PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (sca)

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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (sca)
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
PROTOCOLO de síndrome
coronariana aguda (SCA)
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
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Infarto com supradesnivelamento
de ST e Angina instável
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1 - OBJETIVO
• Estabelecer um protocolo de conduta para a abordagem diagnóstica e terapêutica das SCA
nos vários níveis de atendimento do Hospital Sírio-Libanês.
• Organizar de forma lógica e rápida ações a serem empregadas em portadores de SCA.
• Priorizar o emprego das melhores evidências da literatura atual, visando segurança,
efetividade e praticidade.
• Estabelecer orientações durante a internação e na alta hospitalar que visem ajudar nas
decisões clínicas.
2 - APLICAÇÃO
Este documento aplica-se a Sociedade Beneficente de Senhoras – Hospital Sírio-Libanês.
3 - DeSCRIÇão
A síndrome coronária aguda (SCA) envolve um largo espectro de condições clínicas que incluem
desde a isquemia silenciosa, passando pela angina aos esforços, a angina instável até o infarto agudo
do miocárdio com ou sem supradesnivelamento do segmento ST. A angina instável e o infarto do
miocárdio são as síndromes caracterizadas por pior prognóstico, com maior chance de sequelas e
risco aumentado de óbito. A doença cardiovascular no Brasil é responsável por cerca de 1/3 de todas
as mortes registradas segundo dados do DATASUS. Nos Estados Unidos da América cerca de 4 a 5
milhões de pessoas procuram os serviços de saúde com quadro sugestivo de isquemia miocárdica.
Deste total 2 milhões recebem confirmação do diagnóstico. Cerca de 1,5 milhão apresentam infarto
agudo do miocárdio e aproximadamente 250 mil morrem antes de chegar ao hospital
Nesses primórdios, a terapia, que consistia em repouso ao leito, analgesia e sedação, tinha pequeno
impacto na evolução clínica dos pacientes acometidos.
No início da década de 60, o reconhecimento da morte súbita (mortalidade precoce relacionada às
arritmias ventriculares primárias – fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso) levou
ao desenvolvimento do conceito das unidades coronárias (1,2) idealizando-se a necessidade de
monitorização cardíaca contínua nas primeiras 24 horas de evento com o objetivo do tratamento
precoce através da utilização de cardiodesfibriladores e drogas anti-arrítmicas potentes.
Antes da era do tratamento moderno, a mortalidade decorrente do IAM no curto prazo (primeiros 30
dias) era cerca de 30%. Com o advento das unidadescoronárias e tratamento precoce das arritmias
malignas primárias além do emprego dos β-bloqueadores este índice caiu pela metade (ao redor de 15%).
Ao final da década de 60, a insuficiência ventricular esquerda secundária à necrose de grandes
porções do miocárdio passou a ser reconhecida como a principal causa de morte no período
intra-hospitalar. Esta constatação motivou o desenvolvimento de estratégias terapêuticas que
promoveriam a limitação do dano miocárdico, o que de fato aconteceu, no início da década de
80, com o advento da terapia fibrinolítica e reperfusão mecânica em conjunto com a utilização de
terapia antiagregante e anticoagulante. Tais intervenções ocasionaram diminuição na mortalidade
do IAM para 6,5% nos primeiros 30 dias de sua evolução (era da reperfusão).
A) Reconhecimento do IAM com
Supradesnivelamento do Segmento ST/BRE
novo (IAMSST)
• Elaboração de texto final após a reunião:
O início da estratégia de abordagem dos pacientes admitidos com IAMSST constitui no adequado
reconhecimento e triagem dos casos de dor torácica com rápida admissão à sala de Emergência,
repouso ao leito e realização de ECG de 12 derivações num prazo não superior a 10 minutos.
Nesse período, a realização de uma anamnese e exame físico dirigidos para a queixa referida
devem ser realizados pelo médico emergencista. O diagnóstico eletrocardiográfico consiste na
presença de supradesnivelamento ≥ 1 mm do segmento ST em pelo menos 2 derivações contíguas
(supra de ST > 2 mm de V1 a V3) ou reconhecimento de Bloqueio de Ramo Esquerdo novo.
Em caso de indisponibilidade de ECG prévio do paciente e na vigência de quadro clínico compatível,
os critérios eletrocardiográficos definidos por Sgarbossa e cols (3) podem ser empregados para
auxílio diagnóstico:
A - medidas iniciais na emergência e subsequentes;
• supradesnivelamento de segmento ST ≥ a 1 mm em concordância com o QRS;
B - estratégia de reperfusão e critérios para indicação e contra-indicação de fibrinolíticos.
• infradesnivelamento de segmento ST ≥ a 1 mm em V1, V2 e V3;
3.1 - Metodologia
• Tópicos foram distribuídos entre vários especialistas no assunto (ver apresentação).
• Referências bibliográficas foram sugeridas após pesquisa pelo MEDLINE.
• Durante reunião de consenso entre participantes das Unidades de Pronto atendimento, Unidade Coronariana e Unidade de Terapia intensiva foram feitas discussões e apresentações de sugestões.
• Foi realizada a elaboração de uma proposta de protocolo que vai ser discutida com o corpo clínico.
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3.2 - INtrodução
• supradesnivelamento de segmento ST ≥ a 5 mm em discordância com o QRS.
No início da metade do século passado, a incidência de infarto agudo do miocárdio (IAM) cresceu em
proporções tão alarmantes que passou a constituir a principal causa de mortalidade intra-hospitalar
nas estatísticas dos países industrializados.
Abaixo segue um organograma das ações preconizadas no atendimento de paciente com IAMSST.
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organograma das ações preconizadas no atendimento de paciente com IAMSST
utilizar dose de ataque. Entretanto, quando se indica estratégia invasiva imediata, pode-se aguardar a definição de anatomia e não necessidade de tratamento cirúrgico para
1. Reconhecimento pelo
serviço de triagem
Supradesnível de ST
• Monitorização cardíaca contínua: à beira de leito, para detecção e terapia precoces ou BRE novo
3. Anamnese e EF dirigidos
4. Realização de ECG
( máx 10 minutos)
de arritmias primárias; monitorização eletrocardiográfica contínua (na derivação com maior 2. Repouso no leito
Dor torácica
início do clopidogrel.
supradesnivelamento do segmento ST). A frequência do controle de pressão arterial depende
Início da Terapia
da gravidade da doença. Controle a cada hora até obter estabilidade, a partir daí a cada 4h.
Adjuvante e Eleição da
• Obtenção de acesso venoso periférico, para coleta de exames laboratoriais e administração Estratégia de Reperfusão
medicamentosa. Deve-se dar preferência ao membro superior esquerdo.
• Analgesia e sedação: diminui a intensidade da dor (que gera ansiedade e amplifica a resposta
A1) Medidas Gerais, Subsequentes e Terapia Adjuvante
autonômica), reduzindo o limiar para desencadeamento de taquiarritmias ventriculares e o
Após o diagnóstico clínico e eletrocardiográfico, recomenda-se:
consumo miocárdico de oxigênio. Recomenda-se sulfato de morfina, na dose de 1 a 3 mg cada
• Repouso: por até 24h nos pacientes estáveis hemodinamicamente e sem precordialgia.
5 minutos por via intravenosa até o alívio da dor (dose máxima de 25 a 30 mg) ou evidência
• Jejum: no mínimo de 4h em presença de dor para a realização de exames, para reduzir o risco de de toxicidade (hipotensão, depressão respiratória ou vômitos frequentes). Raramente doses altas
aspiração pelos vômitos. Após este prazo, prescrever dieta líquida e no dia seguinte dieta laxativa.
são necessárias. Hipotensão pode ocorrer em pacientes hipovolêmicos. Pode ser útil também na
• Oxigenoterapia: deve ser realizada através da administração de catéter nasal com fluxo de 3 L/
redução dos sinais e sintomas de hipertensão venocapilar pulmonar em pacientes com disfunção
min nas primeiras 3-6 horas e depois caso saturação < 90% ou durante episódio de dor.
ventricular esquerda. Caso ocorra bradicardia associada, recomenda-se administrar Atropina
A administração de oxigênio é baseada em estudos experimentais que sugerem redução de 0,5-1,0 mg. Na ocorrência de depressão respiratória utilizar Naloxona 0,1-0,2 mg. O uso rotineiro de
infarto com essa terapia. Entretanto, não existem evidências definitivas de benefício na redução da ansiolíticos não é recomendado. Quando necessário utilizar Diazepan na dose de 5-10 mg 8/8h morbimortalidade, a menos que haja hipoxemia.
por 24-48h.
