Revista Aqualon 14

Transcrição

Revista Aqualon 14
Ano IV
Número 14
Abril/Maio/Junho/2012
Revista feita por e para aquaristas amantes da natureza
Distribuição
Gratuita
Rio Baía Bonita
Fertilização em
Aquários Plantados
Visita à
Chácara Takeyoshi
Pico Aquários
Dieta alemã para peixes
de todas as nacionalidades.
Seus peixes podem ter uma alimentação de primeiro mundo. Divididas entre as linhas especial e premium, as rações oferecem alto valor nutricional para diferentes
espécies. Além da melhor nutrição, diferenciais tornarão o aquarismo cada vez mais interessante e prático: grânulos que afundam a diferentes velocidades, eficiência na
alimentação de todos os peixes e o exclusivo sistema click. Com ele, você disponibiliza a quantidade exata de alimento a ser oferecida aos peixes. JBL. Alemã por natureza.
CPA 2008
Editorial
Começamos falando diretamente àqueles aquaristas que vivem cuidando de suas plantinhas dentro
dos aquários e acabam criando verdadeiras obras de arte
para o aquapaisagismo brasileiro. Esperamos que em 2012 possamos ter a mesma qualidade das montagens passadas. E por
falar no assunto, o CPA, Concurso Paranaense de Aquapaisagismo vai para a sua quinta edição e lembramos que as inscrições se encerrarão no dia 31 de Maio! Preparem suas câmeras e
não deixem de participar, inclusive de outros concursos, como
o IAPLC e o CBAP.
Nesta edição teremos o início de alguns artigos que resolvemos produzir para mostrar aos hobbystas um pouco
do paraíso que pode ser encontrado na região de Suzano,
SP. Foi lá que encontramos amigos empresários que levam
a sério o assunto aquarismo. São empresas com qualidade e
profissionalismo, que possibilitam o acesso ao hobby, pois produzem com dedicação plantas e peixes. A nossa equipe esteve
visitando a Chácara Takeyoshi, produtora de plantas aquáticas, a Piscicultura Wada, com variadas espécies de peixes, e a Piscicultura Tanabe, onde o destaque vai para as
incríveis carpas selecionadas durante anos de trabalho.
O primeiro artigo vocês já poderão curtir agora, conhecendo um pouco do trabalho do amigo Roberto Takeyoshi.
Também trazemos, como costume, uma bela exInscrições até 31 de Maio
pedição pelo Rio Baía Bonita, trazendo um pouco da
beleza natural da Serra da Bodoquena. Poderemos
aprender sobre fertilização de aquários planRegulamento e formulário de
tados e já conferir como são os mini planInscrição somente pelo E-mail:
tados. São ótimos artigos que recebemos
[email protected]
para essa edição, além das fichas de peixes
e plantas que sempre disponibilizamos em
nossa revista. Uma boa leitura a todos!
CPA 2009
CPA 2010
Sumário
4 - Expedição: Rio Baía Bonita
Mauricio Xavier de Almeida
foto: Mauricio Xavier de Almeida
9 - Fertilização em Aquários Plantados
Livio Nakano
Ilustração: Marc
13 - Galeria de Peixes
Chantal Wagner Kornin & Cinthia Emerich
foto: Cinthia Emerich
16 - Galeria de Plantas Aquáticas
Rony Suzuki
CPA 2011
CPA 2012
Revista Aqualon
foto: Rony Suzuki
18 - Visita à Chácara Takeyoshi
foto: Americo Guazzelli
24 - Pico Aquários
Fabio Yoshida
foto: Fabio Yoshida
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Expedição realizada pela Aquamazon no
Rio Baía Bonita
Reportagem e Fotografia:
Mauricio Xavier de Almeida: Empresa Aquamazon
Cristina Midori Yamato: Engenheira Agrônoma
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Localizado na serra da Bodoquena, em Bonito-MS,
o rio Baía Bonita, também conhecido como Aquário Natural, é um paraíso sub-aquático repleto de
plantas aquáticas e peixes. Para apreciar o rio é
necessário apenas snorkel, máscara de mergulho e
roupa de neoprene, pois a água é fria, tendo aproximadamente 22 °C.
Ao entrar na água, chega-se a sentir arrepios de
frio, que passam em questão de segundos quando
se visualiza através da máscara um cenário deslumbrante. Para todo aquarista, a flutuação no rio
Baía Bonita é indescritivelmente fantástica, como
num sonho, pois se tem a sensação de estar em
um aquário com milhões de litros, esculpido e
plantado pela natureza. No decorrer da flutuação
é possível interagir com os peixes, e a água é tão
limpa que é como se estivesse voando sobre as
plantas, acompanhado dos peixes.
Um dos visuais mais incríveis que encontrei
foi um imenso “carpete” de Echinodorus macrophyllus realizando a fotossíntese (01), como uma
chuva inversa de oxigênio na água. O fenômeno
ocorre pela forte incidência de luz e presença de
CO2.
Foto 01
Revista Aqualon
As algas como cianobactérias e filamentosas, que
tanto causam pavor entre os aquaristas, também
são muito comuns no ambiente natural. Portanto,
acredito que não devemos nos preocupar tanto
quando as temos em pequenas quantidades em
nossos aquários. É lógico que não podemos deixálas fora de controle. Na foto abaixo (07), filamentosa
encontrada em alguns pontos do rio.
Continuando a flutuação, a cada cm² era possível observar uma explosão de vida, tanto vegetal
quanto animal, em perfeita harmonia. Um peixe muito comum no aquarismo, o Mato-grosso
(Hyphessobrycon eques), destacava-se pela forte
coloração vermelha, intensificada pela luz solar e
contrastada com o verde das plantas (02).
