trabalho completo
Transcrição
trabalho completo
DOI: 10.4025/4cih.pphuem.400 DA SENSUALIDADE PARA A INSINUAÇÃO DA NUDEZ FEMININA: FOTORREPORTAGEM NA REVISTA O CRUZEIRO (1959 E 1966) Eric Allen Bueno Graduando do último ano do curso de História (UNICENTRO) Atualmente, ao folhearmos uma revista não nos surpreendemos com cenas em que aparecem “belas”1 mulheres de biquíni ou com uma nudez dissimulada, pelo contrário, a cena nos atrai: se não fosse assim elas não estariam lá. Mas nem sempre foi deste modo. No início do século XX, tal situação seria impraticável nos periódicos, o que nos faz pensar como saímos de uma sociedade patriarcal e conservadora que vigiava os corpos femininos para uma que adora despi-los. Tal questionamento não pode ser respondido de forma simples, pois a trama da História envolve múltiplos fatores que se entrelaçam e interagem conforme andam as sociedades. Neste artigo, abordamos o momento histórico que acreditamos ser a ruptura na forma de se expor o corpo feminino na imprensa brasileira, o início da década de 1960. Entre as mais diversas fontes do período, a revista O Cruzeiro se destaca como um dos mais importantes meios de difusão cultural. Com a maior tiragem no período (média de 500 mil exemplares) e abrangência nacional. Destinada ao público das classes médias e altas. A revista criou e ajudou a divulgar uma forma de mulher “moderna”, com novos hábitos e idéias impulsionados pela indústria da beleza que com um discurso de liberdade e modernidade, escravizava as mulheres ao lhes impor um modelo de beleza de difícil alcance2. Embora houvesse muitos discursos sobre a mulher em O Cruzeiro3, optamos por uma das abordagens possíveis: a fotorreportagem. A fotorreportagem consiste em uma ou uma série de fotografias que contam uma história, pode ter pequenos textos (foto legendas) que a complementam, auxiliando sua compreensão4. A respeito da interação das fotos e textos, Nadja Peregrino orienta que O texto e a imagem guardam nítidas diferenças com relação às regras que regem as associações dos componentes das duas linguagens. Nas palavras, os fatores de ordenação das letras obedecem a regras predeterminadas e estabelecidas pela cultura. A contigüidade das letras, o sentido de leitura do receptor da mensagem, uma vez que certas regras impõem à imagem um saber, sendo também capaz de 4832 enfatizar determinados aspectos da fotografia. Dotada de uma função de estruturação, a palavra abre um caminho para orientar a percepção da imagem, desvendando para o leitor a informação segundo uma certa ordem. Na fotografia, os elementos visuais – cor, superfície, linha, volume e luz – se encontram numa identificação quase total que se reflete automaticamente em sua própria natureza, possibilitando diversas configurações. Desde o momento da concepção da foto, os vários componentes formais podem ser combinados entre si de formas diversas e ordenados em várias direções espaciais que se exprimem, quando publicadas, em superposições e fusões5. Também é de grande valia a interpretação de Boris Kossoy sobre a fotografia, o autor salienta que o fotógrafo é um “filtro cultural”, ou seja, ao fotografar, transmite para a fotografia a sua ideologia bem como a de seus empregadores, interferindo na realidade fotografada e lhe impondo o seu ponto de vista sobre o objeto6. Para a interpretação das imagens, optamos pelo enfoque da História Social da Arte proposta por Peter Burke7, haja visto que outras metodologias, como a semiótica por exemplo, implicam em uma perda do aspecto social, preço muitas vezes caro demais para o historiador. Nos trabalhos sobre as representações femininas em “O Cruzeiro”8, até o momento o aspecto da nudez não foi tratado. A sensualidade foi vista sem aprofundamento e maior rigor, com exceção de Leandra Francischett que em sua dissertação cita a forma sensual das matérias sobre os concursos de misses, e as reportagens sobre atrizes famosas9. Mas o fato da exposição do corpo ser pouco ou nada tratado se deve ao recorte temporal das autoras que se limitou até a década de 1950, quando muito, até 