Uma abordagem para avaliação da satisfação dos clientes
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Uma abordagem para avaliação da satisfação dos clientes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Uma abordagem para avaliação da satisfação dos clientes em empresas de serviços de saúde: Aplicação da integração dos modelos SERVQUAL, KANO e QFD DISSERTAÇÃO SUBMETIDA À UFPE PARA OBTENÇÃO DE GRAU DE MESTRE POR MARIA CELESTE DE SOUSA MAIA Orientadora: Profª. Denise Dumke de Medeiros, Docteur RECIFE, Março/2013 Catalogação na fonte Bibliotecária: Rosineide Mesquita Gonçalves Luz / CRB4-1361 (BCTG) M217a Maia, Maria Celeste de Sousa. Uma abordagem para avaliação da satisfação dos clientes em empresas de serviços de saúde: aplicação da integração dos modelos SERVQUAL, KANO e QFD / Maria Celeste de Sousa Maia – Recife: O Autor, 2013. xi, 132f., il., figs., gráfs., tabs. Orientadora: Profa. Dra. Denise Dumke de Medeiros. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2013. Inclui Referências e Apêndice. 1. Engenharia de Produção. 2. Qualidade em Serviço. 3. Satisfação do cliente . 4. Setor de Saúde. 5. SERVQUAL. 6. Modelo Kano. 7. Desdobramento da função Qualidade. I. Medeiros, Denise Dumke (Orientadora ). II. Título. 658.5 CDD (22.ed) UFPE/BCTG-2013 / 149 Dedico a minha avó Celeste Alves Colares Maia, mulher forte, de garra e que mesmo sem entender ao certo o que eu estudava tinha muito orgulho de mim. “E o coração de quem ama fica faltando um pedaço.” (Djavan) iii AGRADECIMENTOS A Deus, pela proteção e por iluminar meu caminho em todos os momentos. A minha mãe, exemplo de mulher, que com sua força e sensibilidade foi responsável pela formação do meu caráter e a quem devo toda a minha capacidade de sorrir, amar e ter garra para ser feliz a cada instante. Ao meu pai, pelos momentos inesquecíveis e pelo companheirismo. Por ser o melhor economista, engenheiro, político e historiador que já conheci, sua inteligência é inspiradora. As minhas irmãs, Mana e Carol, por me mostrarem o quanto a vida vale a pena, por nunca mediram esforços para me ajudar e pelo apoio incondicional. A minha orientadora, professora Denise de Medeiros, pela orientação, oportunidade e pela confiança no meu trabalho. A banca examinadora, professor Abraham Sicsú e professor João Policarpo pelas contribuições que enriqueceram minha dissertação. A todos os professores e funcionários do Departamento de Engenharia de Produção, pelo conhecimento que me foi passado e pelas orientações que me ajudaram a chegar até aqui e que seguirão comigo na minha vida profissional. A Bárbara Bernado e Julianne Marques por sempre me receberem com um sorriso no rosto, pela paciência, por me ajudarem quando precisei e que hoje ouso a chamar de amigas. A Dona Maria pela constate preocupação em saber como eu estava, suas histórias e simpatia tornavam meus dias melhores. A todos os membros do PLANASP, da graduação ao doutorado, pela companhia no laboratório, pelos cafés durante as tardes e pelas risadas fáceis, principalmente Marcella Brito e Taciana Barros por sempre se mostrarem acessível para me auxiliarem em eventuais dúvidas ou problemas. Aos meus amigos, Daniela Gonzaga, Carina Araújo, Diogo Baerlocher, Elaine Almeida, Elthon Fernandes, Igor Silva, Henrique Veras, Luciana Casarini, Marcella Maia, Mirelle Queiroz, Pamella Mendes, Renata Caldas e Synthia Santana, pelas constantes provas de amizade, por serem parte do que me faz forte e por me mostrarem que nesta vida nunca estamos sozinhos, mesmo que eventualmente a distância física nos separe. Agradeço aos amigos conquistados ao longo do curso de mestrado, Alex Benavides, Ana Luzia Medeiros, Camila Ponce, Cecilia Aquino, Débora Pereira, Denilson Dimas, Jadielson Moura, Jordania Alves, Michele Bezerra, Priscilla Freitas e Thárcylla Negreiros, pela convivência, pelos bons momentos compartilhados e troca de experiência que com iv certeza, ajudaram-me a evoluir um pouco mais como ser humano e também como profissional. Especialmente a Aline Leal, Hannah Oliveira, Thiago Poleto e Fabiana Passos pelo apoio nos momentos difíceis, pela alegria dividida a cada conquista, pela paciência e pela grande amizade. Realmente não conseguiria sem vocês. Enfim a todos que direta ou indiretamente, participaram ou contribuíram para realização desse trabalho. v RESUMO Nas últimas décadas, o Brasil tornou-se uma economia na qual o setor Serviços responde por mais da metade do PIB. Em paralelo a este fenômeno, identifica-se um aumento significativo nas exigências dos clientes com a qualidade na prestação dos serviços, impulsionando as organizações a focarem sua estratégia para o alcance da satisfação dos consumidores. Neste sentido, as empresas têm buscado o emprego de técnicas capazes de avaliar a qualidade em serviços. Partindo desse pressuposto, este trabalho teve como objetivo propor um modelo que integre a Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o método de Desdobramento da Função Qualidade (QFD), a fim de mensurar a qualidade em serviços de saúde, no segmento de laboratórios de análises clínicas. A Escala SERVQUAL, tem o objetivo de identificar as lacunas entre as expectativas e percepções dos clientes. O Modelo de Kano categoriza os atributos de acordo com o seu nível de satisfação. O método QFD, observa a correlação entre os requisitos dos clientes e as características da qualidade do serviço. A aplicação do modelo proposto permitiu a análise dos principais requisitos exigidos e identificou quais seriam os prioritários para o alcance da satisfação dos clientes. A junção dessas ferramentas se revela útil para orientar os gestores na elaboração de estratégias competitivas e melhoria contínua. Palavras-Chave: Qualidade em Serviço; Satisfação dos Clientes; Setor de Saúde; SERVQUAL; Modelo de Kano; Desdobramento da Função Qualidade vi ABSTRACT In the last decades, Brazil has become an economy whose services sector represents over half of GDP. At the same time, there is a significant increase in customer requirements to quality in service delivery, driving organizations to focus their strategy for achieving customer satisfaction. In this sense, companies have used techniques to evaluate service quality. Based on this assumption, this study proposes a model that integrates the SERVQUAL Scale and the Kano model with the method of Quality Function Deployment (QFD) in order to measure quality in health services in clinical laboratories. The SERVQUAL Scale, aims to identify gaps between expectations and perceptions of customers. The Kano model categorizes the attributes according to their level of satisfaction. The QFD method observes correlation between customer requirements and the characteristics of service quality. The application of the proposed model allows the analysis of the main requirements and identifies what are the priorities for achieving customer satisfaction. The combination of these tools is beneficial to guide managers in developing competitive strategies and continuous improvement. Keywords: Quality Service, Customer Satisfaction, Health Industry; SERVQUAL, Kano Model, Quality Function Deployment. vii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................1 1.1 Justificativa .........................................................................................................................................2 1.2 Objetivos .............................................................................................................................................4 1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................................4 1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................................................4 1.3 Metodologia .......................................................................................................................................4 1.3.1 Caracterização do estudo ......................................................................................................5 1.3.2 Abordagem e Procedimentos técnicos ..................................................................................6 1.3.3 População e amostra .............................................................................................................7 1.3.4 Questionários ........................................................................................................................7 1.3.5 Análise dos dados .................................................................................................................8 1.4 Estrutura da Dissertação ..........................................................................................................8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................................10 2.1 Qualidade .........................................................................................................................................10 2.2 Contexto de Serviço .........................................................................................................................13 2.3 Qualidade em Serviço ......................................................................................................................17 2.4 Qualidade em Serviços de Saúde .....................................................................................................23 2.4.1 Qualidade em Serviço de Saúde Laboratorial .....................................................................28 2.5 Desdobramento da Função da Qualidade (QFD) .............................................................................34 2.6 Escala SERVQUAL .........................................................................................................................38 2.7 Modelo de Kano ...............................................................................................................................42 2.8 Síntese do Capítulo ..........................................................................................................................45 3. MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE .46 3.1 Modelo de Integração da Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o QFD ...........................46 3.2 Relação da Escala SERVQUAL com o Modelo de Kano ................................................................49 3.3 Etapas para Utilização da Escala SERVQUAL ...............................................................................51 3.4 Etapas para Utilização Modelo de Kano ..........................................................................................52 3.5 Etapas para Aplicação do QFD ........................................................................................................56 3.6 Síntese do Capítulo ..........................................................................................................................59 4. UMA APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO EM EMPRESAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ............................................................................................60 4.1 Caracterização dos Respondentes ....................................................................................................60 4.2 Análise das Dimensões da Qualidade de Serviços ...........................................................................63 4.3 Validação da Escala SERVQUAL ...................................................................................................66 4.4 Aplicação da Ferramenta SERVQUAL ...........................................................................................71 viii 4.5 Análise da Satisfação segundo o Modelo Kano ...............................................................................82 4.5.1 Caracterização dos Serviços Prestados de Acordo com o Modelo de Kano .......................82 4.5 Integração da Escala SERVQUAL e Modelo de Kano com o QFD ................................................87 4.5.1 Relação da Escala SERVQUAL com o Modelo de Kano...................................................88 4.6.2 Proposta de Integração da Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o QFD. ...........90 4.6 Síntese do Capítulo ..........................................................................................................................94 5 CONCLUSÕES...................................................................................................................................96 5.1 Considerações Finais ........................................................................................................................96 5.2 Dificuldades e Limitações ................................................................................................................97 5.3 Recomendações para Trabalhos Futuros ..........................................................................................98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................99 APÊNDICE 1 .......................................................................................................................................122 APÊNDICE 2 .......................................................................................................................................127 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1.2 – Fluxograma das Etapas de Construção do Modelo ............................................................6 Figura 2.1 – Matriz dos Processos de Serviços .....................................................................................16 Figura 2.2 – Desafios para os Gerentes de Serviços .............................................................................17 Figura 2.3 – A qualidade percebida pelo cliente ...................................................................................19 Figura 2.4 – Modelo Conceitual da Qualidade de Serviço ...................................................................20 Figura 2.5 – Ciclo de Garantia da Qualidade .......................................................................................29 Figura 2.6 – Distribuição de Participantes do Programa de Qualidade ..............................................33 Figura 2.7 – Constituição do desdobramento da função qualidade ......................................................34 Figura 2.8 – Componentes do modelo QFD ..........................................................................................36 Figura 2.9 – O instrumento SERQUAL .................................................................................................40 Figura 2.10 – Modelo de Kano ..............................................................................................................44 Figura 3.1 – Modelo de Integração da Escala SERVQUAL, Modelo de Kano e QFD .........................48 Figura 3.2 – Integração Escala SERVQUAL com Modelo de Kano .....................................................50 Figura 3.3 – Passos para Utilização Modelo de Kano ..........................................................................54 Figura 3.4 – Quadrante da Classificação do Modelo de Kano .............................................................55 Figura 3.5 – Principais componentes da Casa da Qualidade ...............................................................56 Figura 4.1 – Distribuição Segundo Sexo ...............................................................................................61 Figura 4.2 – Faixa Etária dos Respondentes .........................................................................................62 Figura 4.3 – Nível de Escolaridade dos Respondentes ..........................................................................62 Figura 4.4 – Nível de Renda dos Respondentes .....................................................................................63 Figura 4.5 – Avaliação do Grau de Importância atribuída a cada dimensão por sexo. .......................64 Figura 4.6– Avaliação do Grau de Importância Atribuída a cada Dimensão por Idade. .....................65 Figura 4.7 – Avaliação dos Gaps para Análise Geral e por Sexo .........................................................75 Figura 4.8 – Avaliação dos Gaps por Faixa Etária...............................................................................80 Figuras 4.9 – Percentuais das Classificações dos Atributos segundo o Modelo de Kano ....................84 x LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Conceito de Qualidade ......................................................................................................12 Tabela 2.1 – Conceito de Qualidade (Continuação) .............................................................................13 Tabela 2.2 – Aspectos característicos de Produtos e Serviços ..............................................................14 Tabela 2.3 – Aspectos da Qualidade de Serviços Avaliados pelos Clientes ..........................................22 Tabela 2.4 – Os Sete Pilares da Qualidade ...........................................................................................25 Tabela 2.4 – Os Sete Pilares da Qualidade (Continuação) ...................................................................26 Tabela 2.5 – Indicadores de Qualidade dos Estágios do Teste Laboratorial ........................................30 Tabela 2.5 – Indicadores de Qualidade dos Estágios do Teste Laboratorial (Continuação)................31 Tabela 3.1 Nível de Correlação .............................................................................................................58 Tabela 4.1Quantidade de Questionários Válidos ..................................................................................60 Tabela 4.3– Classificação das Dimensões .............................................................................................66 Tabela 4.4– Classificação da Confiabilidade a partir dos Coeficientes de α de Cronbach ..................67 Tabela 4.5– Coeficiente de Alfa de Cronbach das Dimensões e Geral .................................................68 Tabela 4.6– Correlações entre as Variáveis ..........................................................................................69 Tabela 4.7- Estatísticas referentes ao modelo de regressão múltipla....................................................70 Tabela 4.8- Resultados dos Coeficientes de Regressão .........................................................................70 Tabela 4.9 – Resultado dos Gaps com todos os Respondentes. .............................................................72 Tabela 4.10 – Resultado dos Gaps para o Sexo Masculino ...................................................................73 Tabela 4.11 – Resultado dos Gaps para o Sexo Feminino ....................................................................74 Tabela 4.12 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “15 a 20 anos” ..............................................76 Tabela 4.13 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “15 a 20 anos” ..............................................77 Tabela 4.14 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “26 a 30 anos” ..............................................78 Tabela 4.15 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “acima de 30 anos”.......................................79 Tabela 4.16– Análise de Quartil para os Gaps ......................................................................................81 Tabela 4.17– Distribuição percentual total das classificações dos atributos da Escala SERVQUAL segundo o Modelo de Kano.............................................................................................................83 Tabela 4.18– Coeficientes de Satisfação e Insatisfação dos Atributos ..................................................85 Tabela 4.19– Classificação dos Atributos segunda a Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano ..........88 Tabela 4.20– Classificação dos Atributos selecionados segundo a Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano ................................................................................................................................................89 xi Capítulo 1 Introdução 1. INTRODUÇÃO O novo ambiente de competitividade, promovido pela globalização, crescimento e evolução da economia nos últimos anos tem forçado as empresas a realizar mudanças significativas em seus sistemas de gestão. Em qualquer parte do mundo vem ocorrendo a busca por um contínuo aperfeiçoamento dos produtos, processos e a eliminação dos desperdícios para com isso fazer frente às transformações que vêm ocorrendo na economia mundial (CARDOSO et al., 2004). Para sobreviver e crescer nesse novo ambiente, as organizações têm buscado desenvolver sistema de gestão que as tornem excelentes e diferenciadas diante os seus principais concorrentes. É nesse cenário que surge a Gestão da Qualidade Total - GQT como opção para a reorientação gerencial das organizações. A GQT é um modelo de gerenciamento, baseado na participação de todos os membros visando ao sucesso de longo prazo através da satisfação do consumidor e de benefício para todos os membros da organização e para a sociedade (Lima et al., 2005) e tem sido implantada por todos os setores da economia global, que procuram tornarem-se lucrativos, assim como o de serviços. O setor de serviços tem proporcionado benefícios à economia nacional e mundial. Gerando empregos, estimulando a inovação e a circulação de capital no mercado, o que vem acarretando crescimento progressivo nos últimos anos (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2009 o setor de serviços teve uma participação de 67,5% no PIB brasileiro, evidenciando sua significativa atividade se comparada aos outros setores. Esse setor possui particularidades que o torna altamente dependente dos clientes que os utiliza. Por serem consumidos ao mesmo tempo em que são produzidos, a satisfação do cliente é o “ponto-chave” da avaliação do desempenho de um serviço (LAS CASAS, 2008). Por esse motivo, entre outros, a utilização de métodos mais específicos para o alcance da percepção dos clientes quanto à qualidade do serviço recebido e suas expectativas podem contribuir para um melhor desempenho das organizações atuantes nesse setor. Adotar a melhoria contínua, inovações e dominar as mudanças são condições necessárias para atuar com qualidade na prestação de serviço, de modo lucrativo e competitivo. A lição mais importante para gerentes em setores de qualquer negócio é colocar o cliente em primeiro lugar. Muitas organizações tendem a oferecer produtos e serviços que elas imaginam que seus clientes necessitam. Organizações de sucesso, no entanto, iniciam sua pesquisa perguntando aos clientes o que eles desejam (MARTIN, 1997). 1 Capítulo 1 Introdução Dentre os diversos tipos de serviço, destaca-se o setor de saúde, que já existe a preocupação com a competitividade, cujo principal fator é a velocidade e agilidade dos serviços. Hoje em dia, de acordo com Gurgel Junior e Vieira (2002), as organizações do setor da saúde buscam a implementação de programas de qualidade com o objetivo de reduzir custos, melhorar o seu gerenciamento e aumentar a eficiência destes serviços. O problema desse setor está no gerenciamento da saúde, que é carente, entre outras coisas, de ferramentas específicas para o aumento da competitividade. Assim, com o intuito de conseguir ampliar suas vantagens competitivas e melhoria contínua, é necessário agregar modelos de planejamento da qualidade à ação gerencial de serviços de saúde. O Desdobramento da Função da Qualidade (QFD - Quality Function Deployment) é uma ferramenta indicada para planejar a qualidade, desde a fase de percepção até a satisfação das necessidades dos clientes. Esta ferramenta se orienta sob a conjectura de que “todo projeto terá sucesso se, e somente se, o cliente estiver satisfeito com o produto ou serviço desenvolvido” (CHENG & MELO FILHO, 2007). Para servir de input para o QFD, fez-se necessária adoção de dois modelos: SERVQUAL e Modelo de Kano. O SERVQUAL é utilizado como uma técnica de diagnóstico para descobrir grandes áreas de qualidade através da identificação das forças e fraquezas das organizações (PARASURAMAN et al., 1988). O Modelo de Kano categoriza os atributos de um produto ou serviço com base em como eles são capazes de satisfazer as necessidades dos clientes (TAN & PAWITRA, 2001). Nesse contexto a abordagem sugerida por esse trabalho é integrar a escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o Desdobramento da Função Qualidade (QFD), a fim de planejar e garantir os requisitos dos clientes e se obter a excelência de serviço de saúde. 1.1 Justificativa A permanência das organizações no mercado está vinculada a sua competitividade que hoje, está diretamente relacionada com a produtividade e qualidade das empresas, portanto, a preocupação com a qualidade dos serviços deixou de ser apenas uma estratégia de diferenciação e passou a se tornar uma questão de necessidade. Nos países desenvolvidos o setor de serviços possui uma representatividade muito grande na economia e na vida das pessoas. No Brasil, os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) mostram que o setor terciário apresentou em 2010 uma 2 Capítulo 1 Introdução participação de aproximadamente 35,14% no total de estabelecimentos em relação a todos os setores da economia brasileira. Esse nível significativo, pode explicar os esforços das empresas na tentativa de implementar modelos de gestão que busquem a melhoria da qualidade. Com a finalidade de completar esses esforços o presente trabalho propõe uma integração que envolve a Escala SERVQUAL, o Modelo de Kano e o Desdobramento da Função da Qualidade (QFD) com o objetivo de ajudar as organizações de saúde a avaliar a satisfação do cliente, para orientar os esforços de melhoria dos atributos fracos e direcionar de forma mais eficaz às ações necessárias para melhoria contínua das instituições prestadoras de serviços laboratoriais na cidade do Recife. O tema desse trabalho foi escolhido diante da importância e visível tendência da qualificação em serviços e dos serviços de saúde em Recife, que hoje, destaca-se no contexto nacional, pela existência de um grande número de unidades de prestação de serviços desse setor, tornando-a, desta forma, uma cidade-pólo. Segundo Lima et al. (2008) Recife possui como pano de fundo a infra-estrutura básica de hospitais e de formação ou profissionalização, que pouco a pouco levaram os serviços de saúde a assumir proporções crescentes na cidade e o que se observa é uma razoável concentração de hospitais, clínicas especializadas, laboratórios de análises e centros de diagnósticos, dando origem a várias atividades correlatas. Informações retiradas da RAIS revelam a supremacia em termos de geração de empregos e de número de estabelecimentos do setor de saúde de Recife. O ano de 2010 apresentava 31.485 empregos formais (64,65% do total) e 1.897 estabelecimentos (52,84%) neste setor. Esses dados mostram a relevância da qualidade nesse mercado tão competitivo e a necessidade da compreensão das reais necessidades dos consumidores quanto as suas expectativas para que desta forma, com o auxílio dos recursos tecnológicos, os esforços possam ser direcionados a fim de se aprimorar a prestação de serviços deste setor. Destaca-se nesse trabalho o setor de Laboratórios Clínicos, pois estes se fazem necessários para avaliar sistematicamente e melhorar as funções importantes do processo de trabalho dos médicos, assim como seus resultados (CHAWLA et al., 2010). Por isso é essencial identificar certos determinantes para a avaliação da qualidade do seu funcionamento. 3 Capítulo 1 Introdução 1.2 Objetivos Os objetivos geral e específicos deste trabalho são descritos a seguir. 1.2.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste trabalho é propor um modelo para mensurar a satisfação dos clientes em empresas prestadoras de serviço de saúde por meio da integração da Escala SERVQUAL, Modelo de Kano e Desdobramento da Função Qualidade (QFD). 1.2.2 Objetivos Específicos Para o alcance do objetivo geral aqui proposto faz-se necessário a realização dos seguintes objetivos específicos: • Avaliar as ferramentas necessárias e apropriadas para mensurar a Qualidade no setor de serviços; • Medir a diferença entre o serviço desejado e o serviço recebido da Escala SERVQUAL segundo a percepção do cliente de serviços laboratoriais. • Utilizar o Modelo de Kano para classificar os atributos da qualidade do serviço. • Verificar como a metodologia QFD pode contribuir para atender as necessidades dos clientes e melhorar a qualidade do serviço. • Fazer um estudo de caso para consolidação da integração dos modelos de SERVQUAL, Kano e QFD dentro do contexto de empresas prestadoras de serviços de saúde, analisando os impactos positivos gerados por estas ferramentas para a satisfação dos clientes. 