Baixar Arquivo do Projeto - Secretaria de Estado do Planejamento
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0 AÇÃO CONJUNTA DE REVITALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ACORDE REGIÃO DE SÃO JOAQUIM – SC Projeto final de estudo de viabilidade na área de Alimentos e Bebidas-Restauração Restaurante: Tipologia – Self Service Dezembro, 2009 1 GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SÃO JOAQUIM - SC UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CURSO DE TURISMO E HOTELARIA BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SC 2 Elaboração: Equipe UNIVALI - Projetos Especiais Coordenadores do Projeto Profª. Dra. Doris van de Meene Ruschmann Prof. Dr. Carlos Alberto Tomelim Profª. MSc. Sílvia Regina Cabral Profª. MSc Marlene Buratto Responsável Financeiro MSc. Janaina Tomio Coordenador Técnico Profº MSc. Rafael Fachini Moratelli Equipe Técnica do Projeto Acorde Região de São Joaquim Bel. Grasiela Schumann Rosa; Bel. Léa Dutra Correa; Bel. Luciana Oderdenge; Bel. Marília Nunes Antunes; Bel. Regiani Cordova Mendes Equipe Técnica do Estudo de Viabilidade: Meios de Hospedagem Profª MSc. Leila Aparecida da Costa; Profª MSc. Janaína Domingues; Profª MSc.Rudinei Carlos Scaranto Dazzi; Profª. MSc. Luciana Imeton 3 SUMÁRIO 1 SUMÁRIO EXECUTIVO................................................................................................. 07 2 CONCEPÇÃO DO CARDÁPIO...................................................................................... 31 3 PLANEJAMENTO DAS ÁREAS FÍSICAS................................................................... 35 4 EQUIPAMENTOS, MÓVEIS, ENXOVAL E UTENSÍLIOS....................................... 46 5 PLANEJAMENTO DE RECURSOS HUMANOS........................................................ 53 6 PLANO DE MARKETING.............................................................................................. 74 7 ASPECTOS LEGAIS PARA INSTALAÇÃO................................................................ 87 8 REGISTROS E CONTROLES........................................................................................ 107 9 PLANEJAMENTO, PROCESSO E ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA..... 116 10 RELATÓRIO DE VIABILIDADE ............................................................................... 139 Apêndices......................................................................................................................... 142 Anexos ................................................................................................................................... 153 4 LISTA DE FIGURAS Figura1- Buffet de restaurante self-service Figura 2- Mapa da região de São Joaquim Figura 3 - Dia de neve em São Joaquim Figura 4 - Neve em Urupema Figura 5 - Paisagem de Bom Jardim da Serra Figura 6 - Paisagem de Urubici Figura 7 - Vista aérea da região de São Joaquim Figura 8 - Vista da cidade de Rio Rufino com igreja em primeiro plano Figura 9 - Cultivo de maçã em São Joaquim Figura 10 - Hortaliças em Urubici Figura 11 - Cavalgada em Bom Retiro Figura 12 - Amanhecer com geada em Urubici Figura 13 - Material de divulgação da Festa da Maçã na internet Figura 14 - Urubici Figura 15 – Urupema Figura 16- Bom Jardim da Serra Figura 17 – Rio Rufino Figura 18 – Bom Retiro Figura 19 - São Joaquim Figura 20 - Critérios para concepção de cardápio Figura 21- Organograma e Fluxograma espacial Figura 22 – Planta Baixa e Fachada Self Service Figura 23 - Organograma do Self-Service LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 - População do município de São Joaquim Gráfico 02 - População do município de Bom Jardim da Serra 5 Gráfico 03 - População do município de Bom Retiro Gráfico 04 - População do município de Bom Retiro. Gráfico 05 - População do município de Urupema Gráfico 06 - Estabelecimentos localizados no município de São Joaquim Gráfico 07 - Estabelecimentos localizados no município de Bom Jardim da Serra Gráfico 08 - Estabelecimentos localizados no município de Bom Retiro Gráfico 09 - Estabelecimentos localizados no município de Urubici Gráfico 10 - Estabelecimentos localizados no município de Urupema Gráfico 11 - Estabelecimentos localizados no município de Rio Rufino LISTA DE QUADROS Quadro 01 – Base de cálculo para projeção do simples nacional. Quadro 02 - Controles da área de Produção Quadro 03 - Controles da área de Atendimento Quadro 04 - Controles da área de Apoio LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Cálculo de área de atendimento Tabela 2 - Porcentagem da área de produção conforme tipologia Tabela 3 - Orçamento dos equipamentos da produção. Tabela 4 - Orçamento do mobiliário da produção. Tabela 5 - Orçamento dos utensílios da área de produção Tabela 6 - Orçamento de equipamentos do salão de atendimento e bar Tabela 7 - Orçamento do mobiliário do salão de atendimento e bar Tabela 8- Orçamento de utensílios do salão de atendimento e bar Tabela 9 - Orçamento de equipamentos da área de apoio Tabela 10 - Orçamento de mobiliário da área de apoio Tabela 11 - Resumo do orçamento Tabela 12 - Quadro funcional Tabela 13 - Plano de treinamento Tabela 14 – Uniformes da área de produção - Valores expressos em real 6 Tabela 15 – EPIs adicionais da área de produção - Valores expressos em real Tabela 16 – Uniformes da área de atendimento - Valores expressos em real Tabela 17 – Uniformes - Valores expressos em real Tabela 18 Orçamento de licença de uso do software Tabela 19: Orçamento dos equipamentos de informática Tabela 20 – Gastos pré-operacionais. Tabela 21 – Imobilizações Tabela 22 – Tabela de depreciação Tabela 23 – Apuração da mão-de-obra direta Tabela 24 – Gastos operacionais mensais. Tabela 25 - Ponderação saladas e molhos frios Tabela 26 - Ponderação Guarnições Tabela 27 - Ponderação sobremesas Tabela 28 - Resumo da ponderação Tabela 29 - Ponderação saladas e molhos frios Tabela 30 - Ponderação carnes Tabela 31 - Ponderação guarnições Tabela 32 - Ponderação sobremesas Tabela 33 - Resumo da ponderação- plano de Buffet Tabela 34 - Ponderação Refrigerantes Tabela 35 - Ponderação Água e Suco Tabela 36 - Ponderação bebidas/cervejas Tabela 37 - Ponderação bebidas Tabela 38 - Projeção do Faturamento e custo da mercadoria vendida (CMV) semanal e mensal Tabela 39 – Receita Bruta Total Tabela 40 – Projeção do simples do primeiro ano Tabela 41 – Projeção DRE para o primeiro ano Tabela 42 – Projeção do Balanço Patrimonial para primeiro ano Tabela 43 – Margem de contribuição por pax Tabela 44 – Margem de contribuição Tabela 45 – Ponto de equilíbrio Tabela 46 – Margem de segurança Tabela 47 – Retorno do Investimento 7 1 SUMÁRIO EXECUTIVO 1.1 Introdução: A gastronomia como produto turístico No movimento contemporâneo de desenvolvimento do turismo, evidencia-se o fenômeno de consolidação da gastronomia como produto turístico, que se deve em parte ao fato de que o turista, ao escolher seu destino, procura conhecer aspectos da culinária local como estratégia de aproximação com a identidade da comunidade visitada e da região. Além disso, a gastronomia está intimamente relacionada à hospitalidade, pautada no ato de acolher com tratamento cortês e gentil, associado à oferta de alimentação e entretenimento. A hospitalidade envolve uma série de aspectos, mas, fundamentalmente, refere-se a uma forma de relação humana baseada na ação recíproca entre visitantes e anfitriões. É um processo de agregação do outro à comunidade e envolve a ternura da gente de um lugar em relação ao estrangeiro e aos seus mistérios. Podemos atribuir quatro tempos à hospitalidade: o receber, o hospedar, o alimentar e o entreter, que também constituem as ações básicas voltadas ao turista. Assim, a hospitalidade está presente em diversos momentos no fenômeno “turismo”, incluindo a oferta de espaços de alimentação. Isso significa que a ação de alimentar o hóspede/viajante faz parte do acolhimento, sendo o ato de comer e beber considerado um forte catalisador de sociabilidade. O comer pode ser interpretado como o encontro do homem com o mundo, momento em que o homem degusta o mundo, sente o gosto do mundo, o introduz no seu corpo, faz dele uma parte de si. Assim percebido, o ato de comer é uma forma de relacionar-se com a realidade, de transformar a ação em conexão entre as coisas e as idéias. Importa salientar que a alimentação proporciona prazer às pessoas não apenas pela saciedade da fome, mas pelo prazer do compartilhamento de alimentos à mesa, que configura um espaço de comunicação e convivência. Em síntese, receber um convidado torna o anfitrião responsável por sua felicidade, enquanto a visita estiver debaixo do seu teto. 8 Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) mostra que 10% dos visitantes estrangeiros declararam que a gastronomia brasileira é o que o país tem de mais positivo, o que demonstra o potencial que a comida das mais diversas regiões do Brasil agrega ao turismo. Constata-se que, como patrimônio local, a gastronomia está sendo incorporada aos novos produtos turísticos orientados a determinados nichos de mercado, permitindo a interação com os atores da própria comunidade na elaboração desses produtos. Ela faz parte da nova demanda por parte dos turistas de elementos culturais. Como patrimônio cultural, a gastronomia é muito mais do que simples arte culinária. Trata-se também de um importante veículo da cultura popular, ao mesmo tempo em que possibilita uma percepção acerca da forma como vivem os habitantes de cada região, numa dada época. Por esse ponto de vista, a comida e o comer constituem fenômenos sociais e culturais. Importa destacar que o gosto não está relacionado apenas aos sentidos biológicos, mas também envolve uma cultura que estabelece uma hierarquia alimentar: o gosto traz informação e emoção. Nessa perspectiva, a culinária é um meio pelo qual a natureza é transformada em cultura. A comida representa, assim, não apenas uma substância alimentar, mas também um modo, um estilo e um jeito de se alimentar, definindo não somente aquilo que é ingerido, como também aquele que a ingere. Ela é também comumente utilizada para definir e marcar identidades pessoais e grupais, estilos regionais e nacionais de ser, fazer, estar e viver. Como bem simbólico, a gastronomia configura um espaço que privilegia a identidade e a singularidade das culturas, propiciando uma interessante associação com o turismo, tanto que a noção de patrimônio cultural abarca também a gastronomia. A cozinha tradicional está sendo reconhecida cada vez mais como um componente valioso do patrimônio intangível dos povos. A forma de preparação de um prato e o seu significado para cada sociedade constituem os aspectos que não são vistos, mas que lhe dão seu caráter diferenciado. Para que a gastronomia possa ser agregada ao desenvolvimento do turismo, é preciso que o conhecimento das pautas culturais a ela associadas sejam valorizadas na confecção de 9 produtos de turismo cultural e também necessário que sejam conhecidas pelos que atuam na indústria da hospitalidade em seu conjunto. Em sentido mais amplo, no contexto sociocultural contemporâneo, os movimentos multiculturais em defesa da diversidade e da identidade cultural propiciam uma interessante interlocução entre turismo e gastronomia, configurando um espaço onde a identidade e a singularidade de uma cultura são privilegiadas e adquirem valor de transformação social. Pode-se dizer que a gastronomia abre uma porta interessante para o conhecimento da cultura e da sociedade. Há que se levar em conta que, além do movimento de pessoas e divisas, o turismo abrange os impactos que elas geram nas áreas de destino, com particular destaque para os verificados no âmbito da cultura, do patrimônio e da sociedade. Por esse prisma, o turismo é uma atividade multidimensional, multifacetada, que influencia muitas vidas e muitas atividades econômicas diferentes. Ele vai além da questão econômica, pois envolve vários setores e fenômenos, articulando aspectos de natureza econômica, cultural, social e ambiental, tendo em vista que se trata de uma atividade de múltiplas faces. Com base nas informações e premissas aqui reunidas, entendemos que a relação entre gastronomia e turismo pode se tornar mais estreita na medida em que a comunidade se beneficie do fluxo turístico que se cria em torno de roteiros e destinos, fortalecendo a capacidade de a culinária incrementar os serviços nas áreas turísticas e se tornar elemento importante no processo de desenvolvimento sustentável. Para que isso aconteça é fundamental a criação de estruturas e equipamentos adequados às propostas de turismo local e regional e que possam constituir atrativos turísticos que compatibilizem hospitalidade, alimentação, prazer e cultura. O atual projeto tem como ponto base a região de São Joaquim, localizada na Serra Catarinense. A Serra Catarinense é uma região de campos de altitude, florestas e grandes cânions. Destaca-se nacionalmente por suas paisagens naturais únicas, pelas baixas temperaturas e o turismo rural criado em torno das fazendas e da cultura campeira. As cidades de destaque que compõem a serra são: São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, Urubici e Urupema. 10 A cidade de São Joaquim é a de maior destaque na região. Conhecida como a Cidade da Neve, acolhe turistas nacionais e estrangeiros durante as grandes geadas e nevascas. São Joaquim, com uma população local de aproximadamente 23.175 mil habitantes, apresenta uma economia bastante concentrada no agronegócio, especialmente no cultivo de frutas como pera, uva e maçã, sendo esta a principal fruta da cidade que movimenta mais de 50 %da economia local e é reconhecida internacionalmente por sua qualidade. Também se destaca atualmente pela vitivinicultura, com seus vinhos de altitude produzidos a partir de alta tecnologia. A cidade ganhou espaço e reconhecimento no mundo dos vinhos, gerando também mais um atrativo para o turismo. A cidade de Bom Jardim da Serra, conhecida como Capital das Águas, recebeu esse título devido ao grande número de rios que nascem no município. Com quedas d’água e mirantes, o centro da cidade fica a apenas 11 km da Serra do Rio do Rastro, constituindo uma das mais belas paisagens de Santa Catarina. Com cerca de 4.000 habitantes, a economia local é baseada na pecuária e na fruticultura, formando com São Joaquim um importante polo produtor de maçã. Devido ao seu clima, localização e abundância de belíssimas paisagens naturais, possui forte potencial turístico. Já a cidade de Bom Retiro, com população de 4.492 habitantes, é vasta em campos, cachoeiras e algumas grutas e cavernas indígenas. Seu clima é comparado ao de Campos do Jordão, com verões frescos e geadas no inverno. Sua economia também é baseada na pecuária e fruticultura, com destaque para a produção de vime. Rio Rufino, a Capital Nacional do Vime, tem nesse produto a sua base econômica, aliada à lavoura e à criação de gado de corte. Com belas paisagens naturais, incluindo cascatas, cavernas e morros, apresenta forte tendência ao turismo ecológico. Conta com 2.697 habitantes em uma região de clima tropical. Urubici, a segunda cidade da serra de maior destaque turístico, com quedas d’água e muito ecoturismo, atrai os viajantes interessados em aventura. Também é beneficiada pelo clima 11 frio; nela foi registrada a menor temperatura até hoje verificada no Brasil (-17,8° em 1996). Conhecida como A Terra das Hortaliças, o município é o maior produtor catarinense, destacando-se ainda na produção de mel e erva-mate. Com 10.565 habitantes, é o ponto mais alto habitado no sul do país. Conta com interessantes atrativos, como a Pedra Furada, a Serra do Corvo Branco e a Cascata Véu de Noiva. Urupema, com paisagens de inverno europeu, cascatas congeladas, pinheiros e taipas (muros feitos com pedra-basalto), tornou-se parte integrante da rota turística da Serra Catarinense. Com 2.560 habitantes, a cidade tem a base da sua economia na truticultura, produtos orgânicos e gado de corte e de leite. O turismo na região de São Joaquim tem se voltado para o ecoturismo, hotéis fazenda, vida campeira e gastronomia local. A atividade se apresenta como uma das que mais cresce na região e o visível aumento de hotéis, pousadas e restaurantes confirma a crescente demanda por infraestrutura turística de alto padrão. A população local é composta por uma multiplicidade de etnias que inclui portugueses, alemães, italianos, japoneses e gaúchos. É um povo muito hospitaleiro que demonstra cada vez mais interesse em profissionalizar o turismo da região. A região tem vários atrativos. Além das belas paisagens naturais, promove festivais, feiras e festas típicas como Exponeve, Festival de Inverno, Florada das Cerejeiras, Festa Nacional da Maçã e Natal Iluminado. Também se destaca pela vitivinicultura, com seus vinhos de altitude produzidos com alta tecnologia. A qualidade dos vinhos garantiu espaço para a região no concorrido mercado de bebidas finas e sua produção pode representar um atrativo a mais para os turistas. 1.2 Restaurante Self-service Concebidos nos modelos das redes de fast-food (comida rápida), os restaurantes self-service disputam mercado com as lanchonetes e os restaurantes à la carte, que trabalham num sistema muito lento do ponto de vista do atendimento. Adotando o método de autosserviço, esses estabelecimentos procuram oferecer agilidade com baixo custo. 12 Essa modalidade surgiu para atender as necessidades cotidianas dos consumidores que procuram alimentação rápida e variada, composta de pratos quentes e frios. O serviço é assumido em sua maioria ou quase totalidade pelo cliente, evidentemente com a intenção de reduzir custos e preços, já que é voltado para um público que possui uma limitação de tempo ou de orçamento para suas refeições. Os self-services se espalham pelos centros comerciais das cidades e são comuns também em localidades com grande afluxo de turistas. Grande parte desses restaurantes utiliza o sistema de buffet por quilo, no qual o cliente, após servir-se de saladas e pratos quentes, passa por uma balança na qual sua refeição é pesada, pagando somente pelo que irá consumir. A comida por quilo se apresenta como uma alimentação que atende a todas as exigências da clientela atual, pois ela oferece refeição variada, barata, que se assemelha à comida caseira, e ainda é o consumidor quem determina o quanto quer gastar. Nesse mercado, adota-se também o sistema de pagamento por taxa única, com preço fixo por pessoa, independentemente do número de vezes que o cliente se serve ou da quantidade de alimentos que consome. Os restaurantes self-service evoluíram e se superaram no momento em que uma demanda mais sofisticada foi se revelando e os estabelecimentos foram descobrindo uma ótima oportunidade a ser explorada. O eixo da estratégia competitiva deixou de ser apenas o preço e passou a valorizar mais a qualidade. A autora coloca que esse serviço, por envolver alto giro de vendas, barateia o custo de manutenção da estrutura de fornecimento, provando que a economia de escala é primordial para garantir uma boa rentabilidade. Pode trabalhar sem garçons ou com pequeno número deles para servir bebidas e recolher pratos, copos e talheres usados. A mesa de refeições utilizada é de pequeno tamanho, o suficiente para comportar apenas uma bandeja com o prato, copo, sobremesa e bebida, permitindo maximização do espaço do salão e da capacidade de atendimento a clientes. Esse é considerado o sistema que melhor se adapta às necessidades culturais e sociais brasileiras no tipo refeição rápida. 13 Figura1: Buffet de restaurante self-service Fonte: Nutrinews, 2009 Não é novidade que os restaurantes do tipo self-service têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros, sendo um dos segmentos mais promissores e que deverá continuar crescendo nos próximos anos de forma contínua e definitiva, pois se adequa perfeitamente à demanda por fast-food. Importa destacar que, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), quase 30% da população nacional – algo em torno de 50 milhões de pessoas – alimenta-se fora de casa diariamente, fortalecendo o potencial de crescimento do setor. Assim, a rede de comida pronta se consolida como importante canal de consumo e distribuição de produtos e serviços. Nesse contexto, há ainda que se considerar que a gastronomia aumenta a competitividade do turismo, para o qual os estabelecimentos dedicados à restauração são aliados imprescindíveis. Segundo a Abrasel, o setor apresenta grande potencial de geração de trabalho, principalmente no que se refere a oportunidades de primeiro emprego, absorção de mão-de-obra não qualificada, melhoria da qualificação profissional e desenvolvimento de novas carreiras. No cardápio desse tipo de restaurante, principalmente quando se volta ao atendimento de turistas, é interessante inserir produtos da época e da região, valorizando receitas tradicionais da comunidade, por exemplo, a polenta italiana e o chucrute alemão. Isso diferencia o serviço e possibilita o contato dos visitantes com iguarias específicas do local. 14 Cabe ressaltar que o turista está sempre em busca de novidade, originalidade, e a gastronomia é um atrativo, pois representa a possibilidade de descobrir novos sabores e características culturais dos ambientes visitados. Uma interessante opção para agregar valor e dar visibilidade à imagem do restaurante é a exposição e venda de artesanatos e itens de alimentação como queijo, linguiça, geléias e licores caseiros, biscoitos e doces. Nesse aspecto, abre-se oportunidade para que a comunidade se mobilize em torno da oferta de produtos e se beneficie da movimentação de turistas ávidos por conhecer os segredos da cultura culinária do lugar visitado. A proposta de restaurante aqui apresentada prevê funcionamento diário das 11h30min às 15 horas com capacidade para 100 pax. A tipologia de atendimento é self-service com buffet livre. O estabelecimento será montado em local de grande movimentação, com objetivos de atingir bom público, atender as necessidades de turistas e visitantes e garantir a sustentabilidade do empreendimento. O cardápio irá destacar pratos preparados com ingredientes produzidos na região e receitas típicas das comunidades locais. Planeja-se, uma ou duas vezes por semana, trabalhar de forma diferenciada, tematizando o serviço e oferecendo pratos confeccionados com base em determinada tradição culinária. É uma maneira de contemplar as diferentes culturas da região. A motivação para esse projeto é uma proposta gastronômica diferenciada, com mais de 20 opções entre pratos quentes e saladas, valorizando os produtos típicos da região da serra catarinense elaborados com técnicas gastronômicas. Os preços serão definidos a partir da análise dos valores praticados pelos empreendimentos de alimentos e bebidas da região, a fim de que não haja grandes divergências. 15 1.3 O contexto regional: atrativos, limitações e oportunidades 1.3.1 Atrativos Cultura regionalista, atrativos naturais, clima frio, tradições rurais, famosos pomares de maçã e eventos são os elementos mais destacados no conjunto de recursos turísticos que podem ser explorados na região de São Joaquim, composta por seis municípios, como mostra o mapa apresentado a seguir. Figura 2: Mapa da região de São Joaquim Fonte: Governo do Estado de Santa Catarina, 2009 A região de São Joaquim possui elevado potencial turístico na Serra Catarinense, destacandose pelos espaços naturais e rurais, o clima frio e a eventual neve, os eventos e as tradições da cultura local. Apresenta vocação para o turismo gastronômico, o enoturismo e o turismo de eventos. No que diz respeito à demanda real, estudos mostram que ela se constitui em grande parte de pessoas que visitam a região a lazer, dando ênfase ao turismo de natureza e ao ecoturismo. Dado interessante com relação à demanda potencial é que os turistas que buscam gastronomia 16 e cultura possuem uma renda familiar mais elevada em relação àqueles que procuram esportes radicais e ecoturismo. Um dos mais conhecidos atrativos dessa região é o inverno, ou melhor, o frio que traz a possibilidade de neve: um fenômeno natural que se transforma em espetáculo e deslumbra os visitantes. Figura 3 - Dia de neve em São Joaquim Fonte: Prefeitura de São Joaquim, 2009 Figura 4 - Neve em Urupema Fonte: Prefeitura de Urupema, 2009 O conjunto de atrativos da região pode catalisar investimentos direcionados ao desenvolvimento de roteiros enogastronômicos, eventos gastronômicos e comercialização de vinhos, ou até mesmo na implantação de um meio de hospedagem ligado ao cultivo de uva. Mas é fundamental otimizar o acesso aos recursos naturais e culturais, intensificar sua divulgação e investir em equipamentos turísticos. Nesse sentido, salienta-se que o turismo é uma complexa cadeia de inter-relacionamentos entre produtos e serviços, na qual se inserem práticas sociais, o meio ambiente natural e múltiplas relações de troca. A soma desses elementos gera o produto turístico que, para ser competitivo e desejado pelos consumidores, deve reunir três fatores fundamentais: a atratividade, o pacote de serviços agregados e o desempenho. O produto turístico comporta um conjunto de benefícios que o consumidor busca em uma determinada localidade e que envolvem um complexo de serviços oferecidos por diversas 17 organizações. Aos atrativos naturais e culturais devem então estar associados os meios que possibilitam usufruir dessa oferta. Nos municípios que compõem a região, a natureza revela deslumbrantes paisagens. Rios, cachoeiras e cascatas formam um complexo hídrico exuberante, em grande parte responsável pela atratividade desse território serrano. Figura 5 - Paisagem de Bom Jardim da Serra Fonte: Prefeitura de Bom Jardim da Serra, 2009 Figura 6 - Paisagem de Urubici Fonte: Prefeitura de Urubici, 2009 Cabe enfatizar que a atratividade é elemento fundamental para a inserção de um local no contexto do turismo, pois o interesse em conhecer determinada região se constitui como principal motivador do deslocamento de pessoas. Nesse sentido, as formações geológicas esculpidas pelo tempo comportam grande poder atrativo. Figura 7 - Vista aérea da região de São Joaquim Fonte: Prefeitura de São Joaquim, 2009 18 A diversidade étnica é outro ponto forte da região. A partir dela se mesclam tradições das culturas italiana, japonesa, portuguesa, alemã e russa. As marcas culturas desses povos se revelam nos festejos, na culinária típica e na forma hospitaleira de receber os visitantes. Destacam-se no calendário de eventos a Festa Nacional das Hortaliças, Festa Nacional da Maçã e Cavalgada Aparados da Serra. Cabe frisar que a capacidade de atração se vincula a essas características naturais e culturais peculiares, mas não se pode esquecer que ela é fortemente influenciada por fatores como preços diferenciais, produtividade e qualidade de vários componentes da indústria turística. 