1964. E as transformações ocorreram com maior intensidade na década de 1960, principalmente no início dos anos 1970 quando “pega” de vez a moda do biquíni. Vejamos como parte do processo ocorre. Passemos para as fontes. Na figura 01 temos a capa da edição de 28 de fevereiro de 1959 em que vemos Jayne Mansfield, e Maurício Loyola fantasiado de palhaço em um baile de carnaval, a foto é de Ed Keffel e Antônio Rudge, como nos informa o expediente da página 03. Mansfild era uma estrela holliwoodiana famosa e que naquele FIGURA 01 momento estava de férias no Brasil. Note-se que a capa de ressalta a sensualidade da atriz cujos fartos seios estão em evidência, bem como, a mão do “palhaço” está a tocá-lo. 4833 A primeira matéria da revista é justamente Mansfield. Ela vem em forma de fotorreportagem produzida por Luiz Carlos Barreto. As duas primeiras páginas, reproduzidas aqui na figura 02, mostram Mansfield sendo rodopiada no ar pelo seu marido Mike, vencedor do premio de “‘Mister’ Universo 1957”, na praia da Guanabara. A manchete à direita, ressalta a importância da matéria onde se lê “EXCLUSIVO Sob as vistas de ‘O Cruzeiro’ FIGURA 02 e protegida por uma fortaleza militar Mansfield brinca na paria”. O evento aparentemente trivial, é tratado como um relevante episódio a ser registrado. Nadja Peregrino já comentara que uma das características da revista O Cruzeiro é justamente por em evidências a habilidade de seus fotógrafos e a ineditaneidade e o exclusivismo de suas matérias, desta forma a revista dá crédito a si mesma10. FIGURA 03 Nas páginas seguintes, como se vê na figura 03, Tem-se o primeiro “clímax” da fotorreportagem que se concentra no momento em que Jayne muda a peça superior do maiô. A seqüência de três fotos mostra Mike segurando uma toalha e atrás dele Jayne troca a peça, ficando escondida para o fotografo. Na quarta foto ele amarra a parte de trás do traje e ela aparece FIGURA 04 com o copo de perfil e o rosto voltado para o fotógrafo. É claro, por ser uma atriz, busca aparecer sempre no melhor ângulo. Após a seqüência, no rodapé esquerdo, Luiz Carlos Barreto informa “MUDADA a peça superior do maiô, Jayne iniciou a operação mais difícil: ainda guardada pela lona de Mike, despiu um “short” para vestir outro. A constatação de seu emagrecimento deixou-a satisfeita, porque lhe poupará sessões de massagem para reconquistar o corpo com que, antes da maternidade, fôra consagrada a rival de Marllyn”11. FIGURA 05 Nas próximas páginas o recomeço da saga (figura 04): em uma seqüência de três fotos vemos a garota retirar e vestir a peça tendo a ajuda do marido. Na 4834 quarta foto o vemos ajustando por trás o “short” de Jayne. A diagramação foi a mesma da figura 03. No última nota, Barreto informa: “Na praia, Jayne percebeu que seu maiô (duas peças) estava folgado. Mas, na valise havia outro. Embora a praia estivesse deserta, Mike cumpriu papel de guarda-costas zeloso: estendeu uma lona diante de si e protegeu Jayne para substituição das peças largas. Ela perdera 3.800 g com o carnaval. Por trás ficara o mar e o rochedo”12. Nas duas últimas páginas (figura 05), temos uma grande foto de Jayne à esquerda, no centro ela brinca com o marido e por último, uma grande foto em que ela aparece agarrada com o marido. A fotorreportagem ocupou oito páginas, tamanha a importância que a revista dava a presença da atriz internacional e símbolo sexual hollywoodiano. Sua presença ainda foi foco de outra fotorreportagem na mesma edição intitulada “Quitandinha” cuja autoria é da “Reportagem da equipe de O Cruzeiro”. A matéria não é assinada porque se trata de um evento em que vários fotógrafos e repórteres participavam e no fim, todo material jornalístico era reunido na redação e utilizado para a montagem da notícia. Com o subtítulo de “Houve um ‘sputinik’ novo no céu carnavalesco de Petrópolis: uma loura ‘estrêla’ chamada Jayne”, o texto da fotorreportagem traz a seguinte mensagem: O Quitandinha, um dos mais famosos bailes do Brasil carnavalesco, contou, neste 1959, com um bom cartaz internacional: a louríssima Jayne Mansfield, um