• Terapia antiagregante: administrar o ácido acetil-salicíco (AAS) na dose de 200 mg por via 6
• Nitratos: são medicamentos que promovem vasodilatação arterial e principalmente venosa,
oral, previamente macerados ou mastigados, exceto em casos de reconhecida anafilaxia aos
diminuem a pré e pós-carga ventricular, trabalho cardíaco e o consumo de oxigênio. Não devem
salicilatos ou na presença de sangramentos ativos quando da admissão hospitalar. Deve
ser utilizados de rotina visto que não diminuem mortalidade e sim morbidade. São utilizados para ser utilizado antes mesmo da realização do eletrocardiograma quando da suspeita de
alívio de dor isquêmica, congestão pulmonar e diminuição pressórica. Logo após o primeiro ECG, coronariopatia aguda. O uso precoce do AAS reduz o risco de morte em 23% ( quando utilizado nos casos em que houver dor torácica isquêmica, deve ser administrado nitrato SL (dinitrato de de forma isolada) e em 42% (quando associada ao fibrinolítico). O derivado tienopiridínico
isossorbida 5 mg ou mononitrato de isossorbida 5 mg), desde que não haja contra-indicações
- clopidogrel deve ser utilizado de rotina, precocemente, na dose de 75 mg/d, precedida de dose ( infarto de ventrículo direito, uso de sildenafil ou derivados nas últimas 24h, hipotensão arterial).
de ataque de 300 mg, sempre por via oral. Pacientes com idade superior a 75 anos não devem
Após 5/10 min do uso do nitrato, deve ser realizado novo ECG para avaliar resolução ou
manutenção do supradesnível do ST (afastar espasmo).
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B) Estratégia de Reperfusão e Critérios para
Indicação e Contra-indicação de Fibrinolíticos
Tabela 1 - Contra-indicações Absolutas ao Uso
de Fibrinolíticos
Uma vez feito o diagnóstico de IAMSST é de suma importância a eleição de adequada estratégia
de reperfusão visando a obtenção de fluxo efetivo no território da artéria acometida. A escolha da
terapia de reperfusão depende da disponibilidade e experiência de cada centro com a estratégia
a ser desempenhada. No HSL recomendamos a realização de angioplastia primária como primeira
abordagem, esta decisão deva ser realizada no serviço de Pronto Atendimento (4), objetivando a
diminuição do tempo de isquemia. Como justificativas para a adoção desta estratégia salientamos
que a angioplastia primária:
1. Implica maior índice de patência e fluxo da artéria relacionada ao infarto (> 90% em 90 min frente
70% da média da terapia fibrinolítica) acarretando menor comprometimento da função miocárdica;
2. Redução de mortalidade em condições específicas como no choque cardiogênico;
3. Menor índice de complicações imediatas relacionadas à técnica de reperfusão (menor taxa de AVC
hemorrágico particularmente em pacientes com mais que 65 anos de idade);
4. Menor taxa de complicações tardias (reinfarto, reoclusão, ruptura ventricular, internações
decorrentes de disfunção ventricular);
5. Definição precoce da anatomia coronária;
• Episódio pregresso de hemorragia intra-craniana (em qualquer época da vida).
• AVC isquêmico < 3 meses (exceto os casos com menos de 3h);
• Neoplasia Intracraniana conhecida;
• Suspeita diagnóstica de dissecção aguda de aorta;
• Sangramento interno ativo (exceto menstruação).
• Redução da expectativa de vida (coma, sepse, neoplasia)
• Hipertensão acentuada à apresentação (PA >180x110 mmHg) e não controlada;
• Histórico de HAS acentuada;
• Patologias de SNC não descritas nas contra-indicações absolutas, assim como outros antecedentes cérebro-vasculares;
• Uso corrente de terapia anticoagulante (INR maior ou igual a 2-3) ou conhecida
diátese hemorrágica;
• Trauma recente, incluindo trauma cranioencefálico (em 2 a 4 semanas) ou procedimentos de RCP
prolongados (> 10 min);
• Procedimentos cirúrgicos de grande porte dentro das 3 últimas semanas;
• Punções de vasos sanguíneos não passíveis de compressão;
• Sangramentos internos dentro das últimas 2 a 4 semanas;
• Gestação;
• Úlcera péptica ativa;
• Em caso de uso de estreptoquinase: prévia exposição (em período compreendido após os
primeiros 5 dias até 2 anos) ou manifestação alérgica ao fibrinolítico em uso anterior.
Dessa forma, sintetizamos no fluxograma abaixo o conjunto de estratégias envolvidas na abordagem
do paciente com IAM e supradesnível de segmento ST / BRE novo.
6. Menor período de permanência hospitalar com redução do custo global do tratamento.
Cabe salientar também que a angioplastia primária constituirá a única terapia de reperfusão possível
nos casos onde houver contra-indicação à administração de fibrinolíticos. Abaixo seguem as
condições que constituem contra-indicações absolutas e relativas (tabelas 1 e 2) à adoção de
terapia fibrinolítica.
Dor torácica com supra-ST ou BRE novo
Serão elegíveis para reperfusão imediata todos os pacientes que se apresentarem ao Pronto
Atendimento com dor torácica ou sintomas equivalentes de isquemia miocárdica (dispneia, síncope)
e supradesnivelamento do segmento ST ou BRE novo com intervalo do início do evento ≤ 12 horas.
Medidas iniciais
conjunto de estratégias envolvidas
na abordagem do paciente com IAM
e supradesnível de segmento ST / BRE
Instituição da terapia adjuvante
ΔT de dor ≤ a 12h ?
SIM
Em determinadas situações a indicação de terapia de reperfusão pode ultrapassar esse limite
temporal às custas de potencial benefício. Tais situações compreendem:
• A presença de isquemia miocárdica recorrente;
• Apresentação em choque cardiogênico (particularmente em pacientes com histórico de infarto
do miocárdio prévio e idade inferior a 75 anos).
Para a indicação de angioplastia primária deve ser observado os tempos de Porta-Sala de Hemodinâmica < 60 minutos e Porta-Balão < 90 minutos e para a indicação de fibrinolítico
porta-agulha < 30 minutos.
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ATC Primária
(1ª opção)
Fibrinólise
(2ª opção)
SIM
Instabilidade elétrica ?
Isquemia recorrente ?
Choque cardiogênico ?*
META Δt porta-agulha
30 minutos
NÃO
META Δt porta-balão
90 minutos
NÃO
SIM
Manutenção de terapia adjuvante
Admissão em unidade coronária
NÃO
ATC Resgate
Reperfusão
* Na presença de instabilidade hemodinâmica dá-se preferência à realização de ATC primária.
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Tipos de Fibrinolíticos e Modos de Utilização
1. Alteplase:
Deverá ser administrada EV na forma “acelerada”:
15 mg EV em bolus
0,75 mg/kg - máximo de 50 mg – em 30 minutos
0,50 mg/kg – máximo de 35 mg – em 60 minutos
Todo paciente deverá ter sido medicado com AAS 200 mg
Deverá ocorrer infusão concomitante de Heparina não-fracionada endovenosa na seguinte
dosagem: 60 U/kg em bolus – máximo de 4000 UI, seguida por infusão contínua e endovenosa
de 12 U/kg/hora, máximo de 1000 U/hora, por 24 horas. O objetivo é manter o tempo de
tromboplastina parcial ativada entre 50-70 segundos (1,5 a 2,0 x o valor de referência)
Os fibrinolíticos não-específicos, como a estreptoquinase, têm ação anticoagulante por mais de 24h,
tornando desnecessário o uso de heparina, a não ser que o risco de embolia sistêmica seja elevado.
Por outro lado, a estreptoquinase pode exercer um efeito paradoxal pró-coagulante, levando alguns
a defender o uso rotineiro da heparina nesta situação.
4- Principais efeitos indesejáveis dos fibrinolíticos
- os fibrinolíticos estão associados com um pequeno, mas significativo excesso de 4 casos de
AVC (principalmente hemorrágico) a cada mil pacientes tratados no primeiro dia de evolução;
- pode ocorrer hipotensão arterial com estreptoquinase, devido ao seu efeito vasodilatador;
- as complicações hemorrágicas em outros sítios que não o cerebral são relativamente comuns, embora na maioria dos casos seja de pequena monta;
- mesmo com a estreptoquinase, a incidência de reações alérgicas é rara.
Poderá ser usado, novamente, em caso de recorrência do supradesnivelamento do segmento ST.
Angioplastia Primária e de Resgate
2. Tenecteplase:
1. Intervenção coronária percutânea como alternativa à trombólise (Angioplastia Primária):
Poderá ter seu uso sugerido ao médico do paciente, em situações de IAM com supradesnivelamento
do segmento ST, em ambiente extra-hospitalar, onde o socorro está sendo prestado por médico
plantonista do HSL.
Administração em bolus endovenoso único, em 5 a 10 segundos,
com dose ajustada pelo peso do paciente:
< 60 kg: 30 mg
60 – 69 kg: 35 mg
70 – 79 kg: 40 mg
80 – 89 kg: 45 mg
> ou = 90 kg: 50 mg
Todo paciente deverá ter sido medicado com AAS 200mg.
Deverá ocorrer infusão concomitante de Enoxaparina na dose de 30 mg em bolus endovenoso,
seguido pela administração de 1 mg/kg subcutânea a cada 12 horas, por 24-48h. Para indivíduos
com idade superior a 75 anos deve-se administrar heparina não fracionada IV, devido a chance
aumentada de sangramento no SNC.