Foto 04
Em alguns pontos pode-se observar surgências
(olhos d’água). (05)
Foto 07
Foto 02
Os cenários compostos por plantas e até mesmo troncos de Aroeira, algo comum na região,
formam verdadeiros lay-outs naturais que pode
Foto 05
servir de inspiração para várias montagens. Basta
imaginar um tanque de vidro ao redor dos cenáEm alguns momentos da flutuação, visualizei
rios registrados nas fotos. (03 e 04)
enormes Corimbas (Prochilodus lineatus) se alimentando de frutos das árvores e algas presas
nas folhas das plantas. (06)
Foto 03
Revista Aqualon
Foto 06
A Echinodorus macrophyllus é encontrada em
grande quantidade (08), formando imensos “carpetes”. Elas se reproduzem por sementes, e em
alguns pontos nota-se centenas delas lançando
suas hastes florais (09) de 0,8 a 1,5 m para fora
d’água (11) e exibindo sua bela floração branca
(12). No detalhe, haste floral brotando (10).
Foto 08
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Foto 10
Outra planta encontrada em grande quantidade é a Potamogeton illinoensis, que forma
imensos “carpetes”. Na foto (13), é possível
ter uma idéia da quantidade, sendo esta uma
vegetação rasteira predominante. Detalhe da
planta (14).
Foto 09
Foto 16
Foto 13
Foto 11
Foto 12
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A Najas guadalupensis é
Foto 14
encontrada em vários pontos,
apresentando um tom avermelhado onde a incidência de luz solar é mais forte. (15)
Outra planta encontrada em vários pontos é a
Nymphaea gardneriana, que também apresenta parte de algumas folhas em tons avermelhados e, nos
trechos com correnteza, apresenta-se sempre com
flores e folhas submersas próximas ao solo. (16)
Foto 15
A Caracea (Chara fibrosa) é encontrada em
vários locais, sendo que em determinados pontos dominam o espaço. Com a presença do sol,
exibem um cenário literalmente brilhante pela
liberação do oxigênio resultante da fotossíntese.
Em detalhe (17). Cenário brilhante (18)
Além da beleza submersa é possível apreciar
centenas de outros animais
em terra. Um exemplo é
este belíssimo tucano que
parecia pousar para fotografia. (19)
Foto 17
Foto 18
Revista Aqualon
Transparência da água
A transparência da água
ocorre devido à localização
da nascente, que está sobre
rochas calcárias muito puras.
Além disso, a ação conjunta
da água e CO2, que dá origem
ao ácido carbônico (H2CO3),
diminui o pH da água, dissolFoto 19
vendo os minerais solúveis presentes no calcário.
Origem calcária
O calcário da região da Serra da Bodoquena tem origem do Oceano de
Corumbá entre 550 e 570 milhões de anos.
Espécies animais e vegetais encontrados no Rio Baía Bonita
Plantas vasculares e Caráceas
Peixes
- Ludwigia major
- Piraputanga (Brycon microlepis)
- Ludwigia rigida
- Curimba ou Corimbatá (Prochilodus lineatus)
- Ludwigia peruviana
- Mato-grosso (Hyphessobrycon eques)
- Chara rusbyana
- Corydora (Corydoras aeneus)
- Chara fibrosa
- Lambaris (espécies de Moenkhausia, Astyanax, Bryconops e Jupiaba)
- Echinodorus macrophyllus
- Cascudos (os gêneros Farlowella, Hypostomus e Ancistrus)
- Erythrina speciosa
- Acarás (espécies de Aequidens, Apistogramma e Laetacara)
- Gomphrena elegans
- Gymnocoronis spilanthoides
Parâmetros físico-químicos da água
- Najas guadalupensis
PO4: <0.01
KH:
7
- potamogeton illinoensis
FE++: 0 ppm
GH: 11
- Thelypteris patens
Temperatura: 22 °C
pH: 7.2
- Nymphaea gardneriana
CO2: 13 ppm
- Polygonum acuminatum
- Polygonum hydropiperoides
Referência bibliográfica:
- Heteranthera zosterifolia
- Bacopa australis
Guia para identificação de
Campo Grande-MS 1999
- Hydrocotyle leucocephala
plantas aquáticas de Bonito
Autores:
- Vernonia rubricaulis
e região.
Edna Scremin Dias
Nos Jardins submersos da
Vali Joana Pott
Briófitas (musgos)
Bodoquena.
Regis Catarino da Hora
- Leptodictyum riparium
Editora: UFMS
Paulo Robson de Souza
O substrato naturalmente completo
www.aquamazon.com
SAC (14) 3019-1683
Embalagem de 2,5kg para aquários plantados com até 90 litros
Embalagem de 5kg para aquários plantados com até 180 litros
Agradecimentos:
Guia de turismo de Bonito-MS: Deividy Machado Xavier
Revista Aqualon
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Revista Aqualon
FERTILIZAÇÃO EM AQUÁRIOS PLANTADOS
Uma grande dificuldade quando se procura por informação
a respeito, é que não há informação acadêmica sobre esse assunto, quando se diz respeito a plantas hidrófilas submersas.
Há muita coisa sobre sistemas não-submersos, seja com
substrato convencional ou mesmo hidroponia. Mas um sistema fechado cujo foco é o cultivo de plantas submersas tem
particularidades que normalmente são ignoradas. Então, muita confusão e “desastres” acontecem por conta de conceitos
que se aplicam a um tipo de sistema (emerso), mas que não
seriam exatamente iguais, quando aplicadas em um aquário
plantado.
Todo artigo sobre fertilização costuma partir dos famosos
NPK: Nitrogênio, P(Fósforo) e K Potássio, os assim chamados
Macronutrientes, por serem componentes proporcionalmente
mais importantes em uma planta. Só que, em qualquer sistema submerso, existem dois outros macronutrientes que se
encontram limitados, por definição: O Oxigênio e o Carbono.
Porque a maneira mais comum de serem metabolizados por
uma planta é por absorção atmosférica, na forma de dois gases: O2 e CO2. Só que, embaixo da água, esses mesmos gases,
ainda que sejam existentes, se encontram em concentrações
muito abaixo da atmosférica, devendo ser adicionados de forma suplementar, no caso do CO2, ou monitorizados de forma
indireta, e sempre serem lembrados no planejamento de um
novo aquário, como no caso de sua oxigenação.