1.3 Metodologia Pesquisar não é repetir, transcrever ou parafrasear o que outros estudiosos já disseram sobre o assunto, mas, utilizando a tradição cultural já existente, acrescentar algo de novo que aprofunde ou esclareça o tema em pauta (D´ONÓFRIO, 2000). Para que a pesquisa seja considerada cientifica, torna-se necessário determinar o método que possibilitou chegar a ela. O método científico é um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento” (GIL, 2002, p. 29). Esta seção apresenta a metodologia utilizada para realização deste trabalho, que consiste da caracterização do estudo realizado, abordagem e procedimentos técnicos, descrição da 4 Capítulo 1 Introdução população e da amostra, procedimentos de coleta (aplicação de questionários) e análise dos dados dos clientes de laboratórios clínicos. 1.3.1 Caracterização do estudo O presente trabalho pode ser caracterizado como descritivo, exploratório, do tipo Survey ou levantamento, tendo como principais ferramentas a aplicação de dois questionários e a análise qualitativa e quantitativa dos resultados encontrados. A pesquisa exploratória, aqui empregada, realiza descrições precisas da situação e procura descobrir as relações existentes entre os elementos da pesquisa (CERVO et al., 2007). Segundo os mesmos autores, a pesquisa descritiva procura observar os fenômenos, ou os fatos, sem manipulá-los. Para obtenção dos dados necessários para avaliação dos pontos fortes e fracos do sistema de serviços laboratoriais, foram aplicados dois questionários distintos. Schewe (2000) salienta a importância do uso de questionários para obter informações pessoais, do que as pessoas pensam e não somente do que elas fazem. Como comentado anteriormente, foram realizadas as análises quantitativa e qualitativa das informações obtidas da aplicação dos questionários. A análise dos resultados obtidos, na sua forma qualitativa e quantitativa, é fundamental para que as conclusões a serem extraídas dos dados disponíveis sejam as mais realistas possíveis quanto ao cenário avaliado para que desta forma, as ações a serem tomadas com base nestas conclusões possam contribuir com a melhoria do sistema de interesse. Oliveira (1998) afirma que o método quantitativo, conforme o próprio termo indica, significa quantificar opiniões, dados, através do emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como percentagem, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc. Em relação à análise qualitativa, Roesch (2005) destaca que esta é extremamente apropriada quando o objetivo é a proposição de planos, ou seja, a aplicação de modelos teóricos a situações práticas da vivência organizacional. Para Vieira (2006), a pesquisa qualitativa oferece descrições fundamentadas e explicações referentes a processos em contextos organizacionais. Fornece ainda maior flexibilidade para adequação da estrutura teórica ao estudo do fenômeno administrativo e organizacional. 5 Capítulo 1 Introdução 1.3.2 Abordagem e Procedimentos técnicos O procedimento desta pesquisa baseia-se baseia se no fluxograma mostrado na Figura 1.1, este define os passos seguidos no intuito de alcançar os objetivos propostos. Figura 1.2 – Fluxograma das Etapas de Construção do Modelo Fonte: Esta Pesquisa (2013) A primeira fase foi composta pelas pesquisas bibliográfica e de campo, caracterizadas pelo levantamento de dados de caráter exploratório em material disponível sobre o tema. Em seguida, foi realizada a aplicação de dois questionários, o primeiro relacionado à Escala SERVQUAL e o segundo ao Modelo de Kano. Schiffman (2000) afirma que para pesquisas quantitativas o principal instrumento de coleta de dados é o questionário e estes precisam ser interessantes, objetivos, precisos, fáceis de preencher e geralmente, que não dêem muito trabalho, a fim de motivar os entrevistados a responder sincera e totalmente os mesmos. Os questionários utilizados na pesquisa são do tipo Likert, em escala de 5 pontos. O primeiro, da Escala SERVQUAL, possui uma escala numérica, onde os entrevistados indicam 6 Capítulo 1 Introdução o seu grau de concordância com relação às afirmações contidas no questionário. O segundo, o do Modelo de Kano, possui escala categórica. Ambos foram aplicados com clientes de laboratórios de análise clinica. 1.3.3 População e amostra Marconi (1985) afirma que quando se deseja colher informações sobre um ou mais aspectos de um grupo grande ou numeroso, verifica-se, muitas vezes, ser praticamente impossível fazer um levantamento do todo. Assim, algumas vezes se faz necessário o emprego de apenas uma parte deste grupo, isto é, de uma amostra. Por conceito tem-se: a) Universo ou população: é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos do universo ou população. b) Amostra: é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo. Marconi (1985), acrescenta que há duas grandes divisões no processo de determinação da amostra, sendo elas a amostragem probabilística e a não-probabilística. A amostragem não probabilística é utilizada quando não se tem o conhecimento de toda a população, o que impede a realização de uma amostragem estatística. Neste trabalho a amostragem não probabilística precisou ser utilizada e a amostra foi selecionada convenientemente com o objetivo de delinear a aplicação do modelo. O critério adotado para a seleção da amostra foi de que o cliente tivesse utilizado o serviço laboratorial nos últimos seis meses. Devido a esta limitação na escolha da amostra, esta não representa a população e uma provável alteração na mesma poderá levar a mudanças nos resultados no que diz respeito à satisfação dos clientes. 1.3.4 Questionários Em geral, “a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche” (CERVO et al., 2007, p. 51). Ele contém um conjunto de questões dispostas racionalmente e relacionadas a um problema central. Construir questionários não é, contudo, uma tarefa fácil. Faz-se necessário estabelecer com critério as questões de modo que facilite o entendimento e a veracidade das respostas. O questionário empregado neste trabalho foi estruturado a partir do exposto na literatura. O mesmo foi elaborado apenas com perguntas fechadas que permitem aos 7 Capítulo 1 Introdução entrevistados escolher uma única resposta. Essas perguntas foram desenvolvidas baseadas nos objetivos da pesquisa e delimitadas pelo universo do referencial teórico estudado. Ressalta-se ainda, que as perguntas foram elaboradas com o propósito de facilitar a compreensão dos respondentes. Para avaliação da adequabilidade dos questionários, após sua elaboração foi realizado um pré-teste para verificar se havia a necessidade da realização de ajustes nos mesmos. Apenas após essa avaliação as aplicações dos questionários para geração dos dados de interesse foram realizadas. 1.3.5 Análise dos dados Os questionários obtidos foram inicialmente separados por modelo, e em seguida para cada conjunto destes foram realizados os seus agrupamentos, organização e digitação, com o auxílio do software Excell 2010. A partir dos dados devidamente registrados foram realizadas a construção das figuras e tabelas para análise dos dados. Na sequência foi validada a Escala SERVQUAL. Segundo Bajay e Araújo (2006) a “validade” tem, basicamente, a intenção de verificar se um instrumento mede, o que supostamente deveria medir: a confiabilidade e a consistência de um instrumento em relação a um atributo ou conceito. Para medir a validade do modelo foi realizada uma correlação, expressa pelo coeficiente de Pearson, que pode variar de -1 a +1. Se o valor encontrado para este coeficiente for significativo e diferente de zero isto indica a presença de uma relação linear. Quanto maior for o coeficiente, mais forte é a relação existente. Foi realizada também, uma regressão linear múltipla, para estimar o valor esperado da variável dependente, dados os valores das variáveis independentes, assim como verificar o quanto as variáveis independentes influenciam ou modificam o valor da variável dependente, ou seja, a significância estatística do modelo. Os testes estatísticos anteriormente citados foram realizados através do software Statistica 8.0 1.4 Estrutura da Dissertação O presente trabalho está estruturado em cinco seções, os quais estão sequenciados da seguinte forma: A primeira seção consiste na introdução ao assunto estudado, os objetivos gerais e 8 Capítulo 1 Introdução específicos da pesquisa, as justificativas para o presente estudo, a metodologia utilizada, além da estrutura do trabalho. A segunda seção compreende a revisão bibliográfica. Neste, são descritas e analisadas as referências necessárias para a formulação dos fundamentos teóricos acerca do tema da pesquisa. Entre os principais pontos trabalhados neste capítulo destacam-se: o conceito de qualidade, o setor de serviços de saúde e suas características, a escala SERVQUAL, o Modelo de Kano e o método QFD. A seção três refere-se à elaboração e junção dos três modelos e explica como eles se relacionam para suprir as necessidades dos clientes de laboratórios de análise clínicas. Na seção quatro são apresentadas a caracterização dos entrevistados de serviço laboratoriais, assim como a aplicação do modelo conceitual de serviços, e suas etapas de implementação. Esta seção apresenta também a discussão dos resultados obtidos. Por fim, na quinta seção são expostas as conclusões, as dificuldades encontradas durante o desenvolvimento da dissertação e sugestões para trabalhos futuros. 9 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo contemplará os principais conceitos que nortearão a pesquisa da dissertação e em paralelo, servirão como suporte para os objetivos anteriormente descritos. Dentre as principais temáticas que serão aqui abordadas, têm-se os aspectos gerais relacionados à Qualidade, Escala SERVQUAL, Modelo de Kano e o método QFD em serviços. 2.1 Qualidade A busca pela qualidade tem início no século XX, assim como diversas ferramentas da área de Estatística. Naquele período os produtos apresentavam grandes variâncias em relação a um padrão, o primeiro passo para melhoria das características dos produtos surgiu com Shewhart através do controle estatístico de processos. No período após a Segunda Guerra Mundial, observa-se que no Japão uma revolução em termos gerenciais que destoava em relação às técnicas empregadas nos países ocidentais, sendo a preocupação com a qualidade um dos principais pontos desta nova fase (REIS, 2001). Porém, qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado com as percepções de cada indivíduo. No primeiro momento nos parece algo fácil de explicar, como um produto e/ou serviço com qualidade. Todavia, cada pessoa tem um significado diferenciado e peculiar para qualidade. A definição da qualidade é tão abrangente que envolve pessoas, equipamentos, processos, fornecedores, distribuidores, clientes. Inclui todos os aspectos de um produto, desde o desenvolvimento de um projeto, recebimento da matéria-prima, produção, entrega e serviço pré e pós-vendas, além de tudo que signifique valor para o consumidor. Assim, existem vários conceitos sobre qualidade, e, principalmente, há uma ideia intuitiva de qualidade que não pode ser desprezada. A qualidade deve, certamente, passar pela relação cliente e fornecedor, necessidades, atendimento a especificações e quantidades. Para Crosby (1992), qualidade significa “conformidade com os requisitos” e não “bondade” ou “elegância”, pois estes são conceitos subjetivos que mais confundem do que esclarecem o conceito. Para ele, se não houver exigências claras, a qualidade torna-se sem sentido, ou algo subjetivo. Se a qualidade só for entendida pelo orador, e cada orador pode dar-lhe um sentido diferente, então ele não terá uma definição para a organização como um todo. É por isso que Crosby relaciona a qualidade a um standard, porque, uma vez definido, ele acaba com a confusão e começa a produção (ou serviços) de alta qualidade. 10 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Segundo Deming (1993), qualidade vem ser tudo aquilo que, do ponto de vista do cliente, melhora o produto. A qualidade está associada à impressão do cliente, portanto não é estática. No entanto, a dificuldade em definir qualidade está na renovação das necessidades do usuário, de forma que o produto possa ser modificado para dar satisfação por um preço que o usuário possa pagar. De acordo com Juran (2010), a “qualidade” é a “adequação ao uso”. Com isso ele entende tanto a confiabilidade do produto ou serviço para seus usuários como sua adequação às necessidades deles. Desta forma, a “adequação ao uso” tem duas dimensões: a primeira é o perfil do produto ou serviço que atende às necessidades do cliente (o que afeta a venda) e a segunda é a ausência de defeitos (o que afeta os custos). Em outras palavras, “conformidade e satisfação do cliente”. Na visão de Feigenbaum (1994), qualidade é a correção dos problemas e das causas que levam a influenciar a satisfação do usuário. Juran (1992) e Ishikawa (1993) concordam que qualidade baseia-se no usuário, procurando desenvolver produtos que atendam às necessidades dos consumidores. Produtos de alta qualidade satisfazem a maioria dos consumidores; são os que não têm defeitos ou têm menos defeitos. A qualidade é um fator crucial na determinação da satisfação humana, enquanto a gestão da qualidade se aplicada de forma coerente denota um funcionamento eficaz e inovador em uma organização (RAJAB et al., 2012). O sucesso em qualquer empresa depende do grau de relacionamento da empresa com seus clientes, independentemente do ramo em que atue. Segundo Cobra (1993) o melhor investimento que uma empresa pode realizar é criar boa vontade. Essa integração depende do bom atendimento da clientela, portanto, prestar serviços com qualidade significa estreitar com os clientes um importante elo designado boa vontade. Rajab et al. (2012) acreditam que uma instituição que oferece atenção extra na prestação da boa qualidade do serviço ganha do seu cliente “lealdade” e isso pode contribuir significativamente para eficácia do sistema de gestão da qualidade. A palavra qualidade virtualmente inclui tudo: competitividade, tempo de entrega, custos, excelência, política corporativa, produtividade, lucros, qualidade do produto, volumes, resultados, serviços, segurança, conscientização ambiental, focalização nos acionistas. E é por isso que a qualidade está constantemente sendo relacionada como uma das maiores prioridades competitivas que uma organização deve possuir a fim de serem bem sucedidas nos atuais mercados que as colocam (CALARGE, 2001). 11 Capítulo 2 Fundamentação Teórica A qualidade representa um atributo de produtos e serviços que atendem às necessidades de quem os usam (MOURA, 1996). E mais, a qualidade pode ser definida como sendo a capacidade de fabricação, a fim de que um produto ou serviço seja concretizado exatamente conforme o seu projeto (PALADINI, 2004). Ou, como o mesmo Paladini (2004) observa em uma coletânea de conceitos sobre qualidade, pode-se considerar a qualidade como um requisito mínimo de funcionamento em situações em que os produtos são extremamente simples. Qualidade é um valor conhecido por todos, porém definido diferentemente pelos distintos grupos da sociedade, a percepção dos indivíduos é diferente em relação aos mesmos produtos ou serviços, em função de suas necessidades, experiências e expectativas. Mesmo com toda a dificuldade de conceituar qualidade é fundamental buscá-la constantemente como uma maneira de se obter vantagem competitiva e diferencial estratégico. A definição de qualidade adotada neste trabalho é de atender a necessidade dos consumidores a partir da adequação ao uso, transformando a qualidade em valor dentro da organização, para que assim a atividade produtiva possa focar suas ações no conjunto de atributos ou elementos que compõem o produto ou serviço. A Tabela 2.1 mostra um resumo sobre as definições de qualidade pelos diversos autores. Tabela 2.1 – Conceito de Qualidade CONCEITO DE QUALIDADE AUTOR DATA Feigenbaum 1961 Criador da Total Quality Control – TQC sistema que visa integrar o desenvolvimento, a manutenção e o aprimoramento da Qualidade por meio de esforços comuns para atingir a satisfação do cliente. Juran 1977 Adequação ao uso: as características do produto que respondem às necessidades dos clientes e ausência de deficiências. Crosby 1979 Princípios dirigidos à alta gestão, como criação de equipes para o aprimoramento da qualidade, avaliação dos resultados e dos custos estruturados na mudança da cultura organizacional. Ishikawa 1985 Qualidade significa qualidade de trabalho, de serviço, de informação, de processo, de divisão, de pessoal, de sistema, de empresa, dentre outras. Fonte: Adaptado: Fitzpatrick; Smith; O’shea, (2004, p. 2); Mendonça, (2003, p. 33) 12 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.1 – Conceito de Qualidade (Continuação) AUTOR DATA CONCEITO DE QUALIDADE Deming 1986 A qualidade está ligada as técnicas estatísticas, conferindo rigor à análise utilizada na solução dos problemas por ela apresentados, mediante o gráfico de controle. As pessoas envolvidas devem ser conscientizadas, motivadas e estar comprometidas com a integração dos objetivos individuais e da instituição. Propõe o foco nos clientes internos e externos e educação para ele se relacionarem com o auto-aprimoramento e a transformação da competência. Shingo 1987 Produto de qualidade é um produto livre de defeitos. Albrecht 1992 Qualidade em serviço é a capacidade que uma experiência, ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver um problema, ou fornecer benefícios a alguém. Garvin 1992 Apresenta cinco abordagens gerais definindo Qualidade: -abordagem transcendente - qualidade é sinônimo de excelência inata; -abordagem baseada no produto - qualidade é sinônimo de maior número e melhores características que um produto apresenta (mensurável); -abordagem baseada no cliente - qualidade é o atendimento das necessidades e preferências do consumidor (subjetiva); -abordagem baseada na produção - qualidade é sinônimo de conformidade com as especificações (adequação da fabricação às exigências do projeto e a reduções no número de desvios). -abordagem baseada no valor - qualidade é o desempenho ou conformidade a um preço ou custo aceitável. 1993 Qualidade é o encontro das necessidades do cliente. Oakland Fonte: Adaptado de Fitzpatrick; Smith; O’shea, (2004, p. 2); Mendonça, (2003, p. 33) 2.2 Contexto de Serviço A busca pela qualidade é um processo contínuo que se tornou ferramenta essencial para as empresas atenderem suas metas e as exigências de seus clientes. A qualidade dos produtos e serviços de uma empresa busca basicamente alcançar a satisfação dos seus clientes, principais responsáveis pelo crescimento da empresa e sua consolidação no mercado. Antes de se referir a qualidade em serviços, é necessário entender o significado de serviços. No julgamento de Las Casas (1999), serviços são atos, ações, desempenho. Esta definição abrange todas as categorias de serviços, agregados ou não a um bem. O que se observa, segundo Ribeiro (2003), é que está havendo uma tendência importante no mundo empresarial moderno, a transição de uma economia baseada na produção para uma economia baseada em serviços. Ele define essa era como a “Era dos Serviços”. Grönroos (1982) afirma que esta transição é de mesma magnitude que a transição para a sociedade industrial de um tempo atrás. Desde os trabalhos iniciais de Fischer (1939) e Clark (1940) que denominavam o setor de serviço como terciário que muitos são os esforços, tanto teóricos como analíticos, no intuito da compreensão das particularidades e especificidades desse setor. Este possui uma diversidade de atividades, que tem como enfoque a heterogeneidade e variedade seja em 13 Capítulo 2 Fundamentação Teórica termos das características de produto e de processo, seja do ponto de vista das estruturas de mercado, heterogeneidade esta que se reflete no tratamento teórico dado ao setor (MEIRELLES, 2006). De acordo com Kon (2004) o alicerce da conceituação e classificação das atividades de serviço é muito variada e a indefinição em relação às diferenças entre bens e serviços ainda permanece em discussão. Ferreira (1997) afirma que produtos são objetos tangíveis que existem no tempo e no espaço; serviços são exclusivamente ações ou processos, e existem somente no tempo. Alguns aspectos que tornam mais clara a visualização desta diferenciação encontram-se na Tabela 2.2. Tabela 2.2 – Aspectos característicos de Produtos e Serviços PRODUTOS SERVIÇOS Tangíveis Intangíveis e perecíveis; consumidos no processo de sua produção. Podem ser produzidos para estoque, tendo Disponibilidade alcançada mantendo-se o sistema disponibilidade na prateleira. produtivo aberto para prestar o serviço. Contato mínimo com o consumidor final. Grande contato com os clientes ou consumidores. Processamento complexo e interrelacionado. Processamento simples. Demanda variável numa base semanal, mensal ou Demanda normalmente variável em base horária, sazonal. diária ou semanal. Mercados atendidos pelo sistema produtivo são Mercados atendidos pelo sistema produtivo são regionais, nacionais ou internacionais. normalmente locais. Grandes unidades que se beneficiam de economias Unidades relativamente pequenas para servir a de escala. mercados locais. Localização do sistema está relacionada aos Localização depende na localização dos usuários, mercados regional, nacional e internacional. clientes ou consumidores locais. Fonte: Ferreira (p. 27, 1997) adaptado de Buffa & Sarin, (1987) Para Meirelles (2006) é fundamental que se entenda que os serviços são diferentes de um bem ou de um produto, serviço é trabalho em processo, e não o resultado da ação do trabalho; por esta razão elementar, não se produz um serviço, e sim se presta um serviço. Essa perspectiva estimula mudanças no tratamento dado a esta atividade, tanto em termos de classificação e quantificação nas contas nacionais, quanto do ponto de vista do seu papel na dinâmica econômica. Meirelles (2010) afirma que na prestação do serviço a oferta e demanda são 14 Capítulo 2 Fundamentação Teórica simultâneas, pois só acontece a partir do momento em que o serviço é demandado e se encerra assim que a demanda é atendida. Um serviço pode ser interrompido, mas nunca poderá ser revertido, porque parte de sua ação e de seu efeito já se deu ao longo do processo de trabalho. Deste modo, o cliente tem uma participação fundamental na prestação do serviço. Segundo Albrecht e Zemke (2002) a primeira característica das instituições de serviço é possuir uma estratégia de serviços percebida pelo consumidor, pois estes estão cada vez mais exigentes quanto à satisfação de suas expectativas e necessidades. As organizações que estão ligadas diretamente ao cliente possuem um compromisso de traduzir as suas necessidades, segmentar novos mercados e clientes, se preocupar com serviços pré e pós-venda, inovar, minimizar os custos e aumentar a qualidade do serviço (NARA & STORCH, 2004). O serviço ao cliente é um processo que tem como objetivo proporcionar benefícios significativos de valor agregado (BOWERSOX & CLOSS, 2001). Uma definição mais adequada para processo no caso de serviços é uma sequência de atividades que se inicia na percepção das necessidades de um cliente e acaba na superação de suas expectativas através da transformação dos insumos recebidos em produtos ou serviços definidos (MILET, 1997). Muitos autores estudaram e se interassaram em descobrir fatores que ajudassem a compreender e avaliar o serviço como a qualidade de serviço, o valor do serviço, a satisfação do cliente e comportamentais (ANDERSON, et al., 1994; CRONIN & TAYLOR, 1992; PARASURAMAN, et al., 1988; ZEITHAML 1988; ZEITHAML et al., 1996). Estes fatores têm sido estudados de forma individual, mas muitas vezes são descrita em modelos e processos de avaliação de serviços (FORNELL et al., 1996; HESKETT et al., 1994; ATHANASSOPOULOS, 2000; BOLTON & DREW, 1991; CHENET, et al., 1999; CRONIN et al., 2000; FORNELL et al., 1996; OSTROM & IACOBUCCI, 1995). É perceptível que as empresas de serviços não podem ser tratadas do mesmo jeito, pois estas apresentam algumas características que as diferenciam em seu modo de criar e entregar o serviço. Muitas têm sido as formas de classificar os serviços, na literatura encontramos estudos que classificam as estratégias de acordo com o grau de intensidade de mão de obra (Schmenner, 1999), volume (Silvestro et al., 1992; Silvestro, 1999) e variedade dos serviços (LOVELOCK & WRIGHT, 2002). Em relação ao grau de controle e envolvimento de clientes e gerentes (Collier & Meyer, 1998) e o grau de padronização e customização dos serviços (TÉBOUL, 2002; KOTLER & KELLER, 2007). A classificação exposta neste trabalho é sugerida por Schmenner (1999). O autor 15 Capítulo 2 Fundamentação Teórica produziu uma matriz de processos, onde o eixo vertical mede o grau de intensidade da mão de obra em relação à proporção entre custo de trabalho e custo de capital e o eixo horizontal mede o grau de interação e customização para com o cliente em relação a sua capacidade de intervir na produção do serviço, dependendo se ele é mais padronizado ou personalizado. A Grau de intensidade de mão de obra Figura 2.1 representa essa matriz do processo de serviço. Baixo Alto Grau de interação e customização Baixo Alto Fábrica de Serviços Loja de serviços - Companhias aéreas - Hospitais - Transportadoras - Funilaria e mecânica de - Hotéis automóveis - Centro de lazer e recreação - Outros serviços de reparos Serviços de massa Serviços profissionais - Varejo - Médicos - Atacado - Advogados - Escolas - Contadores - Arquitetos - Aspectos de varejo das atividades bancárias e comerciais Figura 2.1 – Matriz dos Processos de Serviços Fonte: Schmenner (1999, p. 25) No centro dessa matriz existem quatro possibilidades de prestação de serviços. Fábricas de serviços apresentam serviços padronizados com altos investimentos de capital; lojas de serviço permitem maior personalização, mas fazem isto em um ambiente de alto investimento de capital; serviços de massa recebem um serviço não diferenciado em um ambiente de trabalho intenso, mas aqueles que recorrerem a um serviço profissional recebem atenção individual de especialistas altamente treinados. De acordo com a posição em que a empresa se localiza na matriz, ela apresenta desafios diferentes. A Figura 2.2 mostra esses desafios. As empresas que possuem baixa intensidade de trabalho possuem desafios relacionados a avanços tecnológicos, gerenciamento de demanda e programação de atendimento. Empresas que apresentam baixo grau de interação e customização seus desafios são referentes a marketing, atenção ao ambiente físico e gerenciamento de hierarquia relativamente rígida com necessidades de procedimentos operacionais padronizados (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). Nas empresas que possuem alta intensidade de trabalho, os desafios estão relacionados a recrutamento e seleção, treinamento, desenvolvimento e controle de métodos, benefícios de funcionários, programação da força de trabalho, início de atividades de novas unidades e gestão do crescimento. Finalmente para as empresas de alta interação e alta customização, os 16 Capítulo 2 Fundamentação Teórica desafios são referentes ao combate de aumentos de custo, manutenção da qualidade, reação à intervenção do consumidor no processo, gerenciamento da melhoria de qualificação daqueles que entregam serviços, gerenciamento de hierarquia horizontal com relacionamentos flexíveis entre subordinado e chefe e conquista conquista da lealdade do funcionário (FITZSIMMONS & FITZSIMMONS, 2000). Figura 2.2 – Desafios para os Gerentes de Serviços Fonte: Schmenner (1999, p.26) 2.3 Qualidade em Serviço Na prestação de serviços, o termo qualidade está intimamente ligado à capacidade de satisfazer as necessidades dos clientes (MIRSHAWKA, 1994). Se um determinado serviço é realizado de forma adequada resultando na satisfação do cliente que solicitou, este provavelmente rovavelmente irá adquirir aquele serviço novamente assim como também poderá indicá-lo indicá a outras pessoas, o que aumenta a procura pelo serviço e consequentemente aumenta o capital 17 Capítulo 2 Fundamentação Teórica adquirido pela empresa. Para Zeithaml et al. (2003) se alcança a qualidade quando se entrega um serviço excelente ou superior em relação às expectativas do consumidor. Algumas consequências da satisfação do cliente são a lealdade (Kotler & Armstrong, 2007) e a intenção de recompra (Anderson & Sullivan, 1993) que levam as empresas a obter mais lucro e se diferenciar no mercado. Qualidade de Serviço tem um impacto direto e forte sobre a satisfação e a fidelização do cliente (Bowen & Chen, 2001; Brady & CroniN, 2001; Cronin & Taylor, 1992; Ganguli & Roy, 2011; Parasuraman, Zeithaml, & Berry, 1988), que resulta na melhoria da rentabilidade e aumento da parcela de mercado (Brady & Cronin, 2001), assim como gera um aumento na competitividade das organizações devido a atração de novos consumidores, aumento da propaganda boca-a-boca, melhoria da imagem e redução de custo (REICHHELD & SASSER, 1990; RUST & ZAHORIK, 1993; KANG & JAMES, 2004; YOON & SUH, 2004; MIGUEL et al., 2011; ZHAO et al., 2012). Portanto, a qualidade de serviço tem um efeito indireto sobre o desempenho da empresa. É crucial para as organizações descobrirem o que seus clientes precisam, querem e o que eles percebem. Além disso, os gerentes precisam identificar os pontos fracos e considerar o planejamento para a melhoria da qualidade, para melhoria do desempenho, aumento da rentabilidade e da eficiência (GHOTBABADI et al, 2012). Quando uma empresa se preocupa com o controle de qualidade de serviços, depara-se, no entanto, com uma questão fundamental: como medir a qualidade de um serviço? Determinar a qualidade de produtos é bem mais fácil e plausível do que medir a qualidade de serviços. Isto porque a qualidade de produtos frequentemente está associada a valores de propriedades que são especificadas para cada produto em particular. Já os serviços possuem algumas características como sua intangibilidade, impossibilidade de estocagem, dificuldade de inspeção e envolvimento direto com o consumidor que tornam difícil a medição da sua qualidade tornando-a um pouco subjetiva (LAS CASAS, 1999). Cabe ainda destacar que, a satisfação dos clientes nos serviços contém muitas características psicológicas o que pode também limitar a sua mensuração (FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2000). Grönroos (1982) e Parasuraman et al. (1985) baseados nas pesquisas que realizaram sobre a qualidade em serviços propuseram que esta pode ser medida por meio de uma comparação entre a percepção do cliente em relação ao serviço que foi prestado e a expectativa que este havia feito em relação ao serviço antes de sua execução. Os clientes costumam construir suas expectativas em relação aos serviços contratados e essas expectativas podem variar de acordo com os diferentes consumidores. Segundo Slack et 18 Capítulo 2 Fundamentação Teórica al. (1997) as percepções, ou seja, a forma que os clientes “percebem” um produto, também pode variar para diferentes clientes. Além disso, a própria tendência de variabilidade dos serviços pode fazer que um mesmo cliente tenha percepções diversas do mesmo serviço em diferentes ocasiões. Existem três possibilidades nas relações entre as expectativas e percepções dos clientes (SLACK et al., 1997). Expectativas < Percepções: a qualidade percebida é boa Expectativas = Percepções: a qualidade percebida é aceitável Expectativas > Percepções: a qualidade percebida é pobre Parasuraman et al (1985) afirmam que a qualidade percebida do serviço é um resultado da comparação das percepções com as expectativas do cliente. Contudo, Grönroos (1982) defende a ideia de que a qualidade em serviços deve ser, acima de tudo, “aquilo que os clientes percebem”. A qualidade percebida está relacionada com o nível de satisfação do cliente, logo a satisfação do consumidor é função do desempenho percebido e das expectativas (KOTLER, 1998). O processo de avaliação da qualidade percebida pelo cliente está representado na Figura 2.3. Figura 2.3 – A qualidade percebida pelo cliente Fonte: Adaptado de Gianesi & Corrêa (1994, p. 80) 19 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Diante da importância do levantamento de impressões dos clientes em relação à empresa, os gerentes devem tentar conhecer as expectativas destes, para então buscar melhorias de desempenho que favoreçam uma percepção positiva. O modelo da Figura 2.4 foi desenvolvido por Parasuraman et al. (1985), no intuito de detectar as fontes dos problemas na qualidade dos serviços e assim buscar a melhoria, através da comparação do serviço percebido com o serviço esperado, onde as expectativas do cliente são influenciadas por necessidades pessoais, experiência anterior, comunicação boca-a-boca e comunicações externas. Figura 2.4 – Modelo Conceitual da Qualidade de Serviço Fonte: Adaptado de Parasuraman et al. (1985, p. 44) ● Lacuna 1 – Entre as expectativas do consumidor e a percepção da gerência: nem sempre os gerentes estão atentos as reais expectativas dos clientes, no que diz respeito a qualidade. ● Lacuna 2 – Entre a percepção da empresa e as especificações do serviço: não basta identificar as necessidade dos clientes, é preciso detalhá-la a fim de obter a real maneira de oferecer o serviço e satisfazer o consumidor. 