3. Estreptoquinase
Dose total de infusão de 1.500.000 UI IV, diluída em 100 ml de solução fisiológica 0,9%, sendo
200.000 UI (14 ml) em bolus e o restante 1.300.000 UI (86 ml) em 30 a 60 minutos. Caso ocorram
efeitos colaterais, diminuir o gotejamento ou suspender a infusão temporiariamente. O seu uso está
restrito aos pacientes com idade superior a 75 anos. Contra-indicação ao uso de estreptoquinase
ocorre em pacientes com reação alérgica em uso anterior. Deve ser respeitado um intervalo superior
a 2 anos após o uso de estreptoquinase.
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a) IAMSST ou BCRE novo com < 12 horas do início dos sintomas de isquemia ou > 12 horas
se estes ainda persistirem.
b) Pacientes que desenvolvem choque cardiogênico, dentro das 36 horas do IAM e que podem ser abordados de preferência em até 18 horas do início do choque. (pacientes preferentemente < 75 anos).
c) Pacientes com contra-indicação ao uso de fibrinolíticos.
OBS: É indicado o uso de inibidores da GPIIb/IIIa pré ou durante a angioplastia primária, devendo ter seu início de infusão na sala de hemodinâmica.
2. Intervenção coronária percutânea pós-trombólise sem critérios de sucesso
a) Pacientes com objetiva recorrência de infarto ou isquemia (angioplastia de resgate
ou alvamento).
b) Choque cardiogênico ou instabilidade hemodinâmica.
c) Angina recorrente sem sinais objetivos de isquemia ou infarto.
d) Angioplastia da “artéria culpada” em horas a dias (48 hs) pós trombólise com sucesso, em pacientes assintomáticos sem evidência clinica ou indutível de isquemia.
OBS: Colher exames em até 24 hs da internação: colesterol total e frações, triglicérides e ácido úrico.
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Tratamento Medicamentoso
1. AAS e outros antiplaquetários orais
A aspirina inibe a agregação plaquetária através do bloqueio da formação do tromboxane A2.
Esta inibição enzimática persiste por aproximadamente 7 dias pois as plaquetas não são capazes
de regenerar a ciclo-oxigenase. As células endoteliais, porém, produzem esta enzima reduzindo a
duração do efeito da aspirina sobre as plaquetas.
Analisados conjuntamente, os dados de 145 estudos que fizeram parte do Antiplatelet Trialists’
Collaboration, com aproximadamente 70.000 pacientes de alto risco e 30.000 pacientes de baixo
risco, demonstraram uma redução de 30% nos eventos vasculares de pacientes com infarto agudo
não fatal com uso de AAS.
Os efeitos colaterais mais frequentes estão relacionados ao trato gastrointestinal, os quais podem ser
reduzidos através do uso de protetores gástricos, aspirinas tamponadas ou de ação entérica.
Deve-se administrar aspirina a todos os pacientes, o mais precocemente possível, na chegada ao
hospital. Manter o seu uso contínua e indefinidamente.
Dose inicial: 200 mg macerados por via oral
Dose de manutenção: 75 a 162 mg/dia por via oral em dose única após almoço – a dose mais
utilizada é de 100mg/d
Contra-indicações absolutas:
- Pacientes com hiper-sensibilidade à salicilatos
- Hemorragia digestiva ativa
Contra-indicações relativas:
- Pacientes com gastrite ou úlcera gastroduodenal prévia, devendo seu uso ser cauteloso e
associado a inibidor de bomba protônica.
- Uso cauteloso em pacientes com discrasias sanguíneas ou com insuficiência hepática.
1.2 Clopidogrel
É um anti-agregante plaquetário que atua como antagonista do receptor da adenosina. Possui
ação semelhante a ticlopidina, mas apresenta menor incidência de efeitos colaterais (neutropenia
reversível e púrpura trombocitopênica trombótica) e maior rapidez no início de sua atividade antiplaquetária, quando utilizado em dose de ataque.
Deve ser utilizado como substituto à aspirina nos casos de reação de hipersensibilidade e nos
pacientes submetidos à angioplastia primária com colocação de stent, associado ao uso de aspirina.
Dose de ataque: 300 mg por via oral em dose única.
Dose de manutenção: 75 mg/dia por via oral por 1 a 9 meses.
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OBS: Nos pacientes com indicação de tratamento cirúrgico o uso de aspirina e clopidogrel eleva o
risco de sangramento pós-operatório. Nestes pacientes orientamos a suspensão destas medicações
por 5 a 7 dias, previamente a data da cirurgia.
1.3 Ticlopidina
É um antagonista do receptor da adenosina, cujo efeito inibitório sobre a agregação plaquetária
ocorre de 24 a 48 horas após a sua administração, não sendo adequado o seu uso na fase aguda do
infarto do miocárdio.
1.4 Prasugrel
Novo tienopiridínico que foi testado em estudo recente (Triton) com mais de 13.000 pacientes
com síndrome coronariana aguda. Ao final do seguimento, o prasugrel mostrou-se superior ao
clopidogrel em relação à meta principal de óbito cardiovascular, infarto ou AVC. Está indicado no
IAM com supra submetido à angioplastia. Provavelmente substituirá o clopidogrel, mas aguarda-se a
recomendação das Diretrizes Brasileiras.
Dose de ataque: 60 mg via oral em dose única.
Dose de manutenção: 10 mg/dia.
1.5. Ticagrelor
Novo antiplaquetário que se mostrou superior ao clopidogrel.
Dose de ataque: 180 mg via oral em dose única.
Dose de manutenção: 90 mg 2 x dia.
2. Heparina
Utilizar em todos os pacientes submetidos a angioplastia primária, por via endovenosa, visando
como meta terapêutica um TCa de 300 segundos. No caso de trombólise com t-PA, utilizar o
seguinte esquema:
Bolus inicial: 60 U/kg (máximo 4000 U) por via endovenosa;
Dose de manutenção: inicial – 12 U/kg/h (máximo 1000 U/h) por via endovenosa;
Meta terapêutica: TTPa de 50 a 70 segundos - 1,5 a 2,0 vezes o controle laboratorial.
Outras indicações incluem pacientes com alto risco de ocorrência de embolia sistêmica, como por
exemplo: infarto agudo do miocárdio com grandes áreas discinéticas, fibrilação atrial, embolia prévia,
trombo no ventrículo esquerdo. A heparina não fracionada pode também ser utilizada nos pacientes
não submetidos a trombólise, e não tratados inicialmente com heparina, como terapêutica
preventiva de trombose venosa profunda.
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Dose: 7500 U por via subcutânea a cada 12 horas.
como adjuvante a tratamento fibrinolítico. Por outro lado, publicações recentes sugerem que o
inibidor IIb/IIIa é útil como medicação adjuvante em pacientes com IAM submetidos a ICP primária.
Controle laboratorial: o ajuste do nível terapêutico deve se basear no controle de TTPa a cada 6
horas. Quando dois valores consecutivos de TTPa estiverem em níveis terapêuticos, o novo controle
pode ser feito após 24 horas.
Os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa estão indicados no IAMSST como adjuvantes na angioplastia
primária, estando sua indicação a critério do médico assistente e do hemodinamicista.
Contagem do número de plaquetas, determinação da hemoglobina e hematócrito devem ser
realizados diáriamente durante a terapia com heparina não fracionada.
No Brasil existem dois inibidores disponíveis, o Abciximab e o Tirofiban. Recomenda-se o uso nas
seguintes doses:
No caso de ocorrência de sangramento importante, a protamina pode ser utilizada na dose de 1 mg
para cada 100 U de heparina, para reversão do efeito anticoagulante.
Abciximab (Reopro)
2.2 Heparina de Baixo Peso Molecular
Utilizar em todos os pacientes submetidos a angioplastia primária, por via endovenosa, visando
como meta terapêutica um TCa de 300 segundos. No caso de trombólise com t-PA, utilizar o
seguinte esquema:
Apresenta perfil farmacológico mais estável, meia-vida mais longa e dispensa controle de TTPA por
causa de sua ação preferencial sobre o fator Xa, tendo efeito mais previsível e sustentado.
As evidências científicas para que a HPBM pudesse ser utilizada no IAM com supradesnível derivam
do EXTRACT-TIMI 25 que comparou os dois tipos de heparina em mais de 20.000 pacientes.
Dose:
- A enoxaparina deve ser utilizada na dose 1 mg/kg SC a cada 12/12h, precedida de 30 mg EV
em bolus.
- Nos pacientes com mais de 75 anos não se deve realizar dose de ataque; a dose de manutenção
será de 0,75 mg/Kg 12/12h.
- Em pacientes com clearance menor que 30, não se faz a dose de ataque e a manutenção será
de 1 mg/kg 1x/d.
3. Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa
Os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa atuam inibindo a agregação plaquetária através do bloqueio
dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa presentes na superfície das plaquetas e que se encontram
ativados com maior afinidade pelo fibrinogênio e por outras proteínas de ligação no momento do
infarto agudo do miocárdio.
