guanandi - Instituto Brasileiro de Florestas
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GUANANDI Família: CLUSIACEAE (GUTTIFERAE) Nome científico:Calophyllum brasiliensis Cambess. Sinonímia Botânica: Calophyllum antillanum Brit. Standl.; Calophyllum ellipticum Rusby; Calophyllum rekoi Standl. Etimologia: Calophyllum, folha bonita; brasiliense, do Brasil. O nome comum Guanandi é proveniente da língua tupi gwanã'di, significando o que é grudento. Nomes usuais no Brasil: Guanandi, bálsamo-jacareúba; beleza e landinho (MS); cedro-mangue, cedro-do-pântano (MS e MG), guanandi-amarelo (ES), guanandi-carvalho e guanandi-poca (SC); guanandi-cedro, guanandi-piolho (SC e SP); guanandi-jaca; guanandi-landim, jacaríuba, olandi-carvalho (RJ), guanandi-lombriga (PR); guanandi-rosa; guanandi-vermelho, guanantim, inglês, lantim, oanandí, oonandi e pau-de-maria (SP), guanandi-da-praia; guanandirana; gulanvin-carvalho (PB); jacareaba; jacareíba e landi-carvalho (BA) jacareúba(AM,MS, PA, BA, DF e SC), landim, na Bahia, no Distrito Federal, em Minas Gerais, em Santa Catarina e em São Paulo; lanfim (PA, MG e SP); olandim (DF e SC), pau-de-azeite; pau-de-santa-maria; pau-sândalo; pindaíva (MS e PR) e uá-iandi (fruta oleosa). Nomes usuais fora do Brasil: alfaro (Peru); arary (Paraguai); bari (méxico); cachicamo, (Colômbia); cedro maria (Costa Rica); cojón (Venezuela) garrapato (Colômbia); maria (Porto Rico) maría (Equador); ocuje, (Cuba); palo maría (Bolívia); santa maría (Honduras e Nicarágua). Ocorrência geográfica: Região Amazônica até o norte de Santa Catarina na floresta pluvial atlântica. IBF-INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS, Rua Paes Leme, 568. Londrina/PR Brasil Tel: (43)3324.7551 Características morfológicas: árvore de altura de 20-30m de altura, com tronco de 40-60cm de diâmetro, revestido por casca suberosa fissurada. As folhas são obovoadas, coriáceas, glabras com nervuras peninérvias, de 8-13cm de comprimento por 4-5cm de largura. As inflorescências geralmente são axilares. Os frutos são do tipo baga, globosos e a polpa é carnosa e de cor amarelada. Informações ecológicas: É uma árvore perenifólia, heliófita característica e exclusiva de florestas pluviais localizadas sob solos úmidos e brejosos. Encontrada em todas as formações sucessionais, têm ampla dispersão, no entanto esta é descontínua, pode formar populações puras. Pode crescer virtualmente em áreas de mangue e dentro da água. Segundo a EMBRAPA(2007) embora não esteja na lista das espécies ameaçadas de extinção, esta espécie foi altamente dizimada no litoral do Paraná para utilização em dormentes da estrada de ferro Curitiba/ Paranaguá, a partir de 1880. Ainda, tanto no litoral norte do Paraná, como na floresta ciliar do interior de SãoPaulo, o guanandi vem sofrendo forte pressão, tanto pela exploração da madeira, como pelo avanço de áreas agrícolas. Época de floração e frutificação: Floresce de setembro-novembro, enquanto a maturação dos frutos ocorre em abril-junho. Madeira: Moderadamente pesada (densidade 0,62g/cm³), moderavelmente durável quando exposta e intempérie. Possui textura pouco compacta e alburno espesso.É moderadamente durável às podridões branca emarrom e sua madeira é imputrescível dentro da água, sendo utilizada em outros países da América do Sul como alternativa ao mogno e ao cedro. A casca e o látex são utilizados na medicina e na veterinária. Planta ornamental, apícola, para reflorestamento ambiental, muito procurada pela fauna. Adapta-se a locais úmidos e encharcados. Sementes: Para obter sementes desta espécie é preciso recolher os frutos diretamente da árvore, quando derem início a queda espontânea ou recolher IBF-INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS, Rua Paes Leme, 568. Londrina/PR Brasil Tel: (43)3324.7551 estes logo após a queda. Se forem coletados desta forma, é possível utilizar o próprio fruto para a semeadura, sem a necessidade de retirar a polpa. Um kg contém número próximo de 160 sementes. Produção de mudas:Semear os frutos sem a necessidade de tratamento para a quebra de dormência das sementes, em recipientes individuais ou em canteiros, contendo substrato organo-argiloso e o cobrindo com substrato peneirado. O melhor sombreamento para a produção de mudas desta espécie é em 