Além desses fatores, podemos considerar também a própria iluminação suplementar como um fator que potencialmente pode fazer o bem (e crescer aquela linda moita vermelha) ou o mal (e resultar em surtos de algas).
Para complicar ainda mais a coisa, um aquário, por mais
extenso ou com maior volume que tenha, por melhor que seja
a filtração, mesmo lagos, é quase sempre um sistema fechado.
Revista Aqualon
Texto: Livio Nakano
Ilustrações: Marc
Aqui, um gráfico de barras 3d mostrando os nutrientes (e
suas quantidades) mais importantes para as plantas.
Aqui, uma situação ideal, quando o CO2, a luz e todos os
nutrientes estão no seu auge, permitindo o crescimento vigoroso de todas as plantas.
Ou seja, a renovação da água é limitada e há acúmulo de detritos e subprodutos metabólicos na coluna de água.
Outro fator muito importante, normalmente ignorado, é
considerar o aquário como algo possível de ser milimétricamente controlável. Existem muitas variáveis onde o aquarista
não vai ter muito controle, especialmente na microbiologia
dele. É impossível selecionar exclusivamente organismos que
nos interessem, sejam patógenos ou as odiadas algas. Por
mais que se tenha cuidados de banhos, quarentena ou de antibióticos e luz ultravioleta, eles sempre estarão por lá, de preferência, em populações que não nos permitam detectá-los.
Para somar com tudo isto, um aquário plantado é planejado para ser deliberadamente favorável para o desenvolvimento das plantas. Isto resulta no que se chama de sistema
eutrófico, rico em nutrientes, muita biomassa, mas também
com uma dinâmica complexa, especialmente para os assim
chamados “aquários high-tech”.
Não é à toa que o aquário plantado é considerado um dos
de manutenção mais trabalhosa!
Existe um aforismo, conhecido como “Lei dos Mínimos” (ou
de Liebig), onde “A produção (ou o crescimento) está diretamente ligada à quantidade do menor nutriente à disposição
da planta”. Num sistema emerso, isto pode deixar a planta
estagnada. Mas num aquário plantado, a paralisia ou lentidão
do metabolismo das plantas, quase sempre vai resultar em
surtos de algas.
Ilustrando isto de forma didática, podemos imaginar uma
planta como uma “Loja Âncora” de um shopping e as algas
como camelôs e ambulantes. Uma planta é capaz de ser muito
mais eficaz no aproveitamento de nutrientes, mas depende de
uma infraestrutura mínima de instalação e funcionamento. Já
as algas, crescem onde quer que haja oportunidade e espaço,
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• Mix de nutrientes quelatizados - 1 colher de sopa (15
ml ~9g)
• Água - 300 ml.
Nesta formulação original, o volume de nutrientes presentes por ml é:
NO3 10,6mg, K 25,85 mg, Mg 7,17 e Fe aproximadamente 1,7mg (depende do mix utilizado)
havendo inclusive uma seleção de algas conforme o fator nutricional limitante (Petecas adoram concentrações baixas de CO2,
Green-Spots aparecem na falta de fósforo (fosfatos), cianobactérias em deficiências de nitrogênio, só para citar alguns exemplos
clássicos).
Há alguns anos atrás, o usuário Marc, do fórum lusitano
Aquariofilia on line, elaborou ilustrações belíssimas, que solicitei
autorização para reproduzir.
Para ajudar a equilibrar tudo isto de forma saudável, priorizando o crescimento das plantas em detrimento do das algas,
foram elaborados diversos regimes de fertilização, muitos produtos comerciais, mas também, diversos sistemas customizados.
Em 1996, Kevin C. Conlin e Paul L. Sears, dois aquaristas canadenses, em um artigo publicado em um grupo de discussões
(Aquatic Plants internet mailing list), relataram a sua experiência
para o desenvolvimento pleno das plantas e o controle das algas
em aquários plantados, através da adição diária de uma fórmula
balanceada de nutrientes. Como esta fórmula era obtida através
da mistura de cada componente solúvel, obtidos em lojas de química, ela tinha a vantagem de ser preparada com menor custo
quando comparada a produtos comerciais de grandes empresas,
como a Dupla, Dennerle, Tropica e outras. Através de testes periódicos da concentração do Ferro e de Nitratos, eles ajustavam a
dose dessa fórmula, que é administrada em gotas diariamente,
daí o nome com que se popularizou (“Poor Man” Dupla Drops,
ou PMDD)
Basicamente se compõe de Nitrato e Potássio como macronutrientes, não utiliza o Fósforo, além de Magnésio, Enxofre e
um mix de micronutrientes quelatizados. O preparo é facilitado
por ter sua receita baseada em medidas de volume (colheres de
chá ou de sopa), o que por outro lado torna as medidas de suas
concentração bem menos precisas.
Aqui, uma representação gráfica desta “Lei dos Mínimos”,
onde, no caso, há uma certa limitação no crescimento da
biomassa das plantas por conta do potássio (porém, estando “quase equilibrado”, situação muito semelhante à
de inúmeros plantados)
Posteriormente, os próprios autores divulgaram uma solução alternativa:
• K2SO4 (Sulfato de Magnésio) - 2 colheres de sopa (10
ml ~ 14g)
• KNO3 (Nitrato de potássio) - 1 colher de sopa (5 ml ~
6g)
• MgSO4-7H2O (Sulfato de magnésio hidratado) - 2,5
colheres de sopa (37,5 ml ~ 33g)
• Mix de nutrientes quelatizados - 1 colher de sopa (15
ml ~9g)
• Água - 500 ml.
Que por sua vez apresentava por ml a seguinte quantidade de nutrientes: 19,13mg de NO3, 46,52mg de K,
2,87mg de Mg e 1,02mg de Fe. Proporcionalmente, portanto, mais nitrato e potássio (macronutrientes) e menos Fe
e Mg.
