novas companhias aéreas e mercados. O lançamento destas iniciativas em 2006 tem ao longo dos anos vindo a ser reforçado contando, presentemente, com três programas autónomos: a) “Initiative:pt-Developing Tourism and Aviation” – em parceria com o Turismo de Portugal e a Associação de Promoção da Madeira; b) “Fundo para o Investimento em Promoção Turística” – em parceria com a Secretaria Regional de Turismo e Transportes e entidades privadas com interesse turístico; c) “Programa de Incentivos dos Aeroportos da Madeira” - de iniciativa própria e para situações excepcionais não contempladas nos outros programas. Apesar do conjunto de programas e iniciativas, acima referidas, os negócios Aviação registaram, em 2010, uma quebra acentuada decorrente, quer duma continuada diminuição do tráfego, que o coloca aos níveis atingidos em 2001 quer pela manutenção das tarifas desde 2005. No âmbito dos Negócios Não Aviação foi reforçada a marca Air Shopping, melhorada a rentabilidade dos parques de estacionamento e a actividade de Rent-a-Car e substituída em 2010 a “Main Shop” com a introdução das Lojas Francas como novo Concessionário, após concurso público internacional. Porém, assistiu-se a uma grande retracção nos proveitos da Imobiliária e a uma quebra do mercado publicitário. .10 Relatório & Contas • Objectivos e Políticas da Empresa A actividade operacional da ANAM, SA teve por base o cumprimento dos IPG’s – Instrumentos Previsionais de Gestão de 2010 e as linhas de orientação definidas no Plano Estratégico 2010-2014, que apontam como principais objectivos estratégicos: • Crescimento Sustentado; • Valorização de Colaboradores; • Eficiência Operacional; • Equilíbrio da Estrutura Financeira. Por sua vez as Políticas da Empresa foram alinhadas com os objectivos a cumprir, realçando-se entre elas: • Estimular o crescimento, através do Marketing Aeroportuário; • Melhorar a Qualidade do Serviço prestado aos passageiros e companhias aéreas; • Desenvolver os negócios Não Aviação; • Dar continuidade ao Programa de Melhoria dos níveis de Produtividade; • Assegurar uma rigorosa gestão do Plano de Investimentos nas infraestruturas aeroportuárias concessionadas; • Promover a melhoria na eficiência de gestão e na comunicação inovando e procurando a motivação, com o reconhecimento dos melhores desempenhos; • Desenvolver práticas ambientais adequadas, num rigoroso cumprimento do correspondente quadro legal; • Promover o rejuvenescimento e qualificação dos quadros da Empresa; • Desencadear medidas de contenção de custos e soluções para melhorar a eficiência dos processos existentes; • Promover as acções adequadas à obtenção do reequilíbrio financeiro da Concessão. Adiante, no ponto 7.2, procurar-se-á explicitar em que medida o grau de cumprimento das metas fixadas, está a ser atingido. .10 Relatório & Contas 2.REGULAMENTOS INTERNOS E EXTERNOS A QUE A EMPRESA ESTÁ SUJEITA A actividade da Empresa é regulada pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), cuja finalidade última é regulamentar, supervisionar e inspeccionar o sector da aviação civil. O sector é objecto de extensa regulamentação internacional, em particular emanada da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO). A sua natureza societária determina o enquadramento no Sector Empresarial do Estado, estando, portanto, sujeita ao Regime Jurídico do Sector Empresarial do Estado e das Empresas Públicas: Dec-Lei 558/99, de 17 de Dezembro; Portaria 383/2003, de 14 de Maio (valor de mercado de viaturas); Despacho 27.122/2004, de 29 de Dezembro (deveres especiais de informação à IGF); RCM 121/2005, de 23 de Junho (despesas de representação); Dec-Lei 71/2007, de 27 de Março; RCM 49/2007, de 28 de Março; Dec-Lei 300/2007, de 23 de Agosto (replica o Dec-Lei 558/99); RCM 34/2008, de 22 de Fevereiro; RCM 70/2008, de 22 Abril (orientações estratégicas); Despacho 14.277/2008, de 14 de Maio; Despacho 101/09 – SETF, de 30 de Janeiro 2009; Despacho 11.420/2009, de 30 de Abril e Lei 12-A/2010, de 30 de Junho (redução de 5% nas remunerações dos Gestores Públicos). Refira-se, pelo seu impacto, ainda em 2010, o PEC I e II, o Ofício Circular 6132, de 06 de Agosto 2010 (justificação de contratos de prestação de serviços); o Despacho nº 1315/10 – SETF, de 15 de Novembro de 2010; o Ofício Circular nº 8.784, de 15 de Novembro de 2010, da DGTF; o ofício da PARPÚBLICA (Ref. 0172 92) de 14 de Outubro de 2010, na sequência do Ofício Circular, de 07 de Outubro de 2010, do Gabinete do Secretário de Estado de Tesouro e Finanças (Normas da Lei do Orçamento de Estado para 2011), sobre a redução remuneratória, que inclui as valorizações remuneratórias e ainda a RCM 1/2011, de 9 de Dezembro de 2010 (reduções remuneratórias). Regista-se, também, a utilização pela DGTF e IGF do Sistema SIRIEF para o acompanhamento e Controlo de actividade da Empresa, o qual contempla uma matriz própria para o acompanhamento das orientações estratégicas para o SEE 2011, no âmbito do Plano de Redução de Custos / Gastos Operacionais. 10 .10 Relatório & Contas 3.INFORMAÇÃO SOBRE TRANSACÇÕES RELEVANTES COM ENTIDADES RELACIONADAS No exercício normal da sua actividade com entidades relacionadas, a ANAM, SA tem contactos privilegiados com a ANA, SA, que detém 70% do Capital da Empresa e colateralmente com a PORTWAY, empresa 100% detida pela ANA, SA. Este relacionamento, encontra-se formalizado num Contrato de Prestação de Serviços de Assessoria, considerado indispensável ao apoio técnico e assessoria na gestão e exploração dos Aeroportos. Complementarmente, já foram celebrados Protocolos específicos para as áreas: • Administração de Pessoal; • Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho; • Tecnologias de Informação. Actualmente encontra-se, em fase de conclusão, a celebração de um novo Protocolo, com a Direcção de Auditoria e Organização da ANA, SA, para as áreas de Auditoria e Organização. Esta estreita colaboração permite beneficiar do know-how da ANA, SA, em diversas áreas técnicas e de gestão da Empresa, através da prestação de apoio especializado, é fundamental para a ANAM, SA e economicamente vantajosa, até porque os custos de referência praticados são determinados em função de valores de mercado. Beneficia, igualmente, no que respeita à aquisição de outros Bens e Serviços de economias de escala em procedimentos de aquisição comuns às empresas do Grupo, através da utilização do Centro de Serviços Partilhados da ANA, SA. Também em relação à PORTWAY, que se encontra licenciada para a prestação de Serviços de Handling a operadores aéreos, nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo, são praticadas as tarifas legalmente aprovadas para a Região. Em paralelo, a PORTWAY presta serviço à ANAM, SA no Aeroporto da Madeira, através de um Contrato de Prestação de Serviços de Mão-de-Obra na Assistência aos Passageiros de Mobilidade Reduzida, com utilização da marca extensiva ao Grupo ANA “My Way”. Nas Notas às Demonstrações Financeiras encontram-se individualizadas e quantificadas as transacções realizadas em 2010, com as referidas entidades. 11 .10 Relatório & Contas 4.INFORMAÇÕES SOBRE OUTRAS TRANSACÇÕES • Procedimentos Adoptados em Matéria de Aquisição de Bens e Serviços A fim de dar cumprimento às exigências legais constantes do Decreto-Lei 18/2008 e legislação complementar, a ANAM, SA está a utilizar, para efeitos de contratação pública e desde 2009, a Plataforma Electrónica VORTAL, onde poderão ser consultados os 24 Procedimentos lançados em 2010, em termos de empreitadas e fornecimento de bens de serviços, que se resumem no quadro seguinte: Nº Total Nº Total Consultas Propostas 16 33 10 113.383,31 23,76 Conc. Limitado p/ Prévia Qualificação -- -- -- -- -- Concurso Público 5 42 1 369.995,00 56 Consulta (excluídos do DL 18/2008) -- -- -- -- -- Procedimento p/ Negociação -- -- -- -- -- Ajuste Directo Nº Valor Total Prazo Médio Adjudicações Adjudicações Adjudicação No quadro acima referido constam apenas 21 procedimentos concursais. Os restantes três procedimentos foram destinados à atribuição de licenciamentos de domínio público aeroportuário e encontram-se excluídos do âmbito da aplicação do Dec-Lei 18/2008, de 29 de Janeiro. Em matéria de contratos de prestação de serviços, de valor igual ou superior a 125.000€ (s/IVA), a Empresa rege-se, também, pelo Despacho nº 438/10-SETF, de 10.MAIO.2010, no cumprimento do qual devem ser observados os seguintes procedimentos: i) A adjudicação seja precedida de justificação das necessidades de contratar, tanto do ponto de vista económico, como da ausência de soluções internas, bem como da explicitação dos objectivos que se pretendem alcançar; ii) Os resultados obtidos sejam objecto de avaliação; iii) Os desvios, quanto à realização temporal e financeira, sejam justificados. Por sua vez os relatórios de gestão devem passar a incluir um ponto sobre o modo como foram aplicadas as normas de contratação pública. Acresce que nos 24 procedimentos lançados em 2010 não existem contratos de prestação de serviços de valor igual ou superior a 125.000 Euros (s/IVA). Também, face à dimensão e localização da Empresa, esta não tem recorrido à Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP) nem à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), situação que no futuro poderá vir a considerar, se as condições se apresentarem economicamente mais vantajosas. 12 .10 Relatório & Contas • Transacções não ocorridas em condições de Mercado No entendimento da Empresa, não existem transacções efectuadas, fora do contexto de mercado. • Fornecedores mais Representativos Os fornecedores que representam mais de 5% dos Fornecimentos e Serviços Externos para um volume de facturação superior a 1 milhão de Euros (IVA incluído), em 2010, são os seguintes: Fornecedor SECURITAS ANA, SA SERLIMA • Natureza Actividades de Segurança Privada AM e APS Diversos Serviço de Limpeza no AM Un: mil Euros Valor 2.284 1.176 1.070 A SECURITAS é a entidade contratada para a vigilância, posições de controlo de passageiros e de rastreio da bagagem de porão. • A ANA, SA, presta um conjunto de serviços especializados à ANAM, SA de natureza regular que se encontram formalizados num Contrato e em três Protocolos. Por cedência temporária encontram-se também deslocados na ANAM, SA dois quadros superiores da ANA, SA. • Por sua vez, a SERLIMA está contratada para os serviços de limpeza do Aeroporto da Madeira. 13 .10 Relatório & Contas 5.MODELO DE GOVERNO E IDENTIFICAÇÃO DOS ORGÃOS SOCIAIS • Órgãos Sociais A actual composição dos Membros dos Órgãos Sociais da ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA, é a seguinte(1): MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente António Manuel Rebelo Quintal Vice–Presidente José Clemente Gomes (2) Secretário Maria Octávia Ferreira Carrilho CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente António Guilhermino Rodrigues Vogais Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira(3) Rui Manuel Sarmento Veres Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho António José do Amaral Ferreira de Lemos CONSELHO FISCAL Presidente Víctor Hugo Amaro Bettencourt Calado Vogais Ana Beatriz de Azevedo Dias Antunes Freitas Paulo Guilherme Lajoso Vogal Suplente António Sérgio Correia Mendonça REVISOR OFICIAL DE CONTAS (4) ROC Sociedade Associados, SROC, representada por Gabriel Correia Alves ROC Suplente Luís Francisco Pereira Rosa (1) (2) (3) (4) de Revisores Oficiais de Contas Batista Eleitos para o Triénio 2008-2010, conforme deliberação e Assembleia Geral Universal de Accionistas, de 16.MAI.2008. Falecido em 24.JUN.2010 e não substituído. Acumula esta função com as de Director do Aeroporto da Madeira e Porto Santo. Conforme Deliberação Social Unânime de 29.SET.2008. 14 da Costa & .10 Relatório & Contas COMISSÃO DE FIXAÇÃO DE REMUNERAÇÕES (5) Embora não faça parte dos Órgãos Sociais, a Comissão de Fixação de Remunerações, é composta por: Presidente Vítor Manuel Batista Almeida Vogais Cristina Soares de Vasconcelos Maria de Lurdes Pereira Moreira Correia de Castro • Funções e Responsabilidades A Assembleia Geral representa o órgão máximo de decisão da Sociedade, competindo-lhe: a) Deliberar sobre o Relatório de Gestão e as Contas do exercício; b) Deliberar sobre a aplicação dos Resultados do Exercício; c) Eleger os titulares dos Órgãos Sociais; d) Deliberar sobre quaisquer alterações dos Estatutos e Aumentos de Capital; e) Deliberar sobre as remunerações dos membros dos Corpos Sociais; f) Tratar de qualquer outro assunto para que tenha sido convocada. Ao Conselho de Administração compete, além da prossecução das atribuições gerais que por Lei lhe são conferidas: a) Gerir os negócios sociais e praticar todos os actos e operações relativas ao objecto social, que não caibam na competência atribuída a outros órgãos da Sociedade; b) Representar a Sociedade, em juízo e fora dele, activa e passivamente, podendo desistir, transigir, confessar em quaisquer pleitos e, bem assim, comprometer-se em convenções de arbitragem; c) Adquirir, vender ou por outra forma alienar ou onerar direitos; d) Estabelecer a organização técnico-administrativa da sociedade e as normas de funcionamento interno, designadamente sobre o pessoal e sua remuneração; (5) Nomeação por Deliberação da Assembleia Geral Universal de Accionistas de 16.MAI.2008. 15 .10 Relatório & Contas e) Constituir mandatários com poderes que julgue convenientes, incluindo os de substabelecer. Ao Presidente do Conselho de Administração compete, essencialmente: a) Representar o Conselho em juízo ou fora dele; b) Coordenar a actividade do Conselho de Administração e convocar e dirigir as respectivas reuniões; c) Exercer o voto de qualidade; d) Zelar pela correcta execução das deliberações do Conselho de Administração. Nas suas faltas ou impedimento, o presidente será substituído pelo vogal do conselho de administração por si designado para o efeito. O Conselho de Administração deve reunir, pelo menos, uma vez por mês e sempre que seja convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou a pedido de dois administradores. Em relação ao Conselho de Administração indicam-se, seguidamente, os principais elementos curriculares. António Guilhermino Rodrigues (Eng.) – Presidente Formação: • Engenharia Electrotécnica – Ramo de Energia e Sistema de Potência do Instituto Superior Técnico. Actividade Profissional: • Administrador do Metropolitano de Lisboa, EP (2001/2003). • Secretário de Estado dos Transportes, nos XIII e XIV Governos Constitucionais (1996/2001). • Assessor do Primeiro Ministro Eng. António Guterres para as áreas de Transporte e Ordenamento do Território (1995/1996). • Assessor do Conselho de Gerência do Metropolitano de Lisboa para a área do Planeamento e Projectos de Inovação Tecnológica (1994/1995). • Director Geral da Empresa Transroda – Empresa de Transporte de Mercadorias na área da Distribuição e Sistemas Integrados de Logística (1993). • Director do Departamento de Infraestruturas Viárias da Câmara Municipal de Lisboa (1990/1992). • Responsável pelo Gabinete de Estudos e Planeamento da Exploração da Carris. • Coordenador do Grupo de Transportes da Ordem dos Engenheiros. 16 .10 Relatório & Contas Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira (Eng.) – Vogal Formação: • Licenciado em Engenharia Civil, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. • Frequência com aproveitamento do XXVIII Programa de Alta Direcção de Empresas da AESE – Associação de Estudos Superiores de Empresa, nos anos de 2002-2003. Habilitações Profissionais: • Inscrito na Ordem dos Engenheiros sob o número 15575 com a qualificação de Membro Sénior. Actividade Profissional Recente: • Desde 1991: requisitado na empresa ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA onde tem desempenhado as funções de vogal no Conselho de Administração da Empresa em representação do accionista Região Autónoma da Madeira, desde 20.NOV.1998. Outras: • Agraciado por Sua Excelência o Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito, em 15 de Setembro de 2000. • Presidente da Assembleia Geral da Secção Regional da Madeira da Ordem dos Engenheiros desde 2007. Rui Manuel Sarmento Veres (Dr.) – Vogal Formação: • Licenciatura em Economia, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, Universidade de Lisboa. • Curso de Gestão de Sistemas de Transportes e Transporte Aéreo, do Massachussets Institute of Technology. Actividade Profissional: • Administrador da ANA – Aeroportos de Portugal, SA desde Janeiro 1999. • Administrador da NAER – Novo Aeroporto, SA desde Dezembro de 1998. • Administrador da ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA desde Maio de 2005. • Integrou o Conselho Fiscal da TAP, e a Administração da SESI. • Foi Director dos Serviços de Transporte Aéreo da DGAC – Direcção Geral de Aviação Civil (19821992) e Subdirector Geral da DGAC (1992-1997). • Director-Geral da Aviação Civil (interinamente e em substituição, de 1995 a 1996) e Presidente da Comissão Sectorial do Transporte Aéreo, e Assessor do Gabinete do Secretário de Estado dos Transportes (1997/1998). 17 .10 Relatório & Contas Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho (Dra.) – Vogal Formação: • Licenciatura em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. • Curso Retail Executive Program – CORNELL University – E.U.A. Actividade Profissional: • Administradora da ANA - Aeroportos de Portugal, SA desde Abril 2008. • Directora Geral na Federação Portuguesa de Rugby de 2007 a 2008. • Directora Desenvolvimento na Jerónimo Martins de 2002 e 2006. • Directora Sourcing na Gestiretalho de 2001 a 2002. • Category Manager na Gestiretalho de 2000 a 2001. • Coordenadora do Projecto na Feira Nova Hipermercados de 1998 a 2000. António José do Amaral Ferreira de Lemos (Dr.) – Vogal Formação: • Licenciatura em Finanças pelo ISCEF – Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa. • Curso de Política, Planeamento e Programação de Transportes do EDI – Economic Development Institute do World Bank (Fellow de World Bank). Actividade Profissional: • Vice-Presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, SA (2002-2005). • Administrador da ANA – Aeroportos de Portugal (2004/2008). • Administrador da CP (2000-2002). • Administrador do Instituto Marítimo Portuário (1998/2000). • Presidente do Instituto Nacional de Pilotagem dos Portos (1997/1998). • Administrador do Porto de Sines (1996/1997). • Administrador da Soponata (1991/1994). • Administrador dos CTT/TLP (1986/1989). • Administrador da Carris (1984/1986). • Administrador da CTM (1981-1984). • Director dos Serviços de Coordenação e Controlo de Programas do GEP/TC (1976/1981). Outras: • Comendador da Ordem de Mérito (2006). • Vereador da Câmara Municipal de Lisboa (1989/1993). • Deputado Municipal de Lisboa (desde 2004/2008 e 2008/2013). • Deputado Metropolitano de Lisboa (desde 2009). • Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Habitação, Obras Públicas e Transportes (1981/1983). 18 .10 Relatório & Contas • Professor convidado do ISCTE (1976/1989) - Contabilidade Analítica e Gestão Orçamental. • Presidente da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores. O Conselho Fiscal e o Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas têm os poderes e deveres atribuídos pelo Código das Sociedades Comerciais, designadamente, emitir parecer acerca do orçamento, do balanço, do inventário e das contas anuais. O Conselho Fiscal deverá enviar trimestralmente aos accionistas, com pelo menos 10% de participação no Capital, um relatório sucinto que refira os controlos efectuados, as anomalias detectadas e os principais desvios face às previsões. A Sociedade está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas nas operações que estiverem directa ou indirectamente relacionadas com a conservação e ampliação dos Aeroportos da Região Autónoma da Madeira. • Comissões Especializadas Um vogal do Conselho de Administração exerce, simultaneamente, as funções de Director dos Aeroportos da Madeira e de Porto Santo.(6) • Auditor Externo A ANAM,SA tem um contrato de prestação de serviços profissionais de auditoria com a PriceWaterhouseCoopers (PWC) até 2010. A PWC acompanha a actividade da Empresa e sempre que entende relevante comunica as eventuais deficiências detectadas na estrutura e funcionamento do controlo interno. Durante o ano de 2010, a Empresa pagou à PWC, pela prestação de serviços e despesas diversas, o montante de 17.522 Euros, conforme detalhe: • Honorários 10.500 Euros • Outros Trabalhos Especializados 5.450 Euros • Despesas Diversas 1.572 Euros (6) Esta acumulação verifica-se desde 06.FEV.2004. 19 .10 Relatório & Contas 6.REMUNERAÇÕES DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS Por Acta da Comissão de Fixação de Remunerações, de 12.JUL.2009, foram fixadas as novas Remunerações dos Órgãos Sociais. Em Junho 2010 as remunerações dos membros do Conselho de Administração foram reduzidas em 5%, por força da Lei 12-A/2010, de 30 de Junho. Mesa da Assembleia Geral Durante o ano de 2010, os membros da Assembleia Geral foram remunerados através de senhas de presença, pelos seguintes montantes: • António Manuel Rebelo Quintal – Presidente 500 Euros • José Clemente Gomes – Vice-Presidente 0 Euros • Maria Octávia Ferreira Carrilho – Secretária 350 Euros Conselho de Administração Os rendimentos auferidos pelos membros do Conselho de Administração, a quem a ANAM, SA paga remunerações, foram os seguintes: Cargo Rem. Base António Guilhermino Rodrigues Presidente Regime Previdencia Obs. 0€ CNP 1 Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Vogal 84.772€ CGA 2 Rui Manuel Sarmento Veres Vogal 0€ CGA 3 Alda Maria A. R. Borges Coelho Vogal 0€ CNP 4 António José A. Ferreira de Lemos Vogal 84.772€ CGA 5 Obs: i. Os membros do Conselho de Administração, indicados em 1), 3) e 4), exercem funções executivas na ANA, SA e não auferem da ANAM, SA qualquer tipo de remuneração. ii. Em 2010 não foram pagas aos Membros do Conselho de Administração quaisquer verbas a título de remuneração variável. iii. O Conselho de Administração reúne ordinariamente duas vezes por mês, tendo em 2010, realizado ao todo 32 reuniões, constando as suas decisões em Actas próprias. 20 .10 Relatório & Contas • Outras Regalias e Compensações a) Gastos anuais com a utilização individual de telefones (7): • Vogal (2) 282 Euros • Vogal (5) 401 Euros b) Viatura de serviço para utilização da Empresa: • Vogal (2) Mercedes C220-CDi adquirida em DEZ.2004, em regime de leasing por 4 anos, com opção de compra. A Empresa, exerceu o direito de opção em Dezembro de 2008. • Vogal (5) BMW 525d, (adquirida pela ANA, SA, em FEV.2006, em regime de leasing, por 3 anos). Com a nomeação exclusiva de Administrador da ANAM, SA, os custos foram transferidos para esta Empresa, que, após termo do contrato de leasing exerceu em Fevereiro de 2009 o direito de opção de retoma. c) Combustível para as viaturas (8): • • Vogal (2) Vogal (5) d) Subsídio de Refeição, nas condições existentes para o pessoal da Empresa: • • Vogal (2) Vogal (5) e) Cartão de Crédito e Caixa para utilização em serviço da Empresa. Durante o ano de 2010 foram apresentadas pelos membros do Conselho de Administração, despesas no montante global de 7.564 Euros, assim discriminadas: • • • Presidente (1) Vogal (2) Vogal (5) 2.887 Euros 2.818 Euros 2.124 Euros 2.151 Euros 322 Euros 4.369 Euros 2.873 Euros (7) Por deliberação do Conselho de Administração de 06.JAN.2011, o plafond anual, por utilizador, anteriormente estabelecido em 2.500 Euros, foi reduzido para 1.000 Euros. (8) Por deliberação do Conselho de Administração de 06.JAN.2011, o plafond anual, por utilizador anteriormente estabelecido em 5.000 Euros, foi reduzido para 3.500 Euros. 21 .10 f) Relatório & Contas Subsídios de Deslocação (Ajudas de Custo): Pelas deslocações em serviço, a ANAM, SA pagou aos membros do Conselho de Administração, o montante global de 6.069 Euros, como se indica: • • • • • Presidente (1) Vogal (2) Vogal (3) Vogal (4) Vogal (5) • Encargos com Benefícios Sociais a) Segurança Social obrigatória: Regime Caixa Geral de Aposentações. b) Planos Complementares de Reforma: Não aplicável. c) Seguro de Saúde: os vogais (2 e 5) beneficiam do Seguro de Saúde, em vigor na Empresa. d) Seguro de Vida: todos os membros do Conselho de Administração beneficiam de seguro de vida, aquando das deslocações. 790 Euros 2.187 Euros 638 Euros 615 Euros 1.839 Euros Conselho Fiscal Os membros do Conselho Fiscal foram nomeados na Assembleia Geral de 16 de Maio de 2008. As remunerações colocadas à disposição do Conselho Fiscal foram as seguintes: • • • Vítor Hugo Amaro Bettencourt Calado – Presidente Ana Beatriz de Azevedo Dias Antunes Ferreira – Vogal Paulo Guilherme Lajoso – Vogal 19.712 Euros 14.784 Euros 14.784 Euros Revisor Oficial de Contas As remunerações atribuídas à Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Batista da Costa & Associados, SROC, nos termos do Contrato de Prestação de Serviços de Revisão Legal de Contas, são de 17.202 Euros, para o ano de 2010, como se indica: • • 22 Honorários Despensas Diversas 16.960 Euros 242 Euros .10 Relatório & Contas 7.ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE 7.1 Estratégias Adoptadas Como referido no ponto 1., em Objectivos e Políticas da Empresa, a Estratégia adoptada pela ANAM, SA encontra-se alavancada em: • Crescimento sustentado; • Valorização dos colaboradores; • Eficiência operacional; • Equilíbrio da Estrutura Financeira. Maior desenvolvimento de cada uma das acções acima enunciadas, encontra-se explicitada no ponto Capítulo II – Relatório de Gestão ponto 6. 7.2 Grau de Cumprimento das Metas Fixadas Os objectivos fixados no Contrato de Gestão do Conselho de Administração, para o mandato 2008-2010, apenas foram formalizados a 19 de Maio de 2009, tendo subjacente pressupostos de evolução de 2008 que, à data, se encontravam desactualizados. Esta desactualização resultou da grave crise internacional que se iniciara a partir do 2º semestre de 2008 e que havia constituído razão suficiente para a alteração do Plano Estratégico 2009-2013, apresentado aos Accionistas em 16.MAR.2009, antes, portanto, da formalização dos objectivos do Conselho de Administração, por parte do Estado. Entretanto, na Assembleia Geral de 26.MAR.2010, o Conselho de Administração apresentou os relatórios sobre a avaliação do Grau de Consecução dos objectivos de gestão de 2008 e 2009, nos termos e para efeitos do artº 6º nº3 do Decreto-Lei nº 71/2007, de 27 de Março. Tais relatórios foram objecto de apreciação e decisão por parte da Assembleia Geral que deliberou sobre o reconhecimento do grau de cumprimento de 60% dos objectivos reportado ao exercício de 2009, não tendo os de 2008 sido objecto de qualquer avaliação. Seguidamente, apresenta-se a matriz dos indicadores dos objectivos globais anuais do Conselho de Administração da ANAM, SA, para o mandato de 2008 a 2010. 23 .10 Indicadores Margem EBITDA Fixo 2008 2009* 41% 45% 2010 46% Real 40% 32% 30% Evolução do Tráfego Fixo 4,5% 3,2% 3,6% de Passageiros Real 0,5% (4,3%) (5,3%) Peso Proveitos Não Aviação Fixo 12% 12% 12% Real 12% 12% 14% Crescimento dos Custos Fixo 1% (1%) 2% Real 4% 5% (7%) Grau Cumprimento Plano Fixo 100% 100% 100% Investimentos Real 84% 51% 32% Prazo Médio Pagamento Fixo 88 74 63 a Fornecedores Real 78 30 33 Capacidade Endividamento Fixo 1,59 1,71 1,84 Real 1,44 2,94 2,84 Relatório & Contas Ponderação 20% 20% 20% 20% 10% 5% 5% (*) Apesar da reexpressão de 2009, os objectivos do CA referentes a este ano foram mantidos, por já terem sido apreciados na Assembleia Geral de Accionistas de 26 de Março de 2010. O grau de cumprimento dos objectivos de 2010 e do mandato 2008-2010 será apresentado, através de relatórios específicos, a discutir na próxima Assembleia Geral, pontos 3 e 4 sobre a Avaliação do Grau de Consecução dos Objectivos de Gestão do Conselho de Administração. 7.3 Políticas Prosseguidas com vista a Garantir a Eficiência As políticas prosseguidas pela Empresa encontram-se enumeradas na sequência do ponto 1. Missão, Objectivos e Políticas da Empresa. Complementarmente a ANAM, SA obteve em 2007, a certificação no Sistema de Gestão Integrado de Qualidade e Ambiente, segundo os referenciais NP EN ISO 9001:2000 e NP EN ISO 14.001:2004. No ano de 2009 foi efectuada a adaptação do Sistema de Gestão de Qualidade para a norma NP EN ISO 9001:2008. Ainda em 2009 deu-se início à auto-avaliação segundo o Modelo de Excelência de EFQM – Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade, tendo a ANAM, SA, em 2010, obtido o reconhecimento “Committed to Excelence”, que coloca a nossa empresa na restrita lista das empresas internacionais reconhecidas pela EFQM, como tendo estabelecido um compromisso claro e inequívoco com uma gestão de excelência e igualmente obtido, em 2010, o Certificado “Service Quality Assured”, através da ACI (Airports Council Internacional). 24 .10 Relatório & Contas 7.4 Identificação dos Principais Riscos A identificação dos principais riscos da ANAM, SA foram, durante o ano de 2010, objecto de ponderação(9): a) os Riscos, em termos de impacto: 3 – Alto Grande impacto na realização > 20% do EBITDA • de missão/objectivos • 2 – Médio Médio impacto na realização > 2% e < 20% • de missão/objectivos do EBITDA 1 – Mínimo Mínimo impacto na realização < 2% do EBITDA • de missão/objectivos • Consequências substanciais Muita publicidade Alguma publicidade Sem consequência Praticamente nenhuma publicidade Os riscos, em termos de probabilidade de ocorrência: 3 – Muito provável • É esperado que ocorra a breve trecho, no > 80% de hipóteses ano corrente ou no próximo • Tem ocorrido várias vezes no passado e de forma frequente 2 – Provável • É esperado que ocorra a médio prazo > 20% e < 80% • Tem ocorrido algumas vezes no passado de hipóteses mas com pouca frequência 1 – Raro • Não é esperado que ocorra nos próximos 5 anos • Não é esperado que ocorra mas não < 20% de hipótese é impossível • Não se verificou nos últimos anos O impacto de riscos de conformidade, com a legislação e regulamentos e de reputação, foi reavaliado, em face das consequências expectáveis, em termos qualitativos. b) Portfolio de Riscos Descrevemos abaixo o portfolio dos principais riscos identificados e reavaliados em 2010 tendo em conta a probabilidade de ocorrência e o impacto associado aos mesmos, o que facilitará à ANAM, SA a reavaliação contínua e futura da natureza e tipos de risco que enfrenta e das respostas ao risco e actividades que deverão ser instituídas. (9) Relatório de 2010 sobre Riscos de Gestão, incluindo Riscos de Corrupção e Infracções Conexas enviado ao Conselho Nacional de Corrupção. 25 .10 3 A: Diminuição do tráfego (e de proveitos). Alto A K C: Retorno do investimento no prazo da concessão. N O D: Interrupção de actividade aeroportuária. 2 H J Médio B E E: Dependência de alguns concessionários. L F: Lapso na identificação de imprevistos num investimento. M G G: Incumprimento de metas temporais do investimento. D I 1 F B: Falência de companhias aéreas com muito tráfego para a RAM / dependência em tour operators. C H: Revisão de Preços. Baixo I: Equilíbrio económico. J: Cash Flow (resultante). K: Taxa de juro. L: Nível elevado de abstenção - epidemias. 0 Impacto Relatório & Contas 0 Baixo 1 Médio 2 Alto Probalidade de ocorrência 3 M:Acessos não autorizados ao sistema de informação. N: Não actualização regular de taxas aeroportuárias. O:Operação do aeroporto do Porto Santo. A ANAM, SA desenvolve à sua escala Planos de continuidade do negócio e das operações que lhe permitam, caso alguns destes riscos se concretizem, gerir os mesmos e mitigar as suas consequências. c) Principais Oportunidades de Melhoria Foram desenvolvidos estudos internos sendo de salientar a necessidade, de se proceder à implementação de um sistema de gestão de risco, devidamente estruturado, que permita de modo continuo e sistemático avaliar os riscos (e oportunidades), procurando definir respostas e actividades que os permitam, na medida do possível, gerir. Em face da organização e quadro da ANAM, SA, o sistema e metodologia de gestão de risco a concretizar terá de ser proporcional à dimensão da Empresa e aos seus recursos. Paralelamente, a ANAM, SA elaborou em 2009, o Plano de Prevenção de Riscos de Gestão, incluindo Riscos de Corrupção e Infracção Conexas que actualizou em 2010, tendo, nos termos do despacho do Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de 06.NOV.2009 preparado, igualmente, com o apoio da DAO/ANA, o Relatório Anual de Execução. Entretanto, na sua reunião de 06.JAN.2011 o Conselho de Administração aprovou os documentos atrás referidos e deliberou pelo seu envio ao Conselho Nacional da Corrupção e ao IGOPTC. Os referidos documentos encontram-se acessíveis, para consulta, no website: www.anam.pt . 7.5 Formas de Cumprimento dos Princípios inerentes a uma adequada Gestão Empresarial A ANAM, SA foi criada pelo Dec-Lei nº 453/91 de 11 de Dezembro, como sociedade de capitais exclusivamente públicos, com um Capital Social de então 50.000.000$00 (10 milhões de Euros), totalmente subscrito: pelo 26 .10 Relatório & Contas Estado em 80% e pela RAM em 20%. Um ano depois, através do Dec-Lei nº 58/92 de 13 de Abril, mantevese o Capital Social, mas subscrito: pelo Estado (60%), pela RAM (20%) e pela ANA, EP (20%). Em 1994, o Dec-Lei nº 142/94, autorizou a redução de participação do Estado para 10%, sendo que, desde então, o Capital Social da ANAM, SA é detido maioritariamente pela ANA, SA (70%), pela RAM (20%) e pelo Estado (10%). Com a criação da ANA, EP, em 1979, o Estado Português conferiu um enquadramento de gestão empresarial às infraestruturas aeroportuárias em moldes, à data, inovadores, unanimemente consensualizados nas instâncias da comunidade aeroportuária europeia. A criação da ANAM, SA de acordo com o Dec-Lei nº 453/91, refere com objecto principal o estudo, planeamento, construção e exploração dos aeroportos (Funchal e Porto Santo) da RAM. Para a prossecução dos objectivos da ANAM, SA, o Estado reconhece neste mesmo diploma a imprescindibilidade de uma estreita ligação com a ANA, SA, entidade que detém a capacidade técnica e experiência na área de aeroportos a nível nacional. Em 1993, o Governo Regional da Madeira - como Concedente – celebra com a ANAM, SA, o Contrato de Concessão, com o direito de promover e executar as obras de Ampliação do Aeroporto de Santa Catarina e de desenvolvimento das infraestruturas, na RAM e ainda executar, sob sua responsabilidade, as actividades em regime de serviço público, sendo os montantes das taxas fixadas pelo Governo Regional. Neste quadro, a ANAM, SA desde a sua constituição, realizou investimentos em infraestruturas aeroportuárias na RAM que, totalizam à data, cerca de 585,1 milhões de Euros. Estes investimentos foram cobertos por Capitais Alheios, Fundos Comunitários, e Capital Accionista. Em 2007 iniciou-se o processo de amortização dos empréstimos ao BEI, após final do período de carência. No final de 2010 o endividamento da Empresa totaliza cerca de 207 milhões de Euros a médio e longo prazos repartido por empréstimos (10): i) um empréstimo bancário junto do BEI; ii) dois empréstimos Schuldschein contraídos no ABN Amro Bank e no BGB; iii) um empréstimo Obrigacionista junto do BNP Paribas. A situação financeira da ANAM, SA continua caracterizada por uma estrutura de balanço com um peso significativo de activo fixo, fruto dos investimentos realizados nos últimos anos com recurso a dívida financeira e subsídios. O Capital Próprio é de 1.952 mil Euros e a Tesouraria Líquida de 35.292 mil Euros. O Passivo Financeiro da ANAM, SA diminuiu nos últimos exercícios, face ao reembolso antecipado de alguns empréstimos. No entanto, atendendo às características da dívida, em termos de reembolsos, foi mantido, em 2010, o nível de endividamento de 2008, ou seja, cerca de 207 milhões de Euros. O Cash-Flow Operacional da Empresa, apesar de insuficiente para cobrir as necessidades futuras de exploração (10)Vide Nota: 16.2 – Termos e Prazos de Reembolso dos Empréstimos. 