1.3.2 Fatores limitantes Antes de descrevermos os recursos, os atrativos e as oportunidades da região de São Joaquim no contexto turístico, julgamos coerente apresentar os aspectos limitantes detectados por meio de pesquisas específicas que apontam pontos fortes e fracos do território estudado. Isso porque nos interessa que os fatores indicados como empecilhos para o desenvolvimento turístico sejam em seguida confrontados com informações sobre tendências otimistas e estratégias capazes de solucionar e superar os problemas atuais. Com referência à área que mais interessa a este projeto, a de alimentos e bebidas, a região possui poucos restaurantes de qualidade, capazes de oferecer boas e diversificadas opções aos visitantes. A gastronomia local ainda é pouco valorizada e os estabelecimentos do setor de restauração funcionam em horários que muitas vezes não atendem às necessidades dos visitantes. Os recursos humanos disponíveis para o turismo ainda necessitam de profissionalização, embora já existam projetos de algumas instituições, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Núcleo de Educação Profissionalizante (NEP), que 19 prevêem o desenvolvimento de cursos de capacitação, contemplando as áreas de gastronomia, hospedagem, artesanato, música, enologia e vitivinicultura. A rede hoteleira da região apresenta características de administração familiar e possui algumas limitações para atender a demanda turística. Os espaços para eventos são escassos e geralmente é usada a área de entorno das igrejas. Quanto aos equipamentos para transporte, observa-se a ineficiência ou inexistência de transportes para os atrativos turísticos, coletivos urbanos e poucas linhas de ônibus intermunicipais. Pesquisas realizadas com participação de empresas do trade receptivo da região revelam que é fraca a articulação entre o poder público e privado para o desenvolvimento da atividade turística. A falta de conscientização dos gestores privados sobre os benefícios do turismo também foi apontada como fator limitante. Os principais empecilhos ao desenvolvimento do turismo na região estão relacionados à falta de profissionalismo e qualificação da região, o difícil acesso aos atrativos e aspectos turísticos, baixo investimento no setor, falta de integração do trade e um maior controle do poder público na fiscalização das atividades turísticas. Quanto ao posicionamento do destino regional de São Joaquim no mercado turístico estadual e nacional, as principais variáveis citadas pelo trade receptivo são o reconhecimento nacional do potencial turístico e da vocação turística da região, infra-estrutura deficitária, mão de obra desqualificada, falta de posicionamento de mercado e divulgação concentrada em apenas dois municípios. 1.3.3 Oportunidades: A paisagem e o patrimônio cultural Considera-se que o turismo pode funcionar como motivador da manutenção da identidade local, da herança cultural e do orgulho étnico, além de possibilitar a manutenção do patrimônio artístico e histórico. Especificamente sobre patrimônio cultural, ele não se restringe à arquitetura, a despeito da indiscutível presença das edificações como um ponto alto 20 da realização humana, e o seu significado é muito amplo, incluindo outros produtos do sentir, do pensar e do agir humanos. A cultura inclui desde a arquitetura, as expressões artísticas e manifestações populares, até os sentimentos coletivos de uma determinada comunidade em relação ao seu território, podendose supor uma interdependência entre cultura e turismo. Figura 8 - Vista da cidade de Rio Rufino com igreja em primeiro plano Fonte: Prefeitura de Rio Rufino, 2009 O patrimônio cultural reúne hábitos, tradições, crenças e estilos de vida — elementos com forte componente simbólico que são representativos da coletividade e da região. Incluídos nessa categoria estão o artesanato, danças, músicas, festas e cerimônias, gastronomia, vocabulário, lendas e histórias. A totalidade desses elementos se inscreve na paisagem, apontada como a primeira instância do contato do turista com o lugar a ser visitado e, por isso mesmo constitui o principal apelo de atratividade, desencadeada para compor, com o aporte de meios e serviços, a oferta de uma destinação turística. É importante que se entenda que o turismo depende da visão, mas a paisagem não é apenas um cenário para uso exclusivo do turista; ela é a essência cotidiana do habitante. 21 Figura 9 - Cultivo de maçã em São Joaquim Fonte: Prefeitura de São Joaquim, 2009 Figura 10 - Hortaliças em Urubici Fonte: Prefeitura de Urubici, 2009 Na região de São Joaquim, a colonização realizada pelos tropeiros que cruzavam esse território levando gado entre São Paulo e o Rio Grande do Sul, conserva e mantém suas tradições regionalistas por meio de manifestações culturais como rodeios e gineteadas. Aliadas à oferta de cavalgadas como parte do turismo rural e de natureza, tais expressões podem atrair ainda mais turistas e estimular o aumentando do tempo de permanência deles nos municípios. Figura 11 - Cavalgada em Bom Retiro Fonte: Prefeitura de Bom Retiro, 2009 22 Nessa perspectiva, pode-se afirmar que a paisagem é história congelada, mas participa da história viva e que, indesvinculável da idéia de espaço, é constantemente refeita de acordo com os padrões locais de produção da sociedade, da cultura, e tem importante papel no direcionamento turístico. Sendo expressão da maneira de viver, ela deve ser olhada como reflexo de valores sociais e padrões culturais, como paisagem social e política. Figura 12 - Amanhecer com geada em Urubici Fonte: Prefeitura de Urubici, 2009 Interessa ainda observar que os símbolos materiais da cultura de um povo, como os monumentos e o patrimônio histórico, constituem produtos culturais distribuídos para consumo. Por esse prisma, os atrativos paisagísticos e patrimoniais do lugar se tornam recursos turísticos na medida em que são disponibilizados para uso e compartilhados com os visitantes. Eventos e gastronomia Nesse contexto está inserido o evento, considerado um produto turístico com grande potencial de atração, capaz de otimizar o uso das estruturas turísticas e dinamizar economicamente a região onde se realiza, a partir de ações interligadas à economia de sua sede, já que aciona toda a cadeia de atividades relacionadas ao turismo, dentre elas a gastronomia e os serviços de restauração. 23 Cabe ressaltar que o setor de eventos é responsável por melhor posicionar as cidades promotoras no mercado, criando uma identidade turística e gerando empregos e divisas. Esses lugares se tornam catalisadores dos fluxos turísticos de diversas destinações. Os eventos demonstram sua força na divulgação de produtos turísticos e na promoção de ações estratégicas de desenvolvimento em diversas localidades ou regiões. Sua realização contribui para promover, valorizar e preservar os patrimônios turísticos, culturais, históricos e ambientais. Tem impacto positivo na qualidade de vida da comunidade, na medida em que o desenvolvimento econômico por ele provocado pode reduzir as disparidades sociais a partir do crescimento da oferta de emprego e de melhor distribuição de renda. Em Santa Catarina, o setor de eventos é potencializado por festas que vêm aumentando seu poder de atrair e encantar turistas, ao ponto de se tornarem megaeventos de fama nacional e internacional. Isso ocorre na medida em que particularidades regionais alavancam a produção e o desenvolvimento de centros receptores e quando eventos como festivais e celebração ʊ atrelados à tradição e aos costumes locais —, por serem diferenciados, transformam-se em valores referenciais, constituindo-se em catalisadores para movimentação de visitantes. Adiciona-se à festa o conteúdo cultural do lazer, considerando a sua ação mobilizadora da atividade turística e sua caracterização como tempo e espaço de política pública, produção e consumo de mercadorias, modismos, costumes e estilos de vida. Na imbricação do capital econômico com o capital cultural, saem fortalecidas as inter-relações que envolvem festa, cultura e lazer, mercado e turismo. Agregada aos eventos está a gastronomia, entendida como elemento indissociável das práticas e manifestações culturais e sociais de um povo. Dentro e além da cultura, como mote de produto turístico, a gastronomia típica das comunidades reforça produtos de determinada localidade cultural, porque o prazer gastronômico, não raro, vem acompanhado de um legado culinário. E a culinária, tratada como patrimônio cultural, é capaz de vincular-se a imagens de um país, região ou grupo. 24 Na região de São Joaquim, já conhecida pela Festa da Maçã, as tradições e hábitos culinários podem ser valorizados no cosmo do turismo, revelando sua capacidade de saciar a fome e ao mesmo tempo encantar os turistas, tornando-se importante atrativo turístico. Figura 13 - Material de divulgação da Festa da Maçã na internet Fonte: Prefeitura de São Joaquim, 2009 A décima oitava edição da Festa Nacional da Maçã já está sendo organizada. Acontecerá de 16 a 25 de abril de 2010, reverenciando o fruto responsável por boa parte da economia municipal. Em 2009, ela registrou um público recorde em relação às edições anteriores: 100 mil pessoas ingressaram no parque Nacional da Maçã nos 10 dias do evento. Conscientes da força desse atrativo, os organizadores investem na infra-estrutura, na decoração e em inovações da programação cultural. É um exemplo do que pode e deve ser feito para incrementar as atividades turísticas da região. A visão econômica O turismo é um dos setores mais dinâmicos e que mais crescem no mundo, representando 10,7% do produto interno bruto (PIB) global. Com mais de 260 milhões de empregados e investimentos anuais de mais US$ 800 bilhões, aparece em posição competitiva ao lado de alguns dos maiores e mais tradicionais setores da economia mundial, como a construção civil, a indústria petroquímica e a produção automobilística. As projeções da Organização Mundial de Turismo (OMT) apontam faturamento global de US$ 9,2 trilhões até 2011. Para 2020, a entidade acredita que 1,5 bilhão de pessoas gastarão cerca de US$ 2 trilhões por ano ou cerca de US$ 5 bilhões por dia, não incluídos nesse total os investimentos em equipamentos turísticos. Os ganhos com o ingresso de divisas 25 estrangeiras e geração de renda e empregos são os principais motivadores para inclusão do turismo como parte de uma estratégia de desenvolvimento. De acordo com o Ministério do Turismo (MTur), os gastos de turistas estrangeiros no Brasil atingiram recorde em 2008, chegando a US$ 5,78 bilhões no encerramento do ano. O volume é 16,8% superior ao registrado em 2007, quando U$ 4,95 bilhões ingressaram no país pelo turismo internacional. Sobre a distribuição setorial do PIB do turismo dentro da sua cadeia, estatísticas oficiais revelam que ele está concentrado, sobretudo, nos setores de restaurantes (37,56%), serviços recreativos (18,09%), transportes rodoviário e aéreo regulares (28,05%) e estabelecimentos hoteleiros (11,97%). Os demais setores somados representam apenas 4,33% do PIB do turismo. Esses são dados importantes para medir o êxito da economia do turismo do país e sustentam um prognóstico positivo em relação ao crescimento do setor. Pode-se afirmar que o turismo se tornou o principal motor da economia, incentivando o crescimento de outras atividades econômicas, notadamente as indústrias de construção civil, hotelaria e transportes. Como impacto positivo da atividade, a implantação de infra-estrutura e de empreendimentos turísticos faz com que o dinheiro trazido pelos turistas circule por toda sociedade. A melhoria na qualidade de vida da região é outro efeito econômico positivo, pois a partir do momento em que a atividade turística surge na localidade, ela contribui para o equilíbrio do crescimento regional, ajudando assim a trazer melhorias na economia da população. O efeito multiplicador de renda do turismo envolve uma interdependência entre os vários fatores econômicos, gera empregos em diversas áreas nos setores formais e informais e cria novas oportunidades para a população local. A respeito dos efeitos diretos da atividade, ressalta-se que a despesa turística tem efeito cascata em toda a economia receptora e se divide em gastos diretos, indiretos e induzidos. Ela começa com os gastos diretos dos turistas em estabelecimentos turísticos de linha de frente, como hotéis e restaurantes, e depois se espalha pelo resto da economia. 26 Movimento sinérgico na gestão do turismo No contexto do turismo, a atuação dos governos local e regional em promover o desenvolvimento significa intervir sobre as condições do ambiente social ou econômico, articulando medidas que propiciem o desenvolvimento do município e da região. Mais do que agentes realizadores, as prefeituras devem funcionar como articuladoras e facilitadoras das ações que têm eficácia maior quando o poder público é apenas um dos agentes envolvidos no projeto de desenvolvimento local incorporado pela sociedade. O fortalecimento da capacidade se encantar, seduzir e conquistar turistas depende da articulação entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil, num movimento sinérgico das múltiplas escalas do poder local. É fundamental uma gestão capaz de potencializar a soma de fenômenos e relações originados da interação de turistas, empresas, governos locais e comunidades anfitriãs, no processo de atrair e receber visitantes. O processo de desenvolvimento é mobilizado por organizações que trabalham conectadas por propósitos comuns, isto é, integradas. Mas essa integração não é sinônimo de homogeneidade, pois se manifestam diferentes papéis sociais e interesses complementares, superpostos ou conflitantes. Os grupos se articulam e se opõem em torno de interesses comuns e essa relação, construída sobre a ação de diferentes atores individuais e coletivos, pressupõe uma capacidade de agir em bases plurais. Harmonizar o desenvolvimento turístico implica, antes de tudo, desembaraçar o nó dos interesses, muitas vezes contraditórios, e estabelecer uma ordem de prioridades. Interessa destacar que o turismo, como fator de desenvolvimento de uma cidade ou região, comporta basicamente duas interfaces: a ação dos órgãos públicos e privados para melhorar a infraestrutura e a participação da comunidade no planejamento turístico — esta é elemento essencial para a sustentabilidade desse processo. 27 Possibilidades e tendências O desafio das localidades com potencial e vocação turística é articular o produto turístico à demanda do público consumidor. Um dos caminhos é investir em marketing turístico, que compreende todas as ações desse mercado direcionadas ao atendimento das expectativas dos consumidores de produtos turísticos, detectando desejos e procurando uma eficiente relação de trocas. Fazer marketing turístico não se resume a informar ou sugerir alternativas de consumo, mas se amplia para as tarefas de conhecer, atrair, encantar e conquistar clientes, com base na identificação de seus desejos, necessidades e motivações. De acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), o turista só pode tomar conhecimento de um produto turístico se houver uma boa estratégia de marketing que o influencie a adquiri-lo. Portanto, as tarefas do marketing nesse setor são conhecer bem os clientes e descobrir aquilo que eles precisam e desejam, antes de planejar, desenvolver e lançar produtos turísticos no mercado. Essa questão foi abordada pelo francês Jean-Claude Baumgarten, presidente do World Travel e Tourism Council (WTTC), que comandou em maio deste ano a 9ª conferência global da entidade em Florianópolis, pela primeira vez num país latino-americano. Bastante otimista quanto à evolução das atividades do setor, ele fala não em problemas, mas sim em oportunidades. Aconselha a fomentar o turismo doméstico, explicando que as viagens das pessoas em seus próprios países são essenciais para sustentar os negócios de turismo no longo prazo. Baumgarten recomenda também aumentar o esforço dos governos para atrair investidores. Enfatizou que a construção de um hotel se paga em 30 anos; então é necessário que o poder público sinalize que haverá coerência na cobrança de imposto, investimento na promoção do destino e pouca burocracia. Outra tarefa é intensificar e fortalecer a comunicação entre os diversos agentes e organizações do turismo e destes com diferentes públicos. 28 A região de São Joaquim tem atrativos naturais e culturais suficientes para motivar uma campanha de comunicação e marketing que divulgue suas belezas, sua gente e sua hospitalidade, acompanhadas, é claro, das delícias gastronômicas que essa terra serrana oferece. Figura 14 - Urubici Fonte: Prefeitura Urubici, 2009 de Figura 15 – Urupema Fonte: Prefeitura de Urupema, 2009 Figura 16- Bom Jardim da Serra Fonte: Prefeitura de Bom Jardim da Serra, 2009 29 Figura 16 - Rio Rufino Figura 18 - São Joaquim Figura 17 - Bom Retiro 30 2 CONCEPÇÃO DO CARDÁPIO Neste projeto, busca-se atender públicos específicos e oferecer serviços de restauração compatíveis com a demanda da região. Não é intenção instalar mais um restaurante com serviço de buffet comum, mas sim desenvolver uma proposta gastronômica diferenciada, com mais de 20 opções entre pratos quentes e saladas, oferecendo produtos típicos da região da Serra Catarinense, preparados a partir de técnicas gastronômicas que valorizem as matérias-primas locais, como queijos coloniais, massas caseiras, truta, mel, maçã e vinhos, bem como a cultura das comunidades que habitam esse território serrano. Tipologias do setor de restauração CARDÁPIOS Primário • • • Público-alvo Competência dos envolvidos Segmento a ser selecionado Secundário • • Concorrência Sazonalidade Tendências do mercado Demandas do público consumidor Restaurante Figura 20: Critérios para concepção de cardápio Fonte: Equipe Técnica, 2009 A proposta gastronômica do restaurante Self Service se baseia na escolha dos melhores cortes das carnes que serão servidos, conciliada com a valorização de produtos típicos 31 da gastronomia local, a partir da seleção de ingredientes que fazem parte dos hábitos alimentares e culturais da região. O cardápio (Apêndice A) pretende evidenciar preparações diferenciadas, trabalhando com a valorização dos ingredientes e dos hábitos alimentares da região. O planejamento de buffet deverá iniciar pelas carnes, observando-se diversos métodos de cocção, de forma a oferecer opções de carnes grelhadas, assadas e fritas, seguidas das guarnições com elas compatíveis. Para os acompanhamentos podem ser utilizados legumes, tubérculos e arroz preparados de variadas formas. O buffet contará saladas cruas e cozidas, procurando-se manter diversidade de sabores e cores e elaborá-las de maneira atraente aos sentidos dos clientes. Saladas coloridas alegram o cardápio e mais ainda se forem acompanhadas de molhos que realcem o paladar. Podem ser criadas opções simples e muito apetitosas com pequenas sutilezas nos preparos que fazem a diferença na aparência e no sabor. As saladas são fontes de muitas vitaminas e sais minerais e apresentam grande variação de cores, sabores e aromas. Acompanham muito bem inúmeros pratos. Com diferentes tipos de temperos, complementos e variedade de folhas e talos é possível obter muitas combinações. As saladas de legumes cozidos são mais encorpadas e combinam bem com pratos de carnes e aves assadas. Merecem citação as saladas com brotos e com frios, que acompanham bem pratos de carnes e aves, e aquelas enriquecidas com frutas, que tendem a ter um sabor muito peculiar e agradável — o frescor das frutas combina perfeitamente com as hortaliças e sem dúvida agrada aos paladares mais exigentes. Considerando o novo hábito, bastante saudável e difundido, de comer grãos, sugere-se inseri-los da preparação de saladas, pois eles são excelente fonte de fibras, além de deliciosos e nutritivos. Usados das mais variadas formas, grãos como feijões, grão-debico, lentilha e ervilhas acrescentam sabores inusitados e aumentam a riqueza do prato. Também interessantes são as saladas com sementes, que ajudam a combater os radicais livres que destroem as células, regularizam o intestino e oferecem nutrientes ao organismo, sendo fontes riquíssimas de vitaminas C, E, complexo B e sais minerais. 32 Outras opções são as saladas com massas, que são encorpadas e nutritivas. Preparadas com molho de iogurte ou maionese, elas são refrescantes e muito saborosas. Podem agregar ainda sabores de carnes, aves, peixes, frutos do mar, queijos ou frios. As saladas com queijos também são agradáveis ao paladar e podem ser com temperos à base de azeite e folhas de manjericão. Os clientes poderão ainda se servir de sobremesas elaboradas com um toque gourmet que irá valorizar as tradições culinárias da Serra Catarinense. Serão utilizadas matériasprimas de alta qualidade e produtos regionais, entre eles o pinhão, a maçã, o mel, os queijos, a truta e os frios que compõem as preparações do menu fixo e do buffet de saladas. Em todos os casos, no planejamento do restaurante Self Service devem ser considerados os gostos do público e as tendências de consumo, a oferta de matérias-primas por fornecedores locais e a sazonalidade de produtos. O uso de hortaliças e frutas da época ajuda a reduzir os custos do cardápio e ainda valoriza a produção regional. Quanto ao custo por quilo do alimento, deve corresponder a 30% do preço de venda do restaurante Self Service. Para complementação do cardápio, foi criada uma carta de bebidas (Apêndice B) com água, refrigerantes, sucos, bebidas alcoólicas e alguns drinques clássicos como a caipirinha. Conforme o pesquisado na região foi elaborada uma lista dos principais fornecedores de alimentos da localidade, que encontra-se em anexo A 2.1 Ficha Técnica e Espelho de Custo Para um planejamento exato, é primordial a elaboração de fichas técnicas e espelhos de custos , sendo as fichas necessárias para uma melhor padronização de custos e sabores na produção, assim como para manter a qualidade. Trata-se de um instrumento de treinamento que dará autonomia à brigada e auxílio ao controle de desperdícios. Já os 33 espelhos de custos são fundamentais para um melhor controle dos custos do restaurante, com vistas a atingir o valor preciso de cada prato, chegando a um lucro satisfatório. Para melhor compreensão desses instrumentos, elaboramos modelo de ficha técnica e espelho de custos (Apêndice C ). 34 3. PLANEJAMENTO DAS ÁREAS FÍSICAS O Self-Service pretende ser uma referência gastronomia diferenciada no serviço de Buffet da região de São Joaquim. Pensando em criar um ambiente contemporâneo, porém vinculado aos símbolos regionais e uma infraestrutura que comporte os serviços de venda de produtos, café, happy hour e jantar a la carte empratado, planejaram-se as áreas físicas e sugeriram-se alguns materiais para acabamento e que também atendem às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para compor o ambiente, tanto interno quanto externo, sugerem-se cores que remetam aos aspectos locais, como os tons de mate, fazendo uma alusão à erva mate do chimarrão, aos campos e à araucária — árvore nativa da região —, bem como os tons de terra e mel queimado, que representam importantes símbolos desse território, como o pinhão, a geleia real, o solo vermelho e o fantástico pôr do sol que enfeita os fins de tarde na serra. Por fim, tons de gelo que remetem ao inverno, rios e cascatas congeladas, neves e geadas que cobrem os campos. Nas áreas de produção e apoio, preferem-se as cores brancas e pinturas lisas para melhor higienização. Para a fachada do Self-Service, sugere-se a utilização do tom de cappuccino, a utilização de esquadrias em madeira com vidro para as janelas, porta de entrada em madeira natural da região e vidro, guarda-corpo em madeira natural, telhas francesas e parede e floreiras com pedras da região. A iluminação para área de atendimento poderá mesclar lâmpadas amarelas e pontuadas com facho direcionado, para criar um ambiente aconchegante e valorizar os produtos servidos. Na área de produção e apoio, a iluminação deverá ser com lâmpadas frias de tom amarelo com calha de embutir ou de sobrepor protegida por tampa acrílica. 