A terapia combinada de fibrinolítico em dose reduzida com inibidor da glicoproteína IIb/IIIA, em
pequenos estudos iniciais, aparentemente seria útil no sentido de aumentar a patência da artéria
relacionada ao IAM. Entretanto, estes compostos foram testados em dois grandes estudos, o
GUSTO V e o ASSENT-3, que tiveram como meta principal desfechos clínicos, inclusive óbito, e não
demonstraram nenhum benefício. Assim, não existe indicação para a utilização de inibidor IIb/IIIa
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Dose de ataque: 0,25 mg/kg em bolus por via endovenosa
Manutenção: 0,125 μg/kg durante 12 horas por via endovenosa
Tirofiban
Dose de ataque: 10 μg/kg em 30 minutos por via endovenosa
Manutenção: 0,15 μg/kg/min por 24 horas
4. Fondaparinux
Fondaparinux é um inibidor sintético e específico do fator X ativado (Xa). A atividade antitrombótica
de fondaparinux é o resultado da inibição seletiva do Fator Xa mediada pela antitrombina III (ATIII).
Através da ligação seletiva à ATIII, fondaparinux potencializa (em aproximadamente 300 vezes) a
neutralização fisiológica do Fator Xa pela ATIII. A neutralização do Fator Xa interrompe a cascata da
coagulação sangüínea e assim inibe a formação de trombina e o desenvolvimento do trombo.
O OASIS 6 é um estudo duplamente cego, aleatório, internacional para avaliação da eficácia e
segurança do fondaparinux em doentes com IAM. O OASIS 6 avaliou 12.092 doentes em 447 locais
espalhados por 41 países.
Os doentes foram aleatorizados para receberem injeções subcutâneas de 2,5 mg de fondaparinux
uma vez por dia durante um período de até 8 dias (6.036 doentes) ou tratamento normalizado
(heparina não fracionada ou placebo, 6.056 doentes). A aleatorização estava dependente de existir
ou não uma indicação de heparina não fracionada, com base na avaliação do investigador. Todos
os doentes foram acompanhados por um período mínimo de 90 dias e por um período máximo
de 180 dias. A grande maioria dos doentes recebeu também um medicamento ou foi alvo de um
procedimento de medicação para ajudar a abrir uma artéria cardíaca bloqueada.
O objetivo primário do estudo foi o de avaliar se o fondaparinux é superior ao tratamento
normalizado (heparina não fracionada ou placebo) na prevenção de morte ou de infarto do
miocárdio (IM) recorrente até ao dia 30 em doentes com STEMI. O perfil de segurança do
fondaparinux em comparação com tratamento normalizado foi avaliado em termos de hemorragias
graves até ao dia 9.
15
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Os objetivos secundários incluíram a avaliação de se o fondaparinux tem um efeito benéfico em
comparação com o tratamento normalizado na prevenção de morte e de IM recorrente até ao dia
9 e se este pode ser mantido até ao dia 90 e 180, assim como a avaliação de se o fondaparinux era
superior ao tratamento normalizado na prevenção de morte, IM recorrente e isquemia refratária
em todos os pontos temporais. Hemorragias menores e graves assim como efeitos adversos foram
incluídos nos pontos finais de segurança secundários.
•
•
•
•
•
•
O estudo atingiu o objetivo primário (morte ou reinfarto em 30 dias) de forma significativa. Porém,
pacientes submetidos a ICP primária não obtiveram benefício com fondaparinux e apresentaram
aumento do risco de trombose de cateter.
Posologia e formas de administração:
O beta-bloqueador oral deve ser iniciado de forma rotineira em pacientes sem contra-indicações e
mantido indefinidamente, iniciando-se o tratamento com o paciente estável, em doses pequenas
que devem ser aumentadas de maneira gradual. Em pacientes com disfunção ventricular esquerda,
iniciar após 48h de evolução. Naqueles sem disfunção, iniciar imediatamente. O beta-bloqueador IV
deve ser feito de acordo com cada caso. Essa formulação deve ser restrita a pacientes estáveis, sem
evidência de disfunção ventricular esquerda, com dor isquêmica persistente e/ou taquicardia não
compensatória. Seu uso foi testado no estudo COMMIT/CCS2, que demonstrou definitivamente que
essa droga deve ser realizada somente pacientes KILLIP I.
5. Nitratos
Os inibidores da glicoproteína IIb/IIIa atuam inibindo a agregação plaquetária através do bloqueio
dos receptores da glicoproteína IIb/IIIa presentes na superfície das plaquetas e que se encontram
ativados com maior afinidade pelo fibrinogênio e por outras proteínas de ligação no momento do
infarto agudo do miocárdio.
Recomenda-se o uso nas primeiras 24/48h de evolução do IAMSST, na presença de isquemia
recorrente, ICC ou hipertensão. A dose inicial é de 5-10 µcg/min devendo-se aumentar
progressivamente até a obtenção dos resultados, aparecimento de efeitos colaterais, objetivandose redução de 10% PAS em normotensos ou 30% em hipertensos. Na fase aguda de IAMSST como
coadjuvante a trombólise ou angioplastia quando não há evidência de reperfusão com o objetivo de
redução da área de infarto e melhora funcional de área lesada.
Contra indicações:
• uso de sildenafil ou análogos nas ultimas 24 h;
• suspeita de infarto de VD;
• estenose aortica grave.
5.1 Betabloqueadores
Intervalo PR > 0,24 seg
BAV 2º ou 3º grau
DPOC grave
História de asma
Doença vascular periférica grave  contra-indicação relativa
Diabetes Mellitus  contra-indicação relativa
O objetivo do tratamento é atingir uma frequência cardíaca de = 55-60
• Atenolol 5-10 mg EV seguido por 50–100 mg VO/dia.
• Metoprolol 15 mg EV (3 doses 5 mg a cada 2 min de intervalo) seguido por 50 mg VO 2x dia até 100 mg VO 2x dia.
• Esmolol 1 mg/kg em bolus s/n seguido de 50-200 µcg/kg quando houver duvida quanto a possibilidade de uso de ß bloqueador devido a meia vida curta (8 a 10 min).
6. Bloqueadores de enzima de conversão
Os benefícios dos inibidores da ECA foram demonstrados em uma série de estudos clínicos
randomizados que analisaram em conjunto mais de 100.000 pacientes. A maioria iniciou o
tratamento entre 3 e 6 dias do IAM e mantiveram por 2 a 4 anos. O número de vidas salvas para
cada 1000 pacientes tratados variou de 40 a 76. Devem ser utilizados nas primeiras 24h do
IAMSST na ausência de hipotensão (PAS < 100mmHg) ou outra contra indicação a uso de IECA.
O uso de ß bloqueadores é baseado em evidências de redução de mortalidade de 10 a 15% na era
pré-trombolítica, posteriormente confirmados na era pós trombolítica com redução de mortalidade
em ate 40%.
As indicações incluem:
• FE < 40% ou ICC clínica pós IAM.
• Pacientes pós IAM com função VE nl ou disfunção leve.
Está indicada a sua introdução precocemente após IAM independente de trombólise ou angioplastia
concomitante. Principalmente quando há isquemia recorrente, ocorrência de taquiarritmias
(FA alta resposta ventricular), disfunção moderada de VE (sinais de congestão e sem evidências
de baixo débito).
Contra-indicação:
• Hipotensão (PAS < 90 mmHg).
• Estenose renal bilateral.
• Alergia prévia.
• Insuficiência renal não dialitica (contra indicação relativa).
Contra Indicação
•
•
•
•
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
FC < 60 bpm
PAS < 100 mmHg
Disfunção grave de VE
Hipoperfusão periférica
Posologia e formas de administração:
As doses devem ser crescentes a cada administração até atingir dose máxima ou PAS < 100 mmHg,
sendo a via oral preferencial. Deve-se dar prioridade ao uso de IECA em relação aos nitratos na
ausência de isquemia persistente
• Captopril 6,25 mg (dose inicial)  25 a 50 mg VO 8/8 hs
• Enalapril 2,5 mg (dose inicial)  10 a 20 mg VO 12/12 hs
• Lisinopril 2,5 mg (dose inicial)  5 a 10 mg VO /dia
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
7- Antagonista da aldosterona
Em relação ao bloqueio específico da aldosterona, o estudo EPHESUS demonstrou que este
bloqueio, em pacientes com fração de ejeção < 40% e quadro clínico de insuficiência cardíaca e/
ou diabetes, leva a diminuições significativas nas incidências de óbito (inclusive morte súbita) e
necessidade de re-hospitalização. Muito importante: os benefícios tornam-se evidentes já a partir do
1º mês de seguimento.
O bloqueador de aldosterona deve ser introduzido na fase hospitalar e mantido indefinidamente
em pacientes com disfunção ventricular esquerda (FE < 40%) e sintomas de ICC ou diabetes, na
ausência de disfunção renal (creatinina < 2,5 mg/dL em homens e < 2 mg/dL em mulheres) e/ou
hipercalemia (K > 5 mEq/L).
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Salientamos que um novo ECG deve ser realizado quando houver suspeita de recorrência de
isquemia ou instabilidade clínica e/ou hemodinâmica.
2. Ecodopplercardiograma
Recomenda-se a realização de ecodopplercardiograma no primeiro dia de internação e no dia
da alta para o quarto (a critério médico). Repetir o ECO a qualquer momento na suspeita de
complicação mecânica ou instabilidade clínica e/ou hemodinâmica.