50% (LAURA et al.2009). Aos 40-60 dias há a emergência, que geralmente é superior a 50% e tem rápido desenvolvimento em campo. Usos: Confecção de canoas, mastros de navios, vigas para a construção civil, assoalhos, obras internas, marcenaria e carpintaria.Popularmente é utilizadapara o tratamento de reumatismo, varicoses, hemorróidas e úlceras crônicas. Árvore muito ornamental, sendo usada no paisagismo em geral, já os frutos são apreciados pela fauna, sendo assim recomendado o uso desta em áreas de restauração florestal, com fins de atrair a fauna. Ocasionalmente utilizada em plantios homogêneos para a exploração de madeira, sendo esta uma atividade crescente no país. Valor Econômico: Segundo Navarro (2007) o reflorestamento com Guanandi se mostra mais viável economicamente que o reflorestamento com Eucalyptus grandis para serraria e processos. Apresentando maior valor presente líquido, valor esperado da terra, Benefício periódico equivalente e maior custo benefício. Usando o benefício periódico obteve-se um maiorvalor por hectare ano do reflorestamento com Guanandi, mostrando que este é mais viável economicamente que o reflorestamento com Eucalyptus grandis para serraria e processosem longo prazo, ou seja, um investimento para 20 anos. Com menor idade de plantio o Eucalipto seria mais viável. Na Costa – Rica, de acordo com Piotto et al. (2002), há inúmeros plantios florestais para fins comerciais, entre elas do Guanandi, espécie nativa, que embora demore um prazo considerável é justificado pelo alto valor econômico agregado a este produto. Segundo artigo da revista REMADE (2005) o tempo de corte do guanandi é de 18,5 anos, e o IBF-INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS, Rua Paes Leme, 568. Londrina/PR Brasil Tel: (43)3324.7551 preço médio é de R$ 2 mil ao m³, que seria similar ao do mogno, que atualmente possui corte proibido no Brasil. A receita bruta estimada em cinco hectares seria de R$ 3 milhões, com um investimento de R$ 2 mil por hectare. Cabe destacar que o ganho é similar ao eucalipto até os 10 anos de plantio, a grande jogada seria o valor ser multiplicado com o passar do tempo. Segundo informações, ao término de 20 anos do plantio, o ganho seria de 180m³ de madeira por hectare, para o beneficiamento, há uma queda de 50% ou seja 90m³/ha (NAVARRO, 2007). Caso este retorno econômico seja real, seria um excelente investimento, de qualquer forma é um grande ganho para o ambiente uma vez que é um cultivo de uma espécie nativa e não uma exótica com riscos de invasão biológica. Fonte: Extraído de Navarro (2007). Curiosidades: O governo Imperial reservou para o Estado o monopólio da exploração do guanandi em 1810, para uso exclusivo de construção de mastros de navios e vigas, sendo, portanto a primeira “madeira de Lei” do país, segundo a Lei de 7 de janeiro de 1835. Referências utilizadas: GUANANDI VALE DO RIBEIRA. 2011. Disponível em http://www.guanandivaledoribeira.com.br/?intSecao=17. Acesso em 05 de janeiro de 2011 às11h15min. JÚNIOR, A. G.; FERREIRA, I. C. P; NAKAMURA, C. V.; FILHO, B. P. D.; JACOMASSI, E.; YOUNG, M. C. M e CORTEZ, D. A. G. 2005. Estudo morfoanatômico das folhas e caule da Calophyllum brasiliense (Clusiaceae), uma IBF-INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS, Rua Paes Leme, 568. Londrina/PR Brasil Tel: (43)3324.7551 contribuição ao estudo farmacognóstico da droga vegetal. Acta Farm. Bonaerense.24(3): 371-6. LAURA, V. A.; MELLOTO, A. L.; BOCCHESE, R. A. 2009. Efeito de Sombreamento no Desenvolvimento de Mudas de Calophyllum brasilienseCambess. Clusiaceae – Guttiferae. Rev. Bras. De Agroecologia. 4 (2). LORENZI, H. 2008.Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 1(5):384 NAVARRO, E. C. 2007. Viabilidade econômica do Calophyllum brasiliense (Guanandi) e Eucalyptus grandis para serraria e processos.Revista Científica Eletrônica De Engenharia Florestal/FAEF6 (10). PIOTTO, D.; MONTAGNINI, F.; UGALDE, L.; KANNINEM, M. 2003. Performance of forest plantations in small and medium-sized farms in the Atlantic lowlands of Costa Rica. Forest Ecology and Management. 175 (1): 195-204. IBF-INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS, Rua Paes Leme, 568. Londrina/PR Brasil Tel: (43)3324.7551
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