20 Capítulo 2 Fundamentação Teórica ● Lacuna 3 – Entre as especificações do serviço e a prestação do serviço: muitas vezes as especificações do serviço estão plenamente identificadas, porém, o atendimento do serviço deixa a desejar. ● Lacuna 4 – Entre a prestação do serviço e as comunicações externas aos consumidores; não se pode criar expectativas no cliente, quando não se pode corresponder. A propaganda de uma empresa e outras formas de comunicação devem gerar expectativas de um serviço que a empresa realmente tem condições de proporcionar. Da mesma forma, a empresa deve manter os clientes informados sobre todas as ações a que eles são submetidos, de forma a garantir uma boa percepção do serviço. ● Lacuna 5 – Entre o que o cliente espera receber e a percepção que ele tem do serviço oferecido: ocorre quando o prestador de serviços não identifica corretamente as expectativas do cliente (Lacuna 1), especifica então (de acordo com sua concepção), a forma que atenderá melhor o cliente (Lacuna 3), desencorajando as expectativas já criadas no cliente ( Lacuna 4). Por fim o cliente pode perceber o serviço de forma diferente da que foi intencionada. Em 1988 Parasuraman et al. mostraram, através de pesquisas que os clientes não percebem a qualidade como um conceito unidimensional, ao invés disso avaliam a qualidade baseadas em múltiplos fatores importantes para cada contexto. Essas dimensões são: - Credibilidade: é a capacidade de executar o serviço prometido de modo seguro e com exatidão. - Presteza: é a disposição de ajudar os clientes e de prestar serviços sem demora. - Segurança: os conhecimentos juntamente com a cortesia dos funcionários, bem como sua capacidade para inspirar confiabilidade e confiança. - Empatia: é demonstrar interesse e atenção individualizada aos clientes. -Tangibilidade. É aparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais para comunicação. Através dessas dimensões Parasuraman et al. (1998) desenvolveram uma escala para mensuração da qualidade na prestação do serviço, denominada SERVQUAL. Quanto as expectativas e percepções do serviço alguns aspectos ligados a qualidade influenciam o comportamento do cliente, como mostra a Tabela 2.3. 21 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.3 – Aspectos da Qualidade de Serviços Avaliados pelos Clientes VARIÁVEIS DEFINIÇÕES Consistência Conformidade com experiência anterior; ausência de variabilidade no resultado ou processo. Competência Habilidade e conhecimento para executar o serviço. Relaciona-se com as necessidades “técnicas” dos consumidores. Velocidade de Atendimento Prontidão da empresa e seus funcionários sem prestar o serviço. Relaciona-se como tempo de espera (real e percebido). Atendimento/Atmosfera Atenção personalizada ao cliente; boa comunicação; cortesia; ambiente. Flexibilidade Ser capaz de mudar e adaptar a operação, devido a mudanças nas necessidades do cliente, no processo ou no suprimento de recursos. Credibilidade/Segurança Baixa percepção de risco; habilidade de transmitir confiança. Acesso Facilidade de contato e acesso; localização conveniente; horas de operação. Tangíveis Qualidade e/ou aparência de qualquer evidência física (bens facilitadores, equipamentos, instalações, pessoal, outros consumidores). Custo Fornecer serviços a baixo custo. Fonte: Gianesi & Corrêa (1994, p.91) Além da Escala SERVQUAL, outros modelos foram criados no intuito de mensurar a qualidade do serviço. Cronin e Taylor (1992) divergiram da escala SERVQUAL e desenvolveram um modelo denominado SERVPERF, uma abordagem puramente baseada na percepção do desempenho para a medição da qualidade do serviço. Eles ressaltaram que a qualidade é fundamentada mais como uma atitude do cliente com relação às dimensões da qualidade e que não deve ser medida como base no modelo de satisfação, ou seja, por meio das diferenças entres expectativa e desempenho. Conforme Cronin e Taylor (1992), essa medida de desempenho produz melhores resultados, as estimativas são mais confiáveis, apresenta maior variância explicada e consequentemente, menos preconceito do que o SERVQUAL. É importante considerar que este instrumento já foi aplicado em diversas áreas, como no ensino superior (Cui et al., 2003; Abdullah, 2006), bibliotecas (Nejati & Nejati, 2008), e restaurantes de fast food (QIN et al., 2010). Estudos empíricos avaliando validade, confiabilidade e solidez metodológica das escalas de qualidade de serviço apontam claramente para a superioridade da escala SERVPERF (JAIN & GARIMA, 2004). Isto explica o apoio considerável que emergiu ao longo do tempo, em favor dessa escala (BABAKUS & BOLLER, 1992; GOTLIEB, GREWAL & BROWN, 1994; HARTLINE & 22 Capítulo 2 Fundamentação Teórica FERRELL, 1996). Brady e Cronin (2001), mais recentemente propuseram uma medida que integra várias perspectivas de qualidade em serviço em um único modelo. Seu modelo hierárquico de qualidade em serviço consiste em três principais dimensões: a qualidade da interação, a qualidade do ambiente físico, e qualidade do resultado. Em seguida, cada uma destas dimensões primárias é, ainda, dividida em várias subdimensões. Conforme Pollack (2009), esta abordagem é considerada abrangente, no sentido de gerar resultados mais consistentes para avaliação de qualidade em serviço, uma vez que permite visualizar as necessidades dos clientes de forma hierárquica, gerando informações mais precisas que nortearam a tomada de decisão. 2.4 Qualidade em Serviços de Saúde No final da década de 90, o movimento pela qualidade introduzido nos setores industrial e de serviços, expandiu-se para o setor de saúde (ROONEY, 1999). Berwick (1995) afirma que é possível adaptar os conceitos de qualidade utilizados na indústria, para o setor saúde, até com certa facilidade, dando exemplos concretos da utilização das tradicionais ferramentas da qualidade. Tradicionalmente, a Qualidade na assistência médica tem sido considerada uma responsabilidade exclusiva dos profissionais de saúde, no entanto, alguns governos aceitaram que a garantia da Qualidade em sistema de serviços de saúde deveria ser também sua responsabilidade (SCRIVENS, 1998; NEVALAINEN,1999). Agora, a maioria dos gestores e formuladores de políticas na área de saúde veem como indispensável, a avaliação e o controle da Qualidade, bem como as atividades de melhoria de desempenho (VAITSMAN & ANDRADE, 2005). O gerenciamento na área de saúde deve estar ativamente envolvido com a Qualidade, de modo que as organizações permaneçam competitivas e tenham sucesso no futuro (ROONEY, 1999; RUIZ, 2000; INNOCENZO, 2006; MÉLO & MEDEIROS, 2007). A Organização Mundial da Saúde (Gilmore & Novais, 1997; Racoveanu & Johansen, 1995) em 1993 definiu qualidade da assistência à saúde como um conjunto de elementos que compreendem: mínimo de riscos, alto grau de satisfação dos pacientes e eficiência na utilização dos recursos. O setor de serviços de saúde apresenta as mesmas características dos demais serviços, como avaliação da qualidade, padronização, intangibilidade, porém a simultaneidade nesse setor deve ter uma atenção especial, pois os profissionais devem ser qualificados e 23 Capítulo 2 Fundamentação Teórica capacitados para as atividades que exercem porque falhas podem acarretar em danos sérios ao paciente (GURGEL JR. & VIEIRA, 2002). Assim, as singularidades dos serviços de saúde devem ser ressaltadas ao buscar a qualidade na sua prestação. Urdan (2001) cita três particularidades que devem ser levadas em consideração nas instituições de saúde, que são: não há uma clareza na conexão entre entradas e saídas; os pacientes geralmente têm dificuldades em avaliar aspectos técnicos; e existe, em grandes hospitais, duas linhas de autoridades distintas, o administrativo e o médico. O movimento de qualidade na área de saúde iniciou-se, segundo Taublid (1997), apenas na década de 1980, várias décadas após a consolidação do assim chamado, fenômeno japonês na área de competitividade. O pioneiro no estudo da qualidade em saúde foi Donabedian (1988), que define a “qualidade” como uma propriedade da atenção médica que pode ser obtida em diversos graus ou níveis. Esta propriedade pode ser definida como a obtenção dos maiores benefícios, com os menores riscos para o paciente, benefícios, este que, por sua vez, se definem em função do alcançável de acordo com os recursos disponíveis e os valores sociais existentes. Mais ainda, Donabedian estabelece três dimensões para a qualidade: a técnica, a interpessoal e a ambiental. A técnica se refere à aplicação de conhecimentos científicos e técnicos na solução do problema de saúde do paciente. A interpessoal se refere à relação que se estabelece entre o prestador de serviços e o paciente (cliente). A ambiental se refere às comodidades oferecidas ao paciente em termos de conforto e bem-estar. Anos depois Donabedian estendeu seus princípios, utilizando-se dos “Sete Pilares da Qualidade”: eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade, equidade, apresentados na Tabela 2.4. Para Mezomo (2001) definição de “qualidade” na área de saúde implica também a explicitação e incorporação dos direitos fundamentais da pessoa humana que devem ser garantidos e preservados em sua integridade. Assim, por exemplo, é necessário que a organização reconheça a dignidade das pessoas, bem como o valor da vida e da saúde e que se comprometa a respeitá-los de forma absoluta. Com a finalidade de desenvolver e melhorar a eficiência dos serviços de saúde o que se observa é uma mobilização em vários países em volta da aplicação de programas de qualidade nas organizações hospitalares (CAMACHO, 1998). Assim como tem crescido o número de hospitais que têm aderido às estratégias de qualidade orientadas para cliente (DESLANDES, 2004). 24 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Uma empresa moderna, da era da qualidade, tem como objetivo principal e permanente a satisfação de seus clientes (MÉLO & MEDEIROS, 2007). Enfatiza-se o paciente, é verdade, mas reconhecem-se como legítimos os desejos e necessidades dos funcionários, dos médicos, dos acionistas e das pessoas que de alguma forma se relacionam com a empresa (TAUBLID, 1997). Nesta direção, Tanaka e Melo (2004) afirmam que ao realizar a avaliação em sistemas e/ou serviços de saúde deve-se ter em mente que os serviços prestados têm como finalidade os usuários, que são parte do processo de organização e prestação destas ações. Tabela 2.4 – Os Sete Pilares da Qualidade DIMENSÕES DESCRIÇÃO DA DIMENSÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE EFICÁCIA É a capacidade do cuidado, na sua forma mais perfeita, de contribuir para a melhoria das condições de saúde, ou seja, capacidade de a arte e ciência da saúde produzirem melhorias na saúde e no bem-estar. Significa o melhor que se pode fazer nas condições mais favoráveis, dado o estado do paciente. EFETIVIDADE É o quadro de melhorias possíveis nas condições de saúde obtidas. Melhoria na saúde, alcançável nas condições usuais da prática cotidiana. Ao definir e avaliar a qualidade, a efetividade pode ser mais precisamente especificada como sendo o grau em que o cuidado, cuja qualidade está sendo avaliada, alça-se ao nível de melhoria da saúde que os estudos de eficácia têm estabelecido como alcançáveis. EFICIÊNCIA É a medida do custo com a qual uma dada melhoria na saúde é alcançada. Se duas estratégias de custo são igualmente eficazes e efetivas a mais eficiente é a de menor custo. OTIMIZAÇÃO Torna-se relevante à medida que os efeitos do cuidado da saúde não são avaliados de forma absoluta, mas relativamente aos custos. Numa curva ideal, o processo de adicionar benefício pode ser tão desproporcional aos custos acrescidos que tais “adições” úteis perdem a razão de ser. Fonte: Arroyo (2007, p. 16); adaptado de Donabedian (1990). 25 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.4 – Os Sete Pilares da Qualidade (Continuação) DIMENSÕES DESCRIÇÃO DA DIMENSÃO DA QUALIDADE EM SAÚDE ACEITABILIDADE Sinônimo de adaptação do cuidado aos desejos, expectativas e valores dos pacientes e suas famílias. Depende da efetividade, eficiência e otimização, além de acessibilidade ao cuidado, das características da relação médico-paciente das amenidades do cuidado, aos efeitos e ao custo do serviço prestado. LEGITIMIDADE Aceitabilidade do cuidado da forma em que é visto pela comunidade ou sociedade em geral. É a conformidade com as preferências sociais. EQUIDADE Princípio pelo qual se determina o que é justo ou razoável na distribuição do cuidado e de seus benefícios entre os membros da população. A equidade é parte daquilo que torna o cuidado aceitável para os indivíduos e legitimo para sociedade. Igualdade na distribuição do cuidado e de seus efeitos sobre a saúde. Fonte: Arroyo (2007, p. 16) adaptado de Donabedian (1990). Germmel et al. (2002) também enfatiza a importância da ótica dos usuários quanto aos serviços prestados. Estes autores propuseram que a qualidade em saúde é formada por duas dimensões: a qualidade técnica, que corresponde a exatidão do diagnóstico e de procedimentos; e a qualidade funcional, que se refere à maneira com que os serviços são entregues aos pacientes. De acordo com Parente (2000) os clientes elevam suas expectativas à medida que são oferecidos melhores serviços, logo a melhoria dos serviços prestados causa um aumento no nível de exigências e das expectativas. A consequência é que o aumento das expectativas estimula os prestadores de serviço a prosseguirem em seus esforços para a melhoria contínua. O processo de avaliação da qualidade em serviços de saúde envolve tanto quem utiliza os serviços como quem os produz. Não há dúvida de que usuário e prestador ocupam posições diferentes no processo, embora ambos contribuam para que os serviços sejam executados. Assim, as expectativas e necessidades de usuários e prestadores determinam de maneira diversa a qualidade dos serviços (RIGHI et al., 2010). Kurcgant (2005) afirma que a qualidade nos serviços de saúde deve ser constantemente auferida e aperfeiçoada, tornando-se alvo constante dos esforços dos atores envolvidos neste contexto, tendo em vista a maior satisfação dos que necessitam desses serviços. Um componente crítico nas organizações de saúde focadas na qualidade é o processo de medição. Assim, para avaliar a qualidade nos serviços de saúde é necessário considerar uma série de 26 Capítulo 2 Fundamentação Teórica variáveis, monitorar indicadores e responder a estas questões: onde, com o que, como, o que, quando, e por que estamos fazendo algo, e isto implica no interesse de se obter qualidade (MALIK, 1996). Na avaliação da qualidade em serviços de saúde, a utilização de indicadores de qualidade é bastante útil para o estabelecimento de padrões e para o acompanhamento de sua evolução. As organizações de atendimento à saúde começam a ver os méritos da medição, avaliando a redução do tempo de ciclo, índices de melhoria de satisfação do cliente, redução de erros e outros critérios impulsionados pela qualidade (HARRINGTON, 1997). Durante a escolha dos indicadores, devem ser escolhidos aqueles que apontem problemas da qualidade relevantes para os envolvidos na situação e para tomadores de decisão. Dificilmente um único indicador, de forma isolada, pode mostrar a realidade; é muito mais provável que um grupo deles, juntos, reflita determinada situação. Para que os indicadores sejam uma boa ferramenta de gestão é necessário que os dados sejam trabalhados para que deles se possam extrair informações úteis ao sistema. Isto implica em facilidade de acesso e manuseio de dados, sendo fundamental um sistema de informações capaz de proporcionar melhores elementos para construção destes indicadores (MALIK, 1998). Se na linguagem da qualidade total “ouvir a voz do cliente” significa avaliar se os produtos ou serviços estão atendendo as necessidades, na qualidade de serviços de saúde “ouvir a voz do cliente” inclui a avaliação sistemática, tanto das atitudes dos pacientes como do impacto dos processos de tratamento sobre a saúde dos pacientes (BERWICK et al., 1995). É preciso refletir sobre o seguinte aspecto: a razão de se oferecer um serviço de saúde é poder proporcionar um resultado de alta qualidade e satisfazer o cliente. Os desafios para o sucesso de um programa de qualidade no setor de saúde segundo Godfrey (1997) são: • Alinhamento de todos da organização com as estratégias básicas, com visão da empresa. • União e conscientização da equipe em relação à responsabilidade do trabalho desenvolvido. Um erro na área da saúde pode significar a perda de uma vida. • Capacidade de se adaptar a novas tecnologias que se disseminam com grande velocidade e, principalmente, de adotar novas práticas comprovadamente eficazes. A adequação da estrutura interna às atividades executadas e profissionais bem capacitados, com boas condições de trabalho são fundamentais para o sucesso na prestação de serviços de saúde. 27 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 2.4.1 Qualidade em Serviço de Saúde Laboratorial Desde o século passado, o conceito de qualidade, diante das exigências dos clientes sofreu uma importante evolução. Em consequência disso as instituições ou organizações passaram a melhorar continuamente seus processos (Chaves, 2010) e isso não foi diferente com os estabelecimentos de saúde. Observa-se que a sociedade espera que os procedimentos utilizados para cuidar de seus problemas de saúde sejam modernos, eficazes e que os indivíduos que os executem sejam qualificados (LEHMANN, 1998; KUREC & WYCHE, 2006; CHAVES, 2010; BARTH, 2012). Diante dessas exigências, o serviço laboratorial também vem implantado melhorias na qualidade do serviço prestado. Laboratórios médicos são os principais parceiros na segurança do paciente. Os resultados laboratoriais influenciam cerca de 70% dos diagnósticos médicos. Qualidade de serviço laboratorial é um dos principais fatores que afetam diretamente a qualidade dos cuidados de saúde e a diminuição das taxas de mortalidade hospitalar (PINE et al., 2008; GUZEL & GUNER, 2009). O laboratório clínico deve garantir que os resultados produzidos reflitam, de forma fiel e consistente a situação clínica que os clientes apresentam, assegurando que não ocorra nenhuma interferência no processo. A melhoria contínua de todos os processos deve representar o foco principal dos laboratórios de análises clínicas (PLEBANI, 2007). Em um laboratório de análise clínicas, a garantia da qualidade só é alcançada tendo absoluto controle de todas as fases do processo. Essas fases podem ser definidas como: préanalítica, analítica e pós-analítica. Uma maneira de alcançar essa garantia da qualidade em todas as fases pode ser por meio da padronização de cada atividade envolvida, com isso podese conseguir a qualidade que se almeja e com gestão da qualidade, garanti-la (BANFI & DOLCI, 2003; MOTTA, 2009). A fase pré-analítica compreende a preparação do paciente, a coleta e o armazenamento de amostras. Já a fase analítica refere-se à realização do exame, essa etapa é a mais automatizada e para seu controle existem diversos parâmetros avaliados, como precisão, sensibilidade, especificidade, exatidão, entre outros. Por fim, a fase pós-analítica, etapa final do processo, consiste na obtenção dos resultados, incluindo a interpretação dos exames e a caracterização do diagnóstico (MOTTA, 2009; COSTA & MORELI, 2012). A Figura 2.5 mostra todos os aspectos do processo de exame e como devem ser tratados: a pré-análise, análise e pós-análise. 28 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Figura 2.5 – Ciclo de Garantia da Qualidade Fonte: Adaptado de Martin et al. (2005, p. 62) Para obter resultados de qualidade, é fundamental que todos estejam envolvidos no processo de qualidade, desde a pessoa que recolhe a amostra até a que utiliza os resultados. A finalidade de um sistema de qualidade é a de evitar os erros, oferecer consistente consiste desempenho, garantir a integridade dos dados, fornecer eficiência e eficácia de custo, garantir satisfação ao cliente, proporcionar oportunidades de formação e de construir credibilidade para o laboratório (MARTIN et al., al 2005). Técnicos de laboratório clínico, tecnólogos e cientistas são profissionais de saúde que estão intimamente envolvidos na assistência ao paciente e sua saúde. O principal papel dos laboratoristas é precisamente obter e testar amostras dos pacientes para as decisões médicas apropriadas adas poderem ser feitas. Os resultados desses testes influenciam influenciam a saúde do paciente e clarifica a necessidade de intervenções terapêuticas ao longo de um tratamento. Qualidade inferior no procedimento do laboratório pode levar a erros nos testes e subsequentes subsequ resultados imprecisos, o que pode ocasionar impactos adversos e potencialmente poten letais aos pacientes (BLUMEN, 2011). 2011) Assim, os erros de laboratório podem ter um impacto adverso significativo sobre o atendimento ao paciente (AGARWAL et al., 2012). Primeiro eiro e acima de tudo, a melhor estratégia de gestão para prevenir erros de laboratório laboratório é a identificação daquelas daquela atividades de maior risco. É importante controlar e identificar as áreas críticas de modo que o ser humano e 29 Capítulo 2 Fundamentação Teórica os recursos econômicos não sejam desperdiçados em lidar com erros que não deveriam ocorrer. A identificação de áreas vulneráveis é alcançada pela implementação de sistemas de detecção especificamente desenvolvidos para atingir todas as três fases do processo de teste total, isto é, as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica (BLENDON et al., 2002; McCAY et al., 2009). Erros médicos, incluindo os erros que ocorrem no laboratório clínico, contribuem para o aumento dos custos de cuidados com a saúde, morbidade e mortalidade. Muitas medições de qualidade são monitoradas para reduzir o risco de erro, incluindo indicadores de qualidade, tais como: controle de qualidade interna, garantia de qualidade, tempo de produção, segurança do paciente, eficácia, equidade pontualidade, eficiência, credenciais dos funcionários, suas experiências e a satisfação dos consumidores (DELOST et al., 2009; SCIACOVELLI & PHLEBANI, 2009). O conceito de indicadores de qualidade emergiu ao longo dos últimos anos e pode ser definido como uma ferramenta que nos permite quantificar o desempenho do laboratório, selecionando um determinado critério de comparação (SHAHANGIAN & SNYDER, 2009; CHAWLA et al., 2010). Os indicadores de qualidade e medidas de desempenho podem ser desenvolvidos para avaliar qualquer fase do processo. Os resultados desta análise são usados para identificar lacunas e necessidades relacionadas com o desenvolvimento adequado e o aperfeiçoamento dos indicadores de qualidade, assim como, monitorar e melhorar a prestação de serviços dos laboratórios (HOWANITZ, 2005; SHAHANGIAN & SNYDER, 2009). Esses indicadores da qualidade podem ser visualizados na Tabela 2.5. Tabela 2.5 – Indicadores de Qualidade dos Estágios do Teste Laboratorial ESTÁGIO Pedido de exames • Adequação dos pedidos de teste CARACTERÍSTICAS Eficácia, eficiência, intemporal Identificação e coleta de amostra do paciente • Erro de identificação • Rotulagem inadequada da amostra • Satisfação do paciente com flebotomia Segurança Segurança Paciente-centralidade Identificação da amostra, preparação e transporte • Inadequação / Rejeição da amostra • Erro de informação no recipiente da amostra Eficácia, eficiência, intemporal Eficiência, segurança Fonte: Adaptado de Zaninotto & Plebani (2010, p. 916) 30 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.5 – Indicadores de Qualidade dos Estágios do Teste Laboratorial (Continuação) ESTÁGIO Análise • Ensaios de proficiência / desempenho EQA CARACTERÍSTICAS Segurança Relatório de resultados • Disponibilidade de resultados de laboratórios de internação • Relatórios de laboratório corrigidos • Relatórios de valores críticos • Tempo de resposta • Satisfação clínica (médica?) com os serviços do laboratório Interpretação dos resultados e ação tomada • Reação médica aos relatórios do laboratório. • Interpretação / utilização correta dos resultados do laboratório • Acompanhamento de testes anormais de laboratório Paciente-centralidade, intemporal Eficiência, segurança Segurança, intemporal Intemporal Eficácia, intemporal Intemporal, eficácia Eficácia, segurança do paciente Eficácia Fonte: Adaptado de Zaninotto & Plebani (2010, p. 916). Assim como os indicadores de qualidade, muitas normas foram publicadas para orientar laboratórios na criação de sistemas de gestão da qualidade. Um exemplo específico é a norma internacional ISO 15189 (Who, 2008; CLSI, 2012) que define requisitos de qualidade e competência para médicos laboratoriais. Mesmo com essas normas, há uma falta de padronização e uniformidade entre laboratórios clínicos sobre o uso adequado e consistente destes padrões (GRZYBICKI et al., 2009; SIKARIS, 2008). Como resultado, torna-se difícil para os laboratórios saber quais os padrões a seguir e como medir a eficácia dos sistemas. A ISO 15189:2007 sugere as áreas a serem monitoradas, mas não define o método a ser utilizado para o desenvolvimento de indicador de qualidade. Assim, os laboratórios estão usando formas diferentes para desenvolver indicadores de qualidade como por exigências de certificação/acreditação de padrões, para monitorar e melhorar a qualidade e segurança do laboratório (SCIACOVELLI & PHLEBANI ; 2009). Acreditação significa que laboratórios médicos foram avaliados em relação aos padrões reconhecidos internacionalmente para demonstrar sua capacidade de imparcialidade, competência e desempenho. Acreditação proporciona reconhecimento internacional (KOHN et al., 1999; GUZEL & GUNER, 2009). Padrão internacional para a acreditação de laboratórios de saúde requer que o laboratório identifique e desenvolva indicadores de qualidade, assim como os implemente para o melhor atendimento ao paciente (AGARWAL et al., 2012). Contudo, existem aspectos da qualidade que não são medidos por estes processos. Estes são amplamente focados em garantir que o teste mais apropriado clinicamente é realizado e interpretado corretamente (BARTH, 2012). 