3. Marcadores bioquimicos
Colher CK-MB massa na chegada ao hospital e a cada 8 horas nas primeiras 24h. A partir daí,
diariamente até normalização.
Colher troponina na chegada.
8. Bloqueadores de cálcio
Não apresentam indicação em fase aguda de IAM pela ausência de evidências em diminuição de
mortalidade e pelos efeitos deletérios de dihidroperidinas de ação curta.
4. Outros exames laboratoriais
Uso de verapamil ou diltiazen pode estar indicado em pacientes com angina pós IAM em que o
uso de ß bloqueadores seja ineficiente outra contra-indicado, ou para tratamento de isquemia
persistente ou fibrilação atrial de alta resposta na ausência de ICC, disfunção de VE ou presença de
bloqueio atrioventricular.
Radiografia do tórax.
9. Hipolipemiantes
Não existem critérios estabelecidos até o momento para uso em fase aguda de IAM. Porém, seu
uso deve ser iniciado o mais precocemente possível, com meta a longo prazo de se alcançar 70
mg/dl de colesterol LDL. Devido a redução de eventos coronarianos em prevenção primária em
pacientes com ICO crônica, redução dos níveis de lipoproteínas aterogênicas, atenuação do
precesso inflamatório coronariano , modulação da trombogênese e trombólise, melhora da
disfunção endotelial e diminuição da lesões de isquemia/ reperfusão, recomenda-se o uso em
pacientes com LDL >130.
Posologia e forma de administração:
• Atorvastatina: 10-80 mg
• Pravastatina: 10-40 mg
• Sinvastatina: 10-80 mg
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Colher na chegada ao hospital hemograma, coagulograma, NA/K, U/C, glicemia e
Colher com 12 horas de jejum colesterol total e frações, triglicérides e ácido úrico.
G. Estratificação de Risco
1. ALTO RISCO
• Choque cardiogênico
• Insuficiência cardíaca
• Arritmia grave persistente
• IAM anterior extenso
• IAM ínfero-latero-dorsal + VD
• Aparecimento ou agravamento de sopro
2. RISCO DE NOVOS EVENTOS
EXAMES
• Quantidade de músculo em risco de isquemia residual
1. Eletrocardiograma
• Disfunção ventricular
O primeiro ECG deve ser feito no PA imediatamente após a chegada (no máximo 10 minutos)
com suspeita de IAM (supra de ST ≥ 1 mm em 2 ou mais derivações correlacionadas). O segundo
ECG deve ser feito após administração de nitratos e após terapia de reperfusão (trombólise ou
angioplastia primária). A partir de então deve ser realizado um ECG diário até a alta para o quarto.
• Trombose cavitária ou potencial de trombose cavitária
• Arritmia ventricular grave
• Aparecimento ou agravamento de sopro
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
3.3 - Referência Bibliografica
• Lown, B., Fakhro, A.M., Hood, W.B. and Thorn, G.W. JAMA 1967,199:188-98
• Sgarbossa, E.B., et al. J Am Coll Cardiol 1998,31:105
• DANAMI-2 Investigators. NEJM 2003,349:733-42
• Weaver, W.D., et al. JAMA 1997,27:2093-8
• Hochman, J.S., et al. SHOCK registry investigators. Circulation 1995,91:873-81
• Hochman, J.S., et al. N Eng J Med 1999,341:625-34
• Serrano CV., Timerman, A, Stefanini E. Manual de Cardiologia da SOCESP, Editora Atheneu 2008, 2ª. Edição.
• ACC/AHA Guidelines for the Manegement of Patients with ST-Elevation Myocardial Infarction. Circulation 2004, 110(9):82
• ACC/AHA Guidelines for Coronary Angiography,JACC 1999,33:1756-817
• Tratamento Atual das Síndromes Coronarianas Agudas, Revista da SOCESP Julho/Agosto de 2001(11) No. 4
• Acute Coronary Syndromes (Acute myocardial Infarction). Guidelines 2000 for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care.
• Circulation 2000.102(Suppl I): I-172-I-203
• III Diretrizes Brasileira sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosesclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia,Arq. Bras. de Cardiol 2001,77(Supl III)
• ACC/AHA 2008 Statement on Performance Measurement and Reperfusion Therapy. A Report of the ACC/AHA Task Force on Performance Measures (Work Group to Address the Challenges of Performance •
Measurement and Reperfusion Therapy)
• Antman EM, Morrow DA, McCabe CH, et al, for the ExTRACT - TIMI 25 Investigators. Enoxaparin versus unfractionated heparin with fibrinolysis for ST-elevation myocardial infarction. N Engl J Med. 2006;354:1477-1488.
• COMMIT/CCS-2: Clopidogrel and Metoprolol in Myocardial Infarction Trial/Second Chinese Cardiac Study
• Sabatine MS, Cannon CP, Gibson CM, et al, for the CLARITY - TIMI 28 investigators. Addition of clopidogrel to aspirin and fibrinolytic therapy for myocardial infarction with ST-segment elevation. N Engl J Med. 2005;352:1179-1189
Autores:
Ana Maria Betim, Eduardo Dante Bariani Perez, Leonardo Vieira da Rosa, Marcelo Cantarelli, Pedro Seferian
Junior, Silvia Pinella,Vera Maria Cury Salemi
Consultores:
Ana Maria Betim, Ariane Macedo, Daniela Bulhões Vieira Nunes, Danielle Gualandro, Edson Stefanini,
Fábio B. Jatene, Fábio Sândoli de Brito, Fausto Hironaka, Fernando Ganem, Leonardo Vieira da Rosa, Luiz
Francisco Cardoso, Mariana Andrade, Maristela Monachini, Pedro de Azevedo Nunes, Pedro Lemos,
Roberto Kalil Filho, Sérgio Ferreira de Oliveira, Walter Lunardi
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infarto sem supradesnivelamento de ST
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3.1 - Metodologia
• Tópicos foram distribuídos entre vários especialistas no assunto (ver apresentação).
1 - OBJETIVO
• Referências bibliográficas foram sugeridas após pesquisa pelo MEDLINE.
• Estabelecer um protocolo de conduta para a abordagem diagnóstica e terapêutica das SCA nos vários níveis de atendimento do Hospital Sírio-Libanês.
• Organizar de forma lógica e rápida ações a serem empregadas em portadores de SCA.
• Priorizar o emprego das melhores evidências da literatura atual, visando segurança, efetividade e praticidade.
• Durante reunião de consenso entre participantes das Unidades de Pronto atendimento, Unidade Crítica Cardiológica, Unidade de Terapia intensiva e especialistas do Centro de Cardiologia foram feitas discussões e apresentações de sugestões.
• Realizado a elaboração de uma proposta de protocolo que foi discutida com o corpo clínico.
• Elaboração de texto final após a reunião.
• Estabelecer orientações durante a internação e na alta hospitalar que visem ajudar nas decisões clínicas.
2 - APLICAÇÃO
Pacientes com angina instável/ infarto sem supradesnivelamento de ST
3 - DESCRIÇÃO DO PROTOCOLO
A síndrome coronária aguda (SCA) envolve um largo espectro de condições clínicas que inclui
desde a isquemia silenciosa, passando pela anginas aos esforços, a angina instável
até o infarto agudo do miocárdio com ou sem supradesnivelamento do segmento ST. A angina
instável e o infarto do miocárdio são as síndromes caracterizadas por pior prognóstico, com maior
chance de sequelas e risco aumentado de óbito. A doença cardiovascular no Brasil é responsável
por cerca de 1/3 de todas as mortes registradas segundo dados do DATASUS. Nos Estados Unidos
da América cerca de 4 a 5 milhões de pessoas procuram os serviços de saúde com quadro
sugestivo de isquemia miocárdica. Deste total 2 milhões recebem confirmação do diagnóstico.
Cerca de 1,5 milhão apresentam infarto agudo do miocárdio e aproximadamente 250 mil morrem
antes de chegar ao hospital.
24
3.2 - Angina instável/Infarto sem supradesnivelamento de ST
3.2.1 - Diagnóstico e Estratificação de Risco
Síndrome isquêmica aguda sem supra do segmento ST engloba pacientes com angina
instável (AI) ou com infarto agudo do miocárdio sem supra do ST (IAMSST). Ela é caracterizada
por uma desproporção abrupta entre a oferta e a demanda de 02 pelo miocárdio. Está geralmente
associada a ruptura de placa aterosclerótica coronária acompanhada de estreitamento da artéria
coronária devido a um trombo não oclusivo e também a risco aumentado de morte cardíaca.
A AI e o IAMSST são condições clínicas muito semelhantes e dependendo da intensidade da isquemia
podem provocar lesão miocárdica e a presença de marcadores de lesão na corrente sanguínea.
Contudo, a apresentação clínica de pacientes portadores desta síndrome frequentemente se
sobrepõem com a daqueles que não apresentam doença aguda coronária. Desta forma, a abordagem
inicial adequada e o diagnóstico eficiente são importantes na condução ótima do caso.