35 Para a ambientação do espaço, sugere-se a caracterização da decoração de maneira livre, com símbolos da serra catarinense. Pode ser usado como referência o trabalho da Associação Arte Catarina, que elegeu os principais elementos encontrados e os transformou em desenhos para serem utilizados pelos artesões da serra, sendo alguns desses elementos partes da flora, fauna e arquitetura das cidades, como o piso da Catedral, os vitrôs do Teatro Marajoara e da Capela do Convento, ou ainda as janelas do Mercado Público Municipal, pinhas, pinheiro, as rodas das carretas dos tropeiros e as pegadas do Leão Baio. Esses desenhos podem ser encontrados em um livro lançado pela associação na festa do Pinhão de 2007. Também como inspiração pode-se explorar as belezas naturais da região, como os cânions e penhascos cobertos por densas neblinas, matas remanescentes de araucárias e rios cristalinos e congelados, além das inscrições rupestres. Pode-se expressar essa ligação com os símbolos da região por meio de pinturas, fotografias, vitrais, objetos decorativos, louças, cores, texturas e até mesmo explorando localizações que incluam essas vistas, atentando para o fato de o ambiente se destacar pela inovação, mas sem destoar da paisagem natural onde será inserido. Estruturalmente o restaurante terá capacidade para atender 100 pessoas. A cozinha será estruturada para a preparação em grande escala de produtos dos mais diversos gêneros. Os setores de garde manger, cozinha quente e praça de montagem estão estrategicamente localizados para proporcionar um melhor aproveitamento do espaço e promover um fluxo de trabalho contínuo. 3.1 Pré-dimensionamento De acordo com a tipologia, os espaços são subdivididos e calculados conforme demonstram as tabelas a seguir. 36 3.1.1 Área de atendimento O caso do self service se encaixa na classificação de Rest. c/ serviço de buffet / sala de café da manhã 1,3 / 1,5 m2/pax, conforme a tabela 3.1.1, sendo então a área de atendimento para 100 pax igual a 130m² (100pax* 1.3m² =130 m²). Estas são medidas de referência, podendo variar de acordo com a área de construção disponível. Tabela 1 - Cálculo de área de atendimento Tabela de cálculo - Clássicos/caracterizados/contemporâneos .............1,7 / 2,0 m2/pax - Típicos/especialidades/temáticos ............................1,5 / 1,6 m2/pax - Coffee shop/casa de chá /café /confeitaria .............1,3 / 1,5 m2/pax - Eventos/banquetes ..................................................1,2 / 1,4 m2/pax - Lanchonetes/padarias ..............................................1,3 /1,4 m2/pax - Fast food...................................................................1,3 m2/pax - Rest. c/ serviço de buffet / sala de café da manhã... 1,3 / 1,5 m2/pax - Sala de bar (incluindo o espaço das inst. do bar).....1,3 /1,5 m2/pax - Valor mínimo referência para refeitório para funcionários....................1,1 m2/pax 3.1.2 Área de produção Com base na área encontrada para o atendimento, calculamos os espaços de produção e apoio, sendo que suas dimensões dependem das necessidades de trabalho com a matéria-prima (mais elaborada ou mais artesanal). O coeficiente de cálculo varia entre 25 e 30% da área destinada ao atendimento, conforme tabela abaixo. Tabela 2 - Porcentagem da área de produção conforme tipologia Cozinha principal 30%do atendimento Cozinha para banquetes 20% do salão das salas/baile Cozinha para coffee\shop 25% da área do coffeee shop Cozinha para boates 20% da área da boate Depósitos de alimentos e bebidas 50% da área da cozinha e copa de 30 a 50% da área de atendimento. 37 Portanto, a área destinada à produção corresponderá a 30% do valor da área de atendimento (130 m² * 30%), resultando em 39 m². 3.1.3 Áreas de apoio Estas áreas são aquelas destinadas aos depósitos, vestiários/sanitários dos funcionários, refeitório, escritórios, entre outras funções. O coeficiente de cálculo varia entre 25 e 30% da área destinada ao atendimento. Neste caso, sugerimos 30%, ficando em 39 m². 3.1.4 Caixa e bar Estas áreas são aquelas destinadas ao caixa e bar. O coeficiente de cálculo varia entre 15% e 20% da área destinada ao atendimento. Neste caso, sugerimos 15%, ficando em 19,5 m². 3.2 Programa de necessidades Este programa é o conjunto sistematizado de necessidades para determinado uso de uma construção. É usado nas fases iniciais do projeto a fim de nortear as decisões a serem tomadas para suprir as necessidades das atividades que serão realizadas no espaço projetado. É composto pelos ambientes que formarão o espaço em estudo, sendo dependente da tipologia da proposta, do pax (número de pessoas a serem atendidas), tipo de produção e localização. 3.2.1 Setor de atendimento - Salão - Bar - Caixa - Recepção - Jardim - W.C. masculino 38 - W.C. feminino 3.2.2 Setor de produção - Garde manger - Praça quente - Lavação pratos - Lavação panelas - Montagem 3.2.3 Setor de apoio - Carga e descarga - Pré-higienização - Vestiário masculino - Vestiário feminino - Almoxarifado - Depósito de produtos de limpeza 3.3 Organograma e fluxograma espacial É a organização dos espaços de forma ideal e posteriormente o projetado-real. Representa as relações entre os espaços e suas funções, como o pré-preparo, preparo, montagem e distribuição, com objetivo de otimizar o trabalho e evitar a contaminação dos alimentos. 39 Figura 21: : Organograma e Fluxograma espacial Fonte: Equipe Técnica 3.4 Projeto arquitetônico O projeto arquitetônico elaborado corresponde ao Apêndice D na escala 1/50 com cotas e posição dos móveis e equipamentos, com perspectivas internas e externas. Contará com área de atendimento que engloba bar, salão, cozinha subdivida em garde manger, praça quente, além de área de apoio subdividida em carga e descarga, vestiários, préhigienização, estoque de bebidas, administração e almoxarifado. 3.5 Memorial descritivo 40 O memorial descritivo representa os aspectos construtivos e visuais, levando em consideração, na escolha de materiais, o uso intensivo que terão suas dependências, devendo, portanto, especificar para uso somente materiais adequados. O memorial descritivo aqui apresentado tem por finalidade determinar os detalhes de acabamento, tipo e qualidade dos materiais a serem utilizados na construção e acabamento do empreendimento, seguindo as normas da resolução RDC n. 216/2004, que contém regulamento técnico sobre os parâmetros e critérios para o controle higiênico-sanitário em estabelecimentos de alimentos. Mais detalhes são encontrados no 3.5.1 Aspectos construtivos por área 3.5.1.1 Setor de atendimento • Salão - Piso cerâmico fosco antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Pé direito 3,20 m. - Janelas de abrir em madeira quadriculada e vidro 6mm. - Porta entrada duas folhas em madeira, vidro, com sinalização de entrada e saída. - Porta jardim duas folhas em vidro. - Tetos com rodateto em gesso 10 cm. - Parede lisa, tinta acrílica nas cores mate, mel queimado, pinhão, rodapé em madeira, cantos arredondados. • Bar, caixa - Piso cerâmico fosco antiderrapante autotráfego com rebaixo de 30 cm em relação ao salão, rejunte antimofo. - Pé direito 3,50 m. - Piso com inclinação em direção aos ralos. - Ralos sifonados com grelhas. 41 - Parede lisa, tinta acrílica, rodapé em madeira. - Pia para higienização pessoal com acionamento automático por fotocélula ou pedal. • Jardim - Piso cerâmico antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Ralos para escoamento da água da chuva. - Canteiros impermeabilizados com escoamento. • WC masculino - Piso cerâmico fosco antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Parede revestida em cerâmica. - Iluminação e circulação de ar por claraboia no teto (caso não tenha circulação de ar direta) ou ventokit. - Porta lisa com fechamento automático. - Janela com telas de proteção contra insetos. - Barras de apoio para portadores de necessidades especiais de locomoção em um dos sanitários. - Teto liso. • WC feminino - Piso cerâmico fosco antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Paredes revestidas em cerâmica. - Iluminação e circulação de ar por claraboia no teto (caso não tenha circulação de ar direta) ou ventokit. - Porta lisa com fechamento automático. - Janela com telas de proteção contra insetos. - Barras de apoio para portadores de necessidades especiais de locomoção em um dos sanitários. - Teto liso. 3.5.1.2 Setor de produção - Piso cerâmico antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. 42 - Paredes revestidas com azulejo liso branco. - Ângulos arredondados no contato do piso com raio mínimo de 5 cm. - Cantoneiras em aço inox nos cantos para aumentar resistência a impacto. - Janela em alumínio com abertura max ar, telas removíveis para limpeza. - Piso com inclinação e direção aos ralos. - Ralos sifonados com grelhas. - Instalação elétrica, interruptor e tomadas isoladas à prova d`água para limpeza. - Luminárias com sistema de segurança contra explosão e quedas e de fácil higienização. - Portas lisas com fechamento automático e proteção inferior contra insetos. - Pia para higienização pessoal com acionamento automático por fotocélula ou pedal. 3.5.1.3 - Setor de apoio • Carga e descarga/ pré higienização - Piso cerâmico antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Plataforma de descarga 30 cm do chão com rampa de acesso. - Parede de azulejo liso branco. - Pia para higienização pessoal com acionamento automático por fotocélula ou pedal. • Vestiário masculino/ feminino - Piso cerâmico antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Parede de azulejo branco liso. - Teto liso, tinta branca acrílica látex. - Boxe em alumínio e acrílico. - Uma bacia sanitária branca. - Um lavatório branco. - Janela em alumínio com proteção e tela removível. - Portas lisas com protetor inferior contra insetos e roedores. • Almoxarifado 43 - Piso cerâmico autotráfego antiderrapante. - Paredes lisas brancas, látex acrílico. - Portas lisas. - Teto liso. - Janela em madeira e vidro max ar. • Depósito seco - Piso cerâmico antiderrapante autotráfego, rejunte antimofo. - Parede lisa, tinta látex acrílico branco. - Portas lisas com fechamento automático e protetor inferior contra insetos e roedores. - Circulação de ar por claraboia no teto em alumínio. - Prateleiras em MDF revestido em fórmica com mão francesa em ferro pintada de branco, instaladas no mínimo a 25 cm do chão. • Áreas externas - Lajotas de concreto. - Área para botijões de gás com grades vazadas. 3.5.1.2 Aspectos construtivos gerais para todas as áreas - Eletricidade monofásica e trifásica em todas as áreas. - Caixa de gordura e de esgoto na área externa. - Paredes em alvenaria com tijolos de oito furos. - Aquecimento central a gás. - Caixa d´agua com 5.000 litros. 3.6 Fluxograma da matéria prima 3.7 Cálculo do projeto - Valor estimado de investimento para obra, com referência no CUB (custo unitário básico) de R$ 982,57 (fonte Diário Catarinense /outubro 2009) no total de R$ 223.534,67 para uma área construída de 227,50 m². 44 Figura 22 – Planta Baixa e Fachada Self Service Fonte Equipe Técnica ,2009 45 4. EQUIPAMENTOS, MÓVEIS, ENXOVAL E UTENSÍLIOS Foram elaboradas as relações de móveis, equipamentos, utensílios e enxovais de todos os setores do restaurante Self Service com seus respectivos orçamentos. 4.1. Área de produção O projeto para esta área foi subdividido em equipamentos (tabela 4.1.1), móveis (tabela 4.1.2) e utensílios (tabela 4.1.3). Os utensílios e equipamentos foram listados com base no número de colaboradores, no tipo de serviço e nos cardápios oferecidos. 4.1.1 Equipamentos Tabela 3 - Orçamento dos equipamentos da produção. QTD 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Total Valor unitário Item Balança Eletrônica Banho-maria Batedeira Batedeira Chapa Coifa c/ tubulação int/est. Cuba hig. pessoal Especificação Conftec 30 kg Inox 80x80 Arno Planetária Profissional 12l 80x80 Inox164x105x95cm Inox 45x45x45cm R$ Fogão 6 bocas Forno Combinado Forno de microondas Liquidificador Lixeira 120x80 90x84x91 6 Gn´s 42 L Brastemp R$ 837,42 R$ 15.700,00 R$ 399,00 R$ 837,42 R$ 15.700,00 R$ 399,00 Prof. Inox 8L Plástico e alumínio 100l 50cm com pedal Profissional R$ R$ 452,00 110,00 R$ R$ R$ 398,00 R$ 398,00 R$ 27.924,42 Processador Fonte: PROTEL 2009 R$ R$ R$ R$ R$ R$ 399,00 700,00 399,00 1.200,00 1.800,00 5.400,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ TOTAL 399,00 700,00 399,00 1.200,00 1.800,00 5.400,00 130,00 R$ 130,00 452,00 110,00 46 4.1.2 Móveis Tabela 4 - Orçamento do mobiliário da produção. QTD Item Especificação Valor TOTAL unitário 1 Balcão com 2 Inox cubas 2 R$ 2.149,00 R$ 2.149,00 R$ 2.084,00 R$ 4.168,00 R$ R$ 2,10x0,60x0,85 Balcão com cuba e Inox 2x0,7x0,85m saída de detritos 1 Cuba de hig. Inox Pessoal 2 130,00 0,45x0,45x0,45m Módulo de inox c/ Inox 4 130,00 prateleira inferior 2x0,60x0,85m Prateleiras Inox 2,30x030 R$ 1.796,00 R$ 3.592,00 R$ R$ 2.400,00 600,00 suspensas Total R$ 12.439,00 Fonte: Bluminox 2009 4.1.3 Utensílios Os utensílios foram quantificados com base nos itens do cardápio e no número de funcionários da área de produção, conforme a tabela abaixo. Tabela 5 - Orçamento dos utensílios da área de produção QTD Item 1 Adaptador de bico 1 Boleador de frutas 1 Boleador de sorvete 5 5 5 5 1 1 3 2 1 2 1 1 Bowl grande Bowl médio Bowl pequeno Caçarola Chaira Chinois Colheres grandes Conchas Descascador de legumes Escumadeira Espátula Faca desossar Especificação Plástico Tramontina - Speciale Tramontina - Speciale Valor unitário Total R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 7,90 R$ 7,90 R$ 11,90 R$ 11,90 Brinox 25 cm Inox Brinox 21,5 cm Inox Brinox 18 cm Inox Fortaleza, 9,5 Lt alumínio Tramontina 12” Brinox 21 cm Inox Brinox – Suprema Brinox – Suprema Tramontina - Speciale Brinox – Suprema Brinox - Suprema Brinox R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 21,90 15,90 12,90 39,90 28,90 106,00 9,90 9,90 7,90 9,90 9,90 12,50 R$109,50 R$ 79,50 R$ 64,50 R$199,50 R$ 28,90 R$106,00 R$ 29,70 R$ 19,80 R$ 7,90 R$ 19,80 R$ 9,90 R$ 12,50 47 3 1 1 3 4 4 2 2 3 3 3 1 1 1 2 1 2 2 5 3 1 4 1 Facas de legumes linha chef Faca média linha chef Faca de serra linha chef Facas de chef Formas retangulares Formas redondas Fouets grandes Fouets pequenos Frideiras grandes Frigifeiras médias Frigideiras pequenas Jogo de bicos Jogo de medidor de xícaras Jogo de ramequin Luvas jacaré Medidor de colher Medidor líquido (jarra dosadora) Monobloco (caixa com tampa) Panelas médias Panelas pequenas Panela de vapor Pão duro Pedra de amolar 1 1 30 1 2 2 5 1 3 Jogo peneiras Pinça de peixe Potes plásticos com tampa Ralador 4 faces Saco de confeitar Silpat Tábuas polietileno Tesoura Bacias médias TOTAL Fonte: PROTEL 2009 Tramontina - Master Tramontina - Century Tramontina - Century Tramontina - Century Germer 43 cm Schmidt 30 cm Brinox 50 cm Brinox 34 cm Multiflon 36 cm teflon Multiflon 32 cm teflon Multiflon 28 cm teflon 8 unidades /alumínio Brinox/ inox porcelana branca D 20cm Brinox- Silicone Brinox- inox R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 6,90 49,30 61,90 65,90 59,90 39,90 27,90 12,90 89,90 76,90 64,90 5,50 45,50 45,00 29,90 12,30 R$ 20,70 R$ 49,30 R$ 61,90 R$197,70 R$239,60 R$159,60 R$ 55,80 R$ 25,80 R$269,70 R$230,70 R$194,70 R$ 5,50 R$ 45,50 R$ 45,00 R$ 59,80 R$ 12,30 Plasvale- plástico 1LT Supercron plástico branco Fortaleza 8,3 LT alumínio Fortaleza 5,6 Lt alumínio Brinox Inox 10 Lt Brinox 27 cm silicone R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 2,49 19,50 31,90 24,90 143,00 11,90 26,95 R$ 4,98 R$ 39,00 R$159,50 R$ 74,70 R$143,00 R$ 47,60 R$ 26,95 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 34,20 19,50 2,49 19,90 2,90 65,00 29,90 9,60 11,80 R$ 34,20 R$ 19,50 R$ 74,70 R$ 19,90 R$ 5,80 R$130,00 R$149,50 R$ 9,60 R$ 35,40 R$ 1067,73 Brinox -cabo plástico-(tam. 10/14/18 cm) Inox Millenium Plasvale plástico branco Brinox Inox Em lona. Tam:M e G silicone Pronyl 30* 40 branca Brinox Plasvale 50 LT plástica 4.2 Salão de atendimento e bar Foi subdividido em equipamentos (tabela 4.2.1), móveis (tabela 4.2.2), enxovais (tabela 4.2.3) e utensílios (tabela 4.2.4). 48 4.3.1 Equipamentos Tabela 6 - Orçamento de equipamentos do salão de atendimento e bar QTD Item 1 Aparelho de som 1 7 1 2 1 1 Total Especificação Valor unitário TOTAL R$ Amplificador para R$ 341,00 ambientes para 12 caixas Balcão refrigerado Inox 300x70x90 cm R$ 8.278,00 bar Caixa de som 75W R$ 60,00 Condicionador de ar 24.000 BTU R$ 2.526,69 quente/frio Split Lixeira Inox e polietileno R$ 145,00 Máquina de café 2 grupos 60x 50x48 * consignado expresso cm, com moinho Refrigerador vertical 2 portas R$ 2.933,00 341,00 R$ 8.278,00 R$ 420,00 R$ 2.526,69 R$ 290,00 R$ 2.933,00 R$ 14 788,69 Fonte: Altimax e Bluminox 2009 4.3.2 Móveis Tabela 7 D Item Cadeiras 100 4 15 10 1 Total - Orçamento do mobiliário do salão de atendimento Especificação Valor unitário Madeira Estofadas R$ 200,00 de 50 x 50 cm Mesa Redonda Granito 80cm R$ 530,00 diâmetro Mesas Quadradas Madeira de 100 x R$ 620,00 100 cm Mesas Redondas Madeira de 120 cm R$ 860,00 de diâmetro Móveis para o bar Madeira, granito e R$ 11.000,00 vidro e bar TOTAL R$ 20.000,00 R$ 2.120,00 R$ 9.300,00 R$ 8.600,00 R$ 11.000,00 R$ 51.020,00 49 Fonte JM móveis planejados,2009. 4.3.3Utensílios Tabela 8- Orçamento de utensílios do salão de atendimento e bar QTD 3 1 10 8 15 50 30 5 125 125 100 70 125 125 1 1 125 125 1 1 5 70 125 125 Item Abridor de garrafa Bailarina Balde de gelo Bandeja Cinzeiro Colher de café Colher de chá Colher de serviço Colher de sobremesa Colher de sopa Copo de água Copo de cerveja Faca de sobremesa Faca de mesa Faca chef Faca legumes Garfo de mesa Garfo de sobremesa Mixing glass Peneira Potes Prato fundo Prato de sobremesa Prato raso 1 1 Ralador Socador 4 Suporte 1 1 Tábua Tesoura Xícara de café c/ pires Xícara de chá c/ pires 40 40 TOTAL Fonte: PROTEL,2009 Valor unitário R$ 2,20 R$ 3,00 R$ 52,90 R$ 39,90 R$ 4,40 R$ 0,79 R$ 0,99 R$ 6,90 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ Total 6,60 3,00 529,00 319,20 66,00 39,50 29,70 34,50 Tramontina - Laguna Tramontina - Laguna Nadir 245 ml vidro Nadir 300 ml (tulipa) vidro Tramontina - Laguna Tramontina - Laguna 8" - Tramontina - Centuri 3" - Tramontina - Master Tramontina - Laguna Tramontina - Laguna Vidro Brinox - Grande Plasvale - plástico / tampa Schmidt Schmidt Schmidt Inox pequeno 4 faces Brinox Polietileno - Pronyl - 30 cm Inox (p/ champagne) Brinox Polietileno 40X 30cm Pronyl Brinox R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 1,79 1,99 1,99 4,40 3,89 3,99 65,90 6,90 1,99 1,79 34,90 14,80 2,49 5,90 4,30 5,90 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 223,75 248,75 199,00 308,00 486,25 498,75 65,90 6,90 248,75 223,75 34,90 14,80 12,45 413,00 537,50 737,50 R$ R$ 19,90 R$ 17,90 R$ 19,90 17,90 R$ 184,50 R$ 738,00 R$ R$ 39,90 R$ 9,60 R$ 39,90 9,60 Schmidt R$ 4,70 R$ 188,00 Schmidt R$ 7,90 R$ 316,00 R$ 6.616,75 Especificação Brinox (orelinha) Brinox Brinox - 1,4 litros Brinox - 45 cm Schmidt Tramontina - Laguna Tramontina - Laguna Tramontina - Laguna 50 4.4 Área de apoio Foi subdivido em equipamentos 4.4.1 e mobiliário 4.4.2. 4.4.1 Equipamentos Tabela 9 - Orçamento de equipamentos da área de apoio QTD 1 TOTAL R$ 130,00 1 Item Especificação Valor unitário R$ 130,00 Cuba de higiene Inox 45x45x45cm pessoal Balança eletrônica Conftec 30 kg R$ 399,00 R$ 399,00 2 Lixo R$ 220,00 Plástico e alumínio 100l 50cm com pedal R$ 110,00 R$ 749,00 Total Fonte: Brastemp e Altimas 2009 4.4.2 Móveis Tabela 10 - Orçamento de mobiliário da área de apoio Especificação Valor unitário Item Armário 2 portas madeira R$ 485,00 Armários cadeado Aluminio 12 R$ 820,00 compartimentos 1 Balcão com duas Inox R$ 2.149,00 cubas e abertura p/ 2,10x0,60x0,85 lixo 4 Inox R$ 120,00 Cadeiras 0,45x0,45x0,45m 2 Chuveiros elétricos R$ 24,30 6 R$ 29,28 Estrados 1x1m 2 Mesa escrivaninha Inox 2x0,60x0,85m R$ 360,00 2 Mesa c/ bancos 2 x 1,5 m R$ 315,00 1 Mural 0,5 x 1 m R$ 52,90 3 Prateleiras PVC 2x2x0,5m R$ 537,00 5 Prateleiras PVC 1,5x2x0,5m R$ 840,00 Pratele Total QTD 1 2 Fonte: Bluminox, Jm Móveis planejados R$ R$ TOTAL 485,00 1.640,00 R$ 2.149,00 R$ 480,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 48,60 175,68 720,00 630,00 52,90 1.611,00 4.200,00 R$ 12.192,18 51 4.4.3 Resumo de orçamento Tabela 11 - Resumo do orçamento Área Produção Atendimento e bar Apoio Total Fonte: Equipe técnica 2009 Resumo de gastos R$ 41.431,15 R$ 72.425,46 R$ 12.941,18 R$ 126.797,79. 52 5 PLANEJAMENTO DE RECURSOS HUMANOS A gestão de recursos humanos frequentemente se encarrega de contratar, desenvolver, usar e reter os colaboradores da organização. Estas tarefas podem ser realizadas por uma pessoa ou um departamento (profissionais em recursos humanos), que trabalha ao lado dos diretores da organização, ou até mesmo ser terceirizada por agências de recursos humanos. A gestão de pessoas é uma atividade executada pelo departamento de recursos humanos (RH) de uma empresa com a finalidade de selecionar, entre vários candidatos, pessoas qualificadas para exercer determinadas funções. A importância em gerir pessoas se justifica pelo fato de os colaboradores precisarem de um acompanhamento que garanta um desenvolvimento pessoal com equilibrio emocional durante toda sua jornada de trabalho. Um colaborador da área de produção vivencia jornadas física e psicologimente fatigantes, pois a cozinha é uma ambiente de pressão e que demanda muita atenção e criatividade. Já o profissional do atendimento lida diretamente com os clientes, com as vendas do restaurante, e precisa sobretudo de equilíbro emocional para desempenhar seu papel, lidando com situações diversas que exigem muita calma, prestatividade e discrição. Orientar esses profissionais para garantir a qualidade da casa e também de vida dos colaboradores é função do RH que, por meio de seleção, orientação, treinamento e acompanhamento, garante a satisfação geral da equipe e dos administradores. 5.1 Organograma geral por funções Organograma é a uma espécie de diagrama que representa graficamente a estrutura formal de uma organização. Seu objetivo é estabelecer as relações hierárquicas entre os cargos, a partir da rotina operacional do empreendimento, do serviço, da modalidade de venda e do número de colaboradores que exercem diferentes funções e prestam serviços. Ele também possibilita a identificação de possíveis deficiências hierárquicas na organização. 53 Gerente Chef de cozinha Garçons Caixa Stewart Auxiliares Repositor Figura 23: Organograma Funcional do Self-Service Fonte: Equipe técnica, 2009 5.2 Quadro de recursos humanos Uma vez definida a estrutura organizacional, estabelecidas as funções dessa estrutura e dimensionados os fatores físicos (espaço físico, equipamentos e materiais permanentes), faz-se necessário determinar o quadro de recursos humanos, um dos principais meios de que dispõem as organizações para atingir suas metas. Para determinar a quantidade de recursos humanos necessária, levou-se em consideração a racionalidade, sem comprometimento dos princípios de eficiência e eficácia. Os salários foram baseados no piso salarial, conforme a convenção coletiva de trabalho 2008/2009 do Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de 54 Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Lages e Região – SINTRATUHL (Anexo B), tendo variações de acordo com o cargo. O quadro de recursos humanos indispensável ao bom funcionamento do empreendimento pode ser observado na tabela a seguir. Tabela 12 - Quadro funcional Cargo Quantidade ÁREA DE PRODUÇÃO Chef 1 Auxiliar 3 Stewart 2 ÁREA DE ATENDIMENTO Caixa Garçom Pró-labore Total Salário-base Insalubridade Total R$ 1.600,00 R$ 600,00 R$ 530,00 20% salário R$ 93,00 R$ 93,00 R$ - R$1.920,00 R$2.160,00 R$ 1600,00 20%(quebra de 1 R$ 650,00 caixa) 3 R$ 530,00 R$ 1500,00 - R$ 756,00 R$ 1590,00 R$ 1500,00 R$ 7.178,00 Fonte : Sindhusol, 2009 5.3 Perfil e descrição de funções de acordo com o organograma Durante o processo seletivo, o profissional de recursos humanos procura identificar que tipo de perfil o futuro profissional contratado deve ter, atendendo às necessidades do cargo a ser ocupado. A combinação de habilidades, aptidões, interesses, conhecimento e prática geram desempenhos de alta performance. Cada cargo ou função requer uma combinação de demandas técnicas, comportamentais e culturais que traduzem características pessoais, experiências, talentos e conhecimentos, para os quais o mercado adotou a denominação de perfil. A utilização de perfil e descrição de cargos facilita e torna o processo seletivo mais fundamentado, pois o profissional interessado na vaga já sabe as características que deve apresentar, da mesma forma que o entrevistador ou gestor já sabe as características profissionais e pessoais desejadas dos entrevistados, para preencher a vaga de forma competente. 55 Para isso foram elaborados quadros com atribuições, perfil, requisitos e responsabilidades de cada cargo, de acordo com o organograma e com o planejamento operacional. 