31 Capítulo 2 Fundamentação Teórica O uso de um padrão internacional para o reconhecimento de competência tem levado a uma maior confiança em laboratórios de ensaio e facilitou a aceitação de resultados de testes por parte das autoridades de todo o mundo. Organismos nacionais de acreditação têm protocolos específicos para o credenciamento de laboratórios médicos. Laboratório candidato tem que cumprir os requisitos de procedimento de aplicação. Então, organismo de acreditação prepara um plano de inspeção e ele tem de ser aprovado pelo laboratório requerente (GUZEL & GUNER, 2009). O objetivo da acreditação é incentivar os laboratórios para melhorar o sistema de gestão, capacidade técnica e competitividade. A acreditação de laboratórios é um regime voluntário. Laboratórios acreditados também têm uma responsabilidade para com a sociedade. Cada laboratório tem que se concentrar em questões de segurança dos pacientes relacionados com os testes de laboratório e podem realizar projetos de melhoria da qualidade para reduzir o dano ao paciente devido a erros de laboratório (GUZEL & GUNER, 2009). Atualmente, a acreditação no Brasil não é obrigatória. O laboratório pode escolher o órgão acreditador, baseando-se em sua credibilidade, experiência e no conhecimento técnico de seus auditores. Estes incentivam a equipe do laboratório, a alta direção e gerência a alcançarem níveis cada vez mais elevados de qualidade e melhoria contínua (PALC). Em 1998, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) criou o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC). O programa da SBPC/ML realiza auditorias “por pares”, o que possibilita a troca de experiências entre auditores e o laboratório auditado (PALC, 2012). Além do Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos o Brasil tem o Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ, 2012), que é uma empresa técnico-científica provedora de ensaios de proficiência para Laboratórios Clínicos e Bancos de Sangue que auxilia e oferece opções para o aprimoramento da qualidade destas empresas, colocando à disposição um grupo de assessores científicos com conhecimentos especializados em várias áreas do Laboratório Clínico. Hoje o PNCQ é o maior Provedor de Ensaio de Proficiência de porte nacional e representa o Brasil em diversas associações científicas internacionais, além de possuir uma considerável adesão de Laboratórios Clínicos, tanto nacionais quanto internacionais. 32 Capítulo 2 Fundamentação Teórica A Figura 2.6 mostra a distribuição dos participantes do Programa Nacional de Controle de Qualidade. Figura 2.6 – Distribuição de Participantes do Programa de Qualidade Fonte: PNCQ, 2012 Recentes desenvolvimentos tecnológicos na medicina laboratorial levaram ao grande desafio de manter uma estreita conexão entre a busca de eficiência por meio da automação e consolidação e a garantia de eficácia. A adoção de sistemas que automatizam a maioria das tarefas manuais que caracterizam as atividades de rotina melhorou significativamente a qualidade de desempenho do laboratório, automação total dos laboratórios pode permitir um melhor funcionamento e garantia de menos erros humanos. Além disso, desenvolvimentos tecnológicos melhoraram consideravelmente a produtividade dos laboratórios de análises clínicas, bem como reduzem o tempo de retorno de todo o processo. Conclusão, no laboratório de medicina, a tecnologia representa uma ferramenta para melhorar a eficácia clínica e os resultados dos pacientes, porém tem que ser conduzida por profissionais de laboratório qualificado (ZANINOTTO el al., 2010). Assim, a missão do laboratório de medicina é melhorar o atendimento ao paciente, aprimorando os resultados dos testes. A fim de maximizar a eficiência, a automação parece ser pré-requisito fundamental para alcançar este objetivo, no entanto, não é uma garantia de 33 Capítulo 2 Fundamentação Teórica qualidade e confiabilidade analítica. Mesmo se o desenvolvimento da automação permitir melhorias na produtividade do laboratório, no desempenho analítico e no tempo de resposta, não há dados disponíveis que demonstram que volumes mais altos se traduzem em melhor qualidade ou na satisfação do cliente (DELOST et al., 2009). 2.5 Desdobramento da Função da Qualidade (QFD) O Desdobramento da Função Qualidade, mais conhecido como QFD, representa uma metodologia desenvolvida principalmente pelos professores Mizuno e Akao. É um método importante, voltado para tradução de requisitos dos clientes em atividades de desenvolvimento de produtos e serviços. O QFD é dividido em desdobramento da qualidade (QD) e desdobramento da função da qualidade restrito (QFDR). O QD refere-se à garantia da qualidade através do projeto, identificando e traduzindo as necessidades dos clientes para as fases de produção. Já o QFDR garante a qualidade em todo sistema e conjunto de processos, desde o projeto até a entrega do produto e pós-venda, detectando e revelando as necessidades dos clientes em todas essas fases. Desdobramento da Função da Qualidade (Amplo) A Figura 2.7 mostra essa divisão do desdobramento da função da qualidade. Etapa Objetivo Necessidade do Cliente (QUALIDADE) Desdobramento da Qualidade Especificação do Produto (FUNÇÃO DA QUALIDADE) Desdobramento da Função da Qualidade (Registro) Especificação do Produto (FUNÇÃO DA QUALIDADE) Observações Inicia pela qualidade que representa as necessidades dos clientes. Desdobra-se as características até se ter as funções qualidade que são as especificações do produto. Inicia pelas funções qualidade, desdobrando-se estas até se ter as especificações de processo. Especificação Figura 2.7 – Constituição do desdobramento da função qualidade Fonte: Campos (1992, p. 109) Devido aos seus benefícios, o QFD começou a ser usado em empresas de todo o mundo, além de Japão. Nos EUA, por exemplo, QFD começou no início da década de 80. Na mesma década, alguns países da Europa também iniciaram o uso do método. A disseminação do QFD 34 Capítulo 2 Fundamentação Teórica no Brasil é mais recente, na década de 90 (CAUCHICK & CHENG, 2001). A partir desta utilização, cada vez mais, estudos foram realizados em várias nações, a fim de avaliar suas principais dificuldades e benefícios. O objetivo principal desse método é garantir a qualidade antes mesmo de o projeto ser desenvolvido (AKAO, 1996). Além disso, o QFD é uma ferramenta que permite a conversão das necessidades dos consumidores em características mensuráveis de qualidade, no intuito de ouvir os desejos dos clientes traduzindo-os em especificações ao desenvolvimento da qualidade de projeto, produto ou serviço. Segundo Eureka & Rayan (1992), o QFD não deve ser usado para qualquer componente de qualquer produto, nem necessariamente para cada produto. O procedimento feito desta forma eliminaria a principal qualidade do QFD, colocar no mercado um produto de alta qualidade no menor espaço de tempo possível. De acordo com Vasconcelos et al. (2003), o Desdobramento da Função Qualidade é uma estrutura de trabalho que integra o planejamento, a organização e o controle da qualidade desde a fase de percepção até a fase de satisfação plena das necessidades dos clientes. LaiKow e Ming-Lu (2002) apresentam o QFD como um conceito global que provê meios de traduzir as exigências dos clientes nas exigências técnicas apropriadas para cada fase de desenvolvimento de produto, processo e/ou melhoria. Bouer (1998) define QFD como um procedimento que permite à organização perceber as necessidades dos clientes e estabelecer com que prioridades tais necessidades serão atendidas, detalhando para a organização qual será a contribuição de cada segmento, formalizando, para efeito de continuidade e segurança, a contribuição de cada um. Oliveira e Drumond (2000) definem como principais etapas do QFD: 1. Construir um modelo conceitual que retrate toda a sequência lógica do desenvolvimento do produto em questão. 2. Identificar as principais atividades relacionadas ao processo de desenvolvimento de produtos. Para isso é essencial que a empresa tenha um padrão gerencial de desenvolvimento de produtos que evidencie todas estas atividades e os responsáveis por elas. 3. O último passo é relacionar cada atividade a uma ou mais matrizes que compõem o modelo conceitual e verificar quais informações estão disponíveis na empresa e quais devem ser obtidas por meio de observação (coleta de dados) ou por meio de experimentações. Praszkiewicz (2009) se refere ao QFD como um método para criar um projeto de qualidade em fase de desenvolvimento de um novo produto ou através de sua modernização. 35 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Começa a partir das necessidades dos clientes que é convertido em requisitos da empresa e tem como finalidade aumentar a satisfação dos mesmos. QFD é também uma ferramenta para analisar e melhorar os sistemas de produção (HERNANDEZ et al., 2006). Exige (Karsak ( et al., 2003), uma série de matriz, cada uma correspondendo a um estágio do ciclo de desenvolvimento do produto. O QFD utiliza uma série de matrizes que levam em conta as especificações para o produto ou serviço de forma ampla, decompõe os mesmos os em atribuições de ação específicas. especí De acordo Miguel et al.. (2003), as matrizes que o método gera contém informações e dados necessários para que a qualidade desejada seja obtida. Contudo, as informações das matrizes devem ser desdobradas. s. Desse modo, o QFD age como uma forma de comunicar sistematicamente a informação relacionada com a qualidade e de explicitar ordenadamente o respectivo trabalho (função) para fazer uso dessas informações. Para Slack et al.. (2002), a matriz QFD é uma articulação culação formal entre os requisitos do consumidor (o quê)) e as características de projeto do novo produto e/ou produto acabado (Figura 2.8). Figura 2.8 – Componentes do modelo QFD Fonte: Sprosser et al. (2004, p. 708) Cheng (1995) define que a adaptação do método QFD teve origem a partir do uso diagrama causa-e-efeito efeito para definição de pontos de controle, e posteriormente, tabelas de garantia de qualidade, particularmente na produção. Recentemente, o QFD é utilizado como como ferramenta inicial no ciclo de vida do 36 Capítulo 2 Fundamentação Teórica desenvolvimento de produtos e planejamento de produtos dentro da empresa. Desta forma pode-se apresentar o QFD como a melhor metodologia para traduzir a voz do cliente (subjetiva) em requisitos mensuráveis e (objetivos) que permearão e orientarão todas as fases do processo de desenvolvimento de produtos e serviços avaliando a satisfação do cliente. Considera-se, desta forma, que o emprego do QFD – Desdobramento da Função Qualidade – representa uma alternativa viável na procura da qualidade para todos os empresários que almejam alcançar êxito por meio da satisfação total de seus clientes (GUAZZI, 1999). O QFD, segundo Guazzi (1999), engloba a quebra dos conceitos tradicionais, transcendendo os padrões existentes, criando um terreno produtivo para o conceito de “learning organizations” (organizações que aprendem), sendo que cessa o raciocínio tradicional de resposta direta aos problemas que o ambiente traz para um raciocínio superior, que procura a geração de ideias inovadoras, aptas a pôr a organização à frente de seus mercados. Os principais benefícios observados por Oliveira e Drumond (2000) na aplicação do QFD foram: - maior confiança da equipe nos resultados obtidos e nas decisões tomadas; - alcance das metas de prazo e de qualidade do projeto; - visão global do projeto por parte da equipe, obtida com as avaliações das interações entre produtos (final e intermediário), processo e matérias-primas; - melhoria no sistema de gerenciamento das atividades associadas ao processo de desenvolvimento de produtos; - aprimoramento do conhecimento técnico da equipe; - maior interação entre as áreas de P&D e Marketing; - maior extração de informações das pesquisas de mercado. Em síntese, QFD é um método que pode ser utilizado para desenvolvimento do planejamento estratégico, que traz como consequência importante, entre outras, uma melhoria da Qualidade, no seu sentido mais amplo, ou seja, satisfazer os desejos e necessidades dos clientes. Vender o que cliente quer comprar e tornar o produto ou serviço disponível no momento que o mercado quer e antes que a concorrência o faça (BARNARD & WALLACE, 1994). Basicamente o QFD representa uma diminuição de problemas no início da produção, 37 Capítulo 2 Fundamentação Teórica menos mudanças no projeto e encurta os ciclos de desenvolvimento do produto. Com isso, é consequente o aumento da produtividade e a redução de custos. A aplicação do QFD também ocasiona benefícios em longo prazo, tais como: satisfação dos clientes, custos de garantia baixos, ganhos de maiores faixas de mercado, entre outros. Entretanto, as empresas enfrentam várias dificuldades na introdução e utilização do método, tais como: dificuldade de interpretar a “voz do cliente” (Chan; Wu, 2005), priorizar as características da qualidade (Karsak, 2004), definir a qualidade projetada (Ramasamy & Selladurai, 2004), trabalhar com matrizes grandes (Dikmen et al., 2005) e, finalmente, dificuldades geradas pelo trabalho em equipe (Lowe e RidgwaY, 2000), dentre outras. 2.6 Escala SERVQUAL Grandes esforços em pesquisa sobre serviço foram dedicados ao desenvolvimento de instrumentos confiáveis capazes de mensurar a qualidade. No entanto, a medição da qualidade de serviço permanece muitas vezes sendo um desafio, pelo fato de estar ligada diretamente com a satisfação do cliente e, essa ser formada por vários fatores intangíveis (não podendo ser facilmente medida) (BABAKUS & BOLLER, 1992; LEBLANC E NGUYEN, 1997; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2000). Uma das medidas mais conhecida e mais utilizada para a mensuração da qualidade em serviço é a Escala "SERVQUAL", baseado no “modelo gap”, que foi originalmente desenvolvido por Parasuraman et al. (1985, 1988) e refinada subsequentemente por Parasuraman et al. (1991, 1994). A escala SERVQUAL, consiste em 22 itens que representam cinco dimensões e foi originalmente aplicada em quatro setores de serviço: banco de varejo, cartão de crédito, seguros e serviços de manutenção (HAMER, 2006; NETO, et al, 2006). Esta escala surgiu através da realização de uma pesquisa quantitativa realizada, que objetivava desenvolver uma ferramenta capaz de medir a qualidade dos serviços através da diferença entre percepção e expectativa dos clientes (ELEUTÉRIO; SOUZA, 2002; SAHNEY et al, 2004; SHEILAGH, 2011, DARRYL, 2012). Foram abordadas questões que incluíam: as razões para a satisfação e a insatisfação dos consumidores com o serviço; descrição do serviço ideal; significado da qualidade do serviço; fatores importantes na avaliação da qualidade dos serviços e performance de expectativas a respeito do serviço (MIGUEL 2012). O principal resultado das entrevistas foi um conjunto de falhas (gaps) entre a percepção da qualidade dos serviços prestados nos setores questionados e as expectativas associadas à prestação destes serviços (MELLO; PEREIRA; SILVA, 2002; NETO, et al, 2006). Esses 38 Capítulo 2 Fundamentação Teórica gaps constituem os obstáculos para se alcançar um nível de excelência na prestação de serviços (BRITO & VERGUEIRO, 2011). As expectativas são utilizadas pelos clientes como base de avaliação do desempenho de um serviço, antecedendo assim, a resposta de satisfação (FARIAS, 1998). Antes de ocorrer uma compra os clientes criam expectativas sobre a qualidade do serviço, embasado nas suas necessidades e experiências vividas. Após a compra, a comparação entre o que se desejava e o que ele realmente recebeu, é inevitável. Se a qualidade do serviço oferecido for inferior à qualidade desejada, ocorre uma divergência, ou seja, uma lacuna entre o desempenho do fornecedor do serviço e as expectativas dos clientes. (LOVELOCK, 2003). Dessa forma, a avaliação da qualidade de um serviço, por um cliente, é feita por meio da diferença entre a sua expectativa e o seu julgamento do serviço . A equação 2.1esboça este conceito de avaliação (MIGUEL, 2011). Em que: = – (2.1) = Valores de medida de percepção de desempenho para característica j do serviço; = Valores de medida da expectativa de desempenho para característica j do serviço; = Avaliação da qualidade do serviço em relação à característica j. Inicialmente foram utilizadas 10 dimensões na escala SERVQUAL como determinantes da qualidade do serviço, porém depois de alguns refinamentos apenas cinco dimensões permaneceram (Paquette et al., 2009) que são: tangibilidade, credibilidade, presteza, segurança, empatia e aspectos tangíveis (LADHARI, 2009; LOVELOCK, 2003). - Tangibilidade: A aparência das instalações físicas e equipamentos, facilidade para operar os serviços, de acessibilidade (Baek & Han, 2004; Wu, Tao, & Yang, 2010; Zhou, Zhang & Ji, 2010) e agilidade de operações (HAN & BAEK, 2004, WU et al., 2010). - Credibilidade: A capacidade de executar o serviço prometido com precisão, ou seja, a confiabilidade das operações (BAEK & HAN, 2004; JUN & CAI, 2001; KHAN & MAHAPATRA, 2009; WU et al., 2010; YANG & PETERSON, 2004; ZHOU et al., 2010). - Presteza: A vontade de ajudar os clientes, pronto atendimento, ou seja, a atenção ao cliente (HAN & BAEK, 2004; CAI, 2001; KHAN & MAHAPATRA, 2009; WU et al., 2010, YANG et al., 2004; ZHOU et al., 2010). - Segurança: O nível de proteção de informações confidenciais, a segurança das 39 Capítulo 2 Fundamentação Teórica operações (Brasil, Garcia & Antonialli, 2006; Han & Baek, 2004; Khan & Mahapatra, 2009; Wu et al., 2010, Yang et al., 2004; Zhou et al., 2010) e sua capacidade de inspirar confiança. - Empatia: O nível de cuidado, de informações e adequação às necessidades dos usos do sistema (BRASIL et al., 2006; HAN & BAEK., 2004; ZHOU et al., 2010). A aplicação do questionário fundamenta-se em uma escala do tipo Likert (Likert, 1931), sendo necessário que a pessoa indique seu grau de concordância ou discordância nas respostas. É formado por duas partes, cada uma contendo 22 questões onde a primeira corresponde as expectativas dos clientes e a segunda as percepções (NETO, et al., 2006; CARRASCO, 2012). Alguns autores (Saleh & Ryan, 1991) propõem uma escala SERVQUAL modificada que apresenta cinco pontos na escala Likert sobre as cinco dimensões. A Figura 2.9 expõe o questionário adaptado do SERVQUAL. Confiabilidade 1. Prestação do serviço com comprometimento. 2. Competência em lidar com problemas dos clientes. 3. Realizar corretamente a prestação do serviço da primeira vez. 4. Prestar o serviço no tempo prometido. 5. Manter os registros sem erros Presteza 6. Manter os clientes informados sobre quando os serviços serão executados. 7. Os funcionários prestam os serviços prontamente. 8. Os funcionários tem boa vontade em ajudar os clientes. 9. Prontidão para responder às solicitações dos clientes. Segurança 10. Os funcionários inspiram confiança em seus clientes. 11. Os clientes se sentem seguros em suas transações. 12. Os funcionários são sempre corteses. 13. Os funcionários têm conhecimento necessário para responder às perguntas dos clientes. Empatia 14. Atenção individualizada aos clientes. 15. Os funcionários tratam os clientes de uma forma prestativa. 16. A empresa prioriza os interesses mais importantes dos seus clientes. 17. Os funcionários entendem as necessidades dos seus clientes. 18. Horário de atendimento conveniente aos clientes. Tangíveis 19. Equipamentos modernos. 20. Instalações visivelmente conservadas. 21. Os funcionários apresentam uma aparência limpa e profissional. 22. Os materiais associados aos serviços são visualmente atraentes. Figura 2.9 – O instrumento SERVQUAL Fonte: Parasuraman et al. (1994, p. 207) O método SERVQUAL oferece um “esqueleto” básico por meio de seu formato de expectativas e percepções que inclui afirmativas para cada uma das cinco dimensões da qualidade de serviços. Esse “esqueleto” pode ser adaptado quando necessário e complementado para atender às características/necessidades de pesquisas específicas de uma 40 Capítulo 2 Fundamentação Teórica organização em particular (LOURES, 2009). Além disso, pode não ser necessário adaptar, excluir ou adicionar itens como necessário para capturar a construção de serviços de qualidade em um setor específico (CARMAN, 1990; TAYLOR et al., 1993). Embora o instrumento SERVQUAL tenha sido amplamente aplicado e valorizado por estudiosos e gestores (Asubonteng et al., 1996; Buttle, 1996, Lam & Woo, 1997), vários autores têm identificado dificuldades potenciais com a base conceitual e operacionalização empírica da escala (CARMAN, 1990; CRONIN E TAYLOR, 1992; ASUBONTENG et al., 1996; BUTTLE, 1996; LAM, 1997; VAN Dyke et al., 1997; ARASLI et al., 2005; BADRI et al., 2005; JABNOUN & KHALIFA, 2005; LANDRUM et al., 2007). Em particular, os críticos têm questionado se as cinco dimensões genéricas da escala, e suas propriedades psicométricas, são genericamente aplicáveis em todos os contextos de serviços (LADHARI, 2009). Ekinci e Riley (1998) argumentou que o conceito de "subtração", contida no modelo SERVQUAL não tem equivalência na função psicológica. Brown et al. (1993) e Peter et al. (1993) mostraram que a pontuação gap têm baixa confiabilidade e problemas com variância, pois a confiabilidade da diferença de uma pontuação diminui à medida que a correlação entre os seus dois componentes aumenta. Apesar das preocupações sobre a validade da escala ela continua sendo uma ferramenta útil para medir e gerenciar a qualidade do serviço. No entanto, é importante notar que a Escala SERVQUAL não deve ser utilizada em todas as circunstâncias. (LADHARI, 2009). Os pesquisadores deverão: - Adaptar a metodologia SERVQUAL para desenvolver o seu próprio instrumento para um contexto de estudo específico, ou - Validar o instrumento após a coleta de dados através da confiabilidade e validade da análise. Muitos trabalhos foram publicados utilizando a escala SERVQUAL em vários setores como no de saúde (Carman, 1990; Headley & Miller, 1993; Lam, 1997; Kilbourne et al., 2004), em fast food (Lee & Ulgado, 1997), telecomunicações (Van Der Wal et al., 2002), redes de varejo (Parasuraman et al., 1994), sistemas de informação (Jiang et al., 2000), biblioteca (COOK & THOMPSON, 2000). Assim como em vários países, Estados Unidos (Pitt et al., 1995, Jiang et al., 2000; Kilbourne et al., 2004; Lai, 2006; Landrum et al., 2007), China (Lam, 2002; Zhou et al., 2002), Austrália (Baldwin & Sohal, 2003), Hong Kong (Kettingeret et al., 1995; Lam, 1997), Coreia (Kettinger, 1995); África do sul (Mels et al, 41 Capítulo 2 Fundamentação Teórica 1997; Pitt et al., 1995; Van Der Wal et al., 2002), Países Baixos (Kettingeret et al., 1995) e Reino Unido (KILBOURNE et al., 2004; LAI, 2006). A Escala SERVQUAL é muito útil na medição da qualidade, mas um bom gestor pode aproveitar todo o seu potencial e agrupar a outras ferramentas para fazer o acompanhamento periódico da evolução da percepção, pois, esta ferramenta apenas proporciona aos gerentes as percepções relacionadas a um dado nível de qualidade, mas não o impacto sobre a percepção caso esse nível aumente ou diminua. Esta informação pode ser obtida através da integração da escala SERVQUAL com o Modelo de Kano. Neste modelo, as perguntas podem assumir duas formas: funcional (presença do atributo ou aumento de desempenho) e disfuncional (ausência do atributo ou redução de desempenho) (PAQUETTE et al., 2009). 2.7 Modelo de Kano O Modelo de Kano tem como objetivo analisar a percepção dos clientes quanto aos atributos da qualidade, através de uma perspectiva diferente para análise de oportunidades de melhoria, considerando uma relação não linear entre desempenho e satisfação. O modelo auxilia na compreensão de como os clientes avaliam e percebem atributos da qualidade (LÖFGREN & WITELL, 2005). É comumente utilizado no processo de desenvolvimento de produto/serviço para investigar o impacto da eficácia de vários atributos de qualidade sobre a satisfação dos clientes, assim como é um modelo útil para classificar e priorizar as necessidades dos mesmos (XU et al., 2008). Para identificar as categorias de qualidade, Kano et al. (Cestre & Damon, 1998) compilou uma lista de atributos funcionais e disfuncionais, na forma de um questionário para observar a distribuição de freqüência de pontos de vista dos clientes (CHEN, 2012). No questionário de Kano, os clientes escolhem uma das seguintes respostas para expressar seus sentimentos (Hinterhuber, 1998; Chen, 2008; Chen, 2012): (a) eu gosto (estou satisfeito), (b) deve ser assim (obrigatório), (c) eu sou indiferente (neutro), (d) eu posso viver com isso, e (e) eu não gosto (estou insatisfeito). A partir da Tabela 2.6 de resposta, o Modelo de Kano classifica atributos de serviços em categorias que mostra diferentes impactos sobre a satisfação do consumidor (Lee et al., 2011), as categorias são avaliadas de acordo com frequências de resposta (HINTERHUBER, 1998; CHEN, 2008; HSIEH, 2009; LI et al., 2009). 42 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Tabela 2.6 – Gabarito do Questionário de Kano Exigência do Cliente Muito Satisfeito Forma Disfuncional da Questão Desejaria e Nenhum Conviveria Gostaria Sentimento com Ele Muito Satisfeito Q A A A Desejaria e Gostaria R N N N Forma Funcional Nenhum Sentimento R N N N da Questão Conviria com Ele R N N N Não Gostaria R R R R Legenda: O – obrigatório; A – atrativo; U – unidimensional; N: neutro; R – reverso; Q – questionário. Fonte: Adaptado de Sireli et al. (2005, p. 383) Não Gostaria U O O O Q Com base no Modelo de Kano, os elementos de qualidade podem ser classificadas em cinco categorias (Kano, 1984; Berger, et al., 1993; Matzler et al., 1996; Tontini, 2007) que são: ● Atributos obrigatórios. Os atributos obrigatórios preenchem as funções básicas de um produto. Se esses atributos não estiverem presentes ou seu desempenho for insuficiente, os clientes ficarão extremamente insatisfeitos. Por outro lado, se esses atributos estiverem presentes ou forem suficientes, eles não vão trazer satisfação. De fato, os clientes veem esses atributos como pré-requisitos. Os atributos obrigatórios geralmente não são exigidos explicitamente pelos clientes, quando estes são interrogados sobre o que é importante em um produto ou serviço. ● Atributos unidimensionais. Quanto a esses atributos, a satisfação do cliente é proporcional ao nível de desempenho, quanto maior o nível de desempenho, maior será a satisfação do cliente e vice-versa. Geralmente atributos unidimensionais são exigidos explicitamente pelos clientes. ● Atributos atrativos. Esses atributos são pontos chave para a satisfação do cliente. O atendimento desses atributos traz uma satisfação mais que proporcional. Porém, eles não trazem insatisfação se não forem atendidos. Além desses três tipos diferentes de atributos, podem-se identificar mais dois: ● Atributos neutros e reversos. Atributos neutros são aqueles cuja presença não traz satisfação, nem a sua ausência traz insatisfação. Exemplos de atributos neutros são aqueles que nunca ou apenas raramente são usados pelo cliente. Atributos reversos são aqueles cuja presença traz insatisfação. Na Figura 2.10, é visualizado o Modelo de Kano. 43 Capítulo 2 Fundamentação Teórica Figura 2.10 – Modelo de Kano Fonte: Adaptado de Kano et al. (1984, p. 44). Várias pesquisas observaram que a metodologia Kano oferece alguns benefícios para classificar e priorizar as necessidades do cliente (LEE & HUANG, 2009; LEE & NEWCOMB, 1997; TAN & SHEN, 2000; WITELL & LOFGREN, 2007; YANG, 2005). Assim como muitos estudos tem empregado o método particularmente no domínio da gestão da qualidade (TQM), em que a classificação de Kano foi utilizada para ajustar índices de melhoria da qualidade na função de implantação (FRANCESCHINI & TERZAGO, 1998; MATZLER & HINTERHUBER, 1998; TAN et al., 1999; SHEN et al., 2000; TAN & SHEN, 2000; TAN & PAWITRA, 2001; PAWITRA & TAN, 2003; LEE et al., 2008; BAKI et al., 2009). No intuito de melhorar a metodologia original, vários autores têm modificado o teor das questões e / ou as respostas (SCHVANEVELDT et al., 1991; TONTINI, 2000; LEE & CHEN, 2009). Outros têm modificado as subcategorias das categorias originais de Kano (SHAHIN & ZAIRI, 2009). Classificando as necessidades dos clientes em categorias o modelo permite que a gestão se concentre em esforços onde os clientes irão notar seu efeito máximo. Uma estratégia eficaz da qualidade deve garantir as necessidades obrigatórias, para ser competitiva em relação aos líderes de mercado deve garantir as necessidades unidimensionais e, por fim, para se diferenciar deve incluir alguns elementos atraentes (ERTO et al., 2011). Diagrama de Kano e suas categorias só permitem a avaliação qualitativa de elementos de produtos/serviços de 44 Capítulo 2 Fundamentação Teórica qualidade, mas não permitem quantificar o grau em que o cliente está satisfeito (BERGER et al., 1993). A ideia básica do Modelo de Kano é amplamente aplicada em muitas áreas e pesquisas e mostra-se ser uma ferramenta útil na análise das características de satisfação do cliente (SCHVANEVELDT et al., 1991; MATZLER & HINTERHUBER, 1998; ANDERSON & MITTAL, 2000; FUCHS, 2002; ZHANG & VON DRAN, 2002; MATZLER et al., 2004; KUO, 2004; FULLER & MATZLER, 2007; LIU & WU, 2008). O modelo também foi adotado por muitos pesquisadores para assegurar um melhor desenvolvimento em diversos setores, tais como serviços de logística, design do site, estudos de confiabilidade e design de carros (HUISKONEN PIRTTILÄ, 1998; TAN et al., 1999; SHEN et al., 2000; ZHANG & DRAN, 2002; KUO, 2004; SHAHIN, 2004; BAKI et al., 2009). Nas aplicações, o método de Kano tem sido muitas vezes combinado com outros métodos de avaliação do desenvolvimento de produtos e serviços, tais como QFD (MATZLER & HINTERHUBER, 1998; TAN & SHEN, 2000) e SERVQUAL (PAWITRA & TAN, 2003; YANG, 2003). 