27 .10 Relatório & Contas e desenvolvimento foi, em 2010, de 11.148 mil Euros, perspectivando-se a sua evolução favorável (conforme proposta de revisão do Contrato de Concessão, designadamente com a extensão do seu prazo). Os Capitais Próprios, que em 2004 foram objecto de recomposição, encontram-se praticamente absorvidos e deverão ser incrementados para cumprimento do estabelecido no art. 35º do Código das Sociedades Comerciais. A ANAM, SA, pelo seu desempenho, pelo forte contributo para o desenvolvimento económico da RAM e pela qualidade dos seus Accionistas, prosseguirá desenvolvimentos tecnológicos, assegurando um elevado grau de segurança (Security e Safety), sem perder de vista elevados padrões de satisfação dos seus Clientes. • Responsabilidade Social A ANAM, SA acredita no desenvolvimento sustentado da sua actividade, enquanto operador aeroportuário, assegurando o equilíbrio entre os benefícios económicos, responsabilidades ambientais e sociais. Esta é a forma como a ANAM, SA demonstra a sua responsabilidade para com as pessoas, o meio ambiente e as gerações futuras. A ANAM, SA reconhece as pessoas como o seu activo mais importante e, por isso, implementa práticas que visam o cumprimento dos direitos humanos, direitos laborais, garantindo as condições de saúde e segurança no desenvolvimento da sua actividade. A Empresa já de há muito pratica uma política de igualdade entre sexos, cumprindo integralmente toda a legislação aplicável, nomeadamente, sobre licenças de parto, parentalidade, assistências e apoio à família, permitindo, nos termos do AE da ANAM, SA a possibilidade da licença de um dia por mês, para assuntos pessoais e familiares. Também, as férias são sempre marcadas com o acordo do trabalhador, não são impostas horas extraordinárias, muitos dos trabalhadores têm isenção de horário e existe um horário de trabalho de 7,2 horas por dia, o que permite beneficiar de algumas “dispensas” ao longo do ano e, assim, facilitar uma maior compatibilidade entre as obrigações pessoais e profissionais. A ANAM, SA reconhece como de importância vital a preservação do ambiente e, por isso, tem implementado mecanismos de identificação de aspectos e impactos ambientais e respectivas medidas de prevenção e controlo, destacando-se, entre outras, acções para: • • • Monitorização do ruído; Redução dos consumos energéticos; Gestão voluntária do carbono. A ANAM, SA reconhece as suas responsabilidades sociais através do apoio e participação em programas nas comunidades onde se encontra inserida e, em conjunto com os seus parceiros, dinamiza projectos alinhados com os seus valores. 28 .10 Relatório & Contas Importa, ainda, salientar que, desde a sua criação, a Empresa tem tido uma preocupação social com o meio envolvente, procurando, dentro das suas possibilidades, contribuir, de forma activa e sem qualquer discriminação, para o desenvolvimento dos trabalhadores e para o progresso da Região Autónoma da Madeira e do País. • Desenvolvimento Sustentável No ano de 2010 foi realizado um estudo de medição dos impactos do Aeroporto da Madeira sobre a comunidade envolvente, através de um inquérito à população residente nas freguesias próximas do Aeroporto da Madeira, com conclusões positivas e resultados satisfatórios. A ANAM, SA prossegue os objectivos centrais de crescimento sustentado, eficiência operacional e desenvolvimento dos colaboradores. As linhas de orientação consistem no estímulo ao crescimento proactivo, a melhoria da qualidade de serviço prestado e o desenvolvimento de negócios com maior potencial (retalho, Rent-a-Car e estacionamento automóvel). O programa contínuo de melhoria dos níveis de desempenho e a constante contenção de custos operacionais demonstram a sua sustentabilidade num quadro de ética empresarial, cujo código vigente veio reforçar o sentimento de cultura partilhada e estimular os colaboradores a questionar-se sobre se aquilo que fazem está de acordo com os valores de Empresa, consolidando as relações desta com os seus múltiplos Stakeholders. A ANAM, SA identifica as expectativas e formas de comunicação com os seus principais Stakeholders, conforme tabela seguinte: 29 .10 Stakeholders Expectativas Relatório & Contas Formas de Comunicação Accionistas • Defesa dos seus interesses e •Reporting claro rentabilização dos activos. e transparente • Boa imagem e credibilidade. • Crescimento de forma sustentada. Comunidades Locais • Desenvolvimento económico-social e cultural das populações e regiões. • Respeito pelas regras de boa gestão •Acções e eventos ambiental. • Garantir as condições de acessibilidade na área da comunidade. •Internet Clientes: • Segurança dos passageiros. Passageiros • Conectividade. •Código de Ética • Serviço de alto valor acrescentado e Conduta com melhor relação qualidade/preço. •Estudos e inquéritos de satisfação dos clientes Clientes: (ACI). Campanhas de Companhias Aéreas • Infraestruturas adequadas. informação. Comunicação • Eficiência e segurança. permanente. • Competitividade comercial. Clientes: Não Aviação • Novas oportunidades de negócio. •Publicidade e acessibilidade • Qualidade na proposta de valor. de informação. Clientes: • Respeito na satisfação de necessidades Outros específicas. • Igualdade no tratamento. • Respeito na tomada de decisões e ponderação por opiniões ou sugestões. Colaboradores • Reconhecimento do desempenho. •Sistema de gestão de • Desenvolvimento e gestão desempenho. Formação de competências. profissional. Órgãos de • Espírito de equipa, incentivando concertação e participação. a partilha / integração e respeitando a diversidade. •Intranet. Fornecedores • Corresponsabilização no •Política compromisso de qualidade de aprovisionamento. e serviços excelentes. 30 • Cumprimento do prazo de pagamento. .10 Relatório & Contas A grande complexidade do relacionamento com as suas partes interessadas exige à ANAM, SA consistência e transparência. Este relacionamento constitui sempre uma prioridade para a Empresa. Por esse motivo, é estratégia de relacionamento da ANAM, SA com os seus Stakeholders a manutenção de um diálogo activo e permanente. Também, no que se refere ao Concedente, a transparência e fiabilidade apresentada, designadamente para efeitos de actualização das taxas aeroportuárias, pressupõe fórmulas de comunicação adequadas, não excluindo a relação formal institucional feita através do Conselho de Administração e os contactos e monitorização permanente através dos quadros da Empresa e da RAM. Enquanto Gestora Aeroportuária, a ANAM, SA contribui para o crescimento económico das regiões onde opera, através da criação e fomento de emprego e de melhoria de condições e qualidade de vida dos seus colaboradores e comunidade envolvente. A ANAM, SA tem como objectivo consolidar e operacionalizar a sua Política de Responsabilidade Social, alinhando-a não só com a estratégia global da organização, mas também direccionando-a para os seus Stakeholders. TEMPORAL ECONÓMICA Gerar valor para os accionistas e benefício económico para a comunidade AMBIENTAL SOCIAL Reduzir o impacto ambiental até níveis sustentáveis e, se possível, proporcionar uma interacção positiva com o meio. Contribuir através do desenvolvimento da sua actividade para a melhoria de vida daqueles com quem se relaciona. • Serviço Público e de Satisfação das Necessidades Colectivas Através do Contrato de Concessão, outorgado entre o Governo da RAM e a ANAM, SA, foi conferido a esta Empresa “o direito de promover e executar as obras de ampliação do Aeroporto de Santa Catarina e de desenvolvimento das infraestruturas, bem como o planeamento e a exploração do serviço público de apoio à aviação civil na Região Autónoma da Madeira, nos termos da lei...” e do Contrato de Concessão, que regula esta matéria. Todavia, na Assembleia Geral de 26.MAR.2010 os accionistas da ANAM, SA, como melhor explícita no ponto 5.2.1 do Capítulo II – Relatório de Gestão, mandataram o Conselho de Administração para, iniciar o processo de renegociação com o Concedente, do Contrato de Concessão, com vista à sua revisão. 31 .10 Relatório & Contas 7.6 Competitividade da Empresa Nos termos do Contrato de Concessão, a ANAM, SA detém o monopólio da gestão das infraestruturas aeroportuárias, nos Aeroportos da RAM. Esta situação, aparentemente de privilégio, contém restrições que não impedem, porém, a procura constante de ganhos de produtividade/competitividade. O cumprimento escrupuloso do Contrato de Concessão e a sujeição à regulação vigente, colocam à Empresa um desafio sistemático de mais eficácia e eficiência. A qualidade do serviço prestado e a integral satisfação das necessidades dos clientes e de todos os “Stakeholders”, é o objectivo central da actividade desenvolvida pela Empresa sempre com um pressuposto básico de segurança. Para tal desiderato, a ANAM, SA, tem vindo a modernizar a sua imagem com custos adequados ao nível da sua exploração, procurando não deteriorar a situação financeira, promovendo uma gestão orientada para a racionalização dos custos e o aumento de proveitos, para o rejuvenescimento dos recursos humanos, no sentido do reforço da competitividade e desse modo posicionar a Empresa no futuro como uma gestora aeroportuária de excelência. Em matéria de Investigação e Desenvolvimento (Inovação) a situação económico-financeira da ANAM, SA, no actual contexto nacional e internacional da aviação comercial, não tem permitido canalizar meios para actividades puras de investigação e desenvolvimento, tendo-se optado, em áreas específicas directamente relacionadas com o “core-business” da Empresa, por constituir parcerias com as entidades e organismos que dispõem de capacidade científica nessas áreas, designadamente com o seu maior accionista a ANA, SA. Nesta perspectiva, mantém também com o LNEC, um protocolo, para um conjunto de acções de acompanhamento e monitorização das estruturas especiais do Aeroporto da Madeira, através da aquisição e tratamento de dados da instrumentação que foi incorporada nos elementos estruturais, considerados mais representativos, o que permitirá dispor-se de informação sobre a necessidade de realização de acções de manutenção preventiva e correctiva, com antecedência suficiente para uma adequada gestão de meios técnicos e financeiros. Mantém, também, em curso, com este Laboratório um estudo destinado à caracterização das condições aerológicas do regime de ventos, através de um modelo matemático que, quando comparado com as características técnicas das aeronaves, que normalmente utilizam o Aeroporto da Madeira, permitirá estabelecer, numa base científica, as limitações operacionais que devem ser impostas neste Aeroporto, situação que poderá traduzir-se num número menor de dias de penalização. Adicionalmente, mas dentro da mesma linha de actuação, está em preparação uma avaliação global da eficiência energética, destinada a diminuir e racionalizar a factura energética dos Aeroportos, sob o ponto de vista da potência total consumida, pela implementação de soluções de produção específicas, tendo em vista a redução do preço unitário do KW gasto. 32 .10 Relatório & Contas 7.7 Planos de Acção para o Futuro Em conformidade com os IPG’s para 2011, e considerando as medidas restritivas à exploração e ao Investimento, incluídas nas Orientações Estratégicas para o SEE 2011, a actividade da Empresa permanecerá alavancada, conforme quadro que segue: Objectivos Estratégicos Linhas de Orientação 1. Crescimento Sustentado a) b) c) d) e) Garantir a Satisfação dos Clientes; Promover o desenvolvimento do Tráfego; Maximizar os Negócios Não Aviação; Desenvolver Sistemas de Gestão; Garantir a segurança e operacionalidade das Infraestruturas Aeroportuárias. 2. Valorização dos Colaboradores Desenvolvimento dos Colaboradores; Optimizar os Recursos Humanos. a) b) 3. Eficiência Operacional a) b) c) Promover a eficiência de Processos e a Racionalização de Recursos; Criação de rotinas de Gestão para monitorização do Plano Estratégico e dos Indicadores de Gestão mensais; Promover a adequação e evolução Tecnológica. 4. Equilíbrio da Estrutura Financeira Contenção de Investimentos; Adequação dos Recursos Financeiros; Reequilíbrio Financeiro da Concessão. a) b) c) 33 .10 Relatório & Contas Em 2010, as acções desenvolvidas tiveram por base as Linhas de Orientação, acima indicadas, sendo que, para 2011 e apesar das restrições orçamentais já mencionadas, a ANAM, SA dará seguimento aos Programas de Acção a seguir elencados, a maioria dos quais transita de 2010 e terá continuidade em anos futuros: 1. Crescimento Sustentado Programas de Acção a) Garantir a Satisfação dos Clientes • • • Agir pro-activamente ao sentido de maximizar a satisfação dos nossos clientes; Implementação de estudos/inquéritos e implementação de acções para agir sobre os outputs dos mesmos; Diversificar e adaptar as áreas de negócio ao perfil dos passageiros dos Aeroportos da Madeira. b) Promover o desenvolvimento • • • • • Consolidar o tráfego dos mercados tradicionais, dinamizar os mercados prioritários emergentes; Consolidar o crescimento do mercado nacional e inverter o decréscimo da rota inter-ilhas; Potenciar os instrumentos financeiros disponíveis de apoio ao crescimento do tráfego; Desenvolvimento da vertente de análise de marketing aviação; Desenvolvimento de acções de promoção e comunicação, no âmbito do marketing aviação. c) Maximizar os Negócios Não Aviação Incremento da Venda Média por Passageiro; Optimização do modelo de relacionamento com os Concessionários; Dinamizar novas áreas de negócio e investir nas áreas mais rentáveis; Reordenar e requalificar o layout dos espaços comerciais. • • • • d) Desenvolver o Sistema de Gestão • • • • • • • • Certificação SHST e Responsabilidade Social; Gestão Voluntária de Carbono e Certificação ACI; Implementação e certificação segundo normas ISO 9001 e ISO 14001 na DFPC; Manutenção da certificação segundo as normas ISO 9001 e ISO 14001; Certificação do Sistema de Gestão de Segurança Informática (SGCI); Optimizar os procedimentos de licenciamento e informação de gestão da área não aviação; Optimizar as ferramentas de relacionamento/conhecimento do cliente (CRM); Revisão e harmonização dos procedimentos da estrutura documental do Sistema de Gestão Integrado. e) Garantir a segurança e • operacionalidade das • Infraestruturas Aeroportuárias • • • • • • • • Adequação dos meios operacionais; Plano de Emergência Interno AM e APS; Reforço e Reperfilamento das Pistas do AM e APS; Plano de Emergência (PEA) Aeroportos AM e APS; Projecto SIG; Execução de Ortofotomapas e restituição aerofotogramétrica determinação de dados aeronáuticos dos Aeroportos da Madeira; Implementação do RJSCIE; Reestruturação Funcional do APS; Realização do Estudo AVIFAUNA; Garantir a adequação das Infraestruturas. 34 e .10 2. Valorização dos Colaboradores Relatório & Contas Programas de Acção a) Desenvolvimento dos Colaboradores • • • • • b) Optimizar os Recursos Humanos • Plano de Evolução dos RH a médio/longo prazos. 3. Eficiência Operacional Sistema de Gestão Integrado dos Recursos Humanos; Estudo de Satisfação dos colaboradores; Desenvolvimento do projecto de comunicação interna; Plano de envolvimento de colaboradores; Plano plurianual SHST. Programas de Acção a) Promover a eficiência de • Processos e a Racionalização • de Recursos • • • • • Outsourcing SLCI do Aeroporto da Madeira e Porto Santo; Outsourcing da manutenção do Sistema AVAC dos Aeroportos da Madeira; Racionalização energética dos Aeroportos da Madeira; Certificação Energética e QAI dos Aeroportos da Madeira; Gestão dos Pavimentos Aeroportuários; Delegação de Poderes; Inquérito de Satisfação do Serviço Interno. b) Implementação de reuniões mensais para monitorização da Actividade; Monitorização trimestral do PE; Monitorização dos Projectos através do Programa “MAIS”; Manutenção e Estabilização da ferramenta de suporte dos indicadores. Criação de rotinas de Gestão para monitorização do Plano Estratégico e dos Indicadores de Gestão mensais c) Promover a adequação e evolução Tecnológica • • • • • Actualização de sistemas tecnológicos; • Desenvolvimento do Sistema de Gestão da Manutenção; • Renovação da Rede de Dados do Aeroporto da Madeira. 4. Equilíbrio da Estrutura Financeira a) Contenção de Investimentos Programas de Acção • Avaliar o custo/benefício dos projectos apresentados; • Identificar as prioridades de execução; • Controlar a realização financeira dos projectos aprovados. b) Adequação dos Recursos • Assegurar o cumprimento do serviço da dívida Financeiros (amortizações e encargos); c) Reequilíbrio Financeiro • da Concessão • • Promover com a Concedente uma eventual revisão do Contrato de Concessão; Renegociar a dívida a médio e longo prazos; Actualizar o Plano Financeiro da Concessão. 35 .10 Relatório & Contas 8. AVALIAÇÃO DO GRAU DE CUMPRIMENTO DOS PRINCÍPIOS DE BOM GOVERNO A ANAM, SA no desenvolvimento da sua actividade procura cumprir os princípios de Bom Governo, dando especial atenção a todas as orientações e recomendações dos organismos da tutela e supervisão. Nesse sentido, o Conselho de Administração assumiu uma postura alinhada com as melhores práticas, visando responder, de forma adequada, às necessidades de responsabilização de transparência, de qualidade dos procedimentos internos e de divulgação clara e atempada da informação relevante sobre a actividade da Empresa, podendo a mesma ser consultada no website: www.anam.pt. Acresce que no âmbito da estratégia e da qualidade, a ANAM, SA detém instrumentos previsionais de gestão a um e cinco anos e encontra-se certificada pela APCER no Sistema Integrado de Gestão de Qualidade e Ambiente e Segurança, sendo este o reconhecimento público de todo o trabalho desenvolvido pela Empresa nos últimos anos. Em 2010, como referido no ponto 7.3 anterior, a ANAM, SA obteve por parte da APQ – Associação Portuguesa de Qualidade, na sua qualidade de representante nacional da EFQM, o reconhecimento Committed to Excelence que coloca a nossa Empresa na restrita lista das empresas e obteve, ainda do ACI (Airports Council International), o certificado de “Service Quality Assured” sobre a qualidade de Sistema de Gestão. 36 .10 Relatório & Contas 9. CÓDIGO DE ÉTICA Em 2009, foi nomeada uma Comissão de Ética e Conduta para a divulgação dos princípios porque se regem as relações entre a Empresa e os diferentes Stakeholders, para análise de questões que lhe forem colocadas e para a emissão de recomendações, sempre que julgado necessário. Inicialmente a ANAM, SA aderiu ao Código de Ética da ANA, SA, tendo sido esta a base de orientação do trabalho desenvolvido pela Comissão. Já em 2010, a Comissão de Ética e Conduta da ANAM, SA propôs a adopção de um Código de Ética próprio que, nos aspectos essenciais, se encontra alinhado com a versão do Código de Ética da ANA, SA. O Código de Ética pode ser consultado no website: www.anam.pt. Nos termos da alínea f) do art. 2º do Regulamento da Comissão de Ética foi apresentado ao Conselho de Administração o Relatório Anual de Actividade. 37 .10 Relatório & Contas 10. INFORMAÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DE SISTEMA DE CONTROLO COMPATÍVEL COM A DIMENSÃO E COMPLEXIDADE DA EMPRESA A Empresa está formalmente organizada de modo a valorizar sistematicamente os seus Activos, a determinar os Resultados Anuais e a cumprir escrupulosamente as suas Obrigações Fiscais e para com Terceiros. Nestes termos, possui contabilidade organizada e gestão orçamental para prossecução dos seus objectivos estatutários e adopta as IFRS (Normas Internacionais de Contabilidade) desde 2005. As contas da ANAM, SA são objecto de consolidação na ANA, SA, empresa detentora de 70% do Capital e com quem estabeleceu, para além, dum Contrato de Assessoria e Prestação de Serviços, vários Protocolos para áreas específicas. A ANAM, SA detêm um Acordo de Concessão de Serviços outorgado com a RAM, para a prestação do serviço público aeroportuário na Região. O enquadramento da Empresa como Concessionária, tornou obrigatório, desde 01.JAN.2010, a aplicação da interpretação Contabilística designada por IFRIC 12 (Service Concession Arrangements), originando igualmente à necessidade de reexpressão dos valores a 01.Jan.2009, para efeitos comparativos. Assim, a base de activos passou a ser relevada contabilisticamente segundo os princípios da “IFRIC 12”, conforme expresso nas Demonstrações Financeiras. Possui, igualmente, um Sistema Integrado de Activity Basis Costs (ABC), que permite analisar o resultado das diversas funções e, neste sentido, está apta a providenciar elementos fiáveis, não só para a gestão, como às entidades de supervisão e regulação. A ANAM, SA insere-se, como referido, no Grupo ANA, e é objecto de auditorias regulares aos Sistemas de Controlo e Tecnologias de Informação, ao Sistema de Controlo Orçamental, aos Sistemas Operacionais, Ambientais e de Higiene e Segurança no Trabalho. O controlo interno da ANAM, SA é, assim, objecto de auditorias periódicas da ANA, SA e de entidades externas, o que levou, nas áreas de Gestão de Risco e de Controlo Interno, à elaboração de um diagnóstico realizado pelos Auditores, que identificaram as actividades geradoras dos principais riscos, que tem vindo a ser objecto de análise pela Empresa, segundo a metodologia e recomendações dos próprios Auditores. Registamos que as áreas onde residem os principais riscos, a saber: Obrigações resultantes da Concessão; Equilíbrio Económico; Redução de Cash-Flows e Operação do Aeroporto de Porto Santo, foram oportunamente apresentados pelo Conselho de Administração à Assembleia Geral Anual de Accionistas. Como resultado dessa abordagem o Conselho de Administração deliberou, em 2010, constituir um Grupo de Trabalho, para análise das recomendações dos Auditores Externos e propor soluções adequadas a uma efectiva melhoria dos sistemas de Gestão de Risco e de Controlo Interno. 38 .10 Relatório & Contas As conclusões do Grupo de Trabalho foram apresentados ao Conselho de Administração, na reunião de 09 de Setembro de 2010, conforme relatório que priorizava a execução de três projectos: • Implementação de um Modelo de Gestão de Risco, devidamente estruturado e monitorizado; • A inventariação dos Bens do Imobilizado; • O Plano de Continuidade das TI´s. Por questões orçamentais (redução de custos) a execução dos dois primeiros projectos foi adiada para depois de 2011. 39 .10 Relatório & Contas 11. IDENTIFICAÇÃO DOS MECANISMOS ADOPTADOS COM VISTA À PREVENÇÃO DOS CONFLITOS DE INTERESSE No que respeita à prevenção de Conflitos de Interesse, os Membros dos Órgãos Sociais da ANAM, SA, cumprem integralmente com estas orientações e nunca intervêm, colectiva ou pessoalmente, em decisões que envolvam os seus interesses particulares. Na Empresa não vigora nenhuma disposição que permita a realização de despesas de carácter pessoal. Tem sido prática e norma de conduta, a entrega por todos os titulares dos Órgãos Sociais da Empresa, da declaração de detenção de eventuais participações e/ou interesses patrimoniais noutra empresa, ou relações relevantes com quaisquer parceiros de negócio, susceptíveis de gerar conflitos de interesse, sendo que é providenciado o envio das declarações individuais à Inspecção Geral de Finanças, ao Tribunal de Contas e à Procuradoria-geral da República. 40 .10 Relatório & Contas 12. RISCO FINANCEIRO As orientações constantes do Despacho 101/09-SETF, de 30 de Janeiro de 2009, encontram-se reflectidas nos pontos abaixo e complementadas no ponto 3. Gestão do Risco Financeiro, das Notas às Contas, sendo que a Situação da Dívida (evolução da taxa média anual dos financiamentos, ao longo dos últimos anos), se encontra explicitada no quadro do ponto 10.3 da página 103, do Relatório de Gestão. 12.1 Garantias Reais Regista-se, que a dívida da ANAM, SA ascende a cerca de 207 milhões de Euros, o que significa uma redução superior a 25% nos últimos 4 anos. Esta redução incidiu totalmente na dívida garantida pelo Estado, uma vez que o empréstimo obrigacionista, garantido pela ANA, SA, deverá ser reembolsado em 2014, pela totalidade. Assim, verificou-se neste período, uma diminuição do risco do Estado, superior a 30%, face à dívida total garantida. 12.2 Cláusulas Contratuais Os contratos de financiamento em vigor registam cláusulas que obrigam a Empresa a manter a estrutura accionista e níveis de Capitais Próprios adequados. Pese embora a existência destas cláusulas, a renegociação da dívida, que será seguramente necessária a partir de 2014, está muito dependente da possibilidade do alargamento do prazo de Concessão, cuja proposta já foi apresentada ao Concedente. 12.3 Financiamento dos Investimentos realizados No início da década de 90 foi decidido, pelo Estado e pela Região Autónoma da Madeira, com o apoio da ANA, SA, que constituíam, como hoje, a totalidade dos Accionistas da ANAM, SA, realizar o Projecto de Ampliação do Aeroporto do Funchal. Foi, também, decidido que o financiamento seria fundamentalmente concretizado com Fundos Comunitários e Capitais Alheios. O projecto em questão, apenas ficou concluído em 2003, tendo-se reconhecido em 2004 a insuficiência de meios financeiros, não só para os novos investimentos como ainda para o próprio funcionamento da Empresa. Assim, foi contratado um empréstimo obrigacionista, de 50 milhões de Euros, com a garantia do Accionista ANA, SA. Os Fundos Comunitários ascenderam a 226 milhões de Euros e o endividamento foi de 232 milhões de Euros (junto do BEI, ABN Amro Bank e BGB), excluindo os 50 milhões de Euros do empréstimo obrigacionista. 41 .10 Relatório & Contas 12.4 Estrutura Accionista O Projecto de Ampliação do Aeroporto do Funchal só foi possível ser realizado, dado tratar-se duma região ultraperiférica, com uma grande dependência económica da indústria turística, em que o transporte aéreo é imprescindível e condição necessária ao desenvolvimento desta Região Autónoma. A solução empresarial ANAM, SA e a sua forma de financiamento, revelaram fragilidades económicas que só poderão ser ultrapassadas com a adopção das medidas que constam na proposta de revisão de Contrato de Concessão já apresentada. 12.5 Instrumentos de Cobertura A ANAM, SA, face ao passivo financeiro, realizou operações de cobertura (Swaps) a partir de 2003, que se revelaram duma grande volatilidade. A partir de 2008, com os sinais de instabilidade nos mercados financeiros, a Empresa iniciou um processo de monitorização permanente, tendo optado em 2009, pela anulação dos últimos Swaps, que ainda tinha contratado. Deste modo, a Empresa, não tem contratado quaisquer instrumentos financeiros de cobertura (Swaps). 42 RELATÓRIO DE GESTÃO .10 Relatório & Contas 43 II. RELATÓRIO DE GESTÃO .10 Relatório & Contas 1. NOTA PRÉVIA 1.1 A ANAM, SA no presente relatório apresenta as contas de 2010, pela primeira vez, segundo a IFRIC 12 que significa a Interpretação Contabilística de Relato Financeiro, aplicável aos Acordos de Concessão de Serviços. A IFRIC 12 foi publicada em 30.NOV.2006 e adoptada pela Comunidade Europeia em 25.MAR.2009 (Regulamento (CE) nº 254/2009 da Comissão). As empresas abrangidas aplicarão a IFRIC 12, o mais tardar a partir da data de inicio do seu primeiro exercício financeiro, que comece após 29.MAR.2009 (conforme artºs 2º e 3º do Regulamento acima citado). Assim, o relatório de 2010 é apresentado com a adopção obrigatória desta interpretação, desde 01.JAN.2010 com a necessidade de reexpressão dos valores a 01.JAN.2009, para efeitos comparativos. Desta circunstância resulta que não são comparáveis os valores de 2009 e 2010, expressos no relatório de 2010, com os dos anteriores relatórios, sem que sejam efectuados ajustamentos, com e sem aplicação da referida interpretação IFRIC 12. Salienta-se que se apresentam neste Relatório, valores de 2008 que, portanto, não poderão ser directamente comparáveis com os de 2009 e 2010 mas apenas com os de anos anteriores a 2008. 1.2 Desde logo, importa registar os impactos desta adopção obrigatória em 2009 e 2010, no Capital Próprio e nos Resultados da Empresa, aliás rubricas nas quais o impacto se reflecte, pese embora as variações decorrentes das amortizações e reconhecimento de subsídios a par das responsabilidades assumidas por investimentos futuros que são directamente evidenciadas na Demonstração de Rendimento Integral. A comparação do valor dos Capitais Próprios com a adopção da IFRIC 12 é dada no quadro seguinte: Un: mil Euros Valores sem Descrição Nota IFRIC 12 Anexo 9.730 9.730 (7.278) 2.452 (4.268) (1.816) Capital Próprio em 31.DEZ.2008 Ajustamentos Capital Próprio Reexpresso 01.JAN.2009 Pg. 124 (7.631) Pg. 124 (7.631)(1) Resultado Líquido 31.DEZ.2009 Pg. 124 Ajustamentos Capital Próprio Reexpresso 31.DEZ.2009 Pg. 125 Resultado Líquido 31.DEZ.2010 --- Ajustamentos Capital Próprio 31.DEZ.2010 Ajustamentos âmbito IFRIC 12 Pg. 110 Valores com IFRIC 12 2.099 6.346 (1.285)(2) 1.167 5.052 3.767 1.952 (1) A diminuição do Capital Próprio resulta, fundamentalmente, da consideração de responsabilidades futuras, no âmbito da Concessão, para investimentos de substituição. Inclui, também, o cálculo do Imposto Diferido sobre rendimentos potenciais que, neste caso, são positivos, devido ao agravamento registado no Capital Próprio. (2) Neste caso, para além do referido na nota anterior, integra, também, o Impacto das Amortizações e do Reconhecimento dos Subsídios afectos aos investimentos, em consequência da reclassificação dos activos ao prazo de Concessão. 44 .10 Relatório & Contas Também, no quadro abaixo, se evidência a variação do Resultado Líquido da Empresa, com a adopção da IFRIC 12: Un: mil Euros Valores sem Descrição Nota IFRIC 12 Anexo Ajustamentos âmbito IFRIC 12 Valores com IFRIC 12 (7.278) Resultado Líquido 31.DEZ.2009 Pg. 124 6.346 (932) (4.268) Resultado Líquido 31.DEZ.2010 --- 5.052 784 1.3 Registamos, igualmente, pela sua importância ao nível dos resultados que foi considerado neste relatório um prazo de Concessão até 2053 (mais 20 anos). A consideração deste prazo encontra-se suportada na carta ref. 99 E/1.1, de 17.JAN.2011, que nos foi enviada pela SRTT, na sequência da apresentação, pelo Conselho de Administração da ANAM, SA, de uma proposta fundamentada de revisão de Contrato de Concessão, aliás solicitada por deliberação unânime da Assembleia Geral, de 26.MAR.2010, cujas conclusões já são do conhecimento do Revisor Oficial de Contas, dos Auditores Externos, dos Accionistas e do Concedente. Entretanto é de salientar que um prazo mais alargado da Concessão contribui decisivamente para a obtenção da sua viabilidade económico-financeira. 1.4 É na perspectiva do referido nos pontos anteriores que a ANAM, SA apresenta Capital Próprio positivo (ainda que não suficiente para o cumprimento dos requisitos legais) e Resultados Líquidos, igualmente positivos, em 2010. Finalmente importa referir que, tratando-se de uma alteração de critérios contabilísticos muito relevantes, o cumprimento dos objectivos do mandato deverá ser analisado à luz desta descontinuidade, que origina falta de consistência no relato financeiro, relativamente aos anos anteriores. 45 .10 Relatório & Contas 2. SÍNTESE DO DESEMPENHO O exercício de 2010 encerrou com um Resultado Líquido positivo de 784 mil Euros e um Resultado Operacional de 6.011 mil Euros. Lembra-se que, no passado recente, quer os Resultados Líquidos quer os Operacionais, apresentavam desempenhos negativos. A alteração ocorrida é consequência directa da adopção da interpretação IFRIC 12 ao exercício de 2010 e, ainda, à consideração da extensão do Contrato de Concessão (por mais 20 anos). Em paralelo, recorda-se que, estes Resultados, obtidos em contexto económico-financeiro extremamente difícil, resultam, também, da redução da actividade verificada em 2010, da manutenção das tarifas aeroportuárias, inalteradas desde 2006, e de medidas de gestão atinentes à contenção de custos. A nível da actividade, o decréscimo de (5,3%) no tráfego de Passageiros e um ligeiro crescimento de 0,2% nos Movimentos, induziram decréscimos acentuados na actividade e nas receitas do ano. A liberalização da rota entre o Continente e a Região Autónoma da Madeira possibilitou um incremento muito significativo de tráfego nesta rota em 2009, mas insuficiente para compensar as perdas nos principais mercados de captação turística (Reino Unido e Alemanha). Em 2010 não só as rotas com o Continente apresentaram, apesar do aumento de oferta, diminuições de tráfego, como as quebras registadas nos principais mercados emissores se acentuaram. Pela positiva, merece algum destaque, o crescimento no tráfego da França, Dinamarca e Venezuela, embora se trate de mercados secundários. Assim, no que ao tráfego de Passageiros respeita, todos os indicadores tiveram em 2010, uma evolução negativa: a) Os Passageiros diminuíram (5,3%) em termos globais, sendo por aeroporto: (4,8%) no Aeroporto da Madeira e (14,0%) no Aeroporto de Porto Santo. b) O Movimento de Aeronaves, com um ligeiro crescimento de 0,2%, cresceu no Aeroporto da Madeira 0,6%, mas teve um desempenho negativo de (3,1%) no Aeroporto de Porto Santo, face ao ano anterior. c) A Carga Operada teve um decréscimo de (2,1%) nos Aeroportos da RAM: diminuiu (2,6%) no Aeroporto da Madeira e um desempenho positivo de 12,6% no Aeroporto de Porto Santo. Também a situação do Correio teve um comportamento negativo com (4,5%), em relação ao ano anterior. Em consequência do desempenho do Tráfego, os Proveitos Aviação tiveram, em 2010, face a 2009, uma redução global de (3,4%). As receitas geradas pelo Estacionamento e Abrigo mantiveram-se e apenas a 46 .10 Relatório & Contas Assistência em Escala teve um crescimento de 5,7%. As actividades relativas à Não Aviação, nas componentes: Retalho, Imobiliária, Publicidade, Rent-a-Car e Parques de Estacionamento tiveram, em termos globais, um decréscimo nos Proveitos de (2,4%). Este decréscimo decorre das quebras registadas no Retalho, na Imobiliária, nos Parques de Estacionamento e na Publicidade, dado que a evolução positiva do Rent-a-Car, foi manifestamente insuficiente para “suster” uma redução generalizada neste tipo de proveitos. Por outro lado, a Componente Segurança passou a representar em 2010, no cômputo do Volume de Negócios (sem incluir a rubrica Contrato de Construção), uma parcela de 8,5%, embora se trate de um proveito não “core” e que, de uma maneira geral, não contribui para os Resultados da Empresa. É, ainda, de salientar que por força do Regulamento (CE) nº 1107/2006, de 05 de Julho, se iniciou em 26.JUL.2008 a operação de uma nova actividade: PMR’s – Passageiros de Mobilidade Reduzida, cuja taxa, de 0,61€ por passageiro, apenas entraria em vigor em 01. DEZ.2008. Dado tratar-se de uma taxa indexada aos Passageiros, a redução das receitas de (5,2%) encontra-se em linha com a variação registada nos Passageiros. Em 2010, 70% do volume de negócios da Empresa está concentrada em 10 clientes: 7 companhias aéreas, 2 handlers e a Loja Franca (ELFRAMA). A nível da despesa, a ANAM, SA deu continuidade a uma política de contenção de custos e à restrição aos investimentos relacionados com infraestruturas, mas deu cumprimento ao plano de investimentos de manutenção, exploração e correntes orçamentados, totalizando os Investimentos realizados, em 2010, 1.033 mil Euros. Julga-se ser de referir que, os Investimentos assinalados, foram integralmente suportados com meios próprios, dado não ter sido possível aceder, ao apoio financeiro de quaisquer fundos. Em 2005, a ANAM, SA, iniciou um Programa para a Optimização do Efectivo que, desde então, colheu a adesão de 84 efectivos, contribuindo para uma redução líquida do quadro de pessoal em 67 efectivos, dado no período em causa, o quadro ter passado de 393 para apenas 326 efectivos. Regista-se que, no mesmo período, se verificaram 32 admissões de técnicos qualificados, a maioria dos quais com habilitações superiores, provenientes do mercado de trabalho. A contrapartida das saídas verificadas, através de rescisões por mútuo acordo, traduziu-se, até à data, num investimento de 8.486 mil Euros, cujo período médio de recuperação se estima em 3/4 anos. A dívida da ANAM, SA, com cerca de 207 milhões de Euros, manteve-se, em relação ao ano anterior, e está representada por três empréstimos bancários e um empréstimo obrigacionista. Em 2011 termina o período de carência e inicia-se o reembolso ao BEI, do empréstimo contraído pela ANAM, SA junto daquela entidade. 