5.3.1 Fichas de análise e avaliação de cargos Nome do cargo Gerente (Proprietário) Setor Administração Reporta-se ATRIBUIÇÕES Fazer contato com os fornecedores; fazer as compras; zelar pela higiene de todas as áreas do restaurante e pela boa apresentação do salão, dos móveis, equipamentos e utensílios; zelar pela segurança no trabalho; zelar pelas boas condições dos uniformes, asseio pessoal e apresentação dos funcionários; supervisionar o processo de elaboração de alimentos e bebidas, analisando a qualidade; rever as fichas técnicas, propondo alterações, quando for o caso; supervisionar o recebimento das mercadorias, verificando a sua qualidade e quantidade; analisar periodicamente os preços de venda, tendo em vista as variações de custo; emitir ordens de serviços aos setores; atender eventualmente a fornecedores que desejam apresentar novos produtos; supervisionar e participar do inventário de materiais estocados; supervisionar as escalas semanais de trabalho; coordenar a programação anual de férias da equipe; assessorar no recrutamento, na seleção e no treinamento de pessoal; promover reuniões de avaliação; requisitar serviço de manutenção preventiva e corretiva para móveis e equipamentos; controlar a pontualidade, assiduidade e o desempenho dos funcionários; avaliar e propor melhorias de instalação e equipamentos; seguir e fazer seguir as normas do restaurante; colaborar e acompanhar a elaboração do orçamento do restaurante; elaborar relatórios, encaminhando-os aos proprietários; requisitar material necessário para a execução dos serviços. PERFIL Proprietário REQUISITO FÍSICO TIPO GRAU DE NECESSIDADE 56 ALTO NORMAL Esforço físico BAIXO X Concentração mental X Destreza e habilidade X RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS SUPERVISÃO DE: SIM Pessoas X Materiais e equipamentos X Dinheiro X Comunicação interna/externa X Informações confidenciais X NÃO CONDIÇÕES DE TRABALHO Escritório com luminosidade adequada e Ambiente de trabalho arejado, sem presença de agentes nocivos. GRAU DE PERICULOSIDADE Riscos envolvidos Relacionados ALTO NORMAL BAIXO ao trabalho desenvolvido e ao ambiente de trabalho X 57 Nome do cargo Chef de cozinha Setor Área de produção Reporta-se Gerente ATRIBUIÇÕES Administrar, conduzir e coordenar todos os setores da cozinha, segundo as diretrizes principais acordadas com o gerente geral e conforme o conceito de exploração do restaurante, zelando para que: os produtos oferecidos sejam de excelente qualidade, a lucratividade do setor seja assegurada, os custos sempre sejam considerados e controlados; controlar os funcionários de todos os setores da cozinha e delegar tarefas de supervisão segundo as necessidades; elaborar, com o gerente de A&B, as ofertas de vendas do restaurante, zelando para que a competitividade com a concorrência seja assegurada e mantendo um alto padrão de qualidade; supervisionar a qualidade do produto final; coordenar, com as gerências de compras e de A&B, a organização logística das aquisições de mercadorias e o armazenamento de artigos de sua competência; definir o porcionamento e a apresentação dos pratos; elaborar as fichas técnicas; elaborar a escala de serviço, folgas e férias; planejar e supervisionar a mise en place de todos os setores da cozinha; controlar o fluxo da saída dos pratos pedidos finais e o aproveitamento das sobras; averiguar a higiene pessoal dos funcionários, a limpeza e a arrumação dos ambientes; organizar e supervisionar o treinamento contínuo dos funcionários subordinados; organizar e executar a avaliação dos funcionários subordinados; supervisionar as condições de higiene e limpeza das instalações na cozinha e nos lugares de armazenamento; administrar os setores subordinados, a partir da utilização racional das mercadorias, assim como o aproveitamento ideal do quadro de funcionários; treinar continuamente funcionários e colaboradores, baseando-se nas descrições de cargo, fluxogramas, normas e procedimento estabelecidos; controlar o estoque e o recebimento de mercadorias; durante o período de serviço, operacionalizar a cozinha. PERFIL Educação: curso superior ou técnico em Gastronomia, experiência mínima de trabalho de dois anos e conhecimento de informática. Habilidades: ágil, determinado, higiene pessoal, dinâmico, bom relacionamento interpessoal, responsável, honesto, facilidade em transmitir conhecimentos. REQUISITO FÍSICO 58 GRAU DE NECESSIDADE TIPO ALTO NORMAL Esforço físico BAIXO X Concentração mental X Destreza e habilidade X RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS SUPERVISÃO DE: SIM Pessoas X Materiais e equipamentos X Dinheiro X Comunicação interna/externa X Informações confidenciais X NÃO CONDIÇÕES DE TRABALHO Área de produção: agentes nocivos: calor e Ambiente de trabalho ruído. GRAU DE PERICULOSIDADE Riscos envolvidos Relacionados ALTO NORMAL ao trabalho desenvolvido e ao ambiente de trabalho X BAIXO 59 Nome do cargo Garçom Setor Área de atendimento Reporta-se Gerente ATRIBUIÇÕES Atender os clientes do restaurante no que se refere ao serviço de comida e bebida; arrumar impecavelmente as mesas e o ambiente do restaurante; preparar a mise en place e montagem das mesas e bufês, seguindo as instruções do seu superior; apresentar-se ao gerente no horário estipulado e uniformizado; preparar os utensílios de trabalho da cozinha e copa e organizar o seu local de trabalho; conservar a praça de serviço, mantendo-a sempre limpa e livre de objetos desnecessários; servir o couvert; anotar o pedido de alimentos e bebidas; fazer e retirar todos os pedidos (cozinha e bar); servir os alimentos e bebidas; transmitir qualquer reclamação ou comentário dos clientes a seu supervisor, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias; participar das reuniões do setor; auxiliar no levantamento mensal do inventário operacional do restaurante; limpar equipamentos e utensílios de trabalho; preparar aparadores e mesas auxiliares; conferir a nota, apresentá-la ao cliente e cobrar; executar qualquer outra tarefa, segundo as instruções de seu supervisor. PERFIL Educação: ensino médio completo; além de curso de capacitação específica; experiência profissional comprovada na área de restauração de no mínimo um ano. Habilidades: ágil, determinado, higiene pessoal, descontraído, bom relacionamento interpessoal, responsável, honesto, facilidade de aprendizagem. REQUISITO FÍSICO TIPO GRAU DE NECESSIDADE ALTO NORMAL Esforço físico BAIXO X Concentração mental X Destreza e habilidade X RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS SUPERVISÃO DE: SIM Pessoas Materiais e equipamentos NÃO X X 60 Dinheiro X Comunicação interna/externa X Informações confidenciais X CONDIÇÕES DE TRABALHO Salão: não apresenta agentes nocivos. Ambiente de trabalho GRAU DE PERICULOSIDADE Riscos envolvidos Relacionados ALTO NORMAL BAIXO ao trabalho desenvolvido e ao ambiente de trabalho X 61 Nome do cargo Caixa Setor Atendimento Reporta-se Gerente ATRIBUIÇÕES Receber os pagamentos dos clientes; emitir NF aos clientes, quando os mesmos solicitarem; somar as contas e conferir com as comandas de cada cliente; lançar as comandas e produtos do caixa; elaborar relatórios; apresentar movimento de caixa diário; limpar o local de trabalho. PERFIL Educação: ensino médio completo; experiência profissional comprovada na função de um ano. Habilidades: ágil, determinado, higiene pessoal, descontraído, bom relacionamento interpessoal, responsável, honesto, facilidade de aprendizagem. REQUISITO FÍSICO GRAU DE NECESSIDADE TIPO ALTO NORMAL Esforço físico BAIXO X Concentração mental X Destreza e habilidade X RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS SUPERVISÃO DE: SIM Pessoas X Materiais e equipamentos X Dinheiro X Comunicação interna/externa X Informações confidenciais X NÃO CONDIÇÕES DE TRABALHO Salão: não apresenta agentes nocivos. Ambiente de trabalho GRAU DE PERICULOSIDADE Riscos envolvidos Relacionados ao trabalho desenvolvido e ao ambiente de trabalho ALTO NORMAL BAIXO X 62 Nome do cargo Auxiliar de cozinha Setor Área de produção Reporta-se Chef de cozinha ATRIBUIÇÕES Preparar a mise en place dos alimentos, desenvolver as produções do cardápio do Buffet, organizar o setor, limpar o setor, seguir a escala de limpeza, limpar os equipamentos e utensílios, desligar água e gás. PERFIL Educação: experiência profissional comprovada de um ano. Habilidades: ágil, determinado, higiene pessoal, dinâmico, bom relacionamento interpessoal, responsável, honesto, facilidade de aprendizagem. REQUISITO FÍSICO GRAU DE NECESSIDADE TIPO ALTO NORMAL Esforço físico X Concentração mental X Destreza e habilidade BAIXO X RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS SUPERVISÃO DE: SIM Pessoas NÃO X Materiais e equipamentos X Dinheiro X Comunicação interna/externa X Informações confidenciais X CONDIÇÕES DE TRABALHO Ambiente de trabalho Área de produção: agentes nocivos: calor e ruído. GRAU DE PERICULOSIDADE Riscos envolvidos Relacionados ALTO ao trabalho desenvolvido e ao ambiente de trabalho X NORMAL BAIXO 63 Nome do cargo Stewart Setor Área de produção Reporta-se Chef de cozinha ATRIBUIÇÕES Limpar e arrumar as áreas de serviço; limpar e guardar corretamente os equipamentos e materiais; limpar e conservar o chão, paredes, prateleiras e instalações da cozinha do restaurante; limpar e conservar o refeitório; lavar o material usado na cozinha do restaurante e no bar: loucas, talheres, copos, etc; lavar o material usado na cozinha: panelas, recipientes, utensílios, etc; executar todas as tarefas estabelecidas assim como aquelas ditas especiais, seguindo as instruções do seu superior; no final de cada dia de trabalho ou no final da noite, limpar o chão e as paredes. PERFIL Educação: experiência profissional comprovada de um ano. Habilidades: ágil, determinado, higiene pessoal, dinâmico, bom relacionamento interpessoal, responsável, honesto, facilidade de aprendizagem. REQUISITO FÍSICO GRAU DE NECESSIDADE TIPO ALTO Esforço físico NORMAL BAIXO X Concentração mental X Destreza e habilidade X RESPONSABILIDADES ENVOLVIDAS SUPERVISÃO DE: SIM Pessoas NÃO X Materiais e equipamentos X Dinheiro X Comunicação interna/externa X Informações confidenciais X CONDIÇÕES DE TRABALHO Ambiente de trabalho Área de produção: agentes nocivos: calor e ruído. GRAU DE PERICULOSIDADE 64 Riscos envolvidos Relacionados ALTO NORMAL BAIXO ao trabalho desenvolvido e X ao ambiente de trabalho 5.4 Escala de folgas e horários Sugere-se que o funcionamento do Self-Service seja das 11:30 às 15 horas. Assim, os funcionários trabalharão seis dias na semana com uma folga semanal, sendo esta um domingo por mês no mínimo, como manda a convenção coletiva de trabalho, com carga horária de 220 horas mensais, 44 horas semanais e sete horas e vinte minutos diárias, com direito de uma hora no mínimo de descanso intrajornada. 5.7 Plano de treinamento A necessidade de um plano de treinamento reporta-se a uma análise ambiental e, para este empreendimento, fundamenta-se no fato de que, no setor de alimentação, a questão de segurança na higiene e manipulação de alimentos é de suma importância. De acordo com a Anvisa, todos os funcionários que trabalham na área, seja de atendimento ou produção, devem ter um treinamento sobre higiene e segurança na manipulação de alimentos. Também devido ao alto padrão do cardápio e do serviço pretendidos e o fato de a região onde está inserido o empreendimento ainda não oferecer mão-de-obra especializada, sugere-se um treinamento de habilidades básicas para os cozinheiros e auxiliares, bem como um de normas de atendimento ao cliente para garçons, balconista e caixa, conforme a tabela a seguir. O treinamento deve ser orientado para atingir resultados estratégicos: aumentar o lucro, aumentar a satisfação dos clientes, aumentar a produção, aumentar as vendas, reduzir custos, reduzir acidentes, reduzir a rotatividade de pessoal, melhorar a qualidade e implementar outras melhorias para assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da organização. 65 É de suma importância que o proprietário esteja presente em todas as etapas do treinamento, pois é ele que irá acompanhar e avaliar todos os processos da empresa. Tabela 13 - Plano de treinamento Tema Objetivos Higiene e segurança na manipulação de alimentos. Conscientizar o funcionário a seguir as boas práticas de higiene e segurança nos processos de manipulação, higienização, cocção, finalização e armazenamento dos alimentos, prevenindo assim os riscos de contaminação cruzada e possíveis doenças alimentares. Participantes Todos os colaboradores da área de produção e de atendimento. Situar o funcionário sobre a filosofia e objetivos da empresa, dando noção de seus direitos e deveres e conscientizando-o do contexto histórico, turístico e regional no qual o empreendimento está inserido. Treinamento para garçom e Direcionar a postura atendentes profissional adequada à tipologia, ao público e ao tipo de serviço de alimentos e bebidas do restaurante. Todos os colaboradores. Habilidades básicas de cozinha Proporcionar noções do emprego adequado das técnicas culinárias que possibilitam autonomia dos funcionários nos procedimentos básicos do dia a dia. Cozinheiro e auxiliares de cozinha. Softwares Capacitar o profissional a Caixa utilizar todos os comandos administrativo. Filosofia da empresa e contextualização do sistema de software a ser implementado na Garçom, caixa e sócio- 66 informatização do estabelecimento. A orientação será dada pelos instrutores da empresa fornecedora de sowftare. Fonte: Equipe técnica, 2009 5.6 Manual do colaborador O manual serve como ferramenta de apoio para o plano de treinamento. Ele mostra detalhadamente aos colaboradores todos os direitos, deveres, obrigações e benefícios adotados pela empresa, orientando-os para o exercício de suas funções e atividades. Sugere-se que na primeira página seja apresentada uma folha destacável, contendo o termo de ciência e recebimento do manual. 5.7 Uniformes O uniforme é um padrão de vestuário usado pelos membros da uma organização e também é visto como um cartão de visitas, sendo, para muitos clientes, sinônimo de confiança e até de higiene em alguns segmentos de mercado. A importância do uniforme vai além de uma boa comunicação, pois é percebido que a relação custo/benefício na compra de uniformes para os colaboradores é favorável às organizações. A uniformização oferece ainda outros benefícios, como segurança em situações de risco, conforto, autoestima dos colaboradores e boa impressão do público externo em relação à imagem da organização. Sugere-se a adoção de uniformes específicos para cada área do estabelecimento, segundo as normas da vigilância sanitária e do manual ABERC (Associação Brasileira 67 das Empresas de Refeições Coletivas) de práticas de elaboração e serviço de refeições para coletividades, incluindo o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) de acordo com as leis de segurança no trabalho. O uso de uniformes em ambientes de manipulação de alimentos é regulamentado pela RDC 216/2004 da Anvisa. Os funcionários que manipulam alimentos devem usar vestimentas compatíveis à atividade, conservadas e limpas. Os uniformes devem ser trocados diariamente e usados exclusivamente nas dependências internas do estabelecimento. Os cabelos devem estar presos e protegidos por redes, toucas ou outro acessório apropriado para esse fim. A Resolução RDC 216 /2004 pode ser consultada na íntegra no site: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/. Para a área da produção, o uniforme do chef deve ser calça preta de algodão, dólmã com mangas 7/8 (para evitar queda de pêlos) de material resistente e deve ter duas fileiras de botões e tecido duplo junto ao peito para proteger de vapores, líquidos e gorduras quentes, avental de algodão para reforçar essa proteção na área de virilha e pernas, além de manter limpo o restante do uniforme, o tok (chapéu de cozinha) branco, sendo que nenhuma parte do uniforme deve ser de tecido sintético, por este ser altamente inflamável. Os sapatos devem ser antiderrapantes, completamente fechados e duros na parte superior. Para os cozinheiros e auxiliares, calça pied-de-pole de algodão, dólmã, avental, touca e sapatos seguindo as mesmas especificações acima. O stewart deve usar calça e camiseta de manga curta de algodão, avental de peito de vinil e botas de PVC. A tabela 5.7.1 resume as informações relativas a essa questão. Tabela 14 – Uniformes da área de produção - Valores expressos em real 68 Área de produção Chef de Cozinha Dolmã branca Calça preta Avental branco 2 faces Tok Sapato preto antiderrapante Subtotal Auxiliar de cozinha Dolmã branca Calça Pied -de-poule Avental branco 2 faces Touca branca Sapato preto antiderrapante Subtotal Stewart Camisa cinza manga curta Calça cinza com elástico Avental de vinil Touca branca Bota de PVC branca Subtotal Total área de produção Qtde. 2 2 2 2 1 Qtde. 6 6 6 6 3 Qtde. 2 2 2 2 1 Valor UnitárioValor Total R$ 48,80 R$ 97,60 R$ 35,90 R$ 71,80 R$ 21,90 R$ 43,80 R$ 2,20 R$ 4,40 R$ 49,90 R$ 49,90 R$ 267,50 Valor UnitárioValor Total R$ 48,80 R$ 292,80 R$ 32,00 R$ 192,00 R$ 21,90 R$ 131,40 R$ 36,00 R$ 6,00 R$ 49,90 R$ 149,70 R$ 801,90 Valor UnitárioValor Total R$ 26,90 R$ 53,80 R$ 57,60 R$ 28,80 R$ 5,50 R$ 31,80 R$ 6,00 R$ 12,00 R$ 19,90 R$ 28,90 R$ 184,10 R$ 1.153,50 Fonte: NR Uniformes, 2009 Para funções específicas também deverão ser disponibilizados EPIs adicionais na cozinha, conforme a tabela 5.7.2, a serem usados pelos colaboradores que forem executar as funções que necessitem de equipamentos de proteção específicos, como: • Luvas térmicas de silicone para manuseio de utensílios quentes do forno e fogão. • Luvas de malha de aço para manuseio de máquinas fatiadoras e facas. • Luvas de látex e óculos de proteção para limpeza pesada que utilize produtos químicos perigosos. • Botas de Pvc, já relacionadas no uniforme do stewart. • Avental de vinil, já relacionado no uniforme do stewart. Com o intuito de evitar reclamatórias trabalhistas em relação à insalubridade, recomenda-se que, na entrega dos uniformes e EPIs, seja solicitado aos funcionários que assinem uma ficha de recebimento (Apêndice G), na qual afirmam ter recebido os equipamentos e se responsabilizam pelo bom uso e devolução dos mesmos ao 69 final do contrato. Esses EPIs estarão disponíveis em quantidade suficiente, conforme tabela a seguir. Tabela 15 – EPIs adicionais da área de produção - Valores expressos em real EPIs adicionais - Área de produção Equipamento Qtde Valor Unitário Valor Total Luva térmica silicone 2 R$ 16,90 R$ 33,80 Luva de malha de aço 1 R$ 140,00 R$ 140,00 Óculos de proteção 2 R$ 25,00 R$ 50,00 R$ 223,80 Total Fonte Datapeso, 2009 Na área de atendimento, o garçom, utilizará calça social, camisa social, gravata, avental de cintura e sapato social preto. O uniforme do caixa será composto de calça social, camisa social, gravata e sapato social preto. A tabela 5.7.3 apresenta os itens relativos aos uniformes da área de atendimento e seus respectivos valores. Tabela 16 – Uniformes da área de atendimento - Valores expressos em real Atendente e Caixa Qtde Valor Unitário Calça preta social 3 R$ 35,80 R$ 107,40 Camiseta Temática 6 R$ 35,90 R$ 215,40 Avental dupla face preto 2 R$ 15,00 R$ 30,00 Sapato social preto 3 R$ 45,00 R$ 90,00 Subtotal Valor total R$ 442,80 Garçom Qtde Valor Unitário Valor total Calça preta social 8 R$ 35,80 R$ 286,40 Camisa social branca 8 R$ 40,00 R$ 320,00 Avental de cintura dupla face 8 R$ 15,00 R$ 120,00 Sapato preto social 8 R$ 45,00 R$ 360,00 Subtotal R$ 1.084,40 Total R$ 1.529,20 70 O investimento total em uniformes e EPI do empório bistrô será: Tabela 17 – Uniformes - Valores expressos em real Descrição/ Setor Valor total Área de produção Chef R$ 267,50 Auxiliar R$ 801,90 Stewart R$ 184,10 EPI adicionais R$ 223,80 Subtotal R$ 1.477,30 Área de atendimento Garçom R$ 1.084,40 Caixa e Atendente R$ Subtotal R$ 1.529,20 Total R$ 3.006,50 442,80 Equipe Técnica,2009 5.8 Aspectos Legais do Recursos Humanos 5.8.1 Dos Deveres e Obrigações • Cumprimento dos Horários de entrada e saída e dos intervalos disponibilizados pela empresa. As exceções só serão permitidas mediante ordem superior; • Comunicação ao departamento pessoal dos casos de alteração em seu cadastro funcional; • Cumprir as ordens dos superiores , com presteza e pontualidade; • Não desperdiçar tempo e materiais, cumprindo todas as tarefas que forem designadas; • Uso do crachá de identificação nas dependências da empresa. 5.8.2 Práticas não permitidas • Retirar materiais e alimentos sem ordem superior; • Prática de jogos ou brincadeiras durante horário de serviço, pois práticas acarretam um mau funcionamento e falta de atenção as tarefas; • Prática de comércio ou negociações de divida pessoal no recinto do trabalho; 71 • Trazer pessoas estranhas ao ambiente do restaurante, bem como alimentar-se fora dos horários estipulados pela empresa; • Trazer armas de qualquer espécie ou substâncias tóxicas ou químicas que possam causar danos a si ou a outrem; • Trazer bebidas alcoólicas, para qualquer que seja o fim; • Trabalhar sem o uso do uniforme apropriado e exigido pela empresa. 5.8.3 Dos direitos • Período de experiência, de acordo com a CLT, após o qual o contrato passara a ser prazo indeterminado. Antes do termino da experiência será realizada uma avaliação de desempenho para salientar os pontos fortes e orientação aos aspectos a melhoras; • Faltas em caso de falecimentos de parentes consangüíneos são justificados quando não ultrapassem três dias; • No caso de núpcias, a falta é justificada por no máximo 04 (quatro) dias; • Em caso de nascimento de filho, haverá justificativa de falta de até cinco dias corridos para o pai funcionário e de 120 dias para a mãe funcionaria, de acordo com as normas da CLT. A gestante deverá apresentar o atestado médico à empresa, para ser liberada a documentação a ser encaminhada ao INSS, que fará o pagamento dos salários da mesma durante sua licença; • As faltas em virtude de doença ou acidente de trabalho, devem ser justificadas por médico, mediante atestado legível, sem rasuras, com o nome do funcionário, o numero da carteira de trabalho e o numero de dias afastados; • Faltas em caso de doação de sangue somente serão justificadas uma vez por mês; • Os casos de ausência devem ser comunicados ao superior, verbalmente ou por escrito; • Vale transporte, será fornecido até o 5º dia útil do mês, juntamente com o salário, sendo descontado 6% sobre o salário; • Férias de trinta dias, sendo que os dias podem ser diminuídos em caso de faltas; • Adicional noturno aos colaboradores que trabalham das 22h às 05:00, terá acréscimo de 20% sobre hora trabalhada; 72 • Direito de pelo menos duas refeições por dia (café da manhã/almoço – almoço/café da tarde – café da tarde/janta). Os horários devem ser estipulados no decorrer do funcionamento da empresa; • Todo empregado terá direito a uma folga semanal, sendo que esta deverá coincidir no mínimo com um domingo por mês; • 13º salário, pago anualmente, podendo ser pago da seguinte forma: 1º parcela – 50% até 30 de novembro 2º parcela – 50% até 20 de dezembro • É direito do funcionário, ter carteira de trabalho assinada desde o primeiro dia de serviço; • Exames médicos de admissão e demissão; • FGTS: depósito de 8% do salário em conta bancária a favor do empregado; • Horas-Extras pagas com acréscimo de 50% do valor da hora normal aos sábados e 100% domingos e feriados; • Garantia de 12 meses em casos de acidente; • Aviso prévio de 30 dias, em caso de demissão; • E seguro Desemprego. Obs: Os demais direitos encontram-se na convenção coletiva de trabalho no anexo 2 73 6. PLANO DE MARKETING Análise do ambiente de forma geral apresenta um cenário otimista levando-se em consideração que diversos estudos demonstram uma tendência das sociedades à valorização patrimonial de sua gastronomia em várias partes do mundo. As cozinhas regionais atualmente ocupam papel de destaque nos empreendimentos turísticos e também no investimento da mídia em evidenciar a gastronomia regional como um dos principais atrativos para turistas e visitantes. A valorização da gastronomia regional estimula o desenvolvimento econômico local considerando que a diversidade das matérias-primas utilizadas possibilita uma agropecuária sustentável, a preservação ecológica não só das espécies nativas, mas também de outras que se adaptaram ao solo e ao clima brasileiro e compõem a paisagem local. Segundo site da Abrasel o faturamento no ano de 2009 deve fechar em 62 bilhões de reais, com crescimento de 5% sobre 2008. Apesar de todas as dificuldades, os índices positivos de empregos e renda no país foram fatores decisivos para esse resultado. Apesar da crise que se iniciou no final de 2008 e se arrastou pelo ano de 2009, as vendas do setor de alimentação fora do lar não foram tão ruins, o setor começou o ano com otimismo cauteloso, embora a rentabilidade tenha sido reduzida para as empresas. Para 2010, a expectativa é bastante otimista com um crescimento em até 89% no faturamento. As variáveis do ambiente externo são muito favoráveis para o setor de restauração no ano de 2010, visto que a crise econômica já indica sinais de enfraquecimento e a economia nacional e internacional apresentam índices positivos. A gastronomia é um forte diferencial competitivo para o turismo brasileiro, o que fortalece ainda mais o setor de alimentação fora do lar que atualmente já responde por mais de 80% das prestadoras de serviço no turismo. No que se refere à geração de emprego a previsão é que sejam criados 1,7 milhão de novos postos de trabalho, o que 74 para o setor, é um dado muito relevante, visto que o setor da gastronomia é responsável por 65% do emprego do turismo (ABRASEL,2009). A cultura da região apresenta uma forte relação com a gastronomia disseminada pelas etnias de seus colonizadores, de forma mais abrangente a cultura gaucha é a mais marcante na região serrana. Apesar desta presença forte da cultura gaucha a região serrana conta com um cenário muito interessante e diversificado de etnias que colonizaram cada município. Conforme citado anteriormente quase todas as cidades têm como seus principais colonizadores gaúchos vindos do Rio Grande do Sul de descendência portuguesa e espanhola e pode-se perceber a sua marcante influência nos costumes culturais dessa região, como o churrasco e o chimarrão. Mais tarde essas influências sofreram algumas alterações pela vinda de descendentes de outras etnias que se estabeleceram nos municípios da região devido ao crescimento agrícola na área de fruticultura e a instalação de novas empresas como as próprias vinícolas e cooperativas. São Joaquim é o município com a maior diversificação de etnias como japoneses, africanos, italianos, índios, alemães, entre outros. Bom Jardim da Serra apesar de ter influência de outras etnias como a italiana, alemã, espanhola, polonesa e portuguesa, é reconhecido como um dos municípios catarinenses em que as tradições gaúchas são mais preservadas. Bom Retiro e Rio Rufino se diferem das demais cidades por ter os alemães e italianos como seus principais colonizadores. Urubici apresenta a colonização mais diversificada da região: portuguesa, alemã, italiana, letã e africana. Atualmente abriga a única comunidade de letões do estado. Na cidade de Urupema a tradição gaúcha é a mais difundida, desde os rodeios, as taipas, os shows de musica tradicionalista e a gastronomia serrana que se confunde com a gaúcha. 