2.8 Síntese do Capítulo Nesta seção, o principal objetivo foi nortear esta dissertação, assim como a aplicação do estudo de caso além de justificar a relevância dos instrumentos escolhidos para realização da pesquisa. Os principais conceitos fundamentados foram: Serviço, Qualidade em Serviço, Qualidade em Serviço de Saúde, QFD, SERVQUAL e Modelo de Kano. Uma descrição detalhada sobre as peculiaridades dos serviços e as formas de mensurar a qualidade nesse segmento foi essencial para abordar a temática desta pesquisa. O estudo de atributos para alcançar a satisfação dos clientes especificamente em empresas de laboratórios de análise clínicas também foi de grande relevância para a análise dos dados coletados e as discussões dos resultados. Por fim, o levantamento de trabalhos na literatura sobre a Escala SERVQUAL, o Modelo de Kano e o QFD serviram como embasamento para a elaboração do modelo proposto, que será exposto no próximo capítulo. A integração desses modelos tem como objetivo mensurar a qualidade em serviços de saúde, visando à satisfação e ao atendimento das expectativas dos clientes, por este motivo esses três subtópicos necessitaram ser bem explicados. 45 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde 3. MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS DE SAÚDE Este capítulo descreve o modelo proposto para avaliação da qualidade em serviços de saúde, identificando os pontos fortes e fracos deste setor para dessa forma contribuir para o melhoramento das suas atividades. No entanto, avaliar a qualidade em serviço de saúde laboratorial não é uma tarefa simples. O uso de instrumentos de coleta e análise dos dados ajuda na eficácia e compreensão das informações coletadas sem, porém, evitar a ocorrência de algumas falhas durante o processo de avaliação. Baseado nisto, o modelo aqui sugerido visa integrar os modelos Kano e SERVQUAL com o modelo de Desdobramento da Função de Qualidade (QFD) para assim, utilizar as potencialidades de cada modelo em questão, minimizando possíveis falhas durante a análise dos dados no uso de cada um deles individualmente. Neste trabalho, os pontos fortes e fracos do serviço foram definidos por meio da Escala SERVQUAL e os atributos da qualidade foram classificados e caracterizados utilizando o Modelo de Kano a fim de avaliar como esses atributos são capazes de satisfazer as necessidades dos clientes. Os resultados dessa junção foram transferidos para o Desdobramento da Função da Qualidade (QFD) que traz uma contribuição importante para o planejamento da qualidade em serviço ao traduzir as necessidades dos clientes em requisitos organizacionais apropriados. 3.1 Modelo de Integração da Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o QFD Na literatura atual, existem muitos exemplos nos quais os modelos de SERVQUAL, Kano e QFD são combinados de diferentes maneiras em diversos tipos de serviços. Franceschini e Terzago (1998) determinaram as necessidades de todas as pessoas que desempenhavam diferentes funções nos cursos de formação industriais dentro do Modelo de Kano e converteram essas necessidades em características técnicas usando o QFD. Matzler e Hinterhuber (1998) seguiram uma metodologia semelhante para a indústria de esqui. Shen et al. (2000) também analisaram a noção de satisfação do cliente com base no Modelo de Kano e apontaram para a importância da inovação no produto que melhor gere a satisfação do cliente. Da mesma forma, Tan e Shen (2000) propuseram uma abordagem integrada com base no Modelo de Kano e QFD para expressar a natureza das necessidades dos clientes em termos de design de site. Trabalhos combinando o SERVQUAL com o QFD também são encontrados na 46 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde literatura. Lim et al. (1999) adotaram a Escala SERVQUAL para medir o desempenho dos cuidados na área de saúde em Cingapura e os resultados empíricos foram utilizados na Casa da Qualidade do QFD para o processo de percepção dos serviços hospitalares com base em expectativas dos clientes. Em 2001, Tan e Pawitra propuseram uma abordagem integrada envolvendo SERVQUAL, Modelo de Kano e QFD no intuito de buscar a excelência do serviço de turismo. Em 2009 Baki et al. desenvolveram um estudo para serviço de logística também utilizando a junção desses três modelos. Eles perceberam que essa metodologia criou soluções poderosas para atender as necessidades dos clientes. A integração dessas três ferramentas da qualidade é muito útil uma vez que o QFD tem potencial para permitir a transformação das necessidades dos clientes em características técnicas, no intuito de melhorar os atributos fracos determinados através do uso do SERVQUAL e do Modelo de Kano (TAN & PAWITRA, 2001). Assim, o QFD pode ser utilizado como método complementar na elaboração de um programa de satisfação do cliente a partir das informações levantadas pelo SERVQUAL e pelo Modelo de Kano. A Figura 3.1 ilustra como o Modelo de Kano e SERVQUAL se integram ao QFD para melhor compreensão da “voz” do cliente. 47 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde Figura 3.1 – Modelo de Integração da Escala SERVQUAL, Modelo de Kano e QFD Fonte: Esta Pesquisa (2013) Neste trabalho, o QFD foi empregado para relacionar as necessidades dos clientes de laboratórios de análises clínicas com o serviço que eles receberam, com o objetivo dos gestores utilizarem essas informações nos seus processos de melhoria. A junção das informações dos modelos SERVQUAL e Kano, alimentou a parte dos “requisitos dos clientes”, na casa da qualidade do QFD e uma entrevista com o gestor de um laboratório de análise clínica foi realizada, para a orientação da seleção das “características da qualidade” de um laboratório. Para medir as percepções da qualidade dos serviços laboratoriais foi utilizada a Escala SERVQUAL e, no caso desta pesquisa, foram escolhidos apenas os gaps que apresentaram valores altos e críticos, selecionados através da análise de quartis. Essas percepções foram categorizadas de acordo com seu efeito sobre a satisfação dos clientes através do Modelo de Kano. As categorias de Kano foram determinadas para cada atributo e em seguida foram atribuídos pesos para as categorias caracterizadas como obrigatória, unidimensional e atraente. A ideia foi mostrar qual atributo tem maior impacto no aumento da satisfação dos 48 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde clientes e desta forma, poder priorizar as atenções para o aumento da sua satisfação. Segundo Pawitra e Tan (2001) os benefícios da integração proposta incluem: 1. Fornecimento de uma base para o planejamento de melhoria da qualidade. 2. Priorização de planos de ação para se cumprir as necessidades da “voz” do cliente. 3. Melhoria na comunicação e no trabalho em equipe. 3.2 Relação da Escala SERVQUAL com o Modelo de Kano O “produto” no setor de serviço apresenta natureza intangível por isso sua mensuração envolve processos complexos. Para avaliar a percepção dos clientes sobre o serviço que recebeu, a escala de qualidade de serviço (SERVQUAL), desenvolvida por Parasuraman et al. (1988) é amplamente utilizada (BAKI et al., 2009). O problema aparece quando se trata da questão da linearidade da relação entre a qualidade do serviço e a satisfação do cliente que é observada na Escala SERVQUAL. A princípio, se supunha que esta relação deveria apresentar um caráter linear devido ao fato de se acreditar que quanto maior fosse o aumento do nível de qualidade, maior satisfação do cliente seria alcançada. (HUISKONEN & PIRTTILA, 1998; BUSACCA & PADULA, 2005). No entanto, um número crescente de pesquisadores, sob a liderança de Kano et al. (1984) contradizem a ideia de uma relação linear e simétrica entre a qualidade do serviço e a satisfação do cliente e afirmam que, em alguns casos, esta relação pode exibir um padrão não linear. Assim, para chegar a real relação entre qualidade e satisfação, o Modelo de Kano classifica os atributos da qualidade do serviço de acordo com os seus efeitos sobre a satisfação do cliente, isto é, ele avalia se determinado atributo é obrigatório, unidimensional ou atrativo para os clientes daquele serviço. Contudo, se utilizado isoladamente, o Modelo de Kano não é eficiente na definição de prioridades e melhorias. A integração do SERVQUAL com o Modelo de Kano vai caracterizar os atributos atrativos, obrigatórios e unidimensionais, assim como, identificar os pontos fortes e os pontos fracos e consequentemente vai ajudar a visualizar melhor as necessidades dos clientes. A Figura 3.1 mostra um fluxograma que ilustra como o Modelo de Kano pode ser integrado ao SERVQUAL. 49 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde Figura 3.2 – Integração Escala SERVQUAL com Modelo de Kano Fonte: Esta Pesquisa (2013) Neste trabalho a integração dos dois modelos consistiu dos seguintes passos: 1. Definição dos atributos de qualidade para serviços de saúde laboratoriais clínicos. 2. Mensuração das expectativas dos clientes (Questionário SERVQUAL) 3. Determinação das opiniões dos clientes sobre os atributos funcionais e disfuncionais (Questionários Kano). 4. Escolha dos atributos que apresentaram maiores gaps por meio do questionário SERVQUAL. 5. Seleção dos atributos que foram julgados atrativos, obrigatórios e unidimensionais, através do questionário de Kano. 6. Conciliação dos atributos categorizados como atrativos, obrigatórios e unidimensionais do Modelo de Kano com os de maiores gaps da Escala SERVQUAL. 7. Cálculo da satisfação do cliente através do nível de importância do Modelo de Kano com a diferença entre o serviço previsto e o serviço percebido encontrado na escala SERVQUAL. Em síntese, neste estudo, a integração dos modelos foi realizada através da avaliação dos resultados interpretados pela análise da Escala SERVQUAL, identificando os atributos 50 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde que apresentarem maiores gaps negativos. Posteriormente estes foram comparados com a classificação do Modelo de Kano, e foram selecionados aqueles classificados como atrativos, obrigatórios ou unidimensionais. Estes atributos foram usados como entrada para Casa da Qualidade do QFD. Para o alcance do modelo proposto, através da integração da Escala SERVQUAL, o Modelo de Kano e o QFD fizeram-se necessário o estudo de cada ferramenta separadamente. A seguir têm-se a realização de todas as etapas dessas ferramentas. 3.3 Etapas para Utilização da Escala SERVQUAL A primeira etapa para a utilização da Escala SERVQUAL é a preparação e aplicação do questionário. O questionário original é estruturado com 22 atributos agrupados em 5 dimensões. No entanto, de acordo com a finalidade da aplicação deste questionário, os atributos e as dimensões podem ser modificados em seu conteúdo, desde que se mantenha sempre uma relação de sentido com as dimensões caso novos atributos sejam acrescentados. O objetivo de modificar o questionário original é conseguir que os atributos do questionário se ajustem melhor ao tipo de serviço estudado. Muitos autores como, Kang, James e Alexandris (2002); Cook (2000); Llosa, Chandon e Orsingher (1998); Lee e Hing (1995) utilizaram em seus trabalhos a Escala SERVQUAL em sua forma original. Brady, Cronin e Brand (2002); Mehta, et al. (2000); Carvalho e Leite (1999) fizeram uso da Escala SERVQUAL modificada. O questionário utilizado nesta pesquisa foi elaborado a partir do questionário original de Parasuraman et al.(1985), possuindo algumas adaptações para o setor de saúde laboratorial. A escala Likert de um a cinco é a métrica deste trabalho, que compreende desde a total discordância até a total concordância nas afirmativas sobre expectativa e percepção do cliente a respeito das dimensões abordadas pelo questionário, onde: 1=Discordo Totalmente, 2=Discordo Pouco, 3=Nem Concordo e Nem Discordo, 4=Concordo Pouco, 5=Concordo Plenamente. Na primeira parte do questionário há uma tabela de pontos composta por cinco afirmativas, cada uma delas referente a uma das dimensões abordadas pelo SERVQUAL, onde o entrevistado deveria distribuir 100 pontos entre elas. A segunda parte é caracterizada pelas perguntas referentes à percepção e expectativa dos clientes, distribuídas nas dimensões: Tangibilidade (itens 1 a 4), Credibilidade (itens 5 a 9), Presteza (itens 10 a 13), Segurança (itens 14 a 17) e Empatia (itens 18 a 22). Por fim, a última parte é composta de uma pergunta 51 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde sobre a qualidade geral do laboratório (Apêndice A). Após a aplicação do questionário, a segunda etapa é a análise estatística dos resultados, no intuito de validar a Escala. Essa análise foi realizada através do estudo de regressão e correlação entre as variáveis estudadas. Segundo Gujarati (2000), regressão e correlação são técnicas estatísticas que se baseiam nos conceitos de amostragem a fim de verificar se duas ou mais variáveis de uma mesma população, ou não, estão relacionadas umas com as outras, e medir o grau dessa relação, isto é, se esta é fraca ou forte. O estudo da correlação origina um número que sintetiza o grau de relacionamento entre duas variáveis, enquanto o estudo da regressão tem como resultado uma equação matemática que pode ser utilizada para estimar valores futuros de uma variável quando se conhecem ou se supõem conhecidos valores da outra variável (BUSSAB & MORETTIN, 2006). No caso da regressão realizada neste trabalho foi utilizado o método de regressão múltipla, que inclui mais de uma variável independente para explicar uma variável dependente. Outro parâmetro avaliado neste trabalho foi o coeficiente alfa de Cronbach, que é uma das estimativas da confiabilidade de um questionário aplicado em uma pesquisa (SALOMI et al., 2005). Este coeficiente é calculado a partir da variância dos itens individuais e das covariâncias entres os itens por meio da Equação 3.1: ∑ = 1 − −1 (3.1) onde: k é o número de itens do questionário, é a variância do item i e é a variância total do questionário. A terceira e última etapa é o cálculo das lacunas (gaps), ou seja, a diferença entre o serviço esperado e o serviço de fato recebido (percebido). A partir dos valores dos gaps obtidos foram construídos gráficos para uma melhor visualização das variações observadas. Através dos gaps, uma análise das percepções dos atributos de qualidade pelos clientes pode ser realizada. Gaps negativos representam insatisfação e gaps positivos satisfação. Quanto maior for o valor do gap mais atenção o atributo deve receber. 3.4 Etapas para Utilização Modelo de Kano O Modelo de Kano classifica os atributos de qualidade através de um questionário, composto de pares de perguntas para determinado produto/serviço. Uma pergunta se refere ao sentimento do consumidor no caso de realização do atributo (“questão funcional”) e outra 52 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde pergunta sobre os sentimentos no caso de não cumprimento de um atributo (“questão disfuncional”). A primeira etapa para a identificação dos atributos é a execução de uma pesquisa qualitativa. No presente trabalho, os atributos selecionados foram os mesmos utilizados para a Escala SERVQUAL, para que a posterior a integração dos modelos pudesse ser realizada. A segunda etapa é a construção e aplicação do questionário do Modelo de Kano. O questionário tem o objetivo de classificar os atributos identificados nas cinco dimensões sugeridas pelo modelo (atrativo, obrigatório, unidimensional, reverso ou neutro) e é formulado de forma que o respondente indica se ele sente-se: satisfeito, desejasse, indiferente, conformado ou insatisfeito com uma determinada situação ou com relação ao atributo citado. Depois de agrupar as respostas dos questionários, a terceira etapa foi a classificação dos atributos. A combinação das respostas funcional e disfuncional, através de uma tabela de avaliação, determina a classificação do atributo, como unidimensional (U), atrativo (A), obrigatório (O), neutro (N), questionável (Q) ou reverso (R) para os clientes entrevistados. As frequências das respostas foram usadas para fornecer a classificação final dos atributos. A Figura 3.3 representa a forma que a classificação é realizada. 53 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde Saúd Figura 3.3 3. – Passos para Utilização Modelo de Kano Fonte: Esta Pesquisa (2013) No exemplo mostrado na Figura 3.3 o primeiro requisito avaliado pelo cliente (RC) diz respeito aos equipamentos. A pergunta funcional se refere a como o cliente se sente se o laboratório por ele frequentado possuir equipamentos modernos. Em seguida, o cliente responde a essa mesma questão em sua forma disfuncional, ou seja, como ele se sente se o referido laboratório possuir apenas equipamentos básicos. No caso do exemplo, o cliente se sente muito satisfeito quando o laboratório possui equipamentos modernos (questão funcional), mas pode conviver com fato do laboratório possuir apenas equipamentos básicos (questão disfuncional). Essas duas respostas são então correlacionadas para que o atributo possa ser classificado ificado em uma das categorias do Modelo de Kano. No exemplo, o requisito equipamentos foi classificado como atrativo decorrente da relação entre as respostas “muito satisfeito” e “posso conviver com isso” como mostra a segunda tabela da Figura 3.3. Esta avaliação aliação é realizada para todos os requisitos descritos no questionário. 54 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde A quarta etapa corresponde à construção de uma tabela com os percentuais e à contagem de cada atributo. Depois de classificados os atributos e realizada a contagem percentual, calcula-se o coeficiente de satisfação e insatisfação do consumidor, também chamado de índice de Berger. Este índice indica o percentual dos clientes que ficam satisfeitos com a existência do atributo e o percentual dos que ficam insatisfeitos com a ausência. E é calculado de acordo com as Equações 3.2 e 3.3: = + +++ + +++ (3.2) (3.3) onde Cs é o coeficiente de satisfação e Ci o coeficiente de insatisfação. Uma vez calculados os índices de satisfação e insatisfação do consumidor para cada um dos atributos, faz-se um gráfico dos coeficientes de satisfação versus os coeficientes de insatisfação como mostra a Figura 3.4. A localização do atributo nos quadrantes mostra a classificação deste segundo o Modelo de Kano. Figura 3.4 – Quadrante da Classificação do Modelo de Kano Fonte: Esta Pesquisa (2013) 55 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde 3.5 Etapas para Aplicação do QFD Segundo AKAO (1996) a Casa da Qualidade tem a finalidade de executar o projeto da qualidade, priorizando as qualidades verdadeiras exigidas pelos clientes que serão convertidas em características de qualidade dos serviços. É obtida pelo cruzamento da tabela dos requisitos dos clientes com a tabela das características de qualidade. É a primeira construída e constitui a base da metodologia, iniciando com a obtenção da “voz do cliente”. Segundo Ferreira (1997), ouvir o cliente é um fator muito importante, pois evita suposições de desejos ou desprezos dos mesmos. Através da Casa da Qualidade se responde O QUÊ é importante para o cliente, COMO isto pode ser feito e as interações entre COMOs e O QUÊs. Para Hauser e Clausing (1988), a matriz da qualidade é um mapa que estabelece os meios de comunicação e planejamento interfuncional. A composição da matriz está representada em forma esquemática na Figura 3.5. Sua elaboração requer a colaboração de diversas áreas funcionais da empresa e devem-se identificar os clientes que serão atingidos pelos resultados do trabalho, pois as características da qualidade são elementos mensuráveis do serviço e devem estar diretamente relacionados às percepções dos clientes. Por se tratar de valores numéricos a sua compreensão se torna mais fácil, e consequentemente se tem uma maior objetividade na elaboração de planos de melhorias. Figura 3.5 – Principais componentes da Casa da Qualidade Fonte: Adaptada de Shen & Xie, (2000, p. 284) Os conteúdos de cada parte da Casa da Qualidade, a forma como são preenchidos e como se interpretam os elementos neles contidos são explicados a seguir. 56 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde 1: Requisitos do Cliente Na parte 1, é apresentado o desdobramento da qualidade demandada, ou seja, os requisitos dos clientes (“os quês”). É nessa etapa que a voz do cliente é ouvida. No caso desse trabalho, foram ouvidos clientes que utilizam laboratórios de análises clínicas. Essa parte é composta pelas informações resultantes da integração da Escala SERVQUAL com o Modelo de Kano. 2: Características do Serviço A parte 2 é composta pelas características que precisam ser implementadas no intuito de satisfazer os requisitos do cliente. Esta operação requer um trabalho junto com um gestor de laboratório de análise clínica, uma vez que antes da introdução das informações nesta matriz é necessário identificar os elementos que seriam viáveis para atender os desejos dos clientes. Nesta etapa pretende-se encontrar soluções para executar “os quês” introduzidos na etapa 1, ou seja, definir “os comos”. Por esse motivo essa etapa é de extrema importância, sendo absolutamente necessário que haja uma integração com os especialistas do setor em estudo que conheçam muito bem o processo de fornecimento do serviço. Só desta maneira poderão surgir soluções técnicas que contribuam com a maior eficácia possível, e ao menor custo, para realização (execução) dos requisitos do cliente. 3: Matriz das Relações A etapa 3, também denominada por matriz das relações, constitui a parte principal da Casa da Qualidade. Em cada uma das suas células é representado o modo como as características enunciadas na etapa 2 contribuem para a implementação dos requisitos apresentados na etapa 1. Como se pretende classificar essa relação de uma forma quantitativa recorre-se ao uso de símbolos com diferentes pontuações para definir de que modo uma dada característica contribui para a implementação de um dado requisito. Utiliza-se normalmente a simbologia apresentada na Tabela 3.1, com as respectivas pontuações associadas: 57 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde Tabela 3.1 Nível de Correlação Símbolo Significado Pontuação ● Correlação Muito Forte 9 ○ Correlação Forte 3 ∆ Correlação Fraca 1 Não existe relação significativa entre a característica e o requisito 0 Sem símbolo Fonte: Esta Pesquisa (2013) Visto que todas as relações foram classificadas, uma matriz parcialmente preenchida é formada, indicando desta forma quais características dos serviços permitem ou não satisfazer adequadamente os requisitos do cliente ou se é necessário considerar outras características. De acordo com Burchill (1997), uma pessoa que tenha experiência na aplicação do QFD, ao olhar para uma Casa da Qualidade, pode imediatamente tirar algumas conclusões, como: → Uma matriz que apresenta poucos símbolos ou muitas relações fracas indica que as características encontradas não contribuem de forma eficiente para a implementação dos requisitos do cliente; → Uma matriz muito preenchida ou com muitas relações fortes indica que todas as características são tomadas como indispensáveis para a satisfação do cliente, o que significa que a implementação do projeto pode ter um alto custo e necessitará de muito tempo; → Se em uma matriz existem colunas sem símbolos, isso significa que as respectivas características não são necessárias para cumprir os requisitos dos clientes; → Se existem linhas sem símbolos, isso significa que existem requisitos que não estão sendo considerados nas soluções encontradas pela equipe de desenvolvimento. 4: Planejamento das Características Na Casa da Qualidade incluem-se também outros elementos que ajudam no planejamento das características de controle. São eles: → A importância Absoluta de cada característica; → A importância Relativa de cada característica; A importância absoluta de cada característica pode ser calculada a partir da matriz das relações. Ela é o resultado do somatório dos produtos da correlação de cada requisito pelo nível de relação deste com cada característica conforme expressa a Equação 3.4. 58 Capítulo 3 Modelo Proposto para Avaliação da Qualidade em Serviços de Saúde # (" × % ) 3.4 Onde: = importância absoluta da característica j. " = pontuação de correlação % = grau de relacionamento do requisito i com a característica j (pontos atribuídos a relação) Após o cálculo da importância absoluta para todas as características em análise, calculam-se as suas importâncias relativas. Para cada característica, divide-se a sua importância absoluta pelo valor do somatório das importâncias absolutas de todas as características (de modo que o total seja 100 %). Uma vez construída a Casa da Qualidade para um serviço, esta não necessita ser refeita para todos os projetos e melhorias seguintes. Isto é possível, pois boa parte das informações que integram a Casa da Qualidade, principalmente no que se refere aos requisitos dos clientes e à definição das características do serviço, permanecem estáveis ao longo do tempo podendo assim ser utilizadas durante alguns anos (DELGADO, 2002). Mantendo-se a estrutura básica da Casa da Qualidade, esta funciona como uma "memória visual da organização", onde está representada informação vital para o seu bom funcionamento. 3.6 Síntese do Capítulo Esta seção apresentou o modelo proposto para integrar a Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o QFD no intuito de avaliar a qualidade do serviço de saúde em laboratórios de análises clínicas, assim como descreveu as etapas de cada metodologia antes da integração ser realizada. Cabe destacar que o modelo foi embasado na literatura referenciada no capítulo anterior e que os esforços despendidos no desenvolvimento deste capítulo facilitaram o alcance dos objetivos propostos e a aplicação do modelo. 