busto que está fazendo história. Pois o baile serrano estêve por sua conta. Todo mundo queria ver a “estrêla” que acabou sambando em ritmo estrangeirado. Fêz algumas evoluções nos braços do seu ilustre marido, a mais bela musculatura do mundo, sempre com um sorriso de simpatia nos lábios. “O Busto” veio esportivamente. Maiô de duas peças e um casaquinho leve – peça que os fotógrafos não deixavam em paz enquanto ela não tirou. Enfim, o baile petropolitano do Quitandinha não teve grandes fantasias. Mas funcionou em têrmos da melhor animação carnavalesca. A um canto, discreto e bem servido, estava o famoso cronista social Cholly Knickerbocker (Gigi Cassini). Pouca gente notou sua presença. Não era para menos. Imperava “O Busto”13. (Grifos nossos) Este texto localiza o leitor no local da ação, deixando claro que o centro das atenções no evento fora Jayne (na opinião da revista). O que chama a atenção é a forma como ela é denominada, de “busto”. Nas duas primeiras páginas da matéria (figura 06), temos quatro fotos horizontais nas quais aparecem participantes do evento. No centro há uma foto de corpo inteiro de uma mulher, cercada por homens. No lado direito, uma foto retangular de uma mulher suspensa no 4835 ar por um homem, cujo rosto não aparece, a legenda revela sua identidade “‘O Busto’ nos braços de Mr. Universo. Tirou o casaco e ganhou um lenço”14. Nas páginas seguintes, temos seis fotos no lado esquerdo e em todas o foco da ação é Jayne. Ela parece estar animada, com as mãos para cima e sorriso no rosto. Toda sua animação é “vigiada” pelo seu marido que aparece em sua frente no primeiro plano ou sendo segurada por ele nas sete das oito fotos. Percebe-se que não há outras mulheres ao seu lado, FIGURA 06 sendo a participação masculina predominante. Sutilmente, uma legenda diz “Braço forte garante ‘O Busto’”, se referindo ao Mister Universo. Frase sugestiva, principalmente quando lemos a legenda seguinte em que a revista informa “Já de chapéu de pierrô, Jayne viu logo que tôda gente queria muita alegria e pouca roupa. E começou a atender ao ‘tiratira-tira’”15. Na última foto, Jayne aparece sorrindo sendo carregada pelo marido. Como podemos ver abaixo na figura 07. FIGURA 07 Até o momento, vimos como nas fotografias de “O Cruzeiro” aproveitaram a passagem de Jayne Mansfield para fazer matérias de cunho sensual: “O Busto” na capa, sua passagem na praia, sua animação no baile de carnaval. Mas agora vejamos como a revista tratou de outra “estrela”, nacional desta vez. A edição de 23 de outubro de 1966 trouxe em sua capa “Izabel Cristina, ex-Guy Lupe que se celebrizou no papel de mocinha ingênua e romântica na novela ‘O Direito de Nascer’, demonstra que é também uma provocante mulher plena de ‘sex’”16. No rodapé da capa se lê: “Izabel Cristina: o direito de ser mulher”. 4836 Neste curto espaço de tempo entre 1959 e 1966, percebemos já pela capa que aumentou a ousadia por parte de “O Cruzeiro” em exibir o corpo feminino. No primeiro caso, apresentado o grande decote de Jayne Mansfield, no segundo, uma nudez dissimulada de Izabel Cristina que aparece de perfil, ajoelhada e seminua, coberta por um longo tecido rosa amarrado em seu pescoço, cobrindo-lhe frontalmente e seu dorso. E é desta mesma forma que ela aparece na fotorreportagem, com texto de Guimarães Castro FIGURA 08 e fotos de José Carlos Vieira. O título é o mesmo da capa: “Izabel Cristina: o direito de ser mulher”. Cabe interrogarmos o que seria este direito para a revista. Observemos a imagem 09 abaixo: FIGURA 09 Na primeira foto da esquerda temos Izabel sentada segurando o pequeno violão, em um ângulo que privilegia o observação de suas pernas e costa desnuda. Na foto da direita ela aparece de frente, apoiada com a ponta do pé, e com os braços parcialmente cruzados, tendo um pano roxo lhe cobrindo. Na imagem seguinte, que ocupou as duas páginas centrais da revista, temos uma foto em preto e branco, em que a atriz aparece deitada sobre o chão, com um pano a cobrir-lhe os glúteos (figura 10): 4837 FIGURA 10 E, por fim, temos as duas últimas páginas, reproduzidas