75 Diante deste contexto esta diversidade pode se tornar um importante atrativo turístico, as pessoas buscam novos conhecimentos, querem experimentar novos sabores, vivenciar outras culturas e a gastronomia pode ser o motivo principal, ou o inicial, para se conhecer determinado local. Em relação ao publico alvo podemos considerar os turistas e moradores da região. Segue a baixo uma síntese do perfil dos moradores da região com base em pesquisa realizada anteriormente pelo projeto Acorde. A população de São Joaquim segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE (2007) é de 24.058 habitantes, sendo que 71% se encontram no meio urbano, 29% no meio rural e 50,02 % são homens e 49,98%, mulheres (gráfico 1). Sendo o PIB per capita de R$ 5.290 em 2000. Meio urbano Meio rural Mulheres 50,02% 71% 49,98% 29% Homens Gráfico 01: População do município de São Joaquim Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 Bom Jardim da Serra apresenta uma população de 4.055 pessoas, segundo o IBGE (2007), apresenta 52% da população no centro urbano e 48% de população rural, destes 50,0% formada por pessoas do sexo masculino e 49,99% do sexo feminino,. A concentração da população por faixa etária se situa, principalmente, entre 20 a 39 anos, com mais de 40% do total da população bom-jardinense, e valor de R$ 5.996 per capita segundo dados do IBGE do ano 2000. 76 Meio urbano Meio rural Mulheres 49,99% 50,01% 52% 48% Homens Gráfico 02: População do município de Bom Jardim da Serra Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 A última contagem do Censo, em 2007, revelou a contagem da população de Bom Retiro, contabilizado 8.258 pessoas. Destas, 67% do total foram caracterizados como população urbana e 33% como população rural do município e, por sexo, totalizaram-se 50,65% do sexo masculino e 49,35% do sexo feminino, já o PIB per capita bom retirense, no ano 2000, foi de R$ 5.735. Meio urbano Meio rural Mulheres Homens 50,65% 67% 49,35% 33% Gráfico 03: População do município de Bom Retiro. Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 A população de Urubici foi estimada em 10.230 habitantes (IBGE,2007), cerca de 65% da população vivem na área urbana e 35% na zona rural, sendo que 50,1 % da população é formada por pessoas do sexo masculino e 49,9 % do sexo feminino e o PIB per capita é R$ 3.827 77 Meio urbano Meio rural Mulheres Homens 49,99% 50,01% 65% 35% Gráfico 04: População do município de Bom Retiro. Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 A população de Urupema é de aproximadamente 2536 habitantes (IBGE, 2007), sendo 53% residentes na área rural e 47% na área urbana e, quanto ao sexo dos habitantes, 52,16% da população é masculina e 47,84%, feminina e o PIB per capita em R$ 5.951.(reais) Meio urbano Meio rural Mulheres Homens 47,84% 52,16% 47% 53% Gráfico 05: População do município de Urupema. Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 A população de Rio Rufino foi estimada em 2.510 habitantes (IBGE,2007) e o PIB per capita R$ 6.221 reais. De acordo com os dados da SANTUR deslocaram-se 44.858 turistas até o município de São Joaquim no ano de 2008. 78 A pesquisa realizada pelo Projeto Acorde citada anteriormente verificou também que a maioria das pessoas que se desloca para São Joaquim é adulta, já que 95% dos entrevistados possuem entre 26 a 55 anos.Este dado pode ser considerado positivo, visto que as pessoas com esta idade possuem uma renda própria, Em relação a escolaridade 71% possuem ensino superior ou estão cursando, sendo uma informação importante, visto que estas pessoas possuem níveis de instrução e conhecimento significativos Referente ao poder aquisitivo dos entrevistados, 50% disseram ganhar de 4 a 6 salários mínimos, enquanto que para 25%, sua renda mensal fica em torno de 7 a 10 salários, 20% com até 3 salários e apenas 5% com renda acima de 11 salários mínimos. Quando questionados sobre o motivo da viagem, 80% dos entrevistados estavam em São Joaquim por motivo de turismo, enquanto 20% estavam na localidade a negócios. Os Ainda nesta mesma pesquisa verificou-se que os turistas são provenientes do próprio estado de Santa Catarina, seguido por aqueles do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Já em São Joaquim também prevalece os turistas provenientes do estado de Santa Catarina, no entanto os outros mercados emissores são São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Os turistas estrangeiros que estiveram em Urubici no mês de Julho tinham como proveniência a França (50%) e Portugal (50%). Com base nestas informações, pode-se perceber que existe uma demanda potencial de clientes para o setor de restauração, visto que a região possui poucos restaurantes com opções de alimentos e serviços de qualidade diferenciada. A gastronomia regional ainda não é valorizada e os estabelecimentos do setor de restauração funcionam em horários limitados que muitas vezes não atendem às necessidades dos visitantes. Em relação á concorrência podemos avaliar os concorrentes como diretos e indiretos, sendo os diretos os estabelecimentos com a mesma tipologia e os indiretos os demais estabelecimentos de restauração. Para uma visualização melhor dos concorrentes diretos e indiretos relacionaremos os estabelecimentos que oferecem serviços de alimentos e bebidas em cada município, tomando como base o levantamento realizado pelo projeto Acorde na região. 79 O município de São Joaquim conta com vinte estabelecimentos que oferecem serviços de alimentos e bebidas distribuídos no gráfico 06 conforme suas tipologias. Podemos observar que os restaurantes estão em maior número (cinco), seguido dos bares e lanchonetes (quatro), as churrascarias, cafés e panificadoras são três, em um menor número (dois) encontram-se as pizzarias, foram considerados 3 estabelecimentos denominados de “outros” que não apresentaram no levantamento uma identificação de sua tipologia. Em uma avaliação geral do gráfico abaixo podemos considerar que o município de São Joaquim apresenta boa diversificação no que se refere a tipologias dos estabelecimentos. 5 4 3 2 Bar e Lanchonete (4) Restaurantes (5) Pizzarias (2) Churrascarias (3) Cafés e Panificadoras (3) Outros (3) 1 0 Gráfico 06: Estabelecimentos localizados no município de São Joaquim Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 O município de Bom Jardim da Serra conta com nove estabelecimentos que oferecem serviços de alimentos e bebidas distribuídos no gráfico 07 conforme suas tipologias. Podemos observar que os restaurantes estão em maior número (quatro), sendo um destes o “Restaurante Cascata” classificado no guia Quatro Rodas, seguido por duas churrascarias e apenas um estabelecimento como café e/ou panificadora. Foram identificados também uma sorveteria e um estabelecimento denominado de pizzaria e confeitaria que provavelmente conta com as duas tipologias integradas em um mesmo estabelecimento. 80 5 4 3 Sorveteria (1) Pizzaria e confeitaria (1) Café e Confeitaria (1) 2 Restaurantes (4) Churrascarias (2) 1 0 Gráfico 07 Estabelecimentos localizados no município de Bom Jardim da Serra Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 O município de Bom Retiro conta com cinco estabelecimentos que oferecem serviços de alimentos e bebidas distribuídos no gráfico 08 conforme suas tipologias. Podemos observar que em maior número (três) estão os estabelecimento denominados de churrascaria e lanchonete que provavelmente conta com as duas tipologias integradas em um mesmo estabelecimento seguidos por uma pizzaria e um empório. 5 4 Churrascaria e lanchonete (3) 3 Pizzaria (1) 2 Empório (1) 1 0 Gráfico 08: Estabelecimentos localizados no município de Bom Retiro Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 81 O município de Urubici conta com dezesseis estabelecimentos que oferecem serviços de alimentos e bebidas distribuídos no gráfico 09 conforme suas tipologias. Podemos observar que as churrascarias e os restaurantes estão em maior número (cinco), sendo um destes restaurantes classificado no guia Quatro Rodas: o “ Truta Azul Restaurante e Pesca” seguido por duas pizzarias.Verificamos também a identificação de dois estabelecimentos com tipologias diferenciadas como o restaurante “A Taberna Bistrô” que também está classificado pelo guia quatro rodas e uma chocolateria. Com apenas um estabelecimentos cada verificamos a existência de uma choperia e um café. Em uma avaliação geral do gráfico abaixo podemos considerar que o município de Urubici também apresenta boa diversificação no que se refere a tipologias dos estabelecimentos. . 5 4 3 Choperia (1) Bistrô (1) Restaurantes (5) Pizzaria (2) 2 Churrascarias (5) Cafés (1) 1 Chocolateria (1) 0 Gráfico 09 Estabelecimentos localizados no município de Urubici Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 O município de Urupema conta com seis estabelecimentos que oferecem serviços de alimentos e bebidas distribuídos no gráfico 10 conforme suas tipologias. Podemos observar que a Hotelaria constitui a principal estrutura de oferta de serviços de alimentos e bebidas, foram identificados dois estabelecimentos denominados como Hotel e Restaurante e um Hotel Fazenda. Além destes encontramos também um restaurante, um estabelecimento denominado de pizzaria e lanchonete que 82 provavelmente conta com as duas tipologias integradas em um mesmo estabelecimento e também um estabelecimento de Lanches Delivery. 5 4 Hotel Fazenda (1) 3 Hotel e Restaurante (2) Restaurante (1) 2 Pizzaria e lanchonte (1) Lanches delivery (1) 1 0 Gráfico 10: Estabelecimentos localizados no município de Urupema Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 No município de Rio Rufino foi identificado apenas um estabelecimento que oferece serviços de alimentos e bebidas (gráfico 11), denominado de restaurante e lanchonete que provavelmente conta com as duas tipologias integradas em um mesmo estabelecimento 5 4 3 Restaurante (1) 2 1 0 Gráfico 11: Estabelecimentos localizados no município de Rio Rufino Fonte: Equipe técnica com base nos dados da Pesquisa do Projeto Acorde, 2009 Com base nos gráficos apresentados anteriormente não foram identificados estabelecimentos com uma tipologia especifica de Buffet ou Self-Service, mas devemos considerar que alguns restaurantes e churrascarias da região incluem este tipo de serviço, podendo assim ser considerados concorrente diretos, configurando assim no cenário do mercado atual da região uma concorrência relativamente alta. 83 O crescimento do fluxo de turistas na região reforça a necessidade de oferecer serviços de Alimento e Bebidas com qualidade aprimorada, o turista busca desfrutar de gastronomia diferenciada elaborada com técnicas requintadas, incluindo ingredientes típicos da região em um ambiente elegante e confortável. Podemos considerar como pontos fortes do projeto o cardápio de forma oferecendo propostas diversificadas diariamente, com base na gastronomia regional valorizando os ingredientes típicos, elaborados com técnicas gastronômicas além de contar com ambiente aconchegante, atendimento e serviços diferenciados. A característica deste restaurante é que o cliente, além de dispor de diversas opções de escolhas, pode definir seu próprio cardápio através da visualização do alimento, possibilitando assim otimizar seu tempo de almoço aliando praticidade e qualidade no serviço. Pelo fato de ser um estabelecimento com uma proposta de um cardápio elaborado com técnicas gastronômicas e um serviço de atendimento diferenciado pela qualidade no atendimento aos clientes, a grande dificuldade de encontrar na região profissionais especializados pode ser definida como ponto fraco. Atualmente existem projetos de algumas instituições, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e o Núcleo de Educação Profissionalizante (NEP), que prevêem o desenvolvimento de cursos de capacitação nas áreas de gastronomia, no que se refere á produção e serviços. Apesar destes projetos de capacitação será fundamental o investimento do próprio empreendimento no treinamento de seus recursos humanos visando aprimorar qualidade tanto do produto quanto do atendimento A sazonalidade do fluxo de turistas e o numero relativamente alto de concorrentes podem ser considerados como as principais ameaças. Diante desta realidade será imprescindível a definição e aplicação de estratégias de Marketing tendo como publico alvo os turistas e também os grupos da sociedade local 84 como empresários, profissionais liberais, associações de classes sociais, culturais e comerciais por exemplo. O marketing ajuda a construir relacionamentos, permite entender as forças e o comportamento do mercado, vislumbrar oportunidades de negócios, estudar produtos e serviços que atendam às novas demandas e necessidades dos clientes. Ajuda a estreitar relacionamentos com clientes, parceiros, fornecedores e com a sociedade em geral. Os eventos são serviços promissores para combater a sazonalidade e aumentar a rentabilidade, neste caso uma divulgação diretamente para as empresas e associações locais oferecendo um serviço personalizado com cardápios que permitam propostas gastronômicas específicas para cada evento e conseqüentemente a flexibilidade de preços, possibilitando assim a fidelização dos seus clientes. A região conta com um calendário de eventos municipais e regionais com diferentes temas e distribuídos ao longo do ano, permitindo um fluxo regular de turistas e visitantes. Surgindo assim uma ótima oportunidade de divulgação, incluindo cardápios temáticos temporários relacionados aos principais eventos. Estabelecer parcerias com agencias de turismo, hotéis e empresas da região ampliando assim o desenvolvimento de boas relações com os vários públicos. Para as agências de turismo e hotéis poderiam ser desenvolvidas duas formas de relacionamento, por indicação para seus clientes e hóspedes como também incluir no pacote promocional o almoço ou jantar no restaurante Self-Service. Em relação às empresas e comércio local será fundamental, devido a sazonalidade de fluxo de turistas, firmar convênios com bônus ou cartão fidelidade, além da organização de jantares para reuniões de negócios e confraternização entre funcionários. Em parceria com fornecedores de produtos típicos regionais promover festivais gastronômicos, uma viagem para o paladar do cliente e uma opção de marketing excelente. 85 Nas datas festivas e comemorativas como, natal, páscoa, dia das mães, namorados entre outros elaborar cardápios especiais, incluindo decoração e serviços diferenciados. Além destas estratégias de marketing aqui citadas é fundamental o desenvolvimento de materiais promocionais para divulgação em folders, jornais, sites, rádios e televisão. 86 7. ASPECTOS LEGAIS PARA INSTALAÇÃO 7.1 Introdução Para implementação da atividade pretendida no presente projeto, será necessária a observação de alguns aspectos inseridos em leis, que regulamentam essa modalidade de atividade comercial. Para comercializar e produzir bens do ramo da restauração será necessário a constituição de uma pessoa jurídica, bem como a sua organização nos moldes exigidos pelas legislações. 7.2 A Constituição da Empresa A empresa a ser constituída para concretização da atividade pretendida, será classificada como comercialização de alimentos de produtos manufaturados pelo restaurante e matérias primas regionais e importados. Para isso será sugerida a abertura de uma pessoa jurídica, na modalidade de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, sendo sua razão social estabelecida pelo proprietário e seguida de Restaurante e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda, ou empresa individual: quando o proprietário da empresa é apenas uma pessoa; geralmente, neste tipo de organização o capital particular do proprietário se confunde com o da empresa e sua razão social será o nome do proprietário seguido de ME (microempresa). 7.2.1 A sociedade limitada Sociedade Limitada é o tipo de sociedade na qual cada sócio responde pelo valor de sua cota, porém, todos terão responsabilidade solidária pela integralização do chamado capital social. A contratualidade é outro aspecto fundamental do sucesso desse tipo de sociedade, dispensando formalidades próprias como a Sociedade Anônima, podendo as relações entre os sócios pautar-se em suas vontades. Portanto, a relação na Sociedade Limitada, por ser contratual, e não institucional, dá uma margem de liberdade maior entre os empreendedores. 87 Apesar da responsabilidade solidária dos sócios, há a garantia de limitação de suas responsabilidades pelos encargos sociais; sendo assim, os sócios só respondem por esses encargos até o valor máximo de sua quota no capital social, impedindo que seu patrimônio pessoal responda pelas dívidas da sociedade, limitando suas possíveis perdas no caso de insucesso. Podemos dizer que a quota pode ser dividida em capital subscrito e integralizado: é chamado de capital subscrito o montante de recursos que os sócios se comprometem a entregar para a formação da sociedade limitada, e integralizado a parte do capital social que o sócio entregou à sociedade. É importante salientar essa diferença pois, o sócio, mesmo que não tenha integralizado todo o capital, responde pelo montante, ou seja, pelo subscrito, pelo comprometido à sociedade. A responsabilidade solidária neste tipo de sociedade se dá no caso de integralização do capital social no caso dos credores cobrarem o que falta à integralização do capital social a qualquer um dos sócios, tendo o sócio que pagou as quotas não integralizadas pelo seu titular, o direito de regresso. Porém, pela lógica do que foi dito acima, se o contrato social estabelece que o capital social está completamente integralizado, os sócios não terão alguma responsabilidade pelas obrigações sociais, e no caso de infortúnio da sociedade, os credores deverão suportar a perda no caso de insuficiência de patrimônio para pagamento das dívidas, pois deveriam ter constatado a insuficiência de capital e/ou os riscos quando fecharam o negócio com a sociedade. Porém, a regra da limitação da responsabilidade dos sócios comporta algumas exceções, respondendo os sócios subsidiariamente de forma ilimitada pelas obrigações da sociedade. A primeira exceção se dá quando os sócios deliberarem de maneira contrária à lei ou ao contrato social, portanto, agindo de maneira ilícita, responderão ilimitadamente; seus bens pessoais responderão, podendo ser liquidados quando o capital social for insuficiente para pagamento das dívidas. A segunda exceção se dá no caso de sociedade marital, onde os sócios (marido e mulher) responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais nesse tipo de sociedade. 88 A terceira exceção se dá no âmbito da justiça do trabalho, pois, sendo sua função proteger o trabalhador, que é o ponto mais fraco da relação empregador-empregado, deixa de respeitar a limitação de responsabilidade dos sócios, atingindo seu capital pessoal no caso de insuficiência do capital da sociedade. A quarta exceção se dá caso algum sócio fraudar credores usando a separação patrimonial, podendo ser responsabilizado ilimitadamente. A quinta exceção se dá em caso de dívidas da sociedade junto à Seguridade Social (INSS), podendo ser cobrado o débito de qualquer sócio da sociedade. 7.2.1.1 Constituição da Sociedade Limitada A Sociedade Limitada se constitui mediante contrato entre os sócios, pois esse tipo de sociedade tem sua constituição e dissolução pelo direito dos contratos. Os contratos feitos por via oral são irregulares, pois não podem ser provados pelos sócios, e somente terceiros (geralmente credores), para provar a responsabilidade solidária entre duas ou mais pessoas, têm o direito de provar a existência de fato da sociedade. Porém, essa forma de contrato não é inteiramente proibida pelo direito, pois como dito acima, terceiros não sócios podem provar a existência dessa sociedade de fato, ou seja, em comum. Para ter validade, o contrato da Sociedade Limitada tem que ter validade jurídica, obedecendo à lei brasileira em suas regras. Isso nada mais é que o óbvio, pois, sendo espécie de ato jurídico, não se consideram válidos quando desobedecem aos pressupostos da legislação civil. Para a constituição da Sociedade Limitada, o sócio há de ter capacidade jurídica para tanto. Se tratando de menor de idade, quando assistido ou representado na forma da lei civil, poderá ser sócio, mas apenas se o capital social estiver totalmente integralizado e não exercer a gerência da sociedade. Obviamente, a sociedade deverá ter objeto lícito, possível, determinado ou determinável. Na falta de algum desses requisitos, é inválida. 89 A forma adequada do contrato social é a forma escrita, seja por instrumento público, seja por particular; em qualquer das duas formas (pública ou particular) nas cláusulas do contrato devem constar todas as cláusulas essenciais para formação do contrato e para a formação da sociedade, sendo obrigatória a consulta de um advogado, para que corrija o contrato se necessário, e dê seu visto no contrato, como requer a lei (Lei n. 8.906/94). O contrato social da Limitada tem de prever que os contratantes obrigam-se, perante os demais, a contribuir para exploração de determinada(s) atividade(s) econômica e dividir, entre os sócios, todos os resultados; não ocorrendo a contribuição e/ou divisão, estará comprometida uma ou mais das cláusulas do contrato, porém não a do negócio como um todo; permanecendo a sociedade válida, apesar de seu contrato ficar parcialmente válido. Contribuição e divisão dos resultados é um dos pontos mais óbvios e muitas vezes alvo de discórdia entre os sócios. A contribuição para a formação da sociedade pode ser em dinheiro, crédito e/ou bens. Pode-se, contudo, estimar o valor do conhecimento (know-how) do sócio, baseado no valor de mercado, ou seja, calcula-se a quantia que se gastaria para contratar um profissional com os mesmos atributos profissionais. A distribuição de resultados força a participação dos sócios no lucro da sociedade. A distribuição impõe a divisão dos lucros, tornando inválida qualquer cláusula que exclua qualquer sócio dos lucros; os sócios devem receber uma parcela dos lucros, quando distribuídos, sem exceção. As cláusulas leoninas, quando relacionadas ao contrato social, são nulas, mas não a sociedade. Portanto, devem os futuros sócios se precaver antes de assinar o contrato, pois esta é, talvez, seu único trunfo. 7.2.1.2 Responsabilidade dos Sócios Ao se tornar sócio, logicamente, a primeira obrigação é de investir na sociedade o que foi definido, seja moeda, títulos, crédito; o ponto nevrálgico do contrato certamente do contrato social é o investimento dos sócios. 90 Cada uma das partes assume uma responsabilidade, uma obrigação de disponibilizar o combinado em prol da sociedade, integralizando a cota do capital social que subscreveu ao fechar o contrato; a sociedade torna-se credora do sócio. Quando o sócio não cumpre com sua responsabilidade no prazo determinado, ele se torna remisso, podendo a sociedade cobrar-lhe o que falta do capital subscrito em juízo, ou até expulsa-lo da sociedade; porém, diante desta última hipótese, deverá a sociedade devolver ao remisso as entradas já efetuadas, descontando-se o correspondente aos juros de mora. Ao solucionar via judicial a mora do remisso, com o pagamento devido para satisfação do crédito da sociedade, continuará o sócio fazendo parte da sociedade. 7.2.1.3 Responsabilidade limitada Os sócios respondem pelas obrigações da Sociedade Limitada dentro de certos limites (óbvio), e a própria sociedade responde, perante a sociedade que vivemos, de forma integral; o sócio aqui tem a limitação de sua responsabilidade por dívida da sociedade. A limitação da responsabilidade dos sócios pelas obrigações da Sociedade Limitada é o total do capital subscrito e não integralizado; além disso, se um ou mais sócios não agiram de forma ilegal que possa ser desconsiderada essa limitação, a perda será do credor. Assim, se todo o capital da sociedade estiver integralizado, os sócios não têm nenhuma responsabilidade pelo capital social de natureza negocial. Quem contrata com uma Sociedade Limitada deve ter prudência e verificar quanto há de capital social, pois se realizar negócio com ela e havendo insucesso empresarial, podendo o credor poder cobrar mais do que o capital social, deverá suportar a perda, pois a limitação da responsabilidade dos sócios é o total do capital social e suas quotas. A sociedade por quotas de responsabilidade limitada é aquela formada por duas ou mais pessoas, assumindo todas, de forma subsidiária, responsabilidade solidária pelo total do capital social. 91 Essa sociedade, criada pelo legislador para atender a um tipo médio de negócios, era regulamentada, de forma exclusiva, pelo Decreto n.