A avaliação inicial deve ser usada para providenciar informações com relação ao diagnóstico e
prognóstico e deve responder a duas questões básicas: a) Qual a probabilidade dos sinais e sintomas
representarem uma Síndrome Coronária Aguda secundária à doença arterial coronária obstrutiva?
b) Qual a probabilidade de um resultado adverso? Estas determinações devem ser feitas em todos os
pacientes com desconforto torácico e deve ser baseada na tabela I. A história clínica, o exame físico,
o ECG e os marcadores bioquímicos de lesão miocárdica realizados em pacientes com SCA no
momento da admissão podem ajudar a estimar o risco de morte e eventos cardíacos não fatais.
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
3.2.2 - Manuseio do Paciente
TABELA I - Estratificação de risco
Características
Alto
Moderado
História
Idade ≥ 75 anos; diabetes
Dor progressiva, sintomas nas
últimas 48 horas
Idade 70-75 anos; IAM prévio;
doença vascular periférica;
cirurgia de revascularização
miocárdica; uso prévio de
AAS (última semana)
Dor precordial
Prolongada (> 20 min.),
em repouso
Prolongada (> 20 min.), em
repouso, mas com alívio
espontâneo ou nitrato
Exame físico
Edema pulmonar; piora ou surgimento
de sopro de regurgitação mitral;
B3, hipotensão; bradicardia e taquicardia
ECG
Infradesnível do segmento ST 0,5 mm
(associado ou não a episódio anginoso);
alteração dinâmica do ST; bloqueio
completo de ramo novo ou
presumidamente novo; taquicardia
ventricular sustentada
Inversão da onda T > 2 mm;
ondas Q patológicas
Acentuadamente elevados
(≥ 0,6 ng/ml)*
Elevados discretamente
(0,1 - 0,5 ng/ml)*
Baixo
Pacientes com suspeita de SCA devem ser mantidos em Unidade de Pronto Atendimento até a
confirmação do diagnóstico.
A. Medidas gerais
• Repouso
• ECG 12 derivações
Sintomas novos de angina
classe III ou VI da CCS nas
últimas 2 semanas sem dor
em repouso prolongada
(> 20 min.)
• Radiografia de tórax
• Aspirina (200 mg) macerada– exceto se houver contra-indicação
• Sedação leve se necessária – Diazepam 5 a 10 mg
• Analgesia (se necessária) - Morfina solução decimal 1 a 3 mg EV
• Oximetria: Manter com O2 através cateter nasal de 3 L/min nas primeiras 3
horas e depois caso saturação < 90% ou durante episódio de dor
• Acesso venoso periférico
Marcadores
bioquímicos de
dano miocárdio
• Monitorização cardíaca contínua
Normal ou inalterado
durante o episódio de dor
• Afastar situações com consumo elevado de O2 e diferencial de IAM
• Exames laboratoriais: Na, K, U, C, glicemia, hemograma, CKMB, troponina, TP, TTPA
B. Conduta nos pacientes de baixo risco
Normais (0 - 0,05 ng/ml)
• Observação e tratamento no Pronto Atendimento
• ECGs seriados de 3 em 3h até 9h do inicio do quadro ou a qualquer momento
em caso de recorrência dos sintomas
Marcadores bioquímicos de dano miocárdico acentuadamente elevados: acima do percentil 99.
Elevação discreta: acima do nível de detecção e inferior ao percentil 99. Entretanto, a tabela I
não abrange todos os pacientes que apresentam angina instável ou infarto sem supra do ST.
Antman et al. (2000) desenvolveram um escore de risco que varia de 0 a 7, baseado na idade
acima de 65 anos, doença arterial coronária documentada, mais que três fatores de risco
coronário, infra desnível do ST, mais que 2 eventos anginosos dentro das últimas 24 horas,
uso de aspirina nos últimos 7 dias e marcadores de isquemia séricos elevados. A medida que
o escore aumenta, maiores são as taxas de morte, infarto (re-infarto) e isquemia recorrente,
necessitando de revascularização miocárdica. Este escore de risco deve ser usado como
informação complementar a tabela acima, principalmente quando o paciente é classificado
de baixo risco.
• Colher CKMB-troponina na admissão e após 9hs do início da dor
• Considerar enoxaparina em pacientes com vários fatores de risco
3.2.2 - Manuseio do Paciente
A estratificação pode ser realizada com o teste ergométrico (TE) desde que o paciente tenha condição
de andar na esteira e que não haja alterações eletrocardiográficas, medicamentosas ou metabólicas de
base que possam prejudicar a avaliação do TE:
• bloqueio de ramo esquerdo;
• ritmo de marcapasso;
• fibrilação atrial ou outras arritmias;
• uso de betabloqueadores, digitálicos ou bloqueadores dos canáis de cálcio;
• distúrbios metabólicos (hipopotassemia ou hiperpotassemia);
• cicatriz de infarto;
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
• sobrecarga de VE;
• estenose aórtica;
• insuficiência cardíaca congestiva;
uma menor incidência de eventos adversos graves e maior rapidez na sua atividade (principalmente
quando se utiliza dose de ataque de 300 a 600 mg).
• hipertensão arterial sistêmica grave.
O uso de clopidogrel está indicado como substituto à aspirina caso haja intolerância ou
reação de hipersensibilidade.
Na impossibilidade da realização do TE, o paciente deve ser submetido ainda no Pronto
Atendimento ao Ecocardiograma de Estresse (ECOESTRESSE) ou cintilografia miocárdica de perfusão
ou angiotomografia coronária, a depender da condição clínica e indicação do médico responsável.
Pacientes hospitalizados com perspectiva de abordagem não invasiva, aqueles que foram submetidos
a angioplastia e aqueles que, após a estratificação invasiva, foi optado por tratamento clínico, devem
receber clopidogrel por 1 a 9 meses, em associação a aspirina.
No caso da pesquisa resultar positiva, o paciente deve ser internado na Unidade Coronariana. No caso
da pesquisa ser considerada negativa, o paciente deve ser encaminhado para acompanhamento
ambulatorial com o especialista. Na impossibilidade da realização da estratificação não invasiva no
Pronto Atendimento, o paciente deve ser internado na Unidade de internação.
É importante salientar que pacientes em uso de clopidogrel associado à aspirina, quando submetidos
a cirurgia para revascularização do miocárdio, apresentam aumento significativo de sangramento
pós-operátorio. Tal dado justifica a orientação de se suspender seu uso por 5 a 7 dias antes da data
da cirurgia. Portanto, pacientes de alto risco devem receber o clopidogrel preferencialmente após o
conhecimento da anatomia coronariana.
3.2.4 Conduta nos Pacientes de Risco
Intermediário e Alto
Pacientes com SCA classificados neste grupo devem ser admitidos na Unidade Coronariana
para acompanhamento e monitorização.
Antiplaquetário Oral
1a - Aspirina
A Aspirina bloqueia a formação de tromboxane A2 (substância vasoconstritora e protrombótica),
interferindo no metabolismo do ácido aracdônico e inibindo a formação da ciclooxigenase 1, enzima
fundamental ao processo de agregação plaquetária.
Analisados conjuntamente, os dados de 4 estudos clínicos controlados envolvendo mais de 2000
pacientes com angina instável demonstram uma redução do desfecho combinado de óbito e/ou
infarto não fatal de 11,8% (controle) para 6,9% (aspirina).
Os efeitos colaterais mais freqüentes são relacionados ao trato gastrointestinal (TGI).
Embora em algumas séries até 40% dos pacientes se queixem de náuseas, vômitos ou dispepsia, a
frequência de sangramento de TGI é inferior a 5% ao ano.
A aspirina deve ser administrada a todos os pacientes, o mais precocemente possível, e
continuada indefinidamente. A dose inicial deve ser de 200 mg macerados, por via oral no momento
da chegada ao hospital, seguida de 200 mg/dia, em dose única após o almoço.
1b - Derivados tienopiridínicos
A ticlopidina e o clopidogrel são antagonistas da ativação plaquetária mediada pelo difosfato de
adenosina. Seus efeitos na ativação plaquetária são reversíveis mas demandam alguns dias para se
manifestar por completo. O clopidogrel é a droga de escolha desta classe de medicações devido a
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
A dose recomendada de clopidogrel é de 300 mg no primeiro dia seguido por 75 mg ao dia a seguir.
O Prasugrel é um novo tienopiridínico que foi testado em estudo recente (Triton) com mais de 13.000
pacientes com síndrome coronariana aguda. Ao final do seguimento, o prasugrel mostrou-se superior
ao clopidogrel em relação à meta principal de óbito cardiovascular, infarto ou AVC.
Dose de ataque: 60 mg via oral em dose única
Dose de manutenção: 10 mg/dia
O Ticagrelor é um outro novo antiplaquetário que se mostrou superior ao clopidogrel, e pode ser
usado no paciente submetido à intervenção percutânea.
Dose de ataque: 180 mg via oral em dose única
Dose de manutenção: 90 mg 2x dia
Aguardamos as novas recomendações das Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia de a serem
publicadas até o final de 2013.
Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa
Os receptores da glicoproteína IIb/IIIa são abundantes na superfície plaquetária. Quando as plaquetas
são ativadas, este receptor aumenta sua afinidade pelo fibrinogênio e outras proteínas de ligação,
resultando na agregação plaquetária. Existem dois inibidores da glicoproteína IIb/IIIa disponíveis no
mercado brasileiro, Abciximab e Tirofiban.