47 .10 Relatório & Contas Em termos globais, a ANAM, SA gerou Proveitos Operacionais de 42.999 mil Euros, originando um Resultado Operacional EBIT de 6.011 mil Euros. O Cash-Flow Operacional EBITDA, no valor de 11.148 mil Euros, é positivo e corresponde a 29,8% de margem do EBITDA. O Resultado Financeiro de (3.924) mil Euros, registou em 2010, um ligeiro agravamento face à evolução das taxas activas com indexante à Euribor, não compensadas pelas taxas de juro passivas, provenientes das aplicações financeiras. O Resultado Líquido de 784 mil Euros positivos em 2010, que compara com os (932) mil Euros negativos, alcançados em 2009, após reexpressão dos valores, face à adopção da IFRIC 12, sendo despiciendo para os resultados alcançados, o desempenho da actividade da Empresa de 2010. Em finais do ano de 2010, o Conselho de Administração, no cumprimento do mandato que lhe foi atribuído pela Assembleia Geral de 26 de Março de 2010, apresentou ao Concedente e aos Accionistas, uma proposta de revisão do Contrato de Concessão, com vista ao alargamento do seu prazo e à apresentação de um ponto de situação dos trabalhos que explicite as alterações preconizadas e o impacto financeiro que as mesmas terão na Empresa. 48 .10 Relatório & Contas 3. PRINCIPAIS INDICADORES 2010 2009 2008 Aeroportos Passageiros (nº)* 2.336.861 2.466.775 2.577.461 Movimento de Aeronaves (nº)* 25.064 25.019 25.816 Carga (Ton) 6.283 6.418 6.872 Pax / Movimentos (nº) 93,2 98,6 99,8 Unidades de Tráfego (WLU’s)*** 2.378.546 2.512.311 2.632.796 Pessoal Efectivos Médios no Activo (nº) 325 334 358 Gastos c/ Pessoal (mil Euros) 13.116 15.703 14.459 Gastos c/ Pessoal p. capita (mil Euros) 40,4 47,0 40,4 Passageiros por Efectivo (nº) 7.190 7.386 7.200 VAB p. capita (mil Euros) 70,3 76,4 85,4 Desempenho Económico Volume de Negócios (mil Euros) 37.412 39.169 39.903 Volume de Negócio por Passageiro (Euros) 16,0 15,9 15,5 Custos Operacionais (mil Euros) 36.989 38.977 52.722 Cash-Flow Operacional – EBITDA (mil Euros) 11.148 9.575 16.102 Resultado Operacional – EBIT (mil Euros) 6.011 4.451 631 Resultado Líquido (mil Euros) 784 (932) (10.332) Prazo Médio de Pagamento (dias)** 33 30 78 Proveitos Aviação Proveitos Aviação (mil Euros) 27.374 28.326 30.153 Proveitos Aviação / Pax (Euros) 11,7 11,5 11,7 PMR’s Proveitos PMR’s (mil Euros) 703 742 44 Proveitos Segurança Proveitos Segurança (mil Euros) 3.190 3.390 3.453 Proveitos Segurança / Pax (Euros) 1,4 1,4 1,3 Proveitos Não Aviação Proveitos Não Aviação (mil Euros) 5.940 6.086 6.252 Proveitos Não Aviação / Pax (Euros) 2,5 2,5 2,4 Proveitos de Retalho / m2 (Euros) 276,8 296,7 307,9 Proveitos de P. Estac. / nº lugares (Euros)*** 443,9 475,1 450,5 Balanço Activo Total (mil Euros) 236.058 229.456 421.175 Capitais Próprios (mil Euros) 1.952 1.167 9.730 Capitais Alheios (mil Euros) 234.106 228.289 411.445 Cash-Flows Livres 13.827 13.120 13.446 Indicadores Margem EBITDA (%) 29,8 24,4 40,4 Margem Operacional (%) 16,1 11,4 1,6 Peso Proveitos Não Aviação (%) 13,8 14,0 11,7 Crescimento Base Custos (%) (6,7) 19,0 3,9 Capacidade de Endividamento (2,8) (2,3) (1,4) ROCE - Return on Capital Employed (%) 2,6 2,0 0,3 Autonomia Financeira 0,8 0,5 2,3 * Não inclui Tráfego Não Comercial. ** PMP calculado de acordo com a RCM nº 34/2008, de 22 Fevereiro. *** A fórmula de cálculo foi ajustada e rectificada para os anos anteriores. Var. % (5,3) 0,2 (2,1) (5,4) (5,3) (2,7) (16,5) (14,2) (2,6) (8,0) (4,5) 0,8 (5,1) 16,4 35,0 184,2 10,0 (3,4) 2,0 (5,2) (5,9) (0,7) (2,4) 3,0 (6,7) (6,6) 2,9 67,2 2,5 5,4 5,4 p.p. 4,7 p.p. (0,2) p.p. (25,7) p.p. (0,6) p.p. 0,6 p.p. 0,3 p.p. 49 .10 Relatório & Contas 4. ESTRUTURA DA EMPRESA • A macroestrutura da ANAM, SA, comporta os seguintes órgãos (11): CONSELHO ADMINISTRAÇÃO PRESIDENTE Eng. António Guilhermino Rodrigues DFPC DIRECÇÃO Dr. Hilário Valente DIRECTOR Eng. Duarte Ferreira DIRECTOR ADJUNTO Dr. Roberto Santa Clara Gomes ASSESSORIA TÉCNICA Eng. Estrela Martins AJ ASSESSORIA JURÍDICA Drª. Elsa Assunção GISQA GABINETE DE INOVAÇÃO, SEGURANÇA, QUALIDADE E AMBIENTE Dr. Mário Gil AMCGP CONTROLO DE GESTÃO E PROJECTOS Drª. Cátia Vieira AMGOP AMGTE AMGFA AMGCM APSGEX AMGREH GESTÃO OPERACIONAL GESTÃO TÉCNICA GESTÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA GESTÃO COMERCIAL E MARKETING GESTÃO DE EXPLORAÇÃO APS GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Dr. Mário Gil Engª. Elsa Franco Dr. Henrique Freitas Drª. Cláudia Gonçalves Drª. Isabel Velosa Drª. Elsa Assunção (11)Alteração da Estrutura orgânica aprovadas pelo Conselho de Administração: DAM OS 01/2009, de 04.MAR.2009 e DFPC OS 02/2009, de 17.ABR.2009. 50 .10 Relatório & Contas • Monitorização dos níveis de Atribuições e Competências Conselho de Administração (Conforme descrito no ponto 5, do Capitulo I,–Governo da Sociedade) Direcção Financeira de Planeamento e Controlo (DFPC) Estratégia de financiamento e gestão financeira, no curto, médio e longo prazo; relevação contabilística e patrimonial; preparação das contas da Empresa; desenvolvimento do processo de controlling e reporting da Empresa. A DFPC está localizada em instalações da ANA, SA em Lisboa e relaciona-se directamente com a Direcção dos Aeroportos instalada na Madeira. Assessoria Técnica (AT) Coordenação e controlo dos projectos relacionados com novas infraestruturas aeronáuticas dos Aeroportos da Madeira e Porto Santo e acompanhamento de fiscalização das respectivas obras. Direcção dos Aeroportos da Madeira (DAM) Exploração, coordenação operacional e manutenção aeroportuária dos Aeroportos da Madeira e Porto Santo; definição e implementação da estratégia comercial para os negócios não aviação; política de gestão e desenvolvimento de recursos humanos e formação; aprovisionamentos, compreendendo: Assessoria Jurídica (AJ) Assegurar a coordenação, apoio e prestação de serviços jurídicos às actividades e o objecto social da Empresa, compreendendo entre outras: i) a colaboração na preparação dos normativos dos procedimentos concursais, incluindo, também, processos aquisitivos, processos de negociação, etc.; ii) assegurar a apreciação e actuação jurídica em matérias e processos relacionados com actividades de regulamentação aeronáutica, de assistência em escala e das licenças de exploração e ocupação de domínio público aeroportuário; iii) assegurar a consultoria e o apoio jurídico às diversas unidades organizacionais da Empresa e em todas as matérias de índole laboral e de pré-contencioso laboral; iv) garantir a análise de toda a legislação emitida e assegurar a sua divulgação interna. Controlo de Gestão e Projectos (AMCGP) Efectuar o controlo e reporte de todos os indicadores de gestão, em conformidade com as orientações decorrentes dos Planos Estratégicos e Orçamentos aprovados superiormente para os Aeroportos da Madeira, compreendendo também: i) a monitorização dos orçamentos, a análise dos desvios e, se necessário, a implementação de medidas correctivas; ii) assegurar, nas áreas de planeamento e controlo de gestão, o cumprimento das orientações dos órgãos centrais da Empresa; iii) efectuar o acompanhamento dos projectos transversais à Empresa, com especial incidência nos Aeroportos da Madeira. 51 .10 Relatório & Contas Gabinete de Inovação, Qualidade, Ambiente e Segurança (GISQA) Assegurar, em termos gerais, a coordenação, directa ou por delegação, das acções de segurança (Safety e Security), Qualidade e Ambiente e Gabinete de Controlo de Qualidade da Segurança de Aviação Civil, incluindo também: i) a elaboração e desenvolvimento dos Planos de Segurança, de Emergência, de ordenamento físico aeroportuário dos Manuais de Segurança na Placa de Aeródromos e Outras; ii) coordenar as acções relacionadas com a prestação de Serviços (SLA) e dos Inquéritos de Qualidade dos Serviços Prestados (ASQ), entre outras acções. Divisão de Gestão de Recursos Humanos (AMGREH) Garantir o desenvolvimento e políticas dos recursos humanos, em conformidade com a definição estratégica da Empresa; assegurar a adequada aplicação do Acordo de Empresa e demais legislação e regulamentação laboral aplicável; promover a execução do programa de formação da Empresa e dos projectos do Sistema de Gestão Integrada dos Recursos Humanos, com impacto transversal. Divisão de Gestão Comercial e Marketing (AMGCM) Assegurar a coordenação e desenvolvimento de todas as áreas funcionais de si dependentes, tendo como objectivo o planeamento, a gestão e o controlo de negócios Aviação e Não Aviação dos Aeroportos da Madeira, baseados numa prestação de serviços eficaz e de criação de valor para a Empresa, incluindo, também: i) desenvolvimento e concretização de estratégias de marketing de apoio às áreas Aviação, Não Aviação e Institucional, que visem o aumento e consolidação dos Proveitos; ii) coordenação da política de relações públicas na Empresa e, bem assim, o serviço de informação ao Passageiro e Serviços de Telefonistas; iii) garantir a operacionalidade e sistemática actualização do sítio da Empresa na Internet. Divisão de Gestão Técnica (AMGTE) Assegurar as boas condições de operacionalidade de todas as infraestruturas, sistemas e equipamentos dos aeroportos, nas áreas de energia, electrónica, tecnologias e sistemas de informação, construção civil, mecânica e gestão de incidências, com garantia de elevados níveis de fiabilidade, disponibilidade e em condições de segurança. Compete-lhe, também, garantir: i) a coordenação do serviço de transportes e a gestão da frota automóvel; ii) os processos de aquisição de bens e serviços, em conformidade com a Lei e o previsto no Manual de Aquisição de Gestão de Bens e Serviços; iii) a gestão dos contratos, de entre outras atribuições. Divisão de Gestão Financeira e Administrativa (AMGFA) Assegurar a execução dos procedimentos de natureza administrativa, financeira e contabilística, necessários ao funcionamento dos Aeroportos; planear e coordenar, em articulação com a Direcção Financeira de Planeamento e Controlo, as actividades económico-financeiras assegurando, uma 52 .10 Relatório & Contas vez aprovadas, a sua implementação e controlo; promover a divulgação da informação de gestão, incluindo o Controlo Orçamental; garantir os serviços de expediente e arquivos. Divisão de Gestão Operacional (AMGOP) Coordenar, directamente ou por delegação, as áreas Operacionais e de Socorros, da responsabilidade dos Serviços de Operações Aeroportuários e de Salvamento e Luta contra Incêndios, compreendendo, ainda, entre outros: i) a operacionalização do Centro de Operações de Emergência (COE); ii) o relacionamento com a NAV, EPE, entidades oficiais e outros serviços, instalados no Aeroporto da Madeira no âmbito da actividade Aviação; e iii) a coordenação de todas as operações nas áreas de movimento e terminais. Divisão de Gestão de Exploração do APS Assegurar, em articulação com a Direcção dos Aeroportos da Madeira, a exploração da actividade aeroportuária e comercial do Aeroporto de Porto Santo e bem assim de todas as acções relativas à manutenção das infraestruturas, segurança do Aeroporto, ambiente, qualidade e aprovisionamentos, em estrita colaboração com os diversos órgãos da Empresa. 53 .10 Relatório & Contas 5. ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO E REGULAMENTAR 5.1 Envolvente Económica A recuperação da crise financeira, com claras repercussões económicas, foi a tónica global em 2010. A economia mundial, após a pior recessão das últimas décadas, retoma o crescimento económico a um nível próximo dos 5%. No entanto, o reavivar da actividade económica está a ser concretizado a diversas velocidades. Os mais recentes dados relativos à evolução do Produto Interno Bruto, apresentados no Industry Outlook da IATA, datado de Dezembro de 2010, evidenciam disparidades consideráveis entre as diversas Regiões Mundiais. Fonte: EIU 2010 9% Alterações ao longo dos anos Previsão para o crescimento do GDP 87654321- 2011 0EUA Japão Europa ASPAC Ex. Japão Médio Oriente e Norte de África América Latina Mundo De facto, enquanto que as regiões onde se encontram os BRIC como Ásia/Pacífico (+8%), o Médio Oriente/ África (+4,2%) ou a América Latina (+5.2%) tiveram desempenhos assinaláveis, as economias desenvolvidas com os Estados Unidos (+2,5%), Japão (+3%) e fundamentalmente a Europa (+1,5%) tiveram performances bem menos exuberantes. Destaca-se o crescimento a dois dígitos da economia chinesa (10,5%), suportado por níveis de confiança dos consumidores, elevados e estáveis, que em nada foram afectados pela crise económica e financeira como aconteceu nos EUA. 120 - Confiança dos Consumidores Index de Confiança 100 - Consumidores Chineses Consumidores Norte Americanos 80 60 40 20 02005 54 2006 2007 2008 2009 2010 .10 Relatório & Contas Esta situação económica e social pujante origina um aumento exponencial da população considerada como classe média na China e em toda a região Ásia Pacifico, esperando-se que, nos próximos anos, um crescimento significativo deste segmento da população, ultrapassando largamente o crescimento em qualquer uma das restantes regiões Mundiais. Classe Média Global em 2009 e Previsão para 2030 Europa América do Norte Ásia (Pacífico) Médio Oriente e Norte de África 500 mm 100 mm América Central e do Sul 1 bil África a Sul do Deserto Sahara 2009 2030 De facto, a única região que conseguirá também crescer, ainda que a uma escala bastante menor, será a América Central e Sul, onde se inclui o Brasil, mercado bastante importante para Portugal pelas ligações económicas e culturais pré-existentes. Na Europa, na sequência da crise financeira, assiste-se agora a uma dificuldade acrescida do financiamento da dívida pública. O prémio exigido pelos investidores internacionais para a aquisição de obrigações do tesouro a 10 anos tem atingido máximos históricos sendo a Grécia, Irlanda e Portugal os casos mais críticos. 10 year government bond yields, % 14 - 12 - 10 - 8- 6- 4- 2- 0- 55 .10 Relatório & Contas O receio actual é o de que grandes economias europeias tais como a Espanha, Itália e França venham também a ser afectadas por esta dificuldade de financiamento da dívida pública que se encontra intimamente relacionada com os défices excessivos exibidos por diversas economias europeias. A origem destes défices radica na contracção da actividade económica (com o crescimento anémico ou mesmo decréscimo nas taxas de evolução do Produto Interno Bruto nos anos de 2008 e 2009) e no incremento de despesas do Estado fundamentalmente com prestações sociais relacionadas com o crescente nível de desemprego na Europa. O desafio será agora até 2013 conseguir conter os défices orçamentais das economias europeias abaixo dos 3%. O fraco crescimento expectável para a economia europeia associado ao abrandamento induzido pelas medidas de contenção do défice levarão a Europa a afastar-se do ritmo mundial de crescimento económico. Para evitar tal cenário, a agenda política europeia foi marcada pela necessidade de se efectivarem as reformas estruturais em curso ao nível da flexibilização do mercado de trabalho, do aumento da competitividade e da inovação, o prolongamento da vida útil do trabalho e ainda, mudanças no sector financeiro (melhoria da gestão do risco, maior transparência, aposta em modelos de negócios mais sólidos), a consolidação fiscal e a adopção de uma política monetária conducente à estabilização dos preços (com uma taxa de inflação em torno dos 2%). Em Portugal, o crescimento registado em 2010 foi superior a 1%, devido, essencialmente, ao crescimento das exportações. Já a procura interna começou um processo de desaceleração tendo em conta o contexto de implementação de medidas de redução do défice das contas públicas, aceleradas pela instabilidade dos mercados financeiros e pelo consequente aumento dos custos da dívida soberana anteriormente referidos. • O Sector do Turismo O Sector do Turismo tem uma relevância fundamental para o transporte aéreo sendo um dos principais motivos de viagem daqueles que se deslocam no modo aéreo. Segundo os dados mais recentes da OMT, o turismo internacional terá tido uma forte recuperação dos efeitos da crise económica e financeira sentida nos dois anos anteriores. Chegadas de Turistas Internacionais, 1995-2010* 1.000 894 900 839 800 - 795 935 913 877 Milhões 755 700 - 675 600 500 528 - 561 586 602 675 Mundo +6,7% 4% a 5% Europa +3,2% 2% a 4% +12,6% 7% a 9% Américas +7,7% 4% a 6% África +6,4% 4% a 7% +13,9% 7% a 10% Médio Oriente 400 1995 Previsão2011 Ásia e Pacífico 695 684 626 2010 2000 2005 2010* Fonte: UNWTO Tourism Barometer, January 2011 56 .10 Relatório & Contas A RAM, também por vicissitudes várias ocorridas em 2010, não registou incrementos no seu número de visitantes, o que confirma a forte competitividade de destinos alternativos. As chegadas de turistas internacionais cresceram globalmente quase 7%, sendo que, este crescimento se reparte de uma forma bastante diferenciada entre as várias regiões mundiais. Assim, a região da Ásia Pacifico toma a dianteira com um crescimento de 12,6% em linha com o verificado no Médio Oriente (+13,9%). As Américas e África apresentam crescimentos relativamente próximos (+7,7% e +6,4% respectivamente) enquanto que a Europa evidencia uma evolução bem mais modesta (+3,2%), tendo sido mais penalizadas as suas regiões ultraperiféricas, como é o caso da RAM. • O Sector do Transporte Aéreo No continente Europeu, o sector do transporte aéreo foi marcado, em 2010, por alguns eventos disruptivos com impacto considerável na operação normal deste sector que acentuaram as dificuldades operacionais já sentidas devido a uma envolvente económica debilitada. Assim, entre 15 e 21 de Abril realizaram-se menos 100 mil voos do que na semana anterior devido à erupção do vulcão islandês Eyjafjallajokull resultando numa quebra de 53% no tráfego de e para os aeroportos europeus. 4.500 4.000 3.500 Milhões $US 3.000 - Gross Sales Impact 2.500 2.000 1.500 1.000 - Net Sales Impact 500 - Total GDP Impact 0- Fonte: Oxford Economics Europa Médio Oriente e África Américas Ásia O impacto directo para o sector da aviação, de acordo com um estudo realizado pela Oxford Economics para a Airbus, foi de 2,6 mil milhões de dólares. No entanto, o impacto em termos de PIB global foi de 4,7 mil milhões de dólares, considerando o impacto conjugado nas companhias aéreas, nos aeroportos, na hotelaria, nos centros de conferências e em diversos outros segmentos afectados. Este mesmo impacto no PIB europeu foi de 2,6 mil milhões de dólares, o que muito afectou a RAM, cuja principal actividade económica é o turismo. 57 .10 Relatório & Contas Global commercial airline profitability 8.0 - - 20 4.0 % revenues - 15 EBIT Margin (left scale) - 10 2.0 - -5 0.0 - -0 -2.0 - - -5 -4.0 - - -10 Net post-tax losses (right scale) -6.0 - $US billion 6.0 - - -15 -8.0 2011F 2010F 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 - -20 Fonte: Industry Outlook - IATA 2000 Ainda assim, segundo dados da IATA, a performance das companhias aéreas foi, em 2010, bastante superior à evidenciada em 2008 e 2009, esperando-se mesmo resultados líquidos positivos que, no entanto, ainda não asseguram a necessária rentabilidade dos capitais investidos. Subsiste ainda um gap considerável entre o retorno do capital (ROIC) obtido e o custo de capital investido (WACC) não permitindo a eficiente remuneração dos accionistas que investem globalmente nas companhias aéreas mundiais. Return on invested capital in the airline industry vs the cost of capital 12.0 - % of invested capital 10.0 - Cost of capital (WACC) 8.0 - } 6.0 Return on capital (ROIC) 4.0 - Loss of shareholder value 2.0 - 2011F 2010F 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 0- Fonte: Industry Outlook - IATA 2000 58 .10 Relatório & Contas Ainda assim o desempenho operacional, bastante positivo, é conseguido através: • • • De um incremento da frota em operação com a entrada em operação de aeronaves que se encontravam em storage e com a entrega de novas aeronaves (uma média de 100 novas aeronaves/mês); De uma maior utilização horária das aeronaves em operação; De um incremento nos yields médios. International air freight and passenger volumes Seasonally adjusted 260 - - 14 RPK 220 - - 13 FTK - 12 200 - - 11 180 - - 10 160 2005 FTK, billions RPK, billions 240 - -9 2006 2007 2008 2009 2010 Em termos nacionais, a TAP Portugal, companhia de bandeira que representa perto de 40% dos passageiros processados nos Aeroportos do Grupo ANA, teve em 2010 um ritmo de crescimento cinco vezes mais forte que a média das suas congéneres de rede europeias associadas da AEA. De facto, segundo os dados mais recentes a companhia portuguesa teve um aumento do tráfego de passageiros de 13,6%, enquanto a perspectiva da Associação europeia é de que o crescimento médio do sector tenha ficado em 2,5%. No que aos Aeroportos geridos pela ANAM, SA respeita (Madeira e Porto Santo), a TAP Portugal, com cerca de 35% dos passageiros processados nos Aeroportos da ANAM, SA (Madeira e Porto Santo), ocupa, destacadamente, a primeira posição nos passageiros processados seguindo-se, na segunda e terceira posições, respectivamente, a EASYJET e a SATA Internacional, com cerca de 15% e 12% dos passageiros processados. O tráfego nos Aeroportos da ANAM, SA reduziu (5,3%) em 2010 e, com excepção da EASYJET e da SATA, com desempenhos positivos na evolução dos passageiros processados, o comportamento na evolução dos passageiros operados é negativo. A nível dos principais mercados, Portugal, Reino Unido e a Alemanha, representam 81,3% dos passageiros processados e decresceram, no conjunto, em 2010, (4,7%), ou seja, menos 94.536 passageiros. 59 .10 Relatório & Contas 5.2 Enquadramento Regulamentar Em complemento ao ponto 2. do Capítulo I – Governo da Sociedade, importa referir que a ANAM, SA, é uma sociedade anónima, de capitais exclusivamente públicos, que tem por objecto o estudo, planeamento, construção, gestão e exploração dos Aeroportos da Região Autónoma da Madeira (Madeira e Porto Santo). Criada pelo Dec-Lei 453/91 de 11 de Dezembro, a ANAM, SA sucedeu e assumiu a titularidade dos Direitos e Obrigações da Direcção Regional de Aeroportos (criada na sequência da regionalização em 1980) e do ex-GARAM – Gabinete dos Aeroportos da Região Autónoma da Madeira, que, entretanto, foi extinto. 5.2.1 Concessão do Serviço Público Aeroportuário A ANAM, SA desenvolve a sua actividade em regime de Concessão e administra os bens e direitos do domínio público aeroportuário da RAM, licenciando a ocupação dos espaços e o exercício de quaisquer actividades e cobrando, em conformidade, as respectivas taxas, conforme definido, no Decreto Legislativo Regional 8/92/M, de 21 de Abril e a aplicação supletiva dos Dec-Lei 102/90, de 21 de Março e 275/99, de 23 de Julho, consoante o tipo e natureza. O Decreto Legislativo Regional 8/92/M, consagrou à ANAM, SA, em regime de Concessão, o direito de promover e executar as obras de ampliação do Aeroporto de Santa Catarina e de desenvolvimento das infraestruturas aeroportuárias, bem como o planeamento e a exploração do serviço público de apoio à aviação civil na Região Autónoma da Madeira. • Contrato de Concessão O Contrato de Concessão vigente, formalizado em 09 de Julho de 1993, entre a Região Autónoma da Madeira, como Concedente e a ANAM, SA, como Concessionária, rege-se segundo as leis aplicáveis e através das cláusulas constantes do mesmo, algumas das quais adiante se explicitam. • Obrigações e Termos do Serviço Público A Prestação de Serviço Público está consagrada na Cláusula 4ª do Contrato de Concessão, onde, designadamente, se refere: “1. No âmbito deste contrato a Concessionária desenvolverá e executará, sob sua responsabilidade, as actividades concedidas em regime de serviço público, devendo assegurar o seu contínuo e regular funcionamento. 2. Atentas a necessidade de garantia de um serviço permanente e regular e a segurança inerente aos serviços de aviação civil, as actividades concedidas serão realizadas com eficiência, economia e segundo técnicas actualizadas. 60 .10 Relatório & Contas 3. Para o efeito do disposto nos números anteriores, a Concedente reserva-se o direito de definir por via legislativa ou regulamentar, as condições da respectiva exploração. 4. Sempre que, por efeito do estipulado no número anterior, se alterarem significativamente as condições económicas da exploração fixadas ou pressupostas pelo contrato, a Concedente criará e concederá adequadas contrapartidas à Concessionária, salvo se for legítimo considerar que tais condições são inerentes às obrigações assumidas quanto à regularidade continuidade do serviço público concedido. 5. A Concessionária é única e exclusiva responsável por quaisquer prejuízos ou danos causados a terceiros no exercício das actividades concedidas. O encerramento dos aeroportos concessionados carece sempre de autorização do membro do Governo Regional, responsável pelos Aeroportos, salvo emergência fundada em motivo de força maior, caso em que, lhe deverá, o mesmo, ser de imediato e pelo meio mais expedito, comunicado e justificado. Não se incluem no disposto no número anterior os casos de encerramento técnico temporário devido a condições climatéricas que ponham em causa a segurança operacional.”. • Modelo de Financiamento do Serviço Público Não foi concretizado qualquer modelo de financiamento atinente à Prestação do Serviço Público assumido pela Empresa durante o prazo inicial da Concessão, fixado em 25 anos. O prazo foi estabelecido com base em pressupostos, entre os quais figurava o apoio que seria concedido ao projecto através de Fundos Comunitários (não inferior a 75%) e do custo estimado para os projectos envolvidos (nº 4 da Cláusula 20ª do Contrato de Concessão). O financiamento da comparticipação nacional seria assegurado pela Empresa (nº 5 da Cláusula 20ª do Contrato de Concessão e Dec-Lei 453/91, de 11 de Dezembro) podendo, no entanto, a Concessionária, com autorização prévia do Ministério das Finanças, endividar-se para obter os financiamentos intercalares necessários à boa execução da obra. Assim, verificando-se que o montante dos investimentos estimados para a conclusão dos trabalhos sofreu alterações significativas, decorrente de situações imprevistas, do interesse da RAM na conclusão da obra e da não alteração da contribuição Comunitária, face aos montantes inicialmente previstos, resultou que o esforço de financiamento dos trabalhos recaísse na componente nacional aumentando, assim, o endividamento da Empresa. Neste contexto, a Concedente, com o objectivo de recriar condições do Contrato de Concessão, com a concordância da Concessionária, decidiu alterar o artº 2 do Decreto Legislativo Regional nº 8/92/M, de 21 de Abril, que passou a ter a seguinte redacção: “1. A Concessão referida no artigo anterior efectua-se pelo período de 25 anos. 61 .10 Relatório & Contas 2. No decorrer do 25º ano da Concessão, face à taxa interna de rentabilidade nominal dos investimentos da Concessionária será a mesma renovada automaticamente, por períodos de 5 anos, até à obtenção de uma taxa interna de rentabilidade de 7,1%, acrescida de 0,4% para cada período de renovação, e a amortização integral do serviço da dívida que se contratou para a cobertura das necessidades financeiras do projecto de ampliação do aeroporto. 3. As renovações a que se referem o nº 2 não poderão, em caso algum ultrapassar o prazo de 15 anos.”. Decorre do acima exposto que, o Contrato de Concessão se poderá alargar até 2033, constituindo a aplicação e cobrança de taxas de tráfego, ocupação e assistência em escala, as principais fontes de financiamento da ANAM, SA, para a recuperação do investimento realizado. Desta nova redacção resulta que o contrato de Concessão só poderá ser prorrogado até 2033. Neste contexto, salienta-se a deliberação de Assembleia Geral de Accionistas de 26.MAR.2010 que se reproduz: “O conjunto dos accionistas da empresa está ciente das dificuldades económicas e financeiras que enquadram a actividade da ANAM, SA, traduzidas numa situação de delapidação sucessiva do nível dos capitais próprios. Deverá o Conselho de Administração da empresa iniciar o processo de renegociação do Contrato de Concessão com vista ao alargamento do seu prazo e apresentar aos accionistas um ponto de situação destes trabalhos no prazo de 6 (seis) meses que explicite o impacto financeiro que as alterações preconizadas terão na empresa”. O cumprimento desta deliberação está consubstanciado na entrega da documentação ao Governo Regional da Madeira, em 19.NOV.2010, e aos restantes Accionistas em 24.NOV.2010 e constituirá um ponto de Agenda da Assembleia Geral de Accionistas que está prevista para o próximo dia 21.MAR.2011, visando: • • • Equilibrar a situação Económico-Financeira da ANAM, SA, procurando assegurar a sustentabilidade do serviço aeroportuário concessionado e, consequentemente, da acessibilidade da Região; Adaptar, os termos do actual contrato, mais centrado no projecto de ampliação do aeroporto da Madeira, às condições de uma exploração aeroportuária continuada e eficiente; Clarificar as responsabilidades e postura da Concessionária, Concedente e Regulador. Existem, sobre a matéria, contactos exploratórias, entre a ANAM, SA e o Concedente, aguardando-se que, a curto prazo, possam surgir novos desenvolvimentos. 5.2.2 Quadro Legal de Regulação A regulação do sector cabe ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), que tem por finalidade supervisionar, regulamentar e inspeccionar o sector de aviação civil. Para além da função de fiscalização de actividade da entidade gestora aeroportuária, o INAC é obrigatoriamente consultado no processo de fixação das taxas praticadas pela ANAM, SA, conforme determinado no Dec-Lei 102/90, de 21 de Março. 62 .10 Relatório & Contas Mediante proposta da ANAM, SA, o INAC, emite um parecer prévio, sem carácter vinculativo, sendo o quantitativo das taxas, de Tráfego, de Assistência em Escala e Ocupação, aprovadas por Portaria da Secretaria Regional do Turismo e Transportes. 5.2.3 Enquadramento da Actividade A actividade da Empresa encontra-se regulada pelas leis gerais aplicáveis às Sociedades Comerciais Portuguesas, pelos seus estatutos e por um amplo conjunto de Acordos e Convenções Internacionais, bem como por vários diplomas e orientações de âmbito nacional, enquanto Empresa de capitais exclusivamente públicos. Acordos e Convenções Internacionais - na qualidade de signatário da ICAO (International Civil Aviation Organization) Portugal obedece a várias normas e orientações sectoriais emanadas por aquela organização, designadamente, as relacionadas com os Anexos II, IX, XI e XIV da Convenção. Legislação Comunitária - enquanto membro da União Europeia, Portugal tem de respeitar as Directivas Comunitárias aplicáveis ao Sector de Aviação Civil. Legislação Nacional - para além das leis gerais aplicáveis às Sociedades Comerciais Portuguesas, a ANAM, SA rege-se pelos diplomas nacionais e regionais publicados sobre o sector. 5.2.4 Estrutura Accionista O Capital da ANAM, SA, integralmente realizado de 67,5 milhões de Euros, é detido: i) pela ANA – Aeroportos de Portugal, SA em 70%; ii) pela Região Autónoma da Madeira em 20%; e iii) pelo Estado Português em 10% e encontra-se representado por 13,5 milhões de acções escriturais de 5 Euros cada. Acresce que, em conformidade com a deliberação da Assembleia Geral da Sociedade, as acções encontramse, desde 28 de Outubro de 2009, registadas no Sistema Centralizador de Valores Mobiliários, sob gestão da INTERBOLSA – Sociedade Gestora de Sistemas de Liquidação e de Sistemas Centralizados de Valores Mobiliários, SA. Cabe, entretanto, referir que a Região Autónoma da Madeira para além de Accionista detém poderes de Regulação e de Entidade Concedente. A sede da Empresa encontra-se localizada no Edifício VIP/DAM, Aeroporto da Madeira em Santa Cruz. 63 .10 Relatório & Contas 6. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Os objectivos estratégicos da Empresa prosseguidos em 2010 encontram-se alinhados com os previstos nos IPG’s de 2010, nas orientações constantes do Plano de Estabilidade e Crescimento 2010-2013 e também das orientações estratégicas para o SEE e baseia-se: • Crescimento Sustentado; • Valorização dos Colaboradores; • Eficiência Operacional; • Equilíbrio da Estrutura Financeira. No ponto 7.7 do Capítulo I – Governo da Sociedade, já foram elencadas as acções previstas para 2011, nas quais se dá continuidade a todo um trabalho desenvolvido nos últimos anos, do qual para 2010 se dá a devida nota. 6.1. Crescimento Sustentado Em 2010 a principal actividade económica da Região Autónoma da Madeira sofreu fortes impactos negativos resultantes de uma série de acontecimentos naturais imprevisíveis (tempestade de Fevereiro, cinzas vulcânicas em Maio e os nevões de Novembro/Dezembro) que, a par do agravamento da crise económica e financeira global, originou uma significativa quebra no número de turistas entrados na Região. Esta situação, naturalmente, provocou um desequilíbrio entre a oferta e a procura do turismo na Madeira. Os Aeroportos da Madeira, principal porta de entrada na RAM, reflectem o quadro anteriormente descrito, pese embora o continuado esforço promocional da Região realizado, pelas entidades mais directamente envolvidas nas actividades económicas da Região. Acresce que, no último quinquénio, o sector da aviação tem sido extremamente mutante, através do aparecimento de companhias aéreas denominadas “low-cost” que, com principal incidência na Europa, revolucionaram as estruturas de custos, a mobilidade dos passageiros e, principalmente, a relação entre companhias/aeroportos/regiões captadoras e/ou emissoras de tráfego. Os Aeroportos da Madeira, em conjunto com o Governo Regional e operadores turísticos nacionais e regionais, mantiveram e iniciaram acções, no sentido de assegurarem novas companhias, novas operações, novas rotas e novas ofertas tarifárias, destacando-se como principais acções de natureza estratégica: 6.1.1 Garantir a Satisfação do Cliente A Empresa monitoriza, periodicamente, através da realização de Inquéritos de campo o grau de satisfação dos Clientes. Estes inquéritos permitem-lhe, através da construção de uma métrica específica, efectuar a Avaliação do nível de Satisfação Global do Passageiro. 64 .10 Relatório & Contas O resultado destes Inquéritos, tem-se mantido estável ao longo dos últimos dois anos, com valores médios anuais de 3,8 (numa escala de 1 a 5), sendo o mesmo suportado em estudos designados no Airport Service Quality (ASQ). Com estas acções associadas a uma forte contenção de custos foi possível manter, através do esforço da Empresa, a qualidade do serviço prestado a níveis elevados e reconhecidos internacionalmente. 6.1.2 Promover o Desenvolvimento do Tráfego O ano de 2010 foi marcado por uma série de acontecimentos exógenos à Empresa que contribuíram, definitivamente, para os resultados obtidos, como anteriormente já se referiu. Logo no início do ano, a 20 de Fevereiro, a forte tempestade que assolou a Madeira e cujas imagens e informações sobre destruição e vítimas foram objecto de grande impacto mediático internacional provocaram, desde logo, uma significativa redução de passageiros. Em Maio, quando se iniciava uma ténue recuperação, surgiu o problema que afectou o tráfego aéreo na Europa e no Mundo, provocado pelas nuvens de cinzas vulcânicas da Islândia, que não só travaram a recuperação do tráfego como ainda mais acentuaram a sua quebra, tendo terminado o 1º semestre de 2010 com uma quebra superior a 10% no volume de passageiros processados. Apesar de tudo o que se passou no 1º semestre, conseguiu-se uma recuperação no final do 3º Trimestre que, apontava, nas melhores estimativas, para uma redução anual na ordem dos (4%). Contudo, já no final de 2010, eis que surge um novo fenómeno climatérico (nevões) levando ao encerramento dos principais aeroportos europeus, de origem e destino da maioria do turismo madeirense. No que respeita a entrada de novas companhias aéreas, é de referir o início da operação da Transavia.com, na rota do Porto e da operação da Jet2.com no mercado do Reino Unido. Destaca-se ainda, as rotas Funchal-Faro operada pela SATA e a duplicação das frequências semanais nas rotas de Madrid e Barcelona, operadas pela TAP. O ano de 2010 terminou, assim, com uma quebra no tráfego de passageiros de (5.3%), em grande parte atenuada pelas acções promovidas conjuntamente pela ANAM, SA, através do Marketing Aeroportuário, pela Associação de Promoção da Madeira, o Turismo de Portugal, a Secretaria Regional do Turismo e Transportes e o sector privado da hotelaria madeirense, tendo-se, para o efeito, recorrido aos fundos já identificados no ponto 1. do Capítulo I – Governo da Sociedade, como: • Initiative:pt – Developing Tourism and Aviation; • FIPT – Fundo para o Investimento em Promoção Turística; • Programa de Incentivos dos Aeroportos da Madeira, o que contribui, seguramente, para um ligeiro aumento nos movimentos comerciais de 0,2% e de “conter” uma maior redução do tráfego de Passageiros. 