º 3.708, de 10 de janeiro de 1919. O capital constitutivo das sociedades limitadas é fracionado em quotas, de valor idêntico ou distinto, tudo conforme os ditames do artigo 1.055 do novo Código Civil. Segue tal artigo a praxe comercial que determinou, inclusive, o desuso do 5º dispositivo do Decreto n.º 3.708/1919, que estabelece a distinção entre a quota primitiva (oriunda do capital originário) e a adquirida durante a existência da sociedade comercial. Definição mais clara da quota da sociedade limitada que afirma ser quota a “entrada, ou contingente de bens, coisas ou valores com o qual cada um dos sócios contribui ou se obriga a contribuir para a formação do capital social”. Veda-se, portanto, a participação de sócios que contribuam apenas com a prestação de serviços (sócios de indústria), conforme o artigo 4º do Decreto das Limitadas, repetido no § 2º do artigo 1.055 do novo Código Civil. Pacífica na doutrina é a bipartição da natureza jurídica da cota, que possui aspectos de direito patrimonial e de direito pessoal. O aspecto patrimonial é que confere ao sócio o direito de participar dos lucros sociais e da partilha quando da dissolução da sociedade. O aspecto pessoal é que atribui ao sócio sua condição, conferindo-lhe direitos inerentes ao seu status. Integralização das quotas significa a transmissão por partes dos sócios da propriedade dos bens assinalados no contrato à pessoa jurídica em surgimento. Princípio da desconsideração da personalidade jurídica é: Desestimação da pessoa jurídica ou Despersonalização da pessoa jurídica ou Desconsideração da pessoa jurídica - Quando o patrimônio da pessoa jurídica não cobre o valor da execução, em detrimento ao capital particular da pessoa física, para cobrir o valor da execução. A teoria da despersonalização da pessoa jurídica é oriunda do Direito anglo-saxão, sendo conhecida entre nós como "Desconsideração da pessoa jurídica" ou 92 "desestimação da pessoa jurídica". Ela se desenvolveu em face da necessidade de se prevenir o abuso do desvio da finalidade de uma associação, com vistas a fins inconfessáveis, como prejudicar terceiros e fraudar a lei. A disposição contida no Art. 20 do CC-Antigo, de que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros, começa a ser revisada seriamente, pois, para se evitar a fraude, não é mais possível manter a distinção clássica entre pessoa jurídica e pessoa natural. Assim, como preleciona o Prof. Silvio de Salvo Venosa "quando a pessoa jurídica é utilizada no sentido de fugir às suas finalidades, deve ser desconsiderada, isto é, não deve ser levada em conta a personalidade jurídica da mesma; não deve ser tomada em consideração sua existência, decidindo o julgador como se o ato tivesse sido praticado por uma pessoa natural, imputando responsabilidade aos sócios que tinham em mira burlar a lei, fraudando a própria lei ou terceiros”. Não se trata de se considerar nula a pessoa jurídica, mas, em caso específico e determinado, de não levá-la em conta. Apenas, porém, no caso sub judice. Isso não implica negar validade à existência mesma da pessoa jurídica. A forma de fraude pode ser múltipla. Dependerá do caso concreto. Poderá ser uma fraude à lei, pura e simplesmente, uma fraude a um contrato ou uma fraude contra credores". Venosa, Silvio de Salvo, Direito Civil, Teoria Geral, São Paulo, Atlas, 1º v., 1987, p. 218. Nesse sentido, vem o artigo 9º do Decreto das Limitadas e estabelece a responsabilidade solidária dos componentes da sociedade no que tange à integralização do capital, no caso, inclusive, de falência da sociedade comercial. A abertura de empresa será efetuada por um profissional da área contábil, que irá formalizar e acompanhar o processo da constituição da pessoa jurídica. Inicialmente, o contador irá efetuar consulta à Junta Comercial, apresentando 3 (três) sugestões de nomes, que serão analisados e, se possível, aprovados para registro da empresa. Após, será efetuada consulta perante a Prefeitura Municipal, solicitando informação da viabilidade do local escolhido para instalação da empresa que ora se constitui. Esta consulta tem por objetivo verificar se o imóvel encontra-se dentro do previsto pelo Código de Posturas do Município. 93 Aprovadas as consultas formuladas perante a Junta Comercial e Prefeitura, será elaborado um Contrato Social identificando os sócios, especificando a atividade comercial a ser desenvolvida, bem como, o capital a ser integralizado e os nomes dos sócios que irão exercer a gerência da empresa. O referido contrato será registrado perante a Junta Comercial, momento em que nasce a personalidade jurídica da empresa que se constitui. 7.2.2 Empresa Individual Como se sabe, existe o empresário individual e o empresário coletivo (sociedade empresária), sendo este a sociedade empresária e aquele a pessoa física que exerce a empresa individualmente. O empresário individual nada mais é do que aquele que exerce em nome próprio atividade empresarial. O empresário é definido no art. 966 do CC, que assim se expressa: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Tal definição serve tanto para tanto para o empresário individual quanto para o empresário coletivo (por força do art. 982 CC). Para definir o empresário individual o sujeito deve atender as seguintes características: 1. Ser um profissional: exercendo, portanto, sua atividade de forma habitual. 2. Exercer atividade econômica: entenda-se como atividade econômica não somente aquela que produz ou faz circular bens ou serviços, mas também a que visa o lucro. 3. Exercer sua atividade de forma organizada: aí reside a grande dificuldade da caracterização do empresário. A organização estaria presente quando para o exercício da 94 atividade o indivíduo utilizasse trabalho alheio e capital próprio e alheio. Contudo, entende-se que não é imprescindível a utilização de capital alheio para que alguém exerça atividade empresarial; portanto, poder haver organização mesmo sem a presença de capital de terceiros injetados direta ou indiretamente no negócio. O sujeito que somente compra à vista, por exemplo, e não utiliza dinheiro emprestado de ninguém para levar adiante sua atividade negocial por esse simples fato não deixa de ser empresário. Assim, partindo do entendimento que o conceito de empresário está ligado a uma realidade fática e que a determinação dos limites de tal conceituação vincula-se a fatores demasiadamente subjetivos, acredita-se que seja necessário a fixação, através de lei, de critérios seguros para que o intérprete possa defini-lo sem ter margem de discricionariedade para flexibilizar a definição ao sabor de sua percepção subjetiva da realidade. A "firma individual simples" no Código Civil: 1º) no parágrafo único do art. 966 do Código Civil (quem mesmo com a ajuda de colaboradores exerça atividade intelectual, artística, científica, literária); 2º) o próprio art. 966 (aquele que não possui organização empresarial); 3º) no art. 971 (o produtor rural que opta em não se equiparar a empresário registrado nos Registros de Empresas). Implicação direta do não registro: 1º) o art. 150 e seus parágrafos do Decreto 3000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), lido sob a ótica do atual Código Civil, reconhece a firma individual tanto de exercício empresarial (empresário) como de exercício não empresarial ("firma individual simples") para fins de equiparação à pessoa jurídica. Como conseqüência, ou as pessoas não gozam deste benefício ou são obrigadas a fazer uma falsa declaração nos Registros de Empresa, se declarando empresárias, mesmo tendo o Código Civil determinado, de maneira expressa, que não são empresárias. 95 2º) A Lei Complementar 123/06 (lei geral da microempresa e da empresa de pequeno porte) concede vários benefícios, além dos tributários, como facilidade em financiamentos e facilidade de acesso à justiça, o que atualmente só está sendo possível para quem registra uma pessoa jurídica ou se declara empresário. Desta maneira, precisa-se garantir a ordem jurídica admitindo o registro das “firmas individuais simples” nos Registros Civis de Pessoas Jurídicas e registrando nos Registros de Empresa apenas quem é legalmente considerado como empresário. 7.3 Alvarás Ato contínuo, serão solicitados os Alvarás de localização, funcionamento, vigilância sanitária, de inspeção do bombeiro e de polícia. Alvará é o instrumento de licença ou da autorização para a prática de ato, realização de atividade ou exercício de direito dependente de policiamento administrativo. É o consentimento formal da Administração à pretensão do administrado, quando manifestada em forma legal. O alvará de localização tem por objetivo atestar que o local escolhido para a instalação da empresa é apropriado e está em conformidade com a legislação de posturas do município, deve ser retirado na Prefeitura Municipal. O alvará de funcionamento constitui-se de um documento administrativo, de abrangência municipal, de periodicidade anual, que visa conferir legalidade no funcionamento e na ocupação do solo pela empresa, devendo sersolicitado na prefeitura Municipal. Uma vez constatado ser seguro o local, para o desenvolvimento da atividade que se deseja instalar, o Poder Público emitirá um alvará, atestando tal fato. O alvará sanitário é o documento fornecido pela autoridade de saúde do município (vigilância sanitária), que autoriza a ocupação e uso do imóvel recém-construído ou reformado e/ou o funcionamento das atividades ligadas à restauração, após vistoria prévia das condições físico-sanitárias do mesmo. 96 O alvará de Corpo de Bombeiro exigido por boa parte das prefeituras municipais. Consiste na inspeção e vistoria técnica realizada pelo Corpo de Bombeiros dentro da empresa. O documento normalmente é exigido quando se pede o alvará de licença e funcionamento. Para ter o alvará do Corpo de Bombeiros, basta contatar os profissionais de seu município e pagar uma taxa no banco. O alvará de Polícia é um atestado de que o local do imóvel onde será instalado o restaurante tem segurança, caso haja algum tumulto em razão de alterações emocionais dos freqüentadores do restaurante, ante a ingestão de bebidas alcoólicas. Uma vez constatado ser seguro o local, o Poder Público emitirá um alvará, atestando tal fato. Também será solicitado às Fazendas Públicas, o cadastro de contribuinte, sendo na Secretaria da Receita Federal solicitada a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e na Secretaria de Estado da Fazenda, a Inscrição Estadual. Objetiva como os referidos cadastros, a inscrição como contribuinte tributário. 7.4 Organização para Funcionamento da Empresa 7.4.1 Das instalações Encontra-se nos capítulos 3 e 4 todas especificações das estrutura, decoração, mobiliário e equipamentos empregados no presente projeto. 7.4.2 Da contratação de pessoal Para realização das atividades da empresa, será contratado funcionários, cuja escolha e seleção se dará na forma mencionada no capitulo 5. Com os funcionários será pactuado contrato de trabalho, com registro no Livro de Empregados e anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, desde o primeiro dia de trabalho. 97 O contrato de trabalho será firmado na modalidade de ‘contrato de trabalho por prazo determinado’, sob a forma de experiência, que terá duração inicial de 45 (quarenta e cinco) dias1, que poderá ser prorrogado, se necessário, por igual período. Durante o contrato de experiência, será observado o desenvolvimento do empregado, as suas habitações técnicas para o trabalho desejado, e, se aprovado, poderá ao término do contrato de trabalho, ser o mesmo transformado em contrato de trabalho por prazo indeterminado. Não sendo o contrato de trabalho prorrogado, estará o empregado ou empregador, dispensado de indenizar o Aviso Prévio, bem como, estará o empregador dispensado do pagamento da multa rescisória (50% do saldo do FGTS – 40% para o empregado e 10% para Governo). Os direitos e obrigações decorrentes da relação de trabalho estão regulamentados pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, pela Convenção Coletiva de Trabalho – CCT2 e pelos possíveis Acordo Coletivos de Trabalho – ACT3, que vierem a ser pactuados, e conforme a convenção coletiva de trabalho 2008/2009 do sindicato dos trabalhadores em turismo, hospitalidade e de hotéis, restaurantes, bares e similares de Lages e região- SINTRATUHL (Anexo B). O contrato de trabalho é um acordo celebrado entre empregado e empregador correspondente à relação de emprego. Ele pode ser por escrito ou verbalmente, segundo a CLT art.443. Ele pode ser por tempo determinado (com vigência pré-fixada) ou indeterminado. Quando qualquer das partes decide não mais compactuar o acordo, é decidido pela rescisão, que é a cessão do contrato de trabalho e o término do vínculo empregatício, com a extinção das obrigações para os contratantes. 1 A parte que rescindir o contrato de trabalho, na forma de experiência, antes do seu término, deverá indenizar em 50% (cinqüenta por cento) do saldo de salário que o empregado receberia se cumprisse o contrato até o seu fim. 2 Convenção Coletiva de Trabalho é uma norma que traz um acordo pactuado entre Sindicatos patronais e de trabalhadores, onde estarão estabelecido os direitos e obrigações decorrentes da relação de trabalho daquela categoria. 3 Acordo Coletivo de Trabalho, da mesma forma que a Convenção Coletiva, é um "contrato", onde são acordadas cláusulas diversas da legislação que concedem direitos além dos que a lei já garante. A diferença, é que o Acordo é feito entre o Sindicato dos Empregados da categoria e uma Empresa específica. Portanto, o acordo tem validade apenas para quem participou do acordo, ou seja, os trabalhadores apenas daquela empresa. 98 Em duas situações pode haver a rescisão, ou por vontade o empregado ou do empregador. a) Vontade o empregado: - Pedido de demissão quando o próprio empregado deseja rescindir o contrato sem justo motivo. O colaborador tem direito a: saldo de salário, horas extra (se houver), 13° salário, salário família, férias proporcionais (segundo convenção coletiva do sechobar 06/07, caso contrário não teria direito). segundo a convenção coletiva de trabalho 2008/2009 do sindicato dos trabalhadores em turismo, hospitalidade e de hotéis, restaurantes, bares e similares de Lages e região (SINTRATUHL). Porém não tem direito a: aviso prévio, férias vencidas (somente com mais de um ano), férias proporcionais (somente com mais de um ano), adicional de férias (somente com mais de um ano), FGTS da rescisão, férias vencidas (somente com mais de um ano), adicional de férias (somente com mais de um ano), FGTS da rescisão, multa do FGTS, indenização adicional Lei 7238/84, art. 9º 4, indenização artigo 479, CLT 5. b) Vontade ou necessidade do empregador, pode haver: Dispensa do empregado sem justa causa: ocorre quando o empregador simplesmente dispensa o empregado, sem justo motivo; O trabalhador tem direito a: saldo de salário, horas extra (se houver), 13° salário, salário família, aviso prévio, férias proporcionais, adicional de férias, FGTS da rescisão, multa do FGTS, salário família, indenização adicional lei 7238/84, art. 9, indenização artigo 479, CLT. Sendo que não tem direito a: férias vencidas (somente com mais de um ano) 4 Este artigo rege sobre o empregado que dispensado, sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele optante ou não pelo FGTS. 5 Artigo este que trata sobre o pagamento pelo empregador da metade da remuneração que o empregado teria direito até o término do contrato por tempo determinado. 99 Dispensa do empregado com justa causa: ocorre quando o empregador dispensa o empregado em virtude da ocorrência de alguma das hipóteses elencadas no artigo 482, CLT; Sendo de direito: saldo de salário, horas extra (se houver) e salário família. Não terá direito: aviso prévio, 13° salário, férias vencidas (somente com mais de um ano), férias proporcionais, adicional de férias (somente com mais de um ano), FGTS da rescisão, multa do FGTS, indenização adicional lei 7238/84, art. 9º e indenização artigo 479, CLT. O tempo do registro do empregado na firma irá determinar se a rescisão será homologada no Ministério do Trabalho ou no sindicato local da categoria. Quando o contrato extinto tiver sido firmado há mais de um ano, o ato de pagamento e recebimento das verbas rescisórias exige uma formalidade especial denominada assistência, que confere validade jurídica aos pagamentos. A assistência na extinção do contrato de trabalho foi prevista inicialmente no art. 500 da CLT, com o objetivo de preservar e garantir a autenticidade do pedido de demissão do trabalhador que gozava de estabilidade no emprego. A partir de 1962, todavia, iniciou-se um ciclo de produção legislativa que culminou na extensão da obrigatoriedade da assistência para todos os contratos de trabalho extintos após um ano de vigência, na fixação de prazos para pagamento das verbas rescisórias, de penalidades pelo seu descumprimento, bem como na expressa proibição de cobrança para a prestação da assistência. objetivo da assistência é, assim, garantir o cumprimento da lei e o efetivo pagamento das verbas rescisórias, bem como orientar e esclarecer as partes sobre os direitos e deveres decorrentes do fim da relação empregatícia. 7.4.3 Marketing Para a divulgação da atividade serão utilizados os meios descritos no capítulo 6, respeitando-se a Legislação Consumerista, na apresentação de propostas. 100 7.5 ASPECTOS FISCAIS Toda pessoa jurídica deverá enquadrar-se em um regime de tributação, pois a empresa irá recolher seus tributos, em conformidade com o enquadramento tributário escolhido que deverá ser baseado de acordo com o ramo, previsão de faturamento e situação dos sócios da empresa. A projeto em estudo da empresa Empório e Bistrô deverá ser enquadrar como sistema tributário Simples Nacional. Porém cabe ressaltar que é de extrema importância que o empresário verifique com o profissional contábil qual o melhor regime de tributação para o seu caso, já que as leis mudam constantemente e é preciso estar atento as mudanças para que o empresário não pague tributos indevidamente por falta de informações. Formas de tributação das pessoas jurídicas As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são tributadas por uma das seguintes formas: a) Simples. b) Lucro Presumido. c) Lucro Real. d) Lucro Arbitrado. 7.5.1. O que é o Sistema Simples Nacional ou "Super Simples": De acordo com a Lei Complementar nº 123/2006, que instituiu, a partir de 01.07.2007, novo tratamento tributário simplificado, também conhecido como Simples Nacional ou Super Simples. O Simples Nacional estabelece normas gerais relativas ao tratamento tributário diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno 101 porte no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias. Tal regime substituiu, a partir de 01.07.2007, o Simples Federal (Lei 9.317/1996), que foi revogado a partir daquela data. Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 do Código Civil, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00; II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00. Quanto a Inscrição no regime Simples Nacional: Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as microempresas e empresas de pequeno porte regularmente optantes pelo Simples Federal (Lei 9.317/1996), salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma vedação imposta pelo novo regime do Simples Nacional. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes tributos: • • • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 102 • • • • • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal); Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência de outros tributos não listados acima. Mesmo para os tributos listados acima, há situações em que o recolhimento dar-se-á à parte do Simples Nacional. Entretanto, em alguns desses tributos há exceções, pois o recolhimento será realizado de forma distinta, conforme a atividade. Vedações Determinadas atividades ou formas societárias estão vedadas de adotar o Super Simples - dentre essas vedações, destacam-se: 1) pessoas jurídicas constituídas como cooperativas (exceto as de consumo); 2) empresas cujo capital participe outra pessoa jurídica; 3) pessoas jurídicas cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite R$ 2.400.000,00. Ficaram fora da vedação ao regime, as empresas de serviços contábeis, que poderão ser optantes pelo Simples Nacional. Imposto de Renda - Pessoa Jurídica São contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ): I – as pessoas jurídicas; 103 II – as empresas individuais. As disposições tributárias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades, registradas ou não. Impostos Municipais: O Imposto sobre a propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) é um imposto brasileiro instituído pela Constituição Federal. Atualmente ele é definido pelo artigo 156 da Constituição de 1988, que caracteriza-o como imposto municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para aplicá-lo. A única exceção ocorre no Distrito Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos Estados e dos municípios. O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de propriedade imóvel localizado em zona urbana ou extensão urbana. Em caso de áreas rurais, o imposto sobre a propriedade do imóvel é o ITR. Os contribuintes do imposto são as pessoas físicas ou pessoas jurídicas que mantém a posse do imóvel, por justo título. A função do IPTU é tipicamente fiscal. Sua finalidade é a obtenção de recursos financeiros para os municípios. No Brasil, o IPTU costuma ter papel de destaque entre as fontes arrecadatórias municipais, figurando muitas vezes como a principal origem das verbas em municípios médios, nos quais impostos como o ISS (Imposto Sobre Serviços, outro imposto municipal brasileiro de considerável importância) possuem menor base de contribuintes. O imposto sobre serviços de qualquer natureza com exceção dos impostos compreendidos em Circulação de Mercadorias.(ICMS), conf art. 155 II da CF/88 (ISSQN ou ISS) é um imposto brasileiro. É um imposto municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para instituí-lo (Art.156, IV, da Constituição Federal). A única exceção é o Distrito Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos Estados e dos municípios. 104 O ISSQN tem como fato gerador a prestação (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar nº 116 (de 31 de julho de 2003). Como regra geral, o ISSQN é recolhido ao município em que se encontra o estabelecimento do prestador. O recolhimento somente é feito ao município no qual o serviço foi prestado (ver o artigo 3º da lei complementar citada) no caso de serviços caracterizados por sua realização no estabelecimento do cliente (tomador), por exemplo: limpeza de imóveis, segurança, construção civil, fornecimento de mão-de-obra. Os contribuintes do imposto são as empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável, mas os municípios e o Distrito Federal podem atribuir às empresas ou indivíduos que tomam os serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto. A alíquota utilizada é variável de um município para outro. A União, através da lei complementar citada, fixou alíquota máxima de 5% (cinco por cento) para todos os serviços. A alíquota mínima é de 2% (dois por cento), conforme o artigo 88, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal. A base de cálculo é o preço do serviço prestado. A função do ISSQN é predominantemente fiscal. Taxas: Taxa é a exigência financeira a pessoa privada ou jurídica para usar certos serviços fundamentais, ou pelo exercício do poder de polícia, imposta pelo governo ou alguma organização política ou governamental. É uma das formas de tributo Na legislação tributária brasileira, taxa é um tributo em que "a contraprestação de serviços públicos ou de benefícios feitos, postos à disposição ou custeados pelo Estado, em favor de quem paga ou por este provocado" (definição de Aliomar Baleeiro, amplamente utilizada nos circuitos jurídicos). 105 Ou seja, é uma quantia obrigatória em dinheiro paga em troca de algum serviço público fundamental (ou para o exercício do poder de polícia), oferecido diretamente pelo estado. Diferente de Imposto (outra forma de tributo), a taxa não possui uma base de cálculo. Os valores dependem apenas do serviço prestado. Taxas também são vinculados a um destino: à manutenção e desenvolvimento do próprio serviço prestado. Um conceito bastante similar é de tarifa. Em tarifas o serviço prestado é facultativo, e o pagamento é coletado indiretamente pelo Estado, através de terceiros. Exemplos de taxas são as taxas de recolhimento de lixo urbano, pedágios em rodovias estatais, etc. - Taxa de Coleta de Lixo - Taxa de Combate a Incêndios - Taxa de Conservação e Limpeza Pública - Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais) - Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23 - Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal - Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais) - Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998 7.6 Relação com o Consumidor No desenvolvimento da atividade da empresa, será priorizado o atendimento ao consumidor, buscando prestar atendimento com qualidade e respeito, observando-se os ditames na legislação consumerista. 106 8 REGISTROS E CONTROLES O Self-Service pretende ser um empreendimento onde prioriza o atendimento e satisfação dos clientes, desta forma, exige um grande empenho em demonstrar o que há de melhor não só em termos gastronômicos, mas também de uma infra-estrutura adaptada a atender um cliente muito exigente. O sistema de informação e tecnologia poderá proporcionar ao cliente e ao colaborador uma grande facilidade no que diz respeito à eficiência e precisão nas informações. Par isso foi feita uma análise do sistema de controles dos três dos mais usado softwares da área de restauração, o programa Colibri, o programa Mister Chef e o programa Infocook. 