Para se calcular a dosagem presente em cada gota, basta que se divida a quantia presente em 1 ml por 20.
Edward (APC)– Perpetual Preservation System
Outra alternativa para a administração diária de nutrientes, é o sistema desenvolvido por Edward e divulgado
Aqui, luz e CO2 no máximo, mas sem nutrição, resultando pelo Forum Aquatic Plant Central, chamada de Perpetual
Preservation System, ou em bom português, “Sistema de
na paralização do crescimento das plantas.
Preservação Perpétuo”.
Fórmula:
Inicialmente, utiliza-se uma dose diária de uma solução-padrão com os principais macro• K2SO4 (Sulfato de Potássio) - 2 colheres de chá (10 ml ~ 14g)
nutrientes, contendo fosfato, nitrato e potássio. Conforme a indicação dos testes, essa solução
• KNO3 (Nitrato de potássio) - 1 colher de chá (5 ml ~ 6g)
pode ser substituída por uma solução sem fosfato ou uma solução sem nitrato. O potássio,
• MgSO4-7H2O (Sulfato de magnésio hidratado) - 2,5 colheres de sopa (37,5 ml ~ 33g)
além de raramente ser encontrado em excesso num aquário plantado, também não dispõe de
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Revista Aqualon
testes acessíveis para ser dosado.
As outras duas soluções são de Sulfato de Magnésio e
de Elementos-Traço (micronutrientes quelatizados), em geral
utilizados semanalmente, ou caso ocorram sintomas de sua
deficiência.
O preparo de todas as soluções exige uma balança de precisão de pelo menos 100mg, o que se de um lado aumenta a
exatidão das fórmulas, dificulta a manipulação do aquarista,
que não costuma encontrar esse instrumento à sua disposição.
Fórmula:
Perpetual system –
Solução padrão (NO3:PO4:K) 0,75:0,25:1,00
KNO3 20,38g
KH2PO4 5,97g
K2SO4 15,74g
Água 500 ml
Solução sem nitrato(NO3:PO4:K) 0,00:0,25:1,00
KNO3 0g
KH2PO4 5,97g
K2SO4 33,30g
Água 500 ml
Solução sem fosfato (NO3:PO4:K) 0,75:0,00:1,00
KNO3 20,38g
KH2PO4 0,00g
K2SO4 19,56g
Água 500 ml
Sulfato de magnésio
MgSO4 16,9g
Água 500 ml
Elementos – traço
Elementos traço 23,81g
Água 500 ml
a. Se os níveis e a razão NO3:PO4 estiverem aceitáveis,
mantenha a rotina ao longo da semana seguinte.
b. Se os níveis se tornarem muito altos, reduza a quantidade da solução adicionada na semana seguinte.
c. Se a razão estiver inadequada, interrompa a adição da
solução-padrão, substituindo pela sem NO3 ou sem PO4, e tornando a testar ao término da semana seguinte.
3- A utilização dos elementos traço é indicada caso haja
sintomas de deficiência de nutrientes, caracteristicamente,
palidez de novos brotos.
Tomando como princípio o fato de que diferentes aquários
tem diferentes consumos de nutrientes, com necessidades
variáveis de cada um, este método é composto de 5 soluçõesE nesta, como um único nutriente insuficiente pode limitar
-padrão (sendo 3 de macronutrientes) cuja utilização é direciotodas as plantas. A famosa “Lei dos Mínimos”.
nada através de testes periódicos, com obtenção da dosagem
de fosfatos e nitratos. Tem a vantagem de permitir a customização para diferentes montagens,
com diferentes necessidades de fertilização, e de se ajustar conforme diferentes “fases” de
uma mesma montagem (com maior ou menor crescimento de plantas, variações sazonais de
temperatura, variações da flora e da fauna). Pode ser útil também em situações onde trocas
parciais volumosas sejam mais difíceis de serem feitas, como em aquários extra-grandes ou
lagos durante um inverno mais rigoroso, por exemplo.
Utilização:
1- Teste a concentração de NO3 e PO4
2- Adicione a solução-padrão diariamente pelo período de uma semana, e ao término da
mesma, repita os testes.
Revista Aqualon
Tom Barr – Estimative Index (“índice de estimativa”)
Tom Barr é um biólogo que se especializou em biologia aquática. Ele defende uma proposta
bem diferente das propostas anteriores, com um sistema que não necessita de utilização de
testes para determinar os nutrientes solúveis, sem abrir mão da utilização equilibrada dos
mesmos.
A partir da observação e experimentação, ele:
• Determinou uma faixa ideal de concentração dos principais nutrientes para a utilização
pelas plantas;
• Verificou que os surtos de algas em aquários plantados estão intimamente relacionados
com picos de produção de amônia (morte de animais, aumento da quantidade de alimento
ou da biomassa do aquário, morte de plantas ou de suas folhas, diminuição da eficiência da
filtragem biológica), muitas vezes ocorrendo mesmo quando esta ainda se encontra em níveis
indetectáveis por testes;
• Verificou uma certa imprecisão para a maioria dos testes encontrados para aquariofilia,
por se basearem em colorímetros, que dão os resultados em faixas de “cor”, que estratificam
seus resultados numa faixa muito larga para cada concentração.
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A partir destas conclusões, ele desenvolveu um sistema que se baseia em atingir a faixa
ótima de nutrientes para as plantas, com a administração de macronutrientes (PO4, NO3 e K)
em quantidade suficiente para atingir essa concentração, independente da quantidade anteriormente presente no aquário, a cada troca parcial e repetindo essa dosagem a cada 2 dias.
Nos dias entre as dosagens de macronutrientes, ele adiciona uma solução de micronutrientes
(Ferro, principalmente). Os micronutrientes são adicionados em separado para evitar que formem soluções insolúveis, principalmente com o fosfato.