59 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde 4. UMA APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO PARA AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO EM EMPRESAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Neste capítulo são apresentados os resultados encontrados nesta pesquisa através da análise e interpretação dos dados obtidos a partir da aplicação dos questionários elaborados e da entrevista realizada com um gestor de um laboratório de análise clínica. A amostra resultante da aplicação dos dois questionários não teve restrições quanto ao tipo de usuários e não se limitou aos clientes de um único laboratório. Desta forma, os dados analisados por este trabalho não podem ser estendidos para uma única empresa, sua finalidade é apenas ilustrar o modelo proposto, demonstrando sua aplicabilidade e como pode ser adaptado para outros setores. Serão descritas a caracterização demográfica dos respondentes assim como os resultados obtidos pela Escala SERVQUAL, pelo Modelo de Kano e pela integração de ambos os modelos com o QFD. A Tabela 4.1 mostra o quantitativo de questionários válidos que foram avaliados neste trabalho. Como exposto na Tabela 4.1, dos 118 questionários aplicados aos usuários de laboratórios de análises clínicas, 68 foram da Escala SERVQUAL, o que corresponde a 57,63% do total e 50 do Modelo de Kano, representando 42,37% do total. Tabela 4.1Quantidade de Questionários Válidos Modelo Quantidade de Respondestes Frequência % SERVQUAL 68 57,63% KANO 50 42,37% Total 118 100% Fonte: Esta Pesquisa (2013) 4.1 Caracterização dos Respondentes Gianesi & Corrêa (1994) afirmam que os fatores demográficos, psicográficos, psicológicos, culturais e sociais são fatores que influenciam o comportamento do usuário quanto à escolha e o uso de um determinado tipo de serviço. A investigação desses fatores é essencial para a compreensão do comportamento do usuário. Baseado nisto, este tópico avalia os usuários de laboratórios que responderam aos questionários nos seguintes aspectos: sexo, idade, renda, e grau de instrução, características que definem o perfil dos clientes que utilizam as clínicas de laboratórios. A Figura 4.1 mostra a distribuição dos respondentes em relação ao sexo masculino e 60 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde feminino. Verifica-se se que destes, 64% são do sexo feminino enquanto 36% do sexo masculino. Observa-se se que os laboratórios de análises clínicas não distinguem o atendimento entre ambos os sexos e que o tratamento e a necessidade pelos serviços são indiferentes a este tipo de segmentação. Sexo 36% 64% Masculino Feminino Figura 4.1 – Distribuição Segundo Sexo Fonte: Esta Pesquisa (2013) Em relação à faixa etária, de acordo com as informações obtidas junto aos entrevistados, observa-se se que 38,20% destes têm entre 26 e 30 anos; 32,20% estão inseridos no grupo acima de 30 anos; 26,27% concentram-se concentram se na faixa etária de 21 a 25 anos e apenas 3,39% 3, têm menos de 20 anos. Neste último caso, a influência sobre os dados de faixa etária pode não ser significativo estatisticamente devido a sua baixa representatividade. A faixa etária ria pode ser um fator que influencia influencia no comportamento do usuário na escolha escol de qual critério da qualidade é mais importante, usuários mais novos podem ser menos exigentes em relação a algum atributo do que os usuários mais experientes. A Figura 4.2 4. ilustra as faixas etárias dos respondentes. 61 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde Idade 3,39% 32,20% Até 20 anos 26,27% De 21 a 25 anos De 26 a 30 anos 38,14% Acima de 31 anos Figura 4.2 – Faixa Etária dos Respondentes Fonte: Esta Pesquisa (2013) Quando avaliado o nível de escolaridade dos respondentes, Figura 4.3, 4. foi observado que 40% dos questionados possuem 3º Grau Completo, 35% são Pós Graduados, 19% possuem 3° Grau Incompleto, enquanto 2° Grau Completo e Incompleto representam 4% e 2% respectivamente. Nível de Escolaridade 2% 4% 2° Grau Incompleto 35% 19% 2° Grau Completo 3° Grau Incompleto 40% 3° Grau Completo Pós-graduação graduação Figura 4.3 4. – Nível de Escolaridade dos Respondentes Fonte: Esta Pesquisa (2013) Quanto aos níveis de renda, nota-se nota se um equilíbrio percentual entre os intervalos de salários. Usuários que recebem renda entre entre 4 a 10 salários mínimos equivalem a 40,68%, acima de 10 salários mínimos representam 37,29% e por fim, abaixo de 4 salários mínimos corresponde 22,03%. A Figura Figur 4.4 mostra essa distribuição. 62 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde Renda Familiar 22,03% 37,29% Até 4 SM De 4 a 10 SM 40,68% Acima de 10 SM Figura 4.4 – Nível de Renda dos Respondentes Fonte: Esta Pesquisa (2013) 4.2 Análise das Dimensões da Qualidade de Serviços A segunda parte do questionário da Escala SERVQUAL, teve como finalidade avaliar a prioridade atribuída a cada dimensão da qualidade (Tangibilidade, Credibilidade, Presteza, Segurança e Empatia) através do ponto de vista de cada respondente quanto ao serviço prestado. Atribuiu-se se notas as cinco dimensões, totalizado 100 pontos, conforme a importância das mesmas, para os clientes de laboratórios de análise clinica. A Tabela 4.2 apresenta essas informações. Dimensões Tangibilidade Tabela 4.2 Média do Grau de Importância das Dimensões da Qualidade Descrição Média 19,60 Credibilidade A localização, a aparência das instalações físicas, equipamentos, os funcionários e materiais de comunicação. A capacidade de prestar o serviço no tempo prometido de forma confiável. Presteza A boa vontade e disposição para ajudar os clientes. 16,80 Segurança A competência técnica, o conhecimento e a habilidade de transmitir segurança e confiança na prestação dos serviços. A preocupação e o fornecimento de atenção individualizada aos clientes, por Empatia parte dos funcionários e instrutores. Fonte: Esta Pesquisa (2013) 24,51 25,07 14,01 A partir da Tabela 4.2 observa-se se que a dimensão Segurança, isto é, a competência e a habilidade de transmitir segurança e confiança na prestação dos serviços, obteve a maior média das notas atribuídas (25,07), no que diz respeito à importância das dimensões. Em segundo lugar, com uma média igual a 24,51, ficou a dimensão 2 (Credibilidade). Por ordem decrescente das médias dias obtidas tem-se: tem se: Segurança,Credibilidade, Tangibilidade, Presteza P e 63 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde por último, Empatia. Desta forma, as dimensões cujas médias alcançaram os maiores valores, indicando uma maior importância para os usuários, requerem mais atenção e esforço da gerência para melhorar a qualidade do serviço prestado. São essas dimensões que garantem uma maior satisfação e fidelização dos clientes. Contudo, para uma melhor averiguação averiguação das informações anteriormente expostas na Tabela 4.2, segmentou-se se esta avaliação conforme o sexo e a faixa etária. A Figura 4.5 4. mostra os dados da avaliação da importância das dimensões para os respondentes de acordo com o sexo. 30,00 25,00 20,00 19,23 23,08 19,86 24,73 24,92 17,72 15,00 10,00 16,52 25,07 15,25 13,63 Masculino Feminimo 5,00 0,00 Figura 4.5 – Avaliação Avaliação do Grau de Importância atribuída a cada dimensão por sexo. Fonte: Esta Pesquisa (2013) A análise da Figura 4.6 mostra que a dimensão Segurança é a que apresenta maior grau de importância na avaliação da qualidade do serviço de saúde laboratorial tanto ta para o sexo feminino como para o masculino. A segunda dimensão assinalada como mais importante foi Credibilidade, com média equivalente a 23,08 e 24,92 para o sexo masculino e feminino, respectivamente. Interessante notar que a dimensão Segurança e Credibilidade Credibilidade estão praticamente empatadas em termos de importância para o sexo feminino. A terceira dimensão mais importante para ambos os sexos foi Tangibilidade que se refere à localização, aparência das instalações físicas, equipamento e pessoal, com praticamente icamente o mesmo grau de importância. O sexo masculino apresentou uma média de 19,23 e o feminino 19,86. 64 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde A quarta e a quinta dimensão foram Presteza e Empatia, respectivamente. Presteza para o sexo masculino apresentou uma média de 17,72 enquanto para o sexo sexo feminino 16,52. No caso da dimensão Empatia, a média para o sexo masculino foi de 15,25 e para o sexo feminino 13,62. No que diz respeito à análise da importância das dimensões em relação à faixa etária dos respondentes, a Figura 4.6 4. expõe os dados obtidos tidos de acordo com a idade dos usuários consultados, estes foram separados em quatro grupos: Até 20 anos; De 21 a 25; De 26 a 30 e Acima de 30. 35,00 30,00 25,00 20,00 Até 20 anos 15,00 De 21 a 25 anos 10,00 De 26 a 30 anos Acima de 31 anos 5,00 0,00 Figura 4.6– Avaliação do Grau de Importância Atribuída a cada Dimensão por Idade. Fonte: Esta pesquisa (2013). Conforme pode ser observado na Figura 4.6,, a dimensão Segurança exibe maior relevância para todas as faixas etárias, exceto para a faixa etária “Acima de 31 anos”, que apresentou a dimensão Credibilidade como de maior importância com média 25,61. Interessante observar que com o aumento da idade, a preocupação com a execução do serviço no tempo prometido de forma precisa e confiável é superior à preocupação com o conhecimento, habilidade e credibilidade dos funcionários de laboratórios de análise clínica. cl No que se refere à segunda dimensão prioritária percebe-se percebe se que para a faixa etária “Acima de 30 anos” a dimensão Segurança ocupa esta posição, com média de 23,03, enquanto para as demais faixas etárias, é a Credibilidade que aparece como a segunda mais importante, com ênfase para faixa “Até 20 anos” que apresentou uma média de 35. Ainda conforme a Figura 4.6, observa-se se que a terceira dimensão mais importante para 65 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde a maioria dos grupos foi Tangibilidade, exceto para o grupo de “Até 20 anos” que mostrou dar mais importância à dimensão Presteza. A dimensão empatia foi considerada a menos importante para os respondentes, o que significa que no setor de saúde os usuários não se preocupam tanto com a questão da atenção individualizada dedicada aos clientes. A importância de cada dimensão muda para os diversos grupos de clientes, porém, apesar das diferenças observadas, as dimensões Segurança e Credibilidade são tidas como as mais importantes para todos eles. Este resultado comprova que nos serviços de saúde, a prioridade é que os serviços sejam ofertados de forma segura, precisa e que todos os funcionários tenham habilidade para execução dos mesmos. A Tabela 4.3 reúne a classificação final das dimensões da qualidade avaliadas identificando a mais importante, a segunda mais importante e a menos importante conforme estabelecido pelos usuários de laboratórios de análises clínicas consultados. Tabela 4.3– Classificação das Dimensões Dimensão A mais importante A segunda mais importante 11,76 22,06 Tangibilidade 26,47 Credibilidade 30,88 0,00 17,65 Presteza 25,00 Segurança 58,82 2,94 4,41 Empatia Fonte: Esta pesquisa (2013). A menos importante 19,12 8,82 17,65 2,94 51,47 Segundo o percentual de importância das dimensões da qualidade, observou-se que a dimensão Segurança, é considerada como a mais importante entre os respondentes com 58,82%. A segunda mais importante foi Credibilidade, cujo percentual foi de 30,88%, comparando com as outras informações estudadas, neste trabalho, observa-se a importância acentuada atribuída a essas duas dimensões. A dimensão Empatia, que se refere aos cuidados e à atenção individualizada dedicada aos clientes, foi considerada a menos importante com o percentual de 51,47% para os clientes de serviços laboratoriais. 4.3 Validação da Escala SERVQUAL Como a Escala SERVQUAL foi desenvolvida para diversos setores, sua aplicação é genérica e replicável a qualquer tipo de organização de serviços, se possível com a introdução de adaptações, como indicam os próprios autores, através da substituição de alguns itens, de modo a tornar a Escala mais fidedigna e válida. Por isso, Parasuraman,et al (1991) orientam que seja realizada a validação da escala quando esta for aplicada em um setor ainda não 66 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde pesquisado, como o de serviço laboratorial, afim de comprovar sua efetividade. Desta forma, para garantir que o questionário da Escala SERVQUAL seja eficaz e preciso, duas características de avaliação devem ser consideradas no seu desenvolvimento: a validade e a confiabilidade. Segundo Hayes (1995), a validade refere-se ao grau em que a escala utilizada no questionário realmente mede o objeto para o qual ela foi designada a confiabilidade é definida como o grau com que as medições estão isentas de erros aleatórios. 4.3.1 Análise da Confiabilidade da Escala Em um trabalho de pesquisa exploratória, onde é utilizada uma escala, o primeiro passo é constatar se a escala que está sendo utilizada apresenta resultados que expressem, de uma forma mais apropriada possível, as características do objeto de estudo (MALHOTRA, 1996). Diversos fatores podem ocasionar erros que passam a ser agrupados à mensuração quando utiliza-se uma escala, fazendo com que o resultado adquirido seja diferente do verdadeiro resultado da característica que está sendo observada. Desta forma, dois tipos de erros podem ocorrer: o erro sistemático e o erro aleatório (MALHOTRA, 1996). O erro sistemático é o que se apresenta de maneira constante, como resultado da lacuna inerente à própria escala. O aleatório, por sua vez, é aquele que não se apresenta com a mesma constância e afeta o resultado de forma diferente toda vez que a escala for utilizada de forma equivocada (REIS, 2001). Baseado nisto, o intuito do estudo da confiabilidade da escala é averiguar se esta está livre do erro aleatório, ou seja, se a escala for aplicada repetidas vezes para as mesmas pessoas, ela deverá refletir valores estáveis para o elemento observado. Assim, um dos indicadores de confiabilidade mais utilizados é o Alfa de Cronbach, que foi apresentado por Lee J. Cronbach em 1951. Como todos os itens de um questionário utilizam a mesma escala de medição, o coeficiente ∝ é calculado a partir da variância dos itens individuais e das covariâncias entre os itens, através da Equação 1 apresentada no capítulo 3. Aconselha-se utilizar a classificação da confiabilidade a partir do cálculo do coeficiente ∝de Cronbach de acordo com os limites mostrados na Tabela 4.4. Tabela 4.4– Classificação da Confiabilidade a partir dos Coeficientes de α de Cronbach Confiabilidade Muito Baixa Baixa Moderada Alta Valor de ∝ ∝≤ 0,30 0,30 <∝≤ 0,60 0,60 <∝≤ 0,75 0,75 ≤∝< 0,90 Fonte: Adaptado de Freitas& Rodrigues (2005) 67 Muito Alta ∝≥ 0,90 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Conforme a Tabela 4.4, questionários que apresentem valor de ∝> 0,60podem ser considerados satisfatórios, no entanto, valores superiores de alfa indicam Graus de Confiabilidade ainda melhores. Neste trabalho, para verificação da confiabilidade dos questionários aplicados, duas análises foram realizadas, uma considerando as dimensões da qualidade individualmente (5 dimensões) e outra considerando toda a Escala SERVQUAL (22 itens). Considerando os julgamentos das dimensões de qualidade, os valores de alfa calculados revelam que a confiabilidade do questionário foi alta para as dimensões: Credibilidade, Presteza, Segurança e Empatia e muito alta, para a dimensão Tangibilidade. Em relação ao teste de consistência interna (alpha de Cronbach) para toda escala SERVQUAL, isto é, considerando os 22 atributos, observa-se que o alpha apresentou um valor igual a 0,9014, o que indica excelente grau de confiabilidade. Os resultados obtidos para o alfa de Cronbach demonstram que a escala utilizada mostrou-se fidedigna quando utilizada para serviços laboratoriais. A Tabela 4.5 apresenta os valores dos alfas calculados. Tabela 4.5– Coeficiente de Alfa de Cronbach das Dimensões e Geral Dimensão Coeficiente alfa da Sub Escala Tangibilidade 0,9112 Credibilidade 0,8965 Presteza 0,8895 Segurança 0,8608 Empatia 0,8873 Alfa de Cronbach Relativo a Toda a Escala = 0,9014 Fonte: Esta pesquisa (2013). 4.3.2 Relação entre as Dimensões e a Qualidade Geral A relação existente entre a qualidade geral em laboratórios de análises clínicas e as dimensões da qualidade pode ser estabelecida através de um modelo matemático. Neste trabalho, a regressão múltipla foi o modelo estatístico empregado para determinar essa relação. Seguindo os procedimentos adotados por Parasuraman et al. (1991) o modelo testado teve como variável dependente a qualidade geral e as dimensões Presteza, Empatia, Credibilidade, Segurança e Tangibilidade como variáveis independentes. Durante as regressões realizadas foram avaliados os coeficientes de correlação entre as variáveis aqui mencionadas. Na Tabela 4.6 observam-se os coeficientes de correlações entre as dimensões e a 68 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde qualidade geral. Tabela 4.6– Correlações entre as Variáveis Tangibilidade Tangibilidade Credibilidade Presteza Segurança Empatia Qualidade Geral Fonte: Esta Pesquisa (2013) 1 0,526 0,525 0,650 0,543 0,404 Confiabilidade Presteza Segurança Empatia 1 0,621 0,750 0,627 0,464 1 0,806 0,685 0,550 1 0,757 0,612 1 0,543 Qualidade Geral 1 Pode-se observar na Tabela 4.6 que os coeficientes variam de 0,404 a 0,806 entre as cinco dimensões da Escala SERVQUAL e entre elas e a variável “qualidade geral do serviço”. Embora algumas correlações entre as dimensões sejam fortes, e todas significativas, as correlações entre essas dimensões e o construto da “qualidade geral” não são muito fortes, porém são significativas. Interessante destacar que a correlação mais forte e mais significativa entre as dimensões e a qualidade geral foi da dimensão segurança com 0,612, o que justifica toda a importância e prioridade que os usuários de laboratórios de análise clínica atribuem a essa dimensão. Essa comprovação constitui elemento-chave: a segurança é exigência da qualidade para satisfação dos clientes. É importante ressaltar, contudo, que correlação não é o mesmo que causa e efeito. Duas variáveis podem estar altamente correlacionadas, como aconteceu entre as dimensões presteza e empatia e, no entanto, não haver relação de causa e efeito entre elas. A Tabela 4.7 ilustra os resultados estatísticos referentes ao modelo de regressão múltipla obtido. Verifica-se que o R2 ajustado foi igual a 0,346, este resultado indica que 35% das variações relativas à qualidade geral dos laboratórios de análise clínicas são explicadas pelas cinco dimensões do modelo (tangibilidade, credibilidade, presteza, empatia e empatia). 69 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.7- Estatísticas referentes ao modelo de regressão múltipla Estatística de regressão R múltiplo R2 R2 Ajustado Erro padrão F p valor Observações Fonte: Esta Pesquisa (2013) 0,628 0,395 0,346 0,934 8,093 0,000 68 Estatisticamente o valor de R2 de 35% pode ser considerado baixo, porém significativo para explicar a variação da qualidade geral em laboratórios de análise clínicas. Muitos estudos realizados utilizando a Escala SERVQUAL também encontraram um R2 menor que 50% o que não invalidou a utilização da escala. Figueiredo (2005) analisou a satisfação dos clientes em uma associação de ensino utilizando a Escala SERVQUAL com R2 de 0,22; Iglesias (2004) no seu estudo de avaliação da qualidade em setores bancários, encontrou R2 igual a 0,31. Mehta (2000) obteve o valor de R2 de 0,4 na avaliação da qualidade em serviços de varejo e Pariseau (1995) obteve R2 de 0,21 quando aplicou a escala em instituições de ensino superior. Além disso, faz-se necessário a verificação da significância das dimensões no modelo. Esta análise é importante, pois indica quais variáveis determinam a qualidade geral e pode ser realizada através da avaliação dos coeficientes de regressão (valores de beta) de cada variável independente. A Tabela 4.8 reúne os dados dos coeficientes de regressão encontrados neste trabalho. Tabela 4.8- Resultados dos Coeficientes de Regressão Beta Padronizado Interseção - 0,003523 Tangibilidade - 0,015662 Credibilidade 0,127513 Presteza 0,396814 Segurança 0,166918 Empatia Fonte: Esta Pesquisa (2013) Erro Padrão 0,155573 0,191238 0,180911 0,178447 0,274954 0,177489 Beta 4,386246 - 0,005143 - 0,018748 0,133617 0,488027 0,189779 T p-valor FIV 28,19415 0,026894 0,103632 0,748776 1,774938 1,069237 0,000000 0,978630 0,917795 0,456823 0,040816 0,289107 1,785 2,376 3,016 5,192 2,513 A análise da Tabela 4.8 mostra que a dimensão Segurança apresentou um valor do Beta Padronizado maior que os das demais dimensões, evidenciando que essa variável tem maior contribuição entre as variáveis independentes para a predição da variável dependente. Esse 70 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde resultado comprova as conclusões dos demais resultados da Escala SERVQUAL sobre a dimensão segurança, em relação a laboratórios de análises clínicas. Para finalizar, em um estudo de regressão, é necessária também a análise da multicolinearidade, que mostra em que medida as variáveis independentes poderiam estar investigando o mesmo atributo, ou seja, coincidindo uma com as outras (Hair et al. (2005), a premissa de multicolinearidade foi verificada por meio do fator de inflação de variância (FIV). Pestana e Gageiro (2003) sugerem que o FIV menor que 10 não há problemas de multicolinearidade. Conforme a Tabela 4.8 todas as variáveis possuem FIV abaixo de 10, evidenciando que o modelo atende as exigências. 4.4 Aplicação da Ferramenta SERVQUAL Após validada a Escala SERVQUAL e determinada a influência das dimensões na qualidade geral de serviços laboratoriais, torna-se necessário avaliar os resultados da aplicação da ferramenta SERVQUAL para usuários de laboratórios de análise clínicas. Para isto, as informações foram obtidas na terceira e quarta parte dos questionários aplicados. O emprego do SERVQUAL teve como finalidade identificar os gaps (lacunas) que derivam da diferença entre percepção e expectativa (Gap: P – E), uma vez que, a identificação de “gaps negativos” indica quais são as áreas que necessitam de uma maior atenção, pois existe um grau significativo de insatisfação dos clientes com o serviço prestado. Os dados resultantes dos 68 questionários aplicados, os quais eram constituídos de 22 itens para percepção e 22 para expectativas do serviço oferecido, foram detalhados de forma agrupada, assim como, de forma segmentada conforme sexo e faixa etária, para uma melhor compreensão acerca dos pontos de convergência e divergência de acordo com os segmentos especificados. A Tabela 4.9 mostra os dados obtidos com a aplicação da Escala SERVQUAL para todos os respondentes, independente do sexo e faixa etária. 71 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.9 – Resultado dos Gaps com todos os Respondentes. 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 4,074 4,176 4,221 4,309 3,735 3,515 3,985 4,206 3,926 3,588 3,426 4,059 3,647 4,118 3,118 3,441 3,941 3,353 3,824 3,735 3,397 3,265 E 4,515 4,779 4,368 4,029 4,426 4,647 4,588 4,706 4,735 4,471 4,500 4,765 4,515 4,926 3,868 4,426 4,309 4,191 4,103 4,382 4,044 4,000 G -0,441 -0,603 -0,147 0,279 -0,691 -1,132 -0,603 -0,500 -0,809 -0,882 -1,074 -0,706 -0,868 -0,809 -0,750 -0,985 -0,368 -0,838 -0,279 -0,647 -0,647 -0,735 Desvio Padrão 1,111 0,995 1,083 1,413 1,567 1,145 1,148 1,287 1,237 1,430 1,438 1,198 1,221 1,055 1,470 1,240 1,424 1,367 1,348 1,474 1,207 1,410 É preciso enfatizar que os 68 questionários têm como função elucidar o modelo proposto, mostrando que ele é realizável. No entanto, é importante lembrar que os mesmos não representam a população dos clientes de laboratórios de análise clínica, assim se ocorrer uma alteração na amostra, os resultados quanto à satisfação dos clientes podem alterar. A análise da Tabela 4.9 permite verificar dos 22 atributos da Escala SERVQUAL, quantos e quais são os gaps positivos e negativos. Observa-se desta forma, que as expectativas são atendidas apenas para o atributo “4”, que se refere à dimensão Tangibilidade e trata da localização e do fácil acesso ao laboratório. Todos os demais atributos apresentaram “gaps negativos”, ou seja, as expectativas foram maiores do que a percepção do serviço prestado. Neste trabalho buscou-se identificar dentre os atributos que apresentaram gaps negativos aqueles que registraram os maiores valores, pois são eles que mostrarão quais os pontos a serem priorizados pelos laboratórios a fim de atender as necessidades dos clientes. Assim, os atributos identificados com os maiores gaps negativos foram: o 6 (gap = -1,132), o 11 (gap = -1,074),e o 16 (gap = - 0,985), que são: Atributo 6 (Credibilidade): Comprometimento dos administradores do laboratório com a 72 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde qualidade e melhoria dos serviços prestados. Atributo 11 (Presteza): Disponibilidade e prontidão por parte dos funcionários para atender os clientes. Atributo 16 (Segurança): Conhecimento dos funcionários para responder as perguntas dos pacientes. Percebe-se que nenhum dos atributos analisados obteve gap superior a “1”, o que significa que a percepção não foi superior às expectativas. O ideal é que a percepção supere as expectativas, pois dessa maneira garante-se que a qualidade esperada foi alcançada. Caso isso não ocorra, é preciso tomar providências necessárias para que estes atributos que não estejam atendendo as expectativas dos clientes sejam reparados. O procedimento para determinação dos gaps por sexo foi o mesmo utilizado para a análise geral. Neste caso, percebe-se que a expectativa tanto para o sexo masculino quanto para o feminino só é alcançada para o atributo 4, o mesmo observado na análise geral. Em relação aos maiores gaps negativos há divergências. Os valores dos gaps para os 22 itens de acordo com os dados obtidos entre os respondentes para o sexo masculino estão expressos na Tabela 4.10. Tabela 4.10 – Resultado dos Gaps para o Sexo Masculino 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 3,889 4,167 4,167 4,389 3,667 3,389 3,833 3,944 3,778 3,444 3,167 4,111 3,611 4,222 3,167 3,444 3,667 3,444 3,278 3,056 3,278 3,333 73 E 4,167 4,889 4,500 4,000 4,278 4,556 4,389 4,611 4,611 4,611 4,667 4,778 4,500 4,889 4,056 4,278 4,333 4,611 4,000 4,056 4,167 4,222 G -0,278 -0,722 -0,333 0,389 -0,611 -1,167 -0,556 -0,667 -0,833 -1,167 -1,500 -0,667 -0,889 -0,667 -0,889 -0,833 -0,667 -1,167 -0,722 -1,000 -0,889 -0,889 DP 1,364 0,895 0,840 1,092 1,378 1,339 1,199 1,414 1,339 1,543 1,383 0,907 1,079 1,029 1,323 1,295 1,283 1,098 1,487 1,609 1,023 1,323 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Conforme as informações expostas na Tabela 4.10, os maiores gaps negativos foram dos atributos: 6 (gap = -1,167), 10 (gap = -1,167), 11 (gap = -1,500) e 18 (gap = -1,167). Comparando estes itens com os de maiores gaps do quadro geral, descritos na Tabela 4.9, observa-se uma diferença no comportamento dos resultados. Para os homens o atributo 11 (no laboratório todos os funcionários devem agir com disponibilidade e prontidão para atender aos pacientes) é caracterizado como a maior lacuna, logo, esse é o atributo que precisa de mais atenção, no intuito de alcançar maior satisfação dos clientes masculinos. Além disso, observa-se que os valores dos gaps são maiores para o sexo masculino, ou seja, a diferença entre a percepção e a expectativa do serviço é maior para este segmento se comparado à análise geral. A Tabela 4.11 mostra os valores obtidos em relação às percepções e expectativas para as respondentes do sexo feminino. Tabela 4.11 – Resultado dos Gaps para o Sexo Feminino 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 4,140 4,180 4,240 4,280 3,760 3,560 4,040 4,300 3,980 3,640 3,520 4,040 3,660 4,080 3,100 3,440 4,040 3,320 4,020 3,980 3,440 3,240 E 4,640 4,740 4,320 4,040 4,480 4,680 4,660 4,740 4,780 4,420 4,440 4,760 4,520 4,940 3,800 4,480 4,300 4,040 4,140 4,500 4,000 3,920 G -0,500 -0,560 -0,080 0,240 -0,720 -1,120 -0,620 -0,440 -0,800 -0,780 -0,920 -0,720 -0,860 -0,860 -0,700 -1,040 -0,260 -0,720 -0,120 -0,520 -0,560 -0,680 DP 1,015 1,033 1,158 1,519 1,642 1,081 1,141 1,248 1,212 1,389 1,441 1,294 1,278 1,069 1,529 1,228 1,468 1,443 1,272 1,418 1,264 1,449 Através da avaliação da Tabela 4.11 percebe-se que os valores observados seguem a mesma tendência da análise geral dos gaps. Assim como na Tabela 4.9 os itens de maiores gaps foram: o 6 (gap = -1,120), o 11 (gap = -0,920) e o 16 (gap = -1,040). 