8.1 Colibri A Esys Colibri é uma empresa de desenvolvimento de sowftares para varejo e franchising. O Colibri food oferece suporte a todas as funções de venda, gerando uma média de 80 tipos de relatórios de faturamento, produtos, atendimentos e informações estratégicas para a tomada de decisões com agilidade. Homologado para ECF e TEF, disponibiliza impressoras fiscais e de produção, monitores touchscreen, microterminais e comandas eletrônicas. A empresa atende normalmente através de um programa de necessidades desenvolvido de forma personalizada, com base na estrutura e modalidade do empreendimento. Ideal para bares, restaurantes, casas noturnas e padarias opera pelo sistema de módulos. O cliente pode adquirir somente o módulo que se encaixa no seu estabelecimento, podendo incluir outros a medida que for ampliando suas modalidades de venda. - Módulo balcão: geralmente utilizado em praças de alimentação de shoppings, padarias, o cliente paga após escolher o pedido e antes de consumir. 107 -Módulo entrega: para delivery, possui sistema com bina que permite uma busca na base de dados. - Módulo mesa: mais utilizado em restaurantes a la carte onde é emitido um número para cada mesa (grupo de pessoas) que pagam após consumir. - Módulo ficha: bares, buffet, churrascarias, café colonial. Cada cliente independente de onde senta recebe um número individual. Consome e depois paga, geralmente recebe uma ficha, cartão ou pulseira de consumação na entrada do estabelecimento. - Módulo garçom X mesa: para casas onde os garçons atendem por praças (lugares com vários ambientes como deck, piso superior) o sistema entende que cada garçom é responsável somente por uma praça específica. Para a implantação do sistema os equipamentos necessários devem ser avaliados de acordo com as necessidades do local, conforme especificações abaixo: - Comanda eletrônica (palm): equipamento individual, onde o garçom torna-se um vendedor da casa (podendo ser sua função somente venda e a de outro garçom somente entrega de pratos) permite um atendimento mais personalizado para ambientes e serviços que exijam maior requinte. - Microterminal: pode ser utilizado no máximo por 2 (dois) garçons, por não ter interface interativa deve ser usado em estabelecimentos onde o número de produtos é reduzido, já que o pedido é computado em dígitos. -Touchscreen: Comporta no máximo 5 (cinco)garçons e é ideal para casas com grande volume de vendas, tem interface interativa agilizando o serviço dos garçons. Para complementar o programa de vendas (Colibri food) a Esys Colibri também oferece o programa Girassol, um programa de retaguarda usado pelo administrativo que pode ser totalmente integrado ao Colibri food. Assim como o Colibri food, emite relatórios, porém mais completos com a possibilidade de cruzamentos de dados. Oferece controles como: fichas técnicas, relatórios financeiros, sugestão de compra (baixa no estoque), sub estoque (estoque 108 central, sub estoque na cozinha), inventário, histórico de compras, entrada e saída de materiais, emissão de NF, vendas, transferências facilitadas, fluxo de caixa. Além dos controles oferece simulador de margem de lucros, interface intuitiva, controle de acessos, filtro de informações, cotação de compras e pedidos, acesso remoto (assistência via web) e informações do sistema em ambientes virtuais (em tempo real o proprietário pode acompanhar os pontos de venda do seu negócio via web). 8.2 Mister Chef A Misterchef sistemas, atua no mercado de criação e desenvolvimento de sistemas setores de Automação Comercial e Industrial, desde o ano 1993. Dentro do segmento de Automação Comercial encontra-se o MISTER CHEF, direcionado ao setor de Food Service (Restaurantes, Fast Food e Redes de Franquias, Pizzarias e Deliverys, Padarias e Confeitarias, Bares e Casas Noturnas, Clubes e Parques Temáticos, Mercados, Lojas em Geral e Conveniência). Existem objetivos fundamentais na gestão de restaurantes que auxiliam na fidelização e conquista de novos clientes como qualidade dos alimentos, cortesia e rapidez no atendimento. Nesses casos o MisterChef.net apresenta-se como uma ferramenta muito eficaz no controle de estoque de produtos perecíveis bem como no controle de consumo e otimização da emissão de contas e giro de mesas. Frente de Loja Controle de mesas, self-service, cartões individuais de consumo, comandas eletrônicas, valetes, etc. Pronto para necessidades fiscais vigentes como ECF, TEF (discado e dedicado) e Sintegra. Área de Produção Impressão ou exibição em monitores nos pontos de produção (bar, copa, cozinha, etc.). 109 Administrativo e Financeiro Controle de Estoque, Compras, Contas a Pagar, Movimentação Financeira, Relatórios e Gráficos Gerenciais e integração e consolidação de dados entre lojas. Marketing Mala Direta via e-mail sem custo e Promoções 8.3 Infocook A Infocook iniciou as atividades no ano de 1988 com o desenvolvimento de um software para Pizzarias, chamado de INFO PIZZA, atendendo um cliente específico. A partir disso foram convidados para a reportagem da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, o que lhes trouxe diferentes públicos, desta forma criaram o software INFO COOK, para atender também os restaurantes a la carte, por quilo, cafés, lanchonetes e similares. Com os mesmos recursos do INFO PIZZA, o INFO COOK aceitava quantidades decimais para a venda dos produtos. No ano de 1997, já com 700 casas informatizadas em todo o Brasil, a empresa decidiu criar a versão para Windows e unificar os dois softwares (INFO PIZZA e INFO COOK) em um só, o INFO COOK, para facilitar a comercialização, já que as diferenças entre eles eram pequenas. Segundo a empresa ele está adequado a nova legislação fiscal (ECF) com o uso da versão fiscal e impressoras fiscais, podendo ser conectado a microterminais , ligados ao identificador de chamadas da Identech, onde mostra na tela de vendas o número do telefone do cliente, mesmo antes de atender o chamado e vários outros periféricos como, balanças digitais ,PDA e leitor de código de barras. Atualmente disponibilizam a versão 9.2 do sistema, contando com banco de dados relacional, novos relatórios gerenciais, opção de venda expressa, 4 números de telefones no cadastro do cliente, indicação de atrasos de preparo e entrega, múltipla impressão para departamentos em pratos compostos, módulo call center com impressões remotas 110 nas lojas, comunicação com sistema TEF Pay&Go para cartão de crédito em ADSL ou GPRS em conjunto com a Impressora Fiscal, Consulta de cheques on-line via ADSL, entre outros. 8.4 Orçamento do Sistema de Informática Abaixo tabelas de licença de uso do software e equipamentos de informática necessários para implantação do sistema. Tabela 18 Orçamento de licença de uso do software Quantidade Software+Instalação 01 Licença Valor unitário do R$ Valor Total 1.700,00 R$ 1.700,00 sistema+módulo ficha 01 Ponto de lançamento R$ 860,00 R$ 860,00 01 Instalação,configuração R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 3.560,00 + 6h de treinamento Total Fonte: Colibri, 2009 Tabela 19: Orçamento dos equipamentos de informática Quantidade Item Especificação Valor unitário 02 Computador Processador R$ 990,00 Intel Dual Core, 2Ghz; Hd Valor Total R$ 1.980,00 160GB; Ram 1GB 02 Monitor LCD Touch 15 “ R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 02 No-break 120V-220V R$ 845,00 R$ 1.690,00 R$ 2.160,00 R$ 2.160,00 CI R$ 1.135,00 R$ 1.135,00 potência 1500Wa 01 Impressora Epson TM T81 fiscal 01 Impressora MP20 Bematech 111 01 Impressora Lexmark R$ 310,00 R$ 310,00 multifuncional Total Fonte: Colibri, 2009 R$ 11.275,00 112 8.5 Fluxograma do atendimento Figura 24 : fluxograma do atendimento Fonte: Equipe técnica 2009 8.6 Controles Para melhor entendimento e aplicação foi elaborado um resumo dos principais controles explicando suas finalidades de acordo com cada área. 8.4.1 Produção FINALIDADE CONTROLE Etiqueta de alimentos Evitar o desperdício de produtos e de tempo, já que algumas preparações podem ser feitas antecipadamente, sem que a validade expire. Deve conter nome, data da produção e do setor de vencimento. Solicitação de compras diárias Solicitar mercadorias ao compras e dar entrada e saída de mercadorias, gerando um custo diário. Requisição de material Autorizar a retirada de mercadorias do estoque. Ficha técnica Padronizar as operações (sabor e apresentação), minimizar desperdícios e proporcionar maior autonomia a brigada de cozinha. Ficha Técnica-Administrativa Auxiliar no custo do produto final, resultando no preço de venda. 113 Escala de Produção Direcionar a produção diária dos alimentos, minimizando desperdícios ou falta de produtos, o que dificulta a operação do empreendimento. Comanda Ordenar a produção e organizar as praças de trabalho. Escala de limpeza Organizar e monitorar a limpeza diária e semanal. Quadro 02: Controles da área de Produção Fonte: Equipe Técnica, 2009. 8.3.2 Atendimento CONTROLE FINALIDADE Comanda Especificar a quantidade e o produto solicitado pelo cliente e efetivar a compra. Movimento de caixa Registrar as entradas e saídas do caixa e disponibilizar o faturamento diário para auxiliar na elaboração do DRE. Relatório de cancelamento de comandas Não contabilizar as comandas canceladas no relatório de vendas e no pagamento de impostos. Pesquisa de satisfação Auxiliar na melhoria de serviços. Cadastro de clientes Auxiliar na efetivação das estratégias de marketing. 114 Cupom fiscal Documentar as necessidades fiscais vigentes de uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços. Relatório de Vendas Auxiliar na quantificação da mise en place diária da produção, auxiliar na reposição de bebidas para gelar e dos produtos do empório. Fornecer levantamentos diários dos custos das bebidas e dos produtos do empório. Quadro 03: Controles da área de Atendimento Fonte Equipe Técnica, 2009 8.3.3 Apoio CONTROLE Livro-ponto FINALIDADE Controlar os horários, faltas e horas extras dos funcionários e orientar a folha de pagamento. Controle de estoque Controlar todos os itens em estoque, auxiliar na realização do inventário, por um período determinado. Levantar o estoque final de materiais e o estoque inicial do próximo mês, para obter o custo da mercadoria do mês vigente. Auxiliar na quantificação de compra Cadastro de produtos Relacionar os produtos in natura, código do produto, (matéria-prima), unidade, custo, prazo de validade e estoque inicial, tornando possível movimentar o estoque. 115 Cadastro de fornecedores Auxiliar na elaboração de mapa de preço e possibilitar o movimento do estoque. Cadastro de Funcionário Restringir e liberar o acesso aos diferentes módulos do software. Relatório do estoque mínimo e máximo Auxiliar no controlar compras, matériaprima e produto final, para analisar a necessidade de aumentar ou diminuir a quantidade no estoque. Relatório de Nota Fiscal Ficha do EPi Registrar o total de compras do mês e obter o custo de mercadorias do mês vigente. Auxiliar no controle entrega e devolução de uniformes. Requisição de Materiais Auxiliar na separação e distribuição dos materiais. Ordem de compras Efetivar a compra e auxiliar não recebimento. DRE Avaliar o resultado líquido do mês, analisando lucros ou perdas. Quadro 05: Controles da área de Apoio Fonte: Equipe Técnica, 2009. 116 9. PLANEJAMENTO, PROCESSO E ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA O planejamento econômico de uma empresa visa deter o controle das receitas e sacrifícios, de modo a tornar a gestão mais eficiente e rentável, tendo domínio dos dados contábeis pode-se tomar decisões com mais facilidade e segurança. A importância da análise econômica financeira, de acordo com Franco se encontra na própria conceituação da Contabilidade como ciência, uma vez que a ciência é o conhecimento certo pelas causas e a determinação das causas dos fenômenos contábeis não é possível sem que haja análise, logo sem a análise todo conhecimento é superficial e incompleto, e sem a síntese é destituído de clareza e idéia de conjunto. O processo de análise econômico-financeira inicia-se durante o desenvolvimento do orçamento, elencando desde os custos pré-operacionais (anterior a abertura do estabelecimento), passando pelos custos operacionais (após a abertura do mesmo) até os gastos fixos e semi-fixos mensalmente. Através deste processo, de acordo com Crepaldi (2007), é possível avaliar a saúde econômico-financeira do projeto, sua filosofia operacional, os efeitos de decisões tomadas anteriormente, contribuindo para a tomada de decisões corretivas quanto aos investimentos; permitindo avaliar a estrutura de capitais e, conseqüentemente, otimizála. A execução da análise da situação econômico-financeira da empresa é importante para satisfazer não somente aos sócios ou acionistas, mas também aos demais usuários da informação contábil como os fornecedores e instituições financeiras pois indica a capacidade de pagamento da empresa em liquidar seus compromissos já assumidos e ao seu potencial de créditos futuros; os sindicatos e colaboradores a fim de apontar o nível de comprometimento no que tange à assuntos síndico-trabalhistas, assim como os demais interessados. 117 9.1 Investimentos Investimento corresponde a todo capital aplicado a fim de obter aumento de retorno na empresa. No caso de empresas novas corresponde aos gastos de instalação, imóveis, construção ou reformas, informatização, decoração, marketing, cardápio, taxas de alvará e permissões municipais e todo desembolso necessário para a operacionalidade do negócio. 9.2 Gastos Pré-operacionais Gastos pré-operacionais são os sacrifícios da empresa antes da sua inauguração. Pois antes de começar o funcionamento existem taxas a pagar e serviços a serem pagos para legalizar a abertura da empresa. Essas taxas de regularização correspondem à junta comercial e exatoria estadual, tem-se ainda alvará sanitário, municipal, e do corpo de bombeiros. Nessa lista de gastos ainda entram os honorários do contador, despesas com marketing, cardápio, software, marcas e patentes e criação da página virtual. A tabela abaixo descreve em detalhes os gastos pré-operacionais baseados em informações do período do segundo semestre de 2009, baseados na cidade de São Joaquim e Lages/SC. Tabela 20 – Gastos pré-operacionais. GASTOS PRÉ-OPERACIONAIS Taxas de regularização Constituição da empresa Ltda Alvará Sanitário e Alvará Municipal e Corpo de Bombeiro* Estoque Inicial Marcas e Patente Criação de Página na Internet TOTAL R$ R$ R$ R$ R$ R$ 700,00 5.000,00 930,00 1.200,00 7.830,00 Fonte: GECEL Contabilidade Referente ao pagamento de Alvarás (Sanitário, Prefeitura e Corpo de Bombeiros) depende do ramo de atividade e o tamanho (em m2) do estabelecimento, após a vistoria dos órgãos é que eles determinam o valor dos referidos alvarás. 118 Somente após a liberação pelos órgãos acima é que o registro nos demais órgãos (Junta Comercial, Receita Federal e Secretaria de Estado da Fazenda) podem ser efetuados, o registro é através do sistema REGIN. Quanto ao valor gasto com a constituição da empresa atualmente o valor em média é de R$ 700,00 (setecentos reais) para empresas Limitadas- Ltda e R$ 450,00 (quatrocentos e cinqüenta reais) para empresa individual, dependendo do escritório contábil a ser contratado, pois o neste valor se encontram o valor das taxas dos órgãos competentes o que é igual independente do profissional, porém a parte de honorário contábil é que irá diferenciar de acordo com o profissional contratado. 9.3 Montante do Investimento Tabela 21 – Imobilizações. IMOBILIZAÇÕES Enxoval Móveis e Utensílios Máquinas e Equipamentos Equipamentos Hardware de Informática Software Imóvel ( Apenas a obra civil) TOTAL R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 3.006,50 83.335,66 43.462,11 11.275,00 3.560,00 223.534,67 368.173,94 Fonte: Equipe técnica, 2009 9.4 Tabela de Depreciação Os bens de uso estão sujeitos a valorizações e desvalorizações, devido aos seguintes fatores: uso, ação da natureza e obsolescência. De acordo com Salazar e Benedicto (2004): Depreciação é a recuperação do custo incorrido na aquisição de ativos tangíveis. O reconhecimento do custo como despesa ocorre somente após o uso ou consumo do bem, durante os períodos de sua vida útil, tomando-se por base os turnos de uso e as taxas anuais relacionadas a essa vida útil. É imprescindível que a empresa faça um levantamento do custo total de aquisição de maquinas e equipamentos, móveis, utensílios, automóveis, enxovais e etc., pois este 119 valor corresponde ao valor depreciável. A quota de depreciação a ser registrado na escrituração da pessoa jurídica como custo ou despesa operacional, será determinada com base nos prazos de vida útil e nas taxas de depreciação constantes dos anexos I e II de acordo com a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal – SRF nº 162 de 31.12.1998. A depreciação é contabilizada como custo ou despesa embora não aconteça o desembolso de caixa e deverá ser contabilizado de acordo com o princípio da competência. Tabela 22 – Tabela de depreciação. DEPRECIAÇÃO Bens Móveis e Utensílios Máquinas e Equipamentos Enxoval(incluso uniformes) Equipamentos de Informática (sem software) Obra Civil TOTAL Valor R$ R$ 83.335,66 43.462,11 Vida Útil Depreciação Anual Depreciação Mensal 10 Anos R$ 8.333,57 R$ 694,46 10 Anos R$ 4.346,21 R$ 362,18 R$ 3.006,50 18 meses R$ R$ 11.275,00 R$ 223.534,67 2.004,33 R$ 167,03 5 Anos R$ 2.255,00 R$ 187,92 25 Anos R$ R$ 8.941,39 R$ 25.880,50 R$ 745,12 2.156,71 Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.5 Apuração da Mão-de-obra Compreende aos gastos com o quadro de pessoal, deve ser observado as direitos trabalhistas de acordo com o Sindicato da Categoria e CLT, para assegurar o devido pagamento e os prazos corretos. 120 9.5.1 Mão-de-obra direta e indireta Tabela 23 – Apuração da mão-de-obra direta. FOLHA DE PAGAMENTO Área Produção Cargo Quantidade Salário Contratual Chef 1 R$ 1.600,00 Auxiliar 3 R$ 600,00 Stewart 2 R$ Sub-total 6 R$ Insalubridade Salário Base R$ 93,00 R$ 1.693,00 R$ 2.079,00 R$ 93,00 530,00 - 4.460,00 R$ 1.060,00 R$ 4.832,00 Tabela 28 – Apuração da mão-de-obra indireta. FOLHA DE PAGAMENTO Área Atendimento Cargo Caixa Garçons Quantidade Salário Contratual 1 R$ 650,00 3 R$ 530,00 Sub-total Total Folha Mensal TOTAL TOTAL R$ R$ Quebra Caixa Salário Base R$ 106,00 R$ 756,00 R$ 1.590,00 - 2.240,00 6.700,00 DESEMBOLSO ANUAL Médio Salários Normais Férias Normais 1/3 de Férias Décimo Terceiro Salário Feriados anuais (em média 8 dias) SUBTOTAL Encargos Sociais – 8% (simples) TOTAL TOTAL MENSAL 2.346,00 7.178,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 78.958,00 7.178,00 2.392,67 7.178,00 1.786,67 97.493,34 7.799,47 105.292,81 8.774,40 Os cálculos referentes à produtividade anual e mensal. DIAS PRODUTIVOS POR ANO Dias ( - ) Descanso Semanal ( - ) Férias ( - ) Faltas Abonadas (em média) TOTAL HORAS PRODUTIVAS POR ANO Dias Produtivos / Ano x 283 x HORAS PRODUTIVAS POR MÊS 365 48 30 4 283 dias Horas 7,3333 dia média TOTAL 2.075,32 horas 121 Horas Produtivas / Ano ÷ Meses 2.075,32 ÷ 12 CUSTO DA HORA PRODUTIVA MÉDIA Mês Desembolso Mensal ÷ Hora Produtiva mês R$ 8.774,40 ÷ 172,94 TOTAL 172,94 mês TOTAL R$ 50,74 VALOR DA HORA CONTRATUAL MÉDIA Total Folha Pagamento ÷ Hora mês cfe. CLT R$ 6.700,00 ÷ 220 TOTAL R$ 30,45 VARIAÇÃO PERCENTUAL [ǻ% = (CHP ÷ CHC) x 100 - 100] Custo Hora Produtiva ÷ Custo Hora Contratual R$ 50,74 ÷ R$ 30,45 TOTAL 66,63% Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.6 Despesas Operacionais Gastos mensais que tornam possível o funcionamento da empresa, compreendendo valores despendidos para pagar as contas de gás, água, telefone, energia elétrica, internet, salários e outras despesas. Tabela 24 – Gastos operacionais mensais. GASTOS OPERACIONAIS DESPESAS ADMINISTRATIVAS Salários e Encargos Sociais Pró-labore + INSS Energia Elétrica Telefone Água Gás Depreciação Internet Manutenção e reparos Vale Transporte (exceto 6% pago pelo funcionário). Alimentação funcionários Honorário do contador Material de expediente Material de limpeza IPTU(em média - valor anual ÷ 12) Seguro empresarial TOTAL DESPESA ADMINISTRATIVA DESPESAS COM VENDAS Publicidade R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 8.774,40 1.800,00 850,00 350,00 400,00 950,00 2.156,71 49,90 300,00 800,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 600,00 465,00 250,00 360,00 200,00 300,00 18.606,01 R$ 300,00 122 Aluguel máquina cartão de crédito e débito (Visa) Aluguel máquina cartão de crédito e débito (MasterCard) TOTAL DESPESA COM VENDAS DESPESAS FINANCEIRAS Manutenção de Conta Corrente Taxa de Cartão de Crédito (35% das vendas, taxa à 3,7%) Taxa de Cartão de Débito (30% das vendas, taxa à 2,5%) TOTAL DE DESPESAS FINANCEIRAS TOTAL DE DESPESAS OPERACIONAIS Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.7 Ponderação de Cardápios Ponderação de Cardápio Plano de Buffet 1 Tabela 25: Ponderação saladas e molhos frios Saladas e molho frio ( Gramatura Custo Kg 150 g) Custo Ponderado Mix de folhas verdes 0,01 g R$ 5,04 R$ 0,05 Molho de mostarda com 0,02 g R$ 2,38 R$ 0,04 mel Tomates e mozzarella 0,03 g R$ 5,31 R$ 0,15 Ratatoulli brasileira 0,015g R$ 1,34 R$ 0,2 Brócolis com redução 0,03 g R$7,26 R$ 0,21 R$5,14 R$ 0,05 R$ 1,16 R$ 0,02 R$ 3,11 R$ 0,04 de vinho branco Cebola recheada à moda 0,01 g Barletta (recheio de ovos com queijo) Salada de couve-flor 0,02 g Mix de verduras cruas. 0,015 g (cenoura, beterraba, pepino e acelga) TOTAL Fonte: Equipe técnica, 2009 150g R$ 0,76 R$ R$ R$ 75,00 85,00 460,00 R$ R$ R$ R$ R$ 20,00 782,24 453,03 1.255,27 20.321,28 123 Tabela 9.7.2: Ponderação carnes Carnes ( 300 g) Gramatura Custo Kg Custo Ponderado Bife a role recheado 0,15 g R$ 17,63 R$ 2,64 R$ 7,23 R$ 0,36 R$ 10,43 R$ 1,04 com cenoura, bacon e cebola Entrevero 0,05 g Supreme de frango 0,1 g recheado com linguiça campeira e queijo colonial TOTAL R$ 4,04 150g Fonte: Equipe técnica 2009 Tabela 26: Ponderação Guarnições Guarnições (400 g) Gramatura Custo Kg Custo Ponderado Arroz Branco 0,05 g R$ 1,07 R$ 0,05 Arroz com brócolis 0,03 g R$ 1,80 R$ 0,05 Feijão vermelho 0,08g R$ 3,02 R$ 0,24 Quiche cogumelo paris 0,03g R$ 5,37 R$ 0,16 R$ 2,83 R$ 0,08 molho 0,08 g R$ 3,11 R$ 0,22 Farofa de pinhão 0,02 g R$ 3,64 R$ 0,07 Batata sauté 0,04 g R$ 1,70 R$ 0,06 Polenta cremosa 0,04 g R$ 1,45 R$ 0,04 TOTAL 150g com lingüiça campeira Mix de molho legumes ao 0,03 g branco e gratinados gnhoque ao bolonhesa Fonte: Equipe técnica, 2009 R$ 0,97 124 Tabela 27: Ponderação sobremesas Sobremesa ( 150 g) Gramatura Custo Kg Custo Ponderado Mousse de maracujá Flan de frutas 0,075 g R$ 3,10 R$ 0,23 de 0,075 g R$ 3,86 R$ 0,28 morango. TOTAL R$ 0,55 150g Fonte: Equipe técnica, 2009 Tabela 28: Resumo da ponderação Item Gramatura Custo Ponderado Salada e molho frio 150 g R$ 0,76 Carnes 300 g R$ 4,04 Guarnições 400 g R$ 0,97 Sobremesas 150 g R$ 0,55 TOTAL 1 kg R$ 6,33 Fonte: Equipe técnica, 2009 Plano do Buffet 2 Tabela 29: Ponderação saladas e molhos frios Saladas e molho frio Gramatura Custo Kg ( 150 g) Custo Ponderado Mix de folhas verdes 0,01 g R$ 5,04 R$ 0,05 Molho golf 0,02 g R$ 7,31 R$ 0,14 Abobrinhas e berinjelas 0,03 g R$ 2,86 R$ 0,08 0,015g R$ 0,58 R$ 0,01 Salada de feijão branco 0,03 g R$ 3,57 R$ 0,10 no manjericão Cozido de pimentões 125 com brócolis Rolinhos de berinjela 0,01 g R$ 8,63 R$ 0,08 R$ 3,81 R$ 0,07 R$ 3,59 R$ 0,05 recheados com queijo colonial e tomate seco Maionese de maça Flan de 0,02 g abóbora 0,015 g moranga TOTAL 150g R$ 0,58 Fonte: equipe técnica, 2009 Tabela 30: Ponderação carnes Carnes ( 300 g) Gramatura Custo Kg Custo Ponderado Sobre- coxa recheada 0,15 g R$ 7,11 R$ 1,06 com duxelles de pinhão e salsinha Entrevero 0,05 g R$ 7,23 R$ 0,36 Ragu de carneiro 0,1 g R$ 15,62 R$ 1,56 TOTAL 150g R$ 2,98 Fonte: Equipe técnica, 2009 Tabela 31: Ponderação guarnições Guarnições (400 g) Gramatura Custo Kg Custo Ponderado Arroz Branco 0,05 g R$ 1,07 R$ 0,05 Arroz com maça 0,03 g R$ 1,69 R$ 0,05 Feijão preto 0,08g R$ 2,66 R$ 0,21 de 0,03g R$ 6,79 R$ 0,20 Bolinho de arroz com 0,03 g R$ 9,26 R$ 0,27 Escondidinho charque queijo colonial 126 Lasanha de pinhão ao 0,08 g R$ 11,78 R$ 0,94 Farofa de pilão com ovo 0,02 g R$ 3,83 R$ 0,07 Chuchu R$ 2,10 R$ 0,08 R$ 2,46 R$ 0,09 molho branco ao molho bechamel com bacon Gratinado 0,04 g (molho branco) Creme de milho 0,04 g TOTAL 150g R$ 1,96 Fonte: Equipe técnica, 2009 Tabela 32: Ponderação sobremesas Sobremesa ( 150 g) Gramatura Custo Kg Custo Ponderado Pudim de chocolate 0,075 g R$ 5,76 R$ 0,43 Mix de frutas da estação 0,075 g R$ 3,83 R$ 0,28 com creme inglês TOTAL R$ 0,71 150g Fonte: Equipe técnica, 2009 Tabela 33: Resumo da ponderação- plano de Buffet Item Gramatura Custo Ponderado Salada e molho frio 150 g R$ 0,58 Carnes 300 g R$ 2,98 Guarnições 400 g R$ 1,96 Sobremesas 150 g R$ 0,71 TOTAL 1 kg R$ 4,43 Fonte: Equipe técnica 2009 Custo médio do Buffet por pax: 1º Plano = R$ 6,33 2º Plano = R$ 4,43 127 Total= R$ 10,76 Média= R$ 5,38 Preço de venda médio do Buffet por pax = R$ 18,00 Tabela 34: Ponderação Refrigerantes Percentual REFRIGERANTES Custo de Venda Preço Venda de Custo Ponderado Preço de Venda Ponderado Coca-Cola Lata 45% R$ 0,89 R$ 2,50 R$ 0,400 R$ 1,1250 Coca-Cola Lata Zero 12% R$ 0,89 R$ 2,50 R$ 0,100 R$ 0,30 Guaraná Lata 22% R$ 0,89 R$ 2,50 R$ 0,195 R$ 0,55 Guaraná Lata Zero 5% R$ 0,89 R$ 2,50 R$ 0,044 R$ 0,125 Sprite Lata 10% R$ 0,89 R$ 2,50 R$ 0,089 R$ 0,25 Sprite Lata Zero 6% R$ 0,89 R$ 2,50 R$ 0,053 R$ 0,15 Custo Preço de Custo Preço Venda Venda Fonte: Equipe Técnica, 2009 Tabela 35: Ponderação Água e Suco ÁGUAS E SUCOS Percentual de Venda Ponderado de Ponderado Água 500ml sem gás 30% R$ 0,70 R$ 1,25 R$ 0,210 R$ 0,937 Água 500ml com gás 10% R$ 0,70 R$ 1,50 R$ 0,007 R$ 0,375 ÁGUAS E SUCOS Custo Preço de Custo Preço Venda Venda Percentual de Venda Ponderado de Ponderado Água 500ml sem gás 30% R$ 0,70 R$ 1,25 R$ 0,210 R$ 0,937 Água 500ml com gás 10% R$ 0,70 R$ 1,50 R$ 0,007 R$ 0,375 Fonte: Equipe Técnica, 2009 128 Tabela 36: Ponderação bebidas/cervejas CERVEJA Percentual Custo Preço de Venda Venda de Custo Preço Ponderado de Venda Ponderado Skol 30% R$ 1,25 R$ 3,00 R$ 0,37 R$ 0,90 Brahma 20% R$ 1,25 R$ 3,00 R$ 0,25 R$ 0,60 Antártica 50% R$ 1,25 R$ 3,00 R$ 0,62 R$ 1,50 TOTAL 100% R$ 1,25 R$ 3,00 Fonte: Equipe Técnica, 2009 Tabela 37: Ponderação bebidas BEBIDAS Percentual Custo de Venda Preço de Total do Total do Venda Custo Preço de Ponderado Ponderado Venda Ponderado Cerveja 30% R$1,25 3,00 0,37 R$ 0,90 Refrigerantes 40% R$0,88 2,50 0,35 R$ 1,00 Água e Sucos 30% R$0,69 3,11 0,20 R$ 0,20 TOTAL 100% 0, 92 R$ 2,10 Fonte: Equipe Técnica, 2009. Custo médio da bebida por pax 1,5 x custo médio da bebida= 1,5 x R$0,92= R$1,38 Preço de venda médio da bebida por pax 1,5 x preço de venda médio da bebida= 1,5 x R$2,1= R$3,15 Custo médio por pax CP= 1 buffet + 1,5 x custo da bebida= R$5,38 + R$1,38= R$6,76 Preço de venda médio por pax PV =1 buffet + 1,5 x preço de venda da bebida = R$18 + R$3,15 = R$21,15 129 Tabela 38 Projeção do Faturamento e custo da mercadoria vendida (CMV) semanal e mensal Dias da Semana Nº Pax Custo do Preço Produto de Custo da Receita Venda Mercadoria Operacional Ponderado Vendida Bruta Segunda-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1,776,60 Terça-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1.776,60 Quarta-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1.776,60 Quinta-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1.776,60 Sexta-feira 126 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 851,76 R$ 2.664.90 Sábado 126 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 851,76 R$ 2.664,90 Domingo 126 R$ 6,76 R$ R$ 871,76 R$ 2.664,90 TOTAL SEMANAL R$4.826,64 R$ 15.101,10 TOTAL MENSAL R$19.306,56 R$ 60.404,40 Buffet + Bebida Custo 21,15 da Receita Mercadoria Operacional Bruta Vendida TOTAL SEMANAL R$ 4.826,64 R$ 15.101,10 TOTAL MENSAL R$ 19.306,56 R$ 60.404,40 Fonte: Equipe Técnica, 2009. Os custos foram baseados nas fichas técnicas e o preço de venda foi baseado no mercado. 