Além disso, neste método, é fundamental a realização de trocas parciais semanais de
grande volume, de 50 a 70% da água do aquário (é o “reset” do sistema), e que se mantenha
iluminação intensa e CO2 em concentrações também otimizadas (20-30 ppm).
Com isso, ele garante que nenhum nutriente seja fator limitante para o desenvolvimento
das plantas. Mesmo que haja algum excedente, este não resulta em surtos de algas desde
que se mantenha a amônia controlada, o que certamente acontece com a ajuda dessas trocas
parciais volumosas e frequentes. Eventuais excessos de nutrientes são ajustados também
nessas trocas parciais.
É um dos sistemas onde se observa o desenvolvimento mais vigoroso das plantas, muitas
vezes exigindo podas com muito mais frequência.
Sugestão de concentrações-alvo (obs: ppm=partes por milhão, ou em outras palavras,
mg/litro):
CO2 entre 20-30 ppm
NO3 entre 5-20 ppm
K+ entre 10-30 ppm
PO4 entre 0.4-1.5 ppm
Fe 0.5 ppm
Conclusões:
Fertilização líquida é uma opção importante, que sempre deve ser parte de nosso “arsenal” de aquarista, a ser usado conforme indicado. Ao contrário do senso comum, muitas
vezes, surtos de algas são debelados, controlados ou interrompidos, sem o uso de algicidas,
e com a adição de nutrientes, sempre se procurando otimizar o crescimento de suas queridas
macrófitas. E apesar de ser muitas vezes analisada de forma separada, é indissociável de
outros parâmetros do aquário, tanto em relação à fertilização do substrato (saúde das raízes
das plantas, biologia do substrato), mas igualmente, em relação à filtração (Ciclo do nitrogênio,
ciclo do carbono e ciclo do oxigênio), à iluminação (intensidade de energia disponível para a
fotossíntese no sistema), trocas parciais (controlando resíduos não-metabolizados pela biologia do aquário) e a injeção de CO2.
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Rua Fernando de Noronha, 931 - Londrina - PR
fotos: Chantal Wagner Kornin
Peixes
Por: Chantal Wagner Kornin
&
Cinthia C. Emerich
Microdevario kubotai
Nome Popular: Rásbora kubotai, Kubota’s
Microrasbora, Neon Yellow Rasbora
Família: Cyprinidae
Origem: Ásia / Tailândia
Tamanho: 2 a 2,5 cm
Comportamento: São agitados e inquietos,
nadam constantemente em pulinhos, procurando comida e perseguindo companheiros da
mesma espécie. Gostam de estar sempre em
grupos, por isso, o ideal é mantê-los em cardumes com grande quantidade de indivíduos.
Preferem a parte superior e média do aquário.
Agressividade: Peixe pacífico
Manutenção: São encontrados em córregos
de águas claras e ricas em oxigênio, então, a
configuração do aquário tanto pode ser simples, com areia e poucas plantas, quanto um
plantado.
Temperatura: 22 a 26 ºC
pH: 6.0 a 7.4
Alimentação: Onívoro / Aceita bem qualquer
tipo de ração. Alimentos vivos como enquitréias, artêmias e daphnia devem ser oferecidos
sempre, para manter a saúde e incentivar a reprodução. Recomenda-se ração específica para
peixes pequenos, pois sua boca é diminuta.
Dimorfismo Sexual: Difícil determinar. Fêmeas costumam ter o ventre maior, principalmente em época de reprodução.
Reprodução: Em um aquário específico com
pouca iluminação e bastante plantas, como
musgos, ou uma grade de proteção para os
ovos no fundo. Aumentar um pouco a temperatura pode incentivar a desova.
A proteção dos ovos com a grade ou plantas
é importante pois são peixes disseminadores livres, ou seja, a fêmea libera os ovos na
água para serem fertilizados pelo macho logo
em seguida e caírem no substrato. Os pais comem os ovos e as crias, devem ser retirados
do aquário logo após a desova. Os ovos eclodem entre 12 e 48 horas, os alevinos podem
ser alimentados assim que consumirem o saco
vitelino e começarem a nadar. Como são muito pequenos, o alimento ideal são infusórios,
depois da primeira semana já podem comer
algo maior, como náuplios de artêmia e microvermes.
Outras Informações: Este pode ser considerado uma nova adição ao hobby, e ainda mais
nova no Brasil.
Primeiramente foi descrito como Microrasbora kubotai, mas recentemente, em 2009, decidiu-se adicioná-lo ao gênero Microdevario,
por acreditarem ser mais próximo aos danios
do que às rásboras.
A localidade-tipo deste peixe, ou seja, o local
onde foi coletado o espécime-tipo que baseou
a descrição do peixe, é um riacho de águas claras na província de Ranong na Tailândia.
fotos: Cinthia Emerich
Kottekat, M. and K.E. Witte, 1999
Puntius padamya
Kullander & Britz, 2008
Nome Popular: Barbo Odessa
Família: Cyprinidae
Origem: Ásia / Norte de Mianmar
Tamanho: Aproximadamente 5 a 7 cm
Comportamento: Cardumeiro
Agressividade: Pacífico com os demais
Manutenção: Cardumes, em aquários acima
de 70 litros.
Temperatura: 20 a 26 ºC
pH: 6.4 a 7.4
Alimentação: Onívoro, aceita de tudo, complementar a ração semanalmente com alimentos vivos.
Dimorfismo Sexual: O macho é ligeiramente
menor, mais colorido, apresenta uma pequena modificação no primeiro raio da nadadeira
anal que se assemelha ao formato de um gancho e o ventre é retilíneo. A fêmea é maior,
cores um pouco mais pálidas e possui o ventre
roliço, principalmente em época de desova.