65 .10 Relatório & Contas Em termos de promoção externa a ANAM, SA esteve presente nas mais importantes feiras europeias e nas Routes europeia e mundial, procurando consolidar também, desta maneira, a notoriedade dos Aeroportos da Madeira. 6.1.3 Maximização dos Negócios Não Aviação Na área de Não Aviação são englobados os seguintes negócios: Retalho, Imobiliária, Publicidade, Rent-a-Car e Parques de Estacionamento. Os Proveitos Globais ascenderam a 5.940 mil Euros, o que representa cerca de 16% do volume de negócios da Empresa. Nesta área, o ano de 2010, foi marcado, sobretudo pela conclusão do Concurso Público Internacional para o licenciamento de um novo concessionário para a exploração da MainShop, atribuída às Lojas Francas de Portugal, que iniciaram a actividade já no final do ano. Foram, ainda, abertos três outros espaços comerciais, concedidos às Lojas Francas de Portugal, um novo espaço de restauração e uma loja de conveniência, todos no Aeroporto da Madeira. Manteve-se, também, neste período um acompanhamento muito próximo da actividade dos Concessionários, suportado na marca AIRSHOPING. A aposta da ANAM, SA nos negócios em desenvolvimento, concretizou-se com as RAC’s, tendo-se concluído o projecto de relocalização dos balcões com as prorrogações dos prazos dos concessionários já instalados e a entrada de mais um Concessionário. Ainda em 2010, foi reforçado o projecto Take-It, de parceria com a TAP Vitória e realizaram-se campanhas de promoção durante o campeonato mundial de futebol. São, também, de registar a entrada de novos operadores nas áreas dos câmbios e agência de viagens. A consequência destas acções é evidenciada no crescimento positivo de 4%, na venda média por passageiro. 6.1.4 Desenvolver Sistemas de Gestão • Sistema de Gestão Integrado de Qualidade e Ambiente A Empresa dispõe de um Sistema de Gestão Integrado de Qualidade e Ambiente, certificado desde Abril de 2007, segundo os referenciais NP EN ISO 9001:2000 e NP EN ISO 14001:2004. No ano de 2009 foi efectuada a adaptação do Sistema de Gestão da Qualidade para a nova norma NP EN ISO 9001:2008. Após a certificação do Sistema de Gestão Integrado, em 2009, deu-se início à auto-avaliação, segundo o Modelo de Excelência da EFQM – Fundação Europeia para a Gestão de Qualidade, tendo-se obtido, em 2010, o reconhecimento “Committed to Excellence”. 66 .10 Relatório & Contas Para alcançar este objectivo foram implementados 5 projectos de melhoria, resultante de uma auto-avaliação e consequente avaliação dos pontos fortes e oportunidades de melhoria: • Delegação de Poderes; • Gestão de Comunicação Interna; • Orientação para o Cliente – Handler; • Gestão de Ideias; • Medição da Percepção da Sociedade. Ainda, em 2010, foi obtida a Certificação de Qualidade do Serviço Aeroportuário, de acordo com os requisitos da ACI – Conselho Internacional de Aeroportos, designado “Airport Service Quality Assured”, que teve por base: • A avaliação dos Processos de Gestão da Qualidade de Serviço; • Os Resultados da ASQ Survey; • A gama de serviços disponíveis no Aeroporto. Também com o objectivo de assegurar elevados índices de Qualidade, a ANAM, SA iniciou, em 2010, o programa de Auditorias de Segurança Alimentar. Com este programa, que terá continuidade em 2011, pretende-se efectuar um levantamento da avaliação das boas práticas de Higiene e Segurança Alimentar, nas unidades de cafetaria e restauração presentes nos Aeroportos da Madeira, de acordo com a legislação aplicável em vigor e a Norma NP EN 22000:2005. Em termos globais, o sistema é uma ferramenta indispensável à monitorização dos objectivos e indicadores, uma vez que, para além de permitir acompanhar o seu desempenho, facilita o estabelecimento de objectivos mais ambiciosos à medida que as metas definidas vão sendo ultrapassadas, assegurando, em simultâneo, a integração da componente ambiental nos processos de planeamento e tomada de decisões. 6.2 Valorização dos Colaboradores A ANAM, SA, em 2010, deu continuidade a um conjunto de acções destinadas à qualificação e valorização dos colaboradores, ao aumento da produtividade e ao rejuvenescimento gradual dos seus quadros. De entre as diversas acções em execução, salientam-se: i) estudo de satisfação dos colaboradores; ii) mobilidade interna e adequação dos recursos humanos; iii) plano de formação adequado às necessidades da Empresa; iv) recrutamento selectivo de pessoal; v) programa para incentivar saídas antecipadas por reforma ou rescisão de contrato; vi) Sistema integrado de Recursos Humanos; vii) SAP – Evolution e Portal do Colaborador. Em 2010, foi igualmente decidido a promoção de um encontro de quadros para reflexão conjunta da forma de ultrapassar os principais constrangimentos da Empresa, tendo, também, sido decidido iniciar o “Programa MAIS” (Motivar, Agilizar, Incentivar, Sustentar), para acompanhamento e desenvolvimento dos principais projectos em curso na Empresa. 67 .10 Relatório & Contas O detalhe das acções de Recursos Humanos, encontra-se explicitado no ponto 9. 6.3 Eficiência Operacional Com vista a uniformizar os processos e sistemas de gestão operacional a ANAM, SA tem, em fase de implementação, um projecto designado GO. Este projecto, apara além das funcionalidades consideradas necessárias à operação, vem permitir uma grande agilidade na parametrização do Sistema o que facilita a sua utilização por qualquer estação de trabalho e de uma permanente monitorização dos processos. Acresce que o projecto já está em fase de implementação nos Aeroportos geridos pela ANA, SA, prevendose a sua operacionalidade, nos Aeroportos geridos pela ANAM, SA (Madeira e Porto Santo), a partir de Fevereiro de 2011. Realça-se, também, o projecto de Gestão de ocorrências, moldado aos requisitos SGSO (Gestão de Segurança Operacional) específicos de cada aeroporto, com harmonização global de critérios aos aeroportos geridos pela ANA, SA e ANAM, SA. Este projecto destina-se a assegurar o cumprimento das inspecções (SOA e SLCI), garantir a operacionalização do sistema de resposta previsto no SGSO, através do registo de dados estatísticos que facilitem uma avaliação do Risco Operacional. 6.4 Equilíbrio da Estrutura Financeira As principais acções estratégicas atinentes à obtenção do Equilíbrio da Estrutura Financeira da Empresa passam, necessariamente, pelo: i) Reequilíbrio Financeiro da Concessão; ii) Contenção de Custos de Exploração e Investimentos; e iii) Adequação dos Recursos Financeiros. • Reequilíbrio Financeiro da Concessão A situação económica e financeira da Empresa enferma de problemas estruturais que a não serem mitigados poderão por em causa a sustentabilidade e continuidade da ANAM, SA. Com Resultados Líquidos estruturalmente negativos, não actualização de taxas desde 2006 e acentuadas quebras de tráfego, nos últimos dois anos, a contenção de custos que tem vindo a ser efectuada era, só por si, manifestamente insuficiente para inverter a tendência dos resultados da Empresa. Deste modo, na última Assembleia Geral realizada em 26.MAR.2010, na discussão do ponto relativo à Situação Económico-Financeira da Empresa, aprovado por unanimidade em que: “ o conjunto dos accionistas da empresa está ciente das dificuldades económicas e financeiras que enquadram as actividades da ANAM, SA, traduzidas numa situação de delapidação sucessiva do nível dos Capitais Próprios. Deverá o Conselho de Administração da Empresa iniciar o processo de renegociação do Contrato de Concessão, com vista ao alargamento do seu prazo e apresentar aos accionistas um ponto de situação destes trabalhos no prazo de 68 .10 Relatório & Contas 6 (seis) meses que explicite o impacto financeiro que as alterações preconizadas terão na Empresa”. Em cumprimento do mandato que lhe foi conferido, o Conselho de Administração apresentou em Novembro p.p., ao Concedente e aos Accionistas, uma proposta de revisão do Contrato de Concessão que, tendo em vista a obtenção do seu equilíbrio económico-financeiro, prevê o alargamento da Concessão por mais 20 anos (até 2053). Paralelamente à renegociação do Contrato de Concessão, em curso, há a destacar: • Capitais Próprios Com Resultados Líquidos estruturalmente negativos, os Capitais Próprios da Empresa têm vindo a degradarse atingindo, no final do exercício um valor de 1.952 mil Euros, o que significa que o mesmo se encontra praticamente perdido. Esta situação não é mais gravosa por força da obrigatoriedade de aplicação da interpretação contabilística IFRIC 12 à ANAM, SA (enquanto Concessionária de um serviço público). Com efeitos a 01.JAN.2010, os impactos da adopção desta interpretação constam da Nota Prévia ao Relatório de Gestão, para o qual se reporta. Em termos do Capital Próprio e encontrando-se o mesmo praticamente perdido, importa dar cumprimento ao artº 35º do CSC, competindo, nestes casos, ao Conselho de Administração, nos termos do nº 1 do presente artigo, destacar tal facto. Para o efeito, será preparada uma proposta de recomposição dos Capitais Próprios, a incluir na Ordem de Trabalhos da próxima Assembleia Geral para: “Deliberar sobre a Proposta do Conselho de Administração, elaborada nos termos e para os efeitos do Art. 35 do Código das Sociedades Comerciais”. Recordamos que, a ausência de Capitais Próprios adequados, poderá conduzir, à obrigação de antecipação de reembolsos de empréstimos de longo prazo, que estão garantidos pelo Estado e pelo Accionista ANA, SA. • Tesouraria A ANAM, SA tem priorizado, no passado recente: i) o reembolso antecipado de partes do capital em dívida; ii) a aplicação dos excedentes de Tesouraria em condições económicas consideradas vantajosas; e iii) a contenção dos custos e investimentos, procurando, com tais iniciativas, a redução progressiva da dívida e do peso dos encargos financeiros. A este nível particular, o esforço financeiro do serviço da dívida melhorou em relação ao ano anterior, tendose obtido um custo médio do Capital (incluindo a componente fixa) de 2,2%, conforme quadro do ponto 10.3. 69 .10 Relatório & Contas • Renegociação da Dívida a Médio e Longo Prazos A Empresa não liberta Cash-Flows suficientes para as necessidades futuras do serviço da dívida, reembolso de empréstimos e investimentos. O reequilíbrio da situação económico e financeira da ANAM, SA tem vindo, assim, a ser equacionado encontrando-se em negociação a revisão do Contrato de Concessão que inclui o alargamento do prazo de concessão por um período de mais 20 anos (até 2053), tendo-se nesta matéria obtido um acordo de princípio do Governo Regional. Deste modo, considera-se desejável que uma renegociação da Dívida da ANAM, SA a médio e longo prazos se processe após as conclusões das negociações em curso com o Concedente, para a revisão do Contrato de Concessão. • Infraestruturas do Aeroporto de Porto Santo A exploração do Aeroporto de Porto Santo é estrutural e altamente deficitária. A sua manutenção, nestas condições, tem retirado competitividade ao Aeroporto da Madeira, pelo impacto negativo dos resultados daquela infraestrutura, para a qual a ANAM, SA não recebe qualquer indemnização compensatória, nem existe uma relação contratual com o Estado ou a Região Autónoma para a prestação deste serviço, que entendemos eminentemente como uma obrigação de serviço público. Assim, na proposta de revisão do Contrato de Concessão está incluído um ponto para a contratualização da gestão de serviços de interesse económico geral. No quadro que segue, regista-se a evolução dos Resultados Operacionais Líquidos e o EBITDA, gerado por esta infraestrutura desde 2006: Un: mil Euros Resultado Operacional Resultado Líquido EBITDA 2010 (3.594) (3.594) (3.508) 2009 (3.935) (3.615) (3.840) 2008 (3.754) (3.755) (3.469) 2007 (4.523) (4.523) (4.322) 2006 (3.006) (3.007) (2.782) Todos os indicadores apresentados se mantém em patamares bastante negativos pelo que a prevalência desta situação retira competitividade ao Aeroporto da Madeira, principal aeroporto concessionado. • Contenção de Custos de Exploração e Investimentos A Empresa, tem ao longo dos últimos anos, vindo a desenvolver esforços no sentido de conter custos de exploração. Apesar de positivos, os resultados alcançados são marginais face à pequena elasticidade dos mesmos. 70 .10 Relatório & Contas Também em relação aos Investimentos, tem a ANAM, SA procurado gerir as necessidades de forma bastante parcimoniosa o que, sem pôr em causa as condições de operacionalidade das infraestruturas, tem-se procurado prolongar no tempo o seu arranque. Acresce que, a maioria dos investimentos previstos para os próximos anos, obedece mais a uma lógica de manutenção e não acrescenta, em consequência, valor económico às operações da Empresa. Em paralelo, a rendibilidade dos Investimentos de Exploração não permitem, só por si, beneficiar de economias de escala. • Adequação dos Recursos Financeiros Os recursos financeiros da Empresa são escassos face às suas necessidades futuras e aos Cash-Flows, entretanto, gerados pela actividade. Julga-se que até 2013 a Empresa terá condições de cumprir com as suas obrigações relativas ao funcionamento, investimentos e serviço da dívida. Já em 2014, data do resgate do empréstimo obrigacionista de 50 milhões de Euros, a Empresa terá necessidade de renegociar a dívida ou contrair novos empréstimos para satisfação dos compromissos vincendos. 71 .10 Relatório & Contas 7. EVOLUÇÃO DE NEGÓCIOS 7.1 Aviação Os negócios Aviação tiveram em 2010 um decréscimo global de (3,4%) em consequência da diminuição do tráfego nos últimos dois anos e de em simultâneo não ter havido qualquer aumento tarifário, com incidência nesta rubrica, a partir de 2006. Assim, os principais decréscimos resultam duma evolução negativa da própria actividade, como, seguidamente, se explícita. • Passageiros Os passageiros tiveram uma redução global de (5,3%) em 2010 face ao ano anterior, sendo que se registaram quebras em todos os segmentos de tráfego. O quadro abaixo explicita essa evolução, onde todas as rubricas apresentam comportamento negativo, com excepção de Trânsitos, que evidencia um crescimento de 13,4%, face a 2009. Com efeito, em 2010, os Aeroportos da RAM movimentaram 2.336.861 Passageiros Comerciais (incluindo Trânsitos), o que representa uma redução de (5,3%), face ao ano anterior, como anteriormente se refere. O Aeroporto da Madeira teve uma diminuição de (4,8%), enquanto que no Aeroporto de Porto Santo o decréscimo foi de (14,0%). Var. 2010 2009 2008 % Schengen Interior 1.859.849 1.973.656 1.891.345 (5,8) 2010 Madeira Porto Santo Total % 1.765.162 94.687 1.859.849 79,6 47.972 47.845 95.817 4,1 95.817 122.057 1.144.708 1.168.897 1.038.439 (2,1) 1.106.393 38.315 1.144.708 49,0 Outros Schengen 619.324 682.702 723.912 (9,3) 610.797 8.527 619.324 26,5 UE Não Schengen 425.323 440.104 614.350 (3,4) 422.338 2.985 425.323 18,2 30.542 34.369 30.535 7 30.542 1,3 2.218.035 97.679 2.315.714 99,1 13,4 15.489 5.658 21.147 0,9 2.466.775 2.577.461 (5,3) 2.233.524 103.337 Territorial Internacional Total Local Trânsitos Total* 2.315.714 21.147 2.336.861 128.994 (21,5) 58.382 (11,1) 2.448.129 2.564.077 (5,4) 18.646 13.384 2.336.861 100,0 *Não inclui Tráfego não Comercial. A caracterização de evolução por segmentos de tráfego permite concluir: O tráfego “Schengen” teve, face ao ano anterior, uma redução global de (5,8%), repartida: por “Territorial”, diminuição de (2,1%), como sendo a principal rubrica. As quebras nas restantes rubricas foram bem mais acentuadas: (21,5%) para o tráfego “Interior” e de (9,3%) para “Outros Schengen”. 72 .10 Relatório & Contas Também os segmentos de tráfego de passageiros “UE Não Schengen” e “Internacional” tiveram, no período, decréscimos, respectivamente de (3,4%) e de (11,1%). No mesmo período registou-se um acréscimo global significativo nos “Trânsitos”, em 13,4%, com incidência no Aeroporto da Madeira com mais 42,9%, em consequência das escalas na Madeira, das companhias: TAP na rota Caracas-Lisboa e SATA Internacional na rota Las Palmas–Ponta Delgada, dado que no Aeroporto de Porto Santo, a redução foi de (27,5%). Quanto à segmentação de passageiros em 2010, importa assinalar que 79,6% são passageiros “Schengen”, sendo que destes 61,5% respeitam a passageiros “Territoriais”. O Gráfico seguinte, ilustra o grande peso dos passageiros “Schengen”, em relação aos restantes segmentos. 2.000.000 - 1.500.000 - 1.765.162 Movimento de Passageiros 5.658 7 Trânsitos 2.985 Internacional 94.687 500.000 - 30.535 UE Não Schengen 15.489 Shengen 422.338 1.000.000 - 0- Madeira Porto Santo • Aeronaves O movimento de Aeronaves Comerciais registado em 2010 nos Aeroportos da RAM foi de 25.064, o que representa um ligeiro acréscimo de 0,2%, em relação ao ano anterior. No Aeroporto da Madeira, o número de movimentos, cresceu 0,6% e no Aeroporto de Porto Santo teve um decréscimo de (3,1%), face ao ano anterior. 73 .10 2010 2009 2008 Var. Schengen % Relatório & Contas 2010 Madeira Porto Santo Total % 21.527 21.430 20.997 0,5 18.618 2.909 21.527 85,9 4.727 4.868 4.796 (2,9) 2.356 2.371 4.727 18,9 11.732 11.547 9.879 1,6 11.285 447 11.732 46,8 Outro Schengen 5.068 5.015 6.322 1,1 4.977 91 5.068 20,2 UE Não Schengen 3.130 3.213 4.290 (2,6) 3.077 53 3.130 12,5 407 376 529 8,2 399 8 407 1,6 25.064 25.019 25.816 0,2 22.094 2.970 Interior Territorial Internacional Total Comercial 25.064 100,0 Não inclui Tráfego Não Comercial. Em comparação com o ano anterior, registou-se um pequeno crescimento de 0,5% no espaço “Schengen”, influenciado pelos aumentos nos segmentos: “Territorial” e “Outros Schengen” com, respectivamente, 1,6% e 1,1%, já que a evolução verificada no “Interior” foi negativa, de (2,9%). Também, a evolução do segmento: “UE Não Schengen”, apresenta uma quebra de (2,6%) face ao período homólogo do anterior, sendo, entretanto, positivo com 8,2%, o crescimento do segmento “Internacional”, embora esta de natureza marginal. À semelhança do ocorrido com os passageiros, acresce que o movimento de Aeronaves do espaço “Schengen” representa 85,9% do total, enquanto os movimentos no espaço “UE Não Schengen” e “Internacional” representam, no conjunto apenas 14,1%. O gráfico seguinte mostra a distribuição das aeronaves por tráfego “Schengen”, “UE Não Schengen” e Movimento de Aeronaves 20.000 - 18.618 “Internacional”. 15.000 - 8 2.909 0- Madeira 74 53 Internacional 5.000 - 399 UE Não Schengen 3.077 10.000 Shengen Porto Santo .10 Relatório & Contas O Peso Médio de Descolagem das Aeronaves a operar nos Aeroportos da RAM que em 2009 era de 64,8 ton. passou, em 2010, para 63,5 ton., sendo 68,1 ton. no Aeroporto da Madeira e 29,5 ton. no Aeroporto de Porto Santo. • Carga Operada e Correio A Carga Operada nos Aeroportos da RAM registou um decréscimo de (2,1%) em comparação com 2009, do qual (2,6%) no Aeroporto da Madeira e 12,6% no Aeroporto de Porto Santo. Por sua vez, o Correio, movimentado nos mesmos aeroportos, apresentou, uma diminuição de (4,5%), sendo de (4,4%) no Aeroporto da Madeira e (6,9%) no Aeroporto de Porto Santo. Un: Ton Carga Operada Correio 2010 2009 2008 Desvio% 2010 2009 2008 Desvio% Madeira 6.070 6.228 6.638 (2,6) 2.367 2.476 2.605 (4,4) 214 190 234 12,6 109 117 125 (6,9) 6.283 6.418 6.872 (2,1) 2.476 2.593 2.731 (4,5) Porto Santo Total Não inclui Carga e Correio Não Comercial. Em conclusão, a nível da actividade de tráfego aéreo, nos Aeroportos da RAM, verifica-se: 1. Uma diminuição global de (5,3%) nos passageiros, com variações negativas em todos os segmentos taxados e que constituem receita Aviação. Sem a consideração dos “Trânsitos” a redução dos passageiros pagantes seria ligeiramente superior (5,4%). 2. Um pequeno aumento no movimento de aeronaves, em comparação com o ano anterior, com realce: i. Crescimentos no número de aeronaves operadas nos segmentos: “Schengen/Territorial”, “Schengen/ Outros Schengen” e “Internacional”. ii. Reduções nos segmentos de tráfego: “Schengen/Interior” e “UE Não Schengen”. 3. A Carga e o Correio registaram, em termos globais, decréscimos. 75 .10 Relatório & Contas • Proveitos de Aviação Com um total de 27.374 mil Euros em 2010, a conta reflecte um decréscimo de (3,4%) relativamente a 2009. Apresenta-se, no quadro que segue, o detalhe, por natureza, dos Proveitos em questão: Un: mil Euros Descrição Madeira Aterragem/Descolagem Passageiros Estacionamento e Abrigo Assistência em Escala Outros Total Aviação Porto Santo Total 2010 Total 2009 Total 2008 Variação % 7.902 390 8.291 8.401 8.744 (1,3%) 16.619 613 17.232 18.141 19.416 (5,0%) 230 4 234 233 204 0,5% 1.464 86 1.549 1.466 1.221 5,7% 62 6 68 85 569 (19,6%) 26.275 1.099 27.374 28.326 30.153 (3,4%) Os Proveitos relacionados com a Aterragem/Descolagem e Passageiros representam 93,2% dos negócios “Aviação”. Por sua vez, a rubrica de Assistência em Escala, passou a incluir desde Fevereiro de 2009, a facturação do Sistema Imuse, por incorporação deste serviço nos balcões de check-in. 7.2 Não Aviação Esta vertente de negócios integra a actividade comercial desenvolvida nas suas várias componentes: retalho, imobiliária, publicidade, Rent-a-Car e parques de estacionamento e a rubrica “Outros”, que engloba Serviços e Equipamentos Não Aviação. O quadro que segue evidencia os Proveitos “Não Aviação” de 2010 e a sua comparação com 2009, que apresenta uma redução global de (2,4%), sendo que com excepção dos “Rent-a-Car”e “Outros” todas as rubricas tiveram desempenhos inferiores a 2009. Un: mil Euros Descrição Madeira Porto Santo Total 2010 Total 2009 Total 2008 Variação % Retalho 2.678 43 2.721 2.890 3.006 (5,8%) Imobiliária 1.030 123 1.153 1.196 1.330 (3,7%) Parques de Estacionamento 627 0 627 664 629 (5,6%) Rent-a-Car 982 11 994 885 845 12,2% Publicidade 295 2 297 321 330 (7,4%) Outros 140 9 149 129 112 14,9% 5.753 188 5.940 6.086 6.252 (2,4%) Total não Aviação 76 .10 Relatório & Contas • Retalho Na rubrica Retalho, verifica-se um decréscimo de 169 mil Euros (5,8%) resultante, essencialmente, da diminuição do volume de vendas das lojas, por via da redução de tráfego e, também, perante o real abrandamento do poder de compra, nomeadamente, dos passageiros oriundos do Reino Unido, mercado com especial relevância no Aeroporto da Madeira. Em relação ao Aeroporto do Porto Santo, verifica-se uma quebra nas receitas de Retalho de (32,1%), para a qual contribuiu o decréscimo de (14,0%) do tráfego de passageiros. No quadro seguinte, apresenta-se a evolução de alguns indicadores relacionados com a actividade de Retalho, entre 2009 e 2010: Un: Euros Vendas Concessionários Receitas ANAM, SA Aeroporto da Madeira 2010 2009 2008 13.982.778 14.130.489 15.276.153 Aeroporto de Porto Santo Var. % 2010 2009 2008 Var. % (1,0%) 216.585 314.242 384.048 (31,1%) 2.678.433 2.826.591 2.943.139 (5,2%) 42.988 63.291 62.635 (32,1%) 19,2% 20,0% 19,3% (0,8) p.p. 19,8% 20,1% 16,3% (0,3) p.p. Passageiros Comerciais 2.233.524 2.346.649 2.446.924 (4,8%) 103.337 120.126 130.537 (14,0%) Vendas / Passageiro (€) 6,26 6,02 6,24 4,0% 2,10 2,62 2,94 (19,9%) Receitas / Passageiro (€) 1,20 1,20 1,20 (0,4%) 0,42 0,53 0,48 (21,0%) Receitas / Vendas • Imobiliária Os Proveitos Imobiliários estão relacionados com a ocupação e consumos das áreas disponibilizadas para o negócio “Aviação”. Em 2010 verificou-se um decréscimo de (3,7%), em relação a 2009, que representam, com 1.153 mil Euros, 19,4% dos Proveitos gerados pelos negócios “Não Aviação”. Este decréscimo ficou a dever-se à libertação de espaços, por parte de alguns concessionários, em particular da TRIAM, apresentada à insolvência, em Maio de 2009, assim como, a redução de áreas ocupadas por handlers, verificada com a remodelação do Terminal de Carga do Aeroporto da Madeira, ainda não compensadas por novas licenças. • Parques de Estacionamento, Rent-a-Car e Publicidade Os Parques de Estacionamento registaram um decréscimo de (5,6%) em relação ao ano anterior, resultante da redução de tráfego e de uma menor utilização do público em geral. Na actividade Rent-a-Car verifica-se um aumento de 12,2%, encontrando-se, esta evolução, relacionada com o bom desempenho dos concessionários já existentes e da entrada de um novo concessionário. 77 .10 Relatório & Contas A Publicidade teve, no decurso de 2010, um decréscimo de (7,4%), relativamente ao ano anterior, resultante da não renovação de alguns contratos, sendo, contudo, considerado um desempenho aceitável, face à quebra que se tem registado no mercado publicitário Português. 7.3 Segurança Os Sistemas de Controlo de Segurança estão cometidos às entidades gestoras aeroportuárias, sob a supervisão do Ministério da Administração Interna, estando a actividade nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo, a ser assegurada por segurança privada, contratada pela ANAM, SA. A SECURITAS é a entidade responsável pela Segurança, sendo que, em 30.ABR.2009, a Empresa procedeu à renovação do seu contrato por mais 3 anos. A receita gerada com a aplicação das taxas previstas na Portaria 541/2004, de 21 de Maio, compreende duas Componentes A) e B). O quadro que segue reflecte os proveitos apurados pela ANAM, SA em 2010, no âmbito da actividade de Segurança e a sua comparação com 2009. Descrição Madeira Porto Santo Total 2010 Total 2009 Total 2008 Un: mil Euros Variação % Componente A) 1.248 51 1.299 1.395 1.359 (6,9%) Componente B) 1.814 78 1.892 1.995 2.094 (5,2%) Total Segurança 3.062 129 3.190 3.390 3.453 (5,9%) O decréscimo no valor das taxas cobradas está directamente relacionado com a redução do tráfego de passageiros, uma vez que se trata de uma taxa devida por passageiro embarcado, sendo, todavia, que a receita da Componente A) é cobrada pelo INAC. 7.4 PMR’S A fim de adoptar as orientações do Regulamento (CE) Nº 1107/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 05 de Julho, a ANAM, SA teve de dotar as infraestruturas dos Aeroportos por si geridas, Madeira e Porto Santo, com os meios necessários e adequados para o apoio a passageiros com deficiência e a pessoas com mobilidade reduzida. Esta operação iniciou-se em 26 de Julho de 2008 e, nos Aeroportos da Madeira, é desenvolvida pela ANAM, SA, com equipamentos próprios recorrendo à contratação externa de mão-de-obra com formação adequada, utilizando, para o efeito, a marca My Way, aplicável a este serviço dentro do Grupo ANA. Em 11 de Dezembro de 2009, o acordo de prestação de serviços de mão-de-obra foi prorrogado por mais um ano (até final de 2010), tendo as condições sido renegociadas. 78 .10 Relatório & Contas Os valores recebidos em 2010 e a sua comparação com 2009, encontra-se no quadro abaixo que evidencia uma redução de (5,2%), em linha com o decréscimo dos passageiros. Un: Mil Euros Descrição Madeira Total Proveitos PMR Porto Santo 2010 29 703 674 2009 742 2008 44 Variação % (5,2%) O valor da taxa, de 0,61€ por passageiro embarcado, foi transitoriamente apurado numa perspectiva de gestão do sistema em rede, o que não veio a ocorrer. Em consequência e no seguimento de novo estudo/ fundamentação, a ANAM, SA propôs a manutenção da taxa, o que mereceu o acordo do INAC. 7.5 Principais Clientes Os 10 principais clientes da ANAM, SA, em volume de negócios, representam 70,2% das receitas em 2010, geradas pela totalidade de Clientes da Empresa. O quadro que segue, apresenta por ordem decrescente de facturação, o peso dos principais clientes considerados, destacando-se, entre eles, 7 companhias aéreas, 2 handlers e as Lojas Francas (ELFRAMA). Un: Mil Euros Total Cliente Variação 2010 2009 2008 Valor % 10.557 11.309 11.784 (752) (6,7) EASYJET Airlines 4.037 3.808 2.654 228 6,0 SATA International 3.378 3.254 2.961 123 3,8 Thomsonfly Limited 1.715 1.916 1.297 (201) (10,5) Air Berlin 1.615 1.677 1.737 (62) (3,7) SPdH 1.602 1.562 1.913 40 2,6 SATA Air Açores 1.008 1.366 1.359 (358) (26,2) ELFRAMA* 850 1.241 1.348 (391) (31,5) PORTWAY 729 626 508 103 16,4 Condor Flugdienst Gmbh 631 757 727 (126) (16,7) Total 10 Maiores Clientes 26.121 27.518 26.287 (1.397) (5,1) Restantes Clientes 11.088 11.026 13.616 62 0,6 Total Geral (Todos Clientes) 37.209 38.544 39.903 (1.335) (3,5) TAP-Air Portugal SA (*) Em actividade até 02 de Outubro (substituída pelas “LFP”). Em comparação com o ano anterior, realçam-se as alterações mais significativas ocorridas nos principais clientes: • A EASYJET ocupa a segunda posição e evidencia um crescimento de 6,0%, face ao ano anterior e é a companhia aérea com maior crescimento, em relação ao ano anterior; 79 .10 80 Relatório & Contas • Das restantes companhias aéreas incluídas, apenas a SATA Internacional, teve um desempenho positivo de 3,8%, face a 2009; • A TAP – Air Portugal foi o cliente onde a quebra no volume de negócios, foi mais acentuada, embora percentualmente as maiores reduções provenham da SATA Açores, da Condor Flugdienst Gmbh e da Thomsonfly Limited; • Por sua vez, as empresas de handling (SPdH e Portway), tiveram um desempenho positivo no volume de negócios, respectivamente, com mais 2,5% e 16,4%, face ao ano anterior; • A salientar por último, a evolução negativa da Loja Franca (ELFRAMA) com menos (31,5%), face ao ano anterior. A ELFRAMA esteve em actividade até 02 de Outubro de 2010 e foi substituída, já no final do ano, pelas Lojas Francas de Portugal, na sequência de um concurso público internacional, através do qual lhe foi atribuída a concessão. .10 Relatório & Contas 8. INVESTIMENTOS Durante o exercício de 2010, a ANAM, SA realizou Investimentos que totalizam 1.033 mil Euros, os quais correspondem a 31,6% do valor previsto de 3.265 mil Euros. O quadro que segue sintetiza os Investimentos realizados nos últimos três anos. Un: mil Euros 2010 2009 2008 Infraestruturas 655 114 1.602 Direito da Concessão 162 114 1.602 Responsabilidades Assumidas 493 0 0 Exploração 210 625 485 Tangíveis 3 35 0 Direito de Concessão 0 140 471 Outros Intangíveis 0 20 14 Gastos 207 430 0 Correntes 168 507 397 Tangíveis 24 126 136 Direito de Concessão 41 371 258 7 3 3 Responsabilidades Assumidas 76 0 0 Gastos 20 8 0 1.033 1.246 2.485 Outros Intangíveis Total Também no gráfico que segue se ilustra o detalhe dos Investimentos, de acordo com a sua natureza: Distribuição do Investimento realizado em 2010 Valores em milhares de euros 210 Infraestruturas Exploração Correntes 655 168 81 .10 Relatório & Contas 8.1 Infraestruturas Aeroportuárias A ANAM, SA tem em execução Investimentos em Infraestruturas e, paralelamente, desenvolve alguns projectos destinados à expansão ou melhoramento das infraestruturas aeroportuárias, nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo. Os Investimentos em curso são trabalhos plurianuais com início em períodos anteriores e cuja execução ainda se mantêm. Importa, a este propósito, realçar que, os investimentos realizados pela ANAM, SA concluídos, em infraestruturas nos Aeroportos da RAM, totalizam, até à data, cerca de 585 milhões de Euros, conforme se indica no quadro abaixo: Un: mil Euros Ac2008 2009 2010 Aeroporto da Madeira 563.960 114 581 564.656 20.417 0 74 20.491 584.377 114 655 585.146 Aeroporto de Porto Santo Total Total Durante o ano de 2010 não foram concluídos quaisquer projectos em infraestruturas, os quais se mantêm em curso, desde anos anteriores. 8.2 Investimentos de Exploração Estes Investimentos são, por norma, de realização anual e destinam-se a responder a necessidades de protecção e controlo do meio ambiente, implementação de soluções destinadas à poupança de energia, melhoria dos sistemas de informação ao público, apetrechamento dos meios de socorro e beneficiações diversas em infraestruturas e serviços. No exercício de 2010, foram realizados Investimentos de Exploração no total de 210 mil Euros, dos quais: • • Aeroporto da Madeira Aeroporto de Porto Santo 205 mil Euros 5 mil Euros 8.3 Investimentos Correntes Destinados, entre outros, à reposição de equipamento informático e respectivo software, equipamentos de comunicação e equipamentos administrativos; viaturas ligeiras, ferramentas e utensílios nos Aeroportos e Serviços Centrais. 