74 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde A Figura 4.7 mostra o comportamento dos gaps para a análise geral e por sexo. 0,500 0,000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 -0,500 Geral Masculino Feminino -1,000 -1,500 -2,000 Figura 4.7 – Avaliação dos Gaps para Análise Geral e por Sexo Fonte: Esta pesquisa (2013) Pode-se observar na Figura 4.7 a convergência dos gaps do grupo feminino com os gaps gerais. Além disso, nota-se que as maiores lacunas estão distribuídas entre as dimensões Credibilidade (5 a 9), Presteza (10 a 13) e Segurança (14 a 17) não havendo uma concentração em apenas uma. As dimensões Tangibilidade e Empatia são as que apresentaram menores gaps, o que está de acordo com o grau de importância que os clientes deram a cada dimensão analisada na primeira parte desse capítulo. Após a avaliação dos gaps em função do sexo dos respondentes, os dados da Tabela 4.12 foram segmentados pela faixa etária dos mesmos. As respostas das pessoas foram distribuídas e avaliadas nas seguintes faixas etárias: 15 a 20 anos, 21 a 25 anos, 26 a 30 anos e acima de 30 anos. Essa segmentação foi realizada a fim de identificar diferenças entre as percepções e as expectativas entre as quatro faixas etárias. A Tabela 4.12 apresenta os gaps para os 22 itens de acordo com os dados obtidos entre os respondentes da faixa etária de 15 a 20 anos. 75 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.12 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “15 a 20 anos” 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 4,667 4,667 4,000 4,000 4,000 2,667 4,333 4,333 5,000 4,000 4,000 4,667 4,000 4,333 3,333 4,000 4,667 3,333 4,000 3,333 3,333 3,333 E 5,000 4,667 4,333 3,333 4,333 3,667 5,000 4,667 5,000 4,333 4,333 5,000 4,667 5,000 3,000 5,000 4,333 3,333 3,667 3,667 3,000 4,000 G -0,333 0,000 -0,333 0,667 -0,333 -1,000 -0,667 -0,333 0,000 -0,333 -0,333 -0,333 -0,667 -0,667 0,333 -1,000 0,333 0,000 0,333 -0,333 0,333 -0,667 DP 0,577 1,000 1,528 0,577 1,155 1,000 0,577 1,528 0,000 0,577 1,528 0,577 1,155 1,155 2,082 1,000 0,577 2,000 2,082 2,517 2,887 2,082 Conforme os dados apresentados, muitos itens obtiveram gaps positivos ou em torno de “0”. Isso se deve ao fato da amostra dessa categoria ser pequena, apenas 3,39% do total dos respondentes. Os maiores gaps negativos foram para os atributos: 6 (gap = - 1,000) e 16 (gap = - 1,000) enquanto que o maior gap positivo foi para o 4 (gap = 0,667). Comparando estes itens com os do quadro geral, nota-se que para essa faixa etária, de 15 a 20 anos, as expectativas também não são atendidas para os itens: 6 (comprometimento dos administradores do laboratório com a qualidade e melhoria dos serviços prestados) e 16 (conhecimento dos funcionários para responder as perguntas dos pacientes). A Tabela 4.13, mostra as informações acerca da diferença entre expectativa e percepção para os respondentes que se enquadram no grupo dos que possuem idade entre 21 a 25 anos. 76 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.13 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “15 a 20 anos” 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 4,353 4,294 4,529 4,118 3,471 3,353 3,706 4,176 3,471 3,706 3,412 3,765 3,471 4,235 2,941 3,412 4,176 3,118 4,059 4,118 3,412 3,412 E 4,706 4,824 4,294 3,882 4,471 4,529 4,647 4,941 5,000 4,294 4,235 4,824 4,412 4,941 3,941 4,706 4,471 4,059 4,412 4,412 4,118 4,235 G -0,353 -0,529 0,235 0,235 -1,000 -1,176 -0,941 -0,765 -1,529 -0,588 -0,824 -1,059 -0,941 -0,706 -1,000 -1,294 -0,294 -0,941 -0,353 -0,294 -0,706 -0,824 DP 0,862 1,179 1,251 1,985 2,000 1,286 1,345 1,091 1,546 1,460 1,468 1,345 1,088 0,686 1,768 1,263 1,213 1,391 1,579 1,312 1,263 1,468 Para esse segmento, os itens de maiores gaps foram: o 6 (gap=-1,176), o 9 (gap= 1,529), e o 16 (gap=-1,294). Cabe ressaltar que foram verificados que dois itens superaram as expectativas, estes são: o 3 (gap= 0,235) e o 4 (gap= 0,235). Assim, nos quesitos “boa aparência e vestuário bem cuidados” e “boa localização do laboratório” a percepção superou a expectativa. Entretanto, observa-se que os itens 4 e 9 apresentaram um desvio padrão muito alto entre os gaps, sendo σ =1,985 e σ =1,546 respectivamente. Portanto, para estes dois itens houve uma maior dispersão das respostas em torno da média, esta dispersão pode ocorrer tanto por variação em torno da média das percepções como da média das expectativas. Na Tabela 4.14 podem ser visualizados os resultados obtidos junto aos respondentes com idade entre 26 e 30 anos. Para este segmento, os itens de maiores gaps negativos foram: o 6 (gap = - 1,400), o 10 (gap = - 1,667), o 11 (gap = - 1,467), o 16 (gap = - 1,133) e o 18 (gap = - 1,400). Verifica-se que os itens 6 e 16 também aparecem nas faixas etárias 15 a 20 anos e de 21 a 25 entre os maiores gaps negativos. 77 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.14 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “26 a 30 anos” 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 4,133 4,067 3,867 4,000 3,533 3,267 4,200 4,267 4,000 3,000 2,933 3,733 3,267 3,800 2,667 2,933 3,600 2,933 3,800 3,667 3,333 3,000 E 4,400 4,867 4,400 3,800 4,267 4,667 4,600 4,667 4,800 4,667 4,400 4,867 4,333 4,800 3,867 4,067 3,867 4,333 3,933 4,400 3,867 3,800 G -0,267 -0,800 -0,533 0,200 -0,733 -1,400 -0,400 -0,400 -0,800 -1,667 -1,467 -1,133 -1,067 -1,000 -1,200 -1,133 -0,267 -1,400 -0,133 -0,733 -0,533 -0,800 DP 1,16 0,68 0,83 1,61 1,75 1,30 1,18 1,55 1,26 1,50 1,51 0,92 1,53 1,07 1,57 1,46 1,49 1,24 0,83 1,44 0,74 1,66 A Tabela 4.15 apresenta os dados alcançados com aqueles respondentes cuja idade encontrava-se na faixa etária acima de 30 anos. Neste segmento, os itens que apresentaram os maiores gaps foram: o 6 (gap = -1000), e o 11 (gap = -1,091). Interessante notar que de todos os segmentos este foi o que apresentou menores gaps, só os atributos 6 (comprometimento dos administradores do laboratório com a qualidade e melhoria dos serviços prestados) e 11 (disponibilidade e prontidão por parte dos funcionários para atender os clientes) que obtiveram valor igual ou superior a “-1”. O item 4 (gap = 0,303) foi o único que apresentou um gap positivo. 78 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.15 – Resultado dos Gaps para Fixa Etária de “acima de 30 anos” 1 2 Tangibilidade 3 4 1 2 Credibilidade 3 4 5 1 2 Presteza 3 4 1 2 Segurança 3 4 1 2 Empatia 3 4 5 Fonte: Esta Pesquisa (2013) P 3,848 4,121 4,242 4,576 3,939 3,788 4,000 4,182 4,030 3,758 3,606 4,303 3,879 4,182 3,394 3,636 3,909 3,667 3,697 3,606 3,424 3,303 E 4,424 4,727 4,394 4,273 4,485 4,788 4,515 4,606 4,545 4,485 4,697 4,667 4,636 4,970 3,909 4,394 4,424 4,273 4,061 4,424 4,182 3,970 G -0,576 -0,606 -0,152 0,303 -0,545 -1,000 -0,515 -0,424 -0,515 -0,727 -1,091 -0,364 -0,758 -0,788 -0,515 -0,758 -0,515 -0,606 -0,364 -0,818 -0,758 -0,667 DP 1,251 1,029 1,034 1,015 1,277 1,031 1,064 1,275 0,939 1,353 1,400 1,194 1,173 1,219 1,149 1,146 1,564 1,321 1,388 1,509 1,173 1,267 Desta forma, percebe-se que os itens nos quais foram obtidos os maiores gaps são similares em todos os segmentos estudados assim como o que apresentou gap positivo, não ocorrendo uma discrepância também em relação à avaliação global. Na Figura 4.8 pode-se visualizar melhor a tendência dos gaps por atributo em relação à faixa etária dos respondentes. 79 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde 1,000 0,500 0,000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Até 20 anos De 21 a 25 anos -0,500 De 26 a 30 anos Acima de 30 anos -1,000 -1,500 -2,000 Figura 4.8 4. – Avaliação dos Gaps por Faixa Etária Fonte: Esta pesquisa (2013) Através das médias das percepções é possível identificar o desempenho de cada item avaliado pelo cliente, sendo aqueles que apresentam as menores médias médias conceituados como os mais críticos na prestação do serviço. Como a maioria dos gaps encontrados foram negativos, conclui-se se que os itens avaliados estão abaixo das expectativas dos clientes e, por isso precisam ser melhorados. Os que apresentaram sinais positivos estão além do que os consumidores esperam dos serviços. Neste contexto, para uma análise mais consistente é necessário que seja mensurada a discrepância entre as prioridades críticas das expectativas e das percepções. Considerando que a maioria dos gaps são negativos e, por isso são considerados críticos, é pertinente que seja feita uma análise mais detalhada capaz de mensurar quais os itens devem ser trabalhados com prioridade e urgência para serem atenuados de forma a não prejudicar a satisfação do cliente em relação à prestação do serviço. Com o objetivo de identificar quais os gaps são considerados de prioridade crítica e de alta prioridade, a presente pesquisa realizou uma análise de quartil, ou seja, foi elaborada uma escala ala de prioridades dos itens aqui avaliados A Tabela 4.16 mostra a Análise de Quartil para os gaps quanto as expectativas, percepções e análise geral dos dados. 80 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.16– Análise de Quartil para os Gaps Fonte: Esta pesquisa (2013) Com a divisão em quartis, os valores do 1º quadrante correspondem aos gaps cujos valores são menores do que -0,526, sendo avaliado como de prioridade crítica na avaliação da percepção do gap médio. Os valores do segundo quadrante equivalem às lacunas cujos valores são maiores que -0,526 e menores que -0,699 e correspondem aos gaps de alta prioridade. Observa-se que os gaps que foram selecionados como de prioridade crítica correspondem aos atributos: 6 (gap=-1,132), 11 (gap=-1,074), 16 (gap=-0,985), 10 (gap=0,882), 13 (gap=-0,868) e 18 (gap=-0,838). O item 6 (os administradores do laboratório devem estar envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados) está contido na dimensão Credibilidade. Os itens 10 (no laboratório, os funcionários devem sempre ter boa vontade em ajudar seus clientes), 11 (no laboratório todos os funcionários devem agir com disponibilidade e prontidão para atender aos pacientes), 13 (no laboratório os funcionários devem ser corteses e educados com os pacientes) e 16 (no laboratório, a equipe de funcionários possui conhecimento adequado para responder as perguntas dos pacientes), fazem parte das dimensões Presteza e Segurança. Já o item 18 (os funcionários do laboratório são atenciosos e procuram resolver todos os problemas dos pacientes) está inserido na dimensão Empatia. No quadrante referente aos gaps de prioridade alta, têm-se: os atributos 9 (gap=-0,809), 14 (gap=-0,809), 15 (gap=-0,750), 22 (gap=-0,735) e 12 (gap=-0,706). Os itens 14 (os funcionários devem possuir o conhecimento necessário para a execução dos serviços) e 15 (no laboratório, a equipe de funcionários possui conhecimento adequado para responder as perguntas dos pacientes) pertencem à dimensão segurança. O item 9 (o laboratório transmite 81 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde todas as informações necessárias de forma confiável e segura) e corresponde a dimensão credibilidade. O item 12 (os funcionários devem passar confiança durante a prestação dos serviços) e o item 22 (no laboratório todos os funcionários entendem as necessidades específicas dos pacientes) estão contidos nas dimensões presteza e empatia, respectivamente. Como dos 22 atributos, 21 apresentaram gaps negativos, o presente trabalho, utilizou apenas aqueles cujos gaps foram identificados como sendo de prioridade crítica e alta. Estes atributos foram categorizados através do Modelo de Kano para que desta forma, sirvam como input para o QFD. Esta seleção tem como base a priorização das maiores deficiências na prestação do serviço e alcance da satisfação do cliente. 4.5 Análise da Satisfação segundo o Modelo Kano A seguir, é apresentada a caracterização e classificação dos atributos estudados da Escala SERVQUAL segundo o Modelo de Kano. Lembrando que esses atributos fazem parte dos indicadores que podem resultar em melhoria da competitividade da organização que são: Credibilidade, Presteza, Segurança, Empatia e Tangibilidade. 4.5.1 Caracterização dos Serviços Prestados de Acordo com o Modelo de Kano As análises efetuadas na primeira parte da pesquisa do Modelo de Kano derivam das questões funcionais e disfuncionais do questionário, classificando o resultado segundo o tipo de atributo: atrativo (A), unidimensional (U), obrigatório (O), neutro (N) e reverso (R). Os resultados estão expostos na Tabela 4.17. A Tabela 4.17 apresenta as frequências das classificações por atributos. Para cada atributo analisado foi identificado o percentual das categorias do Modelo de Kano para os clientes que frequentam laboratórios de análise clínica. 82 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.17– Distribuição percentual total das classificações dos atributos da Escala SERVQUAL segundo o Modelo de Kano Tangibilidade Credibilidade Presteza Segurança Empatia Atributos A % U % O % N % Q % 1 20 40% 13 26% 4 8% 11 22% 2 0,04 2 3 6% 40 80% 7 14% 0 0% 0 0 3 2 4% 36 72% 9 18% 3 6% 0 0 4 9 18% 24 48% 7 14% 10 20% 0 0 5 2 4% 35 70% 13 26% 0 0% 0 0 6 15 30% 34 68% 16 32% 22 44% 0 0 7 4 8% 21 42% 23 46% 2 4% 0 0 8 7 14% 35 70% 4 8% 4 8% 0 0 9 0 0% 21 42% 28 56% 1 2% 0 0 10 1 2% 35 70% 14 28% 0 0% 0 0 11 0 0% 31 62% 19 38% 0 0% 0 0 12 2 4% 21 42% 24 48% 3 6% 1 0,02 13 1 2% 31 62% 17 34% 1 2% 0 0 14 0 0% 22 44% 28 56% 0 0% 0 0 15 15 30% 14 28% 5 10% 16 32% 0 0 16 2 4% 32 64% 11 22% 5 10% 0 0 17 17 34% 21 42% 6 12% 6 12% 0 0 18 22 44% 21 42% 3 6% 4 8% 0 0 19 6 12% 12 24% 15 30% 17 34% 0 0 20 18 36% 15 30% 10 20% 7 14% 0 0 21 0 0% 32 64% 17 34% 1 2% 0 0 12% 25 50% 6 12% 13 26% 0 0 22 Fonte: Esta pesquisa (2013) 6 Visualiza-se na Tabela 4.17 que a maioria dos atributos foram julgados como unidimensionais para os consumidores desse serviço, tendo o item 2 (ambiente físico limpo e agradável) apresentado o maior percentual, 40%; seguido dos itens: 10 (funcionários mostrarem boa vontade em ajudar) com 35%; 6 (envolvimento dos administradores com a qualidade e melhoria do serviço) com 34%; 16 (funcionários possuem conhecimento adequado para responder as perguntas dos clientes) com 32% e o 21 (priorização dos interesses dos pacientes) com 32%. Os atributos classificados como obrigatórios foram: o item 7 (o laboratório executa o serviço de forma correta de primeira vez) com 46%; o 9 (o laboratórios transmite as informações necessárias de forma confiável e segura) com 56%, o item 12 (equipe de enfermagem passa confiança durante a prestação do serviço) com 48% e finalmente o item 14 (os funcionários possuem conhecimento necessários para execução dos serviços) com 56%. Já os atributos atrativos corresponderam aos itens: 1 (laboratórios tem equipamentos 83 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para ara Avaliação da Satisfação em m Empresas de Serviços de Saúde conservados e modernos) com 40%, 18 (os funcionários são atenciosos atenciosos e procuram resolver todos os problemas) com 44% e o 20 (comunicação de fácil compreensão e utilização pelos clientes) com 36%. Por fim só dois dos atributos foram classificados como neutros que foram: o item 15 (atenção individualizada e personalizada) com 35% e o item 19 (o laboratório funciona 24 horas) com 34%. Nenhum dos atributos foi classificado como reverso. O gráfico da Figura 4.9 4. mostra os percentuais de cada categoria Kano para os 22 atributos. Verifica-se se que do total, total 13 atributos foram classificados ificados como unidimensionais, 4 obrigatórios, 3 atrativos e 2 neutros. 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Atrativo Unidimensional Obrigatório Neutro Questionável Figuras 4.9 – Percentuais das Classificações dos Atributos segundo o Modelo de Kano Fonte: Esta pesquisa (2013) 4.4.2 Classificação do Modelo de Kano pelos Coeficientes de Satisfação e Insatisfação A ausência ou a presença de alguns atributos podem proporcionar satisfação ou insatisfação para os clientes, assim com o objetivo de levar em consideração esta classificação classific e potencializar os atributos que ofereça um maior grau de satisfação calculou-se calculou o coeficiente de satisfação e o coeficiente de insatisfação referente aos 50 respondentes consultados. A Tabela 4.18 reúne os valores obtidos para estes coeficientes para cada um dos atributos avaliados. 84 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Tabela 4.18– Coeficientes de Satisfação e Insatisfação dos Atributos Tangibilidade Credibilidade Cs Ci 1 0,688 0,354 2 0,860 0,940 3 0,760 0,900 4 0,660 0,620 5 0,740 0,960 6 0,563 0,575 7 0,500 0,880 8 0,840 0,780 9 0,420 0,980 10 0,720 0,980 11 0,620 1,000 12 0,460 0,900 13 0,640 0,960 14 0,440 1,000 15 0,580 0,380 16 0,680 0,860 17 0,760 0,540 18 0,860 0,480 19 0,360 0,540 20 0,660 0,500 21 0,640 0,980 22 Fonte: Esta pesquisa (2013) 0,620 0,620 Presteza Segurança Empatia O coeficiente de satisfação e de insatisfação, mostrados na Tabela 9, estão, representados graficamente na Figura 4.10 através de um gráfico de dispersão. 85 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Figura 4.9 – Classificação do Coeficiente de Satisfação e Insatisfação do consumidor no Modelo de Kano Fonte: Esta pesquisa (2013) No quadrante I (superior esquerdo), estão representados os atributos atrativos, pois eles trazem maior satisfação (quando têm um bom desempenho) que insatisfação (quando têm um mau desempenho). No quadrante II (superior direito), estão os atributos unidimensionais, pois estes trazem tanto satisfação, se o desempenho for superior, como insatisfação, quando o desempenho for inferior. No quadrante III (inferior direito), estão considerados os atributos obrigatórios que trazem grande insatisfação quando insuficientes, porém não ocasionam satisfação quando suficientes. Por fim no quadrante IV (inferior esquerdo), estão os atributos neutros que não trazem nem satisfação nem insatisfação, independente de sua ausência ou presença. A análise da Figura 4.9 mostra que, quando a classificação dos atributos é realizada em função dos coeficientes de satisfação e insatisfação, os resultados encontrados são ligeiramente diferentes dos encontrados através da análise de frequência. Observa-se que quatro atributos estão localizados no quadrante atrativos, ou seja, estes foram os únicos itens para os quais o coeficiente de satisfação foi significativamente maior do que o de insatisfação (índice acima de 0,50 no eixo y e abaixo que 0,5 no eixo x): Foram eles 86 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde os atributos 1 (equipamentos modernos e conservados); 15 (atenção individualiza e personalizada); 18 (funcionários atenciosos) e 20 (priorização dos interesses dos pacientes). No quadrante dos obrigatórios, quatro atributos estão localizados, o que significa que estes apresentaram um grau de insatisfação muito maior que de satisfação. Estão situados abaixo de 0,5 (eixo x) e acima de 0,5 (eixo y) e são: 9 (transmissão de todas as informações necessárias de forma confiável e segura); 12 (equipe de enfermagem passa confiança na execução do serviço), 14 (funcionários devem possuir conhecimento necessário para a execução do serviço) e o 19 (o laboratório funciona em horários adequados). Nenhum atributo foi caracterizado como neutro. Este se localiza abaixo de 0,5 (eixo y) e abaixo de 0,5 (eixo x). Os demais atributos encontram-se no quadrante que os classifica como unidimensionais. Tanto os coeficientes de satisfação quanto o de insatisfação apresentaram um valor alto, acima de 0,5 (eixo y) e superior a 0,5 (inferior). Pode-se destacar o item 2 (instalações e ambiente físico limpos e agradáveis), 3 (a equipe técnica tem aparência e vestuários bem cuidados), 5 (precisão na data e hora que o serviço serão prestados) e 10 (funcionários com boa vontade em ajudar os clientes), por apresentarem maior coeficiente de satisfação e insatisfação. Tem-se então a seguinte distribuição dos atributos e a diferença entre os coeficientes de satisfação e insatisfação: - Quadrante I – Atrativos: 1(0,33); 15 (0,2); 18 (0,38) e 20 (0,16). - Quadrante II – Unidimensionais: 2 (-0,08); 3 (-0,14); 4 (0,04); 5 (-0,22); 6 (-0,01); 7 (-0,38); 8 (0,06); 10 (0,26); 11(-0,38); 13 (-0,32); 16 (-0,18); 17 (0,22); 21 (-0,34); 22 (0). - Quadrante III – Obrigatórios: 9 (-,056); 12 (-0,44) e 14 (-0,56), 19 (-0,18). 4.5 Integração da Escala SERVQUAL e Modelo de Kano com o QFD No setor de serviços uma das maiores dificuldades é identificar o que o cliente espera receber e quais atributos ele tem como prioridade, para que o serviço prestado seja de qualidade. As características de um serviço de qualidade constituem nos elementos que serão desdobrados em processos de melhoria. Para a aplicação do QFD foi construído no capítulo anterior, um modelo que integra as metodologias SERVQUAL e Modelo de Kano para identificação das deficiências e priorização de melhoria na prestação dos serviços laboratoriais, a fim de maximizar a satisfação dos consumidores. O resultado dessa integração é utilizado na elaboração dos 87 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde requisitos dos clientes na Casa da Qualidade do QFD. 4.5.1 Relação da Escala SERVQUAL com o Modelo de Kano O modelo proposto para a identificação de falhas potenciais e categorização dos atributos consiste na utilização das ferramentas: SERVQUAL e Modelo de Kano. A Tabela 4.19 apresenta os gaps e as categorias de Kano dos 22 atributos estudados. Esta informação indica quais os atributos que devem ser alvo de recursos para melhor prestação do serviço nos laboratórios de análise clínicas. Tabela 4.19– Classificação dos Atributos segunda a Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano Tangibilidade Confiabialidade Presteza Segurança Empatia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 P 4,074 4,176 4,221 4,309 3,735 3,515 3,985 4,206 3,926 3,588 3,426 4,059 3,647 4,118 3,118 3,441 3,941 3,353 3,824 3,735 3,397 3,265 E 4,515 4,779 4,368 4,029 4,426 4,647 4,588 4,706 4,735 4,471 4,500 4,765 4,515 4,926 3,868 4,426 4,309 4,191 4,103 4,382 4,044 4,000 Gaps -0,441 -0,603 -0,147 0,279 -0,691 -1,132 -0,603 -0,500 -0,809 -0,882 -1,074 -0,706 -0,868 -0,809 -0,750 -0,985 -0,368 -0,838 -0,279 -0,647 -0,647 -0,735 Categoria Kano A U U U U U O U O U U O U O N U U A N A U U Fonte: Esta pesquisa (2013) Os esforços devem ser direcionados aos atributos que apresentaram gaps negativos e foram classificados como unidimensionais, obrigatórios ou atrativos, o que representa a maioria, como pode ser observado na Tabela 4.19. Despender tempo e investimentos no intuito de melhorar atributos que foram 88 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde classificados como neutros, mesmo apresentando gaps negativos, não é uma boa estratégia, pois os clientes tendem a ser indiferentes a esses atributos, como é o caso dos itens: 15 (a equipe de funcionários oferece atenção personalizada aos clientes) e 19 (o laboratório funciona em horários adequados). Como dos 22 atributos, 21 apresentaram gaps negativos este trabalho optou por selecionar apenas os itens que proporcionaram gaps negativos com valores críticos e altos de acordo com a análise de quartil e foram classificados como unidimensionais, obrigatórios ou atrativos para alimentar a Casa da Qualidade. Essa opção se deve ao fato de que, desta forma, pode-se promover uma melhor priorização dos atributos que são essenciais para atrair e fidelizar os clientes e que ao mesmo tempo se mostram como falhos na prestação dos serviços. Tabela 4.20– Classificação dos Atributos selecionados segundo a Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano Atributos Dimensão Percepção Expectativa 6 Credibilidade 3,515 4,647 9 Credibilidade 3,926 4,735 10 Presteza 3,588 4,471 11 Presteza 3,426 4,500 12 Presteza 4,059 4,765 13 Presteza 3,647 4,515 14 Segurança 4,118 4,926 15 Segurança 3,118 3,868 16 Segurança 3,441 4,426 18 Empatia 3,353 4,191 22 Empatia 3,265 4,000 Gap -1,132 -0,809 -0,882 -1,074 -0,706 -0,868 -0,809 -0,750 -0,985 -0,838 -0,735 Categoria Kano U O U O U U O N U A U Fonte: Esta pesquisa (2013) A Tabela 4.20 reúne os 11 atributos que foram previamente identificados como sendo os de maiores gaps negativos (análise de quartil) e suas classificações nas categorias de Kano. Porém um deles, o atributo 15 (gap = -0,750), foi classificado como neutro pelos entrevistados, logo esse item é indiferente e não é considerado como requisito necessário para satisfação dos usuários de laboratórios de análise clínica. Os outros 10 atributos que foram classificados como unidimensionais, obrigatórios ou atrativos servirão como input para os requisitos dos clientes na Casa da Qualidade. 89 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde 4.6.2 Proposta de Integração da Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano com o QFD. Após relacionar a Escala SERVQUAL com o Modelo de Kano, esse tópico realiza uma integração de ambas as metodologias com a ferramenta QFD, com o objetivo de identificar as deficiências da prestação do serviço, com base na “voz do cliente”. Como se afirma a base conceitual, definir as necessidades dos clientes constitui o primeiro passo do modelo QFD. Nesse contexto, os atributos que apresentaram maiores gaps negativos pela ferramenta SERVQUAL e ao mesmo tempo foram classificados como atrativos, obrigatórios ou unidimensionais pelo Modelo de Kano, preencherem a coluna do “o que” (requisito dos clientes) na Casa da Qualidade. O grau de importância atribuído a cada atributo foi definido a partir da segunda parte do questionário SERVQUAL, no qual o entrevistado escolhia entre as dimensões apresentadas (tangibilidade, credibilidade, presteza, segurança e empatia) qual ele considerava mais importante, a segunda mais importante e a menos importante. Para a mais importante esta pesquisa atribuiu 5 pontos, 3 pontos para segunda mais importante e as demais apenas 1 ponto. A introdução da Categoria Kano na Casa da Qualidade teve como objetivo ponderar os atributos e quantificar a classificação Kano no intuito de definir as prioridades de melhoria. Os pontos foram atribuídos baseados na literatura: 4 pontos para os itens atrativos (de impacto), pois são eles que tornam os clientes muito satisfeitos e podem atrair novos, 2 pontos para os itens unidimensionais (de rendimento) pois esses atributos possuem qualidade linear, ou seja, um aumento do desempenho proporciona um aumento da satisfação e finalmente 1 ponto para os atributos obrigatórios (esperados, básicos), pois esses as instituições devem proporcionar impreterivelmente. Depois de definir as necessidades dos clientes, o nível de prioridade e ponderar os atributos, requisitos técnicos foram definidos envolvendo um pesquisador e um gestor de laboratório de análise clínica. Após reunião com o pesquisador e o gestor, onze requisitos técnicos foram definidos. Esses requisitos podem ser visualizados na parte do “como” ou características do produto na Casa da Qualidade. Por fim, uma matriz de relação entre as necessidades dos clientes e os requisitos técnicos foi construída. Essa matriz apresenta os pesos, representados simbolicamente, correspondentes ao tipo de relação existente entre os requisitos dos clientes e as características da qualidade que neste caso vale “1” se a relação for fraca, “3” se for média e “9” se a relação 90 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde for forte. As células vazias na matriz (sem símbolo) implicam que não há relação entre as necessidades dos clientes e os requisitos técnicos. A Figura 4.10 mostra a Casa da Qualidade construída para laboratórios de análises clínicas. Na Casa está ilustrado o grau de correlação entre as exigências dos usuários de laboratórios de análise clínica e os requisitos do projeto, de modo que os principais critérios para o alcance da qualidade sejam identificados e atendidos na construção das estratégias organizacionais. 91 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Grau de Importância para o Consumidor Gaps (em modulo) Categoria Kano Ajuste de Importância Matriz de Qualidade 6 3 1,132 U 6,792 9 10 3 0,809 O 2,427 1 0,882 U 1,764 11 1 1,074 O 1,074 12 1 0,706 U 1,412 13 1 0,868 U 1,736 14 5 0,809 O 4,045 16 5 0,985 U 9,85 ■ 18 1 0,838 A 3,352 ■ 22 1 0,735 U 1,47 Requisitos dos Clientes Presteza Segurança Empatia ∆ ∆ Melhoria Contínua ∆ Implantação de Programas de Qualidade Treinamento dos Funcionários ∆ Suporte de um Enfermeiro Chefe Aumento do Número de Funcionários Redução do Tempo de Espera Informar aos Clientes a Forma Detalhada sobre como o Serviço será Prestado ○ Arquivar Documentação dos Pacientes ○ Confidencialidade dos Resultados Investimento em Medidas de Segurança ○ Manuseio Correto de Material Esterilizado Emprego de Novas Tecnologias Credibilidade Melhoria em Equipamentos e Instalações Qualidade Exigida pelo Consumidor Características da Qualidade ■ ■ ■ ■ ○ ∆ ∆ ∆ ○ ∆ ○ ■ ∆ ■ ■ ■ ○ ■ Importância 25,83 24,42 30,78 49,11 7,28 7,28 21,84 3,22 14,01 157,94 49,11 61,13 61,13 Importância Relativa 5,03 4,76 6,00 9,57 1,42 1,42 4,26 0,63 2,73 30,78 9,57 11,91 11,91 Relação da Matriz: ■- Forte correlação = 9 pontos; Pontuação da Categoria Kano: ○ - Correlação média = 3 pontos; ∆ - Correlação Fraca = 1 ponto. Figura 4.10 – Casa da Qualidade Fonte: Esta pesquisa (2013). 