Reprodução: Ovíparo, são considerados
disseminadores livres, pois a fêmea libera os
ovos e o macho nada em volta, fertilizando-os. Os ovos eclodem em 24 a 48 horas e
após alguns dias os alevinos já consumiram
o conteúdo do saco vitelino e começam a se
alimentar de rações específicas para alevinos de ovíparos e alimentos vivos. Os pais
não cuidam dos filhotes e podem, inclusive,
encará-los como alimento.
Outras informações: Uma belíssima aquisição para aquários plantados. Apareceu primeiro na cidade de Odessa (Ucrânia) e é daí
que vem seu nome popular.
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Plantas aquáticas
Por: Rony Suzuki
Flor
Folhas
Anubias barteri var. Nana
emersa
s
Schott var. nana (Engler) Crusio, 1979
Família: Araceae
Origem: África
Hábito: Aquática emergente
Tamanho: 10 a 15 cm de altura
Temperatura: 20 a 30 °C
Inflorescência
Iluminação: Fraca a moderada
pH: 6 a 9
Manutenção: Fácil
Crescimento: Lento
Propagação: O melhor meio de propagação é através do corte do rizoma onde já tenha folhas e raízes, com cuidado para não cortar a planta ainda muito jovem. Espera-se
o rizoma alcançar de 8 a 10 cm e ao menos umas 8 folhas.
Plantio: Parte intermediária do aquário, ficando melhor se fixada em troncos ou rochas.
A Anubias nana é uma das plantas mais fáceis de se usar em uma montagem, sua versatilidade é enorme. Eu gosto muito de usá-la presa entre os vãos das rochas ou troncos, o que
gera um efeito sem igual. Em aquários plantados, onde a luz é bem intensa, corre o risco
de suas folhas criarem algas com certa facilidade, isso se deve ao seu crescimento lento e,
como possui folhas largas, ao acúmulo de sujeira nestas. É uma das plantas mais fáceis de
se cultivar, não requerendo nenhum cuidado especial. Serve tanto para aquários pequenos,
como grandes. Para plantá-la deve-se amarrá-la em uma pequena pedra ou tronco, que
logo formará raiz, nunca se deve enterrar o rizoma no substrato, o que poderá matar a
planta. É uma das pouquíssimas plantas aquáticas que podem gerar flores debaixo da água.
Vista por cima
Lagarosiphon madagascariensis
Caspary (1881)
Família: Hydrocharitaceae
Origem: África
Hábito: Submersa fixa
Tamanho: 20 a 40 cm de altura
Temperatura: 24 a 28 °C
Iluminação: Moderada a intensa
pH: 6 a 8
Manutenção: Médio
Crescimento: Rápido
Propagação: Sua reprodução se dá através do corte e replantio do ramo.
Plantio: Área intermediária e posterior do aquário. Recomenda-se plantá-la em molhos com 3 ramos e espaçamento de 3 cm entre eles.
Planta muito bonita e delicada, quando sob condições ideais de luz e gás carbônico, ela se
desenvolve rapidamente e suas folhas ficam mais alongadas e ligeiramente curvadas para
baixo, o que gera um belíssimo efeito, principalmente se plantada em grupo. Planta ideal
para a parte posterior do aquário, mas também pode ser usada como planta intermediária. Para isso, bastam podas periódicas.
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Vis ita à Chácar a
T A K E YOSHI
Texto e Fotos:
Equipe Aqualon
18
Revista Aqualon
A equipe Aqualon foi até a cidade de
Suzano, Grande São Paulo, realizar algumas matérias para a Revista. Tal localidade foi escolhida porque pode ser
considerada como um verdadeiro paraíso para os aquaristas e quaisquer outros amantes da natureza. Ali estão localizadas empresas que produzem peixes
e plantas para aquários e lagos. O tempo dispensado para tal passeio nunca é
suficiente, pois as horas passam voando diante do que encontramos nesses
locais. Chegamos à Estância Turística
de Ribeirão Pires na sexta à noite, cansados da viagem e loucos para descansar e começar o dia seguinte com muita
ansiedade, preocupados com a possibilidade de chuva. Pela manhã o clima estava ótimo e já pudemos ter contato com
a natureza, acordando com o canto dos
pássaros, uma vez que o hotel se encon-
tra em um local privilegiado.
Encontramos na estrada o amigo
Adriano Galvão que nos guiou até nossa
primeira visita: Chácara Takeyoshi.
Em seguida outros amigos chegaram
para nos encontrar, uma vez que souberam de nossa visita. Foram tantas pessoas que tivemos que recorrer às fotos
marcadas no Facebook pela turma. Ente
eles, Renato Kuroki e Janaína, Ricardo
Kobe, Sandro Rocha e esposa, Airton,
Mirian, Carlos Souza e Willy.
De propriedade de Roberto Takeyoshi,
teve o início de suas atividades em 2002
e produz plantas aquáticas para todo o
país, atendendo na forma de atacado.
Atualmente cultiva e distribui mais de
100 variedades de plantas aquáticas,
tendo sua capacidade de produção
mensal de até 10.000 vasos, ou seja,
mudas produzidas em vasos em cultura
hidropônica. Isto ocorre em uma estufa
com 700 m², contendo 2 canteiros de
15 m para fase inicial, 18 de 15 m para
Amanhecer em Ribeirão Pires
Revista Aqualon
19
produção final e 10 de 10 m para manutenção de matrizes. Depois uma conversa com o proprietário para colocar
os assuntos em dia, fomos para a estufa. Ficamos extasiados diante de tanta
variedade de plantas e curiosos com o
formato que algumas adquirem na forma
emersa. Tiramos muitas fotos enquanto
íamos pedindo que o Roberto identificasse as espécies mais diferentes para
nós. Vendo toda a beleza e saúde das
plantas cultivadas, não imaginamos que
possa existir dificuldade nessa atividade. Takeyoshi nos confidencia, “A maior
dificuldade é o próximo problema!” Explicando que surgem novos problemas
a cada dia, como em toda empresa comercial, na forma de novos desafios. Outro fator
Plantas para carpetes cultivadas em bandejas
20
Fotografando uma belíssima flor de
Nymphaea (ver detalhe)
negativo é a falta de informações técnicas inerentes às plantas e à própria
técnica de cultivo, comparada ao cultivo
hidropônico de hortaliças. A superação
e o sucesso na atividade vieram com
muita dedicação e trabalho, baseados
no gosto pelo aquarismo adquirido na infância e sua formação.