na figura 11. Na foto da esquerda a atriz aparece de perfil com um pano verde. Na foto da direita, que também ocupa parte de página da esquerda, ela aparece segurando um pano rosa na frente, exibindo um sorriso forçado. FIGURA 11 Este último aspecto é o mais revelador. Em todas as outras fotos ela não sorriu. O corpo aparece fechado, reprimindo-se. Essa expressão corporal mostra o quão a atriz estava desconfortável em tirar as fotos. Mas a revista se esforçou para mostrar o contrário, exibindolhe o corpo desnudo discursando que “famosa nos papéis de mocinha ingênua, é também uma linda e provocante mulher. E é isso que demonstramos.”17 4838 Com o exemplo destas duas “estrelas” podemos tirar algumas conclusões; primeiramente, em um curto espaço de tempo percebemos que “O Cruzeiro” passou a “desnudar” muito rapidamente suas mulheres na década de 1960. Fruto de um contexto complexo que envolve desde a dita “revolução sexual” e a onda contestatória da geração dos “anos rebeldes” até o acirramento da competição pelo mercado da cultura de massa, em que aumentam as publicações de periódicos e as estações de rádio e televisão vão ampliando horizontes e aumentando as margens de lucros. Embora a exploração da exibição do corpo não fosse grande novidade na cultura de massa, o diferencial é que a exposição do corpo feminino não chegava a tanto e em tão pouco tempo, constituindo-se como uma ruptura nos padrões. A sensualidade vai ganhando espaço com fotografias cada vez mais ousadas e a nudez surge como um ótimo chamariz de leitores, embora os próprios agentes envolvidos (como a modelo a ser fotografada) não estivessem tão FIGURA 12 seguros com a nova realidade que estava se formando. Uma coisa é clara, “O Cruzeiro” (e outras mídias também), perceberam que quanto maior a exibição do corpo feminino, maior é o público. Accioly Netto, o diretor da revista por mais de quarenta anos comenta que : As praias estavam sempre repletas de moças bonitas, exibindo novos tipos de maiô, algumas inclusive já usando o chamado “duas peças”, com calças e bustiês sumários para a época – o que constantemente causava escânda-lo entre as beatas ou entres as leitoras do interior do Brasil. Mas os homens adoravam tais exibições... e isso fazia vender a revista18. Na figura 12, acima, temos uma foto tirada por uma teleobjetiva, câmera para fotografar de longe, nela temos uma garota de biquíni que é fotografada no momento em que se abaixa, permitindo uma maior visualização dos seios. O momento é ressaltado pela legenda que diz “Sim, meus camaradinhas, não foi à toa que Deus inventou a mulher e o homem inventou a teleobjetiva. Vejam como fica bonitinho quando a primeira vai passando lá embaixo e a segunda cá em cima.”19. É evidente a intenção maliciosa do fotógrafo, cujo nome não aparece na página, fato singular já que “O Cruzeiro” costumava dar o crédito aos fotógrafos. 4839 Entre esses dois momentos, 1959 e 1966, percebe-se que há uma ruptura de se expor o corpo feminino. Passando rapidamente da sensualidade para insinuação da nudez. Acreditamos que o fenômeno ocorre por dois motivos principais. Primeiro, a sociedade estava mais receptiva as novas idéias, principalmente as classes altas e médias (o público alvo da revista) devido à industrialização e a abertura do mercado interno ao capital estrangeiro, derivados principalmente dos anos JK. O aumento do poder aquisitivo propiciou novas formas de consumo tanto de bens duráveis quanto de “idéias”20. Segundo, o mercado soube aproveitar o momento, passando a produzir imagens para o consumo rápido e banal do consumidor. Não importando o que as mulheres retratadas pensavam ou sentiam. O que importava é o seu “busto”, seu corpo e as idéias de sensualidade, beleza e fama que ele representa. A bela mulher só existe enquanto objeto a ser visto. NOTAS 1 O conceito de “beleza” é algo historicamente construído, transformando-se em cada cultura e relacionando-se, em geral, com o modelo de belo que as classes dirigentes tem e difundem para o resto da sociedade. Ver: VIGARELLO, Georges. História da beleza. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. 2 SERPA, Leoni Teresinha Vieira. A máscara da modernidade: a mulher na revista O Cruzeiro (1928-1945). Passo Fundo: UPF, 2003. 3 Tais discursos eram expressos de diferentes formas como na fotografia, na propaganda, na caricatura, nas seções femininas (“Da mulher para a mulher”, “Lar, Doce Lar”), mesmo estando no mesmo contexto editorial isso não significa que todos eram coerentes entre si. 4 “o objetivo essencial das fotorreportagens é, em geral, situar, documentar, mostrar a evolução e caracterizar desenvolvidamente uma situação real e a as pessoas que a vivem. Como, contrariamente ao foto-ensaio, o objetivo de uma fotorreportagem não é marcar uma posição ou um ponto de vista, normalmente as fotorreportagens são menos extensas que os foto-ensaios e vivem, sobretudo, ou de fotolegendas (uma por fotografia) ou, em alternativa, de pequenos textos (geralmente introdutórios) que não se conjugam com uma imagem em particular mas sim com todas as imagens da peça. Esse texto, de uma forma geral, serve principalmente para orientar a leitura das imagens, embora também complemente” SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis, SC: Letras Contemporâneas, 2004. p.104. Para uma análise das transformações na fotorreportagem de O Cruzeiro consultar: PEREGRINO, Nadja. O Cruzeiro: a revolução da fotorreportagem. Rio de Janeiro: Dazibao, 1991. 5 PEREGRINO, Nadja. Op. cit. p.47. 6 “A eleição de um aspecto determinado – isto é, selecionado do real, com seu respectivo tratamento estético –, a preocupação na organização visual dos detalhes que compõem o assunto, bem como a exploração dos recursos oferecidos pela tecnologia: todos são fatores que influíram decisivamente no resultado final e configuram a atuação do fotógrafo enquanto filtro cultural. O registro visual documenta, por outro lado, a própria atitude do fotógrafo diante da realidade; seu estado de espírito e sua ideologia acabam transparecendo em suas imagens, particularmente naquelas que realiza para si mesmo enquanto forma de expressão pessoal”. KOSSOY, Boris. Fotografia e história. 2. ed. rev. São Paulo: Ateliê Editora, 2001. p.42-43. 7 BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru, SP: EDUSC, 2004. (Coleção História). p.213238 8 BASSANEZI, Carla. e BOMBONATO, L. O Cruzeiro e as garotas. Fazendo história das mulheres. In: Cadernos Pagu. Campinas: Unicamp – Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, nº 4, 1995, p. 243-260. Disponível em: <http://www.pagu.unicamp.br/files/cadpagu/Cad04/pagu04.13.pdf> Acesso em 29/05/2009.; FRANCISCHETT, Leandra. Representações das mulheres na revista O Cruzeiro através das fotografias no período de 1956 a 1960. Dissertação (mestrado em História Social). – Universidade Federal Fluminense / 4840 Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná. Niterói, 2007.; SERPA, Leoni Teresinha Vieira. A máscara da modernidade: a mulher na revista O Cruzeiro (1928-1945). Passo Fundo: UPF, 2003. 9 FRANCISCHETT, Leandra. Op. cit. 10 “Em O Cruzeiro a busca do acontecimento reproduzido pelas imagens nas diversas reportagens enfatiza frequentemente o ineditismo e a novidade, com o uso de formas verbais que adjetivadas que valorizam a fotografia. (...) O apelo ao novo, ao incomum e ao original enfatiza a novidade ao oferecer para o leitor acontecimentos comuns de forma surpreendente.” PEREGRINO, Nadja. Op. cit. p.48-49. 11 O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.07. 12 O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.09. 13 O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.65. 14 O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.65. 15 O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.66. 16 O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p. 03. 17 O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p.59. 18 NETTO, Accioly. O império do papel: os bastidores de O Cruzeiro. Porto Alegre: Sulina, 1998.p.49. 19 O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p.35. 