82 .10 Relatório & Contas Durante o exercício de 2010, foram despendidos em Investimentos Correntes, 168 mil Euros, dos quais: • • • Aeroporto da Madeira Aeroporto de Porto Santo Serviços Centrais 60 mil Euros 103 mil Euros 4 mil Euros 8.4 Resumo dos Investimentos Totais No quadro que segue resume-se a evolução dos principais investimentos, por natureza e Aeroporto, realizados entre 2008 e 2010: Un: mil Euros 2010 2009 2008 Aeroporto da Madeira 1. Infraestruturas 581 114 1.510 58 0 0 Remodelação e Desenvolvimento da Aerogare Reforço e Reperfilamento da Pista Sistema Bagagem 100% Screening 60 0 1.367 Outros 89 114 143 205 555 272 60 429 509 847 1.098 2.292 2. Exploração 3. Correntes Total 428 Aeroporto de Porto Santo 1. Infraestruturas 74 0 176 Reforço e Reperfilamento da Pista 59 0 0 Sistema Bagagem 100% Screening 0 0 160 Outros 15 0 17 5 70 40 103 45 52 182 114 268 2. Exploração 3. Correntes Total Serviços Centrais 1. Infraestruturas 0 0 0 2. Exploração 0 0 0 3. Correntes 4 34 10 4 34 10 1.033 1.246 2.570 Total Total Geral 83 .10 Relatório & Contas 8.5 Investimentos em Curso Como anteriormente já referido a Empresa mantém em curso um conjunto de Projectos e trabalhos destinados a futuras obras de melhoramento e/ou expansão das infraestruturas nos Aeroportos, conforme se assinala no quadro seguinte: Un: mil Euros Ac. 2010 Total 6 356 24 243 Remodelação e Desenvolvimento da Aerogare do AM 116 8.966 Projecto de Auto-Silo no AM 196 278 Reforço e Reperfilamento das Pistas 487 13.170 0 78 Projecto de alteração da Aerogare APS 30 30 Estudo de Reparação da TWR do APS 30 30 0 458 889 23.609 Trabalhos Complementares do HBS Projecto da Torre de Controlo do AM Projecto SIG (cartografia) ETOD Expropriações Total Para cada um dos investimentos ou projectos, acima considerados, segue-se uma resumida memória descritiva e o ponto de situação dos trabalhos. a) Trabalhos Complementares do HBS Destina-se a complementar os Sistemas de Verificação de Bagagem 100% Screening nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo com as condições para desactivação e/ou explosão de bagagens “suspeitas”, consideradas “ameaças” que vierem a ser estabelecidas como “standard” a nível dos aeroportos europeus. A primeira fase do Sistema de Bagagem 100% Screening encontra-se concluída e o arranque dos trabalhos complementares estará dependente da conclusão dos estudos sobre a solução a adoptar. Os orçamentos previsionais estimados para a sua implementação são de 156 mil Euros e 200 mil Euros, respectivamente para AM e APS, considerando-se que existirá o diferimento de um ano entre a Madeira e o Porto Santo. Estes trabalhos não tiveram qualquer desenvolvimento em 2010. b) Projecto da TWR do AM Está prevista, a médio prazo, a construção de uma nova Torre de Controlo no Aeroporto da Madeira para substituição da actual que não permite uma visibilidade directa total sobre as soleiras da pista. O projecto propriamente dito está a ser desenvolvido pela ANAM, SA, com o apoio da ANA/DIA, contando com a participação e colaboração da NAV, EPE. 84 .10 Relatório & Contas O valor orçamentado, de 243 mil Euros, destina-se exclusivamente a remunerar o trabalho contratado à ANA/DIA, que corresponde à elaboração dos estudos e projectos de arquitectura e especialidades. Durante o ano de 2010 não se registou qualquer desenvolvimento. c) Remodelação e Desenvolvimento da Aerogare no AM A necessidade de aumentar a rentabilidade de exploração comercial do Aeroporto da Madeira, combinada com o desejo de melhorar as condições de conforto do passageiro levam à necessidade de estudar a reformulação dos circuitos de embarque/desembarque, nomeadamente através da optimização das áreas disponíveis nos pisos 2 e 3, intervindo-se em áreas operacionais, comerciais e da restauração, estando previsto na sua fase de desenvolvimento ultimo a possibilidade de se instalarem mangas telescópicas. O correspondente Estudo Prévio de Arquitectura foi adjudicado à firma MC Arquitectos, Lda. pelo preço de 116 mil Euros e encontra-se, presentemente, concluído e entregue. A execução dos trabalhos referentes a esta intervenção, para que se prevê uma duração de 36 meses e uma estimativa de custo na ordem dos 8,85 milhões de Euros, deverá iniciar-se a partir de 2012, ano em que se considera para investimento a verba de 1,89 milhões de Euros. Como fase preliminar deste Projecto, está prevista uma intervenção pontual iniciada em 2010 e com continuidade em 2011, a nível do rejuvenescimento das actuais áreas comerciais e restauração do 3º piso, cujo valor estimado é de 200 mil Euros. d) Projecto de Auto-Silo no AM A crescente evolução da procura de capacidade de estacionamento, a nível dos parques do Aeroporto, quer por parte de utentes, quer pelos Rent-a-Car, levaram a considerar-se conveniente dispor de um projecto para a criação de estacionamento através da construção faseada/modulada de um auto-silo, integrado na estrutura dos parques e núcleo de acesso vertical, já existentes para implementação em função de critérios de oportunidade a estabelecer. A posterior execução deste Projecto encontra-se dependente da sua oportunidade associada à viabilidade económica. A elaboração do desenvolvimento do Projecto para um auto-silo, a executar de forma faseada, foi contratado, em 12 de Dezembro de 2008, à firma Segadães Tavares & Associados, pelo valor de 278 mil Euros, estando o Projecto de Execução relativo à primeira fase concluído na sua versão preliminar que se encontra em fase de apreciação interna. e) Reperfilamento e Repavimentação das Pistas no AM e APS Aeroporto da Madeira - os pavimentos betuminosos da pista e caminhos de circulação apresentam uma fendilhação e desagregação superficial em evolução rápida e preocupante, consequência de uma situação 85 .10 Relatório & Contas patológica da camada superficial do tipo top-down craking, originada pelo envelhecimento precoce do ligante betuminoso. Na sequência de concurso público contratou-se à CENORPLAN – Planeamento e Projectos, Lda. a elaboração do Projecto para o Reforço e Reperfilamento da Pista, que se espera esteja concluído no 1º trimestre de 2011 e cujo custo orçamentado é de 117 mil Euros. A necessidade de entretanto assegurar as condições mínimas operacionais dos pavimentos betuminosos levou à realização, através de concurso, de uma intervenção para reparações pontuais, adjudicado à Tecnovia Madeira, que estarão concluídas em Janeiro 2011 e representaram um custo global de 368 mil Euros e constituí uma primeira fase do trabalho. Assim, a execução da Empreitada correspondente a este projecto e as intervenções pontuais na pista, têm um valor estimado de 7.170 mil Euros, a realizar em 2010 e anos seguintes. Aeroporto de Porto Santo - a pista dispõe de um comprimento total de 3.000m, dos quais 2.450m são em betuminoso, cujo ciclo de vida útil se encontra já esgotado e, portanto, em fase de degradação estrutural. Esta situação, caso não seja efectuada uma intervenção a curto prazo originará, num futuro próximo, uma ruptura da capacidade de carga da estrutura da pista, de que poderá, no limite, vir a inviabilizar as operações. Assim, a realização do Projecto de Reforço e Reperfilamento foi adjudicado à empresa NORVIA – Consultores de Engenharia, SA, na sequência de concurso público, por um valor de 114 mil Euros. A execução global da correspondente empreitada, com um valor previsto de 6.000 mil Euros, está prevista para 2011, 2012 e 2013. O volume deste investimento obriga a ANAM, SA a procurar obter comparticipação financeira para a execução desta empreitada, dado a natureza da utilização civil e militar deste Aeroporto e ser uma infraestrutura altamente deficitária. De modo a minimizar-se os inconvenientes operacionais resultantes do estado dos pavimentos, lançou-se um concurso para a realização de reparações pontuais que foi adjudicado por 27 mil Euros à EDIMADE – Edificadora da Madeira, SA, estando prevista a execução dos trabalhos durante o 1º trimestre de 2011. f) Projecto SIG (cartográfico) ETOD As obrigações determinadas a nível da ICAO, em termos de fornecimento de dados topográficos/ cartográficos, das zonas sob a responsabilidade da administração dos Aeroportos, determinaram o recurso a uma prestação de serviços para a aquisição e preparação deste sistema de informação. 86 .10 Relatório & Contas Os trabalhos de “Execução de Ortofotomapas, Restituição Aerofotogramétrica nas escalas 1:1.000 e 1:5.000 e determinação de dados Aeronáuticos dos Aeroportos da Madeira e do Porto Santo”, foram adjudicados à Estereofoto – GeoEngenharia, SA pela quantia global de 78 mil Euros, prevendo-se que os trabalhos estejam concluídos no 1º trimestre de 2011. g) Projecto de Alterações da Aerogare no APS A implementação do Sistema HBS levou à redução (pela criação de um corredor retirado à sala de recolha de bagagem) das áreas de recolha de bagagens, pelo que se contratou ao Atelier Mota Carvalho Arquitectos um estudo para o aumento desta área à custa da relocalização da Sala VIP, com o consequente arranjo do conjunto das salas de embarque. Também se incluiu neste Projecto, a reformulação e substituição da rede de combate a incêndios, que as condições de agressividade climática têm deteriorado. O projecto foi adjudicado por 30 mil Euros, encontrando-se em fase final de adaptação aos comentários produzidos. A efectivação deste projecto, a nível das intervenções na Aerogare fica dependente da obtenção de financiamento adequado. h) Estudo de Reparação da Torre do APS Face à verificação de fissuras existentes na Torre do APS ao nível das áreas dos pisos ocupados, foi realizado um Estudo e concluiu-se não existirem deficiências estruturais de fundo, sendo, contudo, recomendada uma intervenção destinada a repor uma adequada utilização destas áreas. Para tal, a ANAM, SA, facultou aos utentes deste espaço (FA, NAV e Meteorologia), o respectivo Estudo, tendo-se proposto que o custo com as reparações necessárias fosse partilhado entre os utentes, dado que a Empresa não recebe qualquer contrapartida pela ocupação daqueles espaços. Aguarda-se o desenvolvimento do processo. i) Expropriações Estão em curso e correm em várias instâncias, processos judiciais decorrentes das expropriações efectuadas no Projecto de Ampliação do Aeroporto do Funchal. Os valores considerados nesta rubrica resultam das peritagens e potenciais contingências consideradas pela Empresa, no âmbito das decisões judiciais e totalizam 458 mil Euros. Não está, assim, prevista qualquer verba para novas expropriações. 87 .10 Relatório & Contas 8.6 Financiamento dos Investimentos Os Investimentos realizados pela ANAM, SA em 2010, foram integralmente efectuados com recurso a autofinanciamento e/ou utilização de empréstimos já contratados. 88 .10 Relatório & Contas 9. RECURSOS HUMANOS Constitui uma das principais orientações estratégicas da ANAM, SA, a nível da gestão dos Recursos Humanos, o desenvolvimento dos Colaboradores e a optimização dos Recursos Humanos. Com estes objectivos, a ANAM, SA iniciou, em 2005, um Programa de Optimização do Efectivo ao qual deu continuidade até 2010, tendo efectuado através do mesmo, uma redução liquida de 67 efectivos, que passaram de 393 no início de 2005 para 326 no final de 2010. Acresce que, as admissões efectuadas no mesmo período, no total de 32, foram provenientes do mercado de trabalho e respeitam a entradas de técnicos qualificados, a maioria deles com habilitações superiores, o que muito tem contribuído para a qualificação e valorização dos quadros e do seu rejuvenescimento. Em paralelo, a ANAM, SA deu continuidade em 2010, a um conjunto de acções específicas, sendo de realçar: i) Plano de Formação, orientado para as necessidades da Empresa, privilegiando-se, neste último ano, a formação técnica; ii) recrutamento selectivo essencialmente de quadros técnicos especializados; e iii) lançamento de inquéritos para o estudo de Satisfação do Colaborador, de que resultou a elaboração de um Plano de Satisfação, cuja execução se encontra em curso. 9.1 Efectivos Em termos globais em 2010, o número de efectivos da ANAM, SA passou de 327 para 326, com uma ligeira redução de 1 efectivo, como se indica: Evolução de Efectivos AM % Efectivos em 01.Jan.2010 240 100,0 71 100,0 16 100,0 327 100,0 5 2,1 0 0,0 0 0,0 5 1,5 (5) (2,1) 0 0,0 (1) (6,3) (6) (1,8) 0 0,0 0 0,0 (1) (6,3) (1) (0,3) 240 100,0 71 100,0 15 93,7 326 99,7 Admissões Saídas Saldos dos mov. do ano Efectivos em 31.Dez.2010 APS % CEN* % ANAM % * Inclui os 2 administradores pagos pela ANAM, SA. Não inclui 3 membros do Conselho Fiscal. A movimentação ocorrida em 2010 compreende, assim, seis saídas e cinco entradas. Realça-se que, das 6 saídas, 4 delas ocorreram por desvinculação e 2 por rescisão por mútuo acordo. Em relação às entradas, todas elas provenientes do mercado de trabalho, a sua composição é a seguinte: i) 1 técnico para a Assessoria Jurídica; ii) 2 técnicos para a Gestão Técnica; e iii) 2 técnicos para os Recursos Humanos. É, entretanto, de salientar que, em 2010, das saídas negociadas e aprovadas pelo Conselho de Administração, 5 delas (2 no AM e 3 no APS), não se concretizaram, por aguardarem decisão da CGA. Deste modo, a Empresa considerou, em 2010 e nos termos das IFRS, as responsabilidades com as cinco rescisões já assumidas e que totalizam 350 mil Euros. Esta situação será regularizada em 2011. 89 .10 Relatório & Contas 9.2 Programa de Optimização do Efectivo A Empresa, em 2005, lançou um Programa de Optimização do Efectivo que, até 2010, colheu a adesão de 84 colaboradores tendo, no período, sido dispendidos pela ANAM, SA 8.486 mil Euros. O quadro que segue evidencia o impacto financeiro deste programa: Un. 2010 2009 2008 2007 2006 2005 Total 2 24 16 9 19 14 84 1.218 1.425 8.486 Efectivos nº Incentivos M Euro 203 3.030 1.543 1.069 M Euro 102 126 96 119 Incentivo Médio 64 102 101 Para 2011, o Programa de Optimização do Efectivo foi suspenso, tendo em conta as orientações do SEE 2011, sobre a redução de custos, pelo que apenas poderão ser consideradas situações casuísticas e devidamente ponderadas e aprovadas pelo Conselho de Administração. • Formação No decurso do ano de 2010, foram realizadas 86 acções de formação, que totalizaram 7.813,2 horas (incluem 1.034,21 horas Trabalhador-Estudante). As referidas acções de formação envolveram, em termos globais, 823 participantes (302 colaboradores). As horas de formação e a sua distribuição por natureza e qualificação dos participantes, encontra-se detalhado no quadro, que refere: Un: Horas Chefias Tec. Sup. T. Alt. Qualif. Outros Total Formação Interna 30,00 10,00 211,50 73,50 325,50 Formação Externa 1.239,50 429,50 5.346,30 472,90 7.488,20 1.269,50 439,50 5.557,80 546,40 7.813,20 Total De realçar que os gastos com a formação, totalizaram 113.863 Euros, dos quais: • Gastos Directos (inscrições com Custos de Formação) 74.594,00 Euros • Gastos Indirectos (aluguer de salas, coffee-breaks, almoços, estadas, Ajudas de custo, deslocações, etc.) 39.269,00 Euros As acções de formação realizadas em 2010 abrangeram áreas bastante diversificadas tais como: Comportamental; Socorros e Operações; Engenharia e Manutenção e Higiene e Segurança no Trabalho. 90 .10 Relatório & Contas Também, com a entrada em 2010, do SNC – Sistema de Normalização Contabilístico e com a adopção da IFRIC 12, aos Acordos de Concessão de Serviços e da frequente alteração da legislação fiscal houve, igualmente, necessidade de assegurar formação nestas áreas específicas. 9.3 Massa Salarial Em 2010 não se registou qualquer aumento da tabela salarial. Apenas foram realizadas as progressões aprovadas pela Comissão de Apreciação das Propostas de Acessos e Progressões, sendo, ainda, que as remunerações de dois Administradores pagos pela ANAM, SA, foram, nos termos da Lei 12-A/2010, de 30 de Junho, reduzidas em 5%, com efeitos a partir de 01 de Junho. No quadro seguinte apresenta-se a evolução da massa salarial per capita de 2008 a 2010: Descrição 2010 2009 2008 Var. CA 2010/2009 2010/2008 Massa Salarial Remuneração Trabalho Suplementar 9.605 9.859 9.976 (2,6) (1,9) 397 387 388 2,4 1,1 Encargos s/ Remuneração Seg. Social + Seg. Ac. Trab. 2.074 1.912 1.933 8,5 3,6 1.040 3.544 2.162 (70,7) (30,6) 13.116 15.703 14.459 (16,5) (4,8) Efectivos Médios ANAM 325 334 358 (2,7) (4,7) Massa Salarial per Capita 40,4 47,0 40,4 (14,2) 0,0 Outros Gastos com Pessoal Total 9.4 Acções em Desenvolvimento A nível da gestão dos Recursos Humanos, a ANAM, SA, tem vindo a implementar alguns processos transversais, no âmbito do Sistema de Gestão Integrado dos Recursos Humanos, com o desenvolvimento de acções nas suas principais valências: Gestão de Competências; Gestão de Desempenho; Gestão de Formação; e Gestão de Desenvolvimento e Selecção, cujas funcionalidades pretende integrar em SAP e Portal do Colaborador, no âmbito do Projecto SAP Evolution. Ainda neste âmbito, merece destaque, em 2010, a entrada em funcionamento do SAP Travel, que providencia aos seus utilizadores e respectivas chefias um controlo das viagens em serviço (com dados relativos aos motivos da deslocação, destino e tempo de permanência) e respectivos custos, tornando-se deste modo, uma ferramenta indispensável à gestão de Recursos Humanos. Para 2011 e além das acções ainda em desenvolvimento, preconiza-se lançar: • Novo Estudo de Satisfação dos Colaboradores, visando a obtenção de melhoria nos resultados alcançados em 2010; 91 .10 • Projecto de Comunicação Integrada e Plano de Envolvimento dos Colaboradores; • Plano de Evolução de RH a médio e longo prazos. Relatório & Contas No âmbito do Plano de Satisfação dos colaboradores é também de realçar que no início em 2010 e com continuidade em 2011 se encontra em desenvolvimento o projecto “Sinta-se Bem”, um programa de promoção de saúde, cujo objectivo é o de desenvolver a máxima de “colaboradores mais saudáveis colaboradores mais produtivos”, através do incentivo à alteração aos hábitos de vida, estimulando as boas práticas alimentares e o combate ao sedentarismo e reduzindo, assim, os níveis de stress dos colaboradores e que, pela envolvência que tem gerado entre as mais diversas áreas da empresa, num total de 90 participantes distribuídos pelos dois Aeroportos, merece um lugar de destaque. Ainda neste contexto foi, em 2010, criado no Aeroporto da Madeira (o ANAM Lounge), uma sala de convívio para os colaboradores. 9.5 Acidentes de Trabalho e Absentismo Com vista à obtenção da certificação em SST e Responsabilidade Social, a Empresa tem em curso um conjunto as medidas de monitorização e controlo de alguns indicadores de pessoal, entre os quais o Absentismo e os Acidentes de Trabalho. O quadro que segue relaciona o Absentismo e os Acidentes de Trabalho nos últimos 3 anos: 2010 2009 2008 Absentismo 5,8% 5,9% 6,5% 9 11 13 1,0% 0,4% 0,3% Nº Acidentes de Trabalho Acidentes de Trabalho* * Peso das horas não trabalhadas por acidente de trabalho, no total das horas potenciais Da análise ao quadro supra, verifica-se que a taxa de Absentismo em 2010 foi a mais baixa dos últimos três anos. No que diz respeito ao Número de Acidentes de Trabalho, tem-se verificado uma tendência de redução, apesar do peso percentual das horas não trabalhadas ter aumentado significativamente. Este agravamento decorre da existência de 4 situações, com um índice de baixa de maior gravidade (baixa prolongada), que acaba por distorcer a análise percentual acima indicada. 92 .10 Relatório & Contas 10. ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA 10.1 Situação Económica 10.1.1 Proveitos Operacionais Os Proveitos Operacionais da ANAM, SA ascenderam, em 2010, a 42.999 mil Euros, o que se traduz num decréscimo de (1,0%) face ao ano anterior. No quadro que segue apresenta-se a decomposição e evolução dos Proveitos, estes, de acordo com a sua natureza, agrupados em três rubricas essenciais: Descrição Madeira Porto Santo Serviços Centrais Total 2010 Total 2009 Total 2008 Un: mil Euros Variação % RÉDITO 36.024 1.476 4 37.504 39.285 39.937 (4,5) Prestação de Serviços 35.952 1.460 0 37.412 39.169 39.903 (4,5) Aviação 26.275 1.099 0 27.374 28.326 30.153 (3,4) 674 29 0 703 742 44 (5,2) Segurança 3.062 129 0 3.190 3.390 3.453 (5,9) Não Aviação 5.753 188 0 5.940 6.086 6.252 (2,4) 188 15 0 203 626 0 (67,6) 72 16 4 92 115 34 (19,7) OUTROS RENDIMENTOS 5.218 277 0 5.495 4.144 13.416 32,6 Reversões de Terceiros 1.386 89 0 1.475 112 1.214 1.221,1 1 0 0 1 0 1 s.s. 3.830 183 0 4.013 4.013 12.165 (0,0) Outros 2 4 0 6 19 36 (68,0) TRABALHOS EXECUTADOS PELA EMPRESA E CAPITALIZADOS 0 0 0 0 0 0 0,0% 41.243 1.753 4 42.999 43.428 53.353 (1,0) PMR’s Contrato de Construção Outros Réditos Financeiros Subsídios ao Investimento Total Da análise ao quadro supra importa destacar: • Rédito A Prestação de Serviços engloba o Volume de Negócios “core” (Serviços “Aviação” e “Não Aviação”), integra, as rubricas de PMR’s e Segurança e passou a incluir, por força da adopção da IFRIC 12, uma nova rubrica designada de “Contrato de Construção” que reflecte os novos valores com impacto nos Activos de Concessão (Activos Intangíveis), o valor da parcela “Outro Rédito” é, nas actuais circunstâncias, residual. A evolução do Rédito entre 2009 e 2010 é negativa de (4,5%) e o peso do Rédito no total dos Proveitos em 2010 é de 87,2%, como se detalha: 93 .10 Relatório & Contas • Prestação de Serviços • Aviação Com o valor global de 27.374 mil Euros, esta rubrica representa 73,0%, em relação ao total do Rédito. Para maior detalhe dos valores reportamos ao ponto 7.1 anterior. • PMR’s A receita gerada por esta rubrica foi de 703 mil Euros, e a sua redução face ao ano anterior de (5,2%) é sensivelmente idêntica à redução ao tráfego de passageiros. • Segurança Esta rubrica evidencia as receitas provenientes da actividade de Segurança, realizada sob responsabilidade da Empresa, nas duas componentes A) e B). As receitas totalizaram 3.190 mil Euros, conforme explicitado no ponto 7.3, anterior e representam 8,5% do valor do Rédito. • Não Aviação Constituem as receitas provenientes da actividade comercial da Empresa: Retalho, Imobiliária, Publicidade, Rent-a-Car e Parques de Estacionamento, como se explicita no ponto 7.2 anterior. No âmbito “core” estas receitas, no total de 5.940 mil Euros, representam 15,8% do Rédito. • Contrato de Construção Reflecte o valor dos novos Activos Intangíveis considerados no âmbito do Contrato de Concessão. Esta rubrica decorre da adopção pela Empresa da IFRIC 12 aos Contratos de Concessão de Serviços, em 01.JAN.2010, e apenas pode ser comparada com 2009, em função da reexpressão dos valores a 01.JAN.2009. • Outro Rédito A conta não é materialmente relevante e inclui algumas receitas provenientes de: ADSE, cedência de pessoal, cedência de materiais, venda de cadernos de encargos, etc.. • Outros Rendimentos Esta conta, com 5.495 mil Euros, reflecte o reconhecimento em Proveitos dos Subsídios ao Investimento obtidos, a fundo perdido, imputados ao presente exercício, no total de 4.013 mil Euros. 94 .10 Relatório & Contas Para além daquele montante, inclui: • 1.475 mil Euros, relativos a Reversões de Terceiros, provenientes do acordo alcançado entre a TAP – SPdH e a ANA – ANAM, para regularização da facturação em dívida do Sistema Imuse. • integra outros pequenos valores, no montante de 7 mil Euros, relativos à alienação de imobilizado corpóreo e descontos de p.p. obtidos. • Trabalhos executados pela Empresa e Capitalizados Desde 2008, inclusive, que esta conta deixou de ser utilizada. A evolução dos Proveitos acima caracterizados, entre 2009 e 2010, é também ilustrada no gráfico que segue: Evolução dos Proveitos 50.000 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0- 37.504 39.285 5.495 4.144 0 Rédito Outros Rendimentos 0 Trabalhos Executados pela Empresa e Capitalizados 2010 2009 Entretanto a contribuição dos Proveitos por Aeroporto e Serviços Centrais, apresenta a seguinte distribuição: i) Aeroporto da Madeira com 95,9% do total de Proveitos; ii) o Aeroporto de Porto Santo com 4,1%; e iii) irrelevante a contribuição dos Serviços Centrais. 10.1.2 Custos Operacionais Em 2010, os Custos Operacionais da ANAM, SA, ascenderam a 36.989 mil Euros, o que corresponde a uma redução de (5,1%), face ao ano anterior. 95 .10 Relatório & Contas A evolução dos Custos Operacionais evidencia-se no quadro seguinte: Porto Santo Serviços Centrais Total 2010 Total 2009 Total 2008 Un: mil Euros Variação % 99 9 0 109 116 147 (6,3) 10.128 2.017 1.061 13.206 12.519 8.874 5,5 Gastos com Pessoal 9.096 3.004 1.016 13.116 15.703 14.459 (16,5) Amortizações e Depreciações 8.858 269 22 9.150 9.137 27.636 0,1 Outros Gastos 1.358 47 3 1.408 1.502 1.606 (6,3) 29.539 5.347 2.103 36.989 38.977 52.722 (5,1) Descrição Madeira Consumos Fornecimentos e Serv. Externos Total A análise das diferentes rubricas dos Custos Operacionais põe em destaque o aumento em 5,5% nos Fornecimentos e Serviços Externos, parte dos quais se encontra associado a responsabilidades assumidas por investimentos de substituição futuras (segundo interpretação da IFRIC 12). Pelo seu impacto, na estrutura de custos, detalhar-se-á também as contas de Gastos com Pessoal e as Amortizações. • Fornecimentos e Serviços Externos Apesar do acréscimo de 5,5% nos FSE´s considera-se que custos foram no decurso do exercício contidos. Explicita-se, seguidamente, as rubricas dos FSE’s que determinaram a evolução apresentada. • Estudos Projectos e Pareceres, com mais de 14,2%; • Assistência Técnica Pessoal ANA, SA, com mais 11,0% (face à reafectação de pessoal); • Conservação e Reparação, com mais 10,9%; • Deslocações e Estadas, com mais 10,3%; • Trabalhos Especializados, com mais 8,9%; • Vigilância e Segurança, com mais 3,5%; • Limpeza, Higiene e Conforto, com mais 0,9%; O desempenho das restantes rubricas dos FSE’s, foi positivo, tendo ficado aquém dos valores previstos, com maior incidência na Publicidade e Propaganda, nas Rendas e Alugueres e nas Comunicações. • Gastos com Pessoal Os Gastos com Pessoal, em 2010, têm uma redução de 16,5% face ao ano anterior. Para esta redução contribuiu a não actualização das tabelas salariais em 2010, a redução dos ordenados dos Administradores em 5% com efeitos a Junho mas o principal impacto decorre de uma menor aplicação do Programa de Optimização de Efectivo e das saídas entretanto verificadas. 96 .10 Relatório & Contas • Amortizações e Depreciações As “Amortizações e Depreciações” mantiveram-se no mesmo o nível das do ano anterior. A sua natureza, por força da adopção de IFRIC 12, representa um valor líquido, uma vez que já se encontra nelas reflectido o reconhecimento dos Subsídios ao Investimento. • Outros Gastos A conta Outros Gastos, apesar de evidenciar um decréscimo de (6,4%), face ao ano anterior, incorpora como principal componente os incentivos ao tráfego, no montante de 1.045 mil Euros, como se indica: • Programa de Incentivos do Aeroporto da Madeira: 195 mil Euros. • FIPT – Fundo para o Investimento em Promoção Turística: 362 mil Euros. • Initiative:pt. – Developing Tourism and Aviation: 487 mil Euros O gráfico abaixo ilustra a evolução das rubricas de Custos Operacionais de 2009 para 2010. Evolução da Estrutura de Custos 18.000 15.703 16.000 14.000 - 13.206 12.000 - 12.519 13.116 10.000 - 9.150 9.137 8.000 6.000 4.000 2.000 0- 109 1.408 116 Consumos Fornecimentos e Serviços Externos Gastos com o Pessoal Amortizações e Depreciações 1.502 Outros Gastos 2010 2009 10.1.3 Resultados A ANAM, SA registou, no exercício de 2010, um Resultado Líquido, após impostos de 784 mil Euros positivos, o que representa uma melhoria de 1.716 mil Euros, face a 2009. Para além do resultado líquido, o quadro seguinte identifica alguns dos resultados obtidos em 2010 e a sua comparação com 2009. 97 .10 Porto Serviços Santo Centrais Prestação de Serviços 35.952 1.460 0 37.412 39.169 39.903 (1.758) (4,5) Cash-Flow Operacional (EBITDA) 16.732 (3.508) (2.077) 11.148 9.575 16.102 1.573 16,4 Resultado Operacional (EBIT) 11.704 (3.594) (2.099) 4.451 631 1.560 35,0 Resultado Financeiro (4.527) 0 603 (3.924) (3.616) (10.922) (308) (8,5) 0 0 (1.303) (1.303) (41) 464 26,3 (932) (10.332) 1.716 184,2 Resultado Líquido 7.177 (3.594) (2.799) 6.011 784 Total 2009 (1.767) Total 2008 Un: mil Euros Variação Valor % Descrição Madeira Imposto sobre o Rendimento Total 2010 Relatório & Contas • Cash-Flow Operacional EBITDA O Cash-Flow Operacional (EBITDA), como expressão do resultado entre Proveitos Operacionais e os Custos Operacionais (excluindo as Amortizações), é positivo em 11.148 mil Euros, evidenciando um acréscimo de 16,4%, face ao ano anterior. • Resultado Operacional (EBIT) O Resultado Operacional (EBIT) é positivo em 6.011 mil Euros. Realça-se, também, um EBIT positivo no Aeroporto da Madeira de 11.704 mil Euros e negativo no Aeroporto de Porto Santo e Serviços Centrais, respectivamente, com (3.594) mil Euros e (2.099) mil Euros. • Resultado Financeiro O Resultado Financeiro, com o montante de (3.924) mil Euros agravou-se, em 308 mil Euros, em relação a 2009. Esta diferença resulta por um lado de um agravamento das taxas de juro activas com indexante à Euribor e por outro a aplicação dos excedentes de tesouraria com taxas de juro passivas mais reduzidas, conforme se explicita: Un: mil Euros 2010 2009 2008 Δ 10/09% Juros dos Empréstimos (4.529) (6.251) (12.388) 27,6 Justo Valor dos Swaps 0 1.379 (1.295) 0,0 603 644 2.518 (6,26) (3.925) (4.228) (11.164) 7,2 2 612 242 (99,72) (3.924) (3.616) (10.922) (8,52) Outros Operações de Financiamento Outros Resultados Financeiros Resultados Financeiros Os juros suportados, relativos aos empréstimos bancários contraídos pela ANAM, SA, bem como os custos de locação financeira, tiveram em 2010 uma redução de 27,6%, devido essencialmente às alterações registadas nas taxas variáveis, com indexante à Euribor. 98 .10 Relatório & Contas O Justo Valor dos Swaps, os Swaps detidos pela ANAM, SA foram cancelados em 2009 pelo que em 2010 o resultado financeiro não reflecte qualquer variação proveniente destes instrumentos financeiros. Em Outros encontram-se registados os Proveitos Financeiros decorrentes de aplicações financeiras em contas de curto prazo. O decréscimo desta rubrica está associado à redução das taxas de juro passivas das aplicações financeiras embora com maiores disponibilidades para aplicação. • Gasto do Imposto sobre o Rendimento O Gasto do Imposto sobre o Rendimento no total de 1.303 mil Euros compreende o Imposto Corrente e Diferido, sendo explicitado no Anexo às Contas (12). A evolução dos resultados pode, também, ser visualizada no gráfico seguinte: Evolução dos Resultados 50.000 40.000 - 37.412 39.169 30.000 20.000 11.148 10.000 - 9.575 6.011 4.451 784 0(3.924) (3.616) (932) (1.303)(1.767) (10.000) Prestação de Serviços Cash-Flow Operacional (EBITDA) Resultado Operacional (EBIT) Resultado Financeiro Imposto sobre o Rendimento Resultado Líquido 2010 2009 10.1.4 Valor Acrescentado O quadro que segue espelha a evolução do Valor Acrescentado Bruto (VAB): Un: mil Euros Variação 2010 2009 2008 Valor Valor Acresc. Bruto % 22.841 25.501 30.561 (2.660) (10,4) Nº de Efectivos Médios 325 334 358 (9) (2,7) VAB per capita 70,3 76,4 85,4 (6) (8,0) (12)Nota: 10 – Impostos Diferidos 99 .10 Relatório & Contas O Valor Acrescentado Bruto, em 2010, apresenta um decréscimo de (2.660) mil Euros, face ao ano anterior, a que corresponde uma diminuição de (10,4%). Por sua vez, o número de efectivos médios teve uma diminuição de (2,7%), em resultado do número de saídas verificadas ao longo do ano. Assim, a redução de (8,0%) registada em 2010, face ao ano anterior e apesar da saída de 9 efectivos médios, traduzida pelo rácio VAB per capita, reflecte, ainda assim, uma perda eficiência da Empresa, essencialmente em resultado da redução de tráfego ocorrida. 10.2 Situação Financeira 10.2.1 Estrutura Patrimonial 10.2.1.1 Activo O total do Activo da ANAM, SA registava, no final do exercício, o valor de 236.058 mil Euros. Este valor representa um acréscimo de 2,9% relativamente ao valor reexpresso de 2009. • Activos não Correntes Os Activos não Correntes, no montante de 208.341 mil Euros, tiveram uma diminuição de (4.311) mil Euros, como se indica: • A redução de (666) mil Euros na rubrica de Bens Patrimoniais, pelo efeito conjugado de aumento de activos e das amortizações; • Um aumento de cerca de 3 mil Euros na conta Investimentos em Curso, a corporizar logo que os investimentos fiquem concluídos; • A redução de (4.194) mil Euros na rubrica Direitos de Concessão, decorrente das amortizações a que os activos da Concessão estão sujeitos e a novos aumentos; • A redução de (90) mil Euros na rubrica Outros Activos Intangíveis resulta da aplicação das taxas de amortização previstas no Decreto Regulamentar nº 25/2009, de 14 de Setembro; • A diminuição de (25) mil Euros nas contas de Dívidas a Receber Comerciais e Outras. O saldo desta conta inclui a aplicação de médio prazo, de 15 milhões de Euros, efectuada na ANA, SA; • O aumento de (662) mil Euros na conta de Activos por Impostos Diferidos, relativa às responsabilidades assumidas. 100 .10 Relatório & Contas • Activos Correntes O saldo actual da conta de Activos Correntes é de 27.717 mil Euros e representa um aumento de 10.913 mil Euros, em relação a 2009. Como principais contas importa destacar: • Dívidas a Receber Comerciais e Outras, com 6.290 mil Euros. O agravamento desta conta, em comparação com o ano anterior, de 943 mil Euros, está relacionado com a redução da perda por imparidades das dívidas dos clientes, uma vez que se registou, no período, uma recuperação de créditos de clientes. • A conta Caixa e Equivalentes de Caixa, com um saldo de 20.292 mil Euros, teve no decurso do exercício um acréscimo de 9.931 mil Euros, proveniente dos excedentes de tesouraria obtidos. O gráfico que se segue ilustra a evolução do Activo entre 2010 e 2009. Evolução do Activo 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0- 208.341 212.652 27.717 Activos não Correntes 16.804 Activos Correntes 2010 2009 10.2.1.2 Capital Próprio e Passivo • Capital Próprio No final de 2010, os Capitais Próprios ascendem a 1.952 mil Euros e apenas cobrem cerca de 2,9% do Capital, situação já realçada no ponto 6.4 anterior. • Passivo Com 234.106 mil Euros o Passivo teve um aumento de 2,5% relativamente ao ano anterior, sendo de destacar: • Passivo Não Correntes Esta rubrica com 219.333 mil Euros, no final de 2010, registou um pequeno decréscimo, em relação a 2009, de (0,6%). 101 .10 Relatório & Contas Para além dos Empréstimos de 202.989 mil Euros, que se encontram estruturados a Médio e Longo Prazo, existe outra conta, cuja natureza e pelo seu peso no Passivo, importa referir: • Dívidas a Pagar e Outros Passivos O valor desta conta de 12.353 mil Euros, reflecte, quase exclusivamente as responsabilidades contratuais assumidas para obrigações futuras (renovação/substituição de activos)(13). • Passivo Correntes Os Passivos Correntes apresentavam no final do exercício o montante de 14.774 mil Euros, representando um acréscimo de (92,2%), em relação ao ano transacto. Refira-se, que tal acréscimo resulta da transferência para curto prazo: i) de primeira amortização a efectuar ao BEI em 15 de Março de 2011, no valor 3.740 mil Euros; mas incorpora a componente de subsídios ao investimento, a reconhecer em 2010, de 11.296 mil Euros; ii) responsabilidades contratuais a incorrer em 2011 no montante de 2.422 mil Euros bem como valores em aberto relativos a fornecedores correntes de 593 mil Euros e a proveitos diferidos de 473 mil Euros. O gráfico que segue ilustra a evolução do Capital Próprio e do Passivo: Evolução do Capital Próprio e Passivo 219.333 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0- 1.952 220.601 14.774 1.167 Capital Próprio Passivos não Correntes Passivos Correntes 2010 (13) Nota: 18 – Dívidas a Pagar e Outros Passivos. 102 7.688 2009 .10 Relatório & Contas 10.3 Situação da Dívida (evolução da taxa média anual dos financiamentos) No quadro seguinte apresenta-se a evolução da Taxa Média Anual dos financiamentos e os encargos com eles associados, ao longo dos últimos 5 anos. Un: mil Euros Descrição 2006 2007 2008 2009 2010 Dívida no início do Período 282.173 282.152 257.855 207.261 207.240 Dívida no fim do Período 282.152 257.855 207.261 207.240 207.228 Total dos Encargos (Juros + Tx. Garantia) 9.710 10.479 12.263 12.388 6.252 3,74% 4,5% 5,3% 3,0% 2,2% Taxa Média Anual Da análise ao quadro supra, verifica-se que entre 2009 e 2010, o custo médio do capital teve uma melhoria de 80 bp. Esta média encontra-se, todavia, influenciada pela taxa fixa do empréstimo obrigacionista, que é de 5,34% (14). (14) Nota: 16.2 – Termos e Prazos de Reembolso de Empréstimos. 103 .10 Relatório & Contas 11. PERSPECTIVAS FUTURAS O modelo financeiro utilizado na ANAM, SA, para garantir a realização dos pesados investimentos, do Projecto de Ampliação do Aeroporto do Funchal, baseado em apoios a fundo perdido e no endividamento da Empresa mostrou-se, pela dimensão, desadequado e penalizador à obtenção do equilíbrio económicofinanceiro da Concessão e à própria sustentabilidade da Empresa. Com resultados líquidos estruturalmente negativos, face à impossibilidade de gerar Cash-Flows suficientes para prover às necessidades operacionais, de investimentos e do serviço da dívida, assistiu-se a uma delapidação dos Capitais Próprios, apesar de no passado (em 2004) se ter concretizado uma “operação harmónio”, para a sua recomposição. Este desequilíbrio estrutural que tem sido agravado degradou-se, nos últimos anos, pela grande quebra de tráfego e pela não actualização das taxas de tráfego, desde 2006. Esta desaceleração no tráfego inicialmente com origem na grave crise internacional que afectou as economias em geral, desde 2008, e subsequentemente pelos trágicos acontecimentos ocorridos em Fevereiro de 2010 na Madeira, a que se seguiram várias limitações e condicionamentos de tráfego que afectaram os principais mercados de origem do destino Madeira e igualmente o da própria Madeira, ainda não foi debelada. Deste modo, o equilíbrio económico-financeiro de Concessão está, no nosso entendimento, muito dependente do prazo de concessão que, de acordo com os estudos já realizados, apontam para o seu alargamento até 2053 (mais 20 anos). De acordo com as orientações da Assembleia Geral de 26.MAR.2010, o Conselho de Administração apresentou em Novembro p.p. ao Concedente e aos Accionistas uma proposta de revisão do Contrato de Concessão, com explicitação dos impactos financeiros na empresa das alterações preconizadas. Esta proposta, para além de dar cumprimento, à deliberação dos Accionistas visa: i) Equilibrar a situação económico-financeira da ANAM, SA procurando assegurar a sustentabilidade do serviço aeroportuário concessionado e consequentemente de acessibilidade da Região; ii) Adaptar os termos do actual contrato mais centrado no projecto de ampliação do Aeroporto da Madeira às condições de uma exploração aeroportuária continuada e eficiente; iii) Clarificar as responsabilidades e poderes da Concessionária, Concedente e Regulador. As negociações com o Concedente já foram iniciadas, com a entrega da proposta em 21 de Novembro p.p., aguardando-se o próximo desenvolvimento das mesmas, tendo a Empresa incluído na Ordem de Trabalhos da Assembleia Geral, prevista para 21.MAR.2011, um ponto específico sobre a matéria. A alteração do Contrato de Concessão que prevê o alargamento do prazo por mais 20 anos é condição indispensável para a futura renegociação da dívida da Empresa, cujo actual calendário de reembolsos se considera incompatível de, por si só, a ANAM, SA o poder cumprir. 