O uso de Tirofiban está indicado no paciente classificado como de alto risco, devendo ser iniciada sua
utilização imediatamente após a estratificação do risco, juntamente com a heparina, e continuada por
48 horas. Caso o paciente seja submetido a angioplastia coronária, com ou sem stent, o bloqueador
IIb/IIIa deve ser mantido até 12 a 24 horas após a angioplastia. A dose recomendada do Tirofiban
é de 0,4 μg/kg/min por 30 minutos, seguida da dose de manutenção de0,1 μg/kg/min.
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Caso haja indicação cirúrgica, e a revascularização do miocárdio for agendada ainda dentro das 48
horas de infusão, o medicamento deve ser suspenso 8 horas antes do procedimento.
Eventualmente, a introdução do inibidor de glicoproteína IIb/IIIa deve ser realizada na sala de
hemodinâmica, a critério do médico assistente e do hemodinamicista após a avaliação da anatomia
coronária e escolha pelo tratamento percutâneo. Nesta situação, recomenda-se utilizar o Abciximab,
na dose de 0,25 mg/kg em bolus, seguida de uma administração de 0,125 μg/kg durante 12 a 24h, ou
o Tirofiban, na dose de 10 μg/kg administrada em bolus em 3 min, seguida de 0,15 μg/kg/min por 24h.
Heparinas
Nos pacientes de alto risco deve ser utilizada a heparina de baixo peso molecular (HBPM) ou a
heparina não fracionada, juntamente com o bloqueador IIb/IIIa. Uma vez optado por um tipo de
heparina, esta deve ser mantida durante toda a duração do tratamento, se possível, visando reduzir o
risco de sangramento.
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Tabela II - Normograma de ajuste de heparina
Bolus inicial: 60-70 U/Kg (máximo 5.000).
infusão inicial: 12-15 UI/Kg/hora (máximo 1.000 U/h).
Meta da terapêutica: TTPa de 50-70 segundos (1,5 a 2,5 vezes o controle laboratorial)
TTPa (segundos)
Bolus
Suspensão da
infusão da heparina
Alteração na
velocidade da infusão
Repetição do TTPa
< 36
Repetir bolus
conforme descrito
0 min
+1 ml/h
6h
36-49
50-70
71-80
81-100
101-130
>130
0
0
0
0
0
0
0 min
0 min
0 min
30 min
60 min
90 min
+1 ml/h
0 (não mudar)
-2 ml/h
-4 ml/h
-6 ml/h
-12 ml/h
próxima manhã
próxima manhã
6h
6h
6h
6h
A heparina não fracionada deve ser administrada da seguinte forma (Tabela II):
a) Bolus inicial: 60 U/kg (máximo 5.000 U).
b) Infusão inicial: 12 UI/kg/hora (máximo 1000 U/hora).
c) Meta da terapêutica: TTPa de 50-70 segundos = 1,5 a 2,5 vezes o controle laboratorial, com tempo
mínimo de 48 horas.
O ajuste da dose de heparina para níveis terapêuticos, deve se basear no controle de TTPa a cada 6
horas. Quando dois valores consecutivos de TTPa estiverem em níveis terapêuticos, o novo controle
pode ser feito após 24 horas. (ver normograma)
No caso de mudança no quadro clínico (isquemia recorrente, sangramento, hipertensão), o TTPa deve
ser medido prontamente e a dose ajustada se necessário.
Dosagem do número de plaquetas, hemoglobina e hematócrito são recomendados diariamente
durante a terapia com heparina não fracionada. O efeito anticoagulante da heparina desaparece
algumas horas após a suspensão do fármaco. Hemorragias brandas secundárias à heparina
costumam ser controladas sem que seja necessária a administração de um antagonista. Todavia,
quando necessário utiliza-se a protamina, na dose de 1 mg para cada 100 U de heparina que foram
administradas ao paciente.
A enoxaparina deve ser administrada na dose de 1 mg/kg de peso subcutânea a cada 12h. Não é
necessário o controle de TTPa em pacientes recebendo HBPM. A administração de HBPM deve ser
cuidadosa em pacientes com condições de alto risco de sangramento, como: obesidade, insuficiência
hepática, distúrbio hemorrágico adquirido ou congênito, alterações secundárias da hemostasia,
história de úlcera péptica ou de doença gastrintestinal angiodisplásica, acidente vascular cerebral
isquêmico recente, hipertensão arterial grave não controlada, retinopatia diabética,
neurocirurgia ou cirurgia oftalmológica recentes e insuficiência renal. Nestes casos, recomenda-se
a dosagem do anti-fator Xa (valores de anti-fator Xa entre 0,6 a 1,0 U/ml) ou o uso de heparina não
fracionada. Em pacientes com idade maior que 75 anos, recomenda-se a enoxaparina 0,75mg/kg
subcutânea cada 12hs e dosagem do anti-Xa.
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No paciente de risco intermediário, recomenda-se o uso da heparina de baixo peso molecular.
Betabloqueadores
Os betabloqueadores são fundamentais na terapia anti-isquêmica pois diminuem o consumo de
oxigênio miocárdico (inotrópicos e cronotrópicos negativos) . Além disso, são medicamentos que
controlam a pressão arterial. Os betabloqueadores devem ser administrados na forma venosa em
indivíduos com dor anginosa persistente, especialmente com hipertensão e taquicardia. Nos demais
pacientes o betabloqueador deve ser iniciado por via oral nas primeiras 24 horas da admissão, para
manter a freqüência cardíaca entre 55-60 bpm. As contra-indicações ao uso dos betabloqueadores
são: BAV de primeiro grau grave (> 0,24 s, BAV de segundo ou terceiro graus na ausência de um marca
passo funcionante, bradicardia grave (FC < 50 bpm), hipotensão (PAS < 90 mmhg), edema agudo de
pulmão, sinais de disfunção ventricular e asma. Em portadores de DPOC pode se tentar uma dose
baixa de uma droga de ação curta β1 seletiva. Os betabloqueadores padronizados para o
uso estão expostos na Tabela III.
Tabela III - Betabloqueadores padronizados,
dose e via de administração
Betabloqueador
Dose diária usual
Atenolol
VO: 50 - 200 mg
Metroprolol
EV: 5 - 15 mg
VO: 50 - 200 mg (dose iniciada 15 min. após a dose EV)
Propanolol
EV: 1 a 3 mg EV até 0,15 mg/Kg
VO: 40 - 160 mg
Carvedilol
VO: 3,125 a 100 mg/dia
Esmolol
Ataque: 0,5 mg/kg em 1 minuto
Manutenção: 50 - 300 µg/Kg/min
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Tabela V - Inibidores da enzima de conversão,
Dose e via de administração
Bloqueadores dos canais de cálcio
Os bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) não são medicamentos de primeira escolha no tratamento
das SCA já que a evidência disponível ao seu uso é predominantemente para controle dos sintomas
e não para mudança da história natural da doença (redução do infarto e morte). Entretanto,
podem ser usados para controlar sintomas relacionados à isquemia persistente em pacientes que
já estejam em uso de betabloqueadores e nitratos, naqueles que apresentem intolerância a esses
medicamentos ou nos casos de angina variante. Os BCC também podem ser usados em casos de
angina instável recorrente e HAS e com a finalidade de reduzir a freqüência cardíaca em portadores
de arritmias supra-ventriculares. A Nifedipina de curta duração não deve ser usada na ausência de
betabloqueadores. O Diltiazem e o Verapamil devem ser evitados em indivíduos com congestão
pulmonar, disfunção ventricular esquerda grave e distúrbios de condução. Os BCC que reduzem a
frequência cardíaca (Diltiazem e Verapamil) são uma alternativa para os indivíduos que não podem
receber betabloqueadores.
Os bloqueadores dos canais de cálcio padronizados estão expostos na Tabela IV.
Tabela IV - Bloqueadores de canais de cálcio,
dose e via de administração
Betabloqueador
Amlodipina
Diltiazem
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Dose diária usual
VO: 2,5 - 10 mg
EV: 20 mg em 2 min, seguidos de infusão contínua
de 5 a 15 mg/h
VO: 90 - 360mg
Verapamil
EV: 5 - 10 mg
VO: 120 - 480 mg
Nifedipina
VO: 30 - 90 mg
Inibidores da enzima de conversão
Captopril
25 - 100 mg
Enalapril
5 - 40 mg
Lisinopril
5 - 40 mg
Ramipril
2,5 - 10 mg
Nitratos
Indivíduos que apresentem dor sugestiva de isquemia miocárdica deverão receber nitratos. A
nitroglicerina endovenosa pode ser usada nos pacientes com angina instável de risco moderado e
alto e nos indivíduos com IAM, preferencialmente nos que apresentem sinais de isquemia miocárdica,
congestão pulmonar, infarto de parede anterior extenso ou hipertensão.
As principais contra-indicações ao seu uso são: infarto de ventrículo direito, pressão arterial sistólica <
90 mmhg ou bradicardia grave (FC < 50 bpm), uso de sildenafil nas últimas 24 horas. O uso de nitratos
deverá ser descontinuado ou reduzido caso haja hipotensão persistente ou intolerância ao seu uso.