92 A- 4,0 OU– 1,0 2,0 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde Em relação à correlação entre os atributos selecionados a partir da integração da Escala SERVQUAL e o Modelo de Kano, tem-se o seguinte comportamento no que se refere às dimensões: - Credibilidade: observa-se uma forte relação do item 6 (administradores do laboratório envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados) com os requisitos do projeto, “implantação de programas de qualidade” e “melhoria continua”. Uma relação média com os requisitos “melhoria em equipamento e instalações”, “emprego de novas tecnologias” e “investimentos em medidas de segurança” e uma fraca relação com o requisito “aumento do número de funcionários” e “treinamento dos funcionários” foram observadas. O item 9 (o laboratório transmite todas as informações necessárias de forma confiável e segura) apresentou uma forte relação com o requisito do projeto, “informar aos clientes a forma detalhada sobre como o serviço será prestado” e uma relação média com a “confidencialidade dos resultado” e “arquivos dos pacientes”. - Presteza: O atributo 10 (no laboratório, os funcionários devem sempre ter boa vontade em ajudar seus clientes) apresentou uma forte relação com o requisito do projeto “treinamento dos funcionários”. O item 11 (no laboratório todos os funcionários devem agir com disponibilidade e prontidão para atender aos pacientes) teve uma relação moderada com a “redução do tempo de espera” e “treinamento dos funcionários” e uma relação fraca com o “aumento do número de funcionários”. Já o atributo 12 (a equipe de enfermagem deve passar confiança para os clientes durante a prestação do serviço) possui uma relação forte com os requisitos “manuseio correto de material esterilizado” e “suporte de um enfermeiro chefe” e uma relação fraca com “melhoria em equipamentos e instalações”. Por fim o atributo 13 (no laboratório os funcionários devem ser corteses e educados com os pacientes) teve um nível moderado de relacionamento com o requisito “aumento do número de funcionários” e uma relação fraca com “treinamento dos funcionários”. -Segurança: nessa dimensão o atributo 14 (os funcionários devem possuir o conhecimento necessário para a execução dos serviços) possuiu uma relação forte com os requisitos “manuseio correto de material esterilizado” e “treinamento dos funcionários” e uma relação fraca com “melhoria em equipamento e instalações” e “emprego de novas tecnologias”. O atributo 16 (no laboratório, a equipe de funcionários possui conhecimento adequado para responder as perguntas dos pacientes) apresentou apenas uma relação forte com o requisito “treinamento dos funcionários”. - Empatia: o item 18 (os funcionários do laboratório são atenciosos e procuram resolver 93 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde todos os problemas dos pacientes) demonstrou apenas uma relação forte com o requisito da qualidade “treinamento dos funcionários”. O item 22 (no laboratório todos os funcionários entendem as necessidades específicas dos pacientes) apresentou uma forte relação com “treinamento dos funcionários” e uma relação média com o “aumento do número de funcionários”. De acordo com a Importância Relativa mostrada na Figura 4.10, observa-se que os requisitos do projeto ou características da qualidade mais importantes, de acordo com a pesquisa foram o Treinamento dos Funcionários, a Implantação de Programas de Qualidade e a Melhoria Contínua. O Treinamento dos Funcionários foi considerado como o requisito mais importante, pois todos devem estar envolvidos na prestação do serviço com qualidade e as habilidades individuais dos funcionários podem ser usadas para o benefício da instituição. Portanto, todos os agentes devem ser estimulados a desempenhar suas funções da melhor forma, buscando sempre melhorias. (MEZOMO, 2001). O segundo requisito refere-se à Implantação de Programas de Qualidade. É importante enfatizar que, neste caso, a qualidade dos serviços é julgada pelos clientes, e não pelos gestores. Por isso é necessário conhecer o consumidor e suas exigências para garantir sua satisfação e consequentemente sua fidelização. Melhoria Contínua aparece em terceiro lugar, ou seja, envolvendo todos os membros da organização procura-se fazer melhor o que já está bem feito de forma progressiva. Em um mercado cada vez mais competitivo, destaca-se a instituição que conseguir controlar, garantir e melhorar a qualidade do serviço, por isso é necessário envolver todos no processo, descobrir novas oportunidades de investimentos e acima de tudo aumentar o valor do cliente. Portanto as características da qualidade, Treinamento dos Funcionários, Implantação de Programas de Qualidade e Melhoria Contínua devem ser prioritárias para a estratégia organizacional, de forma que a satisfação dos clientes de laboratórios de análises clínicas seja alcançada. Nesse sentido, compete aos gestores criar um ambiente em que todos se sintam motivados e comprometidos a atingir os objetivos da organização. 4.6 Síntese do Capítulo A presente seção expôs os resultados obtidos com a aplicação do modelo proposto de integração das ferramentas SERVQUAL e Modelo de Kano com o QFD para a mensuração 94 Capítulo 4 Uma Aplicação do Modelo Proposto para Avaliação da Satisfação em Empresas de Serviços de Saúde da qualidade em serviços de saúde. A Escala SERVQUAL foi baseada no modelo de Parasuraman et al. (1985) e incrementada pelo Modelo de Kano desenvolvido por Kano et al. (1984). O instrumento SERVQUAL possibilitou identificar as diferenças existentes entre as expectativas e a percepção do serviço recebido. A partir dessas informações e utilizando a análise de quartil foram identificados os atributos que apresentaram maiores gaps. O Modelo de Kano categorizou o nível de satisfação dos mesmos atributos questionados pela Escala SERVQUAL. Para compor a voz dos clientes no QFD foram escolhidos os atributos que apresentaram maiores gaps pela Escala SERVQUAL e caracterizados como obrigatórios, unidimensionais e atrativos pelo Modelo de Kano. Uma entrevista com o gestor de um laboratório de análise clínica se fez necessário para o preenchimento dos requisitos técnicos do QFD. A partir da aplicação do modelo, constatou-se que os itens que apresentaram valores mais significativos foram Treinamento dos Funcionários, Implantação de Programas de Qualidade e Melhoria Contínua, desta forma as ações prioritárias devem ser direcionadas para esses princípios, uma vez que estes apresentaram um grau de importância ou de correlação entre a “voz do cliente” e o “requisito técnico” maior para o alcance da satisfação dos clientes. 95 Capítulo 5 Conclusões 5 CONCLUSÕES Em ambientes competitivos, o sucesso das organizações depende de decisões estratégicas. As empresas necessitam de ferramentas que as guiem de forma contínua, sistemática e eficaz para o alcance da satisfação dos seus clientes. Fornecer aos gestores informações com o objetivo de norteá-los nesse processo, com menor margem de erro, é tarefa para os pesquisadores de mercado. Baseado nisto, este trabalho buscou desenvolver um modelo que pudesse contribuir com para a melhoria dos serviços de saúde, no que se refere aos laboratórios de análises clínicas. A seguir apresentam-se as principais considerações, recomendações e as limitações deste trabalho. 5.1 Considerações Finais Este trabalho buscou desenvolver um modelo que permitisse aos laboratórios de análises clínicas melhorar seus serviços prestados. O modelo proposto foi baseado na Escala SERVQUAL, no Modelo de Kano e no QFD. A união dessas três ferramentas permitiu identificar os fatores que precisam de mais atenção por parte dos gestores que são o Treinamento dos Funcionários, a Implantação de Programas de Qualidade e a Melhoria Contínua. Desta forma, é importante que os laboratórios de análises clínicas busquem meios de potencializar esses itens para garantir a satisfação e a fidelidade de seus clientes. Para alcançar os objetivos específicos, o trabalho foi estruturado de forma a realizar a revisão da literatura sobre qualidade, serviços, qualidade em serviços de saúde, Escala SERVQUAL, Modelo de Kano e QFD; definição do método proposto e a aplicação do método através de um estudo de caso. A revisão da literatura apresentou uma contextualização histórica da qualidade. Em seguida foram abordados conteúdos que permitiram a compreensão das peculiaridades do setor de serviço, sua classificação e a busca da qualidade, finalizado com os aspectos gerais da qualidade em serviços de saúde. Na sequência, foi realizado um estudo detalhado das ferramentas utilizadas na metodologia e como elas se integraram para o alcance dos resultados. A Escala SERVQUAL foi utilizada na identificação dos gaps, isto é, as lacunas entre a expectativa e percepção da qualidade do serviço prestado. Já o Modelo de Kano categorizou os atributos com base na satisfação dos usuários. Enquanto que a aplicação da metodologia QFD possibilitou a correlação entre o que o cliente espera do serviço, (identificadas pelas duais ferramentas anteriores), e os requisitos técnicos da qualidade, determinadas por um gestor de laboratório. 96 Capítulo 5 Conclusões A aplicação do QFD, proporciona uma melhor visualização do resultado, onde a pesquisa de mercado é o ponto de partida. Esse método permite ouvir a “voz do cliente” sem deixar de observar as possibilidades e os interesses da empresa, com isso, além da vontade do cliente preserva-se a visão estratégica da empresa na busca pela competitividade e pela qualidade. A integração das ferramentas de qualidade foi elaborada de forma a direcionar os esforços para ações de melhoria, embasadas nos resultados da pesquisa, enfatizando que o modelo proposto pode ser replicado para outros setores através da adaptação dos questionários. É importante ressaltar que os dados utilizados serviram apenas para ilustrar a aplicação do modelo, assim, os resultados aqui obtidos limitam-se ao universo de pessoas entrevistadas, e mudanças nesse grupo podem alterar alguns dos resultados encontrados. Por fim, acredita-se que a qualidade é o ponto de partida de qualquer esforço no alcance da satisfação dos clientes e ouvir uma reclamação e buscar meios de resolvê-la é uma forma de conquistar os clientes e, desta forma, fidelizá-los à instituição. Por isso, deve haver uma metodologia que seja apropriada na identificação das deficiências na prestação do serviço, e que se encontre meios de minimizá-las, assim como buscar alcançar a satisfação dos consumidores. 5.2 Dificuldades e Limitações Dentre as dificuldades encontradas neste trabalho, a maior consistiu na aplicação dos questionários. A ideia inicial era de que cada entrevistado respondesse aos dois questionários, o do SERVQUAL e o de Kano, porém não foi encontrado êxito nesse processo, sendo necessário utilizar amostras diferentes para cada questionário. Outra dificuldade que pode ser destacada foi a hesitação do gestor em atender o pesquisador e de fornecer algumas informações a respeito da empresa. Quanto às limitações, elas estão relacionadas às ferramentas que foram adotados na composição do modelo proposto. Tanto a Escala SERVQUAL quanto o Modelo de Kano recebem críticas de vários autores. Outra limitação foi a respeito do tamanho da amostra, como esta foi pequena, não pôde ser considerada representativa da população. 97 Capítulo 5 Conclusões 5.3 Recomendações para Trabalhos Futuros Em trabalhos futuros, pode-se aplicar essa mesma metodologia para análise em outro setor de saúde ou até mesmo em outra categoria de serviço. Uma etapa bastante interessante para futuras pesquisas relacionadas a qualidade no setor de saúde é tentar tornar o questionário mais específico para este setor, acrescentando ao SERVQUAL outras perguntas. Recomenda-se ainda, a utilização do SERVPERF como alternativa para a Escala SERVQUAL e a Lógica Fuzzy para priorizar e identificar o grau de importância da qualidade exigida, e assim ajudar nos cálculos das correlações da Casa da Qualidade do QFD. Por fim, a metodologia multicritério pode ser utilizada para avaliar e classificar a qualidade dos serviços prestados, mensurando o grau de satisfação dos clientes, fundamentada mais especificamente no Auxílio Multicritério à Decisão, integrando esta metodologia ao QFD. 98 Referências Bibliográficas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDULLAH, F. Measuring service quality in higher education: SERVQUAL versus SERVPERF. Marketing Intelligence & Planning, Vol. 24 n° 1, p. 31 - 47, 2003. AGARWAL, R.; CHATURVEDI, S.; CHHILLAR, N.; GOYAL, R.; PANT, I.; TRIPATHI, C. Role of Intervention on Laboratory Performance: Evaluation of Quality Indicators in a Tertiary Care Hospital. Indian Journal of Clinical Biochemistry, Vol. 21, n° 1, p: 61 - 68, 2012. AKAO, Y. Introdução ao Desdobramento da Qualidade. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, p.187. 1996. AKAO, Y. QFD: Integrating Rustomer Requirements Into Product Design. Productivity Press. Cambridge, 1990. ALBRECHT, K; ZEMKE, R. 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Empresa de serviço de saúde laboratorial que você utiliza ou utilizou:____________________ Idade: _______ anos Sexo: F ( ) M ( ) Qual o seu nível de escolaridade? Não sabe escrever ( ) Sou apenas alfabetizado ( ) 1° Grau incompleto ( ) 1° Grau completo ( ) 2° Grau incompleto ( ) 2° Grau completo ( ) 3° Grau incompleto ( ) 3° Grau completo ( ) Pós Graduação ( ) Renda Familiar? ( ) Até 4 salários mínimos ( ) De 4 a 10 salários mínimos ( ) Acima de 10 salários mínimos Onde você mora? Região Metropolitana do Recife ( ) Outro ( ) ________________________ Há quanto tempo você é cliente da empresa? Você já utilizou o(s) mesmo(s) serviço(s) em outras empresas? ___________________ Sim ( ) Não ( ) 122 Apêndice QUESTIONÁRIO – 2° parte INSTRUÇÕES: Abaixo estão listadas cinco características pertencentes às empresas de Saúde Laboratorial e os serviços oferecidos por elas. Nós gostaríamos de saber qual dessas características VOCÊ PRIORIZA quando avalia a qualidade do serviço de uma empresa de Saúde. Por favor, aloque um total de 100 pontos entre as cinco características de acordo com a importância de cada uma delas para você, quanto mais importante é uma característica para você, mais pontos você deveria alocar para ela. Por favor, assegure que os pontos que você alocou para as cinco características somam 100 pontos. 1. A localização, a aparência das instalações físicas, equipamentos, os funcionários e Nota: materiais de comunicação (ex: panfletos, prontuário, exames, receitas). 2. A capacidade de prestar o serviço no tempo prometido de forma confiável Nota: 3. A boa vontade e disposição para ajudar os clientes/pacientes. Nota: 4. O conhecimento, a competência técnica e a habilidade dos funcionários em Nota: transmitir segurança e confiança nos serviços prestados. 5. Preocupação e o fornecimento de atenção individualizada aos clientes/pacientes, por Nota: parte dos funcionários. Total: 100 INSTRUÇÕES: Com relação à questão anterior, por favor, a seguir coloque o número da característica (de 1 a 5) que corresponde à frase. Qual das cinco características acima é a mais importante para você em uma empresa de Saúde? N°: Qual é a segunda mais importante para você em uma empresa de Saúde? N°: Qual é a menos importante para você em uma empresa de Saúde? N°: 123 Apêndice QUESTIONÁRIO - 3a parte INSTRUÇÕES: Baseado em sua experiência como cliente/paciente, imagine um laboratório como você gostaria que ele fosse que forneceria serviços de saúde de excelente qualidade e no qual você teria prazer em ser atendido. Por favor, para cada item demonstre a real necessidade da empresa imaginando possuir as características apresentadas a seguir. Se você sente que a característica não é de forma alguma essencial para este tipo de serviço, assinale 1 (); Caso você sinta que a característica é absolutamente essencial para este tipo de serviço, assinale 5 (☺). LEGENDA: ☺= Concordo totalmente = Discordo totalmente 1. Laboratório de análise clinica tem equipamentos conservados e modernos. 1 2 3 4 5☺ 1 2 3 4 5 2 O ambiente físico e as instalações devem ser limpos e agradáveis. 3. A equipe técnica de enfermagem do laboratório tem aparência e vestiário bem cuidados, de acordo com as características do ambiente de trabalho. 4. O laboratório deve ser bem localizado e de fácil acesso. 5. O laboratório informa aos clientes, precisamente, a data e hora de quando os serviços serão prestados. 6. Os administradores do laboratório devem estar envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados. 7. O laboratório executa os serviços e procedimentos de forma correta da primeira vez, não ocasionando retrabalho. 8. O laboratório presta seus serviços no prazo e tempo prometido? 9. O laboratório transmite todas as informações necessárias de forma confiável e segura. 10. No laboratório, os funcionários devem sempre ter boa vontade em ajudar seus clientes. 11. No laboratório todos os funcionários devem agir com disponibilidade e prontidão para atender aos pacientes. 12. A equipe de enfermagem deve passar confiança para os clientes durante a prestação do serviço. 13. No laboratório os funcionários devem ser corteses e educados com os pacientes. 14, Os funcionários devem possuir o conhecimento necessário para a execução dos serviços. 15. No laboratório, a equipe de funcionários dá atenção e personalizada ao cliente. 16. No laboratório, a equipe de funcionários possui conhecimento adequado para responder as perguntas dos pacientes. 17. O laboratório deve ter procedimentos padronizados. 18. Os funcionários do laboratório são atenciosos e procuram resolver todos os problemas dos pacientes 19. O laboratório funciona em horários adequados aos seus pacientes. 20. A comunicação (internet, telefones) deve ser de fácil compreensão e utilização pelos clientes. 21. O laboratório prioriza os interesses do paciente. 22. No laboratório todos os funcionários entendem as necessidades específicas dos pacientes. 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 1 2 3 4 5 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 124 Apêndice QUESTIONÁRIO - 4a parte O conjunto de frases a seguir refere-se à sua percepção sobre os SERVIÇOS DO LABORATÓRIO ONDE VOCÊ É ATENDIDO. Para cada uma das afirmações indique o quanto você acredita que a empresa avaliada atinge. Ou seja: caso você assinale o número 1 (), isto quer dizer que você discorda totalmente que a empresa avaliada tenha alcançado esta característica; e caso você assinale 5 (☺), isto quer dizer que você concorda totalmente que a empresa avaliada atingiu esta característica. LEGENDA: ☺= Concordo totalmente = Discordo totalmente 1. O Laboratório de análise clinica que você costuma utilizar os serviços possui equipamentos conservados e modernos. 2 O ambiente físico e as instalações do laboratório que você utiliza os serviços são limpos e agradáveis. 3. A equipe técnica de enfermagem do laboratório que você frequenta possuem aparência e vestuário bem cuidados, de acordo com as características do ambiente de trabalho. 4. O laboratório que você frequenta é bem localizado e de fácil acesso. 5. O laboratório que você frequenta informa aos clientes, precisamente, a data e hora de quando os serviços serão prestados. 6. Os administradores do laboratório que você frequenta estão envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados. 7. O laboratório frequentado por você executa os serviços e procedimentos de forma correta da primeira vez, não ocasionando retrabalho. 8. O laboratório que você frequenta executa seus serviços no prazo e tempo prometido. 9. O laboratório que você frequenta transmite todas as informações necessárias de forma confiável e segura. 10. No laboratório que você utiliza os serviços os funcionários possuem boa vontade em ajudar seus pacientes. 11. No laboratório que você utiliza os serviços todos os funcionários agem com disponibilidade e prontidão para atender aos pacientes. 12. A equipe de enfermagem do laboratório que você frequenta passa confiança para os clientes durante a prestação do serviço. 13. No laboratório que você utiliza os serviços os funcionários são corteses e educados com os pacientes. 14. Os funcionários do laboratório frequentado por você possuem o conhecimento necessário para a execução dos serviços. 15. No laboratório que você utiliza os serviços, a equipe de funcionários dá atenção personalizada ao cliente. 16. No laboratório que você utiliza os serviços, a equipe de funcionários possui conhecimento adequado para responder as perguntas dos pacientes. 17. O laboratório que você utiliza os serviços possui procedimentos padronizados. 18. Os funcionários do laboratório que você utiliza os serviços são atenciosos e procuram resolver todos os problemas dos pacientes 19. O laboratório que você frequenta funciona em horários adequados aos seus pacientes. 20. A comunicação do laboratório que você utiliza o serviços (internet, telefones) é de fácil compreensão e utilização pelos clientes. 21. O laboratório frequentado por você prioriza os interesses do paciente. 22. No laboratório que você frequenta todos os funcionários entendem as necessidades específicas dos pacientes. 125 1 2 3 4 5☺ 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 '5 5 1 2 3 4 5 1 2 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 Apêndice QUESTIONÁRIO - 5a parte Avaliação Global Em uma escala de 1 a 5, como você classificaria a QUALIDADE GERAL dos serviços prestados pelo laboratório de análise clinica? 1 2 3 126 4 5☺ Apêndice APÊNDICE 2 QUESTIONÁRIO – 1ª PARTE (INFORMAÇÕES SOBRE VOCÊ) Este questionário faz parte de uma pesquisa desenvolvida na UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE). Os resultados individuais desta pesquisa serão confidenciais e NÃO SERÃO REVELADOS. O objetivo deste trabalho é a aplicação do Modelo Kano, para avaliação da qualidade em serviços laboratoriais de análise clínica (exame de sangue, de fezes e urina). Quais instituições de serviços laboratoriais que utiliza ou utilizou? Você possui ou possuiu relacionamento, preferência com algum laboratório? Idade: ____ anos Sexo: F( ) M( ) Nível de Escolaridade: 1º Grau Incompleto ( ) 1º Grau Completo ( ) 2º Grau Incompleto ( ) 2º Grau Completo ( ) 3º Grau Incompleto ( ) 3º Grau Completo ( ) Pós-Graduação ( ) Onde você mora? Bairro: ______________________ Cidade: _____________________ Renda Familiar? ( ) Até 4 salários mínimos ( ) De 4 a 10 salários mínimos ( ) Acima de 10 salários mínimos Quantas vezes você foi a um laboratório nos últimos 24 meses? ______ vezes Você tem preferência em fazer exames laboratoriais em algum estabelecimento em específico? SIM ( ) NÃO ( ) Por quê? 127 Apêndice QUESTIONÁRIO DE KANO O Questionário de Kano (1984) apresentam pares de questões que o cliente pode responder de cinco maneiras diferentes, o primeiro grupo de questões está relacionado com a reação do cliente quando o atributo está presente ou tem desempenho superior. O segundo grupo de questões está relacionado com a reação do cliente quando há a ausência do atributo ou seu desempenho é inferior, através da combinação das respostas para as formas funcionais e disfuncionais das questões, então se pode determinar o que cada atributo representa para o cliente. As próximas questões estão relacionadas aos serviços de laboratório de análise clínica e revelam a importância de cada atributo para você. 128 Apêndice Por favor, marque um X na resposta que melhor traduz seus sentimentos. 6a- Como você se sente quando observa que os administradores do laboratório estão envolvidos e comprometidos com a qualidade e a melhoria dos serviços prestados? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito Questões Funcionais: 1a- Como você se sente se o laboratório de análise clinica tiver equipamentos conservados e modernos? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 7a- Como você se sente se o laboratório executa os serviços e procedimentos de forma correta da primeira vez, não ocasionando retrabalho. Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 2a- Como você se sente se o laboratório possuir ambiente físico limpo e agradável? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 8a- Como você se sente se o laboratório presta seus serviços no prazo e tempo prometido? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 3a- Como você se sente se a equipe técnica de enfermagem tem aparência e vestiário bem cuidados, de acordo com as características do ambiente de trabalho? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 9a- Como você se sente se o laboratório transmite todas as informações necessárias de forma confiável e segura? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 4a- Como você se sente se o laboratório de analise clinica possuir uma boa localização? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 10a - Como você se sente se os funcionários sempre tiverem boa vontade em lhe ajudar? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 5a- Como você se sente se o laboratório informa, precisamente, a data e hora de quando os serviços serão prestados? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 11a- Como você se sente se no laboratório todos os funcionários agirem com disponibilidade e prontidão para atender aos pacientes. Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 129 Apêndice 12a- Como você se sente se durante a prestação do serviço os técnicos/enfermeiros passam confiança? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 18a- Como você se sente se os funcionários do laboratório forem atenciosos e os problemas forem sempre resolvidos? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 13a- Como você se sente se os atendentes forem corteses e educados com os pacientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 19a- Como você se sente se o laboratório funcionar 24 horas? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 14a- Como você se sente se os funcionários possuírem conhecimento necessário para a execução dos serviços? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 20a- Como você se sente se a comunicação (internet, telefones) do laboratório for de fácil compreensão e utilização pelos clientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 15a- - Como você se sente se no laboratório, a equipe de funcionários der atenção personalizada a você? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 21a- Como você se sente se o laboratório prioriza os interesses dos pacientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 16a Como você se sente se no laboratório, a equipe de funcionários possuírem conhecimento adequado para responderem as suas perguntas? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 22a- Como você se sente se no laboratório todos os funcionários entenderem suas necessidades específicas? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 17a- Como você se sente se no laboratório, a equipe de funcionários possuírem conhecimento adequado para responderem as suas dúvidas e perguntas? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 130 Apêndice Questões disfuncionais: 7b- Como você se sente se o laboratório executa novamente os mesmos procedimentos, pois foi incoerente no primeiro trabalho? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 1b- Como você se sente se o laboratório de análise clinica possuir apenas equipamentos básicos? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 8b- Como você se sente se houver atrasos no cumprimento do tempo prometido? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 2b - Como você se sente se o laboratório não possuir o ambiente físico completamente limpo e agradável? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 9b- Como você se sente se o laboratório não passa confiança e segurança ao passar as informações necessárias? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 3b- Como você se sente se a equipe técnica de enfermagem tem aparência e vestuário mal cuidados e sujos? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 10b- Como você se sente se os funcionários demonstrarem má vontade em lhe ajudar? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 4b- Como você se sente se o laboratório possuir uma localização de difícil acesso? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 11b- Como você se sente se no laboratório todos os funcionários estiverem indisponíveis para atender aos pacientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 5b- Como você se sente se o laboratório for impreciso e demorar ao informar a data e hora de quando os serviços serão prestados? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 12b- Como você se sente se durante a prestação do serviço os técnicos/enfermeiros se mostrarem inseguros? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 6b- Como você se sente quando observa que os administradores são isento e despreocupados com a qualidade e melhoria dos serviços prestados? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 131 Apêndice 13b- Como você se sente se os atendentes forem indiferentes e mal educados com os pacientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 19b- Como você se sente se no laboratório os horários de funcionamento forem limitados e inadequados? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 14b- Como você se sente se os funcionários forem despreparados para a execução dos serviços? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 20b- Como você se sente se a comunicação (internet, telefones) do laboratório for de difícil compreensão e utilização dos pacientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 15b- Como você se sente se no laboratório, a equipe de funcionários não der atenção personalizada a você? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 21b- Como você sente se o laboratório protelar os interesses dos pacientes? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 16b- Como você se sente se no laboratório, a equipe de funcionários possuírem pouco conhecimento para responder as suas dúvidas e perguntas? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 22b- Como você se sente se no laboratório todos os funcionários só entenderem suas necessidades gerais? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 17b- Como você se sente se o laboratório não apresentar procedimentos padronizados? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito Muito obrigado pela sua colaboração. 18b- Como você se sente se os funcionários do laboratório forem displicentes e houver pendências na solução de seus problemas? Muito Satisfeito Desejaria e gostaria (obrigatório) Isso é indiferente Eu posso conviver com isso (conformado) Insatisfeito 132
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