Roberto Takeyoshi só deixou
de praticar o aquarismo durante o período de colégio e faculdade, retornando no momento
em que iniciou o cultivo comercial de plantas aquáticas. Além
dos aquários da Chácara, ainda
possui um nano plantado em sua residência.
Oceanólogo de formação, focou seus
estudos com o objetivo de trabalhar com
alguma espécie de cultivo, aproveitando
a base que o curso oferece para lidar
com ambientes aquáticos marinhos ou
Revista Aqualon
dulcícolas.
Takeyoshi destaca o apoio que teve de
grandes mestres, como Luis Wada e Sr.
Tanabe, na criação de Kinguios. Durante
os 5 anos em que ficou nessa atividade,
foi colhendo informações sobre as plantas que haviam no mercado e, sob influência do Sr. Antônio da Aquário do Brasil, despertou interesse por conhecê-las
mais profundamente. Com o auxílio de
seu pai, Agrônomo formado no Japão,
desenvolveu a técnica de hidroponia
Revista Aqualon
que utiliza em sua chácara. 95 % da
produção se dá nesse sistema, ficando
apenas as plantas exclusivamente aquáticas cultivadas na forma submersa. A
produção de plantas aquáticas se diferencia um pouco da cultura hidropônica
de hortaliças, com uma fórmula exclusiva devido à diferenciação dos parâmetros físico-químicos.
Ao questionarmos se há dificuldade
na identificação das plantas existentes
no mercado, Roberto Takeyoshi explica
que isso é complexo até para acadêmicos, que acabam alterando alguns
nomes conforme ocorre o avanço do
conhecimento científico. Outro fator
que pode causar confusão nos nomes
é que a maioria destas plantas possui
alterações morfológicas, tanto na forma
aquática quanto na terrestre. Traduzindo, explica que uma mesma planta pode
se apresentar de forma diversa em cada
aquário, o que dificulta a identificação
apenas através da imagem da folhagem.
Grande incentivador do aquarismo,
Takeyoshi apoia diversos eventos do
hobby, como o Encontro de Aquaristas
de Londrina (AQUALON), Encontro de
Aquaristas de Baurú (EAB), Encontro de
Aquarismo Alagoano (EAA), Encontro
de Aquarismo da Zona Oeste do Rio de
21
e ficamos com estas palavras do amigo
Roberto Takeyoshi:
“As plantas não estão na natureza
apenas para torná-la mais bonita, mas
sim por que fazem parte de um equilíbrio”.
Em um aquário com peixes, não é diferente. Importa se ela está lá saudável,
oferecendo abrigo e maior equilíbrio ao
ambiente do aquário.
Muitos aquaristas já sabem disso e
muito mais. Fazem dos peixes em harJaneiro (EAZO) e há dois anos vem participando também do CBAP, Concurso
Brasileiro de Aquapaisagismo. Orgulha-se de poder participar do desenvolvimento do hobby junto a outras grandes
empresas do mercado.
A Chácara Takeyoshi prima pela qualidade das plantas produzidas até o
momento final, o envio aos clientes. As
plantas são selecionadas de acordo
com os pedidos, folhas mortas ou amareladas são retiradas durante o trabalho
de limpeza e, por fim, os vasos são embalados individualmente e acondicionados em caixas de papelão.
Ao final de bons momentos admirando a beleza do cultivo de plantas aquáticas no sistema hidropônico, nos surpreendendo com cada detalhe das que
conhecíamos apenas submersas em
nossos aquários, agradecemos pela forma carinhosa com que fomos recebidos
22
monia com as plantas, troncos e rochas,
uma obra de arte viva. O aquapaisagismo.
Mas para quem ainda está começando com o primeiro aquário com peixes, é
sempre importante lembrar das plantas
também.
Nem que elas apenas façam parte da
dieta. Pois até para estes casos, existem
plantas apropriadas.”
A equipe Aqualon com Roberto Takeyoshi
Revista Aqualon
Revista Aqualon
23
Pico Aquários
Ao final de 2005 e início de 2006, realizei duas montagens que pretendo apresentar-lhes e que ficaram muito famosas na internet, a primeira
ficou conhecida como “Aquário Bulbo” e a segunda
como “Aquário Tubo”.
Essas montagens ficaram famosas pela inovação, aparente dificuldade
de execução, e, claro, pelo resultado final muito agradável.
Esta foi uma montagem que sempre tive vontade de
fazer, após ter aprendido a técnica de abertura de
lâmpadas incandescentes pelo soquete, porém, as lâmpadas normalmente encontradas de 40, 60 ou mesmo
100 watts eram muito pequenas para execução, então,
quando minha irmã conseguiu uma lâmpada de 250
watts, o projeto tornou-se viável por apresentar uma
área útil interna muito boa e o formato tradicional de
uma lâmpada. Para aqueles que estão curiosos, essas
lâmpadas de 250 watts são aquelas utilizadas em refletores para mesas cirúrgicas, por isso não são muito
comuns.
“Aquário Bulbo”
Nesta montagem, não utilizei camada fértil, pois tinha
certo receio de não conseguir manter o controle, já que
o tipo de ambiente é desconhecido e a quantidade de
água é muito pequena. O que fiz então foi utilizar areia
de filtro de piscina e uma planta que fosse menos exigente, de crescimento lento e aspecto agradável. A que
melhor encaixou nesses requisitos foi a Anubia nana, e
para mantê-la saudável realizava trocas parciais ou totais de água no mínimo uma vez por semana, pingando,
algumas vezes, um pouco de Tetra Flora Pride.