104 .10 Relatório & Contas Também os Capitais Próprios não cumprem os requisitos do art. 35º de CSC, pelo que será, igualmente, apresentado na Assembleia Geral, de 21 de Março p.f. pelo Conselho de Administração, uma proposta para a sua recomposição, cujos fundos deverão ser canalizados directa e exclusivamente para amortização da dívida da Empresa, que atinge, presentemente, cerca de 207 milhões de Euros. Neste aspecto particular, é de realçar que em 2011 se inicia o reembolso do Empréstimo do BEI, no montante anual de 3,7 milhões de Euros, e que entre 2014 e 2017 a empresa necessita de amortizar e/ou renegociar empréstimos no valor de 132,4 milhões de Euros. Entretanto a adopção em 2010 da IFRIC 12 e a consideração do alargamento do prazo de Concessão até 2053 (mais 20 anos) veio permitir uma redução substantiva dos custos de amortização e do reconhecimento dos subsídios, com consequências directas na obtenção do break-even operacional de forma sustentada, e Resultados Líquidos já positivos em 2010. Relativamente ao tráfego e após uma quebra de cerca de 10% nos últimos 2 anos espera-se a partir de 2011 uma pequena retoma, embora com crescimentos moderados. Com o objectivo de promover o destino Madeira, a ANAM, SA tem desenvolvido, através do Marketing Aeroportuário, acções para a promoção de novas rotas e ou de reforço de rotas já existentes e continua fortemente empenhada em parcerias com o Turismo de Portugal e Associação de Promoção da Madeira e alguns operadores com interesse no Turismo, sendo de destacar, para além da manutenção do Programa de Incentivos dos Aeroportos da Madeira, as parcerias existentes com: • Initiative:pt. – Developing Tourism and Aviation • FIPT – Fundo de Investimento em Promoção Turística Os negócios Não Aviação apesar de representarem um peso de aproximadamente 16%, evidenciam um potencial crescimento que importa dinamizar, como é o caso da nova Main Shop, cuja exploração se iniciou em finais de 2010. É neste contexto que se encontra em desenvolvimento a reformulação dos pisos 2 e 3, para maior dinamização das áreas comerciais e igualmente se perspectiva realizar investimentos, no âmbito dos Renta-Car e estacionamentos, áreas que se têm revelado economicamente vantajosas. Aguarda-se os desenvolvimentos da proposta de revisão do Contrato de Concessão, esperando-se que do mesmo possam resultar, para além de um novo Modelo Regulatório aplicável aos Aeroportos geridos pela ANAM, SA, o reconhecimento da prestação de serviço de interesse económico geral do Aeroporto de Porto Santo e, em consequência, ser garantido a médio prazo o equilíbrio Financeiro da Concessão. 105 .10 Relatório & Contas 12. PROPOSTA PARA APLICAÇÃO DOS RESULTADOS O exercício de 2010 encerrou com um Resultado Líquido positivo de 784.409,80 Euros, valor que se propõe seja transferido para a conta de Resultados Retidos. Santa Cruz, 21 de Fevereiro de 2011 O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO António Guilhermino Rodrigues Presidente Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Vogal Rui Manuel Sarmento Veres Vogal Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho Vogal António José do Amaral Ferreira de Lemos Vogal 106 .10 Relatório & Contas 13. ANEXO AO RELATÓRIO DE GESTÃO • Accionistas em 31.DEZ.2010 Relação a que se refere o nº 4 do Artº 448º do Código das Sociedades Comerciais. Accionistas Nº Acções % Capital ANA – Aeroportos de Portugal, SA 9.450.000 70% Região Autónoma da Madeira 2.700.000 20% Estado Português 1.350.000 10% O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO António Guilhermino Rodrigues Presidente Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Vogal Rui Manuel Sarmento Veres Vogal Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho Vogal António José do Amaral Ferreira de Lemos Vogal 107 .10 108 Relatório & Contas DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .10 Relatório & Contas 109 DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA .10 Descrição Notas Dezembro 2010 ACTIVO Relatório & Contas Dezembro 2009 Reexpresso Activos Não Correntes Activos Fixos Tangiveis Bens Dominiais 6 Bens Patrimoniais 6 Activos Tangíveis em Curso 6 Direitos de Concessão 6 Outros Activos Intangíveis 6 Dívidas a Receber Comerciais e Outras 9.1 Activos por Impostos Diferidos 10 Activos Correntes Inventários 11 Dívidas a Receber Comerciais e Outras 9.2 Imposto Corrente 12 Caixa e Equivalentes de Caixa 13 0,00 703.695,05 2.903,34 189.473.170,45 65.274,04 15.025.464,35 3.070.621,25 208.341.128,48 318.005,34 6.289.835,25 816.637,82 20.292.463,10 27.716.941,51 Total do Activo CAPITAL PRÓPRIO Capital 14 Reservas 15 Resultados Retidos - Total do Capital Próprio PASSIVO Passivos Não Correntes Empréstimos 16.1 Passivos por Impostos Diferidos 10 Dívidas a Pagar e Outros Passivos 17.1 Passivos Correntes 236.058.069,99 229.455.984,43 67.500.000,00 17.254.263,13 (82.802.685,47) 1.951.577,66 67.500.000,00 17.254.263,13 (83.587.095,27) Dívidas a Pagar e Outros Passivos 17,2 Empréstimos 16.1 Total do Passivo Total do Capital Próprio e Passivo O Conselho de Administração António Guilhermino Rodrigues Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Rui Manuel Sarmento Veres Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho António José do Amaral Ferreira de Lemos As Notas nas páginas 119 a 171 fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras. 110 202.988.739,42 3.991.157,41 12.352.809,02 219.332.705,85 11.164.046,48 3.609.740,00 14.773.786,48 234.106.492,33 236.058.069,99 0,00 1.369.599,59 0,01 193.667.379,62 155.126,25 15.050.928,47 2.408.708,09 212.651.742,03 344.002,31 5.347.305,04 751.692,02 10.361.243,03 16.804.242,40 1.167.167,86 206.458.961,62 2.069.233,55 12.073.057,37 220.601.252,54 7.675.549,51 12.014,52 7.687.564,03 228.288.816,57 229.455.984,43 O Técnico Oficial de Contas Hilário da Paz Valente DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL .10 Relatório & Contas Un: Euros Descrição Notas Rédito Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas Fornecimentos e Serviços Externos Gastos com o Pessoal Imparidade de Dívidas a Receber e Outros Activos Outros Rendimentos Outros Gastos Dezembro 2010 Dezembro 2009 Reexpresso 37.503.980,39 (108.657,18) (13.205.856,35) (13.115.643,01) 1.422.804,30 7.405,39 (1.356.013,03) 39.284.578,11 (115.915,32) (12.519.408,71) (15.702.509,14) (223.495,11) 18.717,32 (1.167.049,10) 11.148.020,51 9.574.918,05 24 (5.137.201,21) (5.123.795,96) 6.010.819,30 4.451.122,09 (3.925.357,00) 1.728,79 (4.228.018,09) 612.345,28 (3.923.628,21) (3.615.672,81) 26 2.087.191,09 (1.302.781,29) 835.449,28 (1.767.186,57) 784.409,80 (931.737,29) 784.409,80 (931.737,29) 27 27 0,06 0,06 (0,07) (0,07) 18 11 20 21 22 19 23 EBITDA Amortizações e Depreciações Resultado Operacional Custos de Financiamento Outros Resultados Financeiros Resultado Financeiro Resultado antes de Imposto Gasto de Imposto sobre o Rendimento Resultado Líquido Total do Rendimento Integral do Exercício Resultados por Acção Básico Diluído O Conselho de Administração António Guilhermino Rodrigues Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Rui Manuel Sarmento Veres Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho António José do Amaral Ferreira de Lemos 25.1 25.2 O Técnico Oficial de Contas Hilário da Paz Valente As Notas nas páginas 119 a 171 fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras. 111 DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DOS CAPITAIS PRÓPRIOS .10 Capital Reservas Resultados Retidos Saldo em 01.JAN.2009 67.500.000,00 17.254.263,13 (75.024.033,73) antes da IFRIC 12 Aplicação do Resultado do ano anterior - - - Total do Rendimento Integral do período - - (7.278.015,78) Ajustamentos resultantes - - (1.285.045,76) da adopção da IFRIC 12 Capital Próprio em 31.DEZ.2009 67.500.000,00 17.254.263,13 (83.587.095,27) Aplicação do Resultado do ano anterior - - - Total do Rendimento Integral do período - - 784.409,80 Capital Próprio em 31.DEZ.2010 67.500.000,00 17.254.263,13 (82.802.685,47) O Conselho de Administração António Guilhermino Rodrigues Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Rui Manuel Sarmento Veres Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho António José do Amaral Ferreira de Lemos As Notas nas páginas 119 a 171 fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras. 112 Relatório & Contas Total 9.730.229,40 (7.278.015,78) (1.285.045,76) 1.167.167,86 784.409,80 1.951.577,66 O Técnico Oficial de Contas Hilário da Paz Valente DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .10 Relatório & Contas Método Directo Dez-10 Dez-09 (Reexpresso) Actividades operacionais Recebimentos de clientes 37.233.811,65 37.524.644,39 Pagamentos a fornecedores (9.452.364,65) (9.154.079,26) Pagamentos ao pessoal (12.877.260,77) (15.787.596,82) Pagamentos e Recebimento de imposto s/ rendimento (107.716,39) 533.547,55 Outros Recebimentos e Pagamentos relativos à actividade operacional (438.196,64) 584.415,02 Fluxo das actividades operacionais 14.358.273,20 13.700.930,88 Actividades de investimento Recebimentos provenientes de: Activos fixos tangíveis 32.540,35 18.447,63 Activos intangíveis 0,00 0,00 Subsídios ao investimento 0,00 349.897,90 Pagamentos respeitantes a : Activos fixos tangíveis e intangíveis (10.395,51) (163.268,77) Direito de Concessão (553.794,45) (785.588,42) Fluxo das actividades de investimento (531.649,61) (580.511,66) Actividades de financiamento Recebimentos provenientes de: Empréstimos Concedidos 0,00 0,00 Empréstimos Obtidos 0,00 0,00 Accionistas 0,00 0,00 Juros e Proveitos Similares 606.317,46 464.311,41 Pagamentos respeitantes a: Empréstimos Obtidos 0,00 0,00 Empréstimos Concedidos 0,00 (15.000.000,00) Juros e Custos Similares (4.501.720,98) (8.033.459,02) Fluxo das actividades de financiamento (3.895.403,52) (22.569.147,61) Variação de caixa e seus equivalentes 9.931.220,07 (9.448.728,39) Caixa e equivalentes no inicio do período 13 10.361.243,03 19.809.971,42 Caixa e equivalentes no fim do período 13 20.292.463,10 10.361.243,03 O Conselho de Administração António Guilhermino Rodrigues Duarte Nuno Fraga Gomes Ferreira Rui Manuel Sarmento Veres Alda Maria de Araújo Ribeiro Borges Coelho António José do Amaral Ferreira de Lemos O Técnico Oficial de Contas Hilário da Paz Valente As Notas nas páginas 119 a 171 fazem parte integrante destas Demonstrações Financeiras. 113 .10 114 Relatório & Contas NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .10 Relatório & Contas 115 ÍNDICE .10 Relatório & Contas 1. INFORMAÇÃO GERAL 119 1.1 Objectivo e Enquadramento de Actividade 119 1.2 Concessão do Serviço Público Aeroportuário 119 1.3 Quadro Legal de Regulação 120 1.4 Aprovação de Contas 120 2. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS 121 2.1 Bases de Apresentação 121 2.2 Novas Normas e Interpretações 121 2.3 Adopção da IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviços 123 2.4 Relato por Segmentos 126 2.5 Conversão Cambial 126 2.6 Activos Fixos Tangíveis 127 2.7 Activos Intangíveis 127 2.8 Direito de Concessão 128 2.9 Imparidade 128 2.10 Inventários 128 2.11 Activos Financeiros 128 2.12 Dívidas a Receber Comerciais e Outras 129 2.13 Caixa e Equivalentes de Caixa 130 2.14 Passivos Financeiros 130 2.15 Empréstimos 130 2.16 Dívidas a Pagar e Outros Passivos 130 2.17 Provisões 131 2.18 Instrumentos Financeiros Derivados 131 2.19 Subsídio ao Investimento 131 2.20 Imposto sobre o Rendimento 132 2.21 Locação Financeira 133 2.22 Rédito 133 2.23 Custos Financeiros 134 116 ÍNDICE .10 Relatório & Contas 2.24 Justo Valor de Activos e Passivos Financeiros 134 3. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO 135 3.1 Factores do Risco Financeiro 135 3.2 Gestão do Risco de Capital 137 3.3 Contabilização de Instrumentos Derivados 137 4. ESTIMATIVAS CONTABILÍSTICAS IMPORTANTES E JULGAMENTOS 138 4.1 Imparidade de Activos 138 5. RELATO POR SEGMENTOS 139 6. MOVIMENTOS NOS BENS PATRIMONIAIS, ACTIVOS TANGÍVEIS EM CURSO E OUTROS ACTIVOS INTANGÍVEIS 140 7. DIREITO DE CONCESSÃO 142 8. ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS POR CATEGORIA 143 9. DÍVIDAS A RECEBER COMERCIAIS E OUTRAS 144 9.1 Dívidas a Receber Não Correntes 144 9.2 Dívidas a Receber Correntes 144 9.3 Maturidade dos Saldos a Receber 145 9.4 Movimento nas rubricas de Imparidade de Activos 146 10. IMPOSTOS DIFERIDOS 147 11. INVENTÁRIOS 148 12. IMPOSTO CORRENTE 148 13. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 148 14. CAPITAL 149 15. RESERVAS 149 16. EMPRÉSTIMOS 150 16.1 Empréstimos Não Correntes e Correntes 150 16.2 Termos e Prazos de Reembolso dos Empréstimos 150 16.3 Empréstimo Obrigacionista 151 16.4 Responsabilidades com Locações Financeiras 151 16.5 Linhas de Crédito 151 117 ÍNDICE .10 Relatório & Contas 17. DÍVIDAS A PAGAR E OUTROS PASSIVOS 152 17.1 Dívidas a Pagar Não Correntes 152 17.2 Dívidas a Pagar Correntes 152 18. RÉDITO 154 19. OUTROS RENDIMENTOS 155 20. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 155 21. GASTOS COM O PESSOAL 156 22. CONSTITUIÇÃO E REVERSÃO DE IMPARIDADES 157 23. OUTROS GASTOS 157 24. AMORTIZAÇÕES E DEPRECIAÇÕES 158 25. RESULTADO FINANCEIRO 158 25.1 Custos de Financiamento 158 25.2 Outros Resultados Financeiros 159 26. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO 159 27. RESULTADO POR ACÇÃO 160 28. COMPROMISSOS 160 29. SALDOS E TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS 161 30. INFORMAÇÃO SOBRE MATÉRIAS AMBIENTAIS 163 31. ACTIVOS E PASSIVOS CONTINGENTES 164 31.1 Acções litigiosas em que a ANAM, SA, é parte: 164 31.2 Emissão de Certidões de Dívida 168 31.3 Globespan Airways Limited 170 31.4 Fundo Social – DRA 170 31.5 ADSE 170 32. GARANTIAS PRESTADAS A TERCEIROS 171 V. 173 RELATÓRIOS DE FISCALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS 118 NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .10 Relatório & Contas 1. INFORMAÇÃO GERAL 1.1 Objectivo e Enquadramento de Actividade A ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA (abreviadamente ANAM, SA), é uma sociedade anónima, de capitais exclusivamente públicos. Constitui principal objecto da Sociedade, a exploração do serviço público aeroportuário de apoio à aviação civil na Região Autónoma da Madeira, bem como, a realização de operações comerciais relacionadas com o objecto principal, designadamente: • O estudo, planeamento, construção e exploração dos Aeroportos da Região Autónoma da Madeira; • A manutenção e desenvolvimento das infraestruturas aeroportuárias dos Aeroportos da Região Autónoma da Madeira. A ANAM, SA desenvolve a sua actividade em regime de Concessão e dado o serviço público que presta, tem no seu activo e administra os bens e direitos do domínio público aeroportuário da RAM, licenciando a respectiva ocupação e o exercício de quaisquer actividades e cobrando, em conformidade, as respectivas taxas, conforme definido, no Decreto Legislativo Regional 8/92/M, de 21 de Abril e a aplicação supletiva dos Dec-Lei 102/90, de 21 de Março e 275/99, de 23 de Julho, consoante o tipo e natureza. 1.2 Concessão do Serviço Público Aeroportuário Por Decreto Legislativo Regional 8/92/M de 21 de Abril, o Governo Regional da Madeira concessionou à ANAM, SA o “direito de promover e executar as obras de ampliação do Aeroporto de Santa Catarina e de desenvolvimento das infraestruturas, bem como o planeamento e a exploração do serviço público de apoio à aviação civil na Região Autónoma da Madeira, nos termos da lei e das cláusulas seguintes.” (Contrato de Concessão): • • Cláusula 3ª → Âmbito da Concessão; Cláusula 4ª → Serviço Público. O Contrato de Concessão, inicialmente por 25 anos, com início em 01 de Outubro de 1993, foi posteriormente prorrogado, nos termos do Decreto Legislativo Regional 7-A/2000/M, de 15 de Março, por períodos de 5 anos até ao limite máximo de 15 anos, (ou seja, até 2033), consoante a taxa interna de rentabilidade nominal dos investimentos efectuados que deverá atingir os 7,1% + 0,4% para cada período de renovação e a amortização integral do serviço da dívida que foi contratada para o projecto de ampliação do aeroporto. Entretanto, na Assembleia Geral de 26.MAR.2010 e perante as “dificuldades económico financeiras que enquadram a actividade da ANAM, SA, traduzida numa situação de delapidação sucessiva do nível dos Capitais Próprios, deverá o Conselho de Administração da Empresa, reiniciar o processo de renegociação do Contrato de Concessão com vista ao alargamento do seu prazo.....”. 119 .10 Relatório & Contas Deste modo, em cumprimento do mandato que lhe foi conferido, o Conselho de Administração já apresentou, em Novembro p.p., ao Concedente e aos Accionistas, uma proposta de revisão de Contrato de Concessão que contempla para além do alargamento do seu prazo até 2053, prazo já considerado nas contas que se apresentam, a necessidade de atingir os objectivos preconizados na referida proposta, conforme decorre do Modelo de Financiamento do Serviço Público – ponto 5.2.1 do Capítulo II, relativo ao Relatório de Gestão, procurando-se, assim, assegurar o equilíbrio económico-financeiro de Concessão e a melhoria dos respectivos indicadores. Julga-se ser de lembrar que, o Reforço da Situação Económico-Financeira da ANAM, SA, já foi objecto de anteriores estudos desenvolvidos por consultores externos que apresentavam três cenários base: • • • Revisão do Método do Cálculo de Amortização; Alargamento do Prazo de Concessão; e Separação da Propriedade e das Infraestruturas. Estes cenários foram apresentados ao Concedente que então considerou dever ser privilegiado o Alargamento do Prazo de Concessão, tendo em conta uma alteração dos pressupostos, ao nível das receitas, combinados com o aumento de tráfego com a alteração das taxas, aliado a incentivos específicos e incrementos nas áreas comerciais (Ofício S5349, da SREST de 17.MAI.2006). 1.3 Quadro Legal de Regulação Compete ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), a regulação do sector de aviação civil, sendo que o sector é objecto de extensa regulamentação internacional, em particular a emanada pela Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO). Para além disso deve ter-se em conta as obrigações determinadas pela sua natureza societária e o enquadramento no sector Empresarial do Estado, conforme se descreve no ponto 2. do Capítulo I dos Princípios do Bom Governo. 1.4 Aprovação de Contas Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração na reunião de 21 de Fevereiro de 2011. É da opinião do Conselho de Administração que estas Demonstrações Financeiras reflectem de forma verdadeira e apropriada as operações da ANAM, SA, bem como a sua posição e performance financeira e fluxos de caixa. 120 .10 Relatório & Contas 2. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação destas Demonstrações Financeiras, encontram-se descritas abaixo. Estas políticas foram aplicadas, de forma consistente aos exercícios apresentados, salvo indicação em contrário. Se não expressamente mencionado, os valores apresentam-se em Euros. 2.1 Bases de Apresentação As Demonstrações Financeiras foram preparadas de acordo com as IFRS adoptadas pela União Europeia (“IFRS”), emitidas e em vigor ou emitidas e adoptadas antecipadamente à data de 31 de Dezembro de 2010. Assim, as Demonstrações Financeiras foram preparadas segundo o princípio do custo histórico, excepto no que respeita a instrumentos financeiros derivados, que se encontram registados pelo seu justo valor. A preparação das Demonstrações Financeiras, em conformidade com as IFRS, requer o uso de algumas estimativas importantes que afectam as quantias de activos e passivos, bem como as quantias de custos e proveitos durante o período de relato. Estas estimativas e assunções resultam do melhor conhecimento da gestão, em relação aos eventos e acções correntes, não se esperando, no entanto, que daí possam resultar ajustamentos significativos aos valores dos activos e passivos em exercícios futuros. As áreas que envolvem um maior grau de julgamento ou onde as estimativas são mais significativas para as Demonstrações Financeiras encontram-se descritas na Nota 4. 2.2 Novas Normas e Interpretações Novas Normas: a) Os impactos da adopção das normas e interpretações que se tornaram efectivas a 01.JAN.2010 são os seguintes: Normas: • • • • • IFRS 3 (revisão), “Concentração de Actividades Empresariais”. Não ocorreram concentrações de actividades empresariais à data do balanço. IAS 27 (revisão), “ Demonstrações Financeiras Separadas e Consolidadas”. Não foram efectuadas quaisquer transacções com “interesses não controlados” à data do balanço. IFRS 5 (melhoria 2008), “Activos não Correntes detidos para Venda e Unidades Descontinuadas”. Esta alteração não se aplica à ANAM, SA por esta não deter participações financeiras. IFRS 1 (alteração), “Adopção pela primeira vez das IFRS”. Esta alteração não se aplica a ANAM, SA, por já reportar em IFRS. IFRS 2 (alteração), “Pagamentos baseados em Acções”. Esta alteração não teve impacto nas Demonstrações Financeiras da Empresa. 121 .10 • Relatório & Contas IAS 39 (alteração), “Instrumentos Financeiros – Itens elegíveis para cobertura”. Esta alteração não se aplica a ANAM, SA por já reportar em IFRS. Melhoria anual das normas em 2009. As melhorias mais significativas referem-se às alterações efectuadas à IAS 17, IAS 36 e IAS 38. A adopção das melhorias de 2009 às normas não teve impacto nas Demonstrações Financeiras. Interpretações: • • • • • IFRIC 12, “Acordos de Concessão de Serviços”. O impacto da adopção desta interpretação encontrase detalhado na Nota 2.3. IFRIC 15, “Contratos para a Construção de Imóveis”. Esta interpretação não teve impacto nas Demonstrações Financeiras. IFRIC 16, “Cobertura de Investimentos em Operações Estrangeiras”. Esta interpretação não teve impacto nas Demonstrações Financeiras. IFRIC 17, “Distribuição em espécie aos Accionistas”. Esta interpretação não teve impacto nas Demonstrações Financeiras. IFRIC 18, “Transferência de Activos pelos Clientes”. Esta interpretação não teve impacto nas Demonstrações Financeiras. Normas Futuras: b) Existem novas normas, alterações e interpretações efectuadas a normas existentes, que apesar de já estarem publicadas, a sua aplicação apenas é obrigatória para períodos anuais que se iniciem a partir de 01.FEV.2010 ou em data posterior, que a ANAM, SA decidiu não adoptar antecipadamente: Normas: • • • • IAS 32 (alteração), “Instrumentos Financeiros: Apresentação – Classificação de Direitos Emitidos” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 01.FEV.2010). Esta alteração não terá impacto nas Demonstrações Financeiras. IFRS 1 (alteração) “Adopção pela primeira vez das IFRS” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 01.JUL.2010, na União Europeia). Esta alteração não se aplicará a ANAM, SA por já reportar em IFRS. IAS 24 (alteração) “Partes Relacionadas” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 01.JAN.2011). A ANAM, SA aplicará a alteração a esta norma no exercício em que a mesma se tornar efectiva. IFRS 9 (nova) “Instrumentos Financeiros – Classificação e Mensuração” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 01.JAN.2013). A ANAM, SA aplicará esta norma no exercício em que a mesma se tornar efectiva. Melhoria anual das normas em 2010 (a aplicar maioritariamente para os exercícios que se iniciem em ou após 01.JAN.2011). Estas melhorias afectam as normas IFRS 1, IFRS 3, IFRS 7, IAS 1, IAS 27, IAS 34 e IFRIC 13 e serão aplicadas nos exercícios em que se tornem efectivas. 122 .10 Relatório & Contas Interpretações: • • IFRIC 14 (alteração) “IAS 19 – Limitação aos Activos decorrentes de Planos de Benefícios definidos e a sua interacção com Requisitos de Contribuições mínimas” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 01.JAN.2011). Esta alteração não terá impacto nas Demonstrações Financeiras. IFRIC 19, “Regularização de Passivos Financeiros com Instrumentos de Capital” (a aplicar para os exercícios que se iniciem em ou após 01.JUL.2010). Esta interpretação não terá impacto nas Demonstrações Financeiras. 2.3 Adopção da IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviços A IFRIC 12 – Acordos de Concessão de Serviços passou a ser aplicável na ANAM, SA a partir de 01.JAN.2010. O modelo do Contrato de Concessão existente para a ANAM, SA tem as seguintes características; • As actividades concessionadas são de serviço público; • O Contrato de Concessão regula as actividades a serem prestadas pela concessionária; • Os serviços objecto do contrato são disponibilizados a todos os utilizadores (operadores aéreos) e utentes (passageiros) das infraestruturas aeroportuárias; • Os preços a praticar (taxas) são fixados pelo Governo Regional; • O Concedente controla a infraestrutura uma vez que a Concessionária não pode onerar os activos ou aliená-los, apesar de deter a sua titularidade, sem a aprovação do Concedente; • No final da concessão, todos os bens da concessão, revertem automaticamente para o Concedente sem direito a qualquer retribuição. Tais características conferem-lhe a natureza de um contrato do tipo: Construir-Operar-Transferir (“BuildOperate-Transfer”). O Contrato de Concessão estabelece que a ANAM, SA assume, para as obrigações de investimentos em infraestruturas, os riscos de construção, financiamento, disponibilidade e procura. Assim, o modelo de contabilização aplicado pela Empresa foi o modelo do activo intangível. No caso do Contrato de Concessão da ANAM, SA, por este se ter iniciado há mais de 17 anos (em 1993) e por as condições de exploração dos aeroportos da Região da Madeira se terem alterado significativamente nos últimos exercícios (alteração da oferta nos transportes aéreos com o regime “low cost”, liberalização das rotas, etc.), a aplicação retrospectiva da IFRIC 12 à data de início da concessão e a utilização de estimativas existentes àquela data revelou-se impraticável. 123 .10 Relatório & Contas Assim, como alternativa à aplicação retrospectiva, a Empresa efectuou a aplicação prospectiva da IFRIC 12, adoptando os seguintes procedimentos: • Reconheceu o activo intangível existente no início do primeiro período apresentado (01.JAN.2009); • Utilizou o montante registado como activos fixos tangíveis como o valor do intangível reconhecido; • Testou o activo intangível reconhecido nessa data para efeitos de imparidade. Os impactos da adopção da IFRIC 12 para os períodos comparativos são detalhados seguidamente: Demonstração da Posição Financeira Total do ACTIVO antes da IFRIC 12 31.DEZ.2009 01.JAN.2009 398.863.202,50 421.174.898,30 Ajustamentos em : Activo não Corrente Activos Fixos Tangiveis (365.465.092,65) (391.569.500,26) Direito de Concessão 193.667.379,62 197.430.214,04 2.390.494,92 1.907.831,06 Activos por Impostos Diferidos Total do ACTIVO após a IFRIC 12 229.455.984,43 228.943.443,15 Total do PASSIVO antes da IFRIC 12 398.863.202,50 421.174.898,30 Ajustamentos em : Capital Próprio Resultados Retidos Resultado Líquido do exercício Passivo não Corrente Passivos por Impostos Diferidos Dívidas a Pagar e Outros Passivos Passivo Corrente Dívidas a Pagar e Outros Passivos Total CAPITAL PRÓPRIO e PASSIVO após a IFRIC 12 (7.631.324,25) (7.631.324,25) 6.346.278,49 - 2.069.233,55 - (158.919.973,63) (172.603.529,86) (11.271.432,27) (11.996.601,05) 229.455.984,43 228.943.443,15 a) Os Activos Dominiais Cedidos, por não terem dado origem a qualquer dispêndio por parte da Concessionária, foram desreconhecidos do balanço por contrapartida dos respectivos subsídios registados no passivo. b) Como Direito de Concessão foram reconhecidos todos os Activos Dominiais, Patrimoniais e adquiridos pela ANAM, SA, com a excepção de alguns activos, dada a sua reduzida necessidade para a prossecução do objecto da concessão: • • 124 Equipamento Administrativo; Equipamento de transporte referente a viaturas não afectas às actividades aeroportuárias; .10 • Relatório & Contas Ferramentas e utensílios que constituam equipamentos de reduzida especificidade e elevada rotação. A valorização inicial do Direito de Concessão resulta: i) da reclassificação dos activos fixos tangíveis afectos à Concessão, ajustados do recálculo da amortização pelo período remanescente da Concessão; ii) dos subsídios afectos aos activos da Concessão que foram deduzidos ao valor dos mesmos. O Direito de Concessão apresentado no activo como um activo intangível encontra-se registado pelo valor líquido à data da reexpressão (01.JAN.2009). Acresce que, decorrente das obrigações assumidas no Contrato de Concessão, a ANAM, SA tem de efectuar as reparações, renovações e adaptações dos activos da concessão necessárias ao bom desempenho do serviço público. Tais obrigações assumem, em consequência da adopção da IFRIC 12, a necessidade de se estimarem as responsabilidades de renovação/substituição existentes e considerar o acréscimo de custo do montante a despender na próxima renovação/substituição. Os ajustamentos efectuados resultam da melhor estimativa da Empresa sobre os gastos a incorrer, tendo a responsabilidade sido determinada com base nos valores a despender a preços correntes e, considerando o efeito do desconto, resultante da aplicação da taxa das “yield curve” do custo do financiamento do Estado Português, à data da adopção da IFRIC 12. c) Decorrentes dos impactos da adopção da IFRIC 12 na base contabilística dos activos e passivos da ANAM, SA foram apurados os correspondentes impostos diferidos. d) Os impactos no Capital Próprio e no Resultado Líquido do período comparativo resultantes da adopção da IFRIC 12 têm a seguinte composição: Capital Próprio (incluindo Resultado do período) Total antes da IFRIC 12 31.DEZ.2009 01.JAN.2009 2.452.213,62 9.730.229,40 (437.583,55) - 10.783.751,02 - (11.952.474,60) (9.539.155,31) 321.261,37 1.907.831,06 (1.285.045,76) (7.631.324,25) 1.167.167,86 2.098.905,15 Anulação de custos capitalizados que não qualificam como intangível Recálculo das Amortizações-Intangível Amortizado no prazo da Concessão Acréscimo para renovação / substituição (responsabilidades contratuais) Imposto Diferido Total dos Ajustamentos Total após a IFRIC 12 125 .10 Relatório & Contas Resultado Líquido do Período 31.DEZ.2009 Total antes da IFRIC 12 (7.278.015,78) Anulação de custos capitalizados que não qualificam como intangível (437.583,55) Recálculo das amortizações-Intangível amortizado no prazo da concessão 10.783.751,02 Acréscimo para renovação/substituição (responsabilidades contratuais) (2.413.319,29) Imposto Diferido (1.586.569,69) Total dos Ajustamentos 6.346.278,49 Total após a IFRIC 12 (931.737,29) 2.4 Relato por Segmentos A actividade é relatada em segmentos operacionais, sendo que um segmento operacional é uma componente duma entidade: a) Que desenvolve actividades de negócio de que pode obter Réditos e incorrer em Gastos (incluindo Réditos e Gastos relacionados com transacções com outros componentes da mesma entidade); b) Cujos Resultados Operacionais são regularmente revistos pelo principal responsável pela tomada de decisões operacionais da entidade, para efeitos da tomada de decisões sobre a imputação de recursos ao segmento e da avaliação do seu desempenho; e c) Relativamente à qual esteja disponível informação financeira distinta. A ANAM, SA identificou como responsável pela tomada de decisões operacionais, o Conselho de Administração, ou seja, o órgão que revê a informação interna, preparada de forma a avaliar a perfomance das actividades da Empresa e a afectação de recursos. A determinação dos segmentos operacionais foi efectuada com base na informação que é analisada pelo Conselho de Administração, da qual não resultaram novos segmentos comparativamente aos já reportados anteriormente. A ANAM, SA relata a sua actividade em dois segmentos operacionais: Aeroportos e Actividade Comercial. • Aeroportos → inclui toda a actividade desenvolvida pelos Aeroportos como unidades de negócio; • Actividade Comercial → inclui toda a actividade desenvolvida pelas unidades de negócio de Retalho, Imobiliário e Estacionamento. 2.5 Conversão Cambial Os elementos incluídos nas Demonstrações Financeiras são mensurados utilizando a moeda do ambiente económico em que a Empresa opera (o Euro). 126 .10 Relatório & Contas As transacções em moeda estrangeira são convertidas em Euros aos câmbios oficiais à data das operações. As diferenças de câmbio realizadas no exercício, bem como as não realizadas apuradas em relação aos saldos existentes à data do balanço, aos câmbios vigentes nessa data, são reconhecidas na Demonstração do Rendimento Integral. Para a conversão dos activos e passivos monetários em moeda estrangeira, existentes na data do balanço, foram utilizadas as seguintes taxas de câmbio em relação ao Euro: Moeda 2010 2009 USD 1,3362 1,4406 GBP 0,86080 0,88810 2.6 Activos Fixos Tangíveis O Activo Fixo Tangível da Empresa integra os Bens Patrimoniais adquiridos pela ANAM, SA conforme indicação na nota 2.3 b). Os Activos Fixos Tangíveis são apresentados ao custo histórico, o qual inclui todos os dispêndios directamente atribuíveis à aquisição dos bens, líquido da depreciação. Os activos adquiridos pela Empresa estão a ser depreciados pelo método das quotas constantes (em duodécimos), de forma a alocar o seu custo ao seu valor residual, em função da vida útil estimada. Os ganhos ou perdas provenientes do abate ou alienação, são determinados pela diferença entre os recebimentos das alienações e a quantia escriturada do activo, e são reconhecidos como rendimentos ou gastos na Demonstração do Rendimento Integral. O período de vida útil médio dos principais Activos Fixos Tangíveis resume-se como segue: • Ferramentas e Utensílios 1 a 8 anos • Equipamento de Transporte 4 a 7 anos • Equipamento Administrativo 3 a 10 anos • Activos Tangíveis em Curso Inclui os Bens que irão ser capitalizados nos Activos Fixos Tangíveis, aquando da sua entrada em funcionamento. 2.7 Activos Intangíveis Os Activos Intangíveis respeitam unicamente a software e estão valorizados ao custo de aquisição líquido 127 .10 Relatório & Contas das amortizações, calculadas dentro do período de vida útil (3 anos), em conformidade com o previsto na IAS 38. 2.8 Direito de Concessão O Direito de Concessão inclui todos os bens adquiridos pela ANAM, SA, que se encontram implantados em terrenos e bens do domínio público, sendo estes bens reversíveis para a Concedente, no termo da Concessão, pelo que, a ANAM, SA, não pode dispor deles livremente. Os Bens da Concessão, que integram o Direito de Concessão, têm a seguinte natureza: • Edifícios e Outras Construções; • Equipamento Básico; • Terrenos e Recursos Naturais; • Equipamento de Transporte afecto à actividade aeroportuária. 2.9 Imparidade Os Activos da Empresa são analisados em cada data de reporte por forma a detectar eventuais perdas por Imparidade. Na determinação do valor recuperável dos Activos, e atendendo a que os Activos da Empresa, por si só, não geram fluxos de caixa independentes, considera-se o sistema aeroportuário, com a totalidade dos activos da Empresa, como unidade geradora de caixa. 2.10 Inventários Os inventários são valorizados ao menor do custo de aquisição ou do valor líquido de realização. Os mesmos referem-se a materiais utilizados nas actividades internas de manutenção e conservação. Os inventários são reconhecidos inicialmente ao custo de aquisição, o qual inclui todas as despesas suportadas com a compra. O custo é determinado utilizando o método do custo médio ponderado. 2.11 Activos Financeiros A classificação dos Activos Financeiros é determinada, na data do reconhecimento inicial de acordo com o objectivo da sua compra, sendo esta classificação reavaliada a cada data de relato. Os Activos Financeiros podem ser classificados como: i) Activos Financeiros ao Justo Valor por via de Resultados - incluem os Activos Financeiros Não Derivados, detidos para negociação, respeitantes a investimentos de curto prazo e Activos ao Justo Valor por Via de Resultados à data do reconhecimento inicial; 128 .10 ii) Relatório & Contas Empréstimos Concedidos e Contas a Receber – inclui os Activos Financeiros Não Derivados com pagamentos fixos ou determináveis não cotados num mercado activo; Empréstimos Concedidos e Contas a Receber são classificados no balanço como “Dívidas a Receber Comerciais e Outras” e são reconhecidos ao custo amortizado usando a taxa efectiva de juro, deduzidos de qualquer perda de imparidade. O ajustamento pela imparidade de contas a receber é efectuado quando existe evidência objectiva de que a ANAM, SA não terá a capacidade de receber os montantes em dívida de acordo com as condições iniciais das transacções que lhe deram origem. iii) Investimentos detidos até à Maturidade – incluem os activos financeiros não derivados com pagamentos fixos ou determináveis e maturidades fixas, que a entidade tem intenção e capacidade de manter até à maturidade; iv) Activos Financeiros disponíveis para Venda – incluem os Activos Financeiros Não Derivados, que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial, ou não se enquadram nas categorias acima referidas. São reconhecidos como Activos Não Correntes excepto se houver intenção de os alienar nos 12 meses seguintes à data do balanço. Os Activos Financeiros são desreconhecidos quando os direitos ao recebimento dos fluxos monetários originados por esses investimentos expiram ou são transferidos, assim como todos os riscos e benefícios associados à sua posse. 