9.8 Projeção do Faturamento e custo da mercadoria vendida (CMV) semanal e mensal Tabela 38 Projeção do Faturamento e custo da mercadoria vendida (CMV) semanal e mensal Dias da Semana Nº Pax Custo Produto Segunda-feira 84 R$ 6,76 do Preço de Custo da Receita Venda Mercadoria Operacional Ponderado Vendida Bruta R$ R$ 567,84 R$ 1,776,60 21,15 130 Terça-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1.776,60 Quarta-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1.776,60 Quinta-feira 84 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 567,84 R$ 1.776,60 Sexta-feira 126 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 851,76 R$ 2.664.90 Sábado 126 R$ 6,76 R$ 21,15 R$ 851,76 R$ 2.664,90 Domingo 126 R$ 6,76 R$ R$ 871,76 R$ 2.664,90 TOTAL SEMANAL R$4.826,64 R$ 15.101,10 TOTAL MENSAL R$19.306,56 R$ 60.404,40 Buffet + Bebida Custo 21,15 da Receita Mercadoria Operacional Bruta Vendida TOTAL SEMANAL R$ 4.826,64 R$ 15.101,10 TOTAL MENSAL R$ 19.306,56 R$ 60.404,40 Fonte: Equipe Técnica, 2009. Os custos foram baseados nas fichas técnicas e o preço de venda foi baseado no mercado. 9.9 Projeção dos Tributos do Simples Nacional Atualmente o sistema de tributação pelo Simples Nacional compreende a um regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, instituído pela Lei Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006. (Receita Federal, 2009) Para enquadramento, a empresa deve ter faturamento anual até dois milhões e quatrocentos mil reais, o ramo de atuação e também a participação cotista dos sócios. Segue a tabela vigente para o ramo de restauração conforme a Receita Federal. Tabela 39 – Receita Bruta Total Receita Bruta Total em 12 meses Até R$ 120.000,00 Alíquota IRPJ 4,00% 0,00% CS LL 0,21 COF INS 0,74 Pis/Pa sep 0,00% INS S 1,80 ICM S 1,25 131 De R$ 120.000,01 a R$ 240.000,00 De R$ 240.000,01 a R$ 360.000,00 De R$ 360.000,01 a R$ 480.000,00 De R$ 480.000,01 a R$ 600.000,00 De R$ 600.000,01 a R$ 720.000,00 De R$ 720.000,01 a R$ 840.000,00 De R$ 840.000,01 a R$ 960.000,00 De R$ 960.000,01 a R$ 1.080.000,00 De R$ 1.080.000,01 a R$ 1.200.000,00 De R$ 1.200.000,01 a R$ 1.320.000,00 De R$ 1.320.000,01 a R$ 1.440.000,00 De R$ 1.440.000,01 a R$ 1.560.000,00 De R$ 1.560.000,01 a R$ 1.680.000,00 De R$ 1.680.000,01 a R$ 1.800.000,00 De R$ 1.800.000,01 a R$ 1.920.000,00 De R$ 1.920.000,01 a R$ 2.040.000,00 De R$ 2.040.000,01 a R$ 2.160.000,00 De R$ 2.160.000,01 a R$ 2.280.000,00 De R$ 2.280.000,01 a R$ 2.400,000,00 5,47% 0,00% 6,84% 0,31% 7,54% 0,35% 7,60% 0,35% 8,28% 0,38% 8,36% 0,39% 8,45% 0,39% 9,03% 0,42% 9,12% 0,43% 9,95% 0,46% 10,04% 0,46% 10,13% 0,47% 10,23% 0,47% 10,32% 0,48% 11,23% 0,52% 11,32% 0,52% 11,42% 0,53% 11,51% 0,53% 11,61% 0,54% % 0,36 % 0,31 % 0,35 % 0,35 % 0,38 % 0,39 % 0,39 % 0,42 % 0,43 % 0,46 % 0,46 % 0,47 % 0,47 % 0,48 % 0,52 % 0,52 % 0,53 % 0,53 % 0,54 % Quadro 01 – Base de cálculo para projeção do simples nacional. Fonte: Receita Federal, 2009. Tabela 40 – Projeção do simples do primeiro ano % 1,08 % 0,95 % 1,04 % 1,05 % 1,15 % 1,16 % 1,17 % 1,25 % 1,26 % 1,38 % 1,39 % 1,40 % 1,42 % 1,43 % 1,56 % 1,57 % 1,58 % 1,60 % 1,60 % 0,00% 0,23% 0,25% 0,25% 0,27% 0,28% 0,28% 0,30% 0,30% 0,33% 0,33% 0,33% 0,34% 0,34% 0,37% 0,37% 0,38% 0,38% 0,38% % 2,17 % 2,71 % 2,99 % 3,02 % 3,28 % 3,30 % 3,35 % 3,57 % 3,60 % 3,94 % 3,99 % 4,01 % 4,05 % 4,08 % 4,44 % 4,49 % 4,52 % 4,56 % 4,60 % % 1,86 % 2,33 % 2,56 % 2,58 % 2,82 % 2,84 % 2,87 % 3,07 % 3,10 % 3,38 % 3,41 % 3,45 % 3,48 % 3,51 % 3,82 % 3,85 % 3,88 % 3,91 % 3,95 % 132 SIMPLES NACIONAL (1º ANO) Mês Receita JAN 60.404,40 60.404,40 FEV MAR ABR MAI JUN JUL 60.404,40 60.404,40 60.404,40 60.404,40 60.404,40 Acumulado IRPJ CSLL PIS INSS ICMS TOTAL 60.404,40 0,00 COFINS 126,85 446,99 120.808,80 0,00 217,46 652,37 0,00 181.213,20 0,00 217,46 652,37 0,00 241.617,60 187,25 187,25 573,84 302.022,00 187,25 187,25 573,84 362.426,40 211,42 211,42 628,21 422.830,80 211,42 211,42 628,21 483.235,20 211,42 211,42 634,25 151,0 1 1.824,21 1.558,4 3 4.590,74 543.639,60 211,42 211,42 634,25 151,0 1 1.824,21 1.558,4 3 4.590,74 0,00 138,9 3 138,9 3 151,0 1 151,0 1 1.087,28 755.06 1.123,5 1.310,78 2 1.123,5 1.310,78 2 1.407,4 1.636,96 2 1.407,4 1.636,96 2 1.546,3 1.806,09 5 1.546,3 1.806,09 5 2.416,18 3.304,13 3.304,13 4.131,65 4.131,65 4.554,50 4.554,50 60.404,40 AGO 60.404,40 SET 163,0 9 163,0 60.404,40 NOV 664.448,40 229,54 229,54 694,65 9 169,1 60.404,40 DEZ 724.852,80 235,58 235,58 700,69 3 1.377, TOTAL 1.914,84 2.476,61 7.514,32 21 Fonte: Equipe técnica, 2009. OUT 60.404,40 9.10 604.044,00 229,54 229,54 694,65 1.703,4 5.001,48 0 1.703,4 1.981,26 5.001,48 0 1.715,4 1.993,35 5.049,81 8 17.148, 20.199,23 50.630,99 78 1.981,26 Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE Tabela 41 – Projeção DRE para o primeiro ano. DRE SIMPLES NACIONAL (1º Ano) Receita Operacional Bruta R$ IRPJ R$ CSLL R$ COFINS R$ PIS R$ INSS R$ ICMS R$ 724.852,80 1.914,84 2.476,61 7.514,32 1.377,21 20.199,23 17.148,78 100,00% 0,26% 0,34% 1,04% 0,19% 2,79% 2,37% 133 ( = )Receita Líquida ( - ) CMV ( = ) Lucro Bruto Despesas Administrativas Despesas com Vendas Despesas Financeiras Lucro Líquido R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 674.221,81 231.678,72 442.543,09 223.272,12 5.520,00 15.063,24 198.687,73 93,01% 31,96% 61,05% 30,80% 0,76% 2,08% 27,41% Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.11 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é um demonstrativo da saúde financeira de uma entidade contábil, fornece uma visão precisa da sua situação financeira do exercício e exercícios futuros. O Balanço Patrimonial deve seguir um padrão, e uma ordem, sempre com o item com maior grau de liquidez sobre um de menor grau de liquidez. Ele é composto pelo ativo, passivo e patrimônio líquido. Como ativo em curto prazo, existem bens e direitos que ocorrem dentro do exercício, em longo prazo quando são para os próximos anos e por fim o ativo não circulante que compreende bens permanentes, como o imobilizado, investimento e intangíveis e seu patrimônio líquido. Como passivo, tem as obrigações em curto prazo - passivo circulante, e longo prazo. No patrimônio líquido entram capital social, reserva e lucros ou prejuízos acumulados. O patrimônio líquido é somado ao passivo e então se tem a equação de renda, onde todo o dinheiro investido teve entrada. Para a elaboração deste Balanço Patrimonial foi realizada a projeção de um ano de funcionamento da empresa, com base nos valores orçados de receita, custo, despesas, imobilizados. Para o referido cálculo foi considerado que o investidor possui o capital próprio para investir na empresa sem recorrer a recursos de terceiros, pois logo o investidor aumentaria suas despesas financeiras com o pagamento de juros e o montante do capital. 134 Tabela 42 – Projeção do Balanço Patrimonial para primeiro ano . BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Caixa R$ 5.210,90 Banco R$ 53.000,00 Aplicações R$ Contas a Receber R$ 18.121,32 Estoque R$ 5.000,00 Total Ativo Circulante 200.000,00 R$ 281.332,22 Fornecedores R$ 11.678,72 Salário + Encargos R$ 8.774,40 Pró-labore R$ 1.800,00 Honorários R$ 465,00 Impostos a Pagar R$ 5.049,81 Total Passivo R$ 27.767,93 Capital Social R$ 400.000,00 Lucro do Exercício R$ 198.687,73 Total do PL R$ 598.687,73 R$ 626.455,66 ATIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO Móveis e Utensílios R$ 83.335,66 Depreciação Acumulada R$ (8.333,57) Máquinas e Equipamentos R$ 43.462,11 Depreciação Acumulada R$ (4.346,21) R$ 14.835,00 Depreciação Acumulada R$ (2.255,00) Enxoval R$ 3.006,50 Depreciação Acumulada R$ (2.004,33) Imóvel(obra Civil) R$ 223.534,67 Depreciação Acumulada R$ (8.941,39) Total Ativo Imobilizado R$ 342.293,44 Marcas e Patentes R$ 930,00 Despesas Pré-Operacionais R$ 1.900,00 Total Intangível R$ 2.830,00 Total Ativo não Circulante R$ 345.123,44 TOTAL DO ATIVO R$ 626.455,66 Equipamentos de Informática Patrimônio Líquido INTANGÍVEL TOTAL DO PASSIVO + PL SIMULAÇÃO DO RAZONETE CAIXA ENTRADAS SAÍDAS Capital Social R$ 400.000,00 Despesa pré Receita á vista anual R$ 706.731,48 Imobilizado Depreciação*****R$ 25.880,50 Despesas ano R$ R$ R$ 7.830,00 368.173,94 232.815,96 135 R$ - Impostos R$ - CMV Total de Entradas R$ 1.132.611,98 R$ 45.581,18 R$ 220.000,00 Total de Saídas R$ 874.401,08 * A depreciação não existe o desembolso de caixa, logo como esta contabilizada no montante de despesas, logo adiciona este valor ao caixa. Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.12 Margem de Contribuição A margem de contribuição é o valor do preço de venda retirando o custo variável, ou seja, a sobra que contribui para cobrir os custos fixos e impostos e resultar no lucro desejado pela empresa. Quanto maior a margem de contribuição, maior poderá ser o lucro que o produto proporcionara para empresa. Tabela 43 – Margem de contribuição por pax. Média da Margem de Contribuição por pax. MC = Preço de Venda – Custo variável MC por pax = R$ 21,15 – R$ 6,76 = R$ 14,39 MC Mensal Total = R$ 60.404,40 – R$ 19.306,56 = R$ 41.097,84 MC Anual Total = R$ 493.174,08 Fonte: Equipe técnica, 2009. Tabela 44 – Margem de contribuição. Margem de Contribuição Anual Total – 1º Ano Receita R$ 724.852,80 (-) Custos Variáveis R$ (231.678,72) 31,96% (=) Margem de Contribuição R$ 493.174,08 68,04% Fonte: Equipe técnica, 2009. 100,00% 136 9.13 Ponto de Equilíbrio O ponto de equilíbrio é o cálculo do ponto em que as receitas cobrem apenas os custos fixos e variáveis até este momento acima destas quantidades ou valores a empresa começa a ter lucro. Nas projeções foram calculados o ponto de equilíbrio considerando o valor dos custos fixos mensais e faturamento médio. Com base nas projeções realizadas o ponto de equilíbrio é quando a empresa atingir um faturamento de R$ 29.846,88 (vinte e nove mil oitocentos e quarenta e seis rais e oitenta e oito centavos) o que representa 49,41% das vendas projetadas. Tabela 45 – Ponto de equilíbrio. Ponto de Equilibrio por pax/unidade PE unit.. 20.321,28 .= 1.412 pax 21,15 – 6,76 Ponto de Equilíbrio em valores para cobrir todos os custos fixos e variáveis até o ponto da venda. Ponto de Equilíbrio em valores descontando o valor da Pe$ = = R$ 29.846,88 Pe$ = = R$ 26.697,75 depreciação Ponto de Equílibrio em % considerando as vendas atuais projetadas. Pe% = = 49,41% Quanto maior o volume de venda, menor será a % do ponto de equilíbrio. Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.14 – Margem de Segurança È a porcentagem que a empresa apresenta acima do ponto de equilíbrio. Com base nas projeções realizadas a empresa com um faturamento mensal de R$ 60.404,40 (sessenta mil quatrocentos e quatro reais e quarenta centavos), sendo o seu ponto de equilíbrio de 137 R$ 29.846,88 (vinte e nove mil oitocentos e quarenta e seis reais e oitenta e oito) resultando uma margem de 50,59% para cobrir os custos variáveis, pagar os impostos e gerar o lucro desejado. Tabela 46 – Margem de segurança. Margem de Segurança Mensal – 1º Ano x100 = 50,59% MS T = Total Fonte: Equipe técnica, 2009. 9.15 – Taxa de Retorno do Investimento Tabela 47 – Retorno do Investimento Projeções de Retorno Investimento – 1º Ano Conta Fórmula Margem de ML = = TIR= x 100= = = 27,41% a.a Lucro Retorno Investimento = x 100= 31,72% a.a = 3,1 anos Ativo Retorno Investimento Ativo = TIR= x 100= 35,85% a.a = 2,8 anos + Depreciação Retorno Investimento TIR= x 100= = x 100= 33,19% a.a = 3,0 anos PL Retorno = Investimento PL TIR= + Depreciação Fonte: Equipe técnica, 2009. anos x 100= 37,51% a.a = 2,6 138 10 RELATÓRIO DE VIABILIDADE Segundo a ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, hoje o setor de alimentação fora do lar (incluindo bares, restaurantes e lanchonetes) representa 2,4% do PIB brasileiro. Além disto, o hábito da alimentação fora de casa é cada vez mais crescente e já corresponde a 26% dos gastos dos brasileiros com alimentos. No contexto atual, onde a concorrência é cada vez mais forte entre as empresas, a definição de um planejamento econômico e financeiro reflete uma necessidade constante para a sobrevivência e estabilidade no mercado. Atuar em um mercado cada vez mais exigente faz com que as empresas gerenciem melhor os recursos e a avaliem o impacto de seus negócios na sociedade, por isso, avaliações e análises devem ser críticas e assertivas, levando em consideração os efeitos da dinâmica operacional das empresas sobre o seu desenvolvimento econômico. Sem dúvida, a análise das demonstrações contábeis por meio de indicadores é de extrema importância. Segundo Matarazzo (2003, p. 15) “a Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões”, facilitando assim a análise financeira e econômica de um projeto a ser implantado ou não. Para a implantação da empresa notou-se a necessidade de um Capital Social de R$ 400.000,00 (Quatrocentos mil reais), sendo que foi considerado este valor como capital próprio dos sócios, não considerando despesas com juros em caso de financiamento. Caso os investidores busquem captar este montante existe atualmente dentro do Plano Nacional de Turismo (PNT – 2007/2010) a política nacional de fomento aos projetos turísticos da iniciativa privada, que é executada pelo Ministério do Turismo em parceria com as instituições financeiras federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e entre outros), que são as responsáveis pela execução dos programas oficiais de financiamento para o setor. Na região Sul, os recursos que servem de lastro para as linhas de crédito do turismo são provenientes, basicamente, de fundos e programas oficiais, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo Geral do Turismo (Fungetur) e o BNDES. 139 Para empréstimos de valor até R$ 400 mil, as pequenas empresas têm à disposição a linha Proger – Turismo Investimento, que oferece apoio para investimento e capital de giro associado, em projetos de implantação, ampliação ou reforma de empreendimentos turísticos. Os financiamentos da linha Proger podem ser realizados tanto na Caixa Econômica Federal, quanto no Banco do Brasil. Já para investimentos superiores, existem as linhas do Fungetur e do BNDES, que permitem financiar todos os bens e serviços necessários aos empreendimentos, oferecendo apoio para investimento fixo e capital de giro associado. É importante destacar que as linhas oficiais de crédito dispõem de condições operacionais favorecidas, em termos de limite operacional, custo financeiro e prazo de pagamento. Sendo assim, cabe ao investidor determinar qual o montante que deseja financiar, para então definir a linha de crédito mais adequada para sua situação. O planejamento econômico e financeiro da implantação do projeto realizou uma projeção de 12 meses, onde a empresa obteve as informações necessárias para a análise da viabilidade da Restaurante Self-Service. Após as projeções para o primeiro ano de receitas, custos e despesas, pagando todos os impostos a empresa atinge um lucro anual de R$ 198.687,73 (cento e noventa e oito mil seiscentos e oitenta e sete reais e setenta e três centavos) o que representa uma margem de lucratividade de 27,41% do faturamento da empresa. Como resultado do investimento dos proprietários o prazo médio de retorno do investimento ocorrera em um período médio de 3 anos, o que foi constatado nos cálculos considerando o lucro sem a depreciação e com a depreciação. Na primeira análise calculou o tempo sem a depreciação já que consta como despesa embora não ocorra o desembolso de caixa, na segunda opção foi adicionado ao valor do o lucro o valor equivalente a depreciação, uma vez que este valor se encontra nas disponibilidades da empresa. Porém quando se analisa o tempo de retorno com o lucro sem a depreciação é pertinente ressaltar que dificilmente uma empresa no inicio de sua atividade ira remunerar 100% do seu lucro os investidores, pois sempre é realizado investimentos na própria empresa. 140 A análise do retorno do investimento total demonstrou um prazo médio de 3 anos, configurando um investimento viável e com prazo seguro de retorno, conforme as instabilidades e investimentos do mercado. Na visão do SEBRAE, o negócio é viável se o retorno obtido pelo capital investido for maior do que as outras opções de investimentos que os sócios tiverem, como poupança e imóveis. Desta forma, estabelece-se uma comparação com outros tipos de investimento como poupanças em Bancos Estatais e particulares, com renda média de 6,5% ao ano e que corresponde a um retorno em 15,3 anos e o seguro rendimento, um novo produto de poupança que possibilita uma remuneração sem limite máximo e que pretende proporcionar não menos que 100% do capital investido após oito anos. Portanto, a implantação do projeto é plenamente viável se comparado a outros investimentos, pois é um investimento economicamente rentável com viabilidade para implantação e que muita satisfação e prazer trarão aos seus proprietários e freqüentadores, além da população local já que a implantação da empresa trará benefícios sociais, como a geração de emprego, pagamento de impostos com arrecadação para o município, além de uma opção para o público em geral, principalmente para os apreciadores de uma boa gastronomia. 141 LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS APÊNDICE A - Cardápio do Restaurante Self Service APÊNDICE B - Carta de Bebidas APÊNDICE C - Modelo de Ficha Técnica e Espelho de Custos APÊNDICE D - Projeto Arquitetônico ANEXO A - Lista dos Principais Fornecedores de Alimentos da Localidade ANEXO B - Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009 – SINTRATUHL 142 APÊNDICE A Cardápio do Restaurante Self Service Arroz Branco Arroz Branco Feijão preto Lentinha cenoura) a Entrevero cebola peru, azeitona, Entrevero salsinha pinhão e Entrevero de fazenda da Entrevero Entrevero finas Entrevero perfume de ervas cogumelo paris moda com a com recheada ao Truta campeira Lingüiça Porpeta com queijo Bolinho de arroz Torresminho Feijoada manteiga coxa Lombo de porco Truta grelhada Batata frita Feijão preto gratinar) Feijão Vermelho com (arroz com peito de carreteiro ao de Arroz com couve Arroz Branco Sábado role Sobre- charque cenoura, bacon e duxelles recheado Bife lingüiça campeira paris com Arroz Branco Sexta-feira forno Arroz ervilha, milho e tomate queijo para presunto, (arroz de Arroz Branco Quinta-feira Arroz primavera Arroz Arroz Branco Quarta-feira Quiche cogumelo Escondidinho de Feijão preto Feijão vermelho Arroz com brócolis Arroz com maça Terça-feira Segunda-feira PRATOS QUENTES 143 com carneiro de Truta da serra branco colonial e com Polenta cremosa Batata sauté Farofa de pinhão bolonhesa salteados de de Penne caseiro ao Fettuccini queijo charque de Mix acebolado Contra Creme de milho Lasanha gratinado Aipim frito berinjela Melanzane Chuchu flor glaceada com cebola queijo cabotian e Batata gratãn cozida gratinados brócolis cereja Couve com alho Purê de abobora Polenta frita com Aipim de confit – Tomate e couve manteiga com banana molho madeira com ovo ao molho sugo ao Farofa de pinhão Farofa de pinhão Farofa de pinhão queijos Truta assado caseiro Espaguete caseiro Fettuccinni legumes Batata frita ao forno filé Costelinha suína Pernil de porco Farofa de pinhão Paçoca de pilão branco e bacon pinhão ao molho molho de quatro ao pesto Gnhoque ao molho Lasanha gratinados molho Mix de legumes ao Bolinho de arroz Bolinho e queijo colonial linguiça campeira recheado Supreme de frango Ragu 144 berinjelas mozzarella verdes folhas Mix de mel maracujá tomates) pimentões manjericão) salsa e alecrim) à Verduras salsa manjericão, de Ervilhas queijo pimentões, maça Allá Abobrinha e colonial, farinha de rosca, berinjela, de sardo cenoura ao batata, Maionese e de com pepino e repolho (recheio modo folhas de Terrina de tomate, com tomate, cebola, de defumada truta recheados recheada Tomates de de Molho tártaro verdes folhas Mix e tomate e cebola de batata, berinjela, abobrinha no Ciambrotta (salada Refogado cebola finas à lacuna com (cozido de Molho cremoso de Vinagrete verdes de Prato de ervas Cebola com Salada de feijão Charutinho pimentões brasileira Brócolis Cozido Ratatoulli manjericão e Abobrinha e Abobrinhas Tomates no vinagre campanha verdes com mel verdes folhas Mix de folhas Mix de folhas Mix Molho de Molho de mostarda Molho golf verdes Mix SALADAS 145 brócolis Barletta berinjela defumada ao e tomate e cebola pimentões, ao forno) de Cenouras beterraba tinto de defumada truta com Tomate recheado em tomate, pepino e espinafre de Fritada de batatas com ervas redução de vinho com acelga) (salada batata, berinjela, finas (cenoura, moranga turca Maionese massa oriental empanadas de Salpicão de truta Cenoura e vagem Carpaccio beterraba, pepino e cruas. pimentão tomate com Friggione (cebola, caponata vermelha) pimenta chicória, acelga, e branco) maça grelhadas (salada de batata, escabeche tomate seco Mix de verduras Flan de abóbora Salada flor flor batatas ao forno com Couve frescas com bacon) com Fiorentina (ervilhas marchigiana vinagre de vinho com bacon de Espinafre charque com repolho queijo colonial e Salada de couve- Maionese com queijo) (recheio de ovos recheados moda Cebola recheada à Rolinhos branco redução de vinho branco 146 doce com maça chocolate de Crepe de arroz Mousse creme uva ... Ex. morango, pêra, estação com merengue morangos com chocolate creme inglês estação base d com de mel. massa de mel de Frutas em calda Torta de pêra com ovos) açúcar, farinha e com similar ao pudim (sobremesa de Sagu de vinho com Caçarola italiana Torta alemã Flan de frutas da Mix de gelatina Mix de frutas da Strogonofe maracujá Mousse SOBREMESAS 147 148 APÊNDICE B Carta de Bebidas 149 Cerveja long neck Água Mineral Refrigerante lata Sucos Café Irish coffee Chá de maçã Drinks Gin fizz Tequila sunrise Acapulco Piña colada Cuba libre Champagne coktail Dry martini Bloody mary Margarita Alexander Manhattan Caipirinha Drinks sem Álcool Piña colada Honney moon 150 APÊNDICE C Modelo de Ficha Técnica e Espelho de Custos 151 APÊNDICE D Projeto Arquitetônico 152 ANEXO A Lista dos Principais Fornecedores de Alimentos da Localidade 153 SÃO JOAQUIM - Sanfuji CNPJ: NI Contato: Yuko Kato Fone: (49) 3233 3161 - Apiários Real CNPJ: 82.846.999/0001-59 Contato: Jaqueline Cechinel Fone: (49) 3233 1433 - FrutiSerra Ind. e Comércio de Alimentos Ltda. CNPJ: 05.213.650/0001-39 Contato: Maria Tereza Fone: (49) 3233 0104 - Exponeve CNPJ: 00.267.312/0001-66 Contato: Edson Coral Hugen Fone: (49) 3233 2923 - Cruzeiro Café CNPJ: NI Contato: Terezinha e Donizete Fone: (49) 91233710 URUBICI - Frutícola Catarinense CNPJ: NI Contato: Oliverio Fone: (49) 3278 4003 154 - Sabores da Roça - Acolhida na Colônia CNPJ: 04.139.180/0001-48 Contato: Sirlene Aparecida de Oliveira Fone: (49) 3278 2078 - RAMAL 21 BOM RETIRO - Empório Serrano CNPJ: 05.943.447/0001-18 Contato: Tania Roberta Capistrano Nunes Fone: (49) 9973 0045 - Casa do Frescal CNPJ: 05.783.868/0001-29 Contato: Jaqueline Elizabete Massushetti Fone: (49) 99273174 BOM JARDIM DA SERRA - Paradouro da Montanha CNPJ: NI Contato: Sandra Padilha Fone: (49) 91421187 e (49) 91421185 - Confeitaria Schoco Haus CNPJ: NI Contato: Sandra Fone: (49) 3232 0322 155 ANEXO B Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009 – SINTRATUHL 156 157 158 159 160 161 162 163