Texto e fotos: Fabio Yoshida
Setup:
Aquário: Bulbo de uma
lâmpada de 250 W.
Dimensões: ~79 mm de
diâmetro.
Volume: ~250 ml.
Substrato: areia de filtro
de piscina.
Fertilização: Tetra Flora
Pride administrada esporadicamente.
Iluminação: indireta, mas
ministrada diretamente alguns dias
por semana.
Flora: Anubias nana
24
Algumas pessoas me perguntavam se teria como colocar algum habitante, mas, devido ao pequeno volume e
a ínfima superfície de água em contato com o ar, seria
praticamente impossível manter um animal vivo por
muito tempo nesta montagem, cheguei a tentar pequenos caramujos (physias), porém, sem sucesso.
Não sei precisar o tempo que esta montagem permaneceu, mas posso dizer que foi quase um ano, e neste
período passou por surtos de algas marrons e cianobactérias, que neste caso, como o tamanho é pequeno
e o layout simples, para combater as algas foi mais fácil desmontar, limpar e remontar a cada surto. Com o
tempo, acabei desmontado definitivamente, porém, se
mantivesse os cuidados é provável que pudesse mantê-lo por mais tempo.
Revista Aqualon
“Aquário Tubo”
Setup:
Aquário: Tubo para flor com suporte.
Dimensões: cilíndrico 140x37 mm.
Volume: ~150 ml (nominal).
Substrato: areia de filtro de
piscina.
Fertilização:
Tetra Flora Pride
administrada
esporadicamente.
Iluminação:
indireta (ao lado
do meu aquário
plantado).
Flora: Lilaeopsis
brasiliensis.
Esta montagem também surgiu de
um comentário que fiz com minha
irmã sobre uma idéia que tinha, então ela passando por uma loja de 1,99,
deparou-se com este suporte para flor
em forma de tubo de ensaio.
Como o recipiente desta vez era mais
alto e não queria repetir a mesma planta
da montagem anterior, precisava achar
uma que fosse menos exigente, de crescimento lento e folhas compridas. A que
melhor encaixou nesses requisitos foi a
Lilaeopsis brasiliensis.
Também sem camada fértil, utilizei areia de filtro
de piscina como substrato principal, outra diferença entre esta e a outra montagem é que nesta acabei
colocando um hardscape, que nada mais foi que uma
pequena pedra de mármore.
Devido ao tamanho restrito, também não coloquei
fauna e a manutenção eram trocas parciais ou totais
no mínimo uma vez por semana. No intuito de manter as plantas saudáveis por mais tempo, ministrava
esporadicamente gotas de Tetra Flora Pride.
A montagem do tubo perdurou por menos tempo,
devido a um descuido meu, em uma época de tempo
seco a água acabou evaporando e matando as plantas,
então, acabei por desmontar permanentemente.
Essas duas montagens me trouxeram inesperadamente uma gratificação muito grande, pois até hoje
circula pelos fóruns e blogs americanos, poloneses,
árabes, vietnamitas, taiwaneses, venezuelanos, bolivianos etc. as fotos e comentários dessas montagens. E para minha grata surpresa, uma delas acabou
se tornando capa de um livro sobre mini aquários e
também a publicação das fotos na Tropical Fish Hobbyist Magazine.
Para aqueles que tem um projeto que considera inovador,
inusitado ou até um pouco
louco e que, comentando
com amigos ou conhecidos,
acaba sendo desestimulado
por ser taxado de impossível ou loucura, digo que estude melhor, amadureça-o
e execute, tendo um resultado positivo, publique
nos fóruns, blogs e mídias
sociais, pode ser que tenha
um retorno tão agradável quanto eu tive
com essas duas montagens.
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animais pode causar impactos ambientais muito
sérios, prejudicando fauna e flora nativa!
* Não coloque juntas espécies de peixes de pH diferentes. Certamente uma delas será prejudicada,
podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.
* Não superalimente os seus peixes, pois o excesso * Não inicie o hobby se não estiver disposto a dispensar os cuidados básicos que os peixes exigem.
de alimento pode poluir a água do seu aquário.
Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e
* Não compre rações vendidas em saquinhos plás- isto se transformará em lazer.
ticos transparentes. A luz retira todas as vitaminas
e proteínas da ração. Estas também não possuem * Seja observador. É preciso conhecer o comportaprazo de validade. Procure comprar rações de boa mento dos habitantes de seu aquário para se anteciqualidade que você notará a diferença na saúde de par aos problemas que possam surgir.
seus animais.
* Lembre-se: Peixes são seres vivos e não merca* Não Superpovoe o aquário, pois o excesso de dorias que podem ser descartadas a qualquer mopeixes debilitará todo o sistema de filtragem do mento. Preserve a vida!
aquário, podendo levar seus peixes à morte.
* Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos
* Não compre peixes que estejam em aquários usar a internet como uma forte aliada para alcançar
que tenham peixes doentes ou mortos. Eles podem um aquarismo saudável e consciente. Temos vários
transmitir doenças para todos os peixes que você já sites/fóruns que pregam a prática correta do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais confiápossui em seu aquário.
veis, em ordem alfabética:
* Não compre peixes por impulso. Pesquise antes
a respeito da espécie. Muitas podem ser incompa- www.aquaflux.com.br
tíveis com o seu aquário, seja por agressividade, www.aquahobby.com
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propriamente ditos até os aspectos ecológicos que o hobby
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Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 2500 exemplares
Revisão: Americo Guazzelli
Fotografia: Americo Guazzelli, Chantal Wagner Kornin,
Cinthia Emerich, Fabio Yoshida, Mauricio Xavier de Almeida, Ricardo Borges, Rony Suzuki.
Ilustração: Marc
Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli, Chantal
Wagner Kornin, Cinthia Emerich, Cristina Midori Yamato, Fabio Yoshida, Livio Nakano, Mauricio Xavier de
Almeida, Roberto Takeyoshi e Rony Suzuki.
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