2.12 Dívidas a Receber Comerciais e Outras Os saldos a receber de clientes e outros devedores são reconhecidos inicialmente ao justo valor, sendo subsequentemente registados ao custo amortizado, deduzido de eventuais perdas de imparidade. As perdas por imparidade das contas a receber são reconhecidas quando há evidencia objectiva de que a Empresa não receberá a totalidade dos montantes em dívida, conforme as condições originais das contas a receber. Na identificação de situações de imparidade são utilizados diversos indicadores: i) Análise de incumprimento; ii) Incumprimento há mais de 6 meses; iii) Dificuldades financeiras do devedor. As Perdas por Imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação), descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. As Perdas por Imparidade são reconhecidas na Demonstração do Rendimento Integral. 129 .10 Relatório & Contas 2.13 Caixa e Equivalentes de Caixa A rubrica Caixa e Equivalentes de Caixa inclui caixa, depósitos bancários, outros investimentos de curto prazo de liquidez elevada e com maturidades iniciais até 3 meses e descobertos bancários. Os descobertos bancários são apresentados na Demonstração da Posição Financeira, no Passivo Corrente, na rubrica “Empréstimos Obtidos Correntes”. 2.14 Passivos Financeiros A IAS 39 prevê a classificação dos Passivos Financeiros em duas categorias: i) Passivos Financeiros ao justo valor por via de resultados; ii) Outros Passivos Financeiros. Os Passivos Financeiros ao Justo Valor por Via de Resultados, referem-se a instrumentos derivados contratados no âmbito da gestão dos riscos financeiros da Empresa. Os Instrumentos Financeiros Derivados são reconhecidos na data da sua negociação (“trade date”), pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor de instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente nos resultados do período (vide Nota 2.18). Os Outros Passivos Financeiros incluem Empréstimos (Nota 2.15) e Dívidas a Pagar e Outros Passivos (Nota 2.16). Os Passivos Financeiros são desreconhecidos quando as obrigações subjacentes se extinguem pelo pagamento, são cancelados ou expiram. 2.15 Empréstimos Os Empréstimos são inicialmente reconhecidos ao justo valor líquido de custos de transacção incorridos. Os empréstimos são subsequentemente mensurados ao custo amortizado. Qualquer diferença entre os recebimentos (líquidos de custos de transacção) e o valor amortizado é reconhecida na Demonstração do Rendimento Integral ao longo do período do empréstimo, utilizando o método da taxa efectiva. Os Empréstimos são classificados no Passivo Não Corrente, com excepção dos valores a reembolsar, no exercício seguinte que são transferidos para o Passivo Corrente. 2.16 Dívidas a Pagar e Outros Passivos As Dívidas a Pagar e Outros Passivos são reconhecidas inicialmente ao justo valor, sendo mensuradas subsequentemente ao custo amortizado, de acordo com o método da taxa de juro efectiva. 130 .10 Relatório & Contas 2.17 Provisões As Provisões são mensuradas ao valor presente dos dispêndios estimados para liquidar a obrigação utilizando uma taxa antes de impostos, que reflecte a avaliação de mercado para o período do desconto e para o risco da provisão em causa. As Provisões para Custos com Reestruturação e Reclamações Judiciais são reconhecidas quando a Empresa tem: • Uma obrigação legal, contratual ou consuetudinária, como resultado de acontecimentos passados; • Seja provável que um ex-fluxo de recursos será necessário para extinguir a obrigação; • Possa ser efectuada uma estimativa fiável do montante da obrigação. As Provisões para reestruturação compreendem normalmente penalidades derivadas de rescisão de contratos de locação e pagamento de indemnizações por cessação de contratos de trabalho dos empregados. Não são reconhecidas Provisões para perdas operacionais futuras. Quando há um número de obrigações similares, a probabilidade de gerar o ex-fluxo é determinado em conjunto. A Provisão é reconhecida mesmo que a probabilidade do ex-fluxo, relativo a um elemento incluído na mesma classe de obrigações, possa ser reduzida. 2.18 Instrumentos Financeiros Derivados A ANAM, SA contrata Instrumentos Financeiros Derivados, normalmente operações de Swap de taxas de juro, para cobertura dos riscos financeiros a que se encontra exposta decorrentes das variações das taxas de juro. Os Instrumentos Financeiros Derivados são registados inicialmente ao justo valor da data da transacção, sendo valorizados subsequentemente ao justo valor. O método do reconhecimento dos ganhos e perdas de justo valor, depende da designação que é feita dos Instrumentos Financeiros Derivados. Quando se tratem de Instrumentos Financeiros Derivados de Negociação, os ganhos e perdas de justo valor, são reconhecidos no resultado do exercício, nas rubricas de custos ou proveitos financeiros. Quando designados como Instrumentos Financeiros Derivados de Cobertura, o reconhecimento dos ganhos e perdas do justo valor, dependem da natureza do item que está a ser coberto, podendo tratar-se de uma cobertura de justo valor ou de uma cobertura de fluxos de caixa. 2.19 Subsídio ao Investimento Os Subsídios são reconhecidos pelo seu justo valor, quando existe uma segurança razoável que será recebido 131 .10 Relatório & Contas e que a ANAM, SA cumprirá as obrigações inerentes. • Os Subsídios recebidos, a fundo perdido, para financiamento de aquisições de activos tangíveis são registados no passivo, como um proveito diferido, e reconhecidos na Demonstração do Rendimento Integral, proporcionalmente às amortizações dos activos tangíveis subsidiados. Os Subsídios são classificados como Passivos Não Correntes, na rubrica de “Dívidas a Pagar e Outros Passivos”, quando o período de diferimento é superior a 12 meses. O saldo remanescente é classificado como “Dívidas a Pagar e Outros Passivos – Correntes”. • Os Subsídios afectos ao Direito de Concessão, são reconhecidos numa base sistemática (quotas constantes), na Demonstração do Rendimento Integral. Os valores dos Subsídios ao Investimento, que não foram ainda reconhecidos, estão apresentados em dedução ao montante dos Activos. 2.20 Imposto sobre o Rendimento O Imposto sobre Rendimento inclui o Imposto Corrente e os Impostos Diferidos. A estimativa para Impostos sobre o Rendimento é contabilizada tendo por base o resultado fiscal apurado no exercício, de acordo com a legislação aplicável. Os Impostos Diferidos, são calculados tendo por base o efeito das diferenças temporárias entre a base fiscal e contabilística dos Activos e Passivos. Os Impostos Diferidos são registados na Demonstração do Rendimento Integral, excepto quando estão relacionados com itens que sejam reconhecidos directamente nos Capitais Próprios. Os Impostos Diferidos são reconhecidos na globalidade, usando o método do passivo, sobre diferenças temporárias provenientes da diferença entre a base fiscal de activos e passivos e os seus valores nas Demonstrações Financeiras. No entanto, se o Imposto Diferido surge pelo reconhecimento inicial de um activo ou passivo numa transacção que não seja uma concentração empresarial, que à data da transacção não afecta nem o resultado contabilístico nem o resultado fiscal, este não é contabilizado. Os Impostos Diferidos são determinados pelas taxas fiscais (e leis) decretadas ou substancialmente decretadas na data do balanço e que se espera sejam aplicáveis no período de realização do Imposto Diferido Activo ou de liquidação do Imposto Diferido Passivo. Os Impostos Diferidos Activos são reconhecidos na medida em que seja provável que os lucros tributáveis futuros estarão disponíveis para utilização da diferença temporária. 132 .10 Relatório & Contas 2.21 Locação Financeira Os Activos Tangíveis, adquiridos mediante contratos de Locação em que a ANAM, SA detém todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade dos mesmos, são contabilizados pelo método financeiro, pelo que os activos e as correspondentes responsabilidades são reconhecidos na Demonstração da Posição Financeira. Consequentemente, as amortizações daqueles bens e os juros incluídos no valor das rendas são registados nos resultados do exercício a que respeitam. As Locações Financeiras são capitalizadas no início da locação pelo menor entre o justo valor do activo locado e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação, determinados à data de início do contrato. A dívida resultante de um contrato de locação financeira é registada, líquida de encargos financeiros, na rubrica de “Empréstimos Correntes e Não Correntes”. Os Encargos Financeiros, incluídos na renda e a depreciação dos activos locados são reconhecidos na Demonstração do Rendimento Integral, no período a que dizem respeito. Atendendo à sua natureza (viaturas) os Activos Fixos Tangíveis adquiridos, através de locação financeira, são depreciados pelo período de vida útil de 4 anos. 2.22 Rédito O Rédito compreende o justo valor da prestação de serviços, líquido de impostos e descontos. O Rédito é reconhecido como se segue: a) Prestação de Serviços A Prestação de Serviços é reconhecida no período contabilístico em que os serviços são prestados, com referência à fase de acabamento da transacção à data da Demonstração da Posição Financeira. Engloba essencialmente a prestação de serviços nas áreas de tráfego, segurança de passageiros, assistência em escala, taxas de ocupação e outras prestações de serviços relacionadas com a área comercial. b) Serviço de Construção Regista o rédito que resulta da aquisição/construção de Activos adicionais para as infraestruturas da Concessão, que aumentem os benefícios económicos obtidos do Direito da Concessão. c) Proveitos Suplementares São reconhecidas conforme alínea a) anterior e incluem: cedência de pessoal, cedência de materiais, facturação de telefones, entre outros. 133 .10 Relatório & Contas 2.23 Custos Financeiros Os Custos Financeiros representam o custo de utilização dos empréstimos contraídos, destinados essencialmente a garantir os investimentos realizados pela Empresa. Esta rubrica inclui, também, os juros obtidos das aplicações junto da Banca comercial dos excedentes de tesouraria e, bem assim, o impacto dos instrumentos derivados (operações de Swap). 2.24 Justo Valor de Activos e Passivos Financeiros Na determinação do Justo Valor de um Activo ou Passivo Financeiro, se existir um mercado activo, a cotação do mercado é aplicada. Este constitui o nível 1 da hierarquia do justo valor, conforme definido na IFRS 7 e utilizado pela ANAM, SA. No caso de não existir um mercado activo, o que é o caso para alguns activos e passivos financeiros, são utilizadas técnicas de valorização geralmente aceites pelo mercado, baseadas em pressupostos de mercado. Este constitui o nível 2 da hierarquia do justo valor, conforme definido na IFRS 7 e utilizado pela ANAM, SA. A ANAM, SA aplica técnicas de valorização para os instrumentos financeiros não cotados, tais como, derivados, instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados e para activos financeiros disponíveis para venda. Os modelos de valorização que são utilizados mais frequentemente, são modelos de fluxos de caixa descontados e modelos de avaliação de opções que incorporam, por exemplo, as curvas de taxa de juro e volatilidade de mercado. Para alguns tipos de derivados mais complexos, são utilizados modelos de valorização mais avançados contendo pressupostos e dados que não são directamente observáveis em mercado, para os quais a ANAM, SA utiliza estimativas e pressupostos internos. Este constitui o nível 3 da hierarquia do justo valor, conforme definido na IFRS 7. À data do relato financeiro e para o período comparativo, a ANAM, SA não tem quaisquer activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor. 134 .10 Relatório & Contas 3. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO 3.1 Factores do Risco Financeiro As actividades da Empresa estão expostas a uma variedade de factores de riscos financeiros: risco de crédito, risco de liquidez e risco de fluxos de caixa associado à taxa de juro. A Empresa utilizou, até 2009, instrumentos financeiros derivados para efectuar a cobertura a certos riscos a que se encontrava exposta tendo, então, procedido ao seu cancelamento. a) Risco de Crédito O risco de crédito resulta de saldos de Caixa e Equivalentes de Caixa, depósitos e instrumentos financeiros derivados em instituições financeiras, bem como dos saldos a receber dos clientes e outros devedores. No que se refere aos saldos a receber das instituições financeiras, a tabela seguinte apresenta um resumo, a 31 de Dezembro de 2010 e 2009, da qualidade de crédito dos depósitos, aplicações e instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo: Instituições Financeiras 2010 2009 Rating* AA A <A Outros 0 1.056.511 20.239.958 9.269.031 45.026 27.087 0 1.734 * Ratings utilizados são os atribuídos pela Moody’s; Relativamente a Clientes e Outros Devedores, é de salientar que existe uma concentração de 70% do volume de negócios em 10 clientes. Considera-se que o risco desta concentração, se encontra mitigado face à definição de políticas que asseguram que o crédito é concedido a entidades com histórico de crédito apropriado, limitando o risco e, bem assim, à obtenção prévia de garantias que cobrem parte das suas operações. b) Risco de Liquidez A gestão do Risco de Liquidez implica a manutenção, a um nível suficiente, das disponibilidades de Caixa e seus Equivalentes, da consolidação da dívida flutuante, através de um montante adequado de facilidades de crédito e a oportunidade de liquidar posições de mercado face às necessidades futuras. Em função da dinâmica dos negócios, a Empresa pretende assegurar a flexibilidade da dívida flutuante, mantendo linhas de crédito, de curto prazo, estáveis. 135 .10 Relatório & Contas A seguir apresenta-se a análise de liquidez da Empresa, decomposta em bandas de maturidade, considerando nos fluxos de caixa contratuais, as datas esperadas de liquidação dos respectivos passivos. Un: Euros 0 a 6 meses 6 a 12 meses 1 a 5 anos >a 5 anos 1.247.382 0 0 0 270.669 0 0 0 3.021 5.320 0 0 367.963 0 0 0 Outros Credores 1.312 0 0 74.572 Garantias Prestadas por Terceiros 1.301 62.343 23.395 91.794 Acréscimos de Custos 2.822.248 2.789.313 12.266.708 0 Empréstimos Bancários* 4.746.881 3.786.059 125.531.045 110.937.075 0 0 0 0 9.460.777 6.643.034 137.821.148 111.103.441 Fornecedores c/c Fornecedores Imobilizado Fornecedores Imobilizado - Locação Financeira Partes Relacionadas Derivados * Esta rubrica inclui os Encargos Financeiros. A gestão do risco de liquidez é assegurada pelos: i) Excedentes de Tesouraria, os quais apresentam no final de 2010, um montante de 20.292 mil Euros; ii) Aplicações de médio longo prazos, no total de 15.000 mil Euros, conforme alínea b) da Nota 30. iii) A possibilidade de renegociação/alargamento do prazo de reembolso da dívida do BEI (74.820 mil Euros). O Contrato de Financiamento da Tranche B, com período de reembolso a iniciar-se em 2011 e termo em 2020, apresenta a opção do mutuário poder solicitar ao Banco, que o reembolso do saldo do capital em dívida, correspondente à prestação devida em Março de 2020 (41.151 mil Euros), se faça em prestações anuais consecutivas e constantes em capital, vencendo-se a primeira em 2020 e a última em Março de 2030. c) Risco de Fluxos de Caixa e de Justo valor associado à Taxa de Juro Como a Empresa não tem activos significativos remunerados, o lucro e os fluxos de caixa operacionais gerados são substancialmente independentes das alterações da taxa de juro de mercado. O risco da taxa de juro da Empresa advém de empréstimos obtidos de longo prazo. Sendo que: empréstimos emitidos com taxas variáveis expõem a Empresa ao risco de fluxos de caixa associado à taxa de juro; empréstimos emitidos com taxas fixas expõem a Empresa ao risco do justo valor da dívida. A análise de sensibilidade a variações de taxa de juro permite obter os seguintes impactos em Resultados: 136 .10 Natureza Relatório & Contas Cenário c/ Taxa Actual* Cenário +1% (2.221.076) (3.460.154) (981.999) ABN (472.320) (802.876) (141.765) BGB (739.272) (1.071.072) (407.472) (1.009.484) (1.586.206) (432.762) (2.670.000) (2.670.000) (2.670.000) (67) (127) (19) 721.071 721.071 721.071 (4.170.073) (5.409.209) (2.930.948) - (1.239.137) 1.239.125 Financiamentos a Tx. Variáveis BEI Financiamentos a Tx. Fixas Juros S/ Locação Financeira Juros Obtidos D.P. Total Líquido Cenário -1% Impacto Aproximado em Resultados / Cenário Taxa Actual * Custo dos juros em 2010. 3.2 Gestão do Risco de Capital O objectivo da Empresa em relação à gestão do capital, que é um conceito mais lato do que o capital próprio relevado na face da Demonstração da Posição Financeira é: i) salvaguardar a capacidade da Empresa, continuar a sua actividade e efectuar os investimentos necessários à prossecução do objecto da concessão; ii) manter uma estrutura de capital óptima que lhe permita reduzir o custo de capital; e iii) criar valor a longo prazo para os accionistas. Esta gestão é efectuada através de medidas como: a emissão de instrumentos de dívida (empréstimo obrigacionista); a negociação e reescalonamento da divida; e entradas de capital dos Accionistas. 3.3 Contabilização de Instrumentos Derivados Os Derivados são classificados como de negociação, sendo reconhecidos ao Justo Valor (vide Nota 2.18) em cada data de relato financeiro, com o impacto das variações nos Resultados. O justo valor dos Instrumentos Derivados transaccionados em mercado activo é baseado na cotação de mercado à data do balanço. A cotação a utilizar para a valorização de instrumentos financeiros activos é a cotação “bid”. O justo valor dos Instrumentos Derivados que não são transaccionados num mercado activo é determinado com base em técnicas de avaliação. A ANAM, SA utiliza o método dos Cash-Flows descontados, considerando pressupostos baseados nas condições de mercado existentes a cada data da Demonstração da Posição Financeira, na determinação do justo valor destes instrumentos. 137 .10 Relatório & Contas 4. ESTIMATIVAS CONTABILÍSTICAS IMPORTANTES E JULGAMENTOS As estimativas e julgamentos são continuamente avaliados e baseiam-se na experiência histórica e em outros factores, incluindo expectativas sobre eventos futuros que se acredita serem razoáveis nas circunstâncias em causa. 4.1 Imparidade de Activos Os activos da Empresa são analisados à data de cada Demonstração da Posição Financeira por forma a detectar eventuais perdas por Imparidade. Na determinação do valor recuperável dos activos, e tendo em atenção que os activos da ANAM, SA, por si só, não geram fluxos de caixa independentes, é considerada uma única unidade geradora de caixa, o sistema aeroportuário, que inclui a totalidade dos activos da Empresa. Sempre que o valor contabilístico do conjunto de activos que constituem a unidade geradora de caixa excede a quantia recuperável, é reduzido até ao montante recuperável sendo esta perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício. A Empresa tem em curso um conjunto de estudos relativos à estruturação da sua actividade, que passarão pelo alargamento do seu prazo de Concessão, o que condiciona a determinação do valor actual dos Activos e os consequentes fluxos de caixa futuros. De resto, como é referido a páginas 69 do Relatório, a ANAM, SA já apresentou ao Concedente e aos Accionistas, uma proposta de aumento do prazo de Concessão por mais 20 anos, considerado essencial para a viabilidade económica e financeira da Concessão e da sustentabilidade da própria Empresa. Contudo, a Administração, em face da idade das infraestruturas aeroportuárias existentes, entende que não se encontram por registar Perdas por Imparidade nos Activos Fixos. De resto, em recente avaliação aos Activos Fixos efectuados pela CPU-Consultores de Avaliação e reportada a 31 de Dezembro de 2009, procedeu-se à determinação do Valor do Uso Continuado dos Activos e da operação desenvolvida nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo, respeitando as exigências do International Financial Reporting Standards (IFRS), de que resultou um Valor de Uso Continuado dos edifícios, infraestruturas e equipamentos de 24,4% acima do valor líquido contabilístico. 138 .10 Relatório & Contas 5. RELATO POR SEGMENTOS Exercício de 2010 Aeroportos Comerciais Proveitos Operacionais s/Subsidios 34.386.237,22 4.899.032,63 Rédito 32.605.900,63 4.898.079,76 Prestação Serviços - Aviação 27.374.467,18 0,00 Prestação Serviços - Segurança 3.190.479,37 0,00 Prestação Serviços - PMR`s 703.458,71 0,00 Prestação Serviços - Não Aviação 1.152.697,89 4.787.782,24 Outros Réditos 80.560,76 11.896,80 Serviços de Construção 104.236,72 98.400,72 Outros Proveitos Operacionais 1.429.256,82 952,87 Proveitos Inter-Segmentos 351.079,77 0,00 Custos Operacionais S/Amortizações (24.507.861,58) (3.629.387,76) Custos Operacionais S/ Amortizações (24.507.861,58) (3.278.307,99) Custos Inter-Segmentos 0,00 (351.079,77) EBITDA 9.878.375,64 1.269.644,87 Subsídios ao Investimento 4.012.899,95 0,00 Amortizações (9.150.101,16) 0,00 Resultado Operacional 4.741.147,43 1.269.644,87 Custos / Proveitos Financeiros --- --- Imposto sobre o Rendimento --- --- Resultado Líquido --- --- Activos Fixos Tangíveis 706.598,39 --- Activos Fixos Intangíveis 189.538.444,49 --- Investimento 235.979,64 --- ANAM 39.285.269,85 37.503.980,39 27.374.467,18 3.190.479,37 703.458,71 5.940.480,13 92.457,56 202.637,44 1.430.209,69 351.079,77 (28.137.249,34) (27.786.169,57) (351.079,77) 11.148.020,51 4.012.899,95 (9.150.101,16) 6.010.819,30 (3.923.628,21) (1.302.781,29) 784.409,80 706.598,39 189.538.444,49 235.979,64 Exercício de 2009 (Reexpresso) Aeroportos Comerciais ANAM Proveitos Operacionais s/Subsidios 34.670.563,60 5.038.141,20 39.708.704,80 Rédito 34.248.811,23 5.035.766,88 39.284.578,11 Prestação Serviços - Aviação 28.326.083,34 0,00 28.326.083,34 Prestação Serviços - Segurança 3.390.002,98 0,00 3.390.002,98 Prestação Serviços - PMR`s 741.972,89 0,00 741.972,89 Prestação Serviços - Não Aviação 1.196.420,61 4.889.345,00 6.085.765,61 Outros Réditos 100.485,08 14.598,54 115.083,62 Serviço de Construção 493.846,33 131.823,34 625.669,67 Outros Proveitos Operacionais 16.343,00 2.374,32 18.717,32 Proveitos Inter-Segmentos 405.409,37 0,00 405.409,37 Custos Operacionais s/Amortizações (26.317.726,30) (3.816.060,45) Custos Operacionais s/ Amortizações (26.317.726,30) (3.410.651,08) Custos Inter-Segmentos 0.00 (405.409,37) EBITDA 8.352.837,30 1.222.080,75 Subsídios ao Investimento 4.013.421,91 0,00 Amortizações (9.137.217,87) 0,00 Resultado Operacional 3.229.041,34 1.222.080,75 Custos/Proveitos Financeiros --- --- Imposto sobre o Rendimento --- --- Resultado Líquido --- --- Activos Fixos Tangíveis 1.369.599,60 Activos Fixos Intangíveis 193.822.505,87 Investimento 808.470,36 (30.133.786,75) (29.728.377,38) (405.409,37) 9.574.918,05 4.013.421,91 (9.137.217,87) 4.451.122,09 (3.615.672,81) (1.767.186,57) (931.737,29) 1.369.599,60 193.822.505,87 808.470,36 139 .10 Relatório & Contas 6. MOVIMENTOS NOS BENS PATRIMONIAIS, ACTIVOS TANGÍVEIS EM CURSO E OUTROS ACTIVOS INTANGÍVEIS Em 2010 Dominiais Patrimoniais Outros Intangíveis Em Curso Adiantamentos Total Valor Bruto Saldo em 01-jan-2010 --- 7.848.646,68 728.138,48 0,01 --- 8.576.785,17 Aumentos --- 23.913,87 6.525,00 2.903 --- 33.342,20 Capitalização de Trabalhos --- --- --- --- --- 0,00 Transferências --- --- --- --- --- 0,00 Abates --- (23.162,59) --- --- --- (23.162,59) Alienações --- (88.208,76) --- --- --- (88.208,76) Saldo em 31-dez-2010 --- 7.761.189,20 734.663,48 2.903,34 --- 8.498.756,02 Depreciações Acumuladas Saldo em 01-jan-2010 --- 6.479.047,09 573.012,23 --- --- 7.052.059,32 Reforço --- 668.512,41 96.377,21 --- --- 764.889,62 Abates --- (23.162,59) --- --- --- (23.162,59) Alienações --- (66.902,76) --- --- --- (66.902,76) Saldo em 31-dez-2010 --- 7.057.494,15 669.389,44 --- --- 7.726.883,59 Valor Líquido Saldo em 01-jan-2010 --- 1.369.599,59 155.126,25 0,01 --- Saldo em 31-dez-2010 --- 703.695,05 65.274,04 2.903,34 --- 1.524.725,85 771.872,43 Em 2009 Dominiais Patrimoniais Outros Intangíveis Em Curso Adiantamentos Total Valor Bruto Saldo em 01-jan-2009 536.318.620,17 76.884.890,41 705.696,56 126.783,72 --- 614.035.990,86 Ajustamentos IFRIC 12 (536.318.620,17) (69.103.470,93) --- (126.783,71) --- (605.548.874,81) Aumentos --- 125.636,01 2.910,00 --- 128.546,01 Capitalização de Trabalhos --- --- --- --- --- 0,00 Transferências --- 34.722,76 19.531,92 --- --- 54.254,68 Abates --- (34.765,36) --- --- --- (34.765,36) Alienações --- (58.366,21) --- --- --- (58.366,21) Saldo em 31-dez-2009 --- 7.848.646,68 728.138,48 0,01 --- 8.576.785,17 Depreciações Acumuladas --- Saldo em 01-jan-2009 170.158.049,33 49.735.195,37 470.971,79 --- --- 220.364.216,49 Ajustamentos IFRIC 12 (170.158.049,33) (43.821.325,53) --- --- --- (213.979.374,86) Reforço --- 658.308,82 102.040,44 --- --- 760.349,26 Abates --- (34.765,36) --- --- --- (34.765,36) Alienações --- (58.366,21) --- --- --- (58.366,21) Saldo em 31-dez-2009 --- 6.479.047,09 573.012,23 --- --- 7.052.059,32 Valor Líquido Saldo em 01-jan-2009 366.160.570,84 27.149.695,04 234.724,77 126.783,72 --- Ajustamentos IFRIC 12 (366.160.570,84) (25.282.145,40) 0,00 (126.783,71) --- Saldo em 31-dez-2009 --- 1.369.599,59 155.126,25 0,01 --- 140 393.671.774,37 (391.569.499,95) 1.524.725,85 .10 Relatório & Contas Os Activos Fixos Tangíveis incluem os bens dominiais e patrimoniais adquiridos, não afectos à Concessão, que já se encontram em funcionamento. a) Equipamento em Regime de Locação Financeira A ANAM, SA detém 2 viaturas em regime de locação financeira, contabilizadas nos Activos Tangíveis da Empresa e depreciadas à taxa anual de 25%. Viaturas Ligeiras de Passageiros 2010 2009 Valor de Aquisição 28.000,00 48.000,00 Depreciações Acumuladas 19.726,20 30.000,01 8.273,80 17.999,99 Valor Líquido Contabilístico b) Os Activos Intangíveis respeitam unicamente a software e estão valorizados ao custo de aquisição líquido das depreciações, calculadas dentro do período de vida útil (3 anos). 141 .10 Relatório & Contas 7. DIREITO DE CONCESSÃO Os valores referentes ao Direito de Concessão têm o seguinte detalhe: Em 2010 Activos Líquidos Subsídios Em Curso Valor Bruto Saldo em 01-jan-2010 587.804.322,55 276.147.323,00 233.631,40 Aumentos 40.847,69 - 161.790,75 - - - Saldo em 31-dez-2010 587.845.170,24 276.147.323,00 395.421,15 Valor líquido 311.890.630,95 202.637,44 312.093.268,39 Amortizações Acumuladas Saldo em 01-jan-2010 218.882.523,47 100.659.272,14 --- Reforço 8.385.211,54 3.988.364,93 --- Saldo em 31-dez-2010 227.267.735,01 104.647.637,07 --- 122.620.097,94 Valor Líquido Saldo em 01-jan-2010 368.921.799,08 175.488.050,86 233.631,40 Saldo em 31-dez-2010 360.577.435,23 171.499.685,93 395.421,15 193.667.379,62 189.473.170,45 Em 2009 Activos Líquidos Subsídios Em Curso Valor Bruto Saldo em 01-jan-2009 587.285.500,58 276.147.323,00 126.783,70 Aumentos 518.821,97 --- 106.847,70 - - - Saldo em 31-dez-2009 587.804.322,55 276.147.323,00 233.631,40 118.223.251,33 4.396.846,61 Valor líquido 311.264.961,28 625.669,67 311.890.630,95 Amortizações Acumuladas Saldo em 01-jan-2009 210.505.654,86 96.670.907,30 --- Reforço 8.376.868,61 3.988.364,84 --- Saldo em 31-dez-2009 218.882.523,47 100.659.272,14 --- 118.223.251,33 Valor Líquido Saldo em 01-jan-2009 376.779.845,72 179.476.415,70 126.783,70 Saldo em 31-dez-2009 368.921.799,08 175.488.050,86 233.631,40 197.430.213,72 193.667.379,62 113.834.747,56 4.388.503,77 Os Subsídios relativos aos Activos afecto à Concessão, são deduzidos ao valor do Direito de Concessão, por não ser um dispêndio da Concessionária, mas um Activo Financeiro Recebido. 142 .10 Relatório & Contas 8. ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS POR CATEGORIA As políticas contabilísticas para instrumentos financeiros de acordo com a IAS 39, foram aplicadas aos seguintes Activos e Passivos Financeiros. Créditos Passivos a Justo Outros Passivos Outros Activos/ Total Ano 2010 e Valores Valor por via Financeiros Passivos fora a Receber de Resultados âmbito IAS 39 Activos Caixa e Equivalentes de Caixa 20.292.463,10 - - - 20.292.463,10 Clientes e Out.Contas a Rec. 20.055.900,75 - - 1.070.988,51 21.126.889,26 Outros Activos - - - 188.410,34 188.410,34 Total Activos Financeiros 40.348.363,85 0,00 0,00 1.259.398,85 Passivos Empréstimos Obtidos - - 206.598.479,42 - Derivados e outros Passivos Financeiros - - - - Dívidas a Pagar e Outras 2.757.661,56 - 20.759.193,94 - Total Passivos Financeiros 2.757.661,56 0,00 41.607.762,70 206.598.479,42 23.516.855,50 227.357.673,36 230.115.334,92 Créditos Passivos a Justo Outros Passivos Outros Activos/ Total Ano 2009 e Valores Valor por via Financeiros Passivos fora a Receber de Resultados âmbito IAS 39 Activos Caixa e Equivalentes de Caixa 10.361.243,03 - - - 10.361.243,03 Clientes e Out.Contas a Rec. 19.720.556,91 - - 497.471,57 20.218.028,48 Outros Activos - - - 180.205,03 180.205,03 Total Activos Financeiros 30.081.799,94 0,00 0,00 677.676,60 Passivos Empréstimos Obtidos - - 206.470.976,14 - Derivados e outros Passivos Financeiros - - - - Dívidas a Pagar e Outras 2.266.777,72 - 17.481.829,16 - Total Passivos Financeiros 2.266.777,72 0,00 223.952.805,30 30.759.476,54 206.470.976,14 19.748.606,88 0,00 226.219.583,02 A ANAM, SA não divulga a hierarquia do justo valor utilizado na mensuração de activos e passivos financeiros por não existirem activos ou passivos mensurados ao justo valor, às datas do relato financeiro. 143 .10 Relatório & Contas 9. DÍVIDAS A RECEBER COMERCIAIS E OUTRAS 9.1 Dívidas a Receber Não Correntes Esta rubrica apresenta em 2010, um valor de 15.025.464 Euros, com a seguinte decomposição: 25.464 Euros, referente a um adiantamento por conta do Serviço de Manutenção do Sistema de Tratamento de Bagagens, celebrado por 5 anos com a SIEMENS, SA e empréstimo de 15 milhões de Euros, concedido à ANA, SA (vide Nota 29. alínea b). 2010 Outros Accionistas 15.000.000,00 15.000.000,00 25.464,35 50.928,47 15.025.464,35 15.050.928,47 Pagamentos Antecipados Total Dívidas a Receber - Não Correntes 2009 9.2 Dívidas a Receber Correntes Esta rubrica, com um saldo de 6.289.835 Euros, em 31 de Dezembro, apresenta a seguinte decomposição: 20 10 Clientes 5.039.812,56 6.125.538,88 116.569,98 141.787,70 1.070.988,51 497.471,57 162.945,99 129.276,56 1.619.654,85 1.596.171,27 8.009.971,89 8.490.245,98 (1.720.136,64) (3.142.940,94) (1.720.136,64) (3.142.940,94) 6.289.835,25 5.347.305,04 IVA a Receber Acréscimos de Proveitos Pagamentos Antecipados Outros Devedores Sub-Total Perdas por Imparidade de Dívidas de Clientes Sub-Total Total 2009 a) Clientes O valor contabilístico deduzido de eventuais perdas de imparidade, das dívidas comerciais e outras a receber, aproxima-se do seu justo valor. O valor de 5.039.813 Euros, apresentado na rubrica Clientes, inclui um valor vencido e em imparidade de 1.720.137 Euros, para o qual foi reconhecida uma perda por imparidade por risco de incobrabilidade. Em 2009, esta rubrica, apresentava um saldo de 6.125.539 Euros, com um valor vencido de 2.982.598 Euros e um valor vencido e em imparidade de 3.142.921 Euros. 144 .10 Relatório & Contas b) IVA a Receber Do montante total de IVA a recuperar do Estado, 116.570 Euros corresponde a um reembolso já pedido. c) Acréscimos de Proveitos e Pagamentos Antecipados 2010 Activo 2009 Acréscimos de Proveitos Juros a receber Depósitos à Ordem e a Prazo 208.411,04 211.265,78 Proveitos Aeroportuários 862.577,47 286.205,79 1.070.988,51 497.471,57 Pagamentos Antecipados Outros 162.945,99 129.276,56 162.945,99 129.276,56 Em Acréscimos de Proveitos Aeroportuários destaca-se o montante de 862.577 Euros, relativo às Taxas de Segurança (Componente A) a receber do INAC. Segundo informação prestada pelo INAC, dos valores a pagar à ANAM, SA, recebidos ou a receber relativos a 2010, serão deduzidos 20%, nos termos do nº 5 do art. 3 do Dec-Lei 72-A/2010, de 18 de Junho. Os Pagamentos Antecipados incluem, essencialmente, prémios de seguro, cujo custo respeita a períodos subsequentes. Em 31 de Dezembro de 2010 os prémios de seguro registados em Pagamentos Antecipados totalizam 99.981 Euros contra 71.224 Euros em 2009. d) Outros Devedores Do saldo em aberto, à data de 31 de Dezembro de 2010 realça-se o valor de 1.149.221 Euros referente aos juros de mora debitados à RAM, por atrasos verificados no pagamento dos trabalhos com a construção da ER101 – 2ª Fase do Projecto de Ampliação do Aeroporto do Funchal, realizados pela ANAM, SA, sob responsabilidade da RAM. e) Outros Devedores – Subsídios Da análise ao quadro supra verifica-se que a ANAM, SA não tem valores a receber, no âmbito dos Subsídios ao Investimento. 9.3 Maturidade dos Saldos a Receber A seguir apresenta-se mapa com a análise da Maturidade dos Saldos a Receber. Este mapa não inclui, 145 .10 Relatório & Contas todavia, os Saldos do Estado nem os montantes a receber da RAM, por não se tratarem de activos sujeitos a riscos de crédito: Un: Euros NormalMora sem Imparidade Em Imparidade 0 a 6 meses 6 a 12 meses >12 meses 2.537.709 684.779 - - 1.720.137 45.969 17.846 5.264 394.983 - - - - - - 15.000.000 - - - - 67.166 33.335 - 1.149.221 - Garantias Prestadas a Terceiros - - - 3.059 - Derivados - - - - - 17.650.844 735.960 5.264 1.547.263 1.720.137 Clientes Outros Devedores Subscritores de Capital Empréstimos Concedidos - P. Relac. Partes Relacionadas Acções diligenciadas com vista a reduzir os riscos de crédito: Os Activos Financeiros em Imparidade à data do relato, estão totalmente provisionados, sendo que a quantia de 1.720.137 Euros, está integralmente coberta com certidões de dívida entregues no Serviço de Finanças. Actualmente, a Empresa tem sete processos instaurados. O plano de reembolso em 24 prestações mensais, da dívida de 1.149.221 Euros, com as partes relacionadas (vide Nota 9.2, alínea d), definido no ofício nº 465, de Março de 2008, não se concretizou. Assim, a ANAM, SA, em conformidade com o ofício 2356, da SRTT, solicitou a inclusão deste valor no Orçamento do PIDDAR 2010, o que em termos orçamentais não foi considerado pela RAM. 9.4 Movimento nas rubricas de Imparidade de Activos Saldo Inicial Aumentos Imparidade de Dívidas a Receber Clientes de Cobrança Duvidosa Reversão Saldo Final /Utilização 3.142.940,94 52.287,61 1.475.091,91 1.720.136,64 3.142.940,94 52.287,61 1.475.091,91 1.720.136,64 Os aumentos e reversões de Imparidade, apurados no exercício, foram reconhecidos na Demonstração do Rendimento Integral, como Imparidade de Dívidas a Receber, conforme detalhado na Nota 22. A reversão de Imparidade, de Créditos de Cobrança Duvidosa, está explicitada na Nota 22. 146 .10 Relatório & Contas 10. IMPOSTOS DIFERIDOS a) Os Activos e Passivos por Impostos Diferidos detalham-se como segue: 2009 antes 2009 - Mov, nos 2009 2009 Diferenças Temporais IFRIC 12 Capitais Próprios Movimentos (reexpresso) em Resultados 2010 Movimentos em Resultados Total 2010 Activos por Impostos Diferidos Activos Tangíveis 18.213,17 - - 18.213,17 2.919,89 21.133,06 - 1.907.831,06 482.663,86 2.390.494,92 658.993,27 3.049.488,19 18.213,17 1.907.831,06 482.663,86 2.408.708,09 Activos Intangíveis - Direito de Concessão Total - Activos por Impostos Diferidos 661.913,16 3.070.621,25 Passivos por Impostos Diferidos Activos Intangíveis - Direito de Concessão - - 2.069.233,55 2.069.233,55 Total - Passivos por Impostos Diferidos - - 2.069.233,55 2.069.233,55 20% 20% 20% 20% Taxa de Imposto 1.921.923,86 3.991.157,41 1.921.923,86 3.991.157,41 20% 20% Os movimentos ocorridos nas rubricas de Impostos Diferidos tiveram como contrapartida a Rubrica de Gasto de Imposto, na Demonstração do Rendimento Integral. O montante de Prejuízos Fiscais Acumulados, que não deu origem ao registo de Impostos Diferidos Activos, foi o seguinte: Ano Prejuízos Fiscais reportados 2004 10.590.575,03 2005 8.828.961,15 2006 10.151.375,08 2007 8.165.959,32 2008 10.265.003,76 2009 8.558.535,28 56.560.409,62 147 .10 Relatório & Contas 11. INVENTÁRIOS Os Inventários em armazém são compostos, essencialmente, por materiais de escritório, peças de substituição/ conservação relacionadas com os edifícios/equipamentos afectos à actividade da Empresa. Não se verificam perdas por imparidade. Os movimentos ocorridos no decurso do exercício são os que seguem: Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas Inventários Iniciais Compras Regularização de Inventários Inventários Finais Custos do Exercício 2010 2009 344.002,31 358.847,45 82.660,21 103.379,60 0,00 (2.309,42) 318.005,34 344.002,31 108.657,18 115.915,32 O Custo dos Inventários reconhecido como despesa e incluído no custo das mercadorias consumidas totalizou 108.657 Euros; em 2009, 115.915 Euros. 