20 No período, se intensificou o uso da propaganda em periódicos, principalmente das multinacionais estadunidenses, vendendo não só a mercadoria, mas também um estilo de vida. No início dos anos 1970, a propaganda se volta principalmente para a televisão. Conferir: FIGUEIREDO, Anna Cristina Camargo Moraes. "Liberdade é um calça velha, azul e desbotada" Publicidade, Cultura de Consumo e Comportamento Político no Brasil (1954-1964). São Paulo: Editora HUCITEC História social, USP, 1998; ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. A embalagem do sistema: a publicidade no capitalismo brasileiro. Bauru, SP: EDUSC, 2004. (Coleção Ciências Sociais). REFERÊNCIAS FONTES: Figura 01 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p. 01. (capa) Figura 02 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p. 04 e 05 Figura 03 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p. 06 e 07 Figura 04 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.08 e 09 Figura 05 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.10 e 11 Figura 06 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959. p.64 e 65 Figura 07 – O Cruzeiro. 28 de fevereiro de 1959.p. 66 e 67 Figura 08 – O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p.01. (capa) Figura 19 – O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p. 56 e 57 Figura 10 – O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p. 58 e 59 Figura 11 – O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p. 60 e 61 Figura 12 – O Cruzeiro. 23 de outubro de 1966. p.35 BIBLIOGRAFIA 4841 ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. A embalagem do sistema: a publicidade no capitalismo brasileiro. Bauru, SP: EDUSC, 2004. (Coleção Ciências Sociais). BASSANEZI, Carla. Mulheres dos anos dourados. In: PRIORE, Mary Del. História das Mulheres no Brasil. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2000. BASSANEZI, Carla. e BOMBONATO, L. O Cruzeiro e as garotas. Fazendo história das mulheres. In: Cadernos Pagu. Campinas: Unicamp – Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, nº 4, 1995, p. 243-260. Disponível em: <http://www.pagu.unicamp.br/files/cadpagu/Cad04/pagu04.13.pdf> Acesso em 29/05/2009. BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru, SP: EDUSC, 2004. (Coleção História). CUNHA, Káthia Castilho. GARCIA, Carol. Moda Brasil: fragmentos de um vestir tropical. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2001. DE LUCA, Tania Regina. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005. FRANCISCHETT, Leandra. Representações das mulheres na revista O Cruzeiro através das fotografias no período de 1956 a 1960. Dissertação (mestrado em História Social). – Universidade Federal Fluminense / Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná. Niterói, 2007. FIGUEIREDO, Anna Cristina Camargo Moraes. "Liberdade é um calça velha, azul e desbotada" Publicidade, Cultura de Consumo e Comportamento Político no Brasil (1954-1964). São Paulo: Editora HUCITEC História social, USP, 1998. KOSSOY, Boris. Fotografia e história. 2. ed. rev. São Paulo: Ateliê Editora, 2001. MALUF, Marina e MOTT, Maria Lúcia. Recônditos do mundo feminino. In: NOVAES, Fernando A. SEVCENKO, Nicolau (Org). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.367-421. NETTO, Accioly. O império do papel: os bastidores de O Cruzeiro. Porto Alegre: Sulina, 1998. PEREGRINO, Nadja. O Cruzeiro: a revolução da fotorreportagem. Rio de Janeiro: Dazibao, 1991. SERPA, Leoni Teresinha Vieira. A máscara da modernidade: a mulher na revista O Cruzeiro (1928-1945). Passo Fundo: UPF, 2003. SILVA, Ana Cristina Teodoro da. “Imagens ordinárias” como signo eloqüentes – sistematização metodológica para a interpretação de capas de revistas. Domínios da imagem. Londrina, ano I, nº 1, nov. 2007. SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis, SC: Letras Contemporâneas, 2004. 4842 TEIXEIRA, Sérgio Alves. Produção e consumo social da beleza. Antropológicos, Porto Alegre, ano 7, n. 16, p. 189-220, dezembro de 2001 VIGARELLO, Georges. História da beleza. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. Horizontes