Os nitratos padronizados estão expostos na Tabela VI.
Tabela VI - Inibidores da enzima de conversão,
Dose e via de administração
Nitratos
Dinitrato de isossorbida
Nitroglicerina
Inibidores da enzima de conversão (IECA)
Os IECA reduzem a mortalidade em pacientes com IAM com disfunção ventricular esquerda sistólica
sintomáticos ou assintomáticos e em pacientes com doença arterial coronária sem disfunção
ventricular. Portanto, devemos introduzir IECA em pacientes com disfunção ventricular esquerda
assintomática (FE < 40%) ou sintomática, diabetes mellitus ou hipertensão arterial.
As contra-indicações ao seu uso são: história de intolerância, alergia ou hipercalemia.
Na presença de intolerância a IECA podem ser usados bloqueadores do receptor da angiotensina.
Dose diária usual
Dose usual
SL: 2,5 - 5 mg
VO: 10 mg (4x / dia)
EV: 5 - 200 mg/min ou quando haja queda da PAS >
20 mmHg; ou PAS < 100 mmHg ou FC > 10% do basal
Transdérmica: 5 - 10 mg/dia
Mononitrato de isossorbida
VO: 40 - 80 mg/dia
Propatilnitrato
SL: 10 mg
VO: 10 mg (4x / dia)
Os IECA padronizados estão expostos na Tabela V.
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Hipolipemiantes
As vastatinas estão indicadas para os indivíduos portadores de angina instável de alto risco e IAM
independente do nível de colesterol. Para pacientes com LDL alto, a dose deve ser ajustada para
manter o LDL abaixo de 100 mg/dl ou 70 mg/dl (a critério do médico do paciente).
Os hipolipemiantes padronizados estão expostos na Tabela VII.
Estatinas
Dose usual
Atorvastatina
10 - 80 mg
Pravastatina
10 - 40 mg
Sinvastatina
10 - 80 mg
3.2.5 Investigação
Eletrocardiograma
Um primeiro traçado deve ser obtido dentro de 10 minutos da admissão de todo paciente com
suspeita de SCA. Deve-se realizar um traçado no paciente sintomático e um segundo traçado (cerca de
30 minutos) após o desaparecimento ou alívio dos sintomas, a critério do médico. Quando disponível,
deve-se comparar o traçado atual com traçados antigos.
No caso do primeiro ECG já ser considerado diagnóstico (presença de infradesnivelamento de ST >
1,00 mm ou inversão de onda T > 1,00 mm, em duas derivações contíguas), realizar novo ECG após 6 e
12 horas da admissão e, a partir daí, diariamente.
No caso do primeiro ECG não ser considerado diagnóstico, o traçado deve ser repetido a cada 3 horas
nas primeiras 12 horas e, posteriormente, um traçado diário.
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
A troponina não é útil na determinação de episódios isquêmicos recorrentes porque permanece
elevada na circulação por aproximadamente 10-14 dias. A CKMB massa deve ser dosada na admissão
e repetida após 6 e 12 horas. Nos casos em que haja elevação da CKMB, caracterizando um infarto do
miocárdio, deve-se realizar dosagem seriada deste marcador de 8 em 8 horas até o pico e, então, a
cada 12 horas até a sua normalização. Dosagens adicionais devem ser realizadas sempre que houver
suspeita de um novo quadro isquêmico.
3b - Exames de rotina
Solicitar na chegada do paciente: sódio, potássio, glicemia, hemograma, coagulograma, uréia
e creatinina. Após a internação solicitar colesterol e frações, triglicérides e ácido úrico.
Ecocardiograma bidimensional
Deve ser realizado na chegada do paciente à emergência, para fornecer informações quanto à função
ventricular e ajudar no diagnóstico diferencial da dor torácica com estenose aórtica, pericardite e
dissecção de aorta. Lembrar que alterações de contração segmentar podem ser evidenciadas durante
um episódio de dor e a função ventricular pode se normalizar após a resolução do episódio isquêmico.
Estudo hemodinâmico
A cineangiocoronariografia é ainda o único exame capaz de determinar a presença e a
extensão da doença coronária, a identificação da lesão culpada pelo evento agudo e as funções
regional e global do VE, trazendo informações importantes para o prognóstico e para a decisão
terapêutica visando um tratamento intervencionista por angioplastia ou cirurgia de revascularização.
Em pacientes com angina instável e IAM sem supra, a cinecoronariografia exibe doença significativa
uniarterial em 38%, multiarterial em 44 a 59% e em tronco de coronária esquerda de 4 a 8%,
denotando-se assim a importância de sua indicação, devendo esta ser mais precoce em pacientes
de alto risco.
A cineangiocoronariografia está indicada em:
Radiografia de tórax
Sempre solicitar uma radiografia de tórax na admissão do paciente.
Exames de rotina
3a - Marcadores bioquímicos de lesão miocárdia
A troponina I deve ser dosada na
admissão e, se considerada normal, repetida após 6 e 12 horas. Caso o último episódio de dor torácica
tenha ocorrido há mais de 12 horas da determinação da troponina inicial e na ausência de algum
outro indício de suspeita, uma segunda amostra pode ser omitida. O valor de corte para a elevação de
troponina deve ser baseado no percentil 99 dos níveis obtidos entre controles saudáveis.
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Pacientes de alto risco:
a) Naqueles que estabilizam após o tratamento clínico inicial, ela deve ser realizada
preferencialmente dentro das primeiras 48 horas (estratégia invasiva).
b) Naqueles que não estabilizam após a abordagem inicial com terapia agressiva,
apresentando isquemia recorrente e refratária ou instabilidade hemodinâmica ou
elétrica, ela deve ser realizada de emergência.
c) Balão Intraórtico deve ser considerado na instabilidade hemodinâmica ou
refratariedade como adjuvante do tratamento intervencionista.
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PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
PROTOCOLO de síndrome coronariana aguda (SCA) - Última atualização - novembro/2013
Pacientes de risco intermediário:
a) A cineangiocoronariografia poderá ser realizada dentro do período de internação, a
critério do médico responsável.
b) Em pacientes com antecedentes de angioplastia coronária a menos de 6 meses ou
revascularização miocárdica prévia, a coronariografia deve ser preferencialmente
realizada dentro das primeiras 48 horas (estratégia invasiva), exceto se não haja
elegibilidade destes para novas intervenções (intensa ou extensa co-morbidade ou
recusa do paciente).
c) Pode ser realizada a estratificação não invasiva com ecocardiograma com estresse ou
cintilografia miocárdica com estresse farmacológico ou físico em pacientes estáveis.
3.2.6 referência bibliográfica
ACC/AHA 2007 Guidelines for the Management of Patients With Unstable Angina/Non–ST-Elevation
Myocardial Infarction—Executive Summary: A Report of the American College of Cardiology/American Heart
Association Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise the 2002 Guidelines for the
Management of Patients With Unstable Angina/Non–ST-Elevation Myocardial Infarction). J Am Coll Cardiol
2007 50 : 652-726
ACC/AHA/ASE 2003 Guideline Update for the Clinical Application of Echocardiography A Report of the
American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (ACC/AHA/ASE
Committee to Update the 1997 Guidelines for theClinical Application of Echocardiography). J. Am. Coll. Cardiol.,
Sep 2003; 42 : 954 - 970
Appropriateness Criteria for Cardiac Computed Tomography and Cardiac Magnetic Resonance Imaging*
A Report of the American College of Cardiology Foundation Quality Strategic Directions Committee
Appropriateness Criteria Working Group, American College of Radiology, Society of Cardiovascular Computed
Tomography, Society for
Cardiovascular Magnetic Resonance, AmericanSociety of Nuclear Cardiology, North American Society for
Cardiac Imaging, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, and Society of Interventional
Radiology. J Am Coll Cardiol Vol. 48, No. 7, 2006
Role of cardiac computed tomography and magnetic resonance imaging in the evaluation of acute chest
pain in the emergency department. J Nucl Cardiol 2004;11:470-81.
Multi-biomarker approach to acute coronary syndrome. Seino Y, Ogawa A, Yamashita T,
Fujita N, Ogata K.Nippon Rinsho. 2006 Apr;64(4):691-9. Review. Japanese.
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem
Supradesnível do Segmento ST (II Edição, 2007) Arq. Bras. Cardiol. 2007;89(4): e 89-e131.
Autores: André Moreira Bento, Fernando Ganem, João Clima, Marcelo Cantarelli, Paulo Ferreira Leite, Raul
Dias dos Santos, Silvia Ayub.
Consultores: Ana Maria Betim, Ariane Macedo, Daniela Bulhões Vieira Nunes, Danielle
Gualandro, Edson Stefanini, Fábio B. Jatene, Fábio Sândoli de Brito, Fausto Hironaka, Fernando Ganem,
Leonardo Vieira da Rosa, Luiz Francisco Cardoso, Mariana Andrade, Maristela Monachini, Pedro de Azevedo
Nunes, Pedro Lemos, Roberto Kalil Filho, Sérgio Ferreira de Oliveira, Walter Lunardi.
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Anotações
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