12. IMPOSTO CORRENTE O valor em saldo, de 816.638 Euros, respeita às retenções de imposto sobre os rendimentos prediais e de capitais, bem como ao pagamento especial por conta de IRC. 13. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA Discriminação dos componentes de caixa e seus equivalentes: Rubricas Numerário* Depósitos Bancários Depósitos à Ordem Aplicações Financeiras Total 2010 2009 7.479,40 6.879,40 618.436,09 440.144,63 19.666.547,61 9.914.219,00 20.292.463,10 10.361.243,03 * Fundo Fixo de Caixa. As aplicações financeiras indicadas constituem disponibilidades de Tesouraria em depósitos bancários de curto prazo. No entanto o Fundo Social DRA, no montante actual de 416.915 Euros que, conforme Nota 31.4, continua a aguardar uma decisão sobre o processo. Em 2009: 410.001 Euros. 148 .10 Relatório & Contas 14. CAPITAL O Capital da ANAM, SA é de 67.500.000 Euros, representado por 13.500.000 acções escriturais, no valor nominal de 5 Euros cada uma. O número de acções em que se divide o Capital e o seu valor nominal é o seguinte: Accionista Nº acções 2010 Nº acções 2009 Participação ANA, SA 9.450.000 9.450.000 47.250.000,00 70,00 RAM 2.700.000 2.700.000 13.500.000,00 20,00 Estado Português 1.350.000 1.350.000 6.750.000,00 10,00 13.500.000 13.500.000 67.500.000,00 100,00 % O Capital subscrito encontra-se integralmente realizado. 15. OUTRAS RESERVAS Reserva Legal Geral Reserva Legal de Investimentos (Bens Domínio Público) Outras Reservas Total 2010 2009 (161.246,06) (161.246,06) 17.393.192,18 17.393.192,18 22.317,01 22.317,01 17.254.263,13 17.254.263,13 As Reservas não sofreram, no decurso do exercício, qualquer alteração. A Reserva Legal Geral é negativa em consequência de, em 2001, nela ter sido reflectido os diferenciais com a redenominação do Capital Social, de Escudos para Euros. A Reserva Legal Geral apenas pode ser utilizada na cobertura de prejuízos ou aumento de capital. 149 .10 Relatório & Contas 16. EMPRÉSTIMOS 16.1 Empréstimos Não Correntes e Correntes Esta rubrica, que inclui os empréstimos bancários e obrigacionista, assim como os valores em dívida relativamente às aquisições de imobilizado, em regime de Locação Financeira, decompõe-se como segue: 2010 2009 Empréstimos não Correntes Empréstimos Bancários 153.193.709,06 156.819.632,94 49.795.030,36 49.631.054,68 0,00 8.274,00 202.988.739,42 206.458.961,62 Empréstimos por Obrigações Responsabilidades com Locação Financeira Empréstimos Correntes Empréstimos Bancários - Curto Prazo Responsabilidades com Locação Financeira 3.601.466,20 0,00 8.273,80 12.014,52 3.609.740,00 12.014,52 Em 2011, inicia-se o Reembolso da Dívida do BEI, vide 3.1 b) iii). 16.2 Termos e Prazos de Reembolso dos Empréstimos A maturidade dos Empréstimos Não Correntes é a seguinte: 2010 2009 entre 1 e 2 anos 3.601.466,20 3.470.222,20 entre 3 e 5 anos 60.927.380,32 60.845.392,48 138.459.892,90 142.143.346,94 202.988.739,42 206.458.961,62 > 5 anos As despesas com a emissão dos Empréstimos Obtidos estão a ser depreciadas no seu período de vigência, resultando um diferencial, face ao quadro seguinte, de 629.479 Euros. Contrato Ano de Desembolso Data primeiro Reembolso Data último Reembolso Taxa de Juro Taxa Média % (*) BEI - Tranche B 2000 15/3/11 15/3/20 Variavel 0,88% 71.078.700,36 3.740.984,20 ABN AMRO Bank 2001 26/7/16 26/7/16 Variavel 1,05% 35.000.000,00 - Deutsche Pfandbriebank 2002 24/4/17 24/4/17 Variavel 1,03% 47.400.000,00 - Empr. Obrigacionista 2004 29/7/14 29/7/14 Fixa 5,34% 50.000.000,00 - 203.478.700,36 3.740.984,20 * Taxa Média no Exercício. 150 Capital em Dívida Não Corrente Corrente .10 Relatório & Contas O Justo Valor dos empréstimos de médio/longo prazo contratados, era de 209.990.190 Euros, em 31.DEZ.2009 e de 208.398.869 Euros em 31.DEZ.2010. Estes valores são calculados com base nos Cash-Flows descontados às taxas de final de período. 16.3 Empréstimo Obrigacionista Em Julho de 2004, a ANAM, SA, emitiu obrigações não convertíveis com valor nominal de 1.000, 10.000 e 100.000 Euros, cotadas na Bolsa do Luxemburgo, à taxa de 5,34%, para financiar as suas necessidades de fundo de maneio. As obrigações são reembolsáveis integralmente em Julho de 2014. 16.4 Responsabilidades com Locações Financeiras A Empresa detém 2 viaturas adquiridas em sistema de locação financeira. Os contratos foram realizados pelo prazo de 4 anos. Os pagamentos futuros agregados dos contratos de locação são os seguintes: Pagamentos até 1 ano Pagamentos entre 2 e 4 anos Pagamento de Juros Futuros Valor Presente das responsabilidades 2010 2009 8.340,98 12.191,46 0,00 8.335,86 8.340,98 20.527,32 (67,18) (238,80) 8.273,80 20.288,52 16.5 Linhas de Crédito Atendendo a uma situação de Tesouraria positiva, a ANAM, SA não tem, presentemente, negociadas quaisquer condições para linhas de crédito. 151 .10 Relatório & Contas 17. DÍVIDAS A PAGAR E OUTROS PASSIVOS 2010 2009 22.374.725,29 18.654.126,83 Subsídios ao Investimento 121.104,82 145.639,84 Dívidas a partes relacionadas 404.094,14 369.911,17 Segurança Social e outros impostos 614.905,01 577.229,93 2.026,24 1.699,11 23.516.855,50 19.748.606,88 Contas a pagar a fornecedores e outros credores Outros encargos a pagar Total 17.1 Dívidas a Pagar Não Correntes Esta rubrica é composta por: 2010 Subsídios ao Investimento Responsabilidades Contratuais Total 2009 96.889,32 120.582,77 12.255.919,70 11.952.474,60 12.352.809,02 12.073.057,37 Vide Nota 2.3 b): Reconhecimento das Responsabilidades associadas aos Investimentos de Renovação/ Substituição. 17.2 Dívidas a Pagar Correntes O valor registado nesta conta apresenta a seguinte decomposição: 2010 Fornecedores Correntes 2009 1.504.829,39 912.301,03 0,00 0,00 252.821,09 348.715,99 17.847,50 0,00 Estado e Outros Entes Públicos 616.931,25 578.929,04 Outros Credores 671.961,77 837.166,53 Acréscimos de Custos 4.821.231,69 4.614.295,74 Responsabilidades Contratuais 2.422.091,00 0,00 832.117,29 359.084,11 24.215,50 25.057,07 11.164.046,48 7.675.549,51 Fornecedores Fact. Recep. e Conferência Fornecedores Imobilizado – excepto Locações Fornec. Imobilizado - Fact. Recep. e Confer. Proveitos Diferidos (recebimentos antecipados) Subsídios ao Investimento 152 Total .10 Relatório & Contas Segue-se, pois, o detalhe de algumas das rubricas acima identificadas. a) Estado e Outros Entes Públicos A rubrica Estado e Outros Entes Públicos decompõe-se da seguinte maneira: Passivo 2010 2009 Retenções Imposto s/ Rendimento 129.142,73 119.958,33 Contribuições Patronais 485.762,28 457.271,60 2.026,24 1.699,11 Outros Impostos Total 616.931,25 578.929,04 b) Outros Credores O saldo da rubrica Outros Credores reflecte essencialmente: • O valor relativo ao Fundo Social – DRA, incluindo os juros capitalizados das aplicações, totaliza 416.915 Euros e encontra-se justificado na Nota: 31.4. c) Acréscimos e Diferimentos (Correntes) Passivo 2010 2009 Acréscimo de Custos Remunerações 2.006.300,42 1.775.851,40 Juros a Liquidar 1.510.458,48 1.483.341,68 Forn. Serv. Externos 3.726.563,79 1.355.102,66 7.243.322,69 4.614.295,74 Proveitos Diferidos Proveitos Aeroportuários 832.117,29 359.084,11 Subsídios ao Investimento 24.215,50 25.057,07 856.332,79 384.141,18 Esta rubrica inclui 2.422.091 Euros, referente às responsabilidades assumidas no âmbito do Contrato de Concessão, relativas à Substituição/Renovação de infraestruturas e equipamentos. 153 .10 Relatório & Contas 18. RÉDITO 2010 2009 (Reexpresso) Aviação 27.374.467,18 28.326.083,34 Tráfego 25.757.127,38 26.775.096,55 1.549.220,52 1.466.226,20 Outras 68.119,28 84.760,59 PMR’s 703.458,71 741.972,89 Assistência em Escala PMR’s 703.458,71 741.972,89 3.190.479,37 3.390.002,98 Taxa de Segurança (comp. A) 1.298.598,33 1.394.752,74 Segurança HBS (comp. B) 1.891.881,04 1.995.250,24 Segurança Não Aviação 5.940.480,13 6.085.765,61 Retalho 2.721.421,92 2.889.882,42 Imobiliária 1.152.697,89 1.196.420,61 626.801,46 663.747,91 Parque de Estacionamento Publicidade 297.036,61 320.945,27 Rent-a-Car 993.755,41 885.308,63 Outras 148.766,84 129.460,77 Serviço de Construção(*) 202.637,44 625.669,67 Serviço de Construção Total Prestação de Serviços Proveitos Suplementares Rédito (*) 625.669,67 39.169.494,49 92.457,56 115.083,62 37.503.980,39 39.284.578,11 Relativo à aquisição de Activos para o Serviço da Concessão, adicionado ao Activo Intangível – Direito de Concessão. 154 202.637,44 37.411.522,83 .10 Relatório & Contas 19. OUTROS RENDIMENTOS Outros Outros Rendimentos 2010 2009 7.405,39 18.717,32 7.405,39 18.717,32 Esta rubrica inclui os ganhos em alienações de Activos Fixos Tangíveis e penalidades contratuais aos fornecedores. 20. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 2010 2009 Subcontratos 372.089,08 385.438,24 Electricidade 838.654,23 867.553,70 Água 210.741,82 215.365,04 Rendas e Alugueres 134.566,49 145.269,62 53.150,65 56.066,43 Seguros 372.765,79 380.940,39 Deslocações e Estadias 144.400,44 130.931,66 86.879,29 82.738,64 Conservação e Reparação 1.763.613,79 2.148.429,02 Publicidade e Propaganda 159.552,03 227.822,83 Limpeza, Higiene e Conforto 1.094.494,82 1.094.146,52 Vigilância e Segurança 1.999.086,13 1.925.745,34 Serviços de Jardinagem 324.662,96 324.066,60 Estudos, Projectos, Pareceres Assessoria 421.164,74 360.941,94 Responsabilidades Assumidas 3.294.966,36 2.413.319,29 Outros Trabalhos Especializados 1.399.658,08 1.284.278,12 Assistência Pessoal 177.686,97 160.072,13 Outros 357.722,68 316.283,20 13.205.856,35 12.519.408,71 Comunicação Honorários 155 .10 Relatório & Contas 21. GASTOS COM O PESSOAL 2010 2009 10.095.170,72 10.327.067,56 2.032.629,32 1.882.365,84 Custos Acção Social 418.074,84 457.244,98 Outros Custos 569.768,13 3.035.830,76 13.115.643,01 15.702.509,14 Remunerações Encargos s/ Remunerações • O número médio de trabalhadores ao serviço durante o ano de 2010 foi de 325. • O montante assinalado na rubrica Outros Custos prende-se, designadamente, com encargos de rescisões de contrato por mútuo acordo e com aposentações voluntárias, de 7 colaboradores, 2 das quais ocorridas em 2010, que totalizam 552.576 Euros. • As remunerações pagas aos membros dos Órgãos Sociais da ANAM, SA são como se apresenta: Rubrica Assembleia Geral 2010 2009 850,00 1.342,71 173.818,88 216.736,72 Conselho Fiscal 49.280,00 80.410,66 Fiscal Único 17.201,81 16.960,00 241.150,69 315.450,09 Conselho de Administração Não existem responsabilidades assumidas, relativamente a pensões de reforma dos antigos membros dos Órgãos Sociais. O Conselho de Administração foi eleito em Assembleia Geral, em 16 de Maio de 2008. A sua composição, com 5 elementos, encontra-se descrita no ponto 2. do Capítulo II. Governo da Sociedade. Em Julho de 2009, foram fixadas novas remunerações aos Órgãos Sociais, com efeitos retroactivos à data da sua nomeação. No entanto, por força da Lei 12-A/2010, de 30 de Junho, as mesmas foram reduzidas em 5%. 156 .10 Relatório & Contas 22. CONSTITUIÇÃO E REVERSÃO DE IMPARIDADES Esta conta, que expressa o saldo entre a constituição por Perdas de Imparidades e as Reversões efectuadas, apresenta a seguinte decomposição: Perdas para Imparidade de Dívidas a Receber Reversão das Perdas por Imparidade 2010 2009 (52.287,61) (335.147,36) 1.475.091,91 111.652,25 1.422.804,30 (223.495,11) As Perdas para Imparidade de Dívidas a Receber, registadas em 2010, respeitam à constituição por imparidade de quatro novos clientes. A reversão das perdas por imparidade respeita à recuperação do IVA da TRIAM, de 17.429 Euros, ao pagamento parcial da Paralelo Jóias, Lda., de 1.784 Euros e do recebimento da totalidade dos valores em execução fiscal, de 1.455.879 Euros, após o acordo alcançado com a TAP e a SPdH. – ANA-ANAM. 23. OUTROS GASTOS 2010 2009 78.133,02 148.600,41 Gastos com Serviços Bancários 8.748,52 8.297,12 Donativos 7.377,77 13.119,11 0,00 2.309,42 165,65 0,00 1.044.518,79 967.335,27 217.069,28 27.387,77 1.356.013,03 1.167.049,10 Impostos Perdas em Inventários Perdas em Activos Incentivos Outros Gastos • Incentivos Para dinamizar o tráfego nos Aeroportos da Madeira, a ANAM, SA tem em vigor um Programa de Incentivos dos Aeroportos da Madeira. Com idêntico objectivo, participa, igualmente, em dois fundos: Fundo para o Investimento em Promoção Turística e Initiative:pt – Developing Tourism and Aviation. Em 2010, por cumprirem os requisitos necessários, foram atribuídos incentivos financeiros a catorze operadores aéreos, num total de 1.044.519 Euros. 157 .10 Relatório & Contas 24. AMORTIZAÇÕES E DEPRECIAÇÕES 2010 Subsídio ao Investimento Activos Fixos Tangíveis Bens do Direito de Concessão Subsídio ao Investimento 2009 24.535,02 25.057,07 3.988.364,93 3.988.364,84 4.012.899,95 4.013.421,91 Amortizações Activos Fixos Tangíveis e Outros Tangíveis (764.889,62) (760.349,26) (8.385.211,54) (8.376.868,61) Amortizações (9.150.101,16) (9.137.217,87) Total Amortizações e Depreciações (5.137.201,21) (5.123.795,96) Bens do Direito de Concessão 25. RESULTADO FINANCEIRO 25.1 Custos de Financiamento 2010 Juros dos Empréstimos Juros de Locação Financeira (3.925.186,60) (5.606.679,18) (170,40) (750,06) 0,00 1.379.411,15 (3.925.357,00) (4.228.018,09) Justo Valor dos Swaps 2009 A explicitação das principais rubricas indicadas no quadro supra aponta: • 158 Os Juros dos Empréstimos no total de (3.925.187) Euros, inclui: • O custo da utilização dos financiamentos contraídos, destinados a garantir os Investimentos da Empresa, no montante de (4.528.654) Euros; • Os Proveitos Financeiros de 603.467 Euros, que advêm das aplicações temporárias resultantes de excedentes de tesouraria, provenientes da actividade, dos empréstimos obtidos e da recomposição do Capital Próprio. .10 Relatório & Contas 25.2 Outros Resultados Financeiros 2010 2009 Gastos Juros Suportados Outros Gastos Financeiros (13,73) (69,29) 0,00 0,00 Rendimentos Juros Obtidos Outros Ganhos Financeiros 1.742,52 612.410,24 0,00 4,33 1.728,79 613.345,28 26. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO Imposto corrente Excesso de Estimativa Imposto Diferido (Nota 10) 2010 2009 (45.544,44) (16.758,47) 2.773,85 0,00 (1.260.010,70) (1.750.428,10) (1.302.781,29) (1.767.186,57) A conciliação entre o Imposto Corrente e o Imposto Efectivo é a seguinte: 2010 Imposto corrente Imposto do ano 45.544,44 Excesso estimativa (2.773,85) Imposto Diferido Gasto de Imposto RAI Taxa Imposto 1.260.010,70 1.302.781,29 2.087.191,09 20,00% 417.438,22 Diferenças permanentes (374.667,63) Outros 1.260.010,70 Gasto de Imposto 1.302.781,29 159 .10 Relatório & Contas 27. RESULTADO POR ACÇÃO O resultado básico por acção é calculado dividindo o prejuízo pelo número médio ponderado de acções ordinárias. 2010 2009 Resultado Líquido 784.409,80 (931.737,29) Número médio das acções ordinárias emitidas (milhar) 13.500.000 13.500.000 0,06 (0,07) Resultado Básico por acção (€ por acção) 28. COMPROMISSOS Os Compromissos para Investimentos e Serviços Não Satisfeitos assumidos na data da Demonstração da Posição Financeira mas ainda não registados são: 2010 2009 Contratos firmados com realização em curso 82.555,78 171.595,50 Compromissos com serviços não satisfeitos* 6.979.842,09 6.735.841,26 7.062.397,87 6.907.436,76 *Inclui Contratos de Prestação de Serviços com prazo de vigência superior a 1 ano, nomeadamente contratos de limpeza e manutenção de sistemas. A ANAM, SA não dispõe de responsabilidades associadas a contratos de locação operacional. 160 .10 Relatório & Contas 29. SALDOS E TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS A ANAM, SA é participada pela ANA, SA, pelo Governo Regional da Madeira e pelo Estado Português, os quais detêm respectivamente 70%, 20% e 10% do Capital da Empresa. A PORTWAY é uma empresa de handling, participada a 100% pela ANA, SA e a NAER é, igualmente, participada pela ANA, SA em 84,41%. Durante o ano de 2010, registaram-se operações com estas entidades, cujos saldos existentes a 31 de Dezembro de 2010 e 2009, são os seguintes: Saldos com partes relacionadas ANA, SA 2010 2009 14.897.317,70 14.956.849,31 15.000.000,00 15.000.000,00 (166.423,79) (104.339,15) 284,90 75,00 (110.515,63) (144.927,64) 173.972,22 206.041,10 (29.967,17) 9.142,10 97.187,55 129.786,48 (91.023,44) (44.417,95) 0,00 (41.658,33) (36.131,28) (34.568,10) NAER 3.028,46 8.924,86 Outros Devedores 3.028,46 8.924,86 1.149.220,86 1.149.220,86 1.149.220,86 1.149.220,86 16.019.599,85 16.124.137,13 Accionistas – Empréstimos Fornecedores Outros Devedores Acréscimos de Custos Acréscimos de Proveitos PORTWAY Clientes Fornecedores Acréscimos de Custos Proveitos Diferidos REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Juros de Mora Total das Dívidas de partes relacionadas 161 .10 Relatório & Contas a) Transacções com Partes Relacionadas, por natureza 2010 ANA, SA 2009 Rédito 0,00 0,00 (908.524,07) (886.594,67) 0,00 (10,81) Gastos com Pessoal (19.200,00) 0,00 Custos de Financiamento 307.138,77 275.474,69 Fornec. e Serviços Externos Impostos PORTWAY Rédito Fornec. e Serviços Externos 635.367,47 549.547,47 (493.462,60) (499.899,96) NAER Rédito 42.637,56 43.287,84 b)Empréstimos a Partes Relacionadas 2010 Início do ano 2009 15.000.000,00 0,00 Empréstimos do ano 0,00 15.000.000,00 Amortização dos empréstimos 0,00 0,00 Imposto de Selo 0,00 85.000,00 270.775,22 55.546,87 (270.775,22) (140.546,87) 15.000.000,00 15.000.000,00 Juros líquidos debitados Valores facturados recebidos Valor em aberto em 31.DEZ No início de 2009 e em face duma situação de tesouraria positiva, a Empresa elaborou um estudo para a avaliação das alternativas possíveis a aplicação dos excedentes. Das várias soluções, então equacionadas, a ANAM, SA optou pela celebração de um contrato com a ANA, SA, para um empréstimo de 15 milhões de Euros, a médio e longo prazo, eventualmente renovável na data de vencimento dos juros e com o limite temporal a 2014 (data de amortização do empréstimo obrigacionista). Estes empréstimos foram concedidos nos seguintes termos: 162 • 5 milhões de Euros, pelo prazo de um ano, renovável por iguais períodos, vencendo juros semestralmente à taxa Euribor a 6 meses, adicionada de um spread de 60 pontos base; • 10 milhões de Euros, com o limite temporal de 2014, vencendo juros anuais à taxa Euribor a um ano, adicionada de um spread de 80 pontos base. .10 Relatório & Contas 30. INFORMAÇÃO SOBRE MATÉRIAS AMBIENTAIS A ANAM, SA obteve, em 2007, a Certificação no Sistema de Gestão Integrado de Qualidade e Ambiente, segundo os referências NP EN ISO 9001:2000 e NP EN ISO 14.001:2004. No ano de 2009, foi efectuada a adaptação do Sistema de Gestão da Qualidade para a nova norma NP EN ISO 9001:2008. Após certificação do Sistema de Gestão Integrado a ANAM, SA deu início à auto-avaliação segundo o Modelo de Excelência da EFQM – Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade, tendo obtido em 2010 o reconhecimento “Committed to Excelence” e ainda a Certificação da Qualidade de Serviço Aeroportuário, de acordo com os requisitos da ACI – Conselho Internacional de Aeroporto, designada Airport Service Quality Assured. Em paralelo, a Empresa continua a promover acções destinadas a assegurar: • Sensibilização sobre as várias temáticas do ambiente, transversal a toda a Empresa, abrangendo os Stakeholders, em geral. • Implementação de um plano plurianual para redução dos consumos de energia, dando seguimento às recomendações da Auditoria Energética realizada neste Aeroporto, no sentido da obtenção da Certificação Energética e QAI dos Aeroportos da Madeira; • Manutenção no Aeroporto da Madeira, de um espaço dedicado ao armazenamento de resíduos perigosos produzidos, por forma a dotar este Aeroporto com os meios necessários ao seu armazenamento temporário; • Aproveitamento da captação de água, através de reservatórios próprios, para rega dos espaços verdes, por forma a diminuir os consumos de água potável; • Recolha de hidrocarbonatos no Aeroporto de Porto Santo, através de caixas separadoras instaladas em locais mais susceptíveis de produzir efluentes contaminados com esta resistência; • Manutenção no Aeroporto de Porto Santo de infraestrutura específica, destinada à descarga de águas residuais provenientes das aeronaves. 163 .10 Relatório & Contas 31. ACTIVOS E PASSIVOS CONTINGENTES 31.1 Acções litigiosas em que a ANAM, SA, é parte: 31.1.1 No Tribunal Judicial da Comarca de Santa Cruz Correm neste Tribunal 11 processos, no âmbito de expropriações por utilidade pública, os quais se encontram em fase de recurso de arbitragem. O valor dos Autos de Arbitragem ascende a 1.293.627 Euros e o montante em questão encontra-se consignado à ordem do Tribunal. 31.1.2 Também, no Tribunal de Santa Cruz, corre um pedido de Indemnização Civil em que a ANAM, SA é autora, sendo o valor processual de 5.750 Euros, não tendo a mesma, no decurso de 2010, tido qualquer desenvolvimento. 31.1.3 Igualmente, no 1º Juízo do Tribunal Judicial de Santa Cruz, corre termos o Processo 864/09.2TBSCR, relativo à Insolvência da TRIAM – Serviço de Apoio a Aeronaves, SA. A Empresa encontra-se em liquidação sendo que a ANAM, SA faz parte da Comissão de Credores na qualidade de Presidente. O saldo inicialmente reclamado pela ANAM, SA, no referido processo, foi de 144.139 Euros. Entretanto, no decurso do exercício, a Empresa recuperou, nos termos do art. 78, nº 7 da alínea b) do CIVA, o montante de 17.429 Euros, pelo que o valor actualmente provisionado é de 126.710 Euros. Se, todavia, no decurso da partilha de massa insolvente, a ANAM, SA vier a ser ressarcida da dívida, no todo ou em parte, terá que proceder à regularização do IVA, recuperado antecipadamente. Lembra-se, a propósito, que o crédito da ANAM, SA foi, após impugnação da Empresa e por notificação do Tribunal, considerado como crédito privilegiado. 31.1.4 Correm, ainda, nos Tribunais outras acções contra a ANAM, SA, respeitantes ao Projecto de Ampliação do Aeroporto do Funchal: • • • 164 5 acções no Tribunal Administrativo, cujo valor processual é de 122.500 Euros; 3 acções ordinárias no Tribunal Judicial de Santa Cruz, com valor processual de 176.063 Euros; 1 Pedido de Indemnização Civil no Tribunal Judicial do Funchal, com valor processual de 416 Euros. .10 Relatório & Contas 31.1.5 Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal – Processo 166/06.6 BEFUN Em Julho de 2006, a MATUR – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, SA propôs, contra a Região Autónoma da Madeira e a ANAM, SA uma acção administrativa especial na qual se pretende obter: 1) A condenação das Rés à prática dos actos da proposta e de constituição de Servidão Aeronáutica do Aeroporto da Madeira; 2) O pagamento de uma indemnização pelos prejuízos causados pela constituição da Servidão Aeronáutica; 3) A indemnização pelos prejuízos causados pela omissão ilegal do dever de constituição da referida servidão. Actos Praticados: i) Foi apresentada contestação em Dezembro de 2006; ii) a Autora apresentou “resposta às excepções”, em Abril de 2007; iii) o mandatário da Região Autónoma da Madeira pediu o desentranhamento do último articulado apresentado pela Autora; e iv) em Julho de 2009, a ANAM, SA foi notificada do despacho que considera um conjunto de questões que constavam no último articulado apresentado pela Autora. • • Valor do processo: 15.001,00 Euros Estado: Aguardam-se os ulteriores trâmites do processo. 31.1.6 Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal Em Setembro de 2006 a ANAM, SA impugnou junto deste Tribunal o indeferimento expresso do Recurso Hierárquico apresentado perante o Senhor Secretário Regional do Plano e Finanças do Governo da Região Autónoma da Madeira. Esta impugnação decorreu de liquidações adicionais de IVA e juros compensatórios de 1997, 1998 e 1999 referentes a correcções do IVA suportado nos serviços de construção necessários à Ampliação do Aeroporto do Funchal relativos à reconstrução do Bairro dos Pescadores. • • 31.1.7 O valor de impugnação é de 303.871 Euros. Até à presente data, a Empresa, não foi notificada de qualquer decisão. Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal • Processo nº 251/07.7–BEFUN – Acção Administrativa Especial. Autor: José Anacleto Freitas Pereira. Ré: ANAM – Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, SA. 165 .10 Pedidos: i) Reconhecimento da existência e caracterização do acidente como de Acidente/ Trabalho; ii) Pagamento de diferenças salariais calculadas sobre uma IPP (Índice de Preços no Produtor) de 15%, desde 2002; iii) Despesas médicas e medicamentosas, subsídio por assistência a terceira pessoa; e iv) obrigação de juros sobre as importâncias a liquidar em execução de sentença vencidas e vincendas. • • • 31.1.8 31.1.9 • Processo Cautelar nº 23/09.OBFUN Relativo à decisão de retirada do cartão de acesso a áreas restritas e reservadas do Aeroporto da Madeira, por parte do Director dos Aeroportos da Madeira, ao colaborador da Groundforce – Agostinho Martinho Gouveia Freitas França. • Processo nº 73/09.OBFUN – Acção Administrativa Especial Impugnação de Acto Administrativo relativo à retirada do cartão de acesso a áreas restritas e reservadas do Aeroporto da Madeira, por parte do Director dos Aeroportos da Madeira, ao colaborador da Groundforce – Agostinho Martinho Gouveia Freitas França. Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal Processo Cautelar nº 67/10.3BEFUN Valor: 30.000€ Actos Praticados: A ANAM, SA foi notificada, em Março de 2010, na qualidade de entidade requerida, da providência cautelar instaurada pela ELFRAMA, para suspensão do procedimento concursal, até à decisão do trânsito em julgado, sobre a ilegalidade das peças do procedimento e a (in) validade do mesmo; Desta notificação resultaram várias diligências da ANAM, SA, ELFRAMA e LFP (Lojas Francas de Portugal). • 166 Valor líquido: 33.205,74 Euros. Actos Praticados: apresentação de Contestação resposta às Excepções Fase Actual: Aguarda despacho saneador Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal • Relatório & Contas Estado: Aguardam-se os ulteriores trâmites do processo. .10 • • 31.1.10 Relatório & Contas Acção Administrativa Especial nº 100/109 BEFUN Valor: 30.000€ Actos Praticados: A ELFRAMA apresentou uma Acção Administrativa Especial, na qual pretende anular e concurso público nº 11/2009, que tem em vista a celebração de um contrato de exploração comercial de determinados espaços no Aeroporto da Madeira. A ANAM, SA e a LFP (na qualidade de contra-interessada) apresentaram a sua contestação. Estado: Aguardam-se os ulteriores trâmites do processo. Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal • Processo Cautelar nº 113/10.OBEFUN Valor: 30.000€ Actos Praticados: A ANAM, SA em Maio de 2010 foi notificada do requerimento inicial da acção intentada pela Aldeasa, com vista ao seguinte: i) Admissão provisória da Requerente ao Procedimento Concursal; ii) Suspensão do requerimento concursal em apreço ou; iii) Suspensão do acto de atribuição da licença de ocupação de espaços destinados ao exercício de actividade comercial de venda no Aeroporto da Madeira, que pode resumidamente designar-se por exploração “main shop”; e iv) Oposição da ANAM, SA na qualidade de entidade requerida. • Estado: Aguardam-se os ulteriores trâmites do processo. • Acção Administrativa Especial nº 128/10.9.BEFUN Valor: 30.000€ Actos praticados: A Aldeasa, em Junho de 2010, apresenta a Petição Inicial formulando os seguintes pedidos: i) Anulação do acto da sua exclusão no concurso público de atribuição duma licença de ocupação e utilização de espaços destinados ao exercício de uma actividade comercial no Aeroporto da Madeira que pode resumidamente designar-se por exploração do “Main Shop”; e ii) A condenação da ANAM, SA a admiti-la ao procedimento acima referido. A ANAM, SA efectuou as suas diligências a pedir a convolação do processo, seguindose as subsequentes contestações. • Estado: Aguardam-se os ulteriores trâmites do processo. 167 .10 31.1.11 Relatório & Contas Tribunal Tributário de Lisboa • • Processo nº 37/08.1BELRS Valor: 628.712,35€ Impugnação judicial pela SPDH – Sociedade Portuguesa de Handling, SA relativa a um conjunto de facturas referentes ao Aeroporto do Funchal. Em Junho de 2008 foi apresentada contestação. Em 12.MAI.2010 foi alcançado um acordo em que a SPDH se comprometeu à desistência do processo, pelo que o valor foi revertido ainda em 2010. Estado: Aguarda-se os ulteriores trâmites do processo. 31.2 Emissão de Certidões de Dívida 31.2.1 Tribunal do Comércio de Lisboa Em 28 de Março de 2006, a ANAM, SA procedeu à emissão de uma Certidão de Dívida, no montante de 204.210 Euros (acrescido de juros de mora) à AIR LUXOR, SA, relativa ao valor das Taxas de Tráfego, Ocupação e Outras Taxas não pagas nas operações realizadas nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo, no período compreendido entre Março de 2005 e Janeiro de 2006. O processo de execução transitou para 10º Bairro Fiscal de Lisboa, a 29 de Setembro de 2006, onde lhe foi atribuído o número: 3255200601047485. Pelo ofício nº 10.008, de 22 de Dezembro de 2007, os Serviços de Finanças de Lisboa 10 informaram a Empresa de que o processo foi avocado ao processo de falência nº 228.02/07, que corre termos no 2º Juízo do Tribunal de Comércio de Lisboa, desde 21 de Junho de 2007. • Estado: Até á data a ANAM, SA não foi notificada de qualquer decisão. 31.2.2 Serviço de Finanças de Cascais 2 – Carcavelos Em 15 de Fevereiro de 2007, a ANAM, SA procedeu à emissão de uma Certidão de Dívida e sua entrega junto do Serviço de Finanças de Santa Cruz, no montante de 1.433.861,54 Euros (acrescido de juros de mora de 91.526,04 Euros) à ATA – Aerocondor Transportes Aéreos, SA, relativa ao não pagamento das taxas de tráfego (aterragem e descolagem, assistência a passageiros) assistência em escala, de ocupação e outras taxas de natureza comercial (taxa de equipamento, consumos) nos Aeroportos da Madeira e Porto Santo, no período compreendido entre 10 de Fevereiro de 2006 e 20 de Janeiro de 2007 e respectivos juros de mora até à presente data. O processo de execução fiscal transitou para o Serviço de Finanças de Cascais 2 – Carcavelos, com o número: 3433200701021311. 168 .10 Relatório & Contas O Serviço de Finanças acordou com a Aerocondor o pagamento em 60 prestações, tendo a ANAM, SA apenas recebido 5 prestações. Em 20 de Maio de 2009, o 2º Juízo do Tribunal do Comércio de Lisboa, proferiu a sentença de declaração de insolvência da Aerocondor. Os créditos da ANAM, SA encontram-se reclamados junto da massa insolvente, aguardandose o desenvolvimento do processo. O valor da dívida, incluindo juros de mora debitados, perfaz 1.335.865,95 Euros tendo, sobre este montante, sido constituída Imparidade. 31.2.3 Serviço de Finanças de Santa Cruz Em 15 de Março de 2010 foi entregue no Serviço de Finanças de Santa Cruz, uma Certidão de Dívida, no montante de 14.113,76 Euros (acrescida de juros de mora de 55,22 Euros), da empresa Gregório Alves Teixeira – Comércio de Produtos Alimentares Unipessoal, Lda., pelo não pagamento das taxas de ocupação, exploração, resíduos sólidos e consumos, no Aeroporto da Madeira, relativa ao período compreendido entre 01 de Dezembro de 2009 e 28 de Fevereiro de 2010 e respectivos juros de mora, até à data de entrega da presente Certidão. A ANAM, SA efectuou uma provisão de 14.113,76 Euros e aguarda pelo desenvolvimento do processo de execução fiscal, a promover pelo Serviço de Finanças respectivo. Em 17 de Junho de 2010, a ANAM, SA procedeu à emissão de uma Certidão de Dívida, no montante de 9.181,76 Euros (acrescida de juros de mora de 508,58 Euros), da Paralelo Jóias, Lda., referente ao valor das taxas de ocupação, exploração, resíduos sólidos e consumos no Aeroporto da Madeira, no período compreendido entre 30 de Setembro de 2009 e 30 de Abril de 2010 e respectivos juros de mora até à data de entrega da presente Certidão. Já após entrega da certidão foi feito um pagamento de 1.783,97 Euros, pelo que a ANAM, SA constituiu, em 2010, uma imparidade de 7.397,79 Euros. Em 25 de Janeiro de 2011, a ANAM, SA, através da carta S/2011/388, solicitou ao Serviço de Finanças de Santa Cruz, informação sobre o estado actual dos dois processos supra referidos, aguardando-se a correspondente resposta. Também, em 17 de Junho de 2010, a ANAM, SA procedeu à emissão de uma Certidão de Dívida, no montante de 6.783,92 Euros (acrescida de juros de mora de 377,88 Euros), de Aníbal Bartolomeu Gomes, pelo não pagamento das taxas de ocupação, exploração, equipamentos, resíduos sólidos e consumos no Aeroporto de Porto Santo, no período compreendido entre 13 de Agosto de 2009 e 18 de Maio de 2010 e respectivos juros de mora, até à data da entrega da presente certidão. 169 .10 Relatório & Contas A ANAM, SA efectuou uma provisão de 6.783,92 Euros e aguarda o desenvolvimento do processo de execução fiscal a promover pelo competente Serviço de Finanças. Em 25 de Janeiro de 2011, a ANAM, SA através da carta S/2011/387, solicitou ao Serviço de Finanças do Funchal-1, informação sobre o estado deste processo, entregue no Serviço de Finanças de Santa Cruz, aguardando-se a correspondente resposta. 31.3 Globespan Airways Limited A Flyglobespan anunciou, em 16 de Dezembro de 2009, a suspensão de todas as suas operações, o que foi confirmado através da “The Insolvence Act 1986”. A dívida desta companhia à ANAM, SA, é de 37.208,17 Euros e foi reclamada em 22 de Janeiro de 2010, conforme carta enviada ao Administrador de Insolvência. A Empresa dispõe de uma caução de 15.000 Euros, pelo que provisionou o diferencial de 22.208,17 Euros. • Estado: Aguarda-se o desenvolvimento do processo. 31.4 Fundo Social – DRA A Direcção Regional dos Aeroportos constituiu, no período compreendido entre 1987 e 1993, um Fundo Social correspondente ao cálculo das diferenças apuradas em função dos regimes contributivos aplicáveis aos trabalhadores oriundos do MT e da FP. A verba que constitui o indicado fundo, veio a ser confiada à ANAM, SA, ficando pendente do regime a aplicar. Todavia, o supra indicado fundo viria a ser revogado por Despacho Conjunto das Secretarias Regionais da Economia e da Cooperação Externa e Assuntos Sociais, com efeitos à data da respectiva criação. Os beneficiários e destinatários da referida verba têm de ser determinados, sendo que a Empresa na sua qualidade de fiel depositária mantém até hoje à sua guarda a indicada verba. A referida verba foi objecto de capitalização e encontra-se registada em conta autónoma, totalizando à data 416.915 Euros. 31.5 ADSE No Passivo, na rubrica Estado e Outros Entes Públicos, encontra-se contabilizado o montante de 251.895 Euros, relativo a deduções efectuadas desde 1993 a Agosto de 2001 à remuneração dos trabalhadores, deduzidos dos reembolsos à ADSE, dos encargos referentes a cuidados de saúde dos mesmos. A partir de Agosto de 2001, as deduções e reembolsos passaram a ser 170 .10 Relatório & Contas contabilizados em proveitos suplementares, dado, segundo entendimento da Empresa e de acordo com a legislação sobre o assunto, as importâncias descontadas constituírem receita das entidades que suportam o pagamento dos trabalhadores. Até à data, a ANAM, SA ainda não efectuou o reconhecimento como proveito do montante acima referido, pretendendo obter enquadramento jurídico da questão para então proceder à regularização contabilística. 32. GARANTIAS PRESTADAS A TERCEIROS Não existem garantias financeiras ou reais prestadas a terceiros. 171 .10 172 Relatório & Contas RELATÓRIOS DE FISCALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS .10 Relatório & Contas 173 .10 174 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas 175 .10 176 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas 177 .10 178 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas 179 .10 180 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas 181 .10 182 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